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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CURSO DE ZOOTECNIA
ANNA FLÁVIA PLOTHOW
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA E MANEJO NA CRIAÇÃO COMERCIAL INTENSIVA DE PEIXES REDONDOS
CUIABÁ 2014
ANNA FLÁVIA PLOTHOW
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA E MANEJO NA CRIAÇÃO COMERCIAL INTENSIVA DE PEIXES REDONDOS
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Drª. Janessa Sampaio de
Abreu Ribeiro Orientador do Estágio Supervisionado:
Biólogo Glauber Felipe Cruvinel dos Santos
CUIABÁ 2014
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a toda minha família, seja ela de sangue ou de coração,
pois foram cada um deles que contribuíram para minha formação e para construção
do meu caráter. Dedico em especial aos meus avós paternos, Francisco Plothow,
que sem dúvida alguma é o meu espelho de honestidade e bom caráter e a Dona
Maura Bragatto Plothow, que sempre me ensinou com a maior paciência do mundo
aquilo que não entrava na minha cabeça. E queria dedicar especialmente a minha
querida avó Maria (in memorian) que infelizmente não tive a oportunidade de
conhecer e conviver, mas hoje sei que ela reflete na pessoa que sou.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida, por me guiar e me mostrar sempre o melhor
caminho para continuar seguindo.
Quero deixar meu maior agradecimento para toda minha família (MT e SP),
pois é ela minha base, os que me mantêm de pé e os que são minha motivação para
continuar seguindo e lutando pelos meus sonhos.
Aos meus pais que fizeram o possível e o impossível para que eu tivesse
condições de estudar e ajudaram a construir o caminho para chegar até aqui. Com
certeza esse diploma é uma vitória e motivo de orgulho para eles.
Aos meus amigos queridos, de infância, da escola, da faculdade e por onde
passei: Amandinha Ribeiro (Amanda A linda), Ana Pê (sempre vou ser a mais
velha), Isabela (Alô Brasil), Bruna (como escutar RISPOA e não rir de você),
Rayanne (por ser tão difícil e ter um coração grande), Fellype (meu eterno nê),
Camilinha (“sem me controlar”), Jean (nome de ator de novela mexicana) e aos
demais que não caberia aqui, sem vocês essa faculdade não teria a mínima graça.
Obrigada por todas as domingueiras, dias na fazenda, por nunca esquecer que a
Zootecnia não perde, Zootecnia é campeã! Vocês sem dúvida são as pessoas que
vou levar comigo pra sempre.
Ao pessoal do bovino de leite, onde sem dúvida, foi uma das épocas em que
mais aprendi e onde fiz verdadeiros amigos, em especial a minha querida Isis
Scatolin, por todo o ensinamento e puxões de orelha. E também, todo o pessoal da
Fazenda Experimental da UFMT, “seu” Manezinho, Dona Lu, Bicudinho, Léo, Manu,
Jaraca, Sandro, Farpa e Rose.
A toda galera da “Psy”, por todo aprendizado que tive em tão pouco tempo,
pelos geladinhos patrocinados pelos nossos queridos mestrandos Gil e Thayssa.
Fiquei muito feliz em alimentar vocês com meu bolo de cenoura com cobertura de
chocolate. Um abraço especial aos meninos da psy de “antigamente”, Thiago Nego
e Fernando, um beijo no “coraçón” de vocês.
Aos meus “canalhas queridos”, Pengolino, Xará, Fred, Valente, Pedrinho,
Fabinho e aos outros que sempre vou guardar no coração. Um agradecimento
especial aos “excelentes”, Gabi, Enzo, Luana e Fifo, que sempre me mostraram o
quanto sou inteligente e como me amam.
A minha família mineira de coração que mesmo longe sempre me apoiou nas
minhas escolhas e torceu pelo meu sucesso.
Quero agradecer também a uma pessoa que me faz acreditar cada dia mais
em mim e que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos e espero estar
pra sempre, meu namorado Thiago.
Gostaria de agradecer ao Grupo Bom Futuro pela oportunidade e por abrir as
portas para que esse trabalho pudesse ser realizado e pela atenção de todos os
funcionários. Ao meu companheiro de estágio Caio que me apoiou e me fez rir
muitas vezes, principalmente do feijão Phelps.
Agradeço a todos os professores que passaram ao longo desses anos, sem
vocês nenhuma outra profissão seria possível existir. Agradecendo especialmente a
minha orientadora Janessa Sampaio, em que nenhum momento me deixou na mão
e sempre me ajudou quando precisei.
Aos que me esqueci de citar, me perdoem, obrigada a todos que de alguma
forma contribuíram para que eu chegasse até aqui.
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no
mar. Mas, o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.
Madre Teresa de Calcutá
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Exemplar de Tambaqui (Colossoma macropomum), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia .......................................................... 4
Figura 2 – Exemplar de Pacu (Piaractus mesopotamicus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia ................................................................... 4
Figura 3 – Exemplar de Pirapitinga (Piaractus brachypomus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia .......................................................... 5
Figura 4- Híbrido Tambacu (fêmea de Colossoma macropomum x macho de Piaractus mesopotamicus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia ................................................................................................ 5
Figura 5 – Híbrido Tambatinga (fêmea de Colossoma macropomum x macho de Piaractus brachypomus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia ............................................................................................................... 5
Figura 6 - Oxímetro eletrônico utilizado para análises físico-químicas da água ........ 11 Figura 7 – Termômetro utilizado para análises físico-químicas da água ................... 12
Figura 8 - Kit de campo para análise de parâmetros físico-químicos da água .......... 13 Figura 9 - Disco de Secchi: instrumento utilizado para medir a transparência da água
em piscicultura ................................................................................................... 15 Figura 10- Setor de Piscicultura da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo
Verde/MT) .......................................................................................................... 16 Figura 11 – Frigorífico para abate e processamento de pescado da Fazenda
Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) .......................................... 17
Figura 12 - Fábrica de gelo instalada no frigorífico da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ......................................................................... 17
Figura 13 - Viveiro de alevinagem da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ............................................................................................ 18
Figura 14- Viveiro do setor da engorda da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ............................................................................................ 18
Figura 15 - Despesca de alevinos na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ............................................................................................ 20
Figura 16 - Manejo de captura de alevinos para povoamento na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ....................................................... 200
Figura 17 - Alevinos estocados nas caixas de transporte na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) .............................................................. 21
Figura 18 - Soltura dos alevinos nos viveiros de engorda na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ............................................................ 211
Figura 19- Arraçoamento mecanizado através do soprador automático na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ........................................ 222
Figura 20- Abastecimento do soprador com a ração armazenada do silo para realização do arraçoamento dos peixes na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ............................................................................... 233
Figura 21- Análise de qualidade de água com multiparâmetro da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT) ....................................................... 244
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Análise mensal dos parâmetros físico-químicos da água do setor de alevinagem da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT). 255
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÂO..................................................................................................... 1 2.OBJETIVO........................................................................................................... 2 3.REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 3 3.1. Produção nacional aquícola........................................................................... 3 3.2. Espécies de peixes redondos de importância comercial............................... 6 3.3. Modelos de criação em piscicultura............................................................... 7 3.3.1. Sistema extensivo..................................................................................... 8 3.3.2. Sistema semi-intensivo............................................................................. 8 3.3.3. Sistema intensivo...................................................................................... 8 3.4. Parâmetros físico-químicos de água em piscicultura tropical........................ 9 3.4.1. Oxigênio dissolvido................................................................................... 9 3.4.2. Temperatura............................................................................................. 11 3.4.3. Potencial hidrogêniônico (pH)................................................................... 12 3.4.4. Alcalinidade............................................................................................... 13 3.4.5. Amônia...................................................................................................... 13 3.4.6. Nitrito......................................................................................................... 14 3.4.7. Transparência da água............................................................................. 14 4. RELATORIO DE ESTÁGIO................................................................................ 16 4.1. Local do Estágio............................................................................................ 16 4.2. Setor de recria............................................................................................... 17 4.3. Setor de engorda........................................................................................... 18 5.ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO.............................................. 19 5.1. Despesca....................................................................................................... 19 5.2. Arraçoamento................................................................................................ 22 5.3. Análise da qualidade de água....................................................................... 23 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 27 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 28
RESUMO
O Brasil é conhecido mundialmente pelo seu potencial hídrico, tendo 5,5 milhões de
hectares de águas doce represadas em açudes e reservatórios. Isto torna o país
com grande potencial na produção de pescado através da aquicultura, em especial,
a região Centro-Oeste que se destaca pelo seu clima favorável, disponibilidade de
água, diversas espécies com potecnial para cultivo e onde se localiza o centro de
produção de matéria-prima para fabricação de rações. O presente trabalho foi
realizado com intuito de acompanhar uma piscicultura comercial intensiva de peixes,
a fim de analisar os parâmetros relacionados com a qualidade da água e o manejo
durante a criação, observando seu efeito na produção de espécies comerciais de
peixes, como tambaqui (Colossoma macropomum), pacu (Piaractus mesopotamicus)
e pirapitinga (Piaractus brachypomus) e os híbridos oriundos dos cruzamentos entre
estas espécies.
Palavras-chaves: controle de qualidade de água, peixes redondos, sistema intensivo
1
1. INTRODUÇÃO
Mato Grosso é destaque na produção nacional de peixes nativos, ficando em
terceiro lugar no ranking nacional e tem como principal produção as espécies de
peixes redondos (BRASIL, 2011). O Estado é conhecido pela abundância de água
doce, matéria-prima e espécies, além de ter todas as condições climáticas
favoráveis para o sucesso da piscicultura. Porém, esse sucesso só é obtido quando
levamos em consideração a qualidade da água em que esses animais serão
produzidos, pois é nela que os peixes respiram, se alimentam, excretam resíduos e
se locomovem. Desta forma, o monitoramento da qualidade da água é importante
para a sobrevivência, desenvolvimento e saúde da criação durante o cultivo
(RIBEIRO et al., 2001).
A qualidade da água é determinada por meio de parâmetros físicos, químicos
e biológicos, que atuam juntamente para as condições do ambiente aquático. Tais
parâmetros também são chamados de variáveis limnológicas. A limnologia é o
estudo da ecologia de todas as águas não diretamente influenciadas pelo mar.
Segundo Sipaúba -Tavares (1994) ela é de grande importância, e está relacionada
nos últimos anos com o próprio crescimento da aquicultura, uma vez que a
preocupação com o regime e qualidades dos mananciais e também a manutenção
da boa qualidade da água em tanques e viveiros têm sido reconhecidos como
chaves do sucesso da produção racional da aquicultura. Os parâmetros de
qualidade da água devem ser avaliados antes da implantação e durante o
desenvolvimento da piscicultura, sendo que a frequência do monitoramento durante
a criação dependerá do tipo de sistema implantado (AYROZA et al., 2011).
O estágio realizado na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro no setor de
piscicultura teve como objetivo monitorar a qualidade de água, durante o cultivo
intensivo de espécies redondas produzidas no local, buscando entender a interação
desses parâmetros com a produtividade do tambaqui (Colossoma macropomum),
pacu (Piaractus mesopotamicus) e pirapitinga (Piaractus brachypomus) e os híbridos
oriundos dos cruzamentos entre estas espécies, como a tambatinga e o tambacu.
2
2. OBJETIVOS
Esse trabalho teve como objetivo geral conhecer a rotina de uma piscicultura
comercial intensiva de peixes redondos. Os objetivos específicos foram avaliar os
parâmetros de qualidade de água, verificar o efeito destes parâmetros na produção
e o desenvolvimento dos animais e acompanhar os manejos empregados na rotina
de produção.
3
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. PRODUÇÃO AQUÍCOLA NACIONAL
Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a produção aquícola
nacional em 2011 foi de 628.704,3 t, sendo 544.490,0 t referentes à produção
continental (86,6%) e 84.214,3 t de produção marinha (13,4%) (BRASIL, 2014).
Ainda de acordo com os dados do MPA, em 2011, a produção aquícola nacional de
origem continental aumentou de forma significativa quando comparada ao ano de
2010, com um incremento de aproximadamente 38%.
O crescimento da produção aquícola nacional de origem continental pode ser
atrelado ao desenvolvimento do setor. A profissionalização da atividade aliado a
utilização de novas técnicas de manejo aumentou o consumo do pescado de
cativeiro e a desmitificação quanto ao gosto do barr, tem feito com que o consumidor
escolha o pescado de cativeiro na hora da compra. Segundo o MPA, a média de
consumo de pescado no Brasil no ano de 2013 foi em torno de 14,5 kg por habitante
no ano, o que é desejável, sendo que o índice mínimo recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 kg por habitante no ano.
A Região Sul teve a maior produção de pescado do país no ano de 2011, com
153.674,5 t representando 28,2% da produção nacional nessa modalidade. As
regiões nordeste, norte, sudeste e centro-oeste, vieram logo em seguida nesta
mesma ordem, com 134.292,6t, 94.578,0t, 86.837,0t e 75.107,9t, respectivamente
(BRASIL, 2011). Ainda segundo os dados estatísticos do MPA, quando observada à
produção aquícola continental discriminada por espécie, a tilápia, que é uma espécie
exótica, foi a mais cultivada, com produção de 253.824,1t. Em segundo lugar no
ranking de produção, merece destaque da produção de espécies nativas, como
tambaqui (Colossoma macropomum) (Figura 1) (que juntamente com a tilápia somou
67,0% da produção aquícola nacional de pescado), pacu (Figura 2) que obteve uma
produção de 21.689,3t, pirapitinga (Figura 3) com 9.858,7t, o tambacu (Figura 4)
(Colossoma macropomum fêmea x Piaractus mesopotamicus macho) com 49.818,0t
e tambatinga (Figura 5) com 14.326,4t (Colossoma macropomum fêmea x Piaractus
brachypomus macho), conhecidas popularmente como espécies de peixes
“redondos”.
4
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o
Estado de Mato Grosso produziu em 2011 cerca de 50 mil toneladas de peixes
cultivados em água doce, sendo ele o terceiro maior produtor nacional e em se
tratando da Região Centro-Oeste é o maior produtor. Isso se deve ao fato de Mato
Grosso apresentar um grande potencial produtivo, devido a sua alta disponibilidade
de produtos e subprodutos para a fabricação de rações, abundância de água doce,
clima favorável e alta demanda do consumo de pescado, seja interno ou externo.
Ainda sobre esse diagnóstico realizado pelo IMEA, atualmente, dentre os
grupos de peixes mais cultivados no Estado, destacam-se os peixes redondos
(formados pelas espécies nativas tambaqui, pacu e seus híbridos tambatinga e
tambacu), os bagres (pintado) e os Brycons (matrinxã e peraputanga). Contudo, no
Brasil há uma forte concorrência com os peixes importados, como o salmão e o
panga, e até mesmo as espécies exóticas produzidas internamente como a tilápia e
carpa, que apresentam uma cadeia produtiva bem desenvolvida e avançada,
dificultando ainda mais a concorrência.
Aproximadamente 58,26% da espécie cultivada no Mato Grosso são de
peixes redondos, segundo o IMEA. Em seguida vem os bagres de couro com
26,96%, os do gênero Brycon com 9,28%, a tilápia sendo representada por 1,16% e
os demais grupos com 4,35%, observando assim, o grande potencial para a criação
das espécies redondas no Estado.
Figura 1- Exemplar de Tambaqui (Colossoma macropomum), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia
Fonte: Wikipédia
Figura 2 – Exemplar de Pacu (Piaractus mesopotamicus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia
Fonte: http://www.vivaterra.org.br/
5
Figura 3 – Exemplar de Pirapitinga (Piaractus brachypomus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia
Fonte: http://pescariamadora.blogspot.com.br/ Figura 4- Híbrido Tambacu (fêmea de Colossoma macropomum x macho de Piaractus mesopotamicus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia
Fonte: http://portaldapesca.webnode.com.br/
Figura 5 – Híbrido Tambatinga (fêmea de Colossoma macropomum x macho de Piaractus brachypomus), espécie cultivada no setor de piscicultura da Fazenda Filadélfia
Fonte: https://www.pescaeturismo.com.br
6
3.2. ESPÉCIES DE PEIXES REDONDOS DE IMPORTÂNCIA COMERCIAL
O tambaqui (Colossoma macropomum) pertence à classe Actinopterygii,
ordem Characiformes, da família Characidae, gênero Colossoma. Essa espécie é
encontrada nas bacias do rio Amazonas e do rio Orinoco, normalmente em águas
ricas em nutrientes, com temperaturas médias entre 25 e 34ºC (ARAÚJO-LIMA e
GOMES, 2005). Segundo estes autores, essa espécie é conhecida por ser bastante
resistente às baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água (cerca de 1mg/L).
Afirmam, ainda, que quando larva se alimenta basicamente de zooplânctons,
quando juvenis predam invertebrados e começam a se alimentar de pequenas
sementes e frutas, e adultos têm sua dieta baseada em frutas e sementes. São
animais que apresentam bom potencial de crescimento, fácil obtenção de juvenis,
alta produtividade e rusticidade.
O pacu (Piaractus mesopotamicus) pertence à ordem Characiformes, família
Characidae e subfamília Myleinae, onde estão os peixes de maior valor comercial na
pesca e na piscicultura brasileira. Ele é encontrado nas Bacias dos rios Paraná,
Uruguai e Paraguai, sendo uma das espécies mais importantes exploradas
comercialmente no Pantanal do Mato Grosso. É um peixe onívoro e possui uma
dentição especializada para fragmentar e triturar os alimentos duros, especialmente
sementes e frutos, que são base de sua alimentação. Também é uma espécie bem
resistente às baixas concentrações de oxigênio dissolvido e apresenta boa
tolerância ao clima mais frio das regiões Sul e Sudeste (URBINATI et al., 2010).
A pirapitinga (Piaractus brachypomum) é a única espécie do gênero Piaractus
encontrada na Bacia Amazônica. Essa espécie se alimenta principalmente de frutos,
sementes, além de pequenos peixes. Assim, tem habilidade de digerir tanto
alimentos de origem vegetal quanto animal. Possui crescimento rápido, é rústica,
resistente a elevadas temperaturas na água dos viveiros, ao manuseio, à
enfermidades e a baixos níveis de oxigênio dissolvido (FERNANDES et al., 2004).
Atualmente na piscicultura, visando melhorar as condições de ambiente,
manejo alimentar e potencializar as genéticas das espécies tem-se usado pacotes
tecnológicos, obtendo peixes com melhores ganhos de peso, conversão alimentar e
rendimento de carcaça. Assim, o melhoramento genético é uma das ferramentas
possíveis de serem utilizadas para melhorar as referidas características zootécnicas.
7
A seleção genética consiste em priorizar o acasalamento de indivíduos
geneticamente superiores para determinadas características, causando alterações
nas frequências de alelos envolvidos na expressão das características, aumentando
a frequência dos alelos favoráveis e reduzindo a participação dos alelos
desfavoráveis.
Conforme Lopez-Fanjul e Toro (1990) a hibridização é uma das técnicas mais
empregadas geneticamente para elevação de rendimentos produtivos. O uso da
hibridação permite agregar, de forma rápida, num mesmo grupo genético,
características desejáveis de espécies ou linhagens diferentes. O objetivo, ao
realizar a hibridação, é explorar o vigor do híbrido ou heterose, de forma que em
apenas uma geração de acasalamentos é possível obter indivíduos adaptados a
determinadas situações de cultivo e que tenham produção superior aos
progenitores.
A seleção genética acaba se tornando mais eficaz, embora a hibridização seja
mais rápida para a diferenciação, pois com a seleção genética os progenitores são
capazes de gerar descendentes férteis.
O tambatinga é um híbrido resultante do cruzamento entre a fêmea de
tambaqui e o macho de pirapitinga. Segundo Silva-acuña e Guevara (2002), esse
híbrido possui facilidade para atingir o peso comercial em curto período de tempo e
com baixos níveis de proteína bruta na dieta, o que representa economia com custo
de rações.
O tambacu é um híbrido resultante do cruzamento induzido entre a fêmea do
tambaqui e o macho do pacu. Possui hábito onívoro e suas características de
formato, porte e cor acinzentada se assemelham às do tambaqui (SOUZA, 1998).
Segundo o autor, o tambaqui pode atingir, na natureza, peso ao redor de 30 quilos e
no cativeiro, a produção de alevinos desta espécie é fácil e o seu crescimento é
rápido. Afirma, ainda, que o tambaqui é cultivado em todo o Brasil, com risco de
mortalidade durante os meses de inverno, principalmente nas regiões Sul e Sudeste,
onde a água pode atingir temperaturas abaixo de 17ºC.
3.3. MODELOS DE CRIAÇÃO EM PISCICULTURA
Há diversos modelos de criação para as diversas espécies de organismos
aquáticos, onde esses sistemas podem apresentar diferentes ambientes como água
8
doce, salgada e salobra. Possa, ainda, apresentar sua base de terra, os chamados
viveiros escavados e de barragem, e os de base aquática, onde se encaixam os
tanques-rede, balsas, gaiolas, etc. Segundo Ayroza et al. (2011), em termos de
intensidade de produção, a aquicultura pode ser classificada, de forma simples, em
três sistemas: extensivo, semi-intensivo e intensivo.
3.3.1) O sistema extensivo é aquele onde se utiliza menos tecnologia,
emprega alimentos naturais e baixa proporção de insumos por unidade
de produto. Nesse sistema, normalmente, parte do ciclo de produção é
em grandes reservatórios onde a manutenção dos animais é feita pela
população selvagem, sendo a alimentação feita com adubação
orgânica ou restos de alimentos. Assim, podemos caracterizar esse
sistema como aquele que: utiliza viveiros de barragem, oferece uma
baixa produtividade (<1 a 3t/ha/ano), tem baixo ou nenhum
investimento e pode ser utilizado pelo pescador artesanal.
3.3.2) O sistema semi-intensivo é o sistema responsável por grande parte da
produção aquícola do Brasil e do Mundo, onde se faz o uso das
tecnologias mais avançadas quando comparada ao sistema extensivo,
como a utilização de rações e, monitoramento da qualidade de água.
Esse sistema é realizado em viveiros escavados e barragens, mas com
um bom controle sobre os recursos hídricos e sobre as populações
cultivadas. As suas principais características são: produtividade média
de 3 a 16 t/ha/ano, baixo a médio investimento e uso de viveiros
escavados e barragens.
3.3.3) O sistema intensivo e superintensivo apresentam produtividades bem
maiores do que os anteriores, pois utilizam tecnologias bem mais
sofisticadas e gestão de produção. Os organismos aquáticos são
criados desde a fase de ovo até o peso comercial em altas densidades
e em instalações construídas para esse fim. Utilizam viveiros
escavados revestidos, tanques de alvenaria ou tanque-rede,
apresentam altas produtividades (>16 /ha/ano e 50t/ha/ano), alto
investimento, grande escala por área ou volume e alta renovação de
água. Nos sistemas super-intensivos, se encaixa a criação em tanques-
rede, por exemplo.
9
Ao adotar um sistema de produção deve-se levar em conta alguns fatores que
poderão, no futuro, trazer sucesso ao empreendimento. Inicialmente o correto a ser
feito é realizar um estudo de viabilidade econômica do empreendimento para
garantir sua sustentabilidade econômica e verificar se há mercado para o
escoamento da produção.
Conforme Ayroza et al. (2011), outro fator importante é a infraestrutura
disponível e a elaboração de um bom projeto técnico que deve conter informações
sobre o local, a escolha da espécie cultivada, o sistema de produção, as densidades
adequadas, o manejo alimentar, o dimensionamento e a construção da piscicultura.
Por último, ao empreendimento deve ser regularizado junto aos órgãos competentes.
3.4. PARÂMETROS FÍSICO-QUIMICOS DE ÁGUA EM PISCICULTURA
TROPICAL.
A água além de ser um recurso natural essencial para a sobrevivência é
também um bem público e de valor econômico, sendo necessária a autorização dos
órgãos governamentais competentes para seu uso e a obrigatoriedade de manter
sua qualidade dentro de padrões determinados por lei (AYROZA et al. 2011).
Ao cuidar da qualidade dessa água, estamos assegurando um ambiente
adequado para o desenvolvimento dos peixes. Apresenta ainda características
liquido - sólidas que tornam o ambiente estratificado, influenciando de diversas
maneiras as dinâmicas químicas e biológicas dos corpos d’água, como os viveiros,
no caso da piscicultura (RIBEIRO et al., 2001).
Em seguida serão conceituados os principais parâmetros que interferem na
qualidade da água e que são de suma importância para o bom desenvolvimento dos
animais.
3.4.1) Oxigênio Dissolvido: Esse parâmetro é a variável mais crítica para a
produção de peixes, sendo indispensável para todos os seres vivos (AYROZA et al.,
2011). Sua concentração é expressa em partes por milhão (mg/L) ou como
porcentagem de saturação (%). As principais fontes de oxigênio são através da
fotossíntese, que é a produção de energia química e matéria orgânica realizada
pelos fitoplânctons e plantas aquáticas. A liberação de oxigênio na água mediante
processo fotossintético pelo fitoplâncton é a principal fonte de obtenção do oxigênio
10
dissolvido em um sistema de cultivo de peixes, de acordo com Silva e Ferreira
(2011).
Outra fonte de oxigênio pode ser obtida por difusão do oxigênio vindo da
atmosfera, onde o processo é lento. Se tratando de perdas, o oxigênio é perdido
pela respiração, decomposição da matéria orgânica, difusão do oxigênio da água
para a atmosfera e por efluentes. Sua concentração na água varia continuamente
durante o dia devido aos processos físicos, biológicos e químicos (AYROZA et al.,
2011).
De acordo com Ribeiro et al. (2001), os fatores que afetam a solubilidade do
oxigênio na água são a temperatura, a pressão atmosférica e a salinidade, de forma
que apresenta-se inversamente relacionado com a temperatura e a salinidade e
diretamente com a pressão atmosférica. Outros fatores que podem atuar na
solubilidade do oxigênio de acordo com os autores são a turbidez, a presença de
amoníaco, nitrito e ácido carbônico (HCO3).
Em ambientes aquáticos, o maior responsável pela variação das
concentrações de O2 dissolvido é o processo de fotossíntese/respiração, a amplitude
dessa variação depende da densidade das populações de fitoplâncton, macrófitas
aquáticas e bactérias, que por sua vez estão diretamente relacionados com o
número de horas de luz por dia, luminosidade, temperatura, disponibilidade de
nutrientes e a profundidade do viveiro (RIBEIRO et al., 2001). Isso também é
comprovado por Boyd e Lichtkoppler (1982) que relatam que concentrações de
oxigênio dissolvido são mais baixas no início da manhã, logo após nascer do sol,
aumentam durante o dia e diminuem novamente durante a noite. Os autores relatam,
ainda, que a magnitude de flutuação é maior em lagoas com maior quantidade de
plânctons e menor em lagos com baixa abundância de plânctons.
Por isso, o ideal é que o oxigênio dissolvido seja mensurado nas primeiras
horas da manhã e à tarde por medidores digitais chamados de oxímetros (Figura 6).
11
Figura 6 - Oxímetro eletrônico utilizado para análises físico-químicas da água
Fonte: http://www.soilcontrol.com.br/
3.4.2) Temperatura: de acordo com Sipaúba-Tavares (1994), a radiação
absorvida na superfície se transforma em energia calórica, que se propaga na água
por condução. O vento promove a turbulência da água, redistribuindo o calor por
toda a massa de água, não permitindo que ocorra queda brusca da temperatura no
primeiro metro de profundidade. Diferenças de temperatura formam camadas de
água com diferentes densidades, formando barreira física, impedindo que se
misturem, e, se a energia do vento não for suficiente para misturá-la, o calor não
será distribuído uniformemente, formando um ambiente estratificado.
A temperatura da água é um dos fatores mais importantes nos fenômenos
químicos e biológicos existentes em um viveiro. Todas as atividades fisiológicas dos
peixes (respiração, digestão, reprodução, alimentação, etc.) estão intimamente
ligadas à temperatura da água (SILVA & FERREIRA, 2011). Os autores também
explicam que os peixes ajustam sua temperatura corporal de acordo com a
temperatura da água, sendo que cada espécie tem uma temperatura em que melhor
se adapta e assim melhor se desenvolve. Essa temperatura é chamada de
“temperatura ótima” e influencia no seu crescimento.
De acordo com Boyd e Lichtkoppler (1982), peixes de água quente crescem
melhor em temperaturas entre 25ºC e 32ºC. Para aferir a temperatura dos viveiros,
pode ser utilizar um termômetro comum (Figura 7).
12
Figura 7 – Termômetro utilizado para análises físico-químicas da água
Fonte: http://www.tanquerederenovar.com.br/
3.4.3) Potencial Hidrogêniônico (pH): O pH expressa o grau de acidez ou
basicidade de um líquido, variando de 0 a 14, onde pH 7 = neutro, abaixo de 7 =
ácido e acima de 7 = básico ou alcalino. O pH refere-se ao logaritmo negativo da
concentração de íon de hidrogênio, portanto, pH= -log (H+) (AYROZA et al. 2011). A
fotossíntese remove CO2, ocasionando liberação de OH- e o aumento do pH do
ambiente enquanto os processos de respiração e decomposição incorporam CO2,
promovendo a liberação do íon H+ implicando a diminuição do pH do meio. Dessa
forma, de dia a fotossíntese provoca o aumento do pH e à noite, devido aos
processos oxidativos, ocorre a diminuição do pH. De acordo com Ayroza et al.
(2011), quanto maior a quantidade de fitoplâncton e plantas aquáticas, maiores e
mais frequentes as variações de pH, resultando em maior estresse e,
consequentemente, no menor desenvolvimento dos peixes. Mudanças bruscas do
pH podem provocar choque e mortalidade dos animais.
A resistência do ambiente à variação do pH está ligada à alcalinidade. Em
geral, alcalinidade acima de 20 mg/L resulta em ambiente com menor variação do
pH, pois a alcalinidade nada mais é do que a concentração total de bases tituláveis
na água de íons bicarbonatos (HCO3-) e carbonatos (CO3-2), que conferem ao
ambiente uma maior capacidade em neutralizar ácidos (ONO e KUBITZA, 1996).
Segundo estes autores, o pH da água é importante no metabolismo e nos processos
fisiológicos dos peixes e dos demais organismos aquáticos. A faixa de tolerância de
pH varia conforme a espécie, sendo que a faixa considerável ideal para os peixes
de água doce é entre 6,0 e 9,0.
As medidas de pH podem ser feitas por meio de um peagâmetro (medidor de
pH), papel de tornassol ou de Kits para piscina (SILVA & FERREIRA, 2011).
13
3.4.4) Alcalinidade: a alcalinidade é representada pela concentração total de
bases tituláveis na água, principalmente íons bicarbonatos (HCO3-) e carbonatos
(CO3-2), sendo expressa em equivalentes de CaCO3/L (mg) (ONO & KUBTIZA,
1996). É, dentre outros fatores, responsável pelo poder tampão da água, que, por
sua vez, é um mecanismo químico que impede que ocorram grandes e rápidas
variações de pH, que são extremamente prejudiciais aos peixes, conforme citado por
Ostrensky e Boeger (1998). De acordo com os autores para o bom desenvolvimento
de um cultivo, a água deverá apresentar uma alcalinidade igual ou maior que 20
mg/L de CaCO3. Tais valores são suficientes para manter o pH da água variando
entre 6,0 - 9,5 e para fazer com que a fertilização dos viveiros tenha sucesso.
A determinação da alcalinidade é realizada por processo titulométrico, em
laboratório ou kits de campo (Figura 8).
Figura 8 - Kit de campo para análise de parâmetros físico-químicos da água
Fonte: http://www.alfakit.ind.br/
3.4.5) Amônia: De acordo com Ayroza et al. (2011) é o principal produto de
excreção dos organismos aquáticos, decorrente do catabolismo das proteínas, e um
composto resultante da decomposição microbiana da matéria orgânica. Apresenta-
se no ambiente aquático de forma ionizada (NH4+) e não ionizada (NH3), cuja soma é
chamada de amônia total. A amônia não ionizada é considerada mais tóxica, tendo a
capacidade de se difundir rapidamente no ambiente, através das membranas
branquiais e causar danos e mortalidade aos peixes. Ainda segundo o autor, a
amônia na sua forma tóxica (NH3) terá uma quantidade maior quando o pH estiver
alcalino, temperaturas baixas, baixas concentrações de oxigênio dissolvido e altas
concentrações de dióxido de carbono livre. Em altas concentrações de amônia não
14
ionizada no ambiente, irão reduzir a excreção desse composto pelos organismos
aquáticos, aumentando a concentração de amônia no sangue e nos tecidos.
A toxidez da amônia implica em redução da atividade alimentar e do
crescimento e no aumento da suscetibilidade às doenças (VINATEA ARANA, 2004).
A tolerância à toxidez da amônia depende da espécie, sendo que de um modo geral,
são consideradas tóxicas concentrações de amônia não ionizada acima de 0,2 mg/L
(AYROZA et al., 2011).
A concentração de amônia é determinada por intermédio de kits, medidores
eletrônicos e em laboratórios e deve ser realizada quando forem observados sinais
de anomalias nos peixes em condições de baixa concentração de oxigênio. As
medidas mitigatórias para realizar em casos de alta concentração de amônia na
forma tóxica conforme Ostrensky e Boeger (1998) são cessar fertilização, aumentar
a troca de água no viveiro, diminuir a densidade da criação, diminuir ou suspender o
arraçoamento e proporcionar aeração mecânica.
3.4.6) Nitrito: o nitrogênio origina-se de aportes fluviais e lençóis freáticos, da
decomposição da matéria orgânica e da fixação biológica (RIBEIRO et al., 2001). Os
nitratos e o amônio são as principais formas assimiláveis pelos produtores. Os
nitritos (NO2-) ocorrem em baixas concentrações, pode também ser assimilável e é
toxico aos organismos aquáticos em altas concentrações. O autor diz também que o
nitrito após ser absorvido pelos peixes reage com a hemoglobina para formar a
metamemaglobina, que não é efetiva no transporte de O2. Portanto, uma continuada
absorção do nitrito pode levar os peixes à morte por hipoxia e cianose.
3.4.7) Transparência da água: A transparência da água representa a medida
de penetração da luz na coluna d’água. É um parâmetro fácil de ser mensurado e
que fornece importantes informações ao produtor, relacionadas à densidade
planctônica, à disponibilidade de oxigênio dissolvido e à possibilidade da ocorrência
de níveis críticos desse gás durante o período noturno (AYROZA et al., 2011).
O disco de Secchi (Figura 9) é o equipamento utilizado para medir a
transparência da água. Trata-se de um disco de metal ou outro material, tendo
aproximadamente 20 cm de diâmetro, pintado em preto e branco, para facilitar a
visão, e preso a uma corda graduada. O disco é lançado na água lentamente até a
profundidade na qual não se possa mais ser visto.
15
A faixa ideal para a profundidade de Secchi, dependendo da profundidade do
tanque e desde que o fundo não esteja visível, está em torno de 20 a 40 cm. Para
medidas inferiores a 20 cm, recomenda-se cessar a fertilização dos tanques da
piscicultura (SILVA & FERREIRA, 2011).
Figura 9 - Disco de Secchi: instrumento utilizado para medir a transparência da água em piscicultura
Fonte: http://www.solostocks.com.br/
16
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
4.1. Local do Estágio
O estágio foi realizado no período de 22 de setembro de 2014 a 22 de outubro
de 2014, na Fazenda Filadélfia, localizada na Rodovia BR 070, km 384 + 45 km,
S/N, CEP: 78.840-000 no município de Campo Verde/MT, de propriedade da
empresa BOM FUTURO INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PEIXES LTDA.
O setor da piscicultura da Fazenda Filadélfia (Figura 10) possui ao todo 61
viveiros em funcionamento, sendo 27 viveiros no setor de recria e 34 no setor da
engorda, totalizando 130 hectares de lâmina d´água. As espécies produzidas na
propriedade são Tambaqui (Colossoma macropomum), Tambatinga (Piaractus
brachypomus x Colossoma macropomum), Pintado Amazônico (Pseudoplastystoma
spp. x Leiarius marmoratus), Piau (Leporinus friderici) e Tilápia (Oreochromis
niloticus).
A fazenda ainda conta com um frigorífico (Figura 11) que tem cerca de 1000
metros quadrados de área construída, com capacidade para processar entre 10 e 20
toneladas de pescado por dia e conta com Serviço de Inspeção Federal, respeitando
todas as normas sanitárias e ambientais. Nele contém uma fábrica de gelo (Figura
12) que produz 25 toneladas de gelo por dia.
Figura 10- Setor de Piscicultura da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Grupo Bom Futuro
17
Figura 11 – Frigorífico para abate e processamento de pescado da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Grupo Bom Futuro
Figura 12 - Fábrica de gelo instalada no frigorífico da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro
(Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo Pessoal
4.2. Setor de Recria
O setor de recria na fazenda é chamado de “alevinagem”, pois antes a
produção de alevino ocorria na propriedade e atualmente, os proprietários optaram
por comprar o alevino de terceiros e recriá-lo no local. O setor contém 27 viveiros de
aproximadamente 1000m² (Figura 13).
18
Os viveiros são numerados de 1 a 27, onde os viveiros 8, 10 a 20 e 22 a 27
são de alevinos de tambatinga. O viveiro nº1 contêm matrizes que eram utilizadas na
reprodução anteriormente e os demais são de outras espécies de peixes.
Figura 13 - Viveiro de alevinagem da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
4.3. Setor de Engorda
O setor é composto por 34 viveiros enumerados de 28 a 61, com tamanho
entre 40.000m² a 50.000m², aproximadamente. Os alevinos quando atingem em
torno de 15 cm são levados para os viveiros de engorda (Figura 14) até atingirem o
peso ao abate, que é considerado em torno de dois quilos.
Figura 14- Viveiro do setor da engorda da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo
Verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
5.1. Despesca
A despesca dos alevinos para povoamento é realizada preferencialmente pela
manhã, porém nem sempre com os animais em jejum. É passada uma rede menor
(Figura 15), onde formam uma bolsa com os peixes (Figura 16), depois eles são
colocados de 100 em 100 em sacos com água e transferidos para caixas de
transporte (Figura 17), com capacidade de 1000 litros cada, sendo estocados 1500
animais em cada caixa. Dentro de caixa, além de conter abastecimento de oxigênio,
é adicionado um saco de sal de 1 kg e aproximadamente 300 gramas de
oxitetraciclina, e posteriormente, os alevinos são levados ao setor de engorda para
que seja feita a soltura, de forma que os peixes saem diretamente das caixas e
caem na beirada do tanque (Figura 18). A oxitetraciclina tem sido amplamente
utilizada em ambientes aquáticos. Embora tenha um papel importante na medicina
veterinária e humana, não é um antibiótico registrado para uso em piscicultura. Além
disso, a utilização de antibióticos de maneira indiscriminada pode levar a perda de
eficácia ao longo do tempo devido à criação de cepas resistentes (Chopra &
Roberts, 2001), bem como trazer prejuízos imprevisíveis para o ambiente.
O ideal seria que esse manejo de despesca fosse realizado preferencialmente
nas horas mais frescas da manhã e que os animais estivessem em jejum, pois
peixes quando não colocados em jejum acabam consumindo mais oxigênio e
excretam mais gás carbônico e amônia na água, piorando sua qualidade, conforme
relatado por Ostrensky e Boeger (1998).
O uso do sal é importante, pois ele é fundamental durante o transporte,
fazendo com que o peixe diminua o risco de contaminação através das lesões que
ocorrem durante o manuseio. Com o sal ele produz um muco que recobre os
ferimentos, bloqueando a entrada de possíveis patógenos presentes naturalmente
na água. Os benefícios do uso do cloreto de sódio na água de transporte de alevinos
já foram amplamente documentados (GOMES et al., 2003).
Em relação à soltura dos animais nos viveiros de engorda, a mesma poderia
ser feita de forma diferente, pois o correto é realizar a aclimatação dos animais com
a nova temperatura da água, como explica Ostrensky e Boeger (1998). A água do
transporte apresenta maior salinidade, menor pH e uma menor concentração de
oxigênio dissolvido, por isso é importante que seja feita essa aclimatação,
20
misturando a água do transporte com a do viveiro, evitando um choque térmico e
futuras perdas.
Figura 15 - Despesca de alevinos na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo
Verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 16 - Manejo de captura de alevinos para povoamento na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo Pessoal
21
Figura 17 - Alevinos estocados nas caixas de transporte na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 18 - Soltura dos alevinos nos viveiros de engorda na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom
Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
22
5.2. Arraçoamento
O fornecimento de ração aos peixes era realizado duas vezes ao dia, sendo
uma parte ofertada pela manhã e outra no final da tarde. A ração é fornecida através
de um soprador automático (Figura 19) ligado em um trator, onde o tratorista
controla a saída da ração, porém, não conhece a quantidade que está sendo
fornecida ao todo.
Figura 19- Arraçoamento mecanizado através do soprador automático na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
No arraçoamento, é utilizada uma ração com 42% de PB (proteína bruta) para
os alevinos menores, sendo fornecidos diariamente seis sacos de 25 Kg cada (três
sacos de manhã e três a tarde), distribuídos entre os viveiros que os peixes estão
estocados.
Os alevinos maiores estocados nos demais viveiros são alimentados com a
ração produzida pela própria fazenda que contém 32% de PB e fica armazenada em
um silo (Figura 20). O fornecimento dessa ração não é quantificado e o tratador
fornece conforme o consumo dos peixes.
23
Figura 20- Abastecimento do soprador com a ração armazenada do silo para realização do arraçoamento dos peixes na Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
Algo que poderia ser melhorado é mensurar a quantidade de ração que está
sendo fornecida, pois além de reduzir gastos com a alimentação, que é na
piscicultura corresponde a 60% do custo total da produção (AYROZA et al. 2011),
traria benefícios à qualidade da água, pois assim não há sobras de ração no viveiro,
que poderia poluir a água e prejudicar o desenvolvimento dos peixes.
Em relação à qualidade da ração seria importante fazer uma análise
bromatólogica, para saber ao certo quais são as matérias primas utilizadas e qual o
perfil nutricional das rações que estão sendo fornecidas aos peixes, evitando o
acúmulo de gordura visceral, que não é o objetivo de uma criação.
5.3. Análise da qualidade da água
As análises de qualidade de água eram realizadas duas vezes na semana,
pela manhã ou à tarde. Os parâmetros físico-químicos da água eram aferidos
através de um multiparâmetro (Figura 21) em todos os viveiros da alevinagem,
exceto naqueles que estavam sem peixe. Embora o aparelho fosse capaz de aferir
vários parâmetros, somente eram analisados oxigênio dissolvido, pH, amônia tóxica
e temperatura.
24
Figura 21- Análise de qualidade de água através do multiparâmetro da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Fonte: Arquivo pessoal
A cada análise semanal de qualidade de água era realizada uma avaliação
dos dados e eram tomadas medidas quando necessárias de correção dos
parâmetros, envolvendo manejo nos viveiros, como realização de calagem,
adubação, renovação na entrada de água, tratamento com sal, etc. A média dos
parâmetros de qualidade de água avaliados durante o mês de realização do estágio
está apresentado na Tabela 1.
25
Tabela 1- Análise mensal dos parâmetros físico-químicos da água do setor de alevinagem da Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (Campo Verde/MT)
Viveiro Oxigênio dissolvido
(mg/L) Temperatura
(ºC) pH
Amônia Tóxica
(mg/L)
1 7,21±0,57 26,93±0,53 7,34±0,44 0,00±0,00
2 5,03±3,22 27,15±0,51 7,40±0,62 0,00±0,00
3 6,47±2,89 27,13±0,65 7,71±0,76 0,00±0,00
4 7,31±0,47 27,27±0,43 7,49±0,25 0,00±0,00
5 - - - -
6 9,38±7,78 27,18±0,43 7,74±0,56 0,00±0,00
7 8,00±1,83 27,51±0,58 7,85±0,62 0,00±0,00
8 4,39±2,67 26,98±0,51 7,29±0,43 0,00±0,00
9 7,70±1,37 27,08±0,64 7,71±0,53 0,00±0,00
10 - - - -
11 5,59±2,70 27,21±0,67 7,48±0,47 0,00±0,00
12 6,93±1,84 27,22±0,61 7,57±0,48 0,00±0,00
13 5,37±1,79 27,53±0,70 7,02±0,41 0,01±0,01
14 6,37±2,85 27,05±0,56 7,63±0,55 0,00±0,00
15 4,74±2,04 27,13±0,61 7,32±0,48 0,00±0,00
16 5,44±3,68 27,31±0,74 7,60±0,76 0,00±0,00
17 6,76±3,68 27,00±0,69 7,56±0,69 0,01±0,01
18 5,11±3,44 27,51±0,57 7,39±0,60 0,00±0,00
19 5,19±2,93 27,36±0,63 7,38±0,61 0,00±0,00
20 6,40±0,82 27,20±0,63 7,42±0,41 0,00±0,00
21 5,64±2,32 27,08±0,59 7,36±0,31 0,01±0,01
22 4,87±3,47 27,40±0,66 7,45±0,40 0,01±0,01
23 6,04±3,36 27,21±0,69 7,29±0,29 0,00±0,00
24 6,26±4,36 27,33±0,61 7,22±0,63 0,01±0,01
25 3,92±4,09 27,40±0,73 7,33±0,50 0,00±0,00
26 4,67±2,88 27,76±0,67 7,27±0,40 0,01±0,01
27 5,05±2,50 27,60±0,47 7,22±0,36 0,00±0,00
Média ± Desvio padrão da média
Fonte: Arquivo pessoal
Como pode ser observado na Tabela 1, a temperatura variou entre 26,93 a
27,76 ºC, o que pode ser considerado favorável para a criação das espécies
redondas, conforme citado por Baldisserotto e Gomes (2010), que afirmam que
peixes redondos como os tambaquis vivem em temperaturas médias entre 25 e
34ºC.
Em se tratando de oxigênio dissolvido, sendo ele um fator limitante na criação
de organismos aquáticos, as concentrações médias de oxigênio dissolvido variaram
de 3,92 a 9,38 mg/L, mostrando ambientes favoráveis para a produção das espécies
cultivadas na propriedade, já que esses animais são conhecidos por serem bastante
26
resistentes à baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água. Conforme
afirmam Baldisserotto e Gomes (2010), estas espécies toleram até menos que
1mg/L, embora, concentrações como estas podem prejudicar seu desenvolvimento.
Quando constatado concentrações baixas de oxigênio dissolvido, a primeira medida
tomada era aumentar o fluxo na entrada de água. Além disso, eram espalhados por
cada viveiro dois sacos de sal (25 kg cada) para que o peixe produzisse mais muco
protegendo-se de possíveis bacterioses e parasitoses.
Durante todo o período de coleta de dados, não foi verificada nenhuma
ocorrência de concentrações altas de amônia não ionizada considerada tóxica. O pH
dos viveiros da alevinagem variou, em média, de 7,02 a 7,85, o que pode ser
considerado favorável para produção, indo de acordo com a faixa ideal para os
peixes de água doce que é entre 6,0 e 9,0 (ONO e KUBITZA, 1996). Quando o pH
apresentava-se ácido, era realizada uma calagem nos viveiros com cal hidratada
(hidróxido de cálcio e/ou magnésio - CaMg(OH)4) utilizando 250 kg de cal hidratada
por viveiro, aplicada manualmente.
Outro manejo realizado era a adubação quando o viveiro apresentava uma
transparência muito alta. Isso era feito a olho nu, pois era possível enxergar o fundo
do viveiro sem precisar do auxilio do disco de Secchi. De acordo com Ribeiro et al.
(2001), a adubação dos tanques é de vital importância na criação dos peixes, pois
tanques bem adubados fornecerão um ambiente propício para todas as fases de
desenvolvimento do peixe, devido ao incremento da produção primária (algas) que é
alimento do zooplâncton e, por sua vez, ambos são fundamentais para os peixes. A
fazenda fazia uso da adubação química, onde utilizam o MAP (fosfato monoamônico
(P2O5) 48%), para uma resposta rápida, uma vez que era difícil de conseguir adubo
orgânico na propriedade.
27
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao chegar ao término desse trabalho de conclusão de curso posso afirmar a
importância do estágio para a formação dos alunos de Zootecnia, sendo essa uma
profissão onde o saber vai muito além da sala de aula.
Durante os dias de estágio aprendi coisas que não são ensinadas em sala
como: liderar, buscar soluções para resolver problemas práticos, raciocínio rápido
para tomar uma atitude e principalmente em lidar e saber conversar com as
pessoas, pois antes de produzirmos e intensificarmos uma criação nós aprendemos
a lidar primeiro com seres humanos.
Confesso que deu certo “desespero” por me sentir despreparada em algumas
situações, talvez seja a falta da prática no campo e a responsabilidade que
assumimos ao tomar conta de algo tão grandioso. Porém, mesmo tendo dúvidas em
alguns momentos eu busquei ajuda com pessoas qualificadas e estudei as
bibliografias recomendadas. Queria ter tido mais apoio do meu supervisor de estágio
algumas vezes, mas acabou sendo bom, pois aprendi a me “virar sozinha”.
Quando saímos da universidade temos a ânsia de querer mudar as coisas e
fazer com que tudo seja perfeito, assim como foi ensinado durante a graduação, mas
a realidade é bem diferente e aprendi que devemos buscar melhorar, fazer o melhor
com o que estiver ao nosso alcance, respeitar as pessoas e tudo aquilo que nos
cerca e ser ético profissionalmente.
O estágio me fez crescer e ampliar minhas concepções quando se trata da
realidade no campo, com certeza ainda não sei tudo, mas isso me fez querer saber
mais, para aprimorar o meu conhecimento.
28
REFERÊNCIAS
ARAÚJO-LIMA, C. A. R. M.; GOMES, L. C. Tambaqui (Colossoma macropomum). In: BALDISSEROTO, B; GOMES, L. C. (Org). Espécies nativas para piscicultura no Brasil. Santa Maria: UFSM, 2005. p. 67-104. AYROZA, L. M. S. et al. Piscicultura. Coordenado por Luiz Marques da Silva Ayroza. Campinas, SP, CATI 2011. BALDISSEROTTO, B; GOMES, C, L. Espécies Nativas para piscicultura no Brasil. 2. ed. Santa Maria: Ufsm, 2010. 608 p. BRASIL. Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (famato). – Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. Diagnóstico da piscicultura em Mato Grosso. Cuiabá, 2014. 103 p. Disponível em: <http://imea.com.br/upload/pdf/arquivos/P221_Diagnostico_da_Piscicult_ura_Versao_Final_com_capa.pdf>. Acessado em novembro de 2014. BRASIL. MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, 2011. Disponível em <http://www.mpa.gov.br> Acessado em dezembro de 2014. BOYD, C. E.; LICHTKOPPLER, F.. Water quality management in pond fish culture. Ed.4. Alabama: Auburn University, 1982. 32 p. CHOPRA, I.; ROBERTS, M. Tetracycline antibiotics: mode of action, applications, molecular biology, and epidemiology of bacterial resistance. Microbiology and Molecular Biology Reviews, Washington, v. 65, n. 2, p. 232-260, 2001. FERNANDES, J. B. K.; LOCHMANN, R.; BOCANEGRA, F. A. Apparent digestible energy and nutrient digestibility coefficients of diet ingredients for pacu Piaractus brachypomus. Journal of the World Aquaculture Society. v.35, n.2, June, 2004. GOMES, L.C.; ARAUJO-LIMA, C.A.; ROUBACH, R. et al. Avaliação dos efeitos do sal e da densidade no transporte de tambaqui. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, p.283-290, 2003. LOPEZ-FANJUL, C; TORO, M.A. Mejora Genética de peces y moluscos. Madrid: Edicones Mundi-Prensa, 1990. 107p.
29
ONO, E.A.; KUBITZA, F. Curso de Qualidade da Água na Produção de Peixes. Piracicaba: Brazilian Sport Fish/Jundilab, 1996. 42p. OSTRENSKY, A; BOEGER, W. A.. Piscicultura: Fundamentos e Técnicas de Manejo. Guaíba: RS Agropecuária, 1998. 211 p. RIBEIRO, R. P. et al. Fundamentos da Moderna Aquicultura. Canoas: Ulbra, 2001. 200 p. SILVA-ACUÑA, A.; GUEVARA, M. Evaluación de dos dietas comerciales sobre el crecimiento del híbrido de Colossoma macropomum x Piaractus brachypomus. Zootecnia Tropical, Maracay, v.20, n.4, 2002. SILVA, V. K.; FERREIRA, M. W. Qualidade da água na Piscicultura. 2011. 23 f. TCC (Graduação) - Curso de Zootecnia, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2010. SOUZA, V.L. Efeitos da restrição alimentar e da realimentação no crescimento e metabolismo energético de juvenis de pacu (Piaractus mesopotamicus) 1998. 118p. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal. SIPAÚBA-TAVARES, L.H. Limnologia aplicada à aquicultura. FUNEP, 1994. URBINATI, E. C.; GOÇALVES, F. D.; TAKAHASHI, L. S. Pacu (Piaractus mesopotamicus). In: BALDISSEROTO, B; GOMES, L. C. (Org). Espécies nativas para piscicultura no Brasil. 2 ed. Santa Maria: UFSM, 2010. P. 205-244. VINATEA ARANA, L. Princípios químicos da qualidade da água em aquicultura: uma revisão para peixes e camarões. Marlene A. Coelho (Trad). 2. Ed. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2004. 231 p.