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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO GRUPO PET EDUCAÇÃO ESTUDO DA SITUAÇÃO PROFISSIONAL DOS PEDAGOGOS FORMADOS PELA UFMT NOS ANOS 2002 E 2003 Autores: 1 GRUPO PET - EDUCAÇÃO RESUMO O estudo da “Situação profissional dos pedagogos formados pela UFMT nos anos 2002 e 2003”, foi realizado com estudantes egressos do Curso de Pedagogia em Cuiabá, com o objetivo de recolher informações da sua situação profissional. O propósito de realizar um estudo mais sistemático acerca dos egressos ancora-se na percepção de que a estrutura do Curso deva ser repensada, sem perder de vista a missão institucional da Universidade e as especificidades de cada área do conhecimento. Portanto, o estudo pretende contribuir para dar voz aqueles que não estão na Universidade, mas que são a sua imagem na sociedade. APRESENTAÇÃO A preocupação em saber por onde andam os alunos formados nos cursos de graduação se manifesta há muitos anos e por diferentes segmentos da comunidade universitária. 

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

GRUPO PET EDUCAÇÃO

ESTUDO DA SITUAÇÃO PROFISSIONAL DOS PEDAGOGOS FORMADOS PELA

UFMT NOS ANOS 2002 E 2003 

Autores:1GRUPO PET ­ EDUCAÇÃO

RESUMO

O estudo da “Situação profissional dos pedagogos formados pela UFMT nos anos 2002 e

2003”, foi realizado com estudantes egressos do Curso de Pedagogia em Cuiabá, com o

objetivo de recolher informações da sua situação profissional.

O propósito de realizar um estudo mais sistemático acerca dos egressos ancora­se na

percepção  de que a  estrutura  do  Curso  deva ser   repensada,  sem perder  de vista  a

missão institucional da Universidade e as especificidades de cada área do conhecimento.

Portanto,   o   estudo   pretende   contribuir   para   dar   voz   aqueles   que   não   estão   na

Universidade, mas que são a sua imagem na sociedade.

APRESENTAÇÃO

A preocupação em saber  por  onde andam  os alunos  formados nos cursos  de

graduação  se  manifesta  há  muitos  anos  e  por   diferentes  segmentos  da  comunidade

universitária. 

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Embora muitos concordem com a necessidade de acompanhar o percurso dos

estudantes  após a conclusão dos Cursos,  a  realidade mostra  que pouco se sabe do

“destino” que lhes foi reservado.

A nossa Universidade (e, certamente, muitas outras) concebe o vínculo com os

estudantes de graduação como um período de passagem, isso é, um parênteses que se

abre   com   a   aprovação   nos   exames   vestibulares   e   se   fecha   com   o   ato   solene   da

formatura. A vida estudantil pregressa e os desdobramentos posteriores não constam das

preocupações institucionais.

Esse   modo   sincrônico   e   excludente   de   conceber   a   missão   institucional   da

Universidade e a sua relação com os estudantes, tem origens históricas e expressa o

lugar desde onde ela se percebe e se mantém.

Segundo SILVA (2000), a Universidade brasileira se constituiu a partir da soma de

várias influências (especialmente inglesa, alemã, americana e francesa) e na sua relação

com a sociedade priorizou os interesses gerais das elites dominantes (sejam elas rurais

ou urbanas).

A história  da UFMT e a consolidação do seu perfil   institucional   refletem esses

modelos que, em sua expressão quotidiana, ora se complementam, ora se contradizem.

A influência inglesa pode ser percebida na ênfase dada às atividades de ensino (tidas

como reprodução do conhecimento) e à difusão do saber universal. A percepção de uma

comunidade   de   pesquisadores,  nos   moldes   alemães,   é   encontrada   na   UFMT   em

diferentes   pesquisas   voltadas   para   áreas   estratégicas   ou   para   nichos   de   interesse

regional.  A concepção americana, tida como um núcleo de progresso e de prestação de

serviços é expressa pela procura da adequação dos cursos às necessidades do mercado

e da aproximação deste com o meio acadêmico, de forma a disponibilizar mão­de­obra

adequada à sua manutenção e expansão. Finalmente, a influência francesa, preconizada

pela articulação da Universidade com os objetivos do Estado.  Sob essa percepção a

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UFMT tem como missão relevante a formação de profissionais (bacharéis e licenciados)

aptos a atender as demandas advindas dos serviços públicos oferecidos pelo Estado. i

Em todos os modelos tipológicos pontuados acima, seria importante conhecer a

situação  profissional  dos  estudantes  egressos,  especialmente  para  avaliar  o   grau   de

consecução dos objetivos institucionais e os de cada Curso. No entanto, essa tarefa de

acompanhamento não tem sido desenvolvida de forma sistemática pela instituição e pelas

unidades   específicas.   Tal   desatenção   dificulta   a   percepção   dos   resultados   do   nosso

trabalho e enseja a tomada de decisões inadequadas num horizonte de longo prazo.

Frente a esse contexto, o Grupo PET Educação priorizou para o ano de 2005 a

realização da pesquisa “Estudo da situação profissional dos pedagogos formados pela

UFMT nos anos 2002 e 2003” como um primeiro passo no sentido de conhecer, analisar

e documentar o seu percurso pós­formatura.

O presente estudo articulou­se amplamente com um trabalho realizado no ano de

2004, que procurou identificar o perfil tipológico dos estudantes de Pedagogia da UFMT

em Cuiabá, no respectivo ano.

Para conseguir uma maior homogeneidade nos dados, o público alvo da pesquisa

se restringiu aos alunos formados do período matutino anos de 2002 e 2003ii,   isso é,

apenas a estudantes da demanda social com até dois anos de conclusão do Curso.

A meta da pesquisa era a de entrevistar  todos os pedagogos, porém a amostra

possível alcançou 78,3%, o que foi considerado satisfatório para os objetivos do estudo.

Porquanto,  os  dados aqui  apresentados dizem respeito  a  uma amostra  de 47

pessoas   (44   mulheres   e   3   homens)   de   um   universo   total   de   60   pedagogos

formados no período.

i Sobre o assunto, conf. especialmente SILVA, p. 25­31.ii  Naquela ocasião, os estudantes do período vespertino já eram professores das redes municipais e estadualde ensino de Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio do Leverger.

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OBJETIVOS DA PESQUISA

Objetivo Geral

Teve­se   por   objetivo   geral  conhecer   a   situação   profissional   dos   pedagogos

formados   no   Curso   de   Pedagogia   matutino   da   UFMT   nos   anos   de   2002   e   2003

identificando as  mudanças ocorridas no seu percurso, bem como o grau de satisfação

com a formação obtida.

Os objetivos específicos foram:

a) Subsidiar   as   instâncias   do   Instituto   de   Educação   (coordenação,

colegiados,   GTs)   com   informações   quantitativas   e   qualitativas   acerca

dos profissionais formados nos últimos anos;

b) Identificar e avaliar o nível de empregabilidade dos pedagogos formados

pela UFMT em Cuiabá;

c) Verificar a procura por cursos de formação continuada (aperfeiçoamento,

especialização, mestrado, etc.);

d) Realizar   um   estudo   comparativo   da   renda   pessoal   e   familiar   dos

entrevistados anterior e posterior à conclusão do curso.

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METODOLOGIA

Os   trabalhos   foram   organizados   em   três   etapas   e   atenderam   aos   seguintes

procedimentos metodológicos:

Etapa I

a) Fundamentação   e   debates   acerca   da   missão   institucional   da

Universidade num contexto da flexibilização das fronteiras disciplinares,

políticas e mercadológicas e do impacto dessas mudanças no contexto

regional e nacional;

b) Definição   do   universo   a   ser   pesquisado,   composto   pelos   estudantes

formados no Curso de Pedagogia matutino na sede da UFMT (Cuiabá)

nos anos de 2002 e 2003, totalizando 60 pessoas;

c) Elaboração dos  instrumentos  de coleta  de dados,  compostos  por um

questionário com 13 questões impressas e por um roteiro de entrevista

semi­estruturada.

d) Pré­teste dos instrumentos e realização dos ajustes que se mostraram

necessários.

Etapa II

a) Levantamento   junto   a   Coordenação   do   Curso   de   Pedagogia   dos   nomes,

endereços e telefones dos pedagogos a serem entrevistados;

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b) Complementação   das   informações   junto   a   Coordenação   de   Administração

Escolar ­ CAE para os casos não contemplados nos registros do Curso;

c) Distribuição   proporcional   dos   pesquisados   para   cada   sub­grupo   de

pesquisadores;

d) Contatos telefônicos e agendamento das entrevistas;

e) Preenchimento   dos   questionários   com   as   informações   obtidas   dos

entrevistados (via telefônica);

f)      Visita às residências ou aos locais indicados pelos entrevistados nos casos

de impossibilidade de realizar a entrevista por telefone;      

g) Busca   de   informações   complementares   com   terceiros   (vizinhos,

conhecidos, escolas) nos casos de impossibilidade de marcar ou de concluir

as entrevistas pessoalmente. 

Etapa III

a) Leitura e tabulação dos dados;

b) Checagem de consistência;

c) Elaboração de gráficos e tabelas;

d) Análise quantitativa e qualitativa dos resultados;

e) Realização de seminário “intrapet” para a discussão dos resultados;

f) Elaboração e impressão do relatório final;

g) Apresentação do relatório à Coordenação de Curso, ao Colegiado e ao GT de

reformulação do Curso de Pedagogia.

 RESULTADOS ALCANÇADOS

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Para facilitar a análise, os dados estão organizados na ordem seqüencial adotada

nas entrevistas e destacam as questões formuladas, os gráficos gerados, as respectivas

tabelas e alguns comentários que julgamos relevantes para cada questão.

1) Você está desenvolvendo atividade remunerada atualmente?

81%

19%

SimNão

1) Você está desenvolvendo atividade remunerada atualmente?Ano Sim Não Total

2002 20 (83,3%) 4 (16,7%) 24 (100%)2003 18 (78,3%) 5 (21,7%) 23 (100%)Total 38 (80,8%) 9 (19,2%) 47 (100%)

A tabela indica que de um total de 24 pedagogos formados no ano de 2002, vinte

exercem uma ou mais atividades  remuneradas,  o que  representa  83,3% do  total  dos

entrevistados. Esse indicador está em linha com a situação de empregabilidade verificada

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quando esses estudantes cursavam o último ano de Pedagogia. Após a formatura, houve

um incremento de emprego de apenas 1,5%, o que representa um único emprego novo.

Na   turma   de   2003   houve   um   aumento   significativo   no   número   de   pessoas

empregadas, passando de 65,4% por ocasião do terceiro ano do curso, para 78,3% após

um   ano   da   formatura.   Se   considerarmos   que   34,7%   desses   pedagogos   estão

empregados há  dois anos e 17,3% há  um ano,  constatamos que 17,3% conseguiram

emprego antes de concluir o curso e o restante, 17,4%, após a sua formatura. 

2) Você está atuando na  área de sua formação?

66%

34%SimNão

2) Você está atuando na área de sua formação?Ano Sim Não Total

2002 14 (58,3%) 10 (41,7%) 24 (100%)2003 17 (74%) 6 (26,0%) 23 (100%)Total 31 (66%) 16 (34,0 %) 47 (100%)

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Os números indicam uma grande ocorrência de pedagogos que não atuam na sua

área de  formação.  Nas contagens dos entrevistados,  apenas 66% declaram atuar  na

área.  Na  turma formada em 2002 esse percentual  cai  para 41,7%, o que  indica uma

progressão inversa à  esperada: quanto maior tempo de formado, menor a atuação na

área de formação.

Essa hipótese parece não explicar a situação em pauta. Outros fatores externos

podem estar afetando o resultado, como, por exemplo, o perfil específico da turma de

2002 e as oportunidades do mercado de trabalho, especialmente em anos eleitorais.

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3) Há quanto tempo trabalha na área de sua formação?Font

e Até 1 ano1 a 2anos

Mais de 2anos Nunca Total

2002 2 (8,3%) 1(4,2%) 13 (54,1%)  8 (33,3%)  24 (100,0%)2003 8 (34,8%) 4 (17,4%). 7 (30,4%) 4 (17,4). 23 (100,0%)

Total10

(21,0%) 5 (11,0%) 20 (43,0%)12

(26,0%) 47 (100,0%)

As informações obtidas nesta questão podem apontar algumas explicações mais

consistentes para a anterior.

Na turma de 2002,  treze pessoas (54,2%)  já  exerciam atividades remuneradas

antes   da   conclusão   do   Curso   e,   apenas,   três   foram   admitidas   na   área   após   a   sua

conclusão.

Para   a   turma   de   2003   essa   situação   se   inverte.   Das   dezenove   pessoas   que

declararam trabalhar em educação, oito (34,8%) iniciaram após a formatura. 

4) Você tem outras atividades remuneradas?

AnoSim,regularmente

Sim, àsvezes Não Total

2002 7 (29,1%) 3 (12,5%) 14 (58,4%) 24 (100%)2003 0 3 (12,5%) 20 (87,5%) 23 (100%)Total 7 ( 16,2%) 6 (12,8%) 34 (72%) 47 (100%)

Os números gerais indicam que 13 pessoas (27,6%)  de um total de 47 exercem

regularmente ou esporadicamente outras atividades remuneradas não vinculadas a sua

formação. No ano de 2002 esse número é muito mais expressivo e atinge 58,3% do total

dos pedagogos daquela   turma.  Se considerarmos as  informações das   tabelas 1 e 2,

4) Você exerce outra atividade remunerada fora da área?

15%13%

72%

Sim, regularmenteSim, às vezesNão

3) Há quanto tempo trabalha na área de sua formação?

21%

11%

42%

26% Até 1 ano1 a 2 anosMais de 2 anosNunca

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teremos que das vinte pessoas que exercem atividades remuneradas, quatorze o fazem

em sua área de formação e destas, seis acumulam uma dupla função (na área e fora

dela).  Se   verificarmos  os   dados  de  2003,   apenas   três  pessoas   se  encontram  nessa

situação, o que poderia indicar um movimento no sentido de quanto maior o tempo de

formado, maior o envolvimento com atividades remuneradas.

5) Trabalha em rede pública ou privada?

47%

21%

13%

19% PúblicaPrivadaAmbasNenhuma

5) Trabalha em rede pública ou privada?Ano Pública Privada Ambas Nenhuma Total

2002   11 (45,8%)  3 (12,5%)  3 (12,5%) 7 (29,01%)  24 (100,0%)2003 11 (48,0%) 7 (30,4%)  3 (13,0%) 2 (80,6%) 23  (100,0%)Total 22 (47,0%) 10 (21,2%) 6 (12,7%) 9 (19,01%) 47  (100,0%)

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A ocorrência de pedagogos atuando na rede pública é predominante nos dados

acima.

Dentro do universo pesquisado, vinte e seis pessoas (59,7%) disseram trabalhar

nas   redes   públicas   e   privada   de   ensino.   As   redes   públicas,   municipal   e   estadual,

empregam vinte e dois pedagogos, o que representa 46,5% dos entrevistados.

A rede privada responde por 31,9% dos pedagogos empregados no âmbito dessa

amostra e tem maior concentração na turma de 2002 com 41,7% dos empregos.

Outro aspecto a ser destacado é  que 19,1% dos entrevistados declararam não

atuar em nenhuma rede de ensino.

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6) Qual sua carga horária semanal de trabalho?

AnoSem

atividadeAté 20horassemanais

Até 30horas

semanais

Até 40horas

semanais

Mais de 40horas

semanaisTotal

2002 4 (16,6%) 3 (12,5%)  4 (16,6%) 10 (47,6%) 3 (12,6%) 24 (100,0%)2003 2 (8,7%) 6 (26,1%) 7 (30,4%)  6 (26,01%) 2 (8,7%) 23 (100,0%)Total 6 (13,0%) 9 (19,0%) 11 (23,0%) 16 (34,0%) 5 (11,0%) 47 (100,0%)

Os   dados   acima   revelam   que,   dentre   os   pedagogos   que   declararam

trabalhar, a carga horária média é de 31,5 horas semanais.

A faixa que apresenta maior concentração de horas trabalhadas é a de 40 horas

semanais, correspondendo a 39% dos pedagogos empregados. Se analisado ano a ano,

a turma de 2002 concentra maior número de pedagogos com carga horária de 30 e 40

horas semanais, correspondendo a 70% dos empregados. Já na turma de 2003 a maior

concentração   encontra­se   na   faixa   de   20   e   30   horas   semanais,   com   61,9%   dos

empregados.  No geral  dos que estão empregados,  12,2% dos pedagogos declararam

trabalhar mais de 40 horas semanais, o que confirma uma tendência  já conhecida no

âmbito dos trabalhadores da educação.

6) Qual sua carga horária de trabalho    semanal?

13%

19%

23%34%

11%

Sem atividade

Até 20 horassemanais

Até 30 horassemanais

Até 40 horassemanais

Mais de 40 horassemanais

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7) Qual é o seu grau de satisfação profissional?

21%

56%

23%InsatisfeitoSatisfação médiaBem satisfeito

7) Qual é o seu grau de satisfação profissional?Ano Insatisfeito Satisfação média Bem satisfeito Total

2002 6 (25,0%) 11 (46,0%) 7 (29,0%) 24 (100,0%)2003 4 (17,4%) 15 (65,2%) 4 (17,4%) 23 (100,0%)Total 10 (21,3%) 26 (55,3%) 11 (23,4%) 47 (100,0%)

A pesquisa indicou que a maioria dos pedagogos (55,3%) está medianamente

satisfeito com a sua profissão. 

O desvio padrão entre os que se declararam não satisfeitos e os bem satisfeitos

indica uma leve tendência de 2,1% a mais dos que responderam estar bem satisfeitos. 

A maior incidência de não satisfeitos está na turma de 2002, com 25% dos

declarantes, o mesmo ocorrendo com os bem satisfeitos, com 29,1%.

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Se considerarmos  os  estudos  da Universidade de Melbourne na Austrália  que

indicam que o trabalho docente é uma das atividades com menor índice de satisfação

profissional, podemos sugerir que os pedagogos em foco declaram um grau de satisfação

superior à média da categoria.

8) Você participa ou participou de algum processo de formação continuada?

AnoSim,recentemente

Sim, faz algumtempo Não Total

2002 5 (20,8%) 0 (0,0%) 19 (79,2%) 24 (100,0%)2003 9 (39,1%) 4 (17,4%) 10 (43,5%) 23 (100,0%)Total 14 (29,8%) 4 (8,5%) 29 (61,7%) 47 (100,0%)

A   procura   por   formação   continuada   não   apareceu   como   uma   iniciativa   de

interesse geral dos pedagogos entrevistados.

A   maioria   dos   entrevistados   (61,7%)   disse   não   ter   participado   de   nenhum

processo de formação após a conclusão do Curso.  Esse   percentual   é   ainda   mais

expressivo se considerarmos a turma de 2002 cuja ocorrência chega aos 79,2%, o que

indica que apenas cinco pessoas dessa turma participaram de algum curso ou de outras

atividades de formação.

Esse indicador reflete o caráter conclusivo dos cursos de graduação e a falta de

programas de formação continuada implementados pelas agências empregadoras.

8) Você participa ou participou de algum processo de formação 

continuada?

30%

9%61%

Sim, recentemente

Sim, faz algumtempoNão

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9) Usa recursos tecnológicos na sua prática profissional?

53%17%

30% Sim, regularmenteSim, às vezesNão

9) Usa recursos tecnológicos na sua prática profissional?

AnoSim,

regularmente Sim, às vezes Não Total2002 12 (50,0%) 2 (8,0%) 10 (42,0%) 24 (100,0%)2003 13 (56,5%) 6 (26,1%) 4 (17,4%) 23 (100,0%)Total 25 (53,0%) 8 (17,0%) 14 (30,0%) 47 (100,0%)

Um aspecto relevante dos dados acima diz respeito ao aumento da utilização de

recursos tecnológicos por parte dos pedagogos formados no ano de 2003 se comparados

aos do ano anterior. (69,5% contra 58,3% no ano de 2002).

  Entre  os   fatores  apontados  pelos  entrevistados,  destacou­se  a   introdução  da

disciplina   Informática   na   Educação   no   currículo   do   Curso,   o   que   teria   incentivado   e

qualificado para a utilização de tais recursos no trabalho profissional.

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Em   números   gerais,   33   pessoas   (70,2%)   disseram   utilizar   em   sala   de   aula

recursos tecnológicos regularmente ou ocasionalmente.

10) Você considera que a sua formação acadêmica atende às necessidadesdo mercado?

Ano Sim, regularmente Sim, em parte Não Total2002 3 (12,0%) 16 (67,0%) 5 (21,0%) 24 (100,0%)2003 3 (13,0%) 15 (65,0%) 5 (22,0%) 23 (100,0%)Total 6 (12,7%) 31 (66,0%) 10 (21,3%) 47 (100,0%)

Os dados obtidos revelam que 66% dos pedagogos consideram que sua formação

acadêmica obtida atende, em parte, as necessidades do mercado. 

Dos entrevistados, 21,3% julgam que a formação não atende ao mercado e 12,7%

afirmam que a sua formação está adequada às exigências da profissão.

Se remetida aos objetivos do Curso, esses dados são preocupantes uma vez que

indicam uma grande defasagem entre o proposto e o efetivamente realizado.

10) Você considera que a sua formação acadêmica atende as necessidades do 

mercado?

13%

66%

21%Sim, regularmenteSim, em parteNão

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11) É filiado a algum sindicato?

28%

72%

SimNão

11) É filiado a algum sindicato?Ano Sim Não Total

2002 8 (33,0%) 16 (67,0%) 24 (100,0%)2003 5 (21,7%) 18 (78,3%) 23 (100,0%)Total 13 (28,0%) 34 (72%) 47 (100,0%)

Os   resultados   mostram   que   apenas   uma   pequena   parcela   dos   pedagogos

pesquisados (13 pessoas ou 28% dos entrevistados) encontra­se filiada ao(s) sindicato(s)

da   categoria   e   que   72%   não   formalizaram   sua   vinculação   sindical.   O   percentual   de

filiados  aos  sindicatos   (28%)  é   bastante   inferior  ao  dos  pedagogos que   já   atuam no

mercado de trabalho, que é de 66%.

Os   depoimentos   colhidos   apontam   diversas   justificativas   para   a   não   filiação

sindical, dentre elas, o desestímulo dos pedagogos, a falta de campanhas de filiação e o

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distanciamento dos sindicatos.  A falta de formação política durante o Curso também foi

apontada como uma das justificativas para a não agregação.

12) Qual é a sua renda pessoal?

15%15%

17%26%

27%

SemrendimentosAté 2 saláriosmínimosAté 3 saláriosmínimosAté 4 saláriosmínimosMais de 4salários mínimos

12) Qual é a sua renda pessoal?

AnoSem

rendimentoAté 2

saláriosmínimos

Até 3saláriosmínimos

Até 4saláriosmínimos

Mais de 4saláriosmínimos

Total

2002 4 (17,0%) 2 (8,0%) 3 (12,5%) 6 (25,0%) 9 (37,5%) 24 (100,0%)

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2003 3 (13,0%) 5 (22,0%) 5 (22,0%) 6 (26,0%) 4 (17,0%) 23 (100,0%)Total 7 (15,0%) 7 (15,0%) 8 (17,0%) 12 (25,0%) 13 (28,6%) 47 (100,0%)

A renda média dos pedagogos é  de 3,77 salários mínimos por pessoa,  o que

correspondia por ocasião da pesquisa a aproximadamente R$1.132,00. (Salário mínimo

equivalente a R$ 300,00)

Se considerado que a carga horária média dos pedagogos empregados é de 31,5

horas semanais, chegaremos a um salário médio de R$ 718,00 para uma carga horária

de 20 horas semanais e de aproximadamente R$ 1437,00 para 40 horas semanais. 

Um   outro   aspecto   evidenciado   pelos   dados   é   que   15%   dos   pedagogos

entrevistados declaram não possuir rendimentos, o que é considerado um índice elevado

para a categoria. 

13) Sua família depende de sua renda pessoal?

15%

40%

45% TotalmenteEm partesNão depende

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13) Sua família depende de sua renda pessoal?

Ano Totalmente Em parteNãodepende Total

2002 5 (21,0%) 9 (37,0%) 10 (42,0%) 24 (100,0%)2003 2 (9,0%) 10 (43,0%) 11 (48,0%) 23 (100,0%)Total 7 (15,0%) 19 (40,0%) 21 (45,0%) 47 (100,0%)

A   relevância   destes   dados   está   no   fato   que   apenas   15%   dos   entrevistados

disseram­se   responsáveis   integralmente   pelo   sustento   da   família   e   que   45%   dos

pedagogos não dependem da sua renda para sobreviver.

Esse índice pode indicar, dentre outros aspectos, o status de uma profissão de

caráter apenas complementar em relação à renda familiar. Esse argumento ganha força

se   considerarmos   também   a   presença   de   apenas   três   homens   em   todo   o   universo

pesquisado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os   resultados   aqui   obtidos   não   podem   ser   considerados   como   uma   amostra

conclusiva, nem tampouco espelham a totalidade do universo de pedagogos formados

pela UFMT.  No entanto, alguns resultados mostraram­se reveladores, quer por indicar o

movimento tendencial da categoria, quer por evidenciar as expectativas e idealizações

dos sujeitos pesquisados.

Destacaremos   a   seguir   alguns   dos   aspectos   relevantes   que   poderão   ser

considerados quando dos debates acerca do novo perfil do Curso:

1. O primeiro aspecto é de caráter operacional e trata da dificuldade encontrada para

localizar as pessoas e agendar as entrevistas. Os dados cadastrais existentes na

Coordenação de Administração escolar – CAE não puderam ser acessados devido

à greve dos servidores que se estendeu por três meses. Os registros existentes na

Coordenação do Curso mostraram­se defasados ou  insuficientes  para o objetivo

simples   de   localizar   e   conversar   com   as   pessoas.   Tal   situação   não   deve   ser

entendida   como   uma   limitação   exclusiva   do   setor,   mas   como   a   ratificação   da

ausência de acompanhamento dos estudantes egressos por parte da instituição. O

nosso último compromisso com os pedagogos parece ser de fato com a cerimônia

de formatura...

2. O perfil predominante dos pedagogos é o de assalariados.   Seguindo os ideários

das universidades francesas, a prioridade do Curso parece ser ainda a de formar

quadros para os serviços públicos ou, na sua falta, para a  iniciativa privada que

supre a demanda não atendida pelo estado. Não identificamos  nenhum pedagogo

que   tenha   se   consolidado   como   empresário   da   área   ou   que   mantenha   uma

atividade comercial não assalariada. A segunda maior concentração de ocorrências

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é a dos desempregados. Apenas três   pessoas declararam obter rendimentos de

outras fontes (bolsa de estudo, aluguel e pensão). 

3. A renda média dos pedagogos está  em  linha com outras atividades similares do

mercado. A remuneração média de R$ 718,00 para uma carga horária de 20 horas

semanais e de R$ 1437,00 para 40 horas semanais não destoa do salário inicial de

outras   profissões.   No   entanto,   a   remuneração   média   paga   pelas   escolas

particulares é em torno de 15% inferior aquela paga pelo estado e pelas prefeituras

(no caso de pessoas com vínculo temporário).

4. Constatou­se um distanciamento preocupante entre o pedagogo e as  instituições

formadoras,   empregadoras   e   sindicais.   A   formação   continuada   é   precária   e   o

vínculo com os sindicatos da categoria permanece o mesmo verificado no ano 2002,

quando esses profissionais eram estudantes do terceiro e quarto anos do Curso de

Pedagogia (28%). O aspecto político da profissionalidade ainda é pouco percebido e

vivenciado pelos entrevistados.

5. Foram constatadas quatro situações em que os pedagogos mantiveram algum tipo

de vínculo com a UFMT: 

a) estudantes de um curso de especialização (duas pessoas);

      b) estudantes de mestrado (quatro pessoas); 

      c) professores substitutos (três pessoas); 

      d) servidora efetiva (uma pessoa).

Ainda que o tipo de vínculo mantido seja predominantemente de caráter temporário,

não   impede   que   caracterize   a   UFMT   como   uma   das   principais   agências

contratantes   (ou   viabilizadoras   de   renda)   dos   pedagogos   formados.   Dentre   as

pessoas que permaneceram de alguma forma vinculadas à UFMT destacaram­se

as que participaram de algum grupo ou programa de formação complementar ao

curso de graduação, como PIBIC, PET e NEPRE. 

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