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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA PATRÍCIA VALDELICE DA SILVA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) - MÚSICA: a vivência escolar sob o olhar do licenciando NATAL/RN 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · dos sons numa linguagem artística, padrão este que, socialmente construído, é socialmente apreendido – pela vivência, pelo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

PATRÍCIA VALDELICE DA SILVA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID)

- MÚSICA: a vivência escolar sob o olhar do licenciando

NATAL/RN 2013

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PATRÍCIA VALDELICE DA SILVA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID)

- MÚSICA: a vivência escolar sob o olhar do licenciando

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Música da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na área de Educação Musical, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciada. Orientador: Prof.º Dr. Danilo Cesar Guanais de Oliveira.

NATAL/RN

2013

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Catalogação da Publicação na Fonte

Biblioteca Setorial da Escola de Música

S586p Silva, Patrícia Valdelice da.

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) - Música: a vivência escolar sob o olhar do licenciando / Patrícia Valdelice da Silva. – Natal, 2013.

50 f. : il.; 30 cm.

Orientador: Danilo César Guanais de Oliveira.

Monografia (graduação) – Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013.

1. Professores - Formação - Monografia. 2. Educação musical - Monografia. I. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) - Música. II. Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcante (FLOCA). III. Oliveira, Danilo César Guanais de. IV. Título.

RN/BS/EMUFRN CDU 371.13:78

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PATRÍCIA VALDELICE DA SILVA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID)

- MÚSICA: a vivência escolar sob o olhar do licenciando

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Música da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na área de Educação Musical, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciada. Orientador: Prof.º Dr. Danilo Cesar Guanais de Oliveira.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________________________________

PROF.º Dr. DANILO CESAR GUANAIS DE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

(ORIENTADOR)

________________________________________________________________ PROF.º Dr. JEAN JOUBERT FREITAS MENDES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (MEMBRO DA BANCA)

________________________________________________________________ PROF.º Ms. ISAAC SAMIR CORTEZ DE MELO

INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (MEMBRO DA BANCA)

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Dedico este trabalho a todos que me apoiaram e que me ajudaram chegar até aqui, aos

meus pais Pedro Pereira da Silva e Maria Valdeci Rodrigues dos Santos Silva, grandes

responsáveis por toda essa minha trajetória, a meu companheiro, esposo e amigo Ismael Pedro

de Lima, a toda a minha família, em especial os que já não estão mais presentes neste mundo

mais que me incentivaram e nunca deixaram de acreditar em meu potencial, ao meu professor

orientador da monografia, e coordenador do subprojeto de Música do programa PIBID Danilo

Cesar Guanais de Oliveira, e ao meu orientador de curso de licenciatura plena em Música

Ticiano Maciel D`Amore o meu muito obrigado pelo o carinho e dedicação de todos.

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AGRADECIMENTOS

Concluo este curso superior, e inicio a grande caminhada de minha vida profissional

com a certeza de encontrar degraus que vou subir, fortificada por tudo o que já aprendi.

Há muitos a agradecer por ter se dedicado a mim não só por terem me ensinado, mas

por terem realizado o meu aprendizado, sem nominar terão meu eterno agradecimento.

A esta Universidade, toda a comunidade da EMUFRN, e a todos que fazem a equipe

do subprojeto Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) - Música, o

meu muito obrigado.

A minha família, que sempre fizeram entender os momentos de minha ausência, pela a

dedicação ao estudo superior.

A todos que me apoiaram e que me ajudaram para a realização desse trabalho em

especial aos meus pais Pedro Pereira da Silva e Maria Valdeci Rodrigues dos Santos Silva, a

meu esposo Ismael Pedro de Lima, as minhas amigas Vitória Raquelline da Silva e Aline

Regina da Silva, ao meu professor orientador da monografia, e coordenador do subprojeto de

Música do programa PIBID Danilo Cesar Guanais de oliveira, ao meu orientador de curso

Ticiano Maciel D`Amore, o meu muito obrigado pelo o carinho e dedicação de todos.

Por fim aquele que devo muito, pois foi ele que permitiu tudo isso, e tudo que

aconteceu ao longo de minha vida, ao meu DEUS, obrigada e reconheço que cada vez mais

está sempre comigo.

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[...] a compreensão da música, ou mesmo a sensibilidade a ela, tem por base um padrão culturalmente compartilhado para a organização dos sons numa linguagem artística, padrão este que, socialmente construído, é socialmente apreendido – pela vivência, pelo contato cotidiano, pela familiarização – embora também possa ser aprendido na escola. (PENNA, 2008, p. 29).

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RESUMO

O presente trabalho visa relatar a experiência como bolsista desde março de dois mil e dez a

dois mil e treze, ocorrido no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)

do subprojeto de Música/RN, pioneiro em nosso país. Ocorrido na Escola Estadual

Desembargador Floriano Cavalcante (FLOCA), Natal/RN, o programa proporcionou à

licencianda um aprendizado dinâmico, mostrando situações reais de ensino no contexto de

uma escola pública. A existência do subprojeto de música no Rio Grande do Norte torna-se

um forte aliado junto a educação musical nas escolas públicas do Estado. Este trabalho analisa

a importância dessa experiência na formação do licenciando exposto na forma de um relato de

experiência, para concluir que a formação de um futuro docente não é feita somente das

experiências realizadas na Universidade, é também relevante a vivência em situações reais e

concretas, introduzindo assim, uma associação de conhecimentos, formados pela conjunção

da teoria/prática.

Palavras-chave: Formação de professores. Educação musical. PIBID - Música.

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ABSTRACT

This paper aims to describe the experience as a Fellow since March two thousand and ten

days until today, occurred in the Scholarship Program Initiation to Teaching (PIBID)

subproject Music / RN, a pioneer in our country. Occurred in the State School Judge Floriano

Cavalcante (Floca), Natal / RN. The program provided a dynamic learning licencianda one,

showing real teaching situations in the context of a public school. The existence of the

subproject music in Rio Grande do Norte becomes a strong ally with music education in

public schools estado.Este paper analyzes the importance of experience in shaping the

licensing exposed as an experience report, concluding that the training of future teachers is

not only made of the experiences at the university, is also relevant experiences in real and

concrete, thus introducing a combination of knowledge, formed by the combination of theory

with practice.

Keywords: teacher education. Music education. PIBID - Music.

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 – Equipe do Subprojeto PIBID – MÚSICA.......................................................... 15

Foto 2 – Palestra com o Dr. Sérgio Figueiredo................................................................ 26

Foto 3 – Curso de reciclagem musical (História da Música)......................................... 27

Foto 4 - XVI CIENTEC 2010......................................................................................... 29

Foto 5 - Apresentação de bolsistas do PIBID-Musica (ABEM)..................................... 30

Foto 6- II Encontro Integrativo do PIBID...................................................................... 32

Foto 7 - V Encontro Integrativo do PIBID...................................................................... 33

Foto 8 - Dia das mães do FLOCA (2010)....................................................................... 35

Foto 9 - Criação das Paródias.......................................................................................... 36

Foto 10 - Apresentação do 1º festival de Paródias............................................................ 36

Foto 11 - Grupo vencedor em 1º lugar do 1º festival de Paródias no FLOCA.................. 37

Foto12 - Gravação das três paródias vencedoras do I Festival de Paródias..................... 38

Foto13 - Regência do estágio supervisionado IV............................................................. 41

Foto 14 - Regência do estágio supervisionado IV............................................................. 41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 13

2 O PIBID E A LICENCIADA....................................................................................... 14

2.1 O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA... 14

2.2 O SUBPROJETO DE MÚSICA DA UFRN.................................................................. 14

2.3 O FLOCA....................................................................................................................... 17

2.4 A LICENCIADA E SUA TRAJETÓRIA...................................................................... 18

2.5 O PRIMEIRO CONTATO: TRABALHANDO COM A REALIDADE ESCOLAR... 20

2.6 O CONTATO COM OS ALUNOS COMO PROFESSORA: OS ANSEIOS,

AS FRUSTRAÇÕES (DESCOBERTAS), AS EXPECTATIVAS....................................

22

2.7 A PRÁTICA EM SALA DE AULA COMO BOLSISTA PIBID................................. 23

3 AÇÕES DO PIBID–MÚSICA........................................................................................ 25

3.1 AÇÕES DESENVOLVIDAS NO SUBPROJETO PIBID-MÚSICA........................... 25

3.2 AÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DOS INTEGRANTES DO PIBID-MÚSICA..... 25

3.2.1 A presença do educador e pesquisador Dr. Sérgio Figueiredo............................. 26

3.2.2 Cursos de reciclagem musical.................................................................................. 26

3.3 AÇÕES PARA A FORMAÇÃO INTELECTUAL DOS BOLSISTAS........................ 27

3.3.1 XVI Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura 2010............................................. 28

3.3.2 Participação na Mostra de Profissões da UFRN 2010........................................... 29

3.3.3 Trabalhos apresentados sobre o PIBID-Música/RN......................................... 29

3.4 AÇÕES DE INTEGRAÇÃO ENTRE AS EQUIPES DO PIBID/RN........................... 30

3.4.1 II Encontro Integrativo do PIBID/RN.................................................................... 31

3.4.2 V Encontro Integrativo do PIBID/RN..................................................................... 32

3.5 AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO MUSICAL DOS ALUNOS DO FLOCA 34

3.5.1 Dia das mães do FLOCA.......................................................................................... 34

3.5.2 Primeiro festival de Paródias no FLOCA............................................................... 35

4 O PIBID OCASIONOU... .............................................................................................. 39

4.1 O PIBID-MÚSICA VERSUS O ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV......................... 39

4.2 A EXPERIÊNCIA APÓS O PIBID............................................................................... 43

4.3 O AMBIENTE NA ESCOLA PÚBLICA (SECRETARIA, PROFESSORES, OS

ALUNOS) DEPOIS DO PIBID...........................................................................................

44

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 49

REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 47

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho, realizado na Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti

(FLOCA), situada no município de Natal-RN, tem como finalidade relatar as experiências

vivenciadas do trabalho desenvolvido no período em que estive participando como bolsista do

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, que tem como objetivo

impulsionar a prática aos alunos dos cursos de licenciatura em diversas áreas de conhecimento e

proporcionar a formação continuada de professores do ensino básico.

O programa tem por finalidade possibilitar aos alunos da licenciatura libar experiências e

estratégias metodológicas e inovadoras ao longo de sua graduação, promovendo o contato direto

e aproximação da realidade escolar. Para que tenham a capacidade de desenvolver estratégias

em sala de aula.

Podemos observar no subprojeto de música as contribuições que o programa causa ao

ensino de jovens e professores da educação básica e a alunos do curso de licenciatura plena em

música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O PIBID-Música/RN é pioneiro em nosso país. Tendo também uma contribuição

significativa não só em escolas básicas da cidade de Natal, como também no estado do RN.

Pois o ensino de música tornou-se conteúdo obrigatório, mas não exclusivo de acordo

com a lei federal nº 11.769/2008,(Brasil, 2008).

As experiências em sala de aula parte de aulas de música no ensino público com alunos

de nonos anos juntamente com a professora-supervisora de Artes e habilitação em Música

Catarina Aracelle Porto do Nascimento.

O primeiro capítulo aborda uma descrição do programa PIBID e seus objetivos, o

ingresso do subprojeto de Música no programa e na escola pública, uma breve introdução da

escola que o programa atende. Trata-se também de uma pequena trajetória da autora de como se

fez descobrir como docente e suas particularidades no PIBID – Música.

No segundo capítulo encontra-se algumas das ações desenvolvidas pelo PIBID – Música

desde seu início dividido em categorias. O terceiro capítulo reflete sobre os paralelos entre

estágio supervisionado e o PIBID - Música e resultados obtidos pelo programa na comunidade

escolar, e por meio de relatos da autora e alunos do ensino público. O trabalho apresentado é

finalizado com considerações finais sem desfazer os pontos relevantes da pesquisa.

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2 O PIBID E A LICENCIADA

O capítulo vem a relatar como funciona o programa e uma breve trajetória da licencianda

e bolsista no subprojeto de música.

2.1 O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um projeto

institucional submetido pelas Universidades Federais de todo o Brasil, gerenciado pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É um programa do

Ministério da Educação (MEC), tem como intenção reunir as secretarias estaduais, municipais e

Universidades Federais com o objetivo do incentivo à formação de professores e a elevação de

qualidade da educação básica nas escolas públicas. Outros objetivos do programa são: Incentivar

a formação de docentes em nível superior para a educação básica; valorizar o magistério; elevar

a qualidade da formação inicial de licenciandos; promover a integração entre educação superior

e básica através de ações acadêmicas que elevem a qualidade de ensino nas escolas da rede

pública; inserir o licenciando no cotidiano escolar da rede pública desenvolvendo experiências

metodológicas e práticas docentes de caráter inovador.

Tem como público-alvo deste programa, equipes de diversas áreas de conhecimento,

inclusive música, como estudantes dos cursos da licenciatura (bolsistas), trabalhando junto aos

professores das escolas públicas (professor-supervisor), conveniadas com o programa e

coordenadores de área, ou coordenador de subprojeto (professores da UFRN), e coordenador

institucional, todos recebem bolsas financiadas pela CAPES.

2.2 O SUBPROJETO DE MÚSICA DA UFRN

A obrigatoriedade do ensino de música nas grades curriculares das escolas públicas e

privadas de todo o Brasil foi aprovado, a partir da lei federal nº 11.769/2008, (Brasil, 2008), a

música passa a ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, implementada até dois mil e onze.

Trazendo aos alunos da rede pública de ensino a oportunidade de conhecer várias culturas de

nosso país, podendo melhorar e desenvolver seu raciocínio e ter a formação que a vivencia

musical proporciona ao indivíduo. Hummes (2004, p. 24) evidencia que:

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É certo que a música tem função nas atividades de entretenimento, de rituais cívicos e religiosos, e mesmo como um elemento integrador de outros componentes curriculares. A música também propicia trabalhos corporais ou que desenvolvam o raciocínio, bem como a motricidade ampla e fina.

O subprojeto de música do Rio Grande do Norte tem sua participação pioneira no

programa PIBID de todo o Brasil, e até hoje vem crescendo e desenvolvendo um trabalho eficaz.

O PIBID - Música teve sua aprovação no edital de 2007, e sua implantação na escola deu-se no

final do ano de 2008. Era necessário que o programa atuasse de acordo com as características

oferecidas pelo PIBID, escolas de baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)

e que contavam com um professor licenciado na área, e que houvesse um programa de Música

consistente na escola.

Foto 1- Equipe do Subprojeto PIBID - Música

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2011. 1 fotografia, color.

Constatou-se, que na cidade de Natal/RN onde o programa PIBID Música atuaria não

existia nenhuma escola básica que atendesse às prorrogativas impostas pelo programa, cabendo

ao mesmo à flexibilidade em enquadrar- se a uma escola com música em sua grade curricular,

mas que fosse de IDEB médio.

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No ano de 2008 o subprojeto de música chegou a Escola Estadual Desembargador

Floriano Cavalcanti, o FLOCA carinhosamente chamado pelos alunos. A equipe era formada

apenas por cinco pessoas, o coordenador de área, a professora-supervisora e três estagiários, no

decorrer do ano de 2009 o PIBID - Música sentiu a necessidade de expandir sua equipe, sendo

selecionados mais três bolsistas.

Hoje nossa equipe soma quinze bolsistas divididos em duas escolas da cidade de Natal.

Sempre ativos e presentes em sala, atuam diretamente no ambiente escolar, durante todos os dias

de aula de música de acordo com os programas da disciplina, cada bolsista está presente em uma

turma. Contamos também com mais uma escola do município de Natal atendendo ao ensino

infantil e fundamental I, a Escola Municipal Mário Lira, localizada na Av. Antônio Basílio, 97

Bairro das Quintas cujo professor-supervisor Washington Nogueira tem graduação em música,

possui pós-graduação em Educação Musical pela Escola de Música de Universidade Federal de

Rio Grande do Norte, e atualmente é aluno do mestrado também pela EMUFRN. O referido

professor participou do Programa PIBID-Música no ano de 2008 como bolsista.

O subprojeto proporciona vivenciar experiências musicais ajudando na construção e

desenvolvimento dos alunos. Os bolsistas participam das aulas e atividades musicais

semanalmente junto aos professores-supervisores da rede pública, além do contato com o

coordenador de área que vieram a somar e melhorar nosso trabalho. Vivenciar a realidade do

ensino básico, mesclando com aulas do ensino superior, nos dá melhor suporte a formação por

parte acadêmica. O mesmo acontece com as experiências vividas partidas do PIBID - Música.

Tannus et al (2012,p. 8827) apontam que:

[...] atuar na escola constitui um desafio para acadêmicos em formação. Projetos como o PIBID proporciona aos acadêmicos, oportunidades para o enfrentamento da realidade, especificamente no que se refere ao cotidiano da sala de aula, a metodologias de ensino que motivem os alunos e despertem neles o interesse, neste caso em específico, pela música e pela aprendizagem musical.

A equipe se reúne semanalmente para discutir planejamentos pedagógico-musicais

estabelecendo atividades de percepção, apreciação, e relatando suas experiências, avaliando suas

práticas, sempre presentes em todas as ações tanto dentro como fora das escolas, e sua

participação em encontros semestrais juntamente com outras subáreas do PIBID/RN.

A minha participação como bolsista do programa ocorreu durante três anos na Escola

Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti.

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2.3 O FLOCA

Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA), está localizada na Rua

dos Manacás, s/n Conjunto Mirassol, Bairro Capim Macio zona urbana de Natal – RN,

atualmente sob a direção de Soraia Cristina. A Escola Estadual Desembargador Floriano

Cavalcanti foi a primeira escola a receber o programa PIBID - Música/RN, e já possuía o ensino

de música dentro da disciplina de artes.

Como disciplina, a Música proporciona ao aluno de escola pública a oportunidade de

aprender sobre essa arte tão antiga, de como surgiu, das formas como podemos estuda-la, toda a

sua história e toda nossa história, a música de nosso país, desenvolvendo capacidades

específicas e facilitando a aprendizagem dos alunos. Segundo Silva (2010, p. 12):

No ensino da música, a linguagem musical deve ser um dos meios para alcançar a educação de pessoas criativa e crítica, e os bons resultados serão obtidos pela adequação das atividades, pela postura reflexiva e crítica do professor, facilitando a aprendizagem, propiciando situações enriquecedoras, organizando experiências que garantam a expressividade do aluno.

A estrutura de grande porte do FLOCA recentemente passou por modificações, a

diminuição de turmas, transformou-a em uma escola de médio porte. A escola tem 60% dos

alunos oriundos da Zona Norte. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado as turmas

são de 40 alunos. No turno matutino são 17/ turmas, no turno vespertino (Ensino médio) são 21

turmas, e no noturno (EJA com níveis III e IV e Ensino médio) são 06 turmas. No quadro de

docentes da escola é de 30 profissionais da educação no turno matutino, no vespertino são cerca

de 30 a 35 e no noturno são por volta de 15.

As aulas de música são direcionadas aos alunos de nonos anos do ensino fundamental II,

no turno matutino.

A infraestrutura da escola constitui-se em 24 salas de aula (no qual todas são ambientes,

cada uma tem seu próprio espaço, inclusive a sala de música), a sala do projeto Mais Educação,

uma biblioteca, um ginásio, uma sala de vídeo, um laboratório de informática, uma secretaria,

uma sala de professores, uma sala de supervisão, uma sala de direção, um pátio grande, uma

cozinha, futuros laboratórios de física, química, biologia e matemática, porquanto alguns ainda

não estão sendo utilizados e seis banheiros. Além da estrutura do prédio ter rampas de acesso

que permitem a acessibilidade para cadeirantes entre outros.

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A escola conta com o projeto Mais Educação, no qual crianças têm aulas/oficinas no

turno inverso ao de estudo. São lecionadas dança, capoeira, oficina de banda marcial, entre

outros. A escola conta ainda com o Projeto Político Pedagógico, e faz reuniões mensais com os

docentes e dirigentes da instituição.

A professora-supervisora do subprojeto do PIBID-Música e professora da Escola

Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti, Catarina Aracelle Porto do Nascimento, tem

graduação em Artes com habilitação em música, pela Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, e fez a pós-graduação em Educação Musical no ano de 2012 pela EMUFRN, e

atualmente é discente no mestrado em Educação Musical, também pela EMUFRN.

2.4 A LICENCIANDA E SUA TRAJETÓRIA

“A música tem sido reconhecida como parte fundamental da história da civilização e por

meio dela é possível promover o desenvolvimento de inúmeras capacidades humanas, entre elas

o autoconhecimento, a auto expressão, a sensibilidade, a sociabilidade, etc.” (JOLY;

ALLIPRANDINI; ASNIS, 2008, p. 1).

Antes de pensar em fazer o curso da licenciatura em música, o meu único contato com a

música foi através da Escola de Música de Cruzeta/RN, localizada no interior do Estado, na

região do Seridó, onde morava com meus pais.

Fui incentivada desde minha infância ao ser matriculada pelos meus pais, no curso de

iniciação musical e flauta doce, com o professor e regente Humberto Carlos Dantas (Bembém),

a quem devo a descoberta do amor que sinto pela música e uma boa parte da minha vida

dedicada a ela. A música me transformou tanto socialmente como afetivamente, transformou-me

como ser humano e como cidadã.

Após anos na escola de música da mesma cidade, e depois de adentrar na Banda de

Música (Filarmônica 24 de Outubro) também da cidade, resolvi aprimorar meus estudos

musicais e iniciei o estudo para o vestibular em música no curso de bacharelado no ano de 2007,

não fui aprovada. Até então o meu interesse em fazer uma graduação em música era pelo

bacharelado, pois era nesse ramo que eu me identificava. Alguns amigos e conhecidos já

estavam cursando ou finalizando o curso de bacharelado em música. No mesmo ano, tentei o

curso técnico onde e ser aprovada na EMUFRN, na cidade de Natal/RN, no ano de 2008.

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Posteriormente à minha entrada no curso técnico veio à curiosidade de saber como

funcionava a licenciatura em música, pois era um curso novo do qual tinha ouvido falar através

de uma prima que havia sido aprovada no mesmo. Então resolvi tentar vestibular para o curso

de licenciatura e fui aprovada no ano de 2009, na Escola de Música da UFRN.

De início veio a alegria de ter sido aprovada no vestibular e em seguida a expectativa de

saber como funcionava o curso no qual havia sido aprovada. Ao longo do meu primeiro ano no

curso participava e estava presente todos os dias, para mim as aulas era como diversão, um

divertimento. Não tinha um pensamento futuro das aulas como meio de aprimorar meus

conhecimentos para uma realidade de docente. Éramos uma turma de jovens e o que mais nos

envolvia era a magia da música e somente isso que queríamos fazer música. Até então o meu

corpo e minha mente não havia despertado para o lado educador, que veio acontecer com o

tempo, mas só veio a amadurecer dentro do PIBID.

Logo no início do curso tive a oportunidade de receber uma bolsa de apoio técnico para

trabalhar como recepcionista na EMUFRN, pela manhã, onde fiquei por um ano até ser

informada pela minha prima, sobre uma bolsa chamada PIBID (Programa Institucional de

Bolsas de Iniciação à Docência) no qual ela já participava, e que estaria abrindo duas vagas para

bolsistas interessados no meio de Ensino Musical em escola regular. A experiência que tinha

como professora era ministrando aulas de clarineta a alunos no interior do estado, na cidade de

Cruzeta, trabalhando como voluntária. Essa bolsa seria bastante interessante para mim já que

minhas primeiras notas musicais escritas na pauta vieram de uma escola de ensino específico.

Foi aí que resolvi fazer o processo seletivo e fui aprovada junto com outro bolsista em

março de dois mil e dez. Éramos coordenados pelo professor Dr. Jean Joubert que substituía na

ocasião o coordenador do PIBID da área de música o professor Dr. Danilo Cesar Guanais de

Oliveira.

E foi a partir deste momento que comecei a enxergar que dentro de mim existia um lado

educadora que estaria adormecido, e que me surpreendeu ao longo desses anos. Passei a

entender melhor as aulas da licenciatura, às vezes concordando ou discordando de algumas

ideias, abrindo minha mente para a educação, dos problemas os quais ela passa as suas

dificuldades e como os professores lhe davam com tudo isso.

Com o programa, pude ver a realidade da escola, as dificuldades que o professor

enfrenta, e diversas situações do ambiente escolar, realmente despertou-me como professora que

eu nem imaginava que existia. Ao entrar no ambiente escolar, pude ver como o programa PIBID

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atua na escola. Nos reunimos uma vez por semana onde podemos trocar ideias e relatarmos

nossas experiências uns com os outros e a nossa vontade de juntos crescermos ainda mais esse

programa.

Com um ano no programa PIBID, fui submetida a um novo processo para ingressar

novamente na bolsa, através de uma entrevista sendo aprovada para participar novamente. Ao

continuar na bolsa pude crescer ainda mais os meus conhecimentos e me sentir à vontade para

apresentar minhas ideias a todos da equipe do subprojeto de música, desde o início como

bolsista no programa, criei um vínculo com a primeira professora supervisora Catarina Aracelle

Porto Nascimento, professora de artes com habilitação em música, da Escola Estadual Floriano

Cavalcanti (FLOCA). Ela sempre foi uma pessoa que demonstrava estar aberta a novas ideias e

possibilidades para que suas aulas ficassem mais atrativas e melhorassem o desempenho de seus

alunos.

Trabalhávamos focados em melhorar o empenho dos alunos tanto na disciplina de

música como nas outras demais disciplinas, e um dos pontos mais importantes do programa que

me chamou mais a atenção foi a troca de conhecimentos. A professora-supervisora nos ajudava

mostrando como lidar com o dia-a-dia de uma escola e nós a ajudávamos levando novos meios

de fazer música, como jogos, por exemplo.

O PIBID me mostrou que posso ser capaz de trabalhar como educadora, principalmente

com adolescentes, de ser capaz de executar uma aula de música, e de fazer dessa aula uma busca

de conhecimento para esses alunos.

2.5 O PRIMEIRO CONTATO: TRABALHANDO COM A REALIDADE ESCOLAR

Encontrei no PIBID a oportunidade de entrar em um espaço totalmente diferente da

cidade de Cruzeta, estar em contato com uma escola pública trabalhando o ensino de música em

sua grade curricular dos nonos anos. Os espaços de ensino de música conhecidos por mim eram

espaços específicos onde tive minhas primeiras lições de música. Não havia presenciado o

funcionamento de aulas de música no ensino regular.

Ao chegar à escola, me deparei com um ambiente já conhecido por mim, desde minha

infância, pois passei toda minha educação em escola pública. Observei que a escola era bastante

organizada e sua estruturada física deixava um pouco a desejar principalmente nas salas de aula.

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Como em toda escola pública que necessita de recursos para a educação como verbas do

Governo do Estado, foi possível observar algumas dificuldades. Tive um pequeno impacto, mas

sabia que não poderia criar grandes expectativas com uma sala de música de uma escola de rede

pública.

A sala de música tinha uma estrutura física problemática, relacionada principalmente a

acústica, era visível a necessidade de uma sala adaptada para a disciplina, pois muitas atividades

práticas ficavam inviáveis por falta de estrutura adequada. Faltava um espaço bem estruturado

para que fosse abordado todo o conteúdo planejado da disciplina de música. Não tinha nenhum

laboratório de música e nenhuma sala que pudéssemos explorar os diversos sons. Era necessário

trabalhar as práticas com instrumentos suavemente para não atrapalhar as outras salas, mas

sempre buscamos alternativas para resolver o problema.

Até então a escola seguia um sistema de trocas de sala que funcionava da seguinte forma:

Ao tocar o sinal da aula seguinte, os alunos ficavam em sala e a professora em pouco tempo

teria que recolher todo o seu material e correr para a próxima sala a ser executada a aula em

outra turma, para não perder muito tempo e conseguir passar todo o conteúdo de seu

planejamento. Hoje a escola adotou um método de as salas fixas, resolvendo boa parte de nossos

problemas quanto à estrutura da sala, podendo assim existir uma sala de música, havendo

somente o deslocamento com as turmas de uma sala para outra. A sala de música hoje é uma

sala com bastante espaço físico onde podemos fazer atividades práticas, sem se preocupar com

salas ao lado, pois só existe uma sala vizinha.

Não tem nenhum tipo de isolamento acústico. O barulho corredores de outros alunos nos

corredores penetra na sala, um problema acentuado pelas duas janelas que dão acesso ao

corredor. Desta maneira, o aluno perde a atenção na sala de aula, que não tem quadro de

pentagramas, ou um violão, um microfone, um teclado um datashow, etc.

Mas nunca foi impossível para nós trabalharmos nossos conteúdos de música com esses

alunos. Com as reuniões e encontros semanais, criávamos outros métodos para serem passados

todos os conteúdos aos alunos, e com criatividade e dedicação todos nós do subprojeto de

música levávamos nossos conhecimentos para a sala e os alunos. Todos esses problemas em sua

maioria acima citados estão sendo resolvidos aos poucos, pois todos juntos temos trabalhado, e

não medimos esforços para uma melhoria em nossa sala, pois é local de trabalho de todos nós.

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2.6 O CONTATO COM OS ALUNOS COMO BOLSISTA: OS ANSEIOS,

AS FRUSTRAÇÕES (DESCOBERTAS), AS EXPECTATIVAS.

Ao ser aprovada no programa me perguntava como seria essa experiência, o que eu iria

fazer em sala? Será que estava capacitada a fazer isso? Como os alunos iriam me recepcionar?

De que forma eles viam a música? Quais seriam os conteúdos abordados em uma sala de música

do ensino regular? Como abordar esses conteúdos? Como iriam ser desenvolvidas as atividades

práticas, como, jogos pedagógicos para a educação musical? Cogitava em como aplicar

atividades em sala de aula e os benefícios dessas atividades. Esses questionamentos ficavam em

minha cabeça o tempo todo.

Como iria trabalhar com adolescentes de uma escola que tem índice de violência com

gangues, e adolescentes numa fase complicada cheia de rebeldias, fiquei um pouco assustada.

Os alunos da disciplina de música eram adolescentes vindos de vários bairros da cidade de

Natal.

De início veio o impacto ao ver a sala com uma turma de trinta e sete adolescentes.

Senti-me um pouco desconfortável ao entrar na sala com todos me olhando, encontrei uma

realidade totalmente diferente do que imaginava.

A sala de aula foi um espaço onde encontrei surpresas e desafios. Um dos desafios foi a

aproximação dos alunos comigo. O contato com os alunos, não foi de imediato, foi acontecendo

aos poucos, pois em primeiro momento eles não explanam ser muitos receptivos. Essa

aproximação vinha com um tempo.

Com o passar de algumas aulas, os alunos se acostumavam com minha presença e eu

com a deles. Durante o ano letivo os alunos começaram a ter um pouco mais de aproximação

comigo principalmente as meninas. Já os meninos eram minoria e para quebrar um pouco o

gelo, eu chegava na escola mais cedo que meu horário de entrar em sala para que eu pudesse ter

um contato maior com eles e eles comigo. Nesse tempo aproveitava para conversar com eles

sobre outras matérias, sobre coisas do cotidiano deles, e em seguida fui começando a tirar as

dúvidas que eles mesmos me pediam para explicar, sobre assuntos da aula de música e sobre

trabalhos que iriam apresentar, levava muitas informações das quais eles não sabiam e se

sentiam interessados pelos assuntos, sempre estavam pedindo minha ajuda, e isso era muito

gratificante.

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2.7 A PRÁTICA EM SALA DE AULA COMO BOLSISTA PIBID

Quando iniciei no programa vi que havia resistência por parte dos alunos, nas atividades

musicais propostas movidas pela falta de interesse na disciplina. Também pela faixa etária que

varia entre treze e dezessete anos, e pela a variação de ritmos propostos pelo planejamento do

subprojeto, que sempre respeitou a bagagem musical dos alunos. Essa resistência foi perdendo

força por meio da aproximação entre bolsista PIBID e alunos do ensino público.

As propostas criadas pelo subprojeto em reuniões eram testadas aos poucos em sala,

atividades musicais com movimento corporal. Para que eles pudessem se divertir e expressar a

música através do movimento, essas atividades nos ajudava a transmitir de forma intensa o

conteúdo abordado em sala, sempre demonstrando a eles a minha satisfação em compartilhar as

atividades junto a eles. Notava que havia nos alunos uma perda de entusiasmo ao fazer as

práticas em sala. De início muitos se recusavam a fazer, tinham vergonha de se expor para os

outros alunos, e com um tempo pude ver um pouco mais de aceitação dos alunos para com a

disciplina de música na escola regular. Eles foram se moldando vendo que podiam aprender se

divertindo, e que esse tipo de diversão era uma forma melhor de guardar e aprender os

conteúdos.

Mesmo participando do programa já como bolsista, me sentia um pouco incapaz como

futura professora, pois ainda não tinha assumido nenhuma vez uma turma de rede pública e cada

aluno vinha de uma realidade diferente e a visão sobre música era diferente entre eles.

Minhas primeiras participações em sala de aula como bolsista PIBID constituiu após

duas semanas na sala de aula e observação, além de observar as aulas, observava a reação dos

alunos durante toda a aula. Por duas aulas fiz a chamada dos alunos em meu primeiro ano do

programa, quando me foi pedido pela professora para fazer a chamada. Minha preocupação era

se eles realmente iriam ao menos me respeitar, e fiquei surpresa ao conseguir fazer a chamada,

todos me responderam e me respeitaram.

Após minha primeira participação, sempre auxiliava a professora-supervisora Catarina

Aracelle, entregando e recolhendo trabalhos, observando a turma e levando exemplos de vídeos

de acordo com o conteúdo das aulas. Minhas principais participações em sala foram com a flauta

doce, ajudando os alunos com a percepção musical e propriedades do som, trabalhando altura,

duração e intensidade.

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Percebo que ao tocar a flauta doce em sala de aula, em todas as turmas que já participei a

cada ano, os alunos se entusiasmam e ficam atentos ao modo como eu toco. Olham para os

meus dedos, e respondem a todas as perguntas da professora. A exemplo disso na aula sobre

duração do som enquanto eu toco os alunos dizem se o som é longo ou curto.

Sinto uma aproximação maior dos alunos após as aulas com a flauta doce. Que querem

saber mais sobre a profissão de musicista, o que é necessário para participar de algum curso de

música. Com os exemplos musicais nas aulas, eles despertam para as variedades em fazer

música, trabalhando o corpo a exemplos os Barbatuques, Blue Man, que são grupos que utilizam

o corpo ou objetos para produzir sons não musicais, e que fazem músicas trabalhando a

percussão corporal, jogos de improvisação, como ferramenta para suas apresentações. E o que os

alunos achavam não ser possível gera a participações com dúvidas e exemplos dos alunos,

acontecendo assim a troca de conhecimentos entre todos nós.

A cada ano trabalhado, pude interagir com turmas dissemelhantes. Encontrei turmas

disciplinadas, com assiduidade, boas de trabalhar, outras pouco participativas e com evasão

escolar. Encontrei alunos com problema de comportamento, inquietos, faltosos, desinteressados,

e que ao fim do ano já mostravam mais participativos e interessados na aula de música.

Nascimento (2012, p. 11) menciona que “É preciso dar mais espaço para a música nas escolas, é

necessário reconhecer e valorizar a sua contribuição no processo de ensino-aprendizagem e,

acima de tudo é imprescindível trabalhar com a música”.

Desenvolver atividades práticas como jogos pedagógicos para a educação musical junto

com o grupo de bolsistas do subprojeto de música foi essencial para a minha formação como

futura professora, pois era a partir de nossas ideias colocadas em prática no ensino regular, que

nos baseava para desenvolver aulas futuras no FLOCA.

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3 AÇÕES DO PIBID MÚSICA

O capítulo revela ações desenvolvidas no programa do PIBID – Música, desde sua

criação no ano de 2007.

3.1 AÇÕES DESENVOLVIDAS NO SUBPROJETO PIBID-MÚSICA

O projeto PIBID tem como foco principal o desenvolvimento e realização de ações

voltadas para o objetivo do programa. Todas as subáreas do PIBID devem estar envolvidas em

ações ou planejando ações futuras. Essas ações devem atingir o público participante do

programa, como: alunos do ensino básico, professores-supervisores do PIBID, e alunos do curso

de licenciatura, bolsistas.

O subprojeto de Música trabalha com o objetivo de possibilitar aos participantes o

desenvolvimento de ações e atividades, as quais vêm a contribuir de forma significativa para o

crescimento pedagógico e social entre os bolsistas licenciando em música, a supervisão do

projeto e os alunos do FLOCA. As ações são importantes para a formação do bolsista enquanto

professor e educador musicais. Tais ações são desenvolvidas dentro e fora da escola conveniada

ao programa, tendo objetivos didáticos e educativos.

3.2 AÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DOS INTEGRANTES DO PIBID-MÚSICA

Essas ações incluem bolsistas, professores-supervisores e o coordenador do subprojeto.

O objetivo dessas ações é aprimorar habilidades e metodologias para a prática em sala de aula

procurando uma ampliação do ensino musical, na formação docente dos futuros professores de

música, através do planejamento em grupo, participação de cursos, minicursos, eventos e

oficinas, com presença de educadores musicais locais e de outras regiões do Brasil. Ações como

a que destaco me trouxe um aprimoramento e desenvolvimento profissional me deixando a par

do funcionamento e a ampliação da educação musical em nosso país e Estado. Revelando um

aprendizado significativo como futura professora, quanto ao material pedagógico musical. Me

proporcional aperfeiçoar-me com relação a reciclagem sobre assuntos específicos da área de

música estudados e vistos durante o curso de licenciatura plena em música e ao longo do curso

técnico, importante para relembrarmos pontos importantes para uma aula de música, ministrado

pelo Coordenador do PIBID –Música.

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3.2.1 A presença do educador e pesquisador Dr. Sérgio Figueiredo

A equipe do PIBID-Música teve a oportunidade de participar junto ao pesquisador e

educador musical, professor do programa de pós-graduação em música da Universidade do

Estado de Santa Catarina a UDESC e líder do Grupo de Pesquisa em Música e Educação do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Dr. Sérgio Luiz

Ferreira de Figueiredo que ministrou uma palestra sobre educação musical e uma oficina sobre a

construção de material pedagógico para aulas de música do ensino básico.

Foto 2 – Palestra com o Dr. Sérgio Figueiredo - Ação realizada em 03 de junho de 2011

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2011. 1 fotografia, color.

3.2.2 Cursos de reciclagem musical

São cursos que a equipe do PIBID-Música tem a oportunidade de aprimorar seus

conhecimentos musicais específicos com temas: história da Música, Linguagem Musical e

Edição de partituras.

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Foto 3 – Curso de reciclagem musical (História da Música) - Ação realizada em 26 de Maio de 2012

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2012. 1 fotografia, color.

3.3 AÇÕES PARA A FORMAÇÃO INTELECTUAL DOS BOLSISTAS

São ações desenvolvidas no qual a equipe do subprojeto de música participa de eventos

acadêmicos realizando apresentações, comunicações e exposições sobre o trabalho do PIBID-

Música/RN. As ações que foram destacadas revelou-me o quanto a música é importante não só

pra mim como futura educadora, mas para todos em volta as crianças e jovens, adultos. Que se

mostraram interessados em nosso subprojeto e em nossa forma de lidar com a música, a magia

que ela traz. Principalmente os jovens buscam a ela, pode não ser como profissão mas serão

admiradores da arte e ganha como exemplo as ações em destaque abaixo. Destaco os trabalhos

apresentados pelo subprojeto, por estar sendo divulgado em todo o Brasil compartilhando o

cotidiano do subprojeto, nossas preocupações e nossas ideias.

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3.3.1 XVI Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura 2010

A participação na Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura, CIENTEC- 2010

coordenada pelo pesquisador e professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, EMUFRN, Dr. Jean Joubert, então substituto do coordenador do subprojeto de

música Dr. Danilo César Guanais, também professor da EMUFRN.

A exposição do subprojeto no evento consistiu na apresentação de ações realizadas pelo

mesmo, como também a divulgação e conscientização da importância da Lei 11.769/08 citada

no capítulo anterior, e atividades lúdicas de vivência musical, no que se refere fundamental para

o desenvolvimento dessa ação através da música cantando e usando gestos, o qual chamou a

atenção dos visitantes que passavam por lá, jovens, crianças, adultos, todos paravam para olhar.

Todos que ali passavam participavam da nossa prática, seja por meio da audição de instrumentos

no computador, trazendo assim a prática da percepção auditiva, ou pela vivência musical.

(BRASIL, 2008).

Quem de início tinha um pouco de resistência para fazer a prática ficava a observar e no

final da música já estava participando com gestos. A participação das pessoas era espontânea, e

ao final de tudo eles mostravam satisfação pela vivência.

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Foto 4 – XVI CIENTEC 2010 - Ação realizada em 27, 28 e 29 de julho de 2010

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN].2010. 1 fotografia, color.

3.3.2 Participação na Mostra de Profissões da UFRN – 2010

A equipe do PIBID – Música participou da apresentação, relatando, discutindo e

explicando sobre o curso de Graduação em Licenciatura Plena em Música e chegou a realizar

atividades lúdicas com o público presente.

A ação foi realizada em 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

3.3.3 Trabalhos apresentados sobre o PIBID-Música/RN

O subprojeto de música desde sua criação vem sempre desenvolvendo trabalhos como

comunicações, exposições, e apresentações relatando nossas experiências.

� Apresentação do grupo de bolsistas do PIBID-Musica UFRN no Encontro

Regional da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM).

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Foto 5- Apresentação de bolsistas do PIBID – Música na (ABEM) - Ação realizada em Novembro de 2009/ João Pessoa

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2009. 1 fotografia, color.

� Trabalho realizado pela conclusão do curso de Licenciatura Plena em Música, Caio

Higor.

� Artigo científico apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Educação Musical.

Catarina Aracelle Porto do Nascimento.

3.4 AÇÕES DE INTEGRAÇÃO ENTRE AS EQUIPES DO PIBID/RN

A equipe do subprojeto de música participa de ações de integração nos encontros

integrativos do PIBID/RN. Esses encontros são planejados para permitir uma integração entre

todos os subprojetos de várias áreas de conhecimento do estado do RN, os encontros acontecem

a cada semestre dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e trazem palestras,

mesa redonda com educadores de todo o Brasil, temos também apresentações de subprojetos por

meio de comunicação ou banners fazendo o levantamento de suas ações atuais e planejamentos

futuros, proporcionando assim a integração entre os subprojetos do PIBID, compartilhando

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informações, experiências, etc. Ganha destaque O II encontro integrativo do PIBID, foi meu

primeiro encontro integrativo entre os subprojetos do RN, e foi a primeira oportunidade que tive

de expor e estar aberta a ideias misturada as cores de outros subprojetos em discursão temática

com tema sobre educação, fora do curso de licenciatura, foi no encontro que vesti a camisa do

PIBID – Música subprojeto que defenderia até sair da bolsa com todo amor que tenho pela

música. E assim fiz como no V encontro integrativo do PIBID/ RN seria meu penúltimo

encontro que destaco por ter sido de suma importância falar e relatar as experiências do nosso

subprojeto.

3.4.1 II Encontro Integrativo do PIBID

O segundo encontro integrativo do PIBID/RN, primeiro que participei, e pude

compartilhar várias ideias e experiências junto a outros bolsistas de outros subprojetos, no

encontro o programa já dava sinais de desenvolvimento com a presença de novos subprojetos

implantados pelo edital do PIBID- 2009. Aconteceu uma mesa redonda com o secretário de

educação e após, uma exposição de banners dos subprojetos relatando suas experiências e ações,

foram vários minicursos, a equipe do subprojeto de música ficou dividida em grupo de dois

bolsistas para cada discussão temática, teve como encerramento a apresentação musical do

subprojeto de música.

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Foto 6 - II Encontro Integrativo do PIBID - Ação realizada em 31 de Agosto de 2010.

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2010. 1 Fotografia, color.

3.4.2 V Encontro Integrativo do PIBID

No quinto encontro integrativo do PIBID/RN tivemos a oportunidade de relatarmos

nossas experiências, ações e cotidiano escolar através da comunicação de nosso subprojeto,

relatando como foi incluído no programa, as dificuldades de encontrar a primeira escola, a

realidade da escola e dos alunos. Foi minha primeira apresentação relatando sobre o subprojeto

de música por comunicação, como a segunda mais antiga bolsista, que até então estava no

programa, pois o programa é um ciclo que está em transformação a todo tempo, pois os bolsistas

vão se formando e tendo que deixar a bolsa abrindo assim novas oportunidades a outros

licenciandos.

Expor nossas experiências a outros bolsistas que vivem realidades parecidas e que estão

ativos nesse programa, é com certeza uma experiência de grande dimensão.

Ao fim de nossa apresentação realizamos uma vivência musical com os outros bolsistas

do programa, pedimos a todos que fizessem alguns movimentos demonstrados por nós bolsistas,

primeiramente com estalos de dedos, em seguida o outro movimento seria unindo as mãos e

friccionando e após batendo as mãos nas pernas aleatoriamente.

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Pedimos que eles ficassem de olhos fechados e seguissem o som correspondendo com o

que estava sendo produzido por nos, utilizando a audição e percepção, cada um no seu tempo e

quando ouvisse e sentisse que o som tinha mudado.

A vivência trazia a impressão de escutar os primeiros pingos de chuva ao cair, em

seguida sentiríamos que os pingos se tornavam em uma chuva fina, que aumentava a bater com

as mãos nas pernas e cada vez mais de acordo com a mudança de cada bolsista, chegando a uma

tempestade causando um trovão organizado e planejado pelo PIBID Música, que fez com que

todos se assustassem. Após isso fizemos toda a forma decrescente batendo as mãos nas pernas,

após friccionando as mãos uma na outra e finalizando com os estalos até que o som acabasse e a

chuva parasse. Ao perguntarmos se eles reconheciam o som todos falaram que seria parecido

com a chuva.

Foto 7 - V Encontro Integrativo do PIBID - Ação realizada em 23 de novembro de 2012

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2012. 1 Fotografia, color.

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Santos et al enfatizam que:

As ações de integração são de grande valia, pois além de integrar os bolsistas com a comunidade escolar, acaba promovendo a união entre os próprios bolsistas, trabalho em equipe e desenvolve habilidades muitas vezes desconhecida por nós mesmos. A capacidade de se trabalhar em equipe é uma das qualidades mais exigidas no processo de contratação e um conceito cada vez mais valorizado no ambiente profissional. (BRASIL, [201-], p. 5).

3.5 AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO MUSICAL DOS ALUNOS DO FLOCA

Essas ações são voltadas propriamente aos alunos, no meu caso alunos do FLOCA, do

qual o ponto principal é proporcionar aos alunos vivências musicais para o seu aprendizado,

podendo despertar um interesse maior pela música, e incentivá-los a participação no subprojeto.

As duas ações destacadas abaixo foi relevante para que eu pudesse ver o quanto a participação

da família na escola é importante ao aluno e o quanto a falta dela traz ao estudante, estar

presente e ver a felicidade deles com a presença dos pais na escola seja em data comemorativa

ou num evento como o festival de paródias destaco o quanto eles se entusiasmaram e o quanto

isso melhorou na baixo alta-estima deles, que mostraram principalmente a eles mesmos que são

capazes de aprender e ter conhecimento suficiente não só para encara a vida pessoal mas a

profissional, posso o desenvolvimento desses alunos não somente em ações realizadas pelo

subprojeto mas também em sala de aula.

3.5.1 Dia das mães do FLOCA

O referido evento teve a participação da equipe do PIBID-Música em uma apresentação

para homenagear as mães presentes na escola, foi bastante importante para o subprojeto estar

presente nesse dia, pois tivemos a oportunidade de apresentar as mães o programa e seus

objetivos assim como o do subprojeto de música, conscientizando-as e aos alunos presentes da

importância do ensino de música na educação básica. Através dessa participação na homenagem

das mães, notei o quanto é importante valorizar e ter a participação da família nas escolas, pois a

educação também parte da família.

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Foto 8 - Dia das mães do FLOCA - Ação realizada em 08 de maio de 2010.

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2010. 1 Fotografia, color.

3.5.2 Primeiro festival de Paródias no FLOCA

A equipe do subprojeto sentiu a necessidade de criar uma ação ou evento para causar

grande impacto e repercussão, incentivando e gerando mais interesse nos alunos pela disciplina,

o público-alvo seria alunos dos nonos anos do FLOCA, frequentadores da disciplina de música,

a proposta era uma ação que houvesse participação ativa dos mesmos. Essa ação chamou-me

bastante atenção, já que teve total participação de nossos alunos.

Com a criação de paródias com letras relacionadas ao meio ambiente e a educação, a

demanda de escritos foi maior do que imaginávamos, porém eles foram deixados a vontade para

a escolha de se inscrever ou não. A ação teve várias etapas, desde a inscrição, agendamentos de

ensaios e apresentação final dos grupos.

Os alunos até então destacados por demonstrar desinteresse pela disciplina foram alunos

ganhadores do festival, uma ação que moveu toda a comunidade escolar, e trouxe o aluno de

volta a participar das atividades e da rotina escolar, na disciplina de música. Os ganhadores do

festival foram premiados com a gravação no Studio da EMUFRN

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Foto 9 - Criação das paródias – Abr 2010

Fonte: A autora (2010). 1 Fotografia, color.

Foto 10- Apresentação do I Festival de paródias

Fonte: A autora (2010). 1 Fotografia, color.

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Foto 11 - Grupo vencedor em 1º lugar do I Festival de Paródias do FLOCA

Fonte: A autora (2010). 1 Fotografia, color.

Ação foi desenvolvida entre 05 de abril a 09 de junho de 2010.

• Realização da gravação de áudio das três paródias vencedoras do I festival de paródias

do FLOCA

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Foto 12 - Gravação das três paródias vencedoras do I festival de paródias Ação realizada de 11 a 25 de novembro

Fonte: [ACERVO PIBID Música-RN]. 2010. 1 Fotografia, color.

Muitas das ações ajudaram no crescimento do PIBID-Música, como na comunidade do

FLOCA, na EMUFRN, no programa PIBID, trazendo junto ao crescimento o respeito de todos.

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4 O PIBID OCASIONOU...

O capítulo reflete sobre os paralelos entre estágio supervisionado e o PIBID e resultados

obtidos pelo programa por meio de relatos da autora e alunos do ensino público.

4.1 O PIBID-MÚSICA: ALIADO AO ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV

O estágio supervisionado consta como atividade obrigatória na estrutura curricular do

curso de licenciatura plena em música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em

exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). São oferecidos

quatro estágios supervisionados com carga horária de 100 horas, sendo 40 horas de observação,

10 de regência. Com 50 horas em encontros semanais com o professor da Universidade. Cada

estágio tem sua particularidade: O estágio I é referente ao ensino infantil e o ensino fundamental

I; o estágio II equivale ao ensino em instituições especializadas a exemplo a EMUFRN, no

estágio III refere-se ao ensino fundamental II e no estágio IV atende ao Ensino de Jovens e

Adultos e o Ensino Médio.

Para atuar nos referidos estágios é necessário a presença de um supervisor. Um professor

de ensino básico que tenha formação superior na área de artes, incluindo música, e quanto ao

estágio IV, poucos eram os professores que atuavam em Ensino Médio e EJA com música na

região de Natal. Por essa ocasião foi aberta exceção pela EMUFRN aos alunos que pagavam a

matéria de estágio IV, e pude realizar o estágio com alunos do nono ano com a professora

Catarina Aracelle no FLOCA.

As experiências vividas durante o curso de licenciatura nos estágios supervisionados são

diferentes das vividas no PIBID. As duas possuem um período de observação, planejamento, e

há necessidade de suporte teórico e prático mas existe diferenças entre si.

Os estágios acontecem em um período curto acarretando carência quanto ao contato mais

profundo com os alunos, e com o professor da escola que nos supervisiona. Se é necessário um

tempo para que o aluno possa se acostumar com a presença do estagiário até então um

desconhecido. O mesmo acontece com o estagiário e o professor-supervisor da escola escolhida

para a realização do estágio, quando se tem pouco contato um com o outro, acontecendo assim

uma barreira.

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No programa PIBID-Música a nossa convivência entre os bolsistas, professores-

supervisores e coordenador de área é bastante agradável. Todos tem o direito a voz e vez, a

evidenciar nossas opiniões, estabelecendo vínculos, discutindo como melhorar as práticas nas

aulas de música. Sempre estamos trabalhando diretamente no contexto do aluno conhecendo a

fundo seus comportamentos.

Estamos presente durante todo o período do ano letivo junto aos alunos e trabalhando na

realidade de cada turma, criando atividades práticas, ajudando-os na melhoria de seu

aprendizado, nos tornando parceiros e amigos da turma que é adotada pelo bolsista no início do

ano letivo.

Os primeiros estágios que atuei, me sentia com medo, com receio de como tratar os

alunos e acima de tudo me sentia incomodada com a presença do professor- supervisor, algo me

fazia travar e tudo o que planejava, nem sempre concretizava em sala, por medo e insegurança.

Ao finalizar alguns estágios não me sentia preparada para a sala de aula, apenas me

sentia como uma etapa concluída do curso. Esse sentimento veio a transformar após iniciar

minhas aulas de regência no estágio supervisionado IV. O referido estágio foi realizado no

segundo semestre de 2012 onde tive a oportunidade de estagiar com a professora Catarina, a

mesma professora supervisora do subprojeto de música do programa PIBID.

Atuei como estagiária na mesma escola onde o programa atua o FLOCA. Tinha bastante

contato com a professora pelo programa PIBID e observava uma turma de faixa etária próxima a

que iria atuar como estagiária pela licenciatura. O estágio supervisionado IV foi realizado junto

a outra aluna da licenciatura, que estava pagando a mesma disciplina, também bolsista no

subprojeto de música.

O estágio foi realizado na turma do nono ano C. Passei a frequentar a escola duas vezes

por semana, um dia de estágio e outro do programa PIBID.

Após dias de observação partimos para as regências com a ideia da professora Catarina

de formar uma bandinha de flauta doce a partir de práticas. As flautas foram cedidas pela

professora Catarina, compradas pelo (PDE) Programa Dinheiro na Escola no ano de 2010.

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Foto 13 – Regência do estágio supervisionado IV

Fonte: SILVA, Vitória Raquelline da. 2012. 1 fotografia, color.

Foto 14 - Regência do estágio supervisionado IV

Fonte: SILVA, Vitória Raquelline da. 2012. 1 Fotografia, color.

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Como os instrumentos não atendiam a todos os alunos da turma a professora-supervisora

decidiu realizar a prática com alunos mais assíduos. Enquanto os ensaios aconteciam os outros

alunos ficavam com ela em sala dividindo a turma em dois grupos. Os alunos que participavam

da oficina ficavam em uma sala vizinha da professora, assim ela podia observar as duas salas.

O objetivo das aulas de regência era possibilitar os alunos tocar a flauta doce realizando

ao final do estágio uma apresentação na escola tocando três peças. O referido estágio teve

sucesso pela participação e esforço de todos, de nós estagiárias que não medíamos esforços para

passar o nosso conhecimento, a professora Catarina que sempre estava aberta a novas ideias e

diálogos entre nós, e a presença do professor da EMUFRN, responsável pela disciplina, presente

na apresentação da bandinha de flauta doce. Tudo Isso em conjunto me fez sentir capaz de estar à

frente de uma sala de aula.

O estágio foi bastante prazeroso e veio ainda mais a somar minhas experiências, foi mais

que uma troca de conhecimento foi uma oportunidade para minha formação. Os dois paralelos

são complementares na formação acadêmica.

Segundo Penna (2010, p. 30): “Sem dúvida, a atuação em sala de aula é fundamental

para a aprendizagem da profissão docente, sendo indispensável no processo de se tornar

professor.”

A concepção de ensino-aprendizagem mostra a importância da criatividade assumida e

que os conceitos fundamentados necessitam da união da teoria/prática. Faz-se necessário o

respeito aos níveis de amadurecimento e aos conhecimentos prévios dos alunos, para assim

construir uma aprendizagem significativa.

Após três anos como bolsista no PIBID, percebi que o programa traz a estudantes como

eu, experiências que ultrapassam, a tecnicidade que não é sanada apenas com a realização de

estágios supervisionados.

Foi a participação como bolsista do subprojeto de música que me cometeu abrir os olhos

para o ensino das crianças e adolescentes, temidas por todo e qualquer aluno licenciando

inexperientes em situações reais de ensino. O PIBID me possibilitou um maior desempenho até

nos estágios da licenciatura.

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4.2 A EXPERIÊNCIA APÓS O PIBID

Participar do programa PIBID influenciou diretamente na minha formação acadêmica.

Foi através de experiências como as vividas no programa que pude refletir a minha

aprendizagem durante a construção do conhecimento.

Para Freire (1996, p. 39) “na formação permanente dos professores, o momento

fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou

de ontem que se pode melhorar a próxima prática”.

O programa me possibilitou ver adiante, futuramente, exercendo a minha profissão como

Educadora Musical, e ter a visão do dia-a-dia escolar no ensino regular. Esse projeto tem sido

uma verdadeira disciplina e uma ferramenta de como se portar como professor, pois estar a

frente de uma sala de aula é um desafio, claro que não estamos totalmente preparados para uma

sala de aula, mas o PIBID abriu janelas para o meu conhecimento, para uma prática que não

seria tão efetiva se não fosse por meio do programa, gerando assim ferramentas para a prática

musical no ensino regular.

Melo et al. ([20--])1 afirmam que: “[...] significa dizer que a prática da docência permite

perceber a sala de aula como um espaço realmente dinâmico e vivo, o que exige do professor

uma percepção crítica de sua atividade para efetivamente colocar em prática o que se aprende na

graduação.”

É evidente que a prática de iniciação à docência contribuiu para aplicar a prática de

conceitos teóricos, é de muita valia ter a oportunidade de estar em uma licenciatura e no

programa formando um paralelo entre poder expor o seu aprendizado no ambiente acadêmico, e

estar presente em uma sala de rede pública.

Com a participação no programa é possível fazer a minha própria leitura para a

compreensão e interação no espaço escolar, buscando melhorar e aperfeiçoar-se como educador,

partindo para melhorias de conhecimentos, principalmente de acordo com cada realidade vista

em sala de aula junto com a professora-supervisora do programa a qual acompanho em todas as

aulas.

Minha presença nessa realidade e no convívio desses alunos constitui sempre estar

vivendo o imprevisível sobre surpreendentes acontecimentos do dia-a-dia na escola. O

1Documento online não paginado. Acesso em: 25 abr. 2013.

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subprojeto de música proporcionou-me a construção de minha identidade profissional, me

tornando mais preparada a várias situações durante o exercício da profissão docente.

Foi depois do PIBID-Musica que me interessei definitivamente pela educação musical,

não idealizada ao prestar vestibular para a licenciatura, deixei meu instrumento específico de

lado imergindo no mundo dos educadores. Passei a amar o ensino de música nas escolas de

educação básica. Por que não levar meus conhecimentos a crianças e adolescentes que não

tiveram a oportunidade como eu tive? De descobrir a beleza que música tem.

4.3 O AMBIENTE NA ESCOLA PÚBLICA (SECRETARIA, PROFESSORES, OS ALUNOS)

DEPOIS DO PIBID

Desde a implantação do PIBID Música, toda a equipe de profissionais que trabalhava no

FLOCA nos recepcionou muito bem, por desconhecerem o programa muitos desacreditavam no

subprojeto que poderia transformar os alunos e o ensino, ainda mais quando se tratava de ensino

de música, mas com o desenvolvimento de nossas primeiras ações e depois da repercussão do

festival de paródias, muitos dos professores e secretários passaram a ter mais credibilidade em

nosso trabalho, e nos respeitando ainda mais.

Hoje temos vínculo forte com todos os professores, que sempre estão nos procurando

para fazer um trabalho gerado pela interdisciplinaridade com disciplinas como geografia,

português, etc. Os professores sempre estão buscando conhecimento conosco sobre o curso de

música, sobre o programa PIBID, e assim formou-se um laço de amizade e troca de

conhecimentos.

Durante todo esse tempo participando como bolsista do programa percebi que os alunos

estão mais empolgados, com uma melhora na autoestima, e sentindo capazes de fazer e estar

preparados para desafios da disciplina de música. Estão mais participativos e dispostos a fazer as

dinâmicas em sala, junto a nós bolsistas.

Tentamos sempre passar para eles a melhor forma de se aprender música, com jogos e

práticas que eles podem aprender se divertindo, e ver eles motivados e interessados em aprender,

para mim é uma felicidade.

Em relatos feitos por alunos do 9° anos, que frequentam as aulas de música, através de

uma auto avaliação feita pela professora-supervisora Catarina Aracelle.2

2A auto avaliação realizada no dia 22 de abr, entre as turmas 9ºano A, 9º ano B, 9º ano E, 9º ano F.

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“Eu aprendi além do conteúdo, que estudar é um ótimo benefício pra mim e que pude

desenvolver bastante, tenho só que melhorar mais a atenção e não chegar atrasada.”3

Os alunos estão percebendo o quanto a música é capaz de trazer ao desenvolvimento dos

mesmos, estas mudanças são vistas primeiramente no seu comportamento e no seu modo de agir

em sala e fora dela.

“Aprendi o conceito de música, sua formação e como ela pode ser escrita, aprendi

também a me soltar mais por causa das dinâmicas em sala, tenho que me concentrar mais nas

aulas e estudar diariamente.”4

Estes são relatos de alunos que de início não tinham interesse pela disciplina e não

tinham disposições para as práticas realizadas pela professora e os bolsistas do PIBID-Música, e

se sentiam desmotivados para qualquer atividade realizada em sala, foi um trabalho diário de

mérito de toda a equipe do subprojeto em melhorar a autoestima desses alunos, deixá-los a

vontade para participar ou não das atividades, foi uma conquista por eles escolherem participar e

cada vez mais alunos participavam e daí foi surgindo um laço de amizade entre os alunos e a

professora e entre os alunos e os bolsistas. Com essa amizade eles abrem os olhos para a

realidade e descobrem com a nossa ajuda onde podem melhorar como estudante e como pessoa.

“Me identifiquei nessa matéria, pois sou musicista mas tinha coisas que ainda não sabia e

aprendi nessa matéria, pude aprender o real conceito de música, mudei minha visão da música

pois não sabia que existia tantos ritmos diferentes.”5

“Eu pude aprender sobre o que realmente gosto, a música!”

Os alunos estão interessados e dispostos a aprender mais sobre música, em fazer um

curso específico na área e alguns chega até a nos surpreender. Por muitas vezes os alunos nos

relatam que já tocam instrumentos específicos.

Posso dizer que o nosso subprojeto foi um ferramenta essencial na vida desses jovens

que hoje entendem o que a música é capaz de nos transmitir, e que passam a gostar da mesma,

nos trazendo vários frutos que surgem a partir de nossa aula de música, como vemos e ouvimos

3Informação fornecida por Aluno A, durante trabalhos realizados durante a aula, na Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA), em Natal-RN, em abr de 2013.

4Informação fornecida por Aluno B, durante trabalhos realizados durante a aula, na Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA), em Natal-RN, em abr de 2013.

5Informação fornecida por Aluno C, durante trabalhos realizados durante a aula, na Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA), em Natal-RN, em abr de 2013. 7Informação fornecida por Aluno D, durante trabalhos realizados durante a aula, na Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA), em Natal-RN, em abr de 2013.

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relatos todos os dias, sobre a frequência em aulas particulares de escolas de música da cidade de

Natal, não cheguei a contar, mas vemos todos os dias alunos com violino, violão, flauta

transversal, clarinete, contra baixo elétrico, etc. Isso nos é dado como resposta e recompensa.

“Aprendi muito com essa matéria, eu não sabia que existia elementos na música e que

existia o som musical e o não musical. Aprendi muitos assuntos sobre música na escola e acho

que cresci mentalmente e na forma de pensar!”6

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O propósito deste trabalho foi apresentar o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação

à Docência e sua importância para a melhoria do ensino dos alunos licenciandos da UFRN,

professores e alunos de escola básica, especificamente na área de conhecimento de música.

Esteve claro que o programa da prática de iniciação à docência contribuiu e ainda

contribui para a aplicação da prática de conceitos teóricos vistos e estudados ao longo do curso

de licenciatura plena em música. O PIBID caminha lado a lado com a licenciatura e juntos

proporcionaram experiências jamais vistas ao longo de minha carreira que está ainda iniciando

como educadora musical, mas carregando experiências que não serão esquecidas e vivências que

pretendo aplicar futuramente em sala de aula.

Constitui-se dizer que o programa permite ver a sala de aula como espaço ativo e intenso

e isso estabelece ao professor uma inteligência crítica de sua agilidade para realmente colocar

em prática o que se aprende na graduação.

Ter a oportunidade de fazer parte do PIBID – música foi a mais perfeita e maravilhosa

experiência que pude vivenciar não só ao longo do curso de licenciatura como também em toda

a minha vida. Foi uma oportunidade única de poder vivenciar a realidade de uma escola pública

tendo o contato com os alunos, trazendo melhorias para mim como educadora musical. Poder

autocriticar e analisar a minha postura em sala de aula, conhecendo melhor a profissão de

educador, o planejamento e suas etapas, as avaliações, etc. O programa é uma ferramenta prévia,

que será usada futuramente para a minha vida profissional.

Em minha perspectiva esse programa torna-se peça fundamental para uma melhor

desenvoltura do aluno licenciando. O crescimento do mesmo só trará benefícios a rede pública

de educação básica e a sociedade acadêmica.

O trabalho trouxe considerações relevantes do subprojeto de música, relembrando a

importância de seu ensino para alunos de escolas públicas. Foi possível perceber com o

resultado do subprojeto na escola, como é relatado por alunos do FLOCA.

É preciso preocupar-se com a educação de nossos alunos de crianças e adultos. Eles

serão os futuros profissionais, médicos, engenheiros, juízes, educadores e apreciadores de nossas

artes.

O trabalho foi de bastante relevante para a minha formação pessoal e também para a

minha formação profissional saber um pouco como lidar com uma sala de aula como docente.

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Espero que o programa PIBID desenvolva cada vez mais, trazendo mais melhorias para a

educação básica e a professores e estudantes da UFRN. Que o PIBID possa trazer a autoestima

a alunos e professores das escolas de ensino regular muitos relatos de experiência como esse.

Acredito que o programa trará um significativo desenvolvimento na educação Brasileira

e que programas como esse continue surgindo.

Tenho confiança que concluirei o curso de licenciatura plena em música com a certeza de

que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência e o curso de licenciatura plena

em música me modificou ampliando a minha bagagem de futura professora de música sabendo

que tenho muito a aprender e a ser pesquisado, pois o educador deve sempre estar renovando,

pesquisando e ampliando os seus conhecimentos.

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REFERÊNCIAS

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