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_________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU VOLEIBOL – ESTUDO VOLTADO AO FUNDAMENTO DA CORTADA GIRARDI, Erick 1 * FONTANA, Cleber¹ VIGOLO, Cleonice¹ ZILIO, Paola Roberta¹ BORTOLUZZI, Emanuelly Casal 2 VIDMAR, Marlon Francys² VITALI, Cristiano² SCOLARI, Adriel Paulo RESUMO: O objetivo desse estudo é analisar o movimento de ataque (cortada) do jogo de voleibol, observando sua execução e realizando uma breve análise cinesiológica das articulações envolvidas no movimento. Neste sentido, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, onde os responsáveis pelo estudo assistiram a um jogo de voleibol na cidade de Tapejara-RS, onde duas equipes de jogadores amadores, apresentando diversidades de sexo e idade, realizaram a partida sem o intuito de competição. Foi possível identificar alguns elementos que exercem maior influência aos jogadores na execução do movimento e o que interfere para que ocorra uma execução relativamente correta. O estudo também conta com uma pesquisa bibliográfica sobre os principais músculos e articulações atuantes no movimento do ataque. Concluiu-se que, por ser um jogo com equipes amadoras e com uma grande diversidade na individualidade de cada participante do jogo, o movimento da cortada sofreu grande influência em respeito a altura, idade e sexo dos jogadores, onde os homens, com uma maior estatura, foram os que mais se aproximaram do movimento perfeito. Palavras-chave: voleibol; ataque; cortada; análise de movimento; ABSTRACT: The objective of this study is to analyze the attack (cut) movement of the volleyball game, observing its execution and performing a brief kinesiological analysis of the joints involved in the movement. In this sense, a qualitative research of a descriptive character was developed, where those in charge of the study attended a game of volleyball in the city of Tapejara-RS, where two teams of amateur players, presenting diversities of sex and age, made the match without the competition. It was possible to identify some elements that exert a greater influence to the players in the execution of the movement and what interferes for a relatively correct execution, besides a bibliographical research on the main muscles and joints acting in the movement of the attack. It was concluded that, because it is a game with amateur teams and with a great diversity in the individuality of each participant of the game, the movement of the cut had a great influence in respect to the height, age and sex of the players, where the men, with a greater stature, were the ones that most approached the perfect movement. Keywords: volleyball; attack; cut; motion analysis; 1 Discentes do Curso de Educação Física, Nível IV 2017/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. 2 Docentes do Curso Educação Física, Nível IV 2017/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. *E-mail para contato: [email protected]

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FACULDADES IDEAU

VOLEIBOL – ESTUDO VOLTADO AO FUNDAMENTO DA CORTADA

GIRARDI, Erick1* FONTANA, Cleber¹ VIGOLO, Cleonice¹

ZILIO, Paola Roberta¹ BORTOLUZZI, Emanuelly Casal2

VIDMAR, Marlon Francys² VITALI, Cristiano²

SCOLARI, Adriel Paulo

RESUMO: O objetivo desse estudo é analisar o movimento de ataque (cortada) do jogo de voleibol, observando sua execução e realizando uma breve análise cinesiológica das articulações envolvidas no movimento. Neste sentido, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, onde os responsáveis pelo estudo assistiram a um jogo de voleibol na cidade de Tapejara-RS, onde duas equipes de jogadores amadores, apresentando diversidades de sexo e idade, realizaram a partida sem o intuito de competição. Foi possível identificar alguns elementos que exercem maior influência aos jogadores na execução do movimento e o que interfere para que ocorra uma execução relativamente correta. O estudo também conta com uma pesquisa bibliográfica sobre os principais músculos e articulações atuantes no movimento do ataque. Concluiu-se que, por ser um jogo com equipes amadoras e com uma grande diversidade na individualidade de cada participante do jogo, o movimento da cortada sofreu grande influência em respeito a altura, idade e sexo dos jogadores, onde os homens, com uma maior estatura, foram os que mais se aproximaram do movimento perfeito. Palavras-chave: voleibol; ataque; cortada; análise de movimento; ABSTRACT: The objective of this study is to analyze the attack (cut) movement of the volleyball game, observing its execution and performing a brief kinesiological analysis of the joints involved in the movement. In this sense, a qualitative research of a descriptive character was developed, where those in charge of the study attended a game of volleyball in the city of Tapejara-RS, where two teams of amateur players, presenting diversities of sex and age, made the match without the competition. It was possible to identify some elements that exert a greater influence to the players in the execution of the movement and what interferes for a relatively correct execution, besides a bibliographical research on the main muscles and joints acting in the movement of the attack. It was concluded that, because it is a game with amateur teams and with a great diversity in the individuality of each participant of the game, the movement of the cut had a great influence in respect to the height, age and sex of the players, where the men, with a greater stature, were the ones that most approached the perfect movement. Keywords: volleyball; attack; cut; motion analysis;

1 Discentes do Curso de Educação Física, Nível IV 2017/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. 2 Docentes do Curso Educação Física, Nível IV 2017/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. *E-mail para contato: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Comumente chamado de Vôlei aqui no Brasil, o Volleyball, em tradução livre

“Voleibol”, é um esporte coletivo de quadra fechada, jogado por doze pessoas, divididos em

dois times de seis integrantes que ficam divididos no campo por uma rede central. As disputas

por “pontos”, que são as unidades que marcam a equipe que está vencendo, são chamados de

“rally” que só acaba quando a bola tocar o chão, dentro ou fora da quadra, salvo as infrações

que podem ser marcadas pelos árbitros que conduzem a partida, tanto por um que fica

posicionado na rede central, como por aqueles que ficam colocados nos cantos da quadra. O

jogo acaba quando uma equipe ganhar três “set’s” de cinco. Para ganhar um set a equipe

precisa marcar vinte e cinco pontos e ter uma diferença de, no mínimo, dois pontos para com

a outra equipe.

Voleibol é um esporte de competição, que conta com campeonatos profissionais

periódicos, de times e seleções nacionais. O Brasil tem jogadores de grande escalão tanto na

categoria masculina como na feminina, fazendo com que a modalidade esteja sempre na

mídia, e que, juntamente com o pouco contato físico que uma partida exige, o volêi tenha

vários praticantes em todo o mundo, das mais diversas idades e com os mais diversos

estereótipos.

Dentro do voleibol, existem várias posições que executam tarefas distintas com uma

única finalidade: fazer com que a bola caia dentro da quadra adversária. Nesse contexto, é

inegável a importância do ataque no desenrolar dos jogos, sendo ele um fator determinante no

sucesso competitivo das equipes, sendo que diversos estudos comprovam que o ataque esta

correlacionado diretamente com a vitória, pois é a ação mais efetiva na conquista de pontos.

No vôlei profissional, o ataque sempre ocorre de mesmo modo em quase todas as

tentativas: com o atleta no ar, aplicando um golpe violento com o intuito de fazer com que a

bola caia dentro da quadra adversária. Entre tanto, no amador, os praticantes seguem o mesmo

conceito, mas, na maioria dos casos, sem a mesma destreza de um jogador profissional, o que

facilita a defesa do time adversário.

Por esses fatores, este trabalho tem como intuito analisar um jogo amador de voleibol

e, a partir disso, fazer uma análise, com auxilio da literatura, dos movimentos cinesiológicos

que são realizados durante o ataque, identificar alguns erros de execução que tiram

rendimento dos atletas e quais fatores influenciam no movimento.

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2 DESENVOLVIMENTO

Nesta parte do trabalho, será detalhado o referencial teórico, a metodologia empregada

e os resultados encontrados. Contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto

tratado do estudo.

2.1 Referencial Teórico

O voleibol é, atualmente, uma das atividades mais requisitadas no desenvolvimento

das aulas de educação física nas escolas. A grande popularidade atingida pela modalidade fez

com que a sua prática fosse intensificada, atraindo uma maior atenção dos alunos (PORTAL

EDUCAÇÃO, 2013). O trabalho desenvolvido na educação física, especialmente ao que se

refere ao voleibol deve estar relacionado aos objetivos definidos em cada proposta

pedagógica, com sua especificidade, onde os conteúdos e as estratégia de avaliação objetivem

levar o educando ou praticante do esporte a fazer uma reflexão voltada para a autonomia

referente a cultura corporal do movimento (PEDROSO, 2002).

2.1.1 História do Voleibol

O voleibol, inicialmente denominado como Mintonette, teve sua criação em meados

do século XIX (1985), por um professor de Educação Física Norte-Americano chamado

William G. Morgam. De início, sua primeira ideia foi ensinar os alunos o basquetebol, porém,

notou que o basquete exigia muito contato físico, o que não se enquadrava para aquele

determinado grupo de alunos, então, buscou criar uma nova modalidade que ainda

proporcionasse a interação de um grande grupo, mas com um contato físico reduzido.

Morgam se inspirou no tênis, e resolveu, com algumas adaptações, utilizar a rede e manter a

ideia de passar a bola (desta vez maior), de um lado para o outro.

O jogo consistia em dez regras principais, com um único objetivo: marcar pontos na

área do adversário. Para isso, a bola deveria tocar o solo dentro da área de quadra do

adversário.

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Após um tempo, o esporte passou a se chamar Volley Ball depois de um segundo

professor observar a ação de vôo da bola de um lado para o outro da quadra (“voll ball”). O

Voleibol logo foi sendo conhecido por outras regiões do mundo, tendo suas regras variadas

conforme a localidade. Foi no ano de 1918 que algumas regras gerais e mundiais foram

definidas, como o número máximo de seis jogadores por quadra, e o máximo de três toques na

bola por equipe até a passagem ao adversário. Em 1930 o esporte já era praticado em todos os

territórios do mundo, com o intuito de diversão e lazer. O primeiro campeonato ocorreu em

1933, na União Soviética.

Donegá (2007) enfatiza que:

Inicialmente, o novo esporte era praticado somente na cidade onde fora criado e somente anos

mais tarde difundiu-se para outros estados americanos. Neste período sofreu muitas

modificações, mas a ideia original da rede entre as duas quadras opostas permaneceu. O nome

do esporte mudou para voleibol uma vez que a ideias básicas do jogo era jogar a bola de um

lado para outro, sobre a rede, usando as mãos. Em junho de 1896, a revista mensal norte-

americana “Physical Education” publicou o primeiro artigo sobre o jogo. De autoria de J. Y.

Cameron, chefe do Departamento de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM),

de Nova Iorque, o artigo dizia que: “o voleibol é um jogo principalmente adequado a ginásio,

quadra coberta ou ao ar livre”. Consiste o jogo em manter uma bola em movimento sobre uma

rede alta, de um lado para outro, apresentando características de esportes como o tênis e o

handebol.

No Brasil, o voleibol chegou em 1915. Existem duas correntes: uma delas diz que o

esporte foi praticado pela primeira vez no Colégio Marista, em Pernambuco; a outra diz que o

vôlei aportou em São Paulo, na bagagem de professores da mesma instituição cristã.

De acordo com Souza (2007):

Com a fundação da Confederação Brasileira de Voleibol (C.B.V) em 09 de Agosto de 1954, os

Campeonatos Brasileiros passaram a ser promovidos pela entidade especializada a partir de 1956 e

continuam sendo realizados até os dias de hoje. A partir da segunda metade dos anos setenta, inicia-se a

grande escalada do nosso Voleibol. A C. B. V, em colaboração com algumas federações estaduais,

passa a investir mais na formação de técnicos e atletas brasileiros, organizando muitos cursos,

ministrados por técnicos estrangeiros de renome. Clubes e seleções de outros países, constantemente

passaram a competir no Brasil. Vários campeonatos internacionais, aqui, foram sediados.

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O Voleibol Brasileiro é, hoje, o melhor do mundo, graças ao empenho e capacitação

de técnicos, atletas e dirigentes. O esporte tem um apelo popular muito forte. Todos querem

praticar e discutir Voleibol, e isso o transforma no segundo esporte mais popular no Brasil. O

primeiro ainda segue sendo o futebol (SILVA, 2014).

2.1.2 O Voleibol

Sabe-se que a prática de uma modalidade desportiva torna-se uma das determinantes

para o fortalecimento de aspectos psicológicos e sociais de seus praticantes, pois além de

estimular e fortalecer a autoestima, favorece a criação e convivência de trabalhos em equipe,

valorizando a organização como também o ato da disciplina, fatores que são considerados

colaboradores para o incentivo ao desenvolvimento dos aspectos formadores da cidadania

(PEDROSO, 2012). Assim sendo, o voleibol deve ser concebido em seu real e verdadeiro

significado e sentido, permitindo que todas as pessoas compreendam que seus valores estão

diretamente relacionados ao bem social, uma vez que, contribuem acentualmente para o

compromisso com a solidariedade e a compreensão de que o voleibol se joga em equipe e não

sozinho (SILVA, 2014).

Dessa forma, entender os benefícios que a prática de uma modalidade desportiva deve

ser uma necessidade constante de um educador, pois assim como as demais, o voleibol

permite o desenvolvimento do aluno, pois além de explorar os movimentos corporais, aguça

sua desenvoltura na criação e variação de movimentos, que o colocará mais próximo na

integração e socialização com seus companheiros. (PEDROSO, 2012). No entanto, torna-se

imprescindível que este mesmo educador faça uma separação entre o esporte de rendimento e

o que deve ser aplicado às escolas, sendo que nesta deve estar bem claro a necessidade do

confrontamento diferencial buscando o trabalho como conteúdo de educação física, pois só

assim, através do jogo e do lúdico, despertaremos o prazer em movimentar-se (DARIDO;

RANGEL, 2005; CAMPOS, 2006).

O Brasil vem se destacando consideravelmente no voleibol graças aos excelentes

resultados alcançados nas últimas competições, sendo considerado o segundo esporte mais

praticado no país, isto se deve as grandes conquistas das seleções brasileiras e também ao

patrocínio de grandes empresas, aumentando assim a sua popularidade entre as pessoas nos

últimos anos (SILVA, 2014).

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De acordo com Souza (2007), “seja para lazer, seja para manter a saúde, seja para

competir de fato, o Voleibol é um dos esportes mais procurados. A televisão fez com que,

independentemente de classe social, o brasileiro passasse a gostar de Voleibol, a entendê-lo e

a praticá-lo. ”

Por ser um esporte idealizado dentro de simplicidades, separação entre as equipes e

participação equivalente de todos os jogadores, teve uma aceitação e assimilação rápida por

todos os povos, como lazer ou esporte profissional. O voleibol transformou-se em um dos

esportes mais atléticos, obrigando os jogadores a executarem movimentos rápidos e violentos,

com muita habilidade e raciocínio (BOJIKAN, 2005).

É uma atividade coletiva, assim como o futebol, você não pode praticar o vôlei

sozinho, vai precisar de no mínimo 4 jogadores, 2 de cada lado. O interessante desse esporte é

que ele tem contato com outras pessoas, mas não existe impacto entre elas como no basquete,

handebol e no futebol, a interação é controlada e a chance de lesão é muito menor.

Segundo Bojikan (2005, p.78), “o voleibol é um instrumento usual da Educação

Física, tendo nas áreas da saúde, da educação e da competição, seus principais campos de

atuação”.

O voleibol é um esporte coletivo que consiste em movimentar a bola de um lado para outro da

quadra, sobre a rede, procurando fazer com que ela caia na quadra adversária, respeitando

rigorosamente uma série de regras. Pode ser praticado em ginásios, quadras cobertas ou ao ar

livre (SILVA, 2014).

O voleibol nas aulas de Educação Física requer um olhar mais abrangente que envolva

novas formas e maneiras de ensinar caracterizada pela diversidade, interação e inclusão. Sabe-

se que são muitas a técnicas, metodologias e recursos as disposições de professores e alunos

no ato de educar e aprender, e inúmeras são as possibilidades de inovar e provocar mudanças

no processo educacional. Os alunos precisam e necessitam urgentemente de atividades que

favoreçam o diálogo, a motivação e desenvolvam o favorecimento da afetividade e

concomitante o respeito, ética e valores em detrimento da afetividade (PEDROSO, 2012).

Ainda segundo Pedroso (2012):

É consenso, hoje que o voleibol nas aulas de Educação Física é uma extraordinária

oportunidade de lidar com os alunos, pois, não deve ser considerado apenas como um jogo de

quadra entre duas equipes de seis jogadores cada uma, que consiste em bater uma bola com as

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mãos, para o lado contrario, por cima de uma rede. Mas, um grande momento de se construir

uma discussão entre alunos e professores e vice-versa para tomada de decisões e construção de

conhecimentos no processo pedagógico, momento propício para desenvolver a afetividade,

socialização e respeito entre os alunos.

De acordo com Krug (2005), a fase de desenvolvimento de movimentos relacionados

com o esporte tem seu início por volta dos oito anos de idade. Estes movimentos devem servir

como uma ferramenta para combinar e refinar as habilidades fundamentais, que já foram

trabalhadas em um período anterior e precisam ser estimuladas.

O mesmo autor propõe uma divisão, demonstrando como pode ocorrer a interação

entre os diferentes tipos de habilidade promovida pela prática do voleibol. O desenvolvimento

dessas habilidades deve acontecer de uma forma lúdica, através de atividades que façam com

que a criança tenha prazer na prática da modalidade e se sinta atraída para conhecer mais a

fundo as questões inerentes ao desporto (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013).

O benefício do vôlei vem, dependendo da frequência que se pratica o esporte. A atividade

exige potência e força, sendo necessário fazer exercícios que trabalhem os membros

superiores e inferiores, além de abdômen e tronco. Atividades aeróbicas, por exemplo,

aumentam a resistência física do praticante (PORTAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA, 2015).

O vôlei é um esporte de impacto que melhora a capacidade física, fortalece os

músculos, melhora a atividade cardiorrespiratórias, também ajuda a melhorar a flexibilidade,

a coordenação motora, a resistência aeróbica, a força e a resistência anaeróbica. Ele também

estimula a liberação de substâncias no corpo que traz o bem-estar e a satisfaçã, por esse

motivo é um ótimo antiestress, isso por que seu corpo vai trabalhar em conjunto com a mente

e isso faz com que a qualidade de vida melhore. Para as pessoas que não gostam de esporte de

contato mais incisivo, como no handebol, o vôlei é um ótimo exercício, pois tem uma

interação mais controlada e as chances de problemas físicos durante a sua prática podem ser

menores.

Segundo Souza (2007), as características do Voleibol são as seguintes:

O jogo é realizado em uma quadra retangular que mede 18 metros de comprimento por

9 metros de largura, dividida ao meio por uma rede.

A quadra é dividida ao meio por linha: a Linha central ou linha de meio de quadra.

Possui três zonas: zona de ataque, zona de defesa e zona de saque. As zonas são delimitadas

por três linhas: a linha final, a linha lateral e a linha da zona de ataque.

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A rede tem 9 metros de extensão por um metro de largura, com malhas quadradas de 10

centímetros. Nos jogos masculinos sua altura é de 2,43 metros e nos femininos 2,24 metros. É

esticada por cordas flexíveis, nas extremidades superiores e inferiores, que são amarradas aos

postes laterais. Duas antenas de 0,80 metros de altura são presas a rede, sobre as linhas

laterais, para delimitar o espaço aéreo que pode ser cruzado pela bola quando vai de um

campo ao outro.

A bola não poderá ser retida podendo ser tocada com qualquer parte do corpo.

Cada equipe pode executar três toques na bola antes de enviá-la para a quadra adversária.

O mesmo atleta não poderá dar dois toques consecutivos na bola, exceto quando houver

bloqueio.

Cada equipe é formada por 12 jogadores, dos quais seis são titulares e seis são reservas.

Um deles pode exercer a função de líbero (que deverá estar com fardamento diferenciado dos

demais). As camisetas são numeradas de 1 a 18.

A equipe de arbitragem é formada por sete componentes: 04 fiscais de linha, 01

apontador, um primeiro árbitro e um segundo árbitro.

No início de cada set, os atletas são distribuídos em seis diferentes posições na quadra, a

partir do Saque, no sentido anti-horário. Essa distribuição dos jogadores em quadra chama-se

ordem de saque. Os jogadores deverão passar por todas as posições na quadra no sentido

horário através da rotação.

Essas características são comuns a todos os tipos de voleibol, seja ele, de rendimento,

de lazer, escolar ou de praia. Entretanto, são diferentes em alguns aspectos, especialmente, no

que diz respeito aos seus objetivos.

Diz Barbanti (1986) que “num jogo de voleibol acontecem cerca de 250 a 300 atos

motores, representando-se nos saltos, corridas velozes de curta distância e nos ‘peixinhos’”.

As ações predominantes são de força de potência, são acíclicas, com repouso ativo ou

não (SLEIVERT et al. 1995), solicitando principalmente o sistema fosfagênio (segunda fonte

de energia da célula muscular) e com participação do metabolismo aeróbio na recuperação do

esforço (IGLESIAS, 1994) e por causa da duração do jogo (CHIAPPA, 2001).

Conhecer algumas características do jogo de voleibol torna-se importante para

utilizarmos a ciência do movimento, a biomecânica, no esporte. O jogo de voleibol possui a

integração dos fundamentos de saque, passe, levantamento, ataque, bloqueio e defesa (EOM E

SCHUTZ, 1992).

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O Saque é o movimento de inicio da rodada (rally). A Manchete é o movimento básico

no voleibol, usado na recepção de um saque ou na reação ao ataque do oponente. O

Levantamento geralmente é um movimento da linha de frente ou feito por jogadores próximos

a rede. O Bloqueio é um movimento defensivo usado quando o time adversário tenta atacar a

bola. O Corte, que é a ênfase do presente estudo, como será visto em seguida, é um

movimento intenso, envolvendo o jogador que está próximo a rede.

A cortada, segundo Bizzochi (2004) “é a ação de ataque mais eficaz e potente utilizada

no jogo de voleibol, e comumente a que mais marca pontos na partida”. É o movimento que

proporciona o ataque, sendo a atividade mais determinante no voleibol (CASTRO;

MESQUITA, 2008), podendo servir como parâmetro na escolha de um jogador para a equipe

(JUNIOR, 2004).

2.1.3 Ataque (Cortada)

A cortada, segundo pesquisas realizadas no Blogspot Educação Fìsica e Ação (2009),

é o fundamento do voleibol que finaliza a maioria das ações ofensivas e visa enviar, por meio

de um forte golpe dado durante um salto, a bola de encontro do solo da quadra adversária.

A cortada em forma de ataque começou a ser utilizada na Europa na década de XX.

Nos anos 40, todo o bloco socialista atacava com a mão aberta, os demais ainda o faziam com

a mão fechada. Até meados da década de 50, a maioria dos ataques eram efetuados pela

posição 3 em bolas altas e meia-bola.

A partir daí as jogadas de ataque tornaram-se mais velozes e variadas, sobretudo nas

equipes femininas. Foi a partir de 1972, com os japoneses que atuaram dos jogos Olímpicos

de Munique, que o voleibol assumiu a feição ofensiva atual. A criação do ataque de fundo

veio logo em seguida, em 1976, apresentado na Polônia. Devido a essas variações, que

provocaram diferenças biomecânicas, houve a necessidade de se especializar os atacantes.

Os profissionais, ao passar os ensinamentos do voleibol, devem ter um cuidado

especial com este fundamento, pois é o mais atraente à os olhos do praticante e, entre todos, é

o que mais provoca lesões devido à sobrecarga que é exposto o aluno. Também é o

fundamento que mais possui distorções a serem corrigidas no processo de aprendizagem, pois

é utilizado pelos alunos mesmo antes de passar pelo processo pedagógico, utilizando-o em

brincadeiras e jogos recreativos.

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Didaticamente, descreve-se o ataque em três fases:

Fase de Solo: Utiliza-se três passadas para a execução do ataque. Dá-se uma passada na

direção da bola (passada de orientação), em seguida, uma segunda (ajuste), finalizando com

uma terceira de maior amplitude. Esta última proporciona o apoio inicial dos pés através dos

calcanhares, deixando-os paralelos, antepostos e em boa fase. Neste momento que antecede o

salto, os joelhos encontram-se flexionados, tronco ligeiramente inclinado à frente e braços

estendidos para trás. O pé à frente, no momento do salto, deve ser do lado contrário da mão

que golpeará a bola.

Fase Aérea: Inicia-se com a transferência do apoio dos calcanhares para a plantar e, em

seguida, ponta dos pés; extensão dos joelhos e lançamento dos braços para cima. Quanto mais

rápido acontecer, maior a resultante vertical (impulsão). Uma vez no ar, o corpo encontra-se

com os pés e joelhos estendidos paralelamente acima da cabeça ( o corpo fica arqueado), as

mãos ficam espalmadas para frente e os dedos bem abertos. Para golpear a bola, lança-se

primeiro um dos braços na direção da mesma finalizando próximo ao abdômen; em seguida, o

outro, procurando abordar a bola no seu ponto mais alto, estando a mesma à frente do corpo

do atacante. Simultaneamente ao movimento dos braços, o tronco movimenta-se para a frente

projetando o quadril para trás; o corpo fica carpado*. O contato com a bola dar-se-á através da

palma e dedos da mão que a golpeia, seguindo a trajetória e direção do braço e pulso.

Fase de apoio: Ocorre quase o inverso do movimento de decolagem, tocando-se o solo

com a ponta do pé, região plantar e calcanhares, seguido da flexão dos joelhos e ligeira

inclinação do tronco à frente.

Erros mais comuns:

1- Não coordenar as passadas, de acordo com o tipo de levantamento, entrando para

efetuar o ataque no tempo incorreto;

2- Fazer a última passada muito próxima da rede;

3- Não flexionar o suficiente as pernas para realizar o salto;

4- Não estender os braços para trás no momento que antecede o salto;

5- Não elevar os braços pela frente do corpo na armada dos braços para cortar;

6- Não aramar o cotovelo do braço de ataque atrás da linha do ombro, utilizando toda a

amplitude escápulo-umeral;

7- Atacar com braço flexionado;

8- Não realizar o movimento de flexão e extensão do corpo durante o salto (fase aérea);

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9- Apoio direto da ponta dos pés durante o trabalho de salto (não utilizando a entrada

com os calcanhares), provocando um desequilíbrio acentuado do corpo para frente.

2.2 MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa, classificada como qualitativa de caráter descritivo, foi realizada

na cidade de Tapejara – RS, por meio de uma análise observatória, onde os envolvidos

assistiram a um jogo de voleibol amador, em que duas equipes não profissionais, praticaram o

esporte de forma não extremamente competitiva, apenas por lazer, porém, seguindo as regras

básicas do esporte como a marcação de pontos, posições e rotação correta de jogadores. A

observação foi mais direcionada a análise dos movimentos, voltando a atenção maior ao ponto

específico do trabalho, o movimento de ataque (cortada). O propósito foi visualizar se o

movimento estava sendo praticado de forma correta e, ainda, observar os riscos de lesões,

caso o mesmo tenha sido realizado com menos precisão ou de forma incorreta pelos

praticantes. Entre os objetivos da observação, também se inclui a análise cinesiológica das

articulações envolvidas.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise do jogo começou no aquecimento, onde os exercícios que cada jogador

utilizou para tal foram distintos, mas todos desenvolveram os membros superiores e inferiores

para evitar eventuais lesões. Foi observado que a parte de mais atenção foi o aquecimento dos

ombros, o que pode ser considerado como ponto positivo entre os jogadores, pois, de acordo

com Nascimento (2010), o complexo do ombro possui o maior grau de mobilidade do corpo

humano, e esta articulação é a segunda mais acometida por lesões por sobrecarga, variando de

8 a 20% em atletas de voleibol. Segundo Felisbino (2002):

A região do ombro é formada por 20 músculos, 3 articulações ósseas e 3 articulações

funcionais de tecidos moles, que permite maior mobilidade entre todas as regiões encontradas

no corpo (aproximadamente 180° de flexão, abdução e rotação e 60° de hiperextensão). O

complexo do ombro não apenas possibilita uma ampla variação para a colocação da mão, como

também estabiliza seus movimentos e proporciona movimentos como empurrar, levantar,

sustentar o peso do corpo e até mesmo inspiração e expiração forçadas.

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Por ser um jogo misto, ou seja, homens e mulheres dividindo a mesma quadra, a

altura da rede estava em torno de 2,30cm do chão até a fita superior.

Durante o jogo, o movimento da cortada era usado ocasionalmente pelo fato de ambos

os times terem praticantes que, além do sexo, tinham tamanho e idade relativamente

diferentes. Segundo BOKIJIAN (1999), “o ataque é a ação mais ofensiva do voleibol e

finaliza quase todas as jogadas, sua função é enviar a bola da maneira mais agressiva para a

quadra adversária. ” O autor ainda afirma que “é uma habilidade motora de execução muito

complexa, uma vez que o movimento está intimamente interligado com o desempenho do

levantamento (sua altura, distância, etc) ”, o que é diretamente influenciado pela altura, força,

agilidade, destreza e flexibilidade dos jogadores. Logo, foi observado que os jogadores mais

jovens e do sexo masculino tinham uma execução quase perfeita, com alguns erros de tempo

de bola e extenção final do movimento para que a bola fosse com mais pressão ao solo,

enquanto as mulheres mais jovens, além de ter uma estatura inferior à dos homens, tinham

uma menor impulsão e uma falta de destreza para fazer com que a bola tivesse uma

velocidade maior para chegar ao outro lado, o que facilitava a defesa da equipe adversária,

mas, em contrapartida, tinham um tempo de bola melhor. O restante dos jogadores que já

tinham uma idade mais avançada, não conseguia conciliar o movimento da cortada com o

impulso. O ataque era, na maioria das vezes, realizado com os dois pés no chão, o que

resultava na diminuição da força aplicada, fazendo com que a bola não tivesse a velocidade

que dificultasse a defesa do adversário, mas era buscado os lugares onde pudesse complicar a

recepção do outro time.

Seguindo com o resultado da pesquisa sobre a cortada, Nascimento (2010) traz a

informação que são descritas cinco fases no ataque realizado durante o voleibol: windup

(inicia com abdução e extensão do ombro e finaliza com os membros superiores elevados e

paralelos ao tronco), cocking (ocorre até o máximo da rotação externa de ombro), aceleração

(caracterizada pela rotação interna do ombro até o contato da mão com a bola), desaceleração

(posicionamento do membro superior perpendicular ao tronco) e follow-through (finalização

completa do movimento do membro superior).

Na fase do cocking, observa-se manutenção de alta atividade dos músculos deltóide e

supra-espinhal e um aumento considerável em relação aos músculos infraespinhal e redondo

menor, justificada, pelos autores, como contração necessária para manter o braço abduzido e

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realizar o movimento de rotação externa. Na fase de aceleração, é descrito um aumento

considerável da atividade dos músculos subescapular, peitoral maior e grande dorsal

associado ao movimento de rotação interna e adução do ombro, necessários, principalmente,

no ataque. Na fase de desaceleração é observada redução da atividade desses últimos

músculos descritos, porém uma manutenção da atividade do supra-espinhal e deltóide

anterior, considerada como importante para controlar a descida do membro superior.

3 CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo analisar um jogo de voleibol amador, tendo como

prioridade o movimento do ataque (cortada), verificando quais fatores influenciam na

performance dos jogadores em relação ao movimento e o que interfere para que ocorra uma

boa execução. O estudo também contou com a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre

as principais articulações e músculos que estão envolvidos no ataque, apresentando uma breve

análise cinesiológica do movimento. Na análise do jogo, obteve-se como resultado que as

principais influências no movimento do ataque foram a idade, o sexo e a estatura dos

jogadores. A partir destes resultados, destaca-se que os homens, por serem mais

altos e também mais fortes, conseguiram se aproximar com maior facilidade da melhor

execução do movimento e as mulheres, por serem mais baixas e terem menos força de

impulsão, exerceram um movimento de ataque menos potente, facilitando a pontuação da

equipe adversária. Ainda foi observado que os jogadores com idade mais avançada

demonstraram uma diminuição na força aplicada, reduzindo a velocidade da bola, também

facilitando a recepção da outra equipe.

Sobre a análise cinesiológica e a pesquisa bibliográfica referente ao assunto, obteve-se

a informação das principais estruturas envolvidas no movimento, dando ênfase a articulação

do complexo do ombro, que, por ser uma articulação mais instável e de maior mobilidade,

tem maiores chances de sofrer lesões, principalmente quando se trata de jogadores de

voleibol, pois é uma das articulações mais requisitadas no esporte. O movimento da cortada

tem os deltóides e os músculos que compõe o manguito rotador (supra e infraespinhal,

redondo menor e subescapular) como principais músculos envolvidos e, ainda, em alguns

movimentos, o auxílio do grande dorsal e peitoral maior. Sendo assim, é de suma importância

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o fortalecimento da musculatura para uma boa performance e, principalmente, para diminuir o

risco de lesões.

Enfim, a partir da pesquisa realizada, percebe-se que a execução do ataque em um

jogo de voleibol amador não acontece de forma perfeita e segura, porém, fica evidente que

muitos fatores influenciam no momento da prática, tendo em vista que homens jovens, por

possuírem uma maior estutura e apresentarem maior força nos membros, tanto inferiores,

quanto superiores, e também na impulsão, realizam o movimento mais próximo do desejado.

Ainda se ressalta a importância do fortalecimento muscular para diminuir a ocorrência de

lesões, destacando a principal articulação envolvida, que é o complexo do ombro.

Conclui-se então que na prática do voleibol, tanto amador quanto profissional, é de

extrema importância o cuidado dos jogadores na execução dos movimentos, tendo em vista

que um trabalho de reforço muscular é indispensável para uma boa atuação em jogo, além de

proporcionar a segurança necessária para que o índice de lesões seja o menor possível,

fazendo com que o esporte, além de ser um meio de socialização, principalmente no caso dos

jogos amadores, seja realizado com maior confiança e segurança de movimentos, tornando

mais prazeroso e trazendo ainda mais bem estar aos praticantes.

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