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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL NÚCLEO DE PESQUISA EM CONSTRUÇÃO LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES USOS FINAIS DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS: ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS - SC Bolsista: PAULINE CRISTIANE KAMMERS Coordenador do Projeto: ROBERTO LAMBERTS, PhD Orientador: ENEDIR GHISI, PhD Florianópolis, 30 de julho de 2004

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

NÚCLEO DE PESQUISA EM CONSTRUÇÃO

LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES

USOS FINAIS DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS:

ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS - SC

Bolsista: PAULINE CRISTIANE KAMMERS

Coordenador do Projeto: ROBERTO LAMBERTS, PhD

Orientador: ENEDIR GHISI, PhD

Florianópolis, 30 de julho de 2004

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USOS FINAIS DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS:

ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS - SC

______________________________________________

Pauline Cristiane Kammers Bolsista

______________________________________________

Roberto Lamberts, PhD Coordenador do Projeto

______________________________________________

Enedir Ghisi, PhD Orientador

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RESUMO

No Brasil, não existem levantamentos de usos finais de água em prédios do setor público.

No entanto, esse levantamento se faz necessário quando se deseja implantar um programa de

economia de água, pois torna possível conhecer os consumos específicos de água no edifício e,

conseqüentemente, localizar os dispositivos que originam maiores consumos de água. Este

trabalho tem por objetivo detectar os usos finais de água em edifícios do setor público. As

análises foram realizadas em 10 edifícios situados na cidade de Florianópolis - SC. Primeiramente,

foram feitos levantamentos de consumo de água mensal dos respectivos prédios na

concessionária local (CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento). Através de

algumas visitas, realizaram-se levantamentos dos dispositivos sanitários, relatando características

como: vazão, marca e modelo. Foram feitas entrevistas aos usuários dos edifícios, que relataram

seus hábitos em relação ao uso da água. Esses levantamentos possibilitaram calcular o consumo

de água no prédio, a partir da vazão estimada e do período de uso de cada dispositivo.

Comparando-se os consumos (medido e estimado) buscou-se detectar a diferença encontrada

através de análises de sensibilidade dos valores fornecidos nas entrevistas e, quando possível, de

testes de vazamentos não visíveis. Com a inexistência de vazamentos, atribuiu-se a diferença

entre consumos para o dispositivo de maior sensibilidade, que na maioria dos casos ocorreu nos

vasos sanitários. Os usos finais foram calculados em porcentagem, comparando os consumos

específicos estimados com o consumo total de água fornecido pela CASAN. Nos 10 edifícios

estudados obteve-se usos finais variando de 23,0% a 78,8% para vasos sanitários, 14,3% a 47,0%

para mictórios e 5,5% a 31,2% para torneiras. Em 6 edifícios, verificou-se no vaso sanitário o

ponto de maior consumo de água. Nos demais, essa situação ocorreu nos mictórios. Somando os

usos finais de vaso sanitário e mictório para cada edifício, obteve-se valores que variaram de

44,3% a 84,3%, sendo que em 9 edifícios esse valor ficou acima de 60% no período de verão e

em 9 edifícios no inverno. Esses dados indicam a possibilidade de utilização de água pluvial nos

edifícios, visto que os pontos de maior consumo de água (vaso sanitário e mictório) não

necessitam, obrigatoriamente, de água potável.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Nivaldo Kammers e Dagui Costa Kammers pelo amor, educação e a

confiança que sempre depositaram em minhas decisões.

Aos meus irmãos Nivaldo Junior, Joana e Eliziane pelo companheirismo e alegria, o que

torna nossa família tão especial.

Ao meu namorado Luiz Henrique pela compreensão nos momentos de ausência e pela

felicidade que proporciona em minha vida.

À CASAN nas pessoas de Carlos Alberto Coutinho, Leda Freitas Ribeiro e Sônia Maria

Bus pelo excelente atendimento e fornecimento do material necessário a esse trabalho.

Aos entrevistados nos edifícios, pela contribuição fornecida aos levantamentos.

À todos aqueles, em especial aos mais atenciosos, que autorizaram a realização dos

levantamentos nos prédios e forneceram informações necessárias para elaboração deste trabalho.

Ao professor Enedir Ghisi pela orientação, paciência e persistência na conclusão desse

trabalho.

Aos meus amigos e todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram na

conclusão desse desafio.

À DEUS, pela VIDA maravilhosa que tenho, pelas pessoas maravilhosas com quem

convivo e por tudo aquilo de bom que tem proporcionado em minha vida.

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SUMÁRIO

RESUMO ..................................................................................................................................................... ii

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................ iii

SUMÁRIO................................................................................................................................................... iv

LISTA DE TABELAS............................................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................. viii

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1

1.1 Justificativas .................................................................................................................................... 1

1.2 Objetivos ......................................................................................................................................... 2

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................ 2

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................................... 2

1.3 Estrutura do trabalho..................................................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 4

2.1 Disponibilidade mundial de água................................................................................................ 4

2.2 Disponibilidade nacional de água................................................................................................ 6

2.3 O desperdício de água .................................................................................................................. 8

2.4 Consumo de água doméstico........................................................................................................ 10

2.5 Usos finais de água ......................................................................................................................... 11

2.6 Aproveitamento de água de chuva............................................................................................... 13

2.6.1 Aproveitamento de água de chuva no mundo ....................................................................... 14

2.6.2 Aproveitamento de água de chuva no Brasil .......................................................................... 15

2.7 Programas de redução de consumo da água............................................................................... 18

2.7.1 Shopping Iguatemi........................................................................................................................ 18

2.7.2 PURA – Programa de uso racional da água .............................................................................. 19

2.8 Processos de desinfecção de água ................................................................................................ 20

2.8.1 Tratamento de água por destilação .......................................................................................... 20

2.8.2 Desinfecção através de raios ultravioletas............................................................................... 23

2.8.3 Filtros com macrófitas ............................................................................................................... 25

2.9 Dessalinização ................................................................................................................................. 26

3 METODOLOGIA ........................................................................................................................ 28

3.1 Seleção de prédios .......................................................................................................................... 28

3.2 Levantamento de consumo........................................................................................................... 29

3.3 Estimativa de consumo por usos finais....................................................................................... 29

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3.3.1 Entrevistas ................................................................................................................................... 30

3.3.2 Levantamento dos dispositivos ................................................................................................ 31

3.3.3 Estimativa de consumo de água ............................................................................................... 31

3.4 Análise de sensibilidade ................................................................................................................. 33

3.5 Detecção de vazamentos ............................................................................................................... 34

3.6 Estimativa dos usos finais ............................................................................................................. 34

4 RESULTADOS.............................................................................................................................. 35

4.1 Características físicas ...................................................................................................................... 35

4.2 Consumos fornecidos .................................................................................................................... 38

4.2.1 Consumo per capita.................................................................................................................... 41

4.3 Estimativa de consumo por usos finais....................................................................................... 41

4.4 Análise de sensibilidade ................................................................................................................. 45

4.5 Detecção de vazamentos ............................................................................................................... 51

4.6 Estimativa dos usos finais ............................................................................................................. 53

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 60

5.1 Conclusões Gerais .......................................................................................................................... 61

5.2 Limitações do trabalho .................................................................................................................. 61

5.3 Sugestões para trabalhos futuros.................................................................................................. 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................. 62

APÊNDICES............................................................................................................................................. 65

APÊNDICE 1 - Carta de Autorização ................................................................................................... 66

APÊNDICE 2 – Planilhas utilizadas nos levantamentos .................................................................... 68

APÊNDICE 3 – Uso e características dos dispositivos ...................................................................... 71

APÊNDICE 4 – Usos finais .................................................................................................................... 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas nacionais............................................. 7

Tabela 2.2 – Valores médios de perda diária de água em função de vazamento de torneiras ......... 8

Tabela 2.3 – Perda de água em função de vazamento em vasos sanitários......................................... 8

Tabela 2.4 – Valores médios dos resultados das 4 campanhas de medição ...................................... 11

Tabela 2.5 – Uso final de água para consumo doméstico na Suíça .................................................... 11

Tabela 2.6 – Uso final de água para consumo doméstico no Reino Unido ...................................... 12

Tabela 2.7 – Uso final de água para consumo doméstico na Colômbia ............................................ 12

Tabela 2.8 – Uso final de água para consumo doméstico nos E.U.A................................................ 12

Tabela 2.9 – Uso final de água para consumo doméstico.................................................................... 12

Tabela 2.10 – Uso final de água para consumo doméstico em um apartamento da USP............... 13

Tabela 2.11 – Tratamento necessário para diferentes usos de água ................................................... 13

Tabela 2.12 – Variação da qualidade da água de chuva devido à sua coleta ..................................... 14

Tabela 2.13 – Potenciais de economia de água tratada em Antônio Carlos...................................... 18

Tabela 2.14 – Casos de redução de consumo de água em São Paulo................................................. 20

Tabela 3.1 – Edifícios incluídos na análise..............................................................................................29

Tabela 4.1 – Características dos edifícios analisados ............................................................................ 35

Tabela 4.2 – Dispositivos sanitários e formas de utilização de água nos prédios ............................ 37

Tabela 4.3 – Período de troca de equipamentos sanitários nos edifícios .......................................... 38

Tabela 4.4 – Consumos fornecidos adotados e período da leitura..................................................... 40

Tabela 4.5 – Vazões medidas nos dispositivos...................................................................................... 42

Tabela 4.6 – População e porcentagem de homens e mulheres nos edifícios .................................. 43

Tabela 4.7 – Freqüência diária e tempo de uso dos dispositivos. ....................................................... 43

Tabela 4.8 – Atividades consumidoras de água nos edifícios.............................................................. 44

Tabela 4.9 – Consumos de água, medido e estimado, e diferença (erro) entre ambos................... 45

Tabela 4.10 – Variação no consumo mensal obtida do erro de um usuário e de toda a amostra. 50

Tabela 4.11 – Número de vasos testados em cada edifício. ................................................................ 52

Tabela 4.12 – Dispositivos com maior sensibilidade............................................................................ 53

Tabela 4.13 – Uso final de água para mictórios e vasos sanitários e o total par ambos .................. 58

Tabela 4.14 – Consumo de água para fins não potáveis nos 10 prédios analisados ........................ 58

Tabela A3.1 – Dispositivos levantados no edifício do BADESC....................................................... 72

Tabela A3.2– Utilização dos dispositivos no edifício do BADESC................................................... 72

Tabela A3.3 – Dispositivos levantados no edifício da CELESC........................................................ 72

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Tabela A3.4– Utilização dos dispositivos no edifício da CELESC.................................................... 73

Tabela A3.5 - Dispositivos levantados no edifício do CREA............................................................. 74

Tabela A3.6– Utilização dos dispositivos no edifício do CREA ........................................................ 74

Tabela A3.7 - Dispositivos levantados no edifício do DETER.......................................................... 74

Tabela A3.8– Utilização dos dispositivos no edifício do DETER..................................................... 75

Tabela A3.9 - Dispositivos levantados no edifício da EPAGRI......................................................... 75

Tabela A3.10 – Utilização dos dispositivos no edifício da EPAGRI................................................. 75

Tabela A3.11 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Agricultura ............................ 76

Tabela A3.12– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Agricultura ....................... 76

Tabela A3.13 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Educação............................... 77

Tabela A3.14– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Educação.......................... 77

Tabela A3.15 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria de Segurança Pública ................ 77

Tabela A3.16 - Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria de Segurança Pública.......... 78

Tabela A3.17 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Contas..................................... 78

Tabela A3.18 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Contas................................ 78

Tabela A3.19 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Justiça......................................79

Tabela A3.20 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Justiça.................................80

Tabela A4.1 – Usos Finais de água em litros por mês no edifício do BADESC ............................. 82

Tabela A4.2 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da CELESC................................ 82

Tabela A4.3 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA.................................... 82

Tabela A4.4 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA.................................... 83

Tabela A4.5 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da EPAGRI................................ 83

Tabela A4.6 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Agricultura ..... 83

Tabela A4.7 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Educação........ 83

Tabela A4.8 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Sec. de Segurança Pública ... 84

Tabela A4.9 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Contas.............. 84

Tabela A4.10 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Justiça............. 84

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viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Distribuição das reservas de água do planeta ................................................................... 4

Figura 2.2 – Crescimento populacional e redução das reservas mundiais........................................... 5

Figura 2.3 – Bacias Hidrográficas nacionais .......................................................................................... 6

Figura 2.4 – Precipitação em Florianópolis............................................................................................ 15

Figura 2.5 – Precipitação em São Paulo ................................................................................................. 15

Figura 2.6 – Precipitação em Porto Alegre ............................................................................................ 16

Figura 2.7 – Precipitação em Belém do Pará ......................................................................................... 16

Figura 2.8– Caldeirão................................................................................................................................. 16

Figura 2.9– Caxio ....................................................................................................................................... 17

Figura 2.10 – Cacimba vista em corte..................................................................................................... 17

Figura 2.11– Abertura da cacimba........................................................................................................... 17

Figura 2.12– Esquema do equipamento de tratamento por destilação.............................................. 21

Figura 2.13 – Volume de água tratada produzida em função da temperatura .................................. 22

Figura 2.14 – Volume produzido de água tratada por hora de exposição......................................... 23

Figura 2.15 – Esquema do equipamento de destilação ....................................................................... 24

Figura 2.16 – Estrutura do Piloto ........................................................................................................... 24

Figura 4.1 – Fachada frontal – BADESC............................................................................................... 35

Figura 4.2 – Fachada lateral - CREA ...................................................................................................... 35

Figura 4.3 – Fachada lateral – CELESC................................................................................................. 36

Figura 4.4 – Fachada frontal – DETER................................................................................................. 36

Figura 4.5 – Fachada frontal – EPAGRI ............................................................................................... 36

Figura 4.6 – Fachada frontal - Secretaria da........................................................................................... 36

Figura 4.7 – Vista sudeste - Secretaria da Educação ......................................................................... 36

Figura 4.8 – Fachada frontal - Secretaria de Segurança Pública.......................................................... 36

Figura 4.9 – Vista sudeste - Tribunal de Contas.................................................................................... 37

Figura 4.10 - Fachada frontal - Tribunal de Justiça............................................................................... 37

Figura 4.11 – Consumo mensal fornecido - BADESC ............................................... ...................... 39

Figura 4.12 – Consumo mensal fornecido – CELESC .......... .............................................................39

Figura 4.13 – Consumo mensal fornecido – CREA ....................................... ..................................... 39

Figura 4.14 – Consumo mensal fornecido – DETER.......................................................................... 39

Figura 4.15 – Consumo mensal fornecido – EPAGRI ........................................................................ 40

Figura 4.16 – Consumo mensal fornecido - Secretaria da Agricultura .............................................. 40

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Figura 4.17 – Consumo mensal fornecido – Secretaria da Educação ................................................ 40

Figura 4.18 – Consumo mensal fornecido – Secretaria de Segurança Pública ................................. 40

Figura 4.19 – Consumo mensal fornecido – Tribunal de Contas....................................................... 40

Figura 4.20 – Consumo mensal fornecido – Tribunal de Justiça........................................................ 40

Figura 4.21 – Consumo de água per capita nos edifícios analisados.................................................. 42

Figura 4.22 – Sensibilidade do vaso sanitário – BADESC ................................................................. 46

Figura 4.23 – Sensibilidade do vaso sanitário – CELESC .................................................................. 46

Figura 4.24 – Sensibilidade do vaso sanitário – CREA....................................................................... 46

Figura 4.25 – Sensibilidade do vaso sanitário – DETER.................................................................... 46

Figura 4.26 – Sensibilidade do vaso sanitário – EPAGRI .................................................................. 47

Figura 4.27 – Sensibilidade do vaso sanitário – Secretaria da Agricultura........................................ 47

Figura 4.28 – Sensibilidade do vaso sanitário – Secretaria da Educação .......................................... 47

Figura 4.29 – Sensibilidade do vaso sanitário – Secretaria de Segurança Pública ........................... 47

Figura 4.30 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Contas................................................. 47

Figura 4.31 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Justiça.................................................. 47

Figura 4.32 – Sensibilidade do mictório – BADESC .......................................................................... 48

Figura 4.33 – Sensibilidade do mictório – CELESC ........................................................................... 48

Figura 4.34 – Sensibilidade do mictório – CREA................................................................................ 48

Figura 4.35 – Sensibilidade do mictório – EPAGRI ............................................................................ 48

Figura 4.36 – Sensibilidade do mictório – Secretaria da Agricultura.................................................. 48

Figura 4.37 – Sensibilidade do mictório – Secretaria da Educação .................................................... 48

Figura 4.38 – Sensibilidade do mictório – Tribunal de Contas........................................................... 48

Figura 4.39 – Sensibilidade do mictório – Tribunal de Justiça............................................................ 48

Figura 4.40 – Sensibilidade da torneira – BADESC............................................................................. 49

Figura 4.41 – Sensibilidade da torneira – CELESC.............................................................................. 49

Figura 4.42 – Sensibilidade da torneira – CREA................................................................................... 49

Figura 4.43 – Sensibilidade da torneira – DETER ............................................................................... 49

Figura 4.44 – Sensibilidade da torneira – EPAGRI.............................................................................. 49

Figura 4.45 – Sensibilidade da torneira – Secretaria da Agricultura ................................................... 49

Figura 4.46 – Sensibilidade da torneira – Secretaria da Educação...................................................... 49

Figura 4.47 – Sensibilidade da torneira – Secretaria de Segurança Pública ....................................... 49

Figura 4.48– Sensibilidade da torneira – Tribunal de Contas............................................................. 49

Figura 4.49 – Sensibilidade da torneira – Tribunal de Justiça ............................................................. 49

Figura 4.50 – Sensibilidade do chuveiro - EPAGRI............................................................................. 50

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Figura 4.51 – Sensibilidade do filtro - Tribunal de Justiça................................................................... 50

Figura 4.52 – Usos finais de água – BADESC ...................................................................................... 54

Figura 4.53 – Usos finais de água para o verão – CELESC ................................................................ 55

Figura 4.54 – Usos finais de água para o inverno – CELESC ............................................................ 55

Figura 4.55 – Usos finais de água - CREA............................................................................................. 56

Figura 4.56 – Usos finais de água - DETER ......................................................................................... 56

Figura 4.57 – Usos finais de água - EPAGRI........................................................................................ 56

Figura 4.58 – Usos finais de água para o verão – Secretaria da Agricultura...................................... 57

Figura 4.59 – Usos finais de água para o inverno – Secretaria da Agricultura.................................. 57

Figura 4.60 – Usos finais de água – Secretaria de Educação ............................................................... 57

Figura 4.61 – Usos finais de água – Secretaria de Segurança Pública ................................................ 57

Figura 4.62 – Usos finais de água – Tribunal de Contas...................................................................... 58

Figura 4.63 – Usos finais de água – Tribunal de Justiça....................................................................... 58

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativas

A água é um recurso natural, finito, com importante valor econômico e social e essencial

à existência do homem e do meio ambiente.

Apesar da grande quantidade de água do planeta Terra, somente 2,5% é água doce.

Porém, somente 0,007% da água doce encontra-se em locais de fácil acesso ao consumo humano

(rios, lagos, atmosfera) (UNIAGUA, 2004).

A população urbana brasileira aumentou 194% em 34 anos, passando de 52 milhões de

pessoas em 1970 para 179 milhões em 2004 (IBGE, 2004). Esse crescente aumento tornou as

reservas hídricas, além de escassas, mal distribuídas. No Brasil, 30% dos recursos hídricos

abastecem 93% da população (UNIAGUA, 2004).

O aumento da demanda de água, tanto em quantidade quanto em qualidade, e a crescente

escassez dos recursos hídricos vêm exigindo de todos, mudanças de hábitos e atitudes em relação

à utilização deste recurso.

O estudo de usos finais de água de uma edificação torna possível indicar os locais e

funções que empregam a maior quantidade de água. Governos de diversos países, enquadrados

em programas de economia de água, já realizaram estudos de consumos por tipo de equipamento

em atividades diárias domésticas. Dados levantados em três países (Estados Unidos, Suécia e

Reino Unido), apontam a bacia sanitária como a principal fonte de consumo de água no meio

doméstico, aproximadamente 40% do consumo total, seguida de chuveiros e lavatórios

(SABESP, 2003).

O Brasil apresenta um caso de levantamento de uso final de água, realizado em um

apartamento situado na USP (Universidade de São Paulo). O estudo, realizado pela DECA,

indústria brasileira do mercado de metais sanitários, em parceria com o IPT- Instituto de

Pesquisas Tecnológicas e a SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São

Paulo, também mostrou o vaso sanitário e o chuveiro como os maiores consumidores de água,

com cerca de 29% e 28% do consumo, respectivamente (SABESP, 2003).

Alem do edifício da USP, não se encontrou na literatura nenhum outro caso de

levantamento de usos finais de água no Brasil, seja no setor residencial, comercial ou público.

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

2

No setor público, dados indicam que poucas dessas instituições possuem programas de

economia de água que empregam instalações de equipamentos adequados e conscientização dos

usuários. Para que se possa adotar estratégias adequadas de redução do consumo de água nesses

edifícios, faz-se necessário conhecer seus usos finais de água.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem por objetivo geral estimar os usos finais de água em 10 edifícios do

setor público, localizados na cidade de Florianópolis - SC.

1.2.2 Objetivos Específicos

Este trabalho tem por objetivos específicos:

• Obtenção de consumos de água dos prédios selecionados junto à concessionária

responsável;

• Determinação do consumo diário de água per capita nos edifícios;

• Caracterização dos dispositivos sanitários (torneiras, vasos sanitários, mictórios)

levantando vazão, marca, modelo, entre outros;

• Obtenção de freqüência do uso da água através de entrevistas com usuários;

• Estimativa do consumo total de água através dos levantamentos;

• Localização de possíveis vazamentos visíveis e não-visíveis.

1.3 Estrutura do trabalho

No primeiro capítulo encontra-se uma introdução sobre o assunto a ser abordado

juntamente com os objetivos do trabalho.

No segundo capítulo apresenta-se uma breve revisão bibliográfica sobre a questão da água

no Brasil e no mundo, englobando disponibilidade, consumo e desperdícios; o aproveitamento de

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

3

águas pluviais, dados de usos finais de água e estudos que estão sendo realizados, desde processos

de tratamento até programas de economia de água, a fim de amenizar o problema de falta de

água.

A metodologia, apresentada no terceiro capítulo, mostra como foram obtidos os usos

finais de água para os edifícios, através de cálculos e levantamentos de campo.

O quarto capítulo apresenta os resultados dos cálculos e análises propostos pela

metodologia, cuja finalidade é caracterizar os edifícios do setor público e, principalmente, obter

seus usos finais de água.

As conclusões são expostas no quinto capítulo, seguidas de limitações e recomendações

para trabalhos futuros.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem como objetivo apresentar informações referentes à água, relatando

disponibilidades e consumos, bem como programas de racionalização e reutilização da água,

implantados em diversos setores.

2.1 Disponibilidade mundial de água

A água, essencial para o surgimento e manutenção da vida em nosso planeta, é

indispensável para o desenvolvimento das diversas atividades criadas pelo ser humano,

apresentando assim valores econômicos, culturais e sociais (MORAN et al., 1986 e

BEECKMAN, 1998). Além de dar suporte à vida, a água é um valioso elemento promotor do

desenvolvimento e do progresso, se prestando a múltiplas utilizações como: abastecimento das

populações e das indústrias, irrigação de culturas, multiplicação de produtividade, meio de

transporte, produção de energia, fator de alimentação com o desenvolvimento da pesca, ambiente

para esporte, turismo e lazer (MAYS, 1996).

Embora o planeta Terra seja composto por três quartos de água, deve-se considerar que a

maior parte dessa água é imprópria para o consumo. Na Figura 2.1 pode-se verificar que 96,50%

da água do planeta encontra-se nos oceanos e 0,97% é água salobra. Da água doce que resta

(2,53%), 31,01% é subterrânea e 68,70% está em geleiras. Portanto, somente 0,29% da água doce

do planeta está disponível nas superfícies (MAYS, 1996).

96,50%

2,53%0,97%

Oceanos Água Doce Água Salobra

Geleiras68,70%

Água Subt errânea

31,01%

Água Superficial

0,29%

Figura 2.1 – Distribuição das reservas de água do planeta

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Apesar da importância da água para a vida, um relatório da UNESCO, de março de 2003,

declarou que 20% da população mundial não têm acesso à água potável; e 40% não dispõem de

água suficiente para ter estrutura adequada de higiene e saúde (UNESCO, 2003).

O crescimento populacional acentuado e desordenado dos últimos anos, principalmente

nos grandes centros urbanos, exerceu uma grande pressão sobre o consumo de água. Dados

apontam uma tendência de consumo ainda maior nos próximos anos (GEO 3, 2003). Na Figura

2.2 é possível verificar o crescimento da população mundial e a redução das reservas de água.

Essa mudança vem ocorrendo na proporção inversa, ou seja, enquanto que a população tende a

aumentar em 4 vezes nesse período de 100 anos, as fontes disponíveis de água irão também

reduzir em 4 vezes.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1950 1975 2000 2025 2050

Período

Hab

itant

es (b

ilhõe

s)

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

Volu

me

de á

gua

doce

dis

poní

vel

(m3 /p

esso

a/an

o)

Habitantes Volume de água disponível

Figura 2.2 – Crescimento populacional e redução das reservas mundiais

Embora a escassez não seja considerada um problema global, vários paises já enfrentam

conseqüências da falta de água. Na Rússia, o mar Aral tem apresentado problemas com seu

ecossistema. Isso porque as águas dos rios que alimentam esse mar estão sendo utilizadas para

irrigação das plantações de algodão em toda a região. Já o rio Nilo, cuja vazão média em 1900 era

de 85km3/ano, hoje caiu para 52km3/ano atingindo até 42km3/ano (TOMAZ, 2001).

Na Arábia Saudita toda a água subterrânea, impossível de repor, está sendo consumida.

Na Índia e na China os mananciais subterrâneos estão baixando devido ao seu uso para a

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irrigação. A Austrália, mesmo sendo um país rico em água, não está isenta de problemas de falta

de água devido ao seu clima classificado como árido tropical, com relações de

precipitação/evaporação muito altas, o que impede grandes aproveitamentos de água (TOMAZ,

2001).

A Unesco montou uma classificação de 122 paises dispondo a qualidade de seus

mananciais. A lista foi liderada por Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Japão; já os

países mais pobres, geralmente, obtiveram piores resultados. Porém, a Bélgica obteve o último

lugar ficando atrás de países como Índia e Ruanda. Isso pelo fato da Bélgica possuir escassez em

seus lençóis freáticos, intensa poluição industrial e precário sistema de tratamento de resíduos

(FOLHA, 2003).

2.2 Disponibilidade nacional de água

Segundo ANA (2004), o Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de

água, contando com cerca de 12% do recurso hídrico mundial. Sua disponibilidade hídrica

encontra-se, na maior parte, distribuída em bacias hidrográficas (também chamadas de regiões

hidrográficas). A Figura 2.3 ilustra a disposição das bacias hidrográficas, dentro do território

nacional.

Figura 2.3 – Bacias Hidrográficas nacionais

Fonte: ANA (2004)

A Tabela 2.1 apresenta a disponibilidade de água nas bacias hidrográficas. Pode-se

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perceber que 92% da disponibilidade média nacional, cerca de 257.790 m³/s, encontra-se

dividida em seis dessas bacias: Amazonas, 209.000 m³/s; Paraná (inclusive Iguaçu), 11.000 m³/s;

Paraguai, 1.290 m³/s; Uruguai, 4.150 m³/s; e São Francisco, 2.850 m³/s.

Tabela 2.1 – Disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas nacionais

BACIAS HIDROGRÁFICAS

ÁREA DE

DRENAGEM

DESCARGA MÉDIA DE

LONGO PERÍODO

DEFLÚVIO MÉDIO

10 3 km2 m3/s l/s /km2 Km3/ano mm/ano1. AMAZONAS Total Bacia em território Brasileiro

6.112 3.900

209.000133.300

34,2 34,2

6.592 4.206

1.079 1.079

2. TOCANTINS 757 11.800 15,6 372 492 3.ATLÂNT. NORTE/NORDESTE Norte (Sub-Bacias 30) Nordeste (Sub-Bacias 31 a 39)

76 953

3.660 5.390

48,2 5,7

115 170

1.520 180

4. SÃO FRANCISCO 634 2.850 4,5 90 143 5. ATLÂNTICO - LESTE Sub-Bacias (50 a 53) Sub-Bacias (54 a 59)

242 303

680

3.760

2,8 12,1

21 116

88 382

6a. PARANÁ. Até à Foz do Iguaçu Bacia em Território Brasileiro

901 877

11.300 11.000

12,5 12,5

356 347

394 394

6b. PARAGUAI Até à Foz do APA Bacia em Território Brasileiro

485 368

1.700 1.290

3,5 3,5

54 54

110 110

7. URUGUAI Até a Foz do Quaroi Bacia em Território Brasileiro

189 178

4.400 4.150

23,3 23,3

139 131

735 735

8. ATLÂNTICO SUDESTE 224 4.300 19,2 136 605 Produção Hídrica Bacias Totais Produção Hídrica Brasileira

10.724 8.512

258.750182.170

24,1 21,4

8.160 5.745

761 675

Fonte: ANA (2004)

A distribuição hidrográfica brasileira não é uniforme em todo o território nacional, sendo

68,5% da água doce localizada na região Norte abastecendo apenas 6,8% da população brasileira.

Na região Nordeste encontra-se 3,3% de água com 28,9% da população, na região Centro-oeste

15,7% com 6,3%, na região Sul 6,5% com 15,1% e na região Sudeste 6,0% com 42,7% da

população brasileira (TOMAZ, 2001).

Além da má distribuição da água no território brasileiro, os rios e lagos vêm sendo

comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento. Na

região Amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já

apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino. Nas grandes

cidades esse comprometimento da qualidade é causado principalmente por despejos domésticos e

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industriais (AGUAWEBSITE, 2003).

2.3 O desperdício de água

Apesar dos números mostrarem que a água não é um recurso infinito, o seu desperdício

continua sendo um fato muito comum no cotidiano da maioria das pessoas. Somente na grande

São Paulo, são desperdiçados diariamente 1,8 bilhão de litros de água potável, ou seja, 1/3 do

que é distribuído nessa região. De acordo com SABESP (2003), desse total, 1 bilhão de litros

representa o desperdício da população e 800 mil litros ficam pelo caminho em vazamentos na

própria rede de distribuição.

Uma simples, mas não menos importante, maneira de evitar desperdícios de água é

detectando vazamentos. Segundo Oliveira (1999), os vazamentos podem ser classificados em

visíveis e não-visíveis, sendo os visíveis aqueles detectados a olho nu e não-visíveis os que

necessitam de testes para serem identificados. Na Tabela 2.2 estão representados os valores de

perda diária por vazamentos visíveis nos dispositivos de torneiras.

Tabela 2.2 - Valores médios de perda diária de água em função de vazamento de torneiras

Fonte: OLIVEIRA (1999)

Segundo DECA (2003) as perdas não-visíveis em vasos sanitários são determinadas em

função dos vazamentos provenientes dos furos de lavagem existentes no colar das bacias. Na

Tabela 2.3 estão representadas as perdas por esses vazamentos.

Tabela 2.3 – Perda de água em função de vazamento em vasos sanitários

Numero de furos de lavagem Correspondente de vazamento (L/min)

Perda diária (L/dia)

1-3 0,1 144 3-6 0,3 432

Mais furos 0,5 720

Fonte: DECA (2003)

Vazamento Freqüência (gotas/min) Perda diária (L/dia)

Gotejamento lento Até 40 gotas/min 06 a 10 Gotejamento médio 40 < nº gotas/min ≤ 80 10 a 20 Gotejamento rápido 80 < nº gotas/min ≤ 120 20 a 32

Gotejamento muito rápido Impossível de Contar > 32 Filete φ ≈ 2mm ---- > 114 Filete φ ≈ 4mm ---- > 333

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Oliveira (2002) apresenta em seu trabalho, realizado em cinco edifícios residenciais de

Goiânia, grandes índices de perdas de água por vazamentos em bacias sanitárias com caixas

acopladas e válvulas de descarga. Observou-se que a perda por vazamentos nas peças com caixa

de descarga resultou em 30,7%; para as peças com válvulas de descarga essa perda foi de 10,9%.

Segundo SABESP (2003), pode-se detectar tais vazamentos com algumas medidas

bastante simples como:

Testes para vasos sanitários:

• Jogando um pouco de farinha dentro do vaso sanitário, verifica-se seu comportamento.

Se houver movimento da farinha há problemas de vazamento na válvula ou na caixa de

descarga.

Em seus levantamentos, Oliveira (2002) relata uma maneira de detectar vazamentos em vasos

sanitários utilizando uma caneta marca texto. Esse teste é realizado da seguinte maneira:

• As paredes internas da bacia sanitária são secas e em seguida, com uma caneta marca

texto, faz-se uma linha ao longo de todo perímetro da louça abaixo dos furos de lavagem.

Após 2 minutos, verifica-se a presença de vazamento se a água proveniente dos furos de

lavagem escorreram pelas paredes, apagando o traço da caneta.

Teste para hidrômetros:

• Para checar se há vazamento entre o hidrômetro e a caixa d'água, abre-se o registro do

hidrômetro fechando a bóia da caixa até interromper o fluxo de água. O hidrômetro deve

ficar parado provando a ausência de vazamento.

Teste para caixas d'água:

• Para verificar se há vazamento entre a caixa e as instalações internas do imóvel, fecha-se a

bóia marcando o nível da água na caixa. Todas as torneiras e chuveiros são fechados e

não utilizados por 1 hora. Após isso o nível de água na caixa deve estar inalterado. Caso

contrário, há vazamento.

Teste para canos:

• Ao fechar o registro do cavalete de entrada da água na casa, abre-se uma torneira

alimentada diretamente pela rede de água - por exemplo, a do jardim ou a do tanque; e

espera-se até escoamento completo. Coloca-se um copo cheio d'água na boca da torneira;

se houver sucção da água do copo pela torneira, é sinal que existe vazamento no cano.

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2.4 Consumo de água doméstico

Ao realizar pesquisas na área de conservação da água em meio doméstico, torna-se muito

importante conhecer a composição do consumo de água nas edificações. Várias metodologias e

técnicas de medição vêm sendo testadas há muito tempo em todo o mundo, e passaram por um

grande avanço à medida que surgiu a necessidade de se obter conhecimentos mais eficazes.

Gibson apud BARRETO et al. (1998), aplicou uma metodologia que consistia da

instalação de sensores de fluxo associados a hidrômetros instrumentados em pontos de utilização

de água. Esses sensores eram interligados a um gravador de fita magnética para registro das

ocorrências de passagem de água e registro do correspondente volume, e horário de início e fim

do evento. Os sinais gravados na fita passavam por um decodificador, que comandando uma

máquina de perfuração, gerava fita de papel perfurada. Esta fita servia como entrada de dados

para um computador que realizava o tratamento dos dados de consumo registrados.

Holmberg e Olsson apud BARRETO et al. (1998), realizaram, em um prédio com vinte

apartamentos, a instalação de sensores de fluxo e hidrômetros instrumentados e sensores de

pressão e temperatura em pontos de utilização de água. Esses sensores foram conectados à uma

base de dados, que registrava a ocorrência dos eventos em um disquete. No computador foram

desenvolvidos programas para tratamento desses dados, permitindo a confecção de gráficos da

distribuição do consumo de água dos apartamentos estudados ao longo do dia.

Murakawa apud BARRETO et al. (1998), utilizou um equipamento mais aprimorado para

a monitoração do consumo de água em dois prédios. A concepção adotada envolveu o emprego

de sensores de presença junto ao aparelho sanitário, de sensores de fluxo com função de

medidores de vazão e hidrômetro instrumentado, tudo interligado a um registrador-armazenador

de dados para posterior tratamento. Os resultados consistem em gráficos que apresentam a

variação do consumo médio de água por hora e por tipo de aparelho sanitário.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), vem desenvolvendo

pesquisas aplicadas com o objetivo de aprimorar e empregar metodologias para o levantamento

do perfil do consumo de água de uso doméstico. Em 1989, o IPT desenvolveu um equipamento

de pesquisa cujo objetivo era elaborar uma instrumentação capaz de monitorar o consumo de

água nos pontos de utilização de uma edificação. Este equipamento foi totalmente desenvolvido

utilizando as técnicas, componentes e equipamentos disponíveis no mercado brasileiro. O

resultado foi uma instrumentação composta de sensores de fluxo, hidrômetros instrumentados,

placa de aquisição de dados e programa monitor da coleta de dados. Em 1996, esse equipamento,

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após ser aprimorado, foi aplicado em um prédio de escritórios da SABESP em São Paulo, onde

foram instrumentados 18 pontos de saída de água. O trabalho procurou avaliar o comportamento

de consumo de água entre diferentes tipos de aparelhos sanitários. Os primeiros foram os que já

estavam instalados no prédio. Em seguida, foram empregados os aparelhos economizadores de

água, que são projetados ou construídos com o objetivo de consumir menos água. Ao todo foram

realizadas 4 campanhas de medição. Na primeira campanha, foram monitorados os lavatórios

equipados com torneiras comuns e bacias comuns com válvulas de descarga. Na segunda,

lavatórios com torneiras hidromecânicas com fechamento temporizado e bacias sanitárias com

válvulas de descarga. Na terceira, só lavatórios com torneiras de acionamento fotoelétrico. E, na

última campanha, bacias sanitárias com caixa acoplada de 6 litros por descarga. A média dos

resultados das campanhas encontra-se na Tabela 2.4.

Tabela 2.4 – Valores médios dos resultados das 4 campanhas de medição

Aparelho sanitário Duração de uso (s)

Intervalo entre usos (min.)

Volume médio (l)

Vazão média(l/s)

Bacia sanitária com válvula de descarga 6,15 35,66 7,90 1,24 Bacia sanitária com caixa acoplada 78,32 56,77 5,87 0,06 Torneira comum de lavatório 20,40 23,17 1,38 0,08 Torneira de acionamento hidromecânico 8,86 9,24 0,72 0,07 Torneira de acionamento fotoelétrico 3,93 10,63 0,42 0,05

Fonte: BARRETO et al. (1998)

2.5 Usos finais de água

A análise do consumo de água em dispositivos hidráulicos, relacionada ao consumo total

de água de um determinado local, possibilita a verificação dos usos finais do mesmo. As Tabelas

2.5 a 2.9 mostram resultados de levantamentos de consumos de água no uso doméstico em

alguns paises.

Tabela 2.5 – Uso final de água para consumo doméstico na Suíça

Fonte: SABESP (2003)

Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 40 Banhos 37 Cozinha 6 Bebidas 5 Lavagem de roupas 4 Limpeza de piso 3 Jardins 3 Lavagem de automóveis 1 Outros 1

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Tabela 2.6 – Uso final de água para consumo doméstico no Reino Unido

Fonte: SABESP (2003)

Tabela 2.7 – Uso final de água para consumo doméstico na Colômbia

Fonte: SABESP (2003)

Tabela 2.8 – Uso final de água para consumo doméstico nos E.U.A

Fonte: SABESP (2003)

Tabela 2.9 – Uso final de água para consumo doméstico

em Heatherwood (Boulder - Califórnia)

Fonte: SABESP (2003)

A Tabela 2.10 mostra dados de usos finais para fins domésticos em um apartamento

localizado na Universidade de São Paulo.

Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 37 Banho e lavatório 37 Lavagem de Prato 11 Lavagem de Roupa 11 Cozinha 4

Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 40 Ducha 30 Limpeza 15 Cozinha 5 Lavatório 10

Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 40 Banhos 30 Cozinha 10 Lavagem de roupas/louças 15 Vazamentos 5

Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 25,70 Chuveiro 17,13 Banheiro 1,71 Lavatório 15,42 Lavagem de Prato 3,27 Lavagem de Roupa 24,45 Vazamentos 12,31

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Tabela 2.10 – Uso final de água para consumo doméstico em um apartamento da USP

Fonte: SABESP (2003)

Apesar da pesquisa fornecer apenas os resultados dos usos finais sem maiores detalhes, é

possível reconhecer o vaso sanitário como o grande consumidor de água no meio doméstico,

seguido de chuveiros e duchas.

2.6 Aproveitamento de água de chuva

Um grande meio de amenizar a crise de água prevista para o futuro é a captação da água

da chuva. A coleta consiste no desvio da água captada pelo telhado, por meio de calhas, para um

reservatório. Um sistema de encanamentos parte do reservatório distribuindo a água coletada

para as suas diversas finalidades.

Ao pensar no aproveitamento da água de chuva leva-se em conta a aplicação desse

recurso para diferentes casos. Quanto mais nobre o uso, mais limpa ela deve ser. No caso de

jardins, lavação de calçadas e carros, a água pluvial não precisa passar por nenhum tratamento, o

que não acontece para a água disposta ao consumo humano. A Tabela 2.11 apresenta o

tratamento da água para cada uso conforme Group Raindrops (2002).

Tabela 2.11 – Tratamento necessário para diferentes usos de água

Fonte: GROUP RAINDROPS (2002)

Ponto de consumo Uso Final (%)

Vaso sanitário 29 Chuveiro 28 Lavatório 6 Pia da cozinha 17 Lava-louças 5 Tanque 6 Lava-roupas 9

Uso requerido pela água Tratamento necessário

Irrigação de Jardins Nenhum Tratamento Prevenção de Incêndio e Condicionamento de ar

Cuidados para manter o equipamento de estocagem e distribuição em condições de uso

Fontes e lagoas, descargas de vasos sanitários, lavação de roupas e lavação de carros.

Tratamento higiênico, devido ao possível contato do corpo humano com a água.

Piscina/Banho, consumo humano e no preparo de alimentos.

Desinfecção, para a água consumida direta e indiretamente.

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A qualidade da água pluvial também varia de acordo com a sua coleta. Quanto mais limpo

for o local de coleta, logicamente, mais limpa será a água. Na Tabela 2.12 é possível observar o

grau de purificação quanto ao local. As categorias C e D consideram-se impuras mesmo para

usos não potáveis, enquanto que as categorias A e B não necessitam de tratamento para o mesmo

fim.

Tabela 2.12 – Variação da qualidade da água de chuva devido à sua coleta

Grau de purificação

Área de coleta de chuva Observações

A Telhados (não ocupados por pessoas ou animais)

Se a água for purificada pode ser consumida

B Telhados (ocupados por pessoas e animais)

Usos não potáveis

C

Terraços e terrenos impermeabilizados, áreas de

estacionamento.

Necessita de tratamento, mesmo para usos não potáveis.

D Estradas Necessita de tratamento, mesmo para usos não potáveis.

Fonte: GROUP RAINDROPS (2002)

2.6.1 Aproveitamento de água de chuva no mundo

O aproveitamento da água de chuva é uma forma simples de se obter água. Dados

indicam que durante muito tempo as pessoas no mundo captam água de chuva conforme suas

necessidades, sendo uns para preservação de seus mananciais e outros para simplesmente obter

água (GROUP RAINDROPS, 2002).

Na Alemanha, 10% das residências utilizam água de chuva (INSTITUTO BRASIL

PNUMA, 2000). Neste país, as prefeituras das cidades implantam sistemas de captação de água

em telhados e guardam em reservatórios de 6m3. Essa água é utilizada para descargas em vasos

sanitários, lavação de roupas e calçadas e o excesso infiltra no solo para abastecer os aqüíferos

(HANSEN, 1996). Na cidade de Hamburgo a água de chuva é usada na lavagem de aeronaves e

em pinturas, substituindo 60% da demanda antes suprida pela água encanada (BELLA CALHA,

2003).

No planalto de Loess, na China, onde as precipitações são muito baixas e a agricultura

depende principalmente da chuva, o governo colocou em prática um projeto chamado “121”: o

governo auxiliou cada pessoa a construir uma área de captação de água, dois tanques de

armazenamento de água e um lote para plantação de culturas comercializáveis. A água de chuva é

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captada em pátios e áreas inclinadas com lajes de concreto e armazenada em tanques

subterrâneos. O sistema de irrigação e as estufas com verduras plantadas são abastecidos pela

água armazenada nos tanques. O projeto solucionou o problema de falta de água para cerca de

260.000 famílias e 1,18 milhões de animais (IRPAA, 2004).

Nos Andes, América do Sul, chove muito pouco e a umidade relativa do ar é muito alta.

Sendo assim uma tela de 3600 m² é esticada no alto dos montes para recolher a água do ar, onde

pode ser coletado até 11 m³ de água por dia (HANSEN, 1996).

As indústrias da República de Singapura armazenam a água pluvial para utilização em

bacias sanitárias e irrigação de jardins. No total, 56 indústrias deixam de consumir 867.000m3 por

mês de água tratada, substituindo-a por água de chuva (TOMAZ, 1998).

O Japão é o maior exemplo de utilização da água de chuva. Na cidade de Sumida, tanques

subterrâneos de aproximadamente 10 m³ são construídos em locais estratégicos e equipados com

bombas manuais. A população utiliza essa água para jardins, podendo servir para incêndios e até

mesmo para o consumo. Também o estádio japonês Tokyo Dome, apresenta em sua arquitetura

um dos projetos de aproveitamento de água de chuva mais criativos do mundo. O teto é feito de

plástico ultra-resistente e pode ser inflado ou desinflado a qualquer momento. A cobertura

funciona como uma lona gigante que colhe a chuva e envia para um tanque no subsolo, onde é

tratada e distribuída para o sistema de combate a incêndios do prédio. Um terço da água utilizada

no estádio provém das chuvas (GROUP RAINDROPS, 2002).

2.6.2 Aproveitamento de água de chuva no Brasil

O Brasil possui muitas regiões com grande concentração de chuvas. Nas Figuras 2.4 a 2.7

é possível verificar as precipitações pluviométricas médias de algumas cidades do país, obtidas das

Normais Climatológicas para os anos de 1961 a 1990 (BRASIL, 1992).

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

Meses

Prec

ipita

ção

(mm

)

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

Meses

Prec

ipita

ção

(mm

)

Figura 2.4 – Precipitação em Florianópolis Figura 2.5 – Precipitação em São Paulo

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

16

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

Meses

Prec

ipita

ção

(mm

)

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

Meses

Prec

ipita

ção

(mm

)

Figura 2.6 – Precipitação em Porto Alegre Figura 2.7 – Precipitação em Belém do Pará

No Nordeste brasileiro, a população, inspirada em seus antepassados, utiliza sistemas

tradicionais e de pouco custo para captação de água pluvial. Schistek (2002), relata 3 desses

sistemas: o caldeirão, o caxio e a cacimbas.

Os caldeirões são cavernas naturais nas rochas que, quando escavadas, se tornam

excelentes reservatórios para água de chuva. Esses reservatórios geralmente têm aberturas

estreitas, o que possibilita uma evaporação reduzida. A Figura 2.8 ilustra esse sistema de captação.

Os caxios, por sua vez, são escavações feitas nas rochas, com profundidade e larguras

geralmente de 4,40m. São feitos em locais propícios para que a água escorra pela superfície e seja

direcionada aos reservatórios. Possuem declividades, evitando assim que a primeira água, que

carrega as impurezas da superfície, não fique retida no caxio. A Figura 2.9 ilustra um caxio.

Figura 2.8– Caldeirão

Fonte: SCHISTEK (2002)

Figura 2.9– Caxio

Fonte: SCHISTEK (2002)

As cacimbas são escavações feitas no leito dos rios. Nesse processo é feito um buraco de

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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4m2 na rocha e escavado até encontrar água. Após isso uma parede de tijolos é levantada sobre a

camada de rocha mais resistente, para evitar que a areia do leito caia na escavação. Esta murada é

fechada com uma laje deixando uma abertura com 50x50cm, para entrada e retirada da água.

(SCHISTEK, 2002). As Figuras 2.10 e 2.11 ilustram, respectivamente, o corte e a abertura de uma

cacimba.

Figura 2.10 – Cacimba vista em corte Fonte: SCHISTEK (2002)

Figura 2.11– Abertura da cacimba

Fonte: SCHISTEK (2002)

Na cidade de Guarulhos em São Paulo uma indústria de tingimento de tecidos aproveita

água de chuva através de um telhado com 1.500m2 e um reservatório de 370m3. Toda a água

utilizada pela indústria, não somente a pluvial mas também a do sistema de abastecimento, é

reaproveitada em 60% (TOMAZ, 1998).

Montibeller e Schmidt (2004), relatam o potencial de economia de água tratada utilizando

águas pluviais em 66 municípios do estado de Santa Catarina. Dados fornecidos pela Companhia

de Abastecimento de Água do Estado (CASAN) tais como: população abastecida e consumo de

água dos municípios, juntamente com as precipitações pluviais diárias fornecidas pela EPAGRI

(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), possibilitaram analisar o

potencial de economia de água tratada. Através do número de residências abastecidas, área de

telhados estimados e dados de precipitação pluviométrica, foi possível calcular o volume de água

pluvial por município, considerando um fator de perda de 20%.

Dos 66 municípios, São Miguel do Oeste foi o município que apresentou o maior

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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potencial médio de economia, cerca de 123%, chegando a atingir 324% no mês de outubro. Já o

município de Major Gercino apresentou o potencial mais baixo, apenas 10%. A análise ainda

mostrou que 57 dos municípios estudados possuem potencial de economia de água tratada

superior a 50%, ou seja, toda a água captada é suficiente para suprir o consumo de água para fins

não potáveis. Na Tabela 2.13 é possível verificar o potencial de economia para o município de

Antônio Carlos.

Tabela 2.13 – Potenciais de economia de água tratada em Antônio Carlos

Mês

Consumo de água tratada (m3/mês)

Volume água pluvial (m3/mês)

Potencial de economia (%)

JAN 7.934 12.154 153 FEV 7.632 12.394 162 MAR 7.901 9.834 124 ABR 7.981 5.213 65 MAI 7.240 5.544 77 JUN 7.947 4.092 51 JUL 7.527 5.577 74

AGO 6.827 5.423 79 SET 8.056 7.523 93 OUT 6.670 9.961 149 NOV 8.321 8.655 104 DEZ 8.557 11.285 132

Média 7.716 8.138 105

Fonte: MONTIBELLER E SCHMIDT (2004)

2.7 Programas de redução de consumo da água

2.7.1 Shopping Iguatemi

Com a pouca disponibilidade de água na região nordestina e uma real necessidade de

economia, o Shopping Iguatemi, em Fortaleza, determinou a criação do Programa de redução de

consumo de água e o implantou em suas instalações. O programa traz não só benefícios para o

Shopping como serve de modelo para empresas preocupadas em preservar os recursos naturais.

Esse projeto passou por etapas que englobaram, desde a conscientização das pessoas

sobre a importância do uso racional da água até investimentos em sistemas economizadores de

água como: instalação de dosadores, redutores de pressão e torneiras temporizadas. Além disso, o

Iguatemi capta a água diretamente do subsolo e faz o tratamento necessário, tornando-a pronta

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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para o consumo humano. Os resultados desse processo são positivos visto que 97% da água

consumida no shopping é proveniente desse tratamento.

Equipamentos e instalações responsáveis pela refrigeração do Shopping passaram por um

processo de correção, controle, automatização e manutenção preventiva. Assim, a água utilizada

no sistema de refrigeração foi completamente afetada, com implantação de filtros e tratamentos

bactericida, anti-incrustante e inibidor de algas.

O esgoto gerado no Iguatemi é puramente doméstico, sendo 100% tratado na própria

estação de tratamento de esgotos implantada pelo Shopping. Essa alternativa não sobrecarrega o

sistema de esgotamento sanitário da cidade e propicia ao Shopping água necessária para o seu

sistema de irrigação de jardins externos (IGUATEMI, 2003).

2.7.2 PURA – Programa de uso racional da água

Criado em 1995 através de convênio entre a Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo (EPUSP), Laboratório de Sistemas Prediais do Departamento de Construção Civil

(LSP/PCC), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e Instituto de

Pesquisas Tecnológicas (IPT), o PURA tem como principal objetivo garantir o fornecimento de

água e a qualidade de vida da população. Para isso, desenvolve ações em diversas frentes,

buscando:

• Mudar o vício de desperdício de água no cotidiano das pessoas.

• Implementar leis, regulamentos e normas para a utilização racional da água e uso dos

equipamentos economizadores em prédios de órgãos públicos.

• Implementar normas sobre o desenvolvimento tecnológico e padronização de

equipamentos economizadores de água.

• Mudar projetos de instalações prediais de água fria e quente, de parâmetros hidráulicos e

de código de obra.

• Introduzir o programa no currículo das escolas das redes de ensino estadual e municipal

de São Paulo, através de programas específicos para conscientização de crianças e jovens.

O PURA é estruturado em seis macroprogramas integrados abrangendo desde

documentação técnica, laboratórios, novas tecnologias até estudos em edifícios de diferentes

tipos (escritórios, escolas, hospitais, cozinhas, etc).

O PURA já implantou vários programas de redução de água em São Paulo. Na cozinha

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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industrial da sede da SABESP, foram tomadas as seguintes medidas para redução de consumo:

detecção de vazamentos, campanhas educativas e instalação de 8 dispositivos economizadores. O

restaurante que tinha um gasto de 33 litros de água para cada refeição, reduziu para 16 litros. O

consumo médio mensal nos 7 meses anteriores que era de 320m3, foi reduzido para 133m3

resultando numa economia de aproximadamente 65% de água (SABESP, 2003).

Em 1999 as mesmas medidas tomadas na cozinha industrial foram aplicadas no

condomínio Jardim Cidade em São Paulo. No ano de 1998, o consumo médio era de

1460m3/mês. Depois da implantação do PURA esse consumo foi reduzido para 1045 m3/mês,

resultando numa diferença de 415 m3 de água por mês, ou seja, uma redução de 28% (SABESP,

2003).

Outros casos realizados pelo PURA estão registrados na Tabela 2.14. No edifício sede da

SABESP, o consumo foi reduzido em 61,5%, enquanto que na escola Vera Cruz, em 25,3%,

ambos no período de um ano. No Hospital das Clínicas, onde existe um grande consumo de

água, ocorreu uma redução de 20,9% em 2 anos, resultando numa quantidade significativa de

água.

Tabela 2.14 – Casos de redução de consumo de água em São Paulo

Consumo (m3/mês) Local Antes do PURA Depois do PURA

Período

Redução

(%) Cia de Entrepostos e Armazéns Gerais 65000 44540 1998 a 2001 31,5 Edifício Sede Sabesp 1330 512 1996 a 1997 61,5 Escola Vera Cruz 2826 2110 1995 a 1996 25,3 Hospital das Clínicas 107166 84723 1996 a 1998 20,9 Lar Batista de Crianças 491 386 1999 a 2001 21,4

Fonte: SABESP (2003)

2.8 Processos de desinfecção de água

Devido à preocupação que a redução das reservas de água doce vem causando nas

pessoas, vários estudos e projetos de equipamentos estão surgindo com a função de tratar águas

impuras. A seguir, serão apresentados três diferentes projetos que têm por objetivo a desinfecção

de águas contaminadas.

2.8.1 Tratamento de água por destilação

As cores escuras têm a propriedade de absorver radiação solar. O vidro, por sua vez,

recupera grande parte da radiação emitida por uma superfície negra quando colocado sobre a

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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mesma. Esse conjunto, quando parte de uma caixa fechada, sofre o efeito estufa, permitindo

então a conversão de energia solar em calor (SENEM e SENS, 2000). Devido a essas vantagens,

Soares (2002) resolveu implantar um equipamento para testar a eficiência da energia solar na

descontaminação de água. O piloto foi instalado no terraço do prédio de Engenharia Sanitária e

Ambiental no campus da Universidade Federal de Santa Catarina e também no LAPOÁ –

Laboratório de Potabilização da Água (no mesmo departamento), onde os testes também foram

feitos com energia artificial.

O equipamento piloto foi construído na forma de uma pirâmide de base quadrangular,

onde a água condensada na parte interna da cobertura teve seu fluxo dirigido para as calhas

coletoras, que por sua vez levarão a água para um reservatório. Na base da pirâmide existe um

reservatório onde a água bruta fica exposta ao calor. A pirâmide é feita de fibra de vidro e pintada

de preto para absorver os raios solares. Os detalhes podem ser observados melhor na Figura 2.12.

ÁGUA DOCE CONTAMINADA

ÁGUA BRUTA

Figura 2.12– Esquema do equipamento de tratamento por destilação

Fonte: SOARES (2002)

No ensaio de destilação em laboratório a simulação foi realizada através do aquecimento

com água de 2 lagos localizados no campus, do hospital universitário e centro de convivência.

Num recipiente de 20 litros foi colocada a água bruta, que foi sendo armazenada num recipiente

de 5 litros após o tratamento. Para proporcionar o aquecimento, colocou-se na base interna do

destilador uma mangueira cristal de 15 mm de diâmetro agindo na troca de calor. A água dentro

da mangueira foi aquecida por um aparelho em banho-maria acoplado a um termostato. Uma

extremidade da mangueira foi colocada em banho-maria e a 40 cm dessa extremidade foi

RESERVATÓRIO

CALHA

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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instalada uma bomba elétrica com objetivo de fazer a recirculação da água na mangueira. Para

testar o destilador, a água foi aquecida no equipamento para atingir dentro do destilador

temperaturas elevadas (medidas por um termômetro na cobertura interna de vidro) a fim de

produzir o máximo de volume de água tratada.

No ensaio de destilação ao ar livre o destilador foi colocado sobre uma bancada, onde

placas de isopor foram encaixadas entre o equipamento e a bancada para proporcionar inclinação

às canaletas e assim coletar a água tratada mais rapidamente. As canaletas foram cobertas para

evitar evaporação da água.

No experimento artificial foram realizadas medições com temperaturas estipuladas,

controladas pelo aparelho de banho-maria, para estudar a produção da água tratada em função

da temperatura interna. Observou-se na temperatura de 45ºC a maior produção de água tratada,

seguida de uma queda brusca de produção na temperatura de 50ºC. Isso ocorreu devido à

vazamentos localizados em pontos isolados da base da pirâmide. A Figura 2.13 representa essa

produção de água em volume em função da temperatura.

880560

1400

790

0

500

1000

1500

40 45 50 55 60Temperatura Interna (ºC)

Volu

me

(ml)

Figura 2.13 – Volume de água tratada produzida em função da temperatura

Fonte: SOARES (2002)

Foi feita uma tentativa para aumentar o gradiente de temperatura colocando um

ventilador próximo ao destilador para diminuir a temperatura externa. Porém a temperatura

interna também diminuiu, o que manteve o gradiente constante.

O destilador, como já foi citado, também foi instalado ao ar livre em vários dias com

predominância de sol. Foram realizadas medições a cada hora das temperaturas interna e

ambiente e do volume de água tratada. A Figura 2.14 mostra o volume de água produzido num

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período de 6 horas correspondente ao dia 07/01/2002, quando o maior volume ocorreu.

0

50

100

150

200

250

13 14 15 16 17 18Tempo de Exposição (h)

Volu

me

Acu

mul

ado

(ml)

Figura 2.14 – Volume produzido de água tratada por hora de exposição

Fonte: SOARES (2002)

Soares (2002) conclui que o equipamento é eficaz e mostrou tornar possível a produção

de água para consumo. Porém, a tinta preta utilizada na pintura do vidro liberou solventes que

afetaram o gosto, odor e PH da água. Além disso, problemas com o equipamento em geral como

o percurso da água até seu destino poderia ser diminuído, a fim de evitar que a água evaporasse.

Uma boa solução seria inverter o equipamento para que a água condensada fosse conduzida para

um coletor central, conectado logo abaixo do vértice da pirâmide, que a levaria para o

reservatório.

2.8.2 Desinfecção através de raios ultravioletas

Sá (1999), desenvolveu um equipamento de desinfecção de água, previamente tratada,

com raios ultravioletas em pequenas vazões. O equipamento piloto consiste em uma lâmpada de

vapor de mercúrio de baixa pressão formada a partir de um tubo de quartzo (100mm de

diâmetro) com mercúrio a baixa pressão, gás argônio, e um eletrodo em cada extremidade do

tubo. A lâmpada de baixa pressão (90W de potência) foi escolhida por emitir 85 a 90% de sua

energia em comprimento de onda de 254nm, o que é o ideal para desativar microorganismos

(DANIEL, 1993).

O tubo foi revestido com tinta alumínio, devido ao seu poder de reflexão (cerca de 46 a

66% da radiação incidente) (DANIEL, 1993). Também foi utilizado um reator como regulador

de correntes para evitar problemas com a eletricidade (DIBERNARDO, 1993). Na Figura 2.15 é

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possível ver o esquema do equipamento proposto.

Para comprovar a eficiência do equipamento, foi construído um piloto em escala real que

funciona, instalado no Laboratório de Hidráulica do Departamento de Engenharia Sanitária e

Ambiental.

Entrada daÁgua

Saída daÁgua

Lâmpada de Raios Ultravioleta

Tubo de QuartzoReator

Para uma eficiência de 100% no equipamento foi utilizada uma água teste que possuía

concentração máxima de 1000 coliformes fecais em 100ml de água. A vazão média que ocorreu a

desinfecção foi de 0,20l/s, atingindo, em algumas vezes, 0,38 l/s.

A água do abastecimento é colocada numa caixa d’água de 250 litros e contaminada com

esgoto sanitário fresco. Em seguida essa água segue por uma caixa de descarga para controlar sua

vazão até chegar ao equipamento de desinfecção, seguindo depois para outra caixa de

armazenamento também com capacidade de 250 litros. A Figura 2.16 indica o esquema da

estrutura do piloto.

Ponto de Coleta 1

DESINFECÇÃOEQUIPAMENTO DE

CAIXA DEDESCARGACAIXA

D'ÁGUA 1Ponto de Coleta 2

D'ÁGUA 2CAIXA

Figura 2.15 – Esquema do equipamento de destilação

Fonte: SÁ (1999)

Figura 2.16 – Estrutura do Piloto

Fonte: SÁ (1999)

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O equipamento tornou possível a desinfecção de água com uma vazão considerável.

Porém, outros testes podem ser realizados utilizando lâmpada com potência mais baixa para

reduzir o consumo de energia.

2.8.3 Filtros com macrófitas

Kinceszki (2002), propôs a implantação de um sistema de tratamento de esgoto

empregando um tanque, onde foram plantadas macrófitas (plantas que habitam desde brejos até

ambientes totalmente submersos). O sistema (em ordem) é composto por tratamento primário

(caixa de gordura e tanque séptico), e pelo tratamento secundário (filtro com macrófitas,

cloração). Caixas de inspeção e de controle de nível foram instaladas na entrada e saída do filtro

para controle hidráulico.

A caixa de gordura tem como objetivo reter a gordura impedindo que esta chegue a

outras unidades. Sua forma é prismática construída de concreto e com capacidade de 80 litros. O

tanque séptico trata o esgoto através de processo de sedimentação, flotação e digestão anaeróbia.

Sua forma é prismática retangular.

O sistema de tratamento com macrófitas utiliza o potencial de filtração no solo associado

a plantas com características de áreas úmidas. Promove remoção de material carbonáceo e sólidos

em suspensão através dos princípios de crescimento de biomassa. O filtro em sua forma

trapezoidal é revestido com lona plástica para evitar infiltração do esgoto e contaminação do

lençol freático. Tem inclinação de 1% para propiciar escoamento do esgoto ao longo de toda

área.

O esgoto passa pelo filtro por uma tubulação perfurada de PVC (75mm de diâmetro) ao

longo da seção transversal, homogeneizando dessa forma o fluxo. O leito é composto por brita,

areia grossa e uma camada de solo argilo-arenoso.

A planta escolhida foi a juncácea por ser perene, crescer rápido e ter alta capacidade de

remoção de nutrientes. Dois meses antes do sistema começar a funcionar, foi feito o plantio das

macrófitas.

Ao chegar ao tanque clorador os agentes patogênicos contidos na água são eliminados

através da aplicação de pastilhas (200g) de hipoclorito de cálcio num tempo de 30 minutos.

Segundo Kinceszki (2002), as análises realizadas não deram subsídios para avaliar a

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eficiência do sistema, devido ao pequeno número de amostragens e a falta de recursos para

manutenção do equipamento. No entanto, o emprego de filtros com macrófitas é um ótimo

tratamento a ser adotado, pois além de ser equivalente no custo quando comparado à outros

tratamentos, possui eficiência elevada para unidades descentralizadas, quando bem operado.

2.9 Dessalinização

A grande quantidade de água salgada que compõe o planeta torna a idéia da

dessalinização um meio de amenizar o problema da escassez mundial de água potável.

O fenômeno da dessalinização era utilizado em processos industriais na década de 60.

Logo depois, na década de 80, o emprego de membranas semipermeáveis sintéticas em aplicações

industriais passou a se difundir, ampliando o campo de aplicação deste processo. Isto resultou em

contínuas reduções de custo, não só pela maior escala de produção permitida como também pelo

crescente conhecimento tecnológico adquirido (UNIAGUA, 2004).

Ultimamente, os avanços científicos no campo da indústria de microchips e da

biotecnologia provocaram uma demanda por água de elevada pureza. A consciência de

preservação do meio ambiente pela sociedade também necessita de tratamentos de rejeitos

industriais mais sofisticados e de maior eficiência. Nestes campos, a dessalinização tem se

desenvolvido bastante, seu custo vem decrescendo e viabilizando muitos projetos antes

impensáveis (UNIAGUA, 2004).

Na ilha de Chipre, a água do oceano é dessalinizada para garantir não apenas o

fornecimento para a população, mas também para abastecer os lençóis freáticos há muito

reduzidos pelo uso desenfreado. Depois de “tratada”, a água do oceano é bombeada para o

subsolo, por onde passaram rios subterrâneos hoje extintos, e abastece grandes extensões de

terra, sendo utilizada principalmente para a irrigação (CGEE, 2003).

Países como a Arábia Saudita, Estados Unidos, Emirados Árabes e outros usam a técnica

de dessalinização da água para suprir suas necessidades e o rejeito da filtragem (sal retirado da

água) é utilizado na alimentação de gados. A Arábia Saudita dessaliniza 5 milhões de litros de

água por dia e os Emirados Árabes 2,5 milhões por dia. Os Estados Unidos têm capacidade de

dessalinizar aproximadamente 3 milhões de litros de água por dia, mas esse sistema só é usado

em caso de emergência, devido ao excessivo gasto de energia (CGEE, 2003).

O governo brasileiro possui cerca de 600 dessalinizadores localizados na região Nordeste.

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Porém, a maior parte encontra-se em precárias condições devido à falta de treinamento técnico

na manutenção dos equipamentos (CGEE, 2003).

As principais tecnologias de dessalinização são: destilação por membranas, destilação

solar e osmose reversa.

• Dessalinização por membranas

A água salina é aquecida por energia artificial para intensificar a produção de vapor que

confronta com uma membrana. Esta permite a passagem desse vapor e não a passagem da água.

Após isso o vapor se condensa numa superfície fria produzindo água doce (DANTAS, 1998).

• Dessalinização solar

A água salina é aquecida pela energia solar produzindo vapor de água. Esse vapor segue

para uma região mais fria onde se condensa e forma a água-produto (DANTAS, 1998).

• Osmose reversa

É um processo de separação por membranas onde uma solução salina pressurizada flui

através de uma membrana, separando a água dos solutos. Nenhum aquecimento se faz necessário

e a maior parte da energia utilizada é para manter a solução pressurizada (DANTAS, 1998). A

dessalinização de água através de osmose reversa é bastante utilizada por oferecer baixo custo

quando comparado com outros sistemas de dessalinização. Além de retirar o sal da água, este

sistema permite ainda eliminar vírus, bactérias e fungos, melhorando assim a qualidade de vida da

população (DANTAS, 1998).

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3 METODOLOGIA

Quando se deseja implantar um sistema de racionalização de água em um local, torna-se

necessário conhecer os dispositivos onde o consumo é mais significativo. Assim, o estudo dos

usos finais desempenha um importante papel nos estudos e projetos que visam obter economia

de água.

Nesse trabalho foi realizada uma série de levantamentos, entre entrevistas e quantificações

de campo, em 10 prédios públicos localizados em Florianópolis a fim de se obter os usos finais

de água. Buscou-se também detectar possíveis vazamentos que estivessem ocasionando

desperdícios de água.

3.1 Seleção de prédios

Inicialmente, foram selecionados para a pesquisa, 30 edifícios públicos localizados na

cidade de Florianópolis, em Santa Catarina. Antes de iniciar as visitas, foram feitos contatos, por

telefone, com os devidos responsáveis para que autorizassem a realização dos levantamentos nos

prédios. Para alguns casos, necessitou-se de uma carta assinada pelo orientador desse trabalho, a

fim de obter explicações mais concretas sobre o motivo da visita. Um exemplo dessa carta

encontra-se no Apêndice 1.

Nessa fase de contatos, 11 prédios tiveram que ser removidos da seleção por alguns

motivos. No edifício da Assembléia Legislativa foram impostas restrições no acesso, pela parte

administrativa do prédio, o que impossibilitou a realização dos levantamentos. O mesmo ocorreu

para o edifício do Fórum da Comarca da capital. No edifício do Departamento de Trânsito e

Segurança Viária (Detran) fora feitas várias tentativas de contato por telefone, porém não ocorreu

atendimento. O prédio das Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa)

possui outra forma de abastecimento de água, logo não utiliza somente a água fornecida pela

concessionária local. A Telesc (Telecomunicações do Estado de Santa Catarina) foi privatizada e

não autorizou os levantamentos.

Por motivos tais como facilidade no acesso, localização do edifício e limitação de

tempo, os 19 prédios que restaram passaram novamente por uma seleção onde, então, elaborou-

se uma listagem final contendo 10 prédios a serem levantados. A Tabela 3.1 apresenta a listagem

dos prédios onde foram realizados os levantamentos.

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Tabela 3.1 – Edifícios incluídos na análise

3.2 Levantamento de consumo

O consumo mensal de água dos prédios foi solicitado à CASAN (Companhia de

Abastecimento de Água de Santa Catarina), em um período histórico de 10 anos. Porém, as

faturas fornecidas compreenderam um período de 3 anos anteriores à data de solicitação.

Antes de realizar os levantamentos, tomou-se o cuidado de verificar se a fatura fornecida

pela CASAN correspondia à água fornecida somente para o edifício em estudo. Isso pelo fato de

existirem casos em que o setor público esteja situado em construções que englobam outros

setores como comerciais, por exemplo. Assim ficou garantido que toda a água consumida era

destinada ao órgão público.

3.3 Estimativa de consumo por usos finais

Para estimar o consumo de água por usos finais em cada prédio, foi necessário levantar

as características dos aparelhos utilizados e a freqüência com que os mesmos eram utilizados.

Sendo assim, os levantamentos foram realizados em duas etapas: levantamento dos dispositivos e

entrevista com os usuários.

Os levantamentos foram realizados no verão (janeiro a março), exceto pelo Tribunal de

Justiça onde os levantamentos foram realizados em outubro de 2003 e o BADESC em junho de

2004. Essa observação é importante de ser analisada, pois os consumos de água entre o verão e o

inverno costumam ser diferentes.

Edifícios

Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC) Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina (CREA) Departamento de Transportes e Terminais (DETER) Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) Secretaria da Agricultura Secretaria de Educação e Inovação Secretaria de Segurança Pública Tribunal de Contas Tribunal de Justiça

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

30

3.3.1 Entrevistas

Na segunda parte dos levantamentos foram realizadas entrevistas com alguns usuários

do edifício, a fim de descobrir a freqüência de uso de água no edifício. Foram feitas perguntas

que demonstrassem o tempo e a quantidade de vezes que cada um era utilizado.

Segundo Barbetta (2003), é possível determinar uma amostra que represente um

determinado número de pessoas através da equação 1.

[eq. 1] Onde: N - Número total de pessoas εo - Erro amostral desejado (1 a 20%) n – Amostra

Uma amostra bastante significativa seria aquela onde o erro adotado estivesse entre 1 e

4% (BARBETTA, 2003). Porém, foram adotados valores maiores de erros pois os edifícios com

um grande número de usuários resultaria numa amostra também muito grande, tornando inviável

a realização das entrevistas. No prédio do Tribunal de Justiça, por exemplo, com uma população

de 1216 pessoas e um erro de 4% resultaria numa amostra de aproximadamente 413 pessoas,

considerada grande para as condições de levantamentos. Para edifícios com populações menores,

a equação 1 forneceria, para pequenos erros, amostras tendendo ao valor real da população, o que

também resultariam em amostras grandes. Logo, adotou-se erros para as amostras um pouco

maiores que os considerados significativos.

Quando possível, procurou-se fazer as entrevistas com homens e mulheres na mesma

proporção que existia entre eles no prédio, evitando assim que prédios com mictórios e vasos

sanitários, onde existe diferença na utilização por sexo, tivessem erros em seus usos finais.

As entrevistas também possibilitaram levantar todos os locais, além de banheiros e

copas, em que a água é utilizada, tais como restaurantes, lavações de carros, torres de

resfriamento, etc. A planilha utilizada nas entrevistas encontra-se no Apêndice 2.

Para obter valores que representassem, tanto a freqüência como o tempo de uso dos

n ≥ noN

no+N

no ≥ 1 εo²

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

31

dispositivos, fez-se uma média dos valores coletados nas entrevistas em cada prédio.

3.3.2 Levantamento dos dispositivos

As pessoas contactadas em cada edifício disponibilizaram, para a pesquisa dos pontos de

saída de água, uma pessoa com conhecimentos sobre o edifício, a fim de orientar na procura dos

locais a serem levantados. Esse levantamento tinha como objetivo caracterizar todos os

dispositivos, relatando: marca, modelo, vazão, tipo e quantidades de aparelhos.

Para levantar as vazões de torneiras, chuveiros e duchas utilizou-se um recipiente de

volume conhecido, 0,5 litro, e foi medido o tempo em que o mesmo levava para encher. Esse

processo foi feito para todos os dispositivos com características diferentes. No caso de existir

semelhanças na marca e modelo, mediu-se a vazão de uma unidade, considerando-a para os

demais. Para determinar uma única vazão para torneiras, chuveiros e duchas, fez-se uma média

ponderada das vazões encontradas para cada dispositivo. Ao medir as vazões, procurou-se abrir

os dispositivos da mesma maneira, ou seja, com a mesma abertura, para evitar erros (adotado

como padrão meia volta).

Nos vasos sanitários, com caixa acoplada ou alta, o consumo foi medido levantando a

capacidade de armazenamento de água das caixas. Em vasos sanitários com válvula de descarga,

foi utilizado o produto da vazão média de 1,24 l/s e pela duração de uso de 6,15s, conforme

Tabela 2.4 da revisão bibliográfica, o que resultou num total de 7,63 litros a cada acionamento da

válvula. Esses valores foram adotados porque, além da falta de equipamentos adequados para

medir vazão em vasos sanitários, os entrevistados encontraram dificuldades ao informar o tempo

que utilizavam para pressionar a válvula de descarga, o que poderia resultar em erros muito

grandes. Para os mictórios a vazão admitida foi de 7 litros de água por acionamento, conforme

informações dos fabricantes.

Outros itens dos prédios como: população total, população de homens e mulheres, área

total e ano de fundação do edifício também foram levantados.

3.3.3 Estimativa de consumo de água

A partir das médias de freqüência e tempo de uso da água e das vazões foram

determinados os consumos para cada dispositivo. Esse consumo consiste basicamente no

produto dessas médias pela vazão e pelo número de usuários do dispositivo. A equação 2 mostra

o cálculo da vazão para torneiras, chuveiros e duchas.

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

32

[eq. 2]

Onde:

C - Consumo no dispositivo (l)

Mf - Média da freqüência (vezes)

Mt - Média do tempo (s)

N - População total

V - Vazão (l/s)

Em edifícios com mictórios, calculou-se o consumo desse dispositivo considerando a

população masculina e para vasos sanitários, a população feminina. O cálculo para vasos e

mictórios está representado, nesta seqüência, pelas equações 3 e 4.

[eq. 3]

Onde:

C - Consumo no vaso sanitário (l)

Mf - Média da freqüência (vezes)

Nm - População total de mulheres

v – Volume de água utilizado a cada uso do dispositivo (l/s)

[eq. 4]

Onde:

C - Consumo no mictório (l)

Mf - Média da freqüência (vezes)

Nh - População total de homens

v – Volume de água utilizado a cada uso do dispositivo (l/s)

Nos dispositivos citados, não se utiliza a média de tempo (Mt) no cálculo por não ter sido

coletadas informações sobre o mesmo.

Em edifícios que possuíam filtros de água, foi quantificado o número de copos de água

(com volume conhecido) consumidos. A partir daí fez-se uma média no número de copos de

água consumidos no prédio por pessoa. O cálculo desse consumo foi feito multiplicando a média

C=Mf Mt N V

C=Mf Nmv

C=Mf Nhv

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

33

do número de copos consumidos pela população total como mostra a equação 5.

[eq. 5]

Onde:

C - Consumo no dispositivo (l)

Mc - Média do número de copos utilizados (vezes)

N - População total

v – Volume dos copos (l)

Outros consumos quantificados foram os referentes à lavação de carros, restaurantes,

rega de jardins entre outras atividades incluídas no consumo de água do edifício. Para estimativa

desses valores, os usuários responderam um questionário, informando a utilização da água para a

atividade que exercia. Na limpeza, por exemplo, foram coletadas: freqüência de limpeza, número

de locais a serem limpos, volume e número de recipientes utilizados para a limpeza, etc. Para a

lavação de carros foi informada a quantidade de carros lavados por dia, tempo de uso da água em

cada carro, vazão da torneira utilizada entre outros.

O consumo total foi determinado fazendo a soma de todos os consumos específicos

calculados.

3.4 Análise de sensibilidade

Durante as entrevistas percebeu-se dúvidas nas respostas dos usuários, o que pode

acarretar erros na estimativa dos consumos. Para verificar o quanto uma resposta imprecisa

poderia afetar no resultado final, fez-se uma análise da sensibilidade para todos os dispositivos

contidos em cada prédio. Nessa análise, aplicaram-se variações sobre os itens levantados, relativo

ao uso dos dispositivos. Com isso, pode-se verificar a influência de cada dispositivo sobre o

consumo total.

Nas torneiras, chuveiros e duchas a modificação foi realizada sobre o tempo estimado

de utilização da mesma, ou seja, o tempo foi sendo modificado de 15 a -15 segundos, em

intervalos de 5 segundos. Para os vasos sanitários, mictórios e filtros variou-se a freqüência de

uso do mesmo de 3 a -3 vezes, em intervalos de uma vez. À medida que essas variações foram

sendo aplicadas, percebeu-se a diferença que ocorria no consumo total de água, determinando,

assim, a influência de cada dispositivo.

C= McVN

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

34

Ao obter a variação de consumo pelo erro cometido para uma pessoa, fez-se a análise

considerando que toda a amostra tenha cometido o mesmo erro na entrevista, mostrando a

diferença no consumo que ocorreria nesta hipótese.

3.5 Detecção de vazamentos

Ao comparar os consumos fornecido e estimativo, percebeu-se diferenças entre seus

valores. Sendo assim, tornou-se necessário verificar uma possível ocorrência de vazamentos.

Nos edifícios onde se obteve permissão, foram feitos testes para verificar vazamentos não

visíveis em vasos sanitários (testes da caneta e da farinha), entre o reservatório e os dispositivos

(teste para caixa d'água) e na entrada de água no edifício (teste para hidrômetro), todos contidos

na revisão bibliográfica. Também se procurou detectar vazamentos visíveis como torneiras

pingando, por exemplo.

3.6 Estimativa dos usos finais

Para estimar os usos finais nos dispositivos, fez-se a distribuição, em porcentagem, dos

consumos em todos os dispositivos com base no consumo total fornecido pela concessionária

local.

O consumo calculado foi comparado ao fornecido, a fim de verificar se ocorreram

discrepâncias entre os mesmos. Para edifícios que apresentaram vazamentos, o erro entre os

consumos foi atribuído ao vazamento. Na ausência de vazamentos, essa diferença foi atribuída ao

dispositivo de maior sensibilidade. Caso essa atribuição afetasse muito na média de uso do

dispositivo, para vasos e mictórios, e na média do tempo e do uso, para torneiras, chuveiros e

duchas, procurou-se distribuir essa diferença entre os dispositivos mais sensíveis.

Os edifícios que continham torres de resfriamento, onde o uso é muito acentuado no

verão, fez-se a estimativa dos usos finais para duas estações (inverno e verão).

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

35

4 RESULTADOS

Neste capítulo serão mostrados os resultados da metodologia aplicada nos 10 edifícios

estudados, que compreendem desde os levantamentos nos edifícios até os cálculos e análises

realizadas. Ao final, são apresentados, em gráficos, os usos finais de água em cada um.

4.1 Características físicas

Os 10 edifícios estudados encontram-se localizados em dois bairros distintos na cidade

de Florianópolis, sendo 6 localizados no bairro do Centro e 4 no bairro do Itacorubi. A Tabela

4.1 apresenta algumas características físicas dos 10 edifícios em questão. Os anexos, contidos em

alguns edifícios, possuem um andar.

Tabela 4.1 – Características dos edifícios analisados

Edifício Localização Área Total (m2)

Nº de andares

População Total

BADESC Rua Almirante Alvim, 491-Centro 1300 2 165

CELESC Rod. SC 404, km 3-Itacorubi 21405 5 1035 CREA Rod. SC 404, nº 2125-Itacorubi 2000 2 95

DETER Av. Rio Branco, nº 701-Centro 1400 5 107

EPAGRI Rod. SC 404, nº 1486-Itacorubi 8025 2 e 2 anexos 324 Secretaria da Agricultura Rod. SC 404, nº 1347-Itacorubi 3726 2 e 2 anexos 197 Secretaria de Educação Rua Antônio Luz, nº 111-Centro 6800 11 520 Secretaria de Segurança Pública Rua Esteves Junior, nº 80-Centro 1690 5 90 Tribunal de Contas Rua Bulcão Vianna, nº 90-Centro 8200 2 e 1 anexo 542 Tribunal de Justiça Rua Álvaro M.da Silveira, nº 208-Centro 13617 14 1216

As Figuras 4.1 a 4.10 apresentam, na mesma seqüência, as fachadas dos edifícios em que

foram realizados os levantamentos.

Figura 4.1 – Fachada frontal – BADESC

Figura 4.3 – Fachada lateral – CELESC

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

36

Figura 4.2 – Fachada lateral - CREA

Figura 4.4 – Fachada frontal – DETER

Figura 4.5 – Fachada frontal – EPAGRI

Figura 4.6 – Fachada frontal - Secretaria da

Agricultura

Figura 4.7 – Vista sudeste - Secretaria da Educação

Figura 4.8 – Fachada frontal - Secretaria de

Segurança Pública

Figura 4.9 – Vista sudeste - Tribunal de Contas

Figura 4.10 - Fachada frontal - Tribunal de

Justiça

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

37

Os levantamentos realizados possibilitaram conhecer todos os dispositivos sanitários no

prédio e todas as atividades realizadas com o uso da mesma. A Tabela 4.2 mostra essas

características em cada prédio. Observa-se que todos os edifícios, exceto DETER e Secretaria de

segurança pública, possuem torneiras com fechamento automático e todos ainda utilizam torneira

comum. Em vasos sanitários, ocorreu uma predominância dos tipos com válvula de descarga

exceto para o edifício BADESC, que contém apenas vasos sanitários com caixas acopladas com

volume de 12 litros. Nos demais prédios com caixa acoplada a capacidade foi de 6 litros. O

edifício do BADESC possui apenas 2 mictórios, que ocorreu devido a uma reforma realizada em

um setor, que proporcionou a inclusão de 2 mictórios em um banheiro masculino. Os anexos da

Secretaria da Agricultura e do Tribunal de Contas possuem banheiros com instalações bastante

antigas e que não passaram por reformas, justificando, assim, a presença de vasos sanitários com

caixas altas com capacidade de 12 litros. Dos 10 edifícios analisados, 6 possuem chuveiros e

duchas e 4 possuem filtros de água. A CELESC e a Secretaria da Agricultura possuem ainda

torres de resfriamento para ar condicionado.

Tabela 4.2 – Dispositivos sanitários e formas de utilização de água nos prédios

Os edifícios que passaram por reformas em seus banheiros tiveram alguns de seus

equipamentos comuns trocados por equipamentos que economizam água. A Tabela 4.3 mostra o

período de troca desses equipamentos nos edifícios.

Torneira Vaso sanitário Mictório Edifício

Comum Fech.

autom. Caixa acopl.

Caixa alta Válvula Comum

Fech. automat.

Chuveiro Ducha Filtro Torre de

Resfriamento

BADESC 2 21 15 --- --- --- 2 --- --- --- ---

CELESC 62 94 21 --- 84 --- 41 7 2 13 Sim

CREA 8 21 1 --- 9 --- 6 1 --- 1 ---

DETER 17 --- --- --- 11 --- --- --- --- --- ---

EPAGRI 29 46 --- --- 58 --- 26 7 --- --- ---

Secretaria da Agricultura 33 40 1 6 36 --- 17 2 5 --- Sim

Secretaria de Educação 36 41 --- --- 38 --- --- --- --- 11 ---

Secretaria de Segurança Pública 31 --- --- --- 28 --- --- --- --- --- ---

Tribunal de Contas 38 50 10 9 52 --- 20 1 --- --- ---

Tribunal de Justiça 154 16 14 --- 95 18 14 1 --- 4 ---

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

38

Tabela 4.3 – Período de troca de equipamentos sanitários nos edifícios

4.2 Consumos fornecidos

Nos consumos fornecidos pela CASAN, verificou-se regularidade nos períodos de

leitura dos hidrômetros, que atenderam a freqüência de 30 dias. Esse aspecto é importante de ser

analisado, pois as leituras feitas sem regularidade causam grandes variações de consumos ao

longo dos meses.

Em alguns edifícios foi possível analisar diferenças significativas de consumos ao longo

dos 3 anos analisados. Segundo dados da CASAN, no edifício do CREA, por exemplo, o

consumo médio mensal no fim do ano de 2000 era de 280000 litros/mês enquanto que a média

para os 10 meses de 2003 foi de 68700 litros/mês, ou seja, ocorreu uma redução de 4,8 vezes.

Contatos realizados no edifício identificaram a presença de vazamentos ocorridos no final de

2000. Também no CREA foi realizada a substituição de torneiras comuns por torneiras com

fechamento automático seguida de uma campanha de conscientização das pessoas sobre o uso da

água no edifício. Alguns edifícios mantiveram seus valores de consumos constantes ao longo do

período.

No edifício do BADESC nada se pode afirmar sobre o consumo lido pois, segundo

informações da CASAN, este edifício esteve com o hidrômetro danificado durante todo o

período de estudo, sendo, portanto, o valor de 10m3 mensais fornecido correspondente ao

mínimo estabelecido para prédios desse porte. A CASAN citou o mesmo problema para a

Secretaria da Educação, porém os consumos passaram a apresentar valores inconsistentes

somente no inicio de 2003. Em todos os edifícios, exceto CELESC e CREA, verifica-se uma

redução do consumo nos meses de dezembro a março, desconsiderando para o CREA o período

de ocorrência de vazamentos (fim de 2000), justificado pela ocorrência de férias. Em um dos

Edifício Período de reforma

BADESC Set/1999 CELESC Jan/2002 CREA Mai/2001 DETER --- EPAGRI Dez/1998 Secretaria da Agricultura Jun/2001 Secretaria de Educação Dez/2001 Secretaria de Segurança Pública --- Tribunal de Contas Mai/2000 Tribunal de Justiça Fev/2000

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

39

edifícios que possuem torres de resfriamento (CELESC), o consumo de água apresentou um

significativo acréscimo no verão devido ao constante uso do ar condicionado. A Secretaria de

Segurança Pública apresentou um significativo aumento em seu consumo no período de abril a

agosto de 2003. Contatos realizados no prédio não souberam justificar a razão desse aumento.

Comparando o consumo médio da CELESC de maio a outubro de 2003 (1300 m3) com o

consumo de fevereiro para o mesmo ano (2400 m3), verifica-se uma diferença entre consumos de

aproximadamente 48 m3 de água por dia. Logo, é importante comentar que essa diferença não

surge somente das torres de resfriamento, que contribuem com cerca de 13 m3 de água por dia

como será citado mais à frente, pois em função da temperatura ser mais elevada no verão a água

torna-se mais utilizada tanto para consumo, quanto para limpeza e outras atividades. As Figuras

4.11 a 4.20 mostram o consumo mensal fornecido para os 3 anos de leituras.

0

1000

2000

3000

4000

5000

NO

V/0

0

FEV

/01

MA

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AG

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1

NO

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1

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/02

MA

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2

NO

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2

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/03

MA

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AG

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Meses

Con

sum

os (m

3 )

0

1000

2000

3000

4000

5000

NO

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MA

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1

NO

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1

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MA

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2

NO

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2

FEV

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MA

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AG

O/0

3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

Figura 4.11 – Consumo mensal fornecido - Figura 4.12 – Consumo mensal fornecido -

BADESC CELESC

0

100

200

300

400

NO

V/0

0

FEV

/01

MA

I/01

AG

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1

NO

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1

FEV

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MA

I/02

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2

NO

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2

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/03

MA

I/03

AG

O/0

3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

0

50

100

150

200

NO

V/0

0

FEV

/01

MA

I/01

AG

O/0

1

NO

V/0

1

FEV

/02

MA

I/02

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2

NO

V/0

2

FEV

/03

MA

I/03

AG

O/0

3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

Figura 4.13 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.14 – Consumo mensal fornecido –CREA DETER

0

100

200

300

400

500

NO

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0

JAN

/01

MA

R/01

MA

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01

SET/

01

NO

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1

JAN

/02

MA

R/02

MA

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JUL/

02

SET/

02

NO

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2

JAN

/03

MA

R/03

MA

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JUL/

03

SET/

03

Meses

Con

sum

os (m

3 )

0

250

500

750

1000

1250

NO

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0

FEV

/01

MA

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1

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1

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MA

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AG

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2

NO

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2

FEV

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MA

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AG

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3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

Figura 4.15 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.16 – Consumo mensal fornecido -

EPAGRI Secretaria da Agricultura

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

40

0

100

200

300

400

500

600

NO

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0

FEV

/01

MA

I/01

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1

NO

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1

FEV

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MA

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2

NO

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2

FEV

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MA

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AG

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3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

0

50100

150

200250

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NO

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0

FEV

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MA

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AG

O/0

1

NO

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1

FEV

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MA

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AG

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2

NO

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2

FEV

/03

MA

I/03

AG

O/0

3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

Figura 4.17 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.18 – Consumo mensal fornecido – Secretaria da Educação Secretaria de Segurança Pública

0

200

400

600

800

1000

1200

NO

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0

FEV

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1

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MA

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NO

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2

FEV

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MA

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AG

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Meses

Con

sum

os (m

3 )

0

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1000

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2000

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0

FEV

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AG

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1

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1

FEV

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MA

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AG

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NO

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2

FEV

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MA

I/03

AG

O/0

3

Meses

Con

sum

os (m

3 )

Figura 4.19 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.20 – Consumo mensal fornecido – Tribunal de Contas Tribunal de Justiça

Quando ocorreram discrepâncias de consumos entre os meses, adotou-se o valor do

ano de 2003, por ser a data mais próxima ao período de levantamentos, exceto para o edifício

Secretaria da Educação que apresentou problemas no hidrômetro no ano de 2003,

impossibilitando o uso desse consumo. O consumo fornecido do BADESC não pôde ser

utilizado pois o hidrômetro esteve com problemas ao longo dos anos fornecidos. Sendo assim,

adotou-se neste prédio, para fins de cálculo, o consumo estimado. Quando os consumos

permaneceram próximos, adotou-se a média do consumo dos 34 meses fornecidos. A Tabela 4.4

mostra os consumos fornecidos adotados e o período correspondente aos mesmos.

Tabela 4.4 – Consumos fornecidos adotados e período da leitura

Edifício Consumo (litros/mês) Período da leitura

BADESC 105427 Estimado CELESC 1531200 Jan/2003 a Out/2003 CREA 68700 Jan/2003 a Out/2003 DETER 74220 Nov/2000 a Out/2003 EPAGRI 211700 Jan/2003 a Out/2003 Secretaria da Agricultura 248300 Jan/2003 a Out/2003 Secretaria de Educação 209400 Nov/2000 a Out/2003 Secretaria de Segurança Pública 65600 Nov/2000 a Out/2003 Tribunal de Contas 333600 Nov/2000 a Out/2003 Tribunal de Justiça 1064000 Nov/2000 a Out/2003

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4.2.1 Consumo per capita

Para uma possível comparação de consumo entre os prédios, determinou-se o total de

água consumido em litros/pessoa/dia, fazendo a razão entre o consumo de água no edifício por

dia pela população total do prédio. Para determinar o consumo de água por dia adotou-se uma

média de 22 dias por mês. A Figura 4.21 mostra os resultados dos consumos per capita nos

edifícios analisados, onde percebeu-se uma predominância de consumo entre 28,0 e 39,8 litros

por dia, exceto pelos edifícios CELESC e Secretaria da Agricultura que apresentaram consumo

maior (67,2 e 57,3 litros/pessoa/dia), e o edifício Secretaria da Educação, por apresentar um

consumo menor (18,3 litros/pessoa/dia). Os dois primeiros edifícios citados apresentaram seu

consumo elevado pelo fato de serem os dois únicos que possuem torres de resfriamento para ar

condicionado. Nesse caso, desconsiderando o consumo das torres, os consumos per capita nos

edifícios seriam reduzidos para 54,7 e 42,1 litros/pessoa/dia respectivamente. Na Secretaria da

Educação, o número de usuários do prédio pode ter sido informado incorretamente, fato este

que pode justificar o seu baixo consumo per capita. Além disso, outras informações coletadas na

CASAN, mostraram que o hidrômetro encontrava-se danificado no ano de 2003, onde o

consumo passou a diminuir significativamente. A média de consumo per capita para todos os

edifícios foi de 36,7 litros/pessoa/dia.

67,2

29,7

57,3

18,3

28,0

39,8

29,033,132,9 31,5

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Bade

sc

Cel

esc

Cre

a

Det

er

Epag

ri

Secr

eria

de

Agric

ultu

ra

Secr

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Trib

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de

Con

tas

Trib

unal

de

Just

iça

Edifício

Cons

umo

(litr

os/p

esso

a/di

a)

Figura 4.21 – Consumo de água per capita nos edifícios analisados

4.3 Estimativa de consumo por usos finais

Nos levantamentos dos dispositivos, mediu-se a vazão de torneiras, chuveiros e duchas

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como foi citado anteriormente. Para obter uma única vazão para torneiras, por exemplo, foi feita

uma média ponderada das vazões coletadas. O mesmo aconteceu para chuveiros e duchas. A

Tabela 4.5 apresenta a média das vazões dos dispositivos em cada edifício levantado. Pode-se

perceber que os edifícios que possuem torneiras com fechamento automático apresentam vazões

maiores comparadas a torneiras comuns. Entretanto, essa ocorrência não parece estranha quando

levado em consideração o fato de que torneiras com fechamento automático tornam-se

econômicas por evitar vazamentos visíveis ou aberturas em momentos desnecessários e não por

ter uma vazão menor. Além disso, as torneiras levantadas não apresentaram arejadores.

Tabela 4.5 – Vazões medidas nos dispositivos

Vazões (l/s) Torneira Edifício

Comum Fech. autom. Média Chuveiro Ducha

BADESC 0,10 0,14 0,14 __ __ CELESC 0,10 0,11 0,11 0,10 0,15 CREA 0,09 0,14 0,13 0,10 __ DETER 0,08 --- 0,08 __ __ EPAGRI 0,08 0,14 0,12 0,10 __ Secretaria da Agricultura 0,09 0,14 0,12 0,10 0,15 Secretaria de Educação 0,07 0,11 0,11 __ __ Secretaria de Segurança Pública 0,09 --- 0,09 __ __ Tribunal de Contas 0,08 0,14 0,12 0,10 __ Tribunal de Justiça 0,10 0,14 0,10 0,07 __

Para vasos sanitários e mictórios, os usuários encontraram dificuldades ao informar o

tempo em que as válvulas permaneciam acionadas no uso. Para não ocasionar erros devido a

estimativas grosseiras, adotou-se, para esse caso, os valores de vazão levantados na literatura

conforme Tabela 2.4.

No caso do edifício possuir mictórios, foi necessário levantar o número de homens e

mulheres no edifício. Durante as entrevistas, a população masculina, em sua maioria, citou apenas

o uso do mictório. Neste caso, para o cálculo do consumo, considerou-se como usuários do vaso

sanitário somente a população feminina, com exceção dos edifícios BADESC e Secretaria da

Educação, ambos por possuir apenas 2 mictórios. Nesse caso, calculou-se o consumo no vaso

sanitário para a população total. A Tabela 4.6 mostra a população total, porcentagem de homens

e mulheres dos prédios que possuem mictórios, a porcentagem das amostras e o erro amostral

adotado para determinação das mesmas. Nas amostras, percebe-se uma predominância de

entrevistas realizadas com mulheres, o que ocorreu pelas mesmas se mostrarem mais receptivas

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ao responder as perguntas.

Tabela 4.6 – População e porcentagem de homens e mulheres nos edifícios

População População (%) Amostras Amostras (%) Edifício

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

Erro amostral εo (%)

BADESC 98 67 165 59 41 7 5 58 42 28

CELESC 535 500 1035 52 48 11 19 37 63 18

CREA 50 45 95 53 47 5 5 50 50 30

DETER --- --- 107 --- --- 6 5 55 45 29

EPAGRI 190 134 324 59 41 5 9 36 64 26 Secretaria da Agricultura 79 118 197 40 60 4 6 40 60 31

Secretaria de Educação 130 390 520 25 75 6 10 38 63 25

Secretaria de Segurança Pública --- --- 90 --- --- 4 5 44 56 30

Tribunal de Contas 342 200 542 63 37 5 10 33 67 25

Tribunal de Justiça 426 790 1216 35 65 15 29 34 66 15

Vale ressaltar que os edifícios DETER e Secretaria de Segurança Pública não possuem

mictórios, o que dispensou o levantamento da população masculina e feminina separadamente.

Através das informações obtidas nas entrevistas, foi feita uma média de uso para cada

dispositivo. No filtro foi feita a média da quantidade de água consumida no prédio (litros). A

Tabela 4.7 mostra esses dados para os 10 edifícios, onde se percebeu a maior utilização da

torneira, quando comparada aos outros dispositivos. Os prédios que possuíam poucos mictórios

(BADESC e Secretaria da Educação) tiveram suas médias para mictórios baixas, visto que a

população masculina também utiliza os vasos sanitários. Maiores detalhes sobre os dispositivos

podem ser verificados no Apêndice 3.

Tabela 4.7 – Freqüência diária e tempo de uso dos dispositivos.

Torneira Chuveiro Ducha Edifício

Vaso sanitário (vezes)

Freqüência (vezes)

Tempo (s)

Mictório (vezes) Freqüência

(vezes) Tempo

(s) Freqüência

(vezes) Tempo

(s)

Filtro (l)

BADESC 2,13 3,25 11,67 1,00 --- --- --- --- ---

CELESC 3,37 4,10 7,63 4,00 0,07 50,0 0,03 20,0 0,62

CREA 1,80 5,90 10,40 4,40 0,10 12 --- --- 0,32

DETER 2,55 4,18 29,36 --- --- --- --- --- ---

EPAGRI 3,11 4,07 7,57 3,20 0,21 72,86 --- --- --- Secretaria da Agricultura 3,33 4,20 6,20 3,25 0,10 42,0 0,10 30,0 ---

Secretaria de Educação 1,85 2,94 5,88 1,50 --- --- --- --- 0,59

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Tabela 4.7 – Freqüência diária e tempo de uso dos dispositivos (cont.).

Desse modo, foram realizados os cálculos de consumos em todos os dispositivos (de

acordo com o item 3.3.3 da metodologia). Além dos dispositivos, existiam nos edifícios outras

atividades ligadas ao consumo de água. Esses consumos foram estimados segundo informações

obtidas no edifício. Nos edifícios que possuem lavação de carros, por exemplo, fez-se uma

entrevista com os responsáveis por essa função, onde os mesmos relataram a quantidade de

carros lavados em um dia e o tempo que a água foi utilizada para lavar cada carro. A vazão da

torneira utilizada foi medida e assim estimado o consumo para o dia. Nos edifícios com

restaurantes, fez-se entrevistas com as pessoas que trabalhavam na cozinha, relatando o tempo de

uso das torneiras para cada atividade realizada. As vazões das torneiras utilizadas também foram

medidas. A Tabela 4.8 mostra o consumo de água para as referentes atividades em cada um dos

prédios.

Tabela 4.8 – Atividades consumidoras de água nos edifícios

O consumo total foi calculado fazendo a soma de todos os consumos específicos acima

citados. Esse consumo foi comparado ao consumo medido e fornecido pela CASAN, onde se

determinou a diferença entre ambos (erro) em porcentagem. A Tabela 4.9 mostra os consumos

Torneira Chuveiro Ducha Edifício

Vaso sanitário (vezes)

Freqüência (vezes)

Tempo (s)

Mictório (vezes) Freqüência

(vezes) Tempo

(s) Freqüência

(vezes) Tempo

(s)

Filtro (l)

Secretaria de Segurança Pública 3,56 4,11 16,44 --- --- --- --- --- ---

Tribunal de Contas 3,30 4,40 7,40 3,20 0,07 28,0 --- --- ---

Tribunal de Justiça 3,52 4,66 7,41 4,40 0,14 67,05 --- --- 0,47

Consumos (litros/dia) Edifício

Limpeza CozinhaIrrigação de

jardim Lavação de

carros Restaurante

Torre de resfriamento

BADESC 100 23 432 --- --- --- CELESC 2500 150 --- 1500 5400 13000 CREA 80 10 40 --- --- --- DETER 60 15 --- --- --- --- EPAGRI 270 35 60 150 --- --- Secretaria da Agricultura 540 35 --- 200 2600 3000 Secretaria de Educação 200 90 --- --- --- --- Secretaria de Segurança Pública 75 10 --- --- --- --- Tribunal de Contas 290 70 --- 100 --- --- Tribunal de Justiça 2230 195 180 --- --- ---

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de água mensais (medido e estimado) e o erro proveniente da diferença entre eles para cada

prédio analisado. Como o problema existente no hidrômetro do edifício BADESC comprometia

todo o período de consumo fornecido, adotou-se, para esse edifício, apenas o consumo estimado,

o que resultou num erro de 0%.

Tabela 4.9 – Consumos de água, medido e estimado, e diferença (erro) entre ambos

Edifício Consumo medido

(litros/mês) Consumo estimado

(litros/mês) Erro (%)

BADESC 105427 105427 0,0 CELESC 1531200 1226378 -19,9 CREA 68700 70277 2,3 DETER 74220 70493 -5,0 EPAGRI 211700 212437 0,3 Secretaria da Agricultura 248300 265544 6,9 Secretaria de Educação 209400 223991 7,0 Secretaria de Segurança Pública 65600 67632 3,1 Tribunal de Contas 333600 349047 4,6 Tribunal de Justiça 1064000 969058 -8,9

Através da Tabela 4.9 pode-se verificar que em 5 prédios ocorreram diferenças entre os

consumos acima de 5,0%. No edifício da CELESC percebeu-se o maior erro (cerca de 20%).

Várias podem ser as hipóteses que justifiquem essa diferença, dentre elas pode-se destacar:

respostas com grande margem de erros nas entrevistas, hidrômetros danificados impossibilitando

a leitura real do consumo do prédio e ocorrência de vazamentos.

4.4 Análise de sensibilidade

A análise de sensibilidade realizada mostrou que as respostas duvidosas sobre o uso

dos dispositivos no prédio podem ocasionar grandes divergências sobre o consumo real de água.

O vaso sanitário apareceu como o dispositivo mais significativo nessa análise na maioria dos

prédios. As Figuras 4.22 a 4.31 mostram a análise de sensibilidade para os vasos sanitários,

considerando erros na resposta relativa à utilização do vaso sanitário por apenas um usuário. No

edifício do BADESC, por exemplo, o vaso sanitário afetou cerca de 3,5% sobre o valor do

consumo total, considerando o erro de uma vez na utilização do dispositivo, e aproximadamente

10% quando esse erro foi de 3 vezes. Houve casos em que essa variação afetou muito pouco no

consumo total de água, como nos edifícios CELESC e Tribunal de Justiça que, considerando um

erro de 3 vezes na resposta de uma pessoa, atingiram cerca de 1,2% e 1,5%, respectivamente,

sobre o consumo. Isso ocorreu por serem dois edifícios com inúmeras atividades consumidoras

de água. Por outro lado, o DETER e Secretaria de Segurança Pública além de utilizarem pouca

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água não dispõem de mictórios, o que torna o consumo de água no vaso sanitário alto.

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.22 – Sensibilidade do vaso sanitário –

BADESC

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.23 – Sensibilidade do vaso sanitário –

CELESC

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.24 – Sensibilidade do vaso sanitário –

CREA

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.25 – Sensibilidade do vaso sanitário –

DETER

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.26 – Sensibilidade do vaso sanitário –

EPAGRI

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.27 – Sensibilidade do vaso sanitário –

Secretaria da Agricultura

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.28 – Sensibilidade do vaso sanitário –

Secretaria da Educação

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.29 – Sensibilidade do vaso sanitário –

Secretaria de Segurança Pública

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-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.30 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Contas

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do vaso sanitário (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.31 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Justiça

A análise realizada nos mictórios também mostrou uma grande sensibilidade desses

dispositivos. Nos edifícios EPAGRI e Tribunal de Contas, os mictórios tiveram maiores

variações sobre o consumo total de água que os vasos sanitários. Isso aconteceu porque esses

edifícios possuem um maior número de homens do que mulheres, o que torna os mictórios

bastante utilizados. Houve casos em que os dois dispositivos (vasos sanitários e mictórios)

apresentaram influências semelhantes como no Tribunal de Justiça e CELESC. As Figuras 4.32 a

4.39 mostram a sensibilidades dos mictórios em cada prédio.

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.32 – Sensibilidade do mictório – BADESC

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.33 – Sensibilidade do mictório –

CELESC

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.34 – Sensibilidade do mictório – CREA

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.35 – Sensibilidade do mictório – EPAGRI

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.36 – Sensibilidade do mictório – Secretaria da Agricultura

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.37 – Sensibilidade do mictório –

Secretaria da Educação

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-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.38 – Sensibilidade do mictório – Tribunal de Contas

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Variação no uso do mictório (vezes)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.39 – Sensibilidade do mictório –

Tribunal de Justiça

Entre os dispositivos, as torneiras apresentaram a terceira maior influência sobre o

consumo de água nos edifícios. A maior ocorreu no edifício do CREA, com cerca de 1,10% a

cada 5 segundos de variação para uma amostra. Na CELESC e no Tribunal de Justiça, assim

como o vaso sanitário, a torneira não apresentou grande sensibilidade, com aproximadamente

0,40% numa variação de 15 segundos. As Figuras 4.40 a 4.49 mostram a análise de sensibilidade

para as torneiras.

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.40 – Sensibilidade da torneira – BADESC

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.41 – Sensibilidade da torneira –

CELESC

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.42 – Sensibilidade da torneira – CREA

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.43 – Sensibilidade da torneira –

DETER

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.44 – Sensibilidade da torneira – EPAGRI

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.45 – Sensibilidade da torneira –

Secretaria da Agricultura

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.46 – Sensibilidade da torneira – Secretaria da Educação

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.47 – Sensibilidade da torneira –

Secretaria de Segurança Pública

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.48– Sensibilidade da torneira – Tribunal de Contas

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso da torneira (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.49 – Sensibilidade da torneira –

Tribunal de Justiça

Os chuveiros, duchas e filtros, existentes em alguns prédios, apresentaram baixa

influência sobre o consumo total de água. A justificativa para chuveiros e duchas é que são

dispositivos pouco utilizados quando comparados à vasos sanitários, mictórios e torneiras. No

caso do filtro, seu uso dispõe de uma pequena quantidade de água, o que o torna menos

influente. A Figura 4.50 mostra a sensibilidade para os chuveiros da EPAGRI, onde se verificou a

maior influência sobre o consumo (cerca de 0,07%) e a Figura 4.51 mostra a sensibilidade para o

filtro no Tribunal de Justiça.

Todas as análises realizadas referem-se ao erro para apenas uma pessoa. Considerando

que toda a amostra tenha cometido o mesmo erro, verificam-se grandes mudanças sobre o

consumo estimado. Na Tabela 4.10 é possível perceber, para os 10 prédios estudados, a variação

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-15 -10 -5 0 5 10 15

Variação no tempo de uso do chuveiro (s)

Var

iaçã

o n

o co

nsu

mo

(%)

Figura 4.50 – Sensibilidade do chuveiro -EPAGRI

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

-0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6

Variação na quantidade de água consumida do filtro (l)

Var

iaçã

o no

con

sum

o (%

)

Figura 4.51 – Sensibilidade do filtro Tribunal de Justiça

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

50

no consumo decorrente de um possível erro obtido nas informações de freqüência de uso, onde

se variou de –3 a +3 vezes de uma em uma vez, e de tempo de usos dos dispositivos, onde se

variou de –15 a +15 segundos de 5 em 5 segundos, para um usuário e para a toda a amostra

entrevistada no edifício. Na Tabela 4.10 considerou-se um erro de uma vez na freqüência de uso

de vasos sanitários, mictórios e filtros; e um erro de 5 segundos no tempo de uso de torneiras e

demais dispositivos.

Tabela 4.10 – Variação no consumo mensal obtida do erro de um usuário e de toda a amostra

Erro sobre o consumo total (%) Edifício Dispositivo Um usuário Amostra

Vaso sanitário ± 3,28 ± 26,27 Mictório ± 2,86 ± 14,32 Torneira ± 0,65 ± 7,86 Chuveiro --- --- Ducha --- ---

BADESC

Filtro --- --- Vaso sanitário ± 0,39 ± 7,39

Mictório ± 0,61 ± 6,72 Torneira ± 0,10 ± 3,84 Chuveiro ± 0,00 ± 0,06 Ducha ± 0,00 ± 0,05

CELESC

Filtro ± 0,01 ± 0,34 Vaso sanitário ± 2,47 ± 12,49

Mictório ± 2,19 ± 10,96 Torneira ± 1,13 ± 4,07 Chuveiro ± 0,03 ± 0,16

Ducha --- ---

CREA

Filtro ± 0,06 ± 0,56 Vaso sanitário ± 2,31 ± 25,50

Mictório --- --- Torneira ± 0,50 ± 16,76 Chuveiro --- ---

Ducha --- ---

DETER

Filtro --- --- Vaso sanitário ± 1,17 ± 10,59

Mictório ± 2,75 ± 13,77 Torneira ± 0,59 ± 8,20 Chuveiro ± 0,02 ± 0,36

Ducha --- ---

EPAGRI

Filtro --- --- Vaso sanitário ± 1,28 ± 7,73

Mictório ± 1,14 ± 4,58 Torneira ± 0,41 ± 4,12 Chuveiro ± 0,01 ± 0,08

Ducha ± 0,02 ± 0,12

Secretaria da Agricultura

Filtro --- ---

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

51

Tabela 4.10 - Variação no consumo mensal obtida do erro de um usuário e de toda a amostra

(cont.).

Erro sobre o consumo total (%) Edifício Dispositivo Um usuário Amostra

Vaso sanitário ± 3,00 ± 38,97 Mictório ± 2,23 ± 8,94 Torneira ± 0,47 ± 7,5 Chuveiro --- --- Ducha --- ---

Secretaria da Educação

Filtro ± 0,05 ± 0,92 Vaso sanitário ± 2,47 ± 22,35

Mictório --- --- Torneira ± 0,59 ± 5,43 Chuveiro --- ---

Secretaria de Segurança

Pública Filtro --- ---

Vaso sanitário ± 1,06 ± 10,55 Mictório ± 3,02 ± 15,09 Torneira ± 0,61 ± 9,02

Tribunal de Contas

Chuveiro ± 0,01 ± 0,11 Vaso sanitário ± 0,51 ± 14,70

Mictório ± 0,45 ± 6,77 Torneira ± 0,15 ± 6,43 Chuveiro ± 0,00 ± 0,13 Ducha --- ---

Tribunal de Justiça

Filtro ± 0,01 ± 0,50

Verificada a grande possibilidade de erros decorrentes das entrevistas, é possível afirmar

que a diferença encontrada entre o consumo medido e estimado pode ter sua origem desta fonte

de erro. Na Tabela 4.9, por exemplo, verifica-se no prédio da Secretaria da Agricultura que um

erro de informação para o vaso sanitário cometido pela amostra, bastaria para justificar a

diferença encontrada entre os consumos. No CREA, esse erro cometido para uma torneira,

apresentaria uma influência no consumo de 4,07%, ou seja, quase o dobro da diferença entre os

consumos (2,3%).

4.5 Detecção de vazamentos

Uma hipótese que não poderia ser esquecida era a de verificar vazamentos nos prédios

levantados. Sendo assim, fez-se novas visitas aos locais para que fosse possível verificar a

existência desses vazamentos.

Os locais adotados para localizar vazamentos escondidos foram: vaso sanitário, através

dos testes da caneta e da farinha, caixa d’ água e hidrômetro. Todos os testes citados foram

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

52

realizados como consta na revisão bibliográfica. Na visita, também se procurou observar se

existiam vazamentos visíveis, como torneiras pingando, por exemplo.

Os testes da caneta e da farinha foram realizados nos vasos sanitários em todos os

prédios, não acusando problemas de vazamento em nenhum deles. Procurou-se fazer os testes

em um número de vasos sanitários proporcional ao existente no prédio, ou seja, nos edifícios

com maior número de vasos sanitários fez-se uma maior quantidade de testes. A Tabela 4.11

mostra o número de vasos sanitários testados em cada edifício.

Tabela 4.11 – Número de vasos testados em cada edifício.

Vaso Sanitário Edifício Teste da farinha Teste da caneta Total

BADESC 3 1 15 CELESC 8 3 105 CREA 4 1 10 DETER 4 1 11 EPAGRI 5 2 58 Secretaria da Agricultura 5 2 43 Secretaria de Educação e Inovação 4 2 38 Secretaria de Segurança Pública 4 2 28 Tribunal de Contas 5 2 71 Tribunal de Justiça 10 4 109

No teste do hidrômetro, procurou-se verificar a presença de vazamentos entre o mesmo

e a cisterna. Esse teste foi realizado em todos os edifícios e não acusou qualquer presença de

vazamento.

O teste da caixa d’ água acusa a presença de vazamentos na distribuição da água para o

edifício. Esse teste apresentou muitas limitações, principalmente em edifícios de grande porte,

pois durante sua realização a água não pode ser utilizada. Portanto, em edifícios maiores, o

controle dos usuários era complicado. Nos edifícios CELESC e Tribunal de Justiça não foi

possível realizar esse teste, pois além de haver poucos horários em que os edifícios encontravam-

se vazios não foi disponibilizado nenhum funcionário com conhecimento do edifício para auxiliar

nos testes. Nos demais edifícios o teste foi realizado com limitações de tempo, sendo feito em no

máximo 2 horas no DETER, Secretaria de Segurança Pública e Secretaria da Agricultura.

Nenhuma das análises da caixa d’ água acusou presença de vazamentos.

Mesmo que o teste da caixa d’ água não tenha identificado a existência de vazamentos,

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

53

não significa dizer que eles não existam, visto que o tempo de apenas 1 hora, na qual esse teste

foi realizado em alguns edifícios, pode não tê-los detectado. Porém, neste trabalho será admitida

ausência total de vazamentos nos 10 edifícios.

4.6 Estimativa dos usos finais

Com o consumo de todos os dispositivos e a ausência de vazamentos é possível estimar

os usos finais de água. A diferença encontrada entre o consumo estimado e o consumo fornecido

pela CASAN será atribuída ao dispositivo de maior sensibilidade do edifício, conforme visto na

análise de sensibilidade. Quando essa atribuição apresentou grande modificação na média de uso

do dispositivo, fez-se uma distribuição entre os dispositivos mais sensíveis. Na CELESC, por

exemplo, a média de uso do mictório passou de 4,0 para 7,4 litros por dia quando foi atribuída

toda a diferença para esse dispositivo. Nesse caso fez-se a distribuição para os 3 dispositivos mais

sensíveis (mictório, vaso sanitário e torneira). A Tabela 4.12 mostra o dispositivo mais sensível

para cada prédio e os dispositivos para os quais o erro foi distribuído.

Tabela 4.12 – Dispositivos com maior sensibilidade

Edifício Dispositivo mais sensível Dispositivos com consumo distribuído

BADESC Vaso sanitário ------ CELESC Mictório Vaso sanitário, Mictório e Torneira CREA Mictório Mictório DETER Vaso sanitário Vaso sanitário EPAGRI Mictório Mictório Secretaria da Agricultura Vaso sanitário Vaso sanitário e Mictório Secretaria de Educação e Inovação Vaso sanitário Vaso sanitário Secretaria de Segurança Pública Vaso sanitário Vaso sanitário Tribunal de Contas Mictório Mictório Tribunal de Justiça Vaso sanitário Vaso sanitário e Mictório

As Figuras 4.52 a 4.63 mostram os usos finais de água nos prédios analisados, sendo que

esses usos para edifícios com torre de resfriamento são representados no verão e no inverno. Nos

edifícios DETER, Secretaria de Segurança Pública, que não possuem mictórios, Secretaria de

Educação e BADESC, que possuem poucos mictórios, percebe-se um consumo bastante

significativo do vaso sanitário, variando de 60% a 79%. Na CELESC, o consumo da torre de

resfriamento no verão é próximo ao do vaso sanitário (cerca de 19%), enquanto que na Secretaria

de Agricultura a torre representa o maior consumo do edifício, seguido do restaurante e do vaso

sanitário. Os usos finais em litros por mês podem ser verificados no Apêndice 5.

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

54

55,8%14,3%

18,3%

2,1%

0,5%

9,0%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Limpeza

Cafeteiras

Irrigação Jardim

Figura 4.52 – Usos finais de água – BADESC

28,1%

29,0%

18,7%

7,8%

0,9%

0,1%0,2%

0,5%3,6%

2,2%

8,9%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Ducha

Cafeteiras

Lavação de carros

Limpeza

Torre de Resfriamento

Restaurante

Filtro

Figura 4.53 – Usos finais de água para o verão – CELESC

34,6%

35,6%

9,5%

1,1%

11,0%

2,7%4,4%

0,6%

0,3%0,2%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Ducha

Cafeteiras

Lavação de carros

Limpeza

Restaurante

Filtro

Figura 4.54 – Usos finais de água para o inverno – CELESC

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

55

47,0%

24,5%

0,3%

1,0%

2,6%

0,4%1,3%23,0%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Filtro

Limpeza

Cafeteiras

Jardim

Figura 4.55 – Usos finais de água - CREA

0.4%1.8% 31.2%

66.6% Vaso Sanitário

Torneira

Limpeza

Cafeteiras

Figura 4.56 – Usos finais de água - DETER

33,1%

43,9%

12,5%

5,3%

1,6%

2,8%

0,4%

0,6%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Lavação de Carros

Limpeza

Cafeteiras

Jardim

Figura 4.57 – Usos finais de água - EPAGRI

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

56

23,0%

13,5%5,5%

26,6%

23,0%

0,8%

0,3%

0,7%1,8%

4,8%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Ducha

Cafeteiras

Lavação de carros

Limpeza

Torre de Resfriamento

Restaurante

Figura 4.58 – Usos finais de água para o verão – Secretaria da Agricultura

31,4%

18,4%

1,0%

1,1%

0,4%

2,4%

31,4%

7,4%

6,5%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Ducha

Cafeteiras

Lavação de carros

Limpeza

Restaurante

Figura 4.59 – Usos finais de água para o inverno – Secretaria da Agricultura

70,0%

2,1%0,9%

3,2%9,4%

14,3%Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Filtro

Limpeza

Cafeteiras

Figura 4.60 – Usos finais de água – Secretaria de Educação

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

57

18.4%

2.5%

0.3%

78.8% Vaso Sanitário

Torneira

Limpeza

Cafeteiras

Figura 4.61 – Usos finais de água – Secretaria de Segurança Pública

36,4%

45,9%

14,0%

1,9%

0,5%0,7%

0,7%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Limpeza

Cafeteiras

Lavação decarros

Figura 4.62 – Usos finais de água – Tribunal de Contas

29,9%

8,7%53,2%

1,6%0,4%

0,4% 4,6%1,2%

Vaso Sanitário

Mictório

Torneira

Chuveiro

Filtro

Limpeza

Cafeteiras

Jardim

Figura 4.63 – Usos finais de água – Tribunal de Justiça

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

58

Através dos usos finais, pôde-se verificar que, geralmente, os maiores consumos de água

ocorreram nos vasos sanitários e mictórios. A Tabela 4.13 mostra o uso final de água para cada

um desses dispositivos e a soma de ambos. Para todos os prédios, exceto para a Secretaria da

Agricultura no verão, o consumo de água desses dois dispositivos contribuem em mais da metade

do consumo total dos prédios, resultando numa média de 72,1%. Nos edifícios CELESC e

Secretaria da Agricultura, fez-se uma média ponderada entre verão e inverno, considerando 5

meses para verão e 7 meses para inverno.

Tabela 4.13 – Uso final de água para mictórios e vasos sanitários e o total par ambos

Uso final de água (%) Edifício Vaso sanitário Mictório Total

BADESC 55,8 14,3 70,1 CELESC 31,9 32,8 64,7 CREA 23,0 47,0 70,0 DETER 66,6 --- 66,6 EPAGRI 33,1 43,9 77,0 Secretaria da Agricultura 27,9 16,4 44,3 Secretaria de Educação e Inovação 70,0 14,3 84,3 Secretaria de Segurança Pública 78,8 --- 78,8 Tribunal de Contas 36,4 45,9 82,3 Tribunal de Justiça 53,2 29,9 83,1 Média 47,7 30,6* 72,1 * Valor obtido através da média dos 8 edifícios com mictórios.

Sendo assim, verifica-se que uma grande parte do consumo dos prédios analisados não

necessita do uso de água potável, podendo ser substituída, por exemplo, por água pluvial. Além

desses dispositivos, outras atividades também não necessitam de água potável, como é o caso de

lavação de carros e rega de jardins. A Tabela 4.14 mostra a porcentagem de consumo de água que

dispensam o uso da água potável. Nos 10 prédios esses consumos variaram de 52,2 a 88,9%. O

consumo dos edifícios CELESC e Secretaria da Agricultura representam a média para os

períodos de verão e inverno.

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

59

Tabela 4.14 – Consumo de água para fins não potáveis nos 10 prédios analisados

Edifício Consumo de água (%)

BADESC 81,2 CELESC 71,3 CREA 73,9 DETER 68,4 EPAGRI 82,0 Secretaria da Agricultura 52,2 Secretaria de Educação e Inovação 86,4 Secretaria de Segurança Pública 81,3 Tribunal de Contas 84,9 Tribunal de Justiça 88,9 Média 77,0

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

60

5 CONCLUSÃO

5.1 Conclusões Gerais

O presente trabalho possibilitou analisar os usos finais de água em 10 edifícios públicos

do município de Florianópolis, utilizando dados de consumo fornecidos pela CASAN e

levantamentos realizados em campo.

Os consumos per capita, calculados pelo consumo de água fornecido pela CASAN e o

número total de usuários nos edifícios, apresentaram-se abaixo do consumo per capita para o

setor residencial como era esperado, variando, aproximadamente, de 28 a 40 litros/pessoa/dia,

exceto por dois edifícios que apresentaram valores de aproximadamente de 57 e 67

litros/pessoa/dia, devido ao uso de torres de resfriamento, e um que apresentou o consumo

abaixo do esperado (cerca de 18 litros/pessoa/dia) devido a problemas com o hidrômetro e

dúvidas quanto ao número de usuários do prédio.

Apesar de alguns edifícios possuírem dispositivos que economizam água como, por

exemplo, torneiras hidromecânicas, a grande maioria ainda utiliza válvulas de descarga nos vasos

sanitários, o que proporciona um grande consumo de água.

Diante dos resultados de usos finais, conclui-se que 5 dos edifícios públicos analisados

têm seu maior uso final no vaso sanitário, numa média de 64,9%. Para os 10 edifícios analisados,

os usos finais no vaso sanitário variaram de 23,0 a 78,8%, com média de 47,7%.

Os mictórios tiveram usos finais elevados quando a população masculina do prédio era

maior que a feminina. Em 4 dos edifícios analisados, o mictório apresentou o maior uso final,

variando de 32,8 a 47,0%. Para os 8 edifícios que possuem mictórios, o uso final médio para este

dispositivo foi de 30,6%.

A torre de resfriamento para ar condicionado, contida nos edifícios CELESC e Secretaria

da Agricultura, também apresentou um grande consumo no período do verão, sendo que na

Secretaria da Agricultura a torre apresentou o maior o uso final (cerca de 27%).

Os usos finais estimados neste trabalho para edifícios públicos localizados em

Florianópolis, apresentaram algumas semelhanças aos de edificações residenciais, conforme

apresentado na revisão bibliográfica. Ambos possuem grandes consumos nos vasos sanitários e

médios consumos nas torneiras. As diferenças estão no consumo dos chuveiros e cozinhas, que

são pouco utilizados no setor público, e dispositivos que não existem em edifícios residenciais

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

61

como: mictórios, torres de resfriamento, entre outros.

Os usos finais de água foram mais concentrados em atividades que não requerem uso de

água potável. A média desses usos (vasos sanitários, mictórios, limpeza, etc) para os 10 edifícios

foi de 77,0%, variando de 52,2 a 88,9%. Isso indica que aproximadamente 77% da água potável

utilizada nos edifícios públicos analisados poderia ser substituída por água pluvial ou de reuso.

5.2 Limitações do trabalho

Durante o período de visita aos prédios, surgiram alguns problemas que impossibilitaram

obter um completo e preciso levantamento, tais como:

• Dificuldades na obtenção dos consumos medidos através da CASAN;

• Dificuldades no acesso a alguns edifícios;

• Ocorrência de férias, dificultando a realização das entrevistas;

• Amostra entrevistada menor que aquela necessária para representar a população, sem

grandes erros;

• Incerteza nas respostas dos entrevistados;

• Ausência de equipamento próprio para medir vazões de mictórios e vasos sanitários e

imprecisas medições de vazões em torneiras, chuveiros e duchas;

• Período curto de tempo para realizar o teste da caixa d’água, na localização dos

vazamentos.

5.3 Sugestões para trabalhos futuros

Para dar continuidade a esse estudo, trabalhos futuros poderiam ser realizados adotando

os seguintes critérios:

• Utilização de equipamentos precisos para medição de vazão nos dispositivos;

• Utilização de amostras mais representativas que resultem em erros menores;

• Detecção precisa de vazamentos, realizando o teste da caixa d’água para um

período maior de tempo;

• Análises mais precisas, levando em conta os diferentes comportamentos de

consumos de água para o inverno e o verão;

• Aplicação da metodologia em outros setores tais como residencial, comercial e

industrial, e em outras cidades e estados.

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

64

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APÊNDICES

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Apêndice 1

Carta de autorização

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

67

Florianópolis, 22 de Outubro de 2003

Para: Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. - Itacorubi

De: Prof. Enedir Ghisi

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Engenharia Civil

A. Ref: Estudo do consumo de água em edifícios públicos em Florianópolis

Prezados Senhores,

Informo que estamos realizando pesquisa sobre o consumo de água potável em edifícios públicos e pretendemos avaliar, através do trabalho a ser realizado pela aluna Pauline Kammers, o potencial de economia de água potável em edifícios públicos localizados em Florianópolis. Dessa forma, seria grato se o senhor, em nome da Celesc, pudesse nos permitir o acesso a esta edificação para que possamos avaliar os usos finais de água, ou seja, os consumos específicos em vasos sanitários, lavatórios etc. Para tanto, precisaríamos de sua permissão para fazer algumas visitas para levantar dados de vazão dos aparelhos (a serem medidas pela aluna acima mencionada) e de tempo de uso dos mesmos (a ser obtido através da aplicação de alguns questionários). Saliento que as visitas serão realizadas de forma discreta, evitando a dispersão dos funcionários.

Para quaisquer esclarecimentos, favor contactar-me no telefone 331-5184/5185 ou no email

[email protected].

Atenciosamente,

_______________________

Prof. Enedir Ghisi

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Apêndice 2

Planilhas utilizadas nos levantamentos

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

69

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES ESTUDO DE CONSUMOS DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS Fase: Visita aos Prédios

Prédio: Total de Pessoas:

ENTREVISTA

Andar: Local: Função:

Carga Horária: Sexo:

1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?

2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?

Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário

3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?

Estimativa de tempo?

Andar: Local: Função:

Carga Horária: Sexo:

1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?

2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?

Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário

3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?

Estimativa de tempo?

Andar: Local: Função:

Carga Horária: Sexo:

1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?

2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?

Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário

3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?

Estimativa de tempo?

Andar: Local: Função:

Carga Horária: Sexo:

1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?

2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?

Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário

3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?

Estimativa de tempo?

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

70

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES ESTUDO DE CONSUMOS DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS Fase: Levantamentos de dispositivos

Prédio: Área Total: Área por Andar:

Total de Pessoas: Nº de Andares: Utiliza Água Quente:

Acompanhante: Contato: Área Cobertura: Fundação: Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação

Torneira

VS

Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação

Torneira

VS

Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação

Torneira

VS

Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação

Torneira

VS

Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação

Torneira

VS

Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação

Torneira VS

Mictório Andar: Local:

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Apêndice 3

Uso e características dos dispositivos

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

72

Tabela A3.1 – Dispositivos levantados no edifício do BADESC

Tabela A3.2– Utilização dos dispositivos no edifício do BADESC

Tabela A3.3 – Dispositivos levantados no edifício da CELESC

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 156

94 Docol 27 Meber

8 Herc 13 Docol 9 Deca

3 Bometal 2 Lekat

0,11 0,09 0,1 0,17 0,05 0,04 0,04

válvula Permatic comum comum comum comum comum comum

Média 0,11

VS 105 15 Ideal Standart

84 Docol 6 Fabrimar

caixa acoplada

válvula de descarga deficiente físico

Mictório 41 Docol fechamento automático

Chuveiro 7 1 Sintex

2 Corona 4 Lorenzetti

0,1 0,1 0,1

Ducha 2 2 Corona 0,15

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s)

Tipo

Torneira 23 21 Docol 2 Herc

0,14 0,10

fechamento automático comum

Média 0,14

VS 15 8 Deca 1 Celite 6 Docol

caixa acoplada

válvula de descarga válvula de descarga

Mictório 2 2 Docol fechamento automático

Vaso Sanitário Torneira Mictório Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência

1 0 3 10 1 2 0 3 20 1 3 1 2 10 0 4 2 3 10 0 5 4 7 10 0 6 3 3 10 0 7 2 3 10 0 8 2 2 10 0 9 0 3 10 1 10 1 4 10 1 11 2 3 10 0 12 0 3 20 1

Média 2,13 3,25 11,67 1,00

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

73

Tabela A3.4– Utilização dos dispositivos no edifício da CELESC

Entrevistados

Vaso Sanitário

Torneira Mictório Chuveiro Ducha Filtro

Freq. Freq. Tempo (s) Freq. Freq. Tempo

(s) Freq. Tempo (s) Copos Qtd (l)

1 4 5 10 0 5 0,902 3 3 10 0 4 0,723 2 2 8 0 3 0,544 0 5 5 5 5 0,905 2 2 10 0 2 0,366 4 4 7 0 3 0,547 5 7 6 0 4 0,728 3 3 8 0 3 0,549 0 3 5 3 1 0,1810 2 8 5 0 3 0,5411 4 4 5 0 3 0,5412 0 4 7 4 4 0,7213 5 5 10 0 6 1,0814 0 5 13 4 3 0,5415 3 3 5 0 1 900 3 0,5416 2 2 5 0 2 0,3617 0 4 6 4 2 0,3618 0 3 12 3 1 0,1819 0 3 5 3 1 600 2 0,3620 0 5 5 4 6 1,0821 4 4 10 0 3 0,5422 5 6 15 0 5 0,9023 2 3 7 0 7 1,2624 0 5 8 5 1 600 2 0,3625 3 3 5 0 3 0,5426 4 4 6 0 4 0,7227 0 3 9 3 5 0,9028 2 3 10 0 3 0,5429 0 7 5 6 2 0,3630 5 5 7 0 5 0,90

Média 3,37 4,10 7,63 4,00 0,07 50,00 0,03 20,00 0,62

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

74

Tabela A3.5 - Dispositivos levantados no edifício do CREA

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 29 21 Docol

1 s/ marca 7Nery

0,14 0,09 0,09

fechamento automático

comum comum

Média 0,13

VS 10 9 Docol 1 s/ marca

válvula de descarga caixa acoplada

Mictório 6 6 Docol fechamento automático

Chuveiro 1 1 Sintex 0,1

Tabela A3.6– Utilização dos dispositivos no edifício do CREA

Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Filtro Entrevistado

s Freqüência Freqüência

Tempo (s) Freqüência Freqüência

Tempo (s) Copos Qtd. (l)

1 1 2 10 0 0 0 0,00 2 2 2 10 0 0 5 0,90 3 3 3 10 0 0 3 0,54 4 0 23 15 10 0 1 0,18 5 0 6 10 4 0 2 0,36 6 0 8 10 3 1 120 2 0,36 7 0 4 5 1 0 1 0,18 8 2 3 10 0 0 3 0,54 9 1 3 15 0 0 0 0,00 10 0 5 10 4 0 1 0,18

Média 1,80 5,90 10,50 4,40 0,10 12,00 0,32

Tabela A3.7 - Dispositivos levantados no edifício do DETER

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 17

8 Docol 4 s/ marca 2 Bometal

1 Herc 2 Madia

0,08 0,1 0,04 0,1 0,08

comum comum comum comum comum

Média 0,08

VS 11 2 Docol 9 Hydra válvula de descarga

válvula de descarga

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

75

Tabela A3.8– Utilização dos dispositivos no edifício do DETER

Entrevistados Vaso Sanitário Torneira Freqüência Freqüência Tempo (s)

1 4 6 20 2 3 3 30 3 1 3 15 4 2 3 10 5 2 5 30 6 2 4 60 7 3 3 30 8 2 8 15 9 2 2 100 10 3 4 5 11 4 5 8

Média 2,55 4,18 29,36

Tabela A3.9 - Dispositivos levantados no edifício da EPAGRI

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 75

46 Docol 8 Madia 5 Herc

16 s/ marca

0,14 0,04 0,1 0,1

fechamento autom. comum comum comum

Média 0,12

VS 58 58 Docol válvula de descarga

Mictório 26 Celite fechamento automático

Chuveiro 7 4 Corona 3 Lorenzetti

0,1 0,1

Tabela A3.10 – Utilização dos dispositivos no edifício da EPAGRI

Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados

Freqüência FreqüênciaTempo

(s) Freqüência Freqüência Tempo (s)1 2 3 10 0 0 2 3 4 15 0 0 3 0 5 5 3 0 4 3 3 7 0 0 5 0 3 5 3 0 6 0 7 5 6 1 300 7 4 4 12 0 0 8 2 4 10 0 1 420 9 3 4 5 0 0

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

76

Tabela A3.10 – Utilização dos dispositivos no edifício da EPAGRI (cont.)

Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados

Freqüência FreqüênciaTempo

(s) Freqüência Freqüência Tempo (s)10 0 2 5 2 0 11 5 6 8 0 0 12 2 3 10 0 0 13 4 7 5 0 1 300 14 0 2 4 2 0

Média 3,11 4,07 7,57 3,20 0,21 72,86

Tabela A3.11 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Agricultura

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 73

40 Docol 4 Madia 1 Meber 25 Herc

1 s/ marca 1 Admo

1 Lorenzetti

0,14 0,04 0,09 0,1 0,1 0,01 0,12

fechamento automático comum comum comum comum comum comum

Média 0,12

VS 43 6 Cipla

36 Docol 1 Docol

caixa alta

fechamento automático caixa acoplada

Mictório 17 10 Docol 7 Celite fechamento automático

Ducha 5 Lorenzetti 0,15 Chuveiro 2 2 Lorenzetti 0,1

Tabela A3.12– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Agricultura

Vaso Sanitário Torneira Mictorio Chuveiro Ducha Entrevistados Freq. Freq.

Tempo (s) Freq. Freq.

Tempo (s) Freq.

Tempo (s)

1 4 4 5 0 0 0 2 2 4 7 0 0 0 3 0 5 5 3 0 0 4 0 6 7 3 0 0 5 0 4 5 4 0 1 300 6 3 4 5 0 1 420 0 7 4 4 12 0 0 0 8 3 4 5 0 0 0 9 4 4 6 0 0 0 10 0 3 5 3 0 0

Média 3,33 4,20 6,20 3,25 0,10 42,00 0,10 30,00

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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Tabela A3.13 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Educação

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 77

41 Docol 3 s/ marca

1Deca 1 Madia 10 Herc

21 s/ marca

0,14 0,08 0,05 0,04 0,1 0,05

fechamento automático comum comum comum comum comum

Média 0,11 VS 38 Docol válvula de descarga

Mictório 2 Docol fechamento automático

Tabela A3.14– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Educação

Vaso Sanitário Torneira Mictório Filtro Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Copos Qtd. (l)

1 1 3 7 0 2 0,36 2 2 3 5 0 4 0,72 3 2 3 7 0 4 0,72 4 0 4 5 2 3 0,54 5 3 5 5 0 3 0,54 6 2 3 8 0 4 0,72 7 2 3 8 0 3 0,54 8 0 3 5 2 2 0,36 9 1 3 8 1 5 0,90 10 2 2 5 0 4 0,72 11 2 2 5 0 3 0,54 12 2 3 5 0 4 0,72 13 2 2 5 0 2 0,36 14 1 3 5 0 4 0,72 15 0 2 5 1 2 0,36 16 2 3 6 0 3 0,54

Média 1,85 2,94 5,88 1,50 0,59

Tabela A3.15 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria de Segurança Pública

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 31 27 Docol 3 Admo 1 Stoc

0,1 0,04 0,11

comum comum comum

Média 0,09

VS 28 Docol válvula de descarga

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

78

Tabela A3.16 - Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria de Segurança Pública

Vaso Sanitário Torneira Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s)

1 4 4 10 2 4 5 13 3 3 3 10 4 3 4 15 5 4 4 20 6 4 5 30 7 4 5 10 8 3 3 20 9 3 4 20

Média 3,56 4,11 16,44

Tabela A3.17 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Contas

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 88

50 Docol 3 Madia

13 s/ marca 5 Ruffi

2 Lorenzetti 10 Herc 3 Deca

2 Munui

0,14 0,04 0,09 0,04 0,09 0,1 0,06 0,04

fechamento automáticocomum comum comum comum comum comum comum

Média 0,08

VS 71

6 hydra 46 Docol

1 Fabrimar 8 Celite

1 Ideal Standart 2 Tigre

7 Cidamar

válvula de descarga válvula de descarga

deficiente físico caixa acoplada caixa acoplada

caixa alta

Mictório 20 20 Celite fechamento automáticoChuveiro 1 1 Corona 0,1

Tabela A3.18 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Contas

Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Freqüência Tempo (s)

1 3 3 10 0 0 2 4 4 15 0 0 3 0 5 5 3 0 4 3 4 7 0 0 5 0 5 5 3 0 6 0 5 5 4 1 420

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

79

Tabela A3.18 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Contas (cont.)

Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Freqüência Tempo (s)

7 2 4 12 0 0 8 3 5 10 0 0 9 3 4 5 0 0 10 0 3 5 3 0 11 4 6 8 0 0 12 3 3 10 0 0 13 4 7 5 0 0 14 0 5 4 3 0 15 4 3 5 0 0

Média 3,30 4,40 7,40 3,20 0,07 28,00

Tabela A3.19 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Justiça

Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo

Torneira 170

16 Docol 8 Corona 101 Mar 19 Deca

1 Bometal 2 Siniex 2 Madia 10 Jofre 3 Imetal 1 Admo

3 Kimetal 4 s/ marca

0,14 0,04 0,12 0,05 0,04 0,1 0,04 0,03 0,08 0,04 0,05 0,05

fechamento automático água quente

comum comum comum comum comum comum comum comum comum

Média 0,10 0,10

VS 109

4 Deca 28 Tigre 2 Celite 3 Hydra 54 Docol 4 Laufens 14 Deca

válvula de descargaválvula de descargaválvula de descargaVálvula de descargaválvula de descargaválvula de descarga

caixa acoplada

Mictório 32

2 Celite 14 Docol 7 Deca

1 Incepa 8 s/ marca

válvula de descargaválvula de descarga

válvula permatic válvula de descargaválvula de descarga

Chuveiro 1 s/ marca 0,07

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

80

Tabela A3.20 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Justiça

Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Filtro Entrevistados

Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Freqüência Tempo (s) Copos Qtd. (l)1 3 5 10 0 0 0 0,00 2 2 2 10 0 0 0 0,00 3 2 2 10 0 0 0 0,00 4 2 3 2 0 0 5 0,90 5 2 2 10 0 0 0 0,00 6 1 3 10 0 0 0 0,00 7 0 7 5 5 1 300 0 0,00 8 0 8 8 6 1 250 0 0,00 9 0 3 5 3 0 0 0,00 10 0 15 8 3 0 0 0,00 11 4 4 3 0 0 0 0,00 12 0 4 3 4 0 0 0,00 13 3 3 10 0 0 0 0,00 14 0 5 13 4 0 0 0,00 15 5 6 10 0 0 6 1,08 16 3 4 5 0 0 3 0,54 17 3 3 6 0 0 2 0,36 18 0 5 12 5 0 0 0,00 19 4 5 5 0 0 0 0,00 20 6 6 5 0 0 5 0,90 21 5 5 10 0 0 4 0,72 22 4 4 7 0 0 5 0,90 23 0 5 10 4 0 7 1,26 24 3 3 5 0 0 3 0,54 25 4 5 7 0 0 5 0,90 26 5 6 8 0 0 7 1,26 27 4 4 10 0 1 900 5 0,90 28 0 3 10 3 0 2 0,36 29 0 5 5 5 1 480 5 0,90 30 3 5 9 0 0 5 0,90 31 4 4 12 0 0 2 0,36 32 3 3 10 0 0 3 0,54 33 0 7 5 7 1 425 2 0,36 34 2 3 10 0 0 2 0,36 35 0 3 5 3 0 2 0,36 36 4 4 7 0 0 5 0,90 37 4 5 6 0 0 3 0,54 38 0 5 5 5 0 4 0,72 39 0 6 9 5 0 0 0,00 40 5 6 4 0 0 4 0,72 41 6 7 6 0 0 8 1,44 42 4 4 6 0 0 5 0,90 43 0 4 5 4 0 0 0,00 44 2 4 5 0 1 600 5 0,90

Média 3,52 4,66 7,41 4,40 0,14 67,16 0,47

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Apêndice 4 Usos finais

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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Tabela A4.1 – Usos Finais de água em litros por mês no edifício do BADESC

Tabela A4.2 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da CELESC

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 430965 Mictório 443562 Torneira 136493 Chuveiro 7590 Ducha 2277 Cafeteiras 3300 Lavação de carros 33000 Limpeza 55000 Torre de Resfriamento 286000 Restaurante 118800 Filtro 14212 Total 1531200

Tabela A4.3 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 15776 Mictório 32303 Torneira 16832 Chuveiro 251 Filtro 678 Limpeza 1760 Cafeteiras 220 Jardim 880 Total 68700

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 58857 Mictório 15092 Torneira 19270 Limpeza 2200 Cafeteiras 506 Irrigação Jardim 9504 Total 105428

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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Tabela A4.4 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 49447 Torneira 23124 Limpeza 1320 Cafeteiras 330 Total 74221

Tabela A4.5 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da EPAGRI Uso Consumo (litros/mês)

Vaso Sanitário 69980 Mictório 92896 Torneira 26367 Chuveiro 11128 Lavação de Carros 3300 Limpeza 5940 Cafeteiras 770 Jardim 1320 Total 211700

Tabela A4.6 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Agricultura Uso Consumo (litros/mês)

Vaso Sanitário 57231 Mictório 33505 Torneira 13543 Chuveiro 1819 Ducha 1951 Cafeteiras 770 Lavação de carros 4400 Limpeza 11880 Torre de Resfriamento 66000 Restaurante 57200 Total 248300

Tabela A4.7 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Educação Uso Consumo (litros/mês)

Vaso Sanitário 146555 Mictório 30030 Torneira 19743 Filtro 6692

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Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

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Tabela A4.7 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Educação (cont.) Uso Consumo (litros/mês)

Limpeza 4400 Cafeteiras 1980 Total 209400

Tabela A4.8 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Sec. de Segurança Pública

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 51683 Torneira 12047 Limpeza 1650 Cafeteiras 220 Total 65600

Tabela A4.9 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Contas

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 121574 Mictório 153090 Torneira 46589 Chuveiro 2226 Limpeza 6380 Cafeteiras 1540 Lavação de carros 2200 Total 333600

Tabela A4.10 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Justiça

Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 566162 Mictório 318556 Torneira 92347 Chuveiro 17120 Filtro 12476 Limpeza 49060 Cafeteiras 4290 Jardim 3960 Total 1063972