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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS – DCA ADM 01147 – PRÁTICA PROFISSIONAL II (CURSO 119.02) O USO DA INTERNET PARA FACILITAR A COMUNICAÇÃO E A ATIVIDADE COMERCIAL EM UMA PEQUENA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE SOFTWARE DE PESQUISA POR IONARA RECH 1402/94-9 Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Administração Prof. Orientador: Henrique Freitas Porto Alegre, 27 de Janeiro de 1999

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL · Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Administração ... colega de aula e de trabalho que me suportou e me protegeu ... uma

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ADMINISTRAO

DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS DCA

ADM 01147 PRTICA PROFISSIONAL II (CURSO 119.02)

O USO DA INTERNET PARA FACILITAR A COMUNICAO

E A ATIVIDADE COMERCIAL EM UMA PEQUENA EMPRESA

DISTRIBUIDORA DE SOFTWARE DE PESQUISA

POR

IONARA RECH

1402/94-9

Trabalho de Concluso do Curso de Graduao em Administrao

Prof. Orientador: Henrique Freitas

Porto Alegre, 27 de Janeiro de 1999

2

Talvez no tenhamos conseguido fazer o

melhor, mas lutamos para que o melhor

fosse feito....No somos o que deveramos

ser, no somos o que iremos ser. Mas,

graas a Deus, no somos o que ramos.

Martin Luther King

3

A meus pais por acreditarem em mim.

A meu marido pelo carinho e apoio.

4

AGRADECIMENTOS

Agradeo a Diana, minha irm, que nos ltimos dias de reviso deste trabalho os mais

sufocantes foi prestativa e paciente.

Agradeo ao meu orientador, Henrique Freitas, pelo aprendizado adquirido e pelas

oportunidades nestes 3 anos de convvio.

Aos meus amigos e colegas da SPHINX Consultoria, Tatileine e Solon, pelo apoio,

pelos apelidos e pelas boas risadas que trocamos nestes trs semestres que estivemos

juntos.

Agradeo s pessoas que trabalharam e s que ainda trabalham na equipe do GESID

pela troca de conhecimento e muito divertimento, nos ltimos 3 anos.

E, finalmente, no poderia deixar de agradecer a uma amiga, colega de aula e de

trabalho que me suportou e me protegeu diversas vezes Thais.

5

SUMRIO

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................................7

LISTA DE QUADROS................................................................................................................................9

INTRODUO..........................................................................................................................................10

1. TEMA E JUSTIFICATIVA...............................................................................................................12

1.1 NOVAS TECNOLOGIAS E A RELAO EMPRESA-CLIENTE............................................12

1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................12

2. OBJETIVOS.......................................................................................................................................14

2.1. OBJETIVO GERAL......................................................................................................................14

2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS........................................................................................................14

3. REFERNCIAL TERICO.................................................................................................................15

3.1. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR...............................................................................15

3.1.1. Fatores Culturais..................................................................................................................16

3.1.2. Fatores Sociais.....................................................................................................................16

3.1.3. Fatores Pessoais...................................................................................................................17

3.1.4. Fatores Psicolgicos............................................................................................................17

3.2. DECISO DE COMPRA............................................................................................................18

3.2.1. Papis de Compra................................................................................................................18

3.2.2. Tipos de Comportamento de Compra..................................................................................19

3.2.3. Processo de deciso de Compra...........................................................................................20

3.2.4. Estratgia de Comunicao..................................................................................................25

3.3. A RELAO EMPRESA-CLIENTE E O MARKETING DE RELACIONAMENTO............25

3.4. INFORMAO E TECNOLOGIA DA INFORMAO..........................................................30

3.5. INTERNET...................................................................................................................................32

3.5.1. Histrico...............................................................................................................................32

3.5.2. ferramentas Disponveis na Internet....................................................................................33

3.5.3. Problemas na Rede/ Limitaes da Internet........................................................................34

3.6. COMRCIO ELETRNICO ......................................................................................................36

4. METODOLOGIA...............................................................................................................................40

4.1. PESQUISA-AO: IMPLANTANDO E AVALIANDO NOVAS TECNOLOGIAS................41

4.2. ESTUDO DE CASO: IDENTIFICANDO A EMPRESA E OUTRAS PRTICAS....................42

4.2.1. As Fases do Estudo de caso.................................................................................................42

4.2.2. Estudo de Caso 1 Contextualizando a Empresa................................................................44

4.2.3. Estudo de Caso 2 Analisando Sites (referncia)...............................................................44

4.3. CONCEBENDO E IMPLEMENTANDO SITE E E-MAIL.....................................................45

4.4. AES MONITORADAS..........................................................................................................46

5. CONTEXTO.......................................................................................................................................48

5.1. CARACTERIZAO DA EMPRESA........................................................................................48

6

5.2. HJISTRICO................................................................................................................................49

5.3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.............................................................................................50

5.3.1. Sistemas...............................................................................................................................50

5.3.2. Treinamento e Pesquisas......................................................................................................50

5.3.3. Eventos.................................................................................................................................51

5.4. RECURSOS HUMANOS.............................................................................................................52

6. A REALIZAO DO TRABALHO................................................................................................55

6.1. DESCRIO DA RELAO EMPRESA-CLIENTE SEM O USO DE RECURSOS DA

INTERNET..........................................................................................................................................55

6.2. RELATO E ANALISE DA BUSCA DE E-MAILS DOS CLIENTES DA SPHINX

CONSULTORIA..................................................................................................................................57

6.3. A IDENTIFICAO DA EXPLORAO DA INTERNET COMO RECURSO DA

RELAO EMPRESA-CLIENTE......................................................................................................59

6.3.1. O caso SCOLARI SOFTWARE..........................................................................................59

6.3.2. O caso SPSS.........................................................................................................................69

6.4. A CONCEPO E O DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUO ADAPTADA................83

6.4.1. O uso do e-mail....................................................................................................................83

6.4.2. Concepo e implementao da homepage.........................................................................86

6.5. AES DE COMUNICAO EXPLORANDO RECURSOS ADOTADOS............................98

6.5.1. A atuao por ocasio do ENANPAD 98............................................................................98

6.5.2. A atuao de final de ano e de incio de ano.......................................................................99

CONCLUSO...................................................................................................................................105

REFERNCIAS................................................................................................................................107

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Estgios do Processo de Deciso de Compra................................................21

Figura 02: Contnuo Estratgico de Marketing...............................................................28

Figura 03: A Nova Sociedade da Informao.................................................................30

Figura 04: Plano de Realizao da Prtica Profissional .................................................40

Figura 05: Organograma.................................................................................................53

Figura 06: Tela de Abertura SAGE SCOLARI ..............................................................60

Figura 07: Software e Order Forms .........................................................................61

Figura 08: Atlas/ti a Partir do Boto Software ........................................................62

Figura 09: What ATLAS/ti can do for you .................................................................62

Figura 10: Applications...............................................................................................63

Figura 11: The benefits of ATLAS/ti:.........................................................................64

Figura 12: System Requirements ................................................................................64

Figura 13: Pricing........................................................................................................65

Figura 14: Order ou Atlas/ti a partir de Order Forms ..........................................65

Figura 15: Tela de Abertura SPSS ..............................................................................70

Figura 16: About SPSS ...............................................................................................71

Figura 17: Contact Us .................................................................................................72

Figura 18: Buy Online.................................................................................................72

Figura 19: Year 2000...................................................................................................73

Figura 20: Upgrade Zone ............................................................................................74

Figura 21: SPSS P&S..................................................................................................75

Figura 22: Product Info ...............................................................................................76

Figura 23: Tips ............................................................................................................77

Figura 24: Tech Support..............................................................................................77

Figura 25: White Papers ..............................................................................................78

8

Figura 26: Update........................................................................................................79

Figura 27: Chart ..........................................................................................................79

Figura 28: Tela de Abertura dia 07/01/99.......................................................................81

Figura 29: Tela de Abertura dia 14/01/99.......................................................................81

Figura 30: Tela de Abertura dia 21/01/99.......................................................................82

Figura 31: Tela de Abertura Atualizada em Dezembro de 1998 ....................................87

Figura 32: SPHINX.....................................................................................................89

Figura 33: MDULOS................................................................................................90

Figura 34: SUPORTE ON LINE.................................................................................90

Figura 35: HOT LINE .................................................................................................91

Figura 36: DICAS .......................................................................................................92

Figura 37: PESQUISAS ..............................................................................................92

Figura 38: REFERNCIAS ........................................................................................93

Figura 39: CONTATO COMERCIAL e EQUIPE ..................................................94

Figura 40: DOWNLOAD............................................................................................95

Figura 41: Tela de Abertura - Verso Janeiro de 1999...................................................96

Figura 42: Promoo na Homepage..............................................................................100

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Tipos de Comportamento de Compra..........................................................19

Quadro 02: Eventos ........................................................................................................52

Quadro 03: Comunicao Empresa-Cliente sem o Uso de Recursos da Internet ...........56

Quadro 04: Exemplo de Interao via E-mail, com Clientes .........................................84

Quadro 05: Exemplo de Interao via E-mail, com Potenciais Clientes ........................85

Quadro 06: Comunicao Empresa-Cliente com Adoo de Homepage e E-mail ........97

Quadro 07: Comunicado por Ocasio do ENANPAD 98...............................................98

Quadro 08: Resposta a Comunicado por Ocasio do ENANPAD 1998 ........................99

Quadro 09: E-mail para a Lista do ENANPAD 97.......................................................101

Quadro 10: E-mail para a Lista dos Prospectos ............................................................102

Quadro 11: E-mail para a Lista dos Clientes ................................................................103

Quadro 12: Resposta ao E-mail Direcionado aos Clientes ...........................................104

10

INTRODUO

A Tecnologia da Informao (TI) vem alterando negcios, estilos de vida e

processos. Ela est sendo considerada a maior indstria global, com crescimento mais

rpido e com alta lucratividade. Segundo THOMPSON (1994), a TI agrega valor aos

servios e muda as relaes da empresa com seus clientes e fornecedores. Alguns

historiadores econmicos chegam a afirmar que o impacto da TI na sociedade faz dela

uma segunda revoluo industrial (RICPERO, apud CRIA, 1997).

SHIOZAWA (1993) afirma que a TI tambm facilita o atendimento aos clientes

e traz qualidade aos servios prestados. Esses so fatores que podem trazer vantagens

competitivas para empresas que utilizam de forma adequada a TI.

H uma grande mudana na economia como um todo. O fluxo de informao

agora digital, e as empresas esto mudando suas estruturas e repensando suas misses.

Os clientes tambm esto mudando, esto cada vez mais exigentes. A globalizao de

mercados est se intensificando e a Internet uma realidade, dentro da TI, que no se

pode negar.

A Internet uma das mais recentes e maiores inovaes tanto nocampo da TI como no de comunicaes, sendo, portanto, um fator com potencialpara mudanas organizacionais (SOARES e HOPPEN, 1997, p. 91).

Em relao comunicao, a Internet surge como um novo meio onde se pode

comunicar tanto de forma massificada, como de forma mais personalizada, por meio de

conhecimento prvio do pblico que se quer atingir. A Internet tambm permite que se

pratique o chamado marketing de relacionamento ou ps-marketing com o objetivo de

manter os clientes no s satisfeitos, mas tambm participantes e informados.

11

Este trabalho de concluso, considerando essas novas tendncias no ambiente de

negcios das organizaes, tratou do uso da TI, mais especificamente do uso da Internet

(e-mail e homepage), como um recurso de comunicao e interatividade com clientes e

potenciais clientes.

Inicialmente, foi realizado um estudo de caso de uma empresa, relatando como

ela se comunica com seus clientes e potenciais clientes. Posteriormente, foram

realizados estudos de casos nos sites de duas outras empresas que se encontram em um

processo avanado de comunicao pela Internet, alm de reviso de literatura sobre o

tema. O intuito foi obter um referencial sobre o uso adequado dessa nova tecnologia.

Durante a reviso de literatura e os estudos de casos, focalizou-se as atenes

sobre dois aspectos em especial. O primeiro deles diz respeito s informaes que

seriam essenciais ao processo de venda; enquanto o segundo trata de como a

comunicao com os clientes e os prospectos poderia se dar de maneira mais rpida e

eficiente. Foi criado um site, onde so dadas informaes sobre os produtos por ela

distribudos.

A partir deste referencial, criou-se um site para a empresa em estudo. Por ltimo,

foram realizadas e relatadas aes monitoradas, tanto com o e-mail, como com o site,

com o objetivo de analisar o uso desta nova TI.

12

1. TEMA E JUSTIFICATIVA

1.1 Novas tecnologias e a relao empresa-cliente

A temtica abordada neste trabalho a relao empresa-cliente atravs do uso de

uma tecnologia viabilizadora que a Internet. Os recursos e os desafios disponibilizados

por esta nova TI so muitos, e as empresas precisam, rapidamente, saber bem utiliz-los

e, paralelamente, enfrentar os desafios inerentes.

Por outro lado, a abertura de mercado e as rpidas mudanas tecnolgicas

obrigam as empresas a buscar novas formas de facilitao do negcio, adaptando-se ao

mundo da Internet, por exemplo, para que continuem desenvolvendo suas atividades

tanto a mdio como a longo prazos.

Considerando o marketing, observa-se, como novidade, o chamado marketing de

relacionamento ou ps-marketing, o qual enfatiza o aprimoramento da relao empresa-

cliente como uma estratgia de longo prazo, uma vez que conquistar novos clientes,

alm de ser uma tarefa onerosa, est cada vez mais difcil.

A relao empresa-cliente pode ocorrer de vrias maneiras, desde o uso do

telefone, fax ou at de forma pessoal. Com o surgimento da Internet, possvel que a

relao empresa-cliente ocorra, tambm, via e-mail, homepage e comrcio eletrnico,

numa dinmica bem mais intensiva, personalizada e quase sem custo.

1.2 Justificativa

O estudo desenvolvido tem sua justificativa baseada em 3 pontos principais:

Temtica recente: a TI, principalmente a Internet, o e-mail e o comrcio eletrnico

so assuntos muito discutidos e recentes no meio empresarial e global;

13

Necessidade da empresa envolvida: toda empresa tem necessidade e interesse de

usar essa tecnologia, pois ela pode facilitar e agilizar a relao com os clientes e

com os potenciais clientes, o que trar potencialmente novas oportunidades de

negcios e de crescimento, bem como aumento de satisfao do cliente, da

qualidade de vida no trabalho, entre outros benefcios;

Interesse deste aluno em estudar o tema, visto que h contribuio e valorizao

do perfil em formao.

14

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho mostrar uma forma do uso da TI

(especificamente a Internet e os recursos de homepage e de e-mail) na comunicao e na

relao empresa-cliente, seja na oferta ou demanda de informao.

2.2 Objetivos Especficos

Dentre os objetivos especficos, pode-se destacar:

realizar um estudo de caso para contextualizar a empresa foco do estudo e a sua

situao inicial de comunicao/interao com clientes e potenciais clientes;

realizar estudos de casos com outras empresas que j comercializam e interagem

pela Internet, em busca de um referencial para planejar uma melhor ao comercial

na empresa objeto de estudo;

gerar um cadastro de endereos eletrnicos (e-mails) de clientes e potenciais

clientes, com o objetivo de criar uma base de dados para eventuais promoes de

marketing ou vendas via Internet;

criar uma homepage para a empresa em estudo, agregando a ela caractersticas e

funcionalidades que permitam interagir em diferentes nveis de ao comercial: com

os j clientes e com os clientes potenciais, oferecendo informaes gerais e

personalizadas;

realizar algumas aes comerciais, relativamente controladas, e relatar a experincia

do uso do e-mail e da homepage nesse processo.

15

3. REFERENCIAL TERICO

ROESCH (1996) afirma que a reviso de literatura (ou Referencial Terico)

consiste na seleo, leitura, interpretao e discusso de obras que se referem ao

tema escolhido no projeto. Ainda segundo ROESCH (1996) ela permite, entre outras

coisas, sugerir solues alternativas para resolver um problema.

Este captulo tem como objetivo apresentar e discutir alguns conceitos bsicos

ligados ao tema deste trabalho de concluso, a fim de que se possa ter mais condies

de estudo e anlise.

Inicialmente, buscou-se relatar sobre o comportamento do consumidor e deciso

de compra, com o objetivo de conhecer melhor como os consumidores compram e

como intervir neste processo e influenci-los em suas decises. Num segundo momento,

abordou-se as mudanas que esto ocorrendo no marketing. Essas mudanas, de uma

maneira geral, propem a manuteno de um relacionamento mais duradouro com os

clientes. Isso se justifica no fato de que o cliente deve ser o centro das atenes e, alm

disso, o preo para se conquistar novos clientes est se tornando cada vez mais elevado

no mercado competitivo atual. E, para finalizar, procurou-se relatar alguns aspectos da

TI, mais especificamente os recursos da Internet, como e-mail, www e comrcio

eletrnico. Estes recursos so uma maneira recente e inovadora de comunicar os

potenciais clientes, alm de possibilitar a manuteno dos clientes atuais.

3.1 Comportamento do Consumidor

H vrios fatores que influenciam os consumidores em suas decises de compra.

Entre eles destacam-se, conforme COBRA (1986) e KOTLER (1994), os culturais,

sociais, pessoais e psicolgicos, como a seguir detalhado.

16

3.1.1 Fatores Culturais

- Cultura - composta de modelos explcitos e implcitos de comportamento

adquiridos e transmitidos por smbolos, valores, tradio, percepes e idias

durante a vida familiar e outras instituies bsicas, como a escola, por exemplo;

- Subcultura - cada cultura se subdivide em culturas menores que fornecem

identificao mais especfica das pessoas. Entre as subculturas, pode-se citar a

nacionalidade, religies, grupos raciais, entre outros;

- Classe Social - so divises relativamente homogneas e duradouras de uma

sociedade, que so ordenadas hierarquicamente e cujos membros compartilham

valores, interesses e comportamentos similares (KOTLER, 1994, p.163). As

classes sociais tm caractersticas particulares: 1) as pessoas da mesma classe

tendem a ter comportamentos semelhantes; 2) as pessoas so identificadas como

ocupando posies inferiores ou superiores, dependendo da classe que ocupam;

3) a classe social identificada por algumas variveis, como renda, ocupao,

entre outras; 4) h mobilidade de uma classe social para outra, mas o que mais

interessa para o Marketing que as classes sociais tm preferncias distintas de

marcas e produtos, e as empresas podem tanto focar seus esforos em algumas

classes ou simplesmente em apenas uma classe social.

3.1.2 Fatores Sociais

- Grupos de referncia - todos os grupos que tm influncia direta (face a face)

ou indireta sobre as atitudes ou comportamento da pessoa (KOTLER, 1994, p.

163). So amigos, famlia, vizinhos, colegas de trabalho (grupos primrios) e

religiosos, profissionais, sindicatos (grupos secundrios so mais formais e

exigem interao menos contnua). Ainda existem os grupos de aspirao, aos

quais a pessoa no pertence, mas gostaria de pertencer, e os grupos de

dissociao o qual a pessoa no pertence e no gostaria de pertencer (rejeita);

- Famlia - o grupo primrio mais influente. H a famlia de orientao, formada

pelos pais e da qual so adquiridas referncias religiosas, econmicas, poltica,

pessoal, autovalorizao e amor. H ainda a famlia de procriao, formada por

esposa e filhos e tem influncia mais direta no comportamento de consumo

dirio das pessoas. A influncia de compra de um membro da famlia varia de

produto para produto, de pas para pas e tambm nas diferentes classes sociais;

17

- Papis e posies sociais - as pessoas tm papis e posies diferentes em cada

grupo que participam em sua vida famlia, clubes, organizaes. Um papel so

atividades que se espera que uma pessoa desempenhe, e cada papel significa

uma posio social. Em funo desses papis, as pessoas consomem

determinados produtos.

3.1.3 Fatores Pessoais

- Idade e estgio do ciclo de vida: o consumo est relacionado tambm com a

idade e com o estgio do ciclo de vida (so representados a situao financeira e

os interesses caractersticos, uma vez que as pessoas consomem diferentes

produtos em diferentes idades e ciclos de vidas);

- Ocupao: a ocupao de uma pessoa influencia seu comportamento de

consumo. Um jogador de futebol consome produtos diferentes de um professor

universitrio;

- Condies econmicas: afetam o comportamento de consumo e consistem em

renda disponvel, poupana, patrimnio, dvidas, condies de crdito e atitude

em relao s despesas versus poupana;

- Estilo de vida: o estilo de vida de uma pessoa representa seu padro de vida

expresso em suas atividades, interesses e opinies (KOTLER, 1994, p. 168).

As empresas precisam destinar seus produtos, mais claramente, ao estilo de vida

do consumidor;

- Personalidade e autoconceito: as pessoas tm personalidades diferentes, que

podem influenci-las em uma compra. O conhecimento da personalidade

importante desde que os tipos de personalidade possam ser classificados, e que

existam correlaes fortes entre certos tipos de personalidade e escolhas de

produto ou marca. Os profissionais de marketing ainda trabalham com o termo

autoconceito, que a auto imagem que uma pessoa tem de si.

3.1.4 Fatores Psicolgicos

- Motivos: todo ser humano possui suas necessidades. Algumas delas so

fisiolgicas (fome, sede, sono, etc.) e outras psicolgicas (reconhecimento,

estima, posse). Uma necessidade torna-se um motivo quando atinge determinado

ndice de intensidade. Um motivo uma necessidade que est levando a pessoa

a agir. Existem trs teorias sobre motivao, a de Freud, a de Maslow e a de

18

Herzberg, as quais auxiliam os profissionais de marketing a estudar o

comportamento do consumidor;

- Percepo: o processo em que a pessoa seleciona e organiza as informaes

que recebe. As pessoas tm percepes diferentes de mesmas situaes em

funo de trs processos perceptuais: ateno, distoro e reteno seletivas. Os

profissionais de marketing precisam romper estes processos de percepo,

atravs de dramatizao e repetio para que suas mensagens atinjam os

consumidores;

- Aprendizagem: a aprendizagem obtida por meio da experincia, estmulos,

impulsos, sugestes, respostas e reforo. Assim, o profissional de marketing

pode oferecer um produto associando-o a impulsos fortes, usando sugestes

motivadoras e fornecendo reforo positivo;

- Crenas e atitudes: influenciam o comportamento de compra. Se a crena que

uma pessoa tem em mente sobre um produto estiver errada ou inibir a compra, o

fabricante deve lanar uma campanha para modificar esta crena. As atitudes por

sua vez so muito difceis de serem mudadas, e o ideal seria a empresa tentar

ajustar seus produtos s atitudes das pessoas.

3.2 Deciso de Compra

importante conhecer como ocorre a deciso de compra dos consumidores para

determinar a melhor ao de divulgao de produtos ou servios. KOTLER (1994)

apresenta o processo de deciso de compra, que ser revisto abaixo.

3.2.1 Papis de Compra

A identificao desses papis importante, pois pode-se determinar as

mensagens de propaganda e o oramento necessrio para as mesmas. H 5 papis

assumidos pelas pessoas em uma deciso de compra:

- iniciador: pessoa que primeiro sugere a compra;

- influenciador: pessoa que influencia a deciso atravs de sua opinio e ponto de

vista;

- comprador: aquele que faz a compra;

19

- usurio: o que consome ou usa o produto/servio.

3.2.2 Tipos de Comportamento de Compra

ASSAEL, apud KOTLER (1994), classifica os comportamentos de compra em

quatro tipos, conforme quadro 01:

Quadro 01: Tipos de Comportamento de Compra

ALTO ENVOLVIMENTO BAIXO ENVOLVIMENTO

Diferenas significativas

entre as marcas

Comportamento de

compra complexa

Comportamento de compra

que busca variedade

Poucas diferenas entre

as marcas

Comportamento de

compra com dissonncia

reduzida

Comportamento de compra

habitual

Fonte: ASSAEL, apud KOTLER (1994, p. 175)

3.2.2.1 Comportamento de compra complexa

Quando envolve a compra de produtos caros, comprados com pouca freqncia,

arriscado e auto-expressivo. Geralmente, o consumidor no conhece muito o produto e

precisa de informaes que o convenam que o produto bom e que lhe trar

benefcios. O vendedor precisa estar consciente disso e se dispor a passar todas as

informaes necessrios para que o consumidor se decida e se sinta seguro com a

compra. Este o chamado processo de aprendizagem, onde o consumidor desenvolve

crenas sobre o produto, atitudes e depois decide. O vendedor precisa usar estratgias

que acompanhem este processo de aprendizagem. necessrio usar uma mdia

impressa, divulgando as caractersticas da marca e um longo texto para descrev-las.

3.2.2.2 Comportamento de compra com dissonncia reduzida

Neste caso, a compra tambm cara, ocorre com pouca freqncia e arriscada.

A diferena que no existem grandes distores entre as marcas. Isso agiliza o

processo de compra e o consumidor geralmente comprar motivado pelo preo ou por

uma compra conveniente. O processo de aprendizado um pouco diferente. Aqui o

consumidor primeiro decidiu pela compra, depois adquiriu novas crenas e, por ltimo,

20

tomou atitudes. A estratgia de marketing, neste caso, deve estar orientada para fornecer

crenas e avaliaes que ajudem o consumidor a se sentir bem com a compra realizada.

3.2.2.3 Comportamento de compra habitual

Ocorre com a compra de produtos baratos e adquiridos com freqncia. No

existem diferenas significativas entre as marcas e, talvez por isso, no haja tambm,

lealdade de marca. Neste caso, no existe a seqncia crena/atitude/comportamento.

Os consumidores no buscam informaes sobre as diferentes marcas, eles so

receptores passivos dos anncios em televiso e jornal e a repetio do mesmo cria

familiaridade com a marca e no convico. No fazem nenhuma avaliao do produto

aps a compra. Nestes casos, a melhor estratgia fazer promoes de vendas e de

preos com anncios principalmente em televiso, com curta durao e utilizando

smbolos visuais que faam associao com a marca.

3.2.2.4 Comportamento de compra que busca variedade

Ocorre quando h baixo envolvimento do consumidor, mas diferenas

considerveis de marca. O consumidor tem algumas crenas, escolhe uma marca e

durante o consumo, faz a avaliao. Na prxima compra, ele pode ou no procurar outra

marca em funo da sua avaliao. A estratgia aqui diferente para o lder do mercado

e para os seguidores. O lder tentar buscar a compra habitual atravs do domnio de

espao nos pontos de venda. As demais empresas focaro na busca de variedade,

oferecendo preos menores, amostras grtis e anunciando razes para que os

consumidores busquem algo novo.

3.2.3 Processo de Deciso de Compra

H cinco estgios de deciso de compra, segundo KOTLER (1994). Os

consumidores no precisam passar por todos os estgios necessariamente, e isto no

ocorre quando so compras de baixo envolvimento. A figura 01 representando os cinco

estgios e, em seguida, apresentado um resumo dos mesmos.

21

Figura 01: Estgios do Processo de Deciso de Compra

Fonte: KOTLER, 1994, p. 178

3.2.3.1 Reconhecimento da Necessidade

O consumidor reconhece um problema ou uma necessidade e percebe uma

diferena entre seu estado real e um estado desejado. Esta necessidade pode ser

provocada por um estmulo interno ou externo. Os estmulos internos so as

necessidades normais de uma pessoa (fome, sede, etc.). Elas, geralmente, crescem at se

tornarem impulsos. A pessoa motivada, ento, a suprir esta necessidade atravs de

objetos que a satisfaam, conforme experincias anteriores. As necessidades que surgem

por estmulos externos so aquelas provocadas por algum estmulo de fora, como por

exemplo, um anncio de roupas na televiso. Os profissionais de marketing podem

identificar os estmulos mais freqentes, que criam necessidades para um determinado

produto e desenvolver estratgias que impulsionem os consumidores compra.

3.2.3.2 Busca de Informaes

H dois nveis de busca de informaes:

- busca moderada: tambm chamado de ateno elevada. Ocorre quando o

consumidor fica mais atento a propagandas em jornais, revistas, televiso e

conversa com seus amigos a respeito do produto que pretende adquirir;

- busca ativa: ocorre quando o consumidor busca material de leitura ou procura

amigos para conversar sobre o produto, ou seja, engaja-se fortemente na busca

de informaes.

Para o profissional de marketing importante conhecer as fontes de informao

que o consumidor procurar e a influncia de cada uma sobre a deciso de compra. As

fontes de informao so classificadas em quatro grupos:

- fontes pessoais: famlia, amigos, vizinhos, conhecidos;

Reconhecimentodas necessidades

Comportamentops-compra

Busca deinformaes Avaliao de

alternativasDeciso de

Compra

22

- fontes comerciais: propaganda, vendedores, revendedores, embalagens,

displays;

- fontes pblicas: mdia de massa, organizaes de consumidores;

- fontes experimentais: manuseio, exame, uso do produto.

A maioria das informaes que o consumidor recebe so dos comerciantes, mas

as informaes mais eficazes so as pessoais, pois tm funo legitimadora ou de

avaliao. Por outro lado, o nmero de informaes e a sua influncia dependem muito

do produto e das caractersticas do comprador. Para que a empresa comunique

eficazmente, ela precisa identificar as fontes de informaes dos consumidores e avaliar

sua importncia.

3.2.3.3 Avaliao de alternativas

difcil saber como o consumidor faz a avaliao de alternativas de compra,

pois cada consumidor age diferente e o mesmo consumidor no avalia, da mesma

forma, todas as suas compras. Assim, existem muitos modelos de avaliao de

alternativas, sendo que a maioria deles orientada cognitivamente, ou seja, observam o

consumidor fazendo julgamentos sobre os produtos, largamente em base racional e

consciente.

Os consumidores percebem alguns atributos nos produtos, alguns mais

relevantes ou salientes. Geralmente, os atributos considerados salientes, so os

anunciados pelo comerciante como benefcios. No entanto, os atributos mais salientes

podem no ser os mais importantes, e o consumidor os entenderiam como salientes se

eles tivessem sido mencionados. Assim, os profissionais de marketing devem se

preocupar mais com a importncia dos atributos do que com as salincias e devem

tentar mensurar os pesos desta importncia para tentar melhor prever a deciso do

consumidor.

Com uma noo da escolha do consumidor, o profissional de marketing pode

tentar influenci-lo atravs de alguns artifcios:

- modificar o produto: melhorando um atributo considerado importante para o

comprador e que o produto no possui. o chamado reposicionamento real;

- alterar as crenas sobre a marca: alterando as crenas dos compradores sobre

onde a marca est situada, em termos de atributos-chave. Isto recomendado

nos casos em que o consumidor subestime as qualidades da marca, mas no

23

recomendado se a marca j possui uma boa imagem. Este o chamado

reposicionamento psicolgico;

- alterar as crenas sobre as marcas concorrentes: tentando mudar as crenas dos

compradores sobre onde as marcas concorrentes esto situadas nos diferentes

atributos. o chamado reposicionamento competitivo;

- alterar os pesos de importncia: tentando convencer os compradores a dar mais

importncia aos atributos nos quais a marca se destaca;

- chamar a ateno sobre os atributos negligenciados: atraindo os consumidores

para atributos pouco evidentes e divulgando as vantagens destes atributos;

- substituir os ideais do comprador: tentando convencer os compradores a mudar

seus nveis ideais em relao a um ou mais atributos.

3.2.3.4 Deciso de Compra

Antes de chegar deciso de compra, o consumidor pode ser influenciado por

dois fatores:

- atitude dos outros: a extenso da importncia da atitude dos outros sobre a

deciso de compra depende ainda de dois fatores:

intensidade da atitude negativa da outra pessoa em relao alternativa

preferida pelo consumidor;

a motivao do consumidor em atender aos conselhos da outra pessoa.

A influncia de outros torna-se complexa quando diversas pessoas da

convivncia do comprador manifestam opinies diferentes e o mesmo gostaria

de agradar a todos.

- fatores situacionais imprevistos: renda familiar, preo da lista e benefcios

esperados do produto, entre outros, podem mudar a inteno de compra.

O consumidor pode, ainda, modificar, adiar ou evitar uma deciso de compra e

isto em funo do risco envolvido. Geralmente, o risco refere-se a compras que

envolvem valores altos, o que produz ansiedade nos consumidores. As empresas devem

tentar reduzir este risco, fornecendo informaes e apoio.

Ao decidir por uma compra, o consumidor passa, ainda, por cinco subdecises:

deciso da marca, deciso do vendedor, deciso da quantidade, deciso de tempo e

deciso sobre a forma de pagamento. Algumas compras, no entanto, como compras do

dia-a-dia, no envolvem todas essas subdecises.

24

3.2.3.5 Comportamento ps-compra

O trabalho do vendedor ou fabricante no termina quando a compra foi feita,

pois o consumidor apresentar algum nvel de satisfao ou insatisfao. Tambm se

engajar nas aes ps-compra e nos usos do produto de interesse para a empresa.

1) satisfao ps-compra: a satisfao do comprador depende da relao entre

as expectativas do produto e o desempenho percebido. Se o desempenho no

atende s expectativas, haver desapontamento, se atende ele ficar satisfeito

e, se excede, ele ficar encantado. Esta satisfao importante pois

influenciar sobre uma nova compra ou mesmo sobre os comentrios que o

consumidor far sobre o produto. Esta constatao sugere que o vendedor

deva fabricar produtos que representem verdadeiramente seu desempenho

esperado, para que os consumidores fiquem satisfeitos;

2) aes ps-compra: a satisfao ou no como um produto influenciar o

comportamento subsequente do consumidor. Se ele ficar satisfeito poder

comprar novamente e ainda tender a falar favoravelmente sobre o produto

para outras pessoas, como foi dito anteriormente. Por outro lado, se no ficar

satisfeito, tentar reduzir a dissonncia atravs de algumas aes: abandono,

devoluo do produto ou procura de informaes que possam confirmar o

alto valor do produto. As empresas podem tentar diminuir esta insatisfao

enviando correspondncias aos consumidores, parabenizando-os pela tima

compra realizada, ou ainda disponibilizando o maior nmero possvel de

canais para que os consumidores possam fazer suas reclamaes e tirar suas

dvidas;

3) uso e inteno ps-compra: a empresa precisa conhecer os usos que os

consumidores fazem dos produtos, pois se os consumidores descobrem

novos usos para os mesmos, a empresa pode divulgar estes usos. Por outro

lado, se o consumidor guardou o produto, ou seja, no usa, isso ruim, pois

a propaganda boca a boca fica prejudicada. A empresa precisa fazer isso para

identificar possveis problemas ou oportunidades.

25

3.2.4 Estratgia de Comunicao1

Uma estratgia de comunicao no persuasiva quando ajuda a vender mais,

mas quando contribui para a formao da imagem da marca de um produto ou de uma

organizao. O difcil saber o que vale mais na persuaso dos consumidores: se a

marca, se as caractersticas fsicas dos produtos ou ainda se os benefcios que o produto

pode lhe trazer.

Na verdade, a persuaso de consumidores depende muito de como os mesmos

entendem as informaes que recebem, bem como do grau de importncia que eles

atribuem a elas. Se a mensagem que ele recebe possui argumentos fortes ou fracos, isso

depende da qualidade dos argumentos e da credibilidade da fonte emissora, no caso a

organizao.

Alm disso, preciso considerar as necessidades dos consumidores e, sabendo

que estas necessidades no so homogneas, identificar os diferentes benefcios que um

produto ou servio possa proporcionar.

Benefcio algo que o consumidor espera que o produto faa por ele,alm do que o produto faz. Este conceito implica algo diferente do atributo(caractersticas fsicas) do produto (COBRA, 1986, p. 332).

3.3 A relao empresa-cliente e o marketing de relacionamento

As mudanas no ambiente, como abertura de mercados, globalizao,

principalmente de conhecimento, esto fazendo com que surja um cliente mais exigente.

Os indivduos esto buscando sua identidade nos produtos e servios que consomem e

isto exige que as empresas se organizem de tal forma que consigam trat-los de forma

personalizada. Alm disso, hoje, h um ciclo cada vez mais rpido de produtos que

aparecem e desaparecem. Produtos idnticos e propaganda massificada esto acabando.

A informao, assim como a TI, permitem que se conhea melhor o cliente e se possa

fazer produtos exclusivos ou singulares.

Um bom exemplo desta segmentao de mercado a TV interativa, onde a

programao passar a ser controlada pelo usurio, que poder escolher o que quer ver,

alm de fazer compras, telefonar com a imagem da pessoa do outro lado da linha e at

mesmo realizar uma videoconferncia. Esta uma funo do Novo Marketing, - fazer

1 Baseado em COBRA (1986)

26

com que todas as qualidades que a tecnologia consegue desenvolver cheguem ao

cliente. Isso est sendo feito de maneira customizada, ou seja, procura-se lidar com o

cliente de uma forma singular.

A tecnologia permite, tambm, que se use a chamada customizao de massas.

Um grande nmero de clientes pode continuar a ser atingido pela produo em massa,

porm cada cliente passa a ser tratado de forma individual. Pode-se atender a demandas

muito diferenciadas, cada vez mais especficas e em permanente mutao.

O database marketing tambm est vinculado a esta nova segmentao. Ele

possibilita evitar equvocos que ocorrem quando no se tem conhecimento das

caractersticas dos potenciais clientes. Trata-se de uma classificao e segmentao dos

bancos de dados que se possui, antes que se faa uma ao de venda, como o envio de

uma mala-direta. O retorno sensivelmente maior.

Segundo MCKENNA (1993,) as transformaes do Marketing se devem

principalmente pela disseminao da tecnologia, que est presente nos produtos, no

local de trabalho e no mercado. A principal caracterstica dessa tecnologia a

programabilidade, em que, numa fbrica, por exemplo, transforma a produo,

permitindo que uma mquina produza uma ampla variedade de modelos e produtos. E

isso possibilita uma grande variedade de escolhas, mudando substancialmente o velho

conceito de Marketing.

O novo marketing sugere que as empresas devam estar orientadas totalmente ao

cliente, em virtude, principalmente, da concorrncia, cada vez mais acirrada do

mercado. "Nos anos 90, as empresas bem sucedidas esto voltadas para o mercado,

adaptando seus produtos s estratgias dos clientes" (MCKENNA, 1993, p. 3).

Por outro lado, para obter vantagem com relao aos demais concorrentes,

preciso que a empresa consiga desenvolver vrios conhecimentos, como por exemplo,

conhecimento tecnolgico, da concorrncia, dos clientes, da prpria organizao, com

seus recursos, planos e formas de fazer negcios. Por ltimo, a empresa deve basear-se

na experincia, que enfatiza a interatividade, conectividade e criatividade. "....E o que

mais importante: baseia-se no conhecimento e na experincia existentes na

organizao" (MCKENNA, 1993, p. 3).

Enfim, o objetivo o marketing adaptativo, que enfatiza a sensibilidade, a

flexibilidade e a elasticidade. A sensibilidade vem da existncia de diversos modos e

canais, atravs dos quais as empresas podem fazer uma leitura do ambiente, dos grupos

27

de usurios que oferecem feedback a pesquisadores de consumo sofisticados, que

oferecem dados sobre as escolhas dos consumidores em tempo real. A flexibilidade vem

da criao de uma estrutura organizacional e estilo operacional que permitam empresa

aproveitar novas oportunidades oferecidas pelos feedbacks dos consumidores. A

elasticidade vem de se aprender com os erros.

H um tempo atrs, o pessoal de marketing no valorizava a tecnologia como

um meio de melhoria da atividade. Hoje, em virtude da reduo de custos, os

comerciantes perceberam os ganhos reais proporcionados pelo uso da tecnologia. Alm

de reduzir custos, esta unio permite um processo de retroalimentao, onde a

tecnologia permite que a informao flua bilateralmene entre o cliente e a empresa. E

esse feedback faz com que a empresa detenha um mercado, estabelea um dilogo e

permita a customizao. Um bom exemplo do poder de transformao da tecnologia

acoplada ao marketing, se deu na Genentech (MCKENNA, 1993). Esta empresa de

biotecnologia disponibilizou aos seus vendedores o uso de laptops em suas visitas de

vendas, como forma de automatizar a funo de vendas. Os vendedores trabalhando fora

de casa, usam laptops para mandar e receber mensagens, relatrios a partir de gabaritos

"computadorizados", fazer pedidos e ter informaes atualizadas. Alm disso, os

laptops permitem aos vendedores manter bancos de dados que registram o histrico de

contatos e vendas com os clientes.

Segundo COSTA (1996), o marketing ainda apresenta duas dimenses a partir

do tipo de relao de troca envolvida: a transacional (troca discreta) e a relacional (troca

relacional). No marketing transacional, no h uma relao duradoura entre cliente e

empresa. Por outro lado, no marketing relacional existe uma preocupao com a

manuteno do relacionamento a longo prazo.

difcil determinar quando usar o marketing transacional ou quando usar o

marketing relacional. GRNROOS, apud COSTA (1996) elaborou um esquema,

baseado em estudos anteriores, com o objetivo de auxiliar na questo da escolha do tipo

de estratgia de marketing a ser adotada. o chamado Contnuo Estratgico de

Marketing, que pode ser visualizado na figura 02.

28

Figura 02: Contnuo Estratgico de Marketing

Marketing Marketing de Transacional Relacionamento

bens consumo bens consumo bens servios no durveis durveis industriais

Fonte: GRNROOS, apud Costa, 1986, p. 34

Na figura acima, pode-se observar que a estratgia de marketing transacional

deve ser mais utilizada com bens de consumo no durveis, pois muitas vezes no h

um contato direto do vendedor com o comprador/cliente. No outro extremo, percebe-se

que o marketing de relacionamento deve ser praticado para servios, uma vez que estes

precisam de estratgias mais focadas no cliente. Entre estes dois extremos, encontram-

se os bens de consumo durveis e os bens industriais que necessitam tanto de estratgias

do marketing transacional como estratgias do marketing relacional.

VAVRA (1993), por sua vez, apresenta 2 formas em que o marketing

praticado: o marketing de conquista e o ps-marketing. O marketing de conquista est

baseado na busca do maior nmero de clientes possveis, com o objetivo de aumentar

faturamento e lucro. Para que isto se concretize, as empresas concentram seus esforos

em:

- identificar mercado alvo;

- determinar suas necessidades;

- combinar um produto ou servio que possam produzir para atender s

necessidades do mercado;

- atrair um nmero mximo de consumidores para comprar o produto ou servio.

Os custos desta conquista so altos e continuam aumentando, uma vez que os

custos de mdia de massa tambm esto subindo e este o principal veculo para a

conquista de novos clientes.

As empresas que fixam seu objetivo na expanso de clientes, na maioria das

vezes, no do importncia para a manuteno dos atuais clientes. Est uma grande

falha destas empresas.

O ps-marketing, que neste trabalho ser usado como sinnimo de marketing de

relacionamento, vem sendo discutido por diversos outros autores, o que denota o

29

reconhecimento da importncia deste assunto. VAVRA (1993) apresenta a seguinte

definio de ps-marketing:

...... o processo de proporcionar satisfao contnua e reforo aosindivduos ou organizaes que so clientes atuais ou que j foram clientes. Osclientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, auditados emrelao satisfao e respondidos. O objetivo do ps-marketing construirrelacionamentos duradouros com todos os clientes (VAVRA, 1993, p 40-41).

Para um cliente, muito provvel que uma compra seja vista como o incio de

um relacionamento. Por outro lado, para o vendedor ou para a empresa, este fato

significa o fechamento um negcio. esta mentalidade do marketing atual que tem que

mudar. Sabe-se, no entanto, que, no dia-a-dia das empresas, isso ainda no est

ocorrendo.

O ps-marketing no tem como objetivo principal fazer com que os clientes

comprem novamente, mas sim deix-los tranqilos quanto a sua compra. Pode-se

concluir, ento, que o ps-marketing uma estratgia de longo prazo, pois no traz

resultados imediatos para as empresas.

O ps-marketing inclui alguns elementos, segundo VAVRA (1993):

- atividades e esforos para manter clientes satisfeitos aps a compra;

- fazer o que for possvel para que os clientes atuais comprem novamente o

produto ou marca da mesma empresa, em futuras compras;

- aumentar a probabilidade dos clientes atuais comprarem outros produtos da

mesma empresa em vez de procurarem um concorrente quando necessitarem de

tal produto;

- mensurar repetidamente a satisfao dos clientes pelos produtos ou servios

atuais; deix-los conscientes de que esto sendo cuidados e utilizar a informao

coletada no planejamento estratgico.

Alm desses elementos, em muitas atividades de marketing, ocorrem outras

manifestaes, todas relacionadas com os clientes atuais:

- identificao da base de clientes;

- reconhecimento dos clientes como indivduos;

- conhecimentos de suas necessidades e expectativas;

- mensurao da satisfao proporcionada a eles;

- fornecimento de canais de comunicao amplos;

30

- demonstrao ativa de sentimento de reconhecimento a eles.

3.4 Informao e Tecnologia da Informao

A informao transformou-se em um recurso fundamental de toda aempresa (FREITAS, 1993, p. 27).

A sociedade industrial est dando lugar para a sociedade da informao devido

ao grande salto das telecomunicaes e das tecnologias integradas. Isso significa, que o

grande recurso agora a informao e no mais o capital, como anteriormente. Isto

pode ser observado na figura 03.

Figura 03: A Nova Sociedade da Informao

Fonte: SHIOZAWA, 1993, p. 20.

As organizaes precisam saber lidar com este novo recurso, o qual pode trazer

vantagem competitiva se bem utilizado.

As mudanas no mercado se configuram tambm no ambiente das empresas.

Grandes multinacionais, com filiais em todo o mundo, esto fechando vrios centros de

processamentos de dados e, ao mesmo tempo, tornando-se mais eficazes. Por outro

lado, as pequenas empresas podem formar uma rede altamente especializada em seus

negcios e assim constiturem parcerias, associaes ou terceirizao. Nos extremos

dessa rede, a organizao pode funcionar apenas com um telefone, fax ou um terminal

de computador. Uma organizao que se constitui dessa forma pode mesmo ser

A NOVA SOCIEDADE DA INFORMAO

CAPITAL

SOCIEDADEINDUSTRIAL

SOCIEDADEDA

INFORMAO

INFORMAO

PRINCIPALRECURSO

31

considerado o embrio do que agora se chama organizao virtual e possui um recurso

fundamental que a informao.

Considerando a sociedade como um todo, pode-se observar que a difuso e

incorporao da educao e da cultura so facilitadas pela tecnologia da informao. O

acervo tcnico, cientfico, artstico e cultural do mundo multiplica-se rapidamente. Todo

esse conhecimento precisa ser organizado, selecionado, multiplicado e passado a

geraes seguinte. A tecnologia necessria para tratar todo este volume de

informaes. Por outro lado, selecionar informaes passou a ser um problema. H

muita informao disponvel hoje em dia, e o perigo est na perda do foco do que

realmente importante ou necessrio. Neste ambiente, surgem muitos servios de

filtragem de informao, de acordo com o interesse de cada organizao ou pessoa.

Enfim, as tecnologias novas, como a realidade virtual e a multimdia, possibilitam que o

este processo educacional se aprimore. possvel, por exemplo, ter acesso s obras dos

pintores brasileiros, ou visitar museus em todo o mundo sem ao menos sair de casa. Isso

graas a uma TV e um computador, que so ligados a uma linha telefnica.

As redes de informao permitem tambm que todo tipo de informao, de

qualquer forma (voz, imagens, documentos, idias, dados) sejam transportados a

qualquer lugar. Isso permite que os eventuais transtornos de se viver longe da cidade

grande, por exemplo, sejam minimizados. So os servios bancrios sendo fornecidos

por telefone, correio, Internet. Uma enorme variedade de filmes que podem ser

assistidos atravs da TV por assinatura, alm de outros diversos recursos que

possibilitam que as pessoas no saiam de casa e que podem viver afastadas dos grandes

centros urbanos, com sua poluio. A tecnologia fornece essa oportunidade.

Informao conhecimento, criatividade, ou seja, capital humano. Alm

disso, a informao passou a ser um ativo das organizaes, pois agrega valor aos

produtos, gera riqueza, no se esgota e melhora o desenvolvimento cultural do homem e

sua qualidade de vida (SHIOZAWA, 1993). Enfim, esta a realidade atual em que a

informao, circulando de forma mais rpida e em maior quantidade e em meios de

comunicao mais eficientes, permite atuar sobre as condies de vida das pessoas.

32

3.5 Internet

Internet um assunto muito discutido atualmente, alm de seu uso ter

aumentado consideravelmente. Abaixo, ser apresentado um breve histrico, seguido de

alguns recursos disponveis na Internet e finalizando com algumas de suas limitaes,

relacionadas principalmente com a questo de acesso.

3.5.1 Histrico

A Internet surgiu em 1969, com a denominao de ARPANET, no

Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Advanced Research Projects Agency

(ARPA), com o objetivo de compartilhar hardware e software entre os pesquisadores

militares e universitrios ligados rea de defesa militar (LAQUEY e RYER, apud

Cria, 1997).

Em 1980, a ARPANET dividiu-se em DARPA INTERNET (rede experimental e

comercial) e Milnet (rede militar). Em 1986, a National Science Foudation (NSF), uma

agncia federal norte-americana, criou a NSFNET, que ligava centros de

supercomputao a universidades e centros de pesquisas, por meio de uma rede

principal (backbone) de alta velocidade. Ao mesmo tempo, as empresas estavam

trocando seus mainframes por redes locais de computadores, buscando, alm de

economia, novas maneiras de tratar e gerenciar a informao.

Em 1990, a ARPANET foi extinta, dando lugar Internet, que trouxe a

compreenso da necessidade de objetivos muito mais amplos para a mesma e dos

grupos que deveriam ter acesso a ela. Em 1994, a Internet j era formada por mais de

25.000 redes, que podem transferir dados atravs de muitas rotas. Hoje, no entanto,

quase impossvel determinar o tamanho exato da Internet, mas percebe-se que ela

abrange no s ambientes organizacionais, mas tambm a sociedade como um todo.

O conceito de Internet dado por CRONIN, apud SOARES e HOPPEN (1997)

como um conjunto de redes conectadas umas nas outras atravs do uso da tecnologia

TCP/IP2.

2 Protocolo de comunicao que prov formas comuns de aplicao e compartilhamento de dados atravsda Internet. tambm a tecnologia que d nome rede.

33

3.5.2 Ferramentas Disponveis na Internet

3.5.2.1 Correio eletrnico (e-mail)

Permite que troque mensagens de texto ou arquivo com qualquer pessoa ou

organizao que possua uma conta na Internet (ELLSWORTH E ELLSWORTH, apud

CRIA, 1997). O correio eletrnico tem formato assncrono, isto , pode-se enviar uma

mensagem para um determinado destinatrio que necessariamente no precisa estar

ligado no momento da remessa, ficando a mesma armazenada em uma caixa postal

eletrnica no servidor (computador do provedor de acesso), e s posteriormente ser

lida, quando o destinatrio se conectar ao programa administrador de e-mail. A grande

vantagem do correio eletrnico a velocidade, ou seja, dependendo do tamanho do

arquivo e do destinatrio, as mensagens chegam em minutos ou no mximo em algumas

horas. Para as empresas e pessoas, isso significa uma grande reduo de custos.

3.5.2.2 Listas de discusso ou mailing lists

uma lista de endereos eletrnicos de pessoas interessadas em determinado

assunto. Permite, atravs do correio eletrnico, a discusso, entre usurios, de diferentes

computadores que compem grupos de debate ou grupos de interesse. Quando algum

envia uma mensagem para a lista, todos os assinantes a recebem.

3.5.2.3 WWW (World Wide Web)

a parte grfica da Internet (SOARES e HOPPEN, 1997) alm de ser a

aplicao preferida da Internet, tanto pelas empresas, quanto pelos usurios que se

beneficiam de suas pginas no formato hipertexto. Ela permite a conexo entre

documentos e recursos em vrias localidades, e explora recursos multimdia. Foi

implantada em 1990, pelo CERN (European Laboratory for Particle Physics) da Sua.

Segundo ALCNTARA (1995), foi a WWW que impulsionou o salto de popularidade

que a Internet vem alcanando.

Segundo DVORAK (1996), a WWW um novo meio de comunicao, assim

como hoje a televiso, o rdio, os jornais, os livros, as revistas e os filmes. Alm

disso, examinando pontos fortes e fraquezas de cada um desses meios de comunicao,

percebe-se que a WWW pode se tornar uma das mdias dominantes, uma vez que tem

vantagens que as outras no tm, como custo e conforto. SOARES e HOPPEN (1997)

afirmam que a WWW primeira mdia onde criao, distribuio e consumo de massa

34

esto todos em um mesmo sistema e o usurio pode participar em todas as fases do

processo.

So muitos os usos da Internet. Algumas empresas esto criando uma presena

empresarial, incluindo as chamadas lojas virtuais (virtual storefronts). Outras oferecem

entretenimento, com os famosos canais de conversao (chat) e os games. H tambm

empresas que esto disponibilizando ofertas de emprego somente na Internet

(FITTIPALDI, 1998). Desta maneira, elas j fazem uma pr-seleo, uma vez que o uso

da rede exige um conhecimento bsico de informtica e algumas destas ofertas esto em

ingls. A sugesto de FITTIPALDI (1998) que as pessoas faam suas pginas pessoais

e coloquem na Internet, pois assim podem at receber ofertas de emprego.

No h dvida que as empresas procuram atrair para suas pginas o maior

nmero possvel de visitantes e esperam que estes se transformem em clientes e

comprem seus produtos (KOPROWSKI, 1998). BELL, apud KOPROWSKI (1998) d

seis dicas para tentar atrair mais visitantes a um site:

1. criar uma comunidade virtual para que os visitantes se transformem em clientes:

um modelo de comunidade virtual a da Amazon (www.amazon.com);

2. dar mais importncia ao servio ao cliente que tecnologia;

3. oferecer vantagens especiais aos usurios mais freqentes, como ofertas

promocionais;

4. ser sensvel s questes culturais;

5. selecionar o segmento de mercado adequado;

6. dar informaes com valor agregado.

3.5.3 Problemas na Rede / Limitaes da Internet

A WWW vem enfrentando, hoje, problemas de acesso e de quantidade de

informaes. Os instrumentos de busca e outras ferramentas disponveis no conseguem

organizar o caos que se impem. A funo da WWW de atrair visitantes para seus sites

e sua publicidade fica prejudicada devido a demora no acesso causada por limitaes

tcnicas. Os fabricantes de software esto buscando a soluo para este problema em

outra mdia a televiso. As pessoas gostariam que a Internet fosse fcil e simples de

utilizar como a televiso, no entanto, isso vai demorar para ocorrer.

Os sites de procura disponveis, entre eles Yahoo, AltaVista, Cad, parecem ser

a soluo dos internautas para a busca de informaes, o que justifica o fato deles serem

35

os sites mais visitados na Internet. Mas, na realidade, eles mais confundem do que

ajudam, uma vez que trazem milhares de dezenas de dados, como resultado da pesquisa

atravs de palavras-chaves. E, alm disso, existem diferenas nos resultados da busca de

um site de procura para outro. A razo desta diferena o fato de existirem trs

componentes bsicos nos servios de busca. O primeiro deles um ndice de sites ou

pginas, na qual uma busca realizada. O segundo que cada site de busca recolhe suas

informaes e atualiza seu banco de dados de maneira diferente e, por ltimo, a funo

de busca de cada um dos sites funciona tambm de maneira diferente, e a ordem em que

os resultados so classificados em geral se baseia num algoritmo exclusivo que

nenhuma das companhias revela. Por outro lado, escolher um, dois ou trs tipos de sites

diferentes para uma busca no garantia de bons resultados (FOLHA DE SO

PAULO, 1998).

Alguns truques ou conselhos podem ser usados para que se consiga resultados

melhores no uso de sites de procura (LAKE, 1998):

- incluir diversas palavras relevantes, em lugar de apenas um ou duas, uma vez

que quanto menos palavras forem includas, mais genricos sero os resultados;

- usar palavras como e e no para reduzir o nmero de resultados

encontrados;

- incluir aspas antes e depois de uma frase, o que faz com que o site procure por

uma frase e no por duas palavras distintas;

- descobrir as regras de cada site de procura, ou seja, ler as instrues ou arquivos

de ajuda, ou ainda as perguntas mais freqentes (FAQs), pois nem todas as

regras se aplicam a todos sites de procura.

Uma outra discusso, em relao Internet, o problema do acesso de dados

pessoais. Muitas informaes sobre os indivduos, como registros de casamento,

transaes imobilirias, fotos de carteira de motoristas esto disponveis em registros

pblicos, principalmente nos EUA. Mas, na realidade, tem sido inconveniente e at

muito difcil obter essas informaes, uma vez que necessrio fazer solicitaes

formais de documentos, vasculhar arquivos, pagar cpias e utilizar programas de

computador nem sempre muito familiares. Com o avano da Internet esses

inconvenientes desaparecem, e estes dados sero pblicos de uma maneira mais prtica.

O problema que muitas pessoas se incomodam ou no querem que seus dados sejam

vasculhados ou estejam disponibilizados a todos. O controle difcil e ser necessrio

36

fazer um reviso do que deve ser pblico. Est mais uma questo poltica do que

tecnolgica (GATES, 1998).

Enfim, essa nova infra-estrutura que est sendo construda pela Internet

amplificar tudo o que a sociedade tem de bom e de ruim. Depois, produzir novas

formas de relacionamento pessoal, revolucionar a escola e viabilizar tipos de

empresas que no se imaginava anteriormente.

Os maiores perdedores desse novo ambiente sero os intermedirios, como os

agentes, representantes, corretores, etc. Tambm sero perdedores os indiferentes e os

que no souberem utiliz-la. Os principais ganhadores sero os detentores da

informao e os que souberem utiliz-la.

Uma pesquisa realizada pelo site de buscas Cad? e pelo instituto de pesquisa

IBOPE mostra o comportamento do internauta brasileiro e auxilia as empresas a

definirem suas estratgias de ao na Internet (CAD, 1998). Esta pesquisa est na sua

terceira verso e foi realizada com cerca de 50 mil pessoas em todo o pas. Alguns

resultados da pesquisa:

- aumento do nmero de mulheres que navegam de 4% em 1997 para 45% em

1998;

- jovens entre 10 e 18 anos representam 33% dos usurios;

- pessoas acima de 40 anos representam 18% dos usurios;

- pessoas com apenas o nvel primrio chega a 7% enquanto que as de nvel

superior ou segundo grau completo representam 38% cada.

Para MONTENEGRO apud CAD (1998), a Internet provou, durante a prpria

pesquisa, ser um meio eficiente de comunicao e de pesquisa visto que 50 mil

brasileiros responderam ao estudo. Segundo OLIVEIRA apud CAD (1998), a grande

novidade a mudana de hbito dos usurios e a tendncia de popularizao da Internet.

3.6 Comrcio Eletrnico

Comrcio eletrnico pode ser definido como a compra e a venda de informaes,

produtos e servios atravs da Internet (KALAKOTA e WHINSTON, apud

ALBERTIN, 1997). Para APPLEGATE et al., apud ALBERTIN (1997) porm, o

comrcio eletrnico envolve mais do que comprar e vender. Ele inclui todos os esforos

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de pr-vendas e ps-vendas, elimina intermedirios para que se tenha um contato mais

prximo com os clientes, assim como possui um conjunto de atividades auxiliares.

Segundo ALBERTIN (1997), as aplicaes de comrcio eletrnico podem ter

um valor significativo para novas estratgias de gerenciamento de clientes,

principalmente porque estas estratgias:

conectam diretamente compradores e vendedores;

apoiam a troca de informaes totalmente digitais entre eles;

eliminam os limites de tempo e lugar;

apoiam a interatividade, podendo adaptar-se dinamicamente ao comportamento do

cliente;

podem ser atualizadas em tempo real.

Uma vantagem no comrcio eletrnico a natureza interativa da Internet, que

permite a um vendedor fazer uma srie de consultas interativas, determinando

caractersticas relevantes e preferncias especficas de um novo cliente, e a existncia de

mudana nas necessidades de um cliente atual. Por outro lado, as ligaes de hipertexto

permitem uma lgica abrangente e sofisticada para auxiliar e orientar o comprador a

localizar um produto ou servio especfico que satisfaa suas necessidades.

Entre os benefcios pesquisados por diversos autores, podem-se destacar:

promoo de produtos, novo canal de vendas, economia direta, inovao de produtos,

tempo para comercializar e novas oportunidades de negcios.

Pode-se dizer que o comrcio eletrnico, atravs de seu enfoque inovador, o

substituto de tcnicas tradicionais de compra e venda (produtos, servios e informaes)

porm, permite novas possibilidades at ento inimaginveis, especialmente pela

natureza interativa que se desenvolve.

Segundo LYNCH e LUNDQUIST, apud CRIA (1997), o crescimento do

comrcio eletrnico ir superar o crescimento do comrcio tradicional. Um bom

exemplo a empresa area American Airlines que disponibilizou na Internet uma

pgina para reserva e compra de passagens areas. O conforto e a agilidade no processo

o principal ponto positivo nesse novo servio.

Segundo o Internal Revenue Services (IRS), do fisco americano, quase um

dcimo do comrcio internacional de mercadorias ser feito pela Internet dentro de mais

dois anos. Outro dado que cerca de 85% das vendas pela Internet so realizadas entre

empresas e apenas 15% para clientes finais. O movimento do comrcio eletrnico era da

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ordem de US$ 600 milhes em 1998 e as previses so para que atinja US$ 300 bilhes

no ano 2000 (KOPROWSKI, 1998). O governo, por sua vez, no consegue monitorar a

exploso dos negcios na rede. Um acordo sobre comrcio eletrnico est sendo

discutido na OMC h mais de um ano. No h consenso sobre a definio jurdica de

comrcio eletrnico, mas pela proposta americana, comrcio eletrnico tudo aquilo

que vendido e entregue eletronicamente. Nesse conceito haveria tarifao externa (e

tributao interna) para roupas, pois os consumidores, na verdade, esto apenas

substituindo o telefone (ou fax) pelo computador, mas no para filmes ou msica que

adquirido eletronicamente atravs do download.

A questo da segurana um empecilho para que o comrcio eletrnico se

desenvolva com maior rapidez. O problema que nem os consumidores, nem os lojistas

conseguem confiar nas transaes, devido aos hackers que entram nos sistemas de

segurana e copiam os nmeros de cartes de crdito. Apesar do carto de crdito no

ser um meio de pagamento seguro em qualquer transao, parece que no meio virtual,

pelo carter aparentemente anrquico da rede, a desconfiana ainda maior.

Hoje existem trs formas de receber uma ordem de compra pela Internet

(SCOPUS, 1998):

- e-mail;

- formulrio seguro (SSL 40 bits);

- carteira eletrnica (wallet) e o processo de transaes eletrnicas seguras

baseado no protocolo SET.

O e-mail no uma ferramenta segura, pois no garante confidencialidade e

integridade das informaes transmitidas. Alm disso, o processamento no ocorre em

tempo real e o comerciante armazena os nmeros de cartes de crdito.

O formulrio seguro ou protocolo SSL, desenvolvido pela Nestcape, um pouco

mais seguro. Ele um sistema de uso genrico para comunicao de dados na Internet.

Para usar o SSL, o servidor da loja virtual precisa autorizao de uma empresa de

certificao, entre elas a VeriSign (www.verisign.com) e a Certisign (www.

Certisign.com). Elas so conhecidas como CA (Certificate Authority), um tipo de

cartrio virtual que atesta a identidade da loja. O consumidor, no caso do SSL, no

precisa ser certificado (CADERNO INFORMTICA, CORREIO DO POVO, 15 abr.

1998, p. VIII)

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O SET (Secure Eletronic Transaction) para uso exclusivo em transaes

comerciais e desenvolvido pelas operadoras de carto de crdito Visa e Mastercard. Este

mais seguro do que o SSL, uma vez que tanto o lojista como o consumidor tero que

ser certificados. Segundo o diretor-executivo de negcios da Visa, MELLO, a

principal vantagem do SET a privacidade, pois a loja no enxerga o nmero do

carto de crdito e banco no sabe o que o cliente est comprando (CADERNO

INFORMTICA, CORREIO DO POVO, 15 abr. 1998, p. VIII)

O comrcio eletrnico no apresenta vantagens extraordinrias para todas as

empresas que se dispuseram a colocar seus produtos na rede (CHURBUCK, 1995).

Muitas delas se enganaram e esto desapontadas, como o caso da Internet Order

House, de Victoria no Canad, que disponibilizou na rede um catlogo eletrnico

vendendo mochilas e ainda est esperando que algum cliente compre.

Outras empresas esto enfrentando o mesmo problema: aplicam tudo na

comercializao pela rede e no esto tendo retorno. A inconsistncia tentar explicar

de que forma ento a Internet est sendo usada por um nmero to grande de usurios

em todo o mundo. John Little, fundador da Portal Information Network, Inc., constata

que ainda muito mais fcil pegar um telefone e pedir uma pizza do que entrar no

computador para fazer isso (CHURBUCK, 1995, p. 91). Em primeiro lugar, existe o

problema do acesso, como foi abordado anteriormente. E, em segundo lugar, a rede est

sendo usada como uma grande biblioteca sem fichrio, onde as pessoas olham e vo

embora.

A concluso que se chega com estes dados que nem todos os produtos tero

sucesso na Internet. preciso que as empresas tenham cautela e faam um bom estudo

de viabilidade antes de investir na rede.

Dentre os produtos que mais fazem sucesso na Internet esto os que podem ser

comercializados e entregues pela prpria rede. o caso dos softwares que esto

sofrendo uma grande transformao em suas lojas e distribuidores, uma vez que podem

perfeitamente ser entregues pela rede, atravs do download. Existem ainda alguns

empecilhos, como o problema dos mecanismos de cobrana, que ainda no so

completamente seguros, conforme j citado (PENTEADO, 1996).

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4. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho de concluso a pesquisa-ao, visto que

o intuito desenvolver e avaliar ou testar uma soluo que agrega tecnologia no

processo de interao empresa-cliente . Esta pesquisa-ao foi auxiliada por estudos de

casos iniciais. O primeiro estudo de caso foi realizado de forma mais exploratria, com

a contextualizao da empresa. O segundo estudo de caso foi a anlise de sites de duas

outras empresas, para subsidiar a construo e melhoria do site da empresa envolvida,

visando dinamizar e melhorar a comunicao empresa-cliente. Para finalizar, algumas

aes monitoradas sero implantadas, analisadas e relatadas.

Pode-se visualizar o seguinte desenho em termos de metodologia, conforme

figura 04:

Figura 04: Plano de Realizao da Prtica Profissional

Adoo dos princpios da PESQUISA-AO

Avaliao

Contexto Outros Sites - referncia

Estudos de

casos

Concepo,Implementao (site e e-mail)

Aes

Monitoradas

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4.1 Pesquisa-ao: implantando e avaliando novas tecnologias

PATTON, apud ROESCH (1996) afirma que a pesquisa-ao procura resolver

problemas especficos, dentro de um grupo, organizao ou programa. Pesquisa e

ao se confundem e os mtodos so menos sistemticos, mais informais e especficos

ao problema. Para THIOLLENT, apud STUMPF (1998) h a interferncia ntida no

objeto investigado e este passa a colaborar na investigao associada ao.

No h a inteno de generalizar os resultados (PATTON, apud ROESCH,

1996), o que se pretende estudar e propor melhorias para determinada situaes ou

processo.

A PA identificada, freqentemente e de forma singular, por seu duploobjetivo: melhorar os processos da organizao que participa da pesquisa, egerar ao mesmo tempo conhecimento vlido e consistente (KOCK, apudSTUMPF, 1998, p. 23).

Alm disso, na pesquisa-ao, o pesquisador vivencia o dia-a-dia da organizao

em estudo, ou seja, h interaes interpessoais entre empresa, pesquisador e situao

investigada.

No caso especfico dos sistemas de informao, a pesquisa-ao funciona como

um instrumento adaptado ao estudo das mudanas organizacionais que surgem com as

novas tecnologias. Tem como objetivo facilitar a implementao e assimilao de novas

tcnicas de informtica e circulao de informao. Objetiva tambm melhorar as

condies de uso e as adaptaes dos equipamentos e organizar o trabalho com sistemas

de consultas dos diferentes nveis hierrquicos (THIOLLENT, apud CALDIERARO,

1996).

A pesquisa-ao adequada para este trabalho pois:

o estudo envolve as pessoas da empresa e o pesquisador no processo de mudana

sugerido;

este envolvimento teve a participao total do pesquisador no dia-a-dia da

organizao;

o objetivo deste envolvimento foi conhecer o ambiente de trabalho e tambm

saber como ocorre a relao da empresa com os clientes e com os potenciais

clientes;

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as construo do site foi realizada pelo pesquisador e baseadas em estudo de

casos e em experincia vivenciada na empresa, alm das sugestes das pessoas

da organizao;

o objetivo da pesquisa-ao, alm de implantar melhoria, foi o de aprimorar o

conhecimento do pesquisador e das pessoas da organizao (THIOLLENT, apud

WERNER, 1996).

4.2 Estudo de Casos: identificando a empresa e outras prticas

O estudo de casos um mtodo de pesquisa qualitativa que vem tendo seu uso

muito difundido na rea de administrao. As definies so vrias e, para este trabalho,

ser usada a definio apresentada por BENBASAT et al., apud POZZEBON e

FREITAS (1998):

O estudo de caso definido como aquele que examina um fenmeno emseu ambiente natural, pela aplicao de diversos mtodos de coleta de dados,visando obter informaes de uma ou mais entidades. Essa estratgia depesquisa possui caracter exploratrio, onde nenhum controle experimental oude manipulao utilizado. Alm disso, as fronteiras do fenmeno no soevidentes (BENBASAT et al., apud POZZEBON e FREITAS, 1998, p. 145).

4.2.1 As Fases do Estudo de Caso

Apesar do estudo de caso ser bastante flexvel e no exigir, nem ser possvel

estabelecer um roteiro rgido de estudo, pode-se identificar algumas fases:

1- delimitao da unidade-caso: consiste em delimitar a unidade de estudo que pode ser

um indivduo, uma organizao ou grupo, ou um processo. Este procedimento no

muito fcil, visto que difcil traar limites de qualquer objeto social e mesmo de

uma unidade. A escolha dos casos (quando mltiplos) no feita por meio de

critrios estatsticos, mas algumas regras devem se observadas:

- buscar casos tpicos: estudar casos que, em funo da informao prvia,

paream ser mais prximos do tipo ideal da categoria;

- selecionar casos extremos: podem dar uma idia dos limites dentro dos quais as

variveis podem oscilar;

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- tomar casos marginais: estudar casos atpicos ou anormais para, por contraste,

conhecer as pautas dos casos normais e as possveis causas do desvio.

, nesta fase, tambm que se define o problema, deixando claro que o uso de estudo

de casos o mtodo adequado para a anlise do mesmo (CAMPOMAR, 1991).

2- coleta de dados: so diversos os instrumentos de coleta dados em estudo de casos.

Os mais usuais so: observao (participativa ou no), anlise de documentos,

entrevista e histria de vida. Geralmente, utiliza-se mais de um instrumento.

3- anlise e interpretao dos dados: em estudo de casos no h roteiros pr-definidos

de anlise e interpretao. Isto pode causar dois problemas para a pesquisa. O

primeiro consiste em finalizar a pesquisa com a simples apresentao dos dados

coletados. O segundo consiste em ir diretamente para a interpretao dos dados, ou

seja, para a procura dos mais amplos significados do resultado do estudo. Um plano

de anlise definido antecipadamente evita esse problema. Este plano deve considerar

as limitaes dos dados coletados, principalmente no que se refere qualidade da

amostra. Se a amostra adequada, pode-se fazer generalizaes a partir dos dados.

Se o pesquisador no tem certeza desta qualidade, indicado que ele apresente suas

concluses na forma de probabilidades. importante tambm utilizar categorias

analticas para a anlise dos dados. Estas categorias devem derivar de teorias com

razovel grau de aceitao. CAMPOMAR (1996) afirma ainda que as anlises

devero ser feitas principalmente por analogias, contendo comparaes com

teorias, modelos e outros casos.

4- redao do relatrio: difcil determinar os elementos que devero constar no

relatrio, mas algumas recomendaes podem ser feitas:

- indicar, claramente, como foram coletados os dados;

- esclarecer e fundamentar a teoria que escolheu para categorizar e interpretar os

dados;

- esclarecer a fidedignidade dos dados.

CAMPOMAR (1991) ressalta ainda a importncia de citar claramente as

limitaes gerais inerentes ao mtodo e as especficas, que surgem em cada pesquisa.

4.2.2 Estudo de Caso 1 - Contextualizando a Empresa

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Para cumprir os objetivos propostos neste trabalho, fez-se necessrio a

realizao de um estudo de caso, contextualizando a empresa e seu estado inicial de

comunicao com clientes e com potenciais clientes. Esta contextualizao se deu no

ambiente natural da mesma (unidade de anlise).

A coleta dos dados foi feita atravs de observao direta e participativa do

pesquisador aos processos que dizem respeito relao da empresa com seus clientes e

potenciais clientes. Alm disso, fez-se uso da anlise de documentos, mais

especificamente aqueles relacionados com a divulgao da empresa e dos produtos e

servios que a mesma distribui. O objetivo no foi o de descrever e analisar todos os

processos da empresa, mas limitar a anlise aos aspectos que interessam a este estudo.

Na anlise dos dados, procurou-se descrever quem, como e quais os recursos que

a empresa utilizava para se relacionar com clientes e potenciais clientes. No havia um

roteiro pr-definido, mas sim a inteno de responder as trs questes acima.

4.2.3 Estudo de Casos 2 - Analisando Sites (referncia)

A anlise de sites de duas empresas foi realizada em seu ambiente natural

(virtual). A coleta de dados ocorreu com a observao (navegao) direta dos sites. O

roteiro/protocolo de anlise foi sendo construdo no decorrer das anlises. No entanto,

alguns grandes itens foram pr-definidos, considerando os objetivos deste trabalho.

Abaixo, lista dos itens e classificao dos mesmos:

- arquitetura/ergonomia: este elemento identifica como o site est organizado em

termos de lay out ou disposio na tela, alm de identificar uso de recursos como

desenhos, sons, imagens em movimento, fotografias, grficos, etc. uma parte que

est mais relacionada com o sistema em si (parte tcnica);

- mecanismos que a empresa usa para interagir com visitantes (comunicao):

- Empresa-cliente: informaes disponveis no site, como por exemplo:

- Oferta de produtos e servios;

- Captao de novos clientes;

- Suporte/manuteno dos clientes atuais;

- Download;

- Informaes gerais sobre a empresa.

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- Cliente-empresa: atravs da disponibilizao do e-mail ou telefone da empresa

para demais esclarecimentos;

Os dois sites de empresas escolhidos para os estudos de casos, com o objetivo de

obter um referencial para a criao e o aperfeioamento do site da empresa envolvida,

foram:

SCOLARI SOFTWARE: tambm oferece softwares pela rede, alm de outros

produtos. Endereo: http://www.scolari.com;

SPSS: empresa que possui um produto (software) de entrada e anlise de dados

muito parecido (concorrente) como o que distribudo pela empresa em

estudo, e que distribudo pela Internet. Endereo: http://www.spss.com;

4.3 Concebendo e Implementando - site e e-mail

A concepo do site e do e-mail da empresa, assim como sua implementao

foram feitas por meio de prototipao. claro que nem site, nem e-mail constituem, a

priori, um sistema, mas os procedimentos so muito parecidos e, finalmente, eles

constituem parte do sistema de informaes da organizao.

As fases para a concepo e implementao so as seguintes (WYSOCKI &

YOUNG; KENDALL & KENDALL, apud FREITAS et al., 1997):

- identificao e definio do problema, situao ou oportunidade, fixando

objetivos. Neste trabalho, o que existia era uma situao inicial de comunicao

com clientes e potenciais clientes e uma oportunidade desta situao ser

modificada, atravs do uso de uma nova tecnologia;

- concepo do sistema (site e e-mail): busca de referncias em literatura e nos

estudos de casos com outros sites;

- estudo da viabilidade: tentou-se adaptar o sistema aos recursos disponveis da

empresa envolvida;

- desenvolvimento: fazendo recurso a terceiros;

- teste e implementao: dando ateno aos problemas de resistncia ao uso e a

eventuais erros que possam ter ocorrido;

- documentao: com o objetivo de fazer manuteno e avaliao do sistema.

http://www.scolari.com;/

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O ideal conquistar os usurios para que estes possam colaborar no

aperfeioamento do site, dando sugestes at que se consiga um resultado satisfatrio.

Quanto ao uso do e-mail, a participao dos usurios tambm importante, pois podem

sugerir outros usos (tanto interna como externamente) e outras linguagens para a

melhoria na comunicao com clientes e potenciais clientes.

4.4 Aes Monitoradas

Com vistas a avaliar a utilidade, o uso, bem como o potencial retorno deste tipo

de soluo tecnolgica, foram realizadas determinadas aes (atravs de e-mail e da

prpria homepage da empresa) com os clientes e com os potenciais clientes. A idia

geral foi enviar um determinado comunicado (mala-direta) de massa, de forma que se

conseguisse um retorno e interao personalizados na volta. Este retorno poderia ser o

incio de uma relao empresa-cli