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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
MARIA GIRLIANE MILENA DE LIMA
RELAÇÃO ENTRE OS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA
UFRN/CERES CURRAIS NOVOS/RN E O MERCADO DE TRABALHO
CURRAIS NOVOS/RN
2019
MARIA GIRLIANE MILENA DE LIMA
RELAÇÃO ENTRE OS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA
UFRN/CERES CURRAIS NOVOS/RN E O MERCADO DE TRABALHO
Artigo apresentado ao curso de Graduação em administração, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em administração.
Orientador: Prof. Dr. Valdemir Galvão de Carvalho.
CURRAIS NOVOS – RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó -
CERES Currais Novos
Lima, Maria Girliane Milena de.
Relação entre os egressos do curso de administração da
UFRN/CERES Currais Novos/RN e o mercado de trabalho / Maria
Girliane Milena de Lima. - 2019.
28 f.: il. color.
Artigo (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Ensino Superior do Seridó, Departamento de
Ciências Sociais e Humanas, Graduação em Administração. Currais
Novos, RN, 2019.
Orientador: Prof. Dr. Valdemir Galvão de Carvalho.
1. Graduação em Administração - Artigo. 2. Egressos - Artigo.
3. Mercado de trabalho - Artigo. I. Carvalho, Valdemir Galvão
de. II. Título.
RN/UF/BSCN CDU 658:331
Elaborado por Jailma Santos - CRB-15/745
MARIA GIRLIANE MILENA DE LIMA
RELAÇÃO ENTRE OS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA
UFRN/CERES CURRAIS NOVOS/RN E O MERCADO DE TRABALHO
Artigo apresentado ao curso de Graduação em administração, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em administração.
Aprovada em: 25/06/2019.
______________________________________
Prof. Dr. Valdemir Galvão de Carvalho Orientador
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
4
RELAÇÃO ENTRE OS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA
UFRN/CERES CURRAIS NOVOS/RN E O MERCADO DE TRABALHO
Maria Girliane Milena de Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E-mail: [email protected]
Valdemir Galvão de Carvalho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E-mail: [email protected]
RESUMO
O estudo tem por objetivo investigar como os egressos do curso de Administração
da UFRN/CERES - Currais Novos/RN estão sendo absorvidos pelo mercado de
trabalho. Foi realizada uma pesquisa descritiva, com aplicação de questionário pelo
Google Forms, com os formandos no período de 2014 a 2018. O universo
compreendeu 179 ex-alunos e 57 participantes (31,8%) do total que responderam à
pesquisa. Verificou-se que 56,1% dos egressos atuam na área da formação em
administração. Os resultados sugerem que existem dificuldades para ingressar no
mercado de trabalho, mas que há boas possibilidades de atuação na área. Quanto
ao perfil 52,6% é homem, 40,4% tem entre 25 e 30 anos, 36,8% tem renda mensal
de 2 salários mínimo, e 63,2% começou a trabalhar antes de concluir o curso. A
análise é importante para trazer uma visão dos graduados em Administração da
UFRN/CERES, Currais Novos/RN.
Palavras-chave: Graduação em Administração. Egressos. Mercado de trabalho.
ABSTRACT
The study aims to investigate how the graduates of the UFRN/CERES Administration
course - Currais Novos / RN are being absorbed by the labor market. A descriptive
survey was conducted with a questionnaire by Google Forms, with the trainees from
5
2014 to 2018. The universe comprised 179 alumni and 57 participants (31.8%) of the
total who answered the survey. It was verified that 56.1% of the graduates work in
the area of management training. The results suggest that there are difficulties to
enter the labor market, but there are good possibilities for action in the area. As for
the profile, 52.6% are male, 40.4% are between 25 and 30 years old, 36.8% have a
monthly income of 2 minimum wages, and 63.2% started working before completing
the course. The analysis is important to bring a vision of graduates in Administration
of UFRN / CERES, Currais Novos / RN.
Keywords: Graduation in Administration. Graduates. Job market.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea vivencia um contexto de grandes
transformações, sejam elas econômicas, sociais, culturais e políticas, sendo isso
decorrente da globalização e seus impactos. No entanto, todas essas mudanças
passaram a ocorrer com o surgimento da revolução tecnológica no final do século
XX, com a criação do computador e seus avanços, o homem passou a ser cada vez
mais substituído por máquinas, perdendo assim espaço no mercado de trabalho.
Ademais, as novas tecnologias, como a aprendizagem automática melhoram
drasticamente a capacidade de computadores para automatizar tarefas “cognitivas”,
levando ao receio de que a porção da mão-de-obra permaneça em declínio
permanente à medida que os computadores substituem até os trabalhadores mais
qualificados (BRYNJOLFSSON; MCAFEE, 2012 apud BERLINGERI, 2018).
Nesse sentindo, em tempos conhecidos como a era da tecnologia, onde o
avanço foi tão considerável que não se vive mais sem as diversas utilidades e
otimização de tempo e distância que esse crescimento tecnológico oferece a mão-
de-obra perde cada vez mais espaço, o trabalho manual se faz bem menos
necessário. O homem ocupa a cada dia menos espaço nas grandes corporações e
até mesmo nas pequenas empresas. Por isso, as buscas por conhecimento e
principalmente diferenciais que possam se destacar no mercado torna-se essencial.
Assim sendo, a importância da qualificação profissional e a competência
ganha destaque, o que sugere de certa forma uma ruptura com a noção tradicional
de qualificação. Uma vez que esta diz respeito ao conjunto de capacidades e
6
conhecimentos que o trabalhador assume para ocupar um posto um cargo, o modelo
de competências pressupõe uma nova atitude do trabalhador com relação ao
trabalho (LEMOS; PINTO, 2008).
O mercado tem se tornado um cenário cada vez mais competitivo, exigente
e mais enxuto. A excelência na prestação de serviço/produto passou a ser seu
principal objetivo. Sendo assim, ter em seu quadro de funcionários pessoas
capacitadas e preparadas para desenvolver um trabalho de qualidade é
fundamental. Para tanto, as instituições de ensino têm ofertado cursos de graduação
que formam cidadãos para enfrentar esse mercado, formandos capazes de colocar
em prática toda a teoria vista em sala de aula. Como destaca Lousada e Martins
(2005, p. 76 apud ALVES, 2015, p.13):
Universidade tem como função principal formar um cidadão,
desenvolvendo sua consciência crítica, contribuindo para o
desenvolvimento humano, para o bem-estar da sociedade, para o
bom funcionamento das relações sociais, para a reflexão dos
valores.
A esse respeito, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
tem em seu quadro o curso superior em Administração, o qual é responsável em
formar alunos que desejam atuar no mercado de trabalho de forma mais preparada,
levando em seu currículo o diferencial da formação em um curso que o preparou
para desenvolver um trabalho que venha a contribuir com o crescimento da
empresa. O curso de Administração traz em sua grade as disciplinas que são
fundamentais para tornar o indivíduo capaz de gerir uma empresa, contribuir e atuar
com as habilidades diferenciadas dentro de uma organização.
Por outro lado, os discentes do curso de graduação em Administração da
UFRN/CERES têm enfrentado uma realidade de incertezas, principalmente aqueles
que estão concluindo o curso, uma vez que são geradas muitas expectativas, pois
ao se tornar um administrador por formação, o sujeito anseia atuar na área, porém
por muitas vezes o mercado não tem espaço para esse formando. Assim sendo,
esse estudo busca investigar o seguinte problema de pesquisa: como os egressos
do curso de graduação em administração da UFRN-CERES em Currais Novos
estão ou não sendo absorvidos pelo mercado de trabalho?
7
Desse modo, percebe-se a necessidade de estudar sobre os egressos do
curso de graduação em administração, que já concluíram o curso, a fim de saber
como está a carreira profissional após a conclusão do ensino superior, se a
universidade está cumprindo a função de formar bons profissionais e cidadãos
capazes de conquistar emprego na área e a contribuir para a empresa.
Diante do que foi exposto acima, o presente estudo tem por objetivo analisar
como os egressos do curso de graduação em administração da UFRN-CERES
Currais Novos, estão posicionados no mercado de trabalho. E de modo mais
específico avaliar a importância da formação em administração na vida desse
profissional; se estão atuando na área de formação; se ao término fizeram o registro
no conselho; qual a opinião deles sobre o corpo docente do curso, quais melhorias
seriam necessárias para melhor capacitar os alunos para o mercado de trabalho. O
estudo torna-se relevante uma vez que traz a discursão sobre o papel da
Universidade na vida dos seus alunos, e a realidade desses estudantes pós-
conclusão de curso.
Para tanto, o estudo apresenta uma explanação sobre a origem da
administração no mundo e no Brasil; a história do curso no Ceres de Currais Novos
– RN; e o perfil do administrador e quais áreas pode-se atuar. Em seguida é
apresentada a metodologia do estudo, os resultados obtidos com a pesquisa, e os
resultados.
2 HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO
A Administração é uma área do saber que surgiu há séculos, mesmo que
não identificada ainda como uma importante área do conhecimento, nas civilizações
antigas ela já existia, desde que o ser humano passou a agrupar-se e a necessitar
um do outro, algumas práticas alusivas a essa teoria passou a ocorrer. O termo
administração vem do latim, ad (junto de) e ministratio (prestação de serviço), assim,
pode ser compreendida como uma ação de prestar um serviço a alguém.
De acordo com os escritos de Sousa et al. ( [201-?], p.03) “a história da
administração surgiu séculos atrás, mais precisamente no ano de 5.000 a.C., e
desde então vem recebendo influência de diversas áreas de conhecimentos
humanos”. Dessa forma, o autor aponta que a administração resiste ao tempo, e as
8
mudanças ocorridas ao longo dos séculos, o que remete a ideia da importância
dessa ciência.
No Brasil o curso de ensino superior em Administração surgiu entre as
décadas de 1940 a 1950, a partir do acordo de cooperação feito entre Brasil e
Estados Unidos da América (EUA), sendo que esse surgimento se deu em uma
época de grandes conflitos políticos, econômicos e sociais. Face a guerra fria nos
Estados e as várias mudanças de cunho político no Brasil. Estudos relacionados a
esse assunto apontam que:
Os acordos de cooperação entre Brasil e Estados Unidos foram assinados durante o governo de Juscelino Kubitschek, que havia assumido em 1956 e permaneceu no cargo até 1961, quando, em 31 de janeiro, transmitiu o cargo para Jânio Quadros. Porém, Jânio renunciou ao mandato em agosto do mesmo ano, dando lugar ao turbulento governo de João Goulart, que foi deposto por um golpe militar em 1964. Assim, o ensino de gestão desenvolveu-se no Brasil durante um período de fortes agitações políticas. No cenário internacional, eram tempos de Guerra Fria, que servia como elemento incontornável na relação entre países, fazendo também parte do imaginário da época. É nesse contexto, em que diversos acordos de cooperação vinham sendo celebrados entre o Brasil e os Estados Unidos, desde o período da Segunda Guerra Mundial, que foi assinado e implantado um termo específico para o desenvolvimento da educação em Administração no País. (BARROS; ALCADIPANI; BERTERO, 2018, p. 2).
Nesse sentindo, percebe-se que a inserção do curso de Administração
ocorreu em um período de grandes mudanças, principalmente relacionadas à
política, porém, isso não interferiu na implantação do curso no país. A partir de
então, o curso foi se disseminando nacionalmente, tendo como primeiro curso o da
Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE), implantado em
1952, sendo que no mesmo ano outros cursos em Administração foram implantados
em outras instituições de ensino reconhecidas em todo Brasil. Tornando-se dessa
forma um curso reconhecido e procurado por brasileiros que tinham o interesse em
cursar o ensino superior, adquirindo qualificação para gerir e se colocar no mercado
competitivo. Ainda no tocante ao crescimento do curso de Administração, tanto no
Brasil quanto em todo o mundo, afirma-se que:
(...) o fenômeno que provocou profundas mudanças econômicas, sócias, políticas, o aparecimento de grandes corporações e da moderna administração, foi conhecida como revolução industrial
9
(desenvolveu-se em duas fases distintas, primeira fase iniciando por volta de 1776 a 1860 e a segunda fase de 1860 a 1914), iniciou-se na Inglaterra e se espalhou rapidamente por todo o mundo civilizado. (SOUSA et al., [201-?], p. 03).
Dessa maneira, no período da revolução industrial a administração ganha
mais força e visibilidade, as mudanças decorrentes dessa revolução evidenciaram a
necessidade de se administrar as grandes indústrias. Precisava-se de estudos que
possibilitassem uma gestão de forma eficiente, as transformações que vinham
surgindo, as máquinas passavam a desempenhar funções com mais agilidade, a
mão de obra passou a ser substituída, uma vez que se procurava pela otimização
dos serviços e a eficiência dos produtos e empregos ofertados.
O ensino de Administração no Brasil é considerado um dos cursos mais
procurados por indivíduos que desejam cursar o Ensino Superior. Segundo o Censo
da Educação Superior realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP, 2009), onde as Instituições de Ensino Superior (IES)
respondem um questionário sobre sua estrutura e cursos, o curso de Administração
em 2009 contava com mais de um milhão de matrículas (1.102.579) e 18,5% dos
estudantes do ensino superior, sendo que essa pesquisa sofreu alterações ao longo
dos anos, até o ano de 2018. No entanto, mesmo não sendo recente, o estudo já
aponta que com tantos cursos de Administração no país, muitos destes
administradores, após saírem da graduação, se deparam com o mercado sem a
formação adequada para suprir as demandas do mesmo (MOREIRA, 2014).
Portanto, o curso de Administração surge para formar sujeitos capazes de se
colocar no mercado com potenciais reconhecidos, como também, tornou-se
indispensável ao longo do tempo, passando a ser implantado em grande maioria das
universidades, ocupa hoje no Brasil um espaço de destaque, é reconhecido como
um dos cursos mais procurados pelos jovens que visam cursar o ensino superior de
qualidade. O seu amplo leque de possibilidades no que diz respeito às áreas de
atuação pode ser um fator que o diferencie dos demais, e o coloque em uma
posição de preferência em muitos casos.
2.1 O curso de Administração na UFRN- CERES Currais Novos
10
A cidade de Currais Novos está situada na região do Seridó Potiguar. Até
1980, a atividade que movimentava a economia do município era a extração da
Scheelita (Rocha mineral de onde se obtêm o metal tungstênio), que devido a
fatores de mercado, com a entrada da China nesse ramo, o preço caiu bastante e a
mineradora teve que fechar. Com esse histórico a cidade ficou com uma boa
infraestrutura, mas, mesmo assim, teve que se reinventar, e hoje possui forte
comércio varejista com destaque no segmento de confecções, sendo o
empreendedorismo forte componente dessa realidade, e a pecuária com o
fortalecimento da produção leiteira e de seus derivados.
Nesse contexto, segundo dados da UFRN (2010), que constam o projeto
pedagógico em 1977 o ensino superior chegou a Currais Novos/RN, neste mesmo
ano foi criado o Centro Regional de Ensino Superior do Seridó, compreendido pelos
campi de Caicó e Currais Novos. Mas devido a dificuldades e inexperiência
institucional os campi não constituíram verdadeiramente um Centro, seguiam
caminhando isoladamente, até que em 1993 através da Pró-Reitoria Acadêmica
novas discussões para a politica de interiorização e fortalecimento da UFRN no
interior, foi criado novamente o CERES, através da Resolução nº 004/95-CONSUNI.
Segundo a UFRN (2010), o curso de Administração na UFRN, no Campus
Central obteve a autorização para seu funcionamento no ano de 1960 e o seu
reconhecimento só em 1977. Assim, dentro do sistema multi-campi em 1979, foi
implantado o curso de Administração em Currais Novos com a oferta inicial de 15
vagas, preenchidas através de vestibular, ao final do curso recebia o diploma de
Técnico em Administração de Empresas. Em 1981, com a reestruturação do curso
no Campus Central, os efeitos também chegaram ao curso em Currais Novos, a
partir de agora os formandos recebiam o titulo de Bacharel em Ciências
Administrativas.
Ainda, seguindo os dados da UFRN (2010), ao longo do período
compreendido entre 1981 e 2002 o total de ingressantes no curso de Administração
em Currais Novos, foi de 418, com a média anual de 15 alunos, incluindo 20
pessoas de outras instituições. Neste mesmo período concluíram o curso 152
pessoas. Em decorrência da política do MEC para as IFES (Instituições Federais de
Ensino Superior), a UFRN mudou o vestibular, reduzindo os critérios de eliminação.
Com isso, em 1998, o curso de Administração do CERES ampliou o quantitativo de
11
vagas para 35, em 2004 passou a serem 45 vagas anuais, e em 2010 para 50 que
está até o momento, as quais estão sendo preenchidas integralmente.
O curso de Administração do CERES Currais Novos vem melhorando o
quadro de docentes ao longo da história. Em 1995, o total de docentes que
ministravam aulas era 14, dentre os quais, 4 eram graduados, 5 especialistas e 5
mestres. Hoje a cada 12 professores, há 3 especialistas, 5 mestres e 4 doutores
(PPP/Administração, 2010). No período entre 2004 a 2009, o quadro de professores
do curso era a maioria de substitutos, apenas 2 efetivos, mas entre 2009 e 2010
ocorreu o concurso para docentes efetivos, contratando assim mais 4 pessoas
naquele momento para contribuir com o crescimento do curso.
Atualmente o curso conta com docentes a maioria de dedicação exclusiva,
que a partir do novo plano pedagógico ampliou a maneira de ensinar, através de
projetos de ensino, pesquisa e extensão, aliados a interdisciplinaridade que ajudam
aos discentes a compreender melhor os conteúdos, e a ampliar sua rede de
contatos, a como aplicar na prática o que é visto em sala de aula, agregando assim
maior valor ao curso e ao Campus, e contribuindo para a que esse aluno chegue ao
mercado de trabalho mais preparado.
3 O PERFIL DO ADMINISTRADOR
A pessoa com a titulação de Bacharel em Administração pode atuar em
várias áreas, é preciso conhecer os diversos ramos de atuação da profissão para
identificar onde está o caminho que o estudante ou profissional precisa seguir e
tenha mais vocação para desempenhar (RAMOS, 2018). Dessa forma, o Quadro 1,
demonstra de forma sucinta o perfil da maioria dos Administradores no Brasil.
Quadro 1 - Perfil do administrador
É do sexo masculino, casado e com dependentes.
Tem idade entre 33 anos.
É egresso de universidades particulares.
Concluiu o curso de Administração entre 2006 e 2011.
Possui especialização em alguma área da Administração.
Trabalha em empresas de grande porte (serviços e indústria) e órgãos
12
públicos.
Atua nas áreas de Administração Geral e Finanças e Recursos Humanos.
Possui carteira profissional assinada.
Ocupa cargos de gerência ou de analista.
É registrado em CRA.
Fonte: CFA (2015).
De acordo com a pesquisa do CFA - Conselho Federal de Administração
(2015), a maior parte dos administradores são homens, o número de mulheres
atuando na área em 21 anos teve um crescimento em termos percentuais de 62%
(34%, em 2015, contra 21%, em 1994), isso mostra que elas vêm tentando
conquistar cada vez mais seu espaço no mercado. Ainda na pesquisa do CFA
(2015), verificou-se que o numero de profissionais com a carteira assinada diminuiu
em relação há anos anteriores em 2011 eram 78,48%, em 2015 baixou para
75,14%, com renda mensal de 3,1 a 10,0 salários mínimos. Sendo assim, de acordo
com o CRA/BA (2019) no regulamento da atividade profissional de Administrador o
campo de atuação do profissional abrange:
a) elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de organização; b) pesquisas, estudos, análises, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos nos campos de administração geral, como administração e seleção de pessoal, organização, análise, métodos e programas de trabalho, orçamento, administração de material e financeira, administração mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que estes se desdobrem ou com os quais sejam conexos; c) exercício de funções e cargos de Administrador do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal, Autárquico, Sociedades de Economia Mista, empresas estatais, paraestatais e privadas, em que fique expresso e declarado o título do cargo abrangido; d) o exercício de funções de chefia ou direção, intermediária ou superior, assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus compartimentos, da Administração pública ou de entidades privadas, cujas atribuições envolvam principalmente, a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de administração; e) magistério em matérias técnicas do campo da administração e organização.
13
Portanto, há diversas opções para seguir a carreira, basta encontrar seu
caminho seguir em busca de conquista-lo. Mas, o mercado exige que esteja bem
preparada para o momento em que surgir a oportunidade, como explica Cruz,
Oliveira e Souza (2010 apud SILVA, 2017, p. 50):
Um mercado que impõe constantes mudanças exige das organizações e colaboradores uma adequação às suas exigências e é essa imposição que influencia diretamente no comportamento organizacional. Sendo pressionada pelo mercado, o administrador vê a necessidade de adaptar-se a nova situação e o primeiro passo para isso é cobrar do colaborador maior capacitação e dedicação às suas atividades, visando inserir-se na competitividade.
Assim, o administrador de hoje, tem que cada vez mais se reinventar, e estar
atento a todas essas exigências do mercado, pois está muito competitivo e várias
empresas aceitam pessoas não formadas na área atuar como administrador, ou
fazendo funções inerentes a tal, por isso a necessidade de ir além da graduação.
4 MERCADO DE TRABALHO
A inserção no mercado de trabalho está cada vez mais competitiva, pois
está exigindo mais de seus candidatos. Antigamente o diferencial era ser graduado,
hoje em dia isso é o básico como mostra os dados apontados pelo IPEA (2018, p.
1), “o número de trabalhadores com ensino superior completo avançou 48,2%,
passando de 13,1 para 19,4 milhões entre o primeiro trimestre de 2012 e o terceiro
trimestre de 2018”.
Com isso, o trabalhador tem buscado se especializar cada vez mais, para
estar à frente do que pede o mercado, apesar de que algumas vezes o
conhecimento fica só para si, pois não consegue um emprego que valorize seus
conhecimentos e remunera até abaixo do que deveria ser. De acordo com IPEA
(2018) de 2012 a 2018, em média, apenas 65% dos ocupados com curso superior
estão alocados em postos de trabalho que exigem tal qualificação, enquanto os
outros 35% estão em funções com nível abaixo do seu grau de instrução para que
não ficasse desempregado. E quando se fala nos jovens o percentual de pessoas
que trabalham na sua devida função cai para 59,5%, ou seja, é ainda mais difícil
para os jovens conquistar o emprego de acordo com suas qualificações.
14
Há ainda uma concorrência maior que está sendo implementada aos
poucos, mas que já preocupa bastante, advinda das novas tecnologias, a
inteligência artificial vem para mudar o mercado, são muitas as profissões que
deixaram de existir por causa dela. Taurion (2017), diz que nos Estados Unidos para
cada novo robô adicionado a uma fábrica registrou-se uma redução de emprego em
torno da função automatizada, em 6,2 trabalhadores; e ainda cita um relatório do Banco
Mundial apontando que dois terços dos empregos existentes podem passar a ser
automatizado, isso dependendo do desenvolvimento tecnológico do País.
Quadro 2 – Estudos recente sobre o tema
Autor(es)/ano Objetivo Metodologia Resultados
UHR et al (2014)
Verificar empiricamente se existe discriminação salarial de gênero e raça no mercado de trabalho dos administradores brasileiros.
O procedimento divide o diferencial salarial entre dois grupos em uma parte “explicada” pelas diferenças de características de produtividade e uma parte residual que não pode ser considerada por tais diferenças nos determinantes salariais. Ou seja, tal parte não explicada é, usualmente, considerada como uma medida de discriminação.
Tais resultados apresentaram as primeiras evidências da existência de discriminação entre gêneros e raça para o mercado de trabalho dos administradores. Isto não só preenche uma lacuna da literatura de discriminação salarial, quanto se constitui em subsídios orientadores para políticas públicas de combate à discriminação de gênero e raça, permitindo um melhor entendimento das relações de trabalho desta classe e também se constitui em insumo importante para a gestão de recursos humanos
LEMOS e PINTO (2008)
Analisar o tipo de funcionário recém-formado que grandes empresas privadas procuram para compor seu quadro gerencial.
Para identificar os requisitos valorizados pelas empresas em seu processo de seleção de candidatos a cargos da área gerencial, foram entrevistadas oito pessoas chave da área de recursos humanos de grandes empresas, responsáveis pela condução de processos seletivos estruturados.
A pesquisa conclui que a formação cognitiva específica recebida pelo graduando não é fator decisivo na contratação, mas, sim, as variáveis comportamentais e vivenciais do aspirante ao cargo e a excelência da instituição de ensino cursada.
SOUZA, Luiz Henrique Rozati de; et al (2016).
O presente estudo propõe analisar a atuação de alunos e egressos do curso de Administração com ênfase em Comércio Exterior do Centro Universitário
Os resultados foram obtidos através de pesquisas bibliográficas e um estudo de caso com alunos e egressos do curso de administração com ênfase em comércio exterior, do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS - MG). A pesquisa de campo foi realizada com alunos e egressos do curso
Contudo, ao analisar as respostas obtidas identifica-se que há certa percepção positiva por parte dos pesquisados em relação ao mercado de trabalho onde estão inseridos. Análise esta que se dá devido ao número de indivíduos empregados e com atuação na área de formação, embasado nos dados dos alunos do 7º período do ano de 2015 e os egressos dos anos de 2013 e 2014,
15
do Sul de Minas (UNIS - MG) no mercado de trabalho.
no período de 2013 à 2015, avaliando o nível de satisfação destes frente às oportunidades de trabalho e crescimento profissional advindos da graduação.
onde apenas 6,94% encontram-se desempregados por falta de oportunidade, e quanto aos que trabalham, somente 12,5% não atuam na área de formação, valor este que se divide igualmente em 50% aos alunos e 50% aos egressos.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
3 METODOLOGIA
O método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
para atingir o conhecimento (GIL, 2008). Nessa pesquisa, o modelo escolhido foi o
descritivo que para Lakatos e Marconi (2010) o papel principal é de fornecer uma
descrição quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado, pois
serve de prova, já que são obtidos dados reais e precisos. Também é usado o
método monográfico que parte do princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros (GIL, 2008, p.
18).
Para tanto, foi utilizada a pesquisa do modo descritiva que envolve técnicas
padronizadas de coletas de dados, questionários e observação sistemática onde
assume forma de levantamento (GIL, 2002 apud SOUZA; FIALHO; OTANI, 2007).
Para a coleta de dados foi utilizada a ferramenta virtual Google Forms, assim
caracteriza-se como pesquisa quantitativa onde segundo Souza; Fialho e Otani
(2007), considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificar e analisar.
O universo da pesquisa conta com 179 egressos de Administração no
período de 2014 a 2018, conforme detalhado na tabela a seguir. O link de acesso ao
questionário foi enviado por E-mail. A amostra foi por conveniência e representada
por 57 egressos (35,85%) que responderam ao instrumento de pesquisa. Lakatos e
Marconi (2010) definem amostragem como uma parcela convenientemente
selecionada do universo. Havia a limitação em relação ao quantitativo das respostas,
pois nas turmas de concluintes mais antigas há maior probabilidade de mudança de
E-mail, mas foi o método mais conveniente para alcançar um maior número de
pessoas.
16
Quadro 3 - Alunos de Administração formados por ano na UFRN/CERES
Ano Egressos
2014 29
2015 39
2016 45
2017 38
2018 28
Total 179 Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados a seguir foram obtidos a partir da coleta de dados realizada
por meio do instrumento de pesquisa enviado pela plataforma Google Forms, no
qual se obteve 57 respostas; com o intuito de traçar o perfil do administrador
formado na UFRN - CERES Currais Novos e verificar se estão sendo absorvidos
pelo mercado de trabalho, além de identificar quais as maiores dificuldades
encontradas pelos egressos.
4.1 Perfil do egresso
Na primeira parte do questionário buscou-se identificar o perfil do egresso.
Verificou-se que, assim como o perfil nacional a maior parte são homens 30 (52,6%),
as mulheres 26 (45,6%) e 1 não respondente. Com relação a idade, nota-se que há
diferença se comparado ao resultado nacional, seguindo a média geral da análise do
CFA (2015) a faixa etária é de 33 anos, e na pesquisa, 23 egressos (40,4%) têm
entre 25 e 30 anos; 21 egressos (36,8%) de idade entre 20 a 25 anos, e apenas 13
(22,7%) estão acima dos 30 anos de idade.
Observa-se que é, ainda, mais divergente os números em relação ao estado
civil. Em que 41 (71,9%) responderam que são solteiros, 13 (22,8%) são casados e
3 divorciados. Na pesquisa nacional do conselho, na sua maioria os administradores
são casados e com dependentes. Dos 57 respondentes 41 (77,2%) não tem filhos. 9
(15,8%) tem 1 filho, 3 (0,5%) tem pelo menos 3 filhos e 1 pessoa tem 2 filhos.
De acordo com os dados da pesquisa, demonstrados na tabela 1.21
egressos (36,8%) dos administradores formados na UFRN/CERES, tem renda de
17
até dois salários mínimo, 13 egressos (22,8%) tem renda de 3 salários mínimo,
seguido e 14 (24,6%) afirma ter renda de 4 ou mais salários mínimos,
respectivamente. Uma realidade bem diferente da nacional que é de 9 salários
mínimo. Deve-se levar em consideração que a pesquisa foi aplicada numa cidade do
interior do Rio Grande do Norte, onde não há muito desenvolvimento industrial e a
economia local gira em torno do comércio varejista.
Tabela 1- Dados sociodemográficos dos pesquisados (n = 57)
Dados Sociodemográficos Especificações %
Gênero
Feminino 46,6%
Masculino 52, 6%
Outro 1,8
Idade
De 20 a 25 anos 36,8%
De 25 a 30 anos 40,4%
De 30 a 35 anos 10,5%
Mais de 35 12,3%
Renda
1 salário mínimo 15,8 %
2 salários mínimos 36,8%
3 salários mínimos 22,8%
4 ou mais salários 24,6%
Estado Civil
Solteiro 71,9%
Casado 22,8%
Divorciado 5,3%
Viúvo 0%
Filhos
Sem filhos 77,2 %
1 filhos 15,8%
2 filhos 1,8%
3 ou mais 5,3%
Fonte: dados da pesquisa (2019).
4.2 Estatística descritiva
A seguir será discutido os resultados obtidos por meio da aplicação do
instrumento de pesquisa sobre a relação entre os egressos do Curso de
Administração UFR/Ceres – Currais Novos e o mercado de trabalho, aplicado no
universo de 179 alunos formados entre 2014 e 2018, segundo dados obtidos na
coordenação do curso. E amostra de 57 respondentes, destes 16 formou em 2016, a
mesma quantidade em 2017; 12 em 2018, 9 em 2015 e 4 em 2014.
18
Gráfico 1 - Ano de formação
Fonte: dados da pesquisa (2019).
Foram feitos alguns questionamentos sobre o mercado de trabalho e
avaliação do curso no ponto de vista deles. É perceptível o quanto a administração
está desacreditada, pois 36 (63,1%) pessoas disseram que a perspectiva do curso
em relação ao mercado de trabalho está boa ou razoável, apenas cerca de 20%
atribuíram como ótima ou excelente. Já em relação aos conhecimentos obtidos em
sala de aula a maioria (82,4%) considera que são bons, e deixa relativamente
preparado para o mercado, pois falta um pouco de prática. No que se refere aos
docentes, foi visto que 50 (87,7) dos respondentes acreditam que está entre bons e
excelentes profissionais, mostrando assim que a mudança que ocorreu em 2010,
onde houve concursos para novos professores e a maior parte já com mestrado e/ou
doutorado está tendo resultados satisfatórios.
19
Gráfico 2: Sobre o mercado de trabalho e o curso.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
A seguir, gráficos em relação a esses profissionais egressos. É possível ver
que a maior parte está trabalhando e na parte administrativa, 32 pessoas (56,1%),
outras 17 (29,8%) estão atuando em outra área, e 8 (14,1) estão desempregados ou
nunca desempenhou qualquer atividade (Gráfico 3).
Gráfico 3: Está empregado no momento?
Fonte: dados da pesquisa (2019).
No gráfico 4 é percebido que destes 36 (63,2%) começaram a trabalhar
antes de concluir o curso, 12 (21%) levaram de 6 meses a 1 ano; 5 (8,8%) mais de 1
ano e apenas 4 (7%) ainda não estão exercendo nenhuma função.
20
Gráfico 4: Quanto tempo levou para conseguir emprego?
Fonte: dados da pesquisa (2019).
Quando interrogados sobre o motivo de não estar atuando na área de
formação, a parcela que está enquadrada responde que é porque o mercado está
saturado (21,1%), pensando na nossa localização, ou que encontrou oportunidade
melhor em outra profissão (15,8%).
Gráfico 5: Motivo de não estar atuando na área
Fonte: dados da pesquisa (2019).
Já os que estão empregados, 30 (52,6%) estão em empresas privadas; 14
(24,6%) atuam no setor público, 6 (10,5%) tem sua própria empresa e os outros 7
(12,3 %) ou não trabalham ou estão em outro ramo como mostra o gráfico 6.
21
Gráfico 6 - Tipo de empresa que atua
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
E divergindo com o perfil traçado pelo CFA, o gráfico 7 mostra que a maioria
(54,4%) não fez nenhum outro tipo de curso ou especialização após a conclusão da
graduação, apenas 22 (38,6) fizeram ou estão fazendo especialização, e 4 (7,1)
mestrado, doutorado ou outro curso.
Gráfico 7: Aprimoramento profissional
Fonte: dados da pesquisa (2019).
Foi questionado se eles haviam feito o cadastro no Conselho Regional de
Administração (CRA), o resultado foi que apenas 9 (15,8%) fizeram; outros 29
(50,9%) ainda pretende fazer e 19 (33,3%) não tem o interesse. Isso se dá pelo
22
custo que é alto, e na maior parte das empresas não é exigido ser cadastrado para
concorrer a uma vaga de emprego.
Gráfico 8: Possui o cadastro no CRA
Fonte: dados da pesquisa (2019).
A cidade de Currais Novos é pequena, mas ainda assim há muitas
oportunidades de estágios durante a graduação principalmente no setor público,
portanto 31 pessoas da amostra teve a chance de ter essa experiência na área,
destes 24 eram remunerados; e 23 egressos não fizeram nenhum tipo de estágio
como demonstrado no gráfico 9.
Gráfico 9: Fez estágio durante a graduação?
Fonte: dados da pesquisa (2019).
23
Ainda, em relação aos estágios, 30 disseram que eles preparam os alunos
em parte para o mercado de trabalho, 13 que preparam bem e 14 responderam que
não deixa preparado o suficiente para o mundo fora das teorias.
Gráfico 10: O estágio lhe deixou preparado para o mercado
Fonte: dados da pesquisa (2019).
O questionário, ainda, continha uma pergunta subjetiva, onde pedia a
opinião deles sobre qual era as dificuldades de conseguir um espaço no mercado de
trabalho, e em grande parte das respostas falaram que a maior dificuldade é que na
região tem muitas empresas familiares e assim quem fica no lugar de administrador
é muitas vezes quem não tem formação, mas que é filho do dono, ou alguém
próximo, há muita empregabilidade só por indicação, ou seja, se você não tiver bons
contatos vai ser mais difícil conseguir um emprego, como descrito por um dos
egressos: “no interior do estado, o mercado na área de Administração é mais
restrito, as empresas e instituições ainda possuem modelos de gestão
arcaicos/engessados e predominância de empresas familiares”. A área pública não
oferece concursos para que haja essa possibilidade, grande parcela dos cargos são
de empresas terceirizadas, que também contratam por indicação. Um trecho escrito
por um dos respondentes considera que:
“[...] é necessário que haja mobilização por parte de empresa Júnior do campus e também da coordenação em promover a discussão com a sociedade e o meio empresarial para uma melhor compreensão sobre o curso de Administração. Seja através de eventos, fóruns, apresentação de trabalhos e outros que possam contribuir para diminuir dúvidas sobre o curso e também que contribua para a valorização do profissional de Administração [...].”
24
Pois, na percepção dele o empresariado da região tem receio dos
administradores e principalmente dos recém-formados, por acreditar que irá querer
fazer muitas mudanças na empresa, que pode dar errado, por ser resistente a coisas
novas também, assim divulgando melhor o curso, o que o administrador faz e suas
competências e habilidades, seria mais fácil deles entenderem e contratarem para
aplicar na empresa. E ainda, aqui em Currais Novos/RN, assim como o país a
economia está frágil, e em recessão; ou seja, as oportunidades de empregos estão
escassas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, o objetivo desta pesquisa é saber se os egressos do curso de
Administração do CERES- Currais Novos estavam sendo absorvidos pelo mercado
de trabalho da região, e concluiu-se que sim, pois de acordo com as respostas do
questionário viu-se que a maior parte está empregada, mesmo que uma parcela
esteja em outra profissão, mas está trabalhando.
A região do Seridó tem sua economia movimentada pelo comércio varejista,
então as oportunidades de trabalho são em sua maioria nesta área, por este motivo
poucos são os que conseguem atuar como administrador. Há também a questão do
receio de uma parte dos empresários em contratar uma pessoa que pode querer
fazer muitas mudanças na empresa, e os mais antigos geralmente tem medo de
inovar e dar errado. Mas, apesar das poucas oportunidades e crises econômicas os
administradores sabem se reinventar e conquistar de alguma forma seu espaço,
mesmo que demore.
Com a análise foi possível traçar o perfil do Administrador local, e ele é
homem, tem entre 25 e 30 anos, solteiro e sem filhos; com a renda mensal de até 2
salários mínimo, trabalha em empresas privadas sem nenhuma especialização,
conseguiu emprego antes de concluir a graduação, fez estágio durante o período o
que pode dar um norte para o mercado de trabalho, mas não tem o cadastro do
CRA. Os docentes do curso foram muito bem avaliados, classificados de ótimo a
bom; e a cada ano foi melhorando. Assim, conclui-se que mesmo sendo um
Campus pequeno do interior com poucos recursos, consegue ofertar uma graduação
de qualidade para seus alunos, garantindo bons profissionais para o mercado.
25
Como sugestão para trabalhos futuros pode-se investigar junto aos
empresários da região do Seridó quais os desafios, as possibilidades e as
oportunidades para a inserção dos novos egressos de graduação em administração
da UFRN/CERES, no mercado de trabalho local. Porém, não esquecendo que a
Universidade forma para o mundo e não apenas para atender a região.
REFERÊNCIAS
ALVES, Francisca Jéssica Kelly da Silva. O cientista contábil e o mercado de trabalho: a situação dos egressos do curso de ciências contábeis do CERES Caicó. 2015. Monografia (Bacharel em ciências contábeis) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó – Campus Caicó. Caicó: UFRN, 2015. 56f. BARROS, Amon; ALCADIPANI, Rafael; BERTERO, Carlos Osmar. A criação do curso superior em administração na ufrgs em 1963: uma análise histórica. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 58, n. 1, p. 3-15, Jan. 2018. BERLINGERI, Matheus Mascioli. Competências socioemocionais e mercado de trabalho: um estudo para o caso brasileiro. 2018. Dissertação (Mestrado em Economia Aplicada) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2018.
CFA. Perfil do Administrador. 2015. Disponível em: <https://cfa.org.br/administracao-administracao/administracao-administrador/>. Acesso em: 15 de abr. de 2019. CRA/BA. Campos de atuação. 2019. Disponível em: <http://www.cra-ba.org.br/Pagina/47/Campos-de-Atuacao.aspx>. Acesso em: 15 abr. 2019.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. 2. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. INEP. Censo da educação superior. 2015. Disponível em: <http://inep.gov.br/censo-da-educacao-superior>. Acesso em 19 jun. 2019. IPEA. Carta de conjuntura: mercado de trabalho. 2018. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/mercado-de-trabalho/>. Acesso em: 18 jun. 2019. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientifica. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
26
LEMOS, Ana Heloísa da Costa; PINTO, Mario Couto Soares. Empregabilidade dos administradores: quais os perfis profissionais demandados pelas empresas? Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 6, n. 4, p. 01-15, 2008. MOREIRA, Fábio Mosso et al. Os alunos de administração estão em sintonia com o mercado de trabalho? Avaliação (Campinas), Sorocaba, v. 19, n. 1, p. 61-88, Mar. 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Colegiado de Curso. Projeto Pedagógico do Curso de Administração. Currais Novos: Colegiado de Curso, 2010. Disponível em: <https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/ppp.jsf?lc=pt_BR&id=2000004>. Acesso em 30 mar. 2019. RAMOS, Rogério. Ramos da administração. Brasília: Conselho Federal de Administração, 2018. 55p. SILVA, Judson Daniel Januario da. A percepção da classe empresarial curraisnovense com relação ao Curso de Administração oferecido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Campus Currais Novos. 2017. Monografia (Bacharel em administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó – Campus Currais Novos. Currais Novos: UFRN, 2017. 76f. SOUSA, Luiz Henrique Rozati de et al. O mercado de trabalho para alunos e egressos do curso de administração. [201-?]. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos16/892463.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2019. SOUZA, Antônio Carlos de; FIALHO, Francisco Antônio Pereira; OTANI, Nilo. TCC: métodos e técnicas. Florianópolis: Visual Books, 2007. TAURION, Cezar. Qual o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho. Blue Printt. 2017. Disponível em < https://blueprintt.co/blog/inteligencia-artificial-nas-empresas/>. Acesso em: 18 jun. 2019. UHR, D. A. P. et al. Um estudo sobre a discriminação salarial no mercado de trabalho dos administradores do Brasil. Revista de Economia e Administração, v. 13, n. 2, p. 194-213, 2014.
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APÊNDICE
Instrumento de Pesquisa (Questionário)
1. Perfil sócio-demográfico
Gênero ( ) Feminino ( ) Masculino ( ) Outro
Idade ( ) 20 a 25 ( ) 25 a 30 ( ) 30 a 35 ( ) > 35
Estado civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Divorciado ( ) Viúvo
Filhos ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ou mais ( ) Não tenho
Renda Familiar ( ) 1 salário ( ) 2 salário ( ) 3 salário ( ) 4 ou mais
Conclusão do curso
( ) 2014 ( ) 2015 ( ) 2016 ( ) 2017
2. Perguntas relacionadas a formação e o mercado de trabalho
Exce
len
te
Ótim
a
Bo
a
Razo
áve
l
Ruim
Pé
ssim
a
2.1 Qual é a sua perspectiva atual em relação a área de administração e o mercado de trabalho?
2.2 Como você avalia a produção do conhecimento obtida no curso?
2.3 Você considera que os conhecimentos obtidos no curso foram suficientes para te deixar preparado para o mercado de trabalho?
2.4 Qual o conceito que você atribui aos docentes do curso de administração do CERES Currais Novos?
3. Você esta exercendo atividade profissional no momento? a) Sim, na minha área de formação b) Sim, em outra área c) No momento estou desempregado d) Nunca desempenhei qualquer função ou atividade no mercado de trabalho na
área de administração 4. Quanto tempo você levou para conseguir um emprego após a conclusão do curso? a) Comecei a trabalhar antes da conclusão do curso b) em até 6 meses c) de 6 meses a 1 ano d) mais de 1 ano e) ainda não trabalho 5. Qual o motivo de não estar trabalhando na área de formação? a) Trabalho na minha área de formação b) Mercado de trabalho saturado c) Oportunidade melhor em outra profissão d) Conclui o curso, mas não consegui me identificar com a área
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6. Caso esteja trabalhando em qual tipo de empresa você trabalha? a) Privada b) Empresa própria c) Setor público d) Outra 7. Em relação ao aprimoramento profissional você está cursando: a) Especialização/MBA b) Mestrado c) Doutorado c) Está cursando ou já cursou outra Graduação d) Não fez mais nenhum curso após a conclusão da Graduação 8. Você fez o cadastro no Conselho Regional de Administração (CRA)? a) Sim b) Não, mas pretendo me cadastrar c) Não tenho interesse 9. Você realizou estágio durante o curso? a) Sim, na área de administração e não remunerada b) Sim, na área de administração e remunerada c) Sim, mas não era na área d) Não fiz estágio 10. Caso você tenha realizado estágio, você considera que os conhecimentos obtidos durante o estágio foram suficientes para te deixar preparado para o mercado de trabalho? a) Sim b) Não c) Em parte 11. Descreva, na sua opinião quais as maiores dificuldades enfrentadas para se ingressar no mercado de trabalho.