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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA MULTICÊNTRICO EM BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR (PMBqBM) LUCIANA COSTA RAMOS AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ISOLAMENTO ALGAL NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE, BACTERICIDA E TOXICIDADE FRENTE À ARTÊMIA SALINA DAS MICROALGAS ISOCHRYSIS GALBANA E PHAEODACTYLUM TRICORNUTUM. SALVADOR 2018 Orientadora: Profa. Drª Suzana T. Cunha Lima

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA MULTICÊNTRICO EM BIOQUÍMICA E BIOLOGIA

MOLECULAR (PMBqBM)

LUCIANA COSTA RAMOS

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ISOLAMENTO ALGAL NA ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE, BACTERICIDA E TOXICIDADE FRENTE À ARTÊMIA

SALINA DAS MICROALGAS ISOCHRYSIS GALBANA E

PHAEODACTYLUM TRICORNUTUM.

SALVADOR

2018

Orientadora: Profa. Drª Suzana T. Cunha Lima

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LUCIANA COSTA RAMOS

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ISOLAMENTO ALGAL NA ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE, BACTERICIDA E TOXICIDADE FRENTE À ARTÊMIA

SALINA DAS MICROALGAS ISOCHRYSIS GALBANA E

PHAEODACTYLUM TRICORNUTUM.

SALVADOR

2018

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação Multicêntrico em

Bioquímica e Biologia Molecular, do

Instituto de Ciências da Saúde, da

Universidade Federal da Bahiacomo

requisito para obtenção do título de

Mestre em Bioquímica e Biologia

Molecular.

Orientadora: Drª Suzana Telles da Cunha

Lima

Co-orientador: Drª Russolina Zingali

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“... ainda que eu conhecesse todos os mistérios e

toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de

maneira tal que transportasse os montes, e não

tivesse amor, nada seria.”

1coríntios 13:2b

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AGRADECIMENTOS

AGRADEÇO A DEUS PELO QUE ELEFEZ E AINDA VAI FAZER.

À ORIENTADORA E AMIGA, PROFª DRª SUZANA TELLES DA CUNHA LIMA,

PELA COMPETÊNCIA E RESPEITO COM QUE CONDUZIU ESTE PROCESSO,

DO ALVORECER DA IDEIA ATÉ A SUA SÍNTESE.

AO PROFESSOR DRª. RONAN BATISTA PELASVALIOSAS CONTRIBUIÇÕES

NESTE TRABALHO;

À PROFESSORA LUZIMAR PELA AMIZADE E CONTRIBUIÇÕES.

À MINHAFAMÍLIA, QUE SEMPRE APOIOU A MINHA TRAJETÓRIA: RAILDA,

MARCELA, BENJAMIN, JORGE E TERCI.

ÀS MINHAS AMIGAS, QUERIDAS, QUE ACOMPANHARAM A MINHA

TRAJETÓRIA DESDE MUITO: VALÉRIA, ARIELLE E MARIANE.

À FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DABAHIA PELA

CONCESSÃO DA BOLSA DE MESTRADO.

À UFBA, AO IBIO E AO PMBQBM PELO ACOLHIMENTO E ESPAÇO PARA

PRODUÇÃO DESTE TRABALHO.

A TODOS QUЕ DIRETA ОU INDIRETAMENTE FIZERAM PARTE DESSE

MOMENTO, О MЕU MUITO OBRIGADA.

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RESUMO

As microalgas têm sido estudadas empesquisas biotecnológicas devido a sua

importância nutricional, econômica e ecológica. Elas são micro-organismos

fotossintetizantes, possuem uma composição química riquíssima por isso

apresentam alto potencial de gerar compostos capazes de exercer atividades

biológicas de interesse.Além disso, as microalgas podem ser produzidas em

condições controladas com um baixo custo, devido a sua capacidade emcrescer

numa grande variedade de ambientes, favorecendo uma produção bioquímica

excepcional. O objetivo do presente trabalho foi avaliaro efeito do isolamento algal

na atividade antioxidante, bactericida e toxicidade frente à Artêmia salina das

microalgasIsochrysisgalbana ePhaeodactylum tricornutum. Adeterminação da

capacidade antioxidante dos extratos e de suas frações foirealizada com base na

capacidade sequestradora de radicais livres do 2,2-Difenil-1–picril-

hidrazila(DPPH).Para os ensaios de toxicidade foram utilizadas larvas de Artemia

salina como modelo experimental ea avaliação da atividade antibacteriana dos

extratos foi determinada pelo método de difusão em disco. O extrato etanólicofoi

ensaiado contra as bactérias Staphylococcus aureus, Escherichia coli,

Micrococcusluteus e Pseudomonasaeruginosa. A cromatografia em camada fina

revelou duas frações do extrato de P. tricornutum com atividade antioxidante, para

as duas metodologias de isolamento de algas usadas (centrifugação e

eletrofloculação). Posteriormente, o EC50 foi calculado, o que mostrou ser menor

(maior atividade) pelo método de centrifugação; Também foi demonstrada a cinética

da atividade antioxidante de acordo com o tempo, que aumentou progressivamente,

começando a estabilizar apenas 150 min. Para I. galbana, apenas uma banda muito

discreta foi revelada em cromatografia em camada fina para esta atividade. No teste

de toxicidade com ambas as espécies e para ambas as metodologias, o extrato

etanólico provou ser atóxico. Para a atividade bactericida, apenas o extrato etanólico

de P. tricornutum, pelo método de centrifugação, mostrou uma atividade significativa

contra a bactéria Gram-positiva Staphylococcus aureus; para I. galbana não houve

atividade bactericida para nenhum dos tratamentos. A metodologia de separação de

biomassa por eletrofloculação mostrou-se promissora na quantidade total de

biomassa obtida, em comparação com a centrifugação. Mas é provável que algumas

moléculas responsáveis pela atividade bactericida sejam degradadas neste

procedimento. No entanto, a atividade antioxidante foi mantida, mesmo em índices

mais baixos, indicando que as moléculas responsáveis por essa atividade

permanecem parcialmente ativas. Os extratos das espécies estudadas foram

promissores para a prospecção de produtos farmacológicos.

Palavras chave: Biomassa, micoalga e eletrofloculação

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ABSTRACT

Microalgae have been studied in biotechnological researchdue to their nutritional,

economic and ecological importance.They are photosynthetic micro-organisms, have

a very rich chemical composition and,according to that, they present high potential to

generate compounds capable of exerting biological activities as antioxidants. In

addition to these facts, microalgae can be produced under controlled conditions at a

low cost due to their ability to grow in a wide variety of environments, favoring

exceptional biochemical production.The objective of the present study was to

evaluate the antioxidant and bactericidal activity, toxicity and to trace the beta-

carotene profile of the marine microalgae Isochrysisgalbana and Phaeodactylum

tricornutum. The method used to determine the antioxidant capacity of the extracts

and their fractions was based on the free radical scavenging capacity of 2,2-

Diphenyl-1-picryl-hydrazyl (DPPH), thin layer chromatography associated with DPPH,

also evaluating the IC50 of the extracts. For the toxicity tests, larvae of Artemiasalina

were used as experimental model and the evaluation of the antibacterial activity of

the extracts was determined by disc diffusion method. The bacteria Staphylococcus

aureus, Escherichia coli, Micrococcusluteus and Pseudomonasaeruginosa were

tested.Thin layer chromatography revealed two fractions of the P. tricornutum extract

with antioxidant activity, for the two algal isolation methodologies used (centrifugation

and electroflocculation). Subsequently, the EC50 was calculated, which was shown to

be smaller (greater activity) by the centrifugation method; it was also demonstrated

the kinetics of antioxidant activity according to time, which increased progressively,

beginning to stabilize only 150 min. For I. Galbana only a very discrete band was

revealed in thin layer chromatography for this activity. In the toxicity test with both

species and for both methodologies the ethanolic extract proved to be non-toxic. For

the bactericidal activity only the ethanolic extract of P. tricornutum, by the

centrifugation method, showed a significant activity against Gram-positive bacteria

Staphylococcus aureus, whereas for I. galbana there was no bactericidal activity for

either treatment. The methodology of separation of biomass by electroflocculation

showed to be promising in the total amount of biomass obtained, compared to the

centrifugation. But it is likely that some molecules responsible for the bactericidal

activity are degraded in this procedure. However, the antioxidant activity was able to

maintain, even at lower indexes, indicating that the molecules responsible for this

activity remain partially active. The extracts of the species studied were promising for

the prospection of pharmacological products.

Key word: eletroflocculation, biomass, microalgae

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Sumário 1- Introdução ..................................................................................................................... 8

2- Justificativa ................................................................................................................. 11

3- Objetivos ........................................................................................................................ 12

3.1 Objetivo geral .....................................................................................................................12

3.2 Objetivos específicos........................................................................................................12

4- Revisão bibliográfica ..................................................................................................... 13

4.1 O meio marinho como fonte de compostos com atividade biológica .....................13

4.2 Microalgas e importância biotecnológica .....................................................................13

4.3 Espécies estudadas ..........................................................................................................14

4.3.1 Isochrysis galbana ........................................................................................................14

4.3.2. Phaeodactylum tricornutum ........................................................................................15

4.4 Métodos de separação da biomassa algal .............................................................17

4.4.1 Centrifugação ...........................................................................................................18

4.4.2 Eletrofloculação .......................................................................................................18

4.5 Atividades biológicas........................................................................................................19

4.5.1 Atividade Antibiótica .....................................................................................................19

4.5.2 Atividade Antioxidante ..................................................................................................20

4.5.3 Teste de toxicidade Frente à Artemia salina ..............................................................22

5- Metodologia: .................................................................................................................. 25

5.1 Organismos-teste estudados ..........................................................................................25

5.2 Cultivo e manutenção das espécies ..............................................................................25

5.3 Processos de extração .....................................................................................................26

5.4 Atividade antibiótica .........................................................................................................26

5.5 Atividade sequestradora de radicais DPPH ..................................................................27

5.5.1 Cromatografias em camada delgada ..........................................................................27

5.5.2 Determinação do EC50 dos extratos. ...........................................................................28

5.6 Testes de toxicidade frente Artemia salina ..................................................................29

6- Resultados e discussão ................................................................................................ 31

6.1 Colheita da biomassa utilizando os métodos de centrifugação e eletrofloculação.

.....................................................................................................................................................31

6.2 Atividade antibiótica .........................................................................................................32

6.3 Atividade Antioxidante .....................................................................................................36

6.3.1 Cromatografias em camada delgada ......................................................................36

6.3.2 Determinaçãodo EC50 dos extratos. ........................................................................37

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6.4 Testes de toxicidade frente Artemia salina ..................................................................42

7- Conclusões .................................................................................................................... 45

8- Referências Bibliográficas ............................................................................................ 47

9- Anexos ........................................................................................................................... 58

9.1- Dados da Centrifugação. .............................................................................................58

9.2- Dados da Eletrofloculação. .........................................................................................59

9.3- Artigo publicado na revista Engineering and Technology International Vol:11,

2017. 60

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1- Introdução

As microalgas pertencem a um grupo bastante heterogêneo de organismos,

sendo os primeiros a crescerem e se proliferarem nos oceanos há mais de 3 bilhões

de anos atrás, quando o ambiente da Terra foi formado (OLAIZOLA, 2003). Estima-

se que existam mais de 50.000 espécies de microalgas, contudo só cerca de 30.000

é que se encontram descritas e estudadas (MOSTAFA, 2012). Estes

microorganismos, pertencentes ao fitoplancton, podem ser encontrados nos mais

variados ecossistemas, como ambientes marinhos e de água doce (GUSCHINNA &

HARWOOD, 2006; MOSTAFA, 2012).

O crescente interesse no estudo de microrganismos como microalgas, alguns

fungos (leveduras, por exemplo) e bactérias, deve-se à essencial importância destes

nas diversas cadeias tróficas e, por serem fonte de um amplo espectro de

compostos, tendo o potencial de serem utilizados nas aplicações comerciais em

distintas áreas (KUPPUSAMY, 2017; CERTIK & SHIMIZU, 1999).

As aplicações mais simples de microalgas compreendem seu uso na

alimentação de animais e do homem. Os relatos da utilização de microalgas na

alimentação humana datam de 2000 anos atrás, com a utilização de Nostoc,

Spirulinaee Aphanizomenonpor chineses e indígenas(LOURENÇO 2006). A partir de

1950 o conhecimento de sua rica composição química abriu outros campos para

utilização da biomassa e de seus extratos, entre eles, a aquicultura, a indústria de

cosméticos e alimentos e a produção de suplementos alimentares (SPOLAORE et

al., 2006). No Brasil os primeiros estudos sobre o cultivo de microalgas foram

realizados no início da década de 1970 na USP sobre o cultivo da diatomácea

Phaeodactylum tricornutum.Atualmente, o interesse na biomassa microalgal e nos

extratos obtidos de biomassa como fonte de novos compostos têm ganhado

destaque devido à diversidade de metabolitos produzidos, em especial os

polissacarídeos, pigmentos, proteínas, enzimas, toxinas e lipídios com vista à

obtenção de tais produtos paraindústrias nas áreas da alimentação humana e

animal, cosmética, farmacêutica e dosbiocombustíveis (KUPPUSAMY, 2017,

COHEN, 1997, NASCIMENTO, 2015).

Várias espécies são cultivadas comercialmente em alguns países e a biomassa

produzida tem sido utilizada como fonte de produto para aplicação na indústria de

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alimentos. Segundo Pulz& Gross (2004), o mercado de alimentos funcionais,

utilizando microalgas em massas, pães, iogurtes e bebidas, apresenta rápido

desenvolvimento em países como França, Estados Unidos, China e Tailândia. As

principais microalgas cultivadas comercialmente são espécies dos gêneros

Chlorellabeyerinck, (Chlorophyceae) e Arthrospirastizenberger (Cyanophyceae) para

a adição em alimentos naturais (“healthfood”), Dunaliella salina, (Chlorophyceae)

para a obtenção de betacaroteno e Haematococcuspluvialisflotow (Chlorophyceae)

para a obtenção de astaxantina (BECKER, 2004).

Muitas propriedades biológicas de microalgas, como imunoestimulante, antiviral e

anti-hiperlipidêmica, podem ser derivadas dos polissacarídeos presentes na

biomassa (DVIR et al., 2009). Sabe-se que as propriedades biológicas estão

diretamente relacionadas à estrutura química destas moléculas - composição

monossacarídica, padrões de ligações glicosídicas, presença de grupos

substituintes, tamanho molecular e a conformação. Todos estes são fatores

quevariam em função da família, gênero e até mesmo da espécie a que pertence à

microalga, por este motivo elas podem ser ricas em moléculas com propriedades

biológicas diferenciadas (TALYSHINSKY et al., 2002; BAO et al., 2001).

Nas últimas décadas, a resistência aos antibióticos tem sido observada em todo

o mundo em vários microrganismos patogênicos, esta resistência é favorecida pelo

uso indiscriminado de antimicrobianos que aumentam o desenvolvimento de

linhagens resistentes (TORTORA et al., 2005). Isto ocorre por meio da pressão

seletiva resultante de seu emprego clínico (humano e veterinário), industrial

(conservação de alimentos), comercial (engorda de animais) e experimental

(CAIERÃO et al., 2004). Devido a isso, a busca de novos compostos com atividade

antimicrobiana contra cepas patogênicas para humanos tornou-se cada vez mais

importante. Os microorganismos marinhos, em particular, cianobactérias e

microalgas, produzem vários tipos de novos metabolitos secundários com atividade

antiviral e anticancerígena, bem como compostos com atividade antibacteriana e

antifúngica. Assim sendo, pesquisas com microalgasdevem ser realizadas a fim de

que novos compostos sejam descobertos e possam ser usados no combate futuro a

esses microrganismos.

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Atualmente na área da saúde há um grande apelo para a utilização de

antioxidantes, na forma de suplementos, para combate à peroxidação lipídica que

está fortemente associada a doenças degenerativas como câncer, diabetes e

doenças cardiovasculares (GARCIA E GUERRERO, 2008). Na tecnologia de

alimentos os antioxidantes diminuem a deterioração e aumentam a vida de prateleira

dos produtos. Além disso, a indústria de alimentos emprega algas na constituição de

seus produtos pelo seu relevante conteúdo de fibras, vitaminas e minerais

(CARDOZO et al. 2007).

Segundo Chisti (2004), o cultivo de microalgas apresenta vantagens, tais como:

são facilmente cultivadas; são capazes de sobreviver e se proliferar em uma ampla

gama de condições ambientais, quando comparadas com outras espécies vegetais,

o que resulta em enorme produtividade; ocupam pequenas áreas de produção e

permitem a manipulação das condições de cultivo.

O cultivo em fotobiorreatores pode ser utilizado para proporcionar controle sobre

as condições de cultura e parâmetros de crescimento, incluindo a temperatura, pH e

níveis de CO2 e O2. Isso evita a contaminação da cultura de algas e invasão de

microorganismos concorrentes, aumentando a produção de biomassa (MATA,

MARTINS, & CAETANO, 2010). Esses fatores também podem ser manipulados para

criar melhores condições para a produção de biomoléculas específicas (CHISTI

2007).

Visto que as microalgas possuem uma diversa e rica composição química, estas

apresentam alto potencial de gerarem compostos capazes de exercer atividade

biológica, sendo fortes alvos de bioprospecção. O objetivo do presente trabalho foi

avaliar o efeito do isolamento algal na atividade antioxidante, bactericida e toxicidade

frente à Artêmia salina das microalgas Isochrysisgalbana e Phaeodactylum

tricornutum.

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2- Justificativa

A presente proposta contribuirá para a obtenção de informações não somente

acerca do potencial bioativo das espéciesIsochrysisgalbanaePhaeodactylum

tricornutum,mas também acerca da melhor metodologia para extração algal, sendo

estas poreletrofloculação e centrifugação, sendo que a última se mostrou de 4 a 10

vezes mais eficiente do que a primeria (Ramos, 2017, Anexo 9.3 e dados não

publicados obtidos posteriormente com a sp Isochrysis galbana).Estes dados são

extremamente relevantespois todas as aplicações biotecnológicas das microalgas

partem da biomassa algal, quanto maior o rendimento, maior obtenção de

bioprodutos, uma vez que estudos recentes demonstraram que muitas espécies de

microalgas apresentam grande potencial bioativo incluindo não somente estudos de

citotoxidade, atividade antimicrobiana e atioxidante, mas também atividade

antiinflamatória, antiviral (ALMEIDA et al., 20011) dentre outros. Desta forma, os

resultados do presente estudo apontarão fontes de produtos naturais para a

indústria farmacêutica e uma provável metodologia mais eficiente de obtenção de

biomassa para esse fim.

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3- Objetivos

3.1 Objetivo geral

Avaliação das atividades antioxidante, bactericida e toxicidade frente à Artêmia

salina das microalgasIsochrysisgalbana e Phaeodactylum tricornutume o efeito do

isolamento algal através dos métodos de centrifugação e eletrofloculação nessas

atividades.

3.2 Objetivos específicos

Comparação dos métodos de centrifugação e eletrofloculação para a

obtenção da biomassa e extrato dasmicroalgas e paratodas

asatividadestestadas.

Avaliar a atividade antimicrobiana dos extratos das duas espécies de

microalgas frente a bactérias Gram positivas e Gram negativas;

Avaliar atividade antioxidante com base na capacidade sequestradora de

radicais livres do 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH), dos extratos das duas

espécies de microalgas;

Determinar a toxicidade frente àArtemia salinados extratos das duas espécies

de microalgas;

Depositar patente no INPI na obtenção resultados inovadores;

Divulgar os resultados obtidos viacongressos e publicação de artigos na área.

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4- Revisão bibliográfica

4.1 O meio marinho como fonte de compostos com atividade biológica

Os pesquisadores, no início da década de 1960, começaram a ver os

oceanos como um recurso intacto e novo de compostos potencialmente úteis, o que

não é surpresa, considerando que o ambiente marinho cobre cerca de 70% da

superfície do planeta (BURJAet al., 2001). O meio marinho tem uma grande

diversidade biológica devido aos mecanismos de adaptação e sobrevivência de

organismos quegeralmente é associada a uma grande variedade de substâncias

químicas. Esta diversidade tem sido a fonte de novos compostos químicos com uso

potencial para o desenvolvimento industrial de produtos farmacêuticos, cosméticos,

suplementos nutricionais, sondas moleculares, enzimas, produtos químicos finos e

agroquímicos. Durante as últimas quatro décadas, inúmeros compostos novos foram

isolados de organismos marinhos e demonstrou-se que muitos destes compostos

possuem atividade biológica, tais como: atividade anticancerígena e citotóxica,

antibacteriana, antifúngica, imunossupressores, algicidas,antiinflamatório e

antioxidante, entre outras (EL GAMAL, 2010). Cada uma dessasclasses de

bioprodutos marinhos tem um potencial valor de mercado de milhares de dólares

(POMPONI, 1999). No entanto, apenas entre 1 e 10%de todos os microorganismos

marinhos (incluindo microalgas e cianobactérias) são cultivados por técnicas comuns

aplicadas a obtenção de subprodutos de interesse industrial (BURJA et al., 2001).

4.2Microalgas e importância biotecnológica

Microalgas são algas microscópicas, autotróficas e, assim como plantas,

produzem uma variedade de compostos, alguns desses são coletivamente referidos

como metabólitos secundários, quesão sintetizados pelo organismo no final da

primeira fase de crescimento e na fase estacionária. Assim, as células desses

microorganismos possuem uma composição bioquímica diversificada e essa

composição está relacionada à natureza de cada espécie, bem como aos fatores

ambientais relacionados à região onde o cultivo está sendo realizado e ao meio de

cultura utilizado (MIAO; WU, 2006; ZAMALLOA et al., 2011).

Nos últimos anos, muito interesse tem sido focado no potencial biotecnológico

das microalgas, principalmente devido à identificação das substâncias sintetizadas

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por estes organismos. A imensa biodiversidade e consequente variabilidade na

composição bioquímica da biomassa obtida das culturas microalgais, aliadas

aoemprego de melhoramento genético e ao estabelecimento de tecnologia de cultivo

em grande escala, vêm permitindo que determinadas espéciessejam

comercialmente utilizadas. Nesse sentido, cultivos demicroalgas têm sido realizados

visando à produção de biomassatanto para uso na elaboração de alimentos quanto

para aobtenção de compostos naturais com alto valor no mercadomundial

(LOURENÇO, 2006).Dentre os inúmeros compostos extraídos, ou compotencial de

exploração comercial, podem ser relacionadosácidos graxos poliinsaturados,

carotenoides, ficobilinas,polissacarídeos, vitaminas, esteróides e diversos

compostosbioativos naturais (antioxidantes, redutores do colesterol etc.),os quais

podem ser empregados especialmente nodesenvolvimento de alimentos funcionais,

por suaspropriedades nutricionais e farmacêuticas.

4.3 Espécies estudadas

4.3.1 Isochrysisgalbana

Isochysisgalbanapertence à ordem Isochrysidaes, incluída na

divisãoPrymnesiophyta (LOURENÇO, 2006). Tal divisão tem espécies unicelulares

(isoladas ou em colônias), apresentam flagelos e possuem uma estrutura conhecida

como haptonema entre eles. A maioria das espécies conhecidas são fotossintéticas

de ambientes marinhos e reproduzem-se por divisão binária (LOURENÇO, 2006).

Contém cloroplastos rodeados por quatro membranas (ISHIDA e GREEN, 2001). Os

pigmentos fotossintéticos caracterizados nesta divisão são clorofilas (a, c1 e c2) e

carotenoides (β-carotenos, fucoxantina, diatoxantina e diadinoxantina) (TAKAICHI,

2011; OBATA e TAGUCHI, 2012). AI. galbanaencontra-se isolada, com forma

esférica ou piriforme (forma de pêra) e mede 5μm de diâmetro aproximadamente

(LOURENÇO, 2006).

Essa espécie tem potenciais aplicações para a produção de PUFA(ácidos

graxos poliinsaturados)(ADARME-VEGA et al., 2012; MARCHETTIet al., 2012;

ALONSOet al., 1992), para a produção de energia (PICARDOet al., 2013b;

SANCHEZet al., 2013), para a co- produção de fucoxantina (molécula com alto valor

nutricional) e lipídios (KIMet al., 2012). Nuñoet al. (2012) indicam I.galbanacomo

aditivo alimentar já que observaram melhorias na saúde de ratos diabéticos

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alimentados com a microalga (como menos acúmulo de

TAG(Triacilglicerol),colesterol e glicose no sangue). Fradique et al. (2012)

reportaram que a adição de pastas de I. galbanaem alimentos cozidos melhora as

características nutricionais dos mesmos (por aumento direto de ômega-3). Devoset

al. (2006) destacou que I. galbanae a dinoflagelado heterotrófico

Crypthecodiniumcohniisão as únicas espécies de microalgas conhecidas capazes de

produzir DHA (ácido docosahexaenoico) como único ômega-3-PUFA - entre 2 e 25%

do total de ácidos graxos. (DEVOSet al., 2006; MOLINA GRIMAet al., 1994;

ALONSOet al., 1992; ZHUet al., 1997).

Cultivos com alta concentração de CO2 na aeração aumentaram a taxa de

crescimento e a produtividade de biomassa, e também estimularam a síntese de

proteínas e lipídios (com pequeno aumento) (PICARDOet al., 2013a; BHATTIet al.,

2008). A composição química de I. galbanadependerá da cepa, do clone isolado

dentro da cepa e condições de cultivo empregadas (ALONSOet al., 1992; SUKENIK

e WAHON, 1990).

4.3.2. Phaeodactylum tricornutum

As diatomáceas são algas unicelulares abundantes em habitats aquáticos,

elas podem produzir enormes quantidades de biomassa e são responsáveis por

cerca de 20% da fixação global de carbono, aproximadamente 1.000 bilhões de

toneladas do carbono orgânico produzido por fitoplânctons marinhos por ano, cerca

de um terço do total produzido no oceano. Esse carbono produzido permanecefixado

na microalga impedindo a re-entradadessa molécula na atmosfera durante séculos

(FALKOWSKI, 1998). Avaliações recentes sugerem que a produção e exportação

mediada por diatomados pode influenciar as mudanças climáticas através da

captação e sequestro desse CO2 atmosférico (BRZEZINSKI, 2002). O papel que as

diatomaceas desempenham na mitigação das concentrações atmosféricas de CO2

são importantes atualmente por causa do aumento crescente dos níveis de"gás de

efeito estufa" e conseqüente aquecimento global (GRANUM, 2005).

Os plastidios de diatomáceas contêm xantofilas como fucoxantina como

principais pigmentos acessórios para a fotossíntese, que dão a esses organismos

sua cor acastanhada e sua denominação como cromófitas (BHAYA E GROSSMAN,

1991). Filogenéticamente, diatomaceas parecem ter vindo do engolfamento de uma

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célula eucariótica fotoautotrófica, a maioria são provavelmente um antepassado das

algas vermelhas modernas (MCFADDEN, 2001). Devido a esta endossimbiose

secundária, os plastidioscromofíticos de diatome são cercados por quatro

membranas e referidos como "plastidios complexos".

Além disso, elas desempenham um papel fundamental no ciclo

biogeoquimico da sílica porque a maioria deles está cercada por uma parede

estrutural de sílica (TRÉGUER et al., 1995). A eventual destruição destes

organismos não altera a carapaça, que vem a constituir em material acumulado por

sedimentação eformação de diatomito, conhecido ainda por “terra de diatomáceas”.

Este material depositado é amplamente aplicado nas indústrias como material

abrasivo, refratário a calor, filtro especial para líquidos corrosivos e ainda como

materiais de dispersão da nitroglicerina (dinamite). São conhecidos depósitos com

algumas centenas de metros de espessura e vários quilômetros de extensão em

várias partes do mundo (JOLY, 2005).

Phaeodactylum tricornutum, foco deste estudo, pertence à classe

Bacillariophyceae, sendo comumente conhecidas como diatomácea, nesta classe

predominam organismos unicelulares de vida livre, é uma das mais amplamente

utilizados como modelo para estudar ecologia, fisiologia, bioquímica e biologia

molecular de diatomáceas. É a única espécie no gênero Phaeodactylum. Essa

espécie pode existir em diferentes morfotipos (fusiformes, triradiados e oval), e as

mudanças na forma celular podem ser estimuladas por condições ambientais (DE

MARTINO, 2007). Este recurso pode ser usado para explorar as bases moleculares

do controle da forma da célula e da morfogênese. Ao contrário da maioria das

diatomáceas, essa espécie pode crescer na ausência de silício e pode sobreviver

sem fazer paredes de sílica.

Outra peculiaridade é que, durante a reprodução assexuada, as frusturas

(parede celular) não parecem tornar-se menores. Isso permite uma cultura contínua

sem necessidade de reprodução sexual. Não se sabe se essa espécie pode se

reproduzir sexualmente. Até o momento, nenhuma evidência substancial foi

encontrada para apoiar a reprodução sexual em um laboratório ou outro cenário.

Embora P. tricornutum possa ser considerado um diatomáceo atípico, é uma das

principais espécies modelo de diatomáceas( APT, 1996 e DE RISO 2009) .

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P. tricornutum é uma das duas diatomáceas cujo genoma foi sequenciado (o

outro sendo Thalassiosirapseudonana. O genoma contém aproximadamente 10% de

genes semelhantes aos procariotas, uma proporção incomum. Mais de 30.000 tags

de seqüência expressa (ESTs) foram organizadas no banco de dados EST de

Diatom (MAHESWARI, 2005).

Phaeodactylum tricornutum emergiu como uma potencial fonte de

biomoléculas ativas de microalgas. Cresce rapidamente e representa uma

alternativa interessante para a produção industrial da PUFA (ácidos graxos

poliinsaturados ). PUFA de cadeia muito longa como EPA(ácido eicosapentaenóico),

DHA (ácido docosahexaenoico) e ácido araquidônico (ARA) receberam grande

interesse, pois são necessários na dieta humana para a saúde e desenvolvimento

normais, particularmente no caso de recém-nascidos e infantes (CRAWFORD,

2000).

4.4 Métodos de separação da biomassa algal

A etapa de separação representa um dos principais obstáculos à produção de

biocompostos em larga escala (CHRISTENSON; SIMS, 2011; RAWAT et al., 2011),

devido ao pequeno tamanho das células, que podem variar de 3-30 μm em

organismos eucarióticos unicelulares (MOLINA GRIMA, 2003) e de 0,2-2 μm em

algumas cianofíceas (LOURENÇO, 2006). Adicionalmente, os meios são

relativamente diluídos, o que acarreta a necessidade de grandes volumes de água

coletados para oprocessamento (UDUMAN et al., 2010). Dessa forma, a

recuperação da biomassa pode representar entre 20-30% do custo total da produção

(MOLINA GRIMA, 2003; BRENNAN, 2010), além de influenciar diretamente os

processos posteriores na obtenção do produto final (CHRISTENSON; SIMS, 2011).

As técnicas atualmente estudadas na separação da biomassa algal incluem métodos

químicos, mecânicos, elétricos e biológicos (DANQUAH et al., 2009).

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4.4.1 Centrifugação

A centrifugação é, talvez, o método mais rápido para remoção da biomassa

algal. Forças centrífugas promovem a separação com base nas diferenças entre as

densidades; porém, a eficiência depende das características das células das

microalgas, do tempo de aplicação da força e da profundidade do tubo da centrífuga.

Heasmanet al. (2000) analisaram a centrifugação de nove cepas de microalgas

quanto à recuperação e à viabilidade celular e observou que embora a eficiência de

remoção a altas rotações seja elevada, a viabilidade celular dos microorganismos

torna-se comprometida, impossibilitando o destino final da cultura.

Apesar de a centrifugação ser um método eficaz na recuperação da biomassa

algal, sua principal desvantagem é o elevado custo de implantação e operacional,

além da possibilidadede danificação da célula, o que inviabiliza algumas formas de

uso da biomassa (HEASMAN et al., 2000; UDUMAN et al., 2010).

4.4.2 Eletrofloculação

Devido à carga negativa da superfície celular das algas, os métodos de

separação baseados em eletrofloculaçãopodem, por meio do movimento no campo

elétrico, promover a separação das células. As principais vantagens dos processos

eletroquímicos aplicados ao tratamento de efluentes são a operação e a automação

facilitadas e a utilização do elétron como reagente, fornecendo uma alternativa

promissora aos métodos tradicionalmente utilizados (FORNAZARI et al., 2009).

Os ensaios de eletrofloculação têm sido reportados como de elevada

eficiência na remoção de microalgas do meio. Azarianet al. (2007) investigaram o

efeito da eletrocoagulação em fluxo contínuo na remoção de microalgas de águas

residuais, usando eletrodos de alumínio. Os resultados obtidos neste estudo

mostraram uma maior eficiência de remoção em um curto período de tempo com

uma maior entrada energética.

Em outro estudo, Udumanet al. (2010) analisaram a eficiência do método de

eletrofloculação na separação de microalgas marinhas das espécies

Chlorococcumsp. eTetraselmis sp. e obtiveram percentuais de remoção superiores a

98%. Foi reportado que a energia requerida no processo de eletrocoagulação

depende da espécie que se deseja remover, bem como da temperatura e da

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salinidade do líquido envolvido. Por fim, os pesquisadores sugeriram que o processo

de eletrofloculação em fluxo contínuo pode ser mais favorável energeticamente, uma

vez que o hidrogênio produzido durante o período de indução não seria

desperdiçado.

Adicionalmente, Gao et al. (2010) investigaram a eficiência da

eletrocoagulação/flotação na remoção de microalgas de uma suspensão laboratorial,

comparando reatores operados com eletrodos de sacrifício à base de alumínio e

ferro. Os eletrodos de ferro foram apontados como menos eficientes no processo,

alcançando uma eficiência de remoção de 78,9% contra 100% obtida com os

eletrodos de alumínio, resultado atribuído à maior eficiência da corrente elétrica

gerada pelos eletrodos de alumínio.

4.5Atividades biológicas

4.5.1 Atividade Antibiótica

Em 1928, Alexander Fleming, observando o fenômeno da inibição do

crescimento de culturas bacterianas pelo fungo Penicilliumnotatum, foi capaz de

isolar uma substância de ação anti-séptica seletiva produzida por este fungo, a qual

foi chamada penicilina. No entanto, foi durante a Segunda Guerra Mundial que

Florey e colaboradores em 1942 conseguiram aplicar esta terapia para doenças

infecciosas e produzir este composto industrialmente. Em 1944, Waksman e

colaboradoresconseguiram extrair outro antibiótico de grande importância, a

estreptomicina do actinomicetoStreptomycesgriseus. Desde então, a estreptomicina

foi sintetizada artificialmente. Os antibióticos agem de duas formas: inibindo o

crescimento de bactérias (ação bacteriostática) ou destruindo-os (ação bactericida).

Em alguns casos, inibem as enzimas que causam a formação da membrana celular

das bactérias; em outros casos interferem com as reações enzimáticas do

metabolismo intermediário. As aplicações farmacológicas dos antibióticos devem

responder a dois fatores: inibir in vivo a proliferação desses microorganismose não

ser nocivo para o corpo. (Madiganet al., 1995).

No decorrer das últimas décadas, o desenvolvimento de fármacos eficientes

no combate a infecções bacterianasrevolucionou o tratamento médico, ocasionando

a redução drástica da mortalidade causada por doenças microbianas(RANG 2001).

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Por outro lado, a disseminação do uso de antibióticos lamentavelmente fez com que

as bactérias também desenvolvessem defesas relativas aos agentes

antibacterianos, com o conseqüente aparecimento de resistência. O fenômeno da

resistência bacteriana(VARALDO 2002) a diversos antibióticos e agentes

quimioterápicos impõe sérias limitaçõesàs opções para o tratamento de infecções

bacterianas, representando uma ameaça para a saúde pública (WISE 2003). Esta

resistência prolifera-se rapidamenteatravés de transferência genética, atingindo

algumas das principais bactérias Gram-positivas, como enterococos, estafilococos e

estreptococos (WALSH 2000, NICOLAOU 1999).Devido ao aumento de agentes

patogénicos resistentese a toxicidade observada de alguns dos medicamentos, a

identificação e produção de novos antibióticos são continuamente necessárias

(GUIMARÃES, 2010;DEMAIN, 2000).

A atividade bactericida dos extratos obtidos de microalgas ainda é pouco relatada

na literatura e seus estudos podem trazer benefícios na área da saúde, já que esses

microorganismos são potenciais fontes de agentes antibióticos. Estudos prévios

demonstraram potencial biotecnológico dos metabólitos secundários extraídos das

microalgas no que diz respeito à inibição de micro-organismos patogênicos, tendo

dados promissores (VAZ, 2012).

4.5.2 Atividade Antioxidante

Antioxidantes são definidos como “qualquer composto que em concentrações

mínimas em relação ao substrato oxidável, seja capaz de inibir ou prevenir

significativamente a oxidação do substrato” (FRANKEL E MEYER, 2000). O aumento

da formação de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO's) está frequentemente

associado ao aumento de danos aos tecidos, por oxidar moléculas como lipídios,

proteínas, carboidratos e o DNA. Por isso, nas últimas décadas houve um crescente

interesse pelos suplementos nutricionais antioxidantes (ESTRADA et al., 2001).

Os antioxidantes devem apresentar um efeito protetor, prevenindo ou diminuindo a

severidade de doenças cardiovasculares, câncer e outras doenças relacionadas ao

processo de envelhecimento precoce, as quais são em geral mediadas pelas ERO‟s

geradas durante o burstrespiratório (Estímulo do neutrófilo sendo este capaz de

produzir um metabolismo oxidativo, não mitocondrial, oxidativo ou respiratório

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caracterizado pela produção de espécies reativas de oxigênio) (PLAZA et al., 2008;

GARCIA E GUERRERO, 2008; ESTRADA et al., 2001).

Antioxidantes podem exercer suas propriedades protetoras em diferentes

estágios do processo de oxidação e por diferentes mecanismos. Existem dois tipos

principais de antioxidantes os “primários” (captadores de radicais livres) e os

“secundários” ou preventivos. O mecanismo antioxidante dos secundários pode

incluir a desativação de metais, a inibição da lipoperoxidação de ácidos graxos e a

regeneração dos antioxidantes "primários", extinguindo o oxigênio singleto(KOLEVA

et al., 2002).

Vegetais superiores em geral e microalgas são boas fontes de antioxidantes

naturais. Durante o processo de fotossíntese estes organismos absorvem luz solar

que é convertida em energia química, mais tarde usada na conversão de CO2 em

carboidratos, e ao mesmo tempo, gerando oxigênio molecular que pode atingir

localmente níveis de concentração elevados. Como o oxigênio é facilmente ativado a

espécies reativas de oxigênio, pela radiação ultravioleta (UV) ou simplesmente pelo

calor da luz solar, tanto plantas quanto microalgasdesenvolveram um mecanismo

protetor o qual consiste na síntese de compostos antioxidantes capazes de

minimizar a concentração destes ERO’s e evitar lesões de oxidação ao seu próprio

tecido (PLAZA et al., 2008; GARCIA E GUERRERO, 2008).

Os antioxidantes protegem nosso organismo contra os radicais livres

formados naturalmente pelas reações do metabolismo ou induzidos por fatores

externos como poluição, estresse, radiação UV, etc (PLAZA et al., 2008). Garcia e

Guerrero(2008) testaram a atividade antioxidante de Porphyridiumcruentum e

Chlorellavulgarise, devido ao seu alto conteúdo de compostos fenólicos (ácido

fenolcarboxilico e seus derivados, catecois e flavonóides) e carotenoides. Neste

trabalho estas espécies apresentaram alto potencial antioxidante, sendo que C.

vulgarisapresentou atividade antioxidante maior que o controle BHA

(ButilHidroxianisol) e BHT (ButilHidroxitolueno). Além desta, a Spirulinaplatensisé,

outra espécie já muito utilizada na preservação de alimentos e prevenção da saúde,

devido aos seus efeitos antioxidantes (HERRERO et al., 2006).

Antioxidantes sintéticos como o hidroxianisolbutilado (BHA), o

hidroxitoluenobutilado (BHT), o Propilgalato (PG) e a hidroxiquinonabutilada (TBHQ)

são comercialmente utilizados (VADLAPUDI, 2012). No entanto, o uso desses

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compostos ainda é restrito devido à toxicidade e segurança, que podem levar a

problemas sérios de saúde humana (ROCHA et al., 2007; VADLAPUD, 2012).

Em microalgas as substâncias antioxidantes podem ser das mais diversas

naturezas, desde carotenoides, os mais abundantes e solúveis na fração mais

apolar, até vitamina E e C, ficobiliproteínas e polifenóis (PLAZA et al., 2008).

4.5.3 Teste de toxicidade Frente àArtemia salina

A toxicologia estuda o efeito de determinadas substâncias em organismos

vivos. Muitas pessoas utilizam diversas substâncias sem ao menos ter conhecimento

sobre as suas propriedades. Segundo Machado (2008), o conceito de substâncias

tóxicas é bastante relativo, pois depende da dosagem e do indivíduo. Os testes de

toxicidade são elaborados com o objetivo de avaliar ou prever os efeitos de

substâncias tóxicas nos sistemas biológicos e averiguar a toxicidade relativa das

substâncias que são preponderantes na avaliação do ambiente (BAROSA, 2003).

Dentre as várias técnicas existentes, sempre compreendem uma série de dados que

podem ser obtidos por meio de microrganismos e animais de laboratório ou seres

humanos, visando classificar a toxicidade de uma ou mais substâncias químicas. Em

outras palavras trata-se de um bioensaio preliminar que pode ser utilizado no estudo

de substâncias com atividade biológica a fim de avaliar suas possíveis interações

com o organismo (FREITAS DE OLIVEIRA, 2008).

O uso de bioensaios para monitorar a bioatividade de extratos, frações e

compostos isolados de plantas tem sido freqüentemente incorporado na pesquisa

fitoquímica. Entre estes ensaios biológicos,o teste de toxicidade com Artemia salina

(BST-BrineShrimp Test), foi desenvolvido para detectar compostos bioativos em

extratos de plantas (MEYER et al., 1982; NOLDIN et al., 2003). Este teste é um

método simples na pesquisa de produtos naturais, que tem uma boa correlação com

os testes de toxicidade oral aguda in vivo (Parra et al., 2001).

A Artêmia salina (Figura. 1) é um microcrustáceo encontrado em lagos

salgados, salinas e ambientes marinhos, utilizado em diversos estudos de fisiologia

e ganharam popularidade, pois possuem algumas características que o torna alvo

como organismo teste na utilização de bioensaios preliminares em detrimento

daqueles mais caros. São sensíveis frente a diversos compostos, os cistos eclodem

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facilmente, entre 24 e 48 horase, ainda que estocados por anos a temperatura

ambiente, permanecem viáveis. O teste não requer métodos assépticos e tão pouco

equipamentos especiais na realização, é um teste rápido, de baixo custo, eficiente e

que requer uma pequena quantidade de amostra (2- 20mg) (McLAUGHLIN et al.,

1998; SIQUEIRA et al., 1998).

A literatura apresentou correlações entre a toxicidade geral com o

microcrustáceoArtemia salina e a citotoxicidade em cepas de células humanas de

tumores sólidos (Mclaughlin, 1991; Mclaughlinet al., 1998) e atividade anti-

Trypanosomacruzi (Zani et al., 1995). ). Demonstrou-se que há uma correlação

muito boa entre as concentrações letais medianas (CL50) de extratos de plantas

para larvas de A. salina e as doses medianas letais (DL50) dos mesmos extratos,

administrados por via oral em camundongos (Parra et al., 2001 ).

Existem também outros trabalhos que utilizam o teste de letalidade com A. salina

para testes de toxicidade. Rajabi (2015)comparou o teste de Artemiasalinacom o

teste MTT( brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil tetrazolium]), que é

um teste colorimétrico usado para avaliar a atividade metabólica que está

relacionada com a viabilidade celular, na avaliação da citotoxicidade das

nanoestruturas. Os resultados obtidos de ambos os testes (teste de A. salina e teste

MTT) não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (P> 0,05). Esses

achados sugerem que o teste de A. salina pode agilizar experimentos de toxicidade

e diminuir os custos e, portanto, pode ser considerada uma alternativa ao ensaio de

cultura celular in vitro.

De acordo com Ngutaet al. (2011), extratos vegetais que apresentam CL50<

100 µg/mL são considerados altamente tóxicos; extratos que expressam CL50 entre

100 e 500 µg/mL são moderadamente tóxicos; extratos que exprimem CL50 entre

500 e 1000 µg/mL apresentam baixa toxicidade e extratos que expressam

CL50>1000 µg/mL são determinados atóxicos. Resultados que apontam alta ou

moderada toxicidade em Artemia salina têm demonstrado correlação com várias

atividades biológicas (antitumoral, antimicrobiana, antiparasitária, entre outras).

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Figura 1 – Artêmia salina

Artêmiasalina macho (esquerda) e fêmea (direita). Fonte: http://biologiaacontecendo.blogspot.com.br/2012/04/artemia-salina.html

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5- Metodologia:

5.1 Organismos-teste estudados

As microalgas utilizadas foram duas espécies marinhas, aPhaeodactylum

tricornutum e aIsochrysisgalbana (Figuras2 e 3).

5.2 Cultivo e manutenção das espécies

O cultivo e manutenção foram realizados de acordo o Manual de Cultivo de

Microalgas (NASCIMENTO et al., 2015), no Laboratório de Bioprospecção e

Biotecnologia (LaBBiotec)- do Instituto de Biologia, da Universidade Federal da

Bahia. A microalga Isochrysisgalbana foi cultivada em meio de cultura Conway

(WALNE, 1966), assim como a diatomácea Phaeodactylum tricornutum, porém para

esta últimafoi adicionada solução de silicato a 0,32M, e mantidas no Banco de

Microalgas Iracema Nascimento- (BMIN). As algasforam cultivadas em reator

tubular, em triplicata, com fotoperíodo de 12h (claro/escuro), fornecendo

luminosidade de cerca 35 μmol de fótons m-2s-1, e temperatura em torno de 22ºC,

com aeração constante e um acréscimo de 2,5% de gás carbono, adicionado

durante a fase clara do fotoperíodo(Nascimento et al, 2015), até que se atingisse o

final da fase de crescimento estacionário.

O acompanhamento do crescimento da biomassa foi realizado diariamente, por

meio de contagem celular em câmara de Neubauer, com auxílio de microscópio

Figura 2 -Phaeodactylum tricornutum Figura 3-Isochrysis galbana

(Ramos, L., 2017) https://jbsmarines.co.uk/isochrysis-galbana-

culture-live-food

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(ZeissAxiostarplus). O número de células por ml foi determinado de acordo com a

equação a seguir:

A colheita da biomassa foi realizada no final da fase estacionária de crescimento

utilizando dois métodos de separação diferentes: Centrifugação a 5000 rpm por 5

minutos e eletrocoagulação / floculação a 19V 95W. Após a precipitação, as células

foram congeladas a -20°C e, subsequentemente, liofilizadas (Enterprise II, Terroni) e

utilizadas nos ensaios de extração de carotenoides e nos demais ensaios.

5.3 Processos de extração

Para a avaliação da atividade antioxidante, foram pesados 2g de biomassa de

cada um dos procedimentos de isolamento (centrifugação e eletrofloculação), que

foram macerados e diluídos em 100 mL de uma mistura de acetona e éter de

petróleo (4:1). A mistura foi mantida sob agitaçãopor 24 horas e, posteriormente, foi

centrifugada a 5000 RPM por 5 minutos. Reservou-se o sobrenadante e repetiu-se o

procedimento até a coloração da biomassa ser removida. O extrato passou por

rotaevaporação para a remoção do solvente.

Para avaliação da toxicidade e avaliação da atividade antibacteriana, também foi

utilizado 2g de biomassa de cada um dos procedimentos de isolamento

(centrifugação e eletrocoagulação), que foram macerados e diluídos em 100 mL de

Etanol PA. A mistura foi mantida sob agitação por 24 horas e, posteriormente, foi

centrifugada a 5000 RPM por 5 minutos. Reservou-se o sobrenadante e repetiu-se o

procedimento até a coloração da biomassa ser removida. O extrato também passou

por rotaevaporação para a remoção do solvente.

5.4 Atividade antibiótica

A atividade antibacteriana dos extratos foi deteminada pelo métódo de difusão

em disco, de acordo com a norma M2-A8 da NCCLS (NationalCommitte e

Laboratory Standards Institute) / Agencia nacional de Vigilância Sanitária e proposto

por Rabanal et al., (2002) e Karamam et al., (2003). Para a execução do teste de

suscetibilidade aos extratos etanólicos, a solução estoque foi preparada na

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concentração de 100 mg/mL em DMSO (dimetilsulfóxido). Os extratos foram

testados contra as cepas padrão (American TypeColectionCulture - ATCC) das

bactérias Gram-positivas Staphyloccoccus aureus (ATCC 6538), Micrococcusluteus

(ATCC 10240), das Gram negativas Escherichia coli (ATCC 94863) e de

Pseudomonasaeruginosa (ATCC 15442)que foram cultivadas em placas de Petri

contendo meio Ágar Müeller Hinton por um período de 24 horas a 37°C.

Após o período de incubação, foi realizada a suspensão dos microrganismos em

2ml solução salina estéril homogeneizada até atingir a turbidez da solução padrão

de McFarland 0,5 que corresponde a aproximadamente 1,5 x108 bactérias/mL. A

supensão, bacteriana foi transferida para placas de Petri utilizando swab de algodão

previamente mergulhado na mesma e apertado contra a parede do tubo para a

eliminação do excesso do inóculo, em seguida esfregados suavemente sobre a

superfície do meio de cultura. Discos de papel filtro (com aproximadamente 6,0mm

de diâmetro) contendo 10 μL de cada extrato etanólico (centrifugado

oueletrofloculado), a uma concentração de 100 mg/mL, o mesmo volume de DMSO

e de antibiótico (cloranfenicol a 1,0 mg/mL) foram adicionados às placas, que em

seguida foram incubadas, em posição invertida, a 37°C por 24 horas. O DMSO

(diluente dos extratos) é o controle negativo e o antibiótico é o controle positivo.

Os testes foram realizados em triplicata e em condições estéreis. Para a

avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada a leitura das placas contendo os

discos de papel filtro, após o período de incubação, onde o diâmetro dos halos

formados foi observado e medido com o auxílio de um paquímetro.

5.5 Atividade sequestradora de radicais DPPH

5.5.1 Cromatografias em camada delgada

Para confirmar a composição nos extratos dos pigmentos oriundos das

microalgas e para análise qualitativada atividade antioxidante dos extratos, foram

utilizadas amostras da biomassa refrigerada, repetindo-se o processo de extração

para realizar a análise de cromatografia em camada delgada.

Foram preparadas em placas de alumínio as fases estacionárias, contendo

uma fina camada de sílica gel. A fase móvel ou a solução eluente foi composta por

éter de petróleo e acetona na proporção de 8:2. A análise constitui-se em usar um

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pequeno volume do padrão (β-caroteno sintético). Com o uso de um capilar, foi

aplicada a solução do padrão (β-caroteno sintético), Ácido ascórbico e dos

extratos(2mg/100µl), todosdiluídos em acetona, a uma pequenadistância da base. A

placa foi incubada em recipiente contendo a solução eluente, onde o deslocamento

do solvente foi observado, e a corrida foi interrompida quando o mesmo atingiu a

extremidade oposta da placa. Após secagem por aproximadamente 5 minutos, as

placas foram borrifadas com solução de DPPH a 0,2% em metanol e deixadas em

temperatura ambiente por 30minutos para posterior análise qualitativa de sua

atividade antioxidante.

Após o período de 30minutos, os extratos com possível atividade antioxidante

geraram manchas amarelas sob o fundo de coloração púrpura, ao passo que os

extratos sem atividade antioxidante expressiva mantiveram a coloração arroxeada

da soluçãode DPPH (TEPE et al. 2005),a imagem da revelação foi registrada

fotograficamente.

5.5.2Determinação do EC50 dos extratos.

Determinação do EC50 do ácido ascórbico

O DPPH foi diluído em metanol, e utilizado a 169µM. O ácido ascórbico na

concentração de 576µM foi adotado como padrão. Para a construção da curva de

calibração foi realizada uma diluição seriada do ácido ascórbico em Metanol, nas

concentrações extremasde2,25µM a 576µM. A curva de calibração do DPPH foi

estabelecida utilizando as concentrações extremasde 2,64µM a 338µM. A reação foi

monitorada pelo decréscimo da absorbância (DUAN et al., 2006)em

espectrofotômetro a 517nm.

Curva padrão para o DPPH

Preparou-se uma solução metanólica de DPPH a 338µM. Em seguida foram

preparadas diluições dessa solução para obtenção das seguintes concentrações:

169 - 84,5 - 42,25 - 21,125 - 10,562 - 5,281 - 2,64µM. Foram feitas leituras das

absorbâncias dessas soluções, em triplicata, utilizando-se metanol como branco. Foi

construída a curva padrão de DPPH plotando-se os três valores das absorbâncias

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obtidas para cadaconcentração da solução, calculando-se média e desvio padrão

posteriormente.

Determinação do EC50 dos extratos

Para cada método de tratamento (centrifugação e eletrofloculação), as mesmas

concentrações foram testadas. Solução do extrato em metanol nas concentrações

3200, 1600, 800, 400, 200, 100, 50, 25 µg/ml, o metanol foi usado como branco,

como controle negativo foi usado metanol e DPPH na concentração 169µM e para

retirar qualquer interferência de outros metabolitos do próprio exrato, também foi

obtido a absorbância do extrato mais metanol nas concentrações 3200, 1600, 800,

400, 200, 100, 50 e 25 µg/ml (esse valor foi descontado nas leituras de absorção do

extrato com DPPH). A absorbância das amostras foi determinada a 517 nm a 30min

inicialmente e a cada 30min, até 240min (4h), a fim de que a absorbância observada

atingisse um valor constanteao longo do tempo (platô). Este experimento foi

realizado em triplicatas, e os dados foram plotados em gráficos utilizando o

programa GraphPad Prism 5. A partir de então, os valores de EC50 foram

determinados.

5.6 Testes de toxicidade frente Artemia salina

O ensaio de toxicidade dos extratos da espécie em estudo foi realizado

utilizando náuplios do microcrustáceoArtemia salina, de acordo com a metodologia

proposta por Meyer et al. (1982).Os cistos de Artêmia salina foram incubados em

água do mar filtrada e autoclavada com salinidade ajustada a 35% em um recipiente

com dois compartimentos, um protegido da iluminação artificial (lâmpada

fluorescente), onde foram colocados os cistos do microcrustaceo, e outro que

recebeu luminosidade, para que após a eclosão, os náuplios migrassem em direção

ao compartimento iluminado, devido ao fototropismo positivo, após um período de

incubação de 24 a 48 horas.

Após o período de incubação, 10 náuplios foram transferidos para os poços

das placas esterilizadas e contendo os extratos nas concentrações de 10 µg/mL, 100

µg/mL e 1000 µg/mL, em um volume final de 3,0 mL para cada poço. Para controle

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30

do teste foram utilizados etanol (1000 µg/mL) e água do mar, e nesses, foram

adicionados 10 náuplios de A. salina. Todos os poços foram expostos à

luminosidade artificial e a contagem dos organismos foi realizada com 24 e 48 horas

de exposição aos extratos, com o auxílio do estereomicroscópio. Foram

considerados inviáveis (mortos) os indivíduos que não apresentaram nenhuma

mobilidade. Os dados obtidos após a contagem dos náuplios foram submetidos à

análise estatística (média, desvio padrão), para cálculo da CL50 (concentração letal

média).

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31

6- Resultados e discussão

6.1Colheita da biomassa utilizando os métodos de centrifugação e

eletrofloculação.

Baseado na contagem de células e no tempo de cultivo é possível se estimar

a taxa de crescimento da população de microalgas durante a fase de crescimento

logarítmico (Levasseur& Thompson, 1993). O cálculo é feito baseado na equação

μ = ln (Ny/Nx)/(ty − tx), onde Ny e Nx são os números de células por mL no final (ty) e

no início (tx) da fase de crescimento logarítmico, respectivamente.

Obteve-se μ = 1,80 ± 0,50 cel/mL por diapara a Isochrysisgalbanae 0,25 ± 0,06

cel/mL por diapara a Phaeodactilum tricornutum( Gráfico 1 e 2 ).

O rendimento médio da biomassa foi de 28,34g para eletrofloculação da P.

tricornutum enquanto para o método convencional de centrifugação foi de 7,76g para

a mesma espécie. Para a I. galbana o rendimento médio da biomassa foi de 19,05g

para o método de eletrofloculação e 2,23g para a centrifugação.A etapa de colheita

da biomassa é um dos principais fatores que encarecem a produção de biomassa de

microalgas para os mais diversos fins (Chisti, 2007). O uso de métodos baseados

em eletrofloculação mostra avanços nesse quesito, uma vez que a eficiência na

separação é relativamente alta. Este método rendeu, de 4 a 10 vezes mais

biomassa do que o método tradicional de centrifugação (Ramos, 2017 Anexo 9.3),de

Gráfico 1- Curva de crescimento da I. galbana Gráfico 2- Curva de crescimento da P.tricornutum

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acordo com a espécie avaliada, o que comprova a sua eficácia. Apesar deste

procedimento ser bastante eficiente em termos de rendimento,foipreciso avaliar se o

extrato tem a mesma eficácia que o outro (obtido por centrifugação). Silva (2013)

mostrou que a eletrofloculaçãonão-convencionalfoi uma metodologia promissora

para separação e ruptura das células de microalgas de efluentes de lagoas de

estabilização, mostrando que os potenciais lipídicos assemelharam-se aos obtidos a

partir de biomassa microalgal cultivada em processos convencionaispara geração de

biodísel.No entanto, não encontrados relatos na literatura a respeito do uso de

biomassa microalgal obtida pelo método de eletrofloculação para preparação de

extratos, visando avaliação de atividades biológicas.

6.2 Atividade antibacteriana

No teste feito para a espéciePhaeodactylum tricornutuma maioria dos extratos

etanólicosobtidos a partir da eletrofloculação não apresentaram inibição do

crescimento dos microorganismos testados, para as duas concentraçõesdo extrato

(50 e 100mg/ml), exceto contra a bactéria E. coli(Gram negativa). Neste caso, para

as duas concentraçõesforam observados halos discretos com a média de

aproximadmente 8mm de diâmetro (Tabela 1), o que representou aproximadamente

44% de atividade inibitória em relação ao controle com o antibiótico(100% ).

Os extratos etanólicos obtidos através de centrifugação apresentaram

atividade antibacteriana frente às bactérias Gram positivas Staphyloccoccus aureus

e Micrococcusluteus, paraas duas concentrações testadas. Para a bactéria S.

aureus nas duas concentrações (50 e 100mg/ml), obteve-se um melhor resultado de

inibição de crescimento, apresentando halo de 10mm para concentração de

50mg/ml e 12mm para concentração de 100mg/ml(Figura 4), o que representou 71%

de sensibilidade para concentração de 50mg/ml e 84,4% de sensibilidade para

concentração de 100mg/ml em relação ao controle com antibióticocloranfenicol

(~15mm)(Tabela 1). No entanto é importante lembrar que o teste de difusão em

disco é um teste qualitativo, indicando apenas se existe ou não atividade

antibacteriana.

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Assim sendo, foi observado atividade bactericida com extrato etanólico da

microalga P. tricornutum, pelo método de centrifugação,contra a bactéria

Staphylococcus aureus, a qual já havia sido citada em literatura contra ambos os

grupos de bactérias Gram positivas e Gram negativas, e também contra bactérias

resistentes a múltiplas drogas tais como Staphylococcus aureus (MRSA), que não

Gram positivas Gram negativas

Extratos

Staphyloccoccus aureus

(ATCC 6538)

Micrococcusluteus

(ATCC 10240)

Escherichia coli

(ATCC94863)

Pseudomonas Aeruginosa(ATCC

15442)

P. tricornutum (centrifugação) 0,5mg 10,6mm 5mm - -

P. tricornutum(centrifugação)

1mg 12,6mm 6,6mm - -

P. tricornutum (Eletrofloculação) 0,5mg - - 8mm 4mm

P. Tricornutum(eletrofloculação) 1mg - - 8mm 4mm

DMSO 0,01mg - - - -

Antibiótico cloranfenicol 0,01mg 15 mm + 2,2 20 mm +1,6 18mm+0,3 18 mm+1,6

Tabela 1- Atividade dos extratos etanólicos de P. tricornutum frente a 2 bactérias Gram- positivas e 2 Gram -

negativas.

Figura 4 –Ilustração do ensaio de difusão em disco da P. tricornutum

Ilustração do ensaio de difusão em disco para testar o extrato de P. tricornutum em

S. aureus. As áreas transparentes são as zonas de inibição, em A o disco central é o

controle (Antibiótico cloranfenicol 1mg/ml), em B- 3- (centrifugação, concentração

50mg/ml), B- 4 (centrifugação, conc. 100mg/ml).

O sinal– indica que não houve formação de halo para a concentração do extrato correspondente.

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são suscetíveis a maioria dos antibióticos convencionais, mesmo em níveis de

µM(DESBOIS, 2009). Esta atividade foi atribuída ao ácido eicosapentaenóico, um

composto sintetizado por diatomáceas (WARD 2005, DESBOIS, 2009); este ácido é

encontrado principalmente como um lipídeo polar em componentes estruturais

celulares (por exemplo, membranas) e desempenha um papel na defesa de

microalgas (JÜTTNER2001). Da mesma forma, o ácido hexadecatrienoico isolado de

P. tricornutum exibe atividade contra S. aureus(patógeno Gram positivos). Níveis

elevados de ácido palmitoleico e outros ácidos graxos bioativos também foram

encontrados em P. tricornutum e são ativos contra vários tipos de patógenos

humanos Gram positivos em concentrações muito baixas (µM) e seus efeitos letais

começam imediatamente após a exposição (SMITH 2010).

Prestegard (2015) também analisou os metabólitos na biomassa da P.

tricornutume observou que continha níveis elevados de ácido eicosapentaenóico

(EPA) (25,73% e 28,31%), e ácido palmitoleico (46,36% e 43,66%), que são os

metabólitos responsáveis pela atividade antibacteriana da biomassa.Ométodo de

eletrofloculação, não apresentou halosigificativo para nenhuma bactéria testada por

essa razãonovos estudos devem ser feitos nesse sentido para maiores

esclarecimentos.

O teste com a espécie Isochrysisgalbanafeito comos extratos

etanólicosobtidos a partir da eletrofloculação e centrifugação não apresentaram

inibição do crescimento dos microorganismos testados para as duas diferentes

concentrações (50 e 100mg/ml).

Bruce (1967) mostrou em seu trabalho que a atividade bactericida em I.

galbana está associada a dois componentes pigmentados, clorofila A e B, em extrato

de acetona. A atividade antibacteriana de derivados de clorofila de algas já tinha

sido relatada anteriormente (Sieburth, I965). Nesse trabalho de Bruce (1967) a

cultura de dessa microalga foi colhida no inicio da fase estacionária. As culturas de I.

galbana colhidas nessa fase revelou ter em sua biomassa maior teor de lipídios do

que a cultura de fase exponencial (ZHU 1997).Fabregas( 1986) também mostrou

que a fase estacionária é o melhor momento da colheita de biomassa para a

Isochrysisgalbana, nessa fase a clorofila a atingiu valores entre 0,15 e 0,33 pg /

célula e também observou que o crescimento nas culturas está relacionado às

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mudanças nas concentrações de nutrientes e as variações queocorrem nos teores

de proteína, clorofila a e carboidratos, na fase estacionária. No presente trabalho a

biomassa da Isochrysisgalbana foi colhida na fase estacionária, que a literatura

sugere que seja o melhor momento para a colheita para essa espécie (BRUCE

1967, ZHU 1997).

O etanol têm sido utilizado para extração de metabólitos com atividade

antibiótica de diversas espécies de microalgas como a Chlorella(PRATT et al., 1944;

KATIRCIOGLU et al., 2005; UMA et al., 2011; NAJDENSKI et al., 2013; VISHNU;

SUMATHI, 2014), a Haematococcuspluvialis, onde a atividade bactericida de seus

extratos etanólicos, têm sido relacionada à presença de ácidos graxos de cadeia

curta, os ácidos propanoico e butanoico (SANTOYO et al., 2009; 2012;

RODRIGUEZ-MEIZOSO et al., 2010). De algum modo o extrato etanólico da I.

galbanano presente estudo não se mostrou eficiente para extração dos metabólitos

responsáveis por tal atividade (clorofila a e b). Aparentemente a acetona se mostrou

mais eficiente para tal fim ( BRUCE 1967), sendo que são necessários novos testes

com outros solventes afim de esclarecer se o método de eletrofloculação para a

separação da biomassa dessa microalga é eficiente não só para a quantidade de

biomassa final, mas também na preservação dos metabólitos de interesse para a

atividade bactericida desta espécie.

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6.3Atividade Antioxidante

6.3.1 Cromatografias em camada delgada

A intensidade da descoloração indicativa de atividade antioxidante foi

diferente para as espécies de microalgas. As bandas que apresentaram

descoloração mais intensa apareceram alguns minutos após borrifar DPPH, ao

passo que as que apresentaram descoloração fraca apareceram lentamente durante

o intervalo de tempo proposto pela metodologia. As frações dos extratos com

atividade antioxidante destacada produziram manchas amareladas, resultantes da

redução do radical DPPH que foi borrifado, enquanto as frações do extrato sem

atividade antioxidante expressiva mantiveram a coloração púrpura, sem

descoramento, pois não houve redução do radical DPPH, conforme resultados

apresentados nas figuras 5 e 6. Os extratos da P. tricornutum foram os que

apresentaram os melhores resultados, tanto para o método de eletrofloculação

quanto para o método de centrifugação, já a I. galbananão apresentou bandas para

o nenhum método.

Figura 5 –Cromatografia de camada delgada de extratos da P. tricornutum

Na imagem A, cromatografia simples, a fase móvel com Éter de petróleo e Acetona na proporção

8:2, na imagem Ba mesma cromatografia após borrifamento com DPPH 0,2% mostrando as

frações do extrato que possuem atividade antioxidante, em 1 e 2 são os extratos da

eletrofloculação, em 3 e 4 extratos da centrifugação, 5 padrão de Betacaroteno e 6 ácido

ascórbico.

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6.3.2Determinaçãodo EC50 dos extratos.

O sistema de DPPH é considerado do ponto de vista metodológico, um dos

mais fáceis, precisos e reprodutivos na avaliação da atividade antioxidante de sucos

de frutas, extratos vegetais e substâncias puras. É um ensaio colorimérico, onde se

observa o decaimento da absorbância do radical DPPH, em um determinado

comprimento de onda entre 515 a 528nm, na presença de um composto com ação

antioxidante à solução de DPPH (ALVES et al., 2010; CHEN et al., 2000).O DPPH,

que inicialmente apresenta uma coloração violeta, torna-se amarela à medida que o

radical é reduzido, ocorrendo a formação do DPPH-H (forma reduzida e estável) e

os picos de absorbância da solução tendem a decair. A mudança pode ser medida

por um espectrofotômetro e plotada contra a concentração (REZENDE, 2010).

É essa característica de mudança de coloração do DPPH que permite o

acompanhamento visual da reação. Uma revisão de literatura detalhada revelou que

a maioria dos estudos para determinação da atividade antioxidante usando DPPHé

baseada em tempo de reação fixo variando de 20 a 30 min em vez de reação total

de tempo necessário para atingir o estado estacionário para completar esta reação

redox (MOLYNEUX, 2004). O ensaio DPPH parece de natureza simples, mas devido

ao seu radical de nitrogênio estável, muitos antioxidantes podem reagir com

Figura 6 –Cromatografia de camada delgada de extratos da I. galbana

Em C, cromatografia simples, a fase móvel com Éter de petróleo e Acetona na proporção 8:2,

Em D,a mesma cromatografia após borrifamento com DPPH 0,2% não apresentando bandas.

Em 1 e 2 são os extratos da eletrofloculação, em 3 e 4 extratos da centrifugação, 5 padrão de

Betacaroteno.

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diferentes cinéticas ou podem não reagir de forma alguma,por esse motivoneste

trabalho também foi avaliado o tempo em que a atividade antioxidante do extrato da

microalga P. tricornutumcomeça a atingir o platô, sabendo-se que o tempo para

alcançar o estado estacionário depende da natureza do antioxidante (MISHRA

2012).

Devido aos resultados obtidos por cromatografia de camada delgada, onde foi

mostrada atividade antioxidante para o extrato da P. tricornutum, foi avaliada a

quantidadede extrato, apenas dessa espécie, necessário para diminuir a

concentração inicial de DPPH em 50%. (EC50).Inicialmente foi construída uma curva

de calibração.

Os gráficos a seguir referem-se à curva padrão realizada em laboratório

empregada para o experimento de DPPH (gráfico 2) e a curva do EC50 do ácido

ascórbico (gráfico 3).

A curva padrão de DPPH foi costruida plotando-se todos os valores das

absorbâncias obtidas x concentração das soluções, esse gráfico (gráfico 2) refere-se

à curva de calibração empregada para o experimento de DPPH.

y = 0,008x + 0,047R² = 0,996

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00

Ab

sorb

ânci

a (5

17n

mm

)

Concentração (µM)

Curva Padrão DPPH

Média Linear (Média)

Gráfico 2: Curva de calibração do DPPH

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Para uma solução metanólica de DPPH a 169 µM, o valor EC50do ácido

ascórbico determinado no presente trabalho (gráfico 3)foi32µM(5,64 µg/mL), valor

esse que corrobora com a literatura já queKanimozhiePrasad (2009) encontraram o

valor de 33,21µM(5,85 µg/mL) para uma solução de DPPH a 167 µM, eMishra

(2012) obteve o valor de EC50=10,2 µM quando uma solução de DPPH a 50 µM foi

usada.

Para cada um dos extratos deP. tricornutumobtidos da centrifugação e da

eletrofloculação, os valores de EC50 foram determinados em cada tempo de leitura

(Tabela 2), e então plotados noGráfico 4.

Tempo (min)

EC50 (µg/ml)

Extrato deP. tricornutum Ácido Ascórbico

Centrifugação Eletrofloculação

2 - - 5,64

30 1018 3008 -

60 719 1925 -

90 543 1467 -

120 451 1224 -

150 399 1092 -

180 358 984 -

210 339 892 -

Tabela 2: Valores de EC50 determinados para os extratos de P. tricornutumpor centrifugação e eletrofloculação, ao longo de vários tempos de leitura.

Gráfico 3- Curva de atividade antioxidante do Ácido Ascórbico

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40

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 30 60 90 120 150 180 210 240

EC 5

0(µ

g/m

L)

Tempo (min)

Centrifugação

Eletrofloculação

240 318 856 -

A Tabela 2 e o Gráfico 4 mostram que os valores de EC50 determinados ao

longo do tempo foram diferentes para os diferentes tratamentos (centrifugação e

eletrofloculação), ainda que sejam extratosprovenientes da mesma espéciee obtidos

com um mesmo solvente (éter de petróleo-acetona 8:2). Nota-se que os valores de

EC50determinados para o extrato da eletrofloculação foram maiores, revelando um

menor potencial antioxidante deste extrato quando comparado com os valores

observados para o extrato da centrifugação. Estes resultadossugerem que os

componentes antioxidantes deP. tricornutum podem estar sendo parcialmente

inativados ou degradados pelo processo da eletrofloculação, o que justificaria o

menor potencial antioxidante observado para esse extrato, mesmo tendo-se um

rendimento de biomassa(28,34 g) aproximadamente 4 vezes superior ao método da

centrifugação (7,76 g).

No entanto parece que o platô se inicia no mesmo momento para os dois

tratamentos que é no tempo 150min (2h30min), tempo esse que Brand-Williams

(1994) define em seu trabalho como os compostos que reagem mais lentamente

Gráfico 4: Curva de cinética de atividade antioxidante de extratos de P. tricornutum obtidos

por centrifugação e eletrofloculação, ao longo de vários tempos de leitura.

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com o DPPH. Brand-Williams (1994) e Mishra (2012)classificaram os componentes

antioxidantes nas categorias de rápidos(<30 min), médios (de30 min a 1 h) e

lentos(> 1 h), com base na cinética de consumo do DPPH.Brand-Williams

(1994)testou 20 compostos, destes apenas três, incluindo ácido ascórbico, ácido

isoascórbico e isoeugenol reagiram rapidamente com o DPPH, atingindo o platô em

menos de 1 min. O segundo tipo de comportamento foi Intermediário apenas com

ácido rosmarínico e tocoferol. Para estas reações, o estado estacionário foi atingido

após aproximadamente 30 min para ambos os reagentes. Os 15 compostos

restantes reagiram mais devagar com o DPPH, que levaram de 1 a 6 h para atingir o

estado estacionário. Em contraste com outros pesquisadores (LAMAISON, 1988,

SHIMADA, 1992 e JUMÉNEZ, 1993) que determinaram o EC50 após 30 minutos de

tempo de reação, onde as atividades antiradical foram analisadas no estado

estacionário.

O uso de DPPH fornece uma maneira fácil e rápida de avaliar as atividades

anti-radicais dos antioxidantes, mas deve-se ter cuidado ao usar o método e a

interpretação os dados, foi mostrado nesse trabalho que o melhor momento para

avaliar a atividade antioxidante atráves do método de DPPH com extratos de P.

tricornutum é pelo menos depois de 3h.Nossos resultados confirmaram que a

fixação dotempo de 30 minutos para a leitura da absorbância do DPPH no

espectrofotômetro, muito frequentemente encontrado em vários trabalhos publicados

que descrevem a avaliação do potencial antioxidante de extratos vegetais, pode

subestimar atividades de eliminação deste radical por reações mais lentas de

algumas moléculas antioxidantes destes extratos.

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6.4Testes de toxicidade frente Artemia salina

Neste trabalho foram avaliados extratos etanólicos da microalga

Phaeodactylum tricornutum e Isochrysis galbana utilizando o materialprovenientedos

diferentes métodosde separação da biomassaalgal já citados acima.

No intervalo de 24h e 48h o potencial citotóxico dos extratos das duas

microalgas pelos métodos de eletrofloculação e centrifugação não foi suficiente para

afetar, nas três concentrações testadas( 1000, 100 e 10 mg/ml), cinquenta por cento

da população de Artêmia salina(Tabela 2). De acordo com Nguta et al. (2011),

extratos vegetais que apresentamCL50>1000 µg/mL são determinados

atóxicos,assim sendo, as substâncias presentes nos extratos obtidos com

etanoldestas espécies testadas no presente trabalho não apresentamatividade

tóxica. Porém, outros ensaios confirmatórios podem vir a ser necessários, caso

estas microalgas venham a ser utilizadas como fitofármaco posteriormente.

Segundo Meyer (1982) o ensaio de letalidade frente à Artemia salina, é uma

técnica amplamente utilizada para avaliação prévia da atividade tóxica de extratos

de plantas e/ou substâncias com atividades farmacológicas, devido a sua

simplicidade, rapidez e baixo custo. Avaliações toxicológicas possibilitam a seleção

de uma grande variedade de substâncias com atividade biológica, que podem ter

aplicação terapêutica, produzindo novos fármacos de acordo com a toxicidade

apresentada (CARBALLO et al., 2002).

Para determinação preliminar de atividade antitumoral este bioensaioé tido

como uma ferramenta útil (MEYER et al., 1982).De acordo com estudo realizado por

McLaughlin et al. (1998) o teste apresentou boa correlação com a citotoxicidade

sobre alguns tumores humanos sólidos e conduziu para a descoberta de novas

classes de agentes antitumorais ativos. Guillén(2012) mostrou o efeito tóxico

dosextratos da cultura devinte e oito espécies de microalgas e

cianobactériasmarinhas, asextrações foram realizadas com água, clorofórmio e

diclorometano; foi testada a atividade antimicrobiana e toxicidade de 168 os extratos.

A toxicidade foi avaliada usando náuplios de Artemia franciscana como organismo

modelo.O único extrato tóxico contra nauplios de Artemia foi obtido a partir do

sobrenadante

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Tabela 2. Tabela de bioensaio de letalidade para extratos etanólico das espéciesPhaeodactylum tricornutume Isochrysisgalbanafrente à Artemiasalina

P. tricornutum

11mg/ml

µg/ml Nº % +

µg/

ml I. Galbana

11mg/ml

µg/ml Nº % + µg/ml

Concentração do extrato

(mg/ml)

A. salina

expostas

Média de mortalidad

e 48h Desvio Padrão CL50

Concentração do extrato

(mg/ml)

A. salina

expostas

Média de mortalidade

48h Desvio Padrão CL50

Eletrofloculação

1000 10 0 0 _

Eletrofloculação

1000 10 0 0 _

100 10 0,1 0,33 _ 100 10 0,1 0,33 _

10 10 0 0,33 _ 10 10 0 0 _

Centrifugação

1000 10 0,1 0,33 _

Centrifugação

1000 10 0 0 _

100 10 0,1 0,33 _ 100 10 0 0 _

10 10 0,2 0,44 _ 10 10 0 0 _

Controle Etanol 1000 10 0 0 _ Controle Etanol 1000 10 0 0 _

Controle água

do mar _ 10 0 0 _

Controle água do

mar _ 10 0 0 _

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da microalgaNitzschiathermalis usando clorofórmiocomo solvente que apresentou

um LC50-24 h de 773,4 mg l-1.

Rajabi (2015) comparou o teste de Artemia salinacom o teste MTT ( brometo de

[3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil tetrazolium]), um teste colorimétrico usado para

avaliar a viabilidade celular na avaliação da citotoxicidade das nanoestruturas. Os

resultados obtidos de ambos os testes (teste de A. salina e teste MTT) não

apresentaram diferenças estatisticamente significativas (P> 0,05). Esses achados

sugerem que o teste de A. salina pode agilizar experimentos de toxicidade e diminuir

os custos e, portanto, pode ser considerada uma alternativa ao ensaio de cultura

celular in vitro.

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7- Conclusões

No atual estudo, as análises do efeito do isolamento algal por eletrofloculação

em comparação com a centrifugação para o potencial antibiótico, antioxidante e

toxicidade frente àArtemia salina, com extratos da biomassa de Isochrysisgalbana e

Phaeodactylum tricornutumexibiram respostas promissores.

Com relação ao rendimento de biomassa, o método de eletrofloculação

rendeude 4 a 10 vezes mais biomassa do que o método tradicional de centrifugação

(Ramos, 2017; Anexo), apesar deste método de separação algal ser bastante

eficiente, este trabalho trouxe uma questão importante na avaliação da eficácia em

comparaçãocom a centrifugação na preservação das moléculas com princípios

bioativos.

Na análise da atividade antibacteriana, no teste feito para a espécie

Phaeodactylum tricornutum a maioria dos extratos etanólicos obtidos a partir da

eletrofloculação não apresentou inibição significativa do crescimento dos

microorganismos testados, já os extratos etanólicos obtidos através de centrifugação

apresentaram atividade bactericida frente às bactérias Gram positivas

Staphyloccoccus aureus e Micrococcusluteus, para as duas concentrações testadas,

tendo a primeira um melhor resultado de inibição de crescimento. Para os extratos

da eletrofloculação é possível que essa metodologia tenhade algum modo,

degradado as moléculas responsáveis por essa atividade.

O teste com a espécie Isochrysisgalbanafeito com os extratos etanólicos obtidos

a partir da eletrofloculação e centrifugação não apresentaram inibição do

crescimento dos microorganismos testados. É possível que o extrato não possua

atividade antibacteriana.

Este estudo demonstrou potencial biotecnológico das moléculas extraídas da

microalga P. tricornutumno que diz respeito à inibição de micro-organismos

patogênicos.

Com relação à atividade antioxidante, a cromatografia de camada delgada

revelou essa atividade para o extrato da P. tricornutumobtido pelos dois métodos,

sendo queo aparecimento das bandasmais intensas após borrifar

DPPHfoiobservado para o método de centrifugação, mesmo sendoformadas bandas

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para o métódo de eletrofloculação; Para a I. galbana, não houve a formação de

bandas, por esse motivo apenas os extratos da P. tricornutum foram utilizados para

o cálculo do EC50 e avaliação da cinética de DPPH, chegando-se àconclusão que a

atividade antioxidante foi menor para a eletrofloculaçãoem relação à centrifugação,

indicando que possívelmente algum componente antioxidante foi parcialmente

inativado ou degradado pelo método de eletrofloculação. Os resultdos também

sugerem que o tempo para se alcançar o platô (estabilização da reação com DPPH)

para esses extratos é a partir de 3h, e tais extratos devem, portanto, ser

classificados como lentos em relação à cinética de consumo do DPPH.

O teste de toxicidade dos extratos frente àArtemia salina demonstrou que as

amostras foram atóxicas para as concentrações testadas, o que é um resultado

positivo, levando em consideração as possíveis aplicações dos extratos para fins

farmacológicos ou na área de cosméticos.

Portanto, o atual estudo constitui-se como investigação inédita referente

aopotencial antibacteriano, antioxidante e toxicidade da biomassa de

Isochrysisgalbana e Phaeodactylum tricornutumobtida por duas metodologias

diferentes: centrifugação e eletrofloculação.Essa avaliação preliminar demonstrou

que apesar do método de eletrofloculação produzir um rendimento excepcional de

biomassa, cerca de quatro a dez vezes mais que a centrifugação, essa metodologia

parece estar contribuindo para a degradação ou inativação das moléculas

responsáveis pelas atividades biológicas, no entanto são necessários novos estudos

para maiores esclarecimentos. A respeito das espécies analisadas, a P. tricornutum

demonstrou ser uma microalga promissora, uma vez que apresentou potencial

antioxidante, antibacteriano e nenhuma toxicidade, o que a torna possível alvo na

indústria farmacológica, de cosméticos e nutracêutica.

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9- Anexos

9.1- Dados da Centrifugação.

Dados da absorbância das soluções contendo diferentes concentrações dos extratoscom DPPH169 µM, em triplicata,a 517 nm, em tempos de 30 em 30 minaté 240min (4h). Concentração

(µg/ml) Replicatas Tempo

30' 60' 90' 120' 150' 180' 210' 240'

3200

1 1,315 1,475 1,571 1,663 1,729 1,806 1,874 1,943

2 1,356 1,486 1,586 1,647 1,710 1,785 1,849 1,914

3 1,360 1,494 1,589 1,683 1,748 1,832 1,885 1,951

1600

1 0,995 1,208 1,365 1,499 1,598 1,695 1,757 1,827

2 1,027 1,206 1,367 1,500 1,580 1,695 1,755 1,821

3 1,050 1,234 1,378 1,511 1,606 1,720 1,783 1,849

800

1 0,676 0,874 1,038 1,185 1,300 1,431 1,502 1,587

2 0,714 0,881 1,044 1,192 1,305 1,433 1,503 1,584

3 0,744 0,916 1,077 1,225 1,339 1,475 1,550 1,631

400

1 0,481 0,631 0,759 0,881 0,978 1,089 1,153 1,229

2 0,510 0,645 0,780 0,903 0,998 1,109 1,172 1,246

3 0,512 0,649 0,778 0,902 0,999 1,105 1,162 1,239

200

1 0,316 0,418 0,502 0,563 0,616 0,672 0,709 0,751

2 0,330 0,416 0,500 0,573 0,632 0,698 0,736 0,783

3 0,353 0,449 0,533 0,616 0,683 0,758 0,805 0,857

100

1 0,196 0,245 0,286 0,327 0,363 0,399 0,427 0,457

2 0,179 0,248 0,302 0,348 0,380 0,408 0,433 0,456

3 0,215 0,283 0,316 0,361 0,398 0,425 0,445 0,471

50

1 0,085 0,108 0,125 0,151 0,161 0,184 0,190 0,205

2 0,114 0,147 0,166 0,191 0,207 0,226 0,225 0,239

3 0,139 0,183 0,204 0,232 0,251 0,277 0,291 0,312

25

1 0,007 0,019 0,016 0,027 0,033 0,042 0,045 0,045

2 -0,016 0,007 0,011 0,027 0,036 0,051 0,053 0,052

3 0,048 0,081 0,095 0,116 0,129 0,143 0,155 0,166

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9.2- Dados da Eletrofloculação.

Dados da absorbância das soluções contendo diferentes concentrações dos extratoscom DPPH169 µM, em triplicata, a 517 nm, em tempos de 30 em 30 minaté 240min (4h).

Concentração

(µg/ml) Replicatas Tempo

30' 60' 90' 120' 150' 180' 210' 240'

3200

1 1,101 1,331 1,504 1,632 1,749 1,883 1,975 2,055

2 1,096 1,319 1,493 1,624 1,740 1,877 1,959 2,042

3 1,121 1,333 1,506 1,640 1,753 1,887 1,978 2,060

1600

1 0,770 0,961 1,113 1,240 1,350 1,434 1,531 1,624

2 0,787 0,972 1,126 1,257 1,370 1,456 1,552 1,637

3 0,798 0,976 1,129 1,259 1,368 1,448 1,546 1,635

800

1 0,592 0,738 0,848 0,941 1,024 1,083 1,152 1,219

2 0,551 0,691 0,792 0,878 0,954 1,013 1,085 1,150

3 0,573 0,715 0,827 0,922 1,002 1,065 1,144 1,212

400

1 0,410 0,487 0,544 0,598 0,653 0,679 0,724 0,725

2 0,406 0,482 0,535 0,583 0,628 0,641 0,686 0,734

3 0,428 0,507 0,567 0,625 0,681 0,714 0,965 0,807

200

1 0,284 0,318 0,354 0,383 0,420 0,420 0,454 0,483

2 0,293 0,329 0,367 0,396 0,414 0,433 0,456 -0,523

3 0,274 0,312 0,345 0,375 0,398 0,416 0,446 0,465

100

1 0,192 0,211 0,236 0,254 -0,728 0,285 0,308 0,339

2 0,201 0,208 0,222 0,232 0,240 0,241 0,247 0,263

3 0,174 0,194 0,212 0,227 0,241 0,252 0,267 0,277

50

1 0,132 0,130 0,134 0,145 0,162 0,157 0,170 0,187

2 0,114 0,119 0,115 0,128 0,143 0,146 0,155 0,158

3 0,073 0,095 0,100 0,110 0,128 0,139 0,156 0,157

25

1 0,110 0,116 0,128 0,144 0,170 0,172 0,197 0,205

2 0,062 0,062 0,069 0,069 0,081 0,087 0,093 0,100

3 0,082 0,085 0,094 0,093 0,101 0,108 0,109 0,110

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9.3- Artigo publicado na revista Engineering and Technology International

Vol:11, 2017.

Evaluation of Electro-flocculation for Biomass Production of Marine Microalgae Phaeodactylum tricornutum

Luciana C. Ramos1, Leandro J. Sousa1, Antônio Ferreira da Silva2, Valéria Gomes Oliveira1, Suzana T. Cunha

Lima1

1Institute of Biology, 2Institute of Physics, Federal University of Bahia (UFBA). Salvador – BA, Brazil.

Abstract: The commercial production of biodiesel using microalgae demands a high-energy input for harvesting biomass, making production economically unfeasible. Methods currently used involve mechanical, chemical and biological procedures. In this work, a new flocculation system is presented as a cost and energy effective process to increase biomass production of Phaeodactylum tricornutum. This diatom is the only species of the genus that present fast growth and lipid accumulation ability that are of great interest for biofuel production. The algae, selected from the Bank of Microalgae, Institute of Biology, Federal University of Bahia (Brazil), has been bred in tubular reactor with photoperiod of 12h (clear/dark), providing luminance of about 35 μmol photons m-2s-1, and temperature of 22°C. The medium used for growing cells was the Conway medium, with addition of silica. The seaweed growth curve was accompanied by cell count in Neubauer camera and by optical density in spectrophotometer, at 680nm. The precipitation occurred at the end of the stationary phase of growth, twenty one days after inoculation, using two methods: centrifugation at 5000rpm for 5 min, and electro-flocculation at 19 EPD and 95W. After precipitation, cells were frozen at -20oC and, subsequently, lyophilized. Biomass obtained by electro-flocculation was approximately 4 times greater than the one achieved by centrifugation. The benefits of this method are that no addition of chemical flocculants is necessary and similar cultivation conditions can be used for the biodiesel production and pharmacological purposes. The results may

contribute to improve biodiesel production costs using marine microalgae.

Keywords:Biomass, diatom, flocculation, microalgae.

Introduction:

The growing interest in the study of micro-organisms as microalgae, fungi and bacteria, is due to the essential importance of them as source of a wide range of compounds used in different areas such as nutrition, human and animal health, wastewater treatment, energy production and pharmaceutical industry [1]. In the production of biodiesel and ethanol, microalgae have a higher photosynthetic efficiency (4-7%) and increased productivity (390-700bep), compared to sugarcane (2-3% and 210-250bep ha-1 year-1), this being the only traditional culture with efficiency above 1% [2]. Microalgae present, therefore, great productive potential, compared to other plant sources.

Different methods have been used for harvesting microalgae and producing algal biomass, the most common arecentrifugation, filtration, flotation, chemical and electroflocculation. Despite some physical limitations, these methods are quite capable of separating the biomass from the surrounding media. The difficulty is the high cost of microalgal isolation, estimated to be about 25% of the total production [3]. Therefore, the success of microalgal biofuels depends on finding more efficient methods of biomass production, which varies among species due to cell size and morphology.

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The aim of this work is to evaluate biomass production of the marine microalgae Phaeodactylum tricornutum using two methods of algal isolation: centrifugation and electroflocculation. Algal growth in a tubular photo-bioreactor was also analyzed by cell count and absorbance, at regular intervals. This diatom is the only species of the genus that presents fast growth and lipid accumulation of great interest for biofuel production [4]. In addition to that, it produces different biomolecules of pharmacological interest under nitrogen starvation [5].

Methods:

The microalgae P. tricornutum (Figure 01) was grown in tubular reactor (patent: Privilege of Innovation, registration No. 0000221105500270), in triplicate, with photoperiod of 12h (clear/dark), providing luminance of about 35 μmol photons m-2 s -1, and temperature around 220 C. This photobioreactor (Figure 02) has total capacity of approximately 70 liters (7 for each cylinder). The species has been bred in Conway medium [6] added to silica (6,5 x 10 -4

mM), with constant aeration and an increase of 2.5% of carbon gas during the light phase of the photoperiod, until the end of the stationary growth phase. To evaluate growth, two methods were used: daily cell count in Neubauer chamber and absorbance reading (680 nm) at the spectrophotometer (Shimatzu). Based on cell count and time of cultivation, it was estimated the growth rate during the logarithmic phase [7]. The calculation was made based on the equation: μ = ln (Ny/Nx)/(ty − tx), where Ny and Nx are the numbers of cells per mL on the final day (ty) and starting day (tx) of the logarithmic growth phase, respectively. Twenty one days after seeding the cells, the microalgae reached the stationary phase, and then, followed algal isolation forobtaining the biomass. The total volume of medium (content of one cylinder or 7 liters) containing the microalgae was homogenized and divided in two aliquots: the first followed centrifugation at 5000rpm for 5 min (Eppendorf Centrifuge 5402), and the second, electro-flocculation at 19 EPD and 95W for 15 min. After isolation, both

pelletsproceeded to lyophilization (Enterprize II Terroni) for 12 hours and the yield of biomass was compared between both isolation methods.

Results:

The P. tricornutum from the Institute of Biology (UFBA) microalgae Bank was well adapted to the cultivation conditions described and presented regular growth and morphology (Figure 01) when bred in a closed photobioreactor.

Figura01.Phaeodactylum tricornutum cultivation

Figure 02. Photo-bioreactor (patent: Privilege of Innovation, registration No. 0000221105500270).

The growth rate (µ) obtained for this species, according to cell counts in Neubauer chamber was 1,8 ± 0,5 cells mL-1 day1, indicating that this algae can efficiently grow in a photobioreactor. The growth curve according to this evaluation method is shown in Figure 03

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Cell growth was also followed by absorbance readings at 680nm in a spectrophotometer, since algae growth may be better represented by different methods, according to cell morphology and size. Results are shown in Figure 04.

Both methods used for analyzing microalgae growth (cell counts and absorbance at 680nm) demonstrated to be appropriate for the algal species selected, and could be applied for calculating growth rates. After the end of the stationary phase (20th day after inoculation) the harvesting of biomass was performed.

Considering biomass separation, the electroflocculation device (Figure 05) constructed at the Laboratory of Bioprospection and Biotechnology(LABBIOTEC) of Federal University of Bahia, demonstrated to be very effective for P. tricornutum. This is the first time that this isolation method and device was used for this diatom. Figure 05A shows the medium containing the microalgae after stationary growth phase, before electric discharge was applied. The cells are not

separated, as can be seen by the dark brown color cultivation medium. After 15 min. of continuous electric discharge, the cells are completely isolated from the medium (Figure 05B), and biomass is totally separated.

Centrifugation method of algae isolation was also applied. This method is commonly used for obtaining biomass for different purposes. With the species used in this study, many hours and innumerous centrifugation cycles were necessary for isolating cells form the total volume of the cultivation medium. In large scale procedures, it would be necessary an industrial centrifuge, with increased energy demand, which makes the procedure ineffective and expensive. Another negative aspect is the time spent for isolation by this method (3 hours compared to 15 min by electro-flocculation) resulting in a non-satisfactory amount of biomass yield. This time can be even longer depending on the culture volume and size of centrifuge rotors and tubes.

Figure 05. Electro-flocculation device before (A) and after (B) isolation of microalgae.

Between the two techniques compared for efficiency of harvesting, the electro-flocculation yielded significantly higher production of biomass (Figure 06). Following centrifugation it was obtained 1.14 ± 0.24 g/L, whereas the electro-flocculation yielded 4.05 ± 0.33 g/L.

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Figure 06. Biomass production (g) chart by two algal isolation methods,for 7 liters of P. tricornutum cultivation medium.

Discussion:

Among all algal isolation methods, electro-flocculation is a physical/chemical process that has the advantages of being simpler to operate and provides more predictable results. Contrasting with chemical flocculation, it does not introduce unnecessary anions in the growth medium, which can result in the lowering of pH [3]. The use of electro-flocculation to a species with high potential for biomolecules production (including biodiesel), as Phaeodactylum tricornutum, is of great importance since it may lead to economic advances in biomass harvest stage, one of the main factors for increasing production costs. In the present work, this method yielded approximately 4 times more biomass than the traditional method of centrifugation, proving its effectiveness.

It is well known that during different stages of growth, microalgae may suffer changes in the cell content or even on the morphology [8]. At stationary phase, cells tend to increase their reserves of lipids, proteins and carbohydrates, and reduce the rate of replication. This phase was achieved with P. tricornutum growth curve at the 16th day after algal inoculation. The addition of carbon dioxide to the growth medium, previously shown [9] to increase microalgae biomass and metabolites production was also efficient for the studied species. Although the use electro-flocculation could be fairly effective, it is worth mentioning that the product from this treatment may be limited due to the presence of salts formed during the process. With the

marine microalgae P. tricornutum tested in this study, this effect was not observed, demonstrating that the selected species could be a good choice for obtaining high production of biomass, and consequently increased amounts of bioproducts.

Although, diatoms P. tricornutum may grow in the absence of silica, which is not possible for many microalgae, the additionof silica, which is not possible for many microalgae, the addition of 6,5 x 10-4

mM of this micronutrient demonstrated to contribute for better biomass yield, when grown in the photo-bioreactor under tested conditions.

The results presented in this work greatly contribute for indicating an appropriate species and procedure for algal isolation that may contribute to pharmacological and energy purposes, since no contaminant was generated during algal isolation. Moreover, microalgae appear to be the only source of renewable [10] biodiesel that is capable of meeting the global demand for transport fuels.

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