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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DANIEL DOS SANTOS FREIRE EDUCAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE: ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO (2007 2011) Natal/RN 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DANIEL DOS SANTOS FREIRE

EDUCAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE: ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS DA

MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE

INDICADORES DE DESEMPENHO (2007 – 2011)

Natal/RN

2012

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DANIEL DOS SANTOS FREIRE

EDUCAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE: ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS DA

MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE

INDICADORES DE DESEMPENHO (2007 – 2011)

Monografia apresentada à Banca Examinadora

da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte como requisito final à obtenção do grau

de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Professor Esp. Edimilson

Monteiro Batista

Natal/RN

2012

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila

Mamede

Freire, Daniel dos Santos.

Educação no rio grande do norte: análise dos municípios da

mesorregião leste potiguar a partir da utilização de indicadores de

desempenho (2007 – 2011). / Daniel dos Santos Freire. – Natal, RN,

2012.

53 f.; il.

Orientador: Prof. Esp. Edimilson Monteiro Batista.

Monografia (Bacharelado) – Universidade Federal do Rio Grande

do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de

Ciências Contábeis.

1. Orçamento Público – Monografia. 2. Orçamento público –

Educação – Monografia. 3. Indicador de desempenho – Monografia.

4. Educação per capita – Monografia. I. Batista, Edimilson Monteiro.

II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 657.31:336.14

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DANIEL DOS SANTOS FREIRE

EDUCAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE: ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS DA

MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE

INDICADORES DE DESEMPENHO (2007 – 2011)

BANCA EXAMINADORA DA MONOGRAFIA:

Prof. Esp. Edimilson Monteiro Batista - Orientador

Prof. MSc. Maurício Corrêa da Silva - Membro

Profª. Isabel Cristina da Costa Nascimento - Membro

Aprovada em: Natal, 18 de DEZEMBRO de 2012.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por materializar um sonho meu e de toda a minha família, tornando possível

tudo isso acontecer ao guiar meus passos sem me abandonar em nenhum momento,

proporcionando-me uma vida maravilhosa.

Aos Meus pais, Lucenildo Freire e Maria Aparecida, pelo amor e apoio durante

todas as etapas de minha vida. Tudo o que conquisto na vida é fruto do empenho e lutas

travadas em nome dos sonhos depositados nos seus filhos.

Meu irmão, Tiago dos Santos, pelo companheirismo e força em todos os momentos.

À minha namorada, Laiane Eufrásio, por hoje junto aos meus pais e meu irmão, ser

uma das bases do alicerce que sustenta minha vida e minha fé na realização dos meus sonhos.

Agradeço-te pelo amor e carinho incondicionais durante este tempo ao meu lado, os quais me

estimulam a estar fazendo sempre o melhor para te surpreender.

Aos meus grandes amigos, Laelson Freire e Gomes (“Gominho”), que sempre

acreditaram na minha capacidade, depositando esperanças e compartilhando a felicidade do

meu desafio em busca do nível superior.

Ao professor Edimilson Batista, meu orientador, pelos ensinamentos, orientações e

amizade durante o desenvolvimento do trabalho, demonstrando um exemplo de

profissionalismo ao desempenhar seu papel de docente.

Aos meus colegas de turma 2008.2 do Curso de Ciências Contábeis – UFRN, os

quais fizeram parte desta longa jornada, fazendo-se presente nos momentos compartilhados.

Ao professor Maurício Corrêa da Silva, do Departamento de Ciências Contábeis,

pela atenção e orientação dada, contribuindo com idéias e conselhos valiosos na consecução

do trabalho.

Aos professores participantes da banca examinadora, professor Maurício Corrêa da

Silva e professora Isabel Cristina da Costa Nascimento pela disponibilidade, atenção e

valiosas considerações.

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“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da

humanidade.”

Immanuel Kant

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo principal abordar as finanças públicas direcionadas à

educação dos municípios da mesorregião Leste Potiguar do Rio Grande do Norte, entre os

anos de 2007 a 2011, a partir da utilização do indicador de desempenho educação per capita e

sua comparação com o indicador do governo do estado do RN. Com o intuito de responder o

objetivo acima, o estudo teve os seguintes objetivos específicos: construir um referencial

teórico capaz de fundamentar na literatura e legislação, o tema e a importância do indicador

de desempenho utilizado na pesquisa; identificar as mesorregiões que compõe o estado do Rio

Grande do Norte e seus respectivos municípios, como também o quantitativo populacional

dos municípios da mesorregião selecionada para o estudo; demonstrar o desempenho dos

municípios em estudo utilizando o indicador educação per capita, no período de 2007 a 2011

e verificar possíveis relações entre o cenário da educação do RN e o resultado obtido na

análise do indicador de desempenho dos municípios. No que tange à metodologia, a pesquisa

refere-se a um estudo exploratório, quanto à estratégia, e descritivo, quanto aos meios, tendo

como técnica de coleta de dados os relatórios apresentados no SIOPE, e quadros

demonstrativos do IBGE. Com o propósito de analisar os dados obtidos, elaboraram-se

tabelas descrevendo estes resultados anualmente. As informações apontam: a) que os

principais municípios da mesorregião apresentam indicadores não satisfatórios, estando

abaixo do resultado geral do estado; b) que os investimentos na área da educação não são

mantidos na tendência de crescimento, variando ao longo dos anos, e, ainda, c) que nos anos

em análise, seis municípios figuraram entre os primeiros cinco lugares em cada ano analisado.

Finalmente, foi possível verificar que como indicado pelas avaliações de órgãos competentes

da administração pública da área da educação, o estado do RN apresenta resultados não

satisfatórios, como também os principais municípios deste estado precisam investir mais

recursos na área para vir a obter um bom desempenho na educação.

Palavras-chave: Indicadores de Desempenho. Educação per capita. Administração Pública.

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ABSTRACT

This study aimed to address the public finances directed to education municipalities of

mesoregion East Potiguar of Rio Grande do Norte, between the years 2007 to 2011, from the

use of performance indicator per capita education and its comparison with the indicator of the

state of the RN. In order to meet the above objective, the study had the following specific

objectives: to build a theoretical framework able to substantiate the legislation and literature,

the theme and the importance of performance indicator used in the research; identify

mesoregions that comprise the state of Rio Great Northern and its respective municipalities,

as well as the quantitative population of the municipalities of mesoregion selected for the

study; demonstrate the performance of municipalities in the study using education indicator

per capita in the period from 2007 to 2011 and to verify possible relationships between

scenario of education RN and the result obtained in the analysis of the performance indicator

of the municipalities. Regarding the methodology, the research refers to an exploratory study,

as to the strategy, and descriptive, as to the means, having as technical data collection the

reports submitted in SIOPE, and demonstrative charts of IBGE. With intention of analyzing

the data obtained, were prepared tables describing these results annually. The information

indicate: a) that the major cities of mesoregion exhibit unsatisfactory indicators , below the

overall outcome of the state, b) that investments in education are not kept in the growth trend,

ranging over the years, and, yet, c) that in the years under review, six counties were among

the first 5 places in each year analyzed. Finally, we found that as indicated by evaluations of

bodies of public administration in the area of education, the state of the RN presents

unsatisfactory results, as well as the main cities of this state need to invest more resources in

the area to come to get good performance in education.

Keywords: Performance Indicators. Education per capita. Public Administration.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mesorregiões do Estado do Rio Grande do Norte 33

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Municípios da Mesorregião Agreste Potiguar 33

Quadro 2 – Municípios da Mesorregião Central Potiguar 34

Quadro 3 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar 34

Quadro 4 – Municípios da Mesorregião Oeste Potiguar 35

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Indicadores Gerais – Educação Per Capita (2007 – 2011) 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Indicadores de Desempenho e Análise (Positivos e Negativos) 30

Tabela 2 – Educação Per Capita – RN (2007-2011) 38

Tabela 3 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2007) 39

Tabela 4 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2008) 41

Tabela 5 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2009) 42

Tabela 6 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2010) 44

Tabela 7 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2011) 46

Tabela 8 – Indicadores Gerais – Educação Per Capita (2007 – 2011) 47

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LISTA DE SIGLAS

CF – Constituição Federal.

FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização

dos Profissionais da Educação.

FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias.

LOA – Lei Orçamentária Anual.

LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal.

MEC – Ministério da Educação.

ONU – Organização das Nações Unidas.

PPA – Plano Plurianual.

RGF – Relatório de Gestão Fiscal.

RN – Rio Grande do Norte.

RREO – Relatório Resumido de Execução Orçamentária.

SIOPE – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação.

SISTN – Sistema de Coleta de Dados Contábeis de Estados e Municípios.

STN – Secretaria do Tesouro Nacional.

TCU – Tribunal de Contas da União.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 Contextualização do Problema 15

1.2 Objetivos 17

1.2.1 Objetivo Geral 17

1.2.2 Objetivos Específicos 17

1.3 Justificativa 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20

2.1 O Estado e a Administração Pública no Brasil

2.1.1 O atendimento das necessidades da sociedade

2.1.2 Educação e Constituição Federal do Brasil

2.1.3 Educação no Rio Grande do Norte

2.2 Sistemas de Prestação de Contas

2.2.1 SISTN

2.2.2 SIOPE

2.3 Indicadores de Desempenho e Análise

2.3.1 Indicadores de Execução Orçamentária e Financeira, Indicadores de

Execução Patrimonial e Indicadores Gerais

2.4 O Estado do Rio Grande do Norte

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa

3.2 Instrumento e Processo de Coleta de Dados

3.3 Limitações do Método

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do problema

O Orçamento Público é tema essencial e relevante para ser discutido e aperfeiçoado

em todo Estado, como vem sendo aos poucos, elemento de análise no Brasil. Surgiu na

Inglaterra em 1925 com o advento da chamada Carta Magna de São João Sem Terra, na qual

o rei não poderia mais cobrar impostos sem a autorização do Conselho formado pela Nobreza,

transformando-se, mais tarde, no Parlamento. Já no Brasil é possível verificar a existência

deste elemento desde o Período Colonial, sendo estudado e evoluindo em suas adaptações ao

longo dos anos, até vivenciarmos o Orçamento Público no Brasil atualmente (GIACOMONI,

1986).

As constantes transformações decorrentes da evolução social e tecnológica ao longo

dos anos, bem como o maior acesso por parte dos cidadãos aos gastos públicos, tornaram

premente a preocupação de buscar incentivar a criação de instrumentos que pudessem

controlar as finanças governamentais, permitindo ao cidadão identificar a destinação dos

recursos que são recolhidos pelo governo.

Visando assegurar a transparência e a eficácia na execução do orçamento público,

deverá ser observado as normas definidas pela Constituição Federal (CF), pela Lei nº 4.320 de

17 de Março de 1964, como também pela Lei Complementar nº 101, de 4 de Maio de 2000,

mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e de vários outros instrumentos

reguladores da política pública.

A partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, a União, os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios ficaram obrigados a publicar o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório

Resumido de Execução Orçamentária (RREO), onde são apresentados os demonstrativos

contábeis com a prestação de contas acerca dos gastos públicos.

Em consonância com estas obrigações, estão os desafios em garantir a aplicação dos

recursos públicos de forma mais eficiente possível, atendendo de forma rápida e satisfatória as

necessidades da sociedade, utilizando os recursos de forma responsável e transparente.

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Pode-se destacar como elemento que necessita de toda esta atenção, a educação

pública. A educação, a saúde e a moradia, de acordo com a Constituição Federal de 1988, são

direitos sociais da população. A educação está prevista no art. 205 da CF de 1988 e constitui

direito de todos e dever do Estado e da família promovê-la e incentivá-la com o apoio da

sociedade.

A educação está estreitamente associada ao desenvolvimento social de uma

população, e o nível educacional de um país é resultado de décadas de investimento nesta

área. Sabe-se que é através da educação que o indivíduo adquire conhecimento e orientação

sobre como se tornar um bom cidadão para, assim, relacionar-se com os demais indivíduos da

sociedade.

Em face do exposto anteriormente, percebe-se a extrema importância que tem o

investimento em educação para que as pessoas possam melhorar sua condição de vida,

fazendo com que a sociedade no geral se desenvolva, tornando o Brasil um país melhor em

todos os sentidos. Para Arretche (2001), a importância da avaliação de eficiência para o

planejamento e gestão das políticas reside na possibilidade de dar ao gasto público melhor

alocação e uso mais racional.

Logo, este estudo se fundamenta no fato de que a manutenção de programas de

educação, de acordo com a Constituição (Art. 358, CF), é de competência dos municípios,

com a cooperação técnica e financeira da União e dos Estados.

O Estado do Rio Grande do Norte é uma das 27 unidades federativas do Brasil,

situando-se na Região Nordeste, sendo constituído, de acordo com o IBGE, por quatro

mesorregiões (subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma

área geográfica com similaridades econômicas e sociais).

As mesorregiões do Rio Grande do Norte são: Mesorregião do Agreste Potiguar,

Mesorregião Central Potiguar, Mesorregião Leste Potiguar e Mesorregião do Oeste Potiguar.

A mesorregião Leste Potiguar em estudo é a mais populosa do estado, possuindo uma área

total de 6.451,841 km², sendo formada pela união de 25 municípios (IBGE).

No presente trabalho, busca-se, por meio deste estudo e pesquisa, responder a

problemática que segue: os resultados obtidos na análise do indicador de desempenho

educação per capita dos municípios da mesorregião Leste Potiguar são compatíveis, no

período de 2007 a 2011, com o resultado geral do governo do estado do Rio Grande do

Norte?

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

A pesquisa tem como objetivo geral abordar as finanças públicas direcionadas à

educação, dos municípios da mesorregião Leste Potiguar do Rio Grande do Norte, entre os

anos de 2007 e 2011, a partir da utilização do indicador de desempenho educação per capita e

sua comparação com o indicador do estado do Rio Grande do Norte.

1.2.2 Objetivos Específicos

Com o fim de alcançar o objetivo geral proposto, são traçados os seguintes objetivos

específicos:

Construir um referencial teórico capaz de fundamentar na literatura e legislação, o

tema e a importância do indicador de desempenho utilizado na pesquisa;

Identificar as mesorregiões que compõe o Estado do Rio Grande do Norte e seus

respectivos municípios, como também o quantitativo populacional dos municípios da

mesorregião Leste Potiguar selecionada para o estudo;

Demonstrar o desempenho dos municípios em estudo, utilizando o indicador educação

per capita, no período de 2007 a 2011;

Verificar possíveis relações entre o cenário da educação do Rio Grande do Norte e o

resultado obtido na análise do indicador de desempenho dos municípios estudados;

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1.3 Justificativa

A educação, de acordo com a Constituição Federal de 1988, é considerada um direito

social da população. Este tema passou por grandes modificações e a ser discutido com maior

freqüência após a edição desta CF de 1988, sendo a partir da segunda metade da década de 90,

incentivado o processo de descentralização das responsabilidades, favorecendo a

municipalização da rede de ensino básico.

Tratar do tema educação é analisar a influência que este elemento possui sobre a vida

social de uma região, o quanto investir nesta área poderia tornar uma determinada região mais

desenvolvida, com base sustentável para o crescimento tanto social quanto econômico.

Para analisar este tema e os investimentos de recursos públicos nesta área é preciso

também ter em mente que a Contabilidade Pública nos últimos anos vem passando por

diversas transformações, no que tange a uma maior transparência e acesso as informações por

parte dos usuários que a utilizam.

Com o aumento considerável dos gastos com educação a partir de 2000, tornou-se

essencial e estritamente relevante o governo e a própria população fiscalizar o repasse

destinado à educação e os seus gastos de manutenção. Todo e qualquer cidadão têm o direito

de consultar as contas públicas, e essas contas deverão ser disponibilizadas em meios

eletrônicos de fácil acesso público, assim como os governos têm a obrigação de prestar essas

contas periodicamente (BRASIL, 2000).

Dados da Unesco, o braço direito da ONU para cultura e educação, demonstraram

que neste ano de 2012, o Brasil ficou em 88º lugar de 128 países no ranking da educação. O

relatório aponta que o Brasil apresenta alta repetência e baixos índices de conclusão da

educação básica, sendo o maior índice de taxa de repetência média para todas as séries do

ensino fundamental na região da América Latina.

No mesmo contexto, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB),

índice utilizado pelo Ministério da Educação que retrata a nota de ensino básico no país,

servindo como diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro e determinante para as políticas

de distribuição de recursos do MEC demonstrou que a meta para a educação básica no RN foi

atingida, porém ficando ainda abaixo da média nacional, enquanto que o Ideb ensino médio

não atingiu a meta estabelecida. Ainda temos como agravante, o fato de três escolas do RN

estarem entre as dez escolas do país com resultados mais preocupantes.

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Ao analisar tais dados, percebe-se a importância dos investimentos na área de

educação por parte da Administração Pública, como também o acompanhamento da utilização

destes recursos públicos.

Desse modo, o presente estudo se justifica por buscar contribuir efetivamente para o

conhecimento da situação do gasto público com a educação nos municípios do Estado do Rio

Grande do Norte, neste primeiro momento com os municípios que compõe a mesorregião

Leste Potiguar, ao demonstrar os gastos com a função educação nos anos de 2007 a 2011,

comparando-os com o número populacional nestes mesmos anos, além de analisar essa

possível evolução no investimento nesta área comparando-a com o cenário da educação que o

RN está vivenciando.

Além do exposto anteriormente, o trabalho é justificado ainda pela necessidade

crescente da implementação de metodologias favoráveis ao estudo da Contabilidade Pública,

as quais forneçam informações para que os usuários consigam levantar opiniões sobre o uso

dos recursos por parte da Administração Pública, já que mesmo com o avanço da legislação

referente à busca pela transparência das demonstrações contábeis públicas, estas ainda estão

longe do entendimento do cidadão brasileiro, o qual não detém conhecimento sobre

nomenclatura, dados, números expressos nestas demonstrações. Ademais, tal pesquisa se

caracteriza como uma fonte a mais de consulta para os debates e experiências já

desenvolvidas sobre a temática em questão e para futuros estudos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O Estado e a Administração Pública no Brasil

De acordo com Cicco e Gonzaga (2009), o Estado é uma instituição organizada

política, social e juridicamente, ocupa um território definido, e na maioria das vezes, sua lei

maior é uma Constituição. É dirigido por um governo soberano, reconhecido interno e

externamente, sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o

monopólio legítimo do uso da força e da coerção.

O conceito de Estado ao longo dos anos sofreu modificações, no qual as primeiras

definições remetiam-se apenas como tendo a finalidade de suprir as necessidades básicas da

população, posteriormente este conceito inicial sofreu alterações passando a desempenhar a

função também intervencionista, principalmente interferindo nas políticas da economia.

Para auxiliar na organização do Estado, Montesquieu, baseado nas obras de

Aristóteles e John Locke, escreveu a obra O Espírito das Leis, delineando parâmetros

fundamentais da organização do Estado a partir da consagração da Teoria dos Três Poderes.

Conforme o art. 2º da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), “são poderes

da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. O

Poder Executivo tem como sua função típica, administrar a coisa pública. O Poder Legislativo

tem como função típica, legislar e fiscalizar. E por fim, o Poder Judiciário, tem como função

típica, julgar aplicando a lei.

Analisando o Estado brasileiro, a Constituição Federal (BRASIL, 1988), no Título

III, Capítulo I, art. 18, descreve que “a organização político-administrativa da República

Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

todos autônomos, nos termos desta Constituição”.

Atualmente, as razões que levam os Estados a escolherem e manterem a forma

federativa de organização, são a busca de uma maior descentralização territorial do poder

político, a manutenção da autonomia político-administrativa dos entes federados e a

preservação das heterogeneidades existentes em alguns Estados, seja de ordem étnica, racial,

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cultural, religiosa, linguística, entre outras, sem haver necessidade de separação do todo,

como ocorre na Bélgica e na Suíça (BASTOS, 2004).

Quando se observa a literatura correlata ao assunto, nota-se a definição que o Brasil é

uma República Federativa, constitui-se em Estado democrático de direito, possuindo três

Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e é composto pela divisão entre os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, cada um prestando serviços à sociedade dentro de seus

domínios, buscando atender as necessidades da população. E o alcance desses objetivos pelo

Governo é exercido através da administração pública.

A administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que

procuram satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança,

saúde, etc. Ela exerce suas funções por meio de seus agentes, órgãos, entes e atividades

públicas, garantindo a direta e imediata realização plena dos fins pretendidos pelo Estado, em

outras palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da

prestação de serviços públicos. (BRASIL ESCOLA, 2010).

A administração pública está dividida em administração direta e administração

indireta. A administração direta, ou centralizada, segundo Silva (2008, p.188), “compreende a

organização administrativa do Estado como pessoa administrativa”. Ainda, segundo Silva

(2008, p.189), a administração indireta, ou descentralizada, “corresponde à organização

administrativa das pessoas jurídicas vinculadas que são criadas pelo Estado para com ele

comporem a administração pública, auxiliando-o no exercício da atividade administrativa”.

Deste modo, estabelece-se que pertence à administração direta os serviços públicos

prestados diretamente pelo Governo, enquanto que, na administração indireta os serviços

públicos são delegados pelo Governo a outras entidades, sem prejuízo à população, sendo

estas entidades especialistas nos serviços prestados.

Sobre a administração indireta o decreto-lei nº 200 estabelece as categorias de

entidades que tem personalidade jurídica própria com a qual o Estado transfere a sua

titularidade ou execução das funções para que essas pessoas jurídicas, sendo elas as

autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas.

As autarquias e as fundações públicas têm natureza jurídica de direito público, enquanto que

as empresas públicas e sociedades de economia mista têm natureza jurídica de direito privado,

tais entidades possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa

(TEIXEIRA, 2010).

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Ainda, acerca da administração pública, devemos destacar a existência dos princípios

básicos que a norteiam e os princípios fundamentais que complementam a idéia central do

sistema desta administração, estabelecendo suas diretrizes.

Segundo o artigo 37 da CF, “A administração pública direta e indireta de qualquer

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Segundo o decreto-lei 200/1967, “As atividades da Administração Federal

obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: Planejamento, Coordenação,

Descentralização, Delegação de Competência e Controle”.

Assim sendo, é possível compreender que o Estado é uma entidade jurídica, ou seja,

é uma pessoa coletiva, enquanto que, a administração pública no sentido formal é o conjunto

de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do Governo e no sentido material é a

atividade que o Estado desenvolve, utilizando todos os seus órgãos e entidades com vista à

satisfação das necessidades da população.

2.1.1 O atendimento das necessidades da sociedade

A administração pública atualmente é voltada para as reais necessidades do cidadão,

sempre buscando a obtenção de resultados satisfatórios. Sua orientação é para o cidadão e

para a obtenção destes resultados: como estratégia, faz uso da descentralização e do incentivo

à criatividade e inovação e envolve, ainda, uma mudança de estratégia de gerência, que,

entretanto, tem de ser posta em ação em uma estrutura administrativa reformada, cuja ênfase

seja a descentralização e a delegação de autoridade (PEREIRA, 1997).

Como citado anteriormente, administração pública é o conjunto de órgãos, serviços,

e agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da sociedade, ou seja, é todo o

aparelhamento do Estado preordenado à realização dos serviços voltados ao atendimento do

cidadão.

Dentre os princípios da administração pública, o princípio da eficiência pode ser

considerado como um determinante para as necessidades da sociedade, o qual exige que a

atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, para

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obtenção de resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das

necessidades da comunidade e seus membros (MEIRELLES, 1998).

Pelo que se percebe, pretendeu-se, com a inclusão do dever de eficiência dentre os

princípios constitucionais aplicáveis às atividades da Administração Pública, tornar

induvidosa que a atuação do administrador, além de ater-se a parâmetros de presteza,

perfeição e rendimento, deverá se fazer nos exatos limites da lei, sempre voltada para o

alcance de uma finalidade pública e respeitados parâmetros morais válidos e socialmente

aceitáveis. E tudo isso mediante a adoção de procedimentos transparentes e acessíveis ao

público em geral. Significa dizer que não bastará apenas atuar dentro da legalidade, mas que

se terá, ainda, necessariamente, que visarem-se resultados positivos para o Serviço Público e o

atendimento satisfatório, tempestivo e eficaz das necessidades coletivas (OSÓRIO, 2005).

Diante disto, pode-se considerar a efetividade do serviço público como sendo

satisfazer as necessidades básicas dos seus clientes, sua cultura e carências sociais, no qual o

cliente é a própria sociedade, necessitando-se de se transcender para bem servir a

coletividade.

Estas necessidades básicas são descriminadas no orçamento-programa da

administração pública, no qual as metas governamentais estão estruturadas em diversas

categorias programáticas que representam objetivos da ação governamental.

A fim de facilitar a determinação da classificação a ser descrita, o Ministério do

Orçamento e Gestão instituiu a Portaria nº 42, de 14 de Abril de 1999, possuindo esta portaria

um rol de funções e subfunções prefixadas, servindo como agregador dos gastos públicos por

área de ação governamental. Dentre as funções descritas na Portaria nº 42/99 estão a

Assistência Social, Saúde, Trabalho, Saneamento, Energia, Transporte, Educação, etc.

Nos últimos anos, a classificação funcional programática representou um grande

avanço na técnica de apresentação orçamentária, tendo como escopo principal a busca para o

setor público de uma administração menos burocrática e mais gerencial.

A classificação funcional programática demonstra as realizações do governo, o

resultado final de seu trabalho em prol da sociedade, pois a inclusão do programa junto às

funções permite articular um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum

preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos, visando à solução de um problema

ou ao atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.

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2.1.2 Educação e Constituição Federal do Brasil

A educação no Brasil ganhou maior atenção nos anos posteriores à Constituição

Federal de 1988, na qual em seu artigo 6º determina que a educação é um direito fundamental

de natureza social, onde na primeira vez na história explicita-se a declaração dos direitos

sociais, destacando-se, com primazia, a educação.

De acordo com o art. 6º da CF (CF, 88), “são direitos sociais a educação, a saúde, a

alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à

maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

O direito a educação vem detalhado no Título VIII, Da Ordem Social, especialmente

nos artigos 205 a 214, sendo determinados os princípios e objetivos, os deveres de cada ente

da Federação, a estrutura educacional brasileira, etc.

Conforme o art. 205 da CF (1988):

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Ainda, podemos destacar o art. 208 como o que detalha o direito à educação, e o art.

212 que determina a competência de cada ente federativo perante a educação e estabelece o

percentual dos gastos com esse serviço, sendo os estados e municípios obrigados aplicar 25%

de suas receitas de impostos e transferências, e o governo federal, 18%.

Além da previsão constitucional, há outros documentos jurídicos relevantes a

respeito do direito à educação, dentre eles a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do

Magistério (FUNDEF) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e

de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).

A LDB foi promulgada em 20 de dezembro de 1996, e dispõe sobre todos os

aspectos do sistema educacional brasileiro, dos princípios gerais, recursos financeiros,

formação e diretrizes dos profissionais da educação.

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A partir da Emenda Constitucional nº 14/96, o financiamento da educação pública no

Brasil passou a ser feito pelo FUNDEF, o qual vigorou de 1997 a 2006, sendo desde 2007 até

os dias atuais, financiado pelo FUNDEB. Este tem como principal avanço atender além do

ensino fundamental, também o ensino infantil, ensino médio e a educação de jovens e adultos.

Por fim, O FUNDEB pode ser considerado um conjunto de fundos contábeis para

promover o financiamento da educação básica pública, formado por recursos dos três níveis

da administração pública no Brasil.

2.1.3 Educação no Rio Grande do Norte

O ensino no Brasil teve seu início com as ordens religiosas, sobretudo a dos jesuítas,

sendo as primeiras instituições que se dedicaram a instrução civil e religiosa. No Rio Grande

do Norte, o ensino teve seu início a partir da instalação das vilas que ficaram sobre a

administração dos missionários.

No ano de 1827, surgiram as primeiras escolas primárias, sendo a partir deste ponto a

expansão posterior ao interior do RN. Nesta época teve destaque a construção da escola

Ateneu, a qual ainda é presente na vida da população do presente estado.

Desde este marco da inauguração da escola Ateneu até os dias atuais, estão presentes

várias escolas que preservam a história da educação no Rio Grande do Norte.

Atualmente, o Brasil ocupa a 88ª posição no ranking de educação realizado pela

Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), de um total de

127 países, ficando entre os países de nível médio, atrás de Argentina, Chile e até mesmo

Equador e Bolívia (FOLHA DE SÃO PAULO, 2012)

Em 14 de agosto deste ano de 2012, o MEC divulgou resultados preliminares do

IDEB 2011, demonstrando para o estado do RN um resultado preocupante, o qual houve no

ensino fundamental II um aumento insignificante, e uma paralisação nos resultados do ensino

médio, este último pode ser considerado o grande problema da educação no Rio Grande do

Norte.

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O IDEB é um indicador calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, e

média nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira), tendo como objetivo servir de diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro, como

referência para as políticas de distribuição de recursos do MEC.

Ainda sobre esta problemática da educação no Rio Grande do Norte, podemos dizer

que esta área necessita de investimentos públicos, para que assim possa atingir as metas

planejadas, qualificando a população, contribuindo para o social e econômico do estado em

estudo.

2.2 Sistemas de Prestação de Contas

O conceito de prestação de contas possui grande importância tanto no âmbito público

quanto privado. No âmbito público podemos definir como o processo de contas relativo à

gestão dos responsáveis por unidades da administração indireta e daquelas não classificadas

como integrantes da administração direta, que é supervisionado por um conjunto de leis e

obrigações de acordo com a legislação vigente.

De acordo com o Art. 70, § 1 da CF, “Prestará contas qualquer pessoa física ou

jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,

bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma

obrigações de natureza pecuniária.

Os processos de prestação de contas e tomada de contas são inerentes aos

procedimentos de gestão das entidades públicas, à qual está ligada à transparência

institucional.

Nos termos da Instrução Normativa nº 47/2004 do Tribunal de Contas da União

(TCU), a prestação de contas é: “Processo de contas relativo à gestão dos responsáveis por

unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e daquelas não classificadas como

integrantes da administração direta federal”.

A mesma Instrução Normativa define o processo de tomada de contas como:

“Processo de contas relativo à gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da

administração federal direta”.

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Dentre esta temática, também existe a tomada de contas especial, na qual será

instaurada quando verificada que não houve prestação de contas por agente responsável, ou

que ocorreu desfalque, desvio ou irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda

Nacional. Este processo só poderá ser aberto depois de executadas todas as medidas

administrativas internas objetivando o ressarcimento pretendido.

Conforme art. 148 do Decreto nº 93.872/86, “Está sujeito à tomada de contas

especial todo aquele que deixar de prestar contas da utilização de recursos públicos, no prazo

e forma estabelecidos, ou que cometer ou der causa a desfalque, desvio de bens ou praticar

qualquer irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda Nacional”.

Portanto, dentre os sistemas de prestação de contas, será descrito dois dos principais

sistemas em relação à temática dos gastos públicos com educação: o SISTN e o SIOPE.

2.2.1 SISTN

O Sistema de Coleta de Dados Contábeis de Estados e Municípios tem por objetivo

coletar dados contábeis dos entes da Federação – Estados, Distrito Federal e Municípios

(englobando os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e, quando for o caso, dos

Ministérios Públicos Estaduais), de modo a apresentar as informações necessárias à

transparência dos recursos públicos, especificamente aquelas relativas à implementação dos

controles estabelecidos pela LRF e legislação complementar (BRASIL, 2010).

O SISTN faz parte do convênio firmado entre a CAIXA e a Secretaria do Tesouro

Nacional – STN, o qual é operacionalizado via internet, facilitando o encaminhamento dos

dados contábeis dos municípios à STN, proporcionando maior transparência na prestação de

informações, atendendo o disposto na LRF.

De acordo com a Lei Complementar nº 101/2000 (art.51), o Poder Executivo da

União tem até o dia 30 de junho de cada ano para promover a consolidação nacional e por

esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, assim

como, divulgar os dados por meios eletrônicos de acesso público.

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2.2.2 SIOPE

O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação –SIOPE- é um

sistema eletrônico, operacionalizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –

FNDE, instituído para coleta, processamento, disseminação e acesso público às informações

referentes aos orçamentos de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, sem prejuízo das atribuições próprias dos Poderes Legislativos e dos Tribunais de

Contas (BRASIL, 2010).

O SIOPE foi instituído pela Portaria Ministerial (MEC) nº 844, de 08 de julho de

2008, tendo periodicidade anual e o prazo final para transmissão dos dados, o dia 30 de abril

de cada ano, conforme estabelecido no art. 52 da Lei Complementar nº 101/2000. O

preenchimento completo, atualizado e em dia do sistema é condição indispensável para

celebrar convênios com órgãos federais e receber transferências voluntárias da União.

O principal objetivo do SIOPE é levar ao conhecimento da sociedade o quanto as três

esferas do governo investem efetivamente em educação no Brasil, fortalecendo, assim, os

mecanismos de controle social dos gastos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Dessa

forma, este sistema contribui para garantir maior efetividade e eficácia das despesas públicas

em educação e, em última instância, para a melhoria da qualidade dos serviços prestados à

sociedade pelo Estado.

De acordo com o art. 1º da Portaria nº 844 (MEC):

O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação –

SIOPE tem como objetivos:

I – constituir base de dados nacional detalhada sobre receitas e investimentos

públicos em educação de todos os entes federativos;

II – estabelecer padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino,

baseado no cálculo mínimo por aluno, visando assegurar ensino de qualidade

para todos os brasileiros, em atenção ao disposto no artigo 74 da Lei nº

9.394, de 20 de dezembro de 1996;

III – permitir o planejamento e dimensionamento das ações supletivas da

União em educação, em respeito ao comando do parágrafo 1º do artigo 211

da CF;

IV – subsidiar a elaboração de políticas educacionais em todos os níveis de

Governo;

V – produzir indicadores de eficiência e eficácia dos investimentos públicos

em educação;

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VI – assegurar a transparência e publicidade à gestão dos recursos públicos

destinados à educação, incrementando os mecanismos de controle legal e

social.

Os Poderes Executivos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão

responsáveis pela fidedignidade das informações apresentadas no SIOPE.

2.3 Indicadores de Desempenho e Análise

Indicador de desempenho é um número, percentagem ou razão que mede um aspecto

do desempenho, com o objetivo de comparar esta medida com metas preestabelecidas (TCU,

2000, p.9).

A utilização de indicadores de desempenho tem como objetivo auxiliar através da

análise de dados, a avaliação do desempenho de um determinado setor ou órgão num certo

período de tempo, observando as competências e controle dos recursos.

Um sistema de indicadores de desempenho bem planejado e bem estruturado oferece

a possibilidade de um grau maior de compromisso com resultados durante a discussão e a

execução de programas mediante a determinação de metas de desempenho que expressem os

sucessos esperados em termos da quantidade e qualidade dos serviços prestados à comunidade

e da efetividade e eficiência com que são oferecidos (SANTOS; CARDOSO, 2001).

Segundo Teixeira e Santana (1995, p.85), um sistema de indicadores, adequadamente

definido, funciona como um instrumento de racionalização e modernização da gestão. Ele

delimita o campo observável da ação a ser desenvolvida, facilitando a identificação dos

objetivos e metas a serem perseguidos por uma organização ou área governamental; propicia a

concentração de esforços, na medida em que define objetivamente os resultados esperados e,

conseqüentemente, os meios para alcançá-los. Permite que os diversos agentes tenham mais

claros os critérios pelos quais estão sendo avaliados; e, sobretudo, cria condições para que a

população de um modo geral, e o usuário em particular, possa conhecer o desempenho do

setor.

Segundo o Tribunal de Contas da Bahia (2001, apud SILVA, 2012, p. 49), a

utilização de indicadores de desempenho para aferir os resultados alcançados pelos

administradores é uma metodologia que está relacionada ao conceito de gerenciamento

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voltado para resultados (results oriented management – ROM). Esse conceito tem sido

adotado nas administrações públicas de diversos países, especialmente nos de cultura anglo-

saxônica (EUA, Austrália, Reino Unido).

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2003, apud

SILVA, 2012, p.47), é sugerida a avaliação de desempenho das entidades públicas com três

grupos de indicadores: geral, sociais e específicos. Sendo propostos indicadores de execução

orçamentária e financeira, patrimoniais e gerais, os quais serão descritos a seguir,

contribuindo com a avaliação da gestão pública.

2.3.1 Indicadores de Execução Orçamentária e Financeira, Indicadores

Patrimoniais e Indicadores Gerais

De acordo com SILVA (2012), os indicadores de execução orçamentária e financeira

são utilizados para analisar os dados do balanço orçamentário. Os indicadores de execução

patrimonial são utilizados para analisar os dados do balanço patrimonial. E, os indicadores

gerais são utilizados para analisar os dados de quaisquer demonstrativos contábeis públicos.

Ainda de acordo com o referido autor, estes indicadores são divididos em positivos e

negativos, no qual os indicadores positivos apresentam como análise dos itens, o

entendimento de quanto maior – melhor, enquanto que, os indicadores negativos apresentam o

entendimento de que quanto maior – pior.

Tabela 1 – Indicadores de Desempenho e Análise (Positivos e Negativos).

INDICADORES FÓRMULA

INDICADORES DE

EXECUÇÃO

ORÇAMENTÁRIA E

FINANCEIRA.

POSITIVOS

COMPROMETIMENTO DA

RECEIRA CORRENTE

INVESTIMENTO REAL

NEGATIVOS

AMORTIZAÇÃO E

REFINANCIAMENTO DE

DÍVIDA REAL

ENCARGOS DA DÍVIDA NA

DESPESA CORRENTE

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INDICADORES DE

EXECUÇÃO

PATRIMONIAL

POSITIVOS

CAPACIDADE TOTAL DE

PAGAMENTO

CAPACIDADE SECA DE

PAGAMENTO

NEGATIVOS

COMPROMETIMENTO

FINANCEIRO COM RESTOS A

PAGAR

COMPROMETIMENTO

FINANCEIRO COM

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

INDICADORES GERAIS

POSITIVOS INVESTIMENTO PER CAPITA

EDUCAÇÃO PER CAPITA

NEGATIVOS

OPERAÇÕES DE CRÉDITO E

REFINANCIAMENTO DA

DÍVIDA PER CAPITA

RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES

PER CAPITA

Fonte: Adaptado de SILVA (2012).

Na tabela acima está representado alguns exemplos de indicadores de desempenho

que podem ser utilizados na análise de dados dos balanços contábeis. Todos os indicadores de

desempenho e análise possuem fórmulas determinadas para que possa chegar a resultados

utilizados no estudo.

Para o presente estudo será utilizado o indicador de desempenho e análise educação

per capita, o qual tem o objetivo de analisar os gastos com educação pelo número de

habitantes de determinada região, no caso em particular, o Estado do Rio Grande do Norte e a

Mesorregião Leste Potiguar.

Os gastos com educação estão previstos no Art. 212 da Constituição Federal. Será

utilizado para estudo dos dados e resultados obtidos este indicador de desempenho, que é

obtido pela razão entre as despesas com a função educação obtidas no SIOPE, pelo número de

habitantes, que foi extraído de estimativas populacionais do IBGE.

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2.4 O Estado do Rio Grande do Norte

A História do estado do Rio Grande do Norte inicia-se a partir do povoamento do

território brasileiro. Ao longo de sua história, seu território sofreu invasões de povos

estrangeiros. Como destaque nos primórdios de sua história, temos a criação das capitanias

hereditárias em 1533, no qual o Rio Grande é doado a João de Barros pelo Rei Dom João III

de Portugal (WIKIPEDIA, 2012).

Em 1882, quando o Brasil conquistou sua Independência, o Rio Grande do Norte

passaria a se tornar província e, com a queda da monarquia e a consequente Proclamação da

República, a província se transforma em um estado, tendo como primeiro governador Pedro

de Albuquerque Maranhão (WIKIPEDIA, 2012).

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, o Rio Grande do Norte ganha fama

internacional, devido aos Estados Unidos estabelecerem uma base aérea no Estado, conhecida

como “Trampolim da Vitória”, devido ao grande “salto” que proporcionou para frente aliada.

A presença norte-americana em Natal mudou os hábitos da pequena cidade nordestina, e

ainda, proporcionou um grande aumento populacional do RN (TRIBUNA DO NORTE,

2010).

A partir de 1974, com a descoberta do petróleo, a economia do estado começou a

crescer. Atualmente, a extração e processamento de petróleo é uma das atividades de maior

potencial econômico no estado, tendo ainda como destaque o turismo, a agricultura, e a

carcinicultura como atividades importantes.

O Rio Grande do Norte é uma das 27 unidades federativas do Brasil. O estado é

dividido em 167 municípios e ocupa uma área de 52.796,791 km². A capital do estado é a

cidade de Natal, pertencente à região metropolitana de Natal, à microrregião de Natal, à

mesorregião do Leste Potiguar e ao Pólo Costa das Dunas (WIKIPEDIA, 2012).

O Rio Grande do Norte possui quatro subdivisões, denominadas mesorregiões, que

são: Agreste Potiguar, Central Potiguar, Leste Potiguar e Oeste Potiguar.

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Figura 1 – Mesorregiões do Estado do Rio Grande do Norte

Fonte: Wikipédia (2012)

A figura 1 demonstra as quatro mesorregiões do Rio Grande do Norte, sendo

representadas da seguinte forma: Mesorregião do Oeste Potiguar (Vermelho); Mesorregião

Central Potiguar (Azul); Mesorregião Agreste Potiguar (Verde); e Mesorregião do Leste

Potiguar (Amarelo).

A mesorregião do Agreste Potiguar é a terceira mais populosa dentre as mesorregiões

do RN, sendo a única em que nenhum dos seus municípios é litorâneo. A mesorregião do

Agreste Potiguar é formada pela união dos seguintes municípios:

Quadro 1 – Municípios da Mesorregião Agreste Potiguar

Boa Saúde Bom Jesus Brejinho Ielmo Marinho Jundiá

Lagoa D'Anta Lagoa de Pedras Lagoa Salgada Monte Alegre Nova Cruz

Passa e Fica Passagem Riachuelo Santa Maria Santo Antônio

São Paulo do Pot. São Pedro Senador Eloi de S. Serra Caiada Serrinha

Várzea Vera Cruz Bento Fernandes Jandaíra João Câmara

Parazinho Poço Branco Barcelona Campo Redondo Coronel Ezequiel

Jaçanã Japi Lagoa dos Velhos Lajes Pintadas Monte das Gamel.

Ruy Barbosa Santa Cruz São Bento do Trairi São José do Camp. São Tomé

Serra de São Bento Sítio Novo Tangará

Fonte: Wikipédia (2012) – Elaboração Própria

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A mesorregião Central Potiguar é a mesorregião menos populosa do estado do RN,

sendo formada pela união dos seguintes municípios:

Quadro 2 – Municípios da Mesorregião Central Potiguar

Afonso Bezerra Angicos Caiçara do Rio do V. Fernando Pedroza Jardim de Angicos

Lajes Pedra Preta Pedro Avelino Caiçara do Norte Galinhos

Guamaré Macau São Bento do Norte Caicó Ipueira

Jardim de Piranhas São Fernando Soão João do Sab. Serra Negra do Nort.Timbaúba dos Bat.

Acari Carnaúba dos Dant. Cruzeta Currais Novos Equador

Jardim do Seridó Ouro Branco Parelhas Santana do Seridó São José do Seridó

Bodó Cerro Corá Florânia Lagoa Nova Santana dos Matos

São Vincente Tenente Laurentino

Fonte: Wikipédia (2012) – Elaboração Própria

A mesorregião Leste Potiguar é a mesorregião mais importante do estado do RN,

sendo a mais populosa, tendo como principal município a cidade de Natal e sua região

metropolitana. A mesorregião Leste Potiguar possui a menor extensão territorial, sendo

formada pela união dos seguintes municípios:

Quadro 3 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar

Maxaranguape Pedra Grande Pureza Rio do Fogo São Mig. Do Gost.

Taipu Touros Arês Baía Formosa Canguaretama

Espírito Santo Goianinha Montanhas Pedro Velho Senador Georg.

Tibau do Sul Vila Flor Ceará-Mirim Macaíba Nísia Floresta

São Gonçalo do Am.São José do Mipibu Extremoz Natal Parnamirim

Fonte: Wikipédia (2012) – Elaboração Própria

Por fim, a mesorregião Oeste Potiguar é considerada a segunda mesorregião mais

importante e mais populosa do estado do RN, sendo formada pela união dos seguintes

municípios:

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Quadro 4 – Municípios da Mesorregião Oeste Potiguar

Apodi Caraúbas Felipe Guerra Governador Dix.R. Campo Grande

Janduís Messias Targino Paraú Triunfo Potiguar Upanema

Areia Branca Baraúnas Grossos Mossoró Serra do Mel

Tibau Alexandria Francisco Dantas Itaú José da Penha

Marcelino Vieira Paraná Pau dos Ferros Pilões Portalegre

Rafael Fernandes Riacho da Cruz Rodolfo Fernandes São Franc. Do OesteSeveriano Melo

Taboleiro Grande Tenente Ananias Viçosa Água Nova Coronel JP

Doutor Severiano Encanto Luís Gomes Major Sales Riacho da Santana

São Miguel Venha-Ver Almino Afonso Ântonio Martins Frutuoso Gomes

João Dias Lucrécia Martins Olho D'Água do B. Patu

Rafael Godeiro Serrinha dos Pintos Umarizal Assu Jucurutu

Ipanguaçu Pendências Alto do Rodrigues Carnaubais São Rafael

Itajá Porto do Mangue

Fonte: Wikipédia (2012) – Elaboração Própria

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa

Para Lakatos e Marconi (1991, p. 155), a pesquisa “é um procedimento formal, com

método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no

caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.

Diante do objetivo geral proposto, a pesquisa foi realizada segundo métodos formais,

de acordo com as necessidades que surgiram no decorrer dos trabalhos. É importante advertir

que, quanto aos objetivos, as pesquisas estão classificadas em três categorias: exploratórias,

descritivas e explicativas.

A pesquisa apresentada classifica-se, como exploratória (classificação quanto aos

fins), pois esta caracterização normalmente ocorre quando há pouco conhecimento sobre a

temática a ser abordada. Por meio do estudo exploratório, busca-se conhecer com maior

profundidade o assunto, de modo a torná-los mais claro ou construir questões importantes

para a condução da pesquisa (RAUPP; BEUREN apud BEUREN, 2003, p. 80).

A pesquisa, cujo objetivo é a descoberta de respostas aos problemas usando

procedimentos científicos, se caracteriza, segundo assevera Gil (2007), como descritiva

(classificação quanto aos meios), uma vez que determina como objetivo geral a apresentação

das peculiaridades de um determinado fenômeno ou população, além do estabelecimento de

relações entre algumas variáveis.

3.2 Instrumento e Processo de Coleta de Dados

Quanto aos procedimentos científicos utilizados, no que tange à coleta das

informações, a busca foi realizada através da internet, no sítio do Ministério da Educação

utilizando o Sistema de Informações Sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE), no

sítio da Secretaria do Tesouro Nacional utilizando dados consolidados sobre finanças públicas

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municipais (FINBRA), e também os dados populacionais obtidos através da expectativa

habitacional do IBGE.

Desta forma, para identificar os resultados dos indicadores educação per capita dos

municípios da mesorregião leste potiguar foram selecionadas as despesas com a função

educação de cada município e sua população, durante os anos de 2007 a 2011. A análise

estatística descritiva das informações obtidas através dos referidos instrumentos de coleta de

dados foi realizada através do uso de planilhas do Microsoft Office Excel 2007®.

3.3 Limitações do Método

No que diz respeito à limitação da amostra da pesquisa, para o presente estudo foram

tomados 25 dos 167 municípios do estado do Rio Grande do Norte, representando a

mesorregião Leste Potiguar. Destes municípios selecionados, a análise foi feita sobre os cinco

anos anteriores a elaboração deste estudo (2007-2011).

O trabalho investigativo e de orientação documental requer a cooperação dos

responsáveis pela divulgação das contas públicas dos Municípios selecionados no banco de

dados do SIOPE. Ainda, pode-se destacar também o fato do quantitativo populacional de

alguns anos ser considerado a partir de estimativas do IBGE.

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4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A análise descritiva realizada neste tópico contempla, inicialmente, o objetivo

específico de identificar os resultados obtidos, a partir da utilização do indicador educação

per capita, no governo do estado do Rio Grande do Norte entre os anos de 2007 a 2011. Em

seguida, serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa dos municípios que compõe a

mesorregião Leste Potiguar deste estado em estudo, no mesmo período destacado, para a

investigação dos municípios que demonstraram melhores resultados, quais estão abaixo da

média e ainda, quais municípios apresentaram melhoras significativas e, por fim, verificar

possíveis relações entre o cenário da educação do Rio Grande do Norte e os resultados

obtidos.

Nas últimas décadas, diferentes políticas e programas de descentralização

administrativa foram estabelecidos pelo governo federal e o estadual, principalmente as

relativas às funções sócias do Estado, como a educação.

Após a apuração dos resultados dos dados obtidos no sítio do SIOPE referente ao

estado do Rio Grande do Norte nos anos em estudo, bem como a expectativa populacional

encontrado nos dados do IBGE, verificou-se que os resultados representados na tabela 2

mantiveram uma proximidade, apenas “divergindo” nos anos de 2008 e 2011.

Tabela 2 – Educação Per Capita – RN (2007 – 2011)

INDICADORES GERAIS - EDUCAÇÃO PER CAPITA - ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

ANO EM ESTUDO POPULAÇÃO

(hab.) DESP. EDUCAÇÃO (R$)

EDUCAÇÃO PER CAPITA (R$)

RANKING EDUCAÇÃO PER

CAPITA

2007 3.013.740 1.127.729.869,35 374,20 2

2008 3.106.430 892.331.613,75 287,25 5

2009 3.137.541 1.063.542.516,07 338,97 4

2010 3.168.027 1.105.676.786,77 349,01 3

2011 3.198.572 1.653.521.480,01 516,96 1

Fonte: Elaboração Própria

Para o ano de 2007, o resultado obtido de R$ 374,20 ocupa o segundo lugar no

ranking durante os cinco anos em estudo, podendo ser analisado juntamente aos anos de 2009

e 2010, como o conjunto dos anos que mantiveram um nível próximo, o qual estes últimos

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anos ficaram em terceiro e quarto lugar como destacado, representando R$ 349,01 para o ano

de 2010 e R$ 338,97 para o ano de 2009. Para o ano de 2008, o estudo revelou o pior

resultado obtido para o indicador apresentado, o qual o valor de R$ 287,25, representou uma

diminuição em aproximadamente 25% em relação ao ano anterior. Finalmente, constatou-se

no ano de 2011 o maior valor dentre os encontrados na análise do indicador em estudo, o qual

foi de R$ 516,96, representando um aumento de aproximadamente 50% em relação ao ano de

2010.

A partir do exposto na tabela anterior, buscou-se verificar os dados dos municípios

da mesorregião Leste Potiguar nos anos de 2007 a 2011, permitindo determinar quais

municípios obtiveram resultados positivos se comparados com o resultado geral do governo

do estado do RN já demonstrado anteriormente.

A relação dos municípios da mesorregião Leste Potiguar com os respectivos

resultados do indicador estudado para o ano de 2007 está representada na tabela 3. Vale

destacar que o município de Vila Flor não apresentou seus relatórios da função educação

junto ao SIOPE, sendo assim, não possuindo valores para apresentação na tabela.

Tabela 3 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2007)

Fonte: Elaboração Própria

MUNICÍPIOS POPULAÇÃORANKING

POPULAÇÃODESP. EDUCAÇÃO

RANKING DESP.

EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO PER

CAPITA

RANKING EDUCAÇÃO

PER CAPITA

ARÊS 12.236 14 5.152.710,08 12 421,11 6

BAÍA FORMOSA 8.466 21 2.682.158,41 21 316,82 12

CANGUARETAMA 29.334 8 11.721.200,27 6 399,58 8

CEARÁ-MIRIM 65.450 4 17.789.110,59 4 271,80 17

ESPÍRITO SANTO 10.132 17 2.210.243,56 22 218,14 23

EXTREMOZ 21.792 10 5.317.895,43 11 244,03 22

GOIANINHA 20.347 11 10.681.875,57 9 524,99 4

MACAÍBA 63.337 5 15.907.664,99 5 251,16 21

MAXARANGUAPE 8.969 19 4.085.827,80 14 455,55 5

MONTANHAS 12.393 13 3.605.823,25 18 290,96 15

NATAL 774.230 1 154.275.690,69 1 199,26 24

NÍSIA FLORESTA 22.906 9 6.112.780,33 10 266,86 19

PARNAMIRIM 172.751 2 43.962.074,49 2 254,48 20

PEDRA GRANDE 3.918 23 2.123.259,33 23 541,92 2

PEDRO VELHO 13.673 12 3.795.259,66 15 277,57 16

PUREZA 8.030 22 3.321.366,66 20 413,62 7

RIO DO FOGO 9.753 18 3.774.827,68 16 387,04 9

SÃO GONÇALO DO AMARANTE 77.363 3 20.754.953,56 3 268,28 18

SÃO JOSÉ DO MIPIBU 36.990 6 11.122.476,43 7 300,69 13

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO 8.810 20 4.781.515,62 13 542,74 1

SENADOR GEORGINO AVELINO 3.690 24 1.964.618,20 24 532,42 3

TAIPU 11.768 15 3.438.287,51 19 292,17 14

TIBAU DO SUL 10.959 16 3.678.552,37 17 335,66 11

TOUROS 29.436 7 10.789.689,39 8 366,55 10

VILA FLOR 2.647 25 - - - -

INDICADORES GERAIS - EDUCAÇÃO PER CAPITA - MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR. 2007

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Na tabela 3 é possível identificar que o município de São Miguel do Gostoso, o qual

no ano de 2007 possuía uma população 36.990 habitantes, apresentou o resultado do

indicador de educação per capita de R$ 542,74, sendo, portanto, dentre os municípios

estudados o qual possuiu o melhor desempenho.

Em contrapartida, tendo como destaque negativo nesta tabela, o município de Natal,

a capital do Estado do Rio Grande do Norte, sendo a mais importante cidade da região

metropolitana da Grande Natal, apresentou o menor resultado do indicador analisado, sendo

no ano de 2007, o valor de R$ 199,26.

Percebe-se na prática que, possuindo o maior potencial em recurso para investimento

na área da educação, o resultado obtido para a cidade de Natal no ano de 2007 é abaixo do

esperado, visto que para o mesmo ano, o estado do RN teve como resultado o valor de R$

374,20.

Tendo como os três primeiros lugares no ranking de educação per capita, os

municípios de São Miguel do Gostoso, Pedra Grande e Senador Georgino Avelino, todos eles

possuindo população inferior a 10.000 habitantes no ano em análise, podemos destacar como

resultado expressivo a 4ª colocação do município de Goianinha, o qual possuindo 20.347

habitantes, sendo assim, aproximadamente o dobro da população de cada um destes três

primeiros colocados, atingiu o resultado de R$ 524,99.

Tomando como referência os resultados encontrados no estado do RN no ano de

2007, podemos concluir que dos 24 municípios que apresentaram relatórios da função

educação neste ano, 9 tiveram resultados acima do resultado geral do estado, são eles: São

Miguel do Gostoso, Pedra Grande, Senador Georgino Avelino, Goianinha, Maxaranguape,

Arês, Pureza, Canguaretama e Rio do Fogo. No entanto, 15 tiveram resultados abaixo desta

referência, são eles: Touros, Tibau do Sul, Baía Formosa, São José do Mipibu, Taipu,

Montanhas, Pedro Velho, Ceará-Mirim, São Gonçalo do Amarante, Nísia Floresta,

Parnamirim, Macaíba, Extremoz, Espírito Santo e Natal.

A tabela 4 representa a relação dos municípios da mesorregião Leste Potiguar e seus

respectivos resultados no ano referência 2008. Ainda, vale destacar que o município de Vila

Flor não apresentou seus relatórios da função educação junto ao SIOPE, sendo assim, não

possuindo valores para apresentação na tabela.

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Tabela 4 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2008)

Fonte: Elaboração Própria

Como apresentado na tabela 4, o município de Goianinha, o qual foi destaque no ano

de 2007, teve como resultado no ano de 2008 o valor do indicador educação per capita de R$

654,97, sendo, neste ano, o primeiro colocado no ranking deste indicador.

Para chegar e este patamar no ano de 2008, o município de Goianinha aumentou seu

investimento na função educação de R$ 10.681.875,57 para o valor de R$ 13.752.331,71,

representando um percentual de aumento em torno de 29%.

No ano de 2008, dentre os outros municípios de maior expressão populacional não

houve destaque nítido, tendo, por conseqüente, da mesma forma que o ano de 2007, os

municípios de São Miguel do Gostoso, Senador Georgino Avelino, Maxaranguape e Pedra

Grande figurando entre os cinco melhores resultados deste indicador.

De acordo com a tabela apresentada a partir dos relatórios no sítio do SIOPE, no ano

de 2008 a capital do estado, a cidade de Natal, subiu uma posição em relação ao ano de 2007,

porém este resultado ainda é pouco expressivo, figurando como um resultado muito abaixo do

esperado para o município que recebe maiores recursos para investimentos.

MUNICÍPIOS POPULAÇÃORANKING

POPULAÇÃODESP. EDUCAÇÃO

RANKING DESP.

EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO PER

CAPITA

RANKING EDUCAÇÃO

PER CAPITA

ARÊS 12.611 14 6.610.581,40 12 524,19 6

BAÍA FORMOSA 8.726 21 3.426.674,92 21 392,70 12

CANGUARETAMA 30.237 8 13.852.383,59 7 458,13 9

CEARÁ-MIRIM 67.416 4 20.708.674,12 4 307,18 20

ESPÍRITO SANTO 10.414 17 2.318.231,76 22 222,61 24

EXTREMOZ 22.473 10 6.928.599,83 11 308,31 19

GOIANINHA 20.997 11 13.752.331,71 8 654,97 1

MACAÍBA 65.361 5 19.584.514,98 5 299,64 21

MAXARANGUAPE 9.251 19 5.218.388,36 14 564,09 4

MONTANHAS 12.762 13 4.382.454,59 18 343,40 15

NATAL 798.065 1 183.402.900,74 1 229,81 23

NÍSIA FLORESTA 23.655 9 7.672.416,87 10 324,35 16

PARNAMIRIM 178.819 2 46.993.186,09 2 262,80 22

PEDRA GRANDE 4.030 23 2.200.107,00 24 545,93 5

PEDRO VELHO 14.073 12 4.501.752,66 17 319,89 17

PUREZA 8.287 22 4.028.187,18 20 486,09 8

RIO DO FOGO 10.048 18 5.012.877,72 16 498,89 7

SÃO GONÇALO DO AMARANTE 79.776 3 25.108.653,00 3 314,74 18

SÃO JOSÉ DO MIPIBU 38.109 6 14.387.611,08 6 377,54 13

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO 9.093 20 5.450.938,16 13 599,47 2

SENADOR GEORGINO AVELINO 3.806 24 2.208.552,63 23 580,28 3

TAIPU 12.115 15 4.309.367,42 19 355,71 14

TIBAU DO SUL 11.347 16 5.038.406,64 15 444,03 10

TOUROS 30.325 7 12.167.157,88 9 401,23 11

VILA FLOR 2.727 25 - - - -

INDICADORES GERAIS - EDUCAÇÃO PER CAPITA - MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR. 2008

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42

Ainda sobre o município de Natal temos que mesmo passando do resultado do ano de

2007 que foi de R$ 199,26, para o valor em 2008 de R$ 229,81. Porém, ao analisar o

resultado geral do estado do Rio Grande do Norte, observa-se que nos cinco anos em estudo,

o ano de 2008 foi o que obteve o pior resultado, sendo de R$ 287,25. Verifica-se que mesmo

o estado apresentando seu pior desempenho, o município de Natal não conseguiu atingir o

indicador ao comparado com o geral.

Tem-se, portanto, no ano de 2008, apenas três municípios com o resultado do

indicador abaixo do geral do estado analisado, são eles: Parnamirim, Natal e Espírito Santo.

Os demais municípios estudados obtiveram resultados acima do resultado geral, porém, este

fato deve-se principalmente a este ano o RN apresentar seu pior desempenho no indicador

educação per capita.

Ao analisar a tabela 5, verifica-se a tendência mantida dos cinco municípios que

figuram entre primeiros colocados a investir na função educação se comparados ao

quantitativo populacional. Novamente, o município de Vila Flor não apresentou o relatório

com o demonstrativo da função educação.

Tabela 5 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2009)

Fonte: Elaboração Própria

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No que diz respeito ao ano de 2009, o município de Pedra Grande apresentou o

melhor desempenho em investimento na educação por quantitativo populacional, sendo o

valor de R$ 656,57 o resultado obtido. Conforme exposto nos seguintes anos, o município de

Pedra Grande manteve o primeiro lugar no desempenho dos municípios da mesorregião Leste

Potiguar.

Ainda em se tratando deste município, vale destacar que conforme os dados do

IBGE, durante os anos de 2000 a 2010, o município de Pedra Grande foi o 4º município do

RN em redução do analfabetismo, possuindo um índice de redução de 39,0%.

Como já exposto, os municípios de Maxaranguape, São Miguel do Gostoso,

Goianinha e Senador Georgino Avelino ocuparam junto ao município de Pedra Grande, os 5

primeiros lugares no ranking do indicador de desempenho, apresentando, respectivamente, os

valores de: R$ 613,82; R$ 584,45; R$ 576,13 e R$ 557,41.

Analisando os valores da tabela do ano de 2009 também há destaque para o

município de Montanhas, o qual se comparado com o ano de 2008 reduziu seu investimento

em educação, sendo assim diminuindo o valor da educação per capita de R$ 343,40 para o

valor de R$ 314,76.

O município de Natal permaneceu na 23ª posição, sendo neste ano de 2009, seu

resultado obtido no valor de R$ 267,94.

Neste ano, diferentemente do ano de 2007, sendo a quantidade invertida

igualitariamente, 9 municípios apresentaram seus resultados abaixo do resultado geral do

estado, sendo eles: Taipu, Extremoz, Ceará-Mirim, Nísia Floresta, Macaíba, Montanhas,

Parnamirim, Natal e Espírito Santo. Os demais municípios apresentaram resultados acima do

geral do estado do Rio Grande do Norte.

A tabela 6 representa a relação dos municípios da mesorregião Leste Potiguar e seus

respectivos resultados no ano referência 2010. O município de Vila Flor não apresentou seus

relatórios da função educação junto ao SIOPE, sendo assim, não possuindo valores para

apresentação na tabela a seguir.

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Tabela 6 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2010)

Fonte: Elaboração Própria

Na tabela acima, verifica-se, como já descrito anteriormente, que o município de

Pedra Grande manteve o primeiro lugar no ranking educação per capita, possuindo neste ano

em destaque um significante aumento em relação ao ano anterior, representando

aproximadamente 58%, passando do valor de R$ 656,57 no ano de 2009, para o resultado de

R$ 1.041,67 no ano de 2010.

Entretanto, no ano em análise, um novo município figurou entre os 5 primeiros

colocados no ranking do indicador, passando o município do Rio do Fogo a ter o 3º melhor

desempenho para esta função educação em comparação ao quantitativo populacional. Antes,

este mesmo município obteve como resultado R$ 492,17, em contrapartida, no ano de 2010

aumentou para R$ 652,70.

Sendo, portanto, os 5 primeiros colocados no ranking, os municípios de: Pedra

Grande, São Miguel do Gostoso, Rio do Fogo, Goianinha e Maxaranguape, tendo,

respectivamente, como resultado, os valores de: R$ 1041,67; R$ 721,56; R$ 652,70; R$

631,88 e R$ 617,28.

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O município de Natal apresentou como resultado para este ano, o valor de R$ 278,02,

sendo assim, novamente abaixo do resultado geral do estado do Rio Grande do Norte.

Vale destacar, para este ano de 2010, que a maioria dos municípios melhorou seus

desempenhos em comparação ao ano de 2009, porém esta informação faz referência ao ano de

2010 o IBGE realizar o censo, o qual no ano de 2009 era apenas uma expectativa

populacional. Assim, constatou-se uma queda no quantitativo populacional, ou seja,

proporcionando melhores resultados para o indicador em estudo, uma vez que o denominador

da equação foi diminuído.

Porém, dentre os municípios, 3 deles não aumentaram seu desempenho, são eles:

Canguaretama, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Para o município de Canguaretama,

não tivemos uma redução no valor populacional, e sim uma diminuição no investimento da

função educação. No entanto, para os municípios de Parnamirim e São Gonçalo do Amarante,

tivemos um grande aumento populacional, sendo esta informação fruto da grande expansão

destes municípios formando a Grande Natal, devido ao fato do município de Natal já se

encontrar saturado de imóveis, e as grandes empresas do comércio e empreendedorismos

habitacionais estarem procurando investir nestes municípios em destaque.

Ainda, referente ao ano de 2010, tivemos como municípios que apresentaram

resultados abaixo do resultado geral do estado do RN, os municípios de: São Gonçalo do

Amarante, Parnamirim, Natal e Espírito Santo. Os demais municípios que compõe a

mesorregião Leste Potiguar obtiveram resultados acima do resultado geral do estado do RN.

Por fim, o ano de 2011 está demonstrando na tabela 7 que segue, a qual demonstra o

desempenho dos municípios no ano de 2010. Tendo destaque o fato do município de Natal,

capital do estado, não apresentar seus relatórios da função educação no sítio do SIOPE

referente a este ano, portanto, junto ao município de Vila Flor, não possuindo valores para

apresentação na tabela a seguir.

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Tabela 7 – Municípios da Mesorregião Leste Potiguar (2011)

Fonte: Elaboração Própria

Em se tratando do ano de 2011, temos no resultado geral do estado do RN o melhor

desempenho em relação ao período de anos analisado, sendo este valor de R$ 516,96. Ao

analisar os municípios da mesorregião estudada, temos como primeiro lugar no ranking da

educação per capita, novamente, o município de Pedra Grande, o qual manteve o valor muito

acima em relação aos outros municípios, atingindo o patamar de R$ 1.062,46.

No ano em estudo, os cinco primeiros colocados no ranking foram os municípios:

Pedra Grande, São Miguel do Gostoso, Senador Georgino Avelino, Rio do Fogo e Goianinha,

possuindo, respectivamente, os valores de: R$ 1.062,46; R$ 832,88; R$ 827,35; R$ 771,03 e

R$ 734,55.

Novamente, neste ano de 2011, os municípios melhoraram os resultados do indicador

estudado no presente trabalho. Porém o número de municípios que tiveram o resultado abaixo

do geral do estado aumentou para 10 municípios, pois o estado do RN neste mesmo ano teve

seu melhor desempenho. Os municípios com resultados abaixo foram: Baía Formosa, Taipu,

Pedro Velho, Ceará-Mirim, Extremoz, Montanhas, Macaíba, São Gonçalo do Amarante,

Parnamirim e Espírito Santo.

MUNICÍPIOS POPULAÇÃORANKING

POPULAÇÃODESP. EDUCAÇÃO

RANKING DESP.

EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO PER

CAPITA

RANKING EDUCAÇÃO

PER CAPITA

ARÊS 13.047 13 6.840.873,92 16 524,33 13

BAÍA FORMOSA 8.631 21 4.435.528,63 20 513,91 14

CANGUARETAMA 31.216 8 17.710.897,63 6 567,37 9

CEARÁ-MIRIM 68.580 5 33.131.484,73 2 483,11 17

ESPÍRITO SANTO 10.457 18 3.589.430,57 22 343,26 23

EXTREMOZ 24.953 9 11.133.681,93 10 446,19 18

GOIANINHA 22.851 11 16.785.100,68 8 734,55 5

MACAÍBA 70.857 4 28.987.474,52 4 409,10 20

MAXARANGUAPE 10.629 17 7.696.696,28 12 724,12 7

MONTANHAS 11.372 16 5.044.003,32 19 443,55 19

NATAL 810.780 1 - - - -

NÍSIA FLORESTA 24.149 10 13.046.572,24 9 540,25 12

PARNAMIRIM 208.426 2 73.906.312,85 1 354,59 22

PEDRA GRANDE 3.483 24 3.700.561,66 21 1062,46 1

PEDRO VELHO 14.160 12 7.089.340,46 14 500,66 16

PUREZA 8.537 22 6.182.949,00 17 724,25 6

RIO DO FOGO 10.124 19 7.805.899,74 11 771,03 4

SÃO GONÇALO DO AMARANTE 89.045 3 32.841.795,26 3 368,82 21

SÃO JOSÉ DO MIPIBU 40.150 6 22.463.667,25 5 559,49 10

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO 8.754 20 7.291.036,90 13 832,88 2

SENADOR GEORGINO AVELINO 3.972 23 3.286.231,81 23 827,35 3

TAIPU 11.860 14 5.998.652,51 18 505,79 15

TIBAU DO SUL 11.665 15 6.892.354,05 15 590,86 8

TOUROS 31.336 7 17.306.607,57 7 552,29 11

VILA FLOR 2.899 25 - - - -

INDICADORES GERAIS - EDUCAÇÃO PER CAPITA - MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR. 2011

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Este último (Espírito Santo) possuiu o pior desempenho dentre os municípios da

mesorregião Leste Potiguar, tendo como resultado o valor de R$ 343,26. Vale destacar, que

para este ano o município de Natal não apresentou o relatório com as despesas da função

educação.

O total de municípios com resultados acima do resultado geral do RN em 2011

somaram 13 municípios, além dos cinco primeiros já citados, completam este conjunto os

seguintes municípios: Pureza, Maxanguape, Tibau do Sul, Canguaretama, São José do

Mipibu, Touros, Nísia Floresta e Arês.

A tabela 8 apresenta os resultados obtidos, de cada município, durante os anos

analisados, como também o percentual da evolução de cada município, se comparado o ano

inicial - 2007, e o último ano analisado – 2011. Nesta tabela, os municípios de Natal e Vila

Flor possuem lacunas devido a ausência de apresentação de alguns relatórios junto ao SIOPE.

Tabela 8 – Indicadores Gerais – Educação Per Capita (2007 – 2011)

Fonte: Elaboração Própria

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Como apresentado na tabela 8, o resultado do indicador de desempenho educação per

capita apresentou crescimento ao longo dos anos, o que justifica aumento de investimento na

função educação por parte da administração pública dos municípios estudados.

No entanto, percebe-se pouco investimento por parte dos municípios que possuem

maiores recursos para investimento, enquanto que, os municípios detentores de poucos

recursos demonstraram aplicar mais na função educação, tornando-se destaques na pesquisa

apresentada.

Esta tabela apresenta de forma detalhada, todos os resultados do indicador dos anos

em estudo, descritos nas tabelas antes apresentadas, demonstrando a evolução em percentual

de cada município da mesorregião Leste Potiguar estudada.

O gráfico 1 demonstra a evolução do indicador Educação Per Capita durante o ano

inicial de estudo – 2007 e o ano final analisado – 2011, a qual está descrita em valores

percentuais:

Gráfico 1 – Indicadores Gerais – Educação Per Capita (2007 – 2011)

Fonte: Elaboração Própria

A partir do gráfico apresentado, percebe-se que o município de Nísia Floresta

apresentou o melhor desempenho na evolução do indicador educação per capita, sendo este

valor de 102,45%, logo em seguida, há destaque para o município de Rio do Fogo (99,21%),

Pedra Grande (96,05%), São José do Mipibu (86,07) e Extremoz (82,84%).

Em contrapartida, como destaques negativos na evolução, tiveram: Arês (24,51%),

São Gonçalo do Amarante (37,48%) e Goianinha (39,92%).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como principal objetivo, analisar os resultados obtidos do

indicador de desempenho educação per capita dos municípios da mesorregião leste potiguar

do estado do Rio Grande do Norte, no período de 2007 a 2011, bem como verificar se estes

resultados foram superiores ou inferiores ao resultado geral do governo do estado em estudo,

verificando possíveis relações destes resultados com o cenário da educação do Rio Grande do

Norte.

Conforme constatado durante a execução deste estudo, a educação é um direito

fundamental de natureza social descrito no artigo 6º da Constituição Federal do Brasil, sendo

detalhados seus princípios, objetivos e deveres de cada ente da federação, a estrutura

educacional brasileira.

Depreendeu-se que a administração pública, atualmente, é voltada para as reais

necessidades do cidadão, sempre buscando a obtenção de resultados satisfatórios. Ao longo

dos últimos anos a Contabilidade Governamental vem sofrendo mudanças, principalmente no

que se refere à maior transparência e acesso a informação por parte dos usuários que a

utilizam

Percebeu-se, durante a pesquisa, que os resultados obtidos em pesquisas e avaliações

realizadas por órgãos responsáveis pela análise da educação no Brasil e nos estados

federativos, demonstraram nos últimos anos situações preocupantes para o Brasil, como

também para o estado do Rio Grande do Norte, o qual nos resultados preliminares do MEC

foi constatado no ano de 2011, a partir da utilização da avaliação do Ideb, que a meta para a

educação básica no RN ficou abaixo da média nacional, e o ensino médio não atingiu a meta

estabelecida.

No que tange aos resultados obtidos a partir desta pesquisa, é relevante destacar as

seguintes constatações: em média no que se refere aos cinco anos, o número de municípios

que ficaram abaixo da média geral do estado é de oito municípios; os municípios de Pedra

Grande, Senador Georgino Avelino, São Miguel do Gostoso, Goianinha, Maxaranguape e Rio

do Fogo figuraram entre os cinco melhores resultados no ranking do indicador, nos anos

estudados; o município de Pedra Grande foi o destaque na análise da presente pesquisa,

apresentando neste último ano analisado, um valor atingido de R$ 1.062,46; o município de

Nísia Floresta merece destaque, o qual de 2007 a 2011 aumentou o valor da educação per

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capita em 102,45% no seu desempenho; o município de Natal, capital do estado do RN,

apresentou resultados preocupantes, estando nos anos estudados sempre nas últimas posições

no ranking do indicador de desempenho.

A pesquisa revelou ainda não haver no estado do Rio Grande do Norte, como

também em alguns municípios, uma elevação contínua no valor aplicado na função educação

em relação ao quantitativo populacional ao longo dos anos. Assim, em atendimento ao

objetivo proposto, os resultados encontrados pela pesquisa demonstram que a expectativa para

que cada vez mais os gestores públicos invistam em potencial na área estudada, foi frustrada

em determinados momentos nestes anos. Portanto, não se pode concluir que o estado do RN

esteja investindo em educação da forma mais benéfica para a necessidade da sociedade.

Acredita-se ser fundamental que haja um maior investimento por parte do estado do

Rio Grande do Norte ao longo dos próximos anos, para que os resultados futuros sejam

satisfatórios, melhorando a qualidade e ranking do estado perante as avaliações dos órgãos

competentes da administração pública.

É importante lembrar que não devem ser feitas generalizações, a partir destes

resultados, para todos os municípios, os quais tiveram alguns que mesmo sendo detentores de

poucos recursos públicos para investimentos, procuraram e demonstraram uma melhora nos

resultados encontrados nos anos de 2007 a 2011.

Além disso, há uma limitação relevante a ser considerada, qual seja o fato de os

dados encontrados no sítio do SIOPE ser de declarações de responsabilidade de cada gestão

dos entes federativos, como também, do quantitativo populacional determinado pelo IBGE em

alguns anos ser elaborado a partir de estimativas embasadas em estudos estatísticos.

O desenvolvimento de novos estudos que permitam tratar desta temática e a

verificação dos resultados dos próximos anos tanto dos municípios da mesorregião Leste

Potiguar, quanto das outras mesorregiões do estado do Rio Grande do Norte, de forma

periódica, é sugerido e motivado a partir da realização desta pesquisa, uma vez que possibilita

sua utilização como ferramenta para auxiliar tanto na abordagem desta análise no estado em

estudo, como também em outros estados do Brasil.

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