Upload
phungdung
View
219
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA
ALEXANDRE DE OLIVEIRA MOITINHO
ANÁLISE ESTRUTURAL GEOMÉTRICA E CINEMÁTICA DAS FORMAÇÕES AÇURUÁ, TOMBADOR E CABOCLO NO
ENTORNO DA CIDADE DE ANDARAÍ, REGIÃO DA CHAPADA DIAMANTINA - BA
Salvador 2011
ALEXANDRE DE OLIVEIRA MOITINHO
ANÁLISE ESTRUTURAL GEOMÉTRICA E CINEMÁTICA DAS FORMAÇÕES AÇURUÁ, TOMBADOR E CABOCLO NO ENTORNO DA CIDADE DE ANDARAÍ, REGIÃO DA
CHAPADA DIAMANTINA - BA
Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Prof. Dr. Carlson de Matos Maia Leite Co-orientador: Prof. Msc. Antonio Jorge Campos Magalhães
Salvador 2011
TERMO DE APROVAÇÃO
ALEXANDRE DE OLIVEIRA MOITINHO
Salvador, 1 de dezembro de 2011
ANÁLISE ESTRUTURAL GEOMÉTRICA E CINEMÁTICA DAS FORMAÇÕES AÇURUÁ, TOMBADOR E CABOCLO NO ENTORNO DA CIDADE DE ANDARAÍ, REGIÃO DA
CHAPADA DIAMANTINA - BA
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:
Prof. Dr. Carlson de Matos Maia Leite - Orientador Instituto de Geociências – UFBA/ Petrobrás Profª. Drª. Simone Cerqueira Pereira Cruz Instituto de Geociências - UFBA Msc. Idney Cavalcanti da Silva
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amados pais, Adelmo e Rosiléa, meus maiores incentivadores que
mesmo com todas as dificuldades, sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos da
minha vida. Durante os anos da vida acadêmica, nunca deixaram de acreditar em mim e nunca
me faltaram com amor, carinho e palavras de motivação. Muito obrigado pela dedicação,
conselhos, orações e ensinamentos! Ao meu irmão, Marlon, por toda amizade,
companheirismo e apoio incondicional em todos os momentos. A minha querida namorada
Ítala por ter tornado estes anos da minha vida ainda mais especiais e por ter me suportado nos
meus momentos mais difíceis, sempre com um sorriso amável. EU AMO VOCÊS!!! Aos
meus familiares, inclusive os que moram distantes, por todas as mensagens positivas me
incentivando a alcançar sucesso na minha jornada.
Aos meus orientadores e professores por compartilharem seus conhecimentos
tornando a minha passagem por esta universidade, em uma fase de grandes descobertas. Aos
professores Cícero e Sato e ao PRH-ANP 08 por providenciarem toda a logística necessária
para a execução deste trabalho. Aos companheiros com quem vivi importantes momentos
durante longas campanhas de campo, Valter, Acácio, Jaime, Paulo, Asafe, Caio e
especialmente a Josafá por sua generosidade durante o desenvolvimento deste trabalho me
ofertando ajuda sempre que se fez necessário.
Aos amigos, Mário, M.V, Substância e Cipri pelos grandes momentos vividos, pelas
farras, histórias e “resenhas” que guardarei sempre comigo e pela preciosa amizade. Ao amigo
Paulo Lopes por toda a ajuda prestada e sem a qual as coisas teriam se tornado mais difíceis
para mim. Por fim agradeço aos demais colegas com quem convivi durante este período da
minha vida e que eu prefiro não citar nomes para não cometer a indelicadeza de esquecer
alguém.
2
“Não é o mais forte quem sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às
mudanças.”
Charles Darwin
3
RESUMO A região de Andaraí, localizada no domínio da Chapada Diamantina, centro do Estado da
Bahia é caracterizada por um relevo modelado por uma alternância de sinclinais e anticlinais
dos quais se destaca a Serra do Sincorá onde repousam os litotipos do Supergrupo Espinhaço
que sofreram intensas deformações durante o Ciclo Brasiliano no Neoproterozoico. A
evolução dessas deformações resultaram em um conjunto de estruturas das quais predominam
aquelas orientadas na direção NNW-SSE incluindo- se neste grupo o Anticlinal do Sincorá
cujos flancos abrigam diferentes classes de estruturas como Dobras kink, Falhas Inversas e
Falhas transcorrentes com padrão Riedel geradas por duas fases distintas de deformação: Fase
Deformacional D1 e Fase Deformacional D2. A primeira fase (D1), com características
compressionais, foi responsável pela nucleação de sistemas de dobramentos e empurrões com
orientação geral NNW-SSE a N-S que abrigam, em seus flancos, estruturas dúcteis-rúpteis a
rúpteis tais como dobras subsidiárias do tipo kink, geradas pelo mecanismo de fault
propagation fold, associadas a falhas de empurrão. A segunda fase (D2), interpretado como
reflexo do desenvolvimento das Faixas Rio Preto e Riacho do Pontal, possui caráter
transcorrente e transpressivo que nucleou um sistema de fraturas, falhas e zonas de
cisalhamento que evoluíram segundo o sistema de cisalhamento Riedel chamado de Falha de
São João. Este sistema é formado por um conjunto principal de falhas, sintéticas à falha
principal, com orientação NNW-SSE e cinemática sinistral, além de um sistema de fraturas
antitéticas em relação ao conjunto principal, com cinemática dextral, orientado segundo
WNW-ESE.
Palavras-Chave: Serra do Sincorá, Andaraí, Fault propagation fold, Rampas de Empurrão,
Riedel.
4
ABSTRACT The Andaraí region, located in the area of the Chapada Diamantina, center of the state of
Bahia is characterized by alternating anticlines and synclines where lie the litotypes of
Supergrupo Espinhaço deformed during Neoproterozoic in the Brasiliano Cycle. The main
structure in the study area is the Serra do Sincorá Anticline that bears in the limbs three
different classes of structures as kink folding, strike-slip falting with tectonic Riedel shear
generated by two distinct phases of deformation: Deformation Phase D1 and Deformation
Phase D2. The first event (D1), was responsible for the nucleation of folding and thrusting
systems with general direction NNW-SSE, developed by the mechanism of fault propagation
fold associated with thrust faults and faults-fracture systems with a pattern NNW-SSE almost
parallel to the N-S axis of the anticline. The second event (D2), resultant of the development
of the Rio Preto e Riacho do Pontal folds and thrust faults, bears transcurrent and
transpressive structures in a system of fractures, faults and shear zones that have developed
according to the Riedel Shear System. This system is part of a main regional structure named
Falha de São João. This system consists of an association of NNW-SSE faults with sinistral
kinematics and a system of faults with dextral kinematics in the WNW-ESE trend.
Keywords: Andaraí, Sincora Range, Fault propagation fold, Thrust faults, Riedel
5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................12 1.1 Considerações Iniciais ....................................................................................................12 1.2 Localização.....................................................................................................................13 1.3 Objetivos.........................................................................................................................14
1.3.1 Objetivo Geral .........................................................................................................14 1.3.2 Objetivos Específicos ..............................................................................................14
1.4 Problema.........................................................................................................................15 1.5 Hipótese ..........................................................................................................................15 1.6 Justificativa.....................................................................................................................16 1.7 Método De Trabalho.......................................................................................................16
CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL..............................................................................18 2.1 Introdução.......................................................................................................................18 2.2 Unidades Litológicas ......................................................................................................22
2.2.1 O Embasamento Pré-Espinhaço ..............................................................................22 2.2.2 O Supergrupo Espinhaço .........................................................................................22 2.2.2.1 Formação Serra da Gameleira ..............................................................................23 2.2.2.2 Grupo Rio dos Remédios......................................................................................23 a) Formação Novo Horizonte ...........................................................................................23 b) Formação Lagoa de Dentro ..........................................................................................24 c) Formação Ouricurí do Ouro .........................................................................................24 2.2.2.3 Grupo Paraguaçu ..................................................................................................24 a) Formação Mangabeira ..................................................................................................24 b) Formação Açuruá .........................................................................................................25 2.2.2.4 Grupo Chapada Diamantina .................................................................................25 a) Formação Tombador ....................................................................................................25 b) Formação Caboclo........................................................................................................25 c) Formação Morro do Chapéu.........................................................................................26 2.2.3. As Rochas Intrusivas Máficas ................................................................................26
CAPÍTULO 3 – GEOLOGIA LOCAL ....................................................................................27 3.1 Introdução.......................................................................................................................27 3.2 Formação Açuruá ...........................................................................................................27 3.3 Formação Tombador.......................................................................................................29 3.4 Formação Caboclo..........................................................................................................34
CAPÍTULO 4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................37
CAPÍTULO 5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL DA ÁREA DE ESTUDO..............................53 5.1 Considerações Iniciais ....................................................................................................53 5.2 Análise Geométrica e Cinemática ..................................................................................54
5.2.1 Estrutúras Dúctil - Rúpteis ......................................................................................54 5.2.2 Estruturas Rúpteis....................................................................................................62
5.3 Evolução Deformacional da Área de Estudo..................................................................69 5.3.1 Fase Deformacional D1...........................................................................................69 5.3.2 Fase Deformacional D2...........................................................................................70
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES .............................................................................................71
6
CAPÍTULO 7 - REFERÊNCIAS .............................................................................................72
ANEXO I..................................................................................................................................79
ANEXO II ................................................................................................................................80
7
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Mapas de Situação e Localização. Modificado de Pedreira, 2002...........................13 Figura 2: Mapa mostrando o melhor acesso à área de estudo. .................................................14 Figura 3: O Cráton do São Francisco, suas faixas móveis marginais e os limites propostos por Almeida (1977) e Cruz (2004). Modificado de Cruz, 2004. ....................................................18 Figura 4: Mapa geológico Geológico Regional da Chapada Diamantina. BG - Bloco Gavião, BJ – Bloco Jequié, SRP – Saliência do Rio Prado, ES – Espinhaço Setentrional, CD – Chapada Diamantina. Modificado de Cruz, 2004. ...................................................................19 Figura 5: Mapa da região oriental do Brasil mostrando a separação entre os domínios da Chapada Diamantina Oriental e Ocidental e o lineamento Barra do Mendes-João Correia, em Vermelho, separando os dois domínios (Pedreira et al., 1989). Modificado de Pedreira, 1994...................................................................................................................................................20 Figura 6: Coluna Estratigráfica e aspectos deposicionais dos Supergrupos Espinhaço e São Francisco na Região da Chapada Diamantina.. Fonte: Silva, 2009 apud Guimarães et al., 2005. .........................................................................................................................................21 Figura 7: Elementos geométricos de uma dobra. Modificado de Pluijm & Marshak, 1997. ...37 Figura 8: Esquema de dobras Anticlinal e Sinclinal. Fonte: (Machado & Silva, 2009). .........38 Figura 9: Esquema de dobras a) horizontais, b) verticais e c) inclinadas. Fonte: (Richard, 1971).........................................................................................................................................39 Figura 10: Classificação de dobras em relação ao ângulo intra-flancos. Fonte: Machado & Silva, 2009. ...............................................................................................................................40 Figura 11: Retas tangentes passando pelo ponto de inflexão. Fonte: (Machado & Silva, 2009)...................................................................................................................................................41 Figura 12: Características da vergência de dobras parasíticas associadas a um grande antiforme simétrico. Modificado de Pluijm & Marshak (1997); Hobbs et al (1976)...............41 Figura 13: Esquema tridimensional de dobra em kink, mostrando seus eixos. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).........................................................................................................42 Figura 14: Esquema simples de uma dobra em Kink vista em perfil, mostrando seus respectivos planos. Modificado de Davis & Reynolds (1996). ................................................43 Figura 15: Modelo de evolução de estrutura do tipo Fault Propagation Fold. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).........................................................................................................44 Figura 16: Esquema de evolução das tension gashes mostrando seu eixo principal evoluindo paralelamente à tensão principal. Modificado de Passchier e Trouw (1996). ..........................45 Figura 17: Desenvolvimento de tension gashes relacionadas à evolução de estruturas do tipo fault propagation fold. (a) desenvolvimento de suaves anticlinais e sinclinais; (b) tension gashes nucleiam cortando as dobras; (c) falha corta o conjunto de dobras e tension gashes. Modificado de Pluijm & Marshak (1997). ...............................................................................45 Figura 18: Distribuição da deformação em dobras geradas por mecanismo de deformação tangencial longitudinal. Modificado de Drucker (1967). .........................................................45 Figura 19: Bloco diagrama mostrando diferentes tipos de estruturas rúpptis. Modificado de Cloos (1922) apud Price & Cosgrove (1990)...........................................................................46 Figura 20: Elementos geométricos de uma dobra. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).47 Figura 21: Classificação de falhas de Anderson (1942), de acordo com sua geometria. a) Falha Normal; b) Falha Reversa; c)Falha Transcorrente; d) Falha Oblíqua. Modificado de Price & Cosgrove (1990). ......................................................................................................................48 Figura 22: Bloco diagrama mostrando movimentação relativa dos blocos com a) cinemática sinistral e b) cinemática dextral. ...............................................................................................49
8
Figura 23: Deformação dúctil (a), rúptil-dúctil (b), rúptil-dúctil (c), dúctil (d). Modificado de Pluijm & Marshak (1997).........................................................................................................49 Figura 24: Relação entre os tipos de rocha de falha e as variações de profundidade e temperatura segundo, Sibson (1977). Modificado de Pluijm & Marshak (1997). ...................50 Figura 25: Modelo esquemático de cisalhamento tipo Riedel. R – Fratura Sintética; R’ – Fratura Antitética; T – Fratura de Tração; P – Fratura de cisalhamento Sintética Secundária; X – Fratura de cisalhamento Sintética Secundária Y ou D – Fraturas de cisalhamento sintéticas subparalelas ás fraturas principais. Fonte: www.geologia.ufpr.br/graduacao/estrutural2010/aula8.pdf. ....................................................52 Figura 26: Mapa Geológico-Estrutural Simplificado da Chapada Diamantina com a área de estudo assinalada. Modificado de Danderfer et al., 1993.........................................................54 Figura 27: a) Diagramas de planos para o acamamento (S0) da Serra do Sincorá. b) Diagrama de Isodensidade Polar para o acamamento (S0) da Serra do Sincorá mostrando o valor máximo 78ºp/ 261, plano máximo 351/12ºNE e o Lb, representado pela estrela verde, mostrando o valor de 1ºp/349. ..................................................................................................55 Figura 28: Diagramas para os flancos da dobra nos metarenitos fluviais da Fm. Tombador na Trilha do Paty. a) Diagrama de planos. b) Diagrama de Isodensidade polar mostrando o valor máximo de 69ºp/249, plano máximo de 339/21º NE e Lb de 15ºp/17. ....................................56 Figura 29: Diagrama de roseta com tratamento estatístico para os veios e tension gashes mostrando dois trends para as estruturas dúcteis-rúpteis. ........................................................61 Figura 30: Diagramas de tratamento estatístico para as fraturas cisalhantes dextrais. a) Diagrama de rosetas; b)Diagrama de isodensidade polar.........................................................64 Figura 31: Diagramas de tratamento estatístico para as falhas sinistrais. a) Diagrama de rosetas; b)Diagrama de isodensidade polar. ............................................................................64 Figura 32: Diagrama de roseta para as falhas dextrais e sinistrais, mostrando o padrão de cisalhamento Riedel..................................................................................................................65 Figura 33: Modelo do padrão de cisalhamento Riedel. ............................................................65 Figura 34: Diagramas de tratamento estatístico para as zonas de cisalhamento. a) Diagrama de rosetas; b)Diagrama de isodensidade polar. ............................................................................68
9
ÍNDICE DE FOTOS
Foto 1: Arenito fino da Formação Açuruá com coloração esbranquiçada visto na trilha Paty-Andaraí. Ponto AM-012. ..........................................................................................................28 Foto 2: Arenito médio da Formação Açuruá mostrando estratificação plano-paralela (retângulo vermelho) e estratificação cruzada acanalada (retângulo azul) visto na trilha Paty-Andaraí. GPS sobre a So. Ponto AM-018. ...............................................................................29 Foto 3: Rochas metassedimentares da Formação Tombador aflorando no leito do Rio Paraguaçu, próximo à cidade de Andaraí. Ponto AM-166. ......................................................30 Foto 4: Arenito fluvial com marcas onduladas bidirecionais no topo (Imagem em planta). Afloramento na cidade de Andaraí, no leito do Rio Baiano. Setas apontando na direção dos fluxos. Ponto AM-158. .............................................................................................................31 Foto 5: Arenito eólico com estratificação tangencial de grande porte no leito do Rio Piaba, próximo à cidade de Andaraí. Ponto: AM-225. .......................................................................31 Foto 6: Arenito eólico (lençol de areia) com estratificação plano-paralela no leito do Rio Paraguaçu, próximo a cidade de Andaraí. AM- 166. ...............................................................32 Foto 7: Intercalação de arenito e conglomerado polimítico suportado por grãos, da Formação Tombador (Imagem em perfil). Trilha Paty-Andaraí. Ponto AM-134. ....................................33 Foto 8: Conglomerados suportado por matriz, da Formação Tombador, visto na trilha Paty-Andaraí (Imagem em planta). Pont AM-134............................................................................33 Foto 9: Afloramento da Formação Caboclo em corte de estrada na rodovia BA-142 em Andaraí. Ponto AM-159. ..........................................................................................................34 Foto 10: Lentes de carbonato da Formação Caboclo apresentando alto grau de silicificação visto em afloramento de corte de estrada na rodovia BA- 142, próximo à cidade de Andaraí (Imagem em perfil). Ponto AM-AM194. .................................................................................35 Foto 11: Intercalação de areia fina e silte da Formação Caboclo mostrando estruturas do tipo wavy (Imagem em perfil). Afloramento do tipo corte de estrada na rodovia BA-142 próximo à cidade de Andaraí. Ponto AM-180. ..........................................................................................36 Foto 12: Dobra suave nos metarenitos fluviais da Formação Tombador, na Trilha do Paty. Ponto AM-138. .........................................................................................................................56 Foto 13: Fault Propagation Fold associado à falha reversa e vergência para WSW. Em preto estão destacados os planos de acamamento e em vermelho está destacado o plano de falha. Afloramento na BA-142. Ponto AM-180. ................................................................................57 Foto 14: Dobra de arrastodesenvolvida pelo mecanismo de fault propagation fold associado à falha de empurrão, com cinemática reversa e vergência para WSW. Em preto estão destacados os planos de acamamentos e em vermelho está destacado o plano de falha. Afloramento na BA-142. Ponto AM181. ...........................................................................................................58 Foto 15: Dobra com geometria assimétrica em “Z”, apertada. Metassiltitos da Formação Caboclo. Afloramento do tipo corte de estrada na rodovia BA-142. Ponto AM-181. .............58 Foto 16: Tension gashes e pequena dobra com geometria kinknos metarenitos eólicos da Formação Tombador associado por falhas de com movimento aparente de cinemática sinistra com orientação N160/30º SW. Ponto AM-166. .......................................................................59 Foto 17: Tenshion gashes com atitude N250º/40NW nos metarenitos fluviais da Formação Tombador associadas à zona de cisalhamento com cinemática aparente sinistral. Ponto AM-174. ...........................................................................................................................................60 Foto 18: Veio de quartzo com estrias nos metarenitos fluviais da Formação Tombador na Vila de Igatú. Ponta da caneta aponta para a direção do deslocamento. Ponto AM-191. ................61 Foto 19: Shear bands com cinemática sinistral nos metarenito da Formação Tombador. Ponto AM-170. ...................................................................................................................................62
10
Foto 20: Plano de falha nos metarenitos da Formação Tombador mostrando estrias de baixo reike associadas a slickensides indicando cinemática sinistral. Ponto AM-172.......................63 Foto 21: Zona de falha do Rio Paraguaçu com a presença de cataclasitos. Escala no circulo em vermelho. Ponto AM-166. ........................................................................................................66 Foto 22: Falha Reversa com atitude N325º/65º NE nos metarenitos da Formação Tombador. Ponto AM-171. .........................................................................................................................67 Foto 23: Veio de quartzo com estrias e slickensides com cinamática reversa. Ponto AM-171...................................................................................................................................................67 Foto 24: Zona de cisalhamento rúptil com intenso grau de fraturamento, na Trilha do Paty com geração de tectonitos rúpteis. Ponto AM-125...................................................................68
11
ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Classificação das rochas de falha segundo Sibson (1977). ......................................51
12
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 Considerações Iniciais
Em termos geológicos a Chapada Diamantina pode ser dividida em dois distintos
domínios: Chapada Diamantina Ocidental e a Chapada Diamantina Oriental (Inda & Barbosa,
1978), sendo que a Serra do Sincorá se encontra nesse último domínio. A Serra do Sincorá é
um sistema orográfico caracterizado por vales profundos e encostas íngremes (Pedreira,
2002).
Segundo Pedreira (2002), a Formação Tombador, sobreposta pela Formação Caboclo,
do Grupo Chapada Diamantina, está depositada sobre a Formação Açuruá, (denominada pelo
mesmo autor como Formação Guiné), pertencente ao Grupo Paraguaçú. O contato da
Formação Tombador com a Formação Açuruá é marcada por uma discordância angular e pela
transição entre ambientes marinho e continental (Santana, 2009). A mudança de direção das
paleocorrentes é um indicador da passagem entre as Formações Açuruá e Tombador, visto
que na primeira as paleocorrentes estão orientadas para leste e na última para oeste. As
Formações Açuruá e Tombador e Caboclo representam as fases pós-rifte e sinéclise da Bacia
do Espinhaço Oriental, respectivamente (Santos, 2009).
A Serra do Sincorá é cortada por lineamentos recorrentes por toda sua extensão
seguindo orientação preferencial NW-SE que, segundo Silva (2009), estão associados ao
flanco de megadobramentos gerados durante o evento compressional Brasiliano. Danderfer
(1990) descreve a presença de dois padrões estruturais distintos, sendo o primeiro relativo a
um sistema de falhas reversas e dobras de empurrão com orientação preferencial NNW-SSE a
N-S (Danderfer & Dardenne, 2002). Segundo Danderfer (1990) esse padrão é de abrangência
regional sendo o mais expressivo na Chapada Diamantina. O segundo, de ocorrência restrita
(Danderfer, 1990), relaciona-se a um sistema de falhas de empurrão de orientação preferencial
E-W. O primeiro padrão de deformações seria gerado por esforços compressivos de
orientação WSW-ENE, sendo o segundo padrão estrutural resultado de esforços com
orientação N-S.
Esta monografia do Trabalho Final de Graduação (Geo – A76) apresenta os resultados
decorrentes das análises geométrica e cinemática da deformação superposta às rochas
metassedimentares das formações Açuruá, Tombador e Caboclo na região de Andaraí,
Chapada Diamantina.
13
1.2 Localização
A Chapada Diamantina está localizada na região central do estado da Bahia (Figura 1).
A área de estudo localiza-se na porção central da Serra do Sincorá, inserida no Parque
Nacional da Chapada Diamantina, no entorno da cidade de Andaraí, abrangendo o Vale do
Paty e a Vila de Igatú, distrito de Andaraí. A região está incluída na Bacia hidrográfica do Rio
Paraguaçu e é cortado pelo rio que dá o nome à Bacia.
Figura 1: Mapas de Situação e Localização. Modificado de Pedreira, 2002.
14
O melhor acesso à região, saindo de Salvador se dá pela BR-324 até Feira de Santana.
A partir daí, toma-se a BR-116, seguindo até o entroncamento com a BR-242. Percorre-se a
BR-242 no sentido de Lençóis, até o entroncamento com a BA-142. Depois se percorre esta
rodovia estadual te chegar à cidade de Andaraí (Figura 2). A distância total deste percurso é
de 419 km em um tempo total de aproximadamente 5 horas e 36 minutos.
Figura 2: Mapa mostrando o melhor acesso à área de estudo.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
O principal objetivo deste Trabalho Final de Graduação é realizar o levantamento do
arcabouço estrutural da Serra do Sincorá, no Anticlinal do Pai Inácio, e desenvolver um
modelo cinemático para esta região.
1.3.2 Objetivos Específicos
1. Realizar análise descritiva e cinemática das estruturas primárias e secundárias
presentes nas rochas metassedimentares das Formações Açuruá, Tombador e
Caboclo;
2. Posicionar o campo remoto de tensões atuantes na área de estudo;
15
3. Confeccionar um mapa geológico e estrutural na escala 1:60.000 para a Serra do
Sincorá no entorno da Cidade de Andaraí;
4. Elaborar um modelo evolutivo, simplificado, de evolução deformacional,
relacionando as fases deformacionais às estruturas identificadas na etapa de
campo.
1.4 Problema
A região da Chapada Diamantina, na Bahia, possui belas exposições de rochas
metassediementares com estruturas primárias muito bem preservadas, sendo alvo de diversos
estudos de caracterização sedimentar e estratigráfica. Há inúmeros trabalhos realizados que
descrevem as características faciologicas das formações presentes na Chapada Diamantina,
entretanto poucos foram os trabalhos de análise estrutural que caracterizaram esta região.
A Serra do Sincorá é uma feição orogenética, entalhada no Anticlinal do Pai Inácio, de
destaque na região, porém pouco se sabe sobe a sua gênese e resultado dos esforços atuantes
durante o evento orogenético sobre as fácies sedimentares.
Tendo isso em vista, surgem tais questionamentos: Qual o arcabouço estrutural e o
significado das deformações presentes na Serra do Sincorá? Qual o campo remoto de tensão
resposáveis por estas deformaçãoes? Quais as transformações metamórficas
(cristalização/recristalização) experimentadas pelas fácies sedimentares durante a evolução do
evento orogenético?
1.5 Hipótese As rochas metassedimentares que compõem o Supergrupo Espinhaço na região
fisiográfica da Chapada diamantina sofreram esforços compressivos relacionados com a
Orogênese Brasiliana (Almeida, 1977). Danderfer (1990); Lagoeiro, (1990); Danderfer et
al.(1993) e Pedreira (1994) discorreram a existência de dois eventos deformacionais para os
litotipos que compõem o Supergrupo Espinhaço na região da Chapada Diamantina. Estes
esforços são chamados de E1 e E2 pelos autores citados e representam eventos compressivo e
transcorrente, respectivamente sendo o primeiro de orientação E-W e o segundo de orientação
NNW-SSE quase N-S.
16
Para a área de estudo, acredita-se que os esforços referentes ao evento E1 sejam
responsáveis por um sistema de dobramentos suaves e de escala regional e falhas de empurrão
com orientação NNW-SSE, enquanto o E2 tenha gerado um importante sistema de falhas
transcorrentes e zonas de cisalhamento paralelos aos eixos das grandes dobras. Estas
deformações seriam responsáveis pelo baixo grau de metamorfismo a que foram submetidos
os metassedimentos das Formações Açuruá, do grupo Paraguaçu e das formações Tombador e
Caboclo do Grupo Chapada Diamantina.
1.6 Justificativa
O referido trabalho assume relevância por se tratar de um tema novo e pouco
desenvolvido nas rochas metassedimentares desse setor da Chapada Diamantina no Estado da
Bahia. Objetiva explicar os efeitos das tensões atuantes durante o evento orogenético que
ocorreu na Serra do Sincorá e causadores das deformações das rochas metassedimentares
constituintes das formações Açuruá, Tombador e Caboclo, presentes na região.
Esse entendimento permitirá o levantamento de novos dados e de interpretações a
respeito da evolução estrutural dessas formações, não só contribuindo para maior
conhecimento geológico da região, mas também para compreensão da influência das
estruturas primárias deposicionais na nucleação e evolução das estruturas tectônicas.
1.7 Método De Trabalho Para a confecção desta monografia foram realizadas as seguintes etapas:
Etapa I – Ao longo desta fase de trabalho foi desenvolvido o levantamento e pesquisa
bibliográfica, tendo sido consultadas trabalhos como livros didáticos, artigos, resumos, teses e
dissertações. Nesta etapa, foi realizada uma campanha de campo na região de Lençóis para o
reconhecimento das ambientes deposicionais, elementos arquiteturais, geometria externa dos
pacotes sedimentares, e das feições estruturais presentes na região da Chapada Diamantina.
Ainda nesta etapa foram realizadas interpretações de imagens de satélite e fotografias aéreas
(CBPM, 1976) na escala 1: 60.000, para traçar os lineamentos estruturais utilizando o
Software ArcGis® 9.3.
17
Etapa II – Na segunda fase de trabalho foram realizadas campanhas de campo na
região, entre os dias 16 a 22 de outubro de 2010 e entre os dias 03 a 15 de janeiro de 2011.
Foram visitados um total de 229 pontos de Afloramentos (ANEXO II). Nessa campanha
foram coletados uma série de dados estruturais, tais como azimute e mergulho de estruturas
primárias e secundárias. Nesta etapa foram utilizados equipamentos com GPS, bússola,
martelo geológico, cadernetas de campo e máquina fotográfica. Os dados obtidos foram
organizados em uma planilha Excel onde foram anotados dados como Identificação do
Afloramento, Data, Coordenadas do Ponto, Estrutura, Direção, Mergulho, Estruturas
Associadas, Rocha, Descrição da Rocha, Número da Foto.
Etapa III – Nessa etapa foi realizada a interpretação dos dados obtidos, durante a
Etapa II. Os dados sobre estas estruturas foram separados em arquvivos com a extensão “.txt”
para serem utilizados no software Stereonet® 3.2. Em seguida, foi realizada a confecção de
diagramas utilizando o software SteroNet® 3.2.
Etapa IV – Nesta última fase, foi feita a junção de todos os dados obtidos nas etapas
anteriormente descritas para a redação do Trabalho Final de Graduação.
18
CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL
2.1 Introdução O Cráton do São Francisco (Figura 3) representa uma entidade tectônica bastante
representativa do embasamento da plataforma sul-americana, que se estende por quase todo o
Estado da Bahia e parte do Estado de Minas Gerais (Almeida, 1977), (Barbosa et al, 2003) e é
limitada pelas faixas móveis Neoproterozoicas Rio Preto, Riacho do Pontal e Sergipana a
norte, Brasília a oeste e Araçuaí a sul-sudeste (Figura 3). Almeida (1977) descreve o Cráton
como um segmento crustal consolidado no paleoproterozoico.
No Cráton do São Francisco podem ser distinguido o embasamento mais antigo do que
1,8 Ga, coberturas fanerozoicas que serão descritas neste capítulo.
Cruz (2004) e Cruz & Alkimin (2005), propuseram uma nova delimitação para o
Cráton do São Francisco no seu contato com a Faixa Araçuaí, em função dos seus estudos que
demonstram a deformação do embasamento Arqueano-Paleoproterozoico durante a orogenia
Brasiliana (Figura 3).
Figura 3: O Cráton do São Francisco, suas faixas móveis marginais e os limites propostos por Almeida (1977) e Cruz (2004). Modificado de Cruz, 2004.
19
Alkimin et al. (1993) propuseram a existência do Corredor de Deformação do
Paramirim (Figura 4), gerado no Brasiliano, e caracterizado como uma megaflor positiva
cortando o Cráton na direção NNW-SSE. Este corredor é limitado pelas faixas brasilianas
Faixa Araçuaí a sul-sudeste, e Rio Preto e Riacho do Pontal a norte-noroeste.
Figura 4: Mapa geológico Geológico Regional da Chapada Diamantina. BG - Bloco Gavião, BJ – Bloco Jequié, SRP – Saliência do Rio Prado, ES – Espinhaço Setentrional, CD – Chapada Diamantina. Modificado de Cruz, 2004.
O Supergrupo Espinhaço consiste em uma megassequência implantada sobre riftes
estaterianos (1,8-1,6 Ga) (Dussin & Dussin, 1995), que resultou na segmentação do
Espinhaço Setentrional e Chapada Diamantina (Guimarães et al., 2008) O Espinhaço
Setentrional é composto pelo Grupo Oliveira dos Brejinhos (Paleoproterozoico), intrudidos
por corpos máficos representados por diques e sills (Guimarães et al. 2005, Guimarães et al.
2008, Loureiro et al. 2009) e pelo Grupo Santo Onofre de idade Neoproterozoica.
20
A Chapada Diamantina é dividida em dois ramos: Chapada Diamantina Ocidental e
Chapada Diamantina Oriental (Inda & Barbosa, 1978) separados pelo lineamento Barra do
Mendes-João Correia (Jardim de Sá et al., 1976), uma estrutura com orientação NNW-ESSE
(Figura 5).
Figura 5: Mapa da região oriental do Brasil mostrando a separação entre os domínios da Chapada Diamantina Oriental e Ocidental e o lineamento Barra do Mendes-João Correia, em Vermelho, separando os dois domínios (Pedreira et al., 1989). Modificado de Pedreira, 1994.
O Supergrupo Espinhaço é representado pelo Grupo Rio dos Remédios composto
pelas formações Novo Horizonte, Lagoa de Dentro e Ouricurí do Ouro, pelo Grupo Paraguaçu
que compartimenta as formações Mangabeira e Açuruá, sobrepostas pelas formações
Tombador e Caboclo do Grupo Chapada Diamantina. O Supergrupo São Francisco é
representado pelo Grupo Uno constituído pelas formações Bebedouro e Salitre (Figura 6).
A área de estudo está citada no ramo Oriental da Chapada Diamantina (Inda &
Barbosa, 1978) onde se instalaram dobras suaves e magmatismo restrito às intrusões básicas
21
(Pedreira, 1994). Nesta região, as unidades presentes são àquelas relacionadas ao Supergupo
Epinhaço.
Figura 6: Coluna Estratigráfica e aspectos deposicionais dos Supergrupos Espinhaço e São Francisco na Região da Chapada Diamantina.. Fonte: Silva, 2009 apud Guimarães et al., 2005.
22
2.2 Unidades Litológicas
2.2.1 O Embasamento Pré-Espinhaço O Bloco Gavião representa o embasamento cristalino da região. Segundo Souza et al.
(2003), suas rochas são constituídas essencialmente por ortognaisses migmatíticos de
composição tonalítico-trondhjemítico-granodiorítico com idades arqueanas (3,2-3,6 Ga),
intrudidas por granitoides paleoproterozóicos, e que mostram comumente feições com
predomínio de estruturas bandadas, enclaves máficos de granulação média a grossa.
Os ortognaisses migmatiticos do Complexo Gavião guardam registros de eventos
tectônicos pré-brasilianos, denunciados pela mudança das atitudes do bandamento gnáissico e
pelo padrão de dobras menores, retrabalhados pela deformação superimposta, de idade
brasiliana. As foliações geradas neste evento giram em torno da direção NS, com inclinações
subverticais; relaciona-se, também, lineação de estiramento tipo mergulho abaixo, marcada
por palhetas de biotita e cristais de quartzo (Guimarães, et al., 2008).
O embasamento do Bloco Gavião abriga uma série de Seqüências
Vulcanossedimentares, sendo algumas delas com características de Greenstone Belts. Entre
esses destacam-se as seqüências de Urandi, Boquira, Ibitira-Brumado, Guajeru, Riacho de
Santana-Urandi, Contentas Mirante, Umburanas e Mundo Novo, todas de idade arqueana a
arqueana-paleoproterozóica (Silva & Cunha, 1999), e estão agrupadas no Complexo Licínio
de Almeida (Bastos-Leal , 1998; Silva & Cunha, 1999; Barbosa et al., 2003).
Nas rochas do Bloco Gavião estão registrados os efeitos dos eventos tectônicos mais
antigos que são observados nas atitudes dos bandamentos gnáissicos e no padrão das dobras
de menor porte (Guimarães et al., 2008) retrabalhados pela deformação superposta, de idade
brasiliana (Martins et al., 2008).
2.2.2 O Supergrupo Espinhaço
As rochas que compõem as unidades desse supergrupo foram depositados em uma
bacia do tipo Rifte-Sag e sinéclise, intracratônica, de idade paleo-mesoproterozoicio
(Guimarães, et al., 2005), cuja geração iniciou-se no estateriano devido a uma tafrogênese que
gerou sistema de rifte. Essa bacia foi previamente preenchida por rochas magmáticas e
sedimentares que originaram o Supergrupo Espinhaço.
23
Na Bahia, o sistema de riftes Espinhaço é constituído de dois ramos: Rifte Espinhaço
Oriental (região fisiográfica da Chapada Diamantina), e o Rifte Espinhaço Ocidental (serra do
Espinhaço Setentrional).
O Supergrupo Espinhaço (Figura 6) abriga sedimentos terrígenos e vulcânicas ácidas a
intermediarias. Guimarães, et al., (2008) e Loureiro et. al. (2009), propuseram uma divisão
litoestratigráfica para a Serra do Espinhaço, composta pela Formação Algodão e os grupos
Oliveira dos Brejinhos, São Marcos e Santo Onofre e na região da Chapada Diamantina, as
unidades cronocorrelatas são a Formação Serra da Gameleira e os grupos Rio dos Remédios,
Paraguaçu, Chapada Diamantina e Morro do Chapéu.
A evolução da Bacia do Espinhaço Oriental, onde esta localizada a área de estudo,
sucedeu-se através de três etapas evolutivas (fases pré-rifte, sin-rifte e pós-rifte), onde seu
início se deu há cerca de 1,75 Ga (Schobbenhaus, 1996). A fase pré-rifte é marcada por
depósitos sedimentares siliciclásticos eólicos da Formação Serra da Gameleira (Guimarães et
al., 2008). A fase sin-rifte engloba as rochas vulcânicas/subvulcânicas da Formação Novo
Horizonte e os depósitos continentais da Tectonosequência Lagoa de Dentro/Ouricuri do Ouro
enquanto a fase pós-rifte é caracterizada pelos depósitos marinhos rasos da supersequência
Mangabeira/Açuruá (Guimarães et al., 2008 , Loureiro et al,. 2009).
2.2.2.1 Formação Serra da Gameleira Sequência deposicional formada por sedimentos siliciclásticos de origem eólica
acumulados em um espaço bacinal raso, derivado de flexura litosférica (Guimarães et al.,
2008). Suas rochas metassedimentares estão depositadas sobre o embasamento apresentando
discordância erosiva e ângular. Em relação à sequência superior (Formação Novo Horizonte
do Grupo Rio dos Remédios) apresenta discordância regional.
2.2.2.2 Grupo Rio dos Remédios
a) Formação Novo Horizonte Schobbenhaus & Kaul (1971) definem esta unidade como uma associação de litofácies
vulcânicas, subvulcânicas piroclásticas e epiclásticas de derivação vulcânica. Estas rochas
24
apresentam-se bastante deformadas, por ação de inúmeras zonas de cisalhamento que
associadas à ação de fluidos. São responsáveis por importantes mineralizações de ouro, barita,
cassiterita e quartzo rutilado (Guimarães et al., 2008).
b) Formação Lagoa de Dentro Compreende os depósitos pertencentes ao Membro Lagoa de Dentro descritos por
Schobbenhaus & Kaul (1971). A sedimentação dessa formação ocorreu em ambiente lacustre,
sendo composta essencialmente por metarritimitos (grauvaca e pelito), metassiltitos,
metargilitos, níveis subordinados de metaconglomerados e metarenito (Guimarães et al.,
2008). Esta unidade é sotoposta à Formação Ouricurí do Ouro, apresentando contatos
gradacionais interdigitados, o que denota uma afinidade deposicional entre as unidades.
c) Formação Ouricurí do Ouro
Esta unidade é formada por depósitos relacionados a sistemas aluviais e eólicos.
Guimarães et al.(2008) descrevem esta formação dividindo-a em cinco diferentes associações
de litofácies, depositados em sistemas distintos que são: eólico, fluvial, fluvio-deltaico-
lacustre, leques aluviais subaéreos a subaquosos e fluvio-deltaico ás vezes retrabalhados pelo
vento e por correntes de turbidez.
2.2.2.3 Grupo Paraguaçu
a) Formação Mangabeira Os sedimentos que compõem esta unidade são provenientes de um ambiente costeiro
desértico contendo depósitos fluviais. É compota por quartzitos e metarenitos finos, bem
selecionados, sericíticos, com estratos cruzados acanalados, onde as paleocorrentes indicam o
fluxo para SW (Schobbenhaus & Kaul, 1971). A feição mais marcante e diagnóstica deste
depósito é a estratificação cruzada de grande porte além da bimodalidade textural (Guimarães
et al., 2008).
25
b) Formação Açuruá Esta formação é definida por Montes (1977) como Formação Guiné. Os sedimentos
que compõem esta formação caracterizam um ambiente litorâneo a marinho raso. A deposição
desta unidade apresta um ordenamento granocrescente ascendente, iniciando com os
metargilitos, passando a metarritimito, encerrando em metarenito (Guimarães et al., 2008). As
estruturas presentes nas rochas que compõem a Formação Açuruá são as estratificações plano-
paralelas, cruzadas de pequeno porte e marcas onduladas de pequeno porte. Por vezes, estas
rochas metassedimentares apresentam minerais micáceos nos planos intra-estratais e fendas
de ressecamento preenchidas por arenito.
2.2.2.4 Grupo Chapada Diamantina
a) Formação Tombador É constituída essencialmente por metaarenitos médios a grossos com níveis
conglomeráticos (Guimarães et al., 2008). Os metaarenitos apresentam granulometria variável
com caráter bimodal na base, intercalados por níveis de metaconglomerados. As estruturas
mais frequentes nestes metaarenitos são estratificação cruzada acanalada e tabular. Os
metaconglomerados são formados por seixos arredondados e de outras rochas
metassedimentares. São em geral sustentados por uma matriz cujo granulometria varia entre
areia fina a grossa. Os prováveis ambientes desta formação são estuários, fluvial entrelaçado,
eólico e leques aluviais (Pedreira, 1994).
b) Formação Caboclo É interpretada por Pedreira (1994) como um depósito, em parte, oriundo de um
sistema de inter- a supramaré de ambiente lagunar e outra parte desta formação sendo
depositada em ambiente litorâneo de sub-maré. Essa unidade é composta por metaarenitos
finos bem selecionados, gradando para metassiltitos e metaargilitos (pelitos), metacarbonatos
com conglomerados subordinados. Observa-se a presença de estruturas do tipo wavy, lisen e
hummockies (Pedreira, 1994).
26
c) Formação Morro do Chapéu Pedreira (1994) descreve essa formação como resultado de uma deposição em
ambiente continental de sistemas fluviais, leques aluviais e eólicos. É composto por
metaarenitos e metaconglomerados com estratificação cruzada sigmoidal, acanalada e tabular.
2.2.3. As Rochas Intrusivas Máficas
As Rochas Máficas Intrusivas, segundo Guimarães et. al.(2008), ocorrem como diques
e sills com ampla distribuição regional. Estas intrudem todo o conjunto
metavulcanossedimentar do Supergrupo Espinhaço (Sequência Serra da Gameleira e
Tectonossequências Rio dos Remédios), na Chapada Diamantina e no Espinhaço Setentrional.
Tratam-se de corpos verticalizados, com orientação preferencial NNW e dimensões variadas
(Figura 6).
Guimarães et al., (2008) propuseram duas gerações para essas rochas. A primeira
delas, representada por leucogabro, fino, foliado, deformado, cinza-escuro e cinza-
esverdeado, são intrusivos nas unidades inferiores do Supergrupo Espinhaço, com idades
0,934 Ga (método U-Pb em zircão). A segunda geração é constituída por gabro isotrópico,
cinza escuro e verde, de granulação média a grossa com idades de ate 1,5 Ga que alcançam
até as formações Tombador e Caboclo do Grupo Chapada Diamantina.
27
CAPÍTULO 3 – GEOLOGIA LOCAL
3.1 Introdução A área de estudo abrange três diferentes unidades litoestratigráficas (Anexo I). Estas
unidades são representadas pelas rochas metassedimentares da Formação Açuruá,
representante de Grupo Paraguaçu e pelas formações Tombador e Caboclo do Grupo Chapada
Diamantina. Segundo Guimarães et al. (2008), a Formação Açuruá, topo do Grupo Paraguaçu,
marca a passagem da fase pós-rifte da Bacia do Espinhaço para a Sinéclise Chapada
Diamantina, onde se depositaram a Supersequência Tombador/Caboclo.
O contato entre as formações Açuruá e Tombador é marcado por discordância angular
(Pedreira,1994 e Dominguez, 1993). Na cidade de Andaraí afloram as formações Caboclo e
Tombador do Grupo Chapada Diamantina. Observa-se na porção oeste da cidade, a Formação
Tombador e na porção leste, a Formação Caboclo. O contato entre estas unidades não pode
ser observado, pois a sede do município de Andaraí está pavimentada sobre este. A Formação
Açuruá aflora apenas no Vale do Paty.
3.2 Formação Açuruá Foi inicialmente definida por Montes (1977) como Formação Guiné e posteriormente
descrita por Inda & Barbosa (1978) como Formação Açuruá. Esta unidade representa o fim da
fase pós-rifte da Bacia do Espinhaço Oriental e representa uma transgressão marinha, sobre os
depósitos continentais da Formação Mangabeira, sendo a transição entre estas unidades
definida como gradacional (Guimarães et al., 2008).
O produto do intemperismo sobre as rochas dessa unidade geram solos argilosos
espessos e bem desenvolvidos e são observados na seção basal do Vale do Paty.
A Formação Açuruá é encontrada no Vale do Paty e na porção basal da trilha Vale do
Paty-Andaraí, sopé da Serra do Sincorá, apresentando ampla distribuição espacial e espessura
de aproximadamente 300 metros com paleocorrentes que indicam sentido do fluxo
predominante para ENE.
28
As rochas que compõem esta unidade são metargilitos siltosos com planos
intraestratais preenchidos por micas brancas passando pra metasiltitos arenososde coloração
clara variando de tons esbranquiçados a rosa (Foto 1). As principais estruturas encontradas
nesta unidade são estratificações cruzadas acanaladas de pequeno a médio porte, estratificação
plano-paralela (Foto 2) e ripples. Estas unidades encontram-se metamorfisadas na fácies xisto
verde baixo. Na trilha Paty-Andaraí afloram metarenitos finos bem selecionados chegando a
médio no topo.
A Formação Açuruá é resultado da deposição de sedimentos em um sistema marinho
raso, ocasionalmente submetidos à eventos de alta energia em zonas de maré, praia e frentes
deltaicas relacionados a um trato de sistema transgressivo (Loureiro et al. 2009, Guimarães et
al. 2008).
Foto 1: Arenito fino da Formação Açuruá com coloração esbranquiçada visto na trilha Paty-Andaraí. Ponto AM-012.
29
Foto 2: Arenito médio da Formação Açuruá mostrando estratificação plano-paralela (retângulo vermelho) e estratificação cruzada acanalada (retângulo azul) visto na trilha Paty-Andaraí. GPS sobre a So. Ponto AM-018.
3.3 Formação Tombador
A Formação Tombador foi definida por Branner (1910). Segundo Guimarães et al.
(2008) e Guimarães et al. (2005), esta unidade representa a fase inicial da Sinéclise Chapada
Diamantina que aflora em maior proporção em relação às demais, nas porções mais altas da
Serra do Sincorá. Compreende um conjunto de rochas siliciclásticas que configuram um
relevo de serras alongadas.
Os solos referentes aos depósitos desta unidade são bastante arenosos a cascalhosos,
pouco profundos e pouco evoluidos.
As rochas metassedimentares que compõem a Formação Tombador afloram por toda
porção da trilha Paty-Andaraí, em toda cidade de Andaraí, na maior parte da estrada que liga
Andaraí a Mucugê, em toda vila de Igatú e apresenta uma bela exposição no leito do Rio
Paraguaçu (Foto 3).
30
As paleocorrentes medidas nessa unidade indicam que o sentido do fluxo de corrente
segue direção preferencial para W. Essa direção preferencial da paleocorrente é um dos
argumentos usados por Pedreira (1990) e Pedreira (1994), para defender a idéia de que o
Grupo Chapada Diamantina representaria uma bacia de foreland, sendo a Faixa
Jacobina/Contendas Mirante, fonte dos sedimentos.
Foto 3: Rochas metassedimentares da Formação Tombador aflorando no leito do Rio Paraguaçu, próximo à cidade de Andaraí. Ponto AM-166.
A sedimentação na base dessa formação é marcada pela deposição de areia fina
intercalada com siltes e o topo é marcado por conglomerados sustentados por seixos e por
matriz. Pedreira (1990) divide a Formação Tombador em três sistemas: Flúvio-Eólico, Eólico
e Leques Aluviais.
As fácies fluviais são caracterizadas por metarenitos finos a muito grossosque
apresentam mal selecionamento, em barras fluviais de geometria lenticular com
estratificações cruzada acanalada ou tangencial, que podem variar de pequeno a grande porte.
O topo desses depósitos fluviais é marcado por marcas onduladas que podem apresentar fluxo
bidirecional (Foto 4), indicando a existência de um sistema fluvial entrelaçado.
31
O sistema eólico é caracterizado por sedimentos arenosos finos bem selecionados,
topo com marcas onduladas, apresentando estratificação cruzadas acanalada, tabular ou
tangencial de grande porte (Foto 5) no caso de dunas, ou ainda estratificação plano-paralela,
no caso dos lençóis de areia (Foto 6).
Foto 4: Arenito fluvial com marcas onduladas bidirecionais no topo (Imagem em planta). Afloramento na cidade de Andaraí, no leito do Rio Baiano. Setas apontando na direção dos fluxos. Ponto AM-158.
Foto 5: Arenito eólico com estratificação tangencial de grande porte no leito do Rio Piaba, próximo à cidade de Andaraí. Ponto: AM-225.
32
Foto 6: Arenito eólico (lençol de areia) com estratificação plano-paralela no leito do Rio Paraguaçu, próximo a cidade de Andaraí. AM- 166.
O sistema de leques aluviais é representado por metarenitos com granulometria grossa,
intercalados por metaconglomerados suportados por grãos (Foto 7) ou por matriz. A espessura
desses conglomerados pode variar de dezenas de centímetros a vários metros.
Os sistemas de leques aluviais são encontrados exclusivamente na trilha que liga o
Vale do Paty à cidade de Andaraí, se estendendo por centenas de metros.
Os metaconglomerados suportados por grãos (Foto 7) são polimíticos contendo seixos
de metaarenito e quartzito de cores verde, marrom e rosa, com tamanhos variados de grânulos
até matacões em uma matriz com arenito médio a grosso. Os metaconglomerados suportados
por matriz apresentam seixos semelhantes aos anteriores (Foto 8).
33
Foto 7: Intercalação de arenito e conglomerado polimítico suportado por grãos, da Formação Tombador (Imagem em perfil). Trilha Paty-Andaraí. Ponto AM-134.
Foto 8: Conglomerados suportado por matriz, da Formação Tombador, visto na trilha Paty-Andaraí (Imagem em planta). Pont AM-134.
34
3.4 Formação Caboclo
A Formação Caboclo foi pioneiramente caracterizada por Branner (1910). Esta
unidade é descrita como o retrabalhamento do topo da Formação Tombador pela ação
marinha como resultado de um trato de sistema transgressivo (Guimarães et al. 2008;
Loureiro et al. 2009). Durante a trangressão marinha instalou-se um ambiente de planície de
maré dominado por tempestade (Silveira 1991, Guimarães 1996) sobre a planície fluvial
(Guimarães et al., 2008), descreve a Formação Caboclo como o final da Sinéclise Chapada
Diamantina.
O contato dessa unidade com a Formação Tombador é transicional e acontece de
forma gradual (Misi & Silva, 1996). Na área de estudo a passagem entre estas formações não
pôde ser observada, porém, ambas afloram na cidade de Andaraí (Foto 9)..
Foto 9: Afloramento da Formação Caboclo em corte de estrada na rodovia BA-142 em Andaraí. Ponto AM-159.
Os afloramentos visitados, desta unidade, apresentavam médio a alto grau de alteração
intempérica e coloração que varia de branco a avermelhado, passando por tons rosado a
35
amarelados. Os solos relacionados aos depósitos da Formação Caboclo apresentam-se
bastante argilosos, evoluídos e profundos.
Na área de estudo, a Formação Caboclo é caracterizada por intercalações de
metassiltitos, metaargilitos e metarenitos finos, bem selecionados com presença de corpos
lenticulares de carbonatos silicificados (Foto 10). Estas rochas apresentam estruturas
primárias como estratificação cruzada acanalada de pequeno a médio porte, marcas onduladas
no topo das camadas e estruturas do tipo linsen e wavy (Foto 11).
Foto 10: Lentes de carbonato da Formação Caboclo apresentando alto grau de silicificação visto em afloramento de corte de estrada na rodovia BA- 142, próximo à cidade de Andaraí (Imagem em perfil). Ponto AM-AM194.
36
Foto 11: Intercalação de areia fina e silte da Formação Caboclo mostrando estruturas do tipo wavy (Imagem em perfil). Afloramento do tipo corte de estrada na rodovia BA-142 próximo à cidade de Andaraí. Ponto AM-180.
37
CAPÍTULO 4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo tem como objetivo, conceituar as estruturas que serão apresentadas ao
longo deste trabalho.
As dobras, de maneira simplificada, são deformações que ocorrem a partir de
superfícies planas, submetidas a um regime dúctil, onde estas são encurvas em resposta á uma
tensão sobre elas aplicada (Pluijm & Marshak, 1997).
A Figura 7 apresenta os elementos geométricos de uma dobra.
Figura 7: Elementos geométricos de uma dobra. Modificado de Pluijm & Marshak, 1997.
Zona de Charneira é a zona de maior curvatura de uma dobra e que separa os dois
flancos (Pluijm & Marshak, 1997).
Linha de Charneira é a linha que une os pontos de curvatura máxima da superfície da
dobra (Machado & Silva, 2009).
Flancos são as superfícies menos deformas de uma dobra dividida pela zona e linha de
charneira.
38
Ponto de Inflexão é o ponto onde a dobra é dividida em dois setores de diferente
inflexão. Uma de convexidade voltada para cima e outra voltada para baixo.
Superfície Axial é a superfície que contém a linha de charneira e corta a zona de
charneira. Pode ser curva ou plana sendo, neste caso, chamada de Plano Axial.
O Plano de Perfil é a superfície usada para descrever a forma da dobra. Este plano
corta perpendicularmente a linha de charneira.
O sentido de fechamento de uma superfície dobrada fornece parâmetros para uma
classificação, baseada na sua geometria, podendo desta forma a dobra ser classificada como
anticlinal ou sinclinal (Figura 8).
Caso a zona de charneira esteja locada na parte superior da dobra, esta é classificada
como anticlinal (Pluijm & Marshak, 1997). Neste caso os flancos se abrem em sentidos
opostos (Machado & Silva, 2009) caracterizando um anticlinal. Anticlinais e sinclinais são
também caracterizados a partir de critérios estratigráficos. Neste caso, os anticlinais são as
dobras onde as camadas mais novas estão no exterior, enquanto as camadas mais antigas estão
no núcleo. Nos sinclinais ocorre exatamente o oposto, as camadas mais jovens ficam no
interior da dobra, e as mais antigas no exterior.
Figura 8: Esquema de dobras Anticlinal e Sinclinal. Fonte: (Machado & Silva, 2009).
39
No caso de um sinclinal a zona de charneira se localiza na parte inferior da dobra e os flancos
mergulham seguindo o mesmo sentido.
As dobras podem ser classificadas com base na linha de charneira e superfície axial.
Desta forma elas são chamadas de horizontais, verticais, ou inclinadas. As dobras horizontais
são àquelas onde o eixo tem caimento variando entre 0 a10º . Nas dobras verticais esse valor
varia entre 80º e 90º, enquanto as inclinadas têm caimento entre 10º e 90º (Figura 9).
Figura 9: Esquema de dobras a) horizontais, b) verticais e c) inclinadas. Fonte: (Richard, 1971).
Em relação à superfície axial, as dobras podem ser classificadas de duas formas. A
primeira tem relação com a simetria da dobra, podendo desta forma ser simétrica ou
assimétrica. A segunda tem relação com a sua posição no espaço podendo ser normais
reclinadas ou recumbentes.
Nas dobras normais, as superfícies axiais são verticais (entre 80º e 90º). Nas
recumbentes, as superfícies axiais são sub-horizontais (entre 0º e 10º), enquanto que nas
reclinadas, os flancos mergulham na mesma direção do plano axial.
40
Existe ainda outra forma de classificação que leva em consideração o ângulo entre os
flancos (intra-flanco) (Rowland, 1994). Segundo este critério, as dobras podem ser suaves
(180º -120º), abertas (120º - 70º), fechadas (70º - 30º), apertadas (30º - 0º) e isoclinais, quando
os flancos são paralelos entre si (Figura 10). Este ângulo é determinado segundo duas retas
tangentes que passam nos pontos de inflexão da superfície dobrada como no esquema
mostrado na Figura 11.
Figura 10: Classificação de dobras em relação ao ângulo intra-flancos. Fonte: Machado & Silva, 2009.
41
Figura 11: Retas tangentes passando pelo ponto de inflexão. Fonte: (Machado & Silva, 2009).
Em estruturas dobradas, anticlinais ou sinclinais, é comum estarem associadas dobras
de menor porte sendo conhecidas como dobras parasíticas (Figura 12). As dobras parasíticas
possuem, geralmente, a linha de charneira e superfície axial orientadas da mesma forma que a
dobra de proporções regionais a qual ela está associada.
Figura 12: Características da vergência de dobras parasíticas associadas a um grande antiforme simétrico. Modificado de Pluijm & Marshak (1997); Hobbs et al (1976).
42
As dobras com estilo kink (Figuras 13 e 14) são dobras que não apresentam
encurvamento nos flancos (flancos retos) e possuem zonas de charneiras apertadas e
angulosas e que ocorrem geralmente em pacotes rochosos que apresentam estratificação
(Davis & Reynolds, 1996).
As dobras em kink são formadas através do deslocamento entre as camadas por
esforços tangenciais longitudinais que resultam na rotação parcial dos estratos que apresentam
grande anisotropia (Pluijm & Marshak,1997).
Figura 13: Esquema tridimensional de dobra em kink, mostrando seus eixos. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).
O deslocamento intraestratal aumenta à medida que se afasta da zona de charneira e
atinge o máximo quando se atinge o ponto de inflexão, sendo que o descolamento é tanto
maior quanto o mergulho dos flancos da dobra (Pluijm & Marshak,1997).
43
Figura 14: Esquema simples de uma dobra em Kink vista em perfil, mostrando seus respectivos planos. Modificado de Davis & Reynolds (1996).
As estruturas do tipo fault propagation fold (Suppe & Medwedeff, 1990 ; Peacock et
al, 2003) são dobras cujo desenvolvimento está intimamente relacionado com a evolução de
falhas de empurrão em cinturões de dobramentos e cavalgamentos (Rolim & Alkmim, 2004).
É o resultado do avanço da terminação da falha (Figura 15). Neste processo os estratos do
bloco acima do plano de falha (capa ou teto) evoluem para estruturas em kink com o avanço
do descolamento, á medida que o “empurrão” se propaga. As Fault Propagation Folds são
estruturas assimétricas e com vergência pro mesmo sentido do empurrão.
44
Figura 15: Modelo de evolução de estrutura do tipo Fault Propagation Fold. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).
Tension Gashes (Figura 16) são fraturas de tração encontradas em zonas de
cisalhamentos rúpteis-dúcteis. Tais fraturas são posteriormente preenchidas por fluidos
hidrotermais. Neste mecanismo não há deslizamento intraestratal.
Estas estruturas ocorrem paralelamente ao tensor principal (δ1) atuante (Ramsey,
1980; Ramsey & Huber, 1983), ou seja, seu eixo principal é orientado no mesmo sentido da
tensão principal, enquanto a sua distensão ocorre perpendicularmente a este, sendo desta
forma, paralelas ao δ3 .
A geração das tension gashes ocorre quando o pacote rochoso não é mais capaz de
acomodar a deformação dúctil. Neste ponto se inicia o processo de fraturamento (Figura 17).
Estas estruturas ocorrem normalmente na região da charneira de dobras evoluídas a partir do
mecanismo de deslizamento flexural (Figura 18). O arco externo é estendido paralelamente à
45
camada, enquanto o arco externo é comprimido. Estas regiões de contração e estiramento são
separadas pela chamada superfície neutra, onde não há deformação (Figura 18).
Figura 16: Esquema de evolução das tension gashes mostrando seu eixo principal evoluindo paralelamente à tensão principal. Modificado de Passchier e Trouw (1996).
Figura 17: Desenvolvimento de tension gashes relacionadas à evolução de estruturas do tipo fault propagation fold. (a) desenvolvimento de suaves anticlinais e sinclinais; (b) tension gashes nucleiam cortando as dobras; (c) falha corta o conjunto de dobras e tension gashes. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).
Figura 18: Distribuição da deformação em dobras geradas por mecanismo de deformação tangencial longitudinal. Modificado de Drucker (1967).
46
Estruturas rúpteis denominadas fraturas são planos de descontinuidade, ou seja, uma
superfície onde não há mais coesão entre as partículas anteriormente unidas (Pluijm &
Marshak, 1997), porém não se observa deslocamento mensurável ao longo destas superfícies
(Figura 19). As fraturas podem ser preenchidas por minerais precipitados à partir de soluções
hidrotermais caracterizando-se como veios ou ainda por outras rochas de origens diferentes,
sendo chamados de diques (Davis & Reynolds, 1996).
Figura 19: Bloco diagrama mostrando diferentes tipos de estruturas rúpptis. Modificado de Cloos (1922) apud Price & Cosgrove (1990).
As falhas rúpteis se diferenciam destas por apresentarem deslocamento relativo
mensurável entre as superfícies de descolamento (Machado & Silva, 2009). A escala deste
deslocamento pode variar de poucos centímetros a vários quilômetros de extensão.
Zona de falha é a região que bordeja a falha e onde o deslocamento resultante é
particionado por diversas falhas de dimensões menores que tiveram origem contemporânea à
falha principal. Em outras palavras o deslocamento principal é o somatório de menores
deslocamentos secundários.
A Figura 20 apresenta os elementos geométricos de uma falha:
47
Figura 20: Elementos geométricos de uma dobra. Modificado de Pluijm & Marshak (1997).
Plano de falha é a superfície por onde a formação rochosa fratura-se e desliza (Press et
al, 1994). É a superfície de descolamento.
Bloco de falha é o corpo rochoso que experimentou movimento como conseqüência do
deslocamento da falha.
Muro ou Lapa (Footwall Block) é o bloco situado abaixo do plano de falha.
Teto ou capa (Hangingwall Block) é o bloco situado acima do plano de falha.
As falhas, segundo Anderson (1942), podem ser classificadas, de acordo com a
movimentação relativa entre os blocos de falha, em quatro tipos diferentes: Normais,
Reversas, Transcorrentes e Oblíquas (Figura 21).
48
Figura 21: Classificação de falhas de Anderson (1942), de acordo com sua geometria. a) Falha Normal; b) Falha Reversa; c)Falha Transcorrente; d) Falha Oblíqua. Modificado de Price & Cosgrove (1990).
As falhas normais são provocadas por esforços verticais e tem como resultado uma
dinâmica distensiva horizontalmente. Neste caso o teto desce em relação ao muro.
Falhas reversas são resultantes de esforços compressivos horizontais. Neste caso o teto
desloca-se para cima do muro.
As falhas transcorrentes são marcadas por movimentos horizontais, onde os blocos se
deslocam em direções opostas. Este tipo de falha pode ainda ser classificado em dextral ou
sinistral, segundo o sentido do movimento relativo entre estes blocos. Quando o bloco da
esquerda se move em direção a um observador fixo, temos a cinemática sinistral (Figura 22).
No caso contrário, ou seja, o bloco da direita se aproxime do observador, temos a cinemáica
dextral (Figura 22).
As falhas oblíquas são geradas quando os vetores de deslocamentos dos blocos de
falha não são totalmente verticais ou totalmente horizontais. Em outras palavras, o
deslocamento entre os blocos de falhas se dá pela combinação de um vetor horizontal e um
outro vertical.
49
Figura 22: Bloco diagrama mostrando movimentação relativa dos blocos com a) cinemática sinistral e b) cinemática dextral.
Zonas de Cisalhamento são faixas relativamente estreitas, planares ou curvas, de
intensa deformação a taxas variáveis, cuja intensidade da deformação diminui lateralmente
para as paredes da zona (Pluijm & Marshak, 1997). As zonas de cisalhamento são definidas
de acordo com a as características do ambiente em que são submetidas e a depender da
combinação de fatores como pressão temperatura, profundidade da crosta e conteúdo
litológico podem gerar diferentes tipos de rochas. De acordo com o regime em que estas
rochas são geradas, as zonas de cisalhamentos são classificadas em rúptil, rúptil-dúctil ou
dúctil-rúptil e dúctil (Figura 23).
Figura 23: Deformação dúctil (a), rúptil-dúctil (b), rúptil-dúctil (c), dúctil (d). Modificado de Pluijm & Marshak (1997).
O regime rúptil é caracterizado pela perda de coesão das rochas quando submetidas á
certa tensão. Ocorre quando a tensão aplicada sobre um corpo ultrapassa um valor crítico até
o qual este corpo pode suportar sem sofrer deformação (Pluijm & Marshak, 1997). Este
comportamento é estritamente controlado pela pressão e ocorre em baixas temperaturas.
50
Com o aumento da pressão, e conseqüentemente a temperatura, o corpo tende a
apresentar uma maior plasticidade, ou seja, maior capacidade de acomodar certa deformação,
devido ao aumento do valor crítico até onde este corpo pode ser submetido á uma tensão sem
sofrer deformação rúptil. Quando ultrapassado este ponto, o material é rompido pela perda de
coesão. Este é o chamado regime dúctil-rúptil ou rúptil-dúctil (Davis & Reynolds, 1996).
O regime dúctil acontece sob condições de altas pressões e temperaturas. Neste estado
o material apresenta grande ductibilidade, ou seja, condições de acomodar altas taxas de
deformação sem apresentar zonas de descontinuidades no material (Pluijm & Marshak, 1997).
A presença de falhas em superfície é evidenciada pela presença de indicadores que
refletem o atrito das rochas, na superfície, provocado pelo movimento relativo entre os blocos
da falha. Estas evidências são chamadas de rochas cataclásticas e são resultado do atrito,
desfragmentação e moagem da rocha, podendo haver ainda recristalização. Estas rochas
podem ser divididas em dois grupos: cataclasitos e milonitos (Machado & Silva, 2009).
Os cataclasitos são rochas sem estruturas orientadas, que ocorrem em profundidades
relativamente rasas (entre 4 km e 8 km de profundidade), onde predominam condições de
deformação rúptil (Brodie et al., 2007). Os milonitos, diferentemente dos cataclasitos são
rochas cm estrturas fortemente orientadas, geradas sob condições de deformação rúptil
(inferior a 5 km de profundidade) (Figura 24).
Os cataclasitos e milonitos são ainda subdivididos de acordo com as condições do
ambiente e do conteúdo litológico (Sibson,1977; Brodie et al.,2007) (Figura 24; Tabela 1).
Figura 24: Relação entre os tipos de rocha de falha e as variações de profundidade e temperatura segundo, Sibson (1977). Modificado de Pluijm & Marshak (1997).
51
Tabela 1: Classificação das rochas de falha segundo Sibson (1977).
Um sistema de fraturas e falhas subsidiárias nucleadas em ambiente rúptil a dúctil-
rúptil pode se desenvolver a partir de uma falha principal, ou de um sistema de falhas. Estas
estruturas subsidiárias obedecem a ângulos distintos, definidos em relação à estrutura
principal e se relacionam também entre si, de acordo com ângulos bem definidos (Sylvester,
1988). As relações geométricas e cinemáticas entre os sistemas de fraturas cisalhantes
permitem utilizá-los como indicadores cinemáticos dos sistema principal de fraturas
xisalhantes.
Este modelo bastante particular que envolve um sistema de falhas transcorrentes é
conhecido como modelo de Riedel (Figura 27) e foi pioneiramente descrito por Cloos (1928)
e Riedel (1929) em um experimento utilizando materiais de argila e areia, submetidos a
tensões cisalhantes de modo a gerar um conjunto de falhas transcorrentes (Katz et al, 2004).
As relações cinemáticas entre este conjunto de fraturas subsidiárias servem como fonte
de informação para a determinação da movimentação cinemática da falha principal (Figura
25). A princípio este modelo era aplicado apenas para estruturas de pequena escala, sendo
hoje aplicado para estruturas de escalas quilométricas (Katz et al, 2004).
O modelo Riedel (Figura 25) é constituído por um par de fraturas conjugadas
Sintéticas (R) em relação à falha principal e Antitéticas (R’) também em relação à falha
52
principal (Riedel, 1929; Sylvester, 1988; Tchalenko & Ambaseys, 1970; Wilcox et al, 1973)
apud Petit (1987) . As fraturas Sintéticas (R) formam um ângulo de 10º a 30º com principal
enquanto a Antitética (R’) forma um ângulo que varia entre 60º e 80º em relação à principal
(Riedel, 1929; Tchalenko, 1968 apud Katz et al, 2004). As fraturas T são fraturas de tração
que formam um ângulo de 45º com a fratura principal. As fraturas Y ou D são fraturas de
cisalhamento sintéticas subparalelas às fraturas principais. As fraturas P são um terceiro
sistema de fraturas sintéticas que formam um ângulo de 10º a 30º em relação á fratura
principal. Por fim, o conjunto de fraturas X é sintético, com um ângulo variando entre 60º a
80º em relação à família de fraturas principais.
Figura 25: Modelo esquemático de cisalhamento tipo Riedel. R – Fratura Sintética; R’ – Fratura Antitética; T – Fratura de Tração; P – Fratura de cisalhamento Sintética Secundária; X – Fratura de cisalhamento Sintética Secundária Y ou D – Fraturas de cisalhamento sintéticas subparalelas ás fraturas principais. Fonte: www.geologia.ufpr.br/graduacao/estrutural2010/aula8.pdf.
53
CAPÍTULO 5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL DA ÁREA DE ESTUDO
5.1 Considerações Iniciais Na região da Chapada Diamantina, ocorrem dois padrões estruturais bem distintos,
ambos de idade Brasiliana (Danderfer, 1990).
O primeiro padrão, presente nas rochas metassedimentares do Supergrupo Espinhaço
(Inda & Barbosa, 1978), corresponde a um mega sistema de dobras cilindricas e falhas de
empurrão, orientados preferencialmente na direção NNW – SSE, em seu estágio inicial de
desenvolvimento (Danderfer, 1990; Lagoeiro, 1990; Danderfer et al., 1993; Pedreira, 1994).
Este sistema denominado de Sistema de Dobramentos e Empurrões da Chapada Diamantina, é
caracterizado pela vergência preferencial no sentido ENE. A magnitude de deformação
decresce no sentido de oeste para leste à medida que se afasta do Corredor de Deformação do
Paramirin (Cruz, 2004; Cruz & Alkimin, 2007) que bordeja a sudeste o Cráton do São
Francisco.
Durante a evolução deste evento, as primeiras estruturas a nuclearem foram as zonas
de cisalhamento inter e intraestratal (Danderfer & Alkimin, 1991 apud Danderfer et al.,1993).
Em seguida ocorreram os megadobramentos característicos da região, que na maioria dos
casos tratam-se de sucessões de antiforrmes e sinformes suaves a fechados, com ligeiras
assimetrias, nucleados por deslizamentos flexurais (Danderfer et al., 1993).
O segundo padrão é descrito por Danderfer (1990) e Danderfer et al. (1993) como um
sistema de dobras e falhas de empurrão, de ocorrência restrita nas rochas metassedimentares
do Grupo São Francisco, orientado em sentido preferencial E-W, produzidas por um campo
compressional atuante de norte para sul. Esse padrão é resultado de uma manifestação
intracratônica, dos processos que geraram as faixas Rio Preto e Riacho do Pontal que
margeiam a porção norte do Cráton do São Francisco (Danderfer et al., 1993).
As deformações geradas neste evento são representadas por um sistema de zonas de
cisalhamento rúpteis transcorrentes, de escala regional, compondo um par de falhas
conjugadas, com cinemáticas sinistral e dextral, orientados respectivamente, no sentido NNE-
SSW e NNW-SSE (Danderfer et al., 1993) (Figura 26). A Falha de São João se estende desde
sudeste da cidade de Palmeiras bordejando a leste a Bacia de Irecê até o limite setentrional da
Folha Seabra apresentando movimento aparente sinistral (Bonfim & Pedreira, 1990). Segundo
54
Danderfer (1990) e Danderfer et al.(1993), esta falha seria formada por um cisalhamento
simples sinistral relacionado a um sistema do tipo Riedel de orientação NNE-WSW (Figura
26).
Figura 26: Mapa Geológico-Estrutural Simplificado da Chapada Diamantina com a área de estudo assinalada. Modificado de Danderfer et al., 1993.
5.2 Análise Geométrica e Cinemática
5.2.1 Estrutúras Dúctil - Rúpteis
No Anticlinal do Pai Inácio, um anticlinal resultante de processo de megadobramento
regional, cujo eixo principal está orientado segundo um trend NNW-SSE. Neste anticlinal
está entalhada a Serra do Sincorá. Esta megafeição é caracterizada por apresentar dobras
formadas pelo mecanismo de deslizamento flexural, mais apertadas a oeste tendendo a dobras
mais suaves a leste (Danderfer 1990).
O acamamento (S0) no flanco leste da Serra o Sincorá tem orientação geral
preferencial N-S com baixos valores de mergulhos variando entre 10º e 40º. Na área de estudo
55
o mergulho é preferencialmente para NE (Figura 27). O diagrama de isodensidade polar da
Figura 27 mostra que o valor máximo de concentração dos pólos é igual a 78ºp/261º. O plano
de máximo obtido foi 351º/12ºNE e o Lb 1ºp/349º configurando o Anticlinal do Sincorá como
uma dobra suave.
Figura 27: a) Diagramas de planos para o acamamento (S0) da Serra do Sincorá. b) Diagrama de Isodensidade Polar para o acamamento (S0) da Serra do Sincorá mostrando o valor máximo 78ºp/ 261, plano máximo 351/12ºNE e o Lb, representado pela estrela verde, mostrando o valor de 1ºp/349.
Na trilha que liga a cidade de Andaraí ao Vale do Paty, no ponto AM-138, foi
observada a presença de uma dobra suave, de grande porte nos metarenitos fluvias da
Formação Tombador (Foto 12). Os diagramas de isodensidade polar (Figura 28) para esta
dobra mostram que os flancos mergulham tanto para NW quanto para SE configurando um
padrão compatível com estruturas desse tipo.
Os diagramas da Figura 29 mostram a configuração para esta dobra, de acordos com
os valores das medidas dos seus flancos, com o valor máximo de 66ºp/142º, o plano máximo
de 232º/24º NW e o valor calculado para o eixo da dobra (Lb) de 3ºp/331º (estrela verde no
diagrama). A configuração desta dobra se mostra compatível com as megadobras de escala
regional descritas por diversos autores.
56
Foto 12: Dobra suave nos metarenitos fluviais da Formação Tombador, na Trilha do Paty. Ponto AM-138.
Figura 28: Diagramas para os flancos da dobra nos metarenitos fluviais da Fm. Tombador na Trilha do Paty. a) Diagrama de planos. b) Diagrama de Isodensidade polar mostrando o valor máximo de 69ºp/249, plano máximo de 339/21º NE e Lb de 15ºp/17.
57
Na Serra do Sincorá estão presentes estruturas nucleados em regime dúctil-rúptil como
as fault propagation fold associadas a falhas de empurrão (Fotos 13 e 14). Tais estruturas
representam dobra subsidiárias e são as estruturas mais importantes, hierarquicamente, depois
da mega dobra da Serra do Sincorá.
Essas estruturas foram observadas nos metassiltitos e metarenitos da Formação
Caboclo, nos pontos AM-180 E AM-181 (Anexo I), localizados ao longo da BA- 142, estrada
que liga Andaraí a Mucugê. São observadas dobras suaves a abertas, simétricas de pequeno a
médio porte, com geometria cilindrica e vergência para WNW, onde o próprio flanco da
dobra serve como rampa de cavalgamento.
Foto 13: Fault Propagation Fold associado à falha reversa e vergência para WSW. Em preto estão destacados os planos de acamamento e em vermelho está destacado o plano de falha. Afloramento na BA-142. Ponto AM-180.
58
Foto 14: Dobra de arrastodesenvolvida pelo mecanismo de fault propagation fold associado à falha de empurrão, com cinemática reversa e vergência para WSW. Em preto estão destacados os planos de acamamentos e em vermelho está destacado o plano de falha. Afloramento na BA-142. Ponto AM181.
Ainda no afloramento do ponto AM-181 verifica-se a presença de uma dobra
assimétrica, apertada, de médio porte, nos metassiltitos da Formação Caboclo (Foto 15). Este
afloramento apresenta alto grau de silicificação, provavelmente provocado pelas altas taxas de
deformação responsáveis pela geometria assimétrica em “Z”, apertada da dobra.
Foto 15: Dobra com geometria assimétrica em “Z”, apertada. Metassiltitos da Formação Caboclo. Afloramento do tipo corte de estrada na rodovia BA-142. Ponto AM-181.
59
No afloramento AM-165, no leito do Rio Paraguaçu, são observadas tension gashes
com orientação preferencial N010/10º SE indicando cinemática reversa sinistral para a zona
de cisalhamento, associados a dobra com geometria kink assimétrica de pequeno porte onde
não se nucleia uma falha de empurrão e que deformou os planos de acamamento dos
metarenitos eólicos da Formação Tombador cujo orientação é N312/ 15 NE (Foto 16). A
superfície de acamamento sofre uma mudança abrupta de orientação.
Estas estruturas são nucleadas em um plano kink com orientação N160º/30º SW
observada em alguns planos. O afloramento apresenta um alto grau de silicificação.
Foto 16: Tension gashes e pequena dobra com geometria kinknos metarenitos eólicos da Formação Tombador associado por falhas de com movimento aparente de cinemática sinistra com orientação N160/30º SW. Ponto AM-166.
Estas estruturas são comumente associadas às zonas de cisalhamento rúptil-dúctil,
onde fluidos preenchem juntas extensionais (Foto 17). Os grãos de quartzo cristalizados no
interior destas juntas podem ser vistos a olho nú.
60
Foto 17: Tenshion gashes com atitude N250º/40NW nos metarenitos fluviais da Formação Tombador associadas
à zona de cisalhamento com cinemática aparente sinistral. Ponto AM-174.
Os tension gashes compreendem estruturas com o mergulho bastante variado e estão
fortemente associados às fraturas de tração com orientação NNW-SSE. Observa-se também a
presença de um segundo padrão com orientação aproximada E-W, porém, este trend, possui
uma menor freqüência em relação ao primeiro, orientado NNW-SSE.
O diagrama de roseta, com o tratamento estatístico dessas estruturas está apresentado
na Figura 29 e confirma a existência destes trends para os veios de quartzo e para as tension
gashes.
61
Figura 29: Diagrama de roseta com tratamento estatístico para os veios e tension gashes mostrando dois trends para as estruturas dúcteis-rúpteis.
Nos veios de quartzo desenvolvem-se outras estruturas características de regimes
dúctil-rúpteis: as fibras de estiramento mineral (Lx) (Foto 18). São cristais de quartzo,
centimétricos, encontrados nas zonas de cisalhamento ou nos planos intraestratais. Estes
cristais apresentam apresenatam geometria prismática, fibrosa e alongada que indicam o
sentido do deslocamento aparente entre os blocos deslocados.
Foto 18: Veio de quartzo com estrias nos metarenitos fluviais da Formação Tombador na Vila de Igatú. Ponta da caneta aponta para a direção do deslocamento. Ponto AM-191.
62
5.2.2 Estruturas Rúpteis
As estruturas rúpteis mais comuns na área de estudos são as bandas de cisalhamento
(shear bands), fraturas, fraturas escalonadas e falhas por vezes associadas a cataclasitos e
cujos planos podem exibir estruturas como estrias (slickenlines) e degraus (slickensides).
Outras estruturas rúpteis encontradas são as zonas de cisalhamento que apresentam
cominuição da rocha e formação de cataclasitos.
Bandas de cisalhamento (Shear Bands) são estruturas rúpteis encontradas na área de
estudo (Foto 19). São o resultado de um intenso cisalhamento que gera a cominuição das
rochas encaixantes. Estas estruturas foram encontradas nos metarenitos da Formação
Tombador, principalmente na trilha do Vale do Paty. A Foto 19 mostra shear bands com
indicando cinemática aparente sinistral.
Foto 19: Shear bands com cinemática sinistral nos metarenito da Formação Tombador. Ponto AM-170.
63
As falhas destacam-se dentre as estruturas rúpteis observadas. Os planos de falha são
caracterizados por apresentarem estrias associadas e por vezes degraus (slickensides) bastante
suaves e discretos, que indicam a movimentação cinemática destes planos.
A Foto 20 mostra um plano de falha, nos metarenitos fluviais da Formação Tombador,
com orientação N15/60º SE exibindo estrias de baixo rake orientadas na direção 25ºp/160,
associadas a degraus que indicam cinemática sinistral.
Foto 20: Plano de falha nos metarenitos da Formação Tombador mostrando estrias de baixo reike associadas a slickensides indicando cinemática sinistral. Ponto AM-172.
Analisando os diagramas de tratamento estatístico (Figuras 30 e 31) para os planos de
falhas com movimento aparente dextral e sinistral, distingue-se a existência de orientações
preferenciais para estas estruturas, sendo as direções WNW-ESE e NE-SW para as falhas
dextrais e o padrão NNW-SSE para as falhas com cinemática sinistral.
As falhas com movimento aparente dextral apresentam dois padrões principais de
orientação, com mergulhos subverticais sendo o primeiro e mais marcante com direção
WNW-ESE, e o segundo, de menor intensidade, com direção NE-SW. Os valores máximos
64
para o primeiro padrão igual a 6ºp/180 e para o segundo padrão iguala 8ºp/129. Os planos de
máximo para o primeiro e segundo padrão respectivamente são N280/84º NE e N218/82º NW
(Figura 30).
Figura 30: Diagramas de tratamento estatístico para as fraturas cisalhantes dextrais. a) Diagrama de rosetas; b)Diagrama de isodensidade polar.
As falhas com movimento aparente sinistral apresentam apenas um padrão principal
de orientação sendo este NNW-SSE com mergulhos subverticais. Os diagramas da Figura 31
mostram tratamento estatístico para estas falhas onde o valor máximo é igual a 25ºp/255 e o
plano máximo é N345/65ºNE.
Figura 31: Diagramas de tratamento estatístico para as falhas sinistrais. a) Diagrama de rosetas; b)Diagrama de isodensidade polar.
65
A combinação dos padrões de falhas com movimento aparente sinistral e dextral
(Figura 32) sugerem a existência de um padrão de cisalhamento do tipo Riedel (Figura 33). As
falhas com movimento aparente sinistral com orientação preferencial NNW-SSE
representariam as falhas sintéticas (R) em relação à direção de falha principal (Y) (Figura 34)
e as falhas com movimento aparente dextral com orientações WNW-ESE representaria, o
padrão antitético (R’) em relação ao plano de falha principal (Y) (Figura 34). Esta direção de
falhas principal (Y) seria representada pela Falha do Rio São João como sugerem Danderfer
(1990); Bonfim & Pedreira (1990); Pedreira (1994).
Figura 32: Diagrama de roseta para as falhas dextrais e sinistrais, mostrando o padrão de cisalhamento Riedel.
Figura 33: Modelo do padrão de cisalhamento Riedel.
66
No ponto AM-166, no leito do Rio Paraguaçu, às margens da rodovia BA-142, onde
afloram metarenitos eólicos da Formação Tombador, instalou-se um sistema de falhas
bastante marcante que corta os planos de acamamento (So) com atitude N356/ 75º NE. Como
resultado da intensa deformação rúptil, houve a formação de cataclasitos (Foto 21).
Foto 21: Zona de falha do Rio Paraguaçu com a presença de cataclasitos. Escala no circulo em vermelho. Ponto AM-166.
67
No ponto AM-171, encontra-se uma falha reversa bastante marcante. A falha possui
atitude N325º/65NE, onde observa-se que o acamamento (So) está orientado a N320º/80ºNE.
O conjunto é cortado por um sistema de tenshion gashes (Foto 22). O sistema de falha corta
os metarenitos e os metaconglomerados da Formação Tombador. Alguns planos intraestratais
encontram-se preenchidos por veios de quartzo marcados por estrias geradas por deslizamento
intraestratal associados por slickensides indicando com cinemática reversa (Foto 23).
Foto 22: Falha Reversa com atitude N325º/65º NE nos metarenitos da Formação Tombador. Ponto AM-171.
Foto 23: Veio de quartzo com estrias e slickensides com cinamática reversa. Ponto AM-171.
68
As zonas de cisalhamento rúpteis desenvolvem-se sobre o acamamento (So) das
rochas metassedimentares das Formações, Açuruá, Tombador e Caboclo. Tais estruturas tem
a característica particular de provocar cominuição das rochas gerando cataclasitos (Foto 24).
Os diagramas de tratamento estatístico para estas estruturas (Figura 34) revelam um
trend preferencial N-S onde o valor máximo é igual a 25º p/255º e o plano de máximo é
N345º/65ºNE.
Foto 24: Zona de cisalhamento rúptil com intenso grau de fraturamento, na Trilha do Paty com geração de
tectonitos rúpteis. Ponto AM-125.
Figura 34: Diagramas de tratamento estatístico para as zonas de cisalhamento. a) Diagrama de rosetas; b)Diagrama de isodensidade polar.
69
5.3 Evolução Deformacional da Área de Estudo As colisões responsáveis pela inversão parcial da bacia paleo/mesoproterozoica so
Espinhaço durante Ciclo Brasiliano, no Neoproterozoico, atuaram de forma intensa nas bordas
norte, noroeste-oeste e sudoeste do Cráton do São Francisco (Danderfer, 1990). Essa intensa
atividade tectônica foi responsável pela geração de faixas móveis Rio Preto e Riacho do
Pontal e Araçuaí como sistemas de dobramentos e cavalgamentos que provocaram intensa
deformação nas coberturas paleo-mesoproterozoicas da Chapada Diamantina (Inda &
Barbosa, 1978) e do aulacógeno do Paramirim (Cruz & Alkimin, 2005).
A análise dos dados obtidos e interpretados no decorrer deste trabalho permite uma
visualização da atuação deformação sobre as rochas metassedimentares do Super Grupo
Espinhaço, sobretudo nas rochas metassedimentares dos Grupos Paraguaçu e Chapada
Diamantina, aflorantes no entorno da cidade de Andaraí, localizada na porção central da Serra
do Sincorá.
As estruturas apresentadas na área de estudo e tratadas no decorrer deste trabalho,
permitem a caracterização evolutiva simplificada para a região, segundo a atuação de duas
fases deformacionais distintas. A primeira fase (D1) com característica dúctil- rúptil a rúptil
segundo esforços compressivos E-W e a segunda fase (D2) representado por um estágio
transcorrente com característica predominantemente rúptil e esforços NW-SE.
5.3.1 Fase Deformacional D1
A primeira fase da evolução tectônica da área gerou o mega-dobramento responsável
pela estruturação da Serra do Sincorá e diversas estruturas nucleadas sobre os flancos deste
grande anticlinal tais como dobras subsidiárias geradas pelo mecanismo de deslizamento
flexural e dobras kink associadas a falhas reversas, shear bands e fibras de estiramento mineral
(Lx).
As dobras relacionadas à fase D1 são, no geral suaves e em alguns casos apertadas,
com de pequeno comprimento de onda. Algumas estão associadas com estruturas do tipo fault
propagation fold. Estão localizadas no flanco oriental do anticlinal do Sincorá. Apresentam
deformações de pequeno a médio porte.
Estas estruturas apresentam uma orientação geral dos seus eixos posicionados
preferencialmente segundo uma direção aproximadamente N-S o que sugere que o tensor
70
principal de tensão esteja posicionado na direção E-W (Danderfer, 1990; Danderfer et al.,
1993). Esta fase deformacional estaria relacionada com o evento compressivo responsável
pela inversão do Corredor de deformação do Paramirim.
5.3.2 Fase Deformacional D2
A segunda fase deformacional (D2) de evolução tectônica gerou falhas transcorrentes
com cinemática predominantemente sinistral, orientadas preferencialmente no sentido NNW-
SSE, cujo mecanismo principal gerador seria a colisão, à norte, nos orógenos Rio Preto e
Riacho do pontal que margeiam a entidade tectônica do Cráton do São Francisco.
As rochas metassedimentares do Supergrupo espinhaço sofreram intensa deformação
que deram origem às zonas de cisalhamento em regime rúptil-dúctil, com cinemática sisnitral
(Danderfer, 1990; Lagoeiro, 1990; Danderfer et al., 1993).
Na área de estudo, A fase D2 de deformação foi responsável pela nucleação de zonas
de cisalhamento, que obedecem a uma orientação preferencial aproximadamente N-S onde se
observa a geração de cataclasitos. O processo também foi responsável pela instalação e um
sistema de fraturas cisalhantes, cuja família principal é orientada no sentido NNW-SSE, com
cinemática sinistral e um conjunto de fraturas com cinemática dextral orientados nos sentidos
WNW-ESE caracterizando um sistema do tipo Riedel, de acordo com o previsto para a Falha
de São João onde a primeira família (NNW-SSE) seria o conjunto falhas sintéticas (R) à
direção de falha principal e a segunda família (WNW- ESE) representaria o padrão antitético
(R’) em relação à direção da falha principal.
Os tension gashes e veios de quartzo gerados durante este processo preenchem os
planos de fraturas com um trend aproximadamente N-S, sendo que os veios de quartzo muitas
vezes mostram fibras de estiramento mineral que indicam associados à steps que indicam
movimento aparente sinistral.
71
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
A análise estrutural realizada nos litotipos metassedimentares das Formações Açuruá,
Tombador e Caboclo, de idade paleo a mesoproterozoica, que compõem a cobertura do
Cráton do São Francisco permitiram a descrição das etapas da evolução tectônica da Serra do
Sincorá, no entorno da cidade de Andaraí.
A Serra do Sincorá é a feição de maior destaque da Chapada Diamantina, na área de
estudo, cuja origem está relacionada ao Ciclo Brasiliano no Neoproterozoico. Nos flancos do
Anticlinal da Serra do Sincorá se instalaram diversas estruturas divididas em grupos distintos,
segundo sua orientação preferencial segundo as direções NNW-SSE, WSW-ESE e NE-SW.
Tais estruturas representam a atuação de dois eventos deformacionais distintos que se
sucedem temporalmente, denominados de Fases D1 e D2, semelhante ao descritos por
Danderfer (1990) & Danderfer et al. (1993).
Os esforços compressivos da Fase Deformacional D1, com direção aproximada E-W,
são responsáveis pela geração de um padrão estrutural de orientação NNW-SSW a N-S.
Durante a atuação deste evento foi nucleado o anticlinal da Serra do Sincorá que caracteriza
uma grande dobra assimétrica e suave que abriga uma série de dobras geradas pelo
mecanismo de deslizamento flexural.
Este mesmo evento foi responsável pelo desenvolvimento de dobras em forma de kink
e estruturas do tipo fault propagation fold associados a falhas reversas com médios ângulos de
mergulho e com vergência para WSW.
A fase D2 é responsável por um estágio de transcorrência regional de caráter
transpressivo, cujo vetor de tensão principal tem orientação NNW-SSE responsável pela
nucleação das faixas móveis Rio Preto e Riacho de Pontal.
A principal feição estrutural gerada na fase D2 é a Falha de São João que evolui
associado a um sistema de falhas nucleadas segundo o padrão de cisalhamento Riedel. A falha
de São João apresenta um conjunto principal de falhas transcorrentes de orientação NNW-
SSE com cinemática sinistral associado à um padrão conjugado de falhas transcorrentes com
cinemática dextral segundo um trend WNW-ESE.
Outras estruturas geradas durante a atuação da fase D2 são representadas por tension
gashes, indicadores da direção dos esforços, bandas de cisalhamentos (shear bands), veios de
quartzo preenchendo os planos de fraturas e associadas à lineações de estiramento mineral
com indicadores cinemáticos, que apresentam em grande maioria movimentação sinistral.
72
CAPÍTULO 7 - REFERÊNCIAS
ALKMIM, F.F.; NEVES, B.B.B.; ALVES, J.A.C - 1993. Arcabouço tectônico do Cráton
do São Francisco - uma revisão. Simpósio Sobre o Cráton do São Francisco. Reunião
Preparatória. Salvador, 1993, SBG/SGM/CNPq, p. 45-62.
ALKMIM, F.F., PEDROSA-SOARES, A.C., NOCE, C.M., CRUZ, S.C.P. Sobre A Evolução
Tectônica Do Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental. Geonomos.v 15.n.1 p.25-43, 2007.
ALMEIDA F.F.M. 1977. O Cráton do São Francisco. Revista Brasileira de Geociências. 7:
349-364.
ANDERSON, E. M. The dynamics of faulting. Edinburgh: Oliver and Boyd, 1942. 183 p.
BARBOSA, J. S. F. SABATÉ, P. MARINHO, M.M. O Cráton do São Francisco na Bahia:
uma síntese. In: Revista Brasileira de Geociências, Curitiba, v 33 (1): p. 3-6, mar, 2003.
BASTOS-LEAL, L.R.. Geocronologia U/Pb (Shrimp), 207Pb/206Pb, Rb-Sr, Sm-Nd e K-
Ar dos Terrenos Granito-Greenstone do Bloco do Gavião: Implicações para Evolução
arquena e proterozóica do Cráton do São Francisco, Brasil. 1998. 178p. Tese de
Doutoramento, Instituto de Geociências, Universidade Estado de São Paulo, 1998.
BOMFIM, L.F. & PEDREIRA, A.J., Orgs, - Programa de Levantamentos Geológicos Básicos
do Brasil. Lençóis Folha SD.24-V-A-V. Estado da Bahia. Escala 1:100.000. DNPM/CPRM,
1990. Brasília.
BRANNER,J. C.1910 b. The Tombador escarpment in the State of Bahia , Brazil. Am. J.
Scí. 30: 335-343.
BRODIE, K.; FETTE D., HARTE B. & SCHMID R. "Structural terms including fault
rock terms".Recommendations by the IUGS Subcommission on the Systematics of
Metamorphic Rock. pp. 1–14.Retrieved 2009-11-02, 2007.
73
CLOOS, H., 1928. Experimenten zur inneren Tektonic. Centralblatt fur Mineralogie und
Paleontologie B, 609.
CRUZ, P. C. S. & ALKMIM, F.F. A história de inversão do aulacógeno do Paramirim
contada pela sinclinal de Ituaçu, extremo sul da Chapada Diamantina (BA). In: Revista
Brasileira de Geociências, v. 37 (4-suplemento), p. 92-110, 2007.
CRUZ, S.P.C DIAS V. M.; ALKMIM, F. F. A interação tectônica embasamento/cobertura
em aulacógenos invertidos:um exemplo da Chapada Diamantina Ocidental. Short Papers
- III Simpósio sobre o Cráton do São Feancisco. , v. 1, p. 215-218, 2005.
CRUZ, S. C. P. A interação tectônica entre o Aulacógeno Paramirim e o Orógeno
Araçuaí-Congo. 2004. cap. 6, p. 193-234. Tese (Doutorado) – Escola de Minas,
Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, Ouro Preto, 2004.
DANDERFER, A. Análise estrutural descritiva e cinemática do Supergrupo Espinhaço
na Chapada Diamantina, Bahia. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências,
Universidade Federal de Ouro preto, UFOP. 119p. 1990.
DANDERFER F., A.. ALKMIM, F. F. 1991. Zonas de cisalhamento inter e intraestratais
do sistema de dobramentos e empurrões da Chapada Diamantina (BA) e papel do
acamamento no curso da deformação compressionaI. BoI., 32. Simp. Nac. Est. Tect., Rio
Claro, 158-160.
DANDERFER FILHO, A.; LAGOEIRO, L. E; ALKMIN, F. F. O Sistema de dobramentos
e empurrões da Chapada Diamantina (BA): Registro da inversão do Aulacógeno do
Espinhaço no decorrer do evento Brasiliano. In: Simpósio Sobre O Cráton Do São
Francisco, 2, Salvador, 1993. Salvador, SBG/SGM, p. 197-199. 1993.
DANDERFER F. A. & DARDENNE, M. A. Tectonoestratigrafia da Bacia Espinhaço na
porção centro-norte do Cráton do São Francisco: registro de uma evolução poliistórica
descontínua. Revista Brasileira de Geociencias, v. 4, p. 449-460, 2002.
74
DAVIS, G.H., AND REYNOLDS, S.J., 1996, Structural Geology of Rocks and Regions
(2nd Edition): New York, John Wiley and Sons, Inc., 776 p.
DOMINGUEZ, J.M.L. 1993. As coberturas do Craton do São Francisco: Uma abordagem
do ponto de vista da análise de bacias. In: DOMINGUEZ, J. M. L. & MISI, A., eds. O
Cráton do São Francisco. Salvador, SBG/SGM/CNPq, p. 137-159.
DRUCKER, D.C. 1967. Introduction To The Mechanics Of Deformable Materials.
McGraw-Hill Book Company,New York, 445 p.
DUSSIN T.M., DUSSIN I.A., ROSSI P. & CHARVET J.. Idade do Supergrupo Espinhaço:
determinação 207 Pb/206 Pb pelo método de evaporação do Pb sobre monozircões de
metavulcanitos sinsedimentares. In: Simp. Geol. de Minas Gerais, 8, Belo Horizonte, Anais,
v. 1, p.11-13, 1995.
GUIMARÃES, J. T. 1996. A Formação Bebedouro no Estado da Bahia: Faciologia,
Estratigrafia e Ambiente de Sedimentação. Dissertação de Mestrado, Instituto de
Geociências, Universidade Federal da Bahia, 155p.
GUIMARÃES, J.T. 2005. Projeto Ibitiara-Rio de Contas: Estado da Bahia. Salvador: CPRM
(Serviço Geológico do Brasil) in. Programa Recursos Minerais do Brasil. Convênio
CBPM-CPRM, 157p.
HOBBS, B.E.; MEANS, W.D. & WILLIAMS, P.F 1976. An outline of Structural Geology,
Wiley International Edition 571p.
INDA, H. A. V.; BARBOSA, J. S. F. 1978. Texto Explicativo para o Mapa Geológico do
Estado da Bahia. Escala 1: 000. 000. Salvador: SME/CPM, 1978. 237. p. il. 1 mapa.
JARDIM-DE-SÁ, E.F.; BARTELS, R.L.; BRITO-NEVES, B.B. & McReath, I. 1976.
Geocronologia e modelo tectonomagmático da Chapada Diamantina e do Espinhaço
Setentrional, Bahia. In: SBG, Congr. Bras. Geologia, 29, Anais, p. 205-227.
75
KATZ, Y., WEINBERGER, R., AYDIN, A., 2004. Geometry and kinematic evolution of
Riedel shear structures, Capitol Reef National Park, Utah. Journal of Structural Geology
26, 491e501.
LAGOEIRO, L. E. Estudo da Deformação nas Sequências Carbonáticas do Grupo Una
na Região de Irecê, Bahia, Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências,
Universidade Federal de Ouro Preto. UFOP, Ouro Preto, 106 p. 1990.
MACHADO, R; SILVA M. E. - 2009. Estruturas em rochas. In: Wilson Teixeira; Thomas
Rich Fairchild; Maria Cristina Motta de Toledo; Fabio Taioli. (Org.). Decifrando a Terra. 2
ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009, p. 399-420.
MARTINS , A. A. M.; FILHO, E. L. A.; LOURE, H. S. C.; ARCANJO, J. B. A.;
GUIMARÃES, R. V. B. 2008. Geologia da Chapada Diamantina Ocidental (Projeto
Ibitiara -Rio de Contas). Salvador, CBPM (Série Arquivos Abertos, 31).
MISI, A. SILVA, M. G. 1996. Chapada Diamantina Oriental-Bahia: Geologia e Depósitos
Minerais. Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração/Superintendência de Geologia e
Recursos Minerais. Salvador.
MIRANDA, E. E. de; (Coord.). Brasil em Relevo. Campinas: Embrapa Monitoramento
por Satélite, 2005. Disponível em: <http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br>. Acesso em: 17
abril de 2011.
MONTES, A.L.S. 1977. O Contexto Estratigráfico e Sedimentológico da Formação
Bebedouro na Bahia: Um Possível Portador de Diamantes. Brasília, Unb, Depto. De
Geociências. Dissertação de Mestrado, 110p.
PASSCHIER C. W.. TROUW R. A. J.. 1996. Microtectonics. Berlin. Springer Verlag, 289p.
PEACOCK, D.C.P.; KNIPE, R.J.; SANDERSON, D.J.. Glossary of Normal Faults. Journal
Of Structural Geology, Leeds, Uk, v. 3, n. 22, p.291-305, 22 fev. 2003.
76
PEDREIRA, A.J. 1990. Chapada Diamantina Oriental, Bahia. Uma bacia tipo "foreland"
do Precambriano. In: Congresso Brasileiro De Geologia, 36, Natal, 1990. Boletim de
Resumos. Natal, Soc. Bras. Geol., p.324.
PEDREIRA, A.J. 1994. O supergrupo Espinhaço na Chapada Diamantina Centro-
Oriental, Bahia: sedimentologia, estratigrafia e tectônica. Tese de Doutoramento.
Universidade de São Paulo, USP. 125 p.
PEDREIRA, A.J.; DOSSIN, I.A.; UHLEIN, A.; DOSSIN, T.M.; GARCIA, A.J.V. 1989.
Kibaran (Mid-Proterozoic) evolution and mineralizations in Eastern Brazil. IGCP 255
Newsletter, 2:57-63.
PEDREIRA, A. J., MARGALHO, R.S.F.X. 1990. Geologia da Chapada Diamantina
Oriental, Bahia (Folha Mucugê). In: PEDREIRA, A. J. & MARGALHO, R.S. F. X.; Orgs.,
Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Mucugê (Folha SD. 24-V-C- II),
Estado da Bahia; Texto Explicativo. Brasília; DNPM/CPRM,p. 19-68.
PEDREIRA, A. J. 2002. Serra do Sincorá, Chapada Diamantina, BA - Beleza paisagística e
paleopláceres de diamante. In: SCHOBBENHAUS,C. CAMPOS, D.A. ; QUEIROZ, E.T.;
WINGE, M.; BERBERT-BORN, M. L.C. (Edits.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do
Brasil. 1. ed. Brasilia: DNPM/CPRM - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e
Paleobiológicos (SIGEP), 2002. v. 01: 187-194.
PETIT, J. P. 1987. Criteria for the Sense of Movement on Fault Surfaces in Brittle Rocks.
Journal of Structural Geology, Montpellier cédex, France. 9:597-608.
PLUIJM B. A & MARSHAK S. 1997. Earth Structure: An Introdution to Structural
Geology and Tectonics. WCB/McGraw-Hill, Estados Unidos. 494p.
PRESS, F, SIEVER R.,GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H., 2006. Para Entender a
Terra. Tradução Rualdo Menegat, 4 ed. – Porto Alegre: bookman, 656 p.: il.
77
PRICE.N. J. & COSGROVE. J. W. 1990. Analysis of Geological Structures. xiii + 502 pp.
Cambridge, New York, Port Chester, Melbourne, Sydney: Cambridge University Press.
RAMSAY, J. G. & HUBER, M. I. 1983. The Techniques of Modern Structural Geology. 3
Vol., Academic Press, London 806 p.
RAMSAY, J. G. 1980. Shear zone geometry: a review. Journal of Structural Geology 2,
83-99, Academic Press, London UK.
RICHARD, M.J. 1971. A Classification diagram for fold orientations. Geological Magazine,
108: 23-26.
RIEDEL, W. ZUR MECHANIK. Zentralblatt für Mineralogie, Geologie und Paläontologie.
Geologischer Brucherscheinungen, B:354–368, 1929.
ROLIM, V. K.; ALKIMIM, F. F. Geometria 3D de Falhas De Empurrão E Dobras
Associadas Como Expressões Da Morfologia Do Descolamento Basal: Resultados De
Uma Simulação Computacional. Revista Brasileira de Geociências, Ouro Preto, v. 3, n. 34,
p.295-302, 10 set. 2004.
ROWLAND, S.M.;. Structural analysis and synthesis: a laboratorial course in structural
geology. Blackwell Scientific Public., Inc. 279 p., 1994.
SANTANA R.O. 2009. Estratigrafia de Sequências de alta resolução da base da
Formação Tombador, nos arredores de Lençóis, Chapada Diamantina-BA. Monografia,
Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia. UFBA.
SANTOS, C.M Análise Estratigráfica das Formações Guiné e Tombador, Chapada
Diamantina, Bahia. 2009. Dissertação de graduação, Instituto de Geociências, Universidade
Federal da Bahia. UFBA, Salvador, 2009.
SCHOBBENHAUS, C. As tafrogêneses Superpostas Espinhaço e Santo Onofre, Estado
da Bahia: Revisão e Novas Propostas. Revista Brasileira de Geociências, v. 26, n. 4, p. 265-
276, 1996.
78
SCHOBBENHAUS, C.; KAUL, P. F. Contribuição à estratigrafia da Chapada Diamantina –
Bahia – Central. Miner.Metal, v. 53, p. 116-120, 1971.
SIBSON, R.H. 1977. "Fault rocks and fault mechanisms". Journal of the Geological
Society 133 (3): 191–213. Retrieved 2009-11-03.
SILVA, M. G.; CUNHA, J. C. 1999. Greenstone belts and equivalent volcano-sedimentary
sequences of the São Francisco Craton, Bahia, Brazil - Geology and Mineral Potential.
In: Silva, M. G. & Misi, A. (ed). Base Metal Deposits of Brasilm, SBG, Salvador, p. 92-99. .
1999.
SILVEIRA, J. S. Dinâmica de sedimentação de um mar raso antigo: formações Caboclo e
Morro do Chapéu (Proterozóico Médio), Grupo Chapada Diamantina - Estado da
Bahia. Salvador, 1991, 139 p. il. Dissertação (Mestrado), Instituto de Geociências,
Universidade Federal da Bahia..UFBA. Bahia, 1991.
SOUZA, J. D.; MELO, R. C.; KOSIN, M.; JESUS, J. D. A.; RAMOS, A. M. B.; Geologia e
Recursos Minerais do Estado da Bahia: Sistema de Informações Geográficas-SIG e
Mapas. Versão 1.1. Salvador, CPRM, 2003. 1 CD-ROM.
SUPPE, J. & MEDWEDEFF, D.A. Geometry and kinematics of fault propagation folding.
Eclogae Geologicae Helvetiae, 83:409-454, 1990.
SYLVESTER, A. G. Strike-slip faults. Geological Society of America Bulletin. n. 100, p.
1666-1703, 1988.
TCHALENKO, J.S., 1968. The evolution of kink-bands and the development of
compression textures in sheared clays. Tectonophysics 6, 159–174.
TCHALENKO, J. S. & AMBRASEYS, N. N, 1970. Structural analysis of the Dasht-e
Bayaz (Iran) earthquake fractures. Bulletin of geoogyl. Sot:. Am. 81, 41-60.
WILCOX, R. E., HARDING, T. P. & SEELY, D. R. 1973. Basic wrench tectonics. Am. Ass,
Petrolleum Geoogy. Bull. 57, 74-96.
?
?
?
?
>>
? ?
> >
P
!H
!(!(!(!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!(!(
!(!(!(
!(!(
!(!(!( !(!(
!(!(!( !( !( !(!( !(!(
!(!( !(!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!(!(!(
!(!( !(!(!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!( !(!(!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(!(
!(
!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!(!(
!( !(!(
!(!(
!(!(!(!(!(!(!(!(
!(!(!(!(!(!( !( !(
!(
!(
!(
!(!(!(!(!(
!(!(!(
!(
!(
!(
!(
!(!(
!(
!(!(
!(
!(!(!(
!(!(
!(!(!(
!(!(
!(
!(
!(
!(
!(
!(
!(!(!(!( !(!(
!(!(
!(!(
!(
!(
!(!(
!(!(
!(
!(!(
!(!(
!(
!(
!(
!(!(
!(!(
!(!(!(
!(!(
!(
!(
!(
!(
!( !(!(
!(
!(
y y y 7
7
y
'##
#
'#
#
#
'##
#
'##
#
7
7
8-
8-
8
-
8
-
8
-
8-8
-
8
-
8
- 8-
8
- 8
-8
-
8
-
8-
8-
8-
8-8
-
8-
8
-
2 2 2 22 2 2c cc c cí!
í
!
í
!
í
!
í
!
í
!
í
!
í!
í
!
í !
í
!
í
!
í
!
í !
í !
í
!
í
!
||
| | == = == ==
i
%%% % % % %%% %%%
% % %%%%
% %%% % %%%% %%%
AM226
AM225AM223
AM222
AM221
AM220
AM219AM218
AM213
AM211
AM209AM208
AM207
AM204
AM202AM201
AM199
AM196AM195
AM194
AM188
AM184
AM183
AM182AM181
AM180AM179
AM173AM172
AM170
AM167AM166
AM162
AM161AM160
AM159AM157
AM155
AM150
AM146AM139
AM137AM133AM132
AM127
AM119AM103AM082
AM060
AM038
IGATÚ
ANDARAÍ
BA-142
5
5
5
15
10
10
15
25
15
15
75
10
3513
11
1512
2230
5018
50
80
85
60
15
45
15
R io Piabas
Rio C
oisa B
o a
R io Paraguaçu
Rio Baiano
R io P aragua
çu
239000
239000
242000
242000
245000
245000
248000
248000
251000
251000
8567
000
8570
000
8570
000
8573
000
8573
000
8576
000
8576
000
8579
000
8579
000
8582
000
8582
000
0 1,2 2,4 3,6 4,8 6Km
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOROrigem da quilometragem UTM: equador e Meridiano Central 39°W.Gr.
acrescidas as constantes: 10.000km e 500km, respectivamente.Datum horizontal: SAD69
ESCALA 1:60.000®
NMNQ NG
-Oº17’28”-22º58’
A DECLINAÇÃO CRESCE 2’ ANUALMENTEFonte: Mapa magnético do Brasil em 1980.oCnpq: Observatório Nacional
Declinação magnética em 1999.0e convergência meridiana
do centro da folha
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
TrilhaDrenagemRodovias
Pontos Visitados!(
LocalidadesP
Cidade!H
MucugêPiatã
Iramaia
Andaraí
Itaetê
Lençóis
Ibicoara
Ibiquera
Boninal
Abaíra
Palmeiras
Nova Redenção
BA-142
BA-245
BA-242
BA-407
BA-148
BA-245
Área de Estudo
-41°0'
-41°0'
-41°30'
-41°30'
-12°30' -12°30'
-13°0' -13°0'
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
-40°
-40°
-45°
-45°
-10° -10°
-15° -15°
MAPA DE SITUAÇÃO
GEO-A76 – Trabalho Final de Graduação IIAutor: Alexandre de Oliveira MoitinhoOrientador: Prof. Dr. Carlson de Matos Maia LeiteFonte: Folha Lençois (SD-24-V-A-V) (Bonfim & Pedreira, 1990)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAInstituto de GeociênciasCurso de Geologia
CONVENÇÕES GEOLÓGICAS
Lineamentos Estruturais (Landsat)
Zona de Cisalhamento Dextral>
>
Zona de Cisalhamento Sinistral
?
?
Zona de Cisalhamento Rúptil%% %%%%y Veios de Quartzo7 Par Conjugado de Cisalhamento'# ## Falha de Empurrão
Acamamento S08- Veios En EcheloniTension Gashes|Paleocorrenteí!
Fibra de Estiramento MineralcFibra de Crescimento Mineral2
B
A
ANEXO I – MAPA GEOLÓGICO DO ENTORNODA CIDADE DE ANDARAÍ
UNIDADES LITOLÓGICASQUATERNÁRIO
MESOPROTEROZÓICO (1,0 - 1,6 Ma)
PALEOPROTEROZÓICO (1,6 - 1,7 Ga)
Depósitos Aluvionares
Formação Tombador: Metarenitos estuarinos, fluviais e eólicos e metaconglomerados polimíticos.
Formação Açuruá: Metapelitos laminados marinhos e metassiltitos deltáicos.
Formação Caboclo: Metaargilitos, Metassiltitos e Metarenitos marinhos.
Foliação (S0//S1)=Contato Inferido
Área de Estudo
-41°30'
-41°30'
-13°0' -13°0'
MAPA FISIOGRÁFICO
Mapa confeccionado com base na Folha Lençois (SD-24-V-A-V) na escala 1:100.000 (Bonfim & Pedreira, 1990) e dados de campo.
Relação de Pontos de Afloramento Visitados
Afloramento Coord. X Coord. Y Altitude(m) Litotipo Unidade Datum
AM001 239482 8583052 612 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM002 239482 8583052 612 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM003 239496 8583028 651 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM004 239570 8582978 653 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM005 239585 8583020 656 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM006 239560 8583070 675 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM007 239566 8583080 744 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM008 239629 8583214 808 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM009 239457 8583344 799 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM010 239504 8583324 790 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM011 239519 8583306 793 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM012 239580 8583276 805 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM013 239590 8583260 819 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM014 239661 8583188 819 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM015 239670 8583202 832 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM016 239746 8583180 849 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM017 239770 8583166 848 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM018 239800 8583166 867 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM019 239809 8583170 871 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM020 239819 8583178 871 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM021 239815 8583126 898 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM022 239825 8583098 922 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM023 239840 8583098 896 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM024 239888 8583058 918 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM025 239904 8583044 927 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM026 239934 8583022 932 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM027 239947 8583028 932 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM028 239973 8582980 931 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM029 239990 8582969 938 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM030 240037 8582908 949 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM031 240069 8582850 945 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM033 240112 8582790 952 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM035 240140 8582814 977 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM036 240134 8582848 982 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM037 240117 8582918 1010 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM038 240060 8583070 1042 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM039 240026 8583098 1070 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM040 240002 8583146 1081 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM041 239993 8583176 1076 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM042 239961 8583266 1082 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM043 240002 8583296 1090 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM044 240138 8583410 1051 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM045 240196 8583478 1044 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM046 240290 8583428 1044 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM047 240322 8583732 1022 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM048 240322 8583732 1022 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM049 240462 8583518 1000 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM050 240485 8583532 978 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM051 240539 8583536 967 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM052 240638 8583560 950 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM053 240771 8583500 935 Siltito Fm. Tombador SAD 69
AM054 240047 8583624 923 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM055 240912 8583722 901 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM057 241116 8583852 870 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM057 241116 8583852 870 Arenito Fm. Tombador SAD 69
Página 1
Relação de Pontos de Afloramento Visitados
AM058 241262 8583866 870 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM060 241446 8583808 867 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM061 241760 8583744 850 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM062 241829 8583728 862 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM063 242335 8583696 852 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM064 242440 8583678 857 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM066 242739 8583768 865 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM067 242935 8583896 825 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM068 243089 8583954 822 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM069 243149 8583970 818 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM070 243221 8583938 812 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM071 243310 8583876 825 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM072 243432 8583834 814 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM073 243517 8583818 823 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM074 243616 8583944 812 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM075 243719 8584018 812 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM076 243751 8584042 813 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM077 243869 8584043 792 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM078 243941 8584070 780 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM079 244005 8584064 749 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM080 244030 8584046 746 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM081 244078 8584058 737 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM082 244375 8583894 674 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM083 244855 8584042 631 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM085 245167 8584044 594 Conglomerado Fm. Tombador SAD 69
AM086 244229 8583988 696 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM086 244229 8583988 696 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM087 244215 8584002 699 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM088 244202 8584028 705 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM089 244168 8584040 708 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM090 244155 8584052 708 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM091 244128 8584072 715 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM091 244128 8584072 715 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM092 244077 8584058 725 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM093 244030 8584050 738 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM094 243915 8584066 786 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM095 243093 8584060 780 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM096 243875 8584036 788 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM097 243810 8584046 798 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM098 243743 8584024 811 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM099 243631 8583978 816 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM100 243604 8583936 815 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM101 243587 8583848 822 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM102 243590 8583812 823 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM103 239562 8583280 813 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM104 239590 8583265 819 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM105 239697 8583181 835 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM106 239716 8583189 841 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM107 239713 8583180 835 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM108 239801 8583163 866 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM109 239803 8583161 867 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM110 239800 8583166 869 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM111 239800 8583159 876 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM112 239801 8583164 879 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM113 239870 8583165 945 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
AM114 240053 8582882 936 Arenito Fm. Açuruá SAD 69
Página 2
Relação de Pontos de Afloramento Visitados
AM115 240012 8583304 1082 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM116 240126 8583390 1061 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM117 240249 8583427 1030 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM118 240275 8583421 1027 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM119 240315 8583435 1021 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM120 240476 8583532 980 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM121 240556 8583529 963 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM122 240637 8583567 947 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM123 240674 8583555 942 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM124 240735 8583507 937 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM125 240751 8583506 941 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM126 240866 8583663 910 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM127 241016 8583777 889 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM128 242844 8583782 839 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM129 242885 8583824 830 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM130 244646 8583999 657 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM131 244735 8583886 656 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM132 245046 8584148 600 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM133 245183 8584034 596 Conglomerado Fm. Tombador SAD 69
AM134 245252 8583963 577 Conglomerado Fm. Tombador SAD 69
AM135 245302 8583905 579 Conglomerado Fm. Tombador SAD 69
AM136 245370 8583872 577 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM137 245388 8583791 569 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM138 245432 8583649 566 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM139 245488 8583624 565 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM140 245639 8583438 551 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM141 245670 8583470 547 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM142 245678 8583389 544 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM143 245813 8583334 512 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM144 245871 8583466 497 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM145 245872 8583482 498 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM146 246049 8583479 451 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM147 246197 8583517 436 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM148 246476 8583262 414 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM149 246755 8583007 409 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM150 246993 8582734 402 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM151 246505 8583267 408 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM152 246509 8583234 403 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM153 246571 8583215 402 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM154 246662 8583126 405 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM155 246693 8583143 399 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM156 246987 8583608 400 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM157 247030 8583551 401 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM158 246992 8583433 403 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM159 247485 8583587 425 Siltito Fm. Caboclo SAD 69
AM160 248005 8581941 340 Siltito Fm. Caboclo SAD 69
AM161 247860 8581744 329 Arenito Fm. Caboclo SAD 69
AM162 248042 8581219 357 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM163 247879 8581006 374 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM164 247907 8580931 368 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM165 247780 8580846 382 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM166 247972 8579395 334 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM167 248195 8579289 329 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM168 248415 8579650 332 Siltito Fm. Caboclo SAD 69
AM169 247019 8581645 399 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM170 246973 8581673 348 Arenito Fm. Tombador SAD 69
Página 3
Relação de Pontos de Afloramento Visitados
AM171 246941 8581619 404 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM172 247284 8581005 406 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM173 247373 8580877 390 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM174 247732 8580396 362 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM175 247749 8580396 359 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM176 247631 8580397 369 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM177 248232 8579654 353 Arenito Fm. Caboclo SAD 69
AM178 248297 8579677 384 Siltito Fm. Caboclo SAD 69
AM179 248319 8578914 358 Siltito Fm. Caboclo SAD 69
AM180 248586 8578746 360 Lamito Fm. Caboclo SAD 69
AM181 248801 8578417 361 Arenito Fm. Caboclo SAD 69
AM182 249487 8578235 357 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM183 247046 8583111 400 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM184 247866 8579679 375 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM185 248522 8573158 731 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM187 248598 8573103 750 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM188 248663 8573174 718 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM189 248723 8573279 684 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM190 248878 8573249 707 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM191 248957 8573284 713 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM192 248868 8573585 695 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM193 248793 8573585 679 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM194 248921 8573793 704 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM195 248953 8573902 705 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM196 249134 8573985 712 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM197 249327 8574232 717 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM198 249713 8574773 676 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM199 249724 8574841 663 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM200 249752 8575037 656 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM201 249725 8575174 650 Conglomerado Fm. Tombador SAD 69
AM202 249701 8575424 613 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM203 249706 8575677 594 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM204 249663 8575774 585 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM205 249624 8575933 575 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM206 249631 8576059 568 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM207 249640 8576220 550 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM208 249397 8577108 469 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM209 249195 8577509 417 Arenito Fm. Caboclo SAD 69
AM210 249169 8577676 379 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM211 249137 8577787 364 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM212 248065 8580462 335 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM213 247930 8580418 349 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM214 249005 8573398 770 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM215 249079 8573471 790 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM216 249095 8573540 802 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM217 249105 8573380 742 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM218 249184 8573254 758 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM219 249227 8572983 796 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM220 249415 8572741 838 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM221 251421 8568612 860 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM222 251555 8567995 863 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM223 252676 8567266 854 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM224 253019 8567299 811 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM225 253004 8567431 807 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM226 253035 8567099 806 Arenito Fm. Tombador SAD 69
AM229 243387 8583863 823 Arenito Fm. Tombador SAD 69
Página 4