Upload
lamnhan
View
222
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS
Os marcadores da enunciaçao: sua realj_
zaçao no discurso escolar
Dissertaçao submetida a Universidade Federal de Santa Catarina
pkara a obtenção do Grau de Mestre em Letras, opçao Lingüística
ANTONINA COELHO PINTO
JUNHO/1980.
Esta dissertaçao foi julgada adequada para a obten
ção do grau de Mestre em Letras - Especialidade L i ngtü f st i ca, e
áprovada em sua forma final pelo Programa de Pos-Qraduaçao•
l Vlo Xl\'UX>iÃÍcA 3 >-->.AÍocrv ÍL-0 Prof^. MARIA MARTA FURLANETTO
Coordenadora do Curso
Or ientadoras:
Banca Examinadora;
AJJ\Prof^. MARIA MARTA FURLANETTO
Rrof g. TERESI NHA O E W I NG/MI CHELS
Prof^. MARIA MARTA PUBLAHETTO
A ESCOLASTICA COELHO PINTO
( i n memor i am)
AGRADECIMENTOS
A Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, através de
sua Coordenaçao de Pos-Graduaçao, pela oportunidade de real_|_
zaçao do curso.
Ao Governo do Estado de Mato Grosso, pela autorizaçao para
freqüentar o curso.
Ao Programa de Pos-Graduaçao em Letras da Universidade Fede
ral de Santa Catarina, sua coordenaçao do Curso de LingGÍstj_
ca, meus professores.
À Chefe do Departamento de Letras da FUFMT, pela decisiva co
Iaboraçao.
Às professoras Teresinha Oenning Michels e Maria Marta Furl^
netto, pelo continuo incentivo, eficiente orientaçao e grande
amizade.
A todos aqueles que, de alguma forma, deram sua parcela de cola
boraçao, para concretizaçao deste trabalho.
R E S U M O
Partindo da observaçao de que as pesquisas sobre o
ensino da LÍngua Portuguesa, estao geralmente, voltadas para o
aspecto da correção gramatical, procurou-se, neste trabalho, f£
calizar, através de uma das modernas técnicas de analise do dis-
curso, os aspectos relativos a comunicaçao no meio escolar, ob
jetivando verificar se o discurso do aluno estaria respondendo'
as funções primordiais da linguagem: comunicaçao e expressão.
0 trabalho foi desenvolvido segundo a teoria da enuti
ciaçao, e consta de duas partes: uma teor i ca e outra prat i c a .
Na parte teor i ca, encontra-se um capitulo sobre as
diferentes noçoes de deixis; um capitulo sobre os embreadores -c •
de Jakobson, os indices de enunciaçao de Benveniste e os concej_
tos de base da enunciaçao.
*
Na parte prati ca, encontra-se um levantamento de mar.
cas enunciativas no discurso de alunos de |S grau, nive1 5 a 8,
e a freqCiencia dessas marcas.
R É S U M É
A partir de l'observation que les recherches sur
l'enseignement de la Langue Portugaise sont, en general, tour
nées vers l'aspect de la correction grammaticale, on a cherche
dans le present travail a mettre en evidence, a l'aide d'une
des techniques modernes d'analyse du discours, les aspects re
Iat i fs a la commun i cati on en milieu scoI a i re et de ver i fi e r de
cette maniéré, si le discours des eleves repond aux fonctions
primordiales du langage que sont la communication et I 'express_j_
on.
Ce travail a ete developpe selon la theorie de I'-
enonciation et comprend deux parties: l'une theor i que et l'au -
tre prati que.
Dans la partie theorique, en trouvera un chapitre sur
les différentes notions de deixis, um chapitre sur les embrayeir^
de Jakobson, les indices d'enonci ati on de Benveniste et les cori
cepts de base de I'enonciation.
Dans la partie pratique, on trouvera un releve de' . . . BP '
marques enonciatives dans le discours des eleves du I degre,
du niveau 5 a 8, et la frequence de ces marques.
SJMBOLOS USADOS NO TRABALHO
( M) Mensagem
(C) Codigo
(M/M) A mensagem remete a mensagem
(C/C) 0 codigo remete ao codigo
(M/C) A mensagem remete ao codigo
(C/M) 0 codigo remete a mensagem
(a) Enunciaçao
(e) Enunciado
(C) 0 processo em si
(T) Qualquer protagonista do processo
(C^) Processo de enunciado
(C^) Processo de enuncjaçao
(T^) Protagonista do processo de enunciado
(T^) Protagonista do processo de enunciaçao
( * ) Sinal de vocábulo inexistente em nosso lexico
PÁGINAS
INTRODUÇÃO .................. ....... .......... ............ . 10
PARTE I : FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO GERAL
1.1. As diferentes noçoes de deixis.......... 14
NOTAS DO CAPÍTULO I ......................................... 21
CAPÍTULO 2 - OS ELEMENTOS TEÓRICOS DA ENUNCIAÇÃO
2.1. Os embreadores de Jakobson
2.1.1. Os quatro tipos duplos........... 23
2.1.2. As categorias verbais.......... . 28
2.2. Os Índices de enunciaçao (BENVENISTE l)
2.2.1. A pessoa no verbo................ 35
2.2.2. Dois niveis de enunciaçao: histo
ria e discurso.......... .......... 38
2.2.3. A natureza dos pronomes.......... 40
2 .2 .4 . A intersubjetiVidade da linguagem 44
2 .2 .5 . Os enunciados performativos...... 47
2 .3 . Os Índices de enunciaçao (BENVENISTE II)
2 .3 .1 . As categorias de pessoa e de tempo 51
2.3.2. 0 aparelho formal da enunciaçao.. 54
2 .4 . Outros conceitos de base da enunciaçao.. 59
2.5. Para uma tipologia dos discursos........ 64
S U M A R I O
2.6. Comentário crítico (Capítulo I e 2 ) ..... 69
NOTAS DO CAPÍTULO 2.......................................... 79
PARTE ii - APLICAÇÃO DA TEORIA
CAPÍTULO 3 - 0 DISCURSO DO ALUNO DE |e GRAU DE CU!ABÂ,nX
VEL 5 a 8
3.1. Reflexões Pedagógicas................... 84
3.2. 0 corpus lingOistico................ . 88
3.2.1. Constituição da amostra...... 88
3.2.2. Hipóteses de trabalho............ 88
3.2.3. Variaveis........................ 88
3.2.4* Invariantes............... 89
3-2.5. Instrumento de coleta de dados... 89
3.3. Analise do corpus
3.3.1. Critérios de analise............. 90
3.3.2. Analise dos resultados........... 92
3.3.3. Conclusão.......... 98
3.4» 0 fraco índice de marcas enunciativas e
suas possíveis causas................... 100
3.4.1 . Para uma I i beraçao da paIavra.... 108
NOTAS DO CAPÍTULO 3 .............. .......................... 110
CONCLUSÃO............................................... ..... 113
BIBLIOGRAFIA INSTRUMENTAL............... ................... 117
BIBLIOGRAFIA GERAL................ ........................ 120
ANEXOS (Redações)
Observando que as pesquisas sobre a redaçao de no^
sos alunos estao, gera I mente, mais voltadas para o aspecto da
correção gramatical, surgiu a ideia de que poderíamos proceder
a um estudo com vistas ao aspecto da comunicaçao e expressão,
ainda mais incentivados que estavamos pela própria Lei 5.692
de 1 1 .0 8 .7 1 , que da enfase a esse aspecto muito importante,mas
um tanto descuidado por parte de nosso professorado.
Verificar, dessa forma, como os nossos alunos se ex
pressam, se o ensino/aprendizagem da lingua materna favorece ou
freia as funçoes primordiais da linguagem, se o ensino de 1
grau estaria contribuindo para que o aluno desenvolva sua cap^
cidade de comunicaçao e expressão, eis os aspectos que nos sur_
giram como decorrencia de nossa proposta inicial.
Baseados nesses questionamentos, pensamos em abordar
a problematica do discurso de nossos alunos, procurando, na teo
ria lingOistica geral, o embasamento teorico que melhor contri
bui sse para nos fornecer diretrizes seguras e capazes de obser
var seu desempenho lingüistico.
Assim sendo, buscamos na lingüistica aplicada ao eji
sino uma metodologia que fosse capaz de observar as produçoes
e o processo de produçoes lingüisticas de nossos alunos, ou se
ja, um metodo de analise do discurso.
De posse desses dados, estabelecemos nosso objetivo,
que seria realizar, subsidiados pelos elementos teoricos da
enunciaçao, um levantamento de presença de marcas enunciativas
no discurso de nossos alunos de I- grau, niveI 5 ^ 8 , e verifi
car com que freqüencia essas marcas nele estao presentes.
Dividimos nosso trabalho em duas partes; uma teor i ca
e outra prat i c a . A parte teórica contem dois capitulos e a par-
te pratica um capitulo.
A primeira parte tem por objetivo real izar, na medi
INTRODUÇÃO
da do possivel, um levantamento sistemático da literatura e-xis-
tente sobre a enunciaçao, e apresentar de uma maneira sucinta
como os lingüistas expoem suas teorias.
A segunda parte consta da aplicaçao desses elementos
t e o r i C O S .
No primeiro capítulo, realizamos um apanhado sobre
as diferentes noçoes de deixis, para finalmente optarmos por
uma deixis vista de um ângulo estritamente Iinguistico,ou seja,
como indicadora de subjetividade, noçao totalmente assimilada a
questão da enunciaçao do sujeito do discurso.
No segundo capitulo, abordamos os embreadores de
Jakobson, os índices de enunciação de Benveniste, e encerramos' ■ • f .
o capitulo com um comentário critico.
No terceiro capitulo, realizamos algumas reflexões
sobre a situaçao atual do ensino da Comunicaçao e Expressão em
nossas escolas; em seguida descrevemos um corpus lingüistico ,
seguido da analise desse corpus e suas conclusoes. Por ultimo,f •
tentamos i nterpretar, empiricamente, as possiveis causas do fra^
co indice de marcas enunciativas, para depois voltarmos nossa
atençao a problemática da liberaçao da palavra, em cujo item o
professor encontrara algumas sugestões para provável aplicaçao
e m s u a s a u l a s .
A bibliografia instrumental, que se encontra no fi
nal deste trabalho, tem por objetivo fornecer aos professores
da materia Comunicaçao e Expressão e/ou Comunicaçao em Lingua
Portuguesa, subsidios que possam coloca-los a par do que se tem
de novo e utiI no campo da lingüística geral, notadamente, no
campo da analise do discurso, e dessa forma direciona-1 os a uma
abordagem cientifica de sua materia e posteriores aplicações.
Seu objetivo terminal, conseqüentemente, e a melhoria do proce^
so ensino - aprendizagem.
Nosso trabalho nao tem a pretensão de ser profundo
ou exaustivo, antes de tudo limita-se tao-somente a questionar
o problema e a conscientizar o professorado de que o fenômeno
12
existe. Pesquisas mais exaustivas poderão ser realizadas po«te-
ri ormente.
PARTE I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO GERAL
I . I , As diferentes noçoes de deixis
Antes de nos aprofundarmos no estudo da deixis, na
sua acepção que neste trabalho chamaremos de "lingüistica", a-
chamos necessário esclarecer os varios pontos de vista que gi
ram em torno desse termo.
Mattoso Camara assim se refere com reiaçao a deixis:
"Faculdade que tem a linguagem de de signar mostrando, em vez de conceitu ar. A designaçao dei ti ca, ou mostr^ tiva, figura assim ao lado da desigfSi ^naçao simbol ica ou conceptual em qualquer sistema lingttistico. Pode^ mos dizer que o SIGNO IingOistico apresenta-se em dois tipos: o SIMBO^ LO, em que o conjunto sonico repr£ senta ou simboliza e o SINAL, em que o conjunto sonico indica ou mostra.
^ r0 pronome e Justamente o vocábulo
A
que se refere aos seres por deixis em vez de o fazer por simbolizaçao como os nomes. Essa deixis se baseia no esquema lingOistico das tres pessoas gramaticais que norteia o discurso : a que fala, a que ouve e todos os mais seres situados fora do eixo f£ lante - ouvinte", (l)
'( o \Herculano de Carvalho distingue quatro especies
de significaçao gramatical: a significaçao categoria! ou clas
sificadora, a relacional ou re1 acÍonadora, a atualizadora e a
significaçao deitica ou mostrativa. A significaçao deitica ou
14
mostrativa (a deixis, gr. pode ser real i zada por de1:er-
minadas formas lingüisticas. Estas formas eqüivalem a um gesto,
podendo tambem acompanha-lo e escIarecê-I o . Mostram tambem um
(3)objeto que pertence ao contexto real (extraverbaI) ou que ja
foi ou vai ser imediatamente mencionado no contexto verbal„ E-
xercem significação dêitica os pronomes demonstrativos, os pe^
soais e possessivos e os advérbios de lugar e de tempo, e ainda
o artigo definido, os pronomes indefinidos, tais como: o tal, o
outro, o mesmo, e ainda os pronomes relativos e o advérbio de
modo "assim". Pela significaçao dei ti ca sucede que o objeto re
al assim mostrado e imediatamente introduzido no discurso, nao
havendo necessidade de ser previamente denominado e portanto
classificado como pertencente a uma das classes ou especies de• ^ • a
objetos que constituem as categorias de significaçao categorial
do primeiro grau.
Herculano de Carvalho ^ a f i r m a que ha tres modali
dades de deixis segundo Karl BÜhIer: a mostraçao "ad ocuI os" ,
tambem denominada material ou instrumental, a mostraçao anafori
ca e a mostraçao em fantasma. Karl BühIer engloba essas tres mo
dal idades em uma so categoria com o nome de deixis egocentrica
e acrescenta uma quarta que recebe o nome de deixis topomnesti-
ca.
Quando o emissor torna presente pela imaginaçao ouA fw
mesmo aponta algum objeto ausente da-se a mostraçao em fantasma.
Ao lingüista interessa, em particular, a deixis "ad oculos" e a
deixis anaforica, ao passo que ao psicologo e ao estudioso da
criaçao poetica interessa a mostraçao em fantasma.
Encontra-se com uma certa freqüencia a mostraçao ana
forica no estilo refletido ^ e em particular no texto escrito.
0 decodificador podera encontrar a partir de uma releitura, a
palavra, nome do objeto, a que o mostrativo se refere. E, no en A A
tanto, conveniente acentuar que a anafora tambem podera ser en
contrada no discurso oral e no estilo coloquial.
Ocorre a mostraçao "ad oculos" quando o categorema
(morfema) mostrativo aponta, opcionalmente acompanhando o gesto,
para um oBjeto que nao tenha sido identificado previamente como
fazendo parte de uma dada classe, isto e que tenha sido inclui-tSÍ ^
do na extensão do conceito designado por um dado nome. Tambem
pode ocorrer a mostraçao "ad oculos" quando o objeto apontado
foi anteriormente ou logo em seguida sujeito a uma identific£
çao de uma maneira explicita, ou seja por meio de paIavras("Eis
aqui dois lapis. Este deve ser teu"; "Esta caneta e de prata) ,
ou não explícita, ou seja, ele e um elemento conhecido do con^
texto extraverbal e seus interIocutores (emissor e receptor) s^
bem tratar-se desse objeto: "Este e de cristal" (eu e tu sabe
mos ser um copo) .
A existencia de um termo ou ponto de referencia, que
seja evidente e que nao apresente ambigüidade para o receptor e
fator indispensável para que a deixis funcione. Esse termo ou
baliza referencial e a pessoa do proprio sujeito que fala, no
momento em que fala e em que, apontando ou chamando a atençao
para si proprio, se designa como EU. Egocêntrica e a mostraçao
que assim procede.
Ha ainda um tipo de deixis que nao seria egocêntrica
e que nem apontaria com o dedo, mas "nomearia" usando como po_n
to de referencia o corpo humano do emissor, ou alguns pontos f^✓ r
mi li ares na paisagem, no terreno, na area geografica em que vi
ve a comunidade. É a deixis topomnestica e para exemp1 ifica-I a
poderiamos citar a palavra "pe" (parte do corpo humano do emis
sor) que valeria por "aqui".
rs, /S .A mostraçao ou deixis, cuja origem esta no proprio
ato de fala, e que surge do conjunto de relações provenientes do
proprio ato de comunicaçao e cujo conjunto de relações constitui
a situaçao do discurso, surge primariamente como a genese da c^
tegoria gramatical da pessoa, independente do fato de que esta
pessoa possa manifestar-se num categorema (o pronome pessoal)ou
em um morfema preso na variaçao flexionai do verbo, ou mesmo de
15
1 6
ambos os modos simultaneamente. Partindo de tais principios Hej
culano de Carvalho (1974, P- 666) mostra a estruturaçao do cam
po mostrativo dentro do qual decorre a comunicaçao e fazemos
questão de transcreve-1 o na integra pelo simples fato de ser, a
nosso ver, o ponto culminante de toda a sua doutrina sobre a
significaçao deitica. Eis, na integra, a passagem;
"Desta maneira, na reiaçao dialectj_ ca reversível dos sujeitos do diseur, so surgem o 'eu' e o 'tu' e, logo em seguida, oposto aos dois termos furi damentais, o terceiro termo 'ele' Partindo pois do 'eu' e sobre ele a^ sentando o 'aqui' e o 'agora', fica constituído o campo mostrativo dentro do qual decorre a comunicaçao en tre os dois sujeitos, que alternadamente funcionam como emissor e receg^ tor, orientados, na sua capacidade de referencia aos objetos externos (mas tambem internos), por essas tres balizas de pessoa, lugar e tempo".
Exercem funçao deitica material ou "ad oculos"os pro
nomes pessoais e os pronomes possessivos da I - e 2- pessoa, os
advérbios de lugar ('ai' pode algumas vezes constituir uma exce
çao), os advérbios de tempo, o adverbio de modo 'assim' e o pro
nome indefinido 'o outro'. Sao deiticos anaforicos os pronomes✓
que servem de complemento, ou sejam, os pronomes pessoais obli-
^quos, o pronome reflexivo, este sendo tipicamente anaforico, h^
ja vista que indica que a açao praticada pelo sujeito sobre eie
reverte anteriormente expresso no mesmo sintagma.Tambem sao an^
foricos os artigos definidos, o pronome relativo, o pronome in
definido 'o outro' e o adverbio de modo 'assim'. 0 pronome pes^
soai da terceira pessoa com funçao de sujeito, e os demonstratj_
tivos ora exercem significaçao deitica, ora exercem significa
çao anafor i c a .
Todorov diz que a deixis e o termo que se usa
nas gramaticas class'cas para os problemas que dizem respeito a
enunciaçao, acrescentando, entretanto, que evita usar este ter
17
mo (deixis) pelo fato de o mesmo remeter a dois tipos de fenome
nos sendo que as formas deiticas se subdividem em dois grupos.
Segundo Benveniste, apud Todorov (1970, p. 10), uns pertenòem a
sintaxe da lingua, outros sao caracteristicos daquilo que cham^
remos as "instancias do discurso, isto e, os atos discretos e
cada vez unicos pelos quais a ifngua e atualizada em fala por
um locutor". A partir de esses elementos pode-se estabelecer a
diferença entre a deixis i ndi ci a I da deixis anafor i ca ou, con
forme os termos usados por Morris e Benveniste, os signos pr*a^
maticos dos signos sintáticos. 0 exame da deixis anaforica per,
tence ao campo da retórica, antes que a ciência da enunciaçao.
I . r .0 carater dual dos aspectos lingOisticos da,enuncia-
çao foram descritos, em primeiro lugar, pelo semiotico Charles(7) . .Sanders Pe i rce apesar de essa categoria ja figurar nas gr';
maticas gregas e latinas. Os aspectos Iingüisticos da enunci£
çao sao símbolos, isto e, signos convencionais porque pertencem
ao codigo da língua, por exemplo, a palavra 'eu' e uma palavra
do Iexico português, e sao indices ou indicadores porque contem
um elemento da situaçao da enunciaçao, ou seja, o símbolo 'eu'
designa aquela pessoa que fala em um dado momento e em um detej^
minado lugar. Nao nos esqueçamos de que, de acordo com as ideias
contidas no trabalho de Peirce (1972, p. 133), os indicadores
estao, psicologicamente, em relaçao de cont i gü i dade com a realj_/V /w
dade exterior e nao em relaçao de similaridade ou de operaçoes ( 8^
i nteIectua i s ,
(9) . . . ' .KarI BühIer numa perspectiva mais psicologica ,
realizou um estudo sobre o campo mostrativo da linguagem e os
demonstrativos. Para BühIer os modos de indicar sao varios e
distingue no seu estudo tres modalidades de deixis: a deixis
"ad oculos" cuja indicação esta voltada para os objetos ou se-
res presentes, a deixis anafor i ca, que assinala o ausente ja CjO
nhecido ou aquilo que ainda se vai conhecer, e a deixis em fan
tasma ou de fantas i a . referencia deitica a um campo da record^
çao ou da fantasia.
Michel Lahud e de parecer que uma semantica e ^
pec i f i camente lingtiistica deve desvincular-se do estudo da re-fe
rencia, uma entidade semiologica "a double face". Em decorren-
cia disso, chega-se a conclusão de que nao e possivel tentar
uma aproximaçao entre a definição dos deiticos de Jakobson (em
brayeurs) e Benveniste (indicateurs de subjectivité) daqu^
la cuja elaboraçao parte de um esquema semiotico ternario onde
e de capital importância a relaçao do signo com o mundo das coj_
sas. Lahud (1976, p. 46) dira que:
"De fato, na perspectiva que denominaremos " I i ng(5 i sti ca", os deiticos nao se apresentam como uma especie particular de ihdicadores referenci- ais - aqueles que indicam uma rela- çao entre o objeto e o enunciado que contem o indicador - mas, antes,como indicadores de subjetividade, para usarmos a expressão oportuna de Ben^ beniste, isto e, termos relacionandoO e n u n c i a d o d e i “t i c o com o p r o p r i o s uÍS»jeito da enunciaçao, indicando assimr»/ /wa "posição" deste em relaçao ao seu proprio discurso".
Neste sentido a noçao de deixis esta relacionada a
questão da enunciaçao e do sujeito (do discurso), portanto to-
talmente separada da noçao de uma deixis integrada a problematj_
ca da referencia.
Michel Lahud (1976, p. 44) mostra que os deiticos nij
ma perspectiva " Iogica" apresentam-se como uma categoria espe
cial de expressões referenciais definidas cujas significações
nao fornecem uma "descrição" propriamente dita do objeto denot£
do, mas apenas uma indicaçao precisa. Portanto, a significaçao'
dos deiticos torna possivel a identificaçao referencial nao atra
ves de uma propriedade intrinseca do individual referido, mas/w /s/ ^
da posição do objeto em relaçao ao proprio signo, ao locutor e
as demais coordenadas do singular ato de discurso no qual o dej_
tico e utilizado. No mesmo trabalho afirma que a significaçao
dos deiticos varia de acordo com a situaçao. Vejamos o que diz:
19
"A significaçao dos deiticos, embora perfeitamente dete rm i nada e constante , e tal que uma mudança de situaçao implica necessariamente uma mudança de denotaçao - esta sendo a c^ racterizaçao mais concisa desses si2_ nos quando considerados a partir de tal perspectiva Iogico-semantica: e perspecti va que podemos agora mostrar ser a de Peirce, ao designar os pronomes possessivos, relativos e de monstrat i vos como símbolos - indices'' (12).
Retornando ao estudo de Lahud (1976, p.48) sobre as
diferentes noçoes de deixis, vamos encontrar a noçao semantica
de natureza "psicoIogica" que pode ser compreendida como sendo
aquela cuja "significaçao" pode ser identificada a associação
dos signos com os objetos diante dos quais o aprendizado semân
tico deve ser feito. Por isso quando Jespersen, apud Lahud, de
fine os "shifters" como uma classe de palavras muito problematj_
ca para as crianças porque seus significados variam segundo a
situaçao-, „reconhecemos que essa definição tem razao de ser pojn
que e resultado dessa perspectiva psicologica. Assim sendo, uma
noçao semantica de natureza "psicologica" deve remeter, de acoj^
do com as ideias de Lahud, a:
"Palavras que ao mesmo tempo que as aplicam a coisas do real, funcionam como uma especie de "anti-nomes proprios psicoIogicos", sua "variabilidade semantica" correspondendo, na verdade, ao seu carater refratario a propri a deixis, mas aqui no sentj_ do de "ostensao" (13).
Russe I , apud Lahud (1976, p. 53) afirma que os de i t j_
cos (particuI ares egocentricos) "dependem da reiaçao do usuário
da palavra com o objeto que a palavra concerne", ou em outra
formulaçao, "indicam sua propr i a reiaçao causai de produção, se
gundo o esquema psicologico estimulo/resposta". Ora, partindo
desse principio, nada mais obvio em afirmar que a definição ru^
20
se liana dos dei ticos tambem e psicologica. Lahud (1976, p. 54)
tenta dar uma explicaçao mais pormenorizada:
"■'0 objeto que a palavra concerne' da definição de Russe I nada mais e do que o estimulo ao qual o I ucutor -m a quina reage, enunciando um dei tico adequado,conforme sua propria "posi- çao" em relaçao a esse estimu I o,isto e, segundo a relaçao causai entre ele mesmo e aquilo de que fala. E por isso que o dei tico assim concebj_ da remete necessariamente a uma expe^ riencia (perceptive), da qual ele "depende", efetivamente, mas de quel neo podemos dizer que e "significede" por ele; o deitico, ne v e r d e d e - epe^ . nes indicè a egocentricidade daquilo que esta sendo dito; indica que e uma releçeo ceusel quel quer entre o estimulo e o ego que este ne bese de^ te enunciado - resposta de ego. Coti sequentemente, o que distingue Eu - agora, por exemplo, de um nome proprio "neo fez perte dequilo que e enunciedo por ume frase contendo 'Eu- agora-, mes e somente uma- expressão da releçeo causai entre aquilor /Vque e enunciedo e sue enunciaçao".
Em resumo; examinemos veries definições de deixis e
percebemos que as diferentes realidedes que ela encobre neo sao
totalmente conciliáveis. É que e noçao de deixis sofre e deter-
mineçeo do conjunto de questões e problemes nos que is esta inse
rida. E uma noçao semantica e a semantica interessa a logicos,
filosofos, psicologos, lingüistas, e cada qual visa ao seu pori
to de vista perticuler. Neste trabalho, estamos interessados ,
parti CU Iermente, no seu sentido estritamente lingüistico, isto
e, ume noçeo de deixis totelmente essimi leda a questão de enun
c i açao e do suje i to do discurso.
21
NOTAS DO CAPÍTULO^ I....... J
(1) Mattoso Camara Jr., J. - Dicionário de LingCistica e Gra-
mat i c a . Petropolis, Vozes, 1977, p. 90.
(2) Carvalho, Jose G. Herculano de - Teoria da Linguagem. To
mo I. Coimbra, Atlantida, 1973, p. 203.
(3) Herculano de Carvalho (1973, p. 366) chama contexto extr£
verbal ou contexto real ao conjunto de todos os objetos,
circunstancias e acontecimentos extra-Iingüisticos ( m£
teriais ou i materia is, rea is, ou imaginados) que, medi^
ta ou imediatamente, determinam a produção da mensagem
e a que esta, explícita ou implicitamente, se refere
ou faz supor.
(4) Carvalho, Jose G. Herculano de - Teoria da Linguagem. To
mo II. Coimbra, Atlântida, 1974, p. 666.
(5) Herculano de Carvalho nao explicita o que vem a ser esti
I o refIeti do, entretanto, captamos o seu sentido como
correspondente a estiIo formal.
(6) Todorov, Tzvetan - Problemas da Enunciaçao. Langages 17-
Paris, Didier - Larousse, 1970, p. 10. Traduçao de M£
ria Marta Furlanetto.
(7) Pe irce. Charles Sanders - Semiótica e filosofia. Sao Pau
lo, Cultrix, 1972, p. 115.
(8) A caracterizaçao dos deiticos na perspectiva de Peirce m^
ni festa perfeitamente um ponto de vista logico - seman-
tico, noçao que veremos posteriormente nesta sèçao.
(9) BCShler, KarI - Teoria dei lenguaje. Madrid, Revista de
Occidente, 1967, p. 137.
(10) Lahud, Michel - "Egocentric Partic u Iars": os deiticos na
concepção de Russel. In: Revista Latinoamericano de Fi
losofia, Vol. I, n^ I, marzo, 1976, p. 4 6.
(11) Como nosso trabalho esta voltado para uma dimensao lin-
22
gtüistica da deixis, um estudo detalhado sobre os dei-ticos
de Jakobson e Benveniste encontra-se no Capítulo 2 des^
ta dissertação. Fica, assim, justificada a nao inclusão
destes dois autores, nesta seçao.
(12) Op. cit., p. 44.
(13) Op. cit., p . 48 .
CAPÍTULO 2 - OS ELEMENTOS TEÓRICOS DA ENUNCIAÇÃO
2.1. Os embreadores de Jakobson ^ ^
2.1.1. Os quatro tipos duplos.
Segundo Jakobson (1963, p. 178):
"Todo codigo lingüistico contem uma classe especial de unidades gramaticais que se pode chamar de embread£ res: a significaçao geral de um embreador nao pode definir-se fora de uma referencia obrigatoria a mensagem" .
Antes de aprofundarmos a noçao de embreador, veremos
como Jakobson introduz seus pressupostos teoricos. Partindo de
rapidas consideraçoes acerca da teoria da comunicaçao,distingue
quatro tipos de relações entre a mensagem (enunciado) e o codi
go (língua) ate chegar a classe dos embreadores.
Ele afi rma:
"Uma mensagem transmitida por umemissor deve ser devidamente perceb_i_ da pe I o receptor. Toda mensagem deve ser codificada pelo emissor e decodJ_ ficada pelo receptor. Quanto mais o receptor capta o codigo empregado pelo emissor, maior sera a quantidade de informaçao conseguida. A mens^ gem (M) e seu codigo subjacente (C) sao veiculos de comunicaçao lingtíis- tica, mas os dois funcionam de manej_ ra dupla; ambos tanto podem ser sem pre tratados, como objetos de uti I j_ zaçao (significantes), quanto como objetos de referencia ( refe rentes) . Assim sendo, a mensagem pode referir se ao codigo ou a outra mensagem, do mesmo modo que, por outro lado, o si nificado geral da unidade do codigo' implicara uma referencia (retorno)ao codigo ou mensagem" (1963, p. 176)'.
24
Em decorrencia do acima exposto, Jakobson distingue
quatro tipos duplos de relações entre a mensagem (enunciado) e
o codigo ( Ifngua): (l) dois tipos de circuIaridade - a mensagem
remete a mensagem (M/M) e o codigo remete ao codigo (C/C); (2)
dois tipos de superposição ( over I app i ng) - a mensagem remete ao
codigo (m /c ), e o codigo remete a mensagem (C/M).
Jakobson explicita esses quatro tipos duplos:
I - A mensagem remete a mensagem (M/M).
Um discurso citado, ou simp1esmente citaçao, e
um enunciado com enunciaçao reproduzida. E um discur^
so no interior de uma mensagem e, ao mesmo tempo, um
discurso acerca do discurso, uma mensagem acerca da
mensagem, segundo Voloshinov, (apud Jakobson,p .I77).
Existe uma multiplicidade de possibilidades de cit^
çao, o discurso direto e indireto e diversas formasr A
de "estilo indireto livre". Ha Iinguas que empregam
uma forma morfologica especial para .indicar o diseur,
so citado. Dessa maneira, em tun i ca todas as declar^a
çoes feitas de ouvido sao marcadas por um "posfixo
de citaçao" /-an i / acrescentando ao predicado. A tj_
tu I o de i lustraçao, podemos dar o seguinte exemplo:
"Luis disse-me que Antonio chegou", que constitui umars>
forma de citaçao.
2 - 0 codigo remete ao codigo (C/C).
Os nomes proprios ocupam um lugar particular no
codigo lingüistico: a significaçao geral de um nome^ rs, _ yV ^
proprio nao pode definir-se sem referencia ao codigo.
No codigo do português, "Antonio" significa uma pe^
soa chamada "Antonio". A circu1 aridade na determina-
çao do sentido do nome propr i o e patente: o nome si 2
ni fica todo aquele a que se tenha atribuido este no
me. Jakobson (1963, p. 177) nos fornece este exemplo:
25
"0 apelativo caoz i nho designa um filhote de ,cao, vj_
ra-lata aplica-se a um cao de raça misturada... mas
F i do so designa um cao cujo nome e Fido". Alem do
mais, o significado geral de palavras como caoz i nho,
sabujo, perdi gue i ro, poderia indicar-se por meio de
perífrases tais como: fi Ihote de cao, cao de caça
grossa, ou por meio de abstraçao como '''perd i gue i rez,
enquanto que a significaçao geral de F i do nao compor.(2)
taria nenhuma propriedade especial de '“fididade
3 - A mensagem remete ao codigo (M/C).
Tem por objeto a definição de uma palavra numa
mensagem, isto e, o recurso ao codigo (ao dicionarioj
Toda interpretaçao explicativa de palavras e oraçoes
sejam i ntra 1 i ngtü í st i cas (perifrases, sinonimos) ou
interiingOisticas (traduçao) e uma mensagem que rem£ ( 3
te ao codigo . Quando dizemosí "a moringa que
brou", a palavra "moringa" se refere a um objeto ex
tra1 ingttístico. Mas, se dissermos que "moringa e uma’ -í ^ ■
bilha de barro para conter e refrescar a agua" a pa
lavra mor i nga esta referindo-se a si mesma. Tal feno/
meno e chamado em 1ogica "o modo autonimo do discur
so". Esta transposiçao desempenha uma funçao vital
- • ^ (4)na aquisição e uso da Iinguagem
4 - 0 codigo remete a mensagem (C/M).
E aqui que se encontra a classe dos embreadores.
Todo codigo lingüístico contem uma classe especial de
unidades gramaticais chamadas embreadores ,e como
já vimos anteriormente a significaçao geral de um em
breador (eu, meu, agora) nao pode ser definida fora
de uma referencia a mensagem. Na realidade, a unica
coisa que distingue os embreadores de todos -os ou-
26
tros constituintes do codigo lingüistico, e o fato de
que se remetem obrigatoriamente a mensagem, afirma
Jakobson (lÇ63, p. 179).
Burks (apud Jakobson, p. 178) examinou a natureza se
mi ótica dos embreadores em seu estudo sobre a cl ass i fi caçao fej_
ta por Peirce dos signos em símbolos, indices e ícones. Para
Peirce, (apud Jakobson, p. 179), um simbolo, por exemplo, a p£
lavra verme 1ho, associa-se ao objeto representado por meio de
uma regra convencional, enquanto que um indice, por exemplo, o
ato de mostrar alguma coisa com o dedo, esta numa reIaçao exi^
tencial com o objeto que representa. Os embreadores combinam as
duas funções, isto e, a funçao simbólica e a indiciai, e per^
tencem, portanto, a classe de simbolos indices. Como exemplo,
Burks cita o pronome pessoal. "Eu" significa a pessoa que diz
"eu". Assim, de um lado, o signo "eu" nao pode representar seu
objeto sem estar associado ao mesmo "por meio de uma regra coii
vencional"; em outros codigos o mesmo significado se atribui a
seqüências diferentes como "eu", "I", "ego", "ja", "ich", etc.:
por conseguinte, "eu" e um símbolo. Por outro lado, o signo"eu"
nao pode representar seu objeto sem "estar em relaçao existencj_
a 1" com este objeto: a palavra "eu", designando o falante, esta
existencia I mente relacionada com a enunciaçao, e portanto fun -
ciona como índice.
Prosseguindo, Jakobson afirma que cada embreador po^
sui uma significaçao geral propria, noçao que vai de encontro a
freqüente ideia de que o carater particular do pronome pessoal e
de outros embreadores residia na ausência de uma signifiçaçao ge
ral unica e constante. Dessa forma, HusserI, (apud Jakobson, p.
179) afirma: "a palavra eu designa, conforme os casos, pessoas
diferentes, e assume por isso mesmo uma significaçao sempre no
va". Por causa de esta suposta multiplicidade de significados
contextuais, os embreadores, por oposição aos simbolos, foram
tratados como simples indices. Para mostrar que o embreador po£
sui uma significaçao gerai propria, Jakobson cita o pronome
27
pessoal eu que designa o emissor e o receptor da mensagem a
qual pertence.
Para Bertrand Russel (apud Jakobson, p. 179), "os em
breadores, ou, em sua terminologia, os "particuI ares egocentri-
cos", se definem pelo fato de que nunca se apl icam a mais de um
objeto de cada vez". Isto, entretanto, e comum a todos os ter
mos s i ncategoremat i cos diz Jakobson. Por exemplo, a conjuiifst f*-’ ^ ,
çao mas expressa sempre tao-somente uma relaçao adversativa eii
tre dois conceitos que se enunciam, e nao a ideia generica de
opos1çao.
Os símbolos - índices, prossegue Jakobson, e em par^
ticular os pronomes pessoa i s, que a tradiçao humboldtiana con^
cebe como pertencendo ao estrato mais elementar e mais primiti-fSf A ^
vo da linguagem, sao, pelo contrario, uma categoria complexa oji
de codigo e mensagem se recobrem, se superpõem. Por isso os pro
nomes constituem uma das ultimas aquisições da linguagem infan
til e o que primeiro se perde na afasia.
ex*Em seguida, chama a atençao para o fato de que se
ate os lingüistas tem tido dificuldades para definir a signifi
caçao geral do termo "eu" ou "tu" que significa a mesma funçao
intermitente de diferentes sujeitos, esta clarissimo que a crj_
ança que aprendeu a identificar-se com seu proprio nome nao se
acostumara facilmente a termos tao al ienaveis como os pronomes
pessoais: pode hesitar a falar de si mesma na primeira pessoa
quando seus interIocutores a chamam "tu". Jakobson (19^3, p.
I80) ilustra com o seguinte exemplo: "a criança tratara de mono
poíizar o pronome da primeira pessoa: "Nao te chames "eu". Sor rsf /■
"eu" sou "eu", e "tu" so es "tu", Entao, empregara, indiscrimi
nadamente "eu" ou "tu" para o emissor e para o receptor, de mo
do que este pronome significara quem quer que seja que partici-
pe do dialogo em questão. Ou, finalmente, substituirá a criança,
com tanto rigor, "eu" por seu proprio nome qüe, estando dispo^
to a chamar a qualquer pessoa, ao seu redor, por seu nome, re
sistir-sé-a a pronunciar o seu proprio: o nome tem para seu pe
28
queno portador so um significado de vocativo, em oposição a fun^
çao nominativa do "eu".
0 seguinte exemplo mostra como esses tipos podem co^
xistir num enunciado: "Antonio me disse que "tijuco" significa
"lama". Neste breve enunciado estao inclufdos os quatro tipos
de estruturas duplas: o discurso indireto (M/M), uma mensagem
autônima (M/C), um nome proprio (C/C), e os embreadores,isto e,
o pronome da primeira pessoa e o tempo perfeito, que assinala
um acontecimento anterior a transmissão da mensagem.
Concluindo, Jakobson diz que na linguagem e seu uso,
as estruturas duplas desempenham uma funçao basica. Em particu^
lar, a classificaçao das categorias gramaticais, as verbais e^
pecialmente, requer uma discriminação sistemática dos embreado
res.
2.1.2. As categorias verbais
Para classificar as categorias verbais, devem obsej^
var-se duas distinções basicas, segundo Jakobson: (l) a enunci£
çao em si (^), e seu objeto, a matéria enunciada (^); (2) o ato
ou o processo em si (C) e qualquer um de seus protagonistas (T),
seja "agente" ou "paciente". Em conseqüencia, impoe-se distin
guir quatro elementos: um evento narrado ou processo de enuncj_e â
ado (C ), um ato de discurso ou processo da enunciaçao (C ), um
protagonista do processo do enunciado (T^) e um protagonista do
processo de enunciaçao (T ), emissor ou receptor.
Todo verbo se refere a um processo do enunciado, diz
Jakobson (1963, p. I8|):
"As categorias verbais podem subdivj^ dir-se em duas classes conforme os protagonistas do processo estejam ou nao implicados. As categorias que im plicam os protagonistas podem caracterizar seja os protagonistas em si (T*), seja sua reiaçao ao processo do enunciado (T C ). As categorias que fazem abstraçao dos protagonis
29
tas caracterizam seja o processo do enunciado em si (C ), seja sua rela- çao a um outro processo enunciado - (C C ). Para as categorias que so caracterizam um termo do enunciado o processo em si (C ) ou seus prot^ gonistas (T ) - empregara a expre^ sao de des i gnadores, enquanto que as categorias que caracterizam tal ter. mo (C ou T ) referindo-o a um outro termo do enuncia do (C C ou T C ) serao chamados conectores".
Os designadores indicam seja a qualidade, seja a
quanti dade do termo do enunciado e podem ser-chamados respecti
vamente quaI i fi cadores e quant i f i cadores.
Os designadores, bem como os conectores, podem cara£
terizar o processo do enunciado e/ou seus protagonistas com ou
sem referencia ao processo da enunciaçao (..C ou a seus prota
gonistas (../T ). As categorias que implicam esta referencia se
rao chamadas embreadores; as que nao a implicam receberão o nof
me de "nao-embreadores".
Todas as categorias verbais genericas podem ser defj_
nidas, a partir dessas dicotomias de base.
Jakobson (1963, p. I82) explicita essas categorias:
A - 0 genero e o numero; simbolizados pela formula
. (T^).
Estas categorias caracterizam os protagonistas do
processo do enunciado sem referencia ao processo de enunciaçao,
sendo que o genero qualifica e o numero quantifica os protago
30
n i stas.
B - A pessoa; simbolizada pela formula ( /T^).
E a categoria que caracteriza o relacionamento dos
protagonistas do processo do enunciado com referencia aos prot£
gonistas do processo de enunciaçao. Jakobson (1963, p. 182) diz
que a primeira pessoa assinala a identidade de um dos protago -
nistas do processo do enunciado com o agente do processo
da enunciaçao, e a segunda pessoa, sua identidade com o pacien
te atual ou potencial do processo da enunciaçao. Como exemplo ,
o enunciado; eu te amo.
C - 0 estatuto e o aspecto: simbolizados pela form^
Ia (C® ).
Estas categorias caracterizam o processo do enuncia
do em si mesmo sem implicar seus protagonistas e sem fazer refe
rencia ao processo da enunciaçao. A qualidade Iogica do proces
so e definida pelo estatuto (na terminologia de Whorf).Jakobson
( 19 6 3, p. 18 2) extrai exemplos do g i Iyak, onde os estatutos
afirmativo, supositivo, negativo, interrogativo e interrogativo
negativo sao expressos por formas verbais especiais. Extrai,
tambem, exemplos do ingles, onde o estatuto assertivo emprega
combinaçoes com o auxiliar "do" que, em certas condiçoes, sao
facultativas para asserções afirmativas, mas obrigatorias para
as asserções negativas ou 1nterrogativas.
D - 0 tempo: simbolizado pela formula (C^ /C^).
A
E a categoria que caracteriza o relacionamento do
processo do enunciado com referencia ao processo da enunciaçao.
0 preterito, por exemplo, nos mostra que o processo do enuncia
do e anterior ao processo da enunciaçao, e o futuro, que o pro
cesso do enunciado e posterior ao processo da enunciaçao. A fr^
se voce partira mostra que o processo do enunciado e posterior
ao processo da enunciaçao.
31
A e 6 'E - A voz ; simbolizada pela formula (T /C ) .
El a caracteriza a relaçao que I iga o processo do
enunciado a seus protagonistas sem estabelecer referencia ao
processo da enunciaçao ou ao falante.
F - 0 modo; simbolizado pela formula ( /T ).
Ele caracteriza a relaçao entre o processo do enuncj_
ado e seus protagonistas com referencia aos protagonistas do
processo da enunciaçao.
Por exemplo; ele estudaria com muito entusiasmo, se
tivesse oportunidade. Nesta frase, segundo a formulação de Vino
gradov (apud Jakobson, p. l83), o futuro do preterito reflete a
concepção que o falante e_u tem sobre o carater da relaçao entre
a açao estudar e seu ator ele. 0 falante encontra-se subentendj_
do na frase subjacente; eu digo que.
G - A ordem; simbolizada pela formula (C C ).
A ordem (tactema) caracteriza o processo do enunci^
do com relaçao a um outro processo do enunciado, mas sem refe^
rencia ao processo da enunciaçao. Para exemplificar, Jakobson
( 19 6 3, p. 183) cita o g iIyak que distingue tres tipos de ordens
independentes; um exige, o outro admite, e o terceiro exclui
uma ordem dependente, e a ordem dependente expressa relações dj_
ferentes com o verbo independente como, por exemplo, simultané^
mente, anterioridade, etc.
H - 0 testemunha I ; simbol izado pela formula (C^C^^/C^)
Jakobson (1963, p. l83) chama testemunha 1 (em ingles
evidential) a categoria verbal que da conta de tres processos ;
o processo do enunciado (C^), o processo da enunciaçao (C^) e
um processo de enunciaçao - enunciado" ( ) , isto e, a fonte
de informaçao acerca do processo do enunciado.
0 falante reI ata um processo sobre a base da narra--
32
çao feita por outrem (prova do boato), sobre a base de um sonho
(prova da revelaçao), de uma conjetura (prova da suposição) ou
de sua propria experiencia anterior (prova da memória). 0 se
guinte exemplo: "conforme informaçoes obtidas no Jornal "Estre
la Polar", o Presidente da Republica chegaria brevemente a esta
cidade", bem ilustra esta categoria.
Em resumo: as categorias que implicam uma referencia
ao processo da enunciaçao sao chamadas embreadores. Sao elas:
- a pessoa ( /T )
- o tempo ( /C^)
- o modo (T C /T )
- o testemunhal (C^C^^/C^); e as categorias que nao
impi icam uma referencia ao processo da enunciaçao sao os nao-em
breadores. Sao elas:
- o genero e o numero (T^)
- o estatuto e o aspecto (C )
- a voz (T^/C^)
- a ordem (C^/C )
Jakobson (I9Ó3, p. I84) apresenta o seguinte esquema
global sobre as categorias verbais, mostrando como elas se i ntejr
re I ac i onam:
33
T IMPL ICADO T NÃO-IMPLICADO
DESIGNADOR CONECTOR DESIGNADOR CONECTOR
QUALIFICADOR:
QUANTI F ICADOR:
GÊNERO
NÚMERO
VOZ
ESTATUTO
ASPECTO
ORDEM
EMBREADOR:
EMBREADOR:
PESSOA11 MODO
TEMPO
TESTEMUNHAI
Numa tentativa de c I ass i fi caçao das categorias vej2
bais, em funçao da oposição embreadores / nao-embreadores,
kobson resume o modelo acima em um esquema mais simples:
T IMPLICADO T NÃO-IMPL ICADO
DESIGNADOR CONECTOR DESIGNADOR CONECTOR
NÃO-EMBREADOR: t" T® o'" C^ c"c"
EMBREADOR: c^/c^ C^C^^/C^
Simplificando mais ainda com o objetivo de torna-lo
mais pratico, teremos:
T IMPLICADO T NAO-IMPLICADO
DESIGNADOR CONECTOR DESIGNADOR CONECTOR
NÃO-EMBREADOR: GÊNERO ENÚMERO
EMBREADOR: PESSOA
VOZ
MODO
ASPECTO E ESTATUTO
TEMPO
ORDEM
TESTEMUNHAL
34
Vimos, pois, entao, que todo codigo I i ng(5 fst i co cojn
tem uma classe de unidades gramaticais que se chama embreadores.
A significaçao de um embreador nao pode ser definida
fora de uma referencia a mensagem.
A ausência de uma significaçao geral e o fato de que
nunca se aplicam a mais de um objeto de cada vez nao podem ser
tomados como critérios para definir os embreadores porque:
a) - Cada embreador,para Jakobson, possui uma signi-
ficaçao geral própria. Eju designa sempre o emi^
sor e sempre o receptor da mensagem a qual
pertence.
b) - os termos sincategorematicos tambem servem para
marcar, vez por vez, uma reiaçao particular ejn
tre dois conceitos ou duas proposiçoes.
Portanto, o critério essencial para definir a signi-
ficaçao de um embreador, sera o envio obrigatorio ao discurso, e
nisso reside a di ferença- entre ele e os termos s i ncategoremat i-
cos, ou em sentido mais generico, entre os embreadores e todos
os outros constituintes do codigo I i ngtü íst i co .
A pessoa, o tempo, o modo e o testemunhai sao, em
breadores porque pertencem as categorias verbais que implicam
uma referencia ao processo de enunciaçao.
-■J 3
2.2. Os indices de enunciaçao (BE N VE NISTE I)
Mo presen-fce item, apresentaremos as principais i dej_
as contidas em cinco artigos de Benveniste reunidos sob o t i t
lo gérai de "0 homem na lingua" Trata-se de cinco ensaios
que, realizados a partir de estudos minuciosos de fenomenos das
I inguas naturais, e numa perspectiva estrutural, fornecem i ndj_
caçoes seguras para a compreensão do processo da comunicaçao.
2.2.1 . A pessoa no verbo
No primeiro ensaio (Gap. |8, p. 247), intitulado "Es
trutura das relações de pessoa no verbo" ele afirma que o verbo
juntamente com o pronome, constitui a unica classe de palavras
sujeita a categoria de pessoa, mas que o pronome apresenta ca-
racteristicas especificamente suas e relações tao diferentes
que exigiria um estudo independente. As formas de conjugaçao
classificam-se segundo a sua referencia a pessoa em todas as
Iinguas que possuem um verbo.
Chega a conelusao geral de que em toda lingua, dota
da de um verbo, as distinções de pessoa sao marcadas de uma m^
neira ou de outra nas formas verbais, e que a categoria de pe^
soa pertence realmente as noçoes fundamentais e necessarias doA
verbo. Mas a originalidade de cada sistema verbal devera rece^
ber um estudo em particular.
Para Benveniste so se pode constituir uma teoria I iri
gíüistica da pessoa verbal com base nas oposiçoes que diferen
ciam as pessoas; e ficara inteiramente voltada a estrutura de^
sas oposiçoes. A seguir anaIisa o conteúdo das pessoas verbaisí
"Nas duas primeiras pessoas, ha ao mesmo tempo uma pessoa implicada e um discurso sobre essa pessoa. Ejjdesigna aquele que fala e implica ao mesmo tempo um enunciado sobre o eu; dizendo eu , nao posso deixar de
36
falar de mim. Na segunda pessoa, e necessar i ame nte designado por e_u e nao pode ser pensado fora de uma sj_ tuaçao proposta a partir do e_u; e, ao mesmo tempo, e_u enuncia algo como um predicado de tu. Da terceira pes soa, porem, um predicado e bem enur^ ciado somente fora do eu/tu; essay ~ ' r-iforma e assim exceptuada da reIaçao pela qual ejj e se espec i f i cam . Da i, ser questionável a legitimidade de^ sa forma como pessoa" (8).
Benveniste questiona a legitimidade da terceira pe^
soa porque se ela comporta realmente uma indicaçao de enunciado
sobre alguem ou alguma coisa, esta indicaçao nao se refere a
uma pessoa específica, porque falta aqui o elemento variavel e
propriamente pessoa I destas denominaçoes. Conclui, afirmando,
que a terceira pessoa nao e uma pessoa; e inclusive a forma
verbal que tem por funçao exprimir a nao-pessoa.
A seguir, mostra como se apresenta a situaçao parti-
cu I ar da terceira pessoa no verbo de dez linguas, e chega a cori
clusao de que as duas primeiras nao estao no mesmo plano que a
terceira, sendo que esta nao e tratada como uma verdadeira pe^
soa e que o verbo dessas 1inguas nao apresenta uma simetria nas
tres pessoas. Para exemplificar nomeamos o semi tico, o turco, e
as-I ínguas amerindias. No semitico, a terceira singular do pe£
feito nao possui desinencia, e no turco, de uma maneira geral,a
terceira singular tem a marca zero, enquanto que nas 1 inguas
amerindias, onde o verbo funciona com desinencias ou prefixos
pessoais, geralmente falta a marca da terceira pessoa.
Prosseguindo, Benveniste aponta duas caracteristicas
das pessoas eiJ e á un i ci dade e a i nve rt i b i I i dade . 0 eu que
enuncia, o ao qual e]j se dirige sao cada vez unicos, ao pa^
so que eIe pode ser uma infinidade de sujeitos - ou nenhum. Pa
ra exemplificar, Benveniste cita o "je est un autre" de Rimbaud,
que fornece a expressão típica daquilo que e propriamente a
"alienaçao" mental, em que o ejJ e despossuido de sua identidade• • *** f • • • •
constitutiva. 0 eu e o tu sao invertiveis, consistindo nisso a
37
sua segunda caracter i st i ca : o que ejj define como se pensa e
pode inverter-se em e eu se torna um Em outros termos:
o ejj (codificador) e o ( decod i f i cador) se invertem no procès
so da comunicaçao, ou seja: o (decodificador) se transforma
em ejj ( cod i fi cador) e o ejJ (codificador) se transforma em t}J
( decodi fi cador) . Entre o ejj e o e a terceira pessoa e 1 e ne
nhuma relaçao semelhante e possivel, uma vez que eIe em si nao
designa especificamente nada nem ninguém. Devemos, enfim, tomar
plenamente consciência dessa particu1 aridade da terceira pessoa
de ser a unica pela qual uma co i sa e predicada verbalmente.
E Benveniste prossegue: tudo o que fica fora do par
eu/tu, ou seja, da pessoa estrita, recebe como predicado uma
forma verbal da terceira pessoa e nao pode receber nenhuma ou
tra .
Benveniste conclui seu estudo dizendo que as expre^
soes da pessoa verbal sao, no seu conjunto, agrupadas por duas
correlaçoes constantes: a correlaçao de personalidade, que opoe
as pessoas eu/tu a nao-pessoa ele, e a correlaçao de subjetivi
dade interior a precedente e oponto eu a t u .
Benveniste analisa as duas correlaçoes nos seguintes
termos: a oposição eu/tu possui a marca de pessoa enquanto a
terceira pessoa (ele) e-deladestituida. Representar, sob a re
Iaçao da propria forma, um invariante nao-pessoal, seria a ca
racterística e funçao constantes da terceira pessoa.
A diferença que ocorre entre eij e reside, em prj_
me i ro lugar, no fato de ser ejj i nter i or ao enunciado e exter i or
a sendo que essa exterioridade nao suprime a realidade hum£
na do dialogo. Como exemplo'^ Benveniste cita a segunda pessoa
em russo, como na locução "gavori^ s nim - on ne slusaet" ( f a.
Ia-se com ele^ele nao ouve)que e uma forma que presume ou susci-^ rs*
ta uma pessoa ficticia e institui dessa forma uma relaçao vi vj_
da entre eij e essa quase-pessoa, no caso Em segundo lugar,^ o * y
eu e sempre transcendente com relaçao a Quando alguem procij
ra estabelecer uma relaçao viva com um ser, encontra ou coloca
38
• • necessariamente um que e fora da pessoa, a unica pessoa ima-
ginavel, diz Benveniste. Portanto, i nte r i or i dade e transcenden-
cj_a, qualidades inerentes ao ejj, invertem-se em Definir-se-
a, entao, o como a pessoa nao-subjetiva, perante a pessoa
subjetiva que et[ representa; e o par eu/tu opor-se-a em conjun
to a forma de nao-pessoa, isto e, a terceira pessoa (ele).
2.2.2. Dois niveis de enunciaçao: historia e discur
so .
No capitulo 19 (p. 260), denominado "As relações do
tempo no verbo francês", Benveniste distingue, a partir de um
estudo do tempo dos verbos franceses, dois planos de enunciaçao:A f»* A ,
h i stor i a e ■ d i seu r so. A enunciaçao histórica e "o modo de enuncj_
• " • (9)açao que exclui toda forma lingOistica "autob i ograf i ca" , eji
quanto que a enunciaçao discursiva e "toda enunciaçao que supo
nha um locutor e um ouvinte e, no primeiro, a intenção de infljj
enciar, de algum modo, o outro" .
A /w ANa narrativa historica^o historiador nao dira jamais
est r ^
eu nem nem aqu i nem agora, porque nao tomara jamais o apare
lho formal do discurso que consiste, em primeiro lugar, na reI^
çao de pessoa eu/tu, diz Benveniste. Dessa forma, na narrativa
histórica estritamente desenvolvida, so se verificarao formas -
de "terceira pessoa".
Para Benveniste a narrativa discursiva seria a diver.
sidade dos discursos orais, e da mesma forma a massa dos escri
tos: correspondencias, memórias, teatro, obras didaticas, enfim
todos os generos nos quais alguem se dirige a alguem, se enuncia
como locutor e organiza aquilo que diz na categoria da pessoa.
Benveniste diz que a distinção entre narrativa h i sto^
rica e narrativa discursiva nao coincide, de forma alguma, com
a distinção entre língua escrita e língua falada, pois a enuncj_
açao histórica e hoje reservada a língua escrita, e o discurso
pode ser tanto escrito como falado. Na pratica, passa-se de um
39
para o outro instantaneamente, pois e proprio da I i nguagem pej^
mitir essas passagens instantaneas.
0 discurso emprega I ivremente todas as formas pesso-
ais do verbo, sendo que a reiaçao de pessoa esta sempre presen-
te, explicita ou implicitamente, ao passo que na historia o nar
rador nao intervem: ha ausência de pessoa, em conseqüência au
sencia de enunciaçao.
Os dois planos de enunciaçao se dei imitam em traços
positivos e negativos (Benveniste, 1976, p. 270) ou seja, o cam
po de expressão temporal, em francês, podera ser definido nos
seguintes termos: no que chama de enunciaçao histórica empregam
se em formas de terceira pessoa: o aoristo (passe simple), o im
perfeito, o mais-que-perfeito e o prospectivo (um tempo perifr^s
tico substituto de futuro, por exemplo, "ele vai estudar" por
"ele estudara"). 0 presente e excluido, tendo como exceção o
presente intemporal (a terra gira em torno do sol); assim como
o perfeito (passe compose) e o futuro (simples e composto). 0
tempo fundamental da historia e o aoristo (passe simple); o teni
po do acontecimento fora da pessoa de um narrador,
0 sistema temporal do discurso distingue-se clarameji
te do sistema temporal da historia: na enunciaçao de discurso,
empregam-se todos os tempos em todas as formas pessoais do ve£
bo, com exclusão do aoristo: simples e composto. Os tempos fun-
damentais do discurso sao: o presente, futuro e perfeito (passe
compose).
Os tempos verbais que originaram essas duas formas
de enunciaçao pertencem, como ja vimos, ao campo: da expressão
temporal do francês. Procedendo a uma adaptaçao do sistema tem
poraI francês para a lingua portuguesa, teremos:
a) na enunciaçao histórica, usam-se, o preterito per^
feito simples, o imperfeito, o mais-que-perfeito
e o prospectivo, em forma de terceira pessoa, com
exclusão do presente (exceto o presente intempo-
raI), do preterito perfeito composto, e do futuro
40
simples e composto.
b) na enunciaçao discursiva; todos os tempos em to
das as formas pessoais do verbo, sendo o presente,
o futuro e perfeito, as formas fundamentais .
Nota-se que, em português, a enunciaçao discursiva/s*
nao apresenta as exclusoes anteriormente mencionadas no frances.
1sto e facil de se explicar: no frances, o aoristo simples (pa^
se simple para Benveniste) so podera ser usado na historia (no
discurso, emprega-se o passe compose) ao passo que, em portu -
gues, o preterito perfeito simples, seu correspondente, podera
ser usado tanto na historia quanto no discurso. Nao mencionamos
o aoristo composto (passe anterieur) porque nao possui equiva
lente em português.
2.2.3. A natureza dos pronomes.
No capitulo 20 (1976, p. 277) Benveniste faz um estij
do sobre a natureza dos pronomes e mostra que eles nao constitij
em uma classe unitaria, mas especies diferentes segundo o modo
de linguagem do quai sao signos: Diz Benveniste (1976, p. 277):
—-"Uns pertencem a S i ntaxe da lingua, outros sao caracteristicos daquilo a que chamaremos as "instancias do di^ curso", isto e, os atos discretos e cada vez unicos pelos quais a lingua e atualizada em palavra por um locutor" .
Benveniste faz uma analise profunda do pronome pesso
al eu/tu porque a noçao de pessoa e propria deste par. Ele diz
que a diferença do pronome eju e um nome referente a uma noçao
lexical reside nao so nas diferenças formais próprias de cada
sistema lingüistico, mas tambem se prende ao proprio processo
da enunciaçao I i ng(i i st i c a . 0 enunciado que contem ejj pertence a
esse niveI ou tipo de linguagem a que Charles Morris chama pra£
matico, e que inclui, com os signos, aqueles que os empregam.
41
Cada instancia de emprego de um nome refere-se a uma
noçao constante e objetiva, apta a permanecer virtual ou a atu^
1 izar-se num objeto singular, e que permanece sempre idêntica na
representaçao que desperta, ao passo que as instancias de empre
go de ejj nao constituem uma classe de referencia:
"(...) Nao ha objeto definivel como eu ao qual se possa remeter identic^ mente essas instancias. Cada eu tem a sua referencia propria e correspori de cada vez a um ser unico, proposto como tal" (Benveniste, 1976, p. 278).
A realidade a qual se refere ejj ou consiste uni
camente numa realidade de discurso (1976, p. 278);
"Eu significa a pessoa que enuncia a presente instância de discurso que contem e_u. (...)- A forma eu so tem existencia lingOistica no ato de pa lavras que a profere. Ha, pois, ne^ se processo uma dupla instancia conjugada: instancia de eu como refere]! te, e instancia de discurso contendo eu, como referido. (...) o i ndj_vi duo que enuncia a presente i nstan^ cia de discurso que contem a instan^ cia lingOistica eu. Conseqüentemente, introduzindo-se a situaçao de "alocu çao", obtem-se uma definição simetrj_ ca para como o indivíduo a Iocut^do na presente instancia de discurso contendo a instancia lingOistica tu".
É /v . ^a partir desta referencia constante e necessaria a
instancia de discurso que se expl ica a uni ao de uma serie de/ • • f 9 ^
"indicadores" a eu/tu. Estes indicadores ou indices de ostensao
pertencem a classes diferentes: pronomes, advérbios e ainda lo
cuçoes adverbiais. Temos, assim, os demonstrativos (este), os
advérbios (aqui, agora) na medida em que se organizam corre I at_i_
vaménte com os indicadores de pessoa.
fst AEsses signos "vazios", nao referenciais, so tem exi^
42
tencia na "instancia de discurso". Eles nao remetem a nenhuma
real idade, nem tampouco a posiçoes objetivas no espaço ou no
tempo, mas a enunciaçao, tornando-se dessa forma signos pIenos.
Plenos, na medida em que o locutor os assumir em cada instancia
do seu discurso.
Qual seria o papel desses signos vazios na linguagem?
Benveniste (1976, p. 280) afirma;
"0 seu papel consiste em fornecer o instrumento de uma conversão, a que se pode chamar a conversão da Iingua gem em discurso. (0 grifo e nosso) . E identificando-se como pessoa unica pronunciando eu que cada um dos 1 ociJ tores se propoe alternadamente como su.je i to" .
Mas, se cada pessoa possuísse um indicador propriop£
ra dizer ejj, haveria tantas linguas quanto fosse o numero de
pessoas e daf, a dificuldade de comunicaçao. A linguagem criou,
por isso, um signo movei, unico: eij, que podera ser assumido por
todo falante, com a condição de que ele, cada vez, so remete a
instancia do seu proprio discurso:
"Esse signo, esta pois, ligado ao exe rc i c i o da linguagem e declara o locutor como tal. E essa propriedade que fundamenta o discurso individual, em que cada locutor assume por sua conta a linguagem i nte i ra" (1976, p. 281) .
Existe uma diferença profunda entre a I inguagem como
sistema de signos e a linguagem assumida como exercício pelo i
divíduo mas tornamo-nos insensíveis a essa diferença por força
do habito:
"Quando o individuo se apropria dela, a linguagem se torna em instancias de discurso, caracterizadas por esse
43
sistema de referencias internas cuja chave e eu, e que define o individuo
o ,
pela construção ling(5istica particular de que ele se serve quando se enuncia como locutor" (1976, p.28l).
Dentro dessa perspectiva, os indicadores ejj e so
tem existencia na medida em que sao atualizados na instancia de
discurso, em que marcam para cada uma das suas próprias instaji
cias o processo de apropriaçao pelo locutor.
Alem dos indicadores de pessoa (eu/tu),^ dos indica
dores de ostensao (este/aqui, etc.) e os indicadores de tempo
(agora/hoje/ontem, etc.) que so se atual izam na instância de
discurso, Benveniste assinala todas as variações do paradigma
verba I: aspecto, tempo, genero, pessoa, porque as formas ver -
bais tambem sao solidarias da instancia individual de discurso
pelo fato de serem sempre e necessariamente atua Iizadas pelo ato
de discurso e em dependencia desse ato.
A seguir Benveniste (1976, p. 282) questiona; "se a
linguagem em exercício se produz por necessidade em instancias
discretas, essa necessidade a destinara tambem a so consistir^ ÍN »
de instancias pessoais?" Sabemos empiricamente que nao, diz Beri
veniste, pois ha enunciado de discurso que escapam a condição
de pessoa e remetem a uma situaçao objet Í va. E o domínio daÍS*
'terceira pessoa", sendo que esta representa o membro nao marca
do da correlaçao de pessoa.
Benveniste (1976, p. 282) expI i c i t a :
"A nao-pessoa e o unico modo de enujn ciaçao possivel para as instancias - de discurso que nao devem remeter a elas mesmas, mas que predicam o pro^ cesso de nao importa quem ou nao i m- porta o que, exceto a própria instan ■*" " 1 ■ II fc I ■ ^cia, podendo sempre esse nao importa quem ou nao importa o que sen munido de uma referericia objetiva".
44
Cita, como exemplo, os pronomes pessoais de terceira
pessoa denominados por ele "substitutos abre v i at i vos / os nossos
anaforicos, acrescentando que essa funçao de "representaçao"si r\
tatica podera tambem ser exercida por elementos de outras cias
ses, por exemplo, certos verbos, no caso do português, os v e r
bos ser e fazer por exercerem, com mais freqCiencia, esta funçao
viçaria. Assim sendo, nao ha um denominador comum entre a futi
çao desses "substitutos abreviativos" e a funçao dos " indicado-
res de pessoa".
Concluindo o capitulo, Benveniste reafirma a nítida
distinção entre a I íngua como sistema de signos e o sistema das
suas combinaçoes, e entre a I ingua como atividade manifestada
nas instancias de discurso caracterizadas como tais por indices
proprios.
2 .2 .4 » A intersubjetividade na linguagem
Neste artigo, Benveniste (1976, p. 284) toma como
ponto de partida a problematica da descrição da linguagem como
um instrumento, pois encara-la dessa forma, e por em oposição
o homem e a natureza, e dissociar do homem a propriedade da I i n
guagem.
A Iinguagem esta na natureza do homem que nao a f^
br i cou:
"Nao atingimos nunca o homem separa- do da Iinguagem e nao o vemos nunca inventando-a, Nao atingimos jamais o homem reduzido a si mesmo e procuran do conceber a existencia do outro, E um homem falando que encontramos no mundo, um homem falando com outro ho mem, e a I inguagem ensina a propria definição do homem" (1976, p. 285).
Benveniste prossegue:
45
"É na linguagem e pela linguagem queo homem se constitui como suje i to; porque so a linguagem fundamenta na real idade, na sua real idade que e a do ser, o conceito do ego" (ll).
Essa subjetividade diz respeito a capacidade do 1 octJ
tor para se propor como suje i t o . A subjetividade e determinada
pelo status I ingOistico da pessoa.
!Um elemento apontado por Benveniste como sendo es -
sencial para que haja consciência de si mesmo e a intersubjeti-
vi dade:
"Eu nao emprego eu a nao ser dirigin
do-me a alguem, que sera na minha<%* /N/ y
alocu(^ao um Essa condição de di^logo e que e constitutiva da pessoa, pois implica em reciprocidade - q u e eu me torne na a locução daqueleque por sua vez se designa por eu". (1976, p. 286).
Benveniste da um valor inestimável a subjetividade da
I i nguagem quando afirma que o e_u e o nao se devem tomar como
figuras, mas como formas I ingOisticas que indicam a pessoa. Ele
afirma que entre os signos de uma lingua, de qua I quer tipo, epo
ca ou região que ela seja, nao faltam jamais os "pronomes pes-y r r r-j
soais". E inconcebível uma língua sem expressão da pessoa.
Esses pronomes nao remetem nem a um conceito nem a
um i nd i vi duo. Para dar um exemplo cita o pronome eu e chama a
atençao para seu carater estritamente particular de realizaçao'
na instancia do discurso, isto e, os atos discretos e cada vez
únicos pelos quais a lingua e atualizada em fala por um locutor:
"0 ejj se refere ao ato do discurso individual no qual e pronunciado, e lhe designa o locutor. E um termo que
(N/ «N#
nao pode ser identificado a nao ser dentro de (...) uma instancia de dis curso, e que so tem referencia atual.
46
•V yA real idade a qual ele remete e a reaI i dade do d i scurso" (12).
A I inguagem esta de tal forma organizada que permite
a cada locutor apropriar-se da lingua toda, designando-se como
eu .
A seguir aponta os elementos que permitem a revela -
çao da subjetividade na linguagem. Diz Benveniste (1976, p.288);
"Os pronomes pessoais sao o primeiro ponto de apoio para essa revelação da subjetividade na linguagem. Desses pronomes dependem, por sua vez, outras classes de pronomes, que participam do mesmo status. Sao os i ndj_ cadores da dei xis, demonstrativos, advérbios, adjetivos, que organizam
rs/ ^
as relaçòes espaciais e têmporais em torno do suje i to -tomado -como ponto de referencia; "isto, aqui, agora"- e as suas numerosas correlações "isso, ontem, no ano passado, amanha", etc. Tem em comum o traço de se defi nirem somente com relaçao a instan- cia de discurso na qual sao produzidos, isto e, sob a dependencia do eu que ai se enuncia".
A expressão de temporal idade tambem esta incluída no
dominio da subjetividade, e segundo Benveniste o tempo pode ser
expresso em varias línguas, somente os meios de exprimi-lo e
que sao diferentes. Contudo, a I inha de participaçao do tempo e
sempre uma referencia ao "presente". A marca temporal do presen
te so pode ser interior ao discurso, e o presente e definido co
mo "o tempo do verbo que exprime o tempo em que se esta", que
nao e senao "o tempo em que se fala". E o momento eternamente -
presente no dizer de Benveniste, embora nao se refira jamais
aos mesmos acontecimentos de uma cronologia objet i va.
Assim sendo, a I i nguagem e a possibilidade da sub.je-
t i vi dade, enquanto que o d i scurso e o elemento responsável pela
sua manifestaçao: -
47
"A linguagem e (...) a poss i b i l-i dade da subjetiyidade, pelo fato de con tar sempre as formas I ingOisticas apropriadas a sua expressão; e o di^ curso provoca a emergencia da subjetividade, pelo fato de consistir de instancias discretas. A linguagem de algum modo propõe formas "vazias" das quais cada locutor em exercício de discurso se apropria e as qaais refere a sua "pessoa", definindo-se ao mesmo tempo a si mesmo como ejj ea um parceiro como tu.A instancia de
. ' discurso e assim constitutiva de todas as coordenadas que defi nem o su-jeito (...)" (1976, p. 289).
É importante ressaltar que a categoria de pessoa re
suIta da instalaçao da subjetividade na linguagem.
2.2.5. Os enunciados performativos.
Neste capitulo, Benveniste chama a atençao, pela ana
I ise de particuI aridades de certos tipos de enunciados, vistos rw isi ^
através de mutuas relações de expressão de conteúdo, para uma
certa ca racte r i st i ca da I i nguagem; a capacidade que ela tem, eri
quanto linguagem mesma, de fundar a realidade ou, mais precis£
mente, uma efetivaçao do real.
Neste caso esta o enunciado performativo, amplamente
estudado por Austin, que e o enunciado que tem sua funçao pro
pria, servindo para efetuar uma açao. Quando digo eu prometo,rst A
estou efetuando uma açao, isto e, o proprio ato de fazer a pro
messa.
Quais os critérios para reconhecimento desse enunci£
- ( 1 3 )do? Austin, (apud Benveniste, 1976, p. 297) duvida da exi^
tencia de critérios certos. 0 que ha, segundo Austin, sao "fo£
mas normais". Essas formas normais seriam:
- um verbo na primeira pessoa do singular do presen
te do indicativo, na voz ativa;
48
enunciados na voz passiva e na segunda ou na ter
ceira pessoa do presente do indicativo. Mas, con
testa que essas formas normais sejam necessarias :
"(...) Nao e absolutamente necessa - rio que um enunciado, para ser pe_r formativo, seja expresso numa dessas formas ditas normais (...). Ve-se claramente que dizer feche a porta e performativo, e tanto o cumprimento' de um ato quanto dizer ordeno - Ihe que a feche. Mesmo a palavra cao, so zinha, pode por vezes (...) agir como performatrva explicita e forma I : efetua-se por essa palavrinha o me^ mo ato que pelos enunciados avi so-os de que o cao vai ataca-los ou os se nhores estranhos sao avisados de que existe aqui um cao bravo. Para tornar performativo o nosso enunciado , e isso sem equivoco, podemos usar,em vez da formula explicita, uma quantj_ dade de expedientes mais primitivos como a entonaçao, por exemplo, e o gesto. Alem do mais e sobretudo, o proprio contexto no qual sao pronunciadas as palavras pode tornar bastante certa a maneira pela qual se deve toma-las, como descrição, por exemplo, ou como aviso..." (apudBeji veniste, 1976, p. 297).
A diferença entre um enunciado performativo e um
enunciado constativo reside no fato do primeiro veicular um ato
e o segundo uma i nformaçao. Assim, ejj juro significa um ato deí>j
compromisso, e e I e j ura uma informaçao, uma descrição do mesmoj
plano de e I e come , e I e bebe .
Benveniste (1976, p. 300) propoe uma primeira defin_i_
çao para os performativos e assim se expressa;
"Os enunciados performati vos sao enuni ciados nos quais um verbo declarativo - jussivo ( 14) na prim e ira pessoa do presente se constroi com um di c- tum. Assim, ordeno que a populaçao
49
se.ja mobi I i zada em que o d i ctum e re presentado por a populaçao seja mobj_ lizada. Trata-se, realmente, de um d i ctum, uma vez que a enunciaçao expressa e indispensável para que o texto tenha qualidade de performati- vo" .
Mas ha uma outra modalidade de enunciados performat_i.
vos: a construção do verbo com um complemento direto e um termo
predicativo, como por exemplo, a frase:,eu declaro Cristo ino -
cente.
Um enunciado performative nao tem realidade a nao
ser quando autentificado como ato;
"Fora das circunstancias que o tornam performativo, esse enunciado nao e mais nada. Qualquer um pode gritar em praça publica; decreto a mobiIiza çao gera I . Nao podendo ser ato por falta da autoridade requerida, uma afirmaçao dessas nao e mais que paI a vra; reduz-se a um clamor iname, crj_ ancice ou demencia. Um enunciado per
íst fst ^
formativo que nao e ato nao existe. So tem existencia como ato de autor_i_ dade. Ora; os atos de autoridade sao, em primeiro Iugar e sempre, enunciações proferidas por aqueles a quem pertence o direito de enuncia-los. Essa condição de validade, re1ativa a pessoa enunciadora e a circunstancia da enunciaçao, deve supor-se pre enchida sempre que se trate do performat i vo" (15)*
Um outro traço caracteristico do enunciado performa-
tivo e o de ser su i -refe renc i a I , isto e, uma propriedade de re
ferir-se a uma realidade que ele proprio constitui, pelo fato
de ser efetivamente enunciado em condiçoes que o tornam ato. 0
significado do performativo e idêntico ao referente.
Em resumo; sao os seguintes os traços caracteristi-
cos do enunciado performativo:
50
e um enunciado no qual um verbo declarativo - jus^
vo na primeira pessoa do presente se constroi com
um d i ctum;
e um enunciado sui -referenci al , ele se refere a
uma realidade que ele proprio constitui. 0 seu sig^
nificado e idêntico ao referente.
51
2.3. Os indices de enunciaçao (Benveniste II)
Esta parte sintetiza as i de i as de Benveniste cori
tidas em dois artigos do seu Iivro Problèmes de Linguistique Ge
nerale II, intitulados: A linguagem e a experiencia humana ^^( I 8)
e 0 aparelho formai da enunciaçao
2.3.1. As categorias de pessoa e de tempo
Benveniste (1966, p p . 3-13) em seu artigo intitulado
"A linguagem e a experiencia humana" se volta para as categor_j_
as IingOisticas onde o papel do individuo e fundamental na in-
terpretaçao dos acontec i mentos. Cita, como exemplo, as categorj_
as de pessoa e de tempo, porque considera essas duas categorias
como fundamentais do discurso.
0 pronome e apenas uma forma vazia que recebe sua
realidade e sua substancia unicamente no discurso. Para exemplj_
ficar Benveniste cita o pronome pessoal eiJ, forma uni ca nas gr^
maticas, que se torna, desde que empregado por um locutor, uma
denominaçao especifica em um tempo dado. Fora do discurso, ei£
nao e senao uma forma vazia.
. . » r' I0 pronome pessoal., nao constitui a unica forma revel^
dora da experiencia subjetiva. Os deiticos tambem partilham des
sa natureza;
"Mostrando os objetos, os demonstrativos ordenam o espaço a partir de um ponto central, que e EGO, segundo categorias variaveis: o objeto esta perto ou longe de mim ou de ti, ele esta assim orientado (diante de ou atras de mim, no a I to ou embaixo, vj_ sivel ou invisivel, conhecido ou de^ conhecido, etc. 0 sistema das coorde nadas espaciais se presta assim para localizar qualquer objeto em quaI quer campo, uma vez que aquele que o orde^ na se designou ele mesmo como centro e referencia" (Benveniste, 1966, p.
4).
52
0 tempo e ma is difTcil de analisar;
"Das formas I ingüisticas reveladoras da experiencia subjetiva, nenhuma e tao rica como aquelas que exprimem0 tempo, nenhuma e,tambem tao difi - ci I de explorar, tanto sao tenazes '
as ide ias recebidas, as ilusões do "bom senso", as armadilhas do psico-1 og i smo" (Benveniste, 1966, p. 5)-
Partindo da premissa que o tempo e um universal I i ri' . f t
gOistico, afirma que a expressão do tempo e compatível com- to
dos os tipos de estruturas 1 i nglü i st i cas, sendo que somente os
meios de expressa-lo e que diferem em cada sistema I i ngCi i st i ç o .
Ao lado do tempo fi s i co, que e um contínuo uniforme,
infinito, linear, e que admite varias segmentações, e de seu
correlato o tempo psicologico, que cada ser humano mede em de-
correncia de suas emoçoes, existe o tempo cronico, que e o tem
po dos acontecimentos, que engloba tambem nossa propria vida eri
quanto seqOencia de acontecimentos. É o tempo do ca lendário.
0 terceiro nível do tempo e o tempo lingüístico cuja
caracteristica singular e a de estar ligado ao exercício da fa
la, e de ele definir-se e ordenar-se como funçao do discurso.
da vez que o falante emprega a forma gramatical de presente, ou
seu equivalente, ele situa o acontecimento como contemporâneo da
instancia do discurso, ou seja, o momento em que se fala. Por -
tanto, o presente e o momento do discurso coincidem, advindo de^
ta coincidência um antes (passado) e um apos (futuro), sendo o
presente o eixo referencial (a partir do presente).
"0 presente I i ngtii sti co e o fundamenIN# ^
to das oposiçoes temporais da lingua. Este presente que se desloca com o progresso do discurso, continuando presente, constitui a I i nha de divj_ sao entre dois outros momentos que ele gera e que sao igualmente ineretn tes ao exercicio da fala: o momento onde o acontecimento nao e mais con-
53
temporaneo do discurso, saiu do pre sente e deve ser evocado por lembrari ça memorial, e o momento onde o acori teci mento nao e ainda presente, vai tornar-se presente e surge em prospecção" (Benveniste, 1966, p. 9).
,Dado que a temporal idade se insere no processo de co
muni caçao, Benveniste descreve a maneira pe i a qual isso ocorre.)^
0 tempo lingüístico se atualiza na instancia de discurso, e o
ato de fa I a e i nd i v i dua I . Sendo i nd i v i dua 1 a têmpora I i dade I i jn
güística deveria ser uma experiencia eminentemente subjetiva
Mas, diz Benveniste (1966, p. II), o raciocinio tem falha;
"Alguma coisa de singular, de muito simples e de infinitamente importante se produz e realiza o que parecia logicamente impossivel; a temporalidade que e minha quando ordena meu discurso e imediatamente aceita como sua pelo meu' i nter ( ocutor . Meu hoje se converte em seu hoje, embora ele nao o tenha instaurado ele mesmo em seu discurso, e meu ontem em seu ontem . Reciprocamente, quando ele fa-l ar em resposta, eu converterei, uma voz tornando receptor, sua têmpora lj_ dade na mi nha".
Portanto, a temporalidade lingüistica tambem e um
ato i nterpessoaI , um fator de intersubjetividade .
0 estudo das categorias de pessoa e de tempo vem de^f
tacar o papel extremamente importante que o indivíduo exerce naA# fst
interpretaçao dos acontecimentos: em reiaçao a sua pessoa, ao
seu lugar, ao seu tempo.
Em resumo: o pronome pessoal e apenas uma forma va-
zia, nao referencial, que nao pode ser ligada nem a um ob jeto
nem a um conce i t o . Recebe sua real idade e sua substancia uni ca-
mente no discurso. Quando o ejj e enunciado, torna-se sempre um
ato novo, mesmo que repetido milhares de vezes, uma vez que ele
realiza cada vez a inserção do falante num momento novo do tem-
54
po e numa textura diferente de circunstancias e de discurso.
r ^ •Outros indicadores tambem participam da experiencia
subjetiva da linguagem. Os deiticos, por exemplo. Eles ordenam
0 espaço a partir de um ponto central: o E G O .
Nenhuma i ingua ignora o tempo, mesmo as que nao pos
suem verbo. 0 tempo constitui um universal lingüistico. A ex
pressão do tempo e compativel com todos os tipos de estruturas
1 i ng(5 i st i cas. Ao lado do tempo fisico e de seu correlato o tem
po psicologico, temos o tempo cron i co e o tempo I ingüistico.
2.3.2. 0 aparelho formal da enunciaçao.
ABenveniste, neste artigo, insiste em fazer uma niti-
~ f da separaçao entre o emprego das formas e o emprego da I i ngua de
nossas descrições lingdisticas porque considera dois usos bem
distintos e mostra essa diferença:
"As condiçoes de emprego das formas nao sao, em nossa opinião, idênticas as condiçoes de emprego da Iingua. Sao na realidade mundos diferentes,e pode ser util insistir sobre esta diferença, que implica uma outra maneira de ver as mesmas coisas, uma outra maneira de descreve-Ias e dei nterpreta-I as".
Portanto, uma coisa e o emprego das formas e coisa
completamente diferente e o emprego da lingua.
É a enunciaçao que coloca a Iingua em funcionamento,
por um ato individual de utilização, mas nao se deve confundir
enunciaçao com fala (parole). A enunciaçao e o proprio ato de
produzir um enunciado. Este ato e o fato do locutor que mobili
za a Iingua por sua conta. A fala e o resultado concreto feito
pelo usuário da lingua.
Diversos sao os aspectos sob os quais podera ser es
tudada a enunciaçao, mas Benvenista examina somente tres, sendo
o terceiro o objetivo primordial deste seu artigo. Sao eles:
55
- a realizaçao vocal da Iingua, fenomeno diretamente
ligado a fonética;
- a semantizaçao da Iingua que conduz a teoria do
slgno e a analise da significancia;
- a definição da enunciaçao no quadro formal de sua
realizaçao a partir de uma manifestaçao individual
que eI a atua1 i za .
A enunciaçao supoe a conversão individual da Ifngua
em d i scurso. 0 falante e o parametro da enunciaçao:
"Antes da enunciaçao, a lingua e ape^ nas a possibilidade da lingua. Apos a enunciaçao, a 1 ingua e efetuada nij ma instancia de discurso, que emana de um locutor, forma sonora que atiji ge um ouvinte e que suscita uma outra enunciaçao em resposta" ( 19 7 4, - pp. 81-82) .
A enunciaçao enquanto realizaçao individual pode ser
definida como um processo de apropr i açao. 0 falante se apropria
do aparelho formal da Iingua e enuncia sua posição de Iocutor -
por meio de indices especificos de um lado, e por meio de proce
dimentos acessorios, de outro.
Toda enunciaçao e, explícita ou implicitamente, uma
a 1ocuçao, porque a partir do momento em que alguem se declara
falante, assumindo a I ingua, implanta o outro em face dele,quaj_
quer que seja o grau de presença que atribua a este outro. As-IN* • IN#
sim sendo, a acentuaçao da reIaçao discursiva ao parceiro, nao
importando que este seja real ou imaginado, individual ou cole
tivo, constitui uma característica da enunciaçao. Toda enuncia-<N» A íS#
çao postulara, dessa forma, um a Iocutor i o . E a sua condição de
intersubjetividade .
0 ato individual de apropriaçao da lingua introduz
aquele que fala na sua fala (parole). Para isso, o falante uti-C . . ^ ^
Iiza um jogo de formas especificas cuja funçao e coloca-lo em
56
/w y i-N*
reiaçao constante e necessaria com sua enunciaçao;
"0 ato individual de apropriaçao da Iingua introduz aquele que fala na sua fala (parole). Este e um dado constitutivo da enunciaçao. A preseji ça do locutor em sua enunciaçao faz com que cada instancia de discurso constitua um centro de referencia i terno. Esta situaçao vai se manifestar por um jogo de formas especifi - cas cuja funçao e colocar o locutor em reiaçao constante e necessaria com sua enunciaçao" (Benveniste, 1974,P- 82) .
Estas formas especificas sao:
I . Os índices de pessoa; o termo eu significa o i ndj_
viduo que enuncia, e o termo o individuo a
quem e dirigido o enunciado.
2. Os índ ices de ostensao; este, aqu i, agora, etc,c i
tados como exemplos, que envolvem um gesto ássin^
I ando o objeto ao mesmo tempo que e pronunciada a
instancia do termo.
3. 0 paradigma inteiro das formas temporais: estas
formas se determinam em reIaçao ao EGO, centro da
enunciaçao. Os tempos verbais, cuja forma fundamen^
tal, o presente, coincide com o momento da enuncj_
açao, tambem pertencem a este aparelho. 0 presen
te formal tem por objetivo somente explicitar o
presente inerente a enunciaçao, que se renova com
cada produção de discurso, e a partir deste pre
sente contínuo, coextensivo a nossa presença pr£
pria, se imprime na consciência o sentimento de
uma continuidade que chamamos tempo.
4. A interroqaçao: um tipo de enunciaçao, cujo obje
tivo e provocar uma resposta. Todas as formas 1^
xicais e sintaticas da interrogaçao, particulas.
57
pronomes, seqOencia, entonaçao, etc., estao rei^
cíonados a este aspecto da enunciaçao.
5. A i nti maçao; ordens, apelos, concebidos em catego
rias como o imperativo, vocativo, que implica uma
re I açao viva e imediata do enunciador ao outro nu
ma referencia necessaria ao tempo da enunciaçao.
6. A asserção; forma de enunciaçao, que tem por obje
tivo comunicar uma certeza, sendo a manifestaçao
mais comum da presença do locutor na enunciaçao .
Em português, os instrumentos especificos que a
exprimem sao as partículas s i m é nao, substitutos
de uma proposição, que assertam positiva ou nega-
tivãmente uma frase
7. Os moda I izadores: especies de modalidades que ad
vem de verbos; modo optativo, modo subjuntivo, ou
da f raseo I og i a ; talvez gem duvida, provavej_
mente, que indicam i ncerteza, possibilidade, i nde^
c i sao, etc . ,.
Deste estudo, chegamos, em linhas gerais, a estas
conclusoes:
- o emprego das formas e o emprego da I i ngua- das- nos^rv • • •
sas descrições lingüísticas constituem dois aspectos nitidamen^
te di sti ntos;
fst ^ ^ r- a enunciaçao e a unica responsável por certas cias
ses de signos que ela promove literalmente a existencia. Estes
signos nao tem emprego no uso cognitivo da I ingua. Eles sao dj_
ferentes daquelas entidades que tem na Iingua seu status pleno
e permanente. Sao engendrados de novo cada vez que uma enuncia
çao e proferida, e cada vez eles designam de modo novo. 0 ejj, o
i sto, o amanha da descrição gramatical, por exemplo, sao apenas
03 nomes méta I i ng(5 i st i cos de ejj, i sto, amanha produz i dos na
enunc i açao;
- a enunciaçao conduz a semantizaçao da Iingua e tam
58
bem fornece as condiçoes necessaries as grandes funções sintati
cas;
f . '- o t r a ç o m a i s c a r a c t e r i s t i c o da e n u n c i a ç a o e a a c e n
/V. ^tuaçao da reIaçao discursiva ao parceiro, seja este real ou im^
ginado, individual ou coietivo. É a sua condição de intersubje-
t i vi dade .
59
2.4- Outros conceitos de base da enunciaçao
Este item sintetiza as principais noçoes sobre os
quatro conceitos de base da enunciaçao: distância, modalizaçao,
tensão, transparencia ou opacidade extra idas de: Dubois (21);
Duro-Courdesses (22); Robin (23) e Tutescu (24)-
Enunciado e enunciaçao sao dois aspectos essenciais
da I inguagem, intimamente Iigados um ao outrò.
Segundo o Dicionário de Lingüistica (1978, p. 218):
"Enunc í açao e o ato indivi dua l .de uti .f ~~~I izaçao da I ingua, enquanto enunc i a- do e o resultado desse ato, e o ato de criação do f a I ante"‘{ 25) •
0 sujeito de enunciaçao e o falante, considerado co
mo o ego, local de produção de um enunciado.
( 2 6)Na Revista Langages 17 , cujo numero esta intei-
( 27)ramente dedicado aos problemas da enunciaçao, Todorov tam
bem define a enunciaçao como o ato individual de utilização da
I ingua, tendo o enunciado como resultado deste ato, e fixa o
sentido de alguns termos a ela relacionados. Sao eles:
Alocuçao - enunciaçao de um discurso dirigido a aj_y
guem;
locutor - aquele que enuncia;
alocutor - aquele a quem se dirige o discurso;
interlocutor - um dos participantes de uma alocuçao,
seja locutor ou alocutor.
A enunciaçao aparece como um ato de Iinguagem que en
volve: um falante, um ouvinte, dados referenciais espaço-tempo-
ra i s e elementos gramaticais e semânticos. A referencia faz paj^
te integrante da enunciaçao.
6o
A enunciaçao abarca tres aspectos, segundo Dubois
( 1969, p. 100).
- surgimento do sujeito no enunciado;
- relaçao entre o locutor e o interlocutor, pelo tex
to;
- atitude do sujeito em relaçao ao seu enunciado.
É ainda Dubois (1969, P* I00) que ressalta a impor -
tancia da noçao de ambigüidade para que se possa fixar as dife
renças entre enunciado e enunciaçao:
"Para o transformaciona I ismo ela (a ambigüidade) e a lei mesma de um te?< to; ela e inerente a existencia de diversas descrições estruturais de base. Nao e o produto possivel de' isotopias que relevam seja do f a I ajn te produzindo a mensagem, seja do I e j_ tor, que a gera de novo; ela e a cojn seqüencia necessaria da diferenças!^ tematica entre a enunciaçao(produção de frases) e o enunciado,produto que sofreu transformaçoes implicando como modelo de enunciado um conjunto de o# Nmodificaçoes cujos fatores escapam a analise do lingüista enquanto sozinho".
A teoria da enunciaçao e constituida pela depreensao
sucessiva de diferentes classes de embreadores definidos a pa£
tir dos grandes eixos de referencia que sao ejJ, aqu i e agora,
permitindo ao falante de enunciar-se e de enunciar através de-
les. Numa perspectiva mais nova, levando em consideração contrJ_ /S» r , IN/
buiçoes da gramatica transformaciona I, a enunciaçao torna-se um
ato dinâmico, contínuo, que da conta da criatividade do falante,
0 qual, a todo instante modela seu proprio enunciado.
Esta noçao de criatividade corresponde ao segundo tj_
po de criatividade de Chomsky. Para Chomsky (apud Ruwet, 1975,
p.46) ha dois tipos de criatividade: a que modifica as regras,e
a que e governada pelas regras. 0 primeiro tipo de criatividade,
1 oca I i zado na pe rformance (fala), consi ste ne sses mu 11 i pI os de^
61
vios individuais dos quais alguns acabam, ao se acumularem, por
modificar o sistema; um exemplo e fornecido pelas mudanças por
analogia. 0 segundo tipo de criatividade depende da competenc i a
(da I íngua) e prende-se ao poder recursivo das regras que cons-(2 8)
tituem o sistema
A enunciaçao pode ser estudada a partir de quatro
conceitos: d i stanc i a , moda I i zaçao, tensão, transparenc i a ou opa
c i dade.
A d i stânc i a apresenta a enunciaçao como uma distan -
cia relativa entre o locutor e seu enunciado. 0 falante pode
assumir totalmente seu enunciado e a distancia tende para zero.
Ha, entao, uma identificação entre o e_u sujeito do enunciado e
o ejj sujeito da enunciaçao. 0 aparecimento do pronome ejj, nota
damente, pode ser uma maneira de reduzir a distância. 0 uso da
terceira pessoa ou a ausência de referencias ao falante aumen
tam a d i stanc ia . 0 d i scurso d idat i co e , por excelencia, um dis
curso no qual o falante aprofunda a distancia entre si e seu
enunciado.
Na distancia minima o eij do enunciado e o e^ da enujn
ciaçao se recobrem, por exemplo: eu redijo este capítulo (aqui,
agora). Ha, no caso, implicação total do sujeito no enunciado ,
e, em conseq(5enc i a , os índices de enunciaçao sao aí muito nume
rosos: presença do eu , tempo do discurso, aspecto dos verbos
(maioria de nao-acabados), advérbios atualizando o discurso no
tempo e no espaço.
. A AA distancia tambem podera ser maxima. Neste caso, o
falante considera seu enunciado como parte de um mundo distinto
dele mesmo. Podemos citar como exemplo, o discurso didático, aA A /W -
maxima, os provérbios. Identifica, entao, o eju da enunc i açao com
outros e]j no tempo e no espaço e esta i dent i f i caçao pode ser pa^
cial ou total . 0 ejj real desaparece para identificar-se a todos
os eju no tempo e no espaço, isto e, o ejj tende a tornar o "ele
formal", enunciando verdades universais.
Situada ao lado do emissor, a moda I i zaçao e a marca
6 2
que o falan-fce nao cessa de dar a seu enunciado, isto e, a marca
de adesao que o sujeito da ao seu discurso.
Sao modal izadores:
- os advérbios de opinião (talvez, sem duv i da, e v i den
temente, naturalmente, etc.);
- as transformaçoes modal izadores como a enfase, a✓
interrogaçao, a negaçao, o passivo facultativo;
- os advérbios temporais; (jamais, nunca);
- a utiIizaçao de diferentes níveis de língua (fami-
liar, popular, literaria);
- a oposição rea I i zado/nao-rea I i zado das formas ver_
ba i s;
- os performativos e as modal idades: querer, poder ,
de ve r.
0 conceito de tensão parte das relações que se estabelecem entre o falante e seu interIocutor, isto e, a situaçao
de dialogo, sendo o texto o elemento de mediaçao do desejo de
comunicação.
A comunicaçao e, de inicio, desejo de comunicar e e£
ta vontade e traduzida pela imagem do desejo e da tensão. Neste
caso, o discurso nao e senao uma tentativa de apreensão do ojj
tro ou do mundo.
A marca da tensão se faz por unidades discretas do
discurso. A tensão e marcada pelos sistemas temporal e aspectu
al/ o jogo do artigo, dos determinantes, dos pronomes pessoais
e sobretudo pela oposição dos verbos do tipo ser e estar, de um
lado, e querer, poder, de ve r, fazer, do outro.
Os verbos ser e estar marcam um "estado", um estado
"acabado", uma ausência de tensão; enquanto que os verbos que-
rer, pode r, de ve r, faze r marcam uma tensão mais ou menos grande
do sujeito da enunciaçao em face de seu interIocutor.
0 conceito de transparenc i a ou de opacidade situa-se
do lado do receptor e visaaapresentar a enunciaçao como a rela
çao entre o falante e seu discurso.
Ha uma escala gradual que vai da transparencia maxi
ma a opacidade total.
Na transparenc r a maxima ha o apagamento total do sjJ
jeito da enunciaçao; neste caso, o aiocutor assume por completo
o enunciado. 0 e I e substitui o eju. Na "maxima", por exemplo, o
leitor adere fortemente ao texto, criando uma i dent i f i caçao enA
tre o receptor e o sujeito da enunciaçao. 0 i ivro escoI ar, e,
tambem, o exemplo ti pico da transparencia, sendo que cada pro-
fessor ou cada aluno torna-se o sujeito da enunciaçao.
A opacidade maxima aparece na poesia 1 frica. 0 enuii
ciado e modalizado de maneira especifica, original e o sujeito
de enunciaçao esta, entao, segundo Dubois (19^9, p. I06) "a dis
posição de cada leitor, transformado tambem num sujeito de enuii/W O'
ciaçao, para assumir um enunciado cujas modalizaçoes lhes esc^
pam" .
Esses dois conceitos representam uma abertura sobre
a ambigGidade da mensagem, sendo que a transparenc i a correspon^
de ao minimo de ambig'iiidade e a opacidade ao max i mo •
64
2.5- Para uma tipologia dos discursos
Todorov ( 1 9 7 0, p. 4) aponta tres direções que, de
acordo com seu ponto de vista, parecem ser prometedoras no estu^
do da enunciaçao:
- o estudo da força iIocucionaria
- o aspecto indiciai da Iinguagem
- e o estudo da coloraçao que a enunciaçao da aos dj_
ferentes enunciados.
Aust i n e o pioneiro no estudo da "força ilucuciona -
ria" da linguagem. Para exemplificar o que vem a.ser um ato i I o
cuc i onar i O Todorov (1970, p. 5) cita a frase: Eu v i re i amanha.
Quando se diz Eu v i re i amanha produzimos;
- uma seqOencia fonica ou grafica
- uma unidade de sentido
- um ato iIocucionario; afirmar, prometer, advertir
ou seja:
rEu
afi rmo
prometo
advi rto
que virei amanha
Vi r amanha
que virei amanha
Todorov ( 19 70, p. 5) chama atenção para o fato de nao
se confundir o sentido de uma proposição com sua força ilocucio
naria, pois a mesma proposição, no caso, Eu virei amanha pode
ter forças iIocucionarias diferentes; afirmaçao, promessa, ad-
vertenc i a .
Quanto ao aspecto indiciai da linguagem Todorov(I970,
p. 7) diz que no estudo da linguagem duas grandes perspectivas
sao possiveis; "a língua como repertorio de signos e sistema de
suas combinaçoes", de um lado, "a Iingua como atividade manife^
tada nas instâncias de discurso", de outro. Para assumir esta
dupla funçao, a I 1ngua dispõe de uma classe de elementos cujo
papel e tornar possivel a passagem de um ao outro, dito de ou-
65
■fcra maneira, "fornecer o instrumento de uma conversão, que se
pode chamar a conversão da I inguagem em discurso". Ha, pois,que
distinguir na lingua entre seus elementos s i mbo I i cos (ou denomJ_
nativos, ou referenciais) e seus elementos indiciais (ou pragma
ticos, ou subjetivos)".
As categorias que estao integradas no aspecto indicj_
al da linguagem sao quatro:
os interIocutores: pronomes pessoais e possessivos -
organizados em torno do e u ;
o tempo e o Iugar estruturados em torno do tempo da
enunciaçao (agora) e do lugar da enunciaçao (aqu i) : pronomes de
monstrativos, advérbios relativos, desinencias verbais;
as modaI i dades: reiaçao do interlocutor com seu enuni
ciado: talvez, sem duvida, etc...
Por ultimo, ou a terceira direção apontada por Todo-
rov, temos o estudo da enunciaçao reIacionado com a analise do
di scurso.
Encontramos, sempre, no interior de um enunciado, de
uma maneira ou de outra, a presença de marcas enunciativas, e
as diferentes formas desta presença, assim como os graus de sua
intensidade, poss it>i tam const i tu i r uma tipologia dos discur
sos. A partir daf, poderemos ter, entre outros tipos, um discur_
so psicana I ítico (Freud, Irigaray), um discurso implícito, de
situaçao (conversaçao), um discurso explicito, autonomo (texto
cientifico), uma historia ou um discurso (Benveniste) e t c ^ .
Esta tipologia, ou seja, os traços fundamentais que
podem ser definidos no interior da oposição enunciado/enuncia -
çao de um enunciado dado, pode ser examinada a partir dos qua-
tro conceitos de base da enunciaçao, cujas noçoes apresentamos'
no item 2 . 4 deste capitulo.
Examinaremos, aqui, as caracteristicas de tres tipos
de discurso: di dati c o , pedagog i co e poI i t i c o ,
Segundo Duro-Courdesses (1975, P- 151), no d i scurso
66
d i da~fc i CO ■ o locutor identifica-se as asserções do interlocutor -
dando-lhes um valor de verdade incontestada. É um discurso si
tuado fora do ejj, aqu i , agora, e o e I e impessoal , por toda____ a
parte e sempre.
ti vas :
0 discurso d i dat i co apresenta poucas marcas enuncia-
- o eu desaparece
- a d i s t anc ia e maxima
- ha presença de um grande numero de "acabados" (fo£
mas em ~fcer e have r)
- a tensão e fraca; ausência de pronomes, de perfor-
mativos, de injuntivos, ausência total ou parcial
de atual izaçao espacial ou temporal, ausência de
advérbios, de referentes.
- ausênci a de modalidades: d e v e r , p o d e r , q u e r e r .
- ausência total ou parcial de modal izaçao, ou entao
transformaçoesmoda I izadoras que, finalmente, oca
sionam uma perda de informaçao referencial: passj_
vas, interrogativas, etc.
- ausência de negações e de interrogaçoes que supoem<s» ,
uma re I açao dialética entre o eij da e n u n c i a ç a o e o
interlocutor.
Um discurso assim caracterizado podera ser encontra-
do rio livro escolar, no discurso teorico que apresenta uma dojj
tr i n a .
0 discurso pedagogico apresenta tres caracteristicas
essénc i a i s :
- poder ser d i dati co porque afirma, transmite o co
nheci mento.
- medé a distancia d®s performances dos alunos e o
modelo proposto; ao tentar reduzir esta distancia
torna-se performat i vo: aconselha, ordena, impoe,sjJ
gere, deseja. Sera, entao, marcado por: imperati -
vos, modalidades (poder, dever, querer), factiti -
67
vos: (e necessário, e preciso fazer), os futuros ,
os condicionais "ordena, deseja, queria,., que...".
“ ® poI em i co, porque da conta de um certo tipo re 1 £
çoes entre X e Y, entre o mestre X e o aluno Y, re
Iaçao de pai a filho, de docente a discente. 0 di^
curso marca, entao, esta relaçao, esta distancia
por conotaçoes polemicas que exprimem: censura, re
jeiçao, indignação marcando o afastamento entre o
interlocutor e o modelo proposto, imposto.
Pode ser polemico quando responde a contradiçoes ouy* A r t** A
a adversarios a um nivei teorico ou de informação, e o caso das
instruções pedagógicas, por exemplo. 0 carater polemico acusa
uma tensão entre falante e ouvinte pelo jogo dos pronomes, eij
ou e 1e oposto a vos ou a pelas negativas, interrogaçoes.
0 discurso poli tico apresenta estas marcas;
- pode ser di dat i co: quando ensina uma doutrina, an£
lisa uma situaçao;
- e sempre polemico;
- e performat i vo é i njunt i vo: quando chama a açao ,
lança palavras de ordem, enuncia os objetivos a se
rem perseguidos;
- procura =a tensão max i ma para estabe I ecer a comun i-
caçao, forçar a adesao onde os "nao-acabados", o
jogo dos pronomes, distancia minima, as modaliza -
çoes sao muito importantes. 0 e_u enunciativo encori
tra-se ao centro desta tensão,
Duro-Courdesses (1975, P- 152) conclui seu estudo dj_
zendo que todas as caracteristicas estudadas nestes tres tipos
de discurso nao sao senao dados relativamente esquematizados ,
que permitirão, talvez, ao professor de analisar mais facilmen
te o conjunto dos discursos escolares.
Apontaremos, para finalizar, as caracter i st i cas basj_
cas destes tres tipos de discurso:
68
0 discurso di dati co e um discurso situado fora do e u ,
aqu i, agora, e o ele i mpessoaI. por toda a parte e sempre.
0 discurso pedagog i co pode ser, ao mesmo tempo:
- di dati co: quando o locutor se identifica a uma doij
trina pedagógica, cultural, estetica ou cientifica,
- performat i vo: quando chama a açao,
- poI em i co: quando responde a varios tipos de inter-
Iocutores,
0 discurso poI Tti co:
- e, ou pode ser, di dati c o ,
- e sempre polemico,
- e performativo e i n.junti vo,
“ procur-a a tensão maxima.
69
2.6. Comentário Crftico
Neste comentário critico, examinaremos alguns pontos
significativos constantes da materia apresentada no Capitulo I
e no Capitulo 2 deste trabalho.
Como tivemos oportunidade de observar, no Capitulo I,
o estudo de algumas def i n i çoes dos deiticos mostrou-nos, portari
to, nao um sentido comum a todas, mas real idades bem diversas,
cada qual I igada a uma problematica "semantica" particular, cojn
forme o tratamento seja feito por um logico, filosofo, psicolo-
go ou I i ngtí i sta .
Os elementos deiticos da linguagem apresentam-se re
vestidos de nomes variados; sh i fte rs (Jespersen), embrayeurs
(Jakobson), i ndi cateurs'de subjectivite (Benveniste), i ndex i ca 1
symboIs (Peirce), egocentric particulars (Russel) e, a primeira
v i sta, parece haver uma un i voc i dade conce i tua 1 , sendo que someri
te a nomenclatura varia. Isto realmente pode acontecer se par
tirmos de uma observaçao superficial dos fatos. Mas, por outro
lado, se observarmos, cuidadosamente, que a noçao de dei xis pa£
te de natureza semantica diversa, isto e, a semantica interes -
sando a logicos, psicologos, filosofos e Tingüistas, isso por
si so jé seria suficiente para constatarmos que aos varios ter.
mos de deixis corresponde uma noçao diferente.
Como poderia haver uma univocidade conceituai se o
mesmo conceito, ora e examinado por um psicologo, ora por um liri
gOista, ora por um filosofo? Ninguém, por certo, pode contestar
que possa haver uma co-ocorrencia nas ciências, mas se todos os
ramos de conhecimento apresentassem, em todos os momentos, uma
co-ocorrencia profunda, em que nao houvesse em determinado mo
mento uma descontinuidade, isto e, um corte, qual seria a razao
de ser das mesmas?
Por isso estamos plenamente de acordo com Lahud(l976,
p. 43), quando separa as noçoes que englobam as diversas termi
nologias da dei xis. E foi a luz dessas coordenadas que tambem
70
propusemos dar um direcionamento ao nosso trabalho, cujo objetj_
vo e o estudo da deixis no que se refere ao seu sentido estrit^
mente IingCistico. Para concretizar tais objetivos buscamos su^
sidios nos trabalhos de Jakobson e Benveniste.
Jakobson e Benveniste efetuaram um estudo sobre os
deiticos. Jakobson assim define os deiticos:
. . ."Todo codigo 1 ingüistico contem uma classe especial de unidades gramatj_ cais, que se podem chamar^embreado - res: a significaçao geral de um em- breador naó pode ser definida fora de uma referencia a mensagem".
Para Benveniste, os pronomes, em particular e_u e tu,
advérbios, tempos verbais, verbos de fala, performativos sao
termos vazios, destitui dos de referencias que so se atualizam na
instancia de discurso, isto e, em cada instancia da mensagem.
Sao os indicadores de subjetividade na linguagem.
Vimos, entao, que, na terminologia de Jakobson, os
deiticos sao chamados embreadores e na de Benveniste i nd i cado-
res de subjetividade ou eI ementos indiciais. Tanto os embreado
res de Jakobson, quanto os elementos indiciais de Benveniste sao
elementos que so recebem uma significaçao no ato da-enunciaçao,. f . . . . ' .
ou seja no exerci cio da 1 i nguagem, e nisto consiste o unico crj_
terio valido para diferencia-1 os de outras unidades gramaticais A rv
do codigo lingüistico. Conclusão: o traço comum entre os embre^
dores e os elementos indiciais seria o ato de atual izarem-se so
mente na instancia de discurso. Entretanto, ha uma diferença de
perspectiva nos autores. Benveniste afirma que os deiticos nao
possuem uma significaçao geral e constante: "cada e_u "tem a sua
referencia propria e corresponde cada vez a um ser unico, pro
posto como tal" ( 1 9 7 6, p. 2 7 8). Jakob son, por outro lado, consj_
dera que os embreadores possuem essa significaçao geral própria:
"eu designa sempre o remetente e sempre o destinatario da
mensagem de que sao componentes" (1963, p. 179)-
Para HusserI (apud Jakobson, 1963, p. 179) o pronome
eu nao possui uma significaçao geral propria: "a palavra eji de
signa conforme os casos pessoas diferentes, e assume, por isso
mesmo, uma significaçao sempre nova". Nesta perspectiva Husserl
aproxima-se de Benveniste.
No seu artigo intitulado "A natureza dps Pronomes" -
Benveniste (1976, p. 277) estabelece no interior da categoria
de pessoa a dupla correlaçao: a correlaçao de pe rsona i i dade e a
correlação de sub.jet i v i dade. Na correlaçao de pe rsonaI i dade as
pessoas eu e tu opoem a nao-pessoa ele, e na correlaçao de sub-
jet i vi dade eu a isto e, a primeira pessoa opoe a segunda.
Tutescu (1975, p. 184) considera a tese de Benvenis
te sobre o estatuto dos pronomes pessoais da primeira e, segunda
pessoas muito justa, mas discorda sobre o estatuto da terceira
pessoa ele, que para Benveniste e uma nao-pessoa.
Tutescu ( 1 9 7 5, p. 184) argumenta da seguinte maneira:
"É verdade que Benveniste chama a ta;' ceira pessoa de nao-pessoa porque ela pode recobrir uma infinidade de sujeitos, ou nenhum. Abordagens guij_ laumianas tem estabelecido que a te£ ce i ra pessoa, sem duvida, muito dife^ rente das outras, deve tomar seu lugar no sistema interpessoal enquanto pessoa.. No. sistema de G. Guiliaume , (eu, me, mim) e (tu, te, ti) sao pes soas inter1ocutivas que testemunham a presença dos actantes no ato de alocuçao, enquanto que o pronome da terceira pessoa (ele, ela, lhe) representa a pessoa delocutada, a at[ sencia deste actante no ato de a I ocij çao".
Tutescu ( 1 9 7 5, p. 184) completa seu argumento citan-
do Andre Joiy. Este demonstra que a terceira pessoa e uma marca/S# tst ‘
de exclusão da narração alocutiva, portanto uma ausência no ato
de alocuçao. Os pronomes ele, e 1 a e todo marcador nominal e ve£
ba I da terceira pessoa serao, dessa forma, pessoas nao-interlo-
cutivas.
72
Achamos que tanto Tutescu quanto Benveniste apresen
tam seus argumentos com bastante coerencia. 0 que pesa,no caso,
e o ponto de vista que se coloca o I ingüIsta. Parece
que Tutescu encara o fato de um angulo mais pragmat i co, ao pâ^
so que Benveniste se coloca numa .visao mais estrutura I porque a
terceira pessoa esta isolada no sistema de pessoas, ficando,po£
tanto, marginalizada.
Varios conceitos emitidos por Benveniste (1976, pp.
2 4 7-3 1 5 ) no decorrer de seu ensaio sobre a subjetividade da li
guagem fornecem diretrizes muito sólidas para o entendimento do
processo da comunicaçao. Esta passagem serve para ilustrar a
nossa op i n i ao:
"A linguagem so e possível porque c£ da locutor se apresenta como suje i to, remetendo a ele mesmo como e_u no seu discurso. Por isso, ejj propoe outra pessoa, aquela que, sendo embora exterior a "mim", torna-se o meu eco ao qua í digo e que me diz Apolaridade das pessoas e na linguagem a condição fundamental, cujo pro^ cesso de comunicaçao, de que parti- mos, e apenas uma conseqdenc i a totaJ_ mente pragmatica. Polaridade, alias, muito singular em si mesma, e que apresenta um tipo de oposição do qual nao se encontra o equiva 1 ente em lugar nenhum,, fora da linguagem. Essa polaridade nao significa igualdade nem simetria: ego tem sempre uma/W /Nposição de transcendencia quanto a t u ; apesar disso, nenhum dos dois termos se concebe sem o outro; sao comp 1ementares, mas segundo uma oposição " interior/exterior", e ao me^ mo tempo sao reversíveis. Procure-se um paralelo para isso; nao se encon- trara nenhum. Unica e a condição do homem na I i nguagem".
Do ensaio de Benveniste sobre as categorias de pes
soa e de tempo ( 1966, pp. 3-13) achamos importante ressaltar a
categoria de tempo. Partindo da premissa de que o tempo e um
73
universal I i ngCi i st i co, Benveniste afirma que a expressão de tern
po e compativel com todos os tipos de estruturas I i ngd i stas, sen^
do que somente os meios de expressa-!os e que diferem em cada
sistema lingüístico. Entretanto, para Benjamin Lee Worf, que es
tudou a lingua dos indios hop i s, o d Í a !eto hop i , cada 1 i ngua tem
a sua maneira de estruturar a sua realidade e o conceito de tem
po, por exemplo, como e concebido pela ideologia europeia, ne-r>» . ^
cessariamente, nao faz parte de todo sistema lingüístico. Por
exemplo, na 1 íngua hop i nao ha tempos, isto e, nao ha formas
verbais para expressar o tempo. Nao se djspoe de uma palavra p^
ra expressar o passado, o presente ou o futuro. Sao, pois, duas
questões controvertidas que vem ao encontro de uma problematical
existem os universais 1 i ngü i st i cos? Seguindo as pegadas de Beri
veniste diremos que sim, mas se a nossa tendencia e aceitar a
hipótese de Sapir-Worf a nossa resposta sera nao. Somente
o avanço dos estudos Iingüisticos podera responder a essas que^
toes tao controvertI das.
Benveniste foi o primeiro lingüista que se ocupou da
enunciaçao. Como vimos em 0 Aparelho formal da enunciaçao (1974/
p. 8 2) ele define a enunciaçao como o processo de apropr i açao -
da I Ingua. Este ato individual de apropriaçao da lingua intro
duz aquele que fala na sua fala;
"0 locutor se apropria do aparelho formal da lingua e anuncia sua posi- çao de locutor por indices especificos, de uma parte, e por meio de pro cedimentos acessorios, de outro".
Ha, ainda, a ressaltar, nesse mesmo artigo, que a
enunciaçao, no plano semântico, leva a duas direções muito im-
portantes:
- a semantizaçao da lingua, direção que conduzira a
teoria do signo e a analise da significancia;
- a abordagem que consistiria em definir o quadro foj2
mal da enunciaçao, seus traços de expressão a par
74
tir da manifestaçao individual que ela atualiza.
A enunciaçao esta caracterizada pelo contínuo, en-f
quanto o enunciado repousa sobre o discreto. Mas, o cont i nuo
foi substitui do ao d i screto, para que a enunciaçao reencontras-
se um Iugar fundamental no estudo lingüistico:
"Nesse caso a I inguagem nao e mais um simples fenomeno de comun i caçao; mas um fato de expressão; como tal, as anal ises se inserem numa teoria que se baseia na competencia do fa- lante, onde os enunciados serao obje^ tos da experiencia humana e objetos de comunicaçao, e a constituição do enunciado sera a constituição de um objeto cujo sujeito assume mais ou menos o conteúdo, colocando-se diante do objeto" (J. Dubois, Langages -13, 1969, p. 100).
Quanto ao termo discurso, julgamos ser necessar i o de_i_y . . f
xar bem claro o seu sentido, pois e um termo muito ambíguo, que
pode recobrir os conceitos de f a I. a , enunc i ado, texto . Para cori
cretizar tal objet i vo, faz-se necessari© retomar algumas definj_
çoes, assim como efetuar uma pequena digressão. Encontramos no
Dicionário de Lingüistica (1978, p. 192) estes conceitos para o
termo "discurso:
✓ r«"Discurso e a linguagem posta em açao, a I ingua assumida pelo falante".
"0 di scurso e uma unidade igual ou superior a frase; e constituTdo por uma seqüencia que forma uma mensagem com um começo, um meio e um fim".
"Na sua acepçao Iingüistica moderna,o termo di scurso designa todo enuncj_ ado superior a frase, considerado do ponto de vista das regras de encade£ mento das seqOencias de frases. A perspectiva da analise do discurso -IS# ,opoe-se, entao, a qualquer otica que tende a tratar a frase como a unidade Iingüistica terminal".
75
Assim sendo, no primeiro caso, discurso e sinonimode
fa I a , no segundo, de enunc i ado, e no terceiro de texto.
Dando prosseguimento, veremos como Benveniste coloca
0 problema do discurso. Ele usa o termo de duas maneiras: como
todo enunciado igual ou superior a frase, dominio onde a lingua
entra como instrumento de comunicaçao; e em oposição ao termo
h i stor i a .
Para Benveniste o domínio da lingua como s i stema de
signos termina quando começa o domínio da frase. A frase e o
começo de um outro universo: o do d i scurso, em que a I ingua e
tomada como instrumento de comunicaçao:
"Concluímos que se deixa com a frase o dominío da língua como sistema de signos e se entra num outro universQ o da I íngua como instrumento de comij nicaçao, cuja expressão e o discurso. Eis a I - verdade i ramente do i s uni versos diferentes, embora abarquem a mesma real idade, e possibi I item duas I ini gCisticas diferentes, embora os seus caminhos se cruzem a todo instante. Ha de um lado a I íngua, conjunto de signos formais, destacados pelos pr£ cedimentos rigorosos, escaIonados por classes, combinados em estruturas e em sistemas; de outro, a manifesta - çao da -I i-ngua na comunicaçao viva. A frase pertence bem ao discurso. E por ai mesmo que se pode defini-la: a frase e a unidade do discurso"(30).
Benveniste (1976, p. 267) usa tambem o termo di scur
so em oposição ao termo h i stor i a , sendo o d i scurso somente re
servado para toda enunciaçao que suponha um locutor e um ouvin
te e, no primeiro, a intenção de influenciar, de algum modo, o
outro. A narrativa histórica, hoje reservada a língua escrita ,
representa o grau zero da enunciaçao, pois exclui toda forma
1 i ngtü i st i ca "autob i ograf i ca" . Ela caracteriza a narrativa dos
acontecimentos passados. No entanto, vejamos o que diz Duboís
et alii no Dicionário de LingCistica (1978, p. 193) quando refe
76
ria-se a oposição historia/discurso:
"A analise do discurso moderna, sem~ ryjdesprezar essa oposição, nao poderia considerar a ausência do sujeito da enunciaçao como supressora dos processos discursivos: outros tipos deAdiscursos, al ias, p. ex., o discurso pedagogico - tambem sao marcados pelo apagamento do sujeito da enunciaçao (ex.: A agua ferve a 100-)".
Chegamos, entao, a conclusão de que, modernamente,se
emprega o termo d i scurso em uma concepção mais genera I i zada, i _s
to e, podendo ser apl icado a qualquer tipo de enunciaçao, en
quanto, Benveniste (1976, p. 267), na sua segunda acepçao, re^
tringe seu uso somente a narrativa que apresente marcas enunci^
tivas. Para citar um exemplo: o discurso didático, com as carac
terísticas apontadas por Duro-Courdesses, neste traba1ho,jamais
seria rotulado de d i scurso por Benveniste porque e destitui do -
ou quase destitui do de tais marcas. Mas o nosso exemplo requer
um esclarecimento. Por quê? Pelo motivo de Benveniste haver ch^
mado justamente as obras d i dati cas de discurso. À primeira vis
ta, parece paradoxal que Benveniste (1976, p. 267) tenha inclu^
do as obras didaticas no rol do que ele denominou di scurso es-
cr i t o ; correspondencias, memórias, teatro, etc... Ele realmente
as incluiu, mas nao expl icou o que vem a ser uma obra d i dat i c a .
Seguramente, nao corresponde a um livro escolar, ou mesmo a um
discurso teorico ou coisa parecida, pois, se assim o fosse cer-(31)
tamente ele teria sido incoerente
Vimos, no decorrer deste estudo, que Benveniste dis
tingue, a partir de um estudo do tempo dos verbos franceses ,
dois planos de enunciaçao; h i stor i a e di scurso. Harold Weinrich ( 32) ' '
( 1968, p. 66) tambem estabelece a partir do sistema tempo
ral das I ínguas romani cas e germânicas, cujo ponto de partida e
o frances e o espanhol, duas situações comunicativas diferentes:
mundo comentado e mundo narrado. Para Weinrich mundo e o possí-A fS! ^ ^
vel conteúdo de uma comun i caçao 1 i ng(5 i st i ca . Ele divide o sist^
77
ma temporal das línguas estudadas em dois grupos: GRUPO TEtlPO -
RAL I e GRUPO TEMPORAL II. Ao grupo temporal I do francês per
tencem os tempos: perfeito composto, futuro, futuro anterior,ft[
turo proximo, passado recente, presente. Ao grupo temporal II
os tempos: mais-que-perfeito, condicional, condicional passado,
futuro proximo, passado recente, imperfeito e perfeito simples.
Os tempos do GRUPO I sao chamados tempos do mundo comentado e
os do GRUPO 1I tempos do mundo narrado. 0 dialogo, o memorando
do político, a conferencia científica, o ensaio filosofico, etc,
sao situações comunicativas do mundo comentado. A novela, e to-íS> ,
do tipo de narraçao oral ou escrita, com exceção das partes di^
logadas Intercaladas, sao situações comunicativas do mundo nar
rado . No mundo comentado ha uma certa atitude tensa, enquanto -
que no mundo narrado uma atitude reIaxada . Portanto, tensão e
reIaxamento sao dois elementos que se encontram em oposição ne^
sas duas situações comunicativas.
A partir dai, podemos concluir, em linhas gerais,que
o estudo de Benveniste ( I976, p . 260) e de Weinrich (1968, p.
66) seguem a mesma direção, porem uma interpretaçao diferente ,
se fossemos proceder a um confronto mais minucioso dos dados
disponíveis em ambos os estudos, 0 proprio Weinrich (1968, p.
57) e quem afirma:
"Os pontos comuns que apresentam a interpretaçao de Benveniste e nosso trabalho repousam em uma mesma direção mais que na analise ou interpretação efetivas. 0 autor abrange em seu trabalho todos os tempos, mas m^ logra seu fe1 iz ponto de partida ao delinear prematuramente a dívisoria estrutural. Para poder conservar o passe simple (e este e no fundo o unico que o interessa em todo o trabalho) como pleno tempo, limita todo o grupo temporal H i stor i a do francês atual a lingua escrita (enquanto que o grupo D i scurso abrange a I ingua f^ 1ada alem de algumas parcelas da escrita). Logo a seguir, e sob estas circunstancias, declara o passe si m
78
pie tempo fundamental do grupo H i sto r i a" .
Prosseguindo, diz:
"Uma restrição posterior deste grupo e ainda mais radical: ao grupo H i sto r i a so pertence a terceira pessoa. Esta limitaçao pode somente ser com preendida se notarmos que Benveniste, no fundo, quer e explicar o passe s i mpIe do francês juntamente com seu desaparecimento da lingua falada.0 passe s i mpIe conserva-se melhor na terceira pessoa que nas outras. Beji veniste argumenta da seguinte manej_ ra: uma. forma como Je f i s nao perteji ce como passe si mpIe ao grupo temporal D i scurso nem como primeira pessoa ao grupo Historia. Como esta forrw r /w 'ma nao e, entao, nem carne nem pesc^ do (com perdão pela expressão taoV yfamiliar), e eliminada da lingua e substitui da pelo passe compose j'ai fait. No capitulo X veremos com deta" ' ' ' est y ”*“lhe que je fi s nao e substituído pr^ cipitadamente por j'ai fa i t . No momento basta o fato de que, segundo todas as aparências, pode explicar- -se melhor o destino de uma forma temporal em razao de todo o sistema dos tempos do que todo o sistema dos tempos em razao de uma so forma".
Ao concluir este comentário, queremos subi i nhar a Í ni
portancia dos conceitos propostos nos itens anteriores, princi
palmente aqueles apresentados por Benveniste e Jakobson, espe
rando que sejam subsídios valiosos para a analise que pretende
mos efetuar na segunda parte deste trabalho.
79
NOTAS DO CAPITULO 2
(1) Este item e a síntese de "Les embrayeurs, les categories
verbales et le verbe russe", In: Jakobson, Roman-Essai s
de Linguistique Générale. Paris, Minuit, 1963, Chapitre
IX, p , 176-196,
f\f A(2) ‘''‘Perd i gue i rez e fi di dade nao fazem parte de nosso lexi-
co, mas, tivemos necessidade de cria-los, para mostrar
que o vocabulo perdigueiro pode apresentar qualidade de
abstraçao, ao passo que o nome proprio Fido nao pode
apresentar esta caracteri sti ca, a menos que sejamos sur^
preendidos com um neologismo do tipo ‘Pedrice, ''''Cari ice,
uma possíve1 general izaçao de uma qualidade muito mar -
cante encontrada em Pedro ou em Carlos.
(3) Jakobson, no seu livro LingClistica e Comunicaçao, Cultrix,
I974f p. 6 4, distingue três formas de traduçao, ou tres
maneiras de interpretar um signo verbal;
"1. A traduçao intral ingual ou reformuIaçao (rewording)
consiste na interpretaçao dos signos I ingüisticos -
por meio de outros signos da mesma lingua.
2. A traduçao interlingual ou traduçao propriamente dj_
ta consiste na interpretaçao dos signos lingüisti -
cos por meio de uma outra Iingua,
3. A traduçao intersemiotica ou transmutaçao consistem f »
na interpretaçao dos signos Iingüisticos por meio
de sistemas de signos nao-Iingüisticos"
(4) A l inguagem comum freqüentemente emprega elementos do di^
curso teorico, mas isso apresenta um saldo positivo. A^
sim sendo, podemos citar a funçao meta I ingüística que
desempenha uma funçao positiva na aqui siçao e emprego de
uma língua. Para exemplificar transcreveremos um peque
no dialogo entre mae e filha, que presenciamos num trem
de Curitiba a Paranagua;
8o
Fi I ha - "Mamae, por que o trem parou?/S» A tSf
Mae - Porque e uma estaçao.A
Filha - Que e uma estaçao?
Mae - É um lugar onde param os trens, navios, etc.".
Uma criança nao poderia apreender a propria língua sem
a contribuição dessas explicações meta 1 ingüisticas.A 1 em
disso essas explicações contribuem para que possamos
delimitar o sentido dos neologismos.
(5) 0 te rmo embreador corresponde ao termo ingles sh i fter.Jes
persen define assim o shifter; "uma classe de palavras
(...) cujos sentidos variam com a situaçao (...) exem
plo papai, mamae, etc. (...).
(6) "Assim sao. chamadas na gramatica e na I og i ca medievais a-
queI as partes do discurso como conjunçoes, preposiçoes
ou advérbios etc., que nao tem significaçao de per si
mas a adquirem em contacto com as outras partes". Di
cionário de Filosofia, Abbagnano, Nicola. Sao Paulo,Me^
tre Jou, 1970, p. 8 6 9.
(7) BENVENISTE, Émile. 0 homem na lingua. In; Problemas '*de
I ingüistica Geral . Sao Paulo, Companhia Editora Nacio-
nal, 1976, pp. 247-315.
(8) Op. cit., p . 250.
(9) Op. cit., p . 262.
(10) Op. cit., p . 267.
(11) Op. cit., p . 286.
(12) Op. cit., p .»
288.
(13) Para uma analise aprofundada da tipologia dos enunciados
e condiçoes de sucesso dos performativos, veja-se Aus
tin, J.L. Quand dire, c'est faire . Paris, Éditions du
Seuil, 1970 •
(14) 1 . Ve rbo declr
arativo e 0 que exprime 0 enunciado puro e
simples de uma asserçao, corno d i ze r, contar, decl arar.
8l
anunciar, af i rmar, etc. (Dicionário de L i ng(î íst i-ca, Dl£
bois et alii, 1978, p. 166).
r- .2. As formas verbais ou as construçoes que tem por fim ex
primir a ordem constituem o .jussi vo (ou injuntivo: o
imperativo e um jussivo, mas o subjuntivo tambem, em
certos casos (que eie saia !) . Enfim, o jussivo pode r£
duzir-se a uma pa1 avra-frase (Silencio!). (Dicionário
de Lingüistica, Dubois et alii, 1978, p. 356).
( 1 5) Op. cit., p. 3 0 2.
( 16) BENVENISTE, Emile. Problèmes de Linguistique Generale II.
Par i s, Ga 1 I i mard, 1974, P- 67-88. Traduçao de Maria Mar^
ta Furlanetto.
( 1 7) 0 artigo foi extrai do do I ivro Problèmes du Langage, de
varios autores, da Collection Diogene, Gallimard, 1966,
p. 3-13, e traduzido por Maria Marta Furlanetto.
( 18) BENVENISTE, Emile. " L'appareil formel de Renonciation".
In: Problèmes de Linguistique generale II. Paris, Gai lj_
mard, 1974, p. 79-88. Traduçao de Maria Marta Furlanet
to .
( 19) Segundo Benveniste (1974, p. 85) a negaçao como operaçao
Iogica e independente da enunciaçao. No frances ela temy y .
a sua forma propria, que e n e ...pas. Na enunciaçao ap^
rece sob a forma de non.
(20) Em frances peut-etre, por isso fala-se em termos de fra -
seoIog i a .
(2 1 ) DUBOIS, Jean. Enunciado e Enunciaçao. In: Langages nS I3,
Paris, Didier-Larousse, 1969, p. 100. Traduçao resumida
por Maria iMarta Furlanetto para uso em classe. Florian^
po1 i s, 19 7 6.
(22) DURO-COURDESSES, Lucile. "Le discours et son analyse". In:
Manuel de Linguistique appliquée. Tome 3. Paris, Dela-
grave, 1 9 7 5, p. M 5-1 57 .
8 2
(23) ROBIN, Regine. Historia e L i ng(ü i st i ca . Sao Paulo, Cultrix,
1977, p. 24.
(24) TUTESCU, Mariana. Precis de sémantique française. Paris,
KIincksieck, 1975, p- 178.
(25) DUBOIS, Jean et alii. Dicionário de L i ngCi i st i ca . Sao Pau
lo, Cultrix, 19 7 8, p. 2 1 8 .
(26) TODOROV, Tzvetan (org.). enonc i ati o n . Langages, 17, Pa
ris, Didier-Larousse, 1970, Traduzida por Maria Marta
Furlanetto, F I orianopo1 is, 1978.
( 2 7 ) TODOROV, Tzvetan. "ProbIemes.de 1 ' e"nonc i at i on" .. In; Langa.„.
ges, I7 . Paris, Didier-Larousse, 1970, pp.3-1 I . Tradu
çao de Maria Marta Furlanetto, F 1 orianopo1 is, 1978.
(28) RUWET, Nicolas. Introdução a Gramatica Gerativa. Sao Pau
lo. Perspectiva, 1975, p. 46.
(29) "Recortamos a natureza de conformidade com as diretrizes
del ineadas pela nossa 1ingua materna. As categorias e
os tipos que isofamos do mundo dos fenomenos, nao os eri
tramos la porque eles sejam evidentes por si mesmos; pe
lo contrario, o mundo apresenta-se-nos como um fluxo c^
leidoscopico de impressões, que deve ser organizado pe
las nossas mentes, e isto, em grande medida, pelos si^
temas 1 ingüisticos que as nossas mentes contem. Dissec^
mos a natureza, organizamo-I a em conceitos aos quais
atribuTmos significações de um modo definido, principa|_
mente porque somos as partes contratantes de uma convejn
çao, em cujos termos devemos organiza-la assim, de uma
convenção que e rigorosa para a nossa comunidade 1 i ngtijs
ti ca e esta codificada nos modelos da nossa 1 íngua".(Ben
jamin Lee Whorf. A Relatividade Lingüistica. In; J.P.B.
Allen and S. Pit Corder (eds.) - Reading for Appl ied
Linguistics. London, Oxford University Press, 1973).Tr£
ducao de Ana Antonia de Assis.
(30) Benveniste, 19/6, p. 139.
(31) A par de tanta ambigüidade, achamos conveniente esclare -
cer, na segunda parte deste trabalho, o termo discurso
será tomado, ora, em um sentido mais amplo, como um tex
to qualquer, por exemplo, um texto cientifico, um texto
didático, ora, em um sentido mais restrito, como o pro
posto por Benveniste, na sua segunda acepçao, ou seja,
di scurso em oposição a h istoria.
(32) WEINRICH, Harold. Estructura y Funcion de I os Tiempos en
el Lenquaje. Madrid, Editorial Gredos, S.A., 1968.
PARTE II : Aplicação da Teoria.
Capitulo 3 - 0 discurso do aluno de I- Grau de Cuia-
ba, n i ve 1 5 a 8 ,
3.1. Reflexões Pedagógicas
Com o surgimento da Lei 5-692 d e 'II de agosto de
1971, que fixa as diretrizes e bases para o ensino de 1 e 2-
graus, o professor defrontou-se com um novo conceito de ensino
de Lingua Portuguesa. Ensina-la dando especial relevo ao estudo,
da lingua nacional como instrumento de comunicaçao e como ex
pressão da cultura brasileira e o que prece i tua o seu artigo 4-,
paragrafo 2-, do Capitulo I, reforçado pelo artigo 3- da Reso
Iuçao n5 8, de 1 de dezembro de 1971, anexo ao parecer 853/71
oriundo do Conselho Federal de Educaçao.
Ada Natal Rodrigues (l) nos fala a respeito:
"0 ensino da lingua portuguesa,antes da reforma, 1 imitava-se quase sempre a admitir a norma como uni ca forma de expressão. Como as regras que con^ tituem a norma sao tiradas geralmente da lingua escrita, da lingua Iite
. . . . raria, havia uma verdadeira inversaodo processo: nao se partia do concre^ to - fala - mas do abstrato - norma-, prejudicando a espontaneidade e ate o relacionamento aluno ~ professor , ja que, para se expressar, o aluno teria que faze-lo, falando ou escre_ vendo "corretamente", segundo os p^ droes estabelecidos pela norma, mas a partir de um fato concreto - a fa
rDe perfeito cultuador da gramatica tradicional, manij
seada como um fim em si mesma, de simples expositor do codigo
da I íngua, o professor agora teria a tarefa de buscar seu uso^ ^ f '
efetivo, isto e, ensina-la através de exercícios da lingua. No
85
vo encargo, nova maneira de encarar a I ingua, novas preoc-up£
çoes.
Ninguém contesta que a crise da I inguagem consti
tui fenômeno contemporâneo e universal . Na verdade, ela retrata
a crise do pensamento conceituai na sociedade atual, onde ima
gens e figuras, na sua prevalencia visual, tentam substituir as
palavras e o exercicio do pensamento humano. No caso brasilei
ro, entretanto, e mais grave porque esse fénomeno universal nos
alcança num estagio mais atrasado.
Por outro lado, tambem estamos cientes de que, por
ora, grande parte do professorado nao esta em condiçoes de ope-
rar no ensino marcantes transformaçoes, seja pela qual idade de
formação que recebeu durante sua preparação profissional, seja
pela falta de uma leitura continua que aprofunde seus conheci -
mentos, seja pela falta de motivação em assumir um magistérior , ys. ,
consciente, seja> tambem, pelas transformaçoes socio-economicas
por que passa nossa sociedade.
Entretanto, apesar dessas crises, quais seriam os
subsidios oferecidos ao professor a fim de que o mesmo possa dar
cabo de sua tarefa de orientar o aluno para os caminhos da co
municaçao e expressão ?
Muitas propostas curriculares foram apresentadas, sein
do todas muito boas, bem intencionadas, mas todas sem a preocu-
paçao de fornecer, em anexo, um manual que desse ao professor
breves noçoes das modernas teorias lingüisticas e a sua utilid^
de no planejamento de um curso. Estaria, por ventura, o profes
sor capacitado para entender itens como: exercícios estruturais,
elementos do processo de comunicaçao, variedade de usos lingüis^
ticos, etc., se o mesmo nao possui noçoes de lingüistica estru-
tural, de teoria da comunicaçao e de socio 1 ingüistica ?
Voltando as nossas reflexões, queremos lembrar tam
bem que a problematica da comunicaçao e expressão podera ser me
lhor situada e compreendida a partir do estudo das funções da
linguagem, uma vez que o processo de comunicaçao evidencia atgu
86
mas dessas funções. Para nao estender muito nosso trabalho, li
mitaremos a expor, resumidamente, as principais ideias contidas
nos ensinamentos de Martinet, Böhler e Jakobson sobre as ditas
funçoes.
Para Martinet (2) a funçao essencial do instrumento
que é a ifngua reside na comunicaçao. Mas, a lingua comporta oa
tras funçoes: suporte ao pensamento, expressão e esteti c a .
Böhler (3) distingue tres funçoes: express i va, cen -
trada no emissor, ape I at i va, centrada no receptor, e represe nta
t i va, centrada na terceira pessoa.
Jakobson (4) , partindo dos elementos constitutivos
do processo da comunicaçao, assinala estas funçoes: a emoti va
(emissor), a conat i va ( receptor) , a f at i ca (canal) a meta I i n
gQ isti ca (codigo), a poeti ca (mensagem) e a referenc i a I (contex
to ou referente) .
Todas essas funçoes sao muito importantes para a co
municaçao.. No ato lingôistico nunca se manifesta apenas uma de^
sas funçoes. Na real idade, todas se fazem presentes e somenteys. • A
a predominância de uma delas e que caracteriza o tipo de I ingu£
gem (informativa, apelativa ou expressiva). É o fenomeno da com
presença.
0 que estranhamos no discurso escolar e a predom i nan
cia, em determinados casos, da funçao referencial ou represent^
tiva, em se tratando do ensino de Lingua Portuguesa, no ensino
de I- grau, onde a funçao comunicativa e expressiva deveriam e^
tar colocadas em primeiro plano.
Se o ensino da lingua, nesse niveI, deveria levar o
aluno a se expressar e a se comunicar, sera que a escola, real
mente, estaria direcionando-o a concretizaçao desse objetivo ?
Estaria o professor mais preocupado em ditar normas de lingua
culta ao aluno do que deixa-lo expressar ‘i’ A fala do aluno se-
ria uma h i stor i a ou um d i scurso ? Outras funçoes da linguagem
estariam sobrepondo-se a funçao de comunicaçao e expressão?
87
Intrigados com essas questões, foi que nos propuse^
mos fazer um levantamento entre nossos alunos de 12 grau, nível
5 a 8, a fim de captarmos com que freqüencia as marcas enuncia
tivas aparecem em seu discurso escrito.
De posse desses dados, anal isados a luz da teoria dorv <S>
discurso, tentaremos chegar a uma conclusão sobre a posição em
que se coloca o aluno em face de seu enunciado, interpretando -
os graças aos conceitos de distancia, de tensão, de transparên
cia ou opacidade, para depois buscar, a luz da soei o 1 i ngO i st i ca,
a explicação para essa posição.
3.2. 0 corpus lingüístico.
3.2.1. Constituição da amostra.
A amostra foi retirada de uma populaçao de 7.646 aljj
nos de 1- grau, da cidade de Cuiaba, niyeI de 5- a 8- Serie. É
constituída de 120 alunos, sendo 30 de cada nível.
Os alunos que fizeram parte da pesquisa sao conside
rados socialmente iguais pela semelhança do padrao socio-econo-
mico, ou seja, pertencem, na sua total idade, a classe media.
Os referídos a 1 unos sao de tres estabelecimentos da
rede estadual de ensino, situados em bairros da classe media.
Os estabelecimentos selecionados sao;
- Colégio Jose de Mesquita (Bairro da Cidade Alta);
- Escola de I- grau Santos Dumont (ex-Escola Poliva
lente) ( Ba i rro Varzea Ana Poupi.no).
- Escola de 12 grau Senador Azeredo (Bairro do Por -
to) .
3.2.2. Hipóteses de trabalho.
Este estudo visa a constatar duas hipóteses gerais;
1-) - 0 discurso escrito do aluno de l grau de Cui^
ba, nive1 5 a 8, apresenta, em geral, fraco indice de marcas
enunciativas em quantidade e/ou qualidade.
2-) - Quanto mais avançado o nive1 de escolaridade do
aluno, mais elevado sera o indice de presença de marcas enuncia^
tivas, em seu discurso, em quantidade e/ou qualidade.
Quant i dade refere-se ao numero de marcas enunciati -
vas.
QuaI i dade refere-se aos diferentes tipos de marcas
enunc i at i vas•
3.2.3. V a r i a ve i
As variave is em estudo sao:
89
a) variavel dependente: discurso escrito;
b) variavel i n de pende nte : se r i e .
As variaveis intervenientes podem ser: personalidade,
estado emocional, inteIigeneia, tipo de instrumento de coleta
de dados, sexo, idade, status socio-economico, etc.
3.2.4. Invariantes.
Os invariantes sao:
a) invariante de modalidade: discurso escrito
b) invariante do tema: carnaval
c) invariante de medida: uma pagina escrita (30 I J_
nhas)
d) invariante de duraçao: 45 minutos (duraçao de uma
au I a)
e) invariante do contexto situacional:
mesmo lugar: uma sala de aula.
mesma epoca: o mesmo dia, a mesma hora.
3.2.5. Instrumento de coleta de dados.
0 corpus 1 ingüístico foi obtido através de uma red^
çao, cujo tema versava sobre o CARNAVAL.
Foram distribuidas aos alunos durante uma aula de
Português, copias do tema: Fevereiro: Carnaval... e pedido que
escolhessem um assunto sobre o carnaval (desfile, matine, bata^
lha, etc) e escrevessem sobre o mesmo.
90
3.3. Analise do corpus
3.3.1. Cr i ter i os de ana I i se .
A partir dos elementos teoricos desenvolvidos na prj_
me i ra parte deste trabalho e baseados, principalmente, nas cori
cepçoes de Benveniste sobre "0 aparelho formal da enunciaçao" e
na dos embreadores de Jakobson, estabelecemos uma 1 ista de oito
critérios de analise das marcas enunciativas.
Oscriteriossao:
1 - os indicadores de pessoa; eu e t u .
2 - os indices de ostensao; este, aqui, agora.
3 - a forma temporal axial do discurso; o presente.
4 - a asserçao; expressas pelas pa rt i cuI as s i m e nao
substitutas de uma proposição.
5 - a interrogaçao: formas lexicais e sintaticas.
6 - a intimaçao; ordem, apelos concebidos ém catego
rias como o. imperativo, vocativo.
7 - os moda 1 izadores:
- modo optativo
- modo subjunti vo
Aos advérbios de opinião; talvez, sem duvida, pro
vavelmente, etc,
as transformaçoes moda 1 izadoras;
- a enfase
- a pass i va
- a i nterrogaçao
- a negação
- os apresentadores: eis aqui, ca esta
- os performativos
b - as i nterdependenc i as de n i ve i s .
Nao encontramos um texto que estabelecesse critérios
91
de avaliaçao de quantidade de marcas enunciativas manifestadas.
Para avaliaçao da ocorrência de marcas enunciativas,
por série, foi estabelecido o seguinte critério de classifica -
çao:
QUADRO DE AVALIAÇAO POR SERIE
MARCAS ÍNDICES
0 a 299 fraco
300 a 499 sat i sfator i o
500 a 600 forte
0 limite superior resulta do produto de 20 por 30 ,
sendo 20 o numero de marcas considerado satisfatorio, em termos
dos objetivos propostos, numa redaçao de uma pagina (30 linhas),
e 30 o total de redaçao por serie. Para as quatro series, os lj_
mites de cada índice e multiplicado por quatro, resultando o
quadro de aval iaçao seguinte:
QUADRO DE AVALIAÇAO DO TOTAL
MARCAS ÍNDICES
0 a 1 1 96 fraco
1200 a 1996 sat i sfator i o
2000 a 2400 forte
Para avaliaçao da ocorrência de cada ti po de marca ,
por se r i e , foi estabelecido o seguinte critério da classifica -
çao:
92
QUADRO DE AVALIAÇÃO POR TIPO DE MARCA E SÉRIE
MARCAS ÍNDICES
0 a
50 a
100 a
49
99
50
fraco
sat i sfator i o
forte
0 limite superior resulta do produto de 5 por 30,sen^
do 5 o numero de cada tipo de marca considerado satisfatório nt[
ma redaçao de uma pag i na. (30 linhas), e 30 o total de redaçao
por serie, Para as quatro series, os 1 imites de cada indice e
multiplicado por quatro, resultando o quadro de avaliaçao se
guinte:
QUADRO DE AVALIAÇÃO DO TOTAL POR TIPO DE MARCA E SÉRIE
MARCAS ÍNDICES
0 a 196 f raco
197 a 396 sat i sfator i o
400 a 600 forte
3.3.2. Analise dos resultados.
Com a tabulaçao das marcas enunciativas presentes nas
redações, e a partir da fundamentaçao teórica desenvolvida na
primeira parte deste estudo, passamos a anal ise e interpretaçao
dos resultados.
As 120 redações examinadas das quatro series apre
sentaram um total de 489 marcas enunciativas, distribui das de
acordo com o quadro I :
93
QUADRO
SÉRIES MARCAS
5 = 1 26
1 6â 1 20
7^ 125
8ã
!
118
T O T A L 489
Esse resultado, segundo o quadro de avaliaçao do to
ta I , constitui um indice fraco dè marcas e nunc i at i vas, e , portan^
to,confirma a validade da primeira hipótese formulada, de que o
discurso do aluno de Cuiaba apresenta, em geraI, fraco indice
de marcas, em quantidade e/ou qualidade,
Com relaçao ao aspecto qualitativo, os dados revelia
ram que nao houve mu Itiformidade de marcas. Uma conclusão viá
vel e de que o aluno nao explorou as varias possibilidades que
a enunciaçao lhe oferece.
0 bloco de marcas constante, em toda serie, por or
dem de incidência, com exceção dos advérbios de opinião que
ocorreram somente na 8- serie, foi o segui nte: (5) ,
- os indicadores de pessoa
- a forma temporal axial: o presente
- os indices de ostensao (este, aqui, agora)A» ^
- as interdependencies de níveis
- a intimaçao (vocativo, imperativo)
- os advérbios de opinião
- o modo optativo.
No quadro I, verifica-se tambem que a segunda h i pote_
se de que quanto mais a\'ançado o n i ve 1 de escolaridade do aluno,
mais elevado sera o indice de marcas em seu discurso, em quantj_
dade, nao se constatou.
94
Observa-se decrescimo de marcas da 5- para a 6- se
rie, acréscimo da 6^ para 7-, e novamente decrescimo da 7- para
8- ser i e .
Marcas
Essa situaçao e mostrada graficamente:
Quanto ao aspecto quaI i tat i vo, os resultados eviden
ciaram que nao houve diversificaçao considerável de marcas den-
tro de uma mesma serie, e nem de uma serie para outra,r ^
Anal isando a amostra por se r i e e por t i po de marca,
a frequencia de ocorrência da marca e^ e mostrada no quadro 2:
QUADRO 2
S É R 1 E , N 2 R E P E T I Ç Ã O
1
1 5 ^ 8 6
6 i 6 2
7 § 8 6
1 8 § i 7 0
T 0 T A L
i3 0 4
Esse total, corresponde a um indice satisfatorio des
95
sa manca. Indica que a d i stanc i a ^ colocada pelo aluno
entre ele proprio e seu enunciado nao e muito grande.
Verifica-se, ainda, que a frequencia de ocorrência -
da marca eju varia de uma série para outra, conforme mostra o
grafico:
Ma rcas
Essa situaçao de decrescimo e acréscimo de marcas de
uma serie para outra, contraria a segunda hipótese de que quajn
to mais avançado for o niveI de escolaridade do aluno, mais ele
vado sera o índice de presença de marcas enunciativas em seu
discurso, em quantidade e/ou qualidade.
Outra caracteristica que se pode observar e se o di^
curso do aluno apresenta-se moda I i zado, isto e, se o falante
deixou sua marca no seu enunciado através de unidades discre - (8 )
tas.
(9Os indices de ostensao - nao foram numerosos nas
redações. Sua distribuição por serie e mostrada no quadro 3:
QUADRO 3
SÉRIES N2 REPETIÇÃO
ió
10
7- 19
8^ 25
T O T A L 60
96
Esse resultado mostra o indice fraco dessas marcas
enunciativas, comprovando a primeira hipótese. Nesta dis
tribuição, houve aumento de marcas de uma serie para outra, dan^
do idéia de comprovaçao da segunda hipótese. Graficamente tem-
se :
Nao houve ocorrência de oerformati vos, assim como
nao foi apresentado caso de asserçao, expressa pelas particu -(I D
Ias s i m e nao substitutos de uma proposição.
As g i r i a s foram utilizadas muito pouco, fato que su£cs . '
preende, uma vez que seu emprego, nessa faixa etaria, e muito
c o m u m . A di stri bu i çao do numero de ocorrência de girias
por serie e mostrada no quadro 4-
QUADRO 4
SÉRIESN2 DE OCORRÊNClA |
DE G ÍRIAS
5§ 11
6 51
41
7 â 2
8§1i
2
T O T A L 9
97
Esse total e inexpressivo, diante de uma amostra de
120 redações, nao havendo, portanto, interdependencia de níveis
0 grafico ilustra a situaçao:
N- ocorrenci a de g i ri as
A ocorrência do modo optat i vo
me mostra o quadro 5-
(13) foi rara, confor
QUADRO 5
SÉRIE N2 REPETIÇÃO
5^ 1
1 6§ 2 1
7§ -
8â -
T O T A L 3
( 1 4)Os advérbios de opinião, , elementos que modal i-
zam fortemente o enunciado, ocorreram somente 6 vezes, e ape_
nas n a 8 - serie.
A tensão, relaçao que se estabelece entre o falante
e o receptor da mensagem, se traduz pela vontade intensa de co
98
muni cação que o falante deseja manter com o ouvinte. ^
0 índice elevado dos verbos: ter/haver e ser / estar,
verbos que postulam um estado acabado, marcaram uma ausência derw /s ^
tensão no discurso dos alunos. A freqüencia de ocorrência de_s
ses verbos nas redações e mostrada no quadro 6:
QUADRO 6
SÉ R 1 E N2 REPETIÇÃO
5^ 94
6ã 101
■ 7 - 101
8§ 102
T O T A L 398
Os verbos querer, poder, dever e fazer que indicam
um estado nao-acabado, uma tensão mais ou menos grande do sujej_
to da enunciaçao em face de seu inter1ocutor, nao ocorrerem nas
redações.
0 presente, forma temporal axia I do discurso, ocor
reu 100 vezes nas redações dos alunos e esta, assim, distribuT-
do:
QUADRO 7
SÉRIE N2 REPETIÇÃO
31
6^ 37 1
7§ ' 18
8â ' 14 i
T O T A L
!
I CO
A interrogaçao, o vocativo, o imperativo, apresenta-
, • o • ( 1 7 )ram baixa trequencia.
99
Os casos ocorridos estao d i str i bu i dos no quadro 8;
QUADRO 8
SÉ R 1 E N2 REPETIÇÃO
5§ '1 1 1 5
1 7 a1 1 " 11
1 1 1
T O T A L 7
3.3.3. Cone Iusao.
A partir dessas observaçoes das marcas enunciati vas,
podemos concluir que:
jS) - o discurso do aluno de Cuiaba apresenta uma/s. ,
baixa freqOencia de marcas enunciativas;
22) - nao ha diferença significativa entre uma serie
e outra em traços qualitativos;
3 2) - o numero de marcas enunciativas nao aumenta a
medida que eleva o n 1ve1 de escolaridade, com exceção de alguns
casos;
4-) ~ apresenta uma grande uniformidade de marcas, de_
nunciando a falta de criatividade em nossos alunos;
52) - e frequente o uso da terceira pessoa, com te^
dencia a ser um discurso constat í vo ou transparente ;
62) - e um discurso parcialmente nao - marcado com
forte tendencia a ser uma historia.
100
3.4• 0 fraco indice de marcas enunciativas e suas. f
possiveIs causas,
AA grande constataçao, como mostram os dados, e de
que ha uma ausência quase total de marcas enunciativas, ficando,
dessa forma, confirmada a nossa hipótese inicial de que o dis
curso escrito do aluno de |2 grau, niveI 5 a 8, apresenta fraco
indice de marcas enunciativas, seja em quantidade ou qual idade,
Esse esvaziamento de marcas enunciativas leva conse
qüentemente a um esvaziamento da comunicaçao. Biderman ( i8),num
artigo sobre os elementos expressivos do discurso, ou seja, um
dos elementos que integram o universo indefinido do lexico (19)
de uma 1ingua, assim se expressa:
"Nos discursos literários e sobretudo poéticos, a liberdade criadora do artista e uma forte carga de emoti vj_dade permeiam a expressão lingtHisti-
fca de parti cuias e expressões que nao se enquadram dentro das classes de palavras tradicionalmente re1 acio nadas pelas gramaticas. Mas nao so nesse tipo de discurso. Tambem a I i guagem coloquial, instrumento de corw- ^ ***municaçao e expressão de todos, se manifesta prenhe de elementos lexi- C O S , inc 1 assi f icaveis segundo os mo delos Iogico-gramaticais. Tais elementos sao carregados de significa- çao e emotividade, acrescentando ao enunciado dados informativos freqCie£ temente ligados a opinião, ou aos seri timentos do emissor da mensagem, enrs» ^tretanto, nao se integram na estrutu ra Iogico-sintatica da oraçao. Se fo rem eliminados, porem, a comunicaçao se esvazia, se empobrece de inform^ çoes relevantes, e o significado glo bal da sentença ou do discurso se aj_ tera".
Retomada nossa questão inicial, qual seria, no caso,
o motivo principal que levaria o aluno a agir dessa forma? Insr
101
tnumento de coleta de dados ? Reiaçao familiar ? Grau soc i o-cuJ_
tural ? Opçao do aluno ? Discurso impessoal da escola ?
As variaveis que podem interferir no desempenho I i ri
güistico do aluno sao muitas. Entretanto, como nosso trabalho
nao teve por objetivo controlar todas essas variaveis intervenj_
entes, pois se restringiu tao-somente a uma tentativa de levari
tar problemas, buscamos empirica e ass i stema t i camente uma i ntej2 pretaçao possivel para o fraco indice de presença dessas marcas.
Como primeira causa possível, apontamos o instrumen
to de coleta de dados, que, no nosso caso, foi uma redaçao. S£/s* ^ ✓ rw
bemos que a situaçao de dialogo e a situaçao enunciativa por ex
celencia. Entretanto, achamos mais coerente optar pelo discurso
escrito, justamente por ser o tipo de exercicio que se pede co
mumente em classe. Ora, nesse tipo de exercício, onde nao se re_
produz uma situaçao completa de comunicaçao, a criança devera -
possuir alto grau de criatividade para extrapolar sua impessoa
lidade, e nisso, talvez, resida a causa do apagamento do sujei
to em seu enunciado.
Outra causa que podera afetar o desempenho I ingOistj_
co do aluno e o seu relacionamento familiar. Se a familia for
orientada para a pessoa (pessoal), onde a comunicaçao da-se pre
cipuamente ao niveI da interaçao, e as posiçoes familiares sao
mais elasticas e menos coercitivas, conseqüentemente ela vai
produzir um sistema de comunicaçao forte ou aberto.
Marcuschi (20),em seu trabalho critico sobre a teo
ria dos codigos Iingüisticos de Bernstein, nos diz:
"Nas familias "pessoais" as »“onte_i_ ras sao mantidas abertas, e nas di^ cussoes as caracteristicas psiquicas prevalecem sobre o status ■ Numa famj_1 ia assim, em que as divisões formais entre os diferentes status nao sao tao rígidas, e evidente que seus membros disponham de uma maior area de a 1ternativas para escolha, enriquecendo-se como tal o espaço para o jogo de papeis. Ali ocorrem as condj_ çoes que permitem o surgimento de uma comunicaçao verbal, e possibilitam a criança a expressão de suas dj_ ferenças individuais diante do grupo. N'ao se trata de contatos ma i s cons-
102
tantes, mas de contatos de tipo espe^ cial. Os pais sao, nestas familias, muito receptivos as caracteristicas das crianças e deixam-se influencj_ ar, o mesmo acontecendo por parte das crianças. Esta rec i proc i dade S e_ va a confiança mutua, faz surgirumrs/sistema de comunicaçao aberto, possi/w 'bi1ita a expansao da personalidade do individuo e garante-lhe a receptj_ vidade de sua mensagem".
Por outro lado, se a família for orientada para a po
siçao (posicionai) onde o sistema de papeis dificulta a comun_i_
caçao das diferenças individuais, conseqüentemente ela vai pro^
duzir um sistema de comunicaçao fraco ou fechado.
Diz Marcuschi (21):
"Em conseqOencia, a criança passa a reagir conforme as exigencies de sua posição famiIiar. Por causa deste fe chamento das alternativas da escolh^ a sensibilidade individual tem menos possibilidades de ser expressa de forma verbal, estabelecendo-se assim uma comunicaçao ao nive1 da posição ocupada dentro do grupo familiar".
Pesquisas recentes tem demonstrado, so para citar um
exemplo, que quanto mais harmonioso for o relacionamento afet_i_A f
vo da criança, melhor e o seu desempenho lingüistico. Se a crj_
ança possui um relacionamento mais familiar com seus pais, cer
tamente tambem ela se colocara mais a vontade em seu enunciado
para exprimir sua experiencia.
0 aluno cuiabano, em geral, tem dificuldade para se
expressar. Uma das causas aparentes parece ser o relacionamento
familiar. Certos pais nao dialogam com seus filhos, havendo ate
certo distanciamento, em que a criança vem a ser uma nao-pessoa • . . . '
sociologica, para usar a terminologia do sociologo Erving Gof
man, citado por Perret (22).Ao lado dos pais indiferentes, dos
pais sem nenhum preparo, ha ainda a problematica dos pais muito
03
ocupados que nao dispõem de tempo para seus filhos, seja pelo
excesso de trabalho, seja pelos compromissos sociais, ou ambos.
Filhos desses pais estao, quando pequenos, e obvio, aos cuida-
dos de babas sem o mini mo preparo, muitas vezes, para estimular
o desenvolvimento lingüistico dessas crianças.
Ao lado do relacionamento familiar, podemos, tambemr-j
apontar, como causas da dificuldade de expressão do cuiabano,
certos fatores, que, se foram caracteristicos de uma certa epo
ca, ainda se fazem sentir, principalmente, numa determinada faj_
xa etaria, ou seja, na que se situa acima de 30 anos, aproxima
damente .
Esses fatores seriam: a situaçao geografica, a falta
de I e i turas," e o ba i xo n f ve I de escolaridade.
0 cuiabano, ate certa epoca, vivia plenamente sua
"solidao geografica", longe de tudo e de todos, e alem do mais,
privado dos modernos meios de comunicaçao de massa. Limitada,
pois, era sua cosmovisao, e conseqüentemente sua possibilidadetsf '
de expressão.
A orientaçao dada nos poucos colégios existentes nao
incentivava o aluno a realizar leituras complementares, sendo
que as leituras somente se limitavam aos livros didáticos. Redu^‘ rs/
zida, pois, era sua capacidade de expressão.
Quanto ao ultimo aspecto, ressaltamos que o baixo n^
vel de escolaridade apontado era resultante nao so do baixo po
der aquisitivo do cuiabano, mas tambem, e essencialmente, pela
própria escassez de instituições escolares de qualquer nível
Restrita, pois, era sua capacidade de expressão.
Entretanto, com a instalação de modernos meios de co
municaçao de massa, abertura e melhoria de estradas, elevaçao -
do nive1 de vida, e criação e instalação de varias escolas, as
causas apontadas foram sendo pau 1atinamente sanadas.
0 grau socio-cu1turaI tambem influencia no desempe -
nho lingüistico do aluno. As marcas enunciativas poderão estar
ou nao presentes, com maior ou menor intensidade, no seu discur
104
so, conforme o niveI socio-cuIturaI em que vive o aluno.
Para Coppalle (23} o sistema das relações que se es
tabelecem em classe e um modo particuI ar das relações sociais:
"Nossa hipótese de trabalho foi com efeito que o modo pelo qual se estru tura o dialogo entre o aluno e o me^ tre, o aluno e seus companheiros, o aluno e todos os membros do estabele^ cimento, depende essencialmente do modo pelo qual o individuo fez ou faz sua experiencia do mundo e da re a 1 i dade social, e pertence por conse^ guinte a um grupo socio-cu1tura1 que determina sua linguagem e sua maneira de viver as relações sociais".
Prosseguindo em suas observaçoes, ele tenta relacio
nar as distâncias que o aluno toma com respeito ao seu enuncia
do com seu grau socio-cuIturaI, mas, observaçoes tomadas como
conjeturas, uma vez que as hipóteses nao foram verificadas:
"Pode-se ir ate supor que a distan - cia ao enunciado e a situaçao tenha uma correspondencia efetiva com o gráu socio-cu1turaI do locutor? No momento nada permite nem afirmar nem nega-lo. 0 que se pode afirmar e que quanto mais o grau soeio-cu1turaI e elevado, mais o domínio da Iingua e adquirido e mais, por conseguinte, e faci 1 para o locutor tomar suas dis tancias com respeito ao enunciado e a situaçao. Se isto fosse verificado, poder-se-ia deduzir dai que a f^ mi li ar idade no comportamento soei o - lingOistico e inversamente proporcio^ na I ao grau socio-cuIturaI". (24)
Essa citaçao poderia ser explicada da seguinte forma;
a criança provinda de um meio social menos favorecido teria um
comportamento mais espontâneo, uma vez que e 1 a vive de uma ma-f» ^
neira mais concreta sua reIaçao com seus parceiros e sendo que
a representaçao da vida social de seu meio funciona segundo ca-
05
tegorias pouco numerosas e pouco diversificadas. Isso conseqOeri
temente, refleteria em seu desempenho lingüistico, tornando - o
mais familiar em relaçao ao seu enunciado e a situaçao.
Prosseguindo em sua comparaçao ele afirma;
"Ao contrario, parece verossímil que✓a criança de um meio socio-cuIturaI mais favorecido domina melhor a sitij açao porque domina melhor sua I ingua, e se desprende dela da mesma maneira. Isso lhe permite optar por um compor^ tamento mais a vontade e mais inte - lectualizado e por um comportamento' verbal mais nuançado e mais rico.Mas se isso contribui para faze-lo tomar suas distancias, coloca-se por conseguinte menos em causa pessoalmente em seu enunciado ou de uma maneira muito mais ficticia. Ela se exprimira num modo mais desprendido e mais impessoal, com um nivel de generalidade e de abstraçao mais elevado. 0 que conduz a utilizar ao mínimo as marcas formais da enunciaçao". (25)
Coppalle chama atençao para o fato de que nao deve
mos emitir julgamentos de valor, entretanto, pode-se estimar quer' A ^
ha uma ligaçao entre o nive1 socio-cu1tura1 e o comportamento -/*«> ^
v/erbal e que as variações soc i o I i ngü i st i cas nos modos do uso da
palavra e de seu exercicio se reencontram nos fatores socio-cuJ_
tura i s .
Resta-nos, finalmente, saber se as variaveis opçao
do aluno e discurso impessoal da escola exercem uma certa infl^
encia no indice de marcas enunciativas.
Coppalle (2 6) nos diz;
"0 que importa, por conseguinte, e tentar encontrar uma explicação para o apagamento do sujeito no tipo de enunciados constituindo o corpus. Porque nos sabemos bem que se o, sujeito falante, por assim dizer, ja
I 06
mais se manifestou explicitamente em seu enunciado como sujeito da enuncj_ açao, seu " retraimento" nao e por is so mesmo uma manifestaçao negativa , sua ausência corresponde evidentemen^ te a uma certa atitude e a uma escolha diante da situaçao. É aí que se poderia fazer intervir os conceitos de distancia, de tensão, de adesao e de transparencia pelos quais e deferida a atitude do locutor com respej_ to a seu proprio enunciado".
Entretanto, chama a atenção para o fato de que ha to
madas de fala puramente impessoais como e freqüentemente o caso
nos exercícios escolares, e essa atitude de impessoalidade nao
tem significaçao propr i amente i nd i vi dua 1 , mas decorre do discur_~
so impessoal da escola.
D i z Coppalie (27):
"Ela diz respeito a um fenomeno soei o-cu 1 tura I mu i to geral; o conjunto dos modos de acesso ao saber segundo os quais funciona a instituição esco lar. A fala mantida (ou emprestada) em classe se alinha sobre o discurso institucional da Escola. E ai que re side o no da expl icaçao do apagamento em classe do sujeito em seu enunciado. (...) 0 dj scurso na Escola e um discurso i mpessoa 1 • ( . . . ) A relaçao ao saber que representa o fundamentoI . . . r->da instituição escolar nao e uma re_1açao sobre o plano das relações humanas, se bem que seja obrigada a passar pela re1açao do aluno ao mes
. *** tre. Pois a situaçao escolar e uma falsa situaçao de comunicaçao na qua I O dialogo nao pode, a maior parte do tempo, se estabelecer. A comunicaçao escolar nao leva em conta os impera- tiv-os da comunicaçao; a importancia' da presença fisica, a reciprocidade de papeis dos parceiros para citar apenas duas das principais exigenci- as relacionais da comunicaçao, a que se poderia acrescentar alias a prioridade do canal oral, prioridade cu-
07
jas razoes profundas tocam a própria/Sfnatureza do fenomeno de comunicaçao' que a 1ingua constitui".
A tarefa que cabe à Escola e muito importante, por
tanto, na medida em que ela ve o aluno como um indivíduo que
necessita desenvolver plenamente suas potencialidades e que pro
vem de um determinado meio socio-cu1 tura1 . Ela deve procurar
buscar todos os subsidios necessários ao cumprimento das reais
necessidades do aluno.
Voltando novamente as liçoes de Coppalle (28), em
seu excelente artigo sobre "uso da palavra" em classe:
"Um estudo aprofundado da situaçao de/N/comunicaçao deveria servir de opera- çao de reestruturação das relações - escolares que sao tanto mais inade - quadas quanto nao tomam em considera çao nem a rea 1 i dade v i va do i ndÍ v i duo nem a real idade sociologica de seu me i o . É por i sto que o d i scurso i ns- titucional da Escola sobre o saber que reflete uma certa cultura, uma certa mental idade nao constitui a via de acesso unico ao saber. Aplica do a todos sem arranjo, sem diferen- ciaçao, segundo a concepção de um mo de I o unico e universal, perfeito e acabado, intercâmbios puramente i nte_ lectuais e livrescos, os unicos auto rizados, o metodo de acesso a cultura que a Escola preconiza pode se re velar mais nefasto que beneficente , por falta de consideraçao das realidade que a comunicaçao pressupõe".
De tudo que expusemos acima, inferimos que as varia
veis que podem influenciar o comportamento v^erbal do aluno sao
muitas. Nao foi nosso proposito fazer um exame profundo ou e -
xaustivo dessas variaveis, mas sim, apenas, questionar o pro
blema. Fica, entao, nossa proposta de ti^abalho a quem estiver
interessado em realizar analises mais exaustivas, esperando, en
tretanto,que sirva de ponto de partida e estimulo para futuras'
pesquisas e reflexões.
i08
3.4*1 • Para uma liberaçao da palavra.
Resta-nos, entao, saber que direcionamento oferecer
ao nosso professorado para que o mesmo possa encaminhar nossos
alunos a uma madura e consciente "liberaçao da palavra".
Coppalle (29) entende por liberaçao da palavra duas
coisas: que ela seja realizável e que ela seja seguida de efej_
tos proveitosos.
Quanto ao prim e iro aspecto, mostra que a I ibera
çao da palavra nao se consegue apenas com boas intenções e medj_
ante qualquer receita. Para que a paIavra seja liberada ha ne
cessidade de técnicas apropriadas, sendo que as técnicas da e-
nunc i açao apresentam-se como as mais eficazes. (O grifo e nos
so) .
Faz-se necessário, tambem, o estabelecimento de uma
situaçao de dialogo, e esta situaçao deve ser sempre mantida ê,
alimentada. É nesse sentido que intervem a qualidade de re I £
çoes mutuas que se estabelecem entre o professor e os alunos.
Nao e coagindo o aluno a falar que se obtera bons resultados,
mas sim procurando estabelecer um clima de confiança entre eles.
Quando ao segundo aspecto, CoppaIle (30) chama a
atençao para o fato de que a liberaçao da palavra nao deve ser
tomada como um fim em si. A liberaçao da palavra requer um obje
tivo bem definido. Qual seria esse objetivo? Procurar obter a-
traves do exercício da fala o dominio dos meios de expressão
mais numerosos e variados que Coppalle designa sob o termo de
"registros de lingua", para indicar que um ato de fa I a e essen
cialmente pessoal na medida em que exprime a experiencia indivj_
dual de cada ser humano, ao mesmo tempo que enriquece essa exp^
riencia. Portanto, so ha efeitos validos se ha proveito e se o
exercício da fala trouxe alguma coisa a alguem.
Por ultimo, queremos chamar a atençao para o compor
tamento verbal do aluno visto de um ponto de vista estritamente
pedagogico. Voltemos as observaçoes de Coppalle constantes de
09
seu ja aludido artigo:
"( . . .) Se se apreende o ato de enutn ciaçao ao n i ve t do enunciado, inver^ samente o enunciado deveria ser jul gado unicamente em funçao dos cr i te_ rios de funcionamento da I ingua. Tal maneira de agir modificaria profunda mente os hábitos de correção; A ques tao subjacente nao seria mais: "ele escreveu bem ou falou bem?" mas "seu enunciado respeita as regras da enuri ciaçao ?". Isto apresentaria entre outras vantagens aquela de uma maior objetividade na aprecia^ao e aquela, nao negI igeneiave I tambem, de suprimir os pontos de comparaçao com os performances dos outros e de e I i mj_ nar o carater competitivo da produ^ çao dos enunciados, sejam escritos - ou ora is". (31)
Esperamos que esses subsidios possam contribuir deA I .
alguma forma nao so para que o nosso aluno se expresse com maisA f
espontaneidade, mas tambem para que use produtivamente sua I in~
gua .
10
NOTAS DO CAPITULO 3
(1) Rodrigues, Ada Natal - Comunicaçao e Expressão. In; Revi^
ta Escola, Sao Paulo, n- 5, julho 72, p. 31.
(2) Martinet, Andre - Elementos de LingCiistíca Geral. Lisboa,
Sa da Costa, 1972, p. 6.
(3) Bühler, Karl - Teoria dei lenpuaje. Madrid, Revista de Oc
ci dente, 1967, p. 69,
(4) Jakobson, Roman - Lingüistica e Poética. In. L i ngO i st i ca
e Comun i caçao. Sao Paulo, Cultrix, 1974/ P- Il8.
(5) Consulte o item 2.3.2: 0 aparelho formal da enunciacao.
(6) Consulte o quadro de aval iaçao por tipo de marca e serie
e o quadro de aval iaçao do total por tipo de marca e se
rie.
(7) Veja o item 2.4. intitulado "Os conceitos de base da enu^
ciaçao".
(8) Consulte o item 2.4. intitulado "Os conceitos de base da
enunc i açao".
(9) Consulte o item 2.3.2: 0 aparelho formal da enunciaçao.
( I o) Verifique quadro de aval iaçao por tipo de marca e serie e
quadro de aval iaçao do total por tipo de marca e serie.
(11) Veja o i tem 2.2.5: Os enunciados performativos e o i tem
2.3.2: 0 aparelho formal da enunciaçao.
(12) Veja o item 2.4: Os conceitos de base da enunciaçao.
(13) Consulte o item 2-3.2: 0 aparelho formal da enunciaçao.
( 14) Consulte o item 2.3.2: 0 aparelho formal da enunciaçao.
( 1 5) Veja o item 2.4: Os conceitos de base da enunciaçao.
(16) Consulte o item 2-4: Os conceitos de base da enunciaçao.
( 1 7) Veja o item 2.3.2: 0 aparelho forma I da enunciaçao.
111
( I 8) Biderman, Maria Tereza Camargo - Teoria L ingttis t ica : I in-
göistica quantitativa e computacional. Rio de Janeiro, L_i_
vros Tecnicos e Cientificos, 1978, p. 242.
(19) Para Biderman (po.cit., p.252) alem dos denotadores expreß
si vos, pertencem ao universo indefinido do lexico: os dej_
ticos, outros pronomes, advérbios. Sao tambem chamados p^
lavras semi plenas e instrumentais.
(20) Marcuschi, Luis Antonio - Linguagem e Classes Sociais; i n
troduçao critica a teoria dos codigos I i ng(!i i st i cos de Ba
s i I Bernste i n . Porto Alegre, Movimento, 1975, p. 52.
(2 1 ) CF. Marcuschi, op. cit., p. 52.
(2 2) "Ora, se existe uma nao - pessoa lingüística a nao -* pes
soa e tambem uma realidade social. Erving Gofman cita co
mo exemplo o servidor, as pessoas muito jovens, muito ve_
lhas ou doentes. Este sociologo funda sua analise sobre o
comportamento geral de outrem em relaçao a essas pessoas
que sao freqüentemente tratadas como se nao esti vessem pre^
^sentes. A anaIise do comportamento lingüistico confirma a
analise socio Iogica". Perret, D. - "Les appe1 I atifs". In:
Langages, 17, Paris, Didier-Larousse, mars 1970, p. 114.
Traduçao de Maria Marta Furlanetto.
(2 3) CoppaI le, X et ai i i - "La prise de parole en classe, 1^
acte de parole et la situation de communication. In: Lan
gue França i se, 32, Paris, Larousse, dec., 1976, p. 88.Tra^
duçao de Maria Marta Furlanetto.
(24) Cf. CoppaIle, o p . cit.. p. 93.
(25) Cf. Coppa Me, op. cit.. p- 94
(26) Cf. CoppaIle, o p . cit., p- 84
(27) Cf. Coppalie. o p . cit.. p. 85
(28) Cf. CoppaIle, o p . cit.. p- 86
(29) Cf. Coppa Me, o p . cit.. P ‘. 90
1 2
(30) Cf. Coppalle, op. cit., p. 91
(31) Cf. Coppalle, op. cit., p. 91
13
C O N C L U S Ã O
De nosso estudo teorico sobre a enunciaçao chegamos
as seguintes conclusoes:
A noçao de deÍxis sofre a determinaçao do conjunto
de questões e problemas nos quais esta inserida. É uma noçao se_
mantica e a semantica interessa a logiços, filosofos, páicolo -
gos, lingüistas, e cada qual visa ao seu ponto de vista partic^
lar.
0 critério essencial para definir a significaçao. de
um embreador sera a remissão obrigatoria ao discurso, e nisso
reside a diferença entre ele e os termos sincategorematicos,ou,
em sentido mais generico, entre os embreadores e todos os ou-
'tros constituintes do codigo 1 i ngíü i st i co .
A enunciaçao histórica e "o modo de enunciaçao que
exclui toda forma !ing(íistica "autob i ograf i ca", enquanto que a
enunciaçao discursiva e "toda enunciaçao que suponha um locutor
e um ouvinte e, no primeiro, a intenção de influenciar, de al
gum modo, o outro".
r%i ■ ^Ha uma nitida distinção entre a lingua como s i ste-
ma de signos e o sistema de suas combinaçoes, e entre a lingua
como atividade manifestada nas instancias de discurso caracterj_
zadas como tais por i nd i cee> propr i os .
0 emprego das formas e o emprego da I i ngua das no_s
sas descrições I i ngO i st i cas constituem dois aspectos nitidameji
te d i st i ntos.
y A /■A enunc i açao e a uni ca responsável por certas clas
ses dé signos que ela promove 1 iteralmente a existencia, Estes
signos nao tem emprego no uso cognitivo da 1 ingua. Eles sao di-y«v ^
ferentes daquelas entidades que tem na lingua seu status pleno
e permanente.
rw V -w ^A enunciaçao conduz a semantizaçao da lingua e tam
bem fornece as condiçoes necessarias as grandes funções sintati
cas .
14
0 -traço mais ca racte r fst i co da enunciaçao e a acentu^
çao da relaçao discursiva ao parceiro, seja este real ou imagi
nado, individual ou coletivo.
Quanto a parte prática de nosso trabalho, os result^
dos obtidos mostraram que e muito fraco o índice de marcas enujn
ci ativas no discurso do aluno, denunciando, dessa forma, a ne_
cessidade de se tomar algumas medidas, e de se levar a adoçao -
de novas atitudes» '
0 magistério devera ser valorizado, no sentido de
que os cargos sejam, preferencia I mente, preenchidos por pessoas
preparadas para exercer tal tarefa.
Para que se processem as mais variadas experiencias
de ensino, faz-se necessaria a criaçao de um Centro de Lingüis-,
ti ca ApI i cada.
Um maior numero de escolas para crianças em idade
pre-escolar deveria ser criado por parte do Governo.
0 professor devera possuir um embasamento teorico -
lingüístico que lhe proporcione os subsídios necessários para
uma vísao mais real da I íngua, notadamente, a da que ele ensina.
Para isso, devem ser programados cursos de reciclagem para pro
fessores de LÍngua Portuguesa, de I- e 2^ graus, constando do rv • ^
cur r I cu I o , no çoes de íingCüisticageral, aplicada, sociolingGís-
tica, ps i CO I i ngü i st i ca, teoria da comunícaçao, teoria do discuj^
so, etc.
Os objetivos de ensino, os conteúdos programaticos e
as estrategías de ensino deverão ser redefinidos a partir das
contr i bu i çoes da soc i o I i ngtü i st i ca, da teoria da comunicação, da
ps í co I í ng(j í st í ca .
0 Iívro-texto devera ser aquele que preencha todas
as condiçoes necessaries ao uso efetivo da lingua, ou seja, pe_
Io exercício da lingua falada e escrita.
Nos critérios de aval i açao da redação devera ser iric
c 1 u i da a presença de marcas enunc i at i vas, pois, se se. apreende'
I i5
o ato de enunciaçao no niveI do enunciado, inversamente o enun
ciado deveria ser julgado unicamente em funçao dos critérios de
funcionamento da 1 ingua, isto e, se o enunciado respeita as re
gras da enunciaçao.
A redaçao devera ser elemento obrigatorio em exames
de termina I idade de curso de I2 e 2- graus, porque compete a
cola desse nive1 a atividade de ensinar redaçao, uma vez que a
organizaçao mental que estrutura o pensamento deve ser concomi-
tante a epoca em que a criança aprende a desenvolver as aptidões
e os mecanismos para aquisiçao das noçoes ministradas pelas di^
cipl i nas cur r i cu 1 ares.
Os exercícios estruturais deverão ser considerados -
como um me i o e nao como um fim. Eles deverão ser extrapolados -
para outras situações que possam levar o aluno a agir criati
vamente .
A modalidade dominante praticada na escola e a I in-
gua escrita, em detrimento da língua falada que e a forma mais
natural de expressão. Visto desse angulo, o professor deve come^
çar seu programa de ensino pela Iingua falada, percorrendo, de^/ • A A
sa maneira, um caminho mais logico. A I i ngua escrita como um cjo
digo substitutivo deve vir posteri ormente.
É necessário que o professor esteja ciente, como reA
comenda CoppaIle, de que o ato de enunciaçao e um ato pessoal
0 aluno ocupa a posição de locutor pr i vi I eg i ado, exerce pessoaJ_
mente seu status de sujeito da enunciaçao, ou seja, do Iocutor
em primeira pessoa, o "Eu" do discurso, na medida em que usa da
palavra em classe.
Os pais dos alunos deverão ser conscientizados, atr^
ves das Associaçoes de Pais e Mestres, que lhes e reservada a
tarefa de proporcionar aos seus filhos um bom ponto de partida
na arte de expressar o pensamento. Quanto mais rica e variada -
for a experiencia de uma criança, tanto maior sera o seu vocabjj
lario e a sua aptidao para por em palavras o pensamento.
Os pais tambem deverão ser conscientizados de que
I I 6
para haver um melhor desempenho verbal de seus filhos, faz-se -
necessário que os membros da família estejam empenhados em tor
nar suas relações afetivas cada vez mais sólidas e harmoniosas.
Para finalizar, gostaríamos de registrar a afirmaçao
de Gustave Guiliaume de que a utilização que fazemos da lingua
gem e que e inteligente, nao a linguagem em si mesma. Portanto,
devemos estar empenhados em compreender as possibilidades 1 ateji
tes de nossa língua e em esgotar, inteligentemente, seu potencJ_
a 1 .
I I 7
BIBLIOGRAFIA INSTRUMENTAL
1. BALLY, Charles. - "Les notions grammaticales d'absolu et
de relatif". In; Essais sur le langage. Paris, Minuit,
1969, p. 189 - 2 0 4 .
2. BELTRÃO, Luiz - Teoria Geral da Comunicação. Brasilia, The
saurus, 1977-
3 . BENVENISTE, Emile - Problemas de LingQistica Geral. Sao
Paulo, Editora Nacional, 1976. Quinta parte: 0 homem na
1 i ngua, p. 247 - 315.
4 . . Problèmes de linguistique generale 11, P^
ris, Gallimard, 1974- "L'appareil formel de l'enoncia -
tion", p. 79 - 88.
5 . BERLO, David K - 0 processo da comuni caçao. Sao Paulo, Puri
do de Cultura, 1968.
6. BÖHLER, Karl - Teoria del lenguage. Madrid, Revista de Oc
cidente, 1961, 2~ Edicion.
7 . COPPALLE, X. et alii - "La prise de parole em classe. I'
acte de parole et la situation de communication". ln;
Langue Française, 32, Paris, Larousse, 1976. p. 79-95«
8. DUBOIS, Jean et al i i - Dicionário de L i ngCi i si i c a . Sao Pau
lo, CuItr i X , 1 9 7 8.
9 . DUBOIS, Jean - Enunciado e Enunciaçao. In: langages,____I 3,
1969, p. 100 - 10.
10. DUCROT, Oswald & Todorov, Tzv^etan - Dicionário das ciênci
as da I i nguagem. Lisboa, Dom Quixote, 1973.
I 1 . DUCROT, Oswaldo - Principios de semantica língüistica. ( d_i_
zer e nao dizer). Sao Paulo, Cultrix, 1977.
118
12. DURO - COURDESSES, Lucile - "Le discours et son analyse" .
In: Manuel de linguistique appliquée. Tome 3 . Paris, De
lagrave, 1975, P- M 5 - 157-
13. GENOUVRIER, Emile et Peytard, Jean. Ling(üistica e ensino
do português. Coimbra, Almedina, 1974-
14- GONÇALVES, Angela Jungmann - Lexicologia e Ensino do Léxi
co . Brasilia, Thesaurus, 1977.
1 5 . GUESPIN, L. -^Les embrayeurs en discours^i In: Langages, 41 ,
Paris, Didier- Larousse, mars 1976, p ..47 - 78.
1 6 . HOSS, Myriam da Costa - Pratica de Ensino da Lingua Portu
guesa . são Paulo, McGraw - Hill do Brasil, 1977-
1 7 . JAKOBSON, Roman - "Los conmutadores, las categorias verb^
les y el verbo ruso". In: Ensayos de lingOistica gene
ra I. Barcelona, Seix Barrai, 1975, p. 307 - 331.
1 8 . - Lingdistica e Comunicaçao. Sao Paulo,Cuj_
trix, 1 9 7 4.
19- Lahud, Michel - A Proposito da Noçao de Deixis. Sao Paulo,
Âtica, 1 9 7 9.
20. LIMA, Ba 1 i na Be I 1 o - Linguagem e Pensamento em Piaget: coji
sideraçoes metodoIogicas para o ensino de 1inguas. Pe-
tropol is. Vozes, 1976.
21. MARCUSCHl, Luiz Antonio - Linguagem e Classes Sociais: i ri
troduçao critica a teoria dos codigos lingôisticos de
Basil Bernstein. Porto Alegre, Movimento, 1975-
22. MARCELLESl, J.B. & Gardin, B. - Introdução a socioIingOis-
t i ca . Lisboa, Aster, 1975-
2 3 . MARTINET, Andre - Conceitos fundamentais em lingOistica .
Lisboa-Brasil, Presença - Martins Fontes, 19/6.
I 19
2 4 . - Elementos de lingüistica geral. Lisboa,
Sa da Costa, 1972.
2 5 . MATTOSO câmara Jr., J. - Dicionário de Lingüística e Grama
t i ca . Petropolis, Vozes, 1977 .
2 6 . MATOS, Geraldo et Back, Eurico - Pratica de Ensino da Lin
gua Portuguesa. Sao Paulo, FTD, 1974-
2 7 . RODRIGUES, Ada Natal - Comunicação e Expressão. Revista Es
cola, Sao Paulo, n. 5, julho de 1972, p. 31 .
2 8 . ROULET, Eddy - Teor ias Lingüisticas, Gram^ticaa e Ensino
de L i nguas■ Sao Paulo, Pioneira, 1978.
2 9 . SALGADO, Maria UmbeIina Caiafa - Programa de Comunicaçao e
-Expressão. Belo Horizonte, Lemi, 1973.
3 0. SAUSSURE, Ferdinand de - Curso de Lingüística Geral. Sao
Paulo, Cultrix, 1975-
31. TODOROV, Tzvetan org . - L^e^nonc i at i o n . Langages 17, Paris,
Didier - Larousse, 1970.
3 2 . TUTESCU, Mariana - Precis de semantique française. Paris,
KI i ncks i eck,1975.
33. VOGT, Carlos. 0 intervalo semântico: contribuição para
uma teoria semantica argumentative. Sao Paulo,Atica,
1977 .\
f34- WEINRICH, Harold - Estructura Y Funcion de I os tiemposen
eI Lenguaje. Madrid, Editorial Gredos, S.A., 1968.
I 20
BIBLIOGRAFIA GERAL
1. ABBAGNANO, Nicola - Dicionário de Filosofia. Sao Paulo,Mes
tre Jou, 1 9 7 0.
2. ALSTON, William P. - Filosofia da Linguagem. Rio de Janei
ro , Zahar, 1972.
3. AUSTIN.J.L. - Quand dire, c'est faire. Paris, Seuil, 1970.
4. BALLY, Charles. - "Les notions grammaticales d'absolu et
de relatif". In; ESSAIS sur le langage. Par i s,. . M i nu i t ,
1969, p. 189-204. Traduçao de Maria Marta Furlanetto.
5. BAR-HILLEL, Yehoshua. - "Indexical Expressions". In: Aspec
ts of Language. Jerusalem, The Magnes Press, 1970, p.
69- 8 8 .
6. BENVENISTE, Emile - Problemas de L i ngíü i st i ca Geral. Sao
Paulo, Ed. Nacional, 1976.
7 . ___________Problèmes de 1 ingCiistique generale 1 1 . Paris,
Gallimard, 1974« Traduçao de Maria Marta Furlanetto.
o. BERLO, David K. - 0 processo da comunicação. Sao Paulo,Furi
do de Cultura, 1968.
✓9. BIDERMAN, Maria Tereza Camargo - Teoria Lingüística; lin
güistica quantitativa e computacional. Rio de Janeiro,
Livros Técnicos e Científicos, 1978.
10. BUHLER, Karl - Teoria dei lenguaje. Madrid, Revista de Oc
cidente, 1961, 2- Edicion.
M . CHOMSKY, Noam - Aspectos da teoria da sintaxe. Coimbra, Ar
men i o Amado, 1975-
12. CAPALBO, Creusa - "Linguagem e comunicaçao". In; Revi sta
121
Tempo Brasi 1e i r o . Rio, Tempo Brasileiro, 29, 1972,p.
100 - 113.
13. CARVALHO, Jose G. Herculano de - Teoria da Linguagem, Tomo
I. Coimbra, Atlantida, 1973.
1 4 . - Teoria da Linguagem, Tomo
II. Coimbra, Atlantida, 1974»
I 5 . ________________ __________________ - "Systems of de i ct i s in Por.
tuguese". In: Readings in Portuguese 1ingüistic s . (s.L.)
J.Schmidt - Radefeldt, 1976, p. 245-266.
1 6 . COHEN, Jean - Estrutura da linguagem poética. Sao Paulo ,
Cultrix, 1974"
1 7 . COPPALE, X. et alii - "La prise de parole en c I asse,1'acte
de parole et la situation de communication". In: Langue
française, 32. Paris, Larousse, 1976, p. 79-95. Tradu-
çao de Maria Marta Furlanetto.
1 8 . DELAS-, Daniel & Fil Mol et, Jacques - "A funçao poetica"ln:
Lingüística e Poetica. Sao Paulo, Cultrix, 1975, p- 47-
61 .
19. DUBOIS, J. et alii - "Figuras dos 1nterIocutores". In: Re
tor i ca géra I . Sao Paulo, Cultrix, 1974, p. 221-237.
20. DUBOIS, J. et alii - Dictionnaire de linguistique. Paris,
Larousse, 1973.
/• Í-W21. DUBOIS, J. et alii - Dicionário de L i ngij i st i ca . Sao Paulo,
CuItr i X , 19 7 8.
22. DUBOIS, J. - "Enunciado e Enunciaçao". In: Langages, 13 ,
1969, p. 100-10. Traduçao resumida para uso em classe.
F I orianopo1 is, 1976.
2 3 . DUCROT, Oswald & TOOOROV, Tzvetan - Dlcionario das ciênci
as da 1i nguagem. Lisboa, Dom Quixote, 1973.
I 22
2 4 . DUCROT, Oswald - Princípios de semantica I i ngCi fst i c a . (di
zer e nao dizer), Sao Paulo, Cultrix, I 977.
2 5 . DURO-COURDESSES, Lucile - "Le discours et son analyse".
In: Manuel de linguistique a p p M q u e e , Tome 3. Paris.De^
lagrave, 1975, p. M 5-I57.
2 6 . GUESPIN, L. - "Les embrayeurs en discours". In: Langages,
41 . Paris, Didier - Laroussp,mars 1976, p. 47-48.
2 7 . HJELMSLEV, Louis - "La naturaleza del Pronombre". In; En-
sayos L i ngCi i st i COS . Madrid, Gredos, 1972, p. 253-201.
2 8 . HOLENSTEIN, Elmar - Introdução ao Pensamento de Roman Ja
kobson . Rio de Janeiro, Zahar, 1978.
2 9 . HALLIDAY, M.A.K. - "Estrutura e funçao da linguagem". In;
Lyons, John. org. - Novos horizontes em lingüistica.Sao
Paulo, Cultrix, 1976, p. 134 - 16 0.
3 0. JAKOBSON, Roman - "Los conmutadores, las categorias verba
les y el verbo ruso". In; Ensayos de lingüística gene
ra I . Barcelona, Seix Barrai, 1975, p. 307-331.
31 . _________________ - "Les embrayeurs, les categories verbales
et le verbe russe. In; Essais de Linguistique Generale.
Pari s. Mi nu i t, I963.
3 2 . '______________ . Lingüística e Comunicaçao. Sao Paulo,Cuj_
trix, 1 9 7 4.
33. LAMIQUIZ, Vidal - El demonstrativo en espanoi y en frances.
Estudio Comparativo y Estructuracion. Madrid, Sucesso -
res de Rivadeneyra, 1970.
34. LECOINTRE, Simone & GALLIOT, Jean le - "Le je(u) de 1 '^enon
ciation, In; Langages, 3 I. Paris, Didier - Larousse ,
1 9 7 3, p. 64-79. Traduçao de Maria Marta Furlanetto.
I 23
35. LYONS, John - "Categories Deictiques". In: L i ngu i sti que
Genera Ie. Introduction a la linguistique theorique.
ris, Larousse. 1970, p. 212-217.
3 6. LAHUD, Michel - "Egocentric particu1ars" : os de i t i cos na
concepção de Russel. In: Revista Latinoamericana de Fi-
Iosof i a, VO I. II, n9 I, marzo, 1976.
37. .
At i ca, 1 9 7 9.
3 8. LIMA, Balina Bello - Linguagem e Pensamento em Piaget: co£
seqöencias metodo Iogicas para o ensino de linguas. Pe-
tropolis, Vozes, 1976.
39- MARIAS, Julian - "Karl Bühl er y la teoria del lenguaje" .
In: Doce ensayos sobre el lenguaje. Madrid, Juan March,
19 74, p. 9 7 - M 5 .
4 0. MARCELLESI, J.B. & GARDIN, B. - Introdução a socioI ingüis-
t i c a . Lisboa, Aster, 1975.
4 1 . MARCUSCHl, Luiz Antonio. Linguagem e Classes Sociais: in
trodução crítica a teoria dos codigos lingüísticos de
Basil Bernstein. Porto Alegre, Movimento, 1975»
4 2 . MARTINET, Andre - Conceitos fundamentais em lingüística .
Lisboa - Brasil, Presença - Martins Fontes, 1976.
4 3 . . E 1 ementos de 1 i ngü i st i ca ge raI . Lisboa,
Sa da Costa, 1972.
f r44- MATTOSO CAMARA Jr., J. - Dicionário de Lingüistica e Grama
t i ca. Petropolis, Vozes, 1977.
45- MORRIS, Charles W. - Fundamentos da teoria dos signos. Rio
de Janeiro - Sao Paulo, Eldorado - EDUSP, 1976.
124
46. PERRET, D. - "Les appellatifs". !n; Langages, 17. Paris,
Didier - Larousse, mars 1970, p. 114. Traduçao de Maria
Marta Furlanetto.
47. PIGNATARI, Decio - Informaçao, Linguagem. Comunicaçao. Sao
Paulo, Perspectiva, 1976.
4 8. POTTIER, Bernard et alii - Estruturas I i ngCi i st i cas do por
tuguês . Sao Paulo, Difusao Europeia do Livro, 1973.
49. PRIETO, Luis J. - Mensagens e sinais. Sao Paulo, Cultrix,
1 9 7 3 .
5 0. PEIRCE, Charles Sanders - Semiótica e filosofia. Sao Paulo.
CuItr i X, 19 7 2 .
5 1 . PAULUS, Jean - A funçao simbólica e a linguagem. Sao Paulo,
Eldorado, 1975-
5 2 . ROBIN, Regine - Historia e LingOistica. Sao Paulo, Cultrix,
1 9 7 7.
5 3 . ROCA - PONS, J. - Introduccion a la gramatica. Barcelona,
Te ide, 1 9 7 4.
54" ________________ . - El lengua.je. Barcelona, Teide, 1973.
5 5 . RODRIGUES, Ada Nata! - Comunicaçao e Expressão. In; Rev i s-
ta E SCO 1 a , Sao Paulo n^ 5, julho 72, p. 31 .
5 6. ROULET, Eddy - Teorias Lingüísticas, Gramaticas e Ensino
de L i nguas. Sao Paulo, Pioneira, 1978.
5 7 . RüWET, Nicolas - Introdução a Gramatica Gerativa. Sao Pau
lo, Perspectiva, 1975.
5 8. ROSSi - LANDI, Ferrucio - Ideologias de la relatividad lin
gü i st i c a . Buenos Aires, Nueva Vision, 1974.
125
59- SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingtiistica Gérai. Sao Pâu_
1o, Cultrix, 1975-
60. SEARLE, JoÎTn R. - "La reference comme acte de langage". In:
Les actes de langage. Essai de philosophie du langage ,
Collection Savoir, Hermann. Paris, 1972, p. 130-142.
6 1. TESNIÉRE, Lucien - Elements de syntaxe structurale. Paris.
KIincksieck, 1969»
6 2 . TODOROV, Tzvetan org. - L e n o n c i àt i on, Langages, 17. Paris,
Didier - Larousse, 1,970. Traduçao de Maria Marta Furla
netto .
6 3. TUTESCU, Mariana - Precis de semantique française. Paris,
Kl i ncks i eck, 1975*
6 4= VOGT, Carlos - A palavra envolvente. Campinas, UNICAMP, c^
dernos de I.F.C.H., n- 2, 1974-
65. • 0 intervalo semântico; contribuição para uma
teoria semantica argumentâtiv a . Sao Paulo, Âtica, 1977.
66. WANDRUSZKA, Mario - "El sistema de coordenadas EGO-HIC
NUNC". In: Nuestros idiomas compa ra b |f>s« e í ncomparab I e s ,
Tomo II. Madrid, Gredos, 1976, p. 425-455.
6 7 . WUNDERLICH, Dieter - "Pragmatique, situation d'enoncia t ion
et deixis". In; Langages, 2 6 , Paris, Didier - Larousse,
1 9 7 2, p. 34-58. Traduçao de Maria Marta Furlanetto.
68. VÆINRICH, Harold - Estructura Y Funcion de I os Tempos En
El Lenguaje. Madrid, Editorial Gredos, S.A. 1968.
A N E X O S ( R E D A Ç Õ E S )
5^ S É R I E
FavBreirta* Cairraval •••
Escolha m assunto sobre o C a m a u a i
Oe iiffl t i t u l o .
( d s s f l l e , r n a t i n ã , b a t a l h a , e t c v )
OXvvlO^- C>&^CpVUJK. ^xvvvito^v^ A Í a 5íü‘v5'^^'^ v a Q. K C X fWôCaÒ! •li ,--Z V (\ 'v V___
\ \ s 4 i
lXS;v>j;\3ük O i p ü i ^ ^ W N C x .^.^xjvàc\
■ £0;A^^ 'V\VK5-> ^
< X D v&_DSí4 o X>-À-S. v U-
X., ^ O - ' f ô ^ í a ) d è . a : ^ . ^ v - >
'r,’ax.vfe> ( a O S > ? ) ® í 3 > O L à o : A f x 3 j ^ ^jCiXa-xYvta.v> ) \ 3~V^£^
O^L^Q'VA^>uâ> ^ o ^ v -.LQv jYc S
. K \ X
1 ■ i_ ''XjuJí C i U M ^ w o ; ^ ^
£1
Q
5 - Ti-
b ^ l ) V f / S
- a 'j
1reversiro«. CaTnava^,,^„,
Escolha uni aésunto sobre o carnaval (dssfile^ r>atinê, batalha, etc\)
D ê » t i t u ÿ .
p"’ I
J\) C M
il, O
vJ?'l,-Ü
)uO'
ià<
à .
L - ' ^
V
0 > 0 S a Î L ^ xx^ ,, ^ O-ujc:
/
■'J
<
( 3 ^
YS ' ^ - S s « i V tG
F^j^ereiro* Camaval «••
Escolha ura assu n to sobre o c a m a v íii (d ssi’iJ-a» b a ta lh a , e t c . )
Ds ura t i t u lo #
c / l "à-o^/^G. ■
< V ^ [ í //
r^o i^cx. )JxcaA/vo . 0
aYIqIowíl c [ c k A Æ ( i ( X A ^ ^ jjywic^ \ x J 5 o a S ^ c ^ A o
niA.ujc~ -^*C5s.(^UAA,ec^ y v v v ú ^ KT^-HaLoN.
/ y m ú j s í ^ d e t s - o e t c '. ^
k a - v w J S T ^ d t c w . Æ ^
^ - b o S i S A c ^ Æ c ^ c ^ ^ ^ e e - ^ S - c e A . ^ S W-
ÍL Jcxa: O ^ 3 h - ,/7^câAco^Q.à_Cv e<D-vx. v.O
j|.úC ^'?jS(ca,/7 JO k- ^‘n>euKyv4/to^ .A. i ^ i d c r o c/v\jy^
k^ÇXCrO a^V'vA-• A/VvC9^ O^V^O 01ííJ^Çi Û Q _ 5-<L/QJL_
)C-
. k ? -leXon 'Çcv.^cv Çjfe-'V/v^v-O
jC'xiTx
)v
i'Vv/c/xA/UlCU.vCO G ^ iX.aÍG-;^ yícTicn
/V' '-gL'-JûO Qi c /v/-v <3
/loicüo . P7^o.ncK./i^±l,a.
a'>1-
\ a / î >
J
^_AA..vO
U
Feuerairoi Camsval
Escolha u® aêsunto sotirs 0
De um t i iu io *
c z î f ^ a v t , l i à B s f L l B , - m a t i n ê , b a t a l h a , etc.) ^ - )
r~XxSa C v.
1 o/.«..v-voCXi■ K ,
•o , J a
iJL
Q lX \ a .c.UV \n O.-^-^
/N ' J C\( ^ ^ V V !p • • "' X/ -cx.
'1^'^ a .
3r> c."%.J, Q ^ _ _ _ _ _
I n
/- (y J-
''- ruxixhxx. .,: .
CY\'-~i -: ■-
j
c
\ "> o
/ v Q . J X \
U . 2 ï ^ ^ < à ^ ■ V
IJj. ^ X \ ^/0>N ^ -' /'< uiX k ^ '3^
O v . ^ . . ^ - - ' O V íhrx'-, • ''1
V .C X a rv,-s..-
^ ^'‘'CO-lví-a.Ía
-'3 v^X>^, . J Á . \ ^ , -, \ ^y<kjA-\^^ -i'-'v.H/i/'Cur:
,0 . ^/ \
A.--QA Q-V
/
'^-^z u . Y
Y ' i v
ii-L À.
- O
rv',--.'. L v,
5 ' -V
o k :
Feuereirtj* Carnaval i*'«
Escolha um a ssu n to sobre o carn ava l (d e s f i lS ^ m atin ê, b a ta lh a , e t c . )
Dê um t í t u L o , ■
ç
■D-ÆxxLxûS éiL l'i ji à'1- doLO'ot yv ^Xo
oLoi 5"S" c _ - L 4 o.pí^J-^oiO . Jj^
KJ
Íxxk 'X, V‘>-vJxl1;Iu). Jííl<í/
o*^ '-ÍG
.;cxxJas.ô: Ï D a a u a
\a j .. \ o = c d x l i ^ JoL A/d
-yf Ú J f)JU -O ^Ji. X O Ccu'V'^-LO-VD_í_
-ÂA A-Nw_
5 Çli-;clrc,
í>XX
.
'i.*->'A''uCX, AA/ u_aa ' i-XX'LAjwX- C\a -a XLá vX1a / dX_ O o ' A CX-,
■ y L ^rQ,A/LCv [X-- A a./v.
'V'"'/1
/S 1Ou j'k.'u Q a
•n^>.u,'.3o3 | . . [ T , ■v\.Ã_/A.',_...C<í "\4X l-cia.o
Ü
/
AO
_J '
V^O"— o \/v>o \- 3
■'\,'v,'v--o 3 _ '\jS.a Cii O 'V.,'0»vV.v '-0 "Í.'íí>v .. ■vVs.v -
t t . fvO .uxtutc-D oLcn. c k Cü-tu,0^'>/ol ' |qa:..Xl,'\ A .
‘r I '■)'. .v.? - d'Aa/i
í ■, l o -
e ^r y o— “ ^ .
* _ 4
nK /\ '. .'VvO-A.<3_ &<A,ÍL€f (c-^ c - 'W-C.-C'-- cW ^ 'V tc l)í ifi 0p
* : •‘L/ i ;V.U-— V-. X
! ' - - > < 1
^ 0j- y
r«yer©ÍiíCU Cairraval. v<qi *.
E«»lh, m ..sunto anto 0 C 3x n a v = i W U e . t.,talh=, etci)
Da ym tíiulo#
■' v ^ i x l X o .
A^y\^tÍA c y W A ^ A s í x y ^^ o -W|Lua^/o <{aAA,qcuu^fo
f pf'-''- [/XyUy^ •
. cí^%^ 1 1 ^ 3 ^ ' ■
A m A ^ sAKxJji^yXÁ.^^^.
^ u l J L ^ J j C - ^ o i o . "■
cio ‘AA/|jyUAX3[o .^:>UL^tÃJ^J^J^^o -
tU/( u>c>_ ofo^ -M|OU^ ''^&<-^-êõü) x/(}áX O ^ _>:xx>tu^ Âi<fj
(M) V c ^ .
4 ^ í X ; ^
/
,/Vv
S & H i
re v e i^ iro » C arnava l 4««: .....
Escolha « assunto sot=t= o o a m , v = l ( d ^ U a , . ™ U . è . b . U l h a , e W . )
Dê ura '
o y f e ^ a - (V> ^ « J V s o w = A a a ÍiI^Ió 'I^^a Í^o - > ê
V
K o . C J - o ^ » V -
- 0 - W ' ^ f -
]<^o. ^ 1 0 ) ^ . J j A J b - O a a o ^
^
" ''-Wi '
tAP'<Íaa*A
.0
5 - S e ^ i f c
reyereiro** Elamaval *«i»; .
Escolha inn assunto sobre o carnaval (dssfile, matine, batalha, ete»)
De uo t itu lo ,
fp _______ - _______
í?(y^y^ f ('ynJieMÃÃj)jO jcS\JjCx P ^ Õ I-.Ci^).-^rKr>yM'J ^
_________^ '£ (9___ ^ií. . . . . .
Q /f?) I /VvnX<X>^ /Xy-y'<^U <Â9- AGn^v^gQ-O_______^ ____
J ^ -o ío■A
Jyy^ /CÂ^I X/ '
y~yy\y.f^y
r
riíC y . . t a r y v õ ò o
f-zLo y y -U-Au ____
.Ji^
Ê á Q ^ v
"{/ -'xQx) ^
, ,íy7x'. r)>._______„£_____ yy'-^'
-í3£3<1 ' /■ oAiVjt kl
d d D 23dLÊákâd2-
_X.jC>jS,Áá A ^ /'jO ______________ _____________________ _______ _______________________________
 ^ixx^.~/o 9 ^ - u £^::auP^ ^ ^ £ o ... ..
W / i> . ___jáÍA£i3.Z^4Á^
\ 1
. .....y €>yX-:-'-'\-CK ____
<1----- << C.. {'^ -D ,
~... Jf\rC^-U?, ....... _'''Ç-'i''i- 7
-Lkí£'jL_
i'^1j/ f é^^L o
/ V .c, V- D
- S e « '
Fwerei«!* Cama uai
c a r n a v a l (desfile».matiné, batalha, etc.)
Dê iiffl título»
O -- .odkô
03 / D
r\
f*
V.
G-v,
'-i\''■J/vj?
\:í
CLo
jr®vareira* Carmaval *■••. .......
^ n carnaval (rissfile, matinê, batalha, etc.)Escolha Jum assunto sobre o camavaa. ^
Db um titulo#
^ iJJU ck ^ ^^ r f n o ^ ■ Úc<.a^í-%£li0 O - ' V K ^
f u / S U i n J U n ^ (5<0"U3Lo Ji. . A A - w i J ^ r J ^
^OiycLcK’ ^ ' v S o ^ o ^ ^ yO-^U_/v^
c>Jl^cAyyh^-yeÿi^ . Md c ^ yi€?CX .'Vt.' £x. JL (JjQ y\JÍA^
'-cP-á^ ^ . j ^ í ^ i - a c A ^
3 I p c ^ ^ & ^ ^ ~ ê ^ x J e o u L x
/YYUXiyD O /yrxAL-^Bc^iot^tJji J U w ^ ^ -^Z~^H2«,
X ^ Á . c y a ^ .
^ y J j J ^
c U ^ - e O Æ c i c ^
- t e p
S f O / S ^ ( 0 y W f f S c a ^ Ü - .M m ^
F o u e r e i r B . C a r n a u a l . . » .
E s c o l h a um a s s u n t o s o b r e o e a r n a v a l ( d e s f i l e , m a t i n s , b a t a l h a , e t c . )
(o (jyruyUX^yijX. p O v L O ^ /TVu/yn_ ( X O w
n m /mxAxfc) ^ O O A O ^ OcZ|^^ccltó
c)aA<LÔnaÍÍA^aJ^ .
r<>ruj.>.AX(9^ y|oL^<^3^^b^CX/b AV^Q/inu^w •iíUçicy^CUvU-CXA^Ob AV>Q/tOM>tAM^CX/:>
írVLrc<\. ysjoC
(XK^Ojry\-^
G jlaXxX
C , 9 - < v \ X ) 3 jC )
c x/u ^O .
C A ^ O l a o ^ c
(
JL.
■ 0Ckjq)/ v x d c y j j L
U D J íaA O J ^ j i x L . V o X
1X>cJí3cAx (9Û C ^ ^ õ ü í / ^
c)vA'4Æ/iJxjdLo A o i ^
r.v.r.lr.- C,rn.v.l.... (d.sfil., -ti''»* batalha,»to.)
Escolha U» assunto s o b »
d\K~/Aí-^ -.í^i/elctv^-V/Lo..
íx .0 cXf^tX- ^6 X. Íí.Wv-va. A^C'^'
^
9^^,^.v.vo.-‘áv0, 0 e X , j A i > \ 0
I ' ~ . V,, nlíXÀM: . (;l,OvuÁ '-' '. ''''' ^■
O.X>^'VxI í x ^ ) -VvnAA^VO
-v>,>n''lo V - ^ a W ^ ca. 2«'‘-c >'C-
H c 'X..-..0 o:- > 'Ç fl |,
cÁ^. XOv'.'V-
//. ''''■■") • /'I \A/^V •
j- CVV ole. ,ív>a>Ía.Q-
^'OXhyxD . fi\XX‘\ ) C W > ,l7wCy .
c^/0.aaxA>^.v/v\..
CvA.vx: y . v v v ^ , ( ^ U A ^ O
CaO w x í;V4>\a - o l o ''>'C ^ .'òcV vA Qy\/i '->0.ví
0 Jc- r^ ' t
"V\.0\.
r;
>v. i/X>. .
/'X
- v- ,.;..o a ; . , : X o C v . i
"A-
\/> \'V-rx iii'\:Oi,j\S^^ >\ \\ 'Vv\ < - ' V ' / \ ■
> ;^ , 1 0 í '0'‘.' V.o!I
^ \
'.r.:::';».. ■
Ö Ç X k 3 W U X x s ^
Çxiv -i- í-cvxxt^ X m j
jí- jS vCjvvÍL / S - O O ^ C O V J^iUOvô-^:^ c j ^
^ V X a J 3 ^ A io ja ,
, rcvw<.,cYi;w. y x A ^
I ^ . - ^ __ >-^ -
D v c ' ü ^ c\a a -'cxfm
3 / < X ^ c ^ o u x x . . ^
Vjv-c^ojí^ y ^ èuL;^aJ6'^äo'3:xx^^ jl'^(X ,
jTvVSJvOlfvçX, .
^ (j/íl
• “f c j V S e j ^ jA jojÍ^ ,- i§ ff"
F o u o ro i r « . Carnav/a l . . . ,
Esca lha ura assunto sabra o c a rn a va l ( d a s f i l e , ma t ino , b a t a l h a , e t c . )
Æfâ.A. !u=Qu /tjÜ-A A cjjwVC^x \ \ ov/!jO^CC€K
^ iAí>aa>^jo^ V y\A-\X\ V:lju\çí cíck •
© í/^Qa / w O o - o X / Ó ^ «Aaaa-vCX OíiJU. dfxSL © JOA. c? .
/vj>aa/\Yx -<s^ 3:caXEi jSxx^ o
JL» .« CxCjAAjCxjèüCj olxj>3- v -A-vS vAsx
W aSí^a
^ / Arviúl) OyOsX /Í.A.A>0
j à x 4^-VUuÕa^ J^iSá:sc i v : ú b ^ ^ ^ t > o
-o-GáU
f)^ ■ >jpX
/ÍX a Ov C PX-Ov vX a>v • *\>®AJ,. e^fe-Dv ' J Í o i L è ^ V ^ 3 s ^
O .^ÍD lA AMD'm A , v x W , O S..^ r.
,0o. A b ^ e ^ " W ò ^ ^ . .
B - X oW a^
Cu
(o e:(iovi \n? 1 2 é i i .-
Cu\
(&K
F a u e r o i r » . C a r n a v a l . . . .*;8 so b r e » ca r n a v a
1 ( d e s f i l e , m a t i n o , batalha,etc.)
Escolha uroa3sunt.<
U sa. o o
oi/1 /íAXí>- f OOi cv
aliOO- c
f cti " y AA lo.
O cleo ;& dU Kol • < ^ ^ ( ^ 'd ( X o c o ^crvtdUvo /o -XcxcU V
O a Os^cUÜ<? - CA<L>c'o. K o ^ o ^ ^Ow<4>3.
Oo ^&>eoù^ de /acti^W<^ c<dvv.
V v i i / ^ w - ' ^ ^ ' ' J e ^ C Î . n c v . ’-
C9o Vv>ovt>'vu i •C/v.O éCovi— o<> ^Loo kiBi o
OcPO O Ki(í^\vc-o <5nstjvw.O .
fv\<v:> >ia-C l( {( cm.cx> Vnt>A Vv\o^ t
Mo» _ ■
?tV-i C L/Ci-*
| “~ ÿ
ci w î>< , H ‘=’ /' ’'■
ox V»-0<-
'vA.-A_y3
./f ~Ck::=1 a
b/(.a^ toju
, — ' -'■‘‘-xs-oo. >TOi u>( ( rv-) ^
o .ul Vw> o cLt'c» cJjij C-^ vit>,if)cJ i " w/i-Lcx ,,,.>' ‘'‘\Ccc^\rC.\< ^ ^ rcOt^-o..
\ûcic<5 o ctoc><yvw Cæ ^ Í V í A 4 j U ^ ç - l , ( C o 9 ^
CûVVLC? Wcto Ao. 0-n-fckl(y. Zow/c. î -
I } ^ c l cu:> ^ £=>c;tfi/ a>7 OVtOOi Vv-vta -f ' «f bu/i .
Qaa<v-cÍo -V-^ Wcv:. f é^fUAC ^cLd-»=«svîs Vva9 '^'
cx> nosUo
CO \ A Pt
F e v e r e i r » . C a r n a u a l , . , ,
E s ( ^ l h a uro a s
r n a u a l . . . .s u n t o s obr í s o c a r n a v a l ( d e s f i l e , m a t i n o j b a t a l h a , o t c . )
V i M M Ü x
ím íX íoí3.
(9.
< R . S .
I I ' ' V3u JÁ. (y/v,X/[ L m d í
l
)
v M M i ô -
® w4yKA/i/0^ (L t/M^^h.'r»A á ,í)ai\. t\. 0.
)
V -VAt>
VO i ^ í S M a ( L o a a ^
Sujíaltój 4 W iü
k . ; '
.■tíCÜÚ -ító. « v O ^ A
ii0^u|Ü J6 ‘Aa.O Q Aia J&UuX X
\
JUÚAvo ......
ô e í A a M Á
Ò Ú M A i t ^ ( i s ,
wSL A ( ojvfce.
■ MUu a ^X.
\ '
( W 3 J a i n S i ^ a - X v w o M c > U V ^ t u f t h . 0 . <2.-3 I J q ^cL l
F a v / a r o i r » . C a r n a v a l . . . . ^ /( \
Escolh. um aS3unta sabr» . carnaval {defile, mating, batalhaydc.)
'SOkv oi<^^î_c6 S'«A(OT>t o k J ,
(D \ n a l x , v i 2 ’ ’ .
)'ci«i> C h ^ »- ^ / l i l A - c=s/a_ÛLA
( ï ^ b p & ^ ' ü l o ^ - v \ ' ^ Y ] a O ^ O q x )
Cj5;f£jCi (îJ^uA^C^(^\paA/L^ V i d l t q a
\ W
6 < - J t e c U A - _ x i u ________V i L U A - - G a J _ _________ f i i A -
O l x o é c
r b u c À ^
___S A _ J ^ b d A d £ a Z L
— TV^liXc. \uj>^SlCiADLyUi/i__ - U / i M . . ^ Q A o ^ a !).
Q. y 4 û x ^ 0. \ y i1 /- îa) a ù \, \J 'v \^ ± O l Q O .- ^ y v \ i iX x 1-^JiQ:^
- à - — c ilA _ j! ï\ X )_ Ô \ioub c U d i J l u ^ C h
^ 0 ^ | C a i f c t A i 4 . 6 ' n a , h o . [ i m A h ^ .............. ...
f 1 ^ I
a G u u î L î x . 1‘5',DîLJ^"i1ClvV-ÎI^VUi_. . Q i f } U ^ Q A . ^ f O ^ Q A ô^.. 1 5 x ù O
W cpc'C, V G^Séf<iEr\^^. 1 IíAa a x ^ o Ç,.:
\<ÍkC:^<W í^*r e v e r e i r a » C a r n a v a l . . . .
Esco lha ura assUnto sobre □ c a rn a v a l ( d e s f i l o , m a t inê , b a t a l h a , e t c , )
0 GOu'U^çx'O
X ^ A \ X > o J f c
- X ^ è ^ ^ >0->-3Oo^
*\pí^\^ &>v \xcu\A^ 0'il^,
^ oCjl W ï S Í 3O0 .
- U s iX ^ S íI \ jv jO ^ ^
vMi^xA Ajvcx_ ^ ^ va\<:x5::x>j ^ sí_k a ^ - a X x ^ÍlL
» ^ V j ^ < ^ V i > \ X v C x W ^ s^ \xvx>A!jv5^
^ ^ k V - W ^ M iK x M a A a ^o jü o J S I
ás- \ j N j ^ &
v'OViA^djci.cfcl. -SUws. S S ^ 5>.obv.>c
0 Ó vV ^ X O jl àkCJL, J\-0
' ^ K . ^ \ . \ X X / ^ CX-<^nSA ^ Í J vX aí:). ^JV-a aX>A/
" A à^ o v]vSx S x X x a ã >Í5I^ ^
V . '
( 9 Í ^ _
F o v a r o i r * . C a r n a v a l . » » » ^E s c a l h a ura a s s u n t o s a b r e o c a r n a v a l ( d e s f i l o , m a t i n e , b a t a l h a , e t c , )
hSi\AA.^j^ O^vjJiLo è ' Ci2)U>>uW^
o A p _ A W ^ / j S ) 0 l . : a 4 a , d
» « . O . / Í A /V, ' ^ ^ V ^ L C L Á ^
y a a a S à a ^ ' ^ , -
^ < í > - r x " ® ‘
^ a 5 - i x k A - ^ U e ,
IS AA/\sjJ
/Jbo
° C^'v^ A X k ‘A ^
^ J olX A X ^ cc .
\a a 0lX ^
■AAa Í . . / ^ 1 A * . - V)/X n \ . OI/)í)_ C < i » r s - . 1 _ n y
) (jík^/W^/W-ôô^ rvA^vO^
\ ^ c x ^ 9 ^ 2 ^ / l ^ A - õ W ^ J
U / v A A a A ) - a A ó~^. ( j j K â y ^ / ^ ( £ ^
^ ( V \ i L ^ ^ } 0 ^ - W 3 > -
Í £ / w A 5 % ^
- A j e x í 5 - 7 H c Í - v c ^ .
G^íoiJOe cuiAS/^ uARttta 6«Av>i>e
a l ( d e s F i l O f m a t i n o , b a t a l h a , 6 t c . ) /
o ê c l
g-?: S e R l Ê
F o v a r a i r o . C a r n a v / a l . . . .
E s c o l h a um a s s u n t o s a b r e a c a r n a v
' ^ O aAa. o
_ ' < ^ i x Ç o > i ^ X o \ x O < ^ 3 a ^ -
è s ^ \ A D v X D A k K o . A u a j LkíW a ó J I ^ X
ift,.àx) Á i X ' à j x ^ h c à o ^ t - A -1
- i o i o .-Íq a J». V - U to.
1 x p l á o . A ' ^ V A J ^ , O oÔu l i ( X I ' X ■
V O C kL Su\jJ>WvO. '^OJoO^ ^ ^
^ 0 0 \ ) \ ) O Í ) o ^ K > J v \ X > ^ Ò
X k o ^ " ^ JO va u A o X ^ -
>\V).0. 0 A o . '^(Vv£nk>^
\ o ( ^ x í v í v k u r V o :x 3 ^ k k ô . j l % o \)o3 ^ > s k k )o 1 W
045^ v ) O x Ç) èv'^ ■ A jl \fLxào'.
% J v > A o Qx)jOoj^kx) 0 ^ \ ^ t o 1 \ U l i > |itc p. ■ ^
Ojf jA)ji>: J m v O X ii M K \ j o ^ ^
J j u o a
Ç.QÁjbO
JUl cx a í AA^Oi) U O u L (DpiõJ^cícA
^ “jÇyj, iX&i^^vX-e ;VvO ^i4*-ls,. Jíl| C|.u.x I b í s
^ . ^ u íx m I o @ á i
üvx^bro. jkjv) VAJO. SíOv A o (^jji
\> ,
csi j O ^ ' , / j 3 ^ 5 - < i a u x ' ò O J ^ j y - - \Ji^
V W 0 Í 0 . v > v v e 0 . ^
3 j - X V x )o j A.O^
/V.,'>/jO. O
X x U > v
- ^ h l \ } ^ "icx: x x b ' t ó o .
\ov l o W W > i M ' >A ^iioú - B a
7^ S É R I E
vrvCX.Vw».'-X, ^
$ ,.^ i_^ í£==^7 l7 íS krjis-
f - s e K ) ^
' ' - I ü t- . l I. / 7- / • I . Y .^ »», JO í, Y
c ^ (F o v e r o i r « . C a r n a v a l . . . .
E s c o l h a ura a s s u n t o s o b r e 9 c a r n a v a l ( d e s f i l e , m a t i n ^ b a t a l h a , e t c . )
^DOA-TtCLÜoJ— X X fc. JC_o L t o -
ô lxXAT^''^^cx,KjKyJl ^
U T x i x ^ O o u \ > a ^ v > o
/l-'0 í ^ r U ^ r C t o , b o ^ x . A .tO r > -V < ? r.. , . . r i
í x i x o
,________
_________ ^ y . '^)'A./L-ÍX^Ol<j :3.LàXX^O-<5
A.b^t^O f ■ ■■ i '_iP ãixx- -vrxAixA.0 ' -o \:l^ u L o -<J ác^nx*.------
-toc-v-r, L ■ ^ X.-'v''vÁIi/v-oO \'\tLo o -a o l x d ViQc^-C/v'v^
^ ' "Lo = ' ''
Oi-^ ^
. > U3_<3(^
■'»'ra.ixC=
u . ' . o c x ^
< o L oc C C . - > . v
i o J ^y-/
V ' ^ - '-rvcv
c j x X i . t T dijeol^'.éo«-■
/ J o € uo rf_ç. - ) C o / r r ^ U ^ -
^ - r .-'vCX\.0 bí^v-i.^Xõ-5 CX?^A -7'uO-Í><::M-'3 h \ X V õ X ^
-^'^Ci o/ci-c/e ' ,'}, ^ ^-U íL'rr\io -^leov-^cCÍCuo t^cct-o^ vie
i~Y%
r>
*'rr\
ly»,■ X j í
cxc| -e . L ú ^ e^-
bc>.,4
V ' O l,-Ó v L í ,í-
■) D - ■ 3
; J " 5 2 6
í ^ e - s e ^ i f ^ ( ^ \F a v e r e i r o . C a r n a v a l . . . .
Esco lha ura assunto stabra o c a rn a va l ( d e s f i l o , m a t ine , b a t a l h a , e t c . )
Oà i L ^
< ^ < Y ^ 5 j a A u a o ^ X x K i j y -
^ J iA ^ iX x x x i c íJ^ iW jA l o -- 0 D t u O Ô ^ *
0 'n V O a < X > ^ - U D JVv/v c W ^ y lx v u ^ A - O ^ jA j3 0 £ ju a / Ç C X - I
V ií@, / Y v v o u ^ \)0W5jo
^ / ia j O ta A A / v A X a ra l
D À Í X U K V \ \ ^ a j O Ç í 3 ( S > ^ - U / i A ( X d j L A O A A A Í y <
/
A o ^ I X / aT o C^/ V \ 3 LXAxO^^
vjOjO < 5 ^ J \ j C M y v 5 j c x - 1, j õ Ã / O U x x . ijjvYV<vO
X M ^ C ^ l j C \ y J C U A ^ ^ T ^ L U j Õ O J::^XXX j D^J\í^
j U X w à x X 3 / 3 -5^ 0 7 0 ^ ^ U v A J ^ e J L / W X O . j l <|UJL.
I^^^^acLoo
^-Oc x o S ^ P - Cx A m u - o ^ £ O v w o v O o i l
1 ^ j Í O ' ^ c k " c m M ^ b ^ d u O J ^ A & ) W ? '
r o u a r e i r o . C a r n a v a l . . . .
Escolha ura assunto sobra o c a rn a v a l ( d e s f i l e J^ j j t^ t ina , b a t a l h a , e tc . )
5.AAAX-. (ÇjL <^j :a a -cx ^ u . ' Ç x a 'v y .-a a x ^ A u a .a u . o . * ^ - á r
4 a 4^. 5 'Yi.cu\ i a , S a x a b d ■- A y ^ . ÿ . , . ,
:^-VJt^■-íR^x(x‘ < x . ' Q o ~Xj u \jo o . a x 0 ^ ^
K J L g a Q^oCo-(X j j u o 0 . è c x j v ^ a v j ' | ( ^ ) jjU A A jJ C o
! ú ò o 3 l C . j j u j u x b Y * '-í J-a.,axa,(>:jo-
J v i ó c i o j j o cx3-<.
C Í a X á sA a X ajlxJC (X. .
^ S X X X J O 0 ii (IXCAAÍy v c à .
f o A W - ^ a ê f > C U i J U ^ Ji \ v i u X u j l ú J L o
^ ^ M I a I u Q . A Í O ' ^ ' D ' A (
C ^ 0 ^ t 5 ü u c | ^ Q í b C ^ 4 a
( X u X ) ' ' 0 ^ J Ü S ^ o l d " .
( X ' Y í ^ o Q á. i ^ a í^Jí
o j a C U V U á J u o ^ ^ o -A a e W A j O ^ ^ o 1 a I o c
- A j ^ ^ A c x M O v CX W Y ^ ^ C U ji. . ^ k j A c J u C \ y u J L O J ^ 0 > - ^ jÍa ú a . ,
^ U a ^ ' ;JLa Í 0 ^ ' Í ú l a a a j Q O J j 5 (^Ov. a j l l q o ^
O ^ Í ^ A Á Í X ^ o a O ^ ^ O J o iu.(K a j o x A _ a ‘ P C K .
y i í À a 4 ^ 6 - C X A - A x a v j ( x l ,
\o
d i ■ w ‘ W \ a - k Jv í ". _ J - ^ A w o ,
r o u e r e i r s . C a r n a u a l . . . .Escolha ura assunto sabra a c a rn a va l ( d o s f i l a , m a t ina , b a t a l h a , e t c . )
C W u O o ,
^ xP w U /vv^ X > tC u c L
Q t a X) / y v v j u ü 3 ^ J j O t v I í
C O r y a o W ^ ) X \ n j ^ ^ y y u x Ò ü O S j W i . v D o Í / t ú ô » ^
' t O v v i k r y i C ^ 'm v O o ,
^ I)Oa a ^\ y j D f j m o 3 j j v \ V ^ I - 5 . O o hoXl/^ î Y \ j ô \ À a j \ j v v û ^
A Ç x X A X X m ^ Û . iv ) Í^ A )A : ) M C À a a > V \ !Ija A ^ w i í> Y \ X u Í0 , C O o
W v Q â / 3
U A X .
d ÇWA ) ÊOaU XQhJlJly^, o l u / u U / v á í ( 9 ^ o U X b O
J Û . . \0 & a i ú v ^ ' ' i
y Á O / w x í W o r m ) á W K a / : > 1 *^\a/uSL O;
4A:fciA .
'\[]yO I x x l j o l k ú ^ à d e A ô ^ j Í u ) \ Q ( ^
( h ^ ^ ) , /:r\^C(9 ' k ^ ^ ^ O u j O m n m u ú X i 9
p A ^ ^ , ú - c A A A i 1 í / A j í j O [ r J X ú t O U u c ^ A v X i / ^
l ú v \ iY r\u jjk O , UftA^Kct "iVAjuú3X\ llÚX^-A-vXXO- •Oji/O, o SÜAAAy0O3i,. cfutí -Ow ■ ôv.
t l A í . í Í w - v a A á a k x m ^
'f'^s<sK)e X I
'■ »vs rs l r . . C a rn a v ,a l . . . . - | / '
E^scolha utD assunta seb r« « ^s e o r e a c a rn a v a l ( d e a f i i «
bi-r-s j i f e „ , e c v j K , à e l i , , „ ;
p - í õ í ) w ■ r o x x - v ^ a - - - í . ^
} e O J V - v x C A M Qí M V m v . @ T n ^ W l c r : g < ^ ^
,N\fe G O Á j ^ x j ^ X ^ W - Ç & T V X O o ^ V D p u i ) 0 X 1 ! - -
) a X x 5 - r r ü i i i - r Y V O . ( 0 ^ 0 \ 0 d j ^ o Y ^ - ® J a ^ L Í j . ^ ^ - y - Z V U D
Ó . ( x d v W A " , a r . W ° ' m j C ü i £ 5 > / < j _ d i ] U \ j o s i X
v I C i àA í X C V U l o - y - b u X t o
sj-^pôsx. ^C ^ A o X ^ ^
y~ I T 1C L2 )o ò Q jÓ A ü ÍX jo - @ > A k w x X j a . P
' ^ v v X X / \ K X Í f t ü i o . ' - r T o ü m < <õcmiL u x j l -y \j q
? o ! ? ' P > o ^ o j q y d í k ^
A Q Í A ; S ^ A £ D f ^ < h x . fyg-rr^ p i / Y ^ D O v A u S e
) a?j: m aixo Mô aPku \^
0 ® u i ' ^ ^ j a v w e w j '
F e v o r e i r a . C a r n a u a l . . . ,
Esco lha ura assunto sobra a c a rn a va l ( d e s f i l e , ma t ino , b a t a l h a , e t c . )
% i u Í i L á iÚ jjü W c ís a
--------- — j V/ m
•TIoÒjí^a c\,cxJjl _ QjJJLcx. Í t x W S > J L } 6 o _ X
VK .
A jjla-»aaa.
O 0 0 0 0 3
£xc4-0'yj-C^ jja xuJC o
^çrUx\}ycv^
M Ç ^
O o-uu/^ ^ iíi-í.iT.- X ^ C U A < 5 ^ t é A >
íixu/^ èÚM. JÜJU^ ^Í m Í L >^ç»o.
AJCX.v>:OX/i o\V\í5/n -3o6L
X, bo3voAl,u>. cXs S L U ^ x k S ^
’ O.JsAXA \/í> /---\ ; n
0O^>dcltSvScU ^>Axj6 *^
i)ouO ' 0 0 > C > 0 » - ^ ( ^ ^ XtJLA d j ^ cLiXx/:)
f c ) o C x i u O
Q\_KiX) é o ^ ) j J . M J J X ^vAoix Jinfc) -nAQ^
^ jO S v ô O W j 3 ^ o à j ^"'-OJ^^ UvviXb n K K A vS)A, s^jOá^i
^ 6 jO^V=
j\j-.jKy\J
Q Í c l
Fo u o ro i r o . C a r n a v a l . . . .
Esco lha ura assunto sobra a c a rn a va l ( d e s f i l a , ma t ino , b a t a l h a , s t c . )
uXoJUx / 4 ? / o 3 /( 7 / l Ol a a . ^ u / ^ w Ç n T ' .ú
Sí;A í'(?('o, 'X ê 'i z . e í 9 . ó } . ■'
o e w Ovto c
gCo / jA / O T u l^ ^ ô v \áL 0 |0--^utP-
ywv a4h/vol ^4-c j Ip/üA Qyirl-^nA^^j^ , .
0 j j j ^ 6uA^U4>-vO<â3 o ui Í2'-
\^'i^c/iÁA Q^\Ay^.yl^ly\Xy^S'OiJ>.
nt'3 íâ^^c/6<S^.
0U.XA/VJO ^ r ^ p ^ / v \ y ^
UyvvvKX
d t
V >J \ x ew<3S'’' A/'-'aAA^ (Dy>-í5&^?©^
0 D,■cx
' i J u ^ u o
_ _ o- (O lA ^
o ^ y u Q r x A y k ^ ^ Í)-<&1V) CóHy?-Oy<! - - n ^ %=?-
-'^'^^ -/U í/u í:rí .O T ^
g% / y v \ J ò ^ £>.
^ ~ A /^ A ^
IAA_
,4
í9</li9^ 69 b c ? í>*^ -) I I ê
. { P ) o J o R ^ f J ^ X{XAAt^>M :) O u ? ( Ç ) O
- -/ • ^ 4 V ^-1-( ^ M _ k C a ^ U . ? o •
F e v e r e i r o . C a r n a v a l . . . .
Esco lha ura ^ssunto sobre o c a rn a va l ( d e s f i l e , ma t inê , bata l h a , e t c . )
W O ï v u . ’ t l L ü O l i i a T O d A m o i A d b - l u A - m a Í . LI d o j d i . lôo-Tiô^. ’Oo^A<X (jwúdnã* t o .
^ T íM g J ín í, I
^ ú j j v v ^ c!x_ TaiTiei ^ T r u m Î A û - i X a P u e u ?
: ) I f t X ) U u M - O t ï V O l E •
wu-Tí^Xiiix uí'; 0 ^ l u L ( w . b u t o lÁtia. ,fi)í\í\i\ v < A ^ M i C i rChArii^ rí n / v \ r A h '^^r\ nnAi i f-s * *
m M ft» 6 A \ n A d S o r n ^ V lo - r n u b ^ c k f o v 4 ^ t o L u y A 0 , í ^
tó O A p ü O yS i m O A íÁ ito ú tó lo fU - ^
d Q ÿj}JôÎA|) C | ^ ^ . t f v ^ w A M . .
i t o í O f t - M Ó J O i q I < w k m 3 T O Ã A ú ^ a w T m a i o w l < 4 ^ ^
A n t W W -NOX) O p X i J V w c u » \ Ÿ w d l ^ W
" 9 ^ j ^ ) 'je tó ía JO i- 1 ^ o o M . j iA o W ú íiÁ w í io M iu î'cX o à 0
c O J w v a O ü i , i ^ e m w w m o k k t v & o ^ c a v w u x x i i o lt i â ü h i / u i x ^ u w c l i 4 S u i u M ,
a o •M cU ú /3 @ > ^ d x . o I a Í X '
OT'* J^^Cjjao 0 Û T A 0 U T O j | lú, 7 Æ 0 W a V o ^ 1J O W I 6 3 o l l l Ü J i W s Ú A /
ifc0w cUi:<x>rv\dQ, cU- 0 , t o u . i o J m
o | t u . _ .,.wvrx VX-V-> -iv ^ -K V
b a ï ^ i l . tALod^T. Í W . OA ÍA toU ^”X “o 9 Í ^ J í ^ \ 4 ^ ^«íAívIú. c£'|K)u . ^ tot|IÍAaciúÍA.j O 0 m Tftulto. tívitO^C
f ^ W V W J O , d t ó , Ü A n v w ' 0 L O U M m I x Í ^ L í A d c u d l M A .
^ to w ij% \ c u I i^ p ^ r O i 0 c « jv v u : w ú i c to o ü .
>í\m lD onoCun Oau W j3U ) dU) UMt (9i oufto^ OAaW l-m1 x a t © b c k I u - a ü Í ú x U . c A j l O A ' w f ô i | ^ \ > ) a X ) Q n
d l L í ^ v \ 4 m ^ í / i í o u X V m ) ^ a ,v \ ■ Y v x s L W O a í o æ o c ^ o V O m « ? .
Q i-n u l n j j © : ) ( T ' b J i b u j ' O w v i M ^ f a 4 x > / ) | D 9 w \ y / w l ^ u d o
j ú R o j ^ l U A i . M c O m © 0 a j x t m ^ - v í s o
ía x .\j9 | I^ ÍL 1 0D ^ j a XDlÍ a a D cK /5 iô
' í ^ i V x ú i ^ ( ^ 0 1 ^ w i r ' n ' ^ Y v i ^ ' i < ^ y
(ÍÍhoLl Û'VvX) ( >f\0vAA,V)ViÚAÚé<3) A l \ Á J Ú k - h O S ÿ l Ï Y
F s u e re i r o . C a r n a v a l . . . ,
Escolha ura assunto sobre o c a rn a v a l ( d e s f i l e , ma t inê , b a t a l h a , e t c . )
V^o.iiLéï. C u^ sc •\
Cj^iAé,3 if^T.
3 £ « , ^ U ? - P \ ^>o 'l.£ÆS,(^Ç)D!L>^-a.OllA(Xo JO» >iis ^ 6
'b e ‘o i c s A)oos- o e P ^ x v p ^ ' o ^ V qj^'î o c . <
CC'U'st^ <L^%c Cicio^O s jU€ -WcK C-h'KSi‘> - \ i “C X o ‘ 'SvUi»
X o ^ S X y (SscoVjn e^^îv^'bÇ^ CdXxO- ÇN^o\<XtV?s,
% s v \ i \ _ \ ^ t v é ^ é S C c A ^ c^ioSlt^ G ^ G k I d
t'SCcW V W 5-vttàiC.k. ^ Sir sur.
C^Ug ' % ^ w ^ ü Vi feXx-G 0O3>
^ a C r i y l Q ^ec<^Éç.-^tv)o É tcok!. V S^m\çv JA.O
jo ts:ie<Æ îxA% X ç\.
^ K . ^ ^ e . ^ x ^ e K x o ^ K 6 s c o k K ' b G ' ^ o ^p\cihe(X) C\kel\\v\)G GSCcVj^ T^q ^£G.?^
^ y X ê U C ^ x ^ v - Ç . C L P ^ O \ : i Ç ^ ^ x c e > - V C t u X c 5
e b t e k x ' ^ t s . î > u î ) ^ ^ . '■
v.fr %fcM O'iv fc6.ut7-ft<XK.
DH.bNO;ÇK \i(^>0^ 6^ V V s MUÇ-S ^ ^ a s jc p i& ts % Ç f t S JjM .tA f'
îicoVj^ ■3PiVJ.^Ç\.
- \ i v x
/fit’/T/J L ‘(bi\
^ T ^ r - i« -"■ ^ o U ' ^ ? ' V ' i K r \ ô V > - ^ o t ' ' °
MS tUA/ma 7.^ro v /a re i ro . Ca rnaua l . . «•
J ' i : S e R \ ( = ^
' ' ( ç k - l .
Escolho um assunto sobra o co rnaua l (dosfile, mat ino , batalho,e t c . )
PnAjwOJVKMjarwQ do^ \mcifi Crrynjyo
\ íIm xçwxcx &iVxijiA'n(3íY n W /o (W ^
jAfcCa 5y CiíÍb àü .cgx dwihõ icxAj-a o iAeiÔin 0 JÂ- J/pjoos.
9íw )( AxívydijvO X/ tLcx twy.- ) 0J\3# V!UAX> .
„ ,ojMjvvvcuia%í\\\ 0 9 (^oGmÇoa /xxua^^ hUn J]M 'pLo ay^
dí)Arta J,Vl03 WwnOcx/:> • OúkoA 6 cll 3tOJVv\fee/tfV;)' JÍaAJ-D ..(\Va^ iaOVvllD - 0 .
D
'n lX )V A Or-
gVY>-b|/WA 01jjjf c iYvD^A ia
- lYaiSAOÍljU - OA...
[>XM'ví - C)vJyxaJÍ^ ( tóoJvcwvw ;'Yyuil)C)(. OIcIaüo, 'àxU (DAA/V)/),
Õ A ^ i j l ) -"'
r ^ ^ p - - r “? w r i ^ w OXyinÇÍX
0 ^ ÓJJ\. d l L A X L o - ^ o - A j Q A ^_ijyyy)
ywjA oli/Yi! VXilcuvudx! ÊOl/j ÍYnliu? ^ 0PiJ1WV\xÍd -M& Q ài llivfíAmÍA
l jviíVvU :vj\jv ívS \
y m h x í.jL
i k /w xO XD d j D
A aviO iAbJUx) Q (tó tol\8iQMMÍa. ■ ^
■■ X N
85 s É R I E
seRt'e:õK
JFevereiro. Carnaval ...
Escolha utn assunto sobre o carnaval (desfile, matinê, batalha, etc.)
De um título.
j9 . Ô O a /-v c v u -o I ^ X v u m X g
bpYYV JL oliA^CAíSdo .
QoyvyvOf'fùJl( X O M U f c h t
j9o 0\ CVn-©'> cb- j\/C cto
/(/Co
jx,m ^ ftúWvicUvct cifo •"'m/OA cWA
| a , jp. & > n .a Q d iA k lj-
^ t V -j\ \ j x )ú > j ■ -
cLùï/vOi/'' Y a u ^ O g Íg
C O O T Î K L Î t C f c ' Î f c d ^
(W\0\ /a| í/2.cufe>.T'
oJjQU/( | W W S Q'S^I/ÛOjO o C|.Hjt
' U Í „,C|Vï'v!Î/’ja''/-w diA,'Yyv'mXç I X
ay\L <\ÏAX)\h bo/i vÁÍí
'/r.uUAA pA')&Q/’> (W ViAX)^>ÍA/VV1 (3a OcX/vYoCVAjoJ^ ií- ->
Q.wáA lAtSfeas jp<.W/v'yw- OD ci-f-
Qo/i/Vvcvuo 0/IÆL
espaço reservado para comentário e nota do professor.
£AAXP
S e f i i s
ú([
Fevereiro, Carnaval
Escolha um assunto sobre o carnaval (desfile, matine, batáfea» etc.)
De um título.
\ _ o 2 U L a—
e v _ ó X - J L c - o
vA. a a 3 C o _v/Vv/^vA./
(2{Vv/VA~
CL^
t
A / S y & c ^ y ) s > O i X A 5 ^
__________C l0 'o^/v_
hc3LoSGUjCX-,\ X a w V>^Sl/ ^ Q x :j 3 j ^
‘- ''V/V/«2î o S-SLA.A-/V
- ^ V a x d S o ' ^ o y i A O ^
( á U S ^ A ^ u U x y S ^ < 9 ^ ^
A ^ \ X > ^ < ã L 5 u L x x y ^
\r>escY'"®- )( —álA.
^KJCZ^ _
:.^yV-AÍÚ_J.S^ Q_;
espaço tesarvado para cotnentário e nota do professor,
_ íMa íTl-to^^í<
uU^VvUc í«£ Í.t í ^
_ «'VS -U-W Íí? ^'-3^^ •
O K ^
... Fevereiro, Carnaval .»• '
■ Escolha utn assunto sobre o carnaval (desfile, matine, batalha, etc»)
De um título.
0\Í\j\jOáJ\ \fjh 0 en/vwO.
V y ú J S U M . JL f U - , Q . ( y ^ J V \ Á / S ~ Õ i
€L /\/uãb a^iJjQvA djJiAÆi
\\ oJ õ c!i' ílúA/i^vbLXA)i
Vvi/i/'W Ô l /'JiA H i L - W v V d i G Í u W/
VlQ\ ASjUaaA -/jW.^CrLOAA,
í u ><5/v3%l o úábyv\ \^ :x n i\. ^■ ' 3 ^ ^ c^jui-
Yyoüú dsjjt Y^jgv jLoiiwi
1 AA^UAaÍjO/í ÜAjX/v.
íq/»JJL Û W'jj.jL ^ O A o '
è) i9 A £ ! u ^ y A
AdJj3ur\A/úlo OiA
Sk<M2£LíÍ^JiíjQL QU £ySUAa ÛLUUL 'jlOMdJWT p J o ^
MÚ..JíJO j (^JJdOAJL Jjãp-úÃúLf^ '
ÛL M^MAAaVuov _
Û e _ ú j w \ _ c a x k ia A ü .
(Í<ô<A>OVA \ ôiúJLW\A.ô/i
W V Ô G . O A . ^o^^a Ov Juv3 í ^ d
ái ^jlWjo.CÍÃr' £ JvL\>o a v^yyxV
ê j Ú / s A f \ df) M r S j j A C ^ è s i W y X A
1 k^í-TL JL/Ci(LOjV\íÍídÍ ^ , o
fe? n^íiA ;tíjjC>A, Q i_
\jL-“erL • axi^A.íi^
m ^kÚITXM/V
Ûj'MVAu' Uj\ÎC1M'J /0 Ò.QüCyiJ- Ü
OvO 'OSlTVÍIÔCU^ WVCU>J\ o 5 X d í ^Q-OJ/Í
VKCy_ JL Ik{\k£i.KA ^jOJOCOu
íx -Sjvw h<òj.àK/3/) l ^ ^ L o m à j :
Ia sjK!\>JJ)LtQ\.
* espaço reservado para comentário e nota do professor.
— &>ryuT> ecí^ccn £:útccCi\.
A
Fevereiro, Carnaval ...
Escolha um assunto sobre o carnaval (desfile, matinê, batalha, etc.)
De um título.
Y Y \ o3á/vv.2
J riu T ^/voC/lc^ J>- A £ c > J u ^ -
d o Cx 5vX ' v v C> V ~ c\51
1d£ W wO
j / o b Vt^a^L . Ot' -
Aí>-
X? C l c H A - v v O x - ^ J l. Aa<^
CV^LC ^ / J L o Q. ÛM. -'V>Pví/cK-A
i[}jL A u ^
\K «^ckavC ^ xr>e,'- '
C vA c)uU a3^X OOcMiy/i)
'J. y jl kJ-^AO^^/'.y-v. 'O
J j y ^ ^ (XA
w y ^ a
A1(X%C‘C\cA c\a • , . ^
p o <H0vA/^a^O^^íX^ CGk^^-.^
cxaaXí/>
Juí C 'C A'v 'e vjï v
X x w ò ^
Jí m J a » woctüAAy^ '^vJâoa W X u & a
i 1 ^ ^ X llA o jo
^ G cAx- , / a a .^0^
=' xvv><£k>b /5.-í vA>s> 1>IacÂ>-{í>jA
Ja ^JLo o l x
.^pOvA/9^ o *
AAyvSlxJrX Cva v-aX?
L sVcX a^ ^ fVVAAA^^bc) -
CAC^OOSí -WvCU^--- OtpiAi/T-. VUIA
o l o acxAAA>O0-bi3- cA^ H 0 *
espaço reservado para comentário e nota do professor,
, CvU^^io ■i'-''-*
e-'tvo<X'W<^ ic<< d^cvCCíTl cÁjK*^ C-l
Fevereiro.,- Carnaval •
Escolha um assunto sobra o carnaval (desfile, matinê, batalha, etc.)
De um título.
D f S F i L E O
O C a A A A - O j U x ú J l Q a j Q ^ ^ I í-xJ x x/ X ^ ^ ^
-5- c á x t>i£ q .a u O GK)
o jA> ^ x C t - 9 < S c o W o L t x 3 ^ ' n X U ) jLLJua^ .
A>£n„oU3-AiLjLA-OX>^^ A^A.Q,>^a,fO-^XL£!-Í.a.;p (X'dÈÎoujXk^'Q^^f
^'7> - ^ O . u S x i A t O y D j yv’'xX.\jxi. ,cx- JL
'V\;s<yi>0 JbCcco
Cva_>-'í5 o B t u 2x l c (L I
^ c)jLCl . 0 R ^ C c\, R ,c t i^ v ,^ O s ,
■'".... . e sKAjiulL
- ■ A l l
LlÍLô- o\il JjS-O j S o *
^^X^A^A.Oi,ci>0 -A.^-
-■ ^ >'VO;)-alAH.
, à ^ CLe -J
t.
^cxc^x::-, xi ^rvu.u,v p
'^■a.Q/^CL-v .G-izXt oo.A_o.*
u
spjQj^ p W><.cuo ^0 íT^LK^Oy^ V ^ 0 J V ji" 0 a m. * ' s > \ ■’ " '\''-2-
n-nvp^ Pt n AÁ.‘xuUa/-oCl OÍa- ^ A a ^^q. AC.VO. Ox./
< vW cà. iõ" í- '^ 'T'-, i * 'h “ ' - - , , .
0 o j ^ ' . O ^ CXi^ÆiX'v- o ' 2 o,'-jj,cxr'..Kíd,3 9 ôi"..4A
'''■? £ e...o?5í^^^ ,^,x o C L ^ , C c c u D .
* espaço reservado para comentário e nota do professor,
C^Ujdn cZÁaa eu '«
— a. ’u i'-c fo
— ^aí K J Cc, ò<uto
S - S e H i
»
Feuereiro. Carnaval •
Escolha um assunto sobro o carnaval (desfile, matinê, batalha, etc.)
De um título.
[■yi'
Ô j9?
0 u X w t ;x & > 0 d jij
rv D •' cOsOD^ oWruCx^ /
© T Y ^ ^ ' iX X X q CX T Y ^
^bQ^nr^CU TlO
iT iiíx ^ á ^ d i x c x Iq o q L '3D._, o
u a 9 í '
D -VtCbo %Ca.< -O-
C V s u ü l O , Q
Q-Q'YTUxm./ -O
■■ Q( x.T.jOjdoI >u;• iucítCL - iXMlOCX/
Q O Y p O A>'vnr^ Q u J Ú Q Ò u ^
>a a í *-SL'\'U.
- \ 9 v ^ l C I Y \ Í x ; 0‘
- fô x . Q 'y t U I ^ \ \ D ^ Q C M .
Ti OuÔc A o
^"^Qj O Ò j^ ^ O ^ ^ Y \ jb jx D J C i'T Ÿ ^ Q
Q jjiXX^AÆiYriA^
5ldjs- toolcb- Ctei 5<1guodiX iwjL- ' aQfo.. £ ) ï Tu 9 0 xj^ W x |p ^ Cb-o
- fe^uX}Q JO '^ G x fo tn rm ,T \ .C Í^
me kio j' Q\a A y v C X Q Q ' r ^ i Q X ü o
oQ pblS djL - pey :3QQ.'0 Qui _ ---- --- --- (X djL
CKCVvAjdj3^pO^^-^AXcLx^.Qc..DJlíjQ^uij'o,^o^^ ^p8i5 cïc&'aj J '-CVYvoTrvjA; o tsCt eloQldjadoÆifc em
''901^ /'cD.'Y'q
"''iQ Y Y V / o A^v3Xi>vv,0..,ô^lQTiúií.^3Ó^j<y5'oCX-íI)3-á-C!^uX)w m À . í à ^
^-Q jD jQ (50 p a . S ^ p y y j ^
* espaço reservado para comentário e nota do professor,
^ C L’i V - ' - v v t o
- 0 -H
Fevereiro, Carnaval **<
Escolha um assunto sobre □ carnaval (deafils, matine, batalha, etc.)
De um títuloé.
O x ; )^y>'ú.yv^cV^roS.^
ôe-v'v
\sr V- 'V s,í «—_ V ^ '-' N-Nrf-- V I
p<x£ÀcXajàv3i^v\/v^oÍJ5?^^
Ú n j p ^ à S L ^ ò < x y \ l jZ ,è j> jè k J L à-íL
(x5íy\ 5"CAx>À jM > *
^ Õ ^ U X a t Á - J L
\ Jl^ vü.
Sir^éj<xÇ<XJÔ> e ^ v w b \ í L
. ■
--- (X-v\Æ 0 I
:(3ouvv^^xXA%LÍjlAj2^ .4 fi-C j ^ w n :
^ CW^X,^^wUXj^©t? » v. >0-'Vi>©CLL
- -'■O'-'- Y ^ ' ' Á Ô à s . C íA joJ m ,
e © v w C L A
^v-rvO^e^
O ^ vjGL^ ^ ^ i D u ü b .yvrv J V j Q ^ ^ ©
I9 <^x>^5b6líL ^ y } ç ) ú Í A
UvrvqLQ ^ c5jIX O j o 3 v
.j{. S ^ . ^ K & c k i x ^ l A j Q ,- P Ã ò L ^ p U L ÍCÁ^è-^
J o ^ V e c x A í X , '
d j & 3 û l e ^ e ô , o 5 a .o -<j2 ^
J ^ a a ^ M c O i
■ ' c U y v H A ^ o i
>v' N ^ cT - T " _
Td J S a KX-í , jÆ e . X
à^JA,ÍAA-X<X-A'Ò5^ Ai^. % A . ./-.A A >L fe<-V >'
» espaço taservado para comentério e nota do professor.
>> ■' ■•‘■r--'-'''
Fevereiro, Carnaval • ■
Escolha um assunto sobre o carnaval (desfile, matinê, batalha, etc,)
De um título.
-, C:cJwv\^cx v"v: V J^í:\l c ^\JL
ÿ'j cÍjI-í a3.í<». y ^
i£ a-v-v-í víXt vvC jLçyuçjy??
XjLOnr' , 5-c
lov^Yc J $ ' 0 %V - 0
Aí. ) /vTv-0-<(J _ '
vt'Vi.C' O.^^^Ajjkl
,/Cj/-<A. C Ap-j o 'r
C *-Co-i. 'jXp -t-Cí • vP ê-CKA-
ywo>yvA?J5 Jm Ü_*
Jjex-o loynvO:^ eo*n-^o ê'îsvAa'vOù -
éc>A/-cuc<x.. ioi <i>
A q CÕ ^*<Wv/.a^Oo <X fNxJy: 3jC.;vv- íyv'NCtx
CX^UX^'.CÎCSIO - Í O U ^ ^iinJC\AXXyv-v^
^ a/yy ck_<- -
i^v^voo^. ):- : .£XA/s\ (ïow^ .
'f -íXov/x (X. cfCKiô<c^'o~ ò L o ^ GA/v’ _
,5
'P<X&2/v<V60 -OCX, >•
XA-váLO-* A CO^AO;» ■
jiOVO^-» si ,>y\-vCVx ^\yO:>
v>r\ p*CX aXÃ < t<xvsrvótx. c 9 ^ .
\ . /\M_ cíi ^;x5Í<x
XÎ'VC'/.i. .A V's|'<>a-.!X1-Cí y X^JL ÍÍaíXAW ^
í^í. P«>\C|aAA /x / JcO/v^-CX-f__
■* espaço reservado para comentário e nota do professor,
^ aíi‘<--f^ ú.e^tÍG^
h‘y'í<r> cée cs <-Cc>céci><.<xi \ « ; ..
'f.
Fevereiro, Carnaval
Escolha um assunto sobre o carnaval (desfile, matinê, batalha, etc,)
De um título,
* ^ ^ J l ^ c L ^ C ^ c x O C X C o Q X j ^\
\ o l ^ .lA ' '-vvCo
X\p^rv<XTVVa ^ p v / V x £ 0 v / ^ 0 ^ ^
4-C Ç,<X^<X,'-v-v^ v'-XX.o 3j j X > M ^
í ,^>O0LoLo CXJliUm"
^ o a , íbcLo TT\.u. 'i í . , *• - 0 "
Q j X ^ J U X 1>0(
t o â i k c à - e U g í t ^ .
■l Ú.oUilÍLOv>ií^ .
, __________________________ _______ 2;'1A,^^-0j Í a .Q^
M X s u t é . ^ ' ’y~^ Cj^^xxrr\
éjL- »^yW\.U
,/í>a.n'V % ^ . , . .
4A/vAÍo-aOOv-^ , * - v ^ ' w X X ^
^ c> h U )0 ^ "v0 0 a O S “St? eÆL>L
W < ? u t ' a X W ^ - o o L c e€ ncLcA^va^-
(^Ox^^'xXxo ^
.v^vCV'v>c?u^-tDe.Ap^ j[t-fcc.
vQ -
!<!/yeX> c k . í ^
cJ^~XX/> -^-.-^o-tA^XOvAiVOGo -£„
J ' V J L - ^
\Ay '->' 'CXCi O ^o V .O - cL í/:!
o cL-í-^
:3 •
^Qr\J^C>OoUO^AXX/^^'^
- W \ A tA’. ^ l/'XÜLxX^t'vX? 0 ^
^ A o \ - P o M A 0 v . V Q a - 0 ^ < . A X c V V V < 3 L O ©\ -roxo. ^ r . , ç^ „ _ .-->t\£vx5x> o U ^ {sJlG'rn-^»
cíLo
J U l / v X j d c L t 2 ^
'n' \' VAAA>'X!
‘C Í X Cx>vA^v^:x^J^'J- Ov-ôWi-^
G k /\í^ O k X x S ^ -'-'^
1 Ò o k / \ ) V ^ a^^a,^a1Xx> X ^ > ' ' n ,
■* espaço ceservado para comentário a nota do proPessor
V-CT''
Fevereiro, Carnaval ...
Escolha um assunto sobra o carnaval (desfile, matine, batalha, etc.)
Dê um título.
CRRNnVRL CUÍRBRNO; o V f \ A \ g \ , d o Q y à õ l
opc\o T u x iyY\)aa
3.íJüCl Cjwrvixíò Q
•YYvdkov Ò jõ (i/ál '
nrvvaxQb 3^B'vOyr^^-l fíz) /:^JVniípcàXfy\Ch'ò £0>i
nr\o OmOyjsO^x:^^ -|á/o ^ t / Y ^ / W p ^ t O y y v ^ ô 62A^
Q oJ'Q lJlào ife < X QüxqI j fo M fe io ^ ju d à c L -T^yJCL
___ « 0... "IV .J\ . ív
CL (Jxeo^xzecpCb ipru/.
Yno5í^u>A>á^ ÍjqÒo^ ) ^ -
Jo t a ^ c l- 3 x? àv0YYv. e^vlcá^oc? d o
^OÔVO' JjÚxjToI.
'’y\On> CUKrr\^.Q/:> GOrnO 'nxx) J h o .
JL p c d Á / ^ ^ j Q / ^ ^ )^íonjjm_
qO /^J\y 9 3 jU? . Òxx. y^.õyoo^ Á;ifi _
Xw3-e,'7vecísu •
Y . a o O/0<a x u 5c u ) O/d ioeo-
Icio c)l. yOOsA'Y>)>tX A. ôo Çí.CA<]5
oíÁi^o^^io^YYx ^lOm. (^-O^yy^SjL/OQA)]
'XX '^o ybo (X çnAy^
(|õy\o}l<3xdx^x JL CL eojTaeM3o-(9^
CIO /j':Q'vO T w u ?X?'^í;l
G í l ô ^ o ^ 5Jx) ^
à ò >u>ra oJ.0Vuio lô-jx) M h j S í A
1
* espaço reservado para comentário e nota do professor»
os M A R C A D O R E S DA ENUNCIAÇÃO; SUA
R E A L I Z A Ç Ã O NO D I S C U R S O E S C O L A R
S I N O P S E
A partir da o b s e r v a ç a o de que as pesquisas
sobre o ensi no da L ingua Portuguesa, estao, geraj_
mente, voltadas para o a s p e c t o da correç ão grama-'
tical, procurou-se, neste trabalho, focal i z a r os
aspectos relativos a c o m u n i c a ç ã o e e x p r essão no
meio escolar, com f u n d a m e n t o s na teoria da enun -
r->c i a ç a o .
A NTONINA COELHO PINTO