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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NÚCLEO DE PESQUISA EM CONSTRUÇÃO
LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES
USOS FINAIS DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS:
ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS - SC
Bolsista: PAULINE CRISTIANE KAMMERS
Coordenador do Projeto: ROBERTO LAMBERTS, PhD
Orientador: ENEDIR GHISI, PhD
Florianópolis, 30 de julho de 2004
i
USOS FINAIS DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS:
ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS - SC
______________________________________________
Pauline Cristiane Kammers Bolsista
______________________________________________
Roberto Lamberts, PhD Coordenador do Projeto
______________________________________________
Enedir Ghisi, PhD Orientador
ii
RESUMO
No Brasil, não existem levantamentos de usos finais de água em prédios do setor público.
No entanto, esse levantamento se faz necessário quando se deseja implantar um programa de
economia de água, pois torna possível conhecer os consumos específicos de água no edifício e,
conseqüentemente, localizar os dispositivos que originam maiores consumos de água. Este
trabalho tem por objetivo detectar os usos finais de água em edifícios do setor público. As
análises foram realizadas em 10 edifícios situados na cidade de Florianópolis - SC. Primeiramente,
foram feitos levantamentos de consumo de água mensal dos respectivos prédios na
concessionária local (CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento). Através de
algumas visitas, realizaram-se levantamentos dos dispositivos sanitários, relatando características
como: vazão, marca e modelo. Foram feitas entrevistas aos usuários dos edifícios, que relataram
seus hábitos em relação ao uso da água. Esses levantamentos possibilitaram calcular o consumo
de água no prédio, a partir da vazão estimada e do período de uso de cada dispositivo.
Comparando-se os consumos (medido e estimado) buscou-se detectar a diferença encontrada
através de análises de sensibilidade dos valores fornecidos nas entrevistas e, quando possível, de
testes de vazamentos não visíveis. Com a inexistência de vazamentos, atribuiu-se a diferença
entre consumos para o dispositivo de maior sensibilidade, que na maioria dos casos ocorreu nos
vasos sanitários. Os usos finais foram calculados em porcentagem, comparando os consumos
específicos estimados com o consumo total de água fornecido pela CASAN. Nos 10 edifícios
estudados obteve-se usos finais variando de 23,0% a 78,8% para vasos sanitários, 14,3% a 47,0%
para mictórios e 5,5% a 31,2% para torneiras. Em 6 edifícios, verificou-se no vaso sanitário o
ponto de maior consumo de água. Nos demais, essa situação ocorreu nos mictórios. Somando os
usos finais de vaso sanitário e mictório para cada edifício, obteve-se valores que variaram de
44,3% a 84,3%, sendo que em 9 edifícios esse valor ficou acima de 60% no período de verão e
em 9 edifícios no inverno. Esses dados indicam a possibilidade de utilização de água pluvial nos
edifícios, visto que os pontos de maior consumo de água (vaso sanitário e mictório) não
necessitam, obrigatoriamente, de água potável.
iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Nivaldo Kammers e Dagui Costa Kammers pelo amor, educação e a
confiança que sempre depositaram em minhas decisões.
Aos meus irmãos Nivaldo Junior, Joana e Eliziane pelo companheirismo e alegria, o que
torna nossa família tão especial.
Ao meu namorado Luiz Henrique pela compreensão nos momentos de ausência e pela
felicidade que proporciona em minha vida.
À CASAN nas pessoas de Carlos Alberto Coutinho, Leda Freitas Ribeiro e Sônia Maria
Bus pelo excelente atendimento e fornecimento do material necessário a esse trabalho.
Aos entrevistados nos edifícios, pela contribuição fornecida aos levantamentos.
À todos aqueles, em especial aos mais atenciosos, que autorizaram a realização dos
levantamentos nos prédios e forneceram informações necessárias para elaboração deste trabalho.
Ao professor Enedir Ghisi pela orientação, paciência e persistência na conclusão desse
trabalho.
Aos meus amigos e todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram na
conclusão desse desafio.
À DEUS, pela VIDA maravilhosa que tenho, pelas pessoas maravilhosas com quem
convivo e por tudo aquilo de bom que tem proporcionado em minha vida.
iv
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................................................... ii
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................ iii
SUMÁRIO................................................................................................................................................... iv
LISTA DE TABELAS............................................................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................. viii
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1
1.1 Justificativas .................................................................................................................................... 1
1.2 Objetivos ......................................................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................ 2
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................................... 2
1.3 Estrutura do trabalho..................................................................................................................... 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 4
2.1 Disponibilidade mundial de água................................................................................................ 4
2.2 Disponibilidade nacional de água................................................................................................ 6
2.3 O desperdício de água .................................................................................................................. 8
2.4 Consumo de água doméstico........................................................................................................ 10
2.5 Usos finais de água ......................................................................................................................... 11
2.6 Aproveitamento de água de chuva............................................................................................... 13
2.6.1 Aproveitamento de água de chuva no mundo ....................................................................... 14
2.6.2 Aproveitamento de água de chuva no Brasil .......................................................................... 15
2.7 Programas de redução de consumo da água............................................................................... 18
2.7.1 Shopping Iguatemi........................................................................................................................ 18
2.7.2 PURA – Programa de uso racional da água .............................................................................. 19
2.8 Processos de desinfecção de água ................................................................................................ 20
2.8.1 Tratamento de água por destilação .......................................................................................... 20
2.8.2 Desinfecção através de raios ultravioletas............................................................................... 23
2.8.3 Filtros com macrófitas ............................................................................................................... 25
2.9 Dessalinização ................................................................................................................................. 26
3 METODOLOGIA ........................................................................................................................ 28
3.1 Seleção de prédios .......................................................................................................................... 28
3.2 Levantamento de consumo........................................................................................................... 29
3.3 Estimativa de consumo por usos finais....................................................................................... 29
v
3.3.1 Entrevistas ................................................................................................................................... 30
3.3.2 Levantamento dos dispositivos ................................................................................................ 31
3.3.3 Estimativa de consumo de água ............................................................................................... 31
3.4 Análise de sensibilidade ................................................................................................................. 33
3.5 Detecção de vazamentos ............................................................................................................... 34
3.6 Estimativa dos usos finais ............................................................................................................. 34
4 RESULTADOS.............................................................................................................................. 35
4.1 Características físicas ...................................................................................................................... 35
4.2 Consumos fornecidos .................................................................................................................... 38
4.2.1 Consumo per capita.................................................................................................................... 41
4.3 Estimativa de consumo por usos finais....................................................................................... 41
4.4 Análise de sensibilidade ................................................................................................................. 45
4.5 Detecção de vazamentos ............................................................................................................... 51
4.6 Estimativa dos usos finais ............................................................................................................. 53
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 60
5.1 Conclusões Gerais .......................................................................................................................... 61
5.2 Limitações do trabalho .................................................................................................................. 61
5.3 Sugestões para trabalhos futuros.................................................................................................. 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................. 62
APÊNDICES............................................................................................................................................. 65
APÊNDICE 1 - Carta de Autorização ................................................................................................... 66
APÊNDICE 2 – Planilhas utilizadas nos levantamentos .................................................................... 68
APÊNDICE 3 – Uso e características dos dispositivos ...................................................................... 71
APÊNDICE 4 – Usos finais .................................................................................................................... 81
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas nacionais............................................. 7
Tabela 2.2 – Valores médios de perda diária de água em função de vazamento de torneiras ......... 8
Tabela 2.3 – Perda de água em função de vazamento em vasos sanitários......................................... 8
Tabela 2.4 – Valores médios dos resultados das 4 campanhas de medição ...................................... 11
Tabela 2.5 – Uso final de água para consumo doméstico na Suíça .................................................... 11
Tabela 2.6 – Uso final de água para consumo doméstico no Reino Unido ...................................... 12
Tabela 2.7 – Uso final de água para consumo doméstico na Colômbia ............................................ 12
Tabela 2.8 – Uso final de água para consumo doméstico nos E.U.A................................................ 12
Tabela 2.9 – Uso final de água para consumo doméstico.................................................................... 12
Tabela 2.10 – Uso final de água para consumo doméstico em um apartamento da USP............... 13
Tabela 2.11 – Tratamento necessário para diferentes usos de água ................................................... 13
Tabela 2.12 – Variação da qualidade da água de chuva devido à sua coleta ..................................... 14
Tabela 2.13 – Potenciais de economia de água tratada em Antônio Carlos...................................... 18
Tabela 2.14 – Casos de redução de consumo de água em São Paulo................................................. 20
Tabela 3.1 – Edifícios incluídos na análise..............................................................................................29
Tabela 4.1 – Características dos edifícios analisados ............................................................................ 35
Tabela 4.2 – Dispositivos sanitários e formas de utilização de água nos prédios ............................ 37
Tabela 4.3 – Período de troca de equipamentos sanitários nos edifícios .......................................... 38
Tabela 4.4 – Consumos fornecidos adotados e período da leitura..................................................... 40
Tabela 4.5 – Vazões medidas nos dispositivos...................................................................................... 42
Tabela 4.6 – População e porcentagem de homens e mulheres nos edifícios .................................. 43
Tabela 4.7 – Freqüência diária e tempo de uso dos dispositivos. ....................................................... 43
Tabela 4.8 – Atividades consumidoras de água nos edifícios.............................................................. 44
Tabela 4.9 – Consumos de água, medido e estimado, e diferença (erro) entre ambos................... 45
Tabela 4.10 – Variação no consumo mensal obtida do erro de um usuário e de toda a amostra. 50
Tabela 4.11 – Número de vasos testados em cada edifício. ................................................................ 52
Tabela 4.12 – Dispositivos com maior sensibilidade............................................................................ 53
Tabela 4.13 – Uso final de água para mictórios e vasos sanitários e o total par ambos .................. 58
Tabela 4.14 – Consumo de água para fins não potáveis nos 10 prédios analisados ........................ 58
Tabela A3.1 – Dispositivos levantados no edifício do BADESC....................................................... 72
Tabela A3.2– Utilização dos dispositivos no edifício do BADESC................................................... 72
Tabela A3.3 – Dispositivos levantados no edifício da CELESC........................................................ 72
vii
Tabela A3.4– Utilização dos dispositivos no edifício da CELESC.................................................... 73
Tabela A3.5 - Dispositivos levantados no edifício do CREA............................................................. 74
Tabela A3.6– Utilização dos dispositivos no edifício do CREA ........................................................ 74
Tabela A3.7 - Dispositivos levantados no edifício do DETER.......................................................... 74
Tabela A3.8– Utilização dos dispositivos no edifício do DETER..................................................... 75
Tabela A3.9 - Dispositivos levantados no edifício da EPAGRI......................................................... 75
Tabela A3.10 – Utilização dos dispositivos no edifício da EPAGRI................................................. 75
Tabela A3.11 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Agricultura ............................ 76
Tabela A3.12– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Agricultura ....................... 76
Tabela A3.13 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Educação............................... 77
Tabela A3.14– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Educação.......................... 77
Tabela A3.15 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria de Segurança Pública ................ 77
Tabela A3.16 - Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria de Segurança Pública.......... 78
Tabela A3.17 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Contas..................................... 78
Tabela A3.18 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Contas................................ 78
Tabela A3.19 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Justiça......................................79
Tabela A3.20 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Justiça.................................80
Tabela A4.1 – Usos Finais de água em litros por mês no edifício do BADESC ............................. 82
Tabela A4.2 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da CELESC................................ 82
Tabela A4.3 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA.................................... 82
Tabela A4.4 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA.................................... 83
Tabela A4.5 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da EPAGRI................................ 83
Tabela A4.6 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Agricultura ..... 83
Tabela A4.7 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Educação........ 83
Tabela A4.8 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Sec. de Segurança Pública ... 84
Tabela A4.9 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Contas.............. 84
Tabela A4.10 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Justiça............. 84
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Distribuição das reservas de água do planeta ................................................................... 4
Figura 2.2 – Crescimento populacional e redução das reservas mundiais........................................... 5
Figura 2.3 – Bacias Hidrográficas nacionais .......................................................................................... 6
Figura 2.4 – Precipitação em Florianópolis............................................................................................ 15
Figura 2.5 – Precipitação em São Paulo ................................................................................................. 15
Figura 2.6 – Precipitação em Porto Alegre ............................................................................................ 16
Figura 2.7 – Precipitação em Belém do Pará ......................................................................................... 16
Figura 2.8– Caldeirão................................................................................................................................. 16
Figura 2.9– Caxio ....................................................................................................................................... 17
Figura 2.10 – Cacimba vista em corte..................................................................................................... 17
Figura 2.11– Abertura da cacimba........................................................................................................... 17
Figura 2.12– Esquema do equipamento de tratamento por destilação.............................................. 21
Figura 2.13 – Volume de água tratada produzida em função da temperatura .................................. 22
Figura 2.14 – Volume produzido de água tratada por hora de exposição......................................... 23
Figura 2.15 – Esquema do equipamento de destilação ....................................................................... 24
Figura 2.16 – Estrutura do Piloto ........................................................................................................... 24
Figura 4.1 – Fachada frontal – BADESC............................................................................................... 35
Figura 4.2 – Fachada lateral - CREA ...................................................................................................... 35
Figura 4.3 – Fachada lateral – CELESC................................................................................................. 36
Figura 4.4 – Fachada frontal – DETER................................................................................................. 36
Figura 4.5 – Fachada frontal – EPAGRI ............................................................................................... 36
Figura 4.6 – Fachada frontal - Secretaria da........................................................................................... 36
Figura 4.7 – Vista sudeste - Secretaria da Educação ......................................................................... 36
Figura 4.8 – Fachada frontal - Secretaria de Segurança Pública.......................................................... 36
Figura 4.9 – Vista sudeste - Tribunal de Contas.................................................................................... 37
Figura 4.10 - Fachada frontal - Tribunal de Justiça............................................................................... 37
Figura 4.11 – Consumo mensal fornecido - BADESC ............................................... ...................... 39
Figura 4.12 – Consumo mensal fornecido – CELESC .......... .............................................................39
Figura 4.13 – Consumo mensal fornecido – CREA ....................................... ..................................... 39
Figura 4.14 – Consumo mensal fornecido – DETER.......................................................................... 39
Figura 4.15 – Consumo mensal fornecido – EPAGRI ........................................................................ 40
Figura 4.16 – Consumo mensal fornecido - Secretaria da Agricultura .............................................. 40
ix
Figura 4.17 – Consumo mensal fornecido – Secretaria da Educação ................................................ 40
Figura 4.18 – Consumo mensal fornecido – Secretaria de Segurança Pública ................................. 40
Figura 4.19 – Consumo mensal fornecido – Tribunal de Contas....................................................... 40
Figura 4.20 – Consumo mensal fornecido – Tribunal de Justiça........................................................ 40
Figura 4.21 – Consumo de água per capita nos edifícios analisados.................................................. 42
Figura 4.22 – Sensibilidade do vaso sanitário – BADESC ................................................................. 46
Figura 4.23 – Sensibilidade do vaso sanitário – CELESC .................................................................. 46
Figura 4.24 – Sensibilidade do vaso sanitário – CREA....................................................................... 46
Figura 4.25 – Sensibilidade do vaso sanitário – DETER.................................................................... 46
Figura 4.26 – Sensibilidade do vaso sanitário – EPAGRI .................................................................. 47
Figura 4.27 – Sensibilidade do vaso sanitário – Secretaria da Agricultura........................................ 47
Figura 4.28 – Sensibilidade do vaso sanitário – Secretaria da Educação .......................................... 47
Figura 4.29 – Sensibilidade do vaso sanitário – Secretaria de Segurança Pública ........................... 47
Figura 4.30 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Contas................................................. 47
Figura 4.31 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Justiça.................................................. 47
Figura 4.32 – Sensibilidade do mictório – BADESC .......................................................................... 48
Figura 4.33 – Sensibilidade do mictório – CELESC ........................................................................... 48
Figura 4.34 – Sensibilidade do mictório – CREA................................................................................ 48
Figura 4.35 – Sensibilidade do mictório – EPAGRI ............................................................................ 48
Figura 4.36 – Sensibilidade do mictório – Secretaria da Agricultura.................................................. 48
Figura 4.37 – Sensibilidade do mictório – Secretaria da Educação .................................................... 48
Figura 4.38 – Sensibilidade do mictório – Tribunal de Contas........................................................... 48
Figura 4.39 – Sensibilidade do mictório – Tribunal de Justiça............................................................ 48
Figura 4.40 – Sensibilidade da torneira – BADESC............................................................................. 49
Figura 4.41 – Sensibilidade da torneira – CELESC.............................................................................. 49
Figura 4.42 – Sensibilidade da torneira – CREA................................................................................... 49
Figura 4.43 – Sensibilidade da torneira – DETER ............................................................................... 49
Figura 4.44 – Sensibilidade da torneira – EPAGRI.............................................................................. 49
Figura 4.45 – Sensibilidade da torneira – Secretaria da Agricultura ................................................... 49
Figura 4.46 – Sensibilidade da torneira – Secretaria da Educação...................................................... 49
Figura 4.47 – Sensibilidade da torneira – Secretaria de Segurança Pública ....................................... 49
Figura 4.48– Sensibilidade da torneira – Tribunal de Contas............................................................. 49
Figura 4.49 – Sensibilidade da torneira – Tribunal de Justiça ............................................................. 49
Figura 4.50 – Sensibilidade do chuveiro - EPAGRI............................................................................. 50
x
Figura 4.51 – Sensibilidade do filtro - Tribunal de Justiça................................................................... 50
Figura 4.52 – Usos finais de água – BADESC ...................................................................................... 54
Figura 4.53 – Usos finais de água para o verão – CELESC ................................................................ 55
Figura 4.54 – Usos finais de água para o inverno – CELESC ............................................................ 55
Figura 4.55 – Usos finais de água - CREA............................................................................................. 56
Figura 4.56 – Usos finais de água - DETER ......................................................................................... 56
Figura 4.57 – Usos finais de água - EPAGRI........................................................................................ 56
Figura 4.58 – Usos finais de água para o verão – Secretaria da Agricultura...................................... 57
Figura 4.59 – Usos finais de água para o inverno – Secretaria da Agricultura.................................. 57
Figura 4.60 – Usos finais de água – Secretaria de Educação ............................................................... 57
Figura 4.61 – Usos finais de água – Secretaria de Segurança Pública ................................................ 57
Figura 4.62 – Usos finais de água – Tribunal de Contas...................................................................... 58
Figura 4.63 – Usos finais de água – Tribunal de Justiça....................................................................... 58
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativas
A água é um recurso natural, finito, com importante valor econômico e social e essencial
à existência do homem e do meio ambiente.
Apesar da grande quantidade de água do planeta Terra, somente 2,5% é água doce.
Porém, somente 0,007% da água doce encontra-se em locais de fácil acesso ao consumo humano
(rios, lagos, atmosfera) (UNIAGUA, 2004).
A população urbana brasileira aumentou 194% em 34 anos, passando de 52 milhões de
pessoas em 1970 para 179 milhões em 2004 (IBGE, 2004). Esse crescente aumento tornou as
reservas hídricas, além de escassas, mal distribuídas. No Brasil, 30% dos recursos hídricos
abastecem 93% da população (UNIAGUA, 2004).
O aumento da demanda de água, tanto em quantidade quanto em qualidade, e a crescente
escassez dos recursos hídricos vêm exigindo de todos, mudanças de hábitos e atitudes em relação
à utilização deste recurso.
O estudo de usos finais de água de uma edificação torna possível indicar os locais e
funções que empregam a maior quantidade de água. Governos de diversos países, enquadrados
em programas de economia de água, já realizaram estudos de consumos por tipo de equipamento
em atividades diárias domésticas. Dados levantados em três países (Estados Unidos, Suécia e
Reino Unido), apontam a bacia sanitária como a principal fonte de consumo de água no meio
doméstico, aproximadamente 40% do consumo total, seguida de chuveiros e lavatórios
(SABESP, 2003).
O Brasil apresenta um caso de levantamento de uso final de água, realizado em um
apartamento situado na USP (Universidade de São Paulo). O estudo, realizado pela DECA,
indústria brasileira do mercado de metais sanitários, em parceria com o IPT- Instituto de
Pesquisas Tecnológicas e a SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo, também mostrou o vaso sanitário e o chuveiro como os maiores consumidores de água,
com cerca de 29% e 28% do consumo, respectivamente (SABESP, 2003).
Alem do edifício da USP, não se encontrou na literatura nenhum outro caso de
levantamento de usos finais de água no Brasil, seja no setor residencial, comercial ou público.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
2
No setor público, dados indicam que poucas dessas instituições possuem programas de
economia de água que empregam instalações de equipamentos adequados e conscientização dos
usuários. Para que se possa adotar estratégias adequadas de redução do consumo de água nesses
edifícios, faz-se necessário conhecer seus usos finais de água.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem por objetivo geral estimar os usos finais de água em 10 edifícios do
setor público, localizados na cidade de Florianópolis - SC.
1.2.2 Objetivos Específicos
Este trabalho tem por objetivos específicos:
• Obtenção de consumos de água dos prédios selecionados junto à concessionária
responsável;
• Determinação do consumo diário de água per capita nos edifícios;
• Caracterização dos dispositivos sanitários (torneiras, vasos sanitários, mictórios)
levantando vazão, marca, modelo, entre outros;
• Obtenção de freqüência do uso da água através de entrevistas com usuários;
• Estimativa do consumo total de água através dos levantamentos;
• Localização de possíveis vazamentos visíveis e não-visíveis.
1.3 Estrutura do trabalho
No primeiro capítulo encontra-se uma introdução sobre o assunto a ser abordado
juntamente com os objetivos do trabalho.
No segundo capítulo apresenta-se uma breve revisão bibliográfica sobre a questão da água
no Brasil e no mundo, englobando disponibilidade, consumo e desperdícios; o aproveitamento de
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
3
águas pluviais, dados de usos finais de água e estudos que estão sendo realizados, desde processos
de tratamento até programas de economia de água, a fim de amenizar o problema de falta de
água.
A metodologia, apresentada no terceiro capítulo, mostra como foram obtidos os usos
finais de água para os edifícios, através de cálculos e levantamentos de campo.
O quarto capítulo apresenta os resultados dos cálculos e análises propostos pela
metodologia, cuja finalidade é caracterizar os edifícios do setor público e, principalmente, obter
seus usos finais de água.
As conclusões são expostas no quinto capítulo, seguidas de limitações e recomendações
para trabalhos futuros.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo tem como objetivo apresentar informações referentes à água, relatando
disponibilidades e consumos, bem como programas de racionalização e reutilização da água,
implantados em diversos setores.
2.1 Disponibilidade mundial de água
A água, essencial para o surgimento e manutenção da vida em nosso planeta, é
indispensável para o desenvolvimento das diversas atividades criadas pelo ser humano,
apresentando assim valores econômicos, culturais e sociais (MORAN et al., 1986 e
BEECKMAN, 1998). Além de dar suporte à vida, a água é um valioso elemento promotor do
desenvolvimento e do progresso, se prestando a múltiplas utilizações como: abastecimento das
populações e das indústrias, irrigação de culturas, multiplicação de produtividade, meio de
transporte, produção de energia, fator de alimentação com o desenvolvimento da pesca, ambiente
para esporte, turismo e lazer (MAYS, 1996).
Embora o planeta Terra seja composto por três quartos de água, deve-se considerar que a
maior parte dessa água é imprópria para o consumo. Na Figura 2.1 pode-se verificar que 96,50%
da água do planeta encontra-se nos oceanos e 0,97% é água salobra. Da água doce que resta
(2,53%), 31,01% é subterrânea e 68,70% está em geleiras. Portanto, somente 0,29% da água doce
do planeta está disponível nas superfícies (MAYS, 1996).
96,50%
2,53%0,97%
Oceanos Água Doce Água Salobra
Geleiras68,70%
Água Subt errânea
31,01%
Água Superficial
0,29%
Figura 2.1 – Distribuição das reservas de água do planeta
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
5
Apesar da importância da água para a vida, um relatório da UNESCO, de março de 2003,
declarou que 20% da população mundial não têm acesso à água potável; e 40% não dispõem de
água suficiente para ter estrutura adequada de higiene e saúde (UNESCO, 2003).
O crescimento populacional acentuado e desordenado dos últimos anos, principalmente
nos grandes centros urbanos, exerceu uma grande pressão sobre o consumo de água. Dados
apontam uma tendência de consumo ainda maior nos próximos anos (GEO 3, 2003). Na Figura
2.2 é possível verificar o crescimento da população mundial e a redução das reservas de água.
Essa mudança vem ocorrendo na proporção inversa, ou seja, enquanto que a população tende a
aumentar em 4 vezes nesse período de 100 anos, as fontes disponíveis de água irão também
reduzir em 4 vezes.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1950 1975 2000 2025 2050
Período
Hab
itant
es (b
ilhõe
s)
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
Volu
me
de á
gua
doce
dis
poní
vel
(m3 /p
esso
a/an
o)
Habitantes Volume de água disponível
Figura 2.2 – Crescimento populacional e redução das reservas mundiais
Embora a escassez não seja considerada um problema global, vários paises já enfrentam
conseqüências da falta de água. Na Rússia, o mar Aral tem apresentado problemas com seu
ecossistema. Isso porque as águas dos rios que alimentam esse mar estão sendo utilizadas para
irrigação das plantações de algodão em toda a região. Já o rio Nilo, cuja vazão média em 1900 era
de 85km3/ano, hoje caiu para 52km3/ano atingindo até 42km3/ano (TOMAZ, 2001).
Na Arábia Saudita toda a água subterrânea, impossível de repor, está sendo consumida.
Na Índia e na China os mananciais subterrâneos estão baixando devido ao seu uso para a
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
6
irrigação. A Austrália, mesmo sendo um país rico em água, não está isenta de problemas de falta
de água devido ao seu clima classificado como árido tropical, com relações de
precipitação/evaporação muito altas, o que impede grandes aproveitamentos de água (TOMAZ,
2001).
A Unesco montou uma classificação de 122 paises dispondo a qualidade de seus
mananciais. A lista foi liderada por Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Japão; já os
países mais pobres, geralmente, obtiveram piores resultados. Porém, a Bélgica obteve o último
lugar ficando atrás de países como Índia e Ruanda. Isso pelo fato da Bélgica possuir escassez em
seus lençóis freáticos, intensa poluição industrial e precário sistema de tratamento de resíduos
(FOLHA, 2003).
2.2 Disponibilidade nacional de água
Segundo ANA (2004), o Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de
água, contando com cerca de 12% do recurso hídrico mundial. Sua disponibilidade hídrica
encontra-se, na maior parte, distribuída em bacias hidrográficas (também chamadas de regiões
hidrográficas). A Figura 2.3 ilustra a disposição das bacias hidrográficas, dentro do território
nacional.
Figura 2.3 – Bacias Hidrográficas nacionais
Fonte: ANA (2004)
A Tabela 2.1 apresenta a disponibilidade de água nas bacias hidrográficas. Pode-se
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
7
perceber que 92% da disponibilidade média nacional, cerca de 257.790 m³/s, encontra-se
dividida em seis dessas bacias: Amazonas, 209.000 m³/s; Paraná (inclusive Iguaçu), 11.000 m³/s;
Paraguai, 1.290 m³/s; Uruguai, 4.150 m³/s; e São Francisco, 2.850 m³/s.
Tabela 2.1 – Disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas nacionais
BACIAS HIDROGRÁFICAS
ÁREA DE
DRENAGEM
DESCARGA MÉDIA DE
LONGO PERÍODO
DEFLÚVIO MÉDIO
10 3 km2 m3/s l/s /km2 Km3/ano mm/ano1. AMAZONAS Total Bacia em território Brasileiro
6.112 3.900
209.000133.300
34,2 34,2
6.592 4.206
1.079 1.079
2. TOCANTINS 757 11.800 15,6 372 492 3.ATLÂNT. NORTE/NORDESTE Norte (Sub-Bacias 30) Nordeste (Sub-Bacias 31 a 39)
76 953
3.660 5.390
48,2 5,7
115 170
1.520 180
4. SÃO FRANCISCO 634 2.850 4,5 90 143 5. ATLÂNTICO - LESTE Sub-Bacias (50 a 53) Sub-Bacias (54 a 59)
242 303
680
3.760
2,8 12,1
21 116
88 382
6a. PARANÁ. Até à Foz do Iguaçu Bacia em Território Brasileiro
901 877
11.300 11.000
12,5 12,5
356 347
394 394
6b. PARAGUAI Até à Foz do APA Bacia em Território Brasileiro
485 368
1.700 1.290
3,5 3,5
54 54
110 110
7. URUGUAI Até a Foz do Quaroi Bacia em Território Brasileiro
189 178
4.400 4.150
23,3 23,3
139 131
735 735
8. ATLÂNTICO SUDESTE 224 4.300 19,2 136 605 Produção Hídrica Bacias Totais Produção Hídrica Brasileira
10.724 8.512
258.750182.170
24,1 21,4
8.160 5.745
761 675
Fonte: ANA (2004)
A distribuição hidrográfica brasileira não é uniforme em todo o território nacional, sendo
68,5% da água doce localizada na região Norte abastecendo apenas 6,8% da população brasileira.
Na região Nordeste encontra-se 3,3% de água com 28,9% da população, na região Centro-oeste
15,7% com 6,3%, na região Sul 6,5% com 15,1% e na região Sudeste 6,0% com 42,7% da
população brasileira (TOMAZ, 2001).
Além da má distribuição da água no território brasileiro, os rios e lagos vêm sendo
comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento. Na
região Amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já
apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino. Nas grandes
cidades esse comprometimento da qualidade é causado principalmente por despejos domésticos e
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
8
industriais (AGUAWEBSITE, 2003).
2.3 O desperdício de água
Apesar dos números mostrarem que a água não é um recurso infinito, o seu desperdício
continua sendo um fato muito comum no cotidiano da maioria das pessoas. Somente na grande
São Paulo, são desperdiçados diariamente 1,8 bilhão de litros de água potável, ou seja, 1/3 do
que é distribuído nessa região. De acordo com SABESP (2003), desse total, 1 bilhão de litros
representa o desperdício da população e 800 mil litros ficam pelo caminho em vazamentos na
própria rede de distribuição.
Uma simples, mas não menos importante, maneira de evitar desperdícios de água é
detectando vazamentos. Segundo Oliveira (1999), os vazamentos podem ser classificados em
visíveis e não-visíveis, sendo os visíveis aqueles detectados a olho nu e não-visíveis os que
necessitam de testes para serem identificados. Na Tabela 2.2 estão representados os valores de
perda diária por vazamentos visíveis nos dispositivos de torneiras.
Tabela 2.2 - Valores médios de perda diária de água em função de vazamento de torneiras
Fonte: OLIVEIRA (1999)
Segundo DECA (2003) as perdas não-visíveis em vasos sanitários são determinadas em
função dos vazamentos provenientes dos furos de lavagem existentes no colar das bacias. Na
Tabela 2.3 estão representadas as perdas por esses vazamentos.
Tabela 2.3 – Perda de água em função de vazamento em vasos sanitários
Numero de furos de lavagem Correspondente de vazamento (L/min)
Perda diária (L/dia)
1-3 0,1 144 3-6 0,3 432
Mais furos 0,5 720
Fonte: DECA (2003)
Vazamento Freqüência (gotas/min) Perda diária (L/dia)
Gotejamento lento Até 40 gotas/min 06 a 10 Gotejamento médio 40 < nº gotas/min ≤ 80 10 a 20 Gotejamento rápido 80 < nº gotas/min ≤ 120 20 a 32
Gotejamento muito rápido Impossível de Contar > 32 Filete φ ≈ 2mm ---- > 114 Filete φ ≈ 4mm ---- > 333
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
9
Oliveira (2002) apresenta em seu trabalho, realizado em cinco edifícios residenciais de
Goiânia, grandes índices de perdas de água por vazamentos em bacias sanitárias com caixas
acopladas e válvulas de descarga. Observou-se que a perda por vazamentos nas peças com caixa
de descarga resultou em 30,7%; para as peças com válvulas de descarga essa perda foi de 10,9%.
Segundo SABESP (2003), pode-se detectar tais vazamentos com algumas medidas
bastante simples como:
Testes para vasos sanitários:
• Jogando um pouco de farinha dentro do vaso sanitário, verifica-se seu comportamento.
Se houver movimento da farinha há problemas de vazamento na válvula ou na caixa de
descarga.
Em seus levantamentos, Oliveira (2002) relata uma maneira de detectar vazamentos em vasos
sanitários utilizando uma caneta marca texto. Esse teste é realizado da seguinte maneira:
• As paredes internas da bacia sanitária são secas e em seguida, com uma caneta marca
texto, faz-se uma linha ao longo de todo perímetro da louça abaixo dos furos de lavagem.
Após 2 minutos, verifica-se a presença de vazamento se a água proveniente dos furos de
lavagem escorreram pelas paredes, apagando o traço da caneta.
Teste para hidrômetros:
• Para checar se há vazamento entre o hidrômetro e a caixa d'água, abre-se o registro do
hidrômetro fechando a bóia da caixa até interromper o fluxo de água. O hidrômetro deve
ficar parado provando a ausência de vazamento.
Teste para caixas d'água:
• Para verificar se há vazamento entre a caixa e as instalações internas do imóvel, fecha-se a
bóia marcando o nível da água na caixa. Todas as torneiras e chuveiros são fechados e
não utilizados por 1 hora. Após isso o nível de água na caixa deve estar inalterado. Caso
contrário, há vazamento.
Teste para canos:
• Ao fechar o registro do cavalete de entrada da água na casa, abre-se uma torneira
alimentada diretamente pela rede de água - por exemplo, a do jardim ou a do tanque; e
espera-se até escoamento completo. Coloca-se um copo cheio d'água na boca da torneira;
se houver sucção da água do copo pela torneira, é sinal que existe vazamento no cano.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
10
2.4 Consumo de água doméstico
Ao realizar pesquisas na área de conservação da água em meio doméstico, torna-se muito
importante conhecer a composição do consumo de água nas edificações. Várias metodologias e
técnicas de medição vêm sendo testadas há muito tempo em todo o mundo, e passaram por um
grande avanço à medida que surgiu a necessidade de se obter conhecimentos mais eficazes.
Gibson apud BARRETO et al. (1998), aplicou uma metodologia que consistia da
instalação de sensores de fluxo associados a hidrômetros instrumentados em pontos de utilização
de água. Esses sensores eram interligados a um gravador de fita magnética para registro das
ocorrências de passagem de água e registro do correspondente volume, e horário de início e fim
do evento. Os sinais gravados na fita passavam por um decodificador, que comandando uma
máquina de perfuração, gerava fita de papel perfurada. Esta fita servia como entrada de dados
para um computador que realizava o tratamento dos dados de consumo registrados.
Holmberg e Olsson apud BARRETO et al. (1998), realizaram, em um prédio com vinte
apartamentos, a instalação de sensores de fluxo e hidrômetros instrumentados e sensores de
pressão e temperatura em pontos de utilização de água. Esses sensores foram conectados à uma
base de dados, que registrava a ocorrência dos eventos em um disquete. No computador foram
desenvolvidos programas para tratamento desses dados, permitindo a confecção de gráficos da
distribuição do consumo de água dos apartamentos estudados ao longo do dia.
Murakawa apud BARRETO et al. (1998), utilizou um equipamento mais aprimorado para
a monitoração do consumo de água em dois prédios. A concepção adotada envolveu o emprego
de sensores de presença junto ao aparelho sanitário, de sensores de fluxo com função de
medidores de vazão e hidrômetro instrumentado, tudo interligado a um registrador-armazenador
de dados para posterior tratamento. Os resultados consistem em gráficos que apresentam a
variação do consumo médio de água por hora e por tipo de aparelho sanitário.
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), vem desenvolvendo
pesquisas aplicadas com o objetivo de aprimorar e empregar metodologias para o levantamento
do perfil do consumo de água de uso doméstico. Em 1989, o IPT desenvolveu um equipamento
de pesquisa cujo objetivo era elaborar uma instrumentação capaz de monitorar o consumo de
água nos pontos de utilização de uma edificação. Este equipamento foi totalmente desenvolvido
utilizando as técnicas, componentes e equipamentos disponíveis no mercado brasileiro. O
resultado foi uma instrumentação composta de sensores de fluxo, hidrômetros instrumentados,
placa de aquisição de dados e programa monitor da coleta de dados. Em 1996, esse equipamento,
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
11
após ser aprimorado, foi aplicado em um prédio de escritórios da SABESP em São Paulo, onde
foram instrumentados 18 pontos de saída de água. O trabalho procurou avaliar o comportamento
de consumo de água entre diferentes tipos de aparelhos sanitários. Os primeiros foram os que já
estavam instalados no prédio. Em seguida, foram empregados os aparelhos economizadores de
água, que são projetados ou construídos com o objetivo de consumir menos água. Ao todo foram
realizadas 4 campanhas de medição. Na primeira campanha, foram monitorados os lavatórios
equipados com torneiras comuns e bacias comuns com válvulas de descarga. Na segunda,
lavatórios com torneiras hidromecânicas com fechamento temporizado e bacias sanitárias com
válvulas de descarga. Na terceira, só lavatórios com torneiras de acionamento fotoelétrico. E, na
última campanha, bacias sanitárias com caixa acoplada de 6 litros por descarga. A média dos
resultados das campanhas encontra-se na Tabela 2.4.
Tabela 2.4 – Valores médios dos resultados das 4 campanhas de medição
Aparelho sanitário Duração de uso (s)
Intervalo entre usos (min.)
Volume médio (l)
Vazão média(l/s)
Bacia sanitária com válvula de descarga 6,15 35,66 7,90 1,24 Bacia sanitária com caixa acoplada 78,32 56,77 5,87 0,06 Torneira comum de lavatório 20,40 23,17 1,38 0,08 Torneira de acionamento hidromecânico 8,86 9,24 0,72 0,07 Torneira de acionamento fotoelétrico 3,93 10,63 0,42 0,05
Fonte: BARRETO et al. (1998)
2.5 Usos finais de água
A análise do consumo de água em dispositivos hidráulicos, relacionada ao consumo total
de água de um determinado local, possibilita a verificação dos usos finais do mesmo. As Tabelas
2.5 a 2.9 mostram resultados de levantamentos de consumos de água no uso doméstico em
alguns paises.
Tabela 2.5 – Uso final de água para consumo doméstico na Suíça
Fonte: SABESP (2003)
Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 40 Banhos 37 Cozinha 6 Bebidas 5 Lavagem de roupas 4 Limpeza de piso 3 Jardins 3 Lavagem de automóveis 1 Outros 1
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
12
Tabela 2.6 – Uso final de água para consumo doméstico no Reino Unido
Fonte: SABESP (2003)
Tabela 2.7 – Uso final de água para consumo doméstico na Colômbia
Fonte: SABESP (2003)
Tabela 2.8 – Uso final de água para consumo doméstico nos E.U.A
Fonte: SABESP (2003)
Tabela 2.9 – Uso final de água para consumo doméstico
em Heatherwood (Boulder - Califórnia)
Fonte: SABESP (2003)
A Tabela 2.10 mostra dados de usos finais para fins domésticos em um apartamento
localizado na Universidade de São Paulo.
Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 37 Banho e lavatório 37 Lavagem de Prato 11 Lavagem de Roupa 11 Cozinha 4
Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 40 Ducha 30 Limpeza 15 Cozinha 5 Lavatório 10
Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 40 Banhos 30 Cozinha 10 Lavagem de roupas/louças 15 Vazamentos 5
Ponto de consumo Uso Final (%) Vaso sanitário 25,70 Chuveiro 17,13 Banheiro 1,71 Lavatório 15,42 Lavagem de Prato 3,27 Lavagem de Roupa 24,45 Vazamentos 12,31
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
13
Tabela 2.10 – Uso final de água para consumo doméstico em um apartamento da USP
Fonte: SABESP (2003)
Apesar da pesquisa fornecer apenas os resultados dos usos finais sem maiores detalhes, é
possível reconhecer o vaso sanitário como o grande consumidor de água no meio doméstico,
seguido de chuveiros e duchas.
2.6 Aproveitamento de água de chuva
Um grande meio de amenizar a crise de água prevista para o futuro é a captação da água
da chuva. A coleta consiste no desvio da água captada pelo telhado, por meio de calhas, para um
reservatório. Um sistema de encanamentos parte do reservatório distribuindo a água coletada
para as suas diversas finalidades.
Ao pensar no aproveitamento da água de chuva leva-se em conta a aplicação desse
recurso para diferentes casos. Quanto mais nobre o uso, mais limpa ela deve ser. No caso de
jardins, lavação de calçadas e carros, a água pluvial não precisa passar por nenhum tratamento, o
que não acontece para a água disposta ao consumo humano. A Tabela 2.11 apresenta o
tratamento da água para cada uso conforme Group Raindrops (2002).
Tabela 2.11 – Tratamento necessário para diferentes usos de água
Fonte: GROUP RAINDROPS (2002)
Ponto de consumo Uso Final (%)
Vaso sanitário 29 Chuveiro 28 Lavatório 6 Pia da cozinha 17 Lava-louças 5 Tanque 6 Lava-roupas 9
Uso requerido pela água Tratamento necessário
Irrigação de Jardins Nenhum Tratamento Prevenção de Incêndio e Condicionamento de ar
Cuidados para manter o equipamento de estocagem e distribuição em condições de uso
Fontes e lagoas, descargas de vasos sanitários, lavação de roupas e lavação de carros.
Tratamento higiênico, devido ao possível contato do corpo humano com a água.
Piscina/Banho, consumo humano e no preparo de alimentos.
Desinfecção, para a água consumida direta e indiretamente.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
14
A qualidade da água pluvial também varia de acordo com a sua coleta. Quanto mais limpo
for o local de coleta, logicamente, mais limpa será a água. Na Tabela 2.12 é possível observar o
grau de purificação quanto ao local. As categorias C e D consideram-se impuras mesmo para
usos não potáveis, enquanto que as categorias A e B não necessitam de tratamento para o mesmo
fim.
Tabela 2.12 – Variação da qualidade da água de chuva devido à sua coleta
Grau de purificação
Área de coleta de chuva Observações
A Telhados (não ocupados por pessoas ou animais)
Se a água for purificada pode ser consumida
B Telhados (ocupados por pessoas e animais)
Usos não potáveis
C
Terraços e terrenos impermeabilizados, áreas de
estacionamento.
Necessita de tratamento, mesmo para usos não potáveis.
D Estradas Necessita de tratamento, mesmo para usos não potáveis.
Fonte: GROUP RAINDROPS (2002)
2.6.1 Aproveitamento de água de chuva no mundo
O aproveitamento da água de chuva é uma forma simples de se obter água. Dados
indicam que durante muito tempo as pessoas no mundo captam água de chuva conforme suas
necessidades, sendo uns para preservação de seus mananciais e outros para simplesmente obter
água (GROUP RAINDROPS, 2002).
Na Alemanha, 10% das residências utilizam água de chuva (INSTITUTO BRASIL
PNUMA, 2000). Neste país, as prefeituras das cidades implantam sistemas de captação de água
em telhados e guardam em reservatórios de 6m3. Essa água é utilizada para descargas em vasos
sanitários, lavação de roupas e calçadas e o excesso infiltra no solo para abastecer os aqüíferos
(HANSEN, 1996). Na cidade de Hamburgo a água de chuva é usada na lavagem de aeronaves e
em pinturas, substituindo 60% da demanda antes suprida pela água encanada (BELLA CALHA,
2003).
No planalto de Loess, na China, onde as precipitações são muito baixas e a agricultura
depende principalmente da chuva, o governo colocou em prática um projeto chamado “121”: o
governo auxiliou cada pessoa a construir uma área de captação de água, dois tanques de
armazenamento de água e um lote para plantação de culturas comercializáveis. A água de chuva é
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
15
captada em pátios e áreas inclinadas com lajes de concreto e armazenada em tanques
subterrâneos. O sistema de irrigação e as estufas com verduras plantadas são abastecidos pela
água armazenada nos tanques. O projeto solucionou o problema de falta de água para cerca de
260.000 famílias e 1,18 milhões de animais (IRPAA, 2004).
Nos Andes, América do Sul, chove muito pouco e a umidade relativa do ar é muito alta.
Sendo assim uma tela de 3600 m² é esticada no alto dos montes para recolher a água do ar, onde
pode ser coletado até 11 m³ de água por dia (HANSEN, 1996).
As indústrias da República de Singapura armazenam a água pluvial para utilização em
bacias sanitárias e irrigação de jardins. No total, 56 indústrias deixam de consumir 867.000m3 por
mês de água tratada, substituindo-a por água de chuva (TOMAZ, 1998).
O Japão é o maior exemplo de utilização da água de chuva. Na cidade de Sumida, tanques
subterrâneos de aproximadamente 10 m³ são construídos em locais estratégicos e equipados com
bombas manuais. A população utiliza essa água para jardins, podendo servir para incêndios e até
mesmo para o consumo. Também o estádio japonês Tokyo Dome, apresenta em sua arquitetura
um dos projetos de aproveitamento de água de chuva mais criativos do mundo. O teto é feito de
plástico ultra-resistente e pode ser inflado ou desinflado a qualquer momento. A cobertura
funciona como uma lona gigante que colhe a chuva e envia para um tanque no subsolo, onde é
tratada e distribuída para o sistema de combate a incêndios do prédio. Um terço da água utilizada
no estádio provém das chuvas (GROUP RAINDROPS, 2002).
2.6.2 Aproveitamento de água de chuva no Brasil
O Brasil possui muitas regiões com grande concentração de chuvas. Nas Figuras 2.4 a 2.7
é possível verificar as precipitações pluviométricas médias de algumas cidades do país, obtidas das
Normais Climatológicas para os anos de 1961 a 1990 (BRASIL, 1992).
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
Meses
Prec
ipita
ção
(mm
)
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
Meses
Prec
ipita
ção
(mm
)
Figura 2.4 – Precipitação em Florianópolis Figura 2.5 – Precipitação em São Paulo
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
16
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
Meses
Prec
ipita
ção
(mm
)
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
Meses
Prec
ipita
ção
(mm
)
Figura 2.6 – Precipitação em Porto Alegre Figura 2.7 – Precipitação em Belém do Pará
No Nordeste brasileiro, a população, inspirada em seus antepassados, utiliza sistemas
tradicionais e de pouco custo para captação de água pluvial. Schistek (2002), relata 3 desses
sistemas: o caldeirão, o caxio e a cacimbas.
Os caldeirões são cavernas naturais nas rochas que, quando escavadas, se tornam
excelentes reservatórios para água de chuva. Esses reservatórios geralmente têm aberturas
estreitas, o que possibilita uma evaporação reduzida. A Figura 2.8 ilustra esse sistema de captação.
Os caxios, por sua vez, são escavações feitas nas rochas, com profundidade e larguras
geralmente de 4,40m. São feitos em locais propícios para que a água escorra pela superfície e seja
direcionada aos reservatórios. Possuem declividades, evitando assim que a primeira água, que
carrega as impurezas da superfície, não fique retida no caxio. A Figura 2.9 ilustra um caxio.
Figura 2.8– Caldeirão
Fonte: SCHISTEK (2002)
Figura 2.9– Caxio
Fonte: SCHISTEK (2002)
As cacimbas são escavações feitas no leito dos rios. Nesse processo é feito um buraco de
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
17
4m2 na rocha e escavado até encontrar água. Após isso uma parede de tijolos é levantada sobre a
camada de rocha mais resistente, para evitar que a areia do leito caia na escavação. Esta murada é
fechada com uma laje deixando uma abertura com 50x50cm, para entrada e retirada da água.
(SCHISTEK, 2002). As Figuras 2.10 e 2.11 ilustram, respectivamente, o corte e a abertura de uma
cacimba.
Figura 2.10 – Cacimba vista em corte Fonte: SCHISTEK (2002)
Figura 2.11– Abertura da cacimba
Fonte: SCHISTEK (2002)
Na cidade de Guarulhos em São Paulo uma indústria de tingimento de tecidos aproveita
água de chuva através de um telhado com 1.500m2 e um reservatório de 370m3. Toda a água
utilizada pela indústria, não somente a pluvial mas também a do sistema de abastecimento, é
reaproveitada em 60% (TOMAZ, 1998).
Montibeller e Schmidt (2004), relatam o potencial de economia de água tratada utilizando
águas pluviais em 66 municípios do estado de Santa Catarina. Dados fornecidos pela Companhia
de Abastecimento de Água do Estado (CASAN) tais como: população abastecida e consumo de
água dos municípios, juntamente com as precipitações pluviais diárias fornecidas pela EPAGRI
(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), possibilitaram analisar o
potencial de economia de água tratada. Através do número de residências abastecidas, área de
telhados estimados e dados de precipitação pluviométrica, foi possível calcular o volume de água
pluvial por município, considerando um fator de perda de 20%.
Dos 66 municípios, São Miguel do Oeste foi o município que apresentou o maior
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
18
potencial médio de economia, cerca de 123%, chegando a atingir 324% no mês de outubro. Já o
município de Major Gercino apresentou o potencial mais baixo, apenas 10%. A análise ainda
mostrou que 57 dos municípios estudados possuem potencial de economia de água tratada
superior a 50%, ou seja, toda a água captada é suficiente para suprir o consumo de água para fins
não potáveis. Na Tabela 2.13 é possível verificar o potencial de economia para o município de
Antônio Carlos.
Tabela 2.13 – Potenciais de economia de água tratada em Antônio Carlos
Mês
Consumo de água tratada (m3/mês)
Volume água pluvial (m3/mês)
Potencial de economia (%)
JAN 7.934 12.154 153 FEV 7.632 12.394 162 MAR 7.901 9.834 124 ABR 7.981 5.213 65 MAI 7.240 5.544 77 JUN 7.947 4.092 51 JUL 7.527 5.577 74
AGO 6.827 5.423 79 SET 8.056 7.523 93 OUT 6.670 9.961 149 NOV 8.321 8.655 104 DEZ 8.557 11.285 132
Média 7.716 8.138 105
Fonte: MONTIBELLER E SCHMIDT (2004)
2.7 Programas de redução de consumo da água
2.7.1 Shopping Iguatemi
Com a pouca disponibilidade de água na região nordestina e uma real necessidade de
economia, o Shopping Iguatemi, em Fortaleza, determinou a criação do Programa de redução de
consumo de água e o implantou em suas instalações. O programa traz não só benefícios para o
Shopping como serve de modelo para empresas preocupadas em preservar os recursos naturais.
Esse projeto passou por etapas que englobaram, desde a conscientização das pessoas
sobre a importância do uso racional da água até investimentos em sistemas economizadores de
água como: instalação de dosadores, redutores de pressão e torneiras temporizadas. Além disso, o
Iguatemi capta a água diretamente do subsolo e faz o tratamento necessário, tornando-a pronta
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
19
para o consumo humano. Os resultados desse processo são positivos visto que 97% da água
consumida no shopping é proveniente desse tratamento.
Equipamentos e instalações responsáveis pela refrigeração do Shopping passaram por um
processo de correção, controle, automatização e manutenção preventiva. Assim, a água utilizada
no sistema de refrigeração foi completamente afetada, com implantação de filtros e tratamentos
bactericida, anti-incrustante e inibidor de algas.
O esgoto gerado no Iguatemi é puramente doméstico, sendo 100% tratado na própria
estação de tratamento de esgotos implantada pelo Shopping. Essa alternativa não sobrecarrega o
sistema de esgotamento sanitário da cidade e propicia ao Shopping água necessária para o seu
sistema de irrigação de jardins externos (IGUATEMI, 2003).
2.7.2 PURA – Programa de uso racional da água
Criado em 1995 através de convênio entre a Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo (EPUSP), Laboratório de Sistemas Prediais do Departamento de Construção Civil
(LSP/PCC), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), o PURA tem como principal objetivo garantir o fornecimento de
água e a qualidade de vida da população. Para isso, desenvolve ações em diversas frentes,
buscando:
• Mudar o vício de desperdício de água no cotidiano das pessoas.
• Implementar leis, regulamentos e normas para a utilização racional da água e uso dos
equipamentos economizadores em prédios de órgãos públicos.
• Implementar normas sobre o desenvolvimento tecnológico e padronização de
equipamentos economizadores de água.
• Mudar projetos de instalações prediais de água fria e quente, de parâmetros hidráulicos e
de código de obra.
• Introduzir o programa no currículo das escolas das redes de ensino estadual e municipal
de São Paulo, através de programas específicos para conscientização de crianças e jovens.
O PURA é estruturado em seis macroprogramas integrados abrangendo desde
documentação técnica, laboratórios, novas tecnologias até estudos em edifícios de diferentes
tipos (escritórios, escolas, hospitais, cozinhas, etc).
O PURA já implantou vários programas de redução de água em São Paulo. Na cozinha
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
20
industrial da sede da SABESP, foram tomadas as seguintes medidas para redução de consumo:
detecção de vazamentos, campanhas educativas e instalação de 8 dispositivos economizadores. O
restaurante que tinha um gasto de 33 litros de água para cada refeição, reduziu para 16 litros. O
consumo médio mensal nos 7 meses anteriores que era de 320m3, foi reduzido para 133m3
resultando numa economia de aproximadamente 65% de água (SABESP, 2003).
Em 1999 as mesmas medidas tomadas na cozinha industrial foram aplicadas no
condomínio Jardim Cidade em São Paulo. No ano de 1998, o consumo médio era de
1460m3/mês. Depois da implantação do PURA esse consumo foi reduzido para 1045 m3/mês,
resultando numa diferença de 415 m3 de água por mês, ou seja, uma redução de 28% (SABESP,
2003).
Outros casos realizados pelo PURA estão registrados na Tabela 2.14. No edifício sede da
SABESP, o consumo foi reduzido em 61,5%, enquanto que na escola Vera Cruz, em 25,3%,
ambos no período de um ano. No Hospital das Clínicas, onde existe um grande consumo de
água, ocorreu uma redução de 20,9% em 2 anos, resultando numa quantidade significativa de
água.
Tabela 2.14 – Casos de redução de consumo de água em São Paulo
Consumo (m3/mês) Local Antes do PURA Depois do PURA
Período
Redução
(%) Cia de Entrepostos e Armazéns Gerais 65000 44540 1998 a 2001 31,5 Edifício Sede Sabesp 1330 512 1996 a 1997 61,5 Escola Vera Cruz 2826 2110 1995 a 1996 25,3 Hospital das Clínicas 107166 84723 1996 a 1998 20,9 Lar Batista de Crianças 491 386 1999 a 2001 21,4
Fonte: SABESP (2003)
2.8 Processos de desinfecção de água
Devido à preocupação que a redução das reservas de água doce vem causando nas
pessoas, vários estudos e projetos de equipamentos estão surgindo com a função de tratar águas
impuras. A seguir, serão apresentados três diferentes projetos que têm por objetivo a desinfecção
de águas contaminadas.
2.8.1 Tratamento de água por destilação
As cores escuras têm a propriedade de absorver radiação solar. O vidro, por sua vez,
recupera grande parte da radiação emitida por uma superfície negra quando colocado sobre a
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
21
mesma. Esse conjunto, quando parte de uma caixa fechada, sofre o efeito estufa, permitindo
então a conversão de energia solar em calor (SENEM e SENS, 2000). Devido a essas vantagens,
Soares (2002) resolveu implantar um equipamento para testar a eficiência da energia solar na
descontaminação de água. O piloto foi instalado no terraço do prédio de Engenharia Sanitária e
Ambiental no campus da Universidade Federal de Santa Catarina e também no LAPOÁ –
Laboratório de Potabilização da Água (no mesmo departamento), onde os testes também foram
feitos com energia artificial.
O equipamento piloto foi construído na forma de uma pirâmide de base quadrangular,
onde a água condensada na parte interna da cobertura teve seu fluxo dirigido para as calhas
coletoras, que por sua vez levarão a água para um reservatório. Na base da pirâmide existe um
reservatório onde a água bruta fica exposta ao calor. A pirâmide é feita de fibra de vidro e pintada
de preto para absorver os raios solares. Os detalhes podem ser observados melhor na Figura 2.12.
ÁGUA DOCE CONTAMINADA
ÁGUA BRUTA
Figura 2.12– Esquema do equipamento de tratamento por destilação
Fonte: SOARES (2002)
No ensaio de destilação em laboratório a simulação foi realizada através do aquecimento
com água de 2 lagos localizados no campus, do hospital universitário e centro de convivência.
Num recipiente de 20 litros foi colocada a água bruta, que foi sendo armazenada num recipiente
de 5 litros após o tratamento. Para proporcionar o aquecimento, colocou-se na base interna do
destilador uma mangueira cristal de 15 mm de diâmetro agindo na troca de calor. A água dentro
da mangueira foi aquecida por um aparelho em banho-maria acoplado a um termostato. Uma
extremidade da mangueira foi colocada em banho-maria e a 40 cm dessa extremidade foi
RESERVATÓRIO
CALHA
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
22
instalada uma bomba elétrica com objetivo de fazer a recirculação da água na mangueira. Para
testar o destilador, a água foi aquecida no equipamento para atingir dentro do destilador
temperaturas elevadas (medidas por um termômetro na cobertura interna de vidro) a fim de
produzir o máximo de volume de água tratada.
No ensaio de destilação ao ar livre o destilador foi colocado sobre uma bancada, onde
placas de isopor foram encaixadas entre o equipamento e a bancada para proporcionar inclinação
às canaletas e assim coletar a água tratada mais rapidamente. As canaletas foram cobertas para
evitar evaporação da água.
No experimento artificial foram realizadas medições com temperaturas estipuladas,
controladas pelo aparelho de banho-maria, para estudar a produção da água tratada em função
da temperatura interna. Observou-se na temperatura de 45ºC a maior produção de água tratada,
seguida de uma queda brusca de produção na temperatura de 50ºC. Isso ocorreu devido à
vazamentos localizados em pontos isolados da base da pirâmide. A Figura 2.13 representa essa
produção de água em volume em função da temperatura.
880560
1400
790
0
500
1000
1500
40 45 50 55 60Temperatura Interna (ºC)
Volu
me
(ml)
Figura 2.13 – Volume de água tratada produzida em função da temperatura
Fonte: SOARES (2002)
Foi feita uma tentativa para aumentar o gradiente de temperatura colocando um
ventilador próximo ao destilador para diminuir a temperatura externa. Porém a temperatura
interna também diminuiu, o que manteve o gradiente constante.
O destilador, como já foi citado, também foi instalado ao ar livre em vários dias com
predominância de sol. Foram realizadas medições a cada hora das temperaturas interna e
ambiente e do volume de água tratada. A Figura 2.14 mostra o volume de água produzido num
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
23
período de 6 horas correspondente ao dia 07/01/2002, quando o maior volume ocorreu.
0
50
100
150
200
250
13 14 15 16 17 18Tempo de Exposição (h)
Volu
me
Acu
mul
ado
(ml)
Figura 2.14 – Volume produzido de água tratada por hora de exposição
Fonte: SOARES (2002)
Soares (2002) conclui que o equipamento é eficaz e mostrou tornar possível a produção
de água para consumo. Porém, a tinta preta utilizada na pintura do vidro liberou solventes que
afetaram o gosto, odor e PH da água. Além disso, problemas com o equipamento em geral como
o percurso da água até seu destino poderia ser diminuído, a fim de evitar que a água evaporasse.
Uma boa solução seria inverter o equipamento para que a água condensada fosse conduzida para
um coletor central, conectado logo abaixo do vértice da pirâmide, que a levaria para o
reservatório.
2.8.2 Desinfecção através de raios ultravioletas
Sá (1999), desenvolveu um equipamento de desinfecção de água, previamente tratada,
com raios ultravioletas em pequenas vazões. O equipamento piloto consiste em uma lâmpada de
vapor de mercúrio de baixa pressão formada a partir de um tubo de quartzo (100mm de
diâmetro) com mercúrio a baixa pressão, gás argônio, e um eletrodo em cada extremidade do
tubo. A lâmpada de baixa pressão (90W de potência) foi escolhida por emitir 85 a 90% de sua
energia em comprimento de onda de 254nm, o que é o ideal para desativar microorganismos
(DANIEL, 1993).
O tubo foi revestido com tinta alumínio, devido ao seu poder de reflexão (cerca de 46 a
66% da radiação incidente) (DANIEL, 1993). Também foi utilizado um reator como regulador
de correntes para evitar problemas com a eletricidade (DIBERNARDO, 1993). Na Figura 2.15 é
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
24
possível ver o esquema do equipamento proposto.
Para comprovar a eficiência do equipamento, foi construído um piloto em escala real que
funciona, instalado no Laboratório de Hidráulica do Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental.
Entrada daÁgua
Saída daÁgua
Lâmpada de Raios Ultravioleta
Tubo de QuartzoReator
Para uma eficiência de 100% no equipamento foi utilizada uma água teste que possuía
concentração máxima de 1000 coliformes fecais em 100ml de água. A vazão média que ocorreu a
desinfecção foi de 0,20l/s, atingindo, em algumas vezes, 0,38 l/s.
A água do abastecimento é colocada numa caixa d’água de 250 litros e contaminada com
esgoto sanitário fresco. Em seguida essa água segue por uma caixa de descarga para controlar sua
vazão até chegar ao equipamento de desinfecção, seguindo depois para outra caixa de
armazenamento também com capacidade de 250 litros. A Figura 2.16 indica o esquema da
estrutura do piloto.
Ponto de Coleta 1
DESINFECÇÃOEQUIPAMENTO DE
CAIXA DEDESCARGACAIXA
D'ÁGUA 1Ponto de Coleta 2
D'ÁGUA 2CAIXA
Figura 2.15 – Esquema do equipamento de destilação
Fonte: SÁ (1999)
Figura 2.16 – Estrutura do Piloto
Fonte: SÁ (1999)
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
25
O equipamento tornou possível a desinfecção de água com uma vazão considerável.
Porém, outros testes podem ser realizados utilizando lâmpada com potência mais baixa para
reduzir o consumo de energia.
2.8.3 Filtros com macrófitas
Kinceszki (2002), propôs a implantação de um sistema de tratamento de esgoto
empregando um tanque, onde foram plantadas macrófitas (plantas que habitam desde brejos até
ambientes totalmente submersos). O sistema (em ordem) é composto por tratamento primário
(caixa de gordura e tanque séptico), e pelo tratamento secundário (filtro com macrófitas,
cloração). Caixas de inspeção e de controle de nível foram instaladas na entrada e saída do filtro
para controle hidráulico.
A caixa de gordura tem como objetivo reter a gordura impedindo que esta chegue a
outras unidades. Sua forma é prismática construída de concreto e com capacidade de 80 litros. O
tanque séptico trata o esgoto através de processo de sedimentação, flotação e digestão anaeróbia.
Sua forma é prismática retangular.
O sistema de tratamento com macrófitas utiliza o potencial de filtração no solo associado
a plantas com características de áreas úmidas. Promove remoção de material carbonáceo e sólidos
em suspensão através dos princípios de crescimento de biomassa. O filtro em sua forma
trapezoidal é revestido com lona plástica para evitar infiltração do esgoto e contaminação do
lençol freático. Tem inclinação de 1% para propiciar escoamento do esgoto ao longo de toda
área.
O esgoto passa pelo filtro por uma tubulação perfurada de PVC (75mm de diâmetro) ao
longo da seção transversal, homogeneizando dessa forma o fluxo. O leito é composto por brita,
areia grossa e uma camada de solo argilo-arenoso.
A planta escolhida foi a juncácea por ser perene, crescer rápido e ter alta capacidade de
remoção de nutrientes. Dois meses antes do sistema começar a funcionar, foi feito o plantio das
macrófitas.
Ao chegar ao tanque clorador os agentes patogênicos contidos na água são eliminados
através da aplicação de pastilhas (200g) de hipoclorito de cálcio num tempo de 30 minutos.
Segundo Kinceszki (2002), as análises realizadas não deram subsídios para avaliar a
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
26
eficiência do sistema, devido ao pequeno número de amostragens e a falta de recursos para
manutenção do equipamento. No entanto, o emprego de filtros com macrófitas é um ótimo
tratamento a ser adotado, pois além de ser equivalente no custo quando comparado à outros
tratamentos, possui eficiência elevada para unidades descentralizadas, quando bem operado.
2.9 Dessalinização
A grande quantidade de água salgada que compõe o planeta torna a idéia da
dessalinização um meio de amenizar o problema da escassez mundial de água potável.
O fenômeno da dessalinização era utilizado em processos industriais na década de 60.
Logo depois, na década de 80, o emprego de membranas semipermeáveis sintéticas em aplicações
industriais passou a se difundir, ampliando o campo de aplicação deste processo. Isto resultou em
contínuas reduções de custo, não só pela maior escala de produção permitida como também pelo
crescente conhecimento tecnológico adquirido (UNIAGUA, 2004).
Ultimamente, os avanços científicos no campo da indústria de microchips e da
biotecnologia provocaram uma demanda por água de elevada pureza. A consciência de
preservação do meio ambiente pela sociedade também necessita de tratamentos de rejeitos
industriais mais sofisticados e de maior eficiência. Nestes campos, a dessalinização tem se
desenvolvido bastante, seu custo vem decrescendo e viabilizando muitos projetos antes
impensáveis (UNIAGUA, 2004).
Na ilha de Chipre, a água do oceano é dessalinizada para garantir não apenas o
fornecimento para a população, mas também para abastecer os lençóis freáticos há muito
reduzidos pelo uso desenfreado. Depois de “tratada”, a água do oceano é bombeada para o
subsolo, por onde passaram rios subterrâneos hoje extintos, e abastece grandes extensões de
terra, sendo utilizada principalmente para a irrigação (CGEE, 2003).
Países como a Arábia Saudita, Estados Unidos, Emirados Árabes e outros usam a técnica
de dessalinização da água para suprir suas necessidades e o rejeito da filtragem (sal retirado da
água) é utilizado na alimentação de gados. A Arábia Saudita dessaliniza 5 milhões de litros de
água por dia e os Emirados Árabes 2,5 milhões por dia. Os Estados Unidos têm capacidade de
dessalinizar aproximadamente 3 milhões de litros de água por dia, mas esse sistema só é usado
em caso de emergência, devido ao excessivo gasto de energia (CGEE, 2003).
O governo brasileiro possui cerca de 600 dessalinizadores localizados na região Nordeste.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
27
Porém, a maior parte encontra-se em precárias condições devido à falta de treinamento técnico
na manutenção dos equipamentos (CGEE, 2003).
As principais tecnologias de dessalinização são: destilação por membranas, destilação
solar e osmose reversa.
• Dessalinização por membranas
A água salina é aquecida por energia artificial para intensificar a produção de vapor que
confronta com uma membrana. Esta permite a passagem desse vapor e não a passagem da água.
Após isso o vapor se condensa numa superfície fria produzindo água doce (DANTAS, 1998).
• Dessalinização solar
A água salina é aquecida pela energia solar produzindo vapor de água. Esse vapor segue
para uma região mais fria onde se condensa e forma a água-produto (DANTAS, 1998).
• Osmose reversa
É um processo de separação por membranas onde uma solução salina pressurizada flui
através de uma membrana, separando a água dos solutos. Nenhum aquecimento se faz necessário
e a maior parte da energia utilizada é para manter a solução pressurizada (DANTAS, 1998). A
dessalinização de água através de osmose reversa é bastante utilizada por oferecer baixo custo
quando comparado com outros sistemas de dessalinização. Além de retirar o sal da água, este
sistema permite ainda eliminar vírus, bactérias e fungos, melhorando assim a qualidade de vida da
população (DANTAS, 1998).
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
28
3 METODOLOGIA
Quando se deseja implantar um sistema de racionalização de água em um local, torna-se
necessário conhecer os dispositivos onde o consumo é mais significativo. Assim, o estudo dos
usos finais desempenha um importante papel nos estudos e projetos que visam obter economia
de água.
Nesse trabalho foi realizada uma série de levantamentos, entre entrevistas e quantificações
de campo, em 10 prédios públicos localizados em Florianópolis a fim de se obter os usos finais
de água. Buscou-se também detectar possíveis vazamentos que estivessem ocasionando
desperdícios de água.
3.1 Seleção de prédios
Inicialmente, foram selecionados para a pesquisa, 30 edifícios públicos localizados na
cidade de Florianópolis, em Santa Catarina. Antes de iniciar as visitas, foram feitos contatos, por
telefone, com os devidos responsáveis para que autorizassem a realização dos levantamentos nos
prédios. Para alguns casos, necessitou-se de uma carta assinada pelo orientador desse trabalho, a
fim de obter explicações mais concretas sobre o motivo da visita. Um exemplo dessa carta
encontra-se no Apêndice 1.
Nessa fase de contatos, 11 prédios tiveram que ser removidos da seleção por alguns
motivos. No edifício da Assembléia Legislativa foram impostas restrições no acesso, pela parte
administrativa do prédio, o que impossibilitou a realização dos levantamentos. O mesmo ocorreu
para o edifício do Fórum da Comarca da capital. No edifício do Departamento de Trânsito e
Segurança Viária (Detran) fora feitas várias tentativas de contato por telefone, porém não ocorreu
atendimento. O prédio das Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa)
possui outra forma de abastecimento de água, logo não utiliza somente a água fornecida pela
concessionária local. A Telesc (Telecomunicações do Estado de Santa Catarina) foi privatizada e
não autorizou os levantamentos.
Por motivos tais como facilidade no acesso, localização do edifício e limitação de
tempo, os 19 prédios que restaram passaram novamente por uma seleção onde, então, elaborou-
se uma listagem final contendo 10 prédios a serem levantados. A Tabela 3.1 apresenta a listagem
dos prédios onde foram realizados os levantamentos.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
29
Tabela 3.1 – Edifícios incluídos na análise
3.2 Levantamento de consumo
O consumo mensal de água dos prédios foi solicitado à CASAN (Companhia de
Abastecimento de Água de Santa Catarina), em um período histórico de 10 anos. Porém, as
faturas fornecidas compreenderam um período de 3 anos anteriores à data de solicitação.
Antes de realizar os levantamentos, tomou-se o cuidado de verificar se a fatura fornecida
pela CASAN correspondia à água fornecida somente para o edifício em estudo. Isso pelo fato de
existirem casos em que o setor público esteja situado em construções que englobam outros
setores como comerciais, por exemplo. Assim ficou garantido que toda a água consumida era
destinada ao órgão público.
3.3 Estimativa de consumo por usos finais
Para estimar o consumo de água por usos finais em cada prédio, foi necessário levantar
as características dos aparelhos utilizados e a freqüência com que os mesmos eram utilizados.
Sendo assim, os levantamentos foram realizados em duas etapas: levantamento dos dispositivos e
entrevista com os usuários.
Os levantamentos foram realizados no verão (janeiro a março), exceto pelo Tribunal de
Justiça onde os levantamentos foram realizados em outubro de 2003 e o BADESC em junho de
2004. Essa observação é importante de ser analisada, pois os consumos de água entre o verão e o
inverno costumam ser diferentes.
Edifícios
Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC) Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina (CREA) Departamento de Transportes e Terminais (DETER) Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) Secretaria da Agricultura Secretaria de Educação e Inovação Secretaria de Segurança Pública Tribunal de Contas Tribunal de Justiça
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
30
3.3.1 Entrevistas
Na segunda parte dos levantamentos foram realizadas entrevistas com alguns usuários
do edifício, a fim de descobrir a freqüência de uso de água no edifício. Foram feitas perguntas
que demonstrassem o tempo e a quantidade de vezes que cada um era utilizado.
Segundo Barbetta (2003), é possível determinar uma amostra que represente um
determinado número de pessoas através da equação 1.
[eq. 1] Onde: N - Número total de pessoas εo - Erro amostral desejado (1 a 20%) n – Amostra
Uma amostra bastante significativa seria aquela onde o erro adotado estivesse entre 1 e
4% (BARBETTA, 2003). Porém, foram adotados valores maiores de erros pois os edifícios com
um grande número de usuários resultaria numa amostra também muito grande, tornando inviável
a realização das entrevistas. No prédio do Tribunal de Justiça, por exemplo, com uma população
de 1216 pessoas e um erro de 4% resultaria numa amostra de aproximadamente 413 pessoas,
considerada grande para as condições de levantamentos. Para edifícios com populações menores,
a equação 1 forneceria, para pequenos erros, amostras tendendo ao valor real da população, o que
também resultariam em amostras grandes. Logo, adotou-se erros para as amostras um pouco
maiores que os considerados significativos.
Quando possível, procurou-se fazer as entrevistas com homens e mulheres na mesma
proporção que existia entre eles no prédio, evitando assim que prédios com mictórios e vasos
sanitários, onde existe diferença na utilização por sexo, tivessem erros em seus usos finais.
As entrevistas também possibilitaram levantar todos os locais, além de banheiros e
copas, em que a água é utilizada, tais como restaurantes, lavações de carros, torres de
resfriamento, etc. A planilha utilizada nas entrevistas encontra-se no Apêndice 2.
Para obter valores que representassem, tanto a freqüência como o tempo de uso dos
n ≥ noN
no+N
no ≥ 1 εo²
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
31
dispositivos, fez-se uma média dos valores coletados nas entrevistas em cada prédio.
3.3.2 Levantamento dos dispositivos
As pessoas contactadas em cada edifício disponibilizaram, para a pesquisa dos pontos de
saída de água, uma pessoa com conhecimentos sobre o edifício, a fim de orientar na procura dos
locais a serem levantados. Esse levantamento tinha como objetivo caracterizar todos os
dispositivos, relatando: marca, modelo, vazão, tipo e quantidades de aparelhos.
Para levantar as vazões de torneiras, chuveiros e duchas utilizou-se um recipiente de
volume conhecido, 0,5 litro, e foi medido o tempo em que o mesmo levava para encher. Esse
processo foi feito para todos os dispositivos com características diferentes. No caso de existir
semelhanças na marca e modelo, mediu-se a vazão de uma unidade, considerando-a para os
demais. Para determinar uma única vazão para torneiras, chuveiros e duchas, fez-se uma média
ponderada das vazões encontradas para cada dispositivo. Ao medir as vazões, procurou-se abrir
os dispositivos da mesma maneira, ou seja, com a mesma abertura, para evitar erros (adotado
como padrão meia volta).
Nos vasos sanitários, com caixa acoplada ou alta, o consumo foi medido levantando a
capacidade de armazenamento de água das caixas. Em vasos sanitários com válvula de descarga,
foi utilizado o produto da vazão média de 1,24 l/s e pela duração de uso de 6,15s, conforme
Tabela 2.4 da revisão bibliográfica, o que resultou num total de 7,63 litros a cada acionamento da
válvula. Esses valores foram adotados porque, além da falta de equipamentos adequados para
medir vazão em vasos sanitários, os entrevistados encontraram dificuldades ao informar o tempo
que utilizavam para pressionar a válvula de descarga, o que poderia resultar em erros muito
grandes. Para os mictórios a vazão admitida foi de 7 litros de água por acionamento, conforme
informações dos fabricantes.
Outros itens dos prédios como: população total, população de homens e mulheres, área
total e ano de fundação do edifício também foram levantados.
3.3.3 Estimativa de consumo de água
A partir das médias de freqüência e tempo de uso da água e das vazões foram
determinados os consumos para cada dispositivo. Esse consumo consiste basicamente no
produto dessas médias pela vazão e pelo número de usuários do dispositivo. A equação 2 mostra
o cálculo da vazão para torneiras, chuveiros e duchas.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
32
[eq. 2]
Onde:
C - Consumo no dispositivo (l)
Mf - Média da freqüência (vezes)
Mt - Média do tempo (s)
N - População total
V - Vazão (l/s)
Em edifícios com mictórios, calculou-se o consumo desse dispositivo considerando a
população masculina e para vasos sanitários, a população feminina. O cálculo para vasos e
mictórios está representado, nesta seqüência, pelas equações 3 e 4.
[eq. 3]
Onde:
C - Consumo no vaso sanitário (l)
Mf - Média da freqüência (vezes)
Nm - População total de mulheres
v – Volume de água utilizado a cada uso do dispositivo (l/s)
[eq. 4]
Onde:
C - Consumo no mictório (l)
Mf - Média da freqüência (vezes)
Nh - População total de homens
v – Volume de água utilizado a cada uso do dispositivo (l/s)
Nos dispositivos citados, não se utiliza a média de tempo (Mt) no cálculo por não ter sido
coletadas informações sobre o mesmo.
Em edifícios que possuíam filtros de água, foi quantificado o número de copos de água
(com volume conhecido) consumidos. A partir daí fez-se uma média no número de copos de
água consumidos no prédio por pessoa. O cálculo desse consumo foi feito multiplicando a média
C=Mf Mt N V
C=Mf Nmv
C=Mf Nhv
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
33
do número de copos consumidos pela população total como mostra a equação 5.
[eq. 5]
Onde:
C - Consumo no dispositivo (l)
Mc - Média do número de copos utilizados (vezes)
N - População total
v – Volume dos copos (l)
Outros consumos quantificados foram os referentes à lavação de carros, restaurantes,
rega de jardins entre outras atividades incluídas no consumo de água do edifício. Para estimativa
desses valores, os usuários responderam um questionário, informando a utilização da água para a
atividade que exercia. Na limpeza, por exemplo, foram coletadas: freqüência de limpeza, número
de locais a serem limpos, volume e número de recipientes utilizados para a limpeza, etc. Para a
lavação de carros foi informada a quantidade de carros lavados por dia, tempo de uso da água em
cada carro, vazão da torneira utilizada entre outros.
O consumo total foi determinado fazendo a soma de todos os consumos específicos
calculados.
3.4 Análise de sensibilidade
Durante as entrevistas percebeu-se dúvidas nas respostas dos usuários, o que pode
acarretar erros na estimativa dos consumos. Para verificar o quanto uma resposta imprecisa
poderia afetar no resultado final, fez-se uma análise da sensibilidade para todos os dispositivos
contidos em cada prédio. Nessa análise, aplicaram-se variações sobre os itens levantados, relativo
ao uso dos dispositivos. Com isso, pode-se verificar a influência de cada dispositivo sobre o
consumo total.
Nas torneiras, chuveiros e duchas a modificação foi realizada sobre o tempo estimado
de utilização da mesma, ou seja, o tempo foi sendo modificado de 15 a -15 segundos, em
intervalos de 5 segundos. Para os vasos sanitários, mictórios e filtros variou-se a freqüência de
uso do mesmo de 3 a -3 vezes, em intervalos de uma vez. À medida que essas variações foram
sendo aplicadas, percebeu-se a diferença que ocorria no consumo total de água, determinando,
assim, a influência de cada dispositivo.
C= McVN
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
34
Ao obter a variação de consumo pelo erro cometido para uma pessoa, fez-se a análise
considerando que toda a amostra tenha cometido o mesmo erro na entrevista, mostrando a
diferença no consumo que ocorreria nesta hipótese.
3.5 Detecção de vazamentos
Ao comparar os consumos fornecido e estimativo, percebeu-se diferenças entre seus
valores. Sendo assim, tornou-se necessário verificar uma possível ocorrência de vazamentos.
Nos edifícios onde se obteve permissão, foram feitos testes para verificar vazamentos não
visíveis em vasos sanitários (testes da caneta e da farinha), entre o reservatório e os dispositivos
(teste para caixa d'água) e na entrada de água no edifício (teste para hidrômetro), todos contidos
na revisão bibliográfica. Também se procurou detectar vazamentos visíveis como torneiras
pingando, por exemplo.
3.6 Estimativa dos usos finais
Para estimar os usos finais nos dispositivos, fez-se a distribuição, em porcentagem, dos
consumos em todos os dispositivos com base no consumo total fornecido pela concessionária
local.
O consumo calculado foi comparado ao fornecido, a fim de verificar se ocorreram
discrepâncias entre os mesmos. Para edifícios que apresentaram vazamentos, o erro entre os
consumos foi atribuído ao vazamento. Na ausência de vazamentos, essa diferença foi atribuída ao
dispositivo de maior sensibilidade. Caso essa atribuição afetasse muito na média de uso do
dispositivo, para vasos e mictórios, e na média do tempo e do uso, para torneiras, chuveiros e
duchas, procurou-se distribuir essa diferença entre os dispositivos mais sensíveis.
Os edifícios que continham torres de resfriamento, onde o uso é muito acentuado no
verão, fez-se a estimativa dos usos finais para duas estações (inverno e verão).
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
35
4 RESULTADOS
Neste capítulo serão mostrados os resultados da metodologia aplicada nos 10 edifícios
estudados, que compreendem desde os levantamentos nos edifícios até os cálculos e análises
realizadas. Ao final, são apresentados, em gráficos, os usos finais de água em cada um.
4.1 Características físicas
Os 10 edifícios estudados encontram-se localizados em dois bairros distintos na cidade
de Florianópolis, sendo 6 localizados no bairro do Centro e 4 no bairro do Itacorubi. A Tabela
4.1 apresenta algumas características físicas dos 10 edifícios em questão. Os anexos, contidos em
alguns edifícios, possuem um andar.
Tabela 4.1 – Características dos edifícios analisados
Edifício Localização Área Total (m2)
Nº de andares
População Total
BADESC Rua Almirante Alvim, 491-Centro 1300 2 165
CELESC Rod. SC 404, km 3-Itacorubi 21405 5 1035 CREA Rod. SC 404, nº 2125-Itacorubi 2000 2 95
DETER Av. Rio Branco, nº 701-Centro 1400 5 107
EPAGRI Rod. SC 404, nº 1486-Itacorubi 8025 2 e 2 anexos 324 Secretaria da Agricultura Rod. SC 404, nº 1347-Itacorubi 3726 2 e 2 anexos 197 Secretaria de Educação Rua Antônio Luz, nº 111-Centro 6800 11 520 Secretaria de Segurança Pública Rua Esteves Junior, nº 80-Centro 1690 5 90 Tribunal de Contas Rua Bulcão Vianna, nº 90-Centro 8200 2 e 1 anexo 542 Tribunal de Justiça Rua Álvaro M.da Silveira, nº 208-Centro 13617 14 1216
As Figuras 4.1 a 4.10 apresentam, na mesma seqüência, as fachadas dos edifícios em que
foram realizados os levantamentos.
Figura 4.1 – Fachada frontal – BADESC
Figura 4.3 – Fachada lateral – CELESC
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
36
Figura 4.2 – Fachada lateral - CREA
Figura 4.4 – Fachada frontal – DETER
Figura 4.5 – Fachada frontal – EPAGRI
Figura 4.6 – Fachada frontal - Secretaria da
Agricultura
Figura 4.7 – Vista sudeste - Secretaria da Educação
Figura 4.8 – Fachada frontal - Secretaria de
Segurança Pública
Figura 4.9 – Vista sudeste - Tribunal de Contas
Figura 4.10 - Fachada frontal - Tribunal de
Justiça
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
37
Os levantamentos realizados possibilitaram conhecer todos os dispositivos sanitários no
prédio e todas as atividades realizadas com o uso da mesma. A Tabela 4.2 mostra essas
características em cada prédio. Observa-se que todos os edifícios, exceto DETER e Secretaria de
segurança pública, possuem torneiras com fechamento automático e todos ainda utilizam torneira
comum. Em vasos sanitários, ocorreu uma predominância dos tipos com válvula de descarga
exceto para o edifício BADESC, que contém apenas vasos sanitários com caixas acopladas com
volume de 12 litros. Nos demais prédios com caixa acoplada a capacidade foi de 6 litros. O
edifício do BADESC possui apenas 2 mictórios, que ocorreu devido a uma reforma realizada em
um setor, que proporcionou a inclusão de 2 mictórios em um banheiro masculino. Os anexos da
Secretaria da Agricultura e do Tribunal de Contas possuem banheiros com instalações bastante
antigas e que não passaram por reformas, justificando, assim, a presença de vasos sanitários com
caixas altas com capacidade de 12 litros. Dos 10 edifícios analisados, 6 possuem chuveiros e
duchas e 4 possuem filtros de água. A CELESC e a Secretaria da Agricultura possuem ainda
torres de resfriamento para ar condicionado.
Tabela 4.2 – Dispositivos sanitários e formas de utilização de água nos prédios
Os edifícios que passaram por reformas em seus banheiros tiveram alguns de seus
equipamentos comuns trocados por equipamentos que economizam água. A Tabela 4.3 mostra o
período de troca desses equipamentos nos edifícios.
Torneira Vaso sanitário Mictório Edifício
Comum Fech.
autom. Caixa acopl.
Caixa alta Válvula Comum
Fech. automat.
Chuveiro Ducha Filtro Torre de
Resfriamento
BADESC 2 21 15 --- --- --- 2 --- --- --- ---
CELESC 62 94 21 --- 84 --- 41 7 2 13 Sim
CREA 8 21 1 --- 9 --- 6 1 --- 1 ---
DETER 17 --- --- --- 11 --- --- --- --- --- ---
EPAGRI 29 46 --- --- 58 --- 26 7 --- --- ---
Secretaria da Agricultura 33 40 1 6 36 --- 17 2 5 --- Sim
Secretaria de Educação 36 41 --- --- 38 --- --- --- --- 11 ---
Secretaria de Segurança Pública 31 --- --- --- 28 --- --- --- --- --- ---
Tribunal de Contas 38 50 10 9 52 --- 20 1 --- --- ---
Tribunal de Justiça 154 16 14 --- 95 18 14 1 --- 4 ---
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
38
Tabela 4.3 – Período de troca de equipamentos sanitários nos edifícios
4.2 Consumos fornecidos
Nos consumos fornecidos pela CASAN, verificou-se regularidade nos períodos de
leitura dos hidrômetros, que atenderam a freqüência de 30 dias. Esse aspecto é importante de ser
analisado, pois as leituras feitas sem regularidade causam grandes variações de consumos ao
longo dos meses.
Em alguns edifícios foi possível analisar diferenças significativas de consumos ao longo
dos 3 anos analisados. Segundo dados da CASAN, no edifício do CREA, por exemplo, o
consumo médio mensal no fim do ano de 2000 era de 280000 litros/mês enquanto que a média
para os 10 meses de 2003 foi de 68700 litros/mês, ou seja, ocorreu uma redução de 4,8 vezes.
Contatos realizados no edifício identificaram a presença de vazamentos ocorridos no final de
2000. Também no CREA foi realizada a substituição de torneiras comuns por torneiras com
fechamento automático seguida de uma campanha de conscientização das pessoas sobre o uso da
água no edifício. Alguns edifícios mantiveram seus valores de consumos constantes ao longo do
período.
No edifício do BADESC nada se pode afirmar sobre o consumo lido pois, segundo
informações da CASAN, este edifício esteve com o hidrômetro danificado durante todo o
período de estudo, sendo, portanto, o valor de 10m3 mensais fornecido correspondente ao
mínimo estabelecido para prédios desse porte. A CASAN citou o mesmo problema para a
Secretaria da Educação, porém os consumos passaram a apresentar valores inconsistentes
somente no inicio de 2003. Em todos os edifícios, exceto CELESC e CREA, verifica-se uma
redução do consumo nos meses de dezembro a março, desconsiderando para o CREA o período
de ocorrência de vazamentos (fim de 2000), justificado pela ocorrência de férias. Em um dos
Edifício Período de reforma
BADESC Set/1999 CELESC Jan/2002 CREA Mai/2001 DETER --- EPAGRI Dez/1998 Secretaria da Agricultura Jun/2001 Secretaria de Educação Dez/2001 Secretaria de Segurança Pública --- Tribunal de Contas Mai/2000 Tribunal de Justiça Fev/2000
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
39
edifícios que possuem torres de resfriamento (CELESC), o consumo de água apresentou um
significativo acréscimo no verão devido ao constante uso do ar condicionado. A Secretaria de
Segurança Pública apresentou um significativo aumento em seu consumo no período de abril a
agosto de 2003. Contatos realizados no prédio não souberam justificar a razão desse aumento.
Comparando o consumo médio da CELESC de maio a outubro de 2003 (1300 m3) com o
consumo de fevereiro para o mesmo ano (2400 m3), verifica-se uma diferença entre consumos de
aproximadamente 48 m3 de água por dia. Logo, é importante comentar que essa diferença não
surge somente das torres de resfriamento, que contribuem com cerca de 13 m3 de água por dia
como será citado mais à frente, pois em função da temperatura ser mais elevada no verão a água
torna-se mais utilizada tanto para consumo, quanto para limpeza e outras atividades. As Figuras
4.11 a 4.20 mostram o consumo mensal fornecido para os 3 anos de leituras.
0
1000
2000
3000
4000
5000
NO
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0
FEV
/01
MA
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2
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3
Meses
Con
sum
os (m
3 )
Figura 4.11 – Consumo mensal fornecido - Figura 4.12 – Consumo mensal fornecido -
BADESC CELESC
0
100
200
300
400
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0
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1
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/03
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100
150
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1
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2
FEV
/03
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3
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os (m
3 )
Figura 4.13 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.14 – Consumo mensal fornecido –CREA DETER
0
100
200
300
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0
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01
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MA
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02
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JAN
/03
MA
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MA
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JUL/
03
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03
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MA
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Con
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os (m
3 )
Figura 4.15 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.16 – Consumo mensal fornecido -
EPAGRI Secretaria da Agricultura
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
40
0
100
200
300
400
500
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3 )
Figura 4.17 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.18 – Consumo mensal fornecido – Secretaria da Educação Secretaria de Segurança Pública
0
200
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0
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2
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/03
MA
I/03
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MA
I/01
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FEV
/02
MA
I/02
AG
O/0
2
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2
FEV
/03
MA
I/03
AG
O/0
3
Meses
Con
sum
os (m
3 )
Figura 4.19 – Consumo mensal fornecido – Figura 4.20 – Consumo mensal fornecido – Tribunal de Contas Tribunal de Justiça
Quando ocorreram discrepâncias de consumos entre os meses, adotou-se o valor do
ano de 2003, por ser a data mais próxima ao período de levantamentos, exceto para o edifício
Secretaria da Educação que apresentou problemas no hidrômetro no ano de 2003,
impossibilitando o uso desse consumo. O consumo fornecido do BADESC não pôde ser
utilizado pois o hidrômetro esteve com problemas ao longo dos anos fornecidos. Sendo assim,
adotou-se neste prédio, para fins de cálculo, o consumo estimado. Quando os consumos
permaneceram próximos, adotou-se a média do consumo dos 34 meses fornecidos. A Tabela 4.4
mostra os consumos fornecidos adotados e o período correspondente aos mesmos.
Tabela 4.4 – Consumos fornecidos adotados e período da leitura
Edifício Consumo (litros/mês) Período da leitura
BADESC 105427 Estimado CELESC 1531200 Jan/2003 a Out/2003 CREA 68700 Jan/2003 a Out/2003 DETER 74220 Nov/2000 a Out/2003 EPAGRI 211700 Jan/2003 a Out/2003 Secretaria da Agricultura 248300 Jan/2003 a Out/2003 Secretaria de Educação 209400 Nov/2000 a Out/2003 Secretaria de Segurança Pública 65600 Nov/2000 a Out/2003 Tribunal de Contas 333600 Nov/2000 a Out/2003 Tribunal de Justiça 1064000 Nov/2000 a Out/2003
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
41
4.2.1 Consumo per capita
Para uma possível comparação de consumo entre os prédios, determinou-se o total de
água consumido em litros/pessoa/dia, fazendo a razão entre o consumo de água no edifício por
dia pela população total do prédio. Para determinar o consumo de água por dia adotou-se uma
média de 22 dias por mês. A Figura 4.21 mostra os resultados dos consumos per capita nos
edifícios analisados, onde percebeu-se uma predominância de consumo entre 28,0 e 39,8 litros
por dia, exceto pelos edifícios CELESC e Secretaria da Agricultura que apresentaram consumo
maior (67,2 e 57,3 litros/pessoa/dia), e o edifício Secretaria da Educação, por apresentar um
consumo menor (18,3 litros/pessoa/dia). Os dois primeiros edifícios citados apresentaram seu
consumo elevado pelo fato de serem os dois únicos que possuem torres de resfriamento para ar
condicionado. Nesse caso, desconsiderando o consumo das torres, os consumos per capita nos
edifícios seriam reduzidos para 54,7 e 42,1 litros/pessoa/dia respectivamente. Na Secretaria da
Educação, o número de usuários do prédio pode ter sido informado incorretamente, fato este
que pode justificar o seu baixo consumo per capita. Além disso, outras informações coletadas na
CASAN, mostraram que o hidrômetro encontrava-se danificado no ano de 2003, onde o
consumo passou a diminuir significativamente. A média de consumo per capita para todos os
edifícios foi de 36,7 litros/pessoa/dia.
67,2
29,7
57,3
18,3
28,0
39,8
29,033,132,9 31,5
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
Bade
sc
Cel
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iça
Edifício
Cons
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(litr
os/p
esso
a/di
a)
Figura 4.21 – Consumo de água per capita nos edifícios analisados
4.3 Estimativa de consumo por usos finais
Nos levantamentos dos dispositivos, mediu-se a vazão de torneiras, chuveiros e duchas
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
42
como foi citado anteriormente. Para obter uma única vazão para torneiras, por exemplo, foi feita
uma média ponderada das vazões coletadas. O mesmo aconteceu para chuveiros e duchas. A
Tabela 4.5 apresenta a média das vazões dos dispositivos em cada edifício levantado. Pode-se
perceber que os edifícios que possuem torneiras com fechamento automático apresentam vazões
maiores comparadas a torneiras comuns. Entretanto, essa ocorrência não parece estranha quando
levado em consideração o fato de que torneiras com fechamento automático tornam-se
econômicas por evitar vazamentos visíveis ou aberturas em momentos desnecessários e não por
ter uma vazão menor. Além disso, as torneiras levantadas não apresentaram arejadores.
Tabela 4.5 – Vazões medidas nos dispositivos
Vazões (l/s) Torneira Edifício
Comum Fech. autom. Média Chuveiro Ducha
BADESC 0,10 0,14 0,14 __ __ CELESC 0,10 0,11 0,11 0,10 0,15 CREA 0,09 0,14 0,13 0,10 __ DETER 0,08 --- 0,08 __ __ EPAGRI 0,08 0,14 0,12 0,10 __ Secretaria da Agricultura 0,09 0,14 0,12 0,10 0,15 Secretaria de Educação 0,07 0,11 0,11 __ __ Secretaria de Segurança Pública 0,09 --- 0,09 __ __ Tribunal de Contas 0,08 0,14 0,12 0,10 __ Tribunal de Justiça 0,10 0,14 0,10 0,07 __
Para vasos sanitários e mictórios, os usuários encontraram dificuldades ao informar o
tempo em que as válvulas permaneciam acionadas no uso. Para não ocasionar erros devido a
estimativas grosseiras, adotou-se, para esse caso, os valores de vazão levantados na literatura
conforme Tabela 2.4.
No caso do edifício possuir mictórios, foi necessário levantar o número de homens e
mulheres no edifício. Durante as entrevistas, a população masculina, em sua maioria, citou apenas
o uso do mictório. Neste caso, para o cálculo do consumo, considerou-se como usuários do vaso
sanitário somente a população feminina, com exceção dos edifícios BADESC e Secretaria da
Educação, ambos por possuir apenas 2 mictórios. Nesse caso, calculou-se o consumo no vaso
sanitário para a população total. A Tabela 4.6 mostra a população total, porcentagem de homens
e mulheres dos prédios que possuem mictórios, a porcentagem das amostras e o erro amostral
adotado para determinação das mesmas. Nas amostras, percebe-se uma predominância de
entrevistas realizadas com mulheres, o que ocorreu pelas mesmas se mostrarem mais receptivas
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
43
ao responder as perguntas.
Tabela 4.6 – População e porcentagem de homens e mulheres nos edifícios
População População (%) Amostras Amostras (%) Edifício
Homens Mulheres Total Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres
Erro amostral εo (%)
BADESC 98 67 165 59 41 7 5 58 42 28
CELESC 535 500 1035 52 48 11 19 37 63 18
CREA 50 45 95 53 47 5 5 50 50 30
DETER --- --- 107 --- --- 6 5 55 45 29
EPAGRI 190 134 324 59 41 5 9 36 64 26 Secretaria da Agricultura 79 118 197 40 60 4 6 40 60 31
Secretaria de Educação 130 390 520 25 75 6 10 38 63 25
Secretaria de Segurança Pública --- --- 90 --- --- 4 5 44 56 30
Tribunal de Contas 342 200 542 63 37 5 10 33 67 25
Tribunal de Justiça 426 790 1216 35 65 15 29 34 66 15
Vale ressaltar que os edifícios DETER e Secretaria de Segurança Pública não possuem
mictórios, o que dispensou o levantamento da população masculina e feminina separadamente.
Através das informações obtidas nas entrevistas, foi feita uma média de uso para cada
dispositivo. No filtro foi feita a média da quantidade de água consumida no prédio (litros). A
Tabela 4.7 mostra esses dados para os 10 edifícios, onde se percebeu a maior utilização da
torneira, quando comparada aos outros dispositivos. Os prédios que possuíam poucos mictórios
(BADESC e Secretaria da Educação) tiveram suas médias para mictórios baixas, visto que a
população masculina também utiliza os vasos sanitários. Maiores detalhes sobre os dispositivos
podem ser verificados no Apêndice 3.
Tabela 4.7 – Freqüência diária e tempo de uso dos dispositivos.
Torneira Chuveiro Ducha Edifício
Vaso sanitário (vezes)
Freqüência (vezes)
Tempo (s)
Mictório (vezes) Freqüência
(vezes) Tempo
(s) Freqüência
(vezes) Tempo
(s)
Filtro (l)
BADESC 2,13 3,25 11,67 1,00 --- --- --- --- ---
CELESC 3,37 4,10 7,63 4,00 0,07 50,0 0,03 20,0 0,62
CREA 1,80 5,90 10,40 4,40 0,10 12 --- --- 0,32
DETER 2,55 4,18 29,36 --- --- --- --- --- ---
EPAGRI 3,11 4,07 7,57 3,20 0,21 72,86 --- --- --- Secretaria da Agricultura 3,33 4,20 6,20 3,25 0,10 42,0 0,10 30,0 ---
Secretaria de Educação 1,85 2,94 5,88 1,50 --- --- --- --- 0,59
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
44
Tabela 4.7 – Freqüência diária e tempo de uso dos dispositivos (cont.).
Desse modo, foram realizados os cálculos de consumos em todos os dispositivos (de
acordo com o item 3.3.3 da metodologia). Além dos dispositivos, existiam nos edifícios outras
atividades ligadas ao consumo de água. Esses consumos foram estimados segundo informações
obtidas no edifício. Nos edifícios que possuem lavação de carros, por exemplo, fez-se uma
entrevista com os responsáveis por essa função, onde os mesmos relataram a quantidade de
carros lavados em um dia e o tempo que a água foi utilizada para lavar cada carro. A vazão da
torneira utilizada foi medida e assim estimado o consumo para o dia. Nos edifícios com
restaurantes, fez-se entrevistas com as pessoas que trabalhavam na cozinha, relatando o tempo de
uso das torneiras para cada atividade realizada. As vazões das torneiras utilizadas também foram
medidas. A Tabela 4.8 mostra o consumo de água para as referentes atividades em cada um dos
prédios.
Tabela 4.8 – Atividades consumidoras de água nos edifícios
O consumo total foi calculado fazendo a soma de todos os consumos específicos acima
citados. Esse consumo foi comparado ao consumo medido e fornecido pela CASAN, onde se
determinou a diferença entre ambos (erro) em porcentagem. A Tabela 4.9 mostra os consumos
Torneira Chuveiro Ducha Edifício
Vaso sanitário (vezes)
Freqüência (vezes)
Tempo (s)
Mictório (vezes) Freqüência
(vezes) Tempo
(s) Freqüência
(vezes) Tempo
(s)
Filtro (l)
Secretaria de Segurança Pública 3,56 4,11 16,44 --- --- --- --- --- ---
Tribunal de Contas 3,30 4,40 7,40 3,20 0,07 28,0 --- --- ---
Tribunal de Justiça 3,52 4,66 7,41 4,40 0,14 67,05 --- --- 0,47
Consumos (litros/dia) Edifício
Limpeza CozinhaIrrigação de
jardim Lavação de
carros Restaurante
Torre de resfriamento
BADESC 100 23 432 --- --- --- CELESC 2500 150 --- 1500 5400 13000 CREA 80 10 40 --- --- --- DETER 60 15 --- --- --- --- EPAGRI 270 35 60 150 --- --- Secretaria da Agricultura 540 35 --- 200 2600 3000 Secretaria de Educação 200 90 --- --- --- --- Secretaria de Segurança Pública 75 10 --- --- --- --- Tribunal de Contas 290 70 --- 100 --- --- Tribunal de Justiça 2230 195 180 --- --- ---
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
45
de água mensais (medido e estimado) e o erro proveniente da diferença entre eles para cada
prédio analisado. Como o problema existente no hidrômetro do edifício BADESC comprometia
todo o período de consumo fornecido, adotou-se, para esse edifício, apenas o consumo estimado,
o que resultou num erro de 0%.
Tabela 4.9 – Consumos de água, medido e estimado, e diferença (erro) entre ambos
Edifício Consumo medido
(litros/mês) Consumo estimado
(litros/mês) Erro (%)
BADESC 105427 105427 0,0 CELESC 1531200 1226378 -19,9 CREA 68700 70277 2,3 DETER 74220 70493 -5,0 EPAGRI 211700 212437 0,3 Secretaria da Agricultura 248300 265544 6,9 Secretaria de Educação 209400 223991 7,0 Secretaria de Segurança Pública 65600 67632 3,1 Tribunal de Contas 333600 349047 4,6 Tribunal de Justiça 1064000 969058 -8,9
Através da Tabela 4.9 pode-se verificar que em 5 prédios ocorreram diferenças entre os
consumos acima de 5,0%. No edifício da CELESC percebeu-se o maior erro (cerca de 20%).
Várias podem ser as hipóteses que justifiquem essa diferença, dentre elas pode-se destacar:
respostas com grande margem de erros nas entrevistas, hidrômetros danificados impossibilitando
a leitura real do consumo do prédio e ocorrência de vazamentos.
4.4 Análise de sensibilidade
A análise de sensibilidade realizada mostrou que as respostas duvidosas sobre o uso
dos dispositivos no prédio podem ocasionar grandes divergências sobre o consumo real de água.
O vaso sanitário apareceu como o dispositivo mais significativo nessa análise na maioria dos
prédios. As Figuras 4.22 a 4.31 mostram a análise de sensibilidade para os vasos sanitários,
considerando erros na resposta relativa à utilização do vaso sanitário por apenas um usuário. No
edifício do BADESC, por exemplo, o vaso sanitário afetou cerca de 3,5% sobre o valor do
consumo total, considerando o erro de uma vez na utilização do dispositivo, e aproximadamente
10% quando esse erro foi de 3 vezes. Houve casos em que essa variação afetou muito pouco no
consumo total de água, como nos edifícios CELESC e Tribunal de Justiça que, considerando um
erro de 3 vezes na resposta de uma pessoa, atingiram cerca de 1,2% e 1,5%, respectivamente,
sobre o consumo. Isso ocorreu por serem dois edifícios com inúmeras atividades consumidoras
de água. Por outro lado, o DETER e Secretaria de Segurança Pública além de utilizarem pouca
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
46
água não dispõem de mictórios, o que torna o consumo de água no vaso sanitário alto.
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.22 – Sensibilidade do vaso sanitário –
BADESC
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.23 – Sensibilidade do vaso sanitário –
CELESC
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.24 – Sensibilidade do vaso sanitário –
CREA
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.25 – Sensibilidade do vaso sanitário –
DETER
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.26 – Sensibilidade do vaso sanitário –
EPAGRI
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.27 – Sensibilidade do vaso sanitário –
Secretaria da Agricultura
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.28 – Sensibilidade do vaso sanitário –
Secretaria da Educação
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.29 – Sensibilidade do vaso sanitário –
Secretaria de Segurança Pública
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
47
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.30 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Contas
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do vaso sanitário (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.31 – Sensibilidade do vaso sanitário – Tribunal de Justiça
A análise realizada nos mictórios também mostrou uma grande sensibilidade desses
dispositivos. Nos edifícios EPAGRI e Tribunal de Contas, os mictórios tiveram maiores
variações sobre o consumo total de água que os vasos sanitários. Isso aconteceu porque esses
edifícios possuem um maior número de homens do que mulheres, o que torna os mictórios
bastante utilizados. Houve casos em que os dois dispositivos (vasos sanitários e mictórios)
apresentaram influências semelhantes como no Tribunal de Justiça e CELESC. As Figuras 4.32 a
4.39 mostram a sensibilidades dos mictórios em cada prédio.
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.32 – Sensibilidade do mictório – BADESC
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.33 – Sensibilidade do mictório –
CELESC
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.34 – Sensibilidade do mictório – CREA
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.35 – Sensibilidade do mictório – EPAGRI
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.36 – Sensibilidade do mictório – Secretaria da Agricultura
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.37 – Sensibilidade do mictório –
Secretaria da Educação
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
48
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.38 – Sensibilidade do mictório – Tribunal de Contas
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Variação no uso do mictório (vezes)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.39 – Sensibilidade do mictório –
Tribunal de Justiça
Entre os dispositivos, as torneiras apresentaram a terceira maior influência sobre o
consumo de água nos edifícios. A maior ocorreu no edifício do CREA, com cerca de 1,10% a
cada 5 segundos de variação para uma amostra. Na CELESC e no Tribunal de Justiça, assim
como o vaso sanitário, a torneira não apresentou grande sensibilidade, com aproximadamente
0,40% numa variação de 15 segundos. As Figuras 4.40 a 4.49 mostram a análise de sensibilidade
para as torneiras.
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.40 – Sensibilidade da torneira – BADESC
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.41 – Sensibilidade da torneira –
CELESC
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.42 – Sensibilidade da torneira – CREA
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.43 – Sensibilidade da torneira –
DETER
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.44 – Sensibilidade da torneira – EPAGRI
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.45 – Sensibilidade da torneira –
Secretaria da Agricultura
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
49
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.46 – Sensibilidade da torneira – Secretaria da Educação
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.47 – Sensibilidade da torneira –
Secretaria de Segurança Pública
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.48– Sensibilidade da torneira – Tribunal de Contas
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso da torneira (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.49 – Sensibilidade da torneira –
Tribunal de Justiça
Os chuveiros, duchas e filtros, existentes em alguns prédios, apresentaram baixa
influência sobre o consumo total de água. A justificativa para chuveiros e duchas é que são
dispositivos pouco utilizados quando comparados à vasos sanitários, mictórios e torneiras. No
caso do filtro, seu uso dispõe de uma pequena quantidade de água, o que o torna menos
influente. A Figura 4.50 mostra a sensibilidade para os chuveiros da EPAGRI, onde se verificou a
maior influência sobre o consumo (cerca de 0,07%) e a Figura 4.51 mostra a sensibilidade para o
filtro no Tribunal de Justiça.
Todas as análises realizadas referem-se ao erro para apenas uma pessoa. Considerando
que toda a amostra tenha cometido o mesmo erro, verificam-se grandes mudanças sobre o
consumo estimado. Na Tabela 4.10 é possível perceber, para os 10 prédios estudados, a variação
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-15 -10 -5 0 5 10 15
Variação no tempo de uso do chuveiro (s)
Var
iaçã
o n
o co
nsu
mo
(%)
Figura 4.50 – Sensibilidade do chuveiro -EPAGRI
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6
Variação na quantidade de água consumida do filtro (l)
Var
iaçã
o no
con
sum
o (%
)
Figura 4.51 – Sensibilidade do filtro Tribunal de Justiça
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
50
no consumo decorrente de um possível erro obtido nas informações de freqüência de uso, onde
se variou de –3 a +3 vezes de uma em uma vez, e de tempo de usos dos dispositivos, onde se
variou de –15 a +15 segundos de 5 em 5 segundos, para um usuário e para a toda a amostra
entrevistada no edifício. Na Tabela 4.10 considerou-se um erro de uma vez na freqüência de uso
de vasos sanitários, mictórios e filtros; e um erro de 5 segundos no tempo de uso de torneiras e
demais dispositivos.
Tabela 4.10 – Variação no consumo mensal obtida do erro de um usuário e de toda a amostra
Erro sobre o consumo total (%) Edifício Dispositivo Um usuário Amostra
Vaso sanitário ± 3,28 ± 26,27 Mictório ± 2,86 ± 14,32 Torneira ± 0,65 ± 7,86 Chuveiro --- --- Ducha --- ---
BADESC
Filtro --- --- Vaso sanitário ± 0,39 ± 7,39
Mictório ± 0,61 ± 6,72 Torneira ± 0,10 ± 3,84 Chuveiro ± 0,00 ± 0,06 Ducha ± 0,00 ± 0,05
CELESC
Filtro ± 0,01 ± 0,34 Vaso sanitário ± 2,47 ± 12,49
Mictório ± 2,19 ± 10,96 Torneira ± 1,13 ± 4,07 Chuveiro ± 0,03 ± 0,16
Ducha --- ---
CREA
Filtro ± 0,06 ± 0,56 Vaso sanitário ± 2,31 ± 25,50
Mictório --- --- Torneira ± 0,50 ± 16,76 Chuveiro --- ---
Ducha --- ---
DETER
Filtro --- --- Vaso sanitário ± 1,17 ± 10,59
Mictório ± 2,75 ± 13,77 Torneira ± 0,59 ± 8,20 Chuveiro ± 0,02 ± 0,36
Ducha --- ---
EPAGRI
Filtro --- --- Vaso sanitário ± 1,28 ± 7,73
Mictório ± 1,14 ± 4,58 Torneira ± 0,41 ± 4,12 Chuveiro ± 0,01 ± 0,08
Ducha ± 0,02 ± 0,12
Secretaria da Agricultura
Filtro --- ---
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
51
Tabela 4.10 - Variação no consumo mensal obtida do erro de um usuário e de toda a amostra
(cont.).
Erro sobre o consumo total (%) Edifício Dispositivo Um usuário Amostra
Vaso sanitário ± 3,00 ± 38,97 Mictório ± 2,23 ± 8,94 Torneira ± 0,47 ± 7,5 Chuveiro --- --- Ducha --- ---
Secretaria da Educação
Filtro ± 0,05 ± 0,92 Vaso sanitário ± 2,47 ± 22,35
Mictório --- --- Torneira ± 0,59 ± 5,43 Chuveiro --- ---
Secretaria de Segurança
Pública Filtro --- ---
Vaso sanitário ± 1,06 ± 10,55 Mictório ± 3,02 ± 15,09 Torneira ± 0,61 ± 9,02
Tribunal de Contas
Chuveiro ± 0,01 ± 0,11 Vaso sanitário ± 0,51 ± 14,70
Mictório ± 0,45 ± 6,77 Torneira ± 0,15 ± 6,43 Chuveiro ± 0,00 ± 0,13 Ducha --- ---
Tribunal de Justiça
Filtro ± 0,01 ± 0,50
Verificada a grande possibilidade de erros decorrentes das entrevistas, é possível afirmar
que a diferença encontrada entre o consumo medido e estimado pode ter sua origem desta fonte
de erro. Na Tabela 4.9, por exemplo, verifica-se no prédio da Secretaria da Agricultura que um
erro de informação para o vaso sanitário cometido pela amostra, bastaria para justificar a
diferença encontrada entre os consumos. No CREA, esse erro cometido para uma torneira,
apresentaria uma influência no consumo de 4,07%, ou seja, quase o dobro da diferença entre os
consumos (2,3%).
4.5 Detecção de vazamentos
Uma hipótese que não poderia ser esquecida era a de verificar vazamentos nos prédios
levantados. Sendo assim, fez-se novas visitas aos locais para que fosse possível verificar a
existência desses vazamentos.
Os locais adotados para localizar vazamentos escondidos foram: vaso sanitário, através
dos testes da caneta e da farinha, caixa d’ água e hidrômetro. Todos os testes citados foram
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
52
realizados como consta na revisão bibliográfica. Na visita, também se procurou observar se
existiam vazamentos visíveis, como torneiras pingando, por exemplo.
Os testes da caneta e da farinha foram realizados nos vasos sanitários em todos os
prédios, não acusando problemas de vazamento em nenhum deles. Procurou-se fazer os testes
em um número de vasos sanitários proporcional ao existente no prédio, ou seja, nos edifícios
com maior número de vasos sanitários fez-se uma maior quantidade de testes. A Tabela 4.11
mostra o número de vasos sanitários testados em cada edifício.
Tabela 4.11 – Número de vasos testados em cada edifício.
Vaso Sanitário Edifício Teste da farinha Teste da caneta Total
BADESC 3 1 15 CELESC 8 3 105 CREA 4 1 10 DETER 4 1 11 EPAGRI 5 2 58 Secretaria da Agricultura 5 2 43 Secretaria de Educação e Inovação 4 2 38 Secretaria de Segurança Pública 4 2 28 Tribunal de Contas 5 2 71 Tribunal de Justiça 10 4 109
No teste do hidrômetro, procurou-se verificar a presença de vazamentos entre o mesmo
e a cisterna. Esse teste foi realizado em todos os edifícios e não acusou qualquer presença de
vazamento.
O teste da caixa d’ água acusa a presença de vazamentos na distribuição da água para o
edifício. Esse teste apresentou muitas limitações, principalmente em edifícios de grande porte,
pois durante sua realização a água não pode ser utilizada. Portanto, em edifícios maiores, o
controle dos usuários era complicado. Nos edifícios CELESC e Tribunal de Justiça não foi
possível realizar esse teste, pois além de haver poucos horários em que os edifícios encontravam-
se vazios não foi disponibilizado nenhum funcionário com conhecimento do edifício para auxiliar
nos testes. Nos demais edifícios o teste foi realizado com limitações de tempo, sendo feito em no
máximo 2 horas no DETER, Secretaria de Segurança Pública e Secretaria da Agricultura.
Nenhuma das análises da caixa d’ água acusou presença de vazamentos.
Mesmo que o teste da caixa d’ água não tenha identificado a existência de vazamentos,
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
53
não significa dizer que eles não existam, visto que o tempo de apenas 1 hora, na qual esse teste
foi realizado em alguns edifícios, pode não tê-los detectado. Porém, neste trabalho será admitida
ausência total de vazamentos nos 10 edifícios.
4.6 Estimativa dos usos finais
Com o consumo de todos os dispositivos e a ausência de vazamentos é possível estimar
os usos finais de água. A diferença encontrada entre o consumo estimado e o consumo fornecido
pela CASAN será atribuída ao dispositivo de maior sensibilidade do edifício, conforme visto na
análise de sensibilidade. Quando essa atribuição apresentou grande modificação na média de uso
do dispositivo, fez-se uma distribuição entre os dispositivos mais sensíveis. Na CELESC, por
exemplo, a média de uso do mictório passou de 4,0 para 7,4 litros por dia quando foi atribuída
toda a diferença para esse dispositivo. Nesse caso fez-se a distribuição para os 3 dispositivos mais
sensíveis (mictório, vaso sanitário e torneira). A Tabela 4.12 mostra o dispositivo mais sensível
para cada prédio e os dispositivos para os quais o erro foi distribuído.
Tabela 4.12 – Dispositivos com maior sensibilidade
Edifício Dispositivo mais sensível Dispositivos com consumo distribuído
BADESC Vaso sanitário ------ CELESC Mictório Vaso sanitário, Mictório e Torneira CREA Mictório Mictório DETER Vaso sanitário Vaso sanitário EPAGRI Mictório Mictório Secretaria da Agricultura Vaso sanitário Vaso sanitário e Mictório Secretaria de Educação e Inovação Vaso sanitário Vaso sanitário Secretaria de Segurança Pública Vaso sanitário Vaso sanitário Tribunal de Contas Mictório Mictório Tribunal de Justiça Vaso sanitário Vaso sanitário e Mictório
As Figuras 4.52 a 4.63 mostram os usos finais de água nos prédios analisados, sendo que
esses usos para edifícios com torre de resfriamento são representados no verão e no inverno. Nos
edifícios DETER, Secretaria de Segurança Pública, que não possuem mictórios, Secretaria de
Educação e BADESC, que possuem poucos mictórios, percebe-se um consumo bastante
significativo do vaso sanitário, variando de 60% a 79%. Na CELESC, o consumo da torre de
resfriamento no verão é próximo ao do vaso sanitário (cerca de 19%), enquanto que na Secretaria
de Agricultura a torre representa o maior consumo do edifício, seguido do restaurante e do vaso
sanitário. Os usos finais em litros por mês podem ser verificados no Apêndice 5.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
54
55,8%14,3%
18,3%
2,1%
0,5%
9,0%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Limpeza
Cafeteiras
Irrigação Jardim
Figura 4.52 – Usos finais de água – BADESC
28,1%
29,0%
18,7%
7,8%
0,9%
0,1%0,2%
0,5%3,6%
2,2%
8,9%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Ducha
Cafeteiras
Lavação de carros
Limpeza
Torre de Resfriamento
Restaurante
Filtro
Figura 4.53 – Usos finais de água para o verão – CELESC
34,6%
35,6%
9,5%
1,1%
11,0%
2,7%4,4%
0,6%
0,3%0,2%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Ducha
Cafeteiras
Lavação de carros
Limpeza
Restaurante
Filtro
Figura 4.54 – Usos finais de água para o inverno – CELESC
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
55
47,0%
24,5%
0,3%
1,0%
2,6%
0,4%1,3%23,0%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Filtro
Limpeza
Cafeteiras
Jardim
Figura 4.55 – Usos finais de água - CREA
0.4%1.8% 31.2%
66.6% Vaso Sanitário
Torneira
Limpeza
Cafeteiras
Figura 4.56 – Usos finais de água - DETER
33,1%
43,9%
12,5%
5,3%
1,6%
2,8%
0,4%
0,6%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Lavação de Carros
Limpeza
Cafeteiras
Jardim
Figura 4.57 – Usos finais de água - EPAGRI
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
56
23,0%
13,5%5,5%
26,6%
23,0%
0,8%
0,3%
0,7%1,8%
4,8%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Ducha
Cafeteiras
Lavação de carros
Limpeza
Torre de Resfriamento
Restaurante
Figura 4.58 – Usos finais de água para o verão – Secretaria da Agricultura
31,4%
18,4%
1,0%
1,1%
0,4%
2,4%
31,4%
7,4%
6,5%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Ducha
Cafeteiras
Lavação de carros
Limpeza
Restaurante
Figura 4.59 – Usos finais de água para o inverno – Secretaria da Agricultura
70,0%
2,1%0,9%
3,2%9,4%
14,3%Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Filtro
Limpeza
Cafeteiras
Figura 4.60 – Usos finais de água – Secretaria de Educação
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
57
18.4%
2.5%
0.3%
78.8% Vaso Sanitário
Torneira
Limpeza
Cafeteiras
Figura 4.61 – Usos finais de água – Secretaria de Segurança Pública
36,4%
45,9%
14,0%
1,9%
0,5%0,7%
0,7%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Limpeza
Cafeteiras
Lavação decarros
Figura 4.62 – Usos finais de água – Tribunal de Contas
29,9%
8,7%53,2%
1,6%0,4%
0,4% 4,6%1,2%
Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Chuveiro
Filtro
Limpeza
Cafeteiras
Jardim
Figura 4.63 – Usos finais de água – Tribunal de Justiça
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
58
Através dos usos finais, pôde-se verificar que, geralmente, os maiores consumos de água
ocorreram nos vasos sanitários e mictórios. A Tabela 4.13 mostra o uso final de água para cada
um desses dispositivos e a soma de ambos. Para todos os prédios, exceto para a Secretaria da
Agricultura no verão, o consumo de água desses dois dispositivos contribuem em mais da metade
do consumo total dos prédios, resultando numa média de 72,1%. Nos edifícios CELESC e
Secretaria da Agricultura, fez-se uma média ponderada entre verão e inverno, considerando 5
meses para verão e 7 meses para inverno.
Tabela 4.13 – Uso final de água para mictórios e vasos sanitários e o total par ambos
Uso final de água (%) Edifício Vaso sanitário Mictório Total
BADESC 55,8 14,3 70,1 CELESC 31,9 32,8 64,7 CREA 23,0 47,0 70,0 DETER 66,6 --- 66,6 EPAGRI 33,1 43,9 77,0 Secretaria da Agricultura 27,9 16,4 44,3 Secretaria de Educação e Inovação 70,0 14,3 84,3 Secretaria de Segurança Pública 78,8 --- 78,8 Tribunal de Contas 36,4 45,9 82,3 Tribunal de Justiça 53,2 29,9 83,1 Média 47,7 30,6* 72,1 * Valor obtido através da média dos 8 edifícios com mictórios.
Sendo assim, verifica-se que uma grande parte do consumo dos prédios analisados não
necessita do uso de água potável, podendo ser substituída, por exemplo, por água pluvial. Além
desses dispositivos, outras atividades também não necessitam de água potável, como é o caso de
lavação de carros e rega de jardins. A Tabela 4.14 mostra a porcentagem de consumo de água que
dispensam o uso da água potável. Nos 10 prédios esses consumos variaram de 52,2 a 88,9%. O
consumo dos edifícios CELESC e Secretaria da Agricultura representam a média para os
períodos de verão e inverno.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
59
Tabela 4.14 – Consumo de água para fins não potáveis nos 10 prédios analisados
Edifício Consumo de água (%)
BADESC 81,2 CELESC 71,3 CREA 73,9 DETER 68,4 EPAGRI 82,0 Secretaria da Agricultura 52,2 Secretaria de Educação e Inovação 86,4 Secretaria de Segurança Pública 81,3 Tribunal de Contas 84,9 Tribunal de Justiça 88,9 Média 77,0
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
60
5 CONCLUSÃO
5.1 Conclusões Gerais
O presente trabalho possibilitou analisar os usos finais de água em 10 edifícios públicos
do município de Florianópolis, utilizando dados de consumo fornecidos pela CASAN e
levantamentos realizados em campo.
Os consumos per capita, calculados pelo consumo de água fornecido pela CASAN e o
número total de usuários nos edifícios, apresentaram-se abaixo do consumo per capita para o
setor residencial como era esperado, variando, aproximadamente, de 28 a 40 litros/pessoa/dia,
exceto por dois edifícios que apresentaram valores de aproximadamente de 57 e 67
litros/pessoa/dia, devido ao uso de torres de resfriamento, e um que apresentou o consumo
abaixo do esperado (cerca de 18 litros/pessoa/dia) devido a problemas com o hidrômetro e
dúvidas quanto ao número de usuários do prédio.
Apesar de alguns edifícios possuírem dispositivos que economizam água como, por
exemplo, torneiras hidromecânicas, a grande maioria ainda utiliza válvulas de descarga nos vasos
sanitários, o que proporciona um grande consumo de água.
Diante dos resultados de usos finais, conclui-se que 5 dos edifícios públicos analisados
têm seu maior uso final no vaso sanitário, numa média de 64,9%. Para os 10 edifícios analisados,
os usos finais no vaso sanitário variaram de 23,0 a 78,8%, com média de 47,7%.
Os mictórios tiveram usos finais elevados quando a população masculina do prédio era
maior que a feminina. Em 4 dos edifícios analisados, o mictório apresentou o maior uso final,
variando de 32,8 a 47,0%. Para os 8 edifícios que possuem mictórios, o uso final médio para este
dispositivo foi de 30,6%.
A torre de resfriamento para ar condicionado, contida nos edifícios CELESC e Secretaria
da Agricultura, também apresentou um grande consumo no período do verão, sendo que na
Secretaria da Agricultura a torre apresentou o maior o uso final (cerca de 27%).
Os usos finais estimados neste trabalho para edifícios públicos localizados em
Florianópolis, apresentaram algumas semelhanças aos de edificações residenciais, conforme
apresentado na revisão bibliográfica. Ambos possuem grandes consumos nos vasos sanitários e
médios consumos nas torneiras. As diferenças estão no consumo dos chuveiros e cozinhas, que
são pouco utilizados no setor público, e dispositivos que não existem em edifícios residenciais
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
61
como: mictórios, torres de resfriamento, entre outros.
Os usos finais de água foram mais concentrados em atividades que não requerem uso de
água potável. A média desses usos (vasos sanitários, mictórios, limpeza, etc) para os 10 edifícios
foi de 77,0%, variando de 52,2 a 88,9%. Isso indica que aproximadamente 77% da água potável
utilizada nos edifícios públicos analisados poderia ser substituída por água pluvial ou de reuso.
5.2 Limitações do trabalho
Durante o período de visita aos prédios, surgiram alguns problemas que impossibilitaram
obter um completo e preciso levantamento, tais como:
• Dificuldades na obtenção dos consumos medidos através da CASAN;
• Dificuldades no acesso a alguns edifícios;
• Ocorrência de férias, dificultando a realização das entrevistas;
• Amostra entrevistada menor que aquela necessária para representar a população, sem
grandes erros;
• Incerteza nas respostas dos entrevistados;
• Ausência de equipamento próprio para medir vazões de mictórios e vasos sanitários e
imprecisas medições de vazões em torneiras, chuveiros e duchas;
• Período curto de tempo para realizar o teste da caixa d’água, na localização dos
vazamentos.
5.3 Sugestões para trabalhos futuros
Para dar continuidade a esse estudo, trabalhos futuros poderiam ser realizados adotando
os seguintes critérios:
• Utilização de equipamentos precisos para medição de vazão nos dispositivos;
• Utilização de amostras mais representativas que resultem em erros menores;
• Detecção precisa de vazamentos, realizando o teste da caixa d’água para um
período maior de tempo;
• Análises mais precisas, levando em conta os diferentes comportamentos de
consumos de água para o inverno e o verão;
• Aplicação da metodologia em outros setores tais como residencial, comercial e
industrial, e em outras cidades e estados.
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
62
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em: julho de 2004.
APÊNDICES
Apêndice 1
Carta de autorização
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
67
Florianópolis, 22 de Outubro de 2003
Para: Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. - Itacorubi
De: Prof. Enedir Ghisi
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Engenharia Civil
A. Ref: Estudo do consumo de água em edifícios públicos em Florianópolis
Prezados Senhores,
Informo que estamos realizando pesquisa sobre o consumo de água potável em edifícios públicos e pretendemos avaliar, através do trabalho a ser realizado pela aluna Pauline Kammers, o potencial de economia de água potável em edifícios públicos localizados em Florianópolis. Dessa forma, seria grato se o senhor, em nome da Celesc, pudesse nos permitir o acesso a esta edificação para que possamos avaliar os usos finais de água, ou seja, os consumos específicos em vasos sanitários, lavatórios etc. Para tanto, precisaríamos de sua permissão para fazer algumas visitas para levantar dados de vazão dos aparelhos (a serem medidas pela aluna acima mencionada) e de tempo de uso dos mesmos (a ser obtido através da aplicação de alguns questionários). Saliento que as visitas serão realizadas de forma discreta, evitando a dispersão dos funcionários.
Para quaisquer esclarecimentos, favor contactar-me no telefone 331-5184/5185 ou no email
Atenciosamente,
_______________________
Prof. Enedir Ghisi
Apêndice 2
Planilhas utilizadas nos levantamentos
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
69
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES ESTUDO DE CONSUMOS DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS Fase: Visita aos Prédios
Prédio: Total de Pessoas:
ENTREVISTA
Andar: Local: Função:
Carga Horária: Sexo:
1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?
2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?
Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário
3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?
Estimativa de tempo?
Andar: Local: Função:
Carga Horária: Sexo:
1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?
2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?
Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário
3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?
Estimativa de tempo?
Andar: Local: Função:
Carga Horária: Sexo:
1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?
2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?
Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário
3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?
Estimativa de tempo?
Andar: Local: Função:
Carga Horária: Sexo:
1 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o VS ou Mictório?
2 - Em seu expediente diário quantas vezes em média você utiliza o a torneira do banheiro?
Estime um tempo de uso de água a cada vez que você abre a torneira e utiliza o vaso sanitário
3 - Utiliza alguma outra forma de água no prédio?Qual?
Estimativa de tempo?
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
70
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES ESTUDO DE CONSUMOS DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS Fase: Levantamentos de dispositivos
Prédio: Área Total: Área por Andar:
Total de Pessoas: Nº de Andares: Utiliza Água Quente:
Acompanhante: Contato: Área Cobertura: Fundação: Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação
Torneira
VS
Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação
Torneira
VS
Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação
Torneira
VS
Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação
Torneira
VS
Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação
Torneira
VS
Mictório Andar: Local: Dispositivos Quantidade Marca Vazão Tubulação Observação
Torneira VS
Mictório Andar: Local:
Apêndice 3
Uso e características dos dispositivos
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
72
Tabela A3.1 – Dispositivos levantados no edifício do BADESC
Tabela A3.2– Utilização dos dispositivos no edifício do BADESC
Tabela A3.3 – Dispositivos levantados no edifício da CELESC
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 156
94 Docol 27 Meber
8 Herc 13 Docol 9 Deca
3 Bometal 2 Lekat
0,11 0,09 0,1 0,17 0,05 0,04 0,04
válvula Permatic comum comum comum comum comum comum
Média 0,11
VS 105 15 Ideal Standart
84 Docol 6 Fabrimar
caixa acoplada
válvula de descarga deficiente físico
Mictório 41 Docol fechamento automático
Chuveiro 7 1 Sintex
2 Corona 4 Lorenzetti
0,1 0,1 0,1
Ducha 2 2 Corona 0,15
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s)
Tipo
Torneira 23 21 Docol 2 Herc
0,14 0,10
fechamento automático comum
Média 0,14
VS 15 8 Deca 1 Celite 6 Docol
caixa acoplada
válvula de descarga válvula de descarga
Mictório 2 2 Docol fechamento automático
Vaso Sanitário Torneira Mictório Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência
1 0 3 10 1 2 0 3 20 1 3 1 2 10 0 4 2 3 10 0 5 4 7 10 0 6 3 3 10 0 7 2 3 10 0 8 2 2 10 0 9 0 3 10 1 10 1 4 10 1 11 2 3 10 0 12 0 3 20 1
Média 2,13 3,25 11,67 1,00
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
73
Tabela A3.4– Utilização dos dispositivos no edifício da CELESC
Entrevistados
Vaso Sanitário
Torneira Mictório Chuveiro Ducha Filtro
Freq. Freq. Tempo (s) Freq. Freq. Tempo
(s) Freq. Tempo (s) Copos Qtd (l)
1 4 5 10 0 5 0,902 3 3 10 0 4 0,723 2 2 8 0 3 0,544 0 5 5 5 5 0,905 2 2 10 0 2 0,366 4 4 7 0 3 0,547 5 7 6 0 4 0,728 3 3 8 0 3 0,549 0 3 5 3 1 0,1810 2 8 5 0 3 0,5411 4 4 5 0 3 0,5412 0 4 7 4 4 0,7213 5 5 10 0 6 1,0814 0 5 13 4 3 0,5415 3 3 5 0 1 900 3 0,5416 2 2 5 0 2 0,3617 0 4 6 4 2 0,3618 0 3 12 3 1 0,1819 0 3 5 3 1 600 2 0,3620 0 5 5 4 6 1,0821 4 4 10 0 3 0,5422 5 6 15 0 5 0,9023 2 3 7 0 7 1,2624 0 5 8 5 1 600 2 0,3625 3 3 5 0 3 0,5426 4 4 6 0 4 0,7227 0 3 9 3 5 0,9028 2 3 10 0 3 0,5429 0 7 5 6 2 0,3630 5 5 7 0 5 0,90
Média 3,37 4,10 7,63 4,00 0,07 50,00 0,03 20,00 0,62
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
74
Tabela A3.5 - Dispositivos levantados no edifício do CREA
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 29 21 Docol
1 s/ marca 7Nery
0,14 0,09 0,09
fechamento automático
comum comum
Média 0,13
VS 10 9 Docol 1 s/ marca
válvula de descarga caixa acoplada
Mictório 6 6 Docol fechamento automático
Chuveiro 1 1 Sintex 0,1
Tabela A3.6– Utilização dos dispositivos no edifício do CREA
Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Filtro Entrevistado
s Freqüência Freqüência
Tempo (s) Freqüência Freqüência
Tempo (s) Copos Qtd. (l)
1 1 2 10 0 0 0 0,00 2 2 2 10 0 0 5 0,90 3 3 3 10 0 0 3 0,54 4 0 23 15 10 0 1 0,18 5 0 6 10 4 0 2 0,36 6 0 8 10 3 1 120 2 0,36 7 0 4 5 1 0 1 0,18 8 2 3 10 0 0 3 0,54 9 1 3 15 0 0 0 0,00 10 0 5 10 4 0 1 0,18
Média 1,80 5,90 10,50 4,40 0,10 12,00 0,32
Tabela A3.7 - Dispositivos levantados no edifício do DETER
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 17
8 Docol 4 s/ marca 2 Bometal
1 Herc 2 Madia
0,08 0,1 0,04 0,1 0,08
comum comum comum comum comum
Média 0,08
VS 11 2 Docol 9 Hydra válvula de descarga
válvula de descarga
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
75
Tabela A3.8– Utilização dos dispositivos no edifício do DETER
Entrevistados Vaso Sanitário Torneira Freqüência Freqüência Tempo (s)
1 4 6 20 2 3 3 30 3 1 3 15 4 2 3 10 5 2 5 30 6 2 4 60 7 3 3 30 8 2 8 15 9 2 2 100 10 3 4 5 11 4 5 8
Média 2,55 4,18 29,36
Tabela A3.9 - Dispositivos levantados no edifício da EPAGRI
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 75
46 Docol 8 Madia 5 Herc
16 s/ marca
0,14 0,04 0,1 0,1
fechamento autom. comum comum comum
Média 0,12
VS 58 58 Docol válvula de descarga
Mictório 26 Celite fechamento automático
Chuveiro 7 4 Corona 3 Lorenzetti
0,1 0,1
Tabela A3.10 – Utilização dos dispositivos no edifício da EPAGRI
Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados
Freqüência FreqüênciaTempo
(s) Freqüência Freqüência Tempo (s)1 2 3 10 0 0 2 3 4 15 0 0 3 0 5 5 3 0 4 3 3 7 0 0 5 0 3 5 3 0 6 0 7 5 6 1 300 7 4 4 12 0 0 8 2 4 10 0 1 420 9 3 4 5 0 0
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
76
Tabela A3.10 – Utilização dos dispositivos no edifício da EPAGRI (cont.)
Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados
Freqüência FreqüênciaTempo
(s) Freqüência Freqüência Tempo (s)10 0 2 5 2 0 11 5 6 8 0 0 12 2 3 10 0 0 13 4 7 5 0 1 300 14 0 2 4 2 0
Média 3,11 4,07 7,57 3,20 0,21 72,86
Tabela A3.11 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Agricultura
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 73
40 Docol 4 Madia 1 Meber 25 Herc
1 s/ marca 1 Admo
1 Lorenzetti
0,14 0,04 0,09 0,1 0,1 0,01 0,12
fechamento automático comum comum comum comum comum comum
Média 0,12
VS 43 6 Cipla
36 Docol 1 Docol
caixa alta
fechamento automático caixa acoplada
Mictório 17 10 Docol 7 Celite fechamento automático
Ducha 5 Lorenzetti 0,15 Chuveiro 2 2 Lorenzetti 0,1
Tabela A3.12– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Agricultura
Vaso Sanitário Torneira Mictorio Chuveiro Ducha Entrevistados Freq. Freq.
Tempo (s) Freq. Freq.
Tempo (s) Freq.
Tempo (s)
1 4 4 5 0 0 0 2 2 4 7 0 0 0 3 0 5 5 3 0 0 4 0 6 7 3 0 0 5 0 4 5 4 0 1 300 6 3 4 5 0 1 420 0 7 4 4 12 0 0 0 8 3 4 5 0 0 0 9 4 4 6 0 0 0 10 0 3 5 3 0 0
Média 3,33 4,20 6,20 3,25 0,10 42,00 0,10 30,00
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
77
Tabela A3.13 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria da Educação
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 77
41 Docol 3 s/ marca
1Deca 1 Madia 10 Herc
21 s/ marca
0,14 0,08 0,05 0,04 0,1 0,05
fechamento automático comum comum comum comum comum
Média 0,11 VS 38 Docol válvula de descarga
Mictório 2 Docol fechamento automático
Tabela A3.14– Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria da Educação
Vaso Sanitário Torneira Mictório Filtro Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Copos Qtd. (l)
1 1 3 7 0 2 0,36 2 2 3 5 0 4 0,72 3 2 3 7 0 4 0,72 4 0 4 5 2 3 0,54 5 3 5 5 0 3 0,54 6 2 3 8 0 4 0,72 7 2 3 8 0 3 0,54 8 0 3 5 2 2 0,36 9 1 3 8 1 5 0,90 10 2 2 5 0 4 0,72 11 2 2 5 0 3 0,54 12 2 3 5 0 4 0,72 13 2 2 5 0 2 0,36 14 1 3 5 0 4 0,72 15 0 2 5 1 2 0,36 16 2 3 6 0 3 0,54
Média 1,85 2,94 5,88 1,50 0,59
Tabela A3.15 - Dispositivos levantados no edifício da Secretaria de Segurança Pública
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 31 27 Docol 3 Admo 1 Stoc
0,1 0,04 0,11
comum comum comum
Média 0,09
VS 28 Docol válvula de descarga
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
78
Tabela A3.16 - Utilização dos dispositivos no edifício da Secretaria de Segurança Pública
Vaso Sanitário Torneira Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s)
1 4 4 10 2 4 5 13 3 3 3 10 4 3 4 15 5 4 4 20 6 4 5 30 7 4 5 10 8 3 3 20 9 3 4 20
Média 3,56 4,11 16,44
Tabela A3.17 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Contas
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 88
50 Docol 3 Madia
13 s/ marca 5 Ruffi
2 Lorenzetti 10 Herc 3 Deca
2 Munui
0,14 0,04 0,09 0,04 0,09 0,1 0,06 0,04
fechamento automáticocomum comum comum comum comum comum comum
Média 0,08
VS 71
6 hydra 46 Docol
1 Fabrimar 8 Celite
1 Ideal Standart 2 Tigre
7 Cidamar
válvula de descarga válvula de descarga
deficiente físico caixa acoplada caixa acoplada
caixa alta
Mictório 20 20 Celite fechamento automáticoChuveiro 1 1 Corona 0,1
Tabela A3.18 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Contas
Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Freqüência Tempo (s)
1 3 3 10 0 0 2 4 4 15 0 0 3 0 5 5 3 0 4 3 4 7 0 0 5 0 5 5 3 0 6 0 5 5 4 1 420
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
79
Tabela A3.18 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Contas (cont.)
Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Entrevistados Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Freqüência Tempo (s)
7 2 4 12 0 0 8 3 5 10 0 0 9 3 4 5 0 0 10 0 3 5 3 0 11 4 6 8 0 0 12 3 3 10 0 0 13 4 7 5 0 0 14 0 5 4 3 0 15 4 3 5 0 0
Média 3,30 4,40 7,40 3,20 0,07 28,00
Tabela A3.19 - Dispositivos levantados no edifício do Tribunal de Justiça
Dispositivos Quantidade Marca Vazão (l/s) Tipo
Torneira 170
16 Docol 8 Corona 101 Mar 19 Deca
1 Bometal 2 Siniex 2 Madia 10 Jofre 3 Imetal 1 Admo
3 Kimetal 4 s/ marca
0,14 0,04 0,12 0,05 0,04 0,1 0,04 0,03 0,08 0,04 0,05 0,05
fechamento automático água quente
comum comum comum comum comum comum comum comum comum
Média 0,10 0,10
VS 109
4 Deca 28 Tigre 2 Celite 3 Hydra 54 Docol 4 Laufens 14 Deca
válvula de descargaválvula de descargaválvula de descargaVálvula de descargaválvula de descargaválvula de descarga
caixa acoplada
Mictório 32
2 Celite 14 Docol 7 Deca
1 Incepa 8 s/ marca
válvula de descargaválvula de descarga
válvula permatic válvula de descargaválvula de descarga
Chuveiro 1 s/ marca 0,07
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
80
Tabela A3.20 - Utilização dos dispositivos no edifício do Tribunal de Justiça
Vaso Sanitário Torneira Mictório Chuveiro Filtro Entrevistados
Freqüência Freqüência Tempo (s) Freqüência Freqüência Tempo (s) Copos Qtd. (l)1 3 5 10 0 0 0 0,00 2 2 2 10 0 0 0 0,00 3 2 2 10 0 0 0 0,00 4 2 3 2 0 0 5 0,90 5 2 2 10 0 0 0 0,00 6 1 3 10 0 0 0 0,00 7 0 7 5 5 1 300 0 0,00 8 0 8 8 6 1 250 0 0,00 9 0 3 5 3 0 0 0,00 10 0 15 8 3 0 0 0,00 11 4 4 3 0 0 0 0,00 12 0 4 3 4 0 0 0,00 13 3 3 10 0 0 0 0,00 14 0 5 13 4 0 0 0,00 15 5 6 10 0 0 6 1,08 16 3 4 5 0 0 3 0,54 17 3 3 6 0 0 2 0,36 18 0 5 12 5 0 0 0,00 19 4 5 5 0 0 0 0,00 20 6 6 5 0 0 5 0,90 21 5 5 10 0 0 4 0,72 22 4 4 7 0 0 5 0,90 23 0 5 10 4 0 7 1,26 24 3 3 5 0 0 3 0,54 25 4 5 7 0 0 5 0,90 26 5 6 8 0 0 7 1,26 27 4 4 10 0 1 900 5 0,90 28 0 3 10 3 0 2 0,36 29 0 5 5 5 1 480 5 0,90 30 3 5 9 0 0 5 0,90 31 4 4 12 0 0 2 0,36 32 3 3 10 0 0 3 0,54 33 0 7 5 7 1 425 2 0,36 34 2 3 10 0 0 2 0,36 35 0 3 5 3 0 2 0,36 36 4 4 7 0 0 5 0,90 37 4 5 6 0 0 3 0,54 38 0 5 5 5 0 4 0,72 39 0 6 9 5 0 0 0,00 40 5 6 4 0 0 4 0,72 41 6 7 6 0 0 8 1,44 42 4 4 6 0 0 5 0,90 43 0 4 5 4 0 0 0,00 44 2 4 5 0 1 600 5 0,90
Média 3,52 4,66 7,41 4,40 0,14 67,16 0,47
Apêndice 4 Usos finais
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
82
Tabela A4.1 – Usos Finais de água em litros por mês no edifício do BADESC
Tabela A4.2 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da CELESC
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 430965 Mictório 443562 Torneira 136493 Chuveiro 7590 Ducha 2277 Cafeteiras 3300 Lavação de carros 33000 Limpeza 55000 Torre de Resfriamento 286000 Restaurante 118800 Filtro 14212 Total 1531200
Tabela A4.3 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 15776 Mictório 32303 Torneira 16832 Chuveiro 251 Filtro 678 Limpeza 1760 Cafeteiras 220 Jardim 880 Total 68700
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 58857 Mictório 15092 Torneira 19270 Limpeza 2200 Cafeteiras 506 Irrigação Jardim 9504 Total 105428
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
83
Tabela A4.4 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do CREA
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 49447 Torneira 23124 Limpeza 1320 Cafeteiras 330 Total 74221
Tabela A4.5 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da EPAGRI Uso Consumo (litros/mês)
Vaso Sanitário 69980 Mictório 92896 Torneira 26367 Chuveiro 11128 Lavação de Carros 3300 Limpeza 5940 Cafeteiras 770 Jardim 1320 Total 211700
Tabela A4.6 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Agricultura Uso Consumo (litros/mês)
Vaso Sanitário 57231 Mictório 33505 Torneira 13543 Chuveiro 1819 Ducha 1951 Cafeteiras 770 Lavação de carros 4400 Limpeza 11880 Torre de Resfriamento 66000 Restaurante 57200 Total 248300
Tabela A4.7 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Educação Uso Consumo (litros/mês)
Vaso Sanitário 146555 Mictório 30030 Torneira 19743 Filtro 6692
Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC
84
Tabela A4.7 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Secretaria da Educação (cont.) Uso Consumo (litros/mês)
Limpeza 4400 Cafeteiras 1980 Total 209400
Tabela A4.8 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício da Sec. de Segurança Pública
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 51683 Torneira 12047 Limpeza 1650 Cafeteiras 220 Total 65600
Tabela A4.9 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Contas
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 121574 Mictório 153090 Torneira 46589 Chuveiro 2226 Limpeza 6380 Cafeteiras 1540 Lavação de carros 2200 Total 333600
Tabela A4.10 - Usos Finais de água em litros por mês no edifício do Tribunal de Justiça
Uso Consumo (litros/mês) Vaso Sanitário 566162 Mictório 318556 Torneira 92347 Chuveiro 17120 Filtro 12476 Limpeza 49060 Cafeteiras 4290 Jardim 3960 Total 1063972