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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA LAURA CAMILA PEREIRA LIBERALINO PADRÃO ALIMENTAR DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NATAL-RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

LAURA CAMILA PEREIRA LIBERALINO

PADRÃO ALIMENTAR DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE

LONGA PERMANÊNCIA

NATAL-RN

2016

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LAURA CAMILA PEREIRA LIBERALINO

PADRÃO ALIMENTAR DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA

PERMANÊNCIA

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva, do Centro de

Ciências da Saúde, da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como requisito parcial

para obtenção do título de Doutora em Saúde

Coletiva.

Orientador: Prof. Dr. Kenio Costa Lima

NATAL-RN

2016

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FICHA CATALOGRÁFICA

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Departamento de Odontologia

Liberalino, Laura Camila Pereira.

Padrão alimentar de idosos residentes em instituições de longa

permanência / Laura Camila Pereira Liberalino. - 2016.

132 f.: il.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de

Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva,

Natal, 2016.

Orientador: Kenio Costa Lima.

1. Instituição de Longa Permanência para Idosos - Tese. 2.

Idoso - Tese. 3. Alimentação - Tese. I. Lima, Kenio Costa. II.

Título.

RN/UF/BSO BLACK D56

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LAURA CAMILA PEREIRA LIBERALINO

PADRÃO ALIMENTAR DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA

PERMANÊNCIA DE NATAL-RN

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Saúde Coletiva, do Centro de Ciências da Saúde, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título de Doutora

em Saúde Coletiva.

Data de aprovação: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Kenio Costa Lima

Orientador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_______________________________________________________________

Profª. Dra. Clélia de Oliveira Lyra

Membro Interno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_______________________________________________________________

Profª. Dra. Célia Márcia Medeiros de Morais

Membro Externo ao Programa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_______________________________________________________________

Profª. Dr. Filipe Fernandes Oliveira Dantas

Membro Externo à Instituição

Centro Universitário do Rio Grande do Norte

_______________________________________________________________

Profª. Dra. Flávia Emília Leite de Lima Ferreira

Membro Externo à Instituição

Universidade Federal da Paraíba

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A minha mãe Fátima, minha fiel companheira nessa

jornada intensa de construção do conhecimento, pela

sua dedicação, carinho e exemplo cristã. Sua fé

inabalável é que me sustenta nos momentos mais

difíceis.

Ao meu irmão Heitor, meu melhor amigo e minha

inspiração, por indicar direções e despertar o que eu

tenho de melhor.

Aos meus alunos, pelo reconhecimento e estímulo.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me tornar perseverante e conceder sucesso em meus planos.

A meu orientador Kenio Lima, professor exemplar, pelo estímulo ao desenvolvimento de

habilidades para o pensamento crítico sobre epidemiologia nutricional. Obrigada pela

oportunidade, disponibilidade, objetividade e saber compartilhado.

Aos professores do Departamento de Nutrição da UFRN, especialmente Clélia Lyra, Lúcia

Pedrosa, Severina Carla, Karine Senna e Célia Márcia, pelo incentivo à pesquisa e pelo

auxílio em desbravar caminhos difíceis sobre metodologias do Consumo Alimentar.

Aos meus companheiros de pesquisa Larissa Praça, Natália Araújo e Marcos Felipe Lima

(Média Cúpula), pela amizade, cumplicidade, carinho e cuidado. Essa conquista devo a vocês.

Aos alunos de iniciação científica do curso de nutrição da UFRN, nossa extraordinária equipe

de colaboradores: Anna Beatriz Luz, Andressa, Beatriz Miranda, Célia Cristina Dantas,

Dulce Oliveira, Dyana Karolyne, Heverton Figueredo, Jaiana Lorenna, Karen Barros,

Layanne Sousa, Leylane Oliveira, Luana Matos, Maria Luiza Azevedo, Mariana Bezerra,

Marília Medeiros, Nathálya Macedo, Rebeca Dantas e Thiago Couto. Obrigada pela

dedicação na coleta e processamento dos dados.

As amigas colaboradoras que atendiam prontamente aos chamados urgentes: Rosa Sá, Tatiane

Lima e Márcia Cristina, obrigada pelo auxílio precioso.

Aos amigos, professores e técnicos administrativos do PPGSCol, pela disponibilidade e apoio

concedido ao longo desses anos.

As estimadas colegas que compartilham o amor pela Saúde Coletiva e Nutrição Social: Ana

Emília Guedes, Clélia Lyra, Larissa Praça, Lidiane Fernandes, Genykléa de Oliveira,

Marina Melo, Karla Danielly, Natália Araújo e Fernanda Soares. Muito obrigada pela

amizade, carinho, estímulo e amparo.

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As alunas da Residência Multiprofissional em Saúde/UERN, Paloma Katlheen e Elayne

Cristina Xavier que, corajosamente, me ajudaram a finalizar a tabulação dos dados na etapa

final da tese.

Aos meus familiares e amigos, pelo suporte incondicional. Obrigada pelo carinho,

compreensão e estímulo.

A FAPERN/CAPES pelo apoio à pesquisa e bolsa concedida.

Aos idosos e à todos os colaboradores das Instituições de Longa Permanência para Idosos de

Natal. Agradeço imensamente a disponibilidade e apoio.

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“Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com

você por onde você andar".

Josué 1:9

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RESUMO

A alimentação é uma necessidade humana de livre demanda e com muitos

significados, contudo, na Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI) ela passa a ser

um bem coletivo, com horários delimitados e quantidades controladas, que podem alterar o

comportamento alimentar e comprometer a saúde dos idosos. Nesse sentido, identificar

padrões alimentares poderá melhorar a compreensão das práticas dietéticas e auxiliar nas

intervenções nutricionais e educativas. A escassez de informações sobre a situação alimentar e

nutricional dos idosos institucionalizados de Natal-RN, motivou conhecer o padrão alimentar

desse grupo, para subsidiar a elaboração de estratégias que propiciem melhor condição de

saúde para os idosos. Esse trabalho objetivou identificar e caracterizar o padrão alimentar dos

idosos que residem em Instituições de Longa Permanência e propor um Questionário de

Frequência Alimentar (QFA). Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal,

envolvendo todos os idosos residentes nas ILPI (n=300), com e sem fins lucrativos,

localizadas no município de Natal/RN. O consumo alimentar foi obtido no ano de 2013, a

partir do método do registro alimentar por pesagem direta dos alimentos e posterior análise do

rejeito, durante dois dias alternados. O padrão alimentar foi identificado a partir da Análise de

Componentes Principais, considerando-se a média da quantidade de alimentos consumida (em

gramas). Os escores fatoriais dos padrões alimentares foram categorizados em tercis (baixo,

moderado e alto consumo) e verificadas as associações com características

sociodemográficas, estilo de vida, condições de saúde, estado nutricional e práticas

alimentares, revelando a existência ou não de tendência para cada característica e os níveis de

consumo de cada padrão. Para elaboração do QFA, definiu-se uma lista de alimentos a partir

da contribuição percentual de energia, carboidrato, proteína, gordura total, cálcio e vitamina

D. Entre os alimentos mais consumidos, destacam-se: Laticínios, arroz e preparações, frutas e

oleaginosas, feijão e leguminosas e sucos e bebidas. Observou-se que o item alimentar

mingaus e papas é o principal contribuinte para o fornecimento de energia, proteína,

carboidrato e cálcio da dieta. O QFA constou de um número reduzido de itens alimentares,

que poderá ser aplicável em população semelhante após aprimoramento do seu modelo.

Foram identificados três padrões de consumo alimentar: “Arroz, batatas e carnes”, “Peixes e

massas” e “Feijão e sopas”, explicando aproximadamente 70% da variabilidade total do

consumo. Verificou-se que os idosos fisicamente ativos possuem tendência para alto consumo

do padrão “Arroz, batatas e carnes”. Já os idosos do sexo masculino, entre 60-69 anos,

fisicamente ativos, fumantes, sem restrição de mobilidade, com ingestão excessiva de energia

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e que não necessitam de ajuda para se alimentar, têm tendência para alto consumo de “Peixes

e massas”. Por fim, os idosos do sexo masculino, com restrição de mobilidade e com dieta

pastosa, apresentam tendência para alto consumo do padrão “Feijão e sopas”. Sendo assim, a

identificação do padrão alimentar evidencia a necessidade de intervenções alimentares, a fim

de evitar o aumento da prevalência da desnutrição entre os idosos. No planejamento de

cardápios das ILPI também é preciso estabelecer medidas que incentivem o consumo de

frutas, legumes e verduras.

Palavras-chave: Instituição de Longa Permanência para Idosos. Idoso. Alimentação.

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ABSTRACT

Food is a human need on free demand and with many meanings. However, at the

nursing homes it becomes a collective good, with defined schedules and controlled quantities,

which may change the eating comportment and compromise the health of the elderly. In this

sense, identify dietary patterns based on representative data for the population, can improve

the understanding of dietary practices and assist the nutritional and educational interventions.

The scarcity of information about food and nutrition situation of institutionalized elderly

living in nursing homes in Natal, Rio Grande do Norte, Brazil, motivated to meet the dietary

patterns of this group to support the development of strategies that provides better conditions

of health to the elders. This study aimed to identify and characterize the dietary pattern of the

elderly living in nursing homes and propose a Food Frequency Questionnaire (FFQ). This is a

cross-sectional study, involving all elderly residents in philanthropic and private nursing

homes located in Natal (n = 300). Food and dietary consumption data was obtained in 2013,

through the food record method, by direct weighing of food for two alternate days. Dietary

patterns were identified from the Principal Component Analysis, considering the average

amount of food consumed (in grams). The factor scores of dietary patterns were categorized

into tertile (low, moderate and high consumption) and were verified associations with

sociodemographic characteristics, lifestyle, health, nutritional status and dietary practices,

revealing the existence (or not) of tendency for each feature and the consumption levels for

each pattern. To prepare the FFQ, it was previously defined a list of foods from the

percentage contribution of energy, carbohydrate, protein, total fat, calcium and vitamin D.

Among the most consumed foods are highlighted: dairy products, rice and preparations based

on it, fruits and oil seeds, beans and legumes, fruit juices and drinks. It was observed that pap

and porridge are the main contributor to the energy supply, protein, carbohydrate and calcium

in the dietary. The FFQ consisted of a small number of Food Items that will be able to be

applied in a similar population after improvement of its model. Three patterns were identified

in food consumption, called "rice, potatoes and meat", "Fish and Pasta" and "beans and

soups," explaining about 70% of total consumption variability. It was found that physically

active elderly has tendency to a high consumption of the "rice, potatoes and meat" pattern.

The elderly men, aged between 60-69 years, physically active, smokers, without mobility

restrictions, which have excessive intake of energy and do not need help to feed, tend to high

consumption of "fish and pasta". Finally, the male elderly with mobility restrictions and with

pasty dietary tends to a high consumption of "beans and soups". Thus, the identification of

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dietary pattern shows the need of food interventions to avoid the increased prevalence of

malnutrition among the elderly. In planning menus of the ILPI, it is necessary to establish

measures that encourage the consumption of fruits and vegetables.

Keywords: Nursing homes. Elderly. Food.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACP - Análise de Componentes Principais

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CEP - Comitê de Ética e Pesquisa

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

EER - Necessidade Energética Estimada

ENDEF - Estudo Nacional de Despesas Familiares

FAPERN - Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte

FC - Fator de Correção

FTP - Ficha Técnica de Preparação

ILPI - Instituição de Longa Permanência para Idosos

IMC - Índice de Massa Corporal

INA - Inquérito Nacional de Alimentação

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada

KMO - Kaiser-Meyer-Olkin

MAN - Mini Avaliação Nutricional

OMS - Organização Mundial de Saúde

OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde

PNAD - Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio

PNI - Política Nacional do Idoso

PNPSI - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

PNSI - Política Nacional de Saúde do Idoso

POF - Pesquisas de Orçamentos Familiares

QFA - Questionário de Frequência Alimentar

R24h - Recordatório alimentar de 24 horas

SABE - Saúde, Bem-estar e Envelhecimento

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TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UPR - Unidades de Produção de Refeições

USDA – United States Department of Agriculture - Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos

VISA - Vigilância Sanitária

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etapas de avaliação do consumo alimentar de idosos residentes em

ILPI......................................................................................................

44

Figura 2 - Exemplo de mapa de distribuição das refeições em uma ILPI............ 45

Figura 3 - Exemplo da aplicação do critério de proporcionalidade para separar

os alimentos rejeitados e misturados nas ILPI.....................................

50

Figura 4 - Organização dos bancos de dados de alimentos e/ou nutrientes para

análise do consumo alimentar dos idosos que residem em ILPI.........

50

Figura 5 - Etapas para elaboração do Questionário de Frequência Alimentar

dos idosos que residem em ILPI..........................................................

54

Figura 6 - Prevalência das principais comorbidades que acometem os idosos

das ILPI................................................................................................

64

Figura 7 - Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de

consumo por idosos das ILPI...............................................................

65

Figura 8 - Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de

consumo por idosos das ILPI, segundo sexo. Natal-RN, 2013...........

66

Figura 9 - Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de

consumo por idosos das ILPI, segundo tipo de ILPI...........................

67

Figura 10 - Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de

consumo por idosos das ILPI, segundo faixa etária............................

69

Figura 11 - Distribuição relativa entre o tipo de refeição e os cinco alimentos

mais consumidos por idosos das ILPI.................................................

71

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Grupos de alimentos (n=26) utilizados na análise fatorial e para

caracterização do perfil alimentar dos idosos das ILPI.......................

51

Quadro 2 - Grupos de alimentos (n=47) utilizados para elaboração da lista de

alimentos dos idosos das ILPI.............................................................

52

Quadro 3 - Descrição, tipo e categoria das variáveis estudadas nas ILPI............. 57

Quadro 4 - Escores fatoriais dos padrões alimentares categorizados por tercis.... 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características sociodemográficas, de estilo de vida, de saúde, do

estado nutricional e de práticas alimentares dos idosos que residem em

ILPI..........................................................................................................

62

Tabela 2 - Média, desvio padrão e variabilidade dos principais alimentos

consumidos pelos idosos que residem em ILPI......................................

72

Tabela 3 - Distribuição da carga fatorial dos alimentos nos três padrões de

consumo alimentar em idosos que residem em ILPI...............................

73

Tabela 4 - Distribuição relativa dos idosos que residem em ILPI, segundo os

escores dos padrões de consumo alimentar categorizados por tercis em

relação às características sociodemográficas, estilo de vida, saúde,

estado nutricional e práticas alimentares.................................................

75

Tabela 5 - Contribuição para o consumo total de energia (relativa e acumulada)

dos alimentos consumidos pelos idosos que residem em ILPI...............

77

Tabela 6 - Contribuição para o consumo total de proteína (relativa e acumulada)

dos alimentos consumidos pelos idosos que residem em ILPI...............

78

Tabela 7 - Contribuição para o consumo total de gorduras totais (relativa e

acumulada) dos alimentos consumidos pelos idosos que residem em

ILPI..........................................................................................................

79

Tabela 8 - Contribuição para o consumo total de carboidratos (relativa e

acumulada) dos alimentos consumidos pelos idosos que residem em

ILPI..........................................................................................................

80

Tabela 9 - Contribuição para o consumo total de cálcio (relativa e acumulada)

dos alimentos consumidos pelos idosos que residem em ILPI...............

80

Tabela 10 - Contribuição para o consumo total de vitamina D (relativa e

acumulada) dos alimentos consumidos pelos idosos que residem em

ILPI..........................................................................................................

81

Tabela 11 - Porções médias (em gramas e medidas caseiras) dos itens alimentares

do Questionário de Frequência Alimentar para idosos que residem em

ILPI..........................................................................................................

81

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 18

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 21

2.1 O FENÔMENO DO ENVELHECIMENTO E OS DESAFIOS À SAÚDE

CONTEMPORÂNEA...................................................................................................

21

2.2 O IDOSO E A FAMÍLIA: IMPACTOS CAUSADOS PELA DEPENDÊNCIA 27

2.3 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO: UM NOVO DESAFIO DE

MORADIA E SUAS REPERCUSSÕES NO CONSUMO ALIMENTAR.......................

29

2.4 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR PARA O DIAGNÓSTICO

NUTRICIONAL DE IDOSOS.......................................................................................

34

2.5 QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR: UMA ALTERNATIVA

VIÁVEL PARA O DIAGNÓSTICO DO CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS...........................................................................................

37

2.6 A ABORDAGEM DA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS PARA A

DEFINIÇÃO DE PADRÕES ALIMENTARES..............................................................

38

3 OBJETIVOS............................................................................................................ 42

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 42

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................... 42

4 METODOLOGIA.................................................................................................... 43

4.1 DESENHO E POPULAÇÃO DA PESQUISA.......................................................... 43

4.2 ASPECTOS ÉTICOS.............................................................................................. 43

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO.......................................................... 43

4.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA, PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS

DADOS DE CONSUMO ALIMENTAR........................................................................

44

4.4.1 Visita às ILPI..................................................................................................... 45

4.4.2 Capacitação da Equipe....................................................................................... 46

4.4.3 Coleta de Dados.................................................................................................. 46

4.4.3.1 Elaboração de Fichas Técnicas de Preparação..................................................... 46

4.4.3.2 Padronização da porção servida......................................................................... 47

4.4.3.3Registro do consumo alimentar............................................................................ 48

4.4.3.4 Registro do rejeito alimentar............................................................................... 48

4.4.4 Processamento e análise dos dados de consumo alimentar.................................. 48

4.4.4.1 Elaboração da tabela híbrida e validação.............................................................. 48

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4.4.4.2 Análise e inserção dos alimentos e das FTP no software..................................... 49

4.4.4.3 Análise do rejeito e do consumo alimentar.......................................................... 49

4.4.4.4 Construção dos bancos de dados para análise do consumo alimentar................... 50

4.4.5 Produção e devolução de relatórios.................................................................... 54

4.4.6 Definição da lista de alimentos e elaboração do Questionário de Frequência

Alimentar.....................................................................................................................

54

4.5 VARIÁVEIS DA PESQUISA.................................................................................. 56

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................................................... 60

4.6.1 Determinação do Padrão Alimentar................................................................... 60

4.6.2 Caracterização do perfil alimentar..................................................................... 61

5 RESULTADOS......................................................................................................... 62

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA................................................................... 62

5.2 PERFIL DO CONSUMO ALIMENTAR................................................................... 64

5.3 DETERMINAÇÃO DO PADRÃO ALIMENTAR.................................................... 73

5.4 LISTAS DE ALIMENTOS E QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA

ALIMENTAR..............................................................................................................

77

6 DISCUSSÃO............................................................................................................. 83

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 97

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 98

APÊNDICES ............................................................................................................... 113

ANEXOS....................................................................................................................... 130

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18

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a população brasileira, assim como a da América Latina e Caribe

tem sofrido transições decorrentes de mudanças nos níveis de mortalidade e fecundidade,

apresentando um padrão demográfico caracterizado pela redução da taxa de crescimento

populacional e por transformações na composição de sua estrutura etária, resultando em um

significativo aumento do contingente de idosos no país (LEBRÃO, 2009).

Em termos globais, o número de pessoas com 60 anos ou mais deverá triplicar até

2100. Esse crescimento será ainda mais rápido em idosos longevos, com possibilidade de

aumentar em sete vezes o número de idosos com mais de 80 anos (UNITED NATIONS,

2013).

A transição demográfica que vivenciamos, ou seja, a passagem de um regime

demográfico de alta para baixa natalidade e mortalidade (LEBRÃO, 2009), está intimamente

ligada à transição epidemiológica, que se relaciona com a mudança dos padrões de morbidade

e mortalidade, e à transição nutricional, que se caracteriza por alterações na estrutura da dieta

e na composição corporal dos indivíduos associadas ao estilo de vida (MONDINI; GIMENO,

2011). Nesse cenário de transições, as práticas alimentares exercem uma poderosa influência

na vida da população, sendo considerado um fator passível de modificação.

Sob a perspectiva da saúde pública, o fenômeno do envelhecimento populacional é um

grande desafio, pois doenças próprias do envelhecimento, em geral crônicas e múltiplas, com

exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos, ganham destaque

na sociedade e aumentam a demanda por serviços de saúde (VERAS, 2009). Essa

multiplicidade de doenças pode gerar incapacidades e dependência, tornando-se um grande

desafio tanto para a família como para a sociedade e o poder público (CALDAS, 2003).

Em países em desenvolvimento, a família tem sido a provedora preferencial de

cuidados ao idoso dependente. No entanto, a mudança de um modelo estável da estrutura

familiar obriga os idosos, muitas vezes, a residir em albergues ou asilos, quebrando a rede de

contatos com parentes e amigos (CALDAS, 2003; DAVIM et al., 2004; FREIRE JÚNIOR.;

TAVARES, 2006).

Segundo Veras (2012), nos próximos 30 anos haverá o aumento do número de idosos

que necessitam de cuidados de longa duração, decorrente do forte crescimento dessa

população, especialmente os fragilizados, da feminização do trabalho e da mudança do

número de pessoas nas famílias, afetando a disponibilidade de apoio familiar para esse grupo.

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A decisão de institucionalizar o idoso, de modo geral, é uma alternativa a situações

como reabilitação após alta hospitalar, ausência de cuidador domiciliar, estágios terminais de

doenças e níveis de dependência elevados (CHAIMOWICZ; GRECO, 1999). Nesse novo lar,

o comportamento alimentar do idoso poderá ser modificado, devido alterações dos hábitos

alimentares (ESTEBAN PÉREZ; FERNANDEZ-BALLART; SALAS-SALVADÓ, 2000;

OLIVEIRA; VERAS; PRADO, 2010a, 2010b).

Mesmo sabendo que o envelhecimento é um processo natural, ele submete o

organismo a diversas alterações anatômicas e funcionais (redução da função gastrintestinal, da

percepção sensorial, da capacidade mastigatória, do fluxo salivar e da sensibilidade à sede)

que repercutem nas condições de saúde e nutrição do idoso. Esses fatores associados à

polifarmácia, comumente presente, contribuem para o comprometimento do consumo de

alimentos e absorção dos nutrientes, aumentando o risco de desenvolvimento de deficiências

nutricionais (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000; LENGYEL; WHITING; ZELLO,

2008; MASTROENI et al., 2010).

Ressalta-se que a alimentação adequada evita déficits nutricionais e contribui para a

manutenção do peso corporal. No entanto, não é meramente uma questão de escolha

individual, pois muitos fatores de natureza física, econômica, política e cultural podem

influenciar positiva ou negativamente a alimentação das pessoas (BRASIL, 2014).

Estudos sobre a relação entre doença e hábitos alimentares têm sido o foco dos

epidemiologistas nutricionais (BARRET-CONNOR, 1991) e quando realizados com sucesso,

podem sugerir recomendações precisas de saúde pública (SLATTERY, 2010). No entanto, a

busca por meios adequados para avaliar a dieta atual e habitual de indivíduos e populações,

especialmente em idosos, é sempre vista como um desafio, pois consistem em um grupo

heterogêneo, os quais compreendem desde os saudáveis e fisicamente ativos até os

dependentes de cuidados, necessitando de adaptações específicas na investigação do consumo

alimentar (VRIES; GROOT; VAN STAVEREN, 2009).

Nas últimas décadas, tem-se discutido que a definição de padrões alimentares pode ser

utilizada para predizer melhor o risco de doenças do que nutrientes isolados, uma vez que

expressarão a complexidade envolvida no ato de se alimentar (SLATTERY, 2010; NOBRE;

LAMOUNIER; FRANCESCHINI, 2012). Quando baseados em dados representativos para a

população, poderão melhorar a compreensão conceitual das práticas alimentares, auxiliar nas

intervenções nutricionais e educativas, além de assessorar o estabelecimento de diretrizes e

políticas para promover uma melhor ingestão de alimentos saudáveis (HU, 2002;

NASCIMENTO et al., 2011).

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Diante do processo de transição ocorrido e da escassez de informações sobre a

situação alimentar e nutricional dos idosos institucionalizados no país, assim como da

propensão dessa população em desenvolver desnutrição decorrente de múltiplos fatores, entre

eles as doenças crônicas e debilidades físicas associadas à idade, bem como aspectos

relacionados à ingestão alimentar inadequada (BELL; LEE; TAMURA, 2015), faz-se

necessário conhecer o padrão alimentar desse grupo, para subsidiar a elaboração de estratégias

que melhorem o quadro de saúde desses idosos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Nas seções nas quais estão divididas esse capítulo é realizada uma reflexão sobre o

processo de envelhecimento da população, especialmente a brasileira, e seus desdobramentos

que poderão afetar a alimentação e a saúde dos indivíduos.

Na primeira delas é apresentada uma abordagem geral sobre o envelhecimento, com

definições de conceitos que incluem transição demográfica, epidemiológica e nutricional,

autonomia, incapacidade e dependência. Ainda nessa seção são expostos os principais

desafios enfrentados pela população que envelhece, seus familiares e o Estado.

A segunda seção destina-se aos impactos causados pela dependência do idoso frágil e

as demandas atribuídas à família, que por sua vez poderão repercutir na institucionalização do

idoso diante da insuficiência familiar.

A institucionalização do idoso e os impactos causados na alimentação dessa população

são abordados na terceira seção. Nesse tópico será possível conhecer um pouco da história da

institucionalização no país, as suas normas para o funcionamento, assim como as

potencialidades e as limitações que afetam a rotina alimentar dos idosos que ali residem.

A quarta e a quinta seção destinam-se à abordagem adequada sobre os métodos de

investigação e análise do consumo alimentar. Especificamente, a quarta seção apresenta

justificativas para utilização da pesagem direta dos alimentos no momento da investigação

dietética de idosos institucionalizados. Já na quinta discute-se a necessidade de elaboração de

um inquérito dietético que seja viável para estudos populacionais em idosos que residem em

Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

A sexta e última seção demonstra a vantagem do emprego de métodos estatísticos, em

especial a Análise de Componentes Principais (ACP) para determinação do padrão alimentar

de populações.

2.1 O FENÔMENO DO ENVELHECIMENTO E OS DESAFIOS À SAÚDE

CONTEMPORÂNEA

O envelhecimento é um processo natural de redução progressiva da reserva funcional

dos indivíduos, conhecido como senescência, que em condições habituais não provoca

nenhum problema (BRASIL, 2007). É uma fase bastante longa, inclusive, maior do que a

infância e adolescência juntas e, por isso, faz com que esse grupo seja bastante heterogêneo e

com necessidades diferenciadas (CAMARANO, 2013).

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A população idosa brasileira é definida, a partir de seu Estatuto, como aquela que

possui idade igual ou superior a 60 anos (BRASIL, 2003). Já a Constituição Federal de 1988

(CF/1988) e algumas políticas do nosso país consideram 65 anos como a idade mínima para o

seu início (CAMARANO, 2013).

É importante destacar que a velhice possui diversas faces, sobretudo numa sociedade

marcada pela desigualdade social, onde há uma exorbitante concentração de renda e um alto

índice de pobreza. Sendo assim, classificar um grupo tão heterogêneo apenas pela dimensão

cronológica poderá dificultar a compreensão da complexidade dessa fase (SILVA, 2005), já

que o envelhecimento compreende um processo que também inclui aspectos biológicos,

sociais e psicológicos. De outro modo, a dimensão cronológica poderá facilitar a classificação

dessa população para definição de políticas públicas, bem como para fins de levantamento

demográfico (SILVA, 2005; CAMARANO, 2013).

Atualmente, o envelhecimento populacional é avaliado como um relevante fenômeno

mundial, inclusive, nos países mais pobres. Isto significa que tem ocorrido um crescimento

mais elevado da população idosa comparada aos demais grupos etários, decorrente do declínio

na taxa de fecundidade, redução da mortalidade e melhoria substancial nas condições de

saúde, mesmo em contextos socioeconômicos diferentes (CAMARANO, 2002; VERAS,

2009).

Em termos globais, o número de pessoas com 60 anos ou mais deve mais do que

triplicar até 2100, aumentando de 841 milhões em 2013 para 2 bilhões em 2050 e perto de 3

bilhões em meados do século XXII. Esse crescimento será ainda mais rápido em idosos

longevos, com possibilidade de aumentar em sete vezes o número de idosos com mais de 80

anos até 2100 (UNITED NATIONS, 2013).

O Brasil, que hoje é um “jovem país de cabelos brancos”, aumentou em 700% o

número de idosos em menos de 50 anos e estima-se que a cada ano, 650 mil novos idosos

sejam incorporados à população brasileira. Comparativamente, a Bélgica necessitou de um

século para dobrar o tamanho da sua população idosa (LIMA-COSTA; VERAS, 2003;

VERAS, 2009).

A ampliação do tempo de vida da população é uma grande conquista da humanidade.

Sem dúvida, trata-se de um importante contingente populacional com experiência de vida,

qualificação e potencialidades a oferecer à sociedade. Essa conquista traz grandes desafios a

todos os setores e, portanto, o país precisa estar preparado para atender às demandas sociais,

sanitárias, econômicas e afetivas dos idosos e seus familiares (LIMA-COSTA; VERAS, 2003;

LEBRÃO; DUARTE, 2003).

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Ressalta-se que, por ser uma conquista, o envelhecimento não deve ser tratado como

um problema social, exceto se os países não se prepararem para dar condições de vida digna

aos idosos (sobretudo os que estão em desenvolvimento, e em rápido processo de

envelhecimento). Pode se dizer que o envelhecimento é uma questão ou desafio social e,

desse modo, é considerado importante pela visibilidade adquirida frente à sociedade e o

Estado, e não apenas do ponto de vista demográfico (BERZINS; BORGES, 2012).

A transição demográfica que vivenciamos, ou seja, a passagem de um regime

demográfico de alta para baixa natalidade e mortalidade (LEBRÃO, 2009), está intimamente

ligada à transição epidemiológica, que se relaciona com a mudança dos padrões de morbidade

e mortalidade e, vista de forma linear, é conceituada como o declínio progressivo das doenças

infecciosas e o aumento concomitante das doenças crônicas (OMRAN, 1971). No entanto, nos

países da América Latina (incluindo o Brasil), a transição epidemiológica se deu a partir de

uma superposição dos modelos, onde ainda há mortes por doenças infecciosas e parasitárias,

bem como por doenças crônicas (FRENK et al., 1991; LEBRÃO, 2009).

Diferente da Europa, as transições epidemiológica e demográfica no Brasil não

ocorreram de forma gradual e, portanto, não possibilitaram ao Estado estabelecer estratégias

para prevenção e tratamento das doenças crônico-degenerativas e suas complicações. O

declínio da mortalidade no país foi determinado pela ação médico-sanitária, mediante

políticas urbanas de saúde pública (OMRAN, 1971; CHAIMOWICZ, 1997).

Nessa rápida mudança do modelo de morbimortalidade, caracterizando a transição

epidemiológica, o componente alimentar/nutricional tem um papel de fundamental

importância. A fome global (calorias) ou específica (macro e micronutrientes) que contribuía

para elevada prevalência de doenças infecciosas foi potencialmente vencida. Por outro lado,

modificações ocorridas no padrão da alimentação, caracterizadas essencialmente por um

elevado consumo de gordura saturada, açúcar e baixo teor de fibras, aliados a fatores

relacionados ao estilo de vida, tem vitimado especialmente adultos e idosos com o surgimento

de processos crônicos não transmissíveis como a obesidade, diabetes mellitus e hipertensão

arterial sistêmica (BATISTA FILHO; BATISTA, 2010; MONDINI; GIMENO, 2011).

A transição nutricional aponta para um novo cenário de problemas relacionados à

alimentação e nutrição. Essa “passagem” foi acompanhada pelo aumento do consumo de

alimentos com elevada densidade energética, os quais são um fator contributivo para o

excesso de peso. Esse padrão de consumo varia de acordo com os grupos etários - os mais

novos apresentam maior consumo de alimentos ultraprocessados, com reduzida concentração

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de nutrientes e alto conteúdo de sódio, ao mesmo tempo em que o inverso é observado

quando se trata de frutas e hortaliças (BRASIL, 2013).

Enquanto as doenças epidêmicas que estavam agregadas à fome e à pobreza estão sob

controle ou caminham para erradicação (BATISTA FILHO; BATISTA, 2010), as doenças

crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis pela morte de 38 milhões de pessoas ao

ano no mundo todo, principalmente as doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias

e diabetes. Mais de 14 milhões ocorrem entre adultos e idosos (30 a 70 anos), dos quais 85%

estão em países em desenvolvimento. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis

por 31% das mortes por DCNT entre adultos e idosos (WHO, 2014).

Muitas condições crônicas estão ligadas a uma sociedade em envelhecimento,

contudo, há outros determinantes relacionados a essa condição como o tabagismo, o consumo

de álcool, a inatividade física, a dieta inadequada, o comportamento sexual, além da

predisposição genética (VERAS, 2011; MALTA; MORAIS NETO; SILVA JUNIOR, 2011).

Associadas a essas condições, ainda podem surgir complicações como sequelas de acidente

vascular cerebral (AVC), fraturas pós-quedas, cegueira provocada pelo diabetes, dependência

por doenças demenciais, entre outras, que demandam anos de utilização dos serviços de saúde

(CHAIMOWICZ, 1997) e afetam a funcionalidade das pessoas idosas (BRASIL, 2007).

Essa dinâmica implica em maior procura dos idosos por serviços de saúde, além de

internações hospitalares mais frequentes, aumentando a necessidade de profissionais

especializados com formações diversas, medicamentos e equipamentos. Dessa forma, o

envelhecimento populacional resulta, além de maior carga de doenças e incapacidades, em um

aumento de custos significativos para o sistema de saúde (VERAS, 2009; VERAS, 2011;

MALTA; MORAIS NETO; SILVA JUNIOR, 2011).

A longevidade e o aumento das doenças crônicas também refletem no crescimento do

número de idosos portadores de incapacidades (KARSCH, 2003). A incapacidade funcional

relaciona-se com a dificuldade no desempenho de certas atividades da vida cotidiana ou

mesmo a impossibilidade de desempenhá-las (ROSA et al., 2003) e representa entre as

complicações das DCNT, a que tem a maior repercussão para o indivíduo e a sociedade

(FIALHO et al., 2014).

A incapacidade funcional é de caráter multidimensional, dinâmico e complexo. Nagi

(1976) propõe um modelo conceitual e cita que há quatro etapas para o processo de

incapacidade: patologia, deficiência, limitação funcional e incapacidade. Além disso, o autor

acrescenta que a incapacidade poderá ocorrer em nível individual (desempenho físico,

emocional e mental) e coletivo (desempenho em atividades sociais).

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O conceito de incapacidade tem evoluído durante as últimas décadas, mas ainda não

há um modelo definido. Apesar de ocorrer algumas variações na sua definição, estes não são

conflitantes. Ela pode ser conceituada como a dificuldade ou necessidade de ajuda para o

indivíduo executar tarefas cotidianas (básicas ou complexas) que o auxiliem a ter uma vida

independente. Pode, ainda, ser avaliada por meio do grau de dificuldade e é vista como um

processo e não um estado final (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008).

A autonomia e a capacidade funcional preservadas têm implicações na qualidade de

vida, relacionando-se com a capacidade de se ocupar com trabalho e/ou atividades agradáveis

(CHAIMOWICZ, 1997; ROSA et al., 2003). É possível afirmar que um idoso portador de

doenças crônicas possa viver melhor, quando comparado a outro que possui as mesmas

doenças, no entanto, com sequelas e incapacidades associadas (ALVES; LEITE;

MACHADO, 2008).

Caldas (2003) afirma que envelhecer com dependência traz demandas importantes ao

campo da Saúde Pública e questiona quais as condições necessárias à manutenção dos

cuidados aos idosos dependentes na comunidade, assim como quais as condições de

assistência que essas famílias dispõem para cuidar desses idosos.

Diante desse contexto, o envelhecimento da população brasileira traz muitos desafios

intersetoriais, de maneira especial, a consolidação de políticas públicas de proteção aos

idosos, entre elas, a saúde, assistência social e previdência social (BERZINS; BORGES,

2012). A sociedade precisa ampliar a discussão sobre a transição demográfica e suas

consequências para o sistema de saúde, exigindo do Estado a implementação de políticas

públicas direcionadas à melhoria da saúde e qualidade de vida da população idosa

(CHAIMOWICZ, 1997).

Para a Saúde Pública, é preciso encontrar a solução de como viver mais, agregando

qualidade de vida aos anos adicionais, bem como alcançar a equidade na distribuição dos

serviços e facilidades para esse grupo que aumenta progressivamente no nosso país (LIMA-

COSTA; VERAS, 2003).

Nesse sentido, a discussão em torno de políticas públicas específicas para esse grupo

iniciou-se a partir do Plano de Viena de 1982, considerado o marco internacional de políticas

públicas para a população idosa (especialmente para os que viviam em países desenvolvidos),

recomendando a promoção da independência do idoso, dotando-o de meios físicos ou

financeiros para a sua autonomia. Na década de 1990, a questão do envelhecimento entrou de

forma mais expressiva na agenda dos países em desenvolvimento com a Assembleia Geral da

ONU que aprovou a Proclamação sobre o Envelhecimento e estabeleceu o ano de 1999 como

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o Ano Internacional dos Idosos, definindo os parâmetros para o início da elaboração de um

marco conceitual (CAMARANO; PASINATO, 2004).

No final da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar o

conceito de “envelhecimento ativo”, na tentativa de promover uma mudança no paradigma,

no qual o idoso era considerado alvo passivo. Dessa forma, reconheceu os direitos dos idosos

à igualdade de oportunidades e de tratamento em todos os aspectos da vida (BRASIL, 2007).

A OMS também recomendou que políticas de saúde nessa área considerassem os

determinantes de saúde ao longo do processo de envelhecimento (sociais, econômicos,

comportamentais, pessoais, culturais, além do ambiente físico e acesso a serviços),

enfatizando as questões de gênero e as desigualdades sociais (VERAS, 2009).

No Brasil, as políticas sociais de inclusão e proteção aos idosos avançaram a partir de

1994, com a Lei no 8.842/1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso (PNI) que

objetiva assegurar os direitos sociais desse grupo, criando condições para promover sua

autonomia, integração e participação efetiva na sociedade (BRASIL, 1994). No que se refere

especificamente à saúde, em 1999, foi aprovada a Política Nacional de Saúde do Idoso

(PNSI), a qual respalda a ação do setor saúde na atenção integral à população idosa e àquela

em processo de envelhecimento, assumindo que o principal problema que poderá afetá-los é a

perda de sua capacidade funcional (BRASIL, 1999). Em 2003, diante do não cumprimento de

vários dos direitos expressos na lei, foi sancionado o Estatuto do Idoso (Lei no 10.741/2003)

que tem como objetivo principal regular os direitos das pessoas idosas em múltiplas esferas e

dimensões, sendo sua principal limitação a não definição das fontes de financiamento para

efetivação das ações previstas (CAMARANO, 2013).

Apesar da legislação brasileira ter avançado no que se refere aos cuidados da pessoa

idosa, ainda havia a necessidade de uma readequação da PNSI. Portanto, em 2006, foi

aprovada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) que tem como finalidade

primordial “recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos

idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância

com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2006).

Diante dessa evolução na agenda das políticas públicas de saúde, o que

definitivamente representou um grande avanço para a atenção à saúde adequada e digna para

os idosos brasileiros foi, em 2006, a publicação do Pacto pela Saúde que contempla o Pacto

pela Vida. Nele, a saúde do idoso foi considerada uma das seis prioridades pactuadas entre as

três esferas de governo, que estabeleceu como um dos objetivos, a implementação de algumas

das diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso (BRASIL, 2006).

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Sem dúvida, o envelhecimento da população já é reconhecido como uma demanda

urgente para discussão na sociedade civil e Estado (BERZINS; BORGES, 2012). Apesar da

abordagem negativa sobre a temática envelhecimento, onde o idoso é visto como aquele que

adoecerá e ficará dependente, ainda há muito o que se discutir, pois, em um futuro bem

próximo, pessoas envelhecerão cada vez mais e em melhores condições. No entanto, é

importante destacar que aquela parcela que se tornará dependente, bem como a sua família,

necessitará de um amparo específico para essa nova situação.

2.2 O IDOSO E A FAMÍLIA: IMPACTOS CAUSADOS PELA DEPENDÊNCIA

Por ser um grupo etário bastante heterogêneo, constituído por pessoas que constituem

uma ampla faixa etária (60 anos ou mais), os idosos têm graus diferenciados de autonomia,

que variam de independentes, até os muito dependentes que necessitam de cuidados de longa

duração. Os demandantes de cuidados permanentes são aqueles que têm algum tipo de

dificuldade para realizar as atividades da vida diária como comer, ir ao banheiro e/ou tomar

banhos sozinhos. Estas limitações representam uma perda de autonomia e requerem um

cuidador em tempo integral (CAMARANO; KANSO, 2010b).

O termo “dependência” relaciona-se a um conceito fundamental da Geriatria que é o

de “fragilidade”, que, de modo geral, é definida como uma condição observada em pessoas de

qualquer idade que apresentam diversas doenças ou limitações funcionais (CALDAS, 2003).

Na literatura, não há consenso sobre quais os componentes exatos poderão definir a síndrome

da fragilidade (VAN KAN et al., 2010; STERNBERG et al., 2011), no entanto, o que

realmente importa é identificar os idosos com risco de desfechos clínicos, tais como

demência, desenvolvimento de deficiência, institucionalização, internações e aumento da

mortalidade (VAN KAN et al., 2010).

No Brasil, a maior prevalência de incapacidade funcional está entre os idosos longevos

do sexo feminino, com menor renda e menor educação (PARAHYBA; VERAS, 2008). Em

pesquisa realizada com idosos paulistanos, Camargos, Perpétuo e Machado (2005)

identificaram que a maior expectativa de vida ocorre para o sexo feminino, no entanto, as

idosas apresentaram menor proporção de anos vividos livres de incapacidade funcional, o que

as torna um grupo facilmente encontrado em instituições asilares, apesar de culturalmente

serem as principais cuidadoras dos membros dependentes da família (CAMARANO;

KANSO, 2010b).

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A Constituição Federal de 1988 cita que “A família, a sociedade e o Estado têm o

dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,

defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida” (BRASIL, 1988).

O estatuto do idoso se refere à família como provedora preferencial de cuidados ao idoso em

detrimento do atendimento asilar (BRASIL, 2003). Sem dúvida, é dela que se espera o

suporte emocional e material em qualquer fase da vida. Os conceitos sobre família quase

sempre envolvem aspectos como afetividade, companheirismo e solidariedade, independente

de ter laços consanguíneos. Ela é uma construção social importante que proporciona o

equilíbrio físico e afetivo do ser humano (SOUZA; SKUBS; BRÊTAS, 2007).

Com o crescimento exponencial da população idosa, a família se torna a principal

fonte de recursos disponível para o cuidado do idoso dependente. O aumento da necessidade

de assistência específica ao idoso nessa condição eleva o custo para os familiares, uma vez

que o sistema de saúde não prevê uma oferta suficiente dos serviços necessários (CALDAS,

2003). A recomendação de permanência dos idosos incapacitados em suas casas, sob os

cuidados de parentes, também prevê, de modo implícito, a redução do custo da assistência

hospitalar e institucional a esse grupo. No entanto, é preciso examinar a estrutura familiar que

desenvolverá estes cuidados (KARSCH, 2003), pois cuidar de uma pessoa idosa é dar

continuidade a uma relação de vida, muitas vezes complexa e que demanda modificações na

rotina do cuidador (CAMARANO; KANSO, 2010b).

Diante da dependência e da doença, há o estabelecimento de uma inversão de papéis,

já que os filhos, normalmente, assumem o cuidado dos pais e se não for bem administrada,

uma crise se estabelecerá no que diz respeito à situação econômica, às limitações físicas e ao

amparo afetivo. Quando essa atenção especial é vivida como obrigação moral da família, o

idoso poderá apresentar sentimentos de aflição e se sentir como um “obstáculo”

(ALCÂNTARA, 2009).

A família também necessita ser amparada para conseguir prover o cuidado necessário

ao idoso, seja ele autônomo e independente ou com pequenas fragilidades e dependente. Ela é

a maior fonte de apoio para todos os seus integrantes e é fundamental o estabelecimento de

medidas governamentais de assistência social e de saúde para lhe dar suporte. Nesse sentido,

serviços como atenção domiciliar às famílias, apoio médico e de equipe multiprofissional de

amparo aos idosos e os seus cuidadores, realização de exames e retaguarda hospitalar, quando

necessária, poderão ajudar, inicialmente, a diminuir o estresse a que estão submetidos os

cuidadores (MAZZA; LEFÈVRE, 2005).

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Deve-se enfatizar que o processo de envelhecimento da nossa população veio

acompanhado de mudanças importantes no papel social da mulher, como resultado do

aumento da sua escolaridade e inserção maciça no mercado de trabalho, além das mudanças

ocorridas na composição da família e na nupcialidade. Essas modificações implicam em

transformações nas formas de cuidado com a população idosa, diminuindo a oferta de

cuidadores familiares, em um cenário em que aumenta o número de idosos que necessitam de

cuidados prolongados (CAMARANO; KANSO, 2010b; IPEA, 2011). Caldas (2003) destaca

que, embora o cuidado familiar seja um aspecto importante, ele não se aplica a todos os

idosos, pois há aqueles que não têm família ou estas não possuem condições socioeconômicas

de assumir esse cuidado.

Nesse cenário de modificações na estrutura familiar ou na inexistência de cuidadores

para os idosos desabrigados que necessitam de atenção especial, ou até mesmo de contatos

sociais (DAVIM et al., 2004; CAMARANO; SCHARFSTEIN, 2010), as ILPI tornam-se uma

opção viável para esses idosos (MARIN et al., 2012), apesar de historicamente serem

consideradas como um lugar hostil, de exclusão e isolamento (ALCÂNTARA, 2009).

Para muitos familiares, a decisão de institucionalizar um idoso acarreta um sentimento

de culpa e fracasso, em geral, decorrente do estigma que as instituições carregam, vistas ainda

como um tabu no imaginário da cultura brasileira (CAMARANO; SCHARFSTEIN, 2010).

Como consequência, as famílias só buscam uma instituição para seus idosos quando esgotam

a sua possibilidade de cuidar (KARSCH, 2003), pois veem nesse espaço a solução para seus

problemas, desde a assistência às necessidades básicas do idoso até os cuidados médicos

específicos (ALCÂNTARA, 2009).

2.3 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO: UM NOVO DESAFIO DE MORADIA E

SUAS REPERCUSSÕES NO CONSUMO ALIMENTAR

A história da institucionalização da velhice começou como uma prática assistencialista

predominante da caridade cristã e, por isso, associa-se com frequência à pobreza e ao

abandono, gerando preconceitos em relação a essa moradia. Como é um lugar destinado a

pessoas que estão vivendo a última fase da vida, parece que o medo da morte e da finitude

explica, também, parte do preconceito ainda existente em relação às ILPI (CRISTOPHE;

CAMARANO, 2010).

Com o aumento do número de idosos e a sobrevivência de pessoas com redução da

capacidade física, cognitiva e mental, os asilos que antes integravam apenas a rede de

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assistência social, oferecendo um ambiente de acolhimento, necessitaram de uma adaptação

para que também pudessem integrar a rede de assistência à saúde. Diante dessa nova função

híbrida para as instituições, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia sugeriu o

termo Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) como uma nova denominação

para os abrigos (CAMARANO; KANSO, 2010a).

De acordo com a ANVISA, as ILPI visam acolher pessoas que possuem 60 anos ou

mais, dependentes ou não, que indispõem de condições para permanecer com a família e/ou

no seu domicílio, devendo atender as necessidades de cuidados com a saúde, alimentação,

higiene, repouso e lazer dos seus residentes (BRASIL, 2005). Essas instituições se

configuram como locais indispensáveis para o cuidado e assistência à saúde da pessoa idosa

(PINTO; SIMSON, 2012).

O regulamento que define as normas de funcionamento para as ILPI (RDC Nº 283 da

ANVISA) sugere recomendações específicas sobre a necessidade de dotar as instituições de

ambiência acolhedora, favorecendo a convivência entre os residentes de diversos graus de

dependência e a integração em atividades desenvolvidas pela comunidade local. Também

indica atividades conjuntas com pessoas de outras gerações e a participação da família e da

comunidade na atenção ao idoso residente, estimulando a autonomia e promovendo condições

de lazer. Destaca ainda a necessidade de rotinas para prevenir e coibir qualquer tipo de

violência e discriminação contra os residentes (BRASIL, 2005).

Em um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada

(IPEA) entre 2007 e 2009, foram identificadas 3.548 ILPI no Brasil (65,5% filantrópicas),

encontradas em 28,8% dos municípios brasileiros, onde moravam 83.870 idosos,

representando 0,5% da população idosa. A pesquisa mostrou que houve um incremento médio

de 40,3 instituições/ano, entre 1940 e 2009, com crescimento expressivo a partir de 1980,

sendo a grande maioria com fins lucrativos. Observou-se também que o Nordeste possui

apenas 8,5% das instituições, mesmo concentrando 24,7% da população idosa brasileira,

situação bem diferente das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (IPEA, 2011).

O processo de institucionalização provoca modificações na rotina dos idosos e, muitas

vezes, inúmeras perdas, especialmente o convívio diário com a família. Neste novo ambiente,

eles precisam construir uma nova forma de viver, com regras, normas, horários e novos

relacionamentos. Para muitos, esse processo também pode desencadear doenças psíquicas,

pois, com frequência, eles se veem frente ao isolamento, à falta de apoio social, ao abandono

familiar e às dificuldades financeiras, tornando-a uma fase delicada e dolorosa (COSTA;

MERCADANTE, 2013).

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Por outro lado, acredita-se que residir em uma instituição pode representar uma

alternativa de acolhimento, proteção e segurança, especialmente para os que não têm família e

para aqueles que vivenciam uma situação de conflito familiar. A convivência em uma

residência coletiva pode também facilitar a socialização entre os idosos, minimizando o

isolamento ocorrido muitas vezes na casa da família. Mesmo para idosos que viviam com

familiares antes da ida para uma instituição, os vínculos podem se manter após a mudança,

dependendo da relação estabelecida entre os membros. Portanto, essa forma de cuidado

poderá tornar-se uma vantagem e/ou desvantagem, de acordo com as necessidades de cada

idoso (CAMARANO; SCHARFSTEIN, 2010; CRISTOPHE; CAMARANO, 2010).

De acordo com Chaimowicz (1997), os principais motivos para a institucionalização

desse grupo são as dependências causadas por doenças como Alzheimer e outras condições

como osteoartrite, cardiopatias e pneumopatias avançadas, especialmente dentro de um

contexto de miséria e abandono. Em estudo realizado em Pelotas-RS sobre os indicadores de

institucionalização de idosos, Del Duca et al. (2012) identificaram que os indivíduos com

incapacidade funcional ou que realizavam pouca ou nenhuma atividade apresentaram maiores

chances de serem institucionalizados.

A realidade de idosos que moram fora do seu contexto familiar pode gerar ansiedades

decorrentes de suas experiências de desamparo. Além disso, a velhice associada à doença, à

pobreza, ao abandono e à morte, amedronta e ameaça a psique humana (BURLÁ; PY;

SCHARFSTEIN, 2010). Nesse contexto, é possível afirmar que esses idosos se encontram em

condições de vulnerabilidade e com a qualidade de vida comprometida. Tratam-se de

indivíduos envolvidos em um processo de envelhecimento associada à instalação de

patologias e consequente diminuição da mobilidade, capacidade visual, auditiva, cognitiva e

física, afetando a sua autonomia e independência (NUNES; MENEZES; ALCHIERI, 2010),

inclusive para alimentação, necessitando de apoio para as refeições e adaptações de talheres e

utensílios (SILVA et al., 2015).

Diante das transformações na rotina do idoso, o comportamento alimentar poderá

sofrer alterações, ocorrendo mudanças nos hábitos alimentares e comprometendo a saúde

desses indivíduos (SANTELLE; LEFÈVRE; CERVATO, 2007; OLIVEIRA; VERAS;

PRADO, 2010a, 2010b). Além disso, os fatores relacionados à tríade - alterações fisiológicas

inerentes ao envelhecimento, doenças instaladas e polifarmácia - contribuem para o

comprometimento do consumo de alimentos e absorção dos nutrientes, aumentando o risco de

desenvolvimento de deficiências nutricionais (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000;

LENGYEL; WHITING; ZELLO, 2008).

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32

Oliveira, Veras e Prado (2010b) citam que a submissão às normas rígidas dentro de

uma instituição promovem, especialmente entre as mulheres, à perda do direito de fazer da

comida uma expressão da identidade. As escolhas alimentares que antes faziam parte de um

exercício de autonomia que realizavam para si e para sua família, já não existem mais. A

padronização das condutas, a imposição de práticas alimentares, os horários e as quantidades

de alimentos delimitados enfraquecem a identidade cultural e os traços de individualidade,

ocasionando um esvaziamento pessoal do idoso que vive ali.

A monotonia alimentar (SANTELLE; LEFÈVRE; CERVATO, 2007), as restrições

dietéticas relacionadas à presença de uma ou mais doenças crônicas, os problemas com a

deglutição, bem como a elevada prevalência de depressão, ocasionada pelo abandono ou pelo

afastamento do idoso de seu convívio familiar, também são fatores para a diminuição da

ingestão alimentar e risco de aparecimento do quadro de desnutrição (LABOSSIERE;

BERNARD, 2008). É importante observar que essa condição de déficit nutricional associa-se

tanto aos fatores relacionados ao envelhecimento, como ao próprio ambiente asilar (SILVA et

al., 2015) e ocasiona, comumente, a fragilidade da saúde, a não cicatrização de feridas, o

atraso na reabilitação e a morte (BELL; LEE; TAMURA, 2015).

Em estudo realizado em ILPI na região Sul do Brasil, Rauen et al. (2008)

identificaram um número alarmante de idosos com baixo peso (45,5%), especialmente entre

os homens, utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC) com pontos de corte recomendados

pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e propostos no projeto Saúde, Bem-estar

e Envelhecimento (SABE). Machado e Coelho (2011), empregando o MNA (Mini Avaliação

Nutricional) em idosos asilados do Rio de Janeiro, identificaram uma prevalência de 8,3% de

desnutrição e 55,6% de risco de desnutrição entre os idosos. Apesar da dificuldade de

comparar a ocorrência em ILPI devido à utilização de vários indicadores, Bell, Lee e Tamura

(2015) em revisão sistemática recente, encontraram uma prevalência média de 20% de

desnutrição nessa população ao analisar os diversos indicadores.

Considerando-se os vários fatores que comprometem a adequada ingestão alimentar e

da elevada prevalência de desnutrição em idosos residentes em ILPI, é imperativo a

adequação da dieta conforme a condição individual do idoso, tanto no aspecto da consistência

dos alimentos, quanto do modo de se alimentar (ex.: postura ereta, comer devagar) (SILVA et

al., 2015).

Em estudos publicados no Brasil sobre o perfil da alimentação de idosos

institucionalizados, verificou-se que há uma inadequação da dieta, atribuindo-se à oferta de

cardápios padronizados, sem considerar as especificidades de cada indivíduo (YAMAMOTO;

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DIOGO, 2002), a oferta de alimentos condicionados apenas ao efeito que a sua ingestão

poderá causar sobre determinada doença, sem considerar cor, sabor ou valor nutritivo

(CARVALHO et al., 2003), bem como um desequilíbrio entre os grupos alimentares

oferecidos, especialmente o elevado consumo de gorduras e a baixa oferta de frutas e

hortaliças (TORAL; GUBERT; SCHMITZ, 2006).

Camargos et al. (2015) apontam diferenças entre a alimentação de ILPI com e sem fins

lucrativos em Minas Gerais e destacam que a presença de nutricionista, a definição prévia dos

cardápios, a possibilidade de comer fora do horário e o maior número de refeições foi maior

nas ILPI com fins lucrativos, apesar de ambas apresentarem número de refeições adequadas

(4 a 6 refeições/dia). A maior preocupação estava na oferta de frutas, pois apenas um pouco

mais de 20% das ILPI ofereciam alguma fruta no café da manhã, sendo o maior percentual

para as instituições com fins lucrativos.

Durante a realização do planejamento dietético e alimentar, necessita-se compreender

todas as peculiaridades inerentes às mudanças fisiológicas naturais do envelhecimento, os

fatores econômicos, psicossociais e de intercorrências farmacológicas associadas às múltiplas

doenças que interferem no consumo alimentar e, sobretudo, na necessidade de nutrientes

(CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000). Considerar as preferências alimentares dos

idosos, evitar a monotonia dos cardápios, preocupar-se com a apresentação, o sabor e a

textura (CARVALHO et al., 2003; SANTELLE; LEFÈVRE; CERVATO, 2007), aumentar a

densidade energética, reduzindo o tamanho das porções (VILARROEL et al., 2012) são

algumas alternativas que poderão ser adotadas para estimular a ingestão de alimentos desse

grupo, melhorar o estado nutricional e reduzir a prevalência de desnutrição nas ILPI.

O planejamento alimentar adequado deve ser realizado por nutricionista, objetivando-

se a adequação da dieta dos idosos institucionalizados (TORAL; GUBERT; SCHMITZ,

2006). A regulamentação brasileira define esta atribuição como privativa dessa categoria

(BRASIL, 1989, 1991). Alguns estudos no país apontam a inexistência desses profissionais

nas instituições asilares (CARVALHO et al., 2003; SEMPREBOM; RIBEIRO, 2005;

TORAL; GUBERT; SCHMITZ, 2006; PASSOS; FERREIRA, 2010), que pode ser decorrente

das condições financeiras existentes e do elevado custo de contratação de profissionais,

especialmente nas instituições filantrópicas. De acordo com o IPEA, a maior parcela dos

recursos gastos em uma ILPI é destinada ao pagamento dos funcionários, que correspondem a

52,5% do total de gastos. Por isso, as instituições sem fins lucrativos contam, muitas vezes,

com voluntários ou profissionais cedidos dos governos (IPEA, 2011).

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Mesmo com a presença do nutricionista, e sabendo que há uma chance maior de

alcançar os objetivos nutricionais previamente determinados a partir da melhor aceitação da

dieta planejada, é necessário que as residências geriátricas disponham de alimentos variados

de forma contínua, uma realidade muitas vezes não encontrada para aquelas que sobrevivem

de doações, refletindo na qualidade nutricional do que é ofertado. Carvalho et al. (2003)

identificaram no Nordeste do Brasil que muitas preparações oferecidas nas instituições

dependiam da situação econômica em que estas se encontravam.

Portanto, para a diminuição do risco de desnutrição e de DCNT nessa população, é

necessário também controlar os fatores institucionais, incluindo o monitoramento frequente da

alimentação dos idosos, o planejamento do que será oferecido, recursos humanos suficientes

e, quando possível, a contribuição da família dando suporte ao fornecimento de alguns

alimentos (BELL; LEE; TAMURA, 2015). Além disso, os profissionais deverão ficar atentos

ao estado nutricional dos residentes, para evitar a necessidade de intervenções nutricionais

severas (LABOSSIERE; BERNARD, 2008).

2.4 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR PARA O DIAGNÓSTICO

NUTRICIONAL DE IDOSOS

O grande desafio para o envelhecimento bem-sucedido consiste em uma dieta de

qualidade adequada, estado nutricional satisfatório, manutenção da saúde e retardamento das

incapacidades físicas e mentais (NAJAS; YAMATTO, 2011). A alimentação adequada, que

precisa ser harmônica em quantidade e qualidade, influencia a saúde e o bem estar, evita

déficits nutricionais e contribui para a manutenção do peso corporal (BRASIL, 2014).

O estado nutricional, dentro da sua dimensão biológica, consiste na condição de saúde

de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, identificada pela

correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos

(CHRISTAKIS, 1973; VASCONCELOS, 2007).

Não está estabelecido um padrão ouro para avaliação do estado nutricional do idoso e

consequente diagnóstico nutricional. Portanto, deve ser realizada a partir de uma associação

de indicadores, tendo em vista que cada um apresenta limitações, as quais devem ser

complementadas. Os critérios de diagnóstico e dados de referência devem ser bastante

específicos em razão das alterações que geralmente acompanham o processo de

envelhecimento (SAMPAIO, 2004; ACUÑA; CRUZ, 2004). Entre os indicadores

frequentemente utilizados para que se possa chegar a um diagnóstico com segurança têm-se

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medidas antropométricas, os exames laboratoriais, a história clínica e a dietética (GARCIA;

ROMANI; LIRA, 2007).

O consumo alimentar tem sido um dos indicadores usualmente empregados na

avaliação do estado nutricional e proposto como um dos parâmetros para monitorar a

Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil, uma vez que mede de forma bastante

aproximada a condição de insegurança, especialmente quando associado a indicadores como a

disponibilidade e acesso aos alimentos e a prevalência estimada de baixo peso, sobrepeso e

obesidade (BURLANDY; COSTA, 2008). Adicionalmente, quando integrados a dados de

morbidades, tornam-se a base para o monitoramento das tendências dietéticas e da definição

de políticas para agricultura, economia e saúde. Paralelamente, esses dados podem auxiliar no

desenvolvimento de guias dietéticos e subsídio para educação nutricional (COSTA et al.,

2006).

São diversos os métodos de inquéritos alimentares existentes e sua escolha dependerá

do que se deseja avaliar (FISBERG et al., 2005). Sua classificação divide-se entre aqueles que

utilizam abordagens em longo prazo, como o questionário de frequência alimentar (QFA) e a

história alimentar, e os de abordagem em curto prazo, como o recordatório alimentar de 24

horas (R24h) e registro dos alimentos (estimado ou pesado) (ILLNER et al., 2010).

Independente do método escolhido, quantificar a ingestão alimentar em estudos

epidemiológicos nutricionais e obter dados válidos e confiáveis não é tarefa fácil (LOPES et

al., 2003). Fisberg et al. (2005) ressaltam a importância de conhecer os conceitos de dieta

“habitual” e “atual” para a escolha do método. A dieta “habitual” é definida como a média do

consumo alimentar em um período de tempo determinado, em que o indivíduo mantém um

padrão da alimentação. Já a dieta “atual” refere-se à média do consumo alimentar de um curto

período de tempo corrente.

Para avaliação do consumo habitual em grupos, a partir dos métodos de curto prazo, é

necessário obedecer a alguns critérios. Para tanto, o método deverá ser aplicado em uma

população definida, de forma seriada, em dias não consecutivos, repetindo as medidas em

pelo menos 2 vezes em um intervalo de tempo não menor de um mês (FISBERG et al.,

2005).

Na definição do método de inquérito dietético, também é importante considerar a

população alvo, além dos recursos financeiros, materiais e humanos (VAN STAVEREN et

al.,1994; CAVALCANTE; PRIORE; FRANCESCHINI, 2004). Ressalta-se que quando a

avaliação envolve os idosos, alguns cuidados adicionais devem ser atendidos, já que

consistem em um grupo heterogêneo que vão desde os saudáveis e fisicamente ativos até os

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dependentes de cuidados, com deficiências físicas e demências, necessitando de adaptações

específicas na investigação do consumo alimentar (VRIES; GROOT; VAN STAVEREN,

2009).

Extremamente complexa e desafiadora, a medida “correta” de uma dieta causa grande

preocupação para epidemiologistas nutricionais. É preciso lembrar que o consumo alimentar

não pode ser estimado sem erros. O “método ideal” para mensurar dietas não existe. A

natureza e a magnitude do erro dependerão da metodologia de coleta de dados dietéticos e do

que se deseja estudar. Dessa maneira, conhecer profundamente os fatores que podem interferir

na metodologia para avaliação da ingestão alimentar é um ponto de partida para o

entendimento da relação entre a dieta, que é um importante aspecto do nosso ambiente, e a

saúde humana (FISBERG et al., 2005; BEATON, 1994).

No idoso institucionalizado, especialmente para os que são dependentes de cuidados, o

método do registro alimentar é um instrumento de mensuração útil em estudos

epidemiológicos (BERMEJO et al., 2007; KASEB; RASHIDI; ESHRAGHIAN, 2009;

LOPEZ-CONTRERAS et al., 2010; MILA et al., 2012), embora exija tempo elevado para

aplicação e alto custo para a prática clínica diária (VRIES; GROOT; VAN STAVEREN,

2009).

O registro diário de alimentos (ou registro alimentar) recolhe informações sobre a

ingestão atual de um indivíduo ou de um grupo populacional. De acordo com este método, a

pessoa pesquisada registra, no mesmo momento, os alimentos e bebidas consumidos ao longo

de um ou mais dias (BIRÓ et al., 2002). Esse método pode ser aplicado a partir do registro do

tamanho da porção ou pelo método de pesagem dos alimentos. Tem sido a técnica de

preferência de muitos pesquisadores por reduzir o viés da memória (BINGHAM et al., 1994),

no entanto, o registro real do consumo alimentar irá depender do nível de conscientização,

capacitação e entusiasmo de cada indivíduo (VASCONCELOS, 2007).

Em uma proposta arrojada e inovadora, o Estudo Nacional de Despesas Familiares

(ENDEF) realizado no Brasil em 1974, com uma amostra de aproximadamente 53 mil

famílias, incluiu a metodologia da pesagem de alimentos com posterior registro dos resíduos

não alimentares e do desperdício, para investigar o consumo alimentar da população do país

durante sete dias (IBGE, 2014b). Outros inquéritos relevantes sobre o consumo alimentar da

população brasileira foram as Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) que avaliaram a

disponibilidade dos alimentos nas residências a partir do registro alimentar estimado (IBGE,

2004, 2011).

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Por serem complexas e dispendiosas, as pesquisas de base populacional no país

raramente utilizam o método da pesagem direta dos alimentos e, para a população idosa,

poucos estudos utilizam essa metodologia. Atualmente, o único estudo de base populacional

representativo para a população idosa brasileira, não institucionalizada, é o SABE. No

entanto, a investigação do consumo alimentar realizada nesse estudo ocorreu a partir da

frequência referida de número de refeições e de ingestão de grupos de alimentos (SANTOS,

2012).

Tratando-se de idosos confinados e com comprometimentos cognitivos (NUNES;

MENEZES; ALCHIERI, 2010), entende-se que é necessário, a priori, o desenvolvimento de

uma pesquisa que adote um rigor metodológico para subsidiar o desenvolvimento de

instrumentos aplicáveis à investigação da dieta habitual para esse público (BHARATI et al.,

2008). Nesse sentido, um diagnóstico do consumo alimentar de idosos institucionalizados por

meio da pesagem direta dos alimentos, possibilitará a realização de outras investigações

epidemiológicas do consumo alimentar para essa população e, em particular, subsidiará a

criação de um Questionário de Frequência Alimentar para idosos que residem em ILPI.

2.5 QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL

PARA O DIAGNÓSTICO DO CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS

Está amplamente documentado que o QFA é considerado um método prático na

investigação do consumo alimentar e, sem dúvidas, para estudos epidemiológicos esse é o

inquérito dietético de menor custo e logística na coleta e análise dos dados. Comparado a

outros questionários, essa ferramenta substitui a medição da ingestão alimentar de um ou

vários dias pela informação global de um determinado período de tempo (FISBERG et al.,

2005), não altera o padrão de consumo e pode estimar a ingestão habitual dos indivíduos

(FISBERG; MARCHIONI; COLLUCI, 2009).

A estrutura de um QFA tem como alicerce uma lista de alimentos com os itens mais

consumidos por parte da população em estudo, um espaço para o indivíduo responder a

frequência do consumo (SLATER et al., 2003; BHARATHI et al., 2008) e, opcionalmente, o

tamanho da porção (ILLNER et al., 2010). Vale ressaltar que os QFA são específicos para

cada grupo populacional, portanto, é essencial adequar a lista de alimentos, devendo

considerar as variações sociais e culturais que permeiam os hábitos alimentares (PEDRAZA;

MENEZES, 2015; RODRIGO et al., 2015).

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A principal limitação desse instrumento está na quantificação do consumo,

impossibilitando a informação precisa da ingestão. Outras desvantagens incluem a

dependência da memória do entrevistado para responder sobre hábitos alimentares passados

de um longo período de tempo, normalmente de um ano (RODRIGO et al., 2015), e a

exaustão gerada em responder, sobretudo, quando a lista de alimentos é extensa, podendo

comprometer a qualidade da informação (VAN STAVEREN et al., 1994).

No Brasil, apesar da elaboração e validação de diversos QFA para a nossa população

(PEDRAZA; MENEZES, 2015), nenhum é específico para idosos, seja para os que vivem em

comunidades ou em ILPI. Alguns instrumentos têm sido preparados para englobarem o grupo

adulto/idoso (FISBERG et al., 2008; MOLINA et al., 2013) e até mesmo reconstruídos em

versões mais curtas para aprimorar o instrumento e o seu tempo de aplicação (MANNATO et

al., 2015). No entanto, apesar de válidos, nenhum deles é capaz de verificar a ingestão

habitual apenas de idosos, sendo este um grupo que possui características bastante peculiares

e que exigem abordagens sob medida para avaliar o consumo alimentar (VRIES; GROOT;

VAN STAVEREN, 2009).

Mesmo ciente da existência de métodos de investigação dietética com maior precisão

da informação, como os registros alimentares, em especial a pesagem direta dos alimentos

(VRIES; GROOT; VAN STAVEREN, 2009), e ainda que o QFA não seja o melhor método

para idosos que apresentam déficit cognitivo (THOMPSON; SUBAR, 2013), torna-se

necessária a elaboração de um instrumento que seja prático, rápido e validado para a avaliação

do consumo alimentar em idosos institucionalizados no Brasil, pois a metodologia da

pesagem direta é complexa, requer elevado custo e tempo.

A oportunidade de vivenciar a aplicação da metodologia da pesagem direta durante o

primeiro diagnóstico do consumo alimentar nas ILPI de Natal/RN e comprovar que é um

método pouco viável para pesquisas de base populacional, bem como para a utilização dos

profissionais de saúde, sem que isso modifique a rotina do serviço, estimulou a elaboração de

um QFA específico para essa população idosa institucionalizada.

2.6 A ABORDAGEM DA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS PARA A

DEFINIÇÃO DE PADRÕES ALIMENTARES

Tradicionalmente, a Epidemiologia Nutricional tem se dedicado à investigação do

consumo alimentar dos indivíduos e a sua associação com doenças, já que a dieta é um fator

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de risco modificável para muitas destas. Quando realizadas com sucesso, esses estudos podem

sugerir recomendações precisas para a Saúde Pública (SLATTERY, 2010).

A relação do efeito dos nutrientes ou de um alimento específico sobre a saúde foi

observada por muito tempo em pesquisas sobre a alimentação de populações, no entanto, nas

últimas três décadas, inúmeros autores discutem que a definição de padrões alimentares

oferece uma abordagem abrangente sobre os hábitos alimentares e podem predizer melhor as

relações com o risco de doenças, quando comparados à análise de nutrientes isolados, uma

vez que expressarão a complexidade envolvida no ato de se alimentar (HU, 2002; NEWBY;

TUCKER, 2004; OLINTO, 2007; SLATTERY, 2010; SCHOENAKER et al., 2013).

Slattery (2010) acredita na importância da avaliação conjunta dos alimentos e enfatiza

que um padrão pode explicar melhor a variação dietética do que os itens alimentares

individuais. Ocké (2013) corrobora citando que a exposição dietética consiste em uma

multiplicidade de componentes nutricionais que atuam sinergicamente ou antagonicamente e

que as pessoas não consomem os nutrientes, mas sim os alimentos.

As abordagens para o estudo dos padrões alimentares são divididas em metodologias a

priori ou a posteriori. Na definição a priori são propostos índices que permitem avaliar a

qualidade da dieta a partir da utilização de critérios conceituais de alimentação saudável ou

diretrizes para dietas saudáveis (OLINTO, 2007; OCKÉ, 2013). Já para a definição de

padrões a posteriori, parte-se de dados empíricos de alimentos que são agregados

(agrupamentos) ou reduzidos (fatores) em um menor número de variáveis, com base em

análises estatísticas, entre elas, a análise de cluster e a análise fatorial (NEWBY; TUCKER,

2004; OLINTO, 2007).

A análise fatorial é uma técnica de análise estatística multivariada e interdependente,

que é composta pelo método de Análise de Componentes Principais (ACP) ou dos fatores

comuns. Essa técnica analisa as variáveis simultaneamente e tem como objetivo principal

definir a estrutura inerente comum a todo o conjunto de variáveis denominado “fatores”, para

resumir ou explicar o conjunto de variáveis observadas (HAIR et al., 2009).

A ACP possibilita que os itens obtidos na avaliação do consumo alimentar sejam

agrupados com base no grau de correlação entre eles (OLINTO, 2007), os quais normalmente

são alimentos, nutrientes ou uma combinação destes (KANT, 2004). Seu planejamento pode

ser dividido em três estágios que incluem: a adequabilidade da base de dados, a definição da

técnica de extração e o número de fatores a serem extraídos, bem como a decisão sobre o tipo

de rotação dos fatores (FIGUEIREDO FILHO; SILVA JUNIOR, 2010).

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As etapas da ACP consideram as seguintes suposições do modelo: 1) adequabilidade

da base de dados: variáveis contínuas; tamanho da amostra maior que 50; padrão de

correlação entre as variáveis entre 0,3 e 0,8; confirmação da adequação do tamanho amostral

à análise pelo teste Kaiser-Meyer-Oblin (KMO>0,6) e pela significância do teste de

esfericidade de Bartlett (p<0,05). Verifica-se ainda a adequação de cada variável à análise

fatorial, por meio da matriz de correlação anti-imagem, com valores maiores que 0,50

apresentados na diagonal; 2) Determinação da técnica de extração (neste caso, o método

ACP) e o número de fatores a serem extraídos conforme critério de Kaiser (autovalores>1) e

do critério de variância acumulada (>60%); 3) Decisão sobre o tipo de rotação dos fatores

(rotação ortogonal Varimax) (PALLANT, 2005; HAIR et al., 2009; FIGUEIREDO FILHO;

SILVA JUNIOR, 2010).

Como regra geral da análise, o tamanho mais aceitável da amostra deve ter uma

proporção de dez casos para uma variável, com o objetivo de determinar fatores específicos

da amostra com pouca generalidade (HAIR et al., 2009).

Ainda sobre a análise, é importante considerar que os padrões são susceptíveis à

variações de acordo com sexo, condições socioeconômicas, etnia e cultura. Portanto,

diferentes populações, com contextos sociais e culturais diferentes, podem apresentar

resultados distintos. Além disso, o significado de um padrão alimentar poderá mudar ao longo

do tempo, devido às mudanças nas preferências alimentares e disponibilidade de alimentos

(HU, 2002). Decorrente das diversas características da população, os métodos para definição

de padrões exigem uma análise de dependência subsequente, geralmente a utilização de

modelos de regressão multivariada, que incluem tanto o padrão alimentar como outras

características da amostra (CANUTO et al., 2010).

A subjetividade envolvida na definição dos padrões alimentares a partir da ACP tem

sido alvo de críticas ao uso desse método de análise. Entre as principais decisões arbitrárias

encontram-se: pontos de corte para definições de cargas, tipo de rotação, modelo de

agrupamento de itens alimentares, seleção de alimentos que entrarão no modelo, definição do

número de padrões retidos e até mesmo a rotulagem dos fatores (SLATTERY, 2010;

FRANSEN et al., 2014). Newby e Tucker (2004) alertam que toda pesquisa científica envolve

subjetividade em maior ou menor grau e, portanto, a existência dela não é motivo para

desencorajar o uso da ACP.

Com frequência os estudos sobre padrões alimentares de populações denominam os

fatores de acordo com as descrições da composição da dieta (elevada densidade energética,

alta gordura, rico em vitaminas, entre outros) ou de acordo com as combinações específicas

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de alimentos. Para estes últimos, os mais comuns são nomeados como “padrão prudente” ou

“padrão saudável”, para os que apresentam menor teor de gordura e maior de frutas, vegetais

e grãos integrais e “padrão ocidental” para aqueles com maior teor de gordura, carne e

consumo de grãos refinados (NEWBY; TUCKER, 2004; KANT, 2004).

Observou-se que os padrões denominados “saudável” ou “prudente”, mesmo com

composições diferentes de alimentos ou nutrientes, têm sido associados com menor IMC,

menor risco para desenvolvimento de doenças, menos tipos de câncer e menor mortalidade

(NEWBY; TUCKER, 2004).

Em uma grande coorte de mulheres norte-americanas, predominantemente brancas, a

maior aderência ao padrão “prudente”, caracterizado por uma alta ingestão de legumes, frutas,

peixe, aves e grãos integrais, relacionou-se com um menor risco de mortalidade

cardiovascular e total. Em contraste, a maior aderência ao padrão “ocidental”, refletindo uma

alta ingestão de carne vermelha e processada, grãos refinados, batatas fritas, doces e

sobremesas, foi ligada a um maior risco de doenças cardiovasculares, câncer e mortalidade

total (HEIDEMANN et al., 2008). Boggs et al. (2015) identificaram resultados semelhantes,

dessa vez em mulheres norte-americanas negras, no qual o padrão “ocidental” esteve

associado a um aumento da mortalidade por todas as causas em todas as faixas etárias e níveis

de escolaridade.

Em estudo recente, Hodge et al. (2014) utilizaram a ACP para derivar padrões

alimentares que possam estar associados com um envelhecimento bem-sucedido. Após a

identificação de 4 padrões (“produtos de hortaliças”, “frutas”, “sudeste europeu” e “carnes

gordas”), os autores afirmaram que um padrão alimentar incluindo frutas, limitando carne e

alimentos fritos melhoram a probabilidade de envelhecimento com sucesso.

Identificar os padrões alimentares, especialmente quando baseados em dados

representativos para a população, poderá melhorar a compreensão conceitual das práticas

alimentares e auxiliar nas intervenções nutricionais e educativas, além de auxiliar no

estabelecimento de diretrizes e políticas para promover uma melhor ingestão de alimentos

saudáveis (HU, 2002; NASCIMENTO et al., 2011).

Além disso, nota-se que os estudos para definições de padrões alimentares são

dinâmicos e novas metodologias surgem continuamente no sentido de aprimorar a informação

sobre a ingestão dietética de grupos populacionais. Um exemplo é a utilização do QFA como

principal inquérito para obtenção dos dados dietéticos para definições de padrões que tem sido

substituído por outros instrumentos quantitativos de curto prazo, a fim de reduzir os erros de

medição (BOEING, 2013).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Identificar e caracterizar o padrão alimentar dos idosos que residem em Instituições de

Longa Permanência e propor um Questionário de Frequência Alimentar para populações

semelhantes.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar a amostra de idosos estudados segundo as variáveis sociodemográficas,

estilo de vida, condições de saúde, estado nutricional e práticas alimentares;

Descrever o perfil do consumo alimentar, verificando a frequência e a quantidade dos

alimentos habitualmente consumidos pelos idosos;

Identificar a associação de características sociodemográficas, estilo de vida, condições

de saúde, estado nutricional e práticas alimentares, com os padrões alimentares dos

idosos institucionalizados, revelando a existência ou não de tendência para cada uma

característica e os níveis de consumo de cada padrão.

Elaborar uma lista com os alimentos mais consumidos pelos idosos;

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43

4 METODOLOGIA

4.1 DESENHO E POPULAÇÃO DA PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal, envolvendo o universo de

idosos (com idade igual ou superior a 60 anos) residentes em ILPI, com e sem fins lucrativos,

localizadas no município de Natal-RN. Das 12 Instituições existentes na cidade, 02 não

aceitaram participar (n=77), totalizando 340 idosos elegíveis.

Esse trabalho é parte integrante de uma pesquisa intitulada “Envelhecimento Humano

e Saúde: a realidade dos idosos institucionalizados de Natal-RN”, financiada pela Fundação

de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (PRONEM/FAPERN 003/2011, sob registro nº

77228/2013), com o intuito de avaliar os diversos aspectos relacionados às condições de

saúde e nutrição dos idosos residentes em ILPI do município, cadastradas como tal na

Vigilância Sanitária (VISA).

4.2 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi aprovada, em seus aspectos éticos e metodológicos, pelo Comitê de

Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN), protocolo

308/2012, CAE 0290.0.051.000-11 (ANEXO A).

Para a participação na pesquisa, foi necessário que o idoso ou o seu responsável legal,

assinasse o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A), conforme

determina o Conselho Nacional de Saúde através da resolução 466/2012 (BRASIL, 2012).

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídos na pesquisa somente os idosos residentes nas ILPI e que se

encontravam nos dias de coleta de dados. Os idosos que passavam apenas o dia na instituição

e dormiam em suas casas (diaristas), bem como os que estavam hospitalizados, não fizeram

parte da amostra pesquisada.

Para a análise dos dados de consumo alimentar, foram incluídos aqueles que

realizaram todas as grandes refeições nas ILPI (desjejum, almoço e jantar) nos dois dias de

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coleta e excluídos os que faziam uso exclusivo de dieta enteral (sonda), perfazendo 300

idosos.

4.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA, PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

DE CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi obtido no ano de 2013, a partir do método do registro

alimentar, por pesagem direta dos alimentos, durante dois dias alternados, respeitando o

intervalo de 30 a 45 dias entre as coletas (FISBERG et al., 2005). O método foi aplicado com

auxílio de uma balança digital com capacidade 3,2Kg e precisão de 1g. O registro dos líquidos

foi realizado com uma proveta com capacidade 2000mL e divisão de 10mL. Para

operacionalização do método foram realizadas as etapas descritas na figura 1:

Figura 1 – Etapas de avaliação do consumo alimentar de idosos residentes em ILPI, Natal-RN, 2013.

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4.4.1 Visita às ILPI

As visitas programadas ocorreram a partir do contato com os diretores e/ou assistentes

sociais das instituições. Na ocasião, foi registrado o número de residentes e realizado um

diagnóstico da estrutura física das Unidades de Produção de Refeições (UPR), incluindo

contatos com funcionários responsáveis pelo preparo e distribuição das refeições (cozinheiros

e auxiliares, cuidadores, enfermeiros e técnicos de enfermagem e nutricionista).

O processo de produção e distribuição de alimentos foi caracterizado com os seguintes

itens: cardápio da semana; número de cozinheiros e auxiliares; horário de início das

preparações e de distribuição das refeições; e o local em que cada idoso se alimentava

(refeitório, quarto ou área de convivência), ilustrado na figura 2. O levantamento dessas

informações foi essencial para a organização da equipe e planejamento das várias etapas da

coleta.

Figura 2 – Exemplo de mapa de distribuição das refeições em uma ILPI, Natal-RN, 2013.

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4.4.2 Capacitação da Equipe

A equipe técnica foi composta por nutricionistas e estudantes de graduação em

Nutrição. A capacitação, realizada no Laboratório de Técnica Dietética do Departamento de

Nutrição da UFRN, consistiu em atividades teóricas e práticas para a utilização dos

instrumentos da pesquisa, com o auxílio de um manual de capacitação elaborado para este

fim.

O desenvolvimento de Fichas Técnicas de Preparação (FTP) com base em um

cardápio oferecido aos idosos foi determinante para reproduzir o cenário da UPR e conhecer

as rotinas das ILPI. Esta inserção na realidade do ambiente de convívio dos idosos minimizou

transtornos que influenciam na precisão das medidas, assegurando a qualidade dos dados

coletados.

4.4.3 Coleta de Dados

Para avaliar a aplicabilidade dos instrumentos durante a coleta de dados, foi realizado

um estudo piloto em uma das ILPI (n=21) por meio do qual foram identificados aspectos

inerentes à dinâmica interna do processo, tais como: quem iria efetuar a aplicação dos

instrumentos em cada etapa, definição de como anotar as observações, bem como questões

que necessitariam ser reelaboradas. Os dados coletados nesta fase da pesquisa não foram

incorporados na análise final do estudo.

4.4.3.1 Elaboração de Fichas Técnicas de Preparação

Com a finalidade de obter acurácia na medida de consumo alimentar, os ingredientes

das preparações confeccionadas nas UPR foram mensurados para a obtenção de fichas

técnicas de todos os alimentos produzidos e servidos aos idosos em cada coleta. Para tanto, a

equipe acompanhou a rotina de produção nas ILPI desde o desjejum até a ceia, contemplando

a elaboração de 450 FTP, detalhando os ingredientes e forma de preparo do alimento

(APÊNDICE B).

Os alimentos foram pesados antes e depois do preparo, para obtenção do Fator de

Correção (FC) e do rendimento das porções. Para operacionalizar o registro do peso (g ou

mL) de produtos utilizados em pequenas quantidades (temperos e adoçantes dietéticos), a

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mensuração foi realizada utilizando seus próprios recipientes e subtraindo o peso final do

inicial.

Como a equipe dispunha previamente do cardápio a ser elaborado nas instituições, as

preparações que necessitavam de um preparo anterior ao dia de produção, também foram

acompanhadas. Todo o processo foi supervisionado por um nutricionista da equipe.

4.4.3.2 Padronização da porção servida

A padronização da porção servida (APÊNDICE C) consistiu no peso médio de três

porções de cada alimento (ou bebida), antes de serem distribuídos aos idosos (TAVARES et

al., 2012). Esse porcionamento foi realizado pelo cozinheiro da instituição e, imediatamente,

foi definida a porção padrão. Tais informações foram repassadas aos pesquisadores

responsáveis pela observação e registro do consumo alimentar do idoso. Os residentes que

consumiam porções excessivamente maiores ou menores, quando comparadas aos demais,

foram mensuradas separadamente, não sendo utilizada a média da porção como para os

demais.

Foram padronizados 625 itens alimentares, incluindo preparações elaboradas na ILPI,

alimentos in natura (frutas e leite) e alimentos já processados (pães, biscoitos, bolos, iogurtes,

achocolatados, entre outros).

4.4.3.3 Registro do consumo alimentar

O consumo alimentar a partir da porção padronizada foi registrado em formulários

individuais contendo nome do participante, data, dia da semana, tipo e horário da refeição,

descrição do alimento, número de porções e repetições dos alimentos consumidos

(APÊNDICE D).

Cada pesquisador observava e registrava o consumo alimentar de no máximo cinco

idosos, previamente identificados com crachás, que estavam próximos uns aos outros. Dessa

forma, foi possível constatar e controlar ocorrências que interferiam na coleta, tais como: a

troca de alimentos entre eles, a distribuição destes com alguns animais domésticos, a adição

de temperos no momento da refeição, além do consumo de produtos que não estavam

previstos no cardápio. Os alimentos consumidos fora da ILPI, nos dias de coleta de dados,

também foram registrados a partir do relato do idoso ou cuidador.

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4.4.3.4 Registro do rejeito alimentar

O registro do rejeito foi realizado em espaço destinado para este fim com auxílio de

uma balança digital com capacidade 3,2Kg e precisão de 1g, proveta graduada, sacos plásticos

transparentes, etiquetas e alguns utensílios de apoio (pratos, copos e talheres).

O pesquisador/observador etiquetava os pratos/bandejas ou copos/canecas e os

conduzia até este local. Os rejeitos sólidos (apenas as partes comestíveis do alimento) foram

armazenados em sacos plásticos para a pesagem, e os líquidos foram medidos com uso de

proveta (TAVARES et al., 2012).

Para auxiliar a informação obtida no momento da mensuração, todas as porções

rejeitadas foram fotografadas e identificadas com o número do participante. Os dados foram

registrados em formulários específicos (APÊNDICE E).

4.4.4 Processamento e análise de dados de consumo alimentar

Para garantia de qualidade no processo de digitação, os digitadores foram previamente

treinados e a digitação dos dados foi efetuada mediante dupla conferência de dados.

4.4.4.1 Elaboração da tabela híbrida e validação

Para a análise dos dados foi necessário o desenvolvimento de uma tabela híbrida de

composição de alimentos, a partir de duas tabelas, uma nacional (Tabela Brasileira de

Composição dos Alimentos) (NEPA, 2011) e outra internacional (United States Department

of Agriculture – Release 26) (USDA, 2013). Considerando a equivalência de composição em

energia e macronutrientes, foram utilizados dados dos nutrientes folato, selênio, vitamina

B12, vitamina D e vitamina E da tabela USDA, os quais não estão disponíveis na tabela

brasileira. Adicionalmente, rótulos de suplementos nutricionais foram inseridos na elaboração

da tabela híbrida.

Por último, foi realizada a validação desse instrumento metodológico com

profissionais com expertise na área (9 nutricionistas, sendo 5 professores doutores do curso de

nutrição/UFRN, 2 doutorandos e 2 mestrandos do programa de pós-graduação em Saúde

Coletiva/UFRN), a qual consistiu em discussões e posterior definição sobre o método de

análise de dados.

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4.4.4.2 Análise e inserção dos alimentos e das FTP no software

Os alimentos contidos nas preparações das FTP foram analisados a partir da tabela

híbrida e suas informações nutricionais foram convertidas em 100g para a inserção no

software de análise de dietas (Virtual Nutri Plus®, versão 2012). Os demais alimentos in

natura também foram analisados na referida tabela e inseridos no software, totalizando a

inserção de 516 registros de itens alimentares. Sendo assim, toda a informação nutricional

gerada pelo software ocorreu a partir da tabela híbrida, o que possibilitou a obtenção de

informações mais fidedignas do consumo alimentar dos idosos investigados.

4.4.4.3 Análise do rejeito e do consumo alimentar

Para a análise do rejeito foi utilizada a metodologia proposta por Cruz, Souza e

Philippi (2003), o qual determina que a quantidade de alimentos consumida em gramas deve

ser obtida pela diferença da quantidade oferecida comestível e rejeitada.

Ao considerar que o brasileiro tem o hábito alimentar de misturar a comida no prato,

utilizou-se o critério de proporcionalidade para separar os alimentos rejeitados, ou seja, o

percentual de cada alimento oferecido no prato total, também foi considerado como

percentual de resto, e o seu equivalente em gramas (TAVARES et al., 2012), conforme

exemplo da figura 3. Dessa forma, obteve-se fidedignidade na medida de consumo alimentar

dos idosos. Em seguida, procedeu-se a análise de energia e nutrientes com uso do software de

análise de dietas (Virtual Nutri Plus®, versão 2012).

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Figura 3 – Exemplo da aplicação do critério de proporcionalidade para separar os alimentos rejeitados

e misturados nas ILPI, Natal-RN, 2013.

4.4.4.4 Construção dos bancos de dados para análise do consumo alimentar

Após o processamento dos dados de dois dias do consumo alimentar, uma lista de 597

alimentos ou preparações, energia e 28 nutrientes foram geradas e organizadas em planilhas

do Microsoft Office Excel (2010). As informações dos alimentos foram expressas em gramas,

energia em quilocalorias (Kcal) e os nutrientes em gramas (g), miligramas (mg) ou

microgramas (mcg). Para atender as diferentes metodologias de análise dos dados de

consumo alimentar, foram elaborados dois bancos de dados, conforme apresentado na figura

4.

Figura 4 – Organização dos bancos de dados de alimentos e/ou nutrientes para análise do consumo

alimentar dos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Banco 1:

Padrão Alimentar e

Perfil Alimentar

26 variáveis (alimentos)

Banco 2:

Lista de Alimentos (QFA)

46 variáveis (alimentos) + 5 nutrientes e energia (análise de contribuição percentual)

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Para o banco 1, onde foi realizada a análise fatorial e definição dos padrões

alimentares, bem como caracterizado o perfil alimentar dos idosos, os alimentos foram

agrupados em 26 itens alimentares/grupos, de acordo com o modelo proposto por Massarani

et al. (2015) a partir dos dados do Inquérito Nacional de Alimentação (INA). Os dados do

INA são da população brasileira acima de 10 anos, de ambos os sexos e foi incluído como um

módulo da Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009 (IBGE, 2011).

No quadro 1 é possível verificar o agrupamento dos 26 itens/alimentares com os dados

do consumo alimentar dos idosos que residem nas ILPI de Natal-RN. Ressalta-se que o item

alimentar “suplementos” foi adicionado às categorias, devido à inexistência de outro item com

a mesma similaridade nutricional. Para a caracterização do perfil alimentar a partir do

consumo alimentar mais frequente pelos idosos, também foram registradas as informações

sobre o horário das refeições.

Quadro 1 - Grupos de alimentos (n=26) utilizados na análise fatorial e para caracterização do perfil

alimentar dos idosos das ILPI de Natal-RN, 2013.

No

Grupos de alimentos Alimentos

1 Arroz e preparações à base do mesmo Arroz, arroz integral, preparações à base de arroz

2 Batatas e outros tubérculos Batata inglesa, batata doce, inhame, macaxeira

3 Biscoitos salgados Biscoito salgado, salgadinhos industrializados (tipo

chips)

4 Café Café

5 Carnes Carne bovina, preparações à base de carne bovina,

aves, preparações à base de aves, outros tipos de

carne, vísceras

6 Carnes processadas Embutidos

7 Carnes salgadas Carne de sol

8 Cereais matinais Aveia, barra de cereais

9 Doces Biscoitos doces, biscoito recheado, achocolatados,

pirulitos/balas, bolos, bolos com recheio, bolos

diet, chocolates, doces à base de fruta, doces à base

de leite, outros doces, mel

10 Farinha de mandioca e farofa Farinha de mandioca, farofa, goma de mandioca

11 Feijão e outras leguminosas Feijão, preparações à base de feijão, outras

leguminosas

12 Frutas e oleaginosas Abacate, abacaxi, acerola, banana, goiaba, laranja,

mamão, manga, melancia, melão, salada de frutas,

oleaginosas (castanhas, sementes de linhaça e chia)

13 Laticínios Leite integral, leite desnatado, leite em pó integral,

iogurte, coalhada, mingaus e papas

14 Macarrões e massas Macarrão

15 Milho e preparações à base do mesmo Milho, preparações à base de milho (cuscuz,

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mungunzá)

16 Óleos e gorduras Óleos e gorduras, óleos e gorduras light (azeite,

margarina, margarina light)

17 Ovos Ovos

18 Pães Pães, pão de sal, pão integral, pão doce, pão seda

19 Pescados Peixes frescos e preparações, peixes em conserva

20 Queijos Queijos

21 Refrigerantes Refrigerantes, refrigerantes diet/light

22 Salgados e pizzas Pizzas, salgados fritos, salgados assados

23 Sopas e caldos Sopas (feijão, legumes, carne e macarrão) e canjas

24 Sucos e outras bebidas Sucos, chás, água de coco e bebidas à base de soja

25 Suplementos* Suplementos

26 Verduras e legumes Couve, jerimum, repolho, salada crua, legumes

cozidos * Não há nas categorias Massarani et al. (2015).

O banco 2 foi organizado conforme similaridade nutricional dos itens/preparações

alimentares e preservou algumas preparações regionais, totalizando 46 alimentos/grupos

(Quadro 2). Além disso, acrescentou-se a informação de energia e de 5 nutrientes

(carboidrato, proteína, gordura total, cálcio e vitamina D) para cada porção de um

determinado alimento consumido pelo idoso.

Essa estrutura possibilitou a obtenção da lista de alimentos proposta por Block et al.

(1985) que revela os alimentos que mais influenciam para o consumo de energia e de

nutrientes específicos, possibilitando a elaboração do questionário de frequência alimentar.

Quadro 2 - Grupos de alimentos (n=46) utilizados para elaboração da lista de alimentos dos idosos das

ILPI de Natal-RN, 2013.

No

Grupos de alimentos Alimentos

1 Achocolatado Chocolate em pó, leite com chocolate

2 Água de coco Água de coco

3 Arroz Arroz, arroz integral, preparações à base de arroz

4 Aveia de adição Aveia adicionada aos alimentos

5 Azeite Azeite

6 Barra de cereais Barra de cereais

7 Biscoitos Biscoitos doces simples, salgados, integrais

8 Bolos Bolos simples, bolos diet

9 Café Café

10 Carne bovina Carne bovina, preparações à base de carne bovina, carne

salgada

11 Castanhas Castanha do Pará

12 Chás Chás (diversos sabores)

13 Cuscuz Cuscuz

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14 Doces Biscoito recheado, pirulitos/balas, bolos com recheio,

chocolates, doces à base de fruta, doces à base de leite,

rapadura, outros doces

15 Embutidos Presunto e carnes enlatadas

16 Extrato de soja Extrato solúvel de soja, leite de soja

17 Farinha de chia Farinha de chia

18 Farinha de mandioca Farinha de mandioca

19 Feijão Feijão, preparações à base de feijão

20 Frango Frango, preparações à base de frango

21 Frutas e sucos de frutas Abacate, abacaxi, acerola, banana, goiaba, laranja,

mamão, manga, melancia, melão, salada de frutas e sucos

de frutas

22 Granola Granola

23 Iogurte Iogurte e coalhada (integral, light ou diet)

24 Legumes e verduras Couve, jerimum, repolho, salada crua, legumes cozidos

25 Leite Leite (integral, desnatado, semidesnatado e sem lactose)

26 Linhaça Linhaça (farinha e sementes)

27 Macarrão Macarrão

28 Margarina de mesa Margarina light, sem sal, com sal (para pães e biscoitos)

29 Mel Mel de abelha

30 Mingaus e papas Mingaus e papas (diversos sabores)

31 Molhos Molho de pimenta

32 Mungunzá Mungunzá

33 Ovos Ovos (frito ou cozido)

34 Pães Pães, pão de sal, pão integral, pão doce, pão seda

35 Peixes Peixes frescos e preparações, peixes em conserva

36 Pirão de peixe Pirão de peixe

37 Pizzas Pizza de mussarela

38 Queijos Queijos (mussarela, ricota, creme de ricota, minas

frescal, requeijão)

39 Raízes Macaxeira e inhame

40 Refrigerantes Refrigerantes

41 Salgadinhos Pipocas industrializadas, batatas chips

42 Sopas Sopas (feijão, legumes, carne e macarrão), canjas e

caldos

43 Suplementos Suplementos

44 Tapioca Tapioca

45 Tubérculos Batata inglesa, batata doce e purê de batata

46 Vísceras Vísceras (fígado bovino e miúdos de frango)

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4.4.5 Produção e devolução de relatórios

Cientes da responsabilidade social e da necessidade da articulação entre a pesquisa

científica e as ILPI, foram elaborados relatórios individuais com as informações coletadas e

analisadas (APÊNDICE F), bem como relatórios contendo as análises das FTP (APÊNDICE

G) e as porções padronizadas (APÊNDICE H), os quais foram entregues aos profissionais de

saúde de cada instituição, como maneira de subsidiar as intervenções nutricionais pertinentes

e dessa maneira contribuir com a manutenção ou recuperação do estado nutricional dos

idosos.

4.4.6 Definição da lista de alimentos e elaboração do Questionário de Frequência

Alimentar

Para a elaboração do Questionário de Frequência Alimentar seguiram-se

cuidadosamente as etapas propostas na literatura (COLUCCI; SLATER; PHILLIPI, 2005),

como mostra a figura 5:

Figura 5 – Etapas para elaboração do Questionário de Frequência Alimentar dos idosos que residem

em ILPI, Natal-RN, 2013.

Fonte: Adaptado de (COLUCCI; SLATER; PHILLIPI, 2005).

f) Determinação da frequência de consumo.

e) Definição do tempo precedente;

d) Definição do tamanho das porções;

c) Elaboração de listas com os alimentos mais representativos e de maior contribuição para o consumo de nutrientes;

b) Agrupamento dos alimentos do banco de dados;

a) Obtenção do banco de dados com informações de 2 dias de registro alimentar aplicado em grupo semelhante;

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As etapas a) e b) seguem a metodologia utilizada para a definição do perfil alimentar

dos idosos de Natal-RN (figura 4).

A elaboração da lista de alimentos (etapa c) foi realizada a partir do método proposto

por Block et al. (1985) e já consagrado em estudos sobre a construção de QFA em diferentes

grupos populacionais (FURLAN-VIEBIG; PASTOR-VALERO, 2004; ARAÚJO et al., 2010;

FREITAS; PHILIPPI; RIBEIRO, 2011; HINNIG; BERGAMASCHI, 2012). A definição da

lista surge a partir da contribuição percentual de cada alimento para o total do consumo de

energia e de cada nutriente selecionado (em gramas), estabelecido pela fórmula:

A escolha dos nutrientes ocorreu mediante objetivo proposto para essa QFA, que é o

de avaliar o consumo habitual de idosos que residem em ILPI.

Como critério de inclusão dos alimentos no QFA, foi estabelecido o ponto de corte de

95% de contribuição ao total do nutriente (BLOCK et al., 1985; FURLAN-VIEBIG;

PASTOR-VALERO, 2004).

A porção de referência (etapa d) foi determinada a partir da porção média consumida e

expressa em medidas caseiras e gramas, seja para alimentos em sua forma natural (pães,

frutas, biscoitos) ou para preparações servidas na ILPI.

Para a definição da unidade de tempo (etapa e), foram considerados aspectos que

geralmente seguem o processo de envelhecimento, como a dificuldade em recordar,

especialmente para aqueles que residem em ILPI, comumente frágeis e com déficits de

cognição. Sendo assim, o tempo escolhido foi de um mês (30 dias), com unidades de dia (D),

semana (S) ou mês (M).

Já a frequência do consumo seguiu modelo proposto por Cardoso e Stocco (2000),

apresentando-se como N (Nunca) ou 1 a 10 (número de vezes que comeu a porção de

referência).

O desempenho dessa metodologia para avaliar o padrão alimentar de uma população

dependerá da acurácia do relato da frequência de ingestão alimentar feita pelo indivíduo e de

quão apropriada é a lista de alimentos estabelecidos para compor o QFA (ANJOS; SOUZA;

ROSSATO, 2009). Nesse sentido, para que o QFA para idosos institucionalizados esteja

disponível para utilização, será necessário submeter-se à reprodutibilidade e acurácia em

populações semelhantes.

% nutriente X no alimento Y = [(conteúdo do nutriente X no alimento Y)/

(somatória do conteúdo do nutriente X em todos os alimentos)] x 100

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56

4.5 VARIÁVEIS DA PESQUISA

Para avaliação do padrão alimentar dos idosos, considerou-se como variáveis

dependentes os padrões alimentares e como variáveis independentes as características

sociodemográficas, estilo de vida, condições de saúde, estado nutricional e práticas

alimentares (quadro 3).

As variáveis independentes foram utilizadas para a caracterização da amostra e

posteriormente, verificadas as associações com os escores fatoriais gerados a partir dos

padrões alimentares. Essas variáveis foram obtidas mediante a análise dos bancos de dados da

pesquisa “Envelhecimento Humano e Saúde: a realidade dos idosos institucionalizados de

Natal-RN” ao qual esta pesquisa está vinculada.

As variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade, tipo de ILPI e motivo

da institucionalização), estilo de vida (prática de atividade física e tabagismo) e condições de

saúde (restrição de mobilidade, polifarmácia e morbidades) foram obtidas por meio de

entrevista com o idoso e/ou diretor da ILPI, além de consultas aos prontuários.

Os dados sobre o estado nutricional foram obtidos a partir do Índice de Massa

Corporal (IMC), por meio da relação da medida do peso (em Kg) e da altura (em metros) ao

quadrado, utilizando pontos de corte para classificação recomendada por Lipschitz (1994)

(baixo peso, eutrófico e sobrepeso) e através da Mini Avaliação Nutricional (MAN),

instrumento de triagem nutricional que classifica os idosos em três grupos, quais sejam:

estado nutricional adequado; risco de desnutrição e desnutrição (NESTLÉ NUTRITION

INSTITUTE, 1998).

Por fim, as variáveis sobre as práticas alimentares como inadequação do consumo de

energia, consistência da dieta e se havia necessidade de ajuda para alimentação, foram obtidas

mediante avaliação do consumo alimentar. Para o cálculo da energia, foi utilizado o software

para análise de dietas Virtual Nutri Plus® (2012), utilizando os intervalos de 97% a 103% de

adequação em relação à Necessidade Energética Estimada (EER) (IOM, 2002). Já a

consistência da dieta e a necessidade de ajuda para alimentação foram registradas por meio de

observação direta.

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57

Quadro 3 - Descrição, tipo e categoria das variáveis estudadas nas ILPI, Natal-RN, 2013.

Variável Classificação Descrição Tipo Categoria de análise

Padrão alimentar Dependente Dados de alimentos reduzidos em um menor

número de variáveis a partir da ACP.

Categórica nominal - Padrão 1

- Padrão 2

- Padrão 3

Sexo Independente Distinção natural dos sexos. Categórica nominal - Masculino

- Feminino

Faixa etária Independente Tempo de vida no momento da obtenção da

informação.

Categórica nominal - 60-69 anos

- 70-79 anos

- 80 anos e mais

Escolaridade Independente Grau de instrução ou o cumprimento de um

determinado ciclo de estudos.

Categórica nominal - Analfabeto

- Alfabetizado

- Ensino fundamental I

- Ensino fundamental II

- Ensino médio

- Superior

Tipo de instituição Independente Classificação das ILPI quanto a sua natureza. Categórica nominal - Com fins lucrativos

- Sem fins lucrativos

Motivo da

institucionalização

Independente Motivo pelo qual o idoso foi

institucionalizado.

Categórica nominal - Sem cuidador

- Morava sozinho

- Sem moradia

- Doença

- Opção própria

- Sem trabalho

- Outros motivos

- Vários motivos

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58

Prática de

atividade física

Independente Realiza atividade física. Categórica

dicotômica

- Sim

- Não

Tabagismo Independente Informação sobre tabagismo no momento da

obtenção da informação.

Categórica

dicotômica

- Sim

- Não

Restrição de

Mobilidade

Independente Ausência de locomoção. Categórica nominal - Sim

- Não

Polifarmácia Independente Consumo diário de cinco ou mais

medicamentos.

Categórica nominal - < 05 medicamentos ao dia

- ≥ 05 medicamentos ao dia

Morbidades Independente Transtornos ou doenças registrados no

prontuário do idoso.

Categórica nominal - Hipertensão

- Diabetes

- Cardiovascular

- Dislipidemia

- Osteoporose

- Parkinson

- Demência

- Depressão

Índice de Massa

Corporal

Independente Classificação do Índice de Massa Corporal de

acordo com Lipschitz (1994).

Categórica ordinal - Baixo peso (<22 Kg/m2)

- Eutrófico (>22 e <27 Kg/m2)

- Sobrepeso (> 27 Kg/m2)

Triagem

Nutricional

Independente Triagem nutricional realizada por meio da

MAN.

Categórica ordinal - Desnutrição (MAN < 17)

- Risco de desnutrição (MAN

entre 17 e 23,5)

- Eutrofia (MAN ≥ 24)

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59

Adequação do

consumo de

energia

Independente Quantidade de energia consumida por meio

da alimentação e comparada à Necessidade

Energética Estimada (EER) de cada idoso

(IOM, 2002).

Categórica ordinal - Abaixo do recomendado

- Adequado

- Acima do recomendado

Consistência da

dieta

Independente Consistência dos alimentos ingeridos pelos

idosos.

Categórica nominal - Normal

- Pastoso

Necessidade de

ajuda para

alimentação

Independente Capacidade que o idoso possui para

alimentar-se sozinho ou com ajuda do

cuidador.

Categórica nominal - Sim

- Não

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60

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise dos dados foi realizada no programa Statistical Package for the Social

Sciences (IBM SPSS®) versão 20.0 para Microsoft Windows®.

A normalidade da distribuição das variáveis foi verificada pelo teste de

Kolmogorov-Smirnov. A análise descritiva das variáveis quantitativas com distribuição

normal foi feita pela apresentação da média, desvio-padrão e coeficiente de variação.

As variáveis categóricas foram apresentadas por frequências absolutas e

relativas. A associação entre as variáveis independentes e os escores fatoriais de cada

padrão categorizado em tercis (quadro 4) foi conduzida pelo teste do qui-quadrado de

tendência linear para um nível de significância de 5%.

4.6.1 Determinação do Padrão Alimentar

O padrão alimentar foi identificado a partir da análise fatorial dos alimentos

(variáveis reduzidas em fatores), considerando-se a média da quantidade consumida (em

gramas) dos dois dias de registro alimentar. A Análise de Componentes Principais

(ACP) foi o método de análise fatorial definido para identificar o padrão alimentar dos

idosos.

Para a elaboração da matriz de correlação utilizada na análise fatorial, foram

utilizados 26 itens/grupos alimentares (MASSARANI et al., 2015). Todos os pré-

requisitos propostos na literatura (HAIR et al., 2009; FIGUEIREDO FILHO; SILVA

JUNIOR, 2010) foram considerados para dar início a ACP.

Inicialmente, foram obtidos os valores dos coeficientes de correlação linear de

Pearson entre os 26 itens/grupos alimentares (as correlações variaram de 0,31 a 0,66) e

o valor da estatística Kaiser-Meyer-Olkin de 0,699, que indicaram boa adequação dos

dados à análise fatorial. A significância para o teste de esfericidade de Bartlett foi

<0,001, permitindo novamente confirmar a possibilidade e a adequação do método de

análise fatorial para o tratamento dos dados. Verificou-se a adequação de cada variável

à análise fatorial, por meio da matriz de correlação anti-imagem, com valores maiores

que 0,50 apresentados na diagonal. Em seguida, conduziu-se a análise fatorial sem

restrição quanto ao número de fatores. De forma a obter-se um modelo cuja

interpretação fosse facilitada, optou-se pela rotação Varimax da matriz de correlação

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61

(orthogonal rotation – varimax). Foram mantidos nos padrões os itens com carga

fatorial acima de 0,35.

Os escores fatoriais obtidos foram categorizados em tercis (baixo, moderado e

alto consumo) conforme apresentado no quadro 4.

Quadro 4 – Escores fatoriais dos padrões alimentares categorizados por tercis.

Padrões Alimentares

Categorias

Tercis

Baixo

(< p33,3)

Moderado

(p33,3 – p66,7)

Alto

(> p66,7)

Padrão 1 <-0,51 -0,51 – 0,15 > 0,15

Padrão 2 <-0,53 -0,53 – 0,17 > 0,17

Padrão 3 <-0,59 -0,59 – 0,38 > 0,38

Para validação da ACP foram realizados diversos testes com agrupamentos

diferentes de alimentos, observando-se resultados similares.

4.6.2 Caracterização do perfil alimentar

Para a caracterização do perfil alimentar, realizou-se as seguintes etapas:

a) Identificação da frequência do consumo dos 26 itens/grupos alimentares registrados

(MASSARANI et al., 2015), segundo o sexo, a faixa etária e o tipo de ILPI;

b) Distribuição relativa entre o tipo de refeição (desjejum, lanche da manhã, almoço,

lanche da tarde, jantar ou ceia) e os cinco alimentos mais consumidos pelos idosos;

c) Apresentação das medidas de tendência central e dispersão dos principais alimentos

consumidos;

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62

5 RESULTADOS

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Do total de idosos elegíveis para a pesquisa (n=300), predomina o sexo

feminino, com idade média de 81,5 (8,9) anos, baixo nível de escolaridade, residindo

especialmente em instituições sem fins lucrativos, sendo o principal motivo para

institucionalização o fato de não ter cuidador. Quanto ao estilo de vida, pequena parcela

dos idosos fuma e muitos são fisicamente inativos. Em relação às condições de saúde,

são idosos com consumo diário de até cinco medicamentos/dia e com restrição de

mobilidade. O estado nutricional caracteriza-se pela elevada prevalência de baixo peso,

sob risco de desnutrição, e consumo energético abaixo do recomendado. Já em relação

às práticas alimentares, observa-se que mais de 1/3 têm alimentação pastosa e quase

metade necessita de ajuda para se alimentar.

Tabela 1 – Características sociodemográficas, de estilo de vida, de saúde, do estado nutricional

e de práticas alimentares dos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Variáveis n %

Sexo

Masculino

Feminino

79

221

26,3

76,7

Faixa Etária

60 - 69 anos

70 - 79 anos

80 anos e mais

35

90

175

11,7

30,0

58,3

Tipo de ILPI

Sem fins lucrativos

Com fins lucrativos

199

101

66,3

33,7

Motivos para institucionalização

Sem cuidador

Morava sozinho

Sem moradia

Doença

Opção própria

Sem trabalho

Outros motivos

Vários motivos

NS/NR

134

35

12

29

09

01

32

31

17

44,7

11,7

4,0

9,7

3,0

0,3

10,7

10,3

5,7

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63

Variáveis n %

Escolaridade

Analfabeto

Alfabetizado

Ensino Fundamental I

Ensino Fundamental II

Ensino Médio

Ensino Superior

85

59

43

13

39

17

33,2

23,0

16,8

5,1

15,2

6,6

Atividade física

Sim

Não

57

188

23,0

76,7

Tabagismo

Sim

Não

28

236

10,6

89,4

Polifarmácia

< 5 medicamentos/dia

> 5 medicamentos/dia

155

120

56,4

43,6

Restrição de mobilidade

Sem restrição

Com restrição

131

142

48,0

52,0

Estado nutricional (IMC)

Baixo peso

Eutrofia

Excesso de peso

119

118

61

39,9

39,6

20,5

Triagem Nutricional (MAN)

Desnutrição

Risco de desnutrição

Eutrofia

51

114

83

20,6

46,0

33,5

Inadequação do consumo de energia

Abaixo do recomendado

Adequado

Acima do recomendado

156

36

108

52,0

12,0

36,0

Consistência da dieta

Pastosa

Normal

117

183

39,0

61,0

Necessidade de ajuda para alimentação

Sim

Não

135

164

45,2

54,8

As principais comorbidades que acometem os idosos das ILPI estão indicadas na

figura 6. Observa-se que a hipertensão foi a doença de maior prevalência (n=110),

destacando-se ainda a presença de demência (n=85) na população pesquisada.

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64

Figura 6 – Prevalência das principais comorbidades que acometem os idosos das ILPI de Natal-

RN, 2013.

5.2 PERFIL DO CONSUMO ALIMENTAR

Na figura 7 é possível visualizar os alimentos mais consumidos, ordenados a

partir do registro da frequência do consumo. Destacam-se: Laticínios, arroz e

preparações à base do mesmo, frutas e oleaginosas, feijão e leguminosas e sucos e

bebidas como os cinco alimentos mais consumidos pelos idosos. Os alimentos

ultraprocessados como refrigerantes, carnes processadas e pizzas são os menos

consumidos.

Ao analisar o tipo do alimento, o “leite desnatado” é o laticínio mais consumido

e o “mamão” e a “banana” são as frutas preferidas. As preparações “arroz refogado com

legumes” e “feijão carioca” estão entre as frequentemente consumidas. Na categoria

sucos e bebidas, os sucos de frutas são os mais consumidos, especialmente os de acerola

e maracujá.

41,0%

31,7%

28,0%

19,4%

11,2%

6,0%

4,5%

4,1%

Hipertensão

Demência

D. cardiovascular

Diabetes

Depressão

Osteoporose

Parkinson

Dislipidemia

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65

Figura 7 – Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de consumo por idosos das

ILPI. Natal-RN, 2013.

A análise segundo o sexo (figura 8) revela que homens e mulheres apresentam

frequências semelhantes para o consumo de alimentos. Entre os cinco principais

alimentos, quatro são comuns para ambos os sexos, como laticínios, arroz e

preparações, frutas e oleaginosas e feijão e leguminosas.

Destaca-se a diferença de 15% do consumo de verduras e legumes entre os

sexos, com maior frequência para o sexo masculino (5º lugar). Milho e preparações,

0,3

1,7

1,7

14,0

14,3

16,0

20,3

25,7

26,7

28,3

30,3

31,7

38,0

55,7

63,7

67,7

70,0

72,0

79,0

82,3

90,7

95,3

96,7

96,7

97,7

98,7

Salgados e pizzas

Carnes processadas

Refrigerantes

Ovos

Cereais matinais

Carnes salgadas

Macarrão e massas

Queijos

Pescados

Óleos e gorduras

Farinha e farofa

Milho e preparações

Suplementos

Biscoitos salgados

Doces

Pães

Batatas e tubérculos

Sopas e caldos

Verduras e legumes

Café

Carnes

Sucos e bebidas

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Arroz e preparações

Laticínios

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66

pescados e macarrão e massas também têm frequência de consumo maior entre idosos

do sexo masculino, já óleos e gorduras, queijos e cereais matinais, entre o sexo

feminino.

Figura 8 – Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de consumo por idosos das

ILPI, segundo sexo. Natal-RN, 2013.

A análise por tipo de ILPI confirma que laticínios, sucos e bebidas, frutas e

oleaginosas, feijão e leguminosas e arroz e preparações são os cinco alimentos mais

consumidos pelos idosos, independente do tipo de instituição. Nas ILPI com fins

lucrativos, exceto para laticínios, esses alimentos citados são consumidos por todos os

idosos. Ressalta-se que salgados e pizzas, carnes processadas e refrigerantes,

considerados alimentos com elevado nível de processamento, além de ricos em gorduras

1,3

1,3

2,5

6,3

13,9

15,2

16,5

16,5

35,4

38

41,8

43

46,8

55,7

64,6

69,6

69,6

77,2

86,1

88,6

89,9

89,9

96,2

96,2

97,5

100

Refrigerantes

Salgados e pizzas

Carnes processadas

Cereais matinais

Carnes salgadas

Ovos

Óleos e gorduras

Queijos

Farinha e farofa

Macarrão e massas

Suplementos

Milho e preparações

Pescados

Biscoitos salgados

Doces

Batatas e tubérculos

Pães

Sopas e caldos

Café

Carnes

Sucos e bebidas

Verduras e legumes

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Arroz e preparações

Laticínios

Masculino

0

1,4

1,8

13,6

14

16,7

17,2

19,5

27,6

28,5

29

32,6

36,7

55,7

63,3

67

70,1

70,1

75,1

81

91,4

96,8

96,8

97,3

97,7

98,2

Salgados e pizzas

Carnes processadas

Refrigerantes

Ovos

Macarrão e massas

Carnes salgadas

Cereais matinais

Pescados

Milho e preparações

Farinha e farofa

Queijos

Óleos e gorduras

Suplementos

Biscoitos salgados

Doces

Pães

Batatas e tubérculos

Sopas e caldos

Verduras e legumes

Café

Carnes

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Sucos e bebidas

Arroz e preparações

Laticínios

Feminino

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67

e açúcares, são os três itens menos consumidos pelos idosos, independente do tipo de

ILPI.

Observa-se que os idosos que residem em ILPI com fins lucrativos consomem

50% a mais de doces comparados aqueles das ILPI sem fins lucrativos. Destaca-se ainda

grande diferença para o maior consumo de batatas e tubérculos, carnes salgadas,

queijos e verduras e legumes nas ILPI com fins lucrativos. Por outro lado, percebe-se o

maior consumo de milho e preparações e farinha e farofa nas ILPI sem fins lucrativos.

Figura 9 – Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de consumo por idosos das

ILPI, segundo tipo de ILPI. Natal-RN, 2013.

A análise realizada por faixa etária (figura 10) reitera os resultados anteriores e

mostra que laticínios, feijão e leguminosas, frutas e oleaginosas e arroz e preparações,

permanecem entre os alimentos mais consumidos. Destaca-se o consumo de sucos e

0

0,5

1,5

5

14,1

14,1

17,6

19,1

27,6

28,6

38,7

40,2

40,7

46,7

52,8

58,8

68,8

72,9

73,9

84,9

93

93

95

95

96,5

99

Salgados e pizzas

Carnes processadas

Refrigerantes

Carnes salgadas

Cereais matinais

Ovos

Queijos

Macarrão e massas

Óleos e gorduras

Pescados

Milho e preparações

Suplementos

Farinha e farofa

Doces

Biscoitos salgados

Batatas e tubérculos

Pães

Verduras e legumes

Sopas e caldos

Café

Carnes

Sucos e bebidas

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Arroz e preparações

Laticínios

Sem fins lucrativos

1

2

4

9,9

13,9

14,9

17,8

22,8

22,8

29,7

33,7

37,6

41,6

61,4

65,3

68,3

77,2

86,1

91,1

92,1

97

98

100

100

100

100

Salgados e pizzas

Refrigerantes

Carnes processadas

Farinha e farofa

Ovos

Cereais matinais

Milho e preparações

Macarrão e massas

Pescados

Óleos e gorduras

Suplementos

Carnes salgadas

Queijos

Biscoitos salgados

Pães

Sopas e caldos

Café

Carnes

Verduras e legumes

Batatas e tubérculos

Doces

Laticínios

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Sucos e bebidas

Com fins lucrativos

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68

bebidas, batatas e tubérculos, queijos e carnes salgadas maiores entre os idosos acima

de 70 anos. Ao contrário, o consumo de doces, pães, milhos e preparações, pescados,

farinha e farofa, ocorre de modo mais frequente entre os idosos de 60-69 anos.

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69

Figura 10 – Distribuição relativa dos alimentos com maior frequência de consumo por idosos

das ILPI, segundo faixa etária. Natal-RN, 2013.

0 20 40 60 80 100 120

Laticínios

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Arroz e preparações

Carnes

Sucos e bebidas

Café

Verduras e legumes

Sopas e caldos

Doces

Pães

Batatas e tubérculos

Biscoitos salgados

Milho e preparações

Pescados

Farinha e farofa

Suplementos

Óleos e gorduras

Macarrão e massas

Ovos

Queijos

Cereais matinais

Carnes salgadas

Carnes processadas

Refrigerantes

Salgados e pizzas

80 anos e mais

70 a 79 anos

60 a 69 anos

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70

Para a análise entre os alimentos mais consumidos e o tipo de refeição (figura

11), verifica-se que sucos e bebidas estão presentes em todas as refeições,

especialmente nos lanches (B e D). Os laticínios, considerado o alimento mais

consumido na análise geral, estão bem representados em todas as refeições, exceto no

almoço. As frutas e oleaginosas, também estão presentes em todas as refeições, apesar

da pouca frequência no jantar. Por fim, os dois grupos considerados “preparações

salgadas” como arroz e preparações e feijão e leguminosas, são consumidos

especialmente no almoço e jantar.

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71

Figura 11 – Distribuição relativa entre o tipo de refeição e os cinco alimentos mais consumidos

por idosos das ILPI, Natal-RN, 2013.

(A) (B)

(C) (D)

(E) (F)

Legenda: (A) Desjejum; (B) Lanche da manhã; (C) Almoço; (D) Lanche da tarde; (E) Jantar e (F) Ceia

A tabela 2 apresenta a média, desvio padrão e variabilidade dos 26

alimentos/grupos consumidos, estando os mesmos ordenados pela média do consumo

0

0

27,4

69,9

3

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Laticínios

Sucos e bebidas

0

0

22

18,3

59,7

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Laticínios

Sucos e bebidas

32,4

32

19,2

0,1

16,2

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Laticínios

Sucos e bebidas

0,1

0,1

26,6

41,7

31,5

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Laticínios

Sucos e bebidas

15,4

0

1

78,9

4,7

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Laticínios

Sucos e bebidas

0

0

15,9

65,4

18,8

Arroz e preparações

Feijão e leguminosas

Frutas e oleaginosas

Laticínios

Sucos e bebidas

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72

em gramas. Observa-se que somente sucos e bebidas e laticínios, apresentam um

coeficiente de variação de até 50%.

Verifica-se ainda que somente 13 alimentos/grupos exibem mediana do consumo

(em gramas) diferente de zero, quais sejam: 1o Sopas e caldos, 2

o Sucos e bebidas, 3

o

Laticínios, 4o Feijão e leguminosas, 5

o Frutas e oleaginosas, 6

o Café, 7

o Arroz e

preparações, 8o Carnes, 9

o Pães, 10

o Verduras e legumes, 11

o Doces, 12

o Batatas e

tubérculos e 13o biscoitos salgados.

Tabela 2 – Média, desvio padrão e variabilidade dos principais alimentos consumidos pelos

idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Alimento Média (g) DP CV

1o

Sopas e caldos 185,68 145,61 78,42

2o Sucos e bebidas 173,48 63,90 36,84

3o Laticínios 172,08 63,25 36,76

4o Feijão e leguminosas 116,61 74,54 63,92

5o Frutas e oleaginosas 100,41 58,62 58,38

6o Arroz e preparações 91,27 70,56 77,31

7o Café 87,76 63,10 71,90

8o Batatas e tubérculos 53,79 94,14 175,01

9o Carnes 53,41 39,56 74,06

10o Verduras e legumes 38,38 37,24 97,03

11o Milho e preparações 31,75 62,29 196,22

12o Pães 29,68 24,32 81,94

13o Doces 29,60 29,25 98,81

14o Pescados 19,74 39,40 199,63

15o Macarrão e massas 15,51 39,83 256,80

16o Farinha e farofa 15,04 28,58 189,95

17o Biscoitos salgados 12,82 13,62 106,28

18o Ovos 11,82 33,20 280,81

19o Carnes salgadas 9,24 31,41 340,13

20o Suplementos 6,22 12,72 204,61

21o Queijos 3,05 6,27 205,75

22o Refrigerantes 2,41 19,81 821,25

23o Cereais matinais 2,01 5,95 296,02

24o Óleos e gorduras 1,18 4,36 370,40

25o Carnes processadas 0,71 8,34 1182,51

26o Salgados e pizzas 0,67 11,55 1732,05

DP: Desvio padrão; CV: Coeficiente de variação.

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73

5.3 DETERMINAÇÃO DO PADRÃO ALIMENTAR

Na tabela 3 encontram-se descritos os três padrões de consumo alimentar dos

idosos que residem em ILPI de Natal-RN e as respectivas cargas fatoriais, identificados

a partir do critério de Kaiser (autovalores>1) e nomeados como: Padrão “Arroz, batatas

e carnes” composto pelos itens arroz e preparações, carnes, batatas e tubérculos, que

explicou 36,3% da variação do consumo; Padrão “Peixes e massas”, combinado por

pescados, macarrão e massas, explicando 20,8% da variabilidade do consumo e por

último, o padrão “Feijão e sopas” formado por feijão e leguminosas, sopas e caldos,

explicando 12,9% da variabilidade do consumo. Em conjunto, os três padrões explicam

aproximadamente 70% (Variação total explicada: 70,033) da variabilidade total do

consumo.

Tabela 3 - Distribuição da carga fatorial dos alimentos nos três padrões de consumo alimentar

em idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Grupos alimentares Padrões

Comunalidades 1 2 3

Arroz e preparações 0,851 0,823

Batatas e Tubérculos 0,814 0,714

Carnes 0,806 0,696

Macarrão e massas 0,649 0,598

Pães 0,756 0,644

Pescados 0,811 0,725

Feijão e leguminosas 0,830 0,720

Sopas e caldos 0,758 0,681

Autovalores 2,91 1,67 1,03

% da variância explicada 36,31 20,82 12,90

% da variância acumulada explicada 36,31 57,13 70,03

Alpha de Cronbach 0,848 0,712 0,294

Legenda padrões alimentares: 1 - Arroz, batatas e carnes; 2 - Peixes e massas; 3 – Feijão e sopas;

Na tabela 4 estão apresentadas as análises entres os padrões alimentares e as

variáveis sociodemográficas, estilo de vida, saúde, estado nutricional e práticas

alimentares. Como critério para elaboração da tabela, são apresentadas apenas as

variáveis com no mínimo uma análise significativa entre os padrões alimentares.

Foi observado que o padrão “Arroz, batatas e carnes” apresenta tendência linear

significativa com as variáveis atividade física, tabagismo e consistência dos alimentos,

indicando que para os idosos fisicamente ativos há tendência para alto consumo desse

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74

padrão e, de outro modo, entre os idosos fumantes e os que ingerem alimentos pastosos

há tendência para baixo consumo.

Já para o padrão “Peixes e massas” essa tendência foi significativa para as

variáveis: sexo, faixa etária, atividade física, tabagismo, restrição de mobilidade,

triagem nutricional, inadequação de energia, consistência dos alimentos e ajuda para se

alimentar. Os resultados apontam que idosos do sexo masculino, com faixa etária entre

60-69 anos, fisicamente ativos, fumantes, que não possuem restrição de mobilidade, que

apresentam ingestão excessiva de energia e que não necessitam de ajuda para se

alimentar, têm tendência para alto consumo desse padrão. Por outro lado, destaca-se que

idosos desnutridos, com ingestão de energia inadequada, dieta pastosa e necessitando de

ajuda para se alimentar, possuem tendência para baixo consumo.

O terceiro e último padrão, denominado “Feijão e sopas” apresenta tendência

linear significativa para sexo, restrição de mobilidade, polifarmácia, consistência dos

alimentos e necessidade de ajuda para alimentação. Os dados indicam que os idosos do

sexo masculino, com restrição de mobilidade e com dieta pastosa possuem tendência

para alto consumo desse padrão. Já as idosas que usam menos de cinco medicamentos

ao dia e não necessitam de ajuda para alimentação, têm tendência para baixo consumo.

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Tabela 4 - Distribuição relativa dos idosos que residem em ILPI, segundo os escores dos padrões de consumo alimentar categorizados por tercis em

relação às características sociodemográficas, estilo de vida, saúde, estado nutricional e práticas alimentares. Natal-RN, 2013.

Variáveis Padrão “Arroz, batatas e carnes”

(%)

Padrão “Peixes e massas” (%) Padrão “feijão e sopas” (%)

Baixo Moderado Alto p Baixo Moderado Alto p Baixo Moderado Alto p

Sexo

Masculino

Feminino

35,4

32,6

30,4

34,4

34,2

33,0

0,873

29,1

34,8

16,5

39,4

54,4

25,8

0,001*

22,8

37,1

34,2

33,0

43,0

29,9

0,010*

Faixa Etária

60-69 anos

70-79 anos

> 80 anos

34,3

28,9

35,4

28,6

28,9

36,6

37,1

42,2

28,0

0,155

22,9

33,3

35,4

31,4

24,4

38,3

45,7

42,2

26,3

0,015*

34,3

30,0

34,9

25,7

34,4

34,3

40,0

35,6

30,9

0,360

Atividade física

Sim

Não

17,5

38,8

40,4

29,8

42,1

31,4

0,010*

15,8

38,8

36,8

32,4

47,4

28,7

0,001* 40,4

33,5

35,1

34,6

24,6

31,9

0,245

Tabagismo

Sim

Não

50,0

31,4

39,3

33,5

10,7

35,2

0,008*

3,6

36,0

17,9

35,2

78,6

28,8

<0,001*

42,9

34,7

28,6

36,0

28,6

29,2

0,585

Restrição de mobilidade

Sem restrição

Com restrição

29,8

36,6

38,2

30,3

32,1

33,1

0,555

20,6

44,4

33,6

33,8

45,8

21,8

<0,001*

38,9

27,5

38,2

33,1

22,9

39,4

0,004*

Polifarmácia

< 5 medicamentos/dia

> 5 medicamentos/dia

32,9

33,3

31,0

37,5

36,1

29,2

0,456

30,3

37,5

37,4

29,2

32,3

33,3

0,538

40,6

22,5

28,4

43,3

31,0

34,2

0,030*

Triagem Nutricional

(MNA)

Desnutrição

Risco de desnutrição

Eutrofia

37,3

34,2

31,3

37,3

30,7

36,1

25,5

35,1

32,5

0,418

41,2

36,0

20,5

31,4

37,7

36,1

27,5

26,3

43,4

0,005*

35,3

27,2

41,0

31,4

37,7

34,9

33,3

35,1

24,1

0,182

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Adequação de energia

< 97% (inadequado)

Adequado

> 103% (inadequado)

35,3

41,7

27,8

34,6

22,2

35,2

30,1

36,1

37,0

0,169

39,1

25,0

27,8

35,3

47,2

25,9

25,6

27,8

46,3

0,002*

31,4

36,1

35,2

34,6

22,2

35,2

34,0

41,7

29,6

0,445

Consistência dos

alimentos

Pastoso

Normal

42,7

27,3

30,8

35,0

26,5

37,7

0,006*

47,0

24,6

35,0

32,2

17,9

43,2

<0,001*

21,4

41,0

24,8

38,8

53,8

20,2

<0,001*

Ajuda para alimentação

Sim

Não

36,3

30,5

31,9

34,8

31,9

34,8

0,359

51,1

18,3

25,2

40,2

23,7

41,5

<0,001*

30,4

36,0

28,9

36,6

40,7

27,4

0,047

p (valor referente ao teste do qui-quadrado de tendência linear)

*p-valor <0,05

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77

5.4 LISTAS DE ALIMENTOS E QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR

Nas tabelas a seguir, são apresentadas as listas de alimentos para elaboração do

QFA. Ressalta-se que os itens “mingaus e papas”, “sucos de frutas”, “café” e “leite”

foram analisados como preparações já adoçadas (açúcar ou adoçante dietético).

A Tabela 5 mostra os alimentos que contribuem para o fornecimento de energia

na dieta dos idosos. Observa-se que apenas 21 alimentos fornecem até 95% da ingestão

calórica. O item alimentar Mingaus e papas é o principal contribuinte.

Tabela 5 - Contribuição para o consumo total de energia (relativa e acumulada) dos alimentos

consumidos pelos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Classificação Alimento N % % acumulada

1 Mingaus e papas 767 18,77 18,77

2 Frutas e sucos de frutas 2144 10,53 29,30

3 Pães 655 8,38 37,67

4 Biscoitos 628 6,61 44,28

5 Leite 1263 5,87 50,15

6 Frango 300 5,18 55,33

7 Feijão 610 4,94 60,27

8 Carne bovina 286 4,43 64,70

9 Suplementos 350 3,68 68,38

10 Arroz 613 3,61 72,00

11 Peixes 130 3,58 75,58

12 Sopas 377 3,37 78,95

13 Café 966 3,23 82,18

14 Legumes e verduras 465 2,82 85,01

15 Iogurte 177 1,79 86,80

16 Doces 165 1,78 88,58

17 Tapioca 58 1,41 89,99

18 Bolos 71 1,34 91,33

19 Cuscuz 126 1,18 92,51

20 Raízes 74 1,09 93,60

21 Ovos 86 1,02 94,61 N = número de indivíduos que relataram o consumo do alimento; %= % de contribuição do

alimento ao total do nutriente.

A Tabela 6 assinala os alimentos que contribuem para o fornecimento de

proteína na dieta dos idosos. Observa-se que apenas 15 alimentos fornecem até 95% da

ingestão de proteínas. O item alimentar Mingaus e papas, seguido de leite e frango (em

menor proporção) são os principais contribuintes.

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78

Tabela 6 - Contribuição para o consumo total de proteína (relativa e acumulada) dos alimentos

consumidos pelos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Classificação Alimento N % % acumulada

1 Mingaus e papas 767 34,88 34,88

2 Leite 1263 8,60 43,48

3 Frango 300 8,29 51,77

4 Carne bovina 286 5,80 57,57

5 Feijão 610 5,69 63,26

6 Peixes 130 5,35 68,61

7 Frutas e sucos de frutas 2144 5,03 73,64

8 Suplementos 350 3,41 77,04

9 Macarrão 104 3,39 80,43

10 Pães 655 2,84 83,27

11 Legumes e verduras 465 2,79 86,07

12 Sopas 377 2,74 88,81

13 Arroz 613 2,71 91,52

14 Iogurte 177 1,79 93,31

15 Biscoitos 628 1,59 94,90 N = número de indivíduos que relataram o consumo do alimento; %= % de contribuição do

alimento ao total do nutriente.

Na Tabela 7 verificam-se os alimentos que contribuem para o fornecimento de

gorduras totais na dieta dos idosos. Observa-se que apenas 19 alimentos fornecem até

95% do consumo de gorduras totais. O item alimentar Mingaus e papas, seguido de

Leite, são os principais contribuintes.

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79

Tabela 7 - Contribuição para o consumo total de gorduras totais (relativa e acumulada) dos

alimentos consumidos pelos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Classificação Alimento N % % acumulada

1 Mingaus e papas 767 12,84 12,84

2 Leite 1263 12,80 25,64

3 Frutas e sucos de frutas 2144 9,89 35,53

4 Carne bovina 286 7,56 43,08

5 Frango 300 7,09 50,17

6 Biscoitos 628 6,93 57,10

7 Peixes 130 5,19 62,29

8 Suplementos 350 3,95 66,24

9 Pães 655 3,41 69,65

10 Feijão 610 3,10 72,74

11 Margarina de mesa 154 3,05 75,79

12 Iogurte 177 2,92 78,71

13 Legumes e verduras 465 2,88 81,58

14 Ovos 86 2,70 84,28

15 Sopas 377 2,43 86,71

16 Arroz 613 2,24 88,95

17 Bolos 71 1,76 90,71

18 Doces 165 1,54 92,25

19 Café 966 1,50 93,75 N = número de indivíduos que relataram o consumo do alimento; %= % de contribuição do

alimento ao total do nutriente.

A Tabela 8 indica os alimentos que contribuem para o fornecimento de

carboidratos na dieta dos idosos. Observa-se que apenas 17 alimentos fornecem até 95%

da ingestão de carboidratos. Os itens alimentares Mingaus e papas, frutas e sucos, pães

e biscoitos são responsáveis por 56% do consumo de carboidratos.

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80

Tabela 8 - Contribuição para o consumo total de carboidratos (relativa e acumulada) dos

alimentos consumidos pelos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Classificação Alimento N % % acumulada

1 Mingaus e papas 767 21,21 21,21

2 Frutas e sucos de frutas 2144 17,61 38,82

3 Pães 655 10,41 49,23

4 Biscoitos 628 6,85 56,08

5 Leite 1263 6,55 62,64

6 Feijão 610 5,01 67,65

7 Café 966 4,28 71,93

8 Arroz 613 4,06 75,99

9 Legumes e verduras 465 3,66 79,65

10 Suplementos 350 3,08 82,72

11 Sopas 377 2,79 85,51

12 Doces 165 2,34 87,86

13 Tapioca 58 2,05 89,91

14 Raízes 74 1,62 91,53

15 Cuscuz 126 1,30 92,83

16 Bolos 71 1,20 94,03

17 Farinha de mandioca 85 0,97 94,99 N = número de indivíduos que relataram o consumo do alimento; %= % de contribuição do

alimento ao total do nutriente.

A Tabela 9 aponta os alimentos que contribuem para o fornecimento de cálcio na

dieta dos idosos. Observa-se que somente 13 alimentos fornecem até 95% da ingestão

de desse nutriente e apenas Mingaus e papas, leite e iogurte são responsáveis pelo

consumo de aproximadamente 70% do cálcio da dieta.

Tabela 9 - Contribuição para o consumo total de cálcio (relativa e acumulada) dos alimentos

consumidos pelos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Classificação Alimento N % % acumulada

1 Mingaus e papas 767 36,66 36,66

2 Leite 1263 25,16 61,81

3 Iogurte 177 8,06 69,87

4 Frutas e sucos de frutas 2144 5,69 75,56

5 Suplementos 350 4,37 79,93

6 Pães 655 2,95 82,88

7 Feijão 610 2,49 85,37

8 Queijos 154 2,10 87,47

9 Peixes 130 1,99 89,45

10 Arroz 613 1,51 90,97

11 Legumes e verduras 465 1,22 92,19

12 Sopas 377 1,12 93,31

13 Tubérculos 140 1,02 94,34 N = número de indivíduos que relataram o consumo do alimento; %= % de contribuição do

alimento ao total do nutriente.

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81

Na Tabela 10 estão apresentados os 9 alimentos que contribuem para o

fornecimento de Vitamina D na dieta dos idosos. Observa-se que ovos e mingaus e

papas são responsáveis pelo consumo de aproximadamente 50% da Vitamina D na dieta

dos idosos.

Tabela 10 - Contribuição para o consumo total de vitamina D (relativa e acumulada) dos

alimentos consumidos pelos idosos que residem em ILPI, Natal-RN, 2013.

Classificação Alimento N % % acumulada

1 Ovos 86 37,67 37,67

2 Mingaus e papas 767 13,05 50,72

3 Bolos 71 10,50 61,22

4 Frango 300 8,73 69,95

5 Feijão 610 6,55 76,50

6 Suplementos 350 6,13 82,63

7 Margarina de mesa 154 5,06 87,69

8 Legumes e verduras 465 4,04 91,72

9 Peixes 130 2,42 94,14

N = número de indivíduos que relataram o consumo do alimento; %= % de contribuição

do alimento ao total do nutriente.

A Tabela 11 apresenta a lista (n = 26) e as porções médias de alimentos do QFA

desenvolvido para aplicação em idosos que residem em ILPI. Já a estrutura final do

QFA encontra-se no Apêndice I.

Tabela 11 - Porções médias (em gramas e medidas caseiras) dos itens alimentares do

Questionário de Frequência Alimentar para idosos que residem em ILPI.

Item Alimentar PR Medida Caseira Alimento Referência

Arroz 102,29 1 colher de servir cheia Arroz refogado (99,7g)

Biscoitos 23,17 4 unidades Biscoito cream cracker (22,9g)

Bolos 53,08 1 fatia média Bolo ameixa (53,2g)

Café 114,24 ½ caneca Café puro (130ml)

Carne bovina 63,66 1 concha pequena Carne moída (70g)

Cuscuz 80,87 1 colher de servir cheia Cuscuz (82,2g)

Doces 74,63 1 colher de servir Gelatina (83g)

Farinha de mandioca 27,69 1 colher de sopa Farinha de mandioca (18,7g)

Feijão 117,13 1 concha média Feijão carioca (124,7g)

Frango 66,97 1 ½ colher de servir Frango desfiado (57,8g)

Frutas/sucos de frutas 141,60 1 fatia grande / ½ caneca Mamão (134g) / Suco (146ml)

Iogurte 203,67 ½ caneca Iogurte (171,7g)

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82

Legumes e verduras 42,42 2 colheres de servir Salada crua (41,6g)

Leite 99,61 ½ xícara de chá Leite (98ml)

Macarrão 73,69 1 ½ colher de servir Macarrão (84,5g)

Margarina de mesa 13,93 1 colher de chá Margarina (15g)

Mingaus e papas 241,84 1 ½ concha Papa (254,7g)

Ovos 57,01 1 unidade Ovo cozido (53,5g)

Pães 42,78 2 fatias Pão forma integral (43,4g)

Peixes 67,34 ½ posta Peixe frito (66g)

Queijos 14,93 ½ fatia fina Mussarela (12g)

Raízes 128,71 1 pedaço médio Macaxeira (116,2g)

Sopas 259,84 2 conchas média Sopa (279g)

Suplementos 55,53 7 colheres medidas Novasource GC® (55g)

Tapioca 73,42 1 unidade média Tapioca com margarina (68g)

Tubérculos 32,95 1 rodela pequena Batata doce (33,4g)

PR = Porção média de referência

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83

6 DISCUSSÃO

A caracterização da população pesquisada nas ILPI de Natal-RN não difere do

que se observa nas demais ILPI do Brasil. Trata-se de residentes, em grande maioria, do

sexo feminino, longevos (acima de 80 anos), com baixo nível de escolaridade e que

vivem em ILPI sem fins lucrativos (IPEA, 2008).

A predominância do sexo feminino já era esperada diante do processo de

feminização do envelhecimento (MOREIRA, 1998; ALMEIDA et al., 2015). O censo

de 2010 apontou a razão de sexo para idosos de 80 homens para cada 100 mulheres no

país (IBGE, 2014a), no entanto, a maior sobrevivência desse grupo esteve associada ao

maior tempo de incapacidade funcional (CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO,

2005), requerendo a dependência de arranjos institucionais (CAMARANO; KANSO,

2010b).

Admite-se que o avanço da idade acarreta o aumento de fragilidades e a perda de

autonomia para o desempenho de atividades básicas da vida diária. Sendo assim, o

crescimento desse segmento populacional implica em um aumento da demanda por

cuidados de longa duração (IPEA, 2008).

Em levantamento realizado no Brasil, o IPEA constatou que a grande maioria

das ILPI é filantrópica (65,2%), incluindo as religiosas e leigas, sendo a região Nordeste

a que contém a maior proporção (81,4%) (IPEA, 2008, 2011). Via de regra, as ILPI sem

fins lucrativos surgem a partir da necessidade de uma comunidade, portanto, predomina

o caráter assistencial e, desse modo, podem apresentar problemas na qualidade dos

serviços oferecidos, afetando as condições de vida dos que ali residem (BORN;

BOECHAT, 2006).

O fato de “não ter cuidador” como a principal causa da sua institucionalização,

tem explicação em razão das importantes mudanças ocorridas na estrutura da família

brasileira, com diminuição da disponibilidade de cuidadores, especialmente entre as

mulheres. Historicamente, o motivo basilar para esse tipo de amparo era a falta de

moradia ou pobreza, no entanto, diante da transição demográfica e de suas

consequências, a necessidade atual é a de um local que acolha o idoso com

comprometimento da sua capacidade cognitiva, física ou mental (CAMARANO;

MELLO, 2010; CAMARANO; KANSO, 2010b). Observa-se que as ILPI da pesquisa

convergem para essa nova perspectiva, já que acolhem elevado número de idosos com

restrição de mobilidade, apresentando alta prevalência de doenças, especialmente as

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DCNT, com excessivo consumo de medicamentos, necessitando de ajuda para se

alimentar e com estado nutricional prejudicado.

A frequência elevada dos idosos da pesquisa com restrição de mobilidade

assemelha-se aos resultados do estudo de Silva et al. (2013) realizado em ILPI em

Minas Gerais-MG, que identificaram 55,6% dos idosos com mobilidade física

prejudicada. Parahyba e Veras (2008) ao avaliarem os dados de mobilidade de idosos na

Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) de 1998 e 2003, afirmaram que a

maior prevalência de incapacidade funcional está entre as mulheres, os mais idosos, os

de renda mais baixa e entre aqueles com menos educação.

A diminuição da capacidade funcional, seja por desgastes nos vários sistemas

corporais ou ocasionados por sequelas das doenças crônicas (KARSCH, 2003) reduz a

autonomia física do idoso, tornando-o cada vez mais dependente (SOUZA et al., 2013).

Na ILPI essa condição poderá agravar-se devido à desobrigação da realização de várias

tarefas do dia a dia no local, associados, ainda, à inatividade física (SILVA et al., 2013).

Os dados sobre a prática de atividade física revelam que muitos idosos

residentes em ILPI de Natal são fisicamente inativos. Resultados mais preocupantes

foram encontrados em asilos de Pelotas-RS, onde 90,5% dos idosos relataram ser

fisicamente inativos (DEL DUCA et al., 2012) e em todos os idosos (n=75) de uma

instituição de Campos dos Goytacazes-RJ (PASSOS; FERREIRA, 2010).

Nesse sentido, torna-se imprescindível a realização de programas de atividades e

exercícios físicos apropriados em ILPI em busca da manutenção e/ou recuperação do

processo de envelhecimento mais ativo (GONÇALVES et al., 2010), objetivando

reduzir os níveis de ansiedade e depressão, melhorar o humor, o bem-estar físico e

psicológico, além de favorecer uma adaptação e/ou reintegração do idoso ao ambiente

asilar (MOURÃO; SILVA, 2010).

No tocante às principais comorbidades, a hipertensão arterial sistêmica é

identificada como a doença de maior prevalência entre os idosos da pesquisa.

Resultados similares foram apresentados por Ferreira et al. (2014) que apontaram uma

prevalência de 46% entre idosos institucionalizados em uma cidade de São Paulo, por

Borges et al. (2015) que identificaram 45,5% de hipertensos em uma ILPI de Fortaleza-

CE e por Vilarroel et al. (2012) com idosos de asilos espanhóis (40,2%). Lima-Costa et

al. (2011) ao avaliarem as tendências dos indicadores das condições de saúde dos idosos

brasileiros, a partir da utilização das três PNAD (1998, 2003 e 2008), identificaram uma

elevação da prevalência de HAS que passou de 43,9% para 53,3% em 10 anos.

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Associado à elevada prevalência de hipertensão, bem como de outras doenças

crônico-degenerativas nos idosos, está o uso contínuo de medicamentos. Observa-se que

acima de 40% do grupo pesquisado consome mais de cinco medicamentos por dia e

apenas 3% não usam medicamentos diariamente (dados não apresentados). Esse elevado

consumo, sem dúvidas, afeta tanto o estado nutricional dos idosos quanto à

biodisponibilidade dos fármacos e dos nutrientes. Além disso, o estado nutricional é um

importante aliado na resposta do fármaco, já que o uso contínuo por idosos pode ter seu

efeito modificado pelos distúrbios nutricionais (FARIA; FRANCESCHINI; RIBEIRO,

2010).

O estado nutricional observado, utilizando a triagem nutricional (MAN) ou o

IMC, aponta elevada prevalência de risco de desnutrição, desnutrição e baixo peso. Os

dados encontrados na população pesquisada são menores quando comparados aos

idosos institucionalizados de Uberlândia-MG (risco de desnutrição: 41,6%; desnutrição:

26,2%) (SOUZA et al., 2014) e de uma coorte de idosos residentes em asilos no Reino

Unido (30% e 56%, respectivamente) (GORDON et al., 2014), ambos utilizando a

MAN. Para o IMC, a prevalência de baixo peso também é menor quando confrontados

com estudos realizados em instituições geriátricas de Florianópolis-SC (45,5%)

(RAUEN et al., 2008) e de Fortaleza-CE (53,1%) (MENEZES; MARUCCI, 2010), no

entanto, é maior quando comparada com idosos de lares geriátricos na Espanha que

apresentaram prevalência de 24,4% para baixo peso (VILARROEL et al., 2012).

É importante ressaltar que nenhum dado antropométrico da pesquisa com idosos

residentes nas ILPI de Natal-RN foi estimado, diferente do que revelam Rauen et al.

(2008) que utilizaram equações de estimativa em alguns casos. Em estudo recente com

idosos institucionalizados, Lima et al. (2016) apontaram que algumas equações de

estimativas podem subestimar ou superestimar o peso em até 5Kg. Sendo assim, essa

menor prevalência de desnutrição não significa necessariamente que os idosos

residentes em Natal estejam com melhor estado nutricional comparado a outros. Além

disso, os dados de Natal condizem com a média de 20% de desnutrição encontrada em

revisão sistemática recente (BELL; LEE; TAMURA, 2015).

Souza e Guariento (2009) afirmaram que a desnutrição em idosos é comum, pois

com o envelhecimento o consumo alimentar diário tende a diminuir. Sobre este fato,

isso poderá ser ainda mais grave quando direcionamos o olhar para as ILPI. Estevez et

al. (2013) comparando idosos que residem ou não em instituições na Espanha,

afirmaram que os idosos que vivem em ILPI tiveram 4 vezes mais chance de ficarem

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desnutridos. Törmä et al. (2013) em estudo de um seguimento de idosos

institucionalizados na Suécia por um ano, perceberam que a desnutrição se associa com

a cognição deteriorada, função e aumento da mortalidade. Portanto, é um grupo que

necessita de atenção especial quanto ao seu estado nutricional.

Nesse sentido, destaca-se que todo o funcionamento das ILPI devem seguir as

normativas estabelecidas pela ANVISA (RDC nº 283 de 26 de Setembro de 2005) que

determina entre os padrões mínimos de funcionamento para as instituições asilares, a

notificação mensal da prevalência de desnutrição dos idosos residentes (BRASIL,

2005).

Lopez-Contreras (2012) ressaltou que a avaliação nutricional nessa fração da

população é necessária devido à alta prevalência de desnutrição existente, independente

do método utilizado. O autor sugeriu a utilização da combinação de métodos para o

fornecimento de um melhor diagnóstico, uma vez que as medidas antropométricas

podem ser afetadas por desidratação ou edema, os parâmetros bioquímicos sofrem

alterações na presença de doenças e o baixo consumo dietético pode associar-se ao

aumento de demandas metabólicas.

No que diz respeito aos dados sobre necessidade de ajuda para se alimentar,

constata-se que uma parcela importante dos idosos apresenta esta característica.

Resultados similares foram publicados por Westergren e Hedin (2010) em ampla

pesquisa realizada em asilos de seis municípios da Suécia (49%). No entanto, os dados

encontrados em pesquisas com idosos institucionalizados no Sudeste do Brasil, seja de

Ribeirão Preto-SP (13,8%) (PELEGRIN et al., 2008) ou de Montes Claros-MG (13,6%)

(MARINHO et al., 2013), foram bem menores. Em revisão sistemática, Bell et al.

(2013) verificaram que os dados sobre dependência para alimentação variaram muito

(8-87%).

A adequação da dieta e a garantia da sua ingestão são condições primordiais para

que idosos institucionalizados alcancem seu bom estado nutricional (SILVA et al.,

2015). Idosos dependentes de ajuda para se alimentar e com ingestão oral deficiente

aumentam suas chances de perder peso e desenvolver desnutrição, sendo esta um fator

de risco para mortalidade nesse grupo (BELL et al., 2013).

Adicionalmente, a avaliação do consumo energético dos idosos pesquisados

revela que mais da metade tem consumo insatisfatório, frequência bastante elevada em

relação a outras pesquisas em asilos, como a de Lopes (2014) em Salvador-BA (19,4%)

e a de Vilarroel et al. (2012) na Espanha (44%).

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Muitos são os fatores que podem estar envolvidos na elevada prevalência da

inadequação de energia, que também resulta na grande proporção de idosos desnutridos

ou com baixo peso. Entre esses fatores destacam-se: mudança no comportamento

alimentar que pode estar vinculada à ansiedade decorrente do desamparo da família

(BURLÁ; PY; SCHARFSTEIN, 2010); submissão às normas rígidas dentro da

instituição, com imposição de práticas alimentares, horários e quantidades de alimentos

delimitados (OLIVEIRA; VERAS; PRADO, 2010b); monotonia alimentar

(SANTELLE; LEFÈVRE; CERVATO, 2007) relacionadas à situação econômica da

ILPI (CARVALHO et al., 2003), restrições dietéticas decorrentes da presença de

enfermidades (LABOSSIERE; BERNARD, 2008), além das alterações fisiológicas

inerentes ao envelhecimento (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000).

Passos e Ferreira (2010) em pesquisa com lares geriátricos do Rio de Janeiro e

Sánchez-Campillo et al. (2010) com os da Espanha, verificaram que os cardápios

oferecidos aos idosos possuíam valor energético acima do adequado, podendo conduzir

ao ganho de peso e ocasionar a obesidade. De fato, a necessidade de adequação dos

cardápios oferecidos se faz necessária, preferencialmente com alimentos variados, de

forma contínua e respeitando os princípios de uma alimentação saudável. No entanto, as

ILPI precisam garantir a redução do rejeito alimentar, estimulando o consumo dos

alimentos ofertados.

Em relação ao perfil alimentar, a dieta básica dos idosos institucionalizados da

capital potiguar é caracterizada especialmente pelo consumo de laticínios, arroz, frutas e

oleaginosas, feijão e sucos. Considerando o consumo desses alimentos a partir do nível

de processamento, como recomenda o Guia Alimentar para a População Brasileira

(BRASIL, 2014), trata-se de alimentos in natura ou minimamente processados, exceto

para as “bebidas à base de soja” (subgrupo de “sucos”), classificadas como alimento

processado. Esses alimentos são denominados dessa forma, pois são fabricadas pela

indústria e contêm ingredientes que os tornam duráveis. No entanto, no caso específico

dos idosos da pesquisa, eles foram consumidos por apenas 1,3% (dados não

apresentados) e estão dentro de um contexto de restrição dietética para aqueles com

intolerância à lactose.

A identificação dessa dieta básica condiz com os dados sobre alimentação dos

idosos brasileiros não institucionalizados, apontados pela POF 2008-2009 (IBGE,

2011), a qual constatou que o consumo de laticínios, frutas e oleaginosas ocorreu em

maior quantidade entre os idosos. A pesquisa brasileira também destacou o consumo de

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verduras/legumes e queijos maior nesse grupo quando comparada às outras faixas

etárias. Para os idosos desta pesquisa, verduras e legumes encontram-se entre os dez

alimentos mais consumidos (8ª posição), no entanto, os queijos são consumidos por

uma pequena parcela dos idosos (19ª posição), especialmente nas ILPI com fins

lucrativos e por mulheres.

Em pesquisa realizada em lares geriátricos em quatro cidades na Espanha, Mila

et al. (2012) perceberam que entre os alimentos mais consumidos estavam sucos de

frutas (100%), leite e produtos lácteos (98,9%) e frutas (94%), sendo os seus consumos

insuficientes. Essa frequência do consumo foi semelhante nos idosos de Natal, diferindo

em relação ao tamanho da porção média de laticínios e frutas, que foram maiores na

Espanha (311g e 131g, respectivamente).

Já bastante discutido, o consumo alimentar de idosos que residem em ILPI sofre

influência de múltiplos fatores, desde fisiológicos (CAMPOS; MONTEIRO;

ORNELAS, 2000), patológicos (LABOSSIERE; BERNARD, 2008) e comportamentais

do idoso (BURLÁ; PY; SCHARFSTEIN, 2010) até fatores institucionais, incluindo a

condição socioeconômica e o número de cuidadores para auxiliar nas tarefas básicas,

como a alimentação (CARVALHO et al., 2003). Por ser um grupo notadamente

fragilizado (VAN KAN et al., 2010) e composto frequentemente por idosos longevos, a

ingestão inadequada de alimentos é comum quando comparada a idosos que residem em

comunidades (DONINI et al., 2013).

Também merece destaque o consumo frequente de arroz e feijão entre idosos

institucionalizados de Natal. Em pesquisa realizada por Camargos et al. (2015) sobre os

aspectos da alimentação de três ILPI de Minas Gerais-MG, identificou-se que os asilos

serviam diariamente arroz, feijão, carne e legumes no almoço dos idosos e pouco mais

de 40% acrescentaram outros alimentos além destes.

A combinação de feijão com outro cereal é relatado desde o Brasil colonial,

onde brasileiros, ricos e pobres, sempre comeram feijão com farinha diariamente,

diferenciando entre o tipo do feijão e o seu modo de preparo (ELIAS, 2007).

Atualmente, o arroz substituiu a farinha (BARBOSA, 2007) e compõe a dieta básica dos

brasileiros com uma combinação de excelente qualidade nutricional juntamente com o

feijão. Dados recentes têm constatado uma tendência temporal de declínio do seu

consumo (IBGE, 2011).

A POF (2008-2009) destacou que feijão e milho, bem como suas preparações,

são itens alimentares mais consumidos nas faixas de menor renda (IBGE, 2011). Para os

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idosos institucionalizados de Natal e utilizando o tipo de ILPI como proxy para a

condição socioeconômica, apenas o milho apresenta essa desigualdade no consumo,

sendo maior entre as ILPI sem fins lucrativos.

O baixo consumo de alimentos considerados marcadores não saudáveis

(BRASIL, 2015b), como refrigerantes, carnes processadas, salgados e pizzas, também

foi identificado entre os idosos brasileiros não institucionalizados. Contudo, ressalta-se

que os idosos das ILPI com fins lucrativos possuem consumo elevado de doces (50% a

mais) quando comparados aos das ILPI sem fins lucrativos, sendo maior na faixa etária

de 60 a 69 anos. Vale lembrar que nas categorias de agrupamentos para análise,

marcadores não saudáveis como biscoitos recheados, doces e guloseimas, foram

classificados como “doces”. Em relação ao consumo médio de doces, observa-se uma

menor ingestão entre os idosos de Natal quando comparado ao consumo desse mesmo

grupo de alimentos por idosos espanhóis (MILA et al., 2012), os quais apresentaram o

dobro do consumo (61,8g). No entanto, ressalta-se que os dados sobre o consumo de

doces do grupo pesquisado em Natal não inclui açúcar de adição, o que poderia

aumentar a média consumida.

O elevado consumo de açúcares merece uma atenção especial, sobretudo em

uma população onde a prevalência de problemas de saúde como o diabetes é alta (MILA

et al., 2012). O guia alimentar recomenda evitar o consumo de alimentos não saudáveis,

pois são nutricionalmente desbalanceados, contendo elevadas quantidades de sal,

açúcar, óleos e gorduras e aditivos alimentares, cuja função é estender a duração dos

alimentos e dotá-los de aspectos que os tornem atraentes (BRASIL, 2014).

Ao caracterizar a frequência do consumo por faixa etária, além do consumo

maior de doces nos idosos “mais jovens”, ressalta-se o de carnes salgadas nos idosos

acima de 70 anos. Confrontados com os dados nacionais de idosos que residem na

comunidade (IBGE, 2011), o consumo médio de carne salgada foi três vezes maior do

que a população idosa brasileira (2,4g).

É relevante o fato de que o processo de envelhecimento por si já reduz a

sensibilidade por gostos primários e com o passar dos anos há uma tendência do idoso

acrescentar sal, açúcar e outros condimentos na sua alimentação (CAMPOS;

MONTEIRO; ORNELAS, 2000), portanto, as ILPI precisam estar atentas para não

oferecerem demasiadamente ou supervalorizar modos de preparo com componentes

nutricionais inadequados.

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Destaca-se, no entanto, que a carne de sol (carne salgada) é patrimônio da

cultura alimentar muito presente no hábito alimentar do povo nordestino. Possui

expressivo índice de aceitação nas capitais do Nordeste brasileiro, especialmente em

Natal-RN e Aracaju-SE (BOTELHO, 2006). Quando se trata da cultura alimentar, o

hábito revela sensações que também são afetivas (BRASIL, 2015a) e para o idoso que

reside em ILPI é extremamente importante a valorização de práticas que resgatem a

identidade cultural (OLIVEIRA, VERAS, PRADO, 2010a).

Em estudo realizado na Espanha com idosos não institucionalizados maiores de

80 anos, Galiot e Cambrodon (2015) identificaram que a dieta consumida pelos idosos

apresentava alguns desajustes nutricionais e que quanto maior a faixa etária, maior a

necessidade de intervenções nas práticas alimentares.

A ingestão inadequada de alimentos (e nutrientes) é comum entre os idosos

quando comparados a outras faixas etárias e torna-se ainda mais grave quando se

considera os indivíduos mais velhos que vivem em lares de idosos ou em ambientes de

cuidados residenciais (DONINI et al., 2013). A falta de apetite no idoso que reside em

ILPI com frequência relaciona-se a sintomas depressivos (ANDRADE et al., 2005) e o

rigor disciplinar que ocorre nesses lares só piora essa situação, pois a alimentação passa

a ser um bem coletivo, com horários estabelecidos, pouca permissão de variações e com

imposição de impedimentos à sua vontade (OLIVEIRA; VERAS; PRADO, 2010a).

A caracterização da ingestão de alimentos a partir da quantidade, combinações e

modo de preparo é de grande utilidade em estudos de epidemiologia nutricional.

Contudo, devido à tamanha complexidade no ato de se alimentar, faz-se necessário a

definição de padrões dietéticos utilizando métodos estatísticos apropriados, para que se

possa avaliar de forma conjunta os alimentos e não apenas os itens alimentares

individuais para que, dessa forma, perceba-se a variação dietética que poderá ocorrer em

um grupo (SLATTERY, 2010).

Ao determinar o padrão alimentar utilizando a ACP, três padrões alimentares

foram identificados entre os idosos institucionalizados de Natal, denominados: “Arroz,

batatas e carnes”, “Peixes e massas” e “Feijão e sopas”. Verifica-se que todos os

padrões apresentam alimentos que podem ser classificados como in natura ou

minimamente processados, portanto, considerados saudáveis, desde que consumidos em

quantidades adequadas. Mesmo não sendo uma análise de itens alimentares e sim de um

conjunto de dados reduzidos, observa-se que o principal modo de preparo para “peixes”

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foi com incorporação de gorduras (frito, empanado ou refogado – dados não

apresentados).

Diferente do que comumente se encontra na literatura, os padrões alimentares

dos idosos que residem em asilos de Natal não foram denominados como “prudente”,

“saudável” ou “ocidental” (NEWBY; TUCKER, 2004), pois não seria adequado

caracterizá-los como “saudáveis ou prudentes” sem a presença de frutas, verduras e

legumes nos padrões, nem mesmo designá-los de “ocidentais”, apenas pela presença de

peixes e massas. Entretanto, compreende-se que o primeiro e o terceiro padrão trazem

características mais saudáveis do que o segundo, composto por massas (exclusivamente

macarrão refinado) e peixes (com modo de preparo inadequado). O que definirá se esses

padrões estão adequados ou não será a quantidade consumida, bem como a combinação

de outros alimentos consumidos, mas que não conseguiram se correlacionar a ponto de

caracterizar um padrão.

Apesar dos dois primeiros padrões alimentares identificados na pesquisa

apresentarem características de uma refeição do tipo almoço, sendo esta a principal

refeição em que se disponibilizam legumes e hortaliças, estas não permaneceram nos

fatores gerados pela ACP. É possível que práticas alimentares enraizadas na nossa

região tenham contribuído para a sua baixa frequência de consumo, pois preparações

como saladas cruas ou legumes cozidos são ofertadas diariamente no almoço, com

exceção de apenas um dia em duas ILPI sem fins lucrativos (dados não apresentados).

O padrão que melhor define a alimentação do grupo pesquisado formou-se a

partir de itens que são excelentes fontes de energia, carboidratos complexos (arroz e

batatas) e proteínas (carnes). Ao avaliar a adequação de nutrientes nessa mesma

população, Cabral (2014) mostrou que a ingestão de energia e carboidrato é excessiva e

a de proteína adequada. Também se observa que os itens desse padrão alimentar, estão

entre os 13 itens da Ração Essencial Mínima proposta para cesta básica do brasileiro

(BRASIL, 1938), ou seja, são alimentos que permanecem sendo a base alimentar da

nossa população (NASCIMENTO et al., 2011).

O segundo padrão possui características semelhantes ao primeiro no que se

refere à combinação de alimentos fontes de carboidratos (massas) e proteínas (peixes),

sendo estas últimas de alta qualidade, além da presença de minerais como zinco e

fósforo (BRASIL, 2014). No entanto, por ter baixo conteúdo de fibras e elevado de

gorduras, é um padrão com maior propensão para o desenvolvimento de DCNT se o

consumo for elevado.

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Nascimento et al. (2011) ao avaliarem o padrão alimentar por regiões

demográficas, a partir da disponibilidade alimentar do brasileiro, afirmaram que o

padrão que melhor explica a disponibilidade de alimentos no Nordeste é composto por

arroz e feijão, seguido de um padrão que contêm batatas, outras raízes tuberosas e

massas (além de pães, bolos e biscoitos, leite e produtos lácteos, manteiga e margarina,

e bebidas açucaradas).

Outros estudos no Brasil apresentaram padrões alimentares compostos pela

combinação de arroz e feijão, que é uma característica marcante no consumo alimentar

dos brasileiros (MARCHIONI; LIMA; FISBERG, 2008; NASCIMENTO et al., 2011;

SANTOS et al., 2015). Todavia, os padrões identificados nos idosos asilados de Natal,

apesar de incluir o item “feijão”, o classificou juntamente com “sopas”. Diferente do

primeiro padrão que combinou alimentos servidos habitualmente em um almoço

nordestino, esse segundo padrão traz fortemente características de consistência da dieta,

já que para idosos que não têm a capacidade mastigatória preservada, é comum o

consumo de feijão no almoço e sopas no jantar, na consistência pastosa.

A combinação “feijão e sopas” aparecem em todas as análises realizadas,

utilizando diferentes combinações de agrupamento de alimentos. Em pesquisa realizada

com idosos que residiam em ILPI de Maceió, Roque, Bomfim e Chiari (2010)

identificaram o consumo de dietas pastosas por 30% dos idosos, os quais comumente

apresentaram algum tipo de demência. Apesar do elevado valor nutricional presente

nesses itens alimentares, como fibras e proteínas (feijão) e micronutrientes (sopas), em

idosos, dietas pastosas normalmente se associaram ao estado nutricional insatisfatório

(ROQUE; BOMFIM; CHIARI, 2010).

Até o momento, não há relatos sobre o padrão alimentar de idosos

institucionalizados que residem em Natal ou mesmo no estado do Rio Grande do Norte,

contudo, qualquer análise realizada sobre alimentação faz-se necessário retomar às

nossas heranças culturais. Sendo assim, é importante compreender que a herança

colonial da monocultura açucareira e a escravização de africanos marcaram a histórica

formação de hábitos alimentares desiguais no país (BRASIL, 2015a).

Josué de Castro em seu clássico Geografia da Fome (1946) mapeou o Brasil em

diferentes áreas alimentares e percebeu que a extensão que correspondia ao estado do

Rio Grande do Norte (Nordeste açucareiro e o Sertão Nordestino), caracterizava-se

especialmente pelo consumo de feijão, farinha, charque e aipim. Esse consumo era

produto das inter-relações das culturas alimentares dos indígenas da região, dos

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colonizadores portugueses e dos negros africanos, sendo estes últimos nossa maior

influência (VASCONCELOS, 2008).

As crenças e os tabus alimentares utilizados para justificar o precário acesso a

vários alimentos pelos escravos, como o consumo de frutas e verduras (BRASIL,

2015a), complementaram o entendimento sobre a origem das nossas práticas

alimentares. Sendo assim, podemos perceber que o principal padrão alimentar dos

idosos institucionalizados de Natal, possui marcas da nossa cultura e são fontes

excelentes de nutrientes. Por outro lado, se o consumo de alimentos ricos em

carboidratos é maior do que o recomendado e há pouca variedade nos tipos de alimentos

consumidos, os nutrientes fornecidos por essa alimentação não são suficientes para

garantir a nutrição e a saúde adequada, podendo levar a algum tipo de deficiência

nutricional (BRASIL, 2008), o que pode ser constatado pelos dados da MAN e IMC.

Em relação à variedade, constata-se que os padrões formados contêm poucos

alimentos e que pode caracterizar monotonia alimentar presente nessas ILPI. Donini et

al. (2013) em estudo realizado na Itália com idosos residentes em ILPI e na

comunidade, perceberam que os idosos possuíam dieta monótona e de baixa qualidade,

especialmente entre os anoréxicos. Esses autores revelaram que a anorexia nos idosos

relacionou-se não apenas com a redução da quantidade de alimentos, mas com um

padrão alimentar caracterizado pela penalização de grupos alimentares como “carne,

ovos, peixe” e “frutas e legumes” em relação a “leite e cereais”.

Outro aspecto importante é que esses padrões são formados por alimentos

notadamente macios, de fácil mastigação e deglutição. Essa preferência por alimentos

menos fibrosos relaciona-se com a condição dentária dos idosos e afeta o padrão de

alimentação (OLIVEIRA; DELGADO; BRESCOVICI, 2014). Marcenes et al. (2003)

relataram que idosos edêntulos tiveram maior dificuldade para consumir frutas, vegetais

crus, nozes e bifes. Mila et al. (2012) perceberam boa aceitação de peixes por idosos,

especialmente pela sua maior suculência e facilidade de mastigar.

Ao observar se existe tendência entre os níveis de consumo dos padrões e as

demais variáveis independentes, evidencia-se o maior consumo do padrão “Arroz,

batatas e carnes”, considerado saudável (apesar do número restrito de alimentos), por

idosos que praticam atividade física. Acredita-se que o fato de ser ativo fisicamente

consiste em ter sua capacidade funcional preservada (ou parte dela) e possibilita maior

autonomia ao idoso (SOUZA et al., 2013). Desse modo, o idoso poderá escolher os

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alimentos que serão consumidos, bem como a sua quantidade, diante do que é

disponibilizado pela ILPI.

Por outro lado, os idosos com restrição de mobilidade e consumindo dietas

pastosas, especialmente para o sexo masculino, têm maior propensão em aderir ao

padrão “Feijão e sopas”, corroborando a hipótese de que esse padrão possui

características da consistência da dieta. Em estudo nessa mesma população, Cabral

(2014) percebeu que os idosos com maior dependência também possuíam modificação

na consistência da dieta e, por receberem ajuda para se alimentar, consumiam em quase

sua totalidade o que era oferecido, já que os cuidadores asseguravam essa ingestão.

Garcia, Zurama e Oblitas (2009) em estudo com idosos que residiam em asilos no Peru,

também já haviam constatado que idosos com dependência total recebiam assistência

contínua para ingestão dos alimentos.

Em relação ao consumo do padrão “Peixes e massas”, evidencia-se a tendência

linear para alto consumo entre o grupo “mais jovem” e com excessiva ingestão

energética. Leon-Munoz (2015) em uma coorte de idosos residentes em comunidades

identificou que os idosos mais jovens, com excessivo consumo de energia, apresentaram

tendência para o consumo elevado do padrão designado “prudente” que, entre os itens

alimentares, combinou pescados e massas. O consumo de peixes é recomendado pelo

seu efeito benéfico à saúde, especialmente por possuírem proteínas de alta qualidade,

elevado teor de vitaminas e minerais, além de gorduras insaturadas com função

protetora para doenças cardíacas (BRASIL, 2014). No entanto, as ILPI de Natal

precisam se preocupar com o modo de preparo dos peixes (e de outros alimentos)

ofertados aos seus residentes.

Pensando no monitoramento dos dados de consumo da população pesquisada a

partir de um método que fosse aplicado à rotina das ILPI, foi construído um QFA

específico para essa população, conforme metodologia já consagrada na literatura

(BLOCK et al., 1985). Para tanto, foi obtido a contribuição percentual de energia,

macronutrientes, cálcio e vitamina D. Destaca-se a contribuição marcante de mingaus e

papas em todos os nutrientes selecionados, especialmente proteínas, carboidratos e

cálcio, além de energia.

Freitas, Phillipi e Ribeiro (2011) ao determinarem uma lista de alimentos para

idosos brasileiros não institucionalizados, revelaram que o alimento com maior

contribuição energética e de carboidratos foi o arroz. O leite e seus produtos, que tanto

se destacam entre os idosos da pesquisa, contribuem notadamente apenas para o

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consumo de cálcio e vitamina D. Isso revela que apesar de fazerem parte do mesmo

ciclo da vida, a alimentação do idoso institucionalizado possui características próprias,

influenciadas por muitos fatores (OLIVEIRA; VERAS; PRADO, 2010a; BURLÁ; PY;

SCHARFSTEIN, 2010).

Por ser um alimento de elevada densidade energética, além de rico em nutrientes

como proteínas e cálcio, a preparação láctea “mingaus e papas” é com frequência

oferecida aos idosos que residem em asilos (CARVALHO et al., 2003; PASSOS;

FERREIRA, 2010). Trata-se de uma preparação com boa aceitação nas ILPI, por

facilitar a mastigação e deglutição, frequentemente prejudicada nesse grupo

(OLIVEIRA; DELGADO; BRESCOVICI, 2014).

É importante destacar que apesar da lista de alimentos ter sido elaborada

mediante um banco de dados com apenas 46 alimentos, o número de alimentos que

contribui com a ingestão percentual de cada nutriente é ainda menor, revelando o quão

monótona é a dieta desses idosos, também constatado em idosos não institucionalizados

(FREITAS; PHILLIPI; RIBEIRO, 2011).

Sendo assim, o QFA elaborado para essa população consta de um número

reduzido de itens alimentares, tornando-o interessante para a aplicação em estudos

epidemiológicos nesse grupo. Alguns estudos no país sugeriram a redução da lista de

alimentos dos QFA com excesso de itens, para evitar elevadas taxas de não resposta

decorrente de listas extensas (CHIARA et al., 2007; MANNATO et al., 2015). Todavia,

qualquer que seja o seu tamanho, ele deverá ser submetido à reprodutibilidade e

acurácia em populações semelhantes.

Vale ressaltar que algumas considerações sobre essa pesquisa merecem ser

mencionadas. A primeira delas se refere à metodologia para coleta e análise dos dados,

que apesar de apropriada, é de difícil aplicação para populações maiores. Ainda assim,

entende-se que, a priori, era necessário o desenvolvimento de uma pesquisa que

adotasse esse rigor metodológico para subsidiar o desenvolvimento de instrumentos

aplicáveis à investigação da dieta habitual para esse público (BHARATI et al., 2008).

Destaca-se também que a utilização da análise fatorial e a tomada de decisões

sobre agrupamentos de alimentos, número de fatores e categorização dos mesmos,

envolve decisões arbitrárias que poderão afetar as análises comparativas com outros

estudos (MASSARANI et al., 2015). Além disso, a escolha em agrupar os itens

alimentares utilizando as categorias de um estudo de âmbito nacional, influenciou o

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número de alimentos gerados nos padrões, contudo, observou-se a manutenção dos

principais componentes durante a validação.

Ademais, acredita-se que as variáveis independentes referentes às condições de

saúde dos idosos não tenham apresentado associações significativas devido ao elevado

subregistro dessa informação.

E finalmente, a elaboração do QFA utilizando energia e poucos nutrientes na

identificação das listas de alimentos pode ter influenciado o número de itens alimentares

encontrados, sendo necessário expandir essa análise para outros nutrientes. Além disso,

compreende-se que esse é ainda um modelo incipiente para o QFA, necessitando de

outras análises para aprimoramento do produto.

O diagnóstico do padrão alimentar dos idosos residentes em ILPI de Natal,

integrado aos dados sobre o estado nutricional antropométrico, evidencia que

intervenções alimentares precisam ser realizadas com urgência para que não ocorra o

aumento da prevalência de desnutrição nesses idosos.

No planejamento dos cardápios das ILPI deve-se considerar que os hábitos

alimentares incorporados ao longo da vida necessitam ser mantidos, tanto para

preservação da identidade cultural, como para estimular o consumo alimentar adequado

às suas necessidades. Porém, é necessário incentivar a ingestão de outros grupos

alimentares, especialmente frutas e verduras, para que esses itens integrem o consumo

habitual dos idosos institucionalizados de Natal.

Apesar da presença do profissional nutricionista nas ILPI pesquisadas,

responsáveis pela elaboração de cardápios adequados à necessidade dos residentes, faz-

se necessário o monitoramento frequente do que está sendo consumido. Nesse sentido, a

elaboração de um Questionário de Frequência Alimentar específico para essa

população, poderá auxiliar os profissionais de saúde nesse controle, já que este é um

instrumento de maior praticidade para a investigação de dietas habituais em grupos

populacionais. Desse modo, estratégias efetivas poderão ser elaboradas para a melhoria

do estado nutricional dos idosos, bem como para redução de custos a partir dos

alimentos rejeitados, especialmente nas ILPI que sobrevivem de doações.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A população que reside em ILPI de Natal-RN é composta predominantemente

por idosos longevos, do sexo feminino, com baixo nível de escolaridade, fisicamente

inativos, com consumo de até cinco medicamentos/dia e com restrição de mobilidade.

Além disso, possui elevada prevalência de baixo peso, sob risco de desnutrição,

consumo energético abaixo do preconizado e necessitando de ajuda para se alimentar,

especialmente entre os que têm dieta com consistência modificada.

O consumo alimentar é caracterizado pela presença frequente de alimentos in

natura ou minimamente processados, sendo os mais consumidos os itens laticínios,

arroz, frutas e oleaginosas, feijão e sucos e bebidas. Destaca-se ainda a presença de

combinações alimentares com características acentuadas da cultura alimentar

nordestina, especialmente no almoço, e o elevado consumo de doces entre aqueles que

residem em ILPI com fins lucrativos.

Foram identificados três padrões alimentares entre os idosos, caracterizados pelo

consumo de “arroz, batatas e carnes”, “peixes e massas” e “feijão e sopas”. A análise de

tendência revelou alto consumo de “arroz, batatas e carnes” por idosos com capacidade

funcional preservada, de “peixes e massas” por idosos mais jovens e que consomem

energia excessiva e de “feijão e sopas” entre os mais fragilizados.

Ademais, os dados do consumo alimentar auxiliaram na elaboração de listas de

alimentos e revelaram que mingaus e papas são alimentos importantes na dieta dos

idosos por contribuírem substancialmente para o consumo de energia, carboidrato,

proteína, gorduras totais, cálcio e vitamina D. Essas listas demonstraram ainda a

monotonia alimentar entre os idosos das ILPI de Natal e permitiram a elaboração de um

QFA específico para essa população.

O QFA para idosos que residem em ILPI constou de um número reduzido de

itens alimentares, o que poderá ser aplicável em estudos epidemiológicos nessa

população após aprimoramento do seu modelo, bem como procedimentos de

reprodutibilidade e acurácia em populações semelhantes.

Por fim, vale destacar que o diagnóstico do consumo alimentar dos idosos que

residem em ILPI de Natal-RN fornecem elementos importantes para que se possa

estabelecer a relação entre dieta e condições de saúde dessa população, bem como para

detecção precoce de deficiências alimentares e nutricionais que possam acometer esse

grupo.

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113

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESCLARECIMENTOS:

Este é um convite para o (a) senhor (a) participar da pesquisa “Envelhecimento

Humano e Saúde – A realidade dos idosos institucionalizados da cidade do Natal/RN” que

é coordenada pelo Profº Drº Kenio Costa Lima.

Sua participação é voluntária, o que significa que o (a) senhor (a) poderá desistir a

qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou

penalidade.

Essa pesquisa visa avaliar as condições de saúde/doença dos idosos

institucionalizados da cidade do Natal/RN, especificamente em relação à alimentação e

nutrição, saúde bucal, alterações nas taxas do sangue, de equilíbrio, à voz e deglutição e

capacidade funcional, além das condições gerais de saúde desses indivíduos, destacando-se

os principais agravos à saúde dos mesmos.

Caso decida aceitar o convite, inicialmente nós faremos umas perguntas sobre as

condições sociais e econômicas dos idosos que estão sob seus cuidados diretos e o que ele

(a) faz no dia-a-dia. Num outro dia, dois médicos virão até aqui e irão avaliar a condição

de saúde geral do idoso (a) que você cuida. Ainda nessa semana, os nutricionistas

examinarão o idoso (a) e medirão a cintura, o quadril, a batata da perna e outras medidas

que mostrarão a quantidade de gordura que ele (a) possui no corpo. Em outro momento,

esses mesmos nutricionistas observarão o que o (a) idoso (a) come. Uma semana depois, os

farmacêuticos virão até aqui e colherão sangue do idoso (a) para observar se as taxas e

outros dados bioquímicos estão todos controlados. Quando passar 15 dias, um professor

de educação física vem aqui e vai observar a capacidade física e junto com um médico e

um fisioterapeuta fará uma avaliação do equilíbrio do idoso. E por fim, os fonoaudiólogos

irão fazer umas perguntas para saber se o (a) idoso (a) ouve bem, mastiga bem, engole

bem os alimentos, observar se ele (a) consegue comer bem alimentos pastosos, sólidos e os

dentistas irão examinar a boca e os dentes e fazer umas perguntas sobre o que o você acha

dos dentes, gengivas e dentaduras dele. Tudo isso vai ser feito dentro de um mês em dias

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114

diferentes para que você não se canse. Caso você não queira responder uma pergunta feita

por qualquer dos profissionais ou não ache que o idoso deva ser examinado por algum dos

profissionais, é só dizer que não quer responder ou não quer que o idoso seja examinado.

Não se espera que o (a) idoso (a) tenha problema algum devido à realização das

atividades da pesquisa, porque os riscos serão mínimos considerando-se que os dados serão

obtidos através de um exame físico e de perguntas que serão feitos em dias diferentes durante

um mês para que você não se canse. Em relação à coleta do sangue, o que pode acontecer é

depois da coleta ficar um pouco dolorido e roxo no local, mas os farmacêuticos que irão coletar

o sangue, além da prática que possuem, farão recomendações ao (à) senhor (a) para que isso não

venha a acontecer. Caso o idoso não se sinta bem durante a coleta do sangue, ele ficará em

repouso e o médico da equipe o (a) acompanhará. Na avaliação do equilíbrio, caso o idoso sinta

alguma tontura e se desequilibre tanto o educador físico quanto o médico e o fisioterapeuta

estrão ao lado dele (a) para evitar uma possível queda. Mesmo que isso venha a ocorrer, todo o

chão estará protegido por tapetes de borracha para que o (a) idoso (a) não se machuque.

O (a) senhor (a) terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: contribuirá para

que as informações acerca de saúde/doença acerca dos idosos sejam obtidas e com isso

proporcionará a ele (a) a detecção de algum problema, de modo que o (a) idoso (a) possa ser

encaminhado ao profissional encarregado de tratar o problema da instituição ou àquele

profissional particular que o (a) idoso (a) tenha para que ele avalie o exame e passe algum

remédio, dieta, exercício ou indique algum tratamento para manter a sua saúde.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e o seu nome não será identificado em

nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será

feita de forma a não identificar os voluntários.

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, será

ressarcido, caso solicite.

Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente da

pesquisa, terá direito à indenização.

Você ficará com uma cópia deste termo e toda dúvida que tiver a respeito desta

pesquisa, poderá perguntar diretamente para Kenio Costa de Lima, no telefone (84) 886 -

79107 ou ainda no e-mail [email protected]

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética

em Pesquisa da UFRN no endereço Praça do Campus, Campus Universitário, CP 1666, Natal,

59.078-970, Brasil ou pelo telefone (84) 32153135.

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115

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e

benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Envelhecimento

Humano e Saúde – A realidade dos idosos institucionalizados da cidade do Natal/RN”.

E através deste consentimento, autorizo a publicação da pesquisa excluindo dados

pessoais, de forma escrita, podendo utilizar descrições e resultados de exames. Concedo

também o direito de retenção e uso para fins de ensino, divulgação em periódicos e/ou revistas

científicas do Brasil e do exterior, mantendo a confidencialidade sobre minha identidade,

podendo usar pseudônimos.

POLEGAR DIREITO

NATAL, _____ De __________________ De ______.

DE ACORDO,

_______________________________

(NOME EM LETRA DE FORMA)

_______________________________

(PARTICIPANTE DA PESQUISA)

COMPROMISSO DO PESQUISADOR

Eu discuti as questões acima apresentadas com os indivíduos participantes do estudo ou

com o seu responsável/cuidador. É minha opinião que o indivíduo entende os riscos, benefícios

e direitos relacionados a este projeto.

________________________________

(PESQUISADOR)

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116

PÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

FORMULÁRIO 2: FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

ILPI: Pesquisador: ________________

Dia da semana: S T Q Q S S D Refeição: (1) (2) (3) (4) (5) (6)

NOME DA PREPARAÇÃO: _______________________________Nº porções:______

NOME DA PREPARAÇÃO: _______________________________Nº porções:______

INGREDIENTES PER CAPITA QUANTIDADE

TOTAL

Fcç =

PL FC PB RENDIMENTO

Total

Peso refratário:

MODO DE PREPARO:

Somatório

INGREDIENTES PER CAPITA QUANTIDADE

TOTAL

Fcç =

PL FC PB RENDIMENTO

Total:

Peso refratário:

MODO DE PREPARO:

Somatório

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117

APÊNDICE C

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

FORMULÁRIO 3 – PADRONIZAÇÃO DA PORÇÃO SERVIDA

Data da Coleta: ___/ ____/ ____ Dia da Semana: S T Q Q S S D ILPI:

Ref

eiçã

o Alimento/Preparação Medida

caseira

Peso

1 (g)

Peso

2 (g)

Peso

3 (g)

Média

Café

da

ma

nh

ã

Prato

Bebida

Pesquisador

Lan

che

da

man

Prato

Bebida

Pesquisador

Alm

oço

Prato

Bebida

Pesquisador

La

nch

e d

a t

ard

e Prato

Bebida

Pesquisador

Jan

tar

Prato

Bebida

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118

Pesquisador

Cei

a

Prato

Bebida

Pesquisador

Pesquisador responsável: _____________________________________________________

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119

APÊNDICE D

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

FORMULÁRIO 4 – REGISTRO ALIMENTAR DO IDOSO

Data da Coleta: ___/ ____/ ____ Dia da Semana: S T Q Q S S D ILPI:

Nome: Apelido:

Refeição Alimento/Preparação Quantidade

servida

Repetição Quantidade

da

repetição

Quantidade

total

consumida

Desjejum

Horário:

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

Pesquisador:

Lanche da

Manhã

Horário:

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

Pesquisador:

Almoço

Horário:

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

Pesquisador:

Lanche da

Tarde

Horário:

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

Pesquisador:

Jantar

Horário:

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

Nº ORDEM:

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120

Pesquisador:

Ceia

Horário:

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

(Sim)(Não)

Pesquisador:

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121

APÊNDICE E

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

FORMULÁRIO 5 – REJEITO

Data da Coleta: ___/ ____/ ____ Dia da Semana: S T Q Q S S D ILPI:

Nome: Apelido:

Refeição Alimento Peso (g) / Volume

(ml)

Observações

Desjejum

Pesquisador:

Lanche da

Manhã

Pesquisador:

Almoço

Pesquisador:

Lanche da

Tarde

Pesquisador:

Jantar

Pesquisador:

Nº ORDEM

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · PADRÃO ALIMENTAR DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NATAL-RN ... carinho e exemplo cristã

122

Ceia

Pesquisador:

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123

APÊNDICE F

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

PROJETO ENVELHECIMENTO HUMANO E SAÚDE

MODELO DE RELATÓRIO:

CONSUMO ALIMENTAR INDIVIDUAL

NOME:

DATA DA COLETA I: 11/04/2013

REFEIÇÃO ALIMENTOS QUANT. CONSUMIDA(g/ml)

Desjejum Café com leite desnatado diluído 167,91

Coalhada com aveia 290,40

Mamão, formosa, cru 33,63

Melão, cru 106,13

Pão de forno com tomate 25,77

Lanche 1 Suco de graviola 221,67

Almoço Almoço pastoso 268,93

Melancia, crua 108,23

Melão, cru 106,13

Lanche 2 Biscoito, salgado, cream cracker 21,88

Suco de caju ao leite 281,67

Jantar Mingau com suplemento 285,00

Ceia Mingau com Mucilon 181,67

DATA DA COLETA II: 16/05/2013

REFEIÇÃO ALIMENTOS QUANT. CONSUMIDA(g/ml)

Desjejum Café com leite desnatado diluído 142,00

Coalhada com aveia 244,33

Melancia, crua 169,06

Pão de forma com creme de ricota 41,47

Lanche 1 Suco de morango ao leite 228,67

Almoço Almoço pastoso 243,67

Melancia, crua 84,53

Lanche 2 Pão de forma com creme de ricota 33,73

Suco miscelânea 233,33

Jantar Café com leite desnatado diluído 142,00

Jantar pastoso 313,73

Pão de forma com creme de ricota 33,73

Ceia Leite batido com cereais 218,00

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124

ANÁLISE NUTRICIONAL (MÉDIA)

Energia (kcal) Proteína (g) Carboidrato (g) Fibra total (g) Gordura total (g)

1194,91 76,57 174,40 12,82 22,19

Gordura sat (g) Gordura mono Gordura poli Colesterol (mg) Vit. A (RE)

6,68 9,55 3,90 114,81 183,82

Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Vit. B6 (mg) Vit. B12 (microg) Vit. C (mg)

1,55 1,71 1,46 4,04 138,49

Vit. D (microg) Vit. E (mg) Niacina (mg) Cálcio (mg) Cobre (mg)

2,25 3,21 17,16 1205,88 0,95

Folato (microg) Ferro (mg) Fósforo (mg) Magnésio (mg) Manganês (mg)

241,06 5,72 1546,32 230,14 2,18

Potássio (mg) Selênio (microg) Sódio (mg) Zinco (mg)

2627,84 88,17 2294,74 6,27

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos/NEPA – UNICAMP. 4ª ed. rev. e ampl.

Campinas: NEPA – UNICAMP, 2011. 161p.

UNITED STATE DEPARTMENT OF AGRICULTURE (USDA). Agricultural Research

Service. Nutrient Database for Standard Reference, Release 26, 2013.

Disponível em: http://ndb.nal.usda.gov/ndb/search/list

Responsáveis Técnicos: Nut. Laura Camila P. Liberalino / Nut. Natália Louise de Araújo Cabral

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125

APÊNDICE G

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

PROJETO ENVELHECIMENTO HUMANO E SAÚDE

MODELO DE RELATÓRIO: FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

Preparação: Sopa de carne e legumes

Nº PORÇÕES FATOR DE COCÇÃO RENDIMENTO

22 1,20 7185 g

FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO

INGREDIENTES PESO

BRUTO TOTAL

PESO LIMPO TOTAL

PL FC PB

Acelga

- 292,2 g

-

Água

- 3000 ml

-

Alho

18,7 18,0 g

_

Arroz de leite

- 810,9 g

-

Batata inglesa

391,7 275,9 g

1,42

Berinjela

264,9 193,7 g

1,37

Caldo de carne

- 10,6 g

-

Caldo de galinha

- 10,6 g

-

Carne para guisado

- 379,6 g

-

Cenoura

219,2 211,7 g

1,04

Chuchu

- 245,4g

0,00

Coentro

- 20,0 g

-

Cominho pó

- 83,6 g

-

Espinafre folha

- 74,8 g

-

Repolho branco

- 181,7 g

-

Sal

- 33,8 g

-

Spaghetti sem ovos

- 127,0 g

-

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126

Composição Nutricional (para 100 gramas de preparação)

Energia Proteína Lipídeos Colesterol Carboidrato Fibra Cinzas Cálcio

23 2,07 0,45 2,97 2,74 0,44 0,80 6,24

Magnésio Manganês Fósforo Ferro Sódio Potássio Cobre Zinco

3,97 0,04 16,56 0,18 252,09 51,43 0,02 0,40

Retinol RAE Tiamina Riboflavina Piridoxina Niacina Vit C AG Sat

0,10 11,90 0,01 0,00 0,02 0,25 1,84 0,18

AG mono AG poli Vit E Vit B12 Vit D Vit K Folato Selênio

0,16 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 2,16 1,52

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127

APÊNDICE H

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

PROJETO ENVELHECIMENTO HUMANO E SAÚDE

MODELO RELATÓRIO:

PADRONIZAÇÃO DAS PORÇÕES SERVIDAS

Coleta 1 (16/07/13)

ILPI (Cozinha Dietética)

Refeição Alimento/preparação Medida caseira Porção média (g/ml)

Desjejum Café puro 1/2 caneca 153,41

Mamão formosa 1 fatia G 175,70

Papa de aveia com amido 2 conchas 333,93

Papa de aveia (com suplemento) 2 conchas 219,55

Almoço Almôndegas 2 unds P 37,87

Arroz com cenoura 2 colheres de servir 118,20

Batata inglesa cozida 1 colher de servir 77,60

Feijão carioca 1 concha 143,73

Frango cozido 1 pedaço M 99,43

Pastoso 1 porção G + 1/2 porção P 346,30

Jantar Arroz de leite 2 + 1/2 colheres de servir 225,73

Paçoca (carne de sol) 2 colheres de servir 78,73

Pastoso (sopa) 1 porção 351,40

Sopa 2 conchas 279,00

Ceia Chá 1 caneca rasa 243,33

Mingau de mucilon® de milho 1 caneca rasa 240,00

ILPI (Cozinha Geral)

Refeição Alimento/preparação Medida caseira Porção média (g/ml)

Desjejum Pão francês 1 und 45,27

Pão francês integral 1 und 50,17

Pão seda 1 und 53,53

Papa de aveia 2 conchas 193,57

Papa de aveia (com suplemento) 2 + 1/2 conchas 338,00

Lanche 1 Suco de laranja 2/3 caneca 183,33

Almoço Almôndegas 2 unds 110,53

Arroz refogado com mortadela 1 porção 123,00

Batata ao molho branco 1 porção 50,03

Farofa 1 porção 45,30

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128

Feijão carioca 1 concha M 124,77

Frango assado 1 pedaço M 117,97

Gelatina 1 porção 79,30

Macarrão 1 porção 68,90

Pastoso (arroz, feijão, frango) 1 porção 308,87

Lanche 2 Iogurte 1/2 caneca 171,67

Jantar Arroz de leite 2 colheres de servir 46,80

Coalhada CLAN® desnatada c/

adoçante

1 und 140,00

Paçoca 1 colher de servir 210,17

Canja de galinha 1 concha M 102,05

Responsáveis Técnicos:

Nut. Laura Camila P. Liberalino

Nut. Natália Louise de Araújo Cabral

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APÊNDICE I

QFA PARA IDOSOS QUE RESIDEM EM ILPI

Orientações para preenchimento:

Indicar a frequência consumida de um alimento e optar por apenas 1 resposta, considerando:

Frequência: N (Nunca), 1 à 10 (número de vezes que comeu a porção padrão)

Unidade: D (dia), S (semana), M (mês).

PENSANDO NO ÚLTIMO MÊS, COM QUE FREQUÊNCIA O SR. (A) COSTUMA

COMER OU BEBER ESTES ALIMENTOS:

Alimento Porção Padrão Quantas vezes você come Unidade

Arroz 1 colher de servir cheia N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Biscoitos 4 unidades N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Bolos simples 1 fatia média N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Café ½ caneca N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Carne bovina 1 colher de servir N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Cuscuz 1 colher de servir cheia N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Doces 1 colher de servir N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Feijão 1 concha média N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Frango 1 ½ colher de servir N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Frutas/sucos de frutas 1 fatia grande / ½ caneca N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Iogurte ½ caneca N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Legumes e verduras 2 colheres de servir N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Leite ½ xícara de chá N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Macarrão 1 ½ colher de servir N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Margarina de mesa 1 colher de chá N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Mingaus e papas 1 caneca rasa mingau N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Ovos 1 unidade N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Pães 1 unidade N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Peixes ½ posta N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Queijos ½ fatia fina N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Raízes 1 pedaço médio N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Sopas 2 conchas média N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Suplementos 6 colheres medidas N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

Tapioca 1 unidade média N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M

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ANEXO A

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA