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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA PESQUISA EM FILOSOFIA (Turma 01) Prof. Dr. Glenn Walter Erickson Carga horária: 30h Ementa: Esta é a única disciplina obrigatória do curso. Destina-se à discussão e análise coletiva dos projetos de pesquisa dos alunos ingressantes, de modo a propiciar a criação de um ambiente de debate e também de diálogo e cooperação entre os alunos. Sob a supervisão do professor, os alunos apresentam, discutem e criticam os projetos uns dos outros, o que contribui para a formação do pesquisador que precisa aperfeiçoar-se no debate acadêmico, além de ser proveitoso para a melhoria de cada um dos projetos individualmente. Objetivos: Contribuir para a formação do pesquisador que precisa aperfeiçoar-se no debate acadêmico. Melhorar os projetos individuais. Conteúdo: Natureza da pesquisa acadêmica em filosofia. Aspectos de apresentação de pesquisa acadêmica em filosofia. Analise coletiva dos projetos de dissertação e tese. Competências e Habilidades: Projeção, desenvolvimento e apresentação da pesquisa acadêmica em filosofia. Metodologia: Apresentação, discussão e crítica dos projetos. Leitura, seminários, debate, trabalhos escritos. Avaliação: Participação e exercícios. Referências: BARZUN, Jacques e Henry F. Graff. The Modern Researcher. 3.ed. New York, Harcourt Brace Jovanovich, 1957. BLANSHARD, Brand. On Philosophical Style. Bloomington, Indiana UP, 1967. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo, Perspectiva, 1983. LUEY, Beth. Handbook for academic authors. Cambridge, Cambridge UP, 1990. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... de... · de glossário “no qual as mais importantes inovações conceptuais e avaliatórias deste livro [o 'Zaratustra']

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA

PESQUISA EM FILOSOFIA – (Turma 01)

Prof. Dr. Glenn Walter Erickson

Carga horária: 30h

Ementa:

Esta é a única disciplina obrigatória do curso. Destina-se à discussão e análise coletiva dos projetos de

pesquisa dos alunos ingressantes, de modo a propiciar a criação de um ambiente de debate e também de

diálogo e cooperação entre os alunos. Sob a supervisão do professor, os alunos apresentam, discutem e

criticam os projetos uns dos outros, o que contribui para a formação do pesquisador que precisa

aperfeiçoar-se no debate acadêmico, além de ser proveitoso para a melhoria de cada um dos projetos

individualmente.

Objetivos:

Contribuir para a formação do pesquisador que precisa aperfeiçoar-se no debate acadêmico. Melhorar os

projetos individuais.

Conteúdo:

Natureza da pesquisa acadêmica em filosofia. Aspectos de apresentação de pesquisa acadêmica em

filosofia. Analise coletiva dos projetos de dissertação e tese.

Competências e Habilidades:

Projeção, desenvolvimento e apresentação da pesquisa acadêmica em filosofia.

Metodologia:

Apresentação, discussão e crítica dos projetos. Leitura, seminários, debate, trabalhos escritos.

Avaliação:

Participação e exercícios.

Referências:

BARZUN, Jacques e Henry F. Graff. The Modern Researcher. 3.ed. New York, Harcourt Brace Jovanovich, 1957. BLANSHARD, Brand. On Philosophical Style. Bloomington, Indiana UP, 1967.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo, Perspectiva, 1983.

LUEY, Beth. Handbook for academic authors. Cambridge, Cambridge UP, 1990.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

SEMINÁRIO DE METAFÍSICA II

Prof. Dr. Edrisi de Araújo Fernandes

Carga horária: 30h

Ementa:

Friedrich Nietzsche contempla e reavalia toda a história do pensamento ocidental, através do seu

“Zaratustra”, na obra “Assim Falava Zaratustra”, de 1883-85, opus Magnum e obra fulcral do pensamento

do autor, que qualificou de “quinto evangelho” o longo poema em prosa (com algumas passagens em

versos) consagrado ao seu Zaratustra (carta de 14 de fevereiro de 1883 ao editor Schmeitzer). A

relevância dessa obra na produção intelectual do saxão não pode ser diminuída - “Wagner em Bayreuth”

(1875) pode ser lido como se contivesse a “expressão mais grandiosa para o acontecimento Zaratustra”

(Ecce Homo, “O Nascimento da Tragédia”, 4); o autor de “Humano, Demasiado Humano” (1878-80) “é o

visionário do 'Zaratustra'” (Ecce Homo, “Por que sou tão inteligente”, 4); “Aurora” (1881) e “A Gaia

Ciência” (1882) são comentários escritos em antecipação ao “Zaratustra” (carta a Overbeck, 22 de

dezembro de 1884); “Além do Bem e do Mal” (1886) é um livro que “diz as mesmas coisas que o

Zaratustra - apenas de um modo diferente” (carta a Burckhardt, 22 de setembro de 1886), é uma espécie

de glossário “no qual as mais importantes inovações conceptuais e avaliatórias deste livro [o 'Zaratustra']

- um evento sem precedentes, sem exemplo e sem paralelo em toda a literatura - apresentam-se, uma e

outra vez, e recebem nomes” (“Grossoktavausgabe”, org. E. Förster-Nietzsche et al., ed. revista

[“harmonizada com a 'Kritische Gesamtausgabe', ed. Colli-Montinari”], VIII I 6 4); “O Anticristo”

(1888), segundo seu próprio prefácio, pertence aos “leitores que compreendem o Zaratustra”; “Ecce

Homo” (1888) é uma elucidação do “Zaratustra”, “o primeiro livro de todos os milênios, a Bíblia do

futuro, a manifestação suprema do gênero humano, no qual o destino da humanidade está contido” (carta

a Paul Deussen, 26 de janeiro de 1888)... O Zaratustra nietzschiano é um anti-idealista par excellence -

“(...) Faltava um contra-ideal - até [que aparecesse] Zaratustra” (Ecce Homo, “Genealogia da Moral”). A

história da tradição ocidental, tanto filosófica quanto religiosa, está respaldada pela crença em uma

divindade viva, presente, providente ou punitiva, com sua carga metafísica e seus desdobramentos a

figurar como o fardo do qual o profeta-arauto, anunciador do Übermensch e da “morte de Deus”, espera

se desvencilhar, corrigindo o Zaratustra iraniano: “Tu contradizes hoje o que ensinaste ontem - Mas isso

foi ontem, não hoje, disse Zaratustra” (Fragmento póstumo, inverno de 1888, 12 [128]).

Objetivos:

Proporcionar conhecimentos básicos sobre a filosofia “anti-metafísica” de Friedrich Nietzsche e fornecer

fundamentação crítica com vistas à compreensão da sua obra, tendo por base o estudo e discussão em sala

do “Assim Falava Zaratustra” em relação à“tradição metafísica” ocidental.

Bibliografia:

FONTES PRIMÁRIAS:

NIETZSCHE, F. Assim Falava Zaratustra (1885); trad. J. M. de Souza. Rio de Janeiro: Edições de Ouro,

s/d.

NIETZSCHE, F. Assim Falava Zaratustra (1885); trad. E. N. Fonseca. São Paulo: Hemus, 1977 [1977a].

NIETZSCHE, F. Assim Falou Zaratustra (1885); trad. M. da Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

1977 [1977b].

NIETZSCHE, F. Werke in drei Bänden (v. I: Menschliches, Allzumenschliches und andere Schriften; v.

II: Also sprach Zarathustra und andere Schriften; v. III: Jenseits von Gut und Böse und andere

Schriften). Colônia: Könemann Verlagsgesellschaft, 1994.

FONTES SECUNDÁRIAS:

MACHADO, R. Zaratustra, tragédia nietzscheana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

RICHARDS, W. R. The Bible and Christian Traditions: Keys to understanding the allegorical subplot of

Nietzsche’s Zarathustra. N. Iorque/Berna/Frankfurt/Paris: Peter Lang, 1990.

ROSEN, S. The Mask of Enlightenment: Nietzsche’s Zarathustra. Cambridge: University Press, 1995.

SEMINÁRIO DE METAFÍSICA IV

Título: Pensamento cosmológico do jovem Kant (1755-1763)

Prof. Dr. Leonel Ribeiro dos Santos

Carga horária: 30 horas

Objetivo e Metodologia:

O seminário consta da leitura e comentário analítico e interpretativo de secções selecionadas da obra

História Universal da Natureza e Teoria do Céu (Allgemeine Naturgeschichte und Theorie des Himmels,

1755) visando identificar e explicitar os tópicos maiores do pensamento cosmológico de Kant

desenvolvidos nessa obra e repropostos, em forma abreviada, numa secção da obra de 1763, O único

possível fundamento de prova para uma demonstração da existência de Deus (Der einzige mögliche

Beweisgrund zu einer Demonstration des Daseins Gottes). Para além da hermenêutica desses tópicos

visando apreender o respetivo significado filosófico, pretende-se reconhecer a sua persistência e o papel

que a reflexão do jovem filósofo em torno deles irá desempenhar na estrutura profunda do seu

pensamento de fases posteriores.

Principais tópicos

1. Importância e persistência da temática e reflexão cosmológica na filosofia de Kant, desde o

Allgemeine Naturgeschichte und Theorie des Himmels (1755) ao Opus postumum (1804).

Perspetiva sobre as sucessivas modulações do tema cosmológico na obra de Kant, mesmo no

contexto da filosofia “crítica” (a ideia de Mundo e o princípio cosmológico como “princípio

regulador” da razão). Poética do Cosmos e Poética da Razão: recorrência de analogias

cosmológicas na construção e exposição do pensamento kantiano e sua relevância heurístico-

especulativa. Uma «imaginação cosmológica»: a Cosmologia e o peculiar “modo de pensar” de

Kant.

2. O jovem Kant como “Naturforscher”: entre a “Philosophia naturalis” de Newton e a “História

Natural” (Naturgeschichte) de Buffon. A interpretação kantiana da história da cosmologia

moderna de Copérnico a Newton. Fontes heteróclitas do pensamento cosmológico de Kant. O

contributo de Kant para a Cosmologia moderna e o completamento da “revolução coperniciana”.

Kant e o estatuto epistémico da Cosmologia/Cosmogonia: papel da analogia e da conjetura na

heurística cosmológica kantiana.

3. Da Cosmologia à Cosmogonia. A arquitetura e o sistema do Cosmos segundo Kant: ampliação da

visão newtoniana do mundo e dos seus pressupostos aos supersistemas das galáxias.

Cosmogénese: a “criação contínua” do Cosmos a partir das inesgotáveis fornalhas do Caos, ou o

nunca terminado «trabalho da natureza» em ação. Pregnância do Caos na cosmogonia kantiana: a

Cosmopoética como uma Cosmotragédia.

4. Cosmologia/Cosmogonia e Teologia. Naturalismo e Religião: Natureza ou Deus? Mecanicismo e

Teleologia no pensamento cosmológico do jovem Kant.

5. Cosmologia, Antropologia e Estética: a antropologia e a moral kantiana segundo a obra de 1755.

Lugar e função do homem na «Grande Cadeia do Ser». A vivência kantiana do Cosmos como

experiência estética do sublime. O Caos, o Sublime e o Trágico: uma visão trágico-estética do

mundo.

Avaliação

Participação no trabalho das sessões do seminário e redação de ensaio (resenha, comentário) sobre algum

tema relacionado com a matéria proposta.

Bibliografia:

Edições:

Kant, Allgemeine Naturgeschichte und Theorie des Himmels oder Versuch von der Verfassung

und dem mechanischen Ursprunge des ganzen Weltgebäudes, nach Newtonischen Grundsätzen

abgehandelt (1755), Kants gesammelte Schriften, Akademie-Ausgabe Bd. I. Berlin, 1910. Nesse mesmo

volume se encontram os ensaios sobre o terramoto de Lisboa e outros ensaios sobre a história da Terra e a

retardação da rotação da Terra, a dissertação sobre o fogo, e as considerações sobre os ventos.

Kant, Der einzige mögliche Beweisgrund zu einer Demonstration des Daseins Gottes (1763),

Akademie-Ausgabe, Bd. II: 137-151 (Apresenta uma versão abreviada e com algumas nuances da

“Cosmogonia” exposta na obra de 1755).

Kant, Briefwechsel, Akademie-Ausgabe, Bd. XI:203-294;252-253 (cartas a J.E.Bode (2 set. 1790)

e a J.F.Gesinchen (19 abr. 1791).

Kant, Teoria do Céu, História natural e teórica do céu ou ensaio sobre a constituição e a origem

mecânica do universo segundo as leis de Newton, Lisboa : Ésquilo, 2004. A tradução é muito deficiente,

começando logo pelo título da obra. Não há indicação de qual a edição de base usada, mas presumo que

se trate da tradução francesa de Camile Wolf, incluída na sua obra Les Hypothèses cosmogoniques.

Examen des théories scientifiques sur l’origine des mondes (Paris, 1886, pp. 104-155), pois algumas

notas da autoria de Kant são atribuídas àquele tradutor.

Kant, Histoire générale de la nature et théorie du ciel, Paris: Vrin, 1984.

Kant, Universal Natural History and Theory of the Heavens.Translated with Introduction and

Notes by Stanley L. Jaki, Edinburgh: Scottisch Academic Press, 1981.

Kant’s Cosmogony as in his Essay on the Retardation of the Rotation of the Earth and his Natural

History and Theory of the Heavens, Glasgow, 1900 (reimpr.: Bristol: Thoemes Press, 1993).

Estudos:

Adickes, Erich – Kant als Naturforscher, 2 Bände, Berlin, 1924-25 (Bd. II: 206-315).

Blumenberg, Hans – Die Genesis der kopernikanischen Welt, Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 1981, 3

Bände (Band 3: 666-713). Veja-se, em especial, o confronto entre a cosmogonia de Kant e a cosmologia

de Lambert.

Hastie, W. – Kant’s Cosmogony as in his Essay on the Retardation of the Rotation of the Earth

and his Natural History and Theory of Heavens, Glasgow, 1900, reimpr.: Bristol: Thoemes Press, 1993.

(Tradução completa do ensaio de 1754 e incompleta da obra de 1755 <omite a última secção>, precedida

de uma Introdução que a contextualiza e aprecia a respetiva relevância).

Heimsoeth, Heinz – Astronomisches und Theologisches in Kants Weltverständnis, Mainz-

Wiesbaden, 963.

_______ - «Zum Kosmotheologischen Ursprung der kantischen Freiheitsantinomie», Kant-

Studien, 57 (1966), 206-229.

Kerzberg, Pierre - «La création en mouvement. Essai sur le sens philosophique d’une interrogation

cosmologique fondamentale dans la Théorie du Ciel», in : I. Kant, Histoire générale de la nature et

théorie du ciel, Paris: Vrin, 1984, 205-259.

______ - «Kant et le principe cosmologique», Estudos Kantianos, Marília, v. 2, n.2, jul-dez. 2014,

139-154.

______ - «Le problème cosmologique dans la Théorie du Ciel » de Kant», Revue Philosophique

de Louvain, 1978, pp.39-76.

Lalla, Sebastian - «Kants Allgemeine Naturgeschichte und Theorie des Himmels (1755)», Kant-

Studien, 94, 2003, pp.426-453.

Ley, Hermann - «Kants Entwurf einer Naturgeschichte und Theorie des Himmels», in: Zum

Kantverständnis unserer Zeit, Berlin, 1975, pp.367-401.

Ley, Willi – Kant’s Cosmogony, New York, 1968.

Lovejoy, Arthur O. – The Great Chain of Being. A Study of the History of an Idea, Cambridge

Mas, 1961.

Marcucci, Silvestro - «Le « savant » Kant agé de 30 ans», in : Rohden, Valerio, et alii, (Hrsg.),

Recht und Frieden in der Philosophie Kants (X Intern-Kant-Kongress, São Paulo, 2005), Berlin : WdG,

2008, pp.199-212.

Marty, François – La naissance de la Metaphysique chez Kant, Paris, 1980; cap. I : «L’analogie de

la Nature dans l’Histoire générale de la Nature et Théorie du Ciel», pp. 25-32.

Palmquist, Stephen R. - «Kant’s Cosmogony Re-Evaluated». Studies in History and Philosophy of

Science, 18, 1987, pp. 255-269.

Pecere, Paolo - «Kant’s Newtonianism: a Reappraisal», Estudos Kantianos, Marília, v.2, n.2,

2014, pp.155-182.

Polonoff, Irving I. – Force, Cosmos, Monads, and other Themes of Kant’s early Thought, Bonn,

1973, pp. 92-137.

_______ - «Newtonianism in Kant’s Cosmogony», in Proceedings 10th

. International Congress of

History of Science (Ithaca), Paris, 1964, pp.747 ss.

Redmann, H. G. – Gott und Welt. Die Schöppfungstheorie der vorkritischen Periode Kants,

Göttingen, 1962.

Santos, Leonel Ribeiro dos - «Analogia e Conjetura no pensamento cosmológico do jovem Kant»,

in; Idem, Ideia de uma Heurística Transcendental. Ensaios de Meta-Epistemologia Kantiana, Lisboa: A

Esfera do Caos, 2012, pp.23-58.

______ - «A antropocosmologia do jovem Kant», in : L. Ribeiro dos Santos et alii (coord.), Was

ist der Mensch?/ Que é o Homem? – Antropologia, Estética e Teleologia em Kant, Lisboa: CFUL, 2010.

Retomado em L.Ribeiro dos Santos, Regresso a Kant. Ética, Estética, Filosofia Política, Lisboa INCM,

2012.

______ _ «Pensar a tragédia, pensar a atualidade. Os ensaios de Kant sobre o terremoto de

Lisboa», in Studia Kantiana, Revista da Sociedade Kant Brasileira, nº 20, abril de 2016, pp.21-50.

Seidengart, Jean - «Genèse et structure de la cosmologie kantienne précritique», in : I. Kant,

Histoire générale de la nature et théorie du ciel, Paris : Vrin, 1984., pp.7-59.

______ - «A evolução das ideias cosmológicas de Kant em seus últimos escritos», Educação e

Filosofia (Uberlândia), vol. 27, 2013, nº especial, pp.167-190.

______ - «Kant et la “Cosmogonie” du Beweisgrund de 1763: une nouvelle version de la Théorie

du Ciel ?», Épistémologiques, v. 1, n. 1-2, 2000, pp.177-197.

SEMINÁRIO DE METAFÍSICA E LÓGICA III

Prof. Dr. Glenn Walter Erickson

Carga horária: 30 horas

Ementa:

Temas e problemas relacionados especificamente ao entrecruzamento dos campos da Metafísica e da

Lógica e demais especialidades da Filosofia Teórica, estabelecidos conforme o interesse e pesquisa do

professor e dos discentes do Curso de Doutorado no momento da oferta de disciplinas.

Conteúdo:

Leitura completa e discussão de Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein.

Metodologia:

Leitura e discussão. Obs: a disciplina será lecionada em inglês.

Avaliação:

Participação e trabalhos escritos.

Referências:

Ludwig Wittgenstein. Philosophical Investigations. 3.ed. Macmillan. 1970.

LÓGICA II

Título: Teoria dos Modelos

Prof. Dr. Samir Bezerra Gorsky

Carga-horária: 60h

Ementa:

Teoria de Modelos e o estudo das linguagens formais e de suas interpretacões por meio de estruturas e

construções conjuntistas.

Objetivos:

Apresentar e discutir os principais conceitos e teoremas que constituem a teoria de modelos. O curso

versará principalmente sobre resultados em lógica proposicional e lógica de predicados de primeira ordem

(lógica clássica).

Conteúdo:

Motivações teóricas para o estudo da teoria de modelos.

Sistemas formais. Linguagem formal, semântica e teoria da prova para a lógica clássica.

Estudo de alguns teoremas e metateoremas (compacidade, completude, omissão de tipos,

Löwenheim-Skolem, etc.).

Metodologia:

Aulas expositivas. Apresentação de slides e debates sobre os conteúdos a serem estudados. Apresentação

e análise dos principais teoremas da teoria de modelos da lógica clássica. Seminários.

Avaliação:

Prova, trabalho escrito e seminários.

Referências:

[Hod93] W. Hodges. Model Theory. Encyclopedia of Mathematics and its Applications. Cambridge

University Press, 1993.

[Kei92] Chen Chung Chang & H. J. Keisler. Model theory, volume 73 of Estudies in Logic and

the fundations of matheamatics. North-Holland, Amsterdam, 1992.

[Kon15] Juha Kontinen. On natural deduction in dependence logic. In Logic Without Bor-

ders - Essays on Set Theory, Model Theory, Philosophical Logic and Philosophy of

Mathematics, pages 297{304. 2015.

[Men97] Elliott Mendelson. Introduction to Mathematical Logic. Chapman & Hall, London,

Weinheim, New York, Tokio, Melburn, Madras, 1997.

[Sho73] Joseph R. Shoen_eld. Mathematical Logic. Addison-Wesley, Massachusetts, 1973.

TÓPICOS DE LÓGICA I

Prof. Dr. Frode Bjordal

Carga horária: 15 horas

Tema:

Sobre a Significação dalguns Argumentos Ontológicos Contemporâneos

Conteúdo:

Analisamos alguns argumentos ontológicos na tradição a partir da nota Ontologischer Beweis de Kurt

Gödel em 1970 e consideramos uma variedade de desenvolvimentos na literatura. Usaremos para uma

parte da exposição uma lógica modal S5 de terçeira ordem e vincularemos neste contexto os resultados de

Bjørdal (2017); apontaremos na base disso o diagnóstico que os argumentos ontológicos podem ser

análisados em termos dalguns pontos fixos, pois podemos usar conceitos circulares através dum apelo às

noções impredicatívas. Há, no entanto, espaço para uma variedade de pontos de vista, e sugerimos

vantajosa a perspectiva apatiateística de Bjørdal (2017) que os melhores conceitos 'Deus' são abstratos na

tal forma que devemos ser indiferentes à existência de Deus. Todavia, argumentamos que a tese sagrado

de Bjørdal (2017), isso é a tese que todas as propriedades são divinas ou Deus existe, tenha importância

para a filosofia da vida. As técnicas de lógica usadas podem ser úteis também em muitas outras áreas da

filosofia.

Referências:

C. Anthony Anderson (1990): Some Emendations of Gödel’s Ontological Proof, in Faith and

Philosophy,7(3): 291–303.

Frode Bjørdal (1998): Understanding Gödel’s Ontological Argument, in Timothy Childers (ed.):

The LOGICA Yearbook 1998, pp. 214–217, FILOSOFIA, 1999. URL dum facsimile:

https://www.dropbox.com/s/xjs20gzpiuxb1qy/UGOA. pdf?dl=0.

Frode Bjørdal (2017): All Properties are Divine or God Exists - An Ontological Argument, with

Apathiatheistic and Confidentialistic Remarks; submitted.

André Fuhrmann (2005): Existenz und Notwendigkeit - Kurt Gödel’s Axiomatische Theologie, in

P.Schröder-Heister et.al. (eds.): Logik in der Philosophie, pp. 349–374, Synchron-Wissenschafts-

Verlag.

Kurt Gödel (1995): Ontological Proof (“Ontologischer Beweis”), in S. Feferman et. al. (eds.):

Kurt Gödel-Collected Works Vol. III - Unpublished Essays and Lectures, pp. 403-404, Oxford

University Press.

Petr Hájek (1996): Magari and Others on Gödel’s Ontological Proof, in Ursini et. al. (eds.): Logic

and Algebra, pp. 125–136, Marcel Dekker.

Petr Hájek (2002): Der Mathematiker und die Frage der Existenz Gottes, in B. Buldt et. al. (eds):

Wahrheit und Beweisbarkeit, Vol II, Kurt Gödel - Kompendium zum Werk, pp. 325-336, ÖBV &

HPT.

Roberto Magari (1988): Logica e Teofilia, in Notizie di Logica, VII (4), pp. 11-20.

Graham Oppy (1996): Gödelian Ontological Arguments, in Analysis, 56 (4): pp. 226–230.

Jordan Howard Sobel (2004): Logic and Theism: Arguments for and against Beliefs in God,

Cambridge University Press, 2004.

SEMINÁRIO DE FILOSOFIA POLÍTICA III

Prof. Dr. Joel Thiago Klein

Profª. Drª. Cristina Foroni Consani

Carga-horária: 30h

Título: Rawls e o Kantismo

Justificativas:

A publicação da obra Uma Teoria da Justiça (1971), pelo filósofo norte-americano John Rawls

reintroduziu, no âmbito da Filosofia Política, questões normativas que haviam permanecido

negligenciadas ao longo do século XIX e na primeira metade de século XX, haja vista que os teóricos

políticos estavam mais preocupados em entender a sociedade do que em colocar questões de legitimação

política ou de justiça social. As teses centrais de apresentadas em 1971 são revistas e parcialmente

reformuladas em obras posteriores, como no livro O Liberalismo Político. A teoria da justiça como

equidade de Rawls é considerada uma das mais importantes manifestações do kantismo na Filosofia

Política, especialmente porque busca recuperar a filosofia prática de Kant em sua completude: a ética, o

direito e a política.

Objetivos:

Compreender e refletir sobre a Teoria da Justiça como Equidade de John Rawls tanto a partir da tese

apresentada em 1971 na obra Uma Teoria da Justiça quanto identificar as reformulações a esta teoria

introduzidas na obra O Liberalismo Político. Identificar o kantismo nestas obras.

Competências e Habilidades:

Desenvolvimento da capacidade de análise textual e compreensão dos argumentos em torno da obra de

John Rawls em seus livros Uma Teoria da Justiça e O Liberalismo Político e a identificação da retomada

da Filosofia de Kant por Rawls.

Conteúdo:

A disciplina terá como textos base os livros Uma Teoria da Justiça e O Liberalismo Político de John

Rawls, assim como textos selecionados da filosofia prática kantiana.

Conteúdo Programático:

20/02/2017 – Introdução/A Teoria da Justiça – Parte I

06/03/2017 – A Teoria da Justiça – Parte I

13/03/2017– A Teoria da Justiça – Parte II

20/03/2017– A Teoria da Justiça – Parte II

27/03/2017– A Teoria da Justiça – Parte III

03/04/2017– A Teoria da Justiça – Parte III

10/04/2017 – O Liberalismo Político – Parte I

17/04/2017– O Liberalismo Político – Parte II

24/04/2017– O Liberalismo Político – Parte III

08/05/2017 – O Kantismo na obra de John Rawls/debate final

Metodologia:

Nas aulas será utilizada a metodologia expositiva e dialógica.

Avaliação:

Cada aluno será avaliado individualmente a partir da participação nas aulas e pela apresentação de um

artigo ao final da disciplina.

Referências :

Referência primária

RAWLS, John. A Teoria da Justiça. Trad. Jussara Simões. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

________. O Liberalismo Político. Trad. Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Ática, 2000.

Referências secundárias

AUDARD, Catharine. John Rawls. Trowbrigde, Cromwell Press, 2007.

DANIELS, Norman. Democratic Equality: Rawls’s Complex Egalitarianism. In: FREEMAN, S. (Org).

The Cambridge Companion to Rawls. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

FELIPE, Sônia T. (Org.). Justiça como eqüidade: fundamentação e interlocuções polêmicas (Kant, Rawls,

Habermas). Florianópolis: Insular, 1997.

FORST, Rainer. Contextos da Justiça. Trad. Denilson Luís Werle. São Paulo: Boitempo, 2010.

FREEMAN, S. (Org). The Cambridge Companion to Rawls. Cambridge: Cambridge University Press,

2003.

HÖFFE, Otfried. Kant’s Cosmopolitan Theory of Law and Peace. Trans. Alexandra Newton. Cambridge:

University Press, 2006.

KANT, Immanuel. Sobre a expressão corrente: isso pode ser correto na teoria, mas nada vale na prática.

In: A Paz Perpétua e Outros Opúsculos. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2004.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. Paulo Quintela. In: Textos

selecionados Immanuel Kant. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

KUKATHAS, Chandran; PETTIT Philip. Rawls. Uma teoria da justiça e os seus críticos. Lisboa:

Gradiva, 1990.

NOZICK. Robert. Anarquia, Estado e Utopia. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

NUSSBAUM, Martha (Org). Rawls's Political Liberalism. New York: Columbia University Press, 2014.

POGGE, Thomas. Realizing Rawls. Ithaca and London: Cornell University Press, 1989.

RAWLS, John. Justiça como Eqüidade: Uma Reformulação. Tradução de Claudia Berliner. São Paulo:

Martins Fontes

SANDEL, Michael. O liberalismo e os limites da justiça. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.

SANTOS, Leonel Ribeiro dos. Regresso a Kant: ética, estética e filosofia política. Lisboa: Imprensa

Nacional Casa da Moeda, 2012.

TALISSE, Robert B. On Rawls: a liberal Theory of Justice and Justification. New York: Wadsword,

2001.

TAYLOR, Charles. Argumentos Filosóficos. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Loyola, 2000.

VITA, Álvaro De. A Justiça igualitária e seus críticos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

________. A Tarefa prática da filosofia política em John Rawls. In: Lua Nova – Revista de cultura e

política. São Paulo: CEDEC, 1992, n. 25, p. 5-24.

________. O liberalismo igualitário. Sociedade democrática e justiça internacional. São Paulo: Martins

Fontes, 2008.

WERLE, Denilson Luis. Justiça e Democracia. Ensaios sobre John Rawls e Jürgen Habermas. São Paulo:

Esfera Pública, 2008.

SEMINÁRIO DE ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA III

Prof. Dr. Antonio Basilio Novaes Thomaz de Menezes

Carga-horária: 30h

Ementa:

Temas e problemas relacionados especificamente ao entrecruzamento dos campos da Ética e da Filosofia

Política e estabelecidos conforme o interesse e pesquisa do professor e dos discentes do PPGFIL no

momento da oferta de disciplinas.

Objetivos:

Investigar os diferentes modelos da primeira e da segunda geração da Teoria Crítica sob a ótica da

produção racional da sociedade em Habermas e Marcuse, e os respectivos desdobramentos nos campos da

Psicanálise e da Filosofia do Direito.

Conteúdo:

1. Marcuse e a Teoria Crítica da Sociedade.

2. Habermas e a Teoria da Ação Comunicativa.

3. Os desdobramentos teóricos das perspectivas de Marcuse e de Habermas em torno do problema da

racionalização social.

Competências e Habilidades:

Analise crítica de obras filosóficas e de elaboração de textos argumentativos com fundamentação

bibliográfica.

Metodologia:

Aula expositiva. Seminários. Leitura de textos.

Avaliação:

Três avaliações. Prova escrita. Seminário. Trabalho escrito.

Referências:

HABERMAS, Jürgen. Teoria do Agir Comunicativo I. Racionalidade da ação e racionalização

social. Trad. Paulo Astor Sothe, Flavio Beno Siebeneichler. São Paulo: Martins Fontes; 2012.

__________________. Teoria do Agir Comunicativo II. Sobre a crítica da razão funcionalista. Trad.

Flavio Beno Siebeneichler. São Paulo: Martins Fontes; 2012.

HABERMAS, Jürgen. Direito e Moral. Trad. Sandra Lippert. Lisboa: Instituto Piaget; 1999.

MARCUSE, Herbert. A Ideologia na Sociedade Industrial. O Homem Unidimensional. Trad. Giasone

Rebuá. Rio de Janeiro: Zahar; 1978.

__________________. Eros e Civilização. Uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud.

Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar; 1972.

MAC INTYRE, Alasdair. As Ideias de Marcuse. Trad. Jamir Martins. São Paulo: Cultrix; 1970.

SEMINÁRIO DE ÉTICA II

Prof. Dr. Leonel Ribeiro dos Santos

Carga horária: 30h

Título: Platonismo e Neoplatonismo no Renascimento

Objetivo e metodologia:

Pretende-se estudar, nos seus principais protagonistas e nos seus tópicos mais relevantes, aquilo que já foi

designado por «il ritorno di Platone», o “renascimento” da tradição platónica-neoplatónica, a mais

significativa linhagem de pensamento que foi redescoberta nas suas fontes e intensamente apropriada pelo

pensamento dos séculos XIV-XVI, acontecimento-processo cuja fecundidade filosófica perdurará pelos

séculos seguintes. A abordagem será feita em referência direta às fontes primárias (obras ou textos) dos

pensadores renascentistas, com destaque para Francesco Petrarca, Nicolau de Cusa, Giovanni Pico della

Mirandola, Marsílo Ficino, Leão Hebreu, Giordano Bruno. Nas obras, que vão abaixo referidas, o que se

procura é esclarecer o contributo dos respetivos autores para tópicos filosoficamente relevantes, que a

seguir se elencam.

Roteiro dos principais tópicos:

1. A antropologia e a ética: dignidade do homem, liberdade, imortalidade. O amor na sua dimensão

antropológica, cósmica e teológica. Homo igitur est quidam deus: Apoteose da liberdade e

criatividade humanas e impulso para a divinização do homem no humanismo filosófico

renascentista e sua inspiração platónica-neoplatónica (e também hermética e cristã). O lugar do

homem no cosmos e na “cadeia dos seres”: universal função mediadora do homem. Liberdade,

destino, predestinação e determinismo astral: o debate sobre a Magia e a Astrologia.

2. A desconstrução da metafísica aristotélica e das suas categorias. Nicolau de Cusa: a onto-teologia

negativa; a impossível proporcionalidade entre finito e infinito; do esse (Ser) ao posse

<Possest>(Poder-Ser); “douta ignorância” e “conjetura”; a symbolica inquisitio; a

complicatio/explicativo; perspetivismo e expressionismo. Giovanni Pico della Mirandola:

identidade e convertibilidade entre o Ser e o Uno. Marsilio Ficino: a hierarquia das

substâncias/hipóstases ou os 5 degraus da realidade (Deus, Anjo, Alma, Qualidade, Corpo).

Giordano Bruno: o Infinito, os “heróicos furores”, o Uno: neoplatonismo e pitagorismo

espiritualista, ou naturalismo e materialismo panvitalista?

3. A nova cosmologia e filosofia da natureza: ideia de «magia naturalis» nos neoplatónicos do

Renascimento (de Giovanni Pico della Mirandola e Ficino a Paracelso e a Bruno) e a ciência

“mágica” no “tempo dos magos” (Paolo Rossi). O impulso para o infinito e o processo de

geometrização e matematização do cosmos e da natureza: da “perspetiva” como “forma

simbólica” na representação pictórica do mundo pelos pintores e teóricos renascentistas da pintura

(Leon Battista Alberti / Leonardo da Vinci / Francisco de Holanda) à escrita geométrica da

natureza nos primeiros representantes da revolução científica moderna inspirada no pitagorismo e

platonismo (Copérnico, Kepler, Galileu). A metafórica solar e da luz em Marsílio Ficino: da

estético-teologia heliotrópica ficiniana ao heliocentrismo cosmológico de Copérnico.

4. A política como Utopia. «As teorias que Platão expõe na República e que os Utopianos põem em

prática.» Busca da cidade ideal, perfeita ou feliz: inspiração platónica das utopias políticas do

Renascimento, de Thomas More (De optimo reipublicae statu deque nova insula Utopia, 1516) a

Francesco Patrizi (La Città Felice, 1553) e a Tommaso Campanella (Città del Sole, 1602).

5. Fecundidade do Neoplatonismo nas artes e na literatura: inspiração platónico-neoplatónica da

Estética do Renascimento. O amor, a magia e a beleza. A invocação do “divino furor” em Ficino e

dos “eroici furori” em Bruno. O Renascimento: utopia, promessa e primícia de uma civilização

estética? (v. as interpretações de Burkhardt e de Nietzsche): Il Cortegiano, de B. Castiglione; a

Abadia de Telema, no livro I do Gargantua de Rabelais.

Avaliação:

Consta da redação de um ensaio (resenha ou comentário) sobre algum dos tópicos abordados do roteiro

proposto e da participação assídua e intervenção pertinente nas sessões do seminário.

Referências básicas:

Obras (ou partes de obras) para leitura e comentário:

Francesco Petrarca, De sui ipsius ac multorum ignorantia/ Mon ignorance et celle de tant

d’autres, ed. bilingue de Christophe Carraud, Grenoble: Millon, 2000. (textos selecionados em tradução

do docente).

Nicolau de Cusa, De docta ignorantia (trad. port de João Maria André, Lisboa: FCG); Idiota De

Mente; De principio. (São disponibilizadas pelo docente traduções próprias dos textos abordados)

Giovanni Pico della Mirandola, Oratio de Hominis dignitate (ed. bilingue, Lisboa: Edições 70);

De Ente et Uno (será disponibilizada pelo docente tradução própria das seções analisadas) .

Marsilio Ficino, De amore (trad, esp.: Madrid: Tecnos, 1984; trad. franc. e comentário de R.

Marcel, Commentaire sur le Banquet de Platón, Paris: Les Belles Lettres, 1978; ed. bilingue latim-

alemão: Über die Liebe oder Platons Gastmahl, Hamburg: Meiner, 1994); Theologia platonica de

immortalitate animorum (seleção de textos em tradução do docente); De vita (textos selecionados).

_____ De divino furore. In Platonis Ionem, vel de furore poetico Epitome, in: Marsilio Ficino –

Sobre el furor divino y otros textos, ed. bilingue latim-espanhol, Barcelona: Anthropos, 1993.

Leão Hebreu, Dialoghi d’Amore/Diálogos de Amor. Ed. do texto italiano original e trad.

portuguesa de Giacinto Manupella, Lisboa: INIC, 2 vols., 1983. Serão comentados passos do Diálogo

Terceiro, sobre a relação entre as Ideias e a Beleza, a Beleza e o Amor, a Beleza e o Bem, a Beleza e o

Ser; enfim, sobre o valor positivo do prazer e a teo-cosmologia erótico-estética.

Giordano Bruno, De la causa, principio e uno, ed. de A. Guzzo, Milano: Ugo Mursia Editore,

1985 (seções escolhidas dos diálogos II e III, em tradução do docente).

Antologias

Kraye, Jill (Ed.) – Cambridge Translations of Renaissance Philosophical Texts. Vol. I: Moral

Philosophy, Cambridge: Cambridge U.P., 1997. Organizada em 6 partes, sendo a 4ª dedicada à

Ética dos Platónicos (com especial destaque para Marsílio Ficino). A obra dá apoio à Cambridge

History of Renaisssance Philosophy, ed. por Charles B. Schmitt e Quentin Skinner.

Cassirer, Ernst / Kristeller, P.O. / Randall, J.H. (Eds.) - The Renaissance Philosophy of Man,

Chicago/London: The University of Chicago Press, 1974. Textos selecionados e traduzidos de:

Petrarca, Lorenzo Valla, Marsilio Ficino, Giovanni Pico della Mirandola, Pietro Pomponazzi, Juan Luis

Vives.

Grande Antologia Filosofica (dir. por M.F.Sciacca e coord. Por A.M. Moschetti e M.

Schiavone), Milano: Marzorati. Os volumes VI-XI são dedicados a Il Pensiero della Rinascenza e della

Riforma. Criteriosas seleções de textos traduzidos ao italiano e precedidos de muito úteis sínteses.

Obras sobre o Platonismo/Neoplatonismo renascentista

Allen, Michael J. B. – The Platonism of Marsilio Ficino. A Study of His Phaedrus Commentary.

Its Sources and Genesis, Berkeley / London. University of Californa Press, 1984.

______ - Plato’s Third Eye. Studies in Marsilio Ficino’s Metaphysics and its Sources, Aldershot /

Brookfield: Variorurm /Ashgate,1995. (Reúne 15 ensaios, originalmente publicados em revistas ou

volumes coletivos, todos eles interessantes).

______ - Synoptic Art: Marsilio Ficino on the History of Platonic Interpretation, Firenze: Leo S.

Olschki, 1998.

André, João Maria – Sentido, simbolismo e interpretação no discurso filosófico de Nicolau de

Cusa, Lisboa/Coimbra:FCG/JNICT, 1997.

_______ - «O homem como microcosmo. Da concepção dinâmica do homem em Nicolau de Cusa

à inflexão espiritualista da antropologia de Ficino», Philosophica 14 (1999), pp.7-30 (disponível on line).

Beierwaltes, Werner - «Neuplatonisches Denken als Substanz der Renaissance», Studia

Leibnitiana, Sonderheft 7 (Magia Naturalis und die Entstehung der modernen Naturwissenschaften),

Wiesbaden: Franz Steiner Verlag, 1978, pp. 1-18.

Bloch, Mathias / Mojsisch, Burkhard (eds.) – Potentiale des menschlichen Geistes: Freiheit und

Kreativität. Praktische Aspekte der Philosophie Marsilio Ficinos (1433-1499), Stuttgart: Steiner, 2003.

Chastel, André – Marsile Ficin et l’Art, Genève : Droz, 1975.

_____ - «Le Platonisme et les Arts à la Renaissance», Actes du Congrès de Tours et de Poitiers,

Association Guillaume Budé, Paris : Les Belles Lettres, 1954, pp. 384-418.

______ - Art et Humanisme à Florence au temps de Laurent le Magnifique (1959), Paris: PUF,

1982.

Collins, A.B. – The secular is sacred. Platonism and Thomism in Ficino’s Platonic Theology,

Haia: 1974.

Copenhaver, B. P. - «Renaissance Magic and Neoplatonic Philosophy», in : Marsilio Ficino e il

Ritorno di Platone. Studi e Documenti, vol. II, Firenze, 1986, pp.351-369.

Couliano, Ioan P. – Eros et magie à la Renaissance, Paris: Flammarion, 1984.

Eco, Umberto – Arte e bellezza nell’ estetica medievale, Milano: Bompiani: 1987. (O último

capítulo é dedicado à estética de Nicolau de Cusa e dos platónicos de Florença, dos quais apresenta uma

muito lúcida compreensão).

Eisenbichler, K. / Pugliese, O. Z. (eds.) – Ficino and Renaissance Neoplatonism, Ottawa:

Dovesouse Editions, 1986.

Festugière, A. J. – La philosophie de l’amour e Marsile Ficin et son influence sur la litterature

française au XVIe siècle, Paris : Vrin, 1980.

Field, Arthur – The Origins of the Platonic Academy of Florence, Princeton: Princeton U.P., 1988.

Fiorato, Adelin Charles – La cité heureuse. L’utopie italienne de la Renaissance à l’âge baroque,

Paris : Quai Voltaire, 1992.

Garfagnini, G. C. – (ed.) – Marsilio Ficino e il Ritorno di Platone, Studi e Documenti, Firenze:

Istituto Nazionale di Studi sul Rinascimento, 1986, 2 vols.

Garin, Eugenio - «Plotino nel Rinascimento», Atti del Convegno Internazionale sul tema «Plotino

e il Neoplatonismo in Oriente e in Occidente» (Roma 1974), Roma, 1976, pp.537- 552.

Gersh, Stephen, «Platonism and the Platonic Tradition», Encyclopedia of Philosophy (on line:

Encylopedia.com) on line. (2005).

Gombrich, E. H. – On the Renaissance, 3 vols. London: Phaidon 1993. Sobretudo no vol. II

[Symbolic Images], o ensaio: «Botticelli’s Mythologies: A Study in the Neo-Platonic Symbolism of his

Circle» (pp.31-80).

Hankins, James – Plato in the Italian Renaissance, Leiden/ New York/Köln: E.J.Brill, 1994.

_______ - Humanism and Platonism in the Italian Renaissance, 2 vols. Roma : Edizioni di Storiae

Letteratura, 2003-2004 (2º vol).

Klein, Robert – La forme et l’intelligible. Écrits sur la Renaissance et l’art moderne, Paris :

Gallimard, 1970.

Klibansky, Raymond – The Continuity of the Platonic Tradition, London: The Warburg Institute,

1939 (reimpr: London, 1950). Tenham-se em conta as suas edições do Corpus Platonicum Medii Aevi: 4

vols. do Plato Latinus (I: Meno; II: Phaedo; III: Proclus in Parmenidem; IV: Timaeus a Calcidio

translatus); 3 vols. do Plato Arabus (I. Galeni Compendium Timaei; II:Alfarabius de Platonis

Philosophia; III: Alfarabius Compendium legum Platonis).

_____ Plato’s Parmenides in the Middle Ages and the Renaissance, London: The Warburg

Institute/University of London, 1943.

Klibansky, R., Panofsky, E., Saxl, F. – Saturn and Melancholy: Studies in the History of Natural

Philosophy, Religion and Art, London: Nelson, 1964. (Há um capítulo dedicado ao Neoplatonismo

Florentino).

Klutstein, I. – Marsilio Ficino et la théologie ancienne, Firenze : La Nuova Italia, 1987.

Koenigsberger, Dorothy – Renaissance Man and Creative Thinking. A History of Concepts of

Harmony 1400-1700, Hassocks, Sussex: Harvester Press, 1979.

Kristeller, Paul Oskar – The Philosophy of Marsilio Ficino, New York: Columbia U.P., 1943.

Trad. Italiana: Il Pensiero di Marsilio Ficino, Firenze: Casa Editrice Le Lettere, 1988.

______ - «Florentine Platonism and its Relations with Humanism and Scholasticism», Church

History, VIII (1939), pp.201-211.

______ - «Renaissance Platonism», Facets of the Renaissance, Los Angeles: Univ. of South

Carolina Press, 1959, pp.87-107.

______ - «The Platonic Academy of Florence», in: Idem, Renaissance Thought and the Arts,

Collected Essays, Princeton: Princeton U.P., 1965, pp.89-102.

Magia Naturalis und die Entstehung der modernen Naturwissenschaften, Studia Leibnitiana,

Sonderheft 7, Wiesbaden: F. Steiner, 1978.

Leinkauf, T. – Il neoplatonismo di Francesco Patrizi come presupposto della sua critica

ad Aristotele, Firenze: La Nuova Italia, 1990.

Marino, Eugenio – Estetica, Fede e critica d’Arte. L’arte poetica di Savonarola, L’estetica di

Ficino e la Primavera di Botticelli, Pistoia 1997.

Monfasani, John - «Platonic Paganism in the Fifteenth Century», in: Mario A. di Cesare (ed.),

Reconsidering the Renaissance, New York: Binghamton, 1992, pp.45-61.

Panofsky, Erwin – Studies on Iconology. Humanistic Themes in the Art of the Renaissance,

Oxford, 1939. Trad. port.: Estudos de Iconologia. Temas humanísticos na Arte do Renascimento, Lisboa:

Estampa, 1983 (há edição brasileira, Editora Perspetiva).

______ - Idea. Ein Beitrag zur Begriffsgschichte der älteren Kunsttheorie, Berlin: V.

Spiess, 1985, Trad. Esp.: Idea, Madrid: Cátedra, 1984.

______ - Die Perspektive als “symbolische Form”. Trad. port. : A perspetiva como forma

simbólica, Lisboa : Edições 70, 1993 (há edição brasileira: Editora Perspetiva)

Pinto, Maria José Vaz - «A invenção do amor platónico em Marsílio Ficino», Philosophica, 15

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Platon et Aristote à la Renaissance: XVIe Colloque International de Tours (1976), Paris: Vrin,

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Robb, N. A. – Neoplatonism of the Italian Renaissance, London: Allen & Unwin, 1935.

Rossi, Paolo – Il tempo dei maghi: Rinascimento e modernità, Milano: R. Cortina, 2006.

(Especialmente visado é o pensamento de Giordano Bruno).

Santos, Leonel Ribeiro dos – Linguagem, Retórica e Filosofia no Renascimento, Lisboa: Colibri,

2004.

______ - O espírito da letra. Ensaios de hermenêutica da Modernidade, Lisboa: INCM, 2007.

Vários ensaios, em especial os 3 primeiros capítulos: 1. Petrarca e a Filosofia: entre a invenção da

Antiguidade e a génese da Modernidade (pp.11-42); 2. O humano, o inumano e o sobre-humano no

pensamento do Renascimento» (pp.43-92); 3. Dos Antigos aos Modernos. Consciência histórica e

consciência de época nos pensadores dos séculos XV a XVII (pp.93-128); 11. Nietzsche e o

Renascimento (pp.387-406),

______ - «Cuidado da alma e poética da solidão. Considerações sobre o Platonismo de Petrarca»,

in: Bauchwitz, Oscar F. / Fernandes, Edrisi / Bezerra, Cícero (coords.), Seminários do Seridó. Solidão e

Liberdade (Atas do II Encontro Nacional de Neoplatonismo, 5-7 de junho de 2012), Natal: EDUFRN,

2014, pp.227-258.

______ - «Petrarca, filósofo da condição humana», in: Philosophica 34 (2009), pp.415-437.

Disponível on line.

______ - «Kant, advogado de Platão contra os Neoplatónicos», in: Afonso, Filipa / Marques,

Ubirajara R. de Azevedo / Santos, Leonel Ribeiro dos (Eds.) - Filosofia & Atualidade: Problemas-

Métodos-Linguagens (Jornadas Filosóficas Internacionais de Lisboa 2015), Lisboa: eCFULeditions, 2015,

pp.139-166. (Aborda-se neste ensaio o processo de distinção entre os Neoplatónicos e Platão ocorrida nas

últimas décadas do século XVIII, mostrando o papel que teve Kant nesse processo).

Schmitt, Charles B. / Skinner, Quentin (Eds.) – The Cambridge History of Renaissance

Philosophy, Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

Vasoli, Cesare – Quasi sit Deus: Studi su Marsilio Ficino, Lecce: Conte, 1999 (em especial os

ensaios: «Marsile Ficin et la dignité de l’homme» (pp.73-90), e «Marsilio Ficino e l’astrologia» (pp.281-

300).

Walker, D. P. – The Ancient Theology. Studies in Christian Platonism from the Fiftheenth

to the Eightheenth Century, London: Duckworth, 1972.

Yates, Frances A. – Giordano Bruno and the Hermetic Tradition, Chicago: 1964. Trad.,port.:

Giordano Bruno e a tradição hermética, São Paulo: Cultrix, 1987.

Zambelli, Paola - «Platone, Ficino e la Magia», in: Studia Humanitatis. Ernesto Grassi zum 70.

Geburtstag, München: W. Fink, 1973, pp. 121-142.

Zanier Giancarlo – La medecina astrologica e la sua teoria: Marsilio Ficino e i suoi

critici contemporanei, Roma, 1977.