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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS-PB MONOGRAFIA PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DE TUPARETAMA-PE, BRASIL RUBÊNIA PÂMULA SALES DO NASCIMENTO PATOS-PB, 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · do Nascimento e Poliana Petrucia Sales do Nascimento. ... A Bruna Alves, ... E por fim agradeço a Unidade Mista de

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS-PB

MONOGRAFIA

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DE

TUPARETAMA-PE, BRASIL

RUBÊNIA PÂMULA SALES DO NASCIMENTO

PATOS-PB, 2016

RUBÊNIA PÂMULA SALES DO NASCIMENTO

Prevalência de parasitoses intestinais na população humana de Tuparetama-PE, Brasil

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Federal de Campina Grande,

campus de Patos-PB, como parte de requisitos

de obtenção de título do curso de Licenciatura

em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima

PATOS-PB, 2016

DEDICATÓRIA

A meu irmão Juberlito Sales e meu pai Damião

Guedes (in memoriam)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, por me proporcionar a oportunidade de ingressar no mundo

acadêmico, e por nunca me abandonar, apesar de todas as adversidades.

Agradeço a todos os professores, especialmente a Ednaldo Queiroga pela paciência na

orientação е incentivo que tornaram possível а conclusão desta monografia.

A minha família, especialmente a minha mãe Edite Aleixo Sales, a minhas irmãs Patricia Sales

do Nascimento e Poliana Petrucia Sales do Nascimento.

Aos meus amigos da vida de longas datas Cristiane Nascimento, Paulo Roberto, Samara

Rafaela.

Aos amigos de estudos da graduação Vitoria Régia, Talita Ferreira, Leonardo Araújo, Dinho

Monteiro, Messias, Michel Hamura, Gessica Victoria, Suênia Araújo, Rafael Lopes, Aline,

Nara, Valéria, Paloma, Damião, Karolayne, Mikaelly, Jamily e especialmente a Lorena

Fernandes e Flaviana Maria que contribuíram para que o trabalho fosse concluído.

E a Karla obrigada pelas make maravilhosas e momentos de descontração do dia a dia, e ao

Vitor Cantal sua amizade foi soberana em todos os mementos bons e principalmente ruins,

deixo aqui meus singelos agradecimentos por suportar escutar todos os dias as mesmas

reclamações, e mesmo assim perguntar todos os dias se estou bem.

A Bruna Alves, não sei como agradecer pelo carinho e apoio prestado todo esse tempo, obrigada

pela sua amizade.

E sem esquecer a minha segunda família, minha segunda casa, a todos da residência masculina

e feminina, meu muito obrigada.

E por fim agradeço a Unidade Mista de Saúde Severino Souto de Siqueira pelo material

fornecido para realização do presente trabalho.

LISTA DE FIGURAS

Figura1: Mapa de localização do estado do Pernambuco (município de

Tuparetama-PE).

15

Figura 2: Localização do município de Tuparetama-PE 15

Figura 3: Imagem aérea de cidade de Tuparetama-PE 16

Figura 4: Unidade Mista de Saúde Severino Souto de Siqueira Tuparetama-PE 16

Figura 5: Laboratório de análises clínicas de Tuparetama-PE (estrutura externa). 17

Figura 6: Laboratório de análises clínicas de Tuparetama-PE (estrutura interna). 17

Figura 7: Amostras positivas e negativas total 18

Figura 8: Comparação de casos de poliparasitismo e monoparasitoses 19

Figura 9: Percentual de positividade do gênero masculino e feminino 20

Figura 10: Incidência parasitaria na Zona Rural e Urbana 21

Figura 11: Prevalência de casos positivos mediante idade do paciente 22

Figura12: Incidências de protozoários e helmintos 23

Figura 13: Distribuição de protozooses e helmintoses encontradas em pacientes

infectados e associação parasitária nos mesmo indivíduos.

Figura 14: Protozoários

Figura 15: Helminto

Figura 16: Fontes alternativas de abastecimento de água em Tuaparetama-PE

Figura17: Esgoto a céu aberto nas casas da comunidade da zona rural vila Alto

do Jorge.

24

26

26

32

33

LISTA DE TABELA

Tabela 1: Relação de incidência parasitaria de acordo com a idade 25

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 12

2.MATERIAL E MÉTODOS 14

3.RESULTADOS E DISCURSÃO 18

4.CONCLUSÃO 27

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28

6.ANEXOS 31

7.NORMAS DA REVISTA 35

8.METODO DE HOFFMAM 37

RESUMO

Dentre as doenças infecciosas, a ocorrência de doenças parasitarias é caracterizada por

compor um quadro de morbidades no mundo todo, pois estão associadas a determinantes de

saúde, bem como um ciclo vicioso da doença e da pobreza. Impactando a qualidade de vida de

seus portadores principalmente de crianças que moram em lugares hostis, com saneamento

básico precárias e hábitos de higiene inoperantes. A atual pesquisa permitiu quantificar,

identificar e traçar um perfil epidemiológico das enteroparasitoses encontrados em exames

parasitológicos realizados na Unidade Mista de Saúde Severino Souto de Siqueira, no

município de Tuparetama-PE no período de 2014 até junho de 2016, os resultados foram

separados em positivos e negativos, obtendo um total de 617 exames analisados, com 37%

positivos, sendo 77% protozoários, 22% helmintos e 1% albergava helmintos e protozoários. A

positividade por gênero se deu maior para o gênero feminino com 63% dos casos. As faixas

etárias sistematicamente se deram entre 03-15 anos para crianças 36%, adultos de 16-60 anos

(58%); 61-90 anos (6%) idosos. Foram encontrados 6 parasitos, Entamoeba histolytica (31%) ;

Ascaris lumbricoide (22%); Endolimax nana (12%); Giardia lamblia(31%) ; Entamoeba coli

(3%); Enterobius vermiculares (1%), 70% dos casos positivos foi encontrado na zona urbana,

sendo necessário a reestruturação de políticas públicas em prol de informar conscientizar e

elaborar medidas de profilaxia que atenda às necessidades da população.

Palavras chaves: Morbidade, saneamento, protozooses e helmintoses.

ABSTRACT

Among infectious diseases, the occurrence of parasitic diseases is characterized by

compose a frame morbidities worldwide. Because they are associated with health determinants,

as well as a vicious cycle of disease and poverty. Impacting the quality of life of their patients

especially children who live in hostile places with poor sanitation and hygiene dead. Current

research allowed quantify, identify and trace an epidemiological profile of parasitic infections

found in parasitological examinations in the Joint Health Unit Severino Souto de Siqueira in

the municipality of Tuparetama-PE in the 2014 period to June 2016, the results were separated

into positive and negative getting a total of 617 tests analyzed with (37%) positive, being 77%

protozoa, 22%, helminths and 1% harbored helminth and protozoan, positivity gender was

given greater for females with 63% of cases. The age groups systematically given to 03-15

years (36%) for children (16-60) adults (58%); 31-45 (28%) adults; 46-60 (14%) elderly; 61-

90 (6%) elderly incidence for the elderly. In total 6 were found parasites Entamoeba histolytica

(31%); Ascaris lumbricoide (22%); Endolimax nana (12%); Giardia lamblia (31%);

Entamoeba coli (3%); Enterobius vermicularis (1%), 70% of positive cases was found in the

urban area, being necessary to the restructuring of public policies for informing awareness and

develop prevention measures that meets the population's needs.

Keywords: morbidity; sanitation; protozoosis and helminths.

12

1.INTRODUÇÃO

Em todo o mundo milhares de indivíduos estão impedidos de alcançar todo o seu

potencial produtivo por não gozarem das condições mínimas de saúde. Entre os fatores

responsáveis por essas deficiências, encontram-se as doenças parasitárias (1). As

parasitoses intestinais se constituem em um dos principais problemas de saúde pública,

apresentando-se de forma endêmica em diversas áreas. Estima-se que infecções

intestinais causadas por helmintos e protozoários afetem cerca de 3,5 bilhões de pessoas,

causando enfermidades em aproximadamente 450 milhões ao redor do mundo (2).

Segundo Chaimb (2014), a incidência das chamadas doenças negligenciadas

apresenta índices decrescentes no Brasil, o qual ainda convive com número significativo

de casos dessas enfermidades. Não existe padrão, idade ou sexo que nivele o grau de

contaminação, saneamento, higiene pessoal e cuidados de profilaxia é o que vai

determinar o grau de contaminação do individuo, crianças e pessoas na senectude,

residentes de áreas rurais, estão mais propicias e vulnerareis por possuir um sistema

imunológico comprometido ou frequentar lugares com grande aglomeração de pessoas .

Helmintos e Parasitas gastrointestinais são doenças infeciosas humanas crónicas

transmitidas através do solo ou ingestão de alimentos ou água contaminadas. Esses, são

eliminados junto com as excretas de seu hospedeiro ,isto é fezes urina e catarro,

(4).Diarreia, desnutrição, anorexia e dor abdominal são algumas das morbidades que

podem ou não ser apresentados nos pacientes(5).

Condições apropriadas de saneamento básico e utilização de medicações de fácil

administração para o tratamento das enteroparasitoses, sem dúvida, são fundamentais

para todas as comunidades em que se pretende diminuir a prevalência do parasitismo (6).

A elaboração de políticas públicas e programas de conscientização da população é uma

das ações simples e baratas que orienta e diminui os riscos de contaminação.

Apesar das substanciais melhorias na qualidade de vida dos brasileiros, as

literaturas estudadas mostram dados preocupantes de parasitoses em diversas área do país.

A escassez de estudos atualizada e a falta de incentivo dos poderes públicos com a

sociedade é demasiadamente preocupante, justificando assim o motivo dessa pesquisa.

13

Desta forma, o presente trabalho objetivou traçar um perfil epidemiológico da região de

Tuparetama-PE através de levantamentos de dados dos exames parasitológicos realizados

no laboratório da Unidade Mista de Saúde Severino Souto de Siqueira, quantificando o

índice de parasitoses, expondo fatores que levam a ocorrência das mesmas e

proporcionando conhecimento de prevenção para população.

14

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

O município de Tuparetama-PE está localizado na região nordeste do estado do

Pernambuco, o município se estende por 178,570km² e conta aproximadamente com

8,149 habitantes, deste total 1.960 são da zona rural e 5,806 zona urbana a densidade

demográfica é de 44,38 habitantes por km², as coordenadas geográficas são latitude 7°

36' 50'' sul longitude 37° 18' 44'' oeste Tuparetama fica a 384 km de distância da capital

Recife, tendo como limite ao norte São José do Egito, ao sul com Iguaracy, ao leste com

o estado da paraíba e ao oeste com Ingazeira tendo acesso pelo quilometro PE-275, PE-

280, BR-110, BR232 via Sertânia (7). O município conta com 4 UBS (Unidade básica de

saúde) um hospital para atendimento geral Unidade Mista de Saúde Severino Souto de

Siqueira (figura4) e um laboratorio particular de análises clínicas protolab.

2.2Coleta de dados

O referido trabalho foi realizado através da coleta de dados de exames registrados

em prontuários médicos do laboratório da Unidade Mista de Saúde Severino Souto de

Siqueira. Os resultados são de caráter descritivo quantitativo exploratório, procurando

traçar um perfil epidemiológico do município. Os resultados coletados são referentes ao

ano de 2014 até junho de 2016. Foram classificados de acordo com a presença ou ausência

do parasito, o sexo, a idade e a localidade, dividindo-se em zona urbana e zona rural, os

exames selecionados foram baseados no método de Hoffman, (sedimentação espontânea).

As análises estatísticas foram desenvolvida por meio de programas

computacionais, definidos para formatação de tabelas e gráficos, como software e

Microsoft Excel e Microsoft Word, essas tabelas e gráficos serão comparadas e analisadas

com literaturas peculiares. O presente trabalho foi realizado de acordo com a resolução

n°466, 12 dezembros de 2012

15

Figura 1: Mapa de localização do estado do Pernambuco (município de Tuparetama-PE).

Fonte: Site eletrônico Tarcioviuassim

Figura 2: Localização do município de Tuparetama-PE

Fonte:Google maps 2016

16

Figura 3: Município de Tuparetama-PE

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 4:Unidade Mista de Saúde Severino Souto de Siqueira Tuparetama-PE

Fonte: Arquivo pessoal

17

Figura 5: Laboratório de análises clínicas de Tuparetama-PE (estrutura externa).

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 6: Laboratório de análises clínicas de Tuparetama-PE (estrutura interna).

Fonte: Arquivo pessoal

18

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados 617 exames parasitológicos no município de Tuparetama-PE,

no período de 2014 a junho de 2016, dos quais 221 (37%) apresentaram índice positivo e

381 (63%) índice negativo (figura 7).

A falta de saneamento básico, estrutura, problemas sócios ambientais e programas

educativos são fatores que contribuem para permanência das parasitoses (8).

Os resultados encontrados são equiparados com os de Menezes 2008 realizado em

Belo Horizonte MG na qual a amostra de positividade foi de 24,6% de um total de 472

exames realizados. Divergindo com resultados encontrados em crianças em uma creche

comunitária em Florianópolis-SC, onde dos 57 exames realizados, 35 (61,5%)

apresentaram positividade e 22 (38,6%) apresentaram negatividade (10). Dados obtidos

por Ferreira com crianças residentes de Campo Florido, Minas Gerais, mostrou uma

positividade de 43 (59,7%) de um total de 72 crianças (11).

Estudos em uma comunidade Ribeinha amazonense em 2010 apresentaram uma

positividade de 166 (83%) (12). A positividade de 37% encontrado na cidade de

Tuparetama foi menor mais não menos importante que nas literaturas citadas, acentuando

a necessidade de tomadas de medidas que resulte em índices menores de contaminação.

Figura 7: Amostras positivas e negativas total (N =617)

37%

63%

Positivo Negativo

19

A figura 7 mostra resultados de exames parasitológicos realizado no município de

Tuparetama-PE, obtendo a positividade de 37%, do resultado, a representatividade de

monoparasitismo é de 91% e 9% para poliparasitose, firmando uma maior incidência de

monoparasitoses (Figura 8).

Os resultados compactuam com os de São João Del- Rei -MG, onde de 335 alunos

infectados, 75 (22%) apresentavam poliparasitos, e 260 (78%) monoparasitismo (13).

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espécies de enteroparasitas e o fato

de o ambiente externo apresentar graus elevados de contaminação aumenta a

probabilidade de infecções com poliparasitismo (14).

Figura 8: Comparação de casos de poliparasitismo e monoparasitoses (N=221).

Dentre os resultados positivos, 221 (63%) foram do gênero feminino e 138 (37%)

casos do gênero masculinos, portanto, o sexo feminino é o mais acometido pelas

enfermidades parasitarias. A diferença de gênero, desfavorável às mulheres é justificável,

já que as mesmas utilizavam com maior regularidade o serviço de saúde quando

comparadas com os homens. A média do número de consultas e exames preventivos de

rotina é maior para as mulheres, enquanto os homens buscam cuidados curativos, perfil

este encontrado tanto na região urbana quanto na rural (15)

Um estudo realizado em Água Branca -PB mostrou resultados análogos com um

percentual de 53,1% positivos para gênero feminino e 46,9 % para gênero masculino (16),

9%

91%

Poliparasitose Monoparasitose

20

corroborando com resultados de Bacabal-Ma na qual dos 723 pacientes atendidos, 461

(63,8%) foram do sexo feminino e 262 (36,2%) masculinos (17).

Figura 9: Percentual de positividade dos gêneros Masculinos e Feminino

Em contrapartida, estudos de. Firmo no estreito do Maranhão-Ma, mostrou

resultados divergentes na qual a demanda por atendimento foi maior no gênero masculino

com um percentual de 51,8% e 48,2% para o feminino (18).

As variações na frequência das doenças entre homens e mulheres podem ocorrer

por diferenças fisiológicas, comportamentais diversidades cultural e econômico das

regiões (19).

O número de positividade na zona urbana é de fato preocupante como mostra a

figura 10, apesar das substâncias melhoras no saneamento básico no município, a

presença de esgotos a céu aberto e a falta de água nos últimos anos levou a população a

consumir água de açudes e poços emergências furados por proprietários de terras , a água

era distribuídas pelos carros pipa na qual muitos não apresenta tratamento adequado ou

tratamento nenhum, 70% da população urbana estudada alberga algum tipo de parasito,

os restante 30% é da zona rural ,onde o consumo de hortaliças cruas sem o devido

tratamento, higiene pessoal e o difícil acesso e cuidados médicos torna um ambiente como

fonte disseminadora das parasitoses.

37%

63%

Masculino Feminino

21

O alto índice de positividade na zona urbana, pode ser explicado pelo fácil acesso

já que o laboratório de análises clinicas, se encontra na zona urbana. O perfil de

morbidade mostrou que independente do indicador de localidade (rural, urbana) existe

uma diferença nas condições de saúde que desfavorece as mulheres (15). Desse modo, as

condições socioeconômicas e sanitárias e do saneamento básico deve ser ações

consideradas em processos de educação em saúde (14).

Figura 10: Incidência parasitaria na Zona Rural e Urbana

As doenças parasitarias afetam principalmente a classe infanto-juvenil como

mostra no gráfico 11: A análise do perfil da idade foi feita baseado em um intervalo de

15 em 15 anos na qual a faixa etária de 03-15 anos e 6-30 anos apresentou um maior

número de positividade, problemas como sistema imunológico em formação ,cuidados

com higiene pessoal ,consumo de alimentos contaminados, água contaminada , falta de

informações e um sistema básico de saúde ausente são parâmetros que influenciam para

agravamento do quadro de morbidade .

Os resultados podem ser equiparados com os do Paraná na qual de 1706 amostras

de fezes analisadas entre as idades de 1-90 anos, 22,4 % foram positivas. (20). Dias e

Grandani estudando a prevalência de enteroparasitoses na população de São José da Bela

Vista -SP, demonstraram resultados equivalentes na qual a carga parasitaria se deu mais

30%

70%

Zona Rural Zona urbana

22

em crianças de zero a quinze anos, convergindo com os resultados de Santos (2010), onde

crianças de 0-9 anos e de 10-19 anos possuíram um percentual grande de positividade de

parasitos, diminuindo mediante a idade vai aumentando (Figura11).

Figura 11: Prevalência de casos positivos mediante idade do paciente (N=221)

Em contrapartida a faixa etária de 46-60 anos apresentou um grande número de

indivíduos albergando parasitas ficando atrás apenas dos indivíduos de 03 até 45 anos,

estudos na área de pessoas na senectude ainda é escasso, mais literaturas mostra que

parcela dessa população apresenta doenças parasitarias (22), o cultivo de hortas e limpeza

do quintal e um sistema imunológico debilitado são fatores facilitadores para transmissão

dos parasitas (23).

A frequência de parasitoses tem estreita relação com as condições de saneamento

básico, nível socioeconômico, grau de escolaridade das mães, faixa etária e hábitos de

higiene dos indivíduos (24). Atingindo populações independente de sexo e idade, tendo

enfoque em crianças em idade escolar na qual estão mais, susceptíveis, e expostas a

fatores de riscos por frequentarem ambientes externos (19).

As prevalências específicas dos vários parasitos encontrados são mostradas no

gráfico:12 na qual cinco são protozoários, dentre esses a E.Histolistyca e G. lamblia

foram os mais frequentes, dentro os helmintos apenas uma tipologia foi encontrada a A.

lumbricoides albergando indivíduos de 03-60 anos.

78

61

3430

12

3

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0-15 16-30 31-45 46-60 61-75 76-90

Fre

quên

cia

dos

par

asit

os

por

idad

e

Idade

0-15

16-30

31-45

46-60

61-75

76-90

23

A. lumbricoides constitui um importante problema de saúde pública,

especialmente nos países em desenvolvimento de clima tropical. Crianças são as mais

acometidas e apresentam as repercussões clínicas mais significativas da infecção

parasitária, dor abdominal, diarreia, náuseas, anorexia, são quadros clínicos que podem

ou não aparecer, a larva possui um ciclo pulmonar que pode advir problemas pulmonares

como broncoespasmo, hemoptise e pneumonite (25).

A E. histolystica é a segunda causa de morte entre as doenças parasitárias perdendo

apenas para malária, são cerca de 40 mil a 100 mil óbitos anuais, estima-se que 500

milhões de indivíduos em todo o mundo estejam infectados pela E. histolytica,

constituindo um sério problema de saúde pública para o Brasil (26).

Figura 12: Incidências de protozoários e helmintos

A relação de protozooses e helmintoses se deu 77% de infecção por protozooses

22% de helmintoses e a parcela de 1% albergava os dois tipos de parasitos, (Figura 13).

Resultados similares foram encontrados em São João Del-Rei MG. Em Caxias do Sul,

os resultados foram discrepantes encontrando um percentual de 65,1% para helmintos e

34,9% de infectados por protozoários resultados divergentes podem ser explicados pelos

requisitos como regionalidade, mudança de clima e saneamento básico (13).

71 71

50

28

71

0

10

20

30

40

50

60

70

80

24

Figura 13: Distribuição de protozooses e helmintoses encontradas em pacientes

infectados e associação parasitária nos mesmo indivíduos.

Fazendo a relação por faixa etária, de 0-15 anos acorreu uma presença de seis

tipologias parasitarias, tendo a A. lumbricoides, G. lamblia e E. vermiculares com maior

índice nessa faixa etária, os demais parasitos se destacaram em idades diferentes tendo de

31-45 anos a E. nana, E.histolistyca, E. coli , como mostra a (tabela 1), desta forma a

carga parasitaria não é mediante a idade e sim mediante os cuidados que cada um tem.

Um prognostico plausível é a falta de políticas públicas, higiene pessoal

infraestrutura, consumo de alimentos e água contaminadas como principais dissipadores

das parasitoses, programas informativos e literaturas como este podem traçar um perfil

epidemiológico da população, o investimento em saúde pública saneamento básico é uma

economia de gastos curativos, consisti no modo mais eficiente baratos e satisfatória de

combater as parasitoses humanas (tabela 1).

21%

1%

78%

Helmintos Helmintos e Protozoários Protozoários

25

Tabela 1: Relação de incidência parasitaria de acordo com a idade

IDADE(MÊSES/

ANOS)

03-15

16-30

31-45

45-60

61-75

76-90

PARASITOS

E.coli 12,5% 37,5% 12,5% 12,5% 25% 0%

A. lumbricoides

48,78% 19,51% 17,07% 12,19% 12,44% 0%

E.nana

19,35% 35,48% 32,25% 9,7% 3,23% 0%

G.lamblia

51,43% 20% 15,71% 7,14% 2,86% 2,86%

E.histolistyca

21,33% 40% 16% 16% 5,33% 1,33%

E. vermiculares

100% 0% 0% 0% 0% 0%

26

Figura 14: Protozoários

Fonte: Atlas Eletrônico de parasitologia humana

Figura 15: Helminto

Fonte: Atlas eletrônico de parasitologia humana

Giardia lamblia

Entamoeba coli

Ascaris lumbricoides

Enterobius vermiculares

Endolimax nana

Entamoeba histolytica

27

4. CONCLUSÃO

O presente trabalho possibilitou traçar um perfil epidemiológico da cidade de

Tuparetama-PE através das análises de exames parasitológicos, pateteando resultados

significantes de positividade principalmente no gênero feminino de 0-15 anos e 16-30

anos, dentre os resultados obtidos foi possível observar que a monoparasitose se sobressai

quando comparado a poliparasitose, onde o índice foi maior na zona urbana, tendo como

principais protozoários encontrados a E.histolistyca e a G. lamblia, entre as helmitoses

e A. lumbricoides obteve a maior incidência.

Os resultados revelam que apesar da substancial melhoria no índice de

contaminação por parasitoses, os números ainda deixam a desejar, mostrando a

necessidade de melhorias de políticas públicas, como saneamento básico e higiene

pessoal adequadas, medidas preventivas como estas são de custo curativo barato e eficaz

contra as parasitoses intestinais, visto que a transmissão se dá via fecal-oral. Os resultados

são equiparados com os da região norte e nordeste servindo como indicador e informativo

de qualidade de vida, 37% da população analisada albergam algum tipo de parasito,

reforçando a necessidade de medidas profiláticas de controle das parasitoses intestinais.

28

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10. SANTOS.J. et.al Parasitoses intestinais em crianças de creche comunitária em

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Gerais, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 36(1):109-111, jan-

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12.SANTOS,F.S et al. Prevalência de enteroparasitismo em crianças de

Comunidades ribeirinhas do Município de Coari, no médio Solimões, Rev Pan-Amaz

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31

ANEXOS

32

Figura 16: Fontes alternativas de abastecimento de água no município de Tuparetama-

PE

Fonte: Site eletrônico Tarcioviuassim

Fonte: Site eletrônico Tarcioviuassim

33

Fonte: Site eletrônico Tarcioviuassim

Figura17: Esgoto a céu aberto nas casas da comunidade da zona rural vila Alto do Jorge.

Fonte: Arquivo pessoal

34

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

35

Normas para publicação-Revista NEWSLABS

Informações aos Autores

O objetivo da NewsLab é publicar bimestralmente editoriais, artigos originais, relatos de

casos, revisões, casos educacionais, resumos de teses etc.

Os editores levarão em consideração para publicação toda e qualquer contribuição que

possua correlação com as análises clínicas, a patologia clínica e a hematologia.

Todas as contribuições serão revisadas e analisadas pelos revisores. Os autores deverão

informar todo e qualquer conflito de interesse existente, em particular àqueles de natureza

financeira relativo a companhias interessadas ou envolvidas em produtos ou processos

que estejam relacionados com a contribuição e o manuscrito apresentado

Todas as contribuições deverão ser enviadas ao editor, no seguinte endereço

eletrônico: [email protected] aos cuidados de Tatiana Ferrador Neix de Brito.

Os manuscritos deverão ser escritos em português com Abstract em inglês. A fonte

utilizada é Times New Roman, corpo 12, entrelinha 1,5.

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correspondente, com endereço completo fone/fax e e-mail também deverão constar.

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Os artigos deverão conter resumo, abstract detalhado, introdução, casuística ou material

e métodos, resultados, discussão e referências bibliográficas.

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discussão e referências bibliográficas.

Relatos de casos e casos educativos, após breve resumo, deverão conter abstract, texto

introdutório, descrição do caso, comentários e referências bibliográficas.

36

As referências deverão ser enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto, a

partir de sua menção (estilo Vancouver). Elas deverão ser identificadas por números

arábicos entre parênteses. Evite utilizar abstracts como referências. Referências de

contribuições ainda não publicadas deverão ser designadas como: "no prelo" ou "in

press".

37

MÉTODO DE HOFFMAN

MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais: béquer, espátula de madeira, gaze, peneira, taça de sedimentação, pipeta

Pasteur, lâmina, lamínula, lugol, microscópio, fezes frescas.

Métodos: Dissolver 2 a 5 g de fezes no béquer com um pouco de água. Coar a suspensão

em gaze, em uma taça de sedimentação, com auxílio de uma pipeta de Pasteur, coletar do

fundo cônico da taça um poço do sedimento. Passar o material para uma lâmina de vidro,

adicionar 1 ou 2 gotas de lugol, cobrir com lamínula e realizar leitura em microscópio

ótico.

38