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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA ASSUNÇÃO ANDRADE DE BARCELOS DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO CÓRREGO SUCURI NO MUNICÍPIO DE CAÇU-GOIÁS JATAÍ (GO) 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL JATAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

ASSUNÇÃO ANDRADE DE BARCELOS

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO CÓRREGO SUCURI

NO MUNICÍPIO DE CAÇU-GOIÁS

JATAÍ (GO) 2017

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ASSUNÇÃO ANDRADE DE BARCELOS

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO CÓRREGO SUCURI

NO MUNICÍPIO DE CAÇU-GOIÁS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Geografia/PPGGEO - Stricto Sensu

da Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí,

como requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Geografia.

Área de concentração: Organização do espaço nos

domínios do Cerrado Brasileiro.

Linha de pesquisa: Análise Ambiental do Cerrado

Brasileiro.

Orientador: Prof. Dr. João Batista Pereira Cabral.

Co-Orientador: Prof. Dr. Alécio Perini Martins

JATAÍ (GO) 2017

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Dedico à minha esposa e filhos, são quem sempre nos fortalecem, apoiam e encorajam para

continuarmos na caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela saúde e força para persistir nessa nova caminhada.

À minha mãe, Adélia Andrade Barcelos (in memoriam), que não media esforços para a

educação dos filhos.

Ao meu pai, João dos Santos Barcelos, que sempre teve a escola como esteio da família,

e que desde a Escola Nicolau Paula, na Fazenda Água Limpa do Rio Verde, no município de

Itapagipe-MG, nos fez trilhar pelos bancos escolares.

Aos meus irmãos, que sempre foram exemplos nos bancos escolares: Vicente Celso

Barcelos, Dilma Andrade de Freitas, Pedro Santos Barcelos, João Acácio Barcelos, Antônio

Carlos Barcelos, Vilma Andrade Barcelos, Firmino Gomes Barcelos e Luiz Mar Barcelos.

À esposa, Ivanildes Solange da Costa Barcelos e aos filhos Rafael Martins Barcelos,

Hortênsia Costa Barcelos, Aurélio Miguel Costa Barcelos, Alexandre Miguel Costa Barcelos,

por estarem sempre ao meu lado nas dificuldades com a chamada tecnologia. Mais uma vez o

meu muito obrigado. “E, não se esqueçam, se tiverem dúvidas, olhem nas páginas anteriores”.

Ao professor e orientador, Dr. João Batista Pereira Cabral, por não medir esforços nas

orientações acadêmicas. És um exemplo de profissional!

Aos colegas de laboratório, que sempre contribuíram para o desenvolvimento desta

pesquisa: Isabel Rodrigues da Rocha, Celso de Carvalho Braga, Dalila Brito de Jesus, Ana

Karoline Ferreira dos Santos, Pollyanna Faria Nogueira, Simone Marques Faria Lopes,

Daiane Ferreira Batista, Susy Ferreira Oliveira, Wanderlúbio Barbosa Gentil e à fiel

companheira nas campanhas de coleta de dados, Fernanda Luiza Ramalho.

À Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí, pela contribuição e manutenção do

transporte nas campanhas de coleta. Ao técnico administrativo Wendell Pereira da Silva,

responsável pela liberação do transporte, e à secretária Renata Santos França Rodrigues pela

dedicação. Agradeço em especial aos motoristas Claudeci Fernandes da Cunha e Edmilson de

Paula pela participação nas campanhas de coleta de dados e a todos os outros motoristas que,

de certa forma também contribuíram com a mesma.

Aos colegas do Laboratório de Climatologia pela disponibilidade dos dados de

precipitação.

Aos professores Zilda de Fátima Mariano e Iraci Scopel pelas contribuições nas

correções desta pesquisa.

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Aos ilustres professores do curso de Enfermagem da Regional Jataí, na pessoa de todos

os Coordenadores, que sempre compreenderam minhas necessidades de aulas e coleta de

dados e me impulsionaram ao crescimento acadêmico.

Ao Mestre Elvis Souza Nascimento pelo apoio na cidade de Caçu-GO e por não medir

esforços para o desenvolvimento dessa pesquisa.

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“A dor passa, a saudade acalma, a decepção ensina e a vida passa”.

(Carlos Eduardo Rossi)

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar e diagnosticar a qualidade das águas da bacia

do córrego Sucuri, localizado no município de Caçu-Goiás. Com uma área de 74 km², a bacia

do córrego Sucuri é tipicamente rural; não recebe efluentes urbanos e industriais. Está inserida

na bacia do reservatório da Usina Hidrelétrica Barra do Coqueiros (UHEBC), no médio curso

do Rio Claro. Limnologicamente, foram definidos cinco pontos de amostragem no curso

d’água, a fim de se diagnosticar a qualidade das águas em quatro períodos distintos. A

metodologia de análise da água seguiu a proposta do Standard Methods for the Examination

of Water and Wastewater, Resolução CONAMA nº 357/2005 e Índice de Qualidade das

Águas (IQA). O mapeamento do uso e ocupação da bacia hidrográfica foi realizado pelo

método da classificação supervisionada. A partir da análise do uso e ocupação da bacia

hidrográfica, verificou-se que cerca de 55,5% da área da bacia são classificadas como suave

ondulado, 63% eram ocupadas com pastagem para criação de gado extensivo. A partir de

2010, a cana-de-açúcar passou a ocupar cerca de 18% da área da bacia, enquanto que a

mata/Cerrado ocupa uma área em torno de 16,5%. Pedologicamente, o Latossolo Vermelho

Distrófico (LVd) ocupa cerca de 72,5% da bacia; no aspecto geológico, predominam rochas

areníticas da Formação Vale do Rio do Peixe, ocupando 90% da bacia. O clima é classificado

como Aw, com duas estações bem definidas - uma seca (menos chuvosa) e outra úmida (mais

chuvosa), a precipitação média anual em torno de 1400 a 1600 mm. De acordo com os dados

avaliados, verifica-se a não conformidade da água do córrego Sucuri para classe 1, os

parâmetros que mais contribuíram para manter o IQA baixo foram: fósforo, coliformes

termotolerantes e oxigênio dissolvido, sendo esse curso d'água classificado, segundo a

Resolução CONAMA nº 357/05, como de classe 2. Segundo a classificação da IQA-

CETESB, as águas foram classificadas como de Boa qualidade; entretanto, para o IQA-IGAM

a água pode ser classificada de Média e Bom qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Índice de Qualidade da água. Bacia hidrográfica. Uso da terra.

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ABSTRACT

The present study had as objective to analyze and to diagnose the water quality of the basin

Sucuri brook, located in the city of Caçu-Goiás. With an area of 74 km ², the Sucuri stream

basin is typically rural, does not receive urban and industrial effluents. It is inserted in the

reservoir basin of Barra do Coqueiros Hydroelectric Plant (UHEBC), in the middle course of

Rio Claro. Limnologically, five sampling points were defined in the watercourse in order to

diagnose the quality of the water in four different periods. The methodology of water analysis

followed the proposal of the Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater,

CONAMA Resolution 357/2005 and Water Quality Index (IQA). Land use mapping was

performed using the supervised classification method. From the analysis of land use it was

verified that about 55.5% of the area of the basin is classified as smooth corrugated, 63% was

occupied with pasture for extensive cattle raising. As of 2010, sugarcane cultivation now

occupies about 18% of the area of the basin, while the forest covers around 16.5%.

Pedologically the Red Latosols Dystrophic (LVd) occupy about 72.5% of the basin, and in the

geological aspect sandstone rocks of Vale do Rio do Peixe Formation predominate occupying

90% of the basin. The climate is classified as Aw type with two well defined seasons, one dry

(less rainy) and one wet (rainier) with annual rainfall being around 1400 to 1600 mm.

According to the data evaluated, the nonconformity of the water of the Sucuri stream to class

1, the parameters that contributed the most to keep the IQA low were: electrical conductivity,

phosphorus, thermotolerant coliform and dissolved oxygen, being this watercourse classified

according to CONAMA Resolution 357/2005 of classes 2. According to the classification

IQA-CETESB the waters were classified as Good quality, however for the IQA-IGAM it can

be classified as Medium quality.

KEYWORDS: Water Quality Index. Hydrographic Basin. Land Use.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Pontos de Amostragem da bacia hidrográfica do córrego Sucuri Caçu-Goiás. ...... 35

Figura 2 – Planilha modelo para determinar o IQA dos parâmetros físico-químicos e

biológicos. ................................................................................................................................ 37

Figura 3 - Evolução de uso e ocupação de uso e ocupação da bacia do córrego Sucuri, Caçu -

GO de 2000 a 2015. .................................................................................................................. 48

Figura 4 - Gráficos de correlação de Pearson entre os parâmetros da água do mês de junho de

2015 da bacia do Córrego Sucuri Caçu-Goiás.......................................................................... 63

Figura 5 - Gráficos de correlação de Pearson dos parâmetros da água do mês de setembro de

2015 da bacia do Córrego Sucuri Caçu-Goiás.......................................................................... 64

Figura 6 - Gráficos de correlação de Pearson dos parâmetros da água do mês de dezembro de

2015 da bacia do Córrego Sucuri, Caçu-Goiás......................................................................... 65

Figura 7 - Gráficos de correlação de Pearson dos parâmetros da água do mês de março de

2016 da bacia do Córrego Sucuri Caçu-Goiás.......................................................................... 66

Foto 1 - Principais usos da terra da bacia do Córrego Sucuri em Caçu-Goiás. ........................ 40

Foto 2 - Afloramento de basalto no vale do córrego Matinha na bacia do Sucuri, Caçu-Goiás.

.................................................................................................................................................. 42

Foto 3 - Relevo em forma de chapadão na bacia do córrego Sucuri, Caçu-Goiás ................... 45

Foto 4 - A, B e C - Áreas de declividade de usos e ocupação da bacia do córrego Sucuri, em

Caçu-Goiás, e declividade > 45%. ........................................................................................... 47

Gráfico 1 - Evolução do uso e ocupação da terra da bacia do córrego Sucuri, Caçu –GO. ..... 50

Gráfico 2 - pH das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO. ............................................. 52

Gráfico 3 - Oxigênio dissolvido das águas da bacia do Córrego Sucuri/Caçu GO. ................. 53

Gráfico 4 - Análise Demanda bioquímica de oxigênio das águas da bacia do córrego

Sucuri/Caçu GO. ....................................................................................................................... 55

Gráfico 5 - Temperatura das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO. .............................. 56

Gráfico 6 - Análise temporal de turbidez das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO ..... 57

Gráfico 7 - Total de sólidos dissolvidos das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO. ...... 58

Gráfico 8 - Análise temporal de Nitrogênio das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu ....... 59

Gráfico 9 - Fósforo das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO. ...................................... 60

Gráfico 10 - Coliformes termotolerantes das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu-Goiás. 61

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Gráfico 11 - Resultados IQA-CETESB da água da bacia do Córrego Sucuri/Caçu-Goiás ...... 68

Gráfico 12 - Resultados IQA-IGAM da água da bacia do Córrego Sucuri/Caçu-Goiás. ......... 69

Gráfico 13 - Porcentagem do qiˆw máximo possível para cada parâmetro no ponto. .............. 71

Mapa 1 - Localização bacia hidrográfica do córrego Sucuri Caçu-Goiás. ............................... 32

Mapa 2 - Geologia da bacia do córrego Sucuri no município de Caçu-Goiás ......................... 41

Figura 3 - Unidades de solos da bacia do córrego Sucuri, Caçu-Goiás .................................... 43

Mapa 4 - Geomorfologia da bacia do córrego Sucuri no município de Caçu-Goiás................ 44

Mapa 5 - Declividade da bacia do córrego Sucuri no município de Caçu-Goiás. .................... 46

Quadro 1 - Classificação das águas doces, segundo uso e seu destino, segundo a Resolução

CONAMA nº 357/05. ............................................................................................................... 25

Quadro 2 - Valores de pesos entre os intervalos – 1 a + 1 das medidas de coeficiente de

correlação de Pearson. .............................................................................................................. 36

Quadro 3 - Faixa de classificação de qualidade da água para IQA-CETESB .......................... 37

Quadro 4 - Faixa de classificação de qualidade da água para IQA- IGAM ............................. 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela de peso do Índice de Qualidade da Água .................................................... 29

Tabela 2 – Parâmetros e valores máximos e mínimos para enquadramento da água do córrego

Sucuri. ....................................................................................................................................... 34

Tabela 3 - Classes geológicas da bacia do córrego Sucuri, município de Caçu-Goiás ............ 41

Tabela 4 - Classes geomorfológicas da bacia do córrego Sucuri, município de Caçu-Goiás .. 44

Tabela 5 - Classificação da bacia hidrográfica do córrego da Sucuri, no município de Caçu-

Goiás ......................................................................................................................................... 47

Tabela 6 - Dinâmica do uso e ocupação da bacia do córrego do Sucuri entre os anos de 2000 a

2015, em Caçu-Goiás. .............................................................................................................. 49

Tabela 7 - Classificação quali/quantitativas das correlações entre as variáveis analisadas nas

quatro campanhas de coleta. ..................................................................................................... 62

Tabela 8 - Valores de IQA dos quatro campos avaliados na bacia do Córrego Sucuri, em

Caçu-Goiás. .............................................................................................................................. 70

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGIM/CPRM – Agência Goiânia de Indústria e Mineração/ Companhia de Recursos Minerais

ANA – Agência Nacional das Águas

APHA – American Public Heolth Association

CBHs – Comitês de Bacias Hidrográficas

CE – Condutividade Elétrica

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM - Serviço Geológico do Brasil

CT – Coliforme Termotolerantes

CXbd – Cambissolo Háplico Distrófico

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DRH - Departamento de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais

EIA – Estudo de Impactos Ambientais

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pecuária

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

INPE Instituto Nacional de Pesquisa Espacial

IQA – Índice de Qualidade da Água

LVd – Latossolos Vermelho Distrófico

LVj – Latossolos Vermelho Perférricos

N – Nitrogênio

NaCl – Cloreto de sódio (Salinidade)

NSF – National Sanitation Foundation

OD – Oxigênio Dissolvido

OLI – Operational Land Imager

ONU – Organização das Nações Unidas

P – Fósforo

pH – potencial Hidrogeniônico

PNQA – Programa Nacional de Avaliação de Qualidade das Águas

PNRH – Programa Nacional dos Recursos Hídricos

PVAd – Argissolos Vermelho-Amarelo Distrófico

SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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SiBCS – Sistema Brasileiro de Classificação de Solo

SIEG – Sistema Estadual de Geoinformação de Goiás

SIMGE – Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais

SINGER – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SINGREH- Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SRA – Superfície Regional de Aplainamento

ST – Sólidos Totais

T – Temperatura

TB - Turbidez

TSD – Total de Sólidos Dissolvidos

UFG – Universidade Federal de Goiás

UHE – Usina Hidrelétrica

UHEBC – Usina Hidrelétrica Barra dos Coqueiros

UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura

UNP – Número mais Provável

UNT – Unidade Nefrolométrica

USGS – Serviço Geológico dos Estados Unidos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 22

2.1 Bacia Hidrográfica .......................................................................................................... 22

2.2 Gestão e Monitoramento de Recursos Hídricos.............................................................. 23

2.3 Qualidade das Águas ...................................................................................................... 24

2.4 Índice de Qualidade das Águas (IQA) ............................................................................ 27

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 32

3.1 Localização da Área de Estudo ....................................................................................... 32

3.2 Procedimentos Metodológicos ........................................................................................ 32

3.3 Enquadramento e Seleção dos Pontos de Amostragem .................................................. 34

3.4 Análise Estatística ........................................................................................................... 35

3.5 Índice de Qualidade das Águas (IQA) ............................................................................ 36

3.6 Procedimentos Cartográficos .......................................................................................... 38

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 39

4.1 Caracterização Física da Área de Estudo ........................................................................ 39

4.1.1 Clima ........................................................................................................................ 39

4.1.2 Vegetação ................................................................................................................. 39

4.1.3 Geologia ................................................................................................................... 40

4.1.4 Tipos de Solos .......................................................................................................... 42

4.1.5 Geomorfologia ......................................................................................................... 43

4.1.6 Declividade............................................................................................................... 45

4.1.7 Uso e ocupação da bacia do Córrego Sucuri ............................................................ 47

4.2 Enquadramento do Corpo Hídrico .................................................................................. 50

4.2.1 Descrição dos Pontos de Coleta ............................................................................... 50

4.2.2 Análise Temporal das Variáveis Limnológicas ....................................................... 51

4.2.2.1 Potencial Hidrogeniônico (pH) ............................................................................. 51

4.2.2.2 Oxigênio Dissolvido (OD) .................................................................................... 53

4.2.2.3 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) ........................................................... 54

4.2.2.4 Temperatura da água (T) ....................................................................................... 55

4.2.2.5 Turbidez ................................................................................................................ 56

4.2.2.6 Total de Sólidos Dissolvidos (TSD) ..................................................................... 57

4.2.2.7 Nitrogênio (N) ....................................................................................................... 58

4.2.2.8 Fósforo .................................................................................................................. 59

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4.3 Parâmetros Biológicos .................................................................................................... 60

4.3.1 Coliformes Termotolerantes ..................................................................................... 60

5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ............................................................................................... 62

5.1 Resultados dos Dados Da 1ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego Sucuri-

GO (13 de Junho de 2015) .................................................................................................... 63

5.2 Resultados dos Dados da 2ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego Sucuri-

GO (11 de Setembro de 2015). ............................................................................................. 63

5.3 Resultados dos Dados da 3ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego Sucuri

(dia 05 Dezembro 2015) ....................................................................................................... 64

5.4 Correlação dos Dados da 4ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego Sucuri

(dia 05 Março De 2016) ........................................................................................................ 65

6 ÍNDICE DA QUALIDADE DA ÁGUA (IQA-CETESB E IGAM) DA BACIA DO

CÓRREGO SUCURI, EM CAÇU-GOIÁS .............................................................................. 67

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 73

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 74

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19

1 INTRODUÇÃO

A água é um bem natural, patrimônio da humanidade, portanto, de direito de todos; ela

é o elemento fundamental da vida, tanto para plantas e animais e para o ser humano. Seus

múltiplos usos são indispensáveis; entre eles, destacam-se o abastecimento público, as

indústrias, a irrigação, a produção de energia elétrica e atividades de lazer e recreação, bem

como a preservação da vida aquática. A crescente expansão demográfica e industrial

observada nas últimas décadas trouxe como consequência o comprometimento das águas dos

rios, lagos e reservatórios (SILVEIRA; GUANDIQUE, 2006). Dessa forma, vem se

agravando problemas de poluição nos corpos de água para abastecimento público,

principalmente em relação ao processo de eutrofização.

A composição química das águas naturais que drenam de todas as bacias hidrográficas

é o resultado de um conjunto de processos químicos e da interação que ocorre entre os

sistemas terrestre, aquático e a atmosfera (TUNDISI, 2008). A qualidade da água recebe forte

influência do modelo de uso da terra e cobertura vegetal de uma bacia hidrográfica, a partir de

arraste de materiais superficiais no período chuvoso, aumentando a concentração dos

poluentes nos despejos, pelo fato da redução do volume de água escoado no período de

estiagem (CUNHA et al, 2013; LEMOS et al, 2010; SANTI et al, 2012).

Nos últimos anos, o ecossistema hídrico tem suportado intensas alterações,

especialmente pelas atividades humanas. Esse ecossistema recebe uma considerável variedade

e quantidade de poluentes, seja no solo ou despejados diretamente na água, com impactos ao

ambiente e, consequentemente, à saúde humana (OLIVEIRA-FILHO; PARRON, 2007;

SREBOTNJAK et al, 2012).

Com a finalidade de amenizar os impactos ambientais, foram criadas leis e resoluções.

A Lei nº 9.866/97 define mananciais como todas as águas subterrâneas, superficiais, fluentes,

emergentes ou em depósitos, com potencialidade para o abastecimento público.

A Lei nº 9.433/1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) (Lei

das Águas) e a Lei nº 9.984/2000 dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Água

(ANA), que cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).

Essas leis têm como finalidade dar ao país um instrumento de enfrentamento aos desafios da

crescente demanda por água face ao desenvolvimento industrial, agrícola e urbano (BRAGA

et al, 2006; REBOUÇAS, 2006).

Diante disso, é importante avaliar a qualidade das águas para acompanhar as possíveis

alterações que, podem estar ocorrendo nos canais fluviais, adotando-se medidas necessárias

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20

para impedir novas alterações. Esse monitoramento é um importante instrumento no controle

ambiental para bacia hidrográfica.

Para avaliar a qualidade das águas, foi criado, pela ANA (2008), o Programa Nacional

de Avaliação de Qualidade das Águas - PNQA, que visa ampliar o conhecimento sobre a

qualidade das águas superficiais no Brasil, de forma a orientar a elaboração de políticas

públicas para a recuperação da qualidade ambiental em corpos d’água interiores, como rios e

reservatórios, contribuindo, assim, com a gestão sustentável dos recursos hídricos

Nesse cenário, o Índice de Qualidade da Água (IQA) aparece como uma metodologia

eficaz para avaliar a qualidade hídrica de uma bacia hidrográfica. Nesse método, os valores

dos poluentes são convertidos em dados de concentração de valores de sub-índice e, em

seguida, combinados em uma pontuação única. O IQA apresenta um resumo de todo um

ambiente aquático a partir da integração dos vários indicadores (DOBBIE; DAIL, 2013; FOX,

2014).

O IQA foi criado em 1970, após estudos realizados nos Estados Unidos pela National

Sanitation Foundation - NSF (AKINER, 2012; AKKOYUNLU; TYAGI et al, 2013). Em

1975, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB adaptou o IQA para

ambientes tropicais, com o objetivo de avaliar a qualidade das águas do estado de São Paulo

que têm como finalidade o abastecimento ao público (CETESB, 2012).

O IQA é um instrumento de cálculo da qualidade dos corpos hídricos, sugerindo o

nível de contaminação por materiais orgânicos, nutrientes e sólidos, que, normalmente, são

identificadores de poluição. Para caracterizar a qualidade da água, utilizam-se alguns

parâmetros, representando suas características físico-químicas e biológicas (CETESB, 2012).

Esse monitoramento dos parâmetros consiste basicamente em medições dos valores dos

parâmetros, com objetivo de verificar se determinados impactos ambientais estão ocorrendo e,

com isso, dimensionar e avaliar se os ajustes preventivos estão sendo eficazes ou não

(FLORES-LOPES, 2006).

A escolha da bacia no córrego Sucuri como objeto de estudo dessa pesquisa deve-se às

alterações produzidas pelas atividades humanas na remoção da cobertura vegetal, adubação

química da terra pela agricultura, que cada vez mais contribuem com as alterações na

composição físico/química das águas dos córregos e rios e, consequentemente, do reservatório

da UHE Barra dos Coqueiros. Outro fator importante é que essa bacia é um dos principais

afluentes que abastece o reservatório da UHE Barra dos Coqueiros (BRAGA, 2012; ROCHA;

CABRAL; BRAGA, 2014).

Pesquisas desenvolvidos na bacia do Rio Claro por Braga (2012), Lima e Mariano

(2014), Queiroz et al (2015) e Rocha et al (2015) verificaram que a bacia do rio Claro vem

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sofrendo com a antropização devido ao modelo agropastoril implantado a partir da década de

70 do século XX, uma vez que houve a retirada da cobertura vegetal do cerrado para

implantação das pastagens e agriculturas. Essas alterações proporcionam a degradação e

compactação, acentuando cada vez mais o escoamento superficial e intensificando o processo

erosivo, principalmente em áreas mais vulneráveis.

Quando se refere à questão ambiental, a bacia do Córrego Sucuri deve receber atenção

especial, por ser, uma das maiores bacias do reservatório da UHE Barra dos Coqueiros, pelo

modelo de uso e cobertura vegetal, tendo como principais atividades a pastagem extensiva e a

monocultura da cana-de-açúcar, que podem contribuir com a lixiviação do solo, agroquímicos

e sedimentos, alterando a qualidade das águas, pelas atividades humanas, nos ecossistemas

aquáticos.

Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1990), as áreas de pastagem apresentam uma

perda de solo 10 vezes maior que em áreas preservadas. Portanto, solos com pouca cobertura

vegetal apresentam maior escoamento de sedimentos, com perdas de nutrientes para os cursos

d’água. Para Silva et al (2012), um dos principais responsáveis pelo aumento da turbidez nas

águas, assoreamentos em córregos e rios e a extinção de espécies vegetais e animais dá-se,

principalmente, pela falta de mata ciliares. Segundo Tundisi (2005), as atividades antrópicas

são ações que exploram os recursos hídricos, causando degradação da qualidade da água com

o decorrer dos tempos.

Por isso, a importância de se avaliar a qualidade das águas superficiais, para amenizar

e controlar possíveis alterações que possam ocorrer no canal fluvial, permitindo, assim, adotar

medidas mitigadoras para minimizar as perdas da qualidade das águas e do ambiente.

Diante desse contexto, considerando-se o modelo de uso e ocupação da bacia do

Córrego Sucuri, a presente pesquisa teve como objetivo geral: Verificar se os modelos de uso

e ocupação das terras influenciam na qualidade da água do córrego Sucuri e avaliar a

qualidade das águas e sua relação com as características física e modelo de uso da terra da

bacia. Para obter êxito no objetivo geral, foram propostos os seguintes objetivos específicos:

A) detectar espacialmente e temporalmente as alterações do uso da terra e sua possível

influência na qualidade das águas. B) verificar em que classes as águas do córrego podem ser

enquadradas de acordo com a resolução vigente do CONAMA 357/05. C) avaliar a qualidade

das águas a partir dos parâmetros químicos, físicos e biológicos

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Bacia Hidrográfica

Segundo Tucci (1997) e Porto (2008), bacia hidrográfica é uma área de planejamento e

gerenciamento dos recursos hídricos. Sua área de captação natural de água das chuvas sempre

converge para uma única saída - o exutório, sendo um conjunto de superfícies de rede de

drenagem formado por diversos cursos d’água, que acaba por formar um único curso d’água.

Para Cunha e Guerra (2010), as bacias hidrográficas de qualquer hierarquia são

formadas por redes interligadas pelos divisores topográficos, em que drenam suas águas e

transportam materiais e sólidos dissolvidos para um único ponto de saída (exutório), que pode

ser um rio de igual ou superior hierarquia, para um lago, reservatório ou até mesmo o oceano.

De acordo com Moragas (2005), a bacia hidrográfica pode ser entendida como:

Uma área drenada por uma rede de canais influenciada por diversas

características topográficas, litológicas, tectônicas, de vegetação, dentre

outras. Mas a bacia hidrográfica representa um complexo sistema integrado

de inter-relações ambientais, socioeconômicas e políticas.

Ab’Saber (1977) destaca que as redes hidrográficas se encontram difundidas por

diversos modelos de drenagem, que são importantes para identificar a evolução regional dos

rios. Destaca também que, conforme a modelagem do canal fluvial, ele pode apresentar

drenagem retilínea, anastomosada e meândrica.

Para Rocha (2014), o conjunto de bacias hidrográficas formam, além de cursos d’água,

divisores topográficos e redes de drenagem; porém, independente das definições, sempre terá

aparência de gênese, isto é, os mesmos tipos de formação e origem.

As bacias hidrográficas vêm sofrendo constantes impactos bióticos e abióticos que são

irreparáveis, principalmente no que ser refere à construção de barragens, como, por exemplo,

o processo de eutrofizações, que conforme o lançamento de esgotos domésticos, industriais, a

lixiviação dos fertilizantes e pesticidas agrícolas e silviculturas, vêm, cada vez mais, sendo

desenvolvidas nas margens dos rios, contribuindo para a promoção e condução de materiais

alóctones, que são lançados ao longo de toda bacia (BARRETO et al, 2014; OLIVEIRA et al,

2009).

As características das águas de uma bacia hidrográfica estão inteiramente relacionadas

ao uso e ocupação das terras, pois, tudo que ocorre em uma área de drenagem modifica as

condições naturais dos corpos hídricos. Com as informações de uso e ocupação da terra, pode-

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se definir os impactos causados na qualidade da água; sendo assim, é possível inferir sobre as

condições ambientais da bacia hidrográfica (QUEIROZ et al, 2010).

De acordo com a Lei nº 9.433/97, da Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH

(BRASIL, 2006), as unidades territoriais precisam ser avaliadas em qualquer nível de bacias.

Além disso, a lei traz a obrigação de resguardar as águas contra distintos tipos de poluição e

uso impróprio, uma vez que a PNRH deve deliberar modelos e critérios de emprego dos

recursos hídricos. Outros instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos são as

outorgas de águas, tendo como objetivo controlar a qualidade e quantidade do uso e seus

direitos de uso da água.

A qualidade da água de uma bacia hidrográfica recebe vários tipos de influência, como

a perda da cobertura vegetal, tipo de topografia, geologia, uso e ocupação das terras. Essas

perturbações nos seus aspectos físicos, químicos e biológicos podem influenciar o

desempenho e modificar a concentração de nutrientes, isto é, prosperidade e variedade de

espécies nos ecossistemas aquáticos (BRITO, 2008; CUNHA et al, 2013a).

Os parâmetros limnológicos que são comumente estudados nas bacias hidrográficas

para definir a qualidade da água em um ecossistema aquático são: Oxigênio Dissolvido (OD),

Potencial Hidrogeniônico (pH), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Nitrogênio total

Turbidez (NTU), Coliformes Termotolerantes (CT), Turbidez (TB), Totais de sólidos

dissolvidos (TSD). Desses parâmetros, o DBO e OD são fundamentais para determinar os

impactos ambientais, uma vez que permitem quantificar a oferta de oxigênio dissolvido e a

modificação da concentração da matéria orgânica respirável (biodegradável) existente no

meio líquido (CUNHA et al, 2011; RIXEM et al, 2012; WARD et al, 2013).

2.2 Gestão e Monitoramento de Recursos Hídricos

A água é um recurso natural, patrimônio da humanidade, imprescindível à vida no

planeta. Possui grandes valores econômicos, social e ambiental, sendo fundamental à

sobrevivência do homem e dos ecossistemas na Terra. Por ser um recurso único, a água é

essencial a vida de todos seres vivos, mantendo assim os ciclos biológicos, geológicos e

químicos, o equilíbrio dos ecossistemas e o desenvolvimento econômico.

O desperdício, aliado ao aumento pela procura de água, tornou-se uma dificuldade que

requer a atenção de todos, uma vez que necessitamos deste bem para os mais diversos usos

(alimentação, higiene pessoal, limpeza, indústria, agricultura e, principalmente, geração de

energia elétrica), certo que a conservação da qualidade e quantidade das águas depende

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principalmente das condições naturais e antrópicas das bacias hidrográficas, onde se originam

as águas.

Uma das principais consequências sobre o comportamento da qualidade e quantidade

das águas dos rios, lagos e reservatórios, está ligada, principalmente, à expansão demográfica

e industrial dos últimos tempos (SILVEIRA; GUANDIQUE, 2006). Sabe-se que o Brasil

detém cerca de 12% de toda a água do planeta; aproximadamente 80% desse recurso estão

distribuídos em territórios com bacias hidrográficas de menor densidade demográfica e

regiões que abrigam cerca de 54% da população do país ficam com apenas 12% do total das

águas. Dessa distribuição, cerca de 90% dessa água são destinadas à produção agrícola,

produção industrial e consumo humano (REBOUÇAS, 2003).

Para Oliveira-Filho et al (1994), cada vez mais as matas ciliares vêm sendo

devastadas, o que contribui para o assoreamento de rios, córregos, lagos, para o aumento da

turbidez das águas, desequilíbrio do regime das cheias e para erosão das margens da maior

parte dos cursos d’água, trazendo um comprometimento da fauna silvestre. Arcova e Cicco

(1997) destacam que, em micro bacias com uso agrícola, o transporte de sedimentos e a perda

de nutrientes são maiores, principalmente quando comparadas com bacias não desmatadas.

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) apresenta

duas diretrizes: a articulação do planejamento dos recursos hídricos com os setores dos

usuários e o planejamento regional, estadual e nacional, integrando a gestão dos recursos

hídricos com a gestão ambiental, baseando-se nos seguintes fundamentos:

I - A água é um bem de domínio público; II - A água é um recurso natural limitado, dotados de valor econômico; III - Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o

consumo humano e a dessedentação de animais; IV - A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso

múltiplos das águas; V - A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da

Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de

Gerenciamentos de Recursos Hídricos; VI - A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a

participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades (ANA,

2007).

2.3 Qualidade das Águas

A Resolução CONAMA nº 357/05 (BRASIL, 2005) estabelece padrões e classificação

para o enquadramento dos corpos d’água superficiais, definindo treze classes de qualidade

para as águas doces, salobras e salinas no território nacional, quais sejam:

a) Para as águas doces, a salinidade deve ser igual ou inferior a 0,5‰;

b) Para as salobras, a salinidade deve ser entre 0,5‰ e 30 ‰;

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c) Já para as águas salinas, a salinidade deve ser igual ou superior a 30 ‰.

A Resolução CONAMA 357/05, veio para normatizar e satisfazer os padrões

adequados de potabilidade das águas superficiais, que podem ser utilizadas para o

abastecimento ao público, desde que passem por algum tipo de tratamento, podendo ser uma

simples desinfecção, remoção ou inativação de organismos virtualmente patogênicos, além de

proporcionar condições de qualidade de corpos d’água, em termos aceitáveis com segurança

adequada, fazendo frente, assim, às classes de qualidade.

Os conceitos sobre a qualidade de água não são especificamente ligados à sua pureza,

mas sim a seus atributos físicos, químicos e biológicos. Para se ter um acompanhamento das

condições ambientais da bacia hidrográfica, deve fazer uma análise periódica dos parâmetros

dos corpos d’água, que contribuirão para adotar medidas de decisões que visem a

permanência do uso sustentável das águas.

O artigo 24 da referida Resolução dispõe determina que seus efluentes poluidores só

poderão ser lançados direta ou indiretamente, nos corpos de água, após tratamento devido,

obedecendo às condições e padrões de exigências dispostos na Resolução e em outros códigos

aplicáveis (Quadro 1).

Quadro 1 - Classificação das águas doces, segundo uso e seu destino, segundo a Resolução

CONAMA nº 357/05.

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES

Classe Uso

Especial a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; c) à preservação

dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

Classe 1 a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,

conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se

desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Classe 2 a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,

conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de

esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto;

e) à aquicultura e à atividade de pesca.

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Classe 3 a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou

avançado;

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e

e) à dessedentação de animais

Casse 4 a) à navegação;

b) à harmonia paisagística (usos menos exigentes)

Fonte: Resolução CONAMA nº 357/05. Organização: Produção do autor, 2016.

Nas classes das águas, a especial é uma das mais importantes, pois mantém o

equilíbrio aquático, livres de lançamentos de efluentes, de resíduos domésticos,

agropecuários, industriais e agricultura, ou de outras fontes poluidoras; mesmo assim, deve

ser tratada para manter as qualidades naturais dos corpos d’água. Nas outras classes - 1, 2, 3 e

4 -, os lançamentos de efluentes devem obedecer aos índices da Resolução CONAMA 357/05,

uma vez que a água para consumo humano deve passar por um tratamento convencional, em

que cada corpo d’água se encaixa em cada classe (BRASIL, 2005).

O aumento da urbanização, a crescente dependência por água doce, o grande número

de efluentes sem tratamento, o uso indiscriminado dos recursos hídricos para agricultura,

industriais e domésticos, as decorrências da contaminação da água são consideradas como as

maiores dificuldades neste século (TUCCI, 2008). A falta de qualidade e quantidade de água

apropriada ao consumo pode ser o efeito de um conjunto de problemas ambientais, podendo

ser um fator limitante ao desenvolvimento econômico e social (TUNDISI, 2008; GLEICK,

2009).

A deterioração dos ecossistemas aquáticos tem preocupado órgãos do governo e

sociedade organizada, uma vez que a dependência por água doce em todo mundo vem

aumentado exponencialmente. O homem, cada vez mais, trabalha com a possibilidade de

redução hídrica. A água apresenta uma heterogeneidade na sua distribuição mundial: com

27% de água doce do planeta para 72% da população mundial (ESTEVES; MENDES, 2011).

Mesmo o Brasil sendo detentor de aproximadamente de 12% das águas doces do

planeta, cerca de 70% dessa água estão na bacia Amazônica, que apresenta baixa densidade

demográfica. O restante dos 30% deste volume de água abastecem cerca de 93% da população

brasileira, principalmente nas regiões sul e sudeste, com alta densidade demográfica,

incluindo a agricultura irrigada que consome metade desse volume (BICUDO; TUNDISI;

SCHEUENSTUHL, 2010; MMA/ANA 2007).

Informações das agências internacionais para os recursos hídricos não são das mais

animadoras, pois, cerca de 70% dos dejetos industriais dos países em desenvolvimento são

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lançados diretamente nos corpos d’água sem tratamento (SILVA, 2014). Avalia-se que,

diariamente, são despejados aproximadamente 2 milhões de toneladas de dejetos humanos de

esgotos brutos nos rios. Cerca de um quinto da população mundial vive em locais em que o

uso da água excede os níveis de recarga, o que leva à diminuição gradual da disponibilidade

da água. Mantendo essa tendência de diminuição de água, em 2025, dois terços da população

mundial passarão por escassez de água (BRASIL, 2012).

Regiões com altas densidades demográficas encontram-se em estado crítico para o

abastecimento de água (Pinto et al, 2005; Haddad e Magalhães Júnior, 2010; Pimentel da

Silva et al, 2010). Os rios Capivari, Jundiaí e Piracicaba abastecem uma população com

aproximadamente 5,3 milhões de habitantes (IBGE, 2011), com um consumo de 36, 34 m³/s e

uma vazão disponível de 37,98 m³/s, o que representa uma capacidade de limite para

abastecimento. A carga orgânica doméstica não tratada chega a aproximadamente 53%, do

total produzido, gerando em torno de 139 ton/dia.

2.4 Índice de Qualidade das Águas (IQA)

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) foi criado nos Estados Unidos, em 1970, pela

National Sanitation Foundation (NSF). É empregado como referência das características das

águas do sistema aquático, como estado de degradação, poluição e defesa dos rios, e consiste

em um respeitável meio de comunicação com o público sobre as condições ambientais dos

corpos d’água.

A NSF, uma organização independente, sem fins lucrativos, desenvolveu o IQA,

baseada em uma consulta de opinião de 142 especialistas em gestão da qualidade da água,

através do método Delphi. Foram selecionados, dentre vários parâmetros, os mais

significativos e para eles foram atribuídos pesos de acordo com sua relevância. Então, foram

estabelecidas curvas de variação da qualidade da água de acordo com o estado ou a condição

de cada parâmetro, as quais, posteriormente, foram sintetizadas em um conjunto de curvas

médias para cada parâmetro (CETESB, 2010).

A água é um bem natural, pertencente à riqueza da humanidade, e, consequentemente,

de direitos de todos; ela é um elemento basal para vida, de tal maneira para as plantas, animais

e seres humanos. Dentre os indispensáveis usos, destacam-se o abastecimento ao público e à

indústria, a irrigação, produção de energia elétrica e atividades de lazer, bem como preservar a

vida aquática. O crescimento demográfico e industrial ressaltado nas últimas décadas

acarretou como resultado o comprometimento das águas dos rios, lagos e reservatórios

(SILVEIRA; GUANDIQUE, 2006). Diante disso, cada vez mais tem aumentado a poluição

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dos corpos de água para o fornecimento ao público, especialmente os relacionados ao

processo de eutrofização.

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) (NSF, 2010) é uma ferramenta matemática

empregada para modificar grandes quantidades de dados de qualidade da água em um único

número. Representa o nível de qualidade da água, extinguindo os julgamentos particulares e

influências subjetivas de conhecedores de qualidade da água (STAMBUK GILJANOVIC,

1999).

O IQA é calculado através do produtório de notas individuais de cada parâmetro, com

seus respectivos pesos, conforme Equação 1.

Equação (1):

Em que:

IQA: Índice de Qualidade das Águas com valores entre (0 e 100);

qi: qualidade do i-ésimo parâmetro entre 0 e 100, obtido da curva média e variação de

qualidade;

i: número do parâmetro, que varia de 1 a 9 (n=9, número total de parâmetros que

compõem o IQA);

Wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em

função de sua importância para a conformação global da qualidade, sendo que a soma do peso

dos parâmetros é igual a 1, conforme Equação 2.

Equação (2):

Em que:

N = número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.

Os pesos utilizados no cálculo do IQA foram estabelecidos pela NSF (National

Sanitation Foundation) e utilizados por órgãos brasileiros.

Em 1975, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) passa a usar o

índice como principal avaliador da qualidade de água. A partir de então, outros estados

brasileiros passam a adotar o IQA (Tabela 1) como avaliadores de qualidade de água (ANA,

2014).

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Tabela 1 - Tabela de peso do Índice de Qualidade da Água

Variáveis Unidade Peso Relativo (wi)

Oxigênio dissolvido (OD) mg/L 0,17

Coliformes termotolerantes NMP100 mL 0,15

Potencial Hidrogeniônico - pH - 0,12

Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO5,20 Mg/L 0,10

Temperatura da água ºC 0,10

Nitrato total Mg/L 0,10

Fósforo total (PT) Mg/L 0,10

Turbidez NTU 0,08

Resíduo total Mg/L 0,08

Total 1,00

Fonte: (CETESB, 2012).

Segundo a CETESB (2013) e ANA (2014), a avaliação da qualidade da água obtida

pelo IQA apresenta limitações, já que esse índice não analisa vários parâmetros importantes

para o abastecimento público, como por exemplo, metais pesados, pesticidas, compostos

orgânicos, protozoários patogênicos e outras substâncias que interferem na pureza da água. O

IQA é composto por nove parâmetros, com seus respectivos pesos, cuja somatória dos pesos

dá-se em função da sua importância para a qualidade da água. O IQA considera os seguintes

parâmetros: Coliformes Termotolerantes (CT), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO),

Fósforo Total (PT), Nitrogênio Total (NT), Oxigênio Dissolvido (OD), Potencial

Hidrogeniônico (pH), Sólidos Totais (ST), Temperatura (T) e a Turbidez (TU).

Para Carvalho, Schlitter e Tormisielo (2000), as variáveis que determinam as

características das águas podem suportar influência do meio externo, principalmente pela

precipitação, por ser a chuva o fundamental agente regulador dos cursos de água. Por isso,

acredita-se ser uma extraordinária variável nos estudos envolvendo as características das

águas de córregos e rios.

Outros fatores que determinam a qualidade das águas são decorrentes da urbanização e

atividades antropogênicas pertinentes ao acelerado aumento populacional nas últimas

décadas, sendo visualizadas, principalmente, nos ecossistemas aquáticos. Vários córregos,

rios, reservatórios e lagos vêm sendo degradados, principalmente, devido aos impactos de

desenvolvimento pelas atividades humanas (BUZELLI; BUZELLI; CUNHA-SANTOS, 2013;

WENGRAT; BICUDO, 2011).

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No Brasil, os estados criaram os órgãos responsáveis pela qualidade da água, como é o

caso do estado de São Paulo que criou a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

(CETESB), Minas Gerais criou o Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, que

utilizam o IQA desenvolvido pela National Sanitation dos Estados Unidos.

Uma das características da água é a cor; no entanto, não representa um risco direto à

saúde humana. Entretanto, quando a água apresenta diferentes tonalidades, a população

associa que a água não está em condições de uso. Essa coloração das águas pode estar

associada à sua origem, através dos sólidos dissolvidos e decomposição de matéria orgânica

que libera compostos orgânicos, como os ácidos húmicos, fúlvicos, ferro e manganês. Outros

tipos de coloração antropogênica estão relacionados a resíduos industriais (produção de papel,

tinturas e tecelagem) e esgotos domésticos (MORAIS, 2012).

O Índice de Qualidade das Águas (IQA), principal indicador utilizado no

país, está sendo empregado, atualmente, em 12 unidades da Federação, que

representam cerca de 60% da população. Os dados de monitoramento

englobam sete das 12 regiões hidrográficas brasileiras (Atlântico) Sul,

Paraguai, Atlântico Sudeste, São Francisco, Paraná, Atlântico Leste e

Amazônica). Os parâmetros de qualidade que fazem parte do cálculo do IQA

refletem, principalmente, a contaminação dos corpos hídricos ocasionados

pelo lançamento de esgotos domésticos, valendo salientar que esse índice foi

desenvolvido para avaliar a qualidade das águas para o abastecimento

público (BRASIL, 2006).

O IQA tem demostrado ser um instrumento aceitável para simplificar grande

quantidade de dados que admite se estimar a qualidade da água de um córrego e sua evolução

temporal em números. Para promover e determinar o IQA, necessita-se de etapa de

normalização de cada parâmetro e transforma em uma escala de 0 a 100, certo que 100 é a

qualidade máxima (VICENTE, 2011).

Segundo Von Sperling (1996), os coliformes totais, coliformes termotolerantes,

Escherichia coli e os estreptococos fecais são os principais indicadores de contaminação fecal.

Os coliformes termotolerantes são um dos parâmetros que proporcionam maior significância

na estimativa da qualidade sanitária do ambiente aquático, sendo, portanto, um bom indicador

de contaminação por efluentes.

O Índice de Qualidade da Água (IQA) é um indicador de avaliação da contaminação

dos corpos hídricos superficiais que são decorrentes de matéria orgânica, excrementos, sólidos

e nutrientes encontrados na bacia hidrográfica (IGAM, 2013).

Mesmo sendo um índice de qualidade da água adotado pelo Instituto Mineiro de

Gestão das Águas – IGAM, tem como benefício sintetizar, em um único resultado, os nove

parâmetros utilizados para o cálculo do IQA. Outras fontes poluidoras não são representadas,

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uma vez que este índice foi desenvolvido para avaliar o impacto dos esgotos domésticos nos

mananciais de abastecimento humano (IGAM, 2004).

A Lei nº 12.584, de julho de 1997, altera a denominação do Departamento de Recursos

Hídricos do Estado de Minas Gerais – DRH-MG e cria o Instituto Mineiro de Gestão das

Águas – IGAM, que passa a integrar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, no âmbito federal ao Sistema Nacional do Meio

Ambiente – SISNAMA e Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos –

SNGRH.

O IGAM passa a ser responsável por planejar e agenciar ações direcionadas à

preservação da qualidade e quantidade das águas do estado de Minas Gerais. Essa ação de

gerenciamento será feita por meio de monitoramento da qualidade das águas subterrâneas e

superficiais do Estado e consolidar os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs).

Dos serviços oferecidos pelo IGAM, pode-se destacar:

- Oferece apoio aos Comitês de Bacias Hidrográficas e as agências de bacias;

- Tratamento de dados geográficos referentes aos recursos hídricos subterrâneos e

superficiais do Estado de Minas Gerais;

- Monitoramento da característica e quantidade da água do Estado de Minas Gerais;

- Monitoramento do tempo e clima, através do SIMGE;

- Desenvolvimento de pesquisa e projetos para apoio à Política de Recursos Hídricos.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização da Área de Estudo

O presente trabalho foi desenvolvido na área que compreende a bacia do córrego

Sucuri (Mapa 1). Pertence à mesorregião do Sul Goiano, à microrregião de Quirinópolis, no

município de Caçu, com uma área aproximada de 74 km², no sudoeste de Goiás. Com dois

principais córregos: o córrego Matinha, que nasce próximo à serra da Matinha e o córrego

Sucuri, que nasce na serra da Gabiroba e deságua na margem direita do reservatório da Usina

Hidrelétrica Barra dos Coqueiros (UHEBC), no rio Claro, este por sua vez, afluente no rio

Paranaíba que faz divisa entre os estados de Minas Gerais e Goiás (SIEG, 2015).

Mapa 1 - Localização bacia hidrográfica do córrego Sucuri Caçu-Goiás.

Fonte: SIEG (2015) Organização: Produção do autor, 2016.

3.2 Procedimentos Metodológicos

Para o monitoramento da qualidade da água da bacia do córrego Sucuri, em Caçu-GO,

foram estabelecidos cinco pontos de coletas entre os dois principais afluentes da bacia, e

quatro campanhas de coleta, de modo que fossem abrangidas as quatro estações do ano e as

principais característica de uso e ocupação da terra da bacia hidrográfica.

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A primeira campanha de coleta foi realizada no dia 12 de junho, a segunda campanha

em 11 de setembro, a terceira no dia 5 dezembro, de 2015; a quarta e última campanha em 5

de março de 2016, com intervalos de aproximadamente três meses entre cada coleta,

contemplando assim as quatro estações do ano.

Os parâmetros limnológicos avaliados foram: Oxigênio Dissolvido (OD), Coliformes

Termotolerantes (CT), Potencial Hidrogeniônico (pH), Demanda Bioquímica de Oxigênio

(DBO), Nitrogênio (N), Fósforo Total (PT), Temperatura (T), Turbidez (TURB) e Resíduos

Totais (RT).

A coleta de água para a determinação dos parâmetros turbidez, DBO, Nitrogênio,

Fósforo total, coliformes termotolerantes e resíduos totais foi realizada em recipientes de

polietileno, com volumes alternativos, alguns envolvidos em papel alumínio para impedir que

a radiação solar alterasse as propriedades da água, conforme as normas da APHA (1988). O

acondicionamento das amostragens foi feito em caixa de isopor com gelo para manter a

temperatura entre 2 e 8°C. Logo após a coleta e acondicionamento, foram levadas para o

Laboratório de Geociências Aplicadas da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí.

As coletas de água foram realizadas à montante das estradas e locais de dessedentação

animal, sempre na mesma ordem e horário, para ter o mínimo de interferência no resultado da

qualidade da água.

Para as leituras das amostras de água in loco foi utilizada a sonda multiparâmetro

Oakton, modelo PCD650 para leitura dos parâmetros OD, pH e temperatura.

A análise de turbidez foi realizada em laboratório, a partir da utilização do

turbidimetro portátil, modelo HI 93703 (Hanna).

A concentração de resíduos totais presentes em cada amostragem foi obtida pela

proposta descrita por Wetzel e Likens (1991), correspondendo à filtragem da água, utilizando-

se uma bomba de sucção a vácuo, em filtros previamente secos em estufa e pesados em

balança analítica, que depois são levados à estufa por 24 horas, em temperatura de 60°C e

que, após a secagem, são novamente pesados.

Para determinação do Nitrogênio, foi empregada a metodologia do persulfato-Brucina,

por meio da utilização de bloco digestor a 100° C, por uma hora. Após esfriar, foi feita a

leitura, obtendo-se, assim, o valor de Nitrogênio.

Para leitura do Fósforo, utilizou-se o fotocolorimetro AT100 PB, da Alfa kit, a partir

do método Vanadomolíbdica.

A metodologia utilizada para análise de coliformes termotolerantes nesta pesquisa é

descrita pela CETESB (2007), sendo a técnica da Membrana Filtrante.

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A DBO, por sua vez, foi obtida conforme a técnica do acondicionamento das amostras

por cinco dias na incubadora de DBO, a 20° C. Esse método exige ter-se o valor do OD

medido in loco para se obter o resultado do cálculo final.

3.3 Enquadramento e Seleção dos Pontos de Amostragem

Para determinar o enquadramento dos corpos d’água, utilizou-se a Resolução

CONAMA nº 357/05, que apresenta as classes 1, 2, 3, e 4 para as águas doces. Para cada

parâmetro da qualidade da água, são estabelecidos limites individuais para cada classe,

conforme a Tabela 2, que apresenta os valores máximos e mínimos utilizados para realizar o

enquadramento das águas da bacia do córrego Sucuri.

Tabela 2 – Parâmetros e valores máximos e mínimos para enquadramento da água do córrego

Sucuri.

Parâmetros

Valor

Máximo

Classe 1

Valor Máximo

Classe 2

Valor Máximo

Classe 3

Valor Máximo

Classe 4

Oxigênio Dissolvido Não inferior

a 6 mg/L Não inferior a 5

mg/L Não inferior a 4

mg/L Não inferior a 2

mg/L

DBO5:20 ≤ 3 mg/L ≤ 5 mg/L ≤ 10 mg/L >10mgL

pH 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0

Temperatura da

água Sem padrão Sem padrão Sem padrão Sem padrão

Turbidez (UNT) Até 40 UNT Até 100 UNT > 100 UNT > 100 UNT

Total de sólido

dissolvido 500 mg/L 500 mg/L 500 mg/L 500mgL

Fósforo total 0,1 mg/L ≤ 0,1 mg/L ≤ 0,15 mg/L > 0,15

Nitrogênio ≤ 3,7mg/L ≤ 3,7mg/L ≤ 13,3mg/L ≥13,3mg/L

Coliformes

termotolerantes

≤200 NMP*

(100) mL‾¹ ≤1000 NMP*

(100) mL‾¹ ≤4000 NMP*

(100) mL‾¹ ≥4000 NMP*

(100) mL‾¹ Fonte: CONAMA 357/2005. Produção: próprio autor, 2016. NMP* (Não Mais que provável).

Os pontos de coleta de água e vazão foram georefenciado com GPS e estaqueados para

manter sempre o mesmo local da secção, em locais retilíneos, com certa profundidade, para

que fosse possível realizar a medição de vazão pelo método flutuador. A definição da

localização dos pontos de amostragem deu-se de modo a abranger os diferentes tipos de uso e

ocupação da terra da bacia hidrográfica.

A distribuição espacial dos pontos amostrais na bacia do Córrego da Sucuri, serão descritos

com mais detalhes no item 4.2.1 – Descrição dos pontos de coleta, página 50 (Figura 1), foi

elaborado a partir da base hidrográfica de Goiás 1:100.000, disponibilizado pelo Sistema

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Estadual de Geoinformação de Goiás (SIEG, 2016), pelo sensor OLI acoplado ao satélite de

Landsat 8 disponibilizada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, 2015).

Figura 1 – Pontos de Amostragem da bacia hidrográfica do córrego Sucuri Caçu-Goiás.

Fonte: Próprio autor, 2016.

3.4 Análise Estatística

Para avaliar o grau de relacionamento entre duas variáveis e encontrar o quanto uma

variável interfere no resultado da outra, foram gerados diagramas de dispersão de Pearson

(Quadro 2), conforme Santos (2007). O coeficiente de correlação de Pearson indica o grau de

associação linear entres as variáveis físicas, químicas e biológicas da água. Foi utilizado o

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nível de significância de 0,10 para os dados que correspondem a um nível de confiança

estatístico de 90%, com "n" igual ou maior que 2,132, na tabela de valores críticos de

distribuição t de Student.

Quadro 2 - Valores de pesos entre os intervalos – 1 a + 1 das medidas de coeficiente de

correlação de Pearson.

Coeficiente de correlação Correlação

R = 1 Perfeita positiva

0,7 ≤ r < 1 Forte positiva

O,4 ≤ r < 0,7 Moderada positiva

0,1 ≤ r < 0,4 Fraca positiva

0 < r < 0,1 Ínfima positiva

0 Nula

- 0,1 < r < 0 Ínfima negativa

- 0,4 < r ≤ - 0,1 Fraca negativa

- 0,7 < r ≤ - 0,4 Moderada negativa

- 1 < r ≤ - 0,7 Forte negativa

r = -1 Perfeita negativa Fonte: Santos (2007). Organização: Produção do autor, 2016.

3.5 Índice de Qualidade das Águas (IQA)

Com a finalidade de determinar a qualidade das águas, utilizou-se a metodologia do

IQA-CETESB e IQA-IGAM. O cálculo do IQA foi obtido pelo produto ponderado

(apresentado no referencial teórico).

Os resultados obtidos foram inseridos na planilha modificada e desenvolvida pela

CETESB (Figura 2), gerando o resultado do IQA.

O IQA é calculado com valores de nove parâmetros: coliformes termotolerantes (CT),

demanda bioquímica de Oxigênio (DBO), Fósforo total (PT), Nitrogênio total (NT), Oxigênio

dissolvido (OD), potencial Hidrogeniônico (pH), Totais de Sólidos Dissolvidos (TSD),

temperatura (T) e turbidez (TU). Caso não se disponha de algum dos valores dos nove

parâmetros, o cálculo do IQA passa a ser inviabilizado.

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Figura 2 – Planilha modelo para determinar o IQA dos parâmetros físico-químicos e

biológicos.

Fonte: CETESB (2005) Elaborado: Próprio autor, 2016.

A partir dos cálculos efetuados, pode-se determinar quali-quantitativamente a

qualidade da água, numa escala de 0 a 100 (Quadro 3), conforme a proposta adaptada pela

CETESB (2005).

Quadro 3 - Faixa de classificação de qualidade da água para IQA-CETESB

Fonte: CETESB (2005).

A classificação, de acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Água – IGAM, é

apresentada no quadro 4:

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Quadro 4 - Faixa de classificação de qualidade da água para IQA- IGAM

Fonte: IGAM (2012).

3.6 Procedimentos Cartográficos

O processamento digital das imagens foi realizado no software do Sistema de

Informação Geográfica (SIG) ArcGIS 10.1®, licenciado para o laboratório de Geoinformação

da Universidade Federal de Goiás (UFG)/Regional Jataí.

As imagens para elaboração dos mapas de uso e cobertura da terra foram do ano de

2000, 2005, 2010 e 2015, do Landsat 5/Sensor TM, disponibilizadas pelo Instituto Nacional

de Pesquisa Espacial (INPE, 2015), de 2015, do Satélite Landsat 8/Sensor OLI, fornecidas

pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, 2015). As imagens são da órbita/ponto

223/73 e com resolução espacial de 30 m.

A classificação matemática de uso e cobertura vegetal da terra foi realizada com

aplicação da técnica de classificação digital e supervisionada com uso da ferramenta Image

Classification, com auxílio do Hipermapa Google Earth Pro e visitas técnicas em campo para

validação da legenda e mapas preliminares (pastagem, canavial, Cerrado/matas, rodovias e

água). Para definir as classes de uso da terra, usou-se a ferramenta Interactive Supervised

Classification do ArcGIS.

A partir da contagem do número de pixel, classificados em cada uma das classes

estabelecidas, foram quantificados os diferentes usos e cobertura vegetal para os anos de

interesse.

O mapa de hidrografia foi elaborado a partir da base hidrográfica de Goiás, na escala

1:1.000.000, disponibilizado pelo Sistema Estadual de Geoinformação de Goiás (SIEG,

2015).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Caracterização Física da Área de Estudo

4.1.1 Clima

Conhecer o clima é muito importante para qualquer estudo envolvendo os aspectos

ambientais (GUERRA, 1989). A área de estudo apresenta um clima quente e semi-úmido,

com amplitude térmica superior a 5°C e temperatura média entre 21° e 23°C.

O clima da área de estudo sofre os efeitos das massas Polar Continental, apresentando

duas estações bem definidas: uma estação seca, que se estende entre os meses de maio a

setembro (período menos chuvoso - chove até 100 mm), e uma estação chuvosa, que se inicia

em outubro e vai até abril, com precipitação média variando entre 100 a 500 mm. A média

pluviométrica anual varia entre 1400 mm e 1600 mm (LIMA e MARIANO, 2014; MARIANO,

SANTOS, SCOPEL, 2003; NOVELIS, 2005).

O período seco é causado principalmente pela atuação do anticiclone do Atlântico Sul,

com alta pressão atmosférica. O período chuvoso é marcado pela atuação atmosférica

proveniente da Amazônia e da Baixa do Chaco, conhecido pela grande quantidade de vapor

d’água (AYOADE, 1998; MARIANO, 2005; NIMER, 1989; NOVELIS, 2005).

4.1.2 Vegetação

Segundo EMBRAPA 2005 e Lima (2013), a área da bacia do rio Claro, na qual a bacia

do Córrego Sucuri está inserida, apresenta três tipos principais de vegetação: Floresta

Estacional Semidecidual, Contato Savana/Floresta Estacional e Savana (Cerrado).

A Floresta Estacional Semidecidual distribuía-se ao longo das rampas e fundo de vale

junto ao rio, marcados por solos férteis. A Savana (Cerrado) ocupava as áreas tabulares, com

predomínio do tipo de rocha conhecida como arenito, situada nos cumes dos morros mais

elevados (NOVELIS, 2005).

Foram observadas diferentes atividades antrópicas na área de estudo (Foto 1): áreas de

serra, com vegetação nativa (Cerrado); áreas de pastagens; áreas inundadas da UHE Barra dos

Coqueiros; cultivo de cana-de-açúcar; estradas vicinais. Além dessas atividades, foram

identificadas, na bacia, frações de Floresta e Cerrado, que, apesar de terem sofrido alguma

alteração pelo homem, apresentam características naturais.

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Foto 1 - Principais usos da terra da bacia do Córrego Sucuri em Caçu-Goiás.

Foto: Próprio autor, 2016.

4.1.3 Geologia

Geologicamente, a bacia hidrográfica do Córrego Sucuri (Mapa 2; Tabela 3) faz parte

da bacia sedimentar do Paraná, sendo composta por três formações geológicas: grupo Bauru,

composto pelas Formações Marília e Vale do Rio do Peixe, e Grupo São Bento, composto

pela Formação Serra Geral.

A Formação Marília ocupa 5,5% da área da bacia, localizando-se nas áreas mais

elevadas, conhecida na região como Serra da Matinha e Gabiroba; apresenta arenitos grossos

e conglomerados de feldspato.

A Formação Vale do Rio do Peixe ocupa 90,3% da área da bacia. É composta por

arenitos castanhos e avermelhados, lamíticos e grãos arredondados e subarredondados de

quartzo e hematita, seleção moderada e está sobreposta à Formação Santo Anastácio

(FERNANDES, 2004; NOVELIS, 2005; BRASIL, 1983; SIEG, 2016).

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Mapa 2 - Geologia da bacia do córrego Sucuri no município de Caçu-Goiás

Fonte: SIEG (2015) Organização: Produção do autor, 2015.

Tabela 3 - Classes geológicas da bacia do córrego Sucuri, município de Caçu-Goiás

Classe Km² %

Vale do Rio do peixe 66,7 90,3

Marília 4,0 5,5

Serra Geral 3,1 4,2

Total 73,8 100

Fonte: SIEG (2016). Organização: Produção do autor, 2016.

A Formação Serra Geral ocupa 4% da área da bacia. Está localizada mais à jusante do

córrego Sucuri, próximo ao reservatório da UHE Barra dos Coqueiros. O basalto apresenta-se

normalmente com aspecto maciço, com coloração cinza-escuro, granulação fanerítica entre

fina e média, podendo apresentar amigdaloides e fraturas (AGIM/CPRM, 2002) (Foto2).

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Foto 2 - Afloramento de basalto no vale do córrego Matinha na bacia do Sucuri, Caçu-Goiás.

Foto: Próprio autor, 2015.

4.1.4 Tipos de Solos

Na bacia do córrego Sucuri, foram detectadas quatro unidades de solos (Figura 3) -

Latossolos Vermelhos Distróficos – (Lvd); Latossolos Vermelhos Perférricos – (Lvj);

Argissolos Vermelho-Amarelos Distróficos (PVAd) e Cambissolos Háplico Distróficos

(CXbd), de acordo com os dados no SIEG, atualizados segundo o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos (SiBCS, 2009).

Os Latossolos Vermelhos Distróficos são a unidade de maior predominância na bacia

do córrego Sucuri; ocupam cerca de 72,5% da área, localizados nas áreas planas e estão

relacionados às deposições da Formação Serra Geral. São utilizados principalmente para

pastagens para o gado de corte e leite e para o plantio de cana-de-açúcar para produção de

etanol.

Os Latossolos Vermelhos Perférricos – (LVj) ocupam cerca 6% da área da bacia;

localizam-se no vale do leito do córrego Sucuri, próximo à jusante do reservatório da UHEBC

na região leste da bacia.

O Argissolo Vermelho-amarelo Distrófico (PVAd) ocupa uma área de 11% do total da

bacia e está localizado nas áreas de declividade entre 20 e 45%.

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Figura 3 - Unidades de solos da bacia do córrego Sucuri, Caçu-Goiás

Organizado: Próprio autor, 2016.

Os Cambissolos Háplicos Distróficos (CXbd) ocupam uma área de 10% da bacia do

Córrego do Sucuri; ocorrem nas encostas dos morros de arenitos do Grupo Bauru da

Formação Marília e se caracterizam pela pouca fertilidade.

4.1.5 Geomorfologia

Na bacia do córrego Sucuri, há aspectos de unidades topográficas bem caracterizadas

(Mapa 4), claramente controladas pela litologia. A região apresenta um dessecamento de vales

bem amplos, centrados por escarpas íngremes, sendo amparadas pelos afloramentos basálticos

Argissolos Vermelhos-Amarelo

Distróficos Cambissolos Háplico Distróficos

Latossolos Vermelho Distróficos Latossolos Vermelhos Perférricos

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da Formação Serra Geral. Apresenta as seguintes constituições geomorfológicas, conforme

Mapa 4 e tabela 4.

Mapa 4 - Geomorfologia da bacia do córrego Sucuri no município de Caçu-Goiás

Fonte: SIEG (2015). Organização: Produção do autor, 2015.

Tabela 4 - Classes geomorfológicas da bacia do córrego Sucuri, município de Caçu-Goiás

Símbolo Classe Km² %

SRAII Superfície Regional de Aplainamento IIB com cotas entre

800 e 1000 m, com dissecação média e associada a Relevos

Tabulares na Bacia do Paraná.

4 5

SRAIII Superfície Regional de Aplainamento IIIB com cotas entre

650 a 750 m, com dissecação média e associada a Relevos

Tabulares na Bacia do Paraná.

70 96

Total - 74 100

Fonte: SIEG (2016). Organizado por: Barcelos, (2016)

A bacia do Córrego Sucuri apresenta dois tipos de relevo (Foto 3): Compartimentos de

Chapadas e Compartimento de Rebordo. Os compartimentos de Chapadas ocupam a maior

parte da bacia, com 55,5%, com declividade suave a ondulada, onde estão localizados os

Latossolos Vermelhos Perférricos – (LVj) e são usados para pecuária extensiva e plantação de

cana-de-açúcar para produção de etanol. Os compartimentos de Rebordo compreendem à

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transição com o Compartimento de Chapada, com bordas escarpadas; e formas de relevo em

forma de chapadas, onde são encontrados os Cambissolos Háplicos Distróficos do Grupo

Bauru da Formação Marília, caracterizando-se pela baixa fertilidade do solo.

Foto 3 - Relevo em forma de chapadão na bacia do córrego Sucuri, Caçu-Goiás

Foto: Próprio autor (05 dezembros 2015).

4.1.6 Declividade

Para EMBRAPA (1983), as classes de declividades preconizadas por Tricart (1977)

são decorrentes das características naturais do ambiente, que envolvem a geomorfologia e os

relevos. Para Tricart (1977), as categorias de avaliação morfodinâmica determinam as classes

de avaliação e classificam o ambiente em três categorias: estáveis, de transição e instáveis.

Segundo essas categorias, foram identificadas cinco classes de dissecação para a bacia

hidrográfica do córrego Sucuri. As cores consideradas frias, no contorno do verde, simulam

menores valores de declividade, as cores quentes, em tom mais avermelhado, representam

declividades mais íngremes (Mapa 5).

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Mapa 5 - Declividade da bacia do córrego Sucuri no município de Caçu-Goiás.

Fonte: SIEG (2015). Organização: Produção do autor, 2015.

A bacia hidrográfica do córrego Sucuri apresenta cerca de 77,8% de sua área

classificada como de relevo Plano a Suave-ondulado e Ondulado, que varia de 0 a 20% de

declividade. Essas áreas são utilizadas principalmente pela pastagem para criação de gado

extensivo e plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol, conforme demostrado na

foto 4A e 4B. O relevo Forte-ondulado a Montanhoso/escarpado ocupa 6% de toda área,

conforme observado na foto 4C e é mantido como reservas.

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Foto 4 - A, B e C - Áreas de declividade de usos e ocupação da bacia do córrego Sucuri, em Caçu-

Goiás, e declividade > 45%.

Foto A: 05 de março 2016; Foto B: 11 de setembro 2015; Foto C: 11 de setembro 2015.

As classes de declive detectadas na bacia do córrego Sucuri apresentadas na tabela 5.

Tabela 5 - Classificação da bacia hidrográfica do córrego da Sucuri, no município de Caçu-

Goiás

Relevo (%) Classificação Resultado

Km² %

0 – 3 Plano 16,5 22,3

3 – 8 Suave-ondulado 41 55,5

8 – 20 Ondulado 12 16,2

20 – 45 Forte-ondulado 3 4

> 45 Montanhoso/escarpado 1,5 2

Total 74 100

Fonte: EMBRAPA (2006). Organização: Produção do autor, 2016.

4.1.7 Uso e ocupação da bacia do Córrego Sucuri

A dinâmica espacial de uso, ocupação e cobertura vegetal da bacia do córrego Sucuri é

apresentada na figura 3 e tabela 6.

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Figura 3 - Evolução de uso e ocupação de uso e ocupação da bacia do córrego Sucuri, Caçu -

GO de 2000 a 2015.

Ano 2000 Ano 2005

Ano 2010 Ano 2015

Fonte: SIEG (2015). Organização: Produção do autor, 2015.

Ao se comparar os mapas de uso e ocupação da bacia do Córrego Sucuri entre os anos

de 2000 a 2005, verifica-se que a pastagem obteve um aumento 17,5% na área da bacia. Tal

fato pode ser associado com a perda de 31,6% da área de Cerrado/matas, que ocupava, no ano

de 2000, 19 km2 e em 2005 passa ocupar 13 km2 da área da bacia, demonstrando que a

dinâmica de uso e cobertura vegetal na bacia hidrográfica ocorreu praticamente em toda a

região.

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Tabela 6 - Dinâmica do uso e ocupação da bacia do córrego do Sucuri entre os anos de 2000 a

2015, em Caçu-Goiás.

Categorias

Anos avaliados e resultados

2000 2005 2010 2015

Km² % Km² % Km² % Km² %

Pastagem 54,0 73,0 61,0 82,5 49,0 66,2 47,0 63,5

Agricultura

(Cana-de-

açúcar)

0,0 0,0 0,0 0,0 13,0 17,6 13,5 18,3

Cerrado/matas 19,0 27,0 13,0 17,5 11,0 14,9 12,5 16,9

Lago 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,3 1 1,3

Área total 74 100 74 100 74 100 74 100

Fonte: SIEG (2015). Organização: Próprio autor, 2016.

Em 2010, a bacia do córrego Sucuri apresentou nova configuração com o advento do

cultivo da cana-de-açúcar, para produção de etanol, que passou a ocupar cerca de 17,6% da

área da bacia. O plantio de cana-de-açúcar ocorreu sobre as áreas de pastagens. A área

inundada do lago da UHEBC passa a ocupar cerca 1,3% do total da bacia

Nesse ano, a área de pastagem ocupava 49 km2 da área, tendo uma perda de 4,1%,

passando a ocupar 47 km2 da área da bacia em 2015. A cana-de-açúcar, ocupava cerca de 13

km2 em 2010, passou ocupar 13,5 km2 em 2015, tendo um acréscimo de 3,5% de área

plantada. A área de Cerrado/mata apresentou um aumento entre os anos de 2010 a 2015, fato

que pode ser associado à recuperação da mata ciliares áreas de preservação permanentes -

APP.

No Gráfico 1, é apresentada a evolução da pastagem e da cana-de-açúcar. De 2000 a

2005, houve um acréscimo de 9% na área de pastagem, sendo que tal fato pode ser associado

à diminuição das áreas de Cerrado/mata. Para os anos de 2000 a 2010, a pastagem teve uma

perda de 16%. De 2000 a 2010, o Cerrado/mata teve uma perda de 11 %, uma vez que, nesse

período, aparece a cana-de-açúcar, que passa a ocupar cerca de 16% da área da bacia. Com a

construção da UHEBC, o lago passa a ocupar 1,3% desse território.

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50

Gráfico 1 - Evolução do uso e ocupação da terra da bacia do córrego Sucuri, Caçu –GO.

Organização: Próprio autor, 2016.

4.2 Enquadramento do Corpo Hídrico

4.2.1 Descrição dos Pontos de Coleta

A localização dos pontos de coleta é apresentada na figura 1. Posteriormente, faz-se a

descrição do ambiente.

A - O primeiro ponto de coleta encontra-se entre as coordenadas Latitude 482547 S e

Longitude 7941456 W, com altitude de 529 m, no córrego Matinha, que é um dos principais

afluentes do córrego Sucuri. Na margem direita, localiza-se a Serra da Matinha, com cota

aproximada de 650 m de altitude. A largura média do córrego Sucuri é cerca de 2,4 metros,

com profundidade média em torno de 0,30 m, a vazão média das quatro campanhas de coleta

foi de 0,239 m³/s, na margem esquerda do córrego Matinha localiza-se o Assentamento Rural

Santa Elza, com aproximadamente 28 famílias assentadas; porém, todos os assentados já

receberam suas glebas de terra, tendo como principal atividade a criação de gado de leite.

Todas as coletas de água foram realizadas no mesmo local, mais próximo da nascente do

córrego, no local com mata ciliar fechada, aparentemente bem preservada. O leito apresentava

sedimentos de fundos (areia).

B - O segundo ponto de coleta ocorreu nas coordenadas Latitude 483880 S e

Longitude 7938846 W, com altitude de 487 m. Quanto ao uso e ocupação da terra, na margem

esquerda verifica-se a continuação do Assentamento Santa Elza e na margem direita pastagem

com pecuária extensiva. A amostra de água e medição de vazão foram realizadas sobre rochas

basálticas no terço médio do córrego Matinha, com largura média de 3,75 m, profundidade

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média de 0,27 m e vazão média de 0,259 m³/s, à montante e à jusante do local de coleta de

água ocorria a presença de areia no leito do córrego, com presença de mata ciliar preservada.

C - O terceiro ponto de coleta localiza-se próximo à nascente do córrego Sucuri, ao

lado da Serra da Gabiroba, entre a Latitude 485211 S, Longitude 7934486 W com altitude de

460 m e largura média de 2,9 m com profundidade média de 0,13 m, a vazão média das quatro

campanhas de coleta foi em torno de 0,049 m³/s, o uso e ocupação das terras são usadas

praticamente para criação extensiva de gado, as áreas mais íngremes nas encostas são

preservadas.

No ponto de coleta apresenta sedimentos no leito do córrego, esta quantidade de areia,

possivelmente pode estar sendo lixiviado principalmente no período de maior precipitação na

bacia, das áreas mais elevadas da Serra da Gabiroba, principalmente pelo tipo de uso e

ocupado da terra, que são Neossolos Litólicos Eutróficos, areias finas e grossas, constituído,

assim, por cerca de 95% de materiais quartzosos.

D - O quarto ponto de coleta ocorreu no terço médio do córrego Sucuri, nas

coordenadas Latitude 485171 e Longitude 7938070, com altitude média de 443 m. O local de

coleta e medição de vazão apresenta profundidade média de 0,47 m e largura de média de

2,75 m e a vazão média das quatro campanhas de coleta foi de 0,254 m³/S. As margens do

córrego eram preservadas, porém, de fácil acesso para dessedentação animal, uso e ocupação

da terra, margem esquerda pastagem, margem direita pastagem e plantação de cana-de-açúcar

para produção de etanol.

E - O quinto ponto de coleta localiza-se nas coordenadas Latitude 487330 S e

Longitude 7939098 W, altitude em torno de 434m, à jusante do córrego Sucuri, próximo a

UHE Barra dos Coqueiros. Uso da terra, com predomínio de plantação de cana-de-açucar para

produção de etanol, mata ciliar aparentemente preservada. O local de amostragem e medição

de vazão apresentava-se bem encaixado retilíneo, com largura média de 3,25 m, profundidade

média de 0,48 m com vazão média das quatro campanhas de coleta foi 0,515m³/s.

4.2.2 Análise Temporal das Variáveis Limnológicas

4.2.2.1 Potencial Hidrogeniônico (pH)

O pH representa o equilíbrio entre íons H+ e íons OH-, que variam entre 0 e 14. É um

parâmetro que compõe as variáveis de potabilidade da água, entre os valores de 6,0 e 9,5,

destinada ao abastecimento ao público, de acordo com a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério

da Saúde (BRASIL, 2011; BUZELLI; SANTINO, 2013). Mas, para o enquadramento dos

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corpos hídricos, segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005, para as águas doces nas

classes 1, 2, 3 e 4, o pH deve variar entre 6 e 9 (ANA, 2009).

De acordo com os dados apresentados no Gráfico 2, o valor médio encontrado para o

pH foi de 6,0 e 7,0, estando de acordo para o enquadramento dos corpos hídricos de água

doce nas Classes 1, 2, 3 e 4, que deve variar entre 6 e 9.

Gráfico 2 - pH das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO.

C = Campanha de coleta. Faixa de enquadramento no CONAMA. Elaborado: Próprio autor, 2016.

O maior valor de pH foi 7,5, encontrado no segundo ponto da primeira campanha de

coleta, demonstrando que os valores entre 5,7 e 7,5 podem ser diretamente influenciados e

relacionados com o balanço do carbono na água ou pelas taxas de fotossíntese do ecossistema,

pois, quando essa se eleva, favorecida pelo enriquecimento da água por Nitrogênio e Fósforo,

o pH da água tende a aumentar, ou seja, tornar-se mais alcalino em decorrência da diminuição

das concentrações de gás carbônico na água (BRITO, 2013; BUZELLI E SANTINO, 2013;

WETZEL, 2001).

No primeiro ponto da terceira campanha de coleta, foi detectado o menor valor de pH

(5,7), indicando um ambiente mais ácido, possivelmente decorrente da decomposição da

matéria orgânica vegetal presente nos sedimentos. Essa matéria orgânica gera ácidos húmicos

e fúlvicos, os quais, por sua vez, em solução, abaixam o valor do pH (ESTEVES, 1988;

TUNDISI, 2008).

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4.2.2.2 Oxigênio Dissolvido (OD)

A Resolução CONAMA nº 357/2005 determina, para a classe 1, que o Oxigênio

dissolvido não deve ser inferior a 6 mg/L, para classe 2, não inferior a 5mg/L, para a classe 3,

não inferior a 4mg/L e, para a classe 4, não inferior a 2mg/L.

Nas campanhas de coleta, a concentração de Oxigênio dissolvido (Gráfico 3),

analisada in situ, variou de 5,5 a 8,1 mg/L. O menor valor de Oxigênio dissolvido foi 5,5

mg/L, verificado no ponto 4 da terceira e quarta campanhas de coleta. O maior valor foi 8,1

mg/L, detectado no segundo ponto da primeira campanha, pode estar relacionado ao local de

coleta, pois o mesmo foi avaliado no local onde apresenta formação de rochas basáltica no

leito do córrego e a água apresenta maior velocidade, essa maior velocidade e turbulência da

água colabora com o amento da oxigenação Com esses valores de oxigênio na 1ª e 2ª

campanhas de coleta, as águas podem ser consideradas como de classe 1, e as da 3ª e 4ª

campanhas podem ser consideradas de classe 2, segundo a Resolução CONAMA nº

357/2005.

Esses elevados valores de Oxigênio dissolvido podem estar relacionados ao modelo de

uso da terra da bacia que não recebe efluentes domésticos e industriais, fato distinto aos

verificados por Kemerich, Silva e Reque (2013), nas águas do Arroio Esperança, no Rio

Grande do Sul, devido à elevada concentração de substâncias orgânicas e inorgânicas

oriundas de esgotos urbanos.

Gráfico 3 - Oxigênio dissolvido das águas da bacia do Córrego Sucuri/Caçu GO.

C = Campanha de coleta. CL = Classe de enquadramento

Organização: Produção do autor, 2016.

A diminuição dos valores de OD no ponto quatro da 3ª e 4ª campanhas de coleta pode

estar associada à entrada de material originado das áreas agrícolas, que contribui para o

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aumento na carga de material fosfatado e promove decréscimo na concentração de OD, fato

esse destacado por Toledo e Nicolella (2012) em uma microbacia da cidade de Guaíra (SP),

sob uso agrícola e urbano.

4.2.2.3 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

A DBO é a quantidade de oxigênio indispensável para oxidação da matéria orgânica

pela ação das bactérias aeróbias. Isso representa a quantidade de oxigênio indispensável às

bactérias para degradar a matéria orgânica presente em um líquido (água ou esgoto) (VON

SPERLING, 1998; CETESB, 2014).

A partir dos valores de DBO (Gráfico 4), as águas da bacia do córrego Sucuri podem

ser classificadas nas classes 1, 2 e 3. Na primeira campanha de coleta, período seco para a

região, a água pode ser considerada de classe 1 no ponto 2. Nos outros pontos, a água foi

considerada de classes 2 e 3. O maior teor de DBO foi observado no ponto 1 da terceira

campanha de coleta, próximo à nascente, local rico em matéria orgânica que, em

decomposição dos compostos orgânicos por bactérias aeróbias, têm contribuído para redução

do oxigênio dissolvido e a degradação da qualidade da água.

Os valores médios de DBO oscilaram entre 1,0 e 5,6 mg/L, podendo ser considerados

baixos quando comparados aos trabalhos desenvolvido por Siqueira, Aprile e Miguéis (2012),

no rio Parauapebas-Pará. Trabalho desenvolvido por Neves et al. (2015) no rio Bacacheri-

Paraná, detectou valores acima de 5 mg/L devido à decomposição da matéria orgânica e

influência do lançamento de esgoto no curso d’água. Segundo relatos de Menezes et al.

(2009), em microbacia com pastagem, os altos valores de DBO encontrados no período seco

podem estar associados à contaminação por excrementos dos animais, caso semelhante aos

valores detectado para o córrego Sucuri, devido à utilização do curso d’água para

dessedentação animal.

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Gráfico 4 - Análise Demanda bioquímica de oxigênio das águas da bacia do córrego

Sucuri/Caçu GO.

C = Campanha de coleta. CL = Classe de enquadramento. Organização: Próprio autor, 2016.

4.2.2.4 Temperatura da água (T)

Os corpos d’água apresentam variação térmica de temperatura durante o dia, à noite e

nas estações do ano. Outro fator que interfere na temperatura da água é a emissão de efluentes

com alta temperatura. Os parâmetros físico-químicos sofrem influência direta da temperatura,

causando impactos sobre o crescimento e reprodução de organismos aquáticos (ANA, 2010).

O menor valor da temperatura da água do córrego Sucuri, nas quatro campanhas, foi

20,1° C, no ponto 5 da primeira campanha de coleta; o maior valor foi de 25,7° C, no ponto 1

da terceira campanha de coleta. A média foi de 23,5° C (Gráfico 5). As flutuações diárias de

temperatura da água entre os pontos de amostragem podem ser explicadas em função das

estações do ano, horário de leitura e temperatura do ambiente. Sabe-se que, no período da

manhã, há uma menor incidência de radiação solar do que no período da tarde.

Outra explicação para oscilações de temperatura da água deve-se à pouca quantidade

de mata ciliar e à exposição da água aos raios solares, fato esse também constatado por Souza

(2014) no Rio Almada, no Sul da Bahia, que detectou temperatura no mês de abril entre 25,6°

C a 28,6° C, período esse em que a precipitação foi bem reduzida e verificado por Rocha,

Cabral e Braga (2014) nos afluentes do reservatório da Usina Hidrelétrica Barra dos

Coqueiros (Goiás), que variaram entre 19,7° C e 28,5° C, sendo que as leituras amostradas no

período de estiagem (maio a setembro) tiveram os menores valores em relação aos dados do

período úmido (outubro a abril).

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Gráfico 5 - Temperatura das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO.

C = Campanha de coleta. CONAMA: Sem padrão*. Elaborado: Próprio autor, 2016.

Estudos realizados por Barcelos et al (2012) nos afluentes da bacia do lago da UHE

Caçu, que se localiza à montante da UHE Barra dos Coqueiros, na mesma bacia do Rio Claro,

detectaram que a temperatura da água variou entre 21,3 a 23,1º C.

4.2.2.5 Turbidez

Turbidez é o grau da dificuldade que o feixe de luz sofre ao atravessar uma certa

quantidade de água, pela presença de sólidos suspensos, de partículas (areia, silte e argila),

alga, bactérias materiais orgânicos, plâncton em geral, (CETESB 2008b). Sendo assim,

quanto menor o espalhamento do feixe de luz mais elevada será a turbidez. O elevado índice

de turbidez afeta as reações fotossintéticas das algas, refletindo nos valores de oxigênio

dissolvido na água.

A Resolução CONAMA 357/05, determina valores máximos de turbidez das águas de

classe 1, até 40 Unidades Nefelométrica de turbidez (UNT); para a classe 2 entre 40 e 100

UNT, acima de 100 UNT é considerada de classe 3 e 4, para CETESB considera impactado.

O maior valor de turbidez detectado nas águas da bacia do córrego Sucuri foi 20,3 UNT,

detectado no ponto 4 na terceira campanha de coleta, isso se justifica devido ao período de

chuva que proporciona um maior carreamento de sedimentos para o curso d'água. O menor

valor de turbidez foi verificado na primeira campanha no ponto 1, considerado período seco

para região.

Estudos realizado por Braga (2012), no reservatório da Usina Hidrelétrica Barra dos

Coqueiros (UHEBC), no mês de março de 2011, período chuvoso, foi encontrado 72 UNT.

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Considerando os valores registrado nas quatro campanhas de coleta de junho de 2015 a março

de 2016, para turbidez as águas da bacia do Córrego Sucuri podem ser enquadradas como de

classe 1, considerada de boa qualidade para o consumo humano, porém, deve passar por

tratamento convencional (Gráfico 6).

Gráfico 6 - Análise temporal de turbidez das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO

C = Campanha de coleta. CONAMA: Classes 1 e 3.

Elaborado: Próprio autor, 2016.

4.2.2.6 Total de Sólidos Dissolvidos (TSD)

O total de sólidos dissolvidos (TSD) compreende todos os sais presentes na água e os

elementos não iônicos, proporcionalmente ao teor de carbono dissolvido. Nas águas naturais,

as enormes quantidades de substâncias dissolvidas na água são causadas pelas propriedades

geoquímicas do solo e das rochas que compõem o substrato das bacias hidrográficas que

escoam para rios e lagos (TUNDDISI; MATSUMURA TUNDISI, 2008).

Para a Resolução CONAMA nº 357/2005, o total de sólidos dissolvidos e salinidade

nas águas não deve ultrapassar a 500mg/L. Na bacia do córrego Sucuri, o maior valor de TSD

(Gráfico 7) foi de 67,6 mg/L e NaCl (Gráfico 8) foi de 67,3 mg/L, sendo detectado no ponto 3

de todas as campanhas de coleta, enquanto que os menores valores foram detectados no

primeiro ponto da primeira campanha de coleta (TDS 8,7 mg/L e NaCl 15,2 mg/L) de

amostragem.

A maior concentração desses parâmetros pode estar relacionada com a geologia do

local, poias a Serra da Gabiroba é composta por rochas areníticas da formação Marília e

Cambissolos Háplico Distróficos, sendo o uso da terra com pecuária extensiva.

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Os resultados das medidas de TSD estão em concordância com os resultados obtidos

para a CE e NaCl, que se relacionam diretamente com a concentração de íons dissolvidos em

solução aquosa. Fato esse também constatado nos trabalhos desenvolvidos por Basso, Moreira

e Pizatto (2011), no Arroio Dilúvio, em Porto Alegre-RS, e nos de Rocha, Cabral e Braga

(2014) para os afluentes da UHE Barra dos Coqueiros, que constataram que as concentrações

de TSD diminuem devido às chuvas, que têm efeito diluidor para o TSD e NaCl, ou seja, com

o aumento da vazão, há redução na concentração de TSD e NaCl.

Gráfico 7 - Total de sólidos dissolvidos das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO.

C = Campanha de coleta. CONAMA 357/2005, *Limite até 500mg/L.

Organização: Produção do autor, 2016.

4.2.2.7 Nitrogênio (N)

O nitrogênio pode ser encontrado na água de diversas formas: nitrogênio orgânico,

amoniacal, nitrito e nitrato, as duas primeiras formas classifica-se como reduzidas, as últimas

oxidam e podem degradar a poluição orgânica conforme a afinidade entre as formas de

nitrogênio (CETESB, 2014).

A Resolução CONAMA 357/05, determina os valores de nitrogênio para as águas

doces de classes 1, os valores de nitrogênio podem varia até 3,7mg/L N, para pH inferior a 7,5

e para a classe 3 segundo o CONAMA os valores pode ser até 13,3 mg/L N para valores de

pH inferior a 7,5.

O Gráfico 8 demonstra que na primeira campanha o ponto 01 apresentou valores de

0,607mg/l, os pontos 2, 3 e 4 não foram detectados valores de nitrogênio de acordo com a

faixa de leitura do aparelho. Na segunda campanha no ponto 2, o valor foi 0,796mg/L, e nos

pontos 1, 3 e 4 os valores não foram detectados pelo aparelho.

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O maior valor de nitrogênio detectado ocorreu no ponto 4 da terceira campanha de

coleta com valor 2,18mg/L, mesmo assim ficando abaixo dos valores estabelecidos pelo

CONAMA 357/05 quando relacionado ao pH. Para o Nitrogênio a água é considerada de

classe 1, pois está abaixo dos 3,7mg/L estabelecido pelo CONAMA 357/05.

Gráfico 8 - Análise temporal de Nitrogênio das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu

C = Campanha de coleta. CONAMA 357/2005. Organização: 2016.

4.2.2.8 Fósforo

A Resolução CONAMA nº 357/05 determina que os valores do Fósforo para

ambientes lóticos e tributários de ambientes intermediários, para a classe 1, devem ser

menores ou iguais a 0,1 mg/L; para ambientes lóticos e tributários de ambiente intermediário,

para a classe 2, são valores que estão acima de 0,1mg/L e menores que 0,15 mg/L e para a

classe 3 são valores acima de 0,15mg/L.

Na primeira e terceira campanha de coleta de água na bacia do córrego Sucuri, no

ponto três, o aparelho não detectou valor para o Fósforo. No entanto, o maior valor detectado

de Fósforo foi no ponto dois da quarta campanha de coleta, com 2,14 mg/L (Gráfico 9). Esses

valores detectados para o Fósforo classificam o córrego Sucuri, segundo a Resolução

CONAMA nº 357/2005, como água de classe 4, sendo considerado impróprio para o consumo

humano. Esse resultado elevado de fósforo pode estar relacionado à maior precipitação

durante o período chuvoso na bacia, pois os nutrientes aplicados por meio de adubações

concentram-se na superfície e associam-se às partículas do solo, facilitando suas perdas por

meio do escoamento superficial (BERTOL, 2005). A taxa de infiltração de água no solo,

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60

juntamente à intensidade e duração da chuva, rugosidade superficial e a topografia é que

determinarão a magnitude do escoamento superficial (KLEIN; AGNE, 2012).

Gráfico 9 - Fósforo das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu GO.

C – Campanha de coleta. CL = Classe de enquadramento.

Organização: Produção do autor, 2016.

Contrariando os dados dessa pesquisa, trabalhos realizados por Santi et al (2012), na

sub-bacia hidrográfica do Igarapé São Francisco, em Rio Branco no Acre, mostram que o

Fósforo apresentou baixa concentração segundo Resolução CONAMA nº 357/2000, nos dois

períodos, seco e chuvoso, de 2012. Confirmando os resultados desta pesquisa, estudos

realizados por Bezerra, Becker e Mattos (2011), em reservatórios do semi-árido brasileiro,

detectaram que a carga de Fósforo aumentou no período seco, principalmente pela

evapotranspiração. No início das primeiras chuvas, houve uma diminuição da concentração de

Fósforo.

4.3 Parâmetros Biológicos

4.3.1 Coliformes Termotolerantes

Os Coliformes termotolerantes são bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios

facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver, na

presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose em produção de

ácidos, gás e aldeído a 35,0 ± 0,50 C em 24-48 horas e que podem apresentar atividade de

enzima ß – galactosidase. Grande parte das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros

Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, entre outros gêneros que pertencem a esse

grupo (BRASIL, 2013).

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A Resolução CONAMA nº 357/2005 determina valores máximos de coliformes

termotolerantes para as classes de água doce. Para a classe 1, não deve ultrapassar a 200 Não

Mais que Provável (NMP); classe 2, até 1000 (NMP); para classe 3, pode chegar até 2500

(NMP); para os demais usos, não ultrapassar a 4000 (NMP).

Após as quatro campanhas de coleta na bacia do Córrego Sucuri, o menor valor

encontrado de coliformes termotolerantes foi 110 (NMP), no ponto 3 da primeira campanha

de coleta (Gráfico 10), local mais preservado, próximo à jusante. O maior valor encontrado

foi no ponto 1, com 484 (NMP), na segunda campanha de coleta, localizado às margens do

Assentamento Santa Lúcia, em que a economia é voltada para gado de leite. Os sete dias que

antecederam as coletas, apresentou 56,02 mm de chuva, podendo ter contribuído com o

escoamento superficial do excremento do gado para os sedimentos do curso d’água.

Gráfico 10 - Coliformes termotolerantes das águas da bacia do córrego Sucuri/Caçu-Goiás.

C = Campanha de coleta. CL = Classe de enquadramento. *Limites 2500 CL 3 e ≥ 4000 CL 4.

Organização: Produção do autor, 2016.

A qualidade das águas na bacia do córrego Sucuri pode ser classificada de classe

apenas na primeira campanha, pois os resultados ficaram abaixo de 200 NMP, menos no

ponto 5, em que os valores estão acima de 200 NMP coliformes por litro. Nas outras

campanhas de coletas, os valores de coliformes termotolerantes estão acima de 200 (NMP) de

coliformes, sendo classificadas como de classe 2.

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5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

A utilização da análise de Correlação de Pearson permitiu identificar a relação entre os

parâmetros de qualidade de água e estabelecer as melhores variáveis de correlação. Na análise

apresentada (Tabela 7), foram discutidos somente os gráficos que foram classificados entre

forte a perfeita e com nível de significância acima de 90%, com valor igual e superior a 0,959

da tabela de teste bilateral (BARBETTA, 2010). Na tabela apresentada abaixo, foram

discutidos somente os gráficos que apresentaram maiores coeficientes de determinação das

variáveis físico-química e biológicas. Porém, nem todas as correlações foram apresentadas em

gráficos.

Tabela 7 - Classificação quali/quantitativas das correlações entre as variáveis analisadas nas

quatro campanhas de coleta. Variáveis

correlacionadas

13/06/2015

1ª campanha

11/09/2015

2ª campanha

05/12/2015

3ª campanha

05/03/2016

4ª campanha

pH x OD 0,1686 0,4042 0,7040 0,5997

pH x DBO 0,5795 0,0030 -0,7172 0,5044

pH x T 0,1485 0,7049 -0,5209 -0,2884

pH x TSD 0,5533 0,3532 0,5576 0,4587

pH x CT -0,2148 -0,9108 -05458 -0,7950

OD x DBO 0,7899 0,5935 -0,3303 -0,1344

OD x T 0,3193 0,1943 -0,5785 -0,1487

OD x TSD -0,6452 -0,0100 0,2189 -0,3259

OD x CT 0,294 -0,3702 0,1142 -0,1608

TUB x TSD 0,7934 0,9854 0,6179 0,8950

TUB x DBO -0,4517 -0,9324 -0,8424 0,6310

DBO x T -0,0067 0,4084 0,6768 -0,3730

DBO x TSD -0,0633 -08779 -0,3876 0,3155

DBO x CT 0,0649 0,3336 0,8621 -0,5729

T x TSD -0,3219 -0,0514 -0,5880 -0,0786

T x CT -0,3910 -0,3683 0,3306 -0,1984

TSD x CT -0,5178 -0,6072 -0,4133 -0,6447

P x T 0,3082 0,1986 0,5407 0,0850

P x OD -0,0223 0,6656 -0,064 0,9926

P x DBO -0,3492 0,9113 -0,1577 -0,1215

P x TUB 0,2735 -0,7938 -0,1612 -0,1693

Correlação fraca Correlação regular Correlação forte

Correlação

muito forte

Organização: Próprio autor (2016).

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63

5.1 Resultados dos Dados Da 1ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego

Sucuri-GO (13 de Junho de 2015)

A correlação de Pearson entre os parâmetros referente à primeira campanha de dados

limnológicos no mês de junho de 2015, na bacia do córrego Sucuri, apresentaram correlação

forte positiva, acima de 90%, Coeficiente de determinação (r²) indicou uma melhor resposta

entre os parâmetros: DBO x OD, TSD x TUB, os pontos se ajustaram na linha de tendência

em torno de 78 e 79%, demostrando que os parâmetros apresentam uma relação positiva entre

eles, quando o DBO aumenta o OD também aumenta, isso ocorreu também entre o TSD e

TUB (Figura 4 – Gráfico A e Gráfico B).

Figura 4 - Gráficos de correlação de Pearson entre os parâmetros da água do mês de junho de

2015 da bacia do Córrego Sucuri Caçu-Goiás. Gráfico A-correlação: junho 2015 DBO x OD Gráfico B-correlação junho 2015 TSD x TUB

Organização: Próprio autor, 2016.

5.2 Resultados dos Dados da 2ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego

Sucuri-GO (11 de Setembro de 2015).

Os parâmetros na segunda campanha de coleta de dados limnológicos no mês de

setembro de 2015, na bacia do córrego Sucuri Caçu-GO, apresenta uma correlação muito forte

positiva entre TUB x TSD, apresentando r² acima de 0,98% (Figura 5) este resultado mostra-

se satisfatório, pois apresenta uma influência de relação direta entre os dois parâmetros. Estes

valores podem estar associados a precipitação de 46 mm de chuvas, ocorridas nos últimos sete

dias que antecederam a campanha de coleta, colaborando com carreamento de materiais

orgânicos e inorgânicos (nutrientes e partículas) para o curso d’água. Segundo Barreto et al. (2009)

os valores aumentados de TSD pode elevar também os valores da turbidez.

Os parâmetros P x DBO, TUB x DBO e CT x pH, apresentaram uma correlação forte

positiva, porém não significativa. As relações entre estes parâmetros são muito importantes,

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pois define a qualidade das águas, de córregos, rios e lagos. Uma vez que, estes parâmetros

podem comprometer a qualidade da água e principalmente a fauna aquática.

Figura 5 - Gráficos de correlação de Pearson dos parâmetros da água do mês de setembro de

2015 da bacia do Córrego Sucuri Caçu-Goiás. Gráfico A- correlação setembro 2015 TSD x TUB Gráfico B- correlação setembro 2015 P x DBO

Gráfico C- correlação setembro 2015 TUB x DBO Gráfico D correlação setembro 2015 CT x pH

Organização: Produção do autor, 2016.

5.3 Resultados dos Dados da 3ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego

Sucuri (dia 05 Dezembro 2015)

Na terceira campanha de coleta de dados limnológicos no mês de dezembro de 2015,

na bacia córrego Sucuri Caçu-GO, apresentou correlação forte positiva entre os parâmetros

DBO x CT (Figura 6 – Gráfico A), para os parâmetros TUB x DBO, apresentou uma

correlação forte negativa não significativa, uma vez que o r² ficou a baixo dos 0,98%,

demostrando que quando há um aumento da turbidez há uma diminuição da demanda

bioquímica de oxigênio.

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Figura 6 - Gráficos de correlação de Pearson dos parâmetros da água do mês de dezembro de

2015 da bacia do Córrego Sucuri, Caçu-Goiás. Gráfico A-correlação dezembro 2015 NMP x DBO Gráfico B-correlação dezembro 2015 NMP x TUB

Organização: Produção do autor, 2016.

5.4 Correlação dos Dados da 4ª Campanha de Coleta de Água da Bacia do Córrego

Sucuri (dia 05 Março De 2016)

Para os resultados de correlação de Pearson, aplicada nos dados da quarta campanha

de coleta de água da bacia do córrego Sucuri Caçu-GO, no mês de março de 2016 (Figura 7),

os parâmetros que apresentaram correlação muito forte e significativa foram P x OD, ficando

acima de 0,99%, os parâmetros de TUB x TSD, apresentou uma correlação forte positiva,

porém não significativa, pois o r² ficou a baixo de 0,89%.

Esses valores podem estar relacionados com o uso e ocupação da terra pela pecuária

extensiva, pela plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol e a precipitação, que

carreia sedimentos para o canal fluvial, aumentando o total de sólidos dissolvidos, que

interferindo nos valores da turbidez.

Os parâmetros OD e P apresentam uma correlação muito forte e positiva; o coeficiente

linear entre os parâmetros foi de 0,9894, no gráfico de dispersão, em que os pontos estão

alinhados com a linha de tendência, indicando que quando o valor de Fósforo aumenta, há um

aumento do Oxigênio dissolvido.

O aumento do Fósforo, segundo Libânio (2008) e Berger (2014), pode ser em razão do

uso de fertilizantes, criação de animal e lixiviação como ocorreu em Itajuípe, no oeste do

Paraná, e em menor proporção dos fertilizantes em áreas agricultáveis. Na bacia em estudo, o

Fósforo pode estar relacionado ao uso e ocupação da bacia com a pecuária extensiva e

plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol.

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Figura 7 - Gráficos de correlação de Pearson dos parâmetros da água do mês de março de

2016 da bacia do Córrego Sucuri Caçu-Goiás. Gráfico A-correlação março 2016 P x OD Gráfico B-correlação março 2016 TUB x TSD

Organização: Produção do autor, 2016.

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6 ÍNDICE DA QUALIDADE DA ÁGUA (IQA-CETESB E IGAM) DA BACIA DO CÓRREGO

SUCURI, EM CAÇU-GOIÁS

O principal objetivo do IQA é traduzir os valores dos parâmetros em números, para

facilitar a comunicação com o público em comum (FREITAS et al, 2011), pois a qualidade da

água está intensamente ligada às características físicas-químicas e biológicas e suas diferentes

funções de uso e ocupação das terras de uma bacia hidrográfica (ABREU; CUNHA, 2015;

MERTEN; MINELLA, 2002; SOUZA, 2015).

A CETESB classifica as águas em cinco categorias e cada categoria tem uma

ponderação (valor) que varia de 0 a 100. Cada uma dessas categorias apresenta uma cor que

corresponde à padronizada pela CETESB. No gráfico, a linha de cor azul determina que a

água é de ótima qualidade e sua ponderação varia de 79 ≤ 100. Na categoria da água de

qualidade Boa, a qualidade é representada pela linha de cor verde e ponderação variando entre

51 ≤ 79. A água de qualidade Regular é representada pela cor Amarela e ponderação variando

de 36 ≤ 51. Quando a água é classificada como Ruim, é representada pela cor Vermelha, com

ponderação variando entre 19 ≤ 36. A cor Lilás representa água de Péssima qualidade e sua

ponderação varia de 0 ≤ 19.

Conforme o IQA-CETESB, as águas do córrego Sucuri foram classificadas como de

“Boa” qualidade, pois se encontram na classificação entre 51 e 79, indicando que as

características das águas são apropriadas para o consumo humano, após passar por tratamento

indicado.

Os resultados de IQA-CETESB, nos pontos avaliados na bacia do córrego Sucuri,

entre o período de junho de 2015 a março de 2016, apresentam valores que variaram entre 51

e 79 (Gráfico 11), sendo as águas consideradas como de Boa qualidade. Os melhores valores

sobre a qualidade da água foram detectados na 1ª campanha e os piores valores foram

detectados na 4ª campanha.

Sobre as linhas coloridas do gráfico, segundo a classificação da CETESB, a água da

bacia do córrego Sucuri pode ser classificada como Boa, isto é, o resultado mostra que os

pontos estão entre as linhas Amarela e Verde.

Correio et al (2016) estudaram a qualidade da água de Arroio, no sul do Rio Grande

do Sul, de 2005 a 2013, e detectaram que, nos anos com precipitação reduzida, o IQA

apresentava águas com qualidade Ruim, segundo as classes determinadas pela CETESB. A

melhor qualidade da água foi em 2013, que apresentou a maior precipitação na bacia, de

1.240 mm. Essa melhor classificação das águas no período de maior precipitação pode estar

relacionada com a diluição da concentração dos poluentes encontrados na água. Fato ocorrido

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no Arroio, no sul do Rio Grande do Sul, não foi detectado nas campanhas de coleta de água

na bacia do córrego Sucuri.

O IQA-IGAM apresenta cinco classes, com valores e cores diferentes, para classificar

a água. A classe Excelente, de cor azul, apresenta valores que variam entre 90 ≤ 100. A classe

Bom, com cor verde, os valores variam de 70 ≤ 90. A cor amarela classifica a água de Médio

e seus valores variam de 50 ≤ 70. Para estas três classes, a água é apropriada para consumo

humano, após passar por tratamento convencional. A cor laranja representa a classe de água

Ruim; seus valores variam entre 25 ≤ 50. A classe Muito Ruim é representada pela cor

vermelha e seu valor varia de 0 ≤ 25. Para essas duas últimas classes, a água é considerada

imprópria para o consumo humano, mesmo após passar por tratamento convencional, sendo

necessário um tratamento mais avançado.

Para o IQA-IGAM, os resultados apresentam outra classificação, por ser mais

restritivo em relação ao IQA-CETESB. As águas foram classificadas como Bom na primeira

campanha de coleta, pois apresentou IQA entre 70 e 90. Nas outras três campanhas de coleta,

nos meses de setembro e dezembro de 2015 e março de 2016, o IQA ficou entre 50 e 70, pode

ser classificada na categoria de Médio.

O gráfico com o resultado do IQA-IGAM está representado com linhas de cores que

representam suas classes de água e seus respectivos valores. A linha de cor azul no gráfico

classifica a água Excelente qualidade; a linha de cor verde classifica a água como Bom; a

linha de cor amarelo classifica a água como Médio; a linha de cor laranja é para as classes de

água de classe Ruim; a linha de cor vermelho é para a classe de água Muito Ruim.

Gráfico 11 - Resultados IQA-CETESB da água da bacia do Córrego Sucuri/Caçu-Goiás

Organização: Produção do autor, 2016.

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De acordo com os dados apresentados, o menor valor de IQA foi 54, verificado no

ponto 1, na quarta campanha no mês de março. O maior valor foi 77, verificado no ponto 2,

na primeira campanha de coleta no mês de junho de 2015, sendo a água classificada de Boa

qualidade para CETESB e Médio para IGAM. As variáveis que mais apresentaram

interferência e contribuíram para prejudicar a classificação das águas foram: fósforo,

coliformes termotolerantes, isso pode ser associado ao tipo de solo da bacia, modelo de uso e

ocupação da terá, e maior ou menor precipitação na bacia, que contribui no carreamento de

sedimentos para o canal fluvial, podendo lixiviar o Fósforo e outros produtos utilizados para

correção do solo, além de excremento de animais, que contribuem para diminuir os valores de

IQA. Os parâmetros que mais contribuíram para manter o IQA mais elevado foram: pH,

temperatura da água, total de sólidos dissolvidos e oxigênio dissolvido, demanda bioquímica

de oxigênio.

Sendo assim, o resultado apresentado (Gráfico 12) classifica as águas do córrego

Sucuri como Boa na primeira campanha de coleta no mês de junho, pois seus valores estão

representados no gráfico acima da linha amarela. Na segunda, terceira e quarta campanhas de

coleta, a água pode ser considerada de Média qualidade, pois os pontos apresentados estão

entre as duas linhas amarela e laranja.

Gráfico 12 - Resultados IQA-IGAM da água da bacia do Córrego Sucuri/Caçu-Goiás.

Organização: Produção do autor, 2016.

Estudos realizados por Nunes (2008) sobre a qualidade da água no rio Turvo Sujo, que

tem como seu principal afluente o ribeirão São Bartolomeu, que passa pela cidade de Viçosa-

MG e que recebe grande quantidade de efluentes, foi classificado como de média a ruim, fato

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distinto ao do córrego Sucuri, pois este não recebe efluentes de área urbana. O córrego Sucuri

apresentou classificação entre bom e médio no IQA-IGAM devido ao modelo de uso e

ocupação das terras da bacia, que é tipicamente rural. As variáveis que mais interferiram

negativamente com IQA no ribeirão São Bartolomeu foram coliformes termotolerantes,

demanda bioquímica de oxigênio, turbidez e Oxigênio dissolvido.

A partir da obtenção dos resultados de cada ponto de coleta, criou-se um quadro de

classificação (Tabela 8), com os resultados dos pontos amostrados. A avaliação da qualidade

da água obtida pelo IQA oferece limites, uma vez que este índice não analisa vários

parâmetros que são importantes no abastecimento de água ao público, tais como as

substâncias tóxicas, os materiais pesados, pesticidas, compostos orgânicos e protozoários

patogênicos.

Considerando os valores do IQA-CETESB e IQA-IGAM, a água apresentou

resultados que permitem ser indicada para o uso e abastecimento humano, após passar por

tratamento convencional; porém, levando em consideração os valores individuais de cada

parâmetro, de acordo com o enquadramento do corpo d’água pela Resolução CONAMA nº

357/05, as águas podem ser consideradas impróprias para o consumo humano, de acordo com

os valores apresentado do Fósforo, que apresentou resultados que classificam a água na classe

4 e os de coliformes termotolerantes, que apresentaram valores acima de 200 NMP.

Tabela 8 - Valores de IQA dos quatro campos avaliados na bacia do Córrego Sucuri, em

Caçu-Goiás.

Ponto/Campanha C1 C2 C3 C4

P1 73 59 65 54

P2 77 67 68 59

P3 76 67 72 57

P4 69 65 66 57

P5 71 62 70 58

Média 73 64 68 57

IQA/CETESB Boa Boa Boa Boa

IQA/IGAM Bom Médio Médio Médio

P= ponto; C= Campanha. Fonte: Produção do autor 2016.

Moretto et al (2012) fizeram uma calibração do IQA com a Resolução CONAMA nº

357/05, sobre a qualidade da água do Rio Pardo/RS, e observaram diferentes resultados, entre

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os anos de 2007 e 2009. Classificando a água pela Resolução CONAMA, ela foi enquadrada

na classe 4; já usando o IQA, a água foi classificada entre ótima e boa.

Mesmo realizando as análises de cada parâmetro separadamente, faz-se necessário

avaliar cada parâmetro (qiw) em porcentagem para determinar o valor máximo que cada um

dos pontos 1, 2, 3, 4, e 5, ou seja, avaliar quais parâmetros têm influenciado negativamente ou

positivamente no resultado final do IQA, conforme apresentado no gráfico 13.

Gráfico 13 - Porcentagem do qiˆw máximo possível para cada parâmetro no ponto.

Organização: BARCELOS, A. A., 2017.

Dentre os parâmetros avaliados sobre a qualidade da água da bacia do córrego Sucuri,

em Caçu-GO, os parâmetros que mais contribuíram negativamente foram o CT, P e a DBO.

Com uma menor influência desses parâmetros, a água apresentaria uma melhor qualidade. Por

outro lado, os parâmetros que mais colaboraram para manter um melhor índice da qualidade

da água foram a T, N, TSD e OD. Isso também foi observado na pesquisa de Kemerich, Silva

e Reque (2012), com a contribuição do OD para um melhor resultado do IQA nas águas do

Arroio Esperança/RS.

Pesquisa realizada por Silva e Lourenço (2016), nas águas do Arroio Ouro Verde - Foz

do Iguaçu-PR, também apontou que os resultados de CT foi um dos parâmetros que mais

contribuíram para manter os baixos resultados do IQA-CETESB. O valor elevado desse

parâmetro, nessa pesquisa, deu-se pelo lançamento de esgotos domésticos no canal fluvial.

Contrário aos estudos nas águas do Arroio Ouro Verde, os valores elevados de coliformes

termotolerantes no córrego Sucuri (Caçu-GO) podem estar relacionados ao tipo de uso e

ocupação das terras da bacia, pela criação de gado, juntamente à lixiviação dos sedimentos

para os cursos d’água.

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Portanto, ao tomar o IQA como uma análise principal da qualidade da água de uma

bacia hidrográfica, deve-se, no entanto, analisar cada parâmetro isoladamente, uma vez que o

IQA pode apresentar que as águas estão classificadas como ótimas, boas, regulares, ruins ou

péssimas para o consumo humano. Analisando cada parâmetro individualmente é possível

detectar qual ou quais parâmetros contribui positivo ou negativamente na qualidade da água.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No primeiro quinquênio (2000 a 2005) avaliado, houve um aumento em torno de

17,5% na área de pastagem. A partir de 2010, a bacia do córrego Sucuri passa a apresentar

uma nova configuração da paisagem, devido ao plantio da cana-de-açúcar para produção de

etanol, que passa a ocupar cerca de 17,6% da área da bacia, bem como pela construção da

barragem da Usina Hidrelétrica Barra dos Coqueiros, que inunda cerca de 1,3% da área da

bacia. Com isso, ocorre a degradação, com a perda de solo, em razão da plantação da cana-de-

açúcar, e a perda da biodiversidade, com a inundação do lago da usina.

Após a realização desse estudo sobre qualidade da água numa bacia tipicamente rural,

que não recebe efluentes industriais e domésticos, verifica-se que o IQA é uma boa

ferramenta para avaliar interferência do uso e ocupação da terra na bacia do córrego Sucuri,

sendo uma ferramenta importante para divulgação dos resultados ao público em geral.

Segundo a Resolução CONAMA nº 357/05, os parâmetros que mantiveram a água na

classe 1 foram: N, T°C, TSD. Já os parâmetros que mais comprometeram a qualidade da água

foram: P e CT, classificando a água nas classes 2, 3 e 4.

Usando a correlação de Pearson, os parâmetros que mais apresentaram correlação forte

e significativa que mais se ajustaram na linha de tendência foram: TUB x TSD, TUB x DBO,

DBO x TSD, P x OD, P x DBO e pH x CT. Esses resultados demonstram que um parâmetro

interfere diretamente no outro.

Os parâmetros que mais comprometeram o enquadramento do corpo hídrico foram:

Fósforo, que pode ser classificado na classe 4, Coliformes Termotolerantes na classe 2.

Segundo a classificação do IQA-CETESB, a água pode ser classificada como classe

Boa; porém, para o IQA-IGAM, a água do córrego pode ser considerada Boa e Média.

Comparando o resultado entre o IQA-CETESB e IQA-IGAM, verifica-se que o IGAM

apresenta ser mais rígidos com seus parâmetros, por isso a qualidade da água, para o IGAM, a

água foi enquadrada como classe Boa apenas na primeira campanha de coleta no mês de

junho de 2016 período considerado seco para a região.

Vale a pena ressaltar, também, que mesmo usando a Resolução CONAMA, o IQA-

CETESB e IQA-IGAM para classificar e enquadrar a qualidade da água da bacia do córrego

Sucuri, são necessárias novas pesquisas, principalmente voltadas para pesquisa de materiais

pesados, uma vez que o principal uso e ocupação da bacia é a pecuária e o plantio de cana-de-

açúcar para produção de etanol.

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