59
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RAIMUNDO VICENTE PEREIRA NETO Natal/RN, 2018.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......solares (Parque Solar Lapa, localizado em Bom Jesus da Lapa-BA; a maior usina solar do Brasil com capacidade de geração de 80 MW)

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

    TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

    RAIMUNDO VICENTE PEREIRA NETO

    Natal/RN, 2018.

  • ESTUDO DE UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DE UM FORNO SOLAR

    FABRICADO A PARTE DE ESTANTE METÁLICA PARA O ASSAMENTO DE

    ALIMENTOS

    Por

    Raimundo Vicente pereira Neto

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

    ao CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

    como Requisito Parcial Para

    obtenção do Grau de

    Bacharel em Engenharia Mecânica.

    Natal/RN, 2018.

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

    A Comissão Examinadora Abaixo Assinada,

    Aprova o Trabalho de Conclusão:

    ESTUDO DE UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DE UM FORNO SOLAR

    FABRICADO A PARTE DE ESTANTE METÁLICA PARA O ASSAMENTO DE

    ALIMENTOS

    Elaborado Por

    RAIMUNDO VICENTE PEREIRA NETO

    Como Requisito Parcial Para

    Obtenção do Grau de

    Bacharel em Engenharia Mecânica.

    ___________________________________________

    __________________________

    Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Sousa (Orientador)

    __________________________

    Prof. Ms: Salomão Sávio Batista

    __________________________

    Ms: Mário César Oliveira Spinelli

  • Natal/RN, 2018

  • 1

    SUMÁRIO

    SUMÁRIO ..................................................................................................................................... 1

    LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................ 4

    LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................ 5

    LISTA DE SÍMBOLOS ..................................................................................................................... 6

    RESUMO ....................................................................................................................................... 7

    ABSTRACT ..................................................................................................................................... 8

    1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9

    1.1 Apresentação do trabalho ................................................................................................ 9

    1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 11

    1.3 Objetivo geral .................................................................................................................. 11

    1.4 Objetivos específicos ...................................................................................................... 11

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................. 12

    2.1 Radiação Solar ............................................................................................................. 12

    2.2 Aplicações da Radiação Solar ...................................................................................... 13

    2.2.1 Aplicações Térmicas .................................................................................................... 13

    2.2.2 Força Motriz ................................................................................................................ 13

    2.2.3 Eletricidade ................................................................................................................. 13

    2.2.4 Energia Química .......................................................................................................... 14

    2.3 Potencial Solar ............................................................................................................ 14

    2.4 Calor e Formas de Transmissão .................................................................................. 14

    2.5 Sistema Atmosfera- Radiação Solar ............................................................................ 16

    2.6 Mapas Solarimétricos ................................................................................................. 17

    2.7 Forno solar tipo caixa .................................................................................................. 19

    2.7.1 Teoria do Forno Tipo Caixa ................................................................................. 24

    2.7.2 Princípios de Aquecimento ................................................................................. 25

    2.7.3 Projeto ................................................................................................................. 28

    3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 31

    3.1 Procedimentos para o cálculo da energia .................................................................... 36

    3.1.1 A energia que entra no forno ............................................................................... 36

    3.1.2 Energia perdida ................................................................................................... 36

    3.1.3 A energia absorvida pelo forno ........................................................................... 38

  • 2

    3.1.4 O rendimento interno do forno ............................................................................ 39

    4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................... 40

    5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ............................................................................................ 52

    5.1. Conclusões ...................................................................................................................... 52

    6. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS ......................................................................................... 54

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar, a Deus pela dádiva da vida e por estar comigo em todos os

    momentos, assim permitindo a concretização de mais um sonho.

    Aos meus familiares, em especial, aos meus amados pais, Sr. José Vicente Pereira

    e Sra. Gildete Batista Pereira, sem os quais essa conquista não seria possível, e a minha

    namorada, Heuise Karoliny Firmino pelo amor e apoio e compreensão nos momentos

    difíceis.

    Ao meu amigo e orientador, Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza, pelo

    suporte, orientação e atenção no desenvolvimento deste trabalho, tanto durante a

    fabricação, quanto nos testes e elaboração da monografia; ao meu amigo e técnico do

    LMHES/UFRN, pelas orientações e suporte durante a construção e testes do forno e aos

    demais integrantes da família LMHES que contribuíram diretamente ou indiretamente

    para o sucesso deste trabalho.

  • 4

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1. Diagrama simbólico dos processos de interação da radiação solar com a

    atmosfera terrestre

    Figura 2.2. Média anual do total diário de irradiação solar global no território Brasil

    Figura 2.3. Média sazonal da irradiação global dias nos meses de dezembro a fevereiro

    Figura 1. Primeiro Forno solar fabricado na UFRN

    Figura 2.5. Forno solar fabricado a partir de uma sucata de fogão convencional

    Figura 2.62. Forno solar estudado por Varela

    Figura 3.7. Forno fabricado a partir de chapas de material compósito de baixa

    condutividade

    Figura 4.8. Forno solar estudado por Gomes

    Figura 2.95. Forno solar estudado por Araújo

    Figura 2.106. Forno solar estudado por Spinelli

    Figura 2.11. Efeito estufa gerado no forno solar tipo caixa

    Figura 2.12. Orientação do vidro em fornos solares

    Figura 2.13. Refletores para aumento da energia de entrada no forno

    Figura 2.14. Calor da panela transferido para o cabo

    Figura 2.15. Calor irradiado em forno tipo caixa aquecido

    Figura 2.16. Ar aquecido escapando por frestas do forno solar

    Figura 2.17 - Massa térmica dentro do fogão

    Figura 2.18 - Fornos solares mais largos captam mais luz solar no sentido Leste-Oeste

    Figura 3.1-Antigo forno com heliostato e novo heliostato fixo.

    Figura 3.2. Bolos durante o processo de assamanto

    Figura 3.4-Termômetro associado aos termopares

    Figura 3.3-Termômetro Digital

    Figura 3.4-Radiômetro digital

    Figura 4.1. Variação temperatura X Tempo.

    Figura 4.2. Temperaturas externas

    Figura 4.3, Vista superior do desenho esquemático do forno

    Figura 4.4 Os seis bolos após o processo de assamanto.

    Figura 4.5. Apresenta todos os alimentos após o término do teste

  • 5

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 4.1. Temperaturas sem Cargas

    Tabela 4.2. Temperaturas externas laterais

    Tabela 4.3. Temperaturas externas, face inferior

    Tabela 4.4. Temperaturas externas do vidro

    Tabela 4.5. Temperaturas externas e áreas

    Tabela 4.6. Relação de energias

    Tabela 4.7. Temperaturas das laterais externas

    Tabela 4.9. Tempo de assamento, quantidade e peso dos alimentos

    Tabela 4.10. Temperaturas externas e áreas

    Tabela 4.11. Relação de energias

  • 6

    LISTA DE SÍMBOLOS

    𝐴𝑣 = Área do vidro

    𝐴𝑎𝑢 = Área útil dos espelhos

    seA = Área da superfície

    𝐸𝑒𝑓 = Energia que entra no forno

    𝐸𝑔 =Energia da radiação solar global que incide diretamente no forno

    𝐸𝑟𝑒 = Energia da reflexão dos espelhos localizados na parte superior do forno

    𝐸𝑝𝑓 = Energia perdida pelo forno

    𝐸𝑎𝑏𝑠 = Energia total fornecida ao forno

    𝐸𝑝𝑓𝑆 = Energia perdida pelo forno pela região sul

    𝐸𝑝𝑓𝑂 = Energia perdida pelo forno pela região oeste

    𝐸𝑝𝑓𝑁 = Energia perdida pelo forno pela região norte

    𝐸𝑝𝑓𝐿 = Energia perdida pelo forno pela região leste

    𝐸𝑝𝑓𝑉 = Energia perdida pelo forno pela região vidro

    𝐸𝑝𝑓𝐼 = Energia perdida pelo forno pela região inferior

    ch = coeficiente de transferência de calor, convectivo

    rh = coeficiente de transferência de calor, radioativo

    𝐼𝑔 = Radiação instantânea global

    𝐼𝑑 =Radiação instantânea a direta

    𝑡 =Tempo em horas

    𝑇𝑎𝑏𝑠 = Temperatura do absorvedor no interior do forno

    𝑇𝑎𝑟 = Temperatura do ar no interior do forno.

    sT = temperatura da superfície

    ambT = temperatura ambiente

    Tsky = temperatura da abóbada celeste

    𝜏𝑣 = Transmissividade do vidro

    vv = velocidade do vento

    𝜌𝑒 = Refletividade do espelho

    𝜂𝑅𝐼 = Rendimento interno do forno

  • 7

    RESUMO

    Apresenta-se uma nova configuração de um forno solar fabricado a partir de uma estante

    de aço em desuso destinando ao assamento de alimentos, tais como: bolos, pizza, pães, queijo,

    linguiças, empanados e outros. São apresentados os processos de otimização, fabricação e

    montagem de tal forno, além do balanço térmico e das eficiências com e sem carga, que tem como

    principais características o baixo custo, facilidade de operação e possibilidade de assamento de

    vários alimentos simultaneamente. São apresentados resultados de testes de assamento dos

    alimentos escolhidos, que demonstraram sua elevada eficiência térmica. Os tempos de assamento

    foram competitivos com outros fornos já fabricados e testados no LMHES e abordados pela

    literatura solar para assamento de alimentos. Foi também demonstrada a viabilidade econômica

    do forno solar proposto. O forno solar estudado produziu o assamento de seis bolos, com carga

    de 4500g em apenas 80 minutos. Com superioridade em relação ao forno convencional a gás que

    apresenta capacidade de assamento de no máximo quatro bolos. Tal forno pode proporcionar a

    socialização do uso da energia solar por comunidades carentes, podendo constituir-se em

    possibilidade concreta de geração de emprego e renda

    Palavras chaves: energia solar, forno solar, reutilização de materiais, baixo custo,

    socialização da energia.

  • 8

    ABSTRACT

    It presents a new configuration of a solar oven made from a disused steel shelf for

    food baking, such as: cakes, pizza, breads, cheese, sausages, breaded and others. The

    processes of optimization, manufacture and assembly of such an oven are presented, as

    well as the thermal balance and the efficiencies with and without load, whose main

    characteristics are the low cost, ease of operation and the possibility of baking several

    foods simultaneously. Results of roasting tests of the selected foods are presented, which

    demonstrated their high thermal efficiency. The baking times were competitive with other

    furnaces already manufactured and tested in the LMHES and approached by the solar

    literature for food roasting. The economic viability of the proposed solar furnace was also

    demonstrated. The studied solar oven produced the baking of six cakes, with load of

    4500g in just 80 minutes. With superiority compared to the conventional gas oven that

    has a baking capacity of at most four cakes. Such an oven can provide the socialization

    of the use of solar energy by needy communities, and may constitute a concrete possibility

    of generating employment and income

    Keywords: solar energy, solar furnace, reuse of materials, low cost, energy

    socialization.

  • 9

    1. INTRODUÇÃO

    1.1 Apresentação do trabalho

    Almejando a manutenção de seus padrões de qualidade de vida, o homem

    contemporâneo se volta para a natureza, buscando em seus elementos natural alternativas

    energéticas.

    Todavia, devido ao aumento significativo da população e dos padrões estabelecido

    pelas sociedades atuais, tal objetivo tem sido cada vez mais difícil de ser alcançado. Isso

    tornou-se evidente após a crise do petróleo ocorrida na década de 70, pois confirmou- se

    que as tradicionais fontes energéticas (petróleo e carvão mineral) eram incapazes de

    garantir um futuro promissor para a humanidade.

    Segundo (Bezerra, 2008), após a crise de recursos petrolíferos eclodida na década

    de 70, países de I Mundo aceleraram as suas pesquisas na obtenção de novas tecnologias

    alternativas e elegeram a energia solar como a mais promissora.

    Tanto isto é verdade que surgiram na França e nos Estados Unidos,

    principalmente, projetos grandiosos de geração de energia elétrica via sol, como é o caso

    do Projeto THEMIS de 2 MW, localizado em Targassone no sul da França e o Projeto

    BARSTOW de 10 MW e 35 MW solar, construído nos Estados Unidos, além de outros.

    Entretanto, essa mudança de paradigma dos países de primeiro mundo não

    significa, necessariamente, uma mudança de suas matrizes energéticas, pois o que motiva

    o desenvolvimento tecnológico em energia renováveis é a garantia de obter de uma

    dependência, tecnológica e comercial, por parte dos países menos desenvolvido, como é

    o caso do Brasil, por exemplo.

    Pode-se constatar dois fatos preocupantes: o primeiro é que países de terceiro

    mundo não podem competir, tecnologicamente, com países de primeiro mundo,

    acarretando em mais uma dependência tecnológica; e outro, não menos importante, é que

    nosso atual meio desenvolvimento (capitalismo) faz com que as pesquisas em qualquer

    fonte energética sejam de forma centralizadas. Consequentemente, só quem terá acesso

    aos meios produtivos serão os detentores do capital.

  • 10

    Exemplificando o exposto, atualmente no Brasil, estão instaladas grandes centrais

    solares (Parque Solar Lapa, localizado em Bom Jesus da Lapa-BA; a maior usina solar

    do Brasil com capacidade de geração de 80 MW) e parques eólicos (Complexo Eólico

    Alto Sertão I - localizado no semiárido baiano, maior parque gerador de energia eólica do

    Brasil).

    Nota-se que o capitalismo pode até buscar desenvolver tecnologias limpas,

    entretanto, sempre no mesmo contexto, de lucrar. Em consequência disso, a parte mais

    carente da população sofre por não poder usufruir dessa tecnologia. Pois, mesmo as fontes

    energéticas solares e eólicas possuindo como característica a socialização da energia, ou

    seja, energia para todos, os meios produtivos são centralizadores.

    Em contrapartida ao que é incentivado pelo sistema capitalista, existem as

    tecnologias sociais, que podem contribuir para a minorações de problemas energéticos

    das populações mais carentes, atendendo aos quesitos de simplicidade, baixo custo, fácil

    aplicabilidade e re-aplicabilidade e impacto social comprovado. Para o caso da energia

    solar, destacam-se fornos e fogões solares, pois além de democratizarem a energia solar,

    diminuem o sofrimento da população menos favorecida.

    Este trabalho tem como objetivo estudar, fabricar e demonstrar a viabilidade de um

    forno solar tipo caixa construído partir de elementos recicláveis (prateleiras de estantes

    metálicas); visto que, após serem corroídas, as estantes metálicas são descartadas.

    O forno é constituído de um recinto de assamento com geometria retangular,

    fabricado a partir de uma estante de aço em desuso e uma superfície refletora externa,

    heliostato, localizada acima do recinto de assamento.

    Pretende-se demostrar a viabilidade técnica e econômica do forno que tem como

    principais características seu baixo custo e a possibilidade de produzir o assamento de

    vários alimentos simultaneamente, além da possibilidade de ter sua tecnologia de

    fabricação repassada para comunidades carentes, podendo gerar emprego e renda.

  • 11

    1.2 Objetivos

    1.3 Objetivo geral

    Otimizar, re-fabricar, estudar e demonstrar a viabilidade térmica de um

    forno solar tipo caixa a partir de uma estante metálica em desuso e avaliar suas

    viabilidades térmica e econômica.

    1.4 Objetivos específicos

    Descrever e analisar todas as etapas dos processos de fabricação,

    montagem e operação do forno solar proposto;

    Realizar ensaios com e sem carga para aferir a capacidade de assamento

    de alimentos do forno solar fabricado;

    Desenvolver um balanço térmico para cada teste a fim de comparar suas

    eficiências em diferentes situações

    Demonstrar que o forno solar foi capaz de assar todos os alimentos testados .

    Demonstrar a as viabilidades térmica e econômica do forno solar estudado.

  • 12

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1 Radiação Solar

    A energia que provem do sol, chamada radiação solar, é a nossa principal fonte

    energética e por meio dela é que originam –se as outras de energia, tais como: eólica,

    petróleo, carvão mineral, dentre outras; tal energia chega à superfície terrestre após passar

    por consideráveis interações com a nossa atmosfera. E em consequência disso, a radiação

    solar divide-se em radiação direta e radiação global.

    Sabe-se que o Sol é uma estrela de tamanho médio de corpo quase esférico com

    diâmetro de D=1,39*109 m e massa M=2*1010 kg, localizada a uma distância média de

    L=1,50*1011 m da Terra. Além disso, a energia irradiada por ele é consequência das

    reações de fusão nuclear dos átomos de Hidrogênio (representam cerca de 75% da

    composição do Sol) para formar Hélio (cerca de 25% da composição da estrela).

    A energia de radiação emitida pelo Sol a uma taxa contínua é cerca de ESol=3,8*1026

    W, todavia, menos de um bilionésimo dessa energia, cerca de 1,7*1017 W, atinge a Terra.

    Entretanto, a energia que é captada pela Terra, é o suficiente para aquece-la e manter a

    vida, mesmo que essa quantidade seja insignificante perante a quantidade de energia

    liberada pelo Sol. Essa energia que atinge a terra é chamada de irradiação solar total e,

    seu valor é cerca de Gsol=1373 W/m2. Çengel (2012)

    Sendo assim, radiação solar constitui uma fonte, virtualmente, inesgotável de

    energia, responsável pela manutenção da vida terrestre. Além do mais, outras fontes de

    energia, também são provenientes da radiação solar, seja de forma direta ou indireta.

    Dessa forma, energia solar apresenta um grande potencial de utilização que por meio de

    captação e conversão em outras formas de energia.

    A exemplo disso é a produção de eletricidade por meio de hidroelétrica, no qual só

    é possível graças à evaporação da água oriunda de lagos e oceanos e posterior

    represamento. Assim também é para a energia eólica; a energia proveniente do Sol faz

    com que haja uma circulação da massa atmosférica, em larga escala, ocasionando o vento.

    Sabe-se também que devido ao processo conhecido por fotossíntese, seres

    clorofilados, são capazes de converter energia luminosa em energia química, armazenada

    na glicose. Desse modo, plantas e animais que obtiveram essa energia são capazes de

    desenvolver-se; de forma que após morrem, seus resíduos, sob condições adequadas de

  • 13

    temperatura e pressão, são convertidos em outras fontes de energia, sendo as mais

    importantes economicamente: petróleo, carvão e gás natural.

    Pelo exposto, nota-se que a radiação solar pode ser convertida em vários outros

    tipos de energia, entretanto o termo “radiação solar” é, com frequência, usado para

    designar somente a forma de aproveitamento de energia solar na forma direta.

    2.2 Aplicações da Radiação Solar

    O uso da radiação solar, pode ser dividida em quatros grupos distinto: aplicações

    térmicas em geral, obtenção de força motriz diversa, obtenção de eletricidade e obtenção

    de energia química.

    2.2.1 Aplicações Térmicas

    Calor é o objetivo final para as aplicações térmicas, como o aquecimento de água,

    destilação, secagem de frutas e grãos, refrigeração por absorção e adsorção, calefação e

    o cozimento de alimentos através de fogões e fornos solares.

    2.2.2 Força Motriz

    Quando se é necessário utilizar-se de alguma aplicação de energia mecânica, por

    exemplo, acionamento de bomba d’água, irrigação, moagem de grãos, elevação de cargas,

    ou qualquer outro processo que exija trabalho mecânico, existem dois métodos

    disponíveis; sendo eles: obtenção de eletricidade por painéis fotovoltaicos e posterior

    acionamento de uma máquina elétrica, e por aproveitamento da energia térmica para

    acionar um motor de ciclo térmico e posterior aproveitamento do trabalho mecânico.

    2.2.3 Eletricidade

    Quando o objetivo final é obtenção da energia elétrica, os métodos de conversão,

    são semelhantes aos processos para a obtenção de foça motriz. Dessa forma, os mais

    utilizados são a conversão termoelétrica indireta e direta, sendo que aquele utiliza o efeito

    da termoconversão para obter calor e posterior acionamento de uma máquina térmica

    ligada a um gerador, e esse utiliza-se de vários fenômenos físico-químico que permitem

    que a energia solar seja convertida diretamente em eletricidade por meio de painéis

    fotovoltaicos.

  • 14

    2.2.4 Energia Química

    Para obter-se energia química; procura-se métodos semelhantes ao da fotossíntese

    (converte energia luminosa em energia química), os quais exigem reações químicas muito

    complexas; estudos são realizados por universidades e empresas no setor de P&D,

    entretanto, tal conversão ainda não se mostra economicamente viável.

    2.3 Potencial Solar

    Segundo (LION,2007), cada metro quadrado da superfície do Sol emite cerca de

    64,16MW de energia eletromagnética, que são lançados no espaço. A origem desta

    energia está em um conjunto de reações de fusão termonucleares que ocorrem no interior

    do Sol causando uma diminuição na ordem de 4,25 milhões de tonelada por segundo.

    Embora esse seja avaliado como uma perda inimaginável, seria necessário 147 bilhões de

    anos (o sistema solar tem cerca de 8 bilhões de anos) de atividade solar, neste mesmo

    ritmo, para que a sua massa diminuísse em 1%( um por cento).

    A superfície terrestre recebe do Sol cerca de 1KW/m2 de radiação eletromagnética.

    Excluindo-se as regiões Ártica e Antártica, a Terra recebe em média 3,6 kWh/m2.Dia.

    Considerando-se que o restante das massas continentais somam uma área de

    aproximadamente de 132,5 x 1012 m2 e que a incidência solar sobre essas massas

    continentais é 4,77 x 108GWh/dia. Logo, a incidência em um ano é de 1,74 X 1011GWh.

    Assumindo-se que o consumo energético anual atual corresponde a 1,5 x 108GWh,

    conclui-se que a energia solar disponível nas massas continentais representa mais de

    1.000 vezes o consumo da humanidade. Portanto, menos de 1% da energia solar

    disponível nas massas continentais seria suficiente para suprir de energia à humanidade.

    Considerando-se toda a área da Terra, a disponibilidade aumenta para 1,02 X

    1013GWh.

    2.4 Calor e Formas de Transmissão

    Algumas definições são necessárias a fim de compreender os processos

    posteriormente descritos, seguem abaixo as definições de calor, condução, radiação e

    convecção.

  • 15

    I. Calor;

    É definido como a transferência de energia térmica entre corpos com

    temperaturas distintas. Por exemplo, quando colocamos dois corpos com

    temperaturas diferentes em contato, podemos observar que a temperatura do

    corpo "mais quente" diminui, e a do corpo "mais frio" aumenta, até o momento

    em que ambos os corpos apresentem temperatura igual. Esta reação é causada

    pela passagem de energia térmica do corpo "mais quente" para o corpo "mais

    frio".

    II. Condução;

    É definido com a transferência de energia das partículas mais energéticas

    de uma substância para partículas vizinhas adjacentes menos energéticas,

    como resultado da interação entre elas. A condução pode ocorrer em sólidos,

    líquidos ou gases.

    Em líquidos e gases, a condução deve-se às colisões das moléculas em seus

    movimentos aleatórios. Nos sólidos, ela acontece por causa da combinação

    das vibrações das moléculas em rede, e a energia é transportada por elétrons

    livres.

    Por exemplo, caso uma lata com bebida gelada esteja em um ambiente

    quente, normalmente ela aquecerá até a temperatura do ambiente como

    resultado da transferência de calor do ambiente para a bebida por meio da

    condução térmica pelo metal da lata.

    III. Radiação

    Definida como sendo a energia emitida pela matéria sob a forma de ondas

    eletromagnéticas (fótons) como resultado das mudanças nas configurações

    eletrônicas de átomos ou moléculas. Ao contrário da condução e da

    convecção, a transferência de calor por radiação não exige a presença de um

    meio interveniente. Além disso, todos os corpos a uma temperatura superior

    ao zero absoluto emitem radiação térmica; ela é um fenômeno volumétrico,

    todos os sólidos, líquidos e gases emitem, absorvem ou transmitem radiação

    em diferentes graus. No entanto, a radiação é geralmente considerada um

    fenômeno superficial para os sólidos opacos à radiação térmica, como metais,

    madeira e rochas, uma vez que a radiação emitida pelas regiões do interior

  • 16

    desses materiais não pode nunca chegar à superfície, e a radiação incidente

    sobre esses corpos normalmente é absorvida por alguns mícrons a partir da

    superfície.

    IV. Convecção

    A convecção consiste na transferência de energia entre a superfície sólida

    e a liquida ou gás adjacente, que está em movimento e que envolve os efeitos

    combinados de condução e de movimento de um fluido.

    Considerando-se o resfriamento de um bloco quente por ar frio soprado

    sobre sua superfície superior, o calor será transferido primeiro para a camada

    de ar adjacente ao bloco por condução. Esse calor é, então, transportado para

    longe da superfície por convecção, isto é, pelos efeitos combinados de

    condução dentro do ar causados pelo movimento aleatório das moléculas de ar

    e por movimento da massa do ar, que remove o ar quente próximo à superfície

    e o substitui por um ar mais frio.

    2.5 Sistema Atmosfera- Radiação Solar

    A radiação solar origina-se das reações termonucleares no interior do Sol, após

    passar pelo processo de convecção, ela chega à superfície da estrela e em seguida é

    irradiada para o espaço. Entretanto, apenas uma pequena fração de energia chegar à Terra.

    Ao atravessar a atmosfera, a radiação solar, é atenuada por processos físicos de

    espalhamento e absorção com os constituintes atmosféricos e a superfície do planeta. Na

    Figura 2.1 estão representados, de forma bastante simplificada, os principais processos

    de interação da radiação solar e da radiação térmica no sistema Atmosfera-Terra.. Os

    valores numéricos representam a fração de energia em cada processo radiativo na

    atmosfera. Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar

  • 17

    Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar

    Figura 2.1: Diagrama simbólico dos processos de interação da radiação

    solar com a atmosfera terrestre

    As nuvens, os gases, partículas atmosféricas e a superfície refletem cerca de 30%

    da radiação incidente no topo da atmosfera. Os 70% restantes são absorvidos produzindo

    aquecimento do sistema e causando evaporação de água (calor latente) ou convecção

    (calor sensível).

    A energia absorvida pelo sistema Terra-Atmosfera é reemitida na faixa do

    infravermelho do espectro de radiação eletromagnética - 4 a 100µm - sendo que 6% é

    proveniente da superfície e 64% tem origem em nuvens e constituintes atmosféricos, após

    a remissão da radiação na faixa do infravermelho, parte da energia fica aprisionada, pois

    a atmosfera que outrora fora transparenta apara a radiação solar; torna-se opaca perante a

    radiação térmica (infravermelho).

    2.6 Mapas Solarimétricos

    O mapa apresentado na abaixo figura 2.2. apresenta a média anual do total diário

    de irradiação solar global incidente no território brasileiro. Apesar das diferentes

    características climáticas observadas no Brasil, pode-se observar que a média anual de

    irradiação global apresenta boa uniformidade, com médias anuais relativamente altas em

    todo país. O valor máximo de irradiação global – 6,5kWh/m2.

  • 18

    Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar

    Figura 2.2. Média anual do total diário de irradiação solar global no

    território Brasil

    A Figura 2.3.. Apresenta o mapa de média sazonal da irradiação global diária, nos

    meses de dezembro a fevereiro. Os meses do ano foram classificados em 4 estações de

    modo que o período de dezembro a fevereiro refere-se ao Verão, de março a maio ao

    Outono, de junho a agosto ao Inverno e de setembro a novembro refere-se à Primavera.

    A região Norte recebe menor incidência de radiação solar durante o Verão do que

    a região Sul, apesar de sua localização próxima à linha do Equador. Durante os meses de

    Inverno, ocorre o inverso e a região amazônica recebe maior irradiação solar global. Isso

    se deve às características climáticas da região amazônica que apresenta fração de

    cobertura de nuvens e precipitação elevadas durante o Verão devido à forte influência da

    Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A variação da incidência de radiação solar

    entre o Inverno e Verão é menor na região Norte do que nas regiões Sul e Sudeste.

  • 19

    Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar

    A Figura 2.3. Média sazonal da irradiação global dias nos meses de

    dezembro a fevereiro

    2.7 Forno solar tipo caixa

    Existem, basicamente, dois tipos de fornos solar: O tipo caixa espelhado, que usa o

    fenômeno da reflexão para assar os alimentos; e o tipo caixa com superfície absorvedora

    enegrecida, que simula o efeito estufa para alcançar o mesmo objetivo. Enquanto este

    constitui-se, basicamente, de uma caixa com isolante nas laterais e na superfície inferior

    externa; superfície interna inferior enegrecida; vidro na parte superior da caixa e de um

    heliostato. Aquele diferenciará pela implementação de espelhos nas superfícies interna e

    a inexistência de uma superfície enegrecia. Mesmo que os fornos possuam geometria

    semelhantes, seus princípios de funcionamentos são completamente distintos.

    Dentre as várias linhas de pesquisas desenvolvidas pelo LMHES/UFRN, destaca-

    se o desenvolvimento e estudo de fornos solares, os quais já foram tema de várias teses

    de mestrado e doutorado, além de serem apresentados em congressos nacionais e

    internacionais. Segue abaixo alguns dos trabalhos mais pertinentes.

    O primerio forno solar foi fabricado em madeira com quatro segmentos de inox

    unidos constituindo a superfície refletora que concentrava a radiação solar e a enviava

    para o recinto de assamento. Construído em 1986, os ensaios demonstraram a baixa

    eficiência do forno em função de um nível de absortividade do inox muito maior que o

    espelho, apesar de sua boa refletividade. A Figura 2.4 mostra o primeiro forno solar

    fabricado na UFRN.

  • 20

    Fonte: Sousa (1986)

    Figura 7 – Primeiro Forno solar fabricado na UFRN.

    Melo (2008) fabricou e estudou um forno solar a partir de uma sucata de fogão

    convencional a gás. O forno do fogão convencional foi utilizado como recinto de

    assamento onde o absorvedor (panela) do forno solar ficou localizado, sendo recoberto

    por uma lâmina de vidro para a geração do efeito estufa e tendo fundos e laterais isolados

    por um compósito à base de gesso e isopor. Segmentos de espelhos planos foram

    colocados nas laterais do forno para prover a concentração da radiação e uma parábola

    refletora foi introduzida no recinto de assamento. Foram demonstradas as viabilidades

    térmicas, econômica e de materiais do fogão em estudo. A temperatura interna média do

    absorvedor ficou em torno de 150°C e a temperatura interna do forno em torno de 120°C.

    A Figura 2.5 mostra o forno estudado.

    Fonte: Melo (2008)

    Figura 2.5 – Forno solar fabricado a partir de uma sucata de fogão

    convencional

  • 21

    Varela (2013), em sua dissertação de mestrado, estudou um forno solar destinado

    a assar alimentos, no período de 9:00 às 14:00 horas, construído a partir da utilização de

    três pneus usados. A principal inovação do trabalho foi a utilização de pneus usados que

    passaram por um processo de viramento para propiciar um aumento do volume do forno,

    facilitar a operação de fixação de espelhos no seu interior e proporcionar um melhor

    isolamento térmico, no caso uma camada de ar confinado. Foram testados os assamentos

    para pizza e lasanha, obtendo-se tempos competitivos com outros modelos de

    fornos/fogões solares testados no mundo. A Figura 2.6 mostra o forno estudado por

    Varela.

    Fonte: varela (2013)

    Figura 2.68 – Forno solar estudado por Varela.

    Sousa, et al. (2013) apresentaram um forno solar de baixo custo fabricado com

    blocos de material compósito, a partir de EPS em pó, gesso e cimento. Acima da caixa do

    forno localizava-se uma superfície refletora para concentrar os raios incidentes, enviando-

    os ao seu interior. Os blocos que constituíam o forno apresentavam baixa condutividade

    térmica, eram leves e apresentavam boa resistência mecânica. Foram realizados ensaios

    para assamento de pizzas, bolos, empanados e quibes, com boa eficiência. O bolo foi

    assado em apenas cinquenta minutos. O forno proposto pode ajudar a população mais

    carente de nossa região, podendo constituir-se numa opção de geração de emprego e

    renda. A Figura 2.7 mostra o forno solar fabricado em material compósito.

  • 22

    Fonte: Sousa (2013)

    Figura 9.7 – Forno fabricado a partir de chapas de material compósito de baixa

    condutividade.

    Gomes (2015), em sua Tese de Doutorado do PPGEM, estudou um forno solar

    destinado a assar alimentos, construído a partir de resíduos de Medium Density

    Fiberboard (MDF). A principal inovação do trabalho foi a fabricação do forno utilizando

    resíduos de MDF da indústria moveleira. O MDF, por ser um derivado da madeira,

    apresenta uma baixa condutividade térmica, se mostrando um bom isolante térmico,

    propriedade importante para a minimização das perdas térmicas, e se apresenta como um

    material sustentável. Os resultados de ensaios de assamento para vários alimentos

    demonstraram a viabilidade do forno fabricado para esse fim. A Figura 2.8 mostra o forno

    solar estudado.

    Fonte: Gomes (2015)

    Figura 10.8 – Forno solar estudado por Gomes.

    Araújo (2015), em sua Dissertação de Mestrado do PPGEM, apresentou um

    estudo comparativo da capacidade de assamento de dois fornos solares tipo caixa,

    fabricados a partir de um caixote para transporte de equipamentos. Os dois fornos tinham

    configurações internas diferentes, predominando o efeito estufa ou a concentração da

  • 23

    radiação solar incidente. As principais características dos fornos fabricados eram seu

    baixo custo, o reaproveitamento de materiais, os fáceis processos de fabricação e

    montagem, a simples operacionalidade e a capacidade de assamento de vários alimentos

    simultaneamente. A fabricação e a operacionalidade dos fornos estudados podem ser

    repassadas para pessoas de quaisquer níveis sociais e intelectuais. Foi demonstrada a

    viabilidade de utilização dos dois fornos para produzir o assamento dos alimentos

    testados, comprovando-se a supremacia do forno espelhado. Os resultados obtidos para

    as duas configurações testadas foram competitivos até mesmo com o forno convencional

    a gás. Produziu-se o assamento de três bolos de 750g cada em apenas 80 minutos. A

    Figura 2.9 mostra o forno solar estudado por Araújo.

    .

    Fonte: Araújo (2015)

    Figura 2.911 – Forno solar estudado por Araújo

    Spinelli (2016), em sua Dissertação de Mestrado, estudou um forno solar

    fabricado a partir de chapas de MDF com capacidade de assar vários alimentos

    simultaneamente. Foram realizados ensaios para o assamento de vários alimentos, com

    variadas cargas. Em um desses ensaios foi produzido o assamento de oito bolos em

    apenas oitenta minutos e seus resultados comparados com os vários tipos de fornos

    solares já existentes mostrados pela literatura especializada. Foram analisadas a

    viabilidade térmica, onde foram alcançadas temperaturas máximas de 140,5ºC, e

    econômica de tal forno, que pode proporcionar a socialização do uso da energia solar

    por comunidades carentes, podendo se tornar uma fonte de geração de emprego e renda.

    A Figura 2.10 mostra o forno estudado por Spinelli.

  • 24

    .

    Fonte: Spinelli (2016)

    Figura 2.1012 – Forno solar estudado por Spinelli

    2.7.1 Teoria do Forno Tipo Caixa

    As configurações dos fornos tipo caixa podem apresentar variações na quantidade

    de refletores externos, podendo variar de 0 a 4, com superfícies planas ou levemente

    côncavas. Assim as temperaturas de trabalho deste tipo de forno podem atingir até 150oC,

    com aquecimento lento, mas de fácil operação. Este aspecto colabora para que o alimento

    se mantenha aquecido por longo período de tempo sem a presença do operador. Também

    é importante ressaltar que é mínimo os riscos de operação devido não haver concentração

    de reflexos de luz solar e não apresentar riscos a geração de chama durante o cozimento

    dos alimentos.

    Normalmente, os projetos tendem para utilização de materiais de baixo custo, de

    fácil transporte e de dimensões reduzidas.

    Esse tipo de fogão encontra ampla aplicação em todo mundo, principalmente na

    Ásia e na África, destacando-se a Índia e a China, como sendo os países que mais tem

    investido em programas sociais que viabilizam a construção de fogões solares a baixo

    custo, para uma utilização significativa por parte de seu povo (ARAÚJO, 2015).

  • 25

    2.7.2 Princípios de Aquecimento

    Segundo AALFS (2013) o propósito básico de um fogão de caixa solar é aquecer

    as coisas - cozinhar alimentos, purificar água e esterilizar instrumentos - para mencionar

    alguns.

    Sendo possível com uma caixa solar graças ao seu aquecimento interno devido à

    radiação solar, ou seja, a energia sol. A radiação solar que incide sobre o forno,

    diretamente ou refletida, entram na caixa pela tampa de vidro ou outro material

    transparente, transformando-se em energia de calor que é absorvida por uma placa preta

    (absorvedor) e pelo recipiente que contém o alimento.

    O aumento de temperatura interna do forno acontece até que o ganho de calor se

    iguale as perdas de energia do mesmo. Assim, um forno tipo caixa terá uma temperatura

    interna mais elevada, quando ocorra uma incidência de raios solares, com adicional dos

    raios com auxílio de um refletor ou com um melhor isolamento térmico.

    Este tópico e os dois seguintes serão baseados nas observações feitas por AALFS

    (2013), DE ARAÚJO (2015), ARAÚJO (2015) e SPINELLI (2016).

    a) Ganho de calor - Efeito estufa

    Baseado no efeito estufa, que acontece em ambientes fechados devidos seu

    aquecimento interno devido à incidência de luz solar através de uma superfície

    transparente, como plástico ou vidro. Esta luz solar é formada por duas partes: luz do

    espectro visível e raios infravermelho. A luz visível passa tranquilamente pelo vidro,

    sendo absorvida pela panela e placa absorvedora do forno e refletida para dentro do

    ambiente fechado.

    A energia absorvida se converte em energia de calor com comprimento de onda

    mais longa também é irradiada no interior do forno, como grande parte desta energia é

    radiante, com comprimento de onda maior, não consegue passar pelo vidro para o lado

    externo, ficando aprisionada no ambiente. Quanto à luz refletida também e absorvida

    dentro do forno ou passa de volta para fora do ambiente por não sofre alteração no

    comprimento de onda.

    Portanto, o desempenho do fogão solar está diretamente associado ao calor

    absorvido pela placa absorvedora e pela panela, que serão conduzidos para aquecer e

    cozinhar os alimentos. A Figura 2.11 ilustra o efeito estufa.

  • 26

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.11 - Efeito estufa gerado no forno solar tipo caixa.

    A orientação do vidro em relação aos raios solares influencia no ganho de calor.

    Este será maior. A Figura 2.12 demostra duas caixas, 1 e 2, onde a caixa 2 recebe a luz

    solar de forma mais direta que na caixa 1, favorecendo o aquecimento.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.12 . Orientação do vidro em fornos solares.

    A Figura 2.13 demostra que a utilização de refletores simples ou múltiplos ajudam

    a direcionar um adicional de luz solar adicional através do vidro, na caixa solar. Também

    contribuindo para temperatura mais alta do forno solar devido a entrada extra de energia

    solar.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.13. Refletores para aumento da energia de entrada no forno.

    b) Perda de Calor

  • 27

    A perda de calor em um forno solar tipo caixa ocorre por condução, radiação e

    convecção.

    A Figura 2.14 demostra um exemplo de transferência de calor onde o fogo transfere

    calor para o material da panela e para o material do cabo. Este tipo de transferência de

    calor ocorre no forno solar tipo caixa, causando perdas por condução pelo vidro,

    isolamentos laterais e de fundo, do ar, entre outros.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.14 - Calor da panela transferido para o cabo.

    Elevar o anteparo do fundo do forno é uma forma comum de proporcionar um

    espaço isolante e minimizar a perda de calor por condução entre ambos. A Figura 2.15

    demostra isto.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.15 - Calor irradiado em forno tipo caixa aquecido.

    Com o ganho de calor no interior do forno, tanto as superfícies aquecidas e a panela

    passam a liberar calor, irradiando calor nas suas redondezas. Uma grande parte do calor

    irradiado fica retido dentro do forno solar porque é refletido pelo vidro e paredes, mas

    uma parte consegue atravessar o vidro (obstáculo translucido) em destino ao ambiente

    externo, ocorrendo assim a perda de calor por radiação.

  • 28

    As moléculas de ar movem-se para fora e para dentro do forno pelas frestas,

    sofrendo convecção. As frestas são em decorrência de rachaduras ou imperfeiçoes de

    construção, por isto devem ser minimizados na faze de projeto para reduzir este tipo de

    perda. A Figura 2.16 demostra a perda de calor.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.16 - Ar aquecido escapando por frestas do forno solar.

    c) Estocagem de Calor

    Segundo AALFS, 2013, à medida que a densidade e o peso dos materiais dentro do

    invólucro isolado de um fogão de caixa solar aumentam, a capacidade da caixa para

    manter o calor aumenta. O interior de uma caixa, incluindo materiais pesados, como

    pedras, tijolos, panelas pesadas, água ou alimentos pesados, levará mais tempo a aquecer

    devido a essa capacidade adicional de armazenamento de calor. A energia entrante é

    armazenada como calor nesses materiais pesados, diminuindo o aquecimento do ar na

    caixa. Esses materiais densos, carregados com calor, irão irradiar esse calor dentro da

    caixa, mantendo-o quente durante um período mais longo no final do dia. Figura 2.17.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.17 - Massa térmica dentro do fogão.

    2.7.3 Projeto

  • 29

    Os fatores importantes para um projeto de um fogão solar tipo caixa são: Materiais,

    o tamanho da caixa, a razão entre a área de coleta e o volume da caixa, as dimensões e a

    quantidade de refletores.

    a) Materiais

    Para um projeto de um forno solar uma propriedade que deve ser considerada na

    seleção de materiais é a resistência à umidade. Pois a maioria dos alimentos utilizados

    em forno solar tipo caixa contém umidade, criando pressão de vapor que conduz umidade

    de dentro para fora do forno. Parte desta umidade pode ficar aprisionada dentro e, caso

    não tenha uma boa barreira interna, pode agredir os materiais de isolamento e estruturais.

    Materiais da estrutura são usados para dar forma, devem ser duráveis e por serem

    materiais densos não servem como isolante térmico.

    Assim deve-se utilizar outro material como isolante que envolva o espaço interno

    destinado para o assamento em todos os lados, exceto o lado da tampa. Existem vários

    materiais que podem ser utilizados como isolante, o importante que permita uma

    condução mínima de calor de dentro para fora do forno. Pois quanto menor a perda pelo

    isolamento maior será a temperatura de cozimento.

    O material utilizado na parte superior deve ser transparente e encarar o sol para

    garantir aquecimento pelo “efeito estufa”, sendo o vidro e plásticos são os mais comuns.

    Dependo do material o ganho de calor pode ser reduzido em 5-15%.

    b) Tamanho da caixa

    Segundo AAFSL, 2013, um forno tipo caixa deve ser dimensionado em função dos

    seguintes fatores:

    O tamanho deve permitir a maior quantidade de alimentos comumente cozidos.

    Se a caixa precisa ser movida com frequência, não deve ser tão grande que esta

    tarefa é difícil.

    O design da caixa deve acomodar o utensílio de cozinha disponível ou comumente

    usados.

    c) Razão entre a área de coleta e o volume da caixa

    Aumentando a área de coleta de luz em relação à área de perda serão atingidas

    temperaturas mais altas de cozimentos. Como exemplo, ao comparar duas caixas com

  • 30

    mesma área e dimensão de coleta de luz solar, a caixa com menor profundidade é a que

    apresentará a maior capacidade de reter calor, pois apresenta menor área de perda de

    calor.

    d) Dimensões da caixa solar

    Um forno tipo caixa solar sob o sol ao meio dia deve ter a sua dimensão mais longa

    no sentido leste/oeste. Assim faz melhor uso do refletor durante o assamento por várias

    horas, pois à medida que o sol se move no céu, resulta em temperatura mais consistente.

    Já em fogões quadrados ou de maior dimensão no sentido norte/sul uma maior parte do

    sol da manhã e entardecer é refletida para o chão, reduzindo a energia incidente no forno.

    A Figura 2.18 demostra o uso do refletor no intervalo de várias horas.

    Fonte: Aalfs, 2013.

    Figura 2.18 - Fornos solares mais largos captam mais luz solar no sentido Leste-

    Oeste.

    e) Refletores

    O uso de um ou mais refletores para direcionar luz solar adicional ao forno aumenta

    as temperaturas internas. Ainda que exista a possibilidade de utilizar o forno solar sem

    refletores em zonas equatoriais, onde a radiação solar é bastante uniforme e intenso, tais

    refletores contribuem, significativamente, no aumento da temperatura nas zonas

    temperadas do mundo contribuindo para ganhos na eficiência do forno.

  • 31

    3. MATERIAIS E MÉTODOS

    Com o objetivo de otimizar o forno, foi construído um heliostato fixo ao forno, que

    embora seja menor que o anterior, apresenta a vantagem de maior mobilidade e menor

    custo de produção. As etapas de construção são descritas a seguir.

    Fonte: Filho, M. J. (2014) e Arquivo pessoal

    Figura 3.1-Antigo forno com heliostato e novo heliostato fixo.

    3.1. Restauração do Forno e Confecção do Heliostato

    a) No processo de restauração, foram descartados materiais que não puderam ser

    reutilizados, como por exemplo, a madeira que ficava na parte inferior do forno

    e os isopores que serviam como isolantes térmicos que ficavam na parte inferior

    e nas laterais do forno.

    b) Em seguida, foi realizado o processo de lixamento das partes corroídas; como

    prateleiras e cantoneiras.

    c) Após o lixamento, o antigo forno passou pelo processo de pintura. No qual, como

    pode ser visto na figura (figura que mostra o forno), a superfície absorvedora foi

    pintada de preto e as demais foram pitadas de laranja.

  • 32

    d) Após a pintura, foi proposto pelo orientador a diminuição do volume de

    cozimento, aumento assim a relação área/volume; saindo de 10 cm para 8 cm.

    Para isso utilizou-se uma furadeira para retirar os rebites que prendiam a

    superfície absorvedora e em seguida foram feitas novas furações e em seguida a

    rebitação na nova configuração.

    e) Para construção da estrutura do heliostato, foi reaproveita do uma placa metálica

    de formato retangular 90X90 cm e de, aproximadamente, 2cm de espessura; ela

    passou por alguns dos processos anteriormente descritos (lixamento e pintura).

    Além do mais, foram rebitadas duas cantoneiras de alumínio de dimensões, 1,38

    m de comprimento e 3mm de espessura, na parte externa, afim de dar maior

    rigidez.

    Após a rebitação das cantoneiras, contatou-se que a rigidez obtida, ainda era

    insuficiente para evitar a quebra dos espelhos; para eliminar esse inconveniente,

    os espelhos foram colados em madeira de compensado, para só assim, ser fixado

    na estrutura metálica, formando assim o heliostato.

    3.2. Procedimento Experimental

    Para o primeiro dia de teste, sem carga, foram coletadas as temperaturas em três

    pontos na superfície absorvedora e em dois pontos no ar no interior do forno; tais pontos

    foram coletados em intervalos de 10 min (dez minutos); tendo início às 10h (dez horas) e

    finalizado as 11h (onze horas). Além disso, foram adquiridos também as temperaturas nas

    superfícies externas laterais e inferior; e também as temperaturas do vidro, interna e

    externa.

    No segundo dia teste, com carga, foram introduzidos no forno os 6 seis bolos de sabor

    chocolate com 750 g cada um. O teste teve início às 10:38; com uma temperatura de

    133°C na superfície absorvedora e 100 °C no ar. Os bolos foram retirados com a seguinte

    ordem.

    Ás 11:38 foram retirados os dois primeiros bolos;

    As 11:54 foram retirados outros dois bolos;

    As 12:02 foram retirados os últimos bolos.

    A Figura 3.2 mostra os bolos durante o processo de assamento.

  • 33

    Fonte: Arquivo pessoal

    Figura 3.2. Bolos durante o processo de assamanto.

    Para o terceiro dia de testes foram colocados no formo os seguintes alimentos: dois

    bolos, 10 dez empanados, 6 seis pães e 1 uma pizza. Os testes tiveram início as 11:05 e

    finalizaram as 12:10, com as seguintes ordem de retiradas.

    Às 11:20 foi retirada a pizza;

    Às 11:35 foram retirados os pães;

    Às 11:55 foram retirados os empanados;

    Às 12:10 foram retirados os bolos.

    A Figura 3.3 mostra os alimentos durante o processo de assamanto.

  • 34

    Fonte: Arquivo pessoal

    Figura 3.3 Alimentos durante o processo de assamento.

    Para o registro e acompanhamento da elevação da temperatura, foram utilizados 5

    (cinco) termopares, sendo 2 (dois), instalados no ar e os outros 3 (três) instalados na

    superfície absorvedora. Para isso, utilizou-se o termopar TH 1000, com faixa de -40ºC à

    1000 ºC com precisão de 0,1ºC. A Figura 3.4 mostra o equipamento.

  • 35

    Fonte: arquivo pessoal

    Figura 3.4-Termômetro associado aos termopares.

    Para a medição das temperaturas das laterais externas, do inferior e do vidro foi

    utilizado um medidor de temperatura laser infravermelho HM-88C HIGHMED. A Figura

    3.5 mostra o equipamento.

    Fonte: arquivo pessoal

    Figura 3.3-Termômetro Digital.

    E para a medição da radiação global, foi utilizado o radiômetro MES-100, a

    Figura 3.4 mostra o equipamento.

    Fonte: arquivo pessoal

    Figura 3.4-Radiômetro digital.

  • 36

    3.1 Procedimentos para o cálculo da energia

    Os procedimentos para o cálculo da energia encontram-se mostrados nas equações

    a seguir.

    3.1.1 A energia que entra no forno

    A energia que entra no forno provém de duas fontes: da radiação solar global incidente

    na cobertura do forno e da radiação solar direta refletida nos espelhos externos situados

    no topo do forno. A equação 3.1 mostra a energia total que entra no forno.

    𝐸𝑒𝑓 = 𝐸𝑔 + 𝐸𝑟𝑒 3.1

    Onde:

    𝐸𝑒𝑓= energia que entra no forno (W);

    𝐸𝑔= energia da radiação solar global que incide diretamente no forno (W);

    𝐸𝑟𝑒 = energia da reflexão dos espelhos localizados na parte superior do forno (W).

    Para o cálculo das energias de entrada no forno utilizam se as equações mostradas

    a seguir.

    𝐸𝑔 = 𝐼𝑔𝜏𝑣𝐴𝑣 3.2

    𝐸𝑟𝑒 = 𝐼𝑑𝜌𝑒𝜏𝑣𝐴𝑎𝑢 3.3

    Onde:

    𝐼𝑔= Radiação instantânea global que entra no forno;

    𝐼𝑑= Radiação instantânea direta que entra no forno;

    Para condições de céu limpo com poucas nuvens 𝐼𝑑 = 0,8𝐼𝑔;

    𝜌𝑒 = Refletividade do espelho = 0,95;

    𝜏𝑣= Transmissividade do vidro = 0,85;

    𝐴𝑣= Área do vidro = 0,70 m2;

    𝐴𝑎𝑢 = Área útil dos espelhos = 0,83 m2.

    3.1.2 Energia perdida

  • 37

    Como não existe um isolante ideal, sempre haverá perdas de energia, sendo que para

    o caso do forno; a energia será perdia pelas lateria e porte inferior; por convecção.

    Enquanto que para o espelho, a perda dar-se-á tanto por convecção, como também por

    radiação.

    Energia é perdida por convecção (𝐸𝑝𝑓 = 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑣, ) pelas laterais, parte inferior por

    convecção e pelo vidro por radiação.

    𝐸𝑝𝑓 = 𝐸𝑝𝑓𝑆+𝐸𝑝𝑓𝑂 + 𝐸𝑝𝑓𝑁 + 𝐸𝑝𝑓𝐿 + 𝐸𝑝𝑓𝑉 + 𝐸𝑝𝑓𝐼 3.4

    Onde:

    𝐸𝑝𝑓𝑆 = Energia perdida pelo forno pela região sul (W);

    𝐸𝑝𝑓𝑂 = Energia perdida pelo forno pela região oeste (W);

    𝐸𝑝𝑓𝑁 = Energia perdida pelo forno pela região norte (W);

    𝐸𝑝𝑓𝐿 = Energia perdida pelo forno pela região leste (W);

    𝐸𝑝𝑓𝑉 = Energia perdida pelo forno pela região vidro (W);

    𝐸𝑝𝑓𝐼 = Energia perdida pelo forno pela região inferior (W).

    Para a quantificação da energia perdidas, usaremos a lei de Newton para o

    resfriamento, no caso da convecção, equação 3.4, e a derivação da lei de Stefan-

    Boltzmann, para a radiação, equação 3.5.

    ).(. ambssecconvecfp TTAhQE 3.5

    ).(. ambsserradfp TTAhQE 3.6

    Onde:

    ch = coeficiente de transferência de calor por convecção, em W/m²K;

    rh = coeficiente de transferência de calor por radiação, em W/m²K;

    seA = área da superfície, em m²;

  • 38

    sT = temperatura da superfície, em K;

    ambT = temperatura ambiente, em K;

    O coeficiente de transferência de calor, por convecção, entre a superfície externa

    e o ar ambiente, pode segundo Duffie & Beckman (1991), ser determinado por:

    vavec vh .38,2)( 3.7

    Onde:

    vv = velocidade do vento, em m/s.

    Esta equação é válida para velocidades de vento compreendidas entre 0,0 e 7,0 m/s.

    No local onde foram feitos os testes, de acordo com a central meteorológica do LMHES,

    foram constatados velocidade de 0.5 m/s. Spinelli (2016).

    O coeficiente de troca térmica radiativa entre a superfície externa da cobertura e a

    abóbada celeste, conforme Duffie & Beckman (1991), é função das condições climáticas

    do local considerado podendo ser determinado através da equação 3.7.

    ℎ𝑟(𝑣𝑒−𝑎) = 5,16 ∗ 10−8 𝑇𝑣𝑒

    4 −𝑇𝑠𝑘𝑦4

    𝑇𝑣𝑒−𝑇𝑎𝑚𝑏

    3.8

    Onde:

    Tve = temperatura externa do vidro, em K.

    Tsky = temperatura da abóbada celeste, em K.

    Tamb = temperatura ambiente, em K.

    Sem incorrer em erros significativos, pode-se obter o valor de Tsky, a partir de Tamb,

    através da equação 3.8.

    𝑇𝑠𝑘𝑦 = 0,0552 ∗ 𝑇𝑎𝑚𝑏1,5

    3.9

    3.1.3 A energia absorvida pelo forno

  • 39

    𝐸𝑎𝑏𝑠 = 𝐸𝑒𝑓 − 𝐸𝑝𝑓 3.10

    Onde:

    𝐸𝑝𝑓 = Energia perdida pelo forno (W);

    𝐸𝑒𝑓 = Energia que entra no forno (W);

    𝐸𝑎𝑏𝑠 = Energia total absorvida pelo forno (W).

    3.1.4 O rendimento interno do forno

    O rendimento interno do forno será calculado pela razão entre a energia absorvida

    pelo alimento e a energia total que entra no forno.

    𝜂𝑅𝐼 =𝐸𝑎𝑏𝑠

    𝐸𝑒𝑓∗ 100 3.10

    Onde:

    𝜂𝑅𝐼 = Rendimento interno do forno.

  • 40

    4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

    4.1 Teste sem Carga

    Na manhã de 30 de novembro de 2018, foram realizados os ensaios, sem carga, com

    a finalidade de aferir o desempenho do forno. Após a aquisição dos dados (temperaturas

    e radiações), eles foram organizados na tabela 4.1, como será mostrado.

    Tabela 4.1. Temperaturas sem Cargas

    Hora TSAB1

    °C

    TSAB2

    °C

    TSAB3

    °C

    TAR1

    °C

    TAR2

    °C

    Ig

    W/m2

    Id

    W/m2

    Cond.

    Tempo

    10:00 95,5 102,5 105,2 85,5 85,0 914,00 731,20 Sol

    10:10 118,1 121,6 123,0 101,9 102,3 925,00 740,00 Sol

    10:20 129,3 130,9 124,2 102,8 111,3 922,50 738,00 Sol

    10:30 132,8 131,0 118,3 101,0 106,2 915,70 732,56 Sol

    10:40 138,3 139,4 134,4 110,2 115,6 920,40 736,32 Sol

    10:50 136,3 137,7 133,4 108,0 116,4 928,40 742,72 Sol

    11:00 133,7 137,7 135,6 107,0 118,6 930,40 744,32 Sol

    Com a elaboração da tabela 4.1, foi possível gerar a Figura 4.1 de um gráfico das

    temperaturas do absorvedor e do ar em função do tempo, bom como da radiação global

    em função do tempo.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    0 50 100 150

    Tem

    pe

    ratu

    ra (

    o C

    )

    Tempo (min)

    Variaçãotemperaturaabsorvedor XTempo

    Variaçãotemperatura arX Tempo

  • 41

    Figura 4.1. Variação temperatura X Tempo.

    Figura 4.2. Variação da radiação solar X tempo

    Além de aferir as temperaturas na superfície absorvedora, também foram medidas

    as temperaturas das superfícies laterais externas, com a finalidade de mensurar as taxas

    de perda de energia. Com os dados obtidos foi elaborado a tabela 4.2 das temperaturas

    externas.

    Tabela 4.2. Temperaturas externas laterais

    Superfície

    Ta

    (oC)

    Tb

    (oC)

    Tc

    (oC)

    Média

    (oC)

    Des.Padrão

    (oC)

    Cond.

    Tempo

    Sul 52,8 58,2 53,8 54,93 2,87 Sombra

    Oeste 52,0 55,4 54,3 53,90 1,73 Sol

    Leste 52,5 57,9 54,5 54,96 2,73 Sol

    Norte 57,1 57,5 53,3 55,96 2,31 Sol

  • 42

    As temperaturas foram coletadas em três pontos em cada lateral (Sul, Oeste, Leste

    e Norte). A Figura 4.2 é uma representação esquemática do forno (vista isométrica), em

    que é possível identificar os pontos cadeias.

    Figura 4.2. Temperaturas externas.

    Para quantificar a perda pela face externa inferior do forno, foram coletadas as

    temperaturas em oito pontos. Com os dados obtido, foi elaborado a Tabela 4.3, na qual é

    possível identificar a maior temperatura, que foi no ponto D, TD=42 °C.

    Tabela 4.3. Temperaturas externas, face inferior

    Superfície TA

    (oC)

    TB

    (oC)

    TC

    (oC)

    TD

    (oC)

    TE

    (oC)

    TF

    (oC)

    TG

    (oC)

    TH

    (oC)

    Média

    (oC)

    Des.Pa

    (oC)

    Cond.

    Tempo

    Inferior 40,4 39,9 39 42 41 40 38,1 37,2 39,7 1,55 Sombra

    Com a finalidade de quantificar as taxas de perda de energia pelo vidro, foram

    coletadas temperaturas. Com os dados coletados foi possível a elaboração da Tabela 4.4

    das temperaturas externas do vidro.

  • 43

    Tabela 4.4. Temperaturas externas do vidro

    Superfície Ta

    (oC)

    Tb

    (oC)

    Tc

    (oC)

    TD

    (oC)

    TE

    (oC)

    TF

    (oC)

    TG

    (oC)

    TH

    (oC)

    TI

    (oC)

    Média

    (oC)

    Des.Padrão

    (oC)

    Cond.

    Tempo

    Externa 72,6 80,3 70 72,1 85,1 74,2 71,5 81,1 71,1 75,3 5,40 Sol

    A Figura 4.3 representa esquematicamente os pontos que foram medidas as

    temperaturas externas do vidro.

    Figura 4.3, Vista superior do desenho esquemático do forno

    Após a análise da tabela 4.4 das temperaturas externas do vidro, fica em evidência

    que a região de maior concentração de energia, encontra-se entorno dos pontos B (80,3

    °C), E (85,1 °C) e H (81,1°C), visto que nessa região a concentração de energia dar-se-á

    pela soma da radiação solar global, que incide quase que diretamente na superfície do

    forno e a radiação solar refletida pelo heliostato.

    4.1.1 Balanço Energético sem Carga

  • 44

    Após a aquisição das temperaturas e das radiações global e direta, será feito o balaço

    de energia, afim de quantificar as taxas de energia adquiridas e perdidas pelo forno, além

    de sua eficiência.

    a) A energia que entra no forno

    Para o cálculo da energia efetiva que adentra ao forno, faz-se

    necessário que seja considerada a soma entre a irradiação global e a

    irradiação direta, como segue abaixo.

    Eg = 922,30 ∗ 0,85 ∗ 0,70 = 548,77 W

    Ere = 737,84 ∗ 0,95 ∗ 0,85 ∗ 0,83 = 494,53 W

    Logo a energia efetiva que entra no forno é dada pela soma a seguir:

    𝐸𝑒𝑓 = 548,77 + 494,53 = 1043,89 W

    b) Analise pela energia perdida pelas laterais, fundo e pelo vidro de

    cobertura (Epf = Qconvec e Qrad).

    Para quantificar-se a taxa de energia perdia ocorrida durante os testes

    do forno; será realizada a soma das perdas entre as parcelas de ambos

    processo, convecção e radiação.

    ).(. ambssecconvecfp TTAhQE

    ).(. ambsserradfp TTAhQE

    Com a finalidade de calcular o coeficiente convectivo hc, foi mensurado no

    LMHES/UFRN, a velocidade média do vento Vv =0,5 m/s à uma temperatura média

    ambiente de 31,8 °C. Dessa forma, com a obtenção da velocidade, chegou-se ao

    coeficiente convectivo. Como demostrado a seguir.

    ℎ𝑐(𝑣𝑒−𝑎) = 2,4 + 3 ∗ 0,5 = 3,9 W/m2K

    Para o cálculo das perdas, foi necessário celular as médias das temperaturas nas

    partes laterais externas, bem como também, nas superfícies externa do vidro e

  • 45

    inferior do forno, além de suas respectivas áreas. Com os dados obtido, foi montado

    a Tabela 4.5.

    Tabela 4.5. Temperaturas externas e áreas

    Superfície

    Ts

    (OC)

    Ase

    (m2)

    Sul 54,93 0,086

    Oeste 53,90 0,086

    Leste 54,96 0,086

    Norte 55,96 0,086

    Externa do Vidro 75,3 0,73

    Inferior 39,7 0,73

    Para o cálculo da temperatura do céu, faz-se necessário converter a temperatura

    ambiente, media em Celsius, para Kelvin, de modo que , 31,8°C será 304,95 K.

    Logo a temperatura do céu 𝑇𝑠𝑘𝑦 é fornecida por:

    𝑇𝑠𝑘𝑦 = 0,0552 ∗ 304,861,5 = 293,83 𝐾

    E o coeficiente radiativo, ℎ𝑟(𝑣𝑒−𝑎) assume o valor de:

    ℎ𝑟(𝑣𝑒−𝑎) = 5,16 ∗ 10−8

    348,454 − 293,834

    348,45 − 304,86= 8,63

    𝑊

    𝑚2𝐾

    Agrupando-se os devidos termos na equação geral de perdas chega-se aos

    respectivos valores para cada superfície:

  • 46

    𝐸𝑝𝑓𝑆 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((54,93 − 31,8 )) = 6,58 W

    𝐸𝑝𝑓𝑂 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((53,90 − 31,8 )) = 6,27 W

    𝐸𝑝𝑓𝑁 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((55,96 − 31,8 )) = 6,86W

    𝐸𝑝𝑓𝐿 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((54,96 − 31,8 )) = 6,58 W

    𝐸𝑝𝑓𝑉 = 8,63 ∗ 0,70 ∗ ((75,3 − 31,8 )) = 262,78 W

    𝐸𝑝𝑓𝐼 = 3,9 ∗ 0,70 ∗ ((39,7 − 31,8 )) = 21,57 W

    Obs.: temperaturas em Celsius.

    Logo a energia perdida será de:

    𝐸𝑝𝑓 = 6,58 + 6,27 + 6,86 + 6,58 + 262,78 + 21,57 = 310,64 W

    c) A Energia Absorvida Pelo Forno

    Após a computação das entrada das taxas de energia no forno e suas

    respectivas taxas de perda; será descrito agora a taxa de energia absorvida pelo

    forno, que nada mais é que a diferença entre a taxa de entra e de saída, como será

    demonstrado a seguir.

    𝐸𝑎𝑏𝑠 = 1043,31 − 310,64 = 732,62 W

    d) Rendimento Interno Do Forno

    O rendimento interno do forno, basta fazer a razão entre as taxas de energia

    absorvidas e a de entrada. Logo, teremos:

    𝜂𝑅𝐼 =732,62

    1043,31∗ 100 = 70,2%

  • 47

    Após a aquisição das taxas de energia do forno, e de sua eficiência, foi

    elaborada a Tabela 4.6 com a finalidade de demostrar, de forma percentual, a

    contribuição de cada parcela da entrada e saída de energia, além da absorvida.

    Tabela 4.6. Relação de energias

    Discriminação

    Energia

    (W)

    Porcentagem

    (%)

    1. Energia que entra no

    forno

    1043,31 100%

    2. Perdas 310,64 29,8%

    1-2. Energia absorvida 732,62 70,2%

    4.2 Teste Com Carga

    4.2.1 Primeiro Dia de Teste Com Carga

    Na manhã de 30 de Novembro de 2018, foi realizado o teste de assamento de seis bolos,

    com carga total de 4500g. Os bolos foram colocados as 10:30, quando a temperaturas do

    absorvedor era de 136 °C e a do ar cerca de 110°C; os bolos foram retirados com cerca de 80 min

    após o início do teste. A Figura 4.4 apresenta os alimentos após o processo de assamento.

    Fonte: Arquivo pessoal

    Figura 4.4 Os seis bolos após o processo de assamanto.

    4.2.2 Segundo dia de Teste Com Carga

  • 48

    Na manhã de 4 dezembro de 2018 foi realizado o teste do forno solar com as seguintes

    alimento: dois bolos, dez empanados, uma pizza e seis pães. O teste teve início às 11:03 com

    uma temperatura do absorvedor Tab=125°C e temperatura do ar em torno de Tar=110°C.

    Antes de inserir os alimentos no forno, foram realizadas as medições das temperaturas

    laterais, de fundo e radiação global Ig=910 W/m2; com os quais foi possível a elaboração da

    Tabela 4.7 da tabela.

    Tabela 4.7. Temperaturas das laterais externas

    Após decorrido quinze minutos do início do experimento, foram realizadas uma nova

    aquisição, no qual foram aferidos novos dados de temperatura e de irradiação global Ig= 903,7

    W/m2. Com os dados obtidos foi construído a Tabela 4.8.

    Tabela 4.8. Temperaturas das laterais externas

    Após a aquisição dos dados, foram retirada dos alimentos e medidos o tempo de

    assamento, com o qual foi elaborado a Tabela 4.9.

    Superfície

    Ta

    (oC)

    Tb

    (oC)

    Tc

    (oC)

    Média

    (oC)

    Des.Padrão

    (oC)

    Cond.

    Tempo

    Leste 55 60 56 57 2,65 Sombra

    Sul 58 60,1 57,8 58,6 1,27 Sol

    Oeste 57,4 61 59,5 59,3 1,81 Sol

    Norte 61 60 57,5 59,5 1,80 Sol

    Superfície

    Ta

    (Oc)

    Tb

    (Oc)

    Tc

    (Oc)

    Média

    (Oc)

    Des.Padrão

    (Oc)

    Cond. Tempo

    Leste 49,3 47,8 45,8 47,6 1,75 Sombra

    Sul 52,3 53,4 51,5 52,4 0,95 Sol

    Oeste 50 47,4 49 48,8 1,31 Sol

    Norte 49,2 49,2 49,2 49,2 8,7*10-15 Sol

  • 49

    Tabela 4.9. Tempo de assamento, quantidade e peso dos alimentos

    Alimento Tempo de assamento Quantidade Peso

    Bolo 65 min 2 900g

    Pizza 15 min 1 1000g

    Pão 30 min 6 50g

    Frango empanado 50 min 10 100g

    A Figura 4.5 apresenta os alimentos após o término dos testes de

    assamento.

    Fonte: Arquivo pessoal

    Figura 4.5. Apresenta todos os alimentos após o término do teste

    a) A energia que entra no forno

    Eg = 906,85 ∗ 0,85 ∗ 0,70 = 539,58 W

    Ere = 725,48 ∗ 0,95 ∗ 0,85 ∗ 0,83 = 486,23 W

    Logo a energia efetiva que entra no forno é dada pela soma a seguir:

    𝐸𝑒𝑓 = 539,58 + 486,23 = 1025,81 W

  • 50

    As temperaturas externas, com carga, para as laterais, vidros e parte inferior como

    também as respectivas áreas estão tabeladas a seguir:

    Tabela 4.10. Temperaturas externas e áreas

    Superfície Ts (OC) Ase (m2)

    Leste 47,6 0,086

    Sul 52,4 0,086

    Oeste 48,8 0,086

    Norte 49,2 0,086

    Externa Do Vidro 60,45 0,73

    Inferior 38,3 0,73

    E ℎ𝑟(𝑣𝑒−𝑎) assume o valor de:

    ℎ𝑟(𝑣𝑒−𝑎) = 5,16 ∗ 10−8

    333,64 − 293,834

    336,6 − 304,86= 8,02

    𝑊

    𝑚2𝐾

    Agrupando-se os devidos termos na equação geral de perdas chega-se aos

    respectivos valores para cada superfície:

    𝐸𝑝𝑓𝑆 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((52,4 − 31,8 )) = 5,85 W

    𝐸𝑝𝑓𝑂 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((48,8 − 31,8 )) = 4,83 W

    𝐸𝑝𝑓𝑁 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((49,2 − 31,8 )) = 4,94W

    𝐸𝑝𝑓𝐿 = 3,9 ∗ 0,0728 ∗ ((47,6 − 31,8 )) = 4,49 W

    𝐸𝑝𝑓𝑉 = 8,02 ∗ 0,70 ∗ ((60,45 − 31,8 )) = 160,84 W

    𝐸𝑝𝑓𝐼 = 3,9 ∗ 0,70 ∗ ((38,3 − 31,8 )) = 17,75 W

  • 51

    Logo a energia perdida é:

    𝐸𝑝𝑓 = 5,85 + 4,83 + 4,94 + 4,49 + 160,84 + 17,75 = 198,7 W

    b) A energia absorvida pelo forno

    𝐸𝑎𝑏𝑠 = 1025,81 − 198,7 = 827,11 W

    c) O rendimento interno do forno

    𝜂𝑅𝐼 =827,11

    1025,81∗ 100 = 80,63%

    Tabela 4.11. Relação de energias

    Discriminação

    Energia

    (W)

    Porcentagem

    (%)

    1. Energia que entra no

    forno

    1043,31 100%

    2. Perdas 198,7 19,37%

    1-2. Energia absorvida 827,11 80,63%

  • 52

    5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

    5.1. Conclusões

    Analisando-se as eficiências, consta- se que houve um aumento de 10,43% quando

    comparados os testes com e sem carga; isso ocorre porque quando o forno está com carga,

    parte da energia que entra no forno é destinada ao assamento dos alimentos. Devido a

    isso, as temperaturas internas diminuem, como consequência, a perda de calor também

    diminui, pois diminui a diferença entre as temperaturas internas e externas ao forno.

    Após análise das temperaturas, eficiências e tempo de assamento fica em evidência

    a viabilidade técnica e comercial do forno solar. Dessa forma chegamos a seguinte

    conclusões:

    .. O forno solar proposto/estudado mostrou-se viável para produzir o assamento de

    todos os alimentos testados

    .. O forno solar proposto apresentou capacidade de assamento de vários alimentos

    simultaneamente

    .. Os tempos de assamentos obtidos com o forno solar estudado foram competitivos

    com os já anteriormente testados no LMHES.

    .. Os processo de fabricação e montagem do forno solar proposto são simples

    podendo ser repassados para pessoas de quaisquer níveis sociais e intelectuais

    .

    .. O forno solar fabricado tem capacidade de produzir o assamento de alimento no

    período de 9 as 14, sob boas condições solarimétricas.

    .. As principais qualidades do forno solar proposto fabricado e estudado foram sua

    capacidade de assamento de vários alimentos simultaneamente e seu baixo

    custo

    .. O forno solar estudado mostrou-se competitivo com o forno a gás para o assamante

    de uma carga significativa de alimentos, como por exemplo, seis bolos (4500g)

  • 53

    5.2. Sugestões

    Com a finalidade e facilitar o manuseio do forno solar proposto; recomenda-se

    uma base giratória, para que assim, o usuário não tenha que fazer um esforço

    significativo para acompanhar o posicionamento do Sol.

    Com que o forno tenha um apelo ecológico e econômico ainda maior, recomenda-

    se que o heliostato seja fabricado também de prateleiras metálicas descartadas.

    Para aumentar rigidez e durabilidade do forno, recomenda-se que seja fabricado

    dois reguladores ao invés de apenas um.

    A fim de aumentar o volume útil do forno, recomenda-se que o isolamento nas

    laterais seja externo ao recinto de assamanto.

    Para o isolamento do forno, recomenda-se o desenvolvimento de um compósito de

    fibra natal, por exemplo, fibra de coco.

  • 54

    6. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

    6.1. .. Referências

    BRAGA FILHO, W., Transmissão de calor, Primeira edição, Pioneira Thomson

    Learning, São Paulo, 2004.

    DUFFIE, J. e BECKMAN, W.,Solar Engineering of Thermal Process, 2 th, Jhon

    Willey & Sons Inc., 1991.

    INCROPERA, F. P. e DE WITT, D. P., Fundamentos de Transferência de Calor e

    de Massa, 6 ed., LTC, Rio de Janeiro, 2008.

    KREITH, F. e BOHN, M. S., Princípios de transferência de calor, Pioneira Thomson

    Learning, São Paulo, 2003.

    LION, C. A. P. Q., Desenvolvimento e caracterização de compósito da borra da

    piaçava para construção de parábola de um fogão solar à concentração, Tese de Doutorado

    do PPGCEM/UFRN, Natal, 2013.

    SOUZA, L. G. M. et al., Solar oven manufactured in composite low termal

    condutivity, COBEM- 2013, Ribeirão Preto/SP.

    SOUZA, L. G. M. et al., Solar oven manufactured from a EPS termal box, COBEM-

    2013, Ribeirão Preto/SP.

    SOUZA, L. G. M. et al., Otimização de um fogão solar à concentração para cocção

    de alimentos, CIBIM- 2013, La Plata/ARG.

    PEREIRA E. B., MARTINS F. R., ABREU S. L., RÜTHER R. Atlas Brasileiro de

    Energia Solar, São José dos Campos: INPE, 2006, 60p, versão pdf.ISBN 85-17-00030-7 e

    ISBN 978-85-17-00030-0

    GUIA DA ENERGIA SOLAR, acessado em 14 de março, disponível em;

  • 55

    CONDUÇÃO TÉRMICA, CONVECÇÃO TÉRMICA E IRRADIAÇÃO

    TÉRMICA, acessado em 20 de março, disponível em;