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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA KARINNA SONÁLYA AIRES DA COSTA EFEITOS IMEDIATOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS FEMORAL, APÓS RECONSTRUÇÃO DO LCA: ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO. NATAL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

KARINNA SONÁLYA AIRES DA COSTA

EFEITOS IMEDIATOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS FEMORAL, APÓS RECONSTRUÇÃO DO

LCA: ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO.

NATAL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

KARINNA SONÁLYA AIRES DA COSTA

EFEITOS IMEDIATOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS FEMORAL, APÓS RECONSTRUÇÃO DO

LCA: ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

NATAL 2016

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Costa, Karinna Sonálya Aires da. Efeitos imediatos da plataforma vibratória no desempenhoneuromuscular do quadríceps femoral, após reconstrução do LCA:ensaio controlado, randomizado e cego / Karinna Sonálya Aires daCosta. - Natal, 2016. 60f: il.

Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

Dissertação (Mestrado) apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia. Centro de Ciências da Saúde.Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Vibração - Dissertação. 2. Torque - Dissertação. 3.Equilíbrio Postural - Dissertação. I. Brasileiro, JamilsonSimões. II. Título.

Catalogação da Publicação na FonteUniversidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

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KARINNA SONÁLYA AIRES DA COSTA

EFEITOS IMEDIATOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS FEMORAL, APÓS RECONSTRUÇÃO DO

LCA: ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Aprovado em: ______/________/_________

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

Orientador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Profa. Dra. Catarina de Oliveira Souza

Examinadora Interna da UFRN

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Prof. Dr. Rinaldo Roberto de Jesus Guirro

Examinador Externo à UFRN

Universidade de São Paulo - USP

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Dedico a Vovó Maria Aires, que em toda sua simplicidade e humildade é a maior

fonte de sabedoria e do mais puro amor que conheço.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me conceder o dom da vida, me guiar nos momentos

difíceis e me abençoar com saúde e sabedoria para a realização desse sonho.

Ao meu pai, Miguel, que mesmo sem compreender o que de fato era um

mestrado sempre me apoiou e incentivou a lutar. Disposto, inclusive, a ouvir sobre

os meus anseios e dificuldades surgidas.

À minha mãe, Sônia. Cresci lhe vendo estudar, sentada à mesa da cozinha,

cercada por livros e mais livros. Saiba que o seu exemplo de determinação e força

sempre foram minha inspiração, e só eu sei o quanto foi difícil essa nossa distância,

mas tudo deu certo, apesar de toda saudade e dos momentos que não vivi com

vocês.

Perdoem-me a ausência e obrigada mais uma vez por todo apoio, amor, e

pelo medo que vocês sentiram ao me ver sair de casa outra vez em busca do

mestrado. Eu também tive, e isso me fez atribuir ainda mais valor a esse momento.

Essa conquista é para vocês.

A minha avó, Maria Aires, minha fonte inesgotável de sabedoria e ternura.

Obrigada por todos os dias que a senhora esteve presente em oração, colo e no

melhor café do mundo. Obrigada pelo amor e carinho a mim dedicado desde de

sempre.

Aos meus irmãos, Klara e Júlio, vocês não imaginam o quão importante vocês

são para mim. Obrigada por me tirarem e colocarem no trilho quando a vida exige.

Eu amo vocês!!

Aos meus padrinhos, Normando e Leonor, obrigada por todo zelo ao longo de

mais uma jornada. A casa e o coração de vocês foi o meu abrigo mais seguro

durante esses 6 anos. A compreensão e o amor me ajudaram a superar as

dificuldades; à vocês minha gratidão. Essa conquista também é de vocês.

A Anderson Rodrigues, meu amor, fiel companheiro e amigo, meu muito

obrigada! Obrigada por acreditar em mim desde do 5º período, ainda como meu

professor. A nossa história de cumplicidade e carinho, e especialmente, ao longo

desses dois anos de mestrado me fizeram lhe admirar e amar mais ainda. Se é que

isso seja possível. Essa conquista é nossa. Eu simplesmente, te amo!

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Aos meus amigos de infância, que muitas vezes sonharam e fizeram planos

comigo, obrigada pelo incentivo e apoio.

Aos meus amigos da vida, do coração, do riso verdadeiro e do abraço

acolhedor e sincero, meu muito obrigada. Vocês que muitas vezes sonharam

comigo, acompanharam de perto a correria, corrigiram meus trabalhos inúmeras

vezes, compreenderam minha ausência e ainda me permitem chamá-los de amigos,

muito obrigada pelo incentivo e apoio. Saber que tenho vocês e suas famílias como

se fosse a minha, fazem meu coração vibrar de alegria e repousar traquilamente na

cumplicidade da nossa amizade. Vocês são verdadeiramente especiais.

Ao meu menino, Gui, e por extensão a sua família, meu eterno agradecimento

pelo apoio, carinho, confiança, silêncios do domingo a tarde para que eu pudesse

estudar, e por me acolherem e cuidarem tão bem de mim. Gui, o seu carinho

incondicional e seu abraço sapeca me ajudaram muito. Eu amo você meu pequeno.

Ao meu professor, hora pai, hora “chef fit”, e claro, meu orientador Jamilson

Brasileiro, obrigada! Obrigada pelo levantar da sobrancelha quando algo não estava

bem feito, pelas piadas, às vezes repetidas, mas que sempre soam diferente e que

ainda me fazem rir mesmo sabendo o que vem depois. Obrigada por ser mestre e

líder, capaz de elogiar, puxar as orelhas e ainda sorrir dizendo que tudo está bem e

sob controle. Obrigada por todos os cafés e almoços regados a conhecimento,

assuntos paralelos e todo companheirismo durante todos esses anos. Obrigada por

acreditar em mim.

Aos meus amigos irmãos da base, meu agradecimento especial: Caio, por ter

contribuído para minha formação e que sem meias palavras foi o primeiro a me

ajudar ainda na seleção; Dani, pelo companheirismo no laboratório e por toda

tranquilidade em me ensinar o domínio e prática para manusear os equipamentos;

Manel, pela parceria, carinho e respeito dedicados a mim. Meninos, você são

exemplos de verdadeiros homens, e acima de tudo de um respeito estimável.

Às meninas, Liane (Lia), pela racionalidade e responsabilidade em conduzir

uma pesquisa e por me lembrar que tudo só acontece na hora certa; Samara

(galega), por toda leveza e riso fruoxo ao longo desse ano, sua alegria contagiou

nosso laboratório. Obrigada meninas, por me ajudarem no crescimento pessoal e

profissional. O nosso “lab girls”, tornou essa caminhada mais delicada e doce. Os

inúmeros sorvetes, almoços e o tão esperado vinho ao lado de vocês foi essencial

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para nossa aproximação e cumplicidade. Muito bom aprender, conviver e

compartilhar grandes momentos dessa minha jornada ao lado de vocês.

Aos meus colegas de laboratórios, obrigada por fazerem parte dessa segunda

família que sempre guardarei com muito carinho no coração.

Ao amigo o Jovem Marcel, meu sincero agradecimento, você é um anjo.

Obrigada pelo companheirismo, orações, conselhos e por contribuir

significativamente na minha vida. Obrigada por enxergar em mim e me ensinar a

tentar enxergar no mundo apenas o que há de bom. Você é um grande amigo.

Aos colegas fisioterapeutas, em especial, Marcelo Melo, por ter me ajudado

com os voluntários. E aos voluntários, que prontamente me ajudaram.

Aos meus professores da graduação e hoje amigos do coração, Ana Cristina,

Rosa Morena e Emmanoel Claúdio, meu eterno agradecimento e reconhecimento

por toda confiança depositada em mim. O apoio de vocês fizeram uma grande

diferença desde do começo.

Aos professores e funcionários do departamento de fisioterapia da UFRN, por

estarem sempre a disposição e por contribuírem para o meu desenvolvimento

acadêmico e profissional. Obrigado pela amizade, o respeito, a ética e os

ensinamentos proporcionados nesta jornada. E claro, obrigada a “Primo” e “Marcão”

por todos cafés doces e amargos, pelo alegre “bom dia” e pelo “até logo”, cheio de

zelo e cuidado.

Por fim, gostaria de agradecer aos professores Dr. Rinaldo Guirro e Dra.

Catarina Sousa pela disponibilidade e considerações durante a banca de avaliação.

É um honra ter pesquisadores de tamanha qualidade contribuindo para o sucesso

deste trabalho, muito obrigada.

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RESUMO

Objetivo: investigar os efeitos imediatos da plataforma vibratória no desempenho

neuromuscular do quadríceps femoral e na oscilação postural de sujeitos

submetidos à reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA). Materiais e métodos: trata-se de um ensaio controlado, randomizado e cego. Quarenta e quatro

voluntários do gênero masculino (idade média de 27,4±6,2 anos, IMC de 26,8±3,8

Kg/m² e tempo médio de pós-operatório de 17±1,4 semanas) foram randomizados

em dois grupos: plataforma OFF (n=22, protocolo de exercícios sobre a plataforma

vibratória desligada) e plataforma ON (n=22, protocolo de exercício sobre a

plataforma vibratória ligada, em uma frequência de 50 Hz e amplitude de 4 mm).

Todos os voluntários foram submetidos à avaliação dinamométrica do quadríceps

femoral (isométrica e isocinética a 60°/s) e da atividade eletromiográfica dos

músculos VL e VM, além da oscilação do centro de pressão (baropodometria) em

dois momentos distintos: antes e imediatamente após o protocolo de intervenção. Os

dados foram analisados por meio do software SPSS 20.0, atribuindo-se nível de

significância de 5%. Para verificar a homogeneidade dos grupos foi usada uma

ANOVA one way, e para a comparação intra e intergrupos, uma ANOVA mixed

model. Resultados:foram observadas diferenças entre as avaliações pré e pós para

as variáveis velocidade latero lateral, pico de torque isométrico e trabalho total, na

comparação intragrupos. Entretanto, não foi verificada diferença significativa na

comparação intergrupos após a aplicação do protocolo, sobre a plataforma

vibratória. Conclusão:o uso da plataforma vibratória não modifica de maneira

imediata o desempenho do quadríceps femoral, a atividade eletromiográfica do VL e

VM, bem como não interfere na oscilação do centro de pressão de indivíduos

submetidos à reconstrução do LCA.

Palavras-Chaves: Vibração.Torque. Equilíbrio postural.

Identificação Ensaios Clínicos: NCT02609971

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ABSTRACT

Objective: to investigate the immediate effect of the vibrating platform on the

neuromuscular performance of the quadriceps femoris and on the postural oscillation

of subjects submitted to Anterior Cruciate Ligament (ACL) reconstruction. Materials and methods: this study is a randomized and blind clinical trial. Forty-four male

volunteers (average age of 27,4 ±6,2 IMC of 26,85± 3,8 Kg/m² and post surgery

timeframe of 17± 1,4 weeks) were randomized into two groups: OFF platform (n=22,

protocol of exercise over the vibrating platform off) and ON platform (n=22 protocol of

exercise over the vibrating platform on, 50Hz frequency and 4mm of amplitude). All

volunteers were submitted to assessment the isokinetic evaluation of the quadriceps

femoris (isometric and isokinetic at 60°/s) and of the electromyography activity of the

muscles Vasto Lateralis (VL) and Vasto Medialis (VM), besides the postural

oscillation (baropodometry) in two distinct moments: before and immediately after

the intervention protocol. The data was analyzed through the SPSS 20.0 software,

with a 5% significance level. To verify the homogeneity of the groups it was used an

ANOVA one way, and a ANOVA mixed model to compare the intra and inter groups.

Results: it was observed differences between the pre and the post, to latero lateral

velocity, isometric torque peak and total work in comparison with intragroup.

However, it wasn’t verified any difference in comparing the intergroup in the pre-

evaluation and in the post-evaluation protocol over the vibrating platform.

Conclusion: the use of the vibrating platform doesn’t change as an immediate

manner the isokinetic performance of the quadriceps femoris, the electromyography

activity of the VL and the VM, also doesn’t interfere with the postural oscillation of

individuals that were submitted to the ACL reconstruction.

Keywords: Vibration. Torque. Balance.

Clinical Trials Identifier: NCT02609971

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diagrama esquemático da resposta do músculo ao estímulo vibratório.. 17

Figura 2 – Bicicleta estacionária utilizada para o aquecimento dos voluntários. ....... 23

Figura3 – Conversor analógico/digital utilizado para captar os sinais eletromiográficos. ...................................................................................... 23

Figura 4 – Eletrodos autoadesivos de superfície utilizado para coleta do EMG. ....... 24

Figura 5 – Dinamômetro isocinético computadorizado utilizado para avaliação isocinética. ................................................................................................ 25

Figura 6 – Sistema de baropodometria utilizado para captação da oscilação do centro de pressão. ..................................................................................... 26

Figura 7 – Plataforma vibratória utilizada para o protocolo de intervenção. .............. 26

Figura 8 – Posicionamento do eletrodo para os músculos VL e VM. ........................ 28

Figura 9 – Posicionamento do voluntário no dinamômetro isocinético para avaliação do desempenho muscular. ........................................................................ 29

Figura 10 – Posicionamento do voluntário no baropodômetro para avaliação da oscilação do centro de pressão. ................................................................ 31

Figura 11 – Posicionamento do voluntário na plataforma vibratória durante o protocolo. .................................................................................................. 32

Figura 12 – Protocolo na plataforma vibratória. ......................................................... 32

Figura 13 – Desenho que sintetiza as rotinas de avaliação pré, aplicação dos protocolos e da avaliação pós do estudo. ................................................. 33

Figura 14 – Média e desvio padrão do valor da velocidade ântero-posterior pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. ............................................ 36

Figura 15 – Média e desvio padrão do valor de velocidade latero-lateral pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.*p<0,05. .............................. 37

Figura 16 – Média e desvio padrão do valor do pico de torque isométrico pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. **p<0,001 e *p<0,05. .......... 38

Figura 17 – Média e desvio padrão do valor do pico de torque normalizado pelo peso corporal pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. .................. 38

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Figura 18 – Média e desvio padrão do valor do pico de torque médio pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. ............................................ 39

Figura 19 – Média e desvio padrão do valor do trabalho total pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.**p<0,001. ............................................ 40

Figura 20 – Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado da contração isométrica do músculo vasto lateral pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. .......................................................................................... 40

Figura 21 – Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo vasto lateral pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. ........................ 41

Figura 22 – Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado na contração isométrica do músculo vasto medial pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. .......................................................................................... 42

Figura 23 – Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo vasto medial pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. .................. 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Caracterização da amostra. Valores da média ± desvio padrão, p valor e o intervalo de confiança, para as variáveis analisadas ................................................ 34 Tabela 2– Homogeneidade pré entre os grupos. Valores da média ± desvio padrão, p valor e o intervalo de confiança, para as variáveis analisadas ............................... 35

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15

1.1 Delimitação do Estudo ........................................................................................ 15

2 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 21

2.1 Delineamento e Local da Pesquisa ..................................................................... 21

2.2 Caracterização da Amostra e Processo de Alocação ......................................... 21

2.3 Aspectos Éticos da Pesquisa .............................................................................. 22

2.4 Instrumentos ........................................................................................................ 22

2.5 Procedimentos .................................................................................................... 27

2.5.1 - Avaliação Pré ao Protocolo de Intervenção ................................................... 27

2.5.1.1 - Avaliação da Atividade Eletromiográfica ..................................................... 27

2.5.1.2 Avaliação do Desempenho Isocinético .......................................................... 28

2.5.1.3 Avaliação da oscilação do centro de pressão ............................................... 30

2.5.2 Aplicação do protocolo ..................................................................................... 31

2.5.3 Avaliação pós protocolo de intervenção ........................................................... 32

2.7 Análise Estatística ............................................................................................... 33

3. RESULTADOS ...................................................................................................... 34

3.1.1 Velocidade Ântero-Posterior ............................................................................. 36

3.1.2 Velocidade Latero-Lateral ................................................................................ 36

3.2 Desempenho Muscular........................................................................................ 37

3.2.1 Pico de Torque Isométrico ................................................................................ 37

3.2.2 Pico de Torque Normalizado pelo Peso Corporal ............................................ 38

3.2.3 Pico de Torque Médio ...................................................................................... 39

3.2.4 Trabalho Total .................................................................................................. 39

3.3 Atividade Eletromiográfica ................................................................................... 40

3.3.1 RMS Normalizado - Contração Isométrica – Vasto Lateral .............................. 40

3.3.2 RMS Normalizado - Vasto Lateral .................................................................... 41

3.3.3 RMS Normalizado - Contração Isométrica – Vasto Medial ............................... 41

3.3.4 - RMS Normalizado - Vasto Medial .................................................................. 42

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4. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 43

4.1 Oscilação do Centro de Pressão (Velocidade Ântero-Posterior e Latero-Lateral) .................................................................................................................. 43

4.2 Desempenho Isocinético do Quadríceps Femoral ............................................... 44

4.3 Atividade Eletromiográfica dos Músculos Vasto Lateral e Vasto Medial ............. 47

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 49

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50

APÊNDICE ............................................................................................................... 55

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15

1 INTRODUÇÃO

1.1 Delimitação do Estudo

Indivíduos submetidos à reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA)

expõem-se a uma série de modificações neuromusculares e articulares que suscita

em déficits na estabilização neuromuscular e alterações posturais.A queda na

capacidade de gerar força,diretamente vinculada a uma diminuição no recrutamento

de unidades motoras e na redução na área de secção transversa do músculo, pode

ser a resposta primária para os déficits e o declínio da função (1,2).

É importante ressaltar que a proliferação e desorganização do tecido

conjuntivo intramuscular, associado à redução no número de sarcômeros em série,

causa uma significativa queda do desempenho muscular, diminuição da

propriocepção e, consequentemente, do equilíbrio postural. Todos esses fatores

evidenciam um modelo claro de desuso neuromuscular após a reconstrução do LCA,

expondo essa população a um longo período de recuperação (1–3).

Entretanto, o sistema musculoesquelético é extremamente suscetível a

plasticidade, ou seja, quando expostos a estímulos, novas e diferentes readaptações

funcionais podem ocorrer e isto otimizar o tratamento (4). A plataforma vibratória, ou

os exercícios de vibração de corpo inteiro possui alta vibração, o que produz

estímulos mecânicos que surge como uma alternativa para um possível

potencializador do desempenho neuromuscular, capaz de aumentar a performance

neuromuscular, diminuir a oscilação postural e a melhorara densidade óssea (5–7).

Historicamente, em 1857, Gustav Zander, médico sueco, desenvolveu

equipamentos para a prática desses exercícios e observou que a vibração

provocava intensas contrações involuntárias na mão e no braço dos voluntários. Na

segunda metade do século XX, a plataforma vibratória foi usada como recurso para

reduzir a perda de massa óssea e a hipotrofia muscular nos astronautas, já que

durante as viagens espaciais, eles eram submetidos à ambientes de micro

gravidade, fora da atmosfera terrestre (8,9).

A vibração, neste contexto, pode ser entendida como um movimento

oscilatório e alternado de um corpo sólido em relação ao centro de equilíbrio. As

plataformas vibratórias destinadas ao treinamento e reabilitação produzem vibrações

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constantes em forma de sino (sinodais) e essa oscilação causa ondas simétricas,

deslocando-se no eixo vertical. Acredita-se que o estímulo vibratório atue de

maneira local e sistêmica (10,11).

Quanto aos parâmetros que podem ser ajustados, existe a frequência, dada

em Hertz (Hz), que refere-se as repetições dos ciclos oscilatórios. Há também a

amplitude, medida em milímetros (mm) e que é a extensão do deslocamento da

base vibratória. Outro fator é o tempo de exposição à vibração que pode ser

contínuo ou intermitente, com propósitos diferentes. E por fim, o posicionamento

sobre a plataforma. Observa-se que, se houver variação no posicionamento e nos

ângulos articulares, haverá modificação na extensão da vibração e na distribuição do

estímulo para as estruturas (8,10,12).

O estímulo vibratório destinado ao tratamento pode ser aplicado de maneira

indireta nos músculos alvos sendo transmitido por meio das extremidades do corpo

por meio das plataformas vibratórias (13). Sugere-se que o estímulo vibratório seja

transmitido ao corpo por meio da tensegridade tecidual (14). É importante lembrar

que o corpo humano, por meio dos tendões e músculos, funciona como uma mola,

capaz de armazenar e liberar energia mecânica, portanto, susceptível à absorver o

estímulo vibratório (15).

Sugere-se que a exposição à vibração causa um reflexo tônico influenciado

pelos reflexos medulares, e isto, consequentemente, causaria melhora no

desempenho muscular. Acredita-se que existam alguns efeitos no sistema

neuromuscular resultantes da exposição ao estímulo vibratório (16,17).

Desse modo, ao atingir os mecanorreceptores, ocorreria um aumento dos

potenciais motores, ativando os centros superiores e os motoneurônios (γ). Este, por

sua vez, causaria uma contração sustentada ou um reflexo tônico. A vibração, neste

caso, estimularia a parte central do fuso muscular (14,16,17).

Nos músculos, a vibração parece causar modificações rápidas e longitudinais

nas fibras musculares, sendo estas, uma tentativa de se reorganizar diante do

estímulo vibratório. Estas modificações seriam então percebidas pelos fusos

musculares, que aumentariam sua taxa de disparo, ativando os potencias motores,

que por sua vez, ativariam os motoneurônios (α), sendo a resposta desse

mecanismo, o reflexo miotático, como é representado pela figura 1 (14,16–18).

Já se o estímulo vibratório for percebido pelo órgão tendinoso de Golgi (OTG),

ocorreria uma inibição dos potenciais motores pelos motoneurônios (α), inibindo a

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contração muscular. Uma outra possibilidade de ação do estímulo, seria a

excitabilidade dos motoneurônios que inervam os músculos agonistas, que seria

diminuída por inibição recíproca. Sugere-se que o estímulo vibratório também possa

ser percebido pela pele, articulações e terminações nervosas secundárias

(11,14,18,19).

Figura 1 – Diagrama esquemático da resposta do músculo ao estímulo vibratório. Fonte: Maria Clara Pacheco (Quilara) 2016.

Um estudo experimental que avaliou 30 sujeitos, sendo 15 indivíduos

saudáveis e 15 indivíduos em pós-operatório de LCA, comparou a magnitude da

atividade eletromiográfica do músculo vasto lateral em ambos os membros. Os

autores apontam que houve aumento da atividade eletromiográfica no membro

acometido,no grupo reconstrução do LCA (20).

Uma revisão de literatura sobre os efeitos imediatos do treinamento com

vibração, mostrou haver diferença significativa para o desempenho de força máxima

dos membros inferiores e para o equilíbrio, após um protocolo com frequência de

30Hz e 10mm (11). Sugere-se que o aumento do desempenho, logo após o estímulo

vibratório, possa estar relacionado ao aumento na sensibilidade do reflexo de

estiramento, causando assim a contração muscular (21).

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Em um estudo crossover, que avaliou 20 mulheres após a reconstrução do

LCA, verificou-se o desempenho do quadríceps femoral e a atividade

eletromiográfica dos músculos vasto lateral e do reto femoral. O mesmo concluiu que

uma única sessão com exposição ao estímulo vibratório é capaz de aumentar a

atividade eletromiográfica e melhorar o desempenho muscular (22).

Com base nesses estudos, os exercícios de vibração de corpo inteiro estão

sendo utilizados como um potencializador para a atividade muscular, sendo parte da

conduta terapêutica para reeducação funcional de indivíduos com déficits

neuromusculares. Caso o estímulo vibratório produzido pelas plataformas

vibratórias, de fato, estabeleça benefícios na força, aumento da função muscular,

controle postural e melhora da propriocepção, teremos a possibilidade de otimizar o

tratamento, com melhores prognósticos a curto prazo, e sem as perdas funcionais

tão frequentemente associadas à reconstrução do LCA (10,19,23–26).

Entretanto, um outro estudo experimental, encontrou aumento do torque

isométrico após dois minutos de exposição a vibração. Contudo, quando o mesmo

grupo foi submetido a um protocolo de exercícios de 4 e 6 minutos sobre a

plataforma vibratória, os pesquisadores encontraram diminuição do pico de torque

isométrico e médio. Achados como este nos sugere que os mecanismos e a ótima

dose-resposta de exposição à vibração ainda não estão esclarecidos (13).

Por isso, ainda é questionável suas reais contribuições e respostas clínicas, já

que as evidências apresentam diversas lacunas nos estudos que avaliaram esse

método.Desta maneira, o objetivo do presente estudo é avaliar os efeitos imediatos

da plataforma vibratória no desempenho neuromuscular do quadríceps femoral e na

oscilação do centro de pressão de indivíduos submetidos à reconstrução do LCA.

1.2 Justificativa

A ruptura do LCA ainda é uma das lesões mais comuns entre atletas e

indivíduos fisicamente ativos, expondo-os a longos períodos de incapacidade e

maior dificuldade de retorno à prática esportiva. Essa situação expressa no indivíduo

um modelo de desuso neuromuscular que retroalimenta recorrentes perdas

funcionais (1).

O uso da plataforma vibratória é cada vez mais utilizada na prática clínica e

no meio científico, com a promessa de melhorar o desempenho neuromuscular,

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além de melhorar o equilíbrio. Sendo assim, a vibração apresenta-se como um

estímulo que possivelmente poderia minimizar as perdas decorrentes do desuso,

otimizar o prognóstico terapêutico,bem como, reduzir a perda das informações

sensoriais, o que resulta em uma supressão crônica de unidades motoras durante a

contração voluntária do quadríceps femoral, após a reconstrução do LCA.

Assim sendo, o presente estudo justifica-se por investigar,

concomitantemente, a atividade eletromiográfica, o desempenho neuromuscular do

quadríceps femoral e a oscilação postural, em sujeitos submetidos à reconstrução

do LCA. Desta forma, buscamos colaborar com os pacientes e fisioterapeutas,

esclarecendo se há benefícios ou não em relação a inclusão da plataforma vibratória

nos protocolos de reabilitação.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Investigar os efeitos imediatos da plataforma vibratória no desempenho

neuromuscular do quadríceps e na oscilação postural de sujeitos submetidos à

reconstrução do LCA.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar a oscilação do centro de pressão (latero-lateral e ântero-

posterior) antes e após o protocolo sobre a plataforma vibratória, por

meio da variável velocidade de deslocamento;

• Analisar o desempenho isocinético do quadríceps femoral antes e após

o protocolo na plataforma vibratória, pelas variáveis pico de torque

isométrico, pico de torque médio, pico de torque normalizado pelo peso

corporal e trabalho total;

• Comparar a influência imediata da plataforma vibratória na atividade

eletromiográfica dos músculos vasto lateral e vasto medial, antes e

após o protocolo de intervenção, por meio da variável Root Mean

Square (RMS).

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1.4 Hipótese Científica

O uso da plataforma vibratória aumenta,de maneira imediata,o desempenho

muscular do quadríceps femoral, bem como, a atividade eletromiográfica dos

músculos VL e VM, além de diminuir a velocidade de oscilação do centro de

pressão, em homens submetidos à reconstrução do LCA.

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21

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1Delineamento e Local da Pesquisa

O presente estudo trata-se de um ensaio controlado, randomizado e cego. A

pesquisa foi realizada no Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular

(LAPERN) do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, Natal/RN.

2.2 Caracterização da Amostra e Processo de Alocação

O cálculo amostral apontou um número de 48 sujeitos para dois grupos, e foi

realizado no programa EpiInfo 3.5.1, sendo a variável usada como desfecho

primário, o pico de torque normalizado pelo peso corporal. O intervalo de confiança

foi de 95%, o poder do teste de 80%, o tamanho da amostra de 1:1 (controle/caso) e

a frequência esperada da exposição foi de 30/100.000 pessoas.

O estudo foi composto por 48 voluntários do gênero masculino submetidos à

reconstrução do LCA, entretanto, quatro destes foram excluídos, por não

conseguirem concluir a avaliação em decorrência de fadiga e/ou desconforto, o que

representa uma perda amostral de 8,33%. Desta maneira, 44 voluntários foram

analisados, sendo 22 no grupo plataforma OFF e 22 no grupo plataforma ON. A

caracterização da variáveis pré apresenta idade média de 27,4±6,2 anos, índice de

massa corpórea de 26,8±3,8 Kg/m² e tempo de pós-operatório 17±1,4 semanas.

Os voluntários foram recrutados na Liga de Estudos em Fisioterapia da UFRN

(LEFERN) e na Clínica de Fisioterapia TraumaCenter. Estes foram distribuídos

aleatoriamente, por meio do site www.randomization.com, em 2 grupos com 24

indivíduos para cada grupo.

Para garantir o cegamento do estudo, o primeiro pesquisador realizou as

avaliações prévias e imediatamente posteriores ao protocolo de intervenção,

enquanto o segundo pesquisador aplicou o protocolo de intervenção. Os dados

estatísticos foram analisados por um terceiro pesquisador, que tratou os grupos por

cores, para assegurar o cegamento do estudo. Cada grupo teve uma cor específica

que correspondeu ao protocolo que foi executado de acordo com o grupo, sendo

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estes codificados pelas cores azul e verde. A equivalência entre cores e grupos só

foi revelada após a conclusão da análise estatística.

Como critérios de inclusão, os voluntários deveriam ter sido submetidos à

reconstrução unilateral do LCA, estar entre a 14ª e 18ª semana de pós-operatório,

idade entre 20 e 45 anos, ter amplitude de movimento maior que 90º para flexão e

extensão completa, que estivessem em tratamento fisioterapêutico, sem queixa de

dor, sem outra lesão associada nos membros inferiores, não ter traumatismos do

membro contralateral nos últimos seis meses, bem como, história de disfunção

neurológica, vestibular ou visual não corrigidas. Os voluntários poderiam ser

excluídos do estudo, caso apresentassem dor durante o procedimento de coleta ou

não conseguissem executar corretamente os procedimentos de avaliação (27,28).

2.3 Aspectos Éticos da Pesquisa

O projeto foi submetido para apreciação ao Comitê de Ética em Pesquisa da

Plataforma Brasil segundo rege a resolução do CNS 466/2012 e a declaração de

Helsinki para pesquisa com humanos, sendo devidamente aprovado com número de

parecer 1.048.796. Além disso, o estudo foi registrado no Clinicals Trial:

NCT02609971. Todos os dados foram gravados em um banco de dados do

laboratório sob sigilo e só poderão ser manuseados pelos pesquisadores

responsáveis. O estudo só teve início após a emissão de referente parecer

aprovando o projeto. Todos os sujeitos foram devidamente informados e instruídos

quanto aos procedimentos programados, que somente foram executados após a

leitura, aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE, Apêndice A).

2.4 Instrumentos

Os dados antropométricos foram coletados inicialmente, sendo a massa e a

estatura através de uma balança FILIZOLA®, modelo 31 (Filizola®, São Paulo-SP,

Brasil), calibrada por técnico do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

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Qualidade Industrial (INMETRO). Posteriormente, os dados foram utilizados para o

cálculo do índice de massa corpórea (IMC= peso/altura²).

Um aquecimento foi realizado em todos os indivíduos com o intuito de

minimizar possíveis riscos de lesão muscular durante os testes. Para isso,

utilizamosuma bicicleta estacionária (Ergo-Fit, ErgoCycle 167, Pirmasens,

Alemanha), conforme a figura 2 (29).

Figura 2 – Bicicleta estacionária utilizada para o aquecimento dos voluntários.

Fonte: Arquivo LAPERN

Para aquisição e processamento do sinal eletromiográfico utilizou-se um

eletromiógrafo modelo TeleMyo DTS Desk Receiver® (Noraxon U.S.A. Inc.,

Scottsdale, USA) com passa-banda de 20-500Hz, ganho de mil e quinhentas vezes

e um índice de rejeição de modo comum maior que 100 dB (figura 3).

Figura 3 – Conversor analógico/digital utilizado para captar os sinais eletromiográficos.

Fonte: Arquivo LAPERN

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Utilizou-se os eletrodos passivos (figura 4), formados por um composto

Ag/AgCl associado a um gel condutor de configuração bipolar, com dimensão de 4

cm x 2,2 cm de área adesiva e 1 cm de área condutora, separados por uma

distância intereletrodo de 2 cm² e foram acoplados ao pré amplificador wireless

duplos simples diferenciais de superfície ativos 1 cm de área condutora.

Figura 4 – Eletrodos autoadesivos de superfície utilizado para coleta da EMG. Fonte: Arquivo LAPERN

A avaliação do desempenho neuromuscular foi realizada no dinamômetro

isocinético computadorizado (Biodex Multi- Joint System 4®, Biodex Biomedical

System Inc®, New York, USA). O equipamento é composto essencialmente por uma

cadeira, uma unidade de recepção de força conectada a um braço de alavanca e

uma unidade de controle, cujo monitor oferece feedback visual ao voluntário durante

a execução dos testes. Este equipamento oferece a possibilidade de avaliar

objetivamente e quantitativamente os parâmetros físicos da função muscular (pico

de torque, trabalho total, potência média, dentre outros) e os proprioceptivos (senso

de posição articular e cinestesia). De forma reprodutível e fidedigna, permite realizar

movimento angular em velocidade constante (figura 5).

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Figura 5 – Dinamômetro isocinético computadorizado utilizado para avaliação isocinética.

Fonte: Arquivo LAPERN

Para avaliação da oscilação do centro de pressão, utilizamos o

baropodômetro computadorizado Eclipse 3000 (Guy-Capron® SA, França), com

superfícies de 40 x 40 cm (figura 6). Este sistema permite verificar, por meio da

quantificação postural, as oscilações e suas respectivas velocidades. Consiste de

sensores eletrônicos que reconhece as informações do apoio plantar, mas conserva

a mobilidade natural. A análise estabilométrica da plataforma de pressão permite

quantificar a amplitude e a velocidade de oscilação do centro de pressão do corpo

no sentido ântero-posterior e latero-lateral. Para tanto, quanto menor o valor da

amplitude e da velocidade de oscilação observada, maior a estabilidade postural

(30).

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Figura 6 – Sistema de baropodometria utilizado para captação da oscilação do centro de pressão.

Fonte: Arquivo LAPERN

A plataforma vibratória utilizada para a aplicação dos protocolos de exercício

foi a modelo Power Plate® pro5™ (Power Plate International Ltd., Power Plate North

America, Inc.) com frequência configurável de 25 a 50 Hertz (com incremento

manual a cada Hertz), amplitude de pico a pico configurável entre baixa (2mm) ou

alta (4mm) e seleções de tempo entre 30, 45 ou 60 segundos (figura 7).

Figura 7 – Plataforma vibratória utilizada para o protocolo de intervenção.

Fonte: Arquivo LAPERN

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2.5 Procedimentos

Para adequação de todos os procedimentos, inicialmente foi realizado um

estudo piloto, para padronizar os pontos da avaliação e os referentes a análise dos

dados. A avaliação era agendada por meio de contato telefônico, possibilitando que

o voluntário pudesse optar pelo horário que melhor lhe conviesse, entre as 8:00 as

17 horas. Antes de iniciar qualquer procedimento, todas as etapas da coleta foram

apresentadas e em seguida, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

foi entregue para leitura e devida assinatura. Na sequência, a ficha de avaliação foi

preenchida com identificação pessoal, antecedentes familiares, antecedentes

patológicos, medicação em uso, hábitos de vida e dados antropométricos (peso,

estatura, IMC).

O voluntário foi avaliado por meio dos testes de gaveta anterior e Lachman,

sempre pelo mesmo pesquisador, para verificar possíveis instabilidades, além da

dor, edema ou desconforto do joelho. Caso apresentasse alguma dessas

características clínicas, o voluntário não era admitido no estudo.

Todos os valores referentes ao desempenho isocinético, atividade

eletromiográfica e oscilação do centro de pressão foram registrados em formulários

próprios e anexados ao final dos testes à ficha de cada voluntário.

Os sujeitos realizaram aquecimento por 5 minutos na bicicleta estacionária

com uma carga de 15 watts, com velocidade controlada de 20km/h. O selim foi

ajustado na altura do trocânter maior do fêmur de cada voluntário para garantir

conforto e altura adequada. Após o aquecimento, foi realizada a avaliação pré para

determinar os valores de base, descritas a seguir.

2.5.1 Avaliação Pré ao Protocolo de Intervenção

2.5.1.1 Avaliação da Atividade Eletromiográfica

Para analisar a atividade eletromiográfica dos músculos vasto lateral e vasto

medial,como recomendado pelo SENIAM (Surface ElectroMyoGraphy for the Non-

Invasive Assessmentof Muscles), utilizamos uma fita métrica e uma caneta para

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demarcar o local. Para o músculo vasto lateral, foi traçado uma linha da espinha

ilíaca ântero-superior ao espaço articular, em frente à borda anterior do ligamento

colateral medial, sendo o eletrodo posicionado a 2/3 dessa distância. Para o

músculo vasto medial foi necessário posicionar o eletrodo a 80% da linha entre a

espinha ilíaca ântero-superior e bordo medial da patela, conforme a figura 8(31,32).

Figura 8 – Posicionamento do eletrodo para os músculos VL e VM.

Fonte: Arquivo LAPERN

O registro da atividade eletromiográfica dos músculos vasto lateral e vasto

medial foi realizado simultaneamente a avaliação isocinética. A variável analisada foi

o RMS (Root Mean Square, dado emµV) e o sinal foi normalizado pelo pico, durante

a contração voluntária máxima.

2.5.1.2 Avaliação do Desempenho Isocinético

Utilizamos o dinamômetro isocinético devidamente calibrado, conforme as

especificações e recomendações do fabricante. O voluntário foi posicionado sentado

na cadeira ajustável do dinamômetro, a coxa do membro inferior não acometido foi

fixa por um cinto, assim como a região pélvica e o tórax, para garantir a

estabilização dos segmentos não avaliados. O eixo de rotação do dinamômetro foi

alinhado com o epicôndilo lateral do fêmur (eixo de rotação anatômico do joelho) e o

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braço de alavanca ajustado na parte distal da perna e fixado 5 cm acima do maléolo

medial do tornozelo do membro acometido(28,29), conforme a figura 9.

Figura 9 – Posicionamento do voluntário no dinamômetro isocinético para avaliação do desempenho muscular.

Fonte: Arquivo LAPERN

Durante a realização da avaliação isocinética, os voluntários foram orientados

a utilizarem o apoio lateral para os membros superiores para evitar movimentos

compensatórios, e a realizar a máxima força muscular durante a execução das

avaliações. O pesquisador incentivava verbalmente os voluntários com frases

enfáticas, tais como: “Força, Vai, Máximo de força!”. Esses comandos foram

realizados de maneira padronizada pelo mesmo pesquisador em cada avaliação,

com o objetivo de manter o mesmo timbre e intensidade de voz.

Foi realizada a familiarização com o equipamento antes de cada avaliação,

através da realização de três contrações submáximas à 60º/s, seguidas de um

intervalo de repouso de 60 segundos, para o início dos testes. Os dados obtidos

foram registrados e armazenados no dinamômetro isocinético e posteriormente,

transcritos para planilhas específicas.

Conforme preconização para normalização do sinal eletromiográfico,

realizamos duas contrações isométricas voluntárias máximas (CIVM) de extensão do

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joelho, com o mesmo posicionado a 60º de flexão durante cinco segundos, e 60

segundos de intervalo entre as duas CIVM. A contração de maior pico de torque foi

utilizada para a normalização do sinal eletromiográfico (32,33).

Em seguida foi realizada a avaliação concêntrica, constituída de cinco

contrações máximas para extensão de joelho a 60°/s, partindo de 90° de flexão até a

extensão completa (18).

2.5.1.3 Avaliação da oscilação do centro de pressão

A oscilação do centro de pressão foi avaliada por meio do baropodômetro. O

voluntário permanecia descalço, sendo orientado a manter-se em posição

confortável, ereta, cervical neutra, os membros superiores apoiados na cintura. O

olhar foi mantido fixo em um ponto específico pré estabelecido, membro inferior

contralateral com quadril neutro e flexão de 90º do joelho e membros superiores na

cintura, buscando equilibrar-se em apoio unipodal sobre o membro acometido com o

joelho mantido em 40º de flexão. Essa angulação foi assegurada através de um

goniômetro universal, mantido por um pesquisador responsável, durante toda a

avaliação.

Foram realizadas três tentativas, sendo registrada a média das duas melhores

repetições obtidas pelo voluntário, considerando-se a variável velocidade de

oscilação ântero-posterior e latero-lateral. Cada repetição teve duração de 15

segundos, com um intervalo de 1 minuto entre elas. Quando houvesse perda do

equilíbrio ou quando o ângulo não fosse mantido a 40º de flexão, os dados eram

anulados e os testes repetidos (figura 11).

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31

Figura 10 – Posicionamento do voluntário no baropodômetro para avaliação da oscilação do centro de pressão.

Fonte: Arquivo LAPERN

2.5.2 Aplicação do protocolo

Em ambos os grupos, é importante destacar que o protocolo de intervenção

foi realizado apenas em única sessão. Os voluntários foram posicionados sobre a

plataforma vibratória, descalços, no centro da plataforma, tronco ereto, cabeça na

posição neutra, orientados a ficar em apoio unipodal sobre o membro acometido,

com o joelho fletido a 40º, sempre monitorado pelo mesmo pesquisador (28,34). Os

membros superiores foram discretamente apoiados no suporte de apoio da

plataforma, para assegurar que não houvesse perda de equilíbrio durante o

protocolo, conforme a figura 12 (28). Se houvesse perda de equilíbrio durante o

protocolo, os voluntários eram instruídos a fazer o uso das mãos, realizando o

mínimo de apoio na plataforma. Durante os intervalos, o voluntário permanecia

sentado em uma cadeira posicionada ao lado da plataforma vibratória.

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Figura 11 – Posicionamento do voluntário na plataforma vibratória durante o protocolo. Fonte: Arquivo LAPERN

Para o grupo plataforma OFF, o protocolo foi de 10 repetições de 30

segundos na posição de semiflexão do joelho já descrita, sob a plataforma vibratória

desligada, com intervalo de 30 segundos entre cada repetição, conforme a figura 13

(34). Para o grupo plataforma ON, o protocolo foi o mesmo, sendo a plataforma

vibratória ligada em uma frequência de 50Hz e amplitude de 4mm, totalizando 300

segundos de vibração (34).

Figura 12 – Protocolo na plataforma vibratória.

2.5.3 Avaliação pós-protocolo de intervenção

Após a aplicação do protocolo, um tempo médio de um minuto e meio foi

necessário para reposicionar o voluntário no dinamômetro isocinético para que a

reavaliação (avaliação pós) fosse realizada. Assim,os mesmos procedimentos da

avaliação pré foram seguidos, e avaliamos o desempenho isocinético

concomitantemente a avaliação da atividade eletromiográfica dos músculos VL e

VM, seguido, da avaliação da oscilação do centro de pressão no baropodômetro.

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2.6 Fluxograma do Estudo

Figura 13 – Desenho que sintetiza as rotinas de avaliação pré, aplicação dos protocolos e da avaliação pós do estudo.

2.7 Análise Estatística

Para análise estatística, utilizamos o programa Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS, Chicago, IL, USA) versão 20.0 para Windows. Em toda a

análise estatística, foi atribuído um nível de significância de 5% e intervalo de

confiança de 95% (IC 95%). Para verificar a normalidade da distribuição dos dados,

utilizamos o teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e para a homogeneidade utilizamos

uma ANOVA one way. A comparação intergrupos e intragrupos foi feita por uma

ANOVA mixedmodel.

Avaliados para Elegibilidade n= 48

Avaliação Pré: Avaliação Isocinética, eletromiográfica e

baropométrica.

Plataforma OFF n=22

10 repetições de 30 segundos com a Plataforma Vibratória desligada.

Avaliação Pós: Imediatamente após a aplicação do protocolo: idêntica a Avaliação Pré

Grupo Plataforma ON n=22

10 repetições de 30 segundos com Plataforma Vibratória ligada com frequência de 50 Hz e amplitude de 4 mm.

Excluídos n= 4 por fadiga e/ou

desconforto

Randomizados n= 44

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3. RESULTADOS

Desta maneira, 44 voluntários foram analisados, sendo 22 no grupo

plataforma OFF e 22 no grupo plataforma ON.

A tabela 1 apresenta a caracterização da amostraentre os grupos para as

variáveis: idade, estatura, massa corporal, IMC e tempo de pós-operatório. A tabela

2 mostra ahomogeneidade entre os grupos para as variáveis: velocidade ântero-

posterior, velocidade latero-lateral, pico de torque isométrico (PT isométrico), pico de

torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW), pico de torque médio (PTM),

trabalho total, RMS isométrico do vasto lateral (RMS ISO VL), RMS concêntrico do

vasto lateral (RMS CON VL), RMS isométrico do vasto medial (RMS ISO VM)e RMS

concêntrico do vasto medial (RMS CON VM).

Tabela 1 – Caracterização da amostra. Valores da média ± desvio padrão, p valor e o intervalo de

confiança (IC – 95%), para as variáveis analisadas.

Variáveis Plataforma OFF N=22

Plataforma ON

N=22

P

IC 95%

Idade (anos) 26,82 ±6,83 28,05 ±5,52 0,516 (-2,55/5,00) Estatura (m) 1,74 ± 0,63 1,75 ± 0,79 0,677 (-0,34/0,05)

Massa Corporal (Kg)

80,77 ±10,79 83,59 ±14,55 0,470 (-4,97/10,6)

IMC (Kg/m²) 26,51 ±2,96 27,19 ±4,49 0,556 (-1,63/2,99) Tempo de PO

(semanas) 17,09 ±1,26 16,86 ±1,55 0,598 (-1,09/0,63)

Teste Anova one-way demonstrou que não houve diferença intergrupos destas variáveis na avaliação inicial, com p > 0,05.

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Tabela 2 – Homogeneidade entre os grupos, antes da intervenção. Valores da média ± desvio padrão, p valor e o intervalo de confiança (IC- 95%), para as variáveis analisadas.

Variáveis Plataforma

OFF N=22

Plataforma ON

N=22

P IC (95%)

Velocidade AP (mm/s)

11,9± 2,2 11,3±2,6 0,39 (-2,14/0,85)

Velocidade LL (mm/s)

5,2±1,3 5,5±1,8 0,30 (-0,70/1,24)

PT isométrico (Nm) 222,7±47,2 192,7±58,9 0,06 (-62,5/2,44) PT/BW (%) 222,4±52,5 190,2±80,7 0,09 (-76,1/6,80)

PT Médio (Nm) 163,5±20,9 142,4±52,9 0,08 (-45,6/3,34) Trabalho (J) 886±189,9 759,8±285,2 0,09 (-273,6/21,2)

RMS ISO VL (%) 50,7±7,6 50,2±6,7 0,82 (-4,86/3,88) RMS CON VL (%) 55,4±11,2 56,9±15,3 0,70 (-6,65/0,97) RMS ISO VM (%) 50,7±6,9 51,0±6,4 0,87 (-3,74/4,39) RMS CON VM (%) 82,5±51,5 74,1±46,8 0,57 (-38,3/21,5)

Teste Anova one-way demonstrou que não houve diferença intergrupos das variáveis na avaliação inicial, com p > 0,05.

Para as variáveis analisadas no referente estudo, não foi verificada diferença

significativa na comparação intergrupos tanto na avaliação pré quanto na avaliação

após aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória. Entretanto, foram

inferidas diferenças entre a avaliação pré e pós para algumas variáveis na

comparação intragrupos. Contudo, é importante salientar que a análise intergrupos é

a que de fato deve prevalecer nesse modelo de estudo (35).

Todas as comparações analisadas antes e após aplicação do

protocolo,intergrupos e intragrupos, estão apresentadas a seguir em forma de

gráfico com dados de média, desvio padrão, e as eventuais diferenças intragrupos.

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3.1Oscilação do Centro de Pressão

3.1.1 Velocidade Ântero-Posterior

Observa-se na figura 14 que a velocidade ântero-posterior não apresentou

diferença significativa intergrupo (p=0,746) e também intragrupos: plataforma OFF

(p=0,643) e plataforma ON (p=0,17).

Figura 14 – Média e desvio padrão do valor da velocidade ântero-posterior pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória, nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.

3.1.2 Velocidade Latero-Lateral

Na figura15, observa-se que a variável velocidade latero-lateral não

apresentou diferença significativa intergrupos (p=0,654). Na análise intragrupos, o

grupo plataforma OFF também não tem diferença significativa (p=0,217). Para o

grupo plataforma ON houve diferença entre avaliação pré e pós (p= 0,023) com

diminuição da velocidade latero lateral.

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37

Figura 15 – Média e desvio padrão do valor de velocidade latero-lateral pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma

ON.*p<0,05. 3.2 Desempenho Muscular

3.2.1Pico de Torque Isométrico

Como se pode constatar na figura 16, no pico de torque isométrico não foi

observada diferença significativa intergrupos com p=0,069, entretanto houve

diferença na comparação intragrupos: plataforma OFF (p=0,001) e plataforma ON

(p=0,039).

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38

Figura 16 – Média e desvio padrão do valor do pico de torque isométrico pré e pós a aplicação do

protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON. **p<0,001 e *p<0,05.

3.2.2 Pico de Torque Normalizado pelo Peso Corporal

Na análise do pico de torque normalizado pelo peso corporal do quadríceps

femoral, a figura 17 demonstra que não houve diferenças significativas

intergrupos(p=0,104) e também intragrupos: plataforma OFF (p=0,092) e plataforma

ON (p=0,152).

Figura 17 –Média e desvio padrão do valor do pico de torque normalizado pelo peso corporal pré e

pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.

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39

3.2.3 Pico de Torque Médio

Para o pico de torque médio,pode-se observar na figura 18, que não

apresentou diferença significativa intergrupos (p=0,063), bem como, intragrupos:

plataforma OFF (p =0,429) e plataforma ON (p =0,066).

Figura 18 –Média e desvio padrão do valor do pico de torque médio pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.

3.2.4 Trabalho Total

Observa-se na figura 19 o trabalho total do quadríceps femoral, confirmando

que não há diferença intergrupos (p=0,088). Na análise intragrupos, verifica-se

alterações significativas com diminuição dos valores para esta variável: plataforma

OFF (p=0,001) e plataforma ON (p=0,001).

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40

Figura 19 – Média e desvio padrão do valor do trabalho total pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.**p<0,001.

3.3 Atividade Eletromiográfica

3.3.1 RMSNormalizado- Contração Isométrica – Vasto Lateral

A análise realizada para o RMS do VL na contração isométrica, demonstrado

na figura 20, revela que não há diferença significativa intergrupos (p=0,705) e

também na intragrupos: plataforma OFF (p=0,349) e plataforma ON (p=0,836).

Figura 20 – Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado da contração isométrica do músculo

vasto lateral pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.

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41

3.3.2 RMSNormalizado - Vasto Lateral

Na figura 21 observou-se que não existem alterações significativa intergrupos

(p=0,403), bem como, intragrupos após a aplicação do protocolo:plataforma OFF

(p=0,765) e plataforma ON (p=0,412).

Figura 21 –Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo vasto lateral pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e

plataforma ON.

3.3.3 RMS Normalizado - Contração Isométrica –Vasto Medial

Na figura 22é possível observar os dados referentes ao RMS normalizado do

músculo vasto medial na contração isométrica. Esta variável não apresentou

diferença intergrupos (p=0,568), bem como intragrupo: plataforma OFF (p=0,327) e

plataforma ON (p=0,548).

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Figura 22 –Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado na contração isométrica do músculo

vasto medial pré e pós a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.

3.3.4 RMS Normalizado - Vasto Medial

Conforme apresenta a figura 23, não há diferença significativa intergrupos

(p=0,535), bem como na comparação intragrupo: plataforma OFF (p=0,631) e

plataforma ON (p=0,783).

Figura 23 –Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo vasto medial pré e pós a

aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória nos dois grupos avaliados: plataforma OFF e plataforma ON.

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43

4. DISCUSSÃO

4.1 Oscilação do Centro de Pressão (Velocidade Ântero-Posterior e Latero-Lateral)

As variáveis velocidade ântero-posterior e latero-lateral não apresentaram

diferença significativa na comparação intergrupos. Infere-se, portanto, que a

plataforma vibratória não foi capaz de modificar a velocidade de deslocamento do

centro de pressão de sujeitos submetidos à reconstrução do LCA.

Os resultados da variável velocidade ântero-posterior, no grupo plataforma

OFF e plataforma ON, evidenciam aumento na velocidade de oscilação postural,

consequentemente, isso nos sugere que a manutenção do equilíbrio postural tornou-

se mais difícil para ambos os grupos. Desse modo, não foi observado diferença

estatisticamente significativa para comparação intragrupos, bem como intergrupos.

Acredita-se,que o aumento desta variável tenha acontecido em decorrência da

fadiga muscular, para dois grupos avaliados.

Supõe-se que a vibração, possa agir como um estímulo mecânico, capaz de

ativar os receptores articulares e também gerar reflexos tônicos. Isto poderia resultar

em menores índices de oscilação postural, como foi observado na variável

velocidade latero-lateral no grupo plataforma ON, entretanto, é importante salientar

que, na comparação intergrupos, não houve alterações significativas. Dessa forma,

não se pode afirmar que o estímulo vibratório realmente interferiu nesta variável.

Um estudo crossover apontou melhora no equilíbrio,dois minutos após um

protocolo sobre a plataforma vibratória. Isto foi relacionado a uma possível resposta

neurogênica, decorrente dos reflexos tônicos musculares provocados pelo estímulo

vibratório (24). Contudo, nesse estudo a amostra foi composta por sujeitos

saudáveis, o protocolo de exercícios era dinâmico e a progressão da frequência

diferente da utilizada no presente estudo, o que poderia explicar a divergência entre

os resultados.

Fu et al., avaliaram 48 homens submetidos à reconstrução do LCA, e

observaram que o controle postural para o grupo plataforma vibratória, mesmo sem

o feedback visual, foi melhor. Os autores citam que esta melhora seja decorrente da

adaptação neural, após o exercício com vibração (28). Entretanto, a instrumentação

usada para avaliação difere da utilizada nesta pesquisa, bem como, o protocolo de

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exercício, que é a longo prazo, além do tempo de pós-operatório (um mês após a

cirurgia).

Moezy et al., explica que a estimulação mecânica repetitiva gerada pelos

ciclos vibratórios possa gerar estratégias de rearranjo no controle do equilíbrio, como

melhora na relação muscular agonista/antagonista e na própria eficiência

neuromuscular. Esses fatores associados produziriam uma menor oscilação postural

(36), todavia, isso não foi observado nos resultados do presente estudo.

Afirma-se, portanto, que apenas uma sessão de exposição à vibração não

tenha provocado alterações neurogênicas suficientes para resultar em menores

índices de oscilação postural. Assim, de maneira imediata, ou seja, logo após o

protocolo sobre a plataforma vibratória, não observou-se alteração na velocidade de

deslocamento do centro de pressão, tanto ântero-posterior, como latero-lateral para

homens submetidos à reconstrução do LCA.

4.2 Desempenho Isocinético do Quadríceps Femoral

Os resultados deste estudo inferem que, de maneira imediata, a plataforma

vibratória não modifica o pico de torque extensor do joelho de homens submetidos à

reconstrução do LCA.

Contrapondo a estes dados, Stewart et al. encontraram um aumento de 3,8%

no pico de torque isométrico extensor do joelho, após exposição de 2 minutos, no

grupo plataforma vibratória. Entretanto, quando a exposição foi de 4 e 6 minutos,

observou-se uma queda para esta variável (37).

A resposta do aumento do pico de torque observado, poderia ser explicada

pela exposição contínua à vibração, protocolo este que difere do proposto no nosso

estudo, bem como ainda, por se tratar de indivíduos saudáveis. Além disso, é

importante destacar que este aumento de 3,8% para o torque extensor do joelho,

pode não ser um dado clinicamente relevante.

Já para a queda no pico de torque após 4 e 6 minutos de exposição à

plataforma, no estudo citado acima, sugere-se, conforme os autores, que protocolos

contínuos de vibração podem ocasionar déficit no desempenho neuromuscular (37).

Essa relação de exposição e tempo, já havia sido verificada por outros estudos, e

propõe que longos períodos de estímulo vibratório prejudica as vias aferentes, o que

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45

reduz a taxa de disparo e o sincronismo das unidades motoras, podendo provocar

redução na força máxima (38,39).

Optou-se, no presente estudo, pela utilização de um protocolo de exercícios

isométricos, com 10 repetições de 30 segundos de exposição à vibração e intervalos

de 30 segundos entre as repetições, para que as relações dinamométricas não

fossem afetadas pela fadiga.

Entretanto, a diferença intragrupos observada, com diminuição dos valores,

sugere a ocorrência da fadiga muscular, esta por sua vez, ocasionada pelo

posicionamento isométrico sobre a plataforma e também pela própria avaliação

concêntrica no dinamômetro isocinético, já que a redução no torque ocorreu para

ambos os grupos.

O posicionamento unipodal estático sobre a plataforma vibratória, com flexão

do joelho a 40º como utilizado neste estudo, partiu do pressuposto de que, quanto

mais próximo o membro estiver da plataforma, menor dissipação do estímulo

vibratório iria ocorrer (11,40). Além do que, o agachamento isométrico é

frequentemente utilizado na prática clínica como forma de treinamento de indivíduos

submetidos à reconstrução do LCA, e sobretudo, por produzir uma maior ativação

muscular, já que, com o joelho em completa extensão, a ativação do quadríceps

femoral é fortemente reduzida.

Edir et al., observaram redução da força voluntária máxima dos extensores de

joelho imediatamente após a exposição à vibração (21). Entretanto, os resultados do

presente estudo, mostraram redução no torque extensor do joelho, tanto para grupo

plataforma OFF como Plataforma ON; desse modo, sugere-se que, o estímulo

vibratório não foi capaz de alterar a força produzida. É importante salientar que,

mesmo após a adoção de parâmetros recomendados na literatura para a melhora no

desempenho motor com o uso da plataforma, esse fato não foi observado na

presente pesquisa (36,38).

Corroborando com esses dados, Ruiter et al., observaram que uma

intervenção na plataforma vibratória com parâmetros de 30 Hz de frequência,

amplitude de 4 mm, tempo de exposição de 5 minutos e intervalos de 2 minutos,

também não foi suficiente para aumentar o pico de torque isométrico extensor do

joelho, neste caso, em jovens saudáveis (41). Sugerimos assim, que a diminuição

nesta variável, de fato não tenha ocorrido em função do estímulo vibratório, mas sim,

decorrente da fadiga muscular do grupo extensor do joelho.

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46

Propõe-se, desta maneira, que a vibração não tenha sido capaz de interferir o

suficiente na sensibilidade do reflexo de estiramento, não suportando assim, os

resultados dos estudos anteriores que sugerem aumento do pico de torque (21,24).

Sendo assim, para o pico de torque isométrico, de maneira imediata, não há

alterações significativas após o estímulo vibratório, em indivíduos submetidos à

reconstrução do LCA.

Em relação ao pico de torque normalizado pelo peso corporal durante a

contração concêntrica, pôde-se observar no presente estudo, que não houve

alteração intragrupos ou intergrupos. Berschin et al. avaliaram o grupo flexor do

joelho em homens e mulheres submetidos à reconstrução do LCA e também não

observaram alterações significativas após a utilização da plataforma vibratória.

Apesar de avaliarem o grupo flexor do joelho, esses resultados reforçam os dados

do presente estudo, já que também foi utilizado o dinamômetro isocinético para a

avaliação (42).

No trabalho total, não foi observada diferença significativa intergrupos.

Hipotetiza-se que essa variável seria mais sensível na avaliação do desempenho

muscular, pois alterações em qualquer parte da curva dinamométrica afetariam este

valor, o que não ocorreria com o pico de torque, já que este está relacionado apenas

com o ponto de maior magnitude, independente do torque empregado ao longo de

toda a ADM.

Na comparação intragrupos, observou-se alterações, com redução nos

valores do trabalho total após a intervenção, em ambos os grupos. Essa diminuição

também pode ser atribuída a instalação da fadiga muscular (43).

O posicionamento unipodal no membro acometido em flexão do joelho a 40º

pode ter sido uma das causas da fadiga. Além disso, o próprio protocolo de

avaliação, que inclui contrações concêntricas máximas, pode ter interferido nesses

dados, provocando redução no desempenho em ambos os grupos, sem diferenças

entre eles. Com isso, afirma-se que o estímulo vibratório não foi capaz de gerar

resposta neurogênica e ativação neural suficiente para manter ou aumentar o

sincronismo das unidades motoras, conforme proposto pelos criadores do método.

Portanto, acredita-se que a vibração não promova efeitos imediatos

suficientes para provocar alteração nas variáveis de desempenho dinamométrico,

em indivíduos submetidos à reconstrução do LCA.

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4.3 Atividade Eletromiográfica dos Músculos Vasto Lateral e Vasto Medial

Os resultados do presente estudo indicam que o uso imediato da plataforma

vibratória, nos parâmetros utilizados, não altera o recrutamento dos músculos VL e

VM durante as avaliações isométricas e isocinéticas.

Marín et al., citam que é preciso compreender a relação da influência entre a

aceleração do estímulo vibratório promovido pelas plataformas e a ativação

muscular (44). Acredita-se que os músculos percebam o estímulo vibratório e

respondam com uma espécie de amortecimento as ondas mecânicas da vibração.

Assim, a magnitude de aceleração recebida depende da rigidez muscular. Dessa

forma, é primordial que o estímulo seja de fato transmitido ao músculo alvo (5).

Uma análise crossover que avaliou 20 mulheres submetidas à reconstrução

do LCA verificou,através da atividade eletromiográfica do VL, do reto femoral e do

bíceps femoral, que uma única sessão com exposição ao estímulo vibratório não é

capaz de aumentar a taxa de ativação muscular, quando comparado ao grupo

controle. Para isto, foram realizadas 6 repetições de 60 segundos cada, com 2

minutos de repouso e adotada uma flexão do joelho a 60º, em apoio unipodal (22).

Apesar do posicionamento adotado diferir do utilizado no protocolo desta

pesquisa, os resultados destes autores foram semelhantes os dados encontrados na

análise do presente estudo. Além do que, a avaliação da EMG segue os mesmos

critérios utilizados.

É importante destacar que diferentes ângulos de flexão adotados modificam a

relação comprimento tensão e isso pode gerar distintas alterações nos neurônios

aferentes Ia e, consequentemente, na sensibilidade (5). A flexão do joelho adotada

no presente estudo foi de 40º, a mesma utilizada na avaliação da oscilação do

centro de pressão. Objetivou-se, neste caso, que o estímulo vibratório fosse

direcionado para o músculo quadríceps femoral.

Alterações significativas na atividade eletromiográfica dos extensores do

joelho foram encontradas quando comparados protocolos com frequência de 30 e 60

Hz no estudo de Pamukoff et al. Isso foi atribuído às alterações na excitabilidade

corticospinal e processos intracorticais, admitindo a probabilidade de alterações

neurais (45). Contudo, é importante salientar, que o estímulo vibratório utilizado é

diferente do que foi usado neste trabalho.

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48

Uma investigação mostrou que, após uma única sessão de exposição à

vibração, a atividade eletromiográfica (RMS) dos flexores do cotovelo também não

apresentou alterações significativas (21). Acredita-se que a base da atividade

neuromuscular em treinamentos imediatos com plataformas vibratórias possa ser

causada pela estimulação sensorial, por meio das vias aferentes, e isso estimularia

as respostas eferentes, por meio da facilitação neural e adaptação neuromuscular,

com aumento no recrutamento de unidades motoras e o sincronismo destas.

Entretanto, considera-se que o protocolo proposto nesse estudo não tenha

aumentado os potenciais motores, que por sua vez gerariam o reflexo miotático, e

consequentemente, causariam a ativação reflexa. Afirma-se, portanto, que o

protocolo de exercício sobre a plataforma vibratória, nos parâmetros utilizados, não

tenha causado alterações imediatas no RMS normalizado dos músculos avaliados.

Desse modo, assumimos que o estímulo vibratório não provocou alterações na

ativação de atividade das unidades motoras.

Isto posto, sugere-se que novos estudos com sujeitos submetidos à

reconstrução do LCA avaliem protocolos de treinamentos na plataforma vibratória

com intervenções delongo prazo, verificando os parâmetros já avaliados, além da

atividade eletroencefalográfica, para permitir-se a avaliação das respostas a nível

central e periférico.

Cabe salientar que os achados do presente estudo limitam-se a uma única

série de exercício na plataforma vibratória, no membro inferior de homens

submetidos à reconstrução do LCA. Desta maneira, esses resultados não são

aplicáveis a indivíduos saudáveis, sem características de desuso muscular ou a um

programa de exercícios com durações diferentes das utilizadas em neste estudo.

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49

5. CONCLUSÃO

Ao contrário da hipótese inicial, os resultados do presente estudo sugerem

que a utilização da plataforma vibratória, em homens submetidos à reconstrução do

LCA, não é capaz de alterar de forma imediata a velocidade de oscilação do centro

de pressão, o desempenho isocinético ou a amplitude de ativação eletromiográfica

dos músculos VL e VM.

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knee extensor force and rate of force rise. Eur J Appl Physiol. 2003;88(4-

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42. Berschin G, Sommer B, Behrens A, Sommer HM. Whole body vibration

exercise protocol versus a standard exercise protocol after ACL reconstruction:

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43. Farias R, Brasileiro J. Efeitos da Eletroestimulação sobre os Parâmetros

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44. Marín PJ, Santos-Lozano A, Santin-Medeiros F, Delecluse C, Garatachea N. A

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APÊNDICE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESCLARECIMENTOS:

Este é um convite para o senhor participar da pesquisa EFEITOS IMEDIATOS

DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO

QUADRÍCEPS FEMORAL E NA OSCILAÇÃO POSTURAL EM INDIVÍDUOS

SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO DO LCA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E

CEGO.

Sua participação é voluntária, o que significa que o senhor poderá desistir a

qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum

prejuízo ou penalidade.

Esta pesquisa procura analisar os efeitos imediatos da plataforma no

desempenho dos músculos da coxa e no equilíbrio do membro inferior submetido a

cirúrgia, isto se dará por meio da avaliação do desempenho do membro inferior (pico

de torque pelo peso corporal, pico de torque médio, potência muscular, tempo de

pico de torque) juntamente com análise da atividade do músculo (eletromiográfica -

amplitude de ativação) dos músculos anteriores da coxa; senso de posição articular

do joelho; oscilação postural (baropodometria).

Caso decida aceitar o convite, o senhor será submetido ao(s) seguinte(s)

procedimentos: tricotomização (depilação) e limpeza de uma pequena região da pele

na região anterior da coxa; fixação de eletrodos auto-adesivos para captação da

atividade dos músculos anteriores da coxa antes e durante a realização de uma

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série de atividades aos quais o senhor será solicitado a realizar, seguindo as

orientações dos pesquisadores.

Através de um pré-sorteio o senhor será alocado em um dos 2 grupos

existentes na pesquisa: controle (o protocolo será realizado sob a plataforma

vibratória desligada) e experimental (realizará o protocolo sob a plataforma vibratória

ligada com frequência de 5Hz e Amplitude de 4mm). Antes e após a realização da

atividade determinada pelo grupo o senhor será avaliada no baropodometro,

eletromiógrafo e no dinamômetro isocinético, que são equipamentos destinados a

coletar os dados do seu equilíbrio e desempenho muscular, respectivamente.

Esta etapa é indolor e não há riscos. Os riscos envolvidos com sua

participação serão mínimos, podendo ocorrer desconforto muscular no membro

inferior avaliado. Esses riscos serão minimizados através das orientações dadas no

início das atividades, porém se os sintomas persistirem, estará assegurado o

acompanhamento clínico necessário no Departamento de Fisioterapia da UFRN, até

que seja garantido o seu total restabelecimento.

Ao participar dessa pesquisa o senhor terá como benefício o conhecimento

sobre o seu desempenho muscular (bilateral) e o equilíbrio; e poderá contribuir para

esclarecer qual o efeito imediato da plataforma vibratória no desempenho muscular

da coxa e no equilíbrio do membro inferior.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será

identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a

divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. As

informações coletadas serão arquivadas no Departamento de Fisioterapia pelo

pesquisador responsável, pelo prazo de 5 anos.

O senhor fica ciente que não receberá nenhuma forma de remuneração

financeira pela participação nesse estudo, mas as despesas decorrentes da sua

participação na pesquisa serão ressarcidas.

Em qualquer momento, se o senhor sofrer algum dano associado ou

comprovadamente decorrente desta pesquisa, terá direito a indenização.

O senhor ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que tiver a

respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente ao coordenador da pesquisa,

no endereço Av. Salgado Filho, 3000 Campus Universitário.

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Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao

Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL (CEP-HUOL) no endereço Av. Nilo Peçanha,

620- Petrópolis, Natal/RN ou pelo telefone (084)3202-3719, ramal 242.

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO:

Eu declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será

realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar

voluntariamente da pesquisa EFEITOS IMEDIATOS DA PLATAFORMA

VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS

FEMORAL E NA OSCILAÇÃO POSTURAL EM INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À

RECONSTRUÇÃO DO LCA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E CEGO

Assinatura:_____________________________________Data:____/____/___

PESQUISADOR RESPONSÁVEL:

___________________________________________________

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

FICHA DE AVALIAÇÃO

Nº _____ Data da avaliação: ___/___ /___ Grupo:__________________

Nome:__________________________________________________________

CPF_____________________________ Data de Nasc.: _____/_____/_____

Telefone:________________ e-mail:_______________________________

Idade: _______ Massa corporal: _______kg Altura: _________m

IMC: ______Tempo de Pós Operatório:__________________

Membro Acometido: _____________

Dor no Membro em PO: ( ) Não ( ) Sim

Exercício Físico antes da lesão: ( ) Não ( ) Sim

Freqüência: ____________ Modalidade: ________________________

Dominância: ( ) Esquerdo ( ) Direito

Faz uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim

Hipertensão: ( ) Não ( ) Sim

História de lesão, trauma ou doença no MI Contralateral nos últimos 6 meses:

( ) Não ( ) Sim

Presença de dor na articulação do joelho ou em alguma parte do corpo?

( ) Não ( ) Sim Local: ___________________________________

OBS:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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• Baropodometria

Pré Antero Posterior

1 2 3 Média Pré Latero Lateral

1 2 3 Média

Amplitude Amplitude

Velocidade Velocidade

Pós Antero Posterior

1 2 3 Média Pós Latero Lateral

1 2 3 Média

Amplitude Amplitude

Velocidade Velocidade

• Dinamometria

Pré Pós

SPA

ISO 1

2

PT/Bw

PT médio

Trabalho

• Eletromiografia

CURVAS

Vasto Lateral Pico da ISO ISOPré ISO Pós CONPré CONPós

RMS

CURVAS

Vasto Medial Pico da ISO ISO Pré ISO Pré CONPré CONPós

RMS