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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL EFEITO DA INOCULAÇÃO COMBINADA DE RIZÓBIO E Trichoderma spp. NA PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO EM FEIJÃO-CAUPI NO CERRADO ARIÁDILA GONÇALVES DE OLIVEIRA GURUPI-TO JULHO DE 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS …¡dila... · 2014. 4. 24. · 3 Trabalho realizado junto ao curso de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

EFEITO DA INOCULAÇÃO COMBINADA DE RIZÓBIO E Trichoderma spp. NA

PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO EM FEIJÃO-CAUPI NO CERRADO

ARIÁDILA GONÇALVES DE OLIVEIRA

GURUPI-TO

JULHO DE 2012

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ARIÁDILA GONÇALVES DE OLIVEIRA

EFEITO DA INOCULAÇÃO COMBINADA DE RIZÓBIO E Trichoderma spp. NA

PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO EM FEIJÃO-CAUPI NO CERRADO

Dissertação apresentada ao Mestrado em Produção

Vegetal da Universidade Federal do Tocantins, como parte

das exigências para a obtenção do título de Mestre em

Produção Vegetal - Área de Concentração em Fitotecnia.

GURUPI-TO

JULHO DE 2012

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Trabalho realizado junto ao curso de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal

do Tocantins, sob a orientação do Profº Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior, com o apoio

financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq).

Banca examinadora:

________________________________________

Prof. Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior-

Universidade Federal do Tocantins (Orientador)

_________________________________________

Prof. Dr. Rodrigo de Castro Tavares -

Universidade Federal do Tocantins (Examinador)

_________________________________________

Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos -

Universidade Federal do Tocantins (Examinador)

_________________________________________

Prof. Dr. Tarcisio Castro Alves de Barros Leal -

Universidade Federal (Examinador)

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Á minha mãe Aldinar Gonçalves de Carvalho ( in memorian), pelos ensinamentos

de vida, por me fazer ser o que sou, mesmo não estando presente posso senti-la sempre do

meu lado, nos momentos mais difíceis da minha vida ela sempre esteve comigo. Onde a

senhora estiver mãe,jamais a esquecerei.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À DEUS, por me proporcionar saúde, capacidade, sabedoria e força, e

principalmente, pelas oportunidades que me tem concedido e por colocar tantas pessoas

especiais na minha vida que tanto me ajudaram e apoiaram.

Aos meus pais Aldinar (in memorian) e João Batista, pela confiança, apoio e amor

incondicional por terem me proporcionado tantas oportunidades para que eu trilhasse meu

caminho até aqui. Vocês são a base para todas as conquistas que fiz e farei em minha vida.

A toda minha família pelo imenso apoio, confiança e dedicação, por

compreenderem minha ausência por tão longos períodos. Principalmente por acreditarem

que eu poderia conseguir.

Às minhas irmãs Eva Adriana e Andréia, pela dedicação, por saberem me ouvir nos

momentos de dúvidas e incertezas e por me dar conselhos, obrigada por sempre estarem

perto de mim.

Às minhas sobrinhas e filhas Ana Júlia e Maria Clara, minha maior felicidade.

Obrigada pela alegria. Posso dizer que meus dias nunca começaram e nem terminaram mal,

porque os seus sorrisos me fazia acreditar que tudo valia à pena, e que todo sofrimento seria

passageiro.

Ao meu namorado, Inésio Ricardo Poletto com muito amor e profunda admiração

agradeço por todo o incentivo, amor, orações, carinho e compreensão. Desculpa pelas horas

de estresse e obrigada por tudo.

Aos meus melhores amigos, Sérgio, Ronice, Elcione e Aline. Pela convivência

destes anos, pela companhia nos momentos de desespero, por confiarem em mim e me

fazerem acreditar que eu podia chegar onde cheguei. Pela ajuda nos experimentos, pelo

abrigo, pela amizade, companheirismo. Enfim sem vocês nada disso seria possível.

Aos colegas e também amigos: Higor Barbosa Reis, Rogério Tavares, Bruno

Vizioli, Fábio Monteiro, Michel Dotto, Weslany, Gabriel, Lílian, Dalmárcia, Damianae

outros que foram importantes para o desenvolvimento desse trabalho, e concretização dessa

meta, sem vocês não teria chagado aonde cheguei. Obrigada pela agradável convivência e

amizade.

Aos amigos que mesmo distante sempre estiveram presente: Lourian, Dayze,

Mariele, Azelma, Cleydiane, Gisele, Daniele.

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Aos colegas de turma do Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal, em

especial, Luis Paulo (piqui), Vinícius (cabeça), Glauber, André (frota), pelo convívio e pela

amizade.

Ao meu orientador Prof. Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior, pela confiança em

transmitir seus conhecimentos, suas experiências, que tornaram possível a existência deste

trabalho e apoiar-me em todas as dificuldades, ensinando, antes que com palavras, pelo

exemplo. A confiança nas minhas possibilidades, o seu otimismo, apoio e respeito no

decorrer de toda a orientação. Obrigada por tudo.

Aos professores da pós-graduação da UFT, Tarcísio Leal, Flávio, Henrique

Guilhon, Elizangela, Saulo, Gil Rodrigues, Raimundo Wagner, pelos conhecimentos

transmitidos durante as disciplinas ministradas, dedicação e amizade.

A todos os funcionários dos Laboratórios de Fitopatologia, Laboratório de Solos e

Laboratório de Controle Biológico de Pragas pela inestimável colaboração na realização

deste trabalho.

Aos membros da banca pela disponibilidade em contribuir com o nosso trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal- UFT, por possibilitar a

concretização desse sonho.

Ao CNPq, pelo auxílio financeiro.

A Empresa JCO fertilizantes pela disponibilidade do material utilizado na

avaliação.

A todos que direta ou indiretamente, cooperaram para o bom andamento do

trabalho, principalmente aqueles que foram capazes de um gesto de compreensão e bondade,

marcando de uma forma particular minha passagem por esta instituição.

Obrigada a todos.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 9

LISTA DE TABELAS............................................................................................... 10

INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 12

CAPÍTULO I – Potencial de solubilização de fosfato e produção de AIA (ácido

indol acético) por Trichoderma spp

RESUMO .................................................................................................................. 18

ABSTRACT .............................................................................................................. 19

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 20

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 22

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 24

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 28

CAPÍTULO II – Promoção de crescimento por rizóbio e Trichoderma spp em

feijão-caupi no cerrado, sul do Tocantins.

RESUMO .................................................................................................................. 30

ABSTRACT .............................................................................................................. 31

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 32

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 34

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 37

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 50

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CAPÍTULO III – Efeito da inoculação combinada de rizóbio e Trichoderma spp

em diferentes cultivares de feijão-caupi no cerrado, Gurupi-TO.

RESUMO .................................................................................................................. 52

ABSTRACT .............................................................................................................. 53

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 54

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 56

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 59

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 75

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................... 76

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO II

Figura 1. Eficiência relativa de feijão-caupi cv. vinagre inoculado com rizóbio e

Trichoderma, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio, 50 dias após o plantio

(Safras 2011 e 2012). . ................................................................................................ 42

Figura 2: Eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos inoculado com

rizóbio e Trichoderma, em relação ao N total acumulado no feijão-caupi var. vinagre,

50 DAP. (Safra 2011 e 2012........................................................................................ 43

CAPÍTULO III

Figura 1: Eficiência relativa de feijão-caupi cv. Vinagre, Corujinha, Fradinho e Sempre

verde, inoculado com rizóbio e Trichoderma, em relação ao tratamento adubado com

nitrogênio, 50 dias após o plantio. Experimentos 1, 2, 3 e 4. ........................................ 65

Figura 2: Eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos inoculado com

rizóbio e Trichoderma, em relação ao N total acumulado no feijão-caupi 50 dias após o

plantio. cv. Vinagre, Corujinha, Fradinho e Sempre verde (Experimentos 1, 2, 3 e 4). 66

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

Tabela 1. Isolados de Trichoderma obtidos do produto Trichoplus JCO e suas origens

de isolamento...................................................................................................................22

Tabela 2. Solubilização de fosfato de cálcio em meio NBRIP modificado por isolados

de Trichoderma sp, em diferente intervalo de tempo (dias)............................................25

Tabela 3. Produção de AIA por Trichoderma em meios BD e FAN na ausência e

presença de L- triptofano.................................................................................................27

CAPÍTULO II

Tabela 1: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR) e total (MST) em feijão-caupi

cv. Vinagre inoculado com rizóbio e Trichoderma sp. (Trichoplus JCO). Safra 2011e

2012. Gurupi-TO ........................................................................................................ 38

Tabela 2. Número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi

cv. Vinagre inoculado com rizóbio e Trichoderma sp. (Trichoplus JCO). Safra 2011 e

2012. Gurupi-TO. ....................................................................................................... 40

Tabela 3.Teor de Nitrogênio (TN), acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) e

produtividade de feijão-caupi cv. Vinagre em Gurupi-TO. .......................................... 41

Tabela 4.Incidência e severidade de podridão radicular (Rhizoctonia solani) de plantas

de feijão-caupi cv. Vinagre inoculadas com rizóbio e Trichoderma. ............................ 44

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Tabela 5. Estande inicial e estande final do feijão-caupi cv. Vinagre inoculado com

rizóbio e Trichoderma. ................................................................................................ 45

CAPÍTULO III

Tabela 1. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Vinagre inoculado

com rizóbio e Trichoderma sp.1 Experimento 1. .......................................................... 60

Tabela 2. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Corujinha,

inoculado com rizóbio e Trichoderma sp.Experimento 2. ............................................ 61

Tabela 3. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Fradinho, inoculado

com rizóbio e Trichoderma sp. Experimento 3. ........................................................... 63

Tabela 4. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Sempre verde,

inoculado com rizóbio e Trichoderma sp. Experimento 4. ........................................... 64

Tabela 5. Produtividade de feijão-caupi cv. Vinagre (Experimento 1), cv. Corujinha

(Experimento 2), cv. Fradinho (Experimento 3) e cv. Sempre verde (Experimento 4),

inoculados com rizóbio e Trichoderma sp. .................................................................. 67

Tabela 6. Teor de Nitrogênio (TN), acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) e

teor de fósforo em feijão-caupi cv. Vinagre, Corujinha, Fradinho e Sempre verde.

Experimentos 1, 2, 3 e 4. ............................................................................................. 69

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Introdução Geral

O feijão-caupi, feijão-de-corda, feijão-de-rama ou feijão fradinho (Vigna

unguiculata (L.) Walp.) é um alimento básico para a população, principalmente do

Nordeste, sendo uma excelente fonte de proteínas, possuindo a maioria dos aminoácidos

essenciais, carboidratos, vitaminas e minerais, além de ter grande quantidade de fibras

dietéticas e baixa quantidade de gordura (ANDRADE JÚNIOR et al., 2003).

Apresenta elevada capacidade de fixação biológica do nitrogênio atmosférico e

adapta-se bem a solos de baixa fertilidade, nas mais diversas condições climáticas

(EHLERS & HALL, 1997). De acordo com Melo et al. (2003) o fato do feijão-caupi

fixar o nitrogênio da atmosfera, por meio da simbiose com bactérias do gênero

Rhizobium, garante um melhor desenvolvimento vegetativo e produtivo, contribuindo

para redução do uso de fertilizantes nitrogenados.

Em diversas regiões semiáridas do mundo o caupi constitui uma das principais

culturas, ocupando 13,9 milhões de hectares mundialmente distribuídas nas regiões

tropicais e subtropicais da África, da Ásia e das Américas, com produção de 4,9 milhões

de toneladas grãos. O Brasil é o terceiro produtor mundial com 1,5 milhão de hectares

cultivados e produção de 492,3 mil toneladas (SINGH et al., 2002; FAO, 2007). As

regiões onde se concentram os maiores cultivos são as regiões Norte (55,8 mil hectares)

e Nordeste (1,2 milhão de hectares), onde constitui uma das principais alternativas

sociais e econômicas de suprimento alimentar e geração de emprego, especialmente

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para as populações rurais (FREIRE FILHO et al., 2005), alcançando quase a totalidade

das áreas plantadas com feijão no Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte, Ceará ,

Maranhão e Piauí (SANTOS et al., 2007; CRAVO & SOUZA, 2007; FREIRE FILHO

et al., 2007). No entanto, na região Centro-Oeste, a cultura está conquistando espaço em

razão do desenvolvimento de variedades com características que favorecem o cultivo

mecanizado (FAO, 2009).

O feijão-caupi contribui com 35,6 % da área plantada e 15 % da produção de

feijão (feijão-caupi + feijão-comum) no país (FAO, 2009). Já no Cerrado o caupi vem

sendo introduzido recentemente principalmente por sua compatibilidade com o sistema

de rotação de cultura e também como cultura principal (ZILLI et al., 2006; MENEZES

et al., 2007). Atualmente, o Tocantins possui uma área de plantio de feijão-caupi, na

região de várzeas tropicais, em torno de 3,5 mil hectares e uma produção anual de 4,5

mil toneladas (CONAB, 2012).

O feijão-caupi é um alimento que tem um grande potencial para a expansão do

consumo, como também para processamento industrial (FREIRE FILHO et al., 2007).

O interesse pela cultura vem aumentando devido sua produção de alta qualidade, o que

possibilita sua boa aceitação por parte de comerciantes, agroindústrias, distribuidores e

consumidores, além do seu preço muito competitivo quando cultivado na época de

safrinha (FREIRE FILHO et al., 2009).

Mesmo sendo uma cultura compatível com as condições ecológicas locais, ainda

apresenta baixa produtividade, principalmente por predominarem as lavouras

conduzidas sob dependência das chuvas (FREIRE FILHO et al., 2005). No sul do

Estado do Tocantins as principais causas que limitam a produtividade do feijão-caupi

que merecem destaque é o cultivo de variedades tradicionais com baixa capacidade

produtiva, razão pela qual se observa que o aumento de produtividade pode ser

alcançado mediante a utilização de sementes de qualidade superior.

O uso de insumos biológicos tem sido cada vez mais frequente na agricultura. E

um desses que tem se mostrado indispensável para a sustentabilidade da agricultura

brasileira é a fixação biológica de nitrogênio (FBN), haja vista o fornecimento de

nitrogênio às culturas com baixo custo econômico, impacto ambiental reduzido e por

terem resultados promissores quanto à utilização (MARTINS et al., 2003; LACERDA

et al., 2004; RUMJANEK et al., 2005; SOARES et al., 2006; ZILLI et al., 2006; ZILLI

et al., 2007; CHAGAS JR., 2009, 2010).

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No cerrado do Tocantins, entretanto, o uso de inoculantes na cultura do feijão-

caupi ainda é muito limitado, necessitando de estudos de avaliação da fixação biológica

do nitrogênio e da eficiência agronômica das estirpes de rizóbios nas condições de clima

e solo do cerrado no Sul do Tocantins.

Outros fatores que limitam a produção do feijão-caupi no Brasil, encontram-se

as doenças causadas por agentes patogênicos, as quais influenciam na qualidade e na

quantidade de feijão produzida. Os fungos agrupam o maior número de patógenos

nocivos a esta cultura, embora bactérias,nematóides e vírus também proporcionam

danos significativos (ATHAYDE SOBRINHO et al., 2000). Possuem ampla diversidade

de espécies patogênicas, estando presente em diversos habitats e colonizam vários

tecidos vegetais (ATHAYDE SOBRINHO et al., 2000, 2005).

Dentre as principais doenças que atacam a planta do feijão-caupi está a mela,

causada pelo fungo Rhizoctonia solani Kühn (teleomorfo Thanatephorus cucumeris). O

fungo é um patógeno de planta habitante do solo que apresenta grande capacidade

competitiva saprofítica e que sobrevive colonizando restos de cultura ou mediante a

formação de estruturas de resistência, o que torna seu controle difícil (GODINHO et al.,

1999). Em condições de campo, observa-se desfolha de 3 a 80% em linhagens de feijão-

caupi de porte ereto (NECHET et al., 2006) e redução de 577 kg ha-1

na produção do

genótipo suscetível (80% desfolha). A disseminação a partir do inóculo primário ocorre

principalmente através de respingos de chuva, carreando fragmentos de micélio ou

escleródios para as folhas e pecíolos de plantas jovens, antes do fechamento das

entrelinhas na lavoura (SILVEIRA, 2003).

A característica inicial da doença manifesta-se através de anasarca

(encharcamento), que indica que o fungo dispõe de uma bateria de enzimas que

provocam a desintegração dos espaços intercelulares de outras substancias (toxinas e

enzimas), que alteram a permeabilidade das células que perdem sua turgescência e

morrem, sendo seus constituintes utilizados como substratos nutritivos para o fungo,

caracterizando este patógeno como necrófilo (GODINHO et al., 1999). Os sintomas

iniciais ocorrem nos estágios iniciais da germinação e emergência das plântulas,

resultando em tombamento ou damping off.

Considerados como microrganismo importante utilizado como inoculante em

culturas agrícolas os fungos do gênero Trichoderma são microrganismos de vida livre e

estão entre os mais estudados e conhecidos agentes de biocontrole no mundo (VERMA

et al., 2007a,b). Atualmente, espécies de Trichoderma são os agentes de controle

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biológico mais comercialmente utilizados no Brasil (LOPES, 2009). Formulados como

biopesticidas, biofertilizantes e inoculantes de solo (HARMAN et al., 2004), sendo T.

harzianum a espécie mais estudada (MARIANO et al., 2005).

Trichoderma spp. é um micoparasita necrotrófico eficaz no controle de

inúmeros fungos fitopatogênicos, principalmente aqueles com estruturas de resistência

consideradas difíceis de serem atacadas por microrganismos, como esporos, escleródios,

clamidósporos, microescleródios. Trichoderma spp. é um fungo imperfeito, pertencente

à Sub-divisão Deuteromycotina, ordem Hifomicetes e família Moniliaceae e possui

muitas espécies que são geneticamente distintas, podendo ser encontrado no mundo

todo e em praticamente todos os tipo solos (MELO,1991).

Para a agricultura, além do controle de patógenos, o uso de Trichoderma spp.

pode oferecer várias vantagens como: decomposição de matéria orgânica, uma

microflora competitiva/deletéria através da colonização da rizosfera (HARMAN et al.,

2004). Esse gênero apresenta características essenciais para um agente de controle

biológico, como ausência de impacto negativo ao meio ambiente, presença de estruturas

de reprodução de fácil propagação, principalmente em substratos naturais, capacidade

de sobreviver em ambientes desfavoráveis, além de conter populações de patógenos em

condições de solo diferentes (VINALE et al., 2008). Esse fungo vem sendo considerado

por muitos autores como promotor de crescimento. O seu potencial tem sido verificado

na germinação de sementes e no crescimento de plantas (LUZ, 2001; RESENDE et al.,

2004; CARVALHO FILHO,2008).

O tratamento de sementes com microrganismos antagonistas pode promover

bom desenvolvimento de plantas de forma geral, incluindo os efeitos benéficos na

germinação de sementes, emergência e desenvolvimento das plântulas, uma vez que,

fungos do gênero Trichoderma são capazes de atuar como bioestimulante do

crescimento radicular, promovendo o desenvolvimento de raízes através de

fitohormônios, e assim melhorar a assimilação de nutrientes o que aumenta a resistência

diante de fatores bióticos não favoráveis, além de degradar fontes de nutrientes que

serão de fundamental importância para o desenvolvimento do vegetal (HARMAN,

2000; HARMAN et al., 2004).

Para que o Trichoderma spp. seja eficiente, é necessário que ele consiga se

adaptar e sobreviver no ambiente que irá crescer e atuar como agente de biocontrole,

visto que sua habilidade no ambiente é dependente de fatores abióticos e bióticos como

tipo de solo, pH, temperatura, umidade, aeração do solo, tipo de microflora, de substrato

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e nutrientes (HOWELL, 2003; BENÍTEZ et al., 2004; VERMA et al., 2007a).

A utilização de bioprodutos que atuam no controle biológico de

microorganismos patogênicos é uma realidade atual no manejo integrado de doenças.

Nesse cenário, inclusive no aspecto comercial da cultura do feijão-caupi, veem se

destacando a produção de biocontroladores a base do fungo Trichoderma,que estão

sendo propostos como mais uma ferramenta no controle de fitopatógenos em alternativa

ou em combinação com o uso de fungicidas químicos em diversos sistemas de

produção, uma vez que a combinação de métodos de controle com o objetivo de reduzir

a intensidade de doenças radiculares pode resultar num aumento na produtividade sem

que haja uma interferência negativa no meio ambiente. Os fungicidas químicos

apresentam somente um controle temporário e usualmente necessitam de aplicações

repetidas durante o crescimento da planta, enquanto agentes de controle biológico são

capazes de se estabelecer colonizar e se reproduzir no ecossistema (ÁVILLA, et al.,

2005)

Assim, a inoculação de rizóbio associado ao Trichoderma pode exercer uma

ação antagonista contra patógenos da rizosfera atuando também como promotor de

crescimento e a atividade infectiva e de fixação de nitrogênio das estirpes de rizóbio.

Com a substituição de insumos convencionais por biológicos buscando a

sustentabilidade e o aumento de produtividade é que este trabalho teve como objetivo

avaliar os efeitos da dupla inoculação de rizóbio e Trichoderma em feijão caupi

cultivado em campo no município de Gurupi, no sul do Tocantins.

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Capítulo I

Potencial de solubilização de fosfato e produção de AIA

por Trichoderma spp.

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Potencial de solubilização de fosfato e produção de AIA por Trichoderma spp.

RESUMO

Fungos do gênero Trichoderma podem produzir substâncias que auxiliam a

planta tanto no controle de fitopatógenos como na promoção do crescimento vegetal,

através da síntese do ácido indol acético (AIA) e/ou solubilização de fosfato. Assim,

avaliou-se o potencial de produção de AIA e a capacidade de solubilização de fosfato,

in vitro, por isolados de Trichoderma spp. A partir de culturas de Trichoderma crescidas

em meio BDA (batata, dextrose e Agar), foram retirados discos de aproximadamente

8,0 mm de diâmetro contendo micélio e conídios e repicados para Erlenmeyer (250 mL)

contendo meios BD (batata e dextrose) e FAN na ausência e presença de L-triptofano,

como precursor para biosíntese de AIA. Para a avaliação da capacidade de solubilização

de fosfato, discos de aproximadamente 8,0 mm de diâmetro com micélio e conídios,

também, foram repicados para Erlenmeyer (250 mL), contendo meio NBRIP

(modificado) contendo os seguintes ingredientes (g L-1

): glicose, 10,0; 10,0; MgCl2.6

H2O, 5,0; MgSO4.7H2O, 0,25; KCl, 0,2; (NH4)2SO4, 0,1. Foram adicionados ao meio,

50 mL de K2HPO4 (10%) e 100 mL de CaCl2 (10%), para formação de precipitado

insolúvel de CaHPO4. Após análise colorimétrica, determinaram-se os teores de AIA e

fósforo solúvel. Com relação à produção de AIA, todos os isolados, com exceção do

isolados Tr-Dina, produziram AIA nos meios de cultura BD e FAN suplementado ou

não com L-triptofanos. Os valores obtidos foram significativamente maiores com a

utilização de L-triptofano, evidenciando o efeito positivo da utilização do L-triptofano

como indutor para síntese de AIA. Quanto à solubilização de fosfato, os isolados

testados foram capazes de solubilizar fosfato em meio NBRIP.

Palavras-chave: Trichloplus, L-triptofano, ácido indol acético, fosfato de cálcio.

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Potential phosphate solubilization and AIA production of Trichoderma spp

ABSTRACT

Fungi of the genus Trichoderma can produce substances that help the plant in

the control of plant pathogens and in promoting plant growth, through the synthesis of

indole acetic acid (IAA) and/or phosphate solubilization. Thus, to evaluate the potential

production of IAA and ability to solubilize phosphate, in vitro, and Trichoderma spp.

From Trichoderma colonies grown on PDA (potato dextrose agar), disks were obtained

approximately 8.0 mm in diameter containing conidia and mycelium and transferred to

Erlenmeyer flask (250 ml) containing means PD (potato dextrose) and FAN in the

absence and presence of L-tryptophan, the precursor for biosynthesis of IAA. To

evaluate the ability to solubilize phosphate, disks of approximately 8.0 mm in diameter

and conidia and mycelium also were transferred to Erlenmeyer flask (250 mL)

containing NBRIP medium (modified) containing the following ingredients (g L-1

):

glucose, 10.0, 10.0, MgCl2.6 H2O, 5.0; MgSO4.7H2O, 0.25, KCl 0.2, (NH4)2SO4, 0.1.

Were added to the medium, 50 ml of K2HPO4 (10%) and 100 ml of CaCl2 (10%) to

insoluble precipitate of CaHPO4. After colorimetric analysis, we determined the levels

of IAA and soluble phosphorus. For the production of IAA, all isolates, except for

isolated Tr-Dina, synthesize IAA in the culture media BD and FAN supplemented or

not with L-tryptophan. The values were significantly higher with the use of L-

tryptophan, showing the positive effect of the use of L-tryptophan as an inducer for the

synthesis of IAA. The solubilization of phosphate, the strains tested were able to

solubilize phosphate NBRIP means.

Key words: Trichloplus, L-tryptophan, indole acetic acid, calcium phosphate

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INTRODUÇÃO

Fungos do gênero Trichoderma spp. estão entre os microrganismos mais

comumente estudados como agentes de controle biológico de doenças em plantas e

apresentam também atividade como promotores de crescimento de plantas

(ALTOMARE et al., 1999; GRAVEL et al., 2007; SANTOS et al., 2010; MACHADO

et al., 2011). Muitas destas espécies possuem a capacidade de se associar às raízes,

formando uma interação interespecífica de simbiose, por mecanismos similares àqueles

de fungos micorrízicos (BENÍTEZ et al., 2004).

Os mecanismos de promoção de crescimento vegetal por microrganismos do

solo podem ser diretos e indiretos. Os diretos podem ser a produção de hormônios, ou

outra substância análoga a estes, que influenciam no crescimento ou desenvolvimento

da planta (BASHAN & HOLGUIN, 1997; MACHADO et al., 2011), ou ainda suprindo

suas necessidades nutricionais pela solubilização de fosfatos (BLOEMBERG &

LUGTENBERG, 2001; GRAVEL et al., 2007). Já os benefícios indiretos podem ser

pela ação de microrganismos por meio da supressão de patógenos (HARMAN et al.,

2004; BENÍTEZ et al., 2004; CARVALHO et al., 2011; SILVA et al., 2011; GAVA E

MENEZES, 2012).Esse mecanismo leva ao desenvolvimento da planta, incluindo

efeitos benéficos na germinação de sementes, emergência e desenvolvimento de

plântulas e produção de grãos e frutos. Os nutrientes solubilizados tornam-se

disponíveis para a absorção pela raiz, reduzindo assim a necessidade de adubações

(HARMAN, 2000; ALTOMARE et al., 1999).

Quanto à produção do hormônio, a síntese de auxinas, particularmente o ácido

indol-acético (AIA) promove o crescimento das raízes e a proliferação de pelos

radiculares, o que pode melhorar a absorção de nutrientes e água do solo e,

consequentemente, melhorar o crescimento da planta (CABALLERO-MELLADO et

al., 2006). Vários estudos têm reportado que os microrganismos estão ativamente

envolvidos na síntese de auxinas, tanto em meio de cultura quanto no solo (SOUCHIE

et al., 2007; ALMANÇA, 2008; CARVALHO FILHO, 2008).

A biosíntese de AIA por microrganismos tem sido reportada, porém o L-

triptofano, como aminoácido, tem sido usado como precursor fisiológico para a

biosíntese de auxinas em plantas e microrganismos (KHALID et al., 2004). Os

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exsudados radiculares são fontes naturais de L-triptofano (LUM & HIRSCH, 2003) para

a microbiota do solo, contribuindo para a síntese microbiana de AIA na rizosfera.

A produção de AIA por fungos tem sido reportada, evidenciando a capacidade

de fungos em sintetizar AIA na rizosfera de plantas, podendo proporcionar o

desenvolvimento radicular, como observado por Bjorkman (2004), Gravel et al. (2007),

Souchie et al. (2007), Almança (2008) e Carvalho Filho (2008), em várias culturas.

Quanto à capacidade de solubilização de fosfatos, diversos microrganismos do

solo, como os fungos, solubilizam diferentes formas de fosfatos inorgânicos. Os fungos

foram relatados como solubilizadores de fosfatos em diversos trabalhos (SOUCHIE et

al., 2005b; VASSILEV et al., 2006a,b; BARROSO & NAHAS, 2008; KAPRI &

TEWARI, 2010). Tem-se reportado que os fungos e, provavelmente, todos os

microrganismos do solo, sintetizam uma série de fosfatases que são necessárias para

solubilizar fosfatos em meios contento fosfato ligado ou fixado (ILMER et al., 1995;

RUDRESH et al., 2005; EL-KOMY, 2005). Kapri & Tewari (2010) destacaram o

potencial de solubilização de fosfato por isolados de Trichoderma sp. em meio de

cultura, indicado pelas concentrações de fosfato solúvel (µg mL-1

), e o aumento

significativo nos parâmetros de crescimento de grão de bico (Cicerarietinum) em

ensaios de casa de vegetação, da mesma forma para culturas como Trifoliumrepens

(trevo) e grão de bico, como reportado por Vassilev et al. (2006a) e Kapri & Tewari

(2010), respectivamente.

A utilização de microrganismos que possuem a capacidade de realizar este tipo

de solubilização tem sido empregada como forma de substituir ou reduzir o uso de

fertilizantes fosfáticos solúveis, pois dessa forma haverá melhor aproveitamento dos

fosfatos naturais (SILVA FILHO et al., 2002) e também dos fosfatos que se encontram

adsorvidos.

Considerando o baixo nível de fertilidade do solo, em especial o fósforo nos

solos do cerrado tocantinense, o estudo teve por objetivo avaliar o potencial de

solubilização de fosfato e a capacidade de sintetizar AIA, ambos in vitro, usando

isolados de Trichoderma spp. obtidos de produtos comerciais.

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MATERIAL E MÉTODOS

Os isolados de Trichoderma avaliados neste estudo foram obtidos junto à

empresa JCO Fertilizantes e Bioprodutos. A partir do produto comercial contendo

isolados de diferentes regiões no Brasil e que fazem parte do mix de fungos que formam

o produto Trichoplus (Tabela 1).

Tabela 1: Isolados de Trichoderma obtidos do produto Trichoplus JCO e suas origens

de isolamento.

Isolados Espécie Origem de isolamento

Tr-SMa Trichoderma sp. Isolado de cultivo de sorgo

Tr-SMb Trichoderma sp. Isolados de cultivo de milheto

Tr-Euc Trichoderma harzianum (Hypocrea lixii) Isolado de cultivo de Eucalipto

Tr-har Trichoderma harzianum(T. asperellum) --*

Tr-Gok Trichoderma asperelum --

Tr-Dina Trichoderma longibrachiatum --

* Origem não definida.

Para o ensaio de solubilização de fosfato in vitro os isolados de Trichoderma

spp. foram cultivados inicialmente em meio BDA (batata, dextrose e ágar) a 28 oC, por

sete dias. A partir dessas culturas foram retirados discos de aproximadamente 8,0 mm

de diâmetro contendo micélio e conídios e repicados para Erlenmeyer (250 mL), onde

em seguida foram testados quanto ao potencial de solubilização de fosfato in vitro em

meio NBRIP modificado (NAUTYAL, 1999), contendo os seguintes ingredientes (g L-

1): glicose, 10,0; 10,0; MgCl2.6 H2O, 5,0; MgSO4.7H2O, 0,25; KCl, 0,2; (NH4)2SO4,

0,1.Foram adicionados ao meio, 50 mL de K2HPO4 (10%) e 100 mL de CaCl2 (10%),

para formação de precipitado insolúvel de fosfato de cálcio (CaHPO4). A estimativa

quantitativa de solubilização de fosfato foi realizada em triplicata. A incubação foi

realizada a 28±1 °C em um agitador a 150 rpm durante dez dias. Foram feitas

avaliações aos cinco, sete e dez dias após a repicagem.

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Para a determinação da concentração de fósforo (P) solúvel utilizou-se o

método colorimétrico de Murphy & Riley (1962), subtraindo-se o P solúvel contido nos

tratamentos pelo contido na amostra controle (meio de cultura com fosfato e sem

inóculo). Para as avaliações foram utilizadas uma parte do reagente, 0,5 ml da amostra

filtrada mais 5mL de água destilada para cada amostra. Após 20 minutos de reação o P

solúvel foi quantificado em espectrofotômetro no comprimento de onda de 725 nm de

absorbância. A curva padrão para quantificação de P foi feita a partir do fosfato de

potássio monobásico (KH2PO4) e as concentrações calculadas em µg mL-1

.

Para a produção de AIA in vitro por Trichoderma spp. inicialmente os isolados

foram previamente cultivados em placa de Petri em meio BDA (batata, dextrose e

Agar), por sete dias a 28 ºC. Para a avaliação da produção de AIA foram utilizados dois

meios de cultura para fungos. O meio BDA e o meio FAN (glicose, 20 g; extrato de

levedura, 3 g; K2HPO4, 0,6 g; MgSO4, 0,3 g; pH 5,9 – 6,1) (FAN, 2002). Os isolados

foram transferidos, através de discos de aproximadamente 8,0 mm de diâmetros

contendo o micélio e hifas do fungo, para frascos de Erlenmeyer (250 mL) contendo 50

mL com os meios BD e FAN na ausência (testemunha) e presença de L-triptofano. A

concentração de L-triptofano utilizada foi de 100 mg L-1

, sendo utilizadas três

repetições por isolado para cada tratamento em cada meio utilizado.

Após três, cinco e sete dias de crescimento sob um agitador rotatório (150 rpm)

a 26 ± 2 ºC, a massa fúngica foi separada por centrifugação a 12.000 rpm por 15

minutos. Para a análise colorimétrica de AIA (GORDON & WEBER, 1951) foram

utilizados uma parte do reagente de Salkowski [FeCl3 0,5 mol L-1

+ HClO4 (35%)] e

duas partes do sobrenadante obtido de cada isolado. Após a comprovação qualitativa da

presença de AIA (coloração rosa após 25 minutos de reação à temperatura de 28 ºC no

escuro), o fitormônio foi quantificado em espectofotômetro em 530 nm. As

concentrações, em µg mL-1

, foram calculadas a partir de uma curva padrão com

concentrações conhecidas da forma sintética do hormônio (0 a 100 µg mL-1

), cujas

leituras foram a base para calcular a concentração de AIA nas amostras.

Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de agrupamento de

médias Scott-Knott a 5% de probabilidade utilizando o programa estatístico ASSISTAT

versão 7.6 beta (SILVA, 2008).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os isolados mostraram cresceram em meio NBRIP modificado, com o

desaparecimento simultâneo do fosfato de cálcio adicionado ao meio, dentro de sete

dias, na maioria dos casos. A concentração de fosfato solubilizado gradualmente

aumentou, na maioria dos isolados, de cinco a sete dias, e diminuiu em seguida, aos 10

dias de crescimento (Tabela 2). A concentração de fosfato variou de 2,74 a 8,44 µg mL-

1 nos filtrados de cultura dos isolados de Trichoderma na primeira avaliação (cinco

dias), com os isolados Tr-SMa (7,45), TR-SMb(6,59)e Tr-Dina (8,44) apresentando

concentrações significativamente superiores (p<0,05). Aos sete dias de crescimento, as

concentrações encontradas para os isolados Tr-Euc e Tr-Dina (8,31 e 8,35 µg mL-1

,

respectivamente), foram superiores (p<0,05) aos demais isolados. Na avaliação aos 10

dias, o isolados Tr-Dina apresentou concentração de fosfato de 6,20 µg mL-1

, superior

(p<0,05) aos demais isolados. A concentração de fosfato significativamente mais baixa

foi registrado para o filtrado de cultura do isolado Tr-har, que variou de 2,47 a 3,33 µg

mL-1

nas três épocas de avaliação.

A diminuição do fosfato de cálcio observado no meio de cultura com os

isolados indica o potencial de Trichoderma para a solubilização de fosfato inorgânico.

A diminuição, em geral, da concentração de fosfato solubilizado, na última avaliação,

aos 10 dias após a repicagem, pode ter sido em função da utilização pelos fungos para

os processos celulares. Houve variação dos isolados de Trichoderma quanto ao

potencial de solubilização de fosfato sendo os isolados Tr-Dina, Tr-SMa, Tr-SMb e Tr-

Euc e os mais eficazes na solubilização de fosfato (Tabela 2). Resultados semelhantes

foram reportados por Kapri e Tewari (2010) que destacou o potencial de solubilização

de fosfato por Trichoderma sp. isolados da rizosfera de diferentes árvores, onde todos

os isolados testados foram capazes de solubilizar fosfato tricálcio em meio NBRIP. A

capacidade de solubilização de fosfatos por fungos em diferentes meios sólidos e

líquido, também, foram reportados por outros autores (ALTOMARE et al., 1999;

SILVA FILHO et al., 2002; ALAM et al., 2002; SOUCHIE et al., 2005b).

A capacidade de solubilização de fosfato por microrganismos pode estar

relacionada à acidificação do meio, devido a diminuição do pH em função da liberação

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de ácidos orgânicos ao meio. Segundo Illmer & Schinner (1992), houve uma

diminuição do pH até quatro dias seguidos por um aumento gradual durante a

solubilização de fosfato por Penicillium e Pseudomonas em culturas líquidas. Porém,

Kapri & Tewari (2010) concluíram que, contrariamente ao que o pH decrescente para

culturas individuais até 48 horas e depois a aquisição de constância, as concentrações de

fosfato solúveis continua a aumentar após 48 h. Isto sugere claramente que a queda de

pH não é o fator único para a solubilização de fosfato.

Os fungos demonstraram crescimento abundante no meio líquido. Resultados

semelhantes foram encontrados por Nahaset al (1994), Illmer & Schinner (1995) e

Souchie et al. (2005b), que relatam maior capacidade de solubilização de fosfatos para

os fungos comparados às bactérias, sendo isto, possivelmente, devido à maior produção

de biomassa e redução de pH.

O aumento inicial na concentração de fosfato, dos cinco aos sete dias, seguido

por uma diminuição gradual no filtrado de cultura, aos 10 dias de cultivo, também foi

reportado em outros trabalhos (NAUTIYAL, 1999; KAPRI & TEWARI, 2010). Esta

diminuição da concentração de fosfato aos10 dias pode ser correlacionada com a sua

fixação no micélio de Trichoderma, e segundo Kapri & Tewari (2010), este fosfato

poderá ser libertado de uma forma facilmente disponível em estreita proximidade com

as raízes após a lise de micélio com a idade.

Tabela 2: Solubilização de fosfato de cálcio (10 g L-1

) em meio NBRIP (modificado)

por isolados de Trichoderma sp, em diferente intervalo de tempo (dias)1.

Isolados Concentração de fosfato solubilizado (µg mL

-1)

5 dias 7 dias 10 dias

Tr-SMa 7,45 aA 6,75 bA 3,45 bB

Tr-SMb 6,59 aA 6,57 bA 3,81 bB

Tr-Euc 2,7 4cC 8,31 aA 4,55 bB

Tr-har 3,33 cA 2,86 cA 2,47 cA

Tr-Gok 5,98 bA 3,22 cB 4,60 bA

Tr-Dina 8,44 aA 8,35 aA 6,20 aB

Controle 0,29 dA 0,29 dA 0,30 dA

C.V.(%) 2 13,5 11,2 14,2

1 Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste

de Scott Knott a 5%.2 Coeficiente de Variação.

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Todos os isolados, com exceção do isolados Tr-Dina, produziram AIA nos

meios de cultura BD e FAN suplementado ou não com L-triptofano (Tabela 3). Na

ausência do indutor, a síntese de AIA variou significativamente de 1,4 a 3,0 µg mL-1

,

com os isolados Tr-SMa e Tr-har respectivamente nas avaliações aos três dias de

crescimento no meio BD e os isolados Tr-Euc (1,4) com a menor média e Tr-SMb(2,3)

e Tr-Gok (2,3) com as maiores médias para o meio FAN. No quinto dia de avaliação

não houve diferença significativa entre os tratamentos com os isolados, somente em

relação ao isolado Tr-Dina, que não apresentou concentração de AIA, e a testemunha,

para o meio BD. Para o meio FAN as maiores concentrações foram para os isolados Tr-

SMb(2,3) e Tr-Gok (2,5). No sétimo dia de crescimento, os isolados Tr-SMa (2,0), Tr-

SMb (2,0), Tr-Euc (1,8) e Tr-har (1,8) apresentaram as maiores médias (p<0,05) para o

meio BD e o isolado Tr-SMb(2,8) para o meio FAN.

Com o uso do L-triptofano, aos três dias de avaliação as maiores médias foram

observadas para os tratamentos com os isolados Tr-SMa, Tr-SMb e Tr-har para o meio

BD e o isolado Tr-Euc para o meio FAN. No quinto dia de avaliação, destaque para o

isoladoTr-SMb para o meio BD e os isolados Tr-SMa , Tr-SMb e Tr-Euc para o meio

FAN, superiores (p<0,05) aos demais tratamentos. Já no sétimo dia de avaliação, o

isolado Tr-SMb apresentou as maiores médias (p<0,05) para os meios BD e FAN

(Tabela 3). Na comparação dos tratamentos com e sem L-triptofano, houve diferença

significativa nas três épocas de avaliação e nos dois meios utilizados, evidenciando o

efeito positivo da utilização do L-triptofano como indutor para síntese de AIA.

Carvalho Filho (2008) concluiu que alguns isolados de Trichoderma revelaram

produção do fitohotmônio AIA, em testes de filtrados de colônias com o reagente de

Salkowski. Gravel et al. (2007), também verificaram a produção de AIA por um isolado

de T. atroviride, utilizando diferentes meios de cultura contendo os precursores

triptofano, triptamina e triptofol. Almança (2008), testando cinco isolados de

Trichoderma, encontrou resultados semelhantes aos encontrados no presente trabalho,

também com isolados que não apresentaram produção de AIA em níveis

detectáveis,como observado para o isolado Tr-Dina nos dois meios utilizados (Tabela

3).

Em trabalhos realizados por Gravel et al. (2007) verificaram a capacidade de

Pseudomonas putida e T. atroviride em promover o crescimento reprodutivo de plantas

de tomate sob condições típicas de crescimento hidropônico. Atribuíram esse

crescimento ao resultado dos numerosos modos de ação exibidos pelos organismos

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testados, incluindo a regulação da concentração de ácido indolilacético na rizosfera.

Estes autores verificaram a capacidade destes microrganismos em produzir AIA in vitro

a partir de diferentes precursores, inclusive o L-triptofano, e concluiu que na dose de

0,75mM de L-triptofano, aumentou-se a produção de AIA, o peso fresco e comprimento

do caule e raízes da cultura.

A produção de AIA pelos isolados de Trichoderma avaliados sugere o uso

potencial desses fungos como promotores do crescimento radicular de espécies vegetais

de importância agrícola, conforme documentado por Bjorkman (2004), Resende et al.

(2004), Gravel et al., (2007), Almança (2008) e Carvalho Filho (2008). Este fitormônio

produzido pelos microrganismos, quando se encontra em concentrações baixas atua

estimulando o crescimento, e quando o mesmo apresenta-se em altas concentrações,

pode prejudicar o desenvolvimento radicular (SILVEIRA, 2008).

Tabela 3: Produção de AIA (µg mL-1

) por Trichoderma em meios BD e FAN na

ausência (S Trip.) e presença (C Trip.) de L-triptofano.1

Tratamentos AIA (µg mL

-1) - MEIO BD

3 dias 5 dias 7 dias

S Trip. C Trip. S Trip. C Trip. S Trip. C Trip.

Tr-SMa 1,4 aB 11,1 aA 1,7 aB 11,7 bA 2,0 aA 14,3 bA

Tr-SMb 1,8 aB 13,3 aA 1,9 aB 14,8 aA 2,0 aB 18,7 aA

Tr-Euc 2,0 aB 5,6 bA 1,7 aB 5,8 cA 1,8 aB 8,3 cA

Tr-har 3,0 aB 9,4 aA 1,9 aB 7,4 cA 1,8 aB 6,2 cA

Tr-Gok 1,6 aB 4,7 bA 1,6 aB 5,0 cA 1,3 bB 6,4 cA

Tr-Dina 0,0 cA 0,0 dA 0,0 cA 0,0 eA 0,0 dA 0,0 eA

Testemunha 0,5 bA 0,7 cA 0,4 bA 0,6dA 0,4cB 0,4 dA

Média 1,5 B 6,4 A 1,3 B 6,5 A 1,3 B 7,8 A

C.V.(%) 2 11,4 12,1 9,8 13,5 9,7 12,5

AIA (µg mL-1

) - MEIO FAN

Tr-SMa 1,7 bB 14,3 bA 1,5 bB 15,2 aA 1,4 cB 13,3 bA

Tr-SMb 2,3 aB 13,2 bA 2,3 aB 15,5 aA 2,8 aB 19, 9 aA

Tr-Euc 1,4 bB 18,9 aA 1,5 bB 14,3 aA 1,7 bB 14,4 bA

Tr-har 1,5 bB 13,3 bA 1,5 bB 9,0 bA 1,6 bB 6,9 dA

Tr-Gok 2,3 aB 11,6 cA 2,5 aB 9,7 bA 2,3 bB 9,1 cA

Tr-Dina 0,0 dA 0,0 eA 0,0 dA 0,0 dA 0,0 eA 0,0 fA

Testemunha 0,4 cB 0,4 dA 0,4 cB 0,8 cA 0,6 dB 0,7 eA

Média 1,4 B 10,2 A 1,4 B 9,2 A 1,5 B 9,2 A

C.V. (%) 8,9 13,2 9,1 11,2 9,9 11,3 1 Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo

teste de Scott Knott a 5%. 2 Coeficiente de Variação.

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CONCLUSÕES

A maioria dos isolados de Trichoderma usados nesse trabalho foram capazes

de produzir AIA tanto na presença quanto na ausência do percussor L-triptofano, com

exceção apenas do isolado Tr-Dina.

O isolado que apresentou melhor desempenho quanto a produção de AIA foi o

Tr-SMa.

O precursor L-triptofano apresentou efeito positivo como indutor para a síntese

de AIA.

Todos os isolados de Trichoderma estudados foram capazes de solubilizar

fosfato de Cálcio em meio de cultura.

O melhor resultado para solubilização de fosfato de cálcio foi obtido pelo

isolado Tr-Dina.

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Capítulo II

Promoção de crescimento em feijão-caupi por rizóbio

eTrichoderma spp. no cerrado do Sul do Tocantins, Safras 2011

e 2012

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Promoção de crescimento em feijão-caupi por rizóbio e Trichoderma spp no

cerrado no Sul do Tocantins, safras 2011 e 2012

RESUMO

O trabalho teve como objetivo verificar a resposta de feijão-caupi cultivar

Vinagre a inoculação com rizóbio e Trichoderma sp. no cerrado em Gurupi, em dois

anos consecutivos (2011 e 2012). Foi feita a avaliação do efeito desses micro-

organismos quanto à capacidade de exercer ação antagonista contra Rhizoctonia solani

agente causal da mela, além da promoção de crescimento de plantas e de fixação de

nitrogênio das estirpes de rizóbio. O experimento foi realizado em campo, com

delineamento experimental de blocos ao acaso, correspondendo aos tratamentos:

inoculação de rizóbio e Trichoderma sp. na semente; inoculação de rizóbio na semente e

Trichoderma sp. no solo; inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma sp. na

semente e solo; somente inoculação de rízobio; controle adubado com nitrogênio (50 kg

ha-1

de N); e testemunha sem inoculação, em duas épocas de desenvolvimento do feijão-

caupi (25 e 50 dias após o plantio- DAP). A inoculação foi realizada com as estirpes

INPA 03-11B e UFLA 03-84. Para os tratamentos com a utilização de Trichoderma sp.,

foi utilizado o inoculante comercial (Trichoplus JCO) em pó. Os resultados indicam que

o potencial em fixação de nitrogênio das estirpes testadas e de bioproteção de

Trichoderma foi de fundamental importância para a produção de biomassa, nodulação e

produtividade, o que pode estar relacionada com a efetiva capacidade de fornecimento

de nitrogênio e bioproteção contra patógenos pelas estirpes utilizadas. No geral a

inoculação com rizóbio e Trichoderma na semente e no solo, proporcionaram melhores

resultados nas variáveis analisadas para as duas safras nas duas avaliações, com

produtividade das plantas superior (p>0,01) aos demais tratamentos.

Palavras-Chave: Vigna unguicula L. (Walp.); fixação biológica de nitrogênio;

biocontrole.

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Growth promotingin cowpea by rhizobia and Trichoderma spp. in cerrado in

southern Tocantins, crops 2011 and 2012

ABSTRACT

The study aimed to examine the response of cowpea cultivar vinegar inoculation

with rhizobia and Trichoderma sp. cerrado in Gurupi in two consecutive years (2011

and 2012). Was performedto evaluate the effectthese microorganisms and the ability to

exercise antagonist action against Rhizoctonia solan icausal agent of blight, acting as a

promoter of plant growth and infective activity and nitrogen fixation of rhizobia strains.

The experiment was conducted under field conditions and experimental design of

randomized blocks, corresponding to the treatments: inoculation with rhizobia and

Trichodermasp. in the seed, the seed inoculation with rhizobia and Trichoderma sp. in

the soil, the seed inoculation with rhizobia and Trichoderma sp. in the seed and soil,

only inoculation with rhizobia, control fertilized with nitrogen (50 kg N ha-1

) and non-

inoculated, in two periods of development of cowpea (25 and 50 days after planting-

DAP). Inoculation was performed with the strains INPA 03-11B and UFLA 03-84. For

treatments with Trichoderma sp. was used to inoculate Trichoplus JCO powder. The

results showed that nitrogen fixation potential of the tested strains of Trichoderma and

bioprotection was essential for the production of biomass, nodulation and yield, which

may be related to the effective capacity to supply nitrogen and biopreservation against

pathogens by strains used. Overall inoculation with rhizobia and Trichoderma in the

seed and soil, provided better results in the variables analyzed for both crops in both

evaluations, with higher productivity (p> 0.01) than other treatments

Key-words: Vigna unguicula L. (Walp.), biological nitrogen fixation, biocontrol.

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INTRODUÇÃO

O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é um alimento básico para a

população, principalmente do Norte e Nordeste, sendo uma excelente fonte de proteínas,

possuindo todos os aminoácidos essenciais, carboidratos, vitaminas e minerais, além de

ter grande quantidade de fibras dietéticas e baixa quantidade de gordura (ANDRADE

JÚNIOR et al., 2003; FREIRE FILHO, 2005).

Por apresentar elevada capacidade de fixação biológica do nitrogênio

atmosférico, o feijão-caupi adapta-se bem a solos de baixa fertilidade, nas mais diversas

condições culturais (EHLERS & HALL, 1997). De acordo com Melo et al. (2003) o

fato do feijão-caupi fixar o nitrogênio da atmosfera, por meio da simbiose com bactérias

fixadoras de nitrogênio, garante um melhor desenvolvimento vegetativo e produtivo,

contribuindo para redução do uso de fertilizantes nitrogenados.

O feijão-caupi é um produto que tem um grande potencial para a expansão do

consumo, como também para processamento industrial (FREIRE FILHO et al., 2007).

O interesse pela cultura vem aumentando devido sua produção de alta qualidade, o que

possibilita sua boa aceitação por parte de comerciantes, agroindústrias, distribuidores e

consumidores, além do seu preço muito competitivo quando cultivado na forma de

safrinha (FREIRE FILHO et al., 2009).

Mesmo sendo uma cultura compatível com as condições ecológicas locais,

ainda apresenta baixa produtividade, principalmente por predominarem as lavouras

conduzidas sob dependência das chuvas (FREIRE FILHO et al., 2005). No sul do

Estado do Tocantins as principais causas que limitam a produtividade do feijão-caupi

que merecem destaque é o emprego de variedades tradicionais com baixa capacidade

produtiva e a incidência de doenças.

Os fungos agrupam o maior número de patógenos nocivos a esta cultura,

embora bactérias, nematóides e vírus proporcionam danos significativos (ATHAYDE

SOBRINHO et al., 2000). Possuem ampla diversidade de espécies patogênicas, estando

presente em diversos habitats e colonizam patogenicamente várias partes vegetais

(ATHAYDE SOBRINHO et al., 2000, 2005). As doenças causadas por patógenos que

habitam o solo podem provocar prejuízos severos na produtividade da cultura.

Dentre as principais doenças que afetam a planta do feijão-caupi, destaque para

a mela, causada pelo fungo Rizoctonia solani, este fungo é um patógeno que habita o

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solo que possui ampla gama de hospedeiros, grande capacidade competitiva saprofítica

e que sobrevive colonizando restos de cultura ou mediante estruturas de resistência

(GODINHO et al, 1999). Os sintomas da doença são observados inicialmente nas folhas

próximas ao solo com manchas de formato irregular que coalescem causando uma

necrose e a posterior desfolha das plantas e a adesão das folhas da planta pela teia

micelial do fungo Os sinais são as teias miceliais e os microescleródios formados nos

tecidos vegetais (NECHET & HALFELD-VIEIRA, 2006). Esta doença pode levar a

perdas na produtividade, perdas de estande e vigor das plantas.

Microrganismos usados como inoculante em culturas agrícolas os fungos do

gênero Trichoderma são considerados microrganismos de vida livre e estão entre os

mais estudados e conhecidos agentes de biocontrole no mundo (VERMA et al., 2007b).

Podem ser usados como formulados em biopesticidas, biofertilizantes e inoculantes de

solo (HARMAN et al., 2004), sendo T. harzianum a espécie mais estudada (MARIANO

et al., 2005).

Esses microrganismos têm a capacidade de controlar os patógenos das

sementes, os quais sobrevivem no solo causando podridão, morte das plântulas e

tombamento; proteger as partes subterrâneas das plantas contra patógenos; melhorar a

taxa de germinação e o vigor das sementes; melhorar a absorção de nutrientes;

promover o crescimento e aumentar o rendimento das plantas (HARMAN, 2000),

promovendo o desenvolvimento de raízes através de fitohormônios, e assim melhorar a

assimilação de nutrientes o que aumenta a resistência diante de fatores bióticos não

favoráveis, além de degradar fontes de nutrientes que serão de fundamental importância

para o desenvolvimento do vegetal (HARMAN et al., 2004; LUCON, 2008; VERMA et

al., 2006).

A necessidade de usar produtos biológicos que sirvam como alternativas e

apresentem controle dos principais patógenos e aumento de rendimento de biomassa e,

consequentemente, produção de grãos de culturas como o feijão-caupi é crescente. Os

fungicidas químicos apresentam somente um controle temporário e usualmente

necessitam de aplicações repetidas durante o crescimento da cultura, enquanto agentes

de controle biológico são capazes de se estabelecer colonizar e se reproduzir no

ecossistema (ÁVILLA, et al., 2005)

Assim, a inoculação de rizóbio e Trichoderma pode exercer uma ação

antagonista contra patógenos da rizosfera atuando também como promotor de

crescimento e a atividade infectiva e de fixação de nitrogênio das estirpes de rizóbio.

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Com a substituição de insumos industriais por biológicos buscando a sustentabilidade e

aumento de produtividade é que este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da

dupla inoculação de rizóbio e Trichoderma em feijão-caupi cultivado em campo no sul

do Tocantins, Gurupi.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos em duas safras, 2011 e 2012, na estação

experimental da Universidade Federal do Tocantins no Campus de Gurupi – TO,

localizado a 11º 43’ de latitude sul e 49º 04’ de longitude oeste, a 280 m de altitude. A

caracterização climática local é de clima tropical úmido com pequena deficiência hídrica

(B1wA’a’) conforme classificação Tornthwaite (TOCANTINS, 2005); ou cerrado ou

Savana Tropical segundo Köppen- Geiger (PEEL, 2007).

Foram cultivadas plantas de feijão-caupi da variedade vinagre de porte semi-ereto,

de ciclo médio-tardio: 70 a 90 dias, com grãos de tegumento de cor vermelha.

Antes do plantio, na primeira safra, coletou-se uma amostra de solo composta e

realizou-se a caracterização física e química, onde foram encontrados os seguintes valores:

1,5 cmolc dm3 de Ca; 0,7 cmolc dm

3 de Mg; 0,1 cmolc dm

3 de K; 2,8 mg dm

3 de P; 0,07

cmolc dm3 de Al; 7,4 cmolc dm

3 de CTC; 2,3 cmolc dm

3 de SB; 30% de V; pH 5,4 em

água; 1,0 % de matéria orgânica; textura de 72,3, 8,2 e 19,5 % de areia, silte e argila,

respectivamente (EMBRAPA, 1997).

Para o preparo do solo, na primeira safra, foi realizada a correção da acidez do

solo 60 dias antes do plantio, aplicando-se calcário dolomitico PRNT 85%, na dose de

0,965 t ha-1

e incorporação realizada através de uma gradagem. Posteriormente, foi

realizada a adubação mineral antes da semeadura, nas duas safras, aplicando-se 80 kg de

P2O5na forma de superfosfato simples, e 60 kg de K2O na forma de KCl, baseada na

análise de solo e na necessidade da cultura.

Os tratamentos utilizados foram: Inoculação de rizóbio e Trichoderma spp. na

semente; inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma sp. no solo; inoculação de

rizóbio na semente e Trichoderma sp. na semente e solo; somente inoculação de rizóbio;

controle adubado com nitrogênio e testemunha sem inoculação. O experimento foi em

blocos ao acaso e três repetições.

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A inoculação foi realizada com as estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84

caracterizadas como Bradyrhizobium sp., recomendadas pela Rede de laboratórios para

recomendação, padronização e difusão de tecnologia de inoculantes microbianos de

interesse agrícolas para a cultura do feijão-caupi no Brasil (RELARE) (CAMPO &

HUNGRIA, 2007).

As estirpes utilizadas, após crescimento em meio YMA por cinco dias, foram

suspensas individualmente em solução salina (0,2% MgSO4) e cada uma dessas suspensões

(109 células mL

-1) foi adicionada às sementes.

Para os tratamentos com a utilização de Trichoderma sp., foi utilizado o

inoculante Trichoplus JCO em pó, com dose de 20 g por kg de sementes. No tratamento

com aplicação direta no solo foram utilizados 3 kg de Trichoplus JCO em pó por hectare,

correspondo a 4 g por parcela experimental. O produto comercial Trichoplus JCO,

formulado com Trichoderma spp., com concentração mínima de conídio viáveis de 2 x

1012

L-1

, foi aplicado conforme indicações do fabricante, direto nas sementes e misturado

no adubo nos tratamentos com Trichoderma no solo.

Para o tratamento com o uso de nitrogênio (controle adubado), foi utilizado 50 kg

ha-1

de N, sendo dividido em duas aplicações: 20 kg ha-1

de N no momento do plantio e 30

kg ha-1

de N de cobertura 25 dias após a emergência das plantas na forma de uréia.

Realizou-se o desbaste das plântulas aos 15 dias após a semeadura, deixando-se

10 plantas por metro linear.

Os experimentos foram conduzidos de janeiro a abril de 2011 na primeira safra e

de novembro de 2011 a fevereiro de 2012 na segunda safra, com emergência a partir do

terceiro dia após semeadura. Cada parcela, em cada experimento, constou de nove linhas

de plantio de feijão-caupi, com cinco metros de comprimento, por quatro metros de largura

e o espaçamento entre linhas de plantio foi de 0,50 m. O tamanho de cada parcela

experimental foi de 20 m2.

A avaliação foi feita em duas épocas 25 e 50dias após o plantio (DAP). Para cada

avaliação foram coletadas seis plantas de cada parcela, sendo realizada a lavagem das

raízes em água corrente para a retirada de todo material indesejável tomando cuidado para

não perder raízes e nódulos, com auxilio de uma peneira.

A parte aérea foi separada das raízes com um corte feito na base do caule, e os

nódulos foram retirados e contados. Posteriormente a parte aérea, a raiz e os nódulos foram

colocados em saco de papel e conduzidos para secagem em estufa por 72 horas a 65º C até

atingir o peso constante.

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A avaliação de biomassa foi feito através da massa seca da parte aérea (MSPA),

da raiz (MSR), e total (MST), assim como o número de nódulos (NN) e massa seca dos

nódulos (MSN). Com a biomassa da parte aérea da última avaliação (50 DAP) determinou-

se a eficiência relativa (ER) calculada segundo a fórmula: ER = (MSPA inoculada / MSPA

com N) x 100 (LIMA et al., 2005).

Foi feita ainda a avaliação do estado nutricional das plantas, determinando-se os

teores de N na parte aérea, pelo método de Kjeldahl (BREMNER & MULVANEY, 1982).

O N acumulado (ANPA) na matéria seca da parte aérea (MSPA) foi calculado,

multiplicando o peso pelo teor de N. Com base nos valores de nitrogênio acumulado (N

total) determinou-se a eficiência simbiótica, calculada por meio da fórmula: ES = [(Ntotal

fixado – Ntotal TS/N) / (Ntotal TC/N – Ntotal TS/N) x 100], em que Ntotal fixado =

Nitrogênio total do tratamento; Ntotal TS/N = Nitrogênio total da testemunha sem

nitrogênio; Ntotal TC/N = Nitrogênio total do tratamento controle com nitrogenada

(controle adubado) (LIMA et al., 2005).

Por ocasião das avaliações (25 e 50 DAP), foi realizada a avaliação de severidade

de mela (Rizoctonia solani) e estande inicial e final. Para a avaliação de, foi utilizada a

escala de notas para a incidência: 0 = sem incidência e 1 = com sintoma de mela e

percentual com sintomas de mela: 1 = sem sintoma, 3 = até 30%, 5 = 31 a 60%, 7 = 61 a

90% e 9 > 90% (VAN SCHOONHOVEM & PASTOR-CORALES, 1987). Aos 25 DAP,

foi avaliado o estande inicial, em uma área de 2 m2, e o estande final foi avaliado aos 50

DAP (em plena floração). A eficácia (E%), ou eficiência de controle da mela pelos

tratamentos, foi calculada utilizando-se a equação: E% = {1 – [Ti / Tc]} x 100, na qual E%

= eficácia dos tratamentos; Ti = % média do estande final no tratamento i; Tc = % média

do estande final no tratamento e testemunha (GAVA & MENEZES, 2012).

A produção de grãos foi obtida nas fileiras centrais de cada parcela com área útil

de 6m2, após a maturação fisiológica das plantas, quando aproximadamente 80% das

vagens apresentavam-se secas. Em seguida, as vagens foram debulhadas manualmente

corrigindo-se a umidade dos grãos para 14%. Após a colheita foi quantificada a

produtividade por hectare.

Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de agrupamento de

médias Scott-Knott a 5% de probabilidade utilizando o programa estatístico ASSISTAT

versão 7.6 beta (SILVA, 2008).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na avaliação da massa seca da parte aérea (MSPA) aos 25 dias após o plantio

(DAP) na safra 2011, não houve diferença significativa entre os tratamentos inoculados e o

controle adubado, somente em relação à testemunha. Para a massa seca da raiz (MSR) as

maiores médias (p<0,05) foram encontradas para os tratamentos com inoculação de rizóbio

e Trichoderma e controle adubado com exceção do tratamento com rizóbio e Trichoderma

na semente. Quanto à matéria seca total (MST), as maiores médias (p<0,05) foram

encontradas para os tratamentos inoculados com exceção, novamente, para o tratamento

inoculado com rizóbio e Trichoderma na semente e controle adubado. Para a safra 2012, as

maiores médias (p<0,05) para a MSPA foram encontradas para os tratamentos com

inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no

solo. Quanto a MSR não houve diferença significativa entre os tratamentos inoculados e o

controle adubado, somente em relação à testemunha. Para a MST, os tratamentos com

inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no

solo foram superiores (p<0,05).

Na avaliação aos 50 dias após o plantio (DAP) na safra 2011, a MSPA foi

significativamente superior (p<0,05) para os tratamentos inoculados com rizóbio e

Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no solo e o controle

adubado que diferiu do tratamento com rizóbio e a testemunha. Para a MSR as maiores

médias (p<0,05) foram encontradas para os tratamentos com inoculação de rizóbio e

Trichoderma e controle adubado que diferiram da testemunha e rizóbio isolado. Quanto à

MST, as maiores médias (p<0,05) foram encontradas para os tratamentos inoculados com

rizóbio e Trichoderma na semente, rizóbio e Trichoderma na semente e no solo e o

controle adubado (Tabela 1). Para a safra 2012, as maiores médias (p<0,05) para a MSPA

foram encontradas para os tratamentos com inoculação de rizóbio e Trichoderma, com

exceção do tratamento com rizóbio e Trichoderma no solo e a testemunha. Quanto a MSR,

as maiores médias (p<0,05) foram encontradas para os tratamentos com inoculação do

rizóbio e Trichoderma. Para a MST, os tratamentos com rizóbio e Trichoderma, com

exceção do tratamento com rizóbio e Trichoderma no solo, foram superiores (p<0,05),

porém, não diferiram do controle adubado.

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Ainda em relação à MSPA aos 25 DAP, no geral os melhores resultados foram

encontrados na safra de 2011, e os melhores tratamentos foram com rizóbio e Trichoderma

na semente e no solo e o tratamento só rizóbio. Na safra de 2012 os melhores tratamentos

foram rizóbio e Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no solo

(Tabela 1).

Na comparação das duas safras, para a avaliação aos 50 DAP, a MSPA e MST

foram, em geral, superiores (p<0,05) para a safra 2012, da mesma forma considerando a

média geral dos tratamentos para a MSPA e MST (Tabela 1). Estes resultados podem ser

considerados positivos para a utilização destes isolados de Trichoderma, uma vez que, ao

colonizar o sistema radicular da planta, o fungo pode inibir a colonização por

fitopatógenos, formando uma barreira em torno da raiz, além de promover o crescimento

da plântula.

Tabela 1: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR) e total (MST) em feijão-caupi var.

vinagre inoculado com rizóbio e Trichoderma sp. (Trichoplus JCO)(1)

. Safra 2011e 2012.

Gurupi-TO.

TRATAMENTO

MSPA (g) MSR (g) MST (g)

Safras Safras Safras

2011 2012 2011 2012 2011 2012

25 DAP(2)

Rizóbio e Trich. Semente 1,3aA 1,2 aA 0,3bA 0,2 aA 1,6bA 1,4aA

Rizóbio e Trich. Solo 1,7aA 1,0bB 0,4aA 0,3 aA 2,1 aA 1,3bA

Rizóbio e Trich. Sem/Solo 1,8aA 1,2 aB 0,4aA 0,2 aA 2,2 aA 1,4 aA

Rizóbio 1,8aA 1,0bB 0,4aA 0,2 aA 2,2 aA 1,2 bA

Controle Adubado(3)

1,7aA 0,9cB 0,4aA 0,2 aA 2,1aA 1,1cA

Testemunha (4)

0,4bA 0,2 dA 0,1cA 0,1 bA 0,5cA 0,3 dB

Média 1,5 A 0,9 B 0,3 A 0,6 A 1,8 A 1,1 B

C.V(5)

12,0 13,4 13,5 17,6 11,3 11,4

50 DAP

Rizóbio e Trich. Semente 6,3aB 11,4aA 1,3aA 1,4aA 7,6aB 12,8aA

Rizóbio e Trich. Solo 4,3bB 9,4bA 1,4 aA 1,4aA 5,7bB 10,8bA

Rizóbio e Trich. Sem/Solo 6,1 aB 12,9aA 1,4aA 1,5aA 7,5aB 14,4aA

Rizóbio 4,6bB 11,8aA 1,3bA 1,0 bA 5,9bB 12,8aA

Controle Adubado 6,0 aB 11,7aA 1,4aA 1,0bA 7,4aB 12,7aA

Testemunha 1,8cB 3,1cA 0,6cA 0,3cA 2,4cA 3,4cA

Média 4,9 B 10,1A 1,2 A 1,1 A 6,1B 11,2 A

C.V 7,2 11,9 7,0 31,5 6,1 14,5 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste SccotKnott

5%. (2) DAP = Dias após o plantio. (3) Controle adubado com N mineral. (4) Testemunha sem inoculação e sem adubação. (5)

Coeficiente de Variação.

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Em relação ao número de nódulos (NN) na primeira avaliação, aos 25 DAP,

verificou-se a presença de nódulos nas raízes, indicando que a nodulação iniciou-se antes

desse período. Os melhores resultados, na safra de 2011, foram obtidos para os tratamentos

com inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e no solo e somente inoculação de

rizóbio, sendo superiores (p<0,05) aos demais tratamentos (Tabela 2). Para a safra 2012, as

maiores médias foram encontradas para os tratamentos com inoculação, sendo

significativamente superiores (p<0,05) aos tratamentos controle adubado e testemunha

(Tabela 2).

Aos 50 DAP, os melhores resultados para NN foram encontrados para os

tratamentos com inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e no solo e para o

tratamento com inoculação somente de rizóbio para a safra 2011, resultados semelhantes à

avaliação aos 25 dias. Já na safra 2012, os tratamentos com inoculações foram superiores

(p<0,05) aos tratamentos controle adubado e testemunha.

Quanto à massa seca dos nódulos (MSN) os tratamentos com inoculação de

rizóbio e Trichoderma na semente e no solo e somente inoculação de rizóbio foram

superiores (p<0,05) aos demais tratamentos aos 25 DAP, para a safra 2011. Já para a safra

2012, todos os tratamentos com inoculações foram significativamente superiores

(p<0,05)aos tratamentos controle adubado e testemunha. Aos 50 DAP, na safra 2011, todos

os tratamentos com inoculação, novamente com exceção do tratamento com rizóbio e

Trichoderma no solo, foram superiores (p<0,05) aos tratamentos controle adubado e

testemunha. Na safra 2012, as maiores médias significativas (p<0,05) foram para os

isolados com as inoculações, primeiro de somente rizóbio, seguido do tratamento rizóbio e

Trichoderma na semente.

Para a média geral dos tratamentos, aos 25 DAP, somente para a MSN houve

diferença significativa entre as duas safras, sendo a maior média para a safra 2012, da

mesma forma aos 50 DAP (Tabela 2).

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Tabela 2: Número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi var.

vinagre inoculado com rizóbio e Trichoderma sp. (Trichoplus JCO)(1)

. Safra 2011 e 2012.

Gurupi-TO.

TRATAMENTO

NN MSN (mg)

Safras Safras

2011 2012 2011 2012

25 DAP(2)

Rizóbio e Trich. Semente 21 cB 43 aA 13 cB 193 aA

Rizóbio e Trich. Solo 27 cA 35 aA 23 bB 167 aA

Rizóbio e Trich. Sem/Solo 51 aA 43 aA 43 aB 137 aA

Rizóbio 60 aA 33 aB 41 aB 157 aA

Controle Adubado(3)

18 cA 11 bA 17 bB 83 bA

Testemunha (4)

6dA 10 bA 4 dB 56 bA

Média 31 A 29 A 24 B 132 A

C.V(5)

12,1 34,6 11,8 49,1

50 DAP

Rizóbio e Trich. Semente 101 bA 120 aA 116 aB 333 aA

Rizóbio e Trich. Solo 74 cB 155 aA 79 bB 253 aA

Rizóbio e Trich. Sem/Solo 118 aA 141 aA 133 aB 276 aA

Rizóbio 133 aA 111 aA 140 aB 350 aA

Controle Adubado 31 dA 25 bA 32 cB 110 bA

Testemunha 24 dA 17 bA 23 cA 50 bA

Média 80 A 94,8 A 87 B 229 A

C.V 11,5 19,2 11,0 27,3 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Sccot-

Knott 5%. (2) DAP = Dias após o plantio. (3) Controle adubado com N mineral. (4) Testemunha sem inoculação e sem

adubação. (5) Coeficiente de Variação.

Considerando os teores de N (nitrogênio) na parte aérea do feijão-caupi, na safra

de 2011 e 2012 houve diferença significativa somente entre a testemunha e os demais

tratamentos. Para o acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) na safra 2011, os

maiores valores (p<0,05) foram encontrados para os tratamentos com rizóbio e

Trichoderma somente na semente, rizóbio e Trichoderma na semente e no solo e somente

inoculação com rizóbio, porém não diferindo do tratamento controle adubado (Tabela 3).

Este aumento no ANPA foi em média 30% superior aos demais tratamentos com

inoculação de Trichoderma e rizóbio e 80% em relação à testemunha. Para a safra de 2012,

as maiores médias significativas (p<0,05) foram obtidas nos tratamentos com inoculações,

com exceção do tratamento com inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma no solo

(Tabela 3). O ANPA nestes tratamentos foram em médias 8,0% superiores ao tratamento

controle adubado e 80% em relação à testemunha.

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Quanto à produtividade, destaque para os tratamentos rizóbio e Trichoderma na

semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no solo, com produtividade superior

(p<0,05) aos demais tratamentos para a safra de 2011. Quanto à safra de 2012, a maior

produtividade foi encontrada para o tratamento com inoculação de rizóbio e Trichoderma

na semente e no solo, sendo superiores aos demais tratamentos (p<0,05). A produtividade

nestes tratamentos foi aproximadamente 20% superior aos tratamentos somente com

inoculação com rizóbio e tratamento controle com adubação nitrogenada e em mais de

500% em relação ao tratamento testemunha sem inoculação com rizóbio e Trichoderma

(Tabela 3).

Tabela 3: Teor de Nitrogênio (TN), acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) e

produtividade de feijão-caupi var. vinagre em Gurupi-TO(1)

.

TRATAMENTO

Teor de N

(mg g-1

/planta)

ANPA

(mg/planta)

Produtividade

kg ha-1

Safras Safras Safras

2011 2012 2011 2012 2011 2012

50DAP(2)

Riz. eTrich. Semente 47,6 aA 37,8 aA 300aB 431aA 1.286 aB 1.450 bA

Riz. eTrich. Solo 43,1 aA 35,8 aA 185cB 337bA 973 bB 1.339 cA

Riz. eTrich. Sem/Solo 45,4 aA 36,4 aA 277aB 470aA 1.379 aB 1.618 aA

Riz. 47,0 aA 39,3 aA 216bB 464aA 1.087 bB 1.224 cA

Controle Adubado(3)

46,5 aA 34,7 aA 279aB 406aA 1.033 bB 1.455 bA

Testemunha (4)

28,3 bA 28,2 bA 51dB 87cA 240 cA 285 dA

Média 43,0 A 35,4A 218 B 366 A 999,7 B 1.229 A

C.V(5)

13,6 11,5 18,4 16,3 14,5 12,8 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Scott-

Knott 5%. (2) DAP = Dias após o plantio. (3) Controle adubado com N mineral. (4) Testemunha sem inoculação e sem

adubação. (5) Coeficiente de Variação.

Em relação à eficiência relativa que relaciona a biomassa da parte aérea, aos 50

DAP, dos tratamentos em relação ao controle adubado, na safra de 2011 (Figura 1) foram

observadas diferenças significativas para os tratamentos com inoculação de rizóbio e

Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no solo, apresentando os

maiores valores (p<0,05), porém não diferindo do tratamento controle adubado. Os demais

tratamentos apresentaram resultados significativamente inferiores, onde houve redução

entre 30,6 a 69,9% em relação ao tratamento controle adubado. Para a safra de 2012 os

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tratamentos com inoculações foram significativamente superiores, com exceção do

tratamento com inoculação de rizóbio e Trichoderma no solo (Figura 1). Porém, sem

diferir do tratamento controle adubado.

Figura 1: Eficiência relativa de feijão-caupi cv. Vinagre inoculado com rizóbio e

Trichoderma, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio, 50 dias após o plantio. A-

Safra 2011; B-Safra 2012.

Quanto à eficiência simbiótica, que relaciona o teor de N fixado nos tratamentos

com inoculação de rizóbio e os tratamentos com e sem adubação nitrogenada, na safra de

2011 (Figura 2) os melhores resultados (p<0,05) foram encontrados para os tratamentos

com rizóbio e Trichoderma somente na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no

solo, evidenciando a eficiência na capacidade de assimilação do nitrogênio atmosférico

pelas estirpes de rizóbio inoculadas, superiores ao tratamento testemunha e somente

inoculação com rizóbio. Com relação à safra de 2012, assim como a safra de 2011 as

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maiores médias obtidas foram para os tratamentos com inoculação de rizóbio e

Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no solo, mais o tratamento

somente com inoculação com rizóbio (Figura 3).

Figura 2: Eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos inoculado com

rizóbio e Trichoderma, em relação ao N total acumulado no feijão-caupi var. vinagre, 50

DAP. A- Safra 2011; B- Safra 2012.

A severidade da mela, causada por Rizoctonia solani, foi influenciada

significativamente pelos tratamentos com a inoculação do Trichoderma. Porém, mesmo

com a incidência da mela, os sintomas de ocorrência foram os menores na escala de

avaliação (até 30%), nas duas épocas de avaliação e nas duas safras (2011 e 2012) (Tabela

4). Apesar de não terem sido observadas diferenças significativas entre os tratamentos com

inoculação de Trichoderma, para o controle de mela, o maior percentual de incidência da

doença foi observado para o tratamento com inoculação de rizóbio e Trichoderma no solo.

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Possivelmente, os tratamentos com a inoculação do Trichoderma na semente podem

proporcionar um controle inicial de patógenos.

Tabela 4: Incidência e severidade de podridão radicular (Rhizoctonia solani) de plantas de

feijão-caupi var. vinagre inoculadas com rizóbio e Trichoderma.(1)

Tratamentos 25 DAP

(2) 50 DAP

INC Nota SEV (%) INC Nota SEV (%)

Safra 2011

Riz. e Tricho. Semente 1 3 2,7 b 1 3 6,3 b

Riz. e Tricho Solo 1 3 4,3 b 1 3 7,0 b

Riz. e Tricho. Sem/Solo 1 3 3,3 b 1 3 5,7 b

Rizóbio 1 3 9,0 a 1 3 10,0 b

Controle Adubado(3)

1 3 5,7 b 1 3 7,7 b

Testemunha(4)

1 3 15,7 a 1 3 20,3 a

CV (%)(5)

28,9 21,4

Safra 2012

Riz. e Tricho. Semente 1 3 1,7 b 1 3 3,3 b

Riz. e Tricho Solo 1 3 3,9 b 1 3 4,0 b

Riz. e Tricho. Sem/Solo 1 3 2,5 b 1 3 2,7 b

Rizóbio 1 3 5,0 b 1 3 8,3 b

Controle Adubado 1 3 5,1 b 1 3 6,6 b

Testemunha 1 3 14,7 a 1 3 18,1 a

CV (%) 23,4 22,5 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott

5%.INC: Incidência (0 – sem incidência, 1- com sintoma de mela);Nota: (1- sem sintoma; 3- até 30 %;

5- 31 a 60%; 7- 61 a 90%; 9- > 90%); Sev: Severidade – percentual de plantas com sintoma de mela.

(2) DAP = Dias após o plantio. (3) Controle adubado com N mineral. (4) Testemunha sem inoculação e

sem adubação. (5) Coeficiente de Variação.

Para a variável estande inicial, não houve diferença significativa entre os

tratamentos com as inoculações e o tratamento controle adubado, somente em relação à

testemunha, da mesma forma para o estande final (Tabela 5), para as duas avaliação (25

e 50 DAP) e para as duas safras (2011 e 2012). Porém, o maior número de plantas foi

encontrado para o tratamento com inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e no

solo, o que evidencia o controle da mela com a utilização do Trichoderma, como

observado na avaliação de incidência e severidade (Tabela 4).

Os tratamentos com inoculação de rizóbio e Trichoderma apresentaram

os melhores resultados quanto à sobrevivência e ao número de plantas efetivamente em

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produção (Tabela 5), com a maior percentagem encontrada para o tratamento com

inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e no solo. Observa-se que, de forma

geral, a aplicação de Trichoderma resultou em redução significativamente da incidência

de mela no feijão-caupi. Na segunda avaliação (50 DAP), por ocasião da floração plena,

os tratamentos com inoculação de Trichoderma apresentaram a maior eficácia de

controle da mela, variando de 29,5 a 49,5 para a safra 2011 e de 19,6 a 39,3 para a safra

2012 (Tabela 5).

Tabela 5: Estande inicial e estande final do feijão-caupi var. vinagre inoculado com

rizóbio e Trichoderma.(1)

Tratamentos

Estande Inicial

25 DAP(2)

(plantas m

-2)

Estande Final

50 DAP (plantas m

-2)

Sobrev.

(%)

Eficácia

(%)

Safra 2011

Riz. e Tricho. Semente 25,9 a 23,3 a 77,7 a 29,5

Riz. e Tricho Solo 24,0 a 24,0 a 80,0 a 33,3

Riz. e Tricho. Semente/Solo 28,7 a 26,9 a 89,7 a 49,5

Rizóbio 24,6 a 21,3 a 71,0 a 18,3

Controle Adubado(3)

25,0 a 21,6 a 72,0 a 20,0

Testemunha(4)

19,0 b 18,0 b 60,0 b -

CV (%)(5)

15,8 17,7 12,1

Safra 2012

Riz. e Tricho. Semente 28,9 a 27,3 a 91,0 a 34,4

Riz. e Tricho Solo 25,0 a 24,3 a 81,0 a 19,6

Riz. e Tricho. Semente/Solo 28,3 a 28,3 a 94,3 a 39,3

Rizóbio 24,5 a 22,3 a 74,3 b 9,8

Controle Adubado

25,0 a 22,6 a 75,3 b 11,2

Testemunha 22,0 b 20,3 b 67,7 c -

CV (%)

14,8 16,2 11,5 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott

5%. (2) DAP = Dias após o plantio. (3) Controle adubado com N mineral. (4) Testemunha sem inoculação e

sem adubação. (5) Coeficiente de Variação.

No presente trabalho foi observado que em todas as variáveis analisadas existiu

uma evidente superioridade dos tratamentos com a inoculação de rizóbio em relação ao

tratamento testemunha, e no caso da utilização do Trichoderma foi observado resultados

superiores para os tratamentos onde houve inoculação de Trichoderma na semente e

Trichoderma na semente e no solo, o que demonstra não haver competição e/ou

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antagonismo destas cepas de fungos sobre a população de rizóbio inoculada. Assim, a

inoculação de rizóbio e Trichoderma pode exercer uma ação antagonista contra patógenos

da rizosfera e a atividade infectiva e de fixação de nitrogênio das estirpes de rizóbio.

A utilização de produtos que atuam no controle biológico de microrganismos

patogênicos é uma realidade atual no manejo integrado de doenças. Nesse cenário,

inclusive no aspecto comercial da cultura do feijão-caupi, veem se destacando a produção

de biocontroladores a base do fungo Trichoderma, que estão sendo propostos como mais

uma ferramenta no controle de fitopatógenos em alternativa ou em combinação com o uso

de fungicidas químicos em diversos sistemas de produção.

A combinação de métodos de controle com o objetivo de reduzir a intensidade de

doenças radiculares pode resultar num aumento na produtividade sem que haja uma

interferência negativa no meio ambiente, o que foi constatado para os tratamentos com

inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma na semente e no

solo para a safra 2011 e rizóbio e Trichoderma na semente e no solo para a safra 2012

(Tabela 3). Os fungicidas químicos apresentam somente um controle temporário e

usualmente necessitam de aplicações repetidas durante o crescimento da cultura, enquanto

agentes de controle biológico são capazes de se estabelecer, colonizar e se reproduzir no

ecossistema (ÁVILLA, et al., 2005).

A utilização de microrganismos como agentes de controle biológico ou produtores

de fatores de crescimento em plantas tem sido realizada através de inoculação direta de

esporos no solo ou substrato (RUDRESH et al., 2005), adsorvidos na semente (RESENDE

et al., 2004; HARMAN et al., 2004), ou mesmo aplicado na plântula (GRAVEL et al.,

2007). A aplicação dos esporos dos microrganismos diretamente na semente visa um

contato mais próximo entre o fungo, à planta e o solo. Este procedimento pode ter

favorecido um crescimento populacional do fungo juntamente com o desenvolvimento das

raízes da planta, favorecendo a manutenção de um estande maior (Tabela 5) e menor

incidência de mela (Tabela 4). Portanto, sendo esperado através dessa associação, que as

plantas inoculadas sejam beneficiadas desde sua emergência, o que pode ter ocorrido com

os tratamentos com Trichoderma na semente e no solo, onde os resultados de biomassa

(Tabela 1) e produtividade (Tabela 3) foram superiores a testemunha e muito próximos ou

superiores ao tratamento com adubação nitrogenada.

O tratamento de sementes com microrganismos antagonistas pode promover bom

desenvolvimento de plantas de forma geral, incluindo os efeitos benéficos na germinação

de sementes, emergência e desenvolvimento das plântulas, uma vez que, fungos do gênero

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Trichoderma são capazes de atuar como bioestimulante do crescimento radicular,

promovendo o desenvolvimento de raízes através de fitohormônios, e assim melhorar a

assimilação de nutrientes o que aumenta a resistência diante de fatores bióticos não

favoráveis, além de degradar fontes de nutrientes que serão de fundamental importância

para o desenvolvimento do vegetal (HARMAN, 2000; HARMAN et al., 2004). Além da

eficiência como promotores de crescimento de plantas, a ação de Trichoderma como

biocontrole de patógenos pode ser em função da indução de resistência à doença, como

pode ter sido ocasionado para os tratamentos com inoculação de Trichoderma, onde houve

menor incidência e severidade para mela (Tabela 4) e maior estande (Tabela 5). A

eficiência como indutores de resistência à antracnose por isolados de Trichoderma em

pepineiro foi reportado por (SILVA et al., 2011).

As espécies do gênero Trichoderma agem contra fitopatôgenos por diferentes

mecanismos de ação como antibiose, micoparasitismo, produção de enzimas degradadoras

de parede celular, competição por nutrientes e substrato, promoção do crescimento das

plantas e, também, como indutores de resistência contra diversos patógenos, com efeitos

benéficos para as plantas (VITERBO et al., 2005; PERAZZOLLI et al., 2008; VINALE et

al., 2008; SILVA et al., 2011). Segundo Segarra et al. (2009), em estudos realizados com

Arabdopsis thaliana, com o isolado T-34 de Trichoderma asperellum para induzir

resistência contra P. syringae, foi observado que as plantas tratadas apresentaram menos

sintomas de doenças do que as plantas controle.

Quanto à sobrevivência e eficácia dos tratamentos com inoculação de

Trichoderma, ficou evidente o efeito da inoculação do Trichoderma, principalmente na

semente e no solo, com valores superiores ao tratamento testemunha (Tabela 5).

Resultados semelhantes foram encontrados por Tavares et al. (2001) e Batista et al. (2002)

para o controle de doenças na cebola, maracujá e tomate, com a utilização de Trichoderma.

O mesmo foi reportado por Gava & Menezes (2012), para o tratamento de sementes com

isolados de Trichoderma, com maior estande de plantas no final do experimento quando

comparado com o tratamento testemunha, levando à maior produção de frutos de meloeiro.

A dupla inoculação de rizóbio e Trichoderma em leguminosas tem sido reportada

como efeito positivo na biomassa, como apresentado Tavares (2007) em trabalhos

realizados com feijoeiro, onde observou que a inoculação dos isolados de T. harzianum

teve efeito significativo na biomassa. O mesmo foi relatado por Chang et al. (1986)

trabalhando com suspensão de conídios de T. harzianum, onde observou em feijão

incremento de 10% no crescimento através do peso de massa seca superior a testemunha.

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Considerando outras culturas não leguminosas, este mesmo autor utilizando T. harzianum

observou aumento na biomassa superior à testemunha no rabanete de 8%, no tomateiro de

8%, na pimenteira de 42% e no pepineiro de 93%.

Ainda referente à biomassa Resende et al. (2004) observaram que sementes de

milho inoculadas com T. harzianum resultaram em plantas com maior acúmulo de matéria

seca nas raízes. Esses resultados reforçam os obtidos por Cassiolato (1995), em que se

observou o efeito benéfico do Trichoderma, por ter promovido o crescimento em plantas

de alface.

Da Cruz (2010), avaliando o efeito do Trichoderma em sementes e mudas de

melão, observou que o acúmulo de biomassa foi maior no tratamento com fungo

Trichoderma, diferindo assim dos demais tratamentos. Estes resultados corroboram com

trabalhos de Carvalho Filho et al. (2008) onde observaram que o isolado CEN 262 de T.

harzanium promoveu o aumento significativo da massa seca em plantas de eucalipto.

Quanto à nodulação, os resultados mostram que a inoculação favoreceu a

nodulação e a massa seca dos nódulos (Tabela 2). Soares et al. (2006) inoculando feijão-

caupi, encontrou resultados semelhantes com valores superiores de NN e MSN em relação

a testemunha. Ogut et al. (2005), observaram aumento da massa e número de nódulos nas

plantas de feijão e elevação do conteúdo de nitrogênio nas sementes de trigo quando

inoculados com T. harzianum Rifai 1295-22 (T-22).

Quanto à eficiência de inoculação das estirpes de rizóbio, foi observado que a

inoculação apresentou efeito significativo com valores semelhantes ao controle que foi

utilizado adubação química, ficando comprovando assim a eficiência da inoculação de

rizóbio no feijão-caupi (Tabela 3). Assim, as estirpes testadas apresentaram grande

eficiência na fixação biológica do nitrogênio. Comportamento semelhante com relação à

biomassa do feijão-caupi inoculado com estas estirpes de rizóbio foi encontrado por ZILLI

et al. (2009) e CHAGAS JR et al. (2010), tanto em casa de vegetação como em campo.

O isolado de T. harzianum Rifai 1295-22 (T-22), isolado este conhecido pela sua

capacidade de colonizar todo o sistema radicular do vegetal, foi efetivo na indução de

formação de raízes de soja e milho tratadas com o referido isolado e maior produtividade

de pimentão comparado com testemunhas não tratadas (HARMAN, 2000). A interferência

de Trichoderma em plantas e o aumento na produtividade ocorrem, segundo Harman et al.

(2004), devido à sua capacidade em colonizar raízes.

As maiores produtividade encontradas no presente trabalho foram para os

tratamentos com inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente (1.286 kg ha-1

) e rizóbio

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e Trichoderma na semente e no solo (1.379 kg ha-1

) para a safra 2011 e inoculação de

rizóbio e Trichoderma na semente e no solo (1.618 kg ha-1

) para a safra 2012. Esses

resultados foram próximos ao de ZILLI et al. (2006), em cultivos experimentais em área de

cerrado no município de Boa Vista e em área de mata no município de Cantá, RR, que

encontram produtividade de 1.759,00 e 1.104,00 kg ha-1

, respectivamente, quando

inoculado e não inoculado. Ogut et al. (2005) em experimentos para a cultura de feijão,

obtiveram ganhos em produção de sementes em condições de campo e casa de vegetação

quando inoculadas com T. harzianum Rifai 1295-22. Porém, em trabalho com T.

harzianum em feijão, Bernardes et al. (2010) não encontraram influência no rendimento de

grãos, estande inicial e final e produtividade.

Segundo MELO (1991), o tratamento de sementes, em pré ou pós-emergência,

com esporos de Trichoderma, oferece uma vantagem competitiva na colonização da

espermosfera e das raízes de plântulas, no mínimo por um período suficiente para que as

plântulas escapem do ataque de parasitas não especializados. Ainda de acordo com este

mesmo autor, esses fungos além de apresentarem um bom desempenho no biocontrole,

também são inócuos ao ser humano e não apresentam impacto negativo ao meio ambiente,

além de possuir meia vida de prateleira, quando formulado, razoavelmente longa e com

boa viabilidade.

O potencial em fixação de nitrogênio das estirpes testadas e de bioproteção de

Trichoderma foi de fundamental importância para a produção de biomassa (Tabela 1),

nodulação (Tabela 2) e produtividade (Tabela 3), o que pode estar relacionada com a

efetiva capacidade de fornecimento de nitrogênio e bioproteção contra patógenos pelas

estirpes utilizadas. Resultados semelhantes foram reportados por SABER et al. (2009) com

a coinoculação de Trichoderma e Rhizobium em fava.

A necessidade de usar produtos biológicos que sirvam como alternativas e

apresentem controle dos principais patógenos e aumento de rendimento de biomassa e,

consequentemente, produção de grãos de culturas como o feijão-caupi é crescente. Por esse

motivo, os resultados mostrados no presente estudo demonstram que os bioprotetores

apresentam-se como uma tecnologia alternativa para o tratamento de sementes de feijão-

caupi. Esses bioagentes poderão ter um importante impacto na redução do uso excessivo de

fungicidas, no alcance da agricultura sustentável e na proteção do ambiente.

Os resultados sugerem que o uso de rizóbio e Trichoderma no tratamento de

semente combinado às aplicações preventivas podem reduzir a severidade de doenças e

ainda promover o crescimento e produtividade de feijão-caupi.

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CONCLUSÕES

A inoculação do feijão-caupi com rizóbio e Trichoderma na semente e no solo

foram de fundamental importância para o acúmulo de biomassa e nodulação.

A inoculação de Trichoderma no solo ou na semente proporciona aumento de

produtividade.

Não existe efeito inibitório do Trichoderma sobre as estirpes de rizóbio

inoculadas no feijão-caupi.

No geral a inoculação com rizóbio e Trichoderma na semente e no solo foi o

melhor tratamento devido ter proporcionado os melhores resultados nas variáveis

analisadas para as duas safras nas duas avaliações.

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Capítulo III

Efeito da inoculação combinada de rizóbio e

Trichoderma spp. em diferentes cultivares de feijão-caupi

no cerrado, Gurupi-TO.

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Efeito da inoculação combinada de rizóbio e Trichoderma spp. em diferentes

cultivares de feijão-caupi no cerrado, Gurupi-TO.

RESUMO

O trabalho teve como objetivo de avaliar a inoculação combinada de rizóbio e

Trichoderma em feijão-caupi, quanto à capacidade de promoção de crescimento e a

atividade infectiva e de fixação de nitrogênio das estirpes de rizóbio. Para este

experimento foram utilizadas quatro cultivares de feijão-caupi, Vinagre, Corujinha,

Fradinho e Sempre Verde. O experimento foi conduzido no campo experimental da

Universidade Federal do Tocantins. O delineamento experimental usado foi de blocos

ao acaso e quatro repetições, Os tratamentos utilizados foram: inoculação somente de

rizóbio; inoculação somente de Trichoderma na semente; inoculação de rizóbio e

Trichoderma spp. na semente; inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma spp. no

solo; inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma aos 15 (dias após o plantio –

DAP); inoculação de rizóbio e Trichoderma sp. na semente e 15 DAP; inoculação de

rizóbio na semente e Trichoderma sp. no solo e 15 DAP; controle adubado com

nitrogênio (50 kg ha-1

de N); e testemunha sem inoculação, em duas épocas de

desenvolvimento do feijão-caupi (25 e 50 -DAP). A inoculação foi realizada com as

estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84 caracterizadas como Bradyrhizobium sp. Para os

tratamentos com a utilização de Trichoderma sp., foi utilizado o inoculante comercial

Trichoplus JCO em pó. Foram avaliadas as variáveis referentes à biomassa, nodulação,

produtividade, o teor de nitrogênio (N), acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA),

fósforo (P), além da eficiência relativa (ER) e eficiência simbiótica (ES). A aplicação de

Trichoderma aos 15 DAP, tanto na semente quanto no solo, apresentou os melhores

resultados na maioria das cultivares analisadas, superando os demais tratamentos. A

cultivar Corujinha apresentou os melhores resultados para produção de biomassa. A

aplicação de Trichoderma não prejudicou o processo de nodulação, sendo que os

melhores resultados foram obtidos quando esse fungo foi inoculado com rizóbio.

Palavras-Chave: Vigna unguicula, produtividade, fósforo.

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Effect of combined inoculation of rhizobia and Trichoderma spp. of different

cultivars of cowpea in the savanna, Gurupi-TO

ABSTRACT

The study aimed to evaluate co-inoculation of rhizoba and Trichoderma in

cowpea, and the ability to promote growth and infective activity and nitrogen fixation of

rhizobia strains. For this experiment we used four cultivars of cowpea, Vinagre,

Corujinha, Fradinho and Sempre Verde. The experiment was conducted at the

experimental field of Universidade Federal do Tocantins. The experimental design was

randomized blocks with four replicates, the treatments were: rhizobia inoculation only;

Trichoderma inoculation only in the seed, inoculation of rhizobia and Trichoderma spp.

in the seed, the seed inoculation with rhizobia and Trichoderma spp. in the soil, the seed

inoculation with rhizobia and Trichoderma at 15 (Days after planting – DAP);

inoculation of rhizobia and Trichoderma sp. in the seed and 15 DAP, the seed

inoculation with rhizobia and Trichoderma sp. soil and 15 DAP; control fertilized with

nitrogen (50 kg N ha-1

) and non-inoculated, in two periods of development of cowpea

(25 and 50 DAP). Inoculation was performed with the strains INPA 03-11B and UFLA

03-84 characterized as Bradyrhizobium sp. For treatments with Trichoderma sp. was

used to inoculate Trichoplus JCO powder. The variables related to biomass, nodulation,

yield, nitrogen (N), nitrogen accumulation in shoots (ANPA), phosphorus (P), and the

relative efficiency (RE) and symbiotic efficiency (SE). The application of Trichoderma

at 15 DAP in both the seed and on the ground, showed the best results in most of the

cultivars analyzed, surpassing the other treatments, to cultivate Corujinha showed the

best results for biomass production and application of Trichoderma did not impair the

process nodulation, and the best results were obtained when the fungus was inoculated

with rizobia.

Key-word: Vigna unguicula, productivity, phosphorus

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INTRODUÇÃO

O feijão-caupi, Vigna unguiculata (L.) Walp, é uma planta pertencente à

família Fabaceae, que se diferencia por ser uma fonte rica, principalmente, em proteína

e ferro (SANTOS et al., 2009), sendo assim, uma das alternativas de renda e alimento

básico para população das regiões Norte e Nordeste do Brasil, que o consome sob a

forma de grãos maduros e verdes. Nessas áreas, a adaptabilidade e a estabilidade são

caracteres muito importantes, que podem determinar o sucesso ou insucesso de uma

cultivar, principalmente em cultivo de sequeiro, quando as condições de ambiente são

muito influenciadas pela quantidade e distribuição de chuvas, que variam com o local e

com o a época do ano (FREIRE FILHO et al., 2005). Além disso, também é utilizado

como forragem verde, feno, silagem, farinha para alimentação animal e, ainda, como

adubação verde e proteção do solo (ANDRADE JÚNIOR, 2003).

Seus grãos contêm os a maioria dos aminoácidos essenciais ao ser humano,

apresentam grande quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura, não

contém colesterol e tem um excelente valor calórico (FREIRE FILHO et al., 2005).

Devido ao conjunto dessas características é considerada uma espécie de grande valor

estratégico (FREIRE FILHO et al., 2005).

Observa-se no caupi uma grande variabilidade fenotípica (BEZERRA, 1997), o

que tem permitido a seleção de genótipos adaptados a condições climáticas específicas e

adequados à culinária regional (XAVIER, et al., 2005). Atualmente, existem uma gama

de cultivares de feijão-caupi, como as Sempre Verde, Canapu, Rabo de Peba, Galanjão

(SANTOS et al., 2009), BR 14-Mulato, CNC0434 nigeriano, IPA 206, ESPACE 10,

BR-17 Gurguéia, Monteiro, Aparecido, Galanjão-CE, Paulista, Paulistão, Canapu-RV-2

(XAVIER et al., 2005), Cariri, Corujinha e Sedinha (SANTOS et al., 2007).

Por apresentar elevada capacidade de fixação biológica do nitrogênio

atmosférico, o feijão-caupi adapta-se bem a solos de baixa fertilidade, nas mais diversas

condições climáticas (EHLERS & HALL, 1997). De acordo com Melo et al. (2003) o

fato do feijão-caupi fixar o nitrogênio da atmosfera, por meio da simbiose com bactérias

fixadoras de nitrogênio, garante um melhor desenvolvimento vegetativo e produtivo,

contribuindo para redução do uso de fertilizantes nitrogenados.

A inoculação do feijão-caupi a partir do inoculante, um produto ou formulação

contendo determinado microrganismo com o objetivo de introduzir ou aumentar

determinada comunidade microbiana no ambiente de interesse, torna possível o

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aumento do N fixado dessa espécie nos agroecossistemas. Nesse caso a FBN é

manipulada, pelo uso de inoculante à base de estirpes selecionadas e adaptadas às

condições edafoclimáticas (CASSINI & FRANCO, 2006).

O processo de FBN é também influenciado pelas características genotípicas do

macro e microssimbionte, refletindo diferentes respostas em relação à faixa hospedeira,

especificidade e eficiência simbiótica. Assim, para uma mesma espécie a eficiência das

cepas de rizóbio pode depender da especificidade da cultivar (XAVIER et al., 2006), o

que indica a possibilidade de otimização das respostas quanto á FBN com o uso de

cultivares eficientes.

No cerrado do Tocantins, entretanto, o uso de inoculantes na cultura do feijão-

caupi ainda é muito limitado, necessitando de estudos de avaliação da fixação biológica

do nitrogênio nesta cultura e da eficiência agronômica das estirpes de rizóbio nas

condições de clima e solo do cerrado no Sul do Tocantins.

Considerados um micro-organismo importante usado como inoculante em

culturas agrícolas os fungos do gênero Trichoderma são microrganismos de vida livre e

estão entre os mais estudados e conhecidos agentes de biocontrole no mundo (VERMA

et al., 2007a,b). Atualmente, espécies de Trichoderma são os agentes de controle

biológico mais comercialmente utilizados no Brasil (LOPES, 2009). Formulados como

biopesticidas, biofertilizantes e inoculantes de solo (HARMAN et al., 2004), sendo T.

harzianum a espécie mais estudada (MARIANO et al., 2005).

Algumas espécies de Trichoderma podem promover o crescimento de

plantas,aumentar a germinação e a emergência de sementes. Isto se dá numarelação

aparentemente simbiótica e não parasítica, entre o fungo e a planta, onde ofungo ocupa

o nicho nutritivo e a planta é protegida de doenças. Após desenvolver-se na

espermosfera, Trichoderma spp. podem ser utilizados na inoculação de sementes, pois

acabam acompanhando o desenvolvimento da raiz da nova planta (HARMAN, 2000)

contribuindo para o pioneirismo do fungo nessa estrutura (CHAO et al., 1986).

Acapacidade do fungo em colonizar as raízes é um fator fundamental para

suainterferência no crescimento e na produtividade da planta (HARMAN, 2000;

SAMUELS,2006).

A promoção de crescimento vegetal ocasionada por Trichoderma spp. pode

envolver alguns fatores ainda poucos esclarecidos, como a produção de hormônios e

vitaminas, conversão de materiais a uma forma útil para a planta, absorção e

translocação de minerais e controle de patógenos (MELO, 1991). Espécies de

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Trichoderma produzem ácidos orgânicos que reduzem o pH do solo e permitem a

solubilização de fosfato, micronutrientes e minerais como ferro, manganês e

magnésio,úteis para o metabolismo da planta (HARMAN et al., 2004). Segundo Ethur

et al., (2005),a variabilidade entre os isolados de Trichoderma spp., quanto à

interferência no crescimento de vegetais, consiste, principalmente, na produção de

metabólitos secundários e na sua capacidade de ser competitivo na rizosfera.

Assim, a inoculação de rizóbio e Trichoderma pode exercer uma ação

antagonista contra patógenos da rizosfera atuando também como promotor de

crescimento e a atividade infectiva e de fixação de nitrogênio das estirpes de rizóbio.

Com a substituição de insumos industriais por biológicos buscando a sustentabilidade e

aumento de produtividade é que este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da

dupla inoculação de rizóbio e Trichoderma em quatro variedades feijão-caupi cultivado

em campo em Gurupi,no sul do Tocantins.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos na estação experimental da Universidade

Federal do Tocantins no Campus de Gurupi – TO, localizado a 11º 43’ de latitude sul e

49º 04’ de longitude oeste, a 280 m de altitude. A caracterização climática local e de

clima tropical úmido com pequena deficiência hídrica (B1wA’a’) conforme

classificação Tornthwaite (TOCANTINS, 2005); ou cerrado ou Savana Tropical

segundo Köppen- Geiger (PEEL, 2007).

Antes do plantio, coletou-se uma amostra de solo composta e realizou-se a

caracterização física e química, onde foram encontrados os seguintes valores: 1,5 cmolc

dm3 de Ca; 0,7 cmolc dm

3 de Mg; 0,1 cmolc dm

3 de K; 2,8 mg dm

3 de P; 0,07 cmolc dm

3

de Al; 7,4 cmolc dm3 de CTC; 2,3 cmolc dm

3 de SB; 30% de V; pH 5,4 em água; 1,0 %

de matéria orgânica; textura de 72,3, 8,2 e 19,5 % de areia, silte e argila,

respectivamente (EMBRAPA, 1997).

Foi realizada a adubação mineral antes da semeadura aplicando-se 80 kg de

P2O5 na forma de superfosfato simples, e 60 kg de K2O na forma de KCl, baseada na

análise de solo e na necessidade da cultura.

Foram conduzidos quatro experimentos de campo em feijão-caupi (variedades

Vinagre, Sempre Verde, Fradinho e Corujinha), com estirpes de rizóbio e Trichoderma,

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sendo as variedades avaliadas em experimentos independentes. Os experimentos foram

conduzidos no período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012. Cada parcela constou

de nove linhas de plantio de feijão-caupi, com cinco metros de comprimento, por quatro

metros de largura, e o espaçamento entre linhas de plantio foi de 0,50 m. O tamanho de

cada parcela experimental foi de 20 m2.

Os tratamentos utilizados em cada experimento foram: inoculação somente de

rizóbio;inoculação somente de Trichoderma na semente; inoculação de rizóbio e

Trichoderma spp. na semente; inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma spp. no

solo; inoculação de rizóbio na semente e Trichoderma aos 15 DAP; inoculação de

rizóbio e Trichoderma sp. na semente e 15 DAP; inoculação de rizóbio na semente e

Trichoderma sp. no solo e 15 DAP; controle adubado com nitrogênio e testemunha sem

inoculação. Os experimentos foram em blocos ao acaso e quatro repetições.

As estirpes utilizadas, após crescimento em meio YMA por cinco dias, foram

suspensas individualmente em solução salina (0,2% MgSO4) e cada uma dessas

suspensões ( 109 células mL

-1) foi adicionada às sementes.

Para os tratamentos com a utilização de Trichoderma sp., foi utilizado o

inoculante comercial Trichoplus JCO em pó, com dose de 20 g por kg de sementes. No

tratamento com aplicação direta no solo foram utilizados 3 kg de Trichoplus JCO em pó

por hectare, correspondendo a 4 g por parcela experimental. O produto comercial

Trichoplus JCO, formulado com Trichoderma sp., com concentração mínima de 2 x

1012

L-1

de conídio viáveis, foi aplicado conforme indicações do fabricante, direto nas

sementes e misturado no adubo nos tratamentos com Trichoderma no solo e em

cobertura nos tratamentos com aplicações aos 15 DAP.

Para o tratamento com o uso de nitrogênio em cada experimento, foi utilizado

50 kg ha-1

de N, sendo dividido em duas aplicações: 20 kg ha-1

de N no momento do

plantio e 30 kg ha-1

de N de cobertura 25 dias após a emergência das plantas na forma

de ureia.

A inoculação foi realizada com as estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84

caracterizadas como Bradyrhizobium sp., recomendadas pela Rede de laboratórios para

recomendação, padronização e difusão de tecnologia de inoculantes microbianos de

interesse agrícolas para a cultura do feijão-caupi no Brasil (RELARE) (CAMPO &

HUNGRIA, 2007).

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A emergência ocorreu a partir do terceiro dia após a semeadura. Realizou-se o

desbaste das plântulas aos 15 dias após o plantio (DAP), deixando-se 10 plantas por

metro linear.

As avaliações foram feitas em duas épocas 25 e 50 DAP. Para cada avaliação

foram coletadas seis plantas de cada parcela, sendo realizada a lavagem das raízes em

água corrente para a retirada de todo material indesejável tomando cuidado para não

perder raízes e nódulos, com auxilio de uma peneira.

A parte aérea foi separada das raízes com um corte feito na base do caule, e os

nódulos foram retirados e contados. Posteriormente a parte aérea, a raiz e os nódulos

foram colocados em saco de papel e conduzidos para secagem em estufa por 72 horas a

65º C até atingir o peso constante.

A avaliação de biomassa foi feito através da massa seca da parte aérea

(MSPA), da raiz (MSR), e total (MST), assim como o número de nódulos (NN) e massa

seca dos nódulos (MSN), secas em estufa por 72 horas a 65°C até atingir o peso

constante. Com a biomassa da parte aérea da última avaliação (50 DAP) determinou-se

a eficiência relativa (ER) calculada segundo a fórmula: ER = (MSPA inoculada / MSPA

com N) x 100 (LIMA et al., 2005).

Foi feita ainda a avaliação do estado nutricional das plantas, determinando-se

os teores de N e P na parte aérea (EMBRAPA, 2009). O N acumulado (ANPA) na

matéria seca da parte aérea (MSPA) foi calculado, multiplicando o peso pelo teor de N.

E com base nos valores de nitrogênio acumulado (N total) determinou-se a eficiência

simbiótica, calculada por meio da fórmula: ES = [(Ntotal fixado – Ntotal TS/N) /

(Ntotal TC/N – Ntotal TS/N) x 100], em que N total fixado = Nitrogênio total do

tratamento; Ntotal TS/N = Nitrogênio total da testemunha sem nitrogênio; N total TC/N

= Nitrogênio total da testemunha nitrogenada (LIMA et al., 2005).

A produção de grãos foi obtida nas fileiras centrais de cada parcela com área

útil de 6m2, após a maturação fisiológica das plantas, sendo a mesma corrigida para

13% de umidade.

A colheita foi realizada quando aproximadamente 80% das vagens

apresentavam-se secas. Em seguida, as vagens foram debulhadas manualmente

corrigindo-se a umidade dos grãos para 14%. Após colheita foi obtida a produtividade

de cada cultiva.

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Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos

comparados pelo teste de Scott-Knott a 5%, utilizando o programa estatístico

ASSISTAT versão 7.1 beta (Silva, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados na Tabela 1 mostram, no experimento 1, com a

cultivar Vinagre, para a massa seca da parte aérea (MSPA) aos 25 DAP, foram

superiores (p<0,05) para os tratamentos com inoculação de rizóbio e Trichoderma na

semente, rizóbio e Trichoderma na semente mais aplicação aos 15 DAP e rizóbio e

Trichoderma no solo mais aplicação aos 15 DAP. Para a massa seca da raiz (MSR) não

ocorreram diferenças entre os tratamentos, somente em relação à testemunha. Da

mesma forma foram encontrados para a massa seca total (MST) onde somente o

tratamento rizóbio mais Trichoderma aos 15 DAP apresentou médias inferiores aos

demais tratamentos. Para o número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN)

verificou-se médias superiores (p<0,05) na maioria dos tratamentos em relação ao

controle adubado e testemunha, com exceção para o tratamento somente Trichoderma

na semente.

Para a avaliação aos 50 DAP, a MSPA foi significativamente superior (p<0,05)

para a maioria dos tratamentos inoculados com rizóbio, entretanto os tratamentos

rizóbio mais Trichoderma na semente, rizóbio mais Trichoderma no solo e rizóbio mais

Trichoderma aos 15 DAP, apresentaram os menores valores. Para a MSR o tratamento

rizóbio mais Trichoderma na semente apresentou a menor média, diferindo

significativamente dos demais tratamentos com inoculação. Para a MST os melhores

resultados foram para os tratamentos com inoculação, com exceção dos tratamentos

rizóbio e Trichoderma no solo e rizóbio e Trichoderma aos 15 DAP. Em relação ao NN

as menores médias entre os tratamentos inoculados foram encontradas nos tratamentos

somente Trichoderma na semente, o que também ocorreu para a variável MSN.

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Tabela 1: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Vinagre inoculado

com rizóbio e Trichoderma sp.1 Experimento 1.

Tratamentos MSPA

(g)

MSR

(g)

MST

(g) NN

MSN

(mg)

25 DAP2

Somente Rizóbio 2,0 b 0,4 a 2,4 a 33 a 157 a

Somete Tricho. (semente)

2,1 b 0,4 a 2,5 a 17 b 60 b

Riz. + Tricho. (semente) 2,4 a 0,4 a 2,8 a 43 a 193 a

Riz. + Tricho (solo) 2,0 b 0,5 a 2,5 a 35 a 167 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 1,6 b 0,4 a 2,0 b 43 a 137 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 2,4 a 0,4 a 2,8 a 47 a 173 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 2,6 a 0,4 a 3,05 a 29 a 177 a

Controle com N 1,7 b 0,4 a 2,1 a 11 b 83 b

Testemunha 0,3 c 0,2 b 0,5 c 10 b 56 b

CV (%) 3

14,4 28,2 13,8 36,4 51,9

50 DAP (Florescimento)

Somente Rizóbio 11,8 a 2,0 a 13,8 a 111 a 350 a

Somete Tricho. (semente)

12,8 a 2,8 a 15,6 a 37 c 150 b

Riz. + Tricho. (semente) 11,4 b 2,8 a 14,2 a 120 a 333 a

Riz. + Tricho (solo) 9,4 b 2,7 a 12,1 b 115 a 253 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 8,3 b 2,5 a 10,8 b 119 a 276 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 12,9 a 3,0 a 15,9 a 141 a 250 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 13,4 a 3,8 a 17,2 a 116 a 293 a

Controle com N 11,7 a 2,0 b 13,7 a 25 c 110 b

Testemunha 3,1 c 0,5 b 3,6 c 18 c 50 b

CV (%) 12

14,9 33,5 15,4 22,9 33,7 1Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scctt-Knott a 5%.2DAP =

Dias após oplantio. 3 Coeficiente de variação.

No experimento 2, a cultivar analisada foi a Corujinha. Para a MSPA aos 25

DAP o resultado foi superior (p<0,05) para o tratamento rizóbio e Trichoderma na

semente e 15 DAP. Em relação à MSR as maiores médias (p<0,05) foram para os

tratamentos inoculados com rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e

Trichoderma no solo e 15 DAP. Esses tratamentos mais o tratamento rizóbio mais

Trichoderma no solo apresentaram, também, resultados superiores (p<0,05) para a

variável MST. Para NN a maioria dos tratamentos apresentaram médias superiores

(p<0,05) ao controle adubado e testemunha com exceção para inoculação somente

Trichoderma na semente. Para a MSN os tratamentos rizóbio e Trichoderma na

semente, rizóbio e Trichoderma aos 15 DAP e rizóbio e Trichoderma na semente e 15

DAP apresentaram médias superiores (p<0,05).

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Aos 50 DAP para MSPA os melhores resultados foram os inoculados com

rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no solo e 15

DAP. Para MSR não houve diferença estatística entre os tratamentos, somente em

relação à testemunha. Novamente os tratamentos inoculados com rizóbio e Trichoderma

na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP apresentaram as

médias superiores (p<0,05) para a MST. Para NN o tratamento rizóbio mais

Trichoderma no solo e 15 DAP obteve a maior média (p<0,05). Em relação a MSN

todos os tratamentos apresentaram médias superiores à testemunha, com exceção do

tratamento somente Trichoderma na semente.

Tabela 2: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Corujinha,

inoculado com rizóbio e Trichoderma sp.1 Experimento 2.

Tratamentos MSPA

(g)

MSR

(g)

MST

(g) NN

MSN

(mg)

25 DAP2

Somente Rizóbio 2,5 c 0,3 b 2,8 b 29 a 100 b

Somete Tricho. (semente)

1,7 d 0,2 c 1,9 c 12 b 45 c

Riz. + Tricho. (semente) 2,3 c 0,3 b 2,6 b 38 a 205 a

Riz. + Tricho (solo) 2,9 c 0,3 b 3,2 a 29 a 85 b

Riz. +Tricho. 15 DAP 2,6 c 0,3 b 2,9 b 31 a 180 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 3,7 a 0,5 a 4,2 a 36 a 197 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15 DAP 3,1 b 0,5 a 3,6 a 26 a 87 b

Controle com N 2,0 d 0,2 c 2,2 c 8 b 30 c

Testemunha 1,2 e 0,1 d 1,3 d 8 b 27 c

CV (%) 3

12,1 14,9 10,9 26,0 17,5

50 DAP (Florescimento)

Somente Rizóbio 9,4 b 2,8 a 12,2 b 117 b 310 a

Somete Tricho. (semente)

7,7 c 2,3 a 10,0 c 29 c 80 b

Riz. + Tricho. (semente) 11,1 b 2,6 a 13,7 b 94 b 283 a

Riz. + Tricho (solo) 10,9 b 2,6 a 13,5 b 96 b 278 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 9,6 b 2,4 a 12,0 b 107 b 301 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 16,3 a 3,1 a 19,4 a 106 b 291 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 16,5 a 3,0 a 19,5 a 189 a 321 a

Controle com N 12,3 b 2,6 a 14,9 b 29 c 83 b

Testemunha 7,9 c 1,4 b 9,3 c 20 c 47 c

CV (%) 3

16,2 16,0 16,2 28,7 16,7 1Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a

5%.2DAP = Dias após oplantio. 3Coeficiente de variação.

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Com a cultivar Fradinho, na primeira avaliação aos 25 DAP para a variável

MSPA os tratamentos com inoculação de rizóbio e Trichoderma 15 DAP, rizóbio e

Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP foram

superiores (p<0,05). Para a MSR a maioria dos tratamentos apresentou média superior

(p<0,05) à testemunha, com exceção dos tratamentos somente Trichoderma na semente

e rizóbio e Trichoderma na semente. Em relação MST resultados superiores (p<0,05)

também foram para os tratamentos que receberam aplicação de Trichoderma aos 15

DAP. O tratamento que apresentou a menor média, com exceção do controle com N e

testemunha foi o Trichoderma somente na semente para o NN.O mesmo ocorreu para a

variável MSN.

Para a variável MSPA aos 50 DAP, a maioria dos tratamentos apresentaram

médias significativamente superiores à testemunha, com exceção de inoculação somente

de Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma no solo. Resultados semelhantes

foram encontrados para estes tratamentos na variável MST. Não houve diferenças

estatísticas para a variável MSR entre os tratamentos inoculados e o controle adubado,

somente em relação à testemunha. Quanto ao NN os melhores tratamentos foram

obtidos com as inoculações de rizóbio e Trichoderma no solo, rizóbio e Trichoderma na

semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP. Para MSN os

tratamentos sem inoculação de rizóbio foram significativamente inferiores.

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Tabela 3: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Fradinho, inoculado

com rizóbio e Trichoderma sp.1 Experimento 3.

Tratamentos MSPA

(g)

MSR

(g)

MST

(g) NN

MSN

(mg)

25 DAP2

Somente Rizóbio 1,8 b 0,3 a 2,1 b 21 a 80 a

Somete Tricho. (semente)

1,9 b 0,2 b 2,1 b 14 b 40 b

Riz. + Tricho. (semente) 2,0 b 0,3 b 2,3 b 28 a 100 a

Riz. + Tricho (solo) 1,7 b 0,3 a 2,0 b 27 a 82 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 2,4 a 0,4 a 2,8 a 24 a 106 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 2,7 a 0,4 a 3,1 a 29 a 77 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 2,7 a 0,4 a 3,1 a 23 a 83 a

Controle com N 1,7 b 0,4 a 2,1 b 13 b 47 b

Testemunha 0,7 c 0,2 b 0,9 c 11 b 23 c

CV (%) 3

12,5 22,6 11,4 27,1 34,9

50 DAP (Florescimento)

Somente Rizóbio 8,8 a 1,8 a 10,6 a 33 b 230 a

Somete Tricho. (semente)

6,9 b 1,4 a 8,3 b 15 c 72b

Riz. + Tricho. (semente) 9,4 a 1,7 a 11,1 a 38 b 407 a

Riz. + Tricho (solo) 6,1 b 1,3 a 7,4 b 44 a 307 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 8,7 a 1,6 a 10,3 a 38 b 227 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 10,1 a 1,4 a 11,5 a 45 a 266 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 11,5 a 2,0 a 13,5 a 45 a 283 a

Controle com N 8,8 a 1,4 a 10,2 a 11 c 53 b

Testemunha 2,7 c 0,4 b 5,77 c 11 c 50 b

CV (%)

16,5 23,0 16,6 13,7 33,2 1Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.2DAP =

Dias após oplantio. 3Coeficiente de variação.

Em relação a cultivar Sempre Verde, todos os tratamentos inoculados com

rizóbio e/ou Trichoderma foram superiores (p<0,05) à testemunha, com exceção do

tratamento com inoculação de Trichoderma na semente para MSPA aos 25 DAP. Para

MSR os tratamentos que apresentaram as maiores médias (p<0,05) foram: rizóbio e

Trichoderma no solo, rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma

aos 15 DAP. A MST também não apresentou diferenças estatísticas para o tratamento

com exceção da inoculação de Trichoderma na semente e a testemunha. O mesmo

ocorreu para as variáveis NN e MSN, onde estes tratamentos e o controle adubado

também apresentaram resultados inferiores aos tratamentos com inoculações de rizóbio

e Trichoderma.

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Para a segunda avaliação aos 50 DAP, o melhor resultado foi obtido pelo

tratamento controle adubado para as variáveis MSPA e MST. Para MSR, os tratamentos

com inoculações somente de rizóbio, rizóbio e Trichoderma na semente, rizóbio e

Trichoderma no solo, rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP foram superiores

(p<0,05). Já para a variável NN a maioria dos tratamentos apresentaram médias

superiores à testemunha, com exceção para os tratamentos somente Trichoderma na

semente e controle adubado. Para MSN os resultados que mais se destacaram foram

rizóbio mais Trichoderma na semente e 15 DAP e do tratamento rizóbio e Trichoderma

no soloe 15 dias.

Tabela 4: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de

nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi cv. Sempre verde,

inoculado com rizóbio e Trichoderma sp.1 Experimento 4.

Tratamentos MSPA

(g)

MSR

(g)

MST

(g) NN

MSN

(mg)

25 DAP2

Somente Rizóbio 1,9 a 0,3 b 2,2 a 23 a 83 a

Somete Tricho. (semente)

1,4 b 0,3 b 1,7 b 11 b 45 b

Riz. + Tricho. (semente) 1,8 a 0,3 b 2,1 a 24 a 87 a

Riz. + Tricho (solo) 1,9 a 0,4 a 2,3 a 23 a 81 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 1,9 a 0,4 a 2,3 a 22 a 87 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 2,2 a 0,3 b 2,5 a 27 a 97 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15 DAP 1,9 a 0,5 a 2,4 a 22 a 72 a

Controle com N 2,2 a 0,2 c 2,4 a 5 c 32 c

Testemunha 1,2 b 0,1 d 1,3 b 4 c 27 c

CV (%) 3

17,7 23,8 16,3 15,3 15,6

50 DAP (Florescimento)

Somente Rizóbio 10,9 b 2,6 a 13,5 b 66 a 147 b

Somete Tricho. (semente)

7,1 c 2,0 b 9,1 c 30 b 68 c

Riz. + Tricho. (semente) 10,7 b 2,8 a 13,5 b 64 a 147 b

Riz. + Tricho (solo) 12,3 b 2,7 a 15,0 b 61 a 163 b

Riz. + Tricho. 15 DA`P 10,3 b 2,2 b 12,5 b 55 a 170 b

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 11,3 b 2,4 b 13,7 b 49 a 207 a

Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 11,4 b 2,9 a 14,3 b 68 a 260 a

Controle com N 14,7 a 3,3 a 18,0 a 27 b 100 c

Testemunha 2,8 d 0,7 c 3,5 d 16 b 73 c

CV (%)

14,4 13,3 14,4 23,2 24,2 1Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.2DAP = Dias após oplantio. 3Coeficiente de variação.

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Em relação à eficiência relativa, que relaciona a biomassa da parte aérea, aos

50 DAP, dos tratamentos em relação ao controle adubado,para a cv. Vinagre (Figura 1,

as menores médias foram observadas para os tratamentos com rizóbio e Trichoderma no

solo e rizóbio e Trichoderma 15 DAP.Para as cv. Corujinha e Fradinho, as maiores

médias (p<0,05) foram observadas nos tratamentos com inoculação de rizóbio e

Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP.Para a

cv. Sempre Verde, houve diferenças estatística, com o tratamento controle adubado

superior aos demais tratamentos. Porém, os tratamentos com inoculações foram

superiores à testemunha.

Figura 1: Eficiência relativa de feijão-caupi cultivares Vinagre, Corujinha, Fradinho e

Sempre verde, inoculado com rizóbio e Trichoderma, em relação ao tratamento adubado com

nitrogênio, 50 dias após o plantio. Experimentos 1, 2, 3 e 4. T1: Rizóbio; T2:

Trichoderma(semente); T3: Rizóbio e Trichoderma (semente); T4: Rizóbio e Trichoderma

(solo); T5: Rizóbio e Trichoderma (15 DAP); T6: Rizóbio e Trichoderma (semente e 15

DAP); T7:Rizóbio e Trichoderma (solo e 15 DAP); T8: Adubação com N; T9: Testemunha.

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Considerando a eficiência simbiótica das cultivares (Figura 1), em relação às

variedades Vinagre, Fradinho e Sempre verde, os melhores resultados foram

encontrados para os tratamentos, somente inoculado com rizóbio, rizóbio e

Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no solo e 15

DAP,evidenciando eficiência na capacidade de assimilação do nitrogênio atmosférico

pelas estirpes inoculadas, superiores (p<0,05) ao tratamento testemunha.

Já para a cv. Corujinha, os melhores resultados foram para os tratamentos com

a inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma

no solo e 15 DAP.

Figura 2: Eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos inoculado com

rizóbio e Trichoderma, em relação ao N total acumulado no feijão-caupi 50 dias após o

plantio. Cultivares Vinagre, Corujinha, Fradinho e Sempre verde (Experimentos 1, 2, 3 e 4).

T1: Rizóbio; T2: Trichoderma (semente); T3: Rizóbio e Trichoderma (semente); T4:

Rizóbio e Trichoderma (solo); T5: Rizóbio e Trichoderma (15 DAP); T6: Rizóbio e

Trichoderma (semente + 15 DAP); T7: Rizóbio e Trichoderma (solo e 15 DAP); T8:

Adubação com N; T9: Testemunha.

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Quanto à produtividade, para a cv. Vinagre destaque para os tratamentos

rizóbio e Trichoderma na semente, rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e

rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP e controle adubado, com produtividade

superior (p>0,01) aos demais tratamentos. Para a cultivar Corujinha, todos os

tratamentos que receberam uma aplicação de Trichoderma aos 15 DAP, obtiveram

médias superiores (p<0,05) aos demais tratamentos e à testemunha, porém sem diferir

do controle adubado.Para a cultivar Fradinho, o melhor resultado foi obtido pelo

tratamento rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP.Para a cultivar Sempre Verde, a

maioria dos tratamentos apresentaram médias superiores à testemunha, com exceção

dos tratamentos somente Trichoderma na semente e rizóbio e Trichoderma 15 DAP

(Tabela 5).

Tabela 5: Produtividade de feijão-caupi cv. Vinagre (Experimento 1), cv. Corujinha

(Experimento 2), cv. Fradinho (Experimento 3) e cv. Sempre verde (Experimento 4),

inoculados com rizóbio e Trichoderma sp.1

Tratamentos Produtividade (kg ha-1

)

Vinagre Corujinha Fradinho Sempre

verde

Somente Rizóbio 1.223,9 b 963,9 c 1.204,7 c 776,7 a

Somete Tricho. (semente)

1.008,0 c 760,2 d 855,7 d 344,9 c

Riz. + Tricho. (semente) 1.449,8 a 1.089,0 b 1.321,7 c 767,9 a

Riz. + Tricho (solo) 1.339,2 b 1.101,5 b 1.259, 4 c 780,2 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 1.205,4 b 1.308,1 a 1.397,9 c 510,2 b

Riz. + Tricho. (semente) + 15 DAP 1.617,9 a 1.286,7 a 1.896,9 a 953,8 a

Riz. + Tricho. (solo) + 15DAP 1.486,8 a 1.297,1 a 1.541,3 b 884,6 a

Controle com N 1.455,3 a 1.210,8 a 1.190,9 c 986,8 a

Testemunha 285,2 d 413,8 e 420,5 e 284,9 c

CV (%)(2)

13,4 9,7 11,2 11,5 1Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.2

Coeficiente de variação.

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Para a variável Teor de N (Tabela 6), os tratamentos com inoculação de

rizóbio, para as quatro variedades, apresentaram valores significativamente maiores,

sem diferir do tratamento controle adubado, o que confirma a alta eficiência das estirpes

em fixar o nitrogênio. Quanto ao acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA), os

maiores valores encontrados para a variedade Vinagre foram para os tratamentos com

inoculação somente de rizóbio, rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e

Trichoderma no solo e 15 DAP. Na variedade Corujinha, os tratamentos com as

inoculações de rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e rizóbio e Trichoderma no

solo e 15 DAP foram significativamente superiores. Estes mesmos tratamentos mais a

inoculação de rizóbio e Trichoderma na semente, também foram significativamente

superiores, porém, não diferiram do controle adubado. Para a variedade Sempre Verde

não houve diferença significativa entre os tratamentos com as inoculações de rizóbio e

Trichoderma, com exceção da inoculação somente com Trichoderma na semente.

Para o teor de P (Tabela 6), para as cultivares Corujinha, Fradinho e Sempre

Verde não houve diferença significativa entre os tratamentos inoculados e controle

adubado, somente em relação à testemunha. Para a cv. Vinagre as maiores valores

(p<0,05) foram encontrados nos tratamentos com inoculação somente de rizóbio,

rizóbio e Trichoderma na semente, rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP e controle

adubado.

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Tabela 6. Teor de Nitrogênio (TN), acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) e

teor de fósforo em feijão-caupi cultivares Vinagre, Corujinha, Fradinho e Sempre

verde(1)

. Experimentos 1, 2, 3 e 4.

Tratamento Teor de N

(mg g-1

/planta)

ANPA

(mg/planta)

P

(mg g-1

/planta)

Experimento 1: cv. Vinagre

Somente Rizóbio 40,5 a 478 a 3,4 a

Somete Tricho. (semente)

25,0 b 320 c 2,7 b

Riz. + Tricho. (semente) 37,5 a 428 b 3,0 a Riz. + Tricho (solo) 36,0 a 338 c 2,6 b

Riz. + Tricho. 15 dias 37,3 a 310 c 2,7 b

Riz. + Tricho. (semente) e 15 dias 38,1 a 492 a 2,6 b

Riz. + Tricho. (solo) e 15dias 38,6 a 517 a 3,2 a Controle com N 34,3 a 401 b 3,0 a

Testemunha 28,7 b 89 d 1,7 c

CV (5)(2)

11,8 10,2 8,9

Experimento 2: cv. Corujinha

Somente Rizóbio 36,4 a 342 c 2,6 a

Somete Tricho. (semente)

32,9 b 253 d 2,1 a

Riz. + Tricho. (semente) 37,9 a 421 b 2,2 a Riz. + Tricho (solo) 42,4 a 462 b 2,6 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 42,3 a 406 b 2,4 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 41,3 a 673 a 2,3 a Riz. + Tricho. (solo) e 15 DAP 37,8 a 624 a 2,2 a

Controle com N 39,4 a 485 b 2,6 a

Testemunha 25,8 c 204 d 1,5 b

CV (%)

9,64 12,3 12,1

Experimento 3: cv. Fradinho

Somente Rizóbio 22,1 a 195 b 2,1 a

Somete Tricho. (semente)

17,8 b 123 c 1,7 a

Riz. + Tricho. (semente) 24,3 a 228 a 2,0 a Riz. + Tricho (solo) 23,4 a 143 c 1,9 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 21,3 a 185 b 1,8 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 24,3 a 245 a 2,5 a Riz. + Tricho. (solo) e 15DAP 23,1 a 266 a 2,1 a

Controle com N 23,0 a 202 a 2,2 a

Testemunha 17,9 b 48 d 1,3 b CV (%)

13,9 11,8 11,5

Experimento 4: cv. Sempre verde

Somente Rizóbio 22,2 a 242 a 2,0 a

Somete Tricho. (semente)

18,2 b 129 b 2,1 a Riz. + Tricho. (semente) 23,2 a 248 a 1,7 a

Riz. + Tricho (solo) 20,9 a 257 a 1,5 a

Riz. + Tricho. 15 DAP 23,0 a 237 a 1,7 a

Riz. + Tricho. (semente) e 15 DAP 21,7 a 245 a 2,1 a Riz. + Tricho. (solo) e 15 DAP 22,4 a 255 a 1,7 a

Controle com N 23,9 a 351 a 1,9 a

Testemunha 14,7 c 41 c 1,3

CV (%) 11,3 13,5 8,9

1Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.2 Coeficiente de variação.

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Em relação à biomassa (MSPA, MSR e MST), comparando as cultivares

testadas, Vinagre, Corujinha, Fradinho e Sempre Verde, a cultivar Corujinha apresentou

os melhores resultado para estas variáveis nas duas avaliações (25 e 50 DAP) (Tabela

2). Os tratamentos que mais se destacaram foram à inoculação de rizóbio e Trichoderma

na semente e 15 DAP e inoculação de rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP, nas

duas avaliações, superando os resultados obtidos com a adubação nitrogenada.

Resultados semelhantes foram obtidos no estudo de Saber et al. (2009),em que a co-

inoculação de T. harzianum e rizóbio estimulou a ação das bactérias e facilitou a

infecção dos pelos radiculares e o enrolamento do pêlo radicular, devido à produção de

quitinase e celulase por parte do fungo.

Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Diniz et al.(2006), os

quais observaram que sementes de alface inoculadas com Trichoderma viride

apresentaram maior produção de massa seca de parte aérea. Machado et al. (2011), em

experimentos com Lotus corniculatus L. (cornichão) e Avena strigosa Schreb (aveia

preta) observaram que todas as cepas e estirpes de rizóbios testadas em conjunto com

produto comercial à base de T. harzianum, foram capazes de promover o crescimento

das plantas de aveia preta, aumentando a massa vegetal da parte aérea.

Os resultados encontrados neste trabalho corroboram com trabalhos de

Carvalho Filho etal. (2008) onde observaram que isolados de T. harzanium promoveu o

aumento significativo da massa seca em plantas de eucalipto. Ethur et al.(2006)

trabalhando com sementes de nabo forrageiro verificou que os tratamentos em que foi

utilizado Trichoderma, mostraram aumento na altura de plântulas, demonstrando a

atuação deste fungo como promotor de crescimento. Harman (2000) demonstra em

estudo realizado em casa de vegetação e campo, aplicando Trichoderma spp (T22) no

solo ocorreu aumento no desenvolvimento do tomateiro.

Analisando os resultados podemos observar que a aplicação de Trichoderma

aos 15 DAP favoreceu significativamente as cultivares testadas. Isso pode ser explicado

pelo fato de que nessa fase às plantas estão mais susceptível a incidência de doenças, e

uma segunda dose de Trichoderma favoreceu a bioproteção das plantas, aumento com

isso a resistência das mesmas. No entanto independentemente da ocorrência da doença,

o Trichoderma também resultou em um maior crescimento no feijão-caupi. Estes

resultados podem ser considerados positivos para a utilização destes isolados, uma vez

que, ao colonizar o sistema radicular da planta, o fungo pode inibir a colonização por

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fitopatógenos, formando uma barreira em torno da raiz, além de promover o

crescimento da plântula.

Nas variáveis NN e MSN, a cultivar Vinagre obteve resultados superiores em

relação às outras cultivares para essas duas variáveis, nas duas avaliações (Tabela 1).

Em comparação aos tratamentos em todos os experimentos avaliados, para a

primeira avaliação (25 DAP) o melhor tratamento foi à inoculação rizóbio e

Trichoderma na semente. Isso demonstra que a aplicação do Trichoderma não

prejudicou o processo de nodulação das cultivares. Já para a segunda avaliação (50

DAE) no geral os melhores tratamentos foram obtidos por somente inoculação de

rizóbio seguido do tratamento inoculação rizóbio e Trichoderma no solo e 15 DAP, o

que pode justificar mais uma vez que a aplicação de Trichoderma aos 15 DAP favorece

além da biomassa, o processo de nodulação.

No presente trabalho a vantagem em número de nódulos dos tratamentos não se

traduziu em maior produção de biomassa de parte aérea para a maioria dos tratamentos,

com exceção para a cultivar Vinagre na primeira avaliação (Tabela 1), para o tratamento

inoculação de rizóbio e Trichoderrma na semente e 15 DAP, para a cultivar Corujinha

para este mesmo tratamento nas duas avaliações (Tabela 2) e para a cultivar Sempre

Verde na segunda avaliação (Tabela 4), com o tratamento inoculação rizóbio e

Trichoderma no solo e 15 DAP. Estes resultados corroboram com os obtidos por Vieira

et al. (2007), onde inoculando diferentes estirpes de rizóbio, os maiores resultados para

o NN não necessariamente resultaram em maior biomassa da parte aérea.

Resultados semelhante reportados por Soares et al. (2006) inoculando feijão

caupi, encontraram valores superiores de NN e MSN em relação a testemunha. Ogut et

al. (2005), observaram aumento da massa e número de nódulos nas plantas de feijão e

elevação do conteúdo de nitrogênio nas sementes de trigo quando inoculados com T.

harzianum Rifai 1295-22 (T-22).

A cultivar Fradinho, obteve as menores médias para a variável NN (Tabela 4),

no entanto apresentou valores superiores em relação à variável MSN. Isso se deve ao

fato da cultivar apresentar pouca quantidade de nódulos, porém maiores, o que é um

comportamento específico da cultivar.

A produção de nódulos na testemunha, apesar de em pequena quantidade, pode

ser explicado pelo fato de que na área onde foi instalado o experimento já havia uma

população de rizóbio nodulante de feijão-caupi nativos no solo, apesar destas não serem

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72

eficientes, o que é demonstrado nos dados de biomassa na testemunha (Tabela 1, 2, 3 e

4).

O tratamento de sementes com microrganismos antagonistas pode promover

bom desenvolvimento de plantas de forma geral, incluindo os efeitos benéficos na

germinação de sementes, emergência e desenvolvimento das plântulas, uma vez que,

fungos do gênero Trichoderma são capazes de atuar como bioestimulante do

crescimento radicular, promovendo o desenvolvimento de raízes através de

fitohormônios, e assim melhorar a assimilação de nutrientes o que aumenta a resistência

diante de fatores bióticos não favoráveis, além de degradar fontes de nutrientes que

serão de fundamental importância para o desenvolvimento do vegetal (HARMAN,

2000; HARMAN et al., 2004).

De acordo com os resultados obtidos, a aplicação de Trichoderma aos 15 DAP

melhorou o desempenho simbiótico das estirpes de rizóbio inoculadas, dados estes que

também foram observados nos parâmetros biomassa e nodulação (Tabela 1, 2, 3, e 4),

ER (Figura 1) e ES (Figura 2). Resultados semelhantes de eficiência simbiótica de

estirpes de rizóbio foram reportados em outros trabalhos (SOARES et al., 2006; ZILLI

et al., 2009; NASCIMENTO et al., 2009; CHAGAS JR et al., 2010).

Quanto a Eficiência Relativa (ER) (Figura 2), comparando todas cultivares,

novamente os tratamentos que receberam a segunda aplicação de Trichoderma aos 15

DAP, tanto no solo quanto na semente apresentaram os melhores resultados, com

exceção para a cultivar Sempre Verde, no qual obteve os melhores resultados para o

tratamento com adubação nitrogenada.

Com relação à Eficiência Simbiótica (ES) (Figura 1) comparando todas as

cultivares avaliadas, os melhores resultados foram obtidos nos tratamentos, inoculação

de rizóbio e Trichoderma na semente e 15 DAP e inoculação rizóbio e Trichoderma no

solo e 15 DAP no qual apresentaram valores superiores estatisticamente aos demais

tratamentos. Esses resultados demonstram que houve uma eficiência maior para estes

tratamentos quanto à capacidade de assimilação do nitrogênio atmosférico pelas estirpes

inoculadas, superiores à testemunha.

Porém, a eficiência das bactérias fixadoras de nitrogênio,que estabelecem

simbiose com leguminosas, e sua capacidade de sobreviver e formar nódulos no solo

dependem de fatores genéticos inerentes aos simbiontes e da interação com fatores

edafoclimáticos (MOREIRA & SIQUEIRA, 2002).

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73

Em relação à produtividade, comparando às cultivares, mais uma vez, os

tratamentos que receberam uma dose reforço de Trichoderma aos 15 DAP apresentaram

os maiores resultados, com produtividade superior (p<0,05) aos demais tratamentos,

com exceção da cultivar Sempre Verde, no qual o melhor resultado foi obtido no

tratamento com controle adubado (Tabela 5).

Na média geral dos quatro experimentos, foram observadas produtividades de

grãos de feijão-caupi que variaram de 986,8 a 1455,3kg ha-1

para os tratamentos com

adubação nitrogenada, já para os tratamentos inoculados com rizóbio e que receberam

uma segunda dose de Trichoderma aos 15 DAP os resultados variaram de 953,8 a

1896,9 kg ha-1

.

Lobo Junior et al. (2009), em experimentos realizados com feijoeiro comum

com aplicação de T. asperellum, observou um aumento na produtividade de até 807 kg

ha-1

em relação à testemunha. Estirpes de Trichoderma são agentes de controle

biológico, agindo contra fungos fitopatogênicos, mas podem colonizar raízes de plantas

para estimular o crescimento e proteção contra infecções. A colonização da raiz

frequentemente aumenta o desenvolvimento radicular, produtividade da cultura,

resistência a estresses abióticos e melhora o uso de nutrientes (BENÍTEZ et al., 2004).

A baixa produtividade observada pela cultivar Sempre Verde (Tabela 5), em

relação às outras cultivares, pode ser explicada pelo fato de que esta não é recomendada

para as condições climáticas da região onde foi instalado o experimento.

Para as quatro cultivares, em relação ao teor de N na matéria seca das plantas,

houve diferença entre os melhores tratamentos para cada cultivar, sendo que o maior

resultado foi obtido pelo tratamento inoculação de rizóbio de Trichoderma no solo para

a cultivar Corujinha (Tabela 6). Isso pode indicar que a simbiose entre o feijão-caupi e

rizóbio foi capaz de fixar N atmosférico e suprir as necessidades das plantas,

proporcionando desenvolvimento superior àquelas que receberam adubação nitrogenada

em cobertura na maioria das cultivares.

No entanto resultados semelhantes aos encontrados neste trabalho, foram

encontrados por Fernandes et al. (2003), onde estes autores consideraram que o teor de

N acumulado pelas plantas inoculadas com estirpes eficientes é superior ao das plantas

sem inoculação e tem origem na FBN.

Na avaliação do N total da parte aérea do feijão-caupi no campo, a limitação na

formação de nódulos, nos tratamentos sem inoculação de rizóbio restringiu o acúmulo

de N. Isso se confirma, pois, no tratamento com inoculação de rizóbio, as cultivares

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acumularam N de forma semelhante nos quatro experimentos (Tabela 6). Dessa forma,

embora tenham sido observadas diferenças entre as cultivares em relação às estirpes

inoculantes, os maiores efeitos na FBN parecem estar relacionados com outros fatores

que ocorrem no campo e que não foram considerados nas avaliações deste trabalho.

A capacidade de nodulação e a capacidade de fixar N atmosférico em

leguminosas são eventos distintos e complexos porque a eficiência não é determinada

exclusivamente pela variedade da leguminosa nem apenas pela estirpe de rizóbio, mas

pela interação entre os simbiontes (HUNGRIA & RUSCHEL, 1987).

Em relação à variável ANPA, os tratamentos com de rizóbio e Trichoderma,

tanto no solo quanto na semente, mais a aplicação de Trichoderma aos 15 DAP,

obtiveram os melhores resultados para todas as cultivares, com exceção da cultivar

Sempre Verde que apresentou os melhores resultados no tratamento somente inoculado

com rizóbio seguido do controle adubado com nitrogênio (Tabela 6), o que concretiza o

efeito, principalmente da inoculação de estirpes de rizóbio selecionados para o feijão-

caupi.Resultados semelhantes para Teor de N e ANPA foram descritos por Melo & Zilli

(2009), Almeida et al. (2010) e Chagas Jr et al. (2010). Segundo Brito et al. (2009) a

fixação simbiótica forneceu a maior parte do N acumulado nas plantas de feijão e caupi,

seguida, em ordem decrescente, pelo solo e fertilizante

Quanto ao teor de P (fósforo) na parte aérea, todos os tratamentos, em todas as

cultivares apresentaram valores significativamente superiores à testemunha, com

destaque para a cultivar Vinagre que em média obteve os melhores resultados para esta

variável (Tabela 6). Kapri & Tewari (2010), avaliaram quatorze linhagens de

Trichoderma sp.quanto a capacidade destes em solubilizar fosfato de cálcio, e

concluíram que todos os isolados solubilizaram fósforo em meio líquido com diferentes

potenciais, com aumento significativo nos parâmetros de crescimento de grão de bico

em ensaios em casa de vegetação, da mesma forma para o trevo (Trifolium repens)

(VASSILEV et al., 2006a).

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CONCLUSÃO

A aplicação de rizóbio e Trichoderma na semente seguido da aplicação de

Trichoderma aos 15 DAP, tanto na semente quanto no solo, apresentou os melhores

resultados na maioria das variáveis analisadas.

As cultivares Vinagre, Corujinha e Fradinho apresentaram os melhores

resultados para produção de biomassa e produtividade.

A aplicação de Trichoderma afeta positivamente o processo de nodulação,

sendo que os melhores resultados foram obtidos quando esse fungo foi inoculado.

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