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i
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Mestrado em Fisioterapia
Departamento de Fisioterapia
PROBABILIDADE DO RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS COM DIABETES
MELLITUS TIPO 2
FABIELI PEREIRA FONTES
Natal
2018
ii
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Mestrado em Fisioterapia
Departamento de Fisioterapia
PROBABILIDADE DO RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS COM DIABETES
MELLITUS TIPO 2
FABIELI PEREIRA FONTES
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - Programa de
Pós-graduação em Fisioterapia, para a
obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.
Orientadora: Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola
Natal
2018
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel
iv
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Fontes, Fabieli Pereira.
Probabilidade do risco de quedas em idosos com Diabetes
Mellitus tipo 2 / Fabieli Pereira Fontes. - Natal, 2018.
112f.: il.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Fisioterapia. Natal, RN, 2018.
Orientador: Juliana Maria Gazzola.
1. Idosos - Dissertação. 2. Quedas acidentais -
Dissertação. 3. Diabetes Mellitus - Dissertação. I. Gazzola,
Juliana Maria. II. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 616-053.9
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263
v
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
PROBABILIDADE DO RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS COM DIABETES
MELLITUS TIPO 2
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola - Presidente - UFRN
Profa. Dra. Aline do Nascimento Falcão Freire Monte
Profa. Dra. Lidiane Maria de Brito Macedo Ferreira
Aprovada em 23/02/2018
vi
Dedicatória
Dedico esta dissertação com todo o meu respeito, amor, carinho e gratidão
aos meus avós Geny (in memoriam) e Eloy; Maria e Valdecir (in memoriam) e à
minha sogra e amiga, Socorro. Por me inspirarem a desejar que o mundo esteja
preparado para acolher os seus idosos, permitindo que se tenha mais vida nos
anos vividos.
vii
Agradecimentos
Eu só poderia iniciar meus agradecimentos honrando e glorificando a Deus
por todo seu amor e bondade comigo. Assim como a ação do Divino Espírito Santo
ao me capacitar para superar todos os desafios vividos durante a realização deste
trabalho e por toda a minha história de vida. Agradecer, de alma e coração, pela
intercessão de Nossa Senhora junto ao seu filho Jesus de um modo tão especial
que eu não conseguiria por em palavras. Certamente Maria passou à frente de todos
os meus passos nesta jornada.
Agradecer aos meus pais e à minha madrasta Valéria e ao meu padrasto
Jeferson por todo o apoio e carinho recebido, estando perto ou longe. Ao meu pai,
que desde a inscrição me ajudou nos tramite do processo e me motivou a acreditar
que seria possível ingressar no mestrado. Além de sua participação, esforço e amor
durante toda a minha vida acadêmica para que eu chegasse até aqui hoje. À minha
mãe, por todo seu amor, amizade e apoio de sempre. Por ser um exemplo de mulher
batalhadora e guerreira que superou todos os obstáculos e venceu as dificuldades,
me mostrando que as barreiras estão aí para serem superadas. Agradeço todas as
orações e palavras de apoio vindas de todos vocês! Saibam que foram
indispensáveis para a minha conquista. Amo muito vocês.
Ao meu esposo, companheiro e amigo, Herlânio, por todo seu amor,
cumplicidade, companheirismo, paciência e incentivo, me permitindo ser uma
pessoa feliz e realizada com as minhas escolhas. Obrigada por toda generosidade
ao me apoiar em todas as circunstâncias. Por sempre estar ao meu lado e me
fortalecer nos momentos de fraqueza. Sem você eu não teria conseguido. A você
todo o meu amor e gratidão.
Gostaria de agradecer à minha amada sogra, dona Socorro, por todo seu
carinho e amor. Por sempre estar pronta a me ajudar com orações ou palavras e por
todo seu apoio durante minha jornada acadêmica até hoje. Agradecer a minha
querida enteada, Manuela, pela compreensão nas ausências e faltas nos passeios e
encontros. Por ser um encanto de pessoa e me ajudar nos momentos de aflição com
palavras maduras e técnicas de respiração. Amo muito vocês.
Muito obrigada aos meus amados irmãos por todo carinho e apoio. Estando
perto ou longe, cada um de vocês, de uma forma ou de outra, tiveram muita
importância para que eu pudesse estar aqui hoje. Amo muito vocês.
viii
Aos meus familiares, minha avó Maria, meu avô Eloy, tias e tios, primas e
primos, cunhada e concunhado, por toda torcida e palavras de apoio, cada um ao
seu modo, mas todos com muita importância e significado para mim. Amo muito
vocês.
Toda a minha gratidão ao meu amigo Bartolomeu. Sem a sua parceria e todo
apoio durante esta jornada as dificuldades e angustias vivida teriam sido mais
difíceis de superar. Obrigada por sua generosidade e cumplicidade. Agradeço
também a minha amiga Lidiane por ter estado ao meu lado nos momentos bons e
ruins. Desde de os estudos para a seleção do mestrado, quando já havia muita
amizade e generosidade de sua parte. Muito obrigada por tudo! Vocês foram dois
presentes que o mestrado me trouxe.
Gostaria de agradecer a Karinna e Ana Luiza, pessoas especiais e muito
generosas, por terem me apoiado e incentivado na decisão de fazer mestrado e por
terem me ajudado com livros e materiais para o estudo. Tenho muito apreço e
admiração por vocês. Obrigada!
Muito obrigada às minhas colegas de trabalho e aos meus pacientes pela
compreensão e apoio nos momentos de substituições e faltas de minha parte por
conta de estudos e atividades do mestrado. Deus abençoe vocês.
À Profa. Dra. Juliana Maria Gazolla, por toda paciência e dedicação durante
estes dois anos que se encerram hoje. Por permitir que eu pudesse experimentar
uma vivência rica em conhecimentos pessoais e profissionais. Certamente levarei
comigo o seu exemplo de dedicação à vida religiosa e os ensinamentos recebidos.
Assim como agradeço a todas as integrantes da base de pesquisa do laboratório.
Muito obrigada por tudo.
Por fim, gostaria de agradecer a todos que fizeram parte desta jornada
colaborando de forma direta ou indireta para o meu sucesso.
Muito Obrigada a todos vocês.
ix
SUMÁRIO
Dedicatória.................................................................................................... ... vi
Agradecimentos............................................................................................ ... vii
Lista de figuras.............................................................................................. .. xi
Lista de tabelas......................................................................................... xii
Lista de siglas............................................................................................ xiv
Resumo......................................................................................................... ... xv
Abstract........................................................................................................... xvii
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... . 18
1.1 Delimitação do Estudo...................................................................... 19
1.2 Justificativa........................................................................................ 22
1.3 Objetivos............................................................................................ 23
1.3.1 Objetivo Geral........................................................................... 23
1.3.2 Objetivo Específico................................................................... 23
1.4 Revisão.............................................................................................. 24
1.4.1 Diabetes Mellitus Tipo 2........................................................... 24
1.4.2 Envelhecimento e o risco de quedas........................................ 27
1.4.3 Risco de quedas em idosos com Diabetes Mellitus................. 30
2 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................... 34
2.1 Delineamento e local da pesquisa.................................................... 35
2.2 Caracterização da amostra e processo de alocação........................ 35
2.3 Aspectos éticos da pesquisa............................................................. 36
2.4 Instrumentos de avaliação e procedimentos...................................... 36
2.4.1Dados Sociodemográficos......................................................... 36
2.4.2 Dados Clínico-funcionais.......................................................... 37
2.4.3 Dados Psico-Cognitivos............................................................ 39
2.4.4 Avaliação dos sistemas do controle postural - Avaliação do equilíbrio postural.......................................................................................... ...
40
2.4.5 Avaliação da probabilidade do risco de quedas....................... 40
2.4.6 Avaliação da restrição do desempenho humano..................... 42
2.5 Desenho do estudo...................................................................... 43
2.6 Análise Estatística ....................................................................... 43
3 RESULTADOS.......................................................................................... ... 45
4 DISCUSSÃO.............................................................................................. .. 58
x
5 CONCLUSÃO……...…………………………………………………............... 67
6 REFERÊNCIAS………..……………………………………………………...... 69
APÊNDICES E ANEXOS..............................................................................
xi
Lista de figuras
Figura 1 - Monofilamentos de Semmes-Weinstein® utilizado para verificar a sensibilidade cutâneo-protetora................................................
38
Figura 2 - Diapasão de 128 Hz utilizado para avaliar a sensibilidade vibratória........................................................................................ ...........
38
Figura 3 - Dinamômetro preensão palmar Jamar® utilizado para mensurar a força muscular por meio da preensão palmar.......................
39
Figura 4 - Ilustração dos materiais e métodos utilizados para a realização do protocolo do QuickScreen®..................................................
41
Figura 5 - Ilustração do procedimento da pesquisa.................................. 43
Figura 6 - Ilustração do procedimento de recrutamento e seleção da amostra......................................................................................................
46
xii
Lista de tabelas
Tabela 01 - Dados Clínicos-funcionais de uma amostra de 111 idosos
com Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital do nordeste
brasileiro. Natal, 2018.................................................................................
47
Tabela 02 - Dados da avaliação da probabilidade do risco de quedas de
uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos em
um hospital do nordeste brasileiro. Natal, 2018...........................................
48
Tabela 3. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as
variáveis sócio-demográficas de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018................................................................
49
Tabela 4. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e
as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018...............................................................
50
Tabela 5. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e
as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018..............................................................
51
Tabela 6. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment,
e as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018.............................................................
52
Tabela 7. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e
as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018...............................................................
53
Tabela 8. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e
as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018................................................................
55
Tabela 9. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as
xiii
sessões do próprio instrumento de uma amostra de 111 idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do
nordeste brasileiro. Natal, 2018.................................................................
56
Tabela 10. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de
quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as
variáveis de desempenho funcional (WHODAS 2.0) e do equilíbrio
postural (Mini-Bes test) de uma amostra de 111 idosos com Diabetes
Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste
brasileiro. Natal, 2018..................................................................................
57
xiv
Lista de siglas
ADA - American Diabetes Association
CIF - Classificação Internacional Funcionalidade
DM- Diabetes Mellitus
DM1- Diabetes Mellitus tipo 1
DM2- Diabetes Mellitus tipo 2
EDG -15 - Escala de Depressão Geriátrica Abreviada
EEB – Escala de Equilíbrio de Berg
FPP - Força de preensão palmar
IRT - Hemresponse Theory
IMC - Índice de Massa Corporal
MEEM - Mine Exame de Estado Mental
MINI-BES TEST- Mini The Balance Evaluation Systems test
MMII- Membros Inferiores
NAPS - Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde
NEURA - Neuroscience Research Australia
QUICK SCREEN- Quick Screen Clinical Falls Risk Assessment
TCLE - Termo de consentimento livre e esclarecido
TUGT- Time Up and Go Test
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
WHODAS - World Health Organization Disability Assessment Schedule
xv
Resumo
Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) representa um importante problema de saúde pública. Sua principal característica é a deficiência na secreção ou ação da insulina, a qual acarreta numerosas condições com efeitos primários e secundários sobre o organismo. O efeito cumulativo de alterações relacionadas à idade, à doença e ao meio ambiente inadequado parecem predispor à queda. A ação combinada desses fatores eleva o risco de cair de uma pessoa com DM2 quando comparada a um adulto saudável da mesma idade. Assim, o evento de queda é uma variável importante relacionada a saúde dos idosos e, em particular, os com DM, que devem ser vistos como uma população em necessidade de prevenção de quedas. Objetivo: Avaliar a probabilidade do risco de quedas em idosos com Diabetes Mellitus tipo 2. Metodologia: Estudo observacional analítico de caráter transversal, com amostra constituída por 111 idosos com 60 anos ou mais, diagnóstico de DM2, de ambos os sexos, atendidos nos ambulatórios do hospital universitário da UFRN, em Natal - RN. Foram avaliados quanto aos dados sociodemográficos, clínico-funcionais, psico-cognitivos (Mini Mental State Exam-MEEM e Escala de Depressão Geriátrica-EDG), equilíbrio postural (Mini BES test), desempenho funcional (WHODAS 2.0) e a avaliação do risco de quedas com o Quick Screen Clinical Falls Risk Assessment (Quick Screen). As análises inferenciais foram realizadas por meio dos testes Kruskall-Wallis e Qui-quadrado ou Teste Exato de Fisher, adotando-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: A amostra apresentou média etária de 68,6 (± 6,5) anos, faixa etária de 60-69 anos (64,9%), maioria feminina (64,0%), com vida conjugal (68,5%), escolaridade até o “fundamental I completo ou pós fundamental” (64,0%), participantes das atividades comunitárias (58,6%), arranjo de moradia “com companhia” (96,4%), renda de “3 ou mais salários mínimos” (51,4%), não praticantes de atividade física (73,9%), percepção subjetiva da saúde geral (58,6%) e visão (55,0%) como “excelente, muito boa ou boa”, dor em MMII (48,6%). Relataram entre uma a dez comorbidades, com predomínio de doença do aparelho circulatório (78,4%), cinco ou mais medicamentos utilizados (67,6%), sendo 91,0% medicação oral para DM2 e a minoria necessitava de insulina (30,6%). O tempo de diagnóstico do DM2 foi acima de cinco anos (61,3%). Não sofreram eventos de quedas no último ano (70,3%), com relato de medo de quedas (80,2%) e tendência (50,5%) a quedas. Prevaleceu a probabilidade de 13% com 2-3 fatores de risco para quedas (35,1%), sendo no mínimo 0 e no máximo 8 fatores (média de 3,45 ± 1,99 fatores) e a probabilidade mínima de 7% e máxima de 49% (média 21,64% ± 13,55%). Houve significância estatística entre a “probabilidade do risco de quedas” e as variáveis: escolaridade (p=0,005), percepção da saúde geral (p=0,001) e da visão (p=0,017), número de doenças (p<0,0001), número de medicamentos (p<0,0001), doença do aparelho circulatório (p=0,021), tempo de DM2 (p<0,0001), insulina (p=0,038), queixa de dor em MMII (p=0,005), sensibilidade cutâneo-protetora (p<0,0001), quedas no último ano (p<0,0001), tendência a quedas (p<0,0001), EDG (p<0,0001), TUGT (p=0,022), diminuição de força de preensão palmar (p<0,0001), WHODAS 2.0 (p<0,0001) e Mini Best (p<0,0001). Conclusão: Baseado nos resultados desta pesquisa pode-se concluir que a maioria dos avaliados apresentou de 2 a 3 fatores de risco, com 13% de probabilidade de risco de quedas, valor que caracteriza uma baixa probabilidade para sofrer evento de queda. Além disso, percebemos que os idosos com DM2 apresentam maior probabilidade do risco de quedas quando associados com menor escolaridade, pior percepção geral de saúde e visão, maior o número de doenças e medicamentos, maior tempo de diagnóstico do DM2, a presença de dor em MMII, sensibilidade cutâneo-protetora alterada, histórico de uma ou mais quedas no último
xvi
ano, a percepção de tendência a quedas, presença de sintomas depressivos, diminuição de força de preensão palmar, pior desempenho no TUGT, pior desempenho funcional e pior equilíbrio postural. Descritores: Idosos, Quedas acidentais, Diabetes Mellitus, Avaliação.
xvii
Abstract
Introduction: Type 2 Diabetes Mellitus (DM2) is an important public health problem. Its main characteristic is the deficiency in the secretion or action of insulin, which carries numerous conditions with primary and secondary effects on the organism. The cumulative effect of changes related to age, disease and the inadequate environment seem to predispose to falls. The combined action of these factors raises the risk of falling from a person with DM2 when compared to a healthy adult of the same age. Thus, the fall event is an important variable related to the health of the elderly and, in particular, those with DM, which should be seen as a population in need of falls prevention.Objective: to evaluate the probability of the risk of falls in the elderly with Diabetes Mellitus type 2. Methodology: a cross-sectional observational study with a sample of 111 elderly patients aged 60 years or older, diagnosed with T2DM, of both sexes, attended at the outpatient clinics of the University Hospital from UFRN, Natal, Brazil. They were evaluated for sociodemographic, clinical-functional, psycho-cognitive data (through the Mini Mental State Exam-MEEM and Geriatric Depression Scale-GDS), postural balance (through the Mini BEST test), functional performance (WHODAS 2.0) and the risk assessment for falls with the Quick Screen Clinical Falls Risk Assessment (QuickScreen). The inferential analyzes were performed using Kruskall-Wallis and Chi-square tests or Fisher's exact test, with a significance level of 5% (p<0,05). Results: The mean age of the sample was 68.6 (± 6.5) years. the age range was 60-69 years (64.9%). the majority were female (64.0%). married (68.5%). schooling up to the "fundamental I complete or fundamental post (64.0%). participants in community activities (58.6%). housing arrangement "with company" (96.4%). salary of "3 or more minimum wages" (51.4%). non-practitioners of physical activity (73.9%). subjective perception of general health (58.6%) and vision (55.0%) as "excellent. very good or good". pain in lower limbs (48.6%). There were between 1 and 10 comorbidities. with predominance of circulatory disease (78.4%). five or more medications used (67.6%). on what 91.0% were oral medications for DM2 and the minority required insulin (30.6%).The time of diagnosis of DM2 was over than five years (61.3%). They did not suffer fall events in the last year (70.3%). with reports of fear of falls (80.2%) and tendency (50.5%) to falls. Prevalence was 13% with 2-3 risk factors for falls (35.1%). with a minimum of 0 and a maximum of 8 factors (mean of 3.45 ± 1.99 factors) and a minimum probability of 7% and maximum of 49% (mean 21.64% ± 13.55%). There was statistical significance between "probability of risk of falls" and variables: schooling (p=0.005). general health (p=0.001). vision (p=0.017). number of diseases (p<0.0001). number of medications (p=0.0001). disease of the circulatory system (p=0.021). time of DM2 (p<0.0001). insulin (p=0.038). pain in lower limbs (p<0.0001). cutaneous-protective sensitivity (p<0.0001). GDS (p<0.0001). TUGT (p=0.022). decreased palmar grip strength (p<0.0001). WHODAS 2.0 (p<0.0001) and Mini Bes Test (p<0.0001). Conclusion: Based on the results of this research, it can be concluded that the majority of the evaluated patients had 2 to 3 risk factors, with a 13% probability of falls risk, a figure that characterizes a low probability to suffer a fall event. In addition, we observed that the elderly with DM2 are more likely to be at risk for falls when associated with lower educational level, worse general perception of health and vision, greater number of diseases and medications, longer time to diagnose T2DM, , altered cutaneous-protective sensitivity, history of one or more falls in the last year, perception of falling tendency, presence of depressive symptoms, decrease in palmar grip strength, worse TUGT performance, worse functional performance and worse postural balance. Keyword: Elderly, Accidental Falls, Diabetes Mellitus, Evaluation.
1INTRODUÇÃO
19
1.1 Delimitação do Estudo
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) representa um importante problema de saúde
pública pela alta prevalência, cronicidade da doença e os elevados custos no seu
tratamento. A principal característica do DM2 é a deficiência na secreção ou ação da
insulina, a qual acarreta numerosas condições com efeitos primários e secundários
sobre o organismo (CRUZ et al., 2013). Dentre os quais podem-se citar as
complicações sistêmicas, incluindo hiperglicemia, hipotensão ortostática, obesidade,
doenças cardiovasculares, disfunção vestibular, deficiência visual, comprometimento
cognitivo e os declínios relacionado com a idade (HERZOG, 2012).
Frequentemente, indivíduos com DM apresentam queixas de tontura e
instabilidade postural (MORRISON et al., 2010). A estabilidade do corpo depende da
recepção adequada de informações de componentes sensoriais, cognitivos,
integrativos centrais (principalmente cerebelo) e musculoesqueléticos, de forma
altamente integrada. O efeito cumulativo de alterações relacionadas à idade,
doenças e meio ambiente inadequado parecem predispor à queda (BUKSMAN et al.,
2008).
Os problemas do controle motor apresentados por pessoas com DM2 estão
associados não apenas ao prejuízo da função sensorial periférica, mas também a
achados clínicos específicos comuns em idosos, como a força muscular reduzida,
visão prejudicada ou função do sistema vestibular alterada (VOLPATO et al., 2012).
As quedas apresentam alta prevalência e complicações para a saúde das
pessoas idosas, além de altos custos assistenciais (BOHL et al., 2010; CABRAL et
al., 2013), sendo assim considerada um dos problemas mais sérios de saúde nessa
população. Para a Organização Mundial de Saúde, as quedas são a segunda causa
de morte acidental ou não intencional em todo o mundo, e os idosos com 65 anos ou
mais são os que mais sofrem com as quedas fatais (OMS, 2016).
Para este grupo da população de alto risco, uma série de fatores pode
predispô-los a maior probabilidade de sofrer um evento adverso. Embora alguns
desses fatores sejam generalizáveis para a população idosa, como quedas
relacionadas com a idade no controle de equilíbrio postural, força muscular e
capacidade de deambular (SCHWARTZ et al., 2008; MORRISON et al., 2010),
outros são específicos a este processo da doença que podem incluir o
desenvolvimento de neuropatia, retinopatia, mau controle glicêmico, medicação para
diabetes e / ou polifarmácia (BERLIE, GARWOOD, 2010).
20
A contribuição combinada destes fatores significa que o risco de cair para uma
pessoa com DM2 aumenta de modo considerável quando comparado a um adulto
saudável da mesma idade (PIJPERS et al., 2012). Desta forma, a presença de DM2
pode ser considerada um forte preditor para queda (YAU, 2013).
A chance de queda é ainda maior para individuos mais velhos, fato que
estaria relacionado com a presença da sarcopenia (redução de massa muscular)
comum no processo de envelhecimento. Os idosos com diabetes caem 1,25 vezes
por ano, em média, e 41% daqueles que caem, o fazem mais de 2 vezes (ALLET et
al., 2010).
Tais experiências podem causar um medo de cair e, consequentemente,
afetar significativamente atividades diárias e reduzir a qualidade de vida. Além disso,
a cirurgia para reparação da fratura após queda e complicações posteriores limita a
independência e, em casos graves, pode até levar a morte (GILLESPIE et al., 2009;
MOYLAN et al., 2007).
Assim, o evento de queda é considerado uma variável importante relacionada
a saúde dos idosos e, em particular, os com DM, que devem ser vistos como uma
população em necessidade de prevenção de quedas (FREIBERGER et al., 2012).
O entendimento das inter-relações e associação entre as variáveis apontadas
na literatura como indicadores de “ risco” de quedas possibilita a identificação de
agrupamentos que melhor caracterizam os perfis presentes em populações
específicas. A identificação de perfis pode colaborar no desenvolvimento de
avaliações e intervenções multidimensionais específicas e, consequentemente, mais
eficazes, evitando assim, o desperdício de recursos (COUTO et al., 2012).
Muitos instrumentos foram desenvolvidos para identificar o risco de quedas
em idosos em vários contextos (hospitais, instituições e na comunidade) (CLOSE et
al., 2011). Contudo, a maior parte dos estudos tem buscado pontos de corte para
testes físicos-funcionais isolados que possam identificar idosos com maior risco de
cair, tais como o Time Up ang Go Test (TUGT) (ROCKWOOD et al., 2000), Five
Step Test (MURPHY et al., 2003), Sit to Stand Test (CSUKA et al., 1985), Reach
Functional (DUNCAN et al., 1990); e teste de velocidade habitual de marcha
(RUGGERO et al., 2013).
No entanto, nenhum teste isolado tem mostrado uma capacidade preditiva
adequada (SCOTT et al., 2007;TIEDEMANN et al., 2008). Instrumentos multifatoriais
têm sido desenvolvidos para detecção do risco de cair, especialmente em idosos
hospitalizados ou residentes em instituição de longa permanência. Estes
21
instrumentos combinam fatores de risco clínicos e testes físico-funcionais (SCOTT et
al., 2007).
Recentemente, um instrumento de medida para a avaliação do risco de
quedas, o Quick Screen Clinical Falls Risk Assessment (QuickScreen), desenvolvido
por autores australianos (TIEDEMANN et al., 2010), foi traduzido, validado e
adaptado culturalmente para uma amostra de idosos brasileiros (DIAS et al, 2016).
Este instrumento avalia os seguintes itens: história de queda; o uso de
medicamentos (piscotrópicos e polifarmácia); acuidade visual; sensibilidade tátil do
pé; força dos membros inferiores e equilíbrio. Seu principal objetivo é avaliar o risco
multifatorial de quedas em idosos que vivem na comunidade, sendo usada na
prática clínica , especialmente na atenção primária em saúde, bem como discriminar
entre “multiple fallers” (idosos que sofrem duas ou mais quedas) e “non-multiple
fallers” (idosos que sofreram uma ou nenhuma queda) (DIAS et al, 2016).
Enquanto numerosos estudos têm-se centrado na implementação de
intervenções para prevenção de quedas em idosos saudáveis (BAKER et al, 2007;
PETERSON et al., 2009), observa-se na literatura existirem menos exemplos de
intervenções orientadas para redução de quedas em indivíduos com DM2, apesar do
risco elevado acima mencionado nesta população. Faz-se necessário a identificação
da probabilidade de risco para quedas visando um planejamento de estratégias
preventivas e reabilitativas específicos para cada particularidade dos idosos com
DM2.
22
1.2 Justificativa
O DM2 é uma doença crônica com alta prevalência na população idosa. Seus
efeitos sistêmicos levam a repercussões negativas nos aspectos físicos e funcionais.
Muitas destas alterações elevam o risco destes pacientes sofrerem eventos de
queda e suas consequentes complicações. Tendo em vista esse fato, o manejo
destes pacientes deve ser amplo no que se refere às estratégias de prevenção. Por
meio de um instrumento validado recentemente para a população brasileira,
denominado Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, é possível quantificar a
probabilidade do risco de quedas para esses indivíduos, podendo, ainda, ser
realizada a associação deste risco a variáveis sociodemográficas, clínicas,
funcionais e psico-cognitivas. O conhecimento destes dados é importante para que
as condutas e as ações preventivas adotadas pelos profissionais de saúde com
esses pacientes sejam mais específicas e direcionadas para a real prioridade de
cada caso, tornando-as mais efetivas e eficientes, evitando desta forma os eventos
de queda e suas graves consequências.
23
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral:
Avaliar a probabilidade do risco de quedas em idosos com Diabetes Mellitus tipo
2 por meio do Quick Screen Clinical Falls Risk Assessment.
1.3.2 Objetivo Específico:
1- Relacionar a probabilidade de risco de quedas de idosos com DM2 e variáveis
sociodemográficas, clínico-funcionais, psico-cognitivas, dos sistemas do
controle postural e do desempenho funcional.
24
1.4 Revisão
1.4.1 Diabetes Mellitus Tipo 2
O Diabetes Mellitus (DM) é considerado um espectro de Síndrome de
distúrbio metabólico de carboidratos resultante da produção, secreção ou utilização
deficiente de insulina, sendo caracterizado por hiperglicemia crônica,
frequentemente acompanhado de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção
endotelial (GARBER et al., 2013).
A classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela
Associação Americana de Diabetes (ADA), inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1
(DM1), DM tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e DM gestacional
(AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2015; AMERICAN DIABETES
ASSOCIATION, 2014). Ainda existem duas categorias referidas como pré-diabetes:
glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose diminuída. Sendo classificadas
como fatores de risco para o desenvolvimento do DM e de doenças
cardiovasculares, e não como doença. (SBD, 2009).
O DM2 é a forma mais frequente e de alta prevalência nos idosos. Definido
como um grupo de desordens metabólicas caracterizada por hiperglicemia resultante
da deficiência na secreção ou ação da insulina ou ambos. Apresentando graus
variáveis de deficiência e resistência à ação da insulina. A resistência pode preceder
o aparecimento da deficiência insulínica que se acentua com a evolução da doença
(FREITAS, 2013).
A insulina é um hormônio peptídico secretado pelo pâncreas (células β das
Ilhotas de Langerhans), em função da elevação dos níveis glicêmicos na circulação.
Após ser secretada, vai para o fígado onde promove o armazenamento da glicose
como glicogênio, reduzindo a neoglicogênese e, consequentemente, a produção
hepática deste monossacarídeo. Na circulação geral, se liga a receptores
específicos, resultando no transporte de glicose na célula (FREITAS, 2013).
Na insulinorresistência, há diminuição da insulina endógena em seus tecidos-
alvo, particularmente o fígado, músculos e tecido adiposo. Apesar de poder ser de
origem genética, na maioria das vezes é decorrente de causas adquiridas como, por
exemplo, adiposidade abdominal, obesidade e sedentarismo. A evolução da doença
leva à deficiência da produção de insulina, com consequente intolerância à glicose,
levando à hiperglicemia de jejum. Estes pacientes não dependem de insulina
25
exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metabólico adequado (TESSIER, 2004).
Além da hiperglicemia crônica, anormalidades no metabolismo de lipídios
(excesso de ácidos graxos livres circulantes no sistema portal) são observadas com
frequência em diabéticos tipo 2 (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2005),
contribuindo para a formação de ateromas e aparecimento de lesões no músculo liso
dos vasos sanguíneos, além de disfunções endoteliais, nefropatia, retinopatia,
neuropatia e hipertensão desencadeadas pela resistência à insulina (GROOP et al.,
2005).
Nas últimas décadas, foi possível a identificação de numerosas variantes
genéticas associadas ao DM2, mas ainda uma grande proporção da herdabilidade
permanece sem explicação. Entre os fatores ambientais associados estão
sedentarismo, dietas ricas em gorduras e envelhecimento. A maioria destes
pacientes apresenta sobrepeso ou obesidade. O DM pode ocorrer em qualquer
idade, mas o diagnóstico é dado geralmente após os 40 anos (DIRETRIZES SBD,
2016).
Estima-se que a população mundial com DM seja da ordem de 415 milhões e
que alcance 642 milhões em 2040. No Brasil, no final da década de 1980, estimou-
se a prevalência do DM na população adulta em 7,6%. Em 2015, o IDF Diabetes
Atlas mostrou que um em cada 11 adultos tem DM. Sendo que, destes pacientes,
um em cada dois ainda não foi diagnosticado (IDF DIABETES ATLAS, 2015).
O aumento do número de diabéticos está relacionado ao crescimento e
envelhecimento populacional, assim como a maior urbanização, progressiva
prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como a maior sobrevida de
pacientes com DM. A natureza crônica, gravidade das complicações e os meios
necessários para controlá-las tornam o DM uma doença muito onerosa não apenas
para os indivíduos afetados e suas famílias, mas também para o sistema de saúde
(IDF DIABETES ATLAS, 2013; MOURA, 2012).
Os gastos diretos com DM variam entre 2,5 e 15% do orçamento anual da
saúde de um país, dependendo de sua prevalência e do grau de complexidade do
tratamento disponível. Estimativas do custo direto para o Brasil oscilam em torno de
3,9 bilhões de dólares, em comparação com 0,8 bilhão para a Argentina e 2 bilhões
para o México (BARCELÓ et al., 2003). Os custos com a doença não são apenas
econômicos. Há também prejuízos intangíveis que apresentam grande impacto na
vida das pessoas com diabetes e seus familiares e que são difíceis de quantificar,
26
como dor, ansiedade, inconveniência e perda de qualidade de vida (DIRETRIZES
SBD, 2016).
No tratamento do DM2, condição na qual a maioria dos indivíduos também
apresenta obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia, as intervenções devem
abranger controle glicêmico e metabólico, prevenção das complicações agudas ou
crônicas, a adaptação psicossocial do indivíduo doente e seus familiares, adesão ao
regime medicamentoso e, principalmente, a mudança no estilo de vida (MELO,
2013).
O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), no Brasil, que define e prioriza as ações e os
investimentos necessários na preparação do país para enfrentar e deter as DCNT,
destaca a necessidade de ações voltadas à promoção de hábitos de vida saudáveis
(Ministério da Saúde; 2011).
Há evidências de que estilo de vida com maus hábitos alimentares e reduzida
prática de atividade física, associam-se a acentuado incremento na prevalência de
DM2. Os programas de prevenção primária baseiam-se em intervenções na dieta e
na prática de exercícios, visando combater o excesso de peso em indivíduos com
maior risco de desenvolver diabetes (LINDSTROM et al., 2006).
Dentre as medidas para prevenção, avaliação e controle do DM2, destacam-
se as ações de educação em saúde individual e/ou em grupos. No Brasil, tais ações
têm sido prioritariamente desenvolvidas em grupos coordenados por profissionais da
saúde e realizados em serviços de atenção básica, os quais ficaram popularmente
conhecidos como “grupos Hiperdia” (MELO, CAMPOS, 2014).
Ainda, nesse contexto, o Plano Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, o Guia Alimentar da População Brasileira, o Programa Academia da
Saúde e o da Saúde na Escola, bem como o acesso gratuito ao tratamento
farmacológico do DM são importantes estratégias em vigor no Brasil para a
prevenção e o enfrentamento do cenário atual. O controle dos fatores de risco
associados ao diabetes, por meio de medidas como estas, pode contribuir para a
diminuição da incidência da doença e de suas complicações crônicas, bem como
reduzir os custos gerados sobre o sistema de saúde (FLOR, CAMPOS, 2017).
27
1.4.2 - Envelhecimento e o risco de quedas
O Brasil tem passado por um processo de transição demográfica de forma
bastante rápida, com um aumento no numero de idosos e diminuição no número de
crianças (AGUIAR et al., 2011). Segundo a Organização Mundial da Saúde, de 2015
a 2050, a proporção da população mundial com mais de 60 anos vai aumentar de
12% para 22% (WHO, 2015).
Esta constatação influencia significativamente no perfil de sáude da
população, pois um país que antes apresentava necessidades de programas e
campanhas voltados para doenças infecto-contagiosas, hoje se depara com
doenças crônico-degenerativas que exigem cuidados constantes, medicações
contínuas e exames periódicos (VERAS, 2009). Este fato gera aumento dos gastos
públicos com recursos humanos, diagnósticos e terapias, que são cerca de três a
sete vezes a mais do que o custo médio com a população em geral (WONG et al.,
2013).
Acredita-se que o envelhecimento seja um processo dinâmico e progressivo,
caracterizado por alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas
que acontecem ao longo dos anos, o que determina maior vulnerabilidade e,
consequentemente, aumento da incidência de doenças e morte. As alterações que
caracterizam esse processo são facilmente observáveis ou mesmo sentidas por
todos, mas os mecanismos biológicos que ocorrem para o seu desenvolvimento
permanecem, em grande parte, desconhecidos (LUSTRI, MORELLI, 2007).
Há uma combinação de genética e estilo de vida e fatores que podem
acelerar ou retardar o processo de envelhecimento. Várias doenças crônicas estão
associadas a idade avançada que incluem doenças cardiovasculares (DCV),
Diabetes, síndrome metabólica e doença de Alzheimer. Isso resulta num aumento
exponencial da carga de doença na sociedade moderna em relação a algumas
décadas atrás. Considerando a sexta década de vida um fator de risco para a rápida
progressão e início de doenças associadas à idade, o fardo da doença quase
dobrará nos próximos 35 anos (PETERSEN. et al., 2016).
As doenças crônicas associadas ao envelhecimento compartilham etiologias
comuns que se originam de duas entidades principais: o estresse oxidativo e a
inflamação crônica. Oxidantes são produzidos por respostas fisiológicas e
metabolismo celular normal. Contudo, quando a produção de oxidantes supera a
capacidade de antioxidantes endógenos, ocorre o estresse oxidativo. Além disso,
28
enquanto a inflamação é crucial para reparação de lesão tecidual e defesa contra
patógenos invasores e produtos químicos, também resulta em detrimento não
intencional de células anteriormente não lesadas. Embora estes sejam sistemas
necessários no corpo, podem ter consequências prejudiciais no que diz respeito ao
envelhecimento acelerado e à progressão da doença associada à idade
(PETERSEN et al., 2016).
Sabe-se ainda que processos degenerativos nos sistemas nervoso central
(como a perda de neurônios sensoriais e motores) e musculares (perda de fibras
musculares de tipo II) são comuns ao processo de envelhecimento. Somados a
inatividade física, resultam em prejuízo do equilíbrio e desempenho de força /
potência muscular. Fatos que representam um grande impacto na ocorrência de
quedas (GRANACHER et al.; 2008).
A instabilidade postural é uma queixa frequente do paciente idoso
(FERREIRA et al., 2013). A função do equilibrio corporal humano depende de
informações sensoriais dos sistemas vestibulares, proprioceptivos e visual, bem
como sua integração adequada ao Sistema nervoso central (cerebelo e córtex), além
do fiel controle dos movimentos pelos centros motores que processam a informação
sensorial e transmitem os comandos necessários para os músculos efetores. Com o
avançar da idade, ocorre a deterioração destes sistemas eferentes e aferentes
caracterizando a síndrome conhecida como presbiastasia, ou síndrome do
desequilíbrio do idoso. Fato que está intimamente relacionado com quedas nesta
população (BARIN et al., 2011).
Cerca de um terço das pessoas com 65 anos ou mais caem pelo menos uma
vez por ano e a incidência aumenta com o envelhecimento (GILL et al.; 2005;
HAUSDORFF et al., 2001). As complicações das quedas são as principais causas
de morte nesses idosos, o que representa um problema de saúde significativo nesta
população (DIAS et al., 2009). As lesões físicas causadas por quedas geralmente
levam à incapacidade e perda de independência e podem aumentar o risco de morte
prematura nestes indivíduos. As consequências psicológicas incluem a depressão e
o medo de cair, fatores que também elevam o risco de quedas no futuro (STEL et
al., 2004; TINETTI et al., 2010)
Existem diversos fatores de risco para quedas associados a doenças que
podem ser classificados em intrínsecos, extrínsecos ou uma combinação de ambos,
além de fatores ambientais e o histórico de quedas anteriores (RUBENSTEIN,
2006).
29
Como fatores intrínsecos, podemos citar as doenças do Sistema Nervoso
Central, doenças espinhais e cerebelares (GASPAROTTO et al., 2014; PING et al.,
2012; FALSARELLA et al., 2014), doenças do Sistema Cardiovascular (JANSEN et
al., 2015), doenças metabólicas (GASPAROTTO et al., 2014), além de doenças do
sistema genito-urinário (ABREU et al., 2014), vestibulopatias (FERNÁNDEZ et al.,
2015), doenças oftalmológicas (PING et al., 2012) e outros fatores como: dor
crônica, insônia, doenças agudas e declínio funcional (GASPAROTTO et al., 2014;
FALSARELLA et al., 2014).
Já como fatores extrínsecos é bem definido que a polifarmácia (uso de cinco
a nove medicamentos) e a hiperpolifarmácia (10 ou mais medicamentos), comuns
em idosos, estão envolvidos na etiologia das quedas devido à interação
farmacocinética entre vários princípios ativos (LOJUDICE et al., 2010; OKUBO et al.,
2015). Os principais grupos envolvidos no aumento desse risco são: drogas de ação
central (por exemplo antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes) (PING et al.,
2012; DEANDREA et al., 2013); e drogas de ação cardiovascular e anti-inflamatórios
não-esteroides e analgésicos (PING et al., 2012). Isso porque os efeitos locais e
interação de drogas, especialmente os psicotrópicos, causam redução do equilíbrio
dinâmico, diminuição da atenção e capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo
tempo (BECKER et al., 2010).
Em relação aos fatores ambientais, foi verificado que o ambiente domiciliar
está fortemente relacionado com as quedas por apresentar inadequados suportes,
piso derrapante, pouca iluminação, presença de tapetes, escadas e superfícies
úmidas. Assim como as barreiras presentes em áreas urbanas, como calçadas e
cruzamentos desprotegidos que levam o idoso a cair com frequência, principalmente
quando está desacompanhado (UNGAR et al., 2013).
Além desses fatores descritos, questões sócio-econômicas, como baixa
renda, falta de educação e apoio social, morar sozinho e más condições de vida,
também se relacionam com a etiologia da queda. Assim como fatores
comportamentais que incluem o sedentarismo, medo de cair, quedas recorrentes,
uso inadequado de dispositivos de auxílio à deambulação, calçados impróprios, má
nutrição, má hidratação e uso de álcool, e por fim , os fatores individuais, que seriam
a idade avançada e o sexo feminino (RANAWEERA et al., 2013; SIQUEIRA et al.,
2007).
Setenta e oito por cento dos idosos que possuem quatro ou mais fatores de
risco sofrem queda. O percentual de recorrências também aumenta quando há mais
30
de quatro fatores de risco (AMERICAN GERIATRICS SOCIETY et al., 2001).
Somando-se ainda o fato de que na maioria dos casos de eventos de quedas estão
associados ao menos duas condições de saúde simultâneas e um fator ambiental.
Entretanto, em cerca de oito por cento dos casos não há identificação de nenhum
fator de risco. Portanto, é importante que haja a identificação dos fatores
predisponentes para quedas e uma valorização da interação entre os mesmos
(FALSARELLA et al., 2014).
1.4.3 Risco de quedas em idosos com Diabetes Mellitus
Com o processo de envelhecimento, o equilíbrio postural deteriora-se devido
aos múltiplos declínios e alta incidência de doenças comuns a este processo.
Déficits sensoriais nas extremidades inferiores, deficiência visual e
comprometimento vestibular influenciam significativamente para um controle postural
inadequado nos idosos. Em indivíduos com diabetes as consequências são piores
(ALSHAMMARI et al., 2014).
O Diabetes não controlado pode afetar a percepção sensorial periférica e
limitar o processamento central das informações recebidas, resultando em controle e
equilíbrio postural alterados. Essas alterações ocorrem como consequência de
modificações no sistema nervoso central, periférico, vestibular e músculo-
esquelético, assim como a visão (TURCOT et al., 2009).
A queda pode ocorrer em pacientes com Diabetes devido às muitas
complicações sistêmicas, incluindo hipoglicemia, hipotensão ortostática, obesidade,
disfunção vestibular, declínio relacionado à idade, deterioração cognitiva (HERZOG
et al., 2012) e deficiência visual, como a catarata ou glaucoma, que afetam a clareza
e acuidade visual. Além disso, a retinopatia diabética é a principal causa de cegueira
em idosos (AUBERT et al., 1995). A deficiência visual afeta o equilíbrio postural pois
a visão é um importante aferente somatossensorial (GRACE et al., 2012).
Déficits em habilidades motoras levam a feedback proprioceptivo inadequado,
equilíbrio postural comprometido e alto risco de queda. O risco de lesão relacionada
à queda é 15 vezes maior nesta população em comparação com adultos saudáveis
com idade combinada (GUTIERREZ et al.,2001; MORRISON et al., 2012)
No entanto, outro contribuinte importante pode ser a Neuropatia Periférica
Diabética (NPD), presente em 60% a 70% dos pacientes com diabetes causando
disfunção sensorial, motora e autonômica (ZOCHODNE et al., 2008). Isso pode levar
31
a uma perda de tato, vibração ou sensação de propriocepção, fraqueza ou atrofia
muscular e diminuição do controle vasomotor. A perda de sensação e a fraqueza
muscular em neuropatia periférica afeta o equilíbrio e controle postural impactando
sobre a função da marcha (BIESSELS et al., 2008) e resultando em maior risco de
quedas (OPPENHEIM et al., 1999; ). Curiosamente, a maioria das pessoas que
sofrem de polineuropatia sensório-motora distal, podem não estar cientes disso e,
portanto, seus hábitos de vida podem aumentar significativamente o risco de queda
nesta população (BONGAERTS et al., 2013).
Outros fatores como a Dor Neuropática (DNe) relacionada à NPD podem
desempenhar importantes papéis nesse risco aumentado. A DNe, definida como dor
iniciada por uma lesão ou disfunção do sistema nervoso, está presente em 25-50%
dos pacientes com NPD (VAN ACKER et al., 2009).
DNe em NPD leva a uma "marcha antálgica", para evitar ou diminuir a dor
enquanto o indivíduo anda. A marcha antalgica está associada à velocidade de
marcha reduzida, cadência e comprimento do passo mais curtos, com menos
acelerações (LALLI et al., 2013). Embora inicialmente pareça ser uma marcha mais
estável, esta pode apresentar maiores riscos de queda (BARAK et al.,2006), pois se
trata de caminhada lenta, com passos curtos e velocidade reduzida, com menos
oscilação lateral no centro de massa, e menor amplitude de mobilidade de tornozelo
e dos movimentos de flexão e extensão do quadril, resultando na maior variabilidade
da marcha (LALLI et al., 2013).
Karmakar et al. (2014), realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo-cego
para investigar o papel do alívio da DNe na diminuição da variabilidade da marcha
em pacientes com Diabetes Mellitus e postularam que a DNe é um fator de risco
potencialmente tratável e contributivo para a variabilidade e disfunção da marcha e
risco de queda.
Estudos têm demonstrado a relação entre sensibilidade plantar superficial e
controle postural. Em um estudo para avaliar o efeito de uma palmilha padrão sobre
o equilíbrio em pessoas com NPD, foi observado que participantes sem percepção
cutânea podem ser mais dependentes da estabilidade mecânica das articulações do
tornozelo e do pé para manter a estabilidade postural (PATON et al., 2016).
Especularam ainda, que as pessoas com neuropatia podem não ser tão
dependentes da percepção sensorial cutânea para manter a estabilidade postural
como aqueles sem neuropatia. Em compensação por seus déficits sensoriais, esses
pacientes podem optar por empregar uma estratégia de equilíbrio, dessa forma,
32
informações importantes sobre percepção da posição do pé gerada por mudanças
no material da palmilha é substituído ou passa despercebido (PATON et al., 2016).
Isto porque o sistema nervoso central se ajusta continuamente a contribuição
relativa das diferentes entradas sensoriais (somatossensorial, visual, vestibular) de
acordo com diferentes estímulos ambientais (CENCIARINI et al., 2006).
Além dessas complicações do Diabetes Mellitus citadas anteriormente, o
controle glicêmico inadequado, resultando em hipoglicemia, é apresentado na
literatura como um potencial mecanismo para quedas (WALLACE et al., 2002).
Embora o melhor controle glicêmico reduza complicações microvasculares
(ISMAIL-BEIGI et al., 2010) e potencialmente reduza o risco de fratura e queda
(VESTERGAARD, 2007; HOLMAN et al., 2008; PATEL et al., 2008) associados à
hipoglicemia, poderia aumentar o risco de quedas prejudiciais (BROWN et al., 2002).
Isso porque o controle glicêmico intensivo aumenta os episódios de hipoglicemia,
que poderia contribuir para o risco de fratura através do aumento das quedas em
adultos mais velhos (SCHWARTZ et al., 2008).
Estudos observacionais do controle glicêmico e quedas também relataram
resultados nos quais idosos com Diabetes e bom controle glicêmico apresentaram
associado aumento do risco de queda (NELSON et al., 2007). Outro estudo não
relatou associação entre níveis de glicemia e quedas (HUANG et al., 2010). Já
Schwartz et al. observaram que, entre idosos com Diabetes, o valor de hemoglobina
glicada de 6% foi associado ao risco aumentado de quedas, mas apenas para
aqueles que usam insulinoterapia (SCHWARTZ et al., 2008).
Além disso, a hipotensão ortostática secundária à Neuropatia autonômica
relacionada com o DM tem sido associada (JACOB et al., 2003), a um risco
aumentado de quedas em idosos (VINIK et al., 2003), porém não se detectaram
diferenças significativas no grau de alteração da pressão arterial ortostática desses
indivíduos no estudo realizado por Mathew et al. (2012). Esses autores afirmam que
é improvável que a maior taxa de quedas observada em diabéticos seja atribuída a
diferenças nas alterações ortostáticas na pressão arterial.
Um estudo anterior, sugere a possível ligação entre quedas e Diabetes
Mellitus entre os idosos da comunidade (HANLON et al., 2002), sendo significativa a
parcela do risco atribuível a déficits proprioceptivos (SIMONEAU et al., 1994) ou
reduzida força e desempenho dos músculos dos membros inferiores (ANDERSEN et
al., 1998).
33
Baseado nos resultados referenciados, aliados à prevalência de Diabetes
Mellitus tipo 2 na poplulação, a identificação dos fatores que elevam o risco de
quedas para esses pacientes poderá facilitar medidas preventivas destinadas a
reduzir tal risco.
34
2 MATERIAIS E MÉTODOS
35
2.1 Delineamento e local da pesquisa
Trata-se de um estudo observacional analítico de caráter transversal. A
avaliação ambulatorial foi realizada no Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação
Tecnológica em Saúde (NAPS) do Hospital Universitário Onofre Lopes na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
2.2 Caracterização da amostra e processo de alocação
A amostra foi constituída de 111 idosos, por conveniência, com 60 anos ou
mais, com diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2, segundo os critérios da American
Diabetes Association (ADA) e de ambos os sexos; que estavam em
acompanhamento no Ambulatório de Geriatria e Doenças Endócrinas do Hospital
Universitário da UFRN, que aceitaram participar lendo e assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1).
Consideraram-se, como critérios de inclusão, idosos que apresentaram
diagnóstico de DM2, com condições físicas e cognitivas para realizar os testes de
equilíbrio postural, como capacidade de compreender e atender a comando verbal
simples e/ou imitar movimentos; aqueles que apresentaram acuidade visual e
auditiva suficientes para a realização das atividades de vida diária, mesmo com uso
de lentes corretivas e/ou aparelhos de amplificação sonora; aqueles que não
apresentaram amputações de membros inferiores e de membros superiores acima
do nível das articulações metatarso-falangeanas e metacarpo-falangeanas,
respectivamente; aqueles que não fizeram uso de próteses em membros inferiores e
de membros superiores; aqueles que deambulem independentemente.
E como critérios de exclusão, foram excluídos da pesquisa os voluntários que
apresentassem algum desconforto ou instabilidade hemodinâmica ou desistissem da
avaliação antes que todos os dados fossem coletados.
Os voluntários selecionados receberam orientações sobre os objetivos e os
procedimentos de medida básicos da pesquisa, durante uma avaliação previamente
agendada, realizada por avaliadores previamente treinados para o preenchimento do
protocolo.
36
2.3 Aspectos éticos da pesquisa
Durante a avaliação do equilíbrio postural, intervalos de tempo para o repouso
foram fornecidos de acordo com a necessidade determinada pelo paciente. No
momento da avaliação, a segurança do paciente, quanto ao risco de uma eventual
queda, foi garantida pela presença de dois examinadores, que permaneceram
próximos aos pacientes durante os testes realizados.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob protocolo número
62384116.5.0000.5292 (Anexo I). Os dados serão mantidos em sigilo e gravados em
banco de dados do laboratório, podendo apenas ser manuseados pelo pesquisador
responsável. O início do estudo ocorreu após a emissão do parecer aprovando o
referido projeto. Todos os participantes do estudo foram informados e instruídos
quanto aos procedimentos programados, que somente foram executados após a
leitura, aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) (Apêndice 1).
2.4 Instrumentos de avaliação e procedimentos
As variáveis analisadas foram classificadas em variável dependente
(probabilidade do risco de quedas) e variáveis independentes (dados
sociodemográficos, clínico-funcionais, psico-cognitivos, dos sistemas do controle
postural e do desempenho humano), que estão descritas no quadro de variáveis
(Apêndice 2). Os instrumentos utilizados na presente pesquisa foram validados para
sua aplicação no Brasil.
2.4.1 Dados Sociodemográficos
Os dados sociodemográficos avaliados por meio de uma ficha de avaliação
foram: gênero, idade, cor, estado civil, grau de escolaridade, arranjo de moradia,
renda familiar e participação social. (Apêndice 3).
37
2.4.2 Dados Clínico-funcionais
Foram avaliados os dados clínicos: percepção subjetiva da saúde, visão e
audição, altura, peso e Índice de Massa Corporal (IMC), realização de atividade
física regular, número de doenças, número de medicamentos utilizados, tempo de
diagnóstico do DM, exames laboratoriais dos últimos seis meses para o controle do
DM, utilização de medicamentos antidiabéticos e/ou insulina e suas respectivas
classificações, presença de hipotensão ortostática, presença de dores em membros
inferiores e sua intensidade, testes de sensibilidade vibratória, proprioceptiva e
cutânea protetora, Força de Preensão Palmar (FPP), ocorrência de queda e a
presença de tontura (Apêndice 3).
Foi questionado ao paciente sobre a percepção geral da sua saúde, visão e
audição e suas respostas foram classificadas em “excelente”, “muito boa”, “boa”,
“ruim” e “muito ruim”. A altura foi mensurada por fita métrica fixada à parede, em
metros (m) e o peso por balança do tipo plataforma, em quilogramas (kg). O IMC,
também conhecido como índice de Quételet, é amplamente utilizado na avaliação do
estado nutricional de populações, obtido por intermédio da divisão da massa
corporal em quilogramas, pela estatura em metro, elevada ao quadrado
(IMC=Kg/m²) (CERVI et al., 2005). A nota de corte para os idosos é menor e igual a
22 “Baixo Peso”, maior a 22 e menor a 27 “Eutrófico” e maior ou igual a 27
“Sobrepeso” (LIPSCHITZ, 1994), valores esses utilizados pelo Sistema de Vigilância
Nutricional - SISVAN do Ministério da Saúde. A atividade física foi considerada
regularmente praticada, quando da participação do idoso em atividades físicas no
tempo livre por três ou mais vezes na semana, por mais de trinta minutos, nas
últimas duas semanas (YUSUFT et al., 1996).
Quanto ao DM, questionou-se o tempo de diagnóstico desta doença; os
valores dos exames laboratoriais de hemoglobina glicada e glicemia dos últimos seis
meses; se faz uso de medicação para diabetes (medicamento via oral,
insulinoterapia ou medicação oral associado com insulinoterapia); o tipo de
medicamento oral (Hipoglicemiante oral, Sensibilizadores da ação da insulina,
redutores da neoglicogênese ou inibidores da α-glicosidase); e o tipo de insulina
(NPH (regular), Insulina regular (ação rápida), lenta ou ultra-rápida).
Investigou-se ainda a presença de hipotensão ortostática mensurando-se a
pressão arterial com o paciente deitado e em pé. Sabe-se que a queda de 20 mm
38
Hg da pressão arterial sistólica e 10 mmHg da pressão arterial diastólica quando
este paciente fica em pé e ainda sintomas de hipoperfusão cerebral caracteriza este
problema (WANJGARTEN et al., 2007). Também foi questionada a presença de dor
em membros inferiores e a intensidade da dor, por meio da Escala Visual Analógica.
A sensibilidade cutâneo-protetora foi verificada por meio dos monofilamentos
de Semmes-Weinstein® (figura 1). Este conjunto é formado por seis monofilamentos
de nylon com diferentes diâmetros, os quais quando pressionados contra a pele
podem gerar uma pressão que varia de 0,05 a 300g. Quanto menor a gramagem
sentida pelo avaliado, melhor sua sensibilidade (TOLEDO, BARELA, 2010). Neste
estudo, foi utilizada para demonstração, a região do antebraço do MMSS dominante.
O teste foi aplicado na superfície plantar dos pés direito e esquerdo, na região da
articulação metatarsofalangeana (TOLEDO, BARELA, 2010) e na região plantar do
hálux. Na presença de úlceras e hiperqueratoses, a região adjacente foi testada.
Figura 1. Monofilamentos de Semmes-Weinstein®
utilizado para verificar a sensibilidade
cutâneo-protetora.
Para sensibilidade vibratória, utilizou-se o diapasão de 128 Hz nos maléolos
medial e lateral e base do primeiro metatarso, face dorsal, bilateralmente. Na
presença de úlceras, a mesma conduta anterior foi eleita (figura 2).
Figura 2. Diapasão de 128 Hz utilizado para avaliar a sensibilidade vibratória.
O teste de sensibilidade proprioceptiva ou cinético postural foi realizado com o
paciente em decúbito dorsal. O paciente manteve-se com os olhos fechados, e
então o examinador posicionou um dos membros em determinada posição e
solicitou para que o paciente reproduzisse o mesmo posicionamento do membro
contralateral. Havendo integridade da sensibilidade profunda, o paciente realizaria o
movimento corretamente (SPECIALLI, 1996).
39
Realizou-se a mensuração de força muscular por intermédio do teste de força
de preensão palmar (FPP). O teste foi realizado com dinamômetro preensão palmar
Jamar® (figura 3) sendo executado conforme a orientação do fabricante. O paciente
deve estar na posição sentada, pés apoiados no chão, o dinamômetro deve ser
segurado na mão dominante, o braço deve ficar levemente abduzido, antebraço
fletido a 90° e punho em posição neutra. O resultado é dado em quilogramas (kg) e
obtido a partir da média resultante de três medidas.
Figura 3. Dinamômetro preensão palmar Jamar® utilizado para mensurar a força muscular
por meio da preensão palmar.
Todos os participantes foram questionados sobre a presença de tontura
crônica (a partir de 3 meses). Considera-se como tontura a percepção confusa, uma
ilusão ou alucinação de movimento, uma sensação de desorientação espacial do
tipo rotatório (vertigem) ou não rotatório (instabilidade, desequilíbrio, flutuação,
oscilação, oscilopsia) (GANANÇA, CAOVILLA, 1998). O paciente informou também
sobre a ocorrência de quedas no último ano e sobre o relato de medo de sofrer
quedas.
2.4.3 Dados Psico-Cognitivos
Os dados psicocognitivos foram avaliados pelo teste cognitivo Mini-Mental
State Exam (MEEM) e Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (EDG – 15).
O MEEM foi validado transculturalmente para o idioma Português,
amplamente utilizado para rastrear casos com suspeita de déficit cognitivo
(FOLSTEIN et al., 1975) (Anexo II). Foram adotadas para a pesquisa as notas corte,
de acordo com a escolaridade: para analfabetos 20; para pacientes com
escolaridade de 1 a 4 anos, 25; para pacientes com 5 a 8 anos, 26; com 9 a 11
40
anos, 28; para indivíduos com escolaridade superior a 11 anos, 29 (BRUCKI et al.,
2003). Os autores sugerem que indivíduos com escores inferiores aos das medianas
descritas sejam submetidos à avaliação neuropsicológica mais detalhada.
Em relação à saúde mental foi aplicada a EDG–15. Trata-se de um
instrumento de fácil e rápida aplicação, capaz de identificar sinais de depressão em
paciente idosos (Anexo III). Esta versão é composta por 15 questões, com opções
de respostas “sim” ou “não”, em que a pontuação de 0 a 4 pontos indicam pacientes
não deprimidos; de 5 a 10 pontos indícios de depressão leve ou moderada; e de 11
a 15 pontos, indícios de depressão grave ou intensa (YESAVAGE et al., 1983).
2.4.4 Avaliação dos sistemas do controle postural - Avaliação do equilíbrio postural
Para avaliação funcional do equilíbrio postural foi utilizado o Mini- The
Balance Evaluation Systems Test (BESTest), Mini-BES Test (Anexo IV). O Mini-
BES Test é formado por 14 testes, com um total de 36 itens. As questões são
divididas em quatro seções, que correspondem aos sistemas responsáveis pela
manutenção do equilíbrio. São elas: 1. Transições e ajustes posturais
antecipatórios; 2. Respostas posturais à perturbação; 3. Orientação sensorial; e 4.
Estabilidade na marcha que inclui o teste Time Up and Go (TUGT) simples e dupla
tarefa. Cada item é pontuado em uma escala ordinal de três pontos variando de zero
a dois pontos, em que zero é o pior desempenho e dois, o melhor (HORAK et al.,
2009).
2.4.5 Avaliação da probabilidade do risco de quedas
A probabilidade do risco de cair foi avaliado por meio do Quick Screen Clinical
Falls Risk Assessment denominado QuickScreen® que é uma ferramenta de
avaliação multifatorial do risco de cair (TIEDEMANN et al., 2010), exigindo
treinamento adequado e seus procedimentos de avaliação estão descritos em um
manual desenvolvido pelos pesquisadores vinculados ao Neuroscience Research
Australia (NeuRA) (Anexo VI).
O instrumento é composto de oito itens com respostas do tipo SIM (se o risco
estiver presente) e NÃO (se o risco não estiver presente) e englobam perguntas
sobre o histórico de quedas nos últimos 12 meses, o uso de quatro ou mais
41
medicações (excluindo vitaminas) e o uso de qualquer psicotrópico, além dos testes:
de baixo contraste visual, de sensibilidade tátil, de semi-tandem, do passo alternado
e de sentar e levantar da cadeira. Posteriormente, é realizada a somatória das
respostas SIM e a classificação final é categorizada conforme descrito no quadro
abaixo (Quadro 1).
Quadro 1: Categorização do QuickScreen® quanto à probabilidade do risco de quedas.
No DE FATORES
DE RISCO
PROBABILIDADE
DO RISCO DE QUEDA
0 a 1 fator 7%
2 a 3 fatores 13%
4 a 5 fatores 27%
6 ou mais fatores 49%
Foi considerado um bom instrumento para avaliar o risco de quedas na
Austrália, sendo capaz de predizer a probabilidade de quedas dos idosos nos
próximos 12 meses. Dentre as suas principais vantagens estão: aplicação rápida (no
máximo15 minutos) e necessidade de pouco material. Dentre os materiais utilizados
estão: um estesiômetro, um cronômetro, um step (degrau ou banco) de 18 cm de
altura, uma cadeira (com ou sem braços) com o encosto reto e um papel cartão de
2,5 cm, papel e caneta (DIAS et al., 2016).
Figura 4. Ilustração dos materiais e métodos utilizados para a realização do protocolo do
QuickScreen®.
A confiabilidade intra-avaliador do instrumento foi demonstrada em uma
amostra de 30 participantes idosos com média de idade de 80,1 anos em um
42
intervalo de reteste de 15 dias com índices de confiabilidade que variaram de
excelente para os testes Sit-to-stand test (0,89, 95% IC=0,79-0,95), passo alternado
(0,78, 95% IC= 0,59-0,89) e para o teste de sensibilidade ao contraste visual (0,81,
95% IC= 0,64-0,90) a moderado para os testes de semi-tandem (0,52, 95% IC=0,21
0,74) e de sensibilidade tátil (0,51, 95% IC= 0,19-0,74) (TIEDEMANN et al., 2010).
Baseado na análise de aplicabilidade feita com 32 médicos na Austrália, os
autores demonstraram que o instrumento é viável para ser usado na prática clínica.
Cerca de 80% destes clínicos relataram que o instrumento leva 10 minutos ou
menos para ser aplicado e 88% identificaram como útil ou muito útil numa escala de
0 a 4 pontos (DIAS et al., 2016).
A validade externa foi testada num seguimento de 12 meses utilizando-se de
dados secundários de 362 idosos com idade média de 80 anos, sendo 35% homens,
incluídos em um grupo controle de um ensaio clínico de prevenção de quedas. O
instrumento foi capaz de identificar caidores múltiplos (recorrentes, 2 ou mais
quedas) com uma acurácia de 72% (DIAS et al., 2016).
2.4.6 Avaliação da restrição do desempenho humano
A capacidade funcional e restrição de atividades foram avaliadas por meio do
WHODAS 2.0, versão curta de 12 itens. Ele foi elaborado a partir de um amplo
estudo multicêntrico, envolvendo 19 países em todo o mundo e adaptado para 27
idiomas. Este instrumento foi desenvolvido recentemente com o objetivo de medir a
restrição de desempenho em atividades de forma a contemplar os domínios
propostos pela CIF (Classificação Internacional Funcionalidade). Inclui os seguintes
domínios e atividades: 1.Cognição: atividades de comunicação e de pensamento; 2.
Mobilidade: atividades como ficar em pé e mover-se; 3. Autocuidado: atividades de
auto higiene; 4. Relacionamento: que avalia as interações com outras pessoas e as
dificuldades encontradas em virtude de uma condição de saúde; 5. Atividades de
Vida: que avalia dificuldades com as atividades do dia a dia; 6. Participação: que
avalia as dimensões sociais, tais como as atividades comunitárias, barreiras e
obstáculos no mundo em torno do indivíduo, e problemas com outras questões, tais
como manutenção da dignidade pessoal (SILVEIRA et al., 2013).
O WHODAS 2.0 é uma escala do tipo Likert, composta por 12 perguntas, em
cada um dos domínios citados previamente. O participante avaliará o grau de
43
dificuldades para realizar as atividades, nos últimos 30 dias e poderá escolher uma
das seguintes possibilidades de respostas: 1. Nenhum; 2. Leve; 3. Médio; 4. Grave e
5. Extremo ou não consigo fazer. Há duas opções para se computar o escore total
do instrumento: a simples, na qual se somam os escores de cada item e o complexo
no qual é feito uma parametrização baseada no “itemresponse - theory” (IRT),
levando-se em conta o grau de dificuldade de cada item respondido (SILVEIRA et
al., 2013) (Anexo V).
2.5 Desenho do Estudo
Figura 5: Ilustração do procedimento da pesquisa.
2.6 Análise Estatística
Todos os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software
SPSS versão 17.0 para Windows. A normalidade de distribuição dos dados foi
verificada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov, sendo observada ausência de
distribuição normal para a variável dependente “probabilidade do risco de cair”
(quantitativa). Para a análise descritiva foram utilizadas medidas de tendência
central e dispersão, frequência absoluta e relativa. Para análise inferencial, foram
verificadas associações entre a “probabilidade do risco de cair” e as variáveis
independentes qualitativas, por meio do teste Qui-quadrado ou Exato de Fisher e
para as variáveis quantitativas o teste de Kruskall-Wallis com o ajuste do teste post
hoc. Em todas as análises estatísticas foi adotado um nível de significância de 5%
(p<0,05).
44
Para a realização do cálculo amostral, levou-se em consideração o fato de
que o estudo visa à análise da variável dependente “probabilidade do risco de
quedas”, com o objetivo de estudar as associações envolvidas com esta variável.
Dessa forma, supondo encontrar distribuição de porcentagem de casos nos níveis
de probabilidade do risco de quedas com variação de 6 a 50% e para obtermos
estimativas com 95% de confiança, necessitamos de no mínimo 16 casos em cada
nível de risco. Portanto, para o desenvolvimento do estudo necessitamos de no
mínimo 64 casos.
A fórmula utilizada para este cálculo é dada por (LWANGA et al., 1991):
n = [z (alfa)] 2 * p *(1-p)
d2
onde: n = tamanho amostral
z(alfa) = valor obtido através da distribuição Normal
se queremos um intervalo de confiança de 95% - z(alfa) = 1,96
p = proporção esperada
d = precisão da estimativa= (tamanho do intervalo)/2.
45
3 RESULTADOS
46
Os idosos que integraram a pesquisa faziam parte de uma lista com 190
contatos de pacientes atendidos nos ambulatórios de Geriatria e Endocrinologia do
Hospital Universitário da UFRN. Destes, apenas 111 constituíram a amostra. Pois,
depois de realizadas as ligações para contatá-los, foram constatadas 3 mortes e 76
indivíduos não participaram por motivos que estão descritos no fluxograma abaixo.
Figura 6: Ilustração do procedimento de recrutamento e seleção da amostra.
Ao total, 111 idosos formaram a amostra do presente estudo, os quais se
caracterizaram com média etária de 68,6 (± 6,5) anos e maior ocorrência para a
faixa etária de 60-69 anos (64,9%), da maioria feminina (64%), com vida conjugal
(68,5%) e escolaridade até o “fundamental I completo ou pós fundamental” (64%)
com média de 6,9 (±5,33) anos de estudos. Mais da metade relatou participação nas
atividades comunitárias (58,6%), arranjo de moradia “com companhia” (96,4%) e
renda de “3 ou mais salários mínimos” (51,4%).
Na tabela 01, estão representados os dados clínico-funcionais, dos quais
predominou a percepção subjetiva da saúde geral como “excelente, muito boa ou
boa” (58,6%), assim como para a visão (55,0%). A presença de dor em MMII foi
referida em 48,6%, apresentando média de 3,27 ± 3,78 na EVA. A maior parte dos
avaliados informou não praticar atividade física de forma regular (73,9%).
Os pacientes relataram entre uma e dez comorbidades, com predomínio de
doença do aparelho circulatório (78,4%). O número de medicamentos utilizados foi
de cinco ou mais (67,6%), sendo que 91,0% utilizavam medicação oral para DM2 e a
47
minoria necessitava de insulina (30,6%), O tempo de diagnóstico do Diabetes foi
acima de cinco anos (61,3%) com média de 11,76 (±10,29) anos.
Em relação ao histórico de quedas no último ano, 70,3 % dos idosos não
sofreram eventos de quedas. Porém, um maior número dos avaliados relatou medo
de quedas (80,2%) e tendência (50,5%) a quedas.
Quanto à probabilidade do risco de queda, avaliado por meio do QuickScreen,
prevaleceu de 2-3 fatores de risco (35,1%), referente à probabilidade de 13% de
risco de queda. Foram observados no mínimo 0 e no máximo 8 fatores de risco
(média de 3,45 ± 1,99 fatores) e probabilidade mínima de 7% e máxima de 49%
(média 21,64% ± 13,55%). Os demais dados encontram-se na tabela 02.
Tabela 01 - Dados Clínico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variável Categoria n %
Diminuição de força de preensão palmar
Sim Não
47 64
42,3 57,7
IMC Baixo peso-Eutrófico Sobrepeso-Obeso
39 72
35,1 64,9
Mini Exame do Estado Mental Apresentadeficitcongnitivo Nãoapresenta déficit
cognitivo
48 63
43,2 56,8
Escala de Depressão Geriátrica (EDG) Sintomasdepressivos
Normal
56 55
50,5 49,5
Hipotensão Ortostática Sim Não
27 84
24,3 75,7
Sensibilidade Proprioceptiva Preservada
Alterada 101 10
91,0 9,0
Sensibilidade Vibratória Preservada
Alterada 55 56
49,5 50,5
Sensibilidade Cutâneo-Protetora Preservada
Alterada 68 43
61,3 38,7
Time Up And Go Test (TUGT) Menor risco de quedas Maior risco de quedas
94 17
84,7 15,3
Quedas no último ano Nenhuma 1 ou mais quedas
78 33
70,3 29,7
Medo de quedas Sim
Não 89 22
80,2 19,8
48
Tendência a quedas Sim Não
56 55
50,5 49,5
Tontura Sim
Não 40 71
36,0 64,0
Tabela 02 - Dados da avaliação da probabilidade do risco de quedas de uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Fator de risco Catergoria n %
Quick Screen seção quedas Sim Não
34 77
30,6 69,4
Quick Screen seção medicação 1 Sim
Não 89 22
80,2 19,8
Quick Screen seção medicação 2 Sim
Não 17 94
15,3 84,7
Quick Screen seção visão Sim
Não 54 57
48,6 51,4
Quick Screen seção sensação periférica Sim
Não 42 69
37,8 62,2
Quick Screen seção equilíbrio Sim
Não 39 72
35,1 64,9
Quick Screen seção tempo de reação Sim
Não 54 57
48,6 51,4
Quick Screen seção força Sim
Não 53 58
47,7 52,3
Número fatores e Probabilidade
do risco de quedas
0-1/7% 2-3/13% 4-5/27% 6+/49%
20 39 36 16
18,0 35,1 32,4 14,4
3.1 Analise inferencial
Houve associação entre a variável sócio-demográfica “escolaridade” e
“probabilidade do risco de quedas” (p= 0,005), tendo a categoria
“Analfabeto/fundamental I incompleto” com maior prevalência (68,8%) para o grupo
“49% de probabilidade do risco de quedas”; e a categoria “Fundamental I completo/
pós fundamental” com maior prevalência (85%) para o grupo “7% de probabilidade
49
risco de quedas”. Estes dados demonstram que quanto menor a escolaridade maior
a probabilidade do risco de quedas (Tabela 3).
Tabela 3. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as variáveis sócio-demográficas de
uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variáveis
sócio-demográficas
0-1 7%
2-3 13%
4-5
27%
6 ou + 49%
p
n % n % n % n % Sexo
Feminino 10 50,0 25 64,1 23 63,9 13 81,2 0,288b
Masculino 10 50,0 14 35,9 13 36,1 3 18,8
Escolaridade
Analfabeto/ fundamental I incompleto 3 15 11 28,2 15 41,7 11 68,8 0,005b
Fundamental I completo/ pós fundamental
17 85,0 28 71,8 21 58,3 5 31,2
Arranjo de moradia
Com companhia 20 100,0 36 92,3 35 97,2 16 100,0 0,535a
Sem companhia 0 0,0 3 7,7 1 2,8 0 0,0
a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado.
Em relação às variáveis clinico-funcionais, houve diferença estatisticamente
significante entre a variável “probabilidade do risco de quedas” e variável “Saúde
geral” (p= 0,001), em que a categoria “Excelente, muito boa ou boa” apresentou
maior prevalência nos grupos “7% de probabilidade do risco de quedas” (85%) e no
grupo “13% de probabilidade do risco de quedas” (69,2%). Em contrapartida, a
categoria “Ruim ou muito ruim” obteve predomínio para os grupos “27% e 49% de
probabilidade do risco de quedas” com 52,8% e 75% de predomínio para cada
grupo, respectivamente (Tabela 4).
A variável clinico-funcional “Visão” também apresentou associação com a
variável “probabilidade do risco de quedas” (p= 0,017). A categoria “Excelente, muito
boa ou boa” apresentou maior prevalência para os grupos com menor probabilidade
de risco de quedas (7% e 13% de probabilidade) com 85% e 53,8% de prevalência
para cada grupo, respectivamente. Já a categoria “Ruim ou muito ruim” obteve
predomínio nos grupos com maior probabilidade de risco de quedas (27% e 49% de
probabilidade) com 52,8% e 62,5% de predomínio para cada grupo, respectivamente
50
(Tabela 4). Quanto menor a probabilidade do risco de quedas, melhor a percepção
geral de saúde e visão referida pelos idosos com DM2.
Tabela 4. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111
idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variáveis
clínico-funcionais
0-1 7%
2-3 13%
4-5
27%
6 ou + 49%
p
n % n % n % n %
Saúde Geral
Excelente, muito boa ou boa 17 85,0 27 69,2 17 47,2 4 25,0 0,001b
Ruim ou muito ruim 3 15,0 12 30,8 19 52,8 12 75,0
Visão
Excelente, muito boa ou boa 17 85,0 21 53,8 17 47,2 6 37,5 0,017 b
Ruim ou muito ruim 3 15,0 18 46,2 19 52,8 10 62,5
IMC
Baixo peso ou eutrófico 6 30,0 19 48,7 11 30,6 3 18,8 0,133 b
Sobrepeso ou obeso 14 70,0 20 51,3 25 69,4 13 81,2
Prática regular de atividade
física
Sim 7 35,0 11 28,2 8 22,2 3 18,8 0,651b
Não 13 65,0 28 71,8 28 77,8 13 81,2
a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado, IMC = Índice de Massa Corporal.
Na tabela 5, observamos que as variáveis “número de doenças” e “número de
medicamentos” apresentaram associação estatisticamente significativa com a
variável “probabilidade do risco de quedas” com p<0,0001 para ambas. Na primeira,
a categoria “De 1 a 4” apresentou maior prevalência (95%) para o grupo de menor
probabilidade do risco de quedas (7% de probabilidade). E a categoria “5 ou +”
obteve predomínio (68,8% ) no grupo de maior probabilidade (49% de probabilidade
do risco de quedas).
Na segunda variável, a categoria “De 0 a 4 medicamentos” alcançou maioria
(70%) no grupo de “7% de probabilidade do risco de quedas” e a categoria “5 ou
mais” obteve maioria (93,8%) para o grupo com maior probabilidade do risco de
quedas “49% de probabilidade”. Baseado nesses resultados pode-se afirmar que
51
quanto maior o número de doenças e medicamentos apresentados pelos idosos com
DM2 maior será a probabilidade do risco de quedas (Tabela 5).
Observamos ainda que a variável “doença do aparelho circulatório” também
apresentou significância com p=0,021, com predomínio para a categoria “sim” em
todos os grupos de probabilidades do risco de quedas, não sendo possível
estabelecer uma relação de sua presença com uma maior probabilidade para
quedas (Tabela 5).
Tabela 5. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variáveis
clinico-funcionais
0-1
7%
2-3
13%
4-5
27%
6 ou +
49%
p
n % n % n % n %
Nº de doenças,
De 1 a 4 19 95,0 23 59,0 15 41,7 5 31,2 <0,0001a
5 ou + 1 5,0 16 41,0 21 58,3 11 68,8
Transtornos mentais/
comportamentais
Sim 0 0,0 1 2,6 2 5,6 2 12,5 0,301a
Não 20 100,0 38 97,4 34 94,4 14 87,5
Doenças do olho e
anexos
Sim 1 5,0 12 30,8 7 19,4 6 37,5 0,062a
Não 19 95,0 27 69,2 29 80,6 10 62,5
Doença do aparelho
circulatório
Sim 12 60,0 36 92,3 27 75,0 12 75,0 0,021a
Não 8 40,0 3 7,7 9 25,0 4 25,0
Nº de
medicamentos
De 0 a 4 14 70,0 11 28,2 10 27,8 1 6,2 <0,0001a
52
5 ou mais 6 30,0 28 71,8 26 72,2 15 93,8
Medicamento para o
SNC
Sim 1 5,0 3 7,7 7 19,4 4 25,0 0,160a
Não 19 95,0 36 92,3 29 80,6 12 75,0
a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado.
A variável clinico-funcional “Tempo de DM2” apresentou associação com
“probabilidade do risco de quedas” (p< 0,0001). Sua maior prevalência (80,0%) foi
para a categoria “< ou = a 5 anos” no grupo de menor probabilidade (7,0%). Já a
categoria “> 5 anos” obteve maioria (93,8%) no grupo de maior probabilidade
(49,0%). Quanto maior o tempo de diagnóstico do paciente, maior a sua
probabilidade do risco de quedas.
Em relação à variável “insulina”, os resultados mostram que houve
associação com a variável “probabilidade do risco de quedas” (p = 0,038), sendo que
a categoria “Não faz uso” obteve a maioria nos grupos de 7%, 13% e 27% de
probabilidade do risco de quedas (90%, 74,4% e 61,1%, respectivamente). O
percentual do uso de insulina aumenta, quanto maior a probabilidade do risco de
cair, entretanto, dentro do grupo de maior probabilidade, não houve diferença entre o
uso ou não de insulina (Tabela 6).
Tabela 6. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as variáveis clinico-funcionais de uma
amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variáveis clinico-
funcionais
0-1 7%
2-3 13%
4-5
27%
6 ou + 49%
p
n % n % n % n %
Tempo de DM2
< ou = a 5 anos 16 80,0 12 30,8 14 38,9 1 6,2 <0,0001a
> 5 anos 4 20,0 27 69,2 22 61,1 15 93,8
Hemoglobina glicada
Normal 10 76,9 18 66,7 15 53,6 3 27,3 0,065b
Alterada 3 23,1 9 33,3 13 46,4 8 72,7
Glicemia de jejum
Normal 10 71,4 15 55,6 12 46,2 7 53,8 0,501b
Alterada 4 28,6 12 44,4 14 53,8 6 46,2
53
Medicação para DM2
Sim 20 100,0 37 94,9 32 88,9 12 75,0 0,058a
Não 0 0,0 2 5,1 4 11,1 4 25,0
Insulinoterapia
Sim 2 10,0 10 25,6 14 38,9 8 50,0 0,038a
Não 18 90,0 29 74,4 22 61,1 8 50,0
a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado, DM2 = Diabetes Mellitus tipo 2.
A associação da variável “probabilidade do risco de quedas” com as variáveis
clinico-funcionais: “Queixa de dor em MMII” (p=0,005), “Sensibilidade cutâneo-
protetora” (p<0,0001), “Quedas no último ano” (p<0,0001) e “Tendência a quedas”
(p<0,0001), apresentou resultados que evidenciaram que a presença de dor em
MMII (81,2% de prevalência), a sensibilidade cutâneo-protetora alterada (81,2% de
prevalência), o histórico de 1 ou mais quedas no último ano (87,5% de prevalência)
e a percepção dos pacientes com DM2 de tendência a quedas (87,5% de
prevalência) estão relacionados com uma maior probabilidade de risco de quedas
(49% de probabilidade) (Tabela 7).
Foi apresentada associação significante (p<0,0001) com a presença de
sintomas depressivos com a maior probabilidade do risco de quedas (93,8%) e na
presença de diminuição de força de preensão palmar (<0,0001), com 93,8% de
prevalência para o grupo com 49% de probabilidade. A variável “TUGT” também
obteve associação (p=0,022), sendo que o porcentual de casos com maior risco de
quedas aumenta quanto maior a probabilidade do risco de quedas, como pode-se
observar nos resultado expostos na tabela 8.
Tabela 7. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as variáveis clinico-funcionais de uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variáveis
clinico-funcionais
0-1
7%
2-3
13%
4-5
27%
6 ou +
49%
p
n % n % n % n %
Hipotensão ortostática
Sim 2 10,0 12 30,8 7 19,4 6 37,5 0,171
Não 18 90,0 27 69,2 29 80,6 10 62,5
54
Queixa de dor em MMII
Sim 5 25,0 16 41,0 20 55,6 13 81,2 0,005b
Não 15 75,0 23 59,0 16 44,4 3 18,8
Sensibilidade
Proprioceptiva
Preservada 18 90,0 37 94,9 30 83,3 16 100,0 0,199a
Alterada 2 10,0 2 5,1 6 16,7 0 0,0
Sensibilidade cutâneo-
protetora
Preservada 20 100,0 28 71,8 17 47,2 3 18,8 <0,0001a
Alterada 0 0,0 11 28,2 19 52,8 13 81,2
Sensibilidade vibratória
Preservada 13 65,0 23 59,0 13 36,1 6 37,5 0,078
Alterada 7 35,0 16 41,0 23 63,9 10 62,5
Quedas no último ano
Nenhuma 19 95,0 35 89,7 22 61,1 2 12,5 <0,0001a
1 ou mais quedas 1 5,0 4 10,3 14 38,9 14 87,5
Medo de quedas
Sim 13 65,0 31 79,5 30 83,3 15 93,8 0,178a
Não 7 35,0 8 20,5 6 16,7 1 6,2
Tendência a quedas
Sim 3 15,0 17 43,6 22 61,1 14 87,5 <0,0001a
Não 17 85,0 22 56,4 14 38,9 2 12,5
a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado, MMII = Membros inferiores.
55
Tabela 8. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as variáveis clinico-funcionais de uma
amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Variáveis
clínico-funcionais
0-1
7%
2-3
13%
4-5
27%
6 ou +
49%
p
n % n % n % n %
EDG
Sintomas depressivos 5 25,0 16 41,0 20 55,6 15 93,8 <0,0001a
Sem sintomas 15 75,0 23 59,0 16 44,4 1 6,2
TUGT
< Risco de quedas 20 100,0 35 89,7 28 77,8 11 68,8 0,022 a
> Risco de quedas 0 0,0 4 10,3 8 22,2 5 31,2
Diminuiçao de força de
preensão palmar
Sim 4 20,0 14 35,9 14 38,9 15 93,8 <0,0001a
Não 16 80,0 25 64,1 22 61,1 1 6,2
a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado, EDG = Escala de depressão geriátrica. TUGT= Time up and go test.
Os testes mostraram que houve associação significativa com a variável
dependente em todas as seções do instrumento Quick Screen. Os fatores de risco
“quedas” (p<0,0001) e “acuidade visual” (p<0,0001) estiveram presentes para 87,5%
dos pertencentes ao grupo de maior probabilidade de quedas. Assim como para as
sessões “medicação” (p=0,002) com prevalência de 93,8%, “sensibilidade tátil”
(p<0,0001) com prevalência de 81,2%, “equilíbrio” (p<0,0001) com 75%, “tempo de
reação” (p<0,0001) e “força” (p<0,0001), ambos com 100% de prevalência para o
grupo “49% de probabilidade”(tabela 9). Já o fator de risco “psicotrópicos” (p=0,001)
esteve presente apenas em 43,8% dos indivíduos com maior probabilidade do risco
de quedas (Tabela 9).
56
Tabela 9. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e as seções do próprio instrumento de
uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
Seções do Instrumento Quick
Screen
0-1
7%
2-3
13%
4-5
27%
6 ou +
49%
p
n % n % n % n %
Quick Screen– Seção quedas
Sim 1 5,0 4 10,3 15 41,7 14 87,5 <0,0001b
Não 19 95,0 35 89,7 21 58,3 2 12,5
Quick Screen- Seção medicação
Sim 10 50,0 31 79,5 33 91,7 15 93,8 0,002a
Não 10 50,0 8 20,5 3 8,3 1 6,2
Quick Screen-Seção psicotrópicos
Sim 0 0,0 3 7,7 7 19,4 7 43,8 0,001a
Não 20 100,0 36 92,3 29 80,6 9 56,2
Quick Screen-Seção acuidade visual
Sim 3 15,0 19 48,7 18 50,0 14 87,5 <0,0001b
Não 17 85,0 20 51,3 18 50,0 2 12,5
Quick Screen-Seção sensibilidade tátil
Sim 0 0,0 11 28,2 18 50,0 13 81,2 <0,0001b
Não 20 100,0 28 71,8 18 50,0 3 18,8
Quick Screen-Seção equilíbrio
Sim 0 0,0 8 20,5 19 52,8 12 75,0 <0,0001b
Não 7 35,0 8 20,5 6 16,7 1 6,2
Quick Screen-Seção tempo de reação
Sim 0 0,0 8 20,5 30 83,3 16 100,0 <0,0001b
Não 20 100,0 31 79,5 6 16,7 0 0,0
57
Quick Screen-Seção força
Sim 0 0,0 12 30,8 25 69,4 16 100,0 <0,0001b
Não 20 100,0 27 69,2 11 30,6 0 0,0 a Teste Exato de Fisher, b Teste Qui-quadrado.
A tabela 10 mostra que a variável “probabilidade do risco de quedas”
apresentou relação significante com as variáveis WHODAS 2.0 (p<0,0001) e Mini-
Bes test (p<0,0001). Com os resultados, percebemos que o grupo de maior
probabilidade (49%) obteve o pior desempenho funcional e pior equilíbrio postural.
Para a análise do WHODAS 2.0, o grupo de 7% de probabilidade do risco de
quedas apresentou diferença estatística com os grupos de 27% (p=0,001) e
49%(p<0,001), assim como o grupo de 13% com o de 49% (p<0,001). Já para o
Mini-Bes Test, o grupo de 49% de probabilidade do risco de quedas apresentou
diferença estatística com os grupos de 13% (p=0,001) e de 7% (p<0,001), assim
como o grupo de 27% com os grupos de 13% (p=0,028) e 7% (p=0,002) (Tabela 10).
Tabela 10. Analise inferencial entre a variável probabilidade do risco de quedas, avaliada pelo Quick Screen Clinical Falls Risck Assessment, e a variável de desempenho funcional (WHODAS 2.0) e a variável avaliação do equilíbrio (Mini-Bes test) de uma amostra de 111 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2018.
a Teste Kruskal Wallis; bPost hoc.
Variáveis
7%(1)
13%(2)
27%(3)
49%(4)
pa/pb
WHODAS 2.0
Média
(dp)
Mediana
Variação
IC (95%)
4,05
(4,52)
3,00
0-14
1,93-6,17
8,46
(7,44)
5,00
0-28
6,05-10,87
12,91
(8,89)
12,96
0-37
9,91-15,92
19,31
(7,24)
21,50
6-28
15,46-23,17
<0,0001a
1-3(0,001)b
1-4(<0,001)b
2-4(<0,001)b
Mini-Bes Test
Média
(dp)
Mediana
Variação
IC (95%)
88,27
(9,35)
90,62
71,8-100,0
83,90-92,65
83,35
(12,18)
84,37
34,4-100,0
79,40-87,30
73,24
(17,05)
78,12
25,0-96,9
67,47-79,01
65,82
(16,94)
68,75
21,9-87,5
56,79-74,85
<0,0001a
4-2(0,001)b
4-1(<0,001)b
3-2(0,028)b
3-1(0,002)b
58
4 DISCUSSÃO
59
Neste estudo foi avaliada a probabilidade do risco de quedas em idosos com
DM2 por meio do Quick Screen Clinical Falls Risk Assessment. Foi observada uma
menor probabilidade do risco de quedas na presente amostra, com uma maior
prevalência para o grupo com 2-3 fatores de risco, referente a 13% de probabilidade.
Esse achado pode ser relacionado com o fato de os avaliados terem sido recrutados
de ambulatórios de um hospital universitário, tendo em vista o nível de assistência
disponível para esses pacientes, o que minimizaria os fatores de risco nestes
indivíduos.
Foram avaliadas ainda associações entre a probabilidade do risco de quedas
para idosos com DM2 e variáveis sociodemográficas, clínico-funcionais, psico-
cognitivas, dos sistemas do controle postural e do desempenho funcional.
Dentre essas, foram encontradas associações com menor escolaridade, pior
percepção geral de saúde e visão, maior número de doenças e medicamentos,
maior tempo de diagnóstico do DM2, presença de dor em MMII, sensibilidade
cutâneo-protetora alterada, histórico de uma ou mais quedas no último ano,
percepção de tendência a quedas, presença de sintomas depressivos, diminuição de
força de preensão palmar, maior risco de quedas, pior desempenho funcional e pior
equilíbrio postural.
Dos 111 idosos com diagnóstico de DM2 que compuseram a amostra,
observou-se uma prevalência para a faixa etária de 60-69 anos e média etária de
68,6 (± 6,5) anos, da maioria feminina, com vida conjugal, sobrepesos ou obesos
que não praticavam atividade física.
Semelhante aos resultados encontrados em outros estudos, nos quais houve
maior prevalência entre as mulheres (MENEZES et al., 2014; SOUZA et al., 2016;
FLOR e CAMPOS, 2017) e idosos com mais de 65 anos (FLOR e CAMPOS, 2017),
com faixa etária de 60-69 anos (MENEZES et al., 2014), assim como os sedentários
e obesos que foram, aproximadamente, duas vezes mais acometidos por DM2
quando comparados com os ativos e eutróficos (MENEZES et al., 2014; MANSYUR
et al., 2015; FLOR e CAMPOS, 2017). A literatura mostra que o aumento de idade
parece associar-se com a redução da atividade física e consequente aumento de
peso (ISER, 2015).
A maior prevalência de diabetes entre as mulheres já foi relatada em outros
estudos no Brasil (FREITAS e GARCIA, 2012; ISER et al., 2015). Este resultado
pode estar associado ao fato de as mulheres serem mais atentas quanto aos
sintomas e sinais físicos das doenças e procurarem assistência em serviços de
60
saúde com maior frequência que os homens (MANSYUR et al., 2015; TANG et al.,
2014).
Em relação à vida conjugal, os resultados do presente estudo coincidem com
os achados de pesquisas realizadas com população diabética hispânica (MANSYUR
et al., 2015) e brasileira (SOUZA et al., 2016). Em contrapartida, dois estudos
mostraram prevalência para não casados, sendo um realizado com a população
idosa com DM2 em uma cidade do interior do nordeste brasileiro (MENEZES, 2014),
e outro com amostragem em nível nacional (FLOR e CAMPOS, 2017).
A relevância do estado conjugal poderia estar no fato da presença de um
parceiro ser condição importante no manejo da doença, uma vez que buscam
incentivar os pacientes a aderirem ao tratamento e a adoção de estilo de vida mais
saudável (LISTER et al., 2016).
Porém, resultados revelaram diferenças em relação ao sexo, potencialmente
importantes, sugerindo que os homens talvez sejam mais propensos a receber apoio
para um gerenciamento do diabetes, enquanto as mulheres latino-americanas
enfrentam inúmeros obstáculos que poderiam afetar seus esforços no
gerenciamento de sua doença. Cultura e normas sociais associadas ao papel da
mulher na família e uma falta de apoio percebida podem ser especialmente
importantes neste contexto divergente em relação à vida conjugal e a maior
prevalência do DM2 no sexo feminino (MANSYUR et al., 2015).
Semelhante ao que ocorre com outras doenças crônicas, o aumento da
prevalência de diabetes com a idade é marcante, conforme já foi verificado em
outras pesquisas (FREITAS e GARCIA, 2012; MENEZES , 2014; ISER et al., 2015;
FLOR, CAMPOS, 2017). O aumento por faixa etária foi maior nos homens do que
nas mulheres num estudo epidemiológico com população brasileira (MALTA et al.,
2017), fato que pode justificar a média de idade de idosos jovens da presente
pesquisa, tendo em vista que a amostra foi de maioria feminina.
Estudos realizados com população idosa relacionam a presença do DM2 com
um baixo grau de escolaridade, como o “fundamental incompleto ou analfabeto”
(MENEZES et al., 2014; SAUZA et al., 2016; FLOR, CAMPOS, 2017). Essa variável
foi, por sua vez, associada à alta incidência de quedas num estudo realizado com
idosos chineses (QI SHIGE et al., 2018). Esses achados corroboram os resultados
da presente pesquisa, nos quais o grau de escolaridade “analfabeto ou fubdamental
I incompleto” apresentou maior prevalência para o grupo de maior probabilidade de
risco de quedas.
61
Um estudo transversal realizado por pesquisadores da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), composto por 82 mulheres idosas da comunidade
com DM2 divididas em dois grupos: “menos de 10 anos de diagnóstico” e “mais de
10 anos de diagnóstico”, verificou o impacto do tempo do diagnóstico nos
parâmetros espaço-temporal da marcha e o estado funcional dessas idosas.
Avaliados por meio do sistema GRAIRTite® e comparados com os testes TUGT e
Sit to stand test, foi verificado que o primeiro grupo apresentou menor velocidade de
marcha (p=0,001) e menor comprimento de passo (p=0,006) (112.3 cm/s; 59.2 cm)
em comparação com o segundo grupo (122.9 cm/s; 62.4 cm) (ANJOS et al., 2015).
A velocidade da marcha é um importante preditor de saúde que é afetado
negativamente pelo envelhecimento e pelo DM2 (ANJOS et al., 2015). Baseado
nesses achados pode-se inferir que o maior tempo de diagnóstico de DM2 apresenta
maior risco para sofrer um evento de queda quando comparado com o de menor
tempo. Corroborando com os achados desta pesquisa, nos quais o maior tempo de
diagnóstico de DM2 obteve associação significativa (p<0,0001) com uma maior
probabilidade do risco de quedas.
O teste Timed Up and Go (TUG) é uma ferramenta de triagem comumente
usada para ajudar os clínicos a identificar pacientes em risco de queda. Foi realizada
uma pesquisa bibliográfica para identificar todos os estudos que validaram o teste
TUG. O objetivo dessa revisão sistemática e meta-análise foi determinar o valor
preditivo do TUG em idosos com habitação comunitária. Como conclusão mostraram
que o teste Timed Up and Go tem capacidade limitada para prever quedas em
idosos de habitação comunitária e não deve ser usado isoladamente para identificar
indivíduos com alto risco de quedas nesta configuração (BARRY et al., 2014). Na
presente pesquisa foi observada uma associação significativa (p=0,022) entre o pior
desempenho no TUGT e uma maior probabilidade do risco de quedas.
Outro estudo teve como objetivo determinar a relação entre a velocidade da
marcha e a vasorreatividade cerebral e a perfusão global e regional em idosos
divididos em dois grupos: “com DM2” e “sem DM2”, em uma caminhada de 12
minutos, completada ao longo de uma distância de 75 m. Foi observado que o grupo
diabético teve uma velocidade de marcha mais lenta, em comparação com o grupo
não diabético (1,05 ± 0,15 m / s vs. 1,14 ± 0,14 m / s, p <0,001) e com uma menor
vasorreatividade global. A caminhada mais lenta em idosos diabéticos pode,
portanto, reduzir reserva vasomotora e, desta forma, promover uma incapacidade de
62
aumentar a perfusão em resposta a maiores demandas metabólicas durante a
caminhada (JOR’DAN et al., 2014).
Houve ainda uma maior prevalência de neuropatia periférica no grupo
diabético em comparação com o grupo não diabético (62% vs. 30%, p <0,001 e 51%
vs. 18%, p <0,001, respectivamente), apresentando-se como um fator de influência
na velocidade da marcha desses indivíduos (JOR’DAN et al., 2014).
Esses achados podem ser relacionados com a presença de dor em MMII e
de doença do aparelho circulatório, comuns a essa população. Além disso, a
influência dessas variáveis sobre uma menor velocidade da marcha nesse público
nos permite destacar a possibilidade de risco de quedas em decorrência da menor
velocidade da marcha, assemelhando-se aos achados do presente estudo, que
mostrou uma associação significativa da maior probabilidade do risco de quedas
com a presença de dor em MMII (p=0,005) e com doença do aparelho circulatório
(p=0,021).
Sabe-se também que o decréscimo na função sensoriomotora como a
neuropatia das extremidades e diminuição da propriocepção; doenças do sistema
ósteo-muscular, com diminuição da força e redução da estabilização e equilíbrio
postural, estão relacionadas com a presença de DM2. A perda da sensibilidade é um
dos principais fatores que contribuem para a diminuição de aferências para o
sistema de controle motor e, portanto, para a diminuição do equilíbrio, gerando
alterações na marcha e na estabilidade corporal como menor cadência, passos mais
curtos e menor aceleração, assim como lentidão na correção de erros motores
(GASPAROTTO et al., 2014).
Um estudo transversal realizado com idosos na Universidade Católica de
Brasília, com o objetivo de verificar o equilíbrio dos pacientes diabéticos atendidos
no setor de fisioterapia, utilizando para o teste de sensibilidade plantar o
monofilamento Semmes-Weinstein, o mesmo utilizado nesta pesquisa, e aplicação
da escala de equilíbrio de Berg (EEB) para avaliar o risco de cair, concluiu que os
pacientes com a sensibilidade preservada apresentaram maior pontuação na EEB e,
consequentemente, menor risco de queda (CENCI et al., 2013).
Os pacientes da presente pesquisa apresentaram, em média, 11,76 (±10,29)
anos do diagnóstico de DM e, como já descrito na literatura, quanto maior for o
tempo de DM, maior a probabilidade do aparecimento de complicações, fato que
pode explicar a alteração de sensibilidade em 38,7% do grupo avaliado. O fato de
61,3% da amostra não apresentar alteração da sensibilidade pode estar relacionado
63
ao acompanhamento ambulatórial realizado por eles no Hospital Universitário da
UFRN, pois todos os indivíduos que participaram deste estudo foram recrutados
nesses ambulatórios.
Em contrapartida, 81,2 % dos avaliados que apresentaram o fator de risco
“sensibilidade tátil alterada” estavam no grupo de maior probabilidade do risco de
quedas na avaliação do Quick Screen. Houve associação significativa (p<0,0001)
entre essa seção do instrumento e uma maior probabilidade do risco de quedas,
confirmando a relação já descrita na literatura (CENI et al., 2013) entre sensibilidade
alterada e risco de quedas em idosos com DM2.
Como preditores de deficiência de equilíbrio postural em pacientes com DM2
os resultados de estudos indicam que a idade do paciente, a gravidade da
neuropatia diabética e os sintomas da depressão atuam como preditores
independentes e significativos para o risco de quedas em pacientes com DM2
(TIMAR et al.,2016).
Esses achados se relacionam com a associação encontrada no presente
estudo de uma maior probabilidade do risco de quedas com um pior desempenho no
Mini-Bes test , que avalia o equilibrio postural, e o fato de estar presente como um
fator de risco para a maioria dos idosos desse grupo, os quais também
apresentaram maior prevalência para sintomas depressivos e presença de dor em
MMII.
A presença de sintomas depressivos avaliada neste trabalho por meio do
instrumento EDG-15 também mostrou associação significativa com a probabilidade
do risco de quedas (p<0,0001). Esse achado é ratificado por outros estudos que
mostram a associação mais forte da depressão com quedas em amostras com
idosos diabéticos e não diabéticos (YLITALO et al., 2016; CHAU et al.,2011; CRUZ
et al., 2016).
Um estudo retrospectivo do Sistema de Vigilância do Fator de Risco
Comportamental (Behavioral Risk Factor Surveillance System-BRFSS) nos Estados
Unidos mostrou que indivíduos que relataram depressão apresentaram 1,72 vezes o
risco de queda (RR = 1,72; IC 95%: 1,68, 1,77) e 2,16 vezes o risco de uma queda
prejudicial (RR = 2,16; IC 95%: 2,06, 2,27) em relação aos indivíduos sem
depressão. Além disso, as mulheres de meia idade com diabetes e depressão
parecem sofrer mais eventos de quedas quando comparadas com outros grupos de
idade e sexo (YLITALO et al.,2016).
64
Vázquez et al. (2015), em um estudo transversal observacional com
amostra de 502 pacientes hispânicos com DM2 e média de idade de 54,5 (±13,1)
anos, concluiram que as pessoas com DM apresentam altos níveis de estresse e
que o impacto psicossocial atinge também os seus familiares. Corroborando com
esses resultados, CRUZ et al. (2016) ,em estudo tranversal com 101 pacientes com
DM2 realizado no México, associaram o estresse e a depressão desses pacientes à
adesão ao tratamento do DM2
A literatura aponta que o tratamento do DM com insulina estaria relacionado
a altos níveis de estresse comparado com os que usam medicamentos orais
(VÁZQUEZ et al., 2015). Sabendo-se que em estudos anteriores o estresse foi
relacionado com depressão e DM (CRUZ et al.,2016) e que por sua vez a depressão
em idosos diabéticos apresentou associação significativa com maior risco para
quedas (YLITALO et al., 2016) podemos inferir que esses fatos justificariam a
relação significativa (p=0,038) encontrada no presente estudo do aumento do
percentual do uso de insulina, quanto maior a probabilidade do risco de cair.
Além disso, o uso da insulina em DM2 está restrita a falha terapêutica dos
hipoglicimiantes orais ou piora dos sintomas e marcadores laboratoriais. Dessa
forma, esses pacientes seriam mais graves e mais propensos a cairem. Foi
observado nos voluntários dessa pesquisa uma maior prevalência para o uso de
medicamento oral no tratamento de DM2 (91,0%) quando comparado com o uso de
insulina (30,6%), caracterizando um controle da gravidade desta doença. É relevante
ressaltar que não houve associação significativa entre o uso de medicamento oral
para DM2 e a probabilidade do risco de quedas na presente pesquisa.
Os idosos avaliados neste estudo apresentaram um maior número de
comorbidades (5 ou mais patologias) e polifarmácia (5 ou mais medicamentos).
Essas variáveis apresentaram associação significante (p<0,0001 para ambas) com a
probabilidade do risco de quedas. Os voluntários com uma maior probabilidade de
quedas relataram ter entre 5 ou mais comorbidades e polifarmácia. O alto número de
doenças pode ser justificado pela fato de o DM2 ser uma condição de saúde que
pode gerar repercursões negativas sistêmicas no organismo elevando as chances
de se desenvolver outras patologias (HERZOG, 2012). Fato que justificaria a
prevalência de polifarmácia no presente estudo, pois quanto mais doenças maior
será a demanda de medicamentos utilizados.
George et al. (2017) estabeleceram uma relação entre a polifarmácia e a
performance da marcha. Os autores identificaram que os idosos com polifarmácia
65
eram mais velhos (77±6,6 anos) e mais propensos a ter hipertensão arterial,
problemas cardíacos, DM, IMC mais alto e histórico de queda no último ano do que
aqueles sem polifarmácia. Além disso, esses idosos obtiveram menor velocidade de
marcha. Dados que confirmam a associação encontrada no presente estudo entre a
polifarmácia e uma maior probabilidade de quedas.
Já o estudo transversal com idosos de um centro de saúde em Hong Kong
relacionou a presença do DM2 com a deficiência funcional, cognitiva e a depressão,
que foi avaliada com o instrumento EDG-15. Os resultados dessa pesquisa apontam
que o tratamento regular para diabetes mostrou 1,7 vezes mais probabilidade para
comprometimento funcional (oR = 1,65, 95% IC: 1,51-1,80), 1,3 vezes mais provável
para comprometimento cognitivo (oR = 1,28, 95% IC: 1,11-1,48) e 1,3 vezes mais
chances para desenvolver depressão (oR = 1.35, 95% IC: 1.25-1.46) do que
pessoas idosas sem diabetes (CHAU et al.,2011).
No presente estudo a maioria dos idosos com DM2 avaliados apresentou
sintomas de depressão (56%) e pior desempenho funcional com média de 19,31(±
7,24) (95%IC 15,46-23,17) ambos com associação significativa para maior
probabilidade de quedas (p<0,0001 para ambos). Porém, a maior parte da amostra
não apresentou déficit cognitivo, fato que contraria o estudo anteriormente citado.
Houve relato de “medo de quedas” e de “tendência a quedas” pela maioria
dos avaliados no presente estudo (80,2% e 50,5%, respectivamente). Entretanto,
apenas a “tendência a quedas” apresentou associação significativa com a
probabilidade do risco de quedas (p<0,0001).
Os fatores associados com presença de medo de cair em adultos mais velhos
com DM foram identificados em uma pesquisa com 855 idosos, sendo que destes
60,8% relataram tal medo. O modelo final da análise de regressão logística mostrou
que os fatores independentemente associados ao aumento da probabilidade de
medo de cair em diabéticos foram: sexo feminino, ter artrite ou reumatismo,
autopercepção de saúde negativa e fragilidade (MOREIRA, 2017). A autopercepção
de má saúde foi estatisticamente significante com DM2 no estudo de Malta et al.
(2017), o que justificaria a associação significativa de idosos com percepção ruim ou
muito ruim da saúde geral e visão com uma maior probabilidade do risco de quedas
(p<0,0001) na presente pesquisa.
Estudos sugerem que a história de queda no último ano, dependência nas
atividades diárias, idade mais avançada e o arranjo de moradia “sem companhia”
são preditores de queda em subgrupos de doenças crônicas como o DM2 (LAZKANI
66
et al., 2015). Estes dados corroboram com os achados do presente estudo, que
mostrou associação significativa da probabilidade do risco de quedas com a seção
“quedas” do instrumento Quick Screen (p<0,0001) no qual a maior parte dos idosos
classificados com uma maior probabilidade de risco para quedas apresentou
histórico de 1 ou mais quedas nos últimos 12 meses. Porém, o arranjo de moradia
que prevaleceu foi “com companhia” e não apresentou associação significativa com
a probabilidade do risco de quedas.
Há evidências na literatura de que a baixa força de preensão palmar seria um
indicador de maior risco de quedas (PRATO et al., 2017). Essa informação confirma
a associação significativa (p<0,0001) da força de preensão palmar e uma maior
probabilidade de risco de quedas encontrada na presente pesquisa. Ainda mais se
analisarmos a prevalência dos idosos que apresentaram diminuição da força de
preensão palmar (93,8%) e histórico de 1 ou mais quedas no último ano (87,5%) no
grupo de maior probabilidade de risco de queda.
Algumas limitações e potencialidades foram percebidas na realização deste
trabalho, dentre elas destaca-se a escassez de referências que utilizaram o
instrumento Quick Screen com público de idosos diabéticos, fato que destaca a
importância da realização desta pesquisa.
Os achados desta pesquisa permitem que se adote como prioridade, no
manejo dos pacientes com DM2, os principais fatores de risco associados a uma
maior probabilidade para sofrer um evento de queda nos próximos doze meses. A
aplicação do Quick Screen para o idoso com DM2 é uma importante ferramenta de
fácil e rápida aplicação, que permite ao profissional ter uma conduta pautada na
prevenção de eventos de quedas nesta população de alto risco, tornando sua
conduta mais eficaz e eficiente permitindo assim que se diminua a incidência de tais
eventos, minimizando os custos na saúde pública com as suas consequências.
67
5 CONCLUSÃO
68
Baseado nos resultados desta pesquisa pode-se concluir que a maioria dos
avaliados apresentou de 2 a 3 fatores de risco, com 13% de probabilidade de risco
de quedas, valor que caracteriza uma baixa probabilidade para sofrer evento de
queda. O fator de risco mais prevalente foi “usar 4 ou mais medicamentos”.
Observou-se ainda que os idosos com DM2 apresentam maior probabilidade do
risco de quedas quando associados com menor escolaridade, pior percepção geral
de saúde e visão, maior número de doenças e medicamentos, maior tempo de
diagnóstico do DM2, à presença de dor em MMII, sensibilidade cutâneo-protetora
alterada, histórico de uma ou mais quedas no último ano, à percepção de tendência
a quedas, presença de sintomas depressivos, diminuição de força de preensão
palmar, pior desempenho no TUGT, pior desempenho funcional e pior equilíbrio
postural.
69
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81
APÊNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa intitulada “ Probabilidade
do Risco de quedas em idosos com Diabetes Mellitus tipo 2” que tem como
pesquisador responsável Fabieli Pereira Fontes (Fisioterapeuta- CREFITO 195000-
F) sob a orientação da Prof. Dra. Juliana Maria Gazzola (Fisioterapeuta - CREFITO
1/37080-F).
Esta pesquisa pretende avaliar o risco de quedas em idosos com Diabetes
Mellitus tipo 2 e verificar associação com a percepção de saúde de idosos diabéticos
e com dados sócio-demográficos, clínicos, funcionais, psico-cognitivos e quedas.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é a necessidade do conhecimento
dos fatores que influenciam no risco de queda em idosos diabéticos para que
possamos aplicar medidas educativas e reabilitativas buscando minimizá-los
evitando também prejuízos funcionais.
Caso o (a) senhor (a) decida participar, deverá responder a questionários
simples sobre sua vida pessoal como: idade, escolaridade, estado civil;
questionários sobre dificuldades nas suas tarefas do dia a dia; avaliação da memória
e da sua saúde mental. Para examinar o equilíbrio, serão utilizados testes simples
envolvendo ações do dia a dia que serão explicadas pelo examinador, como andar,
permanecer em pé com olhos abertos e fechados no chão e em cima de uma
espuma, levantar e sentar na cadeira e apoiar o pé em uma rampa, ultrapassar um
obstáculo (uma caixa pequana). Para avaliar o risco de quedas, será aplicado um
82
instrumento de fácil aplicação e entendimento onde o senhor (a) deverá responder
se sofreu quedas nos últimos doze meses e será questionado (a) sobre as
medicações em uso; o (a) senhor (a) ficará sentado em uma cadeira a uma distância
de três metros de um quadro para avaliação da acuidade visual e deverá ler em voz
alta a linha com as menores letras que for capaz de enxergar com facilidade até a
linha que o (a) senhor (a) não seja capaz de ler; o (a) senhor (a) deverá ficar em pé
com os pés na posição paralela, um em frente ao outro, por um tempo de dez
segundos, com os olhos fechados; por fim, o (a) senhor (a) deverá fazer passos
alternados em um step. A avaliação terá a duração de aproximadamente 2 horas.
O (a) senhor (a) poderá determinar quantos intervalos serão necessários para
descanso entre cada teste.
Durante a realização dos testes a previsão de riscos é mínima, ou seja, o
risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico
de rotina. No entanto, pode acontecer de haver algum desconforto ao responder o
questionário com relação aos seus resultados ou a questões gerais sobre sua saúde
mental e memória. Além do mais, durante os testes físicos pode ocorrer cansaço,
tontura desequilíbrio ou eventual queda. Contudo, todos os cuidados serão tomados
pela equipe para minimizar os possíveis danos.
Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,
você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo examinador presente
e o responsável por isso será a pesquisadora responsável.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando
para Dra. Juliana Maria Gazzola (84) 99147-0202, enviando e-mail para
[email protected] ou entrando em contato através do endereço Av. Nilo
83
Peçanha, 620, Petrópolis, CEP 59012-300, Natal/RN, Setor de Fisioterapia, no 2º
subsolo do Hospital Universitário Onofre Lopes.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de
nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa
pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.
Se o (a) senhor (a) tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa,
ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para o (a) senhor (a).
Se o (a) senhor (a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta
pesquisa, o (a) senhor (a) será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa o (a) senhor (a) deverá ligar
para o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes,
telefone 3342-5003, enviar e-mail para [email protected] ou entrar em
contato no endereço Av. Nilo Peçanha, 620, Petrópolis, CEP 59012-300, Natal-RN.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com o (a) senhor (a) e
a outra com o pesquisador responsável Fabieli Pereira Fontes.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os
dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,
84
concordo em participar da pesquisa intitulada “risco de quedas em idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2”, e autorizo a divulgação das informações por mim
fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado
possa me identificar.
Natal ____de____________de______.
__________________________________
Assinatura do participante da pesquisa ou do responsável
__________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Impressão
datiloscópica do
participante
85
APÊNDICE 2
VARIÁVEIS SEGUNDO SUBGRUPO, TIPO, CÓDIGOS DAS CATEGORIAS E UNIDADES DE MEDIDA EMPREGADAS
Variável Subgrupo Tipo Códigos e Categorias
Sexo Sociodemográfica Qualitativa Nominal
1. Masculino 2. Feminino
Faixa etária Sociodemográfica Qualitativa
Nominal
1. 60-69 anos 2. 70 anos ou mais
Idade (anos completos) Sociodemográfica Quantitativa
Discreta
Estado civil Sociodemográfica Qualitativa Nominal
1. Sem vida conjugal 2. Com vida conjugal
Escolaridade Sociodemográfica Qualitativa
Ordinal
1. Analfabeto ou fundamental I incompleto 2. Fundamental I completo ou pós fundamental
Anos de estudo Sociodemográfica Quantitativa Discreta
Arranjo de moradia Sociodemográfica Qualitativa nominal
1. Com companhia 2. Sem companhia
Renda Sociodemográfica Qualitativa ordinal
1. Até 2 salários mínimos
2. Acima de 2 salários mínimos
Participação social Sociodemográfica Qualitativannominal
1. Participa de atividades comunitárias
2. Não participa de atividades comunitárias
Percepção subjetiva da saúde
Clínico- Funcional Qualitativa
Ordinal
1. Excelente, muito boa ou boa 2. Ruim ou muito ruim
Percepção subjetiva da visão
Clínico- Funcional Qualitativa
Ordinal
1. Excelente, muito boa ou boa 2. Ruim ou muito ruim
Índice de Massa Corporal Clínico- Funcional Qualitativa ordinal
1. Desnutrido ou Eutrófico
2. Sobrepeso
86
Número de doenças Clínico- Funcional Qualitativa
Ordinal
1. De 1 a 4 doenças 2. 5 ou mais doenças
Transtornos mentais e/ou comportamentais
Clínico- Funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim 2. Não
Doenças do sistema nervoso
Clínico- Funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim 2. Não
Doenças do olho e anexos
Clínico- Funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim 2. Não
Doenças do aparelho circulatório
Clínico- Funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim 2. Não
Doenças do sistema osteomuscular e/ou
tecido conjuntivo
Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Número de medicamentos
Clínico- Funcional Qualitativa Ordinal
1. De 0 a 4 remédios 2. 5 ou mais remédios
Uso de medicamento(s) para o sistema nervoso
Clínico- Funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim 2. Não
Medicação para DM2 Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Tempo de diagnóstico do DM 2
Clínico- Funcional Quantitativa 1. a 5 anos 2. 6 ou mais anos
Exames laboratoriais
(hemoglobina glicada)
Clínico- Funcional Qualitativa Ordinal
1. Normal (até 8%)
2. Alterada (8,1% ou acima)
Exames laboratoriais
(glicemia de jejum)
Clínico- Funcional Qualitativa Ordinal
1. Normal (0-130)
2. Alterada (131 ou +)
Uso de insulinoterapia Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Hipotensão Ortostática Clínico-Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Dor em membros Clínico- Funcional Qualitativa 1. Sim
87
inferiores Nominal 2. Não
Escala Visual Analógica Clínico- Funcional Quantitativa
Sensibilidade vibratória Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Sensibilidade proprioceptiva
Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Sensibilidade cutâneo-protetora
Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Queda(s) no último ano Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Nenhuma 2. 1 queda e/oumais
Medo de Quedas Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim 2. Não
Tendência a Quedas Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1.Sim
2. Não
Tontura Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim
2. Não
Mão dominante Clínico- Funcional Qualitativa Nominal
1. Sim
2. Não
Time UpAndGo Clínico- Funcional Qualitativa
Ordinal
1. Menor risco de Quedas- 0-13,5
2 .Maior risco de quedas- Maior que 13,6
Mini-exame do estado mental
Psico-cognitiva Quantitativa
Mini-exame do estado mental
Psico-cognitiva Qualitativa
Nominal
1. Apresenta déficits Cognitivos
2. Não apresenta
Escala de Depressão Geriátrica
Psico-cognitiva Quantitativa
Escala de Depressão Geriátrica
Psico-cognitiva Qualitativa
Nominal
1. Sintomas depressivos
2. Normal
WHODAS Desempenho funcional
Quantitativa
Mini-Bes test Avaliação Funcional do
Quantitativa
88
equilíbrio
QuickScreen Probabilidade
Clínico-funcional Qualitativa
Ordinal
1. 0-1 FR - 7% 2. 2-3 FR - 13% 3. 4-5 FR - 27% 4. 6 ou + FR - 49%
Quedas anteriores Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
Medicamentos- 4 ou mais Clínico-funcional Qualitativa Nominal
1. Sim
2. Não
Medicamentos- Qualquer Psicotrópico
Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
Visão Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
Sensibilidade tátil Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
Equilíbrio - semi-tandem Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
Tempo de reação- teste do passo alternado
Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
Força - sentar e levantar da cadeira
Clínico-funcional Qualitativa
Nominal
1. Sim
2. Não
89
APÊNDICE 3
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 Nome: _____________________________________________ RGHUOL______________ : ___________________Data: _____/_____/_____ Data de Nascimento: _____/_____/_____
1) DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS
1. Sexo:
1. Masculino 2. Feminino
2. Idade (anos completos): _______ 3. Idade (faixa etária):
1. 60 - 64 anos 2. 65 - 69 anos 3.70 – 74 anos 4. 75 - 79 anos 5. 80 anos ou mais
4. Estado civil:
1. Com vida conjugal: casado, Amasiado 3. Sem vida conjugal: solteiro, viúvo, divorciado
5. Escolaridade:
1. Analfabeto ou fundamental I incompleto 2. Fundamental I completo ou pós fundamental
6. Arranjo de moradia:
1. Só 2. Com 1 geração 3. Com 2 ou 3 gerações 4. Outro (especificar: _____________)
7. Renda:
1. Até 2 salários mínimos 2. 3 ou mais salários mínimos
8.Participação social:
1.Participa das atividades comunitárias 2. Não participa das atividades comunitárias
2) DADOS CLÍNICO-FUNCIONAIS Avaliação subjetiva:
Saúde geral( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim Visão( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim Audição( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa
( ) ruim ( ) muito ruim Altura (m): ___________ Peso (kg):____________ IMC (kg/m²):__________ 1. Prática regular de atividade física:
Participação do idoso em atividades físicas no tempo livre por três ou mais vezes na semana por mais de trinta minutos nas últimas duas semanas (Yusuftet al., 1996).
1.Sim 2.Não
Hipóteses Diagnósticas: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. Número de doenças: ______________ 1. Sem doenças 2. 1 ou 2 doenças 3. 3 ou 4 doenças 4. 5 ou mais doenças Medicamentos em uso: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3. Número de medicamentos: _______
1. Não faz uso 2.1 ou 2 medicamentos 3. 3 ou 4 medicamentos 4. 5 ou mais medicamentos
4. Tempo de diagnóstico da DM: ________
1. Menos de 1 ano 2. 1 a 2 anos 3. 2 a 3 anos 4. 3 a 4 anos 5. 4 a 5 anos
90
6. Mais de cinco anos (especificar: ______________) 5. Exames Laboratoriais dos últimos 6 meses:
1. Hemoglobina Glicada_______________ 2. Glicemia de Jejum_________________ 6. Medicação para DM: 1. Não utiliza 2. Medicamento Oral 3. Insulinoterapia 4. Medicamento oral + Insulinoterapia 7. Tipo de medicamentos oral 1. Hipoglicemiante oral (clorpropamida, glibenclamida, glimeperida) 2. Sensibilizadores da ação da insulina (metformina)
3. Redutores da neoglicogênese 4. Inibidores da α-glicosidase (acabose) 5. Outros 8. Uso de Insulinoterapia: 1. NPH 2. Insulina regular (ação rápida) 3. Lenta 4. Ultra rápida 9. Hipotensão Ortostática 1. Sim 2. Não Obs: Deitada: __________________________________ Sentada: _________________________________ Em pé: ___________________________________ 10. Apresenta queixa de dor em membros inferiores:
1. sim 2. não
11. ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR EM MMII 01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 = nenhuma dor 10 = pior dor possível 12. Sensibilidade proprioceptiva
1. Preservada 2. Alterada 13. Sensibilidade Vibratória
1. Preservada 2. Alterada 14. Sensibilidade cutâneo-protetora:
1. Preservada 2. Alterada 15. Dinamômetro
Mão Dominante ( )D ( )E ______Kg ________Kg______Kg Média:________Kg. 16. Quedas no último ano: 1. Nenhuma 2. 1 queda 3. 2 ou mais quedas 17. Medo de quedas:
1. Sim 2. Não 18. Tendência a quedas:
1. Sim 2. Não 19. Tontura
1. sim 2. não
20. Tempo de início da tontura:
1. De 3 a 6 meses 2. De 7 a 11 meses 3. De 1 a 2 anos 4. De 3 a 4 anos 5. Mais de 5 anos
91
ANEXO I
92
93
94
Anexo II
Mini-Mental State Exam – MEEM (FOLSTEINet al., 1975; BERTOLUCCIet al.,
1994)
“Agora faremos algumas perguntas para saber como está sua memória.
Sabemos que, com o tempo, as pessoas vão tendo mais dificuldade para se
lembrar das coisas. Não se preocupe com os resultados das questões”
1) Em qual dia estamos?
ano ( ) semestre ( ) mês ( ) Dia ( ) dia da semana ( )
2) Onde nós estamos?
estado ( ) cidade ( ) bairro ( ) hospital ( ) andar ( )
3) Repita as palavras: (1 segundo para dizer cada uma, depois pergunte ao idoso todas as três)
caneca ( ) tijolo ( ) tapete ( )
Se ele não consegue repetir as três, repita até que ele aprenda todas as três. Conte as tentativas e registre.
4) O sr (a) faz cálculos? (1) Sim (2) Não
Se a resposta for positiva pergunte: Se de 100 reais forem tirados 7, quanto resta? E se tirarmos mais 7 reais, quanto resta? (total de 5 subtrações)
(93) ( ) (86) ( ) (79) ( ) (72) ( ) (65) ( )
Se a resposta for não, peça-lhe para soletrar a palavra “mundo” de trás para diante
O( ) D ( ) N ( ) U ( ) M ( )
5) Repita as palavras que disse há pouco
___________ ( ) ______________ ( ) ____________ ( )
6) Mostre um relógio de pulso e pergunte-lhe: O que é isto? Repita com o lápis.
Relógio ( ) Lápis ( )
7) Repita o seguinte: “ NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ” ( )
8) Siga uma ordem de três estágios:
“Tome um papel com sua mão direita( )
“Dobre-o ao meio” ( )
“Ponha-o no chão” ( )
9) Leia e execute o seguinte: (cartão)
“FECHE OS OLHOS” ( )
10) Escreva uma frase ( )
11)Copie este desenho (cartão): ( )
TOTAL_____ pontos
95
Anexo III
Escala de Depressão Geriátrica – EDG-15 (YESAVAGEet al., 1983; SHEIK &
YESAVAGE, 1986)
Score: ____________(respostas em negrito)
1 (s) (N) Satisfeito com a vida?
2 (S) (n) Interrompeu muito suas atividades?
3 (S) (n) Acha sua vida vazia?
4 (S) (n) Aborrece-se com frequência?
5 (s) (N) Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo?
6 (S) (n) Teme que algo ruim lhe aconteça?
7 (s) (N) Sente-se alegre a maior parte do tempo?
8 (S) (n) Sente-se desamparado com frequência?
9 (S) (n) Prefere ficar em a casa a sair e fazer coisas novas?
10 (S) (n) Acha que tem mais problemas de memória do que as
outras pessoas?
11 (s) (N) Acha que é maravilhoso estar vivo?
12 (s) (N) Vale a pena viver como vive agora?
13 (s) (N) Sente-se cheio de energia?
14 (s) (N) Acha que sua situação tem solução?
15 (S) (n) Acha que tem muita gente em situação melhor?
Maior que 5 = suspeita de depressão
ESCORE: __________ PONTOS
96
Anexo IV
MINI-BES Test Instruções para o examinador:
Os indivíduos devem ser testados com sapatos sem salto ou sem sapatos e meias. Se o indivíduo precisar de um dispositivo de auxílio para um item, pontue aquele item em uma categoria mais baixa. Se o indivíduo requerer assistência física para executar um item, pontue na categoria mais baixa (0) para aquele item.
Equipamentos necessários:
Cronometro;
Um bloco de espuma TEMPUR® (densidade média) de 10 cm de altura e com aproximadamente 60 X 60 cm.
Rampa de 10º de inclinação (pelo menos 60X60 cm) para ficar em pé.
Duas caixas de sapato empilhadas para servir de obstáculo durante a marcha.
Cadeira firme com braços e marcação no chão com fita 3 metros à frente para o “TimedGetUpandGo”.
Fita crepe para marcar 3 metros e 6 metros no chão para o teste “TimedGetUpandGo”. Resumo de Desempenho: Calcular Porcentagem de Pontuação Seção I:_____/8x100 =_________ Transições/Antecipatório Seção II:_____/8x100 =_________ Reativo Seção III:_____/6x100 =__________ Orientação sensorial Seção IV: _____/10x100 =_________ Estabilidade na marcha Total: ______/ 32 pontos = Percentual total da pontuação
I. Transições – Ajustes Posturais Antecipatórios (Seção I:___/8 pontos) 1. SENTADO PARA DE PÉ (2) Normal: Passa para de pé sem a ajuda das mãos e se estabiliza independentemente (1) Moderado: Passa para de pé na primeira tentativa COM o uso das mãos (0) Grave: Impossível levantar de uma cadeira sem assistência – OU – várias tentativas com uso das mãos 2. FICAR NA PONTA DOS PÉS (2) Normal: Estável por 3 segundos com altura máxima (1) Moderado: Calcanhares levantados, mas não na amplitude máxima (menor que quando segurando com as mãos) OU instabilidade notável por 3 s (0) Grave: ≤ 3 s 3. DE PÉ EM UMA PERNA Esquerdo Tempo (em segundos) Tentativa 1:_____ Tentativa 2:_____ (2) Normal: 20 s (1) Moderado: < 20 s (0) Grave: Incapaz Direito
Tempo (em segundos) Tentativa 1:_____ Tentativa 2:_____ (2) Normal: 20 s (1) Moderado: < 20 s (0) Grave: Incapaz
98
II. Respostas Posturais Reativas (Seção II:___/8 pontos)
4. CORREÇÃO COM PASSO COMPENSATÓRIO – PARA FRENTE
(2) Normal: Recupera independentemente com passo único e amplo (segundo passo para realinhamento é permitido) (1) Moderado: Mais de um passo usado para recuperar o equilíbrio (0) Nenhum passo, OU cairia se não fosse pego, OU cai espontaneamente 5. CORREÇÃO COM PASSO COMPENSATÓRIO – PARA TRÁS
(2) Normal: Recupera independentemente com passo único e amplo (1) Moderado: Mais de um passo usado para recuperar o equilíbrio (0) Grave: Nenhum passo, OU cairia se não fosse pego, OU cai espontaneamente 6. CORREÇÃO COM PASSO COMPENSATÓRIO – LATERAL
Esquerdo (2) Normal: Recupera independentemente com um passo (cruzado ou lateral permitido) (1) Moderado: Muitos passos para recuperar o equilíbrio (0) Grave: Cai, ou não consegue dar passo Direito (2) Normal: Recupera independentemente com um passo (cruzado ou lateral permitido) (1) Moderado: Muitos passos para recuperar o equilíbrio (0) Grave: Cai, ou não consegue dar passo III. Orientação sensorial (Seção III:___/6 pontos) 7. OLHOS ABERTOS, SUPERFÍCIE FIRME (PÉS JUNTOS)
(Tempo em segundos: ________) (2) Normal: 30 s (1) Moderado: < 30 s (0) Grave: Incapaz 8. OLHOS FECHADOS, SUPERFÍCIE DE ESPUMA (PÉS JUNTOS) (Tempo em segundos: ____) (2) Normal: 30 s (1) Moderado: < 30 s (0) Grave: Incapaz 9. INCLINAÇÃO – OLHOS FECHADOS (Tempo em segundos: ______)
(2) Normal: Fica de pé independentemente 30 s e alinha com a gravidade (1) Moderado: Fica de pé independentemente < 30 s OU alinha com a superfície (0) Grave: Incapaz de ficar de pé > 10 s OU não tenta ficar de pé independentemente IV. Estabilidade na marcha (Seção IV:___/10 pontos)
10. MUDANÇA NA VELOCIDADE DA MARCHA
(2) Normal: Muda a velocidade da marcha significativamente sem desequilíbrio (1) Moderado: Incapaz de mudar velocidade da marcha ou desequilíbrio (0) Grave: Incapaz de atingir mudança significativa da velocidade E sinais de desequilíbrio 11. ANDAR COM VIRADAS DE CABEÇA – HORIZONTAL
(2) Normal: realiza viradas de cabeça sem mudança na velocidade da marcha e bom equilíbrio (1) Moderado: realiza viradas de cabeça com redução da velocidade da marcha (0) Grave: realiza viradas de cabeça com desequilíbrio 12. ANDAR E GIRAR SOBRE O EIXO (2) Normal: Gira com pés próximos, RÁPIDO (≤ 3 passos) com bom equilíbrio
98
(1) Moderado: Gira com pés próximos, DEVAGAR (≥ 4 passos) com bom equilíbrio (0) Grave: Não consegue girar com pés próximos em qualquer velocidade sem desequilíbrio 13. PASSAR SOBRE OBSTÁCULOS (2) Normal: capaz de passar sobre as caixas com mudança mínima na velocidade e com bom equilíbrio (1) Moderado: passa sobre as caixas, porém as toca ou demonstra cautela com redução da velocidade da marcha. (0) Grave: não consegue passar sobre as caixas OU hesita OU contorna 14. “GET UP & GO” CRONOMETRADO (ITUG) COM DUPLA TAREFA
(TUG: ________s; TUG dupla tarefa ________s) (2) Normal: Nenhuma mudança notável entre sentado e de pé na contagem regressiva e nenhuma mudança na velocidade da marcha no TUG (1) Moderado: A tarefa dupla afeta a contagem OU a marcha (0) Grave: Para de contar enquanto anda OU para de andar enquanto conta
INSTRUÇÕES PARA O MINI-BES TEST 1. SENTADO PARA DE PÉ Instruções para o examinador: Note o
início do movimento e o apoio das mãos nos braços da cadeira ou nas coxas, ou o movimento de jogar os braços para frente.
Paciente: Cruze os braços na frente do
peito. Tente não usar as mãos, a menos que você precise. Não deixe suas pernas encostarem na cadeira quando ficar de pé. Por favor, levante agora.
2. FICAR NA PONTA DOS PÉS Instruções para o examinador: Permita que
o paciente tente duas vezes. Registre a melhor pontuação. (Se suspeitar de que o indivíduo esteja usando menos que sua altura máxima, peça a ele que levante enquanto segura nas suas mãos). Certifique-se de que o indivíduo olha para um alvo fixo a 1,2 - 3,6 metros de distância.
Paciente: Posicione seus pés na largura dos
seus ombros. Coloque suas mãos nos quadris. Tente se elevar o mais alto possível sobre a ponta dos pés. Eu contarei em voz alta até 3 segundos. Tente manter essa posição por, no mínimo, 3 segundos. Olhe diretamente para frente. Levante agora.
3. DE PÉ EM UMA PERNA Instruções para o examinador: Permita que
o paciente tente duas vezes e registre a melhor tentativa. Registre em segundos o quanto ele mantém a posição, até um máximo de 30 segundos. Pare de contar quando o indivíduo tirar suas mãos dos quadris ou colocar o pé no chão. Certifique-se de que o indivíduo olha para um alvo fixo a 1,2 - 3,6 metros de distância.
Paciente: Olhe diretamente para frente.
Mantenha suas mãos nos quadris. Dobre uma perna para trás. Não toque a perna levantada na outra perna. Fique de pé sobre uma perna o máximo de tempo que conseguir. Olhe diretamente para frente. Levante agora. (REPITA DO OUTRO LADO)
4. CORREÇÃO COM PASSO COMPENSATÓRIO – PARA FRENTE Instruções para o examinador: Fique de pé em frente e ao lado do paciente com uma mão em cada ombro e peça a ele que empurre para frente. (Certifique-se de que há espaço para que ele dê um passo à frente). Peça a ele que se incline até que seus ombros e quadris estejam à frente dos seus pés. Solte subitamente seu apoio quando o indivíduo estiver posicionado. Mantenha pressão constante até antes dos calcanhares se levantarem. O teste deve elicitar um passo. Esteja preparado para segurar o paciente.
Paciente: Fique de pé com seus pés na largura dos ombros, braços ao lado do corpo. Incline para frente contra minhas mãos além dos seus limites anteriores. Quando eu soltar, faça o que for necessário, incluindo dar um passo para prevenir uma queda. NOTA: Esteja preparado para segurar o paciente.
99
5. CORREÇÃO COM PASSO COMPENSATÓRIO – PARA TRÁS Instruções para o examinador: Fique de pé atrás e do lado do paciente com uma mão em cada escápula e peça que ele se incline para trás. (Certifique-se de que há espaço para que ele dê um passo para trás). Peça a ele que se incline até que seus ombros e quadris estejam atrás dos seus calcanhares. Solte subitamente seu apoio quando o indivíduo estiver posicionado. Mantenha pressão constante até antes dos calcanhares se levantarem. O teste deve elicitar um passo. Esteja preparado para segurar o paciente.
Paciente: Fique de pé com seus pés na largura dos ombros, braços ao lado do corpo. Incline para trás contra minhas mãos além dos seus limites posteriores. Quando eu soltar, faça o que for necessário, incluindo dar um passo para prevenir uma queda. NOTA: Esteja preparado para segurar o paciente.
6. CORREÇÃO COM PASSO COMPENSATÓRIO – LATERAL Instruções para o examinador: Fique atrás
do paciente, coloque uma mão no lado direito (ou esquerdo) da pelve, e peça a ele que incline seu corpo todo verticalmente na sua mão. Peça que ele incline até que a linha média da pelve esteja além do pé direito (ou esquerdo) e depois solte subitamente o apoio. Esteja preparado para segurar o paciente se necessário.
Paciente: Fique de pé com seus pés juntos,
braços para baixo ao lado do corpo. Incline em direção à minha mão além do seu limite lateral. Quando eu soltar, dê um passo, se precisar, para evitar uma queda. NOTA: Esteja preparado para segurar o paciente.
7. OLHOS ABERTOS, SUPERFÍCIE FIRME Instruções para o examinador: Registre o
tempo que o paciente for capaz de se manter de pé até um máximo de 30 segundos. Inclua inclinação ou estratégia do quadril como “instabilidade”, pontuando uma categoria inferior.
Paciente: Coloque as mãos nos quadris.
Coloque seus pés juntos, até quase se tocarem. Olhe diretamente para frente. A cada tempo, permaneça o mais estável possível até que eu diga pare.
8. OLHOS FECHADOS, SUPERFÍCIE DE ESPUMA Instruções para o examinador: Use uma espuma Tempur® de média densidade, com 10cm de espessura. Ajude o indivíduo a subir na espuma. Diga ao paciente “Feche os olhos”. Registre o tempo que o paciente foi capaz de manter a posição até um máximo de 30 segundos. Faça o paciente pisar fora da espuma entre as tentativas. Inclua inclinação ou estratégia do quadril como “instabilidade”, pontuando uma categoria inferior. (Shumway-Cook A and Horak RB. Assessing the influence of sensory interaction on balance. PhysicalTherapy. 66: 1548, 1550, 1986.)
Paciente: Coloque as mãos nos quadris. Coloque seus pés juntos, até quase se tocarem. Olhe diretamente para frente. A cada tempo, permaneça o mais estável possível até que eu diga pare.
9. INCLINAÇÃO, OLHOS FECHADOS
100
Instruções para o examinador: Ajude o
paciente a subir na rampa. Assim que o paciente fechar os olhos, comece a cronometrar, registre e faça a média de duas tentativas. Note se a oscilação é maior que quando de pé com os olhos fechados em uma superfície firme e plana, ou se há um pobre alinhamento com a vertical. Assistência inclui uso de bengala ou toque leve a qualquer momento da testagem.
Paciente: Eu irei cronometrar a próxima
testagem. Por favor, fique de pé na rampa inclinada com os dedos dos pés apontados na direção do topo da rampa. Posicione seus pés na largura dos ombros. Coloque suas mãos nos seus quadris. Vou começar a cronometrar quando você fechar seus olhos.
10. MUDANÇA NA VELOCIDADE Instruções para o examinador: Permita que o paciente dê 2-3 passos na sua velocidade normal, e então diga “rápido”, após 2-3 passos rápidos, diga “devagar”. Permita 2-3 passos lentos antes que ele pare de andar.
Paciente: Comece andando na sua velocidade normal, quando eu disser “rápido”, ande o mais rápido que conseguir. Quando eu disser “devagar”, ande bem vagarosamente.
11. ANDAR COM VIRADAS DE CABEÇA – HORIZONTAL Instruções para o examinador: Permita que
o paciente atinja sua velocidade normal e dê o comando “direita, esquerda” a cada 3-5 passos. Pontue se observar problemas em cada direção. Se o paciente apresentar restrição cervical grave, permita movimentação combinada da cabeça e tronco (em bloco).
Paciente: Comece andando na velocidade
normal, quando eu disser “direita”, vire sua cabeça e olhe para a direita. Quando eu disser “esquerda”, vire sua cabeça e olhe para a esquerda. Tente manter-se andando em uma linha reta.
12. ANDAR E GIRAR SOBRE O EIXO Instruções para o examinador: Demonstre um giro sobre o eixo. Uma vez que o paciente esteja andando em velocidade normal, diga “gire e pare.” Conte os passos desde o giro até que o indivíduo esteja estável. Instabilidade é indicada por ampla largura de passo, passo extra ou movimentação de tronco e braço.
Paciente: Comece andando na sua velocidade normal. Quando eu disser “gire e pare”, gire o mais rápido que puder para olhar na direção oposta e pare. Após o giro, seus pés devem estar próximos.
13. PASSAR SOBRE OBSTÁCULOS Instruções para o examinador: Posicione a caixa (22,9 cm de altura) a 3 m de distância de onde o paciente começará a andar. Use um cronômetro para cronometrar a duração da marcha, para calcular a velocidade média ao dividir o número de segundos por 6 m. Procure por hesitação, passos curtos e toque no obstáculo.
Paciente: Comece andando na sua velocidade normal. Quando você chegar na caixa, passe por cima dela, não em volta dela, e continue andando.
14. “GET UP & GO” CRONOMETRADO COM DUPLA TAREFA Instruções para o examinador: Use o
escore do TUG para determinar os efeitos da dupla tarefa.
1 TUG: Comece com o paciente sentado com as costas apoiadas na cadeira. Marque o tempo a partir de quando você disser “vá” até ele voltar e sentar na cadeira. Pare de
Paciente:
) TUG: Quando eu disser “vá”, levante da cadeira, ande na sua velocidade normal através da fita no chão, gire e volte para sentar-se na cadeira.
) TUG com dupla tarefa: Conte regressivamente de 3 em 3, começando em
101
cronometrar quando as nádegas do indivíduo tocarem o assento da cadeira. A cadeira deve ser firme com braços para ele se empurrar se necessário.
2 TUG com dupla tarefa: Enquanto sentado, determine quão rápido e precisamente o paciente pode contar regressivamente de 3 em 3, a partir de um número entre 90 e 100. Então, peça a ele que conte a partir de um número diferente e, depois de alguns números, diga “vá”. Cronometre a partir do momento que disser “vá” até que ele volte para a posição sentada.
Quando eu disser “vá”, levante da cadeira, ande na sua velocidade normal através da fita no chão, gire e volte para sentar na cadeira. Continue contando regressivamente o tempo todo.
102
Anexo V
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE II - WHODAS II Versão Administrada por Entrevistador – 12 itens
DIGA AO RESPONDENTE: A entrevista é sobre as dificuldades que as pessoas têm por causa de sua condição de saúde.(ALCANCE O CARTÃO No. 1 PARA O RESPONDENTE).Por condição de saúde, eu quero dizer doenças diagnosticadas pelo médico ou percebidas pelo paciente, outros problemas de saúde que podem ser de curta ou de longa duração, lesões, problemas mentais ou emocionais e problemas com álcool ou drogas.
Relembro que você deve ter em mente todos seus problemas de saúde enquanto responde às perguntas. Quando eu perguntar sobre suas dificuldades para fazer uma atividade pense em (APONTE PARA O CARTÃO No. 1).
Esforço aumentado Desconforto ou dor Lentidão Mudanças na forma de você fazer a atividade
(APONTE PARA O CARTÃO No. 1). Quando estiver respondendo, eu gostaria que você pensasse sobre os últimos 30 dias. Eu também gostaria que você respondesse a estas perguntas pensando no grau de dificuldade que você teve, na média dos últimos 30 dias, enquanto fazia a atividade tal comogeralmente a faz.
(ALCANCE O CARTÃO No. 2 PARA O RESPONDENTE).Utilize esta escala enquanto estiver respondendo. (LEIA A ESCALA EM VOZ ALTA):Nenhum, leve, médio, grave, extremo / não consigo fazer. (OS CARTÕES No. 1 & 2 DEVEM PERMANECER VISÍVEIS PARA O RESPONDENTE DURANTE A ENTREVISTA. )
103
PERGUNTAS CENTRAIS
H1 Como você avaliaria sua Muito boa Boa Média Ruim Muito ruim saúde geral nos últimos 30 dias? (Leia as opções para o respondente)
MOSTRE O CARTÃO No. 2 para o participante. Nos últimos 30 dias, que grau de dificuldade você teve em (ou para):
Nenhum Leve Médio Grave
Extremo / Não
consigo fazer
S1
Ficar de pé por períodos tão longos quanto 30 minutos?
1 2 3 4 5
S2
Cuidar de suas responsabilidades com seu lar?
1 2 3 4 5
S3
Aprender uma nova tarefa, como, por exemplo, aprender a chegar a um lugar novo?
1 2 3 4 5
S4
Você teve problema para se engajar (participar) em atividades da comunidade (por exemplo, festividades, atividades religiosas, etc.) da mesma forma que qualquer pessoa consegue?
1 2 3 4 5
S5
Você foi emocionalmente afetado por seus problemas de saúde?
1 2 3 4 5
S6
Concentrar-se por 10 minutos para fazer alguma coisa?
1 2 3 4 5
S7 Caminhar uma grande distância, tal como um
1 2 3 4 5
104
quilômetro [ou dez quadras]?
Por favor, continue na próxima página...
Nos últimos 30 dias, que grau de dificuldade você teve em (ou para):
Nenhum Leve Médio Grave
Extremo / Não
consigo fazer
S8 Lavar seu corpo todo?
1 2 3 4 5
S9 Vestir-se?
1 2 3 4 5
S10
Lidar com pessoas que você não conhece?
1 2 3 4 5
S11 Manter uma amizade?
1 2 3 4 5
S12 Seu trabalho no dia a dia?
1 2 3 4 5
Nenhum Leve Médio Grave
Extremo / Não
consigo fazer
H2
Em geral, em que grau essas dificuldades interferem na sua vida? (Leia as opções para o respondente)
1 2 3 4 5
H3 Em geral, nos últimos 30 dias, em quantos dias essa dificuldade esteve presente?
REGISTRE O NÚMERO DE DIAS
___ ___
H4
Nos últimos 30 dias, por quantos dias você esteve totalmente incapacitado de desempenhar suas atividades usuais ou seu trabalho em função de qualquer condição de saúde?
REGISTRE O NÚMERO DE DIAS ___ ___
105
H5
Nos últimos 30 dias, sem contar os dias em que você esteve totalmente incapacitado, por quantos dias você teve que cortar ou reduzir suas atividades habituais ou seu trabalho devido a alguma condição de saúde?
REGISTRE O NÚMERO DE DIAS ___ ___
Isso conclui nosso questionário. Obrigado por participar.
106
Anexo VI
Formulário de avaliação clínica do Risco de Quedas_Quick Screen Nome:________________________________________ Data:___/___/___
Para os seguintes fatores de riscos descritos abaixo, marque “SIM” se o fator de risco estiver presente marque “NÃO” se o fator de risco não estiver presente.
MEDIDA FATORES DE RISCO
PRESENTES
Q101.Quedas Anteriores?
Uma ou mais nos últimos
12 meses
SIM / NÃO
Q102.Medicamentos
Quatro ou mais (excluindo
vitaminas)
SIM / NÃO
Qualquer psicotrópico
SIM / NÃO
Q103.Visão
Teste de baixo contraste para acuidade visual
Incapaz de enxergar a linha 16
SIM / NÃO
Q.105.Sensibilidade Tátil
Teste de sensibilidade
Incapaz de sentir de sentir 2 das 3 tentativas
SIM / NÃO
Q106.Força, Tempo de Reação e
Equilíbrio
a.Teste de Semi-tandem Incapaz de permanecer
por mais de 10 segundos
SIM / NÃO
Tempo (Seg):___________
b.Teste do passo alternado
Incapaz de completar em 10 segundos
SIM / NÃO
Tempo (Seg):___________
c. Teste de sentar e levantar da cadeira
Incapaz de fazer em 12 segundos
SIM / NÃO
Tempo (Seg):___________
Q107. Número de Fatores de Risco
0-1
2-3
4-5
6+
Q108.
Probabilidade de Cair
7%
13%
27%
49%
107
Resultado da Probabilidade:O idosos tem ____% de probabilidade de cair nos próximos 12 meses.
Seguem abaixo as instruções para o preenchimento do formulário de
avaliação do QuickScreen
Passo 1: Faça as perguntas, realize os testes e avalie se o fator de risco está
presente ou não.
Passo 2: Circule “SIM” ou “NÃO” na coluna 2 se a pessoa demonstrar o fator de
risco. Isto é:
Circulando “SIM” demonstra que a pessoa tem de fato o fator de risco. Por exemplo,
“SIM” (a pessoa foi incapaz de ler a linha 16 do quadro de acuidade visual).
Circulando “NÃO” demonstra que a pessoa não tem o fator de risco. Por exemplo,
“NÃO” ( a pessoa foi capaz de completar a tarefa de sentar e levantar em 12
segundos).
Passo 3: Some os fatores de risco presentes e vá a tabela no final da página para
calcular a probabilidade de cair.
Passo 4: Dê uma devolutiva para a pessoa sobre sua probabilidade de cair e quais
intervenções são apropriadas para reduzir ou minimizar o risco.
Nota: O item sobre quedas anteriores não contém nenhuma recomendação, no
entanto, se este é o único fator de risco que a pessoa possui, você deve considerar
a investigação de outros fatores que não estão cobertos nesta avaliação, tais como
a artrite de membros inferiores, hipotensão postural e a necessidade de
modificações na casa.
108
Quick Screen® Clinical Falls Risk Assessment
Como realizar a avaliação do Quick Screen Falls Risk Assessment
Quedas anteriores
Definição de queda, de acordo com a Rede Européia de Quedas (ProFaNE): “um
evento inesperado no qual o participante venha a repousar no chão, piso ou nível
inferior” ou “ qualquer queda, incluindo um escorregão ou tropeço, no qual a pessoa
perdeu seu equilíbrio e caiu no chão, piso ou nível inferior”.
Pergunte: Você caiu, nos últimos 12 meses?
Pontuação
Se a pessoa não caiu nos últimos 12 meses, marque “NÃO”.
“NÃO” indica que a pessoa não sofreu nenhuma queda nos últimos 12 meses.
Medicamentos
Muitos idosos podem não saber se a sua medicação é classificada como
psicotrópica ou não, portanto, há uma tabela de medicamentos psicotrópicos para
consulta.
Para obter uma informação precisa se a pessoa está tomando alguma medicação
que altere o sistema nervoso ou cardiovascular, perguntas exploratórias podem
incluir uma ou mais, entre essas:
Você teve suas medicações revisadas nos últimos 12 meses?
Você pode me dizer ou me mostrar quais medicamentos está tomando?
Você está tomando alguma coisa para: epilepsia, nervos, depressão ou para
dormir?
Você toma algum multivitamínico ou fitoterápicos?
Avaliação da acuidade visual
A pessoa deve estar sentada a uma distância de três metros do quadro de
acuidade visual, fixado na parede, ao nível dos olhos, com boa luminosidade.
109
O avaliado deve utilizar os mesmos óculos que normalmente usariam para
enxergar à distância.
Peça que leia em voz alta a linha com as menores letras que seja capaz de
enxergar com facilidade. Aponte a próxima linha, abaixo, e peça que leiam as letras
em voz alta. Continue a descer no quadro até que a pessoa não seja capaz de ler a
próxima linha ou até que cometam erros.
Pontuação
A pessoa deve ser capaz de identificar todas as letras da linha 16 (terceira linha de
cima para baixo) para pontuar como NÃO. Uma correção de uma linha a mais 20
(segunda linha de cima para baixo) pode ser feita se a luminosidade for fraca (por
exemplo, se estiver testando a pessoa num quarto mal iluminado em casa etc.).
NÃO indica que a pessoa não possui o fator de risco. Pontue SIM para todas as
outras respostas.
Teste de sentar e levantar da cadeira
Este teste envolve o tempo gasto pela pessoa para sentar e levantar da cadeira,
cinco vezes, a partir da posição sentada. O equipamento requerido é uma cadeira
com encosto reto e 45 cm de altura, e um cronômetro.
Procedimento
É solicitado que a pessoa se movimente o mais rápido possível, com ambos os
braços cruzados à frente. Demonstre o teste primeiro, enfatizando a necessidade de
se levantar até que ambos os joelhos e quadris estejam completamente estendidos
e de sentar-se na cadeira, completamente, para cada repetição. Peça a pessoa que
coloque os pés diretamente a baixo dos joelhos para o início do teste, e mantenha
os braços cruzados no peito durante toda a execução do teste.
Pergunte se está pronto e sinalize o início do teste falando “Vá”. Comece a
cronometrar assim que os ombros se movimentem para frente e conte em voz alta
para cada repetição. Pare de cronometrar quando a pessoa completar as cinco
repetições e estiver sentada.
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Segurança: Certifique-se de que a cadeira não se mova para trás, quando a pessoa
se sentar, firmando-a contra a parede ou com a sua mão.
Pontuação
A pessoa deve terminar a tarefa em menos de 12 segundos para pontuar como
NÃO.
NÃO indica que a pessoa não tem o fator de risco. Pontue sim para todas as outras
respostas.
Teste de semi-tandem
Esta é uma medida de equilíbrio e força do tornozelo e envolve a avaliação de
permanecer com os pés em posição paralela, um em frente ao outro (semi-tandem),
por um tempo de 10 segundos, com os olhos fechados. O equipamento necessário é
um cronômetro e um papel cartão quadrado de 2,5 cm de lado, para posicionamento
do pé.
Procedimento
Demonstre a posição dos pés e explique que o teste envolve ficar em pé, nessa
posição, por 10 segundos, com os olhos fechados.
Permita ao participante escolher qual pé quer colocar na frente, para realizar o teste.
Use o modelo quadrado de papel cartão para separar os pés lateralmente, por 2,5
cm do calcanhar do pé dianteiro ao dedo grande do pé de trás.
Caso o participante seja instável, dê-lhe apoio, enquanto ele assume a posição do
teste. Quando ele estiver na posição e estável, retire o seu apoio e peça que feche
os olhos e se mantenha equilibrado na posição, sem mexer os pés, até que você
fale “pare”.
Comece a cronometrar o tempo quando ele fechar os olhos. Se um tempo de 5
segundos ou menos é obtido, uma segunda tentativa é permitida e o melhor
resultado é usado como pontuação final.
Pontuação
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A pessoa deve ser capaz de equilibrar-se nesta posição, por pelo menos 10
segundos, para pontuar NÃO.
NÃO indica que a pessoa não tem o fator de risco. Pontue SIM para todas as outras
respostas.
Teste do passo alternado
Essa é uma medida de força, equilíbrio e coordenação. O equipamento necessário é
um cronômetro e um degrau de 18 cm de altura.
Procedimentos
Demonstre a tarefa primeiro: coloque o pé direito em cima do degrau, suportando o
peso do corpo com o esquerdo, em seguida, coloque o pé direito de volta no chão e
o esquerdo sobre o degrau. Enfatize que o pé deve ser colocado no degrau, mas o
peso do corpo deve permanecer apoiado pela perna contrária, no chão (por
exemplo, a pessoa não necessita subir completamente no degrau).
A tarefa deve ser feita o mais rapidamente possível, 4 repetições para cada pé ,
alternando direito e esquerdo.
Comece a cronometrar o tempo quando o primeiro pé for erguido do chão e conte
em voz alta cada uma das 8 vezes que o pé tocar no degrau. Pare de cronometrar
quando os pés estiverem no chão.
Pontuação
A pessoa deve completar a prova em menos de 10 segundos, para pontuar como
NÃO.
NÃO indica que a pessoa não tem o fator de risco. Pontue como SIM para todas as
outras respostas.
Teste de sensibilidade tátil
Este teste avalia a sensibilidade periférica e envolve o uso de um estesiômetro de
pressão colocado no maléolo lateral do tornozelo do lado dominante. A pessoa
deverá estar sentada.
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Procedimento
A pessoa é convidada a manter seus olhos fechados, durante a realização do teste,
e indicar para o avaliador (falando “sim”), se é capaz de sentir o monofilamento que
está sendo encostado em seu maléolo externo do tornozelo. O filamento é colocado
por um segundo e a pressão é aplicada até que ele se curve. Se o filamento
escapar, a tentativa deve ser repetida. Uma tentativa é feita para a familiarização do
participante com o teste e, depois, mas três tentativas são feitas para a realização
do teste propriamente dito.
Pontuação
A pessoa deve ser capaz de sentir pelo menos duas, das três tentativas, para
pontuar como NÃO.
NÃO indica que a pessoa não tem o fator de risco. Pontue SIM para todas as outras
respostas.