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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA KAMILLA DINAH SANTOS DE LIRA AVALIAÇÃO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO ASSOCIADO À TERAPIA DE CÉLULAS MONONUCLEARES DA MEDULA ÓSSEA NA REINERVAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR Recife, 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · Marsílio Leitão, Cibelle Lima, Ianny Silva, Silvana Galvão, Rebeca Santos e Karina Reichow, pelas conversas, companheirismo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

KAMILLA DINAH SANTOS DE LIRA

AVALIAÇÃO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO ASSOCIADO À TERAPIA DE CÉLULAS MONONUCLEARES DA MEDULA ÓSSEA NA REINERVAÇÃO DO

TECIDO MUSCULAR

Recife, 2013

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KAMILLA DINAH SANTOS DE LIRA

AVALIAÇÃO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO ASSOCIADO À TERAPIA DE CÉLULAS MONONUCLEARES DA MEDULA ÓSSEA NA REINERVAÇÃO DO

TECIDO MUSCULAR Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Fisioterapia do Centro

de Ciências da Saúde da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE) para

obtenção do Título de Mestre em

Fisioterapia.

Linha de Pesquisa: Fisioterapia:

Desempenho físico-funcional e qualidade

de vida.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Silvia Regina

Arruda de Moraes.

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Claudia dos

Santos Mermelstein.

Recife, 2013

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“AVALIAÇÃO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO ASSOCIADO À TERAPIA DE CÉLULAS MONONUCLEARES DA MEDULA ÓSSEA NA REINERVAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR”.

KAMILLA DINAH SANTOS DE LIRA

APROVADA EM: 19/02/2013 ORIENTADORA: PROFª. DRª. SILVIA REGINA ARRUDA DE MORAES COORIENTADORA: PROFª. DRª. CLÁUDIA DOS SANTOS MERMELSTEIN COMISSÃO EXAMINADORA: PROFª. DRª. KÁTIA KARINA DO MONTE SILVA – FISIOTERAPIA/UFPE PROFª. DRª. CÉLIA MARIA MACHADO BARBOSA DE CASTRO – MEDICINA TROPICAL/UFPE PROFª. DRª. CELINA CORDEIRO DE CARVALHO – ESTÁCIO DE SÁ RECIFE/FIR

Visto e permitida à impressão

_______________________________________________ Coordenador(a) do PPGFISIOTERAPIA/DEFISIO/UFPE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO REITOR

Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

VICE-REITOR Prof. Silvio Romero de Barros Marques

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO (PROPESQ)

Prof. Dr. Francisco de Sousa Ramos

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DIRETOR

Prof. Dr. Nicodemos Teles de Pontes Filho

VICE-DIRETOR Prof.ª Dr.ª Vania Pinheiro Ramos

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA COORDENADORA

Profª. Drª. Daniella Araújo de Oliveira

VICE-COORDENADORA Prof.ª Dr.ª Karla Mônica Ferraz Teixeira Lambertz

CORPO DOCENTE Prof. Dr. Alberto Galvão de Moura Filho

Prof.ª Dr.ª Ana Elisa Toscano Meneses da Silva Castro

Prof.ª Dr.ª Andréa Lemos Bezerra de Oliveira

Prof.ª Dr.ª Armèle Dornelas de Andrade

Prof.ª Dr.ª Caroline Wanderley Souto Ferreira

Prof.ª Dr.ª Daniella Araújo de Oliveira

Prof.ª Dr.ª Daniella Cunha Brandão

Prof.ª Dr.ª Glória Elizabeth Carneiro Laurentino

Prof.ª Dr.ª Karla Mônica Ferraz Teixeira Lambertz

Prof.ª Dr.ª Katia Karina do Monte Silva

Prof. Dr. Marco Aurélio Benedetti Rodrigues

Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Falcão Raposo

Prof.ª Dr.ª Maria do Amparo Andrade

Prof.ª Dr.ª Maria do Socorro Brasileiro Santos

Prof. Dr. Murilo Carlos Amorim de Brito

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Profª. Drª. Silvia Regina Arruda de Moraes

Prof.ª Dr.ª Vanessa Regiane Resqueti

ORIENTADORA Silvia Regina Arruda de Moraes

Professora Associada 01 do Departamento de Anatomia do Centro de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Doutora em Ciências Morfofuncionais pela Universidade de São Paulo – USP

COORIENTADORA Claudia dos Santos Mermelstein

Professora Associada 03 do Departamento de Histologia e Embriologia do Instituto

de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Doutora em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ

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DEDICATÓRIA

Com muito amor, dedico este trabalho:

Aos meus pais, DAVI QUINTINO DE LIRA e RISONETE SANTOS DE

LIRA, que estiveram sempre ao meu lado. Eu não teria chegado até

aqui sem vocês;

Ao meu irmão, KAIO DANILLO SANTOS DE LIRA;

Ao meu noivo, ALEXANDRE NASCIMENTO DOS SANTOS;

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo seu infinito amor e por estar sempre presente me guiando em todos os

momentos e me amparando nas dificuldades;

Aos meus pais, Davi Quintino de Lira e Risonete Santos de Lira, pelo amor,

dedicação, paciência e perseverança;

Ao meu irmão, Kaio Danillo Santos de Lira, pelos pensamentos positivos e pela

confiança depositada em mim;

Ao meu noivo, Alexandre Nascimento dos Santos, pela paciência e calma para me

confortar nos momentos de angústia;

À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Arruda de Moraes, por me adotar

como “filha científica” desde a graduação, me ensinando, incentivando e acreditando

no meu potencial;

À minha coorientadora, Prof.ª Dr.ª Claudia dos Santos Mermelstein, por ter me

recebido em seu laboratório, e estar sempre disponível para me orientar,

independentemente da distância;

Aos docentes e servidores da Pós-Graduação em Fisioterapia, pelo apoio,

auxílio, paciência e amizade;

Aos Departamento de Cirurgia Experimental, Laboratório de Microbiologia Clínica (LIKA) e Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), pela disponibilidade na execução das várias etapas do meu projeto;

À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), pelo apoio financeiro;

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Aos colegas de mestrado, Clarice Costa (“In Memorian”), Cybelle Nery, Lucas

Ithamar Santos, Renato Melo, Helga Cecília Souza, Ramon Viana, Taciano Rocha,

Marsílio Leitão, Cibelle Lima, Ianny Silva, Silvana Galvão, Rebeca Santos e Karina

Reichow, pelas conversas, companheirismo e amizade;

Aos meus queridos amigos do Laboratório de Plasticidade Neuromuscular (LAPLAN), Rodrigo Andrade, Ana Cristina Esteves, Márcio Bezerra, Deniele Lós,

Patrícia Silveira, Marcos Paulo Coutinho, Raissa Thais Silva, Thainá Figueiredo,

Gabriel Mesquita, Karyne Novaes, Anna Karollyna Nascimento, Marcos Vinícius

Amaral, Filipe Miranda, Ana Camila Brito, Rafael Silva, Diego Oliveira e Simone

Mendonça, pelo empenho e apoio ao longo desses dois anos;

À minha família, pela compreensão e incentivo.

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RESUMO

Introdução: Lesões dos nervos periféricos levam a alterações musculares, desde

atrofia até morte das fibras. Busca-se por recursos que auxiliem o processo de

regeneração nervosa, diminuindo suas consequências no tecido muscular.

Objetivos: Avaliar a eficácia do ultrassom terapêutico (UT) associado à terapia com

células mononucleares da medula óssea (CMMO) no processo de reinervação do

tecido muscular. Material e Métodos: Utilizou-se 32 ratos, Wistar, distribuídos em

grupo controle (GC) e 4 grupos submetidos a neurotmese do nervo ciático [lesionado

(GL), tratado com CMMO (GLT), tratado com UT (GLU), tratado com CMMO+UT

(GLTU)]. No 1º dia pós-neurotmese, foi iniciado o UT pulsátil (1MHz; 0,5W/cm2;

frequência de pulso - 100Hz; duração de pulso - 2ms, 1:5), e o tratamento durou 12

dias. O índice funcional do ciático (IFC) foi avaliado, e o peso muscular e as

quantidades de miosinas lenta e rápida foram aferidos. Foram aplicados os testes

estatísticos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, p<0,05. Resultados: Observou-se

redução nos valores médios do IFC já no 13º dia pós-neurotmese, em todos os

grupos submetidos à lesão nervosa em relação ao GC, diferença essa encontrada

ao longo de todo o experimento. Os grupos tratados com ultrassom terapêutico

apresentaram valores médios do IFC mais altos em relação ao GL apenas no 13º dia

pós-neurotmese. Os grupos submetidos à terapia celular apresentaram maiores

pesos musculares que o GL. Na quantificação da miosina lenta, observou-se

redução dos valores dos GL e GLTU quando comparados ao GC. Porém, na

quantificação da miosina rápida, observaram-se valores maiores nos grupos

submetidos à lesão nervosa quando comparados ao GC, entretanto, o GLTU

apresentou valores mais baixos em relação ao GL. Conclusões: No 13º dia pós-

neurotmese, o UT atuou melhorando a funcionalidade da marcha, mas essa melhora

não foi observada ao longo do experimento. Porém, a terapia celular reduziu a

atrofia do tecido muscular e, os efeitos das intervenções utilizadas variaram de

acordo com o tipo de fibra muscular analisada.

Palavras-chave: Traumatismos dos Nervos Periféricos. Denervação Muscular.

Reabilitação.

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ABSTRACT

Introduction: Injuries of peripheral nerves leads to muscle disorders, since atrophy

even death of fibers. There is a demand for resources that optimize the process of

nerve regeneration, reducing their effect on muscle tissue. Objectives: To evaluate

the efficacy of therapeutic ultrasound (TU) associated with bone marrow

mononuclear cell (BMMC) therapy in the process of reinnervation of muscle tissue.

Material and Methods: We used 32 Wistar rats divided into control group (CG) and

4 groups underwent neurotmesis of sciatic nerve [injured (IG), treated with BMMC

(IGT), treated with TU (IGU), treated with BMMC+TU (IGTU)]. On the 1st day post-

neurotmesis pulsed TU (1MHz; 0.5W/cm²; pulse rate - 100Hz, pulse duration - 2ms,

1:5) was initiated, and the treatment lasted 12 days. The sciatic functional index (SFI)

was performed, and the muscle weight and the amount of slow and fast myosin were

measured. We applied statistical tests of Kruskal-Wallis and Mann-Whitney test,

p<0.05. Results: A reduction in mean SFI was observed already on 13th post-

neurotmesis day in all groups subjected to nerve injury compared to CG, this

difference was found all along the experiment. The groups treated with therapeutic

ultrasound showed mean of the SFI higher than IG only on 13th post-neurotmesis

day. The groups subjected to cell therapy showed muscle weights higher than IG. In

the quantification of slow myosin, we observed decreased levels of IG and IGTU

compared to CG. However, in the quantification of fast myosin, we observed in the

groups subjected to lesion values higher than CG, but IGTU showed values lower

than IG. Conclusions: On 13th post-neurotmesis day, TU acted improving the

functionality of the march, but this improvement was not observed during the

experiment. However, cell therapy reduced atrophy of the muscle tissue and the

effects of interventions used varied according to the type of muscle fiber.

Keywords: Peripheral Nerve Injuries. Muscle Denervation. Rehabilitation.

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SUMÁRIO

Pág. APRESENTAÇÃO..................................................................................................... 12 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 14 1.1 Revisão de Literatura......................................................................................... 14 1.1.1 Lesão Nervosa e Comprometimento do Tecido Muscular................................ 14 1.1.2 Meios Auxiliares para a Regeneração Nervosa e o Restabelecimento do

Tecido Muscular......................................................................................................... 15

1.1.2.1 Tubo de Biopolímero Extraído da Cana-de-Açúcar....................................... 16 1.1.2.2 Terapias Celulares......................................................................................... 17 1.1.2.3 Ultrassom Terapêutico................................................................................... 18 1.2 Hipótese............................................................................................................... 19 1.3 Objetivos............................................................................................................. 19 1.3.1 Geral.................................................................................................................. 19 1.3.2 Específicos........................................................................................................ 19 2 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 20 2.1 Desenho do Estudo............................................................................................ 20 2.2 Local do Estudo................................................................................................. 20 2.3 Período do Estudo............................................................................................. 20 2.4 Aspectos Éticos................................................................................................. 20 2.5 Amostra............................................................................................................... 20 2.6 Procedimentos Experimentais.......................................................................... 21 2.6.1 Modelos Experimentais..................................................................................... 21 2.6.2 Obtenção das Células Mononucleares da Medula Óssea................................ 21 2.6.3 Neurotmese Experimental................................................................................. 22 2.6.4 Aplicação do Ultrassom Terapêutico Pulsátil.................................................... 23 2.6.5 Análise Funcional da Marcha............................................................................ 23 2.6.6 Coleta do Material, Eutanásia dos Animais e Procedimentos para

Imunofluorescência.................................................................................................... 24 2.7 Análise de Dados............................................................................................... 25 2.7.1 Análise dos Resultados..................................................................................... 25 2.7.2 Análise Estatística............................................................................................. 26 3 RESULTADOS ....................................................................................................... 27

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3.1 Artigo Original 1................................................................................................. 27 3.2 Artigo Original 2................................................................................................. 40 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 55 5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO.................................................................................... 56 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 57 APÊNDICES.............................................................................................................. 62 ANEXOS.................................................................................................................... 70

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APRESENTAÇÃO ___________________________________________________________________

Esta dissertação faz parte de uma linha de pesquisa do Laboratório de

Plasticidade Neuromuscular - LAPLAN do Departamento de Anatomia da UFPE, que

tem como objetivo estudar as repercussões do uso de recursos fisioterapêuticos

instrumentais associados ou não a terapia com células da medula óssea na

regeneração dos tecidos nervoso periférico e muscular em modelos animais.

Em estudos prévios realizados pelo grupo de pesquisa, foi observada uma

boa resposta do tecido nervoso à terapia celular associada ao ultrassom terapêutico.

A partir desses resultados, foi utilizado o mesmo modelo de lesão completa do nervo

e terapia com células da fração mononuclear associada ou não a terapia com

ultrassom, a fim de avaliar, se essas intervenções trariam também uma ação

terapêutica sobre o tecido muscular desnervado.

Inicialmente foi aplicado um protocolo experimental em ratos da linhagem

Wistar, com a finalidade de provocar a lesão nervosa do nervo ciático e,

posteriormente, seu reparo com a adição de uma suspensão de células

mononucleares da medula óssea, seguido de tratamento com ultrassom terapêutico.

Dos dados obtidos resultaram dois artigos originais: análise funcional da marcha de

ratos pós-neurotmese submetidos à terapia com células mononucleares da medula

óssea associada ao tratamento com ultrassom terapêutico (submetido para

publicação na Revista Brasileira de Fisioterapia – Conceito A2 para a área 21 da

CAPES); e efeitos no tecido muscular da associação da terapia com células

mononucleares da medula óssea e do tratamento com ultrassom terapêutico em

ratos após neurotmese (artigo ainda não submetido).

Atendendo às normas vigentes do Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia da UFPE para a elaboração da dissertação, o presente exemplar está

estruturado da seguinte maneira:

Capítulo 1: Introdução

Capítulo 2: Material e Métodos

Capítulo 3: Resultados – apresentação dos resultados desse estudo no

formato de dois artigos originais:

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Artigo Original 1 – Análise funcional da marcha de ratos pós-

neurotmese submetidos à terapia com células mononucleares da

medula óssea associada ao tratamento com ultrassom terapêutico.

Artigo Original 2 – Efeitos no tecido muscular da associação da terapia

com células mononucleares da medula óssea e do tratamento com

ultrassom terapêutico em ratos após neurotmese.

Capítulo 4: Considerações Finais

Capítulo 5: Limitações do Estudo

Referências (do corpo da dissertação)

Apêndices

Anexos

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1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________________________ 1.1 Revisão de Literatura 1.1.1 Lesão Nervosa e Comprometimento do Tecido Muscular

Lesões de nervos periféricos são injúrias graves que induzem a perda parcial

ou completa da função motora e sensorial (CHABAS et al., 2009), levando a

alterações musculares de aspecto metabólico, biomecânico, estrutural e fisiológico

(MIDRIO, 2006).

Depois de uma transecção completa do nervo, é iniciado o processo de

degeneração Walleriana (BURNET; ZAGER, 2004), no qual o coto proximal começa

a sofrer uma degeneração retrógrada, e o coto distal começa a degenerar em virtude

do desarranjo do citoesqueleto, dissolução da membrana celular e perda da mielina

das células de Schwann (SCHMIDT; LEACH, 2003). Estas células juntamente com

os macrófagos começam a degradar e remover a mielina (STOLL et al., 1989).

Ultraestruturalmente há uma desordenação dos neurotúbulos e neurofilamentos, e o

contorno axonal torna-se irregular (BURNET; ZAGER, 2004).

Após a degeneração Walleriana é iniciada a regeneração nervosa (BURNET;

ZAGER, 2004) com o brotamento espontâneo de axônios, podendo conduzir a

restauração da conectividade periférica e funcional (RHRICH-HADDOUT et al.,

2001). Em condições clínicas, a taxa de regeneração axonal é estimada em 1mm

por dia, porém essa taxa varia (BURNET; ZAGER, 2004; LANZA et al., 2012) devido

a natureza e gravidade da lesão, a duração da desnervação e a condição dos

tecidos periféricos, entre outros fatores (BURNET; ZAGER, 2004).

No tecido muscular desnervado, em poucos dias já podem ser observadas

atrofia das fibras, redução da tensão e da força, e alteração na contratilidade

(MIDRIO, 2006), e em longo prazo, perda da sua integridade e morte (GRUMBLES

et al., 2009), além do possível desenvolvimento de contraturas, interferindo, assim,

na função (DELLON; MACKINNON, 1989).

Em condições atróficas, o tecido muscular exibe uma maior degradação do

que síntese de suas proteínas, havendo consequentemente uma redução do teor de

proteínas responsáveis pela manutenção das propriedades intrínsecas do tecido

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muscular (BRITO; OLIVEIRA; MORAES, 2011). No músculo sóleo a proporção da

síntese proteica é reduzida a valores menores que 50% e a proporção de

degradação proteica aumenta para níveis maiores que 150% (BAJOTTO;

SHIMOMURA, 2006).

Pellegrino e Franzini (1963) descreveram o processo de atrofia muscular por

desnervação em duas modalidades: a primeira, consistindo na degeneração dos

componentes das fibras numa área relativamente grande, relacionando-se com a

rápida redução no volume muscular que ocorre nos primeiros 15 dias após a secção

do nervo; e, a segunda, numa redução das dimensões individuais das fibrilas pela

saída dos filamentos periféricos para os espaços interfibrilares. Em dois meses a

área de secção transversa reduz em média 70%, e os núcleos deixam sua posição

na periferia e assumem uma posição central (BURNET; ZAGER, 2004).

Entretanto, um dos fatores determinantes da proporção e da magnitude do

processo de atrofia no músculo desnervado é o tipo de fibra muscular (BORISOV;

DEDKOV; CARLSON, 2001), pois as fibras tipo I (de contração lenta) e as fibras tipo

II (de contração rápida) contêm diferentes isoformas de cadeia pesada de miosina,

que são as responsáveis pelas suas diferentes atividades ATPásicas e velocidades

de encurtamento (BACOU et al., 1996).

Nessas condições observa-se também uma alteração na proporção de fibras

musculares, com a alteração das características das fibras do tipo I, que passam a

apresentar as características de fibras do tipo II (BOOTH, 1982), sugerindo uma

degradação e/ou substituição das fibras tônicas (tipo I) pelas fibras fásicas (tipo II)

(BRITO; OLIVEIRA; MORAES, 2011).

Logo, a reinervação é necessária para restaurar a excitabilidade, o tamanho e

a função muscular, e por essa razão, é fundamental que as intervenções visando a

reparação nervosa sejam realizadas o mais precocemente possível para assegurar

uma recuperação muscular eficaz (GRUMBLES et al., 2009). Dessa forma,

pesquisas contínuas têm sido realizadas em busca de fatores, mecanismos e

técnicas que possam otimizar o processo de regeneração nervosa (CRISCI;

FERRERA, 2002).

1.1.2 Meios Auxiliares para a Regeneração Nervosa e o Restabelecimento do

Tecido Muscular

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Estratégias de bioengenharia tecidual têm se concentrado no

desenvolvimento de alternativas terapêuticas com o objetivo de promover um

aumento na recuperação e nos resultados funcionais (DEZAWA et al., 2001;

MOURAD et al., 2001; CRISCI; FERREIRA, 2002; HU et al., 2013), especialmente

para maiores lesões (SCHMIDT; LEACH, 2003).

Uma alternativa é a reconstrução neural utilizando auto-enxertos, mas esta

técnica apresenta desvantagens tais como o tempo cirúrgico prolongado, a perda da

função do nervo doado, a disponibilidade limitada de nervos e a combinação

inadequada do diâmetro e da organização fascicular entre o nervo lesado e o

enxerto (DELISTOIANOV et al., 2008, YANG et al. 2011).

Na tentativa de contornar tais desvantagens, a técnica de tubulização, que se

baseia no uso de materiais não neurais, com a função de envolver a sutura neural e

preencher a falha no tecido nervoso lesado utilizando um tubo com capacidade de

unir os dois cotos (FREITAS; FLORES, 2007), tem se mostrado eficaz no processo

de regeneração nervosa. Esses tubos de orientação servem para direcionar o

brotamento axonal a partir do nervo proximal, gerando um canal para difusão de

fatores de crescimento secretados pelas extremidades do nervo lesionado, e reduzir

a infiltração de tecido cicatricial (SCHMIDT; LEACH, 2003; FREITAS; FLORES,

2007).

Pesquisas nesta área tem se concentrado tanto em materiais naturais quanto

sintéticos (SCHMIDT; LEACH, 2003). A utilização de materiais potencialmente

biodegradáveis evita a necessidade de uma segunda cirurgia para retirada do tubo,

fazendo desses materiais uma alternativa para reconstrução do tecido nervoso

(YANG et al., 2011).

Atualmente, tem sido investigada a combinação de materiais e de

biomoléculas, com a finalidade de criar novas alternativas terapêuticas para

estimular ativamente a regeneração nervosa (SCHMIDT; LEACH, 2003). Dentre

elas, destacam-se a utilização de Biopolímero extraído da cana-de-açúcar, as

terapias celulares e o uso de recursos fisioterapêuticos instrumentais.

1.1.2.1 Tubo de Biopolímero Extraído da Cana-de-açúcar

O biopolímero extraído da cana-de-açúcar é um material de estrutura química

polimérica obtido por síntese a partir do melaço da cana-de-açúcar na Estação

Experimental de Cana-de-Açúcar de Carpina – UFRPE (COELHO et al., 2002;

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CASTRO et al., 2004; LIMA et al., 2005; MONTEIRO et al., 2007). Apresenta como

principais monossarídeos da sua fração solúvel glicose (87,6%), xilose (8,6%),

manose (0,8%), ribose (1,7%), galactose (0,1%), arabinose (0,4%) e ácido

gicurônico (0,8%) (PATERSON-BEEDLE et al., 2000).

Esse biopolímero apresenta elasticidade, resistência à tração, flexibilidade e

pode ser modelado em diferentes formas, demonstrando assim características físico-

químicas fundamentais para a confecção de implantes biológicos (LIMA et al., 2005).

Além disso, apresenta uma baixa citotoxicidade a um nível que permite a sua

aplicação experimental com segurança (CASTRO et al., 2004).

Vem sendo estudado, com resultados favoráveis, em diversas áreas da

cirurgia experimental, como na cicatrização de feridas cutâneas (COELHO et al.,

2002; MONTEIRO et al., 2007), na reconstrução vascular (MARQUES et al., 2007),

como substituto da membrana timpânica (MAYER et al., 2011), dentre outros.

Embora já tenha sido testado com sucesso em diferentes tecidos, ainda não foi

investigado o seu uso como tubo guia para a regeneração nervosa periférica.

1.1.2.2 Terapias Celulares

Uma forma de se tentar restabelecer a integridade da estrutura nervosa é a

utilização da terapia com células-tronco (WAGERS; WEISSMAN, 2004). Seu uso é

considerado atualmente uma das alternativas mais promissoras para o tratamento

de lesões nervosas (BRAGA-SILVA et al., 2006), uma vez que vários estudos têm

relatado seus benefícios sobre o processo regenerativo de nervo periférico após

lesões traumáticas (DEZAWA et al., 2001; HU et al., 2013) e na aceleração da

recuperação da função motora (BRAGA-SILVA et al., 2006; CHENG et al., 2010;

OLIVEIRA et al., 2010; UEMURA et al., 2012). Entretanto, o mecanismo exato pelo

qual este efeito ocorre ainda não está completamente esclarecido (BRAGA-SILVA et

al., 2006).

Embora o uso da terapia citada seja promissor, ela apresenta algumas

desvantagens na prática clínica, tais como: 1) necessitar de um período das células

em meio de cultura para permitir seu isolamento e expansão antes do transplante,

ficando passiva a uma contaminação microbiana e perda do cultivo; e 2) possuir

células com diâmetros, aproximadamente, 2 vezes maiores que as células

mononucleares da medula óssea (CMMO), acarretando em embolia, caso a via de

administração seja intra-arterial (SOUZA et al., 2010).

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18 

 

Desta forma, a terapia com CMMO aparece como uma outra alternativa, pois,

além de não necessitar de um período em meio de cultivo, tem demonstrado

potencial regenerativo e neuroprotetor após lesão nervosa, uma vez que apresentou

uma migração espontânea e transdiferenciação em células de Schwann em um

modelo de degeneração Walleriana (USACH et al., 2011) e aumentou o crescimento

axonal e a sobrevida de células ganglionares da retina (ZAVERUCHA-DO-VALLE et

al., 2011).

1.1.2.3 Ultrassom Terapêutico

Outro recurso que vem sendo avaliado com o propósito de auxiliar a

regeneração nervosa é o ultrassom terapêutico (UT). O UT pode exercer efeitos

físicos sobre as células e tecidos através de mecanismos térmicos e não térmicos

(DOAN et al., 1999). Estes mecanismos podem aumentar a permeabilidade da

membrana celular, além de proporcionar um fluxo circulatório constante na região

irradiada, gerando, no estágio agudo da inflamação e reparo, um aumento da

difusão do cálcio através da membrana celular e da produção e liberação de fatores

que contribuem para a cicatrização (LOW; REED, 2001). Além disso, o UT estimula

a angiogênese através da produção de interleucina-8 (IL-8) e fator de crescimento

vascular endotelial (VEGF) (DOAN et al., 1999; REHER et al., 1999).

Este recurso terapêutico instrumental já é empregado para o tratamento

fisioterapêutico de muitas doenças do sistema musculoesquelético (MONTE-RASO

et al., 2006) e alguns estudos experimentais o têm utilizado no tratamento de lesões

de nervos periféricos (MOURAD et al., 2001; CRISCI; FERREIRA, 2002; CHANG;

HSU, 2004; MONTE-RASO et al., 2005; MONTE-RASO et al., 2006; AKHLAGHI et

al., 2012) obtendo resultados promissores no sentido de acelerar a regeneração

nervosa.

Percebe-se na literatura especializada registros isolados que apontam a

eficácia do UT e da terapia celular como auxiliares no processo de regeneração do

nervo periférico. Entretanto, até o momento não há registro de estudo que tenham

avaliado esses recursos terapêuticos, tanto de forma isolada como associada, no

processo de reinervação da musculatura desnervada. Assim, esse estudo

experimental mostra-se relevante no sentido que pode contribuir para fornecer

conhecimentos que possam vir a ser aproveitados e extrapolados para a prática

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19 

 

clinica no que diz respeito a recuperação motora de indivíduos com lesões nervosas

periféricas.

1.2 Hipótese

A utilização de células mononucleares da medula óssea associada ou não ao

ultrassom terapêutico pulsátil produz a reinervação do tecido muscular pós-

desnervação completa.

1.3 Objetivos 1.3.1. Objetivo Geral

Avaliar a eficácia da utilização da terapia com células mononucleares da

medula óssea (CMMO) associada ou não à aplicação do ultrassom terapêutico (UT)

pulsátil no processo de reinervação do tecido muscular desnervado após lesão total

do nervo ciático.

1.3.2. Objetivos Específicos

• Avaliar a recuperação funcional da marcha dos animais, através do cálculo do

Índice Funcional do Ciático (IFC)

• Avaliar histomorfometricamente o grau de atrofia do músculo sóleo, através da:

Mensuração da massa muscular

Quantificação e determinação do percentual de miosina lenta e de miosina

rápida, referentes respectivamente a fibras musculares do tipo I e do tipo II

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20 

 

2 MATERIAL E MÉTODOS ___________________________________________________________________

2.1 Desenho do Estudo

Este estudo foi quantitativo do tipo experimental.

2.2 Local do Estudo

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Plasticidade Neuromuscular

(LAPLAN) do Departamento de Anatomia da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE), no Laboratório de Microbiologia Clínica do Laboratório de Imunopatologia

Keizo Asami (LIKA) e no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste

(CETENE), e com a colaboração do Departamento de Cirurgia Experimental da

UFPE.

2.3 Período do Estudo

Os dados foram coletados e analisados no período de Março de 2012 à

Janeiro de 2013.

2.4 Aspectos Éticos O presente estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação

Animal da Universidade Federal de Pernambuco (nº do processo:

23076.020636/2009-36) (ANEXO A).

2.5 Amostra

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Foram utilizados 32 ratos, machos, albinos, da linhagem Wistar, com idade

inicial entre 67 e 71 dias de vida e massa corpórea média de 290g, provenientes da

colônia de criação do Departamento de Nutrição da UFPE e mantidos no biotério de

experimentação do Departamento de Anatomia (UFPE), em ciclo de luz invertido

claro/escuro (12h/12h), temperatura de 23 ± 2°C, e recebendo ração e água ad

libitum. Para obtenção da medula óssea foram utilizados 6 ratos com as mesmas

características dos animais em estudo.

2.6 Procedimentos Experimentais 2.6.1 Modelos Experimentais

Os animais foram distribuídos em 5 grupos, sendo o 1º denominado de Grupo

Controle (GC, n=6), cujos os animais não sofreram nenhum tipo de intervenção. Os

outros 4 grupos foram submetidos a lesão do nervo ciático e denominados, segundo

a terapia administrada, em:

• Grupo Lesão (GL, n=6) – não submetido às terapias;

• Grupo Lesão + Terapia Celular (GLT, n=7) – submetido à terapia com CMMO;

• Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico (GLU, n=6) – submetido ao tratamento

com UT;

• Grupo Lesão + Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico (GLTU, n=7) –

submetido à terapia com CMMO e ao tratamento com UT.

2.6.2 Obtenção das Células Mononucleares da Medula Óssea

Para coleta da medula óssea, os 6 animais foram anestesiados com uma

solução de Cloridrato de Xilazina a 2% e Cloridrato de Ketamina por via

intramuscular (em uma quantidade de 0,2ml da solução para cada 100g de peso

corporal do animal) (MASSONE, 2008), foram eutanasiados com injeção de 1mL de

cloreto de potássio (KCl) por via intracardíaca. O protocolo adotado para obtenção

das CMMO foi baseado nos protocolos utilizados por Usach e colaboradores (2011)

e Zaverucha-do-Valle e colaboradores (2011). Para cada animal, realizou-se

assepsia com álcool 70% e os ossos longos (fêmures e tíbias) foram desarticulados

e dissecados até ficarem livres de tecidos. Em seguida, as epífises eram removidas

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e a medula óssea aspirada com seringa descartável (3mL) contendo solução salina

estéril e heparina. A suspensão obtida foi colocada em um tubo Falcon (50mL), e

centrifugada a 1200rpm, durante 30 minutos, promovendo assim o isolamento das

células mononucleares pelo gradiente de Ficoll. O volume de células mononucleares

foi ajustado para 40mL com solução salina estéril e submetido a uma nova

centrifugação a 1800rpm, por 10 minutos. Ao final, ao precipitado de CMMO foi

acrescentado o meio de cultura (DMEM suplementado com 20% de soro fetal

bovino, GIBCO/BRL) adicionado de 100unidades/mL de penicilina e 100µg/mL de

estreptomicina. As células foram contadas em câmara de Neaubauer e ajustadas

para 5x106 células/mL para serem administradas nos animais de acordo com o

grupo experimental.

2.6.3 Neurotmese Experimental

Antes do procedimento cirúrgico para causar lesão do nervo ciático

(neurotmese), os animais foram anestesiados com uma solução, via intramuscular,

de Cloridrato de Xilazina a 2% e Cloridrato de Ketamina em uma quantidade de 0,2

ml da solução para cada 100g de peso do animal (MASSONE, 2008). Foi realizada a

tricotomia e a assepsia da região posterior da coxa direita, seguidas de uma incisão

na pele desta região, e os músculos glúteos máximo e médio e isquiotibiais

rebatidos para visualização do nervo ciático. A lesão nervosa foi realizada através de

uma transecção com tesoura cirúrgica a uma distância de 1cm proximal a bifurcação

do nervo. O defeito foi imediatamente reconstituído com o tubo de biopolímero da

cana-de-açúcar (comprimento de 9mm e diâmetro de 2,3mm). Os epineuros dos

cotos neurais foram suturados a 2mm de distância das extremidades do tubo,

ficando os cotos afastados entre si por uma distância de aproximadamente 5mm

(distância suficiente para que, durante o período do experimento, ocorresse a

regeneração do nervo e a consequente repercussão no tecido muscular). Ou seja,

as extremidades do nervo foram completamente introduzidas no interior do lúmen do

tubo produzindo um compartimento fechado (BRAGA-SILVA et al., 2006). Nos GLT

e GLTU, foi administrada a suspensão de células (células monucleares, meio de

cultura e BD Matrigel™), e, nos GL e GLU, apenas meio de cultura e BD Matrigel™

(BD Bioscience) preenchendo o tubo com um volume total de 20μL. Analgésico e

antibiótico foram administrados, via intramuscular, ambos em dose única de 0,1ml

por 100g do animal, em todos os animais cirurgiados.

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2.6.4 Aplicação do Ultrassom Terapêutico Pulsátil

Um dia após a neurotmese, foi iniciado o tratamento com o UT com protocolo

semelhante ao utilizado por Chang e Hsu (2004), na modalidade pulsátil, com

cabeçote de aplicação com área efetiva de 1cm², na frequência de 1MHz, com

intensidade de 0,5 W/cm², e pulso com frequência de 100Hz e duração de 2ms

[razão de 1:5 (20%)]. O tratamento consistiu de 12 sessões em dias consecutivos,

sendo de 5min/dia, na região próxima a incisão (cobrindo uma área total de 5cm2)

para evitar inflamações. Utilizou-se um hidrogel como meio condutor para aplicação

do UT. O equipamento utilizado foi o SONOPULSE (Ibramed). Os animais dos

grupos sem tratamento com UT (GL e GLT) receberam manuseio idêntico com uso

do cabeçote do ultrassom desligado, para proporcionar a todos o mesmo nível de

estresse.

2.6.5 Análise Funcional da Marcha

Realizada através do cálculo do Índice Funcional do Ciático (IFC), que

consiste da análise das impressões das pegadas das patas traseiras dos animais. O

protocolo adotado foi semelhante ao utilizado por Monte-Raso, Barbieri e Mazzer

(2006), em que as patas posteriores dos animais foram tingidas com tinta de

carimbo e os mesmos colocados para deambular sobre papel sulfite em uma

passarela (10cm de largura x 60cm de comprimento) (Figura 1). Três antes da 1ª

medição, os animais eram postos para deambular na passarela, para conhecerem e

se habituarem a ela. Foram realizadas 7 medições, em todos os grupos estudados:

na semana anterior ao procedimento cirúrgico; no 13º dia pós-operatório; e nas 6ª,

8ª, 10ª e 12ª semanas pós-neurotmese. Para o cálculo do IFC, utilizou-se a seguinte

fórmula proposta por De Medinaceli, Freed e Wyatt (1982) e modificada por Bain,

Mackinnon e Hunter (1989):

8,83,135,1093,38 −⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −

×+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −

×+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −

×−=NIT

NITEITNTS

NTSETSNPL

NPLEPLIFC

sendo N patas normais, E patas operadas, PL comprimento da pegada, TS abertura

total dos dedos, e IT abertura dos dedos intermediários. O valor obtido a partir dessa

fórmula indicaria o grau de funcionalidade da marcha do animal, logo, quanto mais

próximos de 0 (zero) fossem os valores, mais funcional estava a marcha desse

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animal, assim como quanto mais próximos de -100, menos funcional estava a

marcha desse animal.

2.6.6 Coleta do Material, Eutanásia dos Animais e Procedimentos para

Imunofluorescência

A coleta do tecido muscular foi realizada 14 semanas após o procedimento

cirúrgico. Os animais foram anestesiados com uma solução de Cloridrato de Xilazina

a 2% e Cloridrato de Ketamina em uma quantidade de 0,2 ml da solução para cada

100g de peso do animal (MASSONE, 2008). Foram realizadas a tricotomia e a

assepsia, seguidas de uma incisão na porção posterior da pata direita de cada

animal para visualização do tecido muscular. Em seguida dissecou-se o músculo

sóleo, isolando-o dos músculos gastrocnêmios e coletado-o através de uma secção

na sua inserção proximal, ao nível do côndilo femoral, e outra mais distal, ao nível de

sua inserção no calcâneo. Em seguida foi aferido o peso muscular.

O músculo coletado foi recoberto com talco (para protegê-lo do congelamento

instantâneo) e colocado em um recipiente contendo Tissue-Tek® OCT™ Compound

(Sakura). Este recipiente foi imerso em um Falcon (50mL) contendo isopentano,

imerso em nitrogênio líquido (-160ºC). Após o congelamento, o recipiente com o

material coletado foi estocado em um freezer (-80ºC) para posteriormente ser

cortado transversalmente (8µm) em criostato (-27ºC), e montado em lâmina pré-

preparada com APES (para impedir a saída do material da lâmina durante a

imunofluorescência).

Após a coleta do tecido muscular todos os animais foram eutanasiados

recebendo uma injeção de 1mL, via intracardíaca, de Cloreto de Potássio (KCl) a

10%.

Figura 1. Passarela utilizada para a análise funcional da marcha.

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25 

 

Posteriormente, o tecido coletado de 2 animais de cada grupo foi selecionado

para ser realizada a análise da tipologia das fibras musculares. Para isto, foi utilizada

a técnica de imunofluorescência, identificando assim a miosina lenta (característica

das fibras musculares tipo I) e a miosina rápida (característica das fibras musculares

tipo II). Nessa técnica, o material foi lavado com solução de Triton 0,3% (300µL em

TBS 0,05M 100mL), bloqueado com solução de leite desnatado em pó 3% em TBS

0,05M por 1h à temperatura ambiente, e incubado overnight com os anticorpos

primários anti-miosina esquelética lenta (M-8421, [1:100], produzido em

camundongo, Sigma-Aldrich) e anti-miosina esquelética rápida (M-4276, [1:100],

produzido em camundongo, Sigma-Aldrich), diluídos em solução de bloqueio

(BSA+PBS+TWEEN20). Posteriormente o material foi incubado (45min) com o

anticorpo secundário anti-camundongo ([1:200], purificado em cabra, Jackson)

conjugado com fluorocromo Cy2, diluído em solução de bloqueio

(BSA+PBS+TWEEN20). Posteriormente foi incubado (3min) com DAPI, [1:1000],

diluído em TBS, para identificação dos núcleos celulares.

2.7 Análise de Dados

2.7.1 Análise dos Resultados

Cada animal recebeu um número de identificação para que os avaliadores

não soubessem identificar a que grupos pertenciam. A massa corpórea foi

verificada, em balança digital, no início do experimento e no dia da coleta do tecido

muscular.

Para análise do IFC, das pegadas obtidas, o par mais nítido de cada animal

em cada medição foi selecionado e digitalizado em uma impressora (HP C3100)

acoplada a um microcomputador. Essas imagens foram analisadas, separadamente,

por três avaliadores utilizando o Software Image Tool 3.0, e, após ser feita uma

média, o IFC final daquele animal foi obtido. Quando não era possível se obter

nenhum par nítido de pegadas de algum animal após a lesão, adotava-se o valor

-100 automaticamente ao IFC desse animal (DIJKSTRA et al., 2000).

A mensuração do peso do músculo sóleo foi realizada em uma balança de

precisão (AdventurerTM - Ohaus) imediatamente após sua coleta.

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26 

 

As lâminas obtidas pelo processamento do músculo sóleo foram fotografadas

em um microscópio de fluorescência (Axion Observer.Z1, ApoTome, ZEISS) com

câmera acoplada, conectado a um microcomputador. Para captura das imagens foi

utilizado o Software Axion Vision, e foram feitas 5 imagens de cada lâmina

utilizando-se a objetiva de 20x. Através da quantificação do número de pixels de

cada imagem, pelo Software Gimp 2.8, foi possível identificar a proporção de

miosina rápida e lenta em cada musculo coletado.

Os valores proporcionais das miosinas foram expressos em porcentagem (%).

2.7.2 Análise Estatística

O teste de comparação de médias aplicado foi o teste de Kruskal-Wallis para

identificação da diferença entre os 5 grupos. Em caso de diferença estatística, era

aplicado o teste de Mann-Whitney, para a localização de onde havia essa diferença.

Com os dados, foi construído um banco de dados no Software Excel 2003 e a

análise estatística foi realizada pelo Software SPSS 18.0. Adotou-se uma margem

de segurança de 95% de confiabilidade. Os dados foram expressos em média e

desvio padrão.

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27 

 

3 RESULTADOS

_______________________________________________________________

3.1 Artigo Original 1 Artigo submetido para publicação na Revista Brasileira de Fisioterapia (ISSN 1413-

3555) – Conceito A2 para a área 21 da CAPES (ANEXO B). Sua formatação está de

acordo com as normas da revista.

Título Completo: ANÁLISE FUNCIONAL DA MARCHA DE RATOS PÓS-

NEUROTMESE SUBMETIDOS À TERAPIA COM CÉLULAS MONONUCLEARES

DA MEDULA ÓSSEA ASSOCIADA AO TRATAMENTO COM ULTRASSOM

TERAPÊUTICO

Título Resumido: ANÁLISE FUNCIONAL DA MARCHA DE RATOS...

Autores: Kamilla Dinah Santos de Lira1, Raissa Thais Belarmino da Silva2, Thainá

de Gomes Figueiredo2, Anna Karollyna de Brito Nascimento2, Rodrigo Fragoso de

Andrade3, Silvia Regina Arruda de Moraes4.

1Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil. 2Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),

Recife, PE, Brasil. 3Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,

CE, Brasil. 4Departamento de Anatomia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife,

PE, Brasil.

Palavras-chave: Lesão do Nervo Periférico, Reabilitação, Índice Funcional do

Ciático. Keywords: Peripheral Nerve Injuries, Rehabilitation, Sciatic Functional Index.

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Resumo Contextualização: Lesões dos nervos periféricos são graves e levam a alterações

musculares. Há uma procura por recursos que otimizem o processo de regeneração

nervosa, na tentativa de diminuir suas consequências no tecido muscular.

Objetivos: Avaliar funcionalmente a utilização da terapia com células

mononucleares da medula óssea (CMMO) associada à aplicação do ultrassom

terapêutico (UT) no processo de reinervação do tecido muscular desnervado após

lesão total do nervo ciático. Método: Os ratos foram distribuídos em grupo controle

(GC) e 4 grupos submetidos a neurotmese do nervo ciático [lesionado (GL), tratado

com CMMO (GLT), tratado com UT (GLU), tratado com CMMO+UT (GLTU)]. No 1º

dia pós-neurotmese, foi iniciado o UT pulsátil (1MHz; 0,5W/cm²; frequência de pulso

- 100Hz; duração de pulso - 2ms, 1:5), e o tratamento durou 12 dias. O índice

funcional do ciático (IFC) foi avaliado na semana anterior a neurotmese, no 13º dia

pós-neurotmese e quinzenalmente até a 12ª semana. Para análise estatística foi

aplicado o teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste de Mann-Whitney (p<0,05).

Resultados: Observou-se redução nos valores médios do IFC já no 13º dia pós-

neurotmese, em todos os grupos submetidos à lesão nervosa (GL=-95,23±11,69,

GLT=-78,21±24,09, GLU=-73,53±11,71 e GLTU=-70,74±14,62) em relação ao GC

(-13,29±17,06), diferença essa encontrada ao longo de todo o experimento. Os

grupos tratados com ultrassom terapêutico (GLU e GLTU) apresentaram valores

médios do IFC mais altos em relação ao GL apenas no 13º dia pós-neurotmese.

Conclusões: No 13º dia pós-neurotmese, o UT atuou melhorando a funcionalidade

da marcha, mas essa melhora não foi observada ao longo do experimento.

Abstract Background: Injuries of peripheral nerves are serious and leads to muscle

disorders. There is a demand for resources that optimize the process of nerve

regeneration, reducing their effect on muscle tissue. Objectives: Evaluate

functionally the use of bone marrow mononuclear cell (BMMC) therapy associated

with the application of therapeutic ultrasound (TU) in the reinnervation process of the

denervated muscle tissue after total lesion of the sciatic nerve. Method: The rats

were distributed into control group (CG) and 4 groups underwent neurotmesis of

sciatic nerve [injured (IG), treated with BMMC (IGT), treated with TU (IGU), treated

with BMMC+TU (IGTU)]. On the 1st day post-neurotmesis pulsed TU (1MHz;

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0.5W/cm²; pulse rate - 100Hz, pulse duration - 2ms, 1:5) was initiated, and the

treatment lasted 12 days. The sciatic functional index (SFI) was evaluated in the

week prior the neurotmesis, the 13th post-neurotmesis day and fortnightly until the

12th week. For statistical analysis we used Kruskal-Wallis test followed by Mann-

Whitney test (p<0.05). Results: A reduction in mean SFI was observed already on

13th post-neurotmesis day in all groups subjected to nerve injury (IG=-95,23±11,69,

IGT=-78,21±24,09, IGU=-73,53±11,71 e IGTU=-70,74±14,62) compared to CG

(-13,29±17,06), this difference was found all along the experiment. The groups

treated with therapeutic ultrasound (IGU and IGTU) showed mean of the SFI higher

than IG only on 13th post-neurotmesis day. Conclusions: On 13th post-neurotmesis

day, TU acted improving the functionality of the march, but this improvement was not

observed during the experiment.

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30 

 

INTRODUÇÃO Lesões de nervos periféricos são injúrias graves que induzem a perda parcial

ou completa1 da transmissão de impulsos nervosos2, e da função motora e

sensorial1, levando a alterações musculares de aspecto metabólico, biomecânico,

estrutural e fisiológico3. A desnervação prolongada do tecido muscular acarreta em

progressiva atrofia das fibras musculares, ocasionando na perda da sua integridade

e sua morte4.

A reinervação é estritamente necessária para restabelecer a excitabilidade, a

integridade morfológica e a função da fibra muscular4, entretanto, a reinervação só

será bem sucedida se houver a presença de fibras musculares5. Por este motivo é

fundamental que as intervenções visando a reparação nervosa sejam realizadas o

mais precocemente para assegurar uma recuperação muscular eficaz4.

Nesse sentido, pesquisas têm sido realizadas em busca de estratégias que

possam otimizar essa recuperação6. A maioria delas são de caráter experimental e

seus desfechos são avaliados principalmente através de parâmetros

eletrofisiológicos e/ou histomorfométricos7. Embora estes sejam úteis, é importante

também conhecer o grau de recuperação funcional que estão relacionados2,8.

Novas estratégias de bioengenharia para recuperação de lesões do Sistema

Nervoso Periférico têm se concentrado no desenvolvimento de tratamentos que

promovam um aumento da recuperação e dos resultados funcionais através do

direcionamento do brotamento axonal a partir do nervo proximal9. No momento, o

foco das pesquisas está na combinação de materiais e biomoléculas para criar

novos compostos materiais que possam estimular ativamente à regeneração

nervosa9. Nesse sentido, a terapia com células mononucleares da medula óssea

(CMMO) aparece como uma alternativa, pois tem demonstrado potencial

regenerativo e neuroprotetor após lesão nervosa10,11.

Além dos recursos biológicos, alguns estudos experimentais tem também

utilizado o ultrassom terapêutico no tratamento de lesões de nervos

periféricos2,6,12,13,14,15 obtendo resultados promissores.

Percebe-se na literatura, entretanto, que muitos dos estudos que tratam o

tecido nervoso periférico lesionado a partir de recursos que possam otimizar

processo de regeneração nervosa focalizam sua atenção na estrutura do próprio

tecido nervoso, sem especificar a evolução dessa recuperação sobre o tecido

muscular.

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Por esse motivo, este estudo avaliou funcionalmente a utilização da terapia

com CMMO associada à aplicação do ultrassom terapêutico (UT) pulsátil no

processo de regeneração nervosa e reinervação do tecido muscular desnervado

após lesão total do nervo ciático.

MÉTODO Foram utilizados 32 ratos, machos, albinos, da linhagem Wistar, (idade inicial

entre 67 e 71 dias de vida e massa corpórea média de 290g), mantidos em ciclo de

luz invertido claro/escuro (12h/12h), temperatura de 23 ± 2°C, e ração e água ad

libitum. Para obtenção da medula óssea foram utilizados 6 ratos com as mesmas

características dos animais em estudo. Os animais foram distribuídos em 5 grupos,

sendo 1 Grupo Controle (GC, n=6), não submetido a lesão e aos tratamentos, e 4

grupos submetidos a lesão nervosa: Grupo Lesão (GL, n=6) – não submetido aos

tratamentos; Grupo Lesão + Terapia Celular (GLT, n=7) – tratado com CMMO;

Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico (GLU, n=6) – tratado com UT; e Grupo Lesão

+ Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico (GLTU, n=7) – tratado com CMMO e com

UT. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação Animal da

Universidade Federal de Pernambuco (nº: 23076.020636/2009-36).

Obtenção das Células Mononucleares da Medula Óssea

Os 6 animais foram anestesiados para coleta dos seus fêmures e tíbias. Em

seguida, as epífises foram removidas, a medula óssea aspirada e centrifugada a

1200rpm por 30 min, para promover o isolamento das células mononucleares por

gradiente de Ficoll. Em seguida, ajustou-se o volume de células mononucleares para

40mL, com adição de solução salina estéril, seguido de nova centrifugação a

1800rpm, por 10 min. Por fim, ao precipitado (fração de CMMO) foi acrescentado o

meio de cultura (DMEM suplementado com 20% de soro fetal bovino, GIBCO/BRL)

adicionado de 100 unidades/mL de penicilina e 100µg/mL de estreptomicina. As

células eram contadas em câmara de Neaubauer e ajustadas para 5x106 células/mL

para serem administradas nos animais.

Neurotmese Experimental

Após anestesia com uma solução de cloridrato de xilazina a 2% e cloridrato

de ketamina (0,2 ml da solução/100g de peso do animal), foi realizada uma incisão

na pele da região posterior da coxa direita dos animais, exceto no GC, para

exposição do nervo ciático. A transecção nervosa foi realizada a uma distância de

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32 

 

1cm proximal a bifurcação do nervo. O defeito era imediatamente reconstituído com

o tubo de biopolímero da cana-de-açúcar (comprimento de 9mm e diâmetro de

2,3mm). Os epineuros dos cotos neurais foram suturados as extremidades do tubo,

ficando os cotos afastados entre si por uma distância de aproximadamente 5mm.

Nos GLT e GLTU, foi administrada a suspensão de células (células monucleares,

meio de cultura e BD Matrigel™), e, nos GL e GLU, apenas meio de cultura e BD

Matrigel™ (BD Bioscience) preenchendo o tubo com um volume total de 20μL. No

pós-operatório, foram administrados analgésico e antibiótico em todos os animais

cirurgiados.

Aplicação do Ultrassom Terapêutico Pulsátil

Um dia após a neurotmese, foi iniciado o tratamento com o UT com protocolo

semelhante ao utilizado por Chang e Hsu13, na modalidade pulsátil, cabeçote de

aplicação com área efetiva de 1cm2, frequência de 1MHz, intensidade de 0,5 W/cm2,

pulso com frequência de 100Hz e duração de 2ms [razão de 1:5 (20%)]. Foram

realizadas 12 sessões consecutivas, sendo 5min/dia, próximo a incisão (cobrindo

uma área total de 5cm2) para evitar inflamações. Utilizou-se um hidrogel como meio

condutor para aplicação do UT. Os animais dos grupos sem tratamento com UT (GL

e GLT) receberam manuseio idêntico com uso do cabeçote do ultrassom desligado.

Análise Funcional da Marcha

Foi avaliada utilizando-se o cálculo do Índice Funcional do Ciático (IFC),

segundo Monte-Raso et al.8. Três antes da 1ª medição, os animais eram postos para

deambular na passarela, para conhecerem e se habituarem a ela. Foram realizadas

7 medições, em todos os grupos estudados: na semana anterior ao procedimento

cirúrgico; no 13º dia pós-operatório; e quinzenalmente até a 12ª semana pós-

neurotmese. Para o cálculo do IFC, utilizou-se a seguinte fórmula proposta por De

Medinaceli et al.16 e modificada por Bain et al.17: IFC=-38,3[(EPL-

NPL)/NPL]+109,5[(ETS-NTS)/NTS]+13,3[(EIT-NIT)/NIT]-8,8. Sendo N patas normais,

E patas operadas, PL comprimento da pegada, TS abertura total dos dedos, e IT

abertura dos dedos intermediários. Quanto mais próximos de 0 (zero) os valores

mais funcional é a marcha, e quanto mais próximos de -100, menos funcional. Cada

animal recebeu aleatoriamente um número de identificação para que os avaliadores

não soubessem identificar a que grupos pertenciam. Das pegadas obtidas, o par

mais nítido de cada animal em cada medição foi selecionado e digitalizado. As

imagens foram analisadas, separadamente, por três avaliadores utilizando o

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33 

 

Software Image Tool 3.0, e obtida uma média do IFC para cada animal. Quando não

era possível se obter nenhum par nítido de pegadas de algum animal após a lesão,

adotava-se o valor -100 automaticamente ao IFC desse animal7.

Análise Estatística

Os valores foram expressos em média ± desvio padrão, e foi aplicado o teste

estatístico de Kruskal-Wallis, seguido do teste de Mann-Whitney, quando havia

diferença significativa entre os grupos (Software SPSS 18.0). Adotou-se uma

margem de segurança de 95% de confiabilidade.

RESULTADOS

Houve uma perda amostral no grupo GLT após o procedimento cirúrgico,

devido a morte do animal, causa desconhecida. Observou-se uma redução nos

valores médios do IFC, a partir da 2ª avaliação (13º dia pós-neurotmese), em todos

os grupos submetidos à lesão nervosa (GL, GLT, GLU e GLTU). Os grupos

submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico (GLU e GLTU) apresentaram

valores médios mais altos em relação ao grupo lesão (GL) no 13º dia pós-

neurotmese. Outro dado percebido foi a redução do IFC na 4ª semana pós-

neurotmese do GLT em comparação ao GL (Tabela 1).

DISCUSSÃO O objetivo do atual estudo foi avaliar se a associação da terapia com células

mononucleares oriundas da medula óssea com o ultrassom terapêutico poderia

acelerar a regeneração nervosa a ponto de melhorar a funcionalidade da marcha em

animais pós-neurotmese.

É sabido que o tecido nervoso periférico lesionado tem a capacidade de se

regenerar e que várias técnicas são estudadas com a finalidade de auxiliar e

otimizar essa recuperação. Isso é de extrema importância uma vez que o tecido

muscular desnervado pode desenvolver contraturas em longo prazo, interferindo,

assim, na marcha18 e sua funcionalidade.

Sob condições atróficas, existe desequilíbrio entre a degradação e a síntese

das proteínas do músculo esquelético, desencadeando uma redução do teor de

proteína responsável pela manutenção das propriedades intrínsecas do tecido

muscular19. Sakakima et al.20, em um estudo experimental que utilizou o

congelamento do nervo ciático como modelo de lesão nervosa, observaram que a

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34 

 

reinervação teve um papel crucial na recuperação da atrofia do músculo sóleo e

provavelmente esteve envolvida no restabelecimento da integridade funcional do

músculo esquelético estudado.

Neste estudo, embora os grupos tratados com o ultrassom terapêutico (GLU e

GLTU) tenham demonstrado no 13º dia pós-neurotmese valores do IFC mais

próximos da normalidade, ou seja, mais próximos de 0, esse achado não pôde ser

observado ao longo de todo o experimento, possivelmente devido ao padrão de

marcha adotado pelos animais que não permitia, muitas vezes, a identificação dos

pontos-chaves necessários para o cálculo do IFC. Uma pesquisa comparando três

métodos diferentes para análise funcional da marcha corroborou nossos achados ao

demonstrar uma diminuição na quantidade de pegadas mensuráveis a partir da 10ª

semana pós-operatória devido ao arrastar do membro lesionado em substituição do

padrão de marcha em passos7.

Mesmo os estudos que utilizam modelo de lesão nervosa menos agressiva,

como por exemplo, esmagamento do nervo, descrevem dificuldade de avaliar a

marcha nas 2 ou 3 semanas iniciais após a lesão já devido a uma paralisia da pata

operada8 e grande deformidade, ocasionando uma queda da pata e padrão dos

dedos em garra, não permitindo uma pegada confiável21.

Precocemente já podem ser observadas atrofia, redução da tensão e da

força, e alteração na contratilidade muscular3. Pellegrino e Franzini22 encontraram

uma grande redução na massa muscular e no diâmetro das fibras musculares já nos

primeiros 15 dias depois da lesão nervosa. As pesquisas citadas corroboram o

presente estudo, uma vez que, demonstram que tais alterações musculares

interferem na deambulação possivelmente desde a 2ª semana pós-lesão.

Diversos estudos com cultura de células-tronco diferenciadas têm

demonstrado boa resposta da regeneração nervosa e mais acelerada recuperação

da função motora2,23,24,25, diferindo, assim, dos achados do presente estudo onde

foram utilizadas CMMO. A medula óssea apresenta distintas populações de células

progenitoras: progenitoras de células endoteliais26; progenitoras hematopoiéticas; e

progenitoras mesenquimais27, estas representam <0,01% das CMMO28. Isto sugere

que, no atual estudo, a concentração de células-tronco mesenquimais, por ser mais

baixa em relação a estudos com cultura de células, não tenha sido suficiente para se

obter uma resposta regenerativa na mesma velocidade a ponto de evitar o

desenvolvimento das alterações musculares no membro lesionado.

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35 

 

Porém vale salientar que as CMMO, quando comparadas às células-tronco

mesenquimais, apresentam a vantagem de não necessitarem de determinado tempo

em meio de cultura para permitir seu isolamento e expansão antes do transplante28.

O que justifica o motivo da escolha das células utilizadas neste estudo.

No que se refere a aplicação do UT, Akhlaghi et al.15 compararam 19

protocolos diferentes de UT para o tratamento de uma lesão parcial do nervo ciático

durante 14 dias intermitentes a partir do 2º dia pós-operatório, e demonstraram

melhores resultados com um protocolo semelhante ao adotado neste experimento

(diferindo o período de aplicação diária que era de 2min). Este dado reforça a

escolha do protocolo de tratamento adotado no presente estudo, apesar de se tratar

de modelos de lesão nervosa com gravidade e processo de recuperação distintos.

Alguns estudos com lesão nervosa por esmagamento (modelo de lesão

nervosa parcial) que avaliaram a funcionalidade da marcha, porém com diferentes

protocolos de tratamento com UT, relataram uma influência positiva deste recurso

terapêutico na regeneração dos nervos periféricos lesados2,12,14. O nervo periférico

lesionado passa por uma resposta sofisticada, que depende da gravidade da lesão e

do processo de degeneração29, logo uma lesão nervosa parcial apresenta

mecanismo e tempo de reparo diferentes de uma lesão nervosa total. Isso nos leva a

sugerir que o protocolo de UT adotado não foi eficaz o suficiente a ponto de acelerar

a regeneração nervosa antes do desenvolvimento das alterações na estrutura

muscular.

Concluindo, no 13º dia pós-neurotmese, o UT atuou melhorando a

funcionalidade da marcha, mas essa melhora não foi observada ao longo do

experimento, entretanto, mesmo não havendo resultados que apontem para valores

de normalidade do IFC, não é o ideal supor que não houve uma regeneração

nervosa, uma vez que a recuperação funcional da marcha não depende apenas da

integridade do tecido nervoso, e sim concomitantemente da presença de outros

fatores, entre eles a integridade do tecido muscular. Portanto, a utilização de um

programa de reabilitação musculoesquelética associado às técnicas usadas nesse

estudo, parece ser um procedimento viável para estimular a regeneração nervosa

juntamente com a manutenção da estrutura muscular.

AGRADECIMENTOS

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36 

 

À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco –

FACEPE (nº dos processos: PBPG-0732-4.08/10 e APQ-0710-4.08/10) pelo apoio

financeiro.

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39 

 

Tabela 1. Índice Funcional do Ciático (IFC) durante o experimento IFC GC GL GLT GLU GLTU p Pré -21,41±6,95 -10,68±10,39 -16,81±8,75 -9,59±13,21 -2,67±15,57 0,079

13º Dia -13,29±17,06 -95,23a±11,69 -78,21a±24,09 -73,53a b±11,71 -70,74a b±14,62 0,001*

4ª Sem -13,13±13,97 -68,78a±8,56 -100,00a b±0,00 -81,59a c±18,71 -67,57a c±19,17 <0,001*

6ª Sem -3,75±8,05 -81,39a±23,35 -90,35a±18,47 -95,40a±7,83 -59,04a c d±9,76 <0,001*

8ª Sem -7,37±11,30 -96,11a±9,52 -78,57a±25,52 -98,35a±4,04 -83,07a±21,21 0,001*

10ª Sem -5,44±11,06 -94,20a±14,20 -100,00a±0,00 -96,79a±7,87 -90,87a±17,40 <0,001*

12ª Sem -13,55±17,99 -95,33a±11,43 -96,15a±9,44 -95,64a±10,68 -94,53a±14,48 0,001*

n 6 6 6 6 7 GC=Grupo Controle, GL=Grupo Lesão, GLT=Grupo Lesão + Terapia Celular, GLU=Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico, GLTU=Grupo Lesão + Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico, Pré=Semana Pré-Neurotmese, 13º Dia=13º Dia Pós-Neurotmese, 4ª Sem=4ª Semana Pós-Neurotmese, 6ª Sem=6ª Semana Pós-Neurotmese, 8ª Sem=8ª Semana Pós-Neurotmese, 10ª Sem=10ª Semana Pós-Neurotmese, 12ª Sem=12ª Semana Pós-Neurotmese, n=Número de Amostras por Grupo. Valores expressos em média ± desvio padrão. Teste de Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Mann-Whitney. *p<0,05, aComparação com o GC; bComparação com o GL; cComparação com o GLT; dComparação com o GLU

39 

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3.2 Artigo Original 2 Título Completo: EFEITOS NO TECIDO MUSCULAR DA ASSOCIAÇÃO DA

TERAPIA COM CÉLULAS MONONUCLEARES DA MEDULA ÓSSEA E DO

TRATAMENTO COM ULTRASSOM TERAPÊUTICO EM RATOS APÓS

NEUROTMESE

Título Resumido: EFEITOS NO TECIDO MUSCULAR DA ASSOCIAÇÃO...

Autores: Kamilla Dinah Santos de Lira1, Rodrigo Fragoso de Andrade2, Deniele

Bezerra Lós1, Filipe Barbosa Cunha de Miranda3, Christina Alves Peixoto4, Celia

Maria Machado Barbosa de Castro5, Claudia dos Santos Mermelstein6, Silvia Regina

Arruda de Moraes7.

1Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil. 2Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,

CE, Brasil. 3Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),

Recife, PE, Brasil. 4Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães,

Recife, PE, Brasil. 5Departamento de Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),

Recife, PE, Brasil. 6Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 7Departamento de Anatomia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife,

PE, Brasil.

RESUMO Introdução: As alterações musculares geradas pela desnervação são grandes e

vão desde atrofia até a morte das fibras musculares, em longo prazo. Desse modo,

há a procura por recursos que auxiliem o processo de regeneração nervosa,

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41 

 

diminuindo suas consequências no tecido muscular. Objetivos: Avaliar as

repercussões no tecido muscular da associação da terapia com células

mononucleares da medula óssea (CMMO) com o ultrassom terapêutico (UT) no

processo de regeneração do nervo ciático pós-neurotmese. Método: Os ratos foram

distribuídos em grupo controle e 4 grupos submetidos a neurotmese do nervo ciático

(lesionado, tratado com CMMO, tratado com UT, tratado com CMMO+UT). No 1º dia

pós-neurotmese, foi iniciado o tratamento com UT pulsátil (1MHz; 0,5W/cm²;

frequência de pulso - 100Hz; duração de pulso - 2ms, 1:5), durante 12 dias. O peso

muscular foi aferido e as miosinas lenta e rápida foram quantificadas. Para análise

estatística foi aplicado o teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste de Mann-Whitney

(p<0,05). Resultados: Os grupos submetidos a terapia celular apresentaram

maiores pesos musculares (GLT=0,16±0,03 e GLTU=0,14±0,03) que o grupo lesão

(GL=0,10±0,03). Na quantificação da miosina lenta, observou-se redução dos

valores dos GL e GLTU (287180,90±116303,38 e 223735,60±139022,37,

respectivamente) quando comparados ao GC (431263,60±155049,13). Porém, na

quantificação da miosina rápida, observaram-se valores maiores nos grupos

submetidos à lesão nervosa (GL=540696,60±127965,28,

GLT=442849,40±206626,60, GLU=472530,00±257292,49 e

GLTU=422649,50±132208,06) quando comparados ao GC (244874,10±83173,14),

porém, o GLTU apresentou valores mais baixos em relação ao GL. Conclusões: A

terapia celular atuou reduzindo a atrofia do tecido muscular e restabelecendo a

quantidade de fibras lentas, enquanto que, o uso do UT de forma isolada foi eficaz

para aumentar a quantidade de fibras tipo I e associado à terapia celular foi mais

eficiente para reduzir os níveis de fibras tipo II.

Palavras-chave: Lesão do Nervo Periférico, Terapia Celular, Ultrassom Terapêutico,

Atrofia Muscular

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42 

 

INTRODUÇÃO Lesões de nervos periféricos são injúrias graves que induzem a perda parcial

ou completa da função motora e sensorial (CHABAS et al., 2009).

As alterações musculares geradas pela desnervação são muitas, e

precocemente já podem ser observadas atrofia, redução da tensão e da força, e

alteração na contratilidade muscular (MIDRIO, 2006), gerando em longo prazo a

perda da integridade das fibras musculares e sua morte (GRUMBLES et al., 2009).

Sob tais condições atróficas, existe desequilíbrio entre a degradação e a síntese das

proteínas do músculo esquelético, desencadeando uma redução do teor de proteína

responsável pela manutenção das propriedades intrínsecas do tecido muscular

(BRITO; OLIVEIRA; MORAES, 2011).

A reinervação é estritamente necessária para restabelecer a excitabilidade, a

integridade morfológica e a função da fibra muscular (GRUMBLES et al., 2009),

entretanto, só será bem sucedida se houver a presença de fibras musculares

(MIYAMARU et al., 2008). Por este motivo é fundamental que as intervenções

visando a reparação nervosa sejam realizadas o mais precocemente para assegurar

uma recuperação muscular eficaz (GRUMBLES et al., 2009).

Nesse sentido, novas estratégias de bioengenharia para recuperação de

lesões do Sistema Nervoso Periférico buscam o desenvolvimento de tratamentos

que promovam um aumento da recuperação e dos resultados funcionais através do

direcionamento do brotamento axonal a partir do coto proximal (SCHMIDT; LEACH,

2003). No momento, o foco das pesquisas está na combinação de materiais e

biomoléculas para criar novos compostos materiais que possam estimular

ativamente a regeneração nervosa (SCHMIDT; LEACH, 2003).

Diante disso, o uso da terapia utilizando células-tronco em lesões de nervos

periféricos é considerado uma das alternativas mais promissoras para o tratamento

de lesões nervosas (BRAGA-SILVA et al., 2006), uma vez que vários estudos têm

relatado seus benefícios sobre o processo regenerativo do nervo periférico após

lesões traumáticas (DEZAWA et al., 2001; BRAGA-SILVA et al., 2006; OLIVEIRA et

al., 2010; HU et al., 2013). Como a medula óssea apresenta distintas populações de

células progenitoras: células endoteliais (HERZOG; CHAI; KRAUSE, 2003);

hematopoiéticas; e mesenquimais (TOHILL; TERENGHI, 2004), uma alternativa de

terapia celular adicional é a utilização de células mononucleares da medula óssea

(CMMO). Estas apresentam a vantagem de não necessitarem de tempo em meio de

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cultura para permitir seu isolamento e expansão antes do transplante (SOUZA et al.,

2010), em comparação às células-tronco mesenquimais.

Além dos recursos biológicos, alguns estudos experimentais tem também

avaliado o uso do ultrassom terapêutico (UT) no tratamento de lesões de nervos

periféricos (MOURAD et al., 2001; CRISCI; FERREIRA, 2002; CHANG; HSU, 2004;

MONTE-RASO et al., 2005; MONTE-RASO et al., 2006, AKHLAGHI et al., 2012)

obtendo resultados promissores no sentido de acelerar a regeneração nervosa.

Por esse motivo, neste estudo, buscou-se avaliar a utilização da terapia de

CMMO associada à aplicação do UT pulsátil no processo de regeneração nervosa,

reduzindo, assim, as alterações no tecido muscular desnervado.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Plasticidade Neuromuscular

(LAPLAN) - Departamento de Anatomia da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE), em parceria com o Laboratório de Microbiologia Clínica - Laboratório de

Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), com o Departamento de Cirurgia Experimental

– UFPE, e com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE).

Utilizou-se 32 ratos, machos, albinos, da linhagem Wistar, com idade inicial

entre 67 e 71 dias de vida e massa corpórea média de 290g, mantidos em biotério

com ciclo de luz invertido claro/escuro (12h/12h), temperatura de 23 ± 2°C,

recebendo ração e água ad libitum, distribuídos em 5 grupos, sendo 1 Grupo

Controle (GC, n=6), não submetido a lesão e aos tratamentos, e 4 grupos

submetidos a lesão nervosa: Grupo Lesão (GL, n=6) – não submetido aos

tratamentos; Grupo Lesão + Terapia Celular (GLT, n=7) – tratado com CMMO;

Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico (GLU, n=6) – tratado com UT; e Grupo Lesão

+ Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico (GLTU, n=7) – tratado com CMMO e com

UT. Para obtenção da medula óssea foram utilizados 6 ratos com as mesmas

características dos animais em estudo. O estudo foi aprovado pela Comissão de

Ética em Experimentação Animal da UFPE (nº: 23076.020636/2009-36).

Obtenção das Células Mononucleares Medula Óssea

Para a coleta da medula óssea, os fêmures e tíbias dos 6 animais foram

desarticulados e dissecados, após anestesia. Em seguida, as epífises foram

removidas, a medula óssea aspirada e encaminhada para centrifugação a 1200rpm

por 30 min, promovendo o isolamento das células mononucleares por gradiente de

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Ficoll. Em seguida, foi adicionada uma solução salina estéril às células

mononucleares, ajustando-se o volume para 40mL, seguido de nova centrifugação a

1800rpm, por 10 min. Por fim, ao precipitado, que representava a fração de CMMO,

foi acrescentado o meio de cultura (DMEM suplementado com 20% de soro fetal

bovino, GIBCO/BRL) adicionado de 100 unidades/mL de penicilina e 100µg/mL de

estreptomicina. As células eram contadas em câmara de Neaubauer e ajustadas

para 5x106 células/mL para serem administradas nos animais.

Neurotmese Experimental

Após anestesia com uma solução de Cloridrato de Xilazina a 2% e Cloridrato

de Ketamina (0,2 ml da solução/100g de peso do animal), foi realizada uma incisão

na pele da região posterior da coxa direita dos animais, exceto no GC, para

exposição do nervo ciático. A transecção nervosa foi realizada a uma distância de

1cm proximal à bifurcação do nervo. O defeito foi imediatamente reconstituído com o

tubo de biopolímero da cana-de-açúcar (comprimento de 9mm e diâmetro de

2,3mm). Os epineuros dos cotos neurais foram suturados as extremidades do tubo,

ficando os cotos afastados entre si por uma distância de aproximadamente 5mm.

Nos GLT e GLTU, foi administrada a suspensão de células (células monucleares,

meio de cultura e BD Matrigel™), e, nos GL e GLU, apenas meio de cultura e BD

Matrigel™ (BD Bioscience) preenchendo o tubo com um volume total de 20μL. No

pós-operatório foram administrados analgésico e antibiótico em todos os animais

cirurgiados.

Aplicação do Ultrassom Terapêutico Pulsátil

No dia seguinte à neurotmese, foi iniciado o tratamento com o UT com

protocolo semelhante ao utilizado por Chang e Hsu (2004), na modalidade pulsátil,

cabeçote de aplicação com área efetiva de 1cm2, freqüência de 1MHz, intensidade

de 0,5 W/cm2, pulso com frequência de 100Hz e duração de 2ms [razão de 1:5

(20%)], consistindo de 12 sessões, 5min/dia, próximo a incisão para evitar

inflamações (cobrindo uma área total de 5cm2). Utilizou-se um hidrogel como meio

condutor para aplicação do UT. Os animais dos grupos sem tratamento com UT (GL

e GLT) foram manuseados de forma semelhante, porém com uso do cabeçote do

ultrassom desligado.

Coleta do Tecido Muscular

Para a coleta do tecido muscular, 14 semanas após o procedimento cirúrgico,

os animais foram anestesiados com uma solução de Cloridrato de Xilazina a 2% e

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Cloridrato de Ketamina (0,2 ml da solução/100g de peso do animal), e foi realizada

uma incisão na região posterior da pata direita do animal, seguida de dissecação,

coleta e pesagem do músculo sóleo. O músculo coletado foi recoberto com talco e

colocado em um recipiente contendo Tissue-Tek® OCT™ Compound (Sakura),

resfriado em isopentano e congelado em nitrogênio líquido (-160ºC). O material foi

estocado em um freezer (-80ºC) e posteriormente seccionado transversalmente

(8µm) em criostato (-27ºC). Posteriormente, o tecido coletado de 2 animais de cada

grupo foi submetido a técnica de imunofluorescência, para identificação dos tipos de

miosinas. Foram utilizados os anticorpos primários anti-miosina esquelética lenta (M-

8421, [1:100], produzido em camundongo, Sigma-Aldrich) e anti-miosina esquelética

rápida (M-4276, [1:100], produzido em camundongo, Sigma-Aldrich) overnight,

seguidos do anticorpo secundário Cy2 anti- camundongo ([1:200], purificado em

cabra, Jackson), e do DAPI, [1:1000], para identificação dos núcleos celulares.

Foram feitas 5 imagens de cada lâmina em (Axion Observer.Z1, ApoTome, ZEISS)

com câmera acoplada, e, através da quantificação do número de pixels de cada

imagem (Software Gimp 2.8) foi possível identificar a proporção de miosinas lenta e

rápida em cada musculo avaliado.

Análise Estatística

Foi aplicado o teste estatístico de Kruskal-Wallis, para comparação das

médias, seguido do teste de Mann-Whitney, quando havia diferença significativa

entre os grupos (Software SPSS 18.0). Os valores foram expressos em média ±

desvio padrão e adotou-se uma margem de segurança de 95% de confiabilidade.

Os valores proporcionais das miosinas foram expressos em porcentagem (%).

RESULTADOS Houve uma perda amostral no grupo GLT após o procedimento cirúrgico,

devido a morte do animal por causa desconhecida. Observou-se que não houve

diferença entre os grupos estudados em relação aos valores médios da massa

corpórea no inicio e no fim do experimento (Tabela 1), demonstrando que a massa

corpórea dos animais não interferiu nos resultados obtidos para as demais variáveis.

Durante a coleta do músculo sóleo, houve uma perda amostral no grupo GL,

devido à perda de uma parte do tecido coletado. O peso muscular de todos os

grupos submetidos à lesão nervosa (GL, GLT, GLU e GLTU) demonstraram valores

médios inferiores ao GC, entretanto, os valores médios dos grupos submetidos a

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terapia celular (GLT e GLTU) apresentaram-se maiores em relação ao GL (Tabela

2).

A quantificação da miosina lenta não demonstrou diferença entre os grupos

submetidos a apenas um tipo de intervenção isoladamente

(GLT=338197,40±136763,46 e GLU=347207,20±161931,26), quando comparados

ao GC (431263,60±155049,13), enquanto os GL e GLTU demonstraram valores

menores do que o GC (287180,90±116303,38 e 223735,60±139022,37,

respectivamente) (Figura 1A).

Na quantificação da miosina rápida, observou-se um aumento em todos os

grupos submetidos à lesão nervosa (GL=540696,60±127965,28,

GLT=442849,40±206626,60, GLU=472530,00±257292,49 e

GLTU=422649,50±132208,06) quando comparados ao GC (244874,10±83173,14).

Porém, o GLTU apresentou valores médios mais baixos em relação ao GL (Figura

1B).

Quanto à proporção de miosina lenta por grupo, observou-se uma redução

em todos os grupos submetidos à lesão nervosa (GL=34,69%, GLT=43,30%,

GLU=42,36% e GLTU=34,61%) em comparação ao GC (63,78%), enquanto que a

proporção de miosina rápida ocorreu o inverso (GC=36,22%, GL=65,31%,

GLT=56,70%, GLU=57,64% e GLTU=65,39%) (Figura 2).

DISCUSSÃO

A desnervação provoca atrofia progressiva dos músculos, com alterações

estruturais e ultraestruturais que conduzem à degeneração muscular, se a

reinervação não ocorrer (MIDRIO, 2006). Esse processo de atrofia é acompanhado

pela significante remodelação das células musculares e por uma progressiva perda

de estruturas específicas do tecido (BORISOV; DEDKOV; CARLSON, 2001), e está

associada a apoptose das células musculares, levando a uma diminuição gradativa

do peso muscular (CHEN et al., 2005). Pellegrino e Franzini (1963) descreveram o processo de atrofia muscular por

desnervação em duas modalidades: a primeira consistindo na degeneração dos

componentes das fibras numa área relativamente grande, relacionando-se com a

rápida redução no volume muscular que ocorre nos primeiros 15 dias após a secção

do nervo; e, a segunda, numa redução das dimensões individuais das fibrilas pela

saída dos filamentos periféricos para os espaços interfibrilares.

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47 

 

Neste estudo, foi observada uma redução do peso muscular em todos os

grupos submetidos a neurotmese. Dado também observado por Pellegrino e Franzini

(1963) desde a 1ª semana de desnervação, em um estudo com neurotomia do nervo

ciático. Além disso, Chen e colaboradores (2005) observaram uma redução do peso

mais rápida nos primeiros 28 dias e mais lenta nos 28 dias seguintes após a

neurotomia. Vale destacar que esses estudos observaram apenas o resultado da

desnervação sobre o tecido muscular, sem intervenção terapêutica. No presente

estudo, os grupos submetidos a terapia celular (GLT e GLTU), apesar de não terem

alcançado valores do peso muscular semelhantes ao GC, apresentaram valores

maiores que o GL, sugerindo um efeito benéfico da terapia com CMMO no processo

regenerativo nervoso, promovendo uma atenuação da atrofia muscular.

Contrariamente aos nossos resultados, Oliveira e colaboradores (2010),

utilizando cultura de células-tronco mesenquimais na reparação de uma neurotmese,

não observaram diferença no peso muscular dos grupos submetidos a lesão nervosa

quando comparados ao grupo controle. Vale destacar que o presente estudo utilizou

apenas células mononucleares, contendo <0,01% das células progenitoras

mesenquimais (SOUZA et al., 2010) sem haver nenhum acréscimo de fatores de

crescimento celular, o que pode ter determinado essa divergência de resultados,

tendo em vista a diferença na concentração de células mesenquimais utilizadas e na

qualidade da suspensão celular adicionada ao reparo nervoso.

Um dos fatores determinantes da proporção e da magnitude do processo de

atrofia no músculo desnervado é o tipo de fibra muscular (BORISOV; DEDKOV;

CARLSON, 2001), pois as fibras tipo I (de contração lenta) e as fibras tipo II (de

contração rápida) contêm diferentes isoformas de cadeia pesada de miosina, que

são as responsáveis pelas suas diferentes atividades ATPasícas e velocidades de

encurtamento (BACOU et al., 1996). Os níveis de atrofia das células musculares

individuais variam muito nas fibras de contração rápida e são mais homogêneos nas

fibras de contração lenta (BORISOV; DEDKOV; CARLSON, 2001).

Os resultados desse estudo demonstram que as duas intervenções (terapia

celular e UT) utilizadas de forma isolada conseguiram restabelecer a quantidade de

fibras musculares tipo I, diferentemente do ocorrido quando essas duas intervenções

foram utilizadas conjuntamente. Por outro lado, a associação entre a terapia celular

e o UT conseguiu reduzir a quantidade de fibras musculares tipo II quando

comparado ao GL, mesmo não sendo eficaz a ponto de reduzir a quantidade dessas

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fibras aos patamares de normalidade. A expressão das isoformas miofibrilares lentas

são mais dependentes da inervação que as rápidas (MIDRIO, 2006), tornando-as

mais suscetíveis a desnervação, sugerindo que a utilização das intervenções

isoladamente pode ter acelerado o processo de regeneração nervosa a ponto de

não ter havido tempo necessário para as alterações observadas na expressão da

miosina lenta além da degeneração dos componentes das fibras tipo I. E o uso

associado dessas intervenções pode não ter acelerado tanto a regeneração nervosa

a ponto de evitar essas alterações, porém foi suficiente para se obter melhores

resultados que o GL.

Os estudos demonstram que a desnervação pós-neurotmese induz alterações

morfológicas e moleculares nos músculos de contração lenta e de contração rápida

(BACOU et al., 1996; BORISOV; DEDKOV; CARLSON, 2001), corroborando os

achados do presente estudo, uma vez que o percentual de fibras musculares tipo I

para todos os grupos submetidos a lesão nervosa foi reduzido e o percentual de

fibras musculares tipo II aumentado.

A partir dos resultados obtidos conclui-se que a terapia celular atuou

reduzindo a atrofia do tecido muscular e restabelecendo a quantidade de fibras

lentas, enquanto que, o uso do UT de forma isolada foi eficaz para aumentar a

quantidade de fibras tipo I e associado à terapia celular foi mais eficiente para

reduzir os níveis de fibras tipo II.

AGRADECIMENTOS

Ao Laboratório de Microbiologia Clínica - Laboratório de Imunopatologia Keizo

Asami (LIKA).

Ao Departamento de Cirurgia Experimental (UFPE).

Ao Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE).

APOIO FINANCEIRO A Srtª Lira teve apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do

Estado de Pernambuco (FACEPE) (nº dos processos: PBPG-0732-4.08/10 e APQ-

0710-4.08/10).

REFERÊNCIAS

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49 

 

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TOHILL, M.; TERENGHI, G. Stem-cell plasticity and therapy for injuries of the peripheral nervous system. Biotechnol Appl Biochem, v. 40, pt. 1, p. 17-24, 2004.

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Tabela 1. Massa corpórea dos animais ao início e ao final do período experimental

GC GL GLT GLU GLTU p Massa Corpórea Inicial (g) 277,00±10,10 305,00±22,26 287,33±9,35 289,00±7,01 289,14±21,81 0,146

Massa Corpórea Final (g) 375,33±8,55 416,50±47,71 407,67±22,82 382,67±17,56 402,00±44,66 0,157

n 6 6 6 6 7 GC=Grupo Controle, GL=Grupo Lesão, GLT=Grupo Lesão + Terapia Celular, GLU=Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico, GLTU=Grupo Lesão + Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico, Massa Corpórea Inicial=Massa Corpórea dos Animais entre 69 e 71 dias de vida, Massa Corpórea Final=Massa Corpórea dos Animais 14 semanas Pós-neurotmese, n=Número de Amostras por Grupo. Valores expressos em média ± desvio padrão. Teste de Kruskal-Wallis. *p<0,05

 

 

Tabela 2. Peso do músculo sóleo ao final do experimento GC GL GLT GLU GLTU p

Peso Muscular (g) 0,22±0,03 0,10a±0,03 0,16a b±0,03 0,12a±0,03 0,14a b±0,03 0,001*

n 6 5 6 6 7 GC=Grupo Controle, GL=Grupo Lesão, GLT=Grupo Lesão + Terapia Celular, GLU=Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico, GLTU=Grupo Lesão + Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico, Peso Muscular=Peso Muscular dos Animais 14 semanas Pós-neurotmese, n=Número de Amostras por Grupo. Valores expressos em média ± desvio padrão. Teste de Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Mann-Whitney. *p<0,05, aComparação com o GC; bComparação com o GL

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A

*

*

*

*

B

* *

* * *

Figura 1. Quantificação das miosinas lenta (A) e rápida (B) do músculo sóleo nos grupos estudados, em pixels por imagem. GC=Grupo Controle, GL=Grupo Lesão, GLT=Grupo Lesão + Terapia Celular, GLU=Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico, GLTU=Grupo Lesão + Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico. Teste de Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Mann-Whitney. *p<0,05

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Figura 2. Proporção da quantidade de miosinas lenta e rápida do músculo sóleo nos grupos estudados, em percentual (%). GC=Grupo Controle, GL=Grupo Lesão, GLT=Grupo Lesão + Terapia Celular, GLU=Grupo Lesão + Ultrassom Terapêutico, GLTU=Grupo Lesão + Terapia Celular + Ultrassom Terapêutico

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ___________________________________________________________________

• Através da avaliação do IFC isoladamente, no protocolo experimental utilizado,

não há como supor, que não houve uma regeneração nervosa, uma vez que a

recuperação funcional da marcha não depende apenas da integridade do tecido

nervoso, e sim concomitantemente da presença de outros fatores, entre eles a

integridade do tecido muscular.

• A terapia celular atuou reduzindo a atrofia do tecido muscular e restabelecendo

a quantidade de fibras lentas.

• O uso do UT de forma isolada foi eficaz para aumentar a quantidade de fibras

tipo I.

• A associação do UT à terapia celular foi mais eficiente para reduzir os níveis de

fibras tipo II.

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5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ___________________________________________________________________

Para avaliação do IFC a fórmula utilizada no presente estudo é a mais

encontrada na literatura especifica, entretanto, não apresenta um ponto de corte

para identificação da normalidade dos valores do IFC. Acarretando uma dificuldade

na interpretação dos resultados obtidos.

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REFERÊNCIAS ___________________________________________________________________

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APÊNDICES ___________________________________________________________________ Apêndice A – Publicação Paralela (Artigo Completo Publicado em Periódico)

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Apêndice B – Publicação Paralela (Artigo Completo Publicado em Periódico)

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Apêndice C – Publicação Paralela (Artigo Completo Publicado em Periódico)

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Apêndice D – Publicação Paralela (Resumo Publicado em Anais de Congresso)

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Apêndice E – Publicação Paralela (Resumo Publicado em Anais de Congresso)

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Apêndice F – Publicação Paralela (Resumo Publicado em Anais de Congresso)

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Apêndice G – Publicação Paralela (Resumo Publicado em Anais de Congresso)

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Apêndice H – Treinamento em “Técnicas Relacionadas ao Preparo e Processamento de Amostras de Músculo Esquelético”

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ANEXOS ___________________________________________________________________ Anexo A – Aprovação da Comissão de Ética em Experimentação Animal

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Anexo B – Confirmação de Submissão do Artigo Original 1 a Revista Brasileira de Fisioterapia