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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS André Victor Cândido PROPOSIÇÃO DE SISTEMÁTICA DE MELHORIAS DE PROCESSOS COM BASE NO LEAN OFFICE E NO GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS: UMA PESQUISA- AÇÃO EM UMA EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título em Engenharia Civil, habilitação Produção Civil. Orientadora: Prof.ª Marina Bouzon Florianópolis 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E

SISTEMAS

André Victor Cândido

PROPOSIÇÃO DE SISTEMÁTICA DE MELHORIAS DE

PROCESSOS COM BASE NO LEAN OFFICE E NO

GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS: UMA PESQUISA-

AÇÃO EM UMA EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO DE

SOFTWARE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Engenharia de Produção e Sistemas da

Universidade Federal de Santa

Catarina, como requisito parcial para

obtenção do título em Engenharia

Civil, habilitação Produção Civil.

Orientadora: Prof.ª Marina Bouzon

Florianópolis

2017

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Cândido, André Victor Proposição de sistemática de melhorias deprocessos com base no lean office e nogerenciamento ágil de projetos : uma pesquisa-açãoem uma empresa de desenvolvimento de software /André Victor Cândido ; orientadora, Prof.ª Marina Bouzon, 2017. 140 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -Universidade Federal de Santa Catarina, CentroTecnológico, Graduação em Engenharia Civil,Florianópolis, 2017.

Inclui referências.

1. Engenharia Civil. 2. Lean Office. 3.Gerenciamento Ágil de Processos. 4. Processo ágilenxuto. I. Bouzon, Prof.ª Marina . II. UniversidadeFederal de Santa Catarina. Graduação em EngenhariaCivil. III. Título.

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Este trabalho é dedicado exclusivamente à

minha família, evidenciando meus pais

Marco e Andréia por todo apoio, carinho,

compreensão, motivação e confiança

depositados em mim. Dedico também a

minha orientadora Marina, meu supervisor

Alexandro, ao meu co-orientador Demis e

minha namorada Helen pelo grande auxílio

na realização deste trabalho.

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RESUMO

Em busca de competitividade e flexibilidade, as empresas têm

necessitado tornar seus processos produtivos mais enxutos e ágeis. Neste

sentido, podem oferecer o valor esperado pelo cliente através de suas

atividades ao avaliarem constantemente seus processos internos, além de

rápida resposta às mudanças externas. O objetivo da presente pesquisa é

a proposição de uma sistemática de melhorias de processos em uma

empresa de desenvolvimento de softwares com base nos conceitos de

lean office e gerenciamento ágil de projetos, a fim de reduzir o tempo de

desenvolvimento e desperdícios em projetos de sistemas. A sistemática

consistiu na escolha do setor de maior relevância e maior inter-relação

com as demais áreas – o Setor de Qualidade de Softwares da organização

– como piloto na implementação das melhorias, com a proposição de

expandi-las posteriormente aos setores participantes do fluxo de

desenvolvimento do produto, visando melhorias nos processos da

empresa como um todo. As etapas da sistemática avaliaram os processos

internos, assim como o fluxo geral de desenvolvimento de sistemas;

foram mapeados os fluxos informacionais relacionados aos processos

internos da equipe e mapeado o fluxo de valor para o estado atual dos

processos. A seguir, foram feitos levantamento, classificação e

eliminação de todas as atividades não agregadoras de valor aos

processos internos da equipe, assim como a elaboração de um plano de

ações com base na mentalidade enxuta e no framework Scrum para

propor melhorias e a redução do tempo de desenvolvimento atual de

produtos. A sistemática apresentou como resultado um processo ágil-

enxuto para a Equipe de Qualidade, bem como fluxo de valor para o

estado futuro com redução significativa no tempo de desenvolvimento

dos processos da equipe. A sistemática foi validada com a empresa e

suas ações serão implementadas.

Palavras-chave: Lean Office. Gerenciamento Ágil de Processos.

Processo ágil-enxuto.

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ABSTRACT

In search of competitiveness and flexibility, companies have been in

need of developing lean and agile processes each day. In that respect,

they can offer customers‟ expected value through their own activities by

constantly evaluating their internal processes, in addition to quick

responses to external changes. This work proposes a systematics for

process improvements in a software development company based on

lean office and agile process management concepts, with the aim of

reducing development cycle time, and process waste. The systematics

consisted of choosing the sector that reported the highest relevance and

highest interrelation with other areas – Software Quality Sector – as a

pilot in the improvements implementation, with the proposition of

posteriorly expanding them to other sectors who participate in the

products development flow, addressed at improvements in the company

as a whole. The steps contained in the systematics assessed internal

processes, as well as the general system development flow; information

flows relating to internal processes of the team were mapped. Next, a

collection, classification and elimination of all non-aggregated activities

of value to the team's internal processes was done, such as an action plan

based on lean mentality and the scrum framework to propose

improvements and reduction of products current development time. The

method resulted in lean agile processes in the Quality Team, and a

Future State Value Stream Map with meaningful reduction in products

development time. The systematics was validated along with the

company and actions are being implemented.

Keywords: Lean Office. Agile Process Management. Lean Processes.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo Ecologia da Informação ........................................... 31

Figura 2 - Fluxo da Informação .............................................................. 32

Figura 3 - Visão Geral de Scrum ............................................................ 46

Figura 4 - Convergência entre os temas abordados ................................ 50

Figura 5 - Enquadramento Metodológico .............................................. 52

Figura 6 - Etapas da Pesquisa ................................................................. 55

Figura 7 - Ilustração da Sistemática ....................................................... 62

Figura 8 - Impedimentos e Desperdícios Prévios ................................... 66

Figura 9 - Organograma da Equipe ........................................................ 67

Figura 10 - Atividades da Equipe de Qualidade de Software ................. 69

Figura 11 - Fluxo "Porta-a-Porta" .......................................................... 73

Figura 12 - Inter-relação entre setores .................................................... 76

Figura 13 - Mapeamento do Fluxo de Valor - Estado Atual .................. 87

Figura 14 - Interface do Gitlab ............................................................. 102

Figura 15 - Mapeamento do Fluxo de Valor - Estado Futuro .............. 110

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Taxa de Valor Agregado das Atividades ............................... 80

Tabela 2 - Lead time do Processo Inicial de Teste de Software ............. 83

Tabela 3 - Lead time do Processo de Validação de Correções ............... 84

Tabela 4 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Apostila)................................................................................................ 85

Tabela 5 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Manual) ................................................................................................. 86

Tabela 6 - Eliminação e Redução de Tempo das Atividades ................. 95

Tabela 7 - Lead time do Processo Inicial de Teste de Software com

Redução .................................................................................................. 97

Tabela 8 - Lead time do Processo de Validação de Correções com

Redução .................................................................................................. 98

Tabela 9 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Manual de Usabilidade) com Redução ................................................. 99

Tabela 10 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Apostila) com Redução ....................................................................... 100

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Disposição Geral de Capítulos e Objetivos ......................... 24

Quadro 2 - Gestão da Informação .......................................................... 29

Quadro 3 - Lean Manufacturing x Lean Office ...................................... 36

Quadro 4 - Gerenciamento Tradicional x Gerenciamento Ágil ............. 43

Quadro 5 - Papeis do framework scrum ................................................. 46

Quadro 6 - Coleta de Dados ................................................................... 57

Quadro 7 - Etapas da Sistemática de Melhoria ...................................... 60

Quadro 8 - Relação dos desperdícios prévios com a literatura ............... 66

Quadro 9 - Levantamento e Classificação dos Desperdícios Encontrados

................................................................................................................ 89

Quadro 10 - Plano de Ações de Melhorias ........................................... 104

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................... 21

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................... 21

1.2 MOTIVAÇÃO ................................................................................. 22

1.3 OBJETIVOS .................................................................................... 23

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................. 23

1.3.2 Objetivos específicos .................................................................. 23

1.4 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ................................................. 24

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................... 24

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................. 27

2.1 GESTÃO DA INFORMAÇÃO........................................................ 27

2.1.1 Fluxos Informacionais ................................................................ 28

2.1.2 Competências da Gestão da Informação .................................. 28

2.1.3 Modelos de Gestão da Informação ............................................ 30

2.2 LEAN OFFICE ................................................................................ 33

2.2.1 Competências do Lean Office .................................................... 33

2.2.2 Princípios do Lean Office ........................................................... 34

2.2.3 Lean Manufacturing x Lean Office .......................................... 35

2.2.4 Metodologia ................................................................................ 37

2.3 GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS .................................. 40

2.3.1 Gerenciamento tradicional x Gerenciamento Ágil .................. 42

2.3.2 A ferramenta Scrum ................................................................... 43

2.3.3 Os atores do Scrum ..................................................................... 46

2.4 CONVERGÊNCIAS ENTRE AS ABORDAGENS DO LEAN OFFICE E DO GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS ............... 48

3. MÉTODOS DA PESQUISA ........................................................... 51

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO .................................... 51

3.1.1 Enquadramento pelos objetivos ................................................ 53

3.1.2 Enquadramento pela abordagem .............................................. 53

3.1.3 Enquadramento pelos procedimentos ...................................... 53

3.2 PESQUISA-AÇÃO .......................................................................... 54

3.2.1 Estudo dos Fundamentos Teóricos ........................................... 55

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3.2.2 Coleta de dados .......................................................................... 55

3.2.3 Análise de dados ......................................................................... 57

3.2.4 Proposição da Sistemática de Melhorias .................................. 57

3.2.5 Validação da Sistemática com a Empresa................................ 58

4. SISTEMÁTICA DE MELHORIAS ............................................... 59

4.1 OBJETIVOS DA SISTEMÁTICA DE MELHORIAS .................... 62

5. RESULTADOS ................................................................................ 63

5.1 A ORGANIZAÇÃO ........................................................................ 63

5.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE

SOFTWARES ......................................................................................... 63

5.3 OBJETO DE ESTUDO .................................................................... 64

5.3.1 Equipe de Qualidade de Software ............................................. 67

5.3.2 Atividades da Equipe de Qualidade de Software ..................... 67

5.4 DADOS ............................................................................................ 70

5.4.1 Considerações iniciais ................................................................ 70

5.4.2 Coleta dos Dados ........................................................................ 71

5.5 ESTADO ATUAL ........................................................................... 72

5.5.1 Mapeamento do Fluxo Geral de Desenvolvimento de Softwares

.............................................................................................................. 72

5.5.2 Processos da Equipe de Qualidade de Software....................... 73

5.5.3 Mapeamento do Fluxo de Informações dos processos da Equipe de Qualidade de Software ...................................................... 78

5.5.4 Atividades Agregadoras de Valor ............................................. 79

5.5.5 Taxa de Valor Agregado ............................................................ 80

5.5.6 Lead Time dos Processos da Equipe de Qualidade de Software

.............................................................................................................. 82

5.6 ESTADO FUTURO ......................................................................... 88

5.6.1 Identificação e Classificação dos Desperdícios ........................ 88

5.6.2 Restruturação da Equipe – Gerenciamento Ágil de Projetos 93

5.6.3 Eliminação das Atividades Não Agregadoras de Valor .......... 95

5.6.4 Tecnologia da Informação ....................................................... 100

5.6.5 Plano de Ações .......................................................................... 103

5.6.6 Mapeamento do Fluxo Geral de Desenvolvimento de Softwares

(Estado Futuro) ................................................................................. 108

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5.6.7 Mapeamento dos Processos da Equipe (Estado Futuro) ....... 108

5.6.8 Mapeamento do Fluxo de Valor (Estado Futuro).................. 109

5.7 REPETIÇÃO DA SISTEMÁTICA – MELHORIA CONTÍNUA NA

ORGANIZAÇÃO COMO UM TODO ................................................ 111

5.8 AJUSTES NA SISTEMÁTICA ..................................................... 111

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................ 113

REFERÊNCIAS ................................................................................ 117

APÊNDICE ........................................................................................ 123

APÊNDICE A - LEVANTAMENTO DE DADOS RELACIONADOS

ÀS ATIVIDADES DOS PROCESSOS DA EQUIPE ......................... 125

APÊNDICE B – MAPEAMENTO DO FLUXO GERAL DE

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA .............................................. 128

APÊNDICE C – MAPEAMENTO DO PROCESSO INICIAL DE

TESTES NOS SISTEMAS .................................................................. 129

APÊNDICE D – MAPEAMENTO DO PROCESSO DE VALIDAÇÃO

DE CORREÇÕES NOS SISTEMAS DESENVOLVIDOS ................. 130

APÊNDICE E – MAPEAMENTO DO PROCESSO DE AUXÍLIO À

ELABORAÇÃO DE MATERIAIS PARA O CLIENTE..................... 131

APÊNDICE F – INFORMAÇÕES DE ENTRADA E SAÍDA PARA OS

PROCESSOS DA EQUIPE DE QUALIDADE DE SOFTWARE ....... 132

APÊNDICE G – FLUXOS INFORMACIONAIS POR PROCESSO . 135

Processo Inicial de Testes nos Sistemas ........................................... 135

Processo de Validação de Correções nos Sistemas Desenvolvidos 136

Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais para o Cliente ..... 137

APÊNDICE H – MAPEAMENTO DO FLUXO GERAL DE

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS – ESTADO FUTURO ....... 139

APÊNDICE I – MAPEAMENTO DOS PROCESSOS DA EQUIPE DE

QUALIDADE DE SOFTWARE – ESTADO FUTURO ...................... 140

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1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado de maneira introdutória o contexto,

objetivos e estrutura desta monografia de conclusão de curso.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA

Constantemente, as empresas buscam maneiras de se

diferenciarem no mercado em que atuam visando a competitividade e entrega de valor aos seus clientes. Uma destas maneiras se baseia na

constante avaliação de seus processos internos ao eliminar os

desperdícios comumente encontrados em um ambiente organizacional,

deixando-os cada vez mais enxutos.

No presente trabalho será estudado um ambiente de

desenvolvimento de softwares de uma empresa de pequeno porte, cuja

problemática se dá na ausência de processos de trabalho bem definidos e

a baixa flexibilidade em sua produção. A partir disto, o objetivo será a

definição de processos internos enxutos e ágeis através da proposição de

uma sistemática de melhorias com base nos conceitos originados da

mentalidade enxuta e do gerenciamento ágil de projetos. Atualmente, os

princípios e filosofias de produção enxuta são aplicados principalmente

na manufatura, na busca da redução de custos, aumento da produtividade

e garantia de competitividade.

Porém, segundo Tapping e Shuker (2010), não é suficiente a

escolha de uma área específica para ser enxuta, o que muitas vezes

ocorre na manufatura, a qual negligencia a área administrativa. Seguindo

o raciocínio, ainda de acordo com Tapping e Shuker (2010), os

processos internos de uma organização são os responsáveis por sessenta

a oitenta por cento dos custos associados ao atendimento da demanda do

cliente e raramente se baseia nos princípios enxutos. Desta forma, o lean

office visa o aumento da taxa de valor agregado dos processos internos

das organizações, sendo uma metodologia voltada para a gestão de

processos informacionais, não ligados a materiais, mas sim a

informações (HERKOMMER; HERKOMMER, 2006).

Contudo, possuir seus processos internos de trabalho organizados

não garante a uma organização uma maior competitividade. É necessário, além disto, possuir a capacidade de se adaptar a um mercado

altamente dinâmico como o de hoje. Sendo assim, aumenta a

importância de a empresa ser eficaz no que diz respeito ao

gerenciamento ágil de seus projetos.

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22

Frente ao contexto apresentado, o objetivo da pesquisa é a

verificação das possibilidades de melhorias no fluxo informacional e

processos internos de trabalho em uma empresa desenvolvedora de

software, propondo uma sistemática de melhorias sob o ponto de vista

do lean office e do gerenciamento ágil de projetos para a aplicação no

setor de Qualidade de Software da organização.

A área de pesquisa desse trabalho situa-se dentro da área das

Engenharias, mais especificamente na área de Engenharia

Organizacional. Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (2008), nessa área encontram-se as

subáreas de conhecimento relacionadas à gestão das organizações,

englobando em seus tópicos o planejamento estratégico e operacional, as

estratégias de produção, a gestão empreendedora, gestão de projetos, a

avaliação de desempenho organizacional, os arranjos produtivos e os

sistemas de informação e sua gestão.

1.2 MOTIVAÇÃO

O tema relacionado a pesquisa surgiu a partir da atual necessidade

da organização em questão. Em um ambiente de desenvolvimento de

softwares, os requisitos estão sujeitos a frequentes mudanças durante o

ciclo de desenvolvimento do produto para atender às alterações

demandadas pelo cliente, tendo ainda como agravante a restrição de seus

recursos (CARVALHO; MELLO, 2012). Desta forma, uma empresa que

visa atender a alterações e novas demandas solicitadas pelos clientes

com rapidez e objetividade precisa possuir um processo de trabalho bem

definido, enxuto e ágil. Esta é a maior motivação da presente pesquisa,

uma vez que o ambiente em questão carece não somente da definição de

processos internos de trabalho, mas que estes apresentem as

características citadas.

Como dito anteriormente, a empresa estudada não conta com

processos internos de trabalho bem definidos e documentados para a

execução de suas atividades de desenvolvimento de softwares, além de

possuir deficiências no gerenciamento de projetos e fluxo informacional.

Como cada demanda de software a ser desenvolvida é considerada um

projeto e estes estão em crescente aumento, a organização apresenta a preocupação em definir seus processos visando a alta competitividade e

agilidade.

Tendo em vista que a melhoria global dos processos de uma

organização é gradativa, a estratégia adotada na presente pesquisa será a

aplicação do estudo no setor de maior relevância para a organização,

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23

com maior inter-relação com as demais áreas. O setor de Qualidade de

Software, local onde será aplicada a sistemática de melhorias, é o

principal indicador dos problemas citados anteriormente, motivo este da

escolha da área de aplicação da pesquisa, uma vez que ao definir um

processo enxuto de trabalho para este setor com base nos princípios do

lean office e gerenciamento ágil de projetos, as demais áreas da

organização também serão atingidas e serão os próximos alvos da

aplicação da sistemática de melhorias. Diante dos problemas

encontrados e necessidades na organização em estudo, os conceitos de

mentalidade enxuta e gerenciamento ágil de projetos surgem como as

principais ferramentas na proposição de melhorias.

1.3 OBJETIVOS

Com o propósito de responder a problemática, serão apresentados

neste capítulo os objetivos a serem atingidos ao longo do trabalho.

1.3.1 Objetivo geral

Propor uma sistemática de melhoria de processos com base nos

conceitos de lean office e gerenciamento ágil de projetos em uma

organização de desenvolvimento de softwares.

1.3.2 Objetivos específicos

Buscar na literatura os principais conceitos e ferramentas

para reduzir os desperdícios em ambiente de escritório das

filosofias lean office e gerenciamento ágil de projetos,

utilizando a Gestão da Informação como suporte;

Identificar os pontos de convergência entre as filosofias

abordadas e adaptar as melhores práticas de cada uma para o

ambiente em estudo;

Propor uma sistemática de melhorias para o ambiente em

estudo para atingir o estado futuro desejado com base no

lean office e no Gerenciamento Ágil de Projetos;

Realizar uma iteração da sistemática de melhorias em um

setor da organização;

Validar e propor aos líderes da organização a melhoria

contínua na organização, visando novas iterações da

sistemática nos demais setores da empresa.

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1.4 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

A fim de garantir o caráter científico da presente pesquisa, faz-se

relevante a citação de algumas delimitações relacionadas à metodologia

utilizada, assim como referenciais teóricos escolhidos.

Para a coleta de dados quantitativos para o presente trabalho,

foram utilizados os dados fornecidos pela empresa de acordo com a

disponibilidade destes. Quanto à confiabilidade dos dados, o presente

autor acredita na plenitude e sensatez da organização, ainda que exista a

alta preocupação com o sigilo de informações por parte da empresa.

Deve-se ressaltar ainda o não conhecimento, por parte do autor,

de outros trabalhos possuindo o mesmo método proposto na presente

pesquisa, a não ser a utilização dos temas escolhidos para outros fins,

sendo estes citados ao longo do trabalho.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

A presente pesquisa é disposta em 5 capítulos. O Quadro 1

apresenta cada um dos objetivos traçados e como cada capítulo atinge

esse objetivo.

Quadro 1 - Disposição Geral de Capítulos e Objetivos

Capítulo e Descrição Objetivo a ser atingido

Capítulo 1 – Introdução

Apresentar, de maneira introdutória,

o contexto, objetivos e estrutura dessa

monografia de conclusão de curso.

Capítulo 2 – Fundamentação

Teórica

Com base em pesquisas realizadas em

obras de diversos autores com

especialidade no assunto, este

capítulo apresenta as definições dos

principais conceitos abordados:

Gestão da Informação, Lean Office e

Gerenciamento Ágil de Projetos.

Objetivo 1

Buscar na literatura os principais

conceitos, filosofias e ferramentas

para reduzir os desperdícios em

ambiente de escritório das filosofias

lean office e gerenciamento ágil de

projetos, utilizando a Gestão da

Informação como suporte.

Objetivo 2

Identificar os pontos de

convergência entre as filosofias

abordadas e adaptar as melhores

práticas de cada uma para o

ambiente em estudo.

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25

Capítulo 3 – Métodos de Pesquisa

Este capítulo descreve os métodos de

pesquisa científica adotados e as

etapas metodológicas utilizadas para

a obtenção dos dados necessários

para a realização do trabalho e suas

análises.

Capítulo 4 – Resultados

Apresentar a empresa analisada e o

setor escolhido para os estudos e

aplicação da sistemática de

melhorias, descrevendo

resumidamente a história da empresa,

as atividades desempenhadas pelo

setor escolhidos e processos

produtivos. Posteriormente, propor

uma sistemática com base nos

conceitos, filosofias e ferramentas do

Lean Office e Gerenciamento Ágil de

Projetos, usando como suporte a

Gestão de Informações, para melhoria

de processos do setor da empresa

escolhido para o estudo. Por fim,

propor novas iterações da sistemática

nos demais setores da organização.

Objetivo 3

Propor uma sistemática de

melhorias para o ambiente em

estudo para atingir o estado futuro

desejado com base no lean office e

no Gerenciamento Ágil de Projetos.

Objetivo 4

Realizar uma iteração da sistemática

de melhorias em um setor da

organização.

Objetivo 5

Validar e propor aos líderes da

organização a melhoria contínua na

organização, visando novas

iterações da sistemática nos demais

setores da empresa.

Capítulo 5 – Conclusão

Apresentar as conclusões e

considerações finais, revisando os

resultados obtidos ao longo de toda a

pesquisa. Por fim, expor as limitações

enfrentadas durante o trabalho, além

de sugestões para futuras pesquisas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Três principais elementos foram adotados como fundamentos para

este trabalho: Gestão da Informação, Lean Office e Gerenciamento Ágil

de Projetos.

O descritivo destes é apresentado nos subcapítulos que seguem.

2.1 GESTÃO DA INFORMAÇÃO

A Gestão da Informação consiste em adquirir informações

provindas de uma ou mais fontes, distribuir de maneira organizada

respeitando um fluxo lógico de atividades de um ambiente

organizacional e definir uma melhor alocação destas informações da

melhor forma possível para que estejam disponíveis no momento em que

forem requisitadas. Segundo Valentim (2008), a Gestão da Informação e

a Gestão do Conhecimento estão ativamente presentes em todas as

atividades desenvolvidas em um ambiente organizacional, servindo de

alicerces ao processo de tomada de decisões, planejamento, „fazer‟

organizacional e estratégias adotadas relacionadas a ações.

Valentim (2008) conceitua ainda gestão da informação como o

conjunto de atividades que têm como objetivo a obtenção de um

diagnóstico sobre as necessidades informacionais, mapeamento dos

fluxos de informação nos variados setores do ambiente organizacional

visando o apoio ao desenvolvimento das mais diversas atividades

cotidianas e processo decisório através da prospecção, coleta, filtro,

monitoramento e disseminação de informações provindas de diferentes

naturezas, contribuindo ainda na elaboração de serviços e sistemas

informacionais.

Araújo, Silva e Varvakis (2017) analisam o fluxo informacional

como um processo dinâmico de comunicação com o objetivo de que as

informações sejam transmitidas com um valor agregado de um agente

emissor a um ou vários agentes receptores, visando resposta para as

complexas necessidades informacionais e geração de conhecimento.

Conforme Choo (1998), a informação é um componente intrínseco de

todas as atividades realizadas por uma organização. O ambiente

organizacional que percebe o mais cedo possível o valor deste recurso e,

a partir de então, investe recursos para a organização e maior fluidez da

informação, certamente colherá muitos frutos no que diz respeito a

tomadas de decisão.

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2.1.1 Fluxos Informacionais

De acordo com Tarapanoff (2001), é importante que se entenda

que a informação pode e deve ser gerida, sendo ainda o alicerce da

administração dos recursos de informação consistente da visão integrada

de todos os recursos que estão envolvidos no ciclo informativo,

incluindo a informação, recursos tecnológicos e humanos. A existência

destes fluxos informacionais é o resultado da relação entre dado,

informação, conhecimento e inteligência, sendo estes suportes ao

processo de tomada de decisão.

Os fluxos informacionais ocorrem de maneira natural pelos

setores e colaboradores que neles atuam através de atividades, tarefas e

processos decisórios. É necessário que a informação flua pelo ambiente

organizacional em que se encontra, impulsionando o desenvolvimento

de origem interna e até mesmo externa. A prioridade na administração

da informação, para muitas empresas, se difere da prioridade de

administração de seus recursos financeiros, humanos e materiais, o que

leva à dificuldade de realização da Gestão da Informação. A necessidade

de informação passa por todos os níveis hierárquicos - estratégico, tácito

e operacional - estando ligada diretamente ao saber e ao fazer de cada

um desses níveis. (CUNHA; PEREIRA; NEVES, 2015).

Quanto à categorização dos fluxos informacionais, as atividades

cotidianas desenvolvidas pelo ambiente organizacional tendem a se

repetir, sendo definidas por especificações claras e prévias, passíveis de

normalização. Estes fluxos de informação são de ordem estruturada, de

maneira formal. Geralmente, estas atividades circulam através das

diversas áreas da organização. Estes fluxos de informação estruturados

podem percorrer os setores da empresa de forma horizontal ou vertical,

variando com os níveis hierárquicos, sendo que cada um deles possui

demandas e necessidades específicas. Os fluxos informacionais servirão

de entrada para o desenvolvimento de atividades, além da efetividade e

ciência para tomadas de decisão. As atividades ditas não-estruturadas,

executadas de maneira informal, não são registradas e invisíveis aos

participantes do fluxo de atividades. Em geral, tais atividades são o

resultado de experiências e conhecimentos individuais de cada

colaborador (GREEF; FREITAS, 2012).

2.1.2 Competências da Gestão da Informação

É fundamental que o ambiente organizacional esteja bem

definido, sem que haja a possibilidade de redundâncias, inconsistências

ou informações incompletas, assim como barreiras, fluxo desorganizado,

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informação sem qualidade e desordenada, o que aumenta os custos

operacionais e dificulta a comunicação entre os membros da organização

(GREEF; FREITAS, 2012).

Quadro 2 - Gestão da Informação

GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Âmbito

Fluxos Formais

Objeto

Conhecimento explícito

Atividades ‘Base’

● Identificar necessidades e/ou demandas de informação;

● Mapear e reconhecer fluxos de informações formais;

● Desenvolver a cultura organizacional positiva em relação ao

compartilhamento e/ou socialização de informações;

● Proporcionar a comunicação informacional de forma eficiente, utilizando

tecnologias de informação e comunicação;

● Prospectar e monitorar informações;

● Coletar, selecionar e filtrar informações;

● Tratar, analisar, organizar, armazenar e agregar valor às informações

utilizando tecnologias de informação e comunicação;

● Desenvolver e implantar sistemas informacionais de diferentes naturezas,

visando o compartilhamento e o uso de informação;

● Elaborar sistemas e serviços informacionais;

● Elaborar e implantar normatizações visando à sistematização da informação

produzida interna e externamente;

● Retroalimentar o ciclo.

Fonte: VALENTIM (2008).

Ao realizar a Gestão da Informação, deve-se buscar a qualidade

informacional, não a quantidade. A maior importância da gerência dos

fluxos informacionais é o acesso às informações destinadas a atender as

necessidades internas e externas à organização, no tempo certo e com

custo coerente. Davenport (1998) aponta que o primeiro passo para se

inserir a Gestão da Informação em uma organização é a definição da

estratégia da empresa, passando pela escolha do sistema a ser criado,

qual mercado se pretende atingir e a que tipo de negócio deve-se

dedicar. O autor ainda apresenta as seguintes etapas para aplicação da

Gestão da Informação em um ambiente organizacional: determinação

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das exigências informacionais, obtenção, distribuição e utilização da

informação.

Para a estruturação de programas ou modelos de Gestão da

Informação é necessário entender quais são as necessidades

informacionais dos usuários, assim como a forma como eles buscam e

utilizam esta informação. Logo, é de fundamental importância a

compreensão de como a informação é utilizada para o processo de

trabalho, visando competitividade e flexibilidade, além de um

gerenciamento eficiente. Para tal ação, identificar as necessidades de

informação deverá ser o primeiro passo. De acordo com Borges, Ferreira

e Silva (2002), o próprio indivíduo interessado deverá ter o

conhecimento sobre quais informações são úteis para ele em um dado

momento, sendo esta a informação necessária para a criação ou

determinação de um sistema ou processo. Para os autores, a informação

é a principal ferramenta de participação no processo de transferência de

conhecimento e, portanto, aprendizagem.

2.1.3 Modelos de Gestão da Informação

Dois modelos serão analisados no estudo da Gestão da

Informação em ambientes organizacionais: o modelo de Davenport

(1998) e o modelo de Choo (1998). Davenport (1998) propõe seu

modelo de Gestão da Informação referindo-se como Ecologia da

Informação, tratando a organização como um sistema ecológico, com

interdependências entre seus ambientes de trabalho e propondo uma

visão holística de pensamento. Estes sistemas foram chamados de

ambientes, e estes classificados em ambiente externo - o que abrange

todo o ambiente de negócios, ambiente organizacional - o espaço físico

que a organização necessita para a realização de suas tarefas, assim

como as tecnologias utilizadas, e o ambiente informacional, englobando

estratégia, cultura, política, arquitetura e processo. De acordo com a

Figura 1, o autor propõe um esquema que faz a menção de que o

ambiente informacional se insere nos outros dois ambientes citados,

mostrando ainda a interdependência entre os processos.

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Figura 1 - Modelo Ecologia da Informação

Fonte: DAVENPORT (1998).

Davenport (1998) conceitua os seis itens atuantes no ambiente

informacional da seguinte maneira:

a) Estratégia da informação: Formulação de estratégias para

o uso da informação de forma relevante para a empresa;

b) Cultura e comportamento em relação à informação: Analisa o comportamento dos indivíduos envolvidos no que

diz respeito à informação no quesito valorização;

c) Política de informação: Poder da informação e como a

responsabilidade da direção no gerenciamento e uso;

d) Processos de gerenciamento da informação: Enfatização

igualitária entre aperfeiçoamento e mensurabilidade na

definição do gerenciamento da informação como processo;

e) Equipe especializada em informação: importância de se ter

uma equipe responsável pela informação no ambiente

organizacional, uma vez que as pessoas são os melhores

meios para identificação, filtro, categorização, integração e

interpretação da informação;

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f) Arquitetura da informação: Mapa do ambiente

informacional no presente, sendo desta forma descrita, ou

ainda podendo ser determinista, ao oferecer um modelo do

ambiente em alguma época do futuro.

Choo (1998) modela a Gestão da Informação com base na

seguinte conceituação:

A Gestão da Informação é um conjunto de seis

processos distintos, mas inter-relacionados:

identificação de necessidades informacionais;

aquisição de informação; organização e

armazenamento da informação; desenvolvimento

de sistemas informacionais e serviços; distribuição

da informação e uso da informação. (CHOO,

1998, apud TARAPANOFF, 2001, p. 44).

O propósito deste conjunto de processos é a facilidade no acesso

das informações verdadeiramente relevantes ao negócio do ambiente

organizacional, evidenciando que o valor da informação é atribuído pelo

pessoal, sendo que, para ser de fato informação, precisa fazer sentido ao

receptor, ou seja, necessita de um significado. Segundo Choo (1998), o

valor da informação se dá na relação construída pelo usuário desta entre

a própria informação e a si próprio. O autor em seu modelo de Gestão da

Informação organiza sua ideia através de um ciclo informacional,

partindo sempre da identificação das necessidades de informação e, logo

após isto, realização da coleta de informações a fim de satisfazer tais

necessidades. O próximo passo é organizar essas informações e

armazená-las de modo a facilitar o uso no momento em que forem

necessárias e com a intenção de utilização para processos decisórios.

Figura 2 - Fluxo da Informação

Fonte: Adaptado de Choo (1998).

Além disto, o modelo evidencia a necessidade de reavaliação

constante das informações necessárias ao ambiente de negócios, uma vez

que podem variar conforme a insuficiência de conhecimento dos

indivíduos envolvidos para tomadas de decisão.

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2.2 LEAN OFFICE

O lean manufacturing popularmente conhecido como Manufatura

Enxuta, é um modelo de negócios que objetiva produzir sistemas e

serviços com alta qualidade, visando a redução ou eliminação de

desperdícios e de atividades que não agregam valor ao resultado final ao

longo de todo o processo produtivo. A implementação desta filosofia é

de origem estratégica para a organização, a qual busca competitividade

no mercado em que atua (TICE et al., 2005). De acordo com Turati e

Musetti (2006), com os bons resultados desta filosofia em organizações

manufatureiras, surgem oportunidades de expansão deste conceito para

os diferentes setores existentes.

O lean office, escritório enxuto, é a adequação do lean

manufacturing para as funções administrativas buscando a eliminação do

desperdício e perdas na estruturação e administração de ambientes de

escritório. O objetivo do pensamento relacionado ao escritório enxuto é

a redução ou eliminação dos desperdícios ligados ao fluxo de

informações, já que apenas 1% das informações que são geradas

agregam de fato valor (HINES et al., 2000). São aplicados os princípios

da mentalidade enxuta ao gerenciamento de materiais, pessoas, mas,

principalmente, nos fluxos de informação, baseando-se em padrões

culturais, visuais, operacionais e gerenciais (LAGO; CARVALHO;

RIBEIRO; 2008).

2.2.1 Competências do Lean Office

A simplificação de processos, conhecimento e flexibilização dos

fluxos de informação, redução de tempo, prazo e atendimento ao cliente,

estocagem nula e eliminação de esperas são tarefas relacionadas ao lean

office, visando a aceleração da velocidade dos processos de acordo com

análise do fluxo de valor agregado às atividades desenvolvidas pelo

ambiente organizacional. Com o lean office procura-se ainda a

minimização de perdas internas e, por consequência, redução dos custos

internos, permitindo maior competitividade sem que haja perda na

qualidade. O fluxo de valor para a aplicação da filosofia abordada pelo

lean office consiste no fluxo de informações e no fluxo de conhecimento

(MCMANUS, 2003). A importância do estudo do mapa de fluxo de valor está em atingir o estado enxuto do processo produtivo,

identificando os fluxos informacionais dentro de um setor ou

organização como um todo.

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As atividades processadas pelas pessoas em um escritório são

envolvidas por processos, manipulação de dados, informações e

ferramentas visuais compartilhadas pelos colaboradores da empresa. A

ideia do lean office é fazer com que esta comunicação seja contínua, ou

seja, ininterrupta, com um estoque zero, no caso sem informação parada.

Tais atividades giram em torno da captação, criação, seleção,

armazenamento, distribuição, uso e descarte de informação A

dificuldade de mapear estes fluxos de informação é evidente, uma vez

que se trata de um caráter intangível no dia-a-dia, porém não impede o

estudo de suas possíveis entradas, processamento e saídas

informacionais (GREEF; FREITAS; ROMANEL, 2012). Os autores

afirmam ainda que a forma ideal para alcançar isto é a aplicação de

conhecimentos de Gestão da Informação em todos os processos, desde a

geração de uma demanda informacional, passando pelas ações de coleta,

organização, análise, armazenamento, distribuição e por fim seu estoque

para um uso futuro ou geração de novos conhecimentos para o ambiente

de trabalho.

2.2.2 Princípios do Lean Office

Um ambiente de escritório permite relacionar os conceitos da

filosofia Lean ao fluxo informacional, assim como à criação de

conhecimento. Todavia, uma vez que as informações são de

característica intangível e exista uma dificuldade de como as

informações são utilizadas no meio administrativo, existe uma influência

destes problemas na implementação dos cinco princípios da mentalidade

enxuta trazidos pelo Lean (GREEF; FREITAS; ROMANEL, 2012).

a) Conceito de Valor para as atividades desempenhadas pelo

ambiente organizacional – muitas vezes difíceis de enxergar,

já que os objetivos variam constantemente;

b) Mapeamento do Fluxo de Valor, sendo este associado com

projetos de sistemas e serviços customizados;

c) Dependência do planejamento das interações entre pessoas e

recursos;

d) A demanda do escritório guia a produção puxada, porém

com difícil previsão;

e) Busca da perfeição, a qual permite repetição e

aprimoramento de tarefas e atividades sem a ocorrência de

erros, com aplicação em, no mínimo, um projeto.

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Para Greef, Freitas e Romanel (2012), o Fluxo de Informação é o

principal veículo por meio do qual as ações descritas nos princípios da

mentalidade enxuta são realizadas, conferindo a importância de transitar

qualidade nos ambientes administrativos, sendo que estes necessitam

atribuir características da mentalidade enxuta para serem considerados

ambientes Lean Office. O primeiro reconhecimento da organização sobre a necessidade

de rever seus processos é a relação entre os recursos disponíveis para a

realização do trabalho e o trabalho propriamente dito. A contribuição da

mentalidade enxuta é o aumento da produtividade e, paralelamente, a

redução ao máximo da quantidade de erros cometidos, necessidades de

espaço, tempo de produção e custos adicionais. Na preparação do

pessoal para a aplicação desta nova filosofia, a utilização dos conceitos e

ferramentas para o mapeamento do fluxo de valor e comunicação dos

objetivos devem ser explicados, deixando claro para a equipe a mudança

relativa, a simplificação dos processos de atividades e a eliminação das

atividades não agregadoras de valor (LANDMANN et. al, 2009). Todos

estes propósitos aplicados fazem com que haja uma harmonia e

satisfação no trabalho com a informação, sendo que todo o ciclo

produtivo será minimizado assim como desperdícios. Os desperdícios

relacionados ao ambiente administrativo podem ser listados da seguinte

forma (LAGO; CARVALHO; RIBEIRO; 2008):

a) Objetivos departamentais não alinhados com a estratégia

global da empresa;

b) Deslocamentos dentro ou entre departamentos

desnecessários;

c) Transporte de informação em formato físico (folhas,

capas…);

d) Tempos de espera diversos, podendo estes estarem

relacionados a falta de assinatura, centralização de

informações, autorizações;

e) Retrabalho na produção de documentações;

f) Processamento de informações desnecessárias;

g) Layout inadequado.

2.2.3 Lean Manufacturing x Lean Office

São diversas as vantagens da utilização do conceito, aplicações e

ferramentas do Lean Office. De acordo com a derivação do lean

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manufacturing, a produção tradicional, pode-se fazer uma adaptação das

vantagens da aplicação do Lean voltado à manufatura com as vantagens

de aplicação do Lean Office, conforme o Quadro 3 (GREEF; FREITAS;

ROMANEL; 2012, p. 171).

Quadro 3 - Lean Manufacturing x Lean Office

Produção Tradicional Lean Office

Simplificação do planejamento de

produção

Simplificação de processos

administrativos (desburocratização)

Maior precisão nas previsões dos

pedidos

Liberação de fluxos de informação

Redução do tempo de resposta a

alterações de engenharia

Redução do tempo de resposta a

alterações de documentações e

processos

Redução de estoques entre os

processos e de sistema final

Redução de estoques (informação

parada) entre os processos e a

documentação

Redução dos tempos de ciclo dos

processos de produção

Redução dos tempos de ciclo dos

processos comunicacionais

Capacidade de encontrar problemas

e resolver com antecedência

Capacidade de identificar problemas e

tratá-los quando ocorrem

Melhoria de qualidade dos sistemas

ou serviços

Melhoria de qualidade dos processos e

de recuperação da informação para

tomada de decisão

Fonte: Greef, Freitas, Romanel (2002).

A base estruturada para atender as propostas da Tabela 1 significa

gerenciar o trabalho para o cliente no menor tempo possível, com a

maior qualidade e com o menor desperdício de recursos, o que gera

competitividade, visto que o custo final do sistema diminui e, por

consequência, o preço de mercado (GREEF; FREITAS; ROMANEL;

2012).

Quanto a responsabilidade sobre os desperdícios que existem em

atividades realizadas em escritório, é papel do gerente se preocupar não

apenas com as atividades internas da empresa, contexto chamado de

back office, mas também com aquelas atividades que tem alto contato

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com o cliente, as atividades front office. Os desperdícios a serem

minimizados de acordo com a filosofia do Lean Office no caso do back

office são aqueles que não são distinguíveis por parte dos clientes ou

usuários finais do sistema entregue, o que compromete o processo de

geração de valor. No contexto front office são notáveis pelo

comprometimento com a qualidade do valor. Dá-se, então, a devida

importância para o mapeamento dos fluxos de informação e de materiais

no escritório. Cabe à gerência minimizar perdas provindas de falhas,

priorizando a geração de processos com menor custo e crescente

qualidade, fazendo com que os principais objetivos de trabalho da

organização sejam definidos e as expectativas do cliente sejam

superadas (GREEF; FREITAS; ROMANEL; 2012). Para os autores, o

nível desta liderança não tem grande importância, mas sim sua

responsabilidade, o que faz a condução do trabalho realizado no

escritório uma estrutura com bom fundamento em planejamento e

aplicação de ferramentas e tarefas que fazem com que este ambiente seja

cada vez mais enxuto.

2.2.4 Metodologia

Ao incorporar a mentalidade enxuta em ambientes

administrativos, a organização não deve apenas pensar na eliminação

dos desperdícios existentes, mas também adotar atitudes e

comportamentos na cultura do ambiente. De acordo com Tapping e

Shuker (2010), uma organização para se tornar enxuta deve mudar sua

mentalidade, ou seja, sua cultura, além do aprendizado de observar os

desperdícios em todos os seus processos. Conforme Greef, Freitas e

Romanel (2012), são elementos culturais facilitadores da implementação

do lean office:

a) Comprometimento e contínua aprendizagem sobre os

processos internos, fluxos de informações e técnicas de

melhoria, todos voltados à filosofia lean;

b) Observar e identificar o fluxo do valor à medida que novas

atividades são realizadas, cumprindo imediatamente as

necessidades internas e/ou externas quando estas surgirem;

c) Sistematizar estados atuais e futuros dos fluxos de informação, materiais e volume de pessoas, visando

melhoria e aproximação entre atividades e demandas de

clientes;

d) Estabelecer métricas de trabalho;

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e) Criação e implementação de planos de melhoria contínua em

todas as áreas da organização.

Os autores ainda indicam que para a aplicação das ferramentas e

filosofias do escritório enxuto é necessário traçar um plano diretor,

sendo este um projeto de estruturação da organização visando a nova

conceituação adotada. Este plano diretor traduz de maneira escrita e

oficial todas as ações que serão realizadas nas atividades e informações

do escritório que visa tornar-se lean. Os principais constituintes do

plano, segundo Greef, Freitas e Romanel (2012), são:

a) Identificar uma equipe organizadora e diretiva do plano;

b) Sistematização do projeto de trabalho;

c) Definição do projeto de implementação do Lean Office -

cronograma de atividades, diretrizes, prazos e papéis

envolvidos;

d) Levantar falhas, desperdícios, e problemas na execução das

atividades operacionais, no gerenciamento e também na

consolidação de processos para a entrega de valor aos

clientes - considerar nesta etapa os fluxos informacionais e

sua aderência à cadeia de valor;

e) Definição dos quatro padrões de estruturação do Lean Office

no escritório - vertentes cultural, visual, operacional e

gerencial;

f) Verificar se existe a necessidade de mudança de tecnologias

utilizadas para o trabalho - podendo ser hardware, software,

layout, maquinário;

g) Testar a implementação do lean em uma área ou processo

específico do escritório, como protótipo;

h) Verificar os resultados do teste e adequar plano original de

trabalho;

i) Aplicar nas demais áreas da organização.

Tapping e Shuker (2010) propõem ainda oito passos para o

ambiente organizacional alcançar a filosofia e os objetivos do lean office

(o escritório enxuto):

1) Comprometimento com a filosofia lean: o apoio da direção e

dos demais colaboradores deve apoiar todo o esforço

demandado para a mudança da cultura da organização para a

redução e eliminação do desperdício. Deve haver

estimulação ao trabalho em equipe assim como

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comprometimento de todos na aplicação do lean office

(TAPPING; SHUKER, 2010).

2) Escolha do fluxo de valor: ao pensar em valor, deve-se

pensar por algo que está sendo criado e que possui valor a

uma clientela disposta a pagar por ele. Fluxo é a sequência

de atividades/tarefas necessárias para que o serviço

solicitado pelo cliente seja executado. Logo, este passo se

constitui na escolha do processo além do individual, mas do

antecessor e posterior. A importância do fluxo de valor deve

estar relacionado ao cliente final. O propósito, então, do lean

office é a melhoria do fluxo, fazendo com que o trabalho flua

com mais rapidez (TAPPING; SHUKER, 2010).

3) Aprendizado sobre o lean: o conceito trazido pelo lean office

assim como suas ferramentas deve ser explicado aos

funcionários da organização, podendo ser através de

motivação e estimulação a participação de cursos, ainda que

a melhor forma de aprendizado seja a prática. (TAPPING;

SHUKER, 2010).

4) Mapeamento do estado atual: representação visual através de

ícones ou símbolos dos fluxos de materiais e informações de

um específico fluxo de valor. A observação e o entendimento

do fluxo de valor é muito importante para um bom

mapeamento, sendo que o ponto de início é o ponto mais

próximo do cliente voltando por todo o fluxo de processos e

atividades iniciais de valor (TAPPING; SHUKER, 2010).

5) Identificação das medidas de desempenho lean: Para a

determinação de uma métrica lean que possua eficácia na

avaliação dos resultados do lean office, deve-se procurar a

que permita estratificação em componentes que abordem os

desperdícios identificados, com coleta de dados fácil, assim

como a compreensão (TAPPING; SHUKER, 2010).

6) Mapeamento do estado futuro: Deve-se analisar criticamente

o mapa de estado atual, com o objetivo de solucionar os

problemas encontrados. Além desta análise, é importante a

compreensão da demanda do cliente. Para que o estado

futuro seja atingido, todos os envolvidos devem colaborar

diariamente, com a visão de processo de evolução e tendo a

ciência de que o processo pode sobre variações futuramente

(TAPPING; SHUKER, 2010).

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7) Criação dos planos Kaizen: Kaizen significa melhoria de um

fluxo de valor ou de um processo, com o objetivo de

aumentar o seu valor agregado, diminuindo os desperdícios

(MARCHWINSKI; SHOOK, 2003). Os processos vão sendo

alterados a medida que melhorias são feitas. O Planejamento

é fundamental para o reconhecimento dos esforços e metas

serem alcançadas. Para isto, torna-se necessário a divisão em

etapas e, esta sequência, servirá de auxílio na eficácia do

plano Kaizen (TAPPING; SHUKER, 2010).

8) Implementação dos planos Kaizen: São três os passos para a

implementação do Kaizen: preparação, implementação e

follow-up. As pessoas envolvidas precisam buscar formas de

melhoria contínua ao fluxo de valor para que haja

transformação da organização para uma cultura lean

(TAPPING; SHUKER, 2010).

O conceito de Lean Office é variável para cada tipo de escritório, já

que cada um possui um objetivo específico de agregação de valor às suas

atividades. A adaptação da filosofia lean ao escritório ocorre de acordo

com a aplicação, sendo responsabilidade de cada ambiente. Logo, cada

um deve se adequar e identificar sua forma específica de estruturação

lean, assim como o tipo de mudança cultural a adotar e também de

organização, envolvendo não somente os colaboradores internos, mas

também com a liberdade do envolvimento de interessados externamente

em suas atividades (GREEF; FREITAS; ROMANEL; 2012).

2.3 GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS

Os projetos são empreendidos a fim de alcançar objetivos

voltados à estratégia de negócio da organização. Visando isto, os

ambientes organizacionais adotam processos e procedimentos formais de

gerenciamento (PMBOK, 2009). A ciência usa como definição de gestão

o processo de planejamento, controle, organização e liderança de um

projeto. Todavia, ao estudar o Gerenciamento Ágil, torna-se difícil

encontrar as diferenciações entre o gerenciamento tradicional e o

Gerenciamento Ágil. Contudo, o termo e o conceito surgem dos métodos

ágeis para o desenvolvimento de sistemas de informação e são comumente usados para projetos de sistemas voltados à tecnologia da

informação (STARE, 2014).

O Gerenciamento Ágil de projetos permite à organização um

processo de desenvolvimento flexível, aumentando a capacidade das

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equipes envolvidas no projeto a reagirem a mudanças, tornando a

organização mais competitiva no mercado. A abordagem ágil assume

que os objetivos vão sofrer mudanças inevitáveis, porém alcançar valor

ao cliente é a consideração mais importante ao projeto (COLLINGS,

1996). Para Chin (2004), o Gerenciamento Ágil seria uma maneira de

agir baseada em princípios e técnicas em que essa atividade é conduzida

por equipes com a filosofia do auto-gerenciamento, utilizando formas de

gerenciamento simplificadas, ao qual melhor são adequadas em um

ambiente de incertezas e mudanças. Highsmith (2002) é um pouco mais

específico para definir Gerenciamento Ágil, conceituando como um

conjunto valores, práticas e princípios auxiliando a organização a

entregar sistemas ou serviços em um mercado dinâmico e desafiador.

Sendo assim, o Gerenciamento Ágil pode ser definido como o conjunto

de práticas, ações, técnicas e equipes autogeridas que possuem como

objetivo a redução de desperdícios, como tempo de planejamento e

iniciação de projeto, a fim de aproximar o cliente final do ambiente

interno da organização e satisfazê-lo, visando aumento em flexibilidade,

agilidade e, com isso, ser competitiva no mercado.

As organizações estão necessitando cada vez mais de agilidade no

desenvolvimento de seus projetos a fim de melhorar o processo de

entrega do sistema final ao cliente. Desta forma, com a adoção da

filosofia ágil no gerenciamento de projetos, as empresas visam o

aumento da capacidade de oferecer novos sistemas, flexibilidade, e

maior participação do cliente no ambiente interno das organizações

(OLIVEIRA; LIMA, 2011).

A cultura ágil passa pela definição de dois termos importantes:

agilidade e ambiente ágil. Agilidade pode ser definida como a habilidade

de criação e resposta a variações para se obter lucro em um ambiente de

negócios turbulento, buscando o equilíbrio entre estabilidade e

flexibilidade (HIGHSMITH, 2002). O autor propõe ainda o

gerenciamento ágil para projetos com alto grau de incertezas. Chin

(2004), indo ao encontro do que aborda Highsmith (2002), relaciona o

ambiente ágil à soma destas incertezas, podendo estas serem internas ou

externas. A importância de tais especialistas é evidenciada pelo autor, no

âmbito de equipe de projeto, indo também ao encontro do que aborda

Stare (2014) sobre a constante coordenação dos participantes da equipe

na implantação de metodologias ágeis.

A abordagem ágil se concentra na fase de execução de um

projeto. Além disto, a abordagem não altera todo o ciclo de projeto

(iniciação, planejamento, execução e fechamento), exceto que parte final

da iniciação e parte do planejamento são movidas para a etapa de

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execução, fazendo com que o processo fique mais interativo, dinâmico e

ágil, eliminando desperdícios de tempo e, além disto, propondo que os

ciclos de desenvolvimento sejam mais curtos e participação ativa de

todos os envolvidos no projeto (STARE, 2014). O autor acrescenta ainda

que o gerenciamento ágil afeta principalmente a precisão do

planejamento, onde é criado um cronograma para todo o projeto já na

etapa de início.

2.3.1 Gerenciamento tradicional x Gerenciamento Ágil

A diferenciação existente entre o Gerenciamento Tradicional de

projetos e o Gerenciamento Ágil de projetos foi esclarecida por Stare

(2014), onde os requisitos para o projeto e soluções na forma tradicional

de gestão de projetos são bem definidas, ao qual grandes mudanças no

escopo não são esperadas. Existe ainda uma rotina de planejamento de

projetos, onde os mesmos são repetitivos e geralmente é utilizado um

modelo comprovado. Já na metodologia ágil para gerenciamento de

projetos, os requisitos e as soluções não são bem definidas - podendo ser

até parcialmente definidas, existe a possibilidade de recursos adicionais

que no momento atual a organização ainda não considerou ou que ainda

desconhece e pode sofrer uma gama ampla de modificações no escopo

do projeto - sendo estas mudanças, inclusive, esperadas pela equipe,

ocorrendo principalmente para projetos de desenvolvimento.

De acordo com Mundin et al. (2002), enquanto a metodologia

tradicional de gerenciamento de projetos se preocupa em redigir

documentação a respeito do projeto ou com o cumprimento rigoroso de

processos de atividades, a metodologia ágil está concentrada no

desenvolvimento em si e nas relações interpessoais. Logo, a proposta

será a definição de um processo para o projeto com o enfoque nos

participantes, ou seja, nas pessoas (SCHWABER; BEEDLE, 2002). O

Quadro 4 a seguir mostra o comparativo entre a abordagem ágil e a

abordagem tradicional de gerenciamento de projetos trazido por Chin

(2004).

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Quadro 4 - Gerenciamento Tradicional x Gerenciamento Ágil

TÓPICOS Gerenciamento Tradicional Gerenciamento Ágil

Essência Orientado ao planejamento e

controle

Orientado à mudanças, com

foco na análise de valor e

de riscos

Natureza do

Projeto Em cascata Iterativa

Engajamento

do Cliente

Autorizativo, aprovando

especificações, planejamento e

produto

Colaborativo, com

envolvimento ativo em

todas as fases

Documentação Detalhada, com aprovações

formais Mínima necessária e útil

Vantagens Previsibilidade e controle mais

fáceis

Respostas rápidas às

mudanças demandadas

pelos clientes

Desvantagens

Custos elevados em

documentação e controle,

fortemente baseado nas

definições iniciais acordadas,

dificuldades de acomodar

mudanças

Maior dependência do time,

maior variação do produto

final, maiores riscos de

custos superiores ao

orçamento

Ideal para

Projetos cujos requerimentos

sejam pouco sujeitos a

mudanças (Ex. Construção de

fábrica)

Projetos de inovação, com

ambiente dinâmico ou mal

definido (Ex. Engenharia de

Software)

Fonte: Adaptado de Schwaber & Beedle, 2002.

2.3.2 A ferramenta Scrum

Existem diversas metodologias de desenvolvimento que são

classificadas como métodos ágeis de Gerenciamento de Projetos e,

dentre elas, a metodologia Scrum se destaca por ser um dos métodos

mais maduros, voltado ao gerenciamento de projetos ágeis. O Scrum é

uma estrutura para o desenvolvimento de sistemas, onde seus processos

e técnicas podem ser aplicados para projetos de caráter complexos

(STREULE et al, 2016). Para Bissi (2007) o Scrum se mostra como uma

metodologia extremamente flexível e ágil, que objetiva um processo de

desenvolvimento iterativo, podendo este ser aplicado em qualquer

sistema ou no gerenciamento de qualquer tipo de atividade, baseando-se

no desenvolvimento incremental com ciclos iterativos curtos. O Scrum

se evidencia por ser um processo de desenvolvimento de software

incremental em ambientes mais complexos, onde não há uma clareza

sobre os requisitos ou frequência de mudanças (SILVA; SOUZA;

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CAMARGO, 2013). O Scrum está baseado em seis características

(SCHWABER, 1995):

a) Flexibilidade em relação aos prazos;

b) Flexibilidade em relação aos resultados;

c) Pequenas equipes;

d) Frequentes revisões do que é desenvolvido;

e) Colaboração entre os envolvidos;

f) Orientações a objetivos.

Esta metodologia foi criada na Easel Corporation, desenvolvida

posteriormente por outras duas empresas trabalhando em conjunto -

Advanced Development Methods e VMARK, tendo como objetivo um

processo conveniente para desenvolvimento e projetos

(SUTHERLAND, 2014). A metodologia é baseada em princípios como

equipes de pequeno porte, requisitos pouco estáveis e curtas iterações

para a promoção de uma visibilidade para o desenvolvimento.

A fundamentação do Scrum se dá na teoria de controle de

processo, e objetiva o aperfeiçoamento da previsibilidade e controle dos

riscos existentes em projetos. Como pilares para a sustentação da

metodologia Scrum estão transparência, adaptação e inspeção (SILVA;

SOUZA; CAMARGO, 2013). Silva, Souza e Camargo (2013)

esclarecem ainda que a garantia para que todos os processos possuam

clareza para ambas as partes do trabalho – organização e cliente – é a

transparência. A inspeção é realizada durante todo o projeto e objetiva a

detecção de qualquer variação e ajuste do processo. A adaptação é uma

necessidade provinda da inspeção, tendo como finalidade a adaptação do

processo para toda e qualquer variação detectada no pilar inspeção.

Existe uma complexidade bastante considerável nas atividades

relacionadas ao desenvolvimento de sistemas, evidenciando as empresas

de pequeno porte, já que dispõem de grandes limitações de recursos. De

acordo com Mundin et al. (2002), uma organização ao desenvolver um

sistema inter-relaciona praticamente todas as áreas atuantes, sendo

necessárias informações dos membros de cada área funcional, sendo

assim uma atividade multidisciplinar. A proposta da metodologia Scrum

é dividir o desenvolvimento dos sistemas em ciclos curtos, geralmente algumas semanas, e ao final de cada ciclo, o cliente (seja ele interno ou

externo) receba uma versão atual, agregando valor ao negócio (CRUZ,

2013).

São práticas gerenciais do Scrum:

a) Product Backlog;

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b) Daily Scrum;

c) Sprint;

d) Sprint Planning Meeting;

e) Sprint Backlog;

f) Sprint Review Meeting.

O primeiro passo é o Product Backlog, sendo a coleta dos

requisitos de projeto (SCHWABER; BEEDLE, 2002). Através de

reunião com todos os envolvidos do projeto, além de investidores e até

mesmo parceiros, são apontadas todas as necessidades, regras de

negócio e requisitos técnicos que o sistema deverá apresentar, tudo em

formato de lista de atividades que serão desenvolvidas durante o projeto.

O Daily Scrum é uma rápida reunião diária com os membros da equipe

que servirá de definição das atividades que serão executadas e ter o

conhecimento do que foi executado de atividades do dia anterior.

Também chamada de Stand Up Meeting, visto que a intenção desse tipo

de reunião é a praticidade e o tempo reduzido, apenas para alinhamento

dos pontos em questão. Em geral, na reunião Daily Scrum as perguntas

„O que foi feito ontem?‟ „O que será feito hoje?‟ e „Há algum obstáculo

para a realização das suas atividades?‟ devem ser respondidas (RISING

& JANOFF, 2000). Na Sprint, principal prática do Scrum, serão

implementados os itens de trabalho que foram definidos no Product Backlog, podendo durar um tempo no intervalo de uma a quatro

semanas. O Sprint Planning Meeting é a reunião da equipe para o

planejamento de Sprint. O Sprint Backlog é chamado de subconjunto do

Product Backlog, uma vez que será a lista propriamente dita de

atividades que serão desenvolvidas do Sprint. Por fim, o Sprint Review

Meeting é uma reunião realizada após cada Sprint, na qual serão

discutidos os tópicos relacionados às dificuldades encontradas, lições

aprendidas, erros, acertos e observações.

De acordo com Mar & Schwaber (2001), a Figura 4 mostra uma

visão mais geral desta dinâmica do Scrum.

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Figura 3 - Visão Geral de Scrum

Fonte: Mar & Schwaber (2001)

2.3.3 Os atores do Scrum

De acordo com Silva, Souza e Camargo (2013), a equipe do

Scrum tem sua composição por três partes, sendo elas o “Product

Owner”, proprietário do sistema, o qual será o membro representante do

cliente interno ou externo. Este definirá quais são os requisitos de

projeto, assim como sua priorização e grau de importância de cada um

deles. O “Scrum Master”, o papel assumido pelo gerente do projeto, o

qual deverá trabalhar para que o Scrum aconteça, removendo todo e

qualquer empecilho em prol da equipe. Outro ponto em questão de

responsabilidade do Scrum Master é a remoção dos obstáculos

apontados pelos membros da equipe no Daily Scrum. A “Equipe de

Desenvolvimento”, sendo esta composta por um grupo de pessoas

responsáveis pela análise, programação e testes do projeto. O Quadro 4

relaciona os componentes da equipe do Scrum e suas devidas

responsabilidades:

Quadro 5 - Papeis do framework scrum

Product Owner Scrum Master Equipe de

Desenvolvimento

Representante do

cliente

Auxílio aos membros da

equipe

Desenvolvimento do

sistema

Trabalha com a equipe Remove possíveis

obstáculos

Cada membro é

responsável por seu

trabalho

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Prioriza os requisitos

do sistema

Exerce liderança aos

membros da equipe

Contribuem ao máximo

por cada sprint

Interface entre a

equipe e o negócio

Responsável pelo

gerenciamento de

processos

Varia de cinco à dez

pessoas na equipe

Define as

características do

sistema

Responsável pelas

reuniões diárias

Equipe auto-organizada e

multifuncional

Data e conteúdo no

lançamento

Responsável pelo

planejamento de Sprints

Responsável por fracassos

ou sucessos

Responsável pelo aval

final

Responsável pela

documentação requerida

Podem ser programadores,

testers, engenheiros, etc.

Aceitação ou rejeição

do resultado do

trabalho

Protege a equipe de

possíveis interferências

externas

Fonte: Adaptado de Silva, Souza e Camargo (2003).

Em uma lista de tarefas os requisitos de projeto são analisados, de

acordo com a prioridade de cada item, de forma que os itens de maior

importância ocupam o topo da lista, que deve ser continuamente

atualizada, conforme a priorização. O Scrum trabalha com

desenvolvimento incremental, dividindo os processos em interações

periódicas de trabalho para cada fase, chamadas de sprints. (SILVA;

SOUZA; CAMARGO, 2013). Segundos os autores, cada sprint possui

uma duração média de trinta dias, possuindo um objetivo bastante claro

e bem definido, com toda equipe possuindo conhecimento. Reuniões

diárias dentro de cada sprint são realizadas de modo a proporcionar ao

Scrum Master diariamente uma atualização do status do projeto, o que

auxilia na tomada de decisões.

Um projeto pode possuir mais de um sprint definido. Se for o

caso, cada sprint deve conter uma nova implementação do sistema.

Logo, cabe ao proprietário do projeto, ao final de cada sprint, decidir

sobre a implantação do sistema já desenvolvido ou adiar esta decisão no

final da próxima sprint. Ao final de cada sprint, o sistema deve estar

pronto, codificado e testado.

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2.4 CONVERGÊNCIAS ENTRE AS ABORDAGENS DO LEAN

OFFICE E DO GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS

O fluxo informacional está presente em todas as atividades de

uma organização (MOURA, 1995). Conforme posto anteriormente, a

informação é um dos principais insumos dos ambientes organizacionais,

sendo o meio de sincronização das mais diversas funções, processos e

setores de uma empresa.

Ainda na visão de Moura (1995), para que exista um processo de

trabalho bem definido e executado de maneira conforme, é necessário

um levantamento de todas as informações que serão necessárias para que

possa ser definido o fluxo informacional para a execução do processo.

Este estudo sobre as informações necessárias para a definição de

um fluxo informacional e a forma de alocação e disponibilização dessas

informações são de responsabilidade da Gestão da Informação e está

intimamente ligado aos estudos do Lean Office e do Gerenciamento

Ágil, uma vez que não há processo sem informação, não há

gerenciamento sem processo e, sem processo, não há como realizar

estudos voltados a desperdícios e sequenciamento de atividades para o

estudo de um possível fluxo de valor.

O Gerenciamento Ágil foi desenvolvido originalmente dentro das

indústrias de desenvolvimento de softwares, enquanto que a filosofia

lean dentro das indústrias de fabricação. Apesar das diferentes origens,

ambas filosofias visam a maximização do valor e minimização de

desperdícios nas atividades exercidas pela organização, gerenciamento

do tempo disponível para a execução das atividades relacionadas ao

processo produtivo, proposição de uma cultura de melhorias contínuas

ao processo, aumento de previsibilidade, motivação à proatividade de

adaptação a mudanças e alcance de resultados mensuráveis o mais cedo

e constante possíveis (ASEFESO, 2012).

Asefeso (2012) destaca ainda que apesar de muitos ambientes

organizacionais optarem por uma ou outra diante de suas atividades, a

melhor decisão é a combinação do melhor que as duas filosofias podem

oferecer. Enquanto que a contribuição da filosofia lean é no

gerenciamento de processos voltados ao valor que as pessoas podem

criar individualmente para o cliente, no Gerenciamento Ágil este valor é

criado através de um time auto-gerenciado e auto-organizado.

O foco do lean é no fluxo contínuo, o qual auxilia no

conhecimento das atividades mais importantes a serem feitas por cada

pessoa participante do processo, fornecendo assim técnicas para garantir

que o valor máximo seja alcançado a partir de recursos interdependentes,

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porém separados. Na metodologia ágil, o foco é a criação de células de

trabalho flexíveis, uma vez que as equipes são auto-organizadas,

exigindo menos gastos em gerenciamento, menos transferências e

produzindo uma maior diversidade de sistemas finais.

Trabalhando em conjunto, as duas forças podem ser aplicadas no

gerenciamento de ambientes de trabalho que possui uma mistura

contínua de indivíduos e equipes auto-organizadas (ASEFESO, 2012).

Desta forma, uma organização “Ágil-lean” será capaz de deixar mais

operacional a execução e o aprimoramento de um processo na forma de

uma atividade de gerenciamento e realizar o aproveitamento das

individualizações para as tarefas ditas lineares.

Sendo assim, a organização pode unir a filosofia do estudo do

fluxo do valor agregado e a redução dos diversos tipos de desperdícios

decorrentes das atividades organizacionais sem a burocratização e a

morosidade causadas pela dependência informacional entre os

indivíduos, além do ganho em flexibilidade e proposição da cultura do

autogerenciamento, permitindo que a empresa seja enxuta, mas ao

mesmo tempo ágil, possuindo uma maior velocidade na execução de

seus processos, aumentando assim sua competitividade no mercado. A

Figura 4 ilustra as convergências entre os estudos.

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Figura 4 - Convergência entre os temas abordados

Fonte: Elaborado pelo autor.

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51

3. MÉTODOS DA PESQUISA

Neste capítulo será apresentado o enquadramento metodológico

da presente pesquisa, assim como o sequenciamento e descrição de cada

uma das etapas.

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

De acordo com Tartuce (2006), a metodologia científica é o

estudo sistemático e lógico dos métodos utilizados na ciência, assim

como seus fundamentos, validação, e relação com as teorias científicas.

Para Cauchick Miguel et al. (2012), a evolução do estudo de

metodologia é de suma importância para a elevação do nível de um

trabalho apresentado, já que faz o delineamento da pesquisa e está

associado às técnicas de coleta e análise. A metodologia emprega e

aplica procedimentos buscando o conhecimento, a fim de demonstrar

validade e utilidade para a sociedade (FREITAS; PRODANOV, 2013).

Baseando-se nestes pressupostos, o presente trabalho se fundamenta

conforme o enquadramento metodológico apresentado na Figura 5.

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Figura 5 - Enquadramento Metodológico

Fonte: Adaptado de Tartuce (2006).

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3.1.1 Enquadramento pelos objetivos

A natureza dos objetivos, de acordo com os objetivos da

pesquisa, pode ser definida como descritiva, já que visa a análise e a

descrição de uma situação atual. O levantamento do estado de um

fenômeno tem como característica ser descritivo (MARCONI;

LAKATOS, 2003). Quanto à natureza, tem-se como classificação um

trabalho teórico e ilustrativa, uma vez que está focado em compreender

o estado do ambiente analisado relacionando-o à revisão bibliográfica.

A lógica da pesquisa é de caráter indutiva, já que as conclusões gerais

são obtidas em um cenário não tão esclarecido. O objetivo do estudo

indutivo é chegar a conclusões onde o conteúdo é muito mais amplo do

que o conteúdo das premissas nas quais se basearam (MARCONI;

LAKATOS, 2003).

3.1.2 Enquadramento pela abordagem

A abordagem da pesquisa foi, de maneira geral, qualitativa, com

algumas análises quantitativas para auxílio na tomada de decisões.

Segundo Cauchick Miguel et al. (2012), a preocupação da abordagem

qualitativa é a obtenção de informações sob a perspectiva dos indivíduos

- trabalhadores, diretores ou outros profissionais -, assim como a

interpretação do ambiente de trabalho em que a problemática ocorre.

Bryman (1989 apud CAUCHICK MIGUEL et al., 2012) evidencia a

escolha da análise qualitativa como forma de abordagem com sua

listagem das principais características da pesquisa qualitativa, sendo as

principais a ênfase na interpretação subjetiva dos indivíduos,

delineamento do contexto em que o ambiente estudado está inserido,

fontes múltiplas de evidências, análise da realidade do ambiente

organizacional e a proximidade com o fenômeno estudado.

3.1.3 Enquadramento pelos procedimentos

Como procedimento técnico para a realização do estudo o método

pesquisa-ação é o mais indicado, uma vez que, segundo Cauchick

Miguel et al. (2012), a base teórica e analítica dos assuntos estudados

está associada a uma ação ou proposição de resolução para uma problemática no qual os participantes que a representam e os

pesquisadores estão envolvidos em cooperação ou participação. O

próximo tópico adentra melhor nos procedimentos deste método.

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3.2 PESQUISA-AÇÃO

Bryman (1989 apud CAUCHICK MIGUEL et al., 2012)

conceitua a pesquisa-ação como um tipo de pesquisa social concebida e

aplicada na qual o pesquisador e o „pesquisado‟ colaboram no

desenvolvimento de um diagnóstico e uma possível solução de uma

problemática. Sendo assim, a pesquisa-ação é um procedimento

reflexivo, sistemático, controlado e crítico, com finalidade de estudar

algum aspecto da realidade com o objetivo de ação prática no objeto de

estudo (BALDISSERA, 2001).

Segundo a autora, a pesquisa-ação utilizada como método de

conhecimento da realidade, possui como principal característica a

intervenção fundamentada em um embasamento teórico, servindo à ação

educativa e à conscientização dos envolvidos no processo de pesquisa.

A metodologia prega a simultaneidade entre o „conhecer‟ e o „agir‟. De

acordo com Lodi (2014), a pesquisa-ação tem a função de diagnosticar

uma situação, dar início a uma ação e realizar o acompanhamento desta,

desencadeando uma sequência de novas ações.

Conforme descrito, a pesquisa-ação deve iniciar-se com a fase

exploratória, com a coleta e análise de dados do objeto de estudo e

revisão da literatura do tema relacionado à pesquisa em paralelo.

Baldissera (2001) afirma que esta estratégia é importante, uma vez que a

realidade está em constante mudança. Esta fase exploratória visa

identificar as necessidades, características e situação do universo a ser

pesquisado (THIOLLENT, 2009).

Sendo assim, os procedimentos adotados pelo autor para o

desenvolvimento do presente trabalho foram a coleta de dados junto à

organização estudada, assim como a análise dos dados (Pesquisa de

Campo Preliminar), proposição de uma sistemática de ações visando a

cultura da mentalidade enxuta e ágil, de maneira contínua (Proposição

da Sistemática); validação da sistemática com os líderes e gestor geral

da empresa (Validação com a empresa); ajustes da sistemática;

apresentação e análise dos resultados (Contribuições para a literatura). A

Figura 6 ilustra as etapas de aplicação da pesquisa.

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Figura 6 - Etapas da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2.1 Estudo dos Fundamentos Teóricos

Para dar suporte à coleta e análise dos dados obtidos no objeto de

estudo, foi realizada uma revisão da literatura que se enquadra no tema

da presente pesquisa. De acordo com Moreira e Caleffe (2008), uma boa

revisão de literatura faz com que o pesquisador consiga contextualizar

seu problema de pesquisa em uma modelagem teórica mais ampla.

Sendo assim, esta etapa consiste na busca de um embasamento

teórico à pesquisa em questão, de forma a dar sustentação para análises

resultantes da pesquisa empírica.

3.2.2 Coleta de dados

Para a coleta dos dados, foram realizadas 4 (quatro) reuniões

durante 1 (um) mês de coleta, com duração aproximada de 1 (uma) hora

e meia por reunião. Líderes de cada equipe e ao menos dois

colaboradores de cada setor da empresa participaram das reuniões,

juntamente o presente autor, responsável por instruções referentes à

implementação de melhorias.

Cada setor (Análise, Desenvolvimento, Qualidade e Treinamento)

possui um líder responsável por gerir e minimizar impedimentos nas

tarefas relacionadas ao desenvolvimento do sistema. O líder da Equipe

de Análise de Sistemas possui 7 (sete) anos de experiência na área, com

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4 (quatro) anos na atual empresa, tendo trabalhado em outras empresas

do mesmo ramo de concepção de softwares. Já o líder da Equipe de

Desenvolvimento conta com 9 (nove) anos de experiência na área, sendo

4 (quatro) na atual empresa e experiência trabalhando como

desenvolvedor e analista em outras organizações anteriormente. A

Equipe de Qualidade de Software não possui um líder direto, contando

apenas com a gerência do gestor geral. Neste caso, o supervisor

participou das reuniões com a responsabilidade de responder pela

equipe, juntamente com os outros colaboradores do setor. Este possui 5

(sete) anos de experiência na área, sendo 3 (três) anos na atual empresa.

Nestas reuniões informações sobre demandas, clientes,

desenvolvimento dos sistemas e o fluxo do produto pelos setores da

organização foram coletadas, além do conhecimento sobre as atividades

e, consequentemente, dos processos do objeto de estudo escolhido para

a aplicação da pesquisa. Com relação aos dados quantitativos coletados

para o suporte à análise do estado atual dos processos do setor

escolhido, foram utilizados os registros realizados pelo setor na atual

ferramenta de controle de atividades diárias, desenvolvida pelo próprio

setor.

Além disto, foram também realizadas reuniões de validação com

o gestor geral da organização, sendo de suma importância para a

compreensão das atividades que seriam priorizadas no estudo, uma vez

que a visão de valor da empresa de acordo com o cliente estava sendo

prejudicada por informações, atividades e processos que não agregam

valor, surgindo a necessidade de adequação à realidade, requisitos e

expectativas do cliente.

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Quadro 6 - Coleta de Dados

COLETA DE DADOS

Reunião Data Dados Coletados Participantes

1 04/09/2017

Organograma da organização,

organograma da equipe de

qualidade, atividades

desempenhadas pela equipe de

qualidade.

Gestor geral e

supervisor da equipe de

qualidade.

2 11/09/2017

Fluxo geral de desenvolvimento

do produto, sequenciamento das

atividades, processos atuais da

organização. Dados quantitativos

(tempos de execução de

atividades).

Líderes das Equipes de

Análise,

Desenvolvimento,

Qualidade e

Treinamento.

3 18/09/2017

Atividades agregadoras de valor

para a organização e,

consequentemente, para a equipe

de qualidade.

Gestor geral e

supervisor da equipe de

qualidade.

4 25/09/2017

Desperdícios existentes na

equipe de qualidade e na

organização como um todo.

Gestor geral e

supervisor da equipe de

qualidade.

3.2.3 Análise de dados

Esta é a fase da pesquisa onde serão agrupados e organizados

todos os dados coletados na etapa anterior, fazendo a transformação

destes em informações importantes para o mapeamento do estado atual

do objeto de estudo escolhido. É nesta etapa que são identificadas as

atividades, as informações necessárias para as execuções e o respectivo

sequenciamento atual destas no presente ambiente de trabalho do setor

analisado.

3.2.4 Proposição da Sistemática de Melhorias

Através do estudo paralelo da literatura e da análise dos dados

quanto às atividades, informações e sequenciamentos no ambiente

pesquisado, pode ser proposta uma sistemática geral de melhorias de

processos e aplicada no setor escolhido da organização. Com a aplicação

das etapas desta sistemática, um estado futuro é proposto ao setor

estudado com a resolução ou minimização dos problemas, desperdícios

e falhas encontradas nos processos e no fluxo informacional.

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3.2.5 Validação da Sistemática com a Empresa

Após a elaboração da sistemática através da revisão bibliográfica

e da pesquisa de campo na organização, torna-se necessária a validação

da sistemática elaborada com os líderes e gestor geral da empresa XY.

Para esta validação, foram realizadas reuniões para apresentação

e validação das etapas da sistemática para empresa, para a apresentação

das proposições de melhorias resultantes da aplicação da sistemática no

setor da empresa em estudo e da proposição de continuidade da

sistemática de melhorias nos demais setores da organização.

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4. SISTEMÁTICA DE MELHORIAS

Com base nos estudos bibliográficos e na pesquisa preliminar

realizada em campo, a presente pesquisa tem como principal objetivo a

proposição de uma sistemática para melhorias de processos com base

nos conceitos e ferramentas da mentalidade enxuta aplicada a ambientes

organizacionais – o Lean Office – e do Gerenciamento Ágil de Projetos.

Esta abordagem “lean-ágil” usa ainda como suporte ao estudo a Gestão

da Informação, uma vez que para se implantar uma cultura enxuta e ágil

o fluxo informacional deve fluir continuamente, e o acesso às

informações relevantes ao atendimento das necessidades internas das

organizações deve ser simplificado e facilitado. O Quadro 6 caracteriza

as etapas da sistemática de melhorias proposta.

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Quadro 7 - Etapas da Sistemática de Melhoria

PROPOSIÇÃO DA SISTEMÁTICA

No Etapa Descrição Ferramenta Autores

1

Realizar o

Mapeamento do

Fluxo Geral de

Produção da

organização estudada

Esta etapa é necessária para conhecer o atual processo produtivo da

empresa e identificar as relações de dependência entre os setores da

organização, afim de escolher o setor piloto para a primeira iteração

da sistemática, selecionado de maneira estratégia para a empresa.

Lean Office

(LAGO;

CARVALHO;

RIBEIRO; 2008).

2

Escolher um setor da

empresa como piloto

para 1 (uma) iteração

da sistemática de

melhorias

Após o mapeamento e análise dos setores participantes do fluxo

geral de produção, a sistemática propõe a escolha de um dos setores

para o estudo da aplicação. A escolha deste setor deve ser

estratégica para a empresa, uma vez que o próximo passo „pós-

sistemática‟ no setor é a aplicação da sistemática nos outros setores

da organização até atingir todos as áreas da empresa, buscando

assim a melhoria contínua na organização como um todo.

Lean Office

(LAGO;

CARVALHO;

RIBEIRO; 2008).

3

Realizar o

Mapeamento de

Processos do setor

escolhido

Nesta etapa são mapeados os processos produtivos no setor

escolhido, os quais resultam em produtos intermediários ou parciais

do produto principal produzido pela empresa. A ideia é melhorar a

produção destes produtos parcial de forma a atingir de maneira

indireta a melhoria na produção do produto principal.

Lean Office;

Bizagi Modeler

(LAGO;

CARVALHO;

RIBEIRO; 2008).

4

Realizar o

Mapeamento do

Fluxo de Informações

do setor escolhido

Para entender como as informações transitam entre os processos e

atividades pertencentes a estes, é necessário realizar um

mapeamento do fluxo informacional dos processos do setor

escolhido. Esta etapa evidencia ainda as informações originadas de

outros setores da organização necessárias para o setor em estudo.

Desta forma, a proposta aponta melhorias no fluxo informacional

não somente no setor em análise, como também às outras áreas da

empresa.

Lean Office (GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012)

5 Realizar o

Mapeamento do

Com o resultado do mapeamento de processos e do fluxo

informacional do setor em análise, as atividades realizadas nos Lean Office

(GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012)

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Fluxo de Valor

(Estado Atual) dos

processos do objeto

de estudo escolhido

processos da área pesquisada devem ser estudadas e caracterizadas

em atividades que agregam e atividades que não agregam valor aos

produtos finais do setor. Desta forma, o Mapeamento do Fluxo de

Valor (MFV) pode ser desenhado e os tempos totais de conclusão

dos processos, os Lead Time, encontrados, assim como a Taxa de

Valor Agregado (TVA) de cada processo do setor.

6

Identificar

desperdícios, falhas e

retrabalhos no setor

escolhido

Além da eliminação ou minimização das atividades que não

agregam valor ao setor, desperdícios, falhas e retrabalhos devem ser

identificados e classificados, para que posteriormente possa se

propor a melhoria adequada com base na revisão de literatura.

Lean Office,

Gerenciamento

Ágil de

Projetos

(Scrum)

(GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012);

(SCHWABER, 2002).

7

Propor melhorias nos

processos do setor

escolhido com base

no Lean Office e no

Gerenciamento Ágil

de Projetos

Com base na revisão bibliográfica, ou seja, nos estudos do Lean

Office e no Gerenciamento Ágil de Projetos, propor um plano de

ações para melhorias nos processos do setor escolhido para

aplicação da pesquisa, assim como na identificação de melhorias

nos demais setores da empresa.

Lean Office,

Gerenciamento

Ágil de

Projetos

(Scrum)

(GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012);

(SCRUM) -

(SCHWABER, 2002).

8

Realizar o

Mapeamento do

Fluxo de Valor

(Estado Futuro)

Com o plano de ações de melhorias e as atividades não agregadoras

de valor eliminadas ou reduzidas, um novo MFV, agora visando um

estado futuro, pode ser mapeado, resultado em novos Lead Time e

TVA para o setor.

Lean Office (GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012)

9

Repetir a sistemática

para os setores

seguintes, até

finalizar todas as

áreas da empresa

Após os resultados serem apresentados e validados pela empresa,

esta etapa propõe a continuidade dos estudos, ou seja, aplicando a

sistemática no setor estudado e aplicar também nos demais setores

da organização, visando a melhoria em todo fluxo de

desenvolvimento de produtos da empresa.

Lean Office,

Gerenciamento

Ágil de

Projetos

(Scrum)

(GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012);

(SCHWABER, 2002).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1 OBJETIVOS DA SISTEMÁTICA DE MELHORIAS

A sistemática propõe uma pesquisa preliminar em campo para

coletar dados que se converterão em informações necessárias para a

escolha do setor (alvo inicial). Nesta pesquisa de campo, reuniões com

os gestores da empresa são imprescindíveis, uma vez que estes

entendem o dia-a-dia da organização e possuem o conhecimento sobre

os pontos e setores que precisam ser estudados e compreendidos. As

etapas desta sistemática utilizam como objetivo a escolha de um destes

setores da empresa que possui significativa relevância para a

organização e maior inter-relação com as demais áreas da empresa. A

Figura 7 ilustra os objetivos da sistemática de melhorias de processos.

Figura 7 - Ilustração da Sistemática

Fonte: Elaborado pelo autor.

A estratégia da sistemática é aplicar as melhorias no setor

escolhido para que este possa evidenciar problemas não somente do

setor, mas também problemas associados aos demais setores da

empresa, os quais servirão de próximos alvos para seguintes iterações da

sistemática.

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5. RESULTADOS

Neste tópico serão apresentados o objeto de estudo em questão, a

aplicabilidade da sistemática de melhorias e os resultados obtidos com a

proposição de aplicação.

5.1 A ORGANIZAÇÃO

A organização pesquisada, criada na década de 1990 por

iniciativa de seu fundador, é caracterizada por desenvolver atividades

voltadas ao desenvolvimento de softwares para a realização de estudos,

controle e projetos nas áreas de logística e transportes, atuando em

sistemas logísticos, macrologística, planejamento, organização,

operação de sistemas de transporte e avaliação de projetos.

A empresa conta com equipes de desenvolvimento, de qualidade,

de análise e de treinamento para o desenvolvimento de seus sistemas.

Por razões de confidencialidade das informações, a empresa será

chamada de „Empresa XY‟, sendo que todo e qualquer tipo de

caracterização da empresa será mantido no mais absoluto sigilo para

realização da pesquisa.

5.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE

SOFTWARES

Até a sua concepção final, os sistemas desenvolvidos passam

direta ou indiretamente por todos os setores da organização. O cliente,

dirigido como parceiro, reúne-se com o gestor da empresa e explica sua

atual necessidade e requisitos. Ao final desta reunião, um plano de

trabalho é esboçado para a execução do desenvolvimento do sistema

solicitado. O gestor elabora uma documentação oficial do plano de

trabalho, se reúne com o setor de análise de sistemas e repassa esse

plano de trabalho ao setor. O analista pensará em uma forma de atender

a necessidade do cliente através de funcionalidades do software.

Cada demanda de software realizada pelo cliente é considerada

um novo projeto de desenvolvimento, podendo a empresa XY possuir

mais de um projeto demandado por mais de um cliente, sendo

trabalhados simultaneamente, ou seja, mais de um sistema pode estar

sendo desenvolvido paralelamente. Desta forma, cada projeto terá um

produto final, sendo este um sistema desenvolvido.

No plano de trabalho encontram-se todas as especificações e

necessidades que o sistema deverá atender. O analista de sistemas, após

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estudar o plano de trabalho, modela uma solução para a atual

necessidade e elabora um artefato de engenharia do sistema a ser

desenvolvido, contendo ilustrações do layout deste sistema e as

funcionalidades que o compõe. Estas funcionalidades atenderão às

necessidades do cliente. Após isto, a documentação é passada para o

setor de desenvolvimento de sistemas para a implementação das

funcionalidades conforme o artefato de engenharia do sistema.

As funcionalidades do sistema são desenvolvidas a fim de

satisfazer o que se encontra neste artefato e, consequentemente, no

plano de trabalho. Realizadas as implementações das funcionalidades, a

Equipe de Desenvolvimento fornece uma versão do sistema para a

Equipe de Qualidade de Software realizar suas atividades de teste. Após

os testes realizados, a Equipe de Qualidade registra os problemas e

sugestões de melhorias para que a Equipe de Desenvolvimento possa

implementar as devidas correções e assim disponibilizar uma nova

versão do sistema para a Equipe de Qualidade realizar a verificação das

correções e sugestões passadas e apontar novos situações, e procederá

desta forma até que uma versão estável do sistema possa estar

disponível para um primeiro contato do cliente.

A Equipe de Qualidade, à medida em que o sistema amadurece,

participa da elaboração dos materiais de uso do sistema para a entrega

final ao cliente junto com o software desenvolvido, sendo este material

composto pelo Manual de Usuário e a Apostila de Treinamento. A

Equipe de Treinamento realiza reuniões para viabilizar o contato final e

efetivo do cliente com o sistema desenvolvido, fornecendo toda e

qualquer explicação sobre as funcionalidades implementadas a partir de

casos de uso no dia-a-dia do solicitante.

5.3 OBJETO DE ESTUDO

O setor escolhido para a realização da presente pesquisa é a

Equipe de Qualidade de Software da Empresa XY, responsável pela

identificação de erros e proposições de melhorias aos sistemas

desenvolvidos. Optou-se pela Equipe de Qualidade de Software para a

aplicação dos conceitos estudados na atual pesquisa em virtude da

importância do setor para o atual fluxo de desenvolvimento dos sistemas da organização.

A Equipe de Qualidade de Software é responsável pela inspeção

constante do sistema, verificando a existência de erros e propondo

melhorias não somente ao sistema em si, como também ao processo

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geral de desenvolvimento. A equipe é responsável ainda pela avaliação

constante dos sistemas quando aos requisitos exigidos pelos clientes.

Atualmente, o setor de qualidade de software apresenta

dificuldade na priorização de projetos e, por consequência, na

priorização de sistemas a serem testados em virtude do pouco

envolvimento do setor com as outras áreas de planejamento e

desenvolvimento. Desta forma, uma série de reuniões não planejadas,

assim como necessidade de solicitação de documentações sobre os

projetos e o tempo que necessita esperar por esta documentação são

considerados desperdícios não somente para a equipe, mas para a

organização.

Além desta situação, atividades não planejadas ou planejadas

para ocasiões diferentes sendo demandadas fora de prazos

informalmente definidos quebram o mínimo planejamento e o controle

de atividades da Equipe de Qualidade, resultando em atrasos na entrega

das versões dos sistemas testados e a falta de qualidade na execução das

atividades. Ou seja, todo o fluxo de desenvolvimento sofre as

consequências destas situações.

Ademais, com as atenções voltadas para a Equipe de Qualidade

de Software, existirá a possibilidade do levantamento de desperdícios,

falhas e problemas na execução das atividades operacionais, no

gerenciamento e consolidação de processos no fluxo de

desenvolvimento de sistemas. Uma vez que a Equipe de Qualidade está

envolvida com todos os setores participantes do fluxo geral de

desenvolvimento do produto, será possível usar o objeto de estudo como

indicador na investigação da origem das falhas em processos

encontradas pela própria Equipe de Qualidade realizando testes no

software e encontrando erros no sistema.

O relato de cada problema realizado pela Equipe de Qualidade

não identifica somente erros no sistema, mas também falhas nos

processos até a implementação da (s) funcionalidade (s) que

apresentaram os erros encontrados, ou seja, a qual ou quais

etapas/setores no desenvolvimento dos sistemas pertencem os erros

apontados pelo setor de qualidade. Desta forma, em reunião com o

gestor da empresa, foi explicado este ponto de vista analisado pelo autor

e o mesmo concordou com os estudos na área, repassando ainda

problemas prévios que havia confrontado a algum tempo.

Sendo assim, como primeira análise, a Figura 8 mostra

impedimentos e desperdícios previamente identificados mediante a

reuniões com a Equipe de Qualidade de Software.

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Figura 8 - Impedimentos e Desperdícios Prévios

Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com os princípios e desperdícios abordados no Lean Office, os eventos destacados em vermelho geram retrabalhos,

desperdícios e aumento no tempo de entrega dos sistemas produzidos

pela Equipe de Qualidade, os relatórios de testes e o material parcial de

uso dos sistemas. O Quadro 5 a seguir relaciona estas situações iniciais

encontradas nas atividades da Equipe de Qualidade de software aos

princípios e desperdícios abordados no Lean Office.

Quadro 8 - Relação dos desperdícios prévios com a literatura

Eventos encontrados na Equipe de

Qualidade

Desperdícios abordados no lean

office (LAGO; CARVALHO;

RIBEIRO; 2008)

Demandas de testes solicitadas fora do

prazo pré-estabelecido.

Aumento do lead time através de

atrasos dos prazos de entrega

Solicitação de documentações sobre os

sistemas a serem testados.

Aumento do lead time através de

atrasos dos prazos de entrega;

Tempos de espera diversos.

Reuniões não planejadas.

Processamento de informações

desnecessárias; Retrabalho na

produção.

Demandas de atividades não planejadas

para a equipe.

Aumento do lead time através de

atrasos dos prazos de entrega

Quebra no prazo de outras atividades

previamente planejadas.

Aumento do lead time através de

atrasos dos prazos de entrega

Equipe deveria estar dando enfoque em

testes exploratórios nos sistemas

desenvolvidos, servindo de clientes internos

à Empresa XY.

Objetivos departamentais não

alinhados com a estratégia global

da empresa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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5.3.1 Equipe de Qualidade de Software

Atualmente, a Equipe de Qualidade de Software conta com quatro

colaboradores, sendo estes três testadores e um supervisor. O gestor do

sistema é o responsável pela liderança de toda a Equipe de

Desenvolvimento, Análise e por Qualidade. A Figura 9 mostra o

organograma da Equipe de Qualidade da organização em questão. Figura 9 - Organograma da Equipe

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.3.2 Atividades da Equipe de Qualidade de Software

O propósito da Equipe de Qualidade de Software, como levantado

anteriormente, é efetuar uma série de inspeções e revisões com o

objetivo de assegurar a qualidade do uso dos sistemas desenvolvidos. As

atividades de teste desempenhadas atualmente pelo setor de qualidade

são:

a) Testes funcionais: É o teste realizado após o

desenvolvimento do sistema ou alteração solicitada. É

verificado se as funções estão cumprindo com todos os

critérios estabelecidos na etapa de planejamento do sistema.

São identificados possíveis ajustes e é oferecido um

feedback da forma de relatórios de testes para as equipes de

análise de sistema e de desenvolvimento;

b) Testes exploratórios: É o teste de harmonização das

funcionalidades do sistema desenvolvido, uma vez que

quando são implantadas correções em uma funcionalidade,

outras podem sofrer interferência. Neste teste ainda, com o

auxílio de um check list, o sistema é revisado como um todo.

Além destas atividades de teste, a Equipe de Qualidade de

Software realiza atividades de suporte, como elaboração de apostilas

Gestor das Equipes

Testador 1 Testador 2 Testador 3

Supervisor

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para o treinamento dos clientes quanto a usabilidade dos sistemas

desenvolvidos e manuais dos softwares. Os „sistemas‟ dos processos

realizados pela Equipe da Qualidade de Software, ou seja, relatórios de

teste e materiais, interferem diretamente no sistema final e em seu fluxo

de desenvolvimento.

a) Elaboração de Manuais dos sistemas: Junto ao sistema,

deve ser entregue um manual do usuário que deverá conter

explicações de como funciona o sistema, objetivo de cada

funcionalidade, ilustrações e exemplos de utilização. A

Equipe da Qualidade auxilia na elaboração desse

documento.

b) Elaboração de Apostilas de Treinamento: Nas fases finais

da criação dos sistemas, para apresentação e entrega ao

cliente, deve ser preparado um treinamento pela Equipe de

Treinamento. Devido ao entendimento do sistema adquirido

durante o acompanhamento do processo de criação, a Equipe

da Qualidade é responsável por auxiliar na elaboração de

apostilas e no planejamento do treinamento.

A Figura 10 ilustra as atividades desenvolvidas pela Equipe de

Qualidade de Software. Conforme mencionado anteriormente, os

„produtos‟ dos processos realizados pela Equipe da Qualidade de

Software, ou seja, relatórios de teste e os materiais parcialmente

elaborados, interferem diretamente no fluxo de desenvolvimento e

entrega do sistema ao cliente.

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Figura 10 - Atividades da Equipe de Qualidade de Software

Fonte: Elaborado pelo autor.

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5.4 DADOS

Neste tópico serão abordadas as considerações prévias para a

coleta e análise dos dados disponíveis para a realização da pesquisa,

assim como a forma e as ferramentas utilizadas para a coleta.

5.4.1 Considerações iniciais

Antes do início da descrição desta fase da pesquisa, alguns pontos

devem ser esclarecidos quanto às decisões iniciais do presente trabalho.

Como aborda a literatura, o Mapeamento do Fluxo de Valor

(MFV) no estudo do lean office é uma adaptação do MFV provindo do

lean manufacturing. São utilizados os princípios e metodologias do

MFV, uma vez que se tem interesse na redução do Lead Time dos

processos da Equipe de Qualidade de Software a partir da identificação,

análise e eliminação de desperdícios voltados às atividades

organizacionais. Diante disto, a presente pesquisa seguiu as

recomendações da literatura relacionada ao MFV no estudo do Lean

Office de maneira adaptada à realidade da empresa.

Para o mapeamento dos processos da organização, a notação

utilizada foi a BPMN (Business Process Management Notation), uma

vez que se trata da notação mais moderna e amplamente mais aceita para

modelagem de processos (PAVANI JÚNIOR; SCUCUGLIA, 2011).

Como se trata de um ambiente de escritório, os dados disponíveis para o

estudo do lean office são referentes ao fluxo informacional, aos

processos de atividades da organização, sequenciamento das atividades

e tempos de ciclo para cada uma destas, o que difere um pouco da

abordagem do Lean voltado ao manufacturing.

Apesar destas dificuldades na adaptação do MFV abordado no

Lean Manufacturing ao MFV do Lean Office, a disponibilidade de

dados que se tem para a realização da presente pesquisa é justamente

relacionada aos principais pilares no estudo do lean voltado à ambientes

de escritório, uma vez que os princípios da mentalidade enxuta são

aplicados principalmente nos fluxos informacionais e processos de

atividades (LAGO; CARVALHO; RIBEIRO; 2008).

Desta forma, acredita-se que a utilização do BPMN como notação

para o mapeamento de processos e da necessidade de adaptação do

MFV abordado no Lean Manufacturing ao MFV do Lean Office para o

mapeamento dos estados atual e futuro do setor estudado não interferirá

nos conceitos e resultados esperados na busca da aplicação da

mentalidade enxuta e ágil no objeto de estudo.

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5.4.2 Coleta dos Dados

Em geral, no estudo do lean manufacturing, para a coleta de

dados a equipe responsável pela análise e identificação de melhorias

percorre toda a planta do chão de fábrica, seguindo todos os passos do

fluxo produtivo no chamado “porta-a-porta”, iniciando pela expedição

final e em seguida nos processos anteriores (ROTHER; SHOOK, 2012).

A equipe descreve em folhas padrão cada situação envolvendo o sistema

estudado, cronometrando o tempo gasto em cada processo e medindo a

distância percorrida em cada etapa.

Concluída esta etapa, existe a divisão das atividades que agregam

valor, as que não agregam valor e as atividades que não agregam valor,

porém são necessárias para as atividades que agregam valor ao sistema

aconteçam, separando ainda os elementos do fluxo em processos,

inspeções, movimentações, estoques e esperas, de forma a facilitar a

identificação dos desperdícios e melhorias para o processo.

Para o presente trabalho, foram utilizados os mesmos

procedimentos, porém com as folhas padrão de maneira adaptada ao

Lean Office e as informações dispostas em tabelas. Para cada tarefa

dentro de cada processo da Equipe de Qualidade de Software existe uma

tabela contendo a descrição de suas atividades, o tempo de realização de

cada tarefa e a distinção entre as tarefas que agregam e não agregam

valor aos sistemas produzidos pela equipe. A grande diferença do chão

de fábrica está na intangibilidade, uma vez que o que está em contínuo

movimento entre as tarefas são informações. Logo, ao invés de seguir o

sistema de setor para setor, foi realizada uma verificação do andamento

do sistema desenvolvido no sistema de informação adotado pela

empresa XY a partir de registros. O Apêndice A mostra os dados

coletados relacionados aos processos da Equipe de Qualidade de

Software.

A partir destes dados coletados, juntamente com as descrições

detalhadas de cada fluxo durante as reuniões com os líderes e gestor da

empresa, foi possível fazer uma representação gráfica do fluxo geral do

processo produtivo assim como dos processos da Equipe de Qualidade

de Software. Desta forma, será possível fazer uma análise para a

identificação dos desperdícios, falhas e retrabalhos nas tarefas

desempenhadas, que será visto nos tópicos seguintes.

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5.5 ESTADO ATUAL

A análise do estado atual reflete a atual situação do objeto de

estudo quanto a seus processos, seu fluxo informacional, seu fluxo de

materiais e recursos disponíveis (ROTHER; SHOOK, 2012). Ao adaptar

o estudo do mapeamento do estado atual originado do lean

manufacturing para o lean office, torna-se relevante somente o

mapeamento dos processos da organização e o mapeamento do fluxo

informacional, constituintes dos princípios da mentalidade enxuta

trazidos pelo lean office (GREEF; FREITAS; ROMANEL, 2012). Desta

maneira, são realizados os mapeamentos dos processos e fluxo

informacional da Equipe de Qualidade de Software, objeto de estudo do

presente trabalho.

5.5.1 Mapeamento do Fluxo Geral de Desenvolvimento de Softwares

O mapeamento do fluxo geral de desenvolvimento de sistemas foi

realizado com base nos dados coletados em reuniões conjuntas com o

gestor geral das equipes de desenvolvimento, análise e qualidade de

software, assim como com os líderes dos projetos e ao menos três

colaboradores de cada área distinta. O Apêndice B mostra o

Mapeamento do Fluxo Geral Detalhado do Sistema entre as áreas da

Empresa XY. A Figura 11 mostra o fluxo geral de desenvolvimento de

softwares „porta-a-porta‟.

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Figura 11 - Fluxo "Porta-a-Porta"

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.5.2 Processos da Equipe de Qualidade de Software

Para uma melhor compreensão e análise do sequenciamento e

relação das tarefas realizadas pela equipe, foram mapeados os processos

de atividades de acordo com seu estado atual, mostrado nos Apêndices

C, D e E. Como explicado no item 5.4.2, a notação utilizada para o

mapeamento do estado atual no fluxo de valor dos processos da equipe

será o BPMN, de forma a não perder os princípios do MFV e a notação

garantir uma ampla visão do fluxo, auxiliando da identificação dos

desperdícios e proposições de melhoria.

Oliveira (2011) conceitua processo como um conjunto de ações

ordenadas e integradas para um fim produtivo específico, onde ao final

serão gerados sistemas, serviços e/ou informações. No contexto das

competências pertencentes a Equipe de Qualidade de Software

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apresentado anteriormente, foram mapeados os processos relacionados

às atividades desempenhadas pela equipe com o objetivo de analisar não

somente os seus processos de atividades, mas por consequência os

processos de atividades das outras áreas do fluxo de desenvolvimento

dos sistemas. Como citado anteriormente, para a elaboração do

mapeamento de processos, foi utilizada a Notação de Modelagem de

Processos de Negócio (BPMN – Business Process Management

Notation).

Através deste mapeamento, buscou-se conhecer todos os

processos envolvidos na realização das atividades da Equipe de

Qualidade, assim como as atividades que são executadas em cada

processo, os envolvidos nas dependências da área onde estas atividades

são desenvolvidas, a quem estas atividades estão relacionadas e como as

mesmas são realizadas. Segundo Hunt (1996), o mapeamento de

processos é uma ferramenta que realiza a identificação e análise de

processos permitindo a redução de falhas, sendo ainda uma excelente

ferramenta para entender a situação atual dos processos e identificar os

que necessitam melhoria ou mudança.

Como auxílio ao mapeamento de processos, foi utilizado o

software Bizagi Modeler por se tratar de uma ferramenta gratuita de

BPMN e que permite a criação de fluxogramas, mapas mentais e

diagramas em geral, possibilitando ao usuário a organização gráfica de

processos e as relações existentes em cada etapa. Com os processos na

notação BPMN, uma série de reuniões foram realizadas com a equipe

para o processo de validação dos mapeamentos, assim como para o

esboço inicial de cada processo. Nestas reuniões foram utilizadas

técnicas de interação dos membros do grupo para validações e

ampliações dos mapeamentos, como grupo focal. Esta etapa de esboço

inicial de processos e etapas de validação ocorreram em cinco reuniões

com a equipe, com uma duração média de uma hora e meia por reunião.

Sendo assim, foram mapeados os três processos de atividades da

Equipe da Qualidade de Software:

Processo Inicial de Testes nos Sistemas (1);

Processo de Validação de Correções nos Sistemas

Desenvolvidos (2);

Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais para o

Cliente (3).

No Processo Inicial de Teste nos Sistemas, disponibilizado no

Apêndice C, a Equipe da Qualidade tem o primeiro contato com o

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sistema desenvolvido pela Equipe de Desenvolvimento, onde deverá ser

realizada a análise das primeiras funcionalidades implantadas no sistema

de acordo com os critérios estabelecidos pelo cliente e layout geral.

Após a liberação da versão do sistema para testes, a equipe

solicita a documentação referente ao sistema a ser testado para a

compreensão de todas as funcionalidades nele existentes. A medida que

a equipe vai analisando o sistema, problemas, incompatibilidades e

proposições de melhorias são encontradas e reportadas para a Análise de

Sistemas. Este processo é composto por nove tarefas, um subprocesso e

três tarefas pertencentes ao subprocesso. O subprocesso é indicado pela

notação em formato de cruz na atividade do processo.

Tarefas:

Receber a versão do sistema para testes;

Solicitar a documentação relacionada ao sistema;

Analisar documentação;

Informar aos envolvidos do projeto o início dos testes;

Informar ao gestor da equipe sobre a distribuição de tarefas;

Realizar os testes;

Consultar o analista de sistema;

Registrar na ferramenta de cadastro;

Informar envolvidos do projeto o fim dos testes.

Subprocesso:

Preparar ambiente de testes.

Tarefas do Subprocesso:

Instalar versão do sistema nos computadores de teste;

Informar responsável pela versão do sistema e solicitar base

correta;

Criar um usuário de testes.

O Processo Inicial de Teste nos Sistemas mostra o mapeamento do fluxo do processo, identificando as tarefas, o subprocesso e as tarefas

do subprocesso descritas anteriormente. O subprocesso foi destacado em

seguida. O Processo de Validação de Correções nos Sistemas,

indicado pelo Apêndice D, ocorre quando a equipe de testes já teve

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contato com o sistema desenvolvido em questão através da primeira

versão disponibilizada para testes.

A cada teste realizado, problemas e sugestões de melhoria são

encontrados na versão atual do sistema. Sendo assim, ao fim dos testes,

a Equipe de Qualidade informa os envolvidos do projeto sobre a

finalização dos testes e então o analista de sistemas faz análise do que

foi encontrado pela Equipe de Qualidade para que assim possa

selecionar o que será de fato corrigido, desenvolvido ou melhorado no

sistema. Feita esta triagem, o analista passa para o desenvolvedor o que

ele deve alterar no sistema e este realiza as implementações.

Após isto, o desenvolvedor lança uma nova versão do sistema

para a Equipe de Qualidade testar novamente o sistema, sendo que será

testado aquilo que foi implementado (correções, melhorias, ajustes) e

também testes exploratórios nas funcionalidades que podem ter sido

afetadas pelas modificações. Este processo é cíclico e começa a ocorrer

após o primeiro processo de teste ser executado e finalizado. Na Figura

12 abaixo segue a interação existente entre as equipes de Qualidade,

Análise e Desenvolvimento esquematizada.

Figura 12 - Inter-relação entre setores

Fonte: Elaborado pelo autor.

Geralmente variando de projeto para projeto, as funcionalidades

dos sistemas são desenvolvidas em etapas e assim vão sendo liberadas

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para a Equipe da Qualidade realizar os testes. A forma de comunicação,

ou seja, a maneira que a equipe de testes relata os problemas e sugestões

de melhoria encontradas é por meio de relatórios de testes cadastrados

em uma ferramenta de gerenciamento de projetos. Com esta ferramenta,

é realizada a triagem dos problemas, ajustes e sugestões de melhorias

encontradas nos sistemas por versão pela Equipe de Qualidade até que

haja uma última versão com todas as funcionalidades implementadas e

funcionando de acordo com o esperado. Este processo é composto por

nove tarefas, sendo descritas a seguir.

Validar correções;

Solicitar documentação da (s) nova (s) funcionalidade (s);

Analisar documentação;

Informar aos envolvidos do projeto o início dos testes;

Informar ao gestor da equipe sobre a distribuição de tarefas;

Testar funcionalidade (s) nova (s) do sistema;

Consultar o analista do sistema;

Relatar na ferramenta de cadastro;

Informar aos envolvidos do projeto o fim os testes.

No Processo de Auxílio na Elaboração de Materiais para o

Cliente, indicado pelo Apêndice E, a Equipe da Qualidade participa

ativamente da elaboração de apostilas de treinamento das

funcionalidades dos sistemas para o cliente, assim como na elaboração

de manuais de usuário. O processo serve de auxílio para a Equipe de

Treinamento, sendo demandado pelo solicitante a medida em que as

funcionalidades dos sistemas vão sendo implantadas. A Equipe da

Qualidade realiza os testes nas funcionalidades, como descreve o

processo de Processo de Validação de Correções nos Sistemas

Desenvolvidos e, nos intervalos de testes nos sistemas, vai escrevendo o

material.

No caso da apostila de treinamento, a equipe elabora exercícios

com casos de uso do cliente, os quais seguirão para serem escritos na

apostila após a validação do solicitante da Equipe de Treinamento. Em

caso de manual de usuário, a Equipe de Testes, à medida que as

funcionalidades vão sendo implantadas, escreve um guia de como utilizar cada funcionalidade, apresentando interfaces e uso específico.

A equipe conta com o auxílio do analista de sistemas em caso de

dúvidas ou dificuldades relacionadas as funcionalidades. O

procedimento também funciona como um teste exploratório, uma vez

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que em caso de uma funcionalidade não estar funcionando conforme o

esperado, na confecção de manuais e apostilas os problemas se

evidenciam. Foram mapeadas uma tarefa, um subprocesso e sete

subtarefas ao Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais para o

Cliente. São os seguintes elementos:

Tarefa:

Analisar a demanda.

Subprocesso:

Elaboração do material.

Tarefas do Subprocesso:

Escrever manual com todas as funcionalidades do sistema;

Conversar com o solicitante e/ou analista de sistemas;

Informar ao solicitante o fim da escrita da apostila;

Elaborar os exercícios do treinamento para a apostila;

Validar com solicitante;

Escrever apostila de treinamento;

Informar solicitante o fim da escrita do manual.

5.5.3 Mapeamento do Fluxo de Informações dos processos da

Equipe de Qualidade de Software

Após o mapeamento dos processos da Equipe de Qualidade de

Software, foram levantadas todas as informações de entrada e saída para

cada atividade realizada pela equipe. As informações foram levantadas a

partir da realização de reuniões periódicas com a toda a Equipe de

Qualidade, foi possível fazer um levantamento das informações, origem,

local de disponibilização, entre outros dados.

Segundo Greef, Freitas e Romanel (2009), o levantamento em

conjunto ao ambiente de estudo é de suma importância, uma vez que a

participação das pessoas que atuam nos processos de informações é um

diferencial para a proposição e viabilização de soluções para problemas relacionados ao trabalho. Ainda segundo os autores, o mapeamento do

fluxo de informação possibilita a análise não somente dele próprio,

como também a identificação de problemas de desempenho ou falta de

qualidade. O resultado do levantamento de todas as informações de

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entrada e saída para cada uma das atividades de cada processo da

Equipe de Qualidade de Software encontra-se no Apêndice F.

As informações de entrada e saída para cada atividade servirão

para o mapeamento do fluxo de informação para cada processo da

Equipe de Qualidade. Desta forma, desperdícios relacionados ao fluxo

informacional poderão ser identificados, classificados e tratados, assim

como a identificação da origem de cada um.

Primeiramente, cada processo é analisado de maneira individual,

sendo realizada a identificação e análise de cada informação necessária

para o andamento do processo. Feito isto, são mapeados os fluxos

informacionais relacionados a cada processo de atividades da Equipe de

Qualidade de Software. Com base nas informações levantadas no item

anterior, foram mapeados os fluxos informacionais de cada processo,

mostrados no Apêndice G.

5.5.4 Atividades Agregadoras de Valor

Ao realizar os mapeamentos dos processos e do fluxo

informacional de cada um dos processos da Equipe de Qualidade de

Software, para identificar o fluxo de valor entre as atividades da equipe

faz-se necessária a análise das atividades que agregam valor ao sistema

final de saída da equipe. São as atividades que têm valor ao cliente final,

ou seja, que o solicitante do sistema reconhece como válidas para o

processo produtivo, espera que as executem e que estaria disposto,

inclusive, a remunerar a empresa por estas atividades (ROTHER;

SHOOK, 2012).

A Equipe de Qualidade de Software possui atualmente dois

sistemas finais produzidos por seu setor: relatórios de testes nos

sistemas e materiais de uso dos softwares parcialmente elaborados.

Desta forma, esta etapa consiste em analisar as atividades mapeadas em

cada processo que resulta em cada sistema da Equipe de Qualidade de

Software e, juntamente com o gestor e supervisor da equipe através de

reuniões estratégicas, observar quais das atividades que estão sendo

realizadas agregam valor ao cliente final e, por consequência, eliminar

as atividades que não agregam valor.

Vale destacar que a análise está sendo realizada em uma equipe

específica que compõe fluxo geral do processo de desenvolvimento de

sistemas, na qual os dois sistemas resultantes dos processos da Equipe

de Qualidade de Software são considerados sistemas intermediários ao

sistema final da organização, os softwares desenvolvidos. Desta forma,

as atividades consideradas agregadoras de valor ao sistema principal da

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Equipe de Qualidade de Software – os relatórios de testes – e as

atividades agregadoras de valor relacionadas ao outro sistema da equipe

– foram analisadas separadamente por processo, na adaptação em

tabelas das folhas padrão comumente utilizadas por equipes Kaizen na

análise de processos. Foram coletadas e analisadas informações sobre a

descrição das atividades, o valor agregado desta atividade para a

viabilização dos sistemas da equipe, as distâncias percorridas

(necessárias nas folhas padrão de análise, porém iguais a zero entre as

atividades de escritório) e os tempos de ciclo de cada atividade. Os

resultados são observados no Apêndice A.

5.5.5 Taxa de Valor Agregado

Com as informações sobre as atividades que agregam e as que

não agregam valor aos sistemas da Equipe de Qualidade de Software,

pode-se realizar um levantamento sobre a situação atual de agregação de

valor das atividades da equipe. Este levantamento é de suma

importância para as decisões que serão tomadas em sequência,

relacionadas à identificação de quais atividades deverão ser eliminadas

ou minimizadas ao máximo para que os processos possam fluir de

maneira enxuta.

Vale ressaltar que, em geral, as atividades de testes em produtos

na visão do lean não são atividades agregadoras de valor, uma vez que

teoricamente não modifica o produto, mas apontam erros. Porém, as

atividades do setor de Qualidade de Software fazem parte do “ciclo de

vida” do fluxo geral de desenvolvimento de sistemas

(SOMMERVILLE, 2003), sendo então, necessariamente, agregadoras

de valor ao produto final. A Tabela 1 mostra o resultado deste

levantamento.

Tabela 1 - Taxa de Valor Agregado das Atividades

SITUAÇÃO ATUAL DE AGREGAÇÃO DE VALOR DAS ATIVIDADES

DA EQUIPE DE QUALIDADE DE SOFTWARE

Atividades dos Processos VA

(horas)

Tempo Total

(horas)

Taxa de Valor

Agregado

Receber a versão do sistema para

testes 0 1,5 0,0%

Preparar ambiente de testes 0 0,5 0,0%

Solicitar documentação sobre o

sistema 0 16 0,0%

Analisar documentação 2 8 25,0%

Informar envolvidos do projeto o 0 0,033 0,0%

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início dos testes

Informar gestor sobre a distribuição

das tarefas 0 0,333 0,0%

Realizar os testes 8 18 44,4%

Consultar analista de sistemas 1 8 12,5%

Registrar na ferramenta de cadastro 0,033 0,5 6,6%

Informar envolvidos do projeto o

fim dos testes 0 0,033 0,0%

Validar correções 2 12 16,7%

Solicitar documentação da (s) nova

(s) funcionalidade (s) 0 8 0,0%

Realizar testes exploratórios no

sistema 4 18 22,2%

Analisar a demanda 0 0,333 0,0%

Escrever manual com todas as

funcionalidades do sistema 1 18 16,7%

Conversar com solicitante e/ou

analista de sistemas 0 1 0,0%

Informar solicitante do fim da

escrita do manual 0 0,033 0,0%

Elaborar os exercícios do

treinamento para a apostila 1 18 0,0%

Validar com solicitante 0 1 0,0%

Escrever apostila de treinamento 1 18 0,0%

Informar solicitante do fim da

escrita da apostila 0 0,5 0,0%

Outras VA

(horas)

Tempo Total

(horas)

Taxa de Valor

Agregado (%)

Reuniões com solicitante do

material 0 8 0,0%

Reuniões em equipe 0 14 0,0%

Reuniões com analista de sistemas 0 15 0,0%

TOTAL 20,033 184,765 10,8%

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os valores dos tempos de execução de cada atividade foram

coletados a partir da consulta do atual sistema de controle de tarefas

adotado pela equipe, através da consideração das médias dos tempos

gastos em cada atividade encontrados em 40 (quarenta) amostras coletadas aleatoriamente. Foram considerados os tempos gastos em um

período semanal, uma vez que as jornadas de trabalho da equipe são

controladas em horas semanais. Os tempos são fornecidos pelo sistema

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em minutos, porém para a realização do estudo serão utilizados os

tempos em horas, com a devida conversão de unidades realizada.

A estimativa de quanto desse tempo gasto nas atividades gera

efetivamente o valor devido aos sistemas viabilizados pela equipe foram

realizados através do acompanhamento das atividades realizadas pela

Equipe de Qualidade de Software durante o período duas semanas. Para

isto, foram considerados o tempo total utilizado para a realização das

atividades subtraído deste o tempo gasto em tarefas e situações

imprevistas. Feito isto, foram encontradas taxas de valor agregado em

cada atividade, resultando em um total de 10,8% de valor agregado nas

atividades dos atuais processos da Equipe de Qualidade, como mostra a

Tabela 1.

5.5.6 Lead Time dos Processos da Equipe de Qualidade de Software

De acordo com Fernandes e Filho (2009), o Lead Time de um

processo é o tempo que faz a ligação entre a liberação de uma ordem de

serviço até o produto final pronto para uso. Este tempo é de suma

importância para a identificação do tempo desperdiçado com atividades

que não agregam valor aos produtos finais da Equipe de Qualidade de

Software.

Para encontrar os valores de Lead Time atuais dos processos da

Equipe de Qualidade de Software, foram somados os tempos de

execução de todas as atividades por processo. Tempos de esperas por

informações, documentações e situações semelhantes estão contidos aos

valores de tempo de execução por atividade, uma vez que a ferramenta

de controle utilizada pela equipe não faz distinção entre tempo de espera

e tempo específico de execução da atividade. A justificativa é que estes

tempos de espera são, na maioria das vezes, variáveis de acordo com o

projeto. Ainda assim, atividades como “Solicitar documentação sobre o

sistema” onde claramente o tempo de espera é o maior causador da

quantidade de horas do Lead Time, foram considerados os piores casos

de espera – por consequência o maior Lead Time – excluindo da análise

amostral as anomalias, os chamados outliers.

Nesta etapa da pesquisa, o foco é a identificação das atividades

geradoras de desperdícios de tempo e que não agregam valor aos

produtos resultantes dos processos da Equipe de Qualidade. Com a

dificuldade apresentada sobre a variação dos tempos de esperas, a

estratégia é a eliminação das atividades não agregadoras de valor e que

geram desperdícios de tempo para que, por consequência, sejam

eliminados os tempos de esperas desnecessários às atividades. A Tabela

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2 mostra o resultado do Lead Time atual do Processo Inicial de Teste

de Software.

Tabela 2 - Lead time do Processo Inicial de Teste de Software

Processo Inicial de Teste de Software

Tarefa Tempo Total (horas)

Receber a versão do sistema para testes 1,5

Preparar ambiente de testes 0,5

Solicitar documentação sobre o sistema 16

Analisar documentação 8

Informar envolvidos do projeto o início dos testes 0,033

Informar gestor sobre a distribuição das tarefas 0,333

Realizar os testes 18

Consultar analista de sistemas 8

Registrar na ferramenta de cadastro 0,5

Reuniões em equipe 5

Reuniões com analista de sistemas 10

Informar envolvidos do projeto o fim dos testes 0,033

Lead time 67,899

Lead time (em horas) 68

Lead time (em dias de trabalho) 3,8

Lead time (em dias para os 3 testadores) 1,3

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota-se que a Equipe de Qualidade atualmente leva, em média,

aproximadamente 1 (um) dia e meio para concluir o processo inicial de

teste de software, considerando uma jornada de trabalho de seis horas

semanais para cada um dos três testadores. Vale ressaltar que a análise

está sendo feita com base no tempo necessário para iniciar e finalizar

um processo e divisão igualitária na distribuição de tarefas. O objetivo é

analisar o tempo necessário para executar um processo, identificando as

atividades que demandam tempo e podem ser eliminadas.

A solicitação da documentação sobre o sistema, ou seja, a

solicitação do plano de trabalho e/ou do artefato de engenharia do

sistema está levando, em média, 16 (dezesseis) horas desde a solicitação

até a efetiva disponibilização, o que acarreta em prejuízos de atraso nos

testes ou, caso sejam executados sem a documentação em mãos, perda de qualidade na realização dos testes.

Outro ponto importante a se destacar são os tempos gastos em

reuniões de alinhamento entre os membros da equipe e reuniões de

alinhamento com a análise de sistemas. Isto ocorre devido ao fato que a

Equipe de Qualidade de Software na maioria das vezes não dispõe da

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documentação sobre o sistema ou sobre funcionalidades específicas,

sendo então necessárias reuniões com a análise para que sejam

explicadas estas situações. Como a equipe não consegue se planejar

quanto as demandas, a mesma necessita de reuniões emergenciais para

planejamentos paliativos. Estas atividades, como mostrado no item

anterior, não são atividades agregadoras de valor aos sistemas do setor,

surgindo a necessidade da eliminação ou minimização destas no

processo.

Para o Processo de Validação de Correções nos Sistemas

Desenvolvidos (2), a Tabela 3 mostra o resultado do Lead Time atual.

Tabela 3 - Lead time do Processo de Validação de Correções

Processo de Validação de Correções nos Sistemas Desenvolvidos (2)

Tarefa Tempo Total (horas)

Validar correções 12

Solicitar documentação da(s) nova(s) funcionalidade(s) 8

Realizar testes exploratórios nos sistemas 18

Analisar documentação 8

Informar envolvidos do projeto o início dos testes 0,033

Informar gestor sobre a distribuição das tarefas 0,333

Realizar os testes 18

Consultar analista de sistemas 8

Registrar na ferramenta de cadastro 0,5

Informar envolvidos do projeto o fim dos testes 0,033

Reuniões com analista de sistemas 5

Reuniões em equipe 5

Lead time 82,899

Lead time (em horas) 83

Lead time (em dias de trabalho) 4,6

Lead time (em dias para 3 testadores) 1,5

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Equipe de Qualidade atualmente necessita, em média, de 1

(um) dia e meio para a validação de correções nos sistemas

desenvolvidos. Nota-se que novamente a equipe necessita de reuniões

de planejamento de forma paliativa relacionadas as demandas de teste e

reuniões com a análise de sistemas, desta vez para entender como as

correções foram efetuadas no sistema e caso tenham sido implementadas

funcionalidades novas ou alterações nas mesmas. Estas atividades

continuam não agregando valor aos relatórios de teste, uma vez que

além de tomarem muito tempo da equipe, não deveriam ser cruciais para

o andamento do processo.

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Para o Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais do

Cliente (3), dividiu-se em duas vertentes – quanto à produção da

apostila de treinamento e manual de usabilidade –, uma vez que a

equipe, apesar de realizar as duas tarefas, não desenvolve ambas

paralelamente. A Tabela 5 mostra o resultado do Lead Time atual da

apostila.

Tabela 4 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Apostila)

Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais - Apostila de

Treinamento

Tarefa Tempo Total (horas)

Analisar a demanda 0,333

Elaborar os exercícios do treinamento para a

apostila 18

Validar com solicitante 1

Escrever apostila de treinamento 18

Informar solicitante do fim da escrita da apostila 0,333

Reuniões com solicitante do material 8

Reuniões em equipe 4

Lead time 49,666

Lead time (em horas) 50

Lead time (em dias de trabalho) 2,8

Lead time (em dias para 3 testadores) 0,9

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Equipe de Qualidade atualmente necessita de

aproximadamente 1 (um) dia para a elaboração parcial dos materiais

relacionados ao manual de usabilidade do sistema e metade de um dia

para a elaboração da apostila de treinamento do cliente quanto ao

sistema desenvolvido. Reuniões de planejamento entre os membros da

equipe neste processo continuam sendo necessárias, uma vez que as

demandas quanto à elaboração de materiais chegam sem aviso prévio ou

planejamento. Reuniões com o solicitante, ou seja, Equipe de

Treinamento, atualmente são necessárias para repassar as demandas da

Equipe de Qualidade. Nestas reuniões geralmente são definidas datas

aproximadas de entrega da elaboração parcial do material pela Equipe

de Qualidade, fazendo com que a equipe tenha que mudar todo o planejamento realizado nas reuniões em equipe. A Tabela 6 mostra os

resultados referente ao manual.

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Tabela 5 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Manual)

Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais - Manual de Usabilidade

Tarefa Tempo Total

(horas)

Analisar a demanda 0,333

Escrever manual com todas as funcionalidades do

sistema 18

Conversar com solicitante e/ou analista de sistema 1

Informar solicitante do fim da escrita do manual 0,333

Reuniões com solicitante do material 8

Reuniões em equipe 4

Lead time 31,666

Lead time (em horas) 32

Lead time (em dias de trabalho) 1,8

Lead time (em dias para 3 testadores) 0,6

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como as demandas de elaboração de materiais para a Equipe de

Qualidade dividem-se em apostilas ou manuais – dependendo da

periodicidade – será considerado o maior dos tempos finais entre os

processos de elaboração de apostilas de treinamento e manuais de

usabilidade para o Lead Time do processo de elaboração de materiais.

Neste caso, o Lead Time do Processo de Elaboração de Materiais para o

Cliente será de 0,9 dias.

Mapeamento do Fluxo de Valor (Estado Atual)

Com base nas informações e processos da Equipe de Qualidade

de Software mapeados, além de informações quanto ao Lead Time atual

destes processos, o resultado do Mapeamento do Fluxo de Valor para o

estado atual da equipe é mostrado através da Figura X.

Como os Lead Time foram divididos por processos realizados

pela Equipe de Qualidade em virtude da análise específica no setor, o

mapeamento do estado atual foi realizado também por processos,

acompanhando a agregação de valor atual de acordo com os sistemas da

equipe ao final de cada processo.

A estratégia para esta ação se dá pela utilização do setor como

piloto para aplicação da sistemática proposta, uma vez que reduzindo o

Lead Time da Equipe de Qualidade de Software, automaticamente se

reduz o Lead Time total do fluxo geral de desenvolvimento do sistema.

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Figura 13 - Mapeamento do Fluxo de Valor - Estado Atual

Fonte: Elaborado pelo autor.

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5.6 ESTADO FUTURO

Na busca pelo estado futuro almejado para os processos da

Equipe de Qualidade de Software, um plano de ações é fundamental

para implantar e posteriormente monitorar as melhorias propostas.

Primeiramente, foram identificados os desperdícios encontrados na

análise do estado atual da Equipe de Qualidade de Software e

adicionados aos desperdícios previamente discutidos com o gestor e

supervisor da equipe, listados de acordo com o Quadro 5, no item 5.3.1

do presente trabalho.

Após isto, os desperdícios foram classificados de acordo com

suas causas e foram propostas melhorias com base na fundamentação

teórica da presente pesquisa. Para esta proposição de melhorias, os

desperdícios foram analisados separadamente de acordo com a

classificação por tipo de problema, onde foi realizado um

enquadramento dos desperdícios encontrados nos fundamentos e

metodologias trazidas pelo Lean Office e Gerenciamento Ágil de

Projetos.

5.6.1 Identificação e Classificação dos Desperdícios

Para a identificação dos desperdícios, falhas, retrabalhos e

proposições de melhorias nos processos da equipe, a presente pesquisa

buscou não somente a análise dos processos da Equipe de Qualidade,

mas também do fluxo geral de desenvolvimento dos sistemas, em

virtude da identificação, através da Equipe de Qualidade de Software, de

desperdícios e falhas nas demais áreas da empresa, uma das motivações

do presente objeto de estudo.

Para isto, dados históricos cedidos pela organização através do

sistema de informação adotado foram analisados, assim como reuniões

com o supervisor e gestor da Equipe de Qualidade de Software foram

realizadas, sendo de grande valia para a fundamentação e validação da

análise. O resultado do levantamento dos desperdícios encontrados e

suas respectivas classificações está disposto no Quadro 8.

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Quadro 9 - Levantamento e Classificação dos Desperdícios Encontrados

Levantamento e Classificação dos Desperdícios dos Processos da Equipe de Qualidade de Software

Desperdícios / Falhas /

Retrabalhos Descrição Consequências Causas

Enquadramento na

Fundamentação Teórica

Não há definições

concretas de prazos de

entrega dos produtos da

equipe

As demandas de testes são

solicitadas sem que haja um prazo

bem definido, o que acarreta em

uma série de problemas.

Falta de planejamento da

equipe para a realização dos

testes nos sistemas, além da

prejudicar a qualidade dos

testes executados.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) -

Flexibilidade em relação aos

prazos (SCHWABER, 1995).

Equipe não tem acesso às

documentações

relacionadas ao sistema

A cada nova demanda de testes, a

equipe precisa solicitar

documentações relacionadas às

especificações das funcionalidades

implementadas nos sistemas,

informação que não é passada para

a equipe de maneira natural, como

esperado.

Qualidade da execução dos

testes é completamente

afetada, uma vez que a equipe

não possui o conhecimento das

funcionalidades e testes são

realizados de maneira não

conforme de acordo com o

cliente.

Problemas no

fluxo de

materiais

Fundamentos e princípios do

Lean Office - Falta de

documentações necessárias

(LAGO; CARVALHO;

RIBEIRO; 2008).

Excesso de reuniões não

planejadas

Reuniões extraordinárias e não

planejadas são rotineiras e

acontecem sem aviso prévio, uma

vez que as documentações

necessárias à Equipe de Qualidade

de Software sobre o sistema não

são repassadas, assim como

qualquer interação do cliente com

a empresa.

Atraso nas demandas de teste,

quebra do mínimo

planejamento realizado pela

equipe.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) - Maior

controle no projeto

(SCHWABER, 1995).

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90

Tarefas não planejadas

demandadas para a

equipe

A equipe de testes participa, como

anteriormente descrito, do

Processo de Auxílio à Elaboração

de Materiais para o Cliente.

Porém, a Equipe de Qualidade,

como descreve o processo (3)

acaba por realizar toda a

elaboração deste material,

consumindo muito tempo não

previsto, uma vez que não agrega

valor para a Equipe de Qualidade,

mas sim para a Equipe de

Treinamento.

Diminuição do tempo previsto

para as tarefas que agregam

valor às atividades da Equipe

de Qualidade, como o relatório

de testes.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) - Maior

controle no projeto

(SCHWABER, 1995).

Atraso das atividades

demandadas para a

equipe

Como o processo de auxílio à

elaboração de materiais não segue

o previamente planejado, ou seja,

além desta demanda não possuir

um prazo definido, a equipe não

executa da forma proposta

(auxiliando, não executando-a por

completo), a tarefa consome mais

tempo do que o previsto para a

Equipe de Qualidade.

Atraso nas entregas dos

relatórios de teste, produto

este principal da Equipe de

Qualidade de Software.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) - Maior

controle no projeto

(SCHWABER, 1995).

Necessidade de

informação sobre o início

e fim dos testes a cada

nova demanda

A Equipe de Qualidade precisa

informar, de maneira informal e

sem registro, o início e término de

suas atividades de teste.

Atraso na demanda de testes,

perda de informações, uma

vez que não há formalidade e

registro no aviso.

Problemas no

fluxo

informacional

Fundamentos e princípios do

Lean Office - Centralização de

informações (LAGO;

CARVALHO; RIBEIRO; 2008).

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91

Supervisor com a tarefa

de distribuição de tarefas

Atualmente é de responsabilidade

do supervisor da Equipe de

Qualidade a distribuição de tarefas

para a equipe, assim como a

divisão entre os membros.

Originalmente, esta tarefa pertence

ao gestor da equipe.

As atividades desempenhadas

pelo supervisor são

prejudicadas, como a

preparação do ambiente de

testes da equipe (importante

para a realização dos testes

nos sistema pela equipe de

qualidade) entre outras

atividades.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) - Melhora a

comunicação e distribuição de

tarefas (DANTAS, 2003).

Número excessivo de

versões dos sistemas

lançadas para teste

Atualmente, o desenvolvedor

implementa as funcionalidades e

correções no produto e lança

versões para teste sem que haja

um teste prévio ou uma atenção

especial no layout básico do

sistema.

Faz com que problemas

pequenos passem

despercebidos e versões com

erros prévios passados para a

Equipe de Qualidade. Isto gera

retrabalho, além do que o

lançamento de versões

demanda tempo, sendo

desnecessário se houvesse um

número menor de lançamento

de versões do sistema.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) -

Frequentes revisões do que é

desenvolvido (SCHWABER,

1995).

Informações necessárias

para andamento das

atividades não

disponibilizadas para a

equipe

Informações necessárias para as

atividades relacionadas à equipe

de qualidade não são

compartilhadas, como interações

do cliente com a empresa,

mudanças no sistema, prazos de

entrega final acordadas com o

cliente, entre outras.

Qualidade da execução dos

testes é completamente

afetada, uma vez que a equipe

não possui o conhecimento de

situações importantes na visão

do cliente.

Problemas no

fluxo

informacional

Fundamentos e princípios do

Lean Office - Redução do

tempo de resposta a alterações

de documentos ou processos

(GREEF; FREITAS;

ROMANEL, 2012).

Carência de um

responsável para a

Atualmente, o supervisor executa

o papel mais próximo de gestor da

Sem planejamento eficaz para

a Equipe de Qualidade, perda

Problemas no

gerenciamento

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

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92

gerência das atividades

da equipe

Equipe de Qualidade de Software,

porém divide estas atribuições

com suas próprias atividades. O

gestor atual gere todas as áreas da

organização, como análise e

desenvolvimento, fazendo com

que seu tempo seja escasso e

priorizado para interações com o

cliente

de tempo passando todas as

informações para o gestor,

perda de qualidade nas

atividades executadas.

de projetos Projetos (SCRUM) - Maior

controle no projeto

(SCHWABER, 1995).

Não há devida interação

com demais setores,

especialmente análise e

desenvolvimento

Atualmente, a Equipe de

Qualidade não interage

diretamente com a análise e

desenvolvimento de maneira

correta, havendo interação

somente quando problemas ou

dúvidas ocorrem, assim como para

buscar informações.

Perda de qualidade na

execução dos testes do

sistema, uma vez que a equipe

não possui conhecimento das

especificações, alterações e

quaisquer interações do

cliente.

Problemas no

gerenciamento

de projetos

Fundamentos e princípios do

Gerenciamento Ágil de

Projetos (SCRUM) -

Colaboração entre os envolvidos

no projeto, objetivando um

processo de desenvolvimento

iterativo (BISSI, 2007).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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93

5.6.2 Restruturação da Equipe – Gerenciamento Ágil de Projetos

Analisando a Equipe de Qualidade de Software e os problemas

encontrados no setor, uma das razões para o número de desperdícios e

falhas encontrados é a falta de gerenciamento. A equipe conta com um

gestor geral e um supervisor, porém atualmente cabe a este gestor o

gerenciamento de todos os setores de desenvolvimento dos sistemas,

além da interação com os clientes externos.

Desta maneira, existe uma sobrecarga de atividades que não

permite ao gestor maior presença na Equipe de Qualidade de Software,

setor este responsável pela garantia de usabilidade e cumprimento de

requisitos dos sistemas desenvolvidos. O supervisor acaba realizando as

ações de gerenciamento da Equipe de Qualidade e repassando as

informações para o gestor, porém como é responsável por outras

atividades, o gerenciamento acaba sendo prejudicado, além das próprias

atividades desempenhadas, perdendo em qualidade.

Como uma organização típica de desenvolvimento de softwares,

a Empresa XY precisa desenvolver seus sistemas de maneira ágil,

flexível e com auto-organização (TAKEUCHI; NONAKA, 1986). Por

consequência, a Equipe de Qualidade de Software como a maior

indicadora de qualidade não somente dos sistemas desenvolvidos, mas

também dos processos realizados, também necessita incorporar estes

requisitos em seu ambiente de trabalho.

Além destes requisitos, a equipe precisa simplificar seus

processos e torná-los mais flexíveis, reduzindo o tempo de dedicação a

etapas de planejamento quando não se tem a clara noção de prazos e

resultado final, o que geralmente acontece em virtude das frequentes

alterações nos sistemas desenvolvidos por solicitações do cliente. Estes

requisitos se enquadram nos conceitos e filosofias abordados pelo

Gerenciamento Ágil de Projetos, uma vez que a metodologia tem como

características a flexibilidade e ao mesmo tempo simplicidade nos

processos de desenvolvimento de softwares (HIGHSMITH, 2002).

Desta forma, optou-se pela estruturação da Equipe de Qualidade

de Software de acordo com os conceitos e práticas do framework Scrum,

metodologia ágil para a gestão e planejamento de sistemas de software.

Esta escolha passa pela estratégia de incorporar os outros setores da

organização, uma vez que a Equipe de Qualidade de Software está

intimamente ligada com estas áreas e, desta forma, dar maior

abrangência a sistemática de melhorias até englobar toda a organização

e reduzir o Lead Time do fluxo geral do processo de desenvolvimento de

sistemas.

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94

O Scrum prevê, inicialmente, definições de papeis e cerimônias a

serem realizadas pela equipe. Primeiramente, foram decididos os papeis

de Product Owner e Scrum Master, responsáveis pelo gerenciamento da

equipe visando os sistemas finais e facilitador na execução das

atividades, respectivamente. Após isto, foram definidas quais

cerimônias do Scrum serão realizadas, de acordo com a situação atual da

equipe. Desta forma, serão realizadas as cerimônias de Sprint Planning,

Daily Meeting e Sprint Review Meeting.

1. Sprint: Intervalo de tempo, acordado em duas semanas, em

que a Equipe de Qualidade de Software estará trabalhando

nas atividades das demandas trazidas pelo Product Owner;

2. Sprint Planning: Reunião onde serão planejadas as

atividades que serão realizadas pela Equipe de Qualidade de

Software de acordo com as informações e demandas trazidas

pelo Product Owner. Isto fará com que problemas atuais

como definições de prazos, falta de interações com as

demais áreas e atrasos nas execuções das tarefas por

demandas atravessadas sejam eliminadas ou reduzidas;

3. Daily Meeting: Reunião diária onde a equipe expõe o que

fez no dia anterior, o que vai fazer no presente dia,

dificuldades e/ou impedimentos que existiram e o repasse de

informações através do Product Owner para a equipe. Isto

auxiliará também nos atrasos de entrega de resultados, uma

vez que a equipe estará sempre informada sobre o que

acontece nos demais setores e resolvendo sempre aquilo que

está impedindo a continuidade das atividades;

4. Sprint Retrospective: Reunião para a identificação daquilo

que funcionou como o esperado, o que pode ser melhorado,

e quais ações serão tomadas para esta melhoria. Isto é

crucial para a proposição de melhoria contínua, indo ao

encontro do que é proposto no lean office.

5. Product Owner: Para a escolha deste papel, foi realizada

uma reunião com a equipe e todos os membros votaram

entre um dos colaboradores da empresa. Procedeu-se desta

forma para que o Product Owner fosse aproveitado como

um „ponto de apoio‟ do atual gestor, sendo que isto

facilitaria na gestão da Equipe de Qualidade de Software e

na execução das outras atividades do gestor. Desta forma, a

equipe optou pela escolha do colaborador mais presente no

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95

dia-a-dia da equipe, com considerável hierarquia e

participante de todas as áreas da organização;

6. Scrum Master: Para este papel de acordo com as atribuições

que necessita e que o supervisor possui, a decisão sobre o

supervisor atual da equipe ser fazer o papel de Scrum Master

foi unânime. Desta forma, o mesmo poderá exercer suas

atividades e, literalmente, supervisionar e garantir que a

equipe cumpra com o planejado, eliminando impedimentos e

fazendo com que as cerimônias ocorram.

5.6.3 Eliminação das Atividades Não Agregadoras de Valor

Com a análise do estado atual dos processos da Equipe de

Qualidade de Software, as atividades realizadas pela equipe podem ser

separadas em atividades que agregam valor, atividades que não agregam

valor e atividades que não agregam valor ao cliente, porém são

necessárias para as atividades que agregam valor aconteçam, como

citado no item 5.6.1.

Desta forma, as atividades que não agregam valor devem ser

eliminadas, de maneira que o Lead Time de cada processo da equipe e,

consequentemente, do fluxo geral de desenvolvimento de sistemas seja

diminuído. Algumas atividades que não agregaram valor, mas que são

necessárias para que atividades que agregam valor aconteçam terão os

tempos diminuídos em virtude das melhorias obtidas. A Tabela 6 mostra

o resultado da seleção de atividades que serão eliminadas ou reduzidas

de acordo com o valor nos sistemas finais da equipe.

Tabela 6 - Eliminação e Redução de Tempo das Atividades

SITUAÇÃO ATUAL DE AGREGAÇÃO DE VALOR DAS ATIVIDADES DA

EQUIPE DE QUALIDADE DE SOFTWARE

Atividades dos Processos VA

(horas)

Tempo Total

(horas)

Taxa de Valor

Agregado

Receber a versão do sistema para

testes 0 1,5 0,0%

Preparar ambiente de testes 0 0,5 0,0%

Solicitar documentação sobre o

sistema 0 16 0,0%

Analisar documentação 2 8 25,0%

Informar envolvidos do projeto o

início dos testes 0 0,033 0,0%

Informar gestor sobre a distribuição

das tarefas 0 0,333 0,0%

Realizar os testes 8 18 44,4%

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96

Consultar analista de sistemas 1 8 12,5%

Registrar na ferramenta de cadastro 0,033 0,5 6,6%

Informar envolvidos do projeto o

fim dos testes 0 0,033 0,0%

Validar correções 2 12 16,7%

Solicitar documentação da (s) nova

(s) funcionalidade (s) 0 8 0,0%

Realizar testes exploratórios no

sistema 4 18 22,2%

Analisar a demanda 0 0,333 0,0%

Escrever manual com todas as

funcionalidades do sistema 1 18 16,7%

Conversar com solicitante e/ou

analista de sistemas 0 1 0,0%

Informar solicitante do fim da

escrita do manual 0 0,033 0,0%

Elaborar os exercícios do

treinamento para a apostila 1 18 0,0%

Validar com solicitante 0 1 0,0%

Escrever apostila de treinamento 1 18 0,0%

Informar solicitante do fim da

escrita da apostila 0 0,5 0,0%

Outras VA

(horas)

Tempo Total

(horas)

Taxa de Valor

Agregado (%)

Reuniões com solicitante do material 0 8 0,0%

Reuniões em equipe 0 14 0,0%

Reuniões com analista de sistemas 0 15 0,0%

TOTAL 20,033 184,765 10,8%

Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com a análise das atividades que não agregam valor

aos sistemas da Equipe de Qualidade de Software, do fluxo

informacional e a aplicação do Scrum no gerenciamento ágil da equipe,

as atividades destacadas em vermelho não fazem mais sentido e podem

ser eliminadas.

Com relação à atividade “Escrever apostila de Treinamento” e

“Escrever manual com todas as funcionalidades do sistema”, eram

necessárias informações sobre início e fim da escrita para o solicitante,

além de paradas para explicar ao solicitante sobre as funcionalidades e

repassar informações sobre a estabilidade do sistema. Com o Scrum, decidiu-se incorporar o solicitante em umas das reuniões diárias da

equipe para passar todas as informações necessárias ao solicitante,

reduzindo desperdícios de tempo com reuniões não planejadas.

96

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97

Já as atividades destacadas em amarelo não podem ser excluídas

em virtude da necessidade das mesmas para que as atividades

agregadoras de valor aos sistemas da Equipe de Qualidade de Software

ocorram. Porém, com a adoção das melhorias, o tempo destas atividades

podem ser reduzidos. A redução dos tempos de ciclo das atividades é

estimada com relação aos tempos das cerimônias do Scrum, propostos

pela metodologia.

Com a eliminação das atividades destacadas em vermelho e a

redução do tempo das atividades destacadas em amarelo, o Processo

Inicial de Teste de Software apresenta os seguintes resultados:

Tabela 7 - Lead time do Processo Inicial de Teste de Software com Redução

Processo Inicial de Teste de Software (1)

Tarefa Tempo Total

Anterior

(horas)

Tempo Total

Posterior

(horas)

Receber a versão do sistema para

testes 1,5 1,5

Preparar ambiente de testes 0,5 0,5

Analisar documentação 8 8

Realizar os testes 18 18

Consultar analista de sistemas 0,5 0,5

Registrar na ferramenta de cadastro 8 0,5

Reuniões em equipe 5 1

Reuniões com analista de sistemas 10 0,5

Lead time 67,89 30,5

Lead time (em horas) 68 30,5

Lead time (em dias de trabalho) 3,8 1,7

Lead time (em dias para 3

testadores) 1,3 0,6

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Lead Time do processo inicial de testes sofreu um decréscimo

significativo de 53,8% em relação ao Lead Time anterior, com as

atividades que não agregam valor na composição do fluxo. Além disso,

as atividades “Consultar analista de sistemas” e “Reuniões em equipe”

sofreram uma redução em seus tempos de ciclo, uma vez que com a

adoção do Scrum, as reuniões são planejadas, curtas, e melhor informativas, sem a necessidade de parar o tempo todo para decidir

como proceder diante de demandas “surpresas”, impedimentos, entre

outras situações.

Para o Processo de Validação de Correções nos Sistemas

Desenvolvidos os resultados são os seguintes:

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98

Tabela 8 - Lead time do Processo de Validação de Correções com Redução

Processo Inicial de Teste de Software (1)

Tarefa Tempo Total

Anterior

(horas)

Tempo Total

Posterior

(horas)

Validar correções 12 12

Realizar testes exploratórios no sistema 18 18

Analisar documentação 8 8

Realizar os testes 18 18

Consultar analista de sistemas 8 0,5

Registrar na ferramenta de cadastro 0,5 0,5

Reuniões com analista de sistemas 5 0,5

Reuniões em equipe 5 1

Lead time 82,89 58,5

Lead time (em horas) 83 58,5

Lead time (em dias de trabalho) 4,6 3,25

Lead time (em dias para 3 testadores) 1,5 1,1

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Lead Time do processo de validação de correções sofreu um

decréscimo de 26,6%. Considerando que esta é a atividade em que a

equipe passa a maior parte do tempo em virtude do número de versões

para validações ser superior ao número de projetos em desenvolvimento,

ou seja, ao número de softwares para se testar do início (Processo 1) o

resultado é bastante significativo. Novamente, esta redução foi possível

em virtude da adoção do framework Scrum e da mentalidade enxuta

aplicada ao processo, eliminando atividades que não agregam valor ao

sistema final da equipe.

Para o Processo de Auxílio à Elaboração do Manual de

Usabilidade do sistema, os resultados são os seguintes:

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99

Tabela 9 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais (Manual

de Usabilidade) com Redução

Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais - Manual de Usabilidade (3)

Tarefa

Tempo Total

Anterior

(horas)

Tempo Total

Posterior

(horas)

Analisar a demanda 0,333 0,333

Escrever manual com todas as

funcionalidades do sistema 18 18

Conversar com solicitante e/ou analista de

sistema 1 1

Reuniões com solicitante do material 8 0,25

Reuniões em equipe 4 0,5

Lead time 31,66 20,083

Lead time (em horas) 32 20

Lead time (em dias de trabalho) 1,8 1,1

Lead time (em dias para 3 testadores) 0,6 0,4

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Lead Time do processo de elaboração do manual de usabilidade

do sistema sofreu um decréscimo de 33,3% em relação ao Lead Time

anterior. Como compete a equipe o auxílio na elaboração dos materiais,

o decréscimo é significativo, uma vez que com a eliminação das

atividades que não agregam valor e redução no tempo das que não

agregam, mas são necessárias, foi possível reduzir o Lead Time de um

processo que pouco agregava valor à equipe na forma que era realizado.

Desta maneira, a equipe consegue efetivamente realizar auxílio nos

materiais sem que prejudique o processo de produção dos relatórios de

teste, sistema principal dos processos da Equipe de Qualidade de

Software.

Para o Processo de Auxílio à Elaboração da Apostila de

Treinamento para o Cliente, os resultados são os seguintes:

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Tabela 10 - Lead time do Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais

(Apostila) com Redução

Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais - Apostila de Treinamento

(3)

Tarefa Tempo Total

(horas)

Tempo Total

(horas)

Analisar a demanda 0,333 0,333

Elaborar os exercícios do treinamento para a

apostila 18 18

Validar com solicitante 1 1

Escrever apostila de treinamento 18 18

Reuniões com solicitante do material 8 0,25

Reuniões em equipe 4 0,5

Lead time 49,66 38,083

Lead time (em horas) 50 38

Lead time (em dias de trabalho) 2,8 2,1

Lead time (em dias para 3 testadores) 0,9 0,7

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Lead Time do processo de auxílio à elaboração de apostilas de

treinamento para o cliente teve um decréscimo de 22,2% após a

eliminação de atividades não agregadoras de valor e estruturação da

equipe com o framework Scrum.

Como análise dos resultados relacionados à eliminação das

atividades não agregadoras de valor, pode-se concluir que com a

mentalidade enxuta a Equipe de Qualidade obteve um ganho de 1 (um)

dia e meio por jornada semanal.

Em reunião com gestor, supervisor (atual Scrum Master da

equipe) e o atual Product Owner, o ganho é significativo para a equipe,

uma vez que a organização sempre esperou usar os testadores da Equipe

de Qualidade como um cliente interno para a empresa, algo que não

vinha acontecendo em virtude dos desperdícios e consequente falta de

tempo. Além disso, a equipe poderá usar o tempo para capacitações de

seus membros e melhoria contínua de seus processos.

5.6.4 Tecnologia da Informação

A Equipe de Desenvolvimento e a Equipe de Análise da

organização utilizam o software GitLab como forma de interação entre

os setores da organização e para o desenvolvimento dos sistemas. O

GitLab é um software que permite o controle de versões dos sistemas

desenvolvidos. Com a ferramenta, a equipe de desenvolvimento

101

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101

consegue armazenar o código em seus próprios servidores e a Equipe de

Análise consegue ter um status de como está a implementação das

funcionalidades no sistema.

Desta forma, foi proposta a utilização da ferramenta também pela

Equipe de Qualidade de Software como forma de interação com as

equipes, o que é essencial no desenvolvimento dos sistemas. Além de

proporcionar a comunicação informacional de forma eficiente utilizando

tecnologias eficazes, o que é uma premissa da Gestão da Informação

(VALENTIM, 2008) e, consequentemente, do Lean Office (GREEF;

FREITAS; ROMANEL 2012), aumenta a interação entre os três setores.

Sendo assim, primeiramente foi realizado um estudo sobre a

ferramenta para a verificação de como poderia ser útil na comunicação

entre os setores. No processo ágil de desenvolvimento de software

utilizado pelas equipes de análise e desenvolvimento, existe a prática de

expressar requisitos de softwares na forma de histórias de usuário. Essas

histórias, que são criadas pela equipe de análise, são a base das

informações para o desenvolvimento das funcionalidades, sendo estas

no formato de documentações chamadas de artefatos de engenharia de

sistemas.

Cada sistema desenvolvido é tratado como um projeto pela

organização, como mencionado durante o desenvolvimento do presente

trabalho. Na ferramenta, cada sistema em processo de desenvolvimento

é cadastrado como um projeto, sendo que a interação existente entre a

Equipe de Desenvolvimento e a Equipe de Análise é através destes

projetos no GitLab. A Figura 13 mostra a interface do software.

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102

Figura 14 - Interface do Gitlab

Fonte: Elaborado pelo autor.

Desta maneira, foi cadastrado um projeto para a Equipe de

Qualidade chamado “Quality Assurance”. Este projeto servirá de

interação e comunicação entre a as três equipes (Qualidade,

Desenvolvimento e Análise), uma vez que a cada versão lançada para

testes, o projeto da Equipe de Qualidade será atualizado no software GitLab.

Como a Equipe de Qualidade possui um projeto criado dentro do

GitLab, poderá cadastrar os relatórios de teste diretamente nos projetos

de cada sistema, o que permite a atualização e análise imediata dos

problemas e sugestões de melhorias que vão sendo encontrados pela

equipe. Além disso, dúvidas e necessidades de informações sobre as

funcionalidades não compreendidas pelos testadores na documentação,

podem ser esclarecidas através de um espaço para comentários nos

cadastros de projetos.

A ferramenta possui ainda um conjunto de marcadores, chamados

de “Labels” para priorização de atividades e status das atividades. Sendo

assim, através desta ferramenta, o Product Owner poderá cadastrar as

demandas de atividades acordadas com a equipe na cerimônia Sprint Planning ou realizar a triagem e o repasse de demandas de teste e

elaboração de material dos outros setores da organização.

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103

5.6.5 Plano de Ações

De acordo com a identificação e classificação dos desperdícios

encontrados nos processos da Equipe de Qualidade de Software com

base nos fundamentos e metodologia do Lean Office e do

Gerenciamento Ágil de Projetos, o Quadro 9 mostra o plano de ações

relacionadas a cada desperdício encontrado. As ações propostas no

plano de ações têm o objetivo de eliminar os desperdícios encontrados

durante a análise do mapeamento de processos, do fluxo de informações

e do mapeamento do fluxo geral de desenvolvimento de softwares.

Desta forma, o fluxo de informações entre os membros da Equipe

de Qualidade e da equipe com os outros setores da organização

apresentam melhoria, além da redução do Lead Time dos processos da

Equipe de Qualidade (consequentemente do fluxo geral de

desenvolvimento de softwares) e aumentando a taxa de agregação de

valor das atividades desempenhadas pela equipe.

A efetividade das propostas de estado futuro para o Fluxo Geral

de Desenvolvimento de Softwares e para os processos da Equipe de

Qualidade dependem da conclusão da implantação das ações propostas

no plano de ações.

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104

Quadro 10 - Plano de Ações de Melhorias

Plano de Ações de Melhorias

No. Data

Inicial Problema Ação Responsável

Data

Prevista Status

1 29/10

Não há definições

concretas de

prazos de entrega

dos produtos da

equipe

Estruturar a Equipe de Qualidade de Software com base nos

fundamentos, conceitos e metodologias do Gerenciamento

Ágil de Projetos, utilizando o framework SCRUM. Desta

forma, chegará ao Product Owner ou o mesmo irá

providenciar as informações relacionadas aos prazos para a

entrega dos produtos da Equipe de Qualidade e repassar ao

Scrum Master

Product Owner,

autor 30/11

Solução

Proposta

2 29/10

Equipe não tem

acesso às

documentações

relacionadas ao

sistema

Além da estruturar a Equipe de Qualidade de Software com

base nos fundamentos, conceitos e metodologias do

framework SCRUM, no qual o Product Owner proverá

informações e documentação necessárias para o andamento

das atividades da equipe, serão idenficadas as atividades que

não agregam valor aos produtos finais dos processos da equipe

e estes serão eliminados ou reduzidos. Desta forma, atividades

de solicitação de documentações e/ou informações serão

descartadas.

Product Owner,

autor 30/11

Solução

Proposta

3 29/10 Excesso de

reuniões não

planejadas

Com a estruturação da Equipe de Qualidade de Software de

acordo com os princípios do SCRUM, os eventos que

caracterizam este framework como Sprint Planning, Reviews,

Daily Meeting, ocorreram continuamente. Desta forma, todas

as informações, dificuldades, impedimentos, entre outras

situações serão levantadas nestes eventos previamente

planejados, o que elimina desperdícios de tempo com reuniões

não planejadas, uma vez que não serão mais necessárias.

Product Owner,

Scrum Master e

membros

30/11 Solução

Proposta

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105

4 29/10

Tarefas não

planejadas

demandadas para

a equipe

Todas as demandas, distribuições de tarefas, informações,

dificuldades, impedimentos, entre outras situações serão

levantadas nos eventos SCRUM previamente planejados, de

acordo com a estruturação da Equipe de Qualidade de

Software com os princípios do SCRUM. Logo, na etapa de

eliminação das atividades que não agregam valor com o lean

office, esta situação será descartada.

Product Owner,

Scrum Master 30/11

Solução

Proposta

5 29/10

Atraso das

atividades

demandadas para

a equipe

Com o descarte das atividades que não agregam valor aos

produtos da Equipe de Qualidade de Software e estruturação

da equipe de acordo com o framework SCRUM, as atividades

não serão demandadas sem um aviso prévio, uma vez que nas

cerimônias do SCRUM todas estas informações seriam

passadas pelo Product Owner.

Product Owner,

Scrum Master 30/11

Solução

Proposta

6 29/10

Necessidade de

informação sobre

o início e fim dos

testes a cada nova

demanda

A partir das filosofias e metodologias do escritório enxuto

(lean office), o fluxo de informações, com a eliminação de

atividades que não agregam valor e aplicação do SCRUM,

fluirá de maneira contínua. Além disso, como prevê o

conhecimento explícito da Gestão da Informação onde a

tecnologia utilizada deve ser revista e mudada, caso seja

necessário, visando o tratamento, análise, organização e

armazenamento das informações (VALENTIM, 2004), será

proposta comunicação e interação entre as áreas da empresa

através de uma nova tecnologia de informação.

Product Owner,

autor 30/11

Solução

Proposta

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106

7 29/10

Supervisor com a

tarefa de

distribuição de

tarefas

Com a estruturação da Equipe de Qualidade de Software de

acordo com os princípios do SCRUM, a equipe terá um

Product Owner, responsável por tirar do supervisor atividades

de gerenciamento. Todavia, o conhecimento e contato diário

com os membros da equipe será aproveitado, sendo ele

nomeado Scrum Master da Equipe de Qualidade. Desta forma,

as atividades de supervisão e atividades de preparo de

ambientes de teste serão as atividades que ele executará, sendo

a distribuição de tarefas realizada na cerimônia do SCRUM

Sprint Planning.

Product Owner,

Scrum Master 30/11

Solução

Proposta

8 29/10

Número excessivo

de versões dos

sistemas lançadas

para teste

De acordo com metodologias propostas no Gerenciamento

Ágil de Projetos no desenvolvimento de softwares, a interação

entre desenvolvimento e qualidade deve ser continuamente

estimulada. Desta forma, testador e implementador devem

trabalhar mais em conjunto, o que não acontece atualmente.

As versões dos sistemas são lançadas para teste sem que

hajam testes básicos nas funcionalidades. Sendo assim,

quando chegam para teste os testadores acabam pegando

problemas em layout, travamentos, funcionalidades não

abrindo, algo que se tivesse sido testado de forma geral antes

da liberação da versão do sistema, pouparia todo o trabalho de

relatar os problemas encontrados, criar versões, aguardar nova

versão, aguardar novas correções, entre outros. São situação

que demandam muito tempo. Desta forma, será proposto que o

testador sente ao lado do desenvolvedor antes do mesmo

lançar a versão do sistema para realizar estes testes básicos.

Isso reduzirá o número de versões lançadas, economizando

tempo em relação as situações citadas anteriormente.

Product Owner,

Desenvolvimento

e Qualidade

30/11 Solução

Proposta

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107

9 29/10

Informações

necessárias para

andamento das

atividades não

disponibilizadas

para a equipe

A partir das filosofias e metodologias do escritório enxuto

(lean office), o fluxo de informações, com a eliminação de

atividades que não agregam valor e aplicação do SCRUM,

fluirá de maneira contínua. Além disso, como prevê o

conhecimento explícito da Gestão da Informação onde a

tecnologia utilizada deve ser revista e mudada, caso seja

necessário, visando o tratamento, análise, organização e

armazenamento das informações (VALENTIM, 2004), será

proposta comunicação e interação entre as áreas da empresa

através de uma nova tecnologia de informação.

Product Owner,

autor 30/11

Solução

Proposta

10 29/10

Carência de um

responsável para

a gerência das

atividades da

equipe

Com a estruturação da Equipe de Qualidade de Software de

acordo com os princípios do SCRUM, a equipe terá um

Product Owner, responsável por servir de ponto de apoio ao

atual gestor. Este gestor poderá executar mais livremente

atividades de interação com o cliente e gerenciamento mais

superficial das áreas da organização. Desta a distribuição de

tarefas será realizada na cerimônia do SCRUM Sprint

Planning.

Product Owner 30/11 Solução

Proposta

11 29/10

Não há devida

interação com

demais setores,

especialmente

análise e

desenvolvimento

Com a estruturação da Equipe de Qualidade de Software de

acordo com os princípios do SCRUM, o Product Owner será a

ponte entre a equipe com os demais setores da organização,

sendo este responsável por reunir as áreas sempre que

necessário. Isto garantirá maior interação e dinamismo para a

empresa.

Product Owner 30/11 Solução

Proposta

Fonte: Elaborado pelo autor.

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108

5.6.6 Mapeamento do Fluxo Geral de Desenvolvimento de Softwares

(Estado Futuro)

Com a implantação das ações propostas no plano de ações, um

novo mapeamento para o fluxo geral de desenvolvimento de Softwares

foi proposto, mostrado através do Apêndice H. A interação do cliente

com o sistema sendo desenvolvido tende a melhorar significativamente,

uma vez que o analista validará a modelagem de implementação dos

requisitos através de funcionalidades no sistema desenvolvido e através

de status sobre a implementação das funcionalidades pelo

desenvolvimento. Este é um problema notório na empresa.

Segundo o gestor, quando o sistema é apresentado ao final de

toda implementação, muitas correções são solicitadas por ele e as

informações eram constantemente alteradas entre os setores da

organização. Além disso, o mapeamento futuro resolveria o problema da

integração entre os setores de Análise, Desenvolvimento e Qualidade de

Software, já que os planos de trabalho e artefatos de engenharia seriam

disponibilizados no ato da chegada do projeto na organização e

concepção, respectivamente.

Esta disponibilização do plano de trabalho e do artefato de

engenharia fariam com que as Equipes de Qualidade e Desenvolvimento

interagissem mais entre si, uma vez que esta disponibilização reduziria o

tempo de compreensão das funcionalidades do sistema e reuniões

rotineiras com o analista de sistemas por parte da Equipe de Qualidade e

do que será implementado, por parte da Equipe de Desenvolvimento.

Além disso, as Equipes de Qualidade e de Desenvolvimento poderiam

interagir mais, uma vez que a Equipe de Qualidade poderá realizar testes

básicos nos sistemas antes do lançamento de versões. Isto se deve a

economias de tempo e possibilidade de planejamento que, atualmente, a

equipe não possui.

Por fim, a Equipe de Treinamento estaria mais integrada com a

Equipe de Qualidade de Sofware, e desta forma reuniões não planejadas

para explicação de funcionalidades do sistema, estabilidade e

compreensão do que deverá ser executado nas atividades de elaboração

de materiais serão eliminadas pelas cerimônias propostas pelo

framework Scrum, do gerenciamento ágil de projetos.

5.6.7 Mapeamento dos Processos da Equipe (Estado Futuro)

Com as atividades não agregadoras de valor eliminadas ou

reduzidas e a reestruturação da Equipe de Qualidade através do Scrum, é

proposta uma nova configuração para os processos da equipe, mostrada

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no Apêndice I. A adoção das cerimônias e papeis do framework seriam

de grande auxílio para a Equipe de Qualidade de Software, uma vez que

as informações necessárias para o andamento das atividades estariam em

constante atualização para a equipe e este fluxo informacional estaria

contínuo e de simples acesso através do Product Owner.

Desta forma, a equipe conseguirá efetuar planejamento de suas

atividades, com periodicidade e metas a cumprir bem definidas por

prazos, uma vez que o Product Owner estará em constante contato com

os demais setores da empresa. Além do planejamento, a equipe poderá

se capacitar e estudar contínuas melhorias para seus processos de

trabalho, como por exemplo, segundo o supervisor, estudar sobre a

implantação de ferramentas para a automatização de testes. Com a

eliminação de atividades não agregadoras de valor, o processo ise

tornará mais enxuto e ágil – propostas das melhorias abordadas.

Além disto, com a constante atualização das interações da

empresa com o cliente, definições de prazos, acesso ao plano de trabalho

e artefatos de engenharia, a Equipe de Qualidade poderá ser aquilo que o

gestor sempre quis para a equipe – clientes internos da organização.

Desta forma, poderão propor melhorias mais contundentes e coesas,

agindo, pensando e utilizando o sistema como o cliente usará após a

entrega.

5.6.8 Mapeamento do Fluxo de Valor (Estado Futuro)

Para o Mapeamento do Fluxo de Valor para o estado futuro dos

processos da Equipe de Qualidade de Software, são considerados os

tempos de ciclos finais, com a implantação do plano de ações e

eliminação dos desperdícios de tempo causados por atividades que não

agregam valor, para encontrar o Lead Time final do setor de qualidade

da organização. Com o Lead Time final reduzido, o fluxo informacional

bem definido e os processos estruturados e enxutos, a Figura 15 mostra

o Mapeamento do Fluxo de Valor para o estado futuro da Equipe de

Qualidade de Software.

Este valor é de suma importância para a empresa, uma vez que

poderá ser usado como métrica para a continuidade da aplicação da

sistemática de melhorias, desta vez realizando iterações nas outras áreas

da empresa, até finalizar a organização como um todo. Vale lembrar que

diminuindo o Lead Time no setor de qualidade, consequentemente o

Lead Time geral do fluxo de desenvolvimento de softwares também

diminui.

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110

Figura 15 - Mapeamento do Fluxo de Valor - Estado Futuro

Fonte: Elaborado pelo autor.

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111

5.7 REPETIÇÃO DA SISTEMÁTICA – MELHORIA CONTÍNUA NA

ORGANIZAÇÃO COMO UM TODO

A redução do valor do Lead Time dos processos da Equipe de

Qualidade de Software é de suma importância e um grande indicativo

para a empresa, uma vez que poderá ser usada como modelo para a

continuidade do estudo de melhorias também nas demais áreas da

organização.

Desta forma, como o estudo no setor de qualidade apontou

problemas nos outros setores que influenciavam diretamente o trabalho

da equipe, outros desperdícios e atividades não agregadoras de valor

podem ser encontrados nas demais áreas da empresa.

Sendo assim, recomenda-se iterações da sistemática de melhorias

nos outros setores, até finalizar a organização como um todo. Vale

lembrar que diminuindo o Lead Time no setor de qualidade,

consequentemente o Lead Time geral do fluxo de desenvolvimento de

softwares também diminui. Porém, com novas iterações da sistemática

de melhorias nas demais áreas, espera-se uma redução ainda maior nos

desperdícios internos da empresa e, por consequência, diminuição do

Lead Time geral de desenvolvimento de sistemas, aumentando a

competitividade da empresa.

5.8 AJUSTES NA SISTEMÁTICA

Como mencionado anteriormente, a sistemática de melhorias foi

elaborada com base na revisão da literatura e na pesquisa de campo

preliminar realizada na organização em questão. Até chegar nas etapas

descritas no Capítulo 4, a sistemática de melhorias sofreu diversas

alterações não somente para melhor adaptação ao ambiente de

desenvolvimento de softwares, como também para a possibilidade de

aplicação em outras organizações produtivas.

Além disto, dificuldades como a cultura local, resistências à

grandes mudanças na forma de executar as atividades e capacitação

insuficiente do pessoal foram encontradas, o que gerou uma dificuldade

a mais na proposição da sistemática de melhorias. Em razão disto, após

a validação com o gestor geral da organização, ajustes nas etapas da

sistemática foram realizados de forma a se adaptar à realidade da

empresa. Sendo assim, todos os ajustes necessários estão inclusos na

sistemática apresentada no tópico 4.

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113

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa foi concebida com o objetivo geral de propor

uma sistemática de melhorias de processos com base nos conceitos de

lean office e gerenciamento ágil de projetos a fim de reduzir o tempo de

desenvolvimento e retrabalhos de projetos em uma organização. O

objetivo foi atingido após a validação da sistemática proposta com a

empresa e, consequentemente, com a Equipe de Qualidade de Software.

Para atingir o objetivo traçado, foram buscados na literatura

conceitos, metodologias, filosofias e frameworks que auxiliassem na

fundamentação da sistemática de melhorias ao objeto de estudo. Com

base nas situações encontradas em campo, a literatura foi escolhida e

estudada a fim de estruturar uma metodologia capaz de resolver não

somente os problemas específicos do setor estudado, mas que fosse

aplicável a qualquer ambiente organizacional.

Durante a coleta de dados, a empresa se mostrou bastante

prestativa, apesar de cautelosa quanto à divulgação. Nas conversas com

o gestor da empresa foram evidenciados alguns dos principais

problemas com desperdícios, todos relacionados ao fluxo informacional

e ao gerenciamento de projetos da organização. A primeira etapa da

sistemática consistia em escolher um setor da empresa com maior

relevância e inter-relação com as demais áreas da organização. Desta

forma, para a realização da pesquisa, o Setor de Qualidade de Software

foi o escolhido como piloto.

Foram mapeados todos os processos da Equipe de Qualidade de

Software, assim como o fluxo informacional. Esta etapa evidenciou o

problema da organização com o fluxo informacional, levantado pelo

gestor da empresa. Os setores da Qualidade de Software, Análise e

Desenvolvimento não possuem interação entre si, ainda que, de acordo

com o fluxo geral de desenvolvimento dos produtos, as equipes sejam

totalmente dependentes. Além disto, apesar das ações intuitivas da

Equipe de Qualidade quanto às atividades, a mesma não possui um

processo de trabalho bem definido. Por consequência, as demandas de

atividades não são planejadas e informações sobre prazos raramente são

repassadas.

Desta forma, foram levantadas todas as atividades

desempenhadas que não agregam valor aos produtos finais dos

processos da equipe. Apesar das atividades relacionadas ao auxílio da

elaboração dos materiais para o cliente resultarem em baixas taxas de

valor agregado e não sofrer grande aumento após o mapeamento do

estado futuro, estas atividades de elaboração precisam continuar sendo

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demandadas para a Equipe de Qualidade de Software, uma vez que a

Equipe de Treinamento não possui o conhecimento dos sistemas

desenvolvidos como a Equipe de Qualidade. Ainda assim, a autor

recomenda que estas atividades sejam reduzidas ainda mais, uma vez

que o valor gerado por estas atividades pertence aos processos da

Equipe de Treinamento.

Os resultados de Lead Time encontrados para cada processo da

Equipe de Qualidade de Software levam em consideração a execução

dos processos sem considerar os horários de cada testador. Uma

limitação existente na Equipe de Qualidade de Software e,

consequentemente na pesquisa, é que os testadores, por serem bolsistas,

possuem horários flexíveis e não contínuos, apesar de cumprirem 30

(trinta) horas semanais. Existe uma intercalação entre os horários dos

testadores. Isto dificulta na distribuição e execução de tarefas. Porém,

para o estudo realizado, foram considerados os tempos necessários para

que se inicie e se finalize um processo, considerando 6 (seis) horas

trabalhadas diárias. Ainda assim, o resultado é satisfatório e significante

para a empresa. Segundo o gestor, com a aplicação das melhorias a

equipe possuirá uma média de 1,5 (um dia e meio) dias por semana para

capacitações e planejamentos, mesmo com a adversidade dos horários

dos testadores.

Além disto, a equipe conseguirá planejar suas atividades de teste

com as informações chegando diariamente através das cerimônias de

Daily Meeting e as demandas chegarão com informações de prazo bem

definidos. Isto se deve à restruturação da Equipe de Qualidade com base

nos fundamentos e metodologias do gerenciamento ágil de projetos,

com o framework Scrum e da utilização da ferramenta de cadastros e

comunicação entre os setores. Com a estruturação de acordo com o

Scrum e as atividades não agregadoras de valor eliminadas, a equipe

definirá um processo de trabalho (Apêndice I) de maneira enxuta e ágil.

O Setor de Qualidade atualmente possui um sistema de controle

de tarefas manual, composto por um questionário onde os integrantes da

equipe respondem a perguntas como “O que você fez hoje?”, “Quanto

tempo levou para iniciar e concluir uma atividade?”. Isto fez com que a

pesquisa confiasse naquilo que o setor possuía de registro de tempo e

utilizou a amostra mais confiável deste cadastro. Com a adoção do

GitLab como ferramenta de comunicação e cadastro, esta forma de

registros se tornará ultrapassada, garantindo ganhos à equipe.

Outro ponto a se destacar é a atual cultura da empresa para

adquirir mudanças. Apesar dos principais líderes e gestor da

organização se mostrarem favoráveis a melhorias, os demais

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colaboradores demonstraram um excesso de comodismo. Nas reuniões,

por exemplo, afirmações como “Sempre foi feito desta forma” e “Não

sei se vale a pena mexer nisto” eram recorrentes, ainda que os resultados

indiquem mudanças no processo de trabalho. Faz-se necessário a

mudança na cultura da empresa para que as melhorias propostas na

sistemática tragam os resultados esperados.

Por fim, recomenda-se, após a aplicação da sistemática e análise

dos resultados – confrontando com os resultados previstos pela

sistemática – que a empresa continue com a próxima etapa da

sistemática de melhorias e aplique nos demais setores da organização.

Segundo o supervisor da Equipe de Qualidade de Software, as melhorias

serão implementadas o mais rápido possível, de acordo com a data

estipulada no plano de ações, uma vez que o gestor da empresa validou

os resultados da sistemática. Além disto, recomenda-se ainda a

utilização de softwares como o ARENA ou o próprio BIZAGI

MODELER para simulações e análise de estado futuro mais precisos.

Espera-se que a presente pesquisa sirva de motivação para outros

estudos, sejam acadêmicos ou profissionais, com base na convergência

de metodologias. Para a continuidade do presente trabalho, recomenda-

se um estudo aprofundado à medida que a sistemática de melhorias vá

sendo implantada nos setores da empresa. A longo prazo, dados

quantitativos quanto às melhorias podem ser analisados, servindo de

parâmetros para mudanças visando à melhoria contínua. A presente

pesquisa alcançou seus objetivos até a validação da sistemática com a

empresa XY, porém seria interessante a continuação dos estudos com a

implantação e análise dos resultados.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - LEVANTAMENTO DE DADOS RELACIONADOS ÀS ATIVIDADES DOS PROCESSOS DA EQUIPE

Processo Inicial de Teste de Software (1)

Atividades do Processo

Receber a

versão do

produto para

testes

Preparar

ambiente de

testes

Solicitar

documentação

sobre o sistema

Analisar

documentação

Informar

envolvidos do

projeto o início

dos testes

Informar

gestor sobre a

distribuição

das tarefas

Realizar os testes

Consultar

analista de

sistema

Registrar na

ferramenta de

cadastro

Informar

envolvidos do

projeto o fim

dos testes

Descrição

do evento

A equipe de

qualidade recebe

a versão do

sistema, com

aviso via e-mail

sobre a

localização do

produto, pelo

desenvolvedor

do sistema.

O supervisor

realiza a

instalação do

sistema nos

computadores

de cada

colaborador

que realiza

testes.

A equipe solicita

a documentação

com as

especificações

das

funcionalidades

do sistema para a

realização dos

testes.

A equipe faz a

leitura da

documentação do

sistema para ter

conhecimento do

que trata o sistema,

funcionalidades

implementadas

para que os testes

possam ser

executados

conforme

requisitos do

cliente.

A equipe informa

o analista, o

desenvolvedor e

a quem mais

interessar sobre o

início dos testes

no sistema

através da

ferramenta de

comunicação

adotada pela

empresa XY.

O gestor da

equipe é

informado

sobre o início

dos testes pelo

supervisor,

informando

ainda todas as

atividades que

foram

demandadas

para a equipe e

devida

distribuição de

tarefas.

Os testadores

efetivamente

realizam os testes

no produto,

geralmente

utilizando uma

lista de checagem

ou casos de uso

relacionados as

funcionalidades

avaliando e

encontrando

problemas.

Caso o testador

não entenda uma

funcionalidade ou

queria conversar

pessoalmente

com o analista

sobre um teste ou

um resultado

específico, o

mesmo conversa

o analista.

Quando o

testador

encontra um

problema e/ou

sugestão de

melhoria no

produto, realiza

um cadastro na

ferramenta de

cadastro

adotada pela

empresa XY,

onde é gerado

um relatório de

testes no

sistema.

A equipe informa

o analista, o

desenvolvedor e

a quem mais

interessar sobre o

fim dos testes no

produto através

da ferramenta de

comunicação

adotada pela

empresa XY.

Valor

Agregado NAV NAV NAV VA NAV NAV VA VA VA NAV

Distância

percorrida

(m)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Tempo de

Ciclo

(T/C)

1,5 h 0,5 h 16 h 8 h 0,033 h 0,333 h 18 h 8 h 0,5 h 0,033 h

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Processo de Validação de Correções nos Sistemas Desenvolvidos (2)

Atividades do Processo

Validar

correções

Solicitar

documentação

da(s) nova(s)

funcionalidade(s)

Analisar

documentação

Informar

envolvidos do

projeto o início

dos testes

Informar

gestor sobre a

distribuição

das tarefas

Testar nova(s)

funcionalidade(s)

no sistema

Consultar

analista de

sistemas

Registrar na

ferramenta

de cadastro

Informar

envolvidos do

projeto o fim

dos testes

Realizar testes

exploratórios no

sistema

Descrição

do evento

A equipe

verifica se os

apontamentos

de erros foram

implementados

no sistema.

A equipe solicita a

documentação com

as especificações

da(s)

funcionalidade(s)

nova(s) do sistema

para a realização

dos testes.

A equipe faz a

leitura da

documentação do

sistema para ter

conhecimento da(s)

nova(s)

funcionalidade(s)

implementadas

para que os testes

possam ser

executados

conforme

requisitos do

cliente.

A equipe

informa o

analista, o

desenvolvedor e

a quem mais

interessar sobre

o início dos

testes no

sistema através

da ferramenta

de comunicação

adotada pela

empresa XY.

O gestor da

equipe é

informado

sobre o início

dos testes pelo

supervisor,

informando

ainda todas as

atividades que

foram

demandadas

para a equipe

e devida

distribuição de

tarefas.

Os testadores

efetivamente

realizam os testes

na(s)

funcionalidade(s)

nova(s) no sistema,

geralmente

utilizando uma lista

de checagem ou

casos de uso

relacionados as

funcionalidades

avaliando e

encontrando

problemas.

Caso o testador

não entenda

uma

funcionalidade

ou queria

conversar

pessoalmente

com o analista

sobre um teste

ou um resultado

específico, o

mesmo conversa

o analista.

Quando o

testador

encontra um

problema e/ou

sugestão de

melhoria no

sistema,

realiza um

cadastro na

ferramenta de

cadastro

adotada pela

empresa XY,

onde é gerado

um relatório

de testes no

produto.

A equipe

informa o

analista, o

desenvolvedor e

a quem mais

interessar sobre

o fim dos testes

no sistema

através da

ferramenta de

comunicação

adotada pela

empresa XY.

Os testadores

realizam testes

exploratórios no

sistema visando

identificar se a

implementação

de

funcionalidades

novas não

interferiu nas

antigas ou na

usabilidade do

sistema e

proposições de

melhoria.

Valor

Agregado VA NAV VA NAV NAV VA VA VA NAV VA

Distância

percorrida

(m)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Tempo de

Ciclo

(T/C)

12 h 8 h 8 h 0,033 h 0,333 h 18 h 8 h 0,5 h 0,033 h 18 h

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Processo de Auxílio na Elaboração de Materiais para o Cliente (3)

Atividades do Processo

Analisar a

demanda

Escrever manual com

todas as funcionalidades

do sistema

Conversar com

solicitante e/ou analista

de sistemas

Informar solicitante

do fim da escrita do

manual

Elaborar os exercícios do

treinamento para a

apostila

Validar com

solicitante

Escrever

apostila de

treinamento

Informar

solicitante do

fim da escrita da

apostila

Descrição

do evento

Nesta etapa a

equipe de

qualidade recebe a

demanda e avalia

se a escrita será de

manual de uso do

sistema ou da

apostila de

treinamento.

Com o auxílio da

documentação sobre a

funcionalidade cedida

pelo analista e pela

experiência dos testadores

sobre o sistema, a equipe

realiza a escrita do

manual de uso do sistema.

No momento da escrita

do manual de uso, a

equipe pode ter dúvidas

quanto ao nível de

especificação ou até

mesmo dúvidas sobre a

usabilidade. Sendo

assim, deve conversar

com o solicitante da

escrita ou analista de

sistemas.

A equipe informa o

solicitante da equipe de

treinamento o fim da

escrita do manual de

uso do sistema. Há

ainda a explicação da

escrita e da uso da

funcionalidade ao

solicitante.

Quando a demanda é a

elaboração da apostila de

treinamento do uso produto

ao cliente, a equipe elabora

exercícios, os casos de uso

para a apostila, onde

abrangem as

funcionalidades do sistema

que vão estar no

treinamento.

Os exercícios

serão mostrados

e explicados ao

solicitante que

fará a análise e

validará os

exercícios

elaborados.

Escrever apostila

de treinamento

com os exercícios

elaborados

anteriormente.

A equipe informa

o solicitante da

equipe de

treinamento o fim

da escrita do

apostila de

treinamento ao

cliente do

sistema.

Valor

Agregado NAV NAV NAV NAV NAV NAV NAV NAV

Distância

percorrida

(m)

0 0 0 0 0 0 0 0

Tempo de

Ciclo (T/C) 0,333 h 18 h 0,5 h 0,033 h 16 h 1 h 24 h 0,5 h

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APÊNDICE B – MAPEAMENTO DO FLUXO GERAL DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA

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APÊNDICE C – MAPEAMENTO DO PROCESSO INICIAL DE TESTES NOS SISTEMAS

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APÊNDICE D – MAPEAMENTO DO PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE CORREÇÕES NOS SISTEMAS DESENVOLVIDOS

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APÊNDICE E – MAPEAMENTO DO PROCESSO DE AUXÍLIO À ELABORAÇÃO DE MATERIAIS PARA O CLIENTE

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APÊNDICE F – INFORMAÇÕES DE ENTRADA E SAÍDA PARA OS PROCESSOS DA EQUIPE DE QUALIDADE DE SOFTWARE

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APÊNDICE G – FLUXOS INFORMACIONAIS POR PROCESSO

Processo Inicial de Testes nos Sistemas

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Processo de Validação de Correções nos Sistemas Desenvolvidos

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Processo de Auxílio à Elaboração de Materiais para o Cliente

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APÊNDICE H – MAPEAMENTO DO FLUXO GERAL DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS – ESTADO FUTURO

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APÊNDICE I – MAPEAMENTO DOS PROCESSOS DA EQUIPE DE QUALIDADE DE SOFTWARE – ESTADO FUTURO