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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Instituto de Ciências Exatas ICE TIAGO LUIZ PIMENTEL DOS SANTOS CENTROS DE CIÊNCIAS DO SUDESTE COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM: POSSIBILIDADES E CONTRIBUIÇÕES PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ. ITAJUBÁ 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁsaturno.unifei.edu.br/bim/0039257.pdf · Rita de Cássia Magalhães Trindade Stano (orientadora) ... admiração de curiosidades, os museus se transformam

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Instituto de Ciências Exatas – ICE

TIAGO LUIZ PIMENTEL DOS SANTOS

CENTROS DE CIÊNCIAS DO SUDESTE COMO ESPAÇO DE

APRENDIZAGEM: POSSIBILIDADES E CONTRIBUIÇÕES PARA

A UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ.

ITAJUBÁ

2011

TIAGO LUIZ PIMENTEL DOS SANTOS

CENTROS DE CIÊNCIAS DO SUDESTE COMO ESPAÇO DE

APRENDIZAGEM: POSSIBILIDADES E CONTRIBUIÇÕES PARA

A UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ.

Trabalho de Diploma apresentado ao Instituto de

Ciências Exatas da Universidade Federal de

Itajubá, como parte dos requisitos para obtenção

do título de Físico licenciado.

Orientadora: Professora Dra. Rita de Cássia Magalhães Trindade Stano

ITAJUBÁ

2011

Autor do trabalho: Tiago Luiz Pimentel dos Santos

Orientadora: Professora Dra. Rita de Cássia Magalhães Trindade Stano

Título do trabalho: Centro de ciências do sudeste como espaço de aprendizagem:

possibilidades e contribuições para a Universidade Federal de Itajubá.

Trabalho de Diploma apresentado ao Instituto de Ciências Exatas - ICE da

Universidade Federal de Itajubá, como parte dos requisitos para obtenção do título de

Físico licenciado.

Data de aprovação: ......../......../........

Banca Examinadora

Professora Mestre: ..................................................................................................

Instituição: .................................................................. Assinatura: ......................

Professor Doutor: ..................................................................................................

Instituição: .................................................................. Assinatura: ......................

Professora Doutora: ..................................................................................................

Instituição: .................................................................. Assinatura: ......................

Professora Me. Eliana de Fátima Salomon Benfatti

Prof. Dr. Newton de Figueiredo Filho

Professora Dra. Rita de Cássia Magalhães Trindade Stano (orientadora)

Não basta que os resultados das investigações sejam conhecidos, elaborados e

aplicados por alguns poucos especialistas. Se os conhecimentos científicos limitam-se a

um pequeno grupo de homens, debilita-se a mentalidade filosófica de um povo, que

assim caminha para seu empobrecimento espiritual.

Albert Einstein

SANTOS, T.L.P. Centros de ciências do sudeste como espaço de aprendizagem:

contribuições e possibilidades para a Universidade Federal de Itajubá, 2011,65pag,

Trabalho de diploma, Universidade Federal de Itajubá.

RESUMO

Os centros de ciências são espaços não formais de educação onde se propicia o

processo de aprendizagem. Têm a função de serem educativos interativos e acima de

tudo levar ciência a todos os públicos através da divulgação cientifica. Este trabalho tem

como objetivos estudar as características gerais dos centros de ciências da região

sudeste, pois foi onde surgiram os primeiros centros de ciências no Brasil, e dar

contribuições ao centro de ciências da Universidade Federal de Itajubá, o Interciências.

Para isso inicia-se com uma revisão da literatura sobre o processo histórico que correu

com o surgimento dos primeiros centros de ciências no mundo, o que são esses espaços

e como surgiram no Brasil, o que é espaço de aprendizagem, tipos de espaços de

aprendizagens e o conceito de divulgação científica. Com esta revisão, foi possível

mapear os centros de ciências da região sudeste e elaborar um questionário que foi

enviado para os centros mapeado. Foram então analisadas as características gerais

destes espaços e realizado um cruzamento de dados com as características que o projeto

do centro Interciências propõe. Desta forma foi constatado que o centro de ciências da

Unifei que está surgindo tem um grande potencial para o melhoramento do ensino

formal na educação básica da cidade de Itajubá e região e para a divulgação dos

trabalhos de pesquisa realizados na própria universidade.

Sumário

1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

2 - REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 2

2.1 - Do surgimento dos Museus de ciências aos Centros de ciências................................ 2

2.2 - O que são Centros de ciências? ................................................................................... 6

2.3 - Surgimento dos centros de ciências no Brasil ............................................................ 9

2.4 - Conceito de Espaço de aprendizagem, Espaço Formal, não Formal e informal ....... 12

2.5 - Divulgação científica ................................................................................................ 14

3 - METODOLOGIA ........................................................................................... 15

3.1 - Etapa1 – Revisão da literatura .................................................................................. 17

3.2 - Etapa 2 – Mapeamento dos centros de ciências ........................................................ 18

3.3 - Etapa 3 – Planejamento e elaboração do questionário .............................................. 20

3.4 - Etapa 4 – Aplicação do questionário......................................................................... 21

4 - INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS OBTIDOS ........... 22

5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ................................................ 47

6 - ANÁLISE DO PROJETO INTERCIÊNCIAS ............................................ 50

7 - CONTRIBUIÇÃO À UNIFEI........................................................................ 52

8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 53

9 - REFERÊNCIAS .............................................................................................. 56

ANEXOS ............................................................................................................... 58

Anexo A - Centros de ciências da região Sudeste mapeado ........................ 59

Anexo B - Carta de apresentação da pesquisa ............................................. 61

Anexo C - Questionário .................................................................................. 62

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1 - INTRODUÇÃO:

Os centros de ciências nasceram com o intuito de serem educativos. Funcionam

como um dos meios de difundir a ciência e os produtos dela derivados. Neles, os

visitantes entram em contato com os fundamentos da ciência de uma forma mais

compreensível por meio de áreas temáticas.

Os modernos centros de ciências são essencialmente coleções de idéias, de

conceitos e de princípios científicos para serem compartilhados pelas pessoas. Todos os

recursos físicos, programas e atividades enfatizam a participação ativa do visitante, por

isso eles têm um caráter prioritariamente interativo, porque procuram propiciar a

interdependência e ação recíproca entre as exibições e os usuários destas. Esses centros

procuram basear-se em tecnologias modernas, em enfoques lúdicos e dar primazia à

experimentação pessoal, porque é a melhor maneira para se aproximar de novos

conhecimentos, resgatando a curiosidade pela descoberta do mundo.

Nesses espaços, a experiência do visitante deve ser livre, onde as pessoas podem

fazer suas próprias escolhas, ajustar seus desafios, questionar livremente, cruzar

informações e transformá-las em aprendizagem.

Os centros de ciência são uma boa opção para quem deseja aprender de uma

maneira leve e divertida, e reencontrar seu espírito pesquisador para conhecer o mundo.

São também janelas onde se vislumbram imagens de como é que o mundo poderia ser,

em um futuro cada vez mais tecnológico, além de poder enriquecer os conteúdos

estudados na escola pelos alunos da educação básica.

Ao pensar que o desenvolvimento econômico e social de um país está ligado aos

conhecimentos que os cidadãos têm sobre ciência e tecnologia, pode-se pensar que estes

espaços são a ponte para levar o conhecimento científico produzido, sobretudo nas

universidades, para todos.

Este trabalho procura, em linhas gerais, analisar as características e finalidades

dos centros de ciências. Para isso foram selecionados apenas os centros de ciências da

região Sudeste, região onde surgiram os primeiros centros de ciências interativos no

país e onde está localizado o centro de ciências da Universidade Federal de Itajubá -

Unifei.

A partir de uma pesquisa realizada com os centros de ciências mapeado na

região sudeste, foram coletadas informações das características desses centros

2

pesquisados. Então se partiu para a análise do projeto do centro de ciências da Unifei, o

Interciências. A partir dos resultados obtidos e a confrontação com o projeto

Interciências, foi dada uma contribuição analisando as características e o potencial desse

espaço dentro do cenário atual da universidade.

2- REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Do surgimento dos Museus de ciências aos Centros de ciências.

Os primeiros museus de ciências públicos, como instituição, surgiram entre os

séculos XVII e XVIII, impulsionados pela revolução renascentista. Segundo Gaspar

(1993), os chamados enciclopedistas eram interessados pela cultura e pela ciência,

tinham a necessidade de organizar o conhecimento existente, acrescido da reivindicação

cada vez maior da sociedade em participar desse conhecimento, o que necessariamente

implicou no acesso do publico as coleções.

Na renascença, o interesse em exibir coleções de objetos inicialmente de arte e o

crescimento dessas coleções fez surgir galerias ou salas de curiosidades, assim

denominadas, por causa dos objetos de coleções expostos, fruto do interesse por

prestígio e satisfação de vaidades advindo dos médicis, papas, monarcas, príncipes e

outros grandes senhores. Posteriormente, estas galerias evoluíram para o que viria a ser

um primeiro tipo de Museus de ciências: Os museus de história natural.

A origem dos museus de história naturais conforme Gil (1988) situa-se na França

com o surgimento em 1635, do jardin dês Plates e do Cabinet d’ Histoire Naturelle,

criação de Luis XIII, que mais tarde com a Revolução Francesa, transformaram-se no

Museum National d’ Histoire Naturelle. E mais de um século depois na Inglaterra, em

1753, surge o Museu Britânico, que incluía uma seção de história natural.

Nesta mesma época filósofos e cientistas já sugeriam a criação de museus

voltados às ciências e tecnologia. O filósofo inglês Francis Bacon propunha o

estabelecimento de um museu de invenções, próximo do que mais tarde seriam

chamados de museus de ciências e tecnologia. Em sua obra, Atlantis, Bacon descreve a

Casa de Salomão, lugar onde é possível a descoberta e a exploração ativa, através dos

engenhos da tecnologia que pressupunha envolvimento pessoal, curiosidade, uso dos

sentidos, esforço intelectual no colocar de questões e na procura de respostas.

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Assim como Bacon, Leibniz, filósofo e matemático alemão, propunha a realização

de demonstrações experimentais com água, ar e vácuo, utilização de

telescópio para mostrar a lua e outros astros celestes, além de realizar exposições com

plantas raras e painéis sobre a anatomia humana. (Danilov, 1992, apud Gaspar, 1993).

Essas idéias não foram adiante em alguns lugares, permitindo que os museus

continuassem com a mesma forma de comunicação com o público, a exposição de

coleções de objetos.

Foi então no período da Revolução Industrial e Revolução Francesa que origina o

que seria um segundo tipo de museu de ciências: Os museus de ciências e tecnologias

ou museus de ciências e técnicas. Em 1794 na França, conforme Gil (1988), foi criado o

chamado Conservatório de Artes e Ofícios, primeiro museu com caráter educacional,

que mais tarde, já no século XX passa a ser chamado de Musee National de

Techiniques. Era uma instituição que inicialmente funcionava como um depósito

constituído de máquinas, ferramentas, modelos, desenhos, descrições e livros de todos

os gêneros de artes e ofícios, e logo após teve objetivos práticos, a fim de instruir

artesãos e operários, utilizando as máquinas e mecanismos que faziam parte das suas

coleções.

Segundo Gil (1988) o museu não constituía como hoje uma instituição cultural

complementar da Escola: ele era a própria Escola. Conforme o tempo foi passando, nos

museus de ciências e tecnologia “(...) começaram a surgir, (...) exibições dos avanços

científicos e industriais (...) e algumas dessas exibições temporárias transformaram-se

em permanentes (...)” (Id., 1988, p.77).

Por outro lado, o Impacto da teoria de Darwin, século XIX, fez com que os

museus de história natural tivessem uma evolução em conceitos e objetivos, além da

forte proliferação por todo o mundo. De uma instituição que tinha como foco somente a

admiração de curiosidades, os museus se transformam em instituições que, a partir da

divulgação do conhecimento da natureza, passaram a desempenhar um papel de locais

de investigação, promovendo a exploração metódica e o estudo sistemático.

Até os dias de hoje, as transformações ocorridas consolidaram-se como

características primordiais nos museus de história natural. No decorrer do tempo,

segundo Loureiro (2003), os contextos sociopolíticos e culturais que esses museus

estiveram inseridos fizeram com que se consolidassem a exposição do acervo (coleções)

como forma de comunicação com o público, a aquisição e conservação das coleções e a

investigação para a pesquisa, porém fizeram com que estas instituições evoluíssem

4

também no que se refere à forma de exposição, ao uso dos meios audiovisuais que a

museologia hoje oferece, além de promover a divulgação científica e a educação não

formal.

Em relação à educação, um dos museus onde a ênfase na educação desde o início

foi forte e que teve um papel marcante foi o Museu de Munique, criado em 1908. O

Museu de Munique, um Museu de Ciências e Tecnologia, introduziu inúmeras

inovações que tornaram acessíveis principalmente ao publico leigo as conquistas mais

modernas da ciência e tecnologia da época, apresentando réplicas e equipamentos em

tamanho natural, de máquinas ou princípios físicos.

“Essa opção de estimular o visitante a participar de suas exposições e atividades,

apertando botões, girando manivelas, manuseando equipamentos, foi um passo

determinante para a interação direta com o público.” (Cazelli, 1992, apud Costantin,

2001). O museu influenciou a criação de outras instituições importantes como Museu

de ciência e indústria de Chicago, em 1933, do Palácio das Descobertas, 1937 em Paris.

Influenciou também a inovação e o uso da interatividade no Museu de Ciências de

Londres que já existia desde 1851,quando ocorreu a Exposição Universal de Londres,

assim como favoreceu o início de um movimento de criação de Museus de ciências e

tecnologia nos Estados Unidos (Gaspar, 1993).

O Museu de Ciências e Indústria de Chicago influenciou o movimento de criação

de novos museus de ciências e tecnologia nos Estados Unidos, pois revolucionou os

métodos de ensino através da observação e da experimentação. O palácio das

descobertas em Paris dedicou-se a divulgação dos princípios básicos da ciência que teve

a contribuição de Jean Perrin, cientista pioneiro em defender a desmistificação da

ciência, procurando meios a fim de levar a compreensão dos princípios da física aos

mais jovens.

Essas idéias que levavam para a experimentação, para a interatividade,

fortaleceram-se principalmente após a segunda guerra mundial. A tendência em

focalizar exposições interativas como ocorre em museus de ciências e tecnologia atuais,

ao invés de objetos históricos como ocorre principalmente nos museus de ciências de

história natural e focalizar o presente e o futuro ao invés do passado, toma força.

Em alguns Museus de ciências e tecnologia, começa a ocorrer uma substituição de

coleções, exposições de objetos e equipamentos científicos do passado, por exposições e

experimentos destinados a um maior envolvimento e aprendizagem dos visitantes, além

5

da preocupação em fornecer informações atualizadas em ciências e tecnologia de uma

forma educativa e agradável.

Essa tendência em desligar-se da imagem que as pessoas tem dos museus, de local

onde são expostas coisas velhas, ultrapassadas, além da tendência de ligar-se ao

cotidiano, as idéias e conceitos científicos com os quais o visitante deixa de ser passivo

e passa a interagir com objetos e com outros visitantes, fizeram surgir uma nova

concepção de museus, que recebeu a denominação nos Estados Unidos de (science

centers), traduzido para o português, centro de ciências.

É importante ressaltar que este tipo de instituição surge não somente como uma

reconfiguração e inovação museologica, mas pelo cenário em questão em que o mundo

“(...) convivia com modelos econômicos baseados nas noções de desenvolvimento e

progresso e com a introdução da energia nuclear controlada, que se mostrava como uma

solução para os problemas energéticos.” (Valente et AL, 2005, p. 186).

(...) embora a origem dos museus de Ciência se situe na Europa, o seu

posterior desenvolvimento - no que respeita à instituição dos Science Centers

- é um fenômeno típico das culturas de além-Atlântico e da periferia do

Pacífico, após a segunda Guerra Mundial. O interesse por estas instituições

aumentou, de uma forma inesperada, depois do impacto que teve, na opinião

pública americana e nas autoridades deste país, o lançamento do primeiro

Sputnik, pela União Soviética. Ao americano médio pôs-se, com incomoda

agudeza, a questão: “Como foi possível que, com a nossa capacidade técnico-

científica (que ele não duvidava estar muito acima da de qualquer outro país),

fôssemos ultrapassados neste campo, envolvendo as mais sofisticadas

tecnologias de ponta?”, diversas comissões foram encarregadas, pela

administração dos Estados Unidos, de estudar este problema de crucial

importância. Entre outras conclusões então obtidas constatava-se que o

americano médio seria manifestamente inculto no que respeita à Ciência e

Tecnologia e, de uma maneira geral, os jovens não seriam motivados para

estudos e actividades profissionais nesses domínios. A partir daí, a criação e a

popularidade dos Science Centers cresceu de forma vertiginosa: na realidade,

60% dos Museus Científicos e Técnicos americanos foram criados após 1960

(o “Sputnik” foi lançado em 1957) (Gil, 1988, p. 81).

Um dos centros de ciências mais famosos é o exploratorium (EUA), que foi criado

em 1969 por Frank Oppenheimer que acreditava na interatividade baseada na percepção

sensorial humana. O exploratorium sem dúvida influenciou muitos outros centros de

ciências mundo afora. Dentre outros centros de ciências estrangeiros podemos citar

atualmente: QUESTACON, The National Science and Technology Centre na Austrália;

Calgary Science Centre - CSC no Canada; Cité des Sciences et de l´Industrie na França;

dentre outros.

6

Atualmente, grande parte dos centros de ciências estrangeiros, principalmente os

americanos e europeus, são grandes centros culturais educativos com objetivos

diferentes dos centros encontrados em países como o Brasil.

2.2 - O que são Centros de ciências?

Os centros de ciências são espaços não formais de educação que conectam

os avanços e as questões relacionadas com a ciência e a tecnologia aos interesses do

cidadão comum, mediante atividades de divulgação científica e de experiência

educativas, apoiadas em enfoques interativos experimentais e lúdicos.

(Sabbatini,2003,apud Jacobucci, 2008).

Conforme Gil (1988), à medida que a ciência e a tecnologia impuseram a sua

presença no cotidiano do homem comum, começou a surgir uma nova concepção de

museu, os centros de ciências.

Para o autor supracitado, os centros de ciências são caracterizados por:

-Preocupar-se com a apresentação e explicação da Ciência

contemporânea, suas aplicações e implicações, eliminando, em geral, das

suas exibições, os testemunhos das actividades científicas e técnicas do

passado;

- Ao contrário dos Museus tradicionais de qualquer tipo – em que o

visitante está sujeito a normas do gênero “não tocar nos objectos” – o utente

de um “Science Center” é constantemente encorajado a “participar” na

exibição, utilizando e manuseando o equipamento que aí se encontre com

esse objectivo;

- As exposições são concebidas e organizadas com fins educacionais

em lugar de constituírem colecções de objectos sem ligação entre si;

- A acção educativa das exposições permanentes e temporárias é

complementada por iniciativas paralelas, integráveis nos programas escolares

ou destinadas à população em geral (GIL, 1988, p. 86).

Os centros de ciências têm se aproximado do público desde a sua origem, como

também têm influenciado inúmeros museus de ciência e tecnologia tradicionais, mesmo

os mais antigos. (Van Praet, 2004, apud Costa, Souza, 2009).

Esta influência possibilitou que inúmeros museus hoje existentes tivessem ao

mesmo tempo características dos museus científicos tradicionais e dos centros de

ciências. A literatura tende a fazer referência a estes museus híbridos e aos centros de

ciências como fenômeno único, tornado por vezes dificultosa a tarefa de delimitação

dessas instituições. (Loureiro, 2003). Ao referir-se aos espaços que realizam divulgação

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científica por meio de atividades de caráter interativo, sempre são chamados de centros

de ciências, porém podemos verificar que o termo museu também é utilizado ao nomear

esses espaços, ou seja, há espaços que usam a denominação de centro de ciências, há

outros que usam museu, museus dinâmicos, museus interativos, dentre outros. Não

existe um consenso (Souza, 2008).

No entanto, há um consenso de que os museus de ciências tradicionais e os

centros de ciências são instituições com características diferentes.

Os museus de ciências tradicionais “(...) configuram instituições voltadas à

preservação, gestão e difusão da história, da memória histórica de produção de

determinado produto científico. (Loureiro, 2003, p 89). A comunicação se faz através da

exposição do respectivo acervo, como instrumento de divulgação científica.

Os centros de ciências por sua vez, não têm essa obrigatoriedade da

Historicidade dos objetos. Segundo (Costa, Souza, 2009), o enfoque é a interação física

do visitante, em que são utilizados diferentes recursos de comunicação através de

modelos e aparatos tecnológicos. “Os museus tradicionais e centros de ciências

possuem diferenças e dinâmicas distintas, (...) pelo uso ou não de coleções e/ou

modelos”(Cury at. al, 2000, p.9).

No quadro abaixo podemos verificar as diferenças e similaridades entre museus

de ciências tradicionais e os centros de ciências.

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Quadro 1 – Diferença entre museus tradicionais e centros de ciências

Fonte: Adaptado de Cury, Marília Xavier, et al. Estudo sobre centros e museus de

ciências - subsídios para uma política de apoio, p. 9. São Paulo, 2000.

MUSEUS DE CIÊNCIAS

TRADICIONAIS

CENTROS DE CIÊNCIAS

Função social e educacional

Função social e educacional

Política de atuação

Política de atuação

Comprometimento com a

socialização do conhecimento

Comprometimento com a

socialização do conhecimento

Preserva e comunica Comunica

Método de trabalho centrado no

processo curatorial

Método de trabalho centrado no

processo de comunicação

Aquisição de acervos e formação

de coleções

Fabricação de “acervo” modelos

Conservação preventiva e

restauração

Renovação, manutenção e

reposição

Comunicação dos temas

pertinentes ao acervo por meio de

exposição, monitoria e outras

estratégias

Comunicação de temas científicos

ligados a política cientifica do centro

por meio de exposição, monitoria e

outras estratégias

As atividades são orientadas pelo

acervo e a exposição é a principal forma

de comunicação

As atividades são orientadas pela

divulgação cientifica e nem há uma

ênfase sobre um meio especifico.

9

Apesar das diferenças, ambas as instituições têm em comum o papel de estimular

a educação científica e tecnológica a todos.

Os centros de ciências quando vinculados às universidades, como ocorre aqui no

Brasil, trazem vantagens a todos os envolvidos. Este tipo de espaço permite que sejam

realizados eventos relacionados a uma temática como também cursos de extensão. Nos

benefícios desta parceria:

(...) os alunos e professores do ensino fundamental e médio

enriquecem os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, numa experiência

não-formal. Os visitantes melhoram sua percepção de ciência, em especial

em relação aos conceitos que conheciam antes. Os graduandos (em especial

os de licenciatura), além de receberem uma grande gama de conteúdo

teórico-experimental a partir do convívio com professores e alunos de pós-

graduação das mais diversas áreas, tomam conhecimento da pesquisa

desenvolvida dentro das universidades e vivenciam um processo de ensino-

aprendizagem que se dá de forma dinâmica e lúdica.

Para os pesquisadores, é uma oportunidade ímpar de se aproximarem

das necessidades e problemas prementes da sociedade, e de divulgarem

conceitos e resultados de suas pesquisas com uma linguagem simples e

Compreensível, permitindo que os novos conhecimentos gerados nas

universidades possam, mais rapidamente, fazer parte do cotidiano do cidadão

comum. (Coutinho-Silva et. al., 2005, p. 25 ).

2.3 - Surgimento dos centros de ciências no Brasil

Após o lançamento do Sputnik pela União Soviética e o despertar do interesse dos

países ocidentais como os Estados Unidos e Inglaterra em questionar-se e preocupar-se

com o ensino da ciência, fortalecendo o ensino experimental, influenciou países como o

Brasil em querer tambem melhorar o ensino de ciências.

O marco inicial da educação científica no Brasil deve-se a criação do IBECC

(Instituto Brasileiro de educação, ciências e cultura) após a segunda guerra mundial, em

1946. Período em que no contexto internacional se destacava cada vez mais o papel da

ciência no desenvolvimento das nações. O IBECC nasceu vinculado a USP

(Universidade de São Paulo) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura) e tinha como objetivo inicial inovar o ensino de

ciências e fortalecer o ensino experimental, estimular os professores e alunos a praticar

ciências. “A preocupação com a melhoria tanto do ensino quanto da preparação dos

professores de ciência levou a criação de um lócus privilegiado de discussão dessas

questões: os centros de ciências” (Valente et. al, 2005, pag.187) no Brasil.

10

Conforme Hambúrguer (2002) o surgimento dos centros de ciências no Brasil é

diferente do que ocorreu em outros países, pois nasceram a partir de centros de

treinamento de professores e não como um museu ou outra instituição.

Os primeiros centros de ciências no Brasil, bem lembrado pelo autor supracitado,

eram centros de treinamentos, diferentes dos centros que existem atualmente. Foram

criados seis centros: o Centro de ciências do Nordeste (CECINE), Centro de ciências do

Rio Grande do sul (CECIRS), Centro de ciências de São Paulo (CECISP), Centro de

ciências da Guanabara (CECIGUA), Centro de ciências de Minas Gerais (CECIMIG) e

o Centro de ciências da Bahia (CECIBA).

A criação desses centros entre 1963 a 1965 colaborou na formação continuada de

professores por meio de cursos de aperfeiçoamento, treinamento, especialização,

seminários, assim como na tradução e adaptação dos grandes projetos

estrangeiros,produção de material instrucional, Kits para os estudantes, publicações de

revistas.

Conforme Valente et al (2005), na década de 1970 o Brasil se encontrava em

pleno regime militar e o mundo vivia a crise do petróleo e as conseqüências das

agressões ao ambiente. Os centros de ciências viveram dias difíceis, principalmente pela

redução do apoio financeiro e político. Já na década de 1980, foi um período marcado

pela recessão econômica, que afetou o país, e pela transição de um regime autoritário

para um regime democrático. Esta transição permitiu que o governo impulsionasse a

criação de programas que melhorassem a qualidade do ensino de ciências, incentivasse

a pesquisa e aguçasse o despertar para a divulgação científica.

Foi nessa década de 1980 que os centros de ciências foram redimensionados e

diversificadas as suas estratégias devido ao incentivo de órgãos como a CAPES, que

cria um novo projeto constituído do subprograma Educação para a Ciência (SPEC)

vinculado ao programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico

(PADCT).Neste contexto, surgem os primeiros museus de ciências e tecnologia de

caráter dinâmico ou centros de ciências no Brasil. Tinham como características serem

espaços de comunicação, educação, difusão de princípios científicos e tecnológicos,

voltados agora também não somente para a acessoria de professores e contribuição para

o ensino formal, como para um público amplo e diversificado.

Um dos primeiros, senão o primeiro centro de ciências com as características

citadas acima, foco deste trabalho, foi o Centro de Divulgação Cientifica e Cultural

(CDCC) da USP em São Carlos. Nasceu de um projeto que ocorreu em 1979, o I

11

Simpósio de Integração Universidade e Escolas de 1° e 2° Graus realizado em São

Carlos, na qual houve a participação de professores dos três níveis de ensino de

diferentes especialidades para discutir proposta para o ensino de ciências (Gaspar,

1993). Além de proposta e recomendações como cursos de instrumentação para

professores e materiais para a prática experimental, surgem proposições para a criação

do CDCC. Pode-se citar também neste período o surgimento do Espaço Ciência Viva

em 1982, a Estação Ciência em 1987 (USP - SP) e o Museu Dinâmico de Ciências de

Campinas em 1987 (Unicamp – SP).

Já na década de 1990, outros centros são criados como o Espaço Ciência (1994)

em Recife, Pernambuco;o Museu de Ciência e Tecnologia da PUC no Rio Grande do

Sul e o Espaço Museu da Vida (1999), no Rio de Janeiro.

Segundo Souza (2008) durante as duas últimas décadas, houve eventos nacionais

e congressos em que participaram instituições internacionais, o que ajudou a discutir,

conceitos, dificuldades, manutenção desses espaços e a formação de parcerias. Os

centros de ciências no país devem muito à fundação Vitae (1985 -2006) que patrocinou,

fortaleceu e expandiu os centros de ciências brasileiros.

Iniciativas como a criação da Associação Brasileira de centros e museus de

ciências (ABCMC) em 1999 foram importantes para os centros de ciências. A ABCMC

aproximou diversas instituições existentes e promoveu o intercâmbio e a cooperação

entre elas para aumentar a política da popularização da ciência.

Existem outros incentivos atualmente, como da Financiadora de Estudos e

Projetos (FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério das Ciências e Tecnologia

(MCT). Observamos que a tendência é uma expansão desses espaços, principalmente

por incentivos do governo federal que tem feitos investimentos pesados nas

universidades públicas federais em todo o pais.

É importante salientar que apesar da diferença de propósitos, funções, conteúdos e

publico entre os centros de ciências brasileiros e estes em relação aos estrangeiros, a

maioria desses espaços priorizam as características básicas que se conhece sobre centros

de ciências.

12

2.4 - Conceito de Espaço de aprendizagem, Espaço Formal, não Formal e

Informal

Segundo (CEDRO; MOURA), espaço de aprendizagem é o lugar de realização

do processo de aprendizagem dos sujeitos orientado pela ação intencional do outro, na

qual é concretizada por meio de atividades orientadoras de ensino.

As atividades de ensino segundo Moura (1996) são aquelas atividades que se

estruturam de modo a permitir que os sujeitos interajam, mediados por um conteúdo,

negociando significados, com o objetivo de solucionar coletivamente uma situação-

problema. Ela é considerada orientadora porque define os elementos essenciais da ação

educativa e respeita a dinâmica das interações que nem sempre chegam a resultados

esperados pelo professor (Moura 2001). Porém Gustavo Rubini (2005), que entrevistou

a professora australiana Léonie Rennie da Curtin University of Technology, diz em seu

artigo que a aprendizagem é pessoal e independe do local em que ocorre.Referindo-se

aos centros de ciências, a professora diz que o aprendizado não ocorre

instantaneamente, mas depois das visitas, pois os visitantes,como o visitante escolar,

relaciona o que foi visto no centro com que ele está vendo na escola.

Percebemos então que os museus/centros de ciências são meios onde ocorre o

processo de aprendizagem, assim como na escola. A forma com que são planejadas as

atividades é que vão influenciar numa aprendizagem efetiva ou não dos visitantes.

Quando se fala de espaço de aprendizagem é preciso conceituar o que são espaço

formal, não formal e informal de educação.

De acordo com Jacobucci (2008), o espaço formal de educação é o espaço escolar,

relacionado às instituições escolares da educação básica e do ensino superior. É um

espaço definido, institucionalizado, hierarquicamente estruturado, onde o agente do

processo de construção do saber é o professor.Nesse espaço, prevalece a

(...) aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados,

normatizados por leis, dentre os quais se destacam o de formar o indivíduo

como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e competências várias,

desenvolver a criatividade, percepção, motricidade etc.(...)

A educação formal requer tempo, local específico, pessoal

especializado, organização de vários tipos (inclusive a curricular), sistematização seqüencial das atividades, disciplinamento,

regulamentos e leis, órgãos superiores etc. Ela tem caráter metódico e

usualmente, divide-se por idade/classe de conhecimento ( Gohn, 2006,

p. 29).

13

Segundo Gaspar (1993) quando se fala em espaços não formais, referem-se às

instituições cuja função não é a educação formal e a lugares que podem ser instituições

ou não instituições.

Na categoria Instituições, podem ser incluídos os espaços que são

regulamentados e que possuem equipe técnica responsável pelas atividades

executadas, sendo o caso dos Museus, Centros de Ciências, Parques

Ecológicos, Parques Zoobotânicos, Jardins Botânicos, Planetários, Institutos

de Pesquisa, Aquários, Zoológicos, dentre outros. Já os ambientes naturais ou

urbanos que não dispõem de estruturação institucional, mas onde é possível

adotar práticas educativas, englobam a categoria Não-Instituições. Nessa

categoria podem ser incluídos teatro, parque, casa, rua, praça, terreno,

cinema, praia, caverna, rio, lagoa, campo de futebol, dentre outros inúmeros

espaços.( Jacobucci, 2008, p. 56)

Como aponta Gohn nos espaços não formais onde se dá a educação não formal:

(...) o grande educador é o “outro”, aquele com quem interagimos ou

nos integramos.

Há na educação não-formal uma intencionalidade na ação, no ato de

participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes.

A educação não- formal capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos do

mundo, no mundo. Sua finalidade é abrir janelas de conhecimento sobre o

mundo que circunda os indivíduos e suas relações sociais. Seus objetivos não

são dados a priori, eles se Constroem no processo interativo, gerando um

processo educativo. A transmissão de informação e formação política e

sociocultural é uma meta na educação não formal. (Gohn, 2006, p. 29).

Por sua vez, o espaço informal onde se dá a educação informal é lugar onde as

relações sociais se desenvolvem segundo gostos e preferências.

(...) a educação informal tem seus espaços educativos demarcados por

referências de nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia etc. A

casa onde se mora, a rua, o bairro, o condomínio, o clube que se freqüenta, a

igreja ou o local de culto a que se vincula sua crença religiosa, o local onde

se nasceu. (...) os agentes educadores são os pais, a família em geral, os

amigos, os vizinhos, colegas de escola, a igreja paroquial, os meios de

comunicação de massa (...)

A educação informal socializa os indivíduos, desenvolvem hábitos,

atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da

linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se freqüenta ou que

pertence por herança, desde o nascimento Trata-se do processo de

socialização dos indivíduos. ( Id.,2006, p. 29).

Sendo assim, nota-se que nos Museus e centros de ciências ocorre a educação não

formal de educação que pode favorecer uma enriquecedora aprendizagem num ambiente

interativo.

14

Segundo Gaspar (1993), pesquisas mostram que o processo de ensino

aprendizagem em centros de ciências ainda a campos a serem estudado. Ao referir a

teorias de aprendizagens, comenta que sempre foram vinculadas ao ensino formal e

como os centros de ciências são espaços recentes na história mundial, as teorias de

aprendizagens têm sofrido adequações para serem usadas nesses espaços não formais.

2.5 - Divulgação científica

A ciência e a tecnologia são complexas para grande parte do público que tem certa

dificuldade em entender determinados assuntos e temas ligados à ciência e tecnologia.

Muitas dessas pessoas, o chamado público leigo, têm pouca ou nenhuma compreensão

de ciências. Entende-se por público leigo, segundo Constantin (2001), o público não

especialista, formado pelo cidadão comum, o estudante, o professor do ensino médio e o

pesquisador numa área diferente daquela que é sua especialidade.

A divulgação científica, também chamada de popularização da ciência, aparece

como uma atividade em que a linguagem científica e tecnológica especializada é

traduzida para uma linguagem leiga, utilizando diferentes meios de comunicação com

objetivo de atingir o público em geral, mais amplo que o da esfera científica e

especializada.

Muitas vezes na literatura é utilizado o termo divulgação cientifica como

sinônimo de difusão e disseminação científica.

A difusão científica é um processo de comunicação da informação científica e

tecnológica, que engloba tanto a divulgação científica, quanto a disseminação científica.

Sendo assim, a difusão da informação científica para o público especialista é chamada

de disseminação científica que pode ser entre especialistas de uma mesma área ou entre

especialistas de área diferentes. Já a difusão das informações científicas para o público

leigo em geral é chamada de divulgação científica. Ela não é uma atividade recente. No

século XVIII, já havia exposições para que o público conhecesse máquinas e

demonstrações de fenômenos elétricos e mecânicos, assistissem palestras relacionadas à

física, à química e à medicina. Além disso, no século XVII já podiam ser encontrados

livros escritos por cientistas destinados ao público não especializado, o público leigo.

15

No Brasil, segundo Souza (2008), as primeiras atividades relacionadas à

divulgação científica ocorreram no século XIX,com a vinda da família portuguesa ao

país.

Atualmente existem vários meios que levam a informação científica ao público

em geral. Um dos meios de divulgação científica mais popular é a mídia: Jornais,

revistas, rádio, TV e cinema.

Os museus e centros de ciências também são meios de divulgar a ciência. Esses

espaços são importantes não somente para popularizar a ciência, mas para o

desenvolvimento do pais. É nos países em desenvolvimento “que a população leiga

mais necessita ter acesso à informação científica que se relacionam com problemas da

sua vida cotidiana, [...] bem como que a instrumentalize para assimilar criticamente [...]

o avanço científico-tecnológico da humanidade em geral. (Albagli,1996, p.403).

Segundo Marques (1998), umas das funções da universidade é fazer a divulgação

científica através das atividades de extensão universitária.

3 - METODOLOGIA

A pesquisa é uma atividade que tem como objetivo investigar e solucionar

problemas teóricos e práticos utilizando procedimentos científicos, ou seja, partindo de

uma dúvida ou problema e do conhecimento existente sobre o tema se utiliza uma

metodologia científica para se chegar a uma possível solução para a questão.(CERVO,

BERVIAN,DA SILVA, 2006).

Para o estudo dos centros de ciências esta pesquisa pode ser considerada em

relação aos objetivos como pesquisa descritiva pois tem o interesse em descrever as

características dos centros de ciências, localizados na região sudeste brasileira.

Segundo Diehl e Tatim (2004) a pesquisa descritiva tem como objetivo fazer a

descrição das características de uma determinada população delimitada, (grupo) ou

estabelecer o relacionamento entre as variáveis. Uma de suas características mais

significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

16

A pesquisa descritiva é o tipo de pesquisa que “preocupa-se em observar os fatos,

registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere

neles” Andrade(2002,apud RAUPP e BEUREN, 2003).

Em relação à abordagem do problema, esta pesquisa pode ser considerada de

caráter qualitativa. Conforme Neves (1996) a pesquisa qualitativa tem um foco amplo,

na qual faz parte a obtenção de dados descritivos mediante o contato direto ou

interativo do pesquisador com a situação que está sendo estudada. O pesquisador irá

procurar entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação e

fará a interpretação desse fenômeno estudado. Neste tipo de pesquisa, a quantificação

do objeto não é priorizada. A prioridade está relacionada ao contexto em que o objeto

está inserido.

Nesta pesquisa, de caráter descritiva qualitativa, foram também explorados

elementos do método survey ou levantamento e análise documental.

O método survey ou de levantamento “consiste na obtenção de dados,

informações sobre características ou opiniões de determinado grupo de pessoas,

indicado como representante de uma população-alvo, por meio de um instrumento de

pesquisa, normalmente um questionário” (Freitas et al,2000, p. 105) como utilizado

nesta pesquisa.

O interesse em utilizar este método é apropriado quando:

Se deseja responder questões do tipo “o que?”, “ por que?”, “ como?”

e “quanto?”, ou seja, quando o foco de interesse é sobre “ o que esta

acontecendo” ou “ como e por que isso esta acontecendo”;Não se tem

interesse ou não é possível controlar as variáveis dependentes e

independentes;O ambiente natural é a melhor situação para estudar o

fenômeno de interesse;O objeto de interesse ocorre no presente ou no

passado recente.( Freitas et al,2000, p.105).

Já a análise documental é uma técnica valiosa da abordagem qualitativa em que

existe o procedimento de leitura e resumo de idéias e busca-se a identificação de

informações importantes nos documentos que pode complementar as informações

obtidas por outras técnicas, desvelando aspectos novos de um tema ou um problema.

São considerados documentos os materiais que podem ser considerados como

fonte de informação (como exemplo, jornais, revistas, obras literárias, científicas e

técnicas) as estatísticas e os elementos iconográficos como imagens, fotografias e

filmes.

17

A realização desta pesquisa estruturou-se em quatro etapas como descritas

abaixo.

Quadro 2 - Etapas da pesquisa

3.1 Etapa 1 - Revisão da literatura (Bibliográfica)

Este momento consistiu em realizar uma revisão bibliográfica para se ter um

embasamento teórico sobre o tema do trabalho conforme visto na fundamentação

teórica. A partir da redação produzida na fundamentação teórica, permitiu-se um

embasamento melhor para mapear os centros de ciências localizados na região Sudeste

brasileira e a formulação do instrumento de pesquisa, o questionário. Como principal

instrumento desta pesquisa, o questionário teve como objetivo coletar dados e

informações dos centros de ciências, pesquisados através do envio deste para os atuais

coordenadores dos respectivos centros de ciências, como poderá ser visto nas próximas

etapas.

18

3.2 Etapa 2 - Mapeamento dos Centros de ciências

Esta etapa constituiu em fazer um levantamento dos principais centros de ciências

brasileiros localizados na região Sudeste. A escolha da região Sudeste se deve ao fato de

ser a região onde foram implantados os primeiros Museus e centros de ciências do país.

É a região onde estão localizados o maior número de Museus e centros de ciências

atualmente e onde está localizada a Unifei, Universidade Federal de Itajubá, sede onde o

espaço Interciências está sendo implantado.

Para ser feito o levantamento desses centros, foi consultado O Guia dos Centros

de ciências do Brasil 2009 ( BRITO et al, 2005), encontrado no site da ABCMC

Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências: www.abcmc.org.br e o site

da Casa da ciência, http://www.casadaciencia.ufrj.br, pois foram as fontes mais

completas e disponíveis atualmente.

Após o mapeamento foi feita uma relação dos principais Centros de Ciências

classificados por Estado conforme pode ser visto abaixo. A relação consiste de 26

centros de ciências localizados nos quatro estados da região sudeste.

Pelo guia e site consultado foi possível obter o endereço da Home Page e o

endereço de email da maioria dos respectivos Centros de Ciências para que na próxima

etapa fosse realizado o contato com os coordenadores desses centros.

A intenção deste trabalho foi relacionar somente os espaços que tem

características que se podem ser consideradas características de centros de ciências.

Foram selecionados os espaços que têm a denominação de centros de ciências ou

aqueles espaços que tem a denominação de museu, porém, têm características marcantes

e mais condizentes com o que se conhece atualmente como centro de ciências. Estas

características foram analisadas da descrição sobre o espaço na home Page e no guia

citado acima. Pode ocorrer que na lista esteja relacionado algum museu que tenha

características de um museu híbrido( tradicional e museus interativo), então a escolha

foi pela sua característica mais marcante ,predominantemente de centro de ciências, a

interatividade. Abaixo os centros de ciências da região sudeste.

19

Centros de ciências do estado de Espírito Santo:

Núcleo de Ciências - Universidade Federal do Espírito Santo

Escola da Ciência Física

Centros de ciências do estado de Minas Gerais:

Parque da Ciência/Neicim UFV

Parque da ciência de Ipatinga

Laboratório de Divulgação Científica UFMG

Centro de ciências - UFJF

Centro de ciências – UFU

Centros de ciências de Rio de Janeiro:

Casa da Ciência - Centro Cultural de Ciência e Tecnologia

Espaço Ciência Viva

Museu da Vida

Espaço UFF - Centro de Divulgação de Ciências

Casa da Descoberta

SESCiência

Espaço Ciência Interativa

Espaço COPPE Miguel de Simoni Tecnologia e Desenvolvimento

Centros de ciências do estado de São Paulo:

CDCC-Centro de Divulgação Científica e Cultural

Catavento Cultural e educacional

Estação ciência

Centro de ciências de Araraquara

Centro Interdisciplinar de Ciências de Cruzeiro

20

Tecnorama

Museu Dinâmico de Ciências de Campinas

Museu Exploratório de ciências

Parque de Ciência e Tecnologia da USP

Sabina – Escola Parque do Conhecimento

Cicc Centro Integrado de ciências

3.3 Etapa 3 - Planejamento e elaboração do Questionário

Após feita a relação dos Centros de ciências da região Sudeste, com o devido

endereço de email e da Home Page, partiu-se para a criação do questionário.

Segundo Cervo e outros (2006) o questionário possibilita medir com mais precisão o

que deseja, por isso é o instrumento mais utilizado em pesquisa. É um meio de obter

respostas de um conjunto de respostas que estão relacionadas a um problema central,

assim como descrever as características de um grupo ou objeto A pesquisa bibliográfica

ajudou no sentido de subsidiar a criação de questões essenciais para o estudo dos

centros de ciências.

Na elaboração do questionário foram elaboradas 11 questões e uma parte inicial

de coleta de informações gerais sobre esses centros de ciências (nome da Universidade

que o centro esta vinculado, nome do coordenador, tempo no cargo, nome do centro de

ciências, numero de visitante mensal). As questões consistiam em questões com

respostas múltiplas em que o respondente (coordenador do centro de ciências) poderia

escolher uma ou mais alternativas e ainda descrever no item “outros” uma resposta

adicional ou complementar. Após algumas correções e mudanças, a primeira versão do

questionário estava pronta.

Com o questionário pronto então se pensou no planejamento de como este

instrumento seria enviado para os coordenadores dos centros. Ficou decidido então que

a forma de enviá-lo seria criar um questionário eletrônico. Para isso foi utilizado como

plataforma de elaboração e envio deste questionário um aplicativo do site Google,

www.google.com.br, chamado Google docs.

21

Figura 1 – Página inicial do Google Docs.

3.4 Etapa 4 - Aplicação do questionário

Inicialmente, foi enviada a carta de apresentação da pesquisa. Para isso foi

criado uma lista de emails em que cada lista foi nomeada com o nome do Estado em que

cada centro de ciência pertencia, para que fosse feito um controle maior dos emails que

foram enviados. Então foi enviada a carta de apresentação para a primeira lista de

centros de ciências e logo em seguida através da plataforma do Google docs o

questionário, assim foi feito para a segunda lista, a terceira e a quarta lista.

No primeiro envio de questionário, observou-se que 2 centros responderam,9

emails voltaram porque não existiam mais. No segundo envio, primeiramente houve

uma pesquisa para encontrar novos emails daqueles emails que não existiam para

atualizar o banco de dados. Então posteriormente foi enviado novamente para os centros

de ciências que não tinham retornado e para os centros de ciências em que o email

voltou. O tempo entre o primeiro envio do questionário para o segundo envio foi de 6

dias. O retorno após enviar o questionário pela segunda vez foi de 5 questionários

respondidos. O terceiro envio foi após 10 dias e não houve nenhum retorno. O quadro

22

mostra o número de questionários respondidos e os não respondidos durante o período

em que foi enviado o questionário.

Número de Centros de ciências

Frequência

Responderam o questionário

7 26,92 %

Não responderam o questionário

19 73,08 %

Total de questionários enviados

26 100 %

Quadro 3 – Resultado dos questionários enviados.

4 - INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS OBTIDOS:

Nesta parte do trabalho é apresentado o levantamento dos dados, a interpretação

desses dados e os resultados obtidos dessa interpretação realizada com a amostra dos 7

centros de ciências da região sudeste que responderam esta pesquisa. Com o resultado,

pretende-se, a partir das características desses espaços, fornecer uma contribuição ao

projeto da Unifei, o Espaço Interciência.

Para fazer a interpretação dos dados obtidos pela pesquisa realizada através do

questionário, os sete centros de ciências foram nomeados por: A, B, C, D, E, F, G. Na

carta de apresentação enviada aos centros de ciências, informou-se aos sujeitos

participantes da pesquisa que não seria divulgado o nome de nenhum participante.

Então por questões éticas, os resultados serão apresentados sem identificação dos

coordenadores e dos centros de ciências.

Inicialmente, foi feita a interpretação e obtidos os resultados dos dados iniciais da

pesquisa (se o centro tem algum vínculo com alguma universidade, e o número de

visitantes mensais). Já a apresentação dos resultados obtidos das questões que vem em

seguida no questionário foi estruturada da seguinte forma: a pergunta realizada; as

respostas dos centros de ciências (vide quadros); gráfico(s) quando necessário;

interpretação e resultados obtidos das respostas.

23

Em relação à parte inicial do questionário, primeiramente há um item que

perguntava: nome da universidade em que o centro está vinculado. Dos 7 centros de

ciências que responderam o questionário, 6 responderam que estão vinculados a uma

universidade, apenas 1 disse que é independente e não está vinculado a nenhuma

universidade. As universidades às quais os centros estão vinculados são públicas; isso se

deve a todo o processo histórico desde o surgimento desses espaços no Brasil.

A média do número de visitantes mensais de cada centro estão dadas no quadro 4:

Centros de

ciências A B C D E F G

Número

mensal de

visitantes

2000

15000

1000

240

1000

5000

4000

Quadro 4: Número mensal de visitantes.

O total de visitantes inclui o visitante escolar, que são os professores e alunos de

escolas públicas e privadas, e os visitantes espontâneos, que são aquelas pessoas que

visitam um lugar por iniciativa própria.

As cidades onde os centros de ciências da amostra dessa pesquisa estão

localizados em cidades de médio e grande porte como Araraquara – SP, Juiz de Fora -

MG, Rio de Janeiro – RJ,São Paulo – SP, São Carlos – SP. O quadro abaixo mostra o

número de habitantes de cada cidade.As cidades estão colocadas por ordem alfabéticas,

não estão relacionadas com nenhuma letra em que os centros foram identificados.

Quadro 5 – número de habitantes (2010) em milhões das cidades onde os centros

estão localizados.fonte IBGE: http://www.ibge.gov.br

Cidades Araraquara

SP

Juiz de Fora

MG

Rio de

Janeiro - RJ São Paulo SP

São Carlos

SP

Número

de

habitantes

208.662

516.247

6.320.446

11.253.503

221.950

24

Ao fazer uma relação do número de habitantes de uma cidade de médio e grande

porte, como são as cidades onde estão localizados os centros que responderam esta

pesquisa(quadro 5), acredita-se que os centros têm recebido poucos visitantes. Ao fazer

um cruzamento com as respostas da questão 2(logo abaixo), verifica-se que a maioria

dos centros de ciências tem como foco o visitante escolar, já que os centros de ciências

na sua maioria foram criados focados mais neste público.

É preciso verificar quais são as dificuldades que a maioria desses centros têm

para que se possa atingir também os visitantes espontâneos, que podem ser pessoas da

cidade onde está localizado o centro ou visitantes turistas de outros lugares.

Na segunda fase do questionário, a primeira pergunta nos informa o tempo que

cada espaço existe: “Há quanto tempo existe o centro de ciências?” As respostas

estão no quadro 6 e na figura 2, na próxima página.

25

Quadro 6 – Respostas à questão 1: Há quanto tempo existe o centro de ciências?

Respostas

Centros de

ciências

Menos

de 1 ano 1 a 5 anos

5 a 10

anos

Mais de 10

anos

A X

B X

C X

D X

E X

F X

G X

Figura 2 – Tempo de existência dos sete centros de ciências pesquisados.

menos de 1 ano

1 a 5 anos

5 a 10 anos

mais de 10 anos

0

2

1

4

Há quanto tempo existe o centro de ciências?

26

Como referido na literatura Valente et al(2005), os primeiros centros de ciências

surgiram na década de 1980, ou seja, esses espaços ainda são jovens. Dos 7 centros de

ciências pesquisados, 4 existem há mais de 10 anos, nenhum há menos de 1 ano e 3 têm

entre 1 e 10 anos. É possível inferir que o surgimento desses centros de ciências mais

recentes deve-se ao incentivo para a criação desses espaços no país. Não é possível

destacar em números a quantidade desses novos espaços no Brasil, pela ausência de

documentos oficiais, porém incentivos existem. Este incentivo pode-se verificar,

sobretudo em relação ao plano de ação 2007 – 2010 do Ministério da Ciência e

tecnologia, em que no programa os centros de ciências são uma das prioridades.

(Souza,2008).

Queria-se saber qual foi a motivação para a criação desses espaços. Então foi

inserida a pergunta 2: “O que motivou a criação do centro de ciências?” As respostas

estão no quadro 7 e na figura 3, na próxima página.

27

Quadro 7 – Respostas à questão 2: O que motivou a criação do centro de ciências?

Respostas

Centros de

ciências

Contribuir para a

educação básica

Desenvolver

formação de

professores

Aproximar

universidade

e ensino

médio

Abrir a universidade

para a comunidade

Outros

A X X X X

B X X X X Popularizar a ciência e estimular os jovens

C X X X X

D X X X X

E X X X X Aproximar a ciência da população

F

Disponibilizar à comunidade em geral

acesso aos assuntos relacionados à ciência

sendo esse um dos grandes desafios dos

centros e museus de ciências

G X X X X

Figura 3 – Número de centros de ciências que marcou cada opção-resposta à questão 2.

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros

abrir a universidade para a comunidade

aproximar universidade e ensino médio

desenvolver formação de professores

contribuir para a educação basica

28

Verifica-se que seis centros de ciências responderam que a motivação para a

criação do centro de ciências foi a contribuição para a educação básica, o

desenvolvimento da formação de professores, a aproximação da universidade e ensino

médio e o acesso à universidade para a comunidade. No Brasil, os primeiros centros de

ciências surgiram inicialmente não como uma instituição museológica, mas como centro

de treinamentos para professores e contribuição para o ensino formal. Com as

transformações e surgimento dos centros de ciências como espaços interativos não

formais na década de 1980, pode-se verificar que os centros de ciências abriram suas

portas ao público em geral, mas não deixaram de contribuir para a formação básica e

para a formação continuada de professores da educação básica. Nota-se também que

todos estes seis centros de ciências são vinculados a universidades públicas. Já o centro

E, por ser um centro independente, não teve necessariamente a obrigação em priorizar

suas atividades ao público escolar.

Dos sete centros de ciências respondentes da pesquisa, três deles, os centros B, E

e F marcaram a opção outros.

O centro E, como analisado acima, é um centro independente e teve como foco

de sua criação a popularização da ciência a todos.

O centro B, acrescentou em outros: “Popularizar a ciência e estimular os

jovens”, que é um dos objetivos desses espaços levar a ciência mais próximo ao público

leigo através da divulgação científica e outras atividades e, sobretudo, estimular os

jovens a gostar e aprender mais sobre ciência.

A resposta do centro F nos mostra que o centro sabe que um dos motivos é

também levar a comunidade geral (todos os públicos) o acesso a ciência e diz nesta

mesma resposta que “isso é um grande desafio hoje aos museus e centros de ciências”.

Isto nos faz refletir de que existe certa dificuldade dos centros e museus de ciências em

levar a divulgação do conhecimento científico também para a comunidade em geral, o

que verifica talvez a baixa visitação desses espaços.

Na próxima questão quer-se saber: “Qual(is) é(são) o(s) objetivo(s) do centro de

ciências?” As respostas estão no quadro 8 e na figura 4, na página seguinte.

29

Quadro 8 – Respostas à questão 3: Qual(is) é(são) o(s) objetivo(s) do centro de ciências ?

Respostas

Centros de

ciências

Divulgar a

ciência

Divulgar pesquisas

realizadas na

universidade

Oferecer cursos de formação

continuada para professores

do ensino médio

Complementar e enriquecer os

conteúdos vistos na sala de aula pelos

alunos da educação básica

Outros

A X X X

B X X X

C X X X X

D X X X X

E X X

F X X

G X

Figura 4 – Número de centros de ciências que marcaram cada opção-resposta à questão 3.

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros

Complementar e enriquecer os conteudos vistos na sala de aula pelos alunos da educação basica

Oferecr cursos de formação continuada para professores

Divulgar pesquisas realizadas na universidade

Divulgar a ciência

30

É bem certo que o objetivo de todos os centros de ciências atuais é de divulgar a

ciência. A assistência ao ensino formal também continua como objetivo predominante

no que se refere a cursos de formação de professores e enriquecimento dos conteúdos

vistos em sala de aula através das atividades que esses centros disponibilizam. É

importante ressaltar que três dos centros de ciências responderam que um dos objetivos

também é de divulgar as pesquisas feitas na universidade, o que é importante já que é na

universidade onde se constroem a maior parte do conhecimento cientifico. Com isso, é

importante que este conhecimento seja divulgado para todos da melhor maneira

possível.

Com a questão 4 querer-se-ia verificar qual é o público que possivelmente

freqüenta e que é importante para a existência dos centros de ciências. Então se

elaborou a pergunta: “Qual é o público alvo?” As respostas estão no quadro 9 e na

figura 5, na página seguinte.

31

Quadro 9 – Respostas à questão 4: Qual é o público alvo?

Figura 5 – Número de centros de ciências que marcou cada opção-resposta à questão 4.

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros

pessoas da comunidade

pesquisadores em geral

professores do ensino superior

professores da educação básica

estudantes universitários

estudantes da educação básica

Respostas

Centros

de

ciências

estudantes

da educação

básica

estudantes

universitários

professores da

educação

básica

professores do

ensino superior

pesquisadores

em geral

pessoas da

comunidade Outros

A X X X X

B X X X X X X

C X X X X

D X

E X X X

F X X X X X X

G X X X X

32

O grande público desses espaços é, em sua maioria, os estudantes da educação

básica, seguido dos professores da educação básica e das pessoas da comunidade. Nota-

se também que 5 centros de ciências responderam que o público alvo também são os

estudantes universitários. Isto é devido à diversificação de atividades dos centros de

ciências atuais e à preocupação com a formação também dos universitários. Além dos

estudantes universitários, também se vê uma tendência a incluir cada vez mais os

professores universitários e pesquisadores da universidade como também público alvo.

Ao fazer um cruzamento dos centros que escolheram a resposta da questão 3

(divulgar pesquisas realizadas na universidade) com o dos centros que escolheram a

resposta da questão 4 (o alvo sendo professores do ensino superior e pesquisadores em

geral), pode-se refletir o quanto é importante o engajamento dos

professores/pesquisadores do ensino superior nos centros de ciências.

Esse vínculo entre professores e pesquisadores de diversas áreas do

conhecimento com o centro de ciências pode favorecer o desenvolvimento de atividades

de divulgação científica relacionadas às linhas de pesquisa nas quais trabalham, além de

poder estabelecer parcerias internas entre membros de institutos diferentes do campus.

Para saber com quais áreas os centros trabalham para montar seu rol de

atividades e projetos, perguntou-se: “Quais áreas do conhecimento são abrangidas

pelo centro de ciências?” As respostas estão no quadro 10 e na figura 6, na página

seguinte.

33

Quadro 10 – Respostas à questão 5: Quais áreas do conhecimento são abrangidas pelo centro de ciências?

Respostas

Centros de

ciências

Ciências

exatas

Ciências biológicas Ciências humanas

e sociais

Letras e artes Outros

A X X

B X X X X

C X X X

D X

E X X

F X X

G X X

.

Figura 6 – Número de centros de ciências que marcou cada opção-resposta à questão 5.

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros

letras e artes

ciências humanas e sociais

ciências biológicas

ciências exatas

34

A área do conhecimento predominante nos centros de ciências é a área de exatas,

logo em seguida aparece a das ciências biológicas. Verifica-se que dois dos centros

ainda incluem a área das ciências humanas, e um deles também inclui a área das letras e

artes. Nota-se, portanto, que alguns centros vêm diversificando suas atividades

incluindo outras áreas do saber além das ciências exatas.

Na próxima questão, querer-se-ia obter informações sobre as atividades que são

realizadas nos centros de ciências. Então a pergunta da questão 6 foi: “Quais

atividades são realizadas pelo centro?” As respostas estão no quadro 11 na página

seguinte. Nesta questão, não foram oferecidas opções resposta aos participantes, sendo

as questões de livre elaboração dos mesmos.

35

Quadro 11 – Respostas à questão 6: Quais atividades são realizadas pelo centro?

Centros de

ciências Respostas

A

Cursos: Astronomia, química, física

Visitas guiadas: planetário, tabela periódica interativa, experimentos de física, laboratórios

B Exposições permanentes, itinerantes e temporárias e calendário constante de cursos, eventos e palestras variados

C

Programa de visitas agendadas, plantões de dúvidas, apoio às atividades de professores, apoio a alunos em pesquisas

bibliográficas e internet, programa Ciência Vai à Escola, cursos de formação continuada de professores de ciências.

D Cursos e visitação escolar

E

Visitas à exposição permanente, eventos temáticos mensais;

Observação do céu (grupo de astronomia amador). Curso de capacitação para monitores em espaços não formais de

aprendizagem. Participação na Praça da Ciência Itinerante. Atividades em praças públicas (durante a Semana Nacional de

Ciência e Tecnologia). Mostra de vídeos científicos.

F

Cursos de Formação continuada para professores – Mão na Massa Visitas à campo; Palestras que integram a atividade de

Olimpíada de ciências com temas específicos

G

Visitas monitoradas às atividades existentes; itinerância do Ponto de Cultura Ciência Móvel em escolas; palestras mensais de

divulgação científica.

36

Quanto às atividades realizadas pelos centros de ciências, são ministrados cursos

diversos, como o de formação continuada de professores, capacitação de monitores e de

astronomia. As visitas guiadas são atividades também proporcionadas pela maioria dos

centros. Em relação às exposições, além das exposições permanentes e temporárias, os

centros utilizam das exposições itinerantes, com as quais levam atividades para as

praças públicas e escolas. Parece-nos que essas atividades itinerantes são uma boa

forma de levar a ciência até as pessoas, pois garante o acesso aos bens científicos e

culturais.

Percebe-se que os centros de ciências também fazem eventos e palestras diversas,

além de plantões de dúvidas aos alunos e mostras de vídeos. A atuação de alunos

universitários, como os da licenciatura, por exemplo, professores universitários e

pesquisadores de forma ativa, pode favorecer que palestras, cursos e atividades como

plantões de dúvidas entre outras sejam enriquecedoras criativas e motivantes a vistas de

todos os públicos.

Para saber se os conteúdos vistos nos centros de ciências funcionam como

espaços que estimulam a aprendizagem dos visitantes perguntou-se, na questão 7: “As

atividades proposta e as áreas temáticas do centro são projetadas com base em

alguma teoria de aprendizagem?” As respostas estão no quadro 12 na página

seguinte. Nesta questão, não foram oferecidas opções resposta aos participantes, sendo

as questões de livre elaboração dos mesmos.

37

Quadro 12 – Respostas à questão 7: As atividades propostas e as áreas temáticas do centro são projetadas com base em alguma

teoria de aprendizagem?

Centros

de ciências Respostas

A Aprendizagem por investigação.

B Cada exposição segue uma linha; depende da temática abordada e da proposta de cada mostra.

C Sim, Vigotsky e Piaget.

D Não respondeu.

E

O Espaço foi fortemente influenciado pelo Exploratorium de São Francisco e por isso boa parte da sua exposição é

construída para ser explorada a partir dos sentidos humanos. Entretanto, nem todas as atividades são projetadas com base em

alguma teoria da aprendizagem, pois às vezes são atividades muito específicas que são realizadas em apenas um evento o

que não permite que se aprofunde muito no seu desenvolvimento.

F Em muitas atividades o construtivismo se faz presente. A abordagem sociocultural também é aceita em algumas dinâmicas.

G As atividades foram selecionadas pela aplicabilidade do conceito 'hands on, mind in'.

38

Analisando-se as respostas, percebe-se que cada centro de ciências prepara suas

atividades utilizando abordagens variadas. Percebe-se que pelas respostas dos centros,

dois deles (C e F) afirmam que suas atividades baseiam-se no construtivismo. O centro

C, por exemplo, é mais específico e diz que suas atividades são baseadas na teoria de

Vigotsky e de Piaget. Nesta pesquisa também se verifica que os centros têm sido

influenciados pelos centros estrangeiros, utilizando conceitos como o do hands on e

mind in, na qual são explorados os sentidos. É certo também que para cada atividade os

centros utilizam mecanismos diferentes para facilitar a aprendizagem dos visitantes,

como o processo de aprendizagem por investigação.

Na questão 8, ao referir aos conteúdos desenvolvidos dentro desses espaços,

querer-se-ia saber agora o que influenciava no momento de criar novas atividades,

cursos, palestras . Então foi elaborada a seguinte questão: “Como são selecionados os

conteúdos (atividades, cursos, palestras, pesquisas) oferecidos no centro?” As

respostas a esta questão 8 estão no quadro 13 e na figura 7 na página seguinte.

39

Quadro 13 – Respostas à questão 8: Como são selecionados os conteúdos ( atividades, cursos, palestras, pesquisas) oferecidos no centro?

Respostas

Centros de

ciências

Grupo de

professores ou

pesquisadores

Solicitação dos

professores da

educação básica

A partir de um acontecimento atual

(terremoto, tsunami, novas vacinas

contra novas doenças)

Pedidos da

comunidade Outros

A X X

B X X X

C X X X

D X X

E

Toda a equipe de

coordenadores e

mediadores em conjunto

F X X

G X

Figura 7 – Número de centros de ciências que marcou cada opção-resposta à questão 8.

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros

pedidos da comunidade

A partir de um acontecimento atual

solicitação dos professores da educação básica

grupo de professores ou pesquisadores

40

Percebe-se que os professores universitários ou pesquisadores têm uma grande

importância ao referir-se à escolha do rol de conteúdos oferecidos por um centro de

ciências. A solicitação de conteúdos por professores da educação básica também é bem

recebida pelos centros, já que se relacionarmos com a motivação e objetivos da maioria

dos centros, eles têm dedicado muito suas atividades sobretudo ao ensino formal das

escolas da educação básica. É notável também que como centros de divulgação

científica, os acontecimentos atuais são importantes para nortear as atividades que serão

disponibilizadas no centro, isso mostra que esses espaços devem estar em sempre

atualizando suas áreas temáticas.

Dois centros de ciências responderam que os conteúdos oferecidos pelo centro

vêm também de pedidos da comunidade, o que é importante e mostra o interesse das

pessoas em geral em querer saber mais sobre ciências. Contudo, percebe-se que isso não

ocorre nos outros centros de ciências que responderam a pesquisa.

Na questão 9, para saber como esses centros de ciências avaliam os efeitos das

atividades realizadas no espaço, fez-se a seguinte pergunta:” Quais os instrumentos

utilizados para avaliar os efeitos ou resultados das atividades oferecidas pelo

centro?” As respostas a esta questão 9 estão no quadro 14 e na figura 8 na página

seguinte.

41

Quadro 14 – Respostas à questão 9: Quais os instrumentos utilizados para avaliar os efeitos ou resultados das atividades oferecidas pelo

centro?

Centros de

ciências livros de sugestões

Aplicação por meio

de questionário Conversas informais Outros

A X

B X X X

C X X X

D X

E X X X

Pesquisas acadêmicas

focadas em atividades

específicas

(observação,entrevistas e

questionários)

F X X X

G X

Figura 8 – Número de centros de ciências que marcou cada opção-resposta à questão 9.

0 1 2 3 4 5 6 7

Outros

conversas informais

aplicação por meio de questionário

livros de sugestões

42

O instrumento de avaliação que os centros mais utilizam é o questionário. Logo

em seguida vem a utilização de livros de sugestões e conversas informais. O centro de

ciências E ainda respondeu que são utilizadas pesquisas acadêmicas focadas em

atividades especificas, o que pode contribuir muito para analisar os efeitos que esses

espaços podem trazer à aprendizagem dos visitantes.

Na questão 10, querer-se-ia saber do próprio coordenador do centro quanto à

experiência dele frente ao espaços quais os aspectos positivos poderiam ser destacados

em relação ao que o centro proporciona. Então, a pergunta realizada foi:” Quanto a sua

experiência como coordenador do centro cite os aspectos positivos (êxitos, projetos

que deram certos)”. As respostas a esta questão 10 estão no quadro 15 na página

seguinte.

43

Quadro 15 – Respostas à questão 10: Quanto a sua experiência como coordenador do centro cite os aspectos positivos (êxitos,

projetos que deram certos)?

Centros

de

Ciências

Respostas

A

Contribuição na formação inicial e continuada de professores

Aumento do interesse dos estudantes pela área das Ciências da Natureza

B Exposições temporárias, que atraem novos públicos e mídia, mantendo o centro na atenção das pessoas e

estimulando o retorno de quem já veio.

C

Cursos de treinamento de professores de Ciências, participação em projetos PNUD,Teia do Saber, projetos de

atualização de acervo e modernização das instalações financiadas por CNPQ e VITAE, participação na formação

de alunos de cursos de Licenciatura no tocante à atuação em espaços de ensino não-formal, produção e

apresentação de trabalhos em congressos e encontros da área, orientação de trabalho de Mestrado na área.

D O estado é carente em centros de difusão e as escolas em conhecimento não formal. Sendo assim, quase tudo o

que acontece aqui tem êxito.

E

O museu conseguiu se reestruturar nos anos 2000, após atravessar uma crise nos anos 90.Vários projetos

conseguiram apoio financeiro através de editais de agências de formento. Após uma reforma, o museu reabriu em

2005 e desde então o seu público vem gradativamente aumentando. A autonomia que o museu oferece aos seus

mediadores (alunos de graduação) contribui para o desenvolvimento profissional (são os mediadores que

desenvolvem as atividades interativas e se revezam na coordenação dos "Sábados da Ciência".

44

Pode-se observar que a maioria dos centros de ciências respondeu que um dos

aspectos positivos foi o crescimento do número de visitantes ao espaço. Para que isso

fosse possível os centros investiram em novas exposições com atividades variadas,

tiveram ajuda de órgãos de fomento para a atualização de acervo e reformas do espaço

alem das parcerias com empresas e prefeituras.

Apenas dos dois centros fizeram menção a contribuição na formação continuada

de professores. Outros pontos positivos citados foram: a dedicação dos estudantes de

graduação ao centro de forma autônoma, na qual contribui no desenvolvimento de

atividades; A contribuição positiva na formação de estudantes universitários (da

licenciatura) que atuam nesses espaços como mediadores; orientação de trabalhos de

mestrado na área e aumento do interesse dos estudantes pela área das ciências da

natureza.

Ao levar em conta todas as respostas, os aspectos mais citados são o do aumento

do número de visitantes, o que permite constatar também que para que haja um interesse

de visitar esses espaços são necessárias atividades variadas que esses centros podem

proporcionar. As parcerias dentro e fora da universidade e a ajuda financeira para

investimento em novas exposições e acervos também podem contribuir para o aumento

do número de visitantes.

Com base nos objetivos e motivação de criação desses espaços e sabendo que

esses centros estão muito voltados para educação básica ,esperava-se um retorno

positivo mais voltados para este público.

Não poderia deixar de se fazer a mesma pergunta ao coordenador sobre os

aspectos negativos. “Então se fez a pergunta 11:” Quanto a sua experiência como

coordenador do centro cite os aspectos negativos ( dificuldades e fracassos)?”

As respostas a esta questão 11 estão no quadro 16 na página seguinte.

45

Quadro 16– Respostas à questão 11.Quanto a sua experiência como coordenador do centro cite os aspectos negativos (dificuldades

e fracassos)

Centros

de

ciências

Respostas

A Dificuldade de manutenção dos materiais em geral.

B Dificuldades de gestão financeira, burocrática, falta de recursos humanos.

C

As maiores dificuldades enfrentadas pelo Centro de Ciência estão relacionadas à situação de indefinição no

tocante ao reconhecimento e formalização de seu papel dentro de uma instituição universitária, na qual a pesquisa

nas áreas específicas é a atividade mais valorizada. Como conseqüência da indefinição do papel do Centro dentro

da universidade resultam dificuldades no tocante ao subquadro de pessoal, regularidade de repasses de recursos

orçamentário, que impedem que seu potencial seja adequadamente explorado e mantido.

D As maiores dificuldades são quanto à captação de verbas, tanto para manter ativas as visitas (a universidade

oferece transporte e lanche) quanto para as melhorias ou mesmo manutenção.

E

Falta de recursos, pois a instituição é uma associação civil sem fins lucrativos e dependo de editais de agências de

financiamento. Coordenadores são voluntários e não podem se dedicar integralmente. Alta rotatividade de

mediadores bolsistas (6 a 12 meses). Público vem gradativamente aumentando.

46

Centros

de

ciências

Respostas

F

Uma dificuldade está relacionada à formação dos monitores, no sentido de promover, cada vez mais uma visita

com maior nível de interação com o público. Outro aspecto refere-se à troca de equipamentos que compõem a

exposição.

G Dificuldades de órgão público em manejo de pessoal e verba.

47

Um dos pontos negativos mais citados pelos centros de ciências foi o de falta de

verba. Suponha-se que esta pode ser a realidade não somente desses centros como

também de outros centros de ciências no Brasil.

A falta de recursos humanos é também citada. Segundo os centros, os

colaboradores muitas vezes não são fixos, são voluntários como ocorre também com os

alunos de graduação (monitores) e provavelmente com os professores universitários e

pesquisadores que dão acessoria a esses centros.

Das respostas, pode-se considerar importante a resposta do centro de ciências C

ao referir-se à idéia de que o centro deveria ter um papel mas abrangente que

valorizassem pesquisas de outras áreas da universidade. Com isso, o centro não tem

uma definição de propósitos que abrangessem outras áreas. Isso, ainda segundo o

centro, fortaleceria o subquadro de pessoal envolvido com o espaço e a questão

orçamentária. Percebe-se então que alguns problemas enfrentados pelos centros estão

também relacionados com a política interna da própria universidade na qual estes

espaços estão vinculados.

5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Os Centros de ciências que participaram da pesquisa são jovens pois se analisar

pelo processo histórico de surgimento desses espaços, os primeiros centros de ciências

de caráter interativo nasceram na década de 1980. Sendo assim, mesmo se um dos

centros de ciências que participaram da pesquisa tivesse 31 anos de existência poderia

dizer que são jovens, comparados aos primeiros museus de ciências tradicionais que

surgiram no Brasil.

Pode-se verificar também que os incentivos para a ploriferaçao desses espaços

existem pelo fato de existirem centros com menos de 5 anos de existência.

O motivo de criação e os objetivos dos centros de ciências estão voltados para a

educação formal. Isso faz refletir que estes espaços são vistos como um meio para o

melhoramento do ensino de ciências. Apesar dos aspectos relacionados ao ensino formal

sobressaírem, vê-se que o objetivo de divulgar a ciência e aproximar a comunidade da

universidade também é intenção desses espaços.

48

O fato de esses espaços voltarem para a educação formal corresponde à idéia

desses estarem ligados a universidades públicas, por isso um dos incentivos para serem

criados. Pelas características descritas até o momento dos espaços estudados,

naturalmente o público é o escolar (professores e alunos da educação básica), mas é

importante também ressaltar que a comunidade também é vista como público alvo,

depois os estudantes e professores/ pesquisadores universitários.

Em relação às áreas do conhecimento, a predominância é da área de exatas.

Pensa-se, então, que pode ser devido aos experimentos dessa área, que aguça a

curiosidade dos visitantes. Logo em seguida vem a área biológica. Por outro lado

verifica-se que outras áreas como as ciências humanas e sociais são pouco abrangidas

nesses espaços e que poderiam constituir áreas temáticas também nesses espaços com

ambientes de leituras interativas por exemplo.

As atividades realizadas por estes espaços são as mais diferentes, entre elas

cursos, palestras, eventos,assessorias a alunos, exposições permanentes, temporárias e

itinerantes entre outros. Em relação a essas atividades, as exposições itinerantes são

boas alternativas para levar ciência ao povo, em praças e também em escolas distantes.

É uma forma também de chamar as pessoas para visitar um centro de ciências e a

universidade, de despertar o interesse das pessoas em aprender e ter uma nova visão

sobre ciência.

Em relação às teorias de aprendizagens há centros que utilizam as teorias

construtivistas, outras utilizam abordagens por investigação que tem uma referência ao

conceito chamado de minds on, os conceitos hands on que consistem na interação direta

com o objeto(experimentação) também são encontrados nesses espaços. Pode-se notar

que a maioria dos centros não foram específicos em relação a teorias de aprendizagens.

Com isso percebe-se que utilizam meio de facilitar o processo de aprendizagem mas

para cada atividade usam mecanismos diferentes.

A pesquisa mostrou que o grupo de professores e pesquisadores que atua junto

ao centro são as pessoas que escolhem o que será apresentado em exposições e outras

atividades dos espaços. Os pedidos dos professores da educação básica também são

acolhidos, o que supõe-se importante, pois o professor pode fazer uma ponte entre o que

ensina na escola e enriquecer o aprendizado dos alunos através das atividades

proporcionadas pelos centros de ciências.

Em um dos centros, ao responder-se que é através dos acontecimentos atuais que

se permite o planejamento de conteúdos para o centro, nota- se que atitudes como esta

49

geram uma diversidade muito grande de temas que podem reverter em áreas temáticas.

Temas relacionados com o que está acontecendo atualmente geram curiosidade,

perguntas, questionamentos de quem quer saber e aprender mais sobre determinados

assuntos.

Para avaliar se as atividades estão proporcionando algum resultado positivo aos

visitantes, todos os centros utilizam questionários. Além dos questionários, utilizam

livros de sugestões, conversas informais e pesquisas acadêmicas. Esta última pode ser

um importante meio de avaliação pelo seu poder de aprofundar sobre uma determinada

atividade específica, procurando meios de facilitar cada vez mais o processo de

aprendizagem.

Os pontos positivos são o número crescente de visitantes e isso é importante pois

mostra que os centros têm buscado mecanismos pata atrair mais visitantes e os

visitantes tem procurado visitar mais esses espaços. Merecem destaque os projetos que

têm permitido a formação continuada de professores da educação básica, já que esses

espaços têm seu foco o ensino formal.

Já em relação aos pontos negativos, a falta de verba parece uma realidade dos

centros de ciências pesquisados e pode ser também a realidade da maioria dos centros

de ciências no Brasil. Reflete-se sobre o fato de que estar vinculado a universidades

públicas prejudica, por causa do processo burocrático,orçamento “apertado” para esses

espaços, e a falta de uma equipe permanente de profissionais atuantes nesses espaços.

A resposta mais marcante foi de um dos centros que menciona a indefinição do

papel do centro na universidade. Interpreta-se que falta um elo entre as diversas áreas

dentro da própria universidade o que prejudica no repasse orçamentário, na formação de

um quadro diversificado de pessoal.

Ao cruzar essa resposta com as áreas que os centros abrangem é possível que

possa ocorrer isso também em outros centros de ciências. Acredita-se que por estar

vinculado a uma universidade esses espaços devem abranger todas as áreas dos saberes.

Em outras palavras, deve haver parcerias internas de professores, de institutos que

visem socializar suas pesquisas nesses espaços e contribuir com planejamento de

atividades.

Se é a universidade o local em que são produzidos os conhecimentos , podem e

devem socializá-los a todos os cidadãos através dos centros de ciências (Marques,1998).

50

6 - ANÁLISE DO PROJETO INTERCIÊNCIAS

O projeto refere-se à criação de um espaço interdisciplinar chamado Espaço

Interciências, que é o centro de ciências ainda em construção no campus matriz da

Universidade Federal de Itajubá- UNIFEI, que deve ser inaugurado no ano de 2012. O

projeto nasceu da vontade de realizar um trabalho junto ao ensino médio para estimular

os jovens a gostar de ciência e a seguir as carreiras tecnológicas.

Os objetivos do projeto são:

- Criar espaço interdisciplinar para os alunos e professores do Ensino

Médio de aplicação das Ciências para a elaboração de conceitos de

física, química, biologia, informática, recursos naturais que permeiam

os artefatos tecnológicos;

- Articular em Ambientes Temáticos os diversos saberes científicos,

desfragmentando as ciências a partir das fronteiras dos conhecimentos

que se entrelaçam nas engenharias para melhor aprendizado dos

alunos do Ensino Médio;

- Desenvolver um Programa complementar de atividades

interdisciplinares e experimentais para alunos do Ensino Médio

através de visitações itinerantes e orientadas nos Estabelecimentos

Escolares da cidade e região.

- Propor Jornadas de Formação científico-experimentais para a

formação permanente de professores do Ensino Médio utilizando-se

do Núcleo Interdisciplinar de Ciências;

- Oportunizar uma aprendizagem significativa aos alunos de Ensino

Médio através da desconstrução dos parâmetros condicionados pelo

Ensino Tradicional de Ciências. (REZENDE JUNIOR; STANO,

2009)

Ao fazer um cruzamento dos objetivos do projeto com os motivos que levaram o

surgimento dos centros de ciências que participaram da pesquisa para a realização desse

trabalho, pode-se dizer que ambos têm como ponto forte a intenção maior de dar suporte

ao ensino formal de ciências da educação básica.

Em relação às áreas temáticas, elas terão produtos de engenharia e através de

experimentos e demonstrações, serão trabalhados junto aos visitantes conceitos físicos,

biológicos, químicos,matemáticos e computacionais.

51

São exemplos de temas que poderão ser encontrados nas áreas temáticas: Os

aeromodelos, bicicleta, Multimeios de comunicação, Homem biônico/biotecnologia,

estação de tratamento de esgoto, instrumentos musicais.

Percebe-se que o projeto faz jus ao fato dizer que o espaço é interdisciplinar,

pois abrange as mais variadas áreas dos saberes como a

biologia,física,química,matemática e informática. Um dos programas analisados do

projeto faz referência a uma atividade científica itinerante chamada de Interciências

sobre rodas, que é uma unidade móvel que levara kits com experimentos em escalas

menores referentes aos ambientes temáticos do interciências, aos alunos de escolas

distantes e praças.

Essa proposta itinerante é interessante, pois muitas vezes os alunos que moram

distantes não têm possibilidade de ir até um museu ou centro de ciências, e muito menos

têm contato com experimentos que possam explicar melhor as coisas do cotidiano. Isso

mostra o interesse do centro de não apenas trazer as pessoas para o local onde ele esta

instalado, mas sim ir além dos muros, ir até onde a comunidade está.

Em uma parte do documento do projeto, faz-se referência aos resultados

esperados. Interpreta-se que esses resultados são como metas quando o centro estiver

em pleno funcionamento. Os resultados esperados são:

- Consolidação de experimentos interdisciplinares em Ciências para o

Ensino Médio.

- Institucionalização do Projeto Ciências Inter-Rodas que beneficiará

60% das escolas públicas da região do entorno da cidade de Itajubá.

- Formação e capacitação de 80% dos professores de Ciências da

cidade e região.

- Aumento de, no mínimo, 30% no aproveitamento dos alunos da

Rede Pública Estadual de Ensino Médio.

- Diminuição da taxa de evasão e de repetência em 30% dos índices da

cidade de Itajubá e região.

- Melhorar a capacitação dos professores atuais de Física, Matemática,

Biologia, Informática e Química da rede pública da região.

- Criar espaços de atualização profissional permanente dos professores

do Ensino Básico na Universidade através do estreitamento de

vínculos entre a Universidade e Sistema Nacional de Educação.

- Realizar pesquisas na área de Ensino de Ciências utilizando-se novas

metodologias de ensino-aprendizagem.

- Aumentar o número de alunos do Ensino Médio interessado nos

cursos de engenharia através de monitoramento das inscrições no

Vestibular da Unifei nos dois próximos anos. ( REZENDE

JUNIOR;STANO,2009)

Percebe-se que o centro quer buscar o melhoramento do ensino de ciências das

escolas de Itajubá e região. Pretende-se “realizar pesquisa na área de Ensino de Ciências

52

utilizando-se novas metodologias de ensino-aprendizagem” , importante para a melhoria

da prática docente. Sabendo que o ensino de ciências hoje nas escolas muitas das vezes

não é contextualizado, os centros de ciências através de cursos de formação continuada

de professores pode contribuir na melhor qualidade das aulas.

Em relação ao ultimo item desses resultados esperados no projeto, “Aumentar o

número de alunos do Ensino Médio interessado nos cursos de engenharia através de

monitoramento das inscrições no Vestibular da Unifei nos dois proximos anos”, nota-

se que o projeto está muito vinculado à área das engenharias. O projeto poderia ter

contemplado também os cursos de física e matemática, já que existe uma procura muito

baixa por esses cursos durante os processos seletivos.

7 - CONTRIBUIÇÕES À UNIFEI.

Considerando o que o projeto do centro Interciências visa, pode-se esperar

resultados positivos, principalmente para a educação básica. A partir das características

gerais que se conseguiu reunir através da pesquisa com alguns centros de ciências da

região sudeste, permite-se deixar algumas contribuições que poderão ser encaradas

como sugestões para o fortalecimento desse espaço que está sendo criado dentro da

Unifei.

O cenário atual (2011) diz que a Universidade Federal de Itajubá – Unifei como

uma instituição superior de ensino com quase cem anos de existência , dispõe de 20

cursos de graduação, 10 cursos de mestrado e 4 de doutorado, além de 8

especializações dentro do campus sede,em Itajubá , tendo um papel muito importante

para a região do sul de minas e para o país como um todo.

Segundo Censo de 2010, consultados no site do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a Unifei conta com 56 grupos de

pesquisas distribuídos em suas áreas, sendo 360 pesquisadores, na qual 260 são

doutores. Neste mesmo site dos 56 grupos de pesquisa atuantes na universidade, 14

deles relataram uma relação com empresas.

Analisando o cenário da Unifei como uma universidade já referência em

algumas áreas e as características do centro de ciências que estão surgindo, não se tem

dúvidas de que este espaço tem um papel muito importante para a educação formal de

53

Itajubá e região, mas também pode ter um papel importante como espaço para a

socialização do conhecimento produzido na universidade.

O que é produzido de conhecimento na Unifei ainda é pouco ou nada divulgado

à comunidade, então o Interciencia pode fazer este elo entre a universidade e a

comunidade. Para isso é importante que as áreas temáticas sejam formadas por grupos

de vários institutos da Unifei e que os professores/pesquisadores queiram e vejam a

potencialidade desse espaço.

Parcerias criam projetos que irão influenciar nas atividades propostas nesses

espaços, nas áreas temáticas,no envolvimento de alunos em atividades de divulgação de

ciências, em eventos de ciências e tecnologias, experiências metodológicas variadas,

pesquisas para a área do ensino da ciências, aumento do interesse pelos cursos da

Unifei.

As parcerias internas podem favorecer as potencialidades que esses espaços

podem ter no processo de desenvolvimento de uma cidade e região. Esse espaço poderá

ser um meio de divulgar as pesquisas de um grupo de pesquisadores dentro da Unifei,

permitindo levar a todas as pessoas o que esta sendo feito na instituição. Envolve os

alunos de graduação, pesquisadores entre outros personagens. Estimulam os graduandos

a fazer pesquisa científica e a popularizá-las. Pode proporcionar uma troca maior de

conhecimentos entre pesquisadores da Unifei com outras instituições da cidade e região

com objetivo de levar mais o conhecimento científico a todos. Enfim, deixa de ter

apenas um alvo e se torna plural.

8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho procurou-se estudar de um modo geral as características, as

finalidades e as potencialidades dos espaços não formais de educação chamados centros

de ciências. O intuito foi que através deste breve estudo pudesse haver contribuição com

o centro que está nascendo na Unifei. Mesmo fazendo um recorte, selecionando apenas

os centros de ciências do sudeste, sabia-se que seria possível traçar a espinha dorsal

desses espaços que muitos não gostam de chamar de um novo tipo de museu.

Iniciou-se com uma revisão bibliográfica. Esta revisão permitiu conhecer

brevemente o contexto histórico mundial e brasileiro em que esses espaços surgiram,

assim como conceituar espaço de aprendizagem e divulgação cientifica.

54

Durante esta revisão viu-se que os centros de ciências foram criados aqui no

Brasil, inicialmente para assessorar o ensino formal e com a investigação viu-se que os

centros de ciências do sudeste continuam com essas motivações, mesmo depois de ter

tornado espaços museológicos interativos.

Não espanta o foco no ensino formal da educação básica, já que aqui no Brasil o

objetivo de melhorar o ensino de ciências é debatido incansavelmente nos encontros,

congressos, seminários de ensino de ciências a procura de mudanças.

Com a pesquisa pôde-se perceber que os centros são meios de divulgação

científica e que fazem o uso dessa atividade para fortalecer o que os estudantes da

educação vêem na escola, a formação continuada de professores e o melhor

conhecimento sobre ciência. Sendo assim, percebe-se claramente que o maior público

desses espaços são estudantes e professores da educação básica.

A importância dos centros vinculados à universidade para a própria universidade

surge quando os centros citaram que as atividades de divulgação científica contemplam

também as pesquisas realizadas na universidade, porém ainda parecem tímidas a

participação de professores/pesquisadores de outras áreas da universidade nesses

espaços.Exceto os da área de exatas,a área abrangida em todos os centros.

Pode-se verificar que os conteúdos (atividades, cursos, exposições etc.) dos

centros são diversificados e o que chama atenção são as exposições itinerantes, que

saem do centro de ciências ao encontro das pessoas, na escola e nas praças por exemplo.

Em relação às atividades, percebeu-se que são planejadas utilizando teorias e

conceitos variados já que para cada atividade é melhor utilizar determinadas abordagens

do que outras. Essas atividades são selecionadas pelo grupo de professores e

pesquisadores que se entende como parte da equipe responsável por dar vida a esses

locais interativos. São selecionados também pela solicitação dos professores e por

acontecimentos atuais. Esse último é interessante, pois são acontecimentos que geram

muita indagação, curiosidade de saber como e porque ocorreu e acredita-se que é uma

forma de despertar mais o interesse pela ciência.

Os pontos positivos destacaram o aumento do número de visitantes, resultado das

exposições. A formação continuada de professores e, sobretudo a contribuição que estes

centros dão aos graduandos das licenciaturas ao propiciar a eles experiências

metodológicas em espaços não formais de educação junto aos alunos da educação

básica. De acordo com as respostas da amostra de centros de ciências, a maior

dificuldade enfeitada pelos espaços está relacionada às verbas. Então é preciso fazer

55

uma reflexão em relação a essas dificuldades para o centro Interciências. É preciso que

seja vista e mostrada a importância desse centro para a comunidade em geral e a

comunidade Unifei.

O centro vai nascer com o intuito em ser interdisciplinar e deve se fortalecer

principalmente com parcerias internas. A potencialidade de o centro melhorar o ensino

de ciências de Itajubá e região é muito grande. Da mesma forma, o centro tem a

potencialidade de ser uma vitrine dos conhecimentos que são produzidos na Unifei.

56

REFERÊNCIAS:

CEDRO, W.L; MOURA. M. O. O espaço de aprendizagem e a atividade de ensino: o

clube de matemática. In: Encontro Nacional de Educação Matemática, 8.; 2004, Recife.

Anais... Recife: UFPE, 2004. p.1–16.

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Paulo; Person Prentice Hall,2007.

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Disponível em: http://www.cienciaviva.org.br/arquivo/entrevistas/pages/ent002.htm.

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2005.

58

Anexos

59

Anexo A – Centro de ciências da região sudeste mapeado

Centros de ciências Email Home Page

São Paulo

1) CDCC-Centro de

Divulgação Científica

e Cultural

[email protected] www.cdcc.sc.usp.br

2)Catavento Cultural

e educacional

[email protected] www.cataventocultural.org.br

3) Estação ciência [email protected] www.eciencia.usp.br

4) Centro de ciências

de Araraquara

[email protected] www.iq.unesp.br

5) Centro

Interdisciplinar de

Ciências de Cruzeiro

[email protected] www.ceeteps.br

6) Tecnorama

[email protected]

www.tecnorama.com.br

7) Museu Dinâmico

de Ciências de

Campinas

[email protected] www.campinas.sp.gov.br/governo/c

ultura/museus/mdcc/

8) Museu

Exploratório de

ciências

[email protected]

www.mc.unicamp.br

9) Parque de Ciência

e Tecnologia da USP

[email protected] www.parquecientec.usp.br

10) Sabina – Escola

Parque do

Conhecimento

[email protected] www.santoandre.sp.gov.br

11) Cicc Centro

Integrado de ciências

[email protected] www.centrodeciencias.org.br

Minas Gerais Email Home Page

1)Parque da

Ciência/Neicim UFV

[email protected] -------------

2)Parque da ciência

de Ipatinga

-----------------

www.ipatinga.mg.gov.br

(link Parque Ipanema)

3)Laboratório de

Divulgação

Científica UFMG

[email protected] www.fisica.ufmg.br/divertida

4)Centro de ciências

UFJF [email protected] www.centrodeciencias.ufjf.br

60

5)Centro de ciências

– UFU

[email protected]

-------------------------

Rio de Janeiro Email Home page

1) Casa da Ciência - Centro

Cultural de Ciência e

Tecnologia

[email protected] www.casadaciencia.ufrj.br

2) Espaço Ciência Viva [email protected] www.cienciaviva.org.br

3)Museu da Vida [email protected]

[email protected] www.museudavida.fiocruz.br

4) Espaço UFF - Centro de

Divulgação de Ciências

[email protected]

-------------------------

5) Casa da Descoberta

[email protected] www.uff.br/casadadescoberta/

6) SESCiência

[email protected]

-----------------------

7) Espaço Ciência Interativa

[email protected] espacoeciciencia.blogspot.com/

8) Espaço COPPE Miguel

de Simoni Tecnologia e

Desenvolvimento

[email protected]

-------------------------

Espírito Santo Email Home page

1)Núcleo de Ciências -

Universidade Federal do

Espírito Santo

[email protected]

www.nucleociencias.ufes.br

2) Escola da Ciência Física

[email protected] escoladacienciafisica.blogspot.com/

61

Anexo B – Carta de Apresentação da pesquisa

Itajuba ,15 de Julho de 2011.

Prezado(a) coordenador(a):

Eu, Tiago Luiz Pimentel dos Santos, graduando do sétimo período de física

licenciatura da Universidade Federal de Itauba, UNIFEI, Minas Gerais, estou fazendo

uma pesquisa sob a orientação da professora Dra Rita de Cássia M.T. Stano para a

realização do trabalho final de graduação.

Esta pesquisa, Centro de ciências do Sudeste como espaço de aprendizagem:

possibilidades e contribuições para a Universidade Federal de Itajubá, será desenvolvida

por meio da aplicação de questionário aos coordenadores dos centros de ciências da região

sudeste.

Sua participação é importante para subsidiar este estudo que visa analisar os

centros de ciências como espaços de aprendizagem e de divulgação cientifica e estudar o

cenário da Unifei e as possibilidades de criação de um centro de ciências na

universidade.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso ao investigador para

esclarecimento de eventuais dúvidas. Contato:Tiago Luiz Pimentel dos Santos,

endereço eletrônico: [email protected]

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros sujeitos da

pesquisa, não sendo divulgada a identificação de nenhum participante. Fica assegurado,

também, o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa,

assim que esses resultados chegarem ao conhecimento do pesquisador.

Atenciosamente,

Tiago Luiz Pimentel dos Santos

62

Anexo C – Questionário

Agradeço antecipadamente ao Sr(a) por sua participação nessa pesquisa que tem

como objetivo estudar os centros de ciências (finalidades, potencial de aprendizado,

subsídios teóricos e modelos) e suas possibilidades a Unifei – Universidade Federal de

Itajubá.

Nome da Universidade em que o centro está vinculado:_____________________

Nome do coordenador(a):_____________________________________________

Tempo no cargo como coordenador(a):__________________________________

Nome do centro de ciências:__________________________________________

Número de visitante ( mensal):________________________________________

Observação: Há questões que podem ter mais de uma resposta, assinale quantas forem

necessárias.

1) Há quanto tempo existe o centro de ciências?

( ) menos de 1 ano

( ) 1 a 5 anos

( ) 5 a 10 anos

( ) mais de 10 anos

2) O que motivou a criação do centro de ciências?

( ) contribuir para a educação básica

( ) desenvolver formação de professores

( ) aproximar universidade e ensino médio

( ) abrir a universidade para a comunidade

( ) outros_________________________________________________________

63

3) Qual(is) é(são) o(s) objetivo(s) do centro de ciências?

( ) divulgar a ciência

( ) divulgar pesquisas realizadas na universidade

( ) oferecer cursos de formação continuada para professores do ensino médio.

( ) Complementar e enriquecer os conteúdos vistos na sala de aula pelos alunos

da educação básica.

( ) Outro(s) ________________________________________________________

4) Qual é o publico alvo?

( ) estudantes da educação básica

( ) estudantes universitários

( ) professores da educação básica

( ) professores do ensino superior

( ) pesquisadores em geral

( ) pessoas da comunidade

( ) outros_________________________________________________________

5) Quais áreas do conhecimento são abrangidas pelo centro de ciências?

( ) ciências exatas

( ) ciências biológicas

( ) ciências humanas e sociais

( ) letras e artes

( ) outros _________________________________________________________

64

6) Quais atividades são realizadas pelo centro?

( ) cursos. Temas __________________________________________________

( ) palestras temas _________________________________________________

( ) Concursos científico cultural_______________________________________

( ) Outros ________________________________________________________

7) As atividades propostas e as áreas temáticas do centro são projetadas com base

em alguma teoria de aprendizagem?

( ) sim.

( ) não

Se sim, qual(is)____________________________________________________

________________________________________________________________

8) Como são selecionados os conteúdos (atividades, cursos, palestras, pesquisas)

oferecidos no centro?

( ) Grupo de professores ou pesquisadores

( ) Solicitação dos professores da educação básica

( ) A partir de um acontecimento atual( terremoto, tsunami, novas vacinas contra

novas doenças).

( ) Pedidos da comunidade

( ) Outro________________________________________________________

65

9) Quais os instrumentos utilizados para avaliar os efeitos ou resultados das

atividades oferecidas pelo centro?

( ) livros de sugestões

( ) Aplicação por meio de questionário

( ) conversas informais

( )outros__________________________________________________________

10) Quanto a sua experiência como coordenador do centro cite os aspectos positivos

(êxitos, projetos que deram certos)

__________________________________________________________________

11) Quanto a sua experiência como coordenador do centro cite os aspectos negativos

( dificuldades e fracassos)

_________________________________________________________________