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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DASAÚDE
ANÁLISE DIAGNÓSTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FARMÁCIA
CLÍNICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ALTA COMPLEXIDADE
THACIANA DOS SANTOS ALCÂNTARA
ARACAJU (SE)
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
ANÁLISE DIAGNÓSTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FARMÁCIA
CLÍNICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ALTA COMPLEXIDADE
THACIANA DOS SANTOS ALCÂNTARA
Trabalho de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal
de Sergipe como requisito para obtenção do grau de
Mestre em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior
ARACAJU (SE)
2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
A347a
Alcântara, Thaciana dos Santos
Análise diagnóstica para implantação de serviços de
farmácia clínica em um hospital público de alta
complexidade / Thaciana dos Santos Alcântara ;
orientador Divaldo Pereira de Lyra Júnior. – Aracaju,
2016.
133 f.
Dissertação (mestrado em Ciências da Saúde) –
Universidade Federal de Sergipe, 2016.
1. Serviços de Saúde. 2. Hospitais Públicos. 3.
Serviço de Farmácia Hospitalar. 4. Qualidade da
Assistência à Saúde. I. Lyra Júnior, Divaldo Pereira de,
orient. II. Título.
CDU 614.21
THACIANA DOS SANTOS ALCÂNTARA
ANÁLISE DIAGNÓSTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FARMÁCIA
CLÍNICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ALTA COMPLEXIDADE
Trabalho de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal
de Sergipe como requisito para obtenção do grau de
Mestre em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior
Aprovada em: ____ / ____ / ____
___________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior
___________________________________________
1º Examinador: Edilene Curvelo Hora Mota
___________________________________________
2º Examinador: Deborah Mônica Machado Pimentel
PARECER
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus por ter me concedido uma família maravilhosa, amigos, por sempre
ter me dado forças nos momentos de exaustão e sabedoria na escolha dos melhores caminhos.
Aos meus pais, Maria Selma Alcântara e Antônio José Alcântara, por todo esforço que
fizeram desde o início para que eu e minha irmã tivéssemos sempre a melhor formação possível.
Dedico a vocês todo esse sonho que finalmente está se tornando realidade.
Agradeço à minha irmã Thaisa Alcântara e a meu primo-irmão Marlon Claudener por
toda ajuda na formatação e tradução que me deram nesta dissertação e por compartilhar comigo
dos mesmos sonhos acadêmicos.
Agradeço à toda minha família, mesmo distante e mesmo sem entender muito, vibram
comigo a cada conquista alcançada.
Às minhas parceiras lindas de apartamento, Nayara Cavalcante, Luiza Lins e Kaiany
Amorim, por sempre compreenderem os dias de estresse, estarem presentes e sempre me apoiar
nos momentos de indecisão. Em especial à Nayara por sempre me mostrar que eu estava no
caminho certo.
Ao meu parceiro, amigo e namorado Thiago Raphael, obrigada pela paciência,
companheirismo e por me mostrar o quão orgulhoso você é de mim.
Às minhas queridas amigas de Ilhéus, Célia Serafim, Priscila Barroso, Fernanda
Oliveira, Tâmara Ramos e Samantha Carvalho, por todo apoio baiano enviado por vocês. A
amizade de vocês é muito valiosa para mim.
Aos meus lindos amigos que a UFS me deu, Tamara Bispo, Alana Teles, Tayse Andrade,
Danilo Assis, Francisco Jr., Alisson Jorge e Makal, que mesmo com a distância por conta da
vida profissional, se fazem presentes e apoiam minhas escolhas.
Agradeço a confiança e dedicação do meu orientador Divaldo Lyra Jr., que desde a
iniciação científica mostra o quanto eu posso ser capaz e alcançar sonhos que eu nunca achei
que seria possível. Obrigada por cada oportunidade dada.
Agradeço a todos do LEPFS, conviver com vocês tornou a rotina muito mais feliz e
prazerosa. Em especial aos laços de amizade que foram fortalecidos: Genival Jr., Luiza Correia,
Carina Silvestre e Rafaella Oliveira.
Aos que partilham e contribuíram muito com a conquista deste título: Thelma Onozato
e Fernando Araújo. Obrigada por tudo mesmo. Não teria sido possível sem vocês. Sou
eternamente grata.
À Aline Dosea, obrigada por suas valiosas contribuições e por ter me apresentado o
mundo da pesquisa qualitativa.
Aos protagonistas desta dissertação, os farmacêuticos que fazem parte do Hospital de
Urgências de Sergipe.
À Universidade Federal de Sergipe, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do
Ensino Superior (CAPES) pelo apoio concedido a esta pesquisa.
Aos professores do Núcleo de Pós-Graduação em Ciências da Saúde por serem
instrumentos na construção do conhecimento.
Agradeço à minha banca de qualificação e defesa, pela disponibilidade e compreensão
nos prazos estabelecidos.
Por fim, quero agradecer a todos aqueles que sempre confiaram em mim, desde sempre.
“E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas das
Lições diárias de outras tantas pessoas.
É tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente
Onde quer que a gente vá.
É tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho
Por mais que pense estar...”
Caminhos do coração – Gonzaguinha
RESUMO
ALCÂNTARA, TS. ANÁLISE DIAGNÓSTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE FARMÁCIA CLÍNICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ALTA
COMPLEXIDADE. Dissertação do mestrado em Ciências da Saúde, Universidade Federal de
Sergipe, 2015. Em hospitais, no momento em que o farmacêutico incorpora a prática clínica em
sua rotina, várias barreiras e facilitadores influenciam a implantação dos serviços de Farmácia
Clínica. Um dos critérios que favorecem o sucesso da implantação de práticas inovadoras é a
compreensão da percepção dos profissionais envolvidos na prática, bem como a análise do
ambiente e a qualificação destes profissionais. Objetivos: Compreender a percepção de um
grupo de farmacêuticos e de informantes-chave sobre a implantação dos serviços de farmácia
clínica em um hospital público de alta complexidade; analisar a Estrutura (física e habilidades
de comunicação dos farmacêuticos) existente para o desenvolvimento dos serviços de Farmácia
Clínica nesta instituição. Metodologia: A primeira etapa correspondeu a um estudo qualitativo,
no qual foram realizados um grupo focal com 16 farmacêuticos e entrevistas com profissionais
gestores das classes farmacêutica (2), enfermagem (1) e médica (1). A análise dos dados foi
feita por meio da técnica de análise de conteúdo. Na segunda etapa foi realizada a avaliação da
Estrutura para a prestação dos serviços de Farmácia Clínica no hospital. Para análise da
estrutura física foi utilizado um instrumento elaborado com base na portaria 4.283/10 do
Ministério da Saúde e nos indicadores de qualidade da acreditação canadense. As habilidades
de comunicação dos farmacêuticos foram avaliadas por meio do instrumento adaptado
“Avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Resultados: Etapa 1- A percepção dos
farmacêuticos e outros profissionais trouxe temas como a desatualização da profissão
farmacêutica, resistência de alguns profissionais e dificuldades na comunicação da equipe
multiprofissional. Além disso foram elencados facilitadores para o serviço como a experiência
de alguns profissionais com os serviços de Farmácia Clínica, bem como expectativas que
estavam relacionadas à melhora no processo de uso racional do medicamento. Etapa 2 – A
avaliação da estrutura física foi considerada inadequada para os serviços de Farmácia Clínica
na maioria dos itens avaliados. Foram verificadas inadequações na localização das farmácias
no hospital e no ambiente reservado ao serviço de assistência farmacêutica, bem como nos
instrumentos normativos e organizacionais das farmácias. Em relação às habilidades de
comunicação, a impressão geral sobre as competências do farmacêutico para os serviços de
Farmácia Clínica foi considerada regular (3) em uma escala de 1-5 do instrumento utilizado.
Conclusão: A análise da percepção dos participantes do estudo qualitativo permitiu o
conhecimento de fatores, como barreiras e facilitadores, que poderão influenciar a implantação
dos serviços de Farmácia Clínica. Na avaliação da estrutura indicadores importantes para o
desenvolvimento da Assistência Farmacêutica foram considerados em não conformidade no
instrumento, o que podem dificultar a prática clínica dos farmacêuticos. Em relação às
habilidades de comunicação dos farmacêuticos, os resultados indicam dificuldades de interação
com o paciente e também como outros profissionais. Nesta perspectiva, estes resultados podem
direcionar planejamentos para implantação da Farmácia Clínica em hospitais.
Descritores: Farmácia Clínica. Hospital. Implantação de Serviços de Saúde. Estrutura dos
Serviços. Qualidade da Assistência à Saúde.
ABSTRACT
ALCÂNTARA, TS. DIAGNOSTIC ANALYSIS FOR PHARMACY SERVICES
CLINICAL IMPLEMENTATION IN A PUBLIC HOSPITAL COMPLEX OF HIGH.
Dissertation master's degree in Health Sciences, Federal University of Sergipe. 2015. In
hospitals, when the pharmaceutical incorporates in your routine the clinical practice, several
barriers and facilitators influencing the establishment of Clinical Pharmacy Services. One of
the criteria that favor the successful implementation of innovative practices is to understand the
perceptions of professionals involved in the practice as well as environmental analysis and
qualification of these professionals. Objectives: Understand the perception of a group of
pharmacists and key informants on the implementation of clinical pharmacy services in a public
hospital of high complexity; analyze the structure (physical and pharmaceutical communication
abilities) exists for the development of Clinical Pharmacy services in this institution.
Methodology: The first stage corresponds to a qualitative study, which was conducted a focus
group with 16 pharmaceutical and interviews with professional managers of pharmaceutical
classes (2), nursing (1) and health (1). The data analysis was performed by the content analysis
technique. In the second stage was carried the evaluation of the structure to the provision of
clinical pharmacy services at the hospital. To analyze the physical structure was used an
instrument elaborated based on the ordinance 4,283 / 10 from the Ministry of Health and the
Canadian accreditation quality indicators. The pharmaceutical communication abilities were
evaluated using the adapted instrument "Assessment of pharmaceutical care process." Results:
Stage 1- The perception of pharmacists and other professionals brought topics such as the
outdating of the pharmaceutical profession, the resistance of some professionals and difficulties
in communicating the multidisciplinary team. Also listed were facilitators for the service and
the experience of some professionals in the Clinical Pharmacy services as well as the
expectations were related to the improvement in the rational drug use process. Stage 2 - The
evaluation of the physical structure was considered inadequate for Clinical Pharmacy services
in most of the items evaluated. Inadequacies were found in the location of pharmacies in the
hospital and private environment to the pharmaceutical care service, as well as in normative
and organizational instruments of pharmacies. In relation to communication abilities, the
overall impression of the pharmacist's responsibilities to the Clinical Pharmacy Services was
considered regular (3) on a scale of 1-5 the instrument used. Conclusion: The analysis of the
perception of participants allow the knowledge of factors such as barriers and facilitators that
may influence the implementation of Clinical Pharmacy Services. In the evaluation of the
structure important indicators for the development of pharmaceutical services were considered
non-conforming to the instrument, which can hamper the clinical practice of pharmacists.
Regarding pharmaceutical communication skills, the results indicate difficulties of interaction
with the patient as well as other professionals. In this perspective, these results can guide
planning for implementation of Clinical Pharmacy in hospitals.
Keywords: Clinical Pharmacy. Hospital. Health Services deployment. Structure of the Services.
Quality of Health Care.
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I
Tabela 1: Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de
Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade. Categoria de percepção da
situação atual ............................................................................................................................ 71
Tabela 2: Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de
Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade. Categoria de expectativas da
implantação dos serviços .......................................................................................................... 72
Tabela 3: Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de
Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade. Categoria de barreiras para a
implantação dos serviços...........................................................................................................73
Tabela 4: Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de
Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade. Categoria de facilitadores da
implantação dos serviços .......................................................................................................... 74
CAPÍTULO II
Tabela 1: Média das notas atribuídas às habilidades de comunicação dos farmacêuticos numa
escala de cinco pontos (1 a 5) segundo o instrumento adaptado “Avaliação do Processo de
Atendimento Farmacêutico” ................................................................................................... 117
Tabela 2: Porcentagem dos farmacêuticos que realizaram itens de respostas dicotômicas
(sim/não) das habilidades de comunicação dos farmacêuticos do instrumento adaptado
“Avaliação do Processo de Atendimento Farmacêutico”. ...................................................... 118
Tabela 3: Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores
adaptados com base na portaria 4.283/10 do Ministério da Saúde do Brasil e indicadores de
qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em totalmente conforme
– Nível 3 ................................................................................................................................. 119
Tabela 4: Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores
adaptados com base na portaria 4.283/10 do Ministério da Saúde do Brasil e indicadores de
qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em parcialmente conforme
– Nível 2 ................................................................................................................................. 120
Tabela 5: Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores
adaptados com base na portaria 4.283/10 do Ministério da Saúde do Brasil e indicadores de
qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em não conforme – Nível
1 .............................................................................................................................................. 121
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 144
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 19
2.1 Implantação de serviços de saúde ....................................................................................... 19
2.2 Qualidade em serviços de saúde ......................................................................................... 21
2.3 Avaliação dos Sistemas .................................................................................................... 251
2.4 Avaliação da Qualidade da Estrutura como Estratégia de Diagnóstico ........................... 252
2.5 Indicadores de Avaliação do Serviço de Saúde ................................................................ 233
2.6 Serviços de farmácia clínica ............................................................................................. 244
2.7 Avaliação da Percepção – Metodologia Qualitativa ......................................................... 275
2.8 Histórico da dissertação .................................................................................................... 287
3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 30
3.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 31
3.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 31
4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 32
4.1 CAPÍTULO I: Implantação da farmácia clínica em um hospital público brasileiro de alta
complexidade: percepções de um grupo de farmacêuticos e outros profissionais ................... 33
4.2 CAPÍTULO II: Implantação da farmácia clínica em um hospital público brasileiro de alta
complexidade: avaliação da estrutura ....................................................................................... 76
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 123
5.1 Conclusões........................................................................................................................124
5.2 Perspectivas ......................................................................................................................124
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................125
7. ANEXOS.............................................................................................................................134
14
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Peters (2013), o campo da pesquisa de implantação de serviços de saúde é
crescente devido a necessidade de melhorar a qualidade da prática e da investigação sobre a tomada
de decisões relacionadas às políticas de saúde, programas e práticas. Estudos sobre a qualidade de
serviços de saúde podem considerar fatores que afetam sua implantação, os processos de aplicação e
seus resultados, incluindo a forma de apresentar possíveis soluções em um sistema de saúde ou a
forma de promover a sua utilização em larga escala e sua sustentabilidade. O mesmo autor afirma que
a intenção é entender o quê, o por quê e como tais intervenções podem modificar o "mundo real" e
testar abordagens que possam melhorar e/ou aprimorar os serviços de saúde existentes.
Desde a década de 1950, os países desenvolvidos têm estudado a qualidade dos serviços de
saúde e sua implantação, tanto na perspectiva “interna” – para conhecer os processos de atenção
desenvolvidos, bem como seus efeitos sobre a saúde e a doença dos pacientes atendidos – como na
“externa” – para conhecer o seu desempenho e participação na conformação dos sistemas de saúde e
seu impacto sobre a saúde da população (NOVAES; DUTILH, 2004). Tais estudos têm por objetivo
produzir informações confiáveis e válidas que permitam o embasamento do desenvolvimento de
serviços de saúde adequados, efetivos, custo-efetivos, eficientes e aceitáveis (BEERENS, 2014;
BURNETT, 2013; ZINELDIN; ZINELDIN; VASICHEVA, 2014).
A partir do final da década de 1990, a discussão sobre a qualidade e a segurança no cuidado
ao paciente tem se intensificado em todo o mundo, na qual estudos demonstraram deficiências na
qualidade dos serviços de saúde, o que revela a necessidade de implementar efetivamente programas
de melhora da qualidade (ALHASSAN et al, 2013; KOHN; JANET; MOLLA, 2000; MCGLYNN,
2003; PÉREZ-CUEVAS et al., 2012; WANG et al., 2013). Diante disso, diversas estratégias têm sido
desenvolvidas para minimizar os riscos e melhorar a segurança dos pacientes, como a implementação
de prescrições eletrônicas, reconciliação de medicamentos, normas e protocolos para inserção de
serviços de saúde, além da implantação de serviços de saúde, como a Farmácia Clínica (KWAN,
2013; WACHTER; PRONOVOST; SHEKELLE, 2013).
Nesse contexto, segundo o American College of Clinical Pharmacists (2008), Farmácia
Clínica é a ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam
cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir
doenças. Ademais, diversos trabalhos têm relatado a contribuição dos serviços de Farmácia Clínica
na minimização dos erros de medicação, diminuição de custos hospitalares e melhora no resultado da
farmacoterapia nos últimos anos (HATAH et al., 2014; ROCHA et al., 2015; TAN et al., 2014;
THOMAS et al., 2014).
15
Buckley et al. (2013) demonstraram que os farmacêuticos clínicos resolveram 467 erros de
medicação de 517 pacientes de alto risco no período de um mês. No estudo de Mousav et al. (2013)
foi verificado que os serviços de Farmácia Clínica reduziram 67% dos custos do tratamento de
pacientes com insuficiência renal. Um estudo realizado nos Estados Unidos da América demonstrou
aumento de 37,2% da quantidade de informação e de 35,2% da clareza da informação dos
medicamentos para 1.694 pacientes internados que faziam uso de terapia de anticoagulantes, os quais
receberam atendimento farmacêutico educacional em relação ao uso de seus medicamentos, o que
elevou em 10,6% a satisfação destes pacientes em relação aos serviços de Farmácia Clínica
(MAKOWSKI et al., 2013).
Apesar de inúmeros estudos comprovarem seus resultados benéficos e dos esforços da
Organização Mundial da Saúde (OMS) em promover serviços de Farmácia Clínica em todos os
países, esta ainda não é prática consolidada nos países em desenvolvimento (GHANI; GILLANI;
GHANI, 2010; PANDE et al., 2013; SMITH 2009). Todavia, as principais barreiras para a
consolidação destes serviços nos hospitais em países em desenvolvimento incluem a escassez de
farmacêuticos qualificados e a falta de estrutura física adequada (PENM et al., 2014). Segundo
Proctor et al. (2009), uma das estratégias que favorecem a implantação e melhora da qualidade dos
serviços de saúde é a compreensão das características à nível estrutural e como estas influenciam os
resultados dos cuidados de saúde. Portanto, é preciso investir em pesquisas que possibilitem a
implantação destes serviços de saúde a partir do pilar mais básico (Estrutura) dos padrões de
qualidade.
De acordo com Donabedian (1966), a implantação e a avaliação da qualidade dos serviços de
saúde, incluindo os providos por Farmacêuticos, pode ser realizada sobre três pilares: estrutura
(recursos físicos, humanos, materiais, instrumentais normativos, administrativos, fontes de
financiamento), processos (interações e procedimentos envolvendo profissionais de saúde e
pacientes) e resultados (alteração no estado de saúde atribuível à intervenção em saúde). Para este
autor, os indicadores de estrutura devem ser os primeiros a serem utilizados na avaliação da qualidade
em saúde, visto que são fundamentais para as etapas subsequentes que compreendem os processos e
resultados.
Segundo Gutierrez (2012), deficiências na estrutura dos serviços de saúde podem resultar em
cuidados precários. No entanto, apenas o aumento do acesso aos recursos e maiores investimentos
em serviços de saúde não garantem melhora da qualidade destes. Mudanças no sistema organizacional
do serviço e na forma como as atividades do cuidado em saúde são estruturadas são necessárias para
aperfeiçoar a qualidade e o uso dos recursos disponíveis (MASSOUD et al., 2001; MEYER;
MASAGLI, 2001). Isto porque estas definições contribuirão para que os profissionais da saúde
16
executem processos de atendimento que irão produzir os resultados desejados no decurso da prestação
de cuidados.
Essa abordagem também pode ser utilizada como norteadora para a implantação de serviços
de saúde qualificados, como a Farmácia Clínica. Assim, a avaliação diagnóstica da situação
possibilita a identificação das condições existentes e das mudanças necessárias para garantir a
implantação destes serviços (RADEMAKERS; DELNOIJ; BOER, 2011). Embora a implantação da
Farmácia Clínica seja realidade em alguns países em desenvolvimento (PENM et al., 2014b;
MEKONNEN et al., 2013), ainda é preciso desenvolver tal serviço no Brasil.
A iniciativa mais recente foi a instituição do Programa Nacional de Segurança do Paciente,
que propõe qualificar o cuidado em saúde em território nacional. Uma das estratégias para alcançar
esse objetivo é a implantação de protocolos e indicadores de qualidade com foco nos problemas de
maior incidência, incluindo a segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos e a
comunicação entre profissionais de saúde, ações desempenhadas nos serviços de Farmácia Clínica
junto a equipe multiprofissional (BRASIL, 2013).
Até o momento há poucos estudos sobre implantação de Serviços de Farmácia Clínica no
Brasil e todos foram elaborados pelo grupo de pesquisa do Laboratório de Ensino e Pesquisa em
Farmácia Social (LEPFS) (AGUIAR, 2010; BALISA-ROCHA, 2010; BRITO, 2015; DOSEA et al.,
2015; RIOS et al., 2013; SANTOS-JUNIOR et al., 2015). No entanto, não há artigos da avaliação
dessa implantação e do impacto que este processo possa causar em unidades hospitalares. Assim, a
proposta deste projeto é conhecer os pilares de Estrutura propostos por Donabedian (1966)
necessários para a implantação de serviços de Farmácia Clínica, em setores específicos do Hospital
de Urgência de Sergipe. Tais dados poderão contribuir para promoção de mudanças na abordagem de
acesso à farmacoterapia, por meio do fornecimento qualificado de serviços que irão otimizar o uso
racional dos medicamentos em unidades hospitalares.
17
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação foi estruturada em:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - consistiu em um levantamento da literatura existente
sobre os temas abordados no presente trabalho.
CAPÍTULO I - o capítulo 1 foi desenvolvido em formato de artigo intitulado como
“PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE FARMACÊUTICOS E OUTROS PROFISSIONAIS PARA
IMPLANTAÇÃO DA FARMÁCIA CLÍNICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO BRASILEIRO DE
ALTA COMPLEXIDADE”, a ser submetido ao periódico científico Qualitative Health Research.
Neste capítulo foram apresentados os resultados da identificação das percepções dos farmacêuticos e
gestores das classes farmacêutica, médica e enfermagem, frente a futura implantação dos serviços de
Farmácia Clínica na instituição que estes profissionais exercem suas atividades.
CAPÍTULO II - este capítulo é composto pelo artigo “AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA
PARA IMPLANTAÇÃO FUTURA DOS SERVIÇOS DE FARMÁCIA CLÍNICA EM UM
HOSPITAL PÚBLICO BRASILEIRO DE ALTA COMPLEXIDADE” a ser submetido ao periódico
Implementation Science. Neste capítulo foram apresentados os resultados da avaliação da Estrutura
(estrutura física, características organizativas e recursos humanos) das Farmácias da instituição.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Implantação de serviços de saúde
Há quase quatro décadas a avaliação da qualidade dos serviços de saúde vem ganhando força
na maioria dos sistemas de saúde. Isto é explicado principalmente pelos prejuízos gerados pela
morbidade e mortalidade relacionados aos medicamentos, bem como a preocupação com os custos e
resultados da atenção à saúde (NOVAES, 2004; MORRIS; CANTRILL; HEPLER, 2002). Diante
desta realidade se fortalece o discurso de que, além da produção de novos conhecimentos sobre os
serviços e sistemas de saúde e seu desempenho, é necessária a maior integração entre o conhecimento
clínico, epidemiológico e de planejamento e gestão, com a finalidade de orientar as ações a serem
desenvolvidas (NOVAES, 2004). Neste contexto, surgiram as pesquisas sobre implantação dos
serviços de saúde com intuito de identificar, desenvolver e adaptar estratégias de implantação para
melhorar a qualidade dos serviços de saúde (WALTZ et al., 2014).
Segundo dicionário Houaiss (2009), a origem da palavra implantar é do Latim IN, “em”, mais
PLANTA, “broto, planta”, de PLANTARE, o mesmo que “empurrar para dentro do solo com o pé.
De outro modo, significa iniciar e promover o desenvolvimento de algo; estabelecer; fixar. Em
relação aos serviços de saúde, implantar uma prática consiste no estabelecimento de protocolos,
processos, sistemas de documentação e avaliação dos resultados (GASTELURRUTIA, 2005). Por
outro lado, implementação vem de IMPLERE do Latim, com o sentido de “encher, satisfazer,
completar”, o que significa pôr em execução; colocar em prática um plano, um programa ou um
projeto, sendo o segundo passo após a implantação, por exemplo, de um serviço de saúde (Houaiss,
2009).
A pesquisa sobre implantação de serviços de saúde se concentra na condição de saúde ou
doença, no serviço propriamente dito, intervenções e programas com a promessa de reduzir a lacuna
na qualidade do atendimento, bem como introduzir práticas de saúde baseada em evidências
(POWELL et al., 2012). Este tipo de pesquisa pode considerar qualquer aspecto da implantação,
incluindo os fatores que afetam a implantação, os processos de aplicação e os resultados da
implantação. Além disso, também são considerados a forma de apresentar possíveis soluções em um
sistema de saúde, a forma de ampliação da ação e a sustentabilidade (PETERS et al., 2013).
Estas pesquisas podem ser um meio promissor para a melhora da qualidade da prestação de
cuidados de saúde (WALTZ et al., 2014). Isto pode ocorrer tanto pelo aumento da compreensão de
fatores determinantes da prática (isto é, barreiras e facilitadores) quanto pela influência na
organização do sistema de trabalho, nos provedores de cuidado e comportamento dos pacientes, bem
como a construção de estratégias de implantação baseada em evidências que podem desenvolver
20
programas e práticas na rotina de cuidados. Embora a ciência da implantação de serviços de saúde
seja muitas vezes caracterizada como um campo emergente, houve avanço nas últimas décadas
(POWELL et al., 2012).
Nos Estados Unidos da América foram delineadas diversas medidas para o avanço das
pesquisas sobre implantação dos serviços de saúde, em especial na avaliação da qualidade e
desempenho dos profissionais e recursos utilizados. Esta medida tem por objetivo identificar,
desenvolver ou adaptar estratégias de implantação, para aperfeiçoar a qualidade da prestação de
cuidados (STETLER; MITTMAN; FRANCIS, 2008). No entanto, a expansão da atenção à saúde,
oferta de novas tecnologias e desenvolvimento de modelos assistenciais diversos, bem como a
identificação e aplicação de estratégias viáveis e efetivas para obter mudanças na prática de cuidado,
ainda são desafios.
2.2 Qualidade em serviços de saúde
O cuidado com a saúde e suas consequências sobre a organização social, avolumaram-se de
tal forma que, em algumas circunstâncias, de convenientes passaram a ser preocupantes, para os
demais setores da vida econômica. Logo, é preciso aprofundar o conhecimento sobre o que acontece
de fato nos serviços de saúde, qual a sua real participação na dinâmica social e quais os seus efeitos,
tanto positivos quanto negativos, para os indivíduos e para a sociedade (NOVAES, 1996, 2000).
Estratégias de avaliação, seja de serviços, políticas ou tecnologia em saúde, tornaram-se uma
ferramenta importante para permitir a melhora da qualidade desses serviços e a racionalização das
decisões e das práticas, visto que os resultados podem ser úteis para facilitar à tomada de decisão por
parte dos gestores e subsidiar intervenções necessárias (MESSEDER, 2005).
De forma geral, tantos os serviços de saúde quanto os demais tipos de serviços devem respeitar
normas de qualidade para que se garanta a qualidade do que está se prestando ao consumidor. A
avaliação da qualidade dos serviços em saúde vem sendo desenvolvida desde a década de 1980 na
maioria dos sistemas de saúde (MORRIS; CANTRILL; HEPLER, 2002; VUNDERINK; SMET;
WENSING, 2015). Isto é explicado principalmente pelos prejuízos gerados pela morbidade e
mortalidade relacionada aos medicamentos e a nova conjuntura dos sistemas de saúde em fornecer
incentivos financeiros aos prestadores de cuidados (MCBANE et al., 2011). Por conseguinte, a nova
tendência das agências de saúde é exigir dos prestadores de cuidados o mais alto grau de qualidade,
ao menor custo possível (MAINZ, 2003).
Segundo Rattner (1996), o termo qualidade pode englobar diversas características desejáveis
de cuidado que incluem a efetividade, eficácia, eficiência, equidade, aceitabilidade, acessibilidade,
adequação e qualidade técnico-científica. Bittar (2001) preconizou que medir qualidade em
21
programas e serviços de saúde é imprescindível para o planejamento, organização,
coordenação/direção e avaliação/controle das atividades desenvolvidas. Embora o consentimento
sobre a necessidade de aprimorar a qualidade seja quase universal, os meios para alcançar a melhora
efetiva no cuidado geral não são bem compreendidos (GLICKMAN et al., 2007).
Ao longo das últimas décadas, algumas metodologias de avaliação têm sido empregadas a fim
de aprimorar a qualidade dos serviços de saúde e auxiliar o processo de implantação de novos serviços
em diversos cenários de atuação farmacêutica, dentre as quais:
- objetivos comportamentais: está diretamente relacionada com a gerência por objetivos e
pressupõe que a avaliação seja precedida de fixação de objetivos realistas durante o planejamento do
serviço. Nesse caso, a avaliação consistiria na medição periódica de objetivos de longo prazo
(FURTADO; VIEIRA-DA-SILVA, 2014);
- avaliação por tomada de decisões: é utilizada quando os gestores necessitam de informações
e respostas a determinadas questões para poder direcionar as ações. O objetivo dominante é a
constituição em um elemento efetivamente capaz de participar de processos de tomada de decisão,
ou seja, que produza respostas para perguntas colocadas por aqueles que vivenciam o objeto avaliado
(NOVAES, 2000).
- abordagem por aprendizado: neste método, busca-se, por meio da aprendizagem por
aproximações sucessivas, a adequação das atividades e da organização dos serviços às necessidades
dos usuários. Nesta abordagem, também conhecida como abordagem educativa ou avaliação
participativa, os gestores e equipe de saúde aprendem com os problemas e experiências, avaliando e
planejando as ações necessárias para mudanças, conjuntamente com a comunidade (BURSZTYN;
RIBEIRO, 2005).
- avaliação dos sistemas (tríade Donabedian): esta metodologia é mais desenvolvida e
amplamente utilizada na avaliação da qualidade dos serviços de saúde. Tem como vantagens a
orientação da gestão, a objetividade quantitativa e replicabilidade, bem como a ênfase em relações de
causa-efeito entre os componentes do sistema e sua lógica conceitual (MESSEDER, 2005).
Nesse contexto, diante da ampla utilização, familiaridade e das vantagens apresentadas pelo
modelo de avaliação dos sistemas, esta metodologia foi escolhida para este estudo.
2.3 Avaliação dos sistemas (estrutura-processo-resultado)
Avedis Donabedian foi o pioneiro no campo da avaliação da qualidade em serviços de saúde
e apresenta três definições diferentes de qualidade: absolutista, que apresenta uma perspectiva
meramente técnica; individualista, em que há incorporação dos valores do consumidor; e social, na
qual a distribuição de benefícios para a população assume maior importância. Segundo o autor, para
22
avaliar a qualidade em saúde, deve-se fundamentar em três eixos: estrutura-processo-resultado
(Modelo SPO) (DONABEDIAN, 1980; NAU, 2009).
A estrutura consiste nas características dos provedores de cuidados, as ferramentas e recursos
disponíveis, bem como no ambiente físico e organizacional. Em um Serviço Farmacêutico, por
exemplo, corresponde ao grau de titulação do farmacêutico, sistema computacional para rastreamento
do paciente, área privativa para atendimento e recursos humanos. Estes elementos estruturais quando
presentes não refletem qualidade por si só, mas, se presentes, podem melhorar cuidado prestado.
O processo se refere ao conjunto de atividades que ocorre entre o paciente e o provedor de
cuidados, abrangendo os serviços e os produtos que são fornecidos e a maneira como estes são
fornecidos. O processo ainda pode ser subdividido em dois: o técnico e o interpessoal. O processo
técnico pode incluir a coleta de informações do paciente, o registro dos dados clínicos nos bancos de
dados, a verificação dos rótulos, a identificação e a resolução de problemas relacionadas aos
medicamentos, avaliação dos exames laboratoriais e resolução de questionamentos do paciente. O
processo interpessoal se refere à capacidade do farmacêutico expressar empatia, escutar e desenvolver
a relação terapêutica com o paciente.
O termo resultado diz respeito ao efeito do cuidado na saúde do paciente. Segundo Kozma;
Reeder; Schulz (1993), os resultados ainda podem ser expressos em três domínios (Modelo
Economic-Clinical-Humanistic Outcomes), a saber: econômicos (custos diretos e indiretos), clínicos
(por exemplo, pressão sanguínea, glicemia, hemoglobina glicosilada, dor, mortalidade) e
humanísticos (satisfação do paciente ou qualidade de vida) (DONABEDIAN, 1980).
Embora exista ampla documentação na literatura sobre o efeito dos processos e resultados no
cuidado aos pacientes, são escassos estudos que avaliam o impacto da estrutura na melhora da
qualidade dos serviços de saúde (GUTIERREZ, 2012; MEYER; MASAGLI, 2001). Todavia,
Donabedian acredita na importância da estrutura nos serviços de saúde, considerando-a como força
motriz para as etapas posteriores. Este autor ainda afirma que este eixo centrado na estrutura física,
instalações, qualificações dos provedores e nas organizações eficazes, tais como liderança, capital
humano, sistemas de gerenciamento de informações e dinâmica de grupo (tais como sistema cultural
e de incentivo), são elementos estruturais essenciais de melhora da qualidade em uma organização de
serviço de saúde e servem como os catalisadores primários para a mudança do Processo
(DONABEDIAN, 1978).
Em outras palavras, para avaliar e implantar serviços de saúde a avaliação da estrutura é
fundamental, visto que é capaz de influenciar as etapas subsequentes (processos e resultados), por
exemplo, a falta de uma sala privativa para o farmacêutico, impossibilita o processo de orientação
farmacêutico-paciente, limitando a obtenção de resultados clínicos aceitáveis para o paciente. Esta
23
abordagem pode ser utilizada como norteadora tanto para a implantação, quanto para a avaliação de
serviços de saúde qualificados, como os serviços da Farmácia Clínica (CARAYON et al., 2014).
A literatura demostra o valor dessa avaliação na implantação de serviços farmacêuticos
(ASHP, 1999; AGUIAR, 2010; BALISA-ROCHA, 2010; BRITO, 2015; CORRER et al., 2004;
FRANÇA-FILHO; CORRER; ROSSIGNOLI, 2008; LYRA JR, 2005; PHARMACEUTICAL
SOCIETY OF AUSTRÁLIA, 2011; RIOS et al., 2013; SANTOS-JUNIOR et al., 2015; SILVA,
2003). Por exemplo, no estudo de França-filho et al. (2008), 11,4% das farmácias comunitárias
avaliadas possuíam estrutura física com espaço para atendimento privado ou semiprivado o que
inviabilizava o processo de orientação farmacêutico. No estudo de Santos-Junior et al. (2015), a
qualificação dos farmacêuticos e a experiência prévia em serviços clínicos foram importantes para a
implementação de práticas clínicas ambulatoriais. Além disso, estes autores referem a necessidade de
se utilizar indicadores durante a implantação e avaliação de serviços clínicos farmacêuticos.
2.4 Avaliação da qualidade da estrutura como estratégia de diagnóstico
Ao longo das últimas décadas, algumas estratégias de avaliação têm sido empregadas a fim
de aprimorar a qualidade dos serviços de saúde e auxiliar o processo de implantação de novos serviços
em diversos cenários de atuação farmacêutica. Dentre as estratégias para implantação de serviços é
recomendado que inicialmente seja realizado o diagnóstico estrutural do cenário de prática
(ZIMMERMAN, 2003).
A realização de um diagnóstico da estrutura se fundamenta na necessidade de se conhecer o
ambiente, as características organizacionais e os recursos humanos para a prática dos serviços na
instituição. O conhecimento da situação estrutural, na qual são desenvolvidos os serviços, possibilita
o planejamento e a racionalização das intervenções a serem propostas (MARIN et al., 2004).
Ademais, a realização de diagnósticos da situação da área hospitalar, é uma prática corriqueira em
alguns países, sendo estas realizadas por sociedades científicas ou por conjugação de esforços entre
governo e as mesmas (GREPPERUD, 2015; MENDES; MIRANDOLA, 2015; SMITS;
SUPACHUTIKUL; MATE, 2014)
Uma das medidas adotada para melhorar a qualidade e a produtividade nas organizações de
saúde é o processo de acreditação hospitalar que realiza, dentre outras metodologias, o diagnóstico
de estrutura (POMEY et al., 2010). Iniciativas como esta foram relatadas em diversos países
(ALAVI; MAHAMOUD, 2008; HASAN; KERR, 2003; LEE et al., 2002; MALIK; TELES, 2001;
MACINATI, 2008; MANAF, 2005; OLÁSTICO; TOLEDO, 2013).
No Brasil, a acreditação hospitalar ainda é recente. Embora as primeiras iniciativas de
avaliação da qualidade dos serviços de saúde tenham sido feitas na década de setenta, foi só com a
24
criação do Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar (PBAH) na década de noventa, que a
acreditação ganhou maior projeção (SHIESARI; KISIL, 2003). Estima-se que menos de 5% dos
hospitais no Brasil possuam o certificado de acreditação (ONA, 2013), número reduzido se
comparado com outros países e em relação ao total de hospitais existentes no País (MENDES;
MIRANDOLA, 2015).
A acreditação consiste num processo de avaliação periódica, que tende a garantir a qualidade
da assistência por meio de padrões previamente aceitos. Tais padrões são estabelecidos em grau de
complexidade crescente e servem de guia para que uma instituição avaliadora de qualidade possa
avaliar a estrutura, os processos e os resultados de um hospital, dependendo do nível de acreditação
a ser implantada (ONA, 2013). Assim, uma das ferramentas utilizadas para a diagnosticar, avaliar e
monitorar a qualidade de um serviço pelas instituições avaliadoras é o emprego de indicadores,
visando o acesso à efetividade, eficiência, confiabilidade e completude dos processos de trabalho,
constituindo-se em uma prática valiosa para avaliação dos serviços de saúde.
2.5 Indicadores de Avaliação do Serviço de Saúde
A avaliação da qualidade dos serviços de saúde, bem como o acompanhamento da
implantação destes serviços devem ser baseados em instrumentos de aferição, denominados
indicadores, que são utilizados para identificar, a qualquer momento, qual a situação da organização
em relação ao que foi planejado (BRASIL, 2007; OLIVEIRA, 2010).
Indicadores são medidas quantitativas da qualidade relacionadas à estrutura (planta física,
equipamentos, materiais disponíveis, recursos humanos e características organizacionais da
instituição), processo (atividades desenvolvidas na assistência médica) e resultado (o que se espera
alcançar com o paciente, além da satisfação, o impacto do tratamento sobre seu estado de saúde), com
o objetivo de atingir melhora da assistência e dos processos relacionados à assistência (CIPRIANO;
PINTO; CHAVES, 2009; MARTIN-CALERO et al., 2004; SILVA, 2010).
Segundo Cipriano (2004), os indicadores subsidiam o conhecimento com base em dados da
real situação do serviço e possuem as seguintes finalidades:
- diagnosticar as deficiências para que possam ser analisadas e eliminadas;
- comunicar com exatidão as expectativas do desempenho aos subordinados;
- fornecer feedback, comparando o desempenho com o padrão;
- recompensar o desempenho e;
- tomar e apoiar decisões gerenciais ou clínicas.
A literatura define que os indicadores são elementos essenciais para a elaboração do
planejamento, controle dos processos das organizações, análise crítica do desempenho, tomada de
25
decisões e para o replanejamento (MARSHALL-JUNIOR, 2015; PFEIFFER, 2014). Um indicador
deve ser gerado de forma a assegurar a disponibilidade dos dados e resultados relevantes, no menor
tempo possível e ao menor custo (SILVA, 2010).
Na área da saúde, alguns indicadores referentes aos processos organizacionais já são bem
conhecidos e frequentemente utilizados, outros deverão ser construídos de acordo com a necessidade
da organização (SBRAFH, 2009). Exemplos de indicadores comumente utilizados que estão
relacionados a processo:
- taxa de mortalidade institucional - mede a mortalidade ocorrida até 24 horas após a
internação hospitalar.
- média de permanência – representa o tempo médio em dias que os pacientes ficaram
internados no hospital.
- relação percentual entre o número total de casos resolvidos pelo número total de pacientes
internados em um determinado período.
Segundo o modelo proposto por Donabedian (1980), os indicadores de estrutura se referem a
todos os recursos estáveis relativos à assistência médica ou de saúde. Engloba toda a estrutura
física, disponibilidade de equipamentos, recursos humanos, materiais e financeiros necessários para
a prestação do serviço.
A influência ou contribuição exata do componente estrutura na qualidade final da assistência
prestada é difícil de ser quantificada, mas é possível avaliar em termos de tendência, por exemplo,
uma estrutura mais adequada aumenta a probabilidade da assistência prestada ser de melhor qualidade
(ARROYO, 2007).
Neste sentido, no presente estudo foram identificados, sistematizados e proposto um conjunto
de indicadores para diagnosticar a estrutura das farmácias para possibilitar o planejamento das ações
necessárias que viabilize a implantação da Farmácia Clínica na instituição.
2.6 Serviços de Farmácia Clínica
De acordo com American College of Clinical Pharmacy (2008), a Farmácia Clínica é definida
como a disciplina da saúde em que o farmacêutico presta assistência ao paciente por meio da prática
do uso racional de medicamentos com a adequação da farmacoterapia e da prevenção de doenças. As
principais atividades da Farmácia Clínica são a interação com a equipe de saúde, avaliação e
monitoração da resposta terapêutica do paciente, recomendações e fornecimento de informações
sobre medicamentos (MARTINBIANCHO; ZUCKERMANN; ALMEIDA, 2013).
Desde a década de 1960, a Farmácia Clínica contribui com a saúde dos pacientes, fazendo
parte das equipes de saúde, como pode ser visto atualmente em hospitais de países desenvolvidos
26
(DELPEUCH et al., 2015; PROPER et al., 2015). As ações desempenhadas pelos farmacêuticos
clínicos resultam em administração de medicamentos mais seguros, melhores resultados para o
paciente e redução dos custos com medicamentos. Além disso, estes serviços podem proporcionar
maior qualidade da educação em saúde dos pacientes (HORN; JACOBI, 2013).
Na última década, vários trabalhos têm relatado a contribuição dos serviços de Farmácia
Clínica. Witt et al. (2005) demonstraram que um grupo de pacientes acompanhados por farmacêuticos
clínicos reduziu em 39% o risco de complicações relacionadas à terapia de anticoagulação quando
comparados ao grupo controle. Posteriormente, Chung et al. (2014) demonstraram que pacientes com
diabetes foram reinternados oito vezes mais que aqueles acompanhados por farmacêuticos clínicos.
Em relação aos aspectos econômicos, uma revisão sistemática da literatura conduzida por
GALLAGHER; O'CONNOR; O'MAHONY (2014) demonstrou que a maioria dos estudos analisados
apresentou redução dos custos relacionados à internação. MAGEDANZ; ERCI; SANTOS (2012), em
um hospital brasileiro, reportaram a economia de cerca de US$8.000,00 mensais com antibióticos
quando o farmacêutico foi incluído na equipe multidisciplinar.
Com base nesses dados, os serviços de Farmácia Clínica podem ser determinantes para
otimização do uso de medicamentos no âmbito hospitalar (ANDRADE et al., 2015; SIQUEIRA et
al., 2012). Apesar disso, no Brasil, a carência de dados sobre a avaliação da Estrutura para a
implantação dos serviços de Farmácia Clínica justifica a pesquisa sobre o tema, podendo contribuir
para a promoção da segurança e do cuidado ao paciente internado (ANDRADE et al., 2015; CANI et
al., 2015).
Atualmente, ainda não há consenso no mundo sobre a definição e nomenclatura dos serviços
de Farmácia Clínica, porém a descrição das atribuições clínicas dos farmacêuticos em hospitais
promove maior compreensão sobre os objetivos e níveis de complexidade de cada um destes. Por
isso, no presente estudo foi seguida a descrição atualizada dos serviços clínicos farmacêuticos, feita
por CORRER; ROTTA; FERNANDEZ-LLIMOS (2013):
- serviços focados no aconselhamento ao paciente sobre os medicamentos, doenças e medidas
não farmacológicas, juntamente ou não com a entrega de medicamentos, visando promover o uso
correto de medicamentos e práticas de autocuidado. Pode utilizar materiais de apoio educativo
impressos ou multimídia;
- serviços focados na revisão dos medicamentos e ajustes na farmacoterapia do paciente,
podendo haver ou não contato direto com o mesmo. O objetivo é identificar e corrigir falhas na
utilização pelo paciente, questões relativas à seleção inapropriada de medicamentos e regime
terapêutico, custos do tratamento ou efeitos sentidos pelo paciente. O farmacêutico geralmente faz
recomendações ao paciente ou ao médico e pode possuir maior ou menor autonomia para realizar
modificações no tratamento;
27
- serviços focados no acompanhamento da farmacoterapia e evolução do paciente, com foco
nos resultados em saúde obtidos e no cuidado contínuo da condição de saúde, utilizando diversas
formas de contato com o paciente e com o médico, tempo de seguimento ou número de consultas;
- serviços focados na elaboração ou aprimoramento de uma história farmacoterapêutica
completa e confiável e na reconciliação terapêutica, em momentos como a admissão hospitalar, na
transferência entre serviços e na alta hospitalar, com fornecimento de informações ao médico e ao
paciente, de forma normalmente escrita, com o objetivo principal de corrigir discrepâncias na
medicação;
- serviços focados no fornecimento pelo farmacêutico de informações ao médico e equipa de
saúde, sem haver necessariamente cuidado direto ao paciente. Inclui discussões multidisciplinares de
caso, rondas hospitalares, desenvolvimento de protocolos clínicos, formulários terapêuticos e
estabelecimento de relações mais próximas com a equipe. Inclui serviços de visitas ao médico, a fim
de fornecer informações científicas e promover boas práticas de prescrição, normalmente para
condições clínicas ou medicamentos específicos;
Ante o exposto, para implantação de serviços de Farmácia Clínica é necessário ter a
preocupação com a qualidade dos serviços de saúde. Como fase inicial desta implantação é preciso
conhecer o ambiente, recursos humanos e as percepções dos profissionais que compõem o cenário e
explorar as possibilidades de transformação da estrutura, desencadeando processos mais efetivos e
resultados clínicos, humanísticos e econômicos aceitáveis e reprodutíveis.
2.7 Avaliação da Percepção – Metodologia Qualitativa
As pesquisas sobre percepção dos farmacêuticos e outros profissionais de saúde são amplas e
colaboram com o aprimoramento das práticas clínicas, pois abordam temas como visões, experiências
e atitudes que são de grande valia para esclarecer as questões que permeiam as profissões da saúde
na atualidade (BRYANT et al., 2009).
Segundo Oliveira e Varela (2008), o uso de metodologias qualitativas neste contexto pode ser
útil para responder perguntas que a quantificação de dados não é capaz de responder. Embora esta
metodologia ainda seja pouco utilizada na Farmácia, a mesma possibilita o conhecimento de
realidades empíricas que servem de base para o desenvolvimento de serviços de cuidado ao paciente
(EADES; FERGUSON; O'CARROLL, 2011; QUEIROZ et al., 2007; NAVES et al., 2013).
A metodologia qualitativa pode contribuir com o conhecimento e difusão das principais
barreiras e facilitadores para a implantação de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias
comunitária, ambulatórios e hospitais, bem como ajudar novas pesquisas e serviços ainda não
consolidados (BACCI et al., 2014; HOULE; MEAGEN; ROSS, 2014). Os resultados das pesquisas
28
sobre implantação de serviços clínicos farmacêuticos também reforçam a necessidade de avaliar o
sucesso limitado destas ações (BLAKE et al., 2009; IBRAHIM; SCOTT, 2013; MARTÍN-CALERO
et al., 2004). Nestas pesquisas, a falta de estrutura e processos adequados dos serviços, lacunas na
formação do farmacêutico, falta de tempo e remuneração são barreiras frequentemente relatadas para
consolidação de serviços em hospitais, ambulatórios e farmácias comunitárias (COSTA; PEREIRA,
2012; CORRER; OTUKI; SOLER, 2011; HUGHES; MCCANN, 2003).
Em contrapartida, estudos destacam alguns facilitadores fundamentais para o sucesso da
implantação dos serviços clínicos farmacêuticos. Dentre os quais, a boa formação e capacitação dos
profissionais, resultados positivos para os pacientes, satisfação no trabalho, tempo suficiente para
serviço, ambiente privado e confortável para o paciente e parceria com outros profissionais de saúde
(EMMERTON et al., 2012; GASTELURRUTIA et al., 2005; PENM et al., 2014). Todavia, aspectos
associados a influência do perfil do farmacêutico, bem como as percepções de outros profissionais de
saúde envolvidos na prática farmacêutica são pouco conhecidas e merecem maior destaque em futuros
estudos.
2.8 Histórico da dissertação
O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social da Universidade Federal de Sergipe
– Brasil (LEPFS/UFS) é uma iniciativa acadêmica, estabelecida em 2007, com o intuito de
desenvolver atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão e formar profissionais capacitados
para a execução de estudos na área da Farmácia Social. O LEPFS/UFS tem como missão inovar e
formar para o cuidado ao paciente e para promoção do uso racional de medicamentos.
Em 2010 foi realizada a primeira Defesa de Mestrado sobre a temática da influência dos
serviços de Farmácia Clínica na prevenção de erros de medicação “Avaliação da qualidade das
prescrições médicas da clínica cardiológica em um hospital privado de Aracaju-Se” da então aluna
de mestrado Jullyana de Souza Siqueira Quintans. Esta defesa gerou uma publicação sobre a
influência da propaganda na utilização de medicamentos em um grupo de idosos e duas publicações
relacionadas à análise da qualidade de prescrições de pacientes idosos e com problemas
cardiovasculares internados em um hospital no Brasil (LYRA-JR. et al., 2010; SIQUEIRA et al.,
2011; SIQUEIRA et al., 2012).
No ano seguinte foi dada continuidade aos estudos em um novo cenário: o Hospital
Universitário (HU). Percebeu-se a oportunidade de se explorar essa área de conhecimentos inédita no
HU por meio de trabalhos que envolvessem a atuação do farmacêutico em serviços clínicos que
beneficiem pacientes e a equipe de saúde. Deste então, foram realizados dois mestrados, o de Genival
29
Araújo de Santos Júnior e Carina Carvalho Silvestre, e um doutorado, de Tatiane Cristina Marques,
neste cenário.
Em 2013, o LEPFS/UFS foi convidado pela coordenação da Fundação Estadual de Saúde de
Sergipe (Funesa-SE) para iniciar um projeto de implantação de um modelo de serviços clínicos
farmacêuticos no programa Farmácia Popular do Brasil (FPB) nas três unidades próprias geridas por
esta fundação que atende grande parte o estado de Sergipe.
Nesse cenário, o LEPFS/UFS junto a Funesa-SE desenvolveu um estudo transversal para
avaliar a infraestrutura (física e recursos humanos) necessária para assegurar a prestação dos serviços
clínicos farmacêuticos nas FPB, um estudo longitudinal que promove o nivelamento do conhecimento
dos farmacêuticos para capacitá-los à prestação dos serviços, o estabelecimento de processos de
trabalho para a prática, a monitorização da implementação dos serviços e a elaboração dos
documentos e instrumentos necessários para aplicação dos mesmos, e dois estudos longitudinais
qualitativos que permitiram conhecer as percepções dos farmacêuticos sobre a implantação dos
serviços (DOSEA et al., 2015). Estes estudos fizeram parte do doutorado da Professora Gisele de
Carvalho Brito, da UFS, e do mestrado da farmacêutica Aline Santana Dósea, sendo os primeiros
estudos de avaliação da implantação de serviços realizados pelo LEPFS/UFS.
Ante o exposto, os farmacêuticos do Hospital de Urgências de Sergipe, interessados em
replicar no hospital o sucesso da implantação dos Serviços Clínicos no Hospital Universitário e dos
serviços da FPB, convidaram o LEPFS/UFS para iniciar o projeto de implantação da Farmácia Clínica
na instituição. Atualmente, o projeto de doutorado de Thelma Onozato “Implantação de Serviços de
Farmácia Clínica em um Hospital Público de Alta Complexidade” está sendo realizado. Assim, houve
a necessidade de analisar a estrutura necessária para implantação destes serviços com o
desenvolvimento da presente dissertação.
31
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Identificar as condições existentes e as mudanças necessárias para a implantação futura dos
serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade.
3.2 Objetivos específicos
Compreender as percepções de um grupo de farmacêuticos e de informantes-chave para a
implantação futura dos serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade.
Analisar a estrutura (estrutura física, características organizacionais e habilidade de
comunicação dos farmacêuticos) existente para o desenvolvimento dos serviços de Farmácia Clínica
nesta instituição.
34
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 CAPÍTULO I: Percepções de um grupo de farmacêuticos e outros profissionais para implantação
da Farmácia Clínica em um hospital público brasileiro de alta complexidade
Thaciana dos S. Alcântaraa, Thelma Onozatoa, Fernando de C. Araújo Netoa, Aline S. Dosea, a,
Gisele de C. Britob, Divaldo P. Lyra Juniora.
aLaboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social, Universidade Federal de Sergipe, LEPFS-
UFS, s/n, Avenida Marechal Rondon, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Brasil.
bUniversidade Federal de Sergipe, Campus Lagarto, R. Padre Álvares Pitangueira, 288, Lagarto - SE,
Brasil.
Autor correspondente: Divaldo P. Lyra Junior
E-mail: [email protected]
35
RESUMO
Durante o processo de implantação dos serviços de Farmácia Clínica, fatores internos e externos
podem favorecer ou dificultar a incorporação de cuidados na rotina dos hospitais. Neste contexto, foi
realizado um grupo focal com farmacêuticos e entrevistas com os gestores da classe farmacêutica,
médica e enfermagem, para compreender suas percepções em relação ao processo de implantação dos
serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade no Brasil. Os dados foram
analisados por meio da análise de conteúdo. Os farmacêuticos discutiram questões sobre a estagnação
das atividades clínicas da profissão no Brasil e que segundo os gestores, esta realidade é devido à
carência da formação na área clínica no país. Os farmacêuticos demonstraram expectativas em relação
à mudança na atuação profissional. E segundo os gestores os serviços proporcionariam impacto
positivo nos resultados clínicos dos pacientes. Lacunas na formação acadêmica, medo pela falta de
conhecimento e habilidades de comunicação foram barreiras relatadas neste estudo. Além disso,
foram relatados como facilitadores, a experiência clínica de alguns farmacêuticos. Este estudo
permitiu o conhecimento de fatores que poderão influenciar a implantação dos serviços de Farmácia
Clínica na instituição analisada. Nesta perspectiva, estes resultados poderão direcionar planejamentos
para implantação da Farmácia Clínica em hospitais.
Palavras-chave: Hospital, Farmácia Clínica, Implantação de serviços de saúde, Percepções de
profissionais de saúde.
36
INTRODUÇÃO
Estudos recentes têm relatado que a inclusão de serviços de Farmácia Clínica pode promover
a minimização dos erros de medicação, diminuição de custos hospitalares e melhora no resultado da
farmacoterapia dos pacientes. Perez et al. (2009), por exemplo, demonstraram que a Farmácia Clínica
promoveu benefícios em 69% dos estudos analisados e que a redução de custos hospitalares ocorreu
na ordem de US$ 4,81, em média, para cada dólar gasto. No estudo de Rivkin e Hongjun (2011) foi
verificada que a presença do farmacêutico clínico durante as rondas hospitalares reduziu em 65% o
número de interações medicamentosas em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Um
estudo mais recente mostrou que o serviço de Farmácia Clínica evitou 64,19% dos erros médicos no
grupo para pacientes portadores de diabetes internados, 18 vezes mais que no grupo controle,
economizando US$ 191,08 em 15 dias para o hospital (LONG et al., 2014).
Apesar dos estudos comprovarem os resultados benéficos dos serviços de Farmácia Clínica,
dos esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) em promover estes serviços em todos os
países, bem como a regulamentação das atribuições clínicas farmacêuticas por meio da resolução do
Conselho Federal de Farmácia (CFF) no 585/2013, esta ainda não é uma prática consolidada no Brasil
(GHANI; GILLANI; GHANI, 2010; PANDE et al., 2013; SMITH, 2009).
Na verdade, a educação farmacêutica dos países em desenvolvimento ainda é desenvolvida
de forma desarticulada da realidade social, assim como em outros países da Europa e Ásia
(ALLEMANN et al., 2014; KHAN; AHMED; ANWAR, 2011; VAN MIL; SCHULZ; TROMP,
2004). A formação é voltada para a produção de medicamentos, técnicas e exames, enquanto a saúde
da população tem pouco espaço no processo educativo, além de número reduzido de atividades
interdisciplinares e interação academia-serviços (ABENFAR, 2010; BRASIL, 2008; CASTRO;
CORRER, 2007). Logo, é preciso identificar barreiras e facilitadores para a implantação de práticas
inovadoras nos serviços farmacêuticos, por meio das percepções dos profissionais envolvidos,
melhorando a qualidade destas atividades (CABANA et al., 1999; COCHRANE et al., 2007).
37
Neste contexto, a utilização da pesquisa qualitativa tem revelado quais as barreiras e
facilitadores que interferem na estruturação, nos processos de trabalho e nas habilidades profissionais
que são necessárias para obtenção de resultados positivos da implantação dos serviços de Farmácia
Clínica (ERDOGAN et al., 2012; KAAE; CHRISTENSEN, 2012; SARRIFF et al., 2010). Segundo
Penm et al. (2014), as principais barreiras para a consolidação destes serviços em países em
desenvolvimento incluem a escassez de farmacêuticos qualificados e a falta de estrutura física
adequada. Por outro lado, alguns facilitadores, tais como a satisfação do paciente com os serviços e
o apoio à pesquisa para a melhora da prática farmacêutica foram observados (DOSEA et al., 2015;
GIL et al., 2015; PENM et al., 2014).
Nos países em desenvolvimento esta prática ainda é nova e não há estudos sobre a
compreensão da implantação de serviços de Farmácia Clínica em hospitais a partir da perspectiva dos
próprios farmacêuticos e outros profissionais envolvidos. Diante disso, este estudo tem como objetivo
compreender a percepção de um grupo de farmacêuticos e gestores que representam a classe dos
farmacêuticos, médicos e enfermeiros imersos em experiências que antecedem a criação e
implantação de serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo qualitativo, utilizando grupo focal e entrevistas com informantes
chave. Este estudo empregou uma metodologia que coleta dados sobre a compreensão e interpretação
de fenômenos, sem julgamento, com objetivo de entender as percepções do indivíduo e explicar as
relações, valores, atitudes, crenças e hábitos da população alvo (MINAYO, 2008; HOLLOWAY;
WHEELER, 2013).
O cenário do estudo foi composto por unidades de farmácia de um hospital público de alta
complexidade, o Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE), localizado no Nordeste do Brasil. O
HUSE é o maior hospital público e principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) para
os casos de alta complexidade de Sergipe, com atendimento médio de 14 mil pacientes por mês
somente nos setores de Urgência/Emergência, o HUSE compreende 13 alas de internação e
38
capacidade física instalada de 421 leitos. O hospital conta com sete unidades de farmácia localizadas
na pediatria, oncologia, UTI, pronto socorro, central, centro cirúrgico.
Contexto do estudo
Atualmente, apenas atividades logísticas são realizadas pelos farmacêuticos nas farmácias.
Estas atividades, que são consideradas prioritárias em farmácia hospitalar, englobam o planejamento,
implementação e controle eficiente, ao correto custo, do fluxo e armazenagem de materiais médico-
hospitalares, medicamentos e outros materiais. No entanto, as atividades clínicas que tem por objetivo
assegurar, mediante aplicação de conhecimentos e funções, o uso responsável do medicamento, não
são realizadas na instituição.
Diante desta realidade, por meio de interesse mútuo e parceria entre o Laboratório de Ensino
e Pesquisa em Farmácia Social da Universidade Federal de Sergipe e a Instituição hospitalar, um
formato de consultoria/ treinamento para os farmacêuticos e funcionários das farmácias foi
estabelecido para implantar os serviços de Farmácia Clínica (ex. conciliação de medicamentos,
análise da prescrição, seguimento farmacoterapêutico e revisão da farmacoterapia) nas unidades de
farmácias do HUSE.
O projeto está na fase de análise diagnóstica em que foram levantados dados sobre estrutura,
planejamento estratégico e percepção da população alvo a fim de entender as expectativas do grupo
e necessidades para a implantação de serviços clínicos nesta instituição. Além disso, após a avaliação
da percepção dos profissionais foram realizadas capacitações sobre habilidades de comunicação,
exames laboratoriais, administração de medicamentos e serviços de Farmácia Clínica.
Grupo focal e entrevistas
Foram convidados todos os 28 farmacêuticos hospitalares da instituição. Após a seleção dos
participantes, a proposta do serviço foi apresentada e, em seguida, foi realizado o grupo focal. Quanto
aos informantes-chave foram entrevistados os gestores das classes farmacêutica, médica e
39
enfermagem. Para tanto, foram selecionados profissionais que possuíam uma visão geral do hospital
e influência sobre as classes representantes que pode ser determinante para a implantação da Farmácia
Clínica na instituição, bem como serem responsáveis pela organização dos horários de trabalho dos
profissionais, liderança e representação do grupo. Assim, foram entrevistados como gestores
farmacêuticos: o farmacêutico responsável técnico e o gerente da farmácia hospitalar; gestor médico:
o médico da vigilância epidemiológica e como gestor da enfermagem: o enfermeiro da gestão de
risco. Ademais, foram realizadas as mesmas perguntas para o grupo focal e para as entrevistas.
Seguindo as recomendações dos critérios consolidados para relatar pesquisa qualitativa
(COREQ) (TONG; SAINSBURY; CRAIG, 2007), o grupo focal e as entrevistas foram conduzidos
em dias diferentes, primeiro grupo focal e depois as entrevistas foram realizadas, em um ambiente
separado do local de trabalho para minimizar possíveis interferências. Todos os participantes
assinaram um termo de consentimento que previa a gravação de vídeo e publicação dos dados do
grupo focal e entrevistas. Além disso, este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade
Federal de Sergipe com o número CAAE: 36927014.4.0000.5546.
Desenvolvimento de roteiros
Elaborado pelos pesquisadores envolvidos no projeto, os roteiros para cada discussão (tanto
grupo focal como entrevistas) levantaram questões sobre a percepção dos farmacêuticos e outros
profissionais em relação à instituição onde trabalham, conhecimento dos serviços de Farmácia
Clínica, expectativas em relação à implantação dos serviços e as barreiras que esperam enfrentar no
processo de implantação dos serviços.
Os roteiros foram semiestruturados e as perguntas do roteiro foram abertas, conduzidas por
um moderador representado por um dos pesquisadores que matinha relação neutra com os
participantes do estudo, teve o papel de estimular o ambiente para a troca de opiniões e manter o foco
da discussão. O grupo focal e as entrevistas tiveram duração máxima de duas horas; toda a discussão
foi gravada em vídeo e/ou gravação voz e, posteriormente, transcrita para a análise dos dados.
40
Análise
Depois de coletar as informações, estas foram transcritas e analisadas, utilizando a técnica
Análise de Conteúdo de Bardin (1977), para posterior interpretação. Os dados foram organizados e
sistematizados em categorias e unidades de registro. A metodologia envolve organização e análise de
conteúdo relatados para fazer inferências. Esta técnica é composta por três fases: 1) pré-análise, na
qual o material a ser analisado é organizado, as ideias iniciais são sistematizadas, e recortes de texto
são feitas na análise de documentos; 2) a exploração do material, em que os dados são agregados em
categorias; e 3) a interpretação, quando o material é interpretado e inferências são feitas. Dois
pesquisadores (TSA e TO) analisaram independentemente o grupo focal e as entrevistas e em caso de
discordância, um terceiro pesquisador (ASD) foi solicitado. No final, a análise crítica das categorias
do grupo focal e entrevistas foram realizadas.
RESULTADOS
Dos 28 farmacêuticos convidados a participar do grupo focal, 16 farmacêuticos aceitaram.
Dos 12 farmacêuticos que se recusaram participar, dez foram devido à falta de tempo e dois por não
terem visto o e-mail de convite do grupo focal. Em relação às entrevistas, não houve recusa de
participação dos gestores. A gravação das entrevistas gerou o total de 73 minutos e o grupo focal 101
minutos de áudios transcritos na íntegra para análise. Inicialmente foi feita a análise do grupo focal e
em seguida a análise das entrevistas. Os dados obtidos do grupo focal e entrevistas tiveram os mesmos
critérios de análise e deram origem a quatro categorias: “Percepção da situação atual”, “Expectativas
da implantação”, “Barreiras para implantação”, “Facilitadores da implantação”.
Percepção da situação atual
As percepções em relação à realidade da profissão farmacêutica e às atividades realizadas
pelos farmacêuticos foram relatadas tanto por estes profissionais como pelos gestores dos
41
farmacêuticos, médicos e enfermeiros. Os farmacêuticos discutiram questões sobre suas atribuições
serem apenas logísticas e a estagnação das atividades clínicas da profissão no Brasil. Segundo os
gestores, esta realidade é devido à carência da formação na área clínica no país que faz com que os
farmacêuticos tenham atuação clínica insuficiente para atender a demanda do hospital, o que para
alguns farmacêuticos gera insatisfação com o trabalho na instituição, como citado por alguns
farmacêuticos (Tabela 1).
“... somos farmacêuticos apenas da logística, que trabalham simplesmente vendo estoque,
se faltam ou sobram medicamentos, se dez ou cinco ampolas são suficientes” (farmacêutico
B).
“... porque eu não tive essa base (área clínica) na faculdade, eu sou formada na área de
indústria”1 (farmacêutico E).
Os gestores relataram que a direção da instituição apoia as atividades voltadas para o
programa de segurança do paciente. Estas atividades requerem maior interação com equipe
multiprofissional, e que segundo os farmacêuticos, há satisfação profissional quando isto ocorre.
“...a administração do hospital está apoiando o Programa de Segurança do Paciente, acho
que entendem que a Farmácia Clínica é um ponto importante nesse caminho. ” (relato do
gestor C).
Expectativas da implantação
Os farmacêuticos relataram ter expectativa pela atuação profissional com foco em clínica, e
que segundo os gestores possibilitaria a melhora no processo de uso racional do medicamento,
reduzindo os custos e danos causados por mal-uso de medicamentos no hospital (Tabela 2).
“A expectativa é a melhor possível. Porque essa é a tendência na nossa profissão”
(farmacêutico F).
1“No Brasil, de 1969 até 2002, o currículo do curso de Farmácia era dividido em três habilitações:
análises clínicas, indústria de medicamentos ou alimentos”.
42
“... a implantação do serviço vai gerar impacto na elevação da segurança do paciente, na
qualidade do cuidado e na redução de custos...” (gestor C).
Outra expectativa relatada foi em relação ao suporte técnico fornecido pelos pesquisadores
para desenvolver habilidades clínicas e de comunicação, bem como adquirir conhecimento sobre a
Farmácia Clínica, segundos os relatos:
“A expectativa é que vocês (pesquisadores) deem para gente o direcionamento, porque como
perceberam que a gente não tem essa base, acho que a prioridade seria realmente o
planejamento, como o passo a passo, o que a gente vai fazer primeiro, o que a gente vai fazer
depois...” (farmacêutico G).
“ Nós queremos desenvolver habilidades de comunicação para saber como lidar em todas
as situações. ” (farmacêutico E).
Conforme os gestores, o desenvolvimento das habilidades clínicas e de comunicação, bem
como a implantação dos serviços poderão aumentar a qualificação e valorização profissional dos
farmacêuticos.
“A Farmácia Clínica vai fazer com que dentro da própria instituição, o farmacêutico seja
reconhecido como profissional diferenciado ” (gestor D).
Segundo os farmacêuticos estes serviços poderão tornar os farmacêuticos mais visíveis para
o hospital e, de acordo com os gestores, o fortalecimento e sustentação destes serviços poderão
subsidiar a contratação de novos profissionais.
“... os bons resultados obtidos poderão influenciar a contratação de novos farmacêuticos
para manter uma equipe maior de Farmácia Clínica” (gestor D).
Barreiras para implantação
Foram identificados temas que afetam a execução dos serviços de Farmácia Clínica no
hospital: fatores externos, que fogem do controle da farmácia, barreiras estruturais e organizacionais,
43
e barreiras em relação às atitudes dos farmacêuticos e de relacionamento entre a equipe de saúde
(Tabela 3).
Fatores externos
Os fatores externos identificados pelos farmacêuticos foram relacionados à falta de apoio de
alguns farmacêuticos do hospital, bem como a resistência dos profissionais de saúde em geral a novos
serviços implantados no hospital, de acordo com relato de um dos gestores.
“Aqui no hospital, os profissionais da equipe têm resistência ao novo, então acredito que
essa vai ser a grande barreira...” (gestor B).
Além disso, os gestores relataram como barreira o desconhecimento das atividades clínicas
farmacêuticas por outros profissionais da equipe de saúde. Falhas no sistema público de saúde (como
problemas na administração de hospitais públicos, devido a questões políticas), bem como falta de
reconhecimento da importância do farmacêutico pela gestão do hospital também foram citadas como
barreiras, pelos farmacêuticos, que os envolvidos no projeto poderão ter problemas para atenuá-las e
que podem dificultar o processo de implantação dos serviços.
“Quem está há mais tempo sabe que as dificuldades são imensas, desde a gestão...
ingerências, ineficiências, problemas na administração do serviço público” (farmacêutico B).
“A barreira principal é a gestão do hospital. É preciso fazer com que a gestão entenda que
o farmacêutico é importante para o hospital para começar a desenvolver alguma coisa, a
partir daí que vamos conseguir estrutura, vamos conseguir tudo” (farmacêutico D).
Estruturais e organizacionais
Os participantes relataram a existência de barreiras relacionadas à falta de tempo devido aos
recursos humanos serem insuficientes e a alta carga de trabalho, principalmente burocrática, como
citado por um dos gestores:
44
“... o número de profissionais para fazer a Farmácia Clínica é pequeno... será que vai ter
condições de ter farmacêuticos clínicos sem desfalcar a parte de logística? ” (gestor D).
Além disso, a falta de instalações adequadas de trabalho foi frequentemente relatada. Um
destes obstáculos está relacionado com condições desfavoráveis da estrutura física (distância das
farmácias) que impedem a comunicação com a equipe de saúde.
Tal dado foi relatado pelos farmacêuticos:
“Existem problemas principalmente na estrutura física, tipo mobília e tecnologia...”
(farmacêutico H).
“Poucos profissionais no hospital sabem onde as farmácias estão localizadas... talvez não
estejam em local adequado e estratégico, para gerar demanda para serviços farmacêuticos”
(farmacêutico A).
A Falta de padronização dos processos de trabalho dos farmacêuticos e da equipe de saúde
foram identificadas como problemas organizacionais. Outro ponto de destaque foi a existência de
rigidez na estrutura organizacional que não promovia a autonomia e inovação, mas focava o papel
dos farmacêuticos em atividades logísticas, conforme o relato:
“... nós sofremos pressão muito grande em relação aos serviços de logística” (farmacêutico
C).
Atitudes dos farmacêuticos e relação com a equipe de saúde
As discussões apontaram para a falta de conhecimentos e competências entre os
farmacêuticos, que sentem insegurança para prestarem serviços clínicos no hospital. No geral, os
farmacêuticos e gestores relataram a necessidade de desenvolver habilidades específicas de
comunicação com os pacientes e com a equipe de saúde. Em consequência, os farmacêuticos
reportaram sentimentos de vergonha, medo e frustração conforme citações abaixo:
“... então temos outro desafio: o medo pessoal...” (farmacêutico B).
45
“ A falta de qualificação para exercer esse tipo de serviço é uma barreira... não temos
qualificação para nos inserirmos na equipe de saúde... vamos ter muita dificuldade”
(farmacêutico G).
A falta de comunicação com outros profissionais da saúde foi citada como barreira pelos
farmacêuticos:
“... porque a gente se depara com a dificuldade de comunicação com o médico e outros
profissionais” (farmacêutico I).
Segundo o relato dos gestores esta barreira pode estar relacionada com o desconhecimento
por parte dos outros profissionais da equipe de saúde das atribuições clínicas farmacêuticas. Além
disso, outro ponto que contribui com esta falta de comunicação é que os médicos e enfermeiros
receiam o envolvimento com o farmacêutico, pois temem que este assuma o papel de fiscalizador de
suas atividades.
Facilitadores da implantação
Neste estudo, os gestores relataram o apoio da direção do hospital na implantação da Farmácia
Clínica, pois este serviço poderá contribuir para o aperfeiçoamento das atividades voltadas
para o Programa de Segurança do Paciente:
“ A administração do hospital compreende a importância desse movimento e apoia a
Farmácia Clínica. Isso é importante para a política de segurança do paciente, porque a
Farmácia Clínica é um facilitador deste processo” (gestor C).
Nesse contexto, os farmacêuticos reforçam que a experiência clínica de alguns colegas e o
conhecimento prévio de outros profissionais da equipe de saúde sobre os serviços clínicos
farmacêuticos favorecerão o processo de implantação (Tabela 4):
“... na nossa equipe existem farmacêuticas com experiência em Farmácia Clínica”
(farmacêutico B).
46
A organização dos processos de trabalho dos profissionais da equipe de saúde, bem como a
participação do farmacêutico nas atividades multiprofissionais do hospital foram relatados como
critérios que facilitariam o sucesso do projeto. Além disso, a adequação da estrutura do hospital,
capacitações contínuas e registro dos impactos clínicos e econômicos dos serviços também foram
relatados como facilitadores, de acordo com o relato dos gestores:
“... é o momento do farmacêutico participar do que está havendo no hospital, discutir
soluções. A implantação da Farmácia Clínica está integrada nos planos do uso seguro de
medicamento. Então a participação do farmacêutico nesses encontros multiprofissionais é
fundamental para que os outros profissionais da equipe de saúde reconheçam a sua
importância” (gestor C).
“ Nós precisamos aprender a fazer registros dos resultados clínicos e econômicos,
demonstrações e estudos para demonstrar o benefício obtido, especialmente no setor
público...” (gestor A).
DISCUSSÃO
Percepção da situação atual
Os farmacêuticos relataram que suas atribuições atuais são principalmente logísticas e que
isso gera insatisfação de alguns por suas atividades clínicas não serem reconhecidas por outros
profissionais da equipe de saúde, percepções também relatadas em outros estudos (Blazejewski et al.,
2013; Wibowo et al., 2015). De acordo com Bermond et al. (2008), o farmacêutico ainda assume
ações predominantemente administrativas em detrimento das ações de educação em saúde, de
orientação e promoção do uso responsável de medicamentos. Com a formação dos profissionais de
saúde baseada no paradigma biomédico existem dificuldades que impedem os farmacêuticos de
desenvolver atividades multiprofissionais e voltadas para o cuidado ao paciente em sua integralidade
(BECKER, 2013; KHAN et al., 2011).
47
Esta situação pode acarretar em insatisfação e desvalorização dos farmacêuticos frente aos
pacientes e a equipe de saúde como foi relatado em alguns estudos (AWALOM et al., 2015;
KUMANOV, 2016; URBONAS; KUBILIENĖ, 2015). A insatisfação no trabalho pode se
correlacionar com outros efeitos negativos como: o absentismo, a fadiga do trabalho, síndrome de
burnout, baixa qualidade do trabalho e diminuição do compromisso com a profissão. Qualquer uma
dessas consequências são dispendiosas e além disso, podem afetar a maneira que os outros
profissionais da equipe e pacientes visualizam o farmacêutico e podem então limitar as interações
com o mesmo (AWALOM et al., 2015; KRELING et al., 2005).
O apoio da gestão da instituição às atividades voltadas ao programa nacional de segurança do
paciente, relatado no estudo, pode contribuir com o aumento da satisfação destes profissionais, pois
neste programa estão incluídas atividades clínicas desenvolvidas pelo farmacêutico junto com a
equipe de saúde (BRASIL, 2013; MARCHON; MENDES-JUNIOR, 2014). Segundo Brandão et al.
(2015), os programas de segurança do paciente já se encontram bem sedimentados e representam uma
realidade dentro dos principais hospitais brasileiros.
Este programa está vinculado aos programas de qualidade do governo federal brasileiro e
tem como metas específicas prevenir danos evitáveis e minimizar riscos de incidentes por meio da
identificação correta de pacientes, redução de infecções hospitalares, erros em procedimentos como
cirurgias e medicação, que estão entre as chamadas nove soluções para a segurança do paciente,
segundo a OMS (2012). Nesse contexto, a Farmácia Clínica é um dos requisitos estratégicos da
qualidade do sistema de saúde e uma das atividades voltadas à promoção da segurança do paciente
(BRASIL, 2013; CAPUCHO, CASSIANI, 2013; OMS, 2012).
Expectativas da implantação
As expectativas dos participantes estavam ligadas a idealização da Farmácia Clínica e os
benefícios que estes serviços poderão trazer à instituição. Alguns estudos têm identificado os
“motivadores” para mudança da prática na Farmácia e que fortalecem as expectativas dos
48
farmacêuticos como, por exemplo, o desejo de satisfação profissional e de oferecer cuidados de saúde
diretamente ao paciente (FELETTO et al., 2010; MANSOOR; ASLANI; KRASS, 2014; ROBERTS
et al., 2008; WOODS; GAPP; KING, 2015).
Estas expectativas são fortalecidas pelo desenvolvimento crescente e resultados positivos dos
serviços de Farmácia Clínica demonstrado em vários países (ANDRADE et al., 2015; CHUNG et al.,
2014; GALLAGHER et al., 2014; MAGEDANZ; SILLIPRANDI; SANTOS et al., 2012; PANDE et
al., 2013). Além disso, a visualização pelos gestores da redução dos custos para o sistema de saúde
por conta do uso racional do medicamento, proporcionado pela Farmácia Clínica, também estimula
o interesse pelo desenvolvimento destes serviços (CHEMELLO et al., 2014; PEREIRA; FREITAS,
2008; REIS et al., 2015).
Apesar dos resultados positivos dos serviços de Farmácia Clínica, em muitos países, como o
Brasil, os farmacêuticos têm dificuldade em realizar atividades clínicas devido à falta de habilidades
de comunicação e clínicas (BHAGAVATHULA; SARKAR; PATEL, 2014; BRAZINHA; LLIMÓS,
2014; PENM et al., 2014). Desta forma, para fornecer estes serviços, durante sua implantação e
implementação, é necessário o suporte técnico, com educação continuada por meio de treinamentos
e capacitações para desenvolver os conhecimentos e habilidades clínicas (DOUCETTE et al., 2012).
No estudo de Dosea et al. (2015), por exemplo, durante a implantação de serviços clínicos, os
farmacêuticos também relataram ter expectativa em relação ao suporte técnico para melhora de suas
práticas e isto foi importante para o êxito da implantação destes serviços.
Barreiras para implantação
Barreiras identificadas neste estudo, como a resistência às mudanças, falta de tempo devido a
carga burocrática e administrativa excessiva, dificuldade de comunicação entre os profissionais e
problemas na estrutura, também foram relatadas em estudos semelhantes realizados em hospitais e
outros locais, tais como farmácias comunitárias e ambulatórios (BRAZINHA; LLIMÓS, 2014;
DOUCETTE et al, 2012; DOSEA et al., 2015).
49
Fatores externos
Uma das barreiras mais citadas tanto pelos farmacêuticos como pelos gestores foi a resistência
às mudanças de alguns dos primeiros e também da equipe de saúde que pode impedir o
desenvolvimento das atividades clínicas farmacêuticas no hospital. Esta barreira também foi relatada
em estudos anteriores (AL KHALID; WAZAIFY, 2013; ZARDAIN et al, 2009). Segundo
Gastelurrutia et al. (2007), a resistência à mudança pode ser influenciada pelo medo dos profissionais
em assumir novas responsabilidades, a falta de confiança, problemas na formação, o conservadorismo
e a comodidade das atividades práticas atuais.
De acordo com os gestores, a equipe de saúde não conhece as atividades clínicas dos
farmacêuticos, sendo outro fator que contribui tanto com a resistência desses profissionais, bem como
a de outros membros da equipe de saúde. Nos países em desenvolvimento, o farmacêutico ainda não
tem atuação destacada no acompanhamento da utilização de medicamentos, na prevenção e promoção
da saúde, sendo pouco reconhecido como profissional de saúde tanto pela sociedade quanto pela
equipe de saúde (BHAGAVTHULA; SARKAR; PATEL, 2015; OPAS, 2002; PENM et al., 2014).
Segundo Lin (2012), nos EUA, há 50 anos, os farmacêuticos estavam relutantes em mudar o
foco da profissão da produção e entrega do medicamento para serviços voltados para o paciente. Esta
relutância se justificava pelo conforto da execução de tarefas tradicionais e consolidadas. No entanto,
como os cuidados de saúde evoluíram, as responsabilidades e expectativas dos farmacêuticos também
mudaram e então houve a adaptação destes profissionais à nova prática (ABRAMOWITZ, 2009).
Desta forma, é necessária a mudança de atitude, esforço e persistência dos farmacêuticos para que se
alcance mudanças significativas, tanto pessoal como a nível organizacional para atender à demanda
e necessidade social atual (FELETTO et al., 2010; ROBERTS et al., 2005).
Falhas no sistema público de saúde que reverberam na administração do hospital foram
destacadas pelos farmacêuticos como barreiras que devem ser atenuadas para a implantação dos
serviços. No estudo de Marten et al. (2014), também reportam que umas das barreiras para o
50
desenvolvimento de serviços de saúde nos países em desenvolvimento são os problemas do sistema
público e que o maior desafio é a falta de sustentabilidade política. Questões como o financiamento,
a articulação público-privada e as desigualdades persistentes não poderão ser resolvidas unicamente
na esfera técnica. Assim, é preciso conscientização e organização política para que reformas técnicas
sejam realmente efetivas (PAIM et al., 2011).
Outro fator que corrobora com os problemas gerenciais do hospital citado pelos farmacêuticos
são as tensões históricas que existem entre a equipe de saúde e os administradores das instituições
hospitalares. Esta ocorrência culmina em ideais contraditórios que na maioria das vezes, é realizada
a vontade dos administradores que, em nome da redução dos gastos, justificam cortes orçamentários
em materiais para o hospital (VAGHETTI et al., 2011). Por outro lado, a equipe de saúde
responsabiliza os administradores pelas possíveis falhas que poderão advir do não atendimento às
suas reivindicações (MERRY, 2005).
Estruturais e organizacionais
Barreiras como a falta de estrutura física do hospital foram relatadas pelos farmacêuticos como
problemas de difícil resolução, também citada no estudo de Brazinha e Llimós (2014). No entanto,
para os gestores, as dificuldades estruturais do hospital podem ser superadas por meio de organização
dos processos e do reconhecimento pela direção do hospital dos resultados positivos após a
implantação dos serviços de Farmácia Clínica.
Segundo Gutierrez (2012), a estrutura de uma instituição é um dos pilares que fundamenta a
qualidade dos serviços de saúde. No entanto, a baixa qualidade estrutural do serviço não está apenas
relacionada com a falta de acesso aos recursos, além disso, mais investimentos não garantem mais
eficiência ou qualidade. As mudanças organizacionais são necessárias para otimizar o uso dos
recursos disponíveis e consequentemente melhorar a qualidade dos serviços de saúde (KUNKEL;
ROSENQVIST; WESTERLING, 2007; MOORE et al., 2015).
51
A falta de tempo para atividades clínicas e a escassez de farmacêuticos para estes serviços
foram relatados pelos farmacêuticos e gestores, que podem ser decorrentes da grande demanda de
tarefas logísticas, reflexo da má delegação dos serviços para os assistentes de farmácia, barreiras
também consideradas em outros estudos (DOSEA et al, 2015; HIPÓLITO JUNIOR, 2015). De acordo
com Doucette et al. (2012), é possível alterar as responsabilidades e atividades dos assistentes de
farmácia, o que poderia aumentar a eficiência e diminuir o tempo do farmacêutico em funções
técnicas. Desta forma, com a atenção dos farmacêuticos liberada das funções técnicas, os novos
serviços de farmácia poderão ser implantados.
Atitudes dos farmacêuticos e relação com a equipe de saúde
Neste estudo, os farmacêuticos relataram sentimentos de vergonha, medo e frustração devido
à falta de conhecimento e habilidades clínicas e que a formação da graduação em Farmácia não
oferece esse tipo de especialização. A falta de formação para atividades clínicas dos farmacêuticos é
um dos fatores relatados em muitos estudos realizados sobre barreiras para implantação de serviços
clínicos farmacêuticos (ABURUZ; AL‐GHAZAWI; SNYDER, 2012; DOSEA et al., 2015;
BRAZINHA; FERNANDEZ-LLIMOS, 2014; GASTELURRUTIA et al., 2009; GIL GARCÍA et al.,
2012; MEHRALIAN et al., 2014; PENM et al., 2014; REAL et al., 2014).
Em alguns países, a formação dos farmacêuticos ainda se baseia em ciências básicas voltadas
para preparação de medicamentos, para realizar atividades industriais ou centrado nas ciências
laboratoriais, afastando este profissional das atividades clínicas (ALLEMAM et al., 2014;
GASTELURRUTIA, 2005; KHAN; AHMED; ANWAR, 2011). Nesse contexto, a literatura tem
defendido o investimento em capacitações, sendo a técnica de coaching estratégica para o
preenchimento de lacunas da formação farmacêutica. Com isso, o farmacêutico pode adquirir mais
autoconfiança e segurança em relação à prestação de novas práticas farmacêuticas (DOUCETTE et
al., 2012; DOSEA et al., 2015).
52
A dificuldade de comunicação entre a equipe de saúde foi destaque neste estudo, assim como
em outros estudos semelhantes realizados em países que estão implantando serviços de Farmácia
Clínica (AWAD; AL-EBRAHIM; ABAHUSSAIN, 2006; PENM et al., 2014). Fatores como a falta
de conhecimento e habilidades de comunicação, receio de invasão do espaço de outros profissionais,
bem como medo de outros profissionais de saúde da interferência em seu trabalho podem dificultar o
relacionamento do farmacêutico com a equipe (BRAZINHA; LLIMOS, 2014; SALGADO et al.,
2013).
Segundo Berger (2011), a principal razão dos farmacêuticos contatarem outros profissionais
da equipe de saúde é quando algo está errado ou quando algum problema precisa ser resolvido. Deste
modo, pelo fato das conversas muitas vezes começarem com um problema, estas podem ser vistas de
forma negativa ou contraditória e podem desencadear mecanismo de defesa nos profissionais,
dificultando a comunicação. No entanto, a comunicação efetiva entre os farmacêuticos e outros
profissionais de saúde pode possibilitar a redução de erros de medicação no âmbito hospitalar
(RIXON et al., 2014).
Facilitadores da implantação
Os farmacêuticos relataram que um dos facilitadores para implantação dos serviços são as
experiências em serviços clínicos que alguns farmacêuticos da instituição possuem. Segundo a
literatura, a experiência prévia dos farmacêuticos foi significante para implantação de serviços
clínicos ambulatoriais em estudos anteriores realizados na Austrália, Brasil, Espanha e Finlândia
(ALCARAZ et al., 2015; BENRIMOJ et al., 2005; GIL GARCÍA et al., 2012; SANTOS-JUNIOR et
al., 2015, LEILOKA, 2012).
A Farmácia Clínica está na fase de consolidação nos países em desenvolvimento e são poucos
os hospitais que possuem profissionais que vivenciaram este serviço (PENM et al., 2014;
SALAMZADEH, 2010). Segundo Therrien (1997) e Perez e Maia (2011), articular os saberes da
experiência (implícitos, tácitos) e da teoria propicia a adequação da prática no ambiente de atuação,
53
bem como contribui para a compreensão dos serviços por profissionais inexperientes. Ademais, pode
auxiliar na troca de experiências por meio de discussões e reuniões frequentes (ROCHA; RUSSI;
ALVAREZ, 2013).
Outro facilitador da implantação relatado pelos gestores foi a participação do farmacêutico
nas atividades multiprofissionais do hospital. Estratégias para promover a colaboração entre os
profissionais da equipe de saúde englobam a promoção da comunicação efetiva, confiança e respeito
entre os outros profissionais da equipe e os farmacêuticos, assim como a mudança de atitude dos
profissionais (SNYDER et al, 2010; VAN et al., 2012).
Outro ponto salientado pelos gestores foi a realização do registro e a divulgação dos impactos
clínicos e econômicos positivos dos serviços de Farmácia Clínica implantados. De acordo com a
literatura, a divulgação de resultados positivos é uma atividade estratégica de marketing para
demonstrar para os administradores da instituição, outros profissionais de saúde e os usuários a
efetividade dos serviços implantados (MAHMUD, 2006; MIRANDA et al., 2012). Portanto,
promoverá a sensibilização dos administradores da instituição e de outros profissionais da equipe de
saúde e fornecerá evidências clínicas, humanísticas e econômicas para a ampliação dos serviços para
todo o hospital.
CONCLUSÃO
Neste estudo, os farmacêuticos discutiram questões sobre a estagnação das atividades clínicas
da profissão no Brasil e que segundo os gestores, esta realidade é devido à carência da formação na
área clínica no país.
Os participantes identificaram como barreiras a resistência dos profissionais, medo e frustação
pela falta de habilidades clínicas e de comunicação. Segundo os farmacêuticos, a falta de estrutura
física foi identificada como um problema de difícil resolução. No entanto, para os gestores, as
dificuldades estruturais do hospital podem ser superadas por meio da organização dos processos.
54
De acordo com os farmacêuticos, as principais expectativas foram relacionadas à
sustentabilidade dos serviços clínicos e desenvolvimento de habilidades clínicas e de comunicação.
Enquanto os gestores, relataram como expectativas a participação do farmacêutico nas atividades
multiprofissionais do hospital e o registro e divulgação dos impactos clínicos e econômicos dos
serviços implantados.
Um dos facilitadores mais citado pelos farmacêuticos foi a experiência em Farmácia Clínica
de alguns farmacêuticos da Instituição. Enquanto que para os gestores, o registro dos impactos
clínicos e econômicos dos serviços de Farmácia Clínica pode influenciar a implantação dos serviços.
Diante disto, este estudo permitiu o conhecimento de fatores que poderão influenciar a
implantação dos serviços de Farmácia Clínica na instituição analisada. Assim, estes resultados
poderão direcionar planejamentos para implantação da Farmácia Clínica em hospitais.
55
REFERÊNCIAS
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das Profissões na Área de Saúde – FNEPAS. Relatório de Oficina.
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setting in Jordan: where are we now with our attitudes and perceived barriers? International
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65
Tabela 1. Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade.
Categoria de percepção da situação atual. Aracaju, 2016.
Categoria
Percepção da
situação atual
Unidade de registro
Farmacêuticos Gestores
Profissão no Brasil não se
moderniza/ desatualizada
Insatisfação com o trabalho
Atribuições somente logísticas ao
farmacêutico
Satisfação profissional quando há
interação com outros profissionais
Educação farmacêutica incipiente na área clínica
Hospital sem processo de trabalho voltado à segurança dos medicamentos
Não há registro das intervenções clínicas realizadas pelo farmacêutico
Falta de apoio das equipes de farmácia aos serviços clínicos
Visão fragmentada da equipe médica sobre os pacientes
Carência de serviços clínicos farmacêuticos
Alguns farmacêuticos da equipe com perfil para atividades logísticas
Apoio da gestão às atividades voltadas a segurança do paciente
66
Tabela 2. Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade.
Categoria de expectativas da implantação dos serviços. Aracaju, 2016.
Categoria
Expectativas
Unidade de registro
Farmacêuticos Gestores
Atuação profissional com foco em clínica
Suporte e direcionamento dos
pesquisadores
Impacto positivo dos serviços para os
pacientes e para outros profissionais
Sustentabilidade dos serviços
Os novos serviços tornarão o
farmacêutico mais visível para os gestores
Melhora no processo de uso racional do medicamento
Impacto positivo dos serviços para os pacientes
Redução de custos e danos causados por mal-uso de medicamentos
Melhora no processo de comunicação entre a equipe de saúde
Valorização da atuação clínica do farmacêutico no hospital
Qualificação dos farmacêuticos
Contratação de novos farmacêuticos
67
Tabela 3. Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta complexidade.
Categoria de barreiras para a implantação dos serviços. Aracaju, 2016.
Categoria
Barreiras
Unidade de registro
Farmacêuticos Gestores
Subcategoria
Fatores
externos
Falhas do serviço público de saúde do Brasil
Resistência de alguns profissionais da equipe de saúde
aos serviços clínico farmacêutico
Falta de pró-atividade e colaboração entre os
farmacêuticos
Mudanças na direção do hospital podem dificultar o processo de
implantação da Farmácia Clínica
Desconhecimento da prática clínica farmacêutica pela equipe de
saúde
Resistência de alguns profissionais da equipe de saúde aos
serviços clínico farmacêutico
Estruturais e
organizacionais
Número de profissionais farmacêuticos não atende à
demanda de pacientes do hospital
Falta de estrutura física para os serviços de Farmácia
Clínica
Falta de medicamentos no hospital
Pressão da gestão sobre as atribuições logísticas do
farmacêutico
Má gestão de recursos humanos
Falta de padronização do processo de trabalho dos
farmacêuticos
Número de farmacêuticos e assistentes de farmácia não atende à
demanda de pacientes do hospital
Conciliação entre as atribuições clínicas e logísticas do
farmacêutico
Alta rotatividade dos prescritores no hospital
Falta de padronização das atividades logísticas
Falta de padronização do processo de trabalho dos farmacêuticos
Falta de integração (práticas colaborativas) nos processos de
trabalho da equipe de saúde
68
Tabela 3. (Continuação) Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta
complexidade. Categoria de barreiras para a implantação dos serviços. Aracaju, 2016.
Categorias
Barreiras
Unidade de registro
Farmacêuticos Gestores
Subcategoria
Estruturais e
organizacionais
Falta de capacitação dos assistentes de farmácia
sobre atribuições logísticas
Falta de experiência e capacitação dos farmacêuticos
sobre a prática clínica
Atitudes dos
farmacêuticos e
relação com a
equipe de saúde
Insegurança do farmacêutico pela falta de
qualificação e experiência para a prática clínica
Falta de autonomia do farmacêutico no trabalho
Dificuldades na interação com a equipe de saúde
Desconhecimento da atuação clínica do farmacêutico
pela equipe multiprofissional e pela gestão do
hospital
Insegurança quanto à sustentabilidade dos serviços de Farmácia
Clínica
Falta de comunicação com a equipe de saúde
69
Tabela 4. Percepção dos farmacêuticos e gestores em relação à implantação dos serviços de Farmácia Clínica em um hospital público de alta
complexidade. Categoria de facilitadores para a implantação dos serviços. Aracaju, 2016.
Categoria
Facilitadores
Unidade de registro
Farmacêuticos Gestores
Uma parte dos farmacêuticos tem experiência
em Farmácia Clínica
Conhecimento prévio de outros profissionais
sobre a atuação clínica do farmacêutico
Apoio de médicos residentes
Existência de um Serviço de Informação de
Medicamentos no hospital
Uma parte dos farmacêuticos tem experiência clínica
Interesse da maioria dos farmacêuticos em oferecer serviços clínicos
Bom relacionamento do farmacêutico com alguns profissionais da equipe
multiprofissional
Apoio da gestão às atividades voltadas a segurança do paciente
Apoio de farmacêuticos e médicos residentes
Organização dos processos de trabalho de todos os profissionais da equipe
multiprofissional
Apoio dos profissionais da equipe multiprofissional, gestores e equipe de
farmácia
Capacitação dos farmacêuticos e assistentes de farmácia para a prática clínica
Adequação da estrutura física para o serviço
Participação do farmacêutico nas atividades multiprofissionais do hospital
Registro dos impactos clínicos e econômicos dos serviços de Farmácia Clínica
71
4.2 CAPÍTULO II: Avaliação da Estrutura para implantação futura dos serviços de Farmácia Clínica
em um hospital público brasileiro de alta complexidade.
Thaciana dos S. Alcântaraa, Thelma Onozatoa, Fernando de C. Araújo Netoa, Divaldo P. Lyra
Juniora
aLaboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social, Universidade Federal de Sergipe, LEPFS-
UFS, s/n, Avenida Marechal Rondon, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Brasil
Contato autor: +5579998294880
E-mail: [email protected]
72
RESUMO
Introdução, o desenvolvimento de estudos sobre a Estrutura do hospital é necessário para identificar
as condições existentes e as mudanças necessárias para permitir a implantação de serviços que
melhorem a qualidade no cuidado ao paciente. Logo, este estudo visa analisar a estrutura das
farmácias para implantação futura de serviços de Farmácia Clínica; Metodologia, foi realizado um
estudo transversal, que avaliou a estrutura física e recursos humanos das farmácias de um hospital
público de alta complexidade no Nordeste do Brasil, de novembro a dezembro de 2014. A estrutura
física e as características organizacionais das farmácias foram avaliadas por meio do instrumento
desenvolvido pelos pesquisadores de acordo com uma portaria do Ministério da Saúde do Brasil e
indicadores de qualidade da Acreditação Canadense (2012). As habilidades de comunicação dos
farmacêuticos foram avaliadas pelo Método de Simulação com pacientes e entre profissionais de
Saúde, no qual foi utilizado o instrumento adaptado “Avaliação do Processo de Atendimento
Farmacêutico”; Resultados, em relação às habilidades de comunicação, a impressão geral sobre as
competências do farmacêutico para os serviços de Farmácia Clínica foi considerada regular (3) em
uma escala de 1-5. A avaliação da estrutura física e características organizacionais foi considerada
não conforme na maioria dos itens avaliados; Conclusão, os resultados deste estudo sugerem
deficiência nas habilidades de comunicação dos farmacêuticos, na estrutura física e características
organizacionais, como localização das farmácias no hospital e no ambiente reservado ao serviço de
assistência farmacêutica. Estes resultados servirão de base para ações que aprimorem as habilidades
de comunicação dos farmacêuticos e o ambiente da prática dos serviços de Farmácia Clínica que
serão implantados.
Palavras-chave. Hospital, Farmácia Clínica, indicador de estrutura, pesquisa de implantação,
paciente simulado.
73
INTRODUÇÃO
A expansão dos serviços de saúde tem levado pacientes e planos de saúde a exigir a avaliação
dos serviços clínicos farmacêuticos, com foco na relação custo-benefício (MAINZ, 2003; SANTOS-
JUNIOR et al., 2015). Segundo o American College of Clinical Pharmacy (2008), a Farmácia Clínica
é a ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao
paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir doenças.
Portanto, a avaliação da qualidade dos serviços de saúde, como a Farmácia Clínica, é necessária para
documentar e melhorar a qualidade do atendimento, fazer comparações (benchmarking) e determinar
prioridades para os cuidados de saúde (GARRIDO et al., 2014; MAINZ, 2003).
Neste contexto, Donabedian (1966) propôs a avaliação da qualidade dos cuidados de saúde,
utilizando indicadores de estrutura, processo e resultados. De acordo com este autor, indicadores de
estrutura correspondem a recursos físicos, humanos, e materiais, bem como fontes de financiamento.
Os indicadores de processo, por sua vez, referem-se a interações e procedimentos que envolvem
profissionais de saúde e pacientes, enquanto os resultados são medidos por mudanças no estado de
saúde do paciente que ocorrem como resultado de intervenções (DONABEDIAN, 1966, 1978;
GARDNER; GARDNER; O'CONNELl, 2014).
Embora a literatura mostre a efetividade da Farmácia Clínica na obtenção de resultados
clínicos, humanísticos e econômicos, há poucos estudos sobre a fase inicial do processo de
implantação (DUNN et al., 2015; WANG et al., 2015; ENTEZARI‐MALEKI et al., 2015; ROTTA
et al., 2015). O desenvolvimento de estudos sobre a estrutura do hospital é necessário para identificar
as condições existentes e as mudanças necessárias para permitir a execução destes serviços. Assim, a
organização de indicadores de estrutura é essencial para as fases subsequentes, que incluem os
processos e resultados (RADEMAKERS; DELNOIJ; DE BOER, 2011; BRITTO, 2015). Neste
sentido, o objetivo deste estudo é analisar a Estrutura das farmácias de um hospital público de alta
complexidade no Nordeste do Brasil para a implantação futura de serviços de Farmácia Clínica.
74
METODOLOGIA
Um estudo transversal foi realizado de outubro a dezembro de 2014, nas farmácias de um
hospital público de alta complexidade. Para avaliar a qualidade de Estrutura das farmácias foram
utilizados indicadores relativos à estrutura física e características organizacionais. Além disso, foi
avaliada a qualidade da comunicação dos recursos humanos.
Contexto do estudo
Por meio de interesse mútuo e parceria entre o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia
Social da Universidade Federal de Sergipe (LEPFS-UFS) e o Hospital de Urgências de Sergipe
(HUSE), um formato de consultoria/ treinamento para os farmacêuticos e funcionários das farmácias
foi estabelecido para implantar os serviços de Farmácia Clínica (ex. conciliação de medicamentos,
análise da prescrição, seguimento farmacoterapêutico e revisão da farmacoterapia) nas unidades de
farmácias do HUSE. Para atingir este objetivo, o diagnóstico situacional, a formação dos
farmacêuticos e funcionários, o desenvolvimento e padronização de processos de trabalho, foram
realizados. Além disso, como parte do diagnóstico situacional, a estrutura das farmácias hospitalares
foi avaliada para apoiar as intervenções a serem delineadas para implantação futura dos serviços.
O cenário do estudo foi composto por sete unidades de farmácia do HUSE, administrado por
uma fundação pública de saúde do estado e localizado no Nordeste do Brasil. O HUSE é o maior
hospital público e principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) para os casos de alta
complexidade de Sergipe, com atendimento médio de 14 mil pacientes por mês somente nos setores
de Urgência/Emergência, compreende 13 alas de internação e capacidade física instalada de 421
leitos.
Avaliação do perfil dos Farmacêuticos por meio da técnica da simulação realística
As competências dos farmacêuticos para o fornecimento de serviços clínicos foram avaliadas
pela técnica de Simulação com pacientes e entre profissionais de Saúde em outubro de 2014.
75
A técnica de simulação com pacientes e entre profissionais de Saúde foi realizada por meio
de indivíduos que foram treinados para ir ao ambiente de trabalho do profissional e promulgaram
cenários pré-determinados para avaliar as informações e orientações fornecidos pelos farmacêuticos
(Mesquita et al., 2010). Métodos como este proporcionaram um meio discreto de observação do
comportamento da prática real no ambiente natural e também forneceram a base para a formulação
de estratégias educativas efetivas para abordar deficiências no comportamento e melhorar a prática
profissional.
A amostra do estudo foi composta por dez farmacêuticos. Dois pesquisadores receberam
treinamento intensivo para interpretar seu papel e documentar os resultados de forma estruturada.
Este treinamento incluiu itens referentes ao modo de agir, o que dizer e como responder as perguntas
ou declarações dos farmacêuticos (GABA, 2007; HARDEN et al., 1975).
Foram desenvolvidos roteiros a serem seguidos pelo paciente e médico simulados, os quais
foram similares às situações comuns apresentadas no dia-a-dia dos farmacêuticos (BARROWS,
1993). Este roteiro remetia a “situação de insegurança” em que o paciente simulado estava internado
e não recebia um antibiótico prescrito adequadamente. Ademais, o “médico e o paciente simulado”
questionaram o farmacêutico qual o motivo do problema e este tem que propor soluções viáveis para
melhorar a segurança do paciente. Nesta situação foi avaliado o nível de comunicação que o
farmacêutico apresentou com o médico e o paciente.
Cada procedimento foi registrado por meio de uma câmera filmadora. Três pesquisadores
avaliaram os registros por meio do instrumento utilizado no estudo e depois avaliados por três
independentes, de acordo com o instrumento adaptado, intitulado “Avaliação do Processo de
Atendimento Farmacêutico”, proposto por Berger et al. (2005) e traduzido para o português por
Mesquita et al. (2013). Estes pesquisadores eram farmacêuticos, com conhecimento da resolução do
caso e formação prática em habilidades de comunicação. As discrepâncias das avaliações foram
resolvidas por consenso.
76
Embora o instrumento seja composto por 23 itens relacionados a avaliação da qualidade do
atendimento farmacêutico, só foram utilizados os 16 questionamentos sobre habilidades de
comunicação. Entre as habilidades de comunicação avaliadas estavam incluídas: elementos da
comunicação não-verbal, compreensibilidade e impressão geral do serviço de orientação. Cada item
foi avaliado de acordo com o desempenho do farmacêutico na interação com o paciente e médico
simulados medidos em dois tipos de escala, dicotômica (sim/ não) e do tipo Likert escala de cinco
pontos (1 = péssimo, 2 = ruim, 3 = regular, 4 = bom, 5 = ótimo). Ao final das simulações foram
repassados aos farmacêuticos o feedback da simulação, no qual foram identificados os pontos que
necessitam de aprimoramento para uma comunicação mais efetiva.
Avaliação da Estrutura das farmácias hospitalares
Foram avaliadas as farmácias dos setores da Pediatria, Oncologia, Clínica Cirúrgica, Pronto
Socorro, Central, UTI 1 e 2 e também o Serviço de Informação de Medicamentos. A estrutura física
e as características organizacionais foram avaliadas por meio de registros fotográficos de todo o
ambiente das farmácias, além de entrevista com os farmacêuticos da instituição, aplicando um
instrumento desenvolvido pelos pesquisadores baseado na portaria no 4.283/2010 do Ministério da
Saúde do Brasil e nos indicadores de qualidade da Acreditação Canadense (BRASIL, 2010;
ACCREDITATION CANADA, 2012).
O instrumento é composto por 29 itens que contemplam aspectos da estrutura física
(localização, projeto arquitetônico, limpeza, gerenciamento de resíduos, iluminação, sistema de
segurança) e características organizacionais (manual de normas, rotinas e procedimentos, inserção do
serviço de Farmácia no organograma do Hospital, declaração formal de propósitos, descrição de
cargos). Cada item do instrumento foi avaliado e classificado em: totalmente conforme – quando
todos os critérios de todos os setores avaliados atendem às recomendações nacionais e internacionais
(nível 3); parcialmente conforme – quando os critérios avaliados não atendem totalmente às
77
recomendações nacionais e internacionais (nível 2); não conforme – inexistência do serviço/
atividade/ instrumento (nível 1).
Questões Éticas
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Sergipe com o
número CAAE: 36927014.4.0000.5546. Os farmacêuticos analisados assinaram termo de
consentimento livre e esclarecido e suas imagens foram mantidas sob sigilo, sendo usadas apenas
pelos pesquisadores.
Análise dos dados
As respostas foram codificadas e armazenadas no programa Excel para análise estatística
descritiva.
RESULTADOS
Avaliação do perfil dos Farmacêuticos por meio da técnica da simulação realística
Quanto ao perfil dos participantes, 90% eram do sexo feminino, com idade média de 33,4
±5,0 anos, 60% oriundos de universidade pública e com média de 12,1 ±5,3 anos de formado. Dentre
os farmacêuticos avaliados 60% dedicaram tempo suficiente para resolver a situação, apenas um
orientou sobre o que fazer em caso de dúvidas e nenhum deles verificou o entendimento do paciente.
Dos itens avaliados segundo escala de cinco pontos (péssimo, ruim, regular, bom, ótimo) os
farmacêuticos obtiveram, em média, conceito regular. Os itens que tiveram maiores pontuações
foram: “recepção (acolhimento)” e “contato visual”, com 50% dos farmacêuticos avaliados com o
conceito bom ou ótimo. Por outro lado, o item despedida foi avaliado como ruim ou péssimo para
60% dos participantes. A média da impressão geral do atendimento foi regular para este grupo de
farmacêuticos (Tabela 1 e 2).
78
Avaliação da Estrutura das farmácias hospitalares
Dos 29 itens avaliados, apenas quatro itens foram considerados em “totalmente conforme” em
todas as unidades: serviço de informação de medicamentos atuante, gestão de resíduos sólidos de
saúde - realizada por uma empresa terceirizada, relação farmacêutico/leito e serviço estruturado de
Farmacovigilância com condutas padronizadas ligado diretamente a gerência de risco. Foram
classificados 11 itens como “parcialmente conforme” em todas as unidades, a exemplo da existência
e divulgação de procedimento operacional padrão atualizado para todos os processos do setor – todas
as unidades possuíam tais documentos, porém desatualizados e com divulgação inadequada. Como
“não conforme”, 14 itens foram classificados em todas as unidades, como o número de
funcionários/leito e a localização e trajeto para áreas de assistência (Tabela 3, 4 e 5).
DISCUSSÃO
Avaliação do perfil dos Farmacêuticos por meio da técnica da simulação realística
Diversos estudos têm avaliado o comportamento da prática de farmacêuticos a nível
internacional, muitos dos quais utilizaram métodos do paciente simulado como ferramenta de
avaliação (BENRIMOJ et al., 2007; BERGER; EICKHOFF; SCHULZ, 2005; SCHNEIDER et al.,
2009; SVARSTAD et al., 2004; WEISS et al., 2010; XU; ALMEIDA NETO; MOLES, 2012). No
entanto, o método do paciente simulado é pouco utilizado no Brasil (MESQUITA et al., 2010;
MESQUITA et al., 2013), e não há estudos que utilizaram esta técnica em farmacêuticos hospitalares,
bem como a técnica da simulação entre profissionais de saúde.
Este estudo demonstrou o nível das habilidades de comunicação dos farmacêuticos
hospitalares quando estes interagem com médico e paciente simulado. Alguns dos resultados podem
ter sido influenciados pela timidez dos farmacêuticos em relação ao uso da câmera de vídeo, pelo
número reduzido de participantes, bem como, pelo fato dos mesmos saberem que estavam sendo
avaliados.
79
Um dos itens verificado foi a “impressão geral sobre as competências” dos farmacêuticos.
Este item foi considerado “regular”, resultado acima do encontrado em outro estudo realizado no
Brasil, no qual obteve conceito “ruim” (MESQUITA et al., 2013), provavelmente, o pequeno
tamanho da amostra e o fato de que os farmacêuticos sabiam sobre a avaliação pode explicar essa
diferença. Por outro lado, em outros países, os farmacêuticos atingiram os níveis “bom” ou “ótimo”
interagindo com pacientes simulados (MCDONOUGH et al., 2006; BERGER; EICKHOFF;
SCHULZ, 2005).
Em países como a Austrália e Estados Unidos da América (EUA) a formação do farmacêutico
inclui disciplinas da área clínica que envolvem a interação com pacientes e outros profissionais de
saúde (MCLAUGHLIN et al., 2015; MAK et al., 2013). No Brasil e em países da Europa e Ásia a
formação dos farmacêuticos ainda se baseia em ciências básicas voltadas para preparação de
medicamentos, para realizar atividades industriais ou centrado nas ciências laboratoriais, afastando
este profissional das atividades clínicas (ALLEMAM et al., 2014; GASTELURRUTIA, 2005;
KHAN; AHMED; ANWAR, 2011).
Em relação à comunicação não-verbal, os farmacêuticos obtiveram baixo nível, bem como
nos estudos de Cleland et al. (2007) e Mesquita et al. (2013). Baixa comunicação não-verbal pode
levar à compreensão inadequada da mensagem transmitida pelo farmacêutico e distração do paciente
e também de outros profissionais de saúde (LYRA JR et al., 2007). Não só as informações verbais
emitidas pelos farmacêuticos são fundamentais para o uso racional de medicamentos e para bons
resultados terapêuticos, mas também é importante a natureza e o estilo do processo de comunicação
farmacêutico-paciente e farmacêutico-equipe de saúde (DOLOVICH et al., 2007; OLSSON et al.,
2014).
Neste estudo, nos itens “envolvimento”, “disponibilidade” e “uso de perguntas abertas”, os
farmacêuticos obtiveram conceito baixo. No estudo de Barbosa et al. (2013), também foi relatado
despreparo dos profissionais de saúde em relação ao envolvimento e processo de escuta. A forma
como são elaboradas as perguntas, por exemplo, utilizando perguntas abertas, auxilia o farmacêutico
80
elucidar a informação desejada sem sugestionar que o paciente está sendo interrogado (ALMEIDA
NETO et al., 2000; ROCHA et al., 2015). Ademais, o envolvimento e disponibilidade do
farmacêutico além de proporcionar a melhora dos resultados terapêuticos dos pacientes, são
habilidades estratégicas para aumentar a confiança e satisfação do paciente e de outros profissionais
de saúde na prática farmacêutica (MCCULLOUGH et al., 2015; OLSSON et al., 2014).
Embora os farmacêuticos na maioria dos itens tenham obtido baixo nível de comunicação, nos
itens “recepção (acolhimento)”, “interesse” e “contato visual”, boa parte dos farmacêuticos obteve
conceito regular. No estudo de Araújo e Silva (2012), 61% de 267 profissionais de saúde avaliados,
mantiveram contato visual na interação com pacientes em cuidados paliativos. Estas habilidades são
passos iniciais para o desenvolvimento de relações terapêuticas efetivas com pacientes e outros
profissionais de saúde (BERGER, 2011). Segundo Ogle, Bushnell e Caputi (2013), características
como estas são importantes para desenvolver a confiança e empatia dos farmacêuticos podendo levar
ao fortalecimento de alianças e estas, por sua vez, podem levar a melhora da adesão ao tratamento
dos pacientes.
Em relação a outros profissionais de saúde, ao aprender sobre as necessidades destes, os
farmacêuticos podem desenvolver serviços em conjunto com estes profissionais que afetam
positivamente o cuidado dos pacientes, o que pode levar a um maior interesse e colaboração dos
profissionais da equipe de saúde (FULLER et al., 2013). No entanto, inicialmente, os outros
profissionais de saúde precisam confiar nas competências clínicas dos farmacêuticos para estarem
dispostos a trabalhar em equipe e aceitar suas recomendações clínicas. Portanto, estas habilidades
auxiliam o farmacêutico desenvolver estas relações (HAVYER et al., 2014; VAN et al., 2012).
A verificação se o paciente compreendeu a informação fornecida é importante uma vez que a
literatura internacional relata que a maioria dos pacientes que utilizam medicamentos possuem baixo
conhecimento em saúde (MÕTTUS et al., 2014; PAASCHE‐ORLOW et al., 2005; WILLIAMS et
al., 1995). Neste estudo, nenhum farmacêutico verificou o entendimento do paciente, e em outro
estudo realizado no Brasil (BRITO, 2015), apenas 40% dos farmacêuticos realizaram este
81
procedimento. Este resultado pode ser explicado pelo contexto do roteiro deste estudo não incitar no
farmacêutico, o procedimento de orientação (de uso de medicamento ou doença) ao paciente que
necessite ser verificada sua compreensão.
Em relação ao item “dedicação de tempo suficiente para resolver a situação”, 60% dos
farmacêuticos utilizaram tempo necessário para verificar qual a possível causa do problema e para
tentar resolvê-lo. Em outro estudo realizado na Nova Zelândia, apenas 39,3% dos farmacêuticos
dedicaram tempo suficiente para investigar informações especificas que podiam reduzir falhas no
tratamento dos pacientes (NORRIS, 2002). De acordo com Berger (2011), a empatia só ocorre por
meio do processo de escuta, e para isso, é necessária dedicação de tempo do farmacêutico para que
tanto pacientes quanto outros profissionais de saúde se sintam compreendidos e possam interagir mais
com este profissional.
O baixo nível das habilidades de comunicação dos farmacêuticos pode estar relacionado com
deficiências na graduação de Farmácia no Brasil. Apesar do fato de que desde 2002 as diretrizes
nacionais para Graduação em Farmácia incluíram a disciplina em habilidades de comunicação como
parte integrante do currículo de Farmácia (CNE, 2002), a maioria das universidades de Farmácia no
Brasil ainda não implantaram as habilidades de comunicação em seu currículo (MESQUITA et al.,
2013).
Os resultados obtidos indicam a necessidade de desenvolver habilidades de comunicação e
elaborar processos estruturados de atendimento ao paciente, bem como processos de relacionamento
com outros profissionais de saúde do hospital. Neste sentido, a formação teórica e prática deve ser
realizada na tentativa de preencher esta lacuna. No entanto, apenas o desenvolvimento de
conhecimentos e habilidades não é suficiente.
O estudo realizado por Kaae e Christensen (2012) revelou que uma das principais razões que
dificultam a implantação da Farmácia Clínica não é a falta de conhecimentos e habilidades, mas a
baixo auto-estima dos farmacêuticos que não acreditam que suas habilidades são suficientes para
fornecer o serviço. Assim, para superar os obstáculos relacionados aos sentimentos dos farmacêuticos
82
é necessário o acompanhamento individual e motivacional por meio de estratégias como a técnica do
coaching (HETTEMA et al., 2014; WERTZ et al., 2012). Tal técnica também poderá preencher
lacunas do conhecimento clínico e das habilidades de comunicação.
Avaliação da Estrutura das farmácias hospitalares
A estrutura física e as características organizacionais são componentes importantes para
conferir qualidade aos serviços de saúde. Neste estudo, estes componentes não atenderam totalmente
às recomendações nacionais e internacionais nas farmácias do hospital (BRASIL, 2010;
ACCREDITATION CANADA, 2012).
Foram identificadas deficiências em indicadores, como a localização e trajeto das unidades
de farmácia que dificultam o fluxo e processos de trabalho na instituição, resultado diferente do
estudo realizado por Brito (2015), na qual a maioria das farmácias estavam bem localizadas para
atender as necessidades dos serviços farmacêuticos desenvolvidos. A localização e o trajeto das
farmácias devem ser estratégicos e manter equidistância dos setores de atendimento aos pacientes e
dos demais setores que têm suas atividades ligadas a mesma. Isto facilita os serviços e relacionamento
entre os profissionais da equipe de saúde, bem como aumenta o poder de vigilância dos medicamentos
em circulação (AL‐ARAIDAH et al., 2010; BRASIL, 2005; MAIA-NETO, 2005).
Neste estudo foram observados a falta de equipamentos necessários para o correto
funcionamento dos processos básicos dos serviços de farmácia e a não conformidade da automação
dos processos. Boas condições ambientais para a farmácia e equipamentos necessários para atender
a demanda dos serviços do hospital proporcionam melhor execução das atividades e redução de erros
hospitalares (MIASSO et al., 2006; SBRAFH, 2009; SILVA et al., 2014; PEDERSEN et al., 2015).
A automação dos processos tem papel relevante na Farmácia Hospitalar pela otimização da
área física e dos recursos humanos, obtendo melhores resultados na relação custo-benefício
(CIPRIANO, 2004; SANTANA et al., 2013). No estudo de James et al. (2013), por exemplo, a
83
automação dos processos teve impacto positivo na redução do estresse ocupacional da equipe de
farmácia, melhorando as condições e carga de trabalho, bem como a satisfação destes profissionais.
Em um estudo realizado por Silva et al. (2013), no qual avaliaram 20 farmácias hospitalares
no Brasil, 15 destas estavam vinculadas hierarquicamente à área clínica. Embora neste estudo a
farmácia fizesse parte do organograma, mas estava vinculada à direção administrativa do hospital.
Quando a farmácia está ligada apenas ao setor de logística do hospital, há pouca ênfase na realização
de atividades clínicas, perdendo o sentido de cuidado à saúde (STEPHENS, 2011). Portanto, estar
ligado ao setor administrativo pode ser uma barreira a implantação dos serviços clínicos.
Segundo diretrizes nacionais e internacionais, a farmácia hospitalar e de serviços de saúde é
caracterizada como uma unidade clínica e administrativa, devendo ser contemplada no organograma
do hospital o que permite aos componentes da organização saber exatamente quais suas funções e a
quem devem se reportar. Logo, deve estar subordinada diretamente à diretoria clínica ou geral da
instituição (SBRAFH, 2009; JOINT COMMISSION, 2011).
Em relação aos manuais de boas práticas e de qualidade para os serviços de Farmácia do
hospital, foi relatado que cada farmácia possui estes manuais, no entanto, os mesmos não ficam
expostos e não são divulgados. Segundo Sbrafh (2009), uma vez elaborado o Manual de
Procedimentos da Farmácia, as rotinas operacionais devem ser divulgadas a todas as unidades
hospitalares que a farmácia fornece serviço. Para tanto, além da comunicação por escrito, deve-se
organizar seções de divulgação para a equipe hospitalar. Por conseguinte, pode-se reduzir os erros
nos processos por meio da comunicação mais efetiva (PONTE, 2011; PULLINGER; FRANKLIN,
2010).
A incorporação de uma nova tecnologia precisa se seguir de uma adequada utilização na
prática assistencial, de forma a gerar melhores impactos esperados sobre a saúde da população. Diante
disso, protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas de utilização de medicamentos e produtos para
tratamentos de doenças são importantes para nortear e melhorar a comunicação entre a equipe de
saúde (LIU et al., 2014, CORNETT, 2013). Além disso, podem servir de instrumento de apoio na
84
disponibilização de procedimentos e na tomada de decisão quanto à aquisição e dispensação de
medicamentos (PETRYNA, 2011; PICON et al., 2013).
Nas farmácias avaliadas não existia protocolos e diretrizes, o que pode comprometer a
qualidade dos serviços fornecidos e aumentar a probabilidade de erros e eventos adversos, segundo a
Joint Commission (TIMMONS, 2005; CORNETT, 2013). No estudo de Pullinger e Franklin (2010),
foi revelado que a maioria dos estudos de documentação hospitalar multiprofissional não relatam a
existência de documentação farmacêutica, como protocolos clínicos ou diretrizes. No entanto, a
existência de documentações como estas, que seriam compartilhadas entre os profissionais de saúde,
reforçam a comunicação colaborativa e fornecem um valioso recurso para o cuidado ao paciente
(GRIMES et al., 2014; TALLON et al., 2015).
Outro ponto importante relatado foi a existência de um setor para as atividades do Serviço de
Informação de Medicamentos (SIM), porém, este serviço não está sendo realizado na instituição. No
estudo de Silva et al. (2013), foi demonstrado que de 20 farmácias hospitalares avaliadas, em apenas
duas a atividade de informação sobre medicamentos era desenvolvida e estas atendiam apenas 50%
da demanda dos hospitais. Cabe ressaltar a importância da atividade de informação, considerada pelo
OPAS (2005) como função básica da Farmácia Hospitalar. Segundo a literatura, a existência de um
SIM no hospital oferece como vantagem a economia de tempo por reduzir a duplicação do trabalho
e a uniformidade de resposta, melhorando o desempenho e qualidade das informações prestadas
(BRAMLEY et al., 2013; REPPE; SPIGSET; SCHJOTT, 2016; SILVA et al., 2011). Além disso,
este serviço confere suporte necessário para o desenvolvimento de serviços clínicos farmacêuticos no
âmbito hospitalar.
No que concerne às atividades de cuidado ao paciente, apesar da grande discussão sobre o
envolvimento do farmacêutico nas atividades assistenciais, bem como sua função educativa no
suprimento de informações ao corpo clínico da instituição (BERNARDI et al., 2015), e considerando
o complexo processo de uso de medicamentos aos pacientes nas instituições de saúde, neste estudo
foi evidenciado que os serviços de Seguimento Farmacoterapêutico e os serviços de Farmácia Clínica
85
não são realizados no hospital. No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, são
poucos os hospitais em que os farmacêuticos desenvolvem serviços clínicos (BHAGAVATHULA;
SARKAR; PATEL, 2014; SILVA et al. 2013), diferente dos países desenvolvidos, nos quais estes
serviços estão implementados na maioria dos hospitais (DELPEUCH et al., 2015; FARLEY et al.,
2014; NEVILLE et al., 2014; RYAN et al., 2013; SOMERS et al., 2013).
Os serviços clínicos farmacêuticos no âmbito hospitalar têm sido relegados a segundo plano
em países em desenvolvimento, o que determina resultados econômicos e sanitários inadequados com
relação ao uso dos medicamentos (BHAGAVATHULA; SARKAR; PATEL, 2014; PENM et al.,
2014). Isto pode estar relacionado com o tecnicismo da prática, a formação insuficiente dos
farmacêuticos em disciplinas clínicas e na consideração dos medicamentos como um bem de consumo
e não como um insumo básico de saúde (MARIN et al., 2003; MENDES, 2011; PENM et al., 2014).
Um dos pontos de destaque avaliado na instituição foi a existência do serviço estruturado de
Farmacovigilância em total conformidade com as recomendações nacionais e internacionais (WHO,
2014). Este serviço não é realidade da maioria dos hospitais públicos dos países em desenvolvimento
(ZHANG et al., 2012; NWALWU, HARRISON, 2014; OLSSON et al., 2015), sendo sua implantação
um dos critérios de avaliação das Instituições certificadoras de qualidade em hospital como a
Organização Nacional de Acreditação e a Joint Comission International. O serviço de
farmacovigilância contribui para a avaliação dos benefícios, danos, efetividade e riscos dos
medicamentos, promovendo seu uso seguro e racional (BABIGUMIRA et al., 2014; WHO, 2002).
Neste estudo, outro ponto relatado foi em relação à existência da Comissão de Farmácia e
Terapêutica, bem como a presença do farmacêutico na mesma, no entanto, não estava havendo
reuniões periódicas conforme recomendado. Segundo Grabois et al. (2012), o medicamento se
configura como um dos insumos mais importantes da intensa incorporação tecnológica, o qual
necessita de constantes avaliações para garantir a sua melhor utilização.
A Comissão de Farmácia e Terapêutica estabelece políticas relativas ao uso dos
medicamentos, terapias e de produtos, bem como identifica os medicamentos mais apropriados
86
clinicamente e de baixo custo para melhor atender os interesses da saúde dos pacientes (ASHP, 2008).
Por conseguinte, esta comissão ultrapassa as fronteiras da seleção e padronização, abrangendo a
educação permanente da equipe da saúde e a promoção do uso racional de medicamentos, sendo fator
importante para implantação de serviços clínicos farmacêuticos em hospitais (SHULKIN, 2012;
O’DONNELL, VOGENBERG, 2014).
CONCLUSÃO
Os resultados deste estudo sugerem deficiência nos itens de comunicação não-verbal,
disponibilidade, envolvimento e uso de perguntas abertas do instrumento de habilidades de
comunicação dos farmacêuticos.
Em relação à análise dos aspectos estruturais, os itens como localização das farmácias no
hospital e do ambiente reservado ao serviço de assistência farmacêutica não estavam em
conformidade com as recomendações nacionais e internacionais. Ademais, foram identificadas
inadequações em instrumentos normativos e organizacionais, como os manuais de normas e
procedimentos.
Neste sentido, este estudo apresentou o diagnóstico em que se encontravam as habilidades de
comunicação dos farmacêuticos, bem como do ambiente das farmácias do hospital para poder traçar
estratégias efetivas, tais como estruturação, serviços de promoção, programas de formação,
capacitações, treinamento in loco e a técnica de coaching para aprimorar a prestação de serviços e,
futuramente, poder implantar os serviços de Farmácia Clínica nesta instituição.
87
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Tabela 1. Média das notas atribuídas às habilidades de comunicação dos farmacêuticos numa escala de cinco pontos (1 a 5) segundo o instrumento adaptado
“Avaliação do Processo de Atendimento Farmacêutico”. Aracaju, 2016.
Habilidades de comunicação Nota Mín. Nota Máx. Média DP
Recepção (acolhimento) 2 5 3.3 1.06
Contato visual 2 4 3.3 0.82
Sequência lógica da orientação 2 4 3.3 0.82
Tamanho das orações 3 4 3.2 0.42
Impressão geral (conhecimento e comunicação) 2 5 3.1 1.10
Interesse (atenção) 2 5 3.1 1.10
Ênfase em aspectos importantes 2 4 3.0 0.94
Envolvimento 1 5 2.9 1.37
Disponibilidade 1 4 2.9 0.99
Comunicação não-verbal 2 4 2.9 0.86
Emprego de termos adequados 2 4 2.9 0.57
Uso de questões abertas 2 4 2.9 0.88
Despedida 1 5 2.5 1.43
97
Tabela 3. Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores adaptados com base na portaria 4.283/10 do Ministério da Saúde
do Brasil e indicadores de qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em totalmente conforme – Nível 3.
AVALIAÇÃO ITEM DENOMINAÇÃO
TOTALMENTE
CONFORME
06
Relação farmacêuticos / leito
18 Existência de um plano de gerenciamento de resíduos
25 Existência de serviço estruturado de Farmacovigilância com condutas
padronizadas ligado diretamente a gerência de risco e/ou serviço de farmácia
27 Existência de serviço documentado de informações sobre medicamentos?
10
Existência de programa efetivo de prevenção e conduta padrão no caso de
acidentes de trabalho no SF
98
Tabela 4. Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores adaptados com base na portaria 4.283/10 do Ministério da Saúde
do Brasil e indicadores de qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em parcialmente conforme – Nível 2.
AVALIAÇÃO ITEM DENOMINAÇÃO
PARCIALMENTE
CONFORME
01
Inserção do Serviço de Farmácia no organograma do Hospital
03 Existência de manual de normas, rotinas e procedimentos para os SF
04 Coordenação do Serviço de Farmácia devidamente qualificada
09 Existência de descrição de cargos para todas as classes de funcionários do Serviço de Farmácia
10
11
12
14
19
20
Existência de programa efetivo de prevenção e conduta padrão no caso de acidentes de trabalho no SF
Existência de Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT)
Existência de relação de medicamentos e outras tecnologias em saúde padronizada, atualizada e de
conhecimento público
Existência de Procedimentos Operacionais Padrão que descrevem as normas para o correto armazenamento
dos medicamentos
Os ambientes reservados ao serviço de assistência farmacêutica estão de acordo com a RDC 50/2002 e
outras recomendações institucionais
A unidade possui equipamentos necessários para o correto funcionamento dos processos de recebimento,
armazenamento e distribuição de insumos
99
Tabela 5. Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores adaptados com base na portaria 4.283/10 do Ministério da Saúde
do Brasil e indicadores de qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em não conforme – Nível 1.
AVALIAÇÃO ITEM DENOMINAÇÃO
NÃO
CONFORME
02
Existência de declaração formal de propósitos (missão), objetivos e funções do Serviço de Farmácia
07 Relação funcionários, exceto farmacêuticos, do Serviço de Farmácia / leito
08 Existência de programa de capacitação e educação continuada para os funcionários do Serviço de Farmácia
13 O serviço possui protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas de utilização de medicamentos e produtos, para a
maioria dos tratamentos
15
16
17
21
22
Existência de Procedimentos Operacionais Padrão que descrevem as normas para o transporte dos medicamentos
Adequação da estrutura das salas de manipulação de Antineoplásico à legislação vigente
Existência de catálogo contendo as especificações técnicas dos medicamentos para os editais de aquisição
Existência de sistema de manutenção preventiva e corretiva da maioria dos equipamentos
A localização e trajeto para as unidades de assistência farmacêutica facilitam fluxo de suprimentos e processos de
trabalho
100
Tabela 5. (Continuação) Avaliação da estrutura física das farmácias do HUSE de acordo com indicadores adaptados com base na portaria 4.283/10 do
Ministério da Saúde do Brasil e indicadores de qualidade da Acreditação Canadense. Aracaju, 2016. Itens avaliados em não conforme – Nível 1.
AVALIAÇÃO ITEM DENOMINAÇÃO
NÃO
CONFORME
23
Possui sistema de informação para apoio das atividades de gestão, técnicas e clínicas do farmacêutico?
24 O Serviço possui aparato de automação dos processos que permita aumentar o desempenho nos processos de trabalho?
26 Existe serviço estruturado de Tecnovigilância com condutas padronizadas ligado diretamente a gerência de risco e/ou
serviço de farmácia?
28 Existência de serviços de Farmácia Clínica?
29 Existência de serviço de seguimento farmacoterapêutico/ atenção farmacêutica?
102
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. CONCLUSÃO GERAL
No estudo da compreensão das percepções dos farmacêuticos e outros profissionais da saúde
foram identificadas barreiras como a resistência dos profissionais, medo e frustação pela falta de
habilidades clínicas e de comunicação. As principais expectativas relatadas foram relacionadas à
sustentabilidade dos serviços clínicos e desenvolvimento de habilidades clínicas e de comunicação.
Segundo os participantes, a experiência em Farmácia Clínica de alguns farmacêuticos da Instituição
foi considerada o principal facilitador da implantação deste serviço. Ademais, alguns dos requisitos
para o sucesso da implantação relatados foram a participação do farmacêutico nas atividades
multiprofissionais do hospital e o registro e divulgação dos impactos clínicos e econômicos dos
serviços implantados.
Na avaliação estrutura foram identificadas deficiência nas habilidades de comunicação dos
farmacêuticos, na estrutura física como localização das farmácias no hospital e no ambiente reservado
ao serviço de assistência farmacêutica. Além disso, inadequações em instrumentos normativos e
organizacionais, como os manuais de normas e procedimentos, bem como nos recursos materiais,
foram identificadas. Dessa forma, os resultados obtidos servirão de base para o desenvolvimento de
estratégias para promover a implantação da Farmácia Clínica na instituição avaliada.
5.2 PERSPECTIVAS
A partir do diagnóstico foi possível analisar as necessidades de melhora e fazer o planejamento
adequado para alcançar os melhores resultados. Vale ressaltar que as percepções dos profissionais
que irão atuar na prática destes novos serviços devem ser consideradas para identificação de barreiras
e facilitadores que influenciarão para aumentar a probabilidade de sucesso da implantação dos
serviços clínicos farmacêuticos. Nesta perspectiva, os resultados observados poderão embasar a
construção de um modelo diferenciado e replicável de serviços de Farmácia Clínica em hospitais.
103
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