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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde AGREGAÇÃO FAMILIAR E RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS DA PRÉ-ECLÂMPSIA SEVERA EM POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE Patricia Costa Fonsêca Meirelles Bezerra NATAL 2007

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

AGREGAÇÃO FAMILIAR E RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS DA

PRÉ-ECLÂMPSIA SEVERA EM POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE

Patricia Costa Fonsêca Meirelles Bezerra

NATAL

2007

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

AGREGAÇÃO FAMILIAR E RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS DA

PRÉ-ECLÂMPSIA SEVERA EM POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE

Patricia Costa Fonsêca Meirelles Bezerra

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, para obtenção do título de Doutor em Ciências da

Saúde.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo

CO-ORIENTADORA: Profa. Dra. Selma Maria Bezerra Jerônimo

NATAL

2007

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Setorial do CCS

B574a

Bezerra, Patrícia Costa Fonsêca Meirelles.

Agregação familiar e resultados maternos e perinatais da pré-eclâmpsia severa em população do Rio Grande do Norte / Patrícia Costa Fonsêca Meirelles Bezerra.___ Natal-RN, 2007.

111f.

Orientadora: Profª. Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo.

Co-orientador: Profª Selma Maria Bezerra Jerônimo.

Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde.Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde.

1.Obstetrícia - Tese. 2. Pré-eclâmpsia -Tese. 3. Eclâmpsia - Tese. 4.Síndrome HELLP –Tese. I. Araújo, Ana Cristina Pinheiro Fernandes de. II. Jerônimo, Selma Maria Bezerra. III. Título.

CDU: 618.4(043.3)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

Prof. Dr. Aldo da Cunha Medeiros

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Patricia Costa Fonsêca Meirelles Bezerra

AGREGAÇÃO FAMILIAR E RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS DA

PRÉ-ECLÂMPSIA SEVERA EM POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE

Presidente da Banca: Profa. Dra. Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo

Prof. Dr. Francisco Mauad Filho (UNAERP)

Profa. Dra. Maria Amélia de Rolim Rangel (UFPB)

Profa. Dra. Selma Maria Bezerra Jerônimo (UFRN)

Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão (UFRN)

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“...Sorri,

Quando tudo terminar

Quando nada mais restar

Do teu sonho encantador, sorri...”

(Charles Chaplin/Geofrey Parsons/John Turner/Versão João de Barro)

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Dedicatória

Aos meus pais, Fernando e Graziela, pelos ensinamentos profissionais

e de vida, que, sempre, me proporcionaram.

Ao meu esposo, Aluisio Augusto, pelos momentos de ausência e que,

com compreensão, me deu estímulos para a realização deste sonho.

Aos meus filhos, Aluisio Neto, Juliana e Victor, essência da minha

vida, mola precursora de todas as minhas realizações.

Aos meus irmãos, Fernando, Frederico e Fábio, pela amizade e

carinho.

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Agradecimentos especiais

À Profa. Dra. Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo, minha

orientadora e amiga, a quem tanto estimo e admiro, pelo exemplo de amizade,

sapiência e dedicação ao ensino. Eternamente serei grata.

À Profa. Dra. Selma Maria Bezerra Jerônimo, minha co-

orientadora, pelo seu empenho na realização desta pesquisa e na atividade

acadêmica, e, em especial, pela amizade adquirida durante estes anos de

convivência.

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Agradecimentos

Às pacientes que fizeram parte desta pesquisa e que, desta forma,

contribuíram para a melhoria dos nossos conhecimentos acerca desta

patologia, minha sincera gratidão.

À Maternidade Escola Januário Cicco, representada pelo seu diretor,

Prof. Dr. Kleber de Melo Morais, pela amizade e apoio na realização desta

pesquisa.

Ao Programa de Pós-Graduação do Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, representado pelo seu

coordenador, Prof. Dr. Aldo da Cunha Medeiros, pelo incentivo e dedicação a

este programa.

À Profa. Dra. Maria Hebe de Oliveira Nóbrega, pela valiosa ajuda que me

foi dada com os seus ensinamentos e na execução deste trabalho.

Às funcionárias da Enfermaria de Gestação de Alto Risco e UCI da

Maternidade Escola Januário Cicco, em especial, a enfermeira Maria de

Lourdes Costa da Silva, pela presteza na parceria da coleta dos exames e

dedicação profissional.

A todos os que fazem o laboratório de Imunogenética do Departamento

de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela valiosa

ajuda que me foi dada na realização desta pesquisa.

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Às bolsistas do Laboratório de Imunogenética do Departamento de

Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, hoje médicas,

Dra. Janaína Aleixo Alves e Dra. Ana Kalline Jerônimo Silva, pela valiosa

participação na coleta e elaboração do banco de dados.

Aos colegas pós-graduandos, Edailna Maria de Melo Dantas, Flávio

Venício Marinho Pereira e Marcos Dias Leão, pelo espírito de colaboração e

agradável convívio nos momentos de estudo.

Aos médicos residentes da Maternidade Escola Januário Cicco, pela

colaboração e compreensão na realização deste trabalho.

Ao funcionário do Serviço de Arquivo Médico e Estatística da

Maternidade Escola Januário Cicco, Flávio Teixeira, pela competência exercida

na busca de prontuários.

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Sumário

Dedicatória...............................................................................................vi

Agradecimentos especiais......................................................................vii

Resumo..................................................................................................xi

1. INTRODUÇÃO....................................................................................1

1.1 Objetivo geral.......................................................................................5

1.2 Objetivos específicos...........................................................................5

2. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................6

3. ANEXAÇÃO DOS ARTIGOS...........................................................14

Artigo 1....................................................................................................15

Artigo 2....................................................................................................39

Artigo 3....................................................................................................59

4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES..............................80

5. ANEXOS...........................................................................................87

6. REFERÊNCIAS ...............................................................................94

Abstract................................................................................................111

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Resumo

Objetivo: Determinar a agregação familiar na pré-eclâmpsia severa em

população brasileira do Rio Grande do Norte e caracterizar os resultados

maternos e perinatais desta população.

Métodos: Estudo de caso controle, no qual foram arroladas 412 pacientes

internadas na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC). Dessas, 264

pacientes normotensas, grupo controle, e 148 com pré-eclâmpsia severa,

grupo dos casos. Os casos foram compostos por eclâmpsia (n=47), síndrome

HELLP (n=85) e por ambas, eclâmpsia e síndrome HELLP (n=16). O

diagnóstico, destas doenças, foram baseados nos critérios adotados pelo

National High Blood Pressure Education Program Working (2000). Foi realizado

inquérito familiar quanto à agregação familiar, sendo questionadas informações

a respeito de antecedentes de hipertensão crônica, pré-eclâmpsia, eclâmpsia e

síndrome HELLP. Análise estatística foi realizada para avaliar associações e

correlações entre variáveis, bem como comparação de médias ou medianas,

adotando-se um nível de significância de 5%. O Odds-Ratio foi calculado para

estimar o risco da pré-eclâmpsia severa nas famílias.

Resultados: Não houve diferença nos parâmetros demográficos entre casos e

controles. A história prévia de hipertensão crônica e pré-eclâmpsia foram mais

frequentes nas pacientes com pré-eclâmpsia severa. A cefaléia foi o sintoma

mais freqüente na eclâmpsia e a epigastralgia na síndrome HELLP. A

hemorragia e a oligúria foram mais presentes quando associado eclâmpsia e

síndrome HELLP. A insuficiência renal aguda foi uma complicação freqüente,

sem, no entanto, evoluir para a insuficiência renal crônica. A mortalidade

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materna foi baixa 0,4% e a mortalidade perinatal alta de 223 por 1000 nascidos

vivos. O risco de uma mulher, cuja mãe teve hipertensão ou pré-eclâmpsia, vir

a ter pré-eclâmpsia é, respectivamente, 2,5 e 3,5 vezes. Esse risco aumenta

para cinco vezes, quando a irmã tem antecedente de hipertensão e seis vezes

quando, tanto a mãe quanto a irmã têm antecedentes de pré-eclâmpsia.

Conclusões: Este estudo confirma a agregação familiar da pré-eclâmpsia em

população brasileira. O risco aumentado para doenças cardiovasculares e

hipertensão crônica nestas mulheres, indica a necessidade de seguimento das

pacientes que desenvolvem pré-eclâmpsia.

Palavras-chave: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome HELLP, agregação

familiar.

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1. INTRODUÇÃO

Pré-eclâmpsia é uma doença hipertensiva, multissistêmica, de causa

ainda desconhecida, peculiar à gravidez humana e específica da segunda

metade da gestação (SIBAI et al, 2005). É considerada um problema de saúde

pública mundial, devido a sua alta incidência, 2% a 7% em mulheres nulíparas

saudáveis (SIBAI et al, 2005) e drástica repercussão na morbimortalidade

materna e perinatal, principalmente, em países em desenvolvimento (SIBAI et

al, 1995; ONRUST et al, 1999; KIM et al, 2001).

Embora a causa da pré-eclâmpsia, ainda, esteja por ser determinada,

pesquisas recentes sugerem a somatória de fatores genéticos, imunológicos e

ambientais (SIBAI et al, 2005; REDMAN & SARGENT, 2005; MUTTER &

KARUMANCHI, 2007; SARGENT et al, 2007).

A pré-eclâmpsia é mais freqüente em filhas de mulheres que tiveram

pré-eclâmpsia (DEKKER & SIBAI, 2001; DAWSON et al, 2002) e em gestações

de parceiros nascidos de gestação com pré-eclâmpsia (ESPLIN et al, 2001;

SKJAERVEN et al, 2005). Estudos familiares, atuais, têm determinado que os

parentes de primeiro grau de uma mulher com pré-eclâmpsia têm um risco

aumentado de 4 a 5 vezes de desenvolver esta doença e de 2 a 3 vezes em

parentes de segundo grau, quando comparadas com mulheres, cuja família

não tem relato desta doença (SALONEN ROS et al, 2000; OUDEJANS et al,

2007). Este tipo de predisposição familiar apóia a definição da pré-eclâmpsia

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como uma enfermidade complexa, onde os fatores genéticos, que contribuem

para a sua gênese, têm herança poligênica e multifatorial.

De fundamental importância no acompanhamento de mulheres com pré-

eclâmpsia, é o reconhecimento de determinados fatores de risco, decorrentes

de aspectos imunológicos (SIBAI et al, 2005).

Observações clínicas permitem afirmar que há uma maior incidência em

primigestas, particularmente, nos dois extremos da vida reprodutiva (CARITIS

et al, 1998; DEKKER & SIBAI, 2001; BASSO et al, 2001; HNAT et al, 2002) e

em multíparas com mudança de parceiro (TUBBERGEN et al, 1999; SAFTLAS

et al, 2003). O risco aumenta naquelas pacientes usuárias de métodos

anticoncepcionais de barreira, uma vez que torna limitada a exposição ao

esperma com o mesmo parceiro antes da concepção (EINARSSON et al, 2003;

DEKKER & ROBILLARD, 2005). Situações de hiperplacentação, que ocorre em

gestação molar e gemelar, sugere o papel da placenta como agente iniciador

da resposta imunológica (CARITIS et al, 1998; SIBAI et al, 2000; TRELOAR et

al, 2001).

A fisiopatologia da pré-eclâmpsia é determinada por uma placentação

anormal, associada a um aumento da resistência vascular, aumento da

agregação plaquetária, ativação do sistema de coagulação e disfunção

endotelial (REPORT OF THE NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE

EDUCATION PROGRAM WORKING GROUP ON HIGH BLOOD PRESSURE

IN PREGNANCY, 2000). O diagnóstico atual da pré-eclâmpsia se baseia em

critérios clínicos e laboratoriais, segundo o REPORT OF THE NATIONAL HIGH

BLOOD PRESSURE EDUCATION PROGRAM WORKING GROUP ON HIGH

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BLOOD PRESSURE IN PREGNANCY (2000). É definido, como pré-eclâmpsia,

a ocorrência de pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e pressão

arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg na presença de proteinúria.

Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para

eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído outro fator etiológico,

em menos de 1% das mulheres em países desenvolvidos, em contraste com

taxas de 15%, observadas nos países em desenvolvimento (WALKER, 2000;

COPPAGE & SIBAI, 2005; SIBAI et al, 2005). SIBAI (1990) refere que a

eclâmpsia determina uma elevada incidência de morbidade materna por

determinar insuficiência renal aguda, edema agudo de pulmão e insuficiência

cárdiorrespiratória. Em 12% dos casos de pré-eclâmpsia severa desencadeia-

se a síndrome HELLP (anemia hemolítica, elevação das transaminases e

plaquetopenia) (MARTIN et al, 1991; REPORT OF THE NATIONAL HIGH

BLOOD PRESSURE EDUCATION PROGRAM WORKING GROUP ON HIGH

BLOOD PRESSURE IN PREGNANCY, 2000; VIGIL-DE GRACIA, 2001)

entidade clínica grave, determinante de coagulação intravascular disseminada

e hematoma hepático subcapsular (BARTON & SIBAI, 1992; SIBAI et al, 1993;

ARAÚJO et al, 2006).

Resultados de estudos, envolvendo hipertensão, na gravidez,

demonstram que o prognóstico, tanto para a mãe quanto para o feto, está

diretamente vinculado a idade gestacional, na qual se diagnostica a doença,

qualificação da equipe assistente e presença ou ausência de patologias

preexistentes (SIBAI, 2002; SIBAI, 2004; DULEY et al, 2006).

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Em avaliações epidemiológicas, têm sido observado que, dentre as

causas determinantes de prognóstico perinatal desfavorável, prevalece o

descolamento de placenta e a insuficiência placentária, incorrendo em

elevados índices de prematuridade (SIBAI et al, 1993; MAGPIE TRIAL

COLLABORATIVE GROUP, 2004).

As gestações, complicadas por pré-eclâmpsia, poderão identificar

mulheres com risco de desenvolver em doença vascular em longo prazo e

permitir, portanto, a oportunidade de mudanças de hábitos de vida,

minimizando os fatores de risco para esta doença (SATTAR & GREER, 2002;

ROBERTS & GAMMILL, 2005; BAUMWELL & KARUMANCHI, 2007).

A ocorrência de pré-eclâmpsia, em gestação subseqüente é de

aproximadamente, 20% (O’BRIEN & BARTON, 2005) e síndrome HELLP

recorrente varia de 2% a 19% (CHAMES et al, 2003; VAN PAMPUS &

AARNOUDSE, 2005).

Em virtude de a pré-eclâmpsia poder afetar mulheres de uma mesma

família, ter instalação precoce e comprometer múltiplos órgãos maternos,

agravando a vida da mãe e do seu filho, faz-se necessário a realização de mais

estudos imunogenéticos em busca da sua gênese, com o intuito de um dia se

estabelecer uma profilaxia desta grave patologia obstétrica.

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1.1.1 Objetivo Geral

• Avaliar a agregação familiar em pacientes com pré-eclâmpsia severa

(eclâmpsia e/ou síndrome HELLP), em população do Rio Grande do

Norte.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar os resultados maternos e perinatais das pacientes com pré-

eclâmpsia severa, a fim de identificar os fatores de risco e estimar a

magnitude desta entidade em população do Rio Grande do Norte.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

A pré-eclâmpsia tem sido reconhecida como uma doença da gravidez

desde a antiguidade e o primeiro relato, acerca de caso de eclâmpsia, foi

registrado em Kahum, papiro egípcio há 3.000 anos (STEVENS, 1975;

CHESLEY, 1984). Em 1619, Varandaeus usou, pela primeira vez, o termo

“eclâmpsia”, baseado nos escotomas que antecedem as crises convulsivas em

mulheres grávidas (RIPPMANN, 1971).

A associação entre hemólise, trombocitopenia e disfunção hepática foi

descrita na literatura há mais de 50 anos. Em 1954, PRITCHARD et al

descreveram 03 mulheres com esta associação, das quais apenas uma

sobreviveu. Em 1973, MC KAY relatou 04 casos dessa síndrome, incluindo

duas com ruptura hepática e uma morte materna. PRITCHARD (1978)

apresentou 95 casos de eclâmpsia, com 29% de trombocitopenia. Entretanto, o

termo síndrome HELLP (Hemolysis, Elevated Liver enzymes and Low

Platelets) foi primeiramente descrito, por WEINSTEIN, em 1982.

Nos últimos anos, têm sido realizados diversos estudos, com o propósito

de determinar a etiologia da pré-eclâmpsia, Contudo, ainda não é possível

explicar, com exatidão, a condição primária que predispõe o início da cascata

fisiopatológica, desencadeada nesta patologia.

Embora, estudos familiares tenham demonstrado o envolvimento dos

fatores genéticos no desenvolvimento da pré-eclâmpsia (CHESLEY et al, 1968;

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SUTHERLAND et al, 1981; ARNGRÍMSSON et al, 1990; CINCOTTA &

BRENNECKE, 1998; MOGREN et al, 1999), o exato padrão de herança ainda é

desconhecido. Diante da complexidade da pré-eclâmpsia nos níveis

hemodinâmico, bioquímico e imunológico, não fica claro que um simples gene

materno, em combinação com um genótipo fetal, revele sua herança genética.

Acredita-se em um fator poligênico, com interferência ambiental e imunológica,

atuando na gênese da pré-eclâmpsia.

O caráter familiar da pré-eclâmpsia/eclâmpsia foi observado desde 1800,

embora só tenha sido bem documentado por CHESLEY et al em 1968, após

análise de 27 publicações relativas a pacientes e familiares acometidas por

esta patologia. A primeira publicação, revisada por CHESLEY et al (1968), foi

a de ELLIOT (1873), na qual ele citava a repetição da doença em uma mesma

família, quando registrou um caso fatal de eclâmpsia em mulher, cuja mãe

havia morrido com o mesmo quadro, em sua quinta gestação. Cada uma, das

suas quatro filhas, teve eclâmpsia e três morreram em conseqüência desta

doença.

Contribuindo com a hipótese da predisposição genética materna, através

de um possível gene recessivo, SUTHERLAND et al (1981) encontraram maior

incidência em mães (14%) de mulheres que tiveram pré-eclâmpsia que em

sogras (4%). CHESLEY E COOPER (1986) encontraram similar resultado,

favorecendo a herança materna em relação à fetal e à paterna.

ARNGRÍMSSON et al (1990), ao estudarem 94 famílias irlandesas sem

miscigenação, detectaram 23% de pré-eclâmpsia em filhas de mulheres que

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tiveram esta enfermidade e 10% de casos entre suas sobrinhas, sugerindo uma

contribuição genética materna na patogênese da pré-eclâmpsia.

Outros estudos sugerem a contribuição paterna, através do componente

fetal. LISTON & KILPATRICK (1991) levantaram a possibilidade de

homozigose para um mesmo gene recessivo, tanto na mãe quanto no feto,

como causa de pré-eclâmpsia. Freqüência aumentada de pré-eclâmpsia é

associada com gestação gemelar e, se o antígeno fetal tiver alguma influência

na doença, nesta situação, a mãe encontra-se submetida à dose extra de carga

genética fetal, principalmente, nas gestações gemelares homozigóticas.

Em 1998, CINCOTTA & BRENNECKE demonstraram que o risco de

pré-eclâmpsia é quatro vezes maior em primigrávidas com história familiar de

eclâmpsia.

Estudo, realizado por TUBBERGEN et al (1999), demonstrou que a

mudança de parceiro aumenta o risco de pré-eclâmpsia em gestações

subseqüentes e DEKKER & SIBAI (2001) afirmam que há diminuição do risco,

quando a mudança de parceiro ocorre após uma gestação com pré-eclâmpsia.

LIE et al (1998), em estudo populacional, realizado na Noruega,

recrutaram mulheres que estavam grávidas de parceiros que tinham tido outra

gestação com pré-eclâmpsia, com outra mulher, e observaram que o risco

aumentava, em quase duas vezes, da parceira vir a ter pré-eclâmpsia,

demonstrando que tanto a mãe como o feto contribuem para o risco de pré-

eclâmpsia, parecendo ser a contribuição do feto afetada pelos genes paternos

e os genes mitocondriai, transmitidos pela mãe, parecendo não contribuir para

o aumento do risco.

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Influência paterna foi confirmada em um grande trial realizado em Utah,

no qual ESPLIN et al (2001), analisando homens e mulheres descendentes de

gestações complicadas por pré-eclâmpsia, tiveram maior ocorrência de

crianças provenientes de gestações com pré-eclâmpsia.

PAWITAN et al (2004) observaram, também, a herança materna e fetal e

CARR et al (2005) demonstraram uma significante associação de pré-

eclâmpsia entre irmãs, reforçando a importância dos fatores genéticos na

gênese, desta patologia. Outros estudos, ainda, apontam a interação de gene

materno e fetal, determinando uma herança multigênica (COOPER & LISTON,

1979; LISTON & KILPARICK, 1991).

Avaliações de dados de registros de nascimentos da Noruega,

realizados por SKJAERVEN et al (2005), permitiram identificar componentes

maternos e paternos predispondo a pré-eclâmpsia, sendo o componente

materno mais forte que o paterno.

Para a abordagem do estudo genético de enfermidades complexas,

como a pré-eclâmpsia, se faz necessária a utilização de duas metodologias:

estudo de associação, tratando de identificar genes candidatos implicados na

gênese da patologia ou estudo de ligamento genético, identificando regiões

cromossômicas em famílias que apresentam esta patologia.

Tendo por base estes modelos metodológicos, pesquisas têm sido

realizadas, na última década, a procura de alguns marcadores genéticos de

pré-eclâmpsia. WILTON et al (1991) estudaram a associação desta com

marcadores de antígeno de leucócitos humanos (HLA), tendo excluído

qualquer papel maior dos genes HLA maternos no desenvolvimento da

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condição. Genes, envolvidos com as citocinas inflamatórias e com a resposta

imune, como o fator de necrose tumoral (TNF-α) e interleucina-1 (IL-1), têm

sido estudado. CHEN et al (1996) encontraram associação entre o TNF-α e

pré-eclâmpsia, enquanto LACHMEIJER et al (2001), em uma extensa

pesquisa, não encontraram associação entre polimorfismo na região do TNF-α,

com pré-eclâmpsia ou síndrome HELLP. Resultados semelhantes, em relação

a IL-1, foram encontrados por HEFLER et al (2001), constatando não haver

associação entre esses genes e pré-eclâmpsia.

Embora haja uma evidência da associação de pré-eclâmpsia com

trombofilia, ainda não está, claramente, elucidado no âmbito molecular

(LACHMEIJER et al, 2002). Estudos realizados descreveram a associação de

mutação no gene da Metilenetetrahidrofolato redutase (MTHFR) (SOHDA et al,

1997; KUPFERMINC et al, 1999; VEFRING et al, 2004), embora outros estudos

não tenham confirmado estes achados (LIVINGSTON et al, 2001;

LACHMEIJER et al, 2001). A deficiência do fator V Leiden tem sido associada

ao aumento do risco de pré-eclâmpsia (KUPFERMINC et al, 1999; MORGAN &

WARD, 1999; LIN & AUGUST, 2005), não confirmado por outros autores

(BOZZO et al, 2001; LIVINGSTON et al, 2001; DE MAAT et al, 2004). Outro

gene candidato é o gene da enzima óxido nítrico sintetase endotelial (NOS3).

ARNGRÍMSSON et al (1997) detectaram um possível locus de susceptibilidade

à pré-eclâmpsia e à eclâmpsia na região do cromossomo 7q36, o qual codifica

os genes da enzima óxido nítrico sintetase endotelial.

Um grupo de estudiosos do Reino Unido (GOPEC CONSORTIUM, 2005)

se reuniram e extraíram DNA de 627 portadoras de pré-eclâmpsia, bem como

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11

do cordão umbilical e dos seus parceiros, a fim de estudarem sete genes

(Angiotensina (AGT), Receptores de Angiotensina 1 e 2 (AGTR1 e AGTR2),

TNFα, NOS3, MTHFR e Fator V Leiden) implicados na gênese da pré-

eclâmpsia. Os autores concluíram que estes genes não estão associados a

risco, aumentados de pré-eclâmpsia.

Os trabalhos de pesquisa continuam sendo realizados, inclusive com

varreduras de genoma (genomewide linkage), sendo detectados alguns loci de

cromossomos com maior susceptibilidade, mesmo assim, ainda não foi isolado

um gene específico para a pré-eclâmpsia. É possível que um polimorfismo

genético e fatores ambientais estejam implicados na gênese desta patologia,

como visto nos trabalhos desde a década passada.

O primeiro trabalho, com varredura de genoma para a pré-eclâmpsia,

foi realizado na Escóssia, por HAYWARD et al (1992), em 35 famílias, no qual

os autores encontraram uma maior susceptibilidade para genes nos

cromossomos 1, 3 e 9. O segundo, australiano, publicado por HARRISON et al

(1997), em 15 famílias identificaram, que o braço longo do cromossomo 4

possui uma região candidata para um locus de susceptibilidade à pré-

eclâmpsia e à eclampsia, com um LOD score de 2.91. Em 1999, GUO et al

realizaram estudos de varredura de genoma, usando marcadores para o

cromossomo 7. Estes autores concluíram que há possibilidade de um locus de

susceptibilidade para pré-eclâmpsia e eclâmpsia na região 7q36, com um LOD

score de 3.53. Contudo, não há nenhuma evidência definitiva para suportar a

noção de que o gene da NOS3 seja o responsável pela susceptibilidade à pré-

eclâmpsia.

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12

ARNGRÍMSSON et al (1999) avaliaram 343 mulheres, de 124 famílias

islandesas e reportaram o primeiro locus de susceptibilidade à pré-

eclâmpsia/eclampsia, preenchendo os critérios para significância sobre o

cromossomo 2p13 (LOD score de 4.77). MOSES et al (2000) chegaram a

propor que o cromossomo 2 poderia ser designado de “PREG1” (pré-

eclâmpsia, eclâmpsia gene 1).

LAIVUORI et al (2003) realizaram varredura do genoma em uma

população finlandesa de 63 mulheres, sendo analisadas 435 marcadores.

Encontraram um ligamento significativo nas regiões cromossômicas 2p25 e

9p13.

LAASANEN et al (2003) analisaram uma população finlandesa de 115

mulheres normotensas, 133 mulheres com pré-eclâmpsia e 57 mulheres com

colestase intra-hepática, utilizando marcadores microsatélites na região 2p13-

p12, a fim de detectar um loci potencialmente associado com a pré-eclâmpsia.

Observaram uma relação mais significativa com um alelo comum para pré-

eclâmpsia e colestase intra-hepática. Portanto, ficou evidenciado um locus de

risco, com o mesmo marcador encontrado por ARNGRÍMSSON et al (1999),

mostrando uma área de grande interesse na genética da pré-eclâmpsia.

Recentemente, LAIVUORI (2007) afirmou que a pré-eclâmpsia tem um

componente familiar, sugerindo que um ou mais alelos possa interferir na

susceptibilidade genética e que a interferência da placenta implica na

contribuição fetal. Todavia, as varreduras do genoma não têm, ainda,

resultados satisfatórios para elucidar a gênese da pré-eclâmpsia.

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13

Sabemos, até esta data, que as regiões mais significativas, com relação

às regiões cromossômicas, imbricadas na gênese da pré-eclâmpsia, se

encontram nos cromossomos 2 e 4. Nestas regiões cromossômicas,

identificadas até agora, estão depositadas todas as expectativas sobre os

genes que elas podem conter.

Pelo acima exposto, fica claro que pesquisas, sobre os marcadores da

síndrome hipertensiva da gestação, são estudos complexos e caros, já que o

padrão de herança da pré-eclâmpsia não se enquadra em nenhuma explicação

genética simples. Além dos fatores confundidores, envolvidos em desordens de

genes únicos, como heterogeneidade genética e fenocópias, interações gene-

gene e gene-ambiente também devem ser consideradas.

Aproveitando o conhecimento da genética, se espera que, em um futuro

próximo, possamos chegar a um esclarecimento mais minucioso dos

mecanismos fisiopatológicos desta patologia e, por conseguinte, proporcionar

uma prevenção, através de um programa de pré-natal bem elaborado e que se

possa evitar as complicações de uma forma mais eficiente, minimizando,

assim, a morbimortalidade materna e perinatal.

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14

3. ANEXAÇÃO DOS ARTIGOS

Artigo 1 Título: Family history of hypertension is a risk factor for development

of eclampsia and HELLP syndrome in a Brazilian Population – Artigo enviado

para publicação no BJOG : an International Journal of Obstetrics and

Gynaecology.

Artigo 2 Título: Characteristics and treatment of hepatic rupture caused by

HELLP syndrome. Am J Obstet Gynecol. 2006 Jul;195(1):129-33.

Artigo 3 Título: Síndrome HELLP: Considerações acerca de Diagnóstico e

Conduta. Femina. 2007 Set; 35(9): 585-590.

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15

Artigo 1

Family history of hypertension is a risk factor for development of eclampsia and

HELLP syndrome in a Brazilian Population

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16

Family history of hypertension is a risk factor for development of eclampsia and

HELLP syndrome in a Brazilian Population

P.C.F.M. Bezerra,1,2 M.D. Leão,1 J. W. Queiroz,1M. H. N. Oliveira , MD, PhD1,

S.M. B. Jerônimo, MD, PhD1,3; A. C. P. F. Araújo, MD, PhD1,2

Health Graduate Program1 and Maternidade Escola Januário Cicco2, Health

Science Center, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN,

Brazil; Health Science Center; Department of Biochemistry3, Bioscience Center,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brazil

Corresponding Author

Araujo, A C P F

Maternidade Escola Januário Cicco

CP 1624

Natal, RN, 59078-970, Brazil

Fax and Phone: 55-84-3215-3428

e-mail: [email protected]

headline: familial aggregation of hypertensive syndrome in pregnancy

Synopsis: Presence of family history of hypertensive disorders increases the

risk of eclampsia and HELLP syndrome in a Brazilian population.

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17

ABSTRACT

Objective: To determine the outcome and risk factors to develop severe

preeclampsia in a Brazilian population.

Methods: A case-control study was conducted with a total of 412 subjects, 264

controls and 148 cases of severe preeclampsia.

Results: Epigastric pain was more frequently present in HELLP syndrome,

whereas headache was present in eclampsia. Blurred vision, headache and

epigastric pain were reported when both entities were present. Maternal

mortality was 0.4% and perinatal mortality was 223 per 1,000 births in the case

group. Previous history of hypertensive disorders was more frequently found in

the case group. An increased risk of preeclampsia was observed in women

whose mother or sister had a history of chronic hypertension or preeclampsia,

respectively, 2.5 and 5.2 times. The risk was increased 6 times when a sister

and mother had hypertension.

Conclusions: Family history of hypertensive disorders increases the risk of

severe preeclampsia in a Brazilian population.

Key words: preeclampsia, HELLP syndrome, eclampsia

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18

INTRODUCTION

Preeclampsia is a disease of unknown cause characterized by abnormal

placentation, increased vascular resistance and platelet aggregation [1].

Gemelarity, systemic hypertension, previous history of preeclampsia,

gestational diabetes and thrombophilias are risk factors to developing

preeclampsia [2]. There is a great variability in the incidence of preeclampsia,

varying from 1.5% in Sweden, to 3.8% in the United States [3], to 7.5% in Brazil

[4]. Although impressive advances in maternal and perinatal care have led to

reduction of mortality due to severe preeclampsia in developed countries, where

mortality varies from 0.4 to 7 [5], the management has not still been optimal in

underdeveloped countries where the maternal mortality.rate can surpass 25%

[6], and the perinatal mortality can reach up to 30-40% [7].

Eclampsia and HELLP syndrome are the major complications of

preeclampsia [5]. There is a strong tendency to repeat preeclampsia in

successive pregnancies. Studies have shown that women who develop severe

preeclampsia earlier into the pregnancy have an increased risk of

cardiovascular disease later in life, in addition to further complications in

subsequent gestations [8]. Children born of preeclampsia pregnancy can

present with intrauterine growth restriction, resulting in long-term growth deficit

[9].

Family studies have strengthened the hypothesis that there is a genetic

component to developing severe preeclampsia, although the exact pattern of

inheritance is not defined. Both parental loci could be involved [10,11]. Recent

studies have shown an increased risk of preeclampsia associated with alleles of

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19

paternal origin carried by the fetus [11,12]. The change in partner increases the

risk of preeclampsia in subsequent pregnancies [13].

Studies on candidate genes as angiotensinogen, 1 and 2 angiotensin

receptors, tumor necrosis factor , endothelial nitric oxide synthase, methylene

tetrahydrofolate reductase and the Leiden variant of coagulation factor showed

an association of these genes with severe preeclampsia [14]. A genome wide

scan performed in Iceland detected a significant locus on 2p13 [15], which was

confirmed by another study conducted in Australia and New Zeland [16]. These

two studies were validated by fine mapping indicating the presence of a

susceptibility gene on chromosome 2p11-12 and substantiated findings of a

second locus on chromosome 2q23. These studies support the hypothesis that

genetic factors might play a role in susceptibility to preeclampsia, although the

genetic polymorphisms could vary among human populations.

The lack of information and the apparent increased incidence of

preeclampsia and its complication in a reference center in Northeast Brazil led

us to investigate the risk factors involved in preeclampsia. We characterized the

maternal and perinatal outcome of hypertensive disorders of pregnancy and

determined that family history of hypertensive disorders increases the risk of

severe preeclampsia in a Brazilian population.

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20

METHODS

Study design

A case-control study was conducted between November 2001 and

October 2004. Subjects with severe complications of preeclampsia, including

eclampsia and HELLP syndrome and pregnant normotensive women, in Natal,

Brazil, were enrolled. A total of 412 subjects were enrolled, 264 controls and

148 cases.

Cases and controls were enrolled from a population with similar ethnic

and social-economic background, and they were matched by age, gestational

age and parity. The control group was selected based on the absence of signs

and symptoms of preeclampsia. Cases were composed of eclampsia (n=47),

HELLP syndrome (n=85) and eclampsia associated with HELLP syndrome

(n=16).

Data related to previous personal and familial medical history were

collected from both cases and controls, including personal and family history of

hypertension, eclampsia and HELLP syndrome. Since HELLP syndrome is a

newly defined entity and careful laboratory documentation is needed to

ascertain the proper diagnosis, historical account of HELLP syndrome was not

included in the analysis, and it was only considered through ascertainment of

medical records. Questions related to demographic, gynecologic and obstetric

personal history and familial history of hypertensive disorders were recorded for

both cases and controls. The information gathered was also checked by

interviewing a relative of the subject, either the mother or a sibling. Data from

the current pregnancy were collated from the patients’ charts.

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21

Ethical considerations

The protocol was reviewed and approved by the Federal University of

Rio Grande do Norte Ethical Research Committee (Protocol 08/01) and the

Brazilian National Ethical Research Committee (Protocol CONEP 4586). All

subjects or their legal guarding gave formal consent.

Case definition

Preeclampsia was defined by the Report of the National High Blood

Pressure Education Program [1]. Hypertension was considered as blood

pressure of at least 140 mmHg (systolic) or at least 90 mmHg (diastolic) on at

least two occasions and at least 4-6 h apart after the 20th week of gestation in

women known to be previously normotensive. Proteinuria was defined as a

protein concentration of 300 mg/L or more (≥ 1 + on dipstick) in at least two

random urine samples taken at least 4-6 h apart [1].

Eclampsia was defined as presence of tonic-clonic seizures, with

hypertension developing after the 20th week of pregnancy [1].

HELLP syndrome was defined as presence of hemolytic anemia, altered

liver function with LDH greater than 600 IU/L, total billirubin greater than 1.2

mg/dl, elevated liver enzymes AST and ALT greater than 70 IU/L and platelets

lower than 100.000/mm3 [7,17].

Treatment of Preeclampsia

Patients who had criteria for prevention of seizures received intravenous

magnesium sulfate (n=131) [18]. Hydralazine and nifedipine were used when

the diastolic pressure was equal to or greater than 110 mmHg in the antepartum

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22

or post-partum periods. Blood pressure was controlled with methyldopa or

nifedipine. Supportive therapy with blood derivatives, diuretics and dialysis were

used as needed. Patients with HELLP syndrome received a total dose of 30 mg

of dexamethasone IV, 10 mg at 12 hours interval.

Statistical analysis

The statistical analysis was performed using the software STATISTICA

6.1 Copyright Statsoft 1984-2003, Tulsa, OK 74104. USA. The sample size

allowed to compare by two binomial proportions using a two-sided test with

significance level of 5% and to detect a minimum variation percent of 50% with

a power of 80% between cases and controls. Means and standard deviations of

continuous data were calculated and analyzed using a test F (ANOVA One-

Way).

Categorical variables were analyzed using chi-square. Results were

considered statistically significant when p<0.05, with confidence interval of 95%.

The Odds-Ratio was calculated to estimate the risk of developing severe

preeclampsia within families. A logistic model was developed excluding missing

information to assess the risk of developing severe preeclampsia in accordance

to the number of sister with a previous history of severe preeclampsia.

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23

RESULTS

A group of 148 cases of severe preeclampsia and 264 controls were

studied. The mean age for cases and controls were similar, respectively, 24.7

years (SE± 0.6) and 24.1 years (SE ± 0.4). No difference in the number of

gestations and parity was found, 2.4 (SE ± 0.2) and 1.1 (SE ± 02) for the cases

and 2.1 (SE ± 0.1) and 0.9 (SE ± 0.1) for the control group, respectively. The

two groups were similar in age (p=0.364) and primiparity (p=0.281). Of

significance was the history of systemic arterial hypertension (p=0.001),

previous preeclampsia (p=0.001) and eclampsia (p=0.042) in the case group,

as shown on table 1. The case group had a small frequency of prenatal care

visits (52.7%) compared to controls (65.9%), although the difference was not

significant (p=0.087). Cesarean section was used more frequently in the case

group (p=0.001). Regional anesthesia was used for the majority of the cases,

(Table 1).

Among cases, 47 presented with eclampsia, 85 with HELLP syndrome

and 16 with eclampsia complicated with HELLP syndrome. Epigastric pain was

more frequently present in HELLP syndrome (63.5%) whereas headaches were

the most common clinical symptoms of eclampsia (85.1%). When both entities

were present, blurred vision (50%), headache (43.8%) and epigastric pain

(43.8%) were reported. The major symptoms and clinical complications of the

case groups are shown on table 2. Patients with HELLP syndrome presented

with oliguria (34.1%), and episodes of bleeding (30.6%) followed by acute renal

insufficiency (14.1%). In contrast, patients with eclampsia were more likely to

fall into coma, and present abruptio placentae and bleeding (4.3%). Patients

with HELLP syndrome complicated with eclampsia presented with more

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24

bleeding episodes (50%) and acute renal insufficiency (25%), table 2. One of

our patients (0.4%) with the diagnosis eclampsia complicated with HELLP

syndrome died because of disseminated intravascular coagulation (DIC) and

acute respiratory distress syndrome (ARDS).

The mean arterial systolic (p=0.197) and diastolic (p=0.134) pressures

showed no difference between eclampsia, HELLP syndrome and eclampsia

complicated with HELLP syndrome. Patients with HELLP syndrome alone or

complicated with eclampsia had a higher mean plasmatic urea (42 mg/dl). An

increase in creatinine levels was also observed, respectively, 1.36 mg/dl and

1.43 mg/dl, for these two entities. Lower levels of platelets were seen in HELLP

syndrome and eclampsia complicated with HELLP syndrome, respectively,

68,936/mm3 and 55,885/mm3, table 3.

The newborns from the case group had lower weight (p<0.001) and

score APGAR at 5th minute lower than 7 (p<0.001). The newborn CAPURRO

scores born of the case group were lower (36.8; SD ± 3.0; p<0.001). The

perinatal mortality was higher in the case group (n=33), 223 per 1,000 births,

whereas the control group presented a mortality of 19 per 1,000 (p< 0.001).

Women whose mother had a history of hypertension had an increased

risk of developing preeclampsia (OR 2.5, 95% CI 1.6 to 3.9, p=0.001). Presence

of maternal preeclampsia increased the risk of a daughter to developing severe

preeclampsia (OR 3.5, 95% CI 1.3 to 9.3, p=0.011). A significant association

was also seen for maternal history of eclampsia and development of daughter’s

severe preeclampsia, although the odds ratio was not significant (OR 5.7, 95%

CI 0.9 to 36.7, p=0.038). The risk of preeclampsia was also higher if a sister of

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25

a preeclampsia case had a history of systemic hypertension (OR 5.2, 95 % CI

2.3 to 12.0, p=0.001) or of preeclampsia (OR 3.9, 95% CI 2.0 to 7.8, p=0.001)

or of eclampsia (OR 4.5, 95% CI 1.4 to 13.8, p=0.007), as shown in table 4. An

association was found for severe preeclampsia in a case family when there was

concomitant history of hypertension both in the mother and in sisters (OR 6.3,

95% CI 1.5 to 26.3, p=0.001) of a preeclampsia case. Similarly, an increased

risk of severe preeclampsia was observed when there was previous history of

preeclampsia in the mother and sisters (OR 2.1, 95% CI 0.1 to 63.4, p=0.001).

A history of previous eclampsia in the sister alone, but no maternal history also

increased the risk of preeclampsia (OR 4.2, 95% CI 1.3 to 13.3, p=0.001),

(Table 5). Of importance, the mean number of sisters for cases and controls

were similar, respectively, 2.8 (SD± 2.2) and 2.5 (SD ± 2.0), p=0.564.

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26

DISCUSSION

Preeclampsia is a severe illness with high maternal and perinatal

morbidity and mortality [5]. The prevalence of severe complications of

preeclampsia in Brazil is high and particular in Natal, Brazil, where this study

was conducted [4,19]. HELLP syndrome seems to be a risk factor for eclampsia

[17,20]. Severe preeclampsia seems to occur more frequently in primiparous

and younger women, as seen in this study population. There is evidence that

the high risk of preeclampsia is related to the maternal first exposure to

chorionic villi, specifically the trophoblast, which is of fetal origin. The protective

effect of multiparity, however, can be lost when there is a change of partner

[21].

Restrictions in the usage of regional anesthesia in HELLP syndrome has

been argued, partly because of low platelet counts and the risk of epidural

hemorrhage [1], although more recently epidural has been recommended in

patients with HELLP syndrome. Regional anesthesia was used safely in our

cases of HELLP syndrome and no complications were observed, in spite of the

low platelet counts [7].

Headaches were the most frequent symptom found prior to seizure in

eclampsia cases, similarly to as described in other studies [22]. Epigastric pain

is reported to be the most relevant symptom in HELLP syndrome and is

associated with the severity of liver involvement [19]. We confirm that the

presence of epigastric pain should be seen as a warning sign of the severity of

the HELLP syndrome and careful monitoring should be followed to decrease

further complication, as liver rupture [19]. We found that previous preeclampsia

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27

and chronic hypertension are risk factors for the development of HELLP

syndrome and eclampsia [5]. Persistence of hypertension post-partum in the

case of HELLP syndrome or eclampsia has increased the risk of cardiovascular

complications later in life [5]. In this way it would be recommended that patients

with a history of hypertensive disorders of pregnancy should be carefully

monitored for cardiovascular disorders [5].

Renal insufficiency was a frequent complication of our case group, but

none evolved with chronic renal insufficiency, which can be a common

complication of HELLP syndrome [17]. The occurrence of placental abruption

was seen more frequently found in HELLP syndrome and eclampsia, similar to

previous reports [17,20].

In this study, the majority of the cases had a gestational age below 37

weeks. The majority of the newborn presented Apgar score less than 7 at 5th

minute after birth and lower weight, similar to findings in other studies [22]. The

maternal outcome in gestations complicated with eclampsia and HELLP

syndrome has improved in most places, including in this study area, although

the perinatal mortality has not and this could be due to the advance stages in

which the mothers are admitted to tertiary care center and/or the poor

adherence to prenatal care. In this awareness of the importance of close follow

up of high risk gestations as severe preeclampsia should be raised to allow

better monitoring and follow up throughout the gestational months.

Preeclampsia is a frequent complication of pregnancy in the

underprivileged population as shown here and previously [19]. The estimated

incidence in a preliminary study was shown to be 13% (Melo et al, manuscript in

Page 41: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

28

preparation), higher than described for other populations. Studies have shown

that there is a heritability component influencing the development of

preeclampsia [23]. The presence of familial aggregation of preeclampsia has

strengthened the hypothesis of a genetic susceptibility to developing

preeclampsia [24]. In this study we found that women with HELLP syndrome

and eclampsia had a significant family history of hypertension, considering

mother and sisters status of systemic hypertension, preeclampsia or eclampsia,

indicating familial clustering of hypertensive disorders in this population. The

information on personal and family history was taken from the patient, and

information was also collected by interviewing another family member, usually a

first degree relative, from both cases and controls, in order to avoid bias of

patient recall, likely to occur since a case of severe preeclampsia could

remember better previous similar familial or personal medical histories. We

found that presence of hypertension in a mother and in a sister increased 6

times the risk of a woman to develop severe preeclampsia [12,25]. This is

consistent with findings in Sweden where maternal preeclampsia was

associated with 70% excess risk of preeclampsia in daughters [10].

Finally, the high prevalence of severe preeclampsia in this population

and the findings that there is familiar aggregation showed that a large group of

women are at risk of preeclampsia. These findings also indicate the need to

establish protocols for early intervention and close post-partum follow-up for

assessment of persistence of hypertension. In this way, women with a history of

severe preeclampsia should be carefully managed to prevent onset of

cardiovascular diseases. Prospective studies are needed to assess the

determinants of preeclampsia in this population, in addition to development of

Page 42: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

29

new public health strategies to early recognize these dreadful diseases and

decrease both maternal and perinatal morbidities and mortalities.

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30

Table 1. Clinical and Obstetric characteristics of the study group

Characteristics Cases (n=148)

mean±SD n1(%)

Controls (n=264)

mean±SD n1(%)

p

Maternal age (years) 24.7 ± 7.6 24.1 ± 6.3 0.364

Number of gestations 2.4 ± 2.3 2.1 ± 1.7 0.235

Parity 1.1 ± 2.2 0.9 ± 1.4 0.281

Previous hypertension 17(11.49) 0(0.0) 0.001

Gestational age (wks)

< 27 14 (9.5) 7 (2.7) 0.001

28-33 32(21.6) 21(8.0) 0.001

34-36 32(21.6) 28(10.6) 0.001

37 70(47.3) 208(78.8) 0.001

Prenatal care 78(52.7) 172(65.9) 0.087

Type of delivery

Vaginal 26(17.6) 131 (49.6) 0.001

Cesarean section 122 (82.4) 133 (50.4) 0.001

Type of anesthesia

Local 20 (13.5) 106 (40.1) 0.001

Regional 111 (75.0) 133 (50.4) 0.001

General 11 (7.4) 0 (0.0) 0.001

None 6 (4.1) 25 (9.5) 0.001

ICU 11 (7.4) 0 (0.0) 0.001

ICU – intensive care unit

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31

Table 2. Clinical presentation of eclampsia and HELLP syndrome

Symptoms HELLP Syndrome

n=85 (%)

Eclampsia

n=47(%)

Eclampsia/

HELLP

Syndrome

n= 16 (%)

Total

n=148 (%)

Epigastric pain 54(63.5) 6(12.8) 7(43.8) 67(45.3)

Headache 45 (52.9) 40(85.1) 7(43.8) 92(62.2)

Dizziness 34(40.0) 36(76.6) 6(37.5) 76(51.4)

Blurred vision 30 (35.3) 30(63.8) 8(50.0) 68(46.0)

Vomiting 29 (34.1) 17 (36.2) 4 (25.0) 50 (33.8)

Nausea 28(32.9) 5 (10.6) 3 (18.8) 36 (24.3)

Complications

Oliguria 29 (34.1) 1 (2.1) 4 (25.0) 34 (22.9)

Bleeding 26 (30.6) 2 (4.3) 8 (50.0) 36 (24.3)

Renal failure 12 (14.1) 0 (0.0) 4 (25.0) 16 (10.8)

Abruptio

Placentae

12 (14.1) 2 (4.3) 1 (6.3) 15 (10.1)

IUGR* 4 (4.7) 2 (4.2) 1 (6.2) 7 (4.7)

DIC** 3 (3.5) 0 (0.0) 4 (25.0) 7 (4.7)

Coma 0 (0.0) 2 (4.3) 2 (12.5) 4 (2.7)

Pulmonary

edema

1 (1.2) 0 (0.0) 2 (12.5) 3 (2.0)

*Intrauterine growth restriction

**Disseminated intravascular coagulopathy

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32

Table 3. Laboratory findings found for subjects with eclampsia and HELLP

syndrome.

Laboratory Findings HELLP

syndrome

(n=85)

mean±SD

Eclampsia

(n=47)

mean±SD

Eclampsia/HELLP

syndrome

(n=16)

mean±SD

p

Systolic pressure

(mmHg)

165.2 ± 28.5 162.6 ± 14.4 153.1 ± 24.7 0.197

Diastolic pressure

(mmHg)

108.6 ± 18.7 110.9 ± 9.05 101.25 ± 19.9 0.134

Urea (mg/dl) 42.0 ± 32.2 20.0 ± 7.8 42.0 ± 20.2 <0.001

Creatinine (mg/dl) 1.36 ± 1.31 0.8 ± 0.2 1.43 ± 1.1 0.019

Uric acid (mg/dl) 7.07 ± 1.9 7.2 ± 1.9 8.81 ± 2.7 0.007

AST (IU/L) 392.0 ± 452.4 39.7 ± 32.7 705.60 ± 540.4 <0.001

ALT (IU/L) 268.3 ± 282.8 34.5 ± 17.90 364.87 ± 307.8 <0.001

LDH (IU/L) 905.3 ± 722.14 306.3 ±109.59 1491.81± 863.66 <0.001

Bilirrubin (mg/dl) 1.48 ± 3.15 0.4 ± 0.28 2.25 ± 2.08 0.017

Platelets(cells/mm3) 68.936±23.999 205.729±58.793 55.885± 3.072 <0.001

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33

Table 4. Risk of severe preeclampsia taking into account maternal or sister

history of hypertensive disorders.

Family relationship Cases

n=148 (%)

Controls

n=264 (%)

Odds Ratio

(95% CI)

p

Maternal History

Chronic hypertension 58 (41.1) 56 (21.9) 2.5 (1.6 to 3.9) 0.001

Preeclampsia 11 (8.0) 6 (2.4) 3.5 (1.3 to 9.3) 0.011

Eclampsia 4 (2.9) 1 (0.4) 5.7 (0.9 to 36.7) 0.038

Sisters’ history

Chronic hypertension 21 (18.1) 8 (3.9) 5.2 (2.3 to 12.0) 0.001

Preeclampsia 26 (22.8) 14 (6.9) 3.9 (2.0 to 7.8) 0.001

Eclampsia 10 (8.8) 4 (2.0) 4.5 (1.4 to 13.8) 0.007

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34

Table 5. Risk of eclampsia and/or HELLP syndrome taking into account

maternal and sister history of hypertensive disorders

Family history Cases

n=148 (%)

Controls

n=264(%)

Odds Ratio

95% (CI )

p

Sisters with

hypertension and

mother normotensive

7(4.7) 6(2.3) 3.0 (1.0 to 9.1) <0.0001

Sisters and mother

with hypertension 13(8.8) 2(0.7) 6.3 ( 1.5 to 26.3) <0.0001

Sisters with PE* and

mother without PE* 23(15.5) 13(5.0) 4.0 (1.9 to 8.2) <0.0001

Sisters and mother

with PE* 1(0.7) 0(0.0) 2.1 (0.1 to 63.4) <0.0001

Sisters with E** and

mother without E** 9(6.1) 4(1.5) 4.2 (1.3 to 13.3) <0.0001

*PE = Preeclampsia

** E= Eclampsia

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35

Acknowledgements

The authors express their thanks to the staff of Maternidade Escola Januário

Cicco, in Natal, Brazil, where this study was conducted, for the help with

patients’ enrollment. We also thank Dr. Priya Duggal from the Inherited Disease

Research Branch (National Genome Institute, National Institutes of Health,

Baltimore, MD) for her helpful suggestions in this manuscript. SMBJ is a CNPq

researcher.

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39

ARTIGO 2

Characteristics and treatment of hepatic rupture caused by HELLP syndrome

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40

Characteristics and Treatment of Liver Rupture due to HELLP Syndrome

Ana C.P.F. Araujo, M.D., PhD1, Marcos D. Leao, M.D.,2 Maria H. Nobrega,

M.D., PhD1, Patricia F.M. Bezerra, M.D.,1,2 Flavio V.M. Pereira, M.D.2, Edailna

M.D. Melo, M.D. 2 George D. Azevedo, M.D., PhD3, Selma M.B. Jeronimo,

M.D., PhD1,4

1Department of Gynecology and Obstetrics, 2Health Graduating Program,

Health Sciences Center 3Department of Morphology, 4Department of

Biochemistry, Bioscience Center, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Natal, RN, Brazil

Corresponding Author:

Selma M.B. Jeronimo

Department of Biochemistry, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

CP 1624, Natal, RN, 59078-970, Brazil

Phone: 55-84-215-3428

Fax: 55-84-214-3428

e-mail: [email protected]

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41

Condensation

A series of 10 cases of hepatic rupture in subjects with HELLP syndrome from a

single center was reviewed.

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42

ABSTRACT

Objective: The purpose of this study was to review the management of hepatic

rupture due to HELLP Syndrome, and to assess maternal and perinatal

outcomes of these subjects.

Study Design: A retrospective study of confirmed HELLP syndrome cases

complicated by hepatic rupture was conducted.

Results: Ten cases of hepatic rupture were identified. The median maternal

age was 42.5±5.9 years (median ± SD), and the median gestational age at

delivery was 35.5±4.9 weeks. The most frequent signs and symptoms of

hepatic rupture were sudden onset of abdominal pain, acute anemia and

hypotension. Laboratory findings included a low platelet count and increased

hepatic enzymes. Surgical treatment was performed in 9 cases and one case

was treated non-surgically. The maternal mortality was 10%, and the perinatal

mortality was 80%.

Conclusion: A combination of surgical treatment with hepatic artery ligation

and omental patching with supportive measures were effective in decreasing

mortality in hepatic rupture due to HELLP syndrome in Rio Grande do Norte,

Brazil.

Key words: Hepatic rupture, HELLP Syndrome, Preeclampsia, hepatic artery

ligation

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43

INTRODUCTION

Spontaneous hepatic rupture is a rare, but life-threatening complication

of preeclampsia, frequently associated with HELLP Syndrome, which is defined

as hemolysis, elevation of hepatic enzymes and low platelet counts.1 During

pregnancy, the incidence of spontaneous hepatic rupture is reported to be

between 1 in 45,000 and 1 in 225,000 overall deliveries.1,2,3 The most

common clinical signs of hepatic rupture are right upper quadrant or epigastric

pain, severe right shoulder pain, nausea, vomiting, abdominal distention, and

hypovolemic shock.4 The successful management of hepatic rupture has been

shown to involve a combination of surgical intervention and aggressive

supportive care. Several surgical approaches have considerably decreased the

morbidity and mortality associated with this entity, 1 but there is still not an

agreement upon the best approach to treat this severe complication of

pregnancy.

Maternal mortality is high when hepatic rupture occurs, varying from 18

to 86% in different series reported. Death results largely from complications

such as disseminated intravascular coagulation, pulmonary edema, or acute

renal insufficiency.5,6,7,8 The objective of this study was to review the

management of hepatic rupture due to HELLP Syndrome and to assess the

maternal and perinatal outcomes through a retrospective analysis of a large

case series treated in a single medical center in Natal, Brazil between 1990-

2002.

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44

PATIENTS AND METHODS

A review of 10 cases of pregnancy with spontaneous hepatic rupture due

to HELLP syndrome treated at the maternity hospital of the Federal University

of Rio Grande do Norte (Maternidade Escola Januário Cicco) in Natal, Brazil

between 1990 and 2002 was performed. The University Hospital is a referral

center that manages all complications of pregnancies for subjects without health

insurance for the state of Rio Grande do Norte. HELLP syndrome was defined

as a severe preeclampsia, with subjects having a platelet count

<100,000/microliter, aspartate aminotransferase (AST) greater than 72 U/L, and

lactate dehydrogenase (LDH) greater than 600 U/L.9 The characteristics of the

cases are shown as the median plus or minus the standard deviation (SD).

Cases were studied retrospectively, with each patient chart reviewed.

The Maternity Hospital admits approximately 7587 subjects yearly, of these

5346 are deliveries. The incidence of HELLP syndrome was calculated based

on 64,156 admissions registered between 1990 and 2002. Charts of 635 of

patients with preeclampsia were reviewed in a six month period. The incidence

of HELLP syndrome was calculated for this reference center with confidence

interval of 95%.

Medical records were reviewed for demographic information, clinical

symptoms, laboratory and imaging findings, treatment approaches, and

maternal and neonatal outcomes. This study was reviewed and approved by the

UFRN review board and the National Brazilian Ethical Review Board (CEP-

UFRN 08/01 and CONEP 4586).

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45

RESULTS

Ten cases of hepatic rupture due to HELLP syndrome were treated at the

Maternal University hospital. An average of 1 case of hepatic rupture in 5346

deliveries was observed during the 12 years studied. The incidence of hepatic

rupture was 0.015% for all cases and 3.1 % for subjects with complete HELLP

syndrome. General characteristics of the hepatic rupture cases were as follows:

median age of 42.5 years (SD 5.90), median parity of 4.5 (SD 5.48), and

median gestational age at delivery of 35.5 weeks, (SD 4.8) .

The major symptoms at admission were vaginal bleeding (8/10) and

abdominal pain (7/10). The median laboratory values at diagnosis were a low

hematocrit (23.5%, with SD 4.7), low platelet count (91 x 103/mm3, with SD

57,819), and elevated serum AST (322 with SD 438 U/L), ALT (294 with SD 602

U/L), and LDH (1,860 with SD 897 U/L) levels. The median systolic blood

pressure was 150 mmHg (SD 57) and the median diastolic blood pressure was

100 mm Hg, (SD 40). Table 1 shows the major clinical and laboratory findings at

observed at admission.

Six subjects underwent Cesarean section and 4 had vaginal deliveries.

The Cesarean section was performed due to vaginal bleeding, sudden

abdominal pain, or acute fetal distress. The diagnosis of hepatic rupture was

made during the Cesarean procedure for 4 subjects and by ultrasound

evaluation for 5 subjects. Hepatic rupture was diagnosed in the final patient

during a laparatomy performed because of an acute abdomen and hypovolemic

shock.

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46

The grade of hepatic involvement varied from a minor capsular laceration

to extensive parenchymal rupture. The majority of the hepatic lesions were

found in the right lobe. One patient with a stable subphrenic hematoma was

treated conservatively. Cases with minor capsular lacerations (n=3) underwent

suture and omental patching. Patients who presented with non-friable and

localized lesions (n=5) underwent hepatic artery ligation and cholecystectomy.

One of these patients who presented with more extensive lesions had the

hepatic parenchyma compressed with surgical towels prior to hepatic artery

ligation. Cholecystectomies were performed to avoid gallbladder necrosis. One

patient who was admitted in hypovolemic shock underwent immediate

laparatomy. A large ruptured hepatic hematoma was observed in the right lobe.

This patient died during the surgical procedure. Almost all subjects received

support therapy with transfusion of blood products including plasma,

cryoprecipitate, red blood packs and platelets. The one exception was a patient

treated conservatively who also received albumin. Table 2 shows the

demographics and types of treatment for cases in this series.

The median length of hospitalization was 14 days (with SD 14). The case

treated non-surgically was hospitalized for 32 days. The most common

complications were hematoma in the surgical site which later spontaneously

reabsorbed, pleural effusion, and fever. No infection was observed in any of the

cases. The survival maternal rate was 9 out of 10 patients. Only 3 fetuses were

born alive, and one died right after the delivery because of severe intra-uterine

anoxia. Table 3 shows the major complications and maternal and neonatal

outcomes in hepatic rupture. A more complete review of the 3 more unique

cases is presented below.

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47

Case 1 (Table 2)

A 38-year old multiparous woman (G5P4) was admitted at a gestational

age of 38 weeks because of epigastric pain and severe preeclampsia with a

blood pressure of 160/100 mmHg. The patient was treated with magnesium

sulfate (loading dose of 5 g, followed by 2 g/per hour for 24 hours). The signs,

symptoms and laboratory evaluation met the criteria for HELLP syndrome. After

stabilizing the blood pressure, labor was induced with oxytocin with no response

after 12 hours. Laboratory findings revealed a platelet count of 91.4 x 103/mm3,

AST 768 U/L, LDH 2,207 U/L, and a hematocrit of 20%. The patient’s blood

pressure and laboratory findings grew progressively worse. A Cesarean section

was performed and a healthy child was born without any signs of having

experienced hypoxia. Hemoperitoneum was diagnosed during surgery, and a

hepatic hematoma of 9.8 cm diameter was revealed during laparotomy. No

additional sites of hepatic bleeding were seen. Since the hepatic hematoma

was located subphrenically, in an area difficult to access surgically, and there

were no signs of further bleeding, the patient was monitored clinically and by

serial ultrasound evaluations. The patient developed dyspnea, tachycardia,

thoracic pain, right upper quadrant abdominal pain and dry cough. A chest X-

ray revealed a pleural effusion on the right side. The patient underwent

thoracocentesis. Culture of the pleural aspirate was negative. In addition, blood

and urine cultures were also negative. The patient developed no further

complications and she was discharged 32 days after admission.

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48

Case 2 (Table 2)

A 36 year-old woman (G3P2), gestational age 36 weeks, was admitted

because of seizures. She presented initially with a blood pressure of 90/60

mmHg, a thready pulse, and uterine hypertonia. No fetal pulse was detected. A

clinical diagnosis of placental abruption was made. The major laboratory

findings at admission were a platelet count of 92.0 x 103/mm3, AST 1,861 U/L,

LDH 1,514 U/L, and a hematocrit of 25%. Patient underwent a laparotomy and

a stillbirth was delivered with signs of recent death. Extensive abdominal

bleeding due to hepatic laceration was observed. The hepatic artery was

ligated, followed by cholecystectomy and suture of the hepatic lesion. Post-

surgical supportive therapy included plasma, cryoprecipitate, and red blood cell

transfusions. Patient was monitored carefully by ultrasound. Her post-operative

course was complicated by fever on day the subsequent post-operative days,

but blood cultures were negative. According to serial ultrasound examinations a

hepatic hematoma formed post-surgically, but spontaneously reabsorbed after

two weeks, when patient was discharged.

Case 3 (Table 2)

A 44 year-old woman (G14P14) was admitted to the hospital 24 hours

after delivery of a dead fetus, and after developing several post-partum

generalized seizures. She had a history of high blood pressure throughout the

pregnancy. The seizures were followed by a sudden decrease in blood

pressure, cutaneous pallor, and altered mental status. At the time of admission,

the patient was unresponsive and hypotensive. Physical examination revealed

multiple cutaneous ecchymoses, and gingival and vaginal hemorrhage.

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49

Laboratory findings showed a platelet count of 80.0 x 103/mm3, AST 430 U/L,

LDH 2,960 U/L and a hematocrit of 15%. A laparotomy revealed

hemoperitoneum and a large hepatic laceration. The patient developed cardio

pulmonary arrest during surgery, followed by death.

DISCUSSION

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50

Spontaneous hepatic rupture is a rare and life threatening complication of

pregnancy, that reportedly occurs in 1 out of every 45,000 to 225,000

deliveries.9 Hepatic rupture occurs in pregnancies complicated by

preeclampsia, eclampsia, or HELLP syndrome.10 In our series, a higher

incidence of hepatic rupture was seen. The majority of these cases did have not

proper management of their preeclampsia. In addition, the Maternity Hospital is

a reference center for major obstetrics complications, likely increasing the

incidence of this condition.

A large case series composed of 141 cases of hepatic rupture was

compiled from different studies.10 Of these cases, 58 indicated a platelet nadir,

and 77.5% of these had platelet counts of less than 100,000.11 Our cases

fulfilled the criteria complete HELLP syndrome. Hepatic rupture in our series

occurred more often than not in multiparous women over age 40, In contrast,

other studies have not reported age as a risk12, although some reports have

claimed that multiparous older women are at a higher risk of developing

intrahepatic hemorrhage than younger or primiparous women.13 One of our

case occurred post-partum. Post-partum hepatic rupture has been reported in

another series.14

The development of abdominal pain in pregnant women with severe

preeclampsia or HELLP syndrome should be considered ominous, and this

should lead to careful screening to rule out hepatic lesions.13 Abdominal pain

was the first clinical sign observed in our series. The appropriate management

of hepatic lesions likely varies between conservative treatment with support

therapy, to surgical management in combination with supportive therapy.

Surgical management can vary from stitching of the lesions, omental patching,

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51

hepatic artery ligation, embolization of the hepatic artery, to liver transplants. In

our series, 50% of the cases underwent hepatic artery ligation. The

shortcomings of this procedure and its association with maternal mortality have

been discussed in other reports. Nonetheless, in our cases no complication of

hepatic artery ligation were observed, and patients were discharged on the

average 16 days after admission.

The mortality rate in hepatic rupture in pregnancy has decreased from

100 percent to 30 percent in the recent cases series.8,10 A substantial

reduction in mortality has been attributed to the introduction of several

procedures, including hepatic arterial embolization.10 In our series, 10 %

mortality was observed, which is considerably lower than the reported mortality.

Nonetheless perinatal child mortality in our series was high, similar to other

reports.10

Non-surgical management of hepatic rupture has been considered in

cases without coagulopathy.10 In our series, only one case of hepatic rupture

was managed medically, without surgical intervention. This particular patient

had a high surgical risk due to the anatomical location of the hepatic lesion, and

she did not present with signs of active bleeding. We conclude that patients

treated with supportive medical care alone should be carefully followed up, with

adequate hemodynamic support and regular imaging.15, 16

In summary, a diagnosis of hepatic rupture should be considered when

there is a sudden onset of hypotension and acute anemia in a patient with

pregnancy-induced hypertension. This type of presentation should lead to

prompt diagnostic tests for hepatic rupture, and treatment. In our series,

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surgical intervention with hepatic artery ligation was successful. This series

illustrates that patients with hepatic rupture and HELLP syndrome should be

treated by a multidisciplinary team of physicians and other health professionals

in a setting where adequate supportive care is available to treat this life

threatening condition.

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53

Table 1. Hepatic rupture associated with HELLP syndrome: clinical and

laboratory findings at admission

Parameters *Median *SD

Systolic blood pressure (mmHg) 150.00 57

Diastolic blood pressure (mmHg) 100.00 40

Hematocrit (%) 23.50 4.0

Platelets (x103/mm3) 91,700 57,819

AST (U/L) 322.00 438

ALT (U/L) 294.50 602

LDH (U/L) 1860.50 897

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Table 2. Demographics and treatment of hepatic rupture.

Case Age Parity Time of occurrence Treatment Blood products

1 36 2 36 wks pregnancy HA ligation and cholecystectomy cryoprecipitate, packed red

2 44 14 Puerperium (1st day) No procedure (dead at admission) No therapy

3 43 10 24 wks pregnancy Omentum patching Plasma, cryoprecipitate, pac

4 48 3 Puerperium (1st day) Surgical stitching Plasma, cryoprecipitate, pac

5 43 15 37 wks pregnancy HA ligation and omentum patching Plasma, cryoprecipitate, pac

6 42 5 34 wks pregnancy HA ligation and omentum patching Plasma, cryoprecipitate, alb

7 45 15 40 wks pregnancy Surgical stitching and omentum

patching

Plasma, cryoprecipitate

8 42 3 35 wks pregnancy HA ligation and omentum patching Plasma, cryoprecipitate, pla

9 38 4 38 wks pregnancy Clinical observation and monitoring Albumin

10 27 3 33 wks pregnancy HA ligation and cholecystectomy Plasma, cryoprecipitate

HA: Hepatic artery

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Table 3. Complications and maternal and neonatal outcomes in hepatic rupture

Recovery Case number Complication Length of hospital stay

Maternal

1 Fever and hematoma 10 Yes

2 Death 0 No

3 Pleural effusion 45 Yes

4 Dyspnea 8 Yes

5 Thrombophlebitis and subphrenic hematoma 16 Yes

6 Pleural effusion 25 Yes

7 no additional complication 10 Yes

8 Pleural effusion 20 Yes

9 Fever and dyspnea 32 Yes

10 No additional complication 12 Yes

* newborn died after 6 hours after birth;

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ARTIGO 3

Síndrome HELLP: Considerações acerca de Diagnóstico e Conduta

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Título: Síndrome HELLP: Considerações acerca de Diagnóstico e Conduta

Título em ingles: HELLP Syndrome: Considerations about Diagnosis and

Management

Palavras-chave: Síndrome HELLP, Trombocitopenia, Coagulação intravascular

disseminada.

Keywords: HELLP syndrome, Thrombocytopenia, Disseminated intravascular

Autores:

Patricia Costa Fonsêca Meirelles Bezerra*/**

Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo**/***

Edailna Maria de Melo Dantas**

Flávio Venício Marinho Pereira**

Marcos Dias Leão**

Selma Maria Bezerra Jerônimo****

Técia Maria Oliveira Maranhão***

Maternidade Escola Januário Cicco/ Universidade Federal do Rio Grande do

Norte*

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFRN**

Departamento de Toco-Ginecologia da UFRN***

Departamento de Bioquímica da UFRN****

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Resumo

A síndrome HELLP é uma grave complicação da pré-eclâmpsia,

cursando com elevada morbimortalidade materna e perinatal. Controvérsias

ocorrem com relação à incidência, os critérios de diagnóstico e à conduta nesta

síndrome. As mortes perinatais estão relacionadas com o descolamento

prematuro da placenta, asfixia intra-útero e prematuridade. A utilização de altas

doses de corticóide, no tratamento, parece proporcionar melhores resultados

maternos e perinatais. No entanto, são necessários estudos randomizados

para sua completa e segura utilização na síndrome HELLP. O maior desafio,

diante desta síndrome, é o diagnóstico precoce, a intervenção oportuna e a

prevenção das complicações. Sendo assim, as pacientes, com suspeita de

síndrome HELLP, deverão ser encaminhadas para um serviço de assistência

terciária para que sejam assistidas por uma equipe especializada e, tão logo

possível, promova-se a interrupção da gestação.

PALAVRAS-CHAVE: Síndrome HELLP, Trombocitopenia, Coagulação

intravascular disseminada.

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Abstract

HELLP syndrome is a severe complication of preeclampsia and evolves with

high maternal and perinatal mortalities. There are still important controversies

related to the true incidence, diagnostic criteria and treatment. The perinatal

mortality is related to abruption placenta, intra uterine distress and prematurity.

Preliminary studies indicate that corticosteroid seems to improve the maternal

and perinatal outcome, although further randomized studies are needed to

determine its use in HELLP syndrome. Early diagnosis is crucial to determine

the type of intervention and prevention of complications. Patients suspect of

HELLP syndrome should be treated at a tertiary medical center and the

pregnancy should be terminated because of the severity of this illness.

KEYWORDS: HELLP syndrome. Thrombocytopenia. Disseminated

intravascular coagulopathy.

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Introdução

Dentre as diversas manifestações clínicas da hipertensão na gravidez,

inclui-se uma entidade específica, determinada síndrome HELLP, que acomete

mulheres com pré-eclâmpsia grave e apresentam hemólise (H), elevação das

enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP) (Weinstein, 1982). A pré-

eclâmpsia apresenta uma incidência variável de, aproximadamente, 1,5% a

3,8% em todas as gestações, em países desenvolvidos (Ventura et al., 2000),

enquanto que, no Brasil, atinge valores elevados, como 7.5% (Gaio et al.,

2001). É descrito que a síndrome HELLP pode acometer 4% a 12% das

pacientes com pré-eclâmpsia grave (Martin et al., 1991), podendo incorrer em

elevada mortalidade materna (24%) e perinatal de até 40%, apesar da

assistência ao parto, de forma oportuna, com intervenção obstétrica e cuidados

intensivos, realizados por equipe capacitada (Magann & Martin, 1999; Sibai,

2004).

A síndrome HELLP consiste em manifestações clínicas e laboratoriais

patológicas, resultantes de ativação plaquetária e lesão endotelial

microvascular (Sibai, 1990), decorrente de desordens imunológicas do binômio

materno-fetal e parece ter caráter hereditário (Carr et al., 2005). Quando incide

em irmãs, a síndrome determina um risco aumentado de acometimento familiar

de 2.3 vezes (Carr et al., 2005) e o risco de recorrência, em outra gestação,

pode variar de 2% a 19% (O’Brien & Barton, 2005). Embora sua ocorrência

seja mais freqüente no período anteparto, em 30% dos casos, a síndrome

HELLP pode ocorrer após o parto, variando de poucas horas até o período de

sete dias, com maior prevalência dentro das primeiras 48 horas pós-parto

(Sibai et al., 1993).

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Existem inúmeras controvérsias em vários aspectos dessa entidade

clínica, principalmente, na conduta, que ocorrem, em parte, pela falta de

uniformidade nos critérios para o diagnóstico da síndrome HELLP e pela

carência de estudos randomizados para o seu tratamento (Sibai, 2004). É de

suma importância a discussão em torno das diversas controvérsias acerca

desta síndrome, tentando adequar condutas e tratamento, visando a melhores

resultados maternos e perinatais.

Controvérsias no Diagnóstico

A maior controvérsia, em relação à síndrome HELLP, no entanto, está

na adoção de diferentes critérios para o seu diagnóstico, uma vez que não há

sinais e sintomas característicos e, ainda a sua conceituação é baseada em

alterações laboratoriais (Rudge & Vasconcellos, 2004). A síndrome HELLP foi

descrita, inicialmente, após avaliação de 29 pacientes, com pré-

eclâmpsia/eclâmpsia, onde se constatou o comprometimento hepático, que

parecia anteceder a doença primária cerebral e renal (Weinstein, 1982).

Posteriormente, foram estabelecidos critérios para o diagnóstico, baseados em

cada elemento da síndrome HELLP, sendo hemólise demonstrada, através de

esfregaço anormal periférico, bilirrubina com valores superiores a 1.2 mg/dL ou

desidrogenase lática (LDH) acima de 600 U/L; enzimas hepáticas aumentadas,

como aspartato aminotransferase (AST) acima de 70 U/L e plaquetopenia,

definida como plaquetas abaixo de 100.000/mm3 (Sibai, 1990; Audibert et al.,

1996).

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Foi descrita uma outra classificação, baseando-se na avaliação

retrospectiva de 302 casos de síndrome HELLP. Utilizou, como parâmetro

básico, o nível da plaquetopenia, mantendo as alterações laboratoriais prévias

e associando, agora, ao comprometimento dos sistemas nervoso central,

cárdio-pulmonar e renal, o que permitiu, assim, a definição em classes.

Pacientes com nível sérico de plaquetas abaixo de 50.000/mm3 seria

classificado como classe I, classe II entre 51.000 e 100.000/mm3; e classe III

entre 101.000 e 150.000/mm3 (Martin et al., 1990; Martin et al., 1991).

Dentre aqueles que aceitam que, para firmar o diagnóstico da síndrome

HELLP, são necessários os parâmetros laboratoriais, associados aos achados

característicos da pré-eclâmpsia, que incluem hipertensão e proteinúria

(O’Brien & Barton, 2005), há outros que descrevem síndrome HELLP com

níveis tensionais normais (Sibai, 1990). Para o diagnóstico de síndrome

HELLP, a maioria dos autores (Sibai et al., 1993; Magann et al, 1999; Sibai,

2004) descreve serem necessários um hemograma com contagem de

plaquetas, esfregaço periférico, para pesquisa de esquizócitos, tempo de

protrombina (TP), tempo de protrombina parcial ativado (TTP), níveis de AST,

LDH, creatinina e bilirrubina.

Investigações, a respeito da fisiopatologia da síndrome HELLP, têm

revelado uma disfunção endotelial hepática, seguida de ativação, agregação e

consumo plaquetário, resultando em isquemia e necrose do hepatócito

(Roberts & Cooper, 2001). Esse comprometimento pode afetar grande parte da

vascularização hepática, determinando resultados catastróficos, traduzindo-se

por alterações laboratoriais da função hepática e, ainda, infarto hepático e

hematoma subcapsular, que podem ser visualizados, através de ressonância

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magnética ou tomografia computadorizada (Barton & Sibai, 1996). Os exames

laboratoriais da função hepática, alterados, parecem preceder as outras

manifestações clínicas e predizer a gravidade da doença (Magann & Martin,

1999).

Sabe-se que a coagulação intravascular disseminada ocorre em 21%

das pacientes com síndrome HELLP (O’Brien & Barton, 2005). Por esta razão,

alguns trabalhos sugerem a realização de testes específicos, tais como:

dosagem de antitrombina III, fibrinopeptídeo A, monômero de fibrina, D-dímero,

plasminogênio e fibronectina. Entretanto, estes testes são onerosos, não sendo

acessíveis a rotina clínica, na maioria dos casos, reservando-se apenas para

pesquisas (Sibai, 1990).

A síndrome HELLP é compreendida como completa, quando a paciente,

com pré-eclâmpsia grave, apresenta anemia hemolítica microangiopática na

presença de nível sérico de LDH superiores a 600 UI/L, contagem de plaquetas

inferior a 100.000/mm3 e níveis séricos de AST superior a 70 IU/L. A síndrome

HELLP, descrita como parcial, pode apresentar apenas um ou dois desses

parâmetros alterados. As complicações maternas mais graves incidem com

maior freqüência, nas portadoras de síndrome HELLP completa, daí a

importância de um rigoroso critério para a definição desta síndrome (Magann &

Martin, 1999).

Diagnóstico Diferencial

Os níveis tensionais elevados (pressão arterial sistólica ≥ 160 mmHg e

diastólica ≥ 110 mmHg), achado freqüente na pré-eclâmpsia grave, nem

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sempre estão presentes na síndrome HELLP, podendo-se observar pacientes

com hipertensão leve (30%), ou mesmo, ausência de hipertensão arterial (20%)

(Sibai, 1990).

A epigastralgia pode ser o primeiro sinal de alerta e anteceder as

alterações laboratoriais da síndrome HELLP, por algumas horas, o que pode

confundir o obstetra, levando-o ao diagnóstico de gastrite ou colecistite

(O’Brien & Barton, 2005). Algumas vezes, esta síndrome é confundida com

hepatite viral, colelitíase, colecistite, refluxo esofágico, úlcera gástrica, lúpus

eritematoso sistêmico, insuficiência renal aguda, síndrome hemolítica-urêmica,

púrpura trombocitopênica (PTT) e esteatose hepática da gravidez (Sibai, 2004).

Por outro lado, algumas hepatopatias apresentam quadro clínico

semelhante à síndrome HELLP, impondo-se o diagnóstico diferencial, através

de exames complementares e evolução clínica. Achados, como hipoglicemia,

bilirrubina direta aumentada, plaquetopenia, TP e TTP prolongados, podem

estar associados a quadros de esteatose hepática (O’Brien & Barton, 2005).

Pacientes com púrpura trombocitopênica (PTT), podem exibir características

comuns à síndrome HELLP, incluindo-se anemia hemolítica microangiopática,

proteinúria, aumento de LDH e possível comprometimento renal, mas não

apresentando na maioria dos casos a elevação dos níveis de transaminases ou

o quadro de hipertensão arterial. A síndrome hemolítica-urêmica, também, é

caracterizada por anemia hemolítica microangiopática, hipertensão, proteinúria

e falência renal entretanto, sem apresentar disfunção hepática. A anemia

hemolítica microangiopática, presente nestas patologias, parece afetar,

primeiramente, o fígado na síndrome HELLP, o rim na síndrome hemolítica-

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urêmica e o sistema nervoso central na PTT (Magann & Martin, 1999; O’Brien

& Barton, 2005).

Controvérsias na Conduta

Embora a síndrome HELLP possa simular diversos problemas clínicos e

cirúrgicos não obstétricos, sabe-se que a brevidade e confirmação, desse

diagnóstico, favorecerão o prognóstico materno e fetal, uma vez que o

desfecho clínico de uma mulher, com a síndrome HELLP, é usualmente

caracterizado por progressivo e rápido agravamento da condição materna. A

gestante, com síndrome HELLP, necessita de cuidados especiais, já

padronizados, que incluem os cuidados gerais, a administração de sulfato de

magnésio, terapia anti-hipertensiva e resolução da gestação (Sibai, 1990).

Pacientes, com suspeita ou confirmação de síndrome HELLP, deverão

ser imediatamente hospitalizadas em unidade de saúde de referência terciária.

É conduta, prioritária, a estabilização clínica materna, particularmente as

alterações da coagulação, concomitantemente à avaliação da vitalidade fetal.

Diante do risco de morte materna elevada e gravidade do quadro, a interrupção

da gravidez está indicada, fato que não deve depender da idade gestacional

(Sibai, 1990).

Quanto ao controle dos níveis tensionais, a hidralazina é considerada a

droga de escolha como hipotensor, de ação rápida, para os picos hipertensivos

(Magann & Martin, 1999). O controle dos níveis pressóricos pode ser obtido

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com uma dose de 5mg de hidralazina em bolus, podendo ser repetida a cada

20 minutos, perfazendo um total de 20 mg, por hora (Sibai, 2004). Na

inexistência ou ineficiência da hidralazina, no controle dos níveis da pressão

arterial, pode ser utilizada a nifedipina na dose de 10mg a 20 mg, via oral, a

cada 30 minutos (O’Brien & Barton, 2005). Não se recomenda a administração

sublingual, devido o risco de queda abrupta da pressão arterial, determinando

redução do fluxo sanguíneo úteroplacentário. Entretanto, seu uso deve ser

evitado em pacientes diabéticas, hipertensas crônicas, fumantes e

coronariopatas idosas. O nitroprussiato de sódio pode ser usado em casos

especiais, quando a crise hipertensiva não responde a essas outras drogas,

com uso restrito em ambiente de UTI, pois o risco de hipotensão é elevado,

assim como intoxicação fetal (Magann & Martin, 1999).

A associação entre eclâmpsia e síndrome HELLP pode ocorrer numa

freqüência de 10% a 34.6% (Sibai et al., 1993; Vigil-De Gracia, 2001). Portanto,

recomenda-se que todas as pacientes, com síndrome HELLP, recebam infusão

endovenosa, com dose de ataque de 4g a 6g de sulfato de magnésio, seguido

de uma dose de manutenção de 1g a 2g, por hora, em solução endovenosa

contínua (Duley et al., 2006). Tal droga deve ser iniciada no momento do

diagnóstico, mantido durante o parto e, por, no mínimo, 24 horas pós-parto

(Sibai, 2004). O monitoramento clínico é realizado através de avaliação

periódica dos reflexos patelares e diurese horária, não sendo necessário o

monitoramento da magnesemia (Magann & Martin, 1999; Duley et al., 2006).

Diante de vasoespasmo e lesão endotelial presentes, deve-se manter

uma infusão líquida endovenosa média de 100 ml/h (ringer simples e/ou soro

glicosado a 5%), não ultrapassando 150 ml/h, a fim de manter uma diurese

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horária de, no mínimo, 20 ml/h (Magann & Martin, 1999). A hipovolemia, por

uma infusão reduzida de líquido, pode desencadear uma lesão renal, assim

como seu excesso pode predispor ao edema agudo de pulmão e ascite, e,

ainda, a outras conseqüências adversas (Magann & Martin, 1999).

Na ausência de evidência clínica e/ou laboratorial de coagulação

intravascular disseminada e gestações entre 24 a 34 semanas, pode ser

utilizada a corticoindução da maturidade pulmonar fetal, sendo recomendável a

resolução do parto no período de tempo de, no máximo, 48 horas, sempre se

avaliando, rigorosamente, o grau de comprometimento materno, fator decisório

na interrupção da gestação (Tompkins & Thiagarajah, 1999; Sibai, 2004).

Uso de Corticóide na Síndrome HELLP

Os benefícios maternos do uso do corticóide, em mulheres, com

síndrome HELLP, foram primeiramente relatados em pacientes na indução da

maturidade pulmonar fetal (Thiagarajah et al., 1984). Desde então, sugere-se a

administração de corticóide, como uma droga que possa ser segura e efetiva

para melhorar os resultados maternos e perinatais (Magann et al., 1994a;

Magann et al., 1994b, Tompkins & Thiagarajah, 1999). Os benefícios pioneiros

incluem melhora nos valores laboratoriais, diurese horária, pressão arterial,

menor permanência hospitalar e maior segurança para a anestesia regional

(Magann et al., 1994a; Magann et al., 1994b). No entanto, uma recente revisão

sistemática concluiu ainda não haver evidência suficiente da redução da

morbidade materna, como resultado do uso do corticóide na síndrome HELLP

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(Matchaba & Moodley, 2004) e sugere estudos randomizados para a sua

completa e segura utilização na síndrome HELLP.

A literatura diverge muito, em relação à dose ideal da dexametasona.

Estudo pioneiro randomizado duplo-cego (Fonseca et al., 2005), utilizando

dexametasona na dose de 10 mg, a cada 12 horas, até o parto e para as

puérperas 03 doses, com intervalos de 12 horas, mostrou diminuição no tempo

de hospitalização das pacientes que usaram a dexametasona. Entretanto, não

foi observada melhora nos parâmetros laboratoriais e nas complicações. Os

dados, publicados, sugerem a necessidade de observações, no sentido de

avaliar os efeitos benéficos da corticoterapia sobre o binômio materno-fetal na

síndrome HELLP.

Transfusão Sanguínea

Deve-se restringir a administração de plasma fresco congelado aos

distúrbios de coagulação clinicamente evidentes, que apresentam tempo de

protombina (TP) e/ou tempo de tromboplastina parcial ativado (TTP) superiores

a 1,5 vezes o valor normal, ou aqueles quadros hemorrágicos maciços, em que

não há tempo para avaliação laboratorial minuciosa (Ministério da Saúde,

2000). O uso do crioprecipitado é infrequente, sendo seu uso restrito aos casos

de coagulação intravascular disseminada (CIVD), com o objetivo de aumentar o

nível sérico do fibrinogênio (Ministério da Saúde, 2000). O uso da

plasmaferese, por ser uma conduta invasiva, dispendiosa e de potencial risco

para doença infecciosa, não está recomendado (Sibai, 1990).

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72

A transfusão de plaquetas está indicada, antes ou após o parto, apenas

nas pacientes acometidas da síndrome HELLP, que apresentem importante

sangramento nos locais de punção, na cicatriz cirúrgica, na presença de

hemorragia intraperitoneal, extensivas equimoses e/ou em todas as pacientes

com plaquetas abaixo de 20.000/mm3 (O’Brien & Barton, 2005). Recomenda-se

correção da trombocitopenia, com 10 unidades de plaquetas, antes da

realização de uma cesárea, principalmente diante de plaquetopenia inferior a

50.000/mm3 (Sibai, 1990). Entretanto, a sua repetição não se faz necessário,

devido o consumo ocorrer rapidamente e o seu efeito ser transitório. O uso da

dexametasona, nas portadoras de síndrome HELLP, com plaquetas abaixo de

100.000mm3, reduz, consideravelmente, a necessidade de transfusão de

plaquetas, concentrados de hemácias e plasma fresco congelado (Magann &

Martin, 1999). No entanto, diante de coagulopatia severa, o uso desses

hemoderivados se faz necessário.

Controvérsias Quanto à Via de Parto para Resolução da Gestação

As mulheres, portadoras de síndrome HELLP, possuem maiores riscos

de desenvolverem hemorragia pós-parto, hematoma vaginal e, ainda,

hematoma de parede abdominal, com conseqüente infecção (O’Brien & Barton,

2005). A síndrome HELLP, por si só, não é indicativa de cesárea, pois, diante

de condições maternas e fetais favoráveis, o parto vaginal pode ocorrer em

gestações acima de 32 semanas (Sibai, 1990). A decisão, entre parto via

vaginal e cesárea, deverá ser estabelecida após avaliação dos parâmetros

materno-fetais. Para indução do parto, devem ser avaliadas as condições

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73

cervicais e vitalidade fetal. Diante de prematuridade, restrição de crescimento e

centralização fetal pode-se fazer opção pela cesárea (Bush et al., 2001).

Anestesia epidural pode ser realizada com segurança em pacientes sem

hemorragias, naquelas em que o número de plaquetas exceda 100.000/mm3 e

sem seqüelas neurológicas (Magann & Martin, 1999). Embora a anestesia geral

seja indicada nas pacientes com alterações da coagulação, a função hepática

comprometida pode alterar o metabolismo das drogas anestésicas (Magann &

Martin, 1999).

Controvérsias na Conduta do Hematoma Subcapsular

A complicação mais dramática do comprometimento hepático, na pré-

eclâmpsia, é o desenvolvimento de infarto hepático, hemorragia parenquimal

extensa ou hematoma subcapsular (O’Brien & Barton, 2005). De grande

importância, é fazer o diagnóstico diferencial da rotura do hematoma

subcapsular, com esteatose hepática, descolamento de placenta, associado à

coagulação intravascular disseminada, rotura uterina ou sepsis. Para tanto,

deverão ser submetidas a um exame ultra-sonográfico ou tomografia

computadorizada do fígado, para pesquisar a presença de hematoma

subcapsular e hemorragia intraperitoneal, as pacientes que, frequentemente,

apresentam dor epigástrica, choque e evidência de ascite (Barton & Sibai,

1996).

Na presença de hematoma hepático, com choque hipovolêmico, faz-se

necessária transfusão sanguínea, correção da coagulopatia, com plasma

Page 87: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

74

fresco congelado e plaquetas, além de imediata laparotomia, incluindo

tamponamento, drenagem, ligadura cirúrgica do segmento hepático, lobectomia

ou embolização da artéria hepática (O’Brien & Barton, 2005).

Mesmo diante de conduta apropriada para a rotura hepática, a

mortalidade materna, em pacientes com síndrome HELLP pode atingir de 10%

(Araújo et al., 2006) a 50% das pacientes (O’Brien & Barton, 2005).

Considerações Finais

As gestações, complicadas com síndrome HELLP, geralmente,

apresentam resultados desfavoráveis para o binômio materno-fetal. A maioria

dos sinais, sintomas e alterações laboratoriais, que ocorrem na síndrome

HELLP, podem fazer parte do quadro de outras patologias, muitas vezes

confundindo o obstetra e, desta forma, retardando o diagnóstico e o

estabelecimento de tratamento adequado. Essa situação agrava-se, quando a

síndrome ocorre em gestações antes do termo. A utilização de altas doses de

corticóide, no tratamento destas pacientes, tem proporcionado melhores

resultados maternos e perinatais, porém os resultados ainda são controversos,

sendo necessário maior número de observações e estudos multicêntricos para

melhor esclarecimento. O que parece bem claro, até o momento, é que as

alterações clínicas e laboratoriais regridem após a interrupção da gestação. O

sucesso do acompanhamento de uma gestação, com síndrome HELLP, está

no reconhecimento precoce do diagnóstico e na instalação da terapêutica

adequada, realizada por equipe de profissionais capacitados.

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75

Leituras Suplementares

1. Araújo AC, Leão MD, Nóbrega MH, Bezerra PF, et al. Characteristics

and treatment of hepatic rupture caused by HELLP syndrome. Am J Obstet

Gynecol 2006; Marc 28.

2. Audibert F, Friedman SA, Frangieh AY, et al. Clinical utility of strict

diagnostic criteria for the HELLP (hemolysis, elevated liver enzymes, and low

platelets) syndrome. Am J Obstet Gynecol 1996; 175(2):460-4.

3. Barton JR, Sibai BM. Hepatic imaging in HELLP syndrome (hemolysis,

elevated liver enzymes, and low platelet count). Am J Obstet Gynecol 1996;

174:1820-27.

4. Bush K, O’Brien JM, Milligan DA, et al. The utility of umbilical artery

Doppler in women with the HELLP (hemolysis, elevated liver enzymes, and low

platelets) syndrome. Am J Obstet Gynecol 2001; 184:1087-89.

5. Carr DB, Epplein M, Johnson CO, et al. A sister’s risk: Family history as

a predictor of preeclampsia. Am J Obstet Gynecol 2005; 193:965-72.

6. Cunningham FG, Pritchard JA. Hematologic considerations of

pregnancy-induced hypertension. Semin Perinatol. 1978 Jan;2(1):29-38.

7. Duley L, Gülmezoglu AM, Henderson-Smart DJ. Magnesium sulphate

and other anticonvulsants for women with pre-eclampsia (Cochrane Review).

In: The Cochrane Library, Issue 1, 2006. Oxford: Update Software.

8. Gaio DS, Schmidt MI, Duncan BB, et al. Hypertensive disorders in

pregnancy: frequency and associated factors in a cohort Brazilian women.

Hypertens Pregnancy 2001; 20(3):269-81.

Page 89: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

76

9. Fonseca JE, Mendez F, Catano C, Arias F. Dexamethasone treatment

does not improve the outcome of women with HELLP syndrome: a double blind,

placebo controlled-randomized clinical trial. Am J Obstet Gynecol 2005;

193:1591-8.

10. Magann EF, Bass D, Chauhan SP, et al. Antepartum corticosteroids

disease stabilization in patients with the syndrome of hemolysis, elevated liver

enzymes, and low platelets (HELLP). Am J Obstet Gynecol, 1994; 171:1148-53.

(a)

11. Magann EF, Perry KO Jr, Meydrech EF, et al. Postpartum cortiscosteroid

accelerated recovery from the syndrome of hemolysis, elevated liver enzymes,

and low platelets (HELLP). Am J Obstet Gynecol, 1994; 171:1154-8. (b)

12. Magann EF, Martin JN. Twelve steps to optimal management of HELLP

syndrome. Clin Obstet Gynecol 1999; 42:532-56.

13. Martin JN, Blake PG, Lowry SL, et al. Pregnancy complicated by

preeclampsia- eclampsia with the syndrome of hemolysis, elevated liver

enzymes, and low platelet count: How rapid is postpartum recovery. Obstet

Gynecol 1990; 76: 737-74.

14. Martin JN, Blake PG, Perry KG, et al. The natural history of HELLP

syndrome: Patterns of disease progression and regression. Am J Obstet

Gynecol 1991; 164:1500-13.

15. Matchaba P, Moodley J. Corticosteroids for HELLP syndrome in

pregnancy. Cochrane Database Syst Rev 2004:CD002076.

16. Ministério da Saúde. Urgências e emergências maternas – Guia prático

para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. Febrasgo,

2000.

Page 90: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

77

17. O’Brien JM & Barton JR. Controversies with the diagnosis and

management of HELLP syndrome. Clinical Obstetrics and Gynecology 2005;

48(2):460-77.

18. Roberts JM, Cooper DW. Pathogenesis and genetics of pre-eclampsia.

Lancet 2001; 357:53-56.

19. Rudge MVC, Vasconcellos MJA. Diabete e hipertensão na gravidez –

Manual de orientação/FEBRASGO 2004; p.93

20. Sibai BM. The HELLP syndrome (hemolysis, elevated liver enzymes, and

low platelets): Much ado about nothing? Am J Obstet Gynecol 1990; 162:311-

6.

21. Sibai BM. Diagnosis, controversies, and management of the syndrome of

hemolysis, elevated enzymes, and low platelet count. Obstet Gynecol 2004;

103:981-91.

22. Sibai BM, Ramadan MK, Usta I, et al. Maternal morbidity and mortality in

442 pregnancies with hemolysis, elevated liver enzymes, and low platelets

(HELLP syndrome). Am J Obstet Gynecol 1993; 169:1000-6.

23. Thiagarajah S, Bourgeois FJ, Harbert GM, Caudle MR.

Thrombocytopenia in preeclampsia: associated abnormalities and management

principles. Am J Obstet Gynecol 1984; 150:1-7.

24. Tompkins MJ, Thiagarajah S. HELLP (hemolysis, elevated liver

enzymes, and low platelets count) syndrome: the benefit of corticosteroids. Am

J Obstet Gynecol 1999; 181:304-9.

25. Ventura SJ, Martin JA, Cortin SG, et al. Births: final data for 1998.

National Vital Statistics Reports, 2000; 48.

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26. Vigil-De Gracia P. Pregnancy complicated by pre-eclampsia-eclampsia

with HELLP syndrome. International Journal of Gynecology & Obstetrics 2001;

72:17-23.

27. Weinstein L. Syndrome of hemolysis, elevated liver enzymes, and low

platelet count: A severe consequence of hypertension in pregnancy. Am J

Obstet Gynecol 1982; 142:159-67.

Page 92: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ... · Na história natural da pré-eclâmpsia, observa-se evolução para eclâmpsia, presença de convulsão na gravidez, excluído

79

4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES

A escolha do tema “Agregação familiar na pré-eclâmpsia severa”, como

projeto, a ser desenvolvido para o doutorado, surgiu da linha de pesquisa, já

existente no serviço em gestação de alto risco, uma vez que, no mestrado, em

1997, estudamos o rastreamento de diabetes gestacional, neste mesmo

serviço, Maternidade Escola Januário Cicco/UFRN.

A partir da necessidade de uma avaliação mais aprofundada sobre as

síndromes hipertensivas na gestação, condição essa responsável pela principal

causa de morte materna no nosso país e, principalmente, em nosso Estado, e

por trabalharmos em serviço de referência para gestação, considerada de alto

risco, achamos oportuno enfatizar este aprimoramento, através da realização

de pesquisas com a nossa própria população. Pretendíamos permitir o

conhecimento da realidade no nosso Estado, para traçar linhas de estratégias

de ações em saúde.

A elevada incidência da morbimortalidade materna e perinatal, em

decorrência da hipertensão na gravidez, requerem dos profissionais de saúde

uma assistência mais qualificada e multiprofissional, uma vez que estas

complicações, ainda, podem ter repercussões graves, também a longo prazo.

É importante que, antes de se proceder aos estudos genéticos

propriamente ditos, como primeiro passo, se determine a presença de

agregação familiar na população, que se pretende estudar, principalmente,

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80

sabendo-se que a agregação familiar de uma doença comum pode dever-se a

múltiplas causas, não implicando que a etiologia seja a mesma em todos os

membros.

Traços complexos não se manifestam com a mesma freqüência ou, ao

mesmo tempo, em todas as pessoas, mas, também, por causa de vários

fatores modificantes, genéticos ou ambientais. Assim, para entender o

componente genético de tais traços, é necessário esclarecer a extensão da

variabilidade fenotípica que pode estar sob controle genético, assim como é

necessário identificar fatores que possam simular ou obscurecer padrões de

transmissão genética.

A aplicação dos métodos epidemiológicos, para o estudo da genética em

doenças complexas, tem aumentado. Desenhos de pesquisa epidemiológica

têm sido usados para testar modelos, que demonstrem a relação entre

susceptibilidade genética e fatores de risco ambientais.

Assim, considerando que não há resultados de estudos familiares,

envolvendo a pré-eclâmpsia no nosso país e, particularmente, em população

do nordeste brasileiro, optamos pelo estudo de caso-controle, para avaliação

da agregação familiar, antes de se proceder aos estudos de genotipagem,

principalmente, considerando o custo e complexidade dos mesmos. Partimos

da pesquisa epidemiológica e de agregação familiar, associada a coleta de

sangue e extração de DNA, para estudos imunogenéticos futuros.

Os objetivos, traçados neste trabalho, foram no sentido de avaliar se a

presença de história familiar de hipertensão aumenta o risco de pré-eclâmpsia

severa (eclâmpsia e/ou síndrome HELLP) em população brasileira. Além de

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81

caracterizar os resultados maternos e perinatais das pacientes com eclâmpsia

e/ou síndrome HELLP, a fim de identificar os fatores de risco e estimar a

magnitude destas entidades, nesta população.

A fim de contemplar os objetivos, foi elaborada uma metodologia que

nos foi satisfatória para a realização do projeto (Anexo 1) e que possibilitou de

uma forma harmônica, a coleta de casos para a elaboração do banco de dados

e análise dos resultados.

Pré-eclâmpsia foi definida como a presença de hipertensão arterial e

proteinúria, eclâmpsia, diante da ocorrência de convulsão e síndrome HELLP

na presença de hemólise, aumento de transaminases e plaquetopenia,

segundo os critérios recomendados pelo relatório do Programa Nacional de

Educação em Hipertensão Arterial (REPORT OF THE NATIONAL HIGH

BLOOD PRESSURE EDUCATION PROGRAM WORKING GROUP ON HIGH

BLOOD PRESSURE IN PREGNANCY, 2000).

A história prévia de hipertensão crônica e pré-eclâmpsia são fatores de

risco para o desenvolvimento de eclâmpsia e síndrome HELLP em população

brasileira, resultados semelhantes aos encontrados na literatura (SIBAI &

DEKKER, 2005). Anestesia regional foi realizada sem ocorrência de

complicações, mesmo diante da plaquetopenia, contemplando os resultados de

outros pesquisadores (MAGANN & MARTIN, 1999).

A cefaléia foi o sintoma mais freqüente, relatado antes da convulsão em

pacientes com eclâmpsia, conforme dados da literatura (NORAIHAN et al,

2005). A epigastralgia foi o sintoma mais relevante na síndrome HELLP e está

associada a severidade do comprometimento hepático (ARAÚJO et al, 2006).

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82

A insuficiência renal aguda foi uma complicação freqüente, sem, no

entanto, evoluir para a insuficiência renal crônica, segundo evidência da

literatura, complicação presente na síndrome HELLP (SIBAI et al, 1993).

O descolamento prematuro de placenta foi mais presente nas pacientes

com eclâmpsia e síndrome HELLP, conforme relato de outros trabalhos (VIGIL-

DE GRACIA, 2001).

Foi encontrada uma mortalidade materna baixa de 0,4% e uma

mortalidade perinatal alta de 223 por 1.000 nascidos vivos, resultados

semelhantes ao descritos por SIBAI et al (2005).

A presença de agregação familiar, na pré-eclâmpsia severa, em

pacientes brasileiras, contempla os achados da literatura da predisposição

genética na pré-eclâmpsia (CARR et al, 2005).

Os achados, desse estudo, demonstram, de forma pioneira, que o risco

de uma mulher brasileira, vir a ter pré-eclâmpsia, é 2,5 vezes maior, cuja mãe

tem hipertensão crônica e 5,2 vezes maior se a irmã tem hipertensão crônica.

Este risco aumenta em 3,5 vezes, se a mãe tem pré-eclâmpsia e 3,9 vezes se

a irmã tem pré-eclâmpsia. O risco aumenta em 6 vezes, quando tanto a mãe

quanto a irmã tem hipertensão crônica, achados esses semelhantes aos de

outros autores (NILSSON et al, 2004; CARR et al, 2005; SKJAERVEN et al,

2005).

É extremamente desafiador, para o obstetra, lidar com uma enfermidade

polimórfica como a pré-eclâmpsia, que se manifesta em diversas formas

clínicas, desde aquelas benignas, sem complicações maternas e fetais até

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83

aquelas que se apresentam de forma extremamente grave, com insuficiência

de múltiplos órgãos e, até mesmo, óbito materno e fetal.

Interdisciplinaridade

O projeto contemplou o objetivo da interdisciplinaridade, proporcionando,

de forma adequada, a avaliação das mulheres com pré-eclâmpsia severa que

evoluíram para eclâmpsia e/ou síndrome HELLP. Desta forma, houve uma

integração entre a obstetrícia, genética, hematologia, cardiologia, bioquímica,

nutrição e neonatologia, favorecendo, desta forma, a qualidade dos resultados

obtidos.

Publicações/Divulgação

A partir dos resultados obtidos, publicamos os trabalhos anexados, bem

como os demais trabalhos realizados pela base de pesquisa, revelando o

empenho do grupo, atribuído ao aprofundamento do estudo da pré-eclâmpsia

severa em população brasileira, mais especificamente, no Rio Grande do

Norte.

1. Araujo AC, Leao MD, Nobrega MH, Bezerra PF, Pereira FV, Dantas EM,

Azevedo GD, Jeronimo SM. Characteristics and treatment of hepatic

rupture caused by HELLP syndrome. Am J Obstet Gynecol. 2006

Jul;195(1):129-33. (Qualis Internacional A)

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84

2. Bezerra, PCFM; Araújo, ACPF; Dantas, EMM; Pereira, FVM; Leão, MD;

Jerônimo, SMB; Maranhão, TMO. Síndrome HELLP: Considerações

acerca de Diagnóstico e Conduta. Femina. 2007 Set; 35(9): 585-590.

(Qualis Internacional C)

3. Bezerra PCFM; Leão MD; Queiroz JW; Oliveira MHN; Jerônimo SMB;

Araújo ACPF. Family history of hypertension is a risk factor for

development of eclampsia and HELLP syndrome in a Brazilian

Population. Artigo enviado para publicação no BJOG : an International

Journal of Obstetrics and Gynaecology. (Qualis Internacional A)

Dificuldades

A principal dificuldade, enfrentada durante a realização deste trabalho,

foi diretamente relacionada com a disponibilidade de tempo livre, dispensado

para a pesquisa. Cursamos a pós-graduação na própria universidade (UFRN),

da qual somos funcionária e, devido a precariedade de profissionais para o

ensino e assistência, não conseguimos a liberação do vínculo empregatício.

O laboratório do Complexo Hospitalar da UFRN, devido a deficiência na

sua infra-estrutura, para a realização dos exames, muitas vezes, funcionou

como um obstáculo, necessitando, algumas vezes, da colaboração de outra

instituição para a realização de exames laboratoriais.

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85

Expectativas futuras

Ao iniciar no Programa de Pós-Graduação do Centro de Ciências da

Saúde, paralelamente, iniciamos na base de pesquisa intitulada “Saúde da

Mulher”, com atuação no estudo das síndromes hipertensivas, na gestação.

Esta base de pesquisa, vinculada ao Departamento de Tocoginecologia da

UFRN, é registrada no Diretório Nacional dos Grupos de Pesquisa do CNPq e

tem desenvolvido projetos pela equipe de pesquisadores.

Portanto, pretendemos prosseguir nesta linha de pesquisa e

continuarmos este projeto, uma vez que temos DNA, extraídos das 412

mulheres incluídas nesta pesquisa. Pretendemos realizar estudos genéticos

mais complexos, juntamente com o laboratório de imuno-genética do Centro de

Biociências.

Como profissional vinculada à UFRN, exercemos nossas atividades na

Maternidade Escola Januário Cicco, serviço de atendimento terciário em

obstetrícia para todo o Estado do Rio Grande do Norte. Nesta maternidade,

fazemos a supervisão de uma enfermaria de gestação de alto risco, além de

atuar como preceptora de alunos da graduação de medicina e residência

médica, da qual, há um ano somos a supervisora.

Reconheçemos a pós-graduação como uma porta aberta para o

aprendizado, tendo, como objetivo precípuo, uma produção científica de alto

nível, para que os resultados sejam úteis na melhoria da propedêutica e

atualizações das condutas. A experiência, adquirida nestes anos de estudo,

engrandeceu muito a nossa qualificação profissional, pois, hoje, valorizamos a

medicina, baseada em evidências.

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5. ANEXOS

ANEXO 1. Casuística e Métodos

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ANEXO 1. Casuística e Métodos1

1. Modelo de estudo

Estudo observacional, tipo caso controle, em que foram analisados

antecedentes familiares de hipertensão, parâmetros clínicos, obstétricos,

laboratoriais e perinatais em mulheres com eclâmpsia e/ou síndrome HELLP,

comparadas a mulheres normotensas.

2. Casuística

No período de novembro de 2001 a outubro de 2004, foram arroladas

412 mulheres, internadas na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC),

serviço de referência para a gestação de alto risco da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN). Dessas, o grupo de casos índice constituído por

47 pacientes, portadoras de eclâmpsia, 85 de síndrome HELLP e 16

acometidas por ambas as doenças e 264 pacientes normotensas, constituindo,

o grupo controle. Os casos controle foram alocados no mesmo período dos

casos índice, e pareados conforme idade cronológica, idade gestacional e

paridade, evitando, assim, influências sazonais das doenças.

1 O modelo sugerido pelo Programa de Pós-Graduação do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, para

elaboração da tese, não contempla “Casuística e Métodos”. Achamos oportuna a inserção deste item

como ANEXO, a fim de facilitar o entendimento deste trabalho.

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O estudo foi realizado, respeitando as normas éticas, estabelecidas na

resolução № 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, para pesquisa,

envolvendo seres humanos. O protocolo experimental foi aprovado pela

Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), sob o registro № 4586 e

pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional da UFRN (processo № 08/01).

Após informação e obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido

pela paciente ou familiar, deu-se a coleta de dados e amostra biológica.

2.1 Critérios de inclusão

Considerou-se eclâmpsia, a ocorrência de convulsões tônico-clônicas

generalizadas, na presença de hipertensão após a 20a semana de gestação,

associada à proteinúria (1+ ou mais pelo método quantitativo de fita) em

amostra simples de urina e com edema presente ou não (REPORT OF THE

NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE EDUCATION PROGRAM WORKING

GROUP ON HIGH BLOOD PRESSURE IN PREGNANCY, 2000). O

diagnóstico de síndrome HELLP foi concluído na presença de anemia

hemolítica (HDL > 600 UI/L, bilirrubina total >1.2 mg/dl), elevação de enzimas

hepáticas (TGO/AST e TGP/ALT > 70 UI/L) e plaquetopenia (< 100.000/mm3)

(WEINSTEIN, 1982; SIBAI ET AL, 1993; MAGANN & MARTIN, 1999).

2.2 Critérios de exclusão

As pacientes com má formação fetal, doenças mentais ou físicas

severas, cujos critérios estabelecidos para o fenótipo não tenham sido

completamente preenchidos, deixando dúvidas quanto ao diagnóstico, não

foram incluídas na pesquisa.

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89

3. Métodos

3.1 Protocolo de avaliação clínica

As mulheres, arroladas no estudo, tanto os casos quanto os controles,

foram submetidas à minuciosa anamnese e realização de exame físico geral e

obstétrico à admissão e durante toda a sua permanência hospitalar

Ao exame físico, foi investigado o grau de consciência, presença de

edema, coloração da pele e mucosas, a fim de se detectar palidez e icterícia,

freqüência cardíaca e respiratória, cor e volume da diurese e prioridade na

averiguação da pressão arterial. Para garantir a validade e fidedignidade dos

valores da pressão arterial, as pressões foram aferidas por mais de um

observador, estando a paciente deitada e registrada em milímetros de mercúrio

(mmHg). Foi questionada a presença de sintomas de iminência de eclâmpsia,

tais como: tonturas, náuseas, cefaléia, escotomas, visão turva e epigastralgia.

No exame obstétrico, foi avaliada a altura uterina, a ausculta cárdio-fetal

com sonnar Doppler, a dinâmica uterina, o tônus uterino, a dilatação cervical, o

sangramento transvaginal e a integridade da bolsa das águas.

Todas as pacientes, analisadas, responderam a um protocolo clínico,

padronizado, no qual, além dos dados de identificação, constava um inquérito

familiar para o estudo da agregação familiar, sendo colhidas informações

quanto aos antecedentes de hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia,

eclâmpsia e síndrome HELLP das mães, irmãs, cunhadas, avós tias e primas

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90

de cada paciente, bem como os mesmos questionamentos para a mãe, as

irmãs, as cunhadas, as avós, as tias e as primas do pai da criança.

Foram coletados dados do pré-natal, parto, puerpério, incluindo as

complicações decorrentes destas patologias, tais como: oligúria, hemorragia,

insuficiência renal, descolamento prematuro de placenta, restrição de

crescimento intra-útero, coagulação intravascular disseminada, edema agudo

de pulmão, coma e morte materna.

Os resultados perinatais foram avaliados através do peso do recém-

nascido, capurro, grau de anóxia, admissão em UTI e morte perinatal, de

ambos os grupos. Todas as informações, coletadas, foram confirmadas e

contra-checadas, em outro momento, pelo mesmo pesquisador, através de

contato com outros familiares.

3.2 Avaliação complementar/laboratorial

Foram colhidas amostras de sangue à admissão para realização dos

exames laboratoriais das pacientes com eclâmpsia e/ou síndrome HELLP,

além de amostras de sangue para extração de DNA, tanto dos casos quanto

dos controles para estudos genéticos posteriores. As amostras de sangue

foram colhidas através de punção venosa no antebraço, sendo utilizado

agulhas 21G x 0,80mm (Nipro), 02 tubos Vacuum II (Labnew) de 5ml, contendo

EDTA em cada tubo e 01 tubo Vacuum II (Labnew) de 10ml sem

anticoagulante.

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91

Os parâmetros laboratoriais incluíram: hemograma completo, aspartato-

amino-transferase (AST), alanina-amino-transferase (ALT), desidrogenase

lática (LDH), ácido úrico, uréia, creatinina, bilirrubinas total, bilirrubina direta,

bilirrubina indireta, proteínas totais, albumina, globulina e proteinúria de fita. O

hemograma foi realizado através de aparelho automatizado (CELL DIN 3500,

Abott) e os demais parâmetros bioquímicos foram mensurados por método

colorimétrico/enzimático, utilizando-se kits comerciais (Bio Systems Reagents &

instruments, Barcelona, Spain). Os exames laboratoriais foram efetuados no

Laboratório integrado do Complexo Hospitalar da UFRN e a extração do DNA

no Laboratório de Imuno-Genética do Centro de Biociências do Departamento

de Bioquímica da UFRN.

As pacientes foram submetidas, quando possível, a exames de ultra-

sonografia no Setor de Imagem da Maternidade Escola Januário Cicco da

UFRN e cardiotocografia fetal no próprio leito hospitalar, aquelas com idade

gestacional acima de 30 semanas.

3.3 Análise estatística

Para análise estatística das variáveis quantitativas, foi aplicado um teste

F (ANOVA One-Way), além do cálculo de estatísticas como média, desvio

padrão e min/max. Para análise de variáveis qualitativas, usou-se testes de

associação do qui-quadrado (Maximum Likelihood). Considerou-se o resultado

significativo quando p<0,05, com um intervalo de confiança de 95%. A Odds-

Ratio foi calculada para estimar o risco de desenvolvimento da pré-eclâmpsia

severa entre os familiares. Um modelo logístico foi desenvolvido, excluindo as

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92

informações ausentes, para estimar o risco de desenvolvimento de pré-

eclâmpsia, de acordo com o número de irmãs, com história prévia de pré-

eclâmpsia severa.

Uma vez que a história familiar de síndrome HELLP é de difícil

conhecimento familiar, a síndrome HELLP foi desconsiderada da análise na

predisposição familiar da pré-eclâmpsia severa.

Todos os cálculos e testes foram feitos usando o software STATISTICA

6.1 Copyright Statsoft 1984-2003. Tulsa. Ok 74104. USA.

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Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte1.

As citações bibliográficas no texto foram feitas de acordo com o Sistema Alfabético, mencionando-se

o autor seguido da data de publicação, com a listagem das referências em ordem alfabética1.

As referências bibliográficas foram normatizadas de acordo com o International Committee of Medical

Journal Editors2 (Updated Feb 2006: HTTP://www.icmje.org/index.html)

As abreviaturas do periódico seguem o Index Medicus.

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Abstract

Objective: To determine whether there is familiar aggregation of severe

preeclampsia in a Brazilian population from Rio Grande do Norte and to

characterize the maternal and perinatal outcomes in the studied population.

Methods: A case control study was performed with 412 participants who were

admitted at Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) for medical care. Of

these, 264 subjects presented normal blood pressure and 148 were cases.

Cases were composed of eclampsia (n=47), HELLP Syndrome (n=85) and

Eclampsia associated with HELLP syndrome (n=16). The diagnosis of these

illness were based on the criteria developed by National High Blood Pressure

Education Program Working (2000). An interview was performed with each

subject and questions related to personal and familiar history of hypertension,

preeclampsia, HELLP syndrome and eclampsia. Statistical analysis was

performed and comparison of median and mean between cases and controls

were performed, with the level of significance of 5%. The Odds-Ratio was

determined to estimate the risk of preeclampsia within the families.

Results: There were no difference in the demographic data between cases and

controls. Previous history of chronic hypertension and preeclampsia was more

frequent in the case group. Headaches were more frequent in eclampsia and

epigastric pain in the HELLP syndrome cases. Bleeding and oliguria were more

frequently found in the eclampsia associated with HELLP syndrome cases.

Acute Renal insufficiency was a common complication in the case group, but

these cases did not evolve to chronic renal insufficiency. The maternal mortality

was 0.4% and the perinatal mortality was high, 223 per 1,000 live births. The

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risk of a woman to develop preeclampsia whose mother has hypertension or

had preeclampsia was respectively 2.5 and 3.5. This risk was increased 5

times, when a sibling has hypertension and 6 times when both sibling and

mother had previous history of preeclampsia.

Conclusions: This study confirms that there is familiar aggregation of

preeclampsia in this Brazilian population. The potential for cardiovascular

complications due to development of chronic hypertension indicates the need of

closely follow up of women who develop preeclampsia.

Key words: Preeclampsia, eclampsia, HELLP syndrome, familiar aggregation.