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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA Período : Agosto / 2012 a Agosto /2013 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL Título do projeto de Pesquisa Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana de uma Sub-bacia de Belém-PA Nome da orientadora: Profª. Dra. Germana MenescalBittencourt Titulação do Orientador: Doutora Faculdade: Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental FAESA Unidade: Instituto de Tecnologia ITEC Título do Plano de Trabalho Mapeamento dos Pontos de Alagamento na Bacia da Estrada Nova em Belém-PA Nome do bolsista: Odicléia Trindade Neves Tipo de bolsa: ( X ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/INTERIOR ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PARD ( ) PARD-RENOVAÇÃO ( ) BOLSISTA PIBIC DO EDITAL CNPq 001/2007

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE … · 2015-08-25 · Significa dizer que em Belém, há uma vazão ... localizada na cidade de Belém-PA, ... Belém é um caso de

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Período : Agosto / 2012 a Agosto /2013

( ) PARCIAL

( X ) FINAL

Título do projeto de Pesquisa

Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana de uma Sub-bacia de Belém-PA

Nome da orientadora: Profª. Dra. Germana MenescalBittencourt

Titulação do Orientador: Doutora

Faculdade: Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental – FAESA

Unidade: Instituto de Tecnologia – ITEC

Título do Plano de Trabalho

Mapeamento dos Pontos de Alagamento na Bacia da Estrada Nova em Belém-PA

Nome do bolsista: Odicléia Trindade Neves

Tipo de bolsa: ( X ) PIBIC/ CNPq

( ) PIBIC/UFPA

( ) PIBIC/INTERIOR

( ) PIBIC/FAPESPA

( ) PARD

( ) PARD-RENOVAÇÃO

( ) BOLSISTA PIBIC DO EDITAL CNPq 001/2007

1.INTRODUÇÃO

Durante muitos anos, tanto no Brasil como em outros países, a drenagem

urbana das grandes metrópoles não recebeu a devida importância, no contexto do

parcelamento do solo para usos urbanos. Na maior parte dessas grandes metrópoles, o

crescimento das áreas urbanizadas se processou de maneira acelerada.

Moderadamente, as várzeas dos rios foram incorporadas aos sistemas viário

por meio das denominadas vias de fundos de vale. Para tanto, inúmeros córregos fora

retificados e canalizados a céu aberto ou encerrados em galerias, a fim de permitir a

construções dessas vias marginais sobre os antigos córregos. Isso significou que as

várzeas, sazonalmente sujeitas a alagamentos, foram suprimidas, o que provocou, além

da aceleração dos escoamentos, o aumento considerável dos picos de vazão e, por

consequente, inundações, em muitos casos (CANHOLI, 2005).

Nesse contexto, destaca-se a cidade de Belém, que é uma capital cercada por

águas, cortada por vários canais, igarapés e rios. E que segundo o Plano Diretor de

Esgotamento Sanitário de Belém (2008), apresenta seu relevo plano e pouco variado

dispondo de diversos pontos baixos em diversas áreas da cidade com cota inferior a 4

metros, alagada permanentemente ou sujeitas a inundações periódicas, mais conhecidas

como baixadas.

Belém do Pará é uma cidade que tem problemas com o sistema de

drenagem, pois o mesmo mostra-se ineficiente para escoar toda a água pluvial. No

período chuvoso, o sistema de drenagem é mais demandado e, em muitos locais, não

consegue cumprir com o seu papel de deságue seguro e eficiente das águas pluviais.

Portanto, vários locais de Belém enfrentam o acúmulo de água, gerando pontos de

alagamento que causam transtornos à comunidade.

Diante do que foi explanado, este trabalho tem como objetivo fazer o

mapeamento dos pontos de alagamento da Sub-bacia II da Bacia da Estrada Nova, assim

como o levantamento dos dispositivos que estão comprometidos, com a finalidade de

saber, dentre os locais estudados, os pontos que necessitam de intervenção mais urgente.

2. JUSTIFICATIVA

Em Belém, existem aspectos fundamentais no ambiente urbano que

permitem refletir a importância de associar os índices urbanísticos aos infraestruturais.

A relação entre esses elementos é estabelecida apartir de um viés histórico da forma

como foram implantados os sistemas viários e urbanísticos e as obras de

infraestruturas. Geralmente, o viário se sobrepõe à drenagem, o que possibilitou

historicamente a implantação de vias sem drenagem adequada e abrangente ou profunda

preocupação com a drenagem da via, definida como drenagem longitudinal (LIMA,

2004 apud PEREIRA, 2004).

Um aspecto relevante, na abordagem de modificação do espaço urbano, é a

questão dos fatores naturais do ambiente, configurados na bacia por fatores hidrológicos.

A cidade é entrecortada por furos e igarapés, que hoje estão se modificando em grande

parte devido à dinâmica de crescimento urbano e, sobretudo, em função da integração e

acesso para oscentros urbanos (LIMA, 2004).

O outro fator é o meteorológico, cuja significância no cenário urbano de

Belém e da bacia é elevado,com índice pluviométrico médio anual de 2.979 mm

(INMET, 2012), caracterizando um regime de chuvas intensas constantes, alterado

apenas em períodos de menor intensidade, com uma constância de grandes precipitações

(LIMA, 2004 apud BASTOS, 2002). Significa dizer que em Belém, há uma vazão

elevada, geralmente através de drenagem profunda em direção aos fundos de vales,

impermeabilizados devido ao uso viário. Sendo assim, no período chuvoso, o sistema de

drenagem se torna ineficiente, gerando alagamentos em vários pontos da cidade. São

então necessárias ações do poder público para que os habitantes não sejam prejudicados

por tais eventos e que o processo não venha se intensificar. O mapeamento destes

pontos de alagamento, além de indicar aos órgãos competentes os locais onde o sistema

de drenagem é ineficiente, também permitirá o acompanhamento da evolução da

situação.

3 OBJETIVOS DA PESQUISA

3.1 Objetivo Geral

Fazer o mapeamento dos principais pontos de alagamento da Sub-bacia II da

Estrada Nova, localizada na cidade de Belém-PA, que servirá de ferramenta para

entidades de gerenciamento e controle de inundações, assim como para o planejamento

urbano da cidade.

3.2 Objetivos Específicos

Identificar os principais pontos de alagamento da Sub-bacia II da Estrada Nova,

em Belém-PA;

Elaborar mapas das áreas alagáveis, identificando os pontos mais críticos do

sistema de drenagem;

Levantamento de cotas de inundação na região sujeita à influência da maré.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 INUNDAÇÕES URBANAS

O Brasil apresentou, ao longo das últimas décadas, um crescimento

significativo dapopulação urbana, criando-se as chamadas regiões metropolitanas. A

taxa de população urbana brasileira é de 84% (IBGE,2010), próxima à saturação. O

processo de urbanização acelerado ocorreu depoisda década de 60, gerando uma

população urbana praticamente sem infraestrutura,principalmente na década de 80,

quando os investimentos foram reduzidos.Os efeitos desse processo fazem-se sentir

sobre todo o aparelhamento urbano relativo arecursos hídricos: abastecimento de água,

transporte e tratamento de esgotos cloacais edrenagem pluvial (TUCCI,2005).

As frequentes inundações e/ou alagamentos de cidades têm despertado a

atenção da sociedade para esse fenômeno. As inundações urbanas podem ocorrer por

diversos fatores, sendo os principais a ineficácia do sistema de drenagem e a construção

de centros urbanos em terrenos que naturalmente são afetados pelas enchentes.

Há uma diferença conceitual entre os termos enchente e inundação. As

enchentes são ocorrência naturais onde o grande volume de água ocupa a calha do rio,

fazendo com que a mesma “encha”. Este tipo de evento normalmente não afeta

diretamente a população, devido ao seu caráter cíclico. Já as inundações são

caracterizadas pelo extravasamento do canal ou da calha do rio. Quando as margens ou

bordas do rio são baixas, a enchente vai passar por cima da borda do rio, isto é, vai

transbordar e começar a correr pelas ruas, formando uma inundação que invade as

casas, lojas e fabricas (MENESCAL, 2012). O alagamento consiste em um acúmulo

momentâneo de águas em determinados locais por deficiência no sistema de drenagem.

Esses processos promovem a destruição da infraestrutura das cidades

afetadas, perdas agrícolas, propagação de doenças, gera desabrigados, feridos, mortos,

etc. Essas inundações podem ser desencadeadas em áreas ribeirinhas e urbanas, em

consequência do mau planejamento urbano, além de inundações localizadas.

As inundações em áreas ribeirinhas são aquelas que ocorrem periodicamente

nas planícies de inundação e o fator determinante é o geomorfológico. Portanto, neste

caso, as ações dos projetos urbanísticos (compactação do solo, desmatamento,

asfaltamento, etc.) não são os principais responsáveis pelas inundações, visto que essas

áreas são naturalmente sujeitas a inundações, pois estão muito próximas aos cursos de

água.

As inundações devido à urbanização são aquelas causadas pelo

desmatamento, impermeabilização do sítio urbano, construção inadequada de diques,

alteração dos cursos naturais dos rios, projetos ineficazes de captação da água pluvial.

Todos esses aspectos favorecem para que ocorram inundações em períodos de

precipitação pluviométrica de grande intensidade.

As inundações localizadas são provocadas por intervenções antrópicas nas

drenagens, com estrangulamento dos leitos fluviais em pontes, bueiros e aterros. O

assoreamento agrava essa situação.

4.2 BELÉM E O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

A cidade de Belém, capital do Estado do Pará,está localizada às margens do

Rio Guamá e Baía do Guajará e é uma das regiões mais chuvosas da Amazônia com alto

índice pluviométrico, devido à forte atividade convectiva. O município de Belém

comporta aproximadamente 1,4 milhões de habitantes (IBGE, 2010). Na Figura1é

possível ver a área ocupada da cidade e a área coberta pela vegetação amazônica.

Figura1: Área ocupada x cobertura vegetal do Município de Belém

Fonte - Adaptado de Google Maps(2013)

LEGENDA:

Área ocupada

Área de vegetação amazônica

De acordo com NEGRÃO e GEMAQUE (2010), o crescimento inicial em

Belém expandiu-se através do núcleo de dois pontos principais: um que acompanhava o

Rio Guamá e outro ao longo da Baía do Guajará. A partir dos anos 50, as baixadas

começaram a ser ocupadas pela população de baixa renda, pelo fato das terras mais altas

estarem escassas e mais caras, mas até então não eram feitos registros de inundações.

Também vinha se desenvolvendo a construção do dique da “Estrada Nova”

e da abertura da Avenida Bernardo Sayão, já no início do século XX.Segundo Lima

(2004) apud Pereira (2004), a obra do Dique-Estrada Nova consistia em uma estrada

que funcionaria como uma espécie de cinta de proteção perpendicular à projeção das

vias à montante, para evitar problemas de alagamentos. Na época, a relação entre

drenagem natural e o sistema de marés proporcionava alagamentos e a permanência de

aguas paradas, criadouros naturais de mosquitos. Também foram instaladas comportas

nas fozes dos rios, e tinham como tarefa principal evitar o aumento dos alagamentos por

ocasião de coincidências entre marés altas e caudais de montante de uma chuva intensa.

Mas desde sua implantação, apresentou problemas. Várias eram as razões, sendo a

principal a estrutura, pois à época de sua construção, havia escassez de diversos

materiais básicos para a construção e, devido à Segunda Guerra Mundial, dentre tantos,

o ferro era o principal (LIMA, 2004).

Sendo assim, Belém é um caso de cidade que há muito tempo apresenta

problemas em seu sistema de drenagem, que é ineficiente para escoar toda a água

pluvial em ocasiões especiais. Estas ocasiões podem ser chuvas fortes e rápidas, e/ou

chuvas contínuas combinadas com a maré alta, aliado a concentração de resíduos em

bocas de lobos, quase sempre resultam na formação de alagamentos em regiões

densamente ocupadas, como podemos observar na Figura 2.

Figura 2 - Alagamento no Canal da Vileta

Fonte - g1.globo.com/pa/para/noticia (2013)

A Figura acima ilustra o transbordamento do Canal da Vileta devido a uma

forte chuva ocorrida no dia 13/02/2013, onde várias ruas da cidade sofreram com

alagamentos.

5 METODOLOGIA

5.1 ÁREA DE ESTUDO

O território do Município de Belém compreende um sistema de várias

bacias hidrográficas que deságuam no Rio Guamá e na Baía do Guajará. Grande parte

delas foi atingida por uma ocupação urbana desordenada que, em consequência do

crescimento urbano, sofre significativas mudanças físicas. O intenso aterramento de

suas margens tem dificultado a acumulação das precipitações intensas comuns na

região. O processo urbano vem causando diminuição da vazão, devido ao assoreamento

das calhas dos canais, proporcionando, também, a redução da largura e da profundidade

dos canais contribuintes dessas bacias.

Deste modo, a Figura 3 apresenta a delimitação das 14 Bacias Hidrográficas

existentes em Belém, elaboradas e apresentadas pela Prefeitura Municipal de Belém

(PMB) no ano de 2000.

Figura3 - Bacias Hidrográficas do Município de Belém

Fonte- Adaptado de Rodrigues(2012)

A Bacia da Estrada Nova possui área sujeita a alagamento devido à sua

localização em cotasaltimétricas iguais ou inferiores a 4,0 metros, em decorrência da

influência de marés. Segundo o Plano Diretor do Sistema de Esgotamento Sanitário da

Região Metropolitana de Belém, a Bacia em estudo possui área total de 9,54 Km², sendo

72,7% em área alagável. Sua área de drenagem, abrange parcialmente, as águas dos

bairros do Guamá, Nazaré, Batista Campos, São Braz, Cidade Velha, e, integralmente,

os bairros Jurunas, Condor e Cremação.

A Bacia localiza-se entre três baciashidrográficas e o Rio Guamá, sendo eles:

a) Bacia Hidrográfica do UNA, ao norte, com o divisor de água (limite

altimétrico) localizado na Avenida Nazaré;

b) Bacia Hidrográfica do Tucunduba, a leste, com o divisor na Avenida José

Bonifácio, na Avenida Barão de Igarapé Mirim e na Rua Augusto Côrrea;

c) Bacia Hidrográfica do Tamandaré, a oeste, tendo como divisor a

Travessa Veiga Cabral.

d) O Rio Guamá localiza-se ao extremo sul da Bacia Hidrográfica da

Estrada Nova, tendo a Avenida Bernardo Sayão e seu Canal, de mesmo

nome.

A área espacial da Bacia Hidrográfica da Estrada Nova para elaboração dos

estudos de diagnóstico, proposição de alternativas de intervenções e projetos básicos foi

dividida em 04 (quatro) sub-bacias hidrográficas, conforme a Figura 4, devido sua

extensão territorial , o que dificulta a busca por financiamento para a implantação de

projetos.

Figura4 - Divisão da bacia da Estrada Nova

Fonte - Adaptado de PROMABEN(2013)

A área escolhida para esta pesquisa foi a sub-bacia II da Estrada Nova, por

apresentar condições históricas que levam ao enquadramento para a pesquisa.

Primeiramente, sua formação advém da criação do dique da Estrada Nova, criando

assim, uma nova dinâmica hidrológica. A segunda condição é a pluviometria elevada,

característica de todas as bacias dacidade. O terceiro aspecto está relacionado à

movimentação urbanística, seu processo de uso e ocupação do solo ocorreu de forma

desordenada, modificando, com o passar do tempoa hidrografia natural do ambiente.

A área de abrangência da Sub-Bacia II possui uso predominantemente

urbano. Seu Sistema de Macrodrenagem é constituído pelos canais de drenagem das Tv.

14 de Março, Quintino Bocaiúva, Dr. Moraes, Av. Generalíssimo Deodoro e da Rua

Caripunas (SEURB, 2013).

5.2 ETAPAS DA PESQUISA

A concepção que orienta esta pesquisa admite relacionar o sistema de

drenagem de águas pluviais, implantado como um sistema de saneamento, portanto

relevante na tentativa do planejamento das cidades e no equilíbrio de áreas frágeis de

várzea. O fluxograma 1, mostra as etapas de estudo que constituem este trabalho.

Fluxograma 1 - Etapas da pesquisa

Este trabalho teve como primeira etapa metodológica a pesquisa

bibliográfica peculiar aos temas relacionados com interação do problema dissertado,

para isso, foram utilizados livros, artigos, dissertações, leis e manuais publicados,

tradicionalmente ou por meio digital.

A pesquisa de campo, a partir da pesquisa bibliográfica, foi a segunda etapa

da pesquisa, essafoi realizada considerando dois aspectos. O primeiro, através de visitas

nas áreas que efetivamente sofreram as intervenções baseadas nos projetos. Esegundo,

para uma coleta de dados satisfatória, foram realizadas duas entrevistas com o

PR

OC

ED

IME

NT

O M

ET

OD

OL

ÓG

ICO REFERENCIAL TEÓRICO

PESQUISA DE CAMPO

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

TRATAMENTO E ANÁLISES DOS DADOS OBTIDOS

Engenheiro da Secretaria Municipal de Urbanismo de Belém – SEURB, com a

finalidade de avaliar a compatibilidade entre estruturação urbanística e o Projeto de

Macrodrenagem que está sendo implantado na área de estudo. Uma entrevista com o

coordenador do Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM e outra com o Major da

Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, com o objetivo de ter conhecimento sobre os

pontos críticos de alagamentos em Belém.

As visitas em campo possibilitaram a coleta de informações

complementares, a fim de visualizar características do sistema. Através dessas visitas,

foi feita a identificação de problemas pontuais nos dispositivos de drenagem na área da

Bacia.

Foi também efetuado um levantamento fotográfico, cujo critério de escolha

foi focar dispositivos, visualmente deteriorados, em diversas vias e lugares passíveis a

alagamento.

A última etapa dessa pesquisa foi o tratamento e analises dos dados obtidos,

através das etapas mencionadas anteriormente. Foram utilizadas ferramentas

computacionais, como Auto Cad (2010), com o intuito de visualizar e delimitar a área

de estudo, e o Google Earth e Google Maps para a elaboração de mapas demonstrando a

disposição dos pontos de alagamentos, assim como a relação destes com a disposição

inadequada dos resíduos sólidos.

6 RESULTADOS

Durante as visitas técnicas realizadas na área, constataram-se alguns

problemas nos dispositivos de drenagem da referida sub-bacia: entre eles podemos

destacar o acúmulo de resíduos sólidos no interior e ao redor dos canais; a elevada

população de macrófitas, causada pela alta concentração de nutrientes despejados no

sistema de drenagem, provavelmente esgoto doméstico; assoreamento nos canais; boca

de lobo sem grade protetora, as quais irão desaguar todos os resíduos proveniente do

carreamento da chuva direto no canal.

Devido aos problemas identificados no sistema de drenagem da Sub-bacia

II, podemos prever que essas áreas são passíveis de inundações. A identificação dos

pontos de alagamentos identificados está descrita a seguir.

6.1 PONTOS DE ALAGAMENTOS NA SUB-BACIA II

Os alagamentos no local da pesquisa constituem um problema que afeta

toda a rede urbana. Mesmo pequenos volumes pluviométricos aliados à influência das

marés, são capazes de gerar acúmulos de água pluvial, principalmente em áreas de cotas

baixas e sem drenagem receptora eficiente. O mapeamento das áreas alagáveis é uma

medida que pode ser tomada para diminuir as perdas humanas e econômicas.

Abaixo serão identificados os pontos de alagamentos através defiguras, e

posteriormente será apresentado um mapa das áreas alagáveis, identificados a partir da

pesquisa de campo e de informações colhidas junto ao Sistema de Proteção da

Amazônia - SIPAM.

Na Figura 5 é possível visualizar um dos pontos de alagamento. Através da

pesquisa de campo, nessa rua, foi possível identificar alguns problemas, tais como bocas

coletoras localizadas inadequadamente, como nos vértices das ruas, o que traz

insegurança para os pedestres, devido à convergência de torrentes que se formam

durante uma chuva intensa, assim como também foram identificadas bocas coletoras

sem grade protetora, o que facilita a entrada de resíduos nestes dispositivos,

contribuindo assim, para os alagamentos nesta área.

Já na Figura 6, o alagamento identificado ocorre sempre que há uma

precipitação intensa. Como problemas, foi verificado o acúmulo de resíduos sólidos

dentro e no entorno dos canais, e que devido as constantes chuvas na cidade acabam

sendo carreados para dentro destes, outro problema seria a obstrução de várias bocas

coletoras de águas pluviais. Todos estes problemas, aliados à influência das marés

podem estar contribuindo para a ocorrência desses alagamentos.

Figura 5 - Rua dos Pariquis com a Tv. Quintino

Bocaíuva

Figura 6 - Canal daTv. 14 de Março esquina com a

Rua dos Pariquis

Fonte - Autoras (2013) Fonte - Belém.pa.gov (2013)

As Figuras 7 a 10, são pontos de alagamentos que sofrem influência direta do

sistema de drenagem ineficiente, assim como da não implantação da bacia de detenção

prevista no Projeto de Macrodrenagem da Bacia da Estrada Nova que está sendo

desenvolvido na área. Esta bacia de detenção irá receber as águas provenientes dos

canais das Travessas 14 de Março e Dr. Moraes, sendo assim, essas águas que deveriam

ser armazenadas nessa bacia retornam pelos pontos de lançamentos que situam-se

dentro dos canais, os quais são considerados pela SEURB como sendo pontos muito

baixos, fato este que contribui para que haja o alagamento de áreas à montante desse

canais.

Figura 7 - Rua Pariquis próximo a Tv. Rui

Barbosa

Figura 8 - Pass. Euclides da Cunha com Rua

Pariquis – imagem após o alagamento

Fonte- www.g1.globo.com/pa (2013) Fonte - Autoras (2013)

Figura 9 - Av. Conselheiro Furtado com Tv. 14 de

Março

Figura 10 - Av. Conselheiro Furtado com Av.

Alcindo Cacela

Fonte -Autoras (2013) Fonte –skyscrapercity.com (2013)

O ponto de alagamento representado pela Figura 11 pode ser justificado pela

deficiência na rede de drenagem urbana, agravado pela disposição inadequado de

resíduos sólidos.

A área alagável na Figura 12 se deve ao fato de que este ponto se localiza

próximo ao Complexo de Abastecimento de Alimentos do bairro do Jurunas, sendo

assim, o acúmulo de resíduos descartados inadequadamente no local, é bastante

considerável e com a chuva acabam sendo carreados para as bocas coletoras

contribuindo para seu entupimento.

Figura 11 - Av. Fernando Guilhon com

Tv.Apinagés

Figura 12 - Rua Fernando Guilhon com Av.

Bernardo Sayão

Fonte –skyscrapercity.com (2013) Fonte –skyscrapercity.com (2013)

O ponto de alagamento identificado na Figura 13, também está relacionado

à questão do retorno das águas pluviais pelo sistema de drenagem, aliado ao acúmulo de

resíduos dentro dos canais que contribuem para entupir tal sistema, ocasionando assim,

os alagamentos.

Figura 13 - Canal na Tv. Dr. Moraes esquina com Rua

dos Pariquis

Fonte - Autoras (2013)

Na Figura 14à seguir, é possível observar todos os pontos de alagamento,

além dos canais e a futura bacia de detenção, localizados na área. Os pontos contidos

em vermelho indicamas áreas alagáveis identificadas pelo SIPAM e também a partir de

nossa pesquisa de campo.

Figura14 - Pontos críticos de alagamentos na sub-bacia II

Fonte - Adaptado de Google Earth (2013)

Legenda:

Bacia de Detenção Ponto de alagamento

Canal .. Limite de Bacia

De maneira geral, os pontos de 9 a 23 são justificados pela disposição

irregular de resíduos sólidos nas vias públicas e nos dispositivos de drenagem, aliado a

ausência da bacia de detenção e ao fato dos pontos de lançamento da drenagem das

águas pluviais dentro dos canais serem baixos. E o pontos de 1 a 4 esta relacionado a

divisão da bacia da Estrada Nova, fazendo com que a Av. Fernando Guilhon pertença a

duas sub-bacias, havendo do dificuldade para a implantação de projetos nesta avenida,

associado a disposição irregular de lixo. Já os pontos de 6 a 8 estão relacionado

deficiência no sistema de drenagem urbana, agravado pela má disposição de resíduos

sólidos. O ponto 24 se justifica pela ausência de operação na comporta, a qual se

localiza na saída do canal da Tv. Quintino Bocaiúva, responsável pelo deságue das

aguas pluviais na Baia do Guajará, fato este combinado ao acúmulo de lixo nas vias

publicas e dentro canal.

Os logradouros que correspondem aos pontos alagáveis identificados na

Figura 14, estão descritos no Quadro 1.

Quadro 1- Logradouros representados na Figura 14

PONTO LOGRADOURO PONTO LOGRADOURO

1 Av. BernadoSayão com Av. Fernando

Guilhon 13

Rua Pariquis com Tv. Quintino

Bocaíuva

2 Av. Fernando Guilhon com Pss. Bom

Jardim 14 Rua dos Mundurucus com Rui Barbosa

3 Av. Fernando Guilhon com Tv. Honório

José dos Santos; 15

Pss. Euclides Cunha com Rua dos

Mundurucus

4 Av. Fernando Guilhon com Tv. Dos

Tupinanbás 16

Rua dos Mundurucus com Tv. Quintino

Bocaíva

5 Av. Fernando Guilhon com Tv.Apinagés 17 Tv. Quatorze de Março com Rua

Mundurucus

6 Rua Timbitas com Tv.Apinages 18 Tv. Quatorze de Março com Rua dos

Pariquis

7 Tv. Padre Eutíquio com Rua Timbiras. 19 Tv. Quatorze de Março com Rua

Caripunas

8 Tv.Apinagés com Rua São Miguel. 20 Rua dos Pariquis com Tv. Nove de

Janeiro.

9 Rua do Mundurucus com Av. Serzedelo

Corrêa 21 Rua do Pariquis com Tv. Três de Maio

10 Rua dos Pariquis com Tv. Dr. Moraes 22 Av. Conselheiro Furtado com Tv.

Quatorze de Março.

11 Rua Pariquis com Rua Rui Barbosa 23 Av. Conselheiro Furtado com Av.

Alcindo Cacela

12 Rua Pariquis com Pss. Euclides da

Cunha 24

Tv. Quintino Bocaíuva com Av.

Bernardo Sayão

Fonte – Autoras (2013)

A dissertação de Pinheiro (2009), que tem como tema a Metodologia para o

Gerenciamento Integrado Saudável dos Resíduos Sólidos da Bacia da Estrada Nova do

município de Belém/Pa, realizou um diagnóstico sobre os dados de limpeza da área de

estudo, que identificou problemas de disposição irregular de lixo em determinados

pontos críticos nas vias públicas, isso contribui para a obstrução dos dispositivos de

drenagem, acumulando as águas pluviais em determinados logradouros.

O estudo de Pinheiro (2009) embasa ainda mais os pontos de alagamentos

encontrados na Sub-bacia II, pois há 8 (oito) pontos que coincidem com as áreas

alagáveis identificadas nesta pesquisa. Estes pontos estão representados pela cor verde,

na Figura 15.

Figura15 - Pontos críticos de alagamentos x Disposição de resíduos sólidos

Fonte - Adaptado de Google Earth (2013)

Legenda:

Bacia de Detenção Ponto de alagamento

Canal .. Limite de Bacia

Disposição inadequada de resíduo sólido

Os logradouros dos pontos alagáveis que coincidem com a disposição de

resíduos sólidos que estão identificados na Figura 15, estão descritos no Quadro 2.

Quadro 2 - Logradouros representados na Figura 15

PONTO LOGRADOURO PONTO LOGRADOURO

1 Av. Bernado Sayão com Av. Fernando

Guilhon 16

Rua dos Mundurucus com Tv. Quintino

Bocaíuva

3 Av. Fernando Guilhon com Tv. Honório

José dos Santos 18

Tv. Quatorze de Março com Rua dos

Pariquis

14 Rua dos Mundurucus com Rui Barbosa 19 Tv. Quatorze de Março com Rua

Caripunas

15 Pss. Euclides Cunha com Rua dos

Mundurucus 24

Tv. Quintino Bocaíuva com Av.

Bernardo Sayão

Fonte – Autoras (2013)

Outro fator que contribui para o agravamento dos alagamentos na área de

estudo está ligado à falta de conscientização dos moradores residentes na área, que tem

o hábito de lançar resíduo sólido diretamente nos canais, ou colocam seu lixo nos

logradouros após a coleta passar.

No início desta pesquisa, imaginou-se que vários pontos na área mais baixa

da sub-bacia estudada seriam identificados como sujeitos à inundação devido à

influência da maré. Este fato não foi completamente confirmado durante as visitas de

campo, como pode ser percebido no mapa final gerado, não havendo, portanto, a

necessidade do levantamento das cotas de inundação de pontos sujeitos à influência de

maré, que são as cotas abaixo de 4,0 metros. O dique construído da Av. Bernardo Sayão

tem protegido o avanço das águas do rio Guamá para dentro dessa área de baixada da

sub-bacia II, exceto nos pontos ao longo dos canais, uma vez que as comportas dos

mesmos são inoperantes.

7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A sub-bacia II tem apresentado constantes alagamentos, o que evidencia

que o sistema de drenagem não está cumprindo sua função, assim, a identificação dos

pontos críticos de alagamentos da referida Sub-bacia é de extrema importância para o

planejamento e gestão eficiente da área de estudo.

A Bacia da Estrada Nova é conceituada pela Prefeitura Municipal de Belém

como a mais complexa, em termos de intervenção, necessitando de grandes recursos

financeiros para liberar e organizar a drenagem a partir dos fundos de vale. Haveria

grande dispêndio na indenização de melhorias, uma vez que, em virtude de sua forma

de ocupação, os assentamentos localizam-se na faixa não edificante ou de domínio dos

furos e igarapés.

Com a identificação dos pontos críticos de alagamentos, foi possível

constatar que existem 24(vinte e quatro) pontos de áreas alagáveis, que estão associados

à influência da maré, ao elevado índice pluviométrico, a falha dos sistemas de micro e

macrodrenagem, falta de manutenção, acúmulo de resíduos sólidos e pelo crescimento

urbano desordenado.

De maneira geral, todos os pontos mencionados na Figura 14 se devem ao

fato de suas localizações serem vulneráveis a alagamentos, pois o Município de Belém é

banhado pelo Rio Guamá e Baía do Guajará que sofrem influências de maré. Essas

áreas foram aterradas e sofreram ocupação desordenada. Associa-se a isso o fato de que

a bacia da Estrada Nova está abaixo da cota quatro (SADECK et al, 2012 apud SEGEP,

2010), ou seja, do nível máximo que pode ser atingido pela maré. Tudo isso, aliado

falha dos sistemas de micro e macrodrenagem e falta de manutenção é o que leva a

cidade a constantes alagamentos.

Os projetos de drenagem devem ser pensados em conjunto com o plano

urbanístico da cidade, tanto no que diz respeito às questões de zoneamento e uso do

solo, como em relação ao crescimento urbano, controlando a densidade demográfica e o

tipo de ocupação do terreno. Faz-se necessário a elaboração do Plano Diretor de

Drenagem e o Plano de Controle de Águas Pluviais e Enchentes da Bacia da Estrada

Nova, recomendados pelo Plano Diretor de Belém, em que juntos iram estabelecer

medidas como, por exemplo, sistema de drenagem que permita o escoamento em toda

área da bacia e; diretrizes como a criação de parâmetros de impermeabilização que

proporcione a infiltração. Com isso os riscos de alagamentos serão reduzidos

consideravelmente, proporcionando conforto e segurança à população.

Foi encontrada dificuldade em se obter informações perante aos órgãos

competentes. Diante de tal fato é necessário que seja feito um sistema de informação

sobre os cadastramento das obras de drenagem tanto na micro quanto macrodrenagem e

que essas informação sejam disponíveis para a população.

Outro problema identificado na pesquisa foi a existência de mais de um

órgão gestor e coordenador da Bacia da Estrada Nova que não trabalham em sintonia, o

que permite a execução de obras incompatíveis, isto é, as obras não operam em

conjunto e podem se prejudicar mutuamente, isso pode ser percebido na Av. Fernando

Guilhon, onde a mesma faz parte da sub-bacia I e II da Estrada Nova, nesta avenida são

identificados vários pontos de alagamentos. Perante tal situação é de extrema

importância a criação de um órgão gestor e coordenador centralizado para que haja a

compatibilidade entre projetos.

8 DIFICULDADES:

Entre as dificuldades encontradas para o desenvolvimento desta pesquisa,

podemos destacar: as dificuldades referentes à obtenção de informações a respeito de

projetos já implantados na Bacia da Estrada Nova, e consequentemente na Sub-bacia II

e principalmente, o acesso a área de estudo, devido a falta de segurança pública nas

proximidades.

9 PARECER DO ORIENTADOR:

A aluna desenvolveu o trabalho com muita dedicação, encontrando resultados

que são necessários para o completo gerenciamento das águas pluviais na cidade de

Belém-PA. O trabalho tem o material necessário para publicações e gerou um também a

base para um trabalho de conclusão de curso, que obteve conceito excelente. O

desempenho da aluna durante a pesquisa foi fundamental para a conclusão do trabalho.

REFERÊNCIAS

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Textos, 2005

INTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA – IBGE. Disponível

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PINHEIRO, J; FONSECA. Metodologia para o gerenciamento integrado saudável dos

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