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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Luciene de Fátima Araújo Geometria na Educação Infantil: localização e deslocamento Belo Horizonte 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS · 2019. 11. 14. · Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Especialização em Docência na Educação Básica da Faculdade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Luciene de Fátima Araújo

Geometria na Educação Infantil:

localização e deslocamento

Belo Horizonte

2012

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Luciene de Fátima Araújo

Geometria na Educação Infantil:

localização e deslocamento

Trabalho de conclusão de curso apresentado

ao Curso de Especialização em Docência na

Educação Básica da Faculdade de Educação

da Universidade Federal de Minas Gerais como

requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Educação Matemática

Orientador: Vanessa Sena Tomaz

Belo Horizonte

2012

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Luciene de Fatima Araújo

Geometria na Educação Infantil:

localização e deslocamento

Trabalho de conclusão de curso apresentado

ao Curso de Especialização em Docência na

Educação Básica da Faculdade de Educação

da Universidade Federal de Minas Gerais como

requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Educação Matemática.

Aprovado em 14 de julho de 2012.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

Vanessa Sena Tomaz - Faculdade de Educação da UFMG

__________________________________________________________

_____________________ - Faculdade de Educação da UFMG

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Dedicatória

Dedico a todos aqueles que me ajudaram nesta tarefa de concluir este trabalho.

A meu filho, André Luiz, por compreender minha ausência durante a realização

deste curso de Educação Matemática.

A todas as crianças da Educação Infantil da Escola Municipal Américo Renê

Giannetti (EMARG), especialmente a minha turma de 5 anos de 2011, que contribuiu

muito para a conclusão deste trabalho.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus que me concedeu saúde, inteligência e persistência para

realização deste trabalho.

Agradeço a Vanessa pela orientação, pelo apoio e compreensão com as minhas

limitações.

Agradeço a SMED, a EMARG, as colegas que me incentivaram, a Silvânia, a Magaly

e a Desiree.

Finalmente, e de maneira muito especial, quero agradecer o apoio da Marília,

Kledilson e Ricardo, que tornaram possível e menos solitária esta minha caminhada.

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O recado da onda

“Assumi há muito tempo minha missão de esculpir as rochas. Antes tão feias, agora elas

mostram arte em seus entalhes, reentrâncias e saliências.

Minha força vem transformando a falésia, pois me lanço com energia sobre a dura superfície,

com toda a vontade de que a Mãe Natureza me dotou.

No entanto, normalmente as minhas primeiras investidas nada transformam. Lanço minha

água, e nada muda à primeira vista.

Persisto e continuo trabalhando até que, mais tarde, um milhão de vezes mais tarde, algo

diferente surge. Um sulco, uma fenda, uma abertura se mostra de repente.

Não foi apenas a milionésima investida minha que produziu a transformação, e sim o

somatório de toda as vezes em que fui perseverante.

Valeu ter me lançado desde a primeira vez.

Valeu ter confiado. Valeu ter sido corajosa e paciente.

Neste exato momento, a maré vazante me afasta e posso contemplar minha obra.

Gosto do que vejo. Não seria a mesma coisa sem mim.”

(Kau Mascarenhas)

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RESUMO

O presente trabalho tem objetivo apresentar um breve estudo sobre noções de

localização e deslocamento na Educação Infantil. Para fundamentar o estudo foi feita

uma síntese de aspectos históricos da Geometria, seu desenvolvimento na escola e

o processo de construção do conhecimento geométrico. As atividades que compõem

o plano de Ação fazem parte do projeto “O carteiro chegou”, desenvolvido em 2011,

com as turmas de 3 e 5 anos. Foi explorada a linguagem de matemática, oral e

escrita, por meio de atividades relacionadas à localização, relações espaciais e

deslocamento. Ao analisar a participação das crianças pude concluir que elas

compreenderam os conceitos e as noções exploradas nas atividades do Plano de

Ação, principalmente a representação de objetos e construção localizados no

espaço usando desenhos. Eles identificaram objetos como pontos de referência para

localizar outros no espaço e para representar no plano os objetos observados. Os

alunos também foram capazes de estimar caminhos mais curtos entre outras

possibilidades de percursos circulares. O trabalho proporcionou explorar noções

matemáticas dentro da geometria na Educação Infantil e as múltiplas possibilidades

que esta área da matemática oferece apesar de ser tão pouco explorado nesta faixa

de escolarização.

Palavras-chaves: Educação Matemática, Geometria, Educação Infantil.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 09

1.1 Apresentação...................................................................................................... 11

1.2 Geometria na Educação Infantil: localização e deslocamento .......................... 13

1.3 Breve história da Geometria............................................................................... 15

2. GEOMETRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL........................................................... 18

2.1 O processo de construção do conhecimento...................................................... 18

2.2 A construção do conhecimento geométrico........................................................ 21

3. PLANO DE AÇÃO................................................................................................ 23

3.1 O projeto “O carteiro chegou”............................................................................. 23

3.2 Subprojeto: Localização e Deslocamento ......................................................... 24

3.3 Desenvolvimento das atividades......................................................................... 24

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 35

5. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 37

6. ANEXOS............................................................................................................... 41

6.1 Atividade: “Fronteiras e passagens, Dienes (1969)............................................ 41

6.2 Projeto: “O carteiro chegou”................................................................................ 42

6.3 Dvd: gravação das atividades realizadas em 2011............................................. 59

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1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho apresento reflexões sobre a importância da Geometria, em

particular das noções que exploram deslocamento e localização no espaço, para as

crianças na Educação Infantil.

As atividades aqui propostas surgiram do desenvolvimento do projeto “O

Carteiro Chegou” em 2011, com turmas de 3 e 5 anos. A linguagem matemática, oral

e escrita, foi explorada nas atividades que mostraram várias possibilidades de

explorar noções de Geometria com as crianças.

A escolha do tema levou em consideração que a matemática é uma disciplina

que traz grandes desafios para os professores e alunos, em especial a Geometria.

As crianças na Educação Infantil estão sempre descobrindo espaços, figuras e

formas, por meio das brincadeiras, desenhos e explorações no seu dia a dia, mas o

trabalho dessas noções na escola nem sempre consegue fazer as crianças se

envolverem e estabelecer relações com seu cotidiano.

De acordo com as Proposições Curriculares para a Educação Infantil da Rede

Municipal de Belo Horizonte (BELO HORIZONTE, 2009), o eixo de conteúdos que

pode ser mais ricamente explorado no trabalho com as brincadeiras infantis é a

geometria, que sempre estará presente nas atividades que requerem noções de

posição no espaço, de direção e sentido, discriminação visual, memória visual e

formas geométricas.

Na Educação Infantil, o trabalho com o ensino da Geometria geralmente tem

inicio com apresentação dos blocos lógicos para explorar a classificação de figuras

geométricas, cores e formas. Mas a Geometria vai além, pois são importantes os

desafios de ordem prática para que as crianças observem, reflitam sobre o

observado e interpretem as relações espaciais, descrevendo formas, figuras e

posições no espaço.

Para Smole (2003), a geometria, como estudo de figuras, de formas e de

relações espaciais, oferece uma das melhores oportunidades para relacionar a

matemática ao desenvolvimento das competências espaciais nos alunos.

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Nesse sentido, neste trabalho referente à minha prática pedagógica, abordo a

origem da Geometria, a construção do conhecimento geométrico na Educação

Infantil e apresento um plano de ação elaborado para o desenvolvimento das

atividades propostas durante o ano letivo de 2011, com o objetivo de explorar

noções de Geometria.

Ao desenvolver este trabalho também criou-se a oportunidade de discutir a

importância da Geometria na Educação Infantil e as possibilidades de abordá-la

nesta fase de escolarização.

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1.1 Apresentação

Comecei minha carreira docente em 2000, como professora de Educação

Infantil em uma escola particular em Contagem (MG).

Em 2005 assumi o cargo de Educadora Infantil, na rede municipal de Belo

Horizonte. Em 2010 me formei no curso Normal Superior pelo Veredas/FaE/UFMG.

Trabalho na Escola Municipal Américo Renê Giannetti, que atende crianças

de 3 a 8 anos. A escola possui nove turmas de Educação Infantil, 13 turmas de 1º

Ciclo do Ensino Fundamental. O espaço físico é composto também por uma

biblioteca bastante atrativa, um auditório equipado com telão e projetor multimídia,

um pátio interno coberto, com grama sintética e uma quadra na parte externa.

As crianças do 1º Ciclo são atendidas pelo programa Escola Integrada. Para

atendimento a este programa são destinadas três salas, sendo que uma é o

laboratório de informática, e duas são para oficinas de artes e outras atividades. A

escola também tem um refeitório que comporta aproximadamente 100 crianças. São

atendidas crianças com necessidades especiais com o auxilio de monitoras de

inclusão, que atuam junto às professoras em sala de aula.

A escola está localizada no bairro Concórdia, em uma comunidade chamada

Vila Tiradentes. Nesta escola os pais tem pouca participação na vida escolar dos

filhos, que tem influenciado na aprendizagem dos alunos, principalmente no Ensino

Fundamental. Diante deste desafio, as professoras/educadoras procuram atender as

crianças em todas as dimensões de sua personalidade sejam elas emocionais,

afetivas, sociais, físicas ou intelectuais.

Como Educadora Infantil em uma escola da rede Municipal de Belo Horizonte,

venho observando ao longo dos anos a dificuldade dos educadores com o ensino e

a aprendizagem da matemática com crianças durante a alfabetização. Deste modo,

quando se propõe um trabalho de alfabetização matemática na Educação Infantil, é

preciso trazer a criança, enquanto sujeito, para o espaço da sala de aula,

considerando as especificidades desta faixa etária. Deve-se estar atento para

colocar a criança em contato com as variações da linguagem matemática sejam elas

aritmética, geométrica ou algébrica.

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De acordo com Antunes (2003), o aluno, assim como é alfabetizado na

descoberta dos signos das letras, necessita ser “matematicamente alfabetizado”

quando, decifrando os signos matemáticos, conquista a permanência do objeto,

descobrindo que possui uma existência separada das ações especificas do indivíduo

sobre ele.

As crianças na Educação Infantil passam por um processo de alfabetização

matemática, durante todo o processo de aprendizagem. Os caminhos para

alfabetizar com as letras são os mesmos a serem usados na alfabetização com os

números. A linguagem matemática está presente nas brincadeiras, nas histórias, na

fila, dentre outros. Para as crianças perceberem a matemática tão presente no

ambiente escolar, o professor precisa estar atento e valorizar estes momentos.

De acordo com Lovell (1988) para ajudar a criança a desenvolver seus

conceitos matemáticos, também precisamos ensinar a linguagem matemática e os

símbolos correspondentes.

Entretanto, a apreensão de conceitos matemáticos não é começo e nem o fim da

capacidade matemática. Essa capacidade exige, além de entendimento de conceitos,

conhecimentos da linguagem matemática, símbolos, métodos e provas. Algumas

dessas coisas têm ser aprendidas, retidas e reproduzidas. (LOVELL, 1988, p.19).

Atualmente trabalho como professora de apoio no turno da manhã com

crianças de 3 e 5 nos , onde desenvolvo um projeto: “O carteiro chegou” que reuniu

todas as atividades de matemática desenvolvidas por mim no curso do LASEB.

Como coordenadora da Educação Infantil no turno da tarde, consigo perceber o

desenvolvimento dos alunos diante das propostas pedagógicas das quais

participam, pois atuo com as crianças que estão iniciando na escola e as que estão

no final da etapa da Educação Infantil.

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1.2 Geometria na Educação Infantil: localização e deslocamento

Desde o principio de sua vida a criança está aprendendo, e a aprendizagem

matemática é um processo contínuo. Elas iniciam desde cedo o aprendizado do

movimento, da localização e do reconhecimento dos seres e objetos do espaço a

sua volta. O ensino da Geometria na Educação Infantil propicia aos alunos

compreender melhor o espaço onde vive. De acordo com Carvalho (2010),

É muito importante iniciar os estudos de Geometria valorizando a movimentação corporal,

além de possibilitar o manuseio e a visualização de objetos do mundo físico. São também

importantes as atividades que evolvam as representações gráficas – desenhos e imagens –

desses objetos. Essas experiências constituem-se nas primeiras explorações e abstrações do

espaço que são fundamentais para o aprendizado da Geometria. (p.138)

Percebo que os alunos da escola onde atuo trazem uma bagagem muito rica

em relação à matemática. São crianças que sabem o valor do dinheiro, reconhecem

as formas geométricas nas embalagens, dentre outros conhecimentos.

Esses conhecimentos podem ser potencializados pelo professor, pois segundo

Antunes (2003),

Interessante notar o notável progresso dos alunos, quando descobrem professores que

sabem “matematizar suas aulas levando-os a visitar a comunidade e descobrir onde está à

matemática do motorista de ônibus”, do jornaleiro, das latas expostas na gondolas dos

supermercados, das diferentes vitrines e sua diversidade nos shoppings.(p.32)

No projeto “O carteiro chegou”, a Geometria foi abordada ressaltando a sua

importância e utilidade. Os conhecimentos geométricos foram explorados através de

atividades de localização, relações espaciais e deslocamento, utilizando a figura do

carteiro como referência. Essa abordagem justifica-se pela facilidade que as

crianças têm nessa fase de explorar as relações espaciais por meio de situações por

elas vivenciadas ou hipotéticas criadas para transportá-las para uma situação de

fantasia.

De acordo com Goulart (1982, p. 13), os indivíduos não são instrumentos que

apenas emitem ou captam mensagens, mas pessoas que têm motivos, objetivos,

frustrações, vivenciam e todos esses elementos estão presentes quando educamos

ou somos educados. Não podemos desconsiderar também que, parte-se do

pressuposto de que ao ingressar na escola, a criança já possui uma bagagem

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cultural e social que não deve ser desconsiderada. Daí a importância da escola, não

só como transmissora de um saber sistematizado, mas, sobretudo como espaço de

um aprendizado significativo, em que as experiências do aluno se somam ao seu

desenvolvimento cognitivo. As trocas de experiência entre professor e aluno

favorecem a construção do conhecimento de modo mais eficaz. Nessa relação o

professor não se coloca como detentor do saber e nem o aluno apenas como o

receptor desse saber.

Levando em conta todas essas ponderações, neste trabalho abordei a

Geometria em particular as noções de localização, relações espaciais e

deslocamento enfrentando os desafios e as possibilidades, de também ser uma

aprendiz dessas noções. Desta forma, pude avaliar e refletir sobre minha pratica

pedagógica, podendo perceber a matemática e, especialmente, a Geometria na

Educação Infantil com um novo olhar.

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1.3 Breve história da Geometria

A Geometria é a parte da matemática que estuda as propriedades do espaço.

Em sua forma mais elementar, a Geometria trata de problemas métricos, como o

cálculo da área e do diâmetro de figuras planas e da superfície e volume de corpos

sólidos. Outros campos da Geometria são a geometria analítica, a descritiva, a

topologia, a geometria de espaços com quatro ou mais dimensões, a geometria

fractal e as geometrias não euclidianas. Ao estudarmos a história da Geometria

percebemos que ser humano tinha a capacidade de observar e reconhecer

configurações físicas e espaciais, comparar formas e tamanhos.

A palavra geometria significa - geos (terra), metron (medida), e sua origem

estava intimamente ligada à necessidade de melhorar o sistema de arrecadação

de impostos de áreas rurais. Foram os antigos egípcios que deram os primeiros

passos para o desenvolvimento da disciplina. Todos os anos o rio Nilo extravasava

as margens e inundava o seu delta. A boa notícia era a de que as cheias

depositavam nos campos de cultivo lamas aluviais ricas em nutrientes, tornando o

delta do Nilo a mais fértil terra lavrável do mundo antigo. A má notícia consistia em

que o rio destruía as marcas físicas de delimitação entre as possessões de terra.

Dessa forma, havia conflitos entre indivíduos e comunidades sobre o uso dessa terra

não delimitada.

Figura 1 – esticadores de corda

Fonte: (blogsmatematicos.blogspot.com. br)

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Os antigos faraós resolveram passar a nomear funcionários, os agrimensores,

cuja tarefa era avaliar os prejuízos das cheias e restabelecer as fronteiras entre as

diversas posses. Foi assim que nasceu a Geometria. Estes agrimensores,

ou esticadores de corda (assim chamados devido aos instrumentos de medida e

cordas entrelaçadas concebidas para marcar ângulos retos), acabaram por aprender

a determinar as áreas de lotes de terreno dividindo-os em retângulos e triângulos.

Acredita-se em geral que a origem da Geometria se situa no Egito, o que é

natural, pois, para a construção das pirâmides e outros monumentos desta

civilização, seriam necessários conhecimentos geométricos.

Na antiguidade a Geometria atinge seu ápice com os matemáticos gregos

Arquimedes e seus estudos sobre as esferas e cilindros, e também por Euclides com

seu livro Elementos, que tratava da Geometria plana elementar.

Mas a partir do século XIX a Geometria passa por uma reestruturação desde

os seus estudos na Grécia Antiga, abrindo caminho para uma nova etapa desta

disciplina. Novos estudos foram realizados por cientistas nesta época.

Após 1950 a Educação Matemática passaria por uma reformulação com um

movimento que ficou conhecido como Movimento da Matemática Moderna (MMM),

em que a álgebra foi enfatizada em detrimento da Geometria.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001), o

ensino da matemática em diversos países foi influenciado por esse Movimento da

Matemática Moderna.

A Geometria nesta época era considerada desvinculada da realidade dos

alunos, difícil e de acesso a poucos, tratada de maneira muito formal.

Durante muito tempo, o ensino da Geometria, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,

restringiu-se à apresentação de figuras geométricas começando pela representação do ponto,

da reta e das curvas, e pelas definições e classificações das figuras planas, ângulos,

triângulos, polígonos. Ás vezes, chegava-se aos sólidos geométricos: cone, cilindros,

pirâmides e prismas.(SALGADO,2002, p.59)

De acordo com os estudos de Andrade e Nacarato (2001), durante séculos o

ensino de Geometria se manteve numa abordagem estática (por influencia da obra

de Euclides).

A partir dos anos 80, o ensino da Geometria adquiriu importância no cenário

das reformas educacionais na Educação Matemática. As reformas propunham um

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retorno à Geometria que não consistia na retomada da Geometria euclidiana, na sua

abordagem clássica, nem na reafirmação do papel que ela desempenhava no

currículo escolar dos períodos anteriores.

“Os conceitos e propriedades fundamentais da Geometria euclidiana deveriam ser mantidos

numa abordagem inicial que privilegiasse os aspectos intuitivos e experimentais

encaminhando-se, gradativamente, para deduções locais daquelas proposições mais

fundamentais”. (FONSECA. et. al,2009).

Nos dias atuais a Geometria ainda é pouco estudada na escola, sendo muitas

vezes o último conteúdo a ser abordado. Quando estudada pode se perceber que,

de um modo geral, seu ensino está vinculado à aplicação de fórmulas, a

classificação de desenhos de figuras geométricas e a exploração de teoremas,

buscando sistematizar o saber geométrico através da enunciação de definições,

postulados e axiomas para a dedução de teoremas.

Ainda podemos encontrar estas concepções em muitos livros didáticos, onde

a Geometria está apenas nos capítulos finais, gerando uma noção de que o estudo

desta disciplina é pouco relevante para a formação dos estudantes.

A partir destas reflexões, é fundamental avaliarmos as importantes

discussões, contribuições e avaliações diante dos conceitos geométricos,

compreendendo-os como fundamentais na construção de saberes matemáticos.

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2. Geometria na Educação Infantil

2.1 O processo de construção do conhecimento

Existem diferentes perspectivas teóricas para discutir os processos de

construção do conhecimento. Nesta seção apresentarei algumas ideias baseadas

nos trabalhos de Piaget. Segundo este teórico as etapas do desenvolvimento infantil

se encontram interligadas ao desenvolvimento existencial do individuo. Desde o

principio de sua vida o bebê esta aprendendo. Segundo os estudos de Gomez e

Teram (2009) os seres humanos precisam de continuas aprendizagens que

começam a ocorrer a partir da gestação. O aprender é o caminho para atingir o

crescimento, a maturidade e o desenvolvimento do individuo como pessoa, num

mundo organizado, onde as interações com meio o permite organizar o

conhecimento.

A aprendizagem é um processo integral que ocorre desde o principio da vida.

De acordo com Goulart (1982, p. 76) a criança, para desenvolver-se

adequadamente, precisa receber estimulação sensória tátil, sinestésica, auditiva e

visual. Há fatores interrelacionados que influenciam ou determinam o

desenvolvimento intelectual. São eles: a maturação, a experiência no meio físico, a

transmissão social e a equilibração, que detalharemos a seguir.

De acordo com Goulart (1982, p. 78), para que haja aprendizagem, é

indispensável que o organismo esteja maturo. Associada a motivação e as bases

oferecidas pela experiência anterior, a maturação é responsável pela prontidão, que

é uma condição indispensável para que ocorra a aprendizagem.

Outro fator citado por Goulart (1982) é a experiência no meio físico. E

entende-se que toda a experiência do indivíduo, que resulta das ações exercidas

sobre os objetos influencia o desenvolvimento intelectual da pessoa. Outro fator é a

transmissão social - influência do meio social - diz respeito ao conjunto de

informações que o sujeito recebe do meio social. Um quarto e último fator enfatizado

é a equilibração é considerado o mais importante deles, uma vez que não sendo

possível a ação isolada dos outros três, ela exerce a coordenação entre eles.

Entretanto, para que ocorra a equilibração é necessário que a nova descoberta seja

assimilada e acomodada e os três fatores anteriores se equilibrem, possibilitando

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assim que essa nova descoberta, juntamente com as outras já existentes, seja

entendida pelo sujeito.

De acordo com Piaget (SALGADO, 2002. pp. 140-141), o ser humano

aprende através das trocas que estabelece com o meio, num processo contínuo de

assimilação e acomodação sucessivas, que tendem a um equilíbrio, a uma

adaptação.

Na medida em que assimilações e acomodações ocorrem, o sujeito adapta-se

ao meio. A adaptação é definida como equilíbrio entre assimilação e acomodação.

Ainda de acordo com Piaget, a assimilação, a acomodação, a adaptação

(equilibração) e a organização são processos denominados invariantes funcionais.

Funcionais porque caracterizam o funcionamento da inteligência. Invariantes porque

em qualquer momento evolutivo sempre haverá assimilação entre o meio e o sujeito

e o objeto, mediando à organização complementar dos objetos incorporados e

possibilitando como consequência a adaptação.

O desenvolvimento intelectual, para Piaget, apresenta quatro estágios ou

períodos: Período sensório-motor, Período pré-operatório, Período de operações

concretas e Período de operações formais.

O pensamento da criança cresce partindo de experiências concretas. Tudo

que lhe é transmitido sem que seja compatível com seu estágio de desenvolvimento

cognitivo não é de fato incorporado por ela. Deste modo suas formulações têm

grande influência sobre a prática pedagógica e sobre a aprendizagem.

Destacando-se algumas ideias principais de Piaget (1980) sobre como as

crianças aprendem e crescem intelectualmente pode-se citar que:

As crianças têm estruturas mentais diferentes das dos adultos. Elas têm seus

próprios caminhos distintos, para determinar a realidade e para ver o mundo.

O desenvolvimento mental infantil progride através de estágios definidos.

Estes estágios ocorrem numa sequência fixa que é a mesma para todas as

crianças.

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Embora os estágios do desenvolvimento ocorram numa ordem fixa, crianças

diferentes passam de um estágio para o outro em idades diferentes. Além disso,

uma criança pode estar num determinado estágio para algumas coisas, e em outro

estágio para outras.

O desenvolvimento das crianças impõe limitações definidas sobre o que

podem aprender e sobre como (as condições sob as quais) aprendem. Por natureza,

as crianças estão continuamente ativas. Elas têm de descobrir e dar sentido ao seu

mundo. Quando elas estão fazendo isto, refazem as estruturas mentais que lhes

permitem tratar de informações cada vez mais complexas.

Este refazer de estruturas mentais torna possível a genuína aprendizagem

que é estável e duradoura.

Ao destacar o papel ativo da criança no processo de elaboração do

conhecimento, Piaget (in: MICOTTI, 1980) nos faz acreditar que um dos papéis

fundamentais da escola é o de proporcionar a ela oportunidades de agir sobre os

objetivos de conhecimento. O professor não deve ser aquele que transmite

conhecimentos, mas sim um agente mediador e desafiador de seus processos de

elaboração. A criança é quem constrói o seu próprio conhecimento. Não cabe

repassar ou transmitir conhecimento, mas favorecer a formação humana, o

desenvolvimento das potencialidades dos sujeitos, por meio de uma aprendizagem

que conduza os alunos a aprender, a pensar e a aprimorar habilidades necessárias

ao enfrentamento com o mundo que ora se apresenta.

De acordo com Piaget é importante que a criança construa algo palpável

externamente, reflita sobre o que foi construído para elaborá-lo na mente, isto é,

passa do concreto para o abstrato chegando ao desenvolvimento dos estágios de

pensamento, elaborados a partir da sua própria experiência.

Para a formação do espirito de observação, experimentação e da intuição

espacial é necessário que se propicie atividades com questões que envolva a

estruturação do espaço.

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2.2 A construção do conhecimento geométrico

Através do estudo da Geometria a criança desenvolve o pensamento espacial

que lhe permite compreender, descrever e representar de forma organizada o mundo

em que vive.

Lorenzato (1995) afirma que sem o estudo de Geometria as pessoas não

desenvolvem o pensar geométrico ou raciocínio visual e, sem essa habilidade, elas

dificilmente conseguirão resolver as situações do dia a dia que forem geometrizadas;

também não poderão se utilizar da Geometria como fator altamente facilitador para a

compreensão e resolução de questões de outras áreas do conhecimento humano.

Nos estudos realizados por Lorenzato (2006), a estruturação espacial é

definida por três categorias fundamentais que ordenam a aquisição do conhecimento

espacial pelas crianças, da seguinte maneira:

1º.) Relações topológicas: refere-se às relações básicas que

ocorrem entre os objetos como, por exemplo: separação, ordenamento,

vizinhança, sucessão, continuidade, etc.

2º.) Relações projetivas: baseia-se nas relações topológicas e

respondem à necessidade, em função de uma determinada perspectiva,

de situar um objeto em relação aos demais.

3º.) Relações euclidianas ou métricas: referem-se a capacidade de

coordenar os objetivos ente si, baseando-se num sistema de referência de

comprimento de capacidade, etc.

A noção de estruturação espacial deve começar o mais cedo possível,

propiciando oportunidades onde as crianças possam observar e experimentar o

espaço ao seu redor.

Para Lorenzato as crianças interpretam o espaço de modo topológico,

defendendo que os conhecimentos geométricos na Educação Infantil, devem iniciar

pela topologia. Ele sugere apresentar para as crianças nesta faixa de escolarização

situações ou atividades que envolvem noções de: aberto/fechado, direita/esquerda,

frente/atrás, acima/abaixo, deslocamento ou movimento, estar entre dois objetos,

etc.

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De acordo com o PCN (BRASIL, 2001) a exploração dos conceitos e

procedimentos relativos a espaço e forma é que possibilita ao aluno a construção de

relações para a compreensão do espaço a sua volta. Dessa forma, a Geometria é

uma presença constante em nosso dia a dia. A criança desde cedo começa o

aprendizado dos movimentos e reconhecimento do espaço onde vive.

Através do estudo da Geometria a criança adquire habilidades que serão,

mais tarde, usadas na descrição, na comparação, na representação e no

desenvolvimento de problemas. Elas desenvolvem o pensamento geométrico:

“O pensamento geométrico surge da interação espacial com os objetos e os movimentos no

mundo físico e desenvolve-se por meio das competências de localização, visualização,

representação e construção de figuras”. (CARVALHO, 2010. p.138).

Na Educação Básica os objetivos para a geometria podem ser sintetizados

em quatro temas: formas e propriedades, transformação, localização e visualização.

A localização, que é o foco deste trabalho, refere-se primariamente à geometria de

coordenadas ou outros modos de especificar como os objetos estão localizados no

plano e no espaço.

Segundo Smole (2000), no que diz respeito ao desenvolvimento do

pensamento geométrico, as crianças da Educação Infantil estariam no nível mais

elementar do modelo elaborado pelos Van Hiele, que seria o nível da visualização.

Neste estágio os alunos percebem o espaço apenas como algo que existe em torno

deles.

O conhecimento desses níveis nos faz perceber também a importância do

ensino da Geometria nas escolas, pois o pensar geométrico e o raciocínio visual

auxiliam o aluno a resolver muitas situações cotidianas, ampliando a leitura de

mundo e a comunicação das ideias.

Para Carvalho (2010), cabe à escola o importante papel de organizar e

aprofundar o conhecimento geométrico iniciando com estas percepções. O

conhecimento geométrico é construído gradativamente, por isso é importante ofertar

as crianças da Educação Infantil desafios e possibilidades que propiciem a aquisição

das competências geométricas.

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3. Plano de Ação

A Proposta Pedagógica da Escola onde atuo fundamenta-se no trabalhar com

projetos na Educação Infantil e no 1º Ciclo.

Os professores organizam os conteúdos por meio de projetos temáticos e

portfólios, por ser esta forma de organização mais flexível. Um tema pode puxar

outros temas e até dar origem a subprojetos, criando oportunidade de os alunos

atuarem de forma mais participativa e criativa das atividades que envolvem os dos

conteúdos abordados.

3.1 O projeto “O Carteiro Chegou”

O projeto “O carteiro chegou” foi desenvolvido em 2011 nas três turmas, onde

atuava como professora de apoio. Este projeto reúne todas as atividades que

realizei como intervenção na escola propostas nas disciplinas do curso do Laseb

voltadas para: números, álgebra e geometria. Escolhi a turma de 5 anos da

professora referência - Silvânia para aplicar as atividades deste Plano de Ação e das

outras disciplinas do curso de Educação Matemática, por ser uma turma mais

frequente e por causa do apoio que recebi da professora referência.

É uma turma composta de 20 alunos. As crianças são bastante interessadas e

espertas. Participam com entusiasmo das atividades propostas.

Diante desta realidade, o objetivo deste Plano de Ação é desenvolver

atividades que possibilitem estimular as habilidades e capacidades matemáticas que

proporcionem desenvolver o raciocínio matemático em situações onde a geometria

esta ligada ao dia a dia do aluno.

Smole (2000) afirma que, é necessário propiciar condições para que as

crianças observem e ampliem o mundo geométrico que as rodeiam, e possam se

locomover e se situar nele. Atenta a esse proposito elaborei o projeto apoiando-me

no livro “O careiro Chegou” (AHLBERG, 2009), que utiliza vários portadores de texto-

(cartas, cartão postal, convite de aniversário, etc.) com diferentes propósitos

comunicativos, onde o carteiro leva cartas para os personagens dos contos de

fadas.

No desenvolvimento deste projeto utilizamos a figura do carteiro para

trabalhar as relações espaciais e o deslocamento, visando o aprendizado de noções

de geometria por meio de exploração dos espaços que fazem parte do dia a dia das

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crianças. Na historia o carteiro se locomove na floresta de bicicleta percorrendo

vários caminhos diferentes, entregando cartas e outros portadores de textos, onde

podemos perceber que ele conhece bem o caminho das casas dos personagens.

O projeto “O Carteiro Chegou”, foi dividido em seis partes (seis cartas). Foi

elaborado um plano de aula para cada carta, sendo cada carta um subprojeto.

No desenvolvimento do projeto foi abordado, linguagem oral e escrita e a

linguagem matemática. Neste trabalho, o foco serão as atividades relacionadas à

localização e deslocamento.

A dinâmica de trabalho para o desenvolvimento das atividades conta

inicialmente com uma conversa sobre o tema, estimulando assim a participação dos

alunos, para que eles exponham seus conhecimentos, opiniões e dúvidas.

3.2 Subprojeto: Localização e Deslocamento

Roteiro das atividades desenvolvidas durante o ano de 2011.

Atividade 1 Trajeto da criança Registro por meio de desenho do trajeto que a criança faz diariamente de sua casa até a escola.

Atividade 2 Trajeto do carteiro na escola

Desenho do caminho a ser percorrido pelo carteiro para chegar até a sala de aula, partindo do portão da escola.

Atividade 3 Portas coloridas Indicar o caminho mais curto para o carteiro chegar a uma sala de aula, tendo vários trajetos hipotéticos usando um traçado adaptado da atividade: “Fronteiras e passagens” (Dienes,1969)

3.3 Desenvolvimento das atividades

Atividade 1: Trajeto da criança: Esta atividade tinha como objetivo observar

e analisar a percepção das crianças sobre deslocamento e percepção espacial ,

partindo de um trajeto percorrido todos os dias por elas. Foi pedido que elas

desenhassem o caminho que percorrem de casa até a escola diariamente.

Antes de iniciarmos os desenhos, conversamos sobre o tema desta atividade,

que seria o trajeto percorrido por eles e quais seriam as referências a serem

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identificadas: estabelecimentos comerciais, praças, outras escolas, e outras

referências que eles poderiam encontrar pelo caminho até a escola. Em um segundo

momento propus que as famílias dos alunos registrarem o mesmo trajeto, junto com

as crianças.

Nesta atividade podemos perceber que em geral as crianças registraram

apenas uma referência (estabelecimento comercial, praça, etc..), no trajeto de sua

casa até a escola. Posicionaram esta referência entre a casa e a escola, conforme

mostram as figuras abaixo:

Aluna Thais – desenhou o campo de futebol Aluno João– desenhou a E.M. Hugo Pinheiro

Aluno Vitor – desenhou a faixa de pedestre Aluno Jonatan – desenhou a padaria

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Na atividade realizada com os pais, percebemos que a preocupação não era

colocar as referências, mas os nomes das ruas por onde eles passavam no caminho

da casa para a escola. Observamos também que quando realizavam a atividade

junto com os pais, colocaram somente uma única referência, conforme ilustrações

abaixo:

Atividade realizada com a família do aluno Douglas. Atividade realizada com a família do aluno Jonatan.

De acordo com Smole (2000), a construção da noção de espaço pela criança

se dá de forma progressiva e percorre um caminho que se inicia na percepção de si

mesma, passa pela percepção dela no mundo e no espaço ao seu redor para, então,

chegar ao espaço representado em forma de mapas, croquis, maquetes,

representações plana e outros.

Antes de iniciarmos esta atividade conversei com as crianças, pedindo que

elas fizessem mentalmente o caminho de casa para a escola. Perguntei

individualmente para cada criança como era seu caminho, e desenhei no quadro de

um lado a casa do outro a escola. No caminho entre a casa e a escola fui

desenhando o que poderia ter entre as duas, de acordo com o que as crianças

descreviam (a maioria só mencionou uma referência). Fiz o desenho do trajeto de

todos os alunos. Depois apaguei deixei somente a casa e a escola. Quando pedi às

crianças que elas mesmas registrassem, o trajeto no papel, elas colocaram apenas

uma referência (comércio, praça, etc.) sem se preocupar em posicioná-la mais perto

ou mais longe de sua casa ou da escola.

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As crianças nesta faixa etária estão voltadas para o próprio corpo (Piaget,

1982). As relações com o meio acontecem de acordo com a sua maturação. Deste

modo suas formulações têm grande influência sobre a prática pedagógica e sobre a

aprendizagem.

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Atividade 2:Trajeto do carteiro na escola: O objetivo desta atividade era

observar e analisar a percepção espacial das crianças, partindo da necessidade de

orientar o carteiro para se localizar dentro da escola de forma a encontrar facilmente

a sala de aula. Os pontos de referência eram o portão da escola e a sala de aula,

possibilitando as crianças a observação e noções de direção e localização dentro da

escola. Ao reproduzir um trajeto para o carteiro as crianças teriam que demonstrar

habilidade/capacidade de observar e localizar no espaço outros objetos, adotando-

se pontos de referência.

A proposta da atividade era construir um mapa para facilitar o trajeto do

carteiro na localização da sala de aula desta turma. Começamos com uma conversa

sobre o trtabalho que seria realizado na representação deste mapa. Fizemos uma

caminhada até o portão de entrada da escola e observamos todo o trajeto que seria

percorrido pelo carteiro. Os alunos foram orientados a observar o lado direito e

esquerdo durante o trajeto. Observaram também a posição da sala de aula em

relação ao portão. As noções de lateralidade (direita e esquerda) foram exploradas

utilizando o corpo para contextualizar. Por exemplo, mão direita – mão que escreve

(para os destros) – mão esquerda – lado do coração (sentir o coração).

A partir destas orientações e observações as crianças foram para a sala de

aula desenhar o mapa. Nesta atividade algumas crianças também registraram

somente uma referência no caminho entre o portão e a sala (porteiro da escola, o

carteiro, grade colorida, estacionamento, árvores, etc.). Entretanto, um aspecto geral

da turma é que todas as crianças conseguiram registrar a sala de aula à direita do

portão. Conforme as imagens abaixo:

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Aluno Adryan – desenhou o carteiro depois da grade à direita do portão

Aluna Thais – desenhou a grade colorida e a posição da sala à direita

Aluna Maria Luiza – desenhou uma pequena árvore que está localizada na entrada da escola,

próxima a grade colorida e registrou também a sala à direita do portão.

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De acordo com Smole (2000), é apenas com atividades de deslocamento,

orientações e localização espacial que as crianças vão adquirindo noções espaciais

e desenvolvendo um vocabulário correspondente a elas: direita, esquerda, em

frente, acima, abaixo.

Antes de iniciarmos a atividade 2, fizemos uma atividade do projeto “O

carteiro chegou”, em que as crianças deveriam desenhar o trajeto do carteiro dentro

da floresta levando uma carta para um personagem. Os alunos desenharam o

carteiro de bicicleta pedalando pela floresta. Nesta atividade pedi que as crianças

desenhassem as árvores que havia no caminho por onde o carteiro ia passar. Elas

registram esta atividade de acordo com a ilustração do livro “O carteiro chegou”, pois

nele havia a imagem do carteiro fazendo este trajeto. Ao final da atividade observei

que as crianças reproduziram o desenho que estava no livro.

Ilustração do livro O carteiro chegou, (p. 7)

Registro dos alunos de 5 anos – Kauan e Ana paula

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Na atividade 2 podemos perceber que as crianças estavam desenvolvendo

bem as noções de lateralidade. Quando pedi a elas que fizessem o registro do mapa

para o carteiro, elas conseguiram desenhar o caminho registrando corretamente a

sala de aula à direita do portão. As crianças terem observado o possível trajeto

contribuiu muito para que elas pudessem registrar a posição da sala de aula à direita

do portão.

É muito importante nesta faixa etária desenvolver atividades e situações

ligadas à localização espacial e ao esquema corporal, para que as crianças

construam conhecimentos ligados às noções geométricas.

Identificar e considerar o significativo conhecimento que essas crianças exibem é

fundamental para que o professor selecione as estratégias para o desenvolvimento de novas

competências em seus alunos, para as quais será decisiva a interação que se estabelece em

sua sala de aula”. (FONSECA et. al,.2009)

De acordo com Abrantes (1999), o desenvolvimento de habilidades de

percepção e orientação espacial, por sua própria natureza, exige a exploração pela

criança do mundo em que vive.

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Atividade 3:Portas coloridas: O objetivo desta atividade era usar o corpo

para explorar o espaço e indicar o a caminho mais curto até a sala de aula.

Para elaboração desta atividade foi utilizado o livro: Exploração do Espaço

(Dienes, 1969 p.21 e 22).

Neste livro o autor propõe uma atividade chamada: Fronteiras e passagens,

que consistia em um jogo em que as crianças movimentando-se entre grandes

círculos concêntricos devem chegar ao centro da menor circunferência usando

portas coloridas “abertas” na curva. Ganha o jogo o grupo que atingir o centro

fazendo o menor percurso.

Eu fiz uma adaptação da atividade do Dienes aproveitando os círculos

concêntricos e chamei os espaços de abertura nos círculos que eram as fronteiras

de portas coloridas. Antes de iniciarmos a atividade desenhei dois círculos

concêntricos no pátio da escola, colando em seus contornos portas coloridas, como

na atividade original.

Começamos o primeiro momento com um a conversa, quando os alunos

foram orientados sobre a proposta da atividade, e que observassem os círculos com

as portas coloridas.

A atividade proposta às crianças que era uma adaptação a atividade original

de Dienes (1969) consistia em:

Os alunos deveriam em grupos ou individualmente percorrer o caminho

mais curto utilizando apenas as portas azuis.

Os alunos deveriam percorrer individualmente, o caminho mais curto

escolhendo uma porta de qualquer cor.

Identificar a porta que levaria ao caminho mais curto, que seria a porta

verde.

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Ao final da atividade 3 as crianças deveriam identificar qual seria o trajeto

mais curto passando somente pelas portas azuis. E em um segundo momento elas

deveriam identificar qual a porta teria o caminho mais curto. Para chegar ao centro o

caminho mais curto era o que usava as portas verdes, mas a principio eu pedi que

pensassem no caminho mais curto desde que usassem somente as portas azuis.

Neste caso, havia duas possibilidades, sendo um caminho o mais curto.

Os alunos foram divididos em três grupos, para percorrer o caminho das

portas coloridas. Os grupos 1 e 3 conseguiram encontrar o caminho mais curto entre

as possibilidades dadas pelas portas azuis. Quando eu deixei livre para escolherem

o caminho mais curto observando qualquer porta apenas um aluno escolheu a porta

verde que seria o caminho mais curto. Observei que as crianças utilizaram noções

de lateralidade, deslocamento para se localizar dentro do traçado e pensar qual

seria o caminho mais curto e o fato deles já terem participado das atividades de

localização e representação de percursos por meio de desenho parece ter ajudado

na realização desta atividade.

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Portas coloridas

Para Smole (2000),

Pensar a organização do espaço como uma necessidade que nasce de dentro pra fora no sentindo

sugerido nos dá uma indicação de que a geometria a ser desenvolvida na Educação Infantil não pode

ser uma geometria estática do lápis e papel apenas, nem ao menos estar restrita à identificação de

nomes de figuras. É necessário pensar uma proposta que contemple, simultaneamente, três aspectos

para seu pleno desenvolvimento: a organização do esquema corporal, a orientação e percepção

espacial e o desenvolvimento de noções geométricas propriamente ditas. (p.32)

Após a realização destas atividades, as crianças se mostraram mais atentas

em relação à lateralidade. Pude constatar isso quando estávamos ensaiando uma

apresentação de dança que tinha muitos movimentos (direita, esquerda, frente, trás)

e elas não tiveram muita dificuldade.

Pude concluir também que estas atividades ajudaram as crianças a

explorarem noções novas e até mesmo complexas para elas, mas que houve um

bom entendimento por parte dos alunos. As crianças puderam explorar e trabalhar

habilidades e capacidades muito importantes que podem ajuda-las futuramente

quando forem avançando em seus conhecimentos matemáticos

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4.Considerações Finais

Neste trabalho pude perceber como é importante propiciar as crianças da

Educação Infantil atividades em que, elas possam realizar explorações espaciais.

Durante o desenvolvimento deste plano de ação pude aprofundar os estudos

específicos sobre a Geometria na Educação Infantil e perceber que são escassos, e

que nas escolas a geometria ainda é pouco trabalhada.

De acordo com pesquisas realizadas por Andrade e Nacarato (2001), a

Geometria ainda está bastante ausente das salas de aula, principalmente na

Educação Infantil.

Através deste plano de ação pude analisar melhor minha pratica pedagógica,

refletir sobre minhas ações potencializando meus planos de aula tornando-os mais

significativos ao incluir atividades que visam habilidades e competências

relacionadas à geometria em particular ao deslocamento e a exploração espacial,

criando uma sequência rica de oportunidades para a aprendizagem.

Nos registros e nas filmagens, em anexo, entre as atividades realizadas com

os alunos ao longo de todo o trabalho pude observar que eles assimilaram bem as

noções geométricas espaciais (frente/atrás, acima/abaixo, deslocamento ou

movimento, etc.) quando solicitados.

A observação da participação das crianças me ajudou a entender o processo

de construção do conhecimento geométrico e aspectos específicos quando este

conhecimento é proposto na Educação Infantil. Por meio do trabalho com a

geometria podemos compreender como as crianças aprendem e compreendem o

mundo ao seu redor. Esta compreensão é de suma importância para um efetivo

trabalho de qualidade de um professor que atue na Educação Infantil.

Nessa perspectiva, os estudos mostram que o papel do professor é

fundamental para o desenvolvimento social, cognitivo e emocional dos seus alunos.

O educador/professor deve possibilitar ao aluno condições de se tornar autônomo,

levando-o a interagir com o mundo, a formar suas opiniões.

É importante destacar que assim como o aluno, o educador/professor

também é sujeito do seu próprio conhecimento e, desta forma, faz-se necessário

que ele busque inovações para a sua pratica. .

O período de formação neste curso de Especialização em Educação

Matemática foi muito importante para o meu crescimento profissional. A

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oportunidade de discussão em varias disciplinas e trocas de experiências com os

colegas foi fundamental para avaliar minha pratica pedagógica, e me proporcionou

um novo olhar sobre a matemática ensinada e a matemática que os alunos querem

aprender. Percebemos que é possível trabalhar a matemática de maneira lúdica e

prazerosa construindo conhecimentos importantes para formação matemática de

nossos alunos. É muito importante também que o processo de formação do

professore/educador seja continuo porque somos desafiados constantemente pelas

novas tecnologias, por essa geração “globalizada”, gerando uma preocupação e às

vezes angustia diante de tanta informação e atualização que os nos alunos estão

expostos.

Este trabalho contribuiu muito para o meu crescimento e entendimento de

vários conceitos importantes em relação à Educação Matemática na Educação

Infantil, principalmente sobre a Geometria, e a construção do pensamento

geométrico nesta fase de escolarização.

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5. REFERÊNCIAS

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Educação Infantil. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

ABRANTES, Paulo. Investigações em Geometria na sala de aula. Lisboa, 1999.

AHLBERG, Janet e Allan. O carteiro Chegou; tradução de Eduardo Brandão. São

Paulo: Companhia das Letrinhas, 2009.

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ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 11ª ed. São Paulo:

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ARAÚJO, Luciene F. Estudando o processo de alfabetização e letramento na

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em Normal Superior) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte.

BELO HORIZONTE, Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Veredas –

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Glaura V. (org.). Belo Horizonte: SEE, 2002.

BELO HORIZONTE, Secretaria Municipal de Educação. Proposições Curriculares

para a Educação Infantil. Belo Horizonte: SMED,2009.

BELO HORIZONTE, Secretaria Municipal de Educação. Cadernos de Educação

Matemática: discutindo o ensino de Geometria – Ensino Fundamental, v.2. Belo

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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros

Curriculares Nacionais – Matemática, 3ª ed, v.3. Brasília: MEC, 2001.

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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Pró Letramento –

Matemática, ed. rev. e ampl. Brasília: MEC, 2008

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Matemática:

Ensino Fundamental. In. CARVALHO, João B.P. F. (cood.). Brasília: MEC, 2010.

248p. (Coleção Explorando o Ensino, v.17).

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Curricular Nacional para a Educação Infantil – Introdução, v.1. Brasília: MEC, 1998.

BOYER, Cal B. História da Matemática; tradução de Elza F. Gomide. São Paulo:

Edgard Blucher Ltda, 1993.

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Janeiro: Ao Livro Técnico, 1982

FONSECA, Maria C.F.R. et. al. O ensino da Geometria da Escola Fundamental: três

questões para a formação do professor dos ciclos iniciais. 3ª ed. Belo Horizonte:

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GOMEZ, Ana M. S., TERÁN, Nora E. (org.). Dificuldades de aprendizagem:

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KOBAYASHI, Maria C. M. A construção da Geometria pela criança. Bauru, SP:

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LORENZATO, Sergio. Educação Infantil e percepção matemática. São Paulo:

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LOVELL, Kurt. O desenvolvimento dos conceitos matemáticos e científicos na

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MICOTTI, Maria C. O. Piaget e o processo de alfabetização. São Paulo: Pioneira,

1980.

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SEBER, Maria G. Piaget: o dialogo com a criança e o desenvolvimento do

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SEBER, Maria G. Construção da Inteligência pela criança. São Paulo: Scipione,

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SOUZA, Andréia F.; RAFFA, Ivete; SOUZA, Silvia S. Matemática primeiros passos.

São Paulo: Giracor, 2008.

SMOLE, Kátia C. Stocco. A matemática na Educação Infantil: a teoria das

inteligências múltiplas na pratica escolar. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SMOLE, Kátia C. Stocco, DINIZ, Maria I, CÂNDIDO, Patrícia. Figuras e formas:

matemática de 0 a 6 v.3. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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40

VAN DE WALLE, Jonh A. Matemática no ensino fundamental; formação de

professores e aplicação em sala de aula. Trad. Paulo Henrique Colonese. ed. Porto

Alegre:Artmed,2009.

Z.Dienes, GOLDDING, E. W. Os primeiros passos em matemática: exploração do

espaço e prática da medição, v.3.São Paulo: Herder, 1969.

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6. ANEXOS

6.1. Anexo referente ás páginas 21 e 22 do livro Primeiros passos em

Matemática, Dienes (1969).

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6.2 Projeto: “O carteiro chegou.

Escola Municipal Américo Renê Giannetti

Autora: Luciene de Fátima Araújo

Educação Infantil

Público alvo: crianças de 3 a 5 anos

Cronograma: durante todo ano letivo - 2011

Projeto O carteiro chegou

Justificativa:

O projeto é baseado no livro “O carteiro chegou’’ que utiliza vários portadores de texto

com diferentes propósitos comunicativos”.

No desenvolvimento deste projeto vamos trabalhar com textos de contos de fada,

oralidade, letramento e matemática (formas geométricas, tamanho, quantidade, exploração do

espaço).

O projeto será divido em seis partes (seis cartas), conforme quadro abaixo.

Tipos de cartas contidas no livro e seus gêneros textuais.

CARTA REMETENTE DESTINATÁRIO OBJETIVO GÊNERO

TEXTUAL

Carta 1 Cachinhos

Dourados

Sr. E Sra. Urso Pedido de

desculpas

por ter comido o

mingau dos

ursos.

Carta de pedido

de

desculpas.

Carta 2 Empório da

Bruxaria

Bruxa Malvada da

Floresta

Venda de artigos

para bruxas.

Panfleto de

propaganda

Carta 3 Joãozinho Gigante Envio de

noticias sobre a

viagem de

Cartão postal

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Joãozinho ao

Rio de Janeiro.

Carta4 Públio Publicano

Publicações

Cinderela Comunicação de

publicação de

um livro

comemorativo

pelo casamento

de Cinderela e o

Príncipe.

Carta de

comunicação de

publicação de

livro.

Carta 5 Adviges

Adevegas &

Advagos

Advogados

Lobo Mau Comunicado de

despejo.

Carta de

comunicação de

despejo e

indenização

para os Três

Porquinhos.

Carta 6 Chapeuzinho

Vermelho

Cachinhos

Dourados

Felicitação pelo

aniversario

Cartão de

aniversario.

De acordo com cada carta será desenvolvido um plano de aula.

Objetivos:

Considerar as expectativas, potencialidades e necessidades dos alunos.

Possibilitar que os alunos mobilizem os conhecimentos prévios para entender melhor

os conteúdos matemáticos

Objetivos em linguagem oral e escrita:

Realizar trabalhos na sala de aula explorando as histórias, através de atividades que

desenvolva a criatividade e a oralidade.

Produzir o reconto das histórias, fazendo o registro de acordo com a potencialidade,

realidade e entendimento de cada criança.

Identificar soluções de conflitos presentes nos contos para as crianças refletirem

criando alternativas de acordo com seus pensamentos e senso critico.

Assistir filmes e desenhos de acordo com os temas.

Confeccionar um álbum para cada criança as atividades realizadas durante o projeto.

Propiciar momentos de contação de historias na biblioteca da escola.

Aprender sobre valores.

Desenvolver o senso crítico e a criatividade.

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Objetivos em linguagem matemática:

Desenvolver a identificação de cores e formas geométricas.

Diferenciar pesos e tamanhos.

Estimular o raciocínio lógico-matemático.

Noções de exploração espacial e deslocamento.

Abordar a importância e a utilidade da geometria

Trabalhar a geometria de forma lúdica

Materialidade:

Blocos lógicos.

Sólidos geométricos

Geoplano

Papeis coloridos

Jogos de matemática e alfabetização

Selos para confecção de um envelope

CD’s e DVD’s

Encadernação de todo material produzido pelas crianças

Filmagem

Calculadoras

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Plano de Ação

Atividades desenvolvidas

1ª carta:

Fazer a leitura da história de Cachinhos Dourados.

Registro da historia através de desenho.

Atividades de matemática: conceito de tamanho (pequeno, médio e grande).

Atividade de colagem com papel picado – figuras geométricas

Blocos lógicos - quadrado

Confecção de um envelope - dobradura (quadrado).

Escrever uma carta para o pequeno urso – pedido de desculpa.

Assistir ao filme Pequeno Urso.

Cachinhos dourados – aluna de 5 anos

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2ª carta:

Fazer a leitura da historia de João e Maria.

Registro da história através de desenho.

Atividades de matemática: conceito de distância (longe e perto)

Desenho livre na quadra escola – casa de João e Maria

Recortar figuras geométricas (quadrado, triangulo, círculo)

Montar a casa de João e Maria com as figuras geométricas recortadas.

Alunos da turma de 3 anos

Atividades com encarte de supermercado.

Assistir o filme João e Maria – registrar através de desenho.

Atividades com Tangram – figura do gato da Bruxa – atividade de Geometria/Laseb

Aluna de 5 anos

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Alunos de 5 anos

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3ª carta:

Registro da leitura de João e o pé de feijão.

Atividades com cartão postal – confecção de um cartão

Atividades de matemática: Conceito - alto/baixo

Figura geométrica - retângulo

Recortar um retângulo - cartão postal

Desenho livre na quadra

Atividade de deslocamento

Portas coloridas – atividade para ACPP/Laseb

Assistir o filme João e o pé de Feijão

Galinha dos ovos de ouro – aluno de 5 anos

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4ª carta:

Registro da história de Cinderela.

Confecção de um mini livro.

Atividades de matemática: Recortar quatro retângulos – montagem do mini livro

Recortar figuras geométricas – quadrado, triangulo, retângulo e círculo.

Montar um castelo com as figuras recortadas.

Empilhar figuras geométricas, formando um castelo.

Apresentação dos sólidos geométricos

Atividades com o Geoplano.

Assistir o filme Cinderela.

Desenho maluco - atividade para a disciplina de Geometria/Laseb

Castelo da Cinderela – alunos de 5 anos

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5ª carta:

Registro da história: Lobo mau e os três porquinhos

Lobo mau e chapeuzinho vermelho

Contação de histórias do Lobo Mau – atividade realizada pelo SESC (MG)

Atividades de matemática: Registro da trajetória do carteiro até a casa da vovó.

Registro da trajetória das crianças até a escola. ACPP/Laseb

Registro da trajetória do Lobo até as casas dos porquinhos.

Turma de 5 anos

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6ª carta:

Registro da história: O carteiro leva um cartão de aniversario para Cachinhos

Dourados.

Registro da trajetória do carteiro na escola.

Atividades das calculadoras – Laseb.

Atividades de matemática: Confecção de um cartão de aniversário, utilizando um

fractal (Triângulo de Sierpinsky) - Geometria/Laseb.

Alunos de 5 anos

Avaliação

O processo de avaliação durante a execução do projeto será através de alguns princípios

básicos como:

Trabalho continuo e planejado, funcional (realização dos objetivos), orientador (fixar

os acertos e trabalhar os erros) e integral (abrange os aspectos cognitivos, afetivos e

psicomotores).

Para avaliar estaremos atentos aos seguintes critérios:

Observação individual e coletiva do desenvolvimento das crianças;

Analise dos desenhos, registros e brinquedos produzidos pelas crianças;

Discussões nas rodinhas e durante a execução das atividades e brincadeiras;

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Referências

AHLBERG, Janet e Allan. O carteiro Chegou; tradução de Eduardo Brandão. São Paulo:

Companhia das Letrinhas, 2009.

BELO HORIZONTE, Secretaria Municipal de Educação. Proposições Curriculares para a

Educação Infantil. Belo Horizonte: SMED,2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros

Curriculares Nacionais – Matemática, 3ª ed, v.3. Brasília: MEC, 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil – Introdução, v.1. Brasília: MEC, 1998.

SMOLE, Kátia C. Stocco, DINIZ, Maria I, CÂNDIDO, Patrícia. Figuras e formas:

matemática de 0 a 6 v.3. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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Escola Municipal Américo Renê Giannetti – Educação Infantil –

2011

Projeto: O carteiro chegou

Professora: Luciene

Atividade de matemática – Deslocamento

1 – Leve João até o castelo do Gigante. (Trace o caminho com o

lápis)

2 – Cubra o caminho traçado com bolinhas de papel.

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Escola Municipal Américo Renê Giannetti – Ed. Infantil – 2011

Projeto: O carteiro chegou

Professora: Luciene

Nome:______________________________________________

Atividade de matemática – Aprendendo utilizar à calculadora.

1. O carteiro tem que passar pelo labirinto para chegar até a sala de aula, (ele começa

com dez passos, contados a partir do portão da escola).

2. Quem alcançar o maior número na calculadora, dando menos passos, ganha o jogo.

1

0

+

2

+

4

+

0

+

1

+

5

+

0

+

0 +

3

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Escola Municipal Américo Renê Giannetti – Ed. Infantil – 2011

Projeto: O carteiro chegou

Professora: Luciene

Nome:______________________________________________________________

Atividade de matemática – Geometria - Tangram

1) Recorte as figuras do tangram e monte a figura abaixo:

2) Complete o quadro abaixo, observando cada peça do Tangram:

PEÇAS LADOS

A figura que possui 3 lados recebe o nome de triângulo.

A figura que tem 4 lados recebe o nome de quadrilátero.

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Escola Municipal Américo Renê Giannetti – Educação Infantil

Professora: Luciene

Projeto: O carteiro chegou

Aluno (a):__________________________________________

Atividade de matemática – Deslocamento e exploração espacial

1) Qual o caminho mais curto, o carteiro deve passar para chegar até a

sala de aula, passando somente pelas portas azuis?

2) Qual o caminho mais curto o carteiro deve passar para chegar até a

sala de aula, passando somente pelas portas azuis e vermelhas.

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Escola Municipal Américo Renê Giannetti – Ed. Infantil - 2011

Atividade de matemática – Deslocamento-exploração espacial

Professora: Luciene

Projeto: O carteiro chegou

Querido aluno,

Desenhe com sua família o trajeto que você faz da sua casa até a escola.

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Escola Municipal Américo Renê Giannetti – Ed. Infantil – 2011

Projeto: O carteiro chegou

Professora: Luciene

Atividade com o Geoplano

Nome:_______________________________________________________

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6.3 Dvd com filmagens das atividades desenvolvidas.