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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMADE RECURSOS HUMANOS – PRH-PB 222 LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA EM TENSOATIVOS – LTT AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE CÁLCIO E MAGNÉSIO NAS PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO JOÃO VICTOR TOMAZ ANACLETO Natal/RN Junho-2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRH-PB … · LISTA DE FIGURAS Figura 1- Fluido de ... 3.1.2 Principais aditivos para fluidos de perfuração aquosos..... 23 3.1.2.1 23

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

INSTITUTO DE QUÍMICA

PROGRAMADE RECURSOS HUMANOS – PRH-PB 222

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA EM TENSOATIVOS – LTT

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE CÁLCIO E MAGNÉSIO NAS

PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

JOÃO VICTOR TOMAZ ANACLETO

Natal/RN

Junho-2015

JOÃO VICTOR TOMAZ ANACLETO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE CÁLCIO E MAGNÉSIO NAS

PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte integrante dos requisitos necessários para a obtenção do grau de bacharelem Química do Petróleo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Profª Dra. Tereza Neuma

de Castro Dantas.

Natal/RN

2015

João Victor Tomaz Anacleto

Avaliação da influência de cálcio e magnésio nas propriedades dos

fluidos de perfuração

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado ao Instituto

de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como

requisito necessário para a obtenção do título de Bacharel(a) em Química

do Petróleo.

Aprovado em: ____ de _______ de 2015.

__________________________________________

Dr. Tereza Neuma de Castro Dantas

Orientadora - UFRN

__________________________________________

Msca Laís Sibaldo Ribeiro

Co-Orientadora - UFRN

__________________________________________

Dr. Rayanna Hozana Bezerril

Examinadora Externa – UFRN

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus pelo seu infinito amor e por

sempre me guiar para que eu possa escolher o caminho correto.

Aos meus pais Terezinha Tomaz e Joaquim Anacleto, os quais tanto amo,

por estarem sempre ao meu lado nos momentos difíceis e nos bons momentos

da minha vida, o que é determinante para que eu consiga alcançar todos os

meus objetivos. Sou grato principalmente por terem renunciado alguns de seus

objetivos para que fosse satisfeito algo relacionado a mim. Também agradeço

ao meu irmão Tomaz pelos conselhos que me deu durante a minha graduação

e muitas vezes pela paciência em algumas dificuldades que tive.

À minha namorada Iasmim Jamyli por escutar pacientemente muitas de

minhas lamentações, pelo companheirismo, e principalmente pelo carinho que

ela tem me dedicado.

À Profª Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas por todas as orientações

acadêmicas e conselhos que foram dados, sempre vou agradecer pela

oportunidade que tive de ser seu aluno durante 2 anos deminha graduação.

À Lais Sibaldo, Mestre em Engenharia Química, por também ter me

orientado no decorrer do projeto e pela amizade que foi conquistada.

Á Família LTT (Laboratório de Tecnologia em Tensoativos) pelo

companheirismo de todos em nossa convivência diária.

Aos Amigos de curso pela amizade construída nos quatro anos de

graduação, em especial a Marcel Galdino, Carlos Júnior (C.A), Lenilton, Isadora,

Etemistocles, Manuel Carneiro e Valdeir.

Aos amigos do Curso de Fluidos,Wagner, Jennifer e Vanessa.

A meu amigo Jefferson Carvalho pelo respeito que tem por mim epelo

apoio que me deu, principalmente quando decidi me aprofundar na área de

fluidos de perfuração e completação em petróleo.

“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos

mantemos fiéis a nós mesmos.”

Friedrich Nietzsche

RESUMO

Os fluidos de perfuração desempenham funções essenciais para que

ocorra a perfuração eficiente de poços. Para que tais funções sejam

desempenhadas efetivamente é necessário o monitoramento constante de suas

propriedades físicas e químicas.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da

concentração de cálcio e magnésio, contidos na água produzida sintética, que

será utilizada como fase contínua, nas propriedades do fluido. Foram preparadas

três tipos de águas sintéticas sendo uma com as concentrações mínimas de

cálcio (0,733 g/L) e magnésio (0,209 g/L), uma com concentrações Médias de

cálcio (1,185 g/L) e magnésio (36,966 g/L) e outra com as concentrações

máximas, sendo 1,638 g/L de cálcio e 73,724 g/L de magnésio. Foram

formulados os fluidos de perfuração, inicialmente um fluido com água industrial,

este será utilizado como o fluido base para interpretação dos demais resultados,

foram testadas suas propriedades físicas e químicas antes e após o processo de

envelhecimento. Em seguida foram formulados fluidos de perfuração com as três

águas sintéticas e feitos os testes das propriedades de viscosidade plástica (VP),

densidade e parâmetros de filtração. Após esse procedimento os resultados

obtidos foram analisados e pode-se concluir que a variação das concentrações

de cálcio e magnésio, tem influência no comportamento do fluido, na propriedade

VP, o melhor desempenho obtido foi com a formulação de um fluido utilizando a

água sintética com a concentração de cálcio e magnésio média ou máxima, já a

densidade quanto maior a concentração de cálcio e magnésio da água, maior o

peso da lama, e pôr fim a filtração é mais eficiente no fluido com concentração

média.

Palavras-chave: Fluidos de perfuração. Água sintética. Viscosidade plástica.

Densidade. Parâmetros de filtração.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fluido de perfuração........................................................ 18

Figura 2 - Classificação de fluidos aquosos...................................... 21

Figura 3 - Janela operacional que mostra a pressão de poros de

pressão de fratura das rochas e a faixa de densidade que

o fluido deve possui de acordo com a profundidade.......

27

Figura 4 - Mecanismo de Infiltração de líquido do fluido de

perfuração e a formação do reboco..................................

28

Figura 5 - Sistema de controle de sólidos corretivo dos fluidos de

perfuração. O sistema é constituído de peneira vibratória,

desareador, dessiltador, mud cleaner e centrífugas......

29

Figura 6 - Ilustração da ocorrência do estado tixotrópico onde as

partículas de um fluido de perfuração mostram-se

dispersas caracterizando o estado sol, já no estado gel

as partículas do se dispõem de forma alinhada.................

31

Figura 7 - Curva de Fluxo dos fluidos Não-newtonianos

independentes do tempo e a curva de fluxo para o Fluido

Newtoniano.......................................................................

32

Figura 8 - Figura 8. Curva de viscosidade dos fluidos dependentes

do tempo, a curva A representa o fluido Tixotrópico e a

curva B representa o Reopético......................................

32

Figura 9 - Distribuição da água, óleo e gás no interior das rochas

baseando-se na densidade, o gás na parte superior, a

água na parte mais inferior e o óleo na parte

intermediária.....................................................................

34

Figura 10 - Balança de Precisão......................................................... 39

Figura 11 - Figura 11. Agitador Tecnal................................................ 39

Figura 12 - Figura 12. Agitador Hamilton Beach.................................. 41

Figura 13 - Figura 13. Balança de Lama modelo Fann utilizada para

medir densidade dos fluidos de perfuração.......................

42

Figura 14 - Filtro BTBP onde são simuladas as condições de pressão

e permeabilidade do poço.................................................

43

Figura 15 - Figura 15. Kit Fann para o teste de retorta, onde se mede

os teores de sólido, água ou óleo do fluido de perfuração..

44

Figura 16 - Figura 16. Viscosimetro Fann 35-A................................... 45

Figura 17 - Roller Oven Fann.............................................................. 46

Figura 18 - Resultado do volume de Filtrado dos fluidos novos

formulados com água produzida sintética de acordo com

o tipo de fluido.................................................................

52

Figura 19 - Resultado da variação de densidade dos fluidos novos

formulados com água produzida sintética de acordo com

o tipo de fluido.................................................................

53

Figura 20 - Resultado das viscosidade plásticas dos fluidos novos

formulados com água produzida sintética de acordo com

o tipo de fluido..................................................................

54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição química da Água Produzida da Bacia de

Campos................................................................................

35

Tabela 2 - Constituintes da água da água produzida sintética............. 38

Tabela 3 - Constituintes e suas concentrações na água produzida

sintética................................................................................

40

Tabela 4 - Materiais utilizados na formulação do fluido de perfuração

e suas concentrações..........................................................

41

Tabela 5 - Propriedades do fluido de perfuração aquoso novo e

envelhecido formulado com água industrial.........................

50

Tabela 6 - Propriedades do fluido de perfuração aquoso novo para os

fluidos formulados com diferentes concentrações de cálcio

e magnésio................................................................

51

LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS.

API = American Petroleum Institute

BOP = Blowout Preventer

BTBP = Baixa pressão e Baixa temperatura

CMC = Carboximetilcelulose

cP = Centipoise

Fg = Força gel

Gf = Gel Final

Gi = Gel Inicial

HPA = Hidroxipropilamido

HPAM = Poliacrilamida parcialmente hidrolisada

lbf/100ft2 = Libra-força por cem Pé quadrado

LE = Limite de Escoamento

MWD = Measurement While Drilling

ppm = Partes por milhão

Pw = Pressão exercida pelo fluido na formação rochosa

VP = Viscosidade Plástica

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 13

2 OBJETIVOS................................................................................................ 16

2.1 GERAL........................................................................................................ 16

2.2 ESPECÍFICOS........................................................................................... 16

3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 18

3.1 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO.................................................................... 18

3.1.1 Classificação dos principais fluidos de perfuração.............................. 20

3.1.1.1 Fluidos aquosos....................................................................................... 20

3.1.1.2 Fluidos não aquosos.................................................................................. 22

3.1.1.3 Fluidos a base de espuma.......................................................................... 22

3.1.2 Principais aditivos para fluidos de perfuração aquosos...................... 23

3.1.2.1 Adensantes...................................................................................... 23

3.1.2.2 Controladores de filtrado............................................................................. 24

3.1.2.3 Reguladores de pH..................................................................................... 24

3.1.2.4 Inibidores de inchamento de argila............................................................. 25

3.1.2.5 Viscosificantes........................................................................................... 25

3.1.2.6 Antiespumante........................................................................................... 25

3.1.3 Propriedades dos fluidos de perfuração....................................... 26

3.1.3.1 Densidade................................................................................................... 26

3.1.3.2 Parâmetros de Filtração............................................................................. 26

3.1.3.3 Teor de sólidos........................................................................................ 28

3.1.3.4 Parâmetros reológicos.............................................................................. 30

3.1.3.5 Propriedades químicas................................................................................ 33

3.1.3.5.1 pH................................................................................................................. 33

3.1.3.5.2 Teor de Cloretos ou salinidade............................................................... 33

3.1.3.5.3 Teor sólidos ativos................................................................................... 33

3.1.3.5.4 Teor de cálcio e magnésio...................................................................... 33

3.2 ÁGUA PRODUZIDA.................................................................................. 34

4 METODOLOGIA.......................................................................................... 37

4.1 FORMULAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA SINTÉTICA................................. 37

4.1.1 Materiais usados...................................................................................... 37

4.1.2 Equipamentos utilizados......................................................................... 37

4.1.3 Obtenção da água produzida sintética................................................... 38

4.2 FORMULAÇÃO DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO....................................... 38

4.2.1 Materiais usados........................................................................................ 39

4.2.3 Equipamentos utilizados.......................................................................... 40

4.3 TESTES REALIZADOS APÓS A FORMULAÇÃO DO FLUIDO................. 41

4.3.1 Densidade.................................................................................................. 41

4.3.2 Parâmetros de filtração............................................................................ 41

4.3.3 Teor de sólido............................................................................................ 42

4.3.4 Envelhecimento do fluido....................................................................... 43

4.3.5 Teste do teor de cloretos (Cl-)................................................................. 45

4.3.6 Testes para determinar os teores de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+).. 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................. 47

5.1 TESTES COM O FLUIDO A BASE ÁGUA INDUSTRIAL............................ 47

5.2 TESTES COM O FLUIDO BASE ÁGUA SINTÉTICA.................................. 48

5.2.1 Parâmetros de Filtração............................................................................ 49

5.2.3 Densidade do fluidos................................................................................ 50

5.2.4 Viscosidade plástica................................................................................ 51

6 CONCLUSÕES........................................................................................... 53

REFERÊNCIAS............................................................................................ 54

13

1 INTRODUÇÃO

A perfuração de poços de petróleo é uma atividade que se destina a

extração de óleo ou gás natural de uma determinada área, ou recuperação de

hidrocarbonetos através do auxílio de um poço injetor. Os poços podem ser

classificados como horizontais ou verticais, podendo estarlocalizados em terra

(onshore) ou em mar (offshore) (ALMEIDA, 2010).

Com a descoberta de novas jazidas de petróleo, principalmente no Brasil,

novas tecnologias de perfuração devem ser desenvolvidas para extrair com êxito

os hidrocarbonetos de poços com alta complexidade geométrica, assim torna-se

necessário a adoção de novos sistemas de fluidos para atender as necessidades

tecnológicas, econômicas e ambientais.

Os fluidos de perfuração aquosos quando usado em substituição ao fluido

sintético ou fluido base óleo geralmente é denominado fluido de Alta

Performance, pois este desempenha de forma eficiente as funções e

características que o fluido base óleo possui, tais como lubricidade, o alto grau

de inibição em relação a formações rochosas, biodegradável, entre outras.

Segundo Amorim (2003), os fluidos de perfuração aquosos são

amplamente utilizados tanto em perfurações terrestres quanto marítimas e são

considerados fluidos ambientalmente seguros.

Os fluidos de perfuração podem ser classificados de acordo com o seu

principal componente (presente em maior quantidade). Esses componentes são:

água; óleo ou fase orgânica insolúvel em água e gás. Normalmente, são

utilizados dois desses componentes, e algumas vezes, os três são encontrados

em uma mesma composição de fluido. Existem também outros constituintes que

são adicionados à fase contínua, em uma sequência específica de adição, com

o objetivo de formular o fluido de perfuração com características adequadas para

um poço, são eles: alcalinizantes, dispersantes, redutores de filtrado,

floculantes, tensoativos, removedores de cálcio, bactericidas e inibidores de

formações ativas (FARIAS, 2005).

Os fluidos durante a perfuração exercem diversas funções, as principais

são: resfriar e lubrificar a broca, carrear os cascalhos do fundo do poço até a

superfície, manter a estabilidade das paredes do poço, formar um filme de baixa

permeabilidade nas paredes do poço, reduzir o atrito entre as paredes do poço

14

e a coluna de perfuração, evitar a decantação dos sólidos suspensos durante as

paradas de circulação, transmitir dados para a superfície quando utilizado

equipamentos do tipo MWD (measurement while drilling – medição durante a

perfuração) (DUARTE, 2004).

Algumas propriedades do fluido devem ser monitoradas constantemente

durante a perfuração, com o objetivo de que o fluido possa exercer de forma

eficiente suas funções. As propriedades mais importantes são: densidade,

parâmetros reológicos, força gel (inicial e final), parâmetros de filtração, teor de

sólidos ativos e inertes, teores de cálcio, teor de magnésio, teor de potássio, teor

de cloretos, alcalinidade dos fluidos. (DARLEY E GRAY, 1988).

Caso as propriedades não sejam controladas, problemas durante a

operação podem ocorrer, tais como: a perda de circulação, ineficiência da

limpeza do poço, além de o fluido poder ocasionar danos ao meio ambiente,

sendo principalmente um potencial formador de hidratos (GUIMARÃES E

ROSSI, 2007).

Na formulação de fluidos são utilizados grandes volumes de água

podendo corresponder entre 50% a 90% do volume total do fluido utilizado no

processo de perfuração.

A produção de petróleo e gás é acompanhada de uma grande quantidade

de água, normalmente conhecida como água produzida, considerada o maior

efluente do processo de exploração e produção de petróleo. Na vida útil

econômica de um poço de petróleo, o volume de água pode chegar a exceder

dez vezes o volume de óleo (ANDRADE, 2009).

Um campo de petróleo novo produz pouca água, em torno de 5 a 15% da

corrente produzida. Entretanto, à medida que a vida econômica dos poços vai

se esgotando, o volume de água pode aumentar significativamente para uma

faixa de 75 a 90% (THOMAS, 2001).

A água produzida possui alta salinidade, presença de metais tóxicos,

gases dissolvidos e sólidos em suspensão. Assim, para o descarte desta água é

necessário tratamento a fim de reduziras concentrações destes constituintes e,

consequentemente eliminar danos ao meio ambiente.

15

2 OBJETIVOS.

2.1 OBJETIVO GERAL:

Formular fluidos de perfuração base água utilizando água produzida sintética

e avaliar a influência das concentrações de Cálcio e Magnésio em suas

propriedades.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Formular os fluidos de perfuração utilizando água produzida sintética.

Realizar testes de determinação das propriedades físicas e químicas dos

fluidos de perfuração formulados;

Aprender todas as técnicas de utilização de equipamentos de formulação

e de análise das propriedades físicas e químicas dos fluidos de

perfuração;

Comparar os resultados obtidos das propriedades dos fluidos formulados

a partir das três águas produzidas sintéticas e mostrar qual o mais

indicado para o melhor desempenho de cada propriedade.

16

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

Fluidos de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos,

produtos químicos e, às vezes, até gases. Podem assumir aspectos de emulsão,

dispersão coloidal ou até mesmo de emulsões (THOMAS, 2001). A Figura 1

apresenta um fluido de perfuração.

Figura 1 - Fluido de perfuração

Fonte: www.amcmud.com.br

Os fluidos de perfuração ou lamas de perfuração também podem ser

definidos como fluidos que têm por objetivo proporcionar a perfuração e,

posteriormente, a completação segura e econômica de um poço de petróleo. Os

fluidos são vistos como o primeiro elemento de segurança de um poço,

principalmente devido às funções que eles desempenham. De acordo com o API

(American Petroleum Institute – Instituto Americano de Petróleo), os fluidos de

perfuração podem ser definidos também como fluidos de circulação usados em

perfurações rotativas para funções (LUMMU; AZAR, 1986), como por exemplo,

limpeza de poço, manutenção da estabilidade das paredes e lubrificação de

equipamentos durante a operação.

Segundo Souza (2012) o fluido de perfuração é bombeado a partir da

superfície até o fundo do poço, atravessa os orifícios da broca e retorna à

superfície através do espaço anular entre as paredes do poço e a coluna de

perfuração.

17

Entre as Principais funções dos fluidos de perfuração podem-se destacar:

Exercer pressão hidrostática no interior do poço evitando o Kick,

que é influxo de fluidos indesejáveis da formação para o anular do

poço. A pressão hidrostática exercida pelo fluido geralmente é

maior ou igual a pressão que a formação exerce, caso não ocorra

um controle dessa pressão ocorrerá o kick, e posteriormente o

blowout, levando a perda do poço e colocando em risco a

integridade física das pessoas envolvidas na perfuração do poço,

entre outros problemas (AMOCO, 1994).

Resfriar e lubrificar a broca durante a perfuração evitando o

desgaste pré-maturo da broca e a redução da taxa de penetração.

O fluido deve formar um filme fino e de baixa permeabilidade

chamado reboco que deve ter espessura adequada em relação ao

anular do poço que está sendo perfurado, a fim de evitar problemas

durante e após a perfuração (AMOCO, 1994).

Os fluidos devem carrear os cascalhos gerados promovendo a

limpeza do poço, evitando prisão de coluna e desgaste dos

equipamentos. A lama também deve sustentar os cascalhos

quando ocorrer parada na perfuração (AMOCO, 1994).

Os fluidos também têm por objetivo reduzir o atrito das paredes da

formação e a coluna de perfuração (AMOCO, 1994).

Segundo Carvalho (2005) as lamas de perfuração devem facilitar a

análise de dados sobre a perfuração, os quais são de extrema

importância para a perfuração prosseguir de forma segura, entre

os dados analisados pode-se citar: análise de perfis, além do

monitoramento das pressões do poço.

As características principais do fluido de perfuração são:

Aceitar qualquer tratamento químico ou físico, pois dessa forma o

fluido utilizado pode ser tratado e reaproveitado reduzindo gastos

para realizar uma nova formulação de fluidos (DUARTE, 2004).

O fluido não pode interagir com as formações rochosas para que

não haja desequilíbrio das propriedades químicas, como aumento

do teor de algum constituinte químico do fluido (ex. Cálcio ou

18

magnésio), ou nas propriedades físicas do fluido como densidade,

reologia, poder de filtração, teor de sólidos (DUARTE, 2004).

A lama de perfuração deve ser bombeável (DUARTE, 2004).

Deve ter compatibilidade com o custo da operação de perfuração

(DUARTE, 2004).

3.1.1 Classificação dos principais fluidos de perfuração

Os fluidos de perfuração são classificados de acordo com o seu

componente presente em maior quantidade na formulação Podem ser intitulados

de fluidos base água, base óleo e base gás. A seguir será apresentada a

classificação de forma mais detalhada.

3.1.1.1 Fluidos aquosos

Os fluidos de perfuração a base de água são os que possuem a água

como fase contínua. A água também pode ser utilizada de forma isolada, ou seja,

sem nenhum aditivo, ou ser usada com uma série de aditivos dissolvidos como

os sais, ácidos, álcoois, polímeros, argila e barita (SERRA, 2003).

A água é usada como agente dispersante, ou seja, ela é o meio no qual

os aditivos químicos presentes em menor quantidade se dispersam. Ela pode

ser doce, dura ou salgada.

Entre os fatores a serem considerados na escolha da água podem ser

citados: a proximidade de rios ou lagos que ofereçam a água de qualidade nas

proximidades da sonda, o custo com o transporte e o tratamento, a natureza das

formações geológicas a serem perfuradas, além dos aditivos usados na

formulação do fluido (THOMAS, 2001).

Os fluidos à base de água podem ser classificados de acordo com a

Figura 2.

19

Figura 2 - Classificação de Fluidos aquosos

Fonte: Thomas, 2001.

Os fluidos sem inibição são utilizados em fases iniciais de um poço, em

que as formações rochosas não são consolidadas e devido à formação rochosa

ser inerte, não ocorre interação com o fluido. Encerra-se a aplicação desse tipo

de fluido quando ocorre a fixação do revestimento de superfície e também os

equipamentos de segurança do poço, como o BOP (Blowout Preventer –

Impedimento de blowout), por exemplo. Nas perfurações em terra aplica-se

fluidos não inibidos à base de água com floculantes ou dispersantes, já em

perfuração em mar nas primeiras fases do poço pode-se aplicar apenas água do

mar como fluido. As lamas de perfuração com inibição são aplicadas,

principalmente, nas fases do poço que podem ocorrer interações químicas do

fluido com as formações rochosas perfuradas, nesse tipo de fluido adiciona-se o

inibidor que pode ser físico como os polímeros ou químico como os sais

(GUIMARÃES; ROSSI, 2007).

Os fluidos à base de água com baixo teor de sólidos e os emulsionados

com óleo são aplicados em ocasiões especiais. Os primeiros são utilizados

aplicados para aumentar a taxa de penetração da broca e os fluidos

emulsionados com óleo são aplicados com objetivo de reduzir a densidade do

sistema para evitar a perda circulação em zonas de baixa pressão de poros ou

de fratura (THOMAS, 2001).

A indústria do petróleo busca cada vez mais o desenvolvimento de fluidos

que sejam seguros ambientalmente e que desempenhem funções com a mesma

qualidade dos fluidos de perfuração oleosos e sintéticos, tais pesquisas

objetivam a formulação de fluidos que têm diversos aditivos químicos dissolvidos

em água (FARIAS, 2009).

20

3.1.1.2 Fluidos não aquosos

Os fluidos de perfuração à base oleosa são aqueles que possuem fase

orgânica como contínua ou dispersante. A fase descontínua é constituída por

pequenas gotículas de água ou de solução aquosa, podendo haver alguns

sólidos coloidais de natureza orgânica ou inorgânica como fase dispersa. Os

fluidos podem ser emulsões água/óleo ou emulsão inversa (SCHAFFEL, 2002).

De acordo com Serra (2003), a fase contínua dos fluidos de base oleosa pode

ser o óleo cru, o óleo mineral ou até mesmo o diesel.

Os fluidos de perfuração a base de óleo (não aquosos) começaram a ser

desenvolvidos para situações em que os fluidos a base de água possuíam

limitações técnicas e operacionais. Os fluidos óleos os têm composição

semelhante aos fluidos aquosos, com aditivos que desempenham funções

semelhantes atuando em uma fase orgânica contínua (SCHAFFEL, 2002).

As principais funções das lamas oleosas que determinam suas vantagens

em relação ao fluido aquoso são as de possuir alto grau de inibição em relação

às formações ativas, possuir alto poder de lubricidade e baixa taxa de corrosão

sendo aplicados principalmente em poços horizontais que proporcionam um

contato bastante intenso dos equipamentos de perfuração com as paredes. Vale

ressaltar que os fluidos à base de óleo são aplicados preferencialmente em

poços de alta pressão e temperatura (WILLIAM et al., 2014).

De acordo com Souza (2012) os óleos possuem algumas características

indesejáveis, sendo inflamáveis e possuindo potencial de danificar borrachas

como mangueiras, anéis, juntas e elementos do BOP. Muitos óleos contêm

compostos tóxicos ou perigosos que causam danos à saúde e ao meio ambiente,

além disso, solubilizam muitos gases encontrados na perfuração de poços, que

interfere no processo de detecção de gases.

3.1.1.3 Fluidos a base de ar

Os fluidos de perfuração a base de ar possuem fase gasosa como

contínua e são divididos em três tipos: fluido névoa que é constituído de

pequenas gotículas de água com ar, gás seco, aerado e espumas que podem

21

ser definidos como gotículas de ar envolvidas por um filme de água (SCHRAMM,

2000).

A perfuração pode ser realizada com estes fluidos substituindo os fluidos

à base de água ou óleo. Deve-se ter cuidado, pois se houver a combinação do

ar utilizado com os hidrocarbonetos existentes no interior do poço podem ocorrer

incêndios, além disso, os fluidos aerados não podem ser aplicados em poços

que exigem um alto controle de pressão (SCHAFELL, 2002). Porém, a utilização

de fluidos a base de ar ocorre em poços com severas perdas de circulação,

principalmente com baixos gradientes de pressão e quando se deseja aumentar

a taxa de penetração da broca (MELO, 2008).

Cada fluido a base de gás é utilizado em situações específicas: os fluidos

a base de gás seco são utilizados em perfurações com formações rochosas

duras, névoa em perfurações com elevadas velocidades de retorno no espaço

anular, espuma em regiões com baixas pressões de formação (DARLEY E

GRAY, 1988).

3.1.2 Principais aditivos para fluidos de perfuração aquosos

Aditivos são compostos que são adicionados à fase contínua do fluido

com o objetivo de conferir a ele características ideais para a sua aplicação em

um determinado poço. Os aditivos também podem ser inseridos na perfuração

ao longo do tempo, possibilitando assim que suas propriedades sejam

controladas (CARVALHO, 2005). Os aditivos são responsáveis pela melhoria

das características do fluido, sendo necessário obter uma composição de

equilíbrio entre os aditivos de tal modo que não haja favorecimento de uma

propriedade em detrimento de outra (BARRETO, 2006). Os aditivos são

viscosificantes, adensantes, controladores de filtrado, reguladores de pH,

inibidores de inchamento de argilas, antiespumante entre outros.

3.1.2.1 Adensantes

Define-se como agente adensante qualquer substância mais densa que a

água e que não interfira de forma negativa nas outras propriedades do fluido.

22

Aplica-se geralmente o sulfato de bário (BaSO4), o qual possui uma massa

específica em torno de 4,2 g/cm3(SOUZA, 2012). A barita é bastante usada

porque não reage com os componentes do fluido e aumenta a massa específica

deste de forma direta (ALMEIDA E SILVA, 2010).

Outros aditivos são aplicados para promover o aumento densidade no

fluido por possuírem a função secundária de adensante, o calcário, por exemplo,

é um agente que tem como função primária obturar os poros das rochas e função

secundária de promover o aumento da massa específica do fluido, assim

dependendo do projeto de fluidos, opta-se pelo uso do calcário, por exemplo.

3.1.2.2 Controladores de filtrado

São agentes que atuam com o objetivo de regular a quantidade de líquido

que invade a formação rochosa e também proporcionam a formação de um

reboco fino e de baixa permeabilidade.

Os controladores de filtrado possuem granulometria pré-estabelecida para

desempenhar de forma efetiva a sua função. Para o controle da filtração os

aditivos são classificados como solúveis ou insolúveis. Os insolúveis recebem

esse nome por serem pouco solúveis em ácidos inorgânicos, podem ser citadas

as betonitas, que diminuem a filtração devido a sua plasticidade, alguns

polímeros, lignosulfonatos, lignitos que possuem a capacidade de diminuir o grau

de floculação dos fluidos, e polímeros modificados como Carboximetilcelulose

(CMC), Hidroxipropilamido (HPA) os quais são adsorvidos nas superfícies

coloidais e diminuem a permeabilidade do reboco. Os aditivos solúveis em meio

ácido atuam pelo mecanismo de obstrução dos poros da rocha proporcionando

a redução da taxa de filtração por formar pontes de obstrução dos canais dos

poros das rochas, um aditivo bastante utilizado é a calcita, rica em Carbonato de

Cálcio (CaCO3) (LOMBA, 2010).

3.1.2.2 Reguladores de pH

São os compostos químicos aplicados a fim de tornar o pH dos fluidos de

perfuração alcalino (básico), geralmente em uma faixa de pH pré-estabelecida

que varia de projeto para projeto. Normalmente os aditivos aplicados para o

23

controle do pH dos fluidos são a Soda Cáustica (NaOH), a cal hidratada além do

Óxido de Magnésio (MgO) (GUIMARÃES E ROSSI, 2007).

3.1.2.3 Inibidores de inchamento de argilas

São os produtos químicos que atuam com o objetivo de diminuir ou

impedir o processo de inchamento das argilas. O mecanismo de atuação desses

inibidores consiste na fixação, por adsorção física ou química, da fração catiônica

na superfície negativa da argila, liberando o cátion original presente no

argilomineral para o meio. São aplicados normalmente o Cloreto de Potássio

(KCl) e o Cloreto de Sódio (NaCl), pode-se aplicar juntamente com esses sais

os polímeros catiônicos, que atuando em conjunto proporcionam um maior poder

de inibição ao inchamento (NASCIMENTO, 2009).

3.1.2.4 Viscosificantes

Viscosificantes são aditivos químicos que são adicionados ao fluido para

o aumento da viscosidade e, dessa forma, proporcionar uma maior capacidade

do fluido de perfuração de limpeza do poço e também a suspensão dos

cascalhos quando, por algum motivo ocorre a parada da perfuração. Entre os

aditivos empregados com essa finalidade podem ser citados os polímeros: goma

xantana, betonita, poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM), amido pré-

gelatinizado. O mecanismo de atuação é estabelecido pelo fato de haver

partículas suspensas nos fluidos de perfuração em virtude da adição de outros

constituintes, assim os viscosificantes se adsorvem nas bordas dessas

partículas e consequentemente ocorre o aumento de viscosidade (PETRI E

NETO, 2010).

A goma xantana é o aditivo químico aplicado com maior frequência como

viscosificante, pelo fato de proporcionar elevada viscosidade à lama utilizando

baixas concentrações (ALMEIDA E SILVA, 2010). A goma xantana tem

vantagens de possuir elevada massa molar, e é um biopolímero de caráter

aniônico.

Barbosa (2006) realizou estudos do efeito da aplicação de betonita

aditivada, em fluidos de perfuração aquosos, e concluiu que ela também pode

24

atuar como agente viscosificante nesses tipos de fluidos eficientemente

melhorando a viscosidade plástica, viscosidade aparente e o limite de

escoamento.

3.1.2.5 Antiespumante

O antiespumante é usado para desestabilizar filmes formados por agentes

tensoativos presentes no fluido, ou seja, as bolhas de espuma. O mecanismo de

atuação de um antiespumante é estabelecido pelo fato de ele entrar nos filmes

e desestabilizar suas estruturas, causando o rompimento do filme e

impossibilitando a formação das espumas (FARIAS, 2009).

3.1.3 Propriedades dos fluidos de perfuração

As propriedades estudadas em fluidos de perfuração são as físicas e

químicas, normalmente usadas para distinguir os fluidos. Entre as propriedades

físicas são destacadas a densidade, parâmetros reológicos, parâmetros de

filtração, teor de sólidos. Já as químicas são pH, teor de Cloretos, teor de cálcio,

teor de sólidos ativos, teor de potássio, teor de magnésio (SHIROMA, 2012).

Continuamente essas propriedades devem ser monitoradas, de acordo

com os testes estabelecidos pela API, durante a operação de perfuração dos

poços (SANTOS, 2014).

3.1.3.1 Densidade

É a propriedade física do fluido que também é chamada de peso da lama.

A densidade é constantemente monitorada com o objetivo de se manter a

pressão hidrostática adequada para a perfuração de um poço. Para haver o

controle da densidade é de fundamental importância o conhecimento das

pressões existentes, sendo destacadas: a pressão de poros que é a pressão que

os fluidos contidos no interior da rocha exercem sobre os fluidos de perfuração,

e pressão de fratura que é a pressão na qual ocorre a ruptura da formação

rochosa. Define-se como janela operacional o intervalo que vai da pressão de

25

poros até a pressão de fratura, o peso da lama deve estar contido nesse

intervalo, como mostra a Figura 3 (ALCURE, 2013).

Figura 3 - Janela operacional que mostra a pressão de poros de pressão de fratura das rochas e a faixa de densidade que o fluido deve possui de acordo com a profundidade.

Fonte: Modificado de Alcure, 2013.

Através do monitoramento do peso da lama é possível evitar o influxo de

fluido da formação, kick, diminuindo ainda mais a possibilidade de ocorrer

blowout, que é a situação em que os hidrocarbonetos oriundos do poço fluem

descontroladamente para a superfície ocasionando diversos danos materiais e

risco à integridade física das pessoas envolvidas na operação (PEREZ, 2013).

Caso a densidade seja superior à pressão de fratura ocorrerá ruptura da

formação, ocasionando problemas como a perda de fluido e diminuição da taxa

de penetração (NEE et al.,2015).

3.1.3.2 Parâmetros de filtração

É necessário o conhecimento e o controle dos parâmetros de filtração dos

fluidos, pois caso não ocorra, pode haver elevada filtração e fraturada formação

ocasionando a perda de fluido para as formações geológicas, desmoronamento

das formações sobrejacentes, depósito de cascalhos sobre a broca e prisão de

ferramentas do poço por diferencial de pressão (MELO, 2008).

Por causa do diferencial positivo de pressão entre a pressão hidrostática

exercida pelo fluido e a pressão de poros da rocha existe a infiltração da fase

líquida do fluido, e para que essa infiltração não seja constante, nos fluidos de

perfuração, há os constituintes sólidos que obstruem esses poros, formando o

26

reboco. O estudo desse fenômeno é de fundamental importância para o sucesso

da perfuração e completação do poço (MEDEIROS 2010).

Figura 4 - Mecanismo de Infiltração de líquido do fluido de perfuração e a formação do reboco.

Fonte: Modificado de Lomba, 2010.

A Figura 4 apresenta o mecanismo de formação do reboco. Quando o

fluido exerce uma pressão Pw na formação rochosa ocorre além da infiltração, a

formação do reboco interno com o preenchimento dos poros da rocha pelas

partículas sólidas de menor diâmetro do fluido. Já as partículas com diâmetro

superior aos poros da formação rochosa formam o reboco externo, completando

tal mecanismo.

O controle periódico dos parâmetros de filtração tem um custo elevado e

dessa forma qualquer tratamento deve ser estudado antes, pelo responsável do

sistema de fluidos, para que não afete negativamente o prosseguimento da

perfuração e também a produtividade do poço. (WALDMANN et al., 2011).

3.1.3.3 Teor de sólidos

É a propriedade dos fluidos de perfuração, como o próprio nome define,

que determina a quantidade de sólidos que existe no fluido, vale salientar que a

concentração de sólidos obrigatoriamente não deve ser elevada de modo a evitar

problemas na perfuração (PEREIRA, 2010). A incorporação excessiva de

cascalhos oriundos da desagregação de rochas durante a perfuração faz com

que as propriedades como a viscosidade, densidade, e outras, sejam alteradas.

Além disso, o elevado teor de sólidos ocasiona um rápido desgaste dos

equipamentos de perfuração como as brocas, furos na coluna de perfuração,

27

redução da taxa de penetração da broca, aumento da pressão de bombeio e

prisão de coluna.

O tratamento do fluido de perfuração pode ser dividido em duas formas, o

preventivo ou corretivo, o preventivo é baseado na inibição química ou física do

fluido com a adição de aditivos químicos, já o corretivo é realizado através de

equipamentos por onde o fluido de perfuração passa ao retornar do fundo do

poço juntamente com os cascalhos gerados, entre esses equipamentos

destacam-se Tanques de Decantação, Peneiras Vibratórias, Desareador,

Dessiltador, Mud Cleanere Centrífuga (PEREIRA, 2010). Na Figura 5 é mostrado

o sistema de controle de sólidos dos fluidos de perfuração.

Figura 5 - Sistema de controle de sólidos corretivo dos fluidos de perfuração. O sistema é constituído de peneira vibratória, desareador, dessiltador, mud cleanere centrífugas.

Fonte: Thomas 2001.

Ao chegar à superfície, o fluido passa pelos tanques de decantação, em

seguida segue para a peneira onde os cascalhos grosseiros, com granulometria

elevada, são separados do fluido, depois ele é encaminhado para o Desareador

para retirar outras partículas, em seguida Dessiltador, Mud Cleaner e Centrífuga

eliminando os sólidos de granulometria muito inferiores aos que são retirados

pela peneira, quando o fluido retorna do fundo do poço. Nas sondas de

perfuração o controle corretivo é usado rotineiramente.

Deve ser ressaltado que nem sempre todos os equipamentos de controle

de sólidos são necessariamente utilizados, depende de qual fase do poço está

sendo perfurada devido ao tipo de formação atravessada. (SANTOS, 2014).

28

3.1.3.4 Parâmetros reológicos

A reologia é definida como a ciência que estuda a deformação da matéria

e o seu fluxo devido à ação de forças externas em condições termodinâmicas

em certos intervalos de tempo. As propriedades que a reologia engloba são a

viscosidade, plasticidade e elasticidade (ALMEIDA E SILVA 2010).

Na indústria petrolífera, principalmente nas etapas de perfuração e

completação são necessários os conhecimentos básicos da reologia, pois eles

irão auxiliar na análise do comportamento reológico dos tipos de fluidos. Os

parâmetros reológicos permitem estimar perdas de carga por fricção, a

capacidade de transporte e sustentação de sólidos (MACHADO, 2002).

Entre as propriedades reológicas rotineiramente monitoradas durante a

perfuração tem-se, viscosidade plástica (VP) que é definida como a resistência

ao escoamento devido ao contato das partículas das substancias dispersas e as

partículas do dispersante utilizados na formulação dos fluidos de perfuração; o

limite de escoamento (LE) que é a tensão mínima aplicada ao fluido para colocá-

lo em movimento e a tixotropia, que é a capacidade do fluido adquirir um estado

semissólido quando está em repouso e depois voltar ao estado fluido quando

submetido à uma força externa. Segundo Amorim (2003) a tixotropia é explicada

pelo fato de existir no fluido partículas que são eletricamente carregadas que se

combinam formando a estrutura rígida semelhante a um gel, como mostrado na

Figura 6.

A importância da propriedade tixotrópica é evidenciada quando se torna

necessário parar a perfuração, dessa forma o fluido sustentará os sólidos

perfurados durante a parada, e quando retornar à circulação o fluido carreará

esses cascalhos.

29

Figura 6 - Ilustração da ocorrência do estado tixotrópico onde as partículas de um fluido de perfuração mostram-se dispersas caracterizando o estado sol, já no estado gel as

partículas do se dispõem de forma alinhada.

Fonte: Amorim, 2003.

Os fluidos, sendo de perfuração ou não, são classificados como

Newtonianos ou não Newtonianos. Esta classificação é feita através da relação

entre a tensão de cisalhamento e a taxa de cisalhamento. Os fluidos de

perfuração são enquadrados na classificação de fluidos Não Newtonianos,

devido ao fato da relação entre a tensão e a taxa de cisalhamento não ser

constante. Esses fluidos são subdivididos em dependentes do tempo e

independentes do tempo, os dependentes do tempo são os reopéticos e

tixotrópicos, já os independentes do tempo são dilatantes, pseudoplásticos e

binghamianos (MACHADO, 2002).

A Figura 7 mostra a curva de fluxo, determinada pela relação da tensão

de cisalhamento pela taxa de deformação, dos fluidos Independentes do tempo.

A taxa de cisalhamento sendo uma relação que não é constante, fato percebido

principalmente pela forma Curva do gráfico, porém no fluido Newtoniano a

relação tensão taxa é uma constante representada por uma reta.

30

Figura 7 - Curva de Fluxo dos fluidos Não-newtonianos independentes do tempo e a curva de fluxo para o Fluido Newtoniano.

Fonte: Machado, 2002.

A Figura 8 mostra a curva de viscosidade para os fluidos dependentes

do tempo.

Figura 8 - Curva de viscosidade dos fluidos dependentes do tempo, a curva A representa o fluido Tixotrópico e a curva B representa o Reopético.

Fonte: Machado, 2002.

Na Figura 8 a Curva A representa um fluido Tixotrópico onde à medida

que se aumenta a taxa de cisalhamento a viscosidade diminui e também à

medida que se diminui essa taxa a viscosidade aumenta, e a Curva B representa

um fluido Reopético em que na medida em que se aumenta a taxa de

cisalhamento a viscosidade desse fluido aumenta e diminuindo a taxa de

cisalhamento a viscosidade diminui.

31

3.1.3.5 Propriedades químicas

3.1.3.5.1 pH

É a propriedade dos fluidos que determina o caráter ácido, básico ou

neutro. A faixa de pH desejada para as lamas de perfuração é a básica. O pH

alcalino, entre 7 e 10, proporciona o desempenho máximo dos aditivos, como os

polímeros, além de diminuir a corrosão dos equipamentos que estão em contato

direto com o fluido de perfuração como Tubos de Perfuração (Drill Pipes), Tubos

Pesados (Heavy Weight), Comandos de Perfuração (Drill colars) além da broca.

3.1.3.5.2 Teor de cloretos ou salinidade

Através da salinidade é possível determinar o grau de inibição do fluido

de perfuração em relação às formações ativas, como os folhelhos, assim como

a salinidade da água usada como fase contínua. O monitoramento da salinidade

também auxilia no controle de corrosão. A salinidade é expressa em mg/L de

NaCl equivalente (AMORIM, 2003).

3.1.3.5.3 Teor de sólidos ativos

O controle do teor de sólidos ativos em fluidos de perfuração é feito

baseado na quantidade de sólidos que podem interagir quimicamente com o

fluido e são incorporados durante a perfuração (SOUZA et., 2007).

3.1.3.5.4 Teor de cálcio e magnésio

Os teores de Cálcio e Magnésio são responsáveis pela dureza do fluido

de perfuração. As quantidades de Cálcio e Magnésio devem ser constantemente

monitoradas, pois à precipitação de um desses Cátions pode ocasionar

comprometimento das propriedades do fluido e também desgastes de

equipamentos (AMOCO, 1994).

32

3.2 ÁGUA PRODUZIDA

A água de produção é classificada como aquela aprisionada em

formações rochosas subterrâneas e que pode ser produzida juntamente com o

óleo e o gás durante a atividade de produção desses fluidos. Assim, essas águas

têm elevada complexidade composicional e, normalmente, são produzidas em

grande volume (MOTTA et al, 2013).

A água encontra-se no interior da rocha junto com óleo e gás, esses

fluidos normalmente se distribuem de acordo com a densidade, em que a água

por ser mais densa posiciona-se na região inferior, o óleo na região intermediária

e o gás na região mais superficial, pois possui menor densidade.

(CUBERLO,2002). A Figura 9 mostra a distribuição da água num reservatório,

juntamente com o óleo e gás.

Figura 9 - Distribuição da água, óleo e gás no interior das rochas baseando-se na densidade, o gás na parte superior, a água na parte mais inferior e o óleo na parte intermediária.

Fonte: Autor, 2015.

Um campo de petróleo recém perfurado produz cerca de 5% a 15% de

água, porém com a tendência de diminuição de produção de petróleo, ocorre um

aumento da produção água chegando a ficar em torno de 90%, quando se chega

nesse estágio o campo passa a ser chamado de campo maduro. (THOMAS,

2001).

No processo de produção, ocorre a dispersão do óleo na água ou da água

no óleo, pois nas tubulações estes fluidos são submetidos a um elevado

cisalhamento e agitação, essa dispersão é chamada de emulsão que pode ser

33

do tipo água/óleo ou óleo/água, isso ocorre devido à existência de tensoativos

naturais que impedem a coalescência da fase dispersa estabilizando a emulsão

(ANDRADE et al., 2009).

A água de produção quando é obtida em grande escala se torna um

grande problema em poços já maduros devido a sua complexa composição,

sendo constituídas principalmente por metais considerados pesados como:

Cádmio (Cd), Cromo(Cr), Cobre (Cu), Chumbo (Pb), Mercúrio (Hg), Prata (Ag),

Níquel (Ni) (LIMA et al., 2008).

A água de produção e constituída de compostos inorgânicos, além de

metais, sais inorgânicos, compostos orgânicos como os hidrocarbonetos

aromáticos, benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, compostos sulfurados,

nitrogenados e os ácidos orgânicos (AVERSA, 2012).Há também os

hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA´S).Vale lembrar que de modo geral a água

de produção tem sua composição variando de acordo com a formação geológica

a qual pertence.

A Tabela 1mostra a composição da água produzida da Bacia de Campos,

com os compostos químicos e suas concentrações em ppm.

Tabela 1 - Composição química da Água Produzida da Bacia de Campos.

Fonte: Lima et al., 2008.

Normalmente a água oriunda de atividades petrolíferas é submetida à

diversos tratamentos, para que assim sejam atendidas as exigências ambientais

de descarte ou até mesmo as de reuso para algum outro fim industrial desse

efluente.

34

Motta et al., (2013) afirmam que para o tratamento e destino do efluente,

é necessário a análise de diversos fatores como: localização da base de

produção, legislação, viabilidade técnica, custos e disponibilidade de

infraestrutura e de equipamentos, levando em consideração principalmente o

fator custo para o tratamento da água. Gobbi (2013) enfatiza o processo de

tratamento da água de produção, com o objetivo do reuso, recuperação e

reciclagem de tal efluente, porém evidencia que é necessária a combinação de

técnicas para que haja o tratamento efetivo da água.

35

4 METODOLOGIA

Serão discutidos os métodos e os materiais utilizados na formulação da

água sintética e do fluido de perfuração, além dos testes físicos e químicos

que foram realizados.

4.1 FORMULAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA SINTÉTICA

Serão mostrados os equipamentos e reagentes utilizados para a

formulação das águas produzidas sintéticas.

4.1.2 Materiais usados

A Tabela 2 mostra os componentes químicos utilizados na formulação da

água produzida sintética.

Tabela 2 - Constituintes da água da água produzida sintética.

Material Fórmula molecular

Cloreto de Magnésio Hexahidratado

MgCl26H2O

Cloreto de Cálcio CaCl2

Sulfato de potássio K2SO4

Cloreto de Bário BaCl2

Cloreto de Sódio NaCl

Água H2O

Petróleo - Fonte: Autor, 2015.

4.1.3 Equipamentos utilizados

BALANÇA DE PRECISÃO: A Figura 10 mostra uma balança de

precisão utilizada para pesar os constituintes da água.

36

Figura 10 - Balança de Precisão

Fonte: Autor, 2015.

AGITADOR TECNAL: A Figura 11 apresenta o agitador utilizado

para promover a agitação necessária para a formação da emulsão

das gotículas de petróleo em água.

Figura 11 - Agitador Tecnal.

Fonte: Autor, 2015.

4.1.4 Obtenção da água produzida sintética

A água produzida sintética foi preparada em escala de laboratório, 350,5

mL, que é a quantidade necessária para a formulação dos fluidos de

perfuração.Com a água destilada obtida no próprio laboratório, adicionou-se o

cloreto de magnésio hexahidratado, cloreto de cálcio, sulfato de potássio, cloreto

de bário e cloreto de sódio e agitou-se manualmente com o auxílio de um bastão

de vidro. Em seguida, a água foi levada para o agitador tecnal (Figura 11), onde

37

foi submetida a uma elevada agitação e 1g de petróleo foi adicionado à solução,

completando o processo de formulação da água sintética. A Tabela 3 apresenta

as concentrações e os constituintes da água produzida sintética. Foram fixadas

as concentrações do sulfato de potássio, cloreto de bário e cloreto de sódio e

apenas as concentrações do cloreto de cálcio e cloreto de magnésio

hexahidratado foram variadas.

Tabela 3 - Constituintes e suas concentrações na água produzida sintética.

Fonte: Autor, 2015.

4.2 FORMULAÇÃO DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO

Serão mostrados os equipamentos utilizados para a realização dos testes

em fluidos de perfuração, e os aditivos empegados na formulação dos fluidos

de perfuração.

4.2.1 Materiais usados

A Tabela 4 mostra todos os componentes usados e suas concentrações,

na formulação dos fluidos de perfuração.

Material Fórmula molecular Concentração (g/L)

Mínima Média Máxima

Cloreto de Magnésio Hexahidratado MgCl26H2O 0,209 36,966 73,724

Cloreto de Cálcio CaCl2 0,733 1,185 1,638

Sulfato de potássio K2SO4 - 0,623 -

Cloreto de Bário BaCl2 - 0,148 -

Cloreto de Sódio NaCl -18,063 -

Água H2O - --

Petróleo - - 1,0 -

38

Tabela 4 - Materiais utilizados na formulação do fluido de perfuração e suas concentrações.

Material Concentração (lb/bbl)

Fase contínua (Água produzida sintética) Qsp

Sequestrante 0,5

Viscosificante 0,5

Alcalinizante 0,5

Floculante 0,5

Controlador de filtrado 1 3,0

Controlador de filtrado 2 2,0

Inibidor de inchamento de argila 17,0

Obturante 1 20,0

Obturante 2 20,0

Adensante 20,0

Inbidor de ação de bactérias 0,5

Inibidor de inchamento de argila 10,0

Fonte: Autor, 2015.

4.2.1 Equipamentos utilizados

MISTURADOR HAMILTOM BEACH: usado para promover a

dispersão dos aditivos químicos na fase contínua, como Mostrado

na Figura 12.

Figura 12- Agitador Hamilton Beach.

Fonte: Fann Instrument Company Instruction Manual, (2014).

39

4.3 TESTES REALIZADOS APÓS A FORMULAÇÃO DO FLUIDO.

Foram realizados os testes de densidade, parâmetros de filtração, teor de

sólidos, reologia, envelhecimento do fluido, teor de cloretos e teores de cálcio

e magnésio.

4.3.1 Densidade

O teste de densidade foi realizado com o auxílio de uma balança de lama,

em que se deve posicionar a balança numa superfície firme e nivelada, a

temperatura do fluido também deve ser medida, o copo da balança deve ser

completado com fluido, de forma que quando for colocada a tampa do copo o

excesso de fluido saia pelo orifício existente na tampa. Na balança há um

cursor que deve ser deslocado até que a bolha fique no centro da medição,

evidenciando assim a densidade exata do fluido de perfuração, que pode ser

expressa em libras por galão (lb/gal), libras por pé cúbico (lb/ft3) ou em

gradiente de pressão (psi/ft). A Figura 13 mostra uma balança que mede a

densidade da lama.

Figura 13 - Balança de Lama modelo Fann utilizada para medir densidade dos fluidos de perfuração

Fonte: Fann Instrument Company Instruction Manual, (2015)

4.3.2 Parâmetros de filtração

Realizou-se o teste de Filtração com um equipamento chamado de filtro

API BTBP (Baixa Pressão e Baixa Temperatura) em que foram simuladas as

condições de pressão e permeabilidade do poço com uma superfície permeável,

40

indicando assim a qualidade das propriedades das paredes do poço, do

encapsulamento e principalmente de filtração do fluido.

O equipamento consiste de um reservatório de fluido, com capacidade

aproximada de 400cm3, um meio filtrante (papel de filtro), uma proveta e uma

fonte de pressão (cilindro ou cápsula contendo N2 ou CO2). O reservatório é

constituído por uma célula cilíndrica com tampa superior, móvel, fixada através

de parafuso tipo prensa, vedada com gaxeta de borracha, e uma base com tela,

também móveis, fixadas e apoiadas na estrutura metálica, O controle de pressão

é efetuado por uma válvula com registro (manômetro). A despressurização é feita

através de uma válvula de escape ou dreno (LOMBA, 2010). A Figura 14

apresenta um Filtro API BTBP.

Figura 14 - Filtro BTBP onde são simuladas as condições de pressão e permeabilidade do poço.

Fonte: Fann Instrument Company Instruction Manual, (2014).

4.3.3 Teor de sólidos

O procedimento foi feito utilizando um kit retorta Fann. O funcionamento

desse equipamento é baseado no princípio da destilação simples, separando os

sólidos e os líquidos; o ensaio dura cerca de 30 minutos, e por meio da

condensação dos vapores dos líquidos é possível obter as quantidades de água,

sólidos e óleo presentes no fluido de perfuração. Para a realização do teste

precisa-se da retorta, palha de aço e a proveta. Coloca-se cerca de 10 ml de

fluido na cubeta, em seguida essa cubeta é submetida ao aquecimento, os

vapores são condensados e recolhidos na proveta, os sólidos ficam retidos

41

devido ao contato com a palha de aço. Para determinar a porcentagem de água,

óleo e sólidos aplica-se as Equações (1), (2) e (3).

%H20 = Volume de água em ml x 10 (1)

%Óleo = Volume de óleo em ml x 10 (2)

%Sólidos = 100 – (%H2O - %Óleo) (3)

Normalmente o resultado do teste de teor de sólidos indicará se o

tratamento do fluido será químico ou se o problema está sendo causado por

excesso de sólidos. A Figura 15 mostra um Kit Retorta FANN.

Figura 15 - Kit Fann para o teste de retorta, onde se mede os teores de sólido, água ou óleo do fluido de perfuração.

Fonte: Fann Instrument Company Instruction Manual, (2009).

4.3.4 Parâmetros reológicos

Os parâmetros reológicos foram medidos com o auxílio de um

viscosímetro do modelo FANN 35-A.

Nesse viscosímetro, o fluido de perfuração é colocado no espaço anular

entre o bulbo e o rotor cilíndrico. O rotor é girado a uma velocidade conhecida, e

o torque transmitido ao bulbo pelo fluido é medido pela tensão de uma mola

conectada a um dial. A Figura 16 mostra um Viscosímetro Fann 35-A utilizada

para as análises de parâmetros reológicos do fluido (AMOCO, 1994).

42

Figura 16 - Viscosimetro Fann 35-A

Fonte: Fann Instrument Company Instruction Manual, (2013).

Antes de iniciar o teste, coloca-se o fluido no copo do viscosímetro até

atingir a marca existente, encaixa-se o copo na base do viscosímetro e em

seguida eleva-se a base, juntamente com o copo até o topo onde haverá uma

marcação, indicando o posicionamento adequado para a realização correta do

teste.

Inicialmente são feitas as leituras de 600, 300, 200, 100, 6 e 3rpm. Em

seguida são obtidos também os valores de gel inicial (Gi) e o Gel final (Gf) do

fluido de perfuração, com o objetivo de se conhecer o grau de tixotropia desse

fluido. Para a obtenção do Gi o viscosímetro é ligado a 600rpm agitando por 1

minuto, e em seguida é desligado por 10 segundos, passados esses dez

segundos o motor é ligado novamente em 3rpm e é observada a maior deflexão

no indicador. Já o Gf o motor é ligado a 600 rpm agitando por 1 minuto, Deixa

em repouso por 10 minutos, após isso o motor é ligado novamente a 3rpm, e é

obtida a maior deflexão.

As outras propriedades reológicas, de interesse para o trabalho, medidas

são: VP, LE. As Equações 4, 5, 6 e 7 são usadas para o cálculo dos valores e

as unidades estão apresentadas a seguir:

VA = L600/2 (cP) (4)

VP = L600 - L300 (cP) (5)

LE = L300 – VP (lbf/100ft2) (6)

Fg = Gf – Gi (7)

43

4.3.5 Envelhecimento do fluido

O envelhecimento do fluido foi realizado no Roller oven Fannque é

apresentado na Figura 17, esse equipamento simula as condições de

temperatura e circulação no poço.

Figura 17 - Roller Oven Fann.

Fonte: Fann Instrument Company Instruction Manual, (2014).

O fluido é colocado dentro de uma célula, em seguida essa célula é

posicionada dentro do Roller Oven; onde é submetida à uma temperatura de

65ºC e constante movimentação durante dezesseis horas. A temperatura e a

velocidade são controladas.

4.3.6 Teste do teor de cloretos (Cl-)

O teste foi feito para medir a concentração de cloretos no fluido de

perfuração através da realização de uma titulação. É promovida a reação do

ânion cloreto (Cl-) com o cátion prata (Ag+), produzindo um sal insolúvel.

Para realizar o teste, coloca-se 1 ml de filtrado do fluido em um erlemeyer

e adiciona-se 10 ml de água. Em seguida, adiciona-se 5 gotas de cromato de

potássio e titula-se com AgNO3. A Equação (8) permite o cálculo do teor de

cloretos.

44

Cl− (Cloretos,mg

L) =

10000 x VolAgNO3 0,282 N (mL)

Vol.da amostra de filtrado (mL). (8)

4.3.7 Testes para determinar os teores de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+).

Para determinar a concentração de Ca2+ no fluido de perfuração, faz-se a

titulação de 1 ml de filtrado com a solução de EDTA, proporcionando a

complexação dos íons.

Ca2+ + EDTA4- [CaEDTA]2-

Coloca-se 1 ml de filtrado em um erlemeyer, adiciona-se 10ml de água, 5

ml de Hidróxido de Sódio (NaOH) 2N, depois adiciona-se 3 gotas de

hidroxilamina, e trietanolamina, e uma pitada de Calcon e titula-se com o EDTA

0,01 mol/l.

Para encontrar o valor da concentração de cálcio aplica-se a Equação (9):

Ca2+ (mg

L) =

400,8 x V1 (EDTA,mL)

Vol.da amostra (mL) (9)

Onde V1 é o volume de EDTA gasto na titulação.

O teste para a determinação da concentração de magnésio (Mg2+), ou

dureza total, tem o mesmo princípio do método para determinar o teor de cálcio

na amostra filtrado. É promovida a reação de íon Mg2+ com o EDTA4-,

ocorrendo também a complexação de íon Mg2+.

Mg2+ + EDTA4- [MgEDTA]2-

Coloca-se 1 ml de filtrado no erlemeyer, adiciona-se 10ml de água, 10 ml

de tampão de Amônio, uma pitada de Eriocromo, e titula-se com o EDTA 0,01

mol/l.

Para determinar o valor da concentração de cálcio usa a Equação (10):

Mg2+ (mg

L) =

243,2 x (V2− V1)

Vol.da amostra (mL) (10)

45

Onde V1 é o volume de EDTA na determinação do cálcio, e V2 é o volume

de EDTA usado no teste de determinação do teor de Magnésio (Mg2+).

46

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados os resultados da caracterização do

fluido a base de água industrial antes e após o envelhecimento e os resultados

do estudo da influência das concentrações mínima, média e máxima de cálcio e

magnésio na Viscosidade Plástica, Parâmetros de Filtração e Densidade de

fluidos de perfuração.

5.2 TESTES COM O FLUIDO A BASE ÁGUA INDUSTRIAL

Formulou-se um fluido base água industrial para obter os melhores

resultados das propriedades do fluido de perfuração com a formulação descrita

na Tabela 4e apresentada no tópico de metodologia.

Os resultados numéricos das análises das propriedades do fluido

formulado com água industrial antes e depois do envelhecimento são

apresentados na Tabela 5.

Tabela 4 - Propriedades do fluido de perfuração aquoso novo e envelhecido formulado com água industrial

Propriedades Fluido Novo Fluido Envelhecido

Peso do fluido (lb/gal) 9,5 9,5

Viscosidade Aparente (cP) 33 32,5

Viscosidade plástica (cP) 23 23

Limite de escoamento(lbf/100ft2)

20 19

Gel inicial (lbf/100ft2) 4 4

Gel final (lbf/100ft2) 5 5

Teor de óleo (%) 0 0

Teor de sólidos (%) 4 4

Filtrado (mL) 5 5

Cloreto (mg/L) 31000 31000

NaCl (mg/L) 51150 51150

CaCl (mg/L) 48360 48360

Cálcio (mg/L) 120,24 120,24

Magnésio (mg/L) 340,48 340,48

pH 9,5 9

Fonte: Autor, 2015.

47

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 5 o fluido obtido é

considerado estável, pois ele manteve suas propriedades constantes quando foi

submetido ao envelhecimento. Houve uma variação pequena na viscosidade

aparente e no pH. Essas variações podem ser atribuídas ao aquecimento e à

condição de circulação que o fluido de perfuração é submetido durante o

processo de envelhecimento. Pode-se concluir que tais variações não são

consideradas relevantes.

O comportamento do fluido de perfuração formulado com água industrial

é o desejado, pois com tal comportamento o fluido pode ser aplicado diversas

vezes no poço sem que sejam necessários gastos com novas formulações ou

tratamentos complexos, além de não haver o descarte remoto do fluido, sendo

também uma vantagem ambiental.

5.3 FLUIDO DE PERFURAÇÃO A BASE ÁGUA SINTÉTICA

Fez-se a formulação do fluido a base de água sintética com as

concentrações mínimas, média e máxima de Cálcio e Magnésio. Em seguida,

foram analisadas as suas propriedades através dos Parâmetros de Filtração,

Densidade e Viscosidade Plástica. Será chamado de Fluido Tipo 1 o fluido

formulado com as concentrações mínimas de Cálcio (0,219 g/L) e Magnésio

(0,733 g/L) na água usada como fase contínua, o Fluido Tipo 2 o que foi

formulado com as concentrações médias de Cálcio (36,966 g/L) e Magnésio

(1,185 g/L) na água e Fluido Tipo 3 o formulado com as concentrações máximas

de Cálcio (73,724 g/L) e Magnésio (1,638 g/L). A Tabela 6 mostra os valores de

cada propriedade, obtidas a partir da realização dos testes.

Tabela 5 - Propriedades do fluido de perfuração aquoso novo para os fluidos formulados com diferentes concentrações de cálcio e magnésio

Fonte: Autor, 2015.

Propriedades Mínimo Médio Máximo

Peso do fluido (lb/gal) 9,6 9,6 9,9

Viscosidade plástica (cP) 19 20 20

Filtrado (mL) 7 4 6

48

Na Tabela 6 apresentada, observou-se que ao variar as concentrações de

Cálcio e Magnésio na água usada proporcionou-se o aumento ou a diminuição

de valores de propriedades físicas e químicas do fluido.

5.3.1 Parâmetros de filtração

A Figura 18 apresenta a variação do volume de filtrado de acordo com o

tipo de fluido.

Figura 18 - Resultado do volume de Filtrado dos fluidos novos formulados com água produzida sintética de acordo com o tipo de fluido

Fonte: Autor, 2015.

A Figura 18 mostra que o fluido que utiliza a água sintética com a

concentração média de Cálcio e Magnésio possui uma menor formação de

volume de filtrado, cerca de 4 ml, proporcionando dessa forma uma menor

infiltração de líquido oriundo do fluido de perfuração para o interior da formação

e também a formação de um reboco de menor espessura e com uma maior

plasticidade. Esse fato pode ter ocorrido devido à interação do Cálcio e do

Magnésio contidos na água sintética, com os polímeros controladores de filtrado,

aumentando suas eficiências, além de possivelmente atenuar a eficiência dos

obturantes que são o calcário médio e o calcário fino. Já os fluidos de perfuração

que foram formulados com as águas sintéticas com concentração mínima e

concentração máxima de Cálcio e Magnésio obtiveram valores de volumes de

filtrados maiores, 7 ml e 6 ml respectivamente, e a textura do reboco formado foi

mais quebradiça e mais grossa, um reboco de baixa qualidade.

0

2

4

6

8

1 2 3

VO

LUM

E D

E FI

LTR

AD

O (

ml)

TIPO DE FLUIDO

Filtrado (mL), fluido novo

49

5.3.2 Densidade do fluido

A Figura 19 apresenta a densidade do fluido de perfuração de acordo com

o tipo de fluido.

Figura 19 - Resultado da variação de densidade dos fluidos novos formulados com água produzida sintética de acordo com o tipo de fluido

Fonte: Autor, 2015.

Observa-se na Figura 19 que todos os fluidos possuem bons valores de

densidade, entre 9,6 lb/gal e 9,9 lb/gal. Além disso, pode-se observar que à

medida que se aumenta a concentração de Cálcio e Magnésio nas águas usadas

como fase contínua do fluido, proporciona-se o aumento da densidade, isso pode

ter ocorrido devido as elevadas massas molares dos sais utilizados na água

sintética, o Cloreto de Magnésio Hexahidratado com 203,31 g/mol e o Cloreto de

Cálcio 110,98 g/mol. A densidade do fluido influencia diretamente na pressão

hidrostática exercida por ele nas paredes do poço e também na taxa de

penetração da broca. É essencial que a propriedade de densidade do fluido de

perfuração já venha determinada em um projeto de fluidos de perfuração e que

o fluido circulado no poço esteja de acordo com esse projeto para que haja uma

perfuração segura.

5.2.3 Viscosidade plástica

A Figura 20 mostra a variação da Viscosidade Plástica de acordo com o

tipo de fluido formulado.

9,4

9,5

9,6

9,7

9,8

9,9

10

1 2 3PES

O D

O F

LUID

O (

lb/g

al)

TIPO DE FLUIDO

Peso do fluido (lb/gal),fluido novo

50

Figura 20 - Resultado das viscosidade plásticas dos fluidos novos formulados com água produzida sintética de acordo com o tipo de fluido.

Fonte: Autor, 2015.

Observa-se, através da Figura 20 que os fluidos com concentrações de

Cálcio e Magnésio médias e máximas, proporcionam um maior valor de

viscosidade plástica, ou seja, há um aumento da interação das partículas

suspensas da fase dispersa com a fase contínua, dessa forma tais fluidos

possuem uma maior resistência ao escoamento, o que pode ser prejudicial para

colocar o fluido em movimento, pois há necessidade de uma maior potência da

bomba.

18,5

19

19,5

20

20,5

1 2 3

VIS

CO

DIA

DE

PLÁ

STIC

A (

cP)

TIPO DE FLUIDO

Viscosidade plástica (cP),FLUIDO NOVO

51

6 CONCLUSÕES

De acordo com o trabalho realizado pode-se concluir que:

Dependendo das características que se deseje aplicar ao fluido de

perfuração é possível formular fluidos com águas produzidas

sintéticas contendo as mais variadas concentrações de Cálcio e

Magnésio.

Os fluidos de perfuração à base de água industrial possui valores

melhores de parâmetros de filtração comparado aos fluidos tipo 1

e tipo 3, porém o fluido tipo 2 apresentou um valor ainda melhor do

que o fluido a base de água industrial, cerca de 4 mL. Em relação

à densidade os fluidos formulados com águas produzidas sintéticas

possuem melhores valores de densidade em relação ao fluido de

água industrial. Já se tratando de viscosidade plástica o fluido a

base de água industrial possui o valor mais alto (23 cP) entre todos

os fluido formulados.

No processo de avaliação da influência dos teores de Cálcio e

Magnésio, contidos nas águas produzidas sintéticas, nas

propriedades do fluido de perfuração, pode-se concluir que.

o Valores muito altos ou muito baixos das concentrações de

Cálcio e Magnésio proporcionam um aumento do volume de

filtrado e permitem a formação de rebocos de maior

espessura e menos plásticos, Sendo necessário encontrar

um valor de concentração compreendido entres os valores

mínimo e máximo para que o fluido de perfuração tenha

propriedades satisfatórias de Filtração, o valor encontrado

foi de 36,966 g/L para o Magnésio e 1,185 g/L para o Cálcio.

o Com relação à Densidade, quanto maior a concentração de

Cálcio e Magnésio na água produzida sintética, mais denso

será o fluido formulado com tal água. Da mesma forma

ocorre quando se trata do parâmetro de Viscosidade

Plástica.

52

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