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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE MENSURAÇÃO DO CUSTO DO TRANSPORTE ESCOLAR: UMA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO NA PREFEITURA MUNICIPAL DE CARUARU TADEU ANDRÉ BEZERRA DE SANDE Recife, 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · requisitos de avaliação e acompanhamento da gestão publica por ... 2.4.1-O regime contábil da contabilidade ... qual introduziu

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

MENSURAÇÃO DO CUSTO DO TRANSPORTE ESCOLAR: UMA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO NA PREFEITURA MUNICIPAL DE CARUARU

TADEU ANDRÉ BEZERRA DE SANDE

Recife, 2009

2

TADEU ANDRÉ BEZERRA DE SANDE

MENSURAÇÃO DO CUSTO DO TRANSPORTE ESCOLAR: UMA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO NA PREFEITURA MUNICIPAL DE CARUARU

Dissertação submetida à aprovação como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Gestão Pública, sob a orientação do Professor Doutor José Francisco Ribeiro Filho.

Recife, julho de 2009

3

Sande, Tadeu André Bezerra de Mensuração do custo do transporte escolar : uma proposta de implantação na Prefeitura Municipal de Caruaru / Tadeu André Bezerra de Sande. – Recife : O Autor, 2009 149 folhas : fig.,quadro, abrev. e siglas. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Administração, 2009. Inclui bibliografia e anexo. 1. Administração pública. 2. Contabilidade pública – Prefeitura Municipal de Caruaru. 3. Custeio baseado em atividade (Prefeitura Municipal de Caruaru). I. Título. 658 CDU (1997) UFPE 658 CDD (22.ed.) CSA2009-111

4

5

A minha esposa Fátima, meu filho Thiago, meus Pais e minha tia Juliana.

6

AGRADECIMENTOS

A DEUS, o verdadeiro baluarte e maior responsável por mais esta etapa

da minha vida.

Escusas a minha esposa Fátima e meu filho Thiago pelo tempo furtado

ao seu convívio, pela paciência e pela força demonstrada ao longo de todo curso.

Ao Prof°. Dr. José Francisco Ribeiro Filho pelos grandes conselhos que

foram de fundamental importância para conclusão deste trabalho e à Profª. Drª.

Sylvana Maria Brandão de Aguiar pelo apoio, principalmente quando da troca de

orientador, que foi de fundamental importância nos seus ensinamentos e dedicação

ao longo do curso.

A todos os meus amigos que direta e indiretamente contribuíram para

conclusão deste trabalho, especialmente a Dimitre, Alaíde e a pequena Daíse, que

muito contribuíram e deram força na reta final do trabalho.

Não poderia também deixar de agradecer a todos da Secretária de

Educação de Caruaru, na gestão 2005-2008, como a ex-secretária e colegas do

MPANE, Ivânia Porto, Carmem Lúcia, Simone e Norma.

7

RESUMO

Este estudo tem como objetivo primordial demonstrar as bases conceituais da

implantação de um sistema de custos na administração pública, com ações

gerenciais de avaliação e acompanhamento do sistema de transporte escolar

municipal. Foi investigada a base dos sistemas de custos, atrelado ao orçamento

público e a contabilidade governamental, verificando os dispositivos legais que

norteiam e disciplinam a obrigatoriedade da implantação e determinação dos custos

no setor público. A importância desse tema para administração pública é fator

preponderante para sua implantação, bem como, o gestor público, que poderá a

partir de um sistema de custos fazer escolhas de determinadas ações que garantam

a eficiência dessa nova gestão pública voltada para apresentação de resultados.

A análise para implantação dessa modelagem buscou Identificar na literatura os

conceitos dos sistemas de custos; avaliação de desempenho; resultado e gestão

pública. Complementarmente, buscamos analisar um caso de uma prefeitura, com

um modelo que permita a verificar sua implantação, de modo que atenda os

requisitos de avaliação e acompanhamento da gestão publica por resultados.

Palavras-chave:Custos; Administração Pública; Contabilidade Pública; Sistemas de

Custos

8

ABSTRACT

This application focus on showing the basis of the implantation of a public

administration cost system, with management actions of evaluation and attendance

on the municipal transportation system.The base of the cost system was

investigated, joined with the public budget and the governmental accountancy.

Checking the lawful mechanism that controls and disciplines the obligatoriness of the

implantation and determination of costs in the public sector. The importance of this

issue for the public administration is a preponderant factor for its implantation, and

the person who is in charge using a cost system will be able to choose certain

actions that certify the efficiency of this new public administration that has focus on

the results. The analysis for the implantation of this model will look for identification in

literature about the cost system concepts; execution evaluation; result and public

administration. Absolutely we will look for examining one case of a city hall, with a

model that allows to check its implantation in such a way that answers the

requirements of evaluation and accompaniment of public administration for results.

Key-words: Costs; Public Administration; Public Accounting; Cost Systems.

9

LISTA DE SIGLAS

ABC- Activity Based Costing( Custeio Baseado em Atividades)

CF- Constituição Federal

CFC- Conselho Federal de Contabilidade

CO- Custo de Oportunidade

EC- Emenda Constitucional

FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FUNDEF- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e

Valorização do Magistério

FUNDEB- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e

Valorização dos Profissionais da Educação

LDB- Lei de Diretrizes e Bases

LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA- Lei Orçamentária Anual

LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal

MEC- Ministério da Educação

PC- Prestação de Contas

PPA- Plano Plurianual

PNATE- Programa Nacional de Transporte Escolar

RE- Resultado Econômico

SECT- Secretária de Educação,Ciência e Tecnologia

SF- Secretária de Finanças

SOF- Secretaria de Orçamento e Finanças

STN- Secretária do Tesouro Nacional

TCE-PE- Tribunal Contas do Estado de Pernambuco

10

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 Integração entre PPA, LDO e LOA 30

FIGURA 02 Estrutura do sistema de informação contábil público. 47

FIGURA 03 Custeio por Absorção –Empresa de Manufatura 61

FIGURA 04 Custeio por Absorção- Empresa Prestadora de

Serviço

62

FIGURA 05 Esquema básico do método de custeio variável 64

FIGURA 06 Esquema básico do método de custeio direto 65

FIGURA 07 Método de Custeio ABC 69

FIGURA 08 Estrutura do modelo de gestão pública 77

FIGURA 09 Fluxo de controle interno com base na informação de

custo

82

FIGURA 10 Representação do Custo de Oportunidade 84

FIGURA 11 Vista Panorâmica de Caruaru 91

11

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 Categorias econômicas e grupos 40

QUADRO 02 Modalidades de aplicação 41

QUADRO 03 Execução orçamentária por categoria econômica da

despesa

42

QUADRO 04 Estrutura dos poderes 44

QUADRO 05 Divisão da administração pública 45

QUADRO 06 Relacionamento: fases das despesa e sistemas

contábeis

48

QUADRO 07 Classificação da receita 49

QUADRO 08 Principais eventos do sistema orçamentário 50

QUADRO 09 Diário do sistema orçamentário 50

QUADRO 10 Principais eventos do sistema financeiro 51

QUADRO 11 Diário do sistema financeiro 52

QUADRO 12 Principais eventos do sistema patrimonial 53

QUADRO 13 Diário do sistema patrimonial 54

QUADRO 14 Relacionamento: gasto, investimento, custo e

despesa

58

QUADRO 15 Contabilidade governamental X contabilidade de

custos

59

QUADRO 16 Relacionamento: despesas liquidadas, custos e

investimentos

59

QUADRO 17 Modelo de demonstração do resultado econômico 87

QUADRO 18 Receitas de impostos e transferências

constitucionais em 2007 no Município

95

QUADRO 19 Transferências de recursos do FUNDEB 96

QUADRO 20 Transferências de recursos de outras fontes 97

QUADRO 21 Função e subfunção relacionadas à manutenção do

ensino

98

QUADRO 22 Cálculo do limite de 25% com a Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino

99

QUADRO 23 Relação de Veículos utilizados no transporte escolar. 102

12

QUADRO 24 Gasto de Transporte Escolar- Veículo locado 104

QUADRO 25 Quantitativo de alunos das escolas municipais que

utilizam transporte regular de passageiros.

105

QUADRO 26 Valor desembolsado por escolas municipais 106

QUADRO 27 Quantitativo de alunos das escolas estaduais que

utilizam transporte regular de passageiros

108

QUADRO 28 Valor desembolsado por escolas estaduais 109

QUADRO 29 Especificação dos gastos com transporte escolar 110

13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 15

1.1 Apresentação do Tema 15

1.2 Problematização 20

1.3 Objetivos a ser desenvolvidos no estudo 21

1.4 Procedimentos Metodológicos

21

2. REVISÃO DE LITERATURA 23

2.1 Administração Brasileira dos anos 90 23

2.2 Planejamento Público 28

2.3 Orçamento Público no Brasil 30

2.3.1-Princípios Orçamentários 32

2.3.2-Classificações Orçamentárias 33

2.4 Contabilidade Gerencial de entidades públicas 42

2.4.1-O regime contábil da contabilidade pública 54

2.5 Fases de desenvolvimento e implantação do Modelo de Custos 57

2.5.1-Custeio por absorção tradicional 61

2.5.2-Custeio Direto e Custeio Variável 63

2.5.3Custeio baseado em atividades 67

2.5.4-Método de custeio padrão 70

2.6 Gestão pública das organizações por resultado 71

2.6.1-Processo da gestão publica estratégica 78

2.6.2-Sistemas de custos no planejamento e orçamento público

municipal

80

2.6.3-Custo de Oportunidade e resultado econômico da gestão

pública

83

2.6.4-Avaliação de Desempenho na entidade pública 87

3. O CASO DO MUNICÍPIO DE CARUARU 89

3.1 Características do Município de Caruaru 89

3.1.1-Localização e Acesso 89

3.1.1- Análise Socioeconômica 89

14

3.2 Estrutura Administrativa do Município de Caruaru 91

3.3 Fontes de Financiamento do Transporte Escolar 93

4. APLICAÇÃO DO MODELO DE MENSURAÇÃO 100

4.1 Método de Custeio Aplicado ao Transporte Escolar 100

4.2 Formulação de Método de Mensuração do Transporte Escolar 101

CONCLUSÕES 111

REFERÊNCIAS 114

ANEXOS 117

15

1.INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema

A preocupação em levantar custos é algo usual na vida das empresas.

Todavia, em função de dispositivo legal, apenas há pouco tempo essa temática vem

despertado o interesse nos gestores públicos.

Os gestores das entidades públicas, a fim de poderem tomar decisões

na administração dos seus órgãos, necessitam conhecer seus custos, devendo

assim escolher as melhores alternativas de produzir, comprar produtos ou terceirizar

serviços, o que anteriormente era realizado por diversos setores de dentro da

organização de forma aleatória.

Profundas mudanças foram introduzidas na administração pública

brasileira, que tiveram como marco introdutório a Emenda Constitucional n.° 19, a

qual introduziu o conceito da eficiência na busca de uma gestão pública mais eficaz.

Neste processo de mudanças, surge no ano 2000 a Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF), pautada no planejamento, controle e transparência

na gestão dos recursos públicos. Com tal dispositivo legal, vem à tona também a

necessidade de implantar um sistema de custos que permita realizar comparações

entre os princípios fundamentais da administração pública, tal como rege a

Constituição, bem como servir de ferramenta para uma boa gestão pública.

Nesse sentido a nova gestão pública necessitará da contabilidade de

custos para oferecer parâmetros e mecanismos que fundamentarão o planejamento

e a mensuração do seu resultado.

Por meio da implantação de um sistema de custo eficiente, todos os

cidadãos poderão acompanhar determinada ação governamental, verificando de que

forma os dispêndios foram realizados.

No Brasil, até pouco tempo, existia a conceituação equivocada de

diferenças de técnicas contábeis referentes às esferas públicas e privadas. As

empresas privadas seguem a Lei n.º 6.404/76 e as entidades públicas são regidas

pela Lei n.º 4.320/64. Com a Resolução CFC n.° 1.111, de 29 de novembro de 2007,

foi dada maior relevância aos Princípios Fundamentais de Contabilidade sob o

16

aspecto do Setor Público.

É importante salientar que as fontes de arrecadação das entidades

públicas são poucas, advindas, necessariamente, da inter-relação entre diversas

esferas governamentais e do produto da arrecadação tributária. Diante desta

realidade, observamos um grau de dependência muito grande dos municípios para

com o Governo Federal, é assim, o financiamento das despesas públicas desses

entes governamentais está atrelada a uma fonte financiamento bastante escassa.

Por outro lado, observa-se que, no setor privado, as empresas realizam

a gestão de seus recursos de maneira independente e particular, ao contrário do

setor público, onde as realizações das despesas estão fundamentadas no Princípio

da Legalidade, ou seja, só poderão ser realizadas através de uma Lei Orçamentária

Anual aprovada pelo Poder Legislativo.

Desse modo, verificamos duas realidades completamente distintas: no

setor privado, o tema custos tem uma abundância de técnicas e conhecimentos

amplamente discutidos e aceitos. Já no setor público, esse tema é pouco explorado,

até mesmo porque temos poucos elementos gerencias que nos permita medir os

custos dos serviços e produtos colocados à disposição da sociedade.

Para Silva (2004, p.17), “A Lei Complementar n.° 101, de 4-5-2000 (LEI

DE RESPONSABILIDADE FISCAL) estabeleceu normas de finanças públicas

voltadas para responsabilidade na gestão...” A LRF representou para os entes

públicos a quebra de um paradigma de uma gestão governamental irresponsável

que gastava mais do que arrecadava. A nova realidade está pautada pelo equilíbrio

de contas e pela busca de superávits primários para honrar os compromissos do

passado.

O referido autor também afirma que a Lei de Responsabilidade Fiscal

visa buscar condições para que o gestor esteja adequado aos limites de despesa de

pessoal e às condições de renúncia de receita.

Machado (2005, p.24 apud ALONSO 1999, p.45) “visualiza o sistema de

custos como um dos principais indicadores de desempenho para o setor público”.O

mesmo autor retrata a gestação da LRF como sendo importante para construção,

implantação e manutenção de um sistemas de custos para avaliação de resultados.

17

Tal recomendação para implantação de sistema de custos na

administração pública ficou determinada no Art. 50 da LRF, conforme transcrição

abaixo:

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:

(...)

§ 3º A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial (FIGUEIREDO, 2001 p. 83).

O sistema de custos deverá acompanhar e avaliar a gestão

orçamentária, composta de receita e despesas orçamentárias, bem como a

obediência a Lei Orçamentária Anual, seus créditos adicionais e possíveis variações

que ocorram no Orçamento da entidade.

Todavia, observa-se que o legislador não definiu qual seria o sistema de

custos que seria utilizado pelas diversas entidades estatais. Daí surge à questão

sobre qual sistema de custeio poderia ser utilizado no processo decisório para estas

entidades públicas.

Machado (2005) mostra que o problema do setor público brasileiro é

construir um sistema de informação de custos que seja adequado as suas

necessidades.

Nesse sentido, observa-se que na esfera da educação, uma área que

particularmente apresenta dificuldades na obtenção de uma mensuração adequada

relacionada ao transporte escolar.

O transporte escolar dos municípios apresenta sérias dificuldades na

geração de recursos suficientes que possam custear todas as despesas dessa ação

governamental.

Diante dessa situação, esta pesquisa buscará analisar o orçamento com

transporte escolar no Município de Caruaru, município do agreste de Pernambuco,

para evidenciar qual o sistema de custeio mais apropriado que poderia servir de

ferramenta no processo decisório do gestor público municipal.

A Secretaria de Educação do município de Caruaru conta com cinco

18

departamentos responsáveis pelo planejamento escolar. A pesquisa em tela buscará

mostrar uma ferramenta de controle gerencial que permita ao gestor maximizar os

recursos repassados para este programa de maneira eficiente.

Slomski (2005) mostra que a Contabilidade Financeira originou-se desde

a antiguidade, enquanto que a Contabilidade de Custos surgiu com a Revolução

Industrial. Na Gestão Pública, o tema encontra-se em fase embrionária, tendo sido

despertado o interesse com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal, como

conseqüência da nova reforma administrativa.

Contudo, atualmente, com a melhoria dos meios de comunicação, entre

os quais podemos destacar a televisão e internet, cada vez mais presentes na vida

dos brasileiros, observa-se uma população mais atenta aos gastos realizados pelos

agentes públicos. Dessa forma, a pesquisa justifica-se pela necessidade de

apresentar uma modelagem de custeio para o setor público no sentido meios para

otimizar a utilização dos recursos estatais.

Slomski (op.cit.) afirma ainda que os gestores das entidades públicas, a

fim de poderem tomar decisões na administração dos seus órgãos, necessitam

conhecer seus custos, devendo assim escolher as alternativas de produzir, comprar

produtos ou terceirizar serviços, anteriormente realizados por setores de dentro da

organização de maneira aleatória.

O mesmo autor mostra que os gestores não utilizam as informações de

custos nas suas decisões diárias, informando ainda que o tema tem poucos estudos

que viabilizem na prática a sua aplicação no serviço público.

Diante deste novo cenário da administração pública, onde por um lado

cresce as necessidades e cobranças da sociedade, voltadas para a implantação de

programas e projetos sociais, e por outro lado diminui as fontes financiadoras de

recursos e o esgotamento da capacidade contributiva, a gestão eficiente dos custos

é mais que um imperativo legal. Trata-se de uma necessidade basilar sem a qual a

prestação do serviço público poderá ficar comprometida ou em casos mais

extremos, poderá deixar de acontecer.

Slomski (2005) afirma que o processo de gestão de custos deverá conter

aspectos que analisem os conceitos que dão sustentação a Contabilidade de

Custos, como a definição do que venha a ser custo, despesa, investimento e perda.

Esses termos tornam-se relevantes em qualquer entidade, seja ela pública ou

privada.

19

Segundo Silva (2004), o sistema de custo implantado pelos Municípios

deve registrar os custos dos respectivos programas de governo, ano a ano,

detalhado por projeto e atividades, contendo problemas operacionais e conceituais.

O sistema de custos deve permitir que haja comparações entre o

planejamento e a execução dos recursos públicos, bem como deve ser transparente

de modo a que possa ser apresentado à sociedade. (MAUSS, 2008, p.1)

A implantação de um sistema de custo adequado deverá permitir que

todos os cidadãos possam acompanhar o desempenho dos gestores públicos,

através de um modelo proposto que apresente a confluência entre o orçamento

público e a contabilidade governamental. (CRUZ, 2007, p.34).

Neste trabalho buscar-se-á contextualizar o assunto de custos na

administração pública, através primeiramente de uma pesquisa na legislação

brasileira e em seguida apresentar-se-á a matéria do ponto de vista dos principais

autores de custos na contabilidade governamental.

Em um momento pretérito foi colocado que o tema custos na

administração pública começou ganhar força com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

No entanto, desde 1964, com a Lei n.° 4.320, que instituiu normas de direito

financeiro, a matéria já fora colocada com esse dispositivo legal, como verificamos

abaixo:

Art. 85 - Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. [...] Art. 99 - Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como empresa pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para determinação dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e financeira comum. (MACHADO JR; REIS, 2003, p. 79)

Em seguida, por meio do Decreto Lei n.° 200/67, o assunto entra em

vigor, através da apuração dos custos como ferramenta de apuração dos resultados

da gestão, conforme pode ser verificado no Art. 79 do referido diploma legal: “Art. 79

- A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços, de forma a evidenciar os

resultados da gestão.”

20

Nos anos 70, o Brasil apresentou altos índices de crescimento

econômico, que possibilitaram as administrações públicas não utilizarem sistema de

custeio para avaliação do gasto público. (MIRANDA FILHO, 2003).

Com a crise do petróleo no final da década de 70, início da década de

80, resultado da queda de liquidez dos governos, elevação dos juros e

endividamento dos países, entra em cena um novo conceito de Administração

Pública Gerencial, que envolve mudanças de estratégia, através de uma estrutura

administrativa reformada. (BRESSER PEREIRA, 2005)

Esses fatores obrigaram os governos na década de 90 a uma redução

dos gastos públicos, e conseqüentemente numa preocupação de como eram

realizadas as despesas públicas. (MATIAS-PEREIRA, 2008).

Com a instituição da Emenda Constitucional n.° 19, foi inserido nos

princípios constitucionais a eficiência na administração pública. Não basta apenas o

gestor público buscar desempenhar suas funções atreladas a legalidade, buscava-

se agora realizar suas atribuições com perfeição e rendimento funcional. (DI

PIETRO, 2008, p.79)

Slomski (2005) coloca como medida de eficiência da gestão pública o

conhecimento e a compreensão dos sistemas e métodos de custeio.

1.2 Problematização

A administração pública brasileira, nesse novo contexto de formalização

de indicadores de desempenho, urge na mudança de formalização de um sistema

de custeio adequado ao setor público.

O sucesso na implantação de planos que tendem a modificar rotinas e

comportamentos depende, inquestionavelmente, da forma como são conduzidos.

Não se pode negligenciar o fato de que são pessoas que agirão na execução dos

sistemas de custos, e que o serviço público tem certas especificidades não

encontradas no setor privado.

Diante disso, a pesquisa objetiva responder o seguinte questionamento:

Qual o sistema de custos que oferece base conceitual para orientar

ações gerenciais de avaliação e acompanhamento do Programa de Transporte

Escolar no Município de Caruaru?

21

1.3 Objetivos do estudo a ser desenvolvido

1.3.1 Objetivo Geral

A pesquisa a ser desenvolvida tem como objetivo principal avaliar as

bases conceituais dos sistemas de custos voltados à administração pública que

ofereçam suporte para avaliação e acompanhamento do programa de transporte

escolar.

1.3.2 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos, este estudo se propõe a:

a) Identificar, na literatura, os conceitos dos sistemas de custos;

avaliação de desempenho; resultado e gestão pública;

b) Verificar, a partir de um caso numa prefeitura municipal, adequação

conceitual para sistemas de custos;

c) Propor, com base na aplicação, modelo conceitual de custos que

atendam aos requisitos de avaliação e acompanhamento da gestão

pública voltada para resultados.

1.4 Procedimentos Metodológicos

Para classificação desta pesquisa, utilizamos as definições trazidas por

Vergara (2007), que considera dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.

Mesmo tratando-se de uma exigência legal, como foi visto anteriormente,

administração pública brasileira não utiliza a ferramenta da contabilidade de custos,

por esse motivo quanto aos fins classificamos nossa pesquisa como exploratória e

descritiva.

A pesquisa exploratória justifica-se por haver pouco conhecimento

acumulado ao longo da publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal até a presente

data. Não se verificou até então nenhum trabalho realizado para descrever um

22

sistema de custeio do transporte escolar, seja para o Município de Caruaru ou para

qualquer outro.

Consideramos ainda a pesquisa descritiva pelo fato da mesma buscar

expor características de um determinado fenômeno, demonstrando as percepções

do pessoal da Secretaria de Educação.

Quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica e documental. A pesquisa

bibliográfica justifica-se pela necessidade de formulação de uma base teórica –

metodológica de assuntos relacionados à contabilidade de custos e administração

pública brasileira moderna.

A investigação é documental pela própria necessidade de analisar

documentos administrativos da Secretaria de Educação, bem como despesas

realizadas na Secretaria de Finanças com transporte escolar.

23

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A Administração Brasileira dos anos 90

Quando resolvemos tratar da realidade sócio-política brasileira,

mergulhamos em assuntos que sempre trazem a tona questões relacionadas à

corrupção, desrespeito aos cidadãos e falsa democracia existente em nossa nação.

Não podemos deixar de tratar em nosso trabalho de questões

relacionadas a finanças do nosso país. Escutamos atualmente falar que o risco

Brasil assumiu o menor índice de todos os tempos, no entanto as ações do governo

sempre canalizam na permanência da alta taxa de juros e numa carga tributária de

quase 38% do PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO).

Vivenciamos diariamente, um número elevado de escândalos

envolvendo os representantes do povo, os gerentes das nossas empresas, ou seja,

nossos políticos. Atrelados a tudo isso, cresce as desigualdades entre as classes

sociais, onde quem é rico cada dia fica mais rico ainda, enquanto a grande parcela

da população está cada vez mais pobre.

Diante dessa realidade, qual a expectativa para esses brasileiros, em

que quem poderia ajudá-lo a sair desse estado de vulnerabilidade, o Estado, sempre

está cercado de políticos preocupados no fortalecimento dos seus currais eleitorais e

na inserção de emendas no orçamento para favorecer os seus padrinhos políticos

que financiaram suas campanhas e agora querem o retorno.

Ao contrário de alguns poucos países onde impera a ditadura, um

governo democrático eficiente existe no sentido de servir a seu povo. Para que isso

aconteça é necessário que haja responsabilidades mútuas, as quais todos devem

concordar com suas regras e seus deveres.

Questões como essas podem ajudar a traçar a realidade sócio-política

brasileira, e a partir daí ajudar a nascer um estado democrático na sua essência,

onde a participação de todos seja ativa, focada num crescimento e desenvolvimento

comum de todos os setores.

Um dos aspectos observados recentemente trata-se da reforma do

Estado Brasileiro, onde se verifica uma profunda mudança na natureza de suas

atribuições. Ao longo de décadas, esse Estado era responsável pela provisão de

bens e serviços, sendo que atualmente, devido ao processo de privatização,

aparece uma proposta de Estado regulador. (REZENDE, 2001)

24

A privatização é algo novo que aviva o debate sobre a regulação do

Estado, no entanto não deve ser o único aspecto a ser considerado. É necessário

considerar uma série de mudanças ocorridas nos setores político e econômico que

exigiram também mudanças de atitudes e métodos do Estado Brasileiro, através de

seu relacionamento com toda sociedade. A globalização financeira, abertura

comercial, privatização de empresas públicas, formação de blocos regionais,

fortalecimento dos poderes locais alteram radicalmente o Estado nesse momento,

exigindo uma profunda reflexão sobre o seu papel desempenhado.

Não se trata apenas de regular os novos mercados que emergirão com o

processo de privatização. Trata-se de regular outros aspectos importantes da vida

econômica, problemas ambientais, tráfico de drogas e segurança pública, que

exigem esforços de cooperação entre o Estado Brasileiro e todas as camadas da

sociedade no intuito de resolver esses problemas.

No plano doméstico é importante a criação de mecanismos de defesa do

mercado local, em face de abertura comercial, para que possamos de alguma

maneira, concorrer com produtos asiáticos, não significando assim a prática restritiva

de livre comércio e intercâmbio de mercadorias e serviços.

A transformação do Estado provedor em um Estado regulador traz

importantes desafios, que vai desde a mudança de cultura burocrática com

estabelecimento de novos padrões de gerenciamento das políticas públicas, a

instituição de novas formas de parceria e de controle social.

É necessário aumentar a transparência das ações do governo.

Observemos a curiosidade trazida por Trosa (2001) ao focar na palavra

“accountability”, que seria a obrigação de prestar contas, acrescentando uma nova

filosofia gerencial, tendo como objetivo principal a transparência total pela ação dos

funcionários envolvidos na tarefa.

Na teoria tradicional, os ministros serão responsáveis pelas escolhas

políticas ou pela política pública, sendo hoje, numa visão mais sofisticada, também

responsável pelas escolhas de sistemas, o que pode escapar a sua

responsabilidade é o problema individual.

A inexperiência da matéria tem trazido algumas dificuldades, pois se

tinha a cultura da predominância da intervenção direta do Estado na vida econômica

e social do país.

25

Nos últimos anos, tem-se intensificado a denúncia de que o Estado

Brasileiro teria crescido de forma demasiada. Tal indicação sustenta-se na

constatação de que a carga tributária tem declinado na ordem de 38% do PIB,

retornando ao patamar do auge do intervencionismo estatal na década de 70.

Comparando com os países desenvolvidos, o Brasil estaria exigindo um

sacrifício muito maior de seus cidadãos, extraindo recursos equivalentes aos países

de primeiro mundo. No entanto, a contrapartida são serviços de qualidade igual ou

inferior aos países mais pobres do mundo.

Verificamos atualmente uma preocupação demasiada em permanecer

com o superávit primário na casa dos 5% do PIB, ou seja, investimentos em áreas

importantes deixam de ser realizados para economizar recursos, os destinados ao

pagamento de dívidas do Governo.

A função do Estado e seu tamanho pressupõem certo grau de

complexidade, sendo assim, a intervenção torna-se maior ou menor, de acordo com

as desigualdades regionais e sociais, que exigem a eliminação desses fatores para

diminuição dessas disparidades.

Com as privatizações, verificamos que a relação do gasto público

permaneceu no mesmo patamar de quando se tinha o intervencionismo estatal,

passando agora a crescente exigência de sustentação dos programas sociais.

Absorção das responsabilidades sociais pelo Estado, sendo de forma

inadequada, favorecerá que haja um aumento nas desigualdades sociais, implicando

em aumento dos índices de criminalidade do país. O Estado Brasileiro deverá pelo

menos dar acesso aos direitos sociais básicos para todos os cidadãos,

aprofundando os debates para a construção de uma nação justa e desenvolvida.

Quando se observa de forma rápida, considerando fatores como a carga

tributária brasileira, comparando com países maiores ou menores que o nosso,

temos a idéia de ineficiência do Estado Brasileiro.

No entanto, aferição do tamanho do Estado não é uma tarefa tão fácil

assim. A parte mais visível da intervenção estatal é representada pelo montante de

tributos que são arrecadados.

Outra forma de medir o tamanho do Estado seria através do volume de

seus gastos e não por sua modalidade de financiamento. Verificamos ainda que tais

informações sobre como o governo gasta podem também não revelar toda verdade.

Atualmente, parece ganhar força a análise relacionada ao tamanho do

26

governo e o grau de descentralização político-administrativa do país. No entanto, é

crescente a demanda da população por soluções que diminuam as desigualdades

sociais existentes, para isto nos deparamos no questionamento: qual o tamanho

ideal desse Estado?

Observamos hoje que a União cada vez mais tem novos recordes de

arrecadação, no entanto cada vez mais verificamos que o déficit corrente é maior, ou

seja, a manutenção da máquina administrativa brasileira gasta mais do que tem.

(REZENDE, 2001)

Diante desta realidade, concluímos que a União gasta mal os recursos

que são furtados de maneira cruel dos cidadãos, sem que haja a contraprestação

digna de serviços públicos.

A cada dia a violência impera junto com a corrupção entre os Poderes

cada vez mais latente, e agora como podemos sair desse caos?

O Brasil é um país de dimensões continentais, onde as desigualdades

regionais são visíveis, para criarmos um país menos desigual, necessitamos de um

Estado mais presente nas questões sociais, não dando bolsa escola, mas criando

ações que permitam que os cidadãos que hoje não tenha nenhuma perspectiva

possam ter escolas dignas e o desenvolvimento de uma profissão.

Então um desenvolvimento educacional favorecerá a diminuição destas

desigualdades e melhorará as perspectivas para esses cidadãos.

Diante deste novo cenário de crise nacional-desenvolvimentismo, e o

aparecimento das críticas ao patrimonialismo do Estado Brasileiro, começa a ganhar

força o caráter neoliberalismos, que se baseia na articulação, na estabilidade da

economia e estratégias administrativas no cenário de reformas voltadas para o

Mercado. (PAULA. 2005).

Essa nova reforma do Estado foi decorrente do desdobramento do ajuste

estrutural da economia, que se originou com adesão do governo Collor às

recomendações do Consenso de Washington, que entre outras questões propusera

a redução do Estado Brasileiro e restrição da atuação estatal, daí o surgimento do

processo de privatização vivido na década de 90. (REZENDE, 2001)

Com isso, o governo brasileiro enfrentou diversas críticas ao movimento

neoliberal, pois justificavam que tal procedimento seria responsável pelo desmonte

do Estado e das políticas sociais. Como justificativa, essa aliança social-liberal

retrata que o objetivo desta nova modelagem era tornar o Estado mais administrável.

27

Em 1998, foi promulgada uma emenda constitucional para efetivação da

reforma gerencial, com mudanças estruturais necessárias para aprovação da

Reforma do Estado Brasileiro.

Para isso, foi introduzido ao artigo 37 na Carta Magna o Princípio da

Eficiência. Ratifica-se nesse momento o processo de administração pública

gerencial:

Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:(grifo nosso)

Paula (2005 apud BRESSER-PEREIRA 2005, p.130) cita os principais

objetivos da administração pública gerencial:

• Melhorar as decisões estratégicas do governo e da burocracia; • Garantir a propriedade e o contrato, promovendo o bom

funcionamento dos mercados; • Garantir a autonomia e a capacitação gerencial do administrador

público; • Assegurar a democracia através da prestação de serviços

públicos orientados para o cidadão-cliente e controlados pela sociedade.

Esse novo modelo de gestão servirá para os três níveis de esferas

governamentais (Federal, Estadual e Municipal), devendo preservar as seguintes

características:

• Administração profissional, autônoma e organizada em carreiras;

• Descentralização administrativa;

• Maior competição entre unidades administrativas;

• Disciplina e parcimônia no uso dos recursos públicos;

• Indicadores de desempenho transparentes;

• Maior controle dos resultados;

• Ênfase no uso de práticas de gestão originadas no setor privado.

28

2.2- Planejamento Público

Dispositivos constitucionais cuidam do planejamento público, de acordo

com o Art. 165, compõe o planejamento público as leis que dispõe sobre:

Art. 165 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais.

Silva (2004, p.22) define o Plano Plurianual como sendo:

Um instrumento de planejamento público previsto na Constituição Federal que tem por finalidade estabelecer as diretrizes, os objetivos e metas para despesas de capital e outras dela decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. É enviada ao legislativo por meio de projeto de lei.

Na constituição, tal dispositivo é definido no Art. 165, § 1°, conforme

transcrição abaixo:

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes para as relativas aos programas de duração continuada.

As diretrizes orçamentárias são definidas por Silva (2004, p.26) como

“uma Lei, instituída pela Constituição Federal de 1988, de periodicidade anual, que

disciplina a elaboração da lei orçamentária para o exercício financeiro subseqüente”:

A Constituição dispõe sobre tal matéria em seu Art. 165,§ 2°:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Para Slomski (2003, p.304) a definição para orçamento é:

29

O orçamento público é uma lei de iniciativa do Poder Executivo que estabelece as políticas públicas para o exercício a que se referir; terá como base o plano plurianual e será elaborado respeitando-se a lei de diretrizes orçamentárias aprovado pelo Poder Legislativo. E seu conceito básico será a estimativa da receita e a autorização (fixação) da despesa, e será aberto em forma de partidas dobradas em seu aspecto contábil.

Silva (2004, p. 29) trata o orçamento como ”um instrumento de

planejamento público, por meio do qual são previstas as receitas e fixadas as

despesas de acordo com as regras previstas na LDO e no PPA”.

Conforme Art. 165, § 5° da Constituição Federal, são definidos os

aspectos necessários que deverão compor a Proposta Orçamentária Anual:

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

30

Figura 1- Integração entre PPA, LDO e LOA

Fonte: Machado (2005, p.59)

2.3- Orçamento Público no Brasil

A experiência brasileira de planejamento tem papel de destaque a

influência dos manuais de orçamento-programa divulgados pela ONU. (MACHADO,

2005).

A dificuldade na implantação desta nova modelagem de orçamento

coincide com um período autoritário do país, onde o Estado era bastante

centralizador e foi tolhida do Poder Legislativo a participação no processo

orçamentário. Tal procedimento dificultou a implantação efetiva do Orçamento

Programa em toda sua plenitude.

No Brasil, essa padronização das classificações programáticas foi

determinada pela União, mediante Portaria n° 9, de 28 de janeiro de 1974, com

objetivo de ter a informação da despesa pública de forma consolidada. (Ibid, 2005).

Com aprovação da Constituição de 1988, cujo parâmetro pautou-se pela

instituição de um estado democrático, foi dada no Art. 166 e seus parágrafos

prerrogativas ao Poder legislativo sobre matéria orçamentária.

PPA Plano Plurianual

LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA Lei Orçamentária

Anual

Execução Orçamentária e Financeira

31

O orçamento público trata de um instrumento de planejamento que

espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para o

atendimento das demandas da sociedade, em face da escassez de recursos.

Apresenta múltiplas funções - de planejamento, contábil, financeira e de controle. As

despesas, para serem realizadas, têm que estar autorizadas na lei orçamentária

anual.

No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, o

processo orçamentário reflete a co-responsabilidade entre os poderes,

caracterizando-se por configurar quatro fases distintas:

1 - a elaboração da proposta, feita no âmbito do Poder Executivo;

2 - a apreciação e votação pelo Legislativo - no caso do governo

municipal, a Câmara Legislativa;

3 - a sua execução; e

4 - o controle, consubstanciado no acompanhamento e avaliação da

execução.

Com a estabilização econômica, o orçamento se reveste da maior

importância, na medida em que os valores expressos em termos reais tendem a não

ficar defasados, como ocorria no período inflacionário. Em conseqüência, passa a

espelhar, com maior nitidez, a alocação dos recursos, favorecendo o

acompanhamento e a avaliação das ações governamentais, principalmente pelo

contribuinte e seus representantes, colaborando assim, para a construção de um

Estado moderno, voltado para os interesses da sociedade.

Esta nova realidade demanda a necessidade de difundir amplamente o

conteúdo do orçamento, que expressa o esforço do governo para atender à

programação requerida pela sociedade, a qual é financiada com as contribuições de

todos os cidadãos por meio do pagamento de seus tributos, contribuições sociais e

tarifas de serviços públicos.

Conforme Silva (2004, p. 31) coloca que o projeto da LOA deverá ser

elaborado em conformidade com o PPA, LDO e LRF, devendo conter:

• Em anexo, demonstrativo de compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais; • Demonstrativo do efeito sobre as receitas e despesas decorrente

32

de isenções, anistias, remissões e subsídios, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; • Reserva de contingência definida em base na receita corrente liquida, destinada ao atendimento dos passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos; • Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão; • O refinanciamento da dívida; • A atualização monetária da dívida mobiliária até o limite da variação do índice de preços previstos na LDO.

2.3.1- Princípios Orçamentários

Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e

controle do orçamento, que estão definidas na Constituição, na Lei nº 4.320, de 17

de março de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Lei nº 4.320/64 estabelece no seu Art. 2°, os fundamentos da

transparência orçamentária:

A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade.

Desde os seus primórdios a questão orçamentária foi cercada de

inúmeras regras, com intuito de facilitar o controle parlamentar sobre os executivos.

Essas regras, denominadas de princípios foram incorporadas naturalmente a

legislação brasileira. (GIACOMONI, 2005).

Veremos a seguir os princípios que ganharam maior ênfase e foram

naturalmente inseridos a legislação vigente.

O Princípio da Unidade trata que cada entidade de direito público deve

possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e

estruturado uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada Estado e

o de cada Município.

O Princípio da Universalidade retrata que na Lei orçamentária

deverão ser incorporadas todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma

instituição pública deve ficar fora do orçamento.

O Princípio da Anualidade ficou estabelecido um período limitado de

tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja, o orçamento

33

deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal.

O Princípio do Orçamento Bruto trata da colocação das receitas e

despesas no orçamento em valores bruto, sem que haja qualquer tipo de dedução.

“O Principio da não-Afetação das Receitas é colocado por Giacomoni

(2005, p. 80 apud SANT’ANNA E SILVA 1962): ”Nenhuma parcela da receita geral

poderá ser reservada ou comprometida para atender certos e determinados gastos”.

Tal assunto é uma imposição de bom-senso para o administrador, visto que ninguém

gostaria de vincular seus recursos a despesas, trazendo assim certa dificuldade na

administração dos recursos públicos.

O Princípio da Especialização ou Discriminação é posto por

Giacomoni (2005, p. 82), “as receitas e as despesas devem aparecer no orçamento

de maneira discriminada, tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a

origem dos recursos e sua aplicação”. Tal princípio favorece altamente o processo

de controle externo do Poder Legislativos.

O Princípio da Exclusividade o orçamento deverá conter apenas

matéria financeira, sendo excluída matéria estranha a previsão de receita e fixação

de despesa. Tal princípio passou a ser regra constitucional, aparecendo no § 8° do

artigo 165:

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

2.3.2- Classificações Orçamentárias

De grande importância para a compreensão do orçamento são os

critérios de classificação das contas públicas. As classificações são utilizadas para

facilitar e padronizar as informações que se deseja obter. A partir de 2002 entrou em

vigência a Portaria SOF n.° 42, que juntamente com a Portaria STN n.° 163,

estabeleceu a classificação do orçamento por Poder, por Instituição, por Função de

Governo, por subfunção, por Programa, por Projeto/Atividade/e ou Operações

Especiais, ou ainda por categoria econômica.

34

Várias são as razões por que deve existir um bom sistema de

classificação no orçamento. Podemos citar algumas:

a) Facilitar a formulação de programas;

b)Proporcionar uma contribuição efetiva para o acompanhamento da

execução do orçamento;

c) Determinar a fixação de responsabilidades;

d) Possibilitar a análise dos efeitos econômicos das atividades

governamentais.

Dependendo do critério de classificação, alguns aspectos das contas

poderão ser evidenciados. A Lei estabelece a obrigatoriedade de classificação

segundo vários critérios.

2.3.2.1 . Classificação Funcional Programática

A Classificação Funcional Programática representou um grande

avanço na técnica de apresentação orçamentária. Ela permite a vinculação das

dotações orçamentárias aos objetivos de governo, propostos no PPA, permitindo

assim que haja claramente um processo de integração dessas duas peças do

planejamento público.

Os programas, na classificação funcional-programática, são

desdobramentos das funções básicas de governo. Fazem a ligação entre os planos

e representam os meios e instrumentos de ação, organicamente articulados para o

cumprimento das funções. Os programas geralmente representam os produtos finais

da ação governamental. Esse tipo de orçamento é normalmente denominado

Orçamento-Programa.

No Brasil, o Orçamento-Programa está estruturado em diversas

categorias programáticas ou níveis de programação, que representam objetivos da

ação governamental em diversos níveis decisórios.

Na Classificação funcional, a função representa o maior nível de

agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. (SILVA,

2004)

A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação às

35

quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo

corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins,

representando, portanto, uma agregação neutra.

No caso da função "Encargos Especiais" os programas

corresponderão a um código vazio, do tipo "0000".

A subfunção representa uma partição da função, visando agregar

determinado subconjunto de despesas do setor público. Na nova classificação a

subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das

funções. (SILVA, 2004)

As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes

daquelas a que estão relacionadas, segundo a Portaria SOF n.º 42.

Assim a classificação funcional será efetuada por intermédio da relação

da ação (projeto, atividade ou operação especial) com a subfunção e a função. A

partir da ação, classifica-se a despesa de acordo com a especificidade de seu

conteúdo e produto, em uma subfunção, independente de sua relação institucional.

Em seguida será feita a associação com a função, associação esta voltada à área

de atuação característica do órgão/ unidade em que as despesas estão sendo

efetuadas.

Como já assinalado anteriormente, na classificação programática, os

programas deixam de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passará

a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, e originária

do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano

Plurianual – PPA.

Haverá convergência entre as estruturas do plano plurianual e do

orçamento anual a partir do programa, "módulo" comum integrador do PPA com o

Orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e o orçamento

começa no programa, o que confere a esses documentos uma integração desde a

origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre

módulos diversificados. O programa, como único módulo integrador, e os projetos e

as atividades, como instrumento de realização dos programas.

Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, indicador que

quantifique a situação que o programa tenha por fim modificar e os produtos (bens e

serviços) necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos programas darão

origem aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só poderá estar

36

associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à

meta.

Os programas serão compostos por atividades, projetos e uma nova

categoria de programação denominada operações especiais. Essas últimas poderão

fazer parte dos programas quando entendido que efetivamente contribuem para a

consecução de seus objetivos. Quando não, as operações especiais não se

vincularão a programas.

A estruturação de programas e respectivos produtos,

consubstanciados em projetos e em atividades, está sendo definida no atual

momento, na etapa de validação SOF e Setoriais, e seu resultado será

disponibilizado para que os órgãos setoriais e as unidades orçamentárias

apresentem as suas propostas orçamentárias.

O programa é o instrumento de organização da atuação

governamental. Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo

comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano

plurianual, visando à solução de um problema ou o atendimento de uma

necessidade ou demanda da sociedade.

Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em

programas, orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos, para o

período, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou serviço para

atendimento direto às demandas da sociedade.

Os programas de ações não finalísticos são programas constituídos

predominantemente de ações continuadas, devendo conter metas de qualidade e

produtividade a serem atingidas em prazo definido.

Segundo Carvalho (2006), é quatro os tipos de programas previstos:

• Programas finalísticos;

• Programas de gestão das políticas públicas;

• Programas de serviços ao Estado;

• Programa de apoio administrativo.

Os programas finalístico resultam em bens e serviços ofertados

diretamente à sociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo,

público-alvo, indicadores, fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades

orçamentárias e unidade responsável pelo programa O indicador quantifica a

37

situação que o programa tenha, por fim modificar de modo a explicitar o impacto das

ações sobre o público alvo.

Os programas de gestão de políticas públicas assumirão

denominação específica de acordo com a missão institucional de cada órgão.

Portanto, haverá apenas um programa dessa natureza por órgão, por exemplo:

"Gestão da Política de Saúde".

Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades

orçamentárias e unidade responsável pelo programa

Na Presidência da República e nos Ministérios, que constituam órgãos

centrais de sistemas (Orçamento e Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um

programa desse tipo.

Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações de

gestão de Governo e serão compostos de atividades de planejamento, orçamento,

controle interno, sistemas de informação e diagnóstico de suporte à formulação,

coordenação, supervisão, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades

deverão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial.

Os programas de Serviços ao Estado são os que resultam em bens e

serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim

específico. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, indicadores,

órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa.

Os programas de Apoio Administrativo correspondem ao conjunto de

despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem

para a consecução dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas

públicas, não são passíveis de apropriação a esses programas. Seus objetivos são,

portanto, os de prover os órgãos da União dos meios administrativos para a

implementação e gestão de seus programas finalísticos.

Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas

em termos de funções, subfunções, programas, atividades, projetos e operações

especiais.

São de três naturezas diferentes as ações de governo que podem ser

classificadas como categorias de programação orçamentária: atividade, projeto e

operação especial.

Os projetos e atividades são os instrumentos orçamentários de

viabilização dos programas. Estão assim conceituados:

38

• Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o

objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que

se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um

produto necessário à manutenção da ação de governo;

• Projeto: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo

de um programa, envolvendo um conjunto de operações, que se

realizam num período limitado de tempo, das quais resulta um

produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação

de governo.

• Operação Especial: são ações que não contribuem para a

manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto

e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Representam, basicamente, o detalhamento da função "Encargos

Especiais".

São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: amortizações

e encargos, aquisição de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências a

qualquer título (não confundir com descentralização), fundos de participação,

operações de financiamento (concessão de empréstimos), ressarcimentos de toda a

ordem, indenizações, pagamento de inativos, participações acionárias, contribuição

a organismos nacionais e internacionais, compensações financeiras. Com exceção

do pagamento de inativos, que integra uma função específica, as demais operações

serão classificadas na função "encargos especiais".

2.3.2.2 - Classificação Quanto à Natureza da Despesa

Para classificar uma despesa quanto à sua natureza, deve-se considerar

a categoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade da aplicação e o

elemento.

O código da classificação da natureza da despesa é constituído por seis

algarismos, onde:

39

• 1º indica a categoria econômica da despesa;

• 2º indica o grupo da despesa;

• 3º/4º indicam a modalidade da aplicação;

• 5º/6º indicam o elemento da despesa (objeto de gasto).

Giacomoni (2005, p.106) retrata que “as classificações institucional,

funcional e por programas têm grande utilidade no plano administrativo-gerencial,

pois alimentam com informações as etapas de programação, tomada de decisões,

execução, avaliação e controle”. Com relação à classificação por categoria

econômica cumpre uma função bem distinta.

O objetivo dessa classificação é demonstrar os aspectos

macroeconômicos do gasto público, tendo sido definido pela Organização das

Nações Unidas (ONU), conforme proposta Keynesiana no pós-guerra.

(GIACOMONI,2005).

A classificação por categoria econômica é constituída por duas

categorias:

3- Despesas Correntes;

4- Despesas de Capital.

Segundo Giacomoni (2005), na definição da Lei 4.320/64, as despesas

correntes compreendem:

• Dotações para manutenção de serviços anteriormente criados,

inclusive as destinadas a atender obras de conservação e

adaptação de bens imóveis; e as

• Dotações para despesas às quais não corresponda a

contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para

contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção

de outras entidades de direito público ou privado.

As despesas de capital são as que contribuem para formação de bens

de capital e de produtos para revendas, a concessão de empréstimos e amortização

das dívidas.

Os grupos em vinculação as categorias econômicas são seis, conforme

40

demonstra o quadro abaixo:

Quadro 1 – Categorias econômicas e grupos.

Categorias Econômicas Grupos

3-Despesas Correntes 1. Pessoal e Encargos Sociais 2. Juros e Encargos da Dívida 3. Outras Despesas Correntes

4- Despesas de Capital 4. Investimentos 5.Inversões Financeiras 6. Amortização da Dívida

Fonte: Giacomoni (2005, p.109)

A portaria Interministerial n.° 163/2001 define assim cada grupo:

1 - Pessoal e Encargos Sociais. Despesas de natureza salarial

decorrentes do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor

público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das

obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha

de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, bem como soldo,

gratificações e adicionais, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e

ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a

contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse

público, quando se referir à substituição de servidores, e despesas com a

substituição de mão-de-obra constantes dos contratos de terceirização quando se

tratar de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do

quadro de pessoal, exceto nos casos de cargo ou categoria em extinção, em

atendimento ao disposto no Art. 18, § 1o, da Lei Complementar nº. 101, de 2000.

2 - Juros e Encargos da Dívida. Despesas com o pagamento de juros,

comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas

contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

3 - Outras Despesas Correntes. Despesas com aquisição de material

de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação,

auxílio-transporte, despesas com a contratação temporária para atender a

necessidade de excepcional interesse público, quando não se referir à substituição

de servidores de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos

41

do quadro de pessoal, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas

Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

4 – Investimentos. Despesas com o planejamento e a execução de

obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização

destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material

permanente.

5 - Inversões Financeiras. Despesas com a aquisição de imóveis ou

bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de

empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não

importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de

empresas.

6 - Amortização da Dívida. Despesas com o pagamento e/ou

refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública

interna e externa, contratual ou mobiliária.

Na Lei n.° 4.320/64, contava-se com rigor e precisão das categorias

econômicas, algo que estava defasado, sendo sucedido pelas modalidades de

aplicação. Segundo Giacomoni (op.cit.), tal fato ocorreu no sentido de responder a

finalidade gerencial da administração publica brasileira pós anos 90.

O quadro abaixo demonstra segundo a portaria interministerial

163/2001 a estrutura das modalidades de aplicação:

Quadro 2– Modalidades de Aplicação

Código Descrição 20 Transferências à União 30 Transferências a Estados e Distrito Federal 40 Transferências a Municípios 50 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 60 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos 70 Transferências a Instituições Multigovernamentais 80 Transferências ao Exterior 90 Aplicações Diretas 99 A Definir

Fonte: Slomski (2003, p.324)

Os objetos de despesas são identificados pelos elementos de despesa.

A Portaria Interministerial n.°163/2001 facultou o desdobramento suplementar

42

dessas despesas, com a finalidade de atender algumas escriturações contábeis,

bem como o controle da execução orçamentária e financeira.

Em decorrência do disposto na norma legal em epígrafe, a estrutura da

natureza de despesa será a seguinte: c.g.mm.ee.dd, onde:

c => representa a categoria econômica;

g => representa o grupo de natureza da despesa;

mm=> representa a modalidade de aplicação;

ee => representa o elemento da despesa;

dd => representa o desdobramento, facultativo.

Exemplificamos a estrutura da natureza da despesa na execução

orçamentária, conforme quadro abaixo:

Quadro 3– Execução Orçamentária por Categoria Econômica da Despesa

C G Mm ee dd Descrição 3 0 00 00 00 DESPESAS CORRENTES

3 1 00 00 00 PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS

3 1 90 00 00 APLICAÇÕES DIRETAS

3 1 90 11 00 Vencimentos e Vantagens Fixas-Pessoal Civil

Fonte: Elaboração própria.

2.4- Contabilidade Gerencial de Entidades Públicas

Para Slomski (2003 apud MEIRELES 2003, p.357), “Administração

Pública é todo aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus

serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.”

Di Pietro (2008, p.49) o termo administração pública é utilizada em dois

sentidos:

a) Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ele designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa;

b) Em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Publica é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

43

Neste sentido, administrar significa planejar e executar, Di Pietro (op.cit.)

considera na administração pública duas funções, a função política é responsável

por traçar as diretrizes governamentais, ou seja, planejamento. A função

administrativa cuida da execução de tudo aquilo que foi planejado pela função

política.

Essa administração pública é exercida pelos órgãos da administração

direta, órgãos da administração indireta e pelos órgãos da administração delegada:

• A Administração direta compreende a organização administrativa

do Estado. (Slomski, 2003);

• A Administração indireta é atividade administrativa caracterizada

como serviço público, deslocado do Estado, para outra entidade

por ele criada. Integram a administração indireta as autarquias,

as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as

fundações, e as autarquias subdividem-se em autarquias

institucionais-que prestam serviços autônomos especializados – e

as autarquias corporativas, representadas por órgãos

fiscalizadores de profissões;

• A administração delegada complementa a ação do Estado e

subdivide-se em descentralizada por cooperação – são

organizações para-administrativas de direito privado, criadas pelo

Estado isoladamente ou em conjunção com particulares; e

descentralizada por colaboração- é a que descentraliza a

atividade do Estado para a órbita privada. Essa consiste na

delegação dos exercícios de encargos públicos a terceiros, por

meio de concessão (com contrato) ou permissão (com contrato).

Slomski (2003 apud BASTOS 2003, p. 360) coloca a primeira grande

divisão orgânica feita pela Constituição de 1988, quando criou os três poderes:

Legislativo, Executivo e Judiciário, conforme quadro abaixo:

44

Quadro 4– Estruturação dos Poderes

Níveis Poderes

Legislativo Executivo Judiciário

Federal

• Senado Federal • Câmarados Deputados • Tribunal de Contas da União

• Presidência da República • Ministérios

• Supremo Tribunal Federal • Supremo Tribunal de Justiça • Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais • Tribunais e Juízes do Trabalho • Tribunais e Juízes Eleitorais • Tribunais e Juízes Militares • Ministério Público da União

Estadual • Assembléia Legislativa • Tribunal de Contas do Estado

• Gabinete do Governador • Secretarias de Estado

• Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal • Ministério Público do Estado e do Distrito Federal

Municipal

• Câmara dos Vereadores • Tribunal de Contas do Município ou Tribunal de Contas do Estado

• Gabinete do Prefeito • Secretarias Municipais

Fonte: Slomski (2003, p. 360)

Diante desta estrutura, vários são os serviços públicos de atividades-

meio ou atividades-fins exercidas e colocadas à disposição, prestados diretamente,

permitidas ou concedidas pelo Estado, visando proporcionar um grau de satisfação

social da coletividade. (SLOMSKI ,2003 apud MEIRELES, 2003, p. 366)

Segundo Silva (2002, p. 24) para atingir a plena satisfação das

necessidades da população, a administração pública é dividida em:

• Atividades-meio, que envolvem o próprio papel do Estado e sua

estrutura administrativa para atender as necessidades da

população;

• Atividades-fins, que estão voltadas para efeito atendimento das

demandas da população.

O quadro 5 mostra quais atividades-meio dão suporte para atividades-

fins, objetivo final dos serviços públicos.

45

Quadro 5- Divisão da Administração pública

Administração Pública Atividades-Meio Atividades-Fins

FUNÇOES DE ASSESSORAMENTO • Pesquisa • Planejamento • Organização

FUNÇÕES DE CHEFIA • Comando • Coordenação • Controle

SERVIÇOS AUXILIARES • Administração de Pessoal • Administração de Material • Administração Financeira • Administração Patrimonial • Administração Orçamentária • Administração Documental • Administração do Cadastro Geral de

Cidadãos

ESSENCIAIS • Segurança • Defesa Nacional • Justiça

COMPLEMENTARES • Proteção à saúde • Proteção à agricultura • Proteção à educação • Promoção do bem-estar Social • Desenvolvimento urbano • Desenvolvimento econômico • Incrementos de obras públicas

SERVIÇOS PÚBLICOS

• Transportes coletivos • Iluminação • Limpeza pública • Abastecimento etc.

Fonte: Silva (2002, p.25) com adaptações

Kohama (2003, p. 47) traz a seguinte definição da Contabilidade

Pública:

A contabilidade pública é um dos ramos mais complexos da ciência contábil, e tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público interno, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e respectivas autarquias.

O Art. 85 da Lei 4.320/64 coloca textualmente a regulamentação da

contabilidade pública no Brasil:

Art. 85 - Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.

Obedecendo ao Art. 86 do mesmo diploma legal, a escrituração contábil

das operações financeiras e patrimoniais será pelo método das partidas dobradas.

A contabilidade governamental é formada por quatro subsistemas:

a) Subsistema Orçamentário;

b) Subsistema Financeiro;

46

c) Subsistema Patrimonial;

d) Subsistema de Compensação.

O subsistema orçamentário é responsável pela evidenciação do registro

contábil da receita e despesa, de acordo com especificações na LOA e dos créditos

adicionais, conforme previsão legal no Art. 91 da Lei n.° 4.320/64. (KOHAMA, 2003).

O final do exercício será apurado de acordo com a previsão da receita e

sua execução, bem como, a fixação da despesa e seus valores empenhados e suas

respectivas dotações disponíveis.

O subsistema financeiro tem por objetivo englobar as operações de

débito e crédito de natureza financeira, demonstrando ao final do exercício o

resultado financeiro apurado. Segundo Mauss (2008), o balanço financeiro

representa o fluxo de caixa da entidade pública.

O subsistema patrimonial registra todos os bens de caráter permanente,

com indicação dos elementos necessários para perfeita caracterização de cada um

deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração. Ao final do

exercício será apresentado o resultado da gestão econômica. (KOHAMA, 2003).

O subsistema de compensação, segundo Kohama (2003, p.49), “registra

e movimenta as contas representativas de direitos e obrigações, decorrentes de

contratos, convênios ou ajustes”.

A figura 2, segundo Mauss (2008), demonstra o sistema de informação

contábil público. Nesta figura é demonstrado o sistema de informação contábil e a

sua estrutura de subsistemas, que tem por objetivo evidenciar os fatos que poderão

no futuro afetarem de alguma forma o patrimônio público.

Segundo o mesmo autor, o sistema de informação contábil é

responsável por prover o gestor público ou privado de informações úteis, de

natureza física, financeira e econômica para fundamentar as decisões táticas e

estratégicas.

Para Mauss (2008 apud SILVA 1999), o maior problema da contabilidade

governamental está voltado para aspectos financeiros do orçamento, sendo

deixados de lado os eventos de natureza econômica, que permitiriam aspectos

adicionais de avaliação e compreensão dos ativos, passivos e patrimônio liquido.

47

Figura 2- Estrutura do sistema de informação contábil público

Fonte: Mauss (2008, p. 8)

Para Kohama (2003), a contabilidade governamental não deve ser

entendida como destinada apenas para registro e escrituração contábil, mas

também à observação da legalidade dos atos da execução orçamentária através do

controle e acompanhamento, que será prévio, concomitante e subseqüente, de

acordo com Art. 77 da Lei Federal n.° 4.320/64.

O quadro 6 mostra o relacionamento entre as fases da despesa com os

sistemas contábeis.

Contabilidade Governamental

Contabilidade Financeira

Contabilidade Gerencial

Subsistema Orçamentário

Subsistema Financeiro

Subsistema Patrimonial

Subsistema Compensado

Subsistemas de Custos

Finalidade: A Legalidade

Finalidade: - fundamentar a tomada de decisão; -embasar o planejamento; -avaliar desempenho; -apurar o resultado econômico; - medir eficiência.

48

Quadro 6- Relacionamento: fases da despesa e sistemas contábeis

Fases Sistemas Contábeis Despesa Orçamentário Financeiro Patrimonial 1ª Fixação sim 2ª Empenho sim 3 ª Liquidação* sim sim sim** 4ª Pagamento sim Receita 1ª Previsão sim 2ª Lançamento sim 3ªArrecadação Recolhimento

sim sim sim

(*) No encerramento do período contábil, em função da liquidação forçada, o montante das despesas liquidadas se iguala ao montante das despesas empenhadas. (**) Esses valores são registrados no sistema patrimonial por transferência do Sistema Financeiro: Fonte: Machado (2005, p. 86)

Conforme o quadro em epígrafe, verificamos que a despesa pública

passa por quatro fases, que segundo Kohama, tem a seguinte definição:

• Fixação- É o primeiro estagio da despesa pública, sendo

cumprida por ocasião da edição da LOA;

• Empenho- É o segundo estágio, sendo o ato emanado de

autoridade competente que cria para o Estado obrigação de

pagamento pendente ou não de implemento de condição ( Art. 58,

da LEI FEDERAL 4.320/64);

• Liquidação- É o terceiro estágio, consiste na verificação do direito

do credor, tendo por base os títulos e documentos

comprobatórios;

• Pagamento- É a ultima fase, sendo o ato onde o poder público faz

a entrega do recurso pecuniário, recebendo assim a devida

quitação.

Com relação à receita pública, a mesma percorrerá por três estágios, a

saber:

• Previsão- Correspondem os valores consignados na LOA, pois

são estimativas que originam de estudos de previsão;

• Lançamento- É o ato do poder público que identifica e

49

individualiza o contribuinte ou devedor, com seus respectivos

valores, espécies e vencimentos. (KOHAMA, 2003);

• Arrecadação e Recolhimento- Consiste no ato onde os tributos ou

as diversas receitas são arrecadadas pelos agentes

arrecadadores. O recolhimento ocorre quando esses numerários

são entregues ao tesouro municipal. (Ibid, 2003)

Para tanto apresentamos no quadro 7, o modelo de classificação de

receita, segundo a Portaria n.° 163/2001.

Quadro 7- Classificação da Receita

1000.00.00 RECEITAS CORRENTES Categoria Econômica

1° Nível

1700.00.00 Transferências Correntes Subcategoria econômica

2° Nível

1720.00.00 Transferências Intergovernamentais Fonte 3° Nível

1721.00.00 Transferências da União Rubrica 4° Nível

1721.01.00 Participação na Receita da União Alíneas 5° e 6° Níveis

1721.01.02 Cota-parte do FPM Subalíneas 7° e 8° Níveis Fonte: Mauss (2008, p.13)

Para entendimento da abertura, execução, encerramento e apuração

dos resultados orçamentários apresentamos o quadro 8 e no quadro 9 a

demonstração desses eventos, que constam no Livro Diário.

50

Quadro 8 – Principais eventos do sistema orçamentário

Fonte: Machado (2005, p. 87)

Quadro 9 – Diário- Sistema Orçamentário

Fonte: Machado (2005, p. 88)

Com a finalização do orçamento, são produzidos os relatórios

Previsão da Receita e Fixação da Despesa A- Abertura do orçamento da receita B- Abertura do Orçamento da Despesa

Comprometimento da despesa

C- Empenhamento da despesa Execução do orçamento

D- Liquidação da despesa E- Arrecadação da receita

Encerramento do exercício contábil

1- Liquidação” forçada” do saldo da conta “despesa empenhada”(transferência do saldo da conta “ despesa empenhada” para conta “ execução da despesa”

Apurações •••• Resultado de previsão •••• Economia Orçamentária •••• Excesso ou insuficiência de arrecadação •••• Resultado de Execução

A- Abertura do orçamento da Receita Receita Prevista a Orçamento da Receita B- Abertura do orçamento da despesa

Créditos orçamentários a Créditos disponíveis

C- Empenhamento da despesa Créditos disponíveis a Despesa empenhada D- Liquidação da despesa Despesa empenhada a Execução da Despesa E- Arrecadação da Receita Execução da Receita a Receita Prevista 1- Liquidação “forçada” do saldo da conta de despesa empenhada Despesa empenhada a Execução da despesa

51

orçamentários, sendo o principal deles o balanço orçamentário, conforme Anexo 12

da Lei Federal n.° 4.320/64.

O subsistema financeiro é composto de contas para preparação do

Anexo 13 da Lei Federal n.° 4.320/64, sendo um fluxo financeiro, para registrar

apenas os fatos que envolvem entrada e saída de recursos. (Machado, 2005).

O funcionamento do sistema financeiro será demonstrado nos quadros

10, com os principais eventos do sistema financeiro e 11, com os registros no diário.

Quadro 10 – Principais eventos do sistema financeiro

Fonte: Machado (2005, p. 92)

Execução do orçamento D’- Liquidação da Despesa E’- Arrecadação da Receita F - Pagamento de Despesa Recebimentos e pagamentos extra-orçamentários G- Recebimentos de depósitos e cauções (aumento de passivo financeiro) H- Pagamentos de restos a pagar (diminuição de passivo financeiro) Outros movimentos extra-orçamentários I-Retenção de consignações Encerramento de exercício contábil

1- Registro do montante da liquidação “forçada” como restos a pagar do exercício não processado

2- Registro de restos a pagar do exercício (processado) pelo saldo da conta despesa orçamentária a pagar

3- Transferência do saldo das receitas orçamentárias para sistema patrimonial

4- Transferências do saldo das despesas orçamentárias para o sistema patrimonial.

52

Quadro 11 – Diário- Sistema Financeiro

Fonte: (Machado, 2005, p. 93).

O subsistema patrimonial registra a movimentação dos seguintes

grupos: ativo permanente; passivo permanente; patrimônio líquido ou saldo

patrimonial. (MACHADO, 2005)

Segundo o Art. 100 da Lei n.° 4.320/64, são elementos do último grupo-

D’- Liquidação da despesa Despesa orçamentária a Despesa orçamentária a pagar E’- Arrecadação da receita Caixa a Receita Orçamentária F – Pagamento de despesa Despesa orçamentária a pagar a Caixa G- Recebimento de depósitos e cauções (aumento do passivo financeiro) Caixa a Depósitos diversos H- Pagamentos de restos a pagar (diminuição de passivo financeiro) Restos a pagar a Caixa I- Retenção de consignações Despesa Orçamentária a Consignações 1’- Registro do montante da liquidação “forçada” Como restos a pagar do exercício não processado Despesas orçamentárias a Restos a pagar não processados 2 – Registro de restos a pagar do exercício (processado) Pelo saldo da conta despesa orçamentária a pagar Despesa Orçamentária a pagar a Restos a pagar 3- Transferências do saldo das receitas orçamentárias para o sistema patrimonial Receita orçamentária a Transferência financeira 4- Transferências do saldo das despesas orçamentárias para o sistema patrimonial Transferência financeira a Despesa Orçamentária

53

saldo patrimonial:

As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

O quadro 12 mostra de forma simplificada, um conjunto dos principais

eventos do sistema patrimonial, sendo apresentado: a movimentação orçamentária,

que impacta o ativo e passivo permanentes; movimentação independente da

execução orçamentária e transferências de encerramento do exercício contábil,

enquanto o quadro 13 os eventos do diário.

Quadro 12 – Principais eventos do sistema patrimonial

Fonte: Machado (2005, p. 97)

Movimentação orçamentária – Mutações J- Incorporação de um bem imóvel adquirido K- Desincorporação de um bem alienado Movimentação independente da execução orçamentária L- Inscrição de dívida ativa M- Atualização cambial da dívida fundada externa Encerramento do exercício contábil 3’- Transferências do saldo das receitas orçamentárias do sistema financeiro 4’- Transferências do saldo das despesas orçamentárias do sistema financeiro

54

Quadro 13 – Diário- Sistema Patrimonial

Fonte: Machado (2005, p. 98)

Quando da conclusão dos lançamentos do subsistema patrimonial, todas

as contas transitórias estarão zeradas, com exceção da transferência patrimonial.

Tais lançamentos são responsáveis pela elaboração de dois

demonstrativos contábeis previstos na Lei n° 4.320/64, o balanço patrimonial (Anexo

14) e a demonstração das variações patrimoniais (Anexo 15).

2.4.1- O Regime contábil da contabilidade pública

Quando começamos o estudo do regime contábil utilizado no Brasil, veio

à tona questões relacionadas aos Princípios Contábeis e a interpretação correta do

Art. 35 da Lei n.° 4.320/64.

Kohama (2003) coloca que o campo de atuação da contabilidade prevê a

escrituração de instituições de diversas entidades, sejam elas com ou sem fins

J- Incorporação de um bem imóvel adquirido Ativo Permanente- Bens Imóveis a Mutações patrimoniais ativas K- Desincorporação de um bem alienado Mutações patrimoniais passiva a Ativo permanente- Bens imóveis L- Inscrição da dívida ativa Ativo permanente- Dívida Ativa a Variações patrimoniais independentes da execução orçamentária- Ativa M- Atualização cambial da dívida fundada externa Variações patrimoniais independentes da Execução orçamentária – Passiva a Passivo permanente –Divida fundada externa 3’- Transferências do saldo das receitas Orçamentárias do sistema financeiro Transferências patrimoniais a Receitas orçamentárias 4’- Transferências do saldo das despesas Orçamentárias do sistema financeiro Despesas orçamentárias a Transferências patrimoniais

55

lucrativos, de modo a evidenciar as variações ocorridas na estrutura patrimonial e

financeira.

Machado (2005) retrata que, por meio da Resolução CFC n° 750/93,

tornou-se obrigatória no Brasil a observância dos Princípios Fundamentais de

Contabilidade no exercício da profissão dos contadores.

No entanto a Resolução CFC n.° 1111/07, criou Apêndice II, na

resolução em epigrafe, sendo a interpretação dos princípios fundamentais de

contabilidade, sob a perspectiva do setor público.

Entre esses princípios destacamos o da competência que tem o seguinte

enunciado:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

Sobre tal princípio, a resolução de 2007 retrata que as transações e os

eventos deverão ser reconhecidos com a ocorrência dos fatos geradores,

independentemente do seu pagamento e recebimento, devendo ser assim aplicada

integralmente no setor público.

Conclui-se, a partir deste dispositivo legal, que dentre os princípios de

contabilidade geralmente aceitos, a competência estaria mais adequado para o

registro das receitas e despesas.

Machado (2005 apud IUDÍCIBUS 1979, p. 76) coloca sobre o princípio

da competência:

Este princípio estabelece que o reconhecimento de receitas e despesas está identificado com períodos específicos e associado ao surgimento de ‘fatos geradores’ de natureza econômica, legal e institucional, não sendo evento fundamental para tal reconhecimento o desembolso de caixa ou recebimento de numerário.

Tal autor coloca que o acatamento de tal afirmação só é unânime para

contabilidade empresarial.

Com a promulgação da Lei 4.320/64, os autores são quase unânimes

em afirmar que o regime é misto.

Tal afirmação está fundamentada no Art. 35 da Lei 4.320/64, que poderá

induzir alguns autores a um pensamento equivocado:

56

Art. 35 - Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas; II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Entre os autores que aceitam esta afirmação, temos Slomski (2003,

p.31), “fica evidenciado que no Brasil utiliza-se, para escrituração contábil, um

regime misto.”

Para Kohama (2003, p. 55), “no Brasil, administração pública deve

adotar o regime de escrituração misto, ou seja, o regime de caixa para a

arrecadação das receitas e o regime de competência para realização das despesas.”

Para Reis (2008), a afirmação de adoção do regime contábil no Brasil,

não deve apenas ser analisado do ponto de vista do Art. 35 da Lei n.° 4.320/64.

Deverá também ser interpretado em conjunto com os artigos 39, 52 e 53 do referido

diploma legal e as Leis 8.666/93 e 5.172/66.

Daí chegará facilmente à interpretação que temos também para receita o

regime de competência, e não de caixa como é pregado por muitos autores, e a

colocação de que temos regimes contábeis distintos para o ramo empresarial e

governamental iria por água abaixo.

Destaque-se no exercício financeiro de 2002, a Secretaria do Tesouro

Nacional, por meio da Portaria n.° 447, orientou que as entidades governamentais,

Estados e Municípios, contabilizassem as receitas provenientes de transferências

constitucionais no mês de dezembro, mesmo tendo sido recebidas no mês de

janeiro.

Reis (2008, p. 91) coloca que “as receitas arrecadadas, são obtidas com

o emprego de recursos próprios, daí porque concluirmos que podem ser

reconhecidas pelo principio da competência.”

Machado (2005) afirma que o objetivo do artigo 35 é disciplinar o

reconhecimento e o registro do fluxo financeiro, bem como o formato de seu

relatório, regulando, por conseguinte, a escrituração dos subsistemas orçamentários

e financeiros.

Para tanto, conforme entendimento da legislação de forma conjunta,

podemos concluir que o regime contábil de escrituração utilizado no Brasil é base no

57

princípio da competência.

Então perde o valor do tão preconizado regime misto, pois conforme

preconiza o Conselho Federal de Contabilidade, o regime de competência deverá

ser observado por entidades públicas e privadas.

O foco da mensuração da contabilidade governamental difere da

contabilidade empresarial pelo fato de não almejar lucros, e sim o registro do fluxo

financeiro previsto no Art. 35 da Lei n.° 4.320/64.

2.5- Fases de desenvolvimento e implantação do modelo de custos

Dada a relevância do assunto, é necessário iniciarmos trazendo à tona

alguns conceitos básicos que dão base para a formação da Contabilidade de

Custos. Para tal, verificamos as definições trazidas por Slomski (2005, p. 56):

• Custo - consumo de recursos (ativos) na produção de produtos ou serviços; •Despesa - consumo de recursos (ativos) na obtenção de receitas; • Investimento - consumo de recursos (ativos) na aquisição e/ou construção de bens que produzirão benefícios em exercícios seguintes; • Perda - consumo de recursos (ativos) de maneira involuntária e não prevista.

Para Machado (2005 apud Martins, 1996, p. 25), esse processo é

composto de uma análise da terminologia composta ainda de Gasto: “ Sacrifício

financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço

qualquer sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos;

Desembolso Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço”.

O mesmo autor demonstra no quadro 14 o relacionamento desses

conceitos:

58

Quadro 14 – Relacionamento: gasto, investimento, custo e despesa

Fonte: Machado (2005, p.108)

Podemos nesse caso, como sugestão de Machado (2005), traçar um

paralelo entre o mundo empresarial e governamental, com algumas semelhanças de

conceitos:

• A fase da despesa pública da fixação relaciona-se com entidade

privada como sendo o momento do estabelecimento do custo-

padrão;

• A fase do empenho não se encontra relacionamento com os

conceitos de custos;

• A fase da liquidação, como foi visto em momento pretérito, refere-

se no reconhecimento do direito do credor, equivalendo-se ao

conceito de gasto;

• A fase do pagamento é idêntica ao conceito de desembolso.

O quadro 15 mostra esta correspondência terminológica:

Gasto

Custo

Investimento

Custo

Despesa

59

Quadro 15 – Contabilidade governamental x Contabilidade de custos

Fonte: Machado (2005, p.109)

Com a correlação entre os conceitos de despesas liquidadas e gastos,

considera-se como ponto de partida para construção de um sistema de custos para

o setor público. Os custos estão atrelados a despesas orçamentárias liquidadas

dentro do exercício como custo e quando se refere a exercícios subseqüentes como

investimentos.

Para tanto o quadro 16 demonstra este grau de relacionamento.

Quadro 16 – Relacionamento: despesas liquidadas, custos e investimentos

Fonte: Machado (2005, p.109)

Baseando-se nestes conceitos, a coisa mais importante a ser pensada é

no sistema de acumulação de custos que será utilizado para, a partir daí, definir o

método de custeio que será usado.

Desta forma, Slomski (2005, p. 56) trata de estruturar a Contabilidade de

Custos com dois sistemas de acumulação: Sistema de Acumulação por Ordem e

Sistema de Acumulação Contínua ou por Processo.

Fixação = Custo Padrão Empenho = - Liquidação = Gasto Pagamento = Desembolso

Despesa Orçamentária Liquidada

Investimento

Custo

60

Mauss (2008, p.42) coloca as características das atividades públicas:

Pode-se afirmar que os serviços prestados de forma contínua, como consultas médicas e odontológicas, requerem um sistema de acumulação de custos por processo, Os custos destes serviços devem ser acumulados continuamente durante o período que se queira mensurar por natureza de custo.

No sistema de acumulação por ordem, segundo Martins (2003, p.145),

“os custos são acumulados numa conta especifica para cada ordem ou encomenda”.

O start no processo dar-se-á a partir do pedido do cliente, onde estarão

acumulados os custos relativos aos pedidos ou serviços executados. Um exemplo

que ocorre bastante nos municípios é a recuperação de uma escola: definido o local,

é verificado se execução será direta, com funcionários da prefeitura; ou execução

indireta, onde o serviço será totalmente terceirizado e apenas fiscalizado pelo setor

de obras. Ao final do processo, ter-se-á o montante de recursos consumidos.

No sistema de acumulação por produção contínua, segundo Martins

(2003, p.145), os custos são acumulados em contas representativas das diversas

linhas de produção, não havendo encerramento das contas.

No nosso caso, o sistema de acumulação utilizado será por ordem, visto

que os custos levantados estão dispostos de maneira cronológica à vigência dos

créditos orçamentários para consumo dos ativos.

Agora o passo é definir o método de custeio que, segundo Slomski

(2005) é a forma de atribuição de custos a determinado produto ou serviço.

Segundo o mesmo, a contabilidade das entidades públicas é de natureza

orçamentária, onde todo consumo de recursos é registrado como despesa.

Uma vez identificados os ativos consumidos, a entidade pública deverá

escolher o método de custeio que será utilizado, para isto Slomski (2005, p.62)

identifica quatro métodos, a saber:

a)O método de custeio por absorção; b)O método de custeio variável ou direto; c) O método de custeio baseado em Atividades; d)O método de custeio padrão.

61

2.5.1- Custeio por absorção tradicional

Segundo Leone (2000), o método de custeio por absorção é aquele que

faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam

esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de

estrutura ou operacionais.

O objetivo desse método de custeio é absorver, como o próprio nome

sugere, todas as parcelas dos custos relacionados à produção. Esse método de

custeio implica no problema do rateio dos custos indiretos de diversos produtos

fabricados.

Para Mauss (2008), esse método de custeio é utilizado por gestores que

desejam fazer alocação aos seus produtos e serviços dos custos diretos e indiretos

ocorridos no processo de produção.

A utilização dos custos indiretos ao processo de produção gera certa

subjetividade e uma arbitrariedade ao valor obtido no custo final. Como instrumento

gerencial na tomada de decisão será falho em muitas circunstâncias, pelo processo

de alocação ser bastante enganosa.

As figuras 3 e 4 mostram o fluxo de funcionamento do custeio por

absorção:

Figura 3- Custeio por Absorção –Empresa de Manufatura

Fonte: Elaboração Própria

Despesas

Custos

Estoque De

Produtos

Venda

Demonstração dos Resultados Receitas CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional

62

Figura 4- Custeio por Absorção –Empresa Prestadora de Serviço

Fonte: Elaboração Própria

Para Mauss (2008 apud PANDOVEZE 2000, e NAKAGAWA 2001, ), o

sistema de custeio por absorção apresenta as seguintes vantagens na sua

utilização:

a) Permite a apuração do custo por departamento ou centro de

custo;

b) Agrega todos os custos, tanto direto como indireto, ao objeto de

custo;

c) Possibilita a apuração do custo global de cada produto ou serviço,

pois absorve todos os custos de produção;

d) Implementa menos custos, por usar critérios de alocação simples.

Para o serviço público, tal método apresenta uma estrutura mais

simplória, permitindo assim sua implantação de forma mais ágil do que outros

métodos mais estruturados. Facilitará para o gestor público a visualização de todos

os custos totais envolvidos no processo.

Em relação às desvantagens Mauss (2008 apud Souza 2001, ) coloca a

incapacidade desse método em viabilizar:

Despesas

Custos

Prestação de

Serviços

Demonstração dos Resultados Receitas Custo de Serviços Prestados Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional

63

a) Uma apropriação acurada dos custos aos objetos de custeio;

b) Um conhecimento adequado das reais causas geradoras dos

custos;

c) A adoção de procedimentos que efetivamente contribuam para o

processo de melhoria contínua de bens e para eliminação de

desperdícios;

d) O estabelecimento de estratégias que assegurem vantagem

competitiva.

Devido a esses motivos, o método de custeio por absorção sofre

inúmeras críticas, motivadas pelo rateio de forma arbitraria dos custos indiretos;

argumentando-se que isso favorecerá uma informação distorcida.

Machado (2005) acrescenta que este método de custeio atende aos

princípios contábeis geralmente aceitos e a legislação tributária brasileira e de

muitos países.

2.5.2- Custeio direto e custeio variável

Segundo Martins (2003), no custeio variável só são alocados aos

produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados despesas

do período, indo diretamente para o resultado.

Por esse método, possíveis ineficiências não serão alocadas, visto que o

objetivo desta metodologia de custeio é apropriar os custos que estão diretamente

ligados à produção.

Machado (2005) sugere que esse método de custeio seja utilizado

apenas para relatórios internos, objetivando apenas a evidenciação da margem de

contribuição de cada produto.

Machado (2005) coloca os pontos favoráveis e desfavoráveis para esse

sistema de custeio, resumida a seguir.

A favor do custeio variável:

• Implica na elaboração de demonstrações contábeis especificas de

custos fixos e custos variáveis;

64

• Facilita a análise do lucro incremental;

• Retira do lucro o efeito das variações dos estoques.

Contra o custeio variável:

• É difícil, na prática, separar custos variáveis e fixos;

• Tende a ignorar ou subestimar a importância dos custos fixos;

• Subestima os valores de estoque.

Essa metodologia apresenta dados incompletos, em comparação com

método do custeio direto, pois as despesas e custos fixos são excluídos do

processo, não sendo adequado para gestão pública, onde os gastos são

predominantemente indireto.

A figura 5 mostra o esquema básico do Custeio Variável:

Figura 5- Esquema básico do método de custeio variável

Fonte: Mauss (2008, p. 51)

O custeio direto é conceituado por Machado (2005 apud PETER 2001,

p.121) “custos diretos, quer fixos ou variáveis, desde que perfeitamente identificáveis

com o produto.”

Para Mauss (2008), o custeio direto deve ser utilizado na gestão pública,

Custos e Despesas Variáveis

Custos e Despesas Fixas

Objeto de Custeio

São lançadas diretamente no resultado do período

São apropriadas diretamente ao objeto de custeio

65

pois possibilita uma visão mais global e objetiva dos custos dos serviços prestados.

Os custos indiretos não identificados diretamente ao produto ou serviço

prestado são considerados como custos do período.

Santos (2005) reforça esse conceito afirmando que este método de

custear os produtos ou serviços por margem de contribuição direta é obtida pela

diferença entre receitas e seus custos diretos. A sua premissa é de que somente os

custos claramente identificados com os produtos ou serviços vendidos devem ser a

eles apropriados. Na figura 6 é demonstrado o esquema básico do custeio direto.

Figura 6- Esquema Básico do método de custeio direto

Fonte: Mauss (2008, p. 51)

O mesmo autor coloca que a gestão econômica defendida por Catelli

(2001) adota o método de custeio direto por considerar que o uso do rateio não se

presta, quando o assunto é identificação do valor criado em cada decisão.

Diante da situação concreta desta pesquisa, utilizaremos o método de

custeio direto, pois conforme afirma Slomski (2005, p. 85) “é o mais indicado para

tomada de decisão, como por exemplo, comprar ou produzir.”

O trato com a coisa pública está envolta numa constante tomada de

decisão por parte do gestor público. A escassez de recursos demanda uma busca

por melhores resultados. A gestão pública contemporânea nasce com grandes

Custos e Despesas Variáveis

Custos e Despesas Fixas

Objeto de Custeio

São lançadas diretamente no resultado do período

São apropriadas diretamente ao objeto de custeio

Não Identificáveis

Não Identificáveis

Apropria direto ao objeto de custeio

66

desafios e entre eles podemos citar a busca por serviços públicos de melhor

qualidade, pois a população vive mergulhada numa carga tributária de primeiro

mundo e serviços de terceiro mundo.

Conforme Mauss (2008), apresentamos as vantagens e desvantagens

aos métodos de custeio variável e direto.

Vantagens:

a) Eliminação das flutuações nos resultados decorrentes dos

volumes de produção e vendas versus absorção de custos fixos

do período;

b) Conhecimento da margem de contribuição (custeio variável) e da

margem de contribuição direta (custeio direto) efetiva de cada

serviço;

c) Otimização dos resultados operacionais com base na

identificação do mix mais adequado de serviços a prestar com

base nos resultados diretos observados;

d) Simplificação dos trabalhos de custos em face da eliminação das

operações contábeis de rateio de custos fixos;

e) Representa um instrumento gerencial que possibilita o cálculo do

ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional;

f) É mais fácil custear os serviços com os custeios variáveis e

diretos, pois os dados são próximos da responsabilidade dos

gerentes;

g) Possibilita a correta avaliação do desempenho divisional e global

da corporação;

h) Possibilita mais clareza no planejamento dos resultados e na

tomada de decisões;

i) Fundamenta decisões de curto prazo, principalmente no que diz

respeito à ociosidade e atendimento de pedidos especiais.

Desvantagens:

a) A dificuldade em classificar corretamente os custos em fixos e

67

variáveis;

b) Há uma limitação na análise da margem de contribuição e da

margem de contribuição direta;

c) Os métodos de custeio variável e direto são ótimos para análise

de custo prazo, havendo assim a subestimação dos custos fixos,

que são ligados ao planejamento de longo prazo.

Para gestão publica o sistema de custeio direto justifica-se por esta

atrelada a um planejamento de curto prazo, pois o orçamento tem a vigência de um

ano.

2.5.3- Custeio baseado em atividades

O custeio baseado em atividades busca reduzir sensivelmente as

distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. Martins (2003).

Para Machado (2005), a concepção desse sistema de custeio possui

alguns componentes do custo pleno, na medida em que se trabalha com todos os

custos.

Como o próprio nome sugere que as atividades desenvolvidas nas

empresas geram custos, pois consomem seus recursos. O ABC pode ser aplicado

aos custos diretos, tendo como diferença primordial no tratamento dos custos

indiretos.

Conforme Slomski (2005, p.85), o custeio por atividades é o mais

aplicado para entidade pública da administração indireta, ”pois já é habito nessas

instituições a definição de atividades, uma vez que o orçamento público é

estruturado em programas, projeto e atividades.”

Martins (2003) coloca que o ABC analisa os custos sob duas visões:

a) A visão econômica de custeio, que é uma visão vertical, no

sentido de que apropria os custos aos objetos de custeio através

das atividades realizadas em cada departamento;

b) A visão de aperfeiçoamento de processos, que é uma visão

68

horizontal, no sentido de que capta os custos dos processos

através das atividades realizadas nos vários departamentos

funcionais.

O surgimento do ABC deve-se a necessidade de informações de custos

através da redução das distorções ocasionadas pelo aumento dos gastos indiretos e

do aumento do mix de produtos e serviços oferecidos, tendo uma informação precisa

sobre o custo global.

Como justificativa do ABC no serviço público, Mauss (2008) cita Brasil

(2004) e Martins (2003), que afirmam que o serviço público possui características, na

sua estrutura operacional, consideradas apropriadas para implantação desse

método.

Cita ainda diversos autores que justificam adoção do ABC, como Duarte

(2002), Slomski (2003), Ribeiro Filho (1997) e Nunes (1995).

Ribeiro Filho (1997, p.40) retrata a seguinte afirmação sobre o ABC:

Nesta direção o ABC-Activity Based Costing, enquanto método de rastrear os custos de um negócio ou departamento para as atividades realizadas, propõe-se permitir o entendimento do equilíbrio entre o fornecimento e a demanda de recursos.

O método ABC pode ser observado na figura 7:

69

Figura 7 - Método de Custeio ABC

Fonte: Slomski (2005, p.85)

Como ocorre em outros métodos de custeio, o ABC apresenta inúmeros

autores que defendem a sua utilização, bem como outros que questionam a sua

utilização.

Mauss (2008 apud KAPLAN e COOPER 1998, ROCHA 1995 e

NAKAGAWA 2001) destaca as seguintes vantagens da utilização do ABC:

a) Contabilidade baseada em atividades é responsável pela

identificação das atividades desenvolvidas, de modo a rastrear os

custos indiretos, viabilizando uma análise efetiva de custos e

desempenho;

b) Visão estratégica: subsídios voltados para o planejamento de

longo prazo, sendo importante para o processo de tomada de

decisão pela incorporação dos custos e despesas fixas aos custos

totais;

c) Melhor gestão de custos: proporciona a base para um controle

eficiente e melhor dos custos totais, conduzindo para uma tomada

de decisão mais eficaz.

Dentre os críticos do método ABC, Mauss (2008) cita Catelli e Guerreiro

(1995) que o considera como um método de custeio por absorção melhorado e

questionam se de fato existe a eliminação das técnicas de rateio, considerando

RECURSOS

Direcionadores de Recursos

ATIVIDADES

Direcionadores de Atividades

PRODUTOS/SERVIÇOS

Atividades Consomem Recursos

Produtos/Serviços Consomem Atividades

70

ainda aos resultados distorcidos, que induzem a tomada de decisão de forma

equivocada.

Com base na informação desses autores, foram extraídas as seguintes

desvantagens do ABC:

a) A grande parcela dos custos indiretos é fixa, em qualquer

atividade não podendo o ABC mudar ou interferir nesta realidade;

b) O relacionamento com os custos fixos das atividades está sujeito

a arbitrariedade, não existindo critério objetivo isento de

discussões;

c) As atividades apresentam diferentes níveis de volume e com o

ABC obtêm-se diferentes custos unitários por atividades;

d) Aumento do sistema produtivo, que desencadeou no aumento

proporcional dos custos fixos em relação aos variáveis, que

apresentará resultados proporcionalmente equivocados;

e) O ABC é responsável pela mudança na natureza dos custos fixos

em variáveis, conseqüentemente gerando informações

distorcidas;

f) Com a utilização da arbitrariedade no rateio dos custos fixos, as

informações geradas impossibilitam a comparação dos custos de

empresas concorrentes.

O ABC é aconselhado para administração pública, quando atividade

prestadora de serviços caracterizarem-se pela utilização na sua maioria de custos

indiretos, possibilitando apuração do resultado econômico.

Para Mauss (2008), a utilização do sistema de custeio ABC e o direto de

forma integrada possibilitarão a construção de um sistema de informação de custos

mais adequada.

No caso em comento, foi utilizado o método de custeio direto, visto como

próprio Slomski (2005) colocou ser o mais adequado para administração pública

direta.

2.5.4- Método de Custeio-Padrão

Segundo Slomski (2005, p.89), “o método de custeio-padrão é aquele no

qual se mensura o custo de uma unidade a priori e atribui-se este custo para as

71

demais unidades a serem produzidas”.

O custo será obtido depois da produção de um lote, apurando-se o custo

real daquele lote produzido para os demais.

O autor apresenta na literatura dois tipos: o custo-padrão ideal e custo-

padrão corrente. O primeiro nasceu com o objetivo de “fabricar custos em

laboratório”, não considerando quaisquer desvios ocorridos de preços, volumes ou

tempos.

O segundo considera a ocorrência de pequenos desvios, considerando-

os dentro do padrão. Seu objetivo é apenas identificar o custo de que se pretende

produzir.

Na gestão pública tal método poderá ser utilizado para determinação dos

custos de muitos serviços públicos, onde segundo Slomski (2005) sua maior virtude

esteja na utilização do método para elaboração dos orçamentos anuais.

O custo-padrão será uma excelente ferramenta para comparação para

eficiência na utilização dos recursos públicos, onde com base no custo-padrão

calculado, poderemos verificar se administração pública atingiu os resultados

previstos.

2.6-Gestão Pública das Organizações por Resultados

Segundo Trosa (2001), nos últimos anos os países que compõem a

Organization for Economic Co-operation and Development (OCDE) têm como tema

de pesquisa na área publica responder questões relativas ao gerenciamento dos

recursos públicos. O gerenciar colocado por esses países vai muito alem de pura e

simplesmente administrar os recursos alocados no orçamento público, e sim na

busca na otimização dos resultados desses recursos nos serviços colocados a

disposição da população.

Para Mauss (2008), o gerenciamento desses resultados, organizados

através de um processo de gestão, deverá ser dinâmico e proativo, num modelo que

permita anteciparem-se possíveis mudanças ocorridas no ambiente. Como meta,

esta organização deverá buscar um resultado econômico positivo, calcada num

processo de gestão estratégica, visando maximizar o resultado econômico de longo

prazo.

Como mensuração desse resultado econômico, Slomski (2005) coloca a

72

importância do conhecimento da definição da receita econômica, bem como a

definição do objetivo do Estado em promover o bem-estar social (WELFARE

STATE). A utilização de recursos humanos, físicos e financeiros oferece serviços

públicos colocados a disposição da sociedade, que envolve uma receita não

explicita nos balanços.

A gestão pública brasileira está organizada no Art. 2° da Constituição

Federal,” Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o

Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Para Meirelles (2005), administração pública em acepção operacional é

o desempenho perene e sistemático,legal e técnico, dos serviços próprios do Estado

ou por ele assumidos em beneficio coletivo.

Visualizando por esse ângulo, o gestor público, considerando os

recursos disponiveis, deverá ter em mente a prestação de serviços da melhor forma

possivel, seu sucesso será medido através do volume de serviços ofertados a

sociedade, o seu resultado econômico e a contribuição para sociedade.

Meirelles (2005) afirma que a administração pública está

consubstanciada em seis principios básicos de observância permanente e

obrigatória:legalidade, moralidade,impessoalidade,razoabilidade, publicidade e

eficiência.

Os limites fiscais e de endividamento passaram a fazer parte da agenda

de discussões do Estado, que passou a selecionar as atividades, tendo em vista a

escasses de recursos. Com isso, as funções mais essencias de serviços colocados

a disposição da população, concentraram-se mediante as terceirizações e

privatizações.

Os cidadãos, diante dessa nova realidade, do ponto de vista da

desconfiança das ineficiências da administração pública tradicional, exigem a

otimização dos serviços que são proporcionados pelo governo à sociedade. Nos

Estados Unidos constatam-se tal informação Osborne & Gaebler (1998, p. 152):

Os cidadãos de hoje se recusam a pagar altos impostos por serviços cujos preços disparam, enquanto a qualidade despenca; (...) uma frustração crescente entre os contribuintes é não saber exatamente o que estão recebendo pelo dinheiro que investem.

A eficácia do governo empreendedor, justamente por serem escassos os

73

seus recursos orçamentários, centra-se na transparência de um governo

competitivo, que introduz a competição na prestação de serviços, sobretudo na

preocupação dos melhores resultados em decorrência dos recursos disponíveis.

(CATELLI E SANTOS, 2005).

Catelli e Santos (2005, p.6) citam o caso da Carolina do Norte:

Isso faz com que, por exemplo, na Carolina do Norte, tenha sido criado um sistema de medição de desempenho dos governos locais baseados no benchmarking das melhores práticas na geração de serviços em comparação com os respectivos custos.

Os mesmos autores citam o caso do estado empreendedor na busca de

resultados como início no final do século passado, conforme transcrição abaixo:

No Brasil, os critérios do governo empreendedor vêm sendo desenvolvidos durante a última década e constituem hoje um dos fundamentos da política do governo federal (Presidency of the Republic, 1995), bem como de alguns Estados, voltada para reformas centradas na entrega à sociedade de tarefas antes assumidas pelo governo burocrático tradicional, mediante privatizações, terceirizações e Contratos de Gestão (JOHNSON et al., 1996, pp. 127 ss) com agências e entidades públicas.

Quando tratamos da administração pública na busca por resultados é

dada ênfase ao Princípio da Eficiência e deveremos ter em mente o planejamento

estratégico, como centro do modelo de gestão, o qual fixa as diretrizes estratégicas

e propicia os meios para avaliação de desempenho e o controle eficiente das

atividades e resultados planejados pelo gestor público.

Para Mauss (2008 apud MATUS 1997), planejar é refletir para agir e

mudar o rumo futuro. Então, ou planejamos ou seremos escravos das

circunstâncias, pois o planejamento deverá estar atrelado ao combate de ações

inesperadas.

O modelo de gestão econômica representa uma administração pública

por resultados, seu objetivo primordial é a otimização dos resultados econômicos

através da eficiência operacional.

Como modelo de gestão na administração pública é apresentado por

Ribeiro Filho (2002) no Hospital das Clínicas de Pernambuco, onde o seu modelo de

gestão é:

74

1. Participativo;

2. Com ênfase no planejamento;

3. Com critérios de avaliação de desempenho e resultado

econômico;

4. Estimula o comportamento empreendedor dos gerentes de

unidades funcionais.

Para Rezende (2005, p. 17), “Os planejamentos municipais envolvem

múltiplas modalidades e requerem suas integrações para facilitar a gestão municipal

e contribuir como a qualidade de vida dos munícipes.” Este planejamento estratégico

estará focado no plano plurianual e o plano diretor municipal.

Para funcionamento desses novos mecanismos de planejamento é

necessário uma administração pública gerencial, voltada para os resultados. Este

novo modelo de administração surge na segunda metade do século XX, em resposta

da crise do Estado, como modo de enfrentar a crise fiscal, como estratégia para

reduzir os custos e tornar mais eficiente a administração. (BRESSER PEREIRA,

2005).

As características básicas dessa administração gerencial são voltadas

para o cidadão e a busca por resultados. Esse novo modelo de administração

começou a surgir no Brasil com a promulgação da Carta Magna de 1998, que

procurou descentralizar o Estado brasileiro, onde durante o período militar foi

bastante centralizador.

Conforme Bresser Pereira (2005), a administração pública gerencial

parte do princípio do combate à corrupção e ao nepotismo, também fatores como

controle, delegação de autoridade e responsabilidade servem como modos

eficientes de gerir o Estado, através desses recursos passou-se a ter resultados

mais eficientes.

Nesta direção, Bresser Pereira (2005) define as principais características

da administração pública gerencial, que também vem sendo chamada de nova

administração pública:

a) Orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário ou cidadão-

cliente;

75

b) Ênfase no controle dos resultados através dos contratos de

gestão (ao invés de controle dos procedimentos);

c) Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal,

organizada em carreiras ou corpos de Estado, e valorização do

seu trabalho técnico e político de participar, juntamente com os

políticos e a sociedade, da formulação e gestão das políticas

públicas;

d) Separação entre as secretarias formuladoras de políticas

públicas, de caráter centralizado, e as unidades descentralizadas,

executoras dessas mesmas políticas;

e) Distinção de dois tipos de unidades descentralizadas: as agências

executivas, que realizam atividades exclusivas de Estado, por

definições monopolistas, e os serviços sociais e científicos de

caráter competitivo, em que o poder de Estado não está

envolvido;

f) Transferência para o setor público não-estatal dos serviços

sociais e científicos competitivos;

g) Adoção cumulativa, para controlar as unidades descentralizadas,

dos mecanismos de controle social; direto, do contrato de gestão

em que os indicadores de desempenho sejam claramente

definidos e os resultados medidos, e da formação de quase-

mercados em que ocorre a competição administrada;

h) Terceirização das atividades auxiliares ou de apoio, que passam a

ser licitadas competitivamente no mercado.

O sistema de informação será baseado num modelo de gestão

econômica por resultados, tendo como meta a otimização dos resultados

econômicos. O gestor será responsável pela sua unidade, sendo responsável pela

contribuição que gera a sua organização. A avaliação desse sistema, através dos

parâmetros definidos, serve de base para a accountability, definido por Trosa (2001),

como forma correta de prestar contas e demonstrar resultados e desempenhos

alcançados.

Mauss (2008) coloca que o modelo de gestão econômica por resultados

é perfeitamente legal, pois possibilita a verificação da economicidade no uso dos

76

recursos públicos e permite a demonstração do resultado econômico preceituado na

Lei n.° 4.320/64.

O alicerce do processo de gestão estratégica voltada para área pública

deve ser o planejamento, onde os cenários serão constituídos para orientar atuação

futura, objetivando alcançar uma situação almejada. Essas estratégias indicam o

caminho, a forma como será utilizado os recursos da entidade pública, visando

atingir um objetivo predeterminado no processo inicial.

A entidade pública em alguns casos não possui concorrência, no entanto

os cidadãos financiadores desses recursos, através do pagamento de impostos,

taxas e contribuições, estão buscando o retorno, através de serviços públicos de

qualidade.

A gestão pública buscará o resultado econômico positivo, estabelecendo

a liderança de custos, com o qual o gestor poderá maximizar esse resultado. A

liderança de Custos, segundo Mauss (2008 apud PORTER 1989), significa atingir o

menor custo na execução de determinado serviço no mercado.

Para tanto na figura 8 evidenciamos o modelo de gestão pública:

77

FIGURA 8- Estrutura do modelo de gestão pública

Fonte: Mauss (2008, p. 76)

Para estabelecimento dessa liderança de custos na execução de

determinado serviço no mercado, será imprescindível um conjunto de políticas

funcionais voltadas para atingimento desse objetivo. O planejamento estratégico

situacional terá como peça importante o Plano Plurianual, que servirá para

materialização de todos os objetivos da administração pública através de uma lei de

planejamento de curto prazo.

Durante o processo de execução dessa estratégia, faz-se necessário um

rígido controle de custos e despesas gerais, sendo as informações de custos um

MODELO DE GESTÃO POR RESULTADOS

MOMENTO EXPLICATIVO

Estratégia genérica de liderança em custos Estratégia genérica de diferenciação

PROCESSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA

Execução Controle

LDO

LOA

Planejamento Operacional

Momento Tático Operacional

PPA

Planejamento Estratégico Situacional

Momento Estratégico

Momento Normativo

78

parâmetro importante para a tomada de decisões de planejamento, orçamento e

controle operacional.

Mauss (2008) coloca que a entidade pública deverá compreender a sua

missão, que é o atendimento das necessidades públicas com qualidade (operacional

e econômica) e tempestividade.

Cabe salientar que a entidade pública quando atua de forma eficiente,

visando o atendimento do cidadão com qualidade, acaba que diretamente regulando

o mercado. Com a prestação de serviços de qualidade, desempenho superior e

inovação para melhor atender o cidadão forçarão as empresas a melhorarem seus

serviços sob pena de serem rejeitadas.

No caso objeto deste estudo, o transporte escolar, sabe-se que alguns

municípios colocam os serviços transporte dos alunos em risco pela péssima

qualidade dos veículos, acabando em algumas situações forçando os cidadãos a

buscarem novas alternativas.

O processo de estratégia poderá adotar outras estratégias, conforme

Mauss (2008) coloca como exemplo:

1. Desenvolvimento e diversificação de serviços para melhor

atender a população;

2. Redução de custos com uma maior utilização da capacidade

instalada;

3. Inovação para redução dos custos e aumento do resultado

econômico.

2.6.1- O processo da gestão pública estratégica

Como pilar de sustentação desse processo de gestão pública, coloca-se

o planejamento estratégico, mostrado na figura 9, descrito no PPA como documento

uno que servirá de base para as ações dos agentes públicos, de forma a atender a

Constituição Federal (CF) e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O Art. 165 da CF determina a elaboração do PPA de forma

regionalizada:

Art. 165.[...] § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada...(grifo nosso)

79

Esse planejamento estratégico de médio prazo será elaborado por

região. Nos municípios esta regionalização passou a torna-se mais complexa,

principalmente nos pequenos. O processo de regionalização sugerido por Andrade

(2005) estabelece o critério de divisão das ações do PPA por zona rural e urbana

para esses municípios ou por bairros, distritos ou povoados.

As vantagens e objetivos dessa regionalização visam sempre objetivos

práticos e benefícios para administração municipal que deverá ser observada

durante a execução do Plano.

Nesse pensamento destaca-se Andrade (2008 apud VAINER ANO, p.):

Os municípios de maior porte, cujo zoneamento urbano está definido em lei, poderão planejar de forma regionalizada. O que se deve ter claro é que, ao planejamento, segue-se sua execução. De nada vale apresentar planos regionalizados se não se desenvolver metodologia compatível para executar o gato orçamentário.

Então, o processo de regionalização irá fazer a demonstração da ação

governamental de forma regionalizada no âmbito do Município.

A tomada de decisão para o planejamento estratégico situacional é de

quem governa, logo, quem planeja é responsável por governar, tendo a capacidade

de decisão e condução. O processo está relacionado ao conjunto de ações

presentes que determinaram o futuro.

Matus (1997) coloca os quatro momentos do planejamento estratégico

situacional:

a) Momento explicativo: que explora a realidade e compreende o

processo de gestão para criar uma visão de síntese do sistema.

Indaga sobre oportunidades e problemas que se enfrentam e as

possíveis origens e causas;

b) Momento normativo: é o desenho de como deve ser a realidade

no futuro. É quando se cria o programa direcional que estabelece

operações, que tem diferentes cenários mudam a situação inicial

e a direcionam para os objetivos;

c) Momento estratégico: relaciona a viabilidade e a capacidade de

se executar o programa direcional criado no momento normativo.

É o momento de calcular os recursos a serem aplicados nas

estratégias para vencer os obstáculos;

d) Momento tático-operacional: é o fazer, ou seja, o momento da

80

ação. Dentro do processo de gestão, é caracterizado pelo

planejamento operacional que resulta no orçamento público.

Definidas as estratégias no planejamento estratégico, deve-se converter

no planejamento operacional a partir da elaboração das ações e planos

operacionais, para isto iremos utilizar de peças como a Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA).

A LOA é o produto final do planejamento operacional, segundo Miranda

e Libonati (2002), os objetivos traçados no planejamento estratégico são traduzidos

num orçamento individual elaborados por cada subunidade e que são consolidados

pela controladoria em um orçamento global.

Segundo Mauss (2008), a ação é a ponte de ligação entre a intenção

(plano) e a realização. A estratégia e o plano de nada adiantarão se não for

conduzida por uma ação bem orientada para os fins. O planejamento conduz a

elaboração de planos, que levam as ações que, por conseguinte traduzirá em

resultados.

O processo de gestão estará completo com a fase do controle das

ações, que fará avaliação da relação planejamento e execução, de modo a garantir

que o resultado final ocorrerá dentro do que foi planejado.

O processo de planejamento sofrerá constantemente mudanças e

adaptações que levará, através de feedback, para levar as informações ou fatos não

previstos anteriormente para o gestor.

Matus (1997) caracteriza o feedback como um momento explicativo que

revisa constantemente o desenho normativo e estratégico com a situação presente,

tendo como subsídios as respostas obtidas no processo.

O significado está na compreensão e avaliação do processo e tem uma

síntese do sistema no momento da ação, visando à eficácia do planejamento.

2.6.2- Sistemas de custos no planejamento e orçamento público municipal

Segundo Mauss (2008), o sucesso do planejamento, orçamento, controle

81

operacional e as tomadas de decisões estratégicas dependem das informações de

custos para atingirem o ápice do sucesso, sendo tais informações a base primordial

para o sucesso da gestão pública.

O sistema de planejamento público é formado pelo PPA, LDO e LOA,

para tanto tal circulo será subsidiado por informações advindas dos sistemas de

custos. Tal informação será de suma importância para comparação das metas

fixadas no plano inicial, o que propicia a avaliação e o controle.

As informações dos sistemas de custos no planejamento público estão

fundamentadas nos estudos da viabilidade de novos investimentos ou realização de

novos serviços pela administração pública. Os custos dos serviços prestados

permitirão fazer uma projeção futura, sendo possível que os gestores possam decidir

sobre a viabilidade desses novos serviços ou investimentos.

Com a estruturação do planejamento, orçamentos e sistema de

informações contábeis, é possível ao gestor medir os impactos das decisões, para

isso será necessário a utilização de mecanismos de controle.

Tais mecanismos estão previstos no artigo 77, da Lei n. ° 4.320/64,

sendo as formas de controle descrito a seguir:

a) O controle prévio antecede a operatividade do ato, exercido a

partir da projeção dos dados reais. A verificação prévia poderá ser

exercida através da elaboração do Plano Plurianual, Lei de

Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual, onde se

almeja que a entidade obtenha determinados resultados;

b) O controle concomitante acompanha a realização do ato,

verificando o cometimento de fraudes, falhas ou desvios ao que

foi planejado. O conjunto de relatórios e demonstrações

periódicas, como por exemplo, os exigidos pela Lei Complementar

n. � 101/2000 são formas de verificação concomitante;

c) O controle subseqüente dar-se-á após a conclusão de ato

controlado, visando corrigir defeitos ocorridos na execução

orçamentária, analisando tais situações para ações corretivas no

futuro. A prestação de contas final, através de demonstrativos de

82

natureza orçamentária, financeira e patrimonial traduz exemplo de

controle corretivo.

Os mecanismos de controle interno serão demonstrados na figura 9,

com base nas informações de custos, proposto por Mauss (2008) com base em Silva

(2002):

Figura 9- Fluxo de controle interno com base na informação de custos

Fonte: Mauss (2008, p. 80)

Quando se utiliza os mecanismos de planejamento, como formas de

controle prévio, obtêm-se dados para verificação do planejamento e as metas que

foram traçadas para organização. Comparam-se tudo que foi planejado com os

resultados obtidos, através do processo de auditoria, controle subseqüente, poderá

auto-alimentar o processo de planejamento.

Segundo Trosa (2001), o processo orçamentário não irá basear-se

apenas nos recursos colocados a disposição, mas também nos resultados que

deverão ser atingidos pela organização.

PPA, LDO e LOA

-Unidade Orçamentária _Unidade de despesa

Os Resultados são a base para um novo planejamento

CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL

GERAL

Balanço E

Resultados CUSTOS

Auditoria Interna

Controle Prévio

Controle Concomitante Controle

Subseqüente

83

2.6.3 Custo de Oportunidade e Resultado Econômico da Gestão Pública

A utilização do conceito do custo de oportunidade para tomada de

decisão surgiu, conforme afirma Mauss (2008), da necessidade de criar novas

técnicas de mensuração para fornecer elementos para tomada de decisão e

avaliação dos resultados econômicos alcançados.

Para Beuren (1993, p. 3) comenta aplicabilidade do conceito do custo de

oportunidade apresentado por Martins, a saber:

Este é um conceito costumeiramente chamado de ‘econômico’ e ‘não—contábil’, o que em si só explica, mas não justifica, o seu não muito uso em Contabilidade Geral ou de Custos. Referindo-se ao aspecto conceitual ele diz que “representa o Custo de Oportunidade o quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de em outra.

O custo de oportunidade é na verdade o lucro que poderia ter

conseguido se um conjunto de recursos tivesse sido aplicado num certo uso

alternativo. Slomski (2005, p.98) traz uma definição de forma mais simples: “Custo

de Oportunidade é o valor do bem ou serviços de que se prescinde.”

Podemos citar como exemplo concreto um município que mantém um

serviço de transporte escolar estatizado, quando poderia a um custo menor comprar

este serviço no mercado a um custo menor. O desperdício desse valor não é

contabilizado pela contabilidade pública, nem é conhecido por parte dos gestores

públicos.

Mauss (2008 apud NASCIMENTO, REGINALDO e SOUZA 2007) aponta

os custos implícitos como decorrentes do processo de escolha entre várias

alternativas de aplicações de recursos.

Pelo fato de não serem mensuráveis, diretamente, os recursos não

apresentam registros na contabilidade, mesmo que sua ocorrência implique no

resultado menor.

Para tanto a Figura 10 traz a representação do custo de oportunidade:

84

Figura 10- Representação do custo de oportunidade

Fonte: Mauss (2008, p. 82)

O entendimento do custo de oportunidade surge a partir do momento em

que o município oferece um serviço que também é ofertado pela iniciativa privada.

Ou seja, o município deverá fazer a escolha em prestar o serviço ou comprar de

terceiros. A tomada de decisão, por parte do gestor público, terá duas ou mais

alternativas excludentes.

Partindo destas alternativas, o gestor público terá que optar pela

manutenção da estatização do serviço ou adquiri-lo no mercado. Partindo do serviço

ofertado no mercado, o poder público saberá o valor máximo que poderá pagar para

adquirir aquele serviço.

Então, haverá sempre custo de oportunidade quando o mesmo serviço é

ofertado pela iniciativa privada e pública, a opção de escolhas fará com que o gestor

público possa escolher a alternativa mais econômica e vantajosa para administração

pública.

A realidade dos custos incorridos

Custos Explícitos

Desembolsos

Avaliação de Desempenho

Tomada de Decisão

O desafio: Limite nos custos

do mercado

Custos Implícitos

Custos de Oportunidade

O benefício abandonado quando escolhemos determinado curso de ação ao invés de outro

85

Para Slomski (2005), o custo de oportunidade é resultado de uma

alternativa de serviço oferecido pela iniciativa privada, que se tenha renunciado ao

se utilizar um serviço estatal. O custo de oportunidade servirá como base para

calculo receita econômica. Daí coloca Mauss (2008, p.83), “o calculo da receita de

oportunidade econômica pública, deve ser o menor preço de mercado a vista,

atribuído ao serviço prestado ao cidadão e desprezado no mercado, observa

qualidade similar, oportunidade e tempestividade.”

Partindo dessas premissas, o serviço público não poderá custar mais

caro do que o custo de oportunidade fixado no mercado.

Para definição do resultado econômico, deveremos primeiro discutir a

receita econômica, partindo sempre da idéia que o registro da receita e despesa

pública é o pelo regime de competência, dessa forma a confrontação entre ambas

resultará no resultado.

A receita econômica difere da receita financeira, sendo esta última obtida

através da arrecadação de impostos e transferências correntes que sustentam a

aplicação dos serviços públicos.

A receita econômica é defina por Slomski (2005) pela a multiplicação do

custo de oportunidade, que o cidadão desprezou ao utilizar o serviço público, pelos

serviços que ela tenha efetivamente executado.

O autor coloca como exemplo a situação de dois alunos, onde o primeiro

estudará na iniciativa privada pagando a mensalidade de R$ 500,00 por mês

referente à mensalidade, o segundo estudará na escola pública e não pagará nada

por isso, pois é sócio-usuário. Ao final de 48 meses, o segundo terá uma poupança

de R$ 24.000,00, acrescidos de juros do período. Tal evento é caracterizado pela

receita não explícita de serviços ofertados pela administração pública aos seus

cidadãos.

Slomski (2005) traz afirmação do resultado econômico de Catelli e

Guerreiro (1994) “como o melhor sinalizador do grau de eficácia das empresas.” Ele

acrescenta que esses dois autores colocam as palavras lucro e resultado econômico

como sendo sinônimos, no entanto para ele o lucro é a relação positiva entre a

receita e a despesa.

Para ele, Slomski (2005, p. 99), “o resultado econômico é a diferença

entre a receita econômica e a soma dos custos diretos/variáveis e indiretos

identificáveis à entidade pública que a produziu.”

86

Nesse diapasão, todo serviço público colocado a disposição de seus

cidadãos tem um preço, que é cobrado de uma forma indireta de todo munícipe na

forma de imposto.

Para Slomski (2003, p.409), “os cidadãos pagam impostos e esperam

obter em troca serviços públicos; isso é função precípua da administração pública.”

O cidadão paga antecipado seus tributos, para depois ter a retribuição dos serviços.

Então o poder de decisão encontra-se na mão do Estado, que decidirá se irá

oferecer o serviço ou adquirir no mercado. Por isso que é importante que ele faça

com responsabilidade, evitando desperdícios e agindo com eficácia e eficiência.

Como visão a receita econômica é:

RE= CO x Ns

Onde:

RE= receita econômica

CO= custo de oportunidade que o estado desprezou ao oferecer

determinado serviço

Ns= Número de serviços efetivamente prestados.

Como modelo conceitual de mensuração do resultado econômico,

Slomski (2005, p. 100) traz a observação dos seguintes pontos: (é uma citação

direta?)

• O cidadão compõe o corpo contribuinte das fontes de recursos, para manutenção da entidade pública;

• A entidade pública tem como missão a prestação de serviços para desenvolvimento do bem estar da coletividade;

• Se não existisse o serviço público, num país mercantilista e capitalista, o cidadão buscaria o menor preço de mercado a vista para a contratação de serviços.

Tal autor coloca o modelo de demonstração do resultado econômico,

conforme quadro 17:

87

QUADRO 17- MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO (+) Receita Econômica (- ) Custos Diretos Identificáveis aos Serviços (=) Margem Bruta (-) Depreciações (-) Custos indiretos Identificáveis aos Serviços (=) Resultado Econômico Fonte: Slomski (2005, p. 100)

Onde:

• A receita econômica será apurada multiplicando o número de

serviços prestados pelo seu custo de oportunidade;

• Os custos diretos são aqueles efetivamente identificáveis no mês;

• A depreciação será calculada em relação ao tempo de vida útil de

cada componente do ativo;

• Os custos indiretos são aqueles que não fazem parte da unidade

de serviços.

2.6.4- Avaliação de desempenho na entidade pública

A partir da implantação de um sistema de custos na administração

pública, poderão ser implantados indicadores de desempenho para avaliação dos

gestores.

Os sistemas de informações contábeis necessitam de um trato melhor

na transmissão de dados, não basta apenas gerar subsídios de receita e despesa,

pois os gestores devem conhecer a fundo as informações de custos e resultados do

serviço público. Com o conhecimento dessas informações poderemos avaliar de fato

a eficiência e eficácia dos gestores no trato da coisa pública.

Mauss (2008) coloca como mecanismo básico de avaliação de

desempenho, a elaboração do processo de planejamento estabeleci em metas que

serão alcançadas, avaliando posteriormente os resultados alcançados.

Para implantação dos indicadores de desempenho devemos sempre ter

em mente que o sistema não será perfeito, e sim útil e utilizável no cotidiano,

tornando mais simples a colocação de medidas e indicadores.

Trosa (2001) coloca que as mensurações de desempenho são sempre

88

quantitativas (indicadores da atividade) e qualitativas (indicadores de satisfação).

Esses últimos indicadores servirão de alerta para saber se estar indo no bom ou

mau caminho.

Avaliar o desempenho significa na verdade, medir como uma atividade

ou conjunto delas são realizados. Tal processo está incluso no processo de gestão e

fundamentação do controle dos resultados das atividades, isso irá requerer uma

análise do planejamento versus realização.

Segundo Mauss (2008), existem duas formas básicas para realizar a

avaliação de desempenho:

a) O desempenho divisional ou das áreas da organização refere-se à

geração de resultados por atividades desenvolvidas, produtos ou

serviços específicos, tanto de consumo interno como externo

pelas áreas de responsabilidade de seus respectivos gestores,

que podem corresponder a divisões ou departamentos inteiros;

b) O desempenho individual ou funcional, que se refere às atividades

próprias dos cargos ou funções ocupadas pelos gestores que

devem ser avaliados.

O processo de avaliação de desempenho dos gestores públicos diz

respeito à utilização dos recursos de maneira eficiente, objetivando maximizar o

resultado econômico da entidade. O processo deverá considerar os termos

qualitativos e a tempestividade em que os serviços são prestados a população, bem

como os padrões estabelecidos no planejamento, utilizando como parâmetro os

valores de mercado.

Os resultados obtidos pelo gestor será condição essencial para

avaliação. Mauss (2008) destaca que raramente existem as situações excludentes

como eficaz e ineficaz. Na prática o que devemos ter em mente são níveis de

eficácia, dependendo do quanto se conseguiu atingir em relação da meta

estabelecida.

89

CAPÍTULO 3- CARACTERÍSTICAS DO MUNICIPIO DE CARUARU E

ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

3.1- Características do Município de Caruaru

Segundo dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas1

e o estudo do Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por água subterrânea

no Estado de Pernambuco2, que apresenta diagnóstico do Município de Caruaru, as

informações demonstradas aqui sobre o Município de Caruaru servirão de

contextualização do Município.

3.1.1- Localização e Acesso

O município de Caruaru está localizado na mesorregião Agreste e na

Microrregião Vale do Ipojuca do Estado de Pernambuco, limitando-se a norte com

Toritama,Vertentes, Frei Miguelinho e Taquaritunga do Norte, a sul com Altinho e

Agrestina, a leste com Bezerros e Riacho das Almas, e a oeste com Brejo da Madre

de Deus e São Caetano. A sede do município tem uma altitude aproximada de 554

metros distando 140,7 km da capital, cujo acesso é feito pela BR-232.

3.1.2 - Análise Socioeconômica

O município foi criado em 16/08/1848, pela Lei Provincial nº. 212, sendo

formado pelos distritos: Sede, Carapotos, Goncalves Ferreira e Lajedo do Cedro, e

os povoados: Alto do Moura, Barra de Taquara,Lagoa de Pedra, Pelada, Terra

Vermelha, Pau Santo, Itauna, Jacaré Grande, Juá, Lajes, Malhada de Barra

Queimada, Jacaré, Malhada de Pedra.

1 BRASIL, IBGE.Cidades. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/cidadessat/defaut.php.> Acesso em 03 de Junho de 2007 2 BRASIL, Ministério das Minas e Energia. Serviço Geológico do Brasil. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento de Águas Subterrâneas – Diagnostico do Município de Caruaru. Disponível em :< http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/CARU043.pdf> Acesso em 03 de Junho de 2007

90

De acordo com o censo 2000 do IBGE, a população residente total é de

253 634 habitantes, sendo 217 407 (85,7) na zona urbana e 36 227 (14,3) na zona

rural. Os habitantes do sexo masculino totalizam 120 296 (47,4) %, enquanto que do

feminino totalizam 133 338 (52,6) %, resultando numa densidade demográfica de

273,3 hab/km2.

A rede de Saúde se compõe de 08 Hospitais, 707 Leitos, 68

ambulatórios, e 115 Agentes Comunitários de Saúde Pública. A taxa de mortalidade

infantil, segundo dados da DATASUS, é de 61,91 para cada mil crianças.

Na área de Educação, o município possui 265 estabelecimentos de

ensino fundamental com 53701 alunos matriculados, e 31 estabelecimentos de

ensino médio com 9648 alunos matriculados. A rede de ensino totaliza 1587 salas

de aula, sendo 321 da rede estadual, 355 da municipal e 911 particulares.

Dos 68 225 domicílios particulares permanentes, 57140 (83,8)% são

abastecidos pela rede geral de água, 1607 (2,4)% são atendidos por poços ou fontes

naturais e 9478 (13,9)% por outras formas de abastecimento. A coleta de lixo urbano

atende 53670 (78,7)% dos domicílios.

Os gastos sociais per capita são R$ 25,00 em educação e cultura, R$

31,00 em habitação e urbanismo, R$ 11,00 em saúde e saneamento e R$ 10,00 em

assistência e previdência social (2000).

Os setores de atividade econômica formais são: Indústria de

transformação, gerando 5303 empregos em 423 estabelecimentos, Comércio com

7832 em 1378, Serviços com 6122 em 768, Administração pública com 340 em 05,

Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca com 427 em 57, Extrativa mineral com

62 em 3,Serviços industriais de utilidade pública com 127 em 4, e Construção civil

com 721 em 86.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-IDH-M é de 0,713. Este

índice situa o município em 13o no ranking estadual e em 2758o no nacional.

O Índice de Exclusão Social, que é construído por 07 (sete) indicadores

(pobreza, emprego formal, desigualdade, alfabetização, anos de estudo,

concentração de jovens e violência) é de 0,447, ocupando a 7º colocação no ranking

estadual e a 2.595º no ranking nacional.

91

FIGURA 10- Foto Área de Caruaru

Fonte: Foto cedida pela Secretária de Governo (2005)

3.2- Estrutura Administrativa do Município de Caruaru

De acordo com a Lei Municipal n.° 4.388, de 30 de dezembro de 2004, a

estrutura administrativa do Município de Caruaru é formada pelos seguintes órgãos:

Art. 4o São órgãos da Administração Direta Municipal, em primeiro nível de subordinação: I-Gabinete do Prefeito; II-Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes; III-Secretaria de Programas Especiais e Ação Social; IV-Secretaria de Administração e Assuntos Jurídicos; V-Secretaria de Finanças; VI-Secretaria de Obras; VII-Secretaria de Serviços Urbanos; VIII-Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia; IX-Secretaria de Saúde e Saneamento; X-Secretaria da Infância e da Juventude; XI-Secretaria de Desenvolvimento Rural; XII-Secretaria Extraordinária de Articulação e Apoio Institucional; XIII-Secretaria de Governo; XIV-Secretaria de Imprensa; XV-Secretaria Extraordinária para Assuntos de Segurança Comunitária;

92

XVI-Secretaria de Planejamento Urbano. “Art. 5o São entidades da Administração Indireta: I-Fundação de Cultura de Caruaru - FCC; II-Instituto de Previdência dos Servidores de Caruaru - INP; III-Empresa de Urbanização e Planejamento de Caruaru - URB; IV-Central de Abastecimento de Caruaru – CEACA; V-Fundação Mansão da Vida – FUMVIDA.

O trabalho em comento foi realizado através de pesquisa de dados junto

as Secretarias de Finanças (SF) e Educação, Ciência e Tecnologia. (SECT)

A missão primordial da SECT foi “fortalecer a escola para garantir o

acesso, a permanência e o sucesso do aluno” sempre concentrando esforços na

efetivação dos eixos norteadores da educação, combater a evasão e à repetência.

O planejamento estratégico da SECT foi seu maior objetivo, constituindo

assim a nova gestão educacional, tendo como meta a participação de todos os

setores, através de uma escola participativa.

Outra preocupação foi à valorização dos profissionais do magistério,

bem como adequação das unidades físicas das unidades de ensino.

A busca pela qualidade na educação municipal é crescente. Diante das

novas metodologias de ensino, concepções sobre educação, diversidade dos alunos

e a necessidade de formação continua do corpo docente, a SECT tem procurado a

formulação de suas políticas publicas através de ações que viabilizem a discussão e

o redirecionamento de estratégias que procuram garantir essa qualidade de

atendimento de rede.

A Secretária de Finanças (SF) tinha como meta primordial “Trabalhar

para prover e gerir os recursos financeiros necessários a implantação das políticas

públicas do Município.”

Dentro de sua estrutura foi construída uma infra-estrutura tecnológica e

realizada reestruturação organizacional, proporcionando eficiência e eficácia na

gestão das ações administrativas, financeiras, orçamentárias, patrimoniais e de

recursos humanos dessa área-meio.

93

3.3- Fontes de Financiamento da Educação no Município de Caruaru

O Ministério da Educação executa atualmente dois programas voltados

ao transporte de estudantes: o Caminho da Escola e o Programa Nacional de Apoio

ao Transporte do Escolar (Pnate), que visam atender alunos moradores da zona

rural.

O Caminho da Escola foi criado pela Resolução nº. 3, de 28 de março de

2007, e consiste na concessão, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES), de linha de crédito especial para a aquisição, pelos

estados e municípios, de ônibus, mini ônibus e micro-ônibus zero quilômetro e de

embarcações novas.

Já o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate) foi

instituído pela Lei nº. 10.880, de 9 de junho de 2004, com o objetivo de garantir o

acesso e a permanência nos estabelecimentos escolares dos alunos do ensino

fundamental público residentes em área rural que utilizem transporte escolar, por

meio de assistência financeira, em caráter suplementar, aos Estados, Distrito

Federal e Municípios.

Com a publicação da Medida Provisória 455/2009 – transformada na Lei

nº. 11.947, de 16 de junho do mesmo ano –, o programa foi ampliado para toda a

educação básica, beneficiando também os estudantes da educação infantil e do

ensino médio residentes em áreas rurais.

O programa consiste na transferência automática de recursos

financeiros, sem necessidade de convênio ou outro instrumento congênere, para

custear despesas com reforma, seguros, licenciamento, impostos e taxas, pneus,

câmaras, serviços de mecânica em freio, suspensão, câmbio, motor, elétrica e

funilaria, recuperação de assentos, combustível e lubrificantes do veículo ou, no que

couber, da embarcação utilizada para o transporte de alunos da educação básica

pública residentes em área rural. Serve, também, para o pagamento de serviços

contratados junto a terceiros para o transporte escolar.

Os Estados podem autorizar o FNDE a efetuar o repasse do valor

correspondente aos alunos da rede estadual diretamente aos respectivos

94

Municípios. Para isso, é necessário formalizar a autorização por meio de ofício ao

órgão. Caso não o façam, terão de executar diretamente os recursos recebidos,

ficando impedidos de fazer transferências futuras aos entes municipais.

Os valores transferidos diretamente aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios são feitos em nove parcelas anuais, de março a novembro.

De 2006 a 2008, o valor per capita/ano do PNATE variava entre R$

81,56 e R$ 116,36, de acordo com a área rural do município, a população moradora

do campo e a posição do município na linha de pobreza. A partir de 2008, passou a

ser considerado também o seu Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

(Ideb).

A manutenção dos programas de educação Pré-escolar e de Ensino

Fundamental é uma competência municipal, cabendo à União e aos Estados

prestarem colaboração técnica.

O Art. 212 da Constituição Federal determina o mínimo de 25% que

deve ser aplicado na manutenção do ensino, da receita resultante de impostos e

transferências constitucionais pelos Municípios:

Art. 212 - A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Também trata da matéria a Lei Federal n° 9.394/96, conhecida com Lei

de diretrizes e bases da educação, nos seus artigos 68 e 69:

Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de: I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - receita de incentivos fiscais; V - outros recursos previstos em lei. Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do

95

ensino público.

Mesmo com tais dispositivos legais ainda são bastante acentuados as

desigualdades existentes nos municípios, onde as dificuldades deviam-se ao gasto

médio por aluno, por isso surgiu a Emenda Constitucional n.° 14/96, o fundo de

desenvolvimento de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental,

FUNDEF, objetivando corrigir estas distorções e servir com mais uma fonte de

financiamento da Educação.

Mais tarde, o FUNDEF seria substituído pelo fundo de manutenção e

desenvolvimento da educação básica, FUNDEB, instituído através da Emenda

Constitucional n.° 53/2006.

Tais recursos deverão ser aplicados de forma a erradicar o

analfabetismo, corrigir o fluxo escolar e aperfeiçoar a gestão escolar.

No Município de Caruaru entre os objetivos traçados no exercício

financeiro de 2007 foi o cumprimento do Art. 212, bem como assegurar que todas as

formas de controle e cumprimento dos planos estabelecidos no planejamento

estratégico da secretária de educação fossem atendido.

Para tanto, demonstramos a fonte de recursos de impostos e

transferências constitucionais durante o exercício de 2007:

QUADRO 18- Receitas de impostos e transferências constitucionais em 2007 no Município

APURAÇÃO DAS DESPESAS COM EDUCAÇÃOAPURAÇÃO DAS DESPESAS COM EDUCAÇÃOAPURAÇÃO DAS DESPESAS COM EDUCAÇÃOAPURAÇÃO DAS DESPESAS COM EDUCAÇÃO Entidade: Prefeitura Municipal de CaruaruEntidade: Prefeitura Municipal de CaruaruEntidade: Prefeitura Municipal de CaruaruEntidade: Prefeitura Municipal de Caruaru Período: Janeiro/2007 a Dezembro/2007

AAAA----ReceiReceiReceiReceitas de Impostos e Transferências Constitucionaistas de Impostos e Transferências Constitucionaistas de Impostos e Transferências Constitucionaistas de Impostos e Transferências Constitucionais %%%%

Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana R$ 10.150.882,18 9,60%9,60%9,60%9,60%

IRRF R$ 2.400.074,30 2,27%2,27%2,27%2,27%

ITBI R$ 505.763,09 0,48%0,48%0,48%0,48%

ISQN R$ 9.718.111,55 9,19%9,19%9,19%9,19%

Cota Parte do ICMS R$ 35.979.424,98 34,03%34,03%34,03%34,03%

Cota Parte do IPVA R$ 6.117.638,33 5,79%5,79%5,79%5,79%

Cota Parte do FPM R$ 39.595.658,31 37,45%37,45%37,45%37,45%

Cota Parte do ITR R$ 14.939,52 0,01%0,01%0,01%0,01%

Transferência da LC n. 87/96 R$ 198.709,71 0,19%0,19%0,19%0,19%

Cota Parte do IPI R$ 161.530,43 0,15%0,15%0,15%0,15%

Divida Ativa Tributária R$ 886.392,39 0,84%0,84%0,84%0,84%

Multa e Juros dos Tributos e Divida Ativa Tributária 0,00%0,00%0,00%0,00%

Total de Receita de Impostos e TransferênciasTotal de Receita de Impostos e TransferênciasTotal de Receita de Impostos e TransferênciasTotal de Receita de Impostos e Transferências R$ 105.729.124,79 R$ 105.729.124,79 R$ 105.729.124,79 R$ 105.729.124,79 100,00%100,00%100,00%100,00%

Receita Minima Aplicavel em Receita Minima Aplicavel em Receita Minima Aplicavel em Receita Minima Aplicavel em Educação (Educação (Educação (Educação (Art.Art.Art.Art. 212, CF)212, CF)212, CF)212, CF) R$ 26.432.281,20 R$ 26.432.281,20 R$ 26.432.281,20 R$ 26.432.281,20

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Finanças de Caruaru

96

Dentre as receitas que compõem a base de cálculo para investimento da

educação, as maiores fontes financiadoras são provenientes da cota parte do FPM,

que representou 37,45% e cota parte do ICMS que foi 34,03%.

Durante o exercício financeiro de 2007, o Município de Caruaru, no

mínimo deveria aplicar R$ 26.432.281,20 para atendimento do dispositivo

constitucional.

Uma fonte de recurso importante é a transferências de recursos do

FUNDEB, onde para apuração do saldo positivo são consideradas a receita dessa

fonte de recursos, deduzido das retenções efetuadas das transferências

constitucionais para formação desse fundo.

No quadro 19 serão apresentados os valores componentes dessa fonte

de financiamento.

QUADRO 19- Transferências de recursos do FUNDEB

ESPECIFICAÇÃO R$

1.Receitas Recebidas do FUNDEB 25.913.997,18R$ 2.Receitas destinadas ao FUNDEB 13.059.254,56R$ 2.1- Cota-Parte do FPM(16,66%) 6.596.636,67R$ 2.2- Cota-Parte do ICMS(16,66%) 5.994.172,20R$ 2.3- Cota-Parte do ICMS- Desoneração(16,66%) 33.105,04R$ 2.4- Cota-Parte do IPI(16,66%) 26.910,97R$ 2.5- Cota-Parte do ITR(6,66%) 994,97R$ 2.5- Cota-Parte do IPVA(6,66%) 407.434,71R$

3. Resultado Líquido do FUNDEB(1-2) 12.854.742,62R$

CÁLCULO DA DIFERENÇA POSITIVA/NEGATIVA DO FUNDEB

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Finanças de Caruaru

O resultado do FUNDEB no exercício financeiro de 2007 foi positivo em

R$ 12.854.742,62, devendo tais valores pecuniários serem deduzidos dos gastos

totais da educação para fins de apuração do limite de 25%.

Outras fontes de recursos importantes são provenientes ao PNATE, a

caminho da escola e salário educação. Cabendo salientar que o recurso do a

Caminho da Escola refere-se aos recursos transferidos pelo Estado de Pernambuco

para transportar os alunos da rede estadual de ensino.

O quadro 20 demonstra os recursos provenientes a tais transferências:

97

QUADRO 20- Transferências de recursos de outras fontes

ESPECIFICAÇÃOESPECIFICAÇÃOESPECIFICAÇÃOESPECIFICAÇÃO R$R$R$R$

1.Salário Educação1.Salário Educação1.Salário Educação1.Salário Educação 1.317.694,051.317.694,051.317.694,051.317.694,05R$ R$ R$ R$ 2.Programa Nacional de Transporte Escolar PNATE2.Programa Nacional de Transporte Escolar PNATE2.Programa Nacional de Transporte Escolar PNATE2.Programa Nacional de Transporte Escolar PNATE 471.514,96471.514,96471.514,96471.514,96R$ R$ R$ R$ 3.Programa a Caminho da Escola3.Programa a Caminho da Escola3.Programa a Caminho da Escola3.Programa a Caminho da Escola 708.894,71708.894,71708.894,71708.894,71R$ R$ R$ R$

TotalTotalTotalTotal 2.498.103,722.498.103,722.498.103,722.498.103,72R$ R$ R$ R$

REPASSE DE RECURSOS DE OUTRAS FONTESREPASSE DE RECURSOS DE OUTRAS FONTESREPASSE DE RECURSOS DE OUTRAS FONTESREPASSE DE RECURSOS DE OUTRAS FONTES

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Finanças de Caruaru

Tais recursos deverão ter o mesmo procedimento do FUNDEB, ou seja,

serão deduzidos do total da despesa com educação.

Para verificação das despesas destinadas a manutenção e o

desenvolvimento do ensino no Município de Caruaru, faz-se necessária uma análise

dos artigos 70 e 71 da LDB. Esta lei esclarece quais são os cumprimentos dos

preceitos da escolarização obrigatória e sua garantia por parte dos órgãos públicos.

Para isso, transcrevemos abaixo esses artigos para melhor

entendimento das despesas que irão compor o quadro 22:

Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a: I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação; II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino; III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino; IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino; V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino; VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas, VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar. Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:

98

I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão; II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural; III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social; V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) não

considera como manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas que não se

enquadram na classificação dos programas relacionados com o ensino, subfunções,

quando combinados tipicamente com a função 12-Educação.

A despesa do município de Caruaru, com a manutenção e

desenvolvimento do ensino, deve ser distribuída da seguinte forma na classificação

funcional:

QUADRO 21- Função e Subfunção relacionadas à manutenção do ensino

FUNÇÃO SUBFUNÇÃO12- Educação 361- Ensino Fundamental

362-Ensino Médio363-Ensino Profissional364-Ensino Superior365-Educação Infantil366- Educação de Jovens e Adultos367- Educação Especial

Fonte: Elaboração própria

Após análise dos demonstrativos contábeis da Prefeitura de Caruaru, e

de acordo com o planejamento estratégico da secretária de educação, foi verificado

que as despesas estão dispostas nas subfunções 361- ensino fundamental e 365 -

educação infantil.

Com esses dados, elaboramos o quadro 22, com as despesas relativas

à manutenção e o ensino em Caruaru.

99

QUADRO 22- Cálculo do Limite de 25% com a Manutenção e Desenvolvimento do

Ensino

ESPECIFICAÇÃOESPECIFICAÇÃOESPECIFICAÇÃOESPECIFICAÇÃO R$R$R$R$

1.Despesas com as Ações Típicas de Manutenção e 1.Despesas com as Ações Típicas de Manutenção e 1.Despesas com as Ações Típicas de Manutenção e 1.Despesas com as Ações Típicas de Manutenção e

Desenvolvimento do EnsinoDesenvolvimento do EnsinoDesenvolvimento do EnsinoDesenvolvimento do Ensino42.276.454,6242.276.454,6242.276.454,6242.276.454,62R$ R$ R$ R$

1.1- Ensino Infantil(Sub-Função 365)1.1- Ensino Infantil(Sub-Função 365)1.1- Ensino Infantil(Sub-Função 365)1.1- Ensino Infantil(Sub-Função 365) 418.366,62418.366,62418.366,62418.366,62R$ R$ R$ R$ Despesas com Recursos do FUNDEB 215.002,52R$ Despesas com recursos de impostos e outras fontes 203.364,10R$

1.2- Ensino Fundamental(Sub-Função 361) 41.858.088,0041.858.088,0041.858.088,0041.858.088,00R$ R$ R$ R$ Despesas com Recursos do FUNDEB 25.698.994,66R$ Despesas com recursos de impostos e outras fontes 16.159.093,34R$

2. Deduções2. Deduções2. Deduções2. Deduções 15.352.846,3415.352.846,3415.352.846,3415.352.846,34R$ R$ R$ R$ 2.1- Saldo positivo do FUNDEB(ver quadro 19) 12.854.742,62R$ 2.2- Salário Educação(ver quadro 20) 1.317.694,05R$ 2.3- A Caminho da Escola(ver quadro 20) 708.894,71R$ 2.4-PNATE(ver quadro 20) 471.514,96R$

3.Total Aplicado no Setor de Ensino(1-2)3.Total Aplicado no Setor de Ensino(1-2)3.Total Aplicado no Setor de Ensino(1-2)3.Total Aplicado no Setor de Ensino(1-2) 26.923.608,2826.923.608,2826.923.608,2826.923.608,28R$ R$ R$ R$ 4.Total da Receita de Impostos e Transferencias 4.Total da Receita de Impostos e Transferencias 4.Total da Receita de Impostos e Transferencias 4.Total da Receita de Impostos e Transferencias

Constitucionais(ver quadro 18)Constitucionais(ver quadro 18)Constitucionais(ver quadro 18)Constitucionais(ver quadro 18) 105.729.124,79105.729.124,79105.729.124,79105.729.124,79R$ R$ R$ R$ 5. Percentual Aplicado na Manutenção do Ensino5. Percentual Aplicado na Manutenção do Ensino5. Percentual Aplicado na Manutenção do Ensino5. Percentual Aplicado na Manutenção do Ensino 25,46%25,46%25,46%25,46%

Exercício de 2007

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Finanças de Caruaru

Diante do quadro acima, verifica-se claramente que no setor de ensino

do Município de Caruaru, durante o exercício financeiro 2007, foi aplicado 25,46%,

no ensino, da receita resultante de impostos e transferências constitucionais.

A próxima etapa desta pesquisa será analisar dentro dessas despesas o

valor gasto com transporte escolar, para criação do modelo de mensuração do

transporte escolar.

100

CAPÍTULO 4 - APLICAÇÃO DO MODELO DE MENSURAÇÃO

4.1- Método de custeio aplicado ao Transporte Escolar

A presente identificação detalhada do método de custeamento para

atividades de entidade públicas tem a finalidade de gerar informações de custos

para unidades operativas integrantes da estrutura orgânica e de forma a possibilitar

um acompanhamento dos custos conforme exigência legal, possibilitando assim o

processo de tomada de decisão do gestor público.

A aplicação prática ocorreu no Município de Caruaru, com adaptações

necessárias o modelo poderá ser reaplicado aos demais Municípios do país. A

exemplo do que já é reconhecido pela prática empresarial, também no setor público

vale a afirmativa de que não existe um sistema pronto ou padrão que sirva a todos

os demais órgãos públicos. As necessidades de informação mudam de organização.

A escolha desse método de custeio para o setor público não se trata de

tarefa fácil, onde em quase todos os métodos encontramos defensores. Além disso,

no setor público, não há limitação legal quanto ao uso dos métodos de custeio.

Nesse sentido, qualquer um dos métodos descritos no tópico 2.5 pode ser adotado

no setor público.

A proposta desse trabalho é adotar como método de custeio o custeio

direto, conceituado aqui como método de custeio que aloca todos os custos- fixos e

variáveis- diretamente a todos os objetos de custo sem qualquer tipo de rateio ou

apropriação.

O argumento para utilização desse método deve-se ao fato de não

conter qualquer tipo de rateio, permitindo analisar o desempenho dos gestores e das

políticas publicas com maior objetividade e sem as intermináveis discussões a

respeito dos custos gerais transferidos.

Machado (2005, p.129) justifica a utilização desse método por “está

entranhado no sistema de planejamento/orçamento e de contabilização da execução

orçamentária, o que facilita a implantação do sistema integrado de custos.”

Esse fato pode ser demonstrado da seguinte forma:

• A ação de governo- projetos e atividades- é a categoria utilizada

para a programação das despesas orçamentárias;

101

• Os recursos necessários à execução dessas ações, classificados

conforme na sua natureza econômica, são estimados e

detalhados por projeto e atividades. Dessa forma, os recursos a

serem consumidos associam-se diferentemente com as atividades

a serem executadas;

• A ação governamental desenvolve-se em determinado espaço

organizacional perfeitamente identificável, sendo, portanto,

possível acumular diretamente as despesas executadas por

atividades/projetos, por órgãos, por gerentes de programas ou por

ordenadores de despesas. Como os projetos/atividades devem

cumprir uma função de governo, são também facilmente

identificáveis com a classificação funcional;

• O modelo de acumulação direta das despesas orçamentárias

pode ser transformado em modelo de acumulação de custos do

período ou da ordem, uma vez feitos os ajustes das despesas

orçamentárias líquida.

O custo-benefício da informação, embora difícil de ser qualificada, é

claramente favorável ao método do custeio direto, uma vez que sua implantação

pode ser feita muito rapidamente e com baixo custo de treinamento, pois para

servidores e gestores envolvidos soa de forma familiar a esse método.

A adoção do método de custeio direto, como sistema de custos

proposto, abre caminho para aplicação da gestão pública de resultados, isso porque

determinados órgãos, programas ou atividades poderão calcular a receita

econômica, e confrontá-la com os custos diretos, e criar demonstrativos de resultado

de resultados econômicos sugeridos por Slomski (2005) e Ribeiro Filho (1997).

Machado (2005) acrescenta ainda que o sistema integrado de custo,

utilizando o método de custeio direto, é o ponto de partida para melhoria do sistema

de informação contábil gerencial do setor público.

4.2- Formulação de Método de Mensuração do Transporte Escolar

Dentro do processo de mensuração do custo do transporte escolar,

necessitávamos identificar os meios utilizados para transporte dos alunos,

verificando assim de forma individualizada os custos de cada uma dessas formas,

102

para a partir de então traçarmos o custo total.

Segundo dados da Secretária de Educação, o Município de Caruaru

dentro de sua política de combate a evasão escolar garante o transporte escolar

para aqueles alunos cuja distância entre a residência e a escola, onde estuda, seja

superior a um quilômetro.

No caso, existem alunos que utilizam veículo tração 4X4, tipo Toyota,

pois o acesso as suas residências é difícil e acentuado, onde ônibus de linha normal

não consegue trafegar, bem como são utilizados outros modelos de veículos.

Para o transporte de tais discentes, a Secretaria de Educação contratou

17 (dezessete) veículos, entre Toyota, minivans e ônibus particulares. A SECT não

dispõe de veículo próprio para transportar tais alunos, sendo tais veículos

contratados por meio de licitação pública.

Para tanto, o quadro 23 apresenta a relação desses veículos, com

respectivo itinerário:

QUADRO 23- Relação de Veículos utilizados no transporte escolar

ITEM OBJETO PERCURSO

1

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos dos Sítios Maribondo, Lagoa de Pedra e Medeiros para as Escolas: Professor Augusto Tabosa, Mário Sete, Antônia Cavalcante - no horário das 18h às 22h.

2

01(um) Veículo microônibus (VAN) capacidade para 12 passageiros, à diesel, 80 cv, com no máximo 06(seis) anos de fabricação.

Serviço de transporte de alunos dos Sítios: Xicuru, Fundão e Cacimbinha para as Escolas Municipais: Batista da Silva - Povoado de Jiquiri, Francisca Maria da Conceição - Vila Lajedo do Cedro – no horário das 7h às 13h.

3

01(um) Veículo ônibus capacidade para 45 passageiros, à diesel, com no máximo 06(seis) anos de fabricação.

Serviço de transporte de professores e alunos das Escolas Municipais: Professora Sinhazinha; Josélia Florêncio; Genésio Campos para AABB - Sede – no horário das 6h às 13h.

4 01(um) Veículo ônibus capacidade para 45 passageiros, à diesel, com no máximo 06(seis) anos de fabricação.

Serviço de transporte de alunos da Mansão da Vida para a Escola Municipal Luiz Pessoa / AABB, no roteiro Sede – Zona Urbana e Rural – no horário das 7h às 22h

5

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos do Sítio Reinado para a Escola Municipal Maria José de França - Sítio Caldeirão, Manoel Limeira - Sítio Lajes – 2º Distrito – no horário das 6h30min às 18h.

6

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos do Sítio Jacaré para a Escola Municipal Maria Félix - Povoado do Juá - 2º Distrito – no horário das 18h às 22h.

103

7

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos do Sítio Caldeirão para a Escola Municipal Maria Félix - Povoado do Juá - 2º Distrito – no horário das 18h às 22h.

8

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos do Sítio Borba e Jacaré para a Escola Professora Maria Félix - Povoado do Juá - 2º Distrito – no horário das 11h30min às 17h30min.

9

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos, do Sítio Borba para a Escola Municipal Maria Félix de Lima - Povoado do Juá - 2º Distrito – no horário das 6h às 18h.

10

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos, do Sítio Borba para a Escola Municipal Maria Félix de Lima - Povoado do Juá - 2º Distrito – no horário das 6h às 18h.

11

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de gestores da nucleação das Escolas Municipais do 1°, 2°, 3° ou 4º Distrito, no roteiro PMC - 1°, 2°, 3° ou 4º Distrito – no horário das 7h às 17h.

12

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de gestores da nucleação das Escolas Municipais do 1°, 2°, 3° ou 4º Distrito, no roteiro PMC - 1°, 2°, 3° ou 4º Distrito – no horário das 7h às 17h.

13

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de passageiros, no roteiro Sede – 1º, 2º, 3º e 4º Distritos, – no horário das 07h às 17h.

14

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de alunos do Sítio Borba para as Escolas Municipais: Maria Félix de Lima - Povoado do Juá, Professora Arlinda Morais - Sítio Gruta Funda – no horário das 7h às 17h.

15

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de professores da PMC para a Escola Municipal João Cursino - Sítio Serra de São Bento, conduzindo também os alunos desta Escola para a Escola Maria do Socorro de Freitas - Vila São João/Xicuru – horário das 07h às 17h.

16

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de professores da PMC para a Escola Municipal Professora Maria Félix - Sítio Juá, localizadas na Zona Rural, no horário das 18h às 22h.

17

01(um) Veículo para transporte de passageiros com 04 portas, capacidade 08 passageiros, tração 4 x 4 com motorização a diesel / e no máximo 10 anos de uso.

Serviço de transporte de gestores da nucleação das Escolas Municipais do 1°, 2°, 3° ou 4º Distrito, no roteiro PMC - 1°, 2°, 3° ou 4º Distrito – no horário das 7h às 22h.

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Educação, Ciência e Tecnologia

O quadro 24 demonstra o número de serviços prestados, o quantitativo

de alunos atendidos e o gasto anual com este tipo de transporte:

104

QUADRO 24- GASTO DE TRANSPORTE ESCOLAR- Veículo locado

ITEM Valor do serviço

NÚMERO DE ALUNOS

Quantidade de serviços

Gasto Anual

1 45,00 8 200 9.000,00

2 45,00 12 200 9.000,00

3 96,00 45 200 19.200,00

4 180,00 45 200 36.000,00

5 66,00 8 200 13.200,00

6 72,00 8 200 14.400,00

7 72,00 8 200 14.400,00

8 60,00 8 200 12.000,00

9 60,00 8 200 12.000,00

10 60,00 8 200 12.000,00

11 84,00 8 200 16.800,00

12 80,00 8 200 16.000,00

13 80,00 8 200 16.000,00

14 80,00 8 200 16.000,00

15 83,00 8 200 16.600,00

16 82,00 8 200 16.400,00

17 82,50 8 200 16.500,00

214 R$ 265.500,00 Custo por aluno /ano R$ 1.240,65

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Finanças de Caruaru

De acordo com os dados apresentados no quadro acima, verifica-se que

214 alunos são responsáveis pelo gasto de recursos na ordem de R$ 265.500,00,

que representa um custo para município de R$ 1.240,65 por cada aluno.

Nos dados, buscou-se trazer os custos que estão diretamente ligados

aos serviços de transporte escolar, sem considerar os custos, fixos ou indiretos, que

serão levados diretamente a conta de despesas da Secretaria de Educação.

Além dos 214 alunos que se utilizam veículo contratado para transporte

escolar, a maioria utiliza-se do transporte regular de passageiros, onde são

repassados diariamente dois passes, tendo três faixas de valores. A primeira faixa é

R$ 1,20, a segunda faixa é R$ 1,32 e a terceira faixa é R$ 1,75.

Nos municípios de Pernambuco, através da Lei n.° 12.367/2003, o

Estado repassou a responsabilidade do transporte dos alunos das escolas estaduais

para os Municípios.

Foi construído um quadro separando os alunos das escolas municipais,

em número de 59, e os alunos das escolas estaduais, perfazendo 21, sendo

apurado o custo de forma individual.

105

No quadro 25, temos a relação de escolas dos municípios, com

respectivos quantitativos de alunos, por escola, separado por faixa. No quadro 25 foi

calculado o valor desembolsado por cada faixa e o gasto total, para daí apurar o

custo por aluno.

QUADRO 25- QUANTITATIVO DE ALUNOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS QUE UTILIZAM TRANSPORTE REGULAR DE PASSAGEIROS

Item Escolas Valor

Total 1,2 1,32 1,75

1 Escola Municipal Arlinda Morais 4 4

2 Escola Municipal Marcionilo Soares 4 4

3 Escola Municipal Natalice Limeira 7 7

4 Escola Municipal Fortunato Ribeiro 6 6

5 Escola Municipal Dr. Oscar Barreto 7 7

6 Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima 9 2 11

7 Escola Municipal Vicente Correia 5 5

8 Escola Municipal São Luiz Gonzaga 1 1

9 Escola Municipal D. Miguel Silva de Lima 9 9

10 Escola Municipal São Judas Tadeu 5 5

11 Escola Municipal Alfredo Pinto 24 24

12 Escola Municipal José Clemente de Souza 100 100

13 Escola Municipal Francisco Borges 8 8

14 Escola Municipal Maria Cândida 4 4

15 Escola Municipal Antonia Maria da Conceição Costa 10 10

16 Escola Municipal João Vênio 10 10

17 Escola Municipal Prof Cesarina Moura V Costa 26 26

18 Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida 5 5

19 Escola Municipal Nossa Senhora das Dores 8 8

20 Escola Municipal Santa Regina 4 4

21 Escola Municipal Prof Leudo Valença 1 1

22 Escola Municipal São Vicente de Paula 2 2

23 Escola Municipal Maria Felix 388 388

24 Escola Municipal Batista da Silva 16 16

25 Escola Municipal Josélia Florencio da Silveira 27 13 40

26 Escola Municipal José Florencio Neto 100 2 102

27 Escola Municipal Landelino Rocha 120 120

28 Escola Municipal Tabosa de Almeida 264 264

106

29 Escola Municipal Pedro de Andrade 9 9

30 Escola Municipal Tomé Claudino Torres 51 51

31 Escola Municipal Antonio Martins 8 8

32 Escola Municipal Maria Bezerra Torres 315 315

33 Escola Municipal Prof Iva do Carmo 77 77

34 Escola Municipal Dona Maria Digna 4 5 9

35 Escola Municipal Capitão João Velho 210 210

36 Escola Municipal Prof Kermogenes Dias de Araujo 16 16

37 Escola Municipal Padre Zacarias Tavares 5 5

38 Escola Municipal José Florencio Leão 2 2 3 7

39 Escola Municipal Santa Inês 33 33

40 Escola Municipal Jose Raimundo Sobrinho 23 23

41 Escola Municipal Maria Martins de Melo 27 27

42 Escola Municipal José Victor de Albuquerque 12 12

43 Escola Municipal Dom Severrino Vieira de Melo 15 15

44 Escola Municipal Professora Maria Alice 22 22

45 Escola Municipal Tipica Rural 11 11

46 Escola Municipal Joel Pontes 5 5

47 Escola Municipal Casa do Trabalho 3 3 6

48 Escola Municipal Sinhazinha 2 2 4

49 Escola Municipal Francisco Vicente de Carvalho 9 9

50 Escola Municipal Prof Augusto Tabosa 6 6

51 Escola Municipal Helena Martins Gomes 5 5

52 Escola Municipal Gianete Silva 13 13

53 Escola Municipal Maria do Socorro de Freitas 123 114 237

54 Escola Municipal Presidente Kennedy 432 432

55 Escola Municipal Luiz Pessoa 67 1 68

56 Escola Municipal Álvaro Lins 1 10 148 159

57 Escola Municipal São José 20 20

58 Escola Municipal Pedro de Souza 14 14

59 Escola Municipal Laura Florencio 11 8 19

Total de alunos por faixa de valores 1570 478 990 3038 Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Educação, Ciência e Tecnologia de Caruaru

QUADRO 26 – VALOR DESEMBOLSADO POR ESCOLAS MUNICIPAIS

Item Escolas Gasto Anual em R$

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total

1 Escola Municipal Arlinda Morais - - 800,00 2.800,00

2 Escola Municipal Marcionilo Soares - 2.112,00 - 2.112,00

3 Escola Municipal Natalice Limeira - 3.696,00 - 3.696,00

4 Escola Municipal Fortunato Ribeiro - 3.168,00 - 3.168,00

5 Escola Municipal Dr. Oscar Barreto - 3.696,00 - 3.696,00

6 Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima 4.320,00 1.056,00 - 5.376,00

7 Escola Municipal Vicente Correia 2.400,00 - - 2.400,00

107

8 Escola Municipal São Luiz Gonzaga - 528,00 - 528,00

9 Escola Municipal D. Miguel Silva de Lima - - 6.300,00 6.300,00

10 Escola Municipal São Judas Tadeu - - 3.500,00 3.500,00

11 Escola Municipal Alfredo Pinto - - 16.800,00 16.800,00

12 Escola Municipal José Clemente de Souza - - 70.000,00 70.000,00

13 Escola Municipal Francisco Borges - 4.224,00 - 4.224,00

14 Escola Municipal Maria Cândida - 2.112,00 - 2.112,00

15 Escola Municipal Antonia Maria da Conceição Costa 4.800,00 - - 4.800,00

16 Escola Municipal João Vênio - - 7.000,00 7.000,00

17 Escola Municipal Prof Cesarina Moura V Costa - - 18.200,00 18.200,00

18 Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida 2.400,00 - - 2.400,00

19 Escola Municipal Nossa Senhora das Dores - - 5.600,00 5.600,00

20 Escola Municipal Santa Regina - 2.112,00 - 2.112,00

21 Escola Municipal Prof Leudo Valença 480,00 - - 480,00

22 Escola Municipal São Vicente de Paula - 1.056,00 - 1.056,00

23 Escola Municipal Maria Felix - - 271.600,00 271.600,00

24 Escola Municipal Batista da Silva - - 11.200,00 11.200,00

25 Escola Municipal Josélia Florencio da Silveira - 14.256,00 9.100,00 23.356,00

26 Escola Municipal José Florencio Neto 48.000,00 1.056,00 - 49.056,00

27 Escola Municipal Landelino Rocha 57.600,00 - - 57.600,00

28 Escola Municipal Tabosa de Almeida 126.720,00 - - 126.720,00

29 Escola Municipal Pedro de Andrade 4.320,00 - - 4.320,00

30 Escola Municipal Tomé Claudino Torres 24.480,00 - - 24.480,00

31 Escola Municipal Antonio Martins 3.840,00 - - 3.840,00

32 Escola Municipal Maria Bezerra Torres 151.200,00 - - 151.200,00

33 Escola Municipal Prof Iva do Carmo - - 53.900,00 53.900,00

34 Escola Municipal Dona Maria Digna - 2.112,00 3.500,00 5.612,00

35 Escola Municipal Capitão João Velho - 110.880,00 - 110.880,00

36 Escola Municipal Prof Kermogenes Dias de Araujo 7.680,00 - - 7.680,00

37 Escola Municipal Padre Zacarias Tavares - 2.640,00 - 2.640,00

38 Escola Municipal José Florencio Leão 960,00 1.056,00 2.100,00 4.116,00

39 Escola Municipal Santa Inês - 17.424,00 - 17.424,00

40 Escola Municipal Jose Raimundo Sobrinho 11.040,00 - - 11.040,00

41 Escola Municipal Maria Martins de Melo 12.960,00 - - 12.960,00

42 Escola Municipal José Victor de Albuquerque 5.760,00 - - 5.760,00

43 Escola Municipal Dom Severrino Vieira de Melo 7.200,00 - - 7.200,00

44 Escola Municipal Professora Maria Alice 10.560,00 - - 10.560,00

45 Escola Municipal Tipica Rural 5.280,00 - - 5.280,00

46 Escola Municipal Joel Pontes 2.400,00 - - 2.400,00

47 Escola Municipal Casa do Trabalho - 1.584,00 2.100,00 3.684,00

48 Escola Municipal Sinhazinha 960,00 1.056,00 - 2.016,00

49 Escola Municipal Francisco Vicente de Carvalho - - 6.300,00 6.300,00

50 Escola Municipal Prof Augusto Tabosa 2.880,00 - - 2.880,00

51 Escola Municipal Helena Martins Gomes 2.400,00 - - 2.400,00

52 Escola Municipal Gianete Silva 6.240,00 - - 6.240,00

53 Escola Municipal Maria do Socorro de Freitas - 64.944,00 79.800,00 144.744,00

54 Escola Municipal Presidente Kennedy 207.360,00 - - 207.360,00

55 Escola Municipal Luiz Pessoa 32.160,00 528,00 - 32.688,00

108

56 Escola Municipal Álvaro Lins 480,00 5.280,00 103.600,00 109.360,00

57 Escola Municipal São José - - 14.000,00 14.000,00

58 Escola Municipal Pedro de Souza 6.720,00 - - 6.720,00

59 Escola Municipal Laura Florencio - 5.808,00 5.600,00 11.408,00

Valor total 753.600,00 252.384,00 693.000,00 1.698.984,00

Quantidade de aluno por faixa (Quadro 23) 1570 478 990 3038

CUSTO POR ALUNO 480,00 528,00 700,00 559,24

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados das Secretárias de Finanças e Educação Ciência e Tecnologia de Caruaru

Diante dessas informações, verificamos que o custo anual dos alunos

das escolas municipais que utilizam o transporte regular de passageiros é R$ 559,24

por aluno, sendo que o valor repassado pela União para transportar esses alunos é

apenas R$ 471.514,96, tendo que o município complementar com recursos próprios,

ou recursos do FUNDEB com R$ 1.227.469,04.

A partir dessa informação, o gestor público verificará que de fato o

PNATE, do Governo Federal, serve apenas de auxilio, pois a responsabilidade da

execução e acompanhamento do programa pertence ao Município.

Os quadros 27 e 28 mostram a mesma situação, agora dos alunos das

escolas estaduais que são responsabilidade do Município.

QUADRO 27- QUANTITATIVO DE ALUNOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS QUE UTILIZAM TRANSPORTE REGULAR DE PASSAGEIROS

Item Escolas Valor

Total R$ 1,20 R$ 1,32 R$ 1,75

1 Escola Estadual de Caruaru 240 130 70 440 2 Escola Padre Zacarias Tavares 3 28 5 36 3 Escola José Carlos Florencio 6 232 238 4 Escola Paulina Monteiro 11 11 5 Escola Irmã Sônia 1 1 6 Escola Santo Amaro 246 252 498 7 Escola Reverendo Alfeu de Oliveira 57 4 61 8 Escola Prof Jesuina Pereira Rêgo 13 13 9 Escola Maria Goretti 1 25 2 28 10 Escola Felisberto de Carvalho 85 35 120 11 Escola Adélia Leal 131 131 12 Escola Mario Sette 167 23 190 13 Escola Duque de Caxias 424 96 102 624 14 Escola Nicanor Souto Maior 225 91 316 15 Escola Professor Lisboa 10 16 26 16 EscolaVicente Monteiro 647 181 297 1125 17 Escola Vicente Monteiro - Anexo Juá 100 100

18 Escola Antonia Cavalcante de Albuquerque

130 130

109

19 EscolaDom Miguel de Lima Valverde 21 3 1 25 20 Escola Dom Vital 10 27 43 90 21 Escola Elisete Lopes 469 34 503

Total 2877 965 852 4706 Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Educação, Ciência e Tecnologia de Caruaru

QUADRO 28- VALOR DESEMBOLSADO POR ESCOLAS ESTADUAIS

Item Escolas Gasto Anual em R$

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total

1 Escola Estadual de Caruaru 115.200,00 68.640,00 49.000,00 232.840,00

2 Escola Padre Zacarias Tavares 1.440,00 14.784,00 3.500,00 19.724,00

3 Escola José Carlos Florencio - 3.168,00 162.400,00 165.568,00

4 Escola Paulina Monteiro 5.280,00 - - 5.280,00

5 Escola Irmã Sônia - 528,00 - 528,00

6 Escola Santo Amaro 118.080,00 133.056,00 - 251.136,00

7 Escola Reverendo Alfeu de Oliveira 27.360,00 2.112,00 - 29.472,00

8 Escola Prof Jesuina Pereira Rêgo - 6.864,00 - 6.864,00

9 Escola Maria Goretti 480,00 13.200,00 1.400,00 15.080,00

10 Escola Felisberto de Carvalho 40.800,00 18.480,00 - 59.280,00

11 Escola Adélia Leal 62.880,00 - - 62.880,00

12 Escola Mario Sette 80.160,00 12.144,00 - 92.304,00

13 Escola Duque de Caxias 203.520,00 50.688,00 71.400,00 325.608,00

14 Escola Nicanor Souto Maior 108.000,00 48.048,00 - 156.048,00

15 Escola Professor Lisboa 4.800,00 8.448,00 - 13.248,00

16 EscolaVicente Monteiro 310.560,00 95.568,00 207.900,00 614.028,00

17 Escola Vicente Monteiro - Anexo Juá - - 70.000,00 70.000,00

18 Escola Antonia Cavalcante de Albuquerque 62.400,00 - - 62.400,00

19 EscolaDom Miguel de Lima Valverde 10.080,00 1.584,00 700,00 12.364,00

20 Escola Dom Vital 4.800,00 14.256,00 30.100,00 49.156,00

21 Escola Elisete Lopes 225.120,00 17.952,00 - 243.072,00

Total 1.380.960,00 509.520,00 596.400,00 2.486.880,00

Quantidade de aluno por faixa (Quadro 25) 2877 965 852 4706

CUSTO POR ALUNO 480,00 528,00 700,00 528,45 Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretária de Educação, Ciência e Tecnologia de Caruaru

Considerando a mesma metodologia de cálculo para alunos das escolas

estaduais, o custo por aluno é R$ 528,45, sendo repassada pelo Governo Estadual a

importância de 708.894,71, tendo o Município que complementar em recursos

próprios em R$ 1.777.985,29.

Podemos concluir que o programa de transporte escolar representa um

ônus muito alto para o Município, em que a responsabilidade de alunos de outra

esfera, no caso em comento o Estado, foi repassada para o ente municipal que vive

mergulhado em outros problemas.

110

Para tanto no quadro 28, sintetizamos os dados pecuniários apurados

com base nos quadros acima:

QUADRO-29- Especificação dos gastos com transporte escolar

Item Especificação Número de Alunos Atendidos

Total Aplicado R$

Custo do Aluno R$

1 Transporte de Alunos com veículos agregados

214 265.500,00 1.240,65

2

Transporte de Alunos das Escolas Municipais com Transporte regular de passageiros

3038 1.698.984,00 559,24

3

Transporte de Alunos das Escolas Estaduais com Transporte regular de passageiros

4706 2.486.880,00 528,45

F Total 7958 4.451.364,00 559,36 Fonte: Elaboração própria.

Os dados obtidos com a aplicação do custeio direto e as análises

correspondentes mostram que um sistema de custos deve ser capaz de gerar

informações sobre a composição dos custos individuais de cada serviço e também

de possibilitar o controle operacional.

111

CONCLUSÕES

As informações geradas pelo sistema de custos é um fator crítico para o

sucesso do planejamento, orçamento, controle operacional e para o processo de

tomada de decisão estratégica, consistindo na base conceitual para alcance da

eficiência e eficácia da gestão pública.

O modelo proposto utilizado pelo sistema de custos para o transporte

escolar no Município de Caruaru é processado utilizando o método de custeio direto,

que produz um conjunto de informações relevantes para um gerenciamento acurado.

O sistema de informação de custos integra-se aos conceitos e

sistemáticas apresentadas sobre orçamento público, contabilidade governamental e

ao processamento de dados. Esses sistemas compõem o sistema de informações

contábeis gerenciais das entidades públicas, tendo seu limite de atuação nos dados

e informações internas.

Integra-se a esses princípios a utilização de um modelo de gestão

pública por resultados que garantirá o atendimento aos preceitos legais impostos na

Lei Federal n° 4.320/64 e LRF, bem como nos princípios constitucionais da

legalidade, eficiência, economicidade e transparência que conduzirão o ente público

a eficácia de sua gestão.

A informação de custos serve de orientação na elaboração da LOA, LDO

e PPA, com o uso do custo-padrão que permite estabelecer metas de resultado.

Se a elaboração do PPA serve para o governo fixar os programas que

terão em sua base as metas de resultado, que visam sanar problemas

diagnosticados na comunidade local, a gestão pública por resultados fornece aos

gestores a possibilidade de realizar a avaliação de desempenho de forma

continuada, dispondo de ferramentas de controle organizacional que trarão maior

eficácia a gestão publica.

Portanto, é necessária a inclusão de instrumentos de planejamento com

parâmetros físicos junto aos monetários. É esse procedimento, que segundo Mauss

(2008), possibilitará a obtenção de efetivos indicadores de gestão por resultados,

como custo unitário e total. Todos esses indicadores apurados por serviço, divisão e

entidade oferecem ao gestor uma base técnica segura para tomada de decisão,

favorecendo as auditorias operacionais e de gestão do TCE, previstas no

planejamento estratégico.

112

A reestruturação do departamento contábil com a incorporação de

métodos de custeio fornecerá ao executivo a informação de custos em que permitirá

a analise de sua estrutura na composição de cada serviço, possibilitando sua

redução e o controle do desempenho das diversas áreas da entidade pública.

Todo o conjunto de informações gerado para os gestores exige da

contabilidade a adoção de conceitos normalmente não contemplados por ela. É o

caso, por exemplo, de assumir a existência dos custos implícitos de cada transação

econômica, como os valores de mercado e os custos de oportunidade.

A situação apresentada no Município de Caruaru demonstra que a

ferramenta de um sistema de custos público será importante com adoção de mais de

um método de custeio para servir de comparação de resultados, daí a necessidade

de numa pesquisa futura, utilizando-se de outras ferramentas, adotarem outros

métodos de custeio.

Segundo Mauss (2008), a adoção de outro método de custeio servirá

para cumprir três funções essenciais:

• Valoração dos inventários;

• Controle operacional;

• Mensuração dos custos unitários de cada serviço.

Cabe salientar que o sistema proposto atende aos objetivos da LRF,

uma vez que possibilita a avaliação e acompanhamento objetiva dos programas

financiados com recursos orçamentários.

Incorpora-se ainda ao estudo o entendimento de que, no setor público, a

contabilidade deve prover seus usuários internos e externos de informações. No

caso dos usuários internos para o processo decisório, e usuários externos, cidadãos

e órgãos de controle externo para garantia da transparência das ações e resultados

alcançados pela gestão pública.

As observações efetuadas no levantamento bibliográfico permitirão

concluir que os sistemas de custos (e as práticas gerenciais decorrentes de sua

utilização) encontram fundamentos teóricos sólidos na doutrina contábil. A pesquisa,

por sua vez, revelou que aplicação de tais fundamentos encontra amplas

possibilidades de êxito na realidade do setor público, mediante a construção de

sistemas de custos que se baseiam na contabilidade pública aproveitando a

classificação funcional-programática, estando portando compatíveis com as

prescrições legais, e ao mesmo tempo incorporando novos conceitos e distinções

113

próprias nas contas existentes, atingindo uma ampla gama de objetivos de natureza

gerencial.

Essa pesquisa revelou, ainda, algumas dificuldades, para que se possa

de fato implantar sistemas de custos capazes de fornecer informações relevantes ao

gestor público:

a) Problemas operacionais com carência de informações não

geradas pela contabilidade pública;

b) Dificuldade de medir o volume de determinados serviços

disponibilizados pela entidade pública à sociedade

Tais dificuldades acarretam na necessidade de novos estudos que

viabilizem o efetivo desenvolvimento e implantação de um sistema de custos nas

entidades públicas.

114

REFERÊNCIAS

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VERGARA Sylvia Constant. Projetos de Pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2007.

117

Anexo 1

PORTARIA Nº 42, DE 14 DE ABRIL DE 1999, DO MOG - DOU de 15.4.99

Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do Art. 2º e § 2º do Art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições, observado o Art. 113 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, combinado com o Art. 14, inciso XV, alínea "a", da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998, com a redação dada pela Medida Provisória no 1.799-3, de 18 de março de 1999, resolve: Art. 1º As funções a que se refere o Art. 2o, inciso I, da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, discriminadas no Anexo 5 da mesma Lei, e alterações posteriores, passam a ser as constantes do Anexo que acompanha esta Portaria. § 1o Como função, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. § 2o A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. § 3o A subfunção representa uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. § 4o As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas, na forma do Anexo a esta Portaria. Art. 2º Para os efeitos da presente Portaria, entendem-se por: a) Programa, o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual; b) Projeto, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo; c) Atividade, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo; d) Operações Especiais, as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Art. 3º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os conceitos e determinações desta Portaria.

118

Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em termos de funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais. Parágrafo único. No caso da função "Encargos Especiais", os programas corresponderão a um código vazio, do tipo "0000". Art. 5º A dotação global denominada "Reserva de Contingência", permitida para a União no Art.91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada por código definido pelos diversos níveis de governo. Art. 6º O disposto nesta Portaria se aplica aos orçamentos da União, dos Estados e do Distrito Federal para o exercício financeiro de 2000 e seguintes, e aos Municípios a partir do exercício financeiro de 2002, revogando-se a Portaria no 117, de 12 de novembro de 1998, do ex-Ministro do Planejamento e Orçamento, e demais disposições em contrário. Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

PEDRO PARENTE A=EXO

FU=ÇÕES E SUBFU=ÇÕES DE GOVER=O

FU=ÇÕES SUBFU=ÇÕES

01 - Legislativa 031 - Ação Legislativa 032 - Controle Externo

02 - Judiciária 061 - Ação Judiciária 062 - Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário

03 - Essencial à Justiça 091 - Defesa da Ordem Jurídica 092 – Representação Judicial e Extrajudicial

04 - Administração

121 – Planejamento e Orçamento 122 - Administração Geral 123 - Administração Financeira 124 - Controle Interno 125 - Normatização e Fiscalização 126 - Tecnologia da Informação 127 - Ordenamento Territorial 128 - Formação de Recursos Humanos 129 - Administração de Receitas 130 - Administração de Concessões 131 - Comunicação Social

05 - Defesa Nacional 151 - Defesa Área 152 - Defesa Naval 153 - Defesa Terrestre

06 - Segurança Pública 181 – Policiamento 182 - Defesa Civil 183 - Informação e Inteligência

07 - Relações Exteriores 211 - Relações Diplomáticas

119

212 - Cooperação Internacional

08 - Assistência Social

241 - Assistência ao Idoso 242 - Assistência ao Portador de Deficiência 243 - Assistência à Criança e ao Adolescente 244 - Assistência Comunitária

09 - Previdência Social

271 - Previdência Básica 272 - Previdência do Regime Estatutário 273 - Previdência Complementar 274 - Previdência Especial

10 - Saúde

301 - Atenção Básica 302 - Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 - Suporte Profilático e Terapêutico 304 - Vigilância Sanitária 305 - Vigilância Epidemiológica 306 - Alimentação e Nutrição

11 - Trabalho

331 - Proteção e Benefícios ao Trabalhador 332 - Relações de Trabalho 333 - Empregabilidade 334 - Fomento ao Trabalho

12 - Educação

361 - Ensino Fundamental 362 - Ensino Médio 363 - Ensino Profissional 364 - Ensino Superior 365 - Educação Infantil 366 - Educação de Jovens e Adultos 367 - Educação Especial

13 - Cultura 391 - Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 392 - Difusão Cultural

14 - Direitos da Cidadania 421 - Custódia e Reintegração Social 422 - Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 423 - Assistência aos Povos Indígenas

15 - Urbanismo 451 - Infra-Estrutura Urbana 452 - Serviços Urbanos 453 - Transportes Coletivos Urbanos

16 - Habitação 481 - Habitação Rural 482 - Habitação Urbana

17 - Saneamento 511 - Saneamento Básico Rural 512 - Saneamento Básico Urbano

18 - Gestão Ambiental

541 - Preservação e Conservação Ambiental 542 - Controle Ambiental 543 - Recuperação de Áreas Degradadas 544 - Recursos Hídricos 545 - Meteorologia

19 - Ciência e Tecnologia 571 - Desenvolvimento Científico 572 - Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia 573 - Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico

20 - Agricultura

601 - Promoção da Produção Vegetal 602 - Promoção da Produção Animal 603 - Defesa Sanitária Vegetal 604 - Defesa Sanitária Animal 605 - Abastecimento

120

606 - Extensão Rural 607 - Irrigação

21 - Organização Agrária 631 - Reforma Agrária 632 - Colonização

22 - Indústria

661 - Promoção Industrial 662 - Produção Industrial 663 - Mineração 664 - Propriedade Industrial 665 - Normalização e Qualidade

23 - Comércio e Serviços

691 - Promoção Comercial 692 - Comercialização 693 - Comércio Exterior 694 - Serviços Financeiros 695 - Turismo

24 - Comunicações 721 - Comunicações Postais 722 - Telecomunicações

25 - Energia

751 - Conservação de Energia 752 - Energia Elétrica 753 - Petróleo 754 - Álcool

26 - Transporte

781 - Transporte Áreo 782 - Transporte Rodoviário 783 - Transporte Ferroviário 784 - Transporte Hidroviário 785 - Transportes Especiais

27 - Desporto e Lazer 811 - Desporto de Rendimento 812 - Desporto Comunitário 813 - Lazer

28 - Encargos Especiais

841 - Refinanciamento da Dívida Interna 842 - Refinanciamento da Dívida Externa 843 - Serviço da Dívida Interna 844 - Serviço da Dívida Externa 845 - Transferências 846 - Outros Encargos Especiais

121

Anexo 2

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 163, DE 04 DE MAIO DE 2001, DA STN/SOF - DOU de 7.5.2001.

Dispõe sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências. Texto consolidado com as alterações decorrentes da Portaria Interministerial 519, de 27/8/2001 e da Portaria Interministerial 325, de 27/8/2001.

O SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA e

o SECRETÁRIO DE ORÇAMENTO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o disposto no Art. 50, § 2o, da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, e

Considerando que, para que sejam consolidadas as Contas Públicas Nacionais, em obediência ao disposto no Art. 51 da Lei Complementar no 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), há a necessidade da uniformização dos procedimentos de execução orçamentária no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

Considerando que a uniformização desses procedimentos impõe,

necessariamente, a utilização de uma mesma classificação orçamentária de receitas e despesas públicas;

Considerando, também, que, além da necessidade referida no item precedente,

a unificação das mencionadas classificações trará incontestáveis benefícios sobre todos os aspectos, especialmente para o levantamento e análise de informações em nível nacional;

Considerando, por outro lado, que, de acordo com o Art. 52, incisos I, alínea

“b”, e II, alínea “b”, da Lei Complementar no 101, de 2000, a demonstração da despesa constante do Relatório Resumido da Execução Orçamentária far-se-á por grupo de natureza;

Considerando que, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que cabe ao

órgão central de contabilidade da União a edição das normas gerais para a consolidação das contas públicas, enquanto não for implantado o Conselho de Gestão Fiscal, previsto no Art. 67 da referida Lei Complementar;

Considerando, ainda, que, de acordo com o Art. 4o do Decreto no 3.589, de 6

de setembro de 2000, o órgão central do Sistema de Contabilidade Federal é a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda;

Considerando, finalmente, que, nos termos do Art. 13 do Decreto no 3.750, de

14 de fevereiro de 2001, compete à Secretaria de Orçamento Federal - SOF do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP dispor sobre as

122

classificações orçamentárias, resolvem:

Art. 1o Para as consolidações mencionadas no Art. 51 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão encaminhar suas contas à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda - STN/MF, órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, nos prazos previstos no § 1o do referido Art. 51.

Art. 2o A classificação da receita, a ser utilizada por todos os entes da

Federação, consta do Anexo I desta Portaria, ficando facultado o seu desdobramento para atendimento das respectivas peculiaridades.

§ 1o Os entes da Federação encaminharão, mensalmente, à STN/MF, para

fins de consolidação, os desdobramentos criados na forma do caput deste artigo.

§ 2o A STN/MF publicará, anualmente, até o dia trinta de abril, a consolidação dos desdobramentos referidos no § 1o, que deverão ser utilizados por todos os entes da Federação no exercício subseqüente, com o objetivo de estabelecer uma padronização dessa classificação no âmbito das três esferas de Governo.

§ 3o A STN/MF publicará, bem como divulgará na Internet, até quinze dias após

a publicação desta Portaria, o detalhamento inicial das naturezas de receita, para fins de orientação na criação dos desdobramentos previstos no caput e padronização a que se refere o § 2o deste artigo.

Art. 3o A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de:

I - categoria econômica; II - grupo de natureza da despesa; III - elemento de despesa;

§ 1o A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial

denominada “modalidade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

§ 2o Entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos

de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto.

§ 3o O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.

§ 4o As classificações da despesa por categoria econômica, por grupo de

natureza, por modalidade de aplicação e por elemento de despesa, e respectivos conceitos e/ou especificações, constam do Anexo II desta Portaria.

123

§ 5o É facultado o desdobramento suplementar dos elementos de despesa

para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

Art. 4o As solicitações de alterações dos Anexos I e II desta Portaria deverão ser encaminhadas à STN/MF, que, em conjunto com a SOF/MP, terá o prazo máximo de trinta dias para deliberar sobre o assunto.

Art. 5o Em decorrência do disposto no Art. 3o a estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de Governo será “c.g.mm.ee.dd”, onde:

a) “c” representa a categoria econômica; b) “g” o grupo de natureza da despesa; c) “mm” a modalidade de aplicação; d) “ee” o elemento de despesa; e e) “dd” o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

Parágrafo único. A discriminação das naturezas de despesa, de que trata o

Anexo III desta Portaria, é apenas exemplificativa, podendo ser ampliada para atender às necessidades de execução, observados a estrutura e os conceitos constantes do Anexo II desta Portaria.

Art. 6o Na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua

natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

Art. 7o A alocação dos créditos orçamentários na lei orçamentária anual deverá ser feita diretamente à unidade orçamentária responsável pela execução das ações correspondentes, ficando vedada a consignação de recursos a título de transferência para unidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

(A aplicação deste artigo passa a ser obrigatório a partir do exercício de 2003, conforme o parágrafo único do Art. 2º, da Portaria Interministerial n. 519, de 27/11/2001).

Art. 8o A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para

a União no Art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no Art. 5o, inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento.

Parágrafo único. A classificação da Reserva referida no caput, quanto à natureza da despesa, será identificada com o código “9.9.99.99.99”.

124

Art. 9o Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se seus efeitos a partir do exercício financeiro de 2002, inclusive no que se refere à elaboração da respectiva lei orçamentária.

Art. 10. Revogam-se, a partir de 1o de janeiro de 2002, a Portaria no 35, de 1o de agosto de 1989, do Secretário de Orçamento e Finanças, da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, a Portaria no 576, de 10 de outubro de 1990, da Ministra da Economia, Fazenda e Planejamento, e respectivas alterações posteriores.

“Art. 10. Revogam-se, a partir de 1o de janeiro de 2002, as disposições em

contrário e, em especial, os itens 5 a 10 e os Adendos I, IV, IX, X e XI da Portaria SOF no 8, de 4 de fevereiro de 1985, a Portaria no 35, de 1o de agosto de 1989, do Secretário de Orçamento e Finanças, da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, a Portaria no 576, de 10 de outubro de 1990, da Ministra da Economia, Fazenda e Planejamento, e respectivas alterações posteriores.” (ALTERADO CONFORME ART. 7º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001)

FÁBIO DE OLIVEIRA BARBOSA Secretário do Tesouro Nacional

PAULO RUBENS FONTENELE ALBUQUERQUE

Secretário de Orçamento Federal

Observação: A Portaria Interministerial nº 325, de 27 de agosto de 2001, da STN/SOF, no seu artigo 6º, define que os Anexos I e II da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001, correspondem à atualização dos Anexos 3 e 4 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, a que se referem, respectivamente, o Adendo IV da Portaria SOF nº 8, de 4 de fevereiro de 1985, e o Anexo I da Portaria SOF nº 6 de 20 de maio de 1999.

ANEXO I

NATUREZA DA RECEITA

CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO

1000.00.00 Receitas Correntes

1100.00.00 Receita Tributária

1110.00.00 Impostos

1111.00.00 Impostos sobre o Comércio Exterior

1111.01.00 Imposto sobre a Importação

1111.02.00 Imposto sobre a Exportação

1112.00.00 Impostos sobre o Patrimônio e a Renda

1112.01.00 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

1112.02.00 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

1112.04.00 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza

1112.04.10 Pessoas Físicas

1112.04.20 Pessoas Jurídicas

1112.04.30 Retido nas Fontes

1112.05.00 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

1112.07.00 Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Bens e Direitos

1112.08.00 Imposto sobre Transmissão "Inter Vivos" de Bens Imóveis e de Direitos Reais sobre Imóveis

125

1113.00.00 Impostos sobre a Produção e a Circulação

1113.01.00 Imposto sobre Produtos Industrializados

1113.02.00 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação

1113.03.00 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores

Mobiliários

1113.05.00 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

1115.00.00 Impostos Extraordinários

1120.00.00 Taxas

1121.00.00 Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia

1122.00.00 Taxas pela Prestação de Serviços

1130.00.00 Contribuição de Melhoria

1200.00.00 Receita de Contribuições

1210.00.00 Contribuições Sociais

1220.00.00 Contribuições Econômicas

1300.00.00 Receita Patrimonial

1310.00.00 Receitas Imobiliárias

1320.00.00 Receitas de Valores Mobiliários

1330.00.00 Receita de Concessões e Permissões

1390.00.00 Outras Receitas Patrimoniais

1400.00.00 Receita Agropecuária

1410.00.00 Receita da Produção Vegetal

1420.00.00 Receita da Produção Animal e Derivados

1490.00.00 Outras Receitas Agropecuárias

1500.00.00 Receita Industrial

1510.00.00 Receita da Indústria Extrativa Mineral

1520.00.00 Receita da Indústria de Transformação

1530.00.00 Receita da Indústria de Construção

1600.00.00 Receita de Serviços

1700.00.00 Transferências Correntes

1710.00.00 Transferências Intragovernamentais

(INCLUÍDO CONFORME ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519 DE

27/11/2001)

1720.00.00 Transferências Intergovernamentais

1721.00.00 Transferências da União

1721.01.00 Participação na Receita da União

1721.01.01 Cota-Parte do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal

1721.01.02 Cota-Parte do Fundo de Participação dos Municípios

1721.01.04 Transferência do Imposto sobre a Renda Retido nas Fontes (Art.157, I e 158, I, da

Constituição)

(EXCLUÍDO CONFORME INCISO I, ART. 1º DA PORTARIA

INTERMINISTERIAL N.º 325 DE 27/08/2001)

1721.01.05 Cota-Parte do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 1721.01.12 Cota-Parte do Imposto sobre Produtos Industrializados – Estados Exportadores de

Produtos Industrializados 1721.01.20 Transferências de Recursos do Fundo de Manutenção do Ensino

Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF (EXCLUÍDO CONFORME INCISO II, ART. 1º DA PORTARIA

INTERMINISTERIAL N.º 325 DE 27/08/2001)

1721.01.30 Cota-Parte da Contribuição do Salário-Educação

126

1721.01.32 Cota-Parte do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou

Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - Comercialização do Ouro 1721.09.00

Outras Transferências da União

1721.09.01 Transferência Financeira - L.C. no 87/96 1721.09.10 Complementação da União ao Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério – FUNDEF (EXCLUÍDO CONFORME INCISO III, ART. 1º DA PORTARIA

INTERMINISTERIAL N.º 325 DE 27/08/2001)

1721.09.99 Demais Transferências da União

1722.00.00 Transferências dos Estados

1722.01.00 Participação na Receita dos Estados 1722.01.20 Transferências de Recursos do Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério – FUNDEF (EXCLUÍDO CONFORME INCISO IV, ART. 1º DA PORTARIA

INTERMINISTERIAL N.º 325 DE 27/08/2001)

1722.09.00 Outras Transferências dos Estados

1723.00.00 Transferências dos Municípios 1724.00.00 Transferências Multigovernamentais; e

(INCLUÍDO CONFORME INCISO I, ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325 DE 27/08/2001)

1724.01.00 Transferências de Recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF; e (INCLUÍDO CONFORME INCISO II, ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001)

1724.02.00 Transferências de Recursos da Complementação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF. (INCLUÍDO CONFORME INCISO III, ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001)

1730.00.00 Transferências de Instituições Privadas

1740.00.00 Transferências do Exterior

1750.00.00 Transferências de Pessoas

CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO

1760.00.00 Transferências de Convênios

1900.00.00 Outras Receitas Correntes

1910.00.00 Multas e Juros de Mora

1920.00.00 Indenizações e Restituições

1921.00.00 Indenizações

1921.09.00 Outras Indenizações

1922.00.00 Restituições

1930.00.00 Receita da Dívida Ativa

1931.00.00 Receita da Dívida Ativa Tributária

1932.00.00 Receita da Dívida Ativa Não-Tributária

1990.00.00 Receitas Diversas

2000.00.00 Receitas de Capital

2100.00.00 Operações de Crédito

2110.00.00 Operações de Crédito Internas

2120.00.00 Operações de Crédito Externas

2200.00.00 Alienação de Bens

2210.00.00 Alienação de Bens Móveis

2220.00.00 Alienação de Bens Imóveis

2300.00.00 Amortização de Empréstimos

127

2300.70.00 Outras Amortizações de Empréstimos

2300.80.00 Amortização de Financiamentos

2400.00.00 Transferências de Capital

2410.00.00 Transferências Intragovernamentais

(INCLUÍDO CONFORME ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519

DE 27/08/2001)

2420.00.00 Transferências Intergovernamentais

2421.00.00 Transferências da União

2421.01.00 Participação na Receita da União

2421.09.00 Outras Transferências da União

2421.09.01 Transferência Financeira - L.C. no 87/96

(EXCLUÍDO CONFORME INCISO V, ART. 1º DA PORTARIA

INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001)

2421.09.99 Demais Transferências da União

2422.00.00 Transferências dos Estados

2422.01.00 Participação na Receita dos Estados

2422.09.00 Outras Transferências dos Estados

2423.00.00 Transferências dos Municípios

2430.00.00 Transferências de Instituições Privadas

2440.00.00 Transferências do Exterior

2450.00.00 Transferências de Pessoas

2470.00.00 Transferências de Convênios

2500.00.00 Outras Receitas de Capital

2520.00.00 Integralização do Capital Social

2590.00.00 Outras Receitas

ANEXO II

=ATUREZA DA DESPESA I - DA ESTRUTURA A - CATEGORIAS ECONÔMICAS 3 - Despesas Correntes 4 - Despesas de Capital B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA 1 - Pessoal e Encargos Sociais 2 - Juros e Encargos da Dívida 3 - Outras Despesas Correntes 4 - Investimentos 5 - Inversões Financeiras 6 - Amortização da Dívida

C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO 10 - Transferências Intragovernamentais (INCLUÍDO CONFORME ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519 DE 27/11/2001) 20 - Transferências à União 30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal 40 - Transferências a Municípios 50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

128

70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais 70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais (ALTERADO CONFORME INCISO II, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 80 - Transferências ao Exterior 90 - Aplicações Diretas 99 - A Definir D - ELEMENTOS DE DESPESA 01 - Aposentadorias e Reformas 03 - Pensões 04 - Contratação por Tempo Determinado 05 - Outros Benefícios Previdenciários 06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência 08 - Outros Benefícios Assistenciais 09 - Salário-Família 10 - Outros Benefícios de Natureza Social 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar 13 - Obrigações Patronais 14 - Diárias - Civil 15 - Diárias - Militar 16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil 17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar 18 - Auxílio Financeiro a Estudantes 19 - Auxílio-Fardamento 20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 21 - Juros sobre a Dívida por Contrato 22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária 24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária 25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita 26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária 27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares 28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos 30 - Material de Consumo 31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras (INCLUÍDO CONFORME O ART. 3º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 32 - Material de Distribuição Gratuita 33 - Passagens e Despesas com Locomoção 34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização 35 - Serviços de Consultoria 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 37 - Locação de Mão-de-Obra 38 - Arrendamento Mercantil 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 41 - Contribuições 42 - Auxílios 43 - Subvenções Sociais 45 - Equalização de Preços e Taxas 46 - Auxílio-Alimentação 47 - Obrigações Tributárias e Contributivas 48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas 49 - Auxílio-Transporte 51 - Obras e Instalações 52 - Equipamentos e Material Permanente 61 - Aquisição de Imóveis

129

62 - Aquisição de Produtos para Revenda 63 - Aquisição de Títulos de Crédito 64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado 65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas 66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos 67 - Depósitos Compulsórios 71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado 72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado 73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada 74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada 75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita 76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado 77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado 81 - Distribuição de Receitas 91 - Sentenças Judiciais 92 - Despesas de Exercícios Anteriores 93 - Indenizações e Restituições 94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas 95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo 96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado 99 - A Classificar II - DOS CONCEITOS E ESPECIFICAÇÕES A - CATEGORIAS ECONÔMICAS 3 - Despesas Correntes

Classificam-se nesta categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. 4 - Despesas de Capital

Classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA 1 - Pessoal e Encargos Sociais

Despesas de natureza salarial decorrentes do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, bem como soldo, gratificações e adicionais, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público, quando se referir à substituição de servidores, e despesas com a substituição de mão-de-obra constantes dos contratos de terceirização quando se tratar de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, exceto nos casos de cargo ou categoria em extinção, em atendimento ao disposto no Art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000. 1 - Pessoal e Encargos Sociais Despesas de natureza remuneratória decorrentes do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda,

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despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público, quando se referir à substituição de servidores, e despesas com a substituição de mão-de-obra constantes dos contratos de terceirização quando se tratar de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, exceto nos casos de cargo ou categoria em extinção, em atendimento ao disposto no Art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000. (ALTERADO CONFORME INCISO I, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001)

1 - Pessoal e Encargos Sociais Despesas de natureza remuneratória decorrentes do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de servidores e empregados públicos, em atendimento ao disposto no Art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000; (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 2 - Juros e Encargos da Dívida

Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. 3 - Outras Despesas Correntes

Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público, quando não se referir à substituição de servidores de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa. 3 - Outras Despesas Correntes Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa; (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 4 - Investimentos

Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. 5 - Inversões Financeiras

Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas. 6 - Amortização da Dívida

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Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da

atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO 10 - Transferências Intragovernamentais

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades pertencentes à administração pública, dentro da mesma esfera de governo. (INCLUÍDO CONFORME ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 20 - Transferências à União

Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante transferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da administração indireta. 30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da administração indireta. 40 - Transferências a Municípios

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta. 50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins

lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades nacionais, criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação. 70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou por dois ou mais países, inclusive o Brasil. (ALTERADO CONFORME INCISO II, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 80 - Transferências ao Exterior

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos por

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diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil. 90 - Aplicações Diretas

Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de

descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo. 99 - A Definir

Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo, ficando vedada a execução orçamentária enquanto não houver sua definição. 99 - A Definir

Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo, vedada a execução orçamentária enquanto não houver sua definição, podendo ser utilizada para classificação orçamentária da Reserva de Contingência, nos termos do parágrafo único do Art. 8o desta Portaria; (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) D - ELEMENTOS DE DESPESA 01 - Aposentadorias e Reformas

Despesas com pagamentos de inativos civis, militares reformados e segurados do plano de benefícios da previdência social. 03 - Pensões

Despesas com pensionistas civis e militares; pensionistas do plano de benefícios da previdência social; pensões concedidas por lei específica ou por sentenças judiciais. 04 - Contratação por Tempo Determinado

Despesas com a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade

temporária de excepcional interesse público, de acordo com a Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e alterações posteriores, inclusive obrigações patronais e outras despesas variáveis, quando for o caso. Se a contratação se referir a categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal a despesa será classificada no grupo de despesa “1 - Pessoal e Encargos Sociais”. 04 - Contratação por Tempo Determinado

Despesas com a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de acordo com legislação específica de cada ente da Federação, inclusive obrigações patronais e outras despesas variáveis, quando for o caso, devendo ser classificadas no grupo de despesa “1 - Pessoal e Encargos Sociais” quando a contratação se referir a categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 04 - Contratação por Tempo Determinado

Despesas com a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de acordo com legislação específica de cada ente da Federação, inclusive obrigações patronais e outras despesas variáveis, quando for o caso; (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001)

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05 - Outros Benefícios Previdenciários

Despesas com outros benefícios do sistema previdenciário exclusive aposentadoria, reformas e pensões. 06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso

Despesas decorrentes do cumprimento do Art. 203, item V, da Constituição Federal, que dispõe:

"Art. 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - ....... II - ....... III - ....... IV - ....... V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de

deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei".

07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência

Despesas com os encargos da entidade patrocinadora no regime de previdência fechada, para complementação de aposentadoria. 08 - Outros Benefícios Assistenciais

Despesas com: Auxílio-Funeral devido à família do servidor falecido na atividade, ou aposentado, ou a terceiro que custear, comprovadamente, as despesas com o funeral do ex-servidor; Auxílio-Reclusão devido à família do servidor afastado por motivo de prisão; Auxílio-Natalidade devido à servidora, cônjuge ou companheiro servidor público por motivo de nascimento de filho; Auxílio-Creche. 08 - Outros Benefícios Assistenciais

Despesas com: Auxílio-Funeral devido à família do servidor ou do militar falecido na atividade, ou aposentado, ou a terceiro que custear, comprovadamente, as despesas com o funeral do ex-servidor ou do ex-militar; Auxílio-Reclusão devido à família do servidor ou do militar afastado por motivo de prisão; Auxílio-Natalidade devido à servidora ou militar, cônjuge ou companheiro servidor público ou militar por motivo de nascimento de filho; Auxílio-Creche ou Assistência Pré-Escolar e Auxílio-Invalidez pagos diretamente ao servidor ou militar. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 09 - Salário-Família

Benefício pecuniário devido aos dependentes econômicos do servidor estatutário. Não inclui os servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, os quais são pagos à conta do plano de benefícios da previdência social. 09 - Salário-Família

Benefício pecuniário devido aos dependentes econômicos do militar ou do servidor, exclusive os regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, os quais são pagos à conta do plano de benefícios da previdência social. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 10 - Outros Benefícios de Natureza Social

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Despesas com abono PIS/PASEP e Seguro-Desemprego, em cumprimento aos §§ 3o e 4o do

Art. 239 da Constituição Federal. 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

Despesas com: Vencimento; Salário Pessoal Permanente; Vencimento ou Salário de Cargos de Confiança; Vencimento do Pessoal em Disponibilidade Remunerada; Gratificação Adicional Pessoal Disponível; Representação Mensal; Gratificação de Interiorização; Gratificação de Dedicação Exclusiva; Gratificação de Regência de Classe; Retribuição Básica (Vencimentos ou Salário no Exterior); Diferenças Individuais Permanentes; Adicional de Insalubridade; Gratificação pela Chefia ou Coordenação de Curso de Área ou Equivalente; Gratificação por Produção Suplementar; Gratificação por Trabalho de Raios X ou Substâncias Radioativas; Adicionais de Periculosidade; Férias Antecipadas de Pessoal Permanente; Aviso Prévio (cumprido); Férias Vencidas e Proporcionais; Férias Indenizadas (Férias em dobro e abono pecuniário); Parcela Incorporada (ex-quintos e ex-décimos); Gratificação pela Chefia de Departamento, Divisão ou Equivalente; Adiantamento do 13o Salário; 13o Salário Proporcional; Incentivo Funcional - Sanitarista; Gratificação de Direção Geral ou Direção (Magistério de lo e 2o Graus); Gratificação de Função-Magistério Superior; Gratificação de Atendimento e Habilitação Previdenciários; Gratificação Especial de Localidade; Aviso Prévio Indenizado; Gratificação de Desempenho das Atividades Rodoviárias; Gratificação da Atividade de Fiscalização do Trabalho; Gratificação de Engenheiro Agrônomo; Vantagens Pecuniárias de Ministro de Estado; Gratificação de Natal; Gratificação de Estímulo à Fiscalização e Arrecadação aos Fiscais de Contribuições da Previdência e de Tributos Federais; Gratificação por Encargo de Curso ou de Concurso; Gratificação de Produtividade do Ensino; Licença-Prêmio por assiduidade; Adicional Noturno; Adicional de Férias 1/3 (Art. 7o, item XVII, da Constituição); Indenização de Habilitação Policial; Gratificação de Habilitação Profissional; Abono Provisório; Gratificação de Atividade; pró-labore de Procuradores; Gratificação de Representação de Gabinete; e outras correlatas. 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

Despesas com: Vencimento; Salário Pessoal Permanente; Vencimento ou Salário de Cargos de Confiança; Subsídios; Vencimento do Pessoal em Disponibilidade Remunerada; Gratificações, tais como: Gratificação Adicional Pessoal Disponível; Gratificação de Interiorização; Gratificação de Dedicação Exclusiva; Gratificação de Regência de Classe; Gratificação pela Chefia ou Coordenação de Curso de Área ou Equivalente; Gratificação por Produção Suplementar; Gratificação por Trabalho de Raios X ou Substâncias Radioativas; Gratificação pela Chefia de Departamento, Divisão ou Equivalente; Gratificação de Direção Geral ou Direção (Magistério de lo e 2o Graus); Gratificação de Função-Magistério Superior; Gratificação de Atendimento e Habilitação Previdenciários; Gratificação Especial de Localidade; Gratificação de Desempenho das Atividades Rodoviárias; Gratificação da Atividade de Fiscalização do Trabalho; Gratificação de Engenheiro Agrônomo; Gratificação de Natal; Gratificação de Estímulo à Fiscalização e Arrecadação de Contribuições e de Tributos; Gratificação por Encargo de Curso ou de Concurso; Gratificação de Produtividade do Ensino; Gratificação de Habilitação Profissional; Gratificação de Atividade; Gratificação de Representação de Gabinete; Adicional de Insalubridade; Adicional Noturno; Adicional de Férias 1/3 (Art. 7o, item XVII, da Constituição); Adicionais de Periculosidade; Representação Mensal; Licença-Prêmio por assiduidade; Retribuição Básica (Vencimentos ou Salário no Exterior); Diferenças Individuais Permanentes; Vantagens Pecuniárias de Ministro de Estado, de Secretário de Estado e de Município; Férias Antecipadas de Pessoal Permanente; Aviso Prévio (cumprido); Férias Vencidas e Proporcionais; Parcela Incorporada (ex-quintos e ex-décimos); Indenização de Habilitação Policial; Adiantamento do 13o Salário; 13o Salário Proporcional; Incentivo Funcional - Sanitarista; Abono Provisório; “Pró-labore” de Procuradores; e outras despesas correlatas de caráter permanente. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar

Despesas com: Soldo; Gratificação de Tempo de Serviço; Gratificação de Habilitação Militar; Gratificação de Compensação Orgânica (Raios X, imersão, mergulho, salto em pára-quedas

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e controle de tráfego aéreo); Gratificação de Atividade Militar; Gratificação de Condição Especial de Trabalho; Adicional de Férias; Adicional Natalino; e demais adicionais e indenizações regulares e eventuais, exceto diárias, previstos na estrutura remuneratória dos militares.

12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar

Despesas com: Soldo; Gratificação de Localidade Especial; Gratificação de Representação; Adicional de Tempo de Serviço; Adicional de Habilitação; Adicional de Compensação Orgânica ; Adicional Militar; Adicional de Permanência; Adicional de Férias; Adicional Natalino; e outras despesas correlatas, de caráter permanente, previstas na estrutura remuneratória dos militares; (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 13 - Obrigações Patronais Despesas com encargos que a administração tem pela sua condição de empregadora, e resultantes de pagamento de pessoal, tais como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e contribuições para Institutos de Previdência. 14 - Diárias - Civil

Cobertura de despesas de alimentação, pousada e locomoção urbana, com o servidor público estatutário ou celetista que se deslocar de sua sede em objeto de serviço, em caráter eventual ou transitório, entendido como sede o Município onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício em caráter permanente. 15 - Diárias - Militar

Despesas decorrentes do deslocamento do militar da sede de sua unidade por motivo de serviço, destinadas à indenização das despesas de alimentação e pousada. 16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil

Despesas relacionadas às atividades do cargo/emprego ou função do servidor, e cujo pagamento só se efetua em circunstâncias específicas, tais como: hora-extra; substituições; e outras despesas da espécie, decorrentes do pagamento de pessoal dos órgãos e entidades da administração direta e indireta. 17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar

Despesas eventuais, exceto diárias, devidas em virtude do exercício da atividade militar. 17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar

Despesas eventuais, de natureza remuneratória, devidas em virtude do exercício da atividade militar, exceto aquelas classificadas em elementos de despesas específicos; (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 18 - Auxílio Financeiro a Estudantes

Despesa com ajuda financeira concedida pelo Estado a estudantes comprovadamente carentes, e concessão de auxílio para o desenvolvimento de estudos e pesquisas de natureza científica, realizadas por pessoas físicas na condição de estudante, observado o disposto no Art. 26 da Lei Complementar no 101, de 2000. 19 – Auxílio-Fardamento

Despesas com o auxílio-fardamento, pago diretamente ao servidor ou militar.

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20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores

Apoio financeiro concedido a pesquisadores, individual ou coletivamente, exceto na condição de estudante, no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas, nas suas mais diversas modalidades, observado o disposto no Art. 26 da Lei Complementar no 101, de 2000. 21 - Juros sobre a Dívida por Contrato

Despesas com juros referentes a operações de crédito efetivamente contratadas. 22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

Despesas com outros encargos da dívida pública contratada, tais como: taxas, comissões bancárias, prêmios, imposto de renda e outros encargos. 23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária

Despesas com a remuneração real devida pela aplicação de capital de terceiros em títulos públicos. 24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

Despesas com outros encargos da dívida mobiliária, tais como: comissão, corretagem, seguro, etc. 25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita

Despesas com o pagamento de encargos da dívida pública, inclusive os juros decorrentes de operações de crédito por antecipação da receita, conforme Art. 165, § 8o, da Constituição. 26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária

Despesas com a cobertura do resultado negativo do Banco Central do Brasil, como autoridade monetária, apurado em balanço, nos termos da legislação vigente. 27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares

Despesas que a administração é compelida a realizar em decorrência da honra de avais, garantias, seguros, fianças e similares concedidos. 28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos

Encargos decorrentes da remuneração de cotas de fundos autárquicos, à semelhança de dividendos, em razão dos resultados positivos desses fundos. 30 - Material de Consumo

Despesas com álcool automotivo; gasolina automotiva; diesel automotivo; lubrificantes automotivos; combustível e lubrificantes de aviação; gás engarrafado; outros combustíveis e lubrificantes; material biológico, farmacológico e laboratorial; animais para estudo, corte ou abate; alimentos para animais; material de coudelaria ou de uso zootécnico; sementes e mudas de plantas; gêneros de alimentação; material de construção para reparos em imóveis; material de manobra e patrulhamento; material de proteção, segurança, socorro e sobrevivência; material de expediente; material de cama e mesa, copa e cozinha, e produtos de higienização; material gráfico e de processamento de dados; aquisição de disquete; material para esportes e diversões; material para fotografia e filmagem; material para instalação elétrica e eletrônica; material para manutenção, reposição e aplicação; material odontológico, hospitalar e ambulatorial; material químico; material para telecomunicações; vestuário, fardamento, tecidos e aviamentos; material de acondicionamento e embalagem; suprimento de proteção ao vôo; suprimento de aviação; sobressalentes de máquinas e motores de navios e esquadra; explosivos e munições e outros materiais de uso não-duradouro.

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30 - Material de Consumo

Despesas com álcool automotivo; gasolina automotiva; diesel automotivo; lubrificantes automotivos; combustível e lubrificantes de aviação; gás engarrafado; outros combustíveis e lubrificantes; material biológico, farmacológico e laboratorial; animais para estudo, corte ou abate; alimentos para animais; material de coudelaria ou de uso zootécnico; sementes e mudas de plantas; gêneros de alimentação; material de construção para reparos em imóveis; material de manobra e patrulhamento; material de proteção, segurança, socorro e sobrevivência; material de expediente; material de cama e mesa, copa e cozinha, e produtos de higienização; material gráfico e de processamento de dados; aquisição de disquete; material para esportes e diversões; material para fotografia e filmagem; material para instalação elétrica e eletrônica; material para manutenção, reposição e aplicação; material odontológico, hospitalar e ambulatorial; material químico; material para telecomunicações; vestuário, uniformes, fardamento, tecidos e aviamentos; material de acondicionamento e embalagem; suprimento de proteção ao vôo; suprimento de aviação; sobressalentes de máquinas e motores de navios e esquadra; explosivos e munições; bandeiras, flâmulas e insígnias e outros materiais de uso não-duradouro. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras

Despesas com a aquisição de prêmios, condecorações, medalhas, troféus, etc, bem como com

o pagamento de prêmios em pecúnia, inclusive decorrentes de sorteios lotéricos. (INCLUÍDO CONFORME O ART. 3º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 32 - Material de Distribuição Gratuita

Despesas com aquisição de materiais para distribuição gratuita, tais como: prêmios e condecorações; medalhas, troféus; livros didáticos; medicamentos e outros materiais que possam ser distribuídos gratuitamente. 32 - Material de Distribuição Gratuita

Despesas com aquisição de materiais para distribuição gratuita, tais como livros didáticos, medicamentos, gêneros alimentícios e outros materiais ou bens que possam ser distribuídos gratuitamente, exceto se destinados a premiações culturais, artísticas, científicas, desportivas e outras; (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL, N.º 325 DE 27/08/2001) 33 - Passagens e Despesas com Locomoção

Despesas com aquisição de passagens (aéreas, terrestres, fluviais ou marítimas), taxas de embarque, seguros, fretamento, locação ou uso de veículos para transporte de pessoas e suas respectivas bagagens e mudanças em objeto de serviço. 33 - Passagens e Despesas com Locomoção

Despesas com aquisição de passagens (aéreas, terrestres, fluviais ou marítimas), taxas de embarque, seguros, fretamento, pedágios, locação ou uso de veículos para transporte de pessoas e suas respectivas bagagens em decorrência de mudanças de domicílio no interesse da administração. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização

Despesas relativas à mão-de-obra, constantes dos contratos de terceirização, que sejam

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inerentes a categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, classificáveis no grupo de despesa “1 - Pessoal e Encargos Sociais”, em obediência ao disposto no Art. 18, § 1o, da Lei Complementar no 101, de 2000. Quando a mão-de-obra envolver categorias funcionais em extinção a despesa será classificada nos mesmos elementos das demais despesas do contrato e no grupo de despesa “3 - Outras Despesas Correntes”. 34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização

Despesas relativas à mão-de-obra, constantes dos contratos de terceirização, classificáveis no

grupo de despesa “1 - Pessoal e Encargos Sociais”, em obediência ao disposto no Art. 18, § 1o, da Lei Complementar no 101, de 2000. (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 35 - Serviços de Consultoria

Despesas decorrentes de contratos com pessoas físicas ou jurídicas, prestadoras de serviços nas áreas de consultorias técnicas ou auditorias financeiras ou jurídicas, ou assemelhadas. 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física

Despesas decorrentes de serviços prestados por pessoa física pagos diretamente a esta e não enquadrados nos elementos de despesa específicos, tais como: remuneração de serviços de natureza eventual, prestado por pessoa física sem vínculo empregatício; estagiários, monitores diretamente contratados; diárias a colaboradores eventuais; locação de imóveis; salário de internos nas penitenciárias; e outras despesas pagas diretamente à pessoa física. 37 - Locação de Mão-de-Obra

Despesas com prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãos públicos, tais como limpeza e higiene, vigilância ostensiva e outros, nos casos em que o contrato especifique o quantitativo físico do pessoal a ser utilizado. 38 - Arrendamento Mercantil

Despesas com a locação de equipamentos e bens móveis, com opção de compra ao final do contrato. 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

Despesas com prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãos públicos, tais como: assinaturas de jornais e periódicos; tarifas de energia elétrica, gás, água e esgoto; serviços de comunicação (telefone, telex, correios, etc.); fretes e carretos; pedágio; locação de imóveis (inclusive despesas de condomínio e tributos à conta do locatário, quando previstos no contrato de locação); locação de equipamentos e materiais permanentes; conservação e adaptação de bens imóveis; seguros em geral (exceto os decorrentes de obrigação patronal); serviços de asseio e higiene; serviços de divulgação, impressão, encadernação e emolduramento; serviços funerários; despesas com congressos, simpósios, conferências ou exposições; despesas miúdas de pronto pagamento; vale-transporte; vale-refeição; auxílio-creche (exclusive a indenização a servidor); software; habilitação de telefonia fixa e móvel celular; e outros congêneres. 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

Despesas decorrentes da prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãos públicos, tais como: assinaturas de jornais e periódicos; tarifas de energia elétrica, gás, água e esgoto; serviços de comunicação (telefone, telex, correios, etc.); fretes e carretos; locação de imóveis (inclusive despesas de condomínio e tributos à conta do locatário, quando previstos no contrato de locação); locação de equipamentos e materiais permanentes; conservação e adaptação de bens imóveis; seguros em geral (exceto os decorrentes de obrigação patronal); serviços de asseio e higiene; serviços de divulgação, impressão, encadernação e emolduramento; serviços funerários; despesas

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com congressos, simpósios, conferências ou exposições; vale-transporte; vale-refeição; auxílio-creche (exclusive a indenização a servidor); software; habilitação de telefonia fixa e móvel celular; e outros congêneres. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 41 - Contribuições

Despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens e serviços e não seja reembolsável pelo recebedor, bem como as destinadas a atender a despesas de manutenção de outras entidades de direito público ou privado, observado, respectivamente, o disposto nos arts. 25 e 26 da Lei Complementar no 101, de 2000. 41 - Contribuições

Despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens e serviços e não seja reembolsável pelo recebedor, inclusive as destinadas a atender a despesas de manutenção de outras entidades de direito público ou privado, observado o disposto na legislação vigente. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 42 - Auxílios

Despesas destinadas a atender a despesas de investimentos ou inversões financeiras de outras esferas de governo ou de entidades privadas sem fins lucrativos, observado, respectivamente, o disposto nos arts. 25 e 26 da Lei Complementar no 101, de 2000. 43 - Subvenções Sociais

Cobertura de despesas de instituições privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa, de acordo com os arts. 16, parágrafo único, e 17 da Lei no 4.320, de 1964, observado o disposto no Art. 26 da Lei Complementar no 101, de 2000. 45 - Equalização de Preços e Taxas

Despesas para cobrir a diferença entre os preços de mercado e o custo de remissão de gêneros alimentícios ou outros bens, bem como a cobertura do diferencial entre níveis de encargos praticados em determinados financiamentos governamentais e os limites máximos admissíveis para efeito de equalização. 46 - Auxílio-Alimentação

Despesas com auxílio-alimentação pago em pecúnia diretamente aos servidores públicos federais civis ativos ou empregados da Administração Pública direta e indireta, inclusive de caráter indenizatório. 46 - Auxílio-Alimentação

Despesas com auxílio-alimentação pago em pecúnia diretamente aos militares e servidores ou empregados da Administração Pública direta e indireta . (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 47 - Obrigações Tributárias e Contributivas

Despesas decorrentes do pagamento de tributos e contribuições sociais e econômicas (Imposto de Renda, ICMS, IPVA, IPTU, Taxa de Limpeza Pública, COFINS, PIS/PASEP, CPMF, etc.), exceto as incidentes sobre a folha de salários, classificadas como obrigações patronais, bem como os encargos resultantes do pagamento com atraso das obrigações de que trata este elemento de

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despesa. 48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas

Despesas com a concessão de auxílio financeiro diretamente a pessoas físicas, sob as mais diversas modalidades, tais como ajuda ou apoio financeiro e subsídio ou complementação na aquisição de bens, não classificados explicita ou implicitamente em outros elementos de despesa, observado o disposto no Art. 26 da Lei Complementar no 101, de 2000. 49 - Auxílio-Transporte

Despesa com Auxílio-Transporte pago em pecúnia, de natureza jurídica indenizatória, destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual pelos servidores e empregados, nos deslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa, ou trabalho-trabalho nos casos de acumulação lícita de cargos ou empregos. 49 - Auxílio-Transporte

Despesas com auxílio-transporte pago em pecúnia diretamente aos militares, servidores ou empregados da Administração Pública direta e indireta, destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual nos deslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa, ou trabalho-trabalho nos casos de acumulação lícita de cargos ou empregos. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 51 - Obras e Instalações

Despesas com estudos e projetos; início, prosseguimento e conclusão de obras; pagamento de pessoal temporário não pertencente ao quadro da entidade e necessário à realização das mesmas; pagamento de obras contratadas; instalações que sejam incorporáveis ou inerentes ao imóvel, tais como: elevadores, aparelhagem para ar condicionado central, etc. 52 - Equipamentos e Material Permanente

Despesas com aquisição de aeronaves; aparelhos de medição; aparelhos e equipamentos de comunicação; aparelhos, equipamentos e utensílios médico, odontológico, laboratorial e hospitalar; aparelhos e equipamentos para esporte e diversões; aparelhos e utensílios domésticos; armamentos; bandeiras, flâmulas e insígnias; coleções e materiais bibliográficos; embarcações, equipamentos de manobra e patrulhamento; equipamentos de proteção, segurança, socorro e sobrevivência; instrumentos musicais e artísticos; máquinas, aparelhos e equipamentos de uso industrial; máquinas, aparelhos e equipamentos gráficos e equipamentos diversos; máquinas, aparelhos e utensílios de escritório; máquinas, ferramentas e utensílios de oficina; máquinas, tratores e equipamentos agrícolas, rodoviários e de movimentação de carga; mobiliário em geral; obras de arte e peças para museu; semoventes; veículos diversos; veículos ferroviários; veículos rodoviários; outros materiais permanentes. 52 - Equipamentos e Material Permanente

Despesas com aquisição de aeronaves; aparelhos de medição; aparelhos e equipamentos de comunicação; aparelhos, equipamentos e utensílios médico, odontológico, laboratorial e hospitalar; aparelhos e equipamentos para esporte e diversões; aparelhos e utensílios domésticos; armamentos; coleções e materiais bibliográficos; embarcações, equipamentos de manobra e patrulhamento; equipamentos de proteção, segurança, socorro e sobrevivência; instrumentos musicais e artísticos; máquinas, aparelhos e equipamentos de uso industrial; máquinas, aparelhos e equipamentos gráficos e equipamentos diversos; máquinas, aparelhos e utensílios de escritório; máquinas, ferramentas e utensílios de oficina; máquinas, tratores e equipamentos agrícolas, rodoviários e de movimentação de carga; mobiliário em geral; obras de arte e peças para museu; semoventes; veículos diversos; veículos ferroviários; veículos rodoviários; outros materiais permanentes.

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(ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 61- Aquisição de Imóveis

Despesas com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização de obras ou para sua pronta utilização. 62 - Aquisição de Produtos para Revenda

Despesas com a aquisição de bens destinados à venda futura. 63 - Aquisição de Títulos de Crédito

Despesas com a aquisição de títulos de crédito não representativos de quotas de capital de empresas. 64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado

Despesas com a aquisição de ações ou quotas de qualquer tipo de sociedade, desde que tais títulos não representem constituição ou aumento de capital. 65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas

Despesas com a constituição ou aumento de capital de empresas industriais, agrícolas, comerciais ou financeiras, mediante subscrição de ações representativas do seu capital social. 66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos

Concessão de qualquer empréstimo ou financiamento, inclusive bolsas de estudo reembolsáveis. 67 - Depósitos Compulsórios

Depósitos compulsórios exigidos por legislação específica, ou determinados por decisão judicial. 71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado

Despesas com a amortização efetiva do principal da dívida pública contratual, interna e externa. 72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado

Despesas com a amortização efetiva do valor nominal do título da dívida pública mobiliária, interna e externa. 73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada

Despesas decorrentes da atualização do valor do principal da dívida contratual, interna e externa, efetivamente amortizado. 74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada

Despesas decorrentes da atualização do valor nominal do título da dívida pública mobiliária, efetivamente amortizado. 75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação de Receita

Correção Monetária da Dívida decorrente de operação de crédito por antecipação de receita.

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76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado

Despesas com o refinanciamento do principal da dívida pública mobiliária, interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com recursos provenientes da emissão de novos títulos da dívida pública mobiliária. 77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado

Despesas com o refinanciamento do principal da dívida pública contratual, interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com recursos provenientes da emissão de títulos da dívida pública mobiliária. 81 - Distribuição de Receitas

Despesas decorrentes da entrega a outras esferas de governo de receitas tributárias, de contribuições e de outras receitas vinculadas, de competência do órgão transferidor, prevista na legislação vigente. 81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas

Despesas decorrentes da transferência a outras esferas de governo de receitas tributárias, de contribuições e de outras receitas vinculadas, prevista na Constituição ou em leis específicas, cuja competência de arrecadação é do órgão transferidor. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 91 - Sentenças Judiciais Despesas resultantes de:

a) pagamento de precatórios, em cumprimento ao disposto no Art. 100 e seus parágrafos da Constituição, e no Art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT;

b) cumprimento de sentenças judiciais, transitadas em julgado, de empresas públicas e sociedades de economia mista, integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social;

c) cumprimento de sentenças judiciais, transitadas em julgado, de pequeno valor, na forma definida em lei, nos termos do § 3o do Art. 100 da Constituição; e

d) cumprimento de decisões judiciais, proferidas em Mandados de Segurança e Medidas Cautelares, referentes a vantagens pecuniárias concedidas e ainda não incorporadas em caráter definitivo às remunerações dos beneficiários. 92 - Despesas de Exercícios Anteriores

Cumprimento do Art. 37 da Lei no 4.320, de 1964, que dispõe:

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagas à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica”.

93 - Indenizações e Restituições

Despesas com indenizações, exclusive as trabalhistas, e restituições, devidas por órgãos e entidades a qualquer título, inclusive indenização de transporte, indenização de moradia e ajuda de custo devidas aos militares e servidores e empregados civis e devolução de receitas quando não for

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possível efetuar essa restituição mediante a compensação com a receita correspondente. 93 - Indenizações e Restituições

Despesas com indenizações, exclusive as trabalhistas, e restituições, devidas por órgãos e entidades a qualquer título, inclusive devolução de receitas quando não for possível efetuar essa devolução mediante a compensação com a receita correspondente, bem como outras despesas de natureza indenizatória não classificadas em elementos de despesas específicos. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas

Despesas de natureza salarial resultantes do pagamento efetuado a servidores públicos civis e empregados de entidades integrantes da administração pública, em função da perda da condição de servidor ou empregado, inclusive pela participação em programa de desligamento voluntário, bem como a restituição de valores descontados indevidamente, quando não for possível efetuar essa restituição mediante compensação com a receita correspondente. 94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas

Despesas de natureza remuneratória resultantes do pagamento efetuado a servidores públicos civis e empregados de entidades integrantes da administração pública, inclusive férias e aviso prévio indenizados, multas e contribuições incidentes sobre os depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, etc, em função da perda da condição de servidor ou empregado, podendo ser em decorrência da participação em programa de desligamento voluntário, bem como a restituição de valores descontados indevidamente, quando não for possível efetuar essa restituição mediante compensação com a receita correspondente. (ALTERADO CONFORME INCISO III, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001) 95 – Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo

Despesas com indenizações devidas aos servidores que se afastarem de seu local de trabalho, sem direito à percepção de diárias, para execução de trabalhos de campo, tais como os de campanha de combate e controle de endemias; marcação, inspeção e manutenção de marcos decisórios; topografia, pesquisa, saneamento básico, inspeção e fiscalização de fronteiras internacionais. 96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado

Ressarcimento das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem quando o servidor pertencer a outras esferas de governo ou a empresas estatais não-dependentes e optar pela remuneração do cargo efetivo, nos termos das normas vigentes. 99 - A Classificar

Elemento transitório que deverá ser utilizado enquanto se aguarda a classificação em elemento específico, vedada a sua utilização na execução orçamentária.

A=EXO III

DISCRIMI=AÇÃO DAS =ATUREZAS DE DESPESA DESCRIÇÃO

3.0.00.00.00 DESPESAS CORRE=TES

3.1.00.00.00 PESSOAL E E=CARGOS SOCIAIS

3.1.30.00.00 Transferências a Estados e ao Distrito Federal

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3.1.30.41.00 Contribuições 3.1.80.00.00 Transferências ao Exterior 3.1.80.04.00 Contratação por Tempo Determinado 3.1.80.34.00 Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Terceirização

Outras Despesas de Pessoal Decorrentes de Contratos de Terceirização (ALTERADO CONFORME ART. 5º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 325, DE 27/08/2001)

3.1.90.00.00 Aplicações Diretas

3.1.90.01.00 Aposentadorias e Reformas

3.1.90.03.00 Pensões 3.1.90.04.00 Contratação por Tempo Determinado 3.1.90.07.00 Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência 3.1.90.09.00 Salário-Família 3.1.90.11.00 Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 3.1.90.12.00 Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar

3.1.90.13.00 Obrigações Patronais

3.1.90.16.00 Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil 3.1.90.17.00 Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar

3.1.90.34.00 Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de

Terceirização

3.1.90.67.00 Depósitos Compulsórios

3.1.90.91.00 Sentenças Judiciais 3.1.90.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 3.1.90.94.00 Indenizações Restituições Trabalhistas

3.1.90.96.00 Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado

3.1.99.00.00 A Definir

3.1.99.99.00 A Classificar 3.2.00.00.00 JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 3.2.90.00.00 Aplicações Diretas 3.2.90.21.00 Juros sobre a Dívida por Contrato 3.2.90.22.00 Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 3.2.90.23.00 Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária 3.2.90.24.00 Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária 3.2.90.25.00 Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita 3.2.90.91.00 Sentenças Judiciais 3.2.90.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores

3.2.90.93.00 Indenizações e Restituições

3.2.99.00.00 A Definir

3.2.99.99.00 A Classificar 3.3.00.00.00 OUTRAS DESPESAS CORRENTES

3.3.20.00.00 Transferências à União

3.3.20.14.00 Diárias - Civil

3.3.20.30.00 Material de Consumo

3.3.20.35.00 Serviços de Consultoria

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3.3.20.36.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 3.3.20.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 3.3.20.41.00 Contribuições 3.3.30.00.00 Transferências a Estados e ao Distrito Federal 3.3.30.14.00 Diárias - Civil

3.3.30.30.00 Material de Consumo

3.3.30.35.00 Serviços de Consultoria 3.3.30.36.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 3.3.30.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 3.3.30.41.00 Contribuições 3.3.30.43.00 Subvenções Sociais 3.3.30.81.00 Distribuição de Receitas 3.3.30.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 3.3.30.93.00 Indenizações e Restituições 3.3.40.00.00 Transferências a Municípios 3.3.40.30.00 Material de Consumo 3.3.40.35.00 Serviços de Consultoria 3.3.40.36.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 3.3.40.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 3.3.40.41.00 Contribuições 3.3.40.43.00 Subvenções Sociais 3.3.40.81.00 Distribuição de Receitas 3.3.40.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 3.3.40.93.00 Indenizações e Restituições 3.3.50.00.00 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 3.3.50.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 3.3.50.41.00 Contribuições 3.3.50.43.00 Subvenções Sociais 3.3.50.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 3.3.60.00.00 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

3.3.60.41.00 Contribuições

3.3.70.00.00 Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais 3.3.70.41.00 Contribuições 3.3.80.00.00 Transferências ao Exterior 3.3.80.04.00 Contratação por Tempo Determinado 3.3.80.14.00 Diárias - Civil 3.3. 80.30.00 Material de Consumo 3.3. 80.33.00 Passagens e Despesas com Locomoção 3.3. 80.35.00 Serviços de Consultoria 3.3. 80.36.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 3.3. 80.37.00 Locação de Mão-de-Obra 3.3. 80.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 3.3. 80.41.00 Contribuições 3.3. 80.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 3.3.90.00.00 Aplicações Diretas 3.3.90.01.00 Aposentadorias e Reformas 3.3.90.03.00 Pensões 3.3.90.04.00 Contratação por Tempo Determinado 3.3.90.05.00 Outros Benefícios Previdenciários 3.3.90.06.00 Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 3.3.90.08.00 Outros Benefícios Assistenciais 3.3.90.09.00 Salário-Família 3.3.90.10.00 Outros Benefícios de Natureza Social 3.3.90.14.00 Diárias - Civil

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3.3.90.15.00 Diárias - Militar 3.3.90.18.00 Auxílio Financeiro a Estudantes 3.3.90.19.00 Auxílio-Fardamento 3.3.90.20.00 Auxílio Financeiro a Pesquisadores 3.3.90.26.00 Obrigações decorrentes de Política Monetária 3.3.90.27.00 Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares 3.3.90.28.00 Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos 3.3.90.30.00 Material de Consumo 3.3.90.32.00 Material de Distribuição Gratuita 3.3.90.33.00 Passagens e Despesas com Locomoção 3.3.90.35.00 Serviços de Consultoria 3.3.90.36.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 3.3.90.37.00 Locação de Mão-de-Obra 3.3.90.38.00 Arrendamento Mercantil 3.3.90.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 3.3.90.45.00 Equalização de Preços e Taxas 3.3.90.46.00 Auxílio-Alimentação 3.3.90.47.00 Obrigações Tributárias e Contributivas 3.3.90.48.00

Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas

3.3.90.49.00 Auxílio-Transporte 3.3.90.67.00 Depósitos Compulsórios 3.3.90.91.00 Sentenças Judiciais 3.3.90.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 3.3.90.93.00 Indenizações e Restituições 3.3.90.95.00 Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo

3.3.99.00.00 A Definir

3.3.99.99.00 A Classificar

4.0.00.00.00 DESPESAS DE CAPITAL

4.4.00.00.00 I=VESTIME=TOS

4.4.20.00.00 Transferências à União 4.4.20.41.00 Contribuições 4.4.20.42.00 Auxílios 4.4.20.51.00 Obras e Instalações 4.4.20.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4.4.20.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 4.4.20.93.00 Indenizações e Restituições 4.4.30.00.00 Transferências a Estados e ao Distrito Federal 4.4.30.41.00 Contribuições 4.4.30.42.00 Auxílios 4.4.30.51.00 Obras e Instalações 4.4.30.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4.4.30.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 4.4.30.93.00 Indenizações e Restituições 4.4.40.00.00 Transferências a Municípios 4.4.40.41.00 Contribuições 4.4.40.42.00 Auxílios 4.4.40.51.00 Obras e Instalações 4.4.40.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4.4.40.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores

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4.4.50.00.00 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 4.4.50.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 4.4.50.41.00 Contribuições 4.4.50.42.00 Auxílios 4.4.50.51.00 Obras e Instalações 4.4.50.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4.4.60.00.00 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

4.4.60.41.00 Contribuições

4.4.70.00.00 Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais 4.4.70.41.00 Contribuições 4.4.70.42.00 Auxílios 4.4.80.00.00 Transferências ao Exterior

4.4.80.41.00 Contribuições

4.4.80.42.00 Auxílios

4.4. 80.51.00 Obras e Instalações 4.4. 80.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4.4.90.00.00 Aplicações Diretas 4.4.90.04.00 Contratação por Tempo Determinado 4.4.90.14.00 Diárias - Civil 4.4.90.17.00 Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar 4.4.90.20.00 Auxílio Financeiro a Pesquisadores 4.4.90.30.00 Material de Consumo

4.4.90.33.00 Passagens e Despesas com Locomoção

4.4.90.35.00 Serviços de Consultoria 4.4.90.36.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física

4.4.90.37.00 Locação de Mão-de-Obra

4.4.90.39.00 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

4.4.90.51.00 Obras e Instalações

4.4.90.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4.4.90.61.00 Aquisição de Imóveis 4.4.90.91.00 Sentenças Judiciais 4.4.90.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 4.4.90.93.00 Indenizações e Restituições

4.4.99.00.00 A Definir

4.4.99.99.00 A Classificar 4.5.00.00.00 INVERSÕES FINANCEIRAS 4.5.30.00.00 Transferências a Estados e ao Distrito Federal

4.5.30.41.00 Contribuições

4.5.30.42.00 Auxílios 4.5.30.61.00 Aquisição de Imóveis 4.5.30.64.00 Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado 4.5.30.65.00 Constituição ou Aumento de Capital de Empresas 4.5.30.66.00 Concessão de Empréstimos e Financiamentos 4.5.40.00.00 Transferências a Municípios

4.5.40.41.00 Contribuições

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4.5.40.42.00 Auxílios

4.5.40.64.00 Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado 4.5.40.66.00 Concessão de Empréstimos e Financiamentos 4.5.50.00.00 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 4.5.50.66.00 Concessão de Empréstimos e Financiamentos

4.5.80.00.00 Transferências ao Exterior

4.5.80.66.00 Concessão de Empréstimos e Financiamentos 4.5.90.00.00 Aplicações Diretas 4.5.90.61.00 Aquisição de Imóveis 4.5.90.62.00 Aquisição de Produtos para Revenda 4.5.90.63.00 Aquisição de Títulos de Crédito 4.5.90.64.00 Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado 4.5.90.65.00 Constituição ou Aumento de Capital de Empresas 4.5.90.66.00 Concessão de Empréstimos e Financiamentos 4.5.90.67.00 Depósitos Compulsórios 4.5.90.91.00 Sentenças Judiciais

4.5.90.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores

4.5.90.93.00 Indenizações e Restituições

4.5.99.00.00 A Definir

4.5.99.99.00 A Classificar 4.6.00.00.00 AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 4.6.90.00.00 Aplicações Diretas 4.6.90.71.00 Principal da Dívida Contratual Resgatado 4.6.90.72.00 Principal da Dívida Mobiliária Resgatado 4.6.90.73.00 Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada 4.6.90.74.00 Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada 4.6.90.75.00 Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da

Receita 4.6.90.76.00 Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado 4.6.90.77.00 Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado 4.6.90.91.00 Sentenças Judiciais 4.6.90.92.00 Despesas de Exercícios Anteriores 4.6.90.93.00 Indenizações e Restituições

4.6.99.00.00 A Definir

4.6.99.99.00 A Classificar 9.9.99.99.99 Reserva de Contingência