UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CÂMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM
FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO
Filipe Mizobe Bortoluzzi
Engenheiro Agrônomo
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CÂMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM
FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO
Filipe Mizobe Bortoluzzi
Orientador: Prof. Dr. Márcio Roggia Zanuzo
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Agronomia.
Julho de 2018
ii
iii
iv
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
Filipe Mizobe Bortoluzzi – Nascido em 12 de maio de 1992, no município de Presidente
Prudente, Estado de São Paulo. Ingressou na Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), curso de Agronomia, Campus de Sinop, em julho 2010. Em agosto de 2015
obteve o título de Engenheiro Agrônomo. Iniciou o curso de mestrado no Programa de
Pós-Graduação em Agronomia em março de 2016, na Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), Campus Sinop.
v
“Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para
recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.”
-Charles Chaplin-
vi
Dedicatória
Dedico o presente trabalho ao meu falecido avô:
TAKAYUKI MIZOBE
aos meu pais:
CRISTINA MIZOBE BORTOLUZZI
e
EDILSON TEOBALDO BORTOLUZZI
a minha noiva:
TATIANE ANDRESSA HATEM
e a minha irmã:
ISADORA MIZOBE BORTOLUZZI
e
MARYA SOPHIA BORTOLUZZI
vii
Agradecimentos
Agradecer primeiramente a Deus, pela saúde, fé e força que me sustentou todo
esse tempo para concluir mais essa etapa da minha vida profissional.
A minha noiva, pelo amor, companheirismo, confiança, força e por toda ajuda
na realização deste trabalho, que não seria possível sem sua dedicação.
Aos meus pais e irmãs, por todo amor, apoio, dedicação, disciplina e toda
educação que sempre me ensinaram.
Ao meu orientador, Márcio Roggia Zanuzo, pela orientação, dedicação,
ensinamentos e paciência para realização desse trabalho.
Ao programa de pós-graduação em Agronomia da Universidade Federal de
Mato Grosso – Campus Sinop e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior CAPES.
Aos meus amigos. Especialmente, Rafael Carlos Serafim, Jeferson Prazeres,
Augusto Cândido, Willian Passos, Matheus Passos, Jackson Andrade da Silva por
toda dedicação e ajuda na condução do experimento.
Aos meus compadres João Felipe e Núbia Taísa, e seu filho João Pedro, pela
ajuda e carinho que temos uns pelos outros.
Aos membros da comissão examinadora.
Aos professores do curso da pós-graduação, pelos ensinamentos.
E a todas as pessoas que de alguma forma ajudaram na realização do trabalho.
Muito obrigado.
viii
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... x
ABSTRACT ................................................................................................................ xi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xii
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. xiii
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................. 1
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 3
2.1 Cultura da couve-flor ...................................................................................... 3
2.2 Cultivo protegido sob telas de sombreamento ................................................ 5
2.3 Efeito da temperatura na cultura da couve-flor ............................................... 8
2.4 Efeito da luminosidade na cultura da couve-flor ........................................... 13
2.5 Análise de crescimento ................................................................................. 15
3. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 17
CAPÍTULO 2 – DESENVOLVIMENTO DA COUVE-FLOR EM FUNÇÃO DE TELAS
DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO .................................................... 28
RESUMO................................................................................................................... 28
ABSTRACT ............................................................................................................... 28
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 29
2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 30
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 34
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 52
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 52
CAPÍTULO 3 – INFLUENCIA DE TELAS DE SOMBREAMENTO NA COUVE-FLOR
“CINDY” EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE CULTIVO ................................................ 56
RESUMO................................................................................................................... 56
ix
ABSTRACT ............................................................................................................... 56
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 57
2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 58
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 62
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 75
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 75
CAPÍTULO 4 – DESEMPENHO AGRONÔMICO DA COUVE-FLOR EM DUAS
ÉPOCAS SOB CULTIVO PROTEGIDO .................................................................... 80
RESUMO................................................................................................................... 80
ABSTRACT ............................................................................................................... 80
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 81
2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 82
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 86
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 99
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 99
x
DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE COUVE-FLOR EM
FUNÇÃO DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO
RESUMO - O principal fator para o desenvolvimento da couve-flor é a temperatura. Para minimizar esse efeito é necessário identificar estratégias que alterem as condições ambientais, como a utilização de telas de sombreamento. O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas em três cultivares de couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em parcelas subdividas 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Foram avaliadas para as cultivares Verona CMS, Cindy e Sharon, o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. Para cultivar Verona CMS a produtividade na 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (35,33 ton. ha-1) e Chromatinet (31,33 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos. Para cultivar Cindy a produtividade na 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (31,66 ton. ha-1) e Sombrite 35% (27,66 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos. Já para cultivar Sharon, a produtividade na 1ª época foi superior a 2ª época, porém, sem variação significativa entre as telas. Na 2ª época também não houve variação entre os tratamentos. Conclui-se que que o uso de telas não influencia no aumento da produtividade da cultivar Sharon. Conclui-se que as telas Sombrite 50% e Sombrite 35%, para cultivar Verona CMS, proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor. Para cultivar Cindy, as telas Sombrite 50% e Chromatinet proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor. Para a Sharon o uso de telas não influencia no aumento da produtividade da cultivar Sharon. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, cultivo protegido, taxa de crescimento
xi
DEVELOPMENT OF COUVER-FLOWER CULTIVARS IN THE
FUNCTION OF SHADING FABRICS AND CULTIVATION TIMES
ABSTRACT - The main factor for the development of cauliflower is temperature. To minimize this effect, it is necessary to identify strategies that alter environmental conditions, such as the use of shading screens. The objective of this work was to evaluate the development under protected and field cultivation in two seasons for cauliflower cultivation under tropical edaphoclimatic conditions. The experimental design was the completely randomized (DIC) in 5x2 subdivision plots (five environments and two growing seasons), with three replications. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilatory rate, growth rate of the cultivars Verona CMS, Cindy and Sharon were evaluated leaf area index, leaf area ratio, leaf area ratio, fresh mass of the inflorescence, and productivity. In order to grow Verona CMS, productivity in the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (35.33 ton ha-1) and Chromatinet (31.33 ton ha-1) screens. In the second season there was no variation between treatments. In order to cultivate Cindy, productivity in the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (31.66 ton ha-1) and Sombrite 35% (27.66 ton ha-1) screens. In the second season there was no variation between treatments. In order to cultivate Sharon, productivity in the first season was higher than the second season, however, without significant variation between the screens. In the second season there was also no variation between treatments. It is concluded that the use of screens does not influence the increase of productivity of Sharon cultivar. It is concluded that the screens 50% Sombrite and 35% Sombrite, to cultivate Verona CMS, provide an increase in cauliflower productivity in the first season. In cultivation of second season the use of screens does not interfere in the production of cauliflower. To grow Cindy, the screens of Sombrite 50% and Chromatinet provide an increase in cauliflower productivity in first season. In cultivation of second season the use of screens does not interfere in the production of cauliflower. For Sharon, the use of screens does not influence the productivity increase of Sharon cultivar. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, protected cultivation, growth rate
xii
LISTA DE TABELAS
CAPITULO 1 Página
Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,
2017 .......................................................................................................................... 30
Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.
Sinop, MT, 2018 ........................................................................................................ 34
Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.
Sinop, MT, 2018. ....................................................................................................... 43
CAPITULO 2
Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,
2017 .......................................................................................................................... 58
Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas
para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018 ............................................................. 62
Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas
para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018 ............................................................. 68
CAPITULO 3
Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,
2017 .......................................................................................................................... 82
Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas
para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018 ........................................................... 86
Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas
para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018 ........................................................... 92
xiii
LISTA DE FIGURAS
CAPITULO 1 Página
Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época
e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 ........................................................ 31
Figura 2. Temperatura mínima para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a
2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 .............................................................. 32
Figura 3. Diâmetro da planta (cm) e número de folhas (unid.) do híbrido Verona CMS
em função de telas de sombreamento e época de plantio. A e C (Outono/Inverno); B
e D (Primavera/Verão) .............................................................................................. 35
Figura 4. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g
planta-¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 38
Figura 5. Área foliar (cm2), Índice de área foliar (m2 m2) e Área foliar especifica (cm2 g-
¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 42
Figura 6. Razão de área foliar (dm-2 dia-1), Razão de peso foliar (g g-1) e Taxa
assimilatória liquida (g dia-1 dm-2) do híbrido Verona CMS em função de telas de
sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F
(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 45
Figura 7. Taxa de crescimento absoluto (TCA), taxa de crescimento relativo (TCR) e
taxa de crescimento da cultura (TCC) do híbrido Verona CMS em função de telas de
sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F
(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 48
Figura 8. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido
Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura ........... 51
CAPITULO 2
Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época
e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 ........................................................ 59
Figura 2. Temperatura mínima para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a
2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017. ............................................................. 60
xiv
Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g
planta-¹) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 63
Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido
Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E
(Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) .......................................................... 66
Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso
foliar (RPF) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 69
Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR)
e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Cindy em função de telas de
sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F
(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 72
Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido
Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura ....................... 74
CAPITULO 3
Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época
e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017 ........................................................ 83
Figura 2. Temperatura mínima para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a
2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017. ............................................................. 84
Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g
planta-¹) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 87
Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido
Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E
(Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) .......................................................... 90
Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso
foliar (RPF) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão) ........................ 93
xv
Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR)
e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Sharon em função de telas de
sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F
(Primavera/Verão) ..................................................................................................... 96
Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido
Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura .................... 97
1
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1. Introdução
Nas últimas décadas, o Estado do Mato Grosso tem assumido papel de
destaque frente a produção agrícola Nacional com elevados índices de produtividade
e crescimento econômico. A região Centro Norte do Mato Grosso, ocupa 16% da área
do estado e apresenta 19 municípios em uma área de 145.421 km², fica localizada em
uma área de transição dos biomas do cerrado e amazônico (IBGE, 2017). Essa região
norte, também conhecida como “Nortão” vem estabelecendo ao longo dos anos um
novo sistema de produção agrícola, altamente produtivo e tecnológico, com
características particulares, e ainda vem sendo melhorado, aumentando a capacidade
produtiva da “Agricultura Tropical no Cerrado Brasileiro”.
Nos últimos anos, entretanto, as restrições mundiais com relação à utilização
de áreas de florestas para produção agrícola, tem alterado o cenário de crescimento
da produção, visto que se busca a agregação de valor a produção estadual com vistas
a reduzir os custos em infraestrutura e logística. As principais atividades
agropecuárias do estado ainda estão vinculadas a agricultura de monocultivo em larga
escala (soja, milho, algodão, arroz de sequeiro, feijão, dentre outros) e bovinocultura
de corte, avicultura e suinocultura (IMEA, 2017).
Com um fluxo migratório elevado e a demanda por mais alimentos e de
qualidade a produção agropecuária do Mato Grosso vem sofrendo repressão
produtiva em virtude da falta de informações que balizam e/ou seja capaz de delinear
o alicerce produtivo principalmente focado para os pequenos produtores devido a
carência e/ou falta de informação (IBGE, 2017).
Atualmente, surgem demandas crescentes com o aumento populacional do
Estado, perfazendo na necessidade de que o Mato Grosso possa ser considerado um
estado promissor e que, mesmo diante das atuais delimitações pelo uso da terra,
possa desempenhar um papel de destaque no atendimento ao aumento da produção
de alimentos com vistas a atender o crescimento da população, principalmente no
tocante a hortaliças, frutas e seus derivados (IBGE, 2017).
No Brasil, os principais eixos produtores e distribuidores são Sul e Sudeste
(com características de clima temperado e/ou altitudes médias). Contudo esses
2
centros de produção encontram-se logisticamente deslocados das demais regiões
geográficas do país, impedindo a oferta de frutos e hortaliças em quantidade e
qualidade adequada, visto que o Centro de melhoramento desses vegetais encontra-
se concentrados nesses eixos e depois aclimatados para produção em outras regiões.
Um dos entraves à exportação desses produtos de região produtoras como Sul e
Sudeste está na logística de transporte o que encarece o preço final do produto
(MAMBREU et al., 2007).
Nesse caso, o problema da oferta de determinadas hortaliças é intensificado
em função dos custos elevados de transporte e das perdas de qualidade dos produtos
para consumo in-natura, principalmente para as regiões localizadas ao Norte do
Estado. Em função do acelerado desenvolvimento econômico de alguns municípios
da região (como o caso de Sinop que apresenta em torno de 113.082 habitantes
(19.347 na área rural) e apresentou na última década taxas de crescimento
populacional e econômicos de 51,12 e 10,4%) observa-se um crescimento da
demanda por alimentos funcionais como frutas e hortaliças que produzem efeitos
metabólicos e fisiológicos com benefícios à saúde (IBGE, 2017).
Dentre as hortaliças comercializadas na região o que chama a atenção é o valor
agregado de brassicas como o brócolis e a couve-flor que são comercializados por
preços praticamente inviáveis para o consumidor local porém com excelente
aceitabilidade comercial. Vários produtores já estão começando a ariscar o cultivo
dessas espécies, porém a falta de informações como condições edafoclimáticas que
sejam compatíveis ao crescimento e desenvolvimento da cultura, recomendado pelos
centros de melhoramento desses vegetais torna-se, portanto, um desafio para o
Estado (ZANUZO, 2013).
Aliado a distância dos centros produtores, pouco se conhece cientificamente
dessas hortaliças sobre as características do desempenho agronômico produtivo
frente às variações climáticas comparadas a outras regiões e/ou de sistemas
alternativos que propiciem a produção de culturas exigentes em termos climáticos
para atender os novos centros urbanos do país.
Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento de diferentes
cultivares de couve-flor sob cultivo protegido e a campo em duas épocas nas
condições edafoclimáticas tropicais.
3
2. Revisão de literatura
2.1 Cultura da couve-flor
A couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.) é uma hortaliça originária da
Costa do Mediterrâneo, espalhou-se pela Europa no início do século XVII. As
cultivares tradicionais de couve-flor no Brasil foram provavelmente introduzidas com
a vinda dos primeiros imigrantes italianos no século XIX (MAY et. al., 2007).
Pertencente à família Brassicaceae, anteriormente denominada Cruciferae, a
couve-flor é uma variedade botânica da couve-silvestre (B. oleracea var. silvestris). A
couve-silvestre ainda é encontrada no litoral atlântico da Europa ocidental e nas
costas do mar Mediterrâneo. Esta planta originou sete distintas culturas oleráceas,
todas pertencentes à mesma espécie, porém classificadas como diferentes
variedades botânicas: brócolos (B. oleracea var. itálica), couve-de-bruxelas (B.
oleracea var. gemmifera), couve-flor (B. oleracea var. botrytis), couve-de-folhas (B.
oleracea var. acephala), couve-rábano (B. oleracea var. gongylodes), couve-
tronchuda (B. oleracea var. tronchuda), repolho (B. oleracea var. capitata) (CLAUDIO,
2013).
Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se concentram nos
primeiros 20-30cm de profundidade. A inflorescência (cabeça) se desenvolve sobre
um caule curto e são formadas a partir do conjunto de primórdios florais, sendo estes
primórdios florais transformados, posteriormente, em botões florais, podendo ter
coloração branca, creme, amarela, e, mais recentemente, roxa e verde (MAY et al.,
2007).
No Brasil, a couve-flor é mais cultivada nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As principais
regiões produtoras são: Ibiúna, Porto Feliz, Itatiba, Jarinú e Sorocaba, em São Paulo;
Teresópolis, no Rio de Janeiro; Carandaí e Barbacena, em Minas Gerais; São José
dos Pinhais, Colombo e Londrina, no Paraná; Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul;
Venda Nova dos Imigrantes, no Espirito Santo; e Jaguaquara, na Bahia (PÔRTO,
2009). A produção no ano de 2016 chegou a 329 mil toneladas em uma área de
aproximadamente 11,07 mil hectares, com produtividade média de 29,7 ton. ha-1
(CONAB, 2017).
4
A couve-flor possui 93% de água, é considerada boa fonte de vitaminas A (85
UI em 100g), B (150mg em 100g) e C (72mg em 100g). Contém grande quantidade
de potássio (286mg por 100g), fósforo (188mg em 100g) e fibras, e calorias (30
calorias em 100g), o que atende aos anseios de uma população que opta por uma
alimentação mais saudável. Apresenta propriedades mineralizante, fortificante,
oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio (123mg em 100g), é importante na
boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007). É uma hortaliça que pode ser
consumida de várias formas, compondo pratos quentes e frios, e suas características
saudáveis incentivam o seu consumo (CEASA, 2017).
É uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o fator
agroclimático mais limitante. Já foi considerada cultura típica de outono-inverno,
embora sem resistência à geada, exigindo temperaturas amenas ou frias para formar
inflorescências comerciais. Ao longo do tempo, com o melhoramento genético vegetal,
foram obtidas cultivares adaptadas a temperaturas mais elevadas, possibilitando o
cultivo ao longo de todo o ano (FILGUEIRA, 2008). Antes de se iniciar um programa
de melhoramento de couve-flor, algumas características devem ser levadas em
consideração, como, por exemplo, desempenho a variação climática ao longo do ciclo,
precocidade, compacidade da inflorescência, resistência a doenças entre outros
quesitos (MALUF, 2001).
A faixa ótima de temperatura para couve-flor é de 14 a 20ºC, e o cultivo em
temperaturas acima de 28ºC pode provocar a não formação da inflorescência ou a
perda de compacidade e aumentar a quantidade de folhas, o que não é desejado
nesse material onde a principal parte comercializada é a inflorescência. Temperaturas
próximas a 0ºC causam injúrias por congelamento no ápice dos ramos, resultando
também em não formação da inflorescência (MAY et al., 2007).
Sob condições favoráveis, o crescimento e o desenvolvimento podem ser
divididos em quatros estádios: o primeiro, de 0 a 30 dias, compreende o crescimento
inicial após a emergência das plântulas até a emissão de 5 a 7 folhas definitivas; o
segundo estádio, de 30 a 60 dias, ocorre a fase de expansão das folhas externas; o
terceiro estádio, de 60 a 90 dias, caracteriza-se pela diferenciação e o
desenvolvimento dos primórdios florais e das folhas externas. No quarto estádio, de
90 a 120 dias, ocorre o desenvolvimento da inflorescência, sendo este o estádio mais
5
importante para produção de sementes, onde ocorre a formação e enchimento das
mesmas (UZUN e PEKSEN, 2000). Contudo, o comprimento desses estádios
fenológicos não é rígido, ou seja, pode variar segundo as características da própria
cultivar e também da resposta da planta às condições ambientais de cultivo. O
segundo e o terceiro estádios de desenvolvimento da couve-flor são de grande
importância na produtividade (tamanho e conformação de inflorescência), uma vez
que atuam decisivamente sobre o número e tamanho de folhas, que definirão a área
foliar da planta (KIMOTO, 1993; MAY et al., 2007).
2.2 Cultivo protegido sob telas de sombreamento
Dentre as alternativas para modificar as condições ambientais de cultivo de
hortícolas, destaca-se a utilização de estruturas metálicas ou de madeira em conjunto
com filmes plásticos e/ou telas plásticas de “sombreamento” com diferentes
intensidades e cores para a sua cobertura, denominadas de cultivo protegido e ou
simplesmente de estufa, tendo ou não o controle ambiental (GOTTO; TIVELLI, 1998).
Muitos trabalhos têm comprovado a existência de diferenças significativas entre as
condições meteorológicas internas e externas, exigindo práticas de manejo
diferenciadas (GALVANI et al., 2001; SILVA et al., 2004; SOUSA et al., 2005;
TEODORO et al., 2005). Ao contrário do que se conhece sobre os cultivos
convencionais, a plasticultura é, ainda, deficiente de informações tanto de manejo
como das necessidades das culturas quanto à água, energia solar e nutrientes. O
aumento da demanda, aliada à necessidade de produzir o ano todo destaca o cultivo
protegido como boa alternativa e prática agrícola.
A radiação solar é a fonte de energia para as plantas sendo a maior parte desta
energia convertida em calor, acelerando o processo de transpiração e alterando a
temperatura dos tecidos vegetais e muitas vezes com consequências danosas para
os tecidos vegetais pela produção de substancias nocivas aos sistemas
membranários celulares. O efeito da temperatura é dependente do efeito da radiação
luminosa que incide no cultivo e, portanto, essa luminosidade aliada ao efeito do
aumento da temperatura pode provocar distúrbios fisiológicos e metabólicos
indesejados aos vegetais comprometendo o aspecto qualitativo e nutraceutico nos
vegetais. O mecanismo fotossintético é regulado pela condição de luminosidade e
6
temperatura e quando em descompasso pode resultar no aumento de substâncias
oxidativas que interferem no metabolismo de crescimento e desenvolvimento dos
vegetais. A luz é um processo vital para sobrevivência dos vegetais, porém, a sua
restrição com telas de sombreamento pode influenciar negativamente no sistema
produtivo (TAIZ e ZIEGER, 2004). Portanto faz-se necessário o estabelecimento de
índices por meio de uso de telas de sombreamento que promovam a máxima
eficiência econômica e produtiva para os cultivos olerícolas.
Atualmente, nota-se grande evolução na produção de telas de sombreamento
para a cobertura de ambiente protegido na agricultura. A escolha do material de
cobertura pode alterar a quantidade de luz transmitida no interior do ambiente
protegido, beneficiando ou não a cultura ali instalada, em função de suas exigências,
visto que, ocorre uma dependência da arquitetura, orientação da instalação e das
variações astronômicas, geográficas e climáticas do local. Segundo Costa (2011),
novas tecnologias na utilização de telas estão sendo empregadas em substituição às
malhas de sombreamento de cor preta tradicional (sombrites) cujo objetivo principal é
proteger as plantas da radiação. Esses materiais de polietileno de baixa densidade
(PEBD) são de várias colorações (azul, vermelho, amarelo, cinza e preto) com funções
específicas na sua utilização.
Para Huertas (2006) a malha termo refletora de alumínio promove boa
ventilação, distribuição uniforme da luz e aporte máximo da luz difusa e da reflexão
da radiação infravermelha, tanto para evitar o excesso da temperatura como para
economizar energia. Já as telas de coloração vermelha transferem mais a luz do
espectro nas ondas vermelho e vermelho distante e difundem a luz que passa através
da malha, sendo eficiente no desenvolvimento da planta (LI, 2006). As de coloração
azul proporcionam luz do espectro em comprimento de onda de 440-490 nm,
intensificando o fototropismo e a fotossíntese (RODRIGUES, 2002).
Rampazzo et al. (2014) avaliando telados no período seco e no chuvoso, em
Cáceres-MT, na cultura da alface utilizando telados com malhas de 30, 40 e 50% de
sombreamento, telas termo refletoras com 30, 40 e 50 observaram que o que os
ambientes telados reduziram os valores mínimos, médios e máximos dos atributos
luminosidade e temperatura do ar e proporcionaram aumento na umidade relativa do
ar, quando comparados com o ambiente campo aberto. Os telados com tela de
7
sombreamento de 40 e 50% e tela termo refletora 50% apresentaram maior eficiência
para a redução da luminosidade e da temperatura do ar. A tela de sombreamento 50%
foi a que proporcionou maiores índices de umidade relativa doar entre os tratamentos.
Diamante et al. (2013) avaliando cultivares de alface em função de diferentes
ambientes de cultivo (telas de sombreamento 30 e 50%, telas termo refletoras 30 e
50% e campo aberto mostraram que houve diferença entre os genótipos avaliados e
entre as telas utilizadas. Os mesmos autores mostram que parâmetros como Peso
fresco não foi alterado em função da utilização de telas de sombreamento e que o
ambientes de cultivo que aumentaram a resistência ao pendoamento da alface foram
as telas de sombreamento e termo refletora com índice de 50%.
Nooprom et al. (2013) trabalhando com diferentes cultivares de brocolis em
diferentes sistemas de produção (Campo e Tela verde) verificaram que o comprimento
da planta, o diâmetro da cabeça, número de plantas colhidas e a precocidade foi
influenciada diretamente pelo uso de tela de sombreamento de coloração verde.
Nesse mesmo trabalho os autores mostraram que houve interação entre a cultivar e
o efeito da tela de sombreamento para a produtividade sendo esta uma relação direta
ligada ao genótipo avaliado. Em relação aos parâmetros climáticos como UR e
Luminosidade, a tela de sombreamento reduziu a luminosidade e aumentou a UR nos
cultivos interferindo diretamente no mecanismo fotossintético da planta corroborando
para o incremento diferencial das variáveis analisadas.
Outro autor (BHERINGER, 2013) trabalhando com brócolis em Viçosa-MG
durante o período de verão/ outono verificaram que as malhas termo refletoras
Aluminet 30%; Aluminet 40%, difusora 30% e sombrite 60% modificaram a morfologia
das plantas de brócolis, aumentando a massa de matéria fresca das partes não
comestíveis como caule e pecíolo além de não proporcionar aumento de produtividade
em função do peso fresco.
A disponibilidade de radiação solar é um dos fatores que mais limitam o
crescimento e o desenvolvimento das plantas. Toda energia necessária para a
realização da fotossíntese, processo que transforma o CO2 atmosférico em energia
metabólica, é proveniente da radiação solar (TAIZ e ZIEGER, 2004). Larcher (2000)
afirma que para a planta, a radiação é fonte de energia e estímulo regulador do
desenvolvimento não somente com relação a qualidade espectral (diferentes
8
comprimentos de onda) mas também a sua intensidade, desempenham papel
fundamental no desenvolvimento morfológico das plantas (MOTA, 1987). Quando as
plantas recebem adequado suprimento de água e nutriente a produção de fitomassa
seca é controlada pela radiação solar disponível (MONTEITH, 1965). Entretanto,
apenas uma parte dessa radiação incidente é aproveitada pelas plantas, sendo
dependente de parâmetros físicos, biológicos e geométricos.
Para Reisser Júnior et al. (2003), a redução da radiação proporcionada pela
presença do filme plástico e dos elementos estruturais do ambiente protegido,
provocam modificações nas características das plantas cultivadas sob estas
estruturas, sendo estas variações semelhantes às das plantas cultivadas sob reduzida
disponibilidade de radiação, ou seja, às plantas de sombra. Afirmam que altura de
plantas cultivadas em ambiente de menor disponibilidade de radiação solar é maior
do que nas cultivadas a céu aberto. Outra característica relacionada à redução da
radiação solar é o aumento da área foliar
As respostas apresentadas pelas plantas à variação na disponibilidade de luz
costumam envolver alterações nas características das folhas relacionadas à
fotossíntese, como a razão clorofila a/b, espessura foliar, teor de nitrogênio, densidade
estomática, e/ou alterações na proporção de tecidos fotossintetizantes em relação aos
não fotossintetizantes, levando à modificação na distribuição de biomassa (POPMA e
BONGERS, 1991; OSUNKOYA et al., 1994).
Para Filgueira (2003), o sombreamento cria um microclima interno mais
favorável, mesmo sob temperatura e luminosidade elevadas. Isso ocorre seja em
épocas seca, seja sob chuvas intensas, com efeitos positivos na fisiologia da planta,
elevando-se a produtividade e a qualidade das hortaliças.
2.3 Efeito da temperatura na cultura da couve-flor
A literatura reporta os efeitos da temperatura sobre o crescimento e
desenvolvimento da couve-flor há vários anos. Quando as plantas são expostas a
temperaturas mais altas, estas desenvolvem de forma vegetativa e inibem a floração,
sugerindo que a temperatura é um dos fatores mais importantes na regulação da
diferenciação floral (PAEZ et al., 2000).
9
Gill e Singh (1973) relataram que temperaturas máximas e mínimas de 15,4-
18,9°C e 4,6-6,8°C, respectivamente, durante outubro, novembro e dezembro,
induziram um bom crescimento vegetativo na couve-flor no vale de Kullu. Eles também
relataram que as flutuações de temperatura no mês de fevereiro afetaram
negativamente a produção de sementes. Chatterjee e Som (1990) relataram que a
temperatura máxima média de 26,3°C, temperatura mínima de 20,1°C e umidade
relativa de 88,3-88,6% foram eficazes para estimular o crescimento da planta e a
formação de cabeça na couve-flor em Pedong, Kalimpong.
Fujime e Hirose (1980) investigaram os efeitos da variação diurna da
temperatura sobre a formação de cabeça de couve-flor, ao crescer a baixa
temperatura durante uma parte do dia e alta temperatura durante a parte restante do
dia, e concluiu que o estímulo de baixa temperatura administrado em um certo período
do dia será reduzido, mas não será anulado por altas temperaturas subsequentes.
Eles também relataram que, apesar de as plantas serem cultivadas a uma variação
diurna de temperatura, o efeito de baixa temperatura se acumulará nas plantas e
produzirão a inflorescência.
Algumas cultivares de couve-flor iniciam a formação de cabeça
aproximadamente na mesma proporção, sob condições de clima frio ou muito quente.
Outras cultivares exigem mais de duas vezes o tempo para formar cabeças em
condições de alta temperatura do que sob temperaturas frescas ou moderadas. O
atraso ou retardamento da formação de cabeça é o resultado da falta de tempo de
crescimento suficiente, durante o qual a temperatura está abaixo de um valor crítico.
Esta temperatura crítica parece variar com diferentes cultivares (LIPTAY, 1981). Wurr
et al. (1988) com base em experimentos realizados em Wellesbourne, relataram que
as plantas de couve-flor apresentaram taxa máxima de vernalização entre 5 ° C e 17
° C e a temperaturas inferiores e superiores a esse intervalo, observaram-se grande
variação no número de folhas formadas no momento da iniciação da cabeça que
variou entre 22 e 36,7 folhas.
A temperatura durante o crescimento vegetativo tem uma forte influência sobre
o tempo de iniciação da cabeça e, juntamente com a variação na duração do
crescimento da cabeça desde a iniciação até a maturidade (WURR e FELLOWS,
1990). No experimento realizado por Wurr e Fellows, 2000 em estufas de ambiente
10
controlado, verificou-se que havia uma relação linear entre o crescimento precoce da
cabeça e a temperatura entre 8 ° C e 18 ° C. Pearson et al. (1994) relataram que a
taxa de iniciação da cabeça na couve-flor aumentou até uma temperatura média de
14 ° C, mas diminuiu posteriormente.
Reeves et al. (2001) relataram que as temperaturas mais quentes reduziram a
biomassa total, devido em parte ao início do corte de cabeça, que foi antecipado, e à
redução das taxas de crescimento da cabeça. A redução do peso seco foi de 6% por
cada aumento de 1°C em temperatura. Wurr e Fellows (1998) relataram que, na
cultura de couve-flor, o aumento de temperatura reduziu os comprimentos das fases
de crescimento juvenil e de cabeça, porque as temperaturas estavam além do seu
ótimo. Eles também relataram que, nas condições de Wellesbourne, que temperaturas
acima de 21°C para a cultivar White Fox, as plantas aumentavam o número de folhas.
De acordo com Csizinszky (1996), em condições climáticas úmidas e quentes,
o plantio de couve-flor deve ser cronometrado quando as temperaturas mínimas caem
para menos de 21°C para não prejudicar a época de colheita. Wurr (2001) informou
que em Wellesbourne no Reino Unido, as temperaturas aumentadas (até 4°C acima
da temperatura ambiente) atrasaram a iniciação da cabeça na cultivar de couve-flor,
no mês de março, até 49 dias e aumentaram o número final de folhas em 36.
Nowbuth (1997) relatou que as temperaturas mais quentes favoreceram a
produção foliar de couve-flor até um máximo, após o que se notou uma diminuição. A
produção de folhas atingiu um pico de 22,5°C para a variedade temperada Revito e a
25°C para a variedade local da Maurícia e depois da produção de folhas declinou. A
iniciação da cabeça no Revito ocorreu a uma faixa de temperatura de 11-19,5°C em
comparação com a variedade tropical local que iniciou a cabeça a uma faixa mais alta
de 11-22,5°C. Não foi observada formação de cabeça a mais de 22,5°C em Revito e
25°C na variedade local. As temperaturas quentes também mostraram um efeito
inibitório na taxa de expansão do diâmetro do ápice.
Olesen e Grevsen (1997) descobriram que a expansão da área foliar relativa
era uma função linear da temperatura média diária da superfície da folha, mas
somente a temperaturas acima de 21°C. Wien e Wurr (1997) relataram uma alta
frequência de má formação da cabeça na couve-flor, se eles são cultivados além do
intervalo de condições de temperatura para o qual foram desenvolvidas originalmente.
11
A produção de folhas e a taxa de expansão foliar aumentam com a temperatura, até
o final da vegetativa, mas se a temperatura exceder esse período, a formação da
cabeça pode ser adiada ou interrompida por uma maior formação de folhas. Em
temperaturas inferiores ao ótimo, o desenvolvimento da área foliar é reduzido, levando
ao abotoamento ou à produção de cabeça de frouxa.
Wurr e Fellows (1998) realizaram um experimento de couve-flor de inverno para
estudar a produção de folhas e o início da cabeça em resposta à temperatura. Neste
experimento, eles usaram polietileno perfurado e lã não tecida para cobrir as culturas,
a fim de aumentar a temperatura em 1,6°C e 1,1°C, respectivamente, em comparação
com as culturas plantadas abertas. Eles relataram que o tempo de iniciação da
inflorescência foi prolongado até 57 dias a colheita.
De acordo com Hazra e Som (1999), quando as cultivares de tolerância a altas
temperaturas são cultivadas em condições de baixa temperatura, ocorre uma rápida
transformação, sem um desenvolvimento vegetativo adequado, resultando na
produção cabeça pequena e em condições de temperatura mais baixa, ocorre a
formação de brotos verdes típicos. Eles também relataram que o intervalo ótimo de
temperatura do solo para a germinação da semente de couve-flor é de 10-30°C. As
temperaturas mínimas, máximas e ótimas para germinação são de 4,4°C, 37,8°C e
25°C, respectivamente.
Rahman et al. (2007) realizou um experimento no Reino Unido, para estudar a
relação entre temperatura e o desenvolvimento da couve-flor após a iniciação da
cabeça, e observou que a cabeça da couve-flor aumentou em tamanho e forma com
o aumento das temperaturas crescentes médias após o início da formação da cabeça,
mas declinou depois disso. A temperatura ideal para o crescimento da cabeça foi de
21-22°C, o que foi maior do que o necessário para o crescimento de componentes
vegetais (19°C), exceto o comprimento do caule. Eles relataram que o crescimento e
o desenvolvimento da couve-flor após a iniciação da cabeça poderiam ser resolvidos
em função linear ou curvilínea de temperaturas efetivas calculadas com uma
temperatura ótima de 19-23°C.
Singh (2007) opinou que as variedades de couve-flor madura precoce
prosperam melhor, onde a temperatura varia entre 20 ° C a 25 ° C em setembro a
outubro. A temperatura mensal ideal para a formação de cabeça é de 15-22°C, com
12
uma temperatura máxima média de 25 ° C e um mínimo médio de 8 ° C. Alta
temperatura durante a maturação da cabeça promove cabeça defeituoso e deteriora
a qualidade da cabeça.
De acordo com Kohli et al. (2008), as plantas de couve-flor mudam para a fase
de floração de 5°C para quase 28-30°C, dependendo da variedade. E pode tolerar
uma temperatura tão baixa quanto 4°C e até 38°C, no entanto, não pode suportar
temperaturas tão baixas ou altas como o repolho. O clima quente e seco não é ideal
para o seu cultivo. Se a temperatura permanece maior do que a necessária no início
da fase reprodutiva, em variedades específicas, a planta permanecerá vegetativa sem
formar cabeça e continuará a formar folhagem nova. A temperatura não deve flutuar
muito durante a iniciação da cabeça e a fase de desenvolvimento, caso contrário, a
qualidade da cabeça será prejudicada.
Singh (2008) informou que a couve-flor cresceu melhor em condições de frio
(15°C) nos períodos iniciais da cultura e quente (25°C) no período de iniciação da
inflorescência, com alta umidade. Embora algumas variedades possam crescer a
temperaturas acima de 30°C, a maioria das variedades é muito sensível a
temperaturas mais elevadas. Principalmente na iniciação da cabeça na couve-flor.
De acordo com Koike et al. (2009), a maioria das áreas de cultivo de couve-flor
na Califórnia tem uma temperatura diurna de 17-29°C e a temperatura noturna varia
entre 3-12°C. A temperaturas de 27°C e acima, a couve-flor tende a ter maior
quantidade de folhas, cabeças pequenas e amarelamento solar. As variedades de
couve-flor são muito sensíveis à temperatura, por isso exigem temperatura específica
para a iniciação e desenvolvimento de cabeça. As variedades são classificadas em
diferentes grupos de maturidade com base em requisitos de temperatura como extra
precoce (20-27°C), precoce (20-25°C), médio (16-20°C), meio-tardio (12-16°C) e
tardios (10-16°C) (SINGH e NATH, 2011).
Suseela e Rangaswami (2011) relataram que em condições de estufa, uma
temperatura mais alta mostrou um efeito inibitório na propagação da planta, mas
aumentou a altura da planta. Eles também descobriram que a propagação da planta
e a altura da planta no campo aberto eram significativamente menores do que a cultura
plantada na estufa. A couve-flor apresentou um melhor rendimento quando as
temperaturas máximas e médias, durante os estádios de iniciação vegetativa e de
13
cabeça, dentro da estufa foram inferiores a 30,5° C e 28,5°C, respectivamente,
durante o inverno e inferiores a 33°C e 30°C durante o verão. Quando as temperaturas
máximas e médias excederam 33,5°C e 30,5°C, respectivamente, a cultura
apresentou crescimento vegetativo anormal e resultou em baixo rendimento. Suseela
(2012) informou que, durante a temporada de verão, o crescimento vegetativo da
couve-flor foi menor quando comparado com a safra da estação do inverno.
2.4 Efeito da luminosidade na cultura da couve-flor
A couve-flor também, requer um regime alternado de luz para um ótimo
crescimento vegetativo, bem como para outros processos fisiológicos como a
formação da cabeça (MADSEN, 1972). Entretanto, observa-se que mesmo
submetidas à iluminação constante, se a temperatura for mais amena, a planta se
desenvolve normalmente.
Em um experimento de tratamento de luz em pré-transplante, Khan e Holliday
(1968) observaram que o aumento da luz natural de 8 a 12 horas suprimiu o número
da folha, bem como o rendimento da matéria seca da cabeça por planta. Phuwiwat
(2000) realizou um estudo na Tailândia, para determinar o crescimento e o rendimento
da couve-flor doméstica cultivada em três níveis de sombreamento, e relatou que as
plantas de couve-flor apresentaram adaptação à luz reduzida, aumentando a altura
da planta, a área foliar por planta e o teor de clorofila na folha.
Alt et al. (2001) relataram que as plantas de couve-flor sombreadas
apresentaram índices maiores de haste, do que plantas não sombreadas. Jaya et al.
(2002) observaram que a alta condições de radiação durante a fase de crescimento
da cabeça, resultavam em cabeças de baixa qualidade. De acordo com Ismail e Ann
(2004), o sombreamento de plantas reduziu significativamente o crescimento
vegetativo e tamanho da cabeça da couve-flor, mas a cor da cabeça sombreada foi
mais branca que a da cabeça não-sombreada.
O crescimento e desenvolvimento de uma planta dependem da intensidade,
qualidade e duração da radiação solar. A luz tem complexa influência no crescimento,
desenvolvimento e na produção das culturas. O aumento da irradiância pode elevar a
produção de fotoassimilados e sua disponibilidade para o crescimento da planta.
Entretanto, quando a radiação solar é excessivamente elevada, pode haver aumento
14
na taxa transpiratória da planta resultando em fechamento estomático e diminuição
da fotossíntese (ANDRIOLO, 2000).
Radin et al. (2003) estudando a eficiência de uso da radiação, concluíram que,
para um mesmo valor de radiação fotossinteticamente ativa interceptada, se obtém
maior eficiência de uso da radiação (matéria seca aérea acumulada) pela couve-flor
quando cultivado em ambiente protegido do que a céu aberto. A eficiência de uso da
radiação fotossinteticamente ativa foi maior no período verão-outono, época em que
houve menor disponibilidade de radiação fotossinteticamente ativa incidente.
Rahman et al. (2007a), com base em seu experimento realizado no Reino
Unido, relataram que a área foliar, o comprimento do caule, os pesos frescos e secos
da folha e do caule, quatro semanas após o início da cabeça, eram significativamente
maiores em altas condições de radiação incidente durante o verão do que nas
condições de baixa radiação incidente durante o inverno. Os parâmetros de
crescimento da cabeça como o comprimento da cabeça, o diâmetro, os pesos frescos
e secos também foram significativamente maiores nas condições de radiação de alto
incidente em comparação com as condições de baixa radiação incidente.
Rahman et al. (2007b) descobriram uma relação linear positiva entre a integral
de radiação incidente acumulada e o logaritmo do peso seco da planta.
Relacionamento semelhante também foi observado na acumulação de matéria seca
de cabeça. Os coeficientes de conversão de radiação para a planta e a cabeça de
couve-flor foram observados como sendo maiores em menores níveis de radiação
incidente, do que os níveis de radiação mais elevados. Assim, eles indicaram que a
taxa de aumento por unidade de radiação incidente integral é maior em condições de
radiação mais baixas.
De acordo com Singh (2007), a couve-flor é muito exigente nos requisitos de
fotoperíodo e as variedades iniciais exigem condições curtas do dia. Capuno et al.
(2009) relataram que as plantas cultivadas sob abrigo de chuva eram mais altas do
que a cultura plantada em campo aberto. As plantas protegidas foram submetidas a
uma luz relativamente reduzida que resultou em um aumento da altura da planta em
busca da luz.
Masarirambi et al. (2011) relataram que a exposição direta à luz solar resultou
no desenvolvimento de pigmentos amarelos na cabeça. As inflorescências deixadas
15
descobertas, irão descolorir devido à ativação de enzimas pela luz solar e a cabeça
se soltará (cabeça frouxa) no calor do sol.
2.5 Análise de crescimento
A análise do crescimento se apresenta como uma técnica válida para estudar
as bases fisiológicas da produção e, por em evidência, a influência exercida pelas
variáveis ambientais, genéticas e agronômicas. Esta técnica descreve as condições
morfofisiológicas da planta em diferentes intervalos de tempo, entre duas
amostragens sucessivas e propõe-se a acompanhar a dinâmica da produção
fotossintética avaliada através da acumulação de fitomassa seca. Vários
pesquisadores têm-se dedicado à análise quantitativa do crescimento, destacando-se
Watson (1952); Blackman (1968); Richards (1969); Kvet et al. (1971); Evans (1972);
Hesketh e Jones (1980); Fitter e Hay (1981); Silva et al. (2000).
Geralmente, o crescimento é determinado mediante medidas diretas de altura
de plantas, diâmetro do caule, número de folhas, área foliar e massa seca e, indiretas
como taxa de assimilação líquida, taxa de crescimento do cultivo, taxa de crescimento
relativo, etc. As diretas retratam o desenvolvimento absoluto da planta e as indiretas
mostram sua eficiência em acumular matéria seca como produto de seus processos
metabólicos (SILVA, et. al., 2000).
A análise de crescimento se baseia no fundamento de que aproximadamente
90% da matéria seca acumulada pelas plantas ao longo do seu crescimento, resulta
da atividade fotossintética. Permite avaliar o crescimento da planta como um todo e a
contribuição dos diferentes órgãos no crescimento total, estimando-se de forma
bastante precisa, as causas de variações de crescimento entre plantas geneticamente
diferentes ou entre plantas crescendo em ambientes diferentes (BENINCASA, 1988).
Produz conhecimentos de valor prático e informações seguras, referentes ao
crescimento e desempenho dos genótipos, que podem ser utilizados pelos
agricultores, de modo que, lhes permitam escolher a cultivar que melhor se adapte a
cada ambiente (SHARMA et al. 1993).
Este método tem sido bastante utilizado para a investigação do efeito de
fenômenos ecológicos sobre o crescimento como adaptabilidade de espécies em
ecossistemas diversos, efeitos de competição de cultivares e influência de práticas
16
agronômicas sobre o crescimento; além dos fatores intrínsecos que afetam o
crescimento e que estão associados a fenômenos fisiológicos básicos, como a
fotossíntese, a respiração e os processos morfogênicos, entre outros. Há de se
considerar, também, os fatores ambientais associados às alterações do crescimento
das plantas. Tais fatores como o suprimento de água, a radiação solar e a temperatura
foram os mais estudados (BRIGGS et al., 1920; RADFORD, 1967; BLACKMAN, 1968;
CLAWSON, 1983; VIEIRA et al., 1990).
Castoldi et. al., (2009) trabalhando com couve-flor, cv. Verona, em Jaboticabal
– SP, observou que as plantas tiveram crescimento inicial lento até os 13 dias após o
transplante (DAT). Posteriormente na fase de desenvolvimento vegetativo (14-56
DAT), a taxa de crescimento aumentou e, a massa seca total da planta alcançou o
máximo valor. No estádio final da fase vegetativa e início da emissão da inflorescência
(57-70 DAT), o crescimento começou a estabilizar-se. A taxa de crescimento relativo
(TCR) e a taxa de assimilação líquida (TAL) reduziram-se notavelmente devido a
inflorescência, que causou uma diminuição no crescimento total da planta.
Gondim et. al., (2011), em um experimento com couve-flor, cv. Verona, em
substrato, observou que as plantas tiveram crescimento inicial lento, com maiores
incrementos a partir dos 30 DAT até o final do ciclo, apresentando valores máximos
estimados de massa seca da folha, altura, número de folhas e área foliar aos 70 DAT
por planta. A massa seca do caule mais a da folha, massa seca da inflorescência e a
massa seca da raiz, corresponderam, respectivamente, à aproximadamente 64%,
31% e 5 % da massa seca total.
No que diz respeito à taxa de crescimento relativo (TCR) das folhas, a couve-
flor apresentou maior crescimento no período de 20-30 dias, enquanto no caule foi no
período de 40-50 dias. No entanto, com o surgimento da inflorescência, observou-se
que este órgão apresentou maior TCR dos 50-60 dias. A planta inteira, bem como na
raiz, apresentou maior crescimento no período de 30-40 dias. Nota-se que a couve-
flor obteve a máxima TCR foliar precocemente aos 20-30 dias. Segundo Siddique et
al., (1990) isto significa que o crescimento inicial precoce pode resultar em maior
captura de luz pelas folhas, favorecendo que o índice de área foliar máximo seja
atingido mais rapidamente.
17
Para Maldaner (2009), o aumento da produtividade de uma população de
plantas aumenta com a área foliar até um valor ótimo, devido a uma captação mais
efetiva da radiação. Valores acima deste ótimo, provocam queda na produtividade por
excessivo gasto energético que demanda a respiração e pela utilização ineficiente da
luz por parte das folhas inferiores sombreadas, pois estas não recebem a quantidade
suficiente de luz para manter positivo seu balanço de carbono. A conversão da energia
em biomassa depende da sua interseção e, por esse motivo, a eficiência da conversão
aumenta com o aumento da área foliar até atingir a saturação (SCHVANBACH et al.
2002).
3. Referências
ALT, C., KAGE, H., and STUTZEL, H., 2001. Nitrogen status and light environment
influence dry matter partitioning in cauliflower. J. Am. Soc. Hort. Sci.126(6): 750-756.
ANDRIOLO, J.L. Fisiologia da produção de hortaliças em ambiente protegido.
Horticultura Brasileira, Brasília, v.18, p.26-33, 2000.
BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas (noções básicas). FUNEP,
Jaboticabal, 1988. 42p.
BHERING, A. S. EFEITO DAS MALHAS TERMOREFLETORA. 2013. Tese de
Doutorado. Universidade Federal de Viçosa.
BLACKMAN, G. E. The aplication of the concepts of growth analysis to the assessment
of productivity. In. ECKARDT, F. E. (Ed.). Functioning on terrestrial ecosystems at
the primary production level. Paris: UNESCO, 1968. p. 243-259.
BRIGGS, G. E.; KIDD, F. A.; WEST, C. A quantitative analysis of plant growth. Annals
of Applied Biology, v. 7, p. 202-223, 1920.
CAPUNO, O. B., GONZAGA, Z. C., LORETO, M. B., BRIONES, E. D., TULIN, A. T.,
GERONA, R. G., MANGMANG, J. S., and ROGERS, G. S. 2009. Performance of
18
Cauliflower (Brassica oleracea var. botrytis L.) and Broccoli (Brassica oleracea var.
itálica L.) Grown Under Rain-shelter and in the Open Field in Cabintan, Ormac city,
Leyte, Philippines. Working Paper No. 10, Australian Centre for International
Agricultural Research, Philippines, pp.9.
CASTOLDI, R.; CHARLO, H. C. O.; VARGAS, P. F.; BRAZ, L. T. Crescimento,
acúmulo de nutrientes e produtividade da cultura da couve-flor. Horticultura
Brasileira, Brasília, v.27, n.3, p.438-446, 2009.
CEASA - SÃO PAULO (Centrais de Abastecimento de São Paulo), disponível em:
<http://www. ceasacampinas. com. br/novo/cotacao_anterior. asp>, Acesso em 2017.
CHATTERJEE, R. and SOM, M. G., 1990. Effect of sowing date on curd production
and seed yield of cauliflower. Veg. Sci.17(1): 66-69.
CLAUDIO, M. T. R. Doses de fósforo no acúmulo de nutrientes, na produção e na
qualidade de sementes de couve-flor. 2013. 65f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2013.
CLAWSON, K. L. Physiological and agronomic responses of divers pubescent
soybean isolines to drought stress. Lincoln, Nebraska: University of Nebraska,
1983. 312 p. Thesis Ph.D.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível
em: <http://www.conab.gov.br> Acesso em: 01 junho. 2018.
COSTA, R.C.; CALVETE, E.O.; REGINATTO, F.H.; CECCHETTI, D.; LOSS, J.T.;
RAMBO, A.; TESSARO, F. 2011. Telas de sombreamento na produção de
morangueiro em ambiente protegido. Horticultura Brasileira 29: 98-102.
19
CSIZINSZKY, A. A. 1996. Optimum planting time, plant spacing and nitrogen and
potassium rates to maximize yield of green cauliflower. Hort Science. 31(6): 930-933.
DIAMANTE, S. M. et al. Produção e resistência ao pendoamento de alfaces tipo lisa
cultivadas sob diferentes ambientes. Revista Ciência Agronômica, v. 44, n. 1, p. 133-
140, 2013.
EVANS, G. C. The quantitative analysis of plant growth. Berkeley: University of
California Press, 1972. 734 p.
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2008. 242 p.
FITTER, A. H.; HAY, R. K. M. Environmental physiology of plants. New York:
Academic Press, 1981. p. 7-13, 50-55.
FUJIME, Y. and HIROSE, T., 1980. Studies on thermal conditions of curd formation
and development in cauliflower and broccoli. II. Effects of diurnal variation of
temperature on curd formation. J. Jpn. Soc. Hort. Sci. 49(2): 217-227.
GALVANI, E.; ESCOBEDO, J.F.; PEREIRA, A.B. Balanço de radiação e fluxo de calor
no solo em ambiente natural e protegido cultivado com Pepineiro. Bragantia,
Campinas, 60(2), 2001. p. 139-147.
GILL, H. S. and SINGH, J. P., 1973. Effect of environmental factors on seed production
of late cauliflower in Kullu valley. Indian J. Agri. Sci. 43(3): 234-236.
GONDIM, A. R. O.; PRADO, R. M.; CORREIA, M. A. R.; ALVES, A. U.; CECÍLIO
FILHO, A. B.; POLITI, L. S. Curva de crescimento e acúmulo de matéria seca em
couve-flor cultivada em substrato. Biosci, J. Uberlândia, v. 27, n. 1, p. 88-94, 2011.
GOTO, R.; TIVELLI, S. W. Produção de hortaliças em ambiente protegido:
condições subtropicais. São Paulo: UNESP, 1998. 319p.
20
HAZRA, P. and SOM, M. G., 1999. Technology for Vegetable Production and
Improvement. Naya Prokash, Calcutta, pp 395.
HESKETH, J. D.; JONES, J. W. Integrating traditional growth analysis techniques with
recent modeling of carbon and nitrogen metabolism. In: HESKETH, J. D.; JONES, J.
W. Predicting photosynthesis for ecosystem models. Boca Raton, Florida: CRC
Press, 1980. v. 1. p. 51-92.
HUERTAS, L. Control ambiental em el vivero. Horticultura Internacional, n. extra,
p.77-84, 2006.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal.
Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/cgi-bin/prtabi> Acesso em 25 maio.
2018.
IMEA. Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. Disponível
em: <http://www.imea.com.br> Acesso em: 25 maio. 2018
ISMAIL, M. R. and ANN, L. J., 2004. Effect of root cooling and shading on growth and
yield of tropical cauliflower (Brassica oleracea var. botrytis) in coconut coir dust culture.
Acta Hort. 644: 269274.
JAYA, I. K. D., BELL, C, J., and SALE, P. W. 2002. Leaf production, apex expansion
and yield of cauliflower (Brassica oleracea var. botrytis) in the lowland tropics. Trop.
Agric. 79(4): 231-236.
KHAN, N. A. and HOLLIDAY, R., 1968. Effect of pre-transplanting light treatments on
the leaf number and curd yield of summer cauliflower. Pakist. J. Agric. Sci. 5(2):174-
176.
21
KIMOTO, T. Nutrição e adubação de repolho, couve-flor e brócolo. In: SIMPÓSIO
SOBRE NUTRIÇÀO E ADUBAÇÃO DE HORTALIÇA, 1993, Piracicaba. Anais...
Piracicaba, 1993. p. 149-177.
KOHLI, U. K., SINGH, R., and RANA, M. K., 2008. Cauliflower. In: Rana, M. K. (ed.),
Olericulture in India. Kalyani Publishers, Ludhiana, pp. 226-254.
KOIKE, S. T., CAHN, M., CANTWELL, M., FENNIMORE, S., LESTRANGE, M.,
NATWICK, E., SMITH, R. F., and TAKELE, E., 2009. Cauliflower Production in
California. Vegetable Research and Information Center Vegetable Production Series,
Division of Agriculture and Natural Resources, University of California, Oakland, pp 6.
KVET, J.; ONDOCK, J. P.; NECAS, J.; JARVIS, P. G. Methods of growth analysis. In:
SESTAK, Z.; CATSKY, J.; JARVIS, P. G., (Ed.). Plant photosynthetic prodution;
manual of methods. Haia, 1971. p. 343-349.
LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos, SP: Rima artes, 2000. 531 p.
LIPTAY, 1981. Cauliflower: Curd initiation and timing of production in a high-
temperature growing season. Acta Hort. 122: 47-52.
MALDANER, I. C.; GUSE, F. I.; STRECK, N. A.; HELDWEIN, A. B.; PITOL, D. D.;
LOOSE, L. H. Filocrono, área foliar e produtividade de frutos de berinjela conduzidos
com uma de duas hates por planta em estufa plástica. Ciência Rural, Santa Maria, v.
39, n. 3, p. 671-677, 2009.
MALUF, W. R. Heterose e emprego de híbridos F1 em hortaliças. In: Nass LL (Ed.)
Recursos genéticos e melhoramento de plantas. Rondonópolis, MT, Fundação MT.
p. 327-355, 2001.
MAMBREU, E.; CARABOLANTE, M. H.; REIS, S. Hortaliças: valor nutritivo,
medicinal e cromoterápico. Jaboticabal: Funep, 2007. 145 p.
22
MASARIRAMBI, M. T., OSENI, T. O., SHONGWE, V. D., and MHAZO, N., 2011.
Physiological disorders of brassicas/cole crops found in Swaziland: A review. Afr. J.
Plant Sci. 5(1): 8-14.
MAY, A.; TIVELLI, S. W.; VARGAS, P. F.; SAMRA, A. G.; SACCONI, L. V.; PINHEIRO,
M. Q. 2007. A cultura da couve-flor. Instituto Agronômico, Campinas, Brasil, 36pp.
(Série Tecnologia APTA, Boletim Técnico IAC, 200).
MONTEITH, J. L. Light distribution and photosynthesis in field crops. Annals of
Botany, Oxford, v. 29, n. 1, p. 17- 37, 1965.
MOTA, F. S. Radiação solar e plantas cultivadas. In: MOTA, F. S. Meteorologia
agrícola. 7 ed. São Paulo: Nobel, 1987. p. 63-125.
NOOPROM, K.; SANTIPRACHA Q.; TE-CHATO, S. Effect of planting date and variety
on growth and yield of broccoli during the dry season in Southern Thailand.
International Journal of Plant, Animal and Environmental Sciences, v. 3, n. 2, p.
121-124. 2013.
OLESEN, J. E. and GREVSEN, K., 1997. Effects of temperature and irradiance on
vegetative growth of cauliflower (Brassica oleracea L. botrytis) and broccoli (Brassica
oleracea L. italica). J. Expt. Bot. 48(313): 1591-1598.
OSUNKOYA, O. O.; ASH, J. E.; HOPKINS, M. S; GRAHAN, A. Influence of seed size
and seedling ecological attributes on shade-tolerance of rain-forest tree species in
northen Queensland. Journal of Ecology, London, v.82, n.1, p.149-163, 1994.
PAEZ, A.; PAZ, V.; LÓPPEZ, J. C. Crecimiento y respuestas fisiológicas de plantas de
tomate cv. Rio Grande en la época mayo-julio. Efecto del sombreado. Revista da
Faculdade de Agronomia, v.17, p.173-184, 2000.
23
PHUWIWAT, W., 2000. Growth and yield of nethouse cauliflower production under
three shade levels. J. Agric. 16(3): 291-300.
POPMA, J.; BONGERS, F. Acclimation of seedlings of three Mexican tropical rain
forest tree species to a change in light availability. Journal of Tropical Ecology,
Cambridge, v.7, n.1, p.85-97, 1991.
PÔRTO, D. R. Q. Densidades populacionais e épocas de plantio na cultura da
couve-flor, híbrido verona 284. 2009. 74f. Tese (Doutorado em Agronomia) –
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2009.
RADFORD, P. J Growth analysis formulae: their use and abuse. Crop Science,
Madison, v. 7, p. 171-175, 1967.
RADIN, B.; BERGAMASCHI, H.; REISSER JR, C.; BARNI, N. A.; MATZENAUER, R.
DIDONÉ, I. A. Eficiência de uso da radiação fotossinteticamente ativa pela cultura do
tomateiro em diferentes ambientes Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.
38, n. 9, p. 1017-1023, 2003.
RAHMAN, H. U., HADLEY, P., and PEARSON, S., 2007a. Relationship between
temperature and cauliflower (Brassica oleracea L. var. botrytis) growth and
development after curd initiation. Plant Growth Regul. 52: 61-72.
RAHMAN, H. U., HADLEY, P., PEARSON, S., and DENNETT, M. D., 2007b. Effect of
incident radiation integral on cauliflower growth and development after curd initiation.
Plant Growth Regul. 51: 4152.
RAMPAZZO, R.; SEABRA JR, S.; NUNES, M. C. M.; NEVES, S. M. A. S.; FERREIRA,
R. F. Eficiência de telas termorefletoras e de sombreamento em ambiente protegido
tipo telado sob temperaturas elevadas. Engenharia na agricultura, Viçosa, v. 22, n.
1, p. 33-42. 2014.
24
REISSER JR, C.; BERGAMASCHI, H.; RADIN, B.; BERGONER, J. I. Alterações
morfológicas do tomateiro em resposta à redução da radiação solar em ambientes de
estufa plástica. Revis. Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 11, n. 1, p.
7-14. 2003.
Reeves, J., Fellows, J. R., Phelps, K., and Wurr, D. C. E. Development and validation
of a model describing the curd induction of winter cauliflower. J. Hort. Sci. Biotech. v.
76, n. 6, p. 714-720, 2001.
RICHARDS, F. J. The quantitative, analysis of growth. In: STEWARD, F.C. Plant
Physiology: a treatise. New York, Academic Press, 1969. p. 13-76.
SCHVAMBACH, J. L.; ANDRIOLO, J. L.; HELDWEIN, A. B. Produção e distribuição
da matéria seca do pepino para conserva em diferentes populações de plantas.
Ciência Rural, Santa Maria, v. 32, n. 1, p. 35-41, 2002.
SIDDIQUE, K. H. M.; TENNAT, D.; PERRY, M. W. et al. Water use and water use
efficiency of old and modern wheat cultivars in a mediterranean-type environment.
Australian Journal of Agricultura Research, Melbourne, v.41, p.431-447, 1990.
SILVA, L. C.; BELTERÃO, N. E. M.; AMORIM NETO, M. S. Análise de crescimento
de comunidades vegetais. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2000, 18p. (Circular
Técnica, 34).
SILVA, M. A. A.; GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F. Avaliação de elementos
meteorológicos durante a ocorrência de geada em cultivo de pimentão, nas condições
de ambiente protegido e campo. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa
Maria, v.12, n.1, p.35-41, 2004.
SINGH, D. K., 2007. Modern Vegetable varieties and Production Technology.
International Book Disrtibuting Co, Lucknow, pp.393.
25
SINGH, H. P. 2008. Development in horticultural crop production with climate change.
Indian Hort. 53(5): 39-45.
SINGH, D. N. and NATH, V., 2011. Varieties and Hybrids of Vegetables. Satish Serial
Publishing House, Delhi, pp.426.
SOUSA, J. W.; MARTINS, D.; CUNHA, A. R.; ESCOBEDO, J. F.; GALVANI, E.
Alterações do saldo de radiação, temperatura e umidade relativa do ar em ambiente
protegido com cobertura de polietileno difusor de luz. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, Santa Maria, v.13, p.1-10, 2005.
SUSEELA, P., 2012. Influence of growth parameters on the yield characteristics of
cauliflower (Brassica oleracea var. botrytis). Mysore J. Agric. Sci. 46(1): 1-6.
SUSEELA, P. and RANGASWAMI, M. V., 2011. Influence of temperature inside the
greenhouse on growth attributes and yield of cauliflower. Karnataka J. Agric. Sci.
24(5): 706-708.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004, 719 p.
TEODORO, S. M.; CHAVES, M. A.; ESCOBEDO, J. F.; AGOSTINHO, C. A. Relação
de variáveis ambientais em baias cobertas com polietileno e desempenho da rã- touro
(Rana catesbiana). Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.1, p.46-56, 2005.
TRANI PE; RAIJ B. 2007. Hortaliças. Recomendações de adubação e calagem para
o Estado de São Paulo. Campinas: IAC, p.157-164.
UZUN, S. AND PEKSEN, A., 2000. Study on determination of planting time for some
cauliflower cultivars (Brassica oleracea var. botrytis) under Samsun ecological
conditions by using plant growth and developmental models based on thermal time.
Pakist. J. Biol. Sci. 3(6): 915-919.
26
VIEIRA, A. R. R.; STEINMETE, S.; BRUNINI, O. Parâmetros de crescimento de duas
cultivares de arroz sob diferentes regimes de água no solo. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v. 25, n. 6, p. 897-904, jun.1990.
WATSON, D.J. The physiological basis of variation in yield. Advances in Agronomy,
v. 4, p. 101-145, 1952.
WHEELER, T. R., ELLIS, R. H., HADLEY, P., and MORISON J. I. L., 1995. Effects of
CO2, temperature and their interaction on the growth, development and yield of
cauliflower (Brassica oleracea L. botrytis). Sci. Hort. 60: 181-197.
WIEN, H. C. and WURR, D. C. E., 1997. Cauliflower, broccoli, cabbage and Brussels
sprouts. In: Wien, H. C. (ed.), The Physiology of Vegetable Crops. CAB International,
Wallingford, pp. 511-552.
WURR, D. C. E., ELPHINSTONE, E. D., and FELLOWS, J. R., 1988. The effect of
plant raising and cultural factors on the curd initiation and maturity characteristics of
summer/autumn cauliflower crops. J. Agric. Sci. 111: 427-434.
WURR, D. C. E. and FELLOWS, J. R., 1990. The influence of field environmental
conditions on the growth and development of four cauliflower cultivars. J. Hort. Sci.
65(5): 565-572.
WURR, D. C. E. and FELLOWS, J. R., 1998. Leaf production and curd initiation of
winter cauliflower in response to temperature. J. Hort. Sci. Biotech. 73(5): 691-697.
WURR, D. C. E. and FELLOWS, J. R., 2000. Temperature influences on the plant
development of different maturity types of cauliflower. Acta Hort. 539: 69-74.
27
CAPÍTULO 2 - DESENVOLVIMENTO DA COUVE-FLOR EM FUNÇÃO
DE TELAS DE SOMBREAMENTO E ÉPOCAS DE CULTIVO
RESUMO - O principal fator para o desenvolvimento da couve-flor é a temperatura. Para minimizar esse efeito é necessário identificar estratégias que alterem as condições ambientais, como a utilização de telas de sombreamento. O objetivo do estudo foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido em diferentes tipos de telas e sombreamento em duas épocas para a cultura da couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O material vegetal utilizado foi o híbrido Verona CMS em O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Os ambientes foram as telas Aluminet, Cromatinet, Sombrite 35%, Sombrite 50% e campo aberto. As épocas foram caracterizadas como plantio de outono/inverno e primavera/verão caracterizados como plantios de 1ª época e 2ª época respectivamente. Foram avaliados o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. Em relação a produtividade, a 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (35,33 ton. ha-1) e Chromatinet (31,33 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos avaliados. Conclui-se que as telas Sombrite 50% e Chromatinet proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor nas condições tropicais. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, cultivo protegido, taxa de crescimento
DEVELOPMENT OF CAULIFLOWER AS A FUNCTION OF SHADE
SCREENS AND GROWING SEASONS
ABSTRACT - The main factor for the development of cauliflower is temperature. To minimize this effect, it is necessary to identify strategies that alter environmental conditions, such as the use of shading screens. The objective of the study was to evaluate the development under protected cultivation in different types of screens and shade in two seasons for the cauliflower culture in the tropical edaphoclimatic conditions. The experimental plant was the completely randomized (DIC) in a 5x2 factorial scheme (five environments and two growing seasons), with three replications. The environments were the screens Aluminet, Cromatinet, Sombrite 35%, Sombrite 50% and open field. The seasons were characterized as planting of autumn / winter and spring / summer characterized as plantations of 1st season and 2nd season respectively. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and
28
total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilation rate, crop growth rate, leaf area index, leaf area specific, leaf weight ratio, leaf area ratio, fresh inflorescence mass and yield. For productivity, the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (35,33 ton. ha-1) and Chromatinet (31,33 ton. ha-1). In the 2nd season there was no variation between treatments. It was concluded that the meshes 50% black and Chromatinet provide an increase in cauliflower productivity in the 1st period. In cultivation of 2nd season the use of screens does not interfere in the production of cauliflower. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, protected cultivation, growth rate
1. Introdução
A couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.) pertencente à família
Brassicaceae, é uma hortaliça herbácea, bienal, originária da costa do Mediterrâneo.
É uma hortaliça muito consumida e apreciada no mundo todo, sendo uma rica fonte
de vitamina C, cálcio, ferro, ß-caroteno, vitaminas B1 e B2, fósforo e compostos
sulfurados (CARVALHO, 1983; SANTOS, 2000).
É uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o fator
agroclimático mais limitante. A faixa ótima de temperatura para couve-flor é de 14 a
20ºC, e o cultivo em temperaturas acima de 28ºC pode provocar a não formação da
inflorescência ou a perda de compacidade e aumentar a quantidade de folhas, o que
não é desejado nesse material, cuja a principal parte comercializada é a inflorescência
(MAY et. al., 2007). Sendo uma cultura caracterizada como de clima ameno, existe a
necessidade de práticas ou técnicas para minimizar o efeito da temperatura.
Dentre as alternativas para modificar as condições ambientais de cultivo de
hortícolas, destaca-se a utilização de estruturas metálicas ou de madeira em conjunto
com telas plásticas de “sombreamento” com diferentes intensidades e cores para a
sua cobertura, denominadas de cultivo protegido e ou simplesmente de estufa, tendo
ou não o controle ambiental. Muitos trabalhos têm comprovado a existência de
diferenças significativas entre as condições meteorológicas internas e externas,
exigindo práticas de manejo diferenciadas (GALVANI et al., 2001; SILVA et al., 2004;
SOUSA et al., 2005; TEODORO et al., 2005).
Atualmente existem telas de sombreamento de colorações vermelhas, verdes,
brancas, metalizadas e pretas com diferentes intensidades, capazes de regular a
difusão da luz e sua qualidade, com destaque quanto ao uso na olericultura. Essas
telas interferem de forma sinérgica ou antagônica nas características de crescimento
29
e desenvolvimento dependo do tipo da espécie vegetal, da época do ano e também
do local de cultivo (GUISELINE et. al., 2004). Por ser uma cultura com valor agregado
aos pequenos produtores, o conhecimento do comportamento dos parâmetros de
crescimento e desenvolvimento em condições tropicais quanto aos usos de telados é
capaz de trazer informações tecnológicas que visem melhorar a sua adaptabilidade
as condições de cultivo em locais tropicais.
O conhecimento sobre o crescimento das espécies cultivadas permite planejar
métodos racionais de cultivo, contribuindo na expressão do potencial genético, além
de fornecer dados para construção de modelos matemáticos descritores do
crescimento. Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob
cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas
condições edafoclimáticas tropicais.
2. Material e Métodos
O experimento foi conduzido no município de Sinop (-11,98°S; 55,56°W e
altitude média de 371m) em duas épocas distintas, sendo a primeira (março-julho)
caracterizada como época de outono/inverno (período seco) e a segunda (setembro-
dezembro) caracterizada como primavera/verão (período úmido). O clima é
classificado como Aw (Clima tropical com estação seca de Inverno). O solo é
classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) de acordo com o Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2013). As análises químicas
e físicas da terra fina seca ao ar (TFSA), realizadas de acordo com os métodos
propostos por Embrapa (1997). A análise química e física do solo está descrita na
tabela 1 abaixo.
Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,
2017.
pH M.O. H+Al+ K+ Ca++ Mg++ SB T P B V%
CaCl3 % ------------------cmolc dm-3------------------ mg dm-3 %
5,3 2,25 3,14 0,09 3,04 1,21 4,34 7,48 5,3 0,17 58,1
GRANULOMETRIA (g kg-1) TEXTURA
ARGILA SILTE AREIA
292 187 521 Média
Análises realizadas no Laboratório de solos da Perfil Agroanálise, 2017.
30
A calagem foi realizada distribuindo-se calcário dolomítico calcinado (PRNT
100%; CaO 48% e MgO 16%) em área total e a incorporação com grade para elevar
a saturação de bases em 80% (1,64 t ha-1), conforme recomendação de Trani e Raij,
(1997).
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em em fatorial 5x2
(cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Nas parcelas foram
casualizados as telas Aluminet® 50% (AL), Chromatinet® 35% (CRV), Sombrite 35%
(S35), Sombrite 50% (S50) e campo aberto (CA). As épocas analisadas foram 1ª
época (outono/inverno) e 2ª época (primavera/verão).
Para fins de monitoramento ambiental utilizou-se os datallogers instalados, em
cada tipo de malha com coleta de hora em hora das condições de Temperatura,
modelo U23-001 (Onset®). Os dados referentes as temperaturas máximas (Figura 1)
e mínimas (Figura 2) em função das telas está caracterizado nas figuras abaixo:
abr mai jun jul
Tem
pera
tura
máx
ima
diár
ia (º
C)
26
28
30
32
34
36
38
40
Campo Aberto (x=32,27°C)
Sombrite 35% (x=32,44°C)
Sombrite 50% (x=32,57°C)
Chromatinet (x=34,88°C)
Aluminet (x=35,49°C)
Outono/ Inverno
set out nov dez
Tem
pera
tura
máx
ima
diár
ia (
ºC)
20
25
30
35
40
45
Campo Aberto (x=35,24°C)
Sombrite 35% (x=32,66°C)
Sombrite 50% (x=32,03°C)
Chromatinet (x=38,07°C)
Aluminet (x=37,87°C)
Primavera/ Verão
Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época
e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.
31
abr mai jun jul
Tem
pera
tura
mín
ima
diár
ia (
ºC)
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
Campo Aberto (x=19,31°C)
Sombrite 35% (x=19,37°C)
Sombrite 50% (x=19,07°C)
Chromatinet (x=19,86°C)
Aluminet (x=20,17°C)
Outono/ Inverno
set out nov dez
Tem
pera
tura
mín
ima
diár
ia (
ºC)
16
18
20
22
24
26
28
Campo Aberto (x=21,37°C)
Sombrite 35% (x=21,15°C)
Sombrite 50% (x=21,05°C)
Chromatinet (x=21,02°C)
Aluminet (x=21,20°C)
Primavera/ Verão
Figura 2. Temperatura mínima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.
Os tratamentos sob malhas foram construídos na forma de “telados”
retangulares, um para cada tipo de malha, com dimensões de 2 x 4 x 23 m (altura,
largura e comprimento), tendo as laterais e as extremidades abertas.
As mudas de couve-flor do híbrido Verona CMS foram semeadas em bandejas
de polietileno de 128 células e permaneceram em casa de vegetação por um período
de 26 dias para a 1ª época e 24 dias para 2ª época. Para o transplante foram
consideradas aptas as mudas com número mínimo de três folhas. O espaçamento de
transplante adotado foi de 0,80x0,60 m.
No plantio aplicou-se 80 g planta-1 da fórmula comercial 02-24-12 (33,3 kg ha-1
de N, 400 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de K2O) e em cobertura 320 kg ha-1 de N; 240
kg ha-1 de K2O, na forma de ureia e cloreto de potássio parcelados em quatro épocas
sendo 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT). A adubação com boro foi
32
realizada no transplante das mudas com a aplicação de 3,14 kg de B ha-¹ utilizando
como fonte o ácido bórico conforme proposição de Penha Ribeiro et al. (2017). A
aplicação de molibdênio foi realizada via foliar com a aplicação de 1 g L-1 de molibdato
de sódio aos 30, 45 e 60 DAT.
A área experimental total foi de 475,36 m² sendo cada parcela composta por
84 plantas e cada sub-parcela composta por duas plantas para cada período de
avaliação. Foi adotado o sistema de irrigação por microasperssão, com emissores
espaçados de 2,0 m e as linhas de irrigação espaçadas em 1,5 m. A irrigação foi
realizada com intervalos determinados em função das condições do solo, das
necessidades da cultura e das condições climáticas do período. Para fins de manejo
da irrigação foram instalados no interior da cultura três tensiometros a profundidade
de 20cm sendo distribuídos no início, meio e fim da linha. O critério adotado para a
aplicação da lâmina foi o esgotamento da água do solo até o ponto de máxima de
50kpa.
As amostras foram coletadas em intervalos de 15 dias para fase vegetativa
sendo amostradas duas plantas por repetição respeitando as bordaduras, ou seja,
utilizando somente as linhas centrais. Essas plantas foram cortadas rente ao solo e
separadas em folhas, caule e inflorescência.
Antes da colheita das plantas foram avaliadas as seguintes características
morfológicas: número de folhas - NF (un); área foliar - AF (cm² planta-¹); diâmetro da
planta – DPL (cm); e massa fresca da inflorescência – MFI (kg planta-1).
Posteriormente as plantas foram fragmentadas e colocadas para secar em estufa com
circulação forçada de ar, a 65°C por 72 horas em seguida obteve-se a massa seca da
folha, caule e total - MSF, MSC e MST (g) e estimou-se a taxa de crescimento relativo
- TCR (g g-1 dia-1); taxa de crescimento absoluto – TCA (g dia-1); taxa assimilatória
líquida – TAL (g dia-1 dm-2); taxa de crescimento da cultura – TCC (g dm-2 dia-1) e
produtividade – PT (ton. ha-¹) . Adicionalmente nessas plantas, foram avaliados; índice
de área foliar – IAF m2m-2; área foliar específica – AFE (cm2 g-1); razão de peso foliar
– RPF (g g-1) e razão de área foliar – RAF (dm2 g-1) segundo metodologia de
Benincasa (2003).
Os dados de cada característica obtidos nas cinco épocas de amostragem da
planta tanto no estádio vegetativo como reprodutivo, foram utilizados na obtenção de
33
equações para estimar o crescimento no decorrer do ciclo, utilizando-se para isto o
Programa SigmaPlot® 10.0. As equações foram ajustadas ao modelo logístico: Y = a/
(1 + e –k(x – xc)), onde y = valor médio da característica avaliada; a = máximo assintótico
(acúmulo ou crescimento máximo); k = taxa média de crescimento; x = tempo (dias);
xc = tempo necessário para atingir a metade do crescimento máximo.
Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F, α≤0,05) e o
desdobramento das interações e/ou estudo do efeito isolado dos fatores foi realizado
através de análise de regressão levando em consideração a significância e o
coeficiente de reprodutibilidade dos modelos. A partir dos modelos de regressão foram
estimadas a obtenção dos pontos de máxima (PM) das respectivas variáveis.
3. Resultado e Discussão
Para todos parâmetros de crescimento avaliados como MSC, MSF, MST, NF,
DPL, AF, IAF e AFE houve efeito significativo da interação conforme a tabela 2.
Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.
Sinop, MT, 2018. Causas da
variação GL
QM
NF(1) DPL(2) MSC(3) MSF(4) MST(5) AF(6) IAF(7) AFE(8)
Telas (T) 4 6,45 413,28 34,90* 363,66* 606,76* 3,76E+12 0,39* 1667
Épocas (E) 1 325,60* 2428,1* 446,48* 26834* 34203* 3,59E+14* 1,05* 23730*
(T) x (E) 4 3,19 283,08 31,88* 438,27* 595,12* 6,87E+12* 0,45* 183,3
Periodo (P) 4 2646,6* 36209* 2357,41* 62830* 89334* 1,23E+17* 7,60* 25369*
(P) x (T) 16 10,47 286,46* 36,34* 245,24 447,59* 3,88E+12 0,49* 662,45
(P) x (E) 4 97,01* 1290,8* 140,76* 6543,3* 7931,7* 1,05E+14* 1,44* 3654,7*
(E) x (T) x (P) 16 13,25* 185,53* 28,12* 519,80* 707,56* 8,22E+12* 0,44* 421,14
CV (%) 10,33 16,68 33,60 17,11 16,84 20,36 21,17 18,68
* significativo a 5% de probabilidade. (1) número de folhas; (2) diâmetro da planta; (3) massa seca do caule; (4) massa
seca da folha; (5) massa seca total; (6) área foliar; (7) índice de área foliar; (8) área foliar específica.
O diâmetro de planta (DPL) e o número de folhas (NF) ajustaram-se a modelos
experimentais crescente (Figura 3). Na 1ª época a tela AL resultou em menores
valores de DPL (74cm) e número de folhas (23,44), enquanto os maiores valores
foram verificados para a tela CR, com DPL de 115,3cm e 29,7 folhas por planta.
Gondim et al. (2011) verificaram para a cultivar Verona CMS, durante a 2ª época
em Jaboticabal, sob sombrite de 50% o NF médio de 24,2 unid planta-¹. Neste estudo,
o telado sombrite 50% na 2ª época apresentou média de 33,7 unid planta-¹ um
incremento de 39,25%. Monteiro et al. (2010) trabalhando com híbridos de couve-flor
34
de verão na época de outono inverno nas condições de CA verificaram para a cultivar
Verona DPL de 97,07cm.
Na 2ª época os maiores valores de NF e DPL foram no S35 com valor de 35,3
unidades e 122,7 cm seguidos dos tratamentos S50, AL, CRV e CA respectivamente
(Figura 3B e 3D). Comparando-se o NF da 1ª época em relação à 2ª época observa-
se um incremento na 2ª época nos tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA de 55,29;
10,10; 21,72; 23,44 e 19,23 respectivamente. Singh (2008) trabalhando com couve-
flor, encontrou resultados semelhantes, pois com o aumento da temperatura, a cultura
da couve-flor permaneceu no estádio vegetativo por um maior período de tempo.
(A)
DAT
15 30 45 60 75
Diâ
me
tro
da
pla
nta
(cm
)
0
20
40
60
80
100
120
140
ALy = 76,12 / (1+e(-(x-24,89)/ 10,86)
); R2 = 0,980
CAy = 133,33 / (1+e(-(x-46,74)/ 24,22)
); R2 = 0,991
CRVy = 6,07E+8 / (1+e(-(x-781,91)/ 45,53)
); R2 = 0,904
S35y = 7,30E+9 / (1+e(-(x-800,95)/ 40,15)
); R2 = 0,801
S50y = 130,68 / (1+e(-(x-41,58)/ 18,19)
); R2 = 0,891
AL CA CRV S35 S50
(B)
DAT
15 30 45 60 75
Diâ
metr
o d
a p
lanta
(cm
)
0
20
40
60
80
100
120
140
ALy = 130,76 / (1+e(-(x-41,98)/ 16,30)
); R2 = 0,988
CAy = 132,03 / (1+e(-(x-45,33)/ 15,28)
); R2 = 0,991
CRVy = 128,25 / (1+e(-(x-40,76)/ 16,38)
); R2 = 0,974
S35y = 137,13 / (1+e(-(x-42,60)/ 15,27)
); R2 = 0,998
S50y = 129,34 / (1+e(-(x-38,63)/ 12,84)
); R2 = 0,989
AL CA CRV S35 S50
(C)
DAT
15 30 45 60 75
Nú
me
ro d
e folh
as (
un
)
0
5
10
15
20
25
30
35
ALy = 24,19 / (1+e(-(x-29,55)/ 15,82)
); R2 = 0,698
CAy = 34,08 / (1+e(-(x-47,48)/ 23,94)
); R2 = 0,883
CRVy = 5041,68 / (1+e(-(x-298,17)/ 43,19)
); R2 = 0,984
S35y = 54,55 / (1+e(-(x-71,54)/ 26,75)
); R2 = 0,997
S50y = 178,18 / (1+e(-(x-146,29)/ 41,53)
); R2 = 0,960
AL CA CRV S35 S50
(D)
DAT
15 30 45 60 75
Nú
me
ro d
e fo
lha
s (
un)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ALy = 38,14 / (1+e(-(x-43,61)/ 13,92)
); R2 = 0,977
CAy = 35,40 / (1+e(-(x-42,52)/ 15,26)
); R2 = 0,971
CRVy = 31,24 / (1+e(-(x-35,74)/ 14,68)
); R2 = 0,988
S35y = 42,84 / (1+e(-(x-48,76)/ 17,14)
); R2 = 0,997
S50y = 28,08 / (1+e(-(x-28,08)/ 11,58)
); R2 = 0,991
AL CA CRV S35 S50
Figura 3. Diâmetro da planta (cm) e número de folhas (unid.) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de plantio. A e C (Outono/Inverno); B e D (Primavera/Verão).
35
Neste nosso estudo visualiza-se que na 2ª época o NF e o DPL foram maiores
em função do prolongamento da fase vegetativo em relação a 1ª época pois o
incremento da temperatura (Figura 1) em função do aumento da radiação alterou o
comportamento vegetativo e reprodutivo do material ao longo dos períodos
analisados.
Nas condições da 1ª época de cultivo os maiores acúmulos de MSC foram
obtidos no CA (29,2 g planta -1), e os menores foram observados na tela AL com 7,37g
planta -1. Já para os mesmos tratamentos na 2ª época os maiores acúmulos foram
obtidos no S35 (26,07 g planta -1), e os menores foram observados na tela CRV com
20,81 g planta -1. Gondim et al. (2011) verificaram para a cultivar Verona CMS sob
sombrite 50% em cultivo de 2ª época valores de MSC de 8,4g planta-¹ aos 70 DAT.
Observa-se um acréscimo significativo na MSC na 2ª época nos tratamentos
AL, S35 e S50 com incrementos de 221,30; 63,65; e 11,83% em relação a 1ª época
de cultivo e que para as telas CR e o tratamento CA houve redução de 6,87 e 12,99%
respectivamente.
A redução da MSC na 2ª época para estas telas pode ter sido influenciada pela
radiação luminosa excessiva e/ou a qualidade de luz interceptada no dossel e efeito
da temperatura durante o cultivo (Figura 1 e 2) o que pode ter comprometido o balanço
e acúmulo de carboidratos no caule por influenciar a fotomorfogênese de outros
órgãos vegetais como as folhas (Figura 4A e 4B).
Takeishi et al. (2009) avaliaram o crescimento na cultivar Verona durante a época
de outono/inverno em CA, e verificaram acúmulo médio de matéria seca do caule de
28,2g planta-¹ aos 120 DAT. Todavia, Francesgangeli et al. (2007) estudando a couve
brócolis cv. Legacy em campo aberto e com uso de sombrite 35 e 50% no período de
primavera/verão, não verificaram efeito das telas na MSC. Já Oliveira et al. (2007)
utilizando a mesma cultivar Verona CMS verificaram o acúmulo de 23,67 g planta-¹
aos 69 DAT.
O acúmulo de MSF foi influenciado diretamente pelo tipo de tela de
sombreamento, época de cultivo ao longo do tempo (Figura 4C e 4D). O maior valor
de MSF para a 1ª época foi obtido na CRV com valor de 95,60 g planta-¹, seguidos
dos tratamentos S35, CA, S50 e AL respectivamente (Figura 4C).
36
Já na 2ª época (Figura 4D) o tratamento AL foi o que obteve o maior valor
(165,53 g planta-¹), seguido dos tratamentos CA, S35, S50 e CRV respectivamente.
Observa-se na 2ª época um incremento no acúmulo de MSF muito superior ao
encontrado na primeira época. Nas telas AL, CR, S35, S50 e CA o incremento foi de
367,99; 28,72; 63,66; 60,12 e 93,86% respectivamente.
Gondim et al. (2011) verificaram em cultivo de 2ª época sob sombrite 50% aos
70 DAT média de MSF de 46,9 g. Neste estudo o resultado obtido para a mesma
condição foi de 125,75 g planta-1, ou seja, um incremento em relação a esses autores
de 278,12%. A explicação para tal fato está relacionada diretamente ao efeito local
pela altitude e também temperatura. Temperaturas locais elevadas acima de 25ºC
corroboram para um aumento do vegetativo e com isso o aumento do número de
folhas.
Segundo Suseela e Rangaswami (2011) o incremento da temperatura permite
o maior acúmulo de folhas em couve-flor. Castoldi et al. (2009) verificaram para esse
cultivar um acúmulo de 127g planta-¹ nas condições de campo aberto aos 70 DAT
durante o período de cultivo de outono/inverno. Em nosso estudo, foi obtido durante o
período de outono/inverno um acúmulo de 161,10 g planta-¹, ou seja, um valor de 26%
superior ao estudo desses autores.
Takeishi et al. (2009) verificaram acúmulo de 171,8g planta-¹ ao final dos 97
DAT. O que interfere positivamente no acúmulo de MSF é o incremento da
temperatura, ou seja, temperaturas elevadas acima de 25ºC incrementam o período
vegetativo alterando a relação entre vegetativo e reprodutivo fazendo com que a planta
incremente o acúmulo de MSF por emissão do maior número de folhas (Figura 3C e 3D).
Outros autores como Pradeep kumar et al. (2002), verificaram em seus estudos que o
incremento da temperatura altera a morfologia da planta de couve-flor principalmente no
aspecto do incremento do número de folhas.
Outro fator importante no processo de avaliação de plantas é a MST. Nesse
estudo observa-se pelo quadro de análise de variância (Tabela 3) que houve efeito da
interação entre os fatores. Na 1ª época o maior valor de MST foi obtido no CRV com
valor de 117,84 g planta-¹ seguidos dos tratamentos CA, S35, S50 e AL
respectivamente (Figura 4E). Na 2ª época, o AL foi superior com valor de 189,22 g
planta-¹ seguido dos tratamentos CA, S35, CRV e S50 respectivamente (Figura 4F).
37
(A)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Ca
ule
(g
pla
nta
-1)
0
5
10
15
20
25
30
35
ALy = 7,75 / (1+e(-(x-50,85)/ 7,04)
); R2 = 0,962
CAy = 47,95 / (1+e(-(x-71,59)/ 7,80)
); R2 = 0,999
CRVy = 1,36473e9 / (1+e
(-(x-233,00)/ 8,81)); R
2 = 0,999
S35y = 17,75 / (1+e(-(x-62,46)/ 5,78)
); R2 = 0,998
S50y = 32,49 / (1+e(-(x-71,81)/ 8,99)
); R2 = 0,998
AL CA CRV S35 S50
(B)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Ca
ule
(g
pla
nta
-1)
0
5
10
15
20
25
30
ALy = 26,70 / (1+e(-(x-58,53)/ 7,99)
); R2 = 0,999
CAy = 27,23 / (1+e(-(x-56,74)/ 6,35)
); R2 = 0,999
CRVy = 28,98 / (1+e(-(x-65,56)/ 10,09)
); R2 = 1,000
S35y = 26,25 / (1+e(-(x-52,31)/ 4,44)
); R2 = 0,999
S50y = 22,19 / (1+e(-(x-52,37)/ 7,08)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(C)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Folh
a (
g p
lanta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
ALy = 35,24 / (1+e(-(x-38,51)/ 6,58)
); R2 = 0,999
CAy = 106,08 / (1+e(-(x-60,75)/ 11,12)
); R2 = 0,999
CRVy = 6,01396e9 / (1+e
(-(x-323,42)/ 13,83)); R
2 = 0,995
S35y = 106,00 / (1+e(-(x-61,44)/ 8,44)
); R2 = 0,998
S50y = 91,88 / (1+e(-(x-58,30)/ 9,38)
); R2 = 0,998
AL CA CRV S35 S50
(D)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Fo
lha (
g p
lan
ta-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
ALy = 235,16 / (1+e(-(x-65,50)/ 11,02)
); R2 = 0,996
CAy = 197,53 / (1+e(-(x-60,16)/ 10,08)
); R2 = 0,992
CRVy = 202,15 / (1+e(-(x-69,18)/ 13,37)
); R2 = 0,991
S35y = 171,18 / (1+e(-(x-58,40)/ 9,98)
); R2 = 0,993
S50y = 130,00 / (1+e(-(x-49,84)/ 8,34)
); R2 = 0,987
AL CA CRV S35 S50
(E)
DAT
15 30 45 60 75
MS
To
tal (g
pla
nta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
ALy = 43,09 / (1+e(-(x-40,52)/ 7,53)
); R2 = 0,999
CAy = 167,20 / (1+e(-(x-66,73)/ 11,60)
); R2 = 0,999
CRVy = 8,19899e9 / (1+e
(-(x-307,35)/ 12,86)); R
2 = 0,995
S35y = 125,12 / (1+e(-(x-61,86)/ 8,17)
); R2 = 0,998
S50y = 121,54 / (1+e(-(x-61,21)/ 9,77)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(F)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Tota
l (g
pla
nta
-1)
0
50
100
150
200
ALy = 257,41 / (1+e(-(x-64,23)/ 10,59)
); R2 = 0,997
CAy = 222,90 / (1+e(-(x-59,44)/ 9,53)
); R2 = 0,995
CRVy = 234,09 / (1+e(-(x-68,99)/ 13,02)
); R2 = 0,997
S35y = 191,24 / (1+e(-(x-56,52)/ 8,86)
); R2 = 0,997
S50y = 144,15 / (1+e(-(x-48,48)/ 7,09)
); R2 = 0,996
AL CA CRV S35 S50
Figura 4. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g planta-¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
38
Castoldi et al. (2009) estudando o comportamento de crescimento da cultivar
verona na época de outono/inverno em campo aberto verificaram acumulo de MST de
145 g planta-¹ aos 69 DAT. Outros autores Takeishi et al. (2009) verificaram máximo
acúmulo de MST aos 97 DAT com valor de 171,8g planta-¹ em situação de campo
aberto. Gondim et al. (2011) em cultivo de primavera/verão em sombrite 50%
verificaram máximo acúmulo de MST de 87,0 g planta-¹.
Nas condições desse estudo verifica-se um incremento na MST comparando-
se a 1ª época em relação à 2ª época, observa-se um incremento na 2ª época nos
tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA de 342,72; 22,08; 63,65; 45,68 e 66,50%
respectivamente. Esse incremento no acréscimo de MST faz-se em função do
aumento de temperatura o que se observa que em condições tropicais a MST é
incrementada por aumentar significativamente o número de folhas pelo
prolongamento do estádio vegetativo (ZANUZO et al., 2013).
Curiosamente, os telados tiveram efeitos antagônicos no acúmulo de matéria
seca no primeiro período. Isso pode ser explicado pois em nossa região essa época
são constantes as “queimadas” que acabam por interferir na qualidade da radiação
global e PAR que intercepta o dossel interferindo também na qualidade da luz difusa
sobre o material vegetal, alterando o comportamento dos fitocromos que por sua vez,
controlam o metabolismo hormonal dos vegetais e afetam os parâmetros de
crescimento.
Já na 2ª época, ocorreu redução da fumaça e o aumento da radiação solar no
dossel, observa-se pela Figura 1, o aumento da temperatura média durante os
cultivos. Com isso, verifica-se que na tela Aluminet foi onde houve a maior média de
temperatura. Portanto, o fabricante desse material (POLYSACK, 2017) atesta que
este material é capaz de reduzir a temperatura local em até 3ºC abaixo da temperatura
ambiente, fato este que não aconteceu no desenvolvimento deste estudo. Segundo
Rocha (2007) a tela Aluminet é capaz de absorver o UV e transmitir os comprimentos
de onda nas faixas do azul, do verde, do amarelo, do vermelho e do vermelho distante
além de aumentar a concentração de luz difusa que entra no dossel.
Para AF o comportamento de crescimento nas duas épocas (Figura 5A e 5B)
foram semelhantes, com crescimento inicial lento até os 45 DAT, aumentando
significativamente até a última data de avaliação (75 DAT). Na 1ª época o maior valor
39
de AF foi observado no tratamento CR com valor de 13338 cm2 planta-¹ seguidos dos
tratamentos S35, S50, CA e AL respectivamente (Figura 5A). Na 2ª época o maior
valor de AF foi no AL com valor de 23292 cm2 seguidos dos tratamentos CA, S35, S50
e CR respectivamente (Figura 5B).
Gondim et al. (2011) verificaram em cultivo de primavera/verão sob sombrite
50% a máxima área foliar aos 70 DAT com 5648 cm² planta-¹. Neste estudo, o uso do
sombrite foi superior aos valores encontrados por estes autores, ou seja, 214,30% de
incremento. Rahman et al. (2007) verificaram que temperaturas superiores a 21ºC
estimulam o incremento no número de folhas por estimular o vegetativo. Comparando-
se a 1ª época em com à 2ª época observa-se um incremento na 2ª época nos
tratamentos AL, CR, S35, S50 e CA de 271,32; 29,90; 66,12; 53,10 e 81,66%
respectivamente.
Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona CMS em campo aberto
na época de outono/inverno aos 69 DAT valores de AF de 21897,16 cm² planta-¹.
Neste estudo na situação de CA o valor observado foi de 11511 cm² planta-¹. Nosso
valor está muito abaixo do verificado por estes autores e a explicação para tal fato
estaria relacionado ao efeito da temperatura e radiação.
Costa et al. (2010) trabalhando com a espécie Ocimum selloi L. verificaram que
o uso da tela vermelha na espécie reduziu o número de folhas em relação ao CA em
21,48%, porém houve um acréscimo da área foliar de 73,86% quando sob a tela
vermelha. O aumento da área foliar permite ao vegetal uma maior área de
interceptação luminosa o que contribuiria para uma maior eficiência fotossintética com
maior incremento de fotoassimilados disponíveis para crescimento e desenvolvimento da
planta (Reis et al., 2013).
O IAF representa a área foliar total ocupada por unidade de área da superfície
projetada (FONSECA, 2001). Tanto na 1ª época quanto na 2ª os maiores valores de
IAF foram observados no final do período vegetativo aos 75 DAT. Na 1ª época o maior
valor de IAF foi observado no tratamento AL com valor de 1,545 m2m-2 seguidos dos
tratamentos CA, CR, S35 e S50 respectivamente (Figura 5C). Na 2ª época o maior
valor de IAF foi no AL com valor de 2,199 m2m-2 seguidos dos tratamentos CA, S35,
CR e S50 respectivamente (Figura 5D).
40
Castoldi et al. (2009), trabalhando com couve-flor Verona CMS encontraram os
maiores valores de IAF no último período de avaliação com média de 4,24 aos 69
DAT. A medida que aumenta a área foliar, o IAF também aumenta, até atingir o auto
sombreamento que prejudique o desenvolvimento vegetativo. Um dos fatores que
interfere no IAF de forma direta é o espaçamento da cultura.
Neste estudo, os valores aportados são menores comparados ao de Castoldi
et al. (2009), pois a população de plantas foi maior em relação ao desses autores
(20.833 plantas ha-1) e (20.000 plantas ha-1) o que corroboraria para uma redução do
espaço de crescimento e também por alterar a arquitetura foliar quanto a
interceptação da radiação luminosa.
Comparando-se a 1ª época em relação à 2ª época observa-se um incremento
na 2ª época nos tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA de 42,33; 22,65 ;35,23; 26,43
e 38,32% respectivamente. Esse crescimento está relacionado área foliar, que foi
maior na 2ª época do experimento (Figura 5C e 5D). Esse incremento em área foliar
faz-se em função do aumento da temperatura (Figura 1) o que altera o comportamento
da emissão de gemas floríferas para a espécie.
A AFE relaciona a superfície foliar com a massa seca da folha (FONSECA,
2001). Na 1ª época os maiores valores foram observados aos 30 DAT, decrescendo
até os 45 DAT e com posterior aumento aos 60 DAT, voltando a diminuir aos 75 DAT.
Na 2ª época os maiores valores de AFE foram aos 15 DAT, decrescendo até os 45
DAT e com posterior aumento até os 75 DAT. Esse decréscimo de valores de AFE é
devido ao fato de que nos estádios iniciais da couve-flor há maior desenvolvimento do
limbo foliar, diminuindo à medida que o caule e a inflorescência se desenvolvem,
resultando na redução ou paralização na expansão foliar (KOHLI et al., 2008).
Na 1ª época o maior valor de AFE foi observado no tratamento S35 com valor
de 240,62 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, CR, S50 e CA respectivamente
(Figura 5E). Na 2ª época o maior valor de AFE foi no AL com valor de 176,71 cm2 g-1
seguidos dos tratamentos S50, CRV, CA e S35 respectivamente (Figura 5F).
De acordo com Gobbi et. al. (2011) o sombreamento causa um incremento da
AFE, sendo responsável pelo aumento da área foliar, para maximizar a captação de
luz. O aumento da AFE em condições de baixa luminosidade está diretamente
relacionado com alterações anatômicas que podem ocorrer nas plantas sombreadas
41
(A)
DAT
15 30 45 60 75
Áre
a F
olia
r (c
m2)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
ALy = 6834,83 / (1+e(-(x-45,15)/ 9,59)); R2 = 0
CAy = 12253,16 / (1+e(-(x-55,20)/ 7,01)); R2 =
CRVy = 8,82354e11 / (1+e(-(x-343,78)/ 14,92));
S35y = 12864,56 / (1+e(-(x-56,06)/ 6,33)); R2 =
S50y = 12791,61 / (1+e(-(x-55,83)/ 8,27)); R2 =
AL CA CRV S35 S50
(B)
DAT
15 30 45 60 75
Áre
a F
oliar
(cm
2)
0
5000
10000
15000
20000
25000
ALy = 40529,73 / (1+e(-(x-71,30)/ 12,39)
); R2 = 0,995
CAy = 29736,37 / (1+e(-(x-65,68)/ 10,84)
); R2 = 0,996
CRVy = 41208,83 / (1+e(-(x-80,05)/ 15,50)
); R2 = 0,987
S35y = 26801,37 / (1+e(-(x-62,38)/ 11,14)
); R2 = 0,995
S50y = 19479,88 / (1+e(-(x-53,27)/ 9,73)
); R2 = 0,988
AL CA CRV S35 S50
(C)
DAT
15 30 45 60 75
IAF
(m
2m
-2)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
AL CA CRV S35 S50
AL = 2,28 / (1+e(-(x-50,25)/ 31,26)
); R2
= 0,614
CA = 1,78 / (1+e(-(x-45,99)/ 18,94)
); R2
= 0,704
CRV = 1,51 / (1+e(-(x-41,11)/ 17,76)
); R2
= 0,686
S35 = 1,40 / (1+e(-(x-35,84)/ 14,48)
); R2
= 0,843
S50 = -0,136 + (-0,02x) + (-0,00052
x); R2
= 0,697
(D)
DAT
15 30 45 60 75
IAF
(m
2m
-2)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
AL CA CRV S35 S50
AL = 4,71 / (1+e(-(x-78,42)/ 28,01)
); R2
= 0,972
CA = -1,07 + (-0,06x) + (-0,0005x2
); R2
= 0,777
CRV = 5,47e7
/ (1+e(-(x-1294)/ 70,23)
); R2
= 0,760
S35 = 2,29 / (1+e(-(x-47,83)/ 24,35)
); R2
= 0,879
S50 = 2,24 / (1+e(-(x-46,49)/ 33,58)
); R2
= 0,644
(E)
DAT
15 30 45 60 75
AF
E (
cm
2 g
-1)
50
100
150
200
250
300
AL CA CRV S35 S50
AL = 283,07 + (-4,56x) + 0,042x2; R
2 = 0,560
CA = 262,01 + (-4,43x) + 0,039x2; R
2 = 0,602
CRV = 225,80 + (-1,29x) + 0,001x2; R
2 = 0,739
S35 = 161,90 + 2,14x + (-0,061x2); R
2 = 0,625
S50 = 246,89 + (-2,23x) + 0,012x2; R
2 = 0,813
(F)
DAT
15 30 45 60 75
AF
E (
cm
2 g
-1)
100
120
140
160
180
200
AL CA CRV S35 S50
AL = 211,63 + (-2,38x) + 0,018x2; R
2 = 0,858
CA = 240,78 + (-4,53x) + 0,041x2; R
2 = 0,707
CRV = 208,28 + (-2,35x) + 0,018x2; R
2 = 0,915
S35 = 217,55 + (-2,95x) + 0,025x2; R
2 = 0,822
S50 = 220,93 + (-2,93x) + 0,024x2; R
2 = 0,779
Figura 5. Área foliar (cm2), Índice de área foliar (m2 m2) e Área foliar especifica (cm2 g-¹) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
42
como, cutículas e epiderme mais delgadas, menor espessura de mesofilo e menor
proporção de parênquima paliçádico e de sustentação, maior proporção de espaços
intercelulares e menor densidade estomática (BERLYN e CHO, 2000).
Neste estudo é observado aos 60 DAT um incremento na AFE. Esse
incremento foi observado em função do impedimento de radiação luminosa pelo
acúmulo de fumaça durante o período o que ocasionou possivelmente alteração
comportamental no nível anatômico do vegetal. Ilic et al. (2017) mostra em seu estudo
com pimentão que o uso de telas vermelhas, aluminizadas, azul e preta com nível de
40% foram capazes de alterar a anatomia dos tecidos parenquimáticos reduzindo
assim, a espessura em comparação ao tratamento controle.
Comparando-se a 1ª época em relação à 2ª época observa-se que na 1ª época,
onde a temperatura média durante o ensaio foi menor, os valores de AFE foram
maiores em todos os tratamentos, porém a área foliar nessa época foi menor. Para
Rocha (2007), a atividade fotossintética é função do número de cloroplastos, sejam
eles dispostos horizontalmente (maior área foliar) ou sejam dispostos verticalmente
(maior espessura e área específica). Uma folha mais espessa e menos larga vai
manter alta atividade fotossintética por unidade de área (intensidade da fonte), com
menor superfície de transpiração, o que é desejável em clima tropical.
Para todos os parâmetros de crescimento avaliados como TCA, TCR, TAL, TCC,
RPF e RAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 3.
Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas.
Sinop, MT, 2018. Causas da
variação GL
QM
TCA(1) TCR(2) TAL(3) TCC(4) RPF(5) RAF(6)
Telas (T) 4 1,24* 2,01E-04* 0,04 0,25 1,80E-03 892,7
Épocas (E) 1 22,83* 3,30E-05 0,33* 2,48* 2,00E-05 16712*
(T) x (E) 4 2,74* 4,67E-04* 0,05 0,29 3,04E-03 105,8 Periodo (P) 4 92,83* 4,20E-01* 17,61* 1,98* 4,02E-02* 16905*
(P) x (T) 16 1,63* 9,96E-04 0,13* 0,40* 4,34E-03 816,2* (P) x (E) 4 6,88* 1,56E-02* 0,91* 4,95* 1,16E-02* 2971,1*
(E) x (T) x (P) 16 2,34* 1,67E-03* 0,11* 0,54* 3,50E-03 338,24
CV (%) 22,51 4,40 20,26 35,73 3,81 15,73
* significativo a 5% de probabilidade. (1) taxa de crescimento absoluto; (2) taxa de crescimento relativo; (3) taxa
assimilatória líquida; (4) taxa de crescimento da cultura; (5) razão de peso foliar; (6) razão de área foliar.
43
A RAF é a medida da dimensão do aparelho assimilador, e serve como parâmetro
apropriado para as avaliações de efeitos genotípicos, climáticos e do manejo de
comunidades vegetais (Magalhães, 1979). Os maiores valores de RAF na 1ª e na 2ª
época são nos períodos iniciais de desenvolvimento, entre 15 aos 30 DAT. A redução
na RAF indica menor e/ou reduzido aporte de fotoassimilados assimilados destinados
às folhas o que implicaria na redução da TCR (Gondim et. al., 2011), como ocorreu
no presente trabalho. Na 1ª época o maior valor da RAF foi observado no tratamento
S35 com valor de 214,97 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, S50, CA e CRV
respectivamente (Figura 6A). Na 2ª época o maior valor da RAF foi observado no
tratamento S35 com valor de 174,34 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos S50, CA, AL e
CRV respectivamente (Figura 6B).
A RPF é importante quando se deseja estudar o desempenho de uma cultivar. No
início, quando a planta é constituída em grande parte por folhas, os valores dessa
razão são elevados, decrescendo com o tempo, pois, à medida que a planta se
desenvolve, surgem outras partes que crescem às custas de material importado das
folhas (MAGALHÃES, 1979). Os maiores valores de RPF na 1ª e na 2ª época foram
aos 45 DAT. Na 1ª época o maior valor da RPF foi observado no tratamento CA com
valor de 0,942 g g-1, ou seja, neste estádio as folhas correspondiam a 94,2% da massa
seca da planta, seguidos dos tratamentos S35, CRV, AL e S50 respectivamente
(Figura 6C). Na 2ª época, o maior valor da RPF foi observado no tratamento CA com
valor de 0,915 g g-1, as folhas correspondendo a 91,5% da massa seca da planta,
seguidos dos tratamentos CRV, S35, S50 e AL respectivamente (Figura 6D).
A TAL representa, aproximadamente, o balanço entre o material produzido pela
fotossíntese e as perdas devido à respiração (MACHADO et al., 1982). Na 1ª época
os maiores valores da TAL foram observados aos 15 DAT, decrescendo até aos 75
DAT. Na 2ª época os maiores valores também foram observados aos 15 DAT,
decrescendo até aos 30 DAT, aumento aos 45 DAT e decrescendo novamente até
aos 75 DAT (Figura 6E e F). Na 1ª época o maior valor da TAL foi observado no
tratamento S35 com valor de 2,65x10-3 g dia-1 dm-2 seguidos dos tratamentos S50, AL
CRV e CA respectivamente (Figura 6E). Na 2ª época o maior valor da TAL foi
observado no tratamento CRV com valor de 2,48x10-3 g dia-1 dm-2 seguidos dos
tratamentos S35, AL, CA e S50 respectivamente (Figura 6F).
44
(A)
DAT
15 30 45 60 75
RA
F (
dm
2 g
-1)
50
100
150
200
250
300
AL CA CRV S35 S50
AL = 126,70 / (1+e(-(x-75,60)/ 19,02)
); R2 = 0,832
CA = 138,89 / (1+e(-(x-(-(x-57,06)/ 8,18)
); R2 = 1,00
CRV = 185,11/ (1+e(-(x-71,96)/ 9,50)
); R2 = 0,999
S35 = 140,39 / (1+e(-(x-60,44)/ 8,14)
); R2 = 0,999
S50 = 185,79 / (1+e(-(x-67,72)/ 9,52)
); R2 = 0,999
(B)
DAT
15 30 45 60 75
RA
F (
dm
2 g
-1)
80
100
120
140
160
180
AL CA CRV S35 S50
AL = 274,67 / (1+e(-(x-76,88)/ 15,52)
); R2 = 0,977
CA = 168,68 / (1+e(-(x-(-(x-51,82)/ 6,85)
); R2 = 0,999
CRV = 206,05/ (1+e(-(x-62,03)/ 10,65)
); R2 = 0,997
S35 = 155,44 / (1+e(-(x-57,16)/ 9,62)
); R2 = 0,997
S50 = 151,25 / (1+e(-(x-50,58)/ 5,77)
); R2 = 0,999
(C)
DAT
15 30 45 60 75
RP
F (
g g
-1)
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,72 + 0,007x + (-8,81e-5
x2); R
2 = 0,451
CA = 0,80 + 0,0078x + (-0,0001x2); R
2 = 0,823
CRV = 0,83 + 0,003x + (-4,31e-5
x2); R
2 = 0,480
S35 = 0,63 + 0,012x + (-0,0001x2); R
2 = 0,710
S50 = 0,63 + 0,012x + (-0,0001x2); R
2 = 0,970
(D)
DAT
15 30 45 60 75
RP
F (
g g
-1)
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,70 + 0,007x + (-6,69e-5
x2
); R2
= 0,875
CA = 0,83 + 0,003x + (-3,72e-5
x2
); R2
= 0,701
CRV = 0,70 + 0,008x + (-8,21e-5
x2
); R2
= 0,895
S35 = 0,68 + 0,007x + (-7,97e-5
x2
); R2
= 0,685
S50 = 0,90 + (-0,001x) + 1,02e-5
x2
; R2
= 0,360
(E)
DAT
15 30 45 60 75
TA
L (
g d
ia-1
dm
-2)
0,0000
0,0005
0,0010
0,0015
0,0020
0,0025
0,0030
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,06 / (1+e(-(x-(-57,25)/ -20,64)
); R2 = 0,978
CA = 1,14e5 / (1+e
(-(x-(-582,42)/ -33,15)); R
2 = 0,891
CRV = 0,003 + (-0,0001x) + 9,73e-7
x2; R
2 = 0,972
S35 = 1,38e5 / (1+e
(-(x-(-320,78)/ -18,75)); R
2 = 0,721
S50 = 0,003 + (-9,34e-5
x) + 7,52e-7
x2; R
2 = 0,839
(F)
DAT
15 30 45 60 75
TA
L (
g d
ia-1
dm
-2)
0,000
0,001
0,001
0,002
0,002
0,003
AL CA CRV S35 S50
AL = 1,56e5 / (1+e
(-(x-(-459,46)/ -26,26)); R
2 = 0,917
CA = 1,40e5 / (1+e
(-(x-(-603,85)/ -34,32)); R
2 = 0,706
CRV = 1,47e5 / (1+e(
(-(x-(-379,68)/ -21,98)); R
2 = 0,959
S35 = 1,56e5 / (1+e
(-(x-(-451,52)/ -25,82)); R
2 = 0,884
S50 = 1,47e5 / (1+e
(-(x-444,70)/ -25,48)); R
2 = 0,866
Figura 6. Razão de área foliar (dm-2 dia-1), Razão de peso foliar (g g-1) e Taxa assimilatória liquida (g dia-1 dm-2) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
45
A taxa assimilatória líquida é dependente da radiação solar, das condições
internas da planta, do próprio índice de área foliar e do balanço hídrico. Sendo assim,
há uma tendência de diminuição da taxa assimilatória líquida ao longo do
desenvolvimento da cultura, visto que o sombreamento mútuo pelo arranjo do dossel
foliar é capaz de reduzir a penetração de luz no interior do dossel.
A TAL é dependente da radiação solar, das condições internas da planta, do
próprio índice de área foliar e do balanço hídrico. Sendo assim, há uma tendência de
diminuição da taxa assimilatória líquida ao longo do desenvolvimento da cultura, visto
que o sombreamento mútuo pelo arranjo do dossel foliar é capaz de reduzir a pe-
netração de luz no interior do dossel. Portanto, a TAL decresce com aumento no índice
de área foliar em condições de campo (TSUNO e FUJISE, 1962), mesmo que ocorra
incremento na área foliar, conforme ocorreu no presente experimento (Figura 5C e D).
A TCA indica a variação, ou o incremento entre duas amostragens, podendo ser usada
para se obter a velocidade média de crescimento ao longo do período de observação
(BENINCASA, 1988). Na 1ª época todos os tratamentos apresentaram aumentos
contínuos até os 45 DAT. Do período dos 45 aos 60DAT houve mudança
comportamental entre as telas. A tela AL apresentou uma redução significativa da TCA
quando comparada aos tratamentos S35, S50, CA e CRV com taxas de 0,81; 2,82;
2,87; 2,46; 2,01 g dia-¹ respectivamente. Aos 75 DAT observou que as telas
apresentaram desenvolvimento finais distintos. As telas CRV, CA e S50 mostraram
taxas de TCA superiores com valores de 5,58; 5,42 e 4,48g dia-¹ respectivamente
enquanto as telas S35 e AL diferiram entre si com valores de TCA de 3,23 e 1,09 g
dia-¹ respectivamente (Figura 7A).
Castoldi et al. (2009) em Jaboticabal durante a 1ª época verificaram TCA de
8,57 g dia-¹ na situação de CA e estes autores mencionam que as temperaturas
inferiores a 20ºC influenciaram positivamente no incremento da TCA. Já na 2ª época,
os maiores incrementos de TCA foram observados do período compreendido entre 30
aos 45 DAT e 45 aos 60 DAT, porém sem diferença significativa entre os tratamentos.
Já aos 75 DAT, os tratamentos AL, CA e CRV apresentaram TCA de 5,80, 4,91, 4,41g
dia-¹ diferindo assim dos tratamentos S35 e S50 com valores de 3,83 e 2,62 g dia-¹
respectivamente (Figura 7B).
46
Nos tratamentos S35 e S50 aos 75 DAT houve tendência de redução do
incremento de TCA ao contrário das demais telas no mesmo período e isso pode ser
explicado pela redução da temperatura no interior do telado conforme demonstrado
na figura 1B.
Alt et al. (2001) verificaram que a temperatura altera a relação vegetativo
reprodutivo o que altera o comportamento fisiológico da planta. Também pode-se
observar que nas plantas sob telados S35 e S50 foram onde ocorreram as primeiras
emissões de inflorescências quando comparadas aos demais tratamentos tanto na 1ª
época como na 2ª época. Isso mostra que não somente a temperatura é um fator que
influencia isso diretamente, mas também as modificações do fluxo da radiação e do
comprimento de onda alteram a morfogênese e o equilíbrio hormonal por alterar as
respostas dos fitocromos.
A prova disso é que as telas AL e CRV as emissões de inflorescências foram
atrasadas em relação aos S35 e S50, ou seja, estimulou mais o vegetativo por
incrementar maior número de folhas durante a 1ª e 2ª época (Figura 3A e B) em função
do acréscimo de temperatura entre as épocas estudadas.
A TCR, evidencia o crescimento de uma planta, que é dependente do material
que está sendo acumulado na mesma. Geralmente ela diminui à medida que a planta
cresce, em virtude do auto-sombreamento das plantas (LUCCHESI,1984). Na 1ª e na
2ª época os maiores valores foram observados aos 15 DAT, decrescendo até final do
ciclo (Figura 7C e D). Respostas similares foram encontradas por Castoldi et al. (2009)
em cultivo de outono/inverno. Gondim et. al. (2011) trabalhando com couve-flor cv.
Verona sob sombrite 50% na época de primavera/verão, também constatou
comportamento semelhante da TCR.
Na 1ª época a tela AL apresentou valor de TCR superior aos demais
tratamentos aos 15 DAT, com valores de 0,3255 g g-¹ dia-¹ seguidos dos tratamentos
S50, S35, CRV e CA respectivamente. Para 2ª época, no CA foi observado o maior
valor aos 15 DAT, com média de 0,3667 g g-¹ dia-¹ seguidos dos tratamentos S50,
CRV, AL e S35 respectivamente.
A TCC, outra taxa que avalia o crescimento da cultura é empregada para
comunidades vegetais e representa a quantidade total de matéria seca acumulada por
unidade de área em função do tempo.
47
(A)
DAT
15 30 45 60 75
TC
A (
g d
ia-¹
)
0
1
2
3
4
5
6
ALy = 1,05 / (1+e(-(x-29,99)/ 0,320)
); R2 = 0,774
CAy = 20,70 / (1+e(-(x-90,56)/ 15,36)
); R2 = 0,998
CRVy = 26,84 / (1+e(-(x-91,82)/ 12,58)
); R2 = 0,994
S35y = 3,26 / (1+e(-(x-51,65)/ 4,55)
); R2 = 0,990
S50y = 5,83 / (1+e(-(x-62,59)/ 10,33)
); R2 = 0,986
(B)
DAT
15 30 45 60 75
TC
A (
g d
ia-¹
)
0
1
2
3
4
5
6
7ALy = 4,81 / (1+e
(-(x-43,91)/ 4,31)); R
2 = 0,996
CAy = 6,25 / (1+e(-(x-52,10)/ 9,53)
); R2
= 0,986
CRVy = 6,33 / (1+e(-(x-62,38)/ 14,89)
); R2
= 0,952
S35y = 4,23 / (1+e(-(x-43,30)/ 3,46)
); R2
= 0,958
S50y = -10,19+(-0,221)*x+(-0,005)*x2; R
2 = 0,771
(C)
DAT
15 30 45 60 75
TC
R (
g g
-¹ d
ia-¹
)
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
ALy = 1,29 / (1+e(-(x-(-3,35)/ -16,82)
); R2 = 0,997
CAy = 2,07e+7 / (1+e(-(x-(-445,25)/ -25,51)
); R2 = 0,833
CRVy = 0,317 / (1+e(-(x-29,91)/ -0,358)
); R2 = 0,826
S35y = 2,31e+7 / (1+e(-(x-(-387,30)/ -22,14)
); R2 = 0,672
S50y = 1,89e+7 / (1+e(-(x-397,46)/ -23,01)
); R2 = 0,884
(D)
DAT
15 30 45 60 75
TC
R (
g g
-¹ d
ia-¹
)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
ALy = 2,55e+7 / (1+e(-(x-(-383,46)/ -21,90)
); R2 = 0,811
CAy = 2,28e+7 / (1+e(-(x-(-279,89)/ -16,37)
); R2 = 0,504
CRVy = 2,05e+7 / (1+e(-(x-(-320,51)/ -18,72)
); R2 = 0,929
S35y = 0,127 / (1+e(-(x-(2,01e+5)/ -1,15e+4)
); R2 = 0,857
S50y = 2,22e+7 / (1+e(-(x-(-314,14)/ -18,31)
); R2 = 0,766
(E)
DAT
15 30 45 60 75
TC
C (
g d
m-2
dia
-1)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
ALy = 1,03 / (1+e(-(x-46,56)/ -14,21)
); R2 = 0,943
CAy = 2,92 / (1+e(-(x-114,34)/ 52,95)
); R2 = 0,793
CRVy = 1,25 / (1+e(-(x-41,11)/ 19,28 )
); R2 = 0,699
S35y = 1,46 / (1+e(-(x-45,22)/ 0,21)
); R2 = 0,519
S50y = 0,593 / (1+e(-(x-15,00)/ 0,097)
); R2 = 0,554
(F)
DAT
15 30 45 60 75
TC
C (
g d
m-2
dia
-1)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5ALy = 0,937 / (1+e
(-(x-78,13)/ -8,34)); R
2 = 0,444
CAy = 1,96E+06 / (1+e(-(x-(-690,69)/ -50,97)
); R2
= 0,545
CRVy = 1,27E+07 / (1+e(-(x-(-433,79)/ -24,90)
); R2
= 0,879
S35y = 1,01 / (1+e(-(x-68,62)/ -6,38)
); R2
= 0,601
S50y = 1,201 / (1+e(-(x-59,97)/ -0,061)
); R2
= 0,674
Figura 7. Taxa de crescimento absoluto (TCA), taxa de crescimento relativo (TCR) e
taxa de crescimento da cultura (TCC) do híbrido Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
48
Na 1ª época para os tratamentos S35 e CRV, o pico de crescimento deu-se aos
60 DAT, com médias de 2,52 e 1,33 g dm² dia-¹ respectivamente. Para o tratamento
CA o pico de crescimento foi aos 75 DAT com média de 0,92 g dm² dia-¹.
Já para os tratamentos S50 e AL o pico de crescimento deu-se aos 30 DAT
com médias de 0,89 e 0,86 g dm² dia-¹, respectivamente, porém sem diferença
significativa entre eles. Essas variações encontradas em função do crescimento
podem estar atreladas as condições de amplitude térmica. Possivelmente para este
período o S35 foi a tela que se obteve uma melhor performance de crescimento por
melhor controlar a temperatura noturna evitando assim a respiração o que
corroboraria para um melhor crescimento pelo aporte de fotoassimilados.
A TCC, outra taxa que avalia o crescimento da cultura é empregada para
comunidades vegetais e representa a quantidade total de matéria seca acumulada por
unidade de área em função do tempo. Na 1ª época para os tratamentos S35 e CRV,
o pico de crescimento deu-se aos 60 DAT, com médias de 2,52 e 1,33 g dm² dia-¹
respectivamente. Para o tratamento CA o pico de crescimento foi aos 75 DAT com
média de 0,92 g dm² dia-¹.
Já para os tratamentos S50 e AL o pico de crescimento deu-se aos 30 DAT
com médias de 0,89 e 0,86 g dm² dia-¹, respectivamente, porém sem diferença
significativa entre eles. Essas variações encontradas em função do crescimento
podem estar atreladas as condições de amplitude térmica. Possivelmente para este
período o S35 foi a tela que se obteve uma melhor performance de crescimento por
melhor controlar a temperatura noturna evitando assim a respiração o que
corroboraria para um melhor crescimento pelo aporte de fotoassimilados.
Na 2ª época foram observados comportamento inverso ao obtido na 1ª época.
Para todos os tratamentos houve uma redução do crescimento. O pico de crescimento
deu-se aos 15 DAT onde os tratamentos CA e CRV apresentaram médias de 2,37 e
2,07 g dm² dia-¹, porém não diferindo entre si. Já os tratamentos S50, S35 e AL foram
inferiores aos demais tratamentos com médias de 1,69; 1,40; e 1,29 g dm² planta-¹.
No período entre 60 a 75 DAT houve uma queda acentuada na TCC em todos os
tratamentos, porém sem diferença entre eles. Comparando-se a 1ª época em relação
à 2ª época, as médias TCC na 1ª época são mais elevadas em relação à 2ª época e
a explicação para tal fato faz-se em função da temperatura. Observa-se que na 1ª
49
época as médias térmicas sob os telados são menores que na 2ª época (Figura 1).
Isso corrobora para que a planta tenha gasto energético maior para sua manutenção
limitando assim o seu crescimento fisiológico.
O ciclo da cultura da couve-flor teve duração de 113 DAT para 1ª época e 115
DAT para 2ª época, definida pela realização da última colheita em 10/07/2017 e
24/12/2017 respectivamente. Na 1ª época a emissão da inflorescência iniciou-se aos
75 DAT e para 2ª época foi aos 82 DAT. Isso demonstra que a cultura é altamente
sensível ao fator climático e entre eles a temperatura elevada influência de forma
negativa no aumento do ciclo fazendo com que a planta aumente o seu dispêndio de
fotoassimilados na manutenção do estádio vegetativo o que compromete o efeito
produtivo da formação da inflorescência.
Em relação a MFI e a PT a 1ª época influenciou positivamente nesses
parâmetros (Figura 7). Para a 1ª época, as telas S50 e CRV foram superiores as
demais com MFI e PT de 1,696 kg planta-1 e 35,33 ton. ha-¹; 1,507 kg planta-1 e 31,33
ton. ha-¹ respectivamente. Os dados apresentados nesse estudo mostram que S50 e
CRV tiveram respostas similares quanto a MFI e PT na 1ª época.
A explicação para que a CRV tenha o mesmo desempenho do S50 pode estar
no fato que houve um aumento da luz difusa resultando na disponibilidade de maior
disponibilidade de radiação difusa causando maiores absorções de PAR o que
corroboraria para o aumento da atividade fotossíntetica. A resposta do S35 e do CA
foram similares, porém com médias de MFI e PT de 1,239 kg planta-1 e 25,66 ton. ha-
¹; 1,180 kg planta-1 e 24,66 ton. ha-¹ porém inferiores ao CRV e S50 respectivamente.
O tratamento AL foi inferior a todos os demais tratamentos com MFI de 0,729 kg
planta-¹ e produtividade de 16,10 ton. ha-¹.
Castoldi et al.(2009) verificaram para a cultivar verona na situação de campo
aberto na época (outono/inverno) valores de 0,833 kg planta-¹, ou seja, valores esses
menores que o obtido em nosso estudo. Monteiro et al. (2010) verificaram com a
cultivar verona valores de MFI e PT de 1,120 kg planta-¹ e 22,3 ton ha-¹ durante a 1ª
época. Ribeiro et al. (2017) trabalhando com a mesma cultivar em CA verificaram MFI
e Produtividade de 0,801 kg planta-¹ e 11,20 ton ha-¹.
Os dados apresentados mostram que houve respostas distintas em relação ao
tipo de tela e que a cultivar é sensível quanto ao tipo de sombreamento e intensidades
50
aplicadas o que altera de forma positiva o seu potencial produtivo. Surve et al. (2014)
com o cultivo de dois híbridos de couve-flor em função de telas de sombreamento
durante o verão verificaram que a tela cromatinet vermelha foi a que apresentou
melhores resultados de peso fresco e produtividade com MFI e PT de 0,654 kg planta-
¹ e 3.74 ton ha-¹. Esses mesmos autores com a tela sombrite obtiveram MFI e PT de
0,481 kg planta-¹ e 3,68 ton ha-¹.
Telas
Al CRV S35 S50 CA
MF
I (kg
pla
nta
-¹)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
Pro
du
tivi
dad
e to
tal (
ton
ha-
¹)
0
10
20
30
40
1ª Época (Outono/Inverno)
2ª Época (Primavera/Verão)
A
BBB
C
ns
A
B
Figura 8. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido
Verona CMS em função de telas de sombreamento e época de semeadura. Letras
maiúsculas iguais não diferem entre si. Ns = não significativo (p<0,05).
Já na 2ª época a MFI e a PT não houve diferença significativa entre as telas de
sombreamento e o campo aberto, porém os valores foram menores quando
comparados aos encontrados na 1ª época do estudo. O S50 foi o tratamento com a
maior média com 0,782 kg planta-1 e 16,33 ton. ha-1 seguido dos tratamentos S35, AL,
CA e CRV com médias de 0,773 e 16,0; 0,759 e 16,0; 0,733 e 15,33; e 0,574 e 12,0;
kg planta-1 e ton. ha-1, respectivamente.
Isso está relacionado ao aumento da temperatura na 2ª época, fazendo com
que a planta permaneça mais tempo no estádio vegetativo, acumulando mais
fotoassimilados para as folhas e reduzindo para a inflorescência. De acordo com
51
Gopalakrishnan (2007), o rendimento de couve-flor varia de acordo com as variedades
e a temperatura. A temperaturas acima de 25° C, a cabeça será pequena, solta ou
amarela. Ray & Mishra (2017) verificaram que se a temperatura permanecer acima de
28° C, a planta permanecerá vegetativa sem formação de inflorescência e continuará
a formar folhagem nova.
4. Conclusões
O uso da Cromatinet 35% e sombrite 50% proporciona aumento na
produtividade da couve-flor Verona CMS na época de outono/ inverno.
No cultivo de primavera/ verão o uso de telas não interfere na produção da
couve-flor.
5. Referências
BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas.
Jaboticabal: FUNEP, 2003. 36p.
CARVALHO, V. D. Propriedades químicas das brássicas. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 9, n. 98, p. 54-56. 1983.
CASTOLDI, R.; CHARLO, H.C.O.; VARGAS, P.F.; BRAZ, L.T. Crescimento, acúmulo
de nutrientes e produtividade da cultura da couve-flor. Horticultura Brasileira. v.27,
p. 438-446, 2009
DA PENHA RIBEIRO, L. M., ZANUZO, M. A. R., VIEIRA, C. V. I., JUNIOR, S. S.,
JÚNIOR, F. F. Cauliflower quality and yield under tropical conditions are influenced by
boron fertilization. African Journal of Agricultural Research. v. 12, n. 12, p. 1045-
1053, 2017.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro
Nacional de Pesquisa do Solo. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed.
Brasília, DF, Embrapa, 2013. 342p.
52
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Manual de
métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos,
1997. 212p.
GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F.; PEREIRA, A. B. Balanço de radiação e fluxo de
calor no solo em ambiente natural e protegido cultivado com pepineiro. Bragantia,
Campinas, v.60, p.139-147, 2001.
GONDIM, A. R. O.; PRADO, R. M.; CORREIA, M. A. R.; ALVES, A. U.; CECÍLIO
FILHO, A. B.; POLITI, L. S. Curva de crescimento e acúmulo de matéria seca em
couve-flor cultivada em substrato. Biosci, J. Uberlândia, v. 27, n. 1, p. 88-94, 2011.
GUISELINI, C.; SENTELHAS, P. C.; OLIVEIRA, R. C. Uso de malhas de
sombreamento em ambiente protegido II: efeito sobre a radiação solar global e
fotossinteticamente ativa, Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria,
v.12, n.1, p.19-26, 2004.
ILIĆ, Z. S.; MILENKOVIĆ, L.; ŠUNIĆ, L.; BARAĆ, S.; MASTILOVIĆ, J.; KEVREŠAN,
Ž.; FALLIK, E. Effect of shading by coloured nets on yield and fruit quality of sweet
pepper. Zemdirbyste-Agriculture, v. 104, n. 1, p. 53-62, 2017.
MAY, A.; TIVELLI, S. W.; VARGAS, P. F.; SAMRA, A. G.; SACCONI, L. V.; PINHEIRO,
M. Q. Boletim Técnico 200. A cultura da couve-flor. 2007. 36p.
MONTEIRO, B. C. B. A.; CHARLO, H. C. O.; BRAZ LT. 2010. Desempenho de híbridos
de couve-flor de verão em Jaboticabal. Horticultura Brasileira. v. 28, p. 115-119,
2010.
OLIVEIRA, S.F.; CASTOLDI, R.; VARGAS, P.F.; CHARLO, H.C.O.; BRAZ, L.T. 2007.
Crescimento, distribuição de matéria seca e produtividade de couve-flor ‘Verona’. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 47. Anais eletrônicos... Porto
Seguro: SOB. Disponível em
53
<http://www.abhorticultura.com.br/Eventosx/trabalhos/ev_1/A244_T274_Comp.pdf>.
Acessado em 25 de fevereiro de 2018.
POLYSACK. Controle do microclima. Disponivel em:
<https://www.ginegar.com.br/produto&cod=7&nomTitulo=Polysombra%C2%AE+Plus
&it=P>. Acesso em 25 março, 2018.
PRADEEPKUMAR, T.; BABU, D. S.; AIPE, K. C. Adaptability of cauliflower genotypes
in the high ranges of Kerala. J. Trop. Agric. v. 40, p. 45-47, 2002.
RAHMAN, H. U.; HADLEY, P.; PEARSON, S. Relationship between temperature and
cauliflower (Brassica oleracea L. var. botrytis) growth and development after curd
initiation. Plant Growth Regul. v. 52, n. 1, p. 61-72, 2007.
REIS, L. S.; AZEVEDO, C. A. V.; ALBUQUERQUE, A. W.; SILVA JUNIOR, J. F. Índice
de área foliar e produtividade do tomate sob condições de ambiente protegido.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v. 17, n. 4, p. 386-391,
2013.
ROCHA, R. C. Uso de diferentes telas de sombreamento no cultivo protegido de
tomateiro. 2007. 90 f. Tese (Doutorado em agronomia) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu,
2007.
SANTOS, M. A. T. Caracterização química das folhas de brócolis e couve-flor
(Brassica oleracea L.) para utilização na alimentação humana. 2000. 96 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.
SILVA, M. A. A.; GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F. Avaliação de elementos
meteorológicos durante a ocorrência de geada em cultivo de pimentão, nas condições
de ambiente protegido e campo. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa
Maria, v.12, n.1, p.35-41, 2004.
54
SINGH, H. P. 2008. Development in horticultural crop production with climate change.
Indian Hort. 53(5): 39-45.
SOUSA, J. W.; MARTINS, D.; CUNHA, A. R.; ESCOBEDO, J. F.; GALVANI, E.
Alterações do saldo de radiação, temperatura e umidade relativa do ar em ambiente
protegido com cobertura de polietileno difusor de luz. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, Santa Maria, v.13, p.1-10, 2005.
SUSEELA, P.; RANGASWAMI, M. V., Influence of temperature inside the greenhouse
on growth attributes and yield of cauliflower. Karnataka J. Agric. Sci. v. 24 n. 5, p.
706- 708, 2011.
TAKEISHI, J.; CECÍLIO FILHO, A. B.; OLIVEIRA, P. R. Crescimento e acúmulo de
nutrientes em couve-flor ‘Verona’. Biosci, J. Uberlândia, v.25, n.4, p.1-10, 2009.
TEODORO, S. M.; CHAVES, M. A.; ESCOBEDO, J. F.; AGOSTINHO, C. A. Relação
de variáveis ambientais em baias cobertas com polietileno e desempenho da rã- touro
(Rana catesbiana). Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.1, p.46-56, 2005.
TRANI, P. E.; RAIJ, B. 1997. Hortaliças. Recomendações de adubação e calagem
para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC, p.157-164, 1997.
ZANUZO, M.R.; RIBEIRO, L.M.; LANGE, A.; MACHADO, R.A.F.; MASSAROTO, J. A.
Desempenho agronômico de genótipos de couve-flor nas condições edafoclimáticas
de Sinop. Hortic. Bras. v. 31, n. 2, p. 332-337, 2013.
55
CAPÍTULO 3 – INFLUENCIA DE TELAS DE SOMBREAMENTO NA
COUVE-FLOR “CINDY” EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE CULTIVO
RESUMO – O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Foram avaliadas para cultivar Cindy, o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. De modo geral a época de outono/inverno (1ª época) do experimento, o campo aberto apresentou maior rendimento vegetativo; e também foi para época primavera/verão (2ª época). A 2ª época do experimento apresentou maior rendimento nos parâmetros vegetativos, quando comparado a 1ª época. Já para produtividade a 1ª época foi superior a 2ª época, com maiores produtividades para as telas Sombrite 50% (31,66 ton. ha-1) e Sombrite 35% (27,66 ton. ha-1). Na 2ª época não houve variação entre os tratamentos. Conclui-se que as telas Sombrite 50% e Sombrite 35% proporcionam aumento na produtividade da couve-flor na 1ª época. No cultivo de 2ª época o uso de telas não interfere na produção de couve-flor. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, cultivo protegido, taxa de crescimento
INFLUENCE OF SHADING FABRICS IN THE "CINDY" COUVE-
FLOWER IN THE FUNCTION OF CULTURAL TIMES
ABSTRACT - The objective of this work was to evaluate the development under protected and field cultivation in two seasons for cauliflower cultivation under tropical edaphoclimatic conditions. The experimental design was the completely randomized (DIC) in a 5x2 factorial scheme (five environments and two growing seasons), with three replications. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilatory rate, crop growth rate, area index foliar area, leaf area ratio, leaf area ratio, fresh inflorescence mass and yield. In general, the autumn / winter season (1st season) of the experiment, the open field presented higher vegetative yield; and was also for spring / summer season (2nd season). The second season of the experiment had a higher yield in the vegetative parameters when compared to the 1st season. For productivity, the first season was higher than the second season, with higher yields for the Sombrite 50% (31,66 ton. ha-1) and Sombrite 35% (27,66 ton ha-1) screens. In the 2nd season there was no variation between treatments. It was concluded that the screens Sombrite 50% and Sombrite 35% provide an increase in cauliflower productivity in the 1st season. In cultivation of 2nd season the use of screens does not interfere in the production of
56
cauliflower. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, protected cultivation, growth rate
1. Introdução
A couve-flor, que está incluída nas principais brássicas consumidas no Brasil,
apresenta alta dependência de fatores ambientais para seu ótimo desenvolvimento,
pincipalmente em relação a temperatura. É uma cultura típica de regiões de clima
temperado, porém vem ganhando espaço em regiões de clima tropical (ZANUZO et
al., 2013).
Na região Norte do Mato Grosso, mesmo com a utilização de genótipos que
são capazes tolerar temperaturas mais elevadas, em algumas épocas do ano a
temperatura acaba ultrapassando os valores considerados ideias (30°C) para o cultivo
da couve-flor. Temperaturas acima desse ideal podem causar reduções significativas
na produtividade e na qualidade das inflorescências (CAMARGO et al., 2009).
Trevisan et al. (2003) estudando a influência da temperatura sob diferentes genótipos
de couve-flor, observaram que a temperatura influencia diretamente no
desenvolvimento da planta, na diferenciação floral, no tamanho e na qualidade da
cabeça, que consequentemente afeta a produtividade e a duração do ciclo da cultura.
Quando a temperatura diária atinge 35°C, com noites também quentes, o
rendimento da maioria das cultivares de couve-flor é afetado, havendo aumento no
número de folhas, prejudicando a formação da cabeça, pois a mesma permanece por
mais tempo no período vegetativo, acumulando seus fotoassimilados nas folhas (MAY
et al., 2007).
Para minimizar tais efeitos, o emprego da utilização de ambientes protegidos,
com a utilização de telas plásticas de “sombreamento” com diferentes intensidades e
cores, que diminuem a incidência da radiação solar sobre a cultura e também alteram
a temperatura do ar, proporcionando assim temperaturas mais amenas para o cultivo
de couve-flor (SILVESTRE et al., 2008). Atenuado a isso, muitos autores relatam a
eficiência do cultivo protegido na qualidade dos frutos e inflorescências.
O conhecimento sobre o desenvolvimento de espécies cultivadas permite
planejar métodos ou estratégias racionais de cultivo, para utilizar o potencial máximo
do genótipo, além de fornecer dados para construção de modelos matemáticos de
crescimento e desenvolvimento. Essas análises de desenvolvimento permitem
57
interpretar melhor o comportamento e desempenho de materiais produzidos em
ambiente natural, protegido ou controlado (HUNT, 1990).
Devido à falta de trabalhos relacionados ao comportamento da couve-flor sob
ambientes protegidos, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o
desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da
couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais.
2. Material e Métodos
O experimento foi conduzido no município de Sinop (-11,98°S; 55,56°W e
altitude média de 371m) em duas épocas distintas, sendo a primeira (março-julho)
caracterizada como época de outono/inverno (período seco) e a segunda (setembro-
dezembro) caracterizada como primavera/verão (período úmido). O clima é
classificado como Aw (Clima tropical com estação seca de Inverno). O solo é
classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) de acordo com o Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2013). As análises químicas
e físicas da terra fina seca ao ar (TFSA), realizadas de acordo com os métodos
propostos por Embrapa (1997). A análise química e física do solo está descrita na
tabela 1 abaixo.
Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,
2017.
pH M.O. H+Al+ K+ Ca++ Mg++ SB T P B V%
CaCl3 % ------------------cmolc dm-3------------------ mg dm-3 %
5,3 2,25 3,14 0,09 3,04 1,21 4,34 7,48 5,3 0,17 58,1
GRANULOMETRIA (g kg-1) TEXTURA
ARGILA SILTE AREIA
292 187 521 Média
Análises realizadas no Laboratório de solos da Perfil Agroanálise, 2017.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2
(cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Nas parcelas foram
casualizados as telas Aluminet® 50% (AL), Chromatinet® 35% (CRV), Sombrite 35%
(S35), Sombrite 50% (S50) e campo aberto (CA). As épocas analisadas foram 1ª
época (outono/inverno) e 2ª época (primavera/verão).
58
Para fins de monitoramento ambiental utilizou-se os datallogers instalados, em
cada tipo de malha com coleta de hora em hora das condições de Temperatura,
modelo U23-001 (Onset®). Os dados referentes as temperaturas máximas (Figura 1)
e temperaturas mínimas (Figura 2) em função das telas está caracterizado nas figuras
abaixo:
abr mai jun jul
Te
mp
era
tura
má
xim
a d
iária
(ºC
)
26
28
30
32
34
36
38
40
Campo Aberto (x=32,27°C)
Sombrite 35% (x=32,44°C)
Sombrite 50% (x=32,57°C)
Chromatinet (x=34,88°C)
Aluminet (x=35,49°C)
Outono/ Inverno
set out nov dez
Tem
pera
tura
máxim
a d
iária (
ºC)
20
25
30
35
40
45
Campo Aberto (x=35,24°C)
Sombrite 35% (x=32,66°C)
Sombrite 50% (x=32,03°C)
Chromatinet (x=38,07°C)
Aluminet (x=37,87°C)
Primavera/ Verão
Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época
e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.
59
abr mai jun jul
Tem
pera
tura
mín
ima d
iária (
ºC)
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
Campo Aberto (x=19,31°C)
Sombrite 35% (x=19,37°C)
Sombrite 50% (x=19,07°C)
Chromatinet (x=19,86°C)
Aluminet (x=20,17°C)
Outono/ Inverno
set out nov dez
Tem
pera
tura
mín
ima d
iária (
ºC)
16
18
20
22
24
26
28
Campo Aberto (x=21,37°C)
Sombrite 35% (x=21,15°C)
Sombrite 50% (x=21,05°C)
Chromatinet (x=21,02°C)
Aluminet (x=21,20°C)
Primavera/ Verão
Figura 2. Temperatura mínima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.
Os tratamentos sob malhas foram construídos na forma de “telados”
retangulares, um para cada tipo de malha, com dimensões de 2 x 4 x 23 m (altura,
largura e comprimento), tendo as laterais e as extremidades abertas.
As mudas de couve-flor do híbrido Cindy foram semeadas em bandejas de
polietileno de 128 células e permaneceram em casa de vegetação por um período de
26 dias para a 1ª época e 24 dias para 2ª época. Para o transplante foram
consideradas aptas as mudas com número mínimo de três folhas. O espaçamento de
transplante adotado foi de 0,80x0,60 m.
No plantio aplicou-se 80 g planta-1 da fórmula comercial 02-24-12 (33,3 kg ha-1
de N, 400 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de K2O) e em cobertura 320 kg ha-1 de N; 240
kg ha-1 de K2O, na forma de ureia e cloreto de potássio parcelados em quatro épocas
60
sendo 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT). A adubação com boro foi
realizada no transplante das mudas com a aplicação de 3,14 kg de B ha-¹ utilizando
como fonte o ácido bórico conforme proposição de Penha Ribeiro et al. (2017). A
aplicação de molibdênio foi realizada via foliar com a aplicação de 1 g L-1 de molibdato
de sódio aos 30, 45 e 60 DAT.
A área experimental total foi de 475,36 m² sendo cada parcela composta por
84 plantas e cada sub-parcela composta por duas plantas para cada período de
avaliação. Foi adotado o sistema de irrigação por microasperssão, com emissores
espaçados de 2,0 m e as linhas de irrigação espaçadas em 1,5 m. A irrigação foi
realizada com intervalos determinados em função das condições do solo, das
necessidades da cultura e das condições climáticas do período. Para fins de manejo
da irrigação foram instalados no interior da cultura três tensiometros a profundidade
de 20cm sendo distribuídos no início, meio e fim da linha. O critério adotado para a
aplicação da lâmina foi o esgotamento da água do solo até o ponto de máxima de
50kpa.
As amostras foram coletadas em intervalos de 15 dias para fase vegetativa
sendo amostradas duas plantas por repetição respeitando as bordaduras, ou seja,
utilizando somente as linhas centrais. Essas plantas foram cortadas rente ao solo e
separadas em folhas, caule e inflorescência.
Antes da colheita das plantas foram avaliadas as seguintes características
morfológicas: número de folhas - NF (un); área foliar - AF (cm² planta-¹); e massa
fresca de inflorescência – MFI (kg planta-1). Posteriormente as plantas foram
fragmentadas e colocadas para secar em estufa com circulação forçada de ar, a 65°C
por 72 horas em seguida obteve-se a massa seca da folha, caule e total - MSF, MSC
e MST (g) e estimou-se a taxa de crescimento relativo - TCR (g g-1 dia-1); taxa de
crescimento absoluto – TCA (g dia-1); taxa assimilatória líquida – TAL (g dia-1 dm-2); e
produtividade – PT (ton. ha-¹) . Adicionalmente nessas plantas, foram avaliados; índice
de área foliar – IAF m2 m-2; área foliar específica – AFE (cm2 g-1); razão de peso foliar
– RPF (g g-1) e razão de área foliar – RAF (dm2 g-1) segundo metodologia de
Benincasa (2003).
Os dados de cada característica obtidos nas cinco épocas de amostragem da
planta tanto no estádio vegetativo como reprodutivo, foram utilizados na obtenção de
61
equações para estimar o crescimento no decorrer do ciclo, utilizando-se para isto o
Programa SigmaPlot® 10.0. As equações foram ajustadas ao modelo logístico: Y = a/
(1 + e –k(x – xc)), onde y = valor médio da característica avaliada; a = máximo assintótico
(acúmulo ou crescimento máximo); k = taxa média de crescimento; x = tempo (dias);
xc = tempo necessário para atingir a metade do crescimento máximo.
Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F, α≤0,05) e o
desdobramento das interações e/ou estudo do efeito isolado dos fatores foi realizado
através de análise de regressão levando em consideração a significância e o
coeficiente de reprodutibilidade dos modelos. A partir dos modelos de regressão foram
estimadas a obtenção dos pontos de máxima (PM) das respectivas variáveis.
3. Resultado e Discussão
Para todos parâmetros de crescimento avaliados como MSC, MSF, MST, NF, AF
e IAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 2.
Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas
para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018.
Causas da
variação GL
QM
NF(1) AF(2) MSC(3) MSF(4) MST(5) IAF(6)
Telas (T) 4 13,56 8,81E+6 32,78 1532,8* 1987,8* 2596,6*
Épocas (E) 1 150,0* 9,58E+7* 0,05 5782,9* 5817,9* 8527,7*
Período (P) 4 2817,5* 1,18E+7* 2350,32* 67339* 94607* 37922*
(T) x (E) 4 10,63 4,75E+6 44,30* 462,4 777,6* 707,1
(P) x (T) 16 11,27 4,97E+6 25,43* 608,2* 855,9* 731,1
(P) x (E) 4 73,53* 3,00E+7* 203,48* 1936* 2601,3* 3477,9*
(E) x (T) x (P) 16 7,19 3,49E+6 19,58 240,4 353,6 643,2
CV (%) 14,31 33,36 53,39 34,01 33,74 16,25
* significativo a 5% de probabilidade. (1) número de folhas; (2) área foliar; (3) massa seca do caule; (4) massa seca da
folha; (5) massa seca total; (6) índice de área foliar.
Em relação a MSC, observa-se efeito distintos entre telas e época conforme
demonstrado na Figura 3A e B. Na 1ª época (outono/inverno), o maior incremento na
MSC foi observado no CA seguido dos tratamentos S50, AL, CRV e S35 com médias
de 35,78; 27,50; 23,24; 23,10 e 15,17 g planta-¹ com o maior aporte de crescimento
no período compreendido entre 60 e 75 DAT. Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para
a cultivar Verona CMS no mesmo período maiores acúmulos de MSC no CA (29,2 g
planta -1), e os menores foram observados na tela AL com 7,37g planta -1.
62
(A)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Caule
(g
pla
nta
-1)
0
10
20
30
40
ALy = 2,40124e9 / (1+e
(-(x-286,38)/ 11,72)); R
2 = 0,998
CAy = 1,84866e9 / (1+e
(-(x-266,18)/ 10,50)); R
2 = 0,984
CRVy = 1,65479e9 / (1+e
(-(x-251,44)/ 9,75)); R
2 = 0,987
S35y = 27,83 / (1+e(-(x-73,16)/ 10,12)
); R2 = 0,998
S50y = 52,88 / (1+e(-(x-74,30)/ 8,68)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(B)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Caule
(g
pla
nta
-1)
0
5
10
15
20
25
ALy = 13,86 / (1+e(-(x-51,03)/ 4,22)
); R2 = 0,996
CAy = 26,63 / (1+e(-(x-62,25)/ 8,89)
); R2 = 0,999
CRVy = 18,35 / (1+e(-(x-56,83)/ 7,79)
); R2 = 0,999
S35y = 21,17 / (1+e(-(x-52,09)/ 4,51)
); R2 = 0,998
S50y = 14,35 / (1+e(-(x-45,30)/ 0,27)
); R2 = 0,979
AL CA CRV S35 S50
(C)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Fo
lha
(g
pla
nta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
ALy = 6,80378e9 / (1+e
(-(x-393,15)/ 17,64)); R
2 = 0,890
CAy = 884,37 / (1+e(-(x-99,85)/ 16,31)
); R2 = 0,997
CRVy = 5,4184e9 / (1+e
(-(x-337,73)/ 14,69)); R
2 = 0,978
S35y = 86,43 / (1+e(-(x-58,35)/ 8,89)
); R2 = 1,000
S50y = 101,47 / (1+e(-(x-56,39)/ 8,01)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(D)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Folh
a (
g p
lanta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
ALy = 109,29 / (1+e(-(x-50,42)/ 6,61)
); R2 = 0,998
CAy = 165,86 / (1+e(-(x-57,49)/ 8,25)
); R2 = 0,999
CRVy = 130,86 / (1+e(-(x-57,75)/ 9,53)
); R2 = 0,996
S35y = 158,66 / (1+e(-(x-58,55)/ 9,73)
); R2 = 0,994
S50y = 121,52 / (1+e(-(x-53,00)/ 8,01)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(E)
DAT
15 30 45 60 75
MS
To
tal (g
pla
nta
-1)
0
50
100
150
200
250
ALy = 7,33365e9 / (1+e
(-(x-365,24)/ 16,21)); R
2 = 0,912
CAy = 4236,14 / (1+e(-(x-125,06)/ 16,48)
); R2 = 0,998
CRVy = 7,2939e9 / (1+e
(-(x-320,56)/ 13,67)); R
2 = 0,979
S35y = 108,71 / (1+e(-(x-60,41)/ 9,25)
); R2 = 1,000
S50y = 141,35 / (1+e(-(x-60,02)/ 8,70)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(F)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Tota
l (g
pla
nta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
ALy = 123,15 / (1+e(-(x-50,50)/ 6,33)
); R2 = 0,999
CAy = 191,93 / (1+e(-(x-58,06)/ 8,35)
); R2 = 0,999
CRVy = 149,29 / (1+e(-(x-57,63)/ 9,33)
); R2 = 0,997
S35y = 174,73 / (1+e(-(x-56,83)/ 8,80)
); R2 = 0,997
S50y = 133,19 / (1+e(-(x-51,91)/ 7,22)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g planta-¹) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
63
Já na 2ª época (Primavera/verão), não houve diferença entre as telas
analisadas, porém, com maior média para o tratamento CA 21,50 g planta-¹ e o pico
de crescimento foi observado entre 45 e 60 DAT com tendência a estabilização aos
75 DAT.
Bortoluzzi et al. (2018) estudando a cultivar verona CMS observaram maior
acúmulo no S35 (26,07 g planta -1), e o menor foi observado na tela CRV com 20,81
g planta -1. Comparando-se o efeito dos telados em função das épocas de cultivo, o
S35 foi mais eficiente no acúmulo de MSC para o cultivo de primavera/verão em
relação ao cultivo de outono/inverno com média de 15,17 para 21,02 g planta-¹
respectivamente. A explicação para este diferencial pode estar relacionada a melhor
distribuição da radiação PAR no dossel e maior acúmulo de carboidratos em função
da melhor atividade fotossintética pois os telados sombrite promovem uma redução
do aquecimento e também da redução do UV.
Em relação a MSF, as telas avaliadas foram inferiores ao tratamento controle
(CA) somente nas duas épocas conforme observado nas figuras 3C e D. Em relação
ao período, observa-se claramente que na época de primavera/ verão, o incremento
na MSF é maior que na época de outono/inverno para as telas, mas para o CA foi
superior na época de outono/ inverno (Figura 3C e D). Os maiores acúmulos de MSF
foram observados no tratamento CA, com média de 158,41 g planta-¹ para 1ª época
e 148,22 g planta-¹ para 2ª época.
As telas AL CRV, S35 e S50 mostraram ser eficientes no acúmulo de MSF na
2ª época (primavera/verão) com valores médios de 107,06; 112,71; 134,33 e 114,11
g planta-¹ mostrando assim um incremento de 3,84; 19,77; 79,34 e 23,62% em relação
a 1ª época (outono/inverno) respectivamente. Resultados semelhantes ao obtido
nesse estudo foi obtido por Bortoluzzi et al. (2018) com a cultivar Verona CMS onde
verificaram que na época de primavera/verão o teor de MSF foi maior em virtude do
número de folhas obtido no mesmo período. Esses autores verificaram acúmulos de
MSF de 165,53 (AL); 161,10 (CA); 144,40 (S35); 125,75 (S50) e 123,06 (CRV) g
planta-¹. Uma das explicações para essa observação é o incremento da temperatura
(Figura 1 e 2) que estimula a planta a desenvolver o vegetativo pelo incremento do
número de folhas (Figura 4A e B).
64
Em relação a MST pode-se observar que na época de outono/inverno (Figura
3E) o tratamento CA foi superior aos demais com média de 194,19 g planta-¹ seguido
dos tratamentos AL, S50, CRV e S35 com médias de 126,34; 119,84; 117,20 e 90,07
g planta-¹ respectivamente. A redução do teor de MST dos tratamentos AL, S50, CRV
e S35 em relação ao CA foi de 53,70; 62,04; 65,69 e 115,59% respectivamente. Já
para a 2ª época (Figura 3F) os tratamentos S35 (155,36 g planta-¹), CRV (129,43 g
planta-¹) e S50 (127,69 g planta-¹) tiveram incrementos de 72,48%, 10,43% e 6,55%
respectivamente, em relação a 1ª época. Os tratamentos CA e AL tiveram redução na
2ª época do experimento, quando comparado a 1ª época, uma redução de 14,41% no
CA e 4,53% na AL.
Em relação ao NF as telas somente foram influenciadas na época
outono/inverno. Os tratamentos CA e AL foram superiores aos demais tratamentos
com médias de NF de 18,73 e 18,43 unid. planta-¹, porém sem diferença significativa
entre si (Figura 4A). No total geral de folhas o tratamento CA foi superior aos demais
com 34 unid planta-¹. Morais Junior et al. (2012) verificaram para a cultivar Cindy em
plantio a CA número de folhas totais de 29,12 unid planta-¹. Esse maior número de
folhas observados está diretamente condicionado ao fator temperatura, ou seja,
temperaturas elevadas induzem a planta a prolongar o vegetativo o que corrobora
com o aumento do número de folhas (Zanuzo et al. (2013); Trevisan et al. (2003); IAC).
Já na 2ª época (primavera/verão), não houve diferença significativa entre os
tratamentos avaliados (Figura 4B). Porém o desdobramento de telas dentro de cada
período pode-se observar que somente o S35 e o S50 apresentaram incrementos no
NF em função do período. Pode-se observar que no período de primavera/verão, o
número de folhas foi superior ao período de inverno, porém somente o S35 e S50
mostraram diferença. O incremento de folhas para S35 e S50 foi de 21,88 e 16,86%
respectivamente.
Para a análise de AF houve efeito da interação entre telas e o período
analisado. Durante a 1ª época (outono/inverno) (Figura 4C), o tratamento CA foi
superior aos demais com AF de 16.453cm² planta-¹ seguido das telas AL, CRV, S50
e S35 com valores de 13.618; 12.999; 11.900 e 10.740cm² planta-¹ respectivamente.
Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona CMS em condições de CA
65
(A)
DAT
15 30 45 60 75
Núm
ero
de folh
as (
un)
0
5
10
15
20
25
30
35
AL CA CRV S35 S50
AL = 33,22 / (1+e(-(x-39,43)/ 19,81)
); R2
= 0,899
CA = 130,18 / (1+e(-(x-(-(x-119,33)/ 39,45)
); R2
= 0,928
CRV = 5,60 + 0,135x + 0,0022x2
; R2
= 0,851
S35 = 32,45 / (1+e(-(x-45,22)/ 20,72)
); R2
= 0,982
S50 = 46,88 / (1+e(-(x-63,10)/ 26,10)
); R2
= 0,978
(B)
DAT
15 30 45 60 75
Núm
ero
de folh
as (
un)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AL CA CRV S35 S50
AL = 30,91 / (1+e(-(x-36,17)/ 12,37)
); R2
= 0,938
CA = 49,90 / (1+e(-(x-(-(x-54,72)/ 20,30)
); R2
= 0,995
CRV = 32,10/ (1+e(-(x-37,51)/ 14,17)
); R2
= 0,963
S35 = 39,05 / (1+e(-(x-44,65)/ 17,43)
); R2
= 0,999
S50 = 35,60 / (1+e(-(x-40,97)/ 15,88)
); R2
= 0,980
(C)
DAT
15 30 45 60 75
Áre
a F
olia
r (c
m2)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
ALy = 1,11299e12
/ (1+e(-(x-419,06)/ 18,86)
); R2 = 0,958
CAy = 24440,91 / (1+e(-(x-65,67)/ 12,79)
); R2 = 0,993
CRVy = 3,70257e10
/ (1+e(-(x-325,36)/ 16,84)
); R2 = 0,985
S35y = 11332,55 / (1+e(-(x-50,02)/ 6,77)
); R2 = 0,993
S50y = 12189,25 / (1+e(-(x-52,92)/ 5,61)
); R2 = 0,985
AL CA CRV S35 S50
(D)
DAT
15 30 45 60 75
Áre
a F
oliar
(cm
2)
0
5000
10000
15000
20000
25000
ALy = 15887,32 / (1+e(-(x-52,67)/ 7,70)
); R2 = 0,998
CAy = 24543,08 / (1+e(-(x-62,18)/ 9,36)
); R2 = 0,999
CRVy = 20741,79 / (1+e(-(x-61,95)/ 11,06)
); R2 = 0,997
S35y = 24670,71 / (1+e(-(x-62,28)/ 10,70)
); R2 = 0,996
S50y = 17903,39 / (1+e(-(x-55,52)/ 8,95)
); R2 = 0,999
AL CA CRV S35 S50
(E)
DAT
15 30 45 60 75
IAF
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
AL CA CRV S35 S50
AL = 3,30 / (1+e(-(x-89,77)/ 46,02)
); R2
= 0,966
CA = 1,81 / (1+e(-(x-(-(x-36,93)/ 16,06)
); R2
= 0,798
CRV = -0,165 + 0,033x + (-0,0002x2
); R2
= 0,784
S35 = -0,992 + 0,074x + (-0,0005x2
); R2
= 0,733
S50 = 1,39 / (1+e(-(x-34,53)/ 14,67)
); R2
= 0,682
(F)
DAT
15 30 45 60 75
IAF
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
AL CA CRV S35 S50
AL = 3,48 / (1+e(-(x-65,14)/ 29,23)
); R2
= 0,845
CA = 2,49 / (1+e(-(x-(-(x-44,51)/ 22,71)
); R2
= 0,912
CRV = 2,08 / (1+e(-(x-44,20)/ 27,17)
); R2
= 0,921
S35 = 2,55 / (1+e(-(x-51,45)/ 24,12)
); R2
= 0,956
S50 = 1,205 + (-0,016x + 0,0003x2
; R2
= 0,715
Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
66
valores de AF máximo de 21.897,16 cm². A diferença observada está diretamente
relacionada a característica do cultivar utilizado.
Já na 2ª época (primavera/ verão), os tratamentos CA e S35 foram superiores
aos demais, porém sem diferença significativa entre eles (Figura 4D). As médias para
CA e S35 foram 19.569 e 18.942 cm² planta-¹ respectivamente. Os valores da CRV,
S50 e AL foram 15.890; 16.064 e 15.093 cm² planta-¹ respectivamente. O incremento
da área foliar em relação a 1ª época foi de 10,83; 22,24; 76,38 e 34,99% para as telas
AL, CRV, S35 e S50 respectivamente.
Esse incremento corrobora com Olesen e Grevsen (1997) que demonstra que
a relação do número de folhas faz diretamente ao incremento da temperatura e
também ao aumento da radiação solar. Em condições tropicais de primavera/ verão,
a irradiação é maior quando comparada a época de outono/inverno em função da
declinação solar.
Em relação ao IAF as telas não diferiram significativamente dentro de cada
período. As telas somente diferiram entre os períodos analisados. As telas AL, CA e
S50 na época de outono/ inverno (Figura 4E) obtiveram médias de IAF de 0,93; 1,06
e 0,86 m2 m-2. Já na 2ª época verificou-se um aumento significativo. As médias para
estes tratamentos foram de 1,26; 1,40 e 1,20 m2 m-2 (Figura 4F). Verifica-se um
incremento no IAF para AL, CA e S50 de 35; 32.07 e 39,53%. Esse incremento no IAF
corresponde ao maior NF e AF observada no período de primavera/ verão (Figura 4B
e D).
Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a Cultivar Verona CMS nos tratamentos
AL, CA e CRV valores médios de 1,54; 1,40 e 1,30 m2 m-2 respectivamente. Castoldi
et al. (2009) em condições de CA para a cultivar Verona CMS no período de outono/
inverno aos 69 DAT verificaram para a cultivar Verona CMS valores de IAF de 4,24
m2 m-2. Um dos fatores que influenciam o IAF além da área foliar é o espaçamento
associado as condições de temperatura. Em nosso estudo o espaçamento de
80x60cm modifica a estrutura da arquitetura da folha, o que corrobora para um
aumento da ocupação da área de sombreamento na entre linha.
Para todos os parâmetros de crescimento avaliados como TCA, TCR, TAL,
AFE, RPF e RAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 3.
67
A AFE nas duas épocas do experimento, tiveram maiores valores nos períodos
inicias do desenvolvimento (15 a 30 DAT), decrescendo até o período final de
avaliação. Esse decréscimo de valores de AFE é devido ao fato de que nos estádios
iniciais da couve-flor há maior desenvolvimento do limbo foliar, diminuindo à medida
que o caule e a inflorescência se desenvolvem, resultando na redução ou paralização
na expansão foliar (KOHLI et al., 2008).
Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas para couve-flor, cv. Cindy. Sinop, MT, 2018.
Causas da
variação GL
QM
TCA(1) TCR(2) TAL(3) AFE(4) RPF(5) RAF(6)
Telas (T) 4 3,56* 2,35E-4 4,11E-8 0,36 5,49E-3* 1242,6*
Épocas (E) 1 87,88* 0,49* 1,70E-5* 2,66* 0,02* 4850,7*
Período (P) 4 1,21 6,80E-5 2,90E-7* 7,41* 4,39E-3 24937* (T) x (E) 4 2,37* 1,69E-3* 1,04E-7* 0,10 2,46E-3* 188,1 (P) x (T) 16 1,99 2,46E-3* 3,89E-9 0,31 1,98E-3 487,5 (P) x (E) 4 17,35* 1,23E-2* 8,48E-7* 0,91* 0,01* 3680,1*
(E) x (T) x (P) 16 2,77* 1,14E-3* 9,36E-8* 0,14 2,53E-3* 433
CV (%) 55,16 17,89 26,36 38,42 4,02 14,64
* significativo a 5% de probabilidade. (1) taxa de crescimento absoluto; (2) taxa de crescimento relativo; (3) taxa
assimilatória líquida; (4) área foliar especifica; (5) razão de peso foliar; (6) razão de área foliar.
Na época de outono/inverno o maior valor de AFE foi observado no tratamento
S50 com valor de 249,29 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos S35, AL, CRV e CA com
valores de 233,99; 224,65; 223,20; e 193,60 cm2 g-1 respectivamente (Figura 5A).
Na época de primavera/verão o maior valor de AFE foi no CA com valor de
181,04 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos S50, AL, CRV e S35 com valores de 175,52;
175,51; 175,07; e 174,19 cm2 g-1 respectivamente (Figura 5B). Valores inferiores
quando comparado a época de outono/inverno.
Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com Verona CMS observou resultados
semelhantes de AFE, com valores maiores na época de outono/inverno. Nessa época,
na nossa região, as quantidades de queimadas são mais frequentes, ocasionando
assim, uma interferência na radiação. De acordo com Gobbi et. al. (2011) o
sombreamento causa um incremento da AFE, sendo responsável pelo aumento da
área foliar, para maximizar a captação de luz.
Na época de outono/inverno a RAF foi maior aos 30 DAT para todos os
tratamentos. O maior valor da RAF foi observado no tratamento S50 com valor de
68
(A)
DAT
15 30 45 60 75
AF
E (
cm
2 g
-1)
100
150
200
250
300
AL CA CRV S35 S50
AL = 267,56 + (-3,559x) + 0,024x2; R
2 = 0,731
CA = 236,84 + (-2,928x) + 0,016x2; R
2 = 0,635
CRV = 254,63 + (-2,834x) + 0,017x2; R
2 = 0,688
S35 = 213,74 + (-1,145x) + 0,003x2; R
2 = 0,503
S50 = 340,96 + (-6,185x) + 0,045x2; R
2 = 0,883
(B)
DAT
15 30 45 60 75
AF
E (
cm
2 g
-1)
100
120
140
160
180
200
AL CA CRV S35 S50
AL = 218,76 + (-3,263x) + 0,029x2; R
2 = 0,996
CA = 248,32 + (-4,662x) + 0,041x2; R
2 = 0,938
CRV = 213,64 + (-2,649x) + 0,021x2; R
2 = 0,957
S35 = 216,84 + (-2,979x) + 0,025x2; R
2 = 0,953
S50 = 219,61 + (-3,224x) + 0,028x2; R
2 = 0,979
(C)
DAT
15 30 45 60 75
RA
F (
dm
2 g
-1)
60
80
100
120
140
160
180
200
220
AL CA CRV S35 S50
AL = 2,07e7
/ (1+e(-(x-(-312,46)/ -104,84)
); R2
= 0,769
CA = 2,07e7
/ (1+e(-(x-(-966,74)/ -84,22)
); R2
= 0,708
CRV = 214,02 + (-2,013x) + 0,0094x2
; R2
= 0,751
S35 = 137,39 + 1,031x + (-0,0169x2
); R2
= 0,432
S50 = 244,95 + (-2,855x) + 0,0128x2
; R2
= 0,843
(D)
DAT
15 30 45 60 75
RA
F (
dm
2 g
-1)
100
120
140
160
180
AL CA CRV S35 S50
AL = 185,04 + (-1,84x) + 0,013x2
; R2
= 0,833
CA = 206,47 + (-3,53x) + 0,03x2
; R2
= 0,776
CRV = 179,39 + (-0,884x) + 1,92e-5
x2
; R2
= 0,654
S35 = 176,45 + (-1,64x) + 0,011x2
; R2
= 0,765
S50 =199,55 + (-3,09x) + 0,027x2
; R2
= 0,937
(E)
DAT
15 30 45 60 75
RP
F (
g g
-1)
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,79 + 0,005x + (-7,65e-5
x2); R
2 = 0,756
CA = 0,89 + 0,001x + (-3,87e-5
x2); R
2 = 0,950
CRV = 0,81 + 0,003x + (-5,31e-5
x2); R
2 = 0,732
S35 = 0,58 + 0,012x + (-0,0001x2); R
2 = 0,897
S50 = 0,60 + 0,014x + (-0,0002x2); R
2 = 0,998
(F)
DAT
15 30 45 60 75
RP
F (
g g
-1)
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,82 + 0,002x + (-2,37e-5
x2); R
2 = 0,491
CA = 0,81 + 0,002x + (-2,60e-5
x2); R
2 = 0,905
CRV = 0,82 + 0,001x + (-3,92e-5
x2); R
2 = 0,431
S35 = 0,79 + 0,003x + (-3,16e-5
x2); R
2 = 0,416
S50 = 0,91 + (-0,014x) + (1,48e-5
x2); R
2 = 0,420
Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso
foliar (RPF) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
69
202,32 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, S35, CRV e CA com valores de 197,66;
194,51; 186,99; e 178,24 dm2 g-1 respectivamente (Figura 5C).
Na época de primavera/verão o maior valor foi observado no tratamento CRV,
aos 30 DAT, com valor de 191,01 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL e S35 com
valores de 158,96 e 157,70 dm2 g-1 respectivamente (Figura 5D). Os tratamentos S50
e CA obtiveram maiores valores aos 15 DAT, com 157,11 e 155,26 dm2 g-1
respectivamente (Figura 5D).
A redução na RAF indica menor e/ou reduzido aporte de fotoassimilados
assimilados destinados às folhas (Gondim et. al., 2011), como ocorreu no presente
trabalho. Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com Verona CMS sob os mesmos
telados, observaram comportamento semelhante. Com o envelhecimento da planta, a
mesma destina seus fotoassimilados para outras partes (inflorescência) além da folha,
reduzindo assim, os valores de RAF.
Os maiores valores de RPF na época de outono/inverno para os tratamentos
AL, S50, S35 e CRV foram aos 45 DAT com médias de 0,923; 0,920; 0,918; e 0,901
g g-1 respectivamente, já para o CA o maior valor foi aos 15 DAT com 0,922 g g-1
(Figura 6C). Esses valores representam a porcentagem de massa seca da planta
acumulada nas folhas. O tratamento AL com o maior valor, tinha 92,3% da sua massa
total acumulada na folha.
No início, quando a planta é constituída em grande parte por folhas, os valores
dessa razão são elevados, decrescendo com o tempo, pois, à medida que a planta se
desenvolve (MAGALHÃES, 1979).
Na época de primavera/verão em todos os tratamentos foram observados
maiores valores nos 45 DAT, porém com valores inferiores encontrados na época de
outono/inverno, mas os valores foram mais constantes durante todo o período
avaliado (Figura 6D). O tratamento AL foi o que obteve maior valor, com 0,907 g g-1,
seguido dos tratamentos S35, CRV, S50 e CA com valores de 0,907; 0,901; 0,899; e
0,897 g g-1 respectivamente (Figura 6D).
Bortoluzzi et. al. (2018) observou comportamento semelhante para cultivar
Verona CMS, que teve valores maiores de RPF na época de outono/inverno. Porém
o tratamento CA obtiveram os maiores valores, com 0,942 g g-1 para época de
outono/inverno e 0,915 g g-1 para época primavera/verão.
70
Em relação a TAL, observa-se uma redução acentuada até os 75 DAT. Para
esta variável não houve diferença significativa entre os tratamentos em função das
épocas, porém observa-se aos 15 DAT para a época de outono/ inverno (Figura 5A)
um ajuste de comportamento em função das telas, mas sem diferença significativa
entre os tratamentos. O mesmo comportamento da TAL foi observado para a cultivar
Verona CMS durante a época de outono/ inverno por castoldi et al. (2009). Bortoluzzi
et al. (2018) verificaram para a cultivar Verona CMS sob telados para as duas épocas
(outono/ inverno e primavera/verão) os mesmos comportamentos em todos os
tratamentos.
Os resultados mostram que a além da ontogenia, atributos como radiação solar,
IAF, balanço hídrico e condições internas da planta afetam essa variável. A redução
da penetração da luz no dossel do vegetal faça com que a TAL seja decrescente em
função do índice de área foliar em funções de campo (Tsuno e Fujise, 1962), mesmo
que ocorra incremento na área foliar, conforme ocorreu no presente experimento em
função do auto sombreamento.
A TCR apresentou interação tripla significativa para todos os parâmetros
avaliados. Na época de outono/inverno (Figura 6C), houve diferença significativa aos
15, 30, 45 e 60 DAT. Aos 15 DAT, as telas AL e CA foram superiores aos demais
tratamentos com médias de TCR de 0,372 e 0,360 g g-1dia-1. Aos 30 DAT, a tela CRV
foi superior aos demais com média de 0,174 g g-¹ dia-¹. Já aos 60 DAT, as telas S35
e S50 foram superiores aos demais com médias de 0,0753 e 0,0746 g g-¹ dia-¹.
Já na época de primavera/verão (Figura 6D) o valor da TCR não foi influenciado
pelas telas de sombreamento e somente influenciados pelo período de observação
durante o crescimento da cultivar. Porém, o desdobramento de período em função da
época mostrou que aos 15 DAT e 45 DAT, a época de primavera/verão (Figura 6D),
os valores de TCR foram superiores aos do período de outono/inverno (Figura 6C). A
explicação para este fato está na melhor distribuição da biomassa nessa época
(Figura 3F) onde percebe-se que as telas não alteraram o comportamento fisiológico
da planta o que corroborou para uma melhor padronização da MST nessa época.
Resultados similares foram encontrados por Castoldi et al. (2009) com a cultivar
Verona CMS em condições de outono/inverno aos 69 DAT e Gondim et al. (2011) e
Alves et al. (2011) com a cultivar Verona CMS sob sombrite 50% no período de
71
Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR) e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
72
primavera/verão, observaram comportamento semelhantes para a TCR mostrando
assim uma redução acentuada até o final da análise. Esse comportamento tem uma
relação direta com o auto sombreamento da cultura e também com a atividade
respiratória da planta o que corrobora para um decréscimo ao longo do período de
análise.
Em relação a TCA houve efeito significativo da interação tripla (Tabela 3). No
período de outono/inverno (Figura 6E), observa-se que o tratamento CA foi superior
aos demais com média de 2,53 g dia-¹ sendo os demais tratamentos as médias foram
de 1,66; 1,60; 1,46 e 1,20 g dia-¹ para AL, CRV, S50 e S35 respectivamente sem
diferença significativa entre eles. Esses valores corroboram com os valores de MST
encontrado para o mesmo período (Figura 3E).
Já no período de primavera/verão (Figura 6F), as telas não diferiram entre si,
porém os valores maiores e menores encontrados foram para CA e AL com médias
de TCA de 2,20 e 1,46g dia-¹ respectivamente. Em função dos períodos de análises
somente o tratamento S35 foi significativo com valores de 2,00 e 1,20 g dia para
primavera/verão e outono/inverno respectivamente, ou seja, incremento de 60% na
TCA. A explicação para o maior incremento na TCA para o período de primavera/verão
para o tratamento S35 está associado ao incremento da MST (Figura 3F) corroborado
com o aumento de NF e AF (Figura 4B e D) respectivamente.
Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a cultivar Verona CMS aos 75 DAT,
maior valor para o tratamento CRV (5,58 g dia-¹) e menor para a AL (1,09 g dia-¹) para
período de outono/inverno. Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona
CMS valores de TCA de 8,57g dia-¹ aos 69 DAT em condições de outono/inverno nas
condições de Jaboticabal-SP. Gondim et al. (2011) com a cultivar Verona CMS aos
70 DAT nas condições de primavera/verão sob sombrite 50% alcançou 8,71 g dia-¹.
Em nosso estudo o máximo TCA foi observado no CA com 7,66 g dia-¹ na época de
outono/inverno (Figura 6E).
Em relação a MFI e a PT houve diferença na interação entre telas e período.
Verifica-se em função da apresentação da figura 7, que as telas de sombreamento
utilizadas, somente influenciaram esses parâmetros no período de outono/inverno.
Nesse período, os tratamentos S50 e S35 foram superiores aos demais, porém
sem diferença significativa entre eles com médias de MFI e PT de 1,51; 1,32 kg planta-
73
¹ e 31,66 e 27,66 ton ha-¹ respectivamente. Já o tratamento CA e CR não diferiram
entre si com médias de MFI e PT de 1,04 e 1,01 kg planta-¹ e 21,66 e 21,33 ton ha-¹
respectivamente. Já a tela AL foi inferior aos demais tratamentos com valor de MFI e
PT de 0,76kg planta-¹ e 16,00 ton ha-¹.
Monteiro et al. (2010) verificaram para as condições de cultivo de
outono/inverno em CA para a cultivar Cindy valores de MFI e PT de 1,56 kg planta-¹ e
31,60 ton ha-¹. Bortoluzzi et al. (2018) avaliando a cultivar Verona CMS sob os
mesmos telados na época de outono/inverno, verificaram que a MFI foi maior para o
tratamento S50 (1,69 kg planta-¹) e menor para a AL (0,729 kg planta-¹) e PT de 35,33
e 16,10 ton ha-¹ respectivamente.
Telas
Al CR S35 S50 CA
MFI
(kg
plan
ta-¹
)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
Pro
dutiv
idad
e to
tal (
ton
ha-¹
)0
5
10
15
20
25
30
351ª Época (Outono/Inverno)
2ª Época (Primavera/Verão)
A
A
BB
C
ns
Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido
Cindy em função de telas de sombreamento e época de semeadura. Letras
maiúsculas iguais não diferem entre si. Ns = não significativo (p<0,05).
Já no período de primavera/verão, não houve diferença entre os tratamentos
analisados mostrando assim comportamento de adaptabilidade indiferente as
condições de temperatura e luminosidade durante o cultivo.
Observando a figura 7 percebe-se uma redução significativa na MFI e PT no
cultivo de primavera/verão em relação ao cultivo de outono/inverno. A redução da MFI
74
e da produtividade total em função dos períodos analisados foram de 18,79; 26,15;
44,10; 43,35 e 38,81% para os tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA respectivamente.
Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com a cultivar Verona CMS sob os mesmos
telados verificaram reduções de MFI e PT na época de primavera/verão.
Essa redução na MFI e PT está relacionada ao fator temperatura (Figuras 1 e
2). Observa-se que na época de outono/inverno as temperaturas médias registradas
são inferiores as registradas no período de primavera/verão. Esse incremento na
temperatura influenciou de forma direta o incremento no NF e consequentemente na
AF (Figuras 4B e D) o que levou a um desbalanço no dreno, ou seja, ao invés dos
fotoassimilados serem distribuídos para a inflorescência foram particionados na
regulação metabólica reduzindo assim a MFI e a PT.
4. Conclusões
O uso da sombrite 35% e sombrite 50% proporciona aumento na produtividade
da couve-flor cv. Cindy na época de outono/ inverno.
No cultivo de primavera/ verão o uso de telas não interfere na produção da
couve-flor.
5. Referências
BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas.
Jaboticabal: FUNEP, 2003. 36p.
CARVALHO, V. D. Propriedades químicas das brássicas. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 9, n. 98, p. 54-56. 1983.
CASTOLDI, R.; CHARLO, H.C.O.; VARGAS, P.F.; BRAZ, L.T. Crescimento, acúmulo
de nutrientes e produtividade da cultura da couve-flor. Horticultura Brasileira. v.27, p.
438-446, 2009.
COSTA, L. C. B.; PINTO, J. E. B. P.; BERTOLUCCI, S. K. V.; GUIMARÃES, R. M.
Qualidade fisiológica de sementes de Ocimum selloi benth. Sob condições de luz,
75
temperatura e tempo de armazenamento. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 34, n. 3, p. 675-
680. 2010.
DA PENHA RIBEIRO, L. M.; ZANUZO, M. A. R.; VIEIRA, C. V. I.; JUNIOR, S. S.;
JÚNIOR, F. F. Cauliflower quality and yield under tropical conditions are influenced by
boron fertilization. African Journal of Agricultural Research. v. 12, n. 12, p. 1045-1053,
2017.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Manual de
métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos,
1997. 212p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro
Nacional de Pesquisa do Solo. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed.
Brasília, DF, Embrapa, 2013. 342p.
FRANCESCANGELI, N; SANGIACOMO, M. A.; MARTI, H. 2006. Effects of plant
density in broccoli on yield and radiation use efficiency. Scientia Horticulturae 110:
135-143.
GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F.; PEREIRA, A. B. Balanço de radiação e fluxo de
calor no solo em ambiente natural e protegido cultivado com pepineiro. Bragantia,
Campinas, v.60, p.139-147, 2001
GONDIM, A. R. O.; PRADO, R. M.; CORREIA, M. A. R.; ALVES, A. U.; CECÍLIO
FILHO, A. B.; POLITI, L. S. Curva de crescimento e acúmulo de matéria seca em
couve-flor cultivada em substrato. Biosci, J. Uberlândia, v. 27, n. 1, p. 88-94, 2011.
GUISELINI, C.; SENTELHAS, P. C.; OLIVEIRA, R. C. Uso de malhas de
sombreamento em ambiente protegido II: efeito sobre a radiação solar global e
fotossinteticamente ativa, Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria,
v.12, n.1, p.19-26, 2004.
76
ILIĆ, Z. S.; MILENKOVIĆ, L.; ŠUNIĆ, L.; BARAĆ, S.; MASTILOVIĆ, J.; KEVREŠAN,
Ž.; FALLIK, E. Effect of shading by coloured nets on yield and fruit quality of sweet
pepper. Zemdirbyste-Agriculture, v. 104, n. 1, p. 53-62, 2017.
KOHLI, U. K.; SINGH, R.; RANA, M. K. 2008. Cauliflower. In: Rana, M. K. (ed.),
Olericulture in India. Kalyani Publishers, Ludhiana, pp. 226-254.
MAY, A.; TIVELLI, S. W.; VARGAS, P. F.; SAMRA, A. G.; SACCONI, L. V.; PINHEIRO,
M. Q. Boletim Técnico 200. A cultura da couve-flor. 2007. 36p.
MONTEIRO, B. C. B. A.; CHARLO, H. C. O.; BRAZ LT. 2010. Desempenho de híbridos
de couve-flor de verão em Jaboticabal. Horticultura Brasileira. v. 28, p. 115-119, 2010.
OLIVEIRA, S.F.; CASTOLDI, R.; VARGAS, P.F.; CHARLO, H.C.O.; BRAZ, L.T. 2007.
Crescimento, distribuição de matéria seca e produtividade de couve-flor ‘Verona’. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 47. Anais eletrônicos... Porto
Seguro: SOB. Disponível em
<http://www.abhorticultura.com.br/Eventosx/trabalhos/ev_1/A244_T274_Comp.pdf>.
Acessado em 25 de fevereiro de 2018.
POLYSACK. Controle do microclima. Disponivel em:
<https://www.ginegar.com.br/produto&cod=7&nomTitulo=Polysombra%C2%AE+Plus
&it=P>. Acesso em 25 março, 2018.
PRADEEPKUMAR, T.; BABU, D. S.; AIPE, K. C. Adaptability of cauliflower genotypes
in the high ranges of Kerala. J. Trop. Agric. v. 40, p. 45-47, 2002.
RAHMAN, H. U.; HADLEY, P.; PEARSON, S. Relationship between temperature and
cauliflower (Brassica oleracea L. var. botrytis) growth and development after curd
initiation. Plant Growth Regul. v. 52, n. 1, p. 61-72, 2007.
77
RAY, M; MISHRA, N. 2017. Effect of weather parameters on the growth and yield of
Cauliflower. Environment Conservation Journal 18 (3) 9-19, 2017.
REIS, L. S.; AZEVEDO, C. A. V.; ALBUQUERQUE, A. W.; SILVA JUNIOR, J. F. Índice
de área foliar e produtividade do tomate sob condições de ambiente protegido. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v. 17, n. 4, p. 386-391, 2013.
ROCHA, R. C. Uso de diferentes telas de sombreamento no cultivo protegido de
tomateiro. 2007. 90 f. Tese (Doutorado em agronomia) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu,
2007.
SANTOS, M. A. T. Caracterização química das folhas de brócolis e couve-flor
(Brassica oleracea L.) para utilização na alimentação humana. 2000. 96 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.
SILVA, M. A. A.; GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F. Avaliação de elementos
meteorológicos durante a ocorrência de geada em cultivo de pimentão, nas condições
de ambiente protegido e campo. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa
Maria, v.12, n.1, p.35-41, 2004.
SINGH, H. P. 2008. Development in horticultural crop production with climate change.
Indian Hort. 53(5): 39-45.
SOUSA, J. W.; MARTINS, D.; CUNHA, A. R.; ESCOBEDO, J. F.; GALVANI, E.
Alterações do saldo de radiação, temperatura e umidade relativa do ar em ambiente
protegido com cobertura de polietileno difusor de luz. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, Santa Maria, v.13, p.1-10, 2005.
SUSEELA, P.; RANGASWAMI, M. V., Influence of temperature inside the greenhouse
on growth attributes and yield of cauliflower. Karnataka J. Agric. Sci. v. 24 n. 5, p. 706-
708, 2011.
78
TAKEISHI, J.; CECÍLIO FILHO, A. B.; OLIVEIRA, P. R. Crescimento e acúmulo de
nutrientes em couve-flor ‘Verona’. Biosci, J. Uberlândia, v.25, n.4, p.1-10, 2009.
TEODORO, S. M.; CHAVES, M. A.; ESCOBEDO, J. F.; AGOSTINHO, C. A. Relação
de variáveis ambientais em baias cobertas com polietileno e desempenho da rã- touro
(Rana catesbiana). Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.1, p.46-56, 2005.
TRANI, P. E.; RAIJ, B. 1997. Hortaliças. Recomendações de adubação e calagem
para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC, p.157-164, 1997.
ZANUZO, M.R.; RIBEIRO, L.M.; LANGE, A.; MACHADO, R.A.F.; MASSAROTO, J. A.
Desempenho agronômico de genótipos de couve-flor nas condições edafoclimáticas
de Sinop. Hortic. Bras. v. 31, n. 2, p. 332-337, 2013.
79
CAPÍTULO 4 – DESEMPENHO AGRONÔMICO DA COUVE-FLOR EM
DUAS ÉPOCAS SOB CULTIVO PROTEGIDO
RESUMO – O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento sob cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas condições edafoclimáticas tropicais. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2 (cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Foram avaliadas para cultivar Sharon, o número de folhas, área foliar, diâmetro de planta, massa seca da folha, caule e total, taxa de crescimento relativo, taxa de crescimento absoluto, taxa assimilatória líquida, taxa de crescimento da cultura, índice de área foliar, área foliar especifica, razão de peso foliar, razão de área foliar, massa fresca da inflorescência e produtividade. De modo geral a época de outono/inverno (1ª época) do experimento, o campo aberto apresentou maior rendimento vegetativo. A 2ª época do experimento apresentou maior rendimento nos parâmetros vegetativos, quando comparado a 1ª época. Já para produtividade a 1ª época foi superior a 2ª época, porém, sem variação significativa entre as telas. Na 2ª época também não houve variação entre os tratamentos. Conclui-se que que o uso de telas não influencia no aumento da produtividade da cultivar Sharon. Palavra-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, telas de sombreamento, taxa de crescimento
AGRONOMIC PERFORMANCE OF CAULIFLOWER IN TWO SEASONS UNDER PROTECTED CULTIVATION
ABSTRACT - The objective of this work was to evaluate the development under protected and field cultivation in two seasons for cauliflower cultivation under tropical edaphoclimatic conditions. The experimental design was the completely randomized (DIC) in factorial 5x2 (five environments and two growing seasons), with three replications. The number of leaves, leaf area, plant diameter, leaf dry mass, stem and total, relative growth rate, absolute growth rate, net assimilation rate, crop growth rate, area index foliar area, leaf area ratio, leaf area ratio, fresh inflorescence mass and yield. In general the autumn / winter season (1st season) of the experiment, the open field presented higher vegetative yield. The second season of the experiment had a higher yield in the vegetative parameters when compared to the 1st season. For productivity, the 1st season was superior to the 2nd season, however, without significant variation between the screens. In the 2nd season there was also no variation between treatments. It is concluded that the use of screens does not influence the increase of productivity of Sharon cultivar. Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis, shading screens, growth rate
80
1. Introdução
A produção de brássicas tem grande importância na olericultura brasileira,
devido ao grande volume de produção, ao retorno econômico e ao valor nutricional
dessas espécies. Entre as espécies mais cultivadas a que tem grande importância é
a couve-flor, rica em vitaminas, cálcio e potássio, além de conter várias substancias,
como a niacina, que reduz problemas no aparelho digestivo e no sistema nervoso
(TESSARO et. al., 2013).
A couve-flor é uma planta exigente em relação às condições climáticas, sendo
de origem de regiões de clima temperado ameno e bienal (MAY et. al., 2007). Devido
a essa exigência de condições de baixas temperaturas, seu cultivo era restrito a
regiões de temperaturas mais amenas. Porém, com o desenvolvimento de híbridos
resistentes a temperaturas mais elevadas, permite a produção em regiões com clima
mais quente. Entretanto, a sensibilidade das cultivares à temperatura é bastante
variável (MONTEIRO et. al., 2010).
A região de Sinop – MT apresenta temperaturas elevadas praticamente o ano
todo, com temperaturas médias muitas vezes maiores que as recomendadas as
cultivares de couve-flor (28°C). Uma alternativa para isso é a utilização de telas de
sombreamento, que podem alterar o microclima do ambiente. O cultivo de plantas em
ambientes protegido trouxe possibilidades de ajustar o ambiente às plantas e,
consequentemente, estender o período de produção para épocas e mesmo regiões
do ano mesmo antes inaptos à agricultura (GRANDE et. al., 2003).
A utilização de telas de sombreamento em hortaliças no Brasil não é tão
recente, pois existem trabalhos que registram seu início no final dos anos 60. Mas
somente no final dos anos 80 e, principalmente, no início da década de 90 que esta
prática passou a ser amplamente utilizada. Mas ainda necessita de maiores
informações sobre os efeitos das telas em diferentes épocas do ano e diferentes tipos
de cultura (FILGUEIRA, 2003).
Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento sob
cultivo protegido e a campo em duas épocas para a cultura da couve-flor nas
condições edafoclimáticas tropicais.
81
2. Material e métodos
O experimento foi conduzido no município de Sinop (-11,98°S; 55,56°W e
altitude média de 371m) em duas épocas distintas, sendo a primeira (março-julho)
caracterizada como época de outono/inverno (período seco) e a segunda (setembro-
dezembro) caracterizada como primavera/verão (período úmido). O clima é
classificado como Aw (Clima tropical com estação seca de Inverno). O solo é
classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) de acordo com o Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2013). As análises químicas
e físicas da terra fina seca ao ar (TFSA), realizadas de acordo com os métodos
propostos por Embrapa (1997). A análise química e física do solo está descrita na
tabela 1 abaixo.
A calagem foi realizada distribuindo-se calcário dolomítico calcinado (PRNT
100%; CaO 48% e MgO 16%) em área total e a incorporação com grade para elevar
a saturação de bases em 80% (1,64 t ha-1), conforme recomendação de Trani e Raij,
(1997).
Tabela 1. Análise química e física do solo da área experimental. UFMT, Sinop, MT,
2017.
pH M.O. H+Al+ K+ Ca++ Mg++ SB T P B V%
CaCl3 % ------------------cmolc dm-3------------------ mg dm-3 %
5,3 2,25 3,14 0,09 3,04 1,21 4,34 7,48 5,3 0,17 58,1
GRANULOMETRIA (g kg-1) TEXTURA
ARGILA SILTE AREIA
292 187 521 Média
Análises realizadas no Laboratório de solos da Perfil Agroanálise, 2017.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em fatorial 5x2
(cinco ambientes e duas épocas de cultivo), com três repetições. Nas parcelas foram
casualizados as telas Aluminet® 50% (AL), Chromatinet® 35% (CRV), Sombrite 35%
(S35), Sombrite 50% (S50) e campo aberto (CA). As épocas analisadas foram 1ª
época (outono/inverno) e 2ª época (primavera/verão).
Para fins de monitoramento ambiental utilizou-se os datallogers instalados, em
cada tipo de malha com coleta de hora em hora das condições de Temperatura,
modelo U23-001 (Onset®). Os dados referentes as temperaturas máximas (Figura 1)
e temperaturas mínimas (Figura 2) em função das telas está caracterizado nas figuras
abaixo:
82
abr mai jun jul
Te
mp
era
tura
má
xim
a d
iária
(ºC
)
26
28
30
32
34
36
38
40
Campo Aberto (x=32,27°C)
Sombrite 35% (x=32,44°C)
Sombrite 50% (x=32,57°C)
Chromatinet (x=34,88°C)
Aluminet (x=35,49°C)
Outono/ Inverno
set out nov dez
Te
mp
era
tura
má
xim
a d
iária
(ºC
)
20
25
30
35
40
45
Campo Aberto (x=35,24°C)
Sombrite 35% (x=32,66°C)
Sombrite 50% (x=32,03°C)
Chromatinet (x=38,07°C)
Aluminet (x=37,87°C)
Primavera/ Verão
Figura 1. Temperatura máxima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época
e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.
Os tratamentos sob malhas foram construídos na forma de “telados”
retangulares, um para cada tipo de malha, com dimensões de 2 x 4 x 23 m (altura,
largura e comprimento), tendo as laterais e as extremidades abertas.
As mudas de couve-flor do híbrido Sharon foram semeadas em bandejas de
polietileno de 128 células e permaneceram em casa de vegetação por um período de
26 dias para a 1ª época e 24 dias para 2ª época. Para o transplante foram
consideradas aptas as mudas com número mínimo de três folhas. O espaçamento de
transplante adotado foi de 0,80x0,60 m.
83
No plantio aplicou-se 80 g planta-1 da fórmula comercial 02-24-12 (33,3 kg ha-1
de N, 400 kg ha-1 de P2O5 e 200 kg ha-1 de K2O) e em cobertura 320 kg ha-1 de N; 240
kg ha-1 de K2O, na forma de ureia e cloreto de potássio parcelados em quatro épocas
sendo 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT).
abr mai jun jul
Tem
pera
tura
mín
ima d
iária (
ºC)
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
Campo Aberto (x=19,31°C)
Sombrite 35% (x=19,37°C)
Sombrite 50% (x=19,07°C)
Chromatinet (x=19,86°C)
Aluminet (x=20,17°C)
Outono/ Inverno
set out nov dez
Tem
pera
tura
mín
ima d
iária (
ºC)
16
18
20
22
24
26
28
Campo Aberto (x=21,37°C)
Sombrite 35% (x=21,15°C)
Sombrite 50% (x=21,05°C)
Chromatinet (x=21,02°C)
Aluminet (x=21,20°C)
Primavera/ Verão
Figura 2. Temperatura mínima diária para os diferentes ambientes durante a 1ª época e a 2ª época experimental. UFMT, Sinop, 2017.
A adubação com boro foi realizada no transplante das mudas com a aplicação
de 3,14 kg de B ha-¹ utilizando como fonte o ácido bórico conforme proposição de
Penha Ribeiro et al. (2017). A aplicação de molibdênio foi realizada via foliar com a
aplicação de 1 g L-1 de molibdato de sódio aos 30, 45 e 60 DAT.
A área experimental total foi de 475,36 m² sendo cada parcela composta por
84 plantas e cada sub-parcela composta por duas plantas para cada período de
avaliação. Foi adotado o sistema de irrigação por microasperssão, com emissores
84
espaçados de 2,0 m e as linhas de irrigação espaçadas em 1,5 m. A irrigação foi
realizada com intervalos determinados em função das condições do solo, das
necessidades da cultura e das condições climáticas do período. Para fins de manejo
da irrigação foram instalados no interior da cultura três tensiometros a profundidade
de 20cm sendo distribuídos no início, meio e fim da linha. O critério adotado para a
aplicação da lâmina foi o esgotamento da água do solo até o ponto de máxima de
50kpa.
As amostras foram coletadas em intervalos de 15 dias para fase vegetativa
sendo amostradas duas plantas por repetição respeitando as bordaduras, ou seja,
utilizando somente as linhas centrais. Essas plantas foram cortadas rente ao solo e
separadas em folhas, caule e inflorescência.
Antes da colheita das plantas foram avaliadas as seguintes características
morfológicas: número de folhas - NF (un); área foliar - AF (cm² planta-¹); e massa
fresca de inflorescência – MFI (kg planta-1). Posteriormente as plantas foram
fragmentadas e colocadas para secar em estufa com circulação forçada de ar, a 65°C
por 72 horas em seguida obteve-se a massa seca da folha, caule e total - MSF, MSC
e MST (g) e estimou-se a taxa de crescimento relativo - TCR (g g-1 dia-1); taxa de
crescimento absoluto – TCA (g dia-1); taxa assimilatória líquida – TAL (g dia-1 dm-2); e
produtividade – PT (ton. ha-¹) . Adicionalmente nessas plantas, foram avaliados; índice
de área foliar – IAF m2 m-2; área foliar específica – AFE (cm2 g-1); razão de peso foliar
– RPF (g g-1) e razão de área foliar – RAF (dm2 g-1) segundo metodologia de
Benincasa (2003).
Os dados de cada característica obtidos nas cinco épocas de amostragem da
planta tanto no estádio vegetativo como reprodutivo, foram utilizados na obtenção de
equações para estimar o crescimento no decorrer do ciclo, utilizando-se para isto o
Programa SigmaPlot® 10.0. As equações foram ajustadas ao modelo logístico: Y = a/
(1 + e –k(x – xc)), onde y = valor médio da característica avaliada; a = máximo assintótico
(acúmulo ou crescimento máximo); k = taxa média de crescimento; x = tempo (dias);
xc = tempo necessário para atingir a metade do crescimento máximo.
Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F, α≤0,05) e o
desdobramento das interações e/ou estudo do efeito isolado dos fatores foi realizado
através de análise de regressão levando em consideração a significância e o
85
coeficiente de reprodutibilidade dos modelos. A partir dos modelos de regressão foram
estimadas a obtenção dos pontos de máxima (PM) das respectivas variáveis.
3. Resultado e Discussão
Para todos parâmetros de crescimento avaliados como MSC, MSF, MST, NF, AF
e IAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 2.
Tabela 2. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas
para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018.
Causas da
variação GL
QM
NF(1) AF(2) MSC(3) MSF(4) MST(5) IAF(6)
Telas (T) 4 4,77 1,89E+8* 106,30* 1794,8* 2667,78* 0,09*
Épocas (E) 1 2829,04* 1,52E+9* 3656,61* 87272* 126447* 5,62*
Período (P) 4 168,54* 2,71E+9* 137,53* 16578* 19736* 2,20*
(T) x (E) 4 11,63* 1,13E+8* 874,10* 831,92* 1225,2* 0,04
(P) x (T) 16 0,95 4,59E+7 64,20 277,55 312,68 0,06
(P) x (E) 4 41,35* 6,15E+8* 792,07* 3058,23* 3895,02* 0,49*
(E) x (T) x (P) 16 5,19 2,33E+7 465,77 256,39 412,33 0,03
CV (%) 13,85 28,50 56,84 34,66 34,83 19,10
* significativo a 5% de probabilidade. (1) número de folhas; (2) área foliar; (3) massa seca do caule; (4) massa seca da
folha; (5) massa seca total; (6) índice de área foliar.
Em relação a MSC, observa-se efeito distintos entre telas e época conforme
demonstrado na Figura 3A e B. Na 1ª época (outono/inverno), o maior acumulo de
MSC foi no período de 60 a 75 DAT, com maiores médias observadas no tratamento
S50 (43,40 g planta-¹) seguido dos tratamentos CA, S35, CRV e AL com médias de
30,52; 25,11; 22,06 e 16,01 g planta-¹ respectivamente. Bortoluzzi et al. (2018)
verificaram para a cultivar Verona CMS e Cindy no mesmo período os maiores
acúmulos de MSC no tratamento CA (29,2 e 35,78 g planta -1), inferiores ao
encontrado no tratamento S50.
Já na 2ª época (Primavera/verão), não houve diferença entre as telas
analisadas, porém, com maior média para o tratamento S50 26,37 g planta-¹ seguido
dos tratamentos CRV, CA, S35 e AL com médias de 25,92; 24,69; 23,05 e 21,25. O
maior período de crescimento foi observado entre 45 e 60 DAT se estabilizando até
os 75 DAT. Bortoluzzi et al. (2018) estudando a cultivar Cindy observaram maior
acúmulo no CA (21,50 g planta -1), e o menor foi observado na tela AL com 13,79 g
planta -1.
86
(A)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Ca
ule
(g
pla
nta
-1)
0
10
20
30
40
50
AL CA CRV S35 S50
AL = 9,11e8 / (1+e
(-(x-301,11)/ 12,65)); R
2 = 0,935
CA = 37,50 / (1+e(-(x-(-(x-64,49)/ 7,11)
); R2 = 0,999
CRV = 28,84 / (1+e(-(x-66,66)/ 7,06)
); R2
= 0,999
S35 = 29,58 / (1+e(-(x-63,65)/ 6,57)
); R2 = 0,998
S50 = 97,94 / (1+e(-(x-76,84)/ 8,09)
); R2 = 0,999
(B)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Ca
ule
(g
pla
nta
-1)
0
5
10
15
20
25
30
AL CA CRV S35 S50
AL = 26,96 / (1+e(-(x-61,27)/ 10,48)
); R2
= 0,999
CA = 24,76 / (1+e(-(x-(-(x-50,04)/ 3,70)
); R2
= 0,998
CRV = 27,61/ (1+e(-(x-56,36)/ 6,80)
); R2
= 0,999
S35 = 23,41 / (1+e(-(x-53,03)/ 5,17)
); R2
= 0,998
S50 = 26,42 / (1+e(-(x-51,03)/ 3,52)
); R2
= 0,998
(C)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Folh
a (
g p
lanta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
AL CA CRV S35 S50
AL = 126,70 / (1+e(-(x-75,60)/ 19,02)
); R2 = 0,832
CA = 138,89 / (1+e(-(x-(-(x-57,06)/ 8,18)
); R2 = 1,00
CRV = 185,11/ (1+e(-(x-71,96)/ 9,50)
); R2 = 0,999
S35 = 140,39 / (1+e(-(x-60,44)/ 8,14)
); R2 = 0,999
S50 = 185,79 / (1+e(-(x-67,72)/ 9,52)
); R2 = 0,999
(D)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Folh
a (
g p
lanta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
AL CA CRV S35 S50
AL = 274,67 / (1+e(-(x-76,88)/ 15,52)
); R2
= 0,977
CA = 168,68 / (1+e(-(x-(-(x-51,82)/ 6,85)
); R2 = 0,999
CRV = 206,05/ (1+e(-(x-62,03)/ 10,65)
); R2 = 0,997
S35 = 155,44 / (1+e(-(x-57,16)/ 9,62)
); R2
= 0,997
S50 = 151,25 / (1+e(-(x-50,58)/ 5,77)
); R2
= 0,999
(E)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Tota
l (g
pla
nta
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
AL CA CRV S35 S50
AL = 942,19 / (1+e(-(x-129,62)/ 22,80)
); R2 = 0,858
CA = 177,94 / (1+e(-(x-(-(x-58,91)/ 8,32)
); R2 = 1,00
CRV = 211,78/ (1+e(-(x-70,91)/ 9,09)
); R2 = 0,999
S35 = 171,82 / (1+e(-(x-61,28)/ 8,04)
); R2 = 0,999
S50 = 281,78 / (1+e(-(x-70,96)/ 9,57)
); R2 = 0,999
(F)
DAT
15 30 45 60 75
MS
Tota
l (g
pla
nta
-1)
0
50
100
150
200
AL CA CRV S35 S50
AL = 284,90 / (1+e(-(x-73,38)/ 14,72)
); R2
= 0,983
CA = 190,49 / (1+e(-(x-(-(x-51,19)/ 6,15)
); R2 = 0,999
CRV = 229,67/ (1+e(-(x-60,77)/ 10,02)
); R2 = 0,998
S35 = 176,07 / (1+e(-(x-56,07)/ 8,84)
); R2
= 0,998
S50 = 177,45 / (1+e(-(x-50,67)/ 5,37)
); R2
= 0,999
Figura 3. Teor de Massa seca do caule, Massa seca da folha e Massa seca total (g planta-¹) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
87
Comparando-se o efeito dos telados em função das épocas de cultivo, o S50
foi o tratamento que apresentou melhores acúmulos de MSC nas duas épocas
avaliadas. O cultivo de outono/inverno foi 64,58% mais eficiente em relação ao cultivo
de primavera/verão. De acordo com Kaur et al. (2007), a diferença pode estar
relacionada a distribuição melhor da radiação PAR na época de outono/inverno, em
relação a época de primavera/verão.
Em relação a MSF, para época de outono/inverno a tela S50 foi observado os
maiores acúmulos, com médias de 126,70 g planta -1 e o tratamento AL obteve os
menores valores, com 63,73 g planta -1, conforme observado na figura 3C.
Já para época de primavera/verão, no tratamento CA foi observado as maiores
médias, com 163,06 g planta -1 seguido dos tratamentos CRV, S50, S35 e AL (Figura
3D).
Em relação ao período, observa-se claramente que na época de primavera/
verão, o incremento na MSF é maior que na época de outono/inverno para todos os
tratamentos (Figura 3C e D). Os tratamentos AL CRV, S35, S50 e CA tiveram
incremento de 103,38; 48,54; 12,06; 17,45 e 30,52% em relação a 1ª época
(outono/inverno) respectivamente. Resultados semelhantes ao obtido nesse estudo
foi obtido por Bortoluzzi et al. (2018) com a cultivar Verona CMS e Cindy onde
verificaram que na época de primavera/verão o teor de MSF foi maior em virtude do
número de folhas obtido no mesmo período. Uma das explicações para essa
observação é o incremento da temperatura (Figura 1 e 2) que estimula a planta a
desenvolver o vegetativo pelo incremento do número de folhas (Figura 4A e B).
Em relação a MST pode-se observar que na época de outono/inverno (Figura
3E) o tratamento S50 foi superior aos demais com média de 170,10 g planta-¹ seguido
dos tratamentos CA, S35, CRV e AL com médias de 155,45; 145,35; 129,26 e 79,73
g planta-¹ respectivamente. Já para a 2ª época (Figura 3F) no tratamento CA foi o que
obteve o maior acumulo, com 186,30 g planta-¹, seguido dos tratamentos CRV, S50,
S35 e AL com médias de 185,17; 175,19; 157,79 e 150,87 g planta-¹ respectivamente.
Todos os tratamentos tiveram maiores acúmulos de MST na época de
primavera/verão quando comparados a época de outono/inverno, nos tratamentos AL,
CRV, CA, S35 e S50 foram observados incrementos de 89,22; 43,25; 19,84; 8,55 e
2,99% respectivamente.
88
Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com a cultivar Cindy, observou que os
tratamentos CRV, S35 e S50 tiveram resultados similares, com maiores incrementos
na época de primavera/verão, porém, para os tratamentos CA e AL houve efeito
contrário, com redução da MST nessa época.
Em relação ao NF, não tive variação significativa entre as telas e o campo
aberto, mas houve variação entre as épocas do experimento. Para época de
outono/inverno o tratamento CA foi superior aos demais tratamentos com média de
NF de 30,66 unid. planta-¹, porém sem diferença significativa entre as telas (Figura
4A). Bortoluzzi et. al. (2018) verificaram para a cultivar Cindy em plantio a CA número
de folhas totais de 31,66 unid planta-¹.
Já na 2ª época (primavera/verão), o tratamento com maior NF foi CA com 33,66
unid. Planta-1 (Figura 4B). Pode-se observar que no período de primavera/verão, o
número de folhas foi superior ao período de outono/inverno para os tratamentos AL,
CA e S35 com incrementos de 11,39; 14,76 e 3,40% respectivamente. Bortoluzzi et
al. (2018) trabalhando com as cultivares Verona CMS e Cindy, encontraram resultados
similares, com maior número de folhas na época de primavera/verão.
Para a análise de AF houve efeito da interação entre telas e o período
analisado. Durante a 1ª época (outono/inverno), o tratamento S50 foi superior aos
demais com AF de 15.742 cm² planta-¹ seguido das telas AL, CRV, S50 e S35
respectivamente (Figura 4C). Castoldi et al. (2009) verificaram para a cultivar Verona
CMS em condições de CA valores de AF máximo de 21.897,16 cm². A diferença
observada está diretamente relacionada a característica do cultivar utilizado.
Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com a cultivar Cindy observaram maiores médias
no CA, com valores de 16.453 cm² planta-¹, valor superior ao encontrado em nosso
estudo.
Já na 2ª época (primavera/ verão), o tratamento CRV foi superior aos demais,
porém sem diferença significativa entre eles (Figura 4D). A média de AF para CRV foi
de 22.419 cm² planta-¹. Os valores do CA, S50, S35 e AL foram 21.163; 20.932;
18.973 e 18.327 cm² planta-¹ respectivamente. Todos os tratamentos tiveram
incremento de área foliar na época de primavera/verão com relação a época de
outono/inverno.
89
(A)
DAT
15 30 45 60 75
Núm
ero
de
fo
lha
s (
un
)
0
5
10
15
20
25
30
35
AL CA CRV S35 S50
AL = 40,54 / (1+e(-(x-58,78)/ 29,20)
); R2
= 0,948
CA = 34,58 / (1+e(-(x-(-(x-44,82)/ 17,02)
); R2
= 0,973
CRV = 96,83/ (1+e(-(x-98,63)/ 30,57)
); R2
= 0,998
S35 = 40,62 / (1+e(-(x-54,55)/ 20,68)
); R2
= 0,966
S50 = 42,52 / (1+e(-(x-56,70)/ 23,50)
); R2
= 0,989
(B)
DAT
15 30 45 60 75
Núm
ero
de folh
as (
un)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AL CA CRV S35 S50
AL = 33,47 / (1+e(-(x-39,02)/ 15,19)
); R2
= 0,942
CA = 43,45 / (1+e(-(x-(-(x-51,80)/ 19,26)
); R2
= 0,995
CRV = 32,77/ (1+e(-(x-38,41)/ 15,34)
); R2
= 0,963
S35 = 33,73 / (1+e(-(x-39,70)/ 14,68)
); R2
= 0,982
S50 = 27,80 / (1+e(-(x-32,74)/ 11,15)
); R2
= 0,994
(C)
DAT
15 30 45 60 75
Áre
a F
oliar
(cm
2)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
AL CA CRV S35 S50
AL = 7,24e11
/ (1+e(-(x-466,49)/ 21,66)
); R2 = 0,939
CA = 14894 / (1+e(-(x-(-(x-54,13)/ 6,53)
); R2 = 0,994
CRV = 25542 / (1+e(-(x-74,14)/ 11,62)
); R2 = 0,999
S35 = 14634 / (1+e(-(x-53,98)/ 5,59)
); R2 = 0,993
S50 = 17285 / (1+e(-(x-57,38)/ 7,52)
); R2 = 0,995
(D)
DAT
15 30 45 60 75
Áre
a F
oliar
(cm
2)
0
5000
10000
15000
20000
25000
AL CA CRV S35 S50
AL = 73897 / (1+e(-(x-94,35)/ 17,37)
); R2
= 0,981
CA = 23050 / (1+e(-(x-(-(x-55,39)/ 8,10)
); R2 = 0,999
CRV = 33331 / (1+e(-(x-66,63)/ 11,66)
); R2 = 0,998
S35 = 23862 / (1+e(-(x-60,65)/ 10,65)
); R2 = 0,997
S50 = 21654 / (1+e(-(x-52,41)/ 6,60)
); R2
= 0,999
(E)
DAT
15 30 45 60 75
IAF
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
AL CA CRV S35 S50
AL = 1,67 / (1+e(-(x-43,61)/ 14,95)
); R2
= 0,745
CA = 4,54e7
/ (1+e(-(x-(-(x-1286)/ 69,84)
); R2
= 0,735
CRV = 1,65 / (1+e(-(x-47,96)/ 19,79)
); R2
= 0,820
S35 = 1,60 / (1+e(-(x-45,15)/ 15,98)
); R2
= 0,793
S50 = 1,44 / (1+e(-(x-38,40)/ 16,07)
); R2
= 0,789
(F)
DAT
15 30 45 60 75
IAF
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
AL CA CRV S35 S50
AL = 1,95 / (1+e(-(x-41,62)/ 30,78)
); R2
= 0,629
CA = 2,93 / (1+e(-(x-(-(x-58,38)/ 30,93)
); R2
= 0,800
CRV = 1,30e8
/ (1+e(-(x-1057)/ 54,11)
); R2
= 0,864
S35 = 2,64e6
/ (1+e(-(x-841,13)/ 53,40)
); R2
= 0,884
S50 = 3,97e6
/ (1+e(-(x-960,55)/ 60,51)
); R2
= 0,796
Figura 4. Número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
90
Esse incremento corrobora com Olesen e Grevsen (1997) que demonstra que
a relação do número de folhas faz diretamente ao incremento da temperatura e
também ao aumento da radiação solar. Em condições tropicais de primavera/ verão,
a irradiação é maior quando comparada a época de outono/inverno em função da
declinação solar.
Em relação ao IAF as telas não diferiram significativamente dentro de cada
período. As telas somente diferiram entre os períodos analisados. Na época de
outono/ inverno (Figura 4E) foi observado maior valor no tratamento CA, que obtive
média de IAF 1,43 m2 m-2 seguido dos tratamentos S35, AL, S50 e CRV
respectivamente, com maiores valores entre os períodos de 60 a 75 DAT.
Já na 2ª época (Figura 4F) verificou-se um aumento no IAF. No tratamento CA
observou valor superior aos demais tratamentos, com 1,78 m2 m-2 seguido dos
tratamentos S50, CRV, S35 e AL respectivamente. Esse incremento no IAF
corresponde ao maior NF e AF observada no período de primavera/ verão (Figura 4B
e D).
Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a Cultivar Verona CMS nos tratamentos
AL, CA e CRV valores médios de 1,54; 1,40 e 1,30 m2 m-2 respectivamente. Castoldi
et al. (2009) em condições de CA para a cultivar Verona CMS no período de outono/
inverno aos 69 DAT verificaram para a cultivar Verona CMS valores de IAF de 4,24
m2 m-2. Um dos fatores que influenciam o IAF além da área foliar é o espaçamento
associado as condições de temperatura. Em nosso estudo o espaçamento de
80x60cm modifica a estrutura da arquitetura da folha, o que corrobora para um
aumento da ocupação da área de sombreamento na entre linha.
Para todos os parâmetros de crescimento avaliados como TCA, TCR, TAL,
AFE, RPF e RAF houve efeito significativo da interação conforme a tabela 3.
A AFE nas duas épocas do experimento, tiveram maiores valores nos períodos
inicias do desenvolvimento (15 a 30 DAT), decrescendo até o período final de
avaliação. Esse decréscimo de valores de AFE é devido ao fato de que nos estádios
iniciais da couve-flor há maior desenvolvimento do limbo foliar, diminuindo à medida
que o caule e a inflorescência se desenvolvem, resultando na redução ou paralização
na expansão foliar (KOHLI et al., 2008).
91
Tabela 3. Resumo da análise de variância, em função das características avaliadas para couve-flor, cv. Sharon. Sinop, MT, 2018.
Causas da
variação GL
QM
TCA(1) TCR(2) TAL(3) AFE(4) RPF(5) RAF(6)
Telas (T) 4 2,33 1,90E-4 4,77E-7* 7720* 7,29E-3* 3468*
Épocas (E) 1 119,28* 0,44* 1,90E-5* 31312* 2,87E-2* 21415*
Período (P) 4 9,28* 1,05E-3 9,22E-9 34564* 5,41E-3 18216* (T) x (E) 4 4,14* 1,47E-3 3,31E-7* 3931* 4,09E-3* 1775* (P) x (T) 16 0,32 2,68E-4 2,40E-7 5047* 1,09E-2* 1184 (P) x (E) 4 9,24* 5,03E-3* 4,04E-7* 6228* 7,88E-3* 5869*
(E) x (T) x (P) 16 2,05 9,44E-4 2,98E-7* 4204* 4,18E-3* 1480*
CV (%) 67,75 27,74 37,12 25,31 5,03 17,90
* significativo a 5% de probabilidade. (1) taxa de crescimento absoluto; (2) taxa de crescimento relativo; (3) taxa
assimilatória líquida; (4) área foliar especifica; (5) razão de peso foliar; (6) razão de área foliar.
Na época de outono/inverno o maior valor de AFE foi observado no tratamento
S50 com valor de 393,90 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos CRV, S35, AL e CA
respectivamente (Figura 5A). Na época de primavera/verão o maior valor de AFE foi
no CA com valor de 175,61 cm2 g-1 seguidos dos tratamentos S35, CRV, S50 e AL
respectivamente (Figura 5B). Valores inferiores quando comparado a época de
outono/inverno.
Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com a cultivar Cindy observou resultados
semelhantes de AFE, com valores maiores na época de outono/inverno. Nessa época,
na nossa região, as quantidades de queimadas são mais frequentes, ocasionando
assim, uma interferência na radiação. De acordo com Gobbi et. al. (2011) o
sombreamento causa um incremento da AFE, sendo responsável pelo aumento da
área foliar, para maximizar a captação de luz.
Com relação a RAF, nas duas épocas avaliadas, foram observados maiores
valores nos períodos inicias do cultivo, entre 15 a 30 DAT, decrescendo
significativamente a partir desse período.
Na época de outono/inverno a RAF foi maior para o tratamento CRV, com
256,55 dm2 g-1 seguido dos tratamentos S50, AL, S35 e CA com médias de 231,81;
213,63; 201,97 e 192,32 dm2 g-1 respectivamente (Figura 5C).
Para a época de primavera/verão o maior valor foi observado no tratamento
S50, aos 15 DAT, com valor de 154,40 dm2 g-1 seguidos dos tratamentos AL, CRV,
CA e S35 com valores de 151,80; 151,73; 147,88 e 137,77 dm2 g-1 respectivamente
(Figura 5D).
92
(A)
DAT
15 30 45 60 75
AF
E (
cm
2 g
-1)
100
200
300
400
AL CA CRV S35 S50
AL = 334,07 + (-7,174x + (0,064x2); R
2 = 0,879
CA = 364,12 / (1+e(-(x-(-(x-12,89)/ -89,36)
); R2 = 0,561
CRV = 230,95/ (1+e(-(x-74,09)/ -15,60)
); R2 = 0,725
S35 = 72,09 + (5,128x + (-0,061x2); R
2 = 0,535
S50 = 529,77 + (-11,73x + (0,088x2); R
2 = 0,952
(B)
DAT
15 30 45 60 75
AF
E (
cm
2 g
-1)
100
120
140
160
180
200
AL CA CRV S35 S50
AL = 217,47 + (-2,97x + (0,025x2); R
2 = 0,956
CA = 237,62 + (-4,53x + (0,041x2); R
2 = 0,970
CRV = 218,91 + (-2,98x + (0,025x2); R
2 = 0,938
S35 = 217,53 + (-3,01x + (0,026x2); R
2 = 0,969
S50 = 220,41 + (-2,98x + (0,025x2); R
2 = 0,894
(C)
DAT
15 30 45 60 75
RA
F (
dm
2 g
-1)
50
100
150
200
250
300
AL CA CRV S35 S50
AL = 305,25 + (-6,41x) + 0,054x2; R
2 = 0,935
CA = 156,64 + (-0,047x) + (-0,011x2); R
2 = 0,619
CRV = 138,25 + 3,85x + (-0,061x2); R
2 = 0,776
S35 = 45,60 + 5,33x + (-0,062x2); R
2 = 0,614
S50 = 251,18 + (-1,58x) + (-0,005x2); R
2 = 0,977
(D)
DAT
15 30 45 60 75
RA
F (
dm
2 g
-1)
80
100
120
140
160
AL CA CRV S35 S50
AL = 187,90 + (-2,48x) + 0,021x2; R
2 = 0,822
CA = 197,84 + (-3,53x) + 0,031x2; R
2 = 0,843
CRV = 187,66 + (-2,35x) + 0,018x2
; R2
= 0,703
S35 = 161,49 + (-1,49x) + 0,011x2; R
2 = 0,534
S50 = 191,85 + (-2,41x) + 0,018x2; R
2 = 0,684
(E)
DAT
15 30 45 60 75
RP
F (
g g
-1)
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,71 + 0,008x + (-0,0001x2); R
2 = 0,775
CA = 0,74 + 0,008x + (-0,0001x2); R
2 = 0,938
CRV = 0,86 + 0,001x + ((-2,79e-5
)x2); R
2 = 0,784
S35 = 0,72 + 0,007x + ((-8,46e-5
)x2); R
2 = 0,643
S50 = 0,73 + 0,008x + (-0,0001x2); R
2 = 0,983
(F)
DAT
15 30 45 60 75
RP
F (
g g
-1)
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
AL CA CRV S35 S50
AL = 0,86 + 0,0007x + (-1,18e-5
)x2); R
2 = 0,497
CA = ,81 + 0,002x + ((-2,75e-5
)x2); R
2 = 0,463
CRV = 0,85 + 0,001x + ((-2,29e-5
)x2); R
2 = 0,577
S35 = 0,71 + 0,006x + ((-6,46e-5
)x2); R
2 = 0,773
S50 = 0,86 + 0,001x + ((-2,61e-5
)x2); R
2 = 0,712
Figura 5. Área foliar especifica (AFE), Razão de área foliar (RAF) e Razão de peso
foliar (RPF) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de
semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
93
Bortoluzzi et. al. (2018) trabalhando com Verona CMS sob os mesmos telados,
observaram comportamento semelhante. Com o envelhecimento da planta, a mesma
destina seus fotoassimilados para outras partes (inflorescência) além da folha,
reduzindo assim, os valores de RAF.
A RPF para as duas épocas, foram maiores no período de 45 DAT. Os maiores
valores de RPF na época de outono/inverno foi observada no tratamento S35 com
0,921 g g-1 seguido dos tratamentos CA, AL, CRV e S50 com médias de 0,920; 0,909;
0,891; e 0,890 g g-1 respectivamente (Figura 6C). Esses valores representam a
porcentagem de massa seca da planta acumulada nas folhas. O tratamento S50 com
o maior valor, tinha 92,1% da sua massa total acumulada na folha.
No início, quando a planta é constituída em grande parte por folhas, os valores
dessa razão são elevados, decrescendo com o tempo, pois, à medida que a planta se
desenvolve (MAGALHÃES, 1979). Porém, isso ocorreu somente no período de
outono/inverno, que após os 45 DAT, os valores de RPF foram diminuindo.
Na época de primavera/verão em todos os tratamentos foram observados
maiores valores nos 45 DAT, porém com valores inferiores encontrados na época de
outono/inverno, mas os valores foram mais constantes durante todo o período
avaliado (Figura 6D). O tratamento S50 foi o que obteve maior valor, com 0,910 g g-1,
seguido dos tratamentos CA, S35, CRV e AL com valores de 0,900; 0,899; 0,898; e
0,889 g g-1 respectivamente (Figura 6D).
Bortoluzzi et. al. (2018) observou comportamento semelhante para cultivar
Cindy, que teve valores maiores de RPF na época de outono/inverno, decrescendo
nos períodos finais do cultivo, e para época de primavera/verão, os valores foram
menores, mas com diminuição menos significativa nos períodos finais.
Em relação a TAL, observa-se os maiores valores 15 DAT, com uma redução
acentuada até os 75 DAT. Para época de outono/inverno o tratamento S35 foi superior
aos demais tratamentos, com valor de 3,91x10-3 g dia-¹ dm-3 seguido dos tratamentos
CA, CRV, AL e S50 respectivamente (Figura 5A).
Para época primavera/verão esta variável não houve diferença significativa
entre os tratamentos em função das épocas (Figura 5B). O maior valor foi observado
no tratamento CA com valor 2,43x10-3 g dia-¹ dm-3 seguido dos tratamentos S35, CRV,
AL e S50 respectivamente.
94
O mesmo comportamento da TAL foi observado para a cultivar Verona CMS
durante a época de outono/ inverno por castoldi et al. (2009). Bortoluzzi et al. (2018)
verificaram para a cultivar Verona CMS sob telados para as duas épocas (outono/
inverno e primavera/verão) os mesmos comportamentos em todos os tratamentos.
Os resultados mostram que a além da ontogenia, atributos como radiação solar,
IAF, balanço hídrico e condições internas da planta afetam essa variável. A redução
da penetração da luz no dossel do vegetal faça com que a TAL seja decrescente em
função do índice de área foliar em funções de campo (TSUNO e FUJISE, 1962),
mesmo que ocorra incremento na área foliar, conforme ocorreu no presente
experimento em função do auto sombreamento.
Com relação a TCR, observou maiores valores nos períodos inicias (15 DAT),
com redução nos períodos seguintes. Na época de outono/inverno (Figura 6C), o
maior valor da TCR foi no tratamento AL com 0,354 g g-1dia-1 seguido dos tratamentos
S50, CRV, S35 e CA respectivamente.
Já na época de primavera/verão (Figura 6D) o maior valor foi no CA com 0,360
g g-1dia-1 seguido dos tratamentos S50, CRV, AL e S35 respectivamente. Porém, a
época de primavera/verão (Figura 6D), os valores de TCR foram superiores aos do
período de outono/inverno (Figura 6C). A explicação para este fato está na melhor
distribuição da biomassa nessa época (Figura 3F) onde percebe-se que as telas não
alteraram o comportamento fisiológico da planta o que corroborou para uma melhor
padronização da MST nessa época.
Resultados similares foram encontrados por Castoldi et al. (2009) com a cultivar
Verona CMS em condições de outono/inverno aos 69 DAT. Bortoluzzi et. al. (2018)
observaram comportamento semelhante para a TCR mostrando assim uma redução
acentuada até o final da análise. Esse comportamento tem uma relação direta com o
auto sombreamento da cultura e também com a atividade respiratória da planta o que
corrobora para um decréscimo ao longo do período de análise.
No período de outono/inverno (Figura 6E) para todos os tratamentos os maiores
valores foram observados aos 75 DAT, com o tratamento S50 superior aos demais
com valor de 6,79 g dia-¹ sendo os demais tratamentos as médias foram de 5,34; 4,41;
4,43 e 2,92 g dia-¹ para CRV, S35, CA e AL respectivamente. Esses valores
corroboram com os valores de MST encontrado para o mesmo período (Figura 3E).
95
(A)
DAT
15 30 45 60 75
TA
L (
g d
ia-1
dm
-2)
0,000
0,001
0,002
0,003
0,004
AL CA CRV S35 S50
AL = 1,09e5 / (1+e
(-(x-(-541,79)/ -30,82)); R
2 = 0,940
CA = 1,44e5 / (1+e
(-(x-(-712,69)/ -40,12)); R
2 = 0,872
CRV = 2155,5 / (1+e(-(x-(-280,94)/ -21,20)
); R2 = 0,822
S35 = 3,25e5 / (1+e
(-(x-(-174,93)/ -10,40)); R
2 = 0,960
S50 = 1,03e5 / (1+e
(-(x-(-568,93)/ -32,27)); R
2 = 0,880
(B)
DAT
15 30 45 60 75
TA
L (
g d
ia-1
dm
-2)
0,000
0,001
0,001
0,002
0,002
0,003
AL CA CRV S35 S50
AL = 1,37e5 / (1+e
(-(x-(-399,82)/ -23,12)); R
2 = 0,969
CA = 1,49e5 / (1+e
(-(x-(-480,98)/ -27,55)); R
2 = 0,900
CRV = 0,003 + (-8,73e-5
) + 6,41e-7
x2); R
2 = 0,916
S35 = 1,56e5 / (1+e
(-(x-(-434,22)/ -24,90)); R
2 = 0,949
S50 = 1,63e5 / (1+e
(-(x-459,32)/ -26,13)); R
2 = 0,907
(C)
DAT
15 30 45 60 75
TC
R (
g g
-¹ d
ia-¹
)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
AL CA CRV S35 S50
AL = 2,25e+7 / (1+e(-(x-(-329,38)/ -16,13)
); R2 = 0,888
CA = 1,82e+7 / (1+e(-(x-(-524,16)/ -29,98)
); R2 = 0,857
CRV = 2,33e+7 / (1+e(-(x-478,92)/ -27,10)
); R2 = 0,620
S35 = 2,31e+7 / (1+e(-(x-(-387,30)/ -22,14)
); R2 = 0,672
S50 = 2,06e+7 / (1+e(-(x-362,62)/ -21,01)
); R2 = 0,849
(D)
DAT
15 30 45 60 75
TC
R (
g g
-¹ d
ia-¹
)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
AL CA CRV S35 S50
AL = 2,21e+7 / (1+e(-(x-(-325,46)/ -18,92)
); R2 = 0,931
CA = 0,360 / (1+e(-(x-(29,25)/ -0,761)
); R2 = 0,525
CRV = 2,41e+7 / (1+e(-(x-330,21)/ -19,10)
); R2 = 0,855
S35 = 1,94e+7 / (1+e(-(x-(-371,76)/ -21,58)
); R2
= 0,872
S50 = 2,13e+7 / (1+e(-(x-339,85)/ -19,77)
); R2 = 0,862
(E)
DAT
15 30 45 60 75
TC
A (
g d
ia-¹
)
0
2
4
6
8
AL = 3,52 / (1+e(-(x-55,12)/ 13,22)
); R2 = 0,974
CA = 4,51 / (1+e(-(x-48,53)/ 5,66)
); R2 = 0,996
CRV = 6,76 / (1+e(-(x-64,25)/ 8,11)
); R2 = 0,999
S35 = 4,44 / (1+e(-(x-50,50)/ 4,56)
); R2 = 0,995
S50 = 8,29 / (1+e(-(x-62,85)/ 8,03)
); R2 = 0,997
(F)
DAT
15 30 45 60 75
TC
A (
g d
ia-¹
)
0
2
4
6
8
AL = 22,93 / (1+e(-(x-105,59)/ 22,82)
); R2 = 0,831
CA = -4,93 + 0,313x + (-0,002x2); R
2 = 0,739
CRV = 5,10 / (1+e(-(x-46,26)/ 6,63)
); R2
= 0,999
S35 = 3,91 / (1+e(-(x-43,39)/ 3,87)
); R2 = 0,918
S50 = -5,17 + 0,327x + (-0,002x2); R2 = 0
2; R
2 = 0,693
Figura 6. Taxa de crescimento assimilatório (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR) e taxa de crescimento absoluto (TCA) do híbrido Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. A, C e E (Outono/Inverno); B, D e F (Primavera/Verão).
96
Já no período de primavera/verão (Figura 6F), no S50 e CA os maiores valores
foram observados aos 60 DAT, com valores de 7,08 e 6,92 g dia-¹ respectivamente.
Os tratamentos CRV, AL e S35 os maiores valores foram observados aos 75 DAT,
com 5,04; 4,84 e 4,38 g dia-¹ respectivamente.
Bortoluzzi et al. (2018) verificaram para a cultivar Verona CMS aos 75 DAT,
maior valor para o tratamento CA (7,65 g dia-¹) e menor para a S35 (2,45 g dia-¹) para
período de outono/inverno e para época de primavera/verão, o maior para o CA (4,82
g dia-1) e menor para CRV (3,38 g dia-1). Castoldi et al. (2009) verificaram para a
cultivar Verona CMS valores de TCA de 8,57g dia-¹ aos 69 DAT em condições de
outono/inverno nas condições de Jaboticabal-SP. Gondim et al. (2011) com a cultivar
Verona CMS aos 70 DAT nas condições de primavera/verão sob sombrite 50%
alcançou 8,71 g dia-¹.
Em relação a MFI e a PT não houve diferença significativa entre as telas,
somente entre as épocas de avaliação. Verifica-se em função da apresentação da
figura 7, que as telas de sombreamento utilizadas, que esses parâmetros no período
de outono/inverno foram maiores em relação a época de primavera/verão.
Telas
Al CR S35 S50 CA
MFI
(kg
plan
ta-¹
)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Pro
dutiv
idad
e to
tal (
ton
ha-¹
)
0
5
10
15
20
25
30
1ª Época (Outono/Inverno)
2ª Época (Primavera/Verão)A
BB
C
ns
ns
Figura 7. Massa fresca da inflorescência (MFI) e Produtividade total (PT) do híbrido
Sharon em função de telas de sombreamento e época de semeadura. Letras
maiúsculas iguais não diferem entre si. Ns = não significativo (p<0,05).
97
No período de outono/inverno, o tratamento S35 foi superior aos demais, porém
sem diferença significativa entre eles, com médias de MFI e PT de 1,28 kg planta-¹ e
26,66 ton ha-¹ respectivamente. Já para os demais tratamentos, CA, AL, S50 e CRV
os valores de MFI e PT de 1,13; 1,12; 1,07 e 1,00 kg planta-¹ e 23,66; 23,33; 22,66 e
21,00 ton ha-¹ respectivamente.
Monteiro et al. (2010) verificaram para as condições de cultivo de
outono/inverno em CA para a cultivar Cindy valores de MFI e PT de 1,56 kg planta-¹ e
31,60 ton ha-¹. Bortoluzzi et al. (2018) avaliando a cultivar Verona CMS sob os
mesmos telados na época de outono/inverno, verificaram que a MFI foi maior para o
tratamento S50 (1,69 kg planta-¹) e menor para a AL (0,729 kg planta-¹) e PT de 35,33
e 16,10 ton ha-¹ respectivamente.
Já no período de primavera/verão, o maior valor de MFI e PT foi no tratamento
CRV com 0,473 kg planta-1 e 9,66 ton ha-1 seguido dos tratamentos AL, CA, S35 e
S50 respectivamente, mostrando assim comportamento negativo de adaptabilidade
dessa cultivar com diferentes condições de temperatura e luminosidade durante o
cultivo.
Observando a figura 7 percebe-se uma redução significativa na MFI e PT no
cultivo de primavera/verão em relação ao cultivo de outono/inverno. A redução da MFI
e da produtividade total em função dos períodos analisados foram de 59,73; 53,07;
69,14; 63,30 e 60,42% para os tratamentos AL, CRV, S35, S50 e CA respectivamente.
Bortoluzzi et al. (2018) trabalhando com a cultivar Verona CMS e a cultivar
Cindy sob os mesmos telados verificaram reduções de MFI e PT na época de
primavera/verão.
Essa redução na MFI e PT está relacionada ao fator temperatura (Figuras 1 e
2). Observa-se que na época de outono/inverno as temperaturas médias registradas
são inferiores as registradas no período de primavera/verão. Esse incremento na
temperatura influenciou de forma direta o incremento no NF e consequentemente na
AF (Figuras 4B e D) o que levou a um desbalanço no dreno, ou seja, ao invés dos
fotoassimilados serem distribuídos para a inflorescência foram particionados na
regulação metabólica reduzindo assim a MFI e a PT.
98
4. Conclusões
O uso de telas de sombreamento não influencia no aumento na produtividade
da couve-flor cv. Sharon independente da época de cultivo
No cultivo de primavera/ verão houve redução significativa na produtividade da
cultivar Sharon.
5. Referências
BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas.
Jaboticabal: FUNEP, 2003. 36p.
CARVALHO, V. D. Propriedades químicas das brássicas. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 9, n. 98, p. 54-56. 1983.
CASTOLDI, R.; CHARLO, H.C.O.; VARGAS, P.F.; BRAZ, L.T. Crescimento, acúmulo
de nutrientes e produtividade da cultura da couve-flor. Horticultura Brasileira. v.27, p.
438-446, 2009.
COSTA, L. C. B.; PINTO, J. E. B. P.; BERTOLUCCI, S. K. V.; GUIMARÃES, R. M.
Qualidade fisiológica de sementes de Ocimum selloi benth. Sob condições de luz,
temperatura e tempo de armazenamento. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 34, n. 3, p. 675-
680. 2010.
DA PENHA RIBEIRO, L. M.; ZANUZO, M. A. R.; VIEIRA, C. V. I.; JUNIOR, S. S.;
JÚNIOR, F. F. Cauliflower quality and yield under tropical conditions are influenced by
boron fertilization. African Journal of Agricultural Research. v. 12, n. 12, p. 1045-1053,
2017.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Manual de
métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos,
1997. 212p.
99
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro
Nacional de Pesquisa do Solo. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed.
Brasília, DF, Embrapa, 2013. 342p.
FILGUEIRA F. A. R. 2003. Novo manual de olericultura.Viçosa: UFV, p. 275-280.
FRANCESCANGELI, N; SANGIACOMO, M. A.; MARTI, H. 2006. Effects of plant
density in broccoli on yield and radiation use efficiency. Scientia Horticulturae 110:
135-143.
GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F.; PEREIRA, A. B. Balanço de radiação e fluxo de
calor no solo em ambiente natural e protegido cultivado com pepineiro. Bragantia,
Campinas, v.60, p.139-147, 2001
GONDIM, A. R. O.; PRADO, R. M.; CORREIA, M. A. R.; ALVES, A. U.; CECÍLIO
FILHO, A. B.; POLITI, L. S. 2011 Curva de crescimento e acúmulo de matéria seca
em couve-flor cultivada em substrato. Biosci, J. Uberlândia, v. 27, n. 1, p. 88-94.
GRANDE, L.; LUZ, J.M.Q.; MELO, B.; LANA, R.M.Q.; CARVALHO, J.O.M. 2003. O
cultivo protegido de hortaliças em Uberlândia-MG. Horticultura Brasileira, Brasília,
v. 21, n. 2, p. 241-244.
GUISELINI, C.; SENTELHAS, P. C.; OLIVEIRA, R. C. Uso de malhas de
sombreamento em ambiente protegido II: efeito sobre a radiação solar global e
fotossinteticamente ativa, Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria,
v.12, n.1, p.19-26, 2004.
ILIĆ, Z. S.; MILENKOVIĆ, L.; ŠUNIĆ, L.; BARAĆ, S.; MASTILOVIĆ, J.; KEVREŠAN,
Ž.; FALLIK, E. Effect of shading by coloured nets on yield and fruit quality of sweet
pepper. Zemdirbyste-Agriculture, v. 104, n. 1, p. 53-62, 2017.
100
KOHLI, U. K.; SINGH, R.; RANA, M. K. 2008. Cauliflower. In: Rana, M. K. (ed.),
Olericulture in India. Kalyani Publishers, Ludhiana, pp. 226-254.
MAY, A.; TIVELLI, S. W.; VARGAS, P. F.; SAMRA, A. G.; SACCONI, L. V.; PINHEIRO,
M. Q. Boletim Técnico 200. A cultura da couve-flor. 2007. 36p.
MONTEIRO, B. C. B. A.; CHARLO, H. C. O.; BRAZ LT. 2010. Desempenho de híbridos
de couve-flor de verão em Jaboticabal. Horticultura Brasileira. v. 28, p. 115-119, 2010.
OLIVEIRA, S.F.; CASTOLDI, R.; VARGAS, P.F.; CHARLO, H.C.O.; BRAZ, L.T. 2007.
Crescimento, distribuição de matéria seca e produtividade de couve-flor ‘Verona’. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 47. Anais eletrônicos... Porto
Seguro: SOB. Disponível em
<http://www.abhorticultura.com.br/Eventosx/trabalhos/ev_1/A244_T274_Comp.pdf>.
Acessado em 25 de fevereiro de 2018.
POLYSACK. Controle do microclima. Disponivel em:
<https://www.ginegar.com.br/produto&cod=7&nomTitulo=Polysombra%C2%AE+Plus
&it=P>. Acesso em 25 março, 2018.
PRADEEPKUMAR, T.; BABU, D. S.; AIPE, K. C. Adaptability of cauliflower genotypes
in the high ranges of Kerala. J. Trop. Agric. v. 40, p. 45-47, 2002.
RAHMAN, H. U.; HADLEY, P.; PEARSON, S. Relationship between temperature and
cauliflower (Brassica oleracea L. var. botrytis) growth and development after curd
initiation. Plant Growth Regul. v. 52, n. 1, p. 61-72, 2007.
RAY, M; MISHRA, N. 2017. Effect of weather parameters on the growth and yield of
Cauliflower. Environment Conservation Journal 18 (3) 9-19, 2017.
101
REIS, L. S.; AZEVEDO, C. A. V.; ALBUQUERQUE, A. W.; SILVA JUNIOR, J. F. Índice
de área foliar e produtividade do tomate sob condições de ambiente protegido. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v. 17, n. 4, p. 386-391, 2013.
ROCHA, R. C. Uso de diferentes telas de sombreamento no cultivo protegido de
tomateiro. 2007. 90 f. Tese (Doutorado em agronomia) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu,
2007.
SANTOS, M. A. T. Caracterização química das folhas de brócolis e couve-flor
(Brassica oleracea L.) para utilização na alimentação humana. 2000. 96 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.
SILVA, M. A. A.; GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F. Avaliação de elementos
meteorológicos durante a ocorrência de geada em cultivo de pimentão, nas condições
de ambiente protegido e campo. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa
Maria, v.12, n.1, p.35-41, 2004.
SINGH, H. P. 2008. Development in horticultural crop production with climate change.
Indian Hort. 53(5): 39-45.
SOUSA, J. W.; MARTINS, D.; CUNHA, A. R.; ESCOBEDO, J. F.; GALVANI, E.
Alterações do saldo de radiação, temperatura e umidade relativa do ar em ambiente
protegido com cobertura de polietileno difusor de luz. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, Santa Maria, v.13, p.1-10, 2005.
SUSEELA, P.; RANGASWAMI, M. V., Influence of temperature inside the greenhouse
on growth attributes and yield of cauliflower. Karnataka J. Agric. Sci. v. 24 n. 5, p. 706-
708, 2011.
TAKEISHI, J.; CECÍLIO FILHO, A. B.; OLIVEIRA, P. R. Crescimento e acúmulo de
nutrientes em couve-flor ‘Verona’. Biosci, J. Uberlândia, v.25, n.4, p.1-10, 2009.
102
TEODORO, S. M.; CHAVES, M. A.; ESCOBEDO, J. F.; AGOSTINHO, C. A. Relação
de variáveis ambientais em baias cobertas com polietileno e desempenho da rã- touro
(Rana catesbiana). Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.1, p.46-56, 2005.
TRANI, P. E.; RAIJ, B. 1997. Hortaliças. Recomendações de adubação e calagem
para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC, p.157-164, 1997.
ZANUZO, M.R.; RIBEIRO, L.M.; LANGE, A.; MACHADO, R.A.F.; MASSAROTO, J. A.
Desempenho agronômico de genótipos de couve-flor nas condições edafoclimáticas
de Sinop. Hortic. Bras. v. 31, n. 2, p. 332-337, 2013.