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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ARTUR HENRIQUE SOUZA SALDANHA DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EXTINTORES DE INCÊNDIO Natal-RN Julho/2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · de fevereiro de 1974 em São Paulo/SP resultou na morte de 188 pessoas e mais de 300 feridas (SEITO et al., 2008). Recentemente

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA MECNICA

ARTUR HENRIQUE SOUZA SALDANHA

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE

MANUTENO DE EXTINTORES DE INCNDIO

Natal-RN

Julho/2017

Artur Henrique Souza Saldanha

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE MANUTENO DE

EXTINTORES DE INCNDIO

Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de

Ps-Graduao em Engenharia Mecnica da UFRN

como parte dos requisitos para obteno do ttulo de

Mestre em Engenharia Mecnica. rea de

concentrao: Mecnica Computacional.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Magno de Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN

Sistema de Bibliotecas SISBI

Catalogao da Publicao na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede

Saldanha, Artur Henrique Souza.

Desenvolvimento de Sistema de Gerenciamento de Manuteno de

Extintores de Incndio / Artur Henrique Souza Saldanha. - 2017.

83 f. : il.

Dissertao (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Centro de Tecnologia, Programa de Ps-Graduao em Engenharia

Mecnica. Natal, RN, 2017.

Orientador: Prof. Carlos Magno de Lima.

1. Extintores de incndio - Dissertao. 2. Gerenciamento da

manuteno - Dissertao. 3. Web - Dissertao. I. Lima, Carlos Magno

de. II. Ttulo.

RN/UF/BCZM CDU 614.843

ARTUR HENRIQUE SOUZA SALDANHA

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE MANUTENO DE

EXTINTORES DE INCNDIO

Esta dissertao foi julgada para a obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Mecnica sendo

aprovada em sua forma final

Banca Examinadora

__________________________________________________

PROF. DR. CARLOS MAGNO DE LIMA

(Orientador) -UFRN

______________________________________________________

PROF. DR. CARLOS ALEXANDRE CAMARGO DE ABREU

(Examinador Interno) -UFRN

______________________________________________________

PROF. DR. JOO CARLOS ARANTES COSTA JNIOR

(Examinador Interno) -UFRN

______________________________________________________

PROFA. DRA. EDJANE FABIULA BURITI DA SILVA

(Examinador Externo) -ESTCIO

DEDICATRIA

Dedico esta, bem como todas as minhas demais

conquistas, aos meus amados pais, Hiram e Maria

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado fora e segurana para que eu pudesse chegar at aqui.

Aos meus pais, por todos os ensinamentos, pacincia, compreenso e amor. Eu amo vocs!

minha irm Renata Synara, pelo carinho e pelas palavras de fora e perseverana que foram

fundamentais para minha vida.

Ao meu irmo Hiram Junior que apesar da atual distncia geogrfica entre ns, sei que sempre

torceu por mim.

minha amada noiva Juli Sergine, que sempre esteve ao meu lado me apoiando nos momentos

mais difceis, demonstrando companheirismo, pacincia e apoio incondicional durante essa nova

etapa da minha vida. Muito obrigado por fazer parte da minha vida!! Te amo muito!!

A todos meus familiares, tios, tias, primos, primas, cunhado, cunhadas, sogro, sogra e meus avs

que tenho certeza mesmo estando no cu, esto sempre me guiando em minha trajetria.

o meu orientador, Prof. Dr. Carlos Magno de Lima que durante toda essa jornada da minha vida

acadmica, se demonstrou muito paciente, compreensivo e amigo, meu muito obrigado!

Ao meu amigo, Wesley Steverson pela amizade e apoio que tem me dado ao longo desses anos.

Aos professores do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica, por todo conhecimento

passado.

A CAPES pelo apoio financeiro.

RESUMO

Os extintores de combate a incndio so equipamentos importantes que auxiliam no

combate ao fogo. No intuito de maximizar a preveno e minimizar os impactos oriundos de

possveis sinistros, os extintores devem se encontrar com a recarga vlida e no devem possuir

nenhum tipo de avaria ou irregularidade que possa afetar seu desempenho durante o uso.

Atualmente a maioria das indstrias, comrcios, laboratrios e entre outros, no possuem um

controle eficiente de todos os extintores de incndio, pois ainda se utilizam como maneira de

controle o auxlio de planilhas manuais. A partir de estudo realizado, foi caracterizada a

necessidade de se criar um sistema que fosse capaz de gerenciar as manutenes dos extintores

quanto a: vencimento das recargas, validade do teste hidrosttico, irregularidades encontradas e

que otimizasse o tempo de inspeo. O software S.G.I realiza o gerenciamento das manutenes

dos extintores, utilizando-se de tecnologias Web e Mobile associadas a uma base de dados de

geolocalizao dos extintores. A programao da parte Web foi desenvolvida atravs da linguagem

PHP, com uso do framework gratuito denominado CakePHP. J para o desenvolvimento do

aplicativo mobile, foi utilizado a linguagem HTML5, CSS3 e JavaScript em um ambiente de

desenvolvimento hbrido, que permite a construo e utilizao do aplicativo para multi-

plataformas, sem que haja perda de desempenho para o usurio. Para realizar o teste do sistema

desenvolvido, foi escolhido o laboratrio de produo de medicamentos NUPLAM localizado na

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em virtude do grau de risco existente

devido a manipulao de compostos inflamveis.

Palavras-chave: Extintores de Combate a Incndio, Gerenciamento da Manuteno, WEB, Mobile

ABSTRACT

Fire extinguishers are important equipment that help in the fight against fire. In order to

maximize prevention and minimize impacts from possible accidents, extinguishers must meet valid

recharge and must not have any type of malfunction or irregularity that may affect their

performance during use. Currently most industries, shops, laboratories and others, do not have an

efficient control of all fire extinguishers, as the use of manual spreadsheets is still used as a control.

From the study carried out, it was characterized the need to create a system that could manage the

maintenance of extinguishers as to: expiration of the recharges, validity of the hydrostatic test,

irregularities found and that optimized the time of inspection. S.G.I software manages fire

extinguisher maintenance, using Web and Mobile technologies associated with a geolocation

database of fire extinguishers. The programming of the Web part was developed through the PHP

language, using the free framework called CakePHP. As for the development of the mobile

application, HTML5, CSS3 and JavaScript were used in a hybrid development environment, which

allows the construction and use of the application for multi-platforms, without loss of performance

for the user. To carry out the test of the developed system, the NUPLAM drug production

laboratory located at the Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN) was chosen because

of the degree of risk that exists due to the handling of flammable compounds.

Keywords: Fire Extinguishers, Maintenance Management, WEB, Mobile.

Lista de Figuras

Figura 1. Tringulo do fogo ........................................................................................................... 17 Figura 2. Tetraedro do fogo ........................................................................................................... 17 Figura 3. Ignio de slidos ........................................................................................................... 19 Figura 4. Ignio dos lquidos ....................................................................................................... 20

Figura 5. Ignio de gases ............................................................................................................. 20 Figura 6. Etapas do incndio ......................................................................................................... 22 Figura 7. Esquemtico do extintor sc. XV ................................................................................... 23 Figura 8. Extintor do Sculo XVI. ................................................................................................. 24 Figura 9. Extintor da dcada de 90. ............................................................................................... 25

Figura 10. Extintor do Tipo AP ..................................................................................................... 27

Figura 11. Extintor do tipo CO2..................................................................................................... 28 Figura 12. Extintor de espuma mecnica ...................................................................................... 28

Figura 13. Extintor PQS ................................................................................................................ 29

Figura 14.Escombros do Gran Circo ............................................................................................. 30 Figura 15. Edifcio Andraus depois do Incndio ........................................................................... 31

Figura 16.Edifcio Joelma em Chamas .......................................................................................... 32 Figura 17.Extintor que Falhou ....................................................................................................... 33 Figura 18.Interior da Boate ............................................................................................................ 34

Figura 19.Extintor aps o acidente ................................................................................................ 34 Figura 20.Mostrador de Extintor Recarregvel..... ........................................................................ 40

Figura 22.Teste de Capacidade Extintora A .................................................................................. 41 Figura 23.Teste de Capacidade Extintora B .................................................................................. 43

Figura 24. Esquemtico Classe C .................................................................................................. 44 Figura 25. Diagrama de blocos da metodologia utilizada ............................................................. 46

Figura 26. Arquitetura bsica ........................................................................................................ 48 Figura 27. Modelagem do banco de dados .................................................................................... 49 Figura 28. Diagrama MVC ............................................................................................................ 50

Figura 29. Ranking de Frameworks .............................................................................................. 52 Figura 30. Arquitetura do sistema ................................................................................................. 56

Figura 31. Formulrios do aplicativo: a) tela inicial; b) cadastro extintor .................................... 57 Figura 32. Formulrios do aplicativo: a) inspeo; b) listar extintor ............................................ 58 Figura 33. Formulrios do aplicativo: a) extintores para inspeo; b) requisio de extintor ...... 59 Figura 34. Tela de abertura Web ................................................................................................... 60 Figura 35. Tela inicial de entrada Web.......................................................................................... 60

Figura 36. Entrada principal do Nuplam ....................................................................................... 62 Figura 37. Mapeamento dos extintores do Nuplam ....................................................................... 63

Figura 38. Grfico tipos de extintores ........................................................................................... 64 Figura 39. Grfico de extintores a vencer...................................................................................... 65 Figura 40. Grfico teste hidrosttico x ano ................................................................................... 65 Figura 41. Grfico Extintores Regulares x Irregulares .................................................................. 66 Figura 42. Tipos de extintores irregulares ..................................................................................... 66

Figura 43.Irregularidade 1 almoxarifado de insumos: a) print web; b) extintor irregular............. 67 Figura 44. Irregularidade 2 almoxarifado de insumos: a) print web; b) extintor irregular............ 68

file:///C:/Users/ARTUR/Google%20Drive/CURSOS/UFRN/MESTRADO/DISSERTAO/REVISES/DISSERTAO%20ARTUR%20SALDANHAREV1.docx%23_Toc488345865

Figura 45. Irregularidade 3 almoxarifado de insumos: a) print web; b) extintor irregular............ 68 Figura 46. Irregularidade 4 almoxarifado de insumos: a) print web; b) extintor irregular............ 69 Figura 47. Irregularidade 1 embalagens: a) print web; b) extintor irregular ................................. 70 Figura 48. Irregularidade 1 gerador: a) print web; b) extintor irregular ........................................ 71

Figura 49. Irregularidade 2 gerador: a) print web; b) extintor irregular ........................................ 72 Figura 50. Irregularidade 1 passarela 06: a) print web; b) extintor irregular ................................ 73 Figura 51. Irregularidade 1 queijeira: a) print web; b) extintor irregular ...................................... 74

Lista de Tabelas

Tabela 1. Produto inibidor x cor .................................................................................................... 29 Tabela 2. Nveis de Manuteno ................................................................................................... 38 Tabela 3. Dimenso do engradado de madeira .............................................................................. 42 Tabela 4 Comparativo entre tecnologias ....................................................................................... 55

Tabela 5. Almoxarifado de insumos .............................................................................................. 67 Tabela 6. Embalagens .................................................................................................................... 70 Tabela 7. Gerador .......................................................................................................................... 71 Tabela 8. Passarela 06 ................................................................................................................... 73 Tabela 9. Queijeira ........................................................................................................................ 74

Sumrio 1.INTRODUO .......................................................................................................................... 13

1.1. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 14

1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 14

1.1.2 Objetivos Especficos ........................................................................................ 14

1.2 ESTRUTURA DA DISSERTAO ...................................................................................... 15

2.REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................................... 16

2.1 Fogo ..................................................................................................................... 16

2.2 Incndios .............................................................................................................. 19

2.3 Extintores ............................................................................................................. 23

2.3.1 Fatores que Determinam a Eficincia dos Extintores ....................................... 25

2.3.2 Tipos de Extintores ........................................................................................... 26

2.4 Grandes Incndios no Brasil ................................................................................ 30

3. NORMAS .................................................................................................................................. 37

3.1 NBR 12692- Inspeo, Manuteno e Recarga em Extintores de Incndio ........ 37

3.2 NBR 12693- Sistema de Proteo por Extintores de Incndio ............................ 39

3.3 NBR 15808 Extintores de Incndio Portteis ...................................................... 40

4. ARQUITETURA DO SISTEMA .............................................................................................. 45

4.1 Metodologia ......................................................................................................... 45

4.2 Levantamento de Requisitos e Concepo do Software ...................................... 47

4.3 Estudo da Viabilidade e Projeto Lgico............................................................... 48

4.4 Projeto Fsico ....................................................................................................... 48

4.4.1 Modelagem da Base de Dados .......................................................................... 49

4.4.2 Programao WEB ............................................................................................ 50

4.4.3 Programao Mobile...................................................................................... 53

5. RESULTADOS E DISCUSSES ............................................................................................. 56

6. CONCLUSES ......................................................................................................................... 75

6.1 Recomendaes Futuras ....................................................................................... 76

8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................... 77

9. ANEXOS ................................................................................................................................... 80

Anexo 1- Gases liberados durante a queima .............................................................. 80

Anexo 2- Distribuio dos extintores por setor.......................................................... 81

13

1.INTRODUO

Atualmente existem diversos fenmenos: furaces, terremotos, ecloses vulcnicas, secas,

enchentes, desabamentos e incndio que podem causar enormes prejuzos sociedade. possvel

dizer que o incndio assola a todos, independem de condies econmicas, polticas ou geogrficas,

tendo na maioria das ocasies efeitos devastadores, com perdas e danos irrecuperveis (ONO,

2004).

Incndio pode ser descrito como sendo fogo de grande proporo, que destri aquilo que

no estava programado para ser queimado, pode ser classificado atravs da sua severidade, que a

medida dos efeitos do incndio sobre as edificaes, usurios e o meio ambiente (MACIEL, 2008).

O alto poder de destruio do fogo leva os seres humanos a quererem evitar sua ignio

descontrolada ou, simplesmente estarem prontos a combat-los rapidamente. Os incndios que no

so capazes de serem controlados rapidamente acabam ocasionando danos que culmina na

destruio de bens materiais e algumas vezes tambm a vida.

Historicamente foram registrados incndios de grande porte ocorridos no Brasil, tais como:

Gran Circo Norte-Americano ocorrido em 17 de dezembro de 1961 em Niteri/RJ, resultando em

mais de 250 pessoas mortas e 400 feridas, dos quais 70% desse total eram crianas (SEITO et al.,

2008). Edifcio Andraus ocorrido em 24 de fevereiro de 1972, centro de So Paulo/SP, foram

registrados 16 mortes e 336 pessoas feridas (SEITO et al., 2008). Edifcio Joelma ocorrido em 01

de fevereiro de 1974 em So Paulo/SP resultou na morte de 188 pessoas e mais de 300 feridas

(SEITO et al., 2008).

Recentemente o Brasil vivenciou mais um caso de tragdia relacionada a grandes incndios,

o caso ocorreu no interior na Boate Kiss em Santa Maria/RS, no dia 27 de janeiro de 2013 as 02:30

da madrugada. A tragdia resultou na morte 242 pessoas (GRAGNANI et al., 2017). Laudo emitido

pelo CREA-RS atestou que o extintor de combate a incndio se encontrava inoperante (CREA,

2013).

Os extintores de incndio fazem parte do sistema de segurana, e tem como objetivo

combater o princpio de incndio. Esses equipamentos requerem manuteno peridica a cada 01

ano para que seja realizada uma nova recarga, e a cada 05 anos para que seja validado o teste

14

hidrosttico. Tradicionalmente o controle de manuteno realizado com o auxlio de planilhas

manuais, sendo raro o uso de sistemas computadorizado.

Depois de grandes tragdias ocorridas, principalmente as relacionadas com a falta de

manuteno dos extintores de incndio, houve um despertar, uma percepo de que a falta de

manuteno nos extintores pode ocasionar grandes acidentes, como o ocorrido na Boate Kiss em

Santa Maria/RS, onde havia extintor no ambiente, mas o mesmo se encontrava inoperante, devido

falta de manuteno, o que ocasionou diversas mortes e pessoas feridas.

Fatos como esse tem se tornado cada vez mais comum nas empresas, indstrias, rgos

pblicos e instituies de ensino. Poucos realizam corretamente a manuteno e inspeo dos seus

extintores de combate a incndio.

No quesito de normas de padronizao a Associao Brasileira de Normas Tcnicas

(ABNT), foi a pioneira na emisso de selos de conformidade para extintores de combate a incndio,

contribuindo nos quesitos de polticas pblicas, defesa do consumidor e a segurana da populao.

Embasado nas leis vigentes sobre preveno de incndio por extintores, sob a colaborao

do Prof. Eng. Marcel da Costa Amorim, Engenheiro de Segurana da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, notou-se a necessidade de criar um software que fosse capaz de realizar o

gerenciamento das manutenes dos extintores de combate a incndio dessa universidade, a fim de

evitar que ocorram possveis tragdias no futuro, tendo em vista que o atual meio de controle dos

extintores de incndio se faz atravs do uso de planilhas manuais, o que resulta em um processo

lento e ineficaz.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Desenvolver um Sistema de Gerenciamento de Manuteno de Extintores de Incndio.

1.1.2 Objetivos Especficos

Levantamento Bibliogrfico, com o estudo das Normas Tcnicas aplicveis ao uso dos

extintores no combate a incndios.

15

Aplicar a Metodologia adotada no desenvolvimento do Sistema, realizando entrevistas e

coletando dados necessrios a modelagem do sistema.

Modelar a base de dados e definir a plataforma de desenvolvimento do software

Desenvolvimento do ambiente WEB e o aplicativo Mobile utilizando tecnologia de

geolocalizao.

Realizar o teste de funcionalidade do aplicativo desenvolvido em um setor estabelecido na

Universidade Federal do Rio Grande do Norte;

Analisar os dados coletados, gerar relatrios e recomendaes.

1.2 ESTRUTURA DA DISSERTAO

O trabalho desenvolvido foi dividido em seis captulos. No captulo 1 abordado a

introduo, demonstrando a importncia do tema e seus objetivos. No captulo 2, feito uma

reviso bibliogrfica fundamental para o desenvolvimento esse trabalho. O captulo 3 apresenta as

normas especificas aplicadas a extintores de combate a incndio. No captulo 4, apresentada a

arquitetura utilizada para o desenvolvimento do sistema. No captulo 5, so feitos os testes de

funcionalidade do aplicativo desenvolvido em um dos setores da UFRN e as discusses dos

resultados referentes aos dados levantados. O captulo 6, trata das concluses obtidas com o

desenvolvimento do sistema e as recomendaes futuras.

16

2.REVISO BIBLIOGRFICA

Para uma melhor compreenso desse trabalho, faz se necessrio a abordagem de alguns

conceitos bsicos.

2.1 Fogo

O fogo foi um elemento fundamental para que o homem pudesse iniciar sua caminhada

rumo civilizao. Acredita-se que o primeiro contato do homem com o fogo se deu naturalmente,

ao serem observados: rvores atingidas por raios, surgimentos de jazidas de petrleo ou atividades

vulcnicas.

Com o percorrer do tempo, o homem encontrou a utilidade do fogo a partir da luz que era

produzida, e pelo seu calor que era transmitido ao corpo. Diante dos benefcios e utilidades, o fogo

passou a ser motivo de disputa entre grupos. Essa disputa s foi cessada quando o homem aprendeu

a produzir o fogo.

O homem passou a gerar o fogo atravs do forte atrito entre pedras, ou entre a frico entre

pedaos de madeira no formato cilndrico, rodeado de folhas e gravetos secos. Os incndios s

comearam a surgir a partir do incio da vivncia em comunidades, nas cabanas construdas a partir

de galhos e folhas secas (MACIEL, 2008).

O fogo uma ocorrncia imprevisvel, que pode ocasionar danos materiais e perdas de

vidas humanas. Para que haja uma eficiente preveno e/ou combate aos incndios, deve-se ter o

conhecimento da mecnica do fogo em todos os seus aspectos: causas, formao e consequncias

(BRENTANO, 2007).

Segundo Brentano (2007), fogo uma reao qumica denominada combusto, que uma

oxidao rpida entre o material combustvel, slido, lquido ou gasoso, e o oxignio do ar,

provocada por uma fonte de calor, que gera luz, calor e alm de emisso de fumaa, gases e outros

resduos.

As fumaas originadas a partir de incndios possuem uma complexa e varivel composio

qumica. A composio qumica influenciada pelo tipo de material que est em combusto e pelo

nvel de energia (calor) do processo, no anexo 1 est ilustrado alguns dos possveis gases liberados

durante a combusto. As presenas desses gases agem de forma prejudicial vida humana. Sua

presena pode ser atestada de forma visual ou atravs dos odores. Os efeitos do contato com a

fumaa de incndio so os mais variados possvel, tais como: impedimento da visibilidade das rotas

17

de fuga, tosses e sufocamentos. O gs carbnico provoca palpitaes, aceleramento cardaco e

debilitao dos sentidos das pessoas.

De acordo com Bayon (1978), os produtos originados a partir da combusto, podem

ocasionar consequncias, tais como:

As chamas so parte espetacular e visvel do fogo, iluminam e atraem;

A fumaa impede a visibilidade, dificulta a sada e a aproximao para combate ao

fogo;

O calor aquece o ar, atingindo altas temperaturas, ocasionando a combusto

espontnea de alguns materiais e a deformao e perda de resistncia de outros.

O fogo pode ser representado a partir do diagrama denominado tringulo do fogo, conforme

Figura 1, onde cada aresta representa um dos elementos necessrios para existncia do fogo.

Figura 1. Tringulo do fogo

Para que o fogo se mantenha, devem coexistir ligado os trs elementos do tringulo. Com

o passar dos anos e com o avano da cincia foi comprovado que para existir fogo no era mais

necessrio apenas existir o tringulo do fogo, a nova teoria agora baseada no tetraedro do fogo,

conforme Figura 2. Cada uma das faces do tetraedro representa um elemento do fogo: combustvel,

comburente, calor e reao em cadeia e devem coexistir para que o fogo se mantenha.

Figura 2. Tetraedro do fogo

18

Segundo Maciel (2008), Seito et al., (2008) e Brentano (2007), o fogo uma reao fsico-

qumica, e para que haja combusto deve-se ter presente quatro elementos:

Combustvel: uma matria que pode ser queimada atravs de reaes qumicas,

sendo encontrada em meios slidos, lquidos e gasoso. Quase todos os tipos de

combustveis slidos, seguem uma sequncia que d incio a sua ignio. Primeiramente

eles devem sofrer um aquecimento liberando os vapores combustveis, que ao serem

misturados com o ar, originam uma mistura inflamvel. Uma fasca ou uma superfcie

aquecida, d origem ao processo de combusto. Os combustveis lquidos se vaporizam

ao serem aquecidos, misturando-se com o oxignio presente no ar, resultando em uma

mistura inflamvel. J os combustveis gasosos para entrarem em combusto, faz-se

necessrio a formao de uma mistura inflamvel com o oxignio do ar, cuja

concentrao deve estar em intervalo ideal.

Comburente (Oxignio): o que alimenta a reao, o agente comburente de maior

contribuio, que ativa e conserva as combustes, o prprio oxignio do ar.

Calor: um elemento que d origem, mantm e incentiva a propagao do fogo.

Reao em Cadeia: A reao qumica a transferncia de calor que existe entre as

molculas do material em combusto, com a molcula vizinha, que depois do contato,

entra tambm em combusto. Esse processo se repete at que todo o material esteja em

completa combusto.

A combusto uma reao qumica em que o combustvel reage com o oxidante,

produzindo vrios produtos, liberando energia e grande quantidade de fumo preto (CASAL, 2008).

O incio da combusto deve levar em considerao a existncia dos elementos do tetraedro

do fogo, como tambm, segundo Casal (2008), deve-se ter o oxidante (oxignio) e o combustvel

em quantidades suficientes, ou seja, o combustvel deve estar pronto para inflamar (temperatura

deve estar acima do mnimo) e a fonte de ignio com intensidade mnima.

Nos incndios tem-se uma reao exotrmica, tendo em vista que h liberao trmica de

energia, quando o combustvel queimado. Os gases resultantes dos incndios so originados a

partir das reaes qumicas de combusto, tendo como caractersticas serem: bastantes quentes e

luminosos, a luminosidade denominada chama (CASAL, 2008).

19

A quantidade e durao do fogo dependero de algumas caractersticas do material

combustvel, tais como: fases (slido, liquido, gs), massa especifica, calor especifico, ponto de

fulgor, ponto de ignio, quantidade de calor, quantidade de oxignio e etc.

2.2 Incndios

Segundo Martin (2011), os incndios podem ocorrer nos mais variados tipos de local e/ou

objeto. Podendo ser classificados de acordo com a fase que se encontra (Slida, Lquida e Gasosa).

Abaixo ser descrito os mecanismos de ignio dos materiais slidos, lquidos e gasosos.

Combustvel Slido: Quando exposto a um nvel de energia, apresenta

decomposio trmica, que denominada pirlise, dando origem a um produto

gasoso (gs e vapor) que com a presena do oxignio forma uma mistura inflamvel.

Essa mistura na presena de fascas, chamas ou centelhas se inflama e gera o fogo

conforme ilustra na Figura 3. Se a energia que incide sobre o combustvel slido for

suficiente para manter a razo de pirlise, formando a mistura inflamvel, haver

ento a continuidade da combusto. Ps de material orgnico e de metais podem

tambm sofrer a combusto instantnea quando em suspenso no ar, portanto seu

mecanismo no a pirlise (SEITO et al., 2008). Os materiais pirofricos

conhecidos so: magnsio (Mg), alumnio (Al), urnio (U), sdio (Na), potssio (K),

ltio (Li), zircnio (Zr), clcio (Ca) e titnio (Ti).

Figura 3. Ignio de slidos

Combustvel Lquido: Os combustveis lquidos quando so expostos a um

determinado grau de calor, sofrem o fenmeno fsico denominado evaporao, que

a liberao dos vapores, quando em contato com o oxignio do ar, formam uma

mistura explosiva. Essa mistura na presena de fascas, chamas ou centelhas se

inflama e gera o fogo, conforme ilustra a Figura 4. Na maior parte das vezes os

combustveis lquidos so derivados do petrleo. O combustvel lquido tem taxa de

evaporao diretamente proporcional ao seu aquecimento. Nos combustveis essa

20

propriedade permite que seja determinado seu ponto de fulgor e o ponto de

combusto (SEITO et al., 2008).

Figura 4. Ignio dos lquidos

Combustvel Gasoso: Esse combustvel apresentado em forma de gs ou vapor

na temperatura ambiente. O combustvel gasoso quando entra em contato com o

oxignio do ar, forma uma mistura explosiva. Essa mistura na presena de fascas,

chamas ou centelhas se inflama e gera o fogo, conforme ilustra Figura 5 (SEITO et

al., 2008). Os combustveis gasosos mais conhecidos so: hidrognio, monxido de

carbono, amnia e dissulfeto de carbono.

Figura 5. Ignio de gases

De acordo com Gomes (1998) apud Maciel (2008), um incndio pode se iniciar por

inmeros motivos. importante saber que as causas podem ser duas:

1) Causas naturais: O incndio se origina por meio dos fenmenos da natureza, os quais agem

por si s, no dependendo da vontade humana.

2) Causas artificiais: Quando o incndio ocorre pela ao humana, ou pela negligncia ao

tomar as devidas medidas de precauo:

a) Acidental: Originado de descuido, sem ser intencional.

b) Proposital: De origem criminosa, ou seja, de forma proposital.

Diversos fatores influenciam os incndios, Segundo Mitidieri (1998), as caractersticas dos

materiais possuem influncia significativa em relao a evoluo de um incndio. As

caractersticas esto relacionadas com a facilidade que o material sofre ignio, capacidade de

21

sustentar a combusto, rapidez de propagao das chamas, quantidade, taxa de calor liberada e

desprendimento de partculas em chama.

Martin e Peris (1982) apud Aquino (2015), usam como base as seguintes variveis

correlacionadas com o fogo:

Propagao Superficial: o poder de que o fogo tem de se avanar sobre as superfcies

dos materiais.

Combustibilidade: Definido como sendo a susceptibilidade do material se queimar ou no,

contribuindo para o aumento do incndio.

Inflamabilidade: Um material que possui alto grau de inflamabilidade, quando o mesmo

libera gases durante sua queima, e esses gases possuem caractersticas que so capazes de

se ignizar em chamas.

Poder Calorfico: Todo material ao ser queimado libera calor. Poder calorifico a perda

por unidade de peso que acarreta no material ao sofrer combusto.

Na maioria das vezes o incndio se inicia de maneira rpida. O crescimento do fogo

depender basicamente do item ignizado, das caractersticas dos materiais prximos ao fogo e da

sua distribuio no ambiente, Seito (2008), lista os principais fatores que influenciam em um

incndio:

a) Forma geomtrica e dimenses da sala ou local;

b) Superfcie especifica dos materiais combustveis envolvidos;

c) Distribuio dos materiais combustvel no local;

d) Quantidade de material combustvel incorporado ou temporrio;

e) Caracterstica de queima dos materiais envolvidos;

f) Local do incio do incndio no ambiente;

g) Condies climticas (temperatura e umidade relativa);

h) Aberturas de ventilao no ambiente;

i) Aberturas entre ambientes para a propagao do incndio;

j) Projeto arquitetnico do ambiente e ou edifcio;

22

As etapas de um incndio podem ser divididas basicamente em quatro etapas, conforme

ilustra a Figura 6, na qual mostra a evoluo do incndio celulsico na edificao.

Figura 6. Etapas do incndio

Fonte: (SEITO et al., 2008).

Na primeira etapa do grfico tem-se um incio de incndio, de crescimento lento, com uma

durao mdia entre cinco e vinte minutos at chegar no ponto de ignio. Caso a deteco e o

combate a incndio seja realizado nessa primeira etapa, haver grande probabilidade de se apagar

o incndio.

Na etapa seguinte inicia-se o crescimento acentuado das chamas e consequente o

aquecimento do ambiente. Nessa fase haver um ambiente cheio de gases e vapores decorrentes da

pirlise dos combustveis slidos. Caso tambm haja no ambiente combustvel lquido, ocorrer a

inflamao generalizada (flashover) e o ambiente ser tomado por grandes labaredas.

Na terceira fase ocorre a diminuio de forma gradual da temperatura e das chamas no

ambiente, devido o material combustvel ter sido exaurido. Na quarta e ltima fase, tem-se o

fenmeno da extino do fogo.

De acordo com Brentano (2007), para que seja extinto o fogo, deve-se eliminar um dos trs

elementos, ou interromper a reao qumica em cadeia do incndio. Os mtodos para extino so

demonstrados a seguir:

23

Extino por isolamento: Esse mtodo trata a extino do incndio, a partir da retirada do

material combustvel. Exemplo: em um incndio envolvendo vazamento de gs, se for

desligado a sada de gs, isso far com que o incndio se cesse.

Extino por abafamento: Esse mtodo trata a extino do incndio, a partir da retirada

do comburente, ou seja, busca a retirada do oxignio. Exemplo: Fechamento do ambiente,

diminuindo a presena do gs no ambiente.

Extino por resfriamento: Esse mtodo trata a extino do incndio, atravs da retirada

do calor pelo resfriamento do material em combusto.

Extino Qumica (Quebra da reao): Esse ltimo mtodo consiste no lanamento junto

ao fogo, de determinados agentes extintores. Os agentes extintores atuam no fogo

interrompendo a reao qumica em cadeia, originando o cessamento do fogo.

2.3 Extintores

O surgimento dos extintores de incndio, teve incio no sculo XV, sendo provido de uma

espcie de seringa metlica, com cabo de madeira, tendo sua aparncia muito semelhante ao de

uma seringa de injeo, com suas dimenses exageradas e sem a agulha, conforme ilustrado na

Figura 7 (SEITO et al., 2008).

Figura 7. Esquemtico do extintor sc. XV

Fonte: Viola, 2006

No sculo XVI surgia um novo tipo de extintor de combate a incndio. Desenvolvido por

Jacob Besson, esse novo projeto de extintor era constitudo de um grande recipiente de ferro,

24

montado sobre rodas, com um enorme gargalo curvo, que permitia o acesso em edifcios em

chamas, como ilustra a Figura 8 (SEITO et al., 2008).

Figura 8. Extintor do Sculo XVI.

Fonte: Viola, 2006.

Em 1816, Capito George Manby, apresentava um equipamento que foi considerado o

precursor dos extintores de combate a incndio moderno. Era disposto de um recipiente cilndrico

de cobre, com capacidade de 13,6 litros, com uma soluo de carbonato de potssio (K2CO3) no

seu interior, pressurizado com ar (VIOLA, 2006).

Na dcada de 90 j se usava um extintor porttil, com capacidade de 4 a 8 litros. Seu interior

continha uma soluo concentrada de bicarbonato de sdio (NaHCO3) na parte inferior do extintor.

Na parte superior era instalado um dispositivo com cido sulfrico (H2SO4). O acionamento desse

dispositivo, fazia com que houvesse a mistura do H2SO4 com o NaHCO3, formando o gs carbnico

(CO2), conforme ilustrado a reao abaixo (VIOLA, 2006):

Na Figura 9, representado um esquemtico do interior do extintor da dcada de 90.

25

Figura 9. Extintor da dcada de 90.

Fonte: Viola, 2006.

Os extintores de combate a incndio so equipamentos de segurana, que tem a finalidade

de prevenir perdas de vida e propriedade (LIU; KIM; CARPENTER, 2007).

De acordo com a NBR 12693, extintor de incndio um equipamento de acionamento

manual, contendo recipiente e acessrios, com algum dos tipos de agente extintor contido no seu

interior.

Os extintores de combate a incndio so equipamentos de fcil manuseio, resistentes e

destinados a combaterem princpios de incndio. Sua eficcia depende se o mesmo ser utilizado

de forma imediata no incio do incndio, se o mesmo estar em condies adequadas de uso e se

for operado de forma correta. Eles so classificados de acordo com o tipo de agente extintor que o

contem, podendo ser de: gua, espuma mecnica, CO2, carga de p e de compostos orgnicos

halogenados.

Segundo Viola (2006), os extintores de combate a incndio possuem diversos princpios de

funcionamento, mas todos expulsam os agentes extintores do seu interior, atravs da presso, que

essa pode ser obtida a partir de uma reao qumica, um intermdio de um gs propelente, ou at

mesmo pela descompresso do agente extintor.

2.3.1 Fatores que Determinam a Eficincia dos Extintores

Seito et al., (2008), relata que existem alguns fatores que so de grande importncia para

que se tenha uma boa eficincia no uso dos extintores de combate a incndio, tais como:

Agente Extintor: O uso adequado do agente extintor correspondente a classe de fogo, faz

com que se obtenha uma maior eficincia no combate a determinado princpio de incndio.

26

Alcance: O alcance do jato do extintor, est relacionado com a presso interna, e com a

dimenso do orifcio de sada do jato.

Durao de Descarga: A quantidade de agente extintor contida no interior dos cilindros,

varia de acordo com a capacidade que cada extintor possui, devido a isso no se pode

precisar o tempo de descarga.

Formas de Descarga: Os jatos de extino podem ser descarregados de dois tipos

diferentes: jato concentrado e jato em forma de nvoa/nuvem.

2.3.2 Tipos de Extintores

A eficincia dos diversos tipos de extintores est diretamente relacionada ao tipo de

incndio para qual o extintor foi desenvolvido. De acordo com a National Fire Protection

Association NFPA (2002) apud Viola (2006), pode-se classificar os extintores de combate a

incndio em cinco diferentes tipos de classes, em funo do material de origem do incndio e do

material combustvel:

Classe A: o tipo de incndio que tem o envolvimento de materiais combustveis slidos,

tais como: madeira, tecidos, papis, borrachas, plsticos termoestveis e outras fibras

orgnicas. Podem ser queimados em superfcie e profundidade, deixando resduos aps sua

queima (cinzas).

Classe B: o incndio que ocorre quando envolve lquidos e/ou gases inflamveis ou

combustveis, plsticos e graxas que se liquefazem por ao do calor e queimam somente

em superfcie.

Classe C: o incndio que ocorre em aparelhos eltricos energizados como, motores,

televisores, rdios, computadores e outros similares. Caso seja retirado o agente energizado,

pode-se combater esse tipo de incndio com outra classe, normalmente utilizado a Classe

A.

Classe D: Incndio em metais combustveis, tais como: magnsio, titnio, alumnio,

zircnio, sdio, potssio e ltio.

Classe K: Incndios originados a partir de leos e gorduras de cozinhas industriais.

A ABNT ainda no normatizou a classe K em suas normas no Brasil.

27

Os tipos de extintores mais comuns so: gua, p qumico, espuma mecnica e dixido de

carbono, capazes de promoverem a extino de um ou dois tipos de fogo (LIU; KIM;

CARPENTER, 2007).

Os agentes podem ser ejetados de trs maneiras: auto-ejeo, que quando se tem o agente

extintor gasoso mantido sob presso; Pressurizao direta, so os que ficam sob pressurizao

permanente; Pressurizao indireta, sofrem pressurizao na ocasio do uso.

Extintores de gua: So extintores de combate a incndio utilizados em incndios de classe A

(papel, tecidos, madeiras e etc.). Segundo Brentano (2007), a gua age nos incndios por

resfriamento e abafamento, dependendo do seu estado fsico:

Lquido: Se for utilizada por jato compacto, agir por abafamento no incndio. Jato de

neblina age por resfriamento e abafamento. Sempre que a gua lquida for utilizada, agir

no fogo por resfriamento, absorvendo o calor e se aquecendo, at chegar no estado de vapor,

onde passar a agir por abafamento, reduzindo a quantidade de oxignio existente no

ambiente do incndio.

Gasoso: A gua em vapor age por abafamento.

A maioria dos extintores de gua comercializados no Brasil, so convencionalmente

chamados de extintores de gua pressurizada (AP). Na Figura 10, tem-se uma ilustrao do modelo.

Figura 10. Extintor do Tipo AP

Extintores de Dixido de Carbono (CO2): Os extintores de CO2 so indicados para incndios de

classes B e C, ou seja, lquidos inflamveis e equipamentos eltricos. Segundo Brentano (2007), o

dixido de carbono age nos incndios por abafamento, diminuindo a concentrao de oxignio

existente no ar, consequentemente, reduz a gerao de calor at a extino total do fogo.

28

A grande vantagem do extintor de CO2, que por ele ser um gs, no ter resduos aps o

seu uso, sendo indicado para ambientes sensveis a poeiras. Os extintores de CO2 no possuem

manmetros, devido alta presso presente no interior dos cilindros. Na Figura 11 abaixo tem um

modelo de extintor do tipo CO2.

Figura 11. Extintor do tipo CO2

Extintor de Espuma Mecnica: So extintores que podem ser utilizados em incndios de classes

A e B. De acordo com Brentano (2007), a espuma composta por bolhas de gs, formadas a partir

de uma soluo aquosa de um agente concentrado lquido especial formador de espuma (extrato).

A sua formao se d a partir da agitao de uma mistura de gua com o extrato.

A extino do fogo feita por abafamento e resfriamento, como a espuma mais leve que

o lquido combustvel, ela acaba flutuando sobre o mesmo. A Figura 12 ilustra um extintor de

espuma mecnica.

Figura 12. Extintor de espuma mecnica

Extintores Ps Qumicos Secos (PQS): So extintores utilizados nos incndios de classes A, B,

C e D. De acordo com Brentano (2007), esses ps tem como bases o bicarbonato de sdio,

bicarbonato de potssio e o monofosfato de amnia. O fogo acaba sendo extinto por abafamento,

resfriamento e rompimento da cadeia qumica.

29

De acordo com NBR 9695 (2007), os ps contidos nos interiores dos cilindros, so

formados por um ou mais inibidores. Os ps de extino so identificados a partir das cores que

eles possuem, conforme Tabela 1 abaixo:

Tabela 1. Produto inibidor x cor

Produto Inibidor Cor de identificao

Bicarbonato de Sdio Branca

Bicarbonato de Potssio Prpura

Fosfato de Monoamnia Amarela

Os ps qumicos possuem boa eficincia, no sendo dispersados na atmosfera como um

gs, fazendo com que as chamas sejam extintas de maneira mais rpida e eficiente. Esse tipo de

extintor possui a desvantagem de contaminar o ambiente aps sua utilizao.

P BC: formado a partir da base de bicarbonato de sdio e bicarbonato de potssio. Deve

ser utilizado em incndios de classes B e C.

P ABC: formado a partir da base de fosfato de monoamnia. Deve ser utilizado em

incndios de classes A, B e C.

P para classe D: So utilizados para conter incndios de metais. A extino se d pela

formao de camadas por abafamento.

O extintor de p qumico seco (PQS) o mais recomendado para incndios de classes B e

C, no tendo uma boa eficincia em fogo originado a partir da queima do leo de cozinha, visto

que possui baixo poder de resfriamento (LIU; KIM; CARPENTER, 2007).

Figura 13. Extintor PQS

30

2.4 Grandes Incndios no Brasil

Os incndios ocasionam na sociedade grandes consequncias, como perdas sociais,

econmicas e humanas, de acordo com Houck e Siegel (2015), so originados a partir das reaes

de combusto, onde ocorre uma reao violenta e instantnea entre o combustvel e o oxignio,

liberando grande quantidade de energia.

Ao longo das dcadas, o Brasil protagonizou incndios de grandes propores, dos quais

alguns sero expostos a seguir:

Gran Circo Norte-Americano: 17 de dezembro de 1961, Niteri-RJ, ficou registrado como maior

incndio da histria, deixando mais de 250 pessoas mortas e 400 feridas, dos quais mais de 70%

desse total eram crianas. No dia do espetculo, o circo estava com mais de 3000 mil espectadores,

e contava com apenas uma sada de emergncia, que no momento do incndio encontrava-se

obstruda por grades de ferro. O fogo se alastrou de forma muito rpida atravs da lona de cobertura,

feita de um material altamente inflamvel. Esta lona continha uma camada de parafina,

contribuindo ainda mais para aumentar o fogo, levando o derretimento total do teto sobre o pblico

(SEITO et al., 2008).

Figura 14.Escombros do Gran Circo

31

Edifcio Andraus: 24 de fevereiro de 1972, centro de So Paulo-SP, teve incio um incndio de

grande proporo no Edifcio Comercial e de Servios Andraus, com 31 andares em estrutura de

concreto armado e acabamento de vidros. A provvel causa do incndio de que o fogo tenha

comeado nos cartazes de publicidade, colocados sobre a marquise do prdio. Essa tragdia foi

marcada por 16 mortes e 336 pessoas feridas. O desastre s no foi maior, pois o prdio possua

heliponto, possibilitando o resgate de mais de 500 pessoas (SEITO et al., 2008).

Figura 15. Edifcio Andraus depois do Incndio

32

Edifcio Joelma: 01 de fevereiro de 1974, ocorreu um grande incndio no Edifcio Joelma em So

Paulo. A tragdia resultou em 188 pessoas mortas e mais de 300 feridas. O prdio possua 23

andares e foi tomado pelo fogo em sua totalidade. A origem do incndio foi devido a um curto

circuito originado pelo aparelho de ar condicionado. Um dos fatores que fez o fogo se espalhar de

forma rpida para os demais andares, foi devido o edifcio no possuir porta corta fogo entre os

andares, tornando um duto de propagao de fogo e fumaa. A percia posteriormente realizada,

detectou que os extintores do pavimento onde o fogo teve incio, no foram utilizados, demostrando

como importante ter uma brigada de incndio. A grande tragdia deu origem a uma importante

mudana na nossa legislao de segurana predial (SEITO et al., 2008).

Figura 16.Edifcio Joelma em Chamas

33

Boate Kiss: O grande acidente na boate Kiss em Santa Maria/RS, ocorreu no dia 27 de janeiro de

2013 as 02:30 da madrugada. A boate possua uma rea de 615 m de extenso, e capacidade para

700 pessoas. No dia do acidente estima-se que o ambiente contava com a presena entre 1200-1300

pessoas (GRAGNANI et al., 2017).

O fogo iniciou na espuma de isolamento acstico, no teto da boate, logo aps uma das

bandas utilizar de efeitos pirotcnicos durante a apresentao. Relatos de sobreviventes informaram

as autoridades que o vocalista da banda assim que percebeu o fogo no teto, tentou apagar o princpio

de incndio utilizando um dos extintores localizado ao lado do palco, mas o equipamento no

funcionou. O laudo emitido pelo Instituto Geral de Percias (IGP) confirmou que o extintor se

encontrava inoperante. De acordo com o posicionamento do CREA-RS, a falha foi fundamental

para a propagao do incndio.

O incndio resultou na morte de 230 pessoas que vieram a falecer no local em virtude da

inalao no monxido de carbono, e 12 pessoas foram socorridas mas faleceram no hospital,

totalizando 242 pessoas mortas (GRAGNANI et al., 2017).

A tragdia na boate Kiss foi classificada como o segundo maior incndio no Brasil, nos

ltimos 50 anos (GRAGNANI et al., 2017).

Figura 17.Extintor que Falhou

34

Figura 18.Interior da Boate

Alm do risco de um extintor falhar no momento de um incndio por falta de recarga,

podemos tambm listar alguns acidentes e falhas ocasionados pela falta de manuteno nos

extintores:

Caso 01: Nesse caso tivemos um acidente, onde o operador do extintor do tipo PQS, ao acionar o

seu ativador foi golpeado pelo extintor na regio do pescoo e do queixo. O acidente ocorreu devido

a base do extintor apresentar avanado grau de oxidao, fazendo com que no momento do

acionamento, a presso arrancasse a base inferior, e consequentemente a parte superior atingiu o

operador. As causas do acidente podem ser definidas pela: Corroso na base do extintor e falta de

inspeo de rotina. Como medida preventiva, devem-se realizar inspees rotineiras, com intuito

de verificar as condies do extintor de combate a incndio.

Figura 19.Extintor aps o acidente

35

Caso 02: Investigadores ao inspecionar a rea de um incndio ocorrido em um navio descobriram

que durante o combate a incndio, um membro da tripulao tentou usar um extintor do tipo CO2,

mas no obteve xito, tendo em vista que o extintor no conseguiu descarregar corretamente,

apenas pulverizando uma pequena poro do agente extintor. Os investigadores examinaram o

extintor, e foi descoberto que o mesmo havia sofrido substituio da mangueira e do chifre de

descarga. Essa mudana acabou interferindo nas extremidades por onde flui o CO2. O exame

tcnico concluiu que o extintor no possua orifcios para que houvesse fluxo de CO2.

Caso 03: Extintores de CO2 so de alta presso interna, tornando-se equipamentos perigosos, se

no forem realizadas manutenes peridicas necessrias. Nesse artigo relatada uma exploso de

um dos extintores de CO2 em uma fbrica de biscoitos. O extintor estava localizado em seu suporte

na parede, perto do escritrio de produo. A exploso repentina do extintor fez com que o mesmo

quebrasse a parede do escritrio, destrusse a janela, e indo parar no estacionamento. No momento

da exploso, haviam duas pessoas no escritrio, mas ambas no ficaram feridas. Percia realizada

no extintor revelou que a liberao sbita da presso, foi ocasionada pela fratura da vlvula. O

extintor passou por uma anlise metalrgica completa, onde foi constatado, que a falha era

decorrente de duas circunstncias: aplicao de uma tenso de trao e da presena de um

determinado agente corrosivo. A tenso de trao foi gerada pela prpria presso interna do gs.

J o agente corrosivo descoberto, foi o p de bicarbonato de amnio, utilizado na fabricao de

biscoitos. Os sacos contendo o bicarbonato de amnio, eram armazenados prximo do extintor que

explodiu (DALTON, 2005).

O Brasil passou por diversos casos de incndios que ocasionou na morte de muitas pessoas.

De acordo com Rodrigues et al (2017), isso se evidenciou mais devido a modernizao,

complexidade das construes e verticalizao da cidade.

Os acidentes citados anteriormente foram de fundamental importncia para que fosse criada

as normas e regulamentaes demonstradas no captulo 3.

O Brasil estabelece parmetros gerais que devem ser adotados por Estados e Municpios.

A legislao federal vigente sobre preveno de incndio e a mbito de segurana pblica, nos

termos do artigo 144 da constituio Federal do Brasil, relata que de responsabilidade de todos:

Unio Federal, Estados e Muncipios, legislar sobre a preveno de incndio (GRAGNANI et

al.,2017).

36

As normas de segurana relacionadas a incndios e a manuteno dos extintores, vem

evoluindo de maneira satisfatria com o passar dos anos. J foram alcanadas diversas mudanas

nas regulamentaes.

No entanto, apesar dos trabalhos j realizados na rea, muito ainda deve ser estudado,

pesquisado, planejado e introduzido em nossas regulamentaes para que possamos alcanar um

nvel aceitvel de segurana contra incndio para toda populao brasileira (SEITO et al., 2008).

37

3. NORMAS

No quesito segurana contra incndio no Brasil, a certificao da conformidade de

extintores de incndio representa uma atividade pioneira da ABNT, tendo incio em 1951, com a

emisso dos primeiros selos nos extintores. A ABNT contribui para a implementao de polticas

pblicas, defesa dos consumidores e a segurana de todos os cidados.

Nesse captulo apresentaremos as normas: NBR 12692-Inspeo, manuteno e recarga em

extintores de incndio, NBR 12693-Sistema de proteo por extintores de incndio, NBR 15808-

Extintores de incndios portteis e NBR 15809-Extintores de incndios sobre rodas, que serviram

de base para o desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento da Manuteno de Extintores de

Incndio.

3.1 NBR 12692- Inspeo, Manuteno e Recarga em Extintores de Incndio

A NBR 12692 ressalta as condies mnimas exigveis para inspeo, manuteno e recarga

em extintores de incndio. Os extintores devem passar por exames peridicos realizado por um

profissional habilitado, com intuito de manter o extintor em condies de operao.

Deve-se realizar manuteno nos extintores de incndio, sempre que utilizado, ou quando

requerido por inspeo. As manutenes dividem-se em trs nveis:

Manuteno Primeiro Nvel: Esse tipo de manuteno pode ser executado no local onde o extintor

est instalado, no havendo necessidade de remov-lo para oficina especializada. Consiste em:

a) Limpeza dos componentes aparentes;

b) Reaperto de componentes roscados que no estejam submetidos a presso;

c) Colocao do quadro de instrues;

d) Substituio ou colocao de componentes que no estejam submetidos a presso por

componentes originais;

e) Conferncia, por pesagem, da carga de cilindros carregados com dixido de carbono.

Manuteno Segundo Nvel: Esse tipo de manuteno necessrio ser realizada com

equipamentos e local apropriado, com profissional habilitado. Consiste em:

a) Desmontagem completa do extintor;

b) Verificao de Carga;

c) Limpeza de todos os componentes;

38

d) Controle de rosca visual, sendo rejeitadas as que apresentarem crista danificada, falhas

de filetes, francos desgastados.

e) Verificao das partes internas e externas, quanto a existncia de danos a corroso;

f) Substituio de componentes, quando necessria, por outros originais;

g) Regulagem das vlvulas de alivio e/ou reguladora de presso, quando houver;

h) Verificao do indicador de presso, conforme 8.2 e 9.3 da NBR 9654/1986;

i) Fixao dos componentes roscados (exceto roscas cnicas) com torque recomendado pelo

fabricante, no mnimo para as vlvulas de descarga, bujo de segurana e tampa;

j) Pintura conforme o padro estabelecido na NBR 7195 e colocao do quadro de

instrues quando necessrio;

l) Verificao da existncia de vazamento;

m) Colocao do lacre, identificando o executor;

n) Exame visual dos componentes de materiais plsticos, com auxlio de lupa com aumento

de pelo menos 2,5 vezes, os quais no podem apresentar rachaduras ou fissuras.

Manuteno Terceiro Nvel: Esse tipo de manuteno requer reviso total do extintor, incluindo

a execuo de ensaios hidrostticos.

Abaixo tem-se a Tabela 2 que orienta os nveis de manuteno, para algumas situaes

encontradas em inspees:

Tabela 2. Nveis de Manuteno

Nveis Situaes

1 Lacre violado ou vencido;

Quadro de instrues ilegvel ou inexistente.

1 ou 2 Inexistncia de algum componente;

Validade da carga de espuma qumica e lquida.

1 ou 3 Mangueira de descarga apresentando danos, deformao ou

ressecamento.

2

Extintor parcial ou totalmente descarregado;

Mangotinho, mangueira de descarga ou bocal de descarga,

quando houver, apresentando entupimento que no seja

possvel reparar na inspeo;

Defeito nos sistemas de rodagem, transporte ou

acionamento.

3

Corroso no recipiente e/ou em partes que possam ser

submetidas a presso permanente e/ou em partes externas

contendo mecanismo ou sistema de acionamento mecnico;

39

Data do ltimo ensaio hidrosttico igual ou superior a cinco

anos;

Inexistncia ou ilegibilidade das gravaes originais de

fabricao ou do ltimo ensaio hidrosttico.

Fonte: NBR 12692.

3.2 NBR 12693- Sistema de Proteo por Extintores de Incndio

Para que haja uma correta proteo contra incndio por meio dos extintores, deve-se levar

em considerao as anlises expostas pela norma NBR 12693, que so as seguintes:

As instalaes dos extintores de incndio devem observar as seguintes exigncias:

1. Se fixados em paredes ou colunas, os suportes devem resistir ao equivalente 03

vezes a massa total do extintor;

2. No deve ser posicionado a uma altura superior a 1,60m do piso;

3. A parte inferior do extintor deve possuir pelo menos uma distncia de 0,20m do

piso;

4. No deve ficar em contato direto com o piso.

A NBR 12693 tambm traz parmetros em relao a sinalizao, que devem estar:

Locais bem sinalizados;

As paredes devem possuir indicadores vermelhos com borda amarelas, acima dos

extintores;

A coluna deve ser sinalizada em todo o seu contorno, contendo crculos ou faixas vermelhas

com bordas amarelas, possuindo tambm a letra E na cor branca em cada face da coluna.

Em reas industriais e depsitos, uma rea do piso pintada de vermelho com bordas

amarelas, a fim de evitar que seu acesso seja obstrudo. As dimenses mnimas recomendadas so:

0,70m x 0,70m com uma borda amarela de 0,15m de largura.

Quando no ambiente existir dificuldade de visualizao das marcaes de parede e colunas,

deve-se utilizar tambm seta direcionais indicando o posicionamento do extintor.

40

3.3 NBR 15808 Extintores de Incndio Portteis

A NBR 15808 especifica os requisitos em relao segurana, confiabilidade e

desempenho dos extintores de incndio do tipo portteis recarregvel e ou descartvel. Os

extintores de incndio do tipo porttil podem ser transportados de forma manual, desde que no

ultrapassem o peso de 20Kg. Os extintores pressurizados devem possuir na sua extremidade

vlvulas de descarga, no podendo ser feito de material ferroso. Todo extintor de incndio de

pressurizao direta obrigado a possuir indicador de presso, no qual indicar de forma

permanente a presso interna do mesmo. O ponteiro do mostrador deve ser amarelo e ambos devem

estar protegidos por uma cobertura transparente, para que seja evitado violao. O mostrador de

presso deve ter dimetro de 20mm e possuir inscries alfanumricas. Nos extintores

recarregveis, o mostrador deve possuir cor de fundo vermelha e a regio de operao deve ser

pintada na cor verde. Na regio anterior e posterior a faixa de operao, deve estar inscrita as

seguintes expresses respectivamente: DESPRESSURIZADO e SOBREPRESSURIZADO,

como ilustra Figura 20.

Figura 20.Mostrador de Extintor Recarregvel Figura 21.Mostrador de Extintor Descartvel

Nos extintores do tipo descartvel, o mostrador possui fundo branco, uma faixa de cor

verde, contendo a expresso CHEIO, e uma faixa na cor vermelha contendo a inscrio

VAZIO, conforme Figura 21.

41

Classe A- Ensaio de Fogo em Engradado de Madeira

O extintor de incndio dever apagar o fogo dos engradados de madeira, de acordo com sua

capacidade extintora. Quando se diz que um extintor, por exemplo, tem capacidade extintora de 1-

A, significa que o extintor possui como agente extintor (P qumico, ABC, gua pressurizada ou

espuma mecnica), em quantidade suficiente para apagar um fogo de classe A, em um arranjo

montado em madeiras medindo 45mm (largura) x 45mm (espessura) x 500mm (comprimento),

conforme ilustrado na Figura 22 abaixo.

Figura 22.Teste de Capacidade Extintora A

42

Tabela 3. Dimenso do engradado de madeira

Grau/ Classe

Quantidade de

Elementos de

madeira

Dimenses dos elementos de

madeira (mm)

Arranjo dos

elementos de

madeira

1-A 50 45 X 45 500 10 camadas de

5

2-A 78 45 X 45 600 13 camadas de

6

3-A 98 45 X 45 750 14 camadas de

7

4-A 120 45 X 45 850 15 camadas de

8

6-A 153 45 X 45 1000 17 camadas de

9

10-A 209 45 X 45 1220 19 camadas de

11

20-A 160 45 X 90 1500

10 camadas de

15 e 1 camada

superior de 10

Fonte: NBR 15808,2010

43

Classe B- Ensaio de Fogo em Lquido Inflamvel

Quando se possui um extintor de incndio com capacidade extintora 20B, significa que se

tem um agente extintor (P qumico, ABC, BC ou espuma mecnica), em quantidade suficiente

para cessar um incndio de um recipiente de metal, medindo 2,16cm x 2,16cm, com rea de 4,65m,

contendo aproximadamente 245 litros de lquido inflamvel, conforme ilustrado pela Figura 23.

Figura 23.Teste de Capacidade Extintora B

44

Classe C- Ensaio de Condutividade Eltrica

Nesse tipo de teste, os extintores de incndio no podem permitir a condutividade eltrica

durante a descarga do agente extintor. De acordo com a NBR 15809, o ensaio deve ser realizado

sem que haja exposio dos ocupantes a qualquer tipo de risco eltrico. Deve possuir sistema de

exausto e insuflamento de ar, para que possa ser realizada a limpeza do ambiente logo aps a

descarga do extintor de combate a incndio. Para incio de teste deve-se posicionar o extintor

conforme ilustra Figura 24. A montagem consiste em 4 placas de vidros isolantes, com dimenses

de 700mm x 750mm, separadas por isoladores de resina. O extintor deve ser acionado a partir de

uma haste de material isolante, por controle remoto, sem que haja contato manual com o extintor.

Deve-se fazer a conexo do extintor ao terminal de alta tenso do transformador. O punho do

difusor deve ser envolvido por folha metlica, fazendo contato eltrico com a vlvula do extintor,

e com o fio nu de cobre de 10mm. necessrio construir um alvo para que possa ser feito a

descarga do extintor. Para realizao do teste faz-se necessrio o uso de um miliampermetro para

medir a corrente entre o extintor e o alvo. Durante o teste de descarga no pode haver aumento da

condutibilidade no miliampermetro.

Figura 24. Esquemtico Classe C

Fonte: NBR 15809, 2010

45

4. ARQUITETURA DO SISTEMA

Este captulo descreve a metodologia aplicada na concepo da arquitetura do sistema

desenvolvido neste trabalho. As fases so fundamentadas em uma estrutura de abordagem proposta

por Prince (2006) e reforada por Pressman (2006) para o desenvolvimento de sistemas de

informaes.

4.1 Metodologia

A unio de software, hardware, pessoas e das rotinas de trabalho empregadas visando

atender uma finalidade especfica compem um sistema de informaes. Neste trabalho foi

utilizada a metodologia que envolve o processo de anlise e projeto estruturado de sistemas

seguindo uma disciplina de desenvolvimento top-down, ou seja, do geral para o particular,

iniciando-se com o projeto lgico e progredindo gradativamente para o projeto fsico. Esta

metodologia proposta por Prince (1975) para o desenvolvimento de sistemas de informaes e

reforada por Pressman (2006) que afirma que o processo de engenharia de um sistema geralmente

comea com uma viso de mundo, ou seja, todo o domnio do negcio ou do produto examinado

para garantir que o contexto adequado do negcio ou da tecnologia possa ser estabelecido. Ento

esta viso de mundo refinada para focar em um domnio de interesse especfico. Neste domnio

as necessidades do pblico-alvo (hardware, software e pessoas) so analisadas e ento se d incio

a anlise, o projeto e a construo de um sistema. A representao da metodologia utilizada

ilustrada na Figura 25.

As atividades realizadas no gerenciamento da manuteno dos extintores de incndio

envolvem pessoas, materiais, equipamentos e procedimentos que necessitam estar bem

organizados para garantir um melhor desempenho. Abaixo explicitamos cada fase da metodologia

empregada.

Primeiramente deve ser realizado o levantamento dos requisitos, identificando-se os anseios

dos usurios do sistema proposto. Atravs de entrevistas deve-se buscar identificar as regras de

negcio, assim como as rotinas implementadas por eles no exerccio de suas funes, conhecendo

formulrios e documentos utilizados no processo de gerenciamento da manuteno dos extintores

de incndio. Com estas informaes em mos passa-se para o incio da concepo do software,

onde so definidos quais procedimentos so capazes de se adotar; quais so as funcionalidades

necessrias para se programar atravs de uma soluo informatizada.

46

Na etapa seguinte deve ser feito um estudo de viabilidade tcnica e econmica, onde se

busca ferramentas que possam dar suporte ao sistema. Deve-se adotar como preferncia o

desenvolvimento utilizando softwares livres (de desempenho aceitvel e isento de custos com

licenas). Na elaborao do projeto lgico devem-se identificar os procedimentos que fazem parte

do fluxo normal de trabalho, definindo o escopo do sistema, ou seja, qual a abrangncia que o

sistema ter e quais operaes sero includas no sistema. Este modelo terico abrange os

relacionamentos entre os diferentes atores do processo e os fluxos das informaes relevantes,

gerando um conjunto de procedimentos para que o sistema apresente um melhor desempenho na

realizao das rotinas existentes. Na fase do projeto fsico faz-se a escolha dos softwares e da

plataforma de desenvolvimento do sistema. Neste momento deve ser elaborada a especificao de

como ser implementado e realizados os processos identificados na fase do projeto lgico, alm da

modelagem fsica da base de dados, sua implementao, e, na sequncia, a codificao e os testes.

Aps a concluso do projeto fsico inicia-se a implantao do sistema, fase onde o mesmo

deve ser disponibilizado para o funcionamento em situaes reais. Nesta fase o feedback dos

usurios se torna vital para implementao de mudanas, ajustes e correes necessrias.

Figura 25. Diagrama de blocos da metodologia utilizada

47

4.2 Levantamento de Requisitos e Concepo do Software

Nesta fase da metodologia foram identificados os processos envolvidos nas atividades

realizadas no gerenciamento da manuteno dos extintores de incndio. A investigao ocorreu em

trs nveis: operacional, gerencial e estratgico.

O nvel operacional composto pelas atividades do dia a dia da organizao. Alm de

rotineiras, geralmente as operaes so volumosas e trabalhosas.

As atividades de inspeo dos extintores de combate a incndio so realizadas com auxlio

de planilhas manuais, onde o profissional tcnico qualificado realiza inspeo dos mesmos,

registrando as principais caractersticas, tais como: validade e possveis irregularidades

encontradas.

O mtodo de inspeo anteriormente utilizado se demonstrou ineficaz devido ao grande

volume de informaes que devem ser manipuladas e controladas durante o gerenciamento e

execuo da manuteno dos extintores, contribuindo para o acumulo de erros, que podem

provocar potenciais riscos de acidentes.

No nvel gerencial foram analisadas como as diferentes partes do processo de

gerenciamento da manuteno dos extintores de incndio esto interligadas e de que maneira esta

comunicao feita.

Analisando as ferramentas anteriores utilizadas e em decorrncia da ineficcia apresentada,

foi proposto ao departamento o desenvolvimento de um sistema computadorizado de

gerenciamento das manutenes corretivas e preventivas dos extintores. Este sistema dividido

em duas plataformas, a operacional e a gerencial. A operacional desenvolvida para ambiente

mobile tem a finalidade de proporcionar a coleta de dados cadastrais do extintor, assim como dados

relativos sua manuteno. Neste momento tambm ser registrada a sua geolocalizao e

fotografado e seu estado atual junto ao relatrio de no conformidade. Na plataforma gerencial

disponibilizada em ambiente WEB, ser possvel visualizar e gerenciar todo o universo de

extintores de incndio cadastrados atravs de grficos e relatrios.

No nvel estratgico o enfoque ocorreu nas informaes que podem servir de subsidio aos

gestores na tomada de deciso em diferentes aspectos, como a capacitao dos funcionrios e

adoo de novas tecnologias. Neste momento tambm foi definido o escopo do sistema, com o

intuito de desenvolver uma nova arquitetura que permitisse aumento na produtividade, tornando os

processos de inspeo e manuteno dos extintores de combate a incndio mais geis.

48

4.3 Estudo da Viabilidade e Projeto Lgico

Com todas as informaes levantadas na etapa anterior iniciou-se um processo de busca e

anlise de ferramentas disponveis no mercado que pudessem dar suporte a arquitetura a ser

desenvolvida. Foi feita uma busca por softwares livres que pudessem ser utilizados em conjunto

para permitir uma comunicao mais eficaz entre os envolvidos no processo, atravs de uma

interface simples e amigvel, tornando a realizao dos processos mais eficiente. A concepo do

projeto lgico tinha como objetivo criar uma estrutura capaz de armazenar as informaes julgadas

como relevantes na etapa anterior da metodologia, permitindo que as mesmas fossem organizadas

e estruturadas para serem utilizadas de uma maneira eficiente pelas ferramentas escolhidas para

compor o sistema

4.4 Projeto Fsico

Na implementao do projeto optou-se pelo desenvolvimento em ambientes

multiplataforma. Tendo como arquitetura bsica para a implantao do sistema o esquema

apresentado abaixo:

Figura 26. Arquitetura bsica

Toda a estrutura de WEB Server e Database foram implementadas em ambiente LINUX,

utilizando a tecnologia LAMP, que uma combinao de softwares livres e de cdigo aberto.

O acrnimo LAMP refere-se as primeiras letras de:

Linux (sistema operacional),

Apache (servidor web),

MariaDB ou MySQL (software de banco de dados) e

https://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livrehttps://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_abertohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Acr%C3%B4nimohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Linuxhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_operacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Apache_HTTP_Serverhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Servidor_webhttps://pt.wikipedia.org/wiki/MariaDBhttps://pt.wikipedia.org/wiki/MySQLhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_de_dados

49

PHP (linguagens de programao) ou Python, que so os componentes principais para

viabilizar o desenvolvimento de aplicaes web de propsito geral, de alta disponibilidade e

de alto desempenho.

No desenvolvimento WEB Client, optou-se por utilizar as modernas tecnologias de

desenvolvimento utilizando HTML 5, CSS3 e a Linguagem de Programao JavaScript.

Na implementao de nossa Base de Dados foi utilizado a tecnologia de Banco de Dados

Relacional presente no Gerenciador de Banco de Dados MySQL.

Para o desenvolvimento Mobile, foi realizado o uso da tecnologia hibrida acessando a um

WEB Server - RESTfull.

4.4.1 Modelagem da Base de Dados

Como resultado da aplicao das fases anteriores da metodologia, apresenta-se abaixo o

diagrama entidade-relacionamento simplificado que foi implementado no MySQL.

Figura 27. Modelagem do banco de dados

https://pt.wikipedia.org/wiki/PHPhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagens_de_programa%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pythonhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aplica%C3%A7%C3%B5es_webhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_disponibilidadehttps://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Alto_desempenho&action=edit&redlink=1

50

4.4.2 Programao WEB

A arquitetura de um sistema tem diversos elementos como: elementos utilitrios, elementos

de interao, elementos que fazem parte do domnio do problema, elementos de conexo,

elementos de persistncia, etc. Alguns padres arquiteturais j foram pensados para resolver

problemas corriqueiros. Entre as arquiteturas existentes temos: Cliente-servidor, P2P - Peer to

Peer, Dados compartilhados, Mquina virtual, Camadas, MVC e muitos outros (DOOLEY, 2011).

A arquitetura escolhida para o desenvolvimento do sistema foi a MVC. O MVC (Model-

View-Controller), uma arquitetura que foi criada para aumentar a modularidade dos softwares, a

ideia central de separar todo o desenvolvimento nessas trs aplicaes:

Model (modelo): Onde ocorre o gerenciamento dos dados da aplicao;

View (visualizao): Onde ocorrem as sadas de interfaces grficas aos usurios;

Controller (controlador): Ocorre a interpretao das entradas dos mouses e teclados do

usurio, controlando a viso e o modelo.

Segundo Minetto (2007), as requisies realizadas pelos usurios, so enviadas ao

controller. O controller realiza a manipulao dos dados atravs do model, e invoca o view.

O principal benefcio do MVC a separao entre as camadas de modelos e controladores

da camada de viso, pois facilita o desenvolvimento das interfaces do usurio, visto que o cdigo

PHP com mtodos mais complexos se torna presente apenas nos controladores e modelos. J os

arquivos contendo as vises possuem menos cdigo PHP, deixando-o mais limpos e objetivo.

Possibilitando que desenvolvedores com conhecimentos mais especficos em PHP construam a

base de cdigos do lado do servidor e os colaboradores com mais conhecimento em linguagens do

lado do cliente foquem na sua linguagem e possam alterar seu cdigo sem grandes riscos para o

desenvolvimento da aplicao.

Figura 28. Diagrama MVC

Fonte: Adaptado de http://file.allitebooks.com/20150429/Pro%20PHP%20MVC.pdf

51

O PHP uma linguagem usada para o desenvolvimento Web, e tem como significado

Hypertext Preprocessor. Segundo Converse (2003), PHP uma linguagem para criao de scripts

para Web, ela permite que seja incorporada fragmentos de cdigos de HTML. O uso do PHP faz

com o que programador conte com um cdigo fonte aberto, repleto de recursos, compatvel com

diversas plataformas, estvel, rpido e de boa interatividade.

O PHP o mdulo oficial do servidor HTTP, podendo ser desenvolvido no prprio servidor

Web, tornando a manipulao mais rpida. Ele possui interatividade com multiplataformas, ou seja,

executa nativamente em: Windows, Mac e entre outras.

A origem dessa ferramenta deu incio em 1994, quando seu criador, Rasmus Lerdorf,

engenheiro de software, desenvolveu o PHP para monitorar os acessos ao seu site pessoal. Em

meados de 1998 o PHP teve um crescimento explosivo, com mais de 100.000 domnios ativos, j

no incio dos anos 2000, atingiu a marca de um milho de domnios (CONVERSE, 2003).

O PHP inicialmente foi criado baseado em linguagem de script estruturado, mas com o

decorrer dos anos foi se aprimorando e novos recursos foram adicionados, com inteno de

transform-lo em uma linguagem orientada a objetos (MINETTO, 2007).

Hoje diversos frameworks foram desenvolvidos com o objetivo de facilitar o

desenvolvimento de novos softwares. De acordo com Minetto (2007), framework uma coleo

de cdigos-fontes, classes, funes, tcnicas e metodologias de desenvolvimento que possui a

funo de acelerar processos de desenvolvimento de uma aplicao, mantendo-a segura e seguindo

alguns padres de desenvolvimento que facilitam a manuteno da mesma. Para nossa aplicao

escolhemos o framework CakePHP.

O CakePHP um framework open-source gratuito fundado por Larry Masters, voltado para

aplicaes em PHP conhecido pela sua alta produtividade no desenvolvimento, simplicidade e

robustez. O CakePHP o 4 melhor framework para PHP do primeiro trimestre de 2017.

52

Figura 29. Ranking de Frameworks

Fonte: o https://hotframeworks.com/languages/php

A concepo dos elementos dentro de uma aplicao no CakePHP segue o padro OOP ou

POO (Programao Orientada ao Objeto). De acordo com os autores do livro CAKE PHP:

A programao orientada ao objeto pode ser descrita como um mtodo de implementao

em que cada parte do programa organizada como uma coleo de objetos, cada um

representando uma instncia de uma classe, e cujas classes fazem parte de uma hierarquia

de classes interligados por uma herana de relacionamentos (CHAN; MILLER;

OMOKORE, 2009, pg.3).

De acordo com a pesquisa de Almeida (2007), a programao orientada a objeto traz uma

srie de benefcios para a aplicao como codificao estrutural e procedural intuitiva, maior

facilidade para representar entidades complexas, APIs (Application Programming Interface) para

diversos tipos de linguagens e aplicaes e padronizao, reuso e extensibilidade.

Atravs dessa estrutura, o CakePHP reduz o tempo de desenvolvimento na codificao

devido ao reuso dos elementos comuns a uma srie de classes. Como, por exemplo, as conexes

entre modelos e o banco de dados, o reuso dos mtodos de CRUD (Creat- Read-Update-Delete)

53

de para cada modelo, assim como a possibilidade de serem renderizados vrios contedos distintos

em um nico layout, reaproveitando esse layout quantas vezes forem necessrias, seguindo a

metodologia de desenvolvimento DRY (Dont Repeat Yourself).

4.4.3 Programao Mobile

Os dispositivos mveis esto cada vez mais presentes em nossos cotidianos, segundo

pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, 40% da populao brasileira utilizam o smartphone todos

os dias, 27% optam pelo smartphone ao invs da televiso, 73% no saem de casa sem seus

aparelhos (IPSOS, 2013).

Os smartphones so dispositivos que possibilitam aos usurios realizarem diversos tipos de

tarefas em um nico dispositivo. Devido crescente demanda por informaes e agilidade,

originou-se o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos portteis.

Os aplicativos mveis (Apps) so softwares projetados para serem executados em

dispositivos mveis, como smartphones e tablets.

Os dispositivos mveis so de diferentes fabricantes, no qual possuem diversas plataformas

de programao, sistemas operacionais, software e hardwares. Os aplicativos so disponibilizados

para downloads atravs das lojas virtuais, como: Apple Store-loja da Apple, Play Store-loja da

google para android, Windows Phone Store- loja da Microsoft para Windows Phone.

De acordo com Martins et al., (2013), um dos grandes desafios que devido a existncia

de mltiplas plataformas, permite que cada aplicativo s seja executado sob sua arquitetura

especifica, ou seja, um aplicativo desenvolvido para Android no funcionar nas demais

plataformas.

Ao iniciar um projeto necessrio realizar uma pesquisa minuciosa e estratgica sobre a

plataforma, sistemas, produtos e arquiteturas a serem utilizadas. Os principais tipos de aplicativos

mveis a serem considerados em um projeto so: Web Apps, Aplicativos Mveis Nativos e

Aplicativos Hbridos.

54

Aplicativos Nativos: um software desenvolvido para executar em uma plataforma especfica.

Com esse tipo de aplicao possvel que haja manipulao de dados de maneira off-line, ou

seja, os dados so armazenados no prprio dispositivo mvel, permitindo que o software nativo

funcione mesmo que no haja conexo com a internet. As vantagens de se utilizar essas

aplicaes so: os hardwares so melhores utilizados e exploraram os recursos mais avanados

ao usurio.

Web Apps: acessado atravs da rede de internet e desenvolvido por linguagens das quais os

navegadores suportam, tais como: HTML, CSS, Java Script e etc. Quando comparado com os

aplicativos nativos, ele se destaca, pois como os smartphones possuem internet, no

necessrio nenhum tipo de instalao adicional de aplicativo para atualiza-lo, o que acaba

facilitando as suas atualizaes de maneira automtica (TOLEDO, 2012). Web App so

basicamente sites da web projetados para telefones mveis (GOK, 2013). Esse tipo de aplicao

indicado para projetos onde se tem custos e tempo reduzidos, devido sua aplicao ser

interpretada pelo navegador do dispositivo, possibilitando ser visualizada em diferentes

sistemas operacionais (SILVA, et al., 2015).

Uma das vantagens em adotar tecnologias Web em aplicativos a facilidade de aprendizado

em relao aos recursos disponveis, tanto para a equipe de desenvolvimento, quanto para os

usurios. Classificada como uma vantagem, o fato dessas tecnologias seguirem um padro

internacional, permitindo sua execuo de forma consistente e independente de plataforma

(ZEMEL, 2012)

App hbrido: Na maioria dos aplicativos que trazem a aplicao hbrida, tem-se um aplicativo

desenvolvido para multi-plataformas, sem que haja perda de desempenho para o usurio. O uso

desse tipo de aplicao vem crescendo de forma acelerada, pois permite que o desenvolvedor

aprenda apenas o bsico de cada plataforma, tendo em vista que a parte principal ser

desenvolvida atravs de tecnologia Web (SILVA, et al., 2015).

55

Na Tabela 4, est demonstrado um comparativo entre as aplicaes nativo, web e hbrido,

juntamente com as principais vantagens e desvantagens de cada.

Tabela 4 Comparativo entre tecnologias

VANTAGENS DESVANTAGENS

WebApps

- executado pelo browser;

-Atualizao rpida;

-No precisa ser baixado ou

atualizado;

-Acesso imediato pelo

Smartphone

-Mais lento;

-Dependem da conexo com a

internet;

-Interao usurio e aplicativo menos

rica em funcionalidade.

Nativo

- Interao usurio e aplicativo

mais rica em funcionalidades;

-Velocidade na execuo;

-No depende da internet.

-Uma nova aplicao escrita para cada

plataforma diferente;

Hbrido

-Compartilha o cdigo entre

plataformas;

-Pode ser distribudo nas lojas

on-line: (Apple store, Google

play).

-Performance;

-Limitao de design

No desenvolvimento do sistema Mobile, foi escolhido a plataforma hbrida, na qual

permitido que seja feito a programao de um nico cdigo compartilhado entre as diversas

plataformas.

56

5. RESULTADOS E DISCUSSES

Este captulo apresenta o sistema de gerenciamento da manuteno corretiva / preventiva

dos extintores de incndio, utilizando tecnologias web e mobile associadas a uma base de dados de

geolocalizao dos extintores. Como requisitos para desenvolvimento do software buscou-se

aplicar as recomendaes das normas tcnicas vigentes, assim como o uso de boas prticas

relacionadas segurana e manuteno dos extintores. A Figura 30 representa uma arquitetura

bsica do funcionamento da aplicao.

O ambiente Mobile:

O ambiente mobile (operacional) a parte do sistema desenvolvida, na qual o usurio ir

realizar inspees dos extintores de combate a incndio, enviado todas as informaes coletadas

para o ambiente gerencial na web.

A partir do dispositivo mvel o operador p