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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EFEITO DA ADIÇÃO DOS AZOCORANTES DR73 E DB79 NAS PROPRIEDADES DO POLI(METACRILATO DE METILA) José Káio Max Alves do Rêgo Orientador: Prof. Dr. Edson Noriyuki Ito Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª. Maria Carolina Burgos Costa Dissertação Nº 91 / PPGCEM NATAL/RN 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA

DE MATERIAIS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

EFEITO DA ADIÇÃO DOS AZOCORANTES DR73 E DB79 NAS PROPRIEDADES

DO POLI(METACRILATO DE METILA)

José Káio Max Alves do Rêgo

Orientador: Prof. Dr. Edson Noriyuki Ito

Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª. Maria Carolina Burgos Costa

Dissertação Nº 91 / PPGCEM

NATAL/RN

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

ENGENHARIA DE MATERIAIS

EFEITO DA ADIÇÃO DOS AZOCORANTES DR73 E DB79 NAS

PROPRIEDADES DO POLI(METACRILATO DE METILA)

José Káio Max Alves do Rêgo

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Ciência e Engenharia de Materiais

como requisito parcial à obtenção do

título de MESTRE EM ENGENHARIA

DE MATERIAIS

Orientador: Prof. Dr. Edson Noriyuki Ito

Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª. Maria Carolina Burgos Costa

Área de Concentração: Polímeros e Compósitos

Agência Financiadora: CNPQ

NATAL/RN

2012

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Seção de Informação e Referência

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Rego, José Kaio Max Alves do

Efeito da adição dos azocorantes DR73 e DB79 nas propriedades do

poli(metacrilato de metila) / José Kaio Max Alves do Rego. – Natal, RN,

2012.

101 f. : il.

Orientador: Edson Noriyuki Ito.

Co-orientador: Maria Carolina Burgos Costa.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro

de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Ciências e

Engenharia de Materiais.

1. Poli(metacrilato de metila) – Dissertação. 2. Adtivação de polímeros –

Dissertação. 3. Azocorantes – Dissertação. I. Ito, Edson Noriyuki. II. Costa, Maria

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MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________

EDSON NORIYUKI ITO

Orientador e Presidente da Banca

_______________________________________________________________

MARIA CAROLINA BURGOS COSTA

Co-orientador e Examinador Interno

_______________________________________________________________

DJALMA RIBEIRO DA SILVA

Examinador Externo ao Programa

_______________________________________________________________

CARLOS FREDERICO DE OLIVEIRA GRAEFF

Examinador Externo

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“Vida... palavra pequena com grande

significado, a arte do encontro por

meio dos desencontros, só

compreendido olhando para traz; só

vivida, olhando-se para frente.”

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iv

AGRADECIMENTOS

A cada dia, agradeço a DEUS pelo que conquistei até agora, mas peço a

Ele, sabedoria para conquistar muito mais. Agradeço também a Deus pelas

pessoas que passaram em minha vida, mesmo aquelas que me fizeram sofrer

ou de alguma forma me machucaram, pois com isso aprendi, e agora sei o que

não quero para mim.

Aos meus pais, João Batista do Rego e Lucia Rosa Alves do Rego, e

meus irmãos, José Kalil Maciel do Rego e Jose Kelil Macilil Alves do Rego,

pelo carinho incondicional.

A minha namorada, Renata de Lima Filgueira, pelo carinho e paciência.

Aos Professores Edson Noriyuki Ito e Maria Carolina Burgos Costa pela

orientação, apoio, incentivo e amizade. Agradeço pelo exemplo e por todo o

ensinamento adquirido.

Aos meus amigos e familiares por estarem sempre ao meu lado.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Engenharia de Materiais (PPgCEM) e do Departamento de Engenharia de

Materiais (DEMat) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

pelo aprendizado.

Aos meus colegas de LabPol, em especial, Ana Claudia, Edna Maria, Erik

Santos, Hugo Mozer, Juciklécia Reinaldo, Laurenice Martins, Lourdes

Aparecida, Luanda Domingues, Luiz Augusto e Querem Apuque pela

convivência, paciência e colaboração nesse período de transição.

Agradeço também a agencia financiadora CNPQ pela bolsa de mestrado,

edital MCT/CNPQ n º 70/2009 (Programa de Expansão da Pós-Graduação em

Áreas Estratégicas – PGAEST), projeto “Desenvolvimento de película

polimérica fotossensível para uso em janelas residenciais e de automóveis”,

que permitiu o desenvolvimento e conclusão desta dissertação.

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v

RESUMO

Atualmente novos materiais poliméricos vêm sendo desenvolvidos,

visando substituir outras classes de materiais tradicionalmente empregados. O

uso de corantes possibilita ampliar e diversificar as possibilidades de

aplicações no desenvolvimento desses novos materiais. Neste trabalho foi

estudado o comportamento e a capacidade de tingimento dos azocorantes:

Azul Disperso 79 (DB79) e o Vermelho Disperso 73 (DR73), em uma matriz de

poli(metacrilato de metila) (PMMA). Duas formas de misturas foram utilizadas

na produção dos concentrados: na primeira, em reômetro de torque e na

segunda, em solução. O processamento por extrusão-sopro do PMMA foi

realizado neste trabalho com intuito de avaliar suas aplicações na forma de

filmes poliméricos. Análises térmicas foram realizadas por termogravimetria

para avaliar a estabilidade térmica dos polímeros e dos azocorantes. Análises

por colorimetria foram obtidas por meio do acompanhamento das mudanças

espectrais associadas ao processo de isomerização cis/trans/anti dos

azocorantes. Os dados de colorimetria foram tratados e avaliados segundo o

sistema de cores RGB e CIEL*ab, por meio do acompanhamento da mudança

de coloração em função do tempo. As propriedades mecânicas, caracterizadas

por meio de ensaios de tração uniaxial, foram avaliadas e correlacionadas com

a presença e quantidade de azocorantes na constituição das amostras.

Análises por microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram realizadas nas

superfícies das amostras para verificar a dispersão dos corantes no final do

processo de mistura. Verificou-se que a produção de PMMA/azocorantes é

possível e viável e as misturas produzidas apresentaram sinergia de

propriedades para utilização em diversas aplicações.

Palavras chave: poli(metacrilato de metila), aditivação de polímeros,

azocorantes

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vi

ABSTRACT

EFFECT OF DB79 AND DR73 AZO DYES ADDITION ON THE PROPERTIES

OF POLY (METHYL METHACRYLATE)

Currently new polymeric materials have been developed to replace

other of traditionally materials classes. The use of dyes allows to expand and to

diversify the applications in the polymeric materials development. In this work

the behavior and ability of azo dyes Disperse Blue 79 (DB79) and Disperse Red

73 (DR73) on poly(methyl methacrylate) (PMMA) were studied. Two types of

mixtures were used in the production of masterbatches: 1) rheometer 2)

solution. Processing by extrusion-blow molding of PMMA was carried out in

order to evaluate the applications of polymeric films. Thermal analysis were

performed by thermogravimetry to evaluate polymer and azo dyes thermal

stability. Colorimetric analysis were obtained through monitoring the spectral

variations associated with sys/trans/anti azo dyes isomerization process

Colorimetric data were treated and evaluated in accordance to the color system

RGB and CIEL*ab, by monitoring the color change as function of time.

Mechanical properties, characterized by tensile tests, were evaluated and

correlated with the presence and content of azo dyes in the samples. Analyses

by scanning electronic microscopy (SEM) were performed on the surfaces of

samples to check the azo dye dispersion after the mixing process. It was

concluded that the production of PMMA/azo dyes is possible and feasible, and

the mixtures produced had synergy of properties for use in various applications.

Keywords: poly(methyl methacrylate), azo dyes, polymer additives.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... iv

RESUMO............................................................................................................ v

ABSTRACT ........................................................................................................ vi

SUMÁRIO.......................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... x

LISTA DE TABELAS ........................................................................................ xiii

LISTA DE SÍMBOLOS ...................................................................................... xiv

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 3

2.1. Azocorantes .......................................................................................... 6

2.1.1. Características dos azocorantes ..................................................... 7

2.1.2. Propriedades dos azocorantes ....................................................... 8

2.2. Poli(metacrilato de metila) (PMMA) ....................................................... 9

2.2.1. Obtenção ...................................................................................... 10

2.2.2. Propriedades do PMMA ................................................................ 12

2.3. Aditivação de polímeros ...................................................................... 12

2.3.1. Classificação................................................................................. 13

2.3.2. Pigmentos ........................................................................................ 14

2.4. Concentrados ...................................................................................... 15

2.4.1. Tipos de concentrados ................................................................. 16

2.4.2. Etapas do processo de dispersão do aditivo no polímero ............ 18

2.4.3. Grau de mistura ............................................................................ 19

2.4.4. Pontos de fragilização .................................................................. 20

2.4.5. Processos de fabricação dos concentrados ................................. 20

2.5. Colorimetria ......................................................................................... 21

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viii

2.5.1. Sistema de cores .......................................................................... 21

3. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 24

3.1. Materiais .............................................................................................. 24

3.1.1. Polímero ....................................................................................... 24

3.1.2. Azocorantes .................................................................................. 24

3.1.3. Solventes ...................................................................................... 26

3.2. Metodologia ......................................................................................... 26

3.2.1. Mistura por reometria de torque.................................................... 26

3.2.2. Mistura dos concentrados em solução ......................................... 27

3.2.3. Mistura em extrusora monorrosca ................................................ 28

3.2.4. Moldagem por Injeção .................................................................. 30

3.2.5. Produção dos filmes por extrusão-sopro ...................................... 30

3.2.6. Caracterizações ............................................................................ 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 37

4.1. Caracterização física ........................................................................... 37

4.2. Caracterização reológica ..................................................................... 37

4.3. Análise termogravimétrica (TG) .......................................................... 40

4.4. Moldagem por injeção ......................................................................... 46

4.5. Colorimetria ......................................................................................... 47

4.5.1. Colorimetria RGB e CIEL*ab ........................................................ 49

4.5.2. Brilho ............................................................................................ 53

4.5.3. Diâmetro da saturação ................................................................. 54

4.6. Filmes obtidos por extrusão-sopro ...................................................... 57

4.7. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ........................................ 58

4.7.1. Azocorantes .................................................................................. 59

4.7.2. Superfície das amostras. .............................................................. 62

4.7.3. Região de fratura .......................................................................... 67

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ix

4.8. Ensaios de tração................................................................................ 69

5. CONCLUSÕES .......................................................................................... 71

6. TRABALHOS FUTUROS ........................................................................... 72

7. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 73

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x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema de funcionamento de janelas PDLC. .................................. 5

Figura 2 - Molécula básica de um azocomposto, o azobenzeno. ....................... 7

Figura 3 - Moléculas de azocompostos: (a) azul disperso 79, (b) vermelho

disperso 1 e (c) vermelho disperso 73. .............................................................. 8

Figura 4 - Mecanismo de Isomerização do azobenzeno. (a) representação da

forma estável do azobenzeno e (b) representação da forma excitada do

azobenzeno. ....................................................................................................... 8

Figura 5 - Sequência e compostos utilizados na produção do monômero de

MMA. ................................................................................................................ 11

Figura 6 - Fluxograma de obtenção de concentrados granulados. .................. 16

Figura 7 - Fluxograma de obtenção de concentrados em pó. .......................... 17

Figura 8 - Fluxograma de obtenção de concentrados universais ..................... 18

Figura 9 – Coordenadas de cores RGB: (a) estão as cores primárias (b) cores

secundarias e (c) eixos e respectivas cores. .................................................... 22

Figura 10 - Diagrama de cores RGB utilizado pela maior parte dos softwares de

edição de imagens (palheta retirada do Microsoft Word). ................................ 22

Figura 11 - Diagrama de cores CIEL*ab. ......................................................... 23

Figura 12 - Representação do poli(metacrilato de metila) (PMMA). ................. 24

Figura 13 – Representação da molécula do DR73. .......................................... 25

Figura 14 - Representação da molécula do DB79. ........................................... 26

Figura 15 - Representação da molécula da acetona. ....................................... 26

Figura 16 Perfil dos rotores roller. .................................................................... 27

Figura 17 - Moinho de martelo. ........................................................................ 28

Figura 18 - Desenho do parafuso da micro-extrusora: (a) perfil ISO; (b)

identificação dos elementos e zonas do parafuso. ........................................... 29

Figura 19 - Corpo de prova para ensaio de tração segundo norma ASTM D-

638/01. ............................................................................................................. 30

Figura 20 - Dimensão das amostras analisadas. ............................................. 33

Figura 21 - Projeto da caixa de luz. .................................................................. 33

Figura 22 - Esquema da região observada durante o ensaio. .......................... 33

Figura 23 - Razões de brilho utilizados para o calculo da área de saturação. . 34

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xi

Figura 24 - Resultados de reometria de torque e seus respectivos valores após

10 minutos. ....................................................................................................... 38

Figura 25 - Resultados da análise termogravimétrica (TG) e as respectivas

massas das amostras nas temperaturas de 240 e 900ºC: (a) PMMA comum e

(b) PMMA puro. ................................................................................................ 41

Figura 26 - Resultados das análises termogravimétricas (TG) e as respectivas

massas das amostras nas temperaturas de 240 e 900ºC: (a) DR73; (b) DB 79.

......................................................................................................................... 42

Figura 27 - Resultados das análises termogravimétricas (TG) e as respectivas

massas dos concentrados, obtidos em Reômetro de Torque, nas temperaturas

de 240 e 900ºC: (a) PMMA/DR73 (75/25) e (b) PMMA/DB79 (75/25). ............. 44

Figura 28 - Resultados das análises termogravimétricas (TG), com as

respectivas massas dos concentrados, preparados em solução, nas

temperaturas 240 e 900ºC: (a) PMMA/DR73 (90/10) e (b) PMMA/DB79 (90/10).

......................................................................................................................... 45

Figura 29 - Corpos de prova de tração: (a) PMMA, (b) PMMA/DR73 0,1%, (c)

PMMA/DR73 1,0%, (d) PMMA/DB79 0,1% e (e) PMMA/DB79 1,0%. .............. 47

Figura 30 - Imagens obtidas durante o ensaio em câmara escura para as

amostras com azocorantes DB79 e DR73. ...................................................... 48

Figura 31 - Tons de cores para a amostra PMMA. ........................................... 52

Figura 32 - Tons de cores para as amostras contendo azocorante DR73: (a)

amostra com 0,1% e (b) amostra com 1,0%. ................................................... 52

Figura 33 - Tons de cores para as amostras contendo azocorante DB: (a)

amostra com 0,1% e (b) amostra com 1,0%. ................................................... 52

Figura 34 - Gráfico da variação do valor de brilho em função do tempo. ......... 54

Figura 35 - Distribuições de diâmetro de saturação em Pixels das amostras (a)

PMMA (b) 0,1% de DR73 (c) 1,0% de DR73 (d) 0,1% de DB79 (e) 1,0% de

DB79. ............................................................................................................... 55

Figura 36 - Distribuição do diâmetro médio de saturação para as diferentes

amostras........................................................................................................... 56

Figura 37 – Imagens dos filmes processados em extrusora monorrosca com

matriz de sopro, (a) PMMA comum (b) PMMA/DR73 0,05% (c) PMMA/DR73

0,10% (d) PMMA/DB73 0,01% (e) PMMA/DB73 0,05% (f) PMMA/DB73 0,10%.

......................................................................................................................... 57

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xii

Figura 38 - Imagens obtidas em MEV dos compostos (a) DB79 [100x], (b)

DR73 [100x]; (c) DB79 [500x] e (d) DR73 [500x] . ........................................... 59

Figura 39 - Imagem de MEV do DB79 com 250x de aumento, com as regiões

de análise do EDS destacadas. ....................................................................... 60

Figura 40 - Espectro de EDS da área I do DB79. ............................................. 60

Figura 41 - Espectro de EDS da área II do DB79. ............................................ 61

Figura 42 - Imagem de MEV do DR73 com 250x de aumento, com as regiões

de analise do EDS destacadas. ....................................................................... 61

Figura 43 - Espectro de EDS da área I do DR73. ............................................ 62

Figura 44 - Espectro de EDS da área II do DR73. ........................................... 62

Figura 45 - Amostras com a superfície analisada em MEV: (a) PMMA/DB79

1,0% e (b) PMMA/DR73 1,0%. ......................................................................... 63

Figura 46 - (a) Imagem de MEV, obtida da superfície da amostra PMMA/DB79

1,0%, (b) distribuição do elemento nitrogênio pela superficie da amostra (c)

distribuição do elemento bromo pela superficie da amostra. ........................... 64

Figura 47 - (a) Imagem de MEV, obtida da superfície da amostra PMMA/DB79

1,0%, (b) distribuição do elemento nitrogênio pela superfície da amostra. ...... 66

Figura 48 - Dispersão do Nitrogênio (N) das amostras (a) 1,0% de DB79 e (b)

1,0% de DR73 em PMMA, obtido por EDS acoplado ao MEV de Bancada ..... 67

Figura 49 - Corpos de prova fraturados: (a) PMMA, (b) PMMA/DR73 0,1%, (c)

PMMA/DR73 1,0%, (d) PMMA/DB79 0,1% e (e) PMMA/DB79 1,0%. .............. 67

Figura 50 - Superfícies de fratura analisadas em MEV com aumento de 50x: (a)

PMMA, (b) PMMA/DR73 0,1%, (c) PMMA/DR73 1,0%, (d) PMMA/DB79 0,1% e

(e) PMMA/DB79 0,1%. ..................................................................................... 68

Figura 51 – Gráfico ilustrativo obtido das curvas de tensão-deformação dos

ensaios de tração. ............................................................................................ 69

Figura 52 - Imagem de MEV dos corpos de prova de tração ensaiados. (a)

PMMA/DR73 0,1%, (b) PMMA/DR73 1,0%, (c) PMMA/DB79 0,1% e (d)

PMMA/DB79 0,1%. .......................................................................................... 70

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xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características do monômero de MMA. .......................................... 11

Tabela 2 - Propriedades do PMMA. ................................................................. 12

Tabela 3 - Comparação entre pigmentos orgânicos e inorgânicos. ................. 14

Tabela 4 - Proporções de mistura dos concentrados no reômetro de torque em

porcentagem (%) de massa. ............................................................................ 27

Tabela 5 - Proporções de mistura dos concentrados em solução em

percentagem (%) em massa. ........................................................................... 28

Tabela 6 - Relação das misturas de PMMA para os concentrados DR73 (DR) e

o DB79 (DB), misturados por extrusão. ............................................................ 29

Tabela 7 - Amostras extrudadas/sopradas. ...................................................... 31

Tabela 8 - Amostras analisadas por meio de TG. ............................................ 32

Tabela 9 - Relação de amostras analisadas por meio de MEV. ....................... 35

Tabela 10 - Amostras que tiveram sua região de fratura analisadas por MEV. 36

Tabela 11 - Valores de RGB para a amostra PMMA ........................................ 49

Tabela 12 - Resultados de colorimetria para as amostras contendo o corante

DR73. ............................................................................................................... 50

Tabela 13 - Resultados de colorimetria para as amostras contendo o corante

DR79. ............................................................................................................... 51

Tabela 14 - Valores de brilho de cada amostra estudada. ............................... 53

Tabela 15 – Diâmetro, em pixels, da área saturada das amostras. ................. 56

Tabela 16 - Razão do número de moléculas dos azocorantes, DR73 e DB79,

para cada macromolécula de PMMA, nas amostras produzidas por extrusão-

sopro. ............................................................................................................... 58

Tabela 17 - Resultados de colorimetria, em RGB e CIEL*ab, extraídos das

imagens produzidas por extrusão-sopro. ......................................................... 58

Tabela 18 - Resultados de EDS da área I do DB79 ......................................... 60

Tabela 19 - Resultados de EDS da área II do DB79. ....................................... 61

Tabela 20 - Resultados de EDS da área I do DR73. ........................................ 62

Tabela 21 - Resultados de EDS da área II do DR73. ....................................... 62

Tabela 22. - Resultados dos ensaios de tração ............................................... 69

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LISTA DE SÍMBOLOS

ANEPP – Associação Nacional de Empresas de Películas Protetoras

B – Valor de azul

CAS – Serviço de Índice Químico (USA)

CCD – Dispositivo de carga acoplada

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito

DB79 – Azul disperso 79

DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito

DR73 – Vermelho disperso 73

EDS – Sistema de energia dispersiva de raios x

fazo – Fração de azocorante na mistura

fPMMA – Fração de PMMA na mistura

G – Valor de verde

M – Massa do azocorante

n – Massa molar numérico media

n/ w - Polidispersividade

w – Massa molar ponderal media

m – Massa total

MEV – Microscopia eletrônica de varredura

MMA - Metacrilato de metila

PC – Policarbonato

PDCL – Polímeros de cristal liquido disperso

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xv

PMMA – Poli(metacrilato de metila)

PVC – Poli(cloreto de vinila)

r – Razão de moléculas

R – Valor de vermelho

SEC – Cromatografia por exclusão de tamanho

TG – Termogravimetria

THF – Tetrahidrofurano

Ton-set – Temperatura de degradação termica

UV – Ultravioleta

µ - Valor de brilho

V – Volume final

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente os polímeros estão sendo utilizados em um grande número de

aplicações, designadas como de uso geral, de engenharia e de uso especial. Em

muitas destas aplicações os polímeros, puros ou formulados com inúmeras

possibilidades de modificação, estão cada vez mais substituindo outras classes de

materiais tradicionalmente empregadas. Esta substituição é normalmente baseada

no conjunto de propriedades e características apresentadas pelos materiais

poliméricos. Dentro deste comportamento global, é fundamental que um produto

acabado apresente um desempenho mecânico satisfatório durante a vida útil

projetada para uma determinada aplicação (Agnelli, 2001).

Novos materiais estão constantemente sendo desenvolvidos por meio da

síntese de novos monômeros ou por combinação ou modificação de polímeros já

existentes, gerando produtos com propriedades avançadas quando comparados aos

seus percussores. O alto custo proveniente da síntese de novos materiais e a ampla

variedade de polímeros já existentes, com diferentes propriedades que, quando

combinadas com outros materiais ou mesmo com outros polímeros, proporcionam

propriedades idênticas ou mesmo superiores às dos polímeros puros, vêm

estimulando as pesquisas nas áreas de combinação ou modificação de materiais já

existentes (Dias, 2004).

A modificação de polímeros já existentes no mercado pode ser realizada por

meio de:

Combinações com outros materiais – metais ou cerâmicas –

formando os compósitos poliméricos;

Mistura química de dois ou mais monômeros – formando os

copolímeros;

Mistura física de polímeros – formando as blendas poliméricas;

Adição de compostos químicos visando alterar determinadas

propriedades dos polímeros por meio da dopagem.

A modificação de polímeros já existentes pode ser de extrema importância em

diversos tipos de aplicações, visando solucionar diferentes problemas. Um exemplo

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2

que pode ser citado é a utilização de películas poliméricas em janelas residenciais e

em automóveis, as quais podem ser utilizadas com diferentes finalidades, desde a

proteção térmica do ambiente até a segurança dos ocupantes.

Tendo em vista o exposto acima, este trabalho tem como objetivo principal o

desenvolvimento de películas alternativas obtidas por meio da dopagem de

polímeros com azocorantes, visando atender às necessidades do mercado e

eliminar problemas encontrados nas películas comercializadas atualmente. Para tal,

é necessário entender e avaliar o efeito da incorporação dos azocorantes no

poli(metacrilato de metila), para a obtenção de filmes com a capacidade de mudança

de tonalidade na presença de uma radiação luminosa ambiente, aplicados em

janelas residenciais e automotivas.

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3

2. REVISÃO DA LITERATURA

Películas ou insulfilmes foram desenvolvidos inicialmente com a finalidade

de proporcionar conforto ao ambiente no qual os mesmos são utilizados. Com o

passar do tempo, este produto foi sendo aprimorado, deixando de ser apenas um

item de conforto e passando a ser também um item de estética (Spiewak & Hegdahl,

2002).

A falta de controle e normalização sobre as películas causou o surgimento

de produtos que expunha o usuário a condições de perigo, como é o caso da baixa

permeabilidade luminosa em algumas aplicações, devido ao uso de películas com

transmitância entre 5 % e 40 % nos vidros frontais de automóveis, agravados

quando em ambientes com pouca ou nenhuma luz (estradas e/ou ruas pouco

iluminadas), diminuindo dessa forma a visibilidade do motorista, e aumentando

assim o risco de acidentes (Grande, 2011). Atualmente, a norma que regulamenta o

uso desse produto em automóveis é a Resolução 254 de 2007, porém, em muitos

casos, esta norma não é seguida.

A Resolução 254 de 2007 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN)

estabelece que a transmissão luminosa de películas em um automóvel não deve ser

inferior a 75 % para os vidros incolores dos para-brisas, e 70 % para os para-brisas

coloridos e demais vidros indispensáveis à dirigibilidade do veículo. Para os vidros

que não interferem nas áreas envidraçadas indispensáveis à dirigibilidade do

veículo, a transparência não deve ser inferior a 28 %. A Associação Nacional de

Empresas de Películas Protetoras (ANEPP) vem tentando sugerir, desde 2005, tanto

ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) - através de Departamento Nacional

de Trânsito (DENATRAN) - quanto à parlamentares do Congresso Nacional, a

avaliação da possibilidade de revogação desta Resolução, de forma que sejam

estabelecidos novos marcos legais capazes de normalizar as relações entre o Poder

Público e os consumidores.

As novas normas de trânsito já estão provocando recessão às empresas que

aplicam películas nos automóveis e é prenúncio de que este setor empresarial, que

hoje gera cerca de 60 mil empregos diretos, será obrigado a reduzir seus custos

com mão de obra. No entanto, deve-se considerar a necessidade de maior proteção

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4

dos veículos contra o aumento acelerado das ocorrências policiais, como assaltos e

atos de vandalismo nas ruas e estradas, vitimando motoristas e passageiros.

Pesquisas confirmam exaustivamente e o senso comum mostra que, ao não

enxergar completamente o que está no interior do veículo – principalmente o que

está no banco de trás, onde em geral existe menor transparência – os assaltantes

são desencorajados a agir contra o veículo com películas, por natural temor do

desconhecido. Motorista e passageiros também se sentem mais seguros com algum

grau de redução da visibilidade de fora para dentro dos veículos (ANEPP, 2008).

Outro fator positivo do uso das películas é que as mesmas tornam os vidros

não estilhaçáveis. A propriedade exigida dos para-brisas – de saírem de fábrica com

vidros laminados com uma película entre as lâminas, para impedir seu

estilhaçamento em caso de choque – passou a estar ao alcance também dos vidros

laterais e traseiros, por meio do uso de películas protetoras (ANEPP, 2008).

É importante destacar também a necessidade de proteção contra os raios

solares sobre a pele e os olhos para a sociedade em geral, e não apenas para os

portadores de doenças como albinia e lupus (ANEPP, 2008).

Os fatores citados anteriormente justificam a forte tendência do mercado

(produtor e consumidor) na busca de maior proteção interna para os veículos,

especialmente aqueles que ficam muito tempo expostos, e para seus ocupantes

(ANEPP, 2008).

O fato de ser um país com muito sol e calor também pressiona a demanda

por películas mais escuras – que reduzem sensivelmente o calor no interior do

veículo. Condições de melhor climatização, com menor consumo de combustível

quando acionado o ar condicionado, assim como maior resistência à deterioração

dos materiais de revestimento interno dos veículos, garantindo maior valorização,

são outros fatores que justificam o uso destas películas escuras, e motiva a

produção das mesmas, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo (ANEPP,

2008).

No caso da aplicação das películas em janelas residenciais, deve-se

considerar que o uso deste produto está ligado ao aumento no consumo de energia,

ou seja, a aplicação dos filmes para a proteção térmica dos ambientes em

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5

determinados horários do dia tem como consequência a necessidade de iluminação

artificial no restante do período, o que aumenta o consumo de energia.

Películas protetoras também são muito utilizadas em janelas residenciais,

podendo ser responsáveis por grande parte dos ganhos ou perdas de calor em

edificações. Quando suas dimensões não são cuidadosamente determinadas, as

janelas podem contribuir para aumentar o consumo de energia de forma

significativa, seja em virtude do aquecimento/resfriamento, ou da necessidade de

iluminação artificial (Ghisi, Tinker, & Ibrahim, 2005).

Dessa forma, o uso de janelas inteligentes, também conhecidas como

PDLC’s (abreviação para “Polymer Dispersed Liquid Crystals” ou Polímeros de

Cristal Liquido Dispersos), tem se propagado constantemente. O Polímero de Cristal

Líquido Disperso, por conseguir atingir o estado translúcido, já está sendo utilizado

em escritórios e casas em todo o mundo. No entanto, o PDCL é uma tecnologia que

consome energia para que suas janelas inteligentes fiquem transparentes,

acarretando uma baixa redução do consumo de energia quando comparado com

janelas comuns. A Figura 1 ilustra o esquema de funcionamento de janelas PDLC

(Bonsor, 2011).

Figura 1 - Esquema de funcionamento de janelas PDLC.

O mecanismo de funcionamento das PDLC consiste em dois modos. No

estado normal, estado desligado, não é aplicado nenhuma tensão aos eletrodos, a

janela tem assim um aspecto translúcido, isto é, deixa passar alguma luz incidente,

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6

mas não permite ver através desta. Isto porque a luz é dispersa pelas partículas do

cristal líquido. Neste caso, cada gota tem o seu eixo óptico, numa direção aleatória,

devido às diferentes condições de ancoramento de cada partícula e devido à forma

como é produzido o PDLC. No caso de se aplicar uma tensão aos eletrodos, estado

ligado, as moléculas de cristal líquido são obrigadas a alinhar-se pela direção do

campo elétrico, de modo que a luz atravessa as gotas segundo o eixo do campo e,

portanto, sofre apenas o índice de refração das camadas (Bonsor, 2011).

2.1. Azocorantes

Os azocorantes são compostos orgânicos detentores de características

fotoquímicas e físicas interessantes. Estes materiais são aplicados como corante

e/ou pigmento na indústria têxtil, devido à sua ampla capacidade de interagir com

elementos de mesma classe como também de classes diferentes (Zheng, Xu, & Lu,

2010).

Os azocorantes apresentam propriedades estruturais e ópticas

interessantes, como a presença de isômeros estruturais (cis-trans), que podem ser

comutados por luz ou calor. Tal propriedade é conhecida como foto ou termo

isomeria/sensibilidade. Nos últimos anos, estudos sobre a funcionalidade dos

azocorantes junto a polímeros têm sido realizados, principalmente para polímeros

com alta permeabilidade à luz, como o poli(metacrilato de metila) (PMMA) e o

policarbonato (PC). Os estudos focam a aplicação do azocomposto na

birrefringência foto-induzida, que é a formação de dupla refração apresentada por

certos cristais, intimamente ligada com a velocidade e direção de propagação da luz

e na óptica não-linear (Mendonça, et al., 2007) efeitos que ocorrem quando

propriedades ópticas de um material dependem da intensidade ou de outro efeito da

luz propagando neste material (Rojas, 2005).

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7

2.1.1. Características dos azocorantes

Os azocorantes ou azocompostos são definidos como sendo moléculas

azoaromáticas, ou seja, composto orgânico, com sua estrutura formada pelo núcleo

constituído por dois átomos de nitrogênio ligados duplamente e, um anel aromático

ligado a cada um deles (Ø-N=N-Ø), sendo suas ramificações quaisquer outros

compostos ligados aos anéis aromáticos. A Figura 2 apresenta a estrutura química

básica de um azocomposto, o azobenzeno (Nunes, 2010).

N N

Figura 2 - Molécula básica de um azocomposto, o azobenzeno.

A estrutura molecular mais simples e representativa dessa classe de

moléculas corresponde ao azobenzeno (Figura 2). Variações nessa estrutura

possibilitam o surgimento de compostos com diferentes propriedades físicas e

químicas, tais como: o (N-[5-[bis [2-(acetyloxy) ethyl] amino] 2 [(2 bromo 4, 6

dinitrophenyl) azo] 4 ethoxyphenyl], comercialmente conhecido como Azul Disperso

79 (DB79 – Disperse Blue 79); o (2-[4-(2-Chloro-4-Nitrophenylazo)-N-

Ethylphenylamino] Ethano), comercialmente conhecido como Vermelho Disperso 1

(DR13 – Disperse Red 1) e o (2-[4-(2-Cyanoethylethylamino) phenyl] diazenyl-5-

nitrobenzonitrile), comercialmente conhecido como Vermelho Disperso 73 (DR73 –

Disperse Red 73). A Figura 3 apresenta as fórmulas químicas destes três compostos

(ChemicalBook Inc., 2008).

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N

N

NHC

CH3

O

NCH2

CH2

OC

CH3

O

CH2CH2

OC

O

CH3

OCH2

CH3

NO O

NO

O

Br(a)

N

Cl

N+

O

O-

N

N CH2

CH2

CH3

CH2OH(b)

NN

CN

N

O

O

NCH2

CH2C

N

CH2CH3

(c)

Figura 3 - Moléculas de azocompostos: (a) azul disperso 79, (b) vermelho disperso 1 e (c) vermelho

disperso 73.

2.1.2. Propriedades dos azocorantes

O principal responsável pelas propriedades dos azocompostos é seu

mecanismo de isomerização. Quando os azocompostos são expostos a um

determinado comprimento de onda de luz, estes hibridizam, passando de uma

formação cis para uma formação trans ou anti, como visto na Figura 4. Essa

característica é bem conhecida e é chamada de foto ou termo isomerização. Quando

estão em conformações diferentes, esses materiais apresentam propriedades

distintas. Dessa forma, as bandas de absorção da luz são deslocadas para outros

comprimentos de onda quando a molécula altera sua conformação (Dias, 2004;

Barros, 2006 e Nunes, 2010).

N N

N N

hv

hv.

(a) (b)

Figura 4 - Mecanismo de Isomerização do azobenzeno. (a) representação da forma estável do

azobenzeno e (b) representação da forma excitada do azobenzeno.

Em 1937, Hartley observou que azocorantes sofrem isomerização sob

irradiação, por exemplo, o azobenzeno passa da forma mais estável trans,

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predominante sob temperatura e iluminação ambientes, para a forma menos estável

cis. A forma trans pode se reverter ao isômero cis de forma foto e/ou termo induzida

(Barros, 2006).

A fotoisomerização ocorre quando a molécula absorve radiação na região

ultravioleta e/ou visível e passa para o estado eletrônico excitado. Após esta etapa,

o decaimento não radioativo leva ao estado fundamental do isômero. O isômero

trans é mais estável que o cis e, por isso, pode-se observar que a conversão da

forma cis para a trans pode ocorrer através de dois mecanismos: reação térmica

espontânea ou por meio da absorção de radiação (Barros, 2006).

2.2. Poli(metacrilato de metila) (PMMA)

O poli(metacrilato de metila) (PMMA) é um material termoplástico, rígido e

transparente, considerado um dos polímeros mais versáteis e com maior qualidade

do mercado. Existem três tipos de PMMA produzidos pela indústria de produtos

acrílicos: chapas acrílicas que podem ser produzidas pelo método de extrusão ou

casting (vazamento); resina acrílica, vendida sob a forma de granulado de pequenas

dimensões, normalmente contendo pigmentos e aditivos para aplicações

específicas; e soluções e emulsões acrílicas, para a indústria de tintas, colas,

adesivos, e troca iônica (Handbook, 1999).

O PMMA é um plástico de engenharia, cujas principais características são

suas inigualáveis propriedades ópticas, transparência, e resistência às intempéries,

além de excepcional dureza e brilho. O PMMA é um polímero utilizado em lentes,

janelas de aviões e à prova de balas, entre outras aplicações, nas quais é exigida

alta transmissão de luz e resistência adequada (Osswald, 1995).

Polímeros acrílicos são obtidos a partir da polimerização em cadeia de

monômeros vinílicos contendo grupos carboxílicos. O poli(metacrilato de metila)

(PMMA) é o polímero mais importante da família dos poliacrilatos e polimetacrilatos,

sendo, portanto, o mais estudado. O monômero metacrilato de metila (MMA),

utilizado na produção do plástico transparente PMMA, foi descoberto em 1928.

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Desde então, várias pesquisas envolvendo a síntese de PMMA foram realizadas

com o objetivo de produzir materiais com as características citadas acima

(Handbook, 1999).

2.2.1. Obtenção

2.2.1.1. Monômero

A produção comercial de metacrilatos começou em 1933 com base em

acetona cianidrina, que é ainda a base para toda a produção atual. Esta tecnologia é

bem estabelecida, e trata-se de um processo firmado em uma metodologia

ecologicamente viável. As matérias primas utilizadas na confecção do monômero

estão listadas a seguir: (Mark, 2004)

Acetona;

Ácido Cianídrico (cianeto de hidrogênio - HCN);

Ácido Sulfúrico;

Metanol.

Acetona reage com o ácido cianídrico para formar acetona cianidrina, que na

presença do ácido sulfúrico é facilmente convertido no sal de sulfato de

metacrilamida. Este sal intermediário pode ser convertido diretamente em ácido

metacrílico ou metacrilato de metila por reação com água ou metanol,

respectivamente. Na prática comercial, as duas etapas são geralmente realizadas

simultaneamente, com uma solução aquosa de metanol para produzir uma mistura

de ésteres ricos, já que metacrilato de metila é o produto de maior volume comercial

(Mark, 2004).

A sequência básica utilizada na produção do MMA é mostrada na Figura 5.

Este processo pode sofrer mudanças de acordo com o fabricante e/ou produto final

desejado (Mark, 2004).

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CCH3

O

CH3

CCH3

CN

CH3OH

CH N+

H2SO4

C C

CH3

CH2 O

NH2(H2SO4)CH3OHC

C

CH3

CH2

OO

CH3

Figura 5 - Sequência e compostos utilizados na produção do monômero de MMA.

As características do monômero de MMA são mostradas na Tabela 1

(Brydson, 1999).

Tabela 1 - Características do monômero de MMA.

Propriedades Unidades/Condições Valores

Temperatura de ebulição ºC/760 mmHg 100,5

Densidade D 0,936 - 0,940

Índice de refração ηD 1,413 - 1,416

Energia de polimerização kJ/mol 48,5

2.2.1.2. Polímero

Os processos de polimerização do monômero de MMA para a produção do

polímero variam de acordo com a empresa que o está fabricando e os recursos

disponíveis. Com base na economia e considerações ambientais, a água é

geralmente o solvente principal no processo industrial de polimerização. No entanto,

a escolha do processo é geralmente ditada pelas exigências do polímero a ser

produzido. Em soluções aquosas diluídas, a taxa de polimerização é influenciada

pelo pH, sendo alta em pH baixo, caindo rapidamente a um mínimo em pH 6 - 7, e

voltando a aumentar em um pH máximo em torno de 12, para o ácido metacrílico,

com uma média de pH entre 11 e 13. Em altas concentrações de sal ou de

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monômero, a taxa mínima de polimerização na faixa de pH 6-7 torna-se menos

pronunciada (Mark, 2004).

2.2.2. Propriedades do PMMA

As principais propriedades do PMMA estão apresentadas na Tabela 2

(Handbook, 1999).

Tabela 2 - Propriedades do PMMA.

Propriedades Unidades Condições Valores

Densidade g·cm-3 - 1,17 - 1,20

Absorção de água % 1/8 in bar, 24h 0,3 - 0,4

Coeficiente de

Expansão térmica - -

2 - 3·10-4 < Tg

6·10-4 > Tg

Índice de refração - - 1,49

Resistência à tração Mpa - 48 - 76

Tenacidade à fratura MPa·m1/2 23ºC, Ar

37ºC, Agua

1,21

1,76

Alongamento % - 2 - 10

2.3. Aditivação de polímeros

Aditivo é considerado todo e qualquer composto adicionado ao polímero

matriz, com finalidade de alterar suas propriedades básicas, visando novas

aplicações (Rabello, 2007). Estes compostos são classificados quanto à sua

funcionalidade, podendo ser:

Auxiliares de polimerização;

Auxiliares de processamento;

Estabilizantes;

Aditivos modificadores de propriedades.

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2.3.1. Classificação

2.3.1.1. Auxiliares de polimerização

Tem como finalidade iniciar a polimerização, acelerar a reação de

polimerização, conferir estruturas reticuladas ou outras propriedades durante o

processo de polimerização do polímero. Nesta classe pode-se destacar: iniciadores,

catalizadores, agentes de reticulação, solventes, agentes de transferência,

emulsificantes (Rabello, 2007).

2.3.1.2. Auxiliares de processamento

Estes aditivos são utilizados com a finalidade de melhorar a

processabilidade do polímero e, em alguns casos, agem diminuindo a fricção interna

e/ou externa do polímero com o equipamento. Nesta classe pode-se destacar:

lubrificantes, auxiliares de fluxo polimérico, solventes (Rabello, 2007).

2.3.1.3. Estabilizantes

As propriedades dos plásticos são modificadas com o decorrer do tempo,

como resultado de algumas modificações estruturais, tais como a cisão de cadeias,

reação de reticulação, alterações na estrutura química, degradação ou eliminação

dos aditivos presentes. Para reduzir parte desses efeitos, é comum a utilização de

estabilizantes, que por vários mecanismos de atuação, reduzem a velocidade de

degradação do polímero. Nesta classe pode-se destacar: antioxidantes,

estabilizantes térmicos, desativadores de metais, estabilizantes de radiação

ultravioleta (UV), preservativos (Rabello, 2007).

2.3.1.4. Aditivos modificadores de propriedades

Correspondem ao maior percentual de aditivos utilizados, conferindo novas

propriedades ou características ao polímero. Nesta classe pode-se destacar:

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antiestéticos, retardantes de chamas, plastificantes, cargas, agentes de reticulação,

agentes de expansão, nucleantes, pigmentos (Rabello, 2007).

2.3.2. Pigmentos

São aditivos utilizados para conferir tonalidades de cor aos materiais

poliméricos (Rabello, 2007). Além de conferir cor, os pigmentos podem aumentar o

brilho, a opacidade, ou ocasionar outros efeitos como estabilizante de radiação

ultravioleta. São classificados de acordo com a sua origem:

Pigmentos orgânicos;

Pigmentos inorgânicos;

Pigmentos solúveis;

Pigmentos especiais.

A Tabela 3 apresenta a comparação entre as propriedades gerais dos

pigmentos orgânicos e inorgânicos (Rabello, 2007).

Tabela 3 - Comparação entre pigmentos orgânicos e inorgânicos.

Critério Inorgânico Orgânicos

Custo Baixo Elevado

Propriedades Opaco Translucido

Dispersabilidade Fácil Difícil

Estabilidade à luz e ao calor Excelente Limitada

Brilho Fosco Brilhoso

Poder de recobrimento Fraco Forte

Tendência de recobrimento Reduzida Elevado

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2.3.2.1. Distribuição dos pigmentos

Os pigmentos são geralmente comercializados nas seguintes formas

(Amato, 2003 e Rabello, 2007):

Pigmentos puros: são fornecidos na forma de pós muito finos que

devem ser incorporados a polímeros também em pó. Os

inconvenientes são a dificuldade de mistura a seco e manipulação,

além de problemas de higiene industrial.

Concentrados líquidos: utilizados principalmente em termofixos e em

plastisóis de poli(cloreto de vinila) (PVC), onde o veículo é um

plastificante ou um solvente apropriado. Neste concentrado os

pigmentos apresentam-se completamente dispersos.

Misturas especiais: trata-se de combinações de concentrados de

pigmentos inorgânicos facilmente dispersáveis com pigmentos

orgânicos de baixa dispersibilidade. Os aglomerados orgânicos se

quebram e os agregados ou partículas se unem às partículas

inorgânicas.

Concentrados sólidos: Pigmentos previamente dispersos em um

veículo. O concentrado possui cerca de 25% a 70% de pigmentos e,

quando adicionado ao material, é uniformemente dispersado.

2.4. Concentrados

Existem diversas técnicas de aditivação de resinas termoplásticas, desde a

obtenção direta no reator (na etapa de polimerização), até a homogeneização em

extrusora com concentrados (masterbatches) em pó, obtendo-se por este ultimo

método produtos com uma melhor homogeneidade de cor. Pode-se também

adicionar o aditivo diretamente na extrusora/injetora ou outro processo de

transformação, para a obtenção do produto final (Amato, 2003).

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16

Masterbatch é o nome dado ao concentrado com a função de adicionar uma

ou mais características junto ao polímero puro, sendo usado quando o polímero a

ser usado não possui as propriedades ou tonalidades necessárias para o uso em

uma aplicação específica (Amato, 2003).

Os concentrados são produtos da incorporação de altas quantidades de

pigmentos e/ou aditivos em veículo compatível com o polímero de aplicação,

destinados a colorir e/ou aditivar as resinas termoplásticas em geral (Cromex, 2005).

2.4.1. Tipos de concentrados

2.4.1.1. Concentrados granulados

Os concentrados granulados são obtidos por meio da incorporação dos

pigmentos ou aditivos, em uma resina termoplástica, denominada veículo, que deve

ser adequado para o polímero de aplicação. Esta incorporação é realizada em

máquinas próprias para esta função, tais como Banbury (Cromex, 2005). O processo

está descrito na Figura 6.

Figura 6 - Fluxograma de obtenção de concentrados granulados.

A utilização de concentrados na formulação de compostos permite a

obtenção de produtos finais, com fácil dosagem e manuseio; excelente dispersão de

pigmentos; uniformidade de cor; elevado poder de tingimento, proporcionando maior

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rendimento; troca de cores de forma rápida e econômica durante a etapa de

produção do produto; além de não interferir nas propriedades do produto obtido

(Cromex, 2005).

2.4.1.2. Concentrados em pó

Os concentrados em pó ou dry-blends são obtidos via dispersão dos

pigmentos e/ou aditivos, em veículo não polimérico, na forma de pó. Possuem a

propriedade de aderir uniformemente ao polímero de aplicação, proporcionando uma

melhor homogeneização se os pigmentos estiverem bem dispersos. Caso contrário,

poderá ocorrer a presença de manchas no produto. Podem ser obtidos também por

micronização dos concentrados granulados. A Figura 7 apresenta o procedimento

básico para a produção de concentrados em pó (Cromex, 2005).

Figura 7 - Fluxograma de obtenção de concentrados em pó.

2.4.1.3. Concentrados universais

Os concentrados universais são uma dispersão de pigmentos e/ou aditivos

em veículo aglomerante, gerando um produto de granulometria irregular. A Figura 8

apresenta o procedimento básico para a produção de concentrados universais

(Cromex, 2005).

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18

Figura 8 - Fluxograma de obtenção de concentrados universais

2.4.2. Etapas do processo de dispersão do aditivo no polímero

O processo de dispersão do aditivo no polímero ocorre nas seguintes

etapas: desagregação; molhamento e estabilização (Rabello, 2007).

2.4.2.1. Desagregação

Esta etapa é essencial, uma vez que o pigmento normalmente não é

fornecido no tamanho de partícula adequado para o efetivo poder de recobrimento

do produto final. A desagregação ocorre por meio do contato entre a partícula e o

equipamento de mistura, a frio ou a quente, e através do atrito partícula-partícula

(Rabello, 2007).

2.4.2.2. Molhamento

Esta etapa é dependente da tensão e energia superficiais do pigmento e da

fluidez do material, além da área específica e da geometria da partícula. O

molhamento melhora com o aumento da temperatura (Rabello, 2007). A boa

distribuição das partículas desagregadas e molhadas é alcançada em altas

temperaturas de processamento (baixa viscosidade), tempos longos e fluxo

turbulento. Os requisitos para alta produtividade têm levado ao desenvolvimento de

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equipamentos com unidades eficientes de mistura para evitar tempos longos

(Rabello, 2007).

2.4.2.3. Estabilização

As forças de atração entre as partículas devem ser superadas por energia

externa fornecida durante a dispersão. As partículas menores (alta área superficial)

são termodinamicamente instáveis e exibem tendência de reaglomeração. No

material fundido, agentes modificadores de superfície podem ser adicionados para

reduzir esta tendência (Rabello, 2007).

2.4.3. Grau de mistura

O grau de dispersão alcançado em uma determinada mistura polímero-

pigmento depende dos seguintes fatores (Rabello, 2007):

Constituição química, tamanho de partícula e forma das partículas do

pigmento;

Viscosidade do polímero fundido, que também depende da

temperatura de mistura;

Presença de outros aditivos, especialmente auxiliares de

processamento;

Interações específicas entre as moléculas do pigmento e grupos

funcionais do polímero;

Eficiência do equipamento de mistura e processamento, onde a má

dispersão dos pigmento pode trazer alguns transtornos como:

variações na intensidade e tonalidade da cor; obstrução da tela de

filtragem da extrusora; instabilidade do balão na extrusão de filmes;

quebra dos monofilamentos e fitas durante a extrusão.

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20

2.4.4. Pontos de fragilização

Os pontos de má dispersão dos pigmentos podem atuar como agente

nucleante e concentradores de tensões. Concentrações de tensões podem gerar

falhas e perdas das propriedades mecânicas dos materiais, e ocorrem

principalmente em peças produzidas por meio de processos onde não ocorre um

cisalhamento mais intenso, ou seja, onde a dispersão não é tão eficiente, como na

moldagem rotacional (Amato, 2003).

2.4.5. Processos de fabricação dos concentrados

Evidentemente, a fabricação de alguns concentrados especiais necessita de

acréscimo de algumas etapas como, pré-dispersão de pigmentos e/ou aditivos, pré-

estufagem (pré-secagem) de componentes da mistura.

A homogeneização é o grau de facilidade de distribuição do concentrado

sobre a resina de aplicação, durante o processo de transformação, e depende

basicamente de dois fatores: da concentração dos pigmentos/aditivos no

concentrado e do comportamento do fluxo entre o concentrado e o polímero de

aplicação utilizado (Cromex, 2005).

A capacidade de homogeneização do equipamento de transformação

envolve configurações de rosca, tamanho do cilindro de plastificação e tempo de

mistura no cilindro. Ciclos muito rápidos pode não permitir uma boa dispersão do

concentrado na resina e, estas deficiências, para serem contornadas, requerem uma

adição em maior quantidade do concentrado, sendo necessário um concentrado

com menores teores de componentes, para ser utilizado em uma quantidade maior,

facilitando a sua homogeneização na resina (Cromex, 2005).

A concentração deve permitir que os pigmentos/aditivos fiquem

perfeitamente dispersos no polímero, obtendo-se assim o máximo do potencial dos

mesmos, sendo que a quantidade ideal de aditivo está entre 2 a 5%. Concentrado

com alto teor de concentração e quantidade aplicada inferior a 1% resultará em uma

distribuição espacial deficiente do concentrado na resina de aplicação, dificultando a

homogeneização (Cromex, 2005).

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21

O comportamento do fluxo do material fundido varia de acordo com a

viscosidade do concentrado. Para um bom desempenho do mesmo em termos de

homogeneização, sua viscosidade deve ser um pouco inferior à da resina. Assim,

durante a etapa de plastificação do processo de transformação do produto, o

concentrado fundirá primeiro, homogeneizando-se rapidamente no polímero utilizado

como matriz. Se o concentrado for mais viscoso, alguns pontos da peça final

produzida podem conter maior concentração de aditivo que outros, além de riscos e

manchas causadas pelo concentrado (Amato, 2003).

2.5. Colorimetria

Diversos autores (Oliveira, 2006; León, et al., 2005; Debon, 2009; Minolta,

1994), referem-se à colorimetria como sendo a ciência e a tecnologia usada para

quantificar e descrever as percepções humanas da cor. A determinação da cor pode

ser realizada através de uma inspeção visual (humana) ou usando um instrumento

de medida, como por exemplo, espectrofotômetro ou colorímetro.

2.5.1. Sistema de cores

2.5.1.1. Sistema RGB

As cores formadas com a luz são baseadas no sistema RGB, abreviação de

R = Red (vermelho), G = Green (verde) e B = Blue (azul), representadas pelos

vetores XYZ, respectivamente, e conhecidas também como valores tristimulus.

Neste sistema são consideradas as três cores primárias (Moreira, 2009). A partir

destas três cores é possível obter diversas combinações, como está ilustrado na

Figura 9, onde os pontos XY representa o amarelo, XZ representa o magenta, YZ

representa o ciano, XYZ representa o branco, e o ponto zero representa o preto.

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22

(a) (b) (c)

Figura 9 – Coordenadas de cores RGB: (a) estão as cores primárias (b) cores secundarias e (c) eixos

e respectivas cores.

A Figura 10 ilustra o diagrama de cores RGB utilizado pela maior parte dos

softwares de edição de imagens.

Figura 10 - Diagrama de cores RGB utilizado pela maior parte dos softwares de edição de imagens

(palheta retirada do Microsoft Word).

2.5.1.2. Brilho

É um atributo da percepção visual em que uma fonte parece estar irradiando

ou refletindo luz. Em outras palavras, o brilho é a percepção provocada pela

luminosidade de um alvo visual. Este é um atributo subjetivo / propriedade de um

objeto que está sendo observado (Poynton, 2012).

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23

No espaço de cor RGB, brilho pode ser pensado como a média aritmética (μ)

das coordenadas de cor do vermelho, verde e azul (Poynton, 2012). A Equação 1

apresenta a formula para a conversão dos valores de RGB em valor de brilho.

(1)

2.5.1.3. Sistema CIEL*ab

A coloração de um produto é definida por três diferentes parâmetros

representados em um diagrama tridimensional, denominado Diagrama CIEL*ab. Em

1976, a Commission Internationale d’Eclairage (CIE) recomendou o uso da escala

de cor do sistema CIEL*ab, ou CIELAB (X). Nesta escala, o parâmetro L* varia de 0

a 100, onde o máximo valor de L* (100) representa uma perfeita reflexão difusa,

representando a coloração branca, enquanto o valor mínimo (0) representa a

coloração preta. Já os eixos a* e b* não apresentam limites numéricos específicos. A

coordenada a* varia do vermelho (+a*) ao verde (-a*), e a coordenada b* do amarelo

(+b*) ao azul (-b*) (Hunterlab, 1996 e Bakker, Bridle, & Timberlake, 1986). O centro é

acromático e, à medida que os valores de a* e b* variam e o ponto move-se para

fora partindo do centro, a saturação da cor aumenta. A Figura 11 apresenta o

diagrama CIEL*ab (Minolta, 1994).

Figura 11 - Diagrama de cores CIEL*ab.

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24

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais

3.1.1. Polímero

3.1.1.1. Poli(metacrilato de metila) (PMMA)

Neste trabalho, foram utilizados o poli(metacrilato de metila) comum, tipo

PMMA cristal, aditivado com estabilizantes e bloqueadores UV, com índice de fluidez

de 5,2g/10min (norma ASTM D-1238) e o poli(metacrilato de metila) puro, sem

aditivos, com índice de fluidez de 2,8g/10min (norma ASTM D-1238). Ambos os

materiais foram cedidos pela empresa UNIGEL S.A. Na Figura 12 pode-se observar

uma representação esquemática do poli(metacrilato de metila) (PMMA).

CCH2

C

O OCH3

CH3

n

Figura 12 - Representação do poli(metacrilato de metila) (PMMA).

3.1.2. Azocorantes

Os azocorantes utilizados neste trabalho foram o Vermelho Disperso 73,

com nomenclatura química de 2- [4- (2- Cyanoethylethylamino) phenyl] diazenyl- 5-

nitrobenzonitrile, comercializado pelo nome Rubi PCILAcete 2G.F.L., e o Azul

Disperso 79, com nomenclatura química de Acetamide ou N- [5- [bis [2- (acetyloxy)

ethyl] amino] 2- [(2-bromo-4, 6-dinitrophenyl) azo] 4-ethoxyphenyl], comercializado

pelo nome Azul Marinho PCILAcete Gln.

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25

3.1.2.1. Vermelho Disperso 73 (DR73)

O Vermelho Disperso 73 ou Disperse Red 73 é um composto cadastrado

sob o código CAS 12270-46-1 (registro no banco de dados do Chemical Abstracts

Service), com fórmula molecular (C18H16N6O2). Este composto apresenta massa

molecular de 348,36 g/mol e densidade de 1,22 g/cm3. Seu ponto de ebulição é dado

como sendo 614,2°C (ChemicalBook Inc., 2008). A Figura 13 ilustra a representação

esquemática da molécula deste composto.

N N

C N

N

O

O

N CH2

CH2 C

N

CH2CH3

Figura 13 – Representação da molécula do DR73.

3.1.2.2. Azul Disperso 79 (DB79)

O Azul Disperso 79 ou Disperse Blue 79 é um composto cadastrado sob o

código CAS 12239-34-8, com fórmula molecular (C24H27BrN6O10). Este composto

apresenta massa molecular de 639,41 g/mol1 e densidade de 1,53 g/cm3. Seu ponto

de ebulição é descrito como sendo 774,8°C (ChemicalBook Inc., 2008). A Figura 14

ilustra a representação esquemática da molécula deste composto.

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N

N

NHC

CH3

O

NCH2

CH2

OC

CH3

O

CH2CH2

OC

O

CH3

OCH2

CH3

NO O

NO

O

Br

Figura 14 - Representação da molécula do DB79.

3.1.3. Solventes

3.1.3.1. Acetona

Acetona, com fórmula molecular CH3COCH3 e 99,5% de pureza, fornecida

pela IMPEX, foi utilizado como solvente. A Figura 15 representa a molécula da

acetona.

CH3

CCH3

O

Figura 15 - Representação da molécula da acetona.

3.2. Metodologia

3.2.1. Mistura por reometria de torque

A mistura em reômetro de torque foi realizada, seguindo o procedimento

descrito pela CROMEX (Cromex, 2005) para a confecção de concentrado na forma

de granulado. Inicialmente, o azocorante foi adicionado ao PMMA cristal na câmara

de mistura do reômetro, nas proporções descritas na Tabela 4.

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Tabela 4 - Proporções de mistura dos concentrados no reômetro de torque em porcentagem (%) de

massa.

Concentrado PMMA DR 73 DB 79

CR1 75 25 -

CR2 75 - 25

O equipamento utilizado foi um misturador interno RHEOMIX 600, acoplado

a um reômetro de torque System 90 da Haake–Büchler, operando com rotores do

tipo roller, velocidade de rotação de 50 rpm, sob temperatura de 220 °C, durante 10

minutos, em atmosfera de ar. A massa total dentro da câmara de mistura foi mantida

constante em 50 g. A Figura 16 foi retirada do trabalho de (Salahudeen, Elleithy,

AlOthman, & AlZahrani, 2005) e ilustra o perfil dos rotores tipo roller.

Figura 16 Perfil dos rotores roller.

3.2.2. Mistura dos concentrados em solução

A preparação do concentrado em solução foi realizada utilizando-se PMMA

puro e acetona como solvente. O material foi seco na temperatura de 60ºC, por 24

horas, em estufa a vácuo, modelo TE-395, fabricada pela TECNAL. A pesagem foi

realizada em balança com precisão de três casas decimais e, em seguida, a

homogeneização da mistura seca foi realizada, e um volume de 10,0mL de acetona

foi adicionado para cada 1,0g de mistura. A solução foi colocada em uma placa

aquecida, a uma temperatura de 60ºC, com agitação magnética, por cerca de duas

horas e meia. Por fim, foi realizada a etapa de evaporação do solvente residual na

temperatura ambiente, durante 24 a 36 horas, e secagem final em estufa a vácuo

por mais 12 horas.

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28

Após secagem, os concentrados foram fragmentados em um moinho de

martelo, apresentado na Figura 17, com a finalidade de reduzir o tamanho da

massa, transformando-a em partículas trabalháveis na extrusora.

Figura 17 - Moinho de martelo.

As proporções dos componentes dos concentrados obtidos estão

apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Proporções de mistura dos concentrados em solução em percentagem (%) em massa.

Concentrado PMMA

(%)

DR 73

(%)

DB 79

(%)

CS1 90 10 -

CS2 90 - 10

CS3 95 - 5

3.2.3. Mistura em extrusora monorrosca

Para a produção do polímero na forma de grânulos, o processamento foi

realizado em extrusora monorrosca. A temperatura de processamento utilizada

durante a mistura foi de 225 / 230 / 230ºC, nas respectivas zonas T1, T2 e T3, onde a

zona T3 está localizada na matriz da extrusora, e a rotação utilizada foi de 40 RPM.

O material foi adicionado à extrusora em porções fracionadas de 25g, nas

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29

proporções desejadas. A Tabela 6 apresenta as proporções das misturas analisadas

neste trabalho.

Tabela 6 - Relação das misturas de PMMA para os concentrados DR73 (DR) e o DB79 (DB),

misturados por extrusão.

Amostras PMMA

(%) Concentrados (%) CS1 CS2 CS3

PMMA_E 100,0 - - -

PMMA/DR1,00 90,0 10,0 - -

PMMA/DR0,10 99,0 1,0 - -

PMMA/DR0,05 99,5 0,5 - -

PMMA/DB1,00 90,0 - 10,0 -

PMMA/DB0,10 99,0 - 1,0 -

PMMA/DB0,05 99,0 - - 1,0

PMMA/DB0,01 99,8 - - 0,2

O processamento das amostras foi seguido da granulação das misturas para

uso nos processos seguintes.

A extrusora utilizada foi uma micro extrusora monorrosca da empresa AX

Plásticos Máquinas Técnicas LTDA, com diâmetro de rosca de d = 16 mm e relação

comprimento/diâmetro (L/d = 26), modelo AX 16, parafuso/rosca com elemento

dispersivo, e elemento Maddock. Este equipamento está disponível no Laboratório

de Reologia e Processamento de Polímeros do Departamento de Engenharia de

Materiais (DEMat) da UFRN. A Figura 18 ilustra o parafuso da micro-extrusora.

(a) (b)

Figura 18 - Desenho do parafuso da micro-extrusora: (a) perfil ISO; (b) identificação dos elementos e

zonas do parafuso.

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30

A – Zona de alimentação;

B – Zona de compressão;

C – Elemento Maddock;

D – Controle de Vazão.

3.2.4. Moldagem por Injeção

As amostras foram moldadas em uma injetora da marca Arburg, modelo

AllRounder 270S 400-100 do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o

Agronegócio da Embrapa Instrumentação Agropecuária, conforme a norma ASTM

D-638, com o corpo de prova tipo I, como apresentado na Figura 19. As condições

utilizadas foram: perfil de temperatura de injeção 210 / 220 / 230 / 240 / 240ºC, e

temperatura do molde de 40ºC, com força de fechamento máxima de 400 kN e

tempo de resfriamento de 35 segundos.

Figura 19 - Corpo de prova para ensaio de tração segundo norma ASTM D-638/01.

3.2.5. Produção dos filmes por extrusão-sopro

Antes do processamento por extrusão-sopro, os grânulos das misturas foram

secos na estufa à vácuo, na temperatura de 60ºC, por 48 horas, visando eliminar

toda a umidade ainda presente após o processamento de mistura.

Para a produção dos filmes, o processo foi realizado na micro extrusora

monorrosca da empresa AX Plásticos Máquinas Técnicas LTDA, com diâmetro de

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31

rosca de d = 16 mm e relação comprimento/diâmetro (L/d = 26), modelo AX 16,

parafuso/rosca com elemento dispersivo, e elemento Maddock (Figura 18) com uma

matriz de sopro. A temperatura de processamento durante a mistura/sopro foi de

220 / 220 / 210ºC, nas respectivas zonas T1, T2 e T3. A pressão de sopro foi mantida

em 20 PSI. As composições das amostras processadas podem ser observadas na

Tabela 7.

Tabela 7 - Amostras extrudadas/sopradas.

Amostras Concentração (%)

PMMA_E 100

PMMA/DR0,10 99,90/0,10

PMMA/DR0,05 99,95/0,05

PMMA/DB0,10 99,90/0,10

PMMA/DB0,05 99,95/0,05

PMMA/DB0,01 99,99/0,01

3.2.6. Caracterizações

3.2.6.1. Cromatografia por exclusão de tamanho (SEC)

Amostras de PMMA comum e PMMA puro foram caracterizadas por

cromatografia por exclusão de tamanho (SEC), através do fracionamento das

cadeias poliméricas, com relação ao volume hidrodinâmico que cada uma delas

ocupa em solução.

As amostras foram solubilizadas à temperatura ambiente em 4 mL de

tetrahidrofurano (THF). Após uma hora, elas foram filtradas em membranas com

porosidade de 0,45 µm e, em seguida, injetadas a 40°C, em um volume de injeção

de 100 µL, a uma vazão de 1 mL/min na coluna de um cromatógrafo da marca Waters,

modelo 410, dotado de detector de índice de refração e de um conjunto de colunas

de Ultrastyragel (HR3, HR4, HR5E Waters). As curvas de calibração foram

construídas com 12 padrões de poliestireno monodispersos da Shodex Standard. Os

ensaios foram realizados no Centro de Caracterização e Desenvolvimento de

Materiais da Universidade Federal de São Carlos (CCDM/ UFSCar).

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32

3.2.6.2. Termogravimetria (TG)

A análise termogravimétrica (TG) foi realizada em equipamento da marca

SHIMADZU, modelo DTG-60. A faixa de temperatura de análise foi de 30 a 900ºC,

com uma razão de aquecimento de 5ºC/min. Utilizou-se cadinho de platina e

atmosfera de nitrogênio em fluxo de 50 ml/min. Os ensaios foram realizados no

Laboratório de Caracterização Termina do Núcleo de Processamento Primário e

Reuso de Água Produzida e Resíduos – NUPPRAR (UFRN). As amostras

analisadas estão apresentadas na Tabela 8.

Tabela 8 - Amostras analisadas por meio de TG.

Materiais Puros Concentrado em

reômetro de torque

Concentrado

em solução

PMMA puro PMMA/DR73

(75/25)

PMMA/DR73

(90/10) PMMA comum

Disperse Red 73

(DR73) PMMA/DB79

(75/25)

PMMA/DB79

(90/10) Disperse Blue 79

(DB79)

3.2.6.3. Colorimetria

Para as análises de colorimetria, as amostras foram retiradas de corpos de

prova de tração não ensaiados, medindo 19,0 mm de largura, 33,0 mm de altura e

3,2 mm de espessura, como apresentado na Figura 20. Antes do ensaio, as

amostras foram mantidas por no mínimo 24 horas em recipiente escuro, a fim de

evitar interferência por luz ambiente.

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33

Figura 20 - Dimensão das amostras analisadas.

Utilizando-se uma caixa preta, projeto apresentado na Figura 21, com

lâmpada fluorescente de 18 Watts, a captura das imagens foi realizada durante a

mudança de coloração das amostras, em um intervalo de tempo que variou de 2

minutos para a formulação 1,0% DB79 e 60 minutos para as formulações 0,1%

DB79, 0,1% DR73, 1,0% DR73 e o PMMA. Em seguida, utilizando-se softwares de

edição de imagens (Corel PhotoPaint), com a “Ferramenta Conta-Gotas”, os valores

de RGB, para a região de exposição direta de luz “núcleo”, em cinco pontos de cada

imagem, foram contabilizados, e um valor médio foi gerado, como apresentado na

Figura 22.

Figura 21 - Projeto da caixa de luz.

Figura 22 - Esquema da região observada durante o ensaio.

33mm

3,2mm

19mm

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34

Com o valor médio de RGB, foi possível, graças ao uso do programa

OpenRGB, calcular os valores para L*ab. As equações de conversão desses

valores, em linguagem de programação, está apresentada no Anexo I (EasyRGB,

2010).

3.2.6.3.1. Diâmetro da saturação

Utilizando-se o software ImageJ, foi feito o acompanhamento da saturação

da imagem e calculado o diâmetro médio da região não saturada, com base na área

média de cada imagem (ImageJ, 2011).

Utilizando as ferramentas do ImageJ, Threshold Color e Measure, a

quantificação da área das figuras foi feita e, para isso, foi realizada a seleção de

resposta para a razão de brilho de 20, 35, 50 e 75, até o máximo de 255, como visto

na Figura 23.

20

35

50

75

Figura 23 - Razões de brilho utilizados para o calculo da área de saturação.

3.2.6.4. Ensaio de tração

Os ensaios de resistência à tração foram realizados segundo a norma ASTM

D-638/01, em uma máquina universal de ensaios da marca Shimadzu, modelo AG-X

300kN. O ensaio foi realizado com velocidade de 1 mm/min., até deformação de

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35

0,5%. A partir deste ponto, a velocidade de ensaio foi alterada para 5 mm/min., até a

ruptura do corpo de prova.

3.2.6.5. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

As imagens de MEV foram obtidas em equipamento da Hitachi, modelo MEV

de Bancada TM-3000. Acoplado a este equipamento, existe um sistema de Energia

Dispersiva de Raios X - EDS (SwiftED – 3000 – Oxford), capaz de mapear e

destacar pontos de presença de determinado composto. O MEV está localizado no

Laboratório de Microscopia do Departamento de Engenharia de Materiais da UFRN.

Foram realizadas análises dos pós de azocorantes, DR73 e DB79, no estado

bruto, a fim de caracterizar e identificar os componentes que o constituem,

utilizando-se do sistema EDS.

Foram realizadas análises da superfície plana das amostras, a fim de

identificar elementos específicos sobre a região analisada. Utilizando-se um sistema

EDS, a distribuição do bromo contido no corante DB79 e do nitrogênio contido em

ambos os corantes, DR73 e DB79, foi mapeada, visando identificar a

homogeneidade das amostras produzidas. A Tabela 9 apresenta a relação das

amostras analisadas.

Tabela 9 - Relação de amostras analisadas por meio de MEV.

Amostra Concentração (%)

PMMA DB79 1,0% 99,0/1,0

PMMA DR73 1,0% 99,0/1,0

Amostras fraturadas manualmente também foram analisadas por meio de

MEV. A Tabela 10 apresenta a relação destas amostras.

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Tabela 10 - Amostras que tiveram sua região de fratura analisadas por MEV.

Amostra Concentração (%)

PMMA 100 PMMA/DB79 0,1% 99,9/0,1 PMMA DB79 1,0% 99,0/1,0 PMMA DR73 0,1% 99,9/0,1 PMMA DR73 1,0% 99,0/1,0

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37

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, são apresentadas as caracterizações físicas, reológicas,

termogravimétricas, ópticas e microscópicas dos materiais desenvolvidos.

4.1. Caracterização física

As amostras caracterizadas por cromatografia por exclusão de tamanho

(SEC) apresentaram valores de massa molar numérica média ( n) de 75.000 e

85.000 g/mol, e massa molar ponderal média ( w) de 113.000 e 125.000 g/mol, para

o PMMA comum e PMMA puro, respectivamente. Com isso os valores de

polidispersividade ( w/ n) foram de 1,51 e 1,47 respectivamente.

O PMMA puro, na forma de pó, foi utilizado como veiculo em virtude da sua

área superficial ser superior a apresenta pelo PMMA comum, na forma de grânulos,

sendo que os mesmo apresentam valores de massa molar e polidispersividade

próximos, o que não influenciaria nas propriedades finais.

4.2. Caracterização reológica

O resultado de torque apresentado pelo reômetro de torque (Figura 24)

mostrou uma diminuição do torque final, após 10 minutos, dos compostos

concentrados, em relação ao PMMA comum, que apresentou torque de 2,8 N·m. A

queda foi mais acentuada para o composto PMMA/DB79 (75/25), que apresentou

valor de torque de 2,2 N·m, enquanto que a amostra PMMA/DR73 (75/25)

apresentou valor de 2,6 N·m.

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38

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0

5

10

15

20

25

30

35

Torq

ue

(N

.m)

Tempo (min)

Torque em 10min

N.m

PMMA Comum 2,8

PMMA/DR73 (75/25) 2,6

PMMA/DB79 (75/25) 2,2

Figura 24 - Resultados de reometria de torque e seus respectivos valores após 10 minutos.

A diferença do torque entre as amostras PMMA/DB79 e PMMA/DR73 está

provavelmente ligada ao número de moléculas de azocorante adicionadas à mistura.

A Equação 2 apresenta a fórmula para o cálculo da razão do número de moléculas

de azocorante para cada macromolécula de PMMA, onde f é a fração de PMMA ou

de azocorante, M representa a massa do azocorante e n representa a massa molar

numérica média do PMMA.

(2)

Enquanto que a amostra PMMA/DB79 apresenta um valor de 39,04

moléculas de DB79 para cada macromolécula de PMMA comum (Equação 3),

levando-se em consideração o valor da massa molar numérica média do PMMA

comum, a amostra de PMMA/DR73 apresenta valor de 71,76 moléculas de DR73

para cada macromolécula de PMMA comum (Equação 4), o que indica um maior

grau de interação entre o DR73 e o PMMA que o apresentado pelo DB79 e o PMMA.

Os anéis aromáticos presentes na estrutura química dos azocorantes são

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39

responsáveis pelo enrijecimento (aumento da viscosidade) das moléculas. Dessa

forma, o composto PMMA/DR73, por apresentar um maior número de moléculas de

azocorante, apresenta uma maior quantidade de anéis aromáticos na sua fórmula

geral, aumentando o torque durante o ensaio.

(3)

(4)

Outro fator a ser levado em consideração e que, por ventura, influencia este

resultado é a densidade dos azocorantes, que altera o volume final ocupado pelo

material na câmara de mistura do reômetro de torque. O DR73 apresenta densidade

próxima à densidade do PMMA, 1,22 g/cm3, contra uma densidade de 1,17 a 1,20

g/cm3 do PMMA. Por outro lado, a densidade do DB79 é de 1,54. A Equação 5

apresenta a fórmula utilizada para determinar o volume final de material na câmara.

Para a realização dos cálculos, levou-se em consideração 1,20 g/cm3 como sendo a

densidade do PMMA. Observa-se que o volume final do PMMA (Equação 6),

PMMA/DR73 (Equação 7) e PMMA/DB79 (Equação 8) são, respectivamente, 41,67

cm3, 41,50 cm3 e 39,37 cm3. O valor de densidade obtido para o PMMA/DR73,

próximo e abaixo do valor obtido para o PMMA, corroboram com o valor de torque

apresentado no reômetro de torque. O volume apresentado pelo PMMA/DB79 é

menor em virtude da maior densidade do DB79 e, por consequência, ocorre uma

diminuição no valor de torque.

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40

(

) (5)

(6)

(7)

(8)

4.3. Análise termogravimétrica (TG)

Na Figura 25 são apresentados os gráficos das análises termogravimétricas

para as amostras puras de PMMA comum e PMMA puro. A temperatura de

degradação e a massa das amostras, a 900ºC, são observadas.

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41

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Ma

ssa (

%)

Temp (C)

0,00%

308,2 C

(a)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Massa (

%)

Temp (C)

0,29%

310,5 C

(b)

Figura 25 - Resultados da análise termogravimétrica (TG) e as respectivas massas das amostras nas

temperaturas de 240 e 900ºC: (a) PMMA comum e (b) PMMA puro.

As amostras de PMMA, comum e puro, não apresentaram perda inicial

considerável até os 240ºC, em virtude de uma secagem prévia do material, em

estufa a vácuo, antes da análise. As amostras apresentaram temperatura de

degradação Ton-set de 308,2ºC e 310,5ºC, respectivamente e apresentaram um

resíduo inferior a 0,5% da massa inicial, a 900ºC, indicando uma total degradação

térmica dos compostos.

Os resultados para os azocorantes DR73 e DB79 são apresentados na

Figura 26. A temperatura de degradação e as respectivas massas das amostras, a

240ºC e a 900ºC, são observadas.

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42

A seguir são apresentados os gráficos da analise termogravimétrica para as

amostras puras dos azocorantes DR73 e DB79 (Figura 26).

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100M

assa (

%)

Temp (C)

84,38%

0,00%

265,0 C

(a)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Massa (

%)

Temp (C)

87,15%

10,92%

249,8 C

(b)

Figura 26 - Resultados das análises termogravimétricas (TG) e as respectivas massas das amostras

nas temperaturas de 240 e 900ºC: (a) DR73; (b) DB 79.

Mesmo passando pelo mesmo tratamento de secagem antes do ensaio, os

azocorantes ainda apresentam um percentual de umidade durante o ensaio, de

15,6% e 12,8%, para o DR73 e DB79, respectivamente, o que corrobora com a

característica hidrofílica dos azocorantes. As amostras apresentaram uma

temperatura de degradação Ton-set de 265,00ºC e 249,80ºC, as quais são próximas

às condições de processamento do polímero.

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43

A amostra do azocorante DB79 apresentou um resíduo próximo a 11%, que

provavelmente está relacionado ao bromo (Br) presente na estrutura deste

composto, que não evapora durante o ensaio. A Equação 9 apresenta a formula

para o cálculo da massa, em percentual, do bromo e a Equação 10 apresenta o

valor de bromo na composição do DB79.

(9)

8 8 8 % (10)

A Figura 27 apresenta os resultados de termogravimetria para as amostras

dos concentrados preparados em reômetro de torque.

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44

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Massa (

%)

Temp (C)

97,96%

0,00%

308,8 C

(a)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

TG

(%

)

Temp (C)

99,31%

2,57%

278,5 C

(b)

Figura 27 - Resultados das análises termogravimétricas (TG) e as respectivas massas dos

concentrados, obtidos em Reômetro de Torque, nas temperaturas de 240 e 900ºC: (a) PMMA/DR73

(75/25) e (b) PMMA/DB79 (75/25).

A amostra PMMA/DR73 (75/25) apresenta perda inicial de aproximadamente

2,0% até a temperatura de 240ºC, e temperatura de degradação em torno de

308,75ºC. O resíduo em massa, a 900ºC, foi de 0,00%.

A amostra PMMA/DB79 (75/25) apresenta perda inicial de massa inferior a

1,0%, até a temperatura de 240ºC, e temperatura de degradação em torno de

278,50ºC. O resíduo em massa, a 900ºC, foi de 2,57%, valor este esperado para o

bromo, o qual foi calculado através da Equação 11.

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45

8 % (11)

Os gráficos da Figura 28 apresentam os resultados de termogravimetria para

as amostras dos concentrados preparados em solução.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Massa (

%)

Temp (C)

93,66%

0,00%

319,5 C

(a)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Massa (

%)

Temp (C)

1,34%

95,54%

285,7 C

(b)

Figura 28 - Resultados das análises termogravimétricas (TG), com as respectivas massas dos

concentrados, preparados em solução, nas temperaturas 240 e 900ºC: (a) PMMA/DR73 (90/10) e (b)

PMMA/DB79 (90/10).

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46

Pode-se observar que as duas amostras apresentaram perda inicial inferior a

5,0%, provavelmente devido à umidade e solventes residuais não extraídos durante

a secagem das amostras em estufa à vácuo. O concentrado PMMA/DR73 (90/10)

apresentou uma temperatura de degradação em torno de 319,50ºC. Ao final do

processo, a 900ºC, este composto não apresentou resíduo, o que pode indicar uma

degradação completa do composto. O concentrado PMMA/DB79 (90/10) apresentou

uma temperatura de degradação em torno de 285,65ºC, e um resíduo final de 1,34%

em massa. O dado experimental obtido aproxima-se do valor teórico calculado

(Equações 12 e 13), sendo indicativo de uma boa dispersão do corante no polímero.

(12)

8 % (13)

4.4. Moldagem por injeção

Na Figura 29 são apresentados os corpos de prova injetados segundo a

norma ASTM D638–01. Pode-se observar que com o aumento da concentração dos

azocorantes, ocorre uma diminuição na transmitância. Além disso, a intensidade de

coloração das amostras com DB79 é superior à registrada nas amostras com DR73,

quando a mesma concentração é utilizada para os dois azocorantes.

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47

Figura 29 - Corpos de prova de tração: (a) PMMA, (b) PMMA/DR73 0,1%, (c) PMMA/DR73 1,0%, (d)

PMMA/DB79 0,1% e (e) PMMA/DB79 1,0%.

4.5. Colorimetria

Antes de realizar a análise das amostras com azocorante, foi realizada a

medida da amostra de PMMA sem aditivo, que foi considerada como amostra de

referência. Na Figura 30 são apresentados os resultados para o PMMA e as

amostras com azocorante.

(a) (b) (c) (d) (e)

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48

Tempo PMMA 0,1% DR73 1,0% DR73 0,1% DB79 Tempo 1,0% DB79

t00

00:00

t000

00:00

t10

10:00

t020

00:20

t20

20:00

t040

00:40

t30

30:00

t060

01:00

t40

40:00

t080

01:20

t50

50:00

t100

01:40

t60

60:00

t120

02:00

Figura 30 - Imagens obtidas durante o ensaio em câmara escura para as amostras com azocorantes

DB79 e DR73.

Foi possível observar que todas as amostras com azocorante apresentaram

mudança de saturação no decorrer do tempo, com diferentes graus de interação. A

amostra contendo 0,1% de DR73 apresentou uma saturação, na região externa ao

núcleo, durante o tempo de exposição, sendo notada uma mudança na área da

“aura” em função do tempo. As amostras contendo 1,0% de DR73 e 0,1% de DB79

apresentaram mudança de tons, no decorrer do tempo, na região de exposição e, a

amostra contendo 1,0% de DB79 apresentou tempo de saturação de apenas dois

minutos, o que pode indicar que a resposta à luz é acelerada para maiores

concentrações.

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49

4.5.1. Colorimetria RGB e CIEL*ab

Os resultados de colorimetria foram obtidos na escala RGB e, em seguida,

convertidos para a escala L*ab., fazendo uso do software EasyRGB. Os valores para

a amostra de PMMA, em diferentes tempos de exposição, são mostrados na Tabela

11

Tabela 11 - Valores de RGB para a amostra PMMA

Tempo PMMA

t00

00:00

R 247 L 97,1

G 246 a 1,4

B 252 b -2,8

t10

10:00

R 251 L 97,4

G 244 a 2,7

B 252 b -2,2

t20

20:00

R 251 L 97,4

G 244 a 2,7

B 252 b -2,2

t30

30:00

R 251 L 97,0

G 245 a 2,3

B 247 b -0,3

t40

40:00

R 251 L 97,0

G 245 a 2,3

B 247 b -0,3

t50

50:00

R 251 L 97,0

G 245 a 2,3

B 247 b -0,3

t60

60:00

R 251 L 97,0

G 245 a 2,3

B 247 b -0,3

Os valores para as amostras contendo DR73, em diferentes tempos de

exposição, são mostrados na Tabela 12. Foi possível acompanhar a mudança de

coloração ocorrida durante o ensaio para a amostra contendo 1,0% do azocorante

DR73. Por outro lado, a amostra contendo 0,1% de DR73 apresentou um

comportamento diferente, no qual pode ser percebida uma variação da “aura” da

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50

amostra, a qual diminui com o tempo, não sendo possível, portanto, acompanhar a

mudança de coloração do núcleo da mesma.

A amostra contendo 0,1% de DR73 não apresentou variações significativas

na sua tonalidade, enquanto a amostra contendo 1,0% deste azocorante apresentou

uma variação de tonalidade, indo desde um tom mais claro de vermelho até um tom

mais escuro, estabilizado após 30 minutos de ensaio.

Tabela 12 - Resultados de colorimetria para as amostras contendo o corante DR73.

Tempo 0,1% DR73 1,0% DR73

t00

00:00

R 247 L 97,1 R 224 L 51,0

G 246 a 1,2 G 62 a 60,7

B 251 b -2,3 B 10 b 60,3

t10

10:00

R 249 L 97,0 R 195 L 43,4

G 245 a 2,2 G 44 a 57,7

B 250 b -1,9 B 2 b 55,4

t20

20:00

R 245 L 97 R 189 L 41,3

G 246 a 0,7 G 35 a 58,3

B 252 b -3,0 B 1 b 54,1

t30

30:00

R 247 L 97,1 R 183 L 39,8

G 246 a 1,2 G 32 a 57,3

B 251 b -2,3 B 1 b 52,7

t40

40:00

R 246 L 97,0 R 181 L 39,4

G 248 a 0,5 G 33 a 56,5

B 249 b -1,4 B 1 b 52,3

t50

50:00

R 246 L 97,0 R 179 L 39,0

G 246 a 0,9 G 33 a 55,9

B 251 b -2,5 B 1 b 51,9

t60

60:00

R 247 L 97,1 R 180 L 38,6

G 246 a 1,2 G 26 a 57,9

B 251 b 2,3 B 0 b 52,2

Os resultados de colorimetria para as amostras contendo o azocorante DB79

estão apresentados na Tabela 13. A amostra contendo 0,1% de DB79 apresentou

saturação, indo desde um tom mais claro de azul até um mais forte, estabilizando

por volta de 30 minutos após o início do ensaio. Já a amostra contendo 1,0% de

DB79 apresentou uma variação de cor desde um tom violeta escuro até preto.

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51

Tabela 13 - Resultados de colorimetria para as amostras contendo o corante DR79.

Tempo 0,1% DB79 Tempo 1,0% DB79

t00

00:00

R 231 L 92,0 t000

00:00

R 60 L 15,1

G 230 a 4,6 G 28 a 17,1

B 253 b -11,0 B 38 b 0,3

t10

10:00

R 184 L 81,6 t020

00:20

R 29 L 8,4

G 202 a 5,0 G 23 a 3,0

B 253 b -27,0 B 23 b 1,1

t20

20:00

R 147 L 71,9 t040

00:40

R 18 L 4,6

G 174 a 10,1 G 15 a 1,1

B 252 b -41,6 B 13 b 0,4

t30

30:00

R 149 L 71,8 t060

01:00

R 15 L 3,8

G 173 a 11,2 G 13 a 0,5

B 253 b -41,8 B 12 b 0,7

t40

40:00

R 134 L 67,6 t080

01:20

R 9 L 2,7

G 160 a 15,5 G 10 a -0,1

B 254 b -49,6 B 11 b -0,5

t50

50:00

R 142 L 69,0 t100

01:40

R 9 L 2,7

G 164 a 14,8 G 10 a -0,1

B 253 b -46,7 B 11 b -0,5

t60

60:00

R 138 L 68,5 t120

02:00

R 9 L 2,7

G 163 a 14,1 G 10 a -0,1

B 252 b -47,0 B 11 b -0,5

Nas Figura 31, 32 e 33 são apresentados os gráficos com a distribuição da

colorimetria (RGB em função do tempo) para as amostras de PMMA e contendo

azocorantes.

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52

Figura 31 - Tons de cores para a amostra PMMA.

(a) (b) Figura 32 - Tons de cores para as amostras contendo azocorante DR73: (a) amostra com 0,1% e (b)

amostra com 1,0%.

(a) (b) Figura 33 - Tons de cores para as amostras contendo azocorante DB: (a) amostra com 0,1% e (b)

amostra com 1,0%.

Pode-se observar que a estabilização da transição ocorreu apenas após 30

minutos (metade do tempo de exposição), para as duas amostras contendo DR73 e

para a amostra contendo 0,1% de DB79. Já para a amostra contendo 1,0% de

DB79, a estabilização ocorreu após 80 segundos de ensaio.

0

50

100

150

200

250

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Tempo (min)

R

G

B

050

100150200250

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Tempo (min)

R

G

B 050

100150200250

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Tempo (min)

R

G

B

0

50

100

150

200

250

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Tempo (min)

R

G

B 0

50

100

150

200

250

t00 t20 t40 t60 t80 t100 t120

Tempo (seg)

R

G

B

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53

4.5.2. Brilho

Com base na Equação 1, que apresenta a fórmula de cálculo do brilho a

partir dos valores de RGB, a Tabela 14 apresenta os valores de brilho para cada

amostragem e, na Figura 34 é apresentada a variação do brilho pelo tempo.

Constatou-se que as amostras PMMA e 0,1% de DR73 apresentaram

valores próximos de brilho, o que indicaria uma permeabilidade de luz de

semelhante intensidade. Já as amostras 0,1% de DB79 e 1,0% de DR73

apresentaram um decréscimo da permeabilidade à luz, enquanto que a amostra

1,0% de DB79 apresentou valores muito baixos de brilho, o que condiz com o

comportamento apresentado nas imagens da Figura 30.

Tabela 14 - Valores de brilho de cada amostra estudada.

Tempo (min/seg) PMMA DB79_0,1% DB79_1,0% DR73_0,1% DR73_1,0%

t00 248 238 42 248 98

t10/020 249 213 25 248 80

t20/040 249 191 15 248 75

t30/060 248 191 13 248 72

t40/080 248 182 10 248 72

t50/100 248 186 10 248 71

t60/120 248 185 10 248 69

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54

1 100

50

100

150

200

250

Bri

lho

Tempo (min)

PMMA

DB79_0,1%

DB79_1,0%

DR73_0,1%

DR73_1,0%

Figura 34 - Gráfico da variação do valor de brilho em função do tempo.

4.5.3. Diâmetro da saturação

Após a realização das medições, pôde-se observar que todas as amostras

seguiram um padrão de resposta semelhante, apesar da variação de brilho utilizado

na análise. A Figura 35 mostra os gráficos com as distribuições de diâmetro se

saturação.

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55

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

Figura 35 - Distribuições de diâmetro de saturação em Pixels das amostras (a) PMMA (b) 0,1% de

DR73 (c) 1,0% de DR73 (d) 0,1% de DB79 (e) 1,0% de DB79.

Considerando-se que todas as amostras seguiram um mesmo padrão de

resposta para o diâmetro de saturação, foi feito um cálculo da média desses valores,

0

100

200

300

400

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Dia

me

tro

(P

ixe

l)

Tempo (min)

0

50

100

150

200

250

300

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Dia

me

tro

(P

ixe

l)

Tempo (min)

50

55

60

65

70

75

80

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Dia

me

tro

(P

ixe

l)

Tempo (min)

50

55

60

65

70

75

80

t00 t10 t20 t30 t40 t50 t60

Dia

me

tro

(P

ixe

l)

Tempo (min)

0

10

20

30

40

50

60

t00 t20 t40 t60 t80 t100 t120

Dia

me

tro

(P

ixe

l)

Tempo (seg)

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56

Diâmetro (B), para cada amostra. Estes resultados podem ser visualizados na

Tabela 15 e na Figura 36.

Tabela 15 – Diâmetro, em pixels, da área saturada das amostras.

Tempo

(min/seg) PMMA DB79_0,1% DB79_1,0% DR73_0,1% DR73_1,0%

t00 304,46 71,48 42,85 154,02 64,94

t10/020 294,10 71,17 15,69 202,32 63,63

t20/040 294,80 69,54 4,03 176,91 62,86

t30/060 296,00 69,51 1,52 160,52 62,34

t40/080 295,29 69,10 0,56 152,05 62,07

t50/100 296,29 68,86 0,56 148,16 62,07

t60/120 296,17 68,47 0,00 145,51 61,77

1 10

0

50

100

150

200

250

300

Dia

me

tro

(P

ixe

l)

Tempo (min)

PMMA

DB79_0,1%

DB79_1,0%

DR73_0,1%

DR73_1,0%

Figura 36 - Distribuição do diâmetro médio de saturação para as diferentes amostras.

Pôde-se constatar que as amostras PMMA/DR73 1,0% e PMMA DB79 0,1%

mantiveram o diâmetro estável após os 30 minutos iniciais do ensaio, com redução

de 4,9% e 4,2%, respectivamente. Estas amostras também apresentaram, com

maior nitidez, as transformações ocorridas durante o ensaio (Figura 30). A amostra

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57

PMMA/DR73 0,1% apresentou um aumento de 31,5% da área nos primeiros 10

minutos, ou seja, houve redução da saturação. Em seguida, ocorreu uma redução

gradativa de 28,1% da área máxima e 5,5% da área inicial, condizente com um

aumento de saturação. Nesta amostra não foi observado um comportamento de

transformação do núcleo, apesar da mudança apresentada na sua região externa. A

amostra PMMA DB79 1,0% apresentou redução de 100% de sua área, nos primeiros

80 segundos de ensaio, só sendo possível registrar a área com brilho de 20 após os

60 segundos iniciais.

4.6. Filmes obtidos por extrusão-sopro

Os filmes de PMMA processados por extrusão-sopro apresentaram

uniformidade ao longo do processo, indicando a viabilidade deste tipo de

processamento para a produção de filmes obtidos a partir desse polímero. Imagens

dos filmes produzidos, obtidos em câmera CCD com aumento de 0,5x podem ser

observadas na Figura 37.

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

Figura 37 – Imagens dos filmes processados em extrusora monorrosca com matriz de sopro, (a)

PMMA comum (b) PMMA/DR73 0,05% (c) PMMA/DR73 0,10% (d) PMMA/DB73 0,01% (e)

PMMA/DB73 0,05% (f) PMMA/DB73 0,10%.

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58

Para a confecção de filmes finos, o limite de concentração inferior para

coloração com o azocorante DR73 foi de 0,05% em massa, e para o azocorante

DB79 foi de 0,01%. A Tabela 16 apresenta a razão de moléculas do azocorante para

cada macromolécula de PMMA, nas amostras produzidas por extrusão-sopro.

Tabela 16 - Razão do número de moléculas dos azocorantes, DR73 e DB79, para cada

macromolécula de PMMA, nas amostras produzidas por extrusão-sopro.

Amostra razo/PMMA

PMMA 0,00

PMMA/DR 0,05 0,104

PMMA/DR 0,10 0,207

PMMA/DB 0,01 0,012

PMMA/DB 0,05 0,059

PMMA/DB 0,10 0,117

Verificou-se que a capacidade de coloração do DB79 é cerca de oito vezes

maior que a capacidade de coloração do DR73. Os resultados de colorimetria, em

RGB e CIEL*ab, extraídos das imagens da Figura 37, estão mostrados na Tabela

17.

Tabela 17 - Resultados de colorimetria, em RGB e CIEL*ab, extraídos das imagens produzidas por extrusão-sopro.

Amostra R G B L* a* b*

PMMA 167 167 165 68,5 -0,4 1,0

PMMA/DR 0,05 117 114 109 48,2 0,2 2,2

PMMA/DR 0,10 149 79 66 41,8 29,9 20,7

PMMA/DB 0,01 118 119 118 49,9 -0,6 0,4

PMMA/DB 0,05 98 98 106 41,8 1,7 -4,5

PMMA/DB 0,10 83 85 119 37,2 7,7 -19,5

4.7. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

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59

4.7.1. Azocorantes

Realizou-se o estudo dos pós de azocorantes DR73 e DB79 no estado bruto.

A Figura 38 apresenta as imagens de MEV dos compostos estudados, com aumento

de 100 e 500x.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 38 - Imagens obtidas em MEV dos compostos (a) DB79 [100x], (b) DR73 [100x]; (c) DB79

[500x] e (d) DR73 [500x] .

Foi constatada a presença de elementos diferentes aos esperados,

incorporados aos azocorantes, possivelmente proveniente dos processos de síntese

e obtenção dos mesmos. Estes elementos foram caracterizados pelo EDS do MEV.

A Figura 39 apresenta a imagem obtida em MEV do DB79, com 250x de

aumento e os pontos de análise do EDS. As Figura 40 e 41 e as Tabela 18 e 19

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60

apresentam os espectros e resultados em massa das áreas das amostras

analisadas pelo EDS.

Figura 39 - Imagem de MEV do DB79 com 250x de aumento, com as regiões de análise do EDS

destacadas.

Figura 40 - Espectro de EDS da área I do

DB79.

Tabela 18 - Resultados de EDS da área I do

DB79

Elemento Massa %

Carbono 41,7

Nitrogênio 29,4

Oxigênio 14,4

Bromo 10,9

Enxofre 2,1

Sódio 1,2

Silício 0,1

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61

Figura 41 - Espectro de EDS da área II do

DB79.

Tabela 19 - Resultados de EDS da área II do

DB79.

Elemento Massa %

Carbono 40,7

Nitrogênio 33,8

Oxigênio 12,5

Bromo 10,1

Enxofre 2,0

Sódio 0,9

Silício 0,1

A Figura 42 apresenta a imagem obtida em MEV do DR73, com 250x de

aumento e os pontos de análise do EDS. As Figura 43 e 44 e Tabela 20 e 21

apresentam os espectros e resultados em massa dos das áreas analisadas pelo

EDS.

Figura 42 - Imagem de MEV do DR73 com 250x de aumento, com as regiões de analise do EDS

destacadas.

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62

Figura 43 - Espectro de EDS da área I do

DR73.

Tabela 20 - Resultados de EDS da área I do DR73.

Elemento Massa %

Carbono 51,1

Oxigênio 19,4

Cloro 7,5

Sódio 7,2

Enxofre 6,9

Nitrogênio 4,0

Silício 2,0

Alumínio 1,1

Cálcio 0,9

Figura 44 - Espectro de EDS da área II do

DR73.

Tabela 21 - Resultados de EDS da área II do

DR73.

Elemento Massa %

Carbono 65,9

Oxigênio 22,1

Enxofre 6,0

Nitrogênio 5,1

Sódio 3,4

Cloro 2,7

Alumínio 0,8

Cálcio 0,7

Silício 0,6

4.7.2. Superfície das amostras.

Análises de Energia Dispersiva de Raios X (EDS) foram realizadas para

identificar e mapear os elementos da superfície das amostras estudadas. A Figura

45 apresenta as fotos macroscópicas das amostras estudadas.

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63

Figura 45 - Amostras com a superfície analisada em MEV: (a) PMMA/DB79 1,0% e (b) PMMA/DR73

1,0%.

4.7.2.1. PMMA/DB79 1,0%

O ensaio da amostra com o azocorante DB79 foi realizado selecionando o

nitrogênio e o bromo, por serem elementos diferenciais da matriz de PMMA em

virtude de seus outros componentes carbono e oxigênio, também fazer parte da

matriz de PMMA.

A Figura 46 apresenta a superfície da amostra analisada. As Figura 46 (b) e

Figura 46 (c) apresentam os resultados de pontos onde foram detectados o

nitrogênio e o bromo, respectivamente. Com base nestes resultados é possível

afirmar que nesta região a amostra possui uma boa dispersão do azocorante

estudado.

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64

Figura 46 - (a) Imagem de MEV, obtida da superfície da amostra PMMA/DB79 1,0%, (b) distribuição

do elemento nitrogênio pela superficie da amostra (c) distribuição do elemento bromo pela superficie

da amostra.

(a)

(c)

(b)

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65

O resultado da intensidade do nitrogênio inferior ao do bromo é causado

pelo fenômeno denominado Efeito Matriz. Como em toda técnica analítica, grande

parte dos problemas de interferência deste tipo é resultado de amostras pouco

homogêneas (Nagata, Bueno, & Peralta-Zamora, 2001) ou em baixa concentração

(Carneiro & Nascimento Filho, 1996). Este fenômeno é agravado pelo efeito do

tamanho das partículas presentes em amostras e padrões. Esta diferença de

granulometria dificulta a irradiação homogênea, gerando um sombreamento nas

partículas menores, quando estas se encontram nas proximidades de partículas

significativamente maiores.

4.7.2.2. PMMA/DR73 1,0%

O ensaio da amostra com o azocorante DR73 foi realizado selecionando o

nitrogênio como elemento diferencial da matriz de PMMA em virtude de seus outros

componentes carbono e oxigênio, também fazem parte da matriz de PMMA. Como

esperado, a amostra com 1,0% de DR73 também apresentou uma boa dispersão de

seus componentes.

A Figura 47(a) apresenta a superfície da amostra analisada. A Figura 47(b)

apresenta o resultado de pontos onde foi detectado o nitrogênio na amostra. Com

base neste resultado é possível afirmar que nesta região a amostra possui uma boa

dispersão do pigmento.

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66

Figura 47 - (a) Imagem de MEV, obtida da superfície da amostra PMMA/DB79 1,0%, (b) distribuição

do elemento nitrogênio pela superfície da amostra.

Quando comparamos as imagens de dispersão para nitrogênio de ambas as

amostras (Figura 48) é possível afirmar que em ambos os casos ocorreram boa

dispersão dos corantes, indicando que os processos utilizados no procedimento

experimental, pré mistura em extrusora monorrosca seguida de conformação,

injeção ou extrusão sopro, apresenta-se como uma rota de processamento

adequada para a produção destas misturas.

(a)

(b)

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67

(a) (b)

Figura 48 - Dispersão do Nitrogênio (N) das amostras (a) 1,0% de DB79 e (b) 1,0% de DR73 em

PMMA, obtido por EDS acoplado ao MEV de Bancada

4.7.3. Região de fratura

Foi realizado um entalhe em cada lado dos corpos de prova e, visando gerar

uma superfície plana de fratura. A Figura 49 apresenta a imagem macroscópica das

amostras ensaiadas.

Figura 49 - Corpos de prova fraturados: (a) PMMA, (b) PMMA/DR73 0,1%, (c) PMMA/DR73 1,0%, (d)

PMMA/DB79 0,1% e (e) PMMA/DB79 1,0%.

A Figura 50 apresenta as imagens de MEV da superfície de fratura das

amostras analisadas. É possível identificar a presença de residual de síntese dos

azocorantes dispersos na superfície das amostras contendo azocorantes, que

aumenta com teores maiores dos mesmos. Estes elementos não são encontrados

na amostra de PMMA, o que é indício de que estes compostos são os componentes

identificados na Figura 38, resíduos das etapas de síntese dos azocorantes.

(a) (b) (c) (d) (e)

80µm 80µm

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68

Figura 50 - Superfícies de fratura analisadas em MEV com aumento de 50x: (a) PMMA, (b)

PMMA/DR73 0,1%, (c) PMMA/DR73 1,0%, (d) PMMA/DB79 0,1% e (e) PMMA/DB79 0,1%.

(a)

(d) (e)

(b) (c)

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69

4.8. Ensaios de tração.

Na Figura 51 são apresentados os resultados dos ensaios de tração com a

resistência a tração mais próxima a media. As amostras contendo 0,1% de

azocorante apresentaram maiores valores de alongamento e tensão de ruptura,

quando comparadas com as amostras contendo 1,0% de azocorante.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0

0

10

20

30

40

50

60

70

TE

NS

AO

(M

Pa

)

DEFORMACAO (%)

PMMA

PMMA/DB79 0,1%

PMMA/DB79 1,0%

PMMA/DR73 0,1%

PMMA/DR73 1,0%

Figura 51 – Gráfico ilustrativo obtido das curvas de tensão-deformação dos ensaios de tração.

Tabela 22. - Resultados dos ensaios de tração

Resistencia a Tração (MPa)

Alongamento na Ruptura

(%)

Módulo de Elasticidade

(GPa)

PMMA 61,8 ± 2,2 4,3 ± 0,9 2,69 ± 0,10

PMMA DB79 0,1% 62,2 ± 1,2 3,9 ± 0,3 2,83 ± 0,03

PMMA DB79 1,0% 61,8 ± 1,7 3,9 ± 0,6 2,77 ± 0,12

PMMA DR73 0,1% 63,1 ± 1,0 4,1 ± 0,4 2,83 ± 0,03

PMMA DR73 1,0% 58,8 ± 2,8 3,5 ± 0,5 2,59 ± 0,22

Estes resultados indicam que o aumento da concentração de azocorante

propicia uma redução na resistência máxima das amostras.

Pôde-se observar que a presença dos azocorantes propiciou uma maior

estabilidade das amostras durante os ensaios, e que a presença de baixas

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70

concentrações (0,1%) de azocorante resultou em uma maior estabilidade nos

resultados de resistência máxima, sem interferir consideravelmente nos resultados

de alongamento. Além disso, observou-se um aumento do módulo de elasticidade,

como também uma maior estabilidade neste resultado, quando comparado com a

amostra de PMMA puro e as amostras com 1,0% de azocorante.

O comportamento de alongamento das misturas PMMA/azocorante

apresenta um indício que as partículas residuais da etapa de síntese dos

azocorantes, como apresentado na Figura 38, estariam agindo como elemento de

concentrador de tensão e, desta forma, acarretando uma redução no alongamento

na ruptura, como observado na Tabela 22. Imagens de MEV corroboram com estes

resultados, como vistos na figura os elementos antes identificados no azocorante

puro agiram como origem da fratura.

Figura 52 - Imagem de MEV dos corpos de prova de tração ensaiados. (a) PMMA/DR73 0,1%, (b)

PMMA/DR73 1,0%, (c) PMMA/DB79 0,1% e (d) PMMA/DB79 0,1%.

(a)

(c)

(b)

(d)

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71

5. CONCLUSÕES

A caracterização por meio de reômetria de torque mostrou que o aumento do

número de moléculas de azocorantes no PMMA conduz a um maior valor de torque

causado pelo aumento da viscosidade da amostra.

A termogravimetria mostrou que a preparação de concentrado aumenta a

estabilidade dos azocorantes utilizados.

A colorimetria permitiu acompanhar, registrar e quantificar as mudanças

ocorridas nas amostras quando expostas à fonte luminosa por transmissão.

O uso do MEV com EDS permitiu mapear e, consequentemente, comprovar

a distribuição homogênea dos azocorantes pela superfície das amostras analisadas.

O aumento da concentração dos azocorantes acarretou em uma diminuição

das propriedades de resistência a tração, alongamento na ruptura e no módulo de

elasticidade em relação ao PMMA.

Por fim, levando em consideração todas as caracterizações, concluiu-se que

a amostra PMMA DB79 0,1% apresentou melhor desempenho entre as misturas

estudadas.

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72

6. TRABALHOS FUTUROS

Avaliar a vida útil em relação ao intemperismo ambiental das amostras

contendo azocorantes.

Estudar uma maior variedade de azocorantes;

Realizar tratamento de purificação dos azocorantes;

Introduzir quimicamente, por meio de polimerização, moléculas de

azocorantes nas macromoléculas de PMMA;

Estudar o comportamento dos azocorantes junto a outros polímeros no

estado sólido, com alta permeabilidade de luz, como o policarbonato (PC);

Estudar o comportamento da blenda PMMA/PC na presença de

azocorantes.

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73

7. BIBLIOGRAFIA

RESOLUÇÃO N.º 254, Estabelece requisitos para os vidros de segurança e critérios

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ANEXO I - EQUAÇÕES DE CONVERSÃO RGB EM L*AB.

Conversão de RGB em XYZ

var_R = ( R / 255 ) //R from 0 to 255

var_G = ( G / 255 ) //G from 0 to 255

var_B = ( B / 255 ) //B from 0 to 255

if ( var_R > 0.04045 ) var_R = ( ( var_R + 0.055 ) / 1.055 ) ^ 2.4

else var_R = var_R / 12.92

if ( var_G > 0.04045 ) var_G = ( ( var_G + 0.055 ) / 1.055 ) ^ 2.4

else var_G = var_G / 12.92

if ( var_B > 0.04045 ) var_B = ( ( var_B + 0.055 ) / 1.055 ) ^ 2.4

else var_B = var_B / 12.92

var_R = var_R * 100

var_G = var_G * 100

var_B = var_B * 100

X = var_R * 0.4124 + var_G * 0.3576 + var_B * 0.1805

Y = var_R * 0.2126 + var_G * 0.7152 + var_B * 0.0722

Z = var_R * 0.0193 + var_G * 0.1192 + var_B * 0.9505

Conversão de XYZ em CIEL*ab

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var_X = X / ref_X //ref_X = 95.047 Observer= 2°, Illuminant= D65

var_Y = Y / ref_Y //ref_Y = 100.000

var_Z = Z / ref_Z //ref_Z = 108.883

if ( var_X > 0.008856 ) var_X = var_X ^ ( 1/3 )

else var_X = ( 7.787 * var_X ) + ( 16 / 116 )

if ( var_Y > 0.008856 ) var_Y = var_Y ^ ( 1/3 )

else var_Y = ( 7.787 * var_Y ) + ( 16 / 116 )

if ( var_Z > 0.008856 ) var_Z = var_Z ^ ( 1/3 )

else var_Z = ( 7.787 * var_Z ) + ( 16 / 116 )

CIE-L* = ( 116 * var_Y ) - 16

CIE-a* = 500 * ( var_X - var_Y )

CIE-b* = 200 * ( var_Y - var_Z )