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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO Filipe Mizobe Bortoluzzi Engenheiro Agrônomo 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM

FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO

Filipe Mizobe Bortoluzzi

Engenheiro Agrônomo

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM

FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO

Filipe Mizobe Bortoluzzi

Orientador: Prof. Dr. Márcio Roggia Zanuzo

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Agronomia.

Julho de 2018

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

Filipe Mizobe Bortoluzzi – Nascido em 12 de maio de 1992, no município de Presidente

Prudente, Estado de São Paulo. Ingressou na Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT), curso de Agronomia, Campus de Sinop, em julho 2010. Em agosto de 2015

obteve o título de Engenheiro Agrônomo. Iniciou o curso de mestrado no Programa de

Pós-Graduação em Agronomia em março de 2016, na Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT), Campus Sinop.

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“Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para

recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.”

-Charles Chaplin-

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Dedicatória

Dedico o presente trabalho ao meu falecido avô:

TAKAYUKI MIZOBE

aos meu pais:

CRISTINA MIZOBE BORTOLUZZI

e

EDILSON TEOBALDO BORTOLUZZI

a minha noiva:

TATIANE ANDRESSA HATEM

e a minha irmã:

ISADORA MIZOBE BORTOLUZZI

e

MARYA SOPHIA BORTOLUZZI

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Agradecimentos

Agradecer primeiramente a Deus, pela saúde, fé e força que me sustentou todo

esse tempo para concluir mais essa etapa da minha vida profissional.

A minha noiva, pelo amor, companheirismo, confiança, força e por toda ajuda

na realização deste trabalho, que não seria possível sem sua dedicação.

Aos meus pais e irmãs, por todo amor, apoio, dedicação, disciplina e toda

educação que sempre me ensinaram.

Ao meu orientador, Márcio Roggia Zanuzo, pela orientação, dedicação,

ensinamentos e paciência para realização desse trabalho.

Ao programa de pós-graduação em Agronomia da Universidade Federal de

Mato Grosso – Campus Sinop e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior CAPES.

Aos meus amigos. Especialmente, Rafael Carlos Serafim, Jeferson Prazeres,

Augusto Cândido, Willian Passos, Matheus Passos, Jackson Andrade da Silva por

toda dedicação e ajuda na condução do experimento.

Aos meus compadres João Felipe e Núbia Taísa, e seu filho João Pedro, pela

ajuda e carinho que temos uns pelos outros.

Aos membros da comissão examinadora.

Aos professores do curso da pós-graduação, pelos ensinamentos.

E a todas as pessoas que de alguma forma ajudaram na realização do trabalho.

Muito obrigado.

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SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... x

ABSTRACT ................................................................................................................ xi

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. xiii

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................. 1

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 3

2.1 Cultura da couve-flor ...................................................................................... 3

2.2 Cultivo protegido sob telas de sombreamento ................................................ 5

2.3 Efeito da temperatura na cultura da couve-flor ............................................... 8

2.4 Efeito da luminosidade na cultura da couve-flor ........................................... 13

2.5 Análise de crescimento ................................................................................. 15

3. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 17

CAPÍTULO 2 – DESENVOLVIMENTO DA COUVE-FLOR EM FUNÇÃO DE TELAS

DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO .................................................... 28

RESUMO................................................................................................................... 28

ABSTRACT ............................................................................................................... 28

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 29

2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 30

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 34

4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 52

5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 52

CAPÍTULO 3 – INFLUENCIA DE TELAS DE SOMBREAMENTO NA COUVE-FLOR

“CINDY” EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE CULTIVO ................................................ 56

RESUMO................................................................................................................... 56

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ABSTRACT ............................................................................................................... 56

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 57

2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 58

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 62

4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 75

5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 75

CAPÍTULO 4 – DESEMPENHO AGRONÔMICO DA COUVE-FLOR EM DUAS

ÉPOCAS SOB CULTIVO PROTEGIDO .................................................................... 80

RESUMO................................................................................................................... 80

ABSTRACT ............................................................................................................... 80

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 81

2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 82

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 86

4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 99

5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 99

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DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM

FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO

RESUMO - O principal fator para o desenvolvimento da couve-flor é a temperatura. Para minimizar esse efeito é necessário identificar estratégias que alterem as condições ambientais, como a utilização de telas de sombreamento. O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas em três cultivares de couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em parcelas subdividas 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Foram avaliadas para as cultivares Verona CMS, Cindy e Sharon, o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. Para cultivar Verona CMS a produtividade na 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (35,33 ton. ha-1) e Chromatinet (31,33 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos. Para cultivar Cindy a produtividade na 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (31,66 ton. ha-1) e Sombrite 35% (27,66 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos. Já para cultivar Sharon, a produtividade na 1ª época foi superior a 2ª época, porém, sem variação significativa entre as telas. Na 2ª época também não houve variação entre os tratamentos. Conclui-se que que o uso de telas não influencia no aumento da produtividade da cultivar Sharon. Conclui-se que as telas Sombrite 50% e Sombrite 35%, para cultivar Verona CMS, proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor. Para cultivar Cindy, as telas Sombrite 50% e Chromatinet proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor. Para a Sharon o uso de telas não influencia no aumento da produtividade da cultivar Sharon. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, cultivo protegido, taxa de crescimento

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DEVELOPMENT OF COUVER-FLOWER CULTIVARS IN THE

FUNCTION OF SHADING FABRICS AND CULTIVATION TIMES

ABSTRACT - The main factor for the development of cauliflower is temperature. To minimize this effect, it is necessary to identify strategies that alter environmental conditions, such as the use of shading screens. The objective of this work was to evaluate the development under protected and field cultivation in two seasons for cauliflower cultivation under tropical edaphoclimatic conditions. The experimental design was the completely randomized (DIC) in 5x2 subdivision plots (five environments and two growing seasons), with three replications. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilatory rate, growth rate of the cultivars Verona CMS, Cindy and Sharon were evaluated leaf area index, leaf area ratio, leaf area ratio, fresh mass of the inflorescence, and productivity. In order to grow Verona CMS, productivity in the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (35.33 ton ha-1) and Chromatinet (31.33 ton ha-1) screens. In the second season there was no variation between treatments. In order to cultivate Cindy, productivity in the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (31.66 ton ha-1) and Sombrite 35% (27.66 ton ha-1) screens. In the second season there was no variation between treatments. In order to cultivate Sharon, productivity in the first season was higher than the second season, however, without significant variation between the screens. In the second season there was also no variation between treatments. It is concluded that the use of screens does not influence the increase of productivity of Sharon cultivar. It is concluded that the screens 50% Sombrite and 35% Sombrite, to cultivate Verona CMS, provide an increase in cauliflower productivity in the first season. In cultivation of second season the use of screens does not interfere in the production of cauliflower. To grow Cindy, the screens of Sombrite 50% and Chromatinet provide an increase in cauliflower productivity in first season. In cultivation of second season the use of screens does not interfere in the production of cauliflower. For Sharon, the use of screens does not influence the productivity increase of Sharon cultivar. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, protected cultivation, growth rate

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LISTA DE TABELAS

CAPITULO 1 Página

Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,

2017 .......................................................................................................................... 30

Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.

Sinop, MT, 2018 ........................................................................................................ 34

Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.

Sinop, MT, 2018. ....................................................................................................... 43

CAPITULO 2

Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,

2017 .......................................................................................................................... 58

Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas

para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018 ............................................................. 62

Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas

para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018 ............................................................. 68

CAPITULO 3

Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,

2017 .......................................................................................................................... 82

Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas

para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018 ........................................................... 86

Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas

para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018 ........................................................... 92

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LISTA DE FIGURAS

CAPITULO 1 Página

Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época

e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 ........................................................ 31

Figura 2. Temperatura mínima para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a

2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 .............................................................. 32

Figura 3. Diâmetro da planta (cm) e número de folhas (unid.) do híbrido Verona CMS

em função de telas de sombreamento e época de plantio. A e C (Outono/Inverno); B

e D (Primavera/Verão) .............................................................................................. 35

Figura 4. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g

planta-¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 38

Figura 5. Área foliar (cm2), Índice de área foliar (m2 m2) e Área foliar especifica (cm2 g-

¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 42

Figura 6. Razão de área foliar (dm-2 dia-1), Razão de peso foliar (g g-1) e Taxa

assimilatória liquida (g dia-1 dm-2) do híbrido Verona CMS em função de telas de

sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F

(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 45

Figura 7. Taxa de crescimento absoluto (TCA), taxa de crescimento relativo (TCR) e

taxa de crescimento da cultura (TCC) do híbrido Verona CMS em função de telas de

sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F

(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 48

Figura 8. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido

Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura ........... 51

CAPITULO 2

Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época

e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 ........................................................ 59

Figura 2. Temperatura mínima para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a

2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017. ............................................................. 60

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Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g

planta-¹) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 63

Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido

Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E

(Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) .......................................................... 66

Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso

foliar (RPF) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 69

Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR)

e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Cindy em função de telas de

sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F

(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 72

Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido

Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura ....................... 74

CAPITULO 3

Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época

e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 ........................................................ 83

Figura 2. Temperatura mínima para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a

2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017. ............................................................. 84

Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g

planta-¹) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 87

Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido

Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E

(Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) .......................................................... 90

Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso

foliar (RPF) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 93

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Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR)

e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Sharon em função de telas de

sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F

(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 96

Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido

Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura .................... 97

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. Introdução

Nas últimas décadas, o Estado do Mato Grosso tem assumido papel de

destaque frente a produção agrícola Nacional com elevados índices de produtividade

e crescimento econômico. A região Centro Norte do Mato Grosso, ocupa 16% da área

do estado e apresenta 19 municípios em uma área de 145.421 km², fica localizada em

uma área de transição dos biomas do cerrado e amazônico (IBGE, 2017). Essa região

norte, também conhecida como “Nortão” vem estabelecendo ao longo dos anos um

novo sistema de produção agrícola, altamente produtivo e tecnológico, com

características particulares, e ainda vem sendo melhorado, aumentando a capacidade

produtiva da “Agricultura Tropical no Cerrado Brasileiro”.

Nos últimos anos, entretanto, as restrições mundiais com relação à utilização

de áreas de florestas para produção agrícola, tem alterado o cenário de crescimento

da produção, visto que se busca a agregação de valor a produção estadual com vistas

a reduzir os custos em infraestrutura e logística. As principais atividades

agropecuárias do estado ainda estão vinculadas a agricultura de monocultivo em larga

escala (soja, milho, algodão, arroz de sequeiro, feijão, dentre outros) e bovinocultura

de corte, avicultura e suinocultura (IMEA, 2017).

Com um fluxo migratório elevado e a demanda por mais alimentos e de

qualidade a produção agropecuária do Mato Grosso vem sofrendo repressão

produtiva em virtude da falta de informações que balizam e/ou seja capaz de delinear

o alicerce produtivo principalmente focado para os pequenos produtores devido a

carência e/ou falta de informação (IBGE, 2017).

Atualmente, surgem demandas crescentes com o aumento populacional do

Estado, perfazendo na necessidade de que o Mato Grosso possa ser considerado um

estado promissor e que, mesmo diante das atuais delimitações pelo uso da terra,

possa desempenhar um papel de destaque no atendimento ao aumento da produção

de alimentos com vistas a atender o crescimento da população, principalmente no

tocante a hortaliças, frutas e seus derivados (IBGE, 2017).

No Brasil, os principais eixos produtores e distribuidores são Sul e Sudeste

(com características de clima temperado e/ou altitudes médias). Contudo esses

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centros de produção encontram-se logisticamente deslocados das demais regiões

geográficas do país, impedindo a oferta de frutos e hortaliças em quantidade e

qualidade adequada, visto que o Centro de melhoramento desses vegetais encontra-

se concentrados nesses eixos e depois aclimatados para produção em outras regiões.

Um dos entraves à exportação desses produtos de região produtoras como Sul e

Sudeste está na logística de transporte o que encarece o preço final do produto

(MAMBREU et al., 2007).

Nesse caso, o problema da oferta de determinadas hortaliças é intensificado

em função dos custos elevados de transporte e das perdas de qualidade dos produtos

para consumo in-natura, principalmente para as regiões localizadas ao Norte do

Estado. Em função do acelerado desenvolvimento econômico de alguns municípios

da região (como o caso de Sinop que apresenta em torno de 113.082 habitantes

(19.347 na área rural) e apresentou na última década taxas de crescimento

populacional e econômicos de 51,12 e 10,4%) observa-se um crescimento da

demanda por alimentos funcionais como frutas e hortaliças que produzem efeitos

metabólicos e fisiológicos com benefícios à saúde (IBGE, 2017).

Dentre as hortaliças comercializadas na região o que chama a atenção é o valor

agregado de brassicas como o brócolis e a couve-flor que são comercializados por

preços praticamente inviáveis para o consumidor local porém com excelente

aceitabilidade comercial. Vários produtores já estão começando a ariscar o cultivo

dessas espécies, porém a falta de informações como condições edafoclimáticas que

sejam compatíveis ao crescimento e desenvolvimento da cultura, recomendado pelos

centros de melhoramento desses vegetais torna-se, portanto, um desafio para o

Estado (ZANUZO, 2013).

Aliado a distância dos centros produtores, pouco se conhece cientificamente

dessas hortaliças sobre as características do desempenho agronômico produtivo

frente às variações climáticas comparadas a outras regiões e/ou de sistemas

alternativos que propiciem a produção de culturas exigentes em termos climáticos

para atender os novos centros urbanos do país.

Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento de diferentes

cultivares de couve-flor sob cultivo protegido e a campo em duas épocas nas

condições edafoclimáticas tropicais.

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2. Revisão de literatura

2.1 Cultura da couve-flor

A couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.) é uma hortaliça originária da

Costa do Mediterrâneo, espalhou-se pela Europa no início do século XVII. As

cultivares tradicionais de couve-flor no Brasil foram provavelmente introduzidas com

a vinda dos primeiros imigrantes italianos no século XIX (MAY et. al., 2007).

Pertencente à família Brassicaceae, anteriormente denominada Cruciferae, a

couve-flor é uma variedade botânica da couve-silvestre (B. oleracea var. silvestris). A

couve-silvestre ainda é encontrada no litoral atlântico da Europa ocidental e nas

costas do mar Mediterrâneo. Esta planta originou sete distintas culturas oleráceas,

todas pertencentes à mesma espécie, porém classificadas como diferentes

variedades botânicas: brócolos (B. oleracea var. itálica), couve-de-bruxelas (B.

oleracea var. gemmifera), couve-flor (B. oleracea var. botrytis), couve-de-folhas (B.

oleracea var. acephala), couve-rábano (B. oleracea var. gongylodes), couve-

tronchuda (B. oleracea var. tronchuda), repolho (B. oleracea var. capitata) (CLAUDIO,

2013).

Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se concentram nos

primeiros 20-30cm de profundidade. A inflorescência (cabeça) se desenvolve sobre

um caule curto e são formadas a partir do conjunto de primórdios florais, sendo estes

primórdios florais transformados, posteriormente, em botões florais, podendo ter

coloração branca, creme, amarela, e, mais recentemente, roxa e verde (MAY et al.,

2007).

No Brasil, a couve-flor é mais cultivada nos Estados de São Paulo, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As principais

regiões produtoras são: Ibiúna, Porto Feliz, Itatiba, Jarinú e Sorocaba, em São Paulo;

Teresópolis, no Rio de Janeiro; Carandaí e Barbacena, em Minas Gerais; São José

dos Pinhais, Colombo e Londrina, no Paraná; Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul;

Venda Nova dos Imigrantes, no Espirito Santo; e Jaguaquara, na Bahia (PÔRTO,

2009). A produção no ano de 2016 chegou a 329 mil toneladas em uma área de

aproximadamente 11,07 mil hectares, com produtividade média de 29,7 ton. ha-1

(CONAB, 2017).

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A couve-flor possui 93% de água, é considerada boa fonte de vitaminas A (85

UI em 100g), B (150mg em 100g) e C (72mg em 100g). Contém grande quantidade

de potássio (286mg por 100g), fósforo (188mg em 100g) e fibras, e calorias (30

calorias em 100g), o que atende aos anseios de uma população que opta por uma

alimentação mais saudável. Apresenta propriedades mineralizante, fortificante,

oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio (123mg em 100g), é importante na

boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007). É uma hortaliça que pode ser

consumida de várias formas, compondo pratos quentes e frios, e suas características

saudáveis incentivam o seu consumo (CEASA, 2017).

É uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o fator

agroclimático mais limitante. Já foi considerada cultura típica de outono-inverno,

embora sem resistência à geada, exigindo temperaturas amenas ou frias para formar

inflorescências comerciais. Ao longo do tempo, com o melhoramento genético vegetal,

foram obtidas cultivares adaptadas a temperaturas mais elevadas, possibilitando o

cultivo ao longo de todo o ano (FILGUEIRA, 2008). Antes de se iniciar um programa

de melhoramento de couve-flor, algumas características devem ser levadas em

consideração, como, por exemplo, desempenho a variação climática ao longo do ciclo,

precocidade, compacidade da inflorescência, resistência a doenças entre outros

quesitos (MALUF, 2001).

A faixa ótima de temperatura para couve-flor é de 14 a 20ºC, e o cultivo em

temperaturas acima de 28ºC pode provocar a não formação da inflorescência ou a

perda de compacidade e aumentar a quantidade de folhas, o que não é desejado

nesse material onde a principal parte comercializada é a inflorescência. Temperaturas

próximas a 0ºC causam injúrias por congelamento no ápice dos ramos, resultando

também em não formação da inflorescência (MAY et al., 2007).

Sob condições favoráveis, o crescimento e o desenvolvimento podem ser

divididos em quatros estádios: o primeiro, de 0 a 30 dias, compreende o crescimento

inicial após a emergência das plântulas até a emissão de 5 a 7 folhas definitivas; o

segundo estádio, de 30 a 60 dias, ocorre a fase de expansão das folhas externas; o

terceiro estádio, de 60 a 90 dias, caracteriza-se pela diferenciação e o

desenvolvimento dos primórdios florais e das folhas externas. No quarto estádio, de

90 a 120 dias, ocorre o desenvolvimento da inflorescência, sendo este o estádio mais

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importante para produção de sementes, onde ocorre a formação e enchimento das

mesmas (UZUN e PEKSEN, 2000). Contudo, o comprimento desses estádios

fenológicos não é rígido, ou seja, pode variar segundo as características da própria

cultivar e também da resposta da planta às condições ambientais de cultivo. O

segundo e o terceiro estádios de desenvolvimento da couve-flor são de grande

importância na produtividade (tamanho e conformação de inflorescência), uma vez

que atuam decisivamente sobre o número e tamanho de folhas, que definirão a área

foliar da planta (KIMOTO, 1993; MAY et al., 2007).

2.2 Cultivo protegido sob telas de sombreamento

Dentre as alternativas para modificar as condições ambientais de cultivo de

hortícolas, destaca-se a utilização de estruturas metálicas ou de madeira em conjunto

com filmes plásticos e/ou telas plásticas de “sombreamento” com diferentes

intensidades e cores para a sua cobertura, denominadas de cultivo protegido e ou

simplesmente de estufa, tendo ou não o controle ambiental (GOTTO; TIVELLI, 1998).

Muitos trabalhos têm comprovado a existência de diferenças significativas entre as

condições meteorológicas internas e externas, exigindo práticas de manejo

diferenciadas (GALVANI et al., 2001; SILVA et al., 2004; SOUSA et al., 2005;

TEODORO et al., 2005). Ao contrário do que se conhece sobre os cultivos

convencionais, a plasticultura é, ainda, deficiente de informações tanto de manejo

como das necessidades das culturas quanto à água, energia solar e nutrientes. O

aumento da demanda, aliada à necessidade de produzir o ano todo destaca o cultivo

protegido como boa alternativa e prática agrícola.

A radiação solar é a fonte de energia para as plantas sendo a maior parte desta

energia convertida em calor, acelerando o processo de transpiração e alterando a

temperatura dos tecidos vegetais e muitas vezes com consequências danosas para

os tecidos vegetais pela produção de substancias nocivas aos sistemas

membranários celulares. O efeito da temperatura é dependente do efeito da radiação

luminosa que incide no cultivo e, portanto, essa luminosidade aliada ao efeito do

aumento da temperatura pode provocar distúrbios fisiológicos e metabólicos

indesejados aos vegetais comprometendo o aspecto qualitativo e nutraceutico nos

vegetais. O mecanismo fotossintético é regulado pela condição de luminosidade e

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temperatura e quando em descompasso pode resultar no aumento de substâncias

oxidativas que interferem no metabolismo de crescimento e desenvolvimento dos

vegetais. A luz é um processo vital para sobrevivência dos vegetais, porém, a sua

restrição com telas de sombreamento pode influenciar negativamente no sistema

produtivo (TAIZ e ZIEGER, 2004). Portanto faz-se necessário o estabelecimento de

índices por meio de uso de telas de sombreamento que promovam a máxima

eficiência econômica e produtiva para os cultivos olerícolas.

Atualmente, nota-se grande evolução na produção de telas de sombreamento

para a cobertura de ambiente protegido na agricultura. A escolha do material de

cobertura pode alterar a quantidade de luz transmitida no interior do ambiente

protegido, beneficiando ou não a cultura ali instalada, em função de suas exigências,

visto que, ocorre uma dependência da arquitetura, orientação da instalação e das

variações astronômicas, geográficas e climáticas do local. Segundo Costa (2011),

novas tecnologias na utilização de telas estão sendo empregadas em substituição às

malhas de sombreamento de cor preta tradicional (sombrites) cujo objetivo principal é

proteger as plantas da radiação. Esses materiais de polietileno de baixa densidade

(PEBD) são de várias colorações (azul, vermelho, amarelo, cinza e preto) com funções

específicas na sua utilização.

Para Huertas (2006) a malha termo refletora de alumínio promove boa

ventilação, distribuição uniforme da luz e aporte máximo da luz difusa e da reflexão

da radiação infravermelha, tanto para evitar o excesso da temperatura como para

economizar energia. Já as telas de coloração vermelha transferem mais a luz do

espectro nas ondas vermelho e vermelho distante e difundem a luz que passa através

da malha, sendo eficiente no desenvolvimento da planta (LI, 2006). As de coloração

azul proporcionam luz do espectro em comprimento de onda de 440-490 nm,

intensificando o fototropismo e a fotossíntese (RODRIGUES, 2002).

Rampazzo et al. (2014) avaliando telados no período seco e no chuvoso, em

Cáceres-MT, na cultura da alface utilizando telados com malhas de 30, 40 e 50% de

sombreamento, telas termo refletoras com 30, 40 e 50 observaram que o que os

ambientes telados reduziram os valores mínimos, médios e máximos dos atributos

luminosidade e temperatura do ar e proporcionaram aumento na umidade relativa do

ar, quando comparados com o ambiente campo aberto. Os telados com tela de

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sombreamento de 40 e 50% e tela termo refletora 50% apresentaram maior eficiência

para a redução da luminosidade e da temperatura do ar. A tela de sombreamento 50%

foi a que proporcionou maiores índices de umidade relativa doar entre os tratamentos.

Diamante et al. (2013) avaliando cultivares de alface em função de diferentes

ambientes de cultivo (telas de sombreamento 30 e 50%, telas termo refletoras 30 e

50% e campo aberto mostraram que houve diferença entre os genótipos avaliados e

entre as telas utilizadas. Os mesmos autores mostram que parâmetros como Peso

fresco não foi alterado em função da utilização de telas de sombreamento e que o

ambientes de cultivo que aumentaram a resistência ao pendoamento da alface foram

as telas de sombreamento e termo refletora com índice de 50%.

Nooprom et al. (2013) trabalhando com diferentes cultivares de brocolis em

diferentes sistemas de produção (Campo e Tela verde) verificaram que o comprimento

da planta, o diâmetro da cabeça, número de plantas colhidas e a precocidade foi

influenciada diretamente pelo uso de tela de sombreamento de coloração verde.

Nesse mesmo trabalho os autores mostraram que houve interação entre a cultivar e

o efeito da tela de sombreamento para a produtividade sendo esta uma relação direta

ligada ao genótipo avaliado. Em relação aos parâmetros climáticos como UR e

Luminosidade, a tela de sombreamento reduziu a luminosidade e aumentou a UR nos

cultivos interferindo diretamente no mecanismo fotossintético da planta corroborando

para o incremento diferencial das variáveis analisadas.

Outro autor (BHERINGER, 2013) trabalhando com brócolis em Viçosa-MG

durante o período de verão/ outono verificaram que as malhas termo refletoras

Aluminet 30%; Aluminet 40%, difusora 30% e sombrite 60% modificaram a morfologia

das plantas de brócolis, aumentando a massa de matéria fresca das partes não

comestíveis como caule e pecíolo além de não proporcionar aumento de produtividade

em função do peso fresco.

A disponibilidade de radiação solar é um dos fatores que mais limitam o

crescimento e o desenvolvimento das plantas. Toda energia necessária para a

realização da fotossíntese, processo que transforma o CO2 atmosférico em energia

metabólica, é proveniente da radiação solar (TAIZ e ZIEGER, 2004). Larcher (2000)

afirma que para a planta, a radiação é fonte de energia e estímulo regulador do

desenvolvimento não somente com relação a qualidade espectral (diferentes

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comprimentos de onda) mas também a sua intensidade, desempenham papel

fundamental no desenvolvimento morfológico das plantas (MOTA, 1987). Quando as

plantas recebem adequado suprimento de água e nutriente a produção de fitomassa

seca é controlada pela radiação solar disponível (MONTEITH, 1965). Entretanto,

apenas uma parte dessa radiação incidente é aproveitada pelas plantas, sendo

dependente de parâmetros físicos, biológicos e geométricos.

Para Reisser Júnior et al. (2003), a redução da radiação proporcionada pela

presença do filme plástico e dos elementos estruturais do ambiente protegido,

provocam modificações nas características das plantas cultivadas sob estas

estruturas, sendo estas variações semelhantes às das plantas cultivadas sob reduzida

disponibilidade de radiação, ou seja, às plantas de sombra. Afirmam que altura de

plantas cultivadas em ambiente de menor disponibilidade de radiação solar é maior

do que nas cultivadas a céu aberto. Outra característica relacionada à redução da

radiação solar é o aumento da área foliar

As respostas apresentadas pelas plantas à variação na disponibilidade de luz

costumam envolver alterações nas características das folhas relacionadas à

fotossíntese, como a razão clorofila a/b, espessura foliar, teor de nitrogênio, densidade

estomática, e/ou alterações na proporção de tecidos fotossintetizantes em relação aos

não fotossintetizantes, levando à modificação na distribuição de biomassa (POPMA e

BONGERS, 1991; OSUNKOYA et al., 1994).

Para Filgueira (2003), o sombreamento cria um microclima interno mais

favorável, mesmo sob temperatura e luminosidade elevadas. Isso ocorre seja em

épocas seca, seja sob chuvas intensas, com efeitos positivos na fisiologia da planta,

elevando-se a produtividade e a qualidade das hortaliças.

2.3 Efeito da temperatura na cultura da couve-flor

A literatura reporta os efeitos da temperatura sobre o crescimento e

desenvolvimento da couve-flor há vários anos. Quando as plantas são expostas a

temperaturas mais altas, estas desenvolvem de forma vegetativa e inibem a floração,

sugerindo que a temperatura é um dos fatores mais importantes na regulação da

diferenciação floral (PAEZ et al., 2000).

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Gill e Singh (1973) relataram que temperaturas máximas e mínimas de 15,4-

18,9°C e 4,6-6,8°C, respectivamente, durante outubro, novembro e dezembro,

induziram um bom crescimento vegetativo na couve-flor no vale de Kullu. Eles também

relataram que as flutuações de temperatura no mês de fevereiro afetaram

negativamente a produção de sementes. Chatterjee e Som (1990) relataram que a

temperatura máxima média de 26,3°C, temperatura mínima de 20,1°C e umidade

relativa de 88,3-88,6% foram eficazes para estimular o crescimento da planta e a

formação de cabeça na couve-flor em Pedong, Kalimpong.

Fujime e Hirose (1980) investigaram os efeitos da variação diurna da

temperatura sobre a formação de cabeça de couve-flor, ao crescer a baixa

temperatura durante uma parte do dia e alta temperatura durante a parte restante do

dia, e concluiu que o estímulo de baixa temperatura administrado em um certo período

do dia será reduzido, mas não será anulado por altas temperaturas subsequentes.

Eles também relataram que, apesar de as plantas serem cultivadas a uma variação

diurna de temperatura, o efeito de baixa temperatura se acumulará nas plantas e

produzirão a inflorescência.

Algumas cultivares de couve-flor iniciam a formação de cabeça

aproximadamente na mesma proporção, sob condições de clima frio ou muito quente.

Outras cultivares exigem mais de duas vezes o tempo para formar cabeças em

condições de alta temperatura do que sob temperaturas frescas ou moderadas. O

atraso ou retardamento da formação de cabeça é o resultado da falta de tempo de

crescimento suficiente, durante o qual a temperatura está abaixo de um valor crítico.

Esta temperatura crítica parece variar com diferentes cultivares (LIPTAY, 1981). Wurr

et al. (1988) com base em experimentos realizados em Wellesbourne, relataram que

as plantas de couve-flor apresentaram taxa máxima de vernalização entre 5 ° C e 17

° C e a temperaturas inferiores e superiores a esse intervalo, observaram-se grande

variação no número de folhas formadas no momento da iniciação da cabeça que

variou entre 22 e 36,7 folhas.

A temperatura durante o crescimento vegetativo tem uma forte influência sobre

o tempo de iniciação da cabeça e, juntamente com a variação na duração do

crescimento da cabeça desde a iniciação até a maturidade (WURR e FELLOWS,

1990). No experimento realizado por Wurr e Fellows, 2000 em estufas de ambiente

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controlado, verificou-se que havia uma relação linear entre o crescimento precoce da

cabeça e a temperatura entre 8 ° C e 18 ° C. Pearson et al. (1994) relataram que a

taxa de iniciação da cabeça na couve-flor aumentou até uma temperatura média de

14 ° C, mas diminuiu posteriormente.

Reeves et al. (2001) relataram que as temperaturas mais quentes reduziram a

biomassa total, devido em parte ao início do corte de cabeça, que foi antecipado, e à

redução das taxas de crescimento da cabeça. A redução do peso seco foi de 6% por

cada aumento de 1°C em temperatura. Wurr e Fellows (1998) relataram que, na

cultura de couve-flor, o aumento de temperatura reduziu os comprimentos das fases

de crescimento juvenil e de cabeça, porque as temperaturas estavam além do seu

ótimo. Eles também relataram que, nas condições de Wellesbourne, que temperaturas

acima de 21°C para a cultivar White Fox, as plantas aumentavam o número de folhas.

De acordo com Csizinszky (1996), em condições climáticas úmidas e quentes,

o plantio de couve-flor deve ser cronometrado quando as temperaturas mínimas caem

para menos de 21°C para não prejudicar a época de colheita. Wurr (2001) informou

que em Wellesbourne no Reino Unido, as temperaturas aumentadas (até 4°C acima

da temperatura ambiente) atrasaram a iniciação da cabeça na cultivar de couve-flor,

no mês de março, até 49 dias e aumentaram o número final de folhas em 36.

Nowbuth (1997) relatou que as temperaturas mais quentes favoreceram a

produção foliar de couve-flor até um máximo, após o que se notou uma diminuição. A

produção de folhas atingiu um pico de 22,5°C para a variedade temperada Revito e a

25°C para a variedade local da Maurícia e depois da produção de folhas declinou. A

iniciação da cabeça no Revito ocorreu a uma faixa de temperatura de 11-19,5°C em

comparação com a variedade tropical local que iniciou a cabeça a uma faixa mais alta

de 11-22,5°C. Não foi observada formação de cabeça a mais de 22,5°C em Revito e

25°C na variedade local. As temperaturas quentes também mostraram um efeito

inibitório na taxa de expansão do diâmetro do ápice.

Olesen e Grevsen (1997) descobriram que a expansão da área foliar relativa

era uma função linear da temperatura média diária da superfície da folha, mas

somente a temperaturas acima de 21°C. Wien e Wurr (1997) relataram uma alta

frequência de má formação da cabeça na couve-flor, se eles são cultivados além do

intervalo de condições de temperatura para o qual foram desenvolvidas originalmente.

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A produção de folhas e a taxa de expansão foliar aumentam com a temperatura, até

o final da vegetativa, mas se a temperatura exceder esse período, a formação da

cabeça pode ser adiada ou interrompida por uma maior formação de folhas. Em

temperaturas inferiores ao ótimo, o desenvolvimento da área foliar é reduzido, levando

ao abotoamento ou à produção de cabeça de frouxa.

Wurr e Fellows (1998) realizaram um experimento de couve-flor de inverno para

estudar a produção de folhas e o início da cabeça em resposta à temperatura. Neste

experimento, eles usaram polietileno perfurado e lã não tecida para cobrir as culturas,

a fim de aumentar a temperatura em 1,6°C e 1,1°C, respectivamente, em comparação

com as culturas plantadas abertas. Eles relataram que o tempo de iniciação da

inflorescência foi prolongado até 57 dias a colheita.

De acordo com Hazra e Som (1999), quando as cultivares de tolerância a altas

temperaturas são cultivadas em condições de baixa temperatura, ocorre uma rápida

transformação, sem um desenvolvimento vegetativo adequado, resultando na

produção cabeça pequena e em condições de temperatura mais baixa, ocorre a

formação de brotos verdes típicos. Eles também relataram que o intervalo ótimo de

temperatura do solo para a germinação da semente de couve-flor é de 10-30°C. As

temperaturas mínimas, máximas e ótimas para germinação são de 4,4°C, 37,8°C e

25°C, respectivamente.

Rahman et al. (2007) realizou um experimento no Reino Unido, para estudar a

relação entre temperatura e o desenvolvimento da couve-flor após a iniciação da

cabeça, e observou que a cabeça da couve-flor aumentou em tamanho e forma com

o aumento das temperaturas crescentes médias após o início da formação da cabeça,

mas declinou depois disso. A temperatura ideal para o crescimento da cabeça foi de

21-22°C, o que foi maior do que o necessário para o crescimento de componentes

vegetais (19°C), exceto o comprimento do caule. Eles relataram que o crescimento e

o desenvolvimento da couve-flor após a iniciação da cabeça poderiam ser resolvidos

em função linear ou curvilínea de temperaturas efetivas calculadas com uma

temperatura ótima de 19-23°C.

Singh (2007) opinou que as variedades de couve-flor madura precoce

prosperam melhor, onde a temperatura varia entre 20 ° C a 25 ° C em setembro a

outubro. A temperatura mensal ideal para a formação de cabeça é de 15-22°C, com

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uma temperatura máxima média de 25 ° C e um mínimo médio de 8 ° C. Alta

temperatura durante a maturação da cabeça promove cabeça defeituoso e deteriora

a qualidade da cabeça.

De acordo com Kohli et al. (2008), as plantas de couve-flor mudam para a fase

de floração de 5°C para quase 28-30°C, dependendo da variedade. E pode tolerar

uma temperatura tão baixa quanto 4°C e até 38°C, no entanto, não pode suportar

temperaturas tão baixas ou altas como o repolho. O clima quente e seco não é ideal

para o seu cultivo. Se a temperatura permanece maior do que a necessária no início

da fase reprodutiva, em variedades específicas, a planta permanecerá vegetativa sem

formar cabeça e continuará a formar folhagem nova. A temperatura não deve flutuar

muito durante a iniciação da cabeça e a fase de desenvolvimento, caso contrário, a

qualidade da cabeça será prejudicada.

Singh (2008) informou que a couve-flor cresceu melhor em condições de frio

(15°C) nos períodos iniciais da cultura e quente (25°C) no período de iniciação da

inflorescência, com alta umidade. Embora algumas variedades possam crescer a

temperaturas acima de 30°C, a maioria das variedades é muito sensível a

temperaturas mais elevadas. Principalmente na iniciação da cabeça na couve-flor.

De acordo com Koike et al. (2009), a maioria das áreas de cultivo de couve-flor

na Califórnia tem uma temperatura diurna de 17-29°C e a temperatura noturna varia

entre 3-12°C. A temperaturas de 27°C e acima, a couve-flor tende a ter maior

quantidade de folhas, cabeças pequenas e amarelamento solar. As variedades de

couve-flor são muito sensíveis à temperatura, por isso exigem temperatura específica

para a iniciação e desenvolvimento de cabeça. As variedades são classificadas em

diferentes grupos de maturidade com base em requisitos de temperatura como extra

precoce (20-27°C), precoce (20-25°C), médio (16-20°C), meio-tardio (12-16°C) e

tardios (10-16°C) (SINGH e NATH, 2011).

Suseela e Rangaswami (2011) relataram que em condições de estufa, uma

temperatura mais alta mostrou um efeito inibitório na propagação da planta, mas

aumentou a altura da planta. Eles também descobriram que a propagação da planta

e a altura da planta no campo aberto eram significativamente menores do que a cultura

plantada na estufa. A couve-flor apresentou um melhor rendimento quando as

temperaturas máximas e médias, durante os estádios de iniciação vegetativa e de

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cabeça, dentro da estufa foram inferiores a 30,5° C e 28,5°C, respectivamente,

durante o inverno e inferiores a 33°C e 30°C durante o verão. Quando as temperaturas

máximas e médias excederam 33,5°C e 30,5°C, respectivamente, a cultura

apresentou crescimento vegetativo anormal e resultou em baixo rendimento. Suseela

(2012) informou que, durante a temporada de verão, o crescimento vegetativo da

couve-flor foi menor quando comparado com a safra da estação do inverno.

2.4 Efeito da luminosidade na cultura da couve-flor

A couve-flor também, requer um regime alternado de luz para um ótimo

crescimento vegetativo, bem como para outros processos fisiológicos como a

formação da cabeça (MADSEN, 1972). Entretanto, observa-se que mesmo

submetidas à iluminação constante, se a temperatura for mais amena, a planta se

desenvolve normalmente.

Em um experimento de tratamento de luz em pré-transplante, Khan e Holliday

(1968) observaram que o aumento da luz natural de 8 a 12 horas suprimiu o número

da folha, bem como o rendimento da matéria seca da cabeça por planta. Phuwiwat

(2000) realizou um estudo na Tailândia, para determinar o crescimento e o rendimento

da couve-flor doméstica cultivada em três níveis de sombreamento, e relatou que as

plantas de couve-flor apresentaram adaptação à luz reduzida, aumentando a altura

da planta, a área foliar por planta e o teor de clorofila na folha.

Alt et al. (2001) relataram que as plantas de couve-flor sombreadas

apresentaram índices maiores de haste, do que plantas não sombreadas. Jaya et al.

(2002) observaram que a alta condições de radiação durante a fase de crescimento

da cabeça, resultavam em cabeças de baixa qualidade. De acordo com Ismail e Ann

(2004), o sombreamento de plantas reduziu significativamente o crescimento

vegetativo e tamanho da cabeça da couve-flor, mas a cor da cabeça sombreada foi

mais branca que a da cabeça não-sombreada.

O crescimento e desenvolvimento de uma planta dependem da intensidade,

qualidade e duração da radiação solar. A luz tem complexa influência no crescimento,

desenvolvimento e na produção das culturas. O aumento da irradiância pode elevar a

produção de fotoassimilados e sua disponibilidade para o crescimento da planta.

Entretanto, quando a radiação solar é excessivamente elevada, pode haver aumento

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na taxa transpiratória da planta resultando em fechamento estomático e diminuição

da fotossíntese (ANDRIOLO, 2000).

Radin et al. (2003) estudando a eficiência de uso da radiação, concluíram que,

para um mesmo valor de radiação fotossinteticamente ativa interceptada, se obtém

maior eficiência de uso da radiação (matéria seca aérea acumulada) pela couve-flor

quando cultivado em ambiente protegido do que a céu aberto. A eficiência de uso da

radiação fotossinteticamente ativa foi maior no período verão-outono, época em que

houve menor disponibilidade de radiação fotossinteticamente ativa incidente.

Rahman et al. (2007a), com base em seu experimento realizado no Reino

Unido, relataram que a área foliar, o comprimento do caule, os pesos frescos e secos

da folha e do caule, quatro semanas após o início da cabeça, eram significativamente

maiores em altas condições de radiação incidente durante o verão do que nas

condições de baixa radiação incidente durante o inverno. Os parâmetros de

crescimento da cabeça como o comprimento da cabeça, o diâmetro, os pesos frescos

e secos também foram significativamente maiores nas condições de radiação de alto

incidente em comparação com as condições de baixa radiação incidente.

Rahman et al. (2007b) descobriram uma relação linear positiva entre a integral

de radiação incidente acumulada e o logaritmo do peso seco da planta.

Relacionamento semelhante também foi observado na acumulação de matéria seca

de cabeça. Os coeficientes de conversão de radiação para a planta e a cabeça de

couve-flor foram observados como sendo maiores em menores níveis de radiação

incidente, do que os níveis de radiação mais elevados. Assim, eles indicaram que a

taxa de aumento por unidade de radiação incidente integral é maior em condições de

radiação mais baixas.

De acordo com Singh (2007), a couve-flor é muito exigente nos requisitos de

fotoperíodo e as variedades iniciais exigem condições curtas do dia. Capuno et al.

(2009) relataram que as plantas cultivadas sob abrigo de chuva eram mais altas do

que a cultura plantada em campo aberto. As plantas protegidas foram submetidas a

uma luz relativamente reduzida que resultou em um aumento da altura da planta em

busca da luz.

Masarirambi et al. (2011) relataram que a exposição direta à luz solar resultou

no desenvolvimento de pigmentos amarelos na cabeça. As inflorescências deixadas

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descobertas, irão descolorir devido à ativação de enzimas pela luz solar e a cabeça

se soltará (cabeça frouxa) no calor do sol.

2.5 Análise de crescimento

A análise do crescimento se apresenta como uma técnica válida para estudar

as bases fisiológicas da produção e, por em evidência, a influência exercida pelas

variáveis ambientais, genéticas e agronômicas. Esta técnica descreve as condições

morfofisiológicas da planta em diferentes intervalos de tempo, entre duas

amostragens sucessivas e propõe-se a acompanhar a dinâmica da produção

fotossintética avaliada através da acumulação de fitomassa seca. Vários

pesquisadores têm-se dedicado à análise quantitativa do crescimento, destacando-se

Watson (1952); Blackman (1968); Richards (1969); Kvet et al. (1971); Evans (1972);

Hesketh e Jones (1980); Fitter e Hay (1981); Silva et al. (2000).

Geralmente, o crescimento é determinado mediante medidas diretas de altura

de plantas, diâmetro do caule, número de folhas, área foliar e massa seca e, indiretas

como taxa de assimilação líquida, taxa de crescimento do cultivo, taxa de crescimento

relativo, etc. As diretas retratam o desenvolvimento absoluto da planta e as indiretas

mostram sua eficiência em acumular matéria seca como produto de seus processos

metabólicos (SILVA, et. al., 2000).

A análise de crescimento se baseia no fundamento de que aproximadamente

90% da matéria seca acumulada pelas plantas ao longo do seu crescimento, resulta

da atividade fotossintética. Permite avaliar o crescimento da planta como um todo e a

contribuição dos diferentes órgãos no crescimento total, estimando-se de forma

bastante precisa, as causas de variações de crescimento entre plantas geneticamente

diferentes ou entre plantas crescendo em ambientes diferentes (BENINCASA, 1988).

Produz conhecimentos de valor prático e informações seguras, referentes ao

crescimento e desempenho dos genótipos, que podem ser utilizados pelos

agricultores, de modo que, lhes permitam escolher a cultivar que melhor se adapte a

cada ambiente (SHARMA et al. 1993).

Este método tem sido bastante utilizado para a investigação do efeito de

fenômenos ecológicos sobre o crescimento como adaptabilidade de espécies em

ecossistemas diversos, efeitos de competição de cultivares e influência de práticas

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agronômicas sobre o crescimento; além dos fatores intrínsecos que afetam o

crescimento e que estão associados a fenômenos fisiológicos básicos, como a

fotossíntese, a respiração e os processos morfogênicos, entre outros. Há de se

considerar, também, os fatores ambientais associados às alterações do crescimento

das plantas. Tais fatores como o suprimento de água, a radiação solar e a temperatura

foram os mais estudados (BRIGGS et al., 1920; RADFORD, 1967; BLACKMAN, 1968;

CLAWSON, 1983; VIEIRA et al., 1990).

Castoldi et. al., (2009) trabalhando com couve-flor, cv. Verona, em Jaboticabal

– SP, observou que as plantas tiveram crescimento inicial lento até os 13 dias após o

transplante (DAT). Posteriormente na fase de desenvolvimento vegetativo (14-56

DAT), a taxa de crescimento aumentou e, a massa seca total da planta alcançou o

máximo valor. No estádio final da fase vegetativa e início da emissão da inflorescência

(57-70 DAT), o crescimento começou a estabilizar-se. A taxa de crescimento relativo

(TCR) e a taxa de assimilação líquida (TAL) reduziram-se notavelmente devido a

inflorescência, que causou uma diminuição no crescimento total da planta.

Gondim et. al., (2011), em um experimento com couve-flor, cv. Verona, em

substrato, observou que as plantas tiveram crescimento inicial lento, com maiores

incrementos a partir dos 30 DAT até o final do ciclo, apresentando valores máximos

estimados de massa seca da folha, altura, número de folhas e área foliar aos 70 DAT

por planta. A massa seca do caule mais a da folha, massa seca da inflorescência e a

massa seca da raiz, corresponderam, respectivamente, à aproximadamente 64%,

31% e 5 % da massa seca total.

No que diz respeito à taxa de crescimento relativo (TCR) das folhas, a couve-

flor apresentou maior crescimento no período de 20-30 dias, enquanto no caule foi no

período de 40-50 dias. No entanto, com o surgimento da inflorescência, observou-se

que este órgão apresentou maior TCR dos 50-60 dias. A planta inteira, bem como na

raiz, apresentou maior crescimento no período de 30-40 dias. Nota-se que a couve-

flor obteve a máxima TCR foliar precocemente aos 20-30 dias. Segundo Siddique et

al., (1990) isto significa que o crescimento inicial precoce pode resultar em maior

captura de luz pelas folhas, favorecendo que o índice de área foliar máximo seja

atingido mais rapidamente.

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Para Maldaner (2009), o aumento da produtividade de uma população de

plantas aumenta com a área foliar até um valor ótimo, devido a uma captação mais

efetiva da radiação. Valores acima deste ótimo, provocam queda na produtividade por

excessivo gasto energético que demanda a respiração e pela utilização ineficiente da

luz por parte das folhas inferiores sombreadas, pois estas não recebem a quantidade

suficiente de luz para manter positivo seu balanço de carbono. A conversão da energia

em biomassa depende da sua interseção e, por esse motivo, a eficiência da conversão

aumenta com o aumento da área foliar até atingir a saturação (SCHVANBACH et al.

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CAPÍTULO 2 - DESENVOLVIMENTO DA COUVE-FLOR EM FUNÇÃO

DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO

RESUMO - O principal fator para o desenvolvimento da couve-flor é a temperatura. Para minimizar esse efeito é necessário identificar estratégias que alterem as condições ambientais, como a utilização de telas de sombreamento. O objetivo do estudo foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido em diferentes tipos de telas e sombreamento em duas épocas para a cultura da couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O material vegetal utilizado foi o híbrido Verona CMS em O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Os ambientes foram as telas Aluminet, Cromatinet, Sombrite 35%, Sombrite 50% e campo aberto. As épocas foram caracterizadas como plantio de outono/inverno e primavera/verão caracterizados como plantios de 1ª época e 2ª época respectivamente. Foram avaliados o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. Em relação a produtividade, a 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (35,33 ton. ha-1) e Chromatinet (31,33 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos avaliados. Conclui-se que as telas Sombrite 50% e Chromatinet proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor nas condições tropicais. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, cultivo protegido, taxa de crescimento

DEVELOPMENT OF CAULIFLOWER AS A FUNCTION OF SHADE

SCREENS AND GROWING SEASONS

ABSTRACT - The main factor for the development of cauliflower is temperature. To minimize this effect, it is necessary to identify strategies that alter environmental conditions, such as the use of shading screens. The objective of the study was to evaluate the development under protected cultivation in different types of screens and shade in two seasons for the cauliflower culture in the tropical edaphoclimatic conditions. The experimental plant was the completely randomized (DIC) in a 5x2 factorial scheme (five environments and two growing seasons), with three replications. The environments were the screens Aluminet, Cromatinet, Sombrite 35%, Sombrite 50% and open field. The seasons were characterized as planting of autumn / winter and spring / summer characterized as plantations of 1st season and 2nd season respectively. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and

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total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilation rate, crop growth rate, leaf area index, leaf area specific, leaf weight ratio, leaf area ratio, fresh inflorescence mass and yield. For productivity, the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (35,33 ton. ha-1) and Chromatinet (31,33 ton. ha-1). In the 2nd season there was no variation between treatments. It was concluded that the meshes 50% black and Chromatinet provide an increase in cauliflower productivity in the 1st period. In cultivation of 2nd season the use of screens does not interfere in the production of cauliflower. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, protected cultivation, growth rate

1. Introdução

A couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.) pertencente à família

Brassicaceae, é uma hortaliça herbácea, bienal, originária da costa do Mediterrâneo.

É uma hortaliça muito consumida e apreciada no mundo todo, sendo uma rica fonte

de vitamina C, cálcio, ferro, ß-caroteno, vitaminas B1 e B2, fósforo e compostos

sulfurados (CARVALHO, 1983; SANTOS, 2000).

É uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o fator

agroclimático mais limitante. A faixa ótima de temperatura para couve-flor é de 14 a

20ºC, e o cultivo em temperaturas acima de 28ºC pode provocar a não formação da

inflorescência ou a perda de compacidade e aumentar a quantidade de folhas, o que

não é desejado nesse material, cuja a principal parte comercializada é a inflorescência

(MAY et. al., 2007). Sendo uma cultura caracterizada como de clima ameno, existe a

necessidade de práticas ou técnicas para minimizar o efeito da temperatura.

Dentre as alternativas para modificar as condições ambientais de cultivo de

hortícolas, destaca-se a utilização de estruturas metálicas ou de madeira em conjunto

com telas plásticas de “sombreamento” com diferentes intensidades e cores para a

sua cobertura, denominadas de cultivo protegido e ou simplesmente de estufa, tendo

ou não o controle ambiental. Muitos trabalhos têm comprovado a existência de

diferenças significativas entre as condições meteorológicas internas e externas,

exigindo práticas de manejo diferenciadas (GALVANI et al., 2001; SILVA et al., 2004;

SOUSA et al., 2005; TEODORO et al., 2005).

Atualmente existem telas de sombreamento de colorações vermelhas, verdes,

brancas, metalizadas e pretas com diferentes intensidades, capazes de regular a

difusão da luz e sua qualidade, com destaque quanto ao uso na olericultura. Essas

telas interferem de forma sinérgica ou antagônica nas características de crescimento

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e desenvolvimento dependo do tipo da espécie vegetal, da época do ano e também

do local de cultivo (GUISELINE et. al., 2004). Por ser uma cultura com valor agregado

aos pequenos produtores, o conhecimento do comportamento dos parâmetros de

crescimento e desenvolvimento em condições tropicais quanto aos usos de telados é

capaz de trazer informações tecnológicas que visem melhorar a sua adaptabilidade

as condições de cultivo em locais tropicais.

O conhecimento sobre o crescimento das espécies cultivadas permite planejar

métodos racionais de cultivo, contribuindo na expressão do potencial genético, além

de fornecer dados para construção de modelos matemáticos descritores do

crescimento. Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob

cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas

condições edafoclimáticas tropicais.

2. Material e Métodos

O experimento foi conduzido no município de Sinop (-11,98°S; 55,56°W e

altitude média de 371m) em duas épocas distintas, sendo a primeira (março-julho)

caracterizada como época de outono/inverno (período seco) e a segunda (setembro-

dezembro) caracterizada como primavera/verão (período úmido). O clima é

classificado como Aw (Clima tropical com estação seca de Inverno). O solo é

classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) de acordo com o Sistema

Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2013). As análises químicas

e físicas da terra fina seca ao ar (TFSA), realizadas de acordo com os métodos

propostos por Embrapa (1997). A análise química e física do solo está descrita na

tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,

2017.

pH M.O. H+Al+ K+ Ca++ Mg++ SB T P B V%

CaCl3 % ------------------cmolc dm-3------------------ mg dm-3 %

5,3 2,25 3,14 0,09 3,04 1,21 4,34 7,48 5,3 0,17 58,1

GRANULOMETRIA (g kg-1) TEXTURA

ARGILA SILTE AREIA

292 187 521 Média

Análises realizadas no Laboratório de solos da Perfil Agroanálise, 2017.

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A calagem foi realizada distribuindo-se calcário dolomítico calcinado (PRNT

100%; CaO 48% e MgO 16%) em área total e a incorporação com grade para elevar

a saturação de bases em 80% (1,64 t ha-1), conforme recomendação de Trani e Raij,

(1997).

Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em em fatorial 5x2

(cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Nas parcelas foram

casualizados as telas Aluminet® 50% (AL), Chromatinet® 35% (CRV), Sombrite 35%

(S35), Sombrite 50% (S50) e campo aberto (CA). As épocas analisadas foram 1ª

época (outono/inverno) e 2ª época (primavera/verão).

Para fins de monitoramento ambiental utilizou-se os datallogers instalados, em

cada tipo de malha com coleta de hora em hora das condições de Temperatura,

modelo U23-001 (Onset®). Os dados referentes as temperaturas máximas (Figura 1)

e mínimas (Figura 2) em função das telas está caracterizado nas figuras abaixo:

abr mai jun jul

Tem

pera

tura

máx

ima

diár

ia (º

C)

26

28

30

32

34

36

38

40

Campo Aberto (x=32,27°C)

Sombrite 35% (x=32,44°C)

Sombrite 50% (x=32,57°C)

Chromatinet (x=34,88°C)

Aluminet (x=35,49°C)

Outono/ Inverno

set out nov dez

Tem

pera

tura

máx

ima

diár

ia (

ºC)

20

25

30

35

40

45

Campo Aberto (x=35,24°C)

Sombrite 35% (x=32,66°C)

Sombrite 50% (x=32,03°C)

Chromatinet (x=38,07°C)

Aluminet (x=37,87°C)

Primavera/ Verão

Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época

e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.

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abr mai jun jul

Tem

pera

tura

mín

ima

diár

ia (

ºC)

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

Campo Aberto (x=19,31°C)

Sombrite 35% (x=19,37°C)

Sombrite 50% (x=19,07°C)

Chromatinet (x=19,86°C)

Aluminet (x=20,17°C)

Outono/ Inverno

set out nov dez

Tem

pera

tura

mín

ima

diár

ia (

ºC)

16

18

20

22

24

26

28

Campo Aberto (x=21,37°C)

Sombrite 35% (x=21,15°C)

Sombrite 50% (x=21,05°C)

Chromatinet (x=21,02°C)

Aluminet (x=21,20°C)

Primavera/ Verão

Figura 2. Temperatura mínima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.

Os tratamentos sob malhas foram construídos na forma de “telados”

retangulares, um para cada tipo de malha, com dimensões de 2 x 4 x 23 m (altura,

largura e comprimento), tendo as laterais e as extremidades abertas.

As mudas de couve-flor do híbrido Verona CMS foram semeadas em bandejas

de polietileno de 128 células e permaneceram em casa de vegetação por um período

de 26 dias para a 1ª época e 24 dias para 2ª época. Para o transplante foram

consideradas aptas as mudas com número mínimo de três folhas. O espaçamento de

transplante adotado foi de 0,80x0,60 m.

No plantio aplicou-se 80 g planta-1 da fórmula comercial 02-24-12 (33,3 kg ha-1

de N, 400 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de K2O) e em cobertura 320 kg ha-1 de N; 240

kg ha-1 de K2O, na forma de ureia e cloreto de potássio parcelados em quatro épocas

sendo 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT). A adubação com boro foi

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realizada no transplante das mudas com a aplicação de 3,14 kg de B ha-¹ utilizando

como fonte o ácido bórico conforme proposição de Penha Ribeiro et al. (2017). A

aplicação de molibdênio foi realizada via foliar com a aplicação de 1 g L-1 de molibdato

de sódio aos 30, 45 e 60 DAT.

A área experimental total foi de 475,36 m² sendo cada parcela composta por

84 plantas e cada sub-parcela composta por duas plantas para cada período de

avaliação. Foi adotado o sistema de irrigação por microasperssão, com emissores

espaçados de 2,0 m e as linhas de irrigação espaçadas em 1,5 m. A irrigação foi

realizada com intervalos determinados em função das condições do solo, das

necessidades da cultura e das condições climáticas do período. Para fins de manejo

da irrigação foram instalados no interior da cultura três tensiometros a profundidade

de 20cm sendo distribuídos no início, meio e fim da linha. O critério adotado para a

aplicação da lâmina foi o esgotamento da água do solo até o ponto de máxima de

50kpa.

As amostras foram coletadas em intervalos de 15 dias para fase vegetativa

sendo amostradas duas plantas por repetição respeitando as bordaduras, ou seja,

utilizando somente as linhas centrais. Essas plantas foram cortadas rente ao solo e

separadas em folhas, caule e inflorescência.

Antes da colheita das plantas foram avaliadas as seguintes características

morfológicas: número de folhas - NF (un); área foliar - AF (cm² planta-¹); diâmetro da

planta – DPL (cm); e massa fresca da inflorescência – MFI (kg planta-1).

Posteriormente as plantas foram fragmentadas e colocadas para secar em estufa com

circulação forçada de ar, a 65°C por 72 horas em seguida obteve-se a massa seca da

folha, caule e total - MSF, MSC e MST (g) e estimou-se a taxa de crescimento relativo

- TCR (g g-1 dia-1); taxa de crescimento absoluto – TCA (g dia-1); taxa assimilatória

líquida – TAL (g dia-1 dm-2); taxa de crescimento da cultura – TCC (g dm-2 dia-1) e

produtividade – PT (ton. ha-¹) . Adicionalmente nessas plantas, foram avaliados; índice

de área foliar – IAF m2m-2; área foliar específica – AFE (cm2 g-1); razão de peso foliar

– RPF (g g-1) e razão de área foliar – RAF (dm2 g-1) segundo metodologia de

Benincasa (2003).

Os dados de cada característica obtidos nas cinco épocas de amostragem da

planta tanto no estádio vegetativo como reprodutivo, foram utilizados na obtenção de

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equações para estimar o crescimento no decorrer do ciclo, utilizando-se para isto o

Programa SigmaPlot® 10.0. As equações foram ajustadas ao modelo logístico: Y = a/

(1 + e –k(x – xc)), onde y = valor médio da característica avaliada; a = máximo assintótico

(acúmulo ou crescimento máximo); k = taxa média de crescimento; x = tempo (dias);

xc = tempo necessário para atingir a metade do crescimento máximo.

Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F, α≤0,05) e o

desdobramento das interações e/ou estudo do efeito isolado dos fatores foi realizado

através de análise de regressão levando em consideração a significância e o

coeficiente de reprodutibilidade dos modelos. A partir dos modelos de regressão foram

estimadas a obtenção dos pontos de máxima (PM) das respectivas variáveis.

3. Resultado e Discussão

Para todos parâmetros de crescimento avaliados como MSC, MSF, MST, NF,

DPL, AF, IAF e AFE houve efeito significativo da interação conforme a tabela 2.

Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.

Sinop, MT, 2018. Causas da

variação GL

QM

NF(1) DPL(2) MSC(3) MSF(4) MST(5) AF(6) IAF(7) AFE(8)

Telas (T) 4 6,45 413,28 34,90* 363,66* 606,76* 3,76E+12 0,39* 1667

Épocas (E) 1 325,60* 2428,1* 446,48* 26834* 34203* 3,59E+14* 1,05* 23730*

(T) x (E) 4 3,19 283,08 31,88* 438,27* 595,12* 6,87E+12* 0,45* 183,3

Periodo (P) 4 2646,6* 36209* 2357,41* 62830* 89334* 1,23E+17* 7,60* 25369*

(P) x (T) 16 10,47 286,46* 36,34* 245,24 447,59* 3,88E+12 0,49* 662,45

(P) x (E) 4 97,01* 1290,8* 140,76* 6543,3* 7931,7* 1,05E+14* 1,44* 3654,7*

(E) x (T) x (P) 16 13,25* 185,53* 28,12* 519,80* 707,56* 8,22E+12* 0,44* 421,14

CV (%) 10,33 16,68 33,60 17,11 16,84 20,36 21,17 18,68

* significativo a 5% de probabilidade. (1) número de folhas; (2) diâmetro da planta; (3) massa seca do caule; (4) massa

seca da folha; (5) massa seca total; (6) área foliar; (7) índice de área foliar; (8) área foliar específica.

O diâmetro de planta (DPL) e o número de folhas (NF) ajustaram-se a modelos

experimentais crescente (Figura 3). Na 1ª época a tela AL resultou em menores

valores de DPL (74cm) e número de folhas (23,44), enquanto os maiores valores

foram verificados para a tela CR, com DPL de 115,3cm e 29,7 folhas por planta.

Gondim et al. (2011) verificaram para a cultivar Verona CMS, durante a 2ª época

em Jaboticabal, sob sombrite de 50% o NF médio de 24,2 unid planta-¹. Neste estudo,

o telado sombrite 50% na 2ª época apresentou média de 33,7 unid planta-¹ um

incremento de 39,25%. Monteiro et al. (2010) trabalhando com híbridos de couve-flor

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de verão na época de outono inverno nas condições de CA verificaram para a cultivar

Verona DPL de 97,07cm.

Na 2ª época os maiores valores de NF e DPL foram no S35 com valor de 35,3

unidades e 122,7 cm seguidos dos tratamentos S50, AL, CRV e CA respectivamente

(Figura 3B e 3D). Comparando-se o NF da 1ª época em relação à 2ª época observa-

se um incremento na 2ª época nos tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA de 55,29;

10,10; 21,72; 23,44 e 19,23 respectivamente. Singh (2008) trabalhando com couve-

flor, encontrou resultados semelhantes, pois com o aumento da temperatura, a cultura

da couve-flor permaneceu no estádio vegetativo por um maior período de tempo.

(A)

DAT

15 30 45 60 75

Diâ

me

tro

da

pla

nta

(cm

)

0

20

40

60

80

100

120

140

ALy = 76,12 / (1+e(-(x-24,89)/ 10,86)

); R2 = 0,980

CAy = 133,33 / (1+e(-(x-46,74)/ 24,22)

); R2 = 0,991

CRVy = 6,07E+8 / (1+e(-(x-781,91)/ 45,53)

); R2 = 0,904

S35y = 7,30E+9 / (1+e(-(x-800,95)/ 40,15)

); R2 = 0,801

S50y = 130,68 / (1+e(-(x-41,58)/ 18,19)

); R2 = 0,891

AL CA CRV S35 S50

(B)

DAT

15 30 45 60 75

Diâ

metr

o d

a p

lanta

(cm

)

0

20

40

60

80

100

120

140

ALy = 130,76 / (1+e(-(x-41,98)/ 16,30)

); R2 = 0,988

CAy = 132,03 / (1+e(-(x-45,33)/ 15,28)

); R2 = 0,991

CRVy = 128,25 / (1+e(-(x-40,76)/ 16,38)

); R2 = 0,974

S35y = 137,13 / (1+e(-(x-42,60)/ 15,27)

); R2 = 0,998

S50y = 129,34 / (1+e(-(x-38,63)/ 12,84)

); R2 = 0,989

AL CA CRV S35 S50

(C)

DAT

15 30 45 60 75

me

ro d

e folh

as (

un

)

0

5

10

15

20

25

30

35

ALy = 24,19 / (1+e(-(x-29,55)/ 15,82)

); R2 = 0,698

CAy = 34,08 / (1+e(-(x-47,48)/ 23,94)

); R2 = 0,883

CRVy = 5041,68 / (1+e(-(x-298,17)/ 43,19)

); R2 = 0,984

S35y = 54,55 / (1+e(-(x-71,54)/ 26,75)

); R2 = 0,997

S50y = 178,18 / (1+e(-(x-146,29)/ 41,53)

); R2 = 0,960

AL CA CRV S35 S50

(D)

DAT

15 30 45 60 75

me

ro d

e fo

lha

s (

un)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ALy = 38,14 / (1+e(-(x-43,61)/ 13,92)

); R2 = 0,977

CAy = 35,40 / (1+e(-(x-42,52)/ 15,26)

); R2 = 0,971

CRVy = 31,24 / (1+e(-(x-35,74)/ 14,68)

); R2 = 0,988

S35y = 42,84 / (1+e(-(x-48,76)/ 17,14)

); R2 = 0,997

S50y = 28,08 / (1+e(-(x-28,08)/ 11,58)

); R2 = 0,991

AL CA CRV S35 S50

Figura 3. Diâmetro da planta (cm) e número de folhas (unid.) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de plantio. A e C (Outono/Inverno); B e D (Primavera/Verão).

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Neste nosso estudo visualiza-se que na 2ª época o NF e o DPL foram maiores

em função do prolongamento da fase vegetativo em relação a 1ª época pois o

incremento da temperatura (Figura 1) em função do aumento da radiação alterou o

comportamento vegetativo e reprodutivo do material ao longo dos períodos

analisados.

Nas condições da 1ª época de cultivo os maiores acúmulos de MSC foram

obtidos no CA (29,2 g planta -1), e os menores foram observados na tela AL com 7,37g

planta -1. Já para os mesmos tratamentos na 2ª época os maiores acúmulos foram

obtidos no S35 (26,07 g planta -1), e os menores foram observados na tela CRV com

20,81 g planta -1. Gondim et al. (2011) verificaram para a cultivar Verona CMS sob

sombrite 50% em cultivo de 2ª época valores de MSC de 8,4g planta-¹ aos 70 DAT.

Observa-se um acréscimo significativo na MSC na 2ª época nos tratamentos

AL, S35 e S50 com incrementos de 221,30; 63,65; e 11,83% em relação a 1ª época

de cultivo e que para as telas CR e o tratamento CA houve redução de 6,87 e 12,99%

respectivamente.

A redução da MSC na 2ª época para estas telas pode ter sido influenciada pela

radiação luminosa excessiva e/ou a qualidade de luz interceptada no dossel e efeito

da temperatura durante o cultivo (Figura 1 e 2) o que pode ter comprometido o balanço

e acúmulo de carboidratos no caule por influenciar a fotomorfogênese de outros

órgãos vegetais como as folhas (Figura 4A e 4B).

Takeishi et al. (2009) avaliaram o crescimento na cultivar Verona durante a época

de outono/inverno em CA, e verificaram acúmulo médio de matéria seca do caule de

28,2g planta-¹ aos 120 DAT. Todavia, Francesgangeli et al. (2007) estudando a couve

brócolis cv. Legacy em campo aberto e com uso de sombrite 35 e 50% no período de

primavera/verão, não verificaram efeito das telas na MSC. Já Oliveira et al. (2007)

utilizando a mesma cultivar Verona CMS verificaram o acúmulo de 23,67 g planta-¹

aos 69 DAT.

O acúmulo de MSF foi influenciado diretamente pelo tipo de tela de

sombreamento, época de cultivo ao longo do tempo (Figura 4C e 4D). O maior valor

de MSF para a 1ª época foi obtido na CRV com valor de 95,60 g planta-¹, seguidos

dos tratamentos S35, CA, S50 e AL respectivamente (Figura 4C).

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36

Já na 2ª época (Figura 4D) o tratamento AL foi o que obteve o maior valor

(165,53 g planta-¹), seguido dos tratamentos CA, S35, S50 e CRV respectivamente.

Observa-se na 2ª época um incremento no acúmulo de MSF muito superior ao

encontrado na primeira época. Nas telas AL, CR, S35, S50 e CA o incremento foi de

367,99; 28,72; 63,66; 60,12 e 93,86% respectivamente.

Gondim et al. (2011) verificaram em cultivo de 2ª época sob sombrite 50% aos

70 DAT média de MSF de 46,9 g. Neste estudo o resultado obtido para a mesma

condição foi de 125,75 g planta-1, ou seja, um incremento em relação a esses autores

de 278,12%. A explicação para tal fato está relacionada diretamente ao efeito local

pela altitude e também temperatura. Temperaturas locais elevadas acima de 25ºC

corroboram para um aumento do vegetativo e com isso o aumento do número de

folhas.

Segundo Suseela e Rangaswami (2011) o incremento da temperatura permite

o maior acúmulo de folhas em couve-flor. Castoldi et al. (2009) verificaram para esse

cultivar um acúmulo de 127g planta-¹ nas condições de campo aberto aos 70 DAT

durante o período de cultivo de outono/inverno. Em nosso estudo, foi obtido durante o

período de outono/inverno um acúmulo de 161,10 g planta-¹, ou seja, um valor de 26%

superior ao estudo desses autores.

Takeishi et al. (2009) verificaram acúmulo de 171,8g planta-¹ ao final dos 97

DAT. O que interfere positivamente no acúmulo de MSF é o incremento da

temperatura, ou seja, temperaturas elevadas acima de 25ºC incrementam o período

vegetativo alterando a relação entre vegetativo e reprodutivo fazendo com que a planta

incremente o acúmulo de MSF por emissão do maior número de folhas (Figura 3C e 3D).

Outros autores como Pradeep kumar et al. (2002), verificaram em seus estudos que o

incremento da temperatura altera a morfologia da planta de couve-flor principalmente no

aspecto do incremento do número de folhas.

Outro fator importante no processo de avaliação de plantas é a MST. Nesse

estudo observa-se pelo quadro de análise de variância (Tabela 3) que houve efeito da

interação entre os fatores. Na 1ª época o maior valor de MST foi obtido no CRV com

valor de 117,84 g planta-¹ seguidos dos tratamentos CA, S35, S50 e AL

respectivamente (Figura 4E). Na 2ª época, o AL foi superior com valor de 189,22 g

planta-¹ seguido dos tratamentos CA, S35, CRV e S50 respectivamente (Figura 4F).

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37

(A)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Ca

ule

(g

pla

nta

-1)

0

5

10

15

20

25

30

35

ALy = 7,75 / (1+e(-(x-50,85)/ 7,04)

); R2 = 0,962

CAy = 47,95 / (1+e(-(x-71,59)/ 7,80)

); R2 = 0,999

CRVy = 1,36473e9 / (1+e

(-(x-233,00)/ 8,81)); R

2 = 0,999

S35y = 17,75 / (1+e(-(x-62,46)/ 5,78)

); R2 = 0,998

S50y = 32,49 / (1+e(-(x-71,81)/ 8,99)

); R2 = 0,998

AL CA CRV S35 S50

(B)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Ca

ule

(g

pla

nta

-1)

0

5

10

15

20

25

30

ALy = 26,70 / (1+e(-(x-58,53)/ 7,99)

); R2 = 0,999

CAy = 27,23 / (1+e(-(x-56,74)/ 6,35)

); R2 = 0,999

CRVy = 28,98 / (1+e(-(x-65,56)/ 10,09)

); R2 = 1,000

S35y = 26,25 / (1+e(-(x-52,31)/ 4,44)

); R2 = 0,999

S50y = 22,19 / (1+e(-(x-52,37)/ 7,08)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(C)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Folh

a (

g p

lanta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

ALy = 35,24 / (1+e(-(x-38,51)/ 6,58)

); R2 = 0,999

CAy = 106,08 / (1+e(-(x-60,75)/ 11,12)

); R2 = 0,999

CRVy = 6,01396e9 / (1+e

(-(x-323,42)/ 13,83)); R

2 = 0,995

S35y = 106,00 / (1+e(-(x-61,44)/ 8,44)

); R2 = 0,998

S50y = 91,88 / (1+e(-(x-58,30)/ 9,38)

); R2 = 0,998

AL CA CRV S35 S50

(D)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Fo

lha (

g p

lan

ta-1

)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

ALy = 235,16 / (1+e(-(x-65,50)/ 11,02)

); R2 = 0,996

CAy = 197,53 / (1+e(-(x-60,16)/ 10,08)

); R2 = 0,992

CRVy = 202,15 / (1+e(-(x-69,18)/ 13,37)

); R2 = 0,991

S35y = 171,18 / (1+e(-(x-58,40)/ 9,98)

); R2 = 0,993

S50y = 130,00 / (1+e(-(x-49,84)/ 8,34)

); R2 = 0,987

AL CA CRV S35 S50

(E)

DAT

15 30 45 60 75

MS

To

tal (g

pla

nta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

ALy = 43,09 / (1+e(-(x-40,52)/ 7,53)

); R2 = 0,999

CAy = 167,20 / (1+e(-(x-66,73)/ 11,60)

); R2 = 0,999

CRVy = 8,19899e9 / (1+e

(-(x-307,35)/ 12,86)); R

2 = 0,995

S35y = 125,12 / (1+e(-(x-61,86)/ 8,17)

); R2 = 0,998

S50y = 121,54 / (1+e(-(x-61,21)/ 9,77)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(F)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Tota

l (g

pla

nta

-1)

0

50

100

150

200

ALy = 257,41 / (1+e(-(x-64,23)/ 10,59)

); R2 = 0,997

CAy = 222,90 / (1+e(-(x-59,44)/ 9,53)

); R2 = 0,995

CRVy = 234,09 / (1+e(-(x-68,99)/ 13,02)

); R2 = 0,997

S35y = 191,24 / (1+e(-(x-56,52)/ 8,86)

); R2 = 0,997

S50y = 144,15 / (1+e(-(x-48,48)/ 7,09)

); R2 = 0,996

AL CA CRV S35 S50

Figura 4. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g planta-¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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38

Castoldi et al. (2009) estudando o comportamento de crescimento da cultivar

verona na época de outono/inverno em campo aberto verificaram acumulo de MST de

145 g planta-¹ aos 69 DAT. Outros autores Takeishi et al. (2009) verificaram máximo

acúmulo de MST aos 97 DAT com valor de 171,8g planta-¹ em situação de campo

aberto. Gondim et al. (2011) em cultivo de primavera/verão em sombrite 50%

verificaram máximo acúmulo de MST de 87,0 g planta-¹.

Nas condições desse estudo verifica-se um incremento na MST comparando-

se a 1ª época em relação à 2ª época, observa-se um incremento na 2ª época nos

tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA de 342,72; 22,08; 63,65; 45,68 e 66,50%

respectivamente. Esse incremento no acréscimo de MST faz-se em função do

aumento de temperatura o que se observa que em condições tropicais a MST é

incrementada por aumentar significativamente o número de folhas pelo

prolongamento do estádio vegetativo (ZANUZO et al., 2013).

Curiosamente, os telados tiveram efeitos antagônicos no acúmulo de matéria

seca no primeiro período. Isso pode ser explicado pois em nossa região essa época

são constantes as “queimadas” que acabam por interferir na qualidade da radiação

global e PAR que intercepta o dossel interferindo também na qualidade da luz difusa

sobre o material vegetal, alterando o comportamento dos fitocromos que por sua vez,

controlam o metabolismo hormonal dos vegetais e afetam os parâmetros de

crescimento.

Já na 2ª época, ocorreu redução da fumaça e o aumento da radiação solar no

dossel, observa-se pela Figura 1, o aumento da temperatura média durante os

cultivos. Com isso, verifica-se que na tela Aluminet foi onde houve a maior média de

temperatura. Portanto, o fabricante desse material (POLYSACK, 2017) atesta que

este material é capaz de reduzir a temperatura local em até 3ºC abaixo da temperatura

ambiente, fato este que não aconteceu no desenvolvimento deste estudo. Segundo

Rocha (2007) a tela Aluminet é capaz de absorver o UV e transmitir os comprimentos

de onda nas faixas do azul, do verde, do amarelo, do vermelho e do vermelho distante

além de aumentar a concentração de luz difusa que entra no dossel.

Para AF o comportamento de crescimento nas duas épocas (Figura 5A e 5B)

foram semelhantes, com crescimento inicial lento até os 45 DAT, aumentando

significativamente até a última data de avaliação (75 DAT). Na 1ª época o maior valor

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39

de AF foi observado no tratamento CR com valor de 13338 cm2 planta-¹ seguidos dos

tratamentos S35, S50, CA e AL respectivamente (Figura 5A). Na 2ª época o maior

valor de AF foi no AL com valor de 23292 cm2 seguidos dos tratamentos CA, S35, S50

e CR respectivamente (Figura 5B).

Gondim et al. (2011) verificaram em cultivo de primavera/verão sob sombrite

50% a máxima área foliar aos 70 DAT com 5648 cm² planta-¹. Neste estudo, o uso do

sombrite foi superior aos valores encontrados por estes autores, ou seja, 214,30% de

incremento. Rahman et al. (2007) verificaram que temperaturas superiores a 21ºC

estimulam o incremento no número de folhas por estimular o vegetativo. Comparando-

se a 1ª época em com à 2ª época observa-se um incremento na 2ª época nos

tratamentos AL, CR, S35, S50 e CA de 271,32; 29,90; 66,12; 53,10 e 81,66%

respectivamente.

Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona CMS em campo aberto

na época de outono/inverno aos 69 DAT valores de AF de 21897,16 cm² planta-¹.

Neste estudo na situação de CA o valor observado foi de 11511 cm² planta-¹. Nosso

valor está muito abaixo do verificado por estes autores e a explicação para tal fato

estaria relacionado ao efeito da temperatura e radiação.

Costa et al. (2010) trabalhando com a espécie Ocimum selloi L. verificaram que

o uso da tela vermelha na espécie reduziu o número de folhas em relação ao CA em

21,48%, porém houve um acréscimo da área foliar de 73,86% quando sob a tela

vermelha. O aumento da área foliar permite ao vegetal uma maior área de

interceptação luminosa o que contribuiria para uma maior eficiência fotossintética com

maior incremento de fotoassimilados disponíveis para crescimento e desenvolvimento da

planta (Reis et al., 2013).

O IAF representa a área foliar total ocupada por unidade de área da superfície

projetada (FONSECA, 2001). Tanto na 1ª época quanto na 2ª os maiores valores de

IAF foram observados no final do período vegetativo aos 75 DAT. Na 1ª época o maior

valor de IAF foi observado no tratamento AL com valor de 1,545 m2m-2 seguidos dos

tratamentos CA, CR, S35 e S50 respectivamente (Figura 5C). Na 2ª época o maior

valor de IAF foi no AL com valor de 2,199 m2m-2 seguidos dos tratamentos CA, S35,

CR e S50 respectivamente (Figura 5D).

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40

Castoldi et al. (2009), trabalhando com couve-flor Verona CMS encontraram os

maiores valores de IAF no último período de avaliação com média de 4,24 aos 69

DAT. A medida que aumenta a área foliar, o IAF também aumenta, até atingir o auto

sombreamento que prejudique o desenvolvimento vegetativo. Um dos fatores que

interfere no IAF de forma direta é o espaçamento da cultura.

Neste estudo, os valores aportados são menores comparados ao de Castoldi

et al. (2009), pois a população de plantas foi maior em relação ao desses autores

(20.833 plantas ha-1) e (20.000 plantas ha-1) o que corroboraria para uma redução do

espaço de crescimento e também por alterar a arquitetura foliar quanto a

interceptação da radiação luminosa.

Comparando-se a 1ª época em relação à 2ª época observa-se um incremento

na 2ª época nos tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA de 42,33; 22,65 ;35,23; 26,43

e 38,32% respectivamente. Esse crescimento está relacionado área foliar, que foi

maior na 2ª época do experimento (Figura 5C e 5D). Esse incremento em área foliar

faz-se em função do aumento da temperatura (Figura 1) o que altera o comportamento

da emissão de gemas floríferas para a espécie.

A AFE relaciona a superfície foliar com a massa seca da folha (FONSECA,

2001). Na 1ª época os maiores valores foram observados aos 30 DAT, decrescendo

até os 45 DAT e com posterior aumento aos 60 DAT, voltando a diminuir aos 75 DAT.

Na 2ª época os maiores valores de AFE foram aos 15 DAT, decrescendo até os 45

DAT e com posterior aumento até os 75 DAT. Esse decréscimo de valores de AFE é

devido ao fato de que nos estádios iniciais da couve-flor há maior desenvolvimento do

limbo foliar, diminuindo à medida que o caule e a inflorescência se desenvolvem,

resultando na redução ou paralização na expansão foliar (KOHLI et al., 2008).

Na 1ª época o maior valor de AFE foi observado no tratamento S35 com valor

de 240,62 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, CR, S50 e CA respectivamente

(Figura 5E). Na 2ª época o maior valor de AFE foi no AL com valor de 176,71 cm2 g-1

seguidos dos tratamentos S50, CRV, CA e S35 respectivamente (Figura 5F).

De acordo com Gobbi et. al. (2011) o sombreamento causa um incremento da

AFE, sendo responsável pelo aumento da área foliar, para maximizar a captação de

luz. O aumento da AFE em condições de baixa luminosidade está diretamente

relacionado com alterações anatômicas que podem ocorrer nas plantas sombreadas

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41

(A)

DAT

15 30 45 60 75

Áre

a F

olia

r (c

m2)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

ALy = 6834,83 / (1+e(-(x-45,15)/ 9,59)); R2 = 0

CAy = 12253,16 / (1+e(-(x-55,20)/ 7,01)); R2 =

CRVy = 8,82354e11 / (1+e(-(x-343,78)/ 14,92));

S35y = 12864,56 / (1+e(-(x-56,06)/ 6,33)); R2 =

S50y = 12791,61 / (1+e(-(x-55,83)/ 8,27)); R2 =

AL CA CRV S35 S50

(B)

DAT

15 30 45 60 75

Áre

a F

oliar

(cm

2)

0

5000

10000

15000

20000

25000

ALy = 40529,73 / (1+e(-(x-71,30)/ 12,39)

); R2 = 0,995

CAy = 29736,37 / (1+e(-(x-65,68)/ 10,84)

); R2 = 0,996

CRVy = 41208,83 / (1+e(-(x-80,05)/ 15,50)

); R2 = 0,987

S35y = 26801,37 / (1+e(-(x-62,38)/ 11,14)

); R2 = 0,995

S50y = 19479,88 / (1+e(-(x-53,27)/ 9,73)

); R2 = 0,988

AL CA CRV S35 S50

(C)

DAT

15 30 45 60 75

IAF

(m

2m

-2)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

AL CA CRV S35 S50

AL = 2,28 / (1+e(-(x-50,25)/ 31,26)

); R2

= 0,614

CA = 1,78 / (1+e(-(x-45,99)/ 18,94)

); R2

= 0,704

CRV = 1,51 / (1+e(-(x-41,11)/ 17,76)

); R2

= 0,686

S35 = 1,40 / (1+e(-(x-35,84)/ 14,48)

); R2

= 0,843

S50 = -0,136 + (-0,02x) + (-0,00052

x); R2

= 0,697

(D)

DAT

15 30 45 60 75

IAF

(m

2m

-2)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

AL CA CRV S35 S50

AL = 4,71 / (1+e(-(x-78,42)/ 28,01)

); R2

= 0,972

CA = -1,07 + (-0,06x) + (-0,0005x2

); R2

= 0,777

CRV = 5,47e7

/ (1+e(-(x-1294)/ 70,23)

); R2

= 0,760

S35 = 2,29 / (1+e(-(x-47,83)/ 24,35)

); R2

= 0,879

S50 = 2,24 / (1+e(-(x-46,49)/ 33,58)

); R2

= 0,644

(E)

DAT

15 30 45 60 75

AF

E (

cm

2 g

-1)

50

100

150

200

250

300

AL CA CRV S35 S50

AL = 283,07 + (-4,56x) + 0,042x2; R

2 = 0,560

CA = 262,01 + (-4,43x) + 0,039x2; R

2 = 0,602

CRV = 225,80 + (-1,29x) + 0,001x2; R

2 = 0,739

S35 = 161,90 + 2,14x + (-0,061x2); R

2 = 0,625

S50 = 246,89 + (-2,23x) + 0,012x2; R

2 = 0,813

(F)

DAT

15 30 45 60 75

AF

E (

cm

2 g

-1)

100

120

140

160

180

200

AL CA CRV S35 S50

AL = 211,63 + (-2,38x) + 0,018x2; R

2 = 0,858

CA = 240,78 + (-4,53x) + 0,041x2; R

2 = 0,707

CRV = 208,28 + (-2,35x) + 0,018x2; R

2 = 0,915

S35 = 217,55 + (-2,95x) + 0,025x2; R

2 = 0,822

S50 = 220,93 + (-2,93x) + 0,024x2; R

2 = 0,779

Figura 5. Área foliar (cm2), Índice de área foliar (m2 m2) e Área foliar especifica (cm2 g-¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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42

como, cutículas e epiderme mais delgadas, menor espessura de mesofilo e menor

proporção de parênquima paliçádico e de sustentação, maior proporção de espaços

intercelulares e menor densidade estomática (BERLYN e CHO, 2000).

Neste estudo é observado aos 60 DAT um incremento na AFE. Esse

incremento foi observado em função do impedimento de radiação luminosa pelo

acúmulo de fumaça durante o período o que ocasionou possivelmente alteração

comportamental no nível anatômico do vegetal. Ilic et al. (2017) mostra em seu estudo

com pimentão que o uso de telas vermelhas, aluminizadas, azul e preta com nível de

40% foram capazes de alterar a anatomia dos tecidos parenquimáticos reduzindo

assim, a espessura em comparação ao tratamento controle.

Comparando-se a 1ª época em relação à 2ª época observa-se que na 1ª época,

onde a temperatura média durante o ensaio foi menor, os valores de AFE foram

maiores em todos os tratamentos, porém a área foliar nessa época foi menor. Para

Rocha (2007), a atividade fotossintética é função do número de cloroplastos, sejam

eles dispostos horizontalmente (maior área foliar) ou sejam dispostos verticalmente

(maior espessura e área específica). Uma folha mais espessa e menos larga vai

manter alta atividade fotossintética por unidade de área (intensidade da fonte), com

menor superfície de transpiração, o que é desejável em clima tropical.

Para todos os parâmetros de crescimento avaliados como TCA, TCR, TAL, TCC,

RPF e RAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 3.

Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.

Sinop, MT, 2018. Causas da

variação GL

QM

TCA(1) TCR(2) TAL(3) TCC(4) RPF(5) RAF(6)

Telas (T) 4 1,24* 2,01E-04* 0,04 0,25 1,80E-03 892,7

Épocas (E) 1 22,83* 3,30E-05 0,33* 2,48* 2,00E-05 16712*

(T) x (E) 4 2,74* 4,67E-04* 0,05 0,29 3,04E-03 105,8 Periodo (P) 4 92,83* 4,20E-01* 17,61* 1,98* 4,02E-02* 16905*

(P) x (T) 16 1,63* 9,96E-04 0,13* 0,40* 4,34E-03 816,2* (P) x (E) 4 6,88* 1,56E-02* 0,91* 4,95* 1,16E-02* 2971,1*

(E) x (T) x (P) 16 2,34* 1,67E-03* 0,11* 0,54* 3,50E-03 338,24

CV (%) 22,51 4,40 20,26 35,73 3,81 15,73

* significativo a 5% de probabilidade. (1) taxa de crescimento absoluto; (2) taxa de crescimento relativo; (3) taxa

assimilatória líquida; (4) taxa de crescimento da cultura; (5) razão de peso foliar; (6) razão de área foliar.

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43

A RAF é a medida da dimensão do aparelho assimilador, e serve como parâmetro

apropriado para as avaliações de efeitos genotípicos, climáticos e do manejo de

comunidades vegetais (Magalhães, 1979). Os maiores valores de RAF na 1ª e na 2ª

época são nos períodos iniciais de desenvolvimento, entre 15 aos 30 DAT. A redução

na RAF indica menor e/ou reduzido aporte de fotoassimilados assimilados destinados

às folhas o que implicaria na redução da TCR (Gondim et. al., 2011), como ocorreu

no presente trabalho. Na 1ª época o maior valor da RAF foi observado no tratamento

S35 com valor de 214,97 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, S50, CA e CRV

respectivamente (Figura 6A). Na 2ª época o maior valor da RAF foi observado no

tratamento S35 com valor de 174,34 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos S50, CA, AL e

CRV respectivamente (Figura 6B).

A RPF é importante quando se deseja estudar o desempenho de uma cultivar. No

início, quando a planta é constituída em grande parte por folhas, os valores dessa

razão são elevados, decrescendo com o tempo, pois, à medida que a planta se

desenvolve, surgem outras partes que crescem às custas de material importado das

folhas (MAGALHÃES, 1979). Os maiores valores de RPF na 1ª e na 2ª época foram

aos 45 DAT. Na 1ª época o maior valor da RPF foi observado no tratamento CA com

valor de 0,942 g g-1, ou seja, neste estádio as folhas correspondiam a 94,2% da massa

seca da planta, seguidos dos tratamentos S35, CRV, AL e S50 respectivamente

(Figura 6C). Na 2ª época, o maior valor da RPF foi observado no tratamento CA com

valor de 0,915 g g-1, as folhas correspondendo a 91,5% da massa seca da planta,

seguidos dos tratamentos CRV, S35, S50 e AL respectivamente (Figura 6D).

A TAL representa, aproximadamente, o balanço entre o material produzido pela

fotossíntese e as perdas devido à respiração (MACHADO et al., 1982). Na 1ª época

os maiores valores da TAL foram observados aos 15 DAT, decrescendo até aos 75

DAT. Na 2ª época os maiores valores também foram observados aos 15 DAT,

decrescendo até aos 30 DAT, aumento aos 45 DAT e decrescendo novamente até

aos 75 DAT (Figura 6E e F). Na 1ª época o maior valor da TAL foi observado no

tratamento S35 com valor de 2,65x10-3 g dia-1 dm-2 seguidos dos tratamentos S50, AL

CRV e CA respectivamente (Figura 6E). Na 2ª época o maior valor da TAL foi

observado no tratamento CRV com valor de 2,48x10-3 g dia-1 dm-2 seguidos dos

tratamentos S35, AL, CA e S50 respectivamente (Figura 6F).

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44

(A)

DAT

15 30 45 60 75

RA

F (

dm

2 g

-1)

50

100

150

200

250

300

AL CA CRV S35 S50

AL = 126,70 / (1+e(-(x-75,60)/ 19,02)

); R2 = 0,832

CA = 138,89 / (1+e(-(x-(-(x-57,06)/ 8,18)

); R2 = 1,00

CRV = 185,11/ (1+e(-(x-71,96)/ 9,50)

); R2 = 0,999

S35 = 140,39 / (1+e(-(x-60,44)/ 8,14)

); R2 = 0,999

S50 = 185,79 / (1+e(-(x-67,72)/ 9,52)

); R2 = 0,999

(B)

DAT

15 30 45 60 75

RA

F (

dm

2 g

-1)

80

100

120

140

160

180

AL CA CRV S35 S50

AL = 274,67 / (1+e(-(x-76,88)/ 15,52)

); R2 = 0,977

CA = 168,68 / (1+e(-(x-(-(x-51,82)/ 6,85)

); R2 = 0,999

CRV = 206,05/ (1+e(-(x-62,03)/ 10,65)

); R2 = 0,997

S35 = 155,44 / (1+e(-(x-57,16)/ 9,62)

); R2 = 0,997

S50 = 151,25 / (1+e(-(x-50,58)/ 5,77)

); R2 = 0,999

(C)

DAT

15 30 45 60 75

RP

F (

g g

-1)

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,72 + 0,007x + (-8,81e-5

x2); R

2 = 0,451

CA = 0,80 + 0,0078x + (-0,0001x2); R

2 = 0,823

CRV = 0,83 + 0,003x + (-4,31e-5

x2); R

2 = 0,480

S35 = 0,63 + 0,012x + (-0,0001x2); R

2 = 0,710

S50 = 0,63 + 0,012x + (-0,0001x2); R

2 = 0,970

(D)

DAT

15 30 45 60 75

RP

F (

g g

-1)

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,70 + 0,007x + (-6,69e-5

x2

); R2

= 0,875

CA = 0,83 + 0,003x + (-3,72e-5

x2

); R2

= 0,701

CRV = 0,70 + 0,008x + (-8,21e-5

x2

); R2

= 0,895

S35 = 0,68 + 0,007x + (-7,97e-5

x2

); R2

= 0,685

S50 = 0,90 + (-0,001x) + 1,02e-5

x2

; R2

= 0,360

(E)

DAT

15 30 45 60 75

TA

L (

g d

ia-1

dm

-2)

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020

0,0025

0,0030

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,06 / (1+e(-(x-(-57,25)/ -20,64)

); R2 = 0,978

CA = 1,14e5 / (1+e

(-(x-(-582,42)/ -33,15)); R

2 = 0,891

CRV = 0,003 + (-0,0001x) + 9,73e-7

x2; R

2 = 0,972

S35 = 1,38e5 / (1+e

(-(x-(-320,78)/ -18,75)); R

2 = 0,721

S50 = 0,003 + (-9,34e-5

x) + 7,52e-7

x2; R

2 = 0,839

(F)

DAT

15 30 45 60 75

TA

L (

g d

ia-1

dm

-2)

0,000

0,001

0,001

0,002

0,002

0,003

AL CA CRV S35 S50

AL = 1,56e5 / (1+e

(-(x-(-459,46)/ -26,26)); R

2 = 0,917

CA = 1,40e5 / (1+e

(-(x-(-603,85)/ -34,32)); R

2 = 0,706

CRV = 1,47e5 / (1+e(

(-(x-(-379,68)/ -21,98)); R

2 = 0,959

S35 = 1,56e5 / (1+e

(-(x-(-451,52)/ -25,82)); R

2 = 0,884

S50 = 1,47e5 / (1+e

(-(x-444,70)/ -25,48)); R

2 = 0,866

Figura 6. Razão de área foliar (dm-2 dia-1), Razão de peso foliar (g g-1) e Taxa assimilatória liquida (g dia-1 dm-2) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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45

A taxa assimilatória líquida é dependente da radiação solar, das condições

internas da planta, do próprio índice de área foliar e do balanço hídrico. Sendo assim,

há uma tendência de diminuição da taxa assimilatória líquida ao longo do

desenvolvimento da cultura, visto que o sombreamento mútuo pelo arranjo do dossel

foliar é capaz de reduzir a penetração de luz no interior do dossel.

A TAL é dependente da radiação solar, das condições internas da planta, do

próprio índice de área foliar e do balanço hídrico. Sendo assim, há uma tendência de

diminuição da taxa assimilatória líquida ao longo do desenvolvimento da cultura, visto

que o sombreamento mútuo pelo arranjo do dossel foliar é capaz de reduzir a pe-

netração de luz no interior do dossel. Portanto, a TAL decresce com aumento no índice

de área foliar em condições de campo (TSUNO e FUJISE, 1962), mesmo que ocorra

incremento na área foliar, conforme ocorreu no presente experimento (Figura 5C e D).

A TCA indica a variação, ou o incremento entre duas amostragens, podendo ser usada

para se obter a velocidade média de crescimento ao longo do período de observação

(BENINCASA, 1988). Na 1ª época todos os tratamentos apresentaram aumentos

contínuos até os 45 DAT. Do período dos 45 aos 60DAT houve mudança

comportamental entre as telas. A tela AL apresentou uma redução significativa da TCA

quando comparada aos tratamentos S35, S50, CA e CRV com taxas de 0,81; 2,82;

2,87; 2,46; 2,01 g dia-¹ respectivamente. Aos 75 DAT observou que as telas

apresentaram desenvolvimento finais distintos. As telas CRV, CA e S50 mostraram

taxas de TCA superiores com valores de 5,58; 5,42 e 4,48g dia-¹ respectivamente

enquanto as telas S35 e AL diferiram entre si com valores de TCA de 3,23 e 1,09 g

dia-¹ respectivamente (Figura 7A).

Castoldi et al. (2009) em Jaboticabal durante a 1ª época verificaram TCA de

8,57 g dia-¹ na situação de CA e estes autores mencionam que as temperaturas

inferiores a 20ºC influenciaram positivamente no incremento da TCA. Já na 2ª época,

os maiores incrementos de TCA foram observados do período compreendido entre 30

aos 45 DAT e 45 aos 60 DAT, porém sem diferença significativa entre os tratamentos.

Já aos 75 DAT, os tratamentos AL, CA e CRV apresentaram TCA de 5,80, 4,91, 4,41g

dia-¹ diferindo assim dos tratamentos S35 e S50 com valores de 3,83 e 2,62 g dia-¹

respectivamente (Figura 7B).

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46

Nos tratamentos S35 e S50 aos 75 DAT houve tendência de redução do

incremento de TCA ao contrário das demais telas no mesmo período e isso pode ser

explicado pela redução da temperatura no interior do telado conforme demonstrado

na figura 1B.

Alt et al. (2001) verificaram que a temperatura altera a relação vegetativo

reprodutivo o que altera o comportamento fisiológico da planta. Também pode-se

observar que nas plantas sob telados S35 e S50 foram onde ocorreram as primeiras

emissões de inflorescências quando comparadas aos demais tratamentos tanto na 1ª

época como na 2ª época. Isso mostra que não somente a temperatura é um fator que

influencia isso diretamente, mas também as modificações do fluxo da radiação e do

comprimento de onda alteram a morfogênese e o equilíbrio hormonal por alterar as

respostas dos fitocromos.

A prova disso é que as telas AL e CRV as emissões de inflorescências foram

atrasadas em relação aos S35 e S50, ou seja, estimulou mais o vegetativo por

incrementar maior número de folhas durante a 1ª e 2ª época (Figura 3A e B) em função

do acréscimo de temperatura entre as épocas estudadas.

A TCR, evidencia o crescimento de uma planta, que é dependente do material

que está sendo acumulado na mesma. Geralmente ela diminui à medida que a planta

cresce, em virtude do auto-sombreamento das plantas (LUCCHESI,1984). Na 1ª e na

2ª época os maiores valores foram observados aos 15 DAT, decrescendo até final do

ciclo (Figura 7C e D). Respostas similares foram encontradas por Castoldi et al. (2009)

em cultivo de outono/inverno. Gondim et. al. (2011) trabalhando com couve-flor cv.

Verona sob sombrite 50% na época de primavera/verão, também constatou

comportamento semelhante da TCR.

Na 1ª época a tela AL apresentou valor de TCR superior aos demais

tratamentos aos 15 DAT, com valores de 0,3255 g g-¹ dia-¹ seguidos dos tratamentos

S50, S35, CRV e CA respectivamente. Para 2ª época, no CA foi observado o maior

valor aos 15 DAT, com média de 0,3667 g g-¹ dia-¹ seguidos dos tratamentos S50,

CRV, AL e S35 respectivamente.

A TCC, outra taxa que avalia o crescimento da cultura é empregada para

comunidades vegetais e representa a quantidade total de matéria seca acumulada por

unidade de área em função do tempo.

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47

(A)

DAT

15 30 45 60 75

TC

A (

g d

ia-¹

)

0

1

2

3

4

5

6

ALy = 1,05 / (1+e(-(x-29,99)/ 0,320)

); R2 = 0,774

CAy = 20,70 / (1+e(-(x-90,56)/ 15,36)

); R2 = 0,998

CRVy = 26,84 / (1+e(-(x-91,82)/ 12,58)

); R2 = 0,994

S35y = 3,26 / (1+e(-(x-51,65)/ 4,55)

); R2 = 0,990

S50y = 5,83 / (1+e(-(x-62,59)/ 10,33)

); R2 = 0,986

(B)

DAT

15 30 45 60 75

TC

A (

g d

ia-¹

)

0

1

2

3

4

5

6

7ALy = 4,81 / (1+e

(-(x-43,91)/ 4,31)); R

2 = 0,996

CAy = 6,25 / (1+e(-(x-52,10)/ 9,53)

); R2

= 0,986

CRVy = 6,33 / (1+e(-(x-62,38)/ 14,89)

); R2

= 0,952

S35y = 4,23 / (1+e(-(x-43,30)/ 3,46)

); R2

= 0,958

S50y = -10,19+(-0,221)*x+(-0,005)*x2; R

2 = 0,771

(C)

DAT

15 30 45 60 75

TC

R (

g g

-¹ d

ia-¹

)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

ALy = 1,29 / (1+e(-(x-(-3,35)/ -16,82)

); R2 = 0,997

CAy = 2,07e+7 / (1+e(-(x-(-445,25)/ -25,51)

); R2 = 0,833

CRVy = 0,317 / (1+e(-(x-29,91)/ -0,358)

); R2 = 0,826

S35y = 2,31e+7 / (1+e(-(x-(-387,30)/ -22,14)

); R2 = 0,672

S50y = 1,89e+7 / (1+e(-(x-397,46)/ -23,01)

); R2 = 0,884

(D)

DAT

15 30 45 60 75

TC

R (

g g

-¹ d

ia-¹

)

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

ALy = 2,55e+7 / (1+e(-(x-(-383,46)/ -21,90)

); R2 = 0,811

CAy = 2,28e+7 / (1+e(-(x-(-279,89)/ -16,37)

); R2 = 0,504

CRVy = 2,05e+7 / (1+e(-(x-(-320,51)/ -18,72)

); R2 = 0,929

S35y = 0,127 / (1+e(-(x-(2,01e+5)/ -1,15e+4)

); R2 = 0,857

S50y = 2,22e+7 / (1+e(-(x-(-314,14)/ -18,31)

); R2 = 0,766

(E)

DAT

15 30 45 60 75

TC

C (

g d

m-2

dia

-1)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

ALy = 1,03 / (1+e(-(x-46,56)/ -14,21)

); R2 = 0,943

CAy = 2,92 / (1+e(-(x-114,34)/ 52,95)

); R2 = 0,793

CRVy = 1,25 / (1+e(-(x-41,11)/ 19,28 )

); R2 = 0,699

S35y = 1,46 / (1+e(-(x-45,22)/ 0,21)

); R2 = 0,519

S50y = 0,593 / (1+e(-(x-15,00)/ 0,097)

); R2 = 0,554

(F)

DAT

15 30 45 60 75

TC

C (

g d

m-2

dia

-1)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5ALy = 0,937 / (1+e

(-(x-78,13)/ -8,34)); R

2 = 0,444

CAy = 1,96E+06 / (1+e(-(x-(-690,69)/ -50,97)

); R2

= 0,545

CRVy = 1,27E+07 / (1+e(-(x-(-433,79)/ -24,90)

); R2

= 0,879

S35y = 1,01 / (1+e(-(x-68,62)/ -6,38)

); R2

= 0,601

S50y = 1,201 / (1+e(-(x-59,97)/ -0,061)

); R2

= 0,674

Figura 7. Taxa de crescimento absoluto (TCA), taxa de crescimento relativo (TCR) e

taxa de crescimento da cultura (TCC) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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48

Na 1ª época para os tratamentos S35 e CRV, o pico de crescimento deu-se aos

60 DAT, com médias de 2,52 e 1,33 g dm² dia-¹ respectivamente. Para o tratamento

CA o pico de crescimento foi aos 75 DAT com média de 0,92 g dm² dia-¹.

Já para os tratamentos S50 e AL o pico de crescimento deu-se aos 30 DAT

com médias de 0,89 e 0,86 g dm² dia-¹, respectivamente, porém sem diferença

significativa entre eles. Essas variações encontradas em função do crescimento

podem estar atreladas as condições de amplitude térmica. Possivelmente para este

período o S35 foi a tela que se obteve uma melhor performance de crescimento por

melhor controlar a temperatura noturna evitando assim a respiração o que

corroboraria para um melhor crescimento pelo aporte de fotoassimilados.

A TCC, outra taxa que avalia o crescimento da cultura é empregada para

comunidades vegetais e representa a quantidade total de matéria seca acumulada por

unidade de área em função do tempo. Na 1ª época para os tratamentos S35 e CRV,

o pico de crescimento deu-se aos 60 DAT, com médias de 2,52 e 1,33 g dm² dia-¹

respectivamente. Para o tratamento CA o pico de crescimento foi aos 75 DAT com

média de 0,92 g dm² dia-¹.

Já para os tratamentos S50 e AL o pico de crescimento deu-se aos 30 DAT

com médias de 0,89 e 0,86 g dm² dia-¹, respectivamente, porém sem diferença

significativa entre eles. Essas variações encontradas em função do crescimento

podem estar atreladas as condições de amplitude térmica. Possivelmente para este

período o S35 foi a tela que se obteve uma melhor performance de crescimento por

melhor controlar a temperatura noturna evitando assim a respiração o que

corroboraria para um melhor crescimento pelo aporte de fotoassimilados.

Na 2ª época foram observados comportamento inverso ao obtido na 1ª época.

Para todos os tratamentos houve uma redução do crescimento. O pico de crescimento

deu-se aos 15 DAT onde os tratamentos CA e CRV apresentaram médias de 2,37 e

2,07 g dm² dia-¹, porém não diferindo entre si. Já os tratamentos S50, S35 e AL foram

inferiores aos demais tratamentos com médias de 1,69; 1,40; e 1,29 g dm² planta-¹.

No período entre 60 a 75 DAT houve uma queda acentuada na TCC em todos os

tratamentos, porém sem diferença entre eles. Comparando-se a 1ª época em relação

à 2ª época, as médias TCC na 1ª época são mais elevadas em relação à 2ª época e

a explicação para tal fato faz-se em função da temperatura. Observa-se que na 1ª

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49

época as médias térmicas sob os telados são menores que na 2ª época (Figura 1).

Isso corrobora para que a planta tenha gasto energético maior para sua manutenção

limitando assim o seu crescimento fisiológico.

O ciclo da cultura da couve-flor teve duração de 113 DAT para 1ª época e 115

DAT para 2ª época, definida pela realização da última colheita em 10/07/2017 e

24/12/2017 respectivamente. Na 1ª época a emissão da inflorescência iniciou-se aos

75 DAT e para 2ª época foi aos 82 DAT. Isso demonstra que a cultura é altamente

sensível ao fator climático e entre eles a temperatura elevada influência de forma

negativa no aumento do ciclo fazendo com que a planta aumente o seu dispêndio de

fotoassimilados na manutenção do estádio vegetativo o que compromete o efeito

produtivo da formação da inflorescência.

Em relação a MFI e a PT a 1ª época influenciou positivamente nesses

parâmetros (Figura 7). Para a 1ª época, as telas S50 e CRV foram superiores as

demais com MFI e PT de 1,696 kg planta-1 e 35,33 ton. ha-¹; 1,507 kg planta-1 e 31,33

ton. ha-¹ respectivamente. Os dados apresentados nesse estudo mostram que S50 e

CRV tiveram respostas similares quanto a MFI e PT na 1ª época.

A explicação para que a CRV tenha o mesmo desempenho do S50 pode estar

no fato que houve um aumento da luz difusa resultando na disponibilidade de maior

disponibilidade de radiação difusa causando maiores absorções de PAR o que

corroboraria para o aumento da atividade fotossíntetica. A resposta do S35 e do CA

foram similares, porém com médias de MFI e PT de 1,239 kg planta-1 e 25,66 ton. ha-

¹; 1,180 kg planta-1 e 24,66 ton. ha-¹ porém inferiores ao CRV e S50 respectivamente.

O tratamento AL foi inferior a todos os demais tratamentos com MFI de 0,729 kg

planta-¹ e produtividade de 16,10 ton. ha-¹.

Castoldi et al.(2009) verificaram para a cultivar verona na situação de campo

aberto na época (outono/inverno) valores de 0,833 kg planta-¹, ou seja, valores esses

menores que o obtido em nosso estudo. Monteiro et al. (2010) verificaram com a

cultivar verona valores de MFI e PT de 1,120 kg planta-¹ e 22,3 ton ha-¹ durante a 1ª

época. Ribeiro et al. (2017) trabalhando com a mesma cultivar em CA verificaram MFI

e Produtividade de 0,801 kg planta-¹ e 11,20 ton ha-¹.

Os dados apresentados mostram que houve respostas distintas em relação ao

tipo de tela e que a cultivar é sensível quanto ao tipo de sombreamento e intensidades

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50

aplicadas o que altera de forma positiva o seu potencial produtivo. Surve et al. (2014)

com o cultivo de dois híbridos de couve-flor em função de telas de sombreamento

durante o verão verificaram que a tela cromatinet vermelha foi a que apresentou

melhores resultados de peso fresco e produtividade com MFI e PT de 0,654 kg planta-

¹ e 3.74 ton ha-¹. Esses mesmos autores com a tela sombrite obtiveram MFI e PT de

0,481 kg planta-¹ e 3,68 ton ha-¹.

Telas

Al CRV S35 S50 CA

MF

I (kg

pla

nta

-¹)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

Pro

du

tivi

dad

e to

tal (

ton

ha-

¹)

0

10

20

30

40

1ª Época (Outono/Inverno)

2ª Época (Primavera/Verão)

A

BBB

C

ns

A

B

Figura 8. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido

Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. Letras

maiúsculas iguais não diferem entre si. Ns = não significativo (p<0,05).

Já na 2ª época a MFI e a PT não houve diferença significativa entre as telas de

sombreamento e o campo aberto, porém os valores foram menores quando

comparados aos encontrados na 1ª época do estudo. O S50 foi o tratamento com a

maior média com 0,782 kg planta-1 e 16,33 ton. ha-1 seguido dos tratamentos S35, AL,

CA e CRV com médias de 0,773 e 16,0; 0,759 e 16,0; 0,733 e 15,33; e 0,574 e 12,0;

kg planta-1 e ton. ha-1, respectivamente.

Isso está relacionado ao aumento da temperatura na 2ª época, fazendo com

que a planta permaneça mais tempo no estádio vegetativo, acumulando mais

fotoassimilados para as folhas e reduzindo para a inflorescência. De acordo com

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Gopalakrishnan (2007), o rendimento de couve-flor varia de acordo com as variedades

e a temperatura. A temperaturas acima de 25° C, a cabeça será pequena, solta ou

amarela. Ray & Mishra (2017) verificaram que se a temperatura permanecer acima de

28° C, a planta permanecerá vegetativa sem formação de inflorescência e continuará

a formar folhagem nova.

4. Conclusões

O uso da Cromatinet 35% e sombrite 50% proporciona aumento na

produtividade da couve-flor Verona CMS na época de outono/ inverno.

No cultivo de primavera/ verão o uso de telas não interfere na produção da

couve-flor.

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CAPÍTULO 3 – INFLUENCIA DE TELAS DE SOMBREAMENTO NA

COUVE-FLOR “CINDY” EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE CULTIVO

RESUMO – O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Foram avaliadas para cultivar Cindy, o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. De modo geral a época de outono/inverno (1ª época) do experimento, o campo aberto apresentou maior rendimento vegetativo; e também foi para época primavera/verão (2ª época). A 2ª época do experimento apresentou maior rendimento nos parâmetros vegetativos, quando comparado a 1ª época. Já para produtividade a 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (31,66 ton. ha-1) e Sombrite 35% (27,66 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos. Conclui-se que as telas Sombrite 50% e Sombrite 35% proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, cultivo protegido, taxa de crescimento

INFLUENCE OF SHADING FABRICS IN THE "CINDY" COUVE-

FLOWER IN THE FUNCTION OF CULTURAL TIMES

ABSTRACT - The objective of this work was to evaluate the development under protected and field cultivation in two seasons for cauliflower cultivation under tropical edaphoclimatic conditions. The experimental design was the completely randomized (DIC) in a 5x2 factorial scheme (five environments and two growing seasons), with three replications. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilatory rate, crop growth rate, area index foliar area, leaf area ratio, leaf area ratio, fresh inflorescence mass and yield. In general, the autumn / winter season (1st season) of the experiment, the open field presented higher vegetative yield; and was also for spring / summer season (2nd season). The second season of the experiment had a higher yield in the vegetative parameters when compared to the 1st season. For productivity, the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (31,66 ton. ha-1) and Sombrite 35% (27,66 ton ha-1) screens. In the 2nd season there was no variation between treatments. It was concluded that the screens Sombrite 50% and Sombrite 35% provide an increase in cauliflower productivity in the 1st season. In cultivation of 2nd season the use of screens does not interfere in the production of

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cauliflower. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, protected cultivation, growth rate

1. Introdução

A couve-flor, que está incluída nas principais brássicas consumidas no Brasil,

apresenta alta dependência de fatores ambientais para seu ótimo desenvolvimento,

pincipalmente em relação a temperatura. É uma cultura típica de regiões de clima

temperado, porém vem ganhando espaço em regiões de clima tropical (ZANUZO et

al., 2013).

Na região Norte do Mato Grosso, mesmo com a utilização de genótipos que

são capazes tolerar temperaturas mais elevadas, em algumas épocas do ano a

temperatura acaba ultrapassando os valores considerados ideias (30°C) para o cultivo

da couve-flor. Temperaturas acima desse ideal podem causar reduções significativas

na produtividade e na qualidade das inflorescências (CAMARGO et al., 2009).

Trevisan et al. (2003) estudando a influência da temperatura sob diferentes genótipos

de couve-flor, observaram que a temperatura influencia diretamente no

desenvolvimento da planta, na diferenciação floral, no tamanho e na qualidade da

cabeça, que consequentemente afeta a produtividade e a duração do ciclo da cultura.

Quando a temperatura diária atinge 35°C, com noites também quentes, o

rendimento da maioria das cultivares de couve-flor é afetado, havendo aumento no

número de folhas, prejudicando a formação da cabeça, pois a mesma permanece por

mais tempo no período vegetativo, acumulando seus fotoassimilados nas folhas (MAY

et al., 2007).

Para minimizar tais efeitos, o emprego da utilização de ambientes protegidos,

com a utilização de telas plásticas de “sombreamento” com diferentes intensidades e

cores, que diminuem a incidência da radiação solar sobre a cultura e também alteram

a temperatura do ar, proporcionando assim temperaturas mais amenas para o cultivo

de couve-flor (SILVESTRE et al., 2008). Atenuado a isso, muitos autores relatam a

eficiência do cultivo protegido na qualidade dos frutos e inflorescências.

O conhecimento sobre o desenvolvimento de espécies cultivadas permite

planejar métodos ou estratégias racionais de cultivo, para utilizar o potencial máximo

do genótipo, além de fornecer dados para construção de modelos matemáticos de

crescimento e desenvolvimento. Essas análises de desenvolvimento permitem

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interpretar melhor o comportamento e desempenho de materiais produzidos em

ambiente natural, protegido ou controlado (HUNT, 1990).

Devido à falta de trabalhos relacionados ao comportamento da couve-flor sob

ambientes protegidos, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o

desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da

couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais.

2. Material e Métodos

O experimento foi conduzido no município de Sinop (-11,98°S; 55,56°W e

altitude média de 371m) em duas épocas distintas, sendo a primeira (março-julho)

caracterizada como época de outono/inverno (período seco) e a segunda (setembro-

dezembro) caracterizada como primavera/verão (período úmido). O clima é

classificado como Aw (Clima tropical com estação seca de Inverno). O solo é

classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) de acordo com o Sistema

Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2013). As análises químicas

e físicas da terra fina seca ao ar (TFSA), realizadas de acordo com os métodos

propostos por Embrapa (1997). A análise química e física do solo está descrita na

tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,

2017.

pH M.O. H+Al+ K+ Ca++ Mg++ SB T P B V%

CaCl3 % ------------------cmolc dm-3------------------ mg dm-3 %

5,3 2,25 3,14 0,09 3,04 1,21 4,34 7,48 5,3 0,17 58,1

GRANULOMETRIA (g kg-1) TEXTURA

ARGILA SILTE AREIA

292 187 521 Média

Análises realizadas no Laboratório de solos da Perfil Agroanálise, 2017.

Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2

(cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Nas parcelas foram

casualizados as telas Aluminet® 50% (AL), Chromatinet® 35% (CRV), Sombrite 35%

(S35), Sombrite 50% (S50) e campo aberto (CA). As épocas analisadas foram 1ª

época (outono/inverno) e 2ª época (primavera/verão).

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Para fins de monitoramento ambiental utilizou-se os datallogers instalados, em

cada tipo de malha com coleta de hora em hora das condições de Temperatura,

modelo U23-001 (Onset®). Os dados referentes as temperaturas máximas (Figura 1)

e temperaturas mínimas (Figura 2) em função das telas está caracterizado nas figuras

abaixo:

abr mai jun jul

Te

mp

era

tura

xim

a d

iária

(ºC

)

26

28

30

32

34

36

38

40

Campo Aberto (x=32,27°C)

Sombrite 35% (x=32,44°C)

Sombrite 50% (x=32,57°C)

Chromatinet (x=34,88°C)

Aluminet (x=35,49°C)

Outono/ Inverno

set out nov dez

Tem

pera

tura

máxim

a d

iária (

ºC)

20

25

30

35

40

45

Campo Aberto (x=35,24°C)

Sombrite 35% (x=32,66°C)

Sombrite 50% (x=32,03°C)

Chromatinet (x=38,07°C)

Aluminet (x=37,87°C)

Primavera/ Verão

Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época

e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.

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59

abr mai jun jul

Tem

pera

tura

mín

ima d

iária (

ºC)

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

Campo Aberto (x=19,31°C)

Sombrite 35% (x=19,37°C)

Sombrite 50% (x=19,07°C)

Chromatinet (x=19,86°C)

Aluminet (x=20,17°C)

Outono/ Inverno

set out nov dez

Tem

pera

tura

mín

ima d

iária (

ºC)

16

18

20

22

24

26

28

Campo Aberto (x=21,37°C)

Sombrite 35% (x=21,15°C)

Sombrite 50% (x=21,05°C)

Chromatinet (x=21,02°C)

Aluminet (x=21,20°C)

Primavera/ Verão

Figura 2. Temperatura mínima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.

Os tratamentos sob malhas foram construídos na forma de “telados”

retangulares, um para cada tipo de malha, com dimensões de 2 x 4 x 23 m (altura,

largura e comprimento), tendo as laterais e as extremidades abertas.

As mudas de couve-flor do híbrido Cindy foram semeadas em bandejas de

polietileno de 128 células e permaneceram em casa de vegetação por um período de

26 dias para a 1ª época e 24 dias para 2ª época. Para o transplante foram

consideradas aptas as mudas com número mínimo de três folhas. O espaçamento de

transplante adotado foi de 0,80x0,60 m.

No plantio aplicou-se 80 g planta-1 da fórmula comercial 02-24-12 (33,3 kg ha-1

de N, 400 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de K2O) e em cobertura 320 kg ha-1 de N; 240

kg ha-1 de K2O, na forma de ureia e cloreto de potássio parcelados em quatro épocas

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60

sendo 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT). A adubação com boro foi

realizada no transplante das mudas com a aplicação de 3,14 kg de B ha-¹ utilizando

como fonte o ácido bórico conforme proposição de Penha Ribeiro et al. (2017). A

aplicação de molibdênio foi realizada via foliar com a aplicação de 1 g L-1 de molibdato

de sódio aos 30, 45 e 60 DAT.

A área experimental total foi de 475,36 m² sendo cada parcela composta por

84 plantas e cada sub-parcela composta por duas plantas para cada período de

avaliação. Foi adotado o sistema de irrigação por microasperssão, com emissores

espaçados de 2,0 m e as linhas de irrigação espaçadas em 1,5 m. A irrigação foi

realizada com intervalos determinados em função das condições do solo, das

necessidades da cultura e das condições climáticas do período. Para fins de manejo

da irrigação foram instalados no interior da cultura três tensiometros a profundidade

de 20cm sendo distribuídos no início, meio e fim da linha. O critério adotado para a

aplicação da lâmina foi o esgotamento da água do solo até o ponto de máxima de

50kpa.

As amostras foram coletadas em intervalos de 15 dias para fase vegetativa

sendo amostradas duas plantas por repetição respeitando as bordaduras, ou seja,

utilizando somente as linhas centrais. Essas plantas foram cortadas rente ao solo e

separadas em folhas, caule e inflorescência.

Antes da colheita das plantas foram avaliadas as seguintes características

morfológicas: número de folhas - NF (un); área foliar - AF (cm² planta-¹); e massa

fresca de inflorescência – MFI (kg planta-1). Posteriormente as plantas foram

fragmentadas e colocadas para secar em estufa com circulação forçada de ar, a 65°C

por 72 horas em seguida obteve-se a massa seca da folha, caule e total - MSF, MSC

e MST (g) e estimou-se a taxa de crescimento relativo - TCR (g g-1 dia-1); taxa de

crescimento absoluto – TCA (g dia-1); taxa assimilatória líquida – TAL (g dia-1 dm-2); e

produtividade – PT (ton. ha-¹) . Adicionalmente nessas plantas, foram avaliados; índice

de área foliar – IAF m2 m-2; área foliar específica – AFE (cm2 g-1); razão de peso foliar

– RPF (g g-1) e razão de área foliar – RAF (dm2 g-1) segundo metodologia de

Benincasa (2003).

Os dados de cada característica obtidos nas cinco épocas de amostragem da

planta tanto no estádio vegetativo como reprodutivo, foram utilizados na obtenção de

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61

equações para estimar o crescimento no decorrer do ciclo, utilizando-se para isto o

Programa SigmaPlot® 10.0. As equações foram ajustadas ao modelo logístico: Y = a/

(1 + e –k(x – xc)), onde y = valor médio da característica avaliada; a = máximo assintótico

(acúmulo ou crescimento máximo); k = taxa média de crescimento; x = tempo (dias);

xc = tempo necessário para atingir a metade do crescimento máximo.

Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F, α≤0,05) e o

desdobramento das interações e/ou estudo do efeito isolado dos fatores foi realizado

através de análise de regressão levando em consideração a significância e o

coeficiente de reprodutibilidade dos modelos. A partir dos modelos de regressão foram

estimadas a obtenção dos pontos de máxima (PM) das respectivas variáveis.

3. Resultado e Discussão

Para todos parâmetros de crescimento avaliados como MSC, MSF, MST, NF, AF

e IAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 2.

Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas

para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018.

Causas da

variação GL

QM

NF(1) AF(2) MSC(3) MSF(4) MST(5) IAF(6)

Telas (T) 4 13,56 8,81E+6 32,78 1532,8* 1987,8* 2596,6*

Épocas (E) 1 150,0* 9,58E+7* 0,05 5782,9* 5817,9* 8527,7*

Período (P) 4 2817,5* 1,18E+7* 2350,32* 67339* 94607* 37922*

(T) x (E) 4 10,63 4,75E+6 44,30* 462,4 777,6* 707,1

(P) x (T) 16 11,27 4,97E+6 25,43* 608,2* 855,9* 731,1

(P) x (E) 4 73,53* 3,00E+7* 203,48* 1936* 2601,3* 3477,9*

(E) x (T) x (P) 16 7,19 3,49E+6 19,58 240,4 353,6 643,2

CV (%) 14,31 33,36 53,39 34,01 33,74 16,25

* significativo a 5% de probabilidade. (1) número de folhas; (2) área foliar; (3) massa seca do caule; (4) massa seca da

folha; (5) massa seca total; (6) índice de área foliar.

Em relação a MSC, observa-se efeito distintos entre telas e época conforme

demonstrado na Figura 3A e B. Na 1ª época (outono/inverno), o maior incremento na

MSC foi observado no CA seguido dos tratamentos S50, AL, CRV e S35 com médias

de 35,78; 27,50; 23,24; 23,10 e 15,17 g planta-¹ com o maior aporte de crescimento

no período compreendido entre 60 e 75 DAT. Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para

a cultivar Verona CMS no mesmo período maiores acúmulos de MSC no CA (29,2 g

planta -1), e os menores foram observados na tela AL com 7,37g planta -1.

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(A)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Caule

(g

pla

nta

-1)

0

10

20

30

40

ALy = 2,40124e9 / (1+e

(-(x-286,38)/ 11,72)); R

2 = 0,998

CAy = 1,84866e9 / (1+e

(-(x-266,18)/ 10,50)); R

2 = 0,984

CRVy = 1,65479e9 / (1+e

(-(x-251,44)/ 9,75)); R

2 = 0,987

S35y = 27,83 / (1+e(-(x-73,16)/ 10,12)

); R2 = 0,998

S50y = 52,88 / (1+e(-(x-74,30)/ 8,68)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(B)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Caule

(g

pla

nta

-1)

0

5

10

15

20

25

ALy = 13,86 / (1+e(-(x-51,03)/ 4,22)

); R2 = 0,996

CAy = 26,63 / (1+e(-(x-62,25)/ 8,89)

); R2 = 0,999

CRVy = 18,35 / (1+e(-(x-56,83)/ 7,79)

); R2 = 0,999

S35y = 21,17 / (1+e(-(x-52,09)/ 4,51)

); R2 = 0,998

S50y = 14,35 / (1+e(-(x-45,30)/ 0,27)

); R2 = 0,979

AL CA CRV S35 S50

(C)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Fo

lha

(g

pla

nta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

ALy = 6,80378e9 / (1+e

(-(x-393,15)/ 17,64)); R

2 = 0,890

CAy = 884,37 / (1+e(-(x-99,85)/ 16,31)

); R2 = 0,997

CRVy = 5,4184e9 / (1+e

(-(x-337,73)/ 14,69)); R

2 = 0,978

S35y = 86,43 / (1+e(-(x-58,35)/ 8,89)

); R2 = 1,000

S50y = 101,47 / (1+e(-(x-56,39)/ 8,01)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(D)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Folh

a (

g p

lanta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

ALy = 109,29 / (1+e(-(x-50,42)/ 6,61)

); R2 = 0,998

CAy = 165,86 / (1+e(-(x-57,49)/ 8,25)

); R2 = 0,999

CRVy = 130,86 / (1+e(-(x-57,75)/ 9,53)

); R2 = 0,996

S35y = 158,66 / (1+e(-(x-58,55)/ 9,73)

); R2 = 0,994

S50y = 121,52 / (1+e(-(x-53,00)/ 8,01)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(E)

DAT

15 30 45 60 75

MS

To

tal (g

pla

nta

-1)

0

50

100

150

200

250

ALy = 7,33365e9 / (1+e

(-(x-365,24)/ 16,21)); R

2 = 0,912

CAy = 4236,14 / (1+e(-(x-125,06)/ 16,48)

); R2 = 0,998

CRVy = 7,2939e9 / (1+e

(-(x-320,56)/ 13,67)); R

2 = 0,979

S35y = 108,71 / (1+e(-(x-60,41)/ 9,25)

); R2 = 1,000

S50y = 141,35 / (1+e(-(x-60,02)/ 8,70)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(F)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Tota

l (g

pla

nta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

ALy = 123,15 / (1+e(-(x-50,50)/ 6,33)

); R2 = 0,999

CAy = 191,93 / (1+e(-(x-58,06)/ 8,35)

); R2 = 0,999

CRVy = 149,29 / (1+e(-(x-57,63)/ 9,33)

); R2 = 0,997

S35y = 174,73 / (1+e(-(x-56,83)/ 8,80)

); R2 = 0,997

S50y = 133,19 / (1+e(-(x-51,91)/ 7,22)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g planta-¹) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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63

Já na 2ª época (Primavera/verão), não houve diferença entre as telas

analisadas, porém, com maior média para o tratamento CA 21,50 g planta-¹ e o pico

de crescimento foi observado entre 45 e 60 DAT com tendência a estabilização aos

75 DAT.

Bortoluzzi et al. (2018) estudando a cultivar verona CMS observaram maior

acúmulo no S35 (26,07 g planta -1), e o menor foi observado na tela CRV com 20,81

g planta -1. Comparando-se o efeito dos telados em função das épocas de cultivo, o

S35 foi mais eficiente no acúmulo de MSC para o cultivo de primavera/verão em

relação ao cultivo de outono/inverno com média de 15,17 para 21,02 g planta-¹

respectivamente. A explicação para este diferencial pode estar relacionada a melhor

distribuição da radiação PAR no dossel e maior acúmulo de carboidratos em função

da melhor atividade fotossintética pois os telados sombrite promovem uma redução

do aquecimento e também da redução do UV.

Em relação a MSF, as telas avaliadas foram inferiores ao tratamento controle

(CA) somente nas duas épocas conforme observado nas figuras 3C e D. Em relação

ao período, observa-se claramente que na época de primavera/ verão, o incremento

na MSF é maior que na época de outono/inverno para as telas, mas para o CA foi

superior na época de outono/ inverno (Figura 3C e D). Os maiores acúmulos de MSF

foram observados no tratamento CA, com média de 158,41 g planta-¹ para 1ª época

e 148,22 g planta-¹ para 2ª época.

As telas AL CRV, S35 e S50 mostraram ser eficientes no acúmulo de MSF na

2ª época (primavera/verão) com valores médios de 107,06; 112,71; 134,33 e 114,11

g planta-¹ mostrando assim um incremento de 3,84; 19,77; 79,34 e 23,62% em relação

a 1ª época (outono/inverno) respectivamente. Resultados semelhantes ao obtido

nesse estudo foi obtido por Bortoluzzi et al. (2018) com a cultivar Verona CMS onde

verificaram que na época de primavera/verão o teor de MSF foi maior em virtude do

número de folhas obtido no mesmo período. Esses autores verificaram acúmulos de

MSF de 165,53 (AL); 161,10 (CA); 144,40 (S35); 125,75 (S50) e 123,06 (CRV) g

planta-¹. Uma das explicações para essa observação é o incremento da temperatura

(Figura 1 e 2) que estimula a planta a desenvolver o vegetativo pelo incremento do

número de folhas (Figura 4A e B).

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64

Em relação a MST pode-se observar que na época de outono/inverno (Figura

3E) o tratamento CA foi superior aos demais com média de 194,19 g planta-¹ seguido

dos tratamentos AL, S50, CRV e S35 com médias de 126,34; 119,84; 117,20 e 90,07

g planta-¹ respectivamente. A redução do teor de MST dos tratamentos AL, S50, CRV

e S35 em relação ao CA foi de 53,70; 62,04; 65,69 e 115,59% respectivamente. Já

para a 2ª época (Figura 3F) os tratamentos S35 (155,36 g planta-¹), CRV (129,43 g

planta-¹) e S50 (127,69 g planta-¹) tiveram incrementos de 72,48%, 10,43% e 6,55%

respectivamente, em relação a 1ª época. Os tratamentos CA e AL tiveram redução na

2ª época do experimento, quando comparado a 1ª época, uma redução de 14,41% no

CA e 4,53% na AL.

Em relação ao NF as telas somente foram influenciadas na época

outono/inverno. Os tratamentos CA e AL foram superiores aos demais tratamentos

com médias de NF de 18,73 e 18,43 unid. planta-¹, porém sem diferença significativa

entre si (Figura 4A). No total geral de folhas o tratamento CA foi superior aos demais

com 34 unid planta-¹. Morais Junior et al. (2012) verificaram para a cultivar Cindy em

plantio a CA número de folhas totais de 29,12 unid planta-¹. Esse maior número de

folhas observados está diretamente condicionado ao fator temperatura, ou seja,

temperaturas elevadas induzem a planta a prolongar o vegetativo o que corrobora

com o aumento do número de folhas (Zanuzo et al. (2013); Trevisan et al. (2003); IAC).

Já na 2ª época (primavera/verão), não houve diferença significativa entre os

tratamentos avaliados (Figura 4B). Porém o desdobramento de telas dentro de cada

período pode-se observar que somente o S35 e o S50 apresentaram incrementos no

NF em função do período. Pode-se observar que no período de primavera/verão, o

número de folhas foi superior ao período de inverno, porém somente o S35 e S50

mostraram diferença. O incremento de folhas para S35 e S50 foi de 21,88 e 16,86%

respectivamente.

Para a análise de AF houve efeito da interação entre telas e o período

analisado. Durante a 1ª época (outono/inverno) (Figura 4C), o tratamento CA foi

superior aos demais com AF de 16.453cm² planta-¹ seguido das telas AL, CRV, S50

e S35 com valores de 13.618; 12.999; 11.900 e 10.740cm² planta-¹ respectivamente.

Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona CMS em condições de CA

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65

(A)

DAT

15 30 45 60 75

Núm

ero

de folh

as (

un)

0

5

10

15

20

25

30

35

AL CA CRV S35 S50

AL = 33,22 / (1+e(-(x-39,43)/ 19,81)

); R2

= 0,899

CA = 130,18 / (1+e(-(x-(-(x-119,33)/ 39,45)

); R2

= 0,928

CRV = 5,60 + 0,135x + 0,0022x2

; R2

= 0,851

S35 = 32,45 / (1+e(-(x-45,22)/ 20,72)

); R2

= 0,982

S50 = 46,88 / (1+e(-(x-63,10)/ 26,10)

); R2

= 0,978

(B)

DAT

15 30 45 60 75

Núm

ero

de folh

as (

un)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

AL CA CRV S35 S50

AL = 30,91 / (1+e(-(x-36,17)/ 12,37)

); R2

= 0,938

CA = 49,90 / (1+e(-(x-(-(x-54,72)/ 20,30)

); R2

= 0,995

CRV = 32,10/ (1+e(-(x-37,51)/ 14,17)

); R2

= 0,963

S35 = 39,05 / (1+e(-(x-44,65)/ 17,43)

); R2

= 0,999

S50 = 35,60 / (1+e(-(x-40,97)/ 15,88)

); R2

= 0,980

(C)

DAT

15 30 45 60 75

Áre

a F

olia

r (c

m2)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

ALy = 1,11299e12

/ (1+e(-(x-419,06)/ 18,86)

); R2 = 0,958

CAy = 24440,91 / (1+e(-(x-65,67)/ 12,79)

); R2 = 0,993

CRVy = 3,70257e10

/ (1+e(-(x-325,36)/ 16,84)

); R2 = 0,985

S35y = 11332,55 / (1+e(-(x-50,02)/ 6,77)

); R2 = 0,993

S50y = 12189,25 / (1+e(-(x-52,92)/ 5,61)

); R2 = 0,985

AL CA CRV S35 S50

(D)

DAT

15 30 45 60 75

Áre

a F

oliar

(cm

2)

0

5000

10000

15000

20000

25000

ALy = 15887,32 / (1+e(-(x-52,67)/ 7,70)

); R2 = 0,998

CAy = 24543,08 / (1+e(-(x-62,18)/ 9,36)

); R2 = 0,999

CRVy = 20741,79 / (1+e(-(x-61,95)/ 11,06)

); R2 = 0,997

S35y = 24670,71 / (1+e(-(x-62,28)/ 10,70)

); R2 = 0,996

S50y = 17903,39 / (1+e(-(x-55,52)/ 8,95)

); R2 = 0,999

AL CA CRV S35 S50

(E)

DAT

15 30 45 60 75

IAF

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

AL CA CRV S35 S50

AL = 3,30 / (1+e(-(x-89,77)/ 46,02)

); R2

= 0,966

CA = 1,81 / (1+e(-(x-(-(x-36,93)/ 16,06)

); R2

= 0,798

CRV = -0,165 + 0,033x + (-0,0002x2

); R2

= 0,784

S35 = -0,992 + 0,074x + (-0,0005x2

); R2

= 0,733

S50 = 1,39 / (1+e(-(x-34,53)/ 14,67)

); R2

= 0,682

(F)

DAT

15 30 45 60 75

IAF

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

AL CA CRV S35 S50

AL = 3,48 / (1+e(-(x-65,14)/ 29,23)

); R2

= 0,845

CA = 2,49 / (1+e(-(x-(-(x-44,51)/ 22,71)

); R2

= 0,912

CRV = 2,08 / (1+e(-(x-44,20)/ 27,17)

); R2

= 0,921

S35 = 2,55 / (1+e(-(x-51,45)/ 24,12)

); R2

= 0,956

S50 = 1,205 + (-0,016x + 0,0003x2

; R2

= 0,715

Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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66

valores de AF máximo de 21.897,16 cm². A diferença observada está diretamente

relacionada a característica do cultivar utilizado.

Já na 2ª época (primavera/ verão), os tratamentos CA e S35 foram superiores

aos demais, porém sem diferença significativa entre eles (Figura 4D). As médias para

CA e S35 foram 19.569 e 18.942 cm² planta-¹ respectivamente. Os valores da CRV,

S50 e AL foram 15.890; 16.064 e 15.093 cm² planta-¹ respectivamente. O incremento

da área foliar em relação a 1ª época foi de 10,83; 22,24; 76,38 e 34,99% para as telas

AL, CRV, S35 e S50 respectivamente.

Esse incremento corrobora com Olesen e Grevsen (1997) que demonstra que

a relação do número de folhas faz diretamente ao incremento da temperatura e

também ao aumento da radiação solar. Em condições tropicais de primavera/ verão,

a irradiação é maior quando comparada a época de outono/inverno em função da

declinação solar.

Em relação ao IAF as telas não diferiram significativamente dentro de cada

período. As telas somente diferiram entre os períodos analisados. As telas AL, CA e

S50 na época de outono/ inverno (Figura 4E) obtiveram médias de IAF de 0,93; 1,06

e 0,86 m2 m-2. Já na 2ª época verificou-se um aumento significativo. As médias para

estes tratamentos foram de 1,26; 1,40 e 1,20 m2 m-2 (Figura 4F). Verifica-se um

incremento no IAF para AL, CA e S50 de 35; 32.07 e 39,53%. Esse incremento no IAF

corresponde ao maior NF e AF observada no período de primavera/ verão (Figura 4B

e D).

Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a Cultivar Verona CMS nos tratamentos

AL, CA e CRV valores médios de 1,54; 1,40 e 1,30 m2 m-2 respectivamente. Castoldi

et al. (2009) em condições de CA para a cultivar Verona CMS no período de outono/

inverno aos 69 DAT verificaram para a cultivar Verona CMS valores de IAF de 4,24

m2 m-2. Um dos fatores que influenciam o IAF além da área foliar é o espaçamento

associado as condições de temperatura. Em nosso estudo o espaçamento de

80x60cm modifica a estrutura da arquitetura da folha, o que corrobora para um

aumento da ocupação da área de sombreamento na entre linha.

Para todos os parâmetros de crescimento avaliados como TCA, TCR, TAL,

AFE, RPF e RAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 3.

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67

A AFE nas duas épocas do experimento, tiveram maiores valores nos períodos

inicias do desenvolvimento (15 a 30 DAT), decrescendo até o período final de

avaliação. Esse decréscimo de valores de AFE é devido ao fato de que nos estádios

iniciais da couve-flor há maior desenvolvimento do limbo foliar, diminuindo à medida

que o caule e a inflorescência se desenvolvem, resultando na redução ou paralização

na expansão foliar (KOHLI et al., 2008).

Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018.

Causas da

variação GL

QM

TCA(1) TCR(2) TAL(3) AFE(4) RPF(5) RAF(6)

Telas (T) 4 3,56* 2,35E-4 4,11E-8 0,36 5,49E-3* 1242,6*

Épocas (E) 1 87,88* 0,49* 1,70E-5* 2,66* 0,02* 4850,7*

Período (P) 4 1,21 6,80E-5 2,90E-7* 7,41* 4,39E-3 24937* (T) x (E) 4 2,37* 1,69E-3* 1,04E-7* 0,10 2,46E-3* 188,1 (P) x (T) 16 1,99 2,46E-3* 3,89E-9 0,31 1,98E-3 487,5 (P) x (E) 4 17,35* 1,23E-2* 8,48E-7* 0,91* 0,01* 3680,1*

(E) x (T) x (P) 16 2,77* 1,14E-3* 9,36E-8* 0,14 2,53E-3* 433

CV (%) 55,16 17,89 26,36 38,42 4,02 14,64

* significativo a 5% de probabilidade. (1) taxa de crescimento absoluto; (2) taxa de crescimento relativo; (3) taxa

assimilatória líquida; (4) área foliar especifica; (5) razão de peso foliar; (6) razão de área foliar.

Na época de outono/inverno o maior valor de AFE foi observado no tratamento

S50 com valor de 249,29 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos S35, AL, CRV e CA com

valores de 233,99; 224,65; 223,20; e 193,60 cm2 g-1 respectivamente (Figura 5A).

Na época de primavera/verão o maior valor de AFE foi no CA com valor de

181,04 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos S50, AL, CRV e S35 com valores de 175,52;

175,51; 175,07; e 174,19 cm2 g-1 respectivamente (Figura 5B). Valores inferiores

quando comparado a época de outono/inverno.

Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com Verona CMS observou resultados

semelhantes de AFE, com valores maiores na época de outono/inverno. Nessa época,

na nossa região, as quantidades de queimadas são mais frequentes, ocasionando

assim, uma interferência na radiação. De acordo com Gobbi et. al. (2011) o

sombreamento causa um incremento da AFE, sendo responsável pelo aumento da

área foliar, para maximizar a captação de luz.

Na época de outono/inverno a RAF foi maior aos 30 DAT para todos os

tratamentos. O maior valor da RAF foi observado no tratamento S50 com valor de

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68

(A)

DAT

15 30 45 60 75

AF

E (

cm

2 g

-1)

100

150

200

250

300

AL CA CRV S35 S50

AL = 267,56 + (-3,559x) + 0,024x2; R

2 = 0,731

CA = 236,84 + (-2,928x) + 0,016x2; R

2 = 0,635

CRV = 254,63 + (-2,834x) + 0,017x2; R

2 = 0,688

S35 = 213,74 + (-1,145x) + 0,003x2; R

2 = 0,503

S50 = 340,96 + (-6,185x) + 0,045x2; R

2 = 0,883

(B)

DAT

15 30 45 60 75

AF

E (

cm

2 g

-1)

100

120

140

160

180

200

AL CA CRV S35 S50

AL = 218,76 + (-3,263x) + 0,029x2; R

2 = 0,996

CA = 248,32 + (-4,662x) + 0,041x2; R

2 = 0,938

CRV = 213,64 + (-2,649x) + 0,021x2; R

2 = 0,957

S35 = 216,84 + (-2,979x) + 0,025x2; R

2 = 0,953

S50 = 219,61 + (-3,224x) + 0,028x2; R

2 = 0,979

(C)

DAT

15 30 45 60 75

RA

F (

dm

2 g

-1)

60

80

100

120

140

160

180

200

220

AL CA CRV S35 S50

AL = 2,07e7

/ (1+e(-(x-(-312,46)/ -104,84)

); R2

= 0,769

CA = 2,07e7

/ (1+e(-(x-(-966,74)/ -84,22)

); R2

= 0,708

CRV = 214,02 + (-2,013x) + 0,0094x2

; R2

= 0,751

S35 = 137,39 + 1,031x + (-0,0169x2

); R2

= 0,432

S50 = 244,95 + (-2,855x) + 0,0128x2

; R2

= 0,843

(D)

DAT

15 30 45 60 75

RA

F (

dm

2 g

-1)

100

120

140

160

180

AL CA CRV S35 S50

AL = 185,04 + (-1,84x) + 0,013x2

; R2

= 0,833

CA = 206,47 + (-3,53x) + 0,03x2

; R2

= 0,776

CRV = 179,39 + (-0,884x) + 1,92e-5

x2

; R2

= 0,654

S35 = 176,45 + (-1,64x) + 0,011x2

; R2

= 0,765

S50 =199,55 + (-3,09x) + 0,027x2

; R2

= 0,937

(E)

DAT

15 30 45 60 75

RP

F (

g g

-1)

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,79 + 0,005x + (-7,65e-5

x2); R

2 = 0,756

CA = 0,89 + 0,001x + (-3,87e-5

x2); R

2 = 0,950

CRV = 0,81 + 0,003x + (-5,31e-5

x2); R

2 = 0,732

S35 = 0,58 + 0,012x + (-0,0001x2); R

2 = 0,897

S50 = 0,60 + 0,014x + (-0,0002x2); R

2 = 0,998

(F)

DAT

15 30 45 60 75

RP

F (

g g

-1)

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,82 + 0,002x + (-2,37e-5

x2); R

2 = 0,491

CA = 0,81 + 0,002x + (-2,60e-5

x2); R

2 = 0,905

CRV = 0,82 + 0,001x + (-3,92e-5

x2); R

2 = 0,431

S35 = 0,79 + 0,003x + (-3,16e-5

x2); R

2 = 0,416

S50 = 0,91 + (-0,014x) + (1,48e-5

x2); R

2 = 0,420

Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso

foliar (RPF) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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202,32 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, S35, CRV e CA com valores de 197,66;

194,51; 186,99; e 178,24 dm2 g-1 respectivamente (Figura 5C).

Na época de primavera/verão o maior valor foi observado no tratamento CRV,

aos 30 DAT, com valor de 191,01 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL e S35 com

valores de 158,96 e 157,70 dm2 g-1 respectivamente (Figura 5D). Os tratamentos S50

e CA obtiveram maiores valores aos 15 DAT, com 157,11 e 155,26 dm2 g-1

respectivamente (Figura 5D).

A redução na RAF indica menor e/ou reduzido aporte de fotoassimilados

assimilados destinados às folhas (Gondim et. al., 2011), como ocorreu no presente

trabalho. Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com Verona CMS sob os mesmos

telados, observaram comportamento semelhante. Com o envelhecimento da planta, a

mesma destina seus fotoassimilados para outras partes (inflorescência) além da folha,

reduzindo assim, os valores de RAF.

Os maiores valores de RPF na época de outono/inverno para os tratamentos

AL, S50, S35 e CRV foram aos 45 DAT com médias de 0,923; 0,920; 0,918; e 0,901

g g-1 respectivamente, já para o CA o maior valor foi aos 15 DAT com 0,922 g g-1

(Figura 6C). Esses valores representam a porcentagem de massa seca da planta

acumulada nas folhas. O tratamento AL com o maior valor, tinha 92,3% da sua massa

total acumulada na folha.

No início, quando a planta é constituída em grande parte por folhas, os valores

dessa razão são elevados, decrescendo com o tempo, pois, à medida que a planta se

desenvolve (MAGALHÃES, 1979).

Na época de primavera/verão em todos os tratamentos foram observados

maiores valores nos 45 DAT, porém com valores inferiores encontrados na época de

outono/inverno, mas os valores foram mais constantes durante todo o período

avaliado (Figura 6D). O tratamento AL foi o que obteve maior valor, com 0,907 g g-1,

seguido dos tratamentos S35, CRV, S50 e CA com valores de 0,907; 0,901; 0,899; e

0,897 g g-1 respectivamente (Figura 6D).

Bortoluzzi et. al. (2018) observou comportamento semelhante para cultivar

Verona CMS, que teve valores maiores de RPF na época de outono/inverno. Porém

o tratamento CA obtiveram os maiores valores, com 0,942 g g-1 para época de

outono/inverno e 0,915 g g-1 para época primavera/verão.

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Em relação a TAL, observa-se uma redução acentuada até os 75 DAT. Para

esta variável não houve diferença significativa entre os tratamentos em função das

épocas, porém observa-se aos 15 DAT para a época de outono/ inverno (Figura 5A)

um ajuste de comportamento em função das telas, mas sem diferença significativa

entre os tratamentos. O mesmo comportamento da TAL foi observado para a cultivar

Verona CMS durante a época de outono/ inverno por castoldi et al. (2009). Bortoluzzi

et al. (2018) verificaram para a cultivar Verona CMS sob telados para as duas épocas

(outono/ inverno e primavera/verão) os mesmos comportamentos em todos os

tratamentos.

Os resultados mostram que a além da ontogenia, atributos como radiação solar,

IAF, balanço hídrico e condições internas da planta afetam essa variável. A redução

da penetração da luz no dossel do vegetal faça com que a TAL seja decrescente em

função do índice de área foliar em funções de campo (Tsuno e Fujise, 1962), mesmo

que ocorra incremento na área foliar, conforme ocorreu no presente experimento em

função do auto sombreamento.

A TCR apresentou interação tripla significativa para todos os parâmetros

avaliados. Na época de outono/inverno (Figura 6C), houve diferença significativa aos

15, 30, 45 e 60 DAT. Aos 15 DAT, as telas AL e CA foram superiores aos demais

tratamentos com médias de TCR de 0,372 e 0,360 g g-1dia-1. Aos 30 DAT, a tela CRV

foi superior aos demais com média de 0,174 g g-¹ dia-¹. Já aos 60 DAT, as telas S35

e S50 foram superiores aos demais com médias de 0,0753 e 0,0746 g g-¹ dia-¹.

Já na época de primavera/verão (Figura 6D) o valor da TCR não foi influenciado

pelas telas de sombreamento e somente influenciados pelo período de observação

durante o crescimento da cultivar. Porém, o desdobramento de período em função da

época mostrou que aos 15 DAT e 45 DAT, a época de primavera/verão (Figura 6D),

os valores de TCR foram superiores aos do período de outono/inverno (Figura 6C). A

explicação para este fato está na melhor distribuição da biomassa nessa época

(Figura 3F) onde percebe-se que as telas não alteraram o comportamento fisiológico

da planta o que corroborou para uma melhor padronização da MST nessa época.

Resultados similares foram encontrados por Castoldi et al. (2009) com a cultivar

Verona CMS em condições de outono/inverno aos 69 DAT e Gondim et al. (2011) e

Alves et al. (2011) com a cultivar Verona CMS sob sombrite 50% no período de

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Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR) e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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primavera/verão, observaram comportamento semelhantes para a TCR mostrando

assim uma redução acentuada até o final da análise. Esse comportamento tem uma

relação direta com o auto sombreamento da cultura e também com a atividade

respiratória da planta o que corrobora para um decréscimo ao longo do período de

análise.

Em relação a TCA houve efeito significativo da interação tripla (Tabela 3). No

período de outono/inverno (Figura 6E), observa-se que o tratamento CA foi superior

aos demais com média de 2,53 g dia-¹ sendo os demais tratamentos as médias foram

de 1,66; 1,60; 1,46 e 1,20 g dia-¹ para AL, CRV, S50 e S35 respectivamente sem

diferença significativa entre eles. Esses valores corroboram com os valores de MST

encontrado para o mesmo período (Figura 3E).

Já no período de primavera/verão (Figura 6F), as telas não diferiram entre si,

porém os valores maiores e menores encontrados foram para CA e AL com médias

de TCA de 2,20 e 1,46g dia-¹ respectivamente. Em função dos períodos de análises

somente o tratamento S35 foi significativo com valores de 2,00 e 1,20 g dia para

primavera/verão e outono/inverno respectivamente, ou seja, incremento de 60% na

TCA. A explicação para o maior incremento na TCA para o período de primavera/verão

para o tratamento S35 está associado ao incremento da MST (Figura 3F) corroborado

com o aumento de NF e AF (Figura 4B e D) respectivamente.

Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a cultivar Verona CMS aos 75 DAT,

maior valor para o tratamento CRV (5,58 g dia-¹) e menor para a AL (1,09 g dia-¹) para

período de outono/inverno. Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona

CMS valores de TCA de 8,57g dia-¹ aos 69 DAT em condições de outono/inverno nas

condições de Jaboticabal-SP. Gondim et al. (2011) com a cultivar Verona CMS aos

70 DAT nas condições de primavera/verão sob sombrite 50% alcançou 8,71 g dia-¹.

Em nosso estudo o máximo TCA foi observado no CA com 7,66 g dia-¹ na época de

outono/inverno (Figura 6E).

Em relação a MFI e a PT houve diferença na interação entre telas e período.

Verifica-se em função da apresentação da figura 7, que as telas de sombreamento

utilizadas, somente influenciaram esses parâmetros no período de outono/inverno.

Nesse período, os tratamentos S50 e S35 foram superiores aos demais, porém

sem diferença significativa entre eles com médias de MFI e PT de 1,51; 1,32 kg planta-

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¹ e 31,66 e 27,66 ton ha-¹ respectivamente. Já o tratamento CA e CR não diferiram

entre si com médias de MFI e PT de 1,04 e 1,01 kg planta-¹ e 21,66 e 21,33 ton ha-¹

respectivamente. Já a tela AL foi inferior aos demais tratamentos com valor de MFI e

PT de 0,76kg planta-¹ e 16,00 ton ha-¹.

Monteiro et al. (2010) verificaram para as condições de cultivo de

outono/inverno em CA para a cultivar Cindy valores de MFI e PT de 1,56 kg planta-¹ e

31,60 ton ha-¹. Bortoluzzi et al. (2018) avaliando a cultivar Verona CMS sob os

mesmos telados na época de outono/inverno, verificaram que a MFI foi maior para o

tratamento S50 (1,69 kg planta-¹) e menor para a AL (0,729 kg planta-¹) e PT de 35,33

e 16,10 ton ha-¹ respectivamente.

Telas

Al CR S35 S50 CA

MFI

(kg

plan

ta-¹

)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

Pro

dutiv

idad

e to

tal (

ton

ha-¹

)0

5

10

15

20

25

30

351ª Época (Outono/Inverno)

2ª Época (Primavera/Verão)

A

A

BB

C

ns

Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido

Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. Letras

maiúsculas iguais não diferem entre si. Ns = não significativo (p<0,05).

Já no período de primavera/verão, não houve diferença entre os tratamentos

analisados mostrando assim comportamento de adaptabilidade indiferente as

condições de temperatura e luminosidade durante o cultivo.

Observando a figura 7 percebe-se uma redução significativa na MFI e PT no

cultivo de primavera/verão em relação ao cultivo de outono/inverno. A redução da MFI

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e da produtividade total em função dos períodos analisados foram de 18,79; 26,15;

44,10; 43,35 e 38,81% para os tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA respectivamente.

Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com a cultivar Verona CMS sob os mesmos

telados verificaram reduções de MFI e PT na época de primavera/verão.

Essa redução na MFI e PT está relacionada ao fator temperatura (Figuras 1 e

2). Observa-se que na época de outono/inverno as temperaturas médias registradas

são inferiores as registradas no período de primavera/verão. Esse incremento na

temperatura influenciou de forma direta o incremento no NF e consequentemente na

AF (Figuras 4B e D) o que levou a um desbalanço no dreno, ou seja, ao invés dos

fotoassimilados serem distribuídos para a inflorescência foram particionados na

regulação metabólica reduzindo assim a MFI e a PT.

4. Conclusões

O uso da sombrite 35% e sombrite 50% proporciona aumento na produtividade

da couve-flor cv. Cindy na época de outono/ inverno.

No cultivo de primavera/ verão o uso de telas não interfere na produção da

couve-flor.

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79

CAPÍTULO 4 – DESEMPENHO AGRONÔMICO DA COUVE-FLOR EM

DUAS ÉPOCAS SOB CULTIVO PROTEGIDO

RESUMO – O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Foram avaliadas para cultivar Sharon, o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. De modo geral a época de outono/inverno (1ª época) do experimento, o campo aberto apresentou maior rendimento vegetativo. A 2ª época do experimento apresentou maior rendimento nos parâmetros vegetativos, quando comparado a 1ª época. Já para produtividade a 1ª época foi superior a 2ª época, porém, sem variação significativa entre as telas. Na 2ª época também não houve variação entre os tratamentos. Conclui-se que que o uso de telas não influencia no aumento da produtividade da cultivar Sharon. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, telas de sombreamento, taxa de crescimento

AGRONOMIC PERFORMANCE OF CAULIFLOWER IN TWO SEASONS UNDER PROTECTED CULTIVATION

ABSTRACT - The objective of this work was to evaluate the development under protected and field cultivation in two seasons for cauliflower cultivation under tropical edaphoclimatic conditions. The experimental design was the completely randomized (DIC) in factorial 5x2 (five environments and two growing seasons), with three replications. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilation rate, crop growth rate, area index foliar area, leaf area ratio, leaf area ratio, fresh inflorescence mass and yield. In general the autumn / winter season (1st season) of the experiment, the open field presented higher vegetative yield. The second season of the experiment had a higher yield in the vegetative parameters when compared to the 1st season. For productivity, the 1st season was superior to the 2nd season, however, without significant variation between the screens. In the 2nd season there was also no variation between treatments. It is concluded that the use of screens does not influence the increase of productivity of Sharon cultivar. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, shading screens, growth rate

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80

1. Introdução

A produção de brássicas tem grande importância na olericultura brasileira,

devido ao grande volume de produção, ao retorno econômico e ao valor nutricional

dessas espécies. Entre as espécies mais cultivadas a que tem grande importância é

a couve-flor, rica em vitaminas, cálcio e potássio, além de conter várias substancias,

como a niacina, que reduz problemas no aparelho digestivo e no sistema nervoso

(TESSARO et. al., 2013).

A couve-flor é uma planta exigente em relação às condições climáticas, sendo

de origem de regiões de clima temperado ameno e bienal (MAY et. al., 2007). Devido

a essa exigência de condições de baixas temperaturas, seu cultivo era restrito a

regiões de temperaturas mais amenas. Porém, com o desenvolvimento de híbridos

resistentes a temperaturas mais elevadas, permite a produção em regiões com clima

mais quente. Entretanto, a sensibilidade das cultivares à temperatura é bastante

variável (MONTEIRO et. al., 2010).

A região de Sinop – MT apresenta temperaturas elevadas praticamente o ano

todo, com temperaturas médias muitas vezes maiores que as recomendadas as

cultivares de couve-flor (28°C). Uma alternativa para isso é a utilização de telas de

sombreamento, que podem alterar o microclima do ambiente. O cultivo de plantas em

ambientes protegido trouxe possibilidades de ajustar o ambiente às plantas e,

consequentemente, estender o período de produção para épocas e mesmo regiões

do ano mesmo antes inaptos à agricultura (GRANDE et. al., 2003).

A utilização de telas de sombreamento em hortaliças no Brasil não é tão

recente, pois existem trabalhos que registram seu início no final dos anos 60. Mas

somente no final dos anos 80 e, principalmente, no início da década de 90 que esta

prática passou a ser amplamente utilizada. Mas ainda necessita de maiores

informações sobre os efeitos das telas em diferentes épocas do ano e diferentes tipos

de cultura (FILGUEIRA, 2003).

Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento sob

cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas

condições edafoclimáticas tropicais.

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81

2. Material e métodos

O experimento foi conduzido no município de Sinop (-11,98°S; 55,56°W e

altitude média de 371m) em duas épocas distintas, sendo a primeira (março-julho)

caracterizada como época de outono/inverno (período seco) e a segunda (setembro-

dezembro) caracterizada como primavera/verão (período úmido). O clima é

classificado como Aw (Clima tropical com estação seca de Inverno). O solo é

classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) de acordo com o Sistema

Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2013). As análises químicas

e físicas da terra fina seca ao ar (TFSA), realizadas de acordo com os métodos

propostos por Embrapa (1997). A análise química e física do solo está descrita na

tabela 1 abaixo.

A calagem foi realizada distribuindo-se calcário dolomítico calcinado (PRNT

100%; CaO 48% e MgO 16%) em área total e a incorporação com grade para elevar

a saturação de bases em 80% (1,64 t ha-1), conforme recomendação de Trani e Raij,

(1997).

Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,

2017.

pH M.O. H+Al+ K+ Ca++ Mg++ SB T P B V%

CaCl3 % ------------------cmolc dm-3------------------ mg dm-3 %

5,3 2,25 3,14 0,09 3,04 1,21 4,34 7,48 5,3 0,17 58,1

GRANULOMETRIA (g kg-1) TEXTURA

ARGILA SILTE AREIA

292 187 521 Média

Análises realizadas no Laboratório de solos da Perfil Agroanálise, 2017.

Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2

(cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Nas parcelas foram

casualizados as telas Aluminet® 50% (AL), Chromatinet® 35% (CRV), Sombrite 35%

(S35), Sombrite 50% (S50) e campo aberto (CA). As épocas analisadas foram 1ª

época (outono/inverno) e 2ª época (primavera/verão).

Para fins de monitoramento ambiental utilizou-se os datallogers instalados, em

cada tipo de malha com coleta de hora em hora das condições de Temperatura,

modelo U23-001 (Onset®). Os dados referentes as temperaturas máximas (Figura 1)

e temperaturas mínimas (Figura 2) em função das telas está caracterizado nas figuras

abaixo:

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82

abr mai jun jul

Te

mp

era

tura

xim

a d

iária

(ºC

)

26

28

30

32

34

36

38

40

Campo Aberto (x=32,27°C)

Sombrite 35% (x=32,44°C)

Sombrite 50% (x=32,57°C)

Chromatinet (x=34,88°C)

Aluminet (x=35,49°C)

Outono/ Inverno

set out nov dez

Te

mp

era

tura

xim

a d

iária

(ºC

)

20

25

30

35

40

45

Campo Aberto (x=35,24°C)

Sombrite 35% (x=32,66°C)

Sombrite 50% (x=32,03°C)

Chromatinet (x=38,07°C)

Aluminet (x=37,87°C)

Primavera/ Verão

Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época

e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.

Os tratamentos sob malhas foram construídos na forma de “telados”

retangulares, um para cada tipo de malha, com dimensões de 2 x 4 x 23 m (altura,

largura e comprimento), tendo as laterais e as extremidades abertas.

As mudas de couve-flor do híbrido Sharon foram semeadas em bandejas de

polietileno de 128 células e permaneceram em casa de vegetação por um período de

26 dias para a 1ª época e 24 dias para 2ª época. Para o transplante foram

consideradas aptas as mudas com número mínimo de três folhas. O espaçamento de

transplante adotado foi de 0,80x0,60 m.

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83

No plantio aplicou-se 80 g planta-1 da fórmula comercial 02-24-12 (33,3 kg ha-1

de N, 400 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de K2O) e em cobertura 320 kg ha-1 de N; 240

kg ha-1 de K2O, na forma de ureia e cloreto de potássio parcelados em quatro épocas

sendo 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT).

abr mai jun jul

Tem

pera

tura

mín

ima d

iária (

ºC)

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

Campo Aberto (x=19,31°C)

Sombrite 35% (x=19,37°C)

Sombrite 50% (x=19,07°C)

Chromatinet (x=19,86°C)

Aluminet (x=20,17°C)

Outono/ Inverno

set out nov dez

Tem

pera

tura

mín

ima d

iária (

ºC)

16

18

20

22

24

26

28

Campo Aberto (x=21,37°C)

Sombrite 35% (x=21,15°C)

Sombrite 50% (x=21,05°C)

Chromatinet (x=21,02°C)

Aluminet (x=21,20°C)

Primavera/ Verão

Figura 2. Temperatura mínima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.

A adubação com boro foi realizada no transplante das mudas com a aplicação

de 3,14 kg de B ha-¹ utilizando como fonte o ácido bórico conforme proposição de

Penha Ribeiro et al. (2017). A aplicação de molibdênio foi realizada via foliar com a

aplicação de 1 g L-1 de molibdato de sódio aos 30, 45 e 60 DAT.

A área experimental total foi de 475,36 m² sendo cada parcela composta por

84 plantas e cada sub-parcela composta por duas plantas para cada período de

avaliação. Foi adotado o sistema de irrigação por microasperssão, com emissores

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84

espaçados de 2,0 m e as linhas de irrigação espaçadas em 1,5 m. A irrigação foi

realizada com intervalos determinados em função das condições do solo, das

necessidades da cultura e das condições climáticas do período. Para fins de manejo

da irrigação foram instalados no interior da cultura três tensiometros a profundidade

de 20cm sendo distribuídos no início, meio e fim da linha. O critério adotado para a

aplicação da lâmina foi o esgotamento da água do solo até o ponto de máxima de

50kpa.

As amostras foram coletadas em intervalos de 15 dias para fase vegetativa

sendo amostradas duas plantas por repetição respeitando as bordaduras, ou seja,

utilizando somente as linhas centrais. Essas plantas foram cortadas rente ao solo e

separadas em folhas, caule e inflorescência.

Antes da colheita das plantas foram avaliadas as seguintes características

morfológicas: número de folhas - NF (un); área foliar - AF (cm² planta-¹); e massa

fresca de inflorescência – MFI (kg planta-1). Posteriormente as plantas foram

fragmentadas e colocadas para secar em estufa com circulação forçada de ar, a 65°C

por 72 horas em seguida obteve-se a massa seca da folha, caule e total - MSF, MSC

e MST (g) e estimou-se a taxa de crescimento relativo - TCR (g g-1 dia-1); taxa de

crescimento absoluto – TCA (g dia-1); taxa assimilatória líquida – TAL (g dia-1 dm-2); e

produtividade – PT (ton. ha-¹) . Adicionalmente nessas plantas, foram avaliados; índice

de área foliar – IAF m2 m-2; área foliar específica – AFE (cm2 g-1); razão de peso foliar

– RPF (g g-1) e razão de área foliar – RAF (dm2 g-1) segundo metodologia de

Benincasa (2003).

Os dados de cada característica obtidos nas cinco épocas de amostragem da

planta tanto no estádio vegetativo como reprodutivo, foram utilizados na obtenção de

equações para estimar o crescimento no decorrer do ciclo, utilizando-se para isto o

Programa SigmaPlot® 10.0. As equações foram ajustadas ao modelo logístico: Y = a/

(1 + e –k(x – xc)), onde y = valor médio da característica avaliada; a = máximo assintótico

(acúmulo ou crescimento máximo); k = taxa média de crescimento; x = tempo (dias);

xc = tempo necessário para atingir a metade do crescimento máximo.

Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F, α≤0,05) e o

desdobramento das interações e/ou estudo do efeito isolado dos fatores foi realizado

através de análise de regressão levando em consideração a significância e o

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85

coeficiente de reprodutibilidade dos modelos. A partir dos modelos de regressão foram

estimadas a obtenção dos pontos de máxima (PM) das respectivas variáveis.

3. Resultado e Discussão

Para todos parâmetros de crescimento avaliados como MSC, MSF, MST, NF, AF

e IAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 2.

Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas

para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018.

Causas da

variação GL

QM

NF(1) AF(2) MSC(3) MSF(4) MST(5) IAF(6)

Telas (T) 4 4,77 1,89E+8* 106,30* 1794,8* 2667,78* 0,09*

Épocas (E) 1 2829,04* 1,52E+9* 3656,61* 87272* 126447* 5,62*

Período (P) 4 168,54* 2,71E+9* 137,53* 16578* 19736* 2,20*

(T) x (E) 4 11,63* 1,13E+8* 874,10* 831,92* 1225,2* 0,04

(P) x (T) 16 0,95 4,59E+7 64,20 277,55 312,68 0,06

(P) x (E) 4 41,35* 6,15E+8* 792,07* 3058,23* 3895,02* 0,49*

(E) x (T) x (P) 16 5,19 2,33E+7 465,77 256,39 412,33 0,03

CV (%) 13,85 28,50 56,84 34,66 34,83 19,10

* significativo a 5% de probabilidade. (1) número de folhas; (2) área foliar; (3) massa seca do caule; (4) massa seca da

folha; (5) massa seca total; (6) índice de área foliar.

Em relação a MSC, observa-se efeito distintos entre telas e época conforme

demonstrado na Figura 3A e B. Na 1ª época (outono/inverno), o maior acumulo de

MSC foi no período de 60 a 75 DAT, com maiores médias observadas no tratamento

S50 (43,40 g planta-¹) seguido dos tratamentos CA, S35, CRV e AL com médias de

30,52; 25,11; 22,06 e 16,01 g planta-¹ respectivamente. Bortoluzzi et al. (2018)

verificaram para a cultivar Verona CMS e Cindy no mesmo período os maiores

acúmulos de MSC no tratamento CA (29,2 e 35,78 g planta -1), inferiores ao

encontrado no tratamento S50.

Já na 2ª época (Primavera/verão), não houve diferença entre as telas

analisadas, porém, com maior média para o tratamento S50 26,37 g planta-¹ seguido

dos tratamentos CRV, CA, S35 e AL com médias de 25,92; 24,69; 23,05 e 21,25. O

maior período de crescimento foi observado entre 45 e 60 DAT se estabilizando até

os 75 DAT. Bortoluzzi et al. (2018) estudando a cultivar Cindy observaram maior

acúmulo no CA (21,50 g planta -1), e o menor foi observado na tela AL com 13,79 g

planta -1.

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86

(A)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Ca

ule

(g

pla

nta

-1)

0

10

20

30

40

50

AL CA CRV S35 S50

AL = 9,11e8 / (1+e

(-(x-301,11)/ 12,65)); R

2 = 0,935

CA = 37,50 / (1+e(-(x-(-(x-64,49)/ 7,11)

); R2 = 0,999

CRV = 28,84 / (1+e(-(x-66,66)/ 7,06)

); R2

= 0,999

S35 = 29,58 / (1+e(-(x-63,65)/ 6,57)

); R2 = 0,998

S50 = 97,94 / (1+e(-(x-76,84)/ 8,09)

); R2 = 0,999

(B)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Ca

ule

(g

pla

nta

-1)

0

5

10

15

20

25

30

AL CA CRV S35 S50

AL = 26,96 / (1+e(-(x-61,27)/ 10,48)

); R2

= 0,999

CA = 24,76 / (1+e(-(x-(-(x-50,04)/ 3,70)

); R2

= 0,998

CRV = 27,61/ (1+e(-(x-56,36)/ 6,80)

); R2

= 0,999

S35 = 23,41 / (1+e(-(x-53,03)/ 5,17)

); R2

= 0,998

S50 = 26,42 / (1+e(-(x-51,03)/ 3,52)

); R2

= 0,998

(C)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Folh

a (

g p

lanta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

AL CA CRV S35 S50

AL = 126,70 / (1+e(-(x-75,60)/ 19,02)

); R2 = 0,832

CA = 138,89 / (1+e(-(x-(-(x-57,06)/ 8,18)

); R2 = 1,00

CRV = 185,11/ (1+e(-(x-71,96)/ 9,50)

); R2 = 0,999

S35 = 140,39 / (1+e(-(x-60,44)/ 8,14)

); R2 = 0,999

S50 = 185,79 / (1+e(-(x-67,72)/ 9,52)

); R2 = 0,999

(D)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Folh

a (

g p

lanta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AL CA CRV S35 S50

AL = 274,67 / (1+e(-(x-76,88)/ 15,52)

); R2

= 0,977

CA = 168,68 / (1+e(-(x-(-(x-51,82)/ 6,85)

); R2 = 0,999

CRV = 206,05/ (1+e(-(x-62,03)/ 10,65)

); R2 = 0,997

S35 = 155,44 / (1+e(-(x-57,16)/ 9,62)

); R2

= 0,997

S50 = 151,25 / (1+e(-(x-50,58)/ 5,77)

); R2

= 0,999

(E)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Tota

l (g

pla

nta

-1)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AL CA CRV S35 S50

AL = 942,19 / (1+e(-(x-129,62)/ 22,80)

); R2 = 0,858

CA = 177,94 / (1+e(-(x-(-(x-58,91)/ 8,32)

); R2 = 1,00

CRV = 211,78/ (1+e(-(x-70,91)/ 9,09)

); R2 = 0,999

S35 = 171,82 / (1+e(-(x-61,28)/ 8,04)

); R2 = 0,999

S50 = 281,78 / (1+e(-(x-70,96)/ 9,57)

); R2 = 0,999

(F)

DAT

15 30 45 60 75

MS

Tota

l (g

pla

nta

-1)

0

50

100

150

200

AL CA CRV S35 S50

AL = 284,90 / (1+e(-(x-73,38)/ 14,72)

); R2

= 0,983

CA = 190,49 / (1+e(-(x-(-(x-51,19)/ 6,15)

); R2 = 0,999

CRV = 229,67/ (1+e(-(x-60,77)/ 10,02)

); R2 = 0,998

S35 = 176,07 / (1+e(-(x-56,07)/ 8,84)

); R2

= 0,998

S50 = 177,45 / (1+e(-(x-50,67)/ 5,37)

); R2

= 0,999

Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g planta-¹) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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87

Comparando-se o efeito dos telados em função das épocas de cultivo, o S50

foi o tratamento que apresentou melhores acúmulos de MSC nas duas épocas

avaliadas. O cultivo de outono/inverno foi 64,58% mais eficiente em relação ao cultivo

de primavera/verão. De acordo com Kaur et al. (2007), a diferença pode estar

relacionada a distribuição melhor da radiação PAR na época de outono/inverno, em

relação a época de primavera/verão.

Em relação a MSF, para época de outono/inverno a tela S50 foi observado os

maiores acúmulos, com médias de 126,70 g planta -1 e o tratamento AL obteve os

menores valores, com 63,73 g planta -1, conforme observado na figura 3C.

Já para época de primavera/verão, no tratamento CA foi observado as maiores

médias, com 163,06 g planta -1 seguido dos tratamentos CRV, S50, S35 e AL (Figura

3D).

Em relação ao período, observa-se claramente que na época de primavera/

verão, o incremento na MSF é maior que na época de outono/inverno para todos os

tratamentos (Figura 3C e D). Os tratamentos AL CRV, S35, S50 e CA tiveram

incremento de 103,38; 48,54; 12,06; 17,45 e 30,52% em relação a 1ª época

(outono/inverno) respectivamente. Resultados semelhantes ao obtido nesse estudo

foi obtido por Bortoluzzi et al. (2018) com a cultivar Verona CMS e Cindy onde

verificaram que na época de primavera/verão o teor de MSF foi maior em virtude do

número de folhas obtido no mesmo período. Uma das explicações para essa

observação é o incremento da temperatura (Figura 1 e 2) que estimula a planta a

desenvolver o vegetativo pelo incremento do número de folhas (Figura 4A e B).

Em relação a MST pode-se observar que na época de outono/inverno (Figura

3E) o tratamento S50 foi superior aos demais com média de 170,10 g planta-¹ seguido

dos tratamentos CA, S35, CRV e AL com médias de 155,45; 145,35; 129,26 e 79,73

g planta-¹ respectivamente. Já para a 2ª época (Figura 3F) no tratamento CA foi o que

obteve o maior acumulo, com 186,30 g planta-¹, seguido dos tratamentos CRV, S50,

S35 e AL com médias de 185,17; 175,19; 157,79 e 150,87 g planta-¹ respectivamente.

Todos os tratamentos tiveram maiores acúmulos de MST na época de

primavera/verão quando comparados a época de outono/inverno, nos tratamentos AL,

CRV, CA, S35 e S50 foram observados incrementos de 89,22; 43,25; 19,84; 8,55 e

2,99% respectivamente.

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88

Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com a cultivar Cindy, observou que os

tratamentos CRV, S35 e S50 tiveram resultados similares, com maiores incrementos

na época de primavera/verão, porém, para os tratamentos CA e AL houve efeito

contrário, com redução da MST nessa época.

Em relação ao NF, não tive variação significativa entre as telas e o campo

aberto, mas houve variação entre as épocas do experimento. Para época de

outono/inverno o tratamento CA foi superior aos demais tratamentos com média de

NF de 30,66 unid. planta-¹, porém sem diferença significativa entre as telas (Figura

4A). Bortoluzzi et. al. (2018) verificaram para a cultivar Cindy em plantio a CA número

de folhas totais de 31,66 unid planta-¹.

Já na 2ª época (primavera/verão), o tratamento com maior NF foi CA com 33,66

unid. Planta-1 (Figura 4B). Pode-se observar que no período de primavera/verão, o

número de folhas foi superior ao período de outono/inverno para os tratamentos AL,

CA e S35 com incrementos de 11,39; 14,76 e 3,40% respectivamente. Bortoluzzi et

al. (2018) trabalhando com as cultivares Verona CMS e Cindy, encontraram resultados

similares, com maior número de folhas na época de primavera/verão.

Para a análise de AF houve efeito da interação entre telas e o período

analisado. Durante a 1ª época (outono/inverno), o tratamento S50 foi superior aos

demais com AF de 15.742 cm² planta-¹ seguido das telas AL, CRV, S50 e S35

respectivamente (Figura 4C). Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona

CMS em condições de CA valores de AF máximo de 21.897,16 cm². A diferença

observada está diretamente relacionada a característica do cultivar utilizado.

Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com a cultivar Cindy observaram maiores médias

no CA, com valores de 16.453 cm² planta-¹, valor superior ao encontrado em nosso

estudo.

Já na 2ª época (primavera/ verão), o tratamento CRV foi superior aos demais,

porém sem diferença significativa entre eles (Figura 4D). A média de AF para CRV foi

de 22.419 cm² planta-¹. Os valores do CA, S50, S35 e AL foram 21.163; 20.932;

18.973 e 18.327 cm² planta-¹ respectivamente. Todos os tratamentos tiveram

incremento de área foliar na época de primavera/verão com relação a época de

outono/inverno.

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89

(A)

DAT

15 30 45 60 75

Núm

ero

de

fo

lha

s (

un

)

0

5

10

15

20

25

30

35

AL CA CRV S35 S50

AL = 40,54 / (1+e(-(x-58,78)/ 29,20)

); R2

= 0,948

CA = 34,58 / (1+e(-(x-(-(x-44,82)/ 17,02)

); R2

= 0,973

CRV = 96,83/ (1+e(-(x-98,63)/ 30,57)

); R2

= 0,998

S35 = 40,62 / (1+e(-(x-54,55)/ 20,68)

); R2

= 0,966

S50 = 42,52 / (1+e(-(x-56,70)/ 23,50)

); R2

= 0,989

(B)

DAT

15 30 45 60 75

Núm

ero

de folh

as (

un)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

AL CA CRV S35 S50

AL = 33,47 / (1+e(-(x-39,02)/ 15,19)

); R2

= 0,942

CA = 43,45 / (1+e(-(x-(-(x-51,80)/ 19,26)

); R2

= 0,995

CRV = 32,77/ (1+e(-(x-38,41)/ 15,34)

); R2

= 0,963

S35 = 33,73 / (1+e(-(x-39,70)/ 14,68)

); R2

= 0,982

S50 = 27,80 / (1+e(-(x-32,74)/ 11,15)

); R2

= 0,994

(C)

DAT

15 30 45 60 75

Áre

a F

oliar

(cm

2)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

AL CA CRV S35 S50

AL = 7,24e11

/ (1+e(-(x-466,49)/ 21,66)

); R2 = 0,939

CA = 14894 / (1+e(-(x-(-(x-54,13)/ 6,53)

); R2 = 0,994

CRV = 25542 / (1+e(-(x-74,14)/ 11,62)

); R2 = 0,999

S35 = 14634 / (1+e(-(x-53,98)/ 5,59)

); R2 = 0,993

S50 = 17285 / (1+e(-(x-57,38)/ 7,52)

); R2 = 0,995

(D)

DAT

15 30 45 60 75

Áre

a F

oliar

(cm

2)

0

5000

10000

15000

20000

25000

AL CA CRV S35 S50

AL = 73897 / (1+e(-(x-94,35)/ 17,37)

); R2

= 0,981

CA = 23050 / (1+e(-(x-(-(x-55,39)/ 8,10)

); R2 = 0,999

CRV = 33331 / (1+e(-(x-66,63)/ 11,66)

); R2 = 0,998

S35 = 23862 / (1+e(-(x-60,65)/ 10,65)

); R2 = 0,997

S50 = 21654 / (1+e(-(x-52,41)/ 6,60)

); R2

= 0,999

(E)

DAT

15 30 45 60 75

IAF

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

AL CA CRV S35 S50

AL = 1,67 / (1+e(-(x-43,61)/ 14,95)

); R2

= 0,745

CA = 4,54e7

/ (1+e(-(x-(-(x-1286)/ 69,84)

); R2

= 0,735

CRV = 1,65 / (1+e(-(x-47,96)/ 19,79)

); R2

= 0,820

S35 = 1,60 / (1+e(-(x-45,15)/ 15,98)

); R2

= 0,793

S50 = 1,44 / (1+e(-(x-38,40)/ 16,07)

); R2

= 0,789

(F)

DAT

15 30 45 60 75

IAF

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

AL CA CRV S35 S50

AL = 1,95 / (1+e(-(x-41,62)/ 30,78)

); R2

= 0,629

CA = 2,93 / (1+e(-(x-(-(x-58,38)/ 30,93)

); R2

= 0,800

CRV = 1,30e8

/ (1+e(-(x-1057)/ 54,11)

); R2

= 0,864

S35 = 2,64e6

/ (1+e(-(x-841,13)/ 53,40)

); R2

= 0,884

S50 = 3,97e6

/ (1+e(-(x-960,55)/ 60,51)

); R2

= 0,796

Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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90

Esse incremento corrobora com Olesen e Grevsen (1997) que demonstra que

a relação do número de folhas faz diretamente ao incremento da temperatura e

também ao aumento da radiação solar. Em condições tropicais de primavera/ verão,

a irradiação é maior quando comparada a época de outono/inverno em função da

declinação solar.

Em relação ao IAF as telas não diferiram significativamente dentro de cada

período. As telas somente diferiram entre os períodos analisados. Na época de

outono/ inverno (Figura 4E) foi observado maior valor no tratamento CA, que obtive

média de IAF 1,43 m2 m-2 seguido dos tratamentos S35, AL, S50 e CRV

respectivamente, com maiores valores entre os períodos de 60 a 75 DAT.

Já na 2ª época (Figura 4F) verificou-se um aumento no IAF. No tratamento CA

observou valor superior aos demais tratamentos, com 1,78 m2 m-2 seguido dos

tratamentos S50, CRV, S35 e AL respectivamente. Esse incremento no IAF

corresponde ao maior NF e AF observada no período de primavera/ verão (Figura 4B

e D).

Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a Cultivar Verona CMS nos tratamentos

AL, CA e CRV valores médios de 1,54; 1,40 e 1,30 m2 m-2 respectivamente. Castoldi

et al. (2009) em condições de CA para a cultivar Verona CMS no período de outono/

inverno aos 69 DAT verificaram para a cultivar Verona CMS valores de IAF de 4,24

m2 m-2. Um dos fatores que influenciam o IAF além da área foliar é o espaçamento

associado as condições de temperatura. Em nosso estudo o espaçamento de

80x60cm modifica a estrutura da arquitetura da folha, o que corrobora para um

aumento da ocupação da área de sombreamento na entre linha.

Para todos os parâmetros de crescimento avaliados como TCA, TCR, TAL,

AFE, RPF e RAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 3.

A AFE nas duas épocas do experimento, tiveram maiores valores nos períodos

inicias do desenvolvimento (15 a 30 DAT), decrescendo até o período final de

avaliação. Esse decréscimo de valores de AFE é devido ao fato de que nos estádios

iniciais da couve-flor há maior desenvolvimento do limbo foliar, diminuindo à medida

que o caule e a inflorescência se desenvolvem, resultando na redução ou paralização

na expansão foliar (KOHLI et al., 2008).

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91

Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018.

Causas da

variação GL

QM

TCA(1) TCR(2) TAL(3) AFE(4) RPF(5) RAF(6)

Telas (T) 4 2,33 1,90E-4 4,77E-7* 7720* 7,29E-3* 3468*

Épocas (E) 1 119,28* 0,44* 1,90E-5* 31312* 2,87E-2* 21415*

Período (P) 4 9,28* 1,05E-3 9,22E-9 34564* 5,41E-3 18216* (T) x (E) 4 4,14* 1,47E-3 3,31E-7* 3931* 4,09E-3* 1775* (P) x (T) 16 0,32 2,68E-4 2,40E-7 5047* 1,09E-2* 1184 (P) x (E) 4 9,24* 5,03E-3* 4,04E-7* 6228* 7,88E-3* 5869*

(E) x (T) x (P) 16 2,05 9,44E-4 2,98E-7* 4204* 4,18E-3* 1480*

CV (%) 67,75 27,74 37,12 25,31 5,03 17,90

* significativo a 5% de probabilidade. (1) taxa de crescimento absoluto; (2) taxa de crescimento relativo; (3) taxa

assimilatória líquida; (4) área foliar especifica; (5) razão de peso foliar; (6) razão de área foliar.

Na época de outono/inverno o maior valor de AFE foi observado no tratamento

S50 com valor de 393,90 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos CRV, S35, AL e CA

respectivamente (Figura 5A). Na época de primavera/verão o maior valor de AFE foi

no CA com valor de 175,61 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos S35, CRV, S50 e AL

respectivamente (Figura 5B). Valores inferiores quando comparado a época de

outono/inverno.

Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com a cultivar Cindy observou resultados

semelhantes de AFE, com valores maiores na época de outono/inverno. Nessa época,

na nossa região, as quantidades de queimadas são mais frequentes, ocasionando

assim, uma interferência na radiação. De acordo com Gobbi et. al. (2011) o

sombreamento causa um incremento da AFE, sendo responsável pelo aumento da

área foliar, para maximizar a captação de luz.

Com relação a RAF, nas duas épocas avaliadas, foram observados maiores

valores nos períodos inicias do cultivo, entre 15 a 30 DAT, decrescendo

significativamente a partir desse período.

Na época de outono/inverno a RAF foi maior para o tratamento CRV, com

256,55 dm2 g-1 seguido dos tratamentos S50, AL, S35 e CA com médias de 231,81;

213,63; 201,97 e 192,32 dm2 g-1 respectivamente (Figura 5C).

Para a época de primavera/verão o maior valor foi observado no tratamento

S50, aos 15 DAT, com valor de 154,40 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, CRV,

CA e S35 com valores de 151,80; 151,73; 147,88 e 137,77 dm2 g-1 respectivamente

(Figura 5D).

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92

(A)

DAT

15 30 45 60 75

AF

E (

cm

2 g

-1)

100

200

300

400

AL CA CRV S35 S50

AL = 334,07 + (-7,174x + (0,064x2); R

2 = 0,879

CA = 364,12 / (1+e(-(x-(-(x-12,89)/ -89,36)

); R2 = 0,561

CRV = 230,95/ (1+e(-(x-74,09)/ -15,60)

); R2 = 0,725

S35 = 72,09 + (5,128x + (-0,061x2); R

2 = 0,535

S50 = 529,77 + (-11,73x + (0,088x2); R

2 = 0,952

(B)

DAT

15 30 45 60 75

AF

E (

cm

2 g

-1)

100

120

140

160

180

200

AL CA CRV S35 S50

AL = 217,47 + (-2,97x + (0,025x2); R

2 = 0,956

CA = 237,62 + (-4,53x + (0,041x2); R

2 = 0,970

CRV = 218,91 + (-2,98x + (0,025x2); R

2 = 0,938

S35 = 217,53 + (-3,01x + (0,026x2); R

2 = 0,969

S50 = 220,41 + (-2,98x + (0,025x2); R

2 = 0,894

(C)

DAT

15 30 45 60 75

RA

F (

dm

2 g

-1)

50

100

150

200

250

300

AL CA CRV S35 S50

AL = 305,25 + (-6,41x) + 0,054x2; R

2 = 0,935

CA = 156,64 + (-0,047x) + (-0,011x2); R

2 = 0,619

CRV = 138,25 + 3,85x + (-0,061x2); R

2 = 0,776

S35 = 45,60 + 5,33x + (-0,062x2); R

2 = 0,614

S50 = 251,18 + (-1,58x) + (-0,005x2); R

2 = 0,977

(D)

DAT

15 30 45 60 75

RA

F (

dm

2 g

-1)

80

100

120

140

160

AL CA CRV S35 S50

AL = 187,90 + (-2,48x) + 0,021x2; R

2 = 0,822

CA = 197,84 + (-3,53x) + 0,031x2; R

2 = 0,843

CRV = 187,66 + (-2,35x) + 0,018x2

; R2

= 0,703

S35 = 161,49 + (-1,49x) + 0,011x2; R

2 = 0,534

S50 = 191,85 + (-2,41x) + 0,018x2; R

2 = 0,684

(E)

DAT

15 30 45 60 75

RP

F (

g g

-1)

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,71 + 0,008x + (-0,0001x2); R

2 = 0,775

CA = 0,74 + 0,008x + (-0,0001x2); R

2 = 0,938

CRV = 0,86 + 0,001x + ((-2,79e-5

)x2); R

2 = 0,784

S35 = 0,72 + 0,007x + ((-8,46e-5

)x2); R

2 = 0,643

S50 = 0,73 + 0,008x + (-0,0001x2); R

2 = 0,983

(F)

DAT

15 30 45 60 75

RP

F (

g g

-1)

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

AL CA CRV S35 S50

AL = 0,86 + 0,0007x + (-1,18e-5

)x2); R

2 = 0,497

CA = ,81 + 0,002x + ((-2,75e-5

)x2); R

2 = 0,463

CRV = 0,85 + 0,001x + ((-2,29e-5

)x2); R

2 = 0,577

S35 = 0,71 + 0,006x + ((-6,46e-5

)x2); R

2 = 0,773

S50 = 0,86 + 0,001x + ((-2,61e-5

)x2); R

2 = 0,712

Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso

foliar (RPF) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de

semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com Verona CMS sob os mesmos telados,

observaram comportamento semelhante. Com o envelhecimento da planta, a mesma

destina seus fotoassimilados para outras partes (inflorescência) além da folha,

reduzindo assim, os valores de RAF.

A RPF para as duas épocas, foram maiores no período de 45 DAT. Os maiores

valores de RPF na época de outono/inverno foi observada no tratamento S35 com

0,921 g g-1 seguido dos tratamentos CA, AL, CRV e S50 com médias de 0,920; 0,909;

0,891; e 0,890 g g-1 respectivamente (Figura 6C). Esses valores representam a

porcentagem de massa seca da planta acumulada nas folhas. O tratamento S50 com

o maior valor, tinha 92,1% da sua massa total acumulada na folha.

No início, quando a planta é constituída em grande parte por folhas, os valores

dessa razão são elevados, decrescendo com o tempo, pois, à medida que a planta se

desenvolve (MAGALHÃES, 1979). Porém, isso ocorreu somente no período de

outono/inverno, que após os 45 DAT, os valores de RPF foram diminuindo.

Na época de primavera/verão em todos os tratamentos foram observados

maiores valores nos 45 DAT, porém com valores inferiores encontrados na época de

outono/inverno, mas os valores foram mais constantes durante todo o período

avaliado (Figura 6D). O tratamento S50 foi o que obteve maior valor, com 0,910 g g-1,

seguido dos tratamentos CA, S35, CRV e AL com valores de 0,900; 0,899; 0,898; e

0,889 g g-1 respectivamente (Figura 6D).

Bortoluzzi et. al. (2018) observou comportamento semelhante para cultivar

Cindy, que teve valores maiores de RPF na época de outono/inverno, decrescendo

nos períodos finais do cultivo, e para época de primavera/verão, os valores foram

menores, mas com diminuição menos significativa nos períodos finais.

Em relação a TAL, observa-se os maiores valores 15 DAT, com uma redução

acentuada até os 75 DAT. Para época de outono/inverno o tratamento S35 foi superior

aos demais tratamentos, com valor de 3,91x10-3 g dia-¹ dm-3 seguido dos tratamentos

CA, CRV, AL e S50 respectivamente (Figura 5A).

Para época primavera/verão esta variável não houve diferença significativa

entre os tratamentos em função das épocas (Figura 5B). O maior valor foi observado

no tratamento CA com valor 2,43x10-3 g dia-¹ dm-3 seguido dos tratamentos S35, CRV,

AL e S50 respectivamente.

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O mesmo comportamento da TAL foi observado para a cultivar Verona CMS

durante a época de outono/ inverno por castoldi et al. (2009). Bortoluzzi et al. (2018)

verificaram para a cultivar Verona CMS sob telados para as duas épocas (outono/

inverno e primavera/verão) os mesmos comportamentos em todos os tratamentos.

Os resultados mostram que a além da ontogenia, atributos como radiação solar,

IAF, balanço hídrico e condições internas da planta afetam essa variável. A redução

da penetração da luz no dossel do vegetal faça com que a TAL seja decrescente em

função do índice de área foliar em funções de campo (TSUNO e FUJISE, 1962),

mesmo que ocorra incremento na área foliar, conforme ocorreu no presente

experimento em função do auto sombreamento.

Com relação a TCR, observou maiores valores nos períodos inicias (15 DAT),

com redução nos períodos seguintes. Na época de outono/inverno (Figura 6C), o

maior valor da TCR foi no tratamento AL com 0,354 g g-1dia-1 seguido dos tratamentos

S50, CRV, S35 e CA respectivamente.

Já na época de primavera/verão (Figura 6D) o maior valor foi no CA com 0,360

g g-1dia-1 seguido dos tratamentos S50, CRV, AL e S35 respectivamente. Porém, a

época de primavera/verão (Figura 6D), os valores de TCR foram superiores aos do

período de outono/inverno (Figura 6C). A explicação para este fato está na melhor

distribuição da biomassa nessa época (Figura 3F) onde percebe-se que as telas não

alteraram o comportamento fisiológico da planta o que corroborou para uma melhor

padronização da MST nessa época.

Resultados similares foram encontrados por Castoldi et al. (2009) com a cultivar

Verona CMS em condições de outono/inverno aos 69 DAT. Bortoluzzi et. al. (2018)

observaram comportamento semelhante para a TCR mostrando assim uma redução

acentuada até o final da análise. Esse comportamento tem uma relação direta com o

auto sombreamento da cultura e também com a atividade respiratória da planta o que

corrobora para um decréscimo ao longo do período de análise.

No período de outono/inverno (Figura 6E) para todos os tratamentos os maiores

valores foram observados aos 75 DAT, com o tratamento S50 superior aos demais

com valor de 6,79 g dia-¹ sendo os demais tratamentos as médias foram de 5,34; 4,41;

4,43 e 2,92 g dia-¹ para CRV, S35, CA e AL respectivamente. Esses valores

corroboram com os valores de MST encontrado para o mesmo período (Figura 3E).

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95

(A)

DAT

15 30 45 60 75

TA

L (

g d

ia-1

dm

-2)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

AL CA CRV S35 S50

AL = 1,09e5 / (1+e

(-(x-(-541,79)/ -30,82)); R

2 = 0,940

CA = 1,44e5 / (1+e

(-(x-(-712,69)/ -40,12)); R

2 = 0,872

CRV = 2155,5 / (1+e(-(x-(-280,94)/ -21,20)

); R2 = 0,822

S35 = 3,25e5 / (1+e

(-(x-(-174,93)/ -10,40)); R

2 = 0,960

S50 = 1,03e5 / (1+e

(-(x-(-568,93)/ -32,27)); R

2 = 0,880

(B)

DAT

15 30 45 60 75

TA

L (

g d

ia-1

dm

-2)

0,000

0,001

0,001

0,002

0,002

0,003

AL CA CRV S35 S50

AL = 1,37e5 / (1+e

(-(x-(-399,82)/ -23,12)); R

2 = 0,969

CA = 1,49e5 / (1+e

(-(x-(-480,98)/ -27,55)); R

2 = 0,900

CRV = 0,003 + (-8,73e-5

) + 6,41e-7

x2); R

2 = 0,916

S35 = 1,56e5 / (1+e

(-(x-(-434,22)/ -24,90)); R

2 = 0,949

S50 = 1,63e5 / (1+e

(-(x-459,32)/ -26,13)); R

2 = 0,907

(C)

DAT

15 30 45 60 75

TC

R (

g g

-¹ d

ia-¹

)

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

AL CA CRV S35 S50

AL = 2,25e+7 / (1+e(-(x-(-329,38)/ -16,13)

); R2 = 0,888

CA = 1,82e+7 / (1+e(-(x-(-524,16)/ -29,98)

); R2 = 0,857

CRV = 2,33e+7 / (1+e(-(x-478,92)/ -27,10)

); R2 = 0,620

S35 = 2,31e+7 / (1+e(-(x-(-387,30)/ -22,14)

); R2 = 0,672

S50 = 2,06e+7 / (1+e(-(x-362,62)/ -21,01)

); R2 = 0,849

(D)

DAT

15 30 45 60 75

TC

R (

g g

-¹ d

ia-¹

)

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

AL CA CRV S35 S50

AL = 2,21e+7 / (1+e(-(x-(-325,46)/ -18,92)

); R2 = 0,931

CA = 0,360 / (1+e(-(x-(29,25)/ -0,761)

); R2 = 0,525

CRV = 2,41e+7 / (1+e(-(x-330,21)/ -19,10)

); R2 = 0,855

S35 = 1,94e+7 / (1+e(-(x-(-371,76)/ -21,58)

); R2

= 0,872

S50 = 2,13e+7 / (1+e(-(x-339,85)/ -19,77)

); R2 = 0,862

(E)

DAT

15 30 45 60 75

TC

A (

g d

ia-¹

)

0

2

4

6

8

AL = 3,52 / (1+e(-(x-55,12)/ 13,22)

); R2 = 0,974

CA = 4,51 / (1+e(-(x-48,53)/ 5,66)

); R2 = 0,996

CRV = 6,76 / (1+e(-(x-64,25)/ 8,11)

); R2 = 0,999

S35 = 4,44 / (1+e(-(x-50,50)/ 4,56)

); R2 = 0,995

S50 = 8,29 / (1+e(-(x-62,85)/ 8,03)

); R2 = 0,997

(F)

DAT

15 30 45 60 75

TC

A (

g d

ia-¹

)

0

2

4

6

8

AL = 22,93 / (1+e(-(x-105,59)/ 22,82)

); R2 = 0,831

CA = -4,93 + 0,313x + (-0,002x2); R

2 = 0,739

CRV = 5,10 / (1+e(-(x-46,26)/ 6,63)

); R2

= 0,999

S35 = 3,91 / (1+e(-(x-43,39)/ 3,87)

); R2 = 0,918

S50 = -5,17 + 0,327x + (-0,002x2); R2 = 0

2; R

2 = 0,693

Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR) e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).

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Já no período de primavera/verão (Figura 6F), no S50 e CA os maiores valores

foram observados aos 60 DAT, com valores de 7,08 e 6,92 g dia-¹ respectivamente.

Os tratamentos CRV, AL e S35 os maiores valores foram observados aos 75 DAT,

com 5,04; 4,84 e 4,38 g dia-¹ respectivamente.

Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a cultivar Verona CMS aos 75 DAT,

maior valor para o tratamento CA (7,65 g dia-¹) e menor para a S35 (2,45 g dia-¹) para

período de outono/inverno e para época de primavera/verão, o maior para o CA (4,82

g dia-1) e menor para CRV (3,38 g dia-1). Castoldi et al. (2009) verificaram para a

cultivar Verona CMS valores de TCA de 8,57g dia-¹ aos 69 DAT em condições de

outono/inverno nas condições de Jaboticabal-SP. Gondim et al. (2011) com a cultivar

Verona CMS aos 70 DAT nas condições de primavera/verão sob sombrite 50%

alcançou 8,71 g dia-¹.

Em relação a MFI e a PT não houve diferença significativa entre as telas,

somente entre as épocas de avaliação. Verifica-se em função da apresentação da

figura 7, que as telas de sombreamento utilizadas, que esses parâmetros no período

de outono/inverno foram maiores em relação a época de primavera/verão.

Telas

Al CR S35 S50 CA

MFI

(kg

plan

ta-¹

)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Pro

dutiv

idad

e to

tal (

ton

ha-¹

)

0

5

10

15

20

25

30

1ª Época (Outono/Inverno)

2ª Época (Primavera/Verão)A

BB

C

ns

ns

Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido

Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. Letras

maiúsculas iguais não diferem entre si. Ns = não significativo (p<0,05).

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No período de outono/inverno, o tratamento S35 foi superior aos demais, porém

sem diferença significativa entre eles, com médias de MFI e PT de 1,28 kg planta-¹ e

26,66 ton ha-¹ respectivamente. Já para os demais tratamentos, CA, AL, S50 e CRV

os valores de MFI e PT de 1,13; 1,12; 1,07 e 1,00 kg planta-¹ e 23,66; 23,33; 22,66 e

21,00 ton ha-¹ respectivamente.

Monteiro et al. (2010) verificaram para as condições de cultivo de

outono/inverno em CA para a cultivar Cindy valores de MFI e PT de 1,56 kg planta-¹ e

31,60 ton ha-¹. Bortoluzzi et al. (2018) avaliando a cultivar Verona CMS sob os

mesmos telados na época de outono/inverno, verificaram que a MFI foi maior para o

tratamento S50 (1,69 kg planta-¹) e menor para a AL (0,729 kg planta-¹) e PT de 35,33

e 16,10 ton ha-¹ respectivamente.

Já no período de primavera/verão, o maior valor de MFI e PT foi no tratamento

CRV com 0,473 kg planta-1 e 9,66 ton ha-1 seguido dos tratamentos AL, CA, S35 e

S50 respectivamente, mostrando assim comportamento negativo de adaptabilidade

dessa cultivar com diferentes condições de temperatura e luminosidade durante o

cultivo.

Observando a figura 7 percebe-se uma redução significativa na MFI e PT no

cultivo de primavera/verão em relação ao cultivo de outono/inverno. A redução da MFI

e da produtividade total em função dos períodos analisados foram de 59,73; 53,07;

69,14; 63,30 e 60,42% para os tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA respectivamente.

Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com a cultivar Verona CMS e a cultivar

Cindy sob os mesmos telados verificaram reduções de MFI e PT na época de

primavera/verão.

Essa redução na MFI e PT está relacionada ao fator temperatura (Figuras 1 e

2). Observa-se que na época de outono/inverno as temperaturas médias registradas

são inferiores as registradas no período de primavera/verão. Esse incremento na

temperatura influenciou de forma direta o incremento no NF e consequentemente na

AF (Figuras 4B e D) o que levou a um desbalanço no dreno, ou seja, ao invés dos

fotoassimilados serem distribuídos para a inflorescência foram particionados na

regulação metabólica reduzindo assim a MFI e a PT.

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4. Conclusões

O uso de telas de sombreamento não influencia no aumento na produtividade

da couve-flor cv. Sharon independente da época de cultivo

No cultivo de primavera/ verão houve redução significativa na produtividade da

cultivar Sharon.

5. Referências

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