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Fevereiro/2014 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Recife/PE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química Q E P P PPEQ - Programa de Pós- Graduação em Engenharia Química Cidade Universitária- Recife PE CEP. 50640-901 Telefax: 0-xx-81- 21267289 REMOÇÃO DE CHUMBO VIA FLOTAÇÃO IÔNICA COM XANTATO Enmita Lucía Mora Abril Dr. Carlos Adolpho Magalhães Baltar Dr. Mohand Benachour

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOrepositorio.educacionsuperior.gob.ec/bitstream/28000/1266/1/T... · A partir de uma solução com 20 mg.L-1 de Pb foi possível uma redução do

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Fevereiro/2014

N° XXX

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Recife/PE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química

Q

E

P

P

PPEQ - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química

Cidade Universitária- Recife – PE CEP. 50640-901 Telefax: 0-xx-81- 21267289

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ENMITA LUCIA MORA ABRIL

REMOÇÃO DE CHUMBO VIA FLOTAÇÃO IÔNICA COM XANTATO

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia Química. Área de concentração: Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos. Orientadores: Prof. Dr. Carlos Adolpho

Magalhaes Baltar. Prof. Dr. Mohand Benachour.

Recife/2014

Catalogação na fonte

Bibliotecária Valdicea Alves, CRB-4 / 1260

A163r Abril, Enmita lucia Mora Abril.

Remoção de chumbo via flotação iônica com xantato / Enmita Lucia

Mora Abril. - Recife: O Autor, 2013.

80 folhas, il., gráfs., tabs.

Orientador: Prof.º Dr. Carlos Adolpho Magalhães.

Coorientador: Prof.º Dr. Mohand Benachour.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.

Programa de Pós-Graduação de Engenharia Química, 2014.

Inclui Referências e Apêndices.

1. Engenharia Química. 2. Remoção de Chumbo. 3.Tratamento de Efluente. 4. Flotação Ionica. 5. Flotação por ar dissolvido. 6. Flotação . 7. Xantato.

I. Baltar, Carlos Adolpho Magalhães. (Orientador). II. Benachour, Mohand.

III. Título

ENMITA LUCÍA MORA ABRIL

REMOÇÃO DE CHUMBO VIA FLOTAÇÃO IÔNICA COM

XANTATO

Linha de Pesquisa: Processos Químicos Industriais

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco, defendida e

aprovada em 14 de Fevereiro de 2014 pela banca examinadora constituída

pelos seguintes membros:

Prof. Dr. Carlos Adolpho Magalhães Baltar/DEMINAS-UFPE

Prof. Dr. Carlos Alberto Pereira/DEMIN-UFOP

Prof. Dr. Mohand Benachour/DEQ-UFPE

Profa. Dra. . Silvana Carvalho de Souza Calado/DEQ-UFPE

DEDICATÓRIA

Dedico este trabajo a mi padre Luis Mario

Mora Molina y a mi madre Matilde Micaela

Abril Abril; sin ellos, yo no sería quien soy.

AGRADECIMIENTOS

A mi familia, en especial a mi padre Luis Mario Mora Molina y a mi hermana

Diana Bernarda Mora Abril por ayudarme incondicionalmente en la búsqueda de este

sueño.

Al profesor Carlos Adolpho Magalhães Baltar por la magnífica orientación, y por

todos los conocimientos que me ha pasado a lo largo de este tiempo de trabajo.

Al coordinador del programa de pos graduación en Ingeniería Química y co-

orientador de este trabajo profesor Mohand Benachour, por toda la ayuda prestada a lo

largo de estos meses.

A todo el cuerpo técnico del Laboratorio de Tecnología de Minerales de la

UFPE, por ayudar en la realización de este trabajo, en especial a Marcelo Gomes,

Juliana Miranda y Leila Baltar.

A mi compañera de laboratorio Ailma Medeiros.

A Ana Bastos Rivera por la ayuda que me brindó desinteresadamente en el

manejo del espectrofotómetro de absorción atómica.

Al presidente de Ecuador, Economista Rafael Correa Delgado, por creer en el

talento de los profesionales ecuatorianos e incentivarnos a mejorar.

A la Secretaria Nacional de Educación Superior Ciencia y Tecnología

SENESCYT do Ecuador por la beca concedida para la realización de esta maestría.

A mis compañeros de posgrado: Shyrlane Veras, Dafne Ramos, Augusto César,

Romero Assis, Juan Felipe, por compartir conmigo los momentos buenos y los malos

también.

A la Universidad Federal de Pernambuco por esta oportunidad.

EPÍGRAFE

“De agua somos.

Del agua brotó la vida. Los ríos son la sangre que nutre la tierra, y están hechas de agua las células que nos piensan, las lágrimas que nos lloran y la memoria que nos

recuerda.”.

Eduardo Galeano

De Los hijos de los días, Siglo XXI, Buenos Aires, 2012.

RESUMO

Sendo o chumbo um metal tóxico é importante a sua remoção dos efluentes industriais, que pode ser feita de várias formas, entre elas a flotação iônica por ar dissolvido (FAD). As vantagens desta técnica são muitas: rapidez, eficiência, baixos custos e baixo espaço requerido. Os testes foram realizados com uma solução aquosa de nitrato de chumbo, que simulava o efluente real de uma empresa produtora de baterias. Usou-se como coletor o xantato, o qual é bastante utilizado em tratamento de minério. As variáveis estudadas foram: o tamanho da cadeia hidrocarbônica do xantato, a concentração de xantato, pH, o tempo de contato xantato-chumbo e a quantidade de espumante. A determinaçâo do teor de chumbo residual foi obtida por espectrofotometria de adsorção atômica. As melhores condições encontradas foram: Xantato etílico de potássio (2C), em concentração de 80 mg.L-1, pH ácido de 6,5, concentração de espumante de 2,5 x 10-7 mg.L-1 e um tempo de contato xantato-chumbo de 15 min. A flotação por ar dissolvido mostrou-se eficiente para a remoção do íon chumbo. Observou-se que o pH e a quantidade de espumante não teve influência nos resultados. A partir de uma solução com 20 mg.L-1 de Pb foi possível uma redução do teor para 0,65 mg.L-1, ou seja, uma remoção de 96,8 % do chumbo contido na solução inicial.

Palavras-chave: Remoção de chumbo. Tratamento de efluente. Flotação iônica. Flotação por ar dissolvido. Flotação. Xantato.

ABSTRACT

Since lead is a toxic metal its removal is important from industrial effluents, this can be done in several ways, including ion dissolved air flotation (DAF). The advantages of this technique are many: speed, efficiency, low cost and low space requirement. The tests were carried out with a aqueous synthetic wastewater of lead nitrate simulating the real effluent of a producer of batteries. Was used xanthate as collector, which is widely used in ore processing. The variables studied were: the size of the hydrocarbon chain of the xanthate, xanthate concentration, pH, contact time, and frother concentration. Quantification of residual lead was obtained by atomic adsorption. The best tested conditions were obtained with ethyl xanthate sodium (2C) concentration of 80 mg.L-1, pH 6,5, frother concentration of 2,5 x 10-7 mg.L-1, xanthato-lead conditioning time 15 min. The dissolved air flotation is an efficient technique for the removal of lead ions. It was observed that the pH and the amount of foaming did not influence the results . From a solution of 20 mg.L-1 of Pb was possible reduction in content to 0,65 mg.L-1, or a removal of 96,8 % of the lead contained in the initial solution .

Keywords: Lead removal. Wastewater treatment. Ion flotation. Dissolved air flotation. Flotation. Xanthate.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Composição de uma bateria de chumbo-ácido. ............................................ 23

Figura 2- Tipos de coletores. ......................................................................................... 33

Figura 3- Estrutura de xantato etílico de sodio. ............................................................. 36

Figura 4– Ilustração de uma micela ............................................................................... 37

Figura 5- Possível reação entre xantato hexílico de sódio e o chumbo. ........................ 39

Figura 6- Tipos de espumantes comumente utilizados em flotação e suas respetivas

fórmulas químicas. ......................................................................................................... 40

Figura 7- Ilustração do Sistema experimental para a técnica de Flotação por ar

Dissolvido (FAD). ........................................................................................................... 43

Figura 8- Tipos de Gráficas de Recuperação frente à Concentração do coletor. .......... 46

Figura 9- Equipe do FAD. .............................................................................................. 51

Figura 10- Equipamento FAD em bancada (Laboratorio de Tecnología Mineral, UFPE).

....................................................................................................................................... 53

Figura 11– Amostras coletadas preparadas para as análises por espectroscopía de

absorção atómica. .......................................................................................................... 53

Figura 12- Influência da concentração do coletor, em pH 6,5, no teor residual de Pb2+

em função do tamanho da cadeia hidrocarbônica. ......................................................... 54

Figura 13 - Influência da concentração do coletor, em pH 6,5, no % total removido de

Pb em função do tamanho da cadeia hidrocarbônica. ................................................... 55

Figura 14- Influência da concentração do xantato na condutividade da solução. ......... 57

Figura 15- Influência da concentração do xantato na condutividade da solução na

presença de íons Pb2+. ................................................................................................... 57

Figura 16 - Ligaçoes cadeia-cadeia. .............................................................................. 58

Figura 17- Influência do pH na concentração residual de chumbo. Concentração de

xantato amílico de potássio 40 mg.L- 1 , 2.5 x 10-7 mg.L-1 de espumantes F-742. .......... 59

Figura 18 – Influência da concentração do espumante F-742 na concentração residual

de chumbo...................................................................................................................... 60

Figura 19- Influência do tempo de condicionamento na concentração residual de

chumbo. ......................................................................................................................... 61

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de carbonos e ângulo de contato dos radicais. ............................... 33

Tabela 2 – Nome comercial e natureza química dos coletores utilizados na pesquisa. 49

Tabela 3 - Concentração residual de Pb+2 no efluente sintético após a flotação iônica. 54

Tabela 4 - Concentração residual de Pb+2 no efluente sintético após a flotação iônica. 55

Tabela 5 – Dados obtidos dos testes variando pH. ........................................................ 59

Tabela 6 – Dados dos testes de remoção de chumbo vs. concentração de espumante

F-742 .............................................................................................................................. 60

Tabela 7 – Dados dos testes de remoção de chumbo residual vs. tempo de

condicionamento ............................................................................................................ 61

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

APHA – American Public Health Association

AVICCA - Associação das Vítimas da Contaminação por Chumbo e Cádmio.

AWWA – American Water Works Association

CCOHS - Centro Canadense de Saúde e Segurança Ocupacional

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

EPA - Environmental Protection Agency U.S.A.

FAD - Flotação por Ar Dissolvido

IARC – International Agency for Research on Cancer

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Ambiente

PRAC - Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhado.

SIBX - Xantato Isobutílico de sódio

SEX - Xantato Etílico de Sódio

SIPX - Xantato Isopropílico de sódio

UNEP - United Nations Environment Program

WEF – Water Environment Federation

WHO – Organização Mundial de Saúde (OMS)

XAP - Xantato amílico de potássio

LISTA DE SÍMBOLOS

mg.L-1 – miligrama por litro

(NO3)2Pb - Nitrato de Chumbo II

NaOH – Hidróxido de Sódio

HNO3 – Ácido Nítrico

µm - micrômetro

g/cm3 – Grama por centímetro cúbico

Mt – Megatoneladas

kt – Quilotoneladas

a.C. – Antes de Cristo

QI – Coeficiente intelectual

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 FUNDAMENTAÇÃO 16

2.1 ÁGUA 16

2.2 CHUMBO 18

2.2.1 Características e fontes de obtenção de chumbo 18

2.2.2 Aplicações do chumbo 19

2.2.3 Toxicologia e rotas de exposição ao chumbo 20

2.2.4 Bateria chumbo-ácido 22

2.2.5 Legislação sobre chumbo e baterias 23

2.2.6 Reciclagem de baterias chumbo-ácido 25

2.3 FUNDAMENTOS DE FLOTAÇÃO 26

2.3.1 Técnicas de Flotação Iónica 28

2.3.2 Geração de bolhas 29

2.4 INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS EM FLOTAÇÃO 31

2.4.1 Parâmetros químicos 31

2.4.2 Parâmetros físicos 42

2.5 FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO (FAD) 42

2.5.1 Vantagens 44

2.5.2 Aplicações 45

2.5.3 Remoção de chumbo por FAD 45

2.6 CINÉTICA DE FLOTAÇÃO 47

3 MATERIAIS E MÉTODOS 49

3.1 SISTEMA DE REAGENTES 49

3.2 EQUIPAMENTO 49

3.3 METODOLOGIA 50

3.3.1 Preparação da amostra 50

3.3.2 Testes de flotação 50

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 54

4.1 CONCENTRAÇÃO E TIPO COLETOR 54

4.2 INFLUÊNCIA DO pH 58

4.3 CONCENTRAÇÃO DE ESPUMANTE 60

4.4 TEMPO DE CONDICIONAMENTO 61

5 CONCLUSÃO 63

6 REFERÊNCIAS 65

7 APÊNDICE 79

APÊNDICE A 80

14

1. INTRODUÇÃO

O chumbo é um metal pesado de baixa temperatura de fusão e coloração cinza-

azulado e pode ser encontrado naturalmente na crosta terrestre.

É um elemento comumente utilizado em encanamentos, nas baterias, peças,

armamentos, revestimento de cabos e placas utilizadas para proteção contra radiação.

O principal uso do chumbo é em baterias para veículos. A maior parte do chumbo

utilizado pela indústria provém do metal secundário (baterias recicladas) (AVICCA,

2010). O manuseio inadequado deste metal pode provocar poluição do ar, água e solo,

gerando portanto, riscos à saúde e meio ambiente.

A técnica convencional empregada no tratamento de efluentes contendo chumbo

é a precipitação e sedimentação. Todavia, a flotação oferece vantagens tais como: (1)

custos mais baixos; (2) menor área; (3) rapidez; (4) menor quantidade de lodo

produzido, resultando em uma menor carga de poluentes e (5) possibilidade de

recuperar o chumbo presente na espuma e para reutilização. De acordo com Martins

(2009), a Flotação por Ar Dissolvido (FAD) foi empregada na remoção de chumbo mas

não foram obtidos bons resultados em relação à eficiência de remoção. Embora, há

poucos trabalhos disponíveis na literatura, principalmente os que usam o xantao como

coletor para promover a remoção do chumbo.

Este trabalho está dentro da linha de pesquisa de engenharia ambiental. A

eliminação de um resíduo, além de reduzir a poluição, diminue a quantidade de chumbo

extraído da natureza, reducindo a demanda sobre ele. A fabricação de produtos com

materiais reciclados, produz menos poluição do ar e da água do que a fabricação de

materiais in natura, a capacidade dos aterros é preservada, a indústria de reciclagem e

processos relacionados cria mais oportunidades de emprego. A reciclagem também

tende a ser a opção menos onerosa para a gestão de resíduos para as cidades e vilas.

A pesquisa teve por objetivo geral verificar a possibilidade de remoção de íons

chumbo por flotação por ar dissolvido (FAD), usando xantato.

Os objetivos específicos foram:

15

(1) Identificar condições operacionais favoráveis à remoção de chumbo, usando

xantato;

(2) Verificar a influência do tamanho da cadeia do coletor;

(3) Verificar a conveniência, ou não do uso de um espumante.

Espera-se que os resultados do estudo possam ser utilizados industrialmente.

16

2 FUNDAMENTAÇÃO

2.1 ÁGUA

A água é um recurso que, até recentemente, pensava-se ser inesgotável na

natureza, mas no momento observa-se a sua escassez em quantidade e qualidade,

sobretudo devido à poluição por mau uso desde a Revolução Industrial. O crescimento

desorganizado e localizado da demanda tem gerado conflitos de uso, mesmo em

regiões com excedente de água natural. (REBOUÇAS et al., 1999). Nas últimas

décadas, o aumento da consciência ambiental juntamente com o acompanhamento,

conservação e tratamento dos recursos hídricos, têm sidos observados e se tornado

uma necessidade para a humanidade. Para gerenciar e promover a redução dos danos

ambientais, são criados organismos de regulação e supervisão. Além disto, há o

estabelecimento e atualizações de leis e diretrizes que impõem regras e limites para

utilização dos recursos naturais.

Mais de 97% da água do planeta é salgada. Existem processos de

dessalinização, mas podem ter custos muito elevados. Apenas 2,5% da água pode ser

considerada doce e, desse valor, 99,7% está em forma não disponível como nas

geleiras e lençóis freáticos. Desta forma, apenas cerca de 0,3% está acessível em rios,

lagos e lençóis superficiais. (BANDEIRA, 2007).

Estima-se que, no Brasil, o uso de água é distribuído da seguinte forma: 63%

para a agricultura, principalmente irrigação; consumo doméstico 18%; 14% na indústria

e os 5% retantes é destinado para a pecuária (CRESPILHO; REZENDE, 2004). A

indústria, que ocupa o terceiro lugar em uso, é o segmento mais propenso a criar um

impacto ambiental negativo.

Os padrões de qualidade da água são capazes de representar, direta ou

indiretamente, a presença real ou potencial de elementos químicos ou microrganismos

que possam comprometer a qualidade e correlacioná-los com os impactos causados

sobre os ecossistemas, a maioria desses elementos químicos são introduzidos na água

pela atividade humana (TOMAZELLI, 2003).

17

Elementos quimicos dissolvidos em água são definidos por convenção como os

metais que passam nos filtros de membrana 0,45 µm (FLORENCE, 1982). De acordo

com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1984), os metais contaminantes que mais

preocupam são o: alumínio, cromo, manganês, ferro, cobalto, níquel, cobre, cádmio,

mercúrio e chumbo. Os metais considerados prioritários pelo United States

Environmental Protection Agency (EPA, 2013) são conhecidos como metais pesados,

tem uma gravidade específica superior a 5 g/cm3 ou um número atômico maior do que

20, incluindo metais, semi-metais como arsênico e não metais como o selênio

(MALAVOLTA, 1994). Na definição da ABNT são metais que podem ser precipitados

por gás sulfídrico em solução ácida (ABNT, 2013). Os metais pesados são substâncias

altamente tóxicas e não são compatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos de

águas residuais existentes. Portanto, os efluentes com metais pesados não devem ser

lançados na rede pública de tratamento de esgoto doméstico. (AGUIAR, NOVAES e

GUARINO, 2002).

Os metais pesados, quando lançados a um corpo de água, podem

eventualmente se juntar aos sedimentos, passando para os organismos vivos que

compõem o ecossistema hídrico. Embora um grande número de íons metálicos seja

necessário para o bom funcionamento dos organismos vivos, há outros (como o

chumbo) que não têm nenhum interesse biológico conhecido e que, devido à

toxicidade, podem causar doenças e até a morte devido à bioacumulação. Quando

estão presentes em efluentes industriais reduzem a capacidade auto depurativa da

água, devido à ação tóxica que exercem sobre os microorganismos. (AGUIAR et al.,

2002).

A toxicidade na água depende do grau de oxidação do íon metálico. A forma

iônica é geralmente a mais tóxica. A remoção de metais pesados de soluções aquosas

é um dos maiores problemas do tratamento de efluentes, uma vez que são tóxicos,

mesmo em concentrações muito baixas. (AGUADO et al., 2009).

A remoção pode ser feita por vários métodos, tais como: osmose reversa,

precipitação química, adsorção em diferentes materiais, óxido-redução, flotação iônica,

filtração com membranas, extração com solventes, coagulação e eletrodeposição

18

(CHEREMISINOFF, 2002; FREEMAN, 1996). Os métodos tradicionais, muitas vezes

não são suficientes para atingir os níveis exigidos pela legislação vigente. Por isso,

novas tecnologias aplicáveis ao tratamento de efluentes, de baixo custo e que atendam

às exigências ambientais são necessárias.

Estima-se que do total de chumbo depositado nos oceanos do planeta, no ano

2000, 83% têm origem nos efluentes, (CHESTER et al., 2000). As fontes poluidoras

mais importantes, provocadas pela atividade humana são: as operações de produção e

processamento do metal primário, e das indústrias de aço e ferro, (PAOLIELLO;

CHASIN, 2001).

2.2 CHUMBO.

O chumbo é um metal pesado (MPs) (IBGE, 2006), com densidade 11340 Kg/m3,

peso atômico de 207.19 e valências entre 2 e 4. (American Public Health Association;

American Water Works Association; Water Environment Federation, 1999). É tóxico,

macio e maleável, sendo o quinto elemento do grupo IV A da tabela periódica. Ocorre

naturalmente na crosta terrestre, embora não em abundância. O chumbo caracteriza-se

por ser resistente à corrosão e por ter baixa condutividade elétrica. Raramente é

encontrado como um mineral primário, geralmente está combinado com dois ou mais

elementos, formando compostos, o mais comum deles é a galena (PbS). O chumbo tem

número atômico 82 que é o maior entre todos os elementos estáveis.

2.2.1 Características e fontes de obtenção de chumbo.

O chumbo é raramente encontrado em estado primário (como Pb0). A galena

(sulfeto de chumbo PbS, com 86,6% de Pb e 13,4% de S) é o mineral mais comum.

Comercialmente, existem outros minerais importantes, incluindo a cerussita (carbonato

de chumbo) e a anglesita (sulfato de chumbo). A galena é um dos minerais mais

19

estudados por flotação, uma vez que constitui a principal fonte de chumbo (BAI et al.,

2013).

Em 2012, as reservas mundiais de chumbo chegaram a 89 Mt e a reserva

brasileira acrescentou 149 kt toneladas, representando 0,17% da reserva mundial. A

produção mundial de mineral/concentrado de chumbo em 2012 atingiu 5,2 milhões de

toneladas de metal, sendo registrado um crescimento de 10,64% em relação a

2011. Os principais produtores de chumbo primário são países detentores das maiores

reservas do mundo e suas produções em 2012 foram: 2.600 mt na China, 630 mt na

Austrália e 345 mt nos Estados Unidos da América (EUA). A produção brasileira em

2012 de concentrado de chumbo, foi de 8,9 kt, representando 0,2% da produção

mundial (DNPM, Sumario Mineral 2012).

O Brasil praticamente não possui reservas deste elemento. A maior parte do

chumbo primário (aquele extraído diretamente de Minas) vem de importações. O

chumbo secundário (obtido de reciclagem) vem da reciclagem de baterias

automotivas. O porcentual de reciclagem de chumbo em todo o mundo chega a 60%,

no Brasil, devido à falta de reservas este valor está entre 70% e 80%.

2.2.2 Aplicações do chumbo.

Ignorando a sua toxicidade e sua ampla difusão na natureza (distribuída na

superfície da terra em 0,002% da sua massa total, sua exploração chega a 3%) o

chumbo era um metal amplamente utilizado por seres humanos desde os tempos

antigos (ALMEIDA, FRANCO, ROCHA, & ROSSI, 2012). Está entre os primeiros metais

usados pelo ser humano, existem vestígios egipcios da sua utilização com antiguidade

de 3500 a.C. Foi usado largamente na indústria durante o século XIX, como material

protetor de corrosão do ferro. No século XX foi usado como um aditivo da

gasolina. Atualmente, seu uso principal é em baterias automotivas, sendo vedadas a

maioria das outras aplicaçoes. (APHA, AWWA, WEF, 1999; LEE, 2009).

O segundo uso de importância do chumbo é na preparação de antidetonante

para combustivel como é o caso do chumbo tetraetila, que hoje tem uso proibido na

20

maioria dos países, por causa dos danos à saúde e meio ambiente; e o chumbo

tetrametila. Essas substâncias foram utilizadas inicialmente nos Estados Unidos, no

entanto sua utilização foi descontinuada gradualmente, sendo proibida em 1 de Janeiro

de 1996 (ATSDR - Agency for Toxic Substancies and Disease Registry).

Em 1999 cerca de 80% da gasolina vendida no mundo já não apresentava

chumbo em sua composição (UNEP, 1999). O Brasil foi um dos pioneiros em fazer essa

mudança, substituido completamente o chumbo da gasolina em 1989. A especificação

brasileira define um teor máximo de 0,005 g.L-1 de gasolina (PETROBRAS, 2014). O

chumbo também é usado na produção de cartuchos para armas pequenas, devido a

sua elevada densidade (PORFIRIO, 2006).

2.2.3 Toxicologia e rotas de exposição ao chumbo.

O chumbo é um dos maiores poluidores em termos de contaminação global

sendo responsável por sérios danos à saúde (BERNARD et al., 1995). Os solos

apresetam pequenas quantidades de chumbo do mundo proveniente de fontes

naturais, com uma média de 10 mg.Kg-1 (Centro Binacional Estados Unidos-México,

2008).

Uma vez que o chumbo entra em contato com o corpo, ele não sofre

metabolismo, é complexado em macromoléculas, diretamente absorvido, distribuído e

excretado. As rotas de contaminação podem ser através da respiração (fumaça e

poeira, rotas mais importantes do ponto de vista ocupacional), por ingestão ou vua

cutânea (CONVENÇÃO DE BASEL, 2001; WHO, 1995). Embora, só as formas

organificadas do metal podem ser absorvidas pela pele. (LEE, 2009; POLLERANO et

al., 2005).

Até 16% do chumbo ingerido por adultos pode ser absorvido, provocando

problemas renais e hipertensão arterial. Em crianças, esse porcentual aumenta para

50%, causando transtornos no desenvolvimento físico e mental, transtornos de déficit

de atenção e diminuição de habilidades cognitivas. (BERGLUND et al., 2000; CDC

1991; LANPHEAR et al., 1998; MEYER et al., 1999). É percebido que por cada 10 µg

21

sobre a concentração de 25 µg/ml de sangue, há uma diminuição do QI de 1 a 3

pontos, (Boletim da OMS, 2000).

Uma vez absorvido, o chumbo é distribuído no sangue, apresentando um tempo

de meia vida de 37 dias. Em tecidos moles esse valor chega a ser de 40 dias, enquanto

que nos ossos de 27 anos. Os ossos armazenam 90 a 95% do chumbo presente no

organismo intoxicado, sendo portanto, o maior depósito desse metal no corpo

(MOREIRA; MOREIRA, 2004).

O chumbo interfere no funcionamento das membranas celulares e enzimas, inibe

a ação do cálcio, reage com as proteínas e provoca distúrbios no sistema nervoso

central (MOREIRA; MOREIRA, 2004). Também causa a inibição na síntese de

hemoglobina (MANAHAN, 2000). É cancerígeno e mutagênico. Tem efeito neurotóxico,

entra na cadeia alimentar devido a depósitos no solo, plantas e águas de superfície e

na atmosfera. O chumbo orgânico causa necrose dos neurônios. Os compostos

orgânicos do chumbo são absorvidos rapidamente e, portanto, representam um maior

risco.

O limite permitido (máximo nível contaminante MCL) na água potável é de 0,015

mg.L-1 de acordo com a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e 0,5 mg.L-1 em

efluentes. E um limite máximo de 0,03 mg.L-1 em água doce como uma forma de

preservar a vida aquática (PÁDUA, et al, 1983). Os íons metálicos chumbo são

considerados perigosos se estiverem presentes em quantidades que excedam esses

limites (MANAHAN, 2000).

Uma intoxicação crônica de chumbo e seus derivados produzem uma doença

denominada saturnismo. As pessoa com esta intoxicação tem mau hálito, anemia

intensa, distúrbios digestivos e a aparição característica do “Ribete de Burton” de cor

cinza-azulada na borda da gengiva. Complicações no coração, renais e nervosas são

freqüentes (POLLERANO et al ., 2005).

A partir de 1960, com a instalação na região da Companhia Brasileira de

Chumbo (COBRAC), casos graves de intoxicação por chumbo ocorreram nas cidades

de Santo Amaro e Boquira (BA). Essa Companhia começou a produção de lingotes de

chumbo em Santo Amaro com o minério obtido na mina de Boquira no sudeste do

22

estado da Bahia, provocando a poluição por emissão de partículas em suspensão e

aproximadamente 490.000 t de resíduos sólidos, só em Santo Amaro. A empresa foi

vendida em 1989 à empresa Plumbum Mineração e Metalurgia Ltda., do grupo

brasileiro Trevo, e somente em 1993 suas atividades foram encerradas por decisão

judicial. Depois disto, detritos contaminados e parte do solo são as principais fontes de

contaminação da área (SOUZA; LIMA, 2012).

Os casos mundialmente famosos de intoxicação por chumbo ocurreram em

Noyelles-Godault, no noroeste da França (1993), Choropamba no Perú (2000) e Port

Pirie, na Austrália desde 1925 até agora (COSTA et al., 2012).

2.2.4 Bateria chumbo-ácido.

A primeira bateria foi construída por Alessandro Volta em 1800. Ele descobriu

que a eletricidade era uma reação química entre um fio de cobre, uma barra de ferro e

uma solução salina, o resultado é o mecanismo conhecido como "bateria voltaica". As

baterias modernas geram eletricidade através de reações eletroquímicas reversíveis e

controladas.

Existem vários tipos de baterias, que incluem as de chumbo-ácido. De acordo

com a Enciclopédia Britânica (2009), Gaston Plantê começou experimentos que

resultaram na construção da primeira bateria acidificada de chumbo em 1859. Elas

usavam reações químicas reversíveis e podiam ser recarregadas.

As pilhas modernas são formadas por estruturas de chumbo metálico, coberto

por uma massa de dióxido de chumbo (placas negativas) e por uma pasta de chumbo

metálico poroso (placas positivas). O chumbo usado em ambos casos também contém

outros elementos como antimônio, arsênico, bismuto, cádmio, cobre, cálcio, prata e

estanho. As placas estão imersas em um eletrólito, normalmente ácido sulfúrico. O

chumbo é adequado para as baterias, devido às suas características específicas:

condutividade, resistência à corrosão e especialmente a reação reversível entre ácido

sulfúrico e óxido de chumbo (CHAUHAN; SANKARARAMAKRISHNAN, 2008).

23

Na Figura 1 vemos a parte interna de uma bateria, com a carcaça, normalmente

feita de plástico, as placas (positiva e negativa), os separadores entre elas e o eletrólito

(ácido sulfúrico).

Figura 1 - Composição de uma bateria de chumbo-ácido.

Fonte: (Trindade, 2001).

2.2.5 Legislação sobre chumbo e baterias.

Devido a periculosidade do chumbo, é preciso contar com um forte conjunto de

leis para evitar possíveis danos causados pela má manipulação deste elemento. Tanto

no Brasil como no resto do mundo existe a preocupação pelo tema, analisamos a

continuação o marco de normas existentes:

Brasil

Devido a uma política ambiental mais restrita, onde os padrões de concentração

máxima permitida são cada vez menores para os poluentes presentes nos efluentes, as

24

indústrias brasileiras têm sido forçadas a ajustar os seus processos através da adoção

de procedimentos para a maior remoção de elementos tóxicos de efluentes industriais.

Na resolução 257 publicada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA), em 22 de julho de 1999 e complementada em 22 de dezembro de 1999

pela resolução 263, são fixadas as referências que limitam a quantidade de metais

potencialmente perigosos usados na composição dos produtos, em vigor desde janeiro

de 2000. No Artigo 1. dá tratamento especial às pilhas e baterias que contenham

chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, limitando a quantidade por peso em 0,4%

de chumbo em sua composição.

As baterias devem ser entregues, após seu esgotamento de energia, aos

estabelecimentos que as vendem ou na rede de assistência técnica autorizada pelas

indústrias. Também é da responsabilidade deles o tratamento final dos produtos, que

deve ser ecologicamente correta e de acordo com a lei (Associação Brasileira da

Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) (PRAC, Programa de Responsabilidade

Ambiental Compartilhado, 2001 / 2007).

Em relação a saúde dos trabalhadores da área, toda intoxicação ocupacional

devido ao Pb deve ser notificado pelo SUS, de acordo com a Portaria GM/MS/777, 28

de Abril de 2004. Da mesma forma, todo envenenamento ocupacional deve ser

relatados para a Previdência Social, através da abertura da comunicação de acidente

de trabalho (CAT).

Mundo

De acordo com Lemos (2001), com a finalidade de definir o transporte

transfronteiriço de resíduos perigosos e seu depósito subsequente, o Programa das

Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) preparou uma proposta para uma

convenção, realizada em 1989 na cidade de Basiléia, sendo assinada por 105 países

da Comunidade Européia. Esta convenção preparou o quadro internacional de

normalização de metais pesados, incluindo o chumbo. Jà a Convenção de Genebra

proíbe a exportação de resíduos perigosos, como a sucata de baterias, por ejemplo.

25

No que diz respeito à seu poder cancerígeno, o chumbo está classificado no

grupo 2B “possível cancerigeno humano, por via oral” segundo a International Agency

for Research on Cancer (IARC) que forma parte da Organização Mundial de Saúde

(OMS), significando que é um agente carcinogênico em potencial para humanos. Diante

disto, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu como a concentração máxima

permissível de chumbo na água potável de 10 µg.L-1 (POLLERANO et al., 2005).

2.2.6 Reciclagem de baterias chumbo-ácido.

A indústria de reciclagem de baterias é potencialmente poluidora, devido ao

ácido e aos metais contidos nas mesmas, embora apresente a vantagem ambiental e

econômica de ser mais viável do que a extração do metal nas minas. As baterias

agotadas são a principal fonte para a indústria de chumbo secundário onde 90% de sua

composição é chumbo, que pode ser diretamente fundido.

De acordo com Francalanza (2000) o chumbo pode ser reciclado várias vezes

resultando em um metal secundário com características semelhantes ao primário. Ele é

o metal mais reciclado no mundo, principalmente em escala industrial (KREUSCH et al.,

2007)

A recuperação do chumbo é realizada através de um processo metalúrgico que

gera uma escória que contém uma quantidade considerável de chumbo; e efluentes

líquidos que também contêm o metal na sua composição.

Na reciclagem da bateria chumbo-ácido, estão envolvidos três processos: quebra da

bateria, redução da mesma e refinamento do chumbo. Em processos modernos de

abertura e quebra da bateria, o contato humano é geralmente mínimo, pois são

realizados em dispositivos mecanizados e confinados. Entretanto, dependendo do

processo utilizado, as fontes comuns de impacto ambiental são: poeiras contaminadas

com chumbo e eletrólito ácido; chumbo particulado e detritos contaminados (JOST,

2001).

26

De acordo Santos (2010), o chumbo reciclado é 30% mais barato do que o metal

primário. A reciclagem traz como beneficio: (1) redução no uso de novas matérias-

primas; (2) menor consumo de energia e (3) menor quantidade de resíduos despejados

no ambiente. De acordo com Lassin (2007), mais de 70% do chumbo consumido na

Europa vem da reciclagem.

Efluentes Líquidos Resultantes.

Os resíduos líquidos de reciclagem de baterias contêm basicamente água de

lavagem de pisos, eletrólito da bateria (ácido sulfúrico), resíduos metálicos ionizáveis e

não ionizáveis e partículas sólidas.

Os metais pesados são liberados ou transportados ao ambiente aquático ou

terrestre como íons dissolvidos ou como partículas, podendo atingir altas

concentrações, particularmente perto dos pontos de descarga dos efluentes (GOMES,

et al., 1995). Eles podem ser encontrados no ambiente aquático de várias maneiras: em

soluções na forma iônica ou sob a forma de complexos solúveis (orgânicos ou

inorgânicos). Além disto, eles podem formar partículas coloidais ou ficarem aderidos à

estas, que a sua vez encontram-se retidas em sedimentos incorporados na biota

(AGUIAR et al., 2002).

A eliminação do chumbo da água pode ser realizada através da coagulação,

filtração em areia e troca iônica. Além disso, podem se utilizar tecnologias de carvão

ativado e osmose reversa. (PARGA, 2002; ALMEIDA et al., 2012; ALJLIL;

ALSEWAILEM, 2009).

A quantificação de chumbo na água é difícil e de alto valor econômico devido às

baixas concentrações em que se encontra (POLLERANO et al., 2005).

2.3 FUNDAMENTOS DE FLOTAÇÃO

27

A flotação é uma técnica amplamente usada no tratamento de minérios que se

baseia na diferença de propiedades superficiais entre os minerais. As partículas com

superfície hidrofóbica aderem às bolhas de ar e são transportadas para a superfície de

onde são removidas na espuma (BALTAR, 2010).

Por sua vez, a flotação iônica, com uso no tratamento de efluentes, consiste na

remoção do agente poluente, após adesão e transporte pelas bolhas de ar (SEBBA,

1962).

Este método começou a ser investigado antes da segunda guerra mundial pelo

Professor H.V. BRISCOE no Imperial College of London. Posteriormente, Langmuir I. e

J. Schaefer relataram a sensibilidade das monocamadas, formadas pelas moléculas do

surfatante na interface líquido-gás, a traços de impurezas de íons metálicos,

especialmente, cobre e alumínio (SEBBA, 1962).

Historicamente, a flotação tem inúmeras aplicações na separação de minerais.

Nos últimos anos se tornou importante no campo da tecnologia ambiental para o

tratamento de efluentes (ERDOGAN, 2005; TOREM, 2003; e RUBIO et al, 2002). É uma

alternativa para o tratamento de efluentes contaminados com metais pesados na forma

de colóide ou espécie iônica (por exemplo, águas ácidas de Minas) (ESCUDEIRO,

TAVERA; CHAVEZ, 2010). A flotação oferece vantagens, sobre o processo de filtração

e sedimentação como, por exemplo, baixo custo (MATIS et al., 1994). Ela foi usada na

separação (ZOUBOULIS; MATIS, 1993) e na remoção de algas na presença de metais

(YANG et al., 1991), recuperação de proteínas (GEHLE; SCHÜGERL, 1984) e em

particular no tratamento e clarificação de efluentes (BRATBY; MARAIS, 1977).

As principais diferenças entre a flotação convencional, aplicada ao tratamento de

minerais, e a flotação de efluentes líquidos são as seguintes: (1) o método de produção

de bolhas de ar, (2) a concentração de sólidos e (3) o tipo de separação. (RUBIO, 2003,

RUBIO et al, 2002, MATIS, 1995).

A flotação iônica ocorre em três etapas: formação de sublato (conjunto coletor-

íon), adesão do sublato à bolha de ar e transporte do sublato pela bolha até a

superfície.

28

2.3.1 Técnicas de Flotação Iônica.

A remoção do poluente por flotação iônica pode ocorrer de três formas: (1) por

meio da combinação do reagente coletor diretamente com o poluente, formando o

sublato; (2) por meio da formação de precipitados que são hidrofobizados pelo coletor

e, a seguir, aderem às bolhas de ar e (3) por meio da adesão do poluente à partículas

coloidais hidrofobizadas que são adicionadas no sistema e, posteriormente, flotadas.

Direta-Formação do Sublato.

Este método envolve a remoção de íons (também complexos e quelatos) com o

uso de um surfactante para formar unidades insolúveis. Em alguns casos é necessária

também a adição de um reagente ativador (WALKOVIAK, 1992). Consiste em uma

interação direta entre o íon surfatante e o íon metálico com carga oposta. Se o íon

removido não tem nenhuma atividade superfícial, pode se juntar a um agente que a

tenha. Forma um complexo metal-coletor conhecido como sublato. Quando as bolhas

são introduzidas no sistema, o sublato produzindo uma camada de adere a essas

bolhas através da cadeia hidrocarbônica e é transportado para a parte superior da

célula de onde é removida na espuma (NICOL et al., 1992).

Algumas vantagens da flotação iônica sobre outros métodos de tratamento de

efluentes são: (1) Baixo requerimento de energia, (2) Eficiência, (3) baixa concentração

residual de metais, (4) Operação rápida, (5) Pequeno espaço horizontal, (6)

Flexibilidade na aplicação do método para uma variedade de metais em vários níveis e

(7) Produção de pequenos volumes de espuma altamente enriquecida com poluentes

(SCORZELLI et al., 1999).

Precipitados.

29

É baseada na formação de precipitados do poluente, com a utilização de

reagentes apropriados, e sua subsequente separação com micro-bolhas ou bolhas de

tamanho intermediário.Dependendo do íon, a precipitação pode ser realizada sob a

forma de sal insolúvel (carbonato ou sulfeto) ou hidroxilo no caso de cátions de metais

pesados (MATIS, 1995).

É semelhante à flotação direta do íon, mas requer uma etapa preliminar que é a

precipitação da espécie iônica de interesse. A eficiência deste tipo de flotação depende

da hidrofobicidade dos precipitados formados, isto pode ser conseguido através da

formação de um composto quelante insolúvel ou através da introdução de um

surfactante (NERBITT; DAVIS, 1994; ENGEL et al., 1991). Esta técnica por sua vez

pode ser classificada em duas categorias (MILOSHEV; NISHKOV, 1991; TOREM et al.,

1996).

No primeiro tipo, depois da formação do precipitado é adicionado um coletor para

a flotação. Exemplo deste tipo é a remoção de cobre precipitado com hidróxido de sódio

usando como coletor o Dodecil Sulfato de Sódio.

No segundo tipo, o coletor não é necessário, dois íons hidrofílicos se tornam

hidrofóbicos quando precipitam. Por exemplo, a remoção de cobre e zinco com a

adição de 8-hidroxiquinolina.

Colóides.

Esse método envolve a remoção do íon do metal em uma forma absorvida em

um precipitado ou coágulo que atua como uma partícula transportadora. São

comumente utilizados sais de ferro ou alumínio. Com o objetivo de aumentar a cinética

de flotação também são utilizados agentes coletores ou floculantes (MATIS, 1995).

2.3.2 Geração de bolhas.

30

Uma variedade de técnicas para a introdução de bolhas de ar necessário para a

separação sólido-líquido pode ser usada para flotação e por isso, o processo de

flotação também pode ser classificado de acordo com o método de produção de bolhas,

ou seja, ar dispersado, ar dissolvido e electroflotação (MATIS; MAVROS 1991; RUBIO

et al., 2002; TESSELE et al., 1998; ZOUBOULIS, 1987).

Ar disperso.

Neste processo, a formação de bolhas de ar é feita diretamente no líquido à

pressão atmosférica, o diâmetro de bolhas produzidas é relativamente grande, sobre

1.000 µm, em comparação com o tamanho dos sólidos que serão separados (MAIA e

BEZERRA, 1981). As bolhas de ar são formadas dispersando mecanicamente ar

injetado sob impulsores ou com borbulhamento pelos difusores. As bolhas nestas

condições tendem a ser muito grandes para a remoção de sólidos finos (ARMENANTE,

1997).

Ar dissolvido.

O processo de Flotação por Ar Dissolvido (FAD) surgiu na década de 1920 para

a recuperação de fibras na indústria de papel. Atualmente, é amplamente utilizado na

indústria de processamento de alimentos, indústria petroquímica, sistemas de

tratamento de água potável, espessamento de lamas industriais, etc. (RUBIO e

TESSELE, 2004). Na flotação por ar dissolvido, o ar é injetado sob pressão numa

câmara de saturação onde é dissolvido em água (SREENIVASARAO, et al., 1994;

TESSELE, et al., 1998). Quando se introduz a água saturada na célula de flotação,

contendo o efluente junto com o coletor, a pressão cai para a pressão atmosférica e o

ar é incapaz de manter-se em solução, liberando-se sob a forma de micro-

bolhas (MARTINS, 2009).

31

Eletroflotação.

A técnica de eletroflotacão consiste em separar partículas sólidas ou íons de

uma fase líquida através da utilização de bolhas de gás ascendentes formadas durante

a eletrólise da solução aquosa que contém os metais que se deseja remover (HOSNY,

1996 e CHEN, 2003). Na electroflotação as bolhas formadas são extremamente

pequenas (HOSNY, 1996), a variação da densidade de corrente nos eletrodos implica

em quantidades diferentes de microbolhas que constituem o agente carregador do

agente poluente (CHEN, 2003).

É usado para tratamento de efluentes radioativos, efluentes que contém tintas e

emulsões de pintura. A obtenção das bolhas de H2 e O2 é dada por eletrólise da água

(AISSE et al, 1981). Há poucas publicações referentes à remoção de metais pesados

por esta técnica (MOLLAH, 2001).

2.4 INFLUÊNCIAS DOS PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS EM FLOTAÇÃO.

A eficiência da flotação depende de vários parâmetros químicos e físicos, tais

como o tipo e a concentração dos íons, o tempo de permanência da solução na célula

de flotação, a temperatura, o pH, entre outros (KOREN e SYVERSEN, 1995).

2.4.1 Parâmetros químicos.

A eficiência do processo de flotação depende diretamente de parâmetros

químicos como o tipo de reagentes, coletor e sua concentração, o tipo e concentração

do espumante e o pH do processo.

Os reagentes de flotação são substâncias orgânicas e inorgânicas que

promovem, intensificam e modificam as condições ótimas do mecanismo físico-químico

do processo de flotação (GUTIERREZ, 2010)

Estes são classificados em três grupos:

32

Coletores, cuja função é fornecer as propriedades hidrofóbicas às partículas a

ser removidas;

Espumantes, que permitem a formação de espuma estável e bolhas de tamanho

adequado;

Os modificadores, usados para a regulamentação das condições adequadas

para a ação seletiva dos coletores, estes por sua vez podem ser:

Modificadores de pH

Ativadores

Na flotação iônica, as concentrações de coletores e os espumantes são

geralmente baixas, na ordem de 10-7 a 10-4 mol/dm3 (CASQUEIRA et al., 2002).

Coletor.

Os coletores têm moléculas heteropolar, ou seja, uma parte polar (hidrofílica) e

outra apolar (hidrofóbica).

Os principais coletores catiônicos são aminas e seus sais, os iônicos podem ser

sulfídricos (tiocompostos) ou oxídricos (BALTAR, 2010; GUERRERO GARATE, 2010).

A Figura 2 mostra uma relação dos principais dos coletores. Os xantatos são

coletores aniônicos sulfídricos.

Os coletores Sulfidricos, ou tióis, caracterizam-se por um grupo solidofilico que

contém enxôfre divalente. Estes coletores são ácidos fracos, portanto, a ionização

depende do pH (BALTAR, 2010).

33

Figura 2- Tipos de coletores.

Fonte: (Baltar, 2010).

Os mais utilizados entre os coletores aniônicos são os ditiocarbônicos,

conhecidos como xantatos e os ditiofosfatos, também conhecido como aerofloats.

Existem algumas regras gerais sobre o comportamento dos coletores:

A primeira relaciona o tamanho da cadeia molecular, com a hidrofobicidade do

reagente (medido pelo ângulo de contato da bolha de ar); como se mostra na

Tabela 1. Supõe-se que quando aumenta o número de carbonos o coletor tem

mais possibilidade de ficar absorvido nas bolhas de ar por ser a cadeia maior em

comprimento;

A segunda é que as cadeias normais são mais fracas do que as cadeias

isométricas ramificadas. Como também se observa na Tabela 1. Por exemplo,

entre o Butil e o Isobutil há uma diferença no ângulo de contato de 4 graus.

Tabela 1 - Número de carbonos e ângulo de contato dos radicais.

Radical Número de Carbonos Ângulo de contato

34

Metil 1 50

Etil 2 60

Propil 3 68

Butil 4 74

Iso-butil 4 78

Amil 5 80

Iso-amil 5 86

Hexil 6 87

Heptil 7 90

Octil 8 94

Cecil 16 96

Fonte: Baltar, (2010).

O ângulo de contato é uma característica inerente do grupo não polar (cadeia de

hidrocarboneto) do agente coletor, por conseguinte, quanto maior for a cadeia de

hidrocarbonetos maior será o ângulo de contato e, portanto, a hidrofobicidade adquirida

também será maior. Verificou-se que o tipo de cadeia de "iso" (isopropil, isobutil) forma

ângulos de contato maiores do que as cadeias de tipo normal. Partículas convertidas

em hidrofóbicas pela ação do coletor são aderidas as bolhas de ar que sobem.

(GUERRERO GARATE, 2010).

Os Xantatos alquílicos dominam a flotação de minério de sulfeto, têm sido

utilizados há mais de 65 anos, são usados em cerca de 60.000 toneladas por ano.

(BAŞTURKCU et al., 2007). Eles estão disponíveis com cadeias de carbono de C2 a C6

(ou mais) o que lhes confere alta solubilidade. O Xantato etílico, por exemplo, tem uma

solubilidade de 8 mol.L-1 e o xantato hexílico de 0,1 mol.L-1, à temperatura ambiente

(FUERSTENAU, 1982). A estabilidade desses reagentes depende do valor de pH. Os

xantatos decompõem em meio ácido, hidrolisam rapidamente sob condições ácidas e

35

se estabilizam a pH elevado (> 12). Os xantatos se dissociam completamente a baixo

do pH 9 e muito rápido a baixo do pH 7. (MONTE et al., 2004; FLOMIN, 2009).

As solubilidades dos produtos formados entre xantato e chumbo são as

seguintes:

Xantato etílico de chumbo (2 carbonos): produto de solubilidade de 2,1 x 10-17;

Xantato amílico de chumbo (5 carbonos): produto de solubilidade de 1,0 x 10-24.

O mercado mundial é dominado por quatro destes xantatos, o etílico de sódio

xantato (C2H5OSC2Na), xantato isopropílico de sódio (C3H7OSC2Na), xantato isobutílico

de sódio (C4H9OSC2Na) e xantato amílico de potássio (C5H7OSC2K). São fabricados na

forma de sólido solúvel em água, em regra geral são mais econômicos do que outros

coletores (ADKINS e PEARSE, 1992)

Os xantatos são compostos orgânicos obtidos de bisulfito de carbono, álcool e

um alcalóide (GUERRERO GARATE, 2010). Os xantatos são conhecidos desde 1830.

No entanto, foram introduzidos, para flotação de minerais, por Keller em 1925

(GUERREIRO GARATE, 2010). O xantato etílico de potássio, (KEX) foi preparado pela

primeira vez por Zeize em 1822, com hidroxido de potássio, álcool etílico e dissulfureto

de carbono. Em 1923 Cornelius H. Keller usou-o como coletor para flotação de minerais

de sulfureto, conforme descrito em uma patente americana em 1925 (GUERRERO

GARATE, 2010).

A Figura 3 mostra a composição do xantato etilico de sódio. Segundo Chaves et

al (2010), o enxofre dentro do radical polar é mais hidrofóbico que o oxigênio.

36

Figura 3- Estrutura de xantato etílico de sodio.

Fonte: (Gutiérrez, 2011).

Está bem estabelecido que, mesmo a altas concentrações, o xantato etílico tem

um efeito insignificante sobre a tensão superficial da água e que a atividade superfícial

é mínima, até o xantato hexílico (KAKOVSKY et al, 1956) . Carboxilatos de metal

alcalino de cadeia curta se comportam de modo semelhante e Rosen (1978) definiu

que, para as cadeias de hidrocarbonetos com menos de 9C são muito solúveis para

mostrar atividade superfícial, embora os resultados de Leja (1982) indicaram que o

octanoato de sódio a concentrações superiores a 0,3 M produzem micelas.

Os xantatos de metais pesados são fortemente covalentes, conforme indicado

pela sua solubilidade em solventes orgânicos (RODRIGUES, 2007; POLING, 1976).

Estudos sistemáticos de espectros de infravermelhos mostram que sua polaridade

aproxima-se ao dixantógenos (POLING, 1976). Uma indicação da hidrofobicidade

destas espécies pode ser obtida a partir da solubilidade do dixantógeno em água. Isto

implica que o grupo dixantógeno é hidrofóbico (HAMILTON; WOODS, 1986).

Em geral os xantatos são comercializados em uma forma sólida (Palets), em

cores que variam do branco ao amarelo, dependendo do álcool que formou a

composição e do metal e têm um forte cheiro de enxôfre (BALTAR, 2010).

37

As seguintes características são atribuídas aos xantatos usados em flotação:

Praticamente não forman espuma;

São altamente solúveis em água;

Não formam micelas;

Em meio ácido os xantatos hidrolisam, retornando para a forma de ácido

xântico;

Degradam facilmente.

A concentração crítica de micelas (CMC) é aquela em que os agentes

tensoativos formam micelas, isto é, as moléculas se orientam, se agregam e formam

estruturas em solução. Tal como se observa na Figura 4, este fenômeno é totalmente

diferente do que acontece em um estado de mistura aleatória. Normalmente, quanto

maior for o comprimento da cadeia hidrocarbônica menor vai ser o valor do CMC. Por

outro lado, os grupos polares, ligações duplas e ramificações presentes na estrutura,

tendem a aumentar o valor do CMC. O tipo de íon unido ao coletor tem um efeito

negligenciável. A adição de determinados eletrólitos e álcoois de cadeia longa, reduzem

substancialmente a CMC de surfatantes aniônicos e catiônicos.

.

Figura 4– Ilustração de uma micela

38

Fonte: (Gutiérrez, 2011).

No que diz respeito à decomposição do íon de xantato, das numerosas reações

que têm sido consideradas por vários pesquisadores, a decomposição do xantato em

soluções aquosas, a seguir, são considerados relevantes em sistemas de flotação:

Formação de xantato

(2)

(3)

Hidrólises do íon xantato

(4)

Decomposição do ácido xântico

(5)

Decomposição hidrolítica

(6)

Oxidação à dixantógeno

(7)

A oxidação de xantato por oxigênio dissolvido em água, apesar de ser favorável

termodinamicamente é uma reação de cinética muito lenta, consequentemente, não

ocorrem na flotação. O dixantógeno pode funcionar na flotação como coletor auxiliar

(BALTAR, 2010).

Na Figura 5, se observa a formação de complexos com Pb2 +, se trata de um

dixantato, formado em uma reação reversível entre o xantato e o íon chumbo.

39

Figura 5- Possível reação entre xantato hexílico de sódio

e o chumbo. Fonte: (Rubio, 2003).

A literatura toxicológica sobre xantatos é muito limitada. A maioria dos efeitos

tóxicos relatados refere-se à capacidade dos xantatos para liberar bissulfeto de carbono

quando aquecido. O xantato etílico de sódio não se acumula no corpo (CCOHS,

2004). Os xantatos têm baixa toxicidade aguda e por via oral, como indicado na LD50s,

que são a dose letal para 50% dos animais do teste. O xantato amílico de potássio

provoca dor e lesão ligeira para a córnea do olho e pode queimar a pele por contato

prolongado. Há pouca informação sobre exposição humana a xantatos.

Espumante.

Os espumantes são sustâncias orgânicas tensoativas que se concentram na

superfície da interface água-ar. Sua função principal é reduzir a tensão superficial na

interface água-ar (CHAVES et al., 2010), e inibir a sua coalescênciadas bolha. A parte

polar da molécula do espumante interage com as moléculas da água, enquanto os

grupos não-polares são orientados para o ar

40

Os surfatantes utilizados como espumantes, em sistemas de flotação, são

compostos não-iônicos, geralmente álcoois ou éteres contendo os grupos óxido de

etileno e óxido de propileno, óleo de pinho e ácidos cresílico (LEJA, 1982). Na flotação

iônica, freqüentemente, o espumante (surfactante) é adicionado como uma solução

etanólica (ZOUBOULIS; MATIS, 1987). O custo deles é bastante elevado (SILVA, et al.,

1987).

A presença do espumante pode favorecer a flotação do íon poluente. No

entanto, em quantidades excessivas pode ser prejudicial (SCORZELLI, et al., 1999).

A Figura 6 mostra um esquema dos principais espumantes usados e com as

suas respetivas fórmulas.

Figura 6- Tipos de espumantes comumente

utilizados em flotação e suas respetivas

fórmulas químicas.

Fonte: (Gutiérrez, 2011)

A função mais importante de um espumante é a de formar uma espuma estável

que permita o transporte dos íons coletados. Outros efeitos dos espumantes na flotaçao

são:

Reduz a tensão superficial da água;

41

Reduzem o fenômeno de união de duas ou mais bolhas (coalescência);

Regulam a velocidade das bolhas;

Facilitam a ação do coletor (ALEXANDROVA E FRIGOROV, 1996).

Um bom espumante deve ter as seguintes características:

Não apresenta atividade de coletor;

Produze bolhas estáveis para completar o transporte dos íons

removidos;

Ser insensível as mudanças de pH;

Ser ativo em pequenas concentrações (CHAVES et al., 2010).

Reguladores de pH.

O pH afeta as condições para a adsorção do coletor. O ajuste da alcalinidade

pode ser feito com hidróxido de sódio potássio

O pH tem influência:

Na dissociação do coletor e outros reagentes.

Na ionização das espécies presentes no efluente.

Na formação do sublato (CHAVES et al., 2010).

O controle de acidez normalmente se faz usando ácido sulfúrico ou nítrico.

2.4.2 Parâmetros Físicos.

Tempo de condicionamento.

O tempo que a solução se encontra em contato com o coletor pode influenciar a

quantidade de complexo xantato chumbo formado, bem como o tamanho do precipitado

42

(MOROSINI et al, 2001), causando um aumento ou uma diminuição da eficiência da

flotação (CHEN et al., 2004).

2.5 FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO (FAD).

A flotação por ar dissolvido é um método eficaz para remover partículas de baixa

densidade de uma suspensão, clarificar líquidos com baixa turbidez e águas fortemente

coloridas (GREGORY, 2010). Tem sido utilizado em instalações de água potável por

mais de 45 anos na Escandinávia e África do Sul, mas seu uso se espalhou em todo o

mundo, há 25 anos.

Recentemente começou a ganhar popularidade nos Estados Unidos na

purificação de água superfícial. O processo foi desenvolvido inicialmente na indústria de

mineração para a separação de sólidos. Em 1924, o método FAD foi patenteado para

remoção da celulose dos resíduos da indústria de papel na Escandinávia. No início da

década de 1960, foi usado pela primeira vez na clarificação da água potável. O

processo é amplamente aceito na Europa. Em 1973 já havia 71 plantas na Finlândia,

Noruega e Suíça (HYDE, 1977). Em 1985 já havia 20 instalações FAD na Inglaterra

(ZABEL, 1985).

O processo consiste na remoção de partículas por meio da introdução de

microbolhas de ar, a qual, quando em contato com as partículas formam um

aglomerado de partícula-bolha de densidade inferior a água, de modo que tende a

flutuar à superfície do tanque de flotação, onde é retido pela espuma e é extraído. A

Figura 7 mostra um esquema do FAD.

43

Figura 7- Ilustração do Sistema experimental para a

técnica de Flotação por ar Dissolvido (FAD).

Fonte: (Rojas et al., 2008)

Na flotação FAD, o ar é injetado por um compressor na câmara de saturação,

(pressão entre 275 a 350 kPa; 2,8 - 3,57 Kgf/cm2). Dentro desta câmara ocorre a

dissolução de ar na massa de líquido, uma vez que o líquido pressurizado é enviado à

célula de flotação na qual está sob pressao atmosférica. A redução repentina da

pressão provoca a libertação de ar, sob a forma de pequenas bolhas, formando nuvens

de bolhas de 30-100 µm de diâmetro (SILVA, 2009), que aderem às partículas em

suspensão, que flutuam à superfície. Vráblík (1953) mostrou que as bolhas libertadas

após pressurização (140-350 kPa), variam em tamanho de 30 a 120 microns, e se

pode usar uma ampla gama de pressão, permitindo um control e mais eficiente da

quantidade de ar (AISSE et al., 1981).

Quanto menor o tamanho médio das micro-bolhas de ar no interior da célula de

flotação, mais eficiente será o processo de flotação, porque será maior a probabilidade

de colisão entre as bolhas de ar e o agente a ser removido.

Um importante aspecto para a eficiência do processo FAD é garantir condições

ideais de pH e dosagem dos reagentes (EDZWALD; WINGLER, 1990). Estas condições

44

são fundamentais para a formação do agregado íon-coletor-bolha. Outro aspecto

importante é o tempo de contato, que também influencia no tamanho e na densidade do

agragado (MOROSINI et al, 2001). Edzwald et al. (1992) sugerem que o tamanho do

agregado deve estar entre 10 a 30 µm (LACERDA et al., 2001).

É importante que a nuvem de pequenas bolhas de ar produzidas na entrada das

células FAD esteja uniformemente distribuída, permitindo que essas microbolhas

exerçam seu papel com um máximo de eficiência (AISSE et al., 1981).

As microbolhas podem aderir tanto sólidos em suspensão, como bactérias,

precipitados de gorduras, óleos, sabonetes, metais pesados, corantes, proteínas,

elementos orgânicos, etc., levantando-as e fazendo-as flutuar na superfície da célula de

flotação, permitindo o clareamento na parte inferior do tanque (RAUL, 2010).

2.5.1 Vantagens.

Em comparação com outras unidades de tratamento de águas residuais, a FAD

tem as seguintes vantagens:

Flexível e eficaz no tratamento de efluentes com uma vasta gama de

concentração;

Operação rápida e pequeno espaço;

Pequena quantidade de lodo gerado com maior teor de sólidos;

Baixo consumo de energia;

Requisitos de espaço compacto;

Clareamento de alto desempenho sobre as águas coloridas ou com algas;

Relativamente insensível à temperatura da água (CROSSLEY; VALADE,

2006; EDZWALD, 1995; LIN; HUANG 1994; FERGUSON et al. 1995).

45

2.5.2 Aplicações.

A FAD é uma tecnologia de remoção de partículas cada vez mais aplicada no

tratamento de água e efluentes, tem se expandido constantemente em sua aplicação,

ganhando confiabilidade devido a sua eficiência (CHEN et al., 2004)

A FAD tem sido utilizada em várias indústrias. É eficaz no tratamento da água,

especialmente na eliminação de algas, cor e turbidez (EDZWALD et al.,

1992; EDZWALD 1995; MATSUI et al., 1998). Também tem sido aplicado no tratamento

de efluentes, tais como processamento da proteína de soja em padaria (SCHNEIDER et

al. 1995, LIU; LIEN 2001).

2.5.3 Remoção de chumbo por FAD.

Os xantatos podem reagir com metais para formar precipitados de complexos

metálicos de xantato. Estes têm produtos de solubilidade baixa e alta estabilidade e,

portanto, apresentam alta eficiência na remoção de íons metálicos (RODRIGUES,

2007; WING et al, 1974; BRICKA, 1988).

Ambos os cátions e ânions podem formar complexos. No caso dos cátions

metálicos, o agente complexante deve possuir uma parte aniônica hidrofóbica que

combine estequiometricamente com o cátion a ser removido.

Em processos de flotação iônica podem ser obtidos dois tipos de resultados. Nas

curvas do tipo A (Figura 8), acredita-se que se formaram precipitados na solução antes

da passagem do ar. Este tipo de curva foi observado nos trabalhos de (PINFOLD, 1972;

GRIEVES, 1990; ENGEL, et al., 1991 e NICOL, et al., 1992, MARTINS, 2009) estes

autores encontraram um máximo de remoção, após o qual há uma inibição da

recuperação para concentrações mais elevadas. Curvas do tipo B (Figura 8) encontram

valores assintóticos perto de 100% de remoção, estas curvas são típicas dos sistemas

em que a espécie iônica permanece em solução (CASQUEIRA, 2004).

46

Figura 8- Tipos de gráficas de recuperação frente à

concentração do coletor.

Fonte: (Chaves et al., 2010)

De acordo com Evans (1995), a eficiência da remoção está relacionada com a

quantidade de coletor adicionada e, conseqüentemente, com a quantidade de espuma

produzida.

A relação entre o coletor e os íons poluentes deve ser pelo menos

estequiométrica. Recomenda-se um excesso de coletor para garantir que todos os íons

coligantes se unan a os íons coletores (PINFOLD, 1972), contudo, a formação de

espuma abundante deve ser evitada, pois produz efeitos nocivos sobre a recuperação,

tais como: a formação de micelas, a competição entre espécies e os coligantes por um

local na superfície das bolas e quantidades residuais tóxicas do coletor no efluente final

(ZOUBOULIS; MATIS, 1987; ENGEL et al., 1991; NICOL et al., 1992; DUYVESTEYN,

1993).

47

2.6 CINÉTICA DE FLOTAÇÃO.

A cinética de flotação desempenha um papel importante no processo, uma vez

que a viabilidade do processo pode ser determinado, bem como estabelecer as

equações de projeto para a expansão dos equipes. Na literatura (SANTOS, 1996), se

pode encontrar várias abordagens para a determinação da cinética de flotação. No

enfoque mais simples e de uso mais frequente, a flotação se compara a uma reação

química do tipo:

(1)

Onde k é a taxa de "consumo de partícula" por flotação para uma reação de n-

ésima ordem está dada pela seguinte equação:

(2)

Onde C é a concentração dos íons em uma célula de flotação, V é o volume da

célula e k é a constante cinética de remoção (COUTO; MELO; MASSARANI, 2004).

2.6.1 Modelagem da Técnica de Flotação.

Um balanço de massa para a remoção de chumbo na célula de flotação é

calculado como uma mistura perfeita.

(3)

E para um funcionamento contínuo, temos a seguinte equação.

48

(4)

Onde y são as concentrações de alimentação e a velocidade de fluxo, k é

a constante cinética de flotação, e é o gradiente do volume da célula de flotação ao

longo do tempo durante a operação.

A operação inicial termina no tempo quando começa a operação

contínua. Neste ponto, o tanque tem a concentração de íons de chumbo de e o

volume de . O efluente tratado sai da célula a uma taxa de fluxo de que é

constante e igual à soma do líquido saturado mais a alimentação, para cada

experimento

, , , , ,

São mantidos constantes (COUTO; MELO; MASSARANI, 2004).

49

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Os reagentes químicos utilizados foram de grau analítico e todos os experimentos

foram realizados em temperatura ambiente.

3.1 SISTEMA DE REAGENTES.

Foram utilizados, na pesquisa, os reagentes coletores C-3200, C-3330, C-3430,

C-3505 da FLOMIN, cuja natureza química é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 – Nome comercial e natureza química dos coletores utilizados na pesquisa.

Nome comercial Sigla Especificação

C-3200 Flomin SEX Xantato etílico de sódio

C-3330 Flomin SIPX Xantato iso propílico de sodio

C-3430 Flomin SIBX Xantato isobutílico de sodio

C-3505 Flomin PAX Xantato amílico de potássio

O reagente F-742 FLOMIN, um polipropileno glicólico, foi usado como espumante.

Nitrato de Chumbo II P.A-ACS Dinâmica Química Contemporânea Ltda. Soluções &

Reagentes foi usado como fonte de Pb2+.

Hidróxido de sódio comercial fornecido pela Quimex , com a função de regulador de pH.

Ácido nítrico comercial da Quimex, com a função de regulador de pH.

3.2 EQUIPAMENTO.

Foi utilizado um Agitador mecânico, com velocidade controlada, da IKA Labortechnik

(Alemanha) para a homogenização da amostra durante o tempo de condicionamento.

A pesagem foi realizada na Balança Analítica de SHIMADZU AY220

50

A Célula de Flotação por Ar Dissolvido (FAD), modelo SAT 35BP, fabricada pela

AQUAFLOT.

Medidor de Condutividade, modelo WTW, da marca INOLab, para medição da

conductividade das soluções.

Espectrofotômetro, modelo AA240FS, fabricado pela VARIAN S.A, controlado por

computador PC com software específico.

Potenciômetro Quimis, modelo ® Q400RS, para medição do pH das soluções testadas.

3.3 METODOLOGIA.

3.3.1 Preparação da amostra.

Uma solução de nitrato de chumbo em uma concentração de 200 mg.L-1 foi

usada, como fonte de Pb2+, para a preparação do efluente sintético.

A diluição foi feita em balões de capacidade de 2000, 1000, 500 e 100 mL, com

água destilada.

3.3.2 Testes de flotação.

As etapas a seguir para a flotação por ar dissolvido foram:

51

Figura 9- Equipe do FAD.

Fonte: (Adaptado de FÉRIS et al., 2000)

Ligou-se o compressor ao saturador de ar (4) e a célula de flotação (6) de

acordo com a Figura 9. Abriu-se a entrada de ar para o saturador com a válvula (1),

definindo a entrada de pressão de ar em 4,5 Kgf.cm2 (3).

A amostra de solução de nitrato de chumbo II misturada com xantato. Foi

preparada da seguinte forma:

Medir 100 mL de solução de 200 mg.L-1 em uma proveta.

Medir 100 mL de solução de xantato nas seguintes proporções

estequiométricas em função da concentração de nitrato de 1:1, 1:2, 1:4,

1:6, 1:8, sendo a segunda a concentração de xantato, numa proveta. Se

misturam as duas soluções indicadas acima.

Levou-se a mistura a um agitador mecânico, a velocidade de 360 rpm, por 900

segundos, neste ponto o complexo de xantato-chumbo foi formado. Ao atingir 840

segundos, foram adicionados 4 mL de solução de espumante F-742 com concentração

de 625 mg.L-1. equivalente a 2,5 x 10-7 mg.L-1 .

Após 10 minutos de saturação de ar, abriu-se a válvula de entrada de ar

saturado na célula de flotação (5), na qual foi colocada a amostra previamente

preparada como indicado acima. Deixou-se a água saturada entrar dentro da célula até

atingir o nível máximo de 2000 mL (7). Fechou-se a válvula do saturador (5) e tomou-se

1 - Válvula de entrada de ar do compressor. 2 - Válvula para preenchido da água. 3 – Manômetro. 4 - Câmara de compressão. 5 - Válvula de entrada à célula de flotação. 6 - Célula de Flotação. 7 - Nível máximo da célula. 9 - Válvula para toma da amostra.

52

uma amostra do efluente (9). A amostragem foi realizada por um período de 15

segundos.

Posteriormente, a medida da concentração de chumbo no efluente foi realizada

em um espectrômetro de absorção atômica seguindo as orientações dos métodos

padrão para exame de água e de águas residuais (APHA, AWWA e WPCF). O método

de espectrometria de absorção atómica (seção 3111B) tem uma detecção relativamente

alta (APHA; AWWA, 1999).

Calculou-se o total removido nas amostras pela equação 13:

(13)

Onde c é a concentração residual de chumbo (mg.L- 1), e C0 é a concentração

inicial (ALEXANDROVA; GRIGOROV, 1996). Os gráficos correspondentes, foram

realizados usando o programa ORIGIN 8®.

A Figura 10 mostra o equipamento com o qual se trabalhou. A Figura 11 las

amostras coletadas.

53

Figura 10- Equipamento FAD em bancada

(Laboratorio de Tecnología Mineral, UFPE).

Figura 11– Amostras coletadas preparadas para as

análises por espectroscopia de absorção atómica.

54

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.

2.7 4.1 CONCENTRAÇÃO E TIPO DE COLETOR.

Nas Figuras 12 e 13 e a Tabela 3 foram analisados os efeitos da concentração e

do tamanho da cadeia do coletor no teor residual de chumbo. Foram usados os

xantatos: etílico (2C), isopropílico (3C), isobutílico (4C) y amílico (5C) nas concentrações

de 20 a 160 mg.L-1.

Figura 12- Influência da concentração do coletor, em pH 6,5, no teor

residual de Pb2+ em função do tamanho da cadeia hidrocarbônica.

Tabela 3 - Concentração residual de Pb+2 no efluente sintético após a flotação

iônica.

COLETOR SEX SIPX SIBX PAX

CONCENTRAÇÃO RESIDUAL (Pb2+), mg/L-1

0 20,0 20,0 20,0 20,0

20 3,8 2,7 4,8 5,35

55

40 1,05 1,35 2,6 2,35

80 0,65 1,95 3,5 10,07

120 1,1 2,6 3,75 10,95

160 1,35 2,35 3,65 10,85

Figura 13 - Influência da concentração do coletor, em pH 6,5, no %

total removido de Pb em função do tamanho da cadeia

hidrocarbônica.

Tabela 4 - Concentração residual de Pb+2 no efluente sintético após a flotação

iônica.

COLETOR SEX SIPX SIBX PAX

0 0 0 0 0

20 81,0 86,5 76,0 73,2

40 94,8 93,2 87,0 88,2

80 96,8 90,2 82,5 49,7

56

120 94,5 87,0 81,2 45,2

160 93,2 88,2 81,7 45,8

Se observa um comportamento como o inficado na Figura 8, tipos de gráficas de

recuperação frente à concentração do coletor.

Pode-se observar que todos os xantatos testados removeram íons de chumbo. Os

melhores resultados foram obtidos com o xantato etílico de sódio (2 carbonos na cadeia

orgânica), em uma concentração de 40 mg.L-1. Os resultados mostraram que, para todos

os coletores testados, a remoção de Pb2+ aumenta com a concentração do coletor até o

limite de 40 mg.L-1. Observa-se que a concentração de chumbo no efluente sintético foi

reduzida de 20 mg.L-1 para valores entre 1,0 e 2,3 mg.L-1. O aumento da concentração

dos xantatos a partir de 40 mg.L-1, no entanto, não resulta em ganho adicional na

remoção do Pb2+ residual.

Nos testes com o xantato Amílico (6 C), o aumento da concentração do coletor a

partir de 40 mg.L-1 inibiu a remoção de Pb2+. O teor residual subiu de 2,3 mg.L-1 para

valores acima de 10,0 mg.L-1.

As Figuras 14 e 15 mostram a influência da concentração do coletor na

condutividade da solução, na ausência e na presença de Pb+2. Na ausência de chumbo

a condutividade cresce linearmente com a concentração do xantato (RCOS2-), como era

de se esperar. Essa relação, no entanto, não é observada no trecho inicial da curva

obtida na presença de Pb+2. Esse fato sugere a formação de um composto na forma de

PbX- (X = xantato) que praticamente manteria a condutividade original da solução (122

µS.cm-1). Após a concentração de 40mg.L-1 de xantato, a condutividade passa a crescer

linearmente com a concentração do coletor, sugerindo a existência de íons xantato

(RCOS2-) na forma livre.

57

Figura 14- Influência da concentração do xantato na

condutividade da solução.

Figura 15- Influência da concentração do xantato na condutividade

da solução na presença de íons Pb2+.

A espécie PbX+ (presente em soluções com baixa concentração de xantato) é

hidrofóbica e adere às bolhas de ar sendo removida na espuma. O aumento do teor de

58

Pb++, na solução residual, observado com concentrações de xantato amílico acima de 40

mg.L-1 (Figura 16) pode ser atribuído à formação da espécie hidrofílica PbX3-, a partir de

uma ligação cadeira-cadeia. (Figura 16) entre a espécie PbX+ e os íons xantatos (X-)

livres.

Figura 16 - Ligações cadeia-cadeia.

2.8 4.2 INFLUÊNCIA DO pH.

A Figura 17 mostra a influência do pH na concentração residual de Pb2+ após a

flotação com xantato (40 mg.L-1).

59

Figura 17- Influência do pH na concentração residual de chumbo.

Concentração de xantato amílico de potássio 40 mg.L- 1 , 2.5 x 10-

7 mg.L-1 de espumantes F-742.

Tabela 5 – Dados obtidos dos testes variando pH.

pH Chumbo Residual

4,0 4,65

6,0 4,69

6,9 6,23

8,1 5,95

8,5 4,45

10,1 4,86

11,7 4,75

A análise dos resultados mostra que não houve um efeito significativo na remoção

de íons de chumbo com a variação de pH.

60

Os resultados estão de acordo com o trabalho de Allison et al., (1972). Que

disseram que a natureza da reação não varia com o pH da solução ou o tamanho da

cadeia de xantato usado.

4.3 CONCENTRAÇÃO DE ESPUMANTE.

2.9

Figura 18 – Influência da concentração do espumante F-742

na concentração residual de chumbo

Tabela 6 – Dados dos testes de remoção de chumbo vs. concentração de espumante

F-742

Concentração de Espumante (mg.L-1) Chumbo Residual (mg.L-1)

0 4,65

1,25 x 10-7 4,37

2,5 x 10-7 4,25

7,5 x 10-7 3,69

61

1, x 10-6 4,06

1,25 x 10-6 4,5

Tal como acontece com o pH, a quantidade de espumante não apresenta

variações significativas na remoção de chumbo por FAD.

4.4 TEMPO DE CONDICIONAMENTO.

Figura 19- Influência do tempo de condicionamento na

concentração residual de chumbo.

Tabela 7 – Dados dos testes de remoção de chumbo residual vs. tempo de

condicionamento

Tempo de Condicionamiento (min) Chumbo Residual (mg.L-1)

0

60

20

5,18

300 3,5

62

600 3,2

1200 3,2

1500 3,1

Define que o tempo de condicionamento em um momento entre 0 e 300 seg,

atinge seu máximo, e que logo não varia mais.

Não há necessidade de um longo tempo de condicionamento xantato-chumbo.

Com apenas 1 minuto de contato foi possível reduzir o teor de chumbo residual de 20

para 5,2 mg.L-1.

63

5. CONCLUSÕES.

Uma unidade de FAD usou-se para a realização dos testes, em escala de

bancada, a unidade tem capacidade de 2,0 Litros.

A remoção de chumbo por Flotação FAD usando coletor Xantato mostrou-se

eficiente, todos os xantatos testados removeram mais do que 87% do chumbo contido

na solução inicial.

A eficiência de remoção diminuiu com o tamanho da cadeia. Os melhores

resultados foram obtidos com o xantato etílico (remoção de 96,8% do chumbo).

Concentrações de xantato acima de 40 mg.L-1 não proporcionam aumento na

remoção do poluente. No caso do xantato amílico a remoção de chumbo é inibida.

Isso acontece, provavelmente, devido ao maior tamanho da cadeia orgânica do

xantato amílico, o que favorece as interações cadeia-cadeia que torna o sublato

hidrofílico.

Não há necessidade de um longo tempo de condicionamento xantato-chumbo.

Com apenas 1 minuto de contato foi possível reduzir o teor de chumbo residual de 20

para 5,2 mg.L-1

Algumas variáveis testadas mostraram-se pouco influentes sobre os resultados

obtidos, como pH e concentração de espumante.

O presente equipamento sugere ser utilizado como um eficiente método para

remoção de chumbo contido em efluentes aquosos.

Conseguiu-se a remoção de até 96,8% do chumbo contido na solução inicial.

Esse resultado foi obtido com xantato etílico de sódio, em concentração de 80 mg.L-1, e

uma concentração de espumante de 2.5 x 10-7 mg.L-1 em pH natural (6,5). Observou-

se que a flotação iônica obteve uma eficiência de remoção do chumbo em torno de 96,8

%.

A escolha da pressão de saturação foi baseada nas limitações do equipamento e

na literatura consultada. Essa avaliação indicou, juntamente com os resultados obtidos

64

nos ensaios exploratórios, a pressão de 4,5 Kgf.cm2 como sendo a ideal. A escolha foi

confirmada pelos elevados valores obtida de eficiência de remoção de chumbo.

Diante dos resultados encontrados, propõem-se como sugestões:

Realizar o estudo da modelagem dos resultados encontrados e avaliar a

eficiência dos mesmos.

Aplicar as condições operacionais da FAD encontradas com efluente sintético ao

efluente real.

Estudar a recuperação do chumbo presente nas amostras concentradas na

espuma.

65

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aqueous solutions. Separation and Purification Methods, 26 (2), 255-297, (1998).

79

APÊNDICES

80

APÊNDICE A

Serie de testes

Data Coletor Quantidade

de chumbo

Espumante pH Volumem

inicial de

NO3Pb2

24/10 PAX spectro

Blanc 3,41

1/1:2 1,14

1/1 1,16

1/2 1,16

1/3 0,80

1/4 0,64

12ppm 300 ml

28/11 SEX

Blanc 1,74

1/1 1,39

1/2 0,81

1/4 0,40

1/6 0,39

1/8 0,53

20 ppm 300 ml

5/12 SEX

1/4 1,09

1/4 1,57

20 ppm

7

9

300 ml

10/12 PAX

1/1 1,96

1/2 1,69

1/4 1,00

80 ppm F-742

5,19

5,33

5,55

250 ml

81

1/6 0,91

1/8 0,93

5,81

5,85

11/12 PAX

1/8 18,40

1/8 17,9

1/8 19,70

1/8 21,55

1/8 18,94

80 ppm F-742

4,03

6,52

8,01

10,02

12,03

250 ml

17/12 PAX

1/1 13,75

1/2 7,4

1/4 14,05

1/6 13,45

Se termina el

reactivo

80 ppm F-650 250 ml

18/12 PAX

1/4 19,35

1/4 17,15

1/4 14,95

1/4 16,38

1/4 19,7

80 ppm F-742

0 ml

2 ml

6 ml

8 ml

10 ml

250 ml

Data Coletor Quantidade de

chumbo

Espumante pH Volumem

inicial de

NO3Pb2

20/12 PAX 200 ppm F-742 100 ml

82

1/1 5,35

1/2 2,35

1/4 10,07

1/6 10,95

1/8 10,85

3/01 SEX

1/1 3.8

1/2 1.05

1/4 0.65

1/6 1.1

1/8 1.35

200 ppm F-742 100 ml

4/01 SIPX

1/1 2.7

1/2 1.35

1/4 1.95

1/6 2.6

1/8 2.35

200 ppm

F-742 100 ml

5/01 SIBX

1/1 4.8

1/2 2.6

1/4 3.5

1/6 3.75

1/8 3.65

200 ppm

F-742 100 ml

83

14/01 PAX

1/2 3,5

1/2 3,2

1/2 3,2

1/2 3,1

200ppm F-742 Tempo (min)

5

10

20

25

100 ml

14/01 PAX

1/2 4,2

1/2 4,1

1/2 3,25

1/2 3,35

200 ppm F-742 (ml)

0

2

6

8

100 ml

15/01 PAX

1/2 5,55

1/2 5,95

1/2 5,8

1/2 4,75

200 ppm F-742 pH

4,04

8,09

10,03

11,75

100 ml

Data Coletor Quantidade de

chumbo

Espumante pH Volumem

inicial de

NO3Pb2

23/01 PAX

1/2 4,39

1/2 3,71

1/2 3,93

200 ppm F-742

2 ml

4ml

6 ml

100 ml

Duplicata

84

1/2 3,80

1/2 3,88

8 ml

10 ml

23/01 PAX

1/2 3,76

1/2 3,57

1/2 4,45

1/2 3,92

200 ppm F-742 pH

4,01

6,00

8,55

10,32

100 ml

Duplicata

23/01 PAX

1/2 4,54

1/2 4,43

1/2 5,89

200 ppm F-742 Tempo

1 min

1 min

1 min

100 ml

23/01 PAX

1/2 5,10

1/2 4,64

1/2 4,95

1/2 3,80

1/2 5,04

1/2 5,12

200 ppm F-742

0 ml

2 ml

4ml

6 ml

8 ml

10 ml

100 ml

Triplicata

23/01 PAX

1/2 5,82

1/2 6,23

200 ppm F-742 pH

6,11

6,86

100 ml

Triplicata