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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CIRCUITOS ELETRÔNICOS INTEGRADOS PLANO DE NEGÓCIOS ÉRICO VERÍSSIMO BERNARDES FERNANDO GOULART DA ROCHA JORGE ANDRÉ JITSUKAWA JOÃO CARLOS KOLLING NETO PORTO ALEGRE 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CIRCUITOS ELETRÔNICOS INTEGRADOS

PLANO DE NEGÓCIOS

ÉRICO VERÍSSIMO BERNARDES

FERNANDO GOULART DA ROCHA

JORGE ANDRÉ JITSUKAWA

JOÃO CARLOS KOLLING NETO

PORTO ALEGRE

2010

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ÉRICO VERÍSSIMO BERNARDES

FERNANDO GOULART DA ROCHA

JORGE ANDRÉ JITSUKAWA

JOÃO CARLOS KOLLING NETO

PLANO DE NEGÓCIOS

Trabalho apresentado à

disciplina de Circuitos Eletrônicos

Integrados, do Departamento de

Engenharia Elétrica, da

Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, com o objetivo de

desenvolver um plano de negócios

sobre uma proposta fictícia na área

de semicondutores.

Professor:

Hamilton Klimach

PORTO ALEGRE

2010

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

2. MERCADO .............................................................................................................. 4

3. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ........................................................................ 5

4. ANÁLISE MACROAMBIENTAL .......................................................................... 6

5. COMPOSTO DE MARKETING ............................................................................. 7

6. MERCADO DE SEMICONDUTORES ............................................................... 10

6.1. Mercado Nacional de Semicondutores ................................................................... 10

6.2. Mercado Internacional de Semicondutores ........................................................... 10

7. POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL ........................................................ 13

8. MATÉRIA-PRIMA ................................................................................................ 14

9. FECHAMENTO DE MERCADO ........................................................................ 15

9.1. Fluxo de Caixa .......................................................................................................... 15

9.2. Ponto de Equilíbrio .................................................................................................. 16

9.3. Payback ..................................................................................................................... 18

9.4. Valor Presente Líquido – VPL................................................................................ 19

9.5. Taxa Interna de Retorno – TIR .............................................................................. 20

9.6. Análise de Cenários ................................................................................................. 22

9.7. Análise De Sensibilidade ......................................................................................... 22

10. RESULTADOS ANALISADOS ........................................................................ 24

10.1. Análise Econômico-Financeira ............................................................................... 24

10.2. Análise do Ponto de Equilíbrio ............................................................................... 25

10.3. Análise do Valor Presente Líquido – VPL ............................................................. 26

10.4. Análise da Taxa Interna De Retorno – TIR .......................................................... 26

10.5. Análise de Cenários ................................................................................................. 27

10.6. Análise de Sensibilidade .......................................................................................... 27

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 28

12. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 29

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho visa desenvolver um plano de negócio para implantação de uma

fábrica de circuitos integrados no Estado de Rio Grande do Sul. Inicialmente serão

explicados todos os fatores que devem ser observados ao desenvolver um plano de

negócios. Os resultados, então, serão obtidos a partir das análises descritas

anteriormente.

Ao final será dada uma indicação se o negócio aparenta ser viável e lucrativo ou

se não se mostrou adequado para implantação no cenário econômico atual.

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2. MERCADO

Atualmente, é de extrema importância conhecer o ambiente em que será

desenvolvido um trabalho, serviço ou produto. Saber relacionar com todos os seus

stakeholders é fundamental. Dimensionamento de mercado é um dos primeiros passos

para a estratégia da organização.

Dimensionamento é o ato de medir ou mensurar. Segundo a visão econômica,

mercado é um conjunto de compradores e vendedores que efetuam transações relativas a

determinado produto ou classe de produto.

Dimensionamento de Mercado seria a fusão dos dois conceitos acima, ou seja, é

mensurar a capacidade de consumo e produção de um grupo delimitado analisando suas

características. Esse agrupamento poderia ser pela área, necessidades comportamentais

e características demográficas.

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3. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO

A segmentação de mercado define possíveis mercados-alvo, que consistem em

um grande grupo de consumidores que possuem as mesmas preferências. Ou seja,

podemos distinguir entre compradores de circuitos integrados que desejam basicamente

uma tecnologia já estabelecida e outros que querem sofisticação ou exclusividade.

Podem ser consideradas dimensões para segmentar o mercado. A primeira é a

geográfica. Ela requer a divisão do mercado com base na localização. Por exemplo,

mercado de circuitos integrados das Américas, América do Sul, Brasil. O modo de

promoção de algum circuito integrado no norte do globo poderia ser de diferente

eficácia se feito no sul.

A segunda dimensão é a demográfica. Ela consiste em dividir o mercado com

bases nas características da população. Poderíamos produzir circuitos integrados de

acordo com as variáveis: nível de renda, ocupação, nível de instrução e tamanho e

composição familiar, etc. Por exemplo, poderiam ser produzidos circuitos integrados

mais confiáveis para indústria militar, pois os trabalhos deles são extremamente críticos.

As duas últimas dimensões, embora simples, não tratam diretamente as

necessidades que levam as empresas a comprar determinado produto. A dimensão

psicográfica identifica os estilos de vida dos consumidores e personalidades.

A última dimensão é comportamental. Nesta, os compradores são divididos em

grupos segundo seus conhecimentos, uso e resposta a um produto. Primeiramente, deve-

se identificar quem possui o papel de decisão. Existem variáveis comportamentais como

ocasiões, benefícios e taxa de utilização que funcionam como ponto de partida para a

segmentação de mercado. Por exemplo, os argentinos compram menos circuitos

integrados que os norte-americanos. Outro ponto, também, seria o nível de

compromisso do consumidor com a marca.

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4. ANÁLISE MACROAMBIENTAL

Existem forças que afetam o modo de consumo e produção em um ambiente.

São elas: condições naturais, condições econômicas, concorrência, político-legal,

tecnologia, sócio-cultural e características demográficas. As necessidades e tendências

são diretamente ligadas a estas.

A concorrência deve ser analisada para poder fazer estratégias que evitem a

concorrência direta. O ambiente tecnológico também pode mudar o planejamento, pois

muda os processos produtivos.

A produção pode ser condicionada a fatores climáticos como citado no exemplo

acima. A mão-de-obra qualificada ou a escassez dela também demonstra a diferença no

preço do circuito integrado produzido em diferentes estados. Exemplo, na Ásia, por ter

mão-de-obra mais barata, o preço do circuito integrado se torna mais baixo relacionado

à Europa. A China se destaca na produção de circuitos integrados de preço baixo.

O ambiente econômico é extremamente importante. Antes de “entrar” em um

mercado, deve-se levantar o poder de compra dos consumidores. Ele depende da renda,

dos preços, da poupança, do endividamento, e da disponibilidade de crédito. As

tendências na renda e nos padrões de consumo provocam forte impacto nos negócios. A

inflação também é um indicador importante na estratégia de marketing.

O ambiente sociocultural é outra força. Cada consumidor possui os seus gostos e

preferências e, de acordo com eles, o poder de compra é direcionado para determinados

bens e serviços ao invés de outros.

As leis e políticas estaduais, federais e locais variam entre si. O mercado

também sofre influência delas, pois estabelece regras na operação do negócio. Existem

leis de incentivo a concorrência e fiscal, proteção ao consumidor e ao trabalhador.

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5. COMPOSTO DE MARKETING

O composto de marketing também faz parte da análise do mercado para a

implementação de um novo produto ou para uma reestruturação interna de uma empresa

já atuante.

No caso dos circuitos integrados, vamos analisar como este composto é utilizado

no mercado do Rio Grande do Sul visando tornar mais plausível qualquer decisão futura

a ser tomada neste mercado.

O produto circuito integrado é um bem durável, bem tangível usado durante um

determinado período. Faz parte do conjunto de bens em que ocorre a compra

comparada, ou seja, o cliente no momento de sua compra faz uma análise entre

diferentes modelos, preços e características desses produtos.

Como o mercado de circuitos integrados é um mercado de bastante concorrência

entre modelos e marcas, o atrativo passa a ser a diferenciação do produto. Em um

momento em que a padronização de bens torna as linhas de equipamentos semelhantes,

a busca de uma diferenciação, algo que os tornem únicos, pode ser uma vantagem

oferecida pelo produto e isso é um atrativo perante o cliente.

Um balanceamento entre características como forma, qualidade, conformidade

com o que é oferecido no momento da venda do produto, durabilidade e robustez são o

que move o consumidor no momento de sua decisão de compra comparada.

Como os custos de uma produção customizada seriam muito elevados, a

produção não satisfaz a necessidade individual de cada consumidor. A saída é tentar

chegar a um ponto de equilíbrio entre as necessidades e possibilidades gerais de

tecnologias na maioria dos casos. Por exemplo, pode-se seguir no ramo de analógicos,

ou no ramo de digitais, ou ainda nos dois, porém delimitando-se a área de atuação.

No mercado de circuitos integrados, assim como na maioria dos mercados de

hoje, o preço do produto não está relacionado somente ao próprio produto, mas também

a marca que ele leva. O poder da marca atrai os consumidores que buscam uma

identidade própria, mas como muitos buscam o mesmo acabamos retornando a uma

padronização, só que agora já com uma segmentação de identificações.

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Muito do preço, no caso de um produto novo, se relaciona com o que já existe

no mercado, tornando-se assim um dos primeiros comparativos a serem feitos com

relação à concorrência.

Muitos dos consumidores relacionam diretamente o preço com a qualidade do

produto. No mercado de circuitos integrados os altos preços estão em marcas

mundialmente famosas que trazem consigo uma bagagem de lembranças de outros itens

de qualidade, ou que simplesmente passaram a se tornar marcas que passam confiança.

Pode-se citar a Intel como exemplo neste caso.

A determinação do preço de um produto também deve levar em conta o objetivo

da empresa, que poderiam ser a sua sobrevivência no mercado, neste caso as receitas

apenas cobririam o custo; maximização do lucro, analisando taxas de retorno,

maximização do mercado; baixando o máximo o preço para pegar uma fatia maior do

mercado; desnatamento do mercado, elevando preços para que os seus consumidores

sejam um grupo ou uma classe seleta; ou líder em qualidade, no qual os altos preços são

justificáveis pela qualidade do produto.

Deve-se fazer uma análise de até que valor o consumidor pagaria por um

determinado tipo de circuito integrado (o que a empresa pretende lançar) e fazer uma

comparação com o custo para ver se este é um mercado potencial para o circuito

integrado idealizado.

Mais uma vez, entra em campo a decisão de onde o produto deve ser exposto e

posteriormente vendido. Como no mercado existe bastante concorrência, deve-se optar

por pontos estratégicos, no caso de produtos mais específicos ou fazer com que o

produto esteja exposto no maior número de locais possíveis, visando assim um maior

alcance ao consumidor final e podendo garantir uma boa fatia do mercado.

Ligado diretamente a todos esses fatores está a comunicação, que é o meio pelo

qual as empresas buscam informar, persuadir e lembrar os consumidores da existência

dos produtos que comercializam. Esse processo vai deste a propaganda propriamente

dita como também a conceituação da marca no mercado.

O ideal nesse processo de divulgação do produto é saber identificar o público

que se quer atingir e direcionar todas suas estratégias para esse fim com o intuito de que

seu produto seja lembrado e que comece a ser conhecido. No caso dos circuitos

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integrados, que o produto passe a imagem e o conceito das atribuições que os clientes

dão importância na hora da compra, assim satisfazendo a necessidade do consumidor.

O composto de marketing é utilizado para se chegar a uma melhor estratégia e

conquistar os objetivos inicialmente traçados. Uma ferramenta que quando bem

utilizada consegue satisfazer e fidelizar o consumidor e fortalecer a marca.

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6. MERCADO DE SEMICONDUTORES

6.1. Mercado Nacional de Semicondutores

A indústria de semicondutores no Brasil apresenta enorme déficit na balança

comercial em decorrência da pequena produção e do crescente aumento de importações.

Os dados consolidados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

(ABINEE) mostram que o déficit da balança comercial de produtos do setor

eletroeletrônico foi de US$ 17,5 bilhões, em 2009, superando as previsões anteriores de

US$ 16,8 bilhões. Para este ano, a previsão é que o déficit atinja US$ 19,5 milhões.

As exportações brasileiras decorrente da produção de componentes discretos e

do encapsulamento, montagem final e testes de componentes semicondutores, em geral

de baixa complexidade, cresceram 50% entre 2000 e 2008, passando de US$ 50 milhões

em 2000 para US$ 76 milhões em 2008, retornando ao patamar de US$ 57 milhões em

2009. As importações, por sua vez, cresceram 94,1% no mesmo período (média

superior a 8% ao ano). Em 2000, eram de US$ 2 bilhões, chegando a US$ 4 bilhões em

2008 e US$ 3,2 bilhões em 2009. No primeiro trimestre deste ano a ABINEE registrou

aumento de 59% nas importações de semicondutores, que somaram US$ 979 milhões.

Mantida essa proporção, a ABINEE está revendo as previsões para 2010.

Inicialmente, a entidade estimava que as importações de componentes deveriam ficar

em torno de US$ 14 bilhões. No entanto, os cálculos da associação indicam que as

importações vão somar US$ 27 bilhões em componentes e componentes eletrônicos

devem chegar a US$ 18 bilhões, 30% desse volume em semicondutores, ou seja, US$

5,4 bilhões.

6.2. Mercado Internacional de Semicondutores

A Figura abaixo apresenta a divisão do mercado de semicondutores e suas

aplicações. Nos países mais desenvolvidos e competitivos, por exemplo, os Estados

Unidos, a exploração de novas tecnologias acontece tanto com o financiamento de

órgãos governamentais como empresas da iniciativa privada e existe um monitoramento

permanente de quanto está sendo gasto em parcerias de empresas, governo e

universidades. Sendo que, também são avaliadas as necessidades de gastos adicionais

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em educação para a formação de matemáticos, químicos, físicos, cientistas de materiais

e engenheiros que estão diretamente relacionados à indústria de chips.

Figura 1: Divisão do mercado de aplicações para semicondutores. Fonte: In-Stat/MDR

Em relação às vendas, a Associação da Indústria de Semicondutores (SIA) relata

que houve alta no mercado de semicondutores. O valor total de unidades

comercializadas foi de aproximadamente 24,65 bilhões de dólares em maio, 4,5%

superior ao mês anterior e pode ser conferido na tabela abaixo. A justificativa para os

resultados são as fortes vendas de computadores pessoais, celulares, tecnologia de

informação corporativa, aplicativos industriais e automóveis.

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Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Américas 3747676 3616480 3823277 3943013 4265159

Europa 2929675 2878695 3084828 3100362 3152745

Japão 3473738 3435264 3592705 3674114 3722847

Ásia Pacífico 12167026 12111321 12568535 12865300 13511695

Total Mundo 22318114 22041761 23069346 23582789 24652446

A consultoria International Data Corporation (IDC) prevê que a receita mundial

do setor de semicondutores deve alcançar US$ 274 bilhões em 2010, avançando para

US$ 295 bilhões em 2011 e atingir US$ 344 bilhões em 2014, o que representa um

crescimento médio anual de 8,8%.

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7. POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

Os dados de população do Rio Grande do Sul eram os seguintes em 2005,

conforme a tabela 2. A população total do estado era de 10.749.595 habitantes, sendo

5.266.036 homens e 5.438.559 mulheres. A projeção estimada para 2010 apresenta um

crescimento de 4,9%, com 5.516.499 homens e 5.759.669 mulheres.

Tabela 1: Projeção da população, por faixa etária e sexo, Rio Grande do Sul - 2010

Faixa Etária Total Homens Mulheres

TOTAL 11.276.168 5.516.499 5.759.669

de 0 a 4 anos 898.992 455.245 443.747

de 5 a 9 anos 916.853 463.212 453.641

de 10 a 14 anos 850.803 432.377 418.426

de 15 a 19 anos 883.193 448.537 434.656

de 20 a 24 anos 906.062 459.451 446.611

de 25 a 29 anos 957.788 483.552 474.236

de 30 a 34 anos 847.402 423.856 423.546

de 35 a 39 anos 758.472 375.375 383.097

de 40 a 44 anos 772.015 376.364 395.651

de 45 a 49 anos 794.420 383.882 410.538

de 50 a 54 anos 705.420 339.078 366.342

de 55 a 59 anos 588.875 278.338 310.537

de 60 a 64 anos 466.672 216.319 250.353

de 65 a 69 anos 340.908 151.726 189.182

de 70 anos e mais 588.293 229.187 359.106

Tabela 2: Projeção da população, por faixa etária e sexo, Rio Grande do Sul - 2005

Faixa Etária Total Homens Mulheres

TOTAL 10.749.595 5.266.036 5.483.559

de 0 a 4 anos 920.003 465.526 454.477

de 5 a 9 anos 852.325 433.535 418.790

de 10 a 14 anos 885.398 450.279 435.119

de 15 a 19 anos 909.651 462.332 447.319

de 20 a 24 anos 962.351 487.139 475.212

de 25 a 29 anos 851.825 427.172 424.653

de 30 a 34 anos 763.383 378.870 384.513

de 35 a 39 anos 779.076 381.206 397.870

de 40 a 44 anos 805.936 391.661 414.275

de 45 a 49 anos 722.454 350.688 371.766

de 50 a 54 anos 611.927 294.149 317.778

de 55 a 59 anos 495.871 235.887 259.984

de 60 a 64 anos 375.697 173.506 202.191

de 65 a 69 anos 299.386 133.307 166.079

de 70 anos e mais 514.312 200.779 313.533

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8. MATÉRIA-PRIMA

Com a evolução da tecnologia, várias opções de matéria-prima foram surgindo,

reduzindo o custo e ultrapassando o consumo de insumos na fabricação de circuitos

integrados.

A seguir seguem alguns dos principais insumos utilizados na industria de

circuitos integrados:

Silício (Si) - De longe, o silício é o material mais utilizado em dispositivos

semicondutores. Sua combinação de baixo custo de material-prima, processamento

relativamente simples, e uma ampla faixa de temperatura útil faz dele, atualmente, a

melhor opção dentre os diversos materiais concorrentes. O silício utilizado na

fabricação de dispositivos semicondutores é atualmente fabricado em lingotes que são

grandes o suficiente para permitir a produção de wafers com 300 mm de diâmetro.

Germânio (Ge) – O germânio foi um material semicondutor amplamente

utilizado no passado, porém sua sensibilidade térmica o torna menos útil do que o

silício. Hoje, o germânio é muitas vezes ligado com silício (SiGe) para uso em

dispositivos de velocidade muito alta, A IBM é um grande produtor de tais dispositivos.

Arsenieto de Gálio (GaAs) - O Arsenieto de Gálio também é amplamente

utilizado em dispositivos de alta velocidade, mas, até agora, tem sido difícil formar

lingotes de grande diâmetro deste material, o que limita o diâmetro do wafer a tamanhos

significativamente menores do que wafers de silício, tornando a produção em massa dos

dispositivos de GaAs significativamente mais cara que a do silício.

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9. FECHAMENTO DE MERCADO

Dimensionar o mercado é saber conhecê-lo melhor. Fornecedores, mão-de-obra,

matéria-prima, fatores naturais, política e legislação fazem parte do conhecimento que é

preciso obter. Fazer com qualidade o levantamento de dados é essencial para o

planejamento de onde produzir e vender o produto.

Com o processo de valorização do real iniciado em 2004 e o avanço dos

circuitos integrados asiáticos, houve um impulso na utilização de estratégias que

visassem uma nova inserção internacional da indústria brasileira de circuitos integrados:

a diversificação de mercados e a ampliação do mercado externo; o foco na fabricação de

produtos diferenciados de maior valor agregado destinados a nichos de mercado, através

de investimentos em design houses; e a comercialização com marca própria em

substituição ao regime de subcontratação antes majoritariamente utilizado.

9.1. Fluxo de Caixa

A análise da viabilidade econômica e financeira de qualquer projeto depende,

primeiramente, da elaboração, projeção e análise de um elemento fundamental: o fluxo

de caixa. Nosso ponto de partida será, pois, a definição dessa variável.

O fluxo de caixa é, basicamente, a diferença entre a quantidade de recursos que

entrou e a quantidade de recursos que saiu do caixa da empresa em um determinado

período de tempo. Para fins de análise do presente trabalho, ele pode ser decomposto em

três elementos: o fluxo de caixa operacional, gastos de capital e a variação do capital de

giro líquido.

O fluxo de caixa operacional (FCO) diz respeito às entradas e saídas de caixa da

empresa decorrentes de sua atividade produtiva. Ele revela a diferença entre os custos e

as receitas provenientes das operações cotidianas, o que exclui despesas e receitas

financeiras, tais como depreciação e juros.

O gasto líquido de capital, por sua vez, mede a diferença entre os gastos

realizados na compra de ativos permanentes e a receita proveniente da venda desses

mesmos ativos. No caso de uma empresa que inicia suas operações, o gasto de capital

será o investimento inicial necessário para o início das atividades.

Por fim, a variação do capital de giro líquido (CGL) calcula a diferença entre o

capital de giro líquido inicial e o capital de giro líquido final do período. O capital de

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giro líquido nada mais é que a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante

da empresa. Assim, a variação do CGL revela o nível de investimento em ativo

circulante realizado em determinado período. Ainda, é importante ressaltar que o

montante aplicado inicialmente pela empresa em capital de giro será recuperado ao final

do projeto, o que gerará uma entrada de caixa.

Outro ponto importante a ser considerado, a fim de evitar discrepâncias entre os

resultados dos métodos de avaliação do projeto, é a adoção de fluxos de caixa

convencionais, ou seja, somente o primeiro fluxo de caixa (investimento inicial) é

negativo, e todos os demais fluxos de caixa são positivos.

Assim, em consonância com todo o exposto, o ponto de partida para a análise de

viabilidade econômico-financeira de qualquer projeto é a projeção dos fluxos de caixa

que esse mesmo projeto gerará para a empresa no futuro. Com base nessas informações

é que será possível confrontar as receitas geradas pelo empreendimento com os seus

custos de implantação e de oportunidade, a fim de se chegar à conclusão de aceitar ou

não determinada proposta de investimento.

9.2. Ponto de Equilíbrio

Sob a ótica contábil, o ponto de equilíbrio corresponde ao nível de atividades

onde o lucro será nulo, ou seja, determina o valor das receitas de vendas necessárias

para cobrir os desembolsos relativos aos custos operacionais e financeiros e às

amortizações das dívidas. Em suma, a sua análise permite compreender como o lucro

pode ser afetado pelas variações nas receitas de vendas e nos custos e despesas totais.

A análise do ponto de equilíbrio envolve os seguintes elementos: as quantidades

produzidas e vendidas e os respectivos preços (determinantes das receitas de vendas) e;

os custos e despesas variáveis (cujo valor varia direta e proporcionalmente com as

flutuações na produção e vendas) e fixas.

Tipos de Pontos de Equilíbrio

A análise do ponto de equilíbrio para um único produto pode ser realizada em

relação ao lucro operacional, lucro antes dos juros e do imposto de renda (LAJIR), caso

em que obteremos o Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO), ou ao lucro antes do

imposto de renda (LAIR), caso em que obteremos o Ponto de Equilíbrio Global (PEG).

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O PEO corresponde ao nível de atividades em que as receitas de vendas são iguais ao

total dos custos operacionais, variáveis e fixos, determinando um valor nulo para o

LAJIR. Já no PEG, as receitas de vendas se igualam aos custos totais, operacionais e

financeiros, apresentando um LAIR nulo. Assim, temos:

PEO em quantidades p . q = v . q + Fo q . (p – v) = Fo q = Fo / (p – v)

PEG em quantidades p . q = v . q + Ft q . (p – v) = Ft q = Ft / (p – v)

PEO (ou PEG) em receita de vendas p . q = Fo (ou Ft) / (p – v) / p

Onde:

q = quantidades produzidas e vendidas (não há estoques)

p = preço unitário de venda

v = custo variável unitário

Fo = custos operacionais fixos

Ft = custo fixo total = custos operacionais fixos (Fo) + despesas

financeiras

Alerta-se que se a empresa opera com mais de um produto, a determinação do

ponto de equilíbrio será válida somente se:

- todos os produtos apresentarem idênticos valores nas suas margens de

contribuição unitárias (p – v), ou seja, poderão ser tratados como se fossem um único

produto; ou

- as taxas das margens de contribuição unitárias (p – v / p) forem iguais para

todos os produtos, ou seja, dividindo-se os custos fixos por essa taxa, obtém-se pontos

de equilíbrios em receitas de vendas totais da empresa, que valem para qualquer

composição dos diferentes produtos, independentemente das diferenças nos seus preços

de venda e custos variáveis unitários; ou

- a participação da receita de vendas de cada produto permanecer constante em

qualquer nível de atividades.

Os dois tipos de pontos de equilíbrio (PEO e PEG) têm natureza eminentemente

contábil, porque tratam as receitas e os custos de acordo com o regime de competência.

Nesse caso, a empresa poderá operar acima do PEG e, mesmo assim, não satisfazer às

expectativas dos acionistas que consideram o custo de oportunidade dos recursos, sendo

necessário, por isso, considerar um lucro mínimo que remunere adequadamente o

capital.

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As receitas de vendas que produziriam o lucro (LAIR) mínimo seriam obtidas

com certo volume de operações que designamos por Ponto de Equilíbrio Econômico

(PEE), assim calculado:

PEE em receita de vendas p . q = (Ft + LAIR mínimo) / (p – v) / p

Limitações da Análise

Destaca que, por ser muito simples, a análise do ponto de equilíbrio é largamente

utilizada em projeções empresariais. Todavia, a essa simplicidade estão associadas

diversas restrições ou limitações abaixo citadas:

- a análise desconsidera a formação de estoques, pressupondo que toda a

produção seja vendida instantaneamente;

- o ponto de equilíbrio decorre de uma relação estática entre custos totais e

receitas de vendas (comportamento linear), o que nem sempre corresponde à realidade;

- nem sempre é possível decompor com precisão os custos que ora comportam-

se como variáveis, ora comportam-se como fixos;

- quando se opera com diversos produtos, a análise do ponto de equilíbrio será

válida somente em determinadas circunstâncias.

Complementa-se que, apesar dessas limitações, a análise do ponto de equilíbrio

constitui valiosa ferramenta de apoio às decisões de curto prazo.

9.3. Payback

Trata-se de um método empírico, que pode ajudar administradores a tomar

decisões rápidas sobre projetos relativamente simples. Este método avalia o número de

períodos necessários para recuperar o investimento inicial de um projeto.

O período de payback é calculado somando-se fluxos de caixa futuros e

confrontando com o valor do investimento inicial, se este período for menor que o

máximo período de tempo arbitrado, o investimento é aceito. Desta forma o valor do

dinheiro no tempo é ignorado. Mas isto pode ser corrigido, ao incluir uma taxa de

desconto que reflita o custo de oportunidade envolvido no investimento. Assim, temos o

que se denomina Payback Descontado.

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Qualidades

O período de payback é um método de fácil entendimento e avaliação, leva em

conta a incerteza de fluxos de caixa mais distantes e tem um viés em favor da liquidez.

Deficiências

Além de ignorar o valor do dinheiro no tempo, como citado anteriormente, o

payback apresenta outras deficiências: exige um período de tempo de corte arbitrado; e

ignora fluxos de caixa além da data de corte, tendo, por isso, um viés contra projetos de

longo prazo, tais como os de pesquisa e desenvolvimento e novos projetos.

9.4. Valor Presente Líquido – VPL

Muitas vezes precisamos saber o retorno de um investimento financeiro para

sabermos se realmente existe lucro econômico em deixarmos o dinheiro em uma

aplicação bancária, e para isso teremos também que levar em consideração o custo de

oportunidade de deixarmos de gastar esse dinheiro hoje. Sabendo quanto receberemos

na data prevista para o resgate podemos trazer este valor para a data atual e confrontar

com o valor aplicado para vermos se realmente a operação será vantajosa.

Valor Presente (VP) é “o valor atual de fluxos de caixa futuros descontados a

uma taxa de desconto apropriada” e desconto, é o “cálculo do valor presente de alguma

quantia futura”.

Quando temos um fluxo de caixa que está definido para ser pago e/ou recebido

no futuro, podemos trazer estes fluxos para a data atual, aplicando uma taxa de

desconto, assim teremos o Valor Presente daqueles pagamentos ou recebimentos.

O cálculo do VP se dá através da seguinte forma:

VP = Valor Futuro ÷ (1 + taxa de desconto) elevado ao número de períodos

Dessa forma podemos realizar o cálculo do VP de um fluxo de caixa futuro para

determinar seu valor hoje, o que é denominado de “Avaliação de Fluxo de Caixa

Descontado”.

Os gráficos abaixo mostram como se comporta o valor do dinheiro no tempo:

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Fonte: ROSS; WESTERFIELD; JORDAN (2002).

À medida que o prazo do pagamento aumenta, o VP diminui, pois com o tempo

o dinheiro perde seu valor. Se o horizonte de tempo para os pagamentos for

suficientemente distante, o VP tenderá a zero.

O Valor Presente Líquido de um projeto é o cálculo do VP ou valor atual de um

fluxo de caixa projetado de um investimento, considerando-se todas as entradas

(receitas) e saídas de caixa (investimentos e despesas), a uma taxa de juros igual à taxa

mínima de atratividade (TMA).

Para aceitarmos o projeto, o VPL calculado precisa ser positivo (VPL > 0), caso

contrário, rejeitamos o projeto. VPL positivo significa que haverá retorno financeiro

maior do que o seu custo de capital, ou seja, a aceitação do projeto significa que o

mesmo está aumentando o valor da empresa e de seus acionistas.

Além disso, confrontando diferentes alternativas de projetos de investimentos,

pode-se classificá-las entre si, considerando-se que o melhor projeto é aquele que possui

maior VPL.

As decisões de investimento são enormemente facilitadas quando existe um

mercado de ativos similares ao investimento considerado. Nesse sentido, introduz-se o

conceito de Valor Presente Líquido (VPL) como sendo “a diferença entre o valor de

mercado de um investimento e seu custo”.

Qualidades

O critério do VPL é o preferido, pois não necessita de correções de ordem

técnica.

9.5. Taxa Interna de Retorno – TIR

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A Taxa Interna de Retorno (TIR) de um projeto de investimento é aquela que, ao

confrontar as entradas e saídas de caixa ao final de um período, revela qual foi o

rendimento gerado pelo projeto, como se o mesmo capital tivesse sido investido em

uma aplicação financeira. Além disso, ela é “interna” por levar em conta somente os

fluxos de caixa do projeto em questão, e não outras taxas oferecidas no mercado.

Dessa forma, a TIR compara as entradas de caixa e as saídas, e demonstra a que

taxa cresceu o investimento. No entanto, a taxa por si só, como número absoluto, não

responde se o investimento em questão é um bom investimento ou não. Isso porque é

preciso um parâmetro de comparação, como no caso do VPL, que confronta o

investimento com uma taxa de retorno mínima exigida pelo investidor e definida a

priori.

No caso da TIR, por ser “interna” e apoiar-se exclusivamente nos fluxos de

caixa do projeto, não é possível seu confrontamento com outras taxas presentes no

mercado. Dessa forma, o cálculo da TIR parte do pressuposto de que a taxa de retorno

mínima exigida é ignorada, e é preciso calculá-la.

Sabe-se que quando o VPL de um investimento é igual a zero, não se está

destruindo nem gerando valor ao projeto, e que, portanto, sua aceitação é indiferente.

Qualquer valor acima ou abaixo do zero faz com que o investimento passe a valer a

pena, ou não. Assim: TIR é a taxa que faz com o VPL seja igual a zero.

A fim de decidir-se se o projeto deve ser aceito ou não, a TIR precisa ser maior

que a taxa mínima de retorno exigida pelo investidor.

O cálculo da TIR é feito igualando-se o VPL a zero e substituindo-se a taxa de

desconto pela variável a ser calculada.

Limitações da Análise

Algumas limitações na utilização da TIR, que podem levar a tomada de decisão

errada, são elas:

- conforme já exposto na conceituação do fluxo de caixa, os fluxos precisam ser

todos convencionais, ou seja, positivos, com exceção do investimento inicial. Caso haja

mais que um fluxo negativo, haverá 2 TIRs distintas, e não será possível saber qual

delas é a correta;

- no caso de ser necessário escolher entre dois projetos mutuamente excludentes,

ou seja, aqueles em que a escolha pela implementação de um impede a implementação

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de outro, a TIR pode levar à decisão errada. Isso porque a maior TIR nem sempre

corresponde ao maior VPL, pois os fluxos de caixa podem ser maiores, porém o prazo

de retorno do investimento pode ser mais lento. Nesses casos, deve-se priorizar o maior

VPL.

9.6. Análise de Cenários

Trata-se de um método que permite avaliar o impacto das premissas dos fluxos

de caixa futuros sobre as estimativas de VPL. O ponto de partida é descobrir se o

cenário mais plausível (caso base) resulta em VPL positivo, o que implicaria na

provável realização do projeto e, assim, justificaria o prosseguimento da análise.

Há diversos cenários possíveis que poderiam ser considerados. Os mais

comumente utilizados são: o pior cenário, aquele que fornece o VPL mínimo do projeto;

e o melhor cenário, aquele que fornece o VPL máximo. Admitindo-se um grau de

imprecisão nas projeções, obtém-se o pior caso atribuindo-se os valores menos

favoráveis a cada item (valor mais baixo para itens como unidades vendidas e preços

unitários, e o valor mais alto para custos). Faz-se o inverso para o melhor caso. Com

base nessas informações, calculam-se os fluxos de caixa e o VPL em cada cenário.

Ressalta-se que a análise de cenários “é útil para nos mostrar o que pode

acontecer e nos auxiliar a avaliar a possibilidade de desastre, mas não nos diz se

devemos ou não realizar o projeto”.

9.7. Análise De Sensibilidade

A análise de sensibilidade é uma variação da análise de cenários, que ajuda a

identificar variáveis nas quais o risco de previsão é especialmente grave. A idéia básica

é manter constantes todas as variáveis, exceto uma, e então verificar quão sensível é

nossa estimativa de VPL à mudança de valores dessa variável. Se a estimativa de VPL

se mostrar muito sensível a pequenas variações dessa variável, o risco de previsão

associado à variável em questão será julgado alto. Nesse caso, seria aconselhável

aprofundar as pesquisas de mercado.

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Alerta-se que a análise de sensibilidade, assim como a análise de cenários,

possui algumas deficiências, “é útil para indicar onde os erros de previsão causarão os

maiores danos, mas não nos diz o que fazer a respeito dos erros possíveis”.

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10. RESULTADOS ANALISADOS

10.1. Análise Econômico-Financeira

A análise de viabilidade econômico-financeira da fábrica de circuitos integrados,

tema chave do trabalho, começou pela elaboração e projeção do fluxo de caixa. Para

este propósito, foram elaboradas planilhas, utilizando a plataforma de software

Microsoft Excel, contendo a previsão para os dados de entrada, projeções mensais para

o primeiro ano, e anuais até o quinto, prazo limite da análise, bem como, os métodos

que balizariam a análise propriamente dita.

O passo seguinte foi buscar informações para alimentar as referidas planilhas.

Para isso, pesquisou-se em órgãos que dão suporte à abertura e expansão de negócios,

como o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, assim como, em instituições

estreitamente ligadas ao setor de interesse. De qualquer forma, muitos aspectos são

totalmente fictícios devido a falta deste tipo de dados no Brasil, sendo esta análise

meramente instrutiva não representando em nada uma possível realidade, mas que com

dados corretos poderia ser fielmente replicada.

Nesse ponto começaram as dificuldades, encontrou-se inúmeros artigos sobre o

assunto, mas dados insuficientes para o propósito almejado. O resultado foi a

constatação de que a questão é muito ampla e são necessárias muitas informações para

dimensionar uma fábrica, a saber: tipo de circuito integrado que se pretende produzir

(analógico, digital, RF, etc.), tipos de materiais utilizados (silício, materiais dopantes,

máquinas, equipamentos, etc.) e o que se pretende desenvolver, produzir e o que

terceirizar.

Portanto, fez-se uma estimativa para uma empresa de pequeno porte, produção

de complexidade mediana, fabricante de circuitos integrados, com os seguintes dados:

Investimento em máquinas e equipamentos: R$ 3 milhões

Área das instalações: 1.500 m2

Pessoal operacional: 110 pessoas

Produção mensal: 20.000 CIs

Custo variável por CI: R$ 40,00

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Reforça-se que esses dados podem ser utilizados para fins didáticos, mas que, na

verdade, o projeto de uma fábrica de circuitos integrados envolve a especificação de

uma ampla gama de variáveis e o resultado final pode ser bem diferente.

A partir desse momento, de posse dos dados, pôde-se proceder a alimentação das

planilhas, a fim de obter informações capazes de permitir a análise da viabilidade da

hipotética fábrica de circuitos integrados.

10.2. Análise do Ponto de Equilíbrio

O PEG calculado em termos de quantidades foi de 115.664 CIs, o que significa

que, como estamos produzindo anualmente 240.000 CIs (obtidos da multiplicação da

produção mensal de 20.000 CIs pelos 12 meses), estamos operando acima do ponto de

equilíbrio. Isso representa que estamos produzindo o suficiente para pagar as despesas

fixas e ainda obtermos lucro. O PEG calculado em termos de receita de vendas, que

ficou em R$ 8.096.472,84, confirma o resultado, pois a receita de vendas do projeto

alcança a cifra dos R$ 16.800.000,00, também superior ao ponto de equilíbrio.

Mesmo o PEE, considerando um LAJIR mínimo de R$ 2.000.000,00 (valor

acordado entre o grupo como satisfatório), também confirma que o negócio permite

acumular lucro. O PEE calculado em termos de quantidades ficou em 182.331 CIs e, em

termos de receita de vendas, R$ 12.763.139,51, valores ainda inferiores aos projetados

para a fábrica.

10.1. Análise do Período de Payback

Com base nos investimentos e custos ao longo do projeto, verificamos que o

período de payback é relativamente curto, inferior a metade do período projetado (1,84

ano). Mesmo o payback descontado, que leva em conta o valor do dinheiro no tempo,

também resulta em um período curto (2,2 anos).

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Cumpre ressaltar, que, no caso da ocorrência de um cenário melhor do que

previsto, os resultados do empreendimento serão ainda melhores, produzindo fluxos de

caixas mais positivos, o que reduzirá ainda mais o tempo de retorno do investimento. Já

no caso de um cenário mais pessimista, simulando um quadro de recessão, os fluxos de

caixa poderão não ser suficientemente grandes a ponto de recuperar o investimento tão

rapidamente.

10.3. Análise do Valor Presente Líquido – VPL

Considerando a TMA como sendo a taxa de 11,75%, chegamos ao VPL

estimado em R$ 4.853.900,02, que, pelo fato de ser positivo, implica na aceitação do

projeto. Esse resultado mostra que a fábrica provavelmente trará retornos satisfatórios,

ou seja, lucratividade aos proprietários.

10.4. Análise da Taxa Interna De Retorno – TIR

A Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto revela que o projeto em questão é

bastante promissor. Ao confrontar as entradas e saídas de caixa, projetadas para os

próximos cinco anos de operações, a TIR mostra que o investidor teria um retorno de

46,20% sobre o investimento inicial realizado.

Em números absolutos, a TIR não esclarece se o projeto é um bom investimento

ou não. No entanto, e seguindo seu critério de aceitação, ao confrontá-la com a TMA,

pode-se ter uma idéia clara de quanto a TIR supera a taxa oferecida pelo mercado. No

caso do projeto em questão, a taxa definida a priori foi a taxa de 11,75%.

Nesse caso, não restam dúvidas de que o projeto deveria ser aceito, pois a

remuneração do capital seria bastante superior implementando-se a fábrica de circuitos

integrados, em comparação a uma aplicação financeira que tivesse seu rendimento

atrelado a taxa Selic.

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10.5. Análise de Cenários

Com base nas planilhas preparadas para a análise de cenários, pior e melhor

casos, verificou-se que o grau de imprecisão dos dados da análise não deveria superar

5,36%, para não resultar, de antemão, em VPL negativo no cenário de pior caso, o que

representaria um sinal de alerta na análise do projeto.

Cumpre ressaltar que esse tipo de análise confronta cenários extremos: o pior

caso, na verdade envolve uma possibilidade remota de desastre total e, o melhor caso,

um sucesso improvável. Ou seja, ela fornece o limite inferior e superior de um projeto,

não significando um critério para a sua aceitação ou rejeição.

10.6. Análise de Sensibilidade

A análise de sensibilidade identificou as variáveis preço unitário de venda e

custo variável unitário, como as que provocam maior variação na estimativa de VPL, ou

seja, que apresentam o maior risco de previsão. Ao variar uma unidade monetária em

cada uma delas, o VPL teve uma variação de R$ 609.371,92, variação esta, positiva,

para o preço unitário de venda e, negativa, para o custo variável unitário. No caso dessas

variáveis, seria aconselhável aprofundar as pesquisas de mercado, a fim de evitar os

erros possíveis.

Já as variáveis produção e custo fixo anuais, não provocaram uma variação

significativa no VPL. A variação de uma unidade na produção anual causou uma

variação de R$ 76,17 no VPL e, por sua vez, a variação de uma unidade monetária no

custo fixo anual, causou uma variação negativa de R$ 2,54 no VPL. Portanto, essas

variáveis apresentam um baixo risco de previsão.

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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em linhas gerais, o projeto de implantação da fábrica de circuitos integrados é

um bom investimento. Com base na análise de viabilidade, embasada nos cálculos do

Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Ponto de Equilíbrio e

período de Payback, o empreendimento revelou-se viável e lucrativo em todos os

critérios.

A presente análise não é definitiva, pois, como foi justificado anteriormente,

partiu de valores estimados, com fins didáticos. Uma análise mais apurada necessita

especificar detalhadamente todos as condições de contorno do projeto, como o tipo de

produto e matérias-primas utilizadas.

O principal legado do trabalho é a apresentação do tema análise de viabilidade

econômico-financeira de projetos e a disponibilização de ferramentas para realizá-la.

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12. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo, Pearson

Prentice-Hall, 2005, 12ª edição.

CHURCHILL JR., G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os

clientes. São Paulo: Saraiva, 2005.