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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ADIÇÃO DE CUPRATO OXAZOLÍNICO À
NITRILAS �,�-INSATURADAS.
SÍNTESE DO (�) HOMOBACLOFEN. ALBERTO WISNIEWSKI JUNIOR
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ADIÇÃO DE CUPRATO OXAZOLÍNICO À
NITRILAS �,�-INSATURADAS.
SÍNTESE DO (�) HOMOBACLOFEN.
Alberto Wisniewski Junior
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Paraná, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Química.
Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Marques
CURITIBA 2003
Dedico este trabalho à minha esposa e ao meu filho, Vanessa e Júlio.
AGRADECIMENTOS
À minha esposa e ao meu filho, Vanessa e Júlio, pelo apoio incondicional,
motivação e amor que sempre me deram em todas as minhas decisões e por
compreender as minhas ausências durante o período deste trabalho.
Aos meus pais, Alberto e Maria, pelo carinho e a forma com que me
educaram, e aos meus irmãos pelo apoio.
Ao meu sogro, Vicente, pelo grande apoio durante minha graduação.
Ao Prof. Francisco de Assis Marques pela orientação e pela formação
intelectual que me passou durante os 6 anos que trabalhamos juntos.
Aos demais professores do LEQSO, Fabio, Alfredo e Paulo pela valiosa
contribuição em minha formação científica.
Ao Alcindo pela grande amizade e pelo conhecimento que adquiri em
nossas conversas de banco.
Aos demais colegas do laboratório: Carlinhos, Davizão, Bebê, Cezar,
Tico, Zé, Jeff, Chico Pedro, Junho, Edison, Celso, pelo agradável convívio,
conversas e festas.
Aos amigos do DQ: Berthold, Barreto, Juni, Ângelo, Diel, Marcelino,
Mafalda, que sempre me ajudaram quando precisei.
À Profª. Maria Aparecida F. C. Oliveira e ao Prof. Fabio Simonelli por
aceitarem participar do meu exame de qualificação e pelas valiosas sugestões
ao trabalho.
A todos os colegas do departamento freqüentadores dos nossos
churrascos.
Aos professores Fabio Simonelli e Paulo Marcos Donate (USP-Ribeirão)
pelo aceite em participar da banca de defesa de dissertação.
Ao Prof. Edésio Luiz Simionatto, Pró-Reitor de Extensão e Pesquisa da
Universidade Regional de Blumenau, pelo grande apoio para que eu pudesse
desenvolver este trabalho.
A todos que de alguma forma contribuíram com minha formação.
SUMÁRIO Lista de Esquemas i Lista de Figuras e Tabelas ii Lista de Abreviaturas iii Resumo iv Abstract v
Parte I ESTUDO DA REATIVIDADE DO CIANOCUPRATO OXAZOLÍNICO COM
NITRILAS �,�-INSATURADAS I – Introdução 1
I.1 – Organocupratos 1 I.2 – Cianocupratos 3 I.3 – Cupratos oxazolínicos 6 I.4 – Nitrilas �,�-insaturadas 10
I.5 – Adições conjugadas a nitrilas �,�-insaturadas 11 II – Objetivos 13 III – Resultados e Discussão 14 III.1 – Preparo de nitrilas �,�-insaturadas 14 III.2 – Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24) 22 III.3 – Reações de adições do Cianocuprato Oxazolínico a
nitrilas �,�-insaturadas 23
PARTE 2 APLICAÇÃO DA ADIÇÃO DO CUPRATO OXAZOLÍNICO À NITRILA �,�-
INSATURADA NA SÍNTESE DO (�) HOMOBACLOFEN IV – Introdução 30
IV.1 – Ácido 5-amino-3-(4-clorofenil) pentanóico -Homobaclofen
30
V – Objetivos 35 VI – Resultados e Discussão 36 VII – Conclusões e Perspectivas 41 VIII – Materiais e Métodos 42
VIII.1 – Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24) 43 VIII.2 – Procedimento geral para o preparo do ânion de lítio
das 2-oxazolinas 43
VIII.3 – Procedimento geral para o preparo do cianocuprato oxazolínico de alta ordem (25)
44
VIII.4 – Procedimento geral de preparo de nitrilas �,�-insaturadas.
44
3-fenilacrilonitrila (10) 45 3-(4-metoxi-fenil)-acrilonitrila (11) 45 3-(4-cloro-fenil)-acrilonitrila (12) 45 2-furilacrilonitrila (13) 46 pentametilenoacrilonitrila (14) 46
Purificação do Isômero ���-insaturado (14) 46 4-dimetilaminofenilacrilonitrila (15) 46 3,3-difenilacrilonitrila (16) 47 3,4-dimetoxifenilacrilonitrila (17) 47 VIII.5 – Síntese da 2-nonenonitrila (21) 47
VIII.5.1 – Eliminação da função álcool do composto (18)
48
VIII.6 – Procedimento geral para obtenção de �-hidroxinitrilas.
49
3-hidroxi-heptanonitrila (19) 49 5-metil-3-hiroxi-hexanonitrila (20) 49 VIII.7 – Reação geral de �-hidroxinitrilas com MeMgBr 50 VIII.8 – Reação geral de �-hidroxinitrilas com SOCl2/Py 50 VIII.9 – Reação geral de �-cloronitrilas com DBU 50 2-heptenonitrila (22) 51 5-metil-2-pentenonitrila (23) 51 VIII.10 – Reação da 3-fenilacrilonitrila (10) com ânion
oxazolínico 51
VIII.11 – Procedimento geral de reação das nitrilas �,�-insaturadas com cianocuprato oxazolínico (25).
52
Produto 26 52 Produto 27 53 Produto 28 53 Produto 29 54 Produto 30 54 Produto 31 55
Produto 32 55 Produto 34 56 Produto 35 56 VIII.12 – Procedimento para síntese do (�) homobaclofen (33)
a partir do composto 28 56
IX – Referências Bibliográficas 58 X – Espectros Selecionados 69 1 – Espectro de Massas da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24) 70 2 – Espectros de Infravermelho e de Massas da 3-
fenilacrilonitrila (10) 71
3 – Espectro de RMN 1H ( 300 MHz) da 3-fenilacrilonitrila (10) 72 4 – Espectro de RMN 13C ( 75 MHz) da 3-fenilacrilonitrila (10) 73 5 – Espectro de Massas da 3-(4-metoxi-fenil)-acrilonitrila
(11) 74
6 – Espectros de Massas e Infravermelho da 3-(4-cloro-fenil)-acrilonitrila (12)
75
7 – Espectro de RMN 1H ( 300 MHz) da 3-(4-cloro-fenil)-acrilonitrila (12)
76
8 – Espectros de Massas e Infravermelho da 2-furilacrilonitrila (13)
77
9 – Espectros de Massas e Infravermelho da Pentametileno-acrilonitrila (14)
78
10 – Espectro RMN 1H (300 MHz) da Pentametilenoacrilonitrila (14)
79
11 – Espectro RMN 13C (75 MHz) da Pentametilenoacrilonitrila (14)
80
12 – Espectros de Massas e Infravermelho da 4-dimetilamino-fenilacrilonitrila (15)
81
13 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) da 4-dimetilamino-fenilacrilonitrila (15)
82
14 – Espectro de Massas da 2-nonenonitrila (21) 83 15 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (26) 84 16 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) do produto (26) 85 17 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (27) 86 18 – Espectro de RMN 1C (75 MHz) do produto (27) 87 19 – Espectro de Massas do produto (27) 88 20 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (28) 89
21 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (29) 90 22 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) do produto (29) 91 23 – Espectros de Massas do produto (29) 92 24 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (30) 93 25 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) do produto (30) 94 26 – Espectros de Massas e Infravermelho do produto (30) 95 27 – Espectro de RMN 1H (200 MHz) do produto (31) 96 28 – Espectro de RMN 13C (50 MHz) do produto (31) 97 29 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (32) 98 30 – Espectro de Massas do produto (32) 99 31 – Espectro de RMN 1H (400 MHz) do produto (33) 100 32 – Espectro de RMN 13C (100 MHz) do produto (33) 101 33 – Espectro de RMN 13C DEPT 135º (100 MHz) do produto
(33) 102
i
Lista de Esquemas Pág. Esquema 1 Preparação do dimetilcuprato de lítio por Gilman. 1 Esquema 2 Preparação do cianocuprato de baixa ordem. 3 Esquema 3 Preparação do cianocuprato de alta ordem. 3 Esquema 4 Adição do cianocuprato Me2Cu(CN)Li2 à espiroenona. 4 Esquema 5 Equilíbrio proposto por Oehlschlager para cianocupratos de alta ordem. 4 Esquema 6 Reatividade dos hidrogênios �-oxazolínicos com n-BuLi. 7 Esquema 7 Adição de cupratos oxazolínicos a nitrocompostos e a cetonas �,�-
insaturadas. 7
Esquema 8 Reação do cianocuprato oxazolínico de alta ordem com outras enonas e nitrocompostos.
8
Esquema 9 Síntese do (�) metil jasmonato empregando cuprato oxazolínico. 9 Esquema 10 Síntese do (�) baclofen empregando cuprato oxazolínico. 9 Esquema 11 Rota empregada na síntese de nitrilas �,�-insaturadas. 10 Esquema 12 Rota empregada na síntese de nitrilas �,�-insaturadas. 11 Esquema 13 Emprego de cupratos em reações de adições à nitrilas �,�-insaturadas. 12 Esquema 14 Síntese das nitrilas derivadas de aldeídos. 14 Esquema 15 Síntese da pentametilenoacrilonitrila (14). 16 Esquema 16 Síntese da 3-hidróxi-nonanonitrila (18). 19 Esquema 17 Síntese das �-hidróxinitrilas (19) e (20). 19 Esquema 18 Síntese da 2-nonenonitrila (21). 20 Esquema 19 Síntese das nitrilas (22) e (23). 21 Esquema 20 Síntese da 2-nonenonitrila (21). 21 Esquema 21 Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24) 22 Esquema 22 Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24) 22 Esquema 23 Reação do ânion de lítio derivado da oxazolina (24) com a
3-fenilacrilonitrila (10). 23
Esquema 24 Reação do Cianocuprato Oxazolínico (25) com a 3-fenilacrilonitrila (10).
23
Esquema 25 Rota sintética para a obtenção dos dois enantiômeros do homobaclofen.
32
Esquema 26 Rota sintética para obtenção do (�) homobaclofen. 33 Esquema 27 Rota sintética para obtenção do (�) homobaclofen. 34 Esquema 28 Análise retrossintética do (�) homobaclofen. 35 Esquema 29 Adição do cianocuprato oxazolínico à nitrila �,�-insaturada (12). 36 Esquema 30 Redução do grupo ciano e hidrólise do grupo oxazolínico do composto
(28). 38
Esquema 31 Estereodiferenciação do produto de adição de cupratos oxazolínicos a nitrilas �,�-insaturadas através da manipulação química das funções.
41
ii
Lista de Figuras
Pág.
Figura 1 Postulado de Lipshutz e James para a estrutura de cianocupratos de alta ordem.
5
Figura 2 Parte da estrutura do cianocuprato [Ar2Cu(CN)Li2(THF)4]�, determinada por difração de raios-X.
5
Figura 3 Diferentes estruturas de sistemas oxazolínicos. 6 Figura 4 Relação E/Z da nitrila (17), determinada por CG-EM. 17 Figura 5 Expansão do espectro de RMN 1H (200 MHz)da nitrila (10). 18 Figura 6 Espectro de RMN 1H da nitrila (12). 18 Figura 7 E.M. do composto (26). 23 Figura 8 Algumas fragmentaçõs de massa do composto (26). 24 Figura 9 Espectro de RMN 1H e 13C do composto (26). 25 Figura 10 Ácido 5-amino butírico. 30 Figura 11 Ácido 5-amino pentanóico. 31 Figura 12 Forma racêmica do Baclofen e formas R e S do ácido
5-amino-3-(4-clorofenil) pentanóico – Homobaclofen. 31
Figura 13 Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (28). 37 Figura 14 E.M. do produto (28). 37 Figura 15 Espectro (subtraído o DMSO) de RMN 1H (400 MHz – DMSO-d6) para o
(�) homobaclofen (33). 39
Figura 16 Espectro de RMN 13C (100 MHz – DMSO-d6) e DEPT 135º para o (�) homobaclofen (33).
40
Lista de Tabelas Pág. Tabela 1 Exemplos de cupratos preparados pela variação estequiometrica de
reagentes. 2
Tabela 2 Reações de diferentes cupratos com cicloexenona, e seus respectivos rendimentos isolados.
8
Tabela 3 Nitrilas �,�-insaturadas preparadas via esquema 14. 15 Tabela 4 Deslocamentos químicos de carbono observados no espectro de RMN 13C
do composto (26). 25
Tabela 5 Produtos das adições de Michael às nitrilas �,�-insaturadas conforme esquema 24.
26
Tabela 6 Atribuição de sinais de RMN 13 C para o (�)-Homobaclofen (33). 40
iii
Lista de Abreviaturas
Eq. Equivalentes
MeLi Metil Lítio
THF Tetrahidrofurano
MeOH Metanol
n-BuLi n-butil lítio
HMPA Hexametil fósforo amida
H2SO4 Ácido sulfúrico
SNC Sistema Nervoso Central
DMPA Dimetil fósforo amida
MeCN Acetonitrila
CH2Cl2 Diclorometano
Boc t-Butiloxicarbonil
� Aquecimento até refluxo
M.P. Material de Partida
E.M. Espectro de Massas
m/z Relação massa carga
IV Infravermelho
CG Cromatografia gasosa
J Constante de acoplamento (Hz)
min Minuto
RMN-13C Ressonância Magnética Nuclear de carbono 13
RMN-1H Ressonância Magnética Nuclear de próton
Me Grupo metila
Sol. Solução
t.a. Temperatura ambiente
MsCl Cloreto de Mesila
t.r. Tempo de retenção
Ts Grupo tosila
Sat. Saturada
LDA Diisopropil Amideto de Lítio
CG-EM Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas
SOCl2 Cloreto de Tionila
Py Piridina
DBU Diazobicicloundeceno
iv
Resumo
Neste trabalho foi estudada a reatividade de cianocuprato oxazolínico de
alta ordem frente à nitrilas �,�-insaturadas, bem como a possibilidade de
aplicação sintética da metodologia desenvolvida.
Na primeira etapa uma série de nitrilas �,�-insaturadas foram preparadas
e submetidas à reação com o cuprato de estequiometria R2Cu(CN)Li2, tendo
sistemas 2-oxazolínicos como radical. Bons rendimentos dos produtos de
adição 1,4 foram obtidos, ao contrário do que está descrito em literatura para
cupratos alquílicos, em que é observado produtos de adição 1,2 e ,1,4.
N
O
2,4,4-trimetil-2-oxazolína
1)n-BuLiTHF / - 78 ºC
2)CuCN 2LiCl
N
O
Cu(CN)Li2
2
R2Cu(CN)Li2
THF / - 78 ºC
RCN
R
N
N
O
2 eq.
Esquema I – Esquema geral da adição do cianocuprato oxazolínico à nitrilas �,�-insaturadas.
Na segunda etapa do trabalho a metodologia desenvolvida foi aplicada
com sucesso na síntese do (�) homobaclofen, derivado do ácido 5-amino
butírico (DAVA), que atua como inibidor de neurotransmissor no Sistema
Nervoso Central (SNC).
Cl
CN
Cl
CN
O
N
O
N
Li2 (CN) Cu 2Cl
OH
O
NH2 . HCl
Sn / HCl conc.
Esquema II – Rota sintética utilizada na síntese do (�) homobaclofen.
Palavras-chave: cuprato oxazolínico; nitrilas �,�-insaturadas; síntese do
(�) homobaclofen.
v
Abstract
In this work we have studied the reactivity of oxazoline cyanocuprate
towards �,�-unsaturated nitriles as well the possibility of application of this
reaction in the synthesis of (�) homobaclofen, a bioactive compound.
In the first part of this work we have prepared several �,�-unsaturated
nitriles which was then reacted with high order oxazoline cyanocuprate affording
the 1,4 addition products in good yields.
N
O
2,4,4-trimethyl-2-oxazoline
1)n-BuLiTHF / - 78 ºC
2)CuCN 2LiCl
N
O
Cu(CN)Li2
2
R2Cu(CN)Li2
THF / - 78 ºC
RCN
R
N
N
O
2 eq.
Scheme I – Oxazoline cyanocuprate addition to �,�-unsaturated nitriles.
The developed methodology was successfuly applied to the synthesis of
(�) homobaclofen, a baclofen homologue, which has shown to be an inhibitor of
neurotransmitters in the Central Nervous System.
Cl
CN
Cl
CN
O
N
O
N
Li2 (CN) Cu 2Cl
OH
O
NH2 . HCl
Sn / HCl conc.
Scheme II – Synthetic route used in the (�) homobaclofen synthesis.
Keywords: oxazoline cuprate; �,�-unsaturated nitriles; synthesis of (�)
homobaclofen.
PARTE 1
ESTUDO DA REATIVIDADE DO CIANOCUPRATO OXAZOLÍNICO
COM NITRILAS �,�-INSATURADAS
1 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
I – Introdução
I.1 – Organocupratos
Durante a primeira metade do século XX, com a compreensão da natureza
da ligação química e a determinação do mecanismo da várias reações orgânicas,
uma infinidade de novas reações e reagentes foram desenvolvidos, dentre os
quais destacam-se os reagentes organometálicos1, principalmente os de
magnésio, lítio e cobre.
Dentre os organometálicos, os reagentes organocobre são ferramentas
importantes da síntese orgânica moderna, podendo ser empregados no preparo
de alcanos, alquenos, alquinos e compostos aromáticos, sendo que estas
transformações são usualmente caracterizadas pela alta quimiosseletividade,
regiosseletividade e estereosseletividade2.
Os primeiros estudos detalhados a respeito da formação e reatividade de
compostos organocobre, foram realizadas por Gilman em 19363, e mostraram que
reagentes mono-organocobre apresentam moderada reatividade e limitada
estabilidade térmica. Em 1952 Gilman4 realizou um importante progresso ao
preparar o primeiro organocuprato (dimetil cuprato de lítio), pela reação do pouco
solúvel metilcobre, com um segundo equivalente de MeLi (Esquema 1). Este
reagente, além de muito mais solúvel em éter etílico e THF, mostrou alta
reatividade frente a uma grande variedade de eletrófilos.
C u X M e C uM e L i M e L i M e 2 C u L i Esquema 1 – Preparação do dimetilcuprato de lítio por Gilman.
Em 1966, House e colaboradores5 demonstraram que organocupratos
estequiométricos poderiam ser empregados em adições conjugadas em altos
rendimentos, e com grande reprodutibilidade quando comparados aos reagentes
de Grignard sob catálise de cobre. Esses e outros estudos levaram ao
2 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
desenvolvimento de muitas novas reações, que provocaram um grande impacto
em praticamente todos os aspectos da síntese orgânica.
Atualmente, os complexos organocobre se constituem em uma das
principais ferramentas para a formação de ligações carbono-carbono através de
adições conjugadas a compostos carbonílicos �,�-insaturados5-7, deslocamentos
nucleofílicos de haletos8, sulfonatos9, acetatos alílicos10, abertura de epóxidos11 e
adição a compostos acetilênicos6.
A transmetalação de um reagente organometálico com um sal de cobre é o
método mais utilizado para a preparação de reagentes organocobre. Praticamente
todos os sais de cobre (I) podem ser usados para este propósito, geralmente são
usados os haletos CuI e CuBr.Me2S e cianeto de cobre (I). Espécies de
composição R3CuLi2, R3Cu2Li e R5Cu3Li2, entre outras, podem ser obtidas pela
variação da estequiometria dos reagentes7 (Tabela 1). Tabela 1 – Exemplos de cupratos preparados pela variação estequiometrica de reagentes.
Organocobre Composição Nome
Mono-organocobre Rcu Mono-organocupratos
Homocupratos R2CuLi, R3CuLi2, R3Cu2Li,
R5Cu3Li2
Cupratos de Gilman
Heterocupratos (OR’)RCuLi Alcóxicupratos
(SR’)RCuLi Tiolatocupratos
(NR’2)RCuLi Amidocupratos
(PR’3)RCuLi Fosfitocupratos
(2-Th)RCuLi Tienilcupratos
Cianocupratos RCu(CN)Li Cianocuprato de baixa ordem
R2Cu(CN)Li2 Cianocuprato de alta ordem
Sililcupratos (SiR3)2CuLi, (SiR3)CuR’Li Sililcupratos
Estanilcupratos (SnR3)2CuLi Estanilcupratos
A química dos organocupratos tem sido objeto de investigação de vários
pesquisadores em nível mundial, tendo como conseqüência o desenvolvimento de
diversas metodologias sintéticas de grande importância. A versatilidade das
transformações possíveis de serem efetuadas com organocupratos, faz com que
3 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
tais reagentes sejam amplamente empregados em síntese orgânica, sendo que
centenas de produtos naturais já foram preparados utilizando-se tais reagentes12.
I.2 – Cianocupratos
Os cianocupratos, introduzidos por Lipshutz e colaboradores13-14 no início
da década de 80, são casos especiais de reagentes organocobre, já que a
presença de CuCN (I) como fonte de cobre, confere ao reagente algumas
características diferentes dos conhecidos “Reagentes de Gilman”, principalmente
quanto à reatividade e estabilidade. Os cianocupratos gerados na reação entre
cianeto de cobre e um equivalente de RLi formam a espécie RCu(CN)Li, que é
chamada de cianocuprato de baixa ordem14 (Esquema 2).
RLi + CuCN THF ouEt2O
RC u(CN)Li
Esquema 2 – Preparação do cianocuprato de baixa ordem.
A adição de dois equivalentes de RLi ao CuCN produz o complexo
R2Cu(CN)Li2 (Esquema 3), que mostrou reatividade diferente dos demais tipos de
cupratos.
2 RLi + CuCN THF ouEt2O
R2Cu(CN)Li2
Esquema 3 – Preparação do cianocuprato de alta ordem.
A especial reatividade destes cianocupratos frente aos tradicionais cupratos
de Gilman e aos cianocupratos de baixa ordem, além de estudos
espectroscópicos, levaram Lipshutz a propor que o cianocuprato R2Cu(CN)Li2 é
composto de diânion [CuR2(CN)]-2, com três grupamentos orgânicos ligados ao
cobre (2 grupamentos “R” e um “CN”). Estes reagentes foram chamados de
cianocupratos de alta ordem13-14.
4 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
Na síntese da aplisiatoxina, Stolze e colaboradores15 visualizaram a
espiroenona como uma aceptora de Michael. A adição da espécie Me2CuLi de
maneira 1,4 ocorreu em baixa seletividade, com formação de mistura de
diastereoisômeros. A adição do cianocuprato de alta ordem Me2Cu(CN)Li2 ao
mesmo substrato, além de proceder-se de forma quantitativa, forneceu o
composto esperado com 100% de diastereosseletividade (Esquema 4).
O
O
O
O
O
O
O
H
O
Me2Cu(CN)Li2
THF, -20 oC
100%
Espiroenona Esquema 4- Adição do cianocuprato Me2Cu(CN)Li2 à espiroenona.
A diferença mais representativa observada na reatividade de cianocupratos
com estequiometria RCu(CN)Li e R2Cu(CN)Li2 ocorre em reações de abertura de
epóxidos em que o cuprato de alta ordem normalmente apresenta melhor regio e
estereosseletividade16.
Oehlschlager e colaboradores17 propuseram a existência de um equilíbrio
entre a espécie de alta e baixa ordem (Esquema 5), no qual a formação da
espécie R2Cu(CN)Li2, em pequena quantidade no equilíbrio, poderia promover a
reatividade diferenciada.
R2Cu(CN)Li2 R2CuLi + LiCN
Esquema 5 – Equilíbrio proposto por Oehlschlager para cianocupratos de alta ordem.
A partir das evidências espectroscópicas e de estudos teóricos18, que
garantem que o grupo ciano não está ligado ao cobre através de uma ligação �,
5 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
Lipshutz e James, através de novos estudos espectroscópicos, postularam19 que o
grupo ciano está ligado ao cobre como um ligante � (Figura 1).
C u
CN L i S
R R
Figura 1 - Postulado de Lipshutz e James para a estrutura de cianocupratos de alta ordem.
Recentemente Koten e colaboradores20, utilizando a experiência no
trabalho com ligantes aminoaril C,H-quelantes prepararam e caracterizaram, via
difração de raios-X, a estrutura cristalina da espécie [Ar2Cu(CN)Li2(THF)4]�, onde
Ar= [C6H4CH2NMe2-2]-. Este foi o primeiro exemplo da elucidação total da
estrutura de um cianocuprato com estequiometria R2Cu(CN)Li2, e mostrou que em
estado sólido o cuprato existe como um “zig-zag” polimérico que alterna íons
[Ar2Cu]- e [(CN)Li2]+ (Figura 2).
Figura 2 - Parte da estrutura do cianocuprato [Ar2Cu(CN)Li2(THF)4]�, determinada
por difração de raios-X.
6 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
Embora muitos estudos tenham sido realizados nos últimos anos acerca da
estrutura destas espécies, muitas informações ainda são necessárias para
compreendê-las 21.
I.3 – Cupratos oxazolínicos
A utilidade sintética do anel oxazolínico é evidente pela literatura publicada
nas últimas três décadas22-27. Oxazolinas são compostos heterocíclicos de cinco
membros contendo uma dupla ligação. A posição da dupla ligação permite a
existência de três diferentes sistemas oxazolínicos. (Figura 3)
4-oxazolina3-oxazolina2-oxazolina
N O
R
4 5
N O
R
3
4
32N O
R
Figura 3 – Diferentes estruturas de sistemas oxazolínicos.
Um dos primeiros artigos de revisão publicado sobre as oxazolinas dá
ênfase à utilização industrial destes sistemas como aditivos de gasolina e óleos
lubrificantes, inibidores de corrosão na indústria têxtil, farmacêutica e fotográfica,
entre outras aplicações25.
Sendo o anel oxazolínico relativamente inerte, frente aos reagentes de
Grignard, hidreto de lítio e alumínio, trióxido de cromo e à condições levemente
ácidas ou básicas, um dos primeiros usos das 2-oxazolinas em síntese orgânica
foi como grupo protetor de ácidos carboxílicos25. Além disso, os hidrogênios
localizados no carbono � ou na posição 2 de oxazolinas 2-substituídas são
relativamente ácidos, e podem ser prontamente substituídos por outros grupos
(Esquema 6).
7 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
3
2
N
OH
1
4
5
N
O
R�
n-BuLiTHF
THFn-BuLi
N
O
N
O
R N
O
R
Esquema 6 – Reatividade dos hidrogênios �-oxazolínicos com n-BuLi.
As sínteses de sistemas oxazolínicos são conhecidas desde 188428 e
embora estes compostos tenham sido muito explorados em síntese orgânica,
principalmente como ligantes N-doador em reações assimétricas29 (muitas destas
mediadas por cobre), até recentemente, estudos sobre a formação e uso de
cupratos oxazolínicos não haviam sido publicados.
A partir do final da década de 60, a reatividade das 2-oxazolinas começou a
ser intensamente investigada, resultando em um crescente emprego de tais
compostos em síntese orgânica.
Estudos recentes desenvolvidos em nosso laboratório mostraram a
possibilidade de preparar e adicionar seletivamente cupratos derivados da 2,4,4-
trimetil-2-oxazolina à cetonas e nitrocompostos �,�-insaturados30-31 (Esquemas 7).
O
N2 eq.
1) n-BuLi / THF, -78 ºC
2) CuCN, 2 LiCl
O
N
Cu(CN)Li2
2
R1
R
O
R1
RO
N
O
RNO2
R
NO2O
N
Esquema 7 – Adição do cuprato oxazolínico a nitrocompostos e à cetonas �,�-insaturadas.
8 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
Os resultados obtidos por Santos e colaboradores30 nas reações entre
cicloexenona e cupratos de diferentes estequiometrias estão mostrados na tabela
2. Tabela 2 – Reações de diferentes cupratos com cicloexenona, e seus respectivos rendimentos
isolados.
Cuprato Enona Produto Rendimento (%)
RCu Cicloexenona Adição 1,2 60
R2CuLi Cicloexenona Adição 1,2
Adição 1,4
30
50
R3CuLi2 Cicloexenona Adição 1,4 44
R3Cu2Li Cicloexenona Não reage -
R5Cu3Li2 Cicloexenona Não reage -
R2Cu(CN)Li2 Cicloexenona Adição 1,2
Adição1.4
60
20
O cianocuprato oxazolínico de alta ordem R2Cu(CN)Li2, forneceu o melhor
resultado na reação com o composto modelo, e teve sua reatividade testada com
outras enonas e nitrocompostos31 (Esquema 8).
49,4%
25,8% 7%
71%
OHN
O
O
O
NHO
O
N
O
O
N
O O2O
NCu(CN)Li2
O
O2N
O
N
84%O NO2
NO2
N
O
96%
NO2
Esquema 8 – Reação do cianocuprato oxazolínico de alta ordem com outras enonas e
nitrocompostos.
9 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
A aplicabilidade sintética do cianocuprato oxazolínico de alta ordem foi
demonstrada na síntese do (�) metil jasmonato32 (Esquema 9), um produto natural
de grande importância na indústria de perfumaria33, hormônio de crescimento
encontrado em plantas e que apresenta também pronunciada atividade
conservante em frutos armazenados34, e na síntese do (�) baclofen32 (Esquema
10), um composto usado no tratamento de uma série de doenças musculares,
resultantes de acidentes vasculares cerebrais35.
MeOH/H2SO4
O
O
OH2 , Lindlar
O
O
O
(+/-) metil-jasmonato
I
O
O
N Cu(CN)Li2
2
1)
2) Bu3SnCl
3)
em THF/HMPA
O
N
O
42 %
89 %
83 %
Esquema 9 - Síntese do (�) metil jasmonato empregando cuprato oxazolínico.
(+/-)-baclofen
NH2
OH
O
Cl
1) Sn, HCl, reflluxo
NO2
O
N
Cl76%
- 78º C, THF
Cl
NO21)
O
NCu(CN)Li2
2
Esquema 10 - Síntese do (�) baclofen empregando cuprato oxazolínico.
10 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
I.4 – Nitrilas �,�-insaturadas
Nitrilas �,�-insaturadas são interessantes intermediários sintéticos dada a
versatilidade das transformações possíveis de serem feitas com o grupamento
ciano, além do fato de serem aceptores de Michael e como tal poderem ser
funcionalizadas quando submetidas a este tipo de reação.
O crescente uso de nitrilas em síntese36-39 combinado com o aumento no
isolamento de produtos naturais40 que possuem esta função, estimulam a busca
por novas e eficientes metodologias de síntese de nitrilas �,�-insaturadas.
Tipicamente este tipo de nitrilas, são sintetizadas pela condensação do ânion
derivado da nitrila (1) com aldeídos e cetonas, gerando �-hidroxinitrilas41 (2), que
são subseqüentemente desidratadas (Esquema 11). Esta rota é particularmente
eficiente para condensação do ânion da acetonitrila com aril aldeídos e cetonas,
uma vez que a desidratação é facilitada pelos substituintes aromáticos. �-
hidroxinitrilas alifáticas desidratam mais lentamente42 requerendo a conversão
para o mesilato (4) facilitando a eliminação gerando a nitrila �,�-insaturada (3)43.
R
CN
2
O
R R
R
OH
CN
1
R
R
CN
4R
R
CN
OMs
3
Esquema 11 – Rota empregada na síntese de nitrilas �,�-insaturadas.
A eliminação de hidróxido, ou um óxido metálico, a partir de �-hidroxinitrilas
também tem sido explorada no preparo de nitrilas insaturadas. Esta reação
geralmente requer elevadas temperaturas e bases fortes,44 já a eliminação de
MgO, aparece como uma anomalia ocorrendo em temperaturas mais baixas45.
11 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
A eliminação de MgO com o reagente de Grignard (Esquema 12), revela-se
uma rota muito eficiente para obtenção de nitrilas �,�-insaturadas46-47.
CNOH
R
2,1 eq. MeMgCl CNO
R
Mg
Cl CN
R
Mg+ Cl
Esquema 12 – Rota empregada na síntese de nitrilas �,�-insaturadas.
Nitrilas �,�-insaturadas podem ainda ser obtidas pela adição conjugada ou
pela redução de alquinonitrilas48-50, pelo acoplamento de cianeto e haletos
vinílicos51, pela cianização de ânions vinílicos52-54, entre outras 55-57.
I.5 – Adições conjugadas a nitrilas �,�-insaturadas
Nitrilas �,�-insaturadas apresentam a potencialidade de serem exploradas
na síntese de uma grande variedade de compostos carbocíclicos58 e
heterocíclicos59, sendo que as reações de adição conjugada a esses compostos
se constituem em importantes ferramentas sintéticas60. Fleming e Wang61
publicaram um trabalho extenso em que relatam várias metodologias que abordam
adições de Michael à nitrilas �,�-insaturadas, entre elas as que empregam
reagentes de Grignard, organocobre, outros organometálicos (Zn, Ni, Mn, Cr, Co),
carbânions estabilizados (derivados de ceto e éster-enolatos, nitrilas, nitroalcanos,
sulfonas e sulfóxidos metalados), entre outras.
Vários estudos já foram realizados relacionando a reatividade de reagentes
organocobre frente à nitrilas �,�-insaturadas, sendo verificado que a reatividade
da espécie organocobre do tipo R2CuLi é baixa quando comparada à reatividade
que tal organometálico apresenta frente à enonas62. Estudos mostram que
cupratos do tipo R2Cu(CN)Li2 (R= Me, n-Bu) não adicionam a nitrilas �,�-
insaturadas ou levam preferencialmente à formação de produtos de adição 1,2 16,
e que o uso de TMSCl como aditivo leva a dupla adição, 1,2 e 1,4 63.
12 Cianocuprato Oxazolínico – I – Introdução__________________________________________________
Recentemente a utilização de �-amino alquil cuprato do tipo R2Cu(CN)Li2 e
RCuCNLi mostraram reatividade frente a acrilonitrila, adicionando com bons
rendimentos de maneira seletiva na posição 4 do sistema insaturado. No esquema
abaixo estão representados alguns resultados envolvendo a reação de cupratos
com nitrilas �,�-insaturadas.
CNt-Bu
CN
Me2CuLi
t-BuC CCu(Li) Me
House & Umen62, 1973
Lipshutz, Wilhelm, Kozlowski16, 1984
CN
Me2CuLi/TMSCl
Ph
O
M.P.
Alexakis, Berlan, Besace63, 1986
CH2
CNO
Lipshutz13, 1987
n-Bu2Cu(CN)Li2Me2Cu(CN)Li2
R2Cu(CN)Li2
CNR1
R1
O
R
R
Dieter, Lu, Velu61, 2000
N
Boc
Cu(CN)Li2
R R
2
R= H ou - (CH2)2 -
TMSCl
CNR1
CNN
R1
SiMe3
Boc
Esquema 13 – Emprego de cupratos em reações de adições à nitrilas �,�-insaturadas.
13 Cianocuprato Oxazolínico – II – Objetivos__________________________________________________
II – Objetivos
O objetivo da primeira etapa deste trabalho consistiu em sintetizar uma
série de nitrilas �,�-insaturadas e estudar a reatividade destas com cianocuprato
oxazolínico de alta ordem, tendo em vista que é descrito em literatura dificuldades
em se efetuar adições do tipo 1,4 a estes aceptores de Michael por alguns tipos de
cupratos.
14 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
III - Resultados e Discussão
III.1 – Preparo de nitrilas �,�-insaturadas. Para o desenvolvimento do trabalho fez-se necessário a síntese das nitrilas
�,�-insaturadas que seriam testadas frente ao cianocuprato oxazolínico. A
metodologia empregada para a síntese das nitrilas derivadas de aldeídos
aromáticos e cetonas foi a descrita no trabalho publicado por DiBiase, Lipsko e
Haag42, ilustrada no esquema 14, sendo os compostos preparados representados
na tabela 3.
R
N
R H
O
refluxo
1) KOHMeCN
Esquema 14 – Síntese das nitrilas derivadas de aldeídos aromáticos e cetonas.
Trata-se de uma reação relativamente simples, porém deve-se acompanhar
criteriosamente o tempo de refluxo dos reagentes para evitar a formação de sub-
produtos de polimerização. Verificou-se que os tempos de reação necessários
para a conversão dos reagentes em produtos variam muito, de segundos até
horas.
Esta metodologia mostrou-se bastante eficiente para aldeídos aromáticos,
que por não possuírem hidrogênios na posição �-carbonila, não sofrem reação de
auto condensação.
15 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
Tabela 3 – Nitrilas �,�-insaturadas preparadas via esquema 14.
O
H
O
H
O O
H
Cl
O
O
H
O
O
O
H
N
CN
O
CN
Cl
CN
OCN
NC
CN
N
CN
(10)
(11)
(12)
(13)
(14)
(16)
(15)
80 %
86 %
80 %
82 %
58 %
75 %
53 %
Nitrilas RendimentoAldeído
O
H
O
O
O
O
CN
(17) 77 %
16 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
Na síntese da pentametilenoacrilonitrila (14) a partir da ciclohexanona,
também foi observada a formação do isômero (14a). A razão entre os isômeros foi
determinada analisando-se a mistura por cromatografia gasosa (Esquema 15).
MeCNKOH
70 %
OCN
+
CN
14 14a83 : 17 Esquema 15 – Síntese da pentametilenoacrilonitrila (14).
Neste caso, como os compostos apresentam propriedades físicas
semelhantes, o que dificultou a utilização de processos convencionais de
separação, optou-se por separar os isômeros com auxílio de um processo
químico, reagindo a mistura com uma solução de bromo em tetracloreto de
carbono. Desta forma efetuou-se a bromação da ligação dupla do composto (14a)
levando ao produto dibromado derivado que pode facilmente ser separado do
composto (14) por filtração, seguido de destilação à pressão reduzida42.
As nitrilas preparadas citadas na tabela 3, foram inicialmente analisadas e
caracterizadas por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas
(CG-EM) e pela técnica de infravermelho tendo sido observada uma absorção
forte em torno de 2210 cm-1, característica do estiramento da ligação -C�N em
sistema �,�-insaturado.
Nas reações para a formação de alquenos, observou-se por CG-EM, uma
proporção sempre maior de um dos estereoisômeros (Figura 4).
17 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
Figura 4 – Relação E/Z da nitrila (17), determinada por CG-EM.
Tendo em vista que as condições reacionais empregadas favoreciam a
predominância do produto termodinâmico e conforme dados da literatura42, a
estereoquímica dos produtos majoritários pode ser confirmada através da análise
de RMN 1H, através do valor da constante de acoplamento entre os hidrogênios
vinílicos.
Para a nitrila (10) confirmou-se a estereoquímica E como majoritária, com o
espectro de RMN 1H mostrando um dubleto em � 5,87 ppm com J = 16,6 Hz,
característico de acoplamento vicinal antiperiplanar. A nitrila com estereoquímica Z
apresenta um dubleto em � 5,44 ppm com J = 11,9 Hz. Através do valor da
integração destes sinais, conseguimos determinar também a relação E/Z entre os
dois estereoisomeros como sendo de 10:1.(Figura 5)
CN
O
O
C11 H11 N O2Molecular Weight = 189.211
1 : 5
18 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
CNH
H
CN
H H
16,6 Hz
11,9 Hz
Figura 5 – Expansão do espectro de RMN 1H (200 MHz)da nitrila (10).
A análise de RMN 1H da nitrila (12), que por CG-EM apresentou apenas um
composto, também confirmou a estereoquímica E, com o espectro mostrando um
dubleto em � 5,78 ppm com J = 16,6 Hz para o hidrogênio �-nitrila (Figura 6).
Cl
CNH
H
12
Figura 6 – Espectro de RMN 1H (300 MHz)da nitrila (12).
19 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
Outra condição reacional foi empregada para se preparar as nitrilas
alifáticas �,�-insaturadas, tendo em vista que a presença de hidrogênios
adjacentes ao grupo carbonílico levaria a produtos de autocondensação, no caso
de se empregar as mesmas condições reacionais descritas para as aromáticas.
Vale a pena ressaltar que não existem na literatura muitas metodologias de
preparo de nitrilas alifáticas �,�-insaturadas. Optou-se por iniciar a preparação de
tais compostos através da condensação do ânion de lítio derivado da acetonitrila
com aldeídos alifáticos, gerando �-hidróxinitrilas. O ânion de lítio da acetonitrila foi
gerado a partir da reação desta com diisopropil amideto de lítio (LDA), seguido da
adição dos respectivos compostos carbonílicos, evitando, desta forma, a formação
dos produtos de autocondensação dos aldeídos.
H
O
1) LDA
18
THF / - 78 ºCOH
CN
86 %
CH3 N2)
Esquema 16 – Síntese da 3-hidróxi-nonanonitrila (18).
Através desta metodologia, foram sintetizadas as �-hidróxinitrilas de outros
dois aldeídos alifáticos, do valeraldeído e do isovaleraldeído, empregando-se
n-BuLi como base.
O
H
O
H
OH
CN
OH
CN
19> 90 %
20> 90 %
CH3 N
1) n-BuLiTHF / - 78 ºC
2)
2)
Esquema 17 – Síntese das �-hidróxinitrilas (19) e (20).
20 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
Várias condições reacionais foram testadas para se efetuar a reação de
eliminação do grupamento hidroxila das �-hidróxinitrilas preparadas, entre elas
reação em meio ácido, básico, com auxílio de reagente de Grignard e na presença
de cloreto de mesila e trietilamina. Nos testes em meio ácido e básico, foram
utilizados aquecimentos brandos, para se evitar a hidrólise do grupo nitrila, o que
forneceu baixos rendimentos (<10%) do produto de eliminação, ao se empregar a
�-hidróxinitrila (18) como modelo.
Na reação que emprega o reagente de Grignard para efetuar a eliminação
da hidroxila, descrita por Fleming e Shook46, a espécie organometálica é
preparada utilizando cloreto de metila e a eliminação é efetuada em rendimento de
71%. Nesta referência não é descrito o procedimento experimental deste
processo. Como não dispúnhamos do cloreto de metila em nosso laboratório, nem
dos detalhes experimentais, a reação foi testada com brometo de etila e brometo
de metila para a geração do reagente de Grignard, empregando o composto (18)
como modelo, e à –78 oC. As condições testadas mostraram-se não adequadas
para a obtenção do produto de eliminação em quantidade apreciável.
21
< 8 %
EtMgBrTHF
- 78 ºC CN
18
OH
CN
Esquema 18 – Síntese da 2-nonenonitrila (21).
Os baixos rendimentos para a etapa de eliminação da função álcool das �-
hidróxinitrilas tornaram-se o maior problema na obtenção das nitrilas �,�-
insaturadas alifáticas. A literatura pesquisada salientava a dificuldade em se
efetuar esta reação46, indicando que este tipo de eliminação era muito mais
favorável ao se trabalhar com compostos aromáticos.
Ao final de 2002, Fleming e Shook47 publicaram o trabalho completo da
utilização de cloreto de metil magnésio em reações de eliminação de �-
21 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
hidróxinitrilas. Neste artigo foram fornecidos os detalhes experimentais para
efetuar tal operação, sendo possível constatar que as condições experimentais
testadas em nosso laboratório eram diferentes das reportadas. A reação foi então
testada empregando-se cloreto de tionila e piridina*. A reação foi monitorada por
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas sendo possível
detectar que o produto formado nesta reação foi o cloreto derivado da substituição
nucleofílica do grupamento hidroxila. A eliminação do cloreto foi então efetuada
com DBU fornecendo as nitrilas �,�-insaturadas, compostos (22) e (23), em 10%
de rendimento. OH
CN
OH
CN
19
20
SOCl2
Cl
CN
Cl
CN
Py
DBU
CN
CN
22
23
Esquema 19 – Síntese das nitrilas (22) e (23).
Os baixos rendimentos obtidos nas etapas de eliminação da hidroxila nos
motivaram a testar esta reação empregando cloreto de mesila e trietilamina, como
base. Desta forma a nitrila (21) foi preparada em 20% de rendimento.
21
1)TrietilaminaCH2Cl2 / 0 ºC
2) MsCl CN
20 %18
OH
CN
Esquema 20 – Síntese da 2-nonenonitrila (21).
Apesar de não ter sido possível, através das metodologias testadas,
otimizar a etapa de obtenção das nitrilas alifáticas �,�-insaturadas a partir das
* Fraser F. Fleming – Comunicação pessoal
22 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
correspondentes �-hidróxinitrilas, resolveu-se dar seqüência ao trabalho iniciando
os estudos envolvendo a reatividade do cianocuprato oxazolínico de alta ordem
frente às nitrilas preparadas.
III.2 – Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24). A 2,4,4-trimetil-2-oxazolina foi inicialmente preparada refluxando-se ácido
acético com 2-amino-2-metil propanol, em sistema Dean-Stark70.
O
OHNH2
OH
Refluxo
7 h / 160 oC
(Dean-Stark)
N
O(24)
77 %
Esquema 21 – Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24).
Outra condição reacional foi também empregada para a síntese da 2,4,4-
trimetil-2-oxazolina, envolvendo condições mais brandas e com aumento no
rendimento71.
CH3 N
NH2OH
Refluxo
18 h / 105 oC
K2CO3N
O
(24)
87 %
Esquema 22 – Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24).
23 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
III.3 – Estudos envolvendo a verificação da reatividade de ânions
oxazolínicos de lítio e cobre frente à nitrilas �,�-insaturadas.
Inicialmente testou-se a reatividade do ânion de lítio derivado da oxazolina
(24), em relação à 3-fenilacrilonitrila (10). Após 2 horas a –78 ºC, a temperatura
reacional foi elevada para 25 ºC, recuperando-se, ao final, os materiais de partida.
N
O24
n-BuLiTHF
- 78 ºC
N
O
CN
- 78 ºC 25 ºC
Materiais de
Partida
10
Esquema 23 - Reação do ânion de lítio derivado da oxazolina (24) com a 3-fenilacrilonitrila (10).
Por outro lado, quando a 3-fenilacrilonitrila (10) foi submetida à reação com
o cianocuprato oxazolínico (25) (Esquema 24), observou-se a formação de um
composto que, ao ser analisado por CG-EM (Figuras 7 e 8) foi caracterizado como
sendo o produto de adição de Michael do ânion oxazolínico à nitrila (10).
N
O
24
1)n-BuLiTHF / - 78 ºC
2)CuCN2LiCl
N
O
Cu(CN)Li2
2
25
CN
10
THF / - 78 ºC
NN
O
26
Esquema 24 - Reação do Cianocuprato Oxazolínico (25) com a 3-fenilacrilonitrila (10).
Figura 7 – Espectro de massas do composto (26) .
24 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
NN
O
C15 H18 N2 O242.316 g
m\z 202
m\z 227
m\z 113m\z 156
NN
Om\z 130
26
Figura 8 – Algumas fragmentaçõs de massa do composto (26).
O produto também foi analisado pela técnica de infravermelho, RMN 1H e
RMN 13C. Por infravermelho pode-se observar a diminuição na intensidade da
absorção referente ao estiramento -C�N e seu deslocamento para uma freqüência
mais elevada, 2246 cm-1, e o aparecimento do estiramento em 1667 cm-1,
característico do estiramento da ligação –C=N da função oxazolínica.
O espectro de RMN 1H (Figura 9) apresenta singletos em � 1,13 e � 1,21
ppm integrando para 3 hidrogênios cada, referentes as duas metilas do grupo
oxazolínico. Um singleto em � 3,86 ppm integrando para 2 hidrogênios do CH2 do
anel oxazolínico, um multipleto entre � 7,20-7,40 ppm integrando para 5
hidrogênios referentes aos hidrogênios aromáticos. O hidrogênio benzílico
aparece como um quinteto em � 3,46 ppm com J = 6 Hz e entre � 2,60 e 2,80 ppm
verifica-se um multipleto, conseqüência da sobreposição de sinais, integrando
para 4 hidrogênios, referente aos hidrogênios CH2 �-oxazolínicos e �-nitrila.
25 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
As atribuições dos sinais observados no espectro de RMN 13C do composto
(26) são apresentadas na tabela abaixo.
Tabela 4 – Deslocamentos químicos de carbono observados no espectro de
RMN 13C (75 MHz) do composto (26). Nº Deslocamento � (ppm) 8 23,91 17 28,01 18 28,10 7 33,26 11 38,95 15 67,04 14 78,96 9 118,07
2, 6 127,10 4 127,80
3, 5 128,92 1 140,47 12 163,02
NN
O
1
2
3
4
5
6
7 89
101112
13
14
15 16
1718
Figura 9 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) e RMN 13C (75 MHz) do composto (26).
26 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
Uma vez caracterizado que o produto da reação do cianocuprato
oxazolínico de alta ordem à nitrila �,�-insaturada (10) era o produto da adição de
Michael, as mesmas condições experimentais foram então aplicadas para as
demais nitrilas. Os resultados estão mostrados na tabela 5.
Tabela 5 – Produtos das adições de Michael às nitrilas �,�-insaturadas conforme esquema 24.
CN
O
CN
Cl
CN
OCN
NC
N
CN
10
11
12
13
14
15
64 %
62 %
88 %
65 %
50 %
74 %
Nitrila Rendimento
CN
O
N
O
CN
O
N
Cl
CN
O
N
OCN
O
N
NC
O
N
N
CN
O
N
26
27
28
29
30
31
Produto de adição 1,4
CN
16
CN
N
O
0 %
27 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
CN
21
CN
O
N
32
80 %
Os produtos obtidos nas reações foram caracterizados por CG-EM, IV,
RMN 1H e RMN 13C.
Observou-se que a nitrila (14) não reagiu com o cianocuprato oxazolínico
de alta ordem. Analisando a literatura de cupratos, algumas alterações foram
efetuadas na tentativa de se obter o produto de adição de Michael. Foram então
testadas as adições de BF3�Et2O e TMSCl, sem sucesso. Também se trabalhou a
temperatura do meio reacional, mas a reação só se procedeu de forma satisfatória
quando substituído o solvente de reação, de THF por éter etílico, sendo possível,
desta forma, a obtenção do composto (30).
O comportamento da nitrila (14) pode ser justificado, fazendo-se uma
comparação com as demais nitrilas, já que esta é a única que apresenta o
carbono � ao grupamento nitrila tetrassubstituído.
Outra nitrila que apresentou baixa reatividade frente ao cianocuprato
oxazolínico de alta ordem foi a nitrila (16), provavelmente devido ao impedimento
estérico provocado pelos dois grupamentos aromáticos. Testou-se as mesmas
variações nas condições reacionais empregadas para a nitrila (14), porém em
nenhuma das ocasiões obteve-se o produto de adição 1,4.
Ao contrário do que é descrito em literatura para outros cupratos, observou-
se que o cianocuprato oxazolínico de alta ordem reagem satisfatoriamente com
nitrilas �,�-insaturadas, tendo em vista os bons rendimentos dos produtos de
adição de Michael obtidos, exceto para a nitrila (14) situação em que o
impedimento estérico deve ser o fator preponderante para o insucesso da reação.
A diferença entre o cuprato empregado neste trabalho para os descritos
em literatura reside no radical que se tentou transferir às nitrilas. Nos casos
descritos em literatura, na maioria das vezes, o radical que fazia parte da
28 Cianocuprato Oxazolínico – III – Resultados e Discussão____________________________________
composição do cuprato era alquílico, situação em que se observava tanto o
produto de adição 1,2 como o produto de adição 1,4 às nitrilas insaturadas.
Sendo o radical oxazolínico uma radical mais “mole”69 seria de se esperar uma
maior capacidade em se distinguir entre os dois possíveis sítios reativos presentes
nas nitrilas insaturadas, dando preferência para reagir com o carbono � à nitrila e
não com o carbono da nitrila, o que, de fato, foi observado nos casos estudados.
PARTE 2
APLICAÇÃO DA ADIÇÃO DO CUPRATO OXAZOLÍNICO À NITRILA
�,�-INSATURADA NA SÍNTESE DO (�) HOMOBACLOFEN
30 Homobaclofen – IV – Introdução___________________________________________________________
IV – Introdução
IV.1 Ácido 5-amino-3-(4-clorofenil) pentanóico – Homobaclofen.
O ácido 4-amino butírico (GABA) (5) é conhecido como um dos principais
inibidores de neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC), atuando
através de iontropia nos receptores GABAA e GABAC, bem como acoplador de
proteína G no receptor GABAB. O receptor GABAB é relacionado a muitos
processos biológicos64, incluindo relaxamento muscular, hipertensão, aumento da
motilidade gástrica e inibição da ação do hormônio corticotropina, o que tem
despertado grande interesse farmacológico e terapêutico em agonistas, agonistas
parciais e antagonistas para estes receptores, e em compostos que interajam com
sítios modulatórios associados com receptores GABA. O
OHNH2
GABA, 5
Figura 10 – ácido 4-amino butírico.
Derivados �-substituídos do GABA também apresentam importantes
funções no sistema nervoso central, entre eles destaca-se o baclofen,
comercializado na forma racêmica com o nome de Lioresal� e usado
principalmente no tratamento da espasticidade, uma séria doença muscular
resultante de acidentes vasculares cerebrais, cujos sintomas geralmente estão
associados com escleroses múltiplas.
Agonistas parciais do receptor GABA que possuam relativa eficácia, podem
ser empregados como drogas adaptadas para regular disfunções de receptores
GABA, sendo que alguns destes são homólogos do ácido 4-amino butírico.
O ácido 5-amino pentanóico (DAVA) (6), homólogo do GABA, é um GABAB
antagonista não seletivo65.
31 Homobaclofen – IV – Introdução___________________________________________________________
NH2
O
OHDAVA, 6
Figura 11 – ácido 5-amino pentanóico.
Vários híbridos estruturais do GABA e DAVA foram sintetizados e
caracterizados farmacologicamente, incluindo o estereoisômero R (7) e o S (8) do
ácido 5-amino-3-(4-clorofenil) pentanóico, homobaclofen.
NH2
O
OH
Cl
NH2
O
OH
Cl
7 8
H2N
O
OH
Cl
( )-baclofen
Figura 12 – forma racêmica do baclofen e formas R e S do ácido 5-amino-3-(4-clorofenil)
pentanóico, homobaclofen.
Assim como os enantiômeros R e S baclofen, os compostos (7) e (8) não
mostraram nenhuma afinidade detectável por sítios receptores GABAA.
Como o S baclofen, o enantiômero S do homobaclofen (8), também não
mostrou nenhum efeito de interação com receptores GABAB para ligantes
seletivos [3H]GABA em membranas sinápticas de cérebros de ratos. Por outro
lado, o enantiômero R do homobaclofen (7), mostra ser um ligante inibidor,
aproximadamente 50 vezes menos potente que o R baclofen.
No entanto, dados farmacológicos obtidos através de experimento em que
foi empregado contrações induzidas eletricamente em intestino delgado de porcos
da Índia, caracterizado pela presença de ligantes receptores GABAB, mostraram
que o R homobaclofen (7) é apenas 13 vezes menos potente que o R baclofen
para esta matriz. Fato interessante é que o S homobaclofen (8) mostrou ser
equipotente ao enantiômero R, o que não acontece com o enantiômero S baclofen
32 Homobaclofen – IV – Introdução___________________________________________________________
que também não apresenta atividade nesta matriz. Os compostos (7) e (8)
apresentaram eficiência superior a 94% na inibição de neurotransmissores para
este tipo de matriz, valor significantemente maior do que o alcançado pelo R
baclofen ou pelo racemato que foi de 59 � 5%. Outro fato inusitado é a não
influência do antagonista padrão CGP35348 (ácido p-3-aminopropil-p-
(dietoximetil)fosfínico) sobre a eficiência dos enantiômeros R,S-homobaclofen, fato
que abre perspectivas para estudos visando determinar a existência de diferentes
subtipos deste receptor66.
Apenas uma síntese estereosseletiva de ambos os estereoisômeros do
homobaclofen é descrita em literatura65. Trata-se de uma síntese de quatro etapas
em que os comospos (7) e (8) são obtidos a partir da hidróxi-lactama (9) protegida,
já com a estereoquímica desejada definida (Esquema 25).
HCl . H2N
O
OH
Cl
Cl
N O
OH
Boc
iv
Cl
N O
O
Boc
O
S
i
9
Cl
N O
Boc
ii
iii
7
HCl . H2N
O
OH
ClCl
N O
OH
Boc
i - iv
Reagentes: (i) Clorotionoformato de
fenila, CH2Cl2, DMPA; (ii) SnBu3H,
acetona, di-terc-butil peroxioxalato; (iii)
1M LiOH, THF, 0,5 M HCl; (iv) 6 M
HCl.
Esquema 25 – Rota sintética para a obtenção dos dois enantiômeros do homobaclofen.
33 Homobaclofen – IV – Introdução___________________________________________________________
Na rota apresentada acima, o grupo hidroxila da lactama (9) reage com
clorotionoformato de fenila e sofre subseqüente deoxigenação no C-5 usando as
condições reacionais de Barton-McCombie; o composto é então convertido em
tioxocarbonato. Finalmente a reação de deoxigenação é completada tratando-se o
intermediário com hidreto de tributil estanho, na presença de pequenas
quantidades de di-terc-butil peroxioxalato, obtendo-se a lactama, que tem seu anel
aberto pelo tratamento com hidróxido de lítio e a remoção do grupo protetor (Boc)
efetuada com solução de HCl (6 M), levando-se ao amino ácido na sua forma
hidroclorídrica, com rendimento global de 36 % para 4 etapas.
Na metodologia publicada por Carpes e Correia67, a síntese do racemato do
homobaclofen é efetuada através de uma rota de 3 etapas com rendimento global
de 58 %, partindo-se da tetrahidropiridina protegida (Esquema 26).
N
Cbz
N
Cbz
OH
Ar
+ Produtos
N
Cbz
O
Ar
N
Cbz
O
Ar
COOH
Ar
NH2 HCl
Ar = p-Cl-C6H5
a b
c
+ Produtos
Reagentes: (a) p-ClC6H4N2BF4, 2 mol% Pd(Oac)2, CH3CN/H2O (2:1 , v/v); (b) TPAP, NMO,
CH2Cl2, 4 Å MS; (c) 6 M HCl.
Esquema 26 – Rota sintética para obtenção do (�) homobaclofen.
A última rota para a síntese do homobaclofen, publicada recentemente por
Chang e colaboradores68 (Esquema 27), envolve 6 etapas reacionais,
desconsiderando a etapa de formação do material de partida, com rendimento
global em torno de 38 %.
34 Homobaclofen – IV – Introdução___________________________________________________________
S
NHO
Bn
O
O
Tol
O
O
ClNaH, THF
80%
N
Cl
Bn
OO
S
O
O
TolSubproduto
1) NaH
2) BF3-OEt268 %
N
Cl
Bn
O
S
O
O
Tol1) Na(Hg) 88%
2) H2, Pd(OH)2 80%
N
Cl
H
O
6 M HCl
NH2 . HCl
Cl
O
OH Esquema 27 – Rota sintética para obtenção do (�) homobaclofen.
35 Homobaclofen – V – Objetivos_____________________________________________________________
V – Objetivos
Uma vez determinada as condições para se efetuar a adição do cuprato
oxazolínico à nitrilas �,�-insaturadas, procurou-se, nesta etapa do trabalho, testar
a metodologia desenvolvida na síntese de produto com atividade biológica. A
análise retrossintética do homobaclofen, representada abaixo, mostra a
possibilidade de síntese deste composto empregando como etapa chave a adição
de cuprato oxazolínico à nitrila insaturada.
HCl . H2N
O
OH
Cl Cl
NC
O
N
Cl
CN
O
N
Li2 (CN) Cu 2
+
(+/-)-homobaclofen
Esquema 28 – Análise retrossintética do (�) homobaclofen.
36 Homobaclofen – VI – Resultados e Discussão_______________________________________________
VI - Resultados e Discussão
A síntese do (�) homobaclofen foi iniciada com a adição do cianocuprato
oxazolínico de alta ordem à nitrila (12), que ocorreu fornecendo o produto (28),
intermediário chave na rota proposta, em 88% de rendimento.
Cl
CN
12Cl
CN
O
N
O
N
Li2 (CN) Cu 2
88 %28
Esquema 29 – Adição do cianocuprato oxazolínico à nitrila �,�-insaturada (12).
O composto (28) foi caracterizado por RMN 1H. Os sinais de seu espectro
foram atribuídos conforme os dados a seguir: um singleto para três hidrogênios
em � 1,11 ppm e outro em 1,15 ppm referente as duas metilas do grupamento
oxazolínico, um multipleto entre � 2,40 e 2,80 ppm integrando para cinco
hidrogênios, resultado da sobreposição dos hidrogênios �-nitrila, �-oxazolínicos e
do hidrogênio benzílico, um singleto em � 3,44 ppm, integrando para dois
hidrogênios do CH2 oxazolínico e um multipleto entre � 7,13 e 7,31 ppm
integrando para quatro hidrogênios, referentes aos hidrogênios aromáticos.
Em parte do multipleto em � 2,40 ppm, foi possível determinar a constante
de acoplamento (J), revelando um valor de J= 14,64 Hz para o acoplamento
geminal entre os hidrogênios �-oxazolínicos, e outra constante J= 6,93 Hz para o
acoplamento de um destes hidrogênios com o hidrogênio benzílico.
37 Homobaclofen – VI – Resultados e Discussão_______________________________________________
Figura 13 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (28).
A análise do produto (28) por CG-EM forneceu o espectro com m/z 276
para o cátion radical M+, confirmando o peso molecular do produto.
Cl
CN
O
N
Molecular formula = C15 H17 Cl N2 OMolecular Weight = 276.761
Figura 14 – E.M. do produto (28).
Cl
N
N
O
H
H
H
H
HH
H
HH
HH
H
H
HH
H
H
a
b
c
cd
d
a
b c
d
38 Homobaclofen – VI – Resultados e Discussão_______________________________________________
De posse do composto (28) vislumbrou-se a possibilidade de efetuar a
redução da função nitrila à amina correspondente e a conversão da função
oxazolina no ácido carboxílico em uma única etapa reacional, através da reação
com estanho em meio de ácido clorídrico32, o que levaria à obtenção do
homobaclofen.
70 %
Cl
CN
O
N
33Cl
OH
O
NH2 . HCl
28
Sn / HCl conc.
Esquema 30 – Redução do grupo ciano e hidrólise do grupo oxazolínico do composto (28).
Dificuldades foram encontradas ao se tentar extrair o composto obtido nesta
reação, através da neutralização do meio reacional com solução básica. Mesmo
tomando cuidado de controlar o pH da solução próximo a 7,0, o rendimento obtido
do homobaclofen era sempre muito baixo. Melhores resultados foram obtidos ao
se optar por purificar o produto da reação por recristalização. Desta forma, ao
finalizar a reação o meio reacional foi deixado em repouso, à O oC o que levou à
formação de cristais do sal hidroclorídrico do homobaclofen. Esses cristais foram
lavados com água gelada, redissolvidos em diclorometano, secados com sulfato
de magnésio e o solvente eliminado à pressão reduzida. Esta mudança no
processo de extração e purificação propiciou um aumento considerável no
rendimento da reação que ficou em 70%.
Através da metodologia empregada o (�) homobaclofen foi obtido em uma
rota de apenas duas etapas reacionais e em rendimento global superior a 61%.
A utilização de DMSO-d6 como solvente para a análise de RMN 1H (400
MHz) do (�) homobaclofen (33), dificultou a interpretação dos sinais uma vez que
exigiu que fosse subtraído o sinal do DMSO do espectro, o qual estava
39 Homobaclofen – VI – Resultados e Discussão_______________________________________________
sobrepondo alguns sinais, esta subtração pode ter interferido no espectro e na
integração dos sinais, o espectro mostrou um multipleto entre � 6,48-6,40 ppm
(4H), referente aos hidrogênios aromáticos; entre � 2,62-2,52 pmm observou-se
outro multipleto (2H); e entre � 1,78-1,59 ppm outro multipleto (5H). A deficiência
na expansão dos sinais dificultou a atribuição destes sinais aos respectivos
hidrogênios da estrutura. A confirmação da estrutura veio pela análise de RNM 13C.
Figura 15 – Espectro (subtraído o DMSO) de RMN 1H (400 MHz – DMSO-d6) para o
(�) homobaclofen (33).
40 Homobaclofen – VI – Resultados e Discussão_______________________________________________
A análise do espectro de RMN 13C (100 MHz – DMSO-d6) do produto obtido
confirmou a estrutura como mostram a Tabela 6 e a Figura 16.
Tabela 6 – Atribuição de sinais de RMN 13 C para o (�)-Homobaclofen (33).
Nº Deslocamento � (ppm) 8 37,90 7 40,41 10 60,72 9 72,74
2, 6 128,56 3, 5 129,91
1 131,46 4 142,94 11 173,17
Cl
OH
O
NH2 . HCl
12
4
3
5
6 78
9
10
11
Figura 16 – Espectro de RMN 13C (100 MHz – DMSO-d6) e DEPT 135º para o
(�) homobaclofen (33).
41 Homobaclofen – VII – - Conclusões e Perspectivas__________________________________________
VII – Conclusões e perspectivas de trabalho Ao contrário do que é relatado na literatura com outros cupratos, este
trabalho mostrou a viabilidade de se efetuar a adição do cianocuprato oxazolínico
de alta ordem à nitrilas �,�-insaturadas de maneira regiosseletiva, favorecendo os
produtos de adição 1,4.
Trata-se de uma metodologia inédita e que foi explorada com sucesso na
síntese do (�) homobaclofen permitindo o preparo deste composto em apenas
duas etapas reacionais e em rendimento global de 61,6 %, superior aos descritos
nas rotas já publicadas.
Os bons resultados obtidos até o momento abrem excelentes perspectivas
no sentido de se estudar esta metodologia com oxazolinas quirais visando obter
estereosseletividade no processo em questão, o que levaria à formação de
compostos quirais em que a função oxazolínica e a nitrila se encontram dispostas
de maneira simétrica em relação ao estereocentro gerado. Esse fato permite que
ao se preparar o produto de adição de maneira estereosseletiva, ambos os
enantiômeros derivados deste produto possam ser obtidos apenas pela
manipulação química das funções em questão, processo conhecido como
estereodiferenciação, o qual é ilustrado abaixo.
Esquema 31 – Estereodiferenciação do produto de adição do cuprato oxazolínico à nitrilas �,�-
insaturadas através da manipulação química das funções .
RCN cuprato de
oxazolina quiral RCN
O
N
R2
R1
R NH2
OH
O
R NH2
OH
O
42 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
VIII – Materiais e Métodos Aspectos Gerais
Todos os solventes utilizados foram tratados previamente de acordo com
procedimentos descritos em literatura.
Os solventes foram removidos em rotaevaporador Fisaton®, operando à
pressão reduzida (25-30 mmHg).
As reações foram monitoradas por cromatografia gasosa e ou
cromatografia em camada delgada (CCD).
Nas placas cromatográficas 2,0 x 7,0 cm para CCD, utilizou-se sílica gel
60 G Darmstadt e revelou-se sobre luz ultra violeta (254 e 366 nm), iodo
molecular ou solução de vanilina e aquecimento.
Nas separações feitas via cromatografia em coluna, empregou-se sílica
230-400 mesh, Merck�.
As análises de cromatografia gasosa foram efetuadas em um
cromatógrafo Varian® 3800 com injetor split/splitless, controle eletrônico de
pressão, detector FID equipado com duas colunas capilares – VA-WAX
30x0,25x0,25, operando à temperatura entre 50 a 250o C e VA-5 30x0,25x
0,25, operando a temperatura entre 60 a 325o C.
As análises de espectrometria de massas foram realizadas em um
equipamento Varian® CG MS/MS Saturn 2000, acoplado a um cromatógrafo
gasoso Varian® 3800, equipado com coluna VA-5 (5%-Phenyl-
Methylpolysiloxane).
As análises de espectroscopia na região do infravermelho foram
realizadas em um equipamento Bomem da Hartmann & Braun® com
transformada de Fourrier, modelo B-100. As amostras foram preparadas na
forma de um filme líquido sobre pastilhas de KBr ou na forma sólida dispersa
em KBr e as absorções estão expressas em número de onda (cm-1).
As análises de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H)
- 300 MHz e Ressonância Magnética Nuclear de Carbono (RMN 13C) - 75 MHz,
foram realizadas em um espectrômetro Varian® Gemini 300 (DQ-UEM); RMN 1H - 200 MHz e RMN de 13C - 50 MHz, em um equipamento Bruker BZH
43 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
200/52; RMN 1H - 400 MHz e RMN 13C - 100 MHz, em um equipamento Bruker
400 UltraShieldTM, ambos do DQ-UFPR. A multiplicidade dos sinais seguem a
seguinte abreviação: s - singleto, d – dubleto, t – tripleto, q – quarteto, quint –
quinteto, m – multipleto, dd – duplo dubleto, td – triplo dubleto.
Os procedimentos descritos são referentes aos melhores resultados
obtidos.
VIII.1 – Síntese da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24). Em um balão de 100 mL, equipado com agitação magnética foram
adicionados o 2-amino-2-metil propanol (8,90 g, 100 mmol) e ácido acético
(6,06 g, 101 mmol). A mistura foi aquecida à 160oC por sete horas. Em seguida
destilou-se o azeótropo água – oxazolina, o qual foi recebido em balão
contendo hexano (200 mL). Separaram-se as fases e extraiu-se a fase aquosa
com hexano. Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e
adicionou-se hidreto de cálcio para nova secagem. Destilou-se o hexano e
posteriormente a oxazolina (1090C – 1100C), obtendo-se 9,04 g (77%) do
composto (24).
Dados espectroscópicos:
RMN1H (80 MHz-CDCl3) - �: 1,85 (s, 6H); 2,50 (s, 3H); 4,43 (s, 2H).
E.M. (m/z) (%): 114 (M+ +1,36); 98 (89); 83 (36); 70 (60); 42(100).
VIII.2 – Procedimento geral para o preparo do ânion de lítio das 2-oxazolinas.
Em um balão de 50 mL, protegido da luz, equipado com agitação
magnética, seco e sob atmosfera inerte, adicionou-se a 2-oxazolina (24) (4
mmol) e THF anidro (10 mL). Baixou-se a temperatura à -78�C, com gelo seco
e acetona, e adicionou-se continua e lentamente a solução de n-BuLi em
hexano (1,53 mL, 4 mmol, 2,61 mol/L). A agitação foi mantida por 30 minutos a
esta temperatura.
44 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
VIII.3 – Procedimento geral para o preparo do cianocuprato oxazolínico de alta ordem (25).
A um balão de 50 mL, adicionou-se LiCl (0,172 g, 4,07 mmol), o qual foi
seco a pressão reduzida (~1,0x10-3 mm Hg) a 120�C por 2 horas. O balão foi
resfriado e a pressão equalizada com argônio seco, seguido da adição de
CuCN (0,179 g, 2 mmol) e novamente submetido à pressão reduzida
(~1,0x10-3 mm Hg) à temperatura ambiente, por mais 1 hora. A pressão foi
novamente equalizada com argônio e THF seco (5 mL) foi introduzido por meio
de uma seringa hipodérmica. A mistura de CuCN.2LiCl em THF foi agitada à
temperatura ambiente até total dissolução, sendo então refrigerada à -78�C.
Rapidamente adicionou-se a solução do ânion de lítio da 2,4,4-trimetil-2-
oxazolina (0,49 mL, 4 mmol) (preparado conforme descrito no ítem VIII.2) via
cânula, e a solução foi mantida a esta temperatura por 30 minutos.
VIII.4 – Procedimento geral de preparo de nitrilas �,�-insaturadas aromáticas.
A um balão de 250 mL, equipado com agitador magnético, adicionou-se
acetonitrila (30,37 g, 40 mL, 740 mmol) e em seguida hidróxido de potássio
(3,3 g (85 %), 50 mmol). Acoplou-se ao sistema um condensador de refluxo e
aqueceu-se a mistura até o ponto de refluxo, por 30 minutos. Então adicionou-
se o aldeído (50 mmol) previamente solubilizado em acetonitrila (10 mL ).
Agitou-se pelo tempo pré-estabelecido em literatura42 e em seguida colocou-se
gelo picado (50 g). Separou-se as fases, extraiu-se a fase aquosa com éter
etílico (50 mL), juntou-se as fases orgânicas, secou-se a fase orgânica com
sulfato de sódio anidro, filtrou-se e evaporou-se o solvente obtendo-se a nitrila
�,�-insaturada.
45 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
3-fenilacrilonitrila (10) Rendimento: 63,4%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2926; 2854; 2215; 1612; 778; 689.
E.M. (m/z) (%): 129 (M+,100); 102 (46); 89 (3); 76 (9); 63 (9); 50 (16).
RMN1H (200 MHz-CDCl3) – isômero E �: 5,87 (d, J= 16,6 Hz, 1H); 7,30
– 7,60 (m, 6H); isômero Z �: 5,44 (d, J= 11,9 Hz, 1H); 7,12 (d, J= 12,2
Hz, 1H); 7,30 – 7,60 (m, 5H).
RMN13C (50 MHz-CDCl3) – isômeros E �: 96,23; 118,08; 127,28;
129,03; 130,89; 133,40; 150,50.
3-(4-metoxi-fenil)-acrilonitrila (11) Rendimento: 65,7%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., KBr, cm-1): 2214; 1603; 1511; 1254; 1176; 1024; 807.
E.M. (m/z) (%): 159 (M+, 100); 144 (8); 130 (5); 116 (28); 89 (22); 63 (8).
3-(4-cloro-fenil)-acrilonitrila (12) Rendimento: 60%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., KBr, cm-1): 2215; 1623; 1486; 1088; 967; 802.
E.M. (m/z) (%): 163 (M+, 85); 136 (15); 128 (100); 101 (29); 75 (17); 63
(8); 50 (21).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – isômero E �: 5,78 (d, J= 16,6 Hz, 1H); 7,21
(d, J= 20,6 Hz, 1H); 7,28 – 7,33 (m, 4H);
RMN13C (75 MHz-CDCl3) – isômeros E �: 97,06; 117,73; 128,51;
129,25; 129,46; 132,02; 137,33; 149,09.
46 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
2-furilacrilonitrila (13) Rendimento: 62%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 3128; 2215; 1623; 1478; 1265; 1015; 749; 584.
E.M. (m/z) (%): 119 (M+, 100); 105 (3); 90 (37); 63 (51); 52 (13); 41 (15).
Pentametilenoacrilonitrila (14) Rendimento: 68%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2931; 2855; 2215; 1623; 1438; 806; 649.
E.M. (m/z) (%): 121 (M+, 100); 106 (7); 94 (22); 81 (22); 66 (9); 53 (7).
Purificação do Isômero ���-insaturado (14)
A um balão de 100 mL equipado com agitador magnético,
adicionou-se a mistura das nitrilas (14) e (14a) e 5 mL de tetracloreto de
carbono. O balão foi resfriado com um banho de gelo ao qual foi
adicionado lentamente uma solução de bromo em tetracloreto de
carbono (1/9, v/v ca. 6-8 mL) até a persistência da coloração vermelho-
acastanhado. A mistura então foi filtrada a frio e o solvente evaporado
sob pressão reduzida, o óleo remanescente foi destilado sob pressão
reduzida ( p.e. 40-42º C / 0,15 mmHg).
4-dimetilaminofenilacrilonitrila (15)
Rendimento: 53%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., KBr, cm-1): 2203; 1598; 1528; 1375.
E.M. (m/z) (%): 173 (M+ +1, 34); 172 (M+, 100); 171 (87); 154 (2); 144
(2), 130 (3), 118 (1), 103 (2), 89 (1), 63 (1).
RMN1H (400 MHz-CDCl3) – isômero E �: 3,03 (s, 6H), 5,57 (d, J= 16,4
Hz, 1H); 6,63 – 6,67 (m, 2H); 7,26 – 7,34 (m, 4H).
RMN13C (100 MHz-CDCl3) – isômeros E �: 40,08; 89,51; 111,73;
119,71; 121,49; 129,03; 150,55, 152,22.
47 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
3,3-difenilacrilonitrila (16) Rendimento: 75%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 3056; 2215; 1736; 1659; 1446; 762; 697.
E.M. (m/z) (%): 205 (M+, 100); 190 (11); 178 (15); 165 (21); 127 (1),
77 (2).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 5,74 (s, 1H), 7,25 – 7,55 (m, 10 H).
RMN13C (100 MHz-CDCl3) – �: 94,90; 117,83; 128,46; 128,55; 128,65;
129,55; 130,02, 130,39; 132,38; 137,08; 138,98; 163,16.
3,4-dimetoxifenilacrilonitrila (17) Rendimento: 77%.
Dados Espectroscópicos:
E.M. (m/z) (%): 189 (M+, 100); 174 (8); 146 (21); 118 (20); 103 (2), 89
(4), 63 (2).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – isômero E �: 3,91 (s, 3 H); 3,92 (s, 3H);
5,72 (d, J= 16,6 Hz, 1H), 6,85 – 7,49 (m, 4 H).
RMN13C (100 MHz-CDCl3) – isômero E �: 55,96; 93,63; 108,82;
110,39; 111,07; 118,61; 122,06; 124,10; 149,40; 150,27; 151,85.
VIII.5 – Síntese da 2-nonenonitrila (21). A um balão de 100 mL, equipado com agitador magnético, seco e sob
atmosfera inerte, adicionou-se diisopropilamina (1,14 g, 1,590 mL,11 mmol), n-
BuLi em hexano (4,62 mL, 11 mmol) e THF (22 mL). Após 30 min baixou-se a
temperatura à –78º C e foi adicionado acetonitrila (0,41 g, 0,547 mL,10 mmol)
previamente solubilizado em THF (10 mL). Decorridos 1 hora, deixou-se
aumentar a temperatura até –30º C, baixou-se à temperatura novamente à -78º
C e foi adicionado heptanaldeído (1,14 g, 1,43 mL,10 mmol). A reação foi
mantida à –78º C durante 1 hora e posteriormente elevou-se à temperatura até
0º C. Água destilada (40 mL) e éter etílico (150 mL) foram adicionados ao balão
reacional e as fases separadas. A fase aquosa foi extraída com éter etílico (20
mL), combinou-se as fases orgânicas e lavou-se com bicarbonato de sódio (3 x
48 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
30 mL) e posteriormente água destilada (30 mL). Após a separação de fases, a
fase orgânica então foi secada sob sulfato de sódio anidro, filtrada e
evaporada. Obteve-se 1,346 g (86%) do composto (18).
Dados Espectroscópicos do composto (18):
IV (�max., filme, cm-1): 3442; 2930; 2251; 1462; 1415; 1079; 1041.
E.M. (m/z) (%): 138 (M+ +1,100); 121 (2); 108 (1); 93 (2); 79 (3); 67 (11).
VIII.5.1 – Eliminação da função álcool do composto (18).
Em um balão de 250 mL, equipado com agitador magnético, seco e sob
atmosfera inerte, adicionou-se o composto (18) (0,969 g, 6,2 mmol) e
trietilamina (5,90 g, 5,27 mL, 37,2 mmol), ambos solubilizados em
diclorometano seco (5 mL). Baixou-se a temperatura do sistema à 0º C, e
adicionou-se lentamente cloreto de mesila (4,27 g, 2,89 mL, 37,2 mmol)
previamente solubilizado em diclorometano (5 mL). O sistema foi deixado a
temperatura ambiente por 2 horas e posteriormente colocado em refluxo à 50º
C por 72 horas. Após o refluxo foi adicionado ao balão éter etílico (50 mL) e
ácido clorídrico (2 x 15 mL), depois foi adicionado bicarbonato de sódio (2 x 15
mL) e água destilada (30 mL). Após a separação de fases, a fase orgânica foi
secada sob sulfato de sódio anidro, filtrada e evaporada. Após a extração foi
obtido 0,172 g (14,5%) do composto (21) e recuperado 0,667 g (50%) do
composto (18).
Dados Espectroscópicos do composto (21):
IV (�max., filme, cm-1): 2930; 2222; 1632; 967; 740.
E.M. (m/z) (%): 138 (M+ -17, 8); 122 (21); 108 (40); 94 (40); 80 (38); 67
(71); 55 (65); 41 (100).
49 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
VIII.6 – Procedimento geral para obtenção de �-hidroxinitrilas.
A um balão de 100 mL, equipado com agitador magnético, seco e
sob atmosfera inerte, adicionou-se THF (30 mL), acetonitrila (1,690 mL,32,63
mmol) e abaixou-se a temperatura à –78º C. Após o equilíbrio térmico
adicionou-se gota a gota uma solução de n-BuLi em hexano (30,11 mmol).
Decorridos 30 minutos adicionou-se lentamente uma solução do aldeído (30
mmol em 30 mL de THF). A reação foi mantida à –78º C durante 30 minutos e
então adicionou-se TMSCl (6,26 mL, 48,41 mmol), dez minutos depois
adicionou-se MeOH (5 mL) e então deixou-se a temperatura se elevar até
temperatura ambiente. O excesso de THF foi removido sob vácuo e o
remanescente foi extraído com éter etílico (20 mL) e água (20 mL). Após a
separação de fases, a fase orgânica então foi secada sob sulfato de sódio
anidro, filtrada e evaporada.
3-hidroxi-heptanonitrila (19)
Rendimento: > 90 %.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 3432; 2251; 2181;1467; 1417; 1127; 1026.
E.M. (m/z) (%): 128 (M+, 41); 127 (20); 110 (57); 94 (8); 82 (21); 69
(100); 57 (6); 39 (49).
5-metil-3-hiroxi-hexanonitrila (20)
Rendimento: > 90 %.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 3419; 2251; 2188; 1467; 1417; 1127; 1026.
E.M. (m/z) (%): 128 (M+, 15); 110 (16); 96 (4); 82 (10); 69 (100); 57 (6);
39 (31).
50 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
VIII.7 – Reação geral de �-hidroxinitrilas com MeMgBr .
Em um balão de 50 mL, equipado com condensador de refluxo e um
agitador magnético e sob atmosfera de argônio, adicionou-se magnésio (0,079
g, 3,27 mmol) e Et2O (5 mL). O balão foi mantido em um banho à 0 oC. Em
seguida adicionou-se, lentamente, MeBr (0,2 mL, 3,27 mmol). Retirou-se o
balão do banho e monitorou-se a reação até total consumo do magnésio.
Transferiu-se a solução do Grignard via cânula a um balão de 50 mL contendo
Et2O (5 mL) e a �-hidroxinitrila (1,56 mmol). A reação foi mantida à –78º C
durante 2 horas e à temperatura ambiente por mais 2 horas.
VIII.8 – Reação geral de �-hidroxinitrilas com SOCl2/Py.
Em um balão de 50 mL, equipado com um agitador magnético e sob
atmosfera de argônio, adicionou-se piridina (1,35 mL) e a �-hidroxinitrila (1,56
mmol). Abaixou-se a temperatura do balão à 0 oC. Em seguida adicionou-se,
lentamente, SOCl2 (0,2 mL, 2,8 mmol). Manteve-se a reação nesta temperatura
durante 3 horas e a temperatura ambiente durante a noite. Éter etílico (10 mL)
foi adicionado ao balão e a mistura resultante foi extraída com solução
saturada de NH4Cl ( 5 x 10 mL). A fase orgânica foi secada sob sulfato de
sódio anidro, filtrada e concentrado sob vácuo.
VIII.9 – Reação geral de �-cloronitrilas com DBU.
Em um balão de 10 mL, equipado com condensador de refluxo e um
agitador magnético e sob atmosfera de argônio, adicionou-se THF anidro (2
mL), �-cloronitrila (1,5 mmol) e DBU (0,45 mL, 3 mmol). O balão foi mantido em
refluxo por 1 hora. Em seguida retirou-se o balão do aquecimento e deixou-se
atingir temperatura ambiente em repouso. Adicionou-se ao balão 2 mL de
água destilada, e extraiu-se 3 vezes com Éter Etílico (3 mL). A fase orgânica foi
secada sob sulfato de sódio anidro, filtrada e concentrada em evaporador
rotatório sob vácuo.
51 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
3-heptenonitrila (22) Rendimento: < 10 %.
Dados Espectroscópicos:
E.M. (m/z) (%): 110 (M+ +1, 54); 94 (20); 80 (18); 67 (70); 56 (39); 41
(91); 39 (100).
5-metil-3-hexenonitrila (23)
Rendimento: < 10 %.
Dados Espectroscópicos:
E.M. (m/z) (%): 110 (M+ +1, 100); 93 (15); 81 (4); 67 (40); 53 (2); 39 (33).
VIII.10 – Reação da 3-fenilacrilonitrila (10) com ânion oxazolínico. Em um balão de 50 mL, equipado a um agitador magnético e sob
atmosfera de argônio, adicionou-se a 2,4,4-trimetil 2-oxazolina (0,15 g, 1,3
mmol) solubilizada em THF (3 mL). Em seguida adicionou-se, lentamente, n-
BuLi em hexano (0,62 mL, 1,3 mmol). Baixou-se a temperatura à –78º C, sendo
mantida por 30 min. Posteriormente adicionou-se 3-fenilacrilonitrila (0,168 g,
1,3 mmol), deixando-se sob agitação, à - 78oC durante 2 horas e à temperatura
ambiente por mais 2 horas. Alíquotas da reação foram analisadas por
cromatografia em camada delgada e cromatografia gasosa indicando a
presença apenas dos materias de partida.
52 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
VIII.11 – Procedimento geral de reação das nitrilas �,�-insaturadas com cianocuprato oxazolínico (25).
Uma solução da nitrila �,�-insaturada (1,3 mmol) em THF (2 mL) foi
adicionada, à -78oC e sob atmosfera de argônio a uma solução do cuprato de
alta ordem do ânion oxazolínico, ( preparado conforme descrito no
procedimento VIII.3), deixando-se sob agitação durante 2 horas. Uma solução
de hidróxido de amônio/cloreto de amônio (pH 9, 10 mL) foi adicionada ao meio
reacional. Após agitar por três horas, éter etílico (50 mL) foi adicionado, as
fases separadas e a fase orgânica lavada com água destilada (20 mL) e
secada sob sulfato de sódio anidro. Após filtração o solvente foi eliminado à
pressão reduzida e o produto purificado por cromatografia em coluna utilizando
uma mistura de hexano/acetato de etila (1:2).
Produto (26).
CN
N
O
Rendimento: 63,4%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2968; 2246; 1667; 1496; 1365; 1151; 988; 762.
E.M.(m/z) (%): 242 (M+ , 44); 227 (16); 211 (7); 202 (100); 189 (6); 156
(17); 148 (6); 130 (23); 113 (35); 103 (31); 77 (14); 55 (8); 42 (12).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 1,13 (s, 3H); 1,20 (s,3H); 2,71 (m, 4H);
3,46 (q, J= 6 Hz, 1H); 3,86 (s, 2H); 7,23 – 7,37 (m, 5H).
RMN13C (75 MHz-CDCl3) – �: 23,91; 28,01; 28,10; 33,26; 38,95; 67,04;
78,95; 118,06; 127,09; 127,79; 128,91; 140,46; 163,02.
53 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
Produto (27).
CN
N
O
O Rendimento: 62,4%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2241; 1741; 1611; 1514; 1252; 1181; 1032; 834.
E.M. (m/z) (%): 272 (M+, 76); 257 (10); 232 (82); 173 (22); 160 (50); 145
(25); 133 (22); 113 (100); 98 (44).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 1,14 (s, 3H); 1,21 (s,3H); 2,68 (m, 4H);
3,46 (m, 1H); 3,79 (s, 3H); 3,86 (s, 2 H); 6,86 – 7,20 (m, 4H).
RMN13C (75 MHz-CDCl3) – �: 24,20; 28,05; 28,14; 33,47; 38,26; 53,34;
55,17; 78,97; 114,24; 114,39; 118,22; 128,16; 132,53; 159,13.
Produto (28).
CN
N
O
Cl Rendimento: 88%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2967; 2923; 2243; 1712; 1490; 1252; 999; 822.
E.M. (m/z) (%): 276 (M+, 71); 261 (15); 236 (100); 164 (32); 113 (63);
98 (41).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 1,11 (s, 3H); 1,15 (s,3H); 2,63 (m, 4H);
3,46 (m, 3H); 7,13 – 7,29 (m, 4H).
54 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
Produto (29).
O
NC
O
N
Rendimento: 65%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2968; 2931; 2246; 1667; 1538; 1156; 737; 596.
E.M. (m/z) (%): 232 (M+, 100); 217 (7); 203 (6); 192 (79); 164 (17); 133
(30); 120 (52); 113 (24); 98 (26); 65 (42).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 1,23 (s, 3 H); 1,25 (s, 3 H); 2,63 (m, 2 H);
2,82 (m, 3 H); 3,55 (s, 2H); 6,22 (m, 1 H); 6,34 (m, 1 H); 7,35 (m, 1 H).
RMN13C (75 MHz-CDCl3) – �: 21,74; 24,02; 24,47; 32,41; 39,63; 56,34;
70,04; 106,76; 110,52; 117,58; 142,21; 153,20; 170,40.
Produto (30).
CN
O
N
� Reação feita em éter etílico.
Rendimento: 50%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2927; 2859; 2239; 1736; 1659; 1454; 991; 733. E.M. (m/z) (%): 235 (M++1, 25); 219 (11); 194 (23); 164 (3); 113 (100);
98 (42); 81 (7); 70 (8); 55 (8); 39 (13).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 1,21 (s, 6 H); 1,30 – 1,45 (m, 10 H); 2,36
(s, 2H); 2,51 (s, 2 H); 3,87 (s, 2 H).
RMN13C (75 MHz-CDCl3) – �: 21,46; 25,39; 27,44; 28,34; 35,29; 35,47;
35,59; 66,98; 79,00; 118,21; 163,19.
55 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
Produto (31).
CN
N
O
N
Rendimento: 74%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2243; 2186; 1664; 1614; 1516; 1360.
E.M. (m/z) (%): 285 (M+, 39); 245 (91); 186 (18); 173 (100); 158 (39);
146 (33); 113 (74); 98 (28).
Produto (32).
CN
N
O
Rendimento:80%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 2961; 2931; 2247; 1746; 1665; 1632; 1462; 1370.
E.M. (m/z) (%): 251 (M+ +1, 15); 235 (25); 210 (68); 179 (6); 165 (14);
126 (11); 113 (100); 98 (26).
RMN1H (300 MHz-CDCl3) – �: 0,83 – 2,57 (m, 24 H); 4,09 (s, 2 H).
56 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
Produto (34).
CN
N
O
Rendimento: não determinado.
Dados Espectroscópicos:
E.M. (m/z) (%): 223 (M+ +1, 14); 207 (100); 192 (8); 179 (9); 151 (7); 135
(13); 107 (9); 80 (14).
Produto (35).
CN
N
O
Rendimento: não determinado.
Dados Espectroscópicos:
E.M. (m/z) (%): 223 (M+ +1, 100); 207 (22); 182 (37); 152 (6); 126 (14);
113 (59); 98 (15); 82 (6).
VIII.12 – Procedimento para síntese do (�) homobaclofen (33) a partir do composto (28).
Em um balão de 10 mL, equipado com condensador de refluxo e um
agitador magnético, adicionou-se o composto (28) (0,411 g, 1,49 mmol), Sn
metálico pulverizado (0,268 g, 2,262 mmol) e HCl concentrado (2 mL). O balão
foi mantido em refluxo por 2 horas. Em seguida retirou-se o balão do
aquecimento e deixou-se atingir temperatura ambiente em repouso por
aproximadamente 2 horas. Verificou-se a formação de cristais brancos, retirou-
se o líquido excedente, lavou-se os cristais 2 vezes com 2 mL de água
57 VIII – Materiais e Métodos_____________________________________________________________
destilada. Adicionou-se diclorometano (3 mL) e Na2SO4 anidro. Após filtração, o
solvente foi então evaporado em evaporador rotatório sob pressão reduzida.
Obteve-se 0,261 g de um sólido branco caracterizado como o (�) homobaclofen
(33).
Rendimento: 70%.
Dados Espectroscópicos:
IV (�max., filme, cm-1): 3007; 1713; 1493; 1412; 1310; 1247; 1083; 1013;
918; 818.
RMN1H (400 MHz-DMSO-d6) – �: 6,43 (m, 4H), 2,62-2,52 (m, 2H ), 1,78-
1,59 (m, 5H ).
RMN13C (100 MHz-DMSO-d6) – �: 37,90; 37,87; 40,41; 60,72; 72,74;
128,56; 129,91; 131,46; 142,94; 173,17.
IX- Referências Bibliográficas
59 IX – Referências Bibliográficas________________________________________________
1. NICOLAU, K. C.; SORENSEN, E. J.. The art and science of organic and
natural products synthesis. J.Chem. Edu., v. 75, n. 10, p. 1225-1258, 1998.
2. TAYLOR, R. J. K. Organocopper reagents: A pratical approach, Oxford
University Press, 1994.
3. GILMAN, H.; STRALEY, J. M.. Relative Reactivities of organometallic
compounds. XIII. Copper and Silver. Recl. Trav. Chim. Pays-basl, v.
55, p. 821-834, 1936.
4. GILMAN, H.; JONES, R. G.; WOODS, L. A.. The preparation of
methylcopper and some observations on the decomposition of
organocopper compounds. J. Org. Chem., v.17, p. 1630-1634, 1952.
5. HOUSE, H. O.; RESPESS, W. L.. The chemistry of carbanions. XII. Role of
copper in the conjugate addition of organometallic reagents. J. Org. Chem., v. 31, p. 3128-3141, 1966.
6. POSNER, G. H.. Substitution reactions using organocopper reagents. Org. React., v. 22, p. 253-400, 1975.
7. KRAUSE, N.; GEROLD, A.. Regio- and stereoselective syntheses with
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X – Espectros Selecionados
Espectros Selecionados____________________________________________________________
70
1 – Espectro de Massas da 2,4,4-trimetil-2-oxazolina (24).
N
O
Molecular formula = C6 H11 N OMolecular Weight = 113.158
Espectros Selecionados____________________________________________________________
71
2 – Espectros de Infravermelho e de Massas da 3-fenilacrilonitrila (10).
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
88
90
92
94
96
98
100
102
104
1274
757
1446
1649
2212tra
nsm
itanc
e (%
)
wavenumber (cm-1)
Espectros Selecionados____________________________________________________________
72
3 – Espectro de RMN 1H ( 300 MHz) da 3-fenilacrilonitrila (10).
CN
Espectros Selecionados____________________________________________________________
73
4 – Espectro de RMN 13C ( 75 MHz) da 3-fenilacrilonitrila (10).
CN
Espectros Selecionados____________________________________________________________
74
5 – Espectro de Massas e Infravermelho da 3-(4-metoxi-fenil)-acrilonitrila (11).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
75
6 – Espectros de Infravermelho da 3-(4-cloro-fenil)-acrilonitrila (12).
CN
Cl
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
100
797
957
1082
1399
1484
1617
2212
trans
mita
nce
(%)
wavenumber (cm-1)
Espectros Selecionados____________________________________________________________
76
7 – Espectro de RMN 1H ( 300 MHz) da 3-(4-cloro-fenil)-acrilonitrila (12).
CN
Cl
Espectros Selecionados____________________________________________________________
77
8 – Espectros de Massas e Infravermelho da 2-furilacrilonitrila (13).
OCN
Molecular formula = C7 H5 N OMolecular Weight = 119.121
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50020
30
40
50
60
70
80
90
100
110
749
1015
126513
9414
72
1627
2212
trans
mita
nce
(%)
wavenumber (cm-1)
Espectros Selecionados____________________________________________________________
78
9 – Espectros de Massas e Infravermelho da Pentametilenoacrilonitrila (14).
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50040
50
60
70
80
90
100
110
120
810
1437
1627
1679
2212
trans
mita
nce
(%)
wavenumber (cm-1)
Espectros Selecionados____________________________________________________________
79
10 – Espectro RMN 1H (300 MHz) da Pentametilenoacrilonitrila (14).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
80
11 – Espectro RMN 13C (75 MHz) da Pentametilenoacrilonitrila (14).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
81
12 – Espectros de Massas e Infravermelho da 4-dimetilaminofenil acrilonitrila (15).
N
CNMolecular formula = C11 H12 N2Molecular Weight = 172.226
4000 3000 2000 1000
-20
0
20
40
60
80
1375
1528
1598
2203
Tran
smita
nce
Wavenumber (cm-1)
Espectros Selecionados____________________________________________________________
82
13 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) da 4-dimetilaminofenilacrilonitrila (15).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
83
14 – Espectro de Massas da 2-nonenonitrila (21).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
84
15 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (26).
CN
N
O
Espectros Selecionados____________________________________________________________
85
16 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) do produto (26).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
86
17 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (27).
CN
N
O
O
Espectros Selecionados____________________________________________________________
87
18 – Espectro de RMN 1C (75 MHz) do produto (27).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
88
19 – Espectro de Massas do produto (27).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
89
20 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (28).
CN
N
O
Cl
Espectros Selecionados____________________________________________________________
90
21 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (29).
O
NC
O
N
Espectros Selecionados____________________________________________________________
91
22 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) do produto (29).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
92
23 – Espectro de Massas do produto (29).
OCN
O
N
Molecular formula = C13 H16 N2 O2Molecular Weight = 232.278
Espectros Selecionados____________________________________________________________
93
24 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (30).
CN
O
N
Espectros Selecionados____________________________________________________________
94
25 – Espectro de RMN 13C (75 MHz) do produto (30).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
95
26 – Espectros de Massas e Infravermelho do produto (30).
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
0
20
40
60
80
100
120
140
99012
4813
6114
55
1661
1730
2238
trans
mita
nce
(%)
wavenumber (cm-1)
Espectros Selecionados____________________________________________________________
96
27 – Espectro de RMN 1H (200 MHz) do produto (31).
CN
N
O
N
Espectros Selecionados____________________________________________________________
97
28 – Espectro de RMN 13C (50 MHz) do produto (31).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
98
29 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do produto (32).
CN
N
O
Espectros Selecionados____________________________________________________________
99
30 – Espectro de Massas do produto (32).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
100
31 – Espectro de RMN 1H (400 MHz) do produto (33).
Cl
O
OH NH2 . HCl
Espectros Selecionados____________________________________________________________
101
32 – Espectro de RMN 13C (100 MHz) do produto (33).
Espectros Selecionados____________________________________________________________
102
33 – Espectro de RMN 13C DEPT 135º (100 MHz) do produto (33).