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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA BRUNA DE SOUZA RESENDE OS DESAFIOS DA PROMOÇÃO À SAÚDE DO ESCOLAR E A INTERFACE COM AS AÇÕES DO ENFERMEIRO NITERÓI 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Bruna de Souza Resen… · À Deus por ter guiado todos os meus caminhos, em especial quando deixei a casa dos meus pais para estudar

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

BRUNA DE SOUZA RESENDE

OS DESAFIOS DA PROMOÇÃO À SAÚDE DO ESCOLAR E A INTERFACE

COM AS AÇÕES DO ENFERMEIRO

NITERÓI

2016

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BRUNA DE SOUZA RESENDE

OS DESAFIOS DA PROMOÇÃO À SAÚDE DO ESCOLAR E A INTERFACE

COM AS AÇÕES DO ENFERMEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para conclusão de curso.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Donizete Vago Daher

COORIENTADORA: Profa. Dra. Irma da Silva Brito

Niterói

2016

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R 433 Resende, Bruna de Souza. Os desafios da promoção à saúde do escolar e a interface

com as ações do enfermeiro / Bruna de Souza Resende. – Niterói: [s.n.], 2016.

58 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2016. Orientador: Profª. Donizete Vago Daher. Co-Orientador: Profª. Irma da Silva Brito. 1. Enfermagem. 2. Saúde Escolar. 3. Atenção primária à

saúde. 4. Enfermeiras e enfermeiros. 5. Promoção da saúde. I. Título.

CDD 610.73

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BRUNA DE SOUZA RESENDE

OS DESAFIOS DA PROMOÇÃO À SAÚDE DO ESCOLAR E A INTERFACE COM

AS AÇÕES DO ENFERMEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeira e Licenciada em Enfermagem.

Aprovado em: 14/12/2016

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Profa. Dra. Donizete Vago – Orientadora EEAAC/UFF

___________________________________________________________________

Prof. Dr. Jorge Luiz Lima da Silva– 1ª Examinador EEAAC/UFF

___________________________________________________________________

Enfa. Me.Tatiane Marinz de Souza Luquez– 2ª Examinadora EEAAC/UFF

Profa. Me. Fabiana Koopmann– Suplente FEN/UERJ

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AGRADECIMENTOS

À Deus por ter guiado todos os meus caminhos, em especial quando deixei a

casa dos meus pais para estudar em Niterói.

À minha mãe Maria Cristina que sempre me incentivou a estudar. Aquela que

não mede esforços para que eu consiga realizar meus sonhos, mesmo que isso

impossibilite ou atrase a realização dos sonhos dela.

Ao meu pai Amarildo, por ter feito parte da minha infância e da minha criação

de forma ímpar. Suas orações me ajudaram a chegar até aqui.

Ao meu irmão Vinícius, que sempre me serviu de inspiração.

As minhas tias-mães, por todo apoio, amor e preocupação.

Ao meu avô Joaquim, que me ensinou que a sabedoria também vem do viver.

A toda minha família, tios, tias, primos, primas que rezaram e torceram pelas

minhas conquistas.

Ao meu amor, Eduardo, pelos incentivos e por acreditar em mim.

Aos irmãos que a UFF vai me deixar de herança, Paulinha, Cíntia, Eliseu,

Larissa, Matheus e Rachel, que caminharam ao meu lado e me encorajaram a seguir

esse caminho. Sem vocês teria sido apenas uma faculdade.

As minhas amigas Ana Flávia, Edimilla e Letícia, por serem muito mais que as

moradoras da minha república. Vocês são minha segunda família, minha família

mineira em Niterói.

A todos os amigos que mesmo distantes continuaram presentes e torcendo pelo

meu sucesso.

À minha querida orientadora, professora Donizete, que me serve de inspiração

profissional e pessoal. Foi orientadora, amiga e companheira. Agradeço pelo carinho e

pela paciência comigo.

Á minha querida coorientadora, professora Irma Brito, agradeço pela parceria

e pelos grandes aprendizados.

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A todos os professores que contribuíram para a minha formação ao longo de

todos esses anos.

A todos os enfermeiros brilhantes que pude conhecer em diferentes cenários no

decorrer dessa caminhada. Vocês me servem de espelho e me fazem acreditar nessa

profissão.

A todos aqueles que participaram dessa caminhada, de forma direta ou indireta,

e que me transmitiram coragem e confiança para chegar até aqui.

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RESUMO

Objetivo: Compreender as práticas de promoção à saúde do escolar e a interface com as ações de enfermagem/enfermeiros. Tendo em vista que, desde a década de 90, a saúde escolar passou a ser preocupação da Organização Pan-americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) na América Latina e Caribe com a indicação de criação da Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde. Atualmente, a proposta brasileira que segue essa linha é o Programa Saúde na Escola (PSE), prestes a completar uma década de existência, ainda conta com carência de estudos que analisem suas ações de promoção à saúde nas escolas brasileiras, produzindo uma lacuna de conhecimentos. Metodologia: Trata-se de Revisão integrativa da literatura, a qual buscou conhecer a produção científica na temática, no período de 2008 a 2016. Foram incluídos 19 artigos, com o intuito de responder as seguintes questões de pesquisa: Qual a interface entre as práticas de promoção à saúde escolar e as ações da enfermagem/enfermeiros? As práticas de saúde escolar estão em conformidade com os componentes de atuação propostos pelo PSE? Resultados: A maioria dos estudos, 14, (73,7%) abordou que a interface entre as práticas de promoção à saúde escolar e as ações de enfermagem/enfermeiros são oriundas de atividades e projetos de extensão e pesquisa de instituições de Ensino Superior na escola. Apenas 3 artigos (15,8%) abordaram as práticas de promoção à saúde do enfermeiro da Atenção Básica na escola, no âmbito do PSE. 2 artigos (10,5%) não revelaram a natureza das ações. Em relação as práticas e os componentes de atuação, 8 artigos (42,1%) puderam ser classificados, concomitantemente, nos componentes I e II, por tratarem das atuações na avaliação clínica e na promoção à saúde e prevenção de agravos, nas quais muitas vezes uma acontecia por consequência da outra. Também 8 artigos (42.1%), enquadraram-se unicamente no componente II, por tratarem de ações educativas em saúde sem estarem acompanhadas de atuações clínicas. 3 artigos (15,8%) vão ao encontro da proposta de formação do componente III, trazendo a atuação de enfermeiros no processo de capacitação e qualificação de professores e outros funcionários da escola. Conclusão: É fundamental incluir na formação do enfermeiro conteúdos referentes ao PSE e sua interface com as ações da ESF, ofertar ações de capacitações para os enfermeiros atuantes na ESF, e sensibilizar os gestores locais da escola e da ESF para a relevância da implementação deste Programa para a qualidade de vida dos escolares. Palavras-chave: Saúde Escolar; Atenção Primária à Saúde; Enfermeiro; Promoção da Saúde.

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ABSTRACT

Objective: To understand the practices of promotion to the health of the school and the interface with the actions of nursing/nurses. Considering that since the 1990s, school health has become a concern of the Pan American Health Organization / World Health Organization (PAHO / WHO) in Latin America and the Caribbean with the indication of the creation of the Regional Health Promoting Schools Initiative Currently, the Brazilian proposal that follows this line is the Programa Saúde na Escola (PSE), about to complete a decade of existence, still has a lack of studies that analyze its actions of health promotion in Brazilian schools, producing a gap of Knowledge. Methodology: This is an Integral Review of Literature, which sought to know the scientific production on the theme, from 2008 to 2016. Nineteen articles were included in order to answer the following guiding questions: What is the interface between practices of school health promotion and nursing/nurses actions? Are the school health practices in line with the performance components proposed by the PSE? Results: The majority of the studies, 14 (73.7%), considered that the interface between school health promotion practices and nursing/nurses actions are derived from activities and projects for the extension and research of higher education institutions in school. Only 3 articles (15.8%) addressed the health promotion practices of the Primary Care nurse at the school, within the scope of the PSE. 2 articles (10.5%) did not reveal the nature of the actions. Eight articles (42.1%) could be classified concomitantly in components I and II of the PSE, because they deal with the clinical evaluation and also in the promotion of health and prevention of diseases, in which one was often due to the other. Also, 8 articles (42.1%) were only included in component II, because they deal with these educational actions in health, without being accompanied by clinical actions. 3 articles (15.8%) meet the proposal for the formation of component III, bringing nursing/nurses to the training and qualification process of teachers and other school staff. Conclusion: It is essential to include in the training of nurses contents related to the PSE and its interface with the actions of the ESF, offer actions of in-service training for the nurses working at the ESF, and sensitize the local managers of the School and the ESF for the relevance of the implementation of this Program Quality of life. Keywords: School Health, Primary Health Care; Nurse; Health Promotion.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO, p. 8

1.1 OBJETO DO ESTUDO, p. 10

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS, p. 10

1.3 OBJETIVOS, p. 10

1.3.1 Objetivo Geral, p. 10

1.3.2 Objetivo Específico, p. 10

1.4 JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA, p. 11

2. REVISÃO DE LITERATURA, p.12

2.1 PRINCÍPIOS CONSTITUINTES DA CARTA DE OTTAWA COM VISTAS A

PROMOÇÃO DA SAÚDE, p. 12

2.2 SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA, p. 13

2.3 SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO À SAUDE, p. 15

2.4 BREVE RESGATE HISTÓRICO DA SAÚDE ESCOLAR E A ESTRATÉGIA

2.5 ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE, p. 16

2.6 BREVE TRAJETÓRIA DA ENFERMAGEM EM SAÚDE ESCOLAR, p.18

2.7 O PROGRAMA DE SAÚDE NA ESCOLA (PSE), p. 19

3. METODOLOGIA, p. 24

4. RESULTADO E DISCUSSÃO, p. 29

CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 48

REFERÊNCIAS, p. 50

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1. INTRODUÇÃO

A motivação pela seleção da temática surgiu após atuação como monitora junto a

disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva I, no qual acompanhava os acadêmicos de

enfermagem em creches e escolas públicas de Niterói/Rio de Janeiro, para realizarem

atividades de educação e promoção à saúde com os escolares. Somado a esse primeiro

interesse, esteve à oportunidade de cursar uma disciplina específica referente à Saúde do

Escolar, denominada Intervenção de Enfermagem Comunitária em Contexto Escolar, junto a

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESENFC), Portugal, lecionada pela Profa. Dra

Irma Brito, que aumentou o interesse pelas práticas de educação e de promoção à saúde do

escolar realizadas por enfermeiros. Este intercâmbio internacional foi concomitante com o

intercâmbio da Profa. Dra. Donizete Daher, o que proporcionou ter diferentes experiências de

enfermagem em contexto escolar com as duas professoras orientadoras deste trabalho de

pesquisa.

Rocha e cols. (2011) apontam que o ambiente escolar tem se tornado o local onde

crianças, jovens e adultos passam a maior parte do seu tempo, o que evidencia a forte

influência de que esse ambiente pode representar no âmbito da saúde de todos que vivem

nele. Assim as ações de promoção da saúde podem representar um grande desafio para

educadores e profissionais da saúde junto dessa clientela.

Com a Carta de Ottawa de 1986, o significado da promoção da saúde foi ampliado e

passou a considerar que aspectos políticos, sociais, culturais, históricos e econômicos

influenciam na vida das pessoas. Além disso, passou a reforçar a necessidade do indivíduo

assumir a responsabilidade pela sua própria vida, desenvolvendo autonomia e se apropriando

das questões que podem influenciar a saúde e a doença (GUIMARÃES; AERTS; CÂMARA,

2012).

Assim, segundo a referido documento, para se chegar à conquista da saúde, existem

pré-requisitos como: paz; moradia; educação; alimentação; lazer; renda; trabalho; meio

ambiente; entre outros. E, portanto, a promoção da saúde como processo de capacitação do

indivíduo mostra-se relevante durante toda a vida, nas suas diversas fases, a fim de garantir

maior controle sobre a saúde e o ambiente em que se está inserido. Além de enfatizar a

dimensão social da saúde, a Carta de Ottawa define cinco estratégias fundamentais que são:

implementação de políticas públicas; criação de ambientes saudáveis; reorientação dos

serviços de saúde; reforço da ação comunitária e criação de habilidades pessoais (OMS,

1986).

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Em 1992, a Organização Mundial da Saúde (OMS) articulou uma iniciativa mundial

denominada Escolas Promotoras de Saúde. Em 1995, tendo como antecedente essa Rede

Europeia de Escolas Promotoras de Saúde, foi lançada a Iniciativa Regional Escolas

Promotoras de Saúde na América Latina e Caribe pela OPAS/OMS, como objetivo de

fortalecer e ampliar a relação dos setores da saúde e da educação nas práticas de saúde

escolar, incluindo apoio e cooperação dos pais e da comunidade e impulsionando políticas na

comunidade escolar (MOURA et al 2007). Desde então, todos os países da América Latina e

do Caribe têm fortalecido suas ações de promoção da saúde na escola revendo as atividades

desenvolvidas no campo da saúde escolar (BRASIL, 2007a).

As ações descritas anteriormente refletem no ano de 2016, na mais relevante parceria

entre a Rede de Atenção Básica à Saúde e a Rede de Educação no Brasil, que instituiu o

Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial, na perspectiva da atenção integral

(prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público

básico (educação infantil, ensino fundamental e médio, educação profissional e tecnológica e

na educação de jovens e adultos), no âmbito das escolas e/ou das unidades básicas de saúde,

realizadas pelas Equipes de Saúde da Família (ESF) em conjunto com as equipes das escolas

(BRASIL, 2009).

Segundo a coordenação federal do PSE, nos anos de 2014/2015, 4.787 municípios

participaram da iniciativa, atendendo mais de 18 milhões de educandos em 78.934 escolas e

quase 20 mil creches e pré-escolas pactuadas. São contabilizadas mais de 32 mil equipes de

atenção básica vinculadas ao Programa (BRASIL, s.a.a).

No âmbito do PSE compete a ESF realizar visitas periódicas às escolas adstritas no

território de atuação, para avaliar as condições de saúde dos alunos e definir estratégias para a

integração e a articulação permanente entre as políticas e ações de educação e de saúde, com a

participação da comunidade escolar (BRASIL, 2009; BRASIL, 2011a).

As ações promotoras de saúde requerem o envolvimento de diferentes profissionais,

entre eles os enfermeiros, que compartilham ações comuns com todos os profissionais da

atenção básica, tais como: conhecer e lidar com os fatores de risco e vulnerabilidades que

afetam sua comunidade escolar, promovendo e protegendo a saúde, com o propósito de

impactar de maneira positiva a qualidade de vida, as condições de aprendizado e a construção

da cidadania (BRASIL, 2009).

No entanto, como aponta Silva e cols. (2014), as articulações intersetoriais entre a

escola e a saúde ainda ocorrem de forma tímida e com prejuízo a integralidade. As lacunas

existentes nessa articulação entre os serviços de saúde e o ambiente escolar, são dificultadoras

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na prática do enfermeiro e da equipe multidisciplinar no acompanhamento dos escolares, em

detrimento do preconizado pelo PSE, que prevê o elo interministerial entre a saúde e a

educação, visando principalmente à promoção da saúde e prevenção nessa população

(SILVA, et al 2014, VIERA, et al 2014).

Indica-se a necessidade de um novo significado as práticas de promoção da saúde, no

sentido para além de aplicação técnica e normativa que visa o controle de doenças, para a

perspectiva de fortalecimento da saúde dos escolares através da construção de capacidade

para escolhas de vida saudável (SILVA, et al 2014).

Levando em consideração a ampla questão da temática, sua atualidade e relevância,

tornou-se necessário conhecer o que vem preocupando e o que vem sendo socializado sobre a

promoção da saúde nas escolas. Desse modo, optou-se por buscar respostas na literatura que

poderão colaborar para uma reflexão crítica da prática de enfermagem na promoção da saúde

da comunidade escolar, visando aprimorar a atuação dos enfermeiros.

1.1 OBJETO DE ESTUDO

Práticas de Promoção à Saúde Escolar e a interface com as ações de

enfermagem/enfermeiros.

1.2 QUESTÕES DE PESQUISA

• Qual a interface entre as práticas de promoção à saúde escolar e as ações da

enfermagem/enfermeiro?

• As práticas de saúde escolar estão em conformidade com componentes de atuação

propostos pelo Programa Saúde na Escola (PSE)?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral:

Compreender as práticas de promoção à saúde do escolar e a interface com as ações

de enfermagem/enfermeiros

1.3.2 Objetivos específicos:

• Identificar na literatura as práticas de promoção à saúde do escolar e a interface com as

ações de enfermagem/enfermeiros

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• Analisar se as práticas de promoção à saúde do escolar estão em conformidade com as

ações dos componentes de atuação propostos pelo Programa Saúde na Escola.

1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

A justificativa desse estudo está no fato de que a saúde do escolar passou a ser uma

preocupação da OMS na América Latina desde a década de 1990 com a indicação de criação

da Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde. O PSE, prestes a completar uma década

de existência, ainda conta com uma carência de estudos que analisem suas ações de promoção

à saúde nas escolas brasileiras, produzindo uma lacuna de conhecimentos.

A Direção Geral de Saúde de Portugal (PORTUGAL, 2015, p.22), aponta que “Os

conhecimentos, os comportamentos e as crenças estabelecidas no início da vida tendem a

persistir na vida adulta”. Por isso, o ciclo de vida escolar, independente da sociedade,

representa um marco para a estruturação da saúde.

A inserção do enfermeiro no contexto escolar, com ações educativas e assistenciais é

capaz de contribuir para o fortalecimento da relação entre a saúde e a escola, determinantes

para o enfrentamento das situações que afetam crianças e adolescentes (ALVARENGA, et al

2012). Ações estas, que devem ser desenvolvidas por profissionais com conhecimento em

promoção da saúde, compreendendo-a como objeto interdisciplinar (SILVA, et al 2014).

No entanto, Figueiredo, Machado e Abreu (2010) apontam que muitos profissionais

de saúde têm entendido a educação em saúde e promoção da saúde na escola como

intervenções pontuais, médicas e focadas na prevenção de doenças que devem ocorrer devido

à uma demanda atual, ideia esta que não permite o alcance da promoção da saúde que se dá

através da adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

Esta pesquisa se faz relevante, pois vai contribuir para um outro olhar sobre as ações

de promoção da saúde, além de indicar a importância das ações interdisciplinares,

aproximando e integrando a saúde e a educação. Além de contribuir para a reflexão de alunos

dos cursos de graduação e pós-graduação de enfermagem e de outras áreas que ainda são

apresentados a saúde do escolar de forma fragmentada.

Nessa perspectiva, a promoção da saúde nas escolas é um processo em

desenvolvimento permanente, que deve contribuir para que as crianças consigam ser críticas,

construam um projeto de vida e sejam capazes de realizar escolhas conscientes, individuais e

responsáveis, o que inclui a missão de criar ambientes favoráveis para essas escolhas, com

estimulo ao exercício da cidadania (MACIEL et al, 2010).

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2. REVISÃO DE LITERATURA A apresentação do referencial teórico conceitual a seguir apresenta trajetória

cronológica de acordo com as propostas públicas de Promoção da Saúde.

2.1 OS PRINCÍPIOS CONSTITUINTES DA CARTA DE OTTAWA COM VISTAS A

PROMOÇÃO DA SAÚDE

O primeiro e mais relevante instrumento internacional de proteção do direito à saúde

que menciona a promoção à saúde, é a constituição da OMS, em 1946, que orienta todos os

Estados que assinam o Tratado Internacional, o qual configura um conceito de saúde como

completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Mais tarde, em

1966, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, assinado pelo

Brasil e ratificado em 1992, reconhece o direito das pessoas de desfrutarem elevado nível de

saúde física e mental, através de medidas efetivas do Estado (AITH, 2013).

O Informe Lalonde, no Canadá, em 1974, expressou o primeiro documento

governamental a denominar que o modelo de saúde voltado para lógica biomédica é falho,

pois este não é capaz de conter os agravos das doenças crônicas degenerativas. Apresenta,

então, a iniciativa da Promoção à Saúde como maneira de conter esses agravos e reduzir

custos, através de uma abordagem com foco nas mudanças de estilo de vida, enfatizando a

ação individual e preventiva (HEIDMANN et al, 2006).

Neste sentido, a Carta de Ottawa foi instituída na 1ª Conferência Internacional sobre

Promoção de Saúde, realizada em 1986, no Canadá, como um marco importante, inspirada

ainda pela meta da OMS em 1977, “Saúde para todos no ano 2000”, e também pelos

princípios da Declaração de Alma Ata (1978), que tratou da necessidade do desenvolvimento

de cuidados primários de saúde no mundo (CAMPOS; RODRIGUES NETO, 2008).

Conforme consta na Carta de Ottawa,

Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participa-ção no controle deste processo. Para atingir um Estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global (OMS, 1986, [s.p]).

Ainda segundo a OMS, 1986, para se chegar à conquista da saúde, existem pré-

requisitos como: paz, moradia, educação, alimentação, lazer, renda, trabalho, meio ambiente,

entre outros. E, portanto, a promoção da saúde como processo de capacitação do indivíduo

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mostra-se relevante durante toda a vida, nas suas diversas fases, a fim de garantir maior

controle sobre a saúde e o ambiente em que se está inserido. Além de enfatizar a dimensão

social da saúde, a Carta de Ottawa define cinco estratégias fundamentais que são:

implementação de políticas públicas; criação de ambientes saudáveis; reorientação dos

serviços de saúde; reforço da ação comunitária e criação de habilidades pessoais.

Esse significado da promoção da saúde ampliado passou a considerar que aspectos

políticos, sociais, culturais, históricos e econômicos influenciam na vida das pessoas. Além

disso, passou a reforçar a necessidade de o indivíduo assumir a responsabilidade pela sua

própria vida, desenvolvendo autonomia e se apropriando das questões que podem influenciar

a saúde e a doença. Nesse sentido, torna-se necessário investir em capacitação das pessoas

para que elas possam aumentar seu poder de decisão sobre as questões que afetam a sua vida

(GUIMARÃES; AERTS; CÂMARA, 2012).

Como indicado por Aith (2013), a Carta de Ottawa estabelece a promoção da saúde

como fator de melhoria da qualidade de vida e da saúde das pessoas, relacionando- se com

fatores determinantes e condicionantes de saúde, evidenciando a necessidade de construção de

políticas públicas que garantam ambientes favoráveis, melhoria dos modos de vida, de

trabalho e de lazer.

Portanto, a história do movimento de promoção à saúde é resultado de debates nas

conferências internacionais, que construíram uma nova concepção de saúde, e descontruíram

a ideia vigente da saúde voltada para fatores biológicos e patológicos. As estratégias de

promoção à saúde necessitam que as ações profissionais sejam reorientadas, a fim de tornar as

pessoas e as populações mais autônomas a ponto de serem capazes de intervir em seus

processos saúde-doença, com vistas à melhor qualidade de vida (HEIDEMANN et al, 2012).

2.2 A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)

A portaria nº 2.488 de 21 de outubro de 2011 aprova a PNAB (Política Nacional de

Atenção Básica) com o estabelecimento da revisão de diretrizes e normas para a organização

da Atenção Básica (AB), para a Estratégia de Saúde da Família e o Programa de Agentes

comunitários (PACS) (BRASIL, 2011b).

A PNAB é resultado do envolvimento de movimentos sociais, usuários,

trabalhadores, gestores municipais, estaduais e federais no processo de consolidação do

Sistema Único de Saúde (SUS). A Atenção Básica é caracterizada por ações de saúde

individuais e coletivas, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de

agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da

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saúde com o objetivo de desenvolver atenção integral, considerando as singularidades do

sujeito. Conta com grau elevado de descentralização e capilaridade, a fim de se aproximar do

cotidiano das pessoas, e, portanto, a AB deve ser eleita a principal porta de entrada dos

serviços de saúde, funcionando como centro de comunicação com toda Rede de Atenção à

Saúde (RAS) (BRASIL, 2012a).

Com a nova PNAB, a denominação de Programa Saúde da Família (PSF), foi

substituída pela Estratégia de saúde da família, considerada então a estratégia promissora na

reorganização da AB a saúde no Brasil.

A ESF é implantada em grande parte do território nacional e ao seguir os princípios

do SUS, tornou possível a democratização da saúde como nenhum outro programa havia feito.

Traz a proposta de modificar o perfil de saúde curativista para um modelo preventivo,

promovendo saúde a população. A ESF presta cuidados nas Unidades de Saúde e nos

domicílios, intervém nos fatores de risco identificados na comunidade que afetam a saúde e

estimula a organização comunitária para o exercício do controle social juntamente com os

serviços de saúde (CORDOBA, 2013).

Santiago e cols. (2012) apontam que é essencial que a atenção a saúde ultrapasse os

serviços dos hospitais e dos centros de saúde. A ESF deve buscar a integração com

instituições e organizações sociais por meio de parcerias e deve realizar diagnóstico

situacional para direcionar as ações prioritárias, que devem ocorrer de forma pactuada com a

comunidade na busca pelo cuidado individual e familiar.

A PNAB 2012 garante a ampliação das ações intersetoriais e de promoção a Saúde,

através do PSE, com sua universalização e expansão as creches, e prevê acordo entre as

indústrias e as escolas para proporcionar alimentação mais saudável (BRASIL, 2012a). Por se

tratar de uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação, o PSE tem

suas ações integradas pelas equipes de Saúde da Família (eSF) da Atenção Básica a Saúde e

pela comunidade escolar (BRASIL, 2009).

As atividades do PSE ocorrem nos territórios definidos segundo a área de

abrangência da ESF tornando possível a ligação entre as escolas, os centros de saúde, as áreas

de lazer como praças e ginásios esportivos, entre outros. A criação dos territórios locais é

elaborada a partir das estratégias da escola com a unidade básica de saúde. O planejamento

destas ações do PSE considera: o contexto escolar e social, o diagnóstico local em saúde do

escolar e a capacidade de operar em saúde do escolar (BRASIL, s.a.b).

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2.3 SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (PNPS)

A Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014, considerado a necessidade de

atualizar a Política Nacional de Promoção da Saúde e incrementar as ações de promoção da

saúde no território, e garantir sua consonância com os princípios e diretrizes do SUS, resolve

redefinir a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), aprovada em 30 de março de

2006, através da Portaria nº 687 (BRASIL, 2015a).

O Ministério da Saúde (2015a), reforça que a promoção da saúde deve considerar a

autonomia e a singularidade dos sujeitos, das coletividades e dos territórios, pois as formas

como os indivíduos elegem seu modo de viver, incluindo suas escolhas, não dependem apenas

da vontade ou da liberdade individual e comunitária, mas estão condicionadas e determinadas

pelo contexto social, econômico, político e cultural em que vivem. Sendo assim, torna-se

objetivo da PNPS promover a equidade e a melhoria das condições de vida, ampliando a

potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde

decorrentes dos determinantes de saúde.

Campos, Barros e Castro (2004) já alegava que a nova definição de saúde como

resultado dos modos de organização da sociedade e advinda de múltiplos fatores, exige que o

Estado assuma a responsabilidade por uma política de saúde integrada a outras políticas

sociais e garanta a sua efetivação.

A PNPS é organizada em 9 eixos operacionais que funcionam como estratégias para

a realização de ações de promoção da saúde. Entre os eixos, estão: 1- Territorialização (a

regionalização deve descentralizar as ações dos serviços de saúde, organizar a RAS e

articular com os equipamentos sociais nos territórios); 2- Articulação e cooperação

intrasetorial e intersetorial (compartilhamento de planos, de metas, e recursos comuns entre

diferentes setores ou entre diferentes áreas do mesmo setor); 3- Rede de Atenção à Saúde

(transversalizar a promoção da saúde na rede, articulando- se com a atenção básica, vigilância

em saúde, e redes de proteção social); 4- Participação e controle social (ampliar a inclusão de

sujeitos na elaboração de políticas públicas e nas decisões que afetam suas vidas); 5- Gestão

(priorização de processos democráticos e participativos de regulação e controle, de

planejamento, de monitoramento, entre outros); 6- Educação e formação (Incentivo a

aprendizagem pedagógica, problematizadora e dialógica.); 7- Vigilância, monitoramento e

avaliação (análise de informações sobre as condições de saúde de sujeitos para subsidiar

intervenções); 8- Produção e disseminação de conhecimentos e saberes (estímulo a reflexão e

resolução de problemas compartilhando resultados); 9- Comunicação social e mídia (uso das

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de expressões comunicacionais, formais e populares para favorecer a escuta e a fala dos

sujeitos) (BRASIL, 2015a).

A necessidade de articulação com outras políticas públicas é indispensável para o

fortalecimento da PNPS, pois, impulsiona a participação social, uma vez que o setor sanitário

não consegue responder por si só ao enfretamento dos determinantes e condicionantes de

saúde (BRASIL, 2015a).

A promoção da saúde destaca as ações intersetoriais como estratégia de

enfrentamento dos problemas quanto ao meio ambiente, à urbanização, à segurança alimentar

e nutricional, ao desemprego, à moradia, ao uso de drogas lícitas e ilícitas, entre outros. Para

operar política de saúde, incluído a de PNPS, faz-se necessário consolidar práticas voltadas

para indivíduos e coletividades, em trabalho interdisciplinar, integrando redes articuladas e

diferentes atores em um território (CAMPOS; BARROS; CASTRO, 2004).

A ampliação do conceito de saúde e a valorização da abordagem epidemiológica,

exigiram a eleição de áreas prioritárias na implementação da PNPS, que traduzem- se em

“compromissos cotidianos do SUS implicando em agendas mais concretas” (MALTA et al,

2009, p. 85).

Sendo assim, são temas identificados e considerados como prioritários segundo a

PNPS: formação e educação permanente; alimentação adequada e saudável; práticas corporais

e atividades físicas; enfrentamento ao uso do tabaco e de seus derivados; enfrentamento do

uso abusivo de álcool e de outras drogas; promoção da mobilidade segura; promoção da

cultura da paz e dos direitos humanos, e promoção do desenvolvimento sustentável (BRASIL,

2015a).

Malta e cols. (2009) reforçam que para as estratégias de promoção da saúde

atingirem o cuidado integral e efetivo, é necessário estruturar um sistema de saúde capaz de

combinar, medidas de alcance individual e coletivo, de responsabilidade tanto do setor saúde,

quanto de outras instituições.

2.4 BREVE RESGATE HISTÓRICO DA SAÚDE ESCOLAR E A ESTRATÉGIA

ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE

A primeira política de atenção à saúde do escolar surgiu na Alemanha no final do

século XVIII e início do século XIX, representada pelo chamado Sistema Frank, elaborado

pelo médico alemão Johan Peter Frank (1746-1821), então considerado “pai da saúde

escolar”. O Sistema Frank tratava desde atendimento escolar, supervisão das escolas e

prevenção de acidentes, programas de atletismo, preocupação com a iluminação, aquecimento

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e ventilação das salas de aula. Além disso, o sistema não contemplava apenas a saúde escolar,

mas também diversos aspectos da saúde pública e individual (FIGUEIREDO; MACHADO;

ABREU, 2010).

No Brasil, apesar da existência de inspeção das escolas públicas e privadas da Corte

no século XIX, a saúde escolar - ou higiene escolar - como era chamada, apenas ganhou

impulso a partir do século XX, quando o país apresentava crítica situação de saúde pública,

intensa imigração e êxodo rural, que contribuíram para o surgimento de epidemias

(FIGUEIREDO; MACHADO; ABREU, 2010).

Em 1992, a OMS articulou uma iniciativa mundial denominada Escolas Promotoras

de Saúde. Em 1995, tendo como antecedente essa Rede Europeia de Escolas Promotoras de

Saúde, foi lançada a Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde na América Latina e

Caribe pela OPAS/OMS, com o objetivo de fortalecer e ampliar a relação dos setores da

saúde e da educação nas práticas de saúde escolar, incluindo apoio e cooperação dos pais e da

comunidade e impulsionando políticas na comunidade escolar (MOURA, et al 2007). Desde

então, todos os países da América Latina e do Caribe têm fortalecido suas ações de promoção

da saúde na escola revendo as atividades desenvolvidas no campo da saúde escolar (BRASIL,

2007a).

Segundo a OPAS (1998), a Escola Promotora da Saúde é a escola que tem uma visão

integral do ser humano, que considera as pessoas, as crianças e os adolescentes, dentro do seu

ambiente familiar, comunitário e social. Essa estratégia fomenta o desenvolvimento humano

saudável e as relações construtivas e harmônicas, promove aptidões e atitudes para a saúde,

conta com um espaço físico seguro e confortável, com água potável e instalações sanitárias

adequadas, e uma atmosfera psicológica positiva para a aprendizagem. Ela promove a

autonomia, a criatividade e a participação dos alunos, bem como de toda a comunidade

escolar. A promoção da saúde no âmbito escolar tem três componentes principais: educação

para saúde com enfoque integral; criação de entorno saudável; provisão de serviços de saúde.

Dessa forma, a saúde escolar passa por revisão de seu conceito e de suas práticas

higienista e assistencialista. Através da estratégia de Escola Promotora da Saúde, a saúde

escolar tem a possibilidade de avançar e ampliar a sua concepção e práticas com uma visão

integral e interdisciplinar do ser humano, dentro de um contexto comunitário, ambiental e

político mais amplo (SBP, s.a).

As Escolas Promotoras de Saúde pretendem superar o modelo de saúde escolar

centrado na inspeção sanitária, e em regras de higiene, avançando nas relações intersetoriais

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junto aos diferentes setores de políticas sociais, incluindo, especialmente o setor saúde,

visando a qualidade de vida das gerações presentes e futuras (VALADÃO, et al 2006).

A Iniciativa Escolas Promotoras da Saúde depende do trabalho conjunto entre a

educação, a saúde e a sociedade, possuindo compromisso com a manutenção e a obtenção da

saúde por meio de escolhas saudáveis de vida (ALVARENGA, et al 2012).

Atualmente, a proposta brasileira que segue a mesma linha da Iniciativa Escolas

Promotoras de Saúde da OPAS em conjunto com a OMS, é o Programa Saúde na Escola.

Gardano e Fontenele (2013), apontam que em nenhum outro momento histórico,

falou-se tanto em saúde e promoção da saúde como no atual, ou seja, verifica-se a atribuição

de promover saúde no ambiente escolar como elemento transformador da realidade.

2.5 BREVE TRAJETÓRIA DA ENFERMAGEM EM SAÚDE ESCOLAR

Os primeiros registros sobre o trabalho de enfermeiras no contexto escolar é de 1910

quando foi criado o primeiro curso de Higiene Escolar na Faculdade de Medicina e Cirurgia

de São Paulo (SISTON; VARGAS, 2007). É a partir desta época que a Educação em Saúde

vem sendo reconhecida como grande aliada à preservação da saúde dos escolares, em especial

na atenção básica (PIRES et al, 2012).

A participação do enfermeiro na promoção da saúde de crianças e adolescentes no

contexto escolar é uma estratégia tão positiva que, em alguns países, como Estados Unidos e

Inglaterra, há uma especialidade conhecida por Enfermagem Escolar (GONZAGA, et al

2014).

Rasche e Santos (2013) trazem relatos da década de 30 de medidas planejadas por

Edith de Magalhães Fraenkel em “A enfermeira escolar e seu objetivo”, como marco do início

da Enfermagem Escolar no Brasil. Segundo a pesquisadora, as atribuições da enfermeira

escolar apontadas por Fraenkel foram imprescindíveis para a melhoria das condições de saúde

dos escolares da época, que era caracterizada por políticas públicas de saúde fiscalizadoras,

impositivas e dominadoras, e contava com carência de enfermeiros. O reduzido número de

profissionais de enfermagem de nível acadêmico levou a formação da “educadora sanitária”

que tinha uma função preventiva em saúde na escola.

Ferrani (1988) questionava a presença do enfermeiro como integrante do serviço

escolar, comparando a outros países, e os motivos para a busca reduzida desse espaço de

trabalho, uma vez que a escola também é um espaço que exige o cuidado em saúde.

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De fato, a integração entre a enfermagem e a escola só tem ganhado visibilidade, a

partir de discussões mais recentes, que surgiram a partir da implementação do Programa

Saúde na Escola (RASCHE; SANTOS, 2013).

Vale ressaltar que programas assistenciais no ambiente escolar privilegiam a escola

como espaço de articulação entre as políticas voltadas para essa população, e representam um

marco da intersetorialidade saúde-educação. O enfermeiro é o elo entre a comunidade escolar

e outros setores da sociedade (equipe de saúde, família) no apoio aos diferentes segmentos e

instâncias (PIRES et al, 2012).

2.6 O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE)

O Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, publicado pela Presidência da

República do Brasil, institui no âmbito dos Ministérios da Educação e do Ministério da Saúde,

o Programa Saúde na Escola. Este tem a finalidade de contribuir para a formação integral dos

estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e

atenção à saúde (BRASIL, 2007b).

Segundo a coordenação federal do PSE, nos anos de 2014/2015, 4.787 municípios

participam da iniciativa, atendendo mais de 18 milhões de educandos em mais de 78.934

escolas e quase 20 mil creches e pré-escolas pactuadas. São contabilizadas mais de 32 mil

equipes de atenção básica vinculadas ao Programa (BRASIL, s.a.a).

A intersetorilidade vem sendo discutida mais afundo desde a implantação do SUS,

que conta com esta estratégia pautada em seus princípios. A intersetorialidade em saúde pode

ser entendida como a relação entre um ou mais setores com outro ou mais setores diferentes.

Esta relação visa o alcance de resultados mais expressivos, eficazes e eficientes. Resultados

estes que dificilmente seriam alcançados se o setor saúde agisse por si só (SILVA;

RODRIGUES, 2010).

Trabalhar com a intersetorilidade significa desenvolver ações que impactem

positivamente nas condições de vida da população. Estas ações devem envolver a articulação

de saberes e experiências no sentido de planejar intervenções efetivas para os problemas que

afligem a comunidade (PINTO et al, 2012).

A articulação entre a Escola e Rede Básica de Saúde é à base do PSE, com estratégia

de desenvolvimento da cidadania e da qualificação das políticas públicas brasileiras. A

articulação intersetorial entre a saúde, a educação e as demais redes sociais para o

desenvolvimento das ações do PSE, implica mais do que ofertas de serviços no mesmo

território, pois as ações devem ser sustentadas a partir da conformação de redes de

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corresponsabilidade (BRASIL, 2014). A relação entre os serviços, o padrão de comunicação

entre as diferentes equipes, e o modelo de atenção oferecido ao usuário devem ser colocados

em questão para que as ações propostas sejam cumpridas, e para que como afirmado por Silva

e Rodrigues (2010), haja efeitos melhores na saúde dos indivíduos.

O PSE envolve as equipes de saúde da família e a educação básica na estratégia para

integração e articulação permanente entre as políticas e ações de educação e saúde, com

participação de toda comunidade escolar (BRASIL, 2007b). Sendo assim, ao longo da vida, a

vigilância em saúde das crianças e adolescentes é de responsabilidade das equipes de saúde da

família, que devem realizar avaliação das condições de saúde dos estudantes das escolas nos

territórios adscritos. Frente às necessidades de saúde identificadas, a equipe de saúde da

família deve se articular com toda a rede de serviços de saúde, com o setor Educação e com

outros equipamentos existentes na comunidade, para a elaboração e planos terapêuticos

integrais e integrados para a resolução dos problemas detectados (BRASIL, 2009).

A escola deve ser entendida como uma instituição de construção de relações, de

desenvolvimento crítico e político, que contribui na construção de valores, crenças, saberes e

que interfere diretamente na produção social da saúde (BRASIL, 2009). O que vai ao

encontro com as ideias de Pinto e cols. (2012), ao alegarem que os espaços promotores de

ações intersetoriais são locais de construção de novos saberes, conceitos e linguagem capazes

de mudar beneficamente a sociedade.

Entretanto, os objetivos do PSE demonstram que o Programa vai além de uma tática

entre os setores saúde e educação, e se configura, de fato, como uma nova política de

educação e saúde no Brasil (RESENDE, 2015).

Dessa forma, faz-se se necessário citar os objetivos do PSE evidenciados pelo

decreto nº 6.286:

I – Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde;

II – Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da rede pública de

Educação Básica, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos

estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos

disponíveis;

III – Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de

educandos;

IV – Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na

promoção da cidadania e nos direitos humanos;

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V – Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que

possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar;

VI – Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca

de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; e

VII – Fortalecer a participação comunitária nas políticas de Educação Básica e saúde,

nos três níveis de governo

A gestão do PSE é compartilhada e representada pelos Grupos de Trabalho

Intersetoriais (GTI), que se dão nas três esferas de governo, e são compostos por

representantes da Saúde e da Educação, podendo haver outros representantes de políticas

públicas e/ ou movimentos sociais. Nesta proposta de gestão, o planejamento, a execução, o

monitoramento e a avaliação das ações devem ser realizados coletivamente, no sentindo em

que atendam as demandas locais. O trabalho dos GTI’s deve garantir a troca de saberes,

compartilhamento de poderes e afetos entre os profissionais de saúde, educação, educandos e

comunidade, no intuito de aprofundar saberes, constituir práticas que considerem as

potencialidades e vulnerabilidades do território e criar de atividades de atuação compartilhada

na comunidade (BRASIL, 2011a).

As ações do PSE devem estar inseridas no projeto político-pedagógico da escola,

respeitando a competência político executiva dos Estados e Municípios, a diversidade

sociocultural das diferentes regiões e a autonomia dos educadores e pedagogos. Na realização

de promoção da saúde com os educandos, professores e outros funcionários, deve- se partir do

princípio “o que eles sabem” e “o que podem fazer”. Os profissionais de saúde e educação

devem assumir atitude permanente de empoderamento dos educandos, de modo a incorporar

comportamentos adequados para a melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 2011a).

• Sobre os Componentes de Atuação do PSE

De acordo com a Resolução nº 47, de 1º de setembro de 2011 do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (2011c), o Programa está organizado em cinco grandes

componentes de atuação, que são: I - Avaliação clínica e psicossocial dos estudantes; II -

Promoção à saúde e prevenção de doenças e agravos à saúde; III - Capacitação de

profissionais da educação e da saúde e de jovens; IV- Avaliação das condições de saúde dos

estudantes; e V - Monitoramento e avaliação do PSE.

No entanto, operacionalmente, no intuito de facilitar a dinâmica de trabalho das

equipes de saúde e educação, o PSE trabalha com os três primeiros componentes, que

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precisam ser desenvolvidos para a construir processos de educação e saúde integral e

qualificar a gestão intersetorial para facilitar a dinâmica do trabalho (BRASIL, 2013).

O componente I, trata das avaliações das condições de saúde (avaliação clínica e

psicossocial) e têm como objetivo obter informações sobre o crescimento e o

desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens, possibilitando que os estudantes que

apresentem alterações de saúde possam ser atendidos em sua Unidade Básica de Saúde (UBS)

(BRASIL, 2011a; BRASIL, 2015b).

Do ponto de vista epidemiológico, as ações prioritárias para os educandos envolvem:

avaliação antropométrica; atualização do calendário vacinal; detecção precoce de hipertensão

arterial sistêmica (HAS); detecção precoce de agravos de saúde negligenciados (prevalentes

na região: hanseníase, tuberculose, malária etc.); avaliação oftalmológica; avaliação auditiva;

avaliação nutricional; avaliação da saúde bucal; e avaliação psicossocial (BRASIL, 2011a).

O componente II sobre a Promoção à saúde e prevenção de doenças e agravos à

saúde possui estratégias abordadas a partir de temas prioritários como: ações de segurança

alimentar e promoção da alimentação saudável; promoção das práticas corporais e atividade

física nas escolas; Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE): educação para a saúde sexual, saúde

reprodutiva e prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis/AIDS; Saúde e Prevenção

nas Escolas: prevenção ao uso de álcool e tabaco e outras drogas; promoção da cultura de paz

e prevenção das violências; e promoção da saúde ambiental e desenvolvimento sustentável

(BRASIL, 2011a).

O componente III trata sobre a educação permanente e capacitação de profissionais

da educação e saúde e de jovens para o PSE, e aponta o compromisso das três esferas de

governo neste processo de formação. A parceria entre Educação e Saúde desenvolve formação

e materiais de apoio sobre o planejamento, monitoramento e avaliação do PSE. O público

alvo são os profissionais da Saúde e da Educação que compõem os GTIs. Estão previstas

ainda, ações de avaliação das condições de saúde e promoção da saúde dos profissionais das

equipes de Atenção Básica, das Unidades de Saúde, e das escolas e de jovens educandos

(BRASIL, 2011a).

Neste sentido, são utilizadas as seguintes estratégias: formação do GTI, através de

oficinas, ensino a distância e apoio institucional da esfera federal aos estados e municípios e

dos estados aos municípios; formação de jovens protagonistas para o PSE/SPE, por meio da

metodologia de educação pelos pares, que valoriza o protagonismo do jovem na defesa dos

direitos à saúde; formação de profissionais da Educação e da Saúde nos temas do Programa

Saúde na Escola, com a realização de atividades de educação permanente, junto aos

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professores, merendeiros, agentes comunitários de saúde, auxiliares de Enfermagem,

enfermeiros, médicos e outros profissionais das escolas e das equipes de Atenção Básica;

cursos de educação a distância (EaD), que envolvem a parcerias com Universidades, e outros

órgãos do governo e abordam sobre as temáticas do PSE (BRASIL, 2011a).

Para que as ações de cada componente sejam eficazes, é necessário que todos os

envolvidos (profissionais da saúde, professores e alunos) conheçam o Programa, e que haja

um diálogo constante entre a ESF e a escola (LEITE, et al 2015). O esclarecimento sobre as

ações realizadas envolve o protagonismo dos estudantes, de forma a serem capazes de

produzir autonomia e autocuidado nesse processo (BRASIL, 2015b).

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3. METODOLOGIA

3.1 DESENHO DA PESQUISA

Estudo que buscou compreender a interface entre as práticas de promoção à saúde do

escolar e as ações da enfermagem/enfermeiros. Para alcançar os objetivos contou com

abordagem metodológica qualitativa do tipo descritiva na modalidade Revisão Integrativa da

Literatura. A coleta de dados foi realizada através do levantamento bibliográfico nas bases de

dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de

Dados em Enfermagem (BDENF), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) buscando elucidar as questões que norteiam o estudo através da perspectiva de

diversos autores.

De acordo com Dyniewicz (2009), a pesquisa de abordagem qualitativa baseia-se na

ideia de que o conhecimento sobre os indivíduos é possível, somente, quando deriva da

descrição da experiência vivida pelos seus próprios atores.

A pesquisa qualitativa aponta para o olhar diferenciado uma vez que expande suas

perspectivas ao considerar a complexidade e diversidade do homem. Mediante a percepção da

subjetividade do outro, consegue-se compreender os fenômenos de interesse que ajudarão na

ampliação e construção do conhecimento, e que fortalecerão os papeis sociais (LACERDA,

LABRONICI, 2011).

A revisão integrativa é um tipo de estudo importante para analisar o estado da arte e

o conhecimento atual sobre determinado tema, pois identifica e sintetiza resultados de estudos

independentes sobre os mesmos conceitos. Através desse método podem ser desenvolvidas

políticas, protocolos e procedimentos, além de trazer uma reflexão crítica, que aprimora a

prática profissional. Dessa forma, a revisão integrativa é dividida em 6 fases: 1ªfase trata da

elaboração das questões norteadoras; a 2ª fase relacionada com a pesquisa em bases de dados;

3ª fase sobre a coleta de dados presentes nos artigos selecionados; 4ª fase direcionada para a

análise crítica dos estudos incluídos e a sua validade em termos de métodos e resultados; 5ª

fase com a discussão dos resultados e a 6ª fase para a apresentação da revisão integrativa

(SOUZA; SILVA; CARVALHO 2010).

A principal vantagem da revisão integrativa está no fato de possibilitar ao

pesquisador cobrir diversos fenômenos, tornando-se uma vantagem maior, quando se trata de

uma pesquisa com dados muito dispersos, como por exemplo, quando se quer pesquisar algo

envolvendo todas as regiões brasileiras, pois seria impossível o pesquisador percorrer todo o

território (GIL, 2010).

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• Fases da Revisão Integrativa

Conforme proposto por Souza, Silva e Carvalho (2010) foram seguidas seis etapas

para condução do presente estudo.

A primeira fase “Elaboração da pergunta norteadora” é a fase mais importante da

revisão, pois delimita os estudos incluídos na pesquisa, os meios adotados e as informações a

serem coletadas de cada estudo. Define os participantes, as intervenções a serem avaliadas e

os resultados que serão mensurados. Esta fase deve ser feita de maneira clara e associada ao

raciocínio teórico já obtido pelo pesquisador (Ibidem).

Na primeira fase, foram elaboradas as seguintes questões norteadoras: Qual a

interface entre as práticas de promoção á saúde escolar e as ações da

enfermagem/enfermeiros? As práticas de Promoção à Saúde do Escolar estão em

conformidade com componentes de atuação propostos pelo Programa Saúde na Escola (PSE)?

A 2ª fase “Busca ou amostragem na literatura” está diretamente ligada a fase

anterior, e a busca na base de dados deve ser feita de maneira ampla contemplando as bases

eletrônicas de maior relevância, garantindo a representatividade da amostra, apresentando

indicadores de confiabilidade e fidedignidade (Ibidem).

Nessa fase, foram escolhidas as três bases de dados para a busca: Bdenf, Lilacs e

Medline.

Na “Coleta de dados”, 3ª fase, é necessário à utilização de um instrumento

previamente elaborado assegurando que as informações relevantes serão extraídas, e as

possibilidades de erros diminuídas. Dentre os dados coletados devem ser incluídos a definição

dos sujeitos, metodologia, tamanho da amostra, mensuração de variáveis, método de análise e

conceitos embasadores empregados (Ibidem).

Esta fase constou de levantamento de artigos realizado no mês de outubro, utilizando

os descritores: Saúde Escolar; Enfermagem e Promoção da Saúde”, de forma articulada e com

o boleador AND entre eles, controlados pelos Descritores de Ciências da Saúde (DeCS), no

campo de “consulta por palavra”, por meio da opção “palavra ou termo”.

Os artigos selecionados na pesquisa foram obtidos a partir da adoção de “critérios de

inclusão” e “critérios de exclusão” estabelecidos, conforme demostrado abaixo:

Critérios de inclusão: textos disponíveis em versão integral, completa; idioma

português; publicação nos últimos 9 anos (2008-2016), visto que o PSE foi instituído em

dezembro de 2007, e que abordavam sobre as práticas de promoção à saúde escolar e a

interface com as ações de enfermagem/enfermeiros.

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Critérios de exclusão: produções sob forma de dissertação ou tese e artigos que se

encontravam repetidos nas bases de dados.

Após a pesquisa na Base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando os

descritores pré-definidos, foi encontrado um total de 945 artigos.

Na Medline, a partir da articulação entre os descritores “Saúde Escolar AND

Enfermagem AND Promoção da Saúde” foram encontradas 789 publicações. Destas, 175

disponíveis na íntegra, 3 apresentavam- se em idioma português, 2 indexadas no período entre

2008 e 2016. Posteriormente realizou-se a leitura dos resumos das produções que abordavam

sobre “Práticas de promoção à saúde escolar e a interface com as ações

enfermagem/enfermeiros”, resultando em 2 produções.

Na base de dados da Lilacs foram encontradas 92 publicações. Destas, 63 estavam

disponíveis na íntegra, 56 apresentavam-se em idioma português, sendo 48 publicadas no

período entre 2008 e 2016. Após leitura dos resumos das produções que apresentavam à

temática “Práticas de promoção à saúde escolar e a interface com as ações

enfermagem/enfermeiros” identificaram-se 19 produções.

Na base de dados da Bdenf, foram encontradas 52 publicações. Destas, 36 estavam

disponíveis na íntegra, 34 apresentadas no idioma português, sendo 29 publicadas entre 2008

e 2016. Após leitura dos resumos das produções que apresentavam à temática “Práticas de

promoção à saúde escolar e a interface com as ações enfermagem/enfermeiros”,

permaneceram 18 produções (Figura 1).

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Figura 1. Fluxograma referente ao quantitativo de produções científicas encontradas nas bases de dados

conforme critérios de inclusão.

Fonte: Elaboração autora, 2016.

Saúde Escolar AND Enfermagem AND Promoção da Saúde

LILACS 92

MEDLINE 789

BDENF 52

Na íntegra 175 63

36

Idioma português 3 56

34

Publicados de 2008 a 2016 2 48

29

Sobre “Práticas de Promoção à Saúde

Escolar e a interface com as ações de

enfermagem/enfermeiros”

2

19

18

TOTAL

n = 39

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Destaca-se que dos 39 artigos científicos selecionados, após a aplicação dos critérios

de exclusão, 11 foram excluídos por apresentarem-se de forma repetida nas bases de dados e 6

por tratarem-se de teses e dissertações, resultando em 22 publicações. Após leitura integral

desses artigos, identificou-se que 2 abordavam sobre ações de enfermagem/enfermeiros no

âmbito de escolas da rede privada de ensino que não são contempladas pelo PSE, e, portanto,

foram eliminados, resultando em 20 publicações. 1 artigo foi eliminado por tratar de revisão

integrativa da literatura que analisa apenas ações oriundas de estudos internacionais, não se

adequando a realidade brasileira. Desse modo, a amostra final do estudo é composta por 19

artigos.

Os instrumentos criados para a extração de informações, encontram-se apresentados

nos resultados desta presente revisão.

Na quarta fase, a “Análise crítica dos estudos incluídos”, é paralela a “Coleta de

dados” e demanda atenção especial e organização, para conseguir analisar todas as

informações dos estudos sem perder conteúdo (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Nessa fase, a análise dos dados constou de leituras sucessivas e minuciosas dos

resumos de todos os artigos incluídos, seguida da leitura do texto completo, que desvendaram

sobre as práticas de promoção à saúde escolar e a interface com as ações de

enfermagem/enfermeiros.

Na 5ª fase, “Discussão dos resultados”, são feitas comparações entre os dados

evidenciados, identificando possíveis lacunas no conhecimento e delimitando prioridades para

estudos futuros. O pesquisador deve sempre distinguir seus comentários, conclusões e

evidenciar possíveis vieses, garantindo assim a validade das informações coletadas (Ibidem).

Nessa fase foi feita aproximação dos resultados obtidos com a literatura específica sobre a

temática em estudo.

A sexta e última fase, “Apresentação da revisão integrativa”, deve ser clara e

completa, dando ao leitor a possibilidade de avaliar criticamente os resultados. Logo, devem

ser apresentadas todas as informações pertinentes de maneira detalhada (Ibidem).

3.2 ASPECTOS ÉTICOS

Uma vez que o presente estudo não trata de pesquisa que envolve a participação de

seres humanos, não foi necessária à aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP).

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29

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao fim das buscas, a amostra foi composta por um total de 19 artigos, sendo 10 da

BDENF, 08 da LILACS, 01 da MEDLINE, que serão analisado conforme indicado (Quadro

1):

Quadro 1. Apresentação da amostra final dos artigos.

Nº Título Autor Categoria

Profissional

Periódico Base de

Dados Ano

01 Brigada Estudantil de Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros em Palmas (TO)

Lima, LLN, Neves Junior, R

Médicos Revista Brasileira de Educação Médica

LILACS 2016

02 Saúde ocular em escolares e a prática dos enfermeiros da atenção básica

Fontenele, RM, Souza, AI, Rashe, AS

Enfermeiros Cogitare Enfermagem

LILACS 2016

03 O enfermeiro e a temática da hanseníase no contexto escolar: relato de experiência

Pinheiro MGC, Medeiros IBG, Monteiro AI, Simpson CA

Enfermeiros Jounal of Research Fundamental Care Online

LILACS 2015

04 Violência sob o olhar de adolescentes: intervenção educativa com Círculos de Cultura

Brandão NW, Silva MAI, Aquino JM, Lima LS, Monteiro EMLM

Enfermeiros Revista Brasileira Enfermagem

LILACS 2015

05 Promoção da Saúde no Programa Saúde na Escola e a inserção da enfermagem

Silva KL, Sena RR, Gandra EC, Matos JAV, Coura, KRA

Enfermeiros e discente de enfermagem

Revista Mineira de Enfermagem (REME)

LILACS 2014

06 Atuação dos enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde direcionada aos adolescentes com excesso de peso nas escolas

Vieira, CENK, Enders BC, Mariz, LS, Santos, RJF, Rêgo, MCD, Oliveira, DRC

Enfermeiros e discentes de enfermagem

Revista Mineira Enfermagem (REME)

BDENF 2014

07 Assistência de enfermagem ao adolescente no âmbito escolar: uma pesquisa documental

Moreira PNO, Lima KYN, Tourinho FSV, Santos VEP

Enfermeiros Revista de Enfermagem UERJ

BDENF 2014

08 Intervenção educativa sobre violência com adolescentes: possibilidade para a enfermagem no contexto escolar

Brandão Neto W, Silva ARS, Almeida Filho AJ, Lima LS, Aquino JM, Monteiro EMLM

Enfermeiros Escola Anna Nery Revista de Enfermagem

LILACS 2014

09 Enfermagem escolar e sua especialização:

Rasche AS, Santos MSS.

Enfermeiros Revista Brasileira de

MEDLINE 2013

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30

uma nova ou antiga atividade

Enfermagem

10 Educação preventiva com deficientes auditivos: desafio para profissionais da saúde e educação

Brum CN, Zuge SS, Brum NA, Carvalho LC

Enfermeiros, advogado e educador especial

Revista de Enfermagem e Atenção à Saúde

BDENF 2013

11 A enfermagem no contexto da saúde do escolar: revisão integrativa da literatura

Pires LM, Queirós PS, Munari DB, Melo CF, Souza MM

Enfermeiros Revista de Enfermagem UERJ

LILACS 2012

12 Ações de educação em saúde realizadas por enfermeiros na escola: percepção de pais

Alvarenga, WA, Silva, MEDC, Silva, SS, Barbosa, LDCS

Enfermeiros e Psicólogo

Revista Mineira de Enfermagem (REME)

BDENF 2012

13 Condições de saúde de escolares e intervenção de enfermagem: relato de experiência

Araújo LM, Araújo LM, Souza ÉCR, Simpson CA

Enfermeiros Revista Rene BDENF 2011

14 Educação em saúde na prevenção de enteroparasitoses: estudo descritivo

Joventino ES, Freitas LV, Lima TM, Vieira NFC, Damasceno AKC , Ximenes LB

Enfermeiros Online Brazilian Journal of Nursing

BDENF 2011

15 Estudo da acuidade visual de crianças de uma escola do município de juiz de fora – MG

Dias, IMAV, Salvador M, Pacheco ZML, Andrade AM, Alves TGF, Vieira ARB, Soares GC

Enfermeiros Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro

BDENF 2011

16 Educação em saúde: uma experiência com teatro de fantoches no ensino nutricional de escolares

Luchetti AJ, Moreale VC, Parro MC

Enfermeiro e discentes de enfermagem

CuidArte Enfermagem

BDENF 2011

17 Olho vivo: analisando a acuidade visual das crianças e o emprego do lúdico no cuidado de enfermagem

Coelho ACO, Marta DC, Dias IMAV, Salvador M,Reis VN, Pacheco ZML

Enfermeiros e discentes de enfermagem

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem

LILACS 2010

18 Qualificação de professores do ensino básico para educação sexual por meio da pesquisa-ação

Souza MM, Munari DB, Souza SMB, Esperidião E, Medeiros M

Enfermeiros Ciência, Cuidado e Saúde

BDENF 2010

19 Tecnologias educativas no contexto escolar: estratégia de educação em saúde em escola pública de Fortaleza-CE

Gubert FA, Santos ACL, Aragão KA, Pereira DCR, Vieira NFC, Pinheiro PNC

Enfermeiros e discentes enfermagem

Revista Eletrônica de Enfermagem

BDENF 2009

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31

A categoria profissional de maior prevalência na autoria dos estudos que abordaram

sobre as práticas de promoção à saúde escolar e a interface com as ações de

enfermagem/enfermeiros foi a de enfermeiros (81,61%), seguida dos discentes de

enfermagem (12,64%) médicos (2,3%), psicólogos (1,15%), educador especial (1,15%) e

advogado (1,15%), conforme indicado no gráfico abaixo (Gráfico 1).

Gráfico 1. Categorias profissionais envolvidas nos estudos.

Em relação aos periódicos indexados, dos 14 em que apareceram as publicações,

houve predomínio dos periódicos de enfermagem (12), seguidos de periódicos de medicina

(1) e do campo da Saúde Pública (1), sendo que a Revista Mineira de Enfermagem (REME),

foi a que mais publicou os artigos (3), seguida da Revista Brasileira de Enfermagem (2),

Revista de Enfermagem Uerj (2) e Escola Ana Nery Revista de Enfermagem (2). Os demais

periódicos apareceram com 1 publicação.

Em relação as bases de dados, predominaram artigos encontrados na BDENF (10),

seguindo os encontrados nas bases da LILACS (8), e (1) na MEDLINE, totalizando a amostra

final de 19 artigos.

Com exceção do ano de 2008, em todos os demais anos do período de publicação

delimitado (2008-2016) foram encontrados artigos, o que demostra que a Saúde Escolar vem

sendo alvo de pesquisadores brasileiros, apresentando uma média de 2 artigos por ano. Os

anos de 2011 e de 2014 foram os mais contemplados com publicações, 4 cada, seguidos dos

anos de 2010, 2012, 2013, 2015 e 2016 com 2 publicações, cada. Por fim, o ano de 2009 com

1 publicação.

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32

Afim de dinamizar a apresentação e análise dos dados, os artigos foram identificados

pela letra A seguida de numeração em ordem cronológica decrescente, ou seja, do mais atual

(2016) para o mais antigo (2009), e, em seguida, analisados seus objetivos, desenho da

pesquisa, abordagem e resultados. (Quadro 2).

Quadro 2. Relação entre objetivo, desenho, abordagem e resultados.

Nº Objetivo Desenho da

Pesquisa/

Abordagem

Resultado

A1 Promover a capacitação,

realizada pela equipe do SAMU,

dos acadêmicos do curso de

Medicina da UFT, da Liga

Universitária

Tocantinense de Trauma (Lutte)

e dos acadêmicos de

Enfermagem no Módulo de

Urgências e Emergências do

internato e também eles

ministrem palestras aos

funcionários das escolas da rede

municipal de Palmas (TO)

- Relato de

Experiência

- Qualitativo

A Brigada apresentou resultados positivos

quanto à aceitação e à satisfação dos

funcionários das escolas, que tiveram a

oportunidade de tirar suas dúvidas sobre

situações rotineiras vivenciadas tanto por alunos

quanto por eles próprios durante o trabalho nas

escolas

A2 Descrever o perfil e as práticas

dos enfermeiros da Equipe de

Saúde na Família voltadas para

saúde ocular em escolares

- Artigo original

- Qualitativo

Evidenciou-se que todos os entrevistados

pontuaram a necessidade de receber

informações sobre o teste de acuidade visual. As

ações voltadas para saúde ocular de escolares

precisam ser aprimoradas, ressaltando-se a

ampliação da atuação do enfermeiro para ações

no âmbito da comunidade escolar

A3 Avaliar o conhecimento de

escolares acerca da hanseníase e

implementar ações de educação

em saúde sobre esta temática

- Relato de

experiência

-Qualitativo

Evidenciou-se que as atividades de educação em

saúde dirigidas aos escolares, com ênfase na

hanseníase, são de fundamental importância,

pois denotam a apropriação de conhecimento

relacionado à doença

A4

Aplicar a metodologia de

Círculos de Cultura junto a

adolescentes escolares como

estratégia de educação em saúde

- Artigo original

-Qualitativo

Foi evidenciado que a ação problematizadora

proporcionada pelo Círculo de Cultura

possibilitou criar situações nas quais os

adolescentes sentiam-se convidados a refletir

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33

da enfermeira criticamente sobre o fenômeno da violência em

sua complexidade

A5 Analisar o (PSE) em um

município do estado de Minas

Gerais, na organização, e na

atuação da enfermagem e sua

inserção no campo da promoção

da saúde

- Artigo original

-Qualitativo

Os resultados indicam que o PSE encontra-se

em processo de consolidação com ações que

variam desde avaliação de risco e mudança de

comportamento até aquelas que reforçam a

escola como espaço potencial para a promoção

da saúde

A6 Identificar a percepção dos

enfermeiros das Unidades

Básicas de Saúde sobre sua

atuação na avaliação para

excesso de peso em

adolescentes nas escolas

- Artigo original

- Qualitativo

Foram identificados quatro

temas nas percepções: dificuldade no

acompanhamento do adolescente na Atenção

Primária em Saúde; causas do crescimento do

excesso de peso na adolescência; ações de saúde

nas escolas; e

prevenção/identificação/intervenção no excesso

de peso em adolescentes nas escolas

A7 Caracterizar as dissertações e

teses disponíveis no Banco de

Teses que versem sobre a

assistência de enfermagem ao

adolescente escolar

- Pesquisa

documental

- Qualitativo

A pesquisa permitiu detectar um limitado

quantitativo de trabalhos desenvolvidos embora

ao longo dos anos, tenha se observado um

aumento gradual nas teses e dissertações

produzidas acerca da temática

A8 Realizar uma intervenção

educativa com adolescentes

sobre a violência no contexto

escolar

- Artigo original

-Qualitativo

A problematização proporcionada pelo Círculo

de Cultura permitiu aos adolescentes desvelar as

diversas faces de manifestação da violência,

mediante situações de agressão física e verbal

entre os membros escolares, ameaças contra o

professor e violência contra o patrimônio, até

aquelas formas simbólicas envolvendo práticas

de constrangimento

A9 Discutir acerca de novos

espaços de atuação do

enfermeiro

- Relato de

experiência

- Qualitativo

Demonstrou que a presença do enfermeiro na

escola é determinante na atenção aos processos

de promoção em saúde ao estimular debates

técnicos, apresentar sua perspectiva em relação

aos processos de saúde e doença, além de

fortificar as relações sociais entre profissionais

da educação e da saúde

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34

A10 Relatar as ações educativas

sobre a prevenção das

DSTs/Aids e a promoção da

saúde sexual e reprodutiva

desenvolvidas com escolares

Relato de

experiência

- Qualitativo

A aplicação da metodologia problematizadora

proporcionou uma (re)construção do contexto

em que os educandos estão inseridos, a partir de

reflexões e discussões conjuntas

A11 Sintetizar a produção cientifica

em periódicos nacionais de

enfermagem no âmbito da saúde

do escolar

- Revisão

Integrativa da

Literatura

- Qualitativo

Foram incluídos 38 artigos, os quais foram

agrupados em seis categorias: assistência à

saúde do escolar; enfermeira escolar; educação

sexual; percepção dos atores sociais – pais,

profissionais da educação/saúde; doenças

sexualmente transmissíveis e síndrome da

imunodeficiência humana; e ser adolescente

A12 Analisar a percepção de pais

sobre ações educativas em

saúde realizadas pelos docentes

e discentes de enfermagem de

uma instituição de ensino

superior

- Artigo

Original

- Qualitativo

- Os pais valorizam as atividades do projeto,

citando as repercussões positivas na qualidade

de vida e nos determinantes de saúde dos

escolares

A13 Descrever as condições de

saúde de escolares e relatar a

experiência de um trabalho

educativo referente à higiene

pessoal e bucal

- Relato de

Experiência

- Quanti-

qualitativo

Os principais problemas de saúde identificados

foram: higiene precária, pediculose, problemas

bucais, índice de massa corpórea baixo e

situação vacinal irregular. A ação educativa

envolveu dinâmicas de grupo, apresentação de

vídeos educativos, exposição dialogada,

distribuição de folhetos e kits de higiene

pessoal, e a prática de escovação dental

A14 Verificar o processo de

mudança comportamental de

cuidadores de crianças em idade

pré-escolar, a partir de uma

atividade de Educação em

Saúde no que se refere à

prevenção de Enteroparasitose

- Artigo original

- Qualitativo

Pode-se verificar tanto conhecimentos

satisfatórios, quanto a realização da maioria dos

comportamentos propostos no cotidiano dos

sujeitos do estudo

A15 Detectar precocemente o déficit

visual nas crianças em fase

escolar e promover a saúde

visual através de atividades

lúdicas

- Artigo original

- Quanti-

qualitativo

O teste da acuidade visual foi aplicado em 48

crianças, das quais 7 (15%) foram

encaminhadas para o reteste. Destas, 5 (10,4%)

mantiveram resultado que justificou o

encaminhamento ao serviço de oftalmologia,

que confirmou o déficit visual dos

encaminhados

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35

A16 Desenvolver ações de educação

em saúde alimentar no âmbito

escolar com a utilização de

estratégias de ludoterapia

- Relato de

experiência

-Qualitativo

Os resultados foram categorizados em: tipos de

atividades praticadas pelas crianças no

cotidiano; entendimento sobre alimentação;

preferência alimentar e conhecimento acerca de

uma alimentação saudável. Observou- se nas

diferentes respostas entre o pré e o pós-teste,

que o teatro de fantoches e a exploração da

pirâmide alimentar influenciaram as crianças

nas suas respostas

A17 Detectar precocemente o déficit

visual nas crianças em fase

escolar e promover a saúde

visual por meio de atividades

lúdicas

- Artigo original

-Quanti-

qualitativo

Das crianças submetidas ao teste de acuidade

visual, 13 foram encaminhadas ao reteste, e

todas estas foram encaminhadas ao serviço de

oftalmologia, pois a dificuldade visual

permaneceu. Referente à aplicação do lúdico,

percebemos que tanto a história quanto os

personagens do teatro ficaram explícitos nas

falas das crianças

A18 Descrever e analisar o uso da

pesquisa-ação como ferramenta

na qualificação de professores

para a educação sexual

- Artigo original

- Qualitativo

O resultado é apresentado e discutido com o

processo de tomada de consciência do grupo de

professores referente à questão da inclusão da

sexualidade como tema transversal no projeto

político pedagógico da instituição, bem como da

organização de estratégias e conteúdos a serem

implementadas

A19 Abordar o uso de tecnologias

educativas como estratégia de

educação em saúde junto a

adolescentes no contexto escolar

- Artigo original

- Qualitativo

O uso de tecnologias educativas pôde despertar

entre os adolescentes, um repensar sobre a

vivência da saúde sexual e reprodutiva a partir

das vulnerabilidades percebidas

Nos objetivos dos artigos selecionados, houve prevalência dos verbos “analisar”,

“descrever” e “promover”. Em relação ao verbo “analisar”, ele se referiu a ação do PSE, com

ênfase na sua organização, atuação de enfermeiros e inserção no campo da promoção à saúde,

à percepção dos pais sobre as ações nas escolas e ao uso de ferramenta no processo de

qualificação de professores de uma escola. O verbo descrever refere-se às ações de saúde

realizadas, ferramentas de qualificação profissional de professores, e às condições de saúde

dos escolares. O verbo promover aparece relacionado à saúde e a capacitação de profissionais.

Seguidamente a estes verbos, apareceram “detectar”, e “relatar”. Os demais verbos

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36

apareceram uma única vez, conforme indicado na formação de nuvem de palavras abaixo

(Figura 1):

Figura 1. Nuvem de palavras formada a partir dos verbos utilizados nos objetivos dos estudos. Fonte: elaboração da autora, 2016, com base na ferramenta online Wordle.

A maioria dos artigos encontravam-se na modalidade artigo original (52,6%),

seguida por relato de experiência (36,8%), revisão integrativa da literatura (5,3%) e pesquisa

documental (5,3%).

Em relação a abordagem, houve predomínio dos artigos qualitativos (84%), seguido

dos artigos quati-qualitativos (16%). A mostra não contou com estudos de abordagem

quantitativa.

Os resultados dos estudos sugerem que a interface entre as práticas promoção à saúde

escolar e as ações de enfermagem/enfermeiros, tem sido evidenciadas na literatura através de

três formas: estudos oriundos de atividades e projetos de pesquisa e extensão de instituições

de ensino superior que descrevem práticas de promoção à saúde escolar realizadas pela

enfermagem (discentes da graduação) e/ou enfermeiros; estudos que analisam práticas de

promoção à saúde escolar realizadas por enfermeiros da Atenção Básica/UBS/ESF/PSE; e

estudos que não revelam a natureza das ações, devido a metodologia ser pesquisa

documental/revisão integrativa da literatura, conforme indicado (Quadro 3):

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37

Quadro 3. Relação entre práticas de promoção à saúde escolar e a origem de seus estudos.

Estudos oriundos de atividades e projetos de pesquisa e

extensão de instituições de ensino superior que descrevem

práticas de promoção à saúde escolar realizadas por

enfermeiros/enfermagem

Estudos que

analisam a

prática em

saúde escolar

do enfermeiro

na Atenção

Básica/PSE

Estudos que

não revelam

a natureza

das ações

A1,A4,A8,A9,A10,A12,A13,A14,A15,A16,A17,A18,A19,A20 A2, A5 e A6 A7 e A11

Nesse sentido, a grande maioria dos estudos, ou seja, 14 (73,7%) abordou que a

interface entre práticas de promoção à saúde escolar e as ações de enfermagem/enfermeiro são

oriundas de atividades e projetos de extensão e pesquisa de instituições do ensino superior na

escola. 3 artigos (15,8%) abordaram as práticas de promoção à saúde do enfermeiro no

âmbito da Atenção Básica, através do PSE. 2 artigos (10,5%) não revelaram a natureza das

ações, por tratarem-se de pesquisa documental e revisão integrativa da literatura

respectivamente.

Tal achado leva a questionar se as práticas de promoção a saúde escolar estão sendo

pouco realizadas pelos enfermeiros no âmbito do PSE, ou se estão sendo pouco

documentadas.

Com o objetivo de analisar se as práticas de saúde escolar realizadas pela

enfermagem/enfermeiros estão em conformidade com o Programa Saúde na Escola, foi

elaborado um instrumento (Quadro 4). Esse Quadro gerou 3 temáticas que serão analisadas:

Temática A - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiros e sua

relação com os componentes de atuação do PSE;

Temática B - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiros e as

temáticas prevalentes;

Temática C - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiros e o

público alvo das práticas.

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38

Quadro 4. Relação entre Práticas de Saúde Escolar realizada pela enfermagem/enfermeiro, componente de

atuação do PSE, temática e público alvo das práticas.

Nº Práticas de Saúde Escolar

realizada pela

enfermagem/enfermeiro

Componente

de atuação do

PSE

Temática Público alvo das

práticas

A1 Capacitação de funcionários da

escola em relação a urgências e

emergências

III Primeiros socorros Professores,

técnicos-

administrativos

A2 Teste de acuidade visual (teste de

Snellen)

I e II

Saúde Ocular Não evidencia

A3 Avaliação do conhecimento,

palestras dialogadas, avaliação da

ação

II Conhecimento sobre

hanseníase

Estudantes do

Ensino Médio

A4 Educação em saúde / Círculo de

Cultura e avaliação da ação

II Prevenção à violência Estudante do

Ensino Médio

A5 Teste da acuidade visual,

avaliação antropométrica,

avaliação da saúde bucal e

promoção da saúde com oficinas

de educação

I e II

Saúde ocular, saúde

bucal, higiene corporal e

bucal, sexualidade e

alimentação saudável

Não evidencia

A7 Ações de promoção da saúde e/ou

prevenção de doenças

II

Sexualidade, excesso de

peso e uso e abuso de

álcool

Não evidencia

A8 Intervenção educativa II

Prevenção à violência Estudantes do

Ensino Médio

A9 Formação continuada com ações

de educação em saúde em

seminário

III Condutas de trabalho,

aspectos preventivos no

cuidado com sua saúde e

no cuidado do ambiente

escolar

Funcionários da

escola

A10 Ação educativa

II

Sexualidade

Estudantes do

Ensino Médio do

Programa EJA

A11 Diagnóstico da cobertura vacinal

e imunização, exame físico,

avaliação antropométrica;

odontológica e nutricional,

realização do teste da acuidade

visual, encaminhamentos e

I e II Imunização,

saúde bucal, nutricional e

ocular, higiene corporal e

do ambiente, sexualidade

Não evidenciou

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39

educação em saúde

A12 Avaliação das condições de

saúde, orientação sobre o

autocuidado, estímulo a

atividades física, culturais e de

gincanas

I e II Alimentação saudável,

higiene corporal, bucal e

alimentar, meio ambiente

e postura corporal

Pais, estudantes

do Ensino Infantil

e Fundamental.

A13 Consulta de enfermagem,

encaminhamento a UBS de casos

necessários, ação educativa

I e II Higiene corporal e bucal,

saúde bucal,

antropometria,

imunização, higiene

corporal e bucal,

parasitoses

Estudantes do

Ensino

Fundamental

A14 Atividade de educação em saúde,

avaliação do conhecimento e das

mudanças comportamentais

II Prevenção à parasitoses Pai, mãe e avó de

pré-escolares

(creche)

A15 Triagem oftalmológica, realização

de teste da acuidade visual,

encaminhamento e atividades

lúdicas de promoção a saúde

I e II Saúde ocular, aparelho

da visão

Estudantes do

Ensino

Fundamental

A16 Aplicação de questionário sobre

preferência alimentar, ação lúdica

de educação em saúde.

II Alimentação saudável Estudantes do

Ensino

Fundamental

A17 Triagem oftalmológica, teste da

acuidade visual, encaminhamento

e atividades lúdicas de promoção

a saúde ocular.

I e II Saúde ocular, aparelho

da visão

Estudantes do

Ensino

Fundamental

A18 Qualificação de professores para

inclusão do tema no PPP da

escola

III Educação sexual dos

alunos

Professores

A19 Desenvolvimento de oficinas

educativas apoiadas no Círculo de

Cultura.

II Sexualidade Estudantes do

Ensino Médio

Temática A - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiro e sua

relação com os componentes de atuação do PSE

Os dados obtidos demonstraram que 8 artigos (42,1%) puderam ser classificados,

concomitantemente, nos componentes I e II do PSE, por tratarem das atuações na avaliação

clínica e também na promoção à saúde e prevenção de agravos, nas quais muitas vezes uma

acontecia por consequência da outra.

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40

Tal achado nos remete a da ideia de que o componente I, que trata da avaliação

clínica e psicossocial, exige o envolvimento do componente II, na busca pelo alcance da

atenção integral à saúde do escolar. A exemplo da avaliação oftalmológica, que precisa

caminhar ao lado das ações de promoção e prevenção, uma vez que, como indicado no artigo

A2, por Fontenele, Sousa e Rasche (2016), dentre os deficientes visuais, 148 mil pessoas são

cegas, e de acordo com as estimativas, cerca de 90% dos casos poderiam ter sido evitados

com ações de promoção da saúde, prevenção e detecção precoce.

Nesse sentido, no artigo A15, e no artigo A17, Dias e cols. (2011) e Coelho e cols.

(2010), para além da prática de avaliação clínica, apontam a promoção da saúde visual através

de atividades lúdicas com crianças, sobre o aparelho da visão.

A boa visão é fundamental no processo de educação e socialização da criança e a

escola é o lugar preferencial para a prevenção e a detecção precoce de deficiências oculares na

infância, por se tratar de uma instituição com grande concentração de crianças, cabendo aos

profissionais da área da saúde escolar, integrar o aluno, a família e a comunidade

(CAVALCANTI JUNIOR et al, 2010).

Em contrapartida, no artigo A5, Silva e cols. (2014) analisam o PSE em um

município de Minas Gerais e reconhecem, a partir dos dados que apesar do PSE se centrar em

ações do primeiro e do segundo componente, a predominância foi do componente I.

Em relação as práticas realizadas e enquadradas no componente I de atuação do PSE,

apareceram principalmente as ações relacionadas com a avaliação oftalmológica (realização

do teste de Snellen). Em seguida, apareceram práticas de avaliação antropométrica, avaliação

da saúde bucal, atualização do calendário vacinal (imunização), avaliação nutricional,

consultas e diagnósticos de enfermagem, além de encaminhamentos a unidade básica de saúde

ou outros serviços especializados como a oftalmologia nos casos de alterações.

Em relação às práticas de promoção à saúde escolar e o componente II de atuação do

PSE, a maioria das ações se deu através de estratégias de educação em saúde, através de

oficinas, palestras, atividades lúdicas, teatro, círculo de cultura entre outras. 8 artigos (42.1%)

enquadraram-se unicamente no componente II, por tratarem dessas ações educativas em

saúde, sem estarem acompanhadas de atuações clínicas.

Entre as práticas realizadas pela enfermagem/enfermeiros e enquadradas no

componente III, 3 artigos (15,8%) vão ao encontro da proposta de formação trazendo atuação

da enfermagem/enfermeiros no processo de capacitação e qualificação de professores e outros

funcionários da escola.

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41

O componente III tem estratégias como: realização de atividades de educação

permanente de diversas naturezas, junto aos professores, merendeiros, agentes comunitários

de saúde, auxiliares de enfermagem, enfermeiros, médicos e outros profissionais das escolas e

das equipes de Saúde da Família, em relação aos vários temas de avaliação das condições de

saúde, de prevenção e promoção da saúde, objeto das demais atividades propostas pelo PSE

(BRASIL, 2011a).

Nesse sentido, segundo Lima e Neves Junior (2016), no artigo A1, a iniciativa da

Brigada Estudantil como estratégia de capacitação, apresentou resultados positivos quanto à

aceitação e à satisfação dos funcionários das escolas, que tiveram a oportunidade de tirar suas

dúvidas sobre situações rotineiras vivenciadas tanto por alunos quanto por eles próprios

durante o trabalho nas escolas.

Souza e cols. (2010), no artigo A18, descreveram e analisaram a pesquisa-ação na

qualificação de professores para a educação sexual realizada por enfermeiros. Este trabalho

tinha envolvimento com a tarefa de buscar subsídios para a inclusão da temática na

construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) na escola. Para isso foram focalizadas as

reflexões e necessidades do professor, da escola, no sentido de reverem sua perspectiva em

relação a temática.

No artigo A9, Rasche e Santos (2013), relatam a experiência, na qual interviram no

sentido de ampliar as tarefas do enfermeiro em uma escola. Realizaram educação continuada

dos funcionários, questionando condutas de trabalho e observando aspectos preventivos no

cuidado com sua saúde e no cuidado do ambiente escolar, buscando a valorização e

qualificação profissional para a realização de escolhas saudáveis em saúde, investindo na

autonomia dos funcionários e na troca de informações destes com a comunidade escolar.

Temática B - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiro e as

temáticas prevalentes

Uma pluralidade de temáticas foram analisadas pelos artigos e referem-se as práticas

realizadas pela enfermagem/enfermeiro junto aos escolares. As que se destacaram englobaram

a promoção da saúde, em destaque a educação sexual (sexualidade, saúde reprodutiva e

conhecimento sobre as DST); em seguida a higiene (corporal, bucal, ambiental e de

alimentos); saúde ocular (informações sobre o aparelho da visão, prevenção dos déficits da

visão); alimentação saudável; prevenção à violência; prevenção a parasitoses; conhecimento

acerca da hanseníase; uso e abuso de álcool; meio ambiente e postura corporal.

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42

Em relação ao tema sexualidade, evidenciado como mais abordado, vai ao encontro

da preocupação atual com o número crescente de casos de gravidez na adolescência e de

abuso sexual, bem como o aumento de IST’s, demonstrando a necessidade de discutir

abertamente o assunto, e ressaltando a importância da implantação de projetos de orientação

sexual nas escolas (FONSECA; GOMES; TEIXEIRA, 2010).

Visando reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às ISTs, à infecção pelo

HIV e a gravidez, por meio de ações de promoção da saúde sexual e reprodutiva nas escolas e

nas unidades básicas de saúde, foi desenvolvido como um marco na integração saúde-

educação, o projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), a partir da parceria entre os

Ministérios da Saúde e Educação, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de

Populações das Nações Unidas (UNFPA) (BRASIL, 2006).

Atualmente, o SPE integra o Componente II de atuação do PSE, sobre a Promoção e

Prevenção à Saúde, com as ações de “educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e

prevenção das IST/aids” e “prevenção ao uso de álcool e tabaco e outras drogas” (BRASIL,

2011a).

Nesse sentido, no artigo A10, Brum e cols. (2013) relatam ações desenvolvidas com

adolescentes do EJA de uma escola estadual de educação especial, a qual atende

especialmente estudantes com deficiência auditiva. As ações educativas foram estruturadas

em dinâmicas e discussões acerca da prevenção de DST/aids e a promoção da saúde sexual e

reprodutiva. Segundo o estudo, a formulação de situações-problema desencadeou debates e

proporcionou uma (re)construção do contexto em que os educandos estão inseridos, a partir

de reflexões e discussões conjunta.

No artigo A19, Gubert e cols. (2009) utilizaram o Círculo de Cultura através de

oficinas com adolescentes, para promover a reflexão/ação junto aos participantes sobre as

temáticas: sexualidade, gênero, DST/aids e métodos contraceptivos. O estudo aponta que o

uso de tecnologias educativas pode despertar entre os adolescentes, um repensar sobre a

vivência da saúde sexual e reprodutiva a partir das vulnerabilidades percebidas.

Em relação a higiene, no artigo A13, Araújo e cols. (2011), descreveram as

condições de saúde de escolares e relataram a experiência de um trabalho educativo referente

à higiene pessoal e bucal. Os principais problemas de saúde identificados nas consultas foram:

higiene precária, pediculose, problemas bucais, índice de massa corpórea baixo e situação

vacinal irregular, e a após essa avaliação, a higiene foi a temática eleita para a ação educativa

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que envolveu dinâmicas de grupo, apresentação de vídeos educativos, exposição dialogada,

distribuição de folhetos e kits de higiene pessoal, e a prática de escovação dental.

Em relação a temática de alimentação saudável, que envolve a prevenção à obesidade

e o excesso de peso, no artigo A6, Kluczynik e cols. (2014) trazem uma pesquisa realizada

com enfermeiros de uma UBS para identificar a percepção destes sobre sua atuação na

avaliação do excesso de peso em adolescentes nas escolas. Foi identificado que apesar das

enfermeiras possuírem um grau significativo acerca do excesso de peso em adolescentes,

reconhecendo a questão como um problema de saúde pública, a responsabilidade de prevenir

e ou tratar essa condição não foi visualizada por elas, que atribuíam a outros profissionais

como médicos e nutricionistas, a responsabilidade maior por esse problema. Dessa forma,

ações de promoção à saúde não estavam ocorrendo de forma adequada, indo contra ao

preconizado pelo componente II que trata da Promoção e Prevenção à Saúde e propõe “Ações

de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável” e ainda “Promoção das práticas

corporais e atividade física nas escolas”, com vistas ao combate ao excesso de peso (BRASIL,

2011a).

Em contrapartida, no artigo A16, Luchetti, Moreale e Parro (2011), desenvolveram

ações de educação em saúde alimentar no âmbito escolar com a utilização de estratégias de

ludoterapia, na qual observaram que o teatro de fantoches e a pirâmide alimentar

influenciaram e despertaram interesse e participação ativa das crianças que comentaram sobre

os seus hábitos alimentares e de seus familiares. Ao término da apresentação, as crianças

perguntavam e faziam muitos comentários relativos às falas do teatro, demonstrando

entendimento do conteúdo abordado.

O lúdico tem a propriedade de envolver as crianças de forma a facilitar a

aprendizagem e contribuir para a promoção da saúde envolvendo as crianças de forma a

torna-las “agente multiplicador do conhecimento adquirido” (DIAS, et al 2011, COELHO, et

al 2011).

Em relação a temática de prevenção a violência, no artigo A4, Brandão e cols. (2015)

aplicaram a metodologia do Círculo de Cultura como uma estratégia de educação em saúde da

enfermeira com adolescentes de uma escola estadual acerca da violência. Segundo o estudo, o

Círculo de Cultura possibilitou aprendizado e crescimento mútuos, atrelando ao processo

ensino-aprendizagem à participação dos adolescentes como protagonistas juvenis, ao revisitar

seus medos, suas dificuldades, passando a percebê-los como desafios possíveis de serem

superados. O Círculo de Cultura mostrou-se eficaz à medida que favoreceu condições para o

reconhecimento dos aspectos que permeiam a produção e reprodução de violências e para o

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exercício do “empowerment” dos enfermeiros e dos adolescentes no decorrer do processo de

conscientização.

Seguindo essa linha, no artigo A8, Brandão e cols. (2014) em ação semelhante com

adolescentes na escola, utilizaram como tecnologia de educação em saúde o Círculo de

Cultura e o Teatro de Fantoches também acerca da violência. A estratégia proporcionou

participação ativa dos sujeitos, reflexão crítica da realidade com compromisso político para

sua transformação.

Em relação a temática do conhecimento acerca da hanseníase, Pinheiro e cols.

(2015), no artigo A3, vão à escola avaliar os conhecimentos de estudantes do ensino médio

acerca da doença. O presente estudo pôde contribuir com a disseminação de informações

relacionadas a hanseníase, visto que os escolares se sentiram instigados a divulgar as

informações aprendidas para outras pessoas, podendo assim contribuir para o diagnóstico e

tratamento precoce com consequente queda da cadeia de transmissão.

O diagnóstico de hanseníase, em grande parte dos estados brasileiros, ainda é tardio,

ou seja, cerca de um ano e meio a dois anos após o aparecimento dos sintomas, no entanto,

nos últimos anos, a divulgação dos sinais e sintomas da hanseníase pelos diversos meios de

comunicação contribuíram com o aumento na detecção e no número de casos devidamente

notificados Brasil (ARANTES et al, 2010).

No artigo A11, Pires e cols. (2012) reforçam as ações dentro das temáticas já

evidenciadas, enquanto que no artigo A7, Moreira e cols. (2014) além de reforçar as mesmas

temáticas até aqui evidenciadas, trazem a temática do uso e abuso de álcool, como presentes

em sua pesquisa documental acerca da assistência de enfermagem frente à saúde do

adolescente no âmbito escolar.

Em relação as temáticas que englobavam as ações de avaliação clínica e psicossocial,

encontram-se centralizadas na saúde ocular. Em seguida, as avaliações aparecem dentro da

saúde bucal, imunização, saúde nutricional e antropometria.

Um dado interessante do estudo de Fontenele, Sousa e Rasche (2016), artigo A2, foi

o fato que 66% dos enfermeiros responderam positivamente com relação a identificação de

alteração visual durante a consulta de enfermagem na escola. Sobre o motivo para a pesquisa

da acuidade visual nos alunos, a grande maioria respondeu ter sido por conta da queixa de

acompanhante ou familiar do estudante, seguida da queixa do próprio escolar e durante a

anamnese. Alguns enfermeiros relataram ter recebido alguma notificação do profissional de

educação para algum sinal ou sintoma de alteração visual na criança. Tal fato demonstra que,

mesmo de forma tímida e não tão assídua, a relação entre os profissionais de educação e saúde

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pode ser capaz de impactar na saúde dos escolares, o que nos remete uma ligação entre a ESF

e a escola.

No artigo A15, e no artigo A17, Dias e cols. (2011) e Coelho e cols. (2010),

concordam com o artigo A2, sobre a importância do professor estar atento sobre o

desempenho visual de seus alunos, contribuindo na detecção precoce de possíveis déficits

ainda na sala de aula. Entretanto, ressaltam em seus resultados que, a avaliação da acuidade

visual do escolar é prioritária mesmo que não seja observado nenhum comportamento de

déficit visual, pois em seus estudos vários alunos nessa situação foram detectados com

alterações na acuidade visual.

Em relação às temáticas que englobaram as ações de formação realizadas pela

enfermagem/enfermeiros, trataram da capacitação de professores e outros funcionários de

uma escola sobre primeiros socorros; formação continuada sobre aspectos preventivos com

sua saúde e o cuidado do ambiente escolar; e qualificação de professores sobre educação

sexual, como conteúdo a ser inserido no Projeto Político Pedagógico da Escola.

No estudo de Souza e cols. (2010), A18, o coletivo de inclusão de conteúdos sobre

educação sexual na grade curricular e de construção do PPP foi proposta concreta para

implementação do projeto SPE na referida escola, que está dentro das ações do PSE. Além

disso, o Parâmetro Curricular Nacional prevê que os conteúdos relacionados a educação

sexual sejam discutidos de forma sistemática no ambiente escolar (BRASIL, 1998).

Temática C - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiro e o

público-alvo das práticas

Majoritariamente, o público-alvo das práticas de enfermagem/enfermeiros são os

estudantes do ensino médio, evidenciadas em 5 artigos (26,32%). Também 5 artigos (26,32%)

não evidenciou qual a população-alvo implicada nas práticas, bem como, no caso dos

escolares, não evidenciou em que nível educacional se encontravam. 4 artigos (21,05%)

evidenciaram estudantes do ensino fundamental como alvo das ações. Professores e

funcionários da escola foram abrangidos em 3 estudos (15,79%). Apenas 1 artigo (5,26%)

envolveu os pais e seus filhos, estudantes do ensino infantil e fundamental na mesma ação,

além do que 1 artigo (5,26%), envolveu somente pais, sendo esses responsáveis por crianças

pré-escolares (Gráfico 2).

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.

Gráfico 2. Público-alvo das práticas de saúde escolar realizadas pela enfermagem/enfermeiros.

O fato dos estudantes do ensino médio terem sido o público-alvo mais evidenciado das

práticas, vai ao encontro da temática mais abordada nas práticas de promoção a saúde estar

relacionada a sexualidade.

As práticas alcançaram diretamente toda a comunidade escolar e quase todos os

estudantes dos diferentes níveis educacionais propostos pelo PSE, com exceção das crianças

da creche, onde as atividades foram voltadas para os pais e responsáveis. A carência de

práticas de promoção a saúde escolar realizadas diretamente com essa população, pode estar

relacionada ao fato da proposta de expansão do PSE às creches ser muito recente, e ter sido

preconizada pelo Ministério da Saúde apenas em 2012, com a nova política articulada a

atenção Básica.

Chamou atenção o fato de que há um pequeno grupo de enfermeiros preocupados em

trabalhar, também, com os professores e os funcionários da escola, compreendendo que a

escola é um espaço plural, composto por um grande coletivo e não apenas formado por alunos

e professores.

No artigo A12, a análise da percepção dos pais sobre as ações educativas realizadas

com seus filhos nas escolas, evidenciam que os mesmos valorizam as atividades, citando as

repercussões positivas na qualidade de vida e nos determinantes de saúde dos escolares, além

do recebimento de informações quanto ao estado de saúde dos filhos, aprendizagem de ações

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de promoção e prevenção, e diminuição dos gastos financeiros dada a postura de proteção da

saúde e a adoção de hábitos saudáveis no ambiente familiar (AVARENGA et al, 2012).

Entretanto, Joventino e cols. (2011), no artigo A14, demonstraram que nem sempre a

presença do conhecimento dos pais implica na execução de medidas preventivas e na adoção

de hábitos saudáveis. No referido estudo, após realização da atividade educativa na creche

com o reforço das informações relacionadas à prevenção de parasitoses, percebeu-se que o

comportamento das mães/cuidadores nem sempre apresentou mudanças positivas, não sendo

colocados em prática devido à realidade em que as famílias se encontravam inseridas, um

contexto de pobreza e de ausência de condições sanitárias favoráveis à promoção da saúde.

Diante disso, destacaram a necessidade do uso de metodologias participativas que favoreçam

o diálogo entre população e profissionais, levando os membros da comunidade a

compreenderem os motivos pelos quais devem aderir a mudanças comportamentais, de

maneira que se sintam capazes de adotar hábitos saudáveis visando à obtenção de melhores

resultados para o cuidado em seu cotidiano.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa contemplou o objetivo inicialmente proposto e o seu desenvolvimento.

Constatou-se que o número de publicações abordando as práticas de saúde escolar e a

interface com a enfermagem/enfermeiros, no recorte temporal de 2008 a 2016, totalizou a

amostra final de 19 artigos, com uma média anual de dois artigos por ano, o que demostra que

a saúde escolar tem sido alvo de pesquisadores.

Os resultados dos estudos sugerem que a interface entre as práticas de promoção à

saúde escolar e as ações de enfermagem/enfermeiros, tem sido evidenciadas na literatura

através de três formas: estudos que analisam práticas de promoção saúde escolar realizadas

por enfermeiros da Atenção Básica/UBS/ESF/PSE; estudos oriundos de atividades e projetos

de pesquisa e extensão de instituições de ensino superior que descrevem práticas de promoção

à saúde escolar realizadas pela enfermagem (discentes da graduação) e/ou enfermeiros; e

estudos que não revelam a natureza das ações. Tal achado faz questionar se as práticas de

promoção a saúde escolar estão sendo pouco realizadas pelos enfermeiros no âmbito do PSE,

ou se estão sendo pouco documentadas.

Para analisar se as práticas de saúde escolar realizadas pela enfermagem/enfermeiros

estão em conformidade com o PSE, foram geradas 3 temáticas: Temática A: Práticas de saúde

escolar realizada pela enfermagem/enfermeiros e sua relação com os componentes de atuação

do PSE; Temática B - Práticas de saúde escolar realizada pela enfermagem/enfermeiros e as

temáticas prevalentes; e a Temática C - Práticas de saúde escolar realizada pela

enfermagem/enfermeiros e o público alvo das práticas.

Na temática A, 8 artigos (42,1%) puderam ser classificados, concomitantemente, nos

componentes I e II do PSE, por tratarem das atuações na avaliação clínica e também na

promoção à saúde e prevenção de agravos, nas quais muitas vezes uma acontecia em seguida

a outra, ou seja, em atendimento a demanda anterior (de avaliação) fazia-se ações de

promoção a saúde. Assim o componente I, que trata da avaliação clínica e psicossocial, exige

o envolvimento do componente II, na busca pelo alcance da atenção integral à saúde do

escolar; 8 artigos (42.1%) enquadraram-se unicamente no componente II, por tratarem dessas

ações de educação em saúde, sem estarem acompanhadas de atuações clínicas.

Entre as práticas realizadas pela enfermagem/enfermeiros enquadradas no

componente III, 3 artigos (15,8%) vão ao encontro da proposta de formação presente no PSE,

trazendo atuação da enfermagem/enfermeiros no processo de capacitação e qualificação de

professores e outros funcionários da escola.

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Na temática B, uma pluralidade de temáticas foram analisadas pelos artigos e

referem-se as práticas de promoção a saúde realizadas pela enfermagem/enfermeiros junto aos

escolares. Em destaque a sexualidade; seguida da higiene; saúde ocular; alimentação

saudável; prevenção a violência; prevenção a parasitoses; conhecimento acerca da hanseníase;

uso e abuso de álcool; meio ambiente; e postura corporal

Em relação as temáticas que englobavam as ações de avaliação clínica e psicossocial,

encontram-se centralizadas na saúde ocular. Em seguida, aparece a saúde bucal, imunização,

saúde nutricional e antropometria.

Entre as temáticas que englobaram as ações de formação realizadas pela

enfermagem/enfermeiros, estavam a capacitação em primeiros socorros; formação continuada

sobre aspectos preventivos e o cuidado do ambiente escolar; e qualificação sobre educação

sexual.

A temática C, apontou para o fato dos estudantes do ensino médio terem sido o

público alvo mais evidenciado das práticas, o que vai ao encontro da temática mais abordada

nas práticas de promoção a saúde estar relacionada com a sexualidade. Chamou atenção o fato

de que há um pequeno grupo de enfermeiros preocupados em trabalhar, também, com os

professores e os funcionários da escola, compreendendo que a escola é um espaço plural,

composto por um grande coletivo e não apenas formado por alunos e professores.

Conclui-se com este estudo que as práticas de enfermeiros que objetivam atender as

diretrizes do PSE ainda representam um grande desafio, dada a não formação acadêmica e a

não capacitação em serviço destes profissionais para esta nova demanda. Também significa

um desafio para os gestores locais da ESF e também para a Escola na medida em que a

parceria saúde e educação ainda é bastante frágil. Seria fundamental, desse modo, incluir na

formação do enfermeiro conteúdos referentes ao PSE e sua interface com as ações da ESF,

ofertar ações de capacitações em serviço para os enfermeiros atuantes na ESF e sensibilizar os

gestores locais da Escola e da ESF para a relevância da implementação deste Programa para a

qualidade de vida dos escolares.

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