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GOIÂNIA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LUIZ CARLOS NUNES B. RODRIGUES Orientador: Dr. Milton Luiz Moreira Lima
GOIÂNIA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
LUIZ CARLOS NUNES B. RODRIGUES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO INFLUÊNCIA DA NUTRIÇÃO NA PRODUÇÃO DE SÓLIDOS NO LEITE
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, apresentado como exigência parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.
Orientador: Dr. Milton Luiz Moreira Lima
INFLUÊNCIA DA NUTRIÇÃO NA PRODUÇÃO DE SÓLIDOS NO LEITE
Dedico aos meus pais Luiz Carlos e Maria Helena, a minha avó Verônica, e minhas irmãs Ludmilla e Livia que sempre estiveram ao meu lado e me apoiaram,
acreditaram em meus sonhos e ajudaram a torna-lo realidade.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela superação dos obstáculos, iluminando meu caminho durante este percurso.
Aos meus pais Maria Helena Nunes e Luiz Carlos Rodrigues pelo amor, apoio e ajuda, estando sempre ao meu lado em todos os momentos de minha vida e não medindo esforços para que eu chegasse até esta etapa.
Aos meus avôs maternos Verônica e Faustino, pelos ensinamentos, carinho e dedicação.
As minhas irmãs Ludmilla Nunes e Lívia Nunes pela compreensão, respeito, admiração mútua, atenção e amor.
Aos meus familiares que mesmo longe sempre torceram por mim. Aos amigos que cultivei durante esses anos de curso Paulo Henrique de
Oliveira, Laerte Alves, Hélio Moraes, Renata Morais, Leonardo Lopes, Anna Paula Arvellos, Heitor Novais, Rhaissa Oliveira, Tatiany Tamiris e Rodrigo Borges pelo companheirismo, bagunças e risadas. A Ludmilla Brunes por estar presente, que com sua dedicação me ajudou sempre que necessário, sem medir esforços.
Ao meu orientador Prof. Dr. Milton Luiz Moreira Lima por me auxiliar neste trabalho, orientar e colaborar para minha formação profissional.
" Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível ". São Francisco de Assis
vi
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 SÍNTESE DE SÓLIDOS NO LEITE ....................................................................... 12
2.1 Síntese de gordura na glândula mamária ........................................................ 12
2.2 Síntese de proteína na glândula mamária ....................................................... 13
2.3 Síntese de lactose na glândula mamária ......................................................... 15
3 NUTRIÇÃO E SÓLIDOS DO LEITE ...................................................................... 15
3.1 Carboidratos e teor de sólidos do leite ............................................................ 16
3.1.1 Carboidratos e teor de gordura no leite ..................................................... 17
3.1.2 Carboidratos e teor de proteína no leite .................................................... 22
3.2 Proteína e teor de sólidos no leite .................................................................... 23
3.2.1 Proteína e teor de gordura no leite ............................................................. 23
3.2.2 Proteína e teor de proteína no leite ............................................................ 24
3.3 Lipídios e teor de sólidos no leite .................................................................... 26
3.3.1 Lipídios e teor de gordura no leite ............................................................. 27
3.3.2 Lipídios e teor de proteína do leite ............................................................. 29
4 FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO ............................................................. 29
4.1 Determinação de sólidos totais ........................................................................ 30
4.2 Determinação de gordura no leite .................................................................... 30
4.3 Determinação de proteína no leite ................................................................... 32
4.4 Determinação do nitrogênio ureico .................................................................. 32
4.5 Interpretação de Resultados ............................................................................. 33
4.5.1 GORDURA ......................................................................................................... 33
4.5.2 PROTEÍNA ......................................................................................................... 34
4.5.3 NITROGÊNIO UREICO.......................................................................................... 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 35
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 36
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição das frações proteicas do leite ............................................................. 14
Tabela 2 - Principais fatores que afetam o conteúdo de proteína no leite ................................ 14
Tabela 3 - Resumo dos efeitos do manejo alimentar e nutricional sobre os
teores de gordura e proteína do leite. .................................................................... 15
Tabela 4 - Efeitos da fibra da dieta sobre a atividade ruminal .................................................. 18
Tabela 5 - Efeitos de diferentes fontes de gordura na produção e
composição do leite ................................................................................................ 25
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Modelo de micela de caseína do leite ..................................................................... 14
Figura 2 - Efeito da composição da dieta nos AGV do rúmen e na produção
de leite..................................................................................................................... 18
Figura 3 - Relação entre fibra em detergente neutro fisicamente efetiva e
porcentagem de gordura no leite observados ......................................................... 20
Figura 4 - Utilização dos ácidos graxos voláteis na formação dos
componentes orgânicos do leite. ............................................................................ 26
Figura 5 - Lactobutirômetro de Gerber utilizado na determinação da fração
lipídica no leite ........................................................................................................ 29
Figura 6 - Centrífuga de Gerber de uso exclusivo para lactobutirômetros de
Gerber ..................................................................................................................... 30
ix
LISTA DE SIGLAS
CF Carboidratos fibrosos
CNF Carboidratos não fibrosos
eFDN Fibra efetiva
FDA Fibra em detergente ácido
FDN Fibra em detergente neutro
GRF Grãos rapidamente fermentáveis
PDR Proteína degradável no rúmen
peFDN Fibra fisicamente efetiva
pH Potencial hidrogeniônico
10
1 INTRODUÇÃO
No ano de 2011, o Brasil foi o 5° maior produtor de leite mundial, com 32,3
milhões litros de leite (IBGE, 2011). Sendo está uma atividade de extrema
importância econômica e social para o Brasil. O aumento da exigência do mercado
consumidor, o intenso desenvolvimento das indústrias de alimentos e as tendências
econômicas de comercialização, promoveram um aumento na variedade de
produtos lácteos. Visando atender as exigências do mercado consumidor, os
laticínios almejam uma matéria-prima de melhor qualidade ou de composição
específica, como teor de sólidos totais do leite.
Os elementos sólidos do leite representam de 12 a 13% da composição do
mesmo, sendo os outros 87% restantes representados pela água. Gordura,
carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas são os principais elementos
sólidos do leite (BRITO e LANGE, 2005). Contudo, estes valores podem variar em
decorrência da raça e do status nutricional e metabólico do animal. A utilização de
cruzamento entre raças e/ou programas de melhoramento genético pode ser uma
ferramenta utilizada para aumentar o teor de sólidos no leite. A nutrição surge como
uma ferramenta de acesso e implantação facilitada.
O sucesso no desempenho das vacas leiteiras, é dependente, principalmente,
da nutrição. Visto que a produção de leite em quantidade e qualidade depende,
principalmente, do aporte adequado de proteína e energia na dieta das vacas em
lactação, que chega a glândula mamária através do sangue (FARIA, 2011). Nos
sistemas de produção de leite, os custos com a alimentação representam os
principais custos de produção, chegando a 70% (GONZALEZ e SILVA, 2003).
Assim, o sistema de alimentação escolhido deve levar em consideração, não apenas
os custos, como também o desempenho dos animais e a relação benefício: custo.
A energia utilizada pelos ruminantes para as reações metabólicas provém,
principalmente, dos ácidos graxos voláteis (acético, propiônico e butírico),
produzidos no rúmen pela fermentação dos diferentes alimentos. A proporção entre
os produtos oriundos da fermentação ruminal sofrem influência da composição da
dieta, e consequentemente, podem influenciar na composição do leite. Conhecer a
composição do leite e suas variações é importante para monitorar a nutrição, bem
11
como fornecer subsídios para promover melhorias no desempenho dos animais e na
composição do produto final.
Diante do exposto, objetivou-se com esta revisão apresentar os principais
conceitos em relação a síntese de sólidos no leite, os aspectos nutricionais que
interferem no teor de sólidos do leite, bem como as ferramentas de monitoramento
utilizadas.
12
2 SÍNTESE DE SÓLIDOS NO LEITE
Os principais componentes considerados sólidos do leite são a gordura, a
proteína e a lactose. A síntese do leite na glândula mamária se dá a partir dos
nutrientes fornecidos, seja pela dieta ou após sofrerem modificações nos tecidos
animais, pois estes forneceram energia para os processos bioquímicos
(FONTANELI, 2001).
2.1 Síntese de gordura na glândula mamária
A gordura do leite é formada por uma mistura complexa, na qual os
triglicerídeos são os lipídios mais importantes (98%), estes são compostos de três
ácidos graxos unidos por ligação covalente a uma molécula de glicerol por pontes
éster. A gordura do leite é secretada na forma de glóbulos graxos pelas células
epiteliais mamárias, estes glóbulos são principalmente, compostos por triglicerídeos
rodeados de dupla camada lipídica. A camada lipídica ajuda na estabilização do
glóbulo de gordura formando uma emulsão dentro do ambiente aquoso do leite
(GONZALEZ et al., 2001).
Em relação a composição do leite, os ruminantes apresentam proporção de
ácidos graxos de cadeia curta e insaturados muito maior que os monogástricos. Os
ácidos graxos que compõem os triacilglicerídios podem ter duas origens: podem ser
de lipídios de origem do sangue (da mobilização das reservas corpóreas, do
metabolismo ruminal e intestinal ou da dieta) e também pela síntese de novo
realizada pelas células epiteliais da glândula mamária (SANTOS e FONSECA,
2007).
As gorduras vegetais após ingeridas, sofrem hidrogenação no rúmem, antes
de serem absorvidas. Estes triacilglicerídios são transportados até a glândula
mamária pelo sangue, onde sofrem a quebra em glicerol e ácidos graxos livres, que
então são absorvidos pelas células da glândula mamária (SANTOS e FONSECA,
2007).
Os ácidos graxos com cadeia de 18 a 20 carbonos do leite, têm origem na
dieta ou na síntese de ácidos graxos, que por sua vez é feita pelo tecido adiposo.
Sendo que tais ácidos graxos têm representação no leite de 55% (PEREIRA, 2001).
13
Os ácidos graxos voláteis (acetato e butirato) tem sua produção na fermentação
ruminal, sendo então transportados pela corrente sanguínea até a glândula
mamária, onde são absorvidos e servirão de precursores para síntese de gordura no
leite. Por volta de 17% a 45% da gordura do leite tem origem do acetato e 8% a 25%
tem sua origem do butirato. Sendo assim, o teor de gordura do leite tem correlação
alta e positiva com a concentração molar de ácido acético e butírico no rúmen, e
possui relação negativa com a concentração de propionato. O propionato tem sua
importância na síntese de lactose, mas para isso ele é inicialmente transformado em
glicose no fígado. Os corpos cetônicos são subprodutos do acetato e do butirato que
também podem ser utilizados como precursores da síntese de gordura no leite
(SANTOS e FONSECA, 2007).
2.2 Síntese de proteína na glândula mamária
O retículo endoplasmático rugoso, a partir de aminoácidos presentes no
sangue, é responsável pela síntese de proteína nas células secretoras. A informação
contida no DNA presente no núcleo da célula é pré-determinante da estrutura da
proteína. O DNA funciona como uma espécie de molde para a síntese de uma fita de
RNA, essa fita contém as informações sobre a sequência de aminoácidos que será
replicado, para a formação das proteínas. Depois de ocorrido a síntese, as proteínas
serão transportadas para o aparelho de Golgi, logo em seguida serão secretadas na
forma de vesículas para o lúmen. Com exceção da albumina e as imunoglobulinas,
as proteínas presentes no leite serão sintetizadas e transportadas pela corrente
sanguínea até as células secretoras. Sendo que o local onde ocorre a maior taxa de
síntese das proteínas do leite é nas células dos alvéolos (SANTOS e FONSECA,
2007).
As proteínas do leite são classificadas em dois grupos: as proteínas do soro e
as caseínas. Sendo as caseínas a fração proteica do leite que sofre precipitação em
pH = 4,6; as proteínas do soro não sofrem essa precipitação. A caseína é secretada
nas células epiteliais da glândula mamaria, na forma de micelas (Figura 1), estas
são agrupamento de várias moléculas de caseína ligadas a íons, como o fosfato de
cálcio. A alfa-s1, alfa-s2, beta e kappa-caseína são as quatro variedades principais
14
de caseínas (SANTOS e FONSECA, 2007). Na tabela 1 estão apresentadas a
composição das frações do leite.
Figura 1 - Modelo de micela de caseína do leite Fonte: Santos e Fonseca, 2007
Tabela 1 - Composição das frações proteicas do leite
Tipo de proteína Composição em relação à proteína total
Proteína do soro 19%
Alfa-caseína 45%
Beta-caseína 24%
Kappa-caseína 12%
Fonte: Homan e Wattiax, 1996; citado por Santos e Fonseca (2007).
A limitação de alimento para o animal, baixo consumo de proteína e/ou
energia na dieta são os principais efeitos que promovem a diminuição de proteína no
leite. Com a adição de gordura na dieta pode haver depressão nos níveis de
proteína, mas por outro lado com a adição de aminoácidos essências pode ocorrer
aumento do teor de proteína láctea em bovinos leiteiros de alta produção
(GONZALEZ et al., 2001). A Tabela 2 resume alguns dos principais fatores que
afetam a quantidade de proteína no leite.
15
Tabela 2 - Principais fatores que afetam o conteúdo de proteína no leite Fatores que aumentam o teor de proteína Fatores que diminuem o teor de proteína
Baixa produção de leite Baixo consumo de matéria seca Estágio avançado na lactação Teor de proteína degradável (<60% da PB)
Teor de gordura no leite (<2,5%) Teor de proteína solúvel (<30% da PB)
Adequação de lisina e metionina Teor de carboidratos não estruturais
(<30%da MS) Alto teor de carboidratos não estruturais Fornecimento de gordura adicional Inclusão de niacina e ionóforos na dieta Excesso de fibra na dieta
Fornecimento de forragem de alta qualidade Stress térmico Fonte: Adaptado de Carvalho (2000)
2.3 Síntese de lactose na glândula mamária
Para que ocorra a síntese de lactose na célula epitelial mamária , primeiro é
necessário que ocorra a síntese da galactose através do seguinte processo:
Glicose + ATP → glicose-6-fosfato + ADP(enzima: hexoquinase)
Glicose-6-fosfato → glicose-1-fosfato (enzima: fosfoglicomutase)
Glicose-1-fosfato +UTP → UDP-glicose + PPi (enzima: UDP-glicose pirofosforilase)
UDP-glicose → UDP-galactose (enzima: UDP-galactose 4-epimerase)
Em seguida, a enzima lactose sintetase composta por subunidades (alfa-
lactalbumina e galactosil transferase) catalisa a transferência da UDP-galactose
sobre a glicose para resultar na lactose (GONZALES, 2001).
3 NUTRIÇÃO E SÓLIDOS DO LEITE
São vários os fatores (Tabela 3) que interferem no teor de sólidos do leite. A
gordura é o composto do leite que apresenta maior variação, em decorrência da sua
síntese. O conhecimento destes fatores permitirá interagir ou corrigir eventuais
problemas, inclusive os de ordens nutricionais. Além disso, pode ser uma ferramenta
para melhorar a qualidade e a composição do leite, resultando também em maior
retorno econômico.
Tabela 3 - Resumo dos efeitos do manejo alimentar e nutricional sobre os teores de
16
gordura e proteína do leite
Manejo Teor de Gordura Teor de proteína
Consumo (FDN<60%) Aumenta Aumenta 2 a 3 décimos
Maior número de refeições Aumenta 2 a 3 décimos Pode aumentar pouco
Deficiência de energia Efeito reduzido Diminui 1 a 4 décimos
GRF (>45% MS) Menor 1 ponto% Aumenta 1 a 2 décimos
Tamanho picado (<1cm) Menor 1 ponto% Aumenta 2 a 3 décimos
Alto teor de proteína Sem efeito Aumenta se era deficiente
Baixo teor de proteína Sem efeito Diminui se era deficiente
PNDR (35% a 40% da PB) Sem efeito Aumenta se era deficiente
Supl. Gordura (7%-8%) Efeito variável Diminui 1 a 2 décimos Fonte: Muhlbach (2003). FDN= fibra em detergente neutro; GRF= grãos rapidamente fermentáveis; PNDR= proteína não degradável no rúmen
3.1 Carboidratos e teor de sólidos do leite
Os carboidratos compõem a principal fonte de energia para os
microorganismos ruminais, e consequentemente para ruminantes, representando
entre 60 e 70% da dieta (FARIA, 2011). Os carboidratos influenciam na síntese dos
três principais componentes do leite: lactose, gordura e proteína. A composição
química, características físicas e cinéticas de digestão dos carboidratos afetam o
consumo e a digestão de alimentos, a disponibilidade de nutrientes para a síntese
de leite e também a saúde animal, determinada pelo padrão de fermentação ruminal
(RABELO, 2003).
Em termos nutricionais, os carboidratos são divididos em não-fibrosos
(amidos, açúcares simples e pectina) e fibrosos (celulose, hemicelulose). Os
carboidratos não-fibrosos (CNF) são rapidamente fermentados no rúmen,
disponibilizando energia rapidamente para o animal, mas por outro lado, se
fornecido em excesso pode impedir a fermentação das fibras, por promover ligeira
queda do pH e por não favorecer a ruminação e a produção de saliva (RABELO,
2003). Já os carboidratos fibrosos (CF) apresentam baixa velocidade de digestão,
estando associados a capacidade de enchimento do trato digestivo pela dieta, e
consequentemente com a limitação do consumo (ALLEN,1996). Quando a inclusão
de carboidratos-fibrosos na dieta se dá em excesso, o consumo voluntário é
reduzido, resultando em baixa ingestão energética, e consequentemente reduzindo
o desempenho.
17
Ainda assim, o consumo adequado de carboidrato fibroso é importante para
maximizar tanto a produção quanto a saúde de vacas leiteiras, isso porque estimula
a ruminação, o fluxo de saliva e o tamponamento ruminal (FOX et al., 1992). A
extensão da estimulação da ruminação e da produção de saliva está relacionada ao
tamanho de partícula e a efetividade da fibra (FONTANELI, 2001). A concentração
de CNF na dieta de vacas leiteiras ainda não está bem definida, sendo o consumo
elevado comumente relacionado com distúrbios metabólicos, como a acidose. Já a
quantidade adequada de CF que pode ser incluída em dietas de vacas leiteiras é
dependente das exigências em energia liquida de lactação, da quantidade mínima
de CNF necessários para uma boa fermentação ruminal e os efeitos potenciais
negativos dos CF no consumo do alimento (NRC, 2001). A quantidade bem como o
tipo de carboidrato ingerido afeta a relação entre os produtos gerados pela
fermentação ruminal, afetando também a composição do leite produzido. As
exigências de fibras na dieta para ruminantes estão relacionadas a prevenção de
acidoses, erosão no epitélio ruminal, abcessos hepáticos, depressão na gordura no
leite, laminites e alterações no padrão de fermentação ruminal. Dentre estes fatores,
a porcentagem de gordura do leite é um dos mais utilizados para avaliação, em
resposta a seu impacto econômico nos sistemas de produção (NUSSIO et al., 2006).
3.1.1 Carboidratos e teor de gordura no leite
A proporção de carboidratos fornecido na dieta é um dos principais fatores
que influenciam o teor de gordura do leite. Com o aumento da quantidade de
concentrado na dieta, ocorre a substituição dos carboidratos fibrosos, o resultado é o
aumento da produção total de ácidos graxos voláteis e a alteração das porcentagens
dos ácidos acético e propiônico (RABELO, 2003) (Figura 2).
A substituição de carboidratos fibrosos por grãos ou açúcares na dieta, afeta
a digestão das forragens e diminui o teor gordura no leite (SIMILI e LIMA, 2007).
Isso porque, ao aumentar ingestão de concentrado há alteração na proporção dos
ácidos graxos, aumentando a produção de propionato e reduzindo o pH ruminal.
Sendo que com pH ruminal menor 6,0 a degradação da fibra é prejudicada, devido
ao impacto do pH no crescimento dos microorganismos que degradam a fibra
dietética, resultando em menor teor de gordura no leite (FONTANELI, 2001).
18
Com a ingestão de teores adequados de carboidratos fibrosos, tampões
salivares serão secretados e evitarão a queda excessiva do pH ruminal. Isto
favorecerá a motilidade ruminal, e fará com que os ácidos graxos voláteis sejam
removidos da câmara de fermentação (NUSSIO et al., 2006). Na tabela 4 é possível
observar que com a diminuição do teor de fibra, há redução do tempo de ruminação,
na produção de saliva e de tamponantes, no pH e na relação acetato: propionato,
resultando, quando o propionato estiver acima de 60%, em menor teor de gordura
no leite (GONZALEZ et al., 2001).
Figura 2 - Efeito da composição da dieta nos AGV do rúmen e na produção de leite
Fonte: Wattiaux (20??)
19
Tabela 4 – Efeitos do teor de fibra da dieta sobre pH e proporção molar
Consumo de MS
Fibra na dieta
Ruminação Tampão salivar
pH rúmen
Ácidos graxos voláteis
Volumoso FDN FDA acetato propionato A:P
% % de MS Min/dia Kg/dia % molar
100 65 41 960 2,36 7 70 18 3,9
80 55 34 940 2,31 6,6 67 20 3,4
60 45 27 900 2,27 6,2 64 22 2,9
40 34 20 820 2,14 5,8 58 28 2,1
20 24 13 660 1,95 5,4 48 34 1,4
0 14 6 340 1,55 5 36 45 0,8 Fonte: Adaptado de Bachman (1993).
O tamanho de partícula também é um fator importante para manipulação do
teor de gordura no leite. O consumo de forragem finamente picada pode diminuir o
estímulo a ruminação e a produção de saliva, o que irá diminuir o pH ruminal e
reduzir a % molar de acetato, levando a produção de leite com menores teores de
gordura (EMERY, 1991; citado por JENKINS e MCGUIRE, 2005). Para garantir que
haja estímulo tanto da ruminação quanto da salivação é necessário o fornecimento
de fibra efetiva, este conceito está associado ao tamanho de partícula. Forragens,
mesmo com alto teor de FDN, se excessivamente moídas apresentaram menor
efetividade e nem influência na ruminação e na salivação. Quando são ofertadas
forragens aos ruminantes finamente picadas ocorrem alterações no padrão
fermentativo e depressão no teor de gordura do leite, mesmo sem que a relação
volumoso: concentrado seja alterada (MERTENS, 1997).
A determinação da efetividade da fração FDN é medida empiricamente
utilizando variáveis que respondem ao perfil de carboidratos de determinado
ingrediente ou ração, tais como mastigação, camada de fibra longa do rúmen (“mat
ruminal”), motilidade ruminal, teor de gordura no leite, pH ruminal e perfil de ácidos
graxos de cadeia curta no rúmen (ARMENTANO e PEREIRA, 1997; MERTENS,
1997). Já a fibra fisicamente efetiva está relacionada às características físicas da
fibra (principalmente o tamanho de partícula) que influencia a atividade de
mastigação, a camada de fibra longa no rúmen e a motilidade ruminal (MERTENS,
1997). O conteúdo de FDNfe de um ingrediente que pode ser calculado pelo teor da
20
fração FDN analisado quimicamente e multiplicado pelo fator de efetividade física
(fef) dessa fonte de fibra:
FDNfe = FDN * fef
Esse método poderia estimar o valor de fibra fisicamente efetiva por meio de
medidas físicas e químicas no laboratório, como concentração da fração FDN de
determinado ingrediente e a proporção de partículas que são retidas em uma
peneira de 1,18 mm de porosidade. Dessa forma, assumiu-se que o fef seria
calculado da seguinte forma:
fef = % da fração FDN do ingrediente x % do ingrediente retido em uma peneira de
1,18 mm
Para tal, as partículas seriam estratificadas por tamanho, e o seu
desenvolvimento teria como base as recomendações de Poppi et al. (1980) em que
menos de 5% das partículas de fezes de ovinos e bovinos tem oportunidade de
passar por uma peneira com orifícil de 1,18 mm. Esse método considera que o teor
de FDN é uniformemente distribuído em todas as partículas do ingrediente; que a
atividade de mastigação é igual para todas as partículas retidas em uma peneira de
1,18 mm de porosidade; a facilidade em reduzir o tamanho de partícula do
ingrediente não é diferente entre fontes da fração FDN. Contudo, predizer a relação
entre o tamanho de partícula e atividade de mastigação não é uma tarefa fácil,
devido a grande complexidade entre esses fatores. Além disso, a atividade de
mastigação por quilograma de MS não é um atributo unicamente do ingrediente,
mas sim um efeito conjunto entre o ingrediente e o animal, sofrendo variação em
decorrência de raça, tamanho do consumo voluntário de MS pelo animal (BAE et al.,
1983; WELCH e SMITH, 1970).
Outro método laboratorial desenvolvido para determinar a efetividade física da
fibra foi proposto por Lammers et al. (1996). Este método utiliza a proporção da MS
retida em peneiras de 19 mm e 8 mm de porosidade utilizando conjunto de peneiras
(Penn State Particle Separator) e multiplica essa proporção pela porcentagem da
fração FDN do ingrediente retido nessas peneiras.
21
Avaliações biológicas envolvendo a quantificação da fibra fisicamente efetiva
e da fibra efetiva são relativamente distintas, visto que a efetividade física é definida
restritamente em termos de atividade de mastigação, enquanto que a efetividade
representa toda a propriedade do ingrediente que ajuda a manter a percentagem de
gordura no leite, pH ruminal e padrão de AGCC no rúmen (ARMENTANO e
PEREIRA, 1997; MERTENS, 1997).
A porção fibrosa pode ser classificada como fisicamente efetiva (peFDN) ou
simplesmente efetiva (eFDN). A fibra fisicamente efetiva está relacionada com
características físicas do alimento, como o tamanho de partícula, que influenciam a
atividade mastigatória e a forma bifásica do conteúdo ruminal. A fibra efetiva está
relacionada com a habilidade total que a fibra possui em manter o teor de gordura do
leite das vacas alimentadas com esta fonte (MERTENS, 1997).
Visando estabelecer uma relação entre mastigação e a exigência de fibra
fisicamente efetiva para manter a porcentagem de gordura no leite (Figura 3),
Mertens (1997) sumarizou 213 combinações de tratamentos em 36 citações. A partir
destes dados, Mertens (1997) estabeleceu que o teor mínimo de fibra fisicamente
efetiva necessário para obter teor de gordura no leite em 3,4% seria 19,7% da MS,
sendo que com o aumento da inclusão de fibra efetiva na dieta há um aumento no
teor de gordura do leite até atingir um platô. Contudo, o aumento no teor de gordura
pela inclusão de fibra é dependente da origem desta.
22
FIGURA 3 - Relação entre fibra em detergente neutro fisicamente efetiva
(peFDN) e porcentagem de gordura no leite observados.
Fonte: Adaptado de Mertens, 1997.
A maioria das fontes de fibra não forragem são menos efetivas em manter a
porcentagem de gordura do leite do que fibra oriunda de forragem. De acordo com o
NRC (2001), o valor médio de efetividade de fontes de fibra não forragem é em torno
de 50% do valor observado em fontes oriundas de forragem. Ainda assim, há alguns
alimentos que não são forragens e que podem ser incluídos na dieta das vacas
visando aumentar o teor de gordura no leite. Um destes alimentos, é a polpa cítrica,
subproduto da indústria alimentícia utilizado como fonte de energia para ruminantes.
A polpa cítrica apresenta alto teor de carboidratos solúveis e sua parede celular é
altamente digestível, por apresentar em sua composição grande proporção de
pectina, cujo produto final da fermentação é o acetato (ROCHA FILHO, 1998).
3.1.2 Carboidratos e teor de proteína no leite
O teor de proteína é de difícil manipulação, ainda assim dietas pobres em
energia e proteína podem abaixar os teores de proteína láctea. Algumas estratégias
alimentares podem ser utilizadas para aumentar o teor de proteína no leite, como
dietas com teores elevados de carboidratos fermentáveis no rúmen ou utilização de
23
forragem de boa qualidade (SCHWAB, 1996). Isso porque a disponibilidade de
carboidratos de degradação rápida no rúmen determina a síntese de proteína
microbiana, o aporte de proteína metabolizável para o animal, e consequentemente,
a excreção de proteína no leite (FARIA, 2011). O primeiro fator que limita o
crescimento microbiano ruminal é o fornecimento de energia
Desde que as exigências de carboidratos fermentáveis sejam supridas, a
fonte de carboidrato não apresentará grande influência no teor de proteína do leite.
Eifert et al. (2006), avaliando diferentes fontes de carboidratos na dieta de vacas
leiteiras, não observaram interação entre a fonte de carboidrato e o teor de proteína
no leite. Assim, maximizar o consumo diário total de energia é a melhor forma de
otimizar o teor de proteína no leite, por maximizar a síntese de proteína microbiana.
Tanto a síntese de proteína quanto o crescimento microbiano são dependentes da
adequada quantidade de energia e nitrogênio para a síntese e assimilação de
aminoácidos (CAMERON et al., 1991). O ótimo crescimento microbiano será obtido
com a oferta de sincronismo entre a degradação ruminal da proteína e dos
carboidratos da dieta (RUSSEL e HESPEL, 1981).
3.2 Proteína e teor de sólidos no leite
Dentre os sólidos não gordurosos a proteína é o componente com capacidade
limitada de variação em função da nutrição (PERES, 2001). Ainda assim, é possível
promover alteração no teor de proteína em decorrência da mudança da dieta. Dietas
com altos teores de carboidratos fermentáveis no rúmen, utilização de forragem de
boa qualidade, dietas com teores de proteína não degradáveis no rúmen,
fornecimento de aminoácidos essenciais são estratégias alimentares utilizadas com
intuito de aumentar a porcentagem de proteica do leite (SCHWAB, 1996).
3.2.1 Proteína e teor de gordura no leite
A deficiência de proteína na dieta pode promover alteração no teor de gordura
do leite. Se o teor de gordura anterior a deficiência for considerada normal de acordo
com o padrão racial da vaca, tenderá a apresentar redução, especialmente se este
24
fato ocorrer na primeira semana de lactação. Se caso o teor de gordura for inferior a
3% a deficiência de proteína não surtirá grande efeito depressivo sobre o mesmo
(KIRCHGESSNER, 1965; citado por ALVES FILHO, 2005).
A ureia tem sido utilizada como forma de suplementação proteica para
ruminantes com a vantagem de ter menor custo. Sendo a ureia um composto
nitrogenado não proteico (NNP) que pode ser usado como alternativa para atender
as exigências de proteínas para vacas leiteiras (LÓPEZ, 1984). Resultados obtidos
no estudo de Teixeira et al. (1991), mostram que o desempenho de vacas leiteiras
foi diferente em consequência da substituição de farelo de soja e farelo de algodão
por ureia. Santos et al. (1995) verificou em seis tratamentos associando diferentes
fontes proteicas com ureia não foram alterados o teor de gordura do leite. Sendo
assim a inclusão de ureia é viável e vantajosa por ter relação custo/benefício sem
prejudicar o teor de gordura do leite.
3.2.2 Proteína e teor de proteína no leite
De acordo com Chandler (1989), o teor de proteína do leite é dependente do
perfil de aminoácidos absorvidos pelo intestino delgado do animal e que por sua vez
é reflexo do perfil de aminoácidos da proteína metabolizável que está disponibilizada
no intestino delgado. Quanto mais aminoácidos absorvidos pelo intestino maior será
a disponibilidade destes para a síntese de proteína pela glândula mamaria, isto
porque moléculas de proteína são sequência de aminoácidos. Em condições de
deficiência de algum aminoácido, a síntese é menor (PEREIRA, 2001).
Segundo Santos e Fonseca (2007), a lisina e metionina são aminoácidos
considerados limitantes para produção de leite, pois caso estejam em deficiência em
relação às exigências nutricionais, ocorrem alterações na síntese dos componentes
do leite. A metionina é considerada um dos aminoácidos limitantes mais importantes
para vacas em lactação, contudo, estudos avaliando a inclusão deste aminoácido
(SANTOS e FONSECA, 2007) revelaram que mesmo incrementando a síntese
proteica do leite, em especial na quantidade de caseína, não são observadas
alterações na quantidade de gordura e produção de leite.
Com o aumento do teor de proteína da dieta, variando de 9 a 17% de proteína,
há aumento somente de 0,02% no teor proteico do leite (EMERY, 1991; citado por
25
JENKINS e MCGUIRE, 2005). De acordo com Matos e Pedroso (2005) o
fornecimento de proteína na forma não degradável no rúmen pode ser uma
alternativa para aumentar a disponibilidade de aminoácidos no duodeno, mas para
que esses aminoácidos possam colaborar na efetividade de proteína do leite, eles
têm que ter uma boa digestibilidade no intestino. O perfil de aminoácidos absorvidos
determina o teor de proteína do leite. A proteína microbiana é a fonte de proteína
metabolizável com maior disponibilidade para o ruminante e com maior valor
biológico. Assim maximizar a produção de proteína microbiana é fundamental para
intensificar a síntese de proteína do leite.
Mayer et al. (1997), avaliando quatro tipos de rações concentradas com
diferenças taxas de degradabilidade de PB (70%; 60%; 52% e 45%), não
observaram diferença na produção de leite. Contudo, estes autores observaram que
a ração com 60% de degradabilidade apresentou maior porcentagem de proteína no
leite (3,47%). Se por um lado, dietas com baixa concentração de proteína resultam
em menores teores de proteína no leite, por outro o fornecimento de proteína acima
das exigências das vacas, não resultaram em maior teor de proteína no leite, mas
sim em maior quantidade de proteína excretada. Assim, é necessário fornecer
quantidades balanceadas de proteína degradável no rúmen e de proteína não
degradável (PEDROSO, 2006).
De acordo com Frohmut et al. (2011), as recomendações de proteína bruta
para vacas em início de lactação seriam de 18%, isso porque a otimização do
equilíbrio na absorção de aminoácidos da dieta é mais eficaz em melhorar a
produção de proteína no leite do que a quantidade de proteína bruta na ração. O
desbalanceamento ou excesso de aminoácidos, como a leucina, poderão diminuir a
absorção de outros. Assim a utilização da suplementação com aminoácidos
específicos pode ser mais eficaz que a inclusão de proteína bruta a dieta (FARIA,
2011).
O fornecimento de proteína em excesso pode resultar em maior teor de
nitrogênio ureico do leite. Assim, a determinação deste teor é um importante
indicativo do fornecimento adequado de proteína para as vacas, atuando este como
um indicador da eficiência de utilização de nitrogênio da dieta. O teor de nitrogênio
ureico na dieta deve estar entre 10 e 16 mg/dL (SIMILI e LIMA, 2007).
26
3.3 Lipídios e teor de sólidos no leite
A dieta dos ruminantes, geralmente, apresenta baixa inclusão de óleos e
gordura. No entanto, o fornecimento de grãos, e suplementos que contém óleos ou
alguns subprodutos podem resultar em aumento da ingestão diária de energia e
aumento da ingestão de ácidos graxos poli-insaturados pelo animal, e assim,
aumentar a produção de leite. Como fontes de lipídios, a serem inclusos na dieta de
vacas leiteiras podem ser citadas, as vegetais e a gordura protegida. Visto que as
fontes de lipídios de origem animal não podem ser utilizadas na dieta de ruminante
(CASTRO NETO, 2004).
De acordo com Peres (2001), a adição de gordura na dieta pode deprimir
teores de gordura e proteína no leite, como mostra a Tabela 5. A inclusão de
gordura na dieta gera aumento na produção de leite em relação ao volume, mas
prejudica a sua composição. O efeito da toxicidade de ácidos graxos insaturados
sobre bactérias celulolíticas pode ser bem mais entendido pela comparação entre o
óleo de soja e o sebo tratado, apresentada na Tabela 5.
Tabela 5 – Efeitos de diferentes fontes de gordura na produção e composição do
leite
Fonte % na dieta
kg de leite/dia
Gordura %
Proteína % Lactose %
Sebo hidrogenado 2,7 + 2,3 - 0,37 - 0,16 - 0,01
Semente oleaginosa (soja) 2,7 + 2,2 - 0,86 - 0,34 + 0,06
Ácidos graxos livres 3,4 + 1,5 + 0,10 - 0,09 + 0,04
Triglicerídios livres 3,4 + 1,8 - 0,27 - 0,24 + 0,02
Triglicerídios protegidos 4,7 + 1,7 - 0,40 - 0,24 - 0,04
Fonte: Sutton, 1989
No rúmen, os ácidos graxos são hidrolisados, sendo que os ácidos graxos
insaturados, após o processo de hidrolização, serão isomerizados ou
biohidrogenados. O processo de isomerização é a mudança da posição da dupla
ligação, enquanto a bio-hidrogenação é a remoção da dupla ligação ou insaturação
(BAUMAN e GRIINARI, 2003).
A inclusão de lipídios na dieta não deve ultrapassar 7% pois pode reduzir o
consumo de matéria seca. De acordo com SANTOS e FONSECA (2007), adicionar
27
grandes quantidades de gorduras insaturadas (6 a 8%) é prejudicial as bactérias
celulolíticas do rúmen, que são responsáveis pela digestão da fibra, resultando
também, em menor taxa de passagem da digesta pelo trato gastrointestinal. Para
evitar efeitos indesejáveis a recomendação é a suplementação de gordura na forma
de sementes oleaginosas inteiras ou o uso de gordura protegida. A inclusão de
lipídios ao redor de 5% a 7% na MS da dieta tende a gerar aumento na produção de
leite em função da elevação no teor de energia da dieta, visto que a gordura é 2,25
vezes mais energética do que glicídios e proteínas (FONTANELI, 2001).
3.3.1 Lipídios e teor de gordura no leite
O efeito da inclusão de lipídio na dieta afeta a porcentagem de gordura no
leite. Sendo observado, inclusive, queda na porcentagem de gordura quando há
excesso de ácidos graxos insaturados na dieta (Figura 4), em resposta a redução na
% molar de acetato/propionato no rúmen e na maior formação de ácidos graxos
trans e ácido linoleico conjugado (CLA). Estes são intermediários da
biohidrogenação ruminal de ácidos graxos e atuam negativamente sobre a síntese
mamária de lipídios (GAYNOR et al., 1994). A diminuição da concentração de
lipídios no leite pode estar ligada com a concentração de ácidos graxos do tipo trans
sintetizados no rúmem, absorvidos pelo intestino delgado e incorporados pela
glândula mamária na gordura do leite. Em resumo, quanto maior a concentração de
ácidos graxos trans do leite menor a concentração total de gordura do leite
(ERDMAN, 1999).
28
Figura 4 - Utilização dos ácidos graxos voláteis na formação dos Componentes orgânicos do leite.
Fonte: Adaptado Muhlbach (2003). Alguns tipos de gordura podem causar maior depressão sobre o teor de
gordura do leite, com as gorduras poli-insaturadas ou ricas em ácidos graxos do tipo
trans. A redução no teor de gordura com o fornecimento de óleo insaturado, ocorre
porque além de alterar o perfil de ácidos graxos, eleva o teor de ácidos graxos trans
no leite. Ácidos graxos trans são produzidos por 2 vias, a primeira é através da
fermentação ruminal bacteriana (bio-hidrogenação) e a outra pela hidrogenação
química de gorduras vegetais. O processo de bio-hidrogenação é realizado pelas
bactérias ruminais com o intuito de incorporar íons H na gordura, a fim de saturá-la.
Assim, o excesso de grãos ou alta inclusão de gordura na dieta, a presença de
gordura insaturada gerando ácidos graxos trans pela bio-hidrogenação podem
resultar em redução na gordura do leite (FONTANELI, 2001).
Davis e Brown (1970) citado por Alves Filho (2005) foram os primeiros a
descrever uma possível relação entre ácidos graxos trans C18:1 e a redução na
gordura do leite. Já o uso de gorduras insaturadas protegidas aumenta a proporção
de ácidos graxos insaturados de cadeia longa na gordura do leite (linoleico). A
29
suplementação com gorduras saturadas pode aumentar a proporção de ácido
palmitolênico, esteárico e oleico na gordura láctea (LINN, 1989).
A gordura saturada é menos ativa no rúmen, resultando em menor efeito na
composição do leite, sendo este efeito menor ainda com a utilização de gordura
protegida. A gordura protegida recebe esse nome por estar envolvida por uma
“capa” de proteína (formaldeído tratado), que protege a mesma da degradação
ruminal, ou é constituída por sabões de cálcio (alternativa mais comum)
(FONTANELI, 2001).
Para reduzir os prejuízos à saúde ruminal pode ser utilizada sementes de soja
e algodão, que apesar de conter alto teor de ácidos graxos insaturados, tem sua
taxa de degradação reduzida por estar contido na semente. Sendo recomendado
também, não utilizar grau de moagem muito fino (FONTANELI, 2001).
3.3.2 Lipídios e teor de proteína do leite
A substituição de fontes de carboidratos fermentescíveis no rúmen por fontes
lipídicas insaturadas resulta em menor teor de ácidos graxos voláteis totais e
consequentemente menor teor de proteína microbiana. A menor produção de ácidos
graxos voláteis no rúmen leva à maior gluconeogênese a partir de aminoácidos,
diminuindo o teor de proteína do leite (WU e HUBER, 1994). A inclusão de gordura
na dieta aumenta a ingestão de energia, mas diminui a porcentagem de proteína no
leite de 0,1 a 0,3% (PERES, 2001).
Os microorganismos do rúmen não utilizam gordura como fonte de energia
para seu desenvolvimento, por isso ocorre depressão na síntese microbiana e
consequentemente, no fornecimento de aminoácidos para a composição da proteína
do leite. Além disso, a gordura atua no transporte de aminoácidos para a glândula
mamária. A depressão pode ser observada em todos os tipos de gordura,
insaturadas ou não (FONTANELI, 2001).
4 FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO
30
A análise da composição do leite é utilizada como forma de avaliar a dieta e o
metabolismo das vacas em lactação, de classificar o leite pelo seu valor como
matéria prima para a indústria de derivados do leite e também para verificar a
integridade do leite quanto a adição ou a retirada de componentes (GONZALEZ et
al., 2001). Dentre as análises realizadas em amostras de leite as principais são teor
de proteína, gordura, nitrogênio ureico.
4.1 Determinação de sólidos totais
Os sólidos são todos os componentes do leite, menos a água. Os métodos
utilizados na determinação do teor de sólidos totais podem ser o método
gravimétrico ou pelo método de Arckemann. O primeiro consiste em pesar uma
quantidade de amostra, secar em estufa e quantificar, e apresenta como
desvantagem a lentidão de se obter o resultado. O segundo consiste em utilizar um
disco de alumínio com 2 discos sobrepostos, um com escala de densidade e outro
gordura e matéria seca, este método apresenta como desvantagem necessitar de
valores de densidade e gordura. Contudo, o procedimento é simples basta coincidir
as setas da densidade no valor encontrado a de gordura no valor encontrado e fazer
a leitura da matéria seca na escala correspondente onde fica apontado uma seta
indicando o valor (BEUX, 20??).
4.2 Determinação de gordura no leite
O principal método utilizado para determinação de lipídios no leite é o
lactoburirômetro de GERBER, apesar de poder ser realizado por outros métodos
químicos ou eletrônicos (espectrofotômetro). Este método se baseia na propriedade
do ácido sulfúrico de digerir as proteínas do leite, sem atacar a matéria gorda
(BEUX, 20??).
Os materiais utilizados para está análise são pipetas de 10 ml, 11 ml e 1 ml,
além de reagentes, como ácido sulfúrico e álcool amílico. A análise inicia-se com a
transferência de 10 ml de ácido sulfúrico para um butirômetro de Gerber (Figura 5).
Posteriormente, adiciona-se 11 ml de amostra e 1 ml de álcool amílico, sem molhar o
31
gargalo do butirômetro, fecha-se o butirômetro e agita-se até a completa dissolução.
Em seguida, coloca-se o butirômetro em um banho a 75°C (rolha para baixo) e
espere até que haja completa separação da camada oleosa. A seguir, centrifuga-se
a 3.000 rpm durante 5 min em centrífuga de GERBER (Figura 6). Manejando a rolha,
coloca a camada amarelo-clara dentro da haste graduada do butirômetro. O número
de ml ocupado pela camada oleosa dará diretamente a porcentagem de lipídios
(ROSSI, 2007). A separação da gordura ocorre por centrifugação (diferença de
densidade) e o volume de gordura é obtido diretamente, pois a gordura se acumula
na parte superior do butirômetro, isto é, na haste graduada do mesmo (BEUX,
20??).
Figura 5 - Lactobutirômetro de Gerber utilizado na determinação da fração lipídica no leite. Fonte: Rossi, 2007.
Figura 6 - Centrífuga de Gerber de uso exclusivo para lactobutirômeteros de Gerber Fonte: Rossi, 2007.
32
4.3 Determinação de proteína no leite
O principal método utilizado para determinação do teor de proteína é o
proposto pela Association of Analytical Chemists (AOAC, 1995), no qual o teor de
proteína é determinado indiretamente pelo teor de nitrogênio. Contudo, este método
não é considerado totalmente satisfatório, pois determina a proteína total, já que o
que é realmente determinado são os componentes nitrogenados totais, onde
incluem-se a caseína, as proteínas do soro e a porção chamada de nitrogênio não
proteico. A medida em que se altera a dieta e o metabolismo da vaca, as diferentes
frações que compõe a proteína total são alteradas também, e o conhecimento desta
dinâmica é justamente o dado que interessa ao nutricionista (GONZALEZ et al.,
2001).
4.4 Determinação do nitrogênio ureico
A análise nitrogênio ureico no leite pode ser realizada por metodologia
enzimática, como, por exemplo, por meio do equipamento ChemSpec 150
(BENTLEY INTRUMENTS, 1999). A determinação é dividida em duas etapas, a
primeira é a coleta da amostra é o transporte para um reservatório mantido a 40°C,
onde será adicionada a enzima uréase que durante a reação libera amônia e dióxido
de carbono. A segunda fase, a ser realizada depois de um tempo de incubação,
consiste na adição de uma solução de corante e um ativador, formando um
complexo de coloração verde. A intensidade de cor é proporcional à concentração
de amônia, a qual é determinada através de espectrofotômetro. Para a leitura, é
adicionado um catalisador no corante a fim de acelerar a reação, intensificando o
desenvolvimento da cor verde e melhorando a sensibilidade do método. O uso de
instrumento de alta precisão dispensa a utilização de diluições (OLIVEIRA, 2011).
A determinação de nitrogênio ureico no leite também pode ser realizada
através de aparelho de infravermelho. Para tal, a amostra de leite é aquecida a
40°C, agitada, aspirada para o interior do equipamento, onde recebe a irradiação
pelo feixe de luz infravermelha. A diferença de energia absorvida entre a amostra a
analisada e a amostra de referência é captada por um detector de infravermelho e é
quantificada, sendo transformada em teores dos componentes, de acordo com a
curva de calibração. O espectrofotômetro com transformada de Fourier expõe a
33
amostra a um único pulso de radiação e de medidas de resposta. O sinal resultante,
chamado de indução bifásica, é uma medida direta da coerência temporal da luz e
contém uma rápida decadência composta de todas as possíveis frequências. Como
o sinal medido no interferômetro não pode ser interpretado, é necessária a técnica
matemática chamada de Transformação de Fourier. Esta transformação é realizada
pelo computador (algoritmos de software), apresentando ao usuário as informações
desejadas para a análise espectral (DELTA INSTRUMENTS, 2007 e 2009).
4.5 Interpretação de Resultados
Após realizada as análises, com os resultados em mãos o próximo passo é a
interpretação das análises
4.5.1 Gordura
O primeiro valor observado é o teor de gordura, pois este é o que sofre maior
variação. Para a interpretação de dados temos que observar primeiramente se a
média dos teores de gordura está dentro do padrão da raça ( 3,6 ± 0,2% para o gado
Holandês, por exemplo). Antes de admitir algum problema, deve-se conferir o
estágio de lactação do rebanho. Sabendo que o teor de gordura tende a ser menor
no início da lactação e vai aumentando conforme avança para fim da lactação
(PERES, 2001).
Independente da média observe também valores individuais dos animais,
utilizando como referência a média do teor de gordura do próprio rebanho.
Considerando como baixos os valores com um ponto percentual abaixo da média do
rebanho (PERES, 2001).
Importante também observar se ocorre inversão dos valores de proteína e
gordura (gordura menor que a proteína). Dados referentes a proteína total devem
ser considerados “inversões” , quando valores de gordura estiverem 0,4 pontos
percentuais menores que os valores de proteína total. Já se os dados apresentados
forem referentes a proteína verdadeira (sem inclusão do nitrogênio não protéico),
devem ser consideradas “inversões” valores de gordura 0,2 pontos percentuais
menores que os valores de proteína verdadeira. Sendo considerados normais nas
34
duas situações até 10% das vacas em lactação com estes tipos de inversão
(PERES, 2001).
4.5.2 Proteína
Os parâmetros para avaliação dos teores de proteína são mais restritos.
Deve-se observar se a média dos teores de proteína está dentro do padrão da raça
(3,2 ± 0,2% para gado Holandês, no caso de proteína total, por exemplo), importante
também verificar o estágio de lactação do rebanho antes de admitir qualquer
problema (PERES, 2001).
Independente da média verifique os valores individuais de cada animal estão
dentro do padrão. Assumindo que a variação aceitável para o teor de proteína é 0,2
unidades percentuais para dados individuais (PERES, 2001).
4.5.3 Nitrogênio Ureico
Valores considerados ideias para um rebanho estão entre 12 e 18 mg/dl.
Sendo que a recomendação é que se faça a média de pelo menos 10 animais o que
deve refletir o valor médio do grupo, pois o valores individuais do nitrogênio ureico
no leite podem variar muito. Se os valores médios de uréia no leite para o rebanho
menores que 12mg/dl, mostram deficiência protéica. Já valore acima de 18mg/dl
apontam perdas energéticas para eliminação de uréia, menor taxa de concepção,
deficiência imunológica, desperdício de proteína, contaminação ambiental (PERES,
2001).
35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nutrição têm grande possibilidade de modificar o teor de sólidos, sendo que
tais ferramentas estão ao alcance dos técnicos envolvidos com a bovino cultura
leiteira.
A manipulação dos teores de sólidos é de grande interesse para produtores e
indústrias de laticínios devido ao impacto no preço do leite e rendimento de
derivados lácteos. Dentre os fatores que podem alterar o teor de sólidos do leite, a
nutrição é um que apresenta potencial variável de influência. Podendo ser utilizada
na modulação do teor de gordura e também de proteína, sendo no último de forma
menos eficaz. Contudo, não há uma relação simples e direta entre os componentes
da dieta e os teores de proteína e/ou gordura no leite. Sendo necessário novas
pesquisas para que se tenham mais informações acerca das alterações ocorridas,
com a inclusão de alimentos alternativos ou alteração na dieta, na produção dos
sólidos que compõe o leite.
Dessa forma, as estratégias escolhidas devem ser avaliadas através do
desempenho animal e de análises de composição do leite, realizadas através de
análises, como teor de gordura, nitrogênio ureico, teor de proteína.
36
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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