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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI CAMPUS PARNAIBA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FRANCIVONE PAULO DA SILVA LEVANTAMENTO DE SERPENTES NO BREJO DO BURITI NO MUNICIPIO DE BURITI DOS LOPES - PIAUÍ Parnaíba-Piauí 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CAMPUS PARNAIBA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

FRANCIVONE PAULO DA SILVA

LEVANTAMENTO DE SERPENTES NO BREJO DO BURITI NO MUNICIPIO DE

BURITI DOS LOPES - PIAUÍ

Parnaíba-Piauí

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CAMPUS PARNAÍBA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNIAS BIOLÓGICAS

FRANCIVONE PAULO DA SILVA

LEVANTAMENTO DE SERPENTES NO BREJO DO BURITI NO MUNICIPIO DE

BURITI DOS LOPES - PIAUÍ

Parnaíba- Piauí

2014

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Ciências

Biológicas do Campus Universitário de

Parnaíba, Universidade Federal do

Piauí, como parte dos requisitos

necessários a obtenção do titulo de

Licenciado em Biologia.

Orientador: Prof. Dr. Anderson Guzzi

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LEVANTAMENTO DE SERPENTES NO BREJO DO BURITI NO MUNICIPIO DE

BURITI DOS LOPES – PIAUÍ

Aprovada em ______/ ______/ __________

BANCA EXAMINADORA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Ciências

Biológicas do Campus Universitário

de Parnaíba, Universidade Federal

do Piauí, como parte dos requisitos

necessários a obtenção do titulo de

Licenciado em Biologia.

Orientador: Prof. Dr. Anderson Guzzi

Orientador: Profº. Dr. Anderson Guzzi

Sávio Cristiano de Albuquerque Batista

Esp. Gestão Ambiental e Ecoturismo

1º Examinador

Thiago Nascimento

Esp. Gestão Ambiental e Ecoturismo

2º Examinador

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser

essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia

e meu socorro presente na hora de angustia, ao meu pai

Vicente de Paula Carvalho (in memórian) minha mãe

Iracema Vieira de Carvalho, e meus familiares.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pois sem ele eu não teria força para superar essa longa missão

durante minha jornada acadêmica e em toda minha vida sendo sempre meu guia de fé e luz. A

minha família, que sempre me incentivou a estudar. Meus pais que são o alicerce na

construção do meu caráter.

Ao meu amigo Sávio Cristiano que me incentivou a continuar nessa área de estudo,

mesmo sendo por um ano ele foi a pessoa fundamental, pois me ajudava a realizar as saídas a

campo e a identificar as espécies visualizadas.

Ao meu orientador Dr. Anderson Guzzi por ser uma pessoa compreensiva e amiga e

por ser no campus um dos professores que mais incentiva os alunos a se prepararem e a

aprenderem coisas novas nesse ramo tão da Biologia. Sempre fazendo com que seus alunos

aprendam valores.

Meu professor Dr. Antonio Tavares por me ensinar a ter responsabilidades mesmo que

elas não nos sejam dadas. Sempre cumprindo horários e com as obrigações. Gostar do

trabalho que faz sempre com carinho e dedicação.

Aos meus amigos biólogos: Emanuel Carvalho, Kássio de Castro Araujo, Sávio

Cristiano, Thiago Nascimento,

Aos pais da minha namorada Sr. Antonio Vieira e a Srª Ângela Maria que sempre me

acolheram em sua residência, quando eu tinha que ficar em Parnaíba.

Agradecer a minha namorada Ingrid Cynara uma pessoa muito especial em minha vida

Ao amigo ambientalista: Prentice que me ajudou no momento em que precisei de autorização

para realizar saídas de campo em sua reserva.

Aos amigos de universidade que juntos passamos todos os dias acadêmicos, sempre

com a esperança de realizarmos nossos trabalhos e idealizando nossos futuros.

Aos meus companheiros da Banda de Musica Municipal João Batista do Amaral de

Buriti dos Lopes, nas pessoas do Subtenente Flavio Neiva da Costa e do Sargento Antonio

Rodrigues aos quais eu agradeço imensamente, por ter colocado em minha vida a musica

instrumental, através dela que procuro inspiração para meus dias, sejam bons ou ruins, a

música sempre esta presente em minha vida.

E por fim aos meus amigos e primos que encontro no Bom Gosto e na universidade,

pois é com ele que divido minhas alegrias e frustrações. Eles foram compreensivos, em

minhas ausências, por eu estar realizando minhas saídas a campo. Ouvem minhas piadas

sorriem comigo e às vezes também choram. Em fim a todos que de alguma forma fizeram e

fazem parte da minha vida acadêmica e pessoal.

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RESUMO

O município de Buriti dos Lopes está localizado no estado do Piauí nas coordenadas

03°10'30''S e 41°52'01''W, com uma altitude de 50 metros, com área estimada de 526,66 km²,

além de ter como vegetação predominante cerrado, caatinga e mata de cocais.A mata dos

cocais está situada entre uma zona de transição dos Biomas Amazônia e Caatinga nos estados

do Maranhão, Piauí, Ceará, Pará e norte do Tocantins. Clima quente e úmido com estação

chuvosa começando no verão e que se estende até o outono. A vegetação consiste de florestas

tropicais e secundárias compredominância de carnaubais, buritizais, tucunzais, pés de açaís e

babaçu; esfrega (arbusto) e savanas (campos); caatinga / cerrado e cerrado / floresta; carrasco,

florestas tropicais e florestas secas. As serpentes são encontradas em quase todo o mundo,

mas, principalmente, habitam as regiões temperadas e tropicais, devido à sua dependência de

calor externo. O trabalho teve como objetivo registrar a fauna de serpentes do município de

Buriti dos Lopes, Estado do Piauí, nordeste do Brasil, e relatar seus principais aspectos

naturais, fotografando os animais avistados sem captura, utilizando interceptação em saídas

noturnas e diurnas por meio visual nas estradas e riachos, arvores, solos úmidos, serrapilheira

e pedras Foram registrados 26 espécimes de serpentes pertencente a 8 espécies e 5 famílias, a

saber Colubridae(10 espécimes de 2 espécies): (3) Chironius flavolineatus; (1) Chironius

carinatus. Dipsadidae (10 espécime de 2 espécies);(6) Phylodryas olfersii; (4) oxyrhopus

guibei. Boidae (4) boa constrictor; (1) Eunectes murinus. Elapidae (4 espécimes de 1

espécie);(4) Micrurus ibiboboca. Viperidae (2 espécimes de 2 espécie );(1)Crotalus durissus;

(1) Bothrops jararaca.o habito que prevaleceu entre as serpentes foi terrícola seguido por

hábitos aquáticos e arborícolas. Esse estudo mostra que o brejo é uma região de estudo muito

importante para a composição dos habitats e na estrutura das comunidades de serpentes. Este

trabalho servirá de suporte para futuros estudos de correlações biogeográficas entre a área de

transição e a região de Buriti dos Lopes.

Palavras Chave: Serpentes, Clima, Temperatura,

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ABSTRACT

The municipality of Buriti dos Lopes is located in the state of Piauí in 03 °10'30'' and 41 ° 52'01'' south

latitude coordinates longitude with an elevation of 50 meters above sea level, with an area estimate of

526.66 km ² of tropical climate, in addition to its predominant vegetation Cerrado savanna and forest

cocais. The forest cocais be situated between a transition zone biomes Amazonia and Caatinga in the

states of Maranhão, Piauí, Ceará, Pará and northern Tocantins, which corresponds to an area of

approximately 934,000 km ² of Brazilian territory, and 330 489, 9 km ² belong to the Northeast

(Maranhão, Piauí and Ceará) region. hot and humid climate with rainy season starting in the summer

and extending into the fall. The vegetation consists of tropical and secondary forests with

predominance of Carnaubais, buritizais, tucunzais, açaísand babassu; Scrub (bush) and savannas

(fields); caatinga / cerrado and cerrado / forest; executioner, rainforests and dry forests. Snakes are

found almost everywhere in the world, but mainly inhabit the temperate and tropical regions, due to its

dependence on external heat. The study aimed to record the snake fauna from the city of Buriti dos

Lopes, Piauí State, northeastern Brazil, and report their main natural aspects photographing animals

sighted without using trap catch in daytime and nocturnal exits by visual means during road and other

substrates found in the marsh such as streams, 26 specimens of snakes belonging to eight species and

five families, namely Colubridae (10 specimens of 2 species) were recorded: (3) Chironius

flavolineatus; (1) Chironius carinatus. Dipsadidae (10 specimens of 2 species), (6) Phylodryas olfersii;

(4) Oxyrhopus guibei. Boidae (4) boa constrictor; (1) Eunectes murinus. Elapidae (4 specimens of one

species), (4) Micrurus ibiboboca. Viperidae (2 specimens of type 2): (1) Crotalus durissus; (1)

Bothrops jararaca.o habit that prevailed among the snakes was followed by terrestrial aquatic and

arboreal habits. This study will serve to show the community buritiense the importance of preserving

and studying the tubes buriti.

Key words: Snakes, Climate, Temperature,

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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 01

2. OBJETIVOS

2.1. Gerais.............................................................................................................................. 04

2.2. Específicos...................................................................................................................... 04

3. Material e Métodos................................................................................................................ 05

3.1. Área de Estudo................................................................................................................ 05

3.2. Coleta e Observação da fauna de brejo........................................................................... 08

3. 3. Identificação das espécies.............................................................................................. 10

3.4. Analise de Dados............................................................................................................. 10

3.5.Índice de Dominância de Simpson .................................................................................. 10

3.5.1. Diversidade de Simpson............................................................................................... 10

3.5.2. Diversidade de Simpson D”......................................................................................... 11

3.5.3. Índice de Dominância de Berger Parker (d)................................................................. 11

3.5.4. Diversidade de Berger Parker (d‟)............................................................................... 11

3.5.5. Índice de diversidade de Shannon – Wiener (H‟)........................................................ 11

4. RESULTADOS...................................................................................................................... 12

4.1. Lista de Espécies............................................................................................................. 12

4.2. Lista Comentada.............................................................................................................. 14

4.2.1. Família Colubridae...................................................................................................... 14

4.2.2 Família Dipsadidae........................................................................................................ 16

4.2.3 Familia viperidade......................................................................................................... 18

4.2.5 Familia Boidae.............................................................................................................. 20

4.2.6 Família Elapidae............................................................................................................ 16

4.3.Índice de animais na área amostral.................................................................................. 24

4.4 Diversidades Alfa............................................................................................................. 24

4. 5 Diversidade Beta............................................................................................................. 24

5. DISCUSSÃO.......................................................................................................................... 25

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 26

7. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................... 27

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LISTA DE FIGURAS

1. Aérea territorial...................................................................................................................... 05

2. PONTOS AMOSTRAIS

2.a. Caatinga........................................................................................................................... 16

2.b. Mata de Cocais................................................................................................................ 16

2.c.Entrada do brejo............................................................................................................... 17

3. Local de estudo...................................................................................................................... 17

4. Pitfall traps............................................................................................................................. 19

5. Área territorial........................................................................................................................ 20

6. Chironius flavolineatus.......................................................................................................... 24

7. Chironius carinatus............................................................................................................. 25

8. Philodryas orfesii................................................................................................................... 26

9. Oxyrhopus guibei................................................................................................................... 27

10. Bothrops jararaca.................................................................................................................. 28

11. Crotalus durissus................................................................................................................... 29

12. Boa constrictor....................................................................................................................... 30

13. Eunectes murinus................................................................................................................... 31

14. Coralus hortulanus................................................................................................................. 32

15. Micrurus ibiboboca................................................................................................................ 33

16. Micrurus ibiboboca (morta)................................................................................................... 33

17. Índice de espécimes................................................................................................................ 34

18. Área amostral......................................................................................................................... 35

TABELAS

1. Lista de espécies.................................................................................................................................. 22

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1. INTRODUÇÃO

A mata de cocais esta situada entre uma zona de transição dos biomas, Amazônia e

Caatinga nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Pará e norte do Tocantins o que corresponde

a uma área de aproximadamente 934. 000 km² do território brasileiro, sendo que 330.489,9

km² (Maranhão, Piauí, e Ceará). De clima quente úmido com estação chuvosa começando no

verão e prolongando ate o outono. A vegetação da mata de Cocais é composta de florestas

tropicais e amazonenses secundários ou florestas reconstituídas pós-desmatamento mostrando

a existência de cocais (palmáceas), predominância de carnaubais, buritizais, tucunzais, pés de

açaís e babaçuais; caatinga (arbustiva) e cerrados (campos); caatinga/cerrado e

cerrado/floresta; carrasco, matas úmidas e matas secas (NOGUEIRA. 2001).

Essa zona de transição “MATAS DE COCAIS” possui uma fauna bastante diversificada,

composta por espécies da floresta Amazônica, caatinga e cerrado, alem de algumas

endêmicas, ou seja, encontradas apenas na mata dos cocais. Entre estes a arara-vermelha,

cobras, gambás, lagartos, macacos, botos, ariranhas e várias espécies de insetos que só

existem nesse bioma (ROCHA, 2005).

O Estado do Piauí também possui outro bioma no qual se destaca alem do cerrado ou

qualquer um dos biomas brasileiros: a Caatinga é o Bioma de distribuição exclusivamente

brasileira, mais está sendo destruída pela ação humana que modifica cerca de 45% de seu

ambiente, transformando e alterando a vida desse Bioma que perde apenas para a mata

atlântica e para o cerrado que são Biomas importantes e que precisam de ajuda através de

políticas de preservação (COPIABANCO,2002).

Segunda a sociedade brasileira de herpetologia (2010) o Brasil ocupa a segunda

colocação na relação de países com maior riqueza de espécie de repteis ficando atrás apenas

da Austrália, mas suplantando o México, Índia, Indonésia, Colômbia, China e Peru, e de

acordo com essa sociedade brasileira de herpetologia no Brasil existem 721 espécies de

repteis naturalmente ocorrentes e reproduzindo no Brasil: 36 quelônios, 6 jacarés, 241

lagartos, 67 anfisbênias e 371 serpentes (ANDRADE-LIMA,1996; 1981).

Até o momento o conhecimento de repteis no estado do Piauí ainda é muito restrito e se

concentra em unidades de conservação no estado. As principais áreas inventariadas foram o

parque nacional da Serra da Capivara (ARAUJO et al ., 1998; OLMOS, 1998), o Parque

Nacional da Serra da Confusões (ZAHER et al., 2002), a Estação Ecologia de Uruçui – Uma

(ZAHER et al., 2001), o município de Valença (VANZOLINE et al., 1976, RODRIGUES,

2003), o parque Nacional de Sete Cidades ( ROCHA, 2007; CAVALCANTE, 2005), o

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município de Castelo do Piauí (RODRIGUES, 2007), e o município de Picos (BENICIO &

FONSECA, 2009).

O presente trabalho foi realizado no Município de Buriti dos Lopes, que possui uma área

territorial de 417,72 Km de área contínua e 108,79 Km de área descontinua, ficando a 302 km

de distância da Capital, tendo via de acesso a BR 343, situada na micro região do litoral

piauiense. (IBGE, 2010), Sua vegetação está caracterizada como pertencente ao Bioma Mata

de Cocais ou área de transição e áreas de cerrados. Apresenta um clima tropical semi– árido,

com temperaturas mínimas de 25° C a 32° C, período chuvoso que vai de novembro a abril

período de alagamentos no brejo buritis no começo do verão estendendo até o outono

(ZAHER et al., 2002).

As serpentes são encontradas em quase todo o mundo, mas habitam principalmente as

regiões temperadas e tropicais, em razão de sua dependência do calor externo, para efetuar,

por mecanismos comportamentais (e não metabólicos), Sua termo- regulação. Como os

demais répteis, são animais ectodérmicos, diferenciando-se de aves e mamíferos

(endotérmicos). As grandes famílias de serpentes ocuparam praticamente todos os ambientes

disponíveis, desde os terrestres, subterrâneos e arbóreos, até as águas continentais e oceânicas,

diversificando-se notavelmente. Apesar de terem sofrido uma radiação adaptativa

surpreendente, conservaram um padrão morfológico bastante homogêneo, mesmo que as

menores espécies (Leptotyphlopidae) possam ter apenas 10 cm de comprimento e as maiores

(Boidae) cheguem, eventualmente, a atingir um tamanho próximo aos 10 m. (AMARAL,

1930).

Estes animais apresentam corpo alongado e coberto por escamas epidérmicas, falta de

membros locomotores, ausência de pálpebras móveis e ouvidos externo. Apresentam grande

elasticidade nos movimentos cranianos em especial das mandíbulas unidas por um único

ligamento elástico, e com ossos móveis quadrados e supra temporalmovéis Vértebras com

articulações adicionais que limitam a mobilidade entre uma vértebra e outra, diminuindo o

ângulo articular que é compensado pelo alto numero de vértebras (180-400). A pele é trocada

periodicamente no processo chamado “muda” que geralmente desprende-se inteira,

começando pelas bordas dos lábios. As escamas existem de varias formas, textura e tamanhos

muitas vezes fruto de adaptações para funções especificas (AMARAL. 1930).

O olfato é bastante desenvolvido nesses animais, mais não está associado ao epitélio das

fossas nasais, que parecem ser responsáveis principalmente pelo acondicionamento e

condução do ar para a respiração. Os movimentos vibratórios da língua fina, comprida e

bifurcada, permitem a serpente fazer uma varredura de partículas do ar que a extremidade se

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encarrega de conduzir para o órgão de Jacobson, um quimiorreceptor especializado, revestido

por epitélio sensorial, o qual se abre por dois orifícios da mucosa bucal logo atrás da escama

rostral (Carvalho & Nogueira, 1998).

São popularmente conhecidos como „cobras‟, cientificamente, são agrupadas dentro da

subordem Serpentes, que junto com Souria (lagartos e lagartixas) e Amphisbaenia (cobras-de-

duas-cabeças), formam a ordem Squamata, o principal, mais numeroso e mais moderno grupo

dos répteis viventes (Classe: Reptilia; subclasse: Diapsida; infraclasse: Lepidosauria). Foram

descritas cerca de 3 mil espécies de lagartos, 130 de anfisbenídeos e aproximadamente 2.300

espécies de serpentes (MARQUES et al., 2001).

A origem desse grupo provavelmente remonta ao Período Cretáceo (há cerca de 125

milhões de anos) e o desenvolvimento da maior parte das serpentes deve ter ocorrido no

Cenozóico. São, portanto, relativamente recentes, sobretudo levando-se em conta que os

primeiros répteis datam de 260 milhões de anos atrás. Parece que surgiram de algum grupo de

lagartos (animais mais antigos e aqueles com que têm maior semelhança) e admite-se que

possam ter derivado de lagartos de vida subterrânea, que, por adaptação, apresentavam o

corpo extremamente alongado, redução das patas e olhos semi-atrofiados (AMARAL, 1930).

Embora essas informações mostrem uma grande necessidade de inventários para o Bioma

caatinga e mata dos cocais, zona de transição, nenhum estudo havia sido feito para o estado

nessas condições.

O trabalho teve como objetivo registrar a fauna de serpentes do município de Buriti dos

Lopes, Estado do Piauí, nordeste do Brasil, e relatar seus principais aspectos naturais.

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2. OBJETIVO

2.1. Objetivo Geral

Realizar o levantamento de serpentes na região do brejo buritis no município de Buriti

dos Lopes-PI.

2.2. Objetivos Específicos

Conhecer a área estudada;

Demarcar locais onde tenha maior representação de serpentes

Analisar quais espécies existem nessa região;

Fotografar os animais avistados durante o período de estudo;

Comparar os resultados com outros levantamentos

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3. MATERIAIS E METODOS

3.1.Área de Estudo

Este estudo foi realizado em ambiente de zona de transição entre os Biomas, Caatinga e

Mata de Cocais no município de Buriti dos Lopes, situado na região norte do Estado do Piauí.

A área estudada tem aproximadamente quatro mil hectares (4.000 hectares) compreende uma

área de vegetação típica de caatinga, mata de cocais e cerrado irrigados por riachos e nascente

de água que são perfurados pelas raízes de buritizais (ARAUJO et al, 1998).

A área do brejo vai desde a região urbana do município e se expande ate as margens do

rio Pirangi situado as margens da BR 343 que liga a Capital Teresina Cidade de Luiz Correia

Piauí. Nesse estudo foram analisadas três regiões; a região de caatinga e mata de cocais,

divididas em três áreas: uma de terreno alagado com palmeira; uma de serrapilheira com

palhas de bambuzais. (Figura 1.)

Figura 1. Área territorial da mata de Cocais

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Figura. 2. Visão aérea destacando o brejo.

2a 2b

Figuras 2a e 2b. Macro região caatinga (área de estudo a 50 metros BR 343) zona de transição

entre zona urbana e zona rural.

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Figura . 3. Casa do Governador.

Figura 4. Entrada do brejo.

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Dividiu-se o território em dois intervalos cada um com 5 km, tendo como ponto inicial

um casarão que fica dentro da propriedade pertencente ao senhor Governador do Estado do

Piauí, Sr. Antonio José de Moraes Sousa Filho, que autorizou os estudos em sua propriedade.

O estudo teve inicio em área urbanizada e terminou em área rural, sendo um pouco

distante do riacho, chegando a mais ou menos 600 metros de distancia, sendo caracterizado

como o principal fator de produtividade aquática da região brejeira. De maio de 2013 a

dezembro de 2013, foram realizadas 14 amostragens de no mínimo 5 horas de duração em

Campo, totalizando 112 dias e 70 horas de estudos. E de janeiro de 2014 a maio de 2014

foram feitas mais 14 mostragens de no mínimo 5 horas de campo. Na área foram encontrados

exemplares de duas famílias: Colubridae e Viperidae. As Viperidae foram pouco

representadas

3.2. Coleta e Observação da fauna de brejo

Não se realizou coletas de animais vivos, visto que o trabalho pretendia apenas

observar quais serpentes são frequentes na região do brejo buritis. Todos os espécimes foram

fotografados e a partir dessas fotos foram identificados.

Cada área foi analisada por um mês, totalizando 16 saídas concomitantemente nos

horários de atividades desses animais. A saída inicial foi no dia quinze de maio e a décima

sexta foi em oito de junho de 2013.

E importante informar que todas as saídas eram feitas sempre nos mesmos horários,

utilizando equipamentos como lanterna, gancho de contenção, maquina fotográfica, botas do

tipo galochas e planilha para anotar as saídas e visualizações dos animais no ambiente.

As saídas a campo consistiram em buscas noturnas e diurnas durante os dias de

sábados e domingos sempre as 05: 00h com retorno as 06: 30h e 16: 00h e retornando as 21:

00h.

Armadilhas de interceptação e queda (“pitfall traps with drift fence” sensu Greenberg

al. 1994, Cechin & Martins 2000), foram instaladas formando conjuntos de armadilhas de

interceptação e queda (veja Brasileiro et al. 2005), alagados e serrapilheira. Cada conjunto de

armadilhas corresponde a duas linhas de 20 m, distantes 10 m entre si. Cada linha com quatro

baldes plásticos, de 20 litros (um balde a cada 5 m), unidos por cerca guia de tela plástica de

aproximadamente 60 cm de altura.

Os baldes foram perfurados no fundo, para evitar o acúmulo excessivo de água da

chuva. A cerca foi enterrada 10 cm abaixo do solo e mantida em posição vertical por estacas

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de madeira, instaladas de forma a passar pelo interior de cada balde, a 40 cm de profundidade

a partir da borda. (figura. 5).

Foi utilizado também procura visual por tempo limitado (Sensu Campbell &

Christman 1982, Scott et. al 1989, Martins e Oliveira 1998), que consistiu em saídas de

campo a pé, lentamente através de trilhas dentro da mata, á procura de espécimes de serpentes

que estivessem visualmente expostas. As procuras abrangeram todos os substratos (chão,

troncos caídos, copa das arvores, entulhos próximo a residências, palhas de buritizais, dentre

outras) Foram realizadas saídas de uma hora e meia durante o dia e de cinco horas a noite

totalizando seis horas e meia diárias, distribuídas nos dias de sexta-feira, sábado e domingos.

As serpentes avistadas eram fotografadas e registradas no guia de campo, a contenção era

feita com auxílio de pinças ou gancho para manipulação dos animais, Utilizou-se também

lanternas para a visualização.

Figura.5. Armadilhas (pitfall traps) armadas dentro do brejo buritis.

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3. 3. Identificação das espécies

Todas as espécies foram fotografadas para melhor identificação das mesmas,

identificação baseada em comparações com espécime do guia de campo (Serpentes da Mata

Atlântica) E por analise de especialista direto das redes sociais e ajuda de um biólogo

especialista (Sávio Cristiano).

3.4. Análises de dados

Após a identificação de todas as espécies da área analisada realizou-se um estudo

estatístico observando e comparando a quantidade de serpentes, qual a família mais

representativa no brejo buritis e quais espécies foram invasoras ou inseridas no habitat por

outros. Foi possível observar a variabilidade de animais existentes nas proximidades da área

de estudos e calcular os índices de diversidades nesse Bioma. Por fim se apontou quais

medidas poderiam ser tomadas pelos moradores e visitantes que utilizam da área para

pecuária e agricultura a fim de diminuir a desinformação e matança desses animais

3.5. Índice de Dominância de Simpson (D)

O primeiro índice calculado foi a Dominância de Simpson. É calculado pelo quadrado

do somatório da razão de cada uma das espécies de uma amostra sobre o numero total de

indivíduos. Este índice da maior peso para a abundância de espécies. Quanto maior o valor de

D menor será a diversidade das espécies de uma determinada amostra, sendo que sua principal

critica e o fato que não dá muito peso para as espécies raras.

O índice e obtido pelo quadrado do somatório da razão de ni, que indica o numero de

indivíduos de determinada espécie, e N o numero total de indivíduos da amostra

(MAGURRAN, 1988).

3.5.1. Diversidade de Simpson (D’)

A diversidade de Simpson e dada pelo complemento do índice de dominância de

Simpson.

D‟ = 1 – D

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3.5.2. Diversidade de Simpson (D”)

A diversidade “de Simpson” é calculada pelo inverso do índice de dominância de

Simpson.

D” = 1/D

3.5.3. Índice de Dominância de Berger Parker (d)

É um índice bastante utilizado na comunidade cientifica e é também relativamente fácil

de ser calculado. O índice de Berger – Parker expressa à importância proporcional das

espécies mais abundantes. Assim como o índice de Simpson, o índice de Berger – Parker é

geralmente adotado de modo de quando há um aumento no valor do índice ele acompanha um

valor na diversidade e uma redução no domínio.

E obtido pela razão do numero de indivíduos da comunidade. Onde sua maior

problemática se dá quando o numero de espécies estudadas é relativamente pequeno

(MAGURRAN, 1988).

3.5.4. Diversidade de Berger Parker (d’)

É o inverso do índice de dominância de Berger Parker

d =1

d

3.5.5. Índice de diversidade de Shannon – Wiener (H’)

Shannon e Wiener, de forma independente. Derivam a função conhecida com o índice

de diversidade de Shannon. Esse índice assume que os indivíduos são amostrados

aleatoriamente de uma população grande e que todas as espécies estão representadas nas

amostras. O índice mais utilizado é o índice Shannon – Wiener (H‟). Este índice dá maior

peso para as espécies raras, e é obtido pela equação representada abaixo, onde ni é o número

de indivíduos de todas as espécies e o N o número total de indivíduos de uma determinada

área (MAGURRAN, 1988).

d = Nmax

N

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4. RESULTADOS

Na área de mata de buritizais foram encontrados três espécimes pertencentes a uma espécie da

Família Elapidae (Micrurus ibiboca), na caatinga foram encontradas cinco espécimes

pertencentes a duas espécies da Família Dipsadidae (Phylodryas orfessii e Oxyrhopus

guibei);.Das Famílias Viperide (Bothrops jararaca e Crotalus durissus) e oito espécimes de

duas espécies da Família Boidae (Boa constrictor e Eunectes murinus).Tabela 1.

Tabela 1. Lista de espécimes registrada no brejo do buriti de maio de 2013 a maio de 2014

2013 2014

Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Phylodryas orfesii 2 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0

Micrurus ibiboca 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Eunectes murinus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

Oxyrhopus guibei 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0

Crotalus durissus 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Coralus hortulanus 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0

Bothrops jararaca 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

Boa constrictor 2 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

Chironius carinatos 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

Chironius flavolineatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

Foram registrados 28 espécimes pertencentes a oito espécies de serpentes em toda área

amostral. Na área de mata de buritizal Na área foram encontradas exemplares de duas

espécies pertencentes à família Viperidae foram pouco representadas devido atividade

noturnas, enquanto que as espécies da família Colubridae mostram-se bem representadas

devido a seus hábitos diurnos

A maioria das espécies encontrada dentro da área de estudo, pode ser considerada comum.

Somente poucas espécies como as Eunectes murinus podem ser consideradas incomuns para a

região, sendo que esses esse animais foram introduzidos pelo IBAMA já que essa área é bem

preservada e serve como área de soltura Não foram encontradas espécies tidas como raras ou

novas espécies, 2 espécimes não foram identificados devido a situação e resolução da câmera

fotográfica e as condições climáticas existentes no momento da visualização utilizada na

saída de campo. Importante ressaltar que essas espécies que não foram fotografadas, não

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entraram nos dados deste trabalho. Durante esse período vário incidentes ocorreram dentro do

brejo, fazendo com que esses animais

Figura 6. Espécimes por Espécie encontrados no brejo buriti de Maio de 2013 a Maio de

2014.

Chironius flavolineatus

Chironius carinatos

Boa constrictor

Bothrops jararaca

Coralus hortulanus

Crotalus durissus

Oxyrhopus guibei

Eunectes murinus

Micrurus ibiboca

Phylodryas orfesii

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4.1. LISTA COMENTADA DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS.

4.1.1 Familia colubridae

Cobra- cipó (Chironius flavolineatus - Boettger, 1885).

Serpente não peçonhenta de tamanho mediano a grande, atingindo mais de 1,7 metros

de comprimento total, que possui corpo delgado e cauda longa (de 32 a 65% do comprimento

total) (Dixon et al., 1993; Giraudo, 2001). Ocorre desde o nordeste do Brasil, pela costa

atlântica até o sul do Rio Grande do Sul; a distribuição estende-se para oeste no sul do Brasil,

atingindo Argentina e Uruguai (Dixon et al., 1993). Possui hábito subarborícola e atividade

diurna Alimenta-se de anuros e ocasionalmente de lagartos (Sazima & Haddad, 1992;

Carreira-Vidal, 2002). Este exemplar foi encontrado entre as folhagens fotografado as 20: 12h

no dia 9 de Agosto de 2013, no dia 7 do mês de fevereiro, as 17: 36‟ da tarde (Figura 7).

Figura. 7. Cobra- cipó (Chironius flavolineatus)

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Caninana do mato (Chironius carinatus - Wied, 1820).

Serpente não peçonhenta de tamanho mediano a grande, atingindo mais de 1,7 mm de

comprimento total, que possui corpo delgado e cauda longa (de 32 a 65% do comprimento

total) Possui hábito subarborícola e atividade diurna. Alimenta-se de anuros e ocasionalmente

de lagartos ( Dixonet al., 1993; Giraudo, 2001). Serpente encontrada no dia 09 de agosto de

2013, as 4: 13h. Sobre galhos de árvores. (Figura 8). Espécime no alto de uma arvore.

Figura.8. Caninana- do- mato (Chironius carinatus).

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4.2.2 Família dipsadidae

Cobra- cipó ou cobra-verde (Philodryas olfersii - Lichtenstein, 1823).

É uma espécie sul-amerciana de serpente da família Dipsadidae (antes Colubrídae),

Tais répteis medindo cerca de 1 m de comprimento, possuindo o corpo verde, de ventre mais

claro que o dorso. Esta serpente possui dentição opstóglifa (dentes inoculadores de veneno na

região posterior dos maxilares superiores). Se anlimenta de anfíbios, répteis, aves e pequenos

mamíferos. Põe de 4 a 10 ovos (Vanzoline et al, 1980). A época preferencial de reprodução

vai de setembro a novembro. Essa espécia é subarborícola, mas quando no solo age com

muita rapidez, nas árvores ela consegue atingir partes altas com muita facilidade, também

nadam muito bem. Segundo Vanzoline, (1980) ocorre em todo Brasil. Essas serpentes

possuem uma toxina, não tao letal quanto a dos viperídeos, mas mesmo assim pode causar

algum transtorno se ela inocular a toxina (Vanzoline, 1980). Animal visualizado nos meses de

maio e junho sempre nos horarios de 18:00h a 21:30h nesse intervalo vistas atravessando

estradas vicinais existentes dentro brejo. (Figura 9).

Figura. 9. Cobra cipó ou cobra-verde (Philodryas olfersii)

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Falsa – coral (Oxyrhorpus guibei – Hoge & Romano, 1978).

Serpente de terrícola, muito semelhante às corais verdadeiros, porem possui

anelamentos que vão até a metade de seu corpo, ou seja, possui o ventre claro e livre de anéis

diferenciando das verdadeiras, podem ser consideradas como mímicos do gênero micrurus

(Vanzoline, 1980). Foram encontrados em todos os tipos de ambientes dentro do brejo em

maior número em terrenos modificados como entulhos e áreas de agricultura o primeiro foi

encontrado enterrado sobre entulhos em 01 de junho de 2013 as 05: 32 da manha, outro 2

encontrados embaixo de folhagens em ambiente de serrapilheira no dia 13 de julho de 2013,

as 17: 42h e outro no dia 04 de agosto de 2013 as 04: 21h (Figura 10).

Figura 10. Falsa – Coral (oxyrhorpus guibei)

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4.2.3 Familia Viperidae

Jararaca (Bothrops jararaca - Wied, 1824)

Essa espécie atinge geralmente 1,2m, sendo que seu veneno é altamente letal para

animais e seres humanos. Os desenhos e a cor dessa cobra proporcionam a ela uma excelente

camuflagem.É encontrada com mais freqüência em terrenos agrícolas, embora sejam também

encontradas na zona urbana, onde encontram alimento com bastante facilidade. Têm como

habitat natural a América do Sul, sendo encontrada principalmente no Brasil, na Venezuela e

ao norte da Argentina. As jararacas se alimentam de pequenos roedores, principalmente de

ratos. Eventualmente fazem outras vítimas como batráquias (rãs e sapos) ou mesmo outros

répteis (lagartos de pequeno porte). As jararacas têm hábitos noturnos. Serpente avistada em

ambiente de campo aberto. No dia17 de janeiro de 2014 as 17: 11hs. Figura. 11.

Figura 11. Jararaca (Bothrops jararaca).

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Cascavel do mato (Crotalus durissus- Laurenti, 1768).

(Trata-se de um animal com alto poder de letalidade), seu veneno é ativo mesmo depois de

sua morte. É um animal terrícola que se alimenta de possui em sua cauda um guizo usado para

avisar a sua presença no ambiente e também para assustar humanos que venha a invadir seu

território (ANDRADE, 1996. O animal fotografado foi encontrado 2espécimes, um morto

talvez de um dia para outro, numa estrada de chão supostamente por humano, no dia 31 de

maio de 2013 as 06: 15 da manha e outro exemplar no dia 28 de julho de 2013 as 17:15 da

tarde por terceiro que me chamou para fotografar. (Figura 12).

Figura 12. Cascavel do mato (Crotalus durissus).

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4.2.4 Familia Boidae

Jiboia (Boa costrictor- Linnaeus, 1758).

São serpentes de médio a grande porte, podendo chegar a 4m de comprimento. Seu

corpo é cilíndrico, ligeiramente comprimido nas laterais, evidenciando sua forte musculatura

constritora. Alimentam-se basicamente de aves e de pequenos e médios mamíferos, que

matam por constrição. Sua pupila vertical as caracteriza como animais noturnos, embora seja

comum encontrá-las em atividade durante o dia. Podem ter até 50 filhotes que nascem entre

novembro e fevereiro, já totalmente formados, sendo, portanto uma espécie vivípara (ou

ovovivípara dependendo do autor). Animal visto em quase todas as saídas e em quase todos

os meses de campo. ( Figura 13).

Figura 13. Jiboia (Boa costrictor)

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Sucuri (Eunectes murinus - Linnaeus, 1758).

Alimentam-se basicamente de aves e de pequenos e médios mamíferos, que matam

por constrição são popularmente conhecidas como sucuris e medem aproximadamente de 9 a

10 metros de comprimentos, tendo relatos de animais encontrados com mais de 11 metros de

comprimento. E um animal extremamente forte e possui habitat aquático mais também pode

se locomover em terra o que a faz mais vulnerável a predadores devido a sua lentidão em terra

( Vanzoline et al,1980) . O animal fotografado foi encontrado as margens de uma PI que liga a

cidade de Buriti dos Lopes a localidade Barra do Longá, distante 9 km da cidade. O animal foi

capturado com a ajuda da policia e de alguns moradores locais. (Figura 14).

Figura 14. Sucuri (Eunectes murinus).

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Cobra veadeira (Corallus hortulanus - Linnaeus, 1758).

São serpentes de hábitos noturnos assim como todas as Boidaes, alimenta-se de

roedores e de pequenos mamíferos, ela desfere sobre a caça pequenas mordida que podem ate

causar sangramentos devidos esse animal te uma presa muito afiada não e tida como uma

serpente peçonhenta pela a ausência de peçonha (Linnaeus 1758). Conhecida como cobra de

veado pelos moradores da região. Dois espécimes encontrados um no dia 14 de fevereiro de

2014 as 19: 34 da noite, e outro espécime no dia 18 de abril de 2014 ambos visualizados na

copa de arvores, conforme figura 14. O indivíduo encontrava-se tentando predar um roedor

que encontrava-se na copa da vegetação do igarapé,como podemos observa na (Figura 15).

Figura 15. Cobra veadeira (Corallus hortulanus)

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4.2.5 Família Elapidae

Coral – verdadeiro (Micrurus ibiboca - Merren, 1820).

São serpentes terrícolas de hábitos noturnos, encontradas soterradas ou embaixo de

folhagens secas em ambientes de campo sujo ou de serrapilheira tem aproximadamente 1,4

metro de comprimentos, alimente-se de pequenos roedores e anfíbios. Possui peçonha

(veneno). Os espécimes foram encontrados e fotografados por terceiro sendo que um

exemplar foi doado a um pesquisador (Kassio de Castro Araujo que estava estudando sobre

bases moleculares da Micrurus Ibiboca). Figura 16, 17. (esta morta por algum veículo que

passava na BR 343). (Figura 16) espécime viva (Figura 17) espécime morta.

Figura 16. Coral – verdadeira (Micrurus ibiboboca).

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4.3. DIVERSIDADE ALFA

A diversidade de espécie refere-se à variedade de espécie encontrada na região estudada

dentro de uma determinada comunidade, habitat, ou região e há alguns métodos para se

calcular esta diversidade, dentre este se destacam: o índice de Simpson (D), índice de

dominância de Berger Parker (d) e o índice de diversidade de Shannon- Wiener (H).

Na vegetação estudada caatinga o índice de dominância de Simpson (D), foi de 0, 199,

enquanto no ambiente mata de cocais foi igual a 0, 224 e a partir destes índices foi possível

calcular as duas diversidade de Simpson (1 – D) e (1/D). A diversidade de Simpson (1/D) no

ambiente caatinga, foi de 0,80 e o D‟ de mata de cocais, foi de 0,77 enquanto que a primeira

diversidade de Simpson (1/D) no primeiro ambiente observado (caatinga) mostrou um índice

de 5,01, enquanto que o outro a mata de cocais, (1/D) foi de 4,45.

A área de caatinga mostrou um valor pouco maior de D para as duas diversidades calculadas,

indicando assim que a diversidade de diversidade neste ambiente é maior que o da região de

mata de cocais observada neste estudo.

Outra diversidade usada para calcular é do índice de Dominância de Berger Parker (d) é

considerado um dos mais simples de serem obtidos, no entanto, apesar da simplicidade é

muito eficiente. Na área que corresponde o bioma caatinga o valo do índice de Berger Parker

foi 0,26 e na regia de mata de cocais foi de 0,44. A partir do índice de dominância consegui-

Figura 17. Micrurus ibiboboca morta na BR 343.

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se, calcular a diversidade de Berger Parker, no qual se pode observar que no bioma caatinga

obteve-se um valor de 3,75 em relação ao bioma mata de cocais onde a diversidade foi de

2,26.

O ultimo índice a ser calculado é o do Índice de diversidade de Shannon- Wiener (H‟),

que apresentou no bioma caatinga um índice de 1,99 (H‟) sendo menor do que o bioma mata

de cocais que foi de H‟ =2,19, sendo desta forma esse índice de diversidade reforça a idéia de

que apesar de menor a quantidade de indivíduos do bioma caatinga, ocorre uma maior

diversidade de espécie encontrada quando comparada com o ambiente mata de cocais.

O valor da Equabilidade de Pielou para o bioma caatinga foi rapidamente menor ao

segundo bioma mata de cocais J‟ =0,44 e o bioma mata de cocais teve J‟ =0,46. Igual ao

Índice de diversidade de Shanon- Wiener (H‟) a Equabilidade de Pielou foi maior no

ambiente de mata de cocais estudado mostrando que a diversidade e o numero de espécies

embora o alguns fatores ambientais e comportamentais dos animais, encontrou- se espécies

endêmicas de cada ambiente com relação ao habitat é maior no bioma caatinga quando

comparado ao ambiente mata de cocais.

4.3.1. DIVERSIDADE BETA ÍNDICES DE SIMILARIDADE.

As medidas descritas anteriormente permitem comparar diferentes comunidades em

termos de diversidades ou riquezas, mais não descrevem o quanto as comunidades são

distintas (ou similares) em termos de composição de espécies. Para lidar com essa questão,

devem-se utilizar medidas de diversidade β. A diversidade β, ou diversidade diferencial, é

uma medida de como a variedade (e em alguns casos as abundancias) de espécies difere entre

a comunidade ou amostras ao alongo do gradiente. Quanto menos espécies as diferem

comunidades compartilham, mais alta é a diversidade β. A diversidade β corresponde a

diversidade entre habitats ou outra variação ambiental qualquer, isto é, mede o quanto a

composição de espécies varia de um lugar para outro (BARROS, 2007).

5. DISCUSSÃO

Dentre as 28 espécies registradas no brejo buriti 7 pertencem a família Boidae. O predomínio

de Boidaes está de acordo como o padrão encontrado nas diferentes formações da América do

Sul, observado em localidades de Florestas Tropicais Amazônicas (Martins & Oliveira, 1998;

Santos-Costa, 2003; Bernarde,2004) Mata Atlântica (Argôlo,1992,2004; Marques.

A família Colubridae, Elapidae, Dipsadidae e Viperidae foram representada por poucas

espécies(Philodryas Orfesii),(Oxyrhopus guibei), (Bothrops jararaca,Crotalus

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durissus),(Micrurus ibiboboca), provavelmente seja resultado da falta de técnica de coleta

específica para animais tipicamente fossoriais, apesar de que algumas espécies fossoriais

também são coletadas por AIQ. Espécies destas famílias possivelmente podem ocorrer na

região, uma vez que foram registradas em áreas no sul do Piauí (Zaher et al., 2001, Zaher et

al., 2002) e a noroeste da área de estudo, no estado do Maranhão (Lima, 2003).

região de Buriti dos Lopes apresenta espécies vegetais transicionais características de uma

vegetação ecotonal, com influência dos biomas Cerrado e Caatinga, além de apresentar

espécies vegetais dos componentes arbustivo-arbóreos e herbáceo-subarbustivos adaptadas às

condições climáticas locais (temperatura, precipitação e altitude). A idéia inicial é que a área

de estudo por apresentar características fitofisionômicas de Cerrado e Caatinga provavelmente

apresentem uma fauna típica de ambas às formações. Avaliamos o número de serpentes

encontradas e notamos que houve uma queda nos meses de agosto, novembro e dezembro de

2013 assim como maio de 2014 isso poderia ser explicado talvez pelas queimadas que os

moradores fazem nas roças o crescimento desordenado da cidade, a ocupação humana e

conseqüentemente a diminuição do habitat desses animais (Zaher et al., 2001). Sugerem que

essa generalização está relacionada à amostragem e/ou análises inadequadas. Estes autores

discutem ainda que, ao contrário do que tem sido sugerido na literatura, a Mata de Cocais

abriga um grande número de espécies endêmicas, incluindo pelo menos 11 espécies de

serpentes. O brejo de Buriti dos Lopes, apesar de apresentar fisionomias bem conservadas e

representativas de Cerrado, a zona de transição da Mata de Cocais corresponde a um

fragmento relativamente pequeno (cerca de 4.800 ha). No entorno da reserva, os

remanescentes de Mata de Cocais encontram-se igualmente ou mais fragmentados e/ou em

estágios avançados de alteração antrópica. Mesmo assim, a região apresenta uma fauna rica e

típica de serpentes de Cerrado.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A região de Buriti dos Lopes apresenta riquezas ainda maiores de espécies de serpentes dentro

dessa vasta região das espécies que foram visualizas. Serpentes são animais difícil de serem

visualizadas, tornando mais complicada ainda de serem estudadas, pois ocorrem em baixas

densidades (quando comparadas com lagartos, por exemplo) a maioria das espécies e críptica

e muitas apresentam hábitos secretivos, (Sazima & Haddad, 1992).

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O brejo do Buriti possui uma rica fauna presente nas vegetações de mata de cocais, caatinga e

alguns de cerrado. Possui uma vasta flora que ainda não foi explorada mesmo que hajam não

foram divulgados tais estudos.

Os índices Alfa e Beta dos dois biomas, (ambientes) estudados sugeriram que apesar do

numero ser rapidamente maior da diversidade de espécies no Bioma Caatinga em relação ao

Bioma mata de cocais, ambos os ambientes tenha comunidade de serpentes similares.

Com base nesse estudo foram observados vários papeis no que se diz respeito a preservar o

local. Primeiro: os moradores assim como o dono do terreno impedem a ação de caçadores

dentro de seus hectares. Segundo: o IBAMA utiliza a região tanto de brejo como outras áreas

para fazer a reintrodução de animais apreendidos de outros lugares e ate outras cidades o que

pode ocasionar em distúrbios no ambiente local.

Devido a queimadas feitas em determinados períodos faz com que as espécies de

serpentes tornem-se difíceis, pois esse tipo de ação inibe a presença destes além de destruir

seu habitat natural.

.7 . REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ABRANTES, S. H. F. 2005. Herpetofauna da área do Curimataú, Paraíba. 259-274. In: F. S.

ARAÚJO; M. J. N. RODAL & M. R.. V. Barbosa (eds.). Análise das variações da

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AMARAL, A. Contribuição á Biologia dos ofídios brasileiros (habitat, hábitos e

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previa,p.175-181.

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1981.

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