Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Física

Universidade Federal de PernambucoCentro de Ciências Exatas e da NaturezaDepartamento de Física

Ciência e Tecnologia para

desenvolver o Brasil

Sergio M. Rezende

UNIVASF, Juazeiro/Petrolina

4 de novembro de 2011

Tributo a Miguel Arraes

Ciência e tecnologia: Fator de riqueza

no mundo

Início tardio da ciência no Brasil

Avanços recentes de C&T no Brasil

Desafios para C&T no Brasil no Século

XXI

Sumário

Ciência = geração de conhecimento

Tecnologia = aplicação da ciência

Ciência e Tecnologia

Fator decisivo para a riqueza das nações



Ciência no Século 19: Bases do eletromagnetismo

(1812-1820) Oersted, Ampère

corrente I cria campo magnético B

I

B

I Fio com corrente I no campo sofre ação de força

F


Aplicação tecnológica das descobertas de

Oersted e Ampère: Motor elétrico

Primeiro motorelétrico - 1828

Motor elétrico atual

(1831-1845) Faraday, Henry: indução magnética

variação de B cria corrente I

I


Ciência no Século 19: Bases do eletromagnetismo


Aplicação tecnológica da indução magnética:Gerador elétrico

Primeiro gerador elétrico - 1856


As aplicações tecnológicas dos fenômenos eletromagnéticos transformaram os costumes da sociedade e os processos de produção

Geração e distribuição de energia elétrica

Geração

Transmissão

Distribuição e consumo

Energia elétrica tornou-se imprescindível para a humanidade

ELETRÔNICA

Tecnologia que utiliza dispositivos de

controle de sinais operando a base

de fenômenos com elétrons

amplificaçãochaveamentooperações lógicas

Tecnologia do Século XX

(1907) De Forest inventaa válvula triodo a vácuo

(1913-1918) Armstrong inventa o rádio receptor

elétrons emitidos pelo catodo são acelerados para a placa por campo elétrico

O rádio se torna objeto de desejo da sociedade

SMR-11

O nascimento da Eletrônica

(1920-1950)

Muitos equipamentos eletrônicos são

inventados e encontram aplicações na vida

cotidiana e na indústria

Mas a eletrônica à válvula tinha

muitas limitações SMR-12

Evolução da eletrônica

(1897-1899) J.J. Thomson “descoberta” do elétron

Virada do Século 20: Compreensão do elétron, do fóton e do átomo

(1900) Max Planck quantização de osciladores

(1905-1914) Einstein, Millikan efeito fotoelétrico, fótons

(1913-1926) Bohr, de Broglie teoria quântica do átomoHeisenberg, Schroedinger

dt

diH

.e

Século 20: Compreensão do átomo e da matéria

Elétrons das últimas camadas atômicassão responsáveis pelas ligações que formama estrutura cristalina dos materiais epor suas principais propriedades

Século 20: Compreensão do átomo e da matéria

Materiais

• Isolantes• Metais• Semicondutores

Em Dez/ 1947, Shockley, Bardeen e Bratain anunciaram no Bell Telephone Laboratory a invenção do transistor formado por junções de semicondutores

Shockley, Bardeen e Bratain receberam o prêmio Nobel de Física em 1956 15

A invenção do transistor

O transistor e outros dispositivos semicondutores revolucionaram a eletrônica

16

A invenção do transistor

17

Evolução rápida e contínua da eletrônica

Em 1958, Jack Kilby desenvolve o circuito integrado

O chip revolucionou a eletrônica

E no ano 2000 Kilby recebeu o Prêmio Nobel de Física

A eletrônica e a optoletrônica revolucionaram a sociedade

C&T: Fator essencial para a riqueza das nações

O computador pessoal

Microprocessador

Apple INTEL e

GERAÇÃO DE NOVO PRODUTO

CONHECIMENTO

US QEP ASI

Pesquisa aplicada

Desenvolvimentodo produto-INOVAÇÃO

60.000

1

Pesquisa, desenvolvimento e inovação

Universidades

Institutostecnológicos

Empresas

Produtos dealto valor agregado

Matérias primas

C&T: Fator para má distribuição da riqueza

PIBs dos países em US$ trilhões (2008)


0 100

2

4

6

8

10

12

14

16

EUA

JP CH

GEFR UK IT BR ES CA

Alguns marcos históricos de C&T no Brasil

1900 – Criação do Instituto Soroterápico > FIOCRUZ

1921 – Reestruturação do Observatório Nacional

1921 - Criação do Inst. Nacional de Tecnologia, RJ

1934 – Fundação da USP

1935 – Fac. de Filosofia Ciências e Letras da USP

1939 – Faculdade Nacional de Filosofia no RJ

O Brasil: início tardio

1948 – Criação da SBPC 1950 – Fundação do ITA

1925Visita de Einstein

ao ON

Fatos marcantes para a Ciência

O Brasil

Pouquíssimos cientistas e pesquisadores

Falta de ambiente de pesquisa nas universidades

Não haviam engenheiros ou especialistas em

setores básicos da indústria

Parque industrial incipiente

Ausência de cultura de inovação nas empresas

Brasil em 1950

O Brasil

Lattes, Leite Lopes, Tiomno, Schenberg, Costa Ribeiro e outros cientistas foram decisivos para a criação do CNPq

O Brasil

26

1951Decreto do Pres. Dutra

1951 – Criação do Conselho Nacional de

Pesquisas (CNPq) e da CAPES

Avanços no Sistema Federal de C&T

CNPq e CAPES apoiam estudantes e pesquisadores individuais (bolsas auxílios à pesquisa)

A atuação do CNPq e da CAPES nas décadas de 1950 e 1960 foi decisiva para a criação e manutenção dos primeiros grupos de pesquisa no Brasil

O Brasil

1962 – Criação do FUNTEC/BNDES

apoio institucional para pós-graduação

1968 - Reforma universitária criação do tempo

integral nas universidades

1967 – Criação da FINEP

1971 – Implantação do Fundo Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico-

FNDCT, através da FINEP

Avanços no Sistema Federal de C&T

O Brasil

1985 – Criação do Ministério da Ciência e

Tecnologia e absorção do CNPq e da FINEP

1971-1990– CNPq, FINEP, CAPES e Fundações

Estaduais apoiam a institucionalização da

pesquisa e a consolidação da pós-graduação

O Brasil

29

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

1975 1995

Mestrado

Doutorado

TOTAL489

183

672

1180

1802

622

Líder em prospecção de óleo e gás em águas profundas

2007- Tupi – 7000 m

Casos de sucesso em áreas onde governo atuou

O Brasil

Embraer quando ainda estatal

investiu fortemente em inovação e

tornou-se um dos maiores

fabricantes de aeronaves voltadas

para nichos de mercado importantes


O Brasil

DF

Embrapa Sede

10 Centros Nacionais de Temas Básicos

14 Centros Nacionais de Produtos

14 Centros Ecorregionais de

Pesquisa Agroflorestal ou Agropecuária

3 Serviços Especiais

16 Organizações Estaduais


Criada em 1972, hoje é líder mundial em P&D em agropecuária tropical

O Brasil

Produção agropecuária Brasileira impulsionada por C,T&I

Brasil tem 9% dos artigos científicos do mundo em agricultura trans-disciplinar

Produto Produção mundial

Açucar, Suco de laranja, Café 1o

Soja, Carne bovina, Frango 2o

Milho, Frutas 3o


O Brasil

• Proálcool (1975): bioetanol misturado a gasolina (25%)• Motores Flex-fuel (gasolina, bioetanol or mix) introduzido em 2003• 90% dos carros vendidos hoje são flex-fuel• Total bio-etanol hoje é pouco maior que o de gasolina

Bio-etanol de cana-de-açúcar para veículos

1925 1975 2003


O Brasil

• criação dos Fundos Setoriais de C&T • início da recuperação do FNDCT • novos formatos de financiamento estruturação de redes de pesquisa Programa de Núcleos de Excelência - PRONEX Institutos do Milênio editais universais

1999-2002

350

Avanços recentes no Brasil

2003 -2006

MCT- Política Nacional de C,T&I

MCT/FINEP-Ampliação dos recursos dos Fundos

Setoriais/FNDCT

CNPq-Ampliação do número de bolsas e

programas


Plano de Ação em C,T&I 2007-2010

Síntese


R$ 41,5 bilhões de verbasfederais (sem pessoal)

1- Grande aumento nos recursos financeiros federais

para C,T&I possibilitando ampliar a formação de

recursos humanos e o financiamento adequado da

pesquisa básica e aplicada em todas as áreas do

conhecimento e em todos os níveis da estrutura do

Sistema Nacional de C,T&I,


Principais avanços na última década

2- Notável avanço no ambiente para inovação tecnológica

nas empresas, proporcionado pela criação de um amplo

leque de instrumentos para financiar projetos de empresas,

operados pela FINEP (subvenção e crédito) e pelo BNDES,

por incentivos fiscais, pela criação do Sistema Brasileiro de

Tecnologia (SIBRATEC), e por uma lei que dá preferência a

produtos e processos desenvolvidos no Brasil nas compras

governamentais.


Principais avanços na última década

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

Criação dos Fundos Setoriais

Evolução Orçamentária do FNDCT R$ bilhões constantes

28.04.201040


1.070

1.431 1.330

2.043

2.742

3.148

3.627

4.236

4.925

6.482

1.858

5376

4732

4243

3627

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Nota: despesas com pessoal não incluídas

CNPq

programa nuclear institutos MCT

FNDCT programa espacial outras ações MCT

LOA

41

Evolução da execução orçamentária do MCT em OCC

previsto

LOA 2010

R$ milhões correntes


Em R$ milhões de 2010

Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento

25.315 26.269 25.463 25.054 24.870

27.70429.597

33.814

37.329

41.017

44.408

13.688 14.407 13.579 13.579 13.294 13.77614.907

17.94819.460

21.64923.481

11.627 11.862 11.883 11.475 11.57613.928 14.690

15.86517.870

19.36820.927

0,0

5.000,0

10.000,0

15.000,0

20.000,0

25.000,0

30.000,0

35.000,0

40.000,0

45.000,0

50.000,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Total

Públicos

Empresariais

(em milhões de R$ de 2010)(1)

Notas: em 2009 e 2010 dados estimados; (1) deflacionado pelo deflator do PIB.

Universidades Centros de ciência e P&D

Instituições de C&T 348Drs 85.000

Número Drs

Federais 59 39.737

Estaduais 39 24.236

Municipais 6 542

Privadas 131 12.948

TOTAL 235 77.463

Número Drs

Federais 62 4.003

Estaduais 31 3.787

Outras 10 309

TOTAL 113 8.099


43

Sistema Nacional de C&T em 2009

Universidades Federais: 2002

Sedes ( ) = 43

44

Expansão das universidades federais


Sedes ( ) = 59

45



Sedes ( ) = 59 Outros campi ( ) = 171 Total = 230

46


0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09

fonte: Capes/MEC

Mestres e Doutores titulados anualmente

11,4 mil doutores titulados em 2009

38,8 mil mestres* titulados em 2009

* inclui o mestrado profissional a partir de 1999 23/04/2010

Avanço do Brasil nas últimas décadas

Publicações científicas

48

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

1981 1984 1987 1990 1993 1996 1999 2002 2005 2008

Ano

Nú

mer

o d

e P

ub

licaç

ões

India

Austrália

Coréia do Sul

Brasil

Holanda

Rússia

Suíça

Turquia

Suécia

Polônia

México

África do Sul

Argentina

Arábia Saudita

Indonésia


1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 20090.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

Brasil

Crescimento médio anual de 10,5% em 28 anos3 x média mundial

2,7% publicações do mundo em 2009

Val

or

rela

tivo

Crescimento das publicações científicas


50

Consolidação do Sistema Nacional de C,T&I

Universidades

Institutos TecnológicosCentros de P&D

Governo

Empresas

Sibratec

$

$$

InovaçãoP&D

novos produtospatentes

Formação de RHPesquisa básica

e aplicada

conhecimentopublicações

Avanço recente no Brasil

PDP (Política industrial)

PACTI

MCT/FINEP MDIC/BNDES

inovação

2004-2010: Convergência das políticas federais


Brasil começa a ganhar atenção internacional


54


Novo governo continua a apoiar C&T

Programa anunciado pela Presidenta Dilma Roussef para conceder 75 000 bolsas até 2014 para

estudantes de graduação e de pós-graduação para estudarem no exterior


1- Correlação entre o grau de desenvolvimento de um país e investimentos em P&D

Inve

stim

ento

em

P&

D (

%P

IB)

PIB per capita (US$ PPP)

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000

Coreia 1976

India

China

Brasil2000

Brasil2007

Rússia

Argentina

México

ReinoUnido

Itália

Espanha

EUA

CanadaUnião Européia

França

Alemanha

Japão

Ano base: 2007

Países com > 30 M/hab

Fonte: OCDE e MCT

56


1- Correlação entre o grau de desenvolvimento de um país e número de pesquisadores


Nº

pes

qu

isad

ore

s p

or

1000

hab

itan

tes

-

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

- 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000

India

China

Brasil

Rússia

Argentina

México

Reino Unido

Itália

Espanha

EUA

Canadá

União Européia

França Alemanha

Japão

Ano base: 2007


Fonte: OCDE e MCT

57

Desafios para C,T&I no Brasil em 2022

2022: População estimada- 225 milhões

Com crescimento médio anual de 5% no PIB,

em 2022 o PIB/capita atingirá US$ 20.000

Desafios e perspectivas para C&T&I no Brasil

Inve

stim

ento

em

P&

D (

%P

IB)

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

India

China

Coreia 2007

BrasilBrasil2007

RússiaReinoUnido

Itália

Espanha

EUA

CanadaUnião Européia

França

Alemanha

Japão

Ano base: 2007



0,00

0,50

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000

2000Argentina

MéxicoFonte: OCDE e MCT

Brasil 2022

Para C,T&I se tornarMotor da economia

Brasil2010



Nº

pes

qu

isad

ore

s p

or

1000

hab

ita

nte

s

-

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

- 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000

India

China

Coreia

Brasil

Rússia

Argentina

México

Reino Unido

Itália

Espanha

EUA

Canadá

União Européia

França Alemanha

Japão

Ano base: 2007


Fonte: OCDE e MCT

Brasil 2022

Para C,T&I se tornarMotor da economia


Nas últimas décadas o País construiu um sistema de C&T robusto e qualificado. Porém é necessário ampliar o esforço em C&T para:

1- Expandir a comunidade de pesquisa, melhorar a qualidade da produção científica e a formação de pessoal. Para isto é fundamental melhorar o ensino das ciências nas escolas e aumentar a difusão da ciência na sociedade.

2- Aumentar muito a pesquisa industrial e fazer com que a inovação tecnológica entre definitivamente no processo produtivo das empresas.


Universidade Federal de PernambucoCentro de Ciências Exatas e da NaturezaDepartamento de Física

MUITO OBRIGADO

E BOA SORTE

PARA VOCÊS

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