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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - eenf.furg.br · conhecer sinais de alterações, diminuindo o risco de complicações no pós-operatório. ... sobre o local da ferida operatória

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

ESCOLA DE ENFERMAGEM

Pré e pós-operatório de Colecistectomia

Orientações e cuidados de enfermagem para pacientes e familiares

Produzido por: Francine Carpes Ramos – Enfermeira graduada pela FURG.

Diéssica Roggia Piexak – Doutora em Enfermagem. Docente da Escola de Enfermagem da FURG.

Colaboradores de desenvolvimento gráfico: Rodrigo Carpes Ramos Rafael Ramos Emmendorfer

Disponível em: www.eenf.furg.br

Rio Grande, 2017

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Ficha catalográfica

R175p Ramos, Francine Carpes. Pré e pós operatório de Colecistectomia: orientações e cuidados de Enfermagem para pacientes e familiares / Francine Carpes Ramos; Diéssica Roggia Piexak. – 2017. 32 f. : il. color. ISBN: 978-85-7566-467-4 1. Colecistectomia 2. Vesícula biliar 3. Cuidados cirúrgicos 4. Tratamento cirúrgico 5. Clínica cirúrgica 6. Enfermagem I. Piexak, Diéssica Roggia II. Título.

CDU 616-083

Catalogação na Fonte: Bibliotecário Me. João Paulo Borges da Silveira CRB 10/2130

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Sumário

APRESENTAÇÃO 4

CONHECENDO A VESÍCULA BILIAR 5

DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR 6

Pedras/Cálculos na vesícula biliar 6

Inflamação da vesícula biliar 7

CIRURGIA: COLECISTECTOMIA 8

Colecistectomia convencional 9

Colecistectomia laparoscópica 9

Drenos 11

PREPARO PARA A CIRURGIA 12

Medicações 12

Anestesia 12

Espiritualidade 12

Alimentação 13

Exercícios respiratórios 14

Passo a passo: como realizar os exercícios respiratórios 14

Imobilização da ferida operatória 15

Passo a passo: como realizar a imobilização da ferida

operatória 15

Promoção da tosse 17

Passo a passo: como tossir corretamente 17

Preparo da pele para a cirurgia 18

Momentos antes de você ir para o bloco cirúrgico 19

Transporte: unidade de internação para o Bloco Cirúrgico 20

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UNIDADE DE INTERNAÇÃO: CLÍNICA CIRÚRGICA 20

Alimentação 21

Exercícios respiratórios e tosse 21

Dor 22

Ferida operatória e curativo 22

É hora de movimentar-se 23

Passo a passo: exercícios para praticar no leito - flexão,

extensão e rotação 24

Passo a passo: saindo do leito 26

CUIDADOS PARA A ALTA HOSPITALAR 27

ALGUMAS ORIENTAÇÕES IMPORTANTES 30

FINALIZANDO 31

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Apresentação

Este manual, foi criado com a intenção de orientar você e seus

familiares sobre os cuidados direcionados para o pré e pós-

operatório de colecistectomia.

Nosso maior objetivo é que você e seus familiares compreendam

todo o processo cirúrgico e consequentemente sintam-se mais

seguros e menos ansiosos.

A intenção deste material também é favorecer um cuidado mais

confiante quando você receber alta hospitalar, passando a

conhecer sinais de alterações, diminuindo o risco de

complicações no pós-operatório.

Desejamos que com este manual suas dúvidas e medos possam

ser minimizados e que sua recuperação seja tranquila.

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CONHECENDO A VESÍCULA BILIAR

A vesícula biliar é um órgão pequeno, em forma de pera, que possui em média

de 7-10 cm de comprimento e se encontra na porção superior direito do

abdômen, logo abaixo do fígado. Mantém conexão com dois ductos, que são

canais chamados de cístico e colédoco.

A principal função da vesícula biliar é armazenar a bile. Sua capacidade de

armazenamento é de 30 a 50 ml.

A bile é um líquido amarelo-esverdeado que é produzida pelo fígado e atua como

auxiliadora na digestão.

De que a bile é formada?

É formada por água e eletrólitos como: sódio, potássio, cálcio, cloreto e bicarbonato em conjunto com lecitina, ácidos graxos, colesterol, bilirrubina e sais biliares.

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Depois de ser produzida pelo fígado, a bile é armazenada na vesícula biliar e só

é liberada quando consumimos alimentos, especialmente os gordurosos, a

vesícula expele a bile através do ducto cístico indo diretamente para o intestino

delgado.

Como a bile é utilizada somente na digestão, no período em que não estamos

nos alimentando ela fica guardada dentro da vesícula.

Nesse momento grande parte da água que compõem a bile é absorvida através

de suas paredes, acontecendo uma alteração na composição da bile, essa torna-

se de cinco a 10 vezes mais concentrada se comparada com aquela

originalmente secretada no fígado.

DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR

Pedras/Cálculos na vesícula biliar

É o distúrbio considerado o mais comum do sistema biliar. A colelitíase é o termo

científico utilizado para o que popularmente é conhecido como “pedras na

vesícula”. Essa condição consiste na formação de cálculos na vesícula biliar.

Bile

Intestino delgado

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Porque surgem as pedras/cálculos na vesícula?

Os cálculos são formados quando há um desequilíbrio entre os fatores que

mantém a solubilidade (consistência) da bile, ou seja, quando algum

componente da bile se encontra em quantidade aumentada, tornando a bile

saturada. O cálculo mais comum é o formado pelo colesterol (componente da

bile).

Inflamação da vesícula biliar

É chamado de colecistite, a condição que apresenta inflamação da vesícula biliar.

Esse distúrbio pode estar em associação com cálculos (colecistite calculosa) ou

somente a inflamação (colecistite acalculosa).

A colecistite calculosa (inflamação e pedras na vesícula) é a mais comum.

O fluxo da bile é interrompido devido à obstrução por um cálculo e inicia-se um

processo inflamatório pela bile que ficou “aprisionada” na vesícula.

Já a colecistite acalculosa (somente a inflamação) essa por sua vez, sem a

presença de cálculos e obstrução.

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Icterícia

Um dos sintomas que podem acontecer na colelitíase, é a icterícia, conhecida

como “amarelão”.

A pele e as mucosas ficam com coloração amarelada e com presença de coceira

no local.

Este sintoma acontece porque a bile fica impedida por uma pedra/cálculo de

seguir seu caminho até o intestino, então seu excesso acaba acumulando-se na

corrente sanguínea.

Também pode acontecer alteração na cor da urina (cor escura - coca-cola) e das

fezes (esbranquiçadas), que se justifica também pelo aprisionamento da bile.

CIRURGIA: COLECISTECTOMIA

O tratamento cirúrgico tem o objetivo de proporcionar para você o alívio de seus

sintomas por meio da remoção da principal causa, que neste caso é a vesícula

biliar. Então a colecistectomia, nada mais é que a retirada da vesícula biliar

cirurgicamente.

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Existem dois tipos de colecistectomia:

Colecistectomia convencional

É a remoção da vesícula biliar através de

um corte abdominal, é popularmente

conhecida como “técnica aberta”. Esta

intervenção é indicada nos casos de

inflamação da vesícula.

Colecistectomia laparoscópica

É conhecida como “cirurgia por vídeo”,

realizada através de um pequeno corte

na cicatriz umbilical.

Podem ser realizados diversos outros

cortes pequenos ao longo do abdômen

para a introdução de outros

instrumentos cirúrgicos

CONVENCIONAL

LAPAROSCÓPICA

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O abdômen é insuflado com um gás, para que o cirurgião consiga enxergar as

estruturas abdominais.

Um dos instrumentos cirúrgicos utilizado é o laparoscópio. Ele possui uma

câmera que passa a imagem para um visor que fica dentro da sala de cirurgia.

Com isso, o cirurgião consegue enxergar dentro do abdômen.

As duas técnicas cirúrgicas têm a mesma finalidade, porém só são realizadas

de maneiras diferentes, de acordo com a necessidade apresentada pela

condição clínica do paciente.

ATENÇÃO

Durante a cirurgia videolaraloscópica (por vídeo), pode

existir a necessidade de conversão para um

procedimento cirúrgico abdominal tradicional, ou seja,

a colecistectomia convencional (aberta). Isso ocorre

geralmente quando há inflamação vesicular ou ao seu

redor.

A vesícula biliar é um órgão importante, porém não

essencial à vida, ou seja, sua retirada não trará

grandes danos ao indivíduo e sim maiores cuidados a

serem realizados com a alimentação.

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Drenos

O QUE É UM DRENO?

O dreno é um pequeno “tubo” que serve para

retirar líquidos (como sangue) e secreções que

permaneceram no interior do abdômen, evitando

complicações futuras como a infecção.

Para fazer esta retirada uma parte do dreno fica dentro do abdômen e outra

parte no lado de fora.

Esses são os dois tipos de drenos que são utilizados nessa cirurgia:

DRENO DE PENROSE DRENO DE KEHR

O dreno de penrose é removido em seguida, na maioria das vezes no hospital. Já

o de kehr pode ser retirado na consulta de retorno, pois para retirar é preciso

realizar exame.

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PREPARO PARA A CIRURGIA

Durante a internação no hospital, você deve se informar de todas suas dúvidas.

Aproveite a visita do enfermeiro e médico para conversar sobre suas

preocupações e possíveis questionamentos.

Sempre pergunte quando não estiver seguro com alguma informação. Com isso,

você se sentirá mais seguro e calmo para passar pelo procedimento e

recuperação com sucesso.

Medicações

Se você faz uso de alguma medicação em casa, informe a equipe de saúde no

momento da internação, para que estes medicamentos possam ser prescritos

pelo médico e administrados no hospital. Durante a internação não utilize

nenhuma medicação por conta própria, tome apenas as fornecidas pela equipe

de enfermagem.

Anestesia

Na véspera da cirurgia durante a internação, você receberá uma visita do

anestesista, que avaliará o seu estado de saúde. Desfrute desta visita para

esclarecer todas suas dúvidas em relação a anestesia.

Espiritualidade

Independentemente de sua religião ou crença, acredite que sua

cirurgia e recuperação darão certo!

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Alimentação

É importante que você não consuma alimentos de fora do hospital, pois isto

pode interferir na sua recuperação.

O hospital conta com um Serviço de Nutrição e Dietética que fornece a

alimentação de acordo com a recomendação específica do tratamento de cada

paciente.

Você deverá fazer um jejum de oito horas antes da

cirurgia. Durante este tempo você não poderá

consumir nenhum tipo de alimento ou bebida.

É muito importante que você esteja consciente desta

informação, porque se o período de jejum não for

realizado de maneira correta a cirurgia poderá ser

cancelada.

Porque é preciso fazer o jejum?

Para evitar vômitos durante a cirurgia e consequente complicações no pós-

operatório.

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Exercícios respiratórios

Dias antes da cirurgia é importante que você pratique exercícios respiratórios,

para que depois da cirurgia você saiba faze-los. Estes exercícios farão que seu

pulmão expanda melhor e consiga uma melhor oxigenação, além de que são

importantes porque irão ajudar no seu relaxamento.

Passo a passo: como realizar os exercícios respiratórios

1. Recline-se no leito com as costas e os

ombros bem apoiados com

travesseiros.

2. Posicione suas mãos de maneira que

você sinta seu tórax e abdômen.

3. Expire (coloque todo o ar para

“fora”) suavemente e por completo à

medida que as costelas afundam.

4. Em seguida, faça uma inspiração, ou

seja, puxe o ar pelo nariz e pela boca

(respire fundo), deixando que o

abdômen se eleve à medida que os

pulmões se enchem de ar.

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5. Prenda a respiração contando até cinco.

6. Expire e deixe todo o ar sair pelo nariz e

boca.

7. Repita esse exercício por 15 vezes, com um

curto intervalo de descanso depois de cada

grupo de cinco exercícios.

PRATICAR ISSO 2 VEZES POR DIA NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO.

Imobilização da ferida operatória

Chama-se de ferida operatória o corte da cirurgia. Agora você vai ser ensinado a

imobilizar essa ferida operatória de maneira adequada.

Uma forma de “segurar” o local da cirurgia em situações que irão provocar

esforços abdominais e dor na sua ferida operatória como na tosse, náuseas,

vômitos e evacuação.

Essa imobilização irá agir como uma tala e vai diminuir a dor e a pressão que

teria naquele local.

Passo a passo: como realizar a imobilização da ferida operatória

1. Posicione suas mãos na

ferida operatória.

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2. Entrelace os dedos apoiando

firmemente o local da cirurgia.

Suas mãos irão servir de apoio para

você não forçar sua musculatura

da região cirúrgica durante o

movimento que estiver

praticando, seja ele náusea,

vômito ou tosse.

OUTRA MANEIRA:

1. Você também pode proteger sua

ferida operatória colocando um

travesseiro para apoiar o local da

cirurgia, ao invés de suas mãos.

2. O travesseiro irá servir de apoio

da mesma maneira que a imagem

anterior.

Coloque o travesseiro de modo a

apoiar o local de sua cirurgia.

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Promoção da tosse

Outra prática importante de ser treinada dias antes da cirurgia é a tosse, para

poder mobilizar as secreções e conseguir remove-las.

Passo a passo: como tossir corretamente

1. Incline-se um pouco para diante a

partir da posição sentada no leito;

entrelaçar os dedos e colocar as mãos

sobre o local da ferida operatória para

agir como um suporte semelhante a

uma tala quanto tossir.

2. Respire conforme ensinado no

primeiro exercício.

3. Com a boca ligeiramente aberta,

inspirar plenamente.

4. Tossir de forma seca e com som

agudo durante três respirações curtas.

5. Em seguida, mantenha a boca

aberta, faça uma inspiração profunda

rápida e, imediatamente após, tossir

forte uma ou duas vezes.

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Preparo da pele para a cirurgia

Banho

No dia da cirurgia é necessário que você tome um banho com sabonete neutro

e mantenha sua pele e cabelos limpos e secos. Para reduzir o número de

microrganismos de sua pele, diminuindo o risco de infecções.

É importante a retirada do esmalte e da maquiagem para que no momento da

cirurgia a equipe possa ter melhor visualização de sua pele e lábios, a fim de

detectar alterações de circulação e oxigenação.

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Pelos

Se você tiver pelos no local ou perto de onde será realizada a cirurgia, estes

deverão ser removido antes da cirurgia através de cortadores elétricos pela

equipe de enfermagem.

Você não deve realizar sua própria depilação com aparelhos de barbear, pois

isto pode ser um grande fator de risco de infecção para sua cirurgia.

Momentos antes de você ir para o bloco cirúrgico

Você irá trocar sua roupa por um avental hospitalar com

uma abertura nas costas. Também irá colocar uma touca

descartável para cobrir os cabelos;

Todos os grampos ou acessórios deve ser retirado do

cabelo;

É necessário escovar os dentes e retirar próteses ou

dentaduras;

Você deve retirar suas jóias, anéis e piercings;

Você deve urinar antes de ir para a sala cirúrgica.

Todos os seus pertences como: dentaduras, óculos, próteses, aparelhos

auditivos irão ser entregues aos familiares ou claramente rotulados e guardados

em um lugar seguro, de acordo com a política da instituição.

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Transporte: unidade de internação para o Bloco Cirúrgico

No período que antecede a cirurgia você será encaminhado para o Bloco

Cirúrgico de uma maneira confortável, segura e tranquila na companhia de um

profissional de transporte, saúde e também de seu acompanhante, que poderá

acompanhá-lo até o bloco.

Logo após sua cirurgia, você será encaminhado para a Sala de Recuperação Pós

Anestésica ainda dentro do Bloco Cirúrgico. Lá, você receberá cuidados

imediatos após a cirurgia para sua recuperação anestésica.

Não se preocupe, que seus familiares receberão notícia do andamento do seu

procedimento. Você permanecerá nesta sala de recuperação por algumas horas,

após será transferido para a unidade de internação, no quarto onde você estava

instalado.

UNIDADE DE INTERNAÇÃO: CLÍNICA CIRÚRGICA

De volta para o quarto, você permanecerá internado por poucos dias para o

monitoramento de sua recuperação.

Esforce-se e acredite na sua recuperação, pois ela

também depende de você.

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Alimentação

Em seguida da cirurgia, você ainda não poderá se alimentar, pois em razão da

anestesia devemos esperar seu sistema digestório “voltar a funcionar” para você

poder comer.

O médico e o enfermeiro irão te monitorar e liberarão sua dieta na hora certa.

É importante que você siga essas orientações, porque se alimentar antes do

período permitido poderá causar diversas complicações, dentre elas a náusea e

vômitos.

Exercícios respiratórios e tosse

Não esqueça de realizar os exercícios respiratórios e de

tosse, que foram ensinados e treinados antes da

cirurgia. Isso ajudará muito em sua recuperação,

evitando que secreções se acumulam nos seus pulmões.

Se você tiver alguma dúvida de como realizar os exercícios, peça auxílio para o

enfermeiro.

NÃO DEIXE DE PRATICAR!

É importante que você realize no mínimo quatro vezes ao dia.

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Dor

Não se assuste se você sentir dor, pois é um sintoma comum depois de qualquer

cirurgia. Sempre que você estiver com dor, comunique algum profissional da

equipe de enfermagem para que possa ser providenciada alguma medicação.

Umas das medidas que evita dor, é manter suas pernas fletidas (dobradas)

quando estiver deitado para evitar que o abdômen fique distendido (espichado).

Uma maneira do profissional entender melhor sua dor e tratá-la melhor, é você

falar através de um número a intensidade da dor, colocando uma nota para sua

dor.

Ferida operatória e curativo

É chamado de ferida operatória o corte da cirurgia. Você irá retornar do bloco

cirúrgico com um curativo, que serve para proteger a ferida, prevenir contra

infecções e absorver secreções.

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Nas primeiras 48h (dois dias) após a cirurgia o curativo deve ficar fechado e será

observado pelo enfermeiro se está limpo externamente.

Após esse período, o curativo deve ser trocado todos os dias ou sempre que

estiver sujo. Deve ser realizado pela equipe de saúde com apenas soro fisiológico

0,9% e gazes esterilizada.

Na hora de tomar banho tome cuidado para não molhar o curativo, proteja com

saco plástico. Depois de você tomar banho o curativo será refeito, mas é

importante que você mantenha protegido no momento do banho para evitar a

contaminação de sua ferida operatória e também para o profissional conseguir

visualizar o tipo de secreção que está presente na ferida.

Conforme a avaliação do enfermeiro, poderá não haver mais a necessidade de

realizar o curativo.

Dreno: os curativos dos drenos de penrose deverão ser feitos TODOS os turnos.

Sempre que seu curativo estiver sujo comunique.

SOLICITE a equipe de enfermagem.

É hora de movimentar-se

Não fique deitado todo o tempo. É muito importante a movimentação no seu

pós-operatório, ao contrário do que parece, o paciente deve movimentar-se na

recuperação da cirurgia.

A saída da cama e a caminhada frequentemente faz com que melhore sua

respiração, circulação, previne que você fique edemaciado (inchado) e diminui o

risco de diversas complicações.

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Se você tiver a recomendação de restrição ao leito, ou seja, de manter-se no

leito, poderá praticar exercícios de movimentação na cama, como: flexão,

extensão e rotação dos membros.

Passo a passo: exercícios para praticar no leito - flexão, extensão e rotação

FLEXÃO

EXTENSÃO

ROTAÇÃO

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Para você se levantar do leito é importante seguir as instruções do próximo

passo a passo, que irá ensinar a maneira correta de sair do leito. Assim, sua ferida

operatória não sofrerá pressão com sua movimentação e esforço.

SEMPRE QUE NECESSÁRIO, SOLICITE AJUDA PARA A SAÍDA DO LEITO!

Você poderá sentir-se tonto nas primeiras vezes que você for

levantar do leito. O motivo disso acontecer, é porque você ficou

muito tempo deitado e ao levantar sua pressão pode diminuir,

fazendo com que ocorra a tontura.

Para evitar que a tontura aconteça, você

primeiramente deve elevar a cabeceira da

cama e ficar recostado por alguns minutos,

para depois sentar-se no leito com as pernas

para baixo por mais alguns minutos (em

média 10 minutos), antes de ficar de pé.

O repouso no leito deve ser realizado apenas se for solicitado pelo médico

ou enfermeiro, sendo casos de exceção.

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Passo a passo: saindo do leito

1. Posicione-se lateralmente na cama, vire-se de lado.

2. Apoie o braço na cama e exerça força somente com ele.

3. Continue apoiando-se, comece a colocar suas pernas para fora da cama.

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4. Ilustração. 5. Ilustração.

CUIDADOS PARA A ALTA HOSPITALAR

PARABÉNS!

Você recebeu sua alta hospitalar, isso significa

que venceu mais uma etapa de sua

recuperação.

Mas, mesmo com a alta existem cuidados com sua saúde que você ainda deve

tomar para conseguir o sucesso total de sua recuperação.

Muitas complicações podem acontecer quando o paciente já está em casa, então

é importante estar alerta para os sinais que podem significar infecção de sua

ferida operatória.

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FIQUE ATENTO AOS SINAIS DE INFECÇÃO!

Fique ligado em mudanças da coloração de suas fezes

(esbranquiçadas), urina (escura – cor de coca-cola) e

pele (amarelada).

Se você apresentar alguns desses sintomas, deve procurar o atendimento de

saúde mais próximo.

CONTE COM O APOIO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM E SEUS FAMILIARES!

VERMELHIDÃO

INCHAÇO

CALOR AO REDOR DA FERIDA

PRESENÇA DE SECREÇÃO (AMARELADA OU

ESVERDEADA)

CHEIRO RUIM NA FERIDA

FEBRE

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Esforços físicos

Evite fazer grandes esforços físicos e carregamento de peso durante as primeiras

semanas. Os esforços físicos podem fazer com que sua ferida operatória não

cicatrize bem. Atividades como dirigir carro estarão liberadas depois de três ou

quatro dias.

Alimentação

Procure seguir uma dieta saudável.

Prefira: carnes magras, peixe, frango, legumes,

verduras e frutas.

Evite: frituras, comida picante e alimentos que

contenham gordura em excesso.

Lembre-se que com a ausência da vesícula biliar fica mais difícil a gordura dos

alimentos gordurosos ser digerida, então evite ao máximo esse consumo.

BEBA BASTANTE ÁGUA!

Medicamentos

Siga corretamente o uso das medicações que foram prescritas pelo médico que

acompanhou sua cirurgia.

COMPAREÇA NAS CONSULTAS DE ACOMPANHAMENTO!

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ALGUMAS ORIENTAÇÕES IMPORTANTES

Em caso de quaisquer intercorrências, procurar o

Serviço de Pronto Atendimento (SPA) deste hospital, o

qual funciona 24h por dia, todos os dias.

Retirar os pontos no posto de saúde ou no

retorno no ambulatório;

Evitar a exposição da região operada ao sol por

seis meses.

Para agendar o retorno (consulta médica):

Para paciente que residem em Rio Grande:

Marcar no AGENDAMENTO deste hospital, na última

semana do mês. A senha para atendimento pode ser

retirada de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 8h30.

Levar carteira de identidade, cartão do SUS e a ordem de

retorno.

Para pacientes procedentes de outros municípios:

Agendar diretamente na Secretaria de Saúde do seu

município.

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FINALIZANDO

Esperamos que após a leitura deste manual, você e seus familiares sintam-se

mais seguros e confiantes para enfrentar as etapas do processo cirúrgico e

praticar o cuidado na recuperação. A equipe de saúde sempre estará disponível

para o esclarecimento de dúvidas e inseguranças.

É muito importante a presença da família para o enfrentamento da cirurgia e

recuperação. Vocês, familiares, devem estimular o seguimento de todas as

orientações e servir de apoio sempre que preciso.

Dedique-se, que com certeza sua recuperação será mais rápida e tranquila.

Acredite na sua recuperação!

EMBASAMENTO TEÓRICO UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO DO MANUAL: HINKLE, J.L.; CHEEVER, K.H. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.