Upload
hadien
View
231
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO
JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS MARTINS
Contribuição dos exames periódicos odontológicos na manutenção da saúde bucal dos servidores do Instituto de Engenharia Nuclear
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.
Orientadora:
Profª Mirian Picinini Méxas, D. Sc.
Niterói 2016
Ficha catalográfica elaborada pela biblioteca do IEN
M379c Martins, José Antônio dos Santos.
Contribuição dos exames periódicos odontológicos na
manutenção da saúde bucal dos servidores do Instituto de
Engenharia Nuclear/José Antônio dos Santos Martins – Niterói,
RJ: 2016.
144f.
Orientadora: Mirian Picinini Méxas.
Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão) –
Universidade Federal Fluminense, 2016.
1. Odontologia do trabalho. 2. Saúde bucal. 3. Doenças
bucais em Odontologia Ocupacional. 4. Exame periódico
odontológico. 5. Absenteísmo em Odontologia. I. Título.
CDD 617.6
DEDICO ESTE TRABALHO
Aos meus pais e avós (in memoriam) pelo amor, carinho e pelas oportunidades que me
proporcionaram.
A minha esposa Ivonete Maria e ao meu filho Felipe por simplesmente existirem em minha
vida.
A todos os meus mestres que em todos os momentos da minha vida, estiveram presentes com
dedicação e carinho.
AGRADECIMENTOS
À Deus pela vida, força e iluminação para realização deste trabalho.
A minha orientadora Dra. Mirian Picinini Mexas que sem a sua ajuda e colaboração não teria
chegado à etapa final. Agradeço toda a dedicação e presença em todos os momentos na
elaboração deste trabalho.
Ao coordenador do curso de mestrado Prof. Dr. Osvaldo Quelhas pelo constante estimulo a
carreira acadêmica e realização deste curso, obrigado pela oportunidade.
O meu agradecimento a Dra. Suzana Dantas Hecksher pela orientação inicial.
À Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e ao Instituto de Engenharia Nuclear – IEN
pela oportunidade da realização deste trabalho.
Aos Professores do LATEC, pela paciência, carinho, apoio nos momentos difíceis e pelo
incentivo na elaboração deste trabalho.
Aos amigos do IEN, D.Sc. Isaac José Antônio Luquetti dos Santos, D.Sc. Leonardo Falcão
Koblitz, Eduardo José Ziade, João Carlos dos Santos Pereira, e Marcello Rangel Jannuzzi
Vieira, amigos de todas as horas, pelo apoio e colaboração em todos os momentos necessários.
Ao colega de turma que trabalha na mesma unidade administrativa Orlando Augusto pelo
companheirismo e estímulo nesta árdua missão.
A todos os colegas da turma do mestrado pelos momentos especiais e únicos que passamos
juntos, especialmente a Renato, Getulio e Ricardo pelo compartilhamento nas horas de
indecisão e principalmente pelos momentos de carinho, gentileza, incentivo e de luz.
Aos colegas de profissão e especialidade pela grande colaboração nas respostas ao questionário
da pesquisa e a todos que direta ou indiretamente participaram deste projeto, a minha sincera
gratidão e carinho.
"Todo conhecimento inicia-se na imaginação,
no sonho; só depois desce à realidade material
e terrena por meio da lógica”.
Albert Einstein
RESUMO
Nos dias atuais, a presença do cirurgião-dentista especialista em Odontologia do Trabalho se
faz necessária e de fundamental importância no ambiente laboral das diversas classes de
trabalhadores, com o intuito de atuar favoravelmente sobre a saúde destes, através da
identificação de potenciais riscos a ela e, também, pela necessidade de se educar o trabalhador
para que ele mesmo seja o melhor promotor da saúde na empresa. Neste sentido a Odontologia
do Trabalho visa à busca permanente da compatibilidade entre a atividade laboral e a
preservação da saúde bucal do trabalhador e, sob a ótica da gestão, a Odontologia do Trabalho
difere das atividades comumente praticadas no consultório, exatamente por não mais
caracterizar uma relação simples entre Dentista-cliente. Dentro deste contexto o objetivo desta
pesquisa é analisar a contribuição dos exames periódicos odontológicos na manutenção da
saúde bucal dos servidores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), através da avaliação do
prontuário de saúde bucal do Conselho Federal de Odontologia (CFO). Como metodologia, foi
realizada uma revisão da literatura que fundamentou a pesquisa de campo que visa mapear a
percepção de 30 (trinta) especialistas em odontologia do trabalho sobre o protocolo utilizado
durante os exames periódicos odontológicos do IEN, através da aplicação de um questionário.
Nos resultados da pesquisa, observa-se que todos os respondentes possuem mais de 10 (dez)
anos de experiência profissional, e os itens que julgaram mais importantes nas investigações
clínicas foram as doenças cardiovasculares, hematológicas, transmissíveis e as hepáticas. Além
disso, foi atribuída também uma importância alta na realização dos exames clínico e
radiológico. Sendo assim, conclui-se com as respostas obtidas, que a aplicabilidade e eficiência
dos exames periódicos odontológicos são de grande valor para a saúde dos servidores do IEN.
Desse modo, tem-se a expectativa de que este trabalho auxilie na conscientização sobre saúde
bucal com os trabalhadores, buscando-se relacionar os riscos ocupacionais com as doenças
manifestadas na cavidade bucal e contribuindo essencialmente para a manutenção da saúde
bucal dos servidores do IEN.
Palavras-chave: Odontologia do trabalho; Saúde bucal; Doenças bucais em odontologia
ocupacional; Exame periódico odontológico; Absenteísmo em Odontologia.
ABSTRACT
Nowadays, the work of Surgeon Dentist specialized on Occupational Odontology, it is more
essential than ever, being extremely necessary in the labor of many work classes, acting in favor
over the health of the employees, by the identification of potential risks associated to their labors
and also by the need to educate the employee in order to make himself the best promoter of
health in their companies. With this main goal, the occupational odontology aims the constant
searching of the compatibility between the labor activity and the preservation of the worker´s
oral health and under the management point of view, what makes the activities from this
professional different from the usual activities practiced in a dentist office, not being an
ordinary relation between client and dentist. Inside this context, the goal of this research it is
analyze the contribution of dental periodical examinations in the oral health maintenance of the
workers from Nuclear Engineering Institute (IEN), through an evaluation of the oral dental
health record from Federal Council of Dentistry (CFO). As methodology, a literature review
was made to substantiate the field research that aims to map the perception of 30 (thirty)
dentistry experts on the protocol used for the periodic dental checks from IEN, applying a
survey. The results of the research, it is observed that all respondents have more than 10 (ten)
years of professional experience and the items that they judged more relevant in clinical
investigations were: cardiovascular, hematologic, assignable and liver diseases. In addition, it
was also given a high importance of performing the clinical and radiological examinations.
Thus, its concluded with the answers that the applicability and efficiency of dental periodic
examinations have a great value for the health of IEN employees. In this way, it is hoped this
research helps the awareness of the employers regarding oral health, seeking to relate
occupational hazards with the diseases that emerged from the oral cavity and essentially
contributing for the maintenance of oral health from IEN´s workers.
Keywords: Occupational odontology; Oral health; Occupational dental diseases; Periodical
dental examination; Dental absenteeism.
LISTA DE SIGLAS
ADA American Dental Association
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AVC Acidente Vasculo Cerebral
BBO Biblioteca Brasileira de Odontologia
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior
CBO Classificação Brasileira de Ocupações
CFO Conselho Federal de Odontologia
CICLOTRON Acelerador de partículas Cíclotron CV-28 de energia variável
CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde – Décima Revisão
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
CROP Conselho Regional de Odontologia do Paraná
CRORJ Conselho Regional de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro
CSPR Coordenação de Segurança e Proteção Radiológica
D Doenças
DIST Disturbios
DOU Diário Oficial da União
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Cronica
DTM Desordens, Disturbio ou Dor Temporomandibulares
EPI Equipamento de Proteção Individual
EUA Estados Unidos da América
GLANDS Glandulas
GM Gabinete do Ministro
GUNA Gengivite Ulcerativa Necrosante Aguda
IEN Instituto de Engenharia Nuclear
IN Instrução Normativa
LATEC Laboratório de Tecnologia
LER Lesão por Esforço Repetitivo
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
MEDLINE Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Medica
MS Ministério da Saúde
MT Ministério do Trabalho
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NR Norma Regulamentadora
OIT Organização Internacional do Trabalho
OMS Organização Mundial de Saúde
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PEL Plano de Emergência Local
PGE Plano Geral de Emergência
PGRR Programa de Gerência de Rejeitos Radioativos
pH Potencial Hidrogeniônico
PL Projeto de Lei
PMA Programa de Monitoração Ambiental
PPR Plano de Proteção Radiológica
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PubMed Motor de Busca do MEDLINE
RA Relatório Anual
RJ Rio de Janeiro
SAB Síndrome da Ardência Bucal
SALIVS Salivares
SciELO Scientific Eletronic Library Online
SCOPUS Banco de dados da Editora Elsevier
SESST Serviço Social da Indústria
SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho
SESST Serviço de Saúde e Segurança do Trabalhador
SGSST Sistema de Gestão e Segurança no Trabalho
SST Saúde e Segurança no Trabalho
TEMPMANDIBS Temporomandibulares
UFES Universidade do Espirito Santo
UFF Universidade Federal Fluminense
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UNIGRANRIO Universidade do Grande Rio
UPE Universidade de Pernambuco
USP Universidade São Paulo
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Palavras-chave da pesquisa na base SCOPUS .................................................... ...25
Quadro 2 - Análise dos resumos e títulos dos artigos na base SCOPUS ................................ .26
Quadro 3 - Lista de artigos selecionados para a pesquisa na base SCOPUS .......................... .26
Quadro 4 - Distribuição de artigos selecionados por ano na base SCOPUS............................27
Quadro 5 - Palavras-chave da pesquisa na base SciELO..........................................................28
Quadro 6 - Análise dos resumos e títulos dos artigos na base SciELO....................................28
Quadro 7 - Lista de artigos selecionados para a pesquisa na base SciELO..............................29
Quadro 8 - Número de artigos selecionados por periódicos na base SciELO ......... .................30
Quadro 9 - Distribuição de artigos selecionados por ano na base SciELO ............................. 31
Quadro 10 - Lista de artigos selecionados para a pesquisa nas bases BBO e PubMed ............ 31
Quadro 11 - Distribuição de artigos selecionados por ano nas bases BBO e PubMed ............ 32
Quadro 12 - Consolidação dos artigos selecionados nas quatro bases. .................................... 33
Quadro 13 - Planos e programas do CSPR ............................................................................... 42
Quadro 14 - Servidores por carreira no IEN.............................................................................49
Quadro 15 - Manifestações bucais de doenças ocupacionais conforme a ocupação ............... .57
Quadro 16 - Afastamentos decorrentes do problemas odontológicos em 2014 ....................... 69
Quadro 17 - Afastamentos decorrentes de problemas odontológicos em 2015 ....................... 69
Quadro 18 - Escala de Likert usada no questionário ................................................................ 74
Quadro 19 - Grau de importância para investigações clínicas ................................................ 97
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Grau de importância para às Alergias .................................................................. ..79
Tabela 2 - Grau de importância para doenças respiratórias.................................................... .80
Tabela 3 - Grau de importância para doenças cardiovasculares ............................................. .81
Tabela 4 - Grau de importância para doenças endócrinas .................................................... ...82
Tabela 5 - Grau de importância para doenças gastrointestinais...............................................83
Tabela 6 - Grau de importância para distúrbios neurológicos ................................................ .83
Tabela 7 - Grau de importância para doenças renais .............................................................. .84
Tabela 8 - Grau de importância para doenças hematológicas ................................................ .85
Tabela 9 - Grau de importância para doenças articulares/ósseas ............................................ 86
Tabela 10 - Grau de importância para doenças transmissíveis ................................................ .87
Tabela 11 - Grau de importância para doenças oftalmológicas ............................................... .87
Tabela 12 - Grau de importância para doenças hepáticas ....................................................... .88
Tabela 13 - Grau de importância para distúrbios das glândulas salivares ............................... .89
Tabela 14 - Grau de importância para distúrbios temporomandibulares .................................. 90
Tabela 15 - Grau de importância para antecedentes familiares ............................................... .93
Tabela 16 - Grau de importância para o exame clínico ............................................................ 94
Tabela 17 - Grau de importância para o exame radiológico..................................................... 96
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Caminho da Odontologia do trabalho ...................................................................... 36
Figura 2 - Etapas da pesquisa ................................................................................................... 73
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Titulação dos servidores do IEN ............................................................................ 50
Gráfico 2 - Anos de exercício da especialidade de Odontologia do trabalho (1.6) .................. 77
Gráfico 3 - Utilização do prontuário do CFO (1.7) .................................................................. 78
Gráfico 4 - Possibilidade de realizar trabalho preventivo das doenças bucais (1.8) ................ 78
Gráfico 5 - Patologias bucais .................................................................................................... 95
Gráfico 6 - Doenças de ordem geral ......................................................................................... 96
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 18
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ........................................................................... 18
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA DA PESQUISA .................................................................. 19
1.3 QUESTÃO DA PESQUISA ........................................................................................... 20
1.4 OBJETIVOS ................................................................................................................... 20
1.4.1 Objetivo geral................................................................................................................20
1.4.2 Objetivos específicos.....................................................................................................21
1.5 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ............................................................................. 21
1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 22
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 23
2 PESQUISA BIBLIOMÉTRICA .................................................................................. 25
2.1 LEVANTAMENTO DO MATERIAL PESQUISADO NA BASE SCOPUS ............... 25
2.1.1 Estatística dos artigos selecionados na base SCOPUS ............................................... 27
2.2 LEVANTAMENTO DO MATERIAL PESQUISADO NA BASE SCIELO ................. 27
2.2.1 Estatística dos artigos selecionados na base SciELO .................................................. 30
2.3 LEVANTAMENTO DO MATERIAL PESQUISADO NAS BASES BBO E
PUBMED..................................................................................................................................31
2.3.1 Estatística dos artigos selecionados nas bases BBO e PubMed ................................. 32
2.4 CONSOLIDAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS NAS 4 BASES ...................... 33
3 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 34
3.1 A ODONTOLOGIA DO TRABALHO .......................................................................... 34
3.1.1 A Odontologia do trabalho no IEN ............................................................................. 42
3.1.2 Atribuições do Dentista do trabalho ........................................................................... 44
3.1.3 A Odontologia do trabalho integrada na gestão da saúde do trabalhador ............. 46
3.2 EXAME PERIÓDICO ODONTOLÓGICO ................................................................... 47
3.3 DOENÇAS BUCAIS EM ODONTOLOGIA OCUPACIONAL ................................... 54
3.4 DOENÇAS PROFISSIONAIS EM CIRURGIÕES DENTISTAS ................................ 64
3.5 ABSENTEÍSMO EM ODONTOLOGIA ....................................................................... 66
4 METODOLOGIA ......................................................................................................... 71
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................. 71
4.2 ETAPAS DA PESQUISA .............................................................................................. 72
4.3 UNIVERSO E AMOSTRA ............................................................................................ 73
4.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................................... 74
4.5 ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS..................................................................75
5 APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................76
5.1 PERFIL DOS RESPONDENTES..................................................................................76
5.2 INVESTIGAÇÕES CLÍNICAS......................................................................................79
5.3 ANTECEDENTES FAMILIARES.................................................................................93
5.4 EXAME CLÍNICO..........................................................................................................94
5.5 EXAME RADIOLÓGICO..............................................................................................96
6 CONCLUSÕES................................................................................................................98
REFERÊNCIAS.............................................................................................................101
ANEXOS.........................................................................................................................108
ANEXO A - Ficha clínica odontológica..........................................................................108
ANEXO B - Prontuário odontológico para a saúde do trabalhador.................................110
ANEXO C - Atestado odontológico ocupacional............................................................132
ANEXO D - Exames clínicos solicitados pelo SESMT do IEN......................................133
ANEXO E - Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)......................................................135
APÊNDICES..................................................................................................................136
APÊNDICE A - Questionário da Pesquisa......................................................................136
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
Como definição geral, Odontologia representa a ciência que estuda e trata as doenças
relacionadas ao aparelho estomatognático, formado pela face, cavidade bucal e pescoço. Possui
várias especialidades e dentre essas a Odontologia do Trabalho, que é a especialidade
regulamentada pelas Resoluções de nº 22, de 27 de dezembro de 2001, e de n° 25, de 28 de
maio de 2002, respectivamente do Conselho Federal de Odontologia, CFO, (Diário Oficial da
União, DOU 25/01/01, pág. 148 a 149; DOU 28/05/2002), e tem como objetivo de estudar os
agravos a que os trabalhadores são submetidos nas suas atividades laborais e que como
consequências podem adquirir lesões na cavidade oral. (BRASIL, 2001). No momento aguarda
a aprovação do Projeto de Lei, PL 422/2007 para que se torne obrigatória a sua inclusão no
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
Vale ressaltar que a Odontologia do Trabalho no artigo 30 da Seção X do título I da
Resolução de n° 22/2001 assim define essa nova especialidade: “Odontologia do Trabalho é a
especialidade que tem como objetivo a busca permanente da compatibilidade entre a atividade
laboral e a preservação da saúde bucal do trabalhador” (CFO, 2001).
Dessa forma, a Odontologia do Trabalho cumpre o seu papel fundamental que é atuar na
promoção da saúde do trabalhador, planejando ações de saúde bucal no ambiente de trabalho,
junto com a equipe de segurança do trabalho na empresa.
Na ótica da gestão, a Odontologia do Trabalho difere das atividades comumente
praticadas no consultório, exatamente por não mais caracterizar uma relação simples entre
clínico-cliente. No caso do SESMT do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), a Odontologia
do Trabalho está inserida no Serviço de Saúde e Segurança do Trabalhador (SESST), e os
exames odontológicos admissionais e periódicos sempre foram realizados devido ao Cirurgião
Dentista sempre ter feito parte dessa equipe de trabalho, ainda que pela Norma
Regulamentadora 4 (NR 4) esse profissional não faça parte do SESMT.
19
A NR-4 em suas atribuições estabelece a classificação das atividades econômicas sob o
critério do grau de risco ocupacional, o enquadramento das empresas em categorias e relaciona
os profissionais do SESMT.
Considerando o caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à
saúde relacionados à atividade laborativa, inclusive de natureza subclínica, bem como o seu
tratamento, prevenção de sequelas e readaptação funcional e como fator específico a
manutenção da integridade física dos trabalhadores, o IEN utiliza os exames periódicos
odontológicos para estudar as patologias bucais relacionadas aos riscos ocupacionais e para
avaliar o estado de saúde bucal dos seus servidores.
Sendo assim, com este exame clínico bucal busca-se associar a ocupação do servidor aos
riscos de contrair patologias que podem surgir com o passar dos anos na devida ocupação.
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA DA PESQUISA
Atualmente o IEN preenche o prontuário odontológico referenciado pelo Conselho
Federal Odontologia (CFO) durante os exames periódicos odontológicos, e, apesar desses
exames proporcionarem diagnósticos precoces e tratamentos adequados, isso não significa que
estes conseguem realizar seu objetivo maior, que é a manutenção da saúde do trabalhador.
Observa-se a necessidade de preenchimento de grande quantidade de informação no
prontuário do CFO, sendo 141 perguntas sobre investigações clínicas, diversos tipos de
distúrbios, antecedentes familiares, exame clínico, exame radiográfico além de dados cadastrais
e funcionais do trabalhador.
Neste sentido, apresenta-se uma lacuna entre o que é feito na prática e o que é
indispensável para um bom diagnóstico do exame clínico bucal. Logo, este estudo visa verificar
a contribuição da utilização de tais informações através de uma pesquisa de campo onde será
mapeada a percepção de especialistas nesta área sobre a necessidade de preenchimento de todas
as informações contidas no prontuário do CFO utilizado pelo IEN, e verificar se eles realmente
agregam valor à avaliação da saúde bucal do trabalhador.
20
1.3 QUESTÃO DA PESQUISA
Diante da situação problema aqui apresentada, o presente trabalho tem a seguinte questão
central: A realização dos exames periódicos odontológicos no IEN com a utilização do
prontuário do CFO serve para preservar as condições de saúde buco-dentárias dos servidores?
Esta questão se desdobra nas seguintes questões específicas:
Quais as principais funções da Odontologia do Trabalho e dos exames periódicos
odontológicos?
Quais principais as doenças bucais decorrentes das atividades ocupacionais dos
trabalhadores?
Quais as causas de absenteísmo provenientes de problemas bucais?
Qual a percepção de especialistas em odontologia do trabalho sobre o protocolo para os
exames periódicos odontológicos utilizados no IEN?
Como os exames periódicos odontológicos podem ajudar a diagnosticar precocemente
as patologias bucais que são capazes de atingir os servidores e com isso oferecer um
tratamento com tempo hábil para que se evite maiores danos a saúde dos mesmos?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo principal é analisar a contribuição dos exames periódicos odontológicos na
manutenção da saúde bucal dos servidores do IEN, através da avaliação do prontuário do CFO.
Deste modo será possível investigar através dos exames as patologias que os servidores
apresentam e que são de grande importância para o tratamento e prevenção de riscos durante o
tratamento dentário.
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
21
Para atingir o objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos:
Identificar na literatura as principais funções da Odontologia do Trabalho e dos
exames periódicos odontológicos e seus respectivos protocolos utilizados;
Analisar as doenças bucais decorrentes das atividades ocupacionais dos
trabalhadores;
Investigar as causas de absenteísmo provenientes de problemas bucais;
Mapear a percepção de especialistas em odontologia do trabalho sobre o protocolo
utilizado durante os exames periódicos odontológicos do IEN;
Analisar a importância dos exames periódicos odontológicos nos serviços de
Odontologia do trabalho colaborando no objetivo maior que é a cura e a prevenção
das patologias bucais ocupacionais.
1.5 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
A pesquisa justifica a sistematização do conhecimento sobre a relação entre doenças
bucais e riscos ocupacionais aplicando os resultados na prevenção e manutenção da saúde bucal
dos servidores do IEN e na diminuição do absenteísmo por patologias bucais decorrentes do
trabalho gerando um fator de segurança para o servidor e uma economia para o órgão.
A relevância do trabalho trará as seguintes contribuições na área da Odontologia do
Trabalho:
Para o trabalhador:
1- Exame detalhado da cavidade bucal buscando patologias bucais relacionadas com as
ocupações descritas pelos trabalhadores.
2- Recebimento do tratamento odontológico com a eliminação do processo de cárie,
diminuindo a realização do número de exodontias.
3- Extinguir o problema dor, uma das causas principais dos acidentes do trabalho, e suas
consequências de caráter social e econômico.
4- Melhoria geral de saúde, pela eliminação dos problemas dentários e possibilidade de
uma melhor mastigação, e digestão com melhor aproveitamento dos alimentos.
22
5- Aumento do potencial de produtividade em face de um estado geral mais equilibrado
pelo tratamento preventivo que é alvo.
6- Aprendizado das regras de higiene oral que contribuirão para a diminuição do índice
dos processos de cárie e das doenças periodontais.
Para a empresa:
1- Diminuição acentuada do índice de absenteísmo.
2- Melhoria na produção em face do equilibrado estado geral dos seus empregados e
consequentemente aumento da produtividade individual.
3- Ao considerar que “a saúde começa pela boca”, haverá diminuição dos problemas
médicos.
4- Diminuição da possibilidade de acidentes do trabalho, evitando as soluções de
continuidade no desenvolvimento dos serviços.
5- Possibilidade de promover a programação do tratamento odontológico sem prejuízos
para o serviço, evitando-se que o empregado falte em dias que não deveria.
Para a academia:
Existem poucos trabalhos e pesquisas na Academia sobre a Odontologia do Trabalho e
exames periódicos odontológicos. Neste sentido espera-se com esta pesquisa preencher esta
lacuna, fornecendo uma proposta e dados para o tratamento das doenças profissionais
manifestadas na boca, diagnosticadas através do exame periódico odontológico.
1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa bibliométrica foi realizada no período de maio a novembro de 2015, e a
pesquisa de campo será realizada com profissionais especialistas ou atuantes na área de
Odontologia do Trabalho, na cidade do Rio de Janeiro, que exercem a profissão no serviço
público, em empresas privadas e também como profissionais autônomos.
23
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está estruturado em 6 capítulos distribuídos da seguinte forma:
Capítulo 1- Apresenta a introdução focando a contextualização do tema, a situação
problema, as questões da pesquisa, os objetivos geral e específicos, a justificativa
e relevância, a delimitação da pesquisa e a estrutura do trabalho.
Capítulo 2- Apresenta a pesquisa bibliométrica nas bases SCOPUS (Banco de dados da
editora Elsevier), SciELO (Scientific Eletronic Library Online), BBO (Biografia
Brasileira de Odontologia) e PubMed (motor de busca da base MEDLINE), que
é uma bases de dados de literatura internacional de ciências da vida e informação
médica do Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica), listando as
palavras chaves da pesquisa, o número de registros encontrados, os artigos
selecionados, a estatística por base de pesquisa, autores, periódico, ano de
publicação e a consolidação dos artigos nas quatro bases de pesquisas.
Capítulo 3- Neste capítulo são abordados os conceitos da Odontologia do Trabalho, suas
aplicações, as atribuições do Dentista do trabalho, a importância dos exames
periódicos no IEN, as doenças bucais em odontologia ocupacional e o absenteísmo
nos serviços de odontologia do trabalho, através da análise dos textos, com a
finalidade de fundamentar teoricamente a metodologia aplicada na pesquisa.
Capítulo 4- A metodologia é composta dos seguintes itens: a classificação da pesquisa; as suas
etapas; o universo e amostra da pesquisa; o instrumento de coleta de dados e a
análise e tratamento dos dados coletados.
Capitulo 5- Apresenta a análise dos resultados do instrumento de coleta de dados, o
questionário aplicado aos especialistas em Odontologia do trabalho, as
respostas obtidas e os dados para a conclusão final da pesquisa.
Capítulo 6- Neste capítulo está apresentado as considerações e as conclusões finais da
pesquisa com as propostas para trabalhos futuros.
24
2 PESQUISA BIBLIOMÉTRICA
O presente estudo realizou uma análise bibliométrica da produção científica disponível
nas bases de dados SCOPUS e SciELO do Portal da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior), BBO e PubMed sobre o tema norteador deste trabalho
acadêmico, que disponibiliza o acervo de produções científicas nacionais e internacionais
reconhecidas pela comunidade acadêmica. A seguir são apresentados os procedimentos
desenvolvidos para o mapeamento teórico e a busca das principais publicações nessas quatro
bases de dados.
2.1 LEVANTAMENTO DO MATERIAL PESQUISADO NA BASE SCOPUS
A pesquisa foi realizada nos meses de junho a novembro de 2015, explorando o acervo
existente na base SCOPUS do Portal da CAPES, utilizando-se quatro palavras-chave.
Inicialmente foram inseridas as palavras-chave na língua inglesa, no campo de procura da base
de dados, limitando-se aos artigos publicados dentro das áreas temáticas “Occupational
Odontology”, “Oral Health”, “Occupational Dental Diseases” e “Periodical Dental
Examination” no período compreendido entre os anos de 2010 e 2015. Não houve restrição
quanto a região. Também foi incluído um artigo de 1979 pela relevância e o retorno foi de 556
artigos, conforme apresentado no Quadro 1.
Termos da pesquisa Número de registros encontrados
Occupational Odontology 08
Oral Health 444
Occupational Dental Diseases 104
Periodical Dental Examination 0
Total 556
Quadro 1- Palavras-chave da pesquisa na base Scopus.
Fonte: Elaboração própria (2015)
A pesquisa limitou-se aos títulos de artigos, resumo e palavras-chave. Depois foram
excluídos os artigos cujos resumos e palavras-chave não apresentaram ligação com o tema
escolhido. Após esse procedimento foram analisados 22 artigos, procurando selecionar aqueles
com maior aderência ao tema da pesquisa. e os artigos não utilizados foram descartados por não
25
oferecerem conteúdo relevantes para o trabalho. Os resultados obtidos estão demonstrados no
Quadro 2.
Palavras-chave Registros
encontrados
Resumos de
Artigos selecionados
Occupational Odontology 08 07
Oral Health 444 07
Occupational Dental Diseases 104 08
Periodical Dental Examination 0 0
Total 556 22 Quadro 2 - Análise dos resumos e títulos dos artigos na base Scopus.
Fonte: Elaboração própria (2015)
Em seguida foi feita uma análise criteriosa dos 22 artigos, sendo selecionados 11 artigos,
que estão apresentados no Quadro 3 a seguir.
Autor (es) Lista de artigos selecionados
para a pesquisa Periódico
Chatuverdi et al
(2015)
Assessment of Tooth Wear Among Glass
Factory
Journal of Clinical and
Diagnostic Research
Costa e Silva
(2014)
Prontuário em Odontologia do Trabalho:
Um modelo para uso na especialidade
Revista Brasileira de
Medicina do trabalho
Csikar et al (2013) The Self-reported Oral Health Status and
Dental Attendance of Smokers and Non-
smokers
Community Dental
Health
Duley et al (2012) A center for oral health promotion:
establishing an inter-professional paradigm
for dental hygiene, health care
management and nursing education
Journal of dental
hygiene
Eclles (1979) Dental Erosion of Nonindustrial Origin. A
Clinical Survey and Classification
The Journal of
Prosthetic Dentistry
Ishihashi et al
(2015)
Association between periodontal pockets
and health-related behaviors of workers
Journal of
Occupational health
Ismail et al (2013) Caries Management Pathways Preserve
Dental Tissues and Promote Oral Health
Community Dentistry
and Oral Epidemiology
Montero (2011) The Occupational Role of Dental
Conditions Among a Consecutive Sample of
Spanish Workers
Medicina. Oral,
Patolologia Oral y
Cirurgia Bucal
Oliveira et al
(2012)
Assessment of Occupational Exposure of
Dental Professionals to Mercury in Dental
Offices of a Public Primary Health Care in
Maringá
Acta Scientiarum
Silva et al (2015) Hot Response Mechanisms in Periodontal
Diseases
Journal of Applied
Oral Science
Warnakulasuriya
et al (2010)
Oral Health Risks of Tobacco Use and
Effects of Cessation
International Dental
Journal Quadro 3 - Lista de artigos selecionados para a pesquisa na base Scopus.
Fonte: Elaboração própria (2015)
26
Pode-se observar no Quadro 3 que todos os artigos pesquisados na base Scopus foram
publicados em periódicos diferentes.
2.1.1 Estatística dos artigos selecionados na base SCOPUS
Nesta seção são apresentadas no Quadro 4 as estatísticas referentes a distribuição do de
artigos selecionados, organizados por ano de publicação. Observa-se que o ano de 2015 foi o
que apresentou maior número de publicações com 03 artigos (27,27%), seguido dos anos 2012
e 2013 com 02 artigos cada um (18,18%), totalizando 63,63% publicações nesses três anos, e
os demais anos com apenas 01 artigo selecionado.
Ano Quantidade de artigos
1979 01
2010 01
2011 01
2012 02
2013 02
2014 01
2015 03
Total 11 Quadro 4 – Distribuição de artigos selecionados por ano na base Scopus.
Fonte: Elaboração própria (2015)
2.2 LEVANTAMENTO DO MATERIAL PESQUISADO NA BASE SCIELO
A pesquisa foi realizada nos meses de maio a novembro de 2015, explorando o acervo
existente na base SciELO do Portal da CAPES, utilizando cinco palavras-chave. Inicialmente
foram inseridas, no campo de procura da base de dados, limitando-se aos artigos publicados
dentro das áreas temáticas “Odontologia do Trabalho” e “Saúde Bucal”, “Doenças Bucais em
Odontologia Ocupacional”, “Exames Periódicos Odontológicos” e “Absenteísmo em
Odontologia”, sem restrição quanto a região, idiomas e ao ano de publicação, com retorno de
353 artigos, conforme é apresentado no Quadro 5.
27
Termos da pesquisa Número de registros
encontrados
Odontologia do Trabalho 158
Saúde Bucal 102
Doenças Bucais em Odontologia
Ocupacional
64
Exames Periódicos Odontológicos 01
Absenteísmo em Odontologia 28
Total 353 Quadro 5 - Palavras-chave da pesquisa na base SciELO.
Fonte: Elaboração própria (2015)
A pesquisa limitou-se aos títulos de artigos, resumo e palavras-chave. Depois foram
excluídos os artigos cujos resumos e palavras-chave não apresentaram ligação com o tema
escolhido. Após esse procedimento foram analisados 23 artigos, procurando selecionar aqueles
com maior aderência ao tema da pesquisa. Os resultados obtidos estão demonstrados no Quadro
6.
Palavras-chave Registros
encontrados
Resumo de
artigos
selecionados
Odontologia do Trabalho 158 07
Saúde Bucal 102 03
Doenças Bucais em Odontologia
Ocupacional
64 08
Exames Periódicos Odontológicos 01 01
Absenteísmo em Odontologia 28 04
Total 353 23 Quadro 6 - Análise dos resumos e títulos dos artigos na base SciELO.
Fonte: Elaboração própria (2015).
Observou-se em seguida, que houve a identificação de alguns artigos com mais de uma
palavra-chave, que se repetiam no grupo dos 23 artigos. Em consequência desta ação foram
selecionados 17 artigos para a pesquisa com uma análise mais aprofundada, que estão
apresentadas no Quadro 7 a seguir.
28
Autor (es) Lista de artigos selecionados
para a pesquisa
Periódicos
Ahlbergh et al (1996) Subsidized dental care improves
caries status in male industrial
workers
Community
Dentistry and Oral
Epidemiology
Almeida e Vianna
(2005)
O Papel da Epidemiologia no
Planejamento das Ações de Saúde
Bucal do Trabalhador
Revista Saúde e
Sociedade
Cardoso et al (2009) Acidentes Perfurocortantes:
Prevalência e Medidas Profiláticas
em Alunos de Odontologia
Revista Brasileira
Saúde Ocupacional
Guerra et al (2014) Impacto das Condições de Saúde
Bucal na Qualidade de Vida dos
Trabalhadores
Revista Ciência e
Saúde coletiva
Hiroishi, Orenha e
Naressi (2011)
Odontologia do Trabalho: Um Novo
Olhar sobre a Saúde Bucal do
Trabalhador
Brazilian Dental
Science
Lacerda, Traebert e
Zambenedetti (2008)
Dor Orofacial e Absenteísmo em
Trabalhadores da Indústria
Metalúrgica e Mecânica
Revista Saúde e
Sociedade
Lamas, Blank e Calvo
(2008)
Saúde do Trabalhador e a Atenção
Odontológica: Entre um Novo
Revista Saúde e
Sociedade
Lourenço et al (2011) Ruídos em Consultórios
Odontológicos Podem Produzir
Perda Auditiva?
International
Archives of
Otorhinolaryngology
Marino et al (2001) Cut and Puncture Accidents
Involving Health Care Workers
Exposed to Biological Materials
Brazilian Journal of
Infectious Diseases
Miotto, Barcellos e
Lopes (2013)
Dor de Dente como Preditor de
Absenteísmo em Trabalhadores de
uma Indústria de Sucos da Região
Sudeste do Brasil
Revista Ciência e
Saúde coletiva
Miotto, Silotti e
Barcellos (2012)
Dor dentaria como Motivo de
Absenteísmo em uma População de
Trabalhadores
Revista Ciência e
Saúde coletiva
Nogueira (1972) Odontologia e saúde ocupacional Revista de Saúde
Pública
Reibel (2005) Tobacco or Oral Health Bull World Health
Organ
Schilling (1984) More effective prevention in
occupational health practice
Journal of the
Society of
Occupational
Medicine
29
Autor (es) Lista de artigos selecionados
para a pesquisa
Periódicos
Silva e Medeiros (2013) O Papel da Odontologia do Trabalho
na Saúde do Trabalhador
Revista Brasileira de
Odontologia
Togna (2011) Uso da Classificação Internacional
de Doenças na Análise do
Absenteísmo Odontológico
Revista de Saúde
Pública
Vianna e Santana
(2001)
Exposição Ocupacional a Névoas
Ácidas e Alterações Bucais: Uma
Revisão
Cadernos de Saúde
Pública
Quadro 7 - Lista de artigos selecionados para a pesquisa na base SciELO.
Fonte: Elaboração própria (2015)
Outro extrato interessante é o número de artigos publicados por periódicos. No Quadro
08 observa-se que do total de 12 periódicos diferentes, apenas 03 publicaram mais de um artigo:
a “Revista Saúde e Sociedade” e a “Revista Ciência e Saúde Coletiva”, com 03 artigos cada
uma, seguidas pela Revista de Saúde Pública, com 02 artigos e as demais com 01 artigo.
Periódico Número de artigos selecionados
Revista Saúde Sociedade 03
Revista Ciência e Saúde coletiva 03
Revista de Saúde Pública 02
Brazilian Dental Science 01
Brazilian Journal of Infectious Diseases 01
Bull World Health Organ 01
Cadernos de Saúde Pública 01
Community Dentistry and Oral
Epidemiology
01
International Archives of
Otorhinolaryngology
01
Journal of the Society of Occupational
Medicine
01
Revista Brasileira de Odontologia 01
Revista Brasileira Saúde Ocupacional 01 Quadro 8: Número de artigos selecionados por periódicos na base SciELO.
Fonte: Elaboração própria (2015)
2.2.1 Estatística dos artigos selecionados na base SciELO
Nesta seção são apresentadas no Quadro 9 as estatísticas referentes ao número de artigos
publicados, organizados por ano de publicação. Observa-se que o ano de 2011 foi o que
apresentou maior número de publicações com 03 artigos (17,65%), seguido dos anos de 2013,
30
2008, 2005 e 2001, todos esses com 02 artigos, com (11,77) cada um, totalizando 64,73% de
publicações nesses 05 anos, e os demais com apenas 01 artigo.
Ano Quantidade de artigos
1972 01
1984 01
1996 01
2001 02
2005 02
2008 02
2009 01
2011 03
2012 01
2013 02
2014 01
Total 17 Quadro 9 – Distribuição de artigos selecionados por ano na base SciELO.
Fonte: Elaboração própria (2015)
2.3 LEVANTAMENTO DO MATERIAL PESQUISADO NAS BASES BBO E PUBMED
A pesquisa foi realizada nos meses de maio a novembro de 2015, explorando o acervo
existente nas bases BBO e PubMed, utilizando-se artigos com referência as palavras-chave
“Odontologia do Trabalho”, Doenças Bucais em Odontologia Ocupacional”, “Saúde Bucal”,
“Exames Periódicos Odontológicos”, “Absenteísmo em Odontologia”, sem restrição quanto a
região, idiomas e ao ano de publicação, com retorno de 09 artigos selecionados e todos
utilizados na pesquisa, conforme apresentado no Quadro 10 a seguir.
Autor(es) Lista de artigos selecionados
para a pesquisa
Periódico Base
Aguiar et al (2006) Erosão Dental: Definição,
Etiologia e Classificação
Revista do Instituto
de Ciências da
Saúde
BBO
Araújo e Marcucci
(2000)
Estudo da Prevalência das
Manifestações Bucais
Decorrentes de Agentes
Químicos no Processo de
Galvanoplastia: Sua
Importância para a Área de
Saúde Bucal do Trabalhador
Odontologia e
Sociedade
BBO
31
Autor(es) Lista de artigos selecionados
para a pesquisa
Periódico Base
Chandroth et al
(2014)
Prevalence of Oral Mucosal
Lesions Among Fishermen of
Kutch Coast, Gujarat, India
International
Maritime Health
PubMed
Chieko (2002) An Evaluation of Oral Health
Promotion at the Work Site
The Journal of The
Stomatological
Society
PubMed
Feaver (1988) Occupational Dentistry: A
Review of 100 Years of Dental
Care in the Workplace
Journal
Occupational
Medicine
PubMed
Ide et al (2001) Evaluation of Oral Health
Promotion in The Work Place:
The Effects on Dental Care
Costs and Frequency of Dental
Visits
Community
Dentistry and Oral
Epidemiology
PubMed
Peres et al (2006) Odontologia do Trabalho:
Doenças e Lesões na Prática
Profissional
Revista de
Odontologia de
Araçatuba
BBO
Reisine e Miller
(1985)
A longitudinal Study of Work
Loss Related to Dental
Diseases
Social Science &
Medicine
PubMed
Söderfeldt et al
(2002)
Demand and Control in
Human Service Work in
Relation to Self-rated Oral
Health
Community Dental
Health
PubMed
Quadro 10 - Lista de artigos selecionados para a pesquisa nas bases BBO e PubMed.
Fonte: Elaboração própria (2015)
Pode-se observar no Quadro 10 que os artigos pesquisados nas duas bases foram
publicados em periódicos diferentes.
2.3.1 Estatística dos artigos selecionados nas bases BBO e PubMed
Nesta seção são apresentadas no Quadro 11 as estatísticas referentes ao número de
artigos publicados, organizados por ano de publicação. Observa-se que apenas nos anos de 2002
e 2006 foram publicados 02 artigos em cada um deles, e nos demais apenas 01 artigo.
Ano Quantidade de artigos
1985 01
1988 01
2000 01
2001 01
32
Ano Quantidade de artigos
2002 02
2006 02
2014 01
Total 09 Quadro 11- Distribuição de artigos selecionados por ano nas bases BBO e
PubMed.
Fonte: Elaboração própria (2015)
2.4 CONSOLIDAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS NAS 4 BASES
Os termos da pesquisa e o número de artigos selecionados nas 04 bases que resultaram
no aproveitamento de 37 artigos e estão descritos no Quadro 12 a seguir.
Termos da
pesquisa
Artigos selecionados Número de
artigos Scopus SciELO BBO PUBMED
Occupational
Odontology 03 01 0 01 05
Oral Health 04 0 0 03 07
Occupational
Dental
Diseases
04 0 0 01 05
Periodical
Dental
Examination
0 0 0 0 0
Odontologia
do Trabalho 0 03 01 0 04
Saúde Bucal 0 03 02 0 05
Doenças
Bucais em
Odontologia
Ocupacional
0 06 0 0 06
Exames
Periódicos
Odontológicos
0 01 0 0 01
Absenteísmo
em
Odontologia
0 03 0 01 04
Total 11 17 03 06 37 Quadro 12 - Consolidação dos artigos selecionados nas 4 bases.
Fonte: Elaboração própria (2015)
A pesquisa na literatura específica também foi realizada com artigos de revistas
especializadas, livros, normas, dissertações, teses e documentos relevantes. As análises dos 37
33
artigos selecionados e das demais literaturas pesquisadas estão descritas no capítulo 3, Revisão
da Literatura.
34
3 REVISÃO DA LITERATURA
Este capítulo será composto dos seguintes tópicos: A Odontologia do trabalho, a
Odontologia do trabalho no IEN, as atribuições do Dentista do trabalho, o exame periódico
odontológico, as doenças bucais em odontologia ocupacional e absenteísmo em Odontologia.
3.1 A ODONTOLOGIA DO TRABALHO
A resolução nº 25, de 28/05/2002 do CFO no Art. 3° cita como competências da
especialidade de Odontologia do Trabalho (BRASIL, 2002):
Identificação, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que possam constituir risco
à saúde bucal no local de trabalho, em qualquer fase do processo de produção;
Assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de segurança, de ergonomia e
de higiene no trabalho, assim como em matéria de equipamentos de proteção individual,
entendendo-se inserida na equipe interdisciplinar da saúde do trabalhador operante;
Planejamento e implantação de campanhas e programas de duração permanente para
educação dos trabalhadores quanto a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e
educação em saúde;
Organização estatística de morbilidade e mortalidade com causa bucal e investigação
de suas possíveis relações com as atividades laborais;
Realização de exames odontológicos para fins trabalhistas.
A conceituação de Odontologia do trabalho segundo Araújo (1998) é a seguinte:
É a parte da atenção à saúde do trabalhador, que trata de promover, preservar e
recuperar a saúde bucal do trabalhador, consequente dos agravos, afecções ou doenças
do exercício profissional e que tem manifestações bucais, devendo ter sua atenção
voltada à prevenção de todos os agravos laborais, ou seja, objetiva a prevenção de
doenças da atuação profissional e dos acidentes de trabalho (ARAUJO, 1998. p.42).
De acordo com Silva e Medeiros (2013) com a criação da especialidade, os serviços de
saúde do trabalhador, procuram inserir o profissional da odontologia do trabalho nas equipes
de assistência aos seus servidores, ficando no aguardo da inclusão oficial deste profissional no
SESMT, após a aprovação do PL 422/07, que estabelece que as empresas, de acordo com
35
normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, deverão manter serviços especializados
em segurança, em medicina e em Odontologia do Trabalho e complementam:
Por ser uma especialidade recente da Odontologia, que se preocupa em combater os
agravos à saúde do trabalhador, atuando nos vários tipos de ambientes de trabalho
que, na verdade, constituem locais propícios ao desenvolvimento e perpetuação de
diversas patologias que acometem a saúde desta população, a partir da interação do
hospedeiro, o homem, com o agente patogênico que pode ser indicado por inúmeros
fatores como, agentes físico e químicos, micro-organismos, traumas, estresses, etc
(SILVA E MEDEIROS, 2013. p.2-3).
Hiroishi, Orenha e Naressi (2011) através de pesquisas bibliográficas nas bases BBO,
SciELO e Medline, entre os anos de 2000 e 2010 para avaliação da atuação do especialista em
Odontologia do trabalho no mercado de trabalho, concluíram que os mesmos ainda sofrem
restrições para serem contratados por empresas que não visualizam a importância desses
profissional que com sua participação contribui para a manutenção da saúde e da qualidade de
vida do trabalhador com a melhora significativa da saúde bucal desse indivíduos e a redução
do absenteísmo e ainda citam:
A portaria 2.437- do Gabinete do Ministro (GM) do MS inclui o cirurgião dentista na
equipe de saúde e, recentemente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) incluiu
a especialidade Odontologia do Trabalho na mais recente versão da Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO) recebendo o código 2232-76, também denominada de
Odontologia Ocupacional (HIROISHI, ORENHA e NARESSI, 2011, p.75).
Segundo Medeiros (2011) tendo-se como objetivo principal que a odontologia do
trabalho exerce como princípio básico o diagnóstico precoce das patologias orais que podem
causar danos à saúde do trabalhador, a função do dentista do trabalho é:
1. Reconhecer e prevenir os riscos ambientais causadores de manifestações orais
de doenças profissionais.
2. Correção de lesões orais e condições afins devidas à exposição a fatores
profissionais.
Pode-se estabelecer o caminho que mantém a Odontologia do trabalho a partir do
esquema apresentado na Figura 1 a seguir que descreve a Lei 5.081 que cria a profissão de
Cirurgião Dentista no Brasil, a sua regulamentação da especialidade junto ao CFO, o
estabelecimento das suas áreas de competência e a PL 422/2007 que propõe a inclusão do
Dentista do trabalho no SESMT.
36
Figura 1 - Caminho da Odontologia do trabalho.
Fonte: Elaboração própria (2015)
Cabe ressaltar que em relação ao Projeto de Lei 422/2007 de autoria do Deputado
Flaviano Melo propõe a alteração do Artigo (Art.) 162, Seção III, e do Art. 168, Seção V, do
Capítulo V do Título da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), relativo á segurança e
medicina do trabalho, o Congresso Nacional decreta de acordo com Brasil (2007):
Art. 1º O art. 162, da seção III, e o art. 168, da seção V, do Capítulo V do Titulo II da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
passam a vigorar com a seguinte redação:
SEÇÃO III – Dos Órgãos de Segurança, Medicina e Odontologia do Trabalho nas Empresas.
Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho
e Emprego, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança, medicina e
odontologia do trabalho.
Parágrafo único.
d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança, medicina e
odontologia do trabalho nas empresas.
SEÇÃO V – Das Medidas Preventivas de Medicina e Odontologia do Trabalho Art. 168 - Serão
obrigatórios exames médico e odontológico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério
do Trabalho e Emprego:
§ 3º O Ministério do Trabalho e Emprego estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o
tempo de exposição, a periodicidade dos exames médicos e odontológicos.
•Estabelece as áreas de competência da Odontologia do trabalho
•Propõe a revisao da NR4 com a inclusão do Dentista do trabalho no SESMT
•Regulamenta a especialidade de Odontologia do trabalho
•Regulamenta o exercício da Odontologia no Brasil
Lei 5. 81 de 24/08/1966
Resolução CFO
22/2001
Resolução CFO
25/2002PL 422/2007
37
§ 6º As micro e pequenas empresas, na forma da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
de 2006, poderão optar pela atenção odontológica nos Serviços Especializados em Saúde e
Segurança do Trabalho.
Art. 2º As empresas terão o prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias para tomarem as
providências necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, contados da data de sua
publicação.
Art. 3º Fica estabelecido o prazo de 5 (cinco) anos, contados da data de publicação desta Lei,
para que todos os serviços relacionados à odontologia do trabalho sejam realizados por
cirurgiões dentistas especializados nessa área.
§ 1º Até que seja atingido o prazo estabelecido no caput deste artigo, e ante a impossibilidade
de contratação de profissionais portadores de título de especialização em odontologia do
trabalho, os serviços poderão ser realizados por outros cirurgiões-dentistas, com preferência
para aqueles com especialização em saúde coletiva ou em odontologia legal.
§ 2º Nas regiões que não contam com profissionais com especialização na área, e até que se
possa satisfazer essa condição, o prazo previsto no caput deste artigo poderá ser ampliado, a
critério do Ministério do Trabalho e Emprego, observado o disposto no parágrafo anterior.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação (14/03/2007).
Infelizmente mesmo com a aprovação do projeto pelo Relator Deputado Geraldo
Rezende não se observa até o momento o cumprimento da Lei por parte do governo e
empregadores prolongando a decepção dos especialistas em Odontologia do trabalho.
Midorikawa (2000) descreve em sua dissertação que em 1887 na Inglaterra foi
implantado os primeiros sistemas de saúde dental dedicado a trabalhadores, em 1915 foram
montados nos Estados Unidos da América (EUA), os primeiros consultórios em empresas, a
Companhia de Motores Ford em 1916, montou seu primeiro hospital, que possuía um
departamento dental, na Itália, em 1936 a Companhia Olivetti montou um serviço de
odontologia para os seus funcionários e que nos EUA a American Dental Association (ADA),
em 1942, começou a padronizar o atendimento de trabalhadores nas suas empresas.
Pimentel et al. (1976) já relatava que no Brasil a evolução para que começassem a
compreender a importância do atendimento odontológico nas empresas foi bem mais lenta e
que apesar de esforços mostrando a importância de um consultório odontológico dentro do
ambiente de trabalho, o interesse para o fato sempre foi pequeno.
Feaver (1988) relata que a primeira clínica de odontologia em uma indústria foi fundada
em 1908. A partir daí a odontologia ocupacional se desenvolveu e evoluiu de adequando as
38
necessidades de mudança do ambiente de trabalho e os padrões das alterações das doenças
bucais.
No serviço público os consultórios odontológicos sempre estiveram presentes para
atendimento dos seus servidores, porém sem fazer parte do SESMT, atuavam somente como
um Cirurgião dentista com seu trabalhado voltado para a odontologia clínica.
Com a criação da especialidade, os serviços de saúde do trabalhador, procuram inserir
o profissional da odontologia do trabalho nas equipes de assistência aos seus servidores, ficando
no aguardo da inclusão oficial deste profissional no SESMT, após a aprovação do PL 422/07,
que estabelece que as empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do
Trabalho, deverão manter serviços especializados em segurança, em medicina e em
Odontologia do Trabalho.
Por ser uma especialidade recente da Odontologia, que se preocupa em combater os
agravos à saúde do trabalhador, atuando nos vários tipos de ambientes de trabalho
que, na verdade, constituem locais propícios ao desenvolvimento e perpetuação de
diversas patologias que acometem a saúde desta população, a partir da interação do
hospedeiro, o homem, com o agente patogênico que pode ser indicado por inúmeros
fatores como, agentes físico e químicos, micro-organismos, traumas, estresses, etc
(SILVA E MEDEIROS, 2013, p.2-3).
O CFO, busca desde 1999 inserir a Odontologia no Programa do Controle Médico de
Saúde Ocupacional da Secretária de Segurança e Saúde do Trabalho do Ministério do Trabalho
(MT), segundo Mazzilli (2003).
O primeiro curso de odontologia do trabalho foi realizado pela UNIGRANRIO
(Universidade do Grande Rio), na cidade do Rio de Janeiro em 2002. Também o CFO, através
das decisões n° 31/2003 e 54/2004, credenciaram os primeiros cursos de especialização em
Odontologia do trabalho e, em 2004, foi realizado o I Seminário Nacional de Odontologia do
trabalho na UFF, tendo sido discutido a inserção do profissional no mercado profissional e suas
atribuições nos SESMT.
O foco principal da especialidade é estar inserida na garantia dos direitos dos
trabalhadores proporcionando direito a uma melhoria nas condições de saúde bucal e qualidade
de vida. Sendo assim, a odontologia do Trabalho estuda as relações entre as implicações dos
espaços laborais sobre a saúde do sistema estomatognático e vice-versa.
39
Ahlberg et al (1996) através de um estudo realizado em 1994 em uma indústria na
Finlândia que oferece tratamentos dentários aos seus empregados, fez uma pesquisa em 365
trabalhadores com faixa etária entre 38 e 65 anos, para avaliação das condições dentárias desses
indivíduos, aplicando um questionário e realizando exames clínicos. Com obtenção de uma
taxa de respostas de 174 pessoas observou-se um número pequeno de dentes cariados (19%),
concluindo que os programas instituídos em empresas contribuem para uma melhoria
significativa do estado de saúde bucal dos trabalhadores assistidos, e devem ter como filosofia
a ideia de que a educação para a saúde está baseada no envolvimento ativo dos participantes,
sejam eles os cirurgiões dentistas ou os trabalhadores.
Midorikawa tem a seguinte definição para a Odontologia em Saúde do Trabalhador:
A especialidade da odontologia que tem como objetivo o estudo dos fenômenos
físicos, químicos, biológicos e mecânicos que atingem o complexo buco-maxilo-
facial, e que podem influenciar ou ser influenciados pelo ambiente de trabalho. Seu
foco de atenção deve ser a prevenção, a reabilitação e a preservação da saúde dos
trabalhadores, que podem ser atingidas pela análise, organizações, planejamento,
execução, avaliação de serviços, projetos ou programas de saúde bucal, avaliação
técnica e perícia (MIDORIKAWA, 2000, p.36).
No Brasil, as relações entre trabalho e saúde do trabalhador conformam um mosaico,
coexistindo múltiplas situações de trabalho caracterizadas por diferentes estágios de
incorporação tecnológica, diferentes formas de organização e gestão, relações e formas de
contrato de trabalho, que se reflete sobre o viver, o adoecer e o morrer dos trabalhadores
(BRASIL, 2001).
Ide et al (2001) demonstraram que programas de saúde bucal em empresas com
orientações sobre higiene oral, focando o uso de fio dental e escovas interdentais melhoram
consideravelmente a saúde bucal dos trabalhadores e trazem redução de custos das empresas
com a assistência odontológica.
Chieko (2002) em seu artigo revela que estudou por três anos o estado de saúde bucal
de trabalhadores no seu local de trabalho, realizando exames anuais com orientações sobre
higiene oral e concluiu que as condições de saúde bucal melhoraram significativamente nos
indivíduos que participaram ativamente do programa de educação oral. Durante os exames
foram indicadas técnicas de escovação e uso de escovas interdentais.
40
A odontologia do trabalho, segundo Perez et al (2006), deve estudar, interpretar e
resolver os vários problemas bucais que atingem os trabalhadores e estar presente e valorizada
nos sistemas de recursos humanos. Ainda afirma que nos ambulatórios de saúde do trabalho é
essencial a presença de um profissional especializado para atendimento das necessidades dos
trabalhadores.
Tannous e Silva (2007) fazem as seguintes considerações sobre a Odontologia do
trabalho:
1. A Odontologia do trabalho deve ter atuação primária nos problemas bucais.
2. O bom estado da saúde bucal dos trabalhadores é essencial para o desenvolvimento
dos seus trabalhos e as condições de trabalho interferem na saúde bucal dos mesmos.
3. O Dentista do trabalho é importante para a redução do absenteísmo nas empresas e
na prevenção dos acidentes de trabalho relacionados com a Odontologia.
4. A inclusão do especialista em Odontologia do trabalho deve fornecer estatísticas
para as doenças bucais relacionadas ao trabalho e contribuir para o fornecimento de
conhecimentos para o crescimento da especialidade.
Lamas, Blank e Calvo (2008) discutem em seu trabalho a atuação profissional do
Cirurgião Dentista na especialidade de Odontologia do Trabalho, que não deve ser orientada
fundamentalmente para a ampliação do mercado de trabalho na Odontologia e sim voltada para
os objetivos que são a organização dos serviços de saúde, proporcionando a garantia dos
serviços básicos da saúde do trabalhador que é a sua principal função.
Silva e Martins (2009) citam:
Atualmente, o desenvolvimento do campo da Saúde Bucal do Trabalhador ocorre a
partir da realização de investigações científicas de caráter epidemiológico e de estudo
de avaliação do impacto de programas odontológicos, da crescente formação de
especialistas na área e da luta política pela efetiva inserção da saúde bucal no âmbito
da saúde e segurança do trabalho. (SILVA E MARTINS, 2009, p.29).
Guerra et al (2014) analisaram o impacto das condições de saúde bucal na qualidade de
vida de servidores técnicos administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Inicialmente analisaram a auto percepção a saúde geral e posteriormente a saúde bucal. Usaram
um questionário e com a escala de Likert para obtenção das respostas. Concluíram, entre outras
41
ações, que a procura pelo atendimento odontológico tem como causa principal a dor e que o
nível de escolaridade e recursos financeiros trazem uma busca maior para tratamentos dentários.
Segundo Nogueira (1972) as doenças profissionais podem ser diagnosticadas através do
exame da cavidade bucal e o diagnóstico precoce das manifestações bucais das doenças
ocupacionais é de total responsabilidade da odontologia do trabalho que cita como objetivos:
1- Gerar proteção aos trabalhadores contra qualquer risco à sua saúde, que seja decorrente
do seu trabalho ou das condições em que este é realizado.
2- Contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador, obtido especialmente pela
a sua adaptação ao trabalho e em atividades profissionais para as quais tenha aptidões.
3- Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau possível de bem-
estar físico e mental dos trabalhadores.
Somente agora a odontologia do trabalho começa a se compor no campo da saúde do
trabalhador, interessando-se por atos e normas antes desprezadas e que agora comprovadamente
contribui para a prevenção e manutenção dos riscos físicos, químicos, biológicos e psicossociais
a que os trabalhadores são submetidos e que podem oferecer agravos com manifestações bucais.
Dessa forma, a Odontologia do Trabalho cumpre o seu papel fundamental que é atuar
na promoção da saúde do trabalhador, planejando ações de saúde no ambiente de trabalho, junto
com a equipe de segurança do trabalho na empresa.
3.1.1 A Odontologia do trabalho no IEN
O IEN é um órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), subordinado a
Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN, atua como uma unidade de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico desta Comissão, e é classificado como instalação nuclear e
radiativa, consciente de suas responsabilidades no que se refere ao uso seguro da energia
nuclear, condição determinante para a excelência institucional. Adota e se compromete com a
presente Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, que visa priorizar, manter e aprimorar
continuamente todas as condições relacionadas aos fatores humanos, técnicos e
organizacionais, envolvidos nas questões ligadas à segurança, saúde, qualidade e ao meio
42
ambiente. O IEN tem como missão contribuir para o bem-estar da sociedade e seu
desenvolvimento sustentável por meio de inovações tecnológicas e formação de recursos
humanos para os setores nuclear e correlatos (INTRANET IEN,2015).
O SESMT do IEN, é formado atualmente pelo Engenheiro de segurança do trabalho,
pelo médico do trabalho, pelo Cirurgião Dentista, que exerce a função de Dentista do Trabalho,
dois técnicos em segurança do trabalho, uma Auxiliar de Enfermagem e três servidoras de
apoio. O serviço está subordinado a Coordenação de Segurança e Proteção Radiológica
(CSPR). Os planos e programas do CSPR são demonstrados no Quadro 13 a seguir.
PPR Plano de Proteção Radiológica
PGE Plano Geral de Emergência
PMA Programa de Monitoração Ambiental
PGRR Programa de Gerência de Rejeitos Radioativos
PEL CICLOTRON – Plano de Emergência Local
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Quadro 13 - Planos e programas do CSPR.
Fonte: Intranet IEN (2015)
É através do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) que o SESST do IEN zela pela segurança
e saúde dos seus servidores.
Na visão contemporânea, a saúde ocupacional deve ser implementada com a
participação de profissionais de diversas formações e áreas de conhecimento,
aplicando no ambiente de trabalho, seus melhores recursos na proteção do trabalhador,
mas também propiciando todos os meios favoráveis para alcançar o bem-estar físico,
mental e social. Como resultado imediato, deseja-se um significativo aumento de
estímulo e da satisfação laboral com consequente redução do absenteísmo e aumento
do rendimento na produtividade (COSTA, 2010, p.19).
O PCMSO do IEN tem como objetivo principal preservar, promover e recuperar a saúde
do trabalhador bem como readaptá-lo ao ambiente de trabalho e segue as seguintes etapas:
Encarregar dos exames complementares profissionais e/ou entidades devidamente
credenciados e qualificados para realizar exames de natureza ocupacional e
toxicológica, bem como avaliar os resultados e orientar a conduta necessária;
43
Organizar e armazenar os dados dos exames médicos em prontuário individual, de modo
a proporcionar imediato acesso ao Agente de Inspeção do Trabalho, responsabilizando-
se pelos mesmos enquanto exercer a função, transferindo-os para o seu sucessor;
Apresentar o relatório anual (RA) em reunião da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), onde o mesmo será discutido e anexado ao livro de atas dessa
comissão;
Prestar assessoria a instituição nas questões referentes à saúde do trabalhador.
Elaborar laudo técnico-pericial individual e ambiental;
Colaborar na realização de cursos ministrados na Instituição, no que se referir a área de
saúde em geral e, em especial na área de Saúde do Trabalhador;
Colaborar no treinamento de equipes de primeiros-socorros.
No intuito de manter os servidores do IEN realizando as suas funções com completo
êxito, com uma qualidade de saúde oral e bem-estar físico e mental, a Odontologia do Trabalho
do IEN realiza exames periódicos odontológicos que contribuem com a prevenção das doenças
e manifestações bucais, associando as suas ocupações às doenças relativas, descritas e
relacionadas aos riscos ocupacionais.
O serviço de Odontologia do Trabalho também atua em campanhas de promoção de
saúde bucal com palestras para servidores e terceirizados, sempre buscando levar
conhecimentos sobre a prevenção e tratamentos das doenças bucais, principalmente a cárie e a
gengivite, colaborando assim para a saúde e bem-estar geral dos trabalhadores do IEN.
O consultório odontológico do IEN está situado no prédio do auditório, no segundo
andar, onde fica localizado o SESMT, que é composto de uma sala de recepção, consultório
dentário, consultório médico e uma sala de curativos e repouso.
Os tratamentos odontológicos realizados são:
Exames bucais periódicos (anuais);
Raspagem de tártaro supra gengival e polimento das arcadas dentárias;
Restaurações com resinas;
Extrações dentárias;
Cimentação de blocos, coroas e pontes;
44
Curativos em dentes em tratamento;
Atendimento emergencial de pulpites com pulpectomias e abcessos com
drenagem intraoral;
Radiografias para diagnóstico durante tratamento presencial;
Orientações sobre prevenção, tipos de escovação e fisioterapia bucal;
Atestados odontológicos de períodos e faltas.
3.1.2 Atribuições do Dentista do trabalho
O profissional habilitado em Odontologia do Trabalho deve estar apto para atuar em
empresas e órgãos públicos, como também nas empresas privadas.
Para Chimelli (1979), as principais atribuições do Dentista do trabalho são:
Participar da seleção de candidatos fazendo exame pericial na cavidade bucal e
emitir o seu parecer;
Emitir após o exame periódico odontológico o atestado ocupacional
odontológico;
Verificar se os funcionários através de exames periódicos necessitam de
tratamentos específicos;
Atender as emergências odontológicas;
Desenvolver campanhas de controle sobre higiene bucal dentro da empresa;
Investigar causas ocupacionais de doenças bucais e suas consequências;
Elaborar normas sanitárias de caráter individual e coletivo;
Analisar e controlar o absenteísmo por causa odontológica;
Interpretar resultados de investigações e estudos epidemiológicos.
Segundo Silva e Medeiros (2013), o Dentista do trabalho deve ter o seu foco voltado
nos seguintes itens:
1. Propiciar proteção ao trabalhador contra quaisquer riscos à sua saúde decorrentes da
atividade laborativa que exerce ou devido a condições nas quais é realizada,
45
principalmente, através do incentivo do uso dos equipamentos de proteção individual
(EPI).
2. Estimular o equilíbrio físico e mental do trabalhador observando a adaptação do homem
ao meio ambiente e suas aptidões para a realização de tal atividade.
3. Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau possível do bem-
estar físico e mental dos trabalhadores.
O Dentista do trabalho deve estar atento à profilaxia dos riscos a saúde do complexo
bucomaxilofacial que são decorrentes da prática do trabalho e suas implicações no
aparecimento de doenças da boca nas questões laborais TAUCHEN, (2006). Cita ainda que
deve atuar nos seguintes fatores:
Foco preventivo: promoção de saúde, proteção específica, diagnóstico precoce e
tratamento imediato, limitação da capacidade e reabilitação;
Educação em saúde: riscos ocupacionais, possíveis danos e formas de
prevenção;
Foco odontológico: avaliação da capacidade laborativa, avaliação das possíveis
repercussões do trabalho na saúde, assessoria à empresa na área de saúde
ocupacional, ambiental, organizacional e legal, realizando perícias odontológicas
para reparação de danos ou trabalhistas.
3.1.3 A Odontologia do trabalho integrada na gestão da saúde do trabalhador
É importante ressaltar que a Odontologia do trabalho permite uma colaboração entre as
empresas e a classe trabalhadora na gestão da qualidade de serviços e para isso é necessário que
os profissionais especialistas em Odontologia do trabalho cumpram seu papel com
responsabilidade na gestão dos seus serviços.
A inserção da Odontologia do trabalho no aspecto da gestão organizacional é
interdisciplinar relacionando-se com uma equipe multidisciplinar em saúde multiprofissional
em saúde ocupacional.
46
Para inserir o profissional de Odontologia do trabalho na gestão interdisciplinar necessita-
se de treinamento especializado e capacidade profissional para que esse gestor na área da saúde
do trabalhador apresente condições de conhecimento de técnicas de tratamentos, maior
responsabilidade gerencial e completa interação multiprofissional.
Esse relacionamento agregará qualidade nos diagnósticos das doenças bucais
relacionadas ao trabalho e melhor organização dos dados importantes para os serviços de
Odontologia do trabalho inseridos nos SESMT.
Com essa visão gerencial permitirá uma estratégia organizacional que atenda a legislação,
aumentando o desempenho da Odontologia do trabalho nas organizações públicas e privadas.
Importante citar que existem os Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho
(SGSST) que permitem as organizações moldarem seus sistemas de gestão e segurança no
trabalho.
De acordo com a Organização do Trabalho (OIT), o conceito para o SGSST é o seguinte:
Os sistemas de gestão de SST, ao lado dos sistemas de gestão de qualidade e gestão
ambiental, constituem iniciativas voluntárias das organizações para a melhoria da
qualidade dos produtos, do meio ambiente e dos ambientes de trabalho para superar
as limitações do modelo comando-controle tradicional. Eles não têm por objetivo
substituir a estrutura legal, pois a implementação dos mesmos tem como requisito
mínimo a conformidade com a legislação pertinente (ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2005, p.7).
A criação de um SGSST atuante em uma empresa ou órgão público leva a um serviço
organizacional com maior segurança no trabalho e desempenho diminuindo com isso os riscos
de acidentes devido a sua atuação preventiva.
3.2 EXAME PERIÓDICO ODONTOLÓGICO
Os exames periódicos no Brasil tornaram-se obrigatórios através do Decreto Lei nº
5452/43 de 01 maio de 1943 incluso na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e citado no
Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo.
47
As instruções complementares foram expedidas pelo Ministério do Trabalho (MT) na
Lei nº 7.855, de 24.10.1989 criando os seguintes tipos de exames periódicos:
1. Admissional.
2. Demissional.
3. Periódico.
No § 2º da Lei nº 7.855, de 24.10.1989 o artigo 168 define que outros exames
complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou
aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer.
Com a criação da especialidade da Odontologia do trabalho os exames periódicos
odontológicos passaram a fazer parte dos exames periódicos e seus resultados contribuem para
a manutenção da saúde dos trabalhadores no diagnóstico de patologias bucais relacionadas ao
trabalho.
Entende-se como exame periódico odontológico, o exame ocupacional que avalia a
cavidade bucal associando-se os possíveis riscos ocupacionais às manifestações de doenças que
possam surgir decorrentes do trabalho.
Os exames periódicos odontológicos podem ser classificados segundo Mazzilli (2003)
em:
1. Exame admissional.
2. Exame periódico anual.
3. Exame demissional.
4. Exame para mudança de função.
5. Exame de retorno ao trabalho.
Ainda citando Mazzilli (2003) descreve em seu livro que os exames periódicos
odontológicos têm como finalidade avaliar, promover e preservar a saúde do trabalhador,
seguindo as normas conceituais da odontologia do trabalho. Devem ser realizados pelo menos
a cada dois anos para trabalhadores sem riscos de exposição e para os que ficam expostos a
riscos nas suas ocupações deverão ser realizados pelo menos uma vez a cada ano, e frisa que
esses exames são fundamentais para a manutenção e promoção da saúde do trabalhador através
do diagnóstico e orientação, sendo por primordial e prioritário e que são essenciais na
48
organização estratégica e elaboração de programas de saúde do trabalhador, indicando
prioridades a serem realizadas.
No IEN somente são feitos o exame admissional e o exame periódico anual, que são
realizados anualmente para todos os servidores, tanto para servidores expostos a riscos
ocupacionais, como também para os nãos expostos, devido o órgão realizar trabalhos com
fontes radioativas que apresentam background (radiação de fundo). Mostram-se extremamente
importantes pelo fato de se encontrar achados significativos de ordem de odontologia clínica,
que diagnosticados permitem tratamentos convencionais para a melhoria do estado bucal dos
servidores.
Sendo o SESST, um órgão essencialmente voltado para a medicina e a odontologia
ocupacional, o foco do atendimento odontológico passa a ser o exame periódico odontológico
anual, procurando investigar os riscos decorrentes da atividade laboral e suas manifestações na
cavidade bucal e a emissão do Atestado Odontológico Ocupacional.
Os exames periódicos odontológicos são realizados anualmente e agendados pela equipe
de apoio do SESMT, após a apresentação dos exames clínicos solicitados de acordo com a
função de servidor e a realização do exame médico periódico. Procuram-se os riscos
ocupacionais que os servidores são submetidos, relacionando-se com as patologias que podem
ocorrer na cavidade bucal e outros achados clínicos.
Durante o ano de 2014 foram realizados 68 exames periódicos odontológicos e no ano
de 2015, foco da pesquisa, 74 exames e não houve diagnóstico de patologias associadas ao
trabalho desempenhado pelos servidores, embora tenham sido observadas várias doenças da
boca, como cárie, cálculo subgengival, cálculo supragengival, halitose, abrasão, erosão,
gengivite, herpes labial, alteração de cor dos tecidos duros dos dentes, periodontite,
periodontose, distúrbios de oclusão, distúrbios temporo-mandibulares, bruxismo, dentes
impactados e inclusos e lesões de tecido mole sem malignidade.
É importante frisar que para o sucesso do programa que estabelece os exames periódicos
odontológicos no IEN, tem-se que levar em conta a aceitação dos servidores e dessa forma
quando implantados e bem aceitos, existe um ganho tanto para o servidor com a proteção a sua
saúde bucal, como para o empregador que será beneficiado com o aumento da produtividade.
49
Até o mês de dezembro de 2015 o quadro de servidores do IEN está composto por 222
indivíduos e o Quadro 14 a seguir mostra a sua divisão por carreiras.
Analista
20
Assistente
41
Médico
1
Técnico
70
Tecnologista
62
Pesquisador
28
Quadro 14 - Servidores por carreira no IEN.
Fonte: Criação do autor (2015)
Em relação à titulação dos servidores de nível superior o IEN possui 32 com doutorado,
36 com mestrado, 62 com especialização e 5 sem nenhuma titulação como mostra o Gráfico 1
a seguir.
Gráfico 1 - Titulação dos servidores do IEN.
Fonte: Criação do autor (2015)
Na realização de seus trabalhos no IEN muitos dos servidores executam as suas tarefas
de trabalho estando em contato com agentes físicos, químicos e biológicos dos seguintes tipos
estando, portanto, executando tarefas que oferecem riscos as suas saúdes e a seguir cita-se
alguns desses agentes:
Agentes Físicos são as diversas formas de energias que possam estar expostos os
trabalhadores tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como infra-som e ultra-som;
Agentes Químicos são substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases
24%
26%
46%
4%
Doutorado
Mestrado
Especialização
Sem titulação
Titulação dos servidores do IEN
50
ou vapores, que pela natureza da atividade e exposição, possam ter contato ou ser
absorvido pelo organismo por inalação, através da pele ou por ingestão;
Agentes Biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,
entre outros.
Segundo Pizzato (2002), os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho, em função da natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. As exposições a esses agentes
devem ser relatadas e notificadas durante o exame periódico odontológico para a segurança dos
servidores.
Guimarães e Rocha (1979) afirmam que o exame periódico odontológico é importante
para a saúde do trabalhador, pois, avalia, prevenindo o empregado de qualquer patologia,
diagnosticando e realizando tratamento específico o mais breve possível, quando esse for
negligenciado pelo trabalhador.
Olival, Charone e Groisman (2008) citam que apesar de o exame periódico odontológico
ser negligenciado até pouco tempo por empresários e órgãos reguladores, se faz necessário para
o trabalhador e o empregador para que o trinômio Agente Nocivo < = > Meio Ambiente < = >
Trabalhador esteja em direção única. Utilizando um programa de saúde bucal com exames e
protocolos de saúde bucal e os exames complementares que forem necessários, todos estarão
com a sua saúde e os direitos preservados. Concluem que com a implantação do exame
periódico odontológico no PCSMO nas empresas e órgãos públicos, os trabalhadores serão
avaliados quanto ao risco ocupacional e as doenças profissionais que podem surgir na boca
eliminando-se os possíveis fatores de riscos.
Miotto, Barcellos e Lopes (2013) realizaram um estudo transverso com 169 pessoas de
um universo de 666 funcionários de uma indústria de sucos na região Sudeste do Brasil. A
pesquisa revelou dor dentária em 46,7% e gerou um absenteísmo de 12,7%. Não houve
associação entre sexo, faixa etária, renda e escolaridade, embora tenha constatado que a dor de
dente gerada pelo absenteísmo está relacionada com a escolaridade dos participantes. Afirmam
e concluem que realização de exames periódicos odontológicos deve ser incentivada para
diagnóstico e intervenção precoce, reduzindo a dor de dente.
51
No serviço de odontologia do IEN, no exame periódico os seguintes documentos são
utilizados:
1. Ficha clínica odontológica que apresenta dados do servidor, contendo informações de
ordem pessoal, sobre o estado de saúde bucal, doenças pré-existentes, atestados emitidos,
medicamentos prescritos (receitas), medicamentos usados, odontograma com ausências de
elementos (dentes), tratamentos realizados e propostos. (ANEXO A).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA na sua instrução normativa – IN
n° 9 (2016) referente a padronização das bulas de medicamentos fabricados no Brasil, tornou
obrigatória a frase: “Informe ao seu médico ou cirurgião dentista se você está fazendo uso
de algum outro medicamento”, revelando com isso a importãnciadas informações fornecidas
durante o exame periódico odontológico.
Este documento é de exclusivo uso do Cirurgião Dentista e suas informações devem ser
guardadas sob pena de processo legal. É de grande importância sobre o caráter da odontologia
legal, para efeito de perícia cadavérica em casos onde a identificação do cadáver é feita através
da análise da arcada dentária com as informações colidas na ficha clínica odontológica.
2. Prontuário odontológico para a saúde do trabalhador, onde são colidas informações
sobre o estado de saúde geral do servidor, seus hábitos, sua ocupação, dados odontológicos,
alterações do aparelho estômatognático (região anátomo funcional que engloba estruturas da
cabeça, face e pescoço e que compreende estruturas ósseas, dentárias, musculares,
glandulares, nervosas e articulares envolvidas com a função da cavidade oral), estudo da
ocupação do servidor, relacionando com o grau de risco x doenças ocupacionais com
manifestação na cavidade bucal, averiguação do tipo de Equipamento de Proteção Individual
(EPI) e dosímetros usados, tipos de substâncias e radiações que faz uso no seu trabalho
diário, nível de estresse a que é submetido e tudo que possa ser coletado para a prevenção
e manutenção da saúde do trabalhador. Em fim todas as suas condições de trabalho.
(ANEXO B).
O prontuário odontológico no capítulo VII do CFO (2004) demonstra preocupação com
os cuidados que se deve ter com a guarda e manutenção desta documentação.
52
3. Atestado odontológico ocupacional, emitido em duas vias afirmando as condições de saúde
bucal do servidor, após o exame e a coleta de dados do prontuário odontológico. (ANEXO
C).
Cottone e Standish (1982) relatam a importância da ficha clínica odontológica pelo
conteúdo de informações sobre as condições bucais dos pacientes, a descrição dos tratamentos
realizados e a sua utilização é possível como prova de avaliação em processos de
responsabilidade trabalhistas.
A ficha clínica odontológica é de uso restrito do Cirurgião Dentista e suas informações
devem ser guardadas sob pena de processo legal. O prontuário odontológico no capítulo VII do
CFO demonstra a preocupação com os cuidados que se deve ter com a guarda e manutenção
desta documentação.
Autores como Silva, Ramos e Muruyama (1977) e Zimmermann et al. (1998), afirmam
que o prontuário odontológico é a melhor maneira de coletar dados padronizados e precisos
para os cuidados dos pacientes.
O CFO (2004) em sua página publica um modelo de prontuário que é o adotado na
maioria dos serviços de odontologia do trabalho. Na primeira parte do prontuário colhe se as
informações básicas do servidor, função, uso de EPI, dosímetros e outras informações
referentes a sua ocupação. Na segunda parte questionário de odontologia, dados sobre a saúde
e finalmente o exame clínico buco dental.
No IEN é adotado o prontuário do CFO e com algumas alterações realizadas pelo autor
e está apresentado no ANEXO B. Portanto, é através do exame periódico odontológico que a
pesquisa mostrará a importância da manutenção da saúde do trabalhador com o levantamento
dos riscos ocupacionais e as doenças que podem surgir na boca.
Marano (1997) descreve que os exames médicos e odontológicos são um fator relevante
na proteção da saúde dos trabalhadores e cita que os objetivos básicos dos exames médico-
odontológicos são os seguintes:
Permitir a colocação dos trabalhadores em serviços adequados às suas condições
físicas e psíquicas;
53
Oferecer orientação médico-odontológicas para solução de problemas encontrados;
Proporcionar conhecimentos primários de saúde ocupacional;
Executar disposições legais que tornem o exame obrigatório.
Os exames clínicos solicitados pelo SESMT do IEN estão apresentados no ANEXO D
e somente após a conclusão e apresentação dos mesmos poderá ser emitido o Atestado de Saúde
Ocupacional (ASO), incluindo-se o exame periódico odontológico para sua obtenção, mostrado
no ANEXO E.
3.3 DOENÇAS BUCAIS EM ODONTOLOGIA OCUPACIONAL
Mazzilli (2003) define como doença profissional aquela que é produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; e ainda a difere da
doença do trabalho por ser esta adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado, desde que exista uma relação direta.
Schilling (1984) afirma que relatos científicos apontam como principal causa das
doenças ocupacionais às dimensões das condições de trabalho e espaços laborais. No ambiente
laboral os indivíduos são submetidos aos maiores riscos individuais e coletivos, confirmados
na relação saúde X trabalho X doença e propôs a seguinte classificação para as doenças do
trabalho:
GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas doenças
profissionais e pelas intoxicações agudas de origem ocupacional.
GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo, mas não
necessáriamente, exemplificadas pelas doenças comuns, mais frequentes ou mais precoces em
determinados grupos ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza eminentemente
epidemiológica. Dentre essas doenças a hipertensão arterial e as neoplasias malignas (cânceres),
em determinados grupos ocupacionais ou profissões, constituem exemplo típico.
GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente, ou
agravador de doença já estabelecida ou preexistente, ou seja, com causa, tipificada pelas
54
doenças alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais, em determinados grupos
ocupacionais ou profissões.
Algumas doenças da boca, como a cárie dentária, o câncer bucal e os efeitos nocivos do
tabaco, são encontradas nos exames odontológicos e devem merecer atenção devido aos seus
efeitos nocivos à saúde dos trabalhadores, devendo por isso, o Dentista do trabalho sempre estar
atento as suas manifestações clínicas.
Em relação a doença mais encontrada na boca, a cárie dentária segundo o Ministério da
Saúde MS (1999) é definida como uma doença infecciosa transmissível, de origem bacteriana,
que se caracteriza pela destruição localizada dos tecidos dentários, formando uma cavidade no
dente, a qual, se não tratada, pode progredir até destruí-lo. (BRASIL, 1999).
Almeida e Vianna (2005) realizaram um estudo de revisão da literatura para avaliação
das alterações bucais x riscos ocupacionais e embora não tivessem muitos artigos e trabalhos
nesta área da Odontologia do trabalho, concluíram que havia uma predominância de pesquisas
de doenças bucais em trabalhadores que são expostos a substâncias ácidas e a poeira do açúcar
e as doenças bucais relatadas nesses trabalhadores eram variadas, sendo de tecidos duros (cárie
e abrasão) e também em tecidos moles (doença periodontal e lesões de tecidos moles). Também,
devem-se levar em consideração outros fatores que não estão relacionados ao trabalho. O
trabalho mostra a necessidade de mais estudos na área para um melhor acompanhamento da
saúde do trabalhador.
Alevato e Costa (2009) citam que fatores psicossociais podem estar relacionados,
gerando estresse e podem ser agentes etiológicos de várias doenças da boca, como: a Síndrome
da Ardência Bucal (SAB), a ulceração aftosa recorrente, a periadenite mucosa necrótica
recorrente cicatrizante ou Ulcera de Sutton, a úlcera psicogênica ou factícia, a Gengivite
Ulcerativa Necrosante Aguda (GUNA), a gengivoestomatite herpética aguda primária, o herpes
simples recidivante, o pênfigo vulgar, o líquen plano oral, a língua geográfica, as Desordens
Têmporo-mandibulares (DTM), incluindo-se os bruxismos e ainda as doenças periodontais.
Para Fejerskov e Kidd (2005) a cárie dentária é uma doença infecciosa que progride de
forma muito lenta na maioria dos indivíduos, raramente é auto limitante e, na ausência de
tratamento, progride até destruir totalmente a estrutura dentária.
55
Ismail et al (2012) apresentaram um trabalho em um Workshop na Filadélfia, USA,
sobre a gestão da cárie no século XXI. As conclusões de suas pesquisas revelaram que o maior
objetivo do dentista deve ser a preservação da estrutura dentária, reduzindo o máximo possível
a intervenção no elemento dentário, restaurando somente quando extremamente necessário. A
missão da gestão da cárie revela que a remineralização deve ser realizada nas lesões iniciais e
que o Dentista deve estar mais atento à promoção de saúde e a prevenção do dente integro do
que a procedimentos restauradores que podem ser evitados.
No Brasil o câncer de boca era diagnosticado geralmente de forma tardia, devido à
pouca atenção por parte dos Dentistas. Com a forte associação ao consumo de bebidas
alcoólicas e ao tabagismo, o diagnóstico passou a ser mais rápido e preciso o que levou a uma
diminuição do número de óbitos por essa doença.
Segundo Shafer, Hine e Levy (1987) o câncer oral possui como manifestações
primárias, feridas na boca, com difícil cicatrização e que evoluem com uma sequência de
sintomas, como dificuldade de falar, deglutir alimentos, perda de peso, dor intensa e
enfartamento ganglionar acentuado.
Warnakulasuriya et al (2010), revisaram que existe uma evidencia epidemiológica que
o uso do tabaco está associado a várias doenças da boca, que incluem câncer oral, doença
periodontal, cárie e perda dental, recessão gengival e outras doenças benignas e que existe
evidencia que ao cessar com este hábito os benefícios para a saúde são evidentes.
Csikar et al (2013), realizaram um inquérito postal em Yokshire e Humber, no Reino
Unido, em 2008 com fumantes e não fumantes. Com taxa de resposta de 43,1%, o estudo
revelou que 17,5% eram fumantes e estavam mais propensos a ter uma saúde oral regular, ruim
ou muito ruim, estando assim, portanto, com um risco maior que os não fumantes de possuir
um estado de saúde oral deficiente.
Reibel (2005) adverte em seu artigo que os efeitos adversos do tabaco na saúde oral
incluem doenças comuns com alterações da cor dos dentes, halitose, doença periodontal,
doenças da mucosa oral e dificuldade de cicatrização nas cirurgias orais e algumas com risco
de perda da vida com o câncer de boca. Contudo conclui que o tabagismo é o principal fator de
riscos associado à doença periodontal destrutiva crônica e os Dentistas são um dos principais
56
profissionais na prevenção dos efeitos nocivos do tabaco, tanto no mundo particular, como nas
campanhas anti-fumo nas empresas.
Segundo Tauchen (2006) a halitose (mau hálito) é outra patologia que quando
diagnosticada em trabalhadores pode restringir seu convívio social e apesar de estar associada
a gengivite, estomatites e outros fatores bucais, é importante o reconhecimento da sua causa
porque pode estar associada a alguma intoxicação de caráter profissional.
No Quadro 15 a seguir citam-se a relação entre agentes, manifestações de doenças
bucais e ocupações.
AGENTES MANIFESTAÇÕES
BUCAIS
OCUPAÇÕES
ABRASIVOS EM PÓ Abrasão, pigmentação de
gengival e dental
Trabalhadores que lidam
com bronze, pedreiros,
marmoristas, mineiros e
polidores
ÁCIDOS (sulfúricos, nitrico,
fluorídrico, clorídrico)
hemorragias, estomatites,
descalcificação dentária
Trabalhadores em
banho de ácidos,
refinarias petrolíferas,
explosivos,
galvanizadores,
algodão, pólvora
AÇÚCAR E FARINHA Cárie, cálculo e periodontite Refinadores, padeiros e
confeiteiros
ALCATRÃO Estomatites, carcinoma de
lábio e das gengivas.
Trabalhadores que
lidam com asfalto,
alcatrão, piche,
conservadores de
madeira e calceteiros
ANILINA Coloração azul de lábios e
gengivas
Trabalhadores que
lidam com alcatrão,
hulha, explosivos,
pintores, curtidores e
vulcanizadores
APREENSÃO DE
OBJETOS (pregos, agulhas,
instrumentos de sopro)
Abrasão dentária localizada,
alteração da musculatura
bucofacial, congestão e
edema nas regiões labiais
Carpinteiros,
costureiras, tarrafeiros,
músicos, sopradores de
vidro e tipógrafos.
ARSÊNICO Sabor metálico na boca,
sialorréia, osteonecrose,
osteomielite, erosões
esbranquiçadas, ulcerações
de mucosa e ardência bucal
Trabalhadores que
lidam com produtos
químicos, refinadores,
fundidores de chumbo,
laminadores e
57
AGENTES MANIFESTAÇÕES
BUCAIS
OCUPAÇÕES
fabricantes de
inseticidas
BENZENO Hemorragia gengival,
estomatites, osteomielite de
maxila, hálito e sabor
benzóico
Trabalhadores que
lidam com explosivos,
coque, laca, lavagem a
seco, vulcanizadores e
metalúrgicos
BISMUTO Hemorragias, estomatites,
pigmentação de gengivas,
sensação de ardor e sabor
metálico
Trabalhadores que
lidam com bismuto e
fabricantes de alguns
tipos de pós.
BLASTOMICOSE SUL-
AMERICANA
(Paracoccidioses
Brasiliensis)
Lesões erosivas, ulcerativas,
dor ardor, prurido,
odontalgias, sialorréia,
enfartamento ganglionar
Trabalhadores da
agricultura
CALOR Sensação de dormência,
anestesia, parestesia, sabor
metálico
Trabalhadores que usam
calor excessivo
(foguista, ferreiro,
bombeiro).
CHUMBO Manchas nas mucosas,
genvite, estomatites, hálito
fétido, sabor metálico,
sialorréia, aumento das
gandulas salivares,
parotidite
Trabalhadores
fabricantes de baterias,
artigos de borracha,
tintas, impressores,
inseticidas e refinadores
de chumbo
COBRE, FERRO E NIQUEL Manchas verdes de esmalte,
pigmentação de mucosa e
gengivas e
gengivoestomatite
Trabalhadores que
lidam com fundições,
metais, cimentos,
gravadores e mineiros
CRESOL Estomatites Trabalhadores que
lidam com alcatrão,
hulha, borracha,
destilarias, desinfetantes
e curativos cirúrgicos
CROMO Manchas amarelas no
esmalte, necrose óssea,
ulceração de tecidos bucais
Trabalhadores que
lidam com aço,
produtos fotográficos,
anilinas, cromo,
impressoras e
misturadores de
borrachas
FENOL Sabor amargo,
metacromasia amarela do
dentes
Trabalhadores de
indústrias químicas
(desinfetantes)
58
AGENTES MANIFESTAÇÕES
BUCAIS
OCUPAÇÕES
FLUOR Osteonecrose, sialorréia,
perda da transparência do
esmalte dentário
Trabalhadores que
lidam com criolita
FÓSFORO Gengivoestomatite, halitose,
ulceração de tecidos bucais,
descalcificação, cárie, perda
gradual dos dentes,
osteomielite
Trabalhadores que
lidam com fabricação
de fósforo, fundição de
latão, fertilizantes,
fogos de artifício,
bronze fosforoso
FRIO Afecções dentárias, queda
de restaurações, mobilidade
dentária
Trabalhadores que
lidam com câmaras
frigorificas
MERCÚRIO E SEUS
COMPOSTOS
Gengivites, sialorréia
estomatites, mobilidade
dental, sabor metálico,
osteomielite, dentes
enegrecidos, parotidite
Trabalhadores que
lidam com fabricação
de tintas, baterias,
termômetros,
detonadores de
explosivos, produtos
radiográficos e
fotográficos, espelhos e
Dentistas
MONÓXIDO DE
CARBONO E DIÓXIDO DE
CARBONO
Cárie, queda precoce dos
dentes, debilidade de
músculos da língua e da
face
Trabalhadores que
lidam com motores a
gasolina, mineiros e
fundidores
ORGANICOS (osso,
celuloide, serragem e tabaco)
Pigmentação nos dentes e
gengivas, abrasão
generalizada,
gengivoestomatite,
hemorragia
Trabalhadores que
lidam com ossos,
celuloide, serragem e
tabaco
PRATA Gengivite, halitose,
sialorréia, pigmentação de
mucosa bucal
Trabalhadores da
indústria química
RADIUM E RAIOS X Candidíase, gengivite,
periodontites, xerostomia,
osteoradionecrose, cárie de
radiação
Técnicos de radiologia,
pintores de mostradores
de relógios,
Pesquisadores e
Dentistas
VARIAÇÃO DE PRESSÃO Sangramento gengival,
odontalgias
Aviadores e
mergulhadores
Quadro 15 - Manifestações bucais de doenças ocupacionais conforme a ocupação.
Fonte: Adaptado de Guimarães e Rocha (1979); Mello (2014)
O Dentista precisa estar atento para esses sintomas por ser o profissional responsável
por estes diagnósticos, sendo ele o profissional conhecedor das manifestações das doenças
ocupacionais.
59
O Ministério da Saúde (MS) reconhece como doenças ocupacionais relacionadas com a
Odontologia do trabalho apenas a erosão dentária, as alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos
duros dos dentes, a gengivite crônica e a estomatite ulcerativa crônica (SILVA, 2009). A seguir
descreveremos alguns aspectos destas doenças.
1. EROSÃO DENTÁRIA (CID-10 K03.2)
A erosão dentária é definida como a destruição do tecido dentário, que pode decorrer da
exposição a substancias químicas e de outros fatores de risco presentes no trabalho (BRASIL
2001).
Podem ser originadas por fatores Extrínsecos e fatores Intrínsecos. Os fatores
extrínsecos são as causas ambientais, incluindo-se o trabalho com substâncias químicas, as
dietas e certos medicamentos. Como fatores intrínsecos temos o pH baixíssimo do suco gástrico
que esta presente nos vômitos, regurgitações ou refluxo gastroesofageal.
É importante fazer a diferenciação entre erosão e abrasão, sendo esta última devido ao
desgaste dental devido a causas mecânicas repetitivamente em contato com os elementos
dentários.
Aguiar et al 2006, em seus estudos revelam que a etiologia da erosão é o contato
frequente dos ácidos com o dente. Podendo esses fatores serem intrínsecos ou extrínsecos. A
erosão de causa extrínseca são medicamentos, dieta e estilo de vida. Já as intrínsecas por efeito
de ácidos gástricos que chegam a cavidade bucal por motivo de vômitos, regurgitação e refluxos
gástricos.
Chatuverdi et al (2015) realizaram um trabalho para avaliar o desgaste dentário em 936
trabalhadores adultos de uma fábrica de vidros na Índia, no período de janeiro-junho de 2014,
utilizando o formulário de avaliação de saúde oral da Organização Mundial de Saúde OMS.
Foram colhidas informações sobre estado geral de saúde oral, hábitos alimentares e negativos,
perfil demográfico e avaliação clínica e os resultados mostrados foram que 589 trabalhadores,
e constataram que 62,93% apresentaram erosão de esmalte, concluindo que estes trabalhadores
necessitam de uma atenção maior voltada para a um atendimento para detecção precoce e
tratamento destes indivíduos expostos a estes riscos.
60
De acordo com Araújo e Marcucci (2000) são apontados como responsáveis pelo
surgimento da erosão dentária, com desmineralização da estrutura dentária, a exposição
ocupacional a substâncias ácidas na forma de gases, vapores ou nevoas. É importante frisar que
a ingestão é involuntária e ocorre pela via digestiva. No entanto, segundo os autores não existem
provas de que esses trabalhadores que apresentavam erosão de esmalte tenham sido devido a
suas ocupações, levando-se em consideração a ignorância de aspecto social, cultural e de saúde
e a falta de planejamento profissional em odontologia para a prevenção e diagnóstico precoce.
Vianna e Santana (2001) relatam nos seus estudos de revisão que existe uma associação
direta entre exposição a névoas ácidas e erosão dental comprovada, causando perda mineral de
origem não bacteriana enquanto que para as doenças periodontais e lesões de mucosa oral os
achados são mais raros. Os seus estudos foram baseados em pesquisas em bases como
MEDLINE, SciELO e outras e resume relatando que é pequeno o conhecimento sobre os riscos
ocupacionais sobre a saúde do trabalhador, seja acadêmico ou para profissionais de serviços de
odontologia devido à falta de integração entre a odontologia e as equipes de assistência à saúde
do trabalhador.
Eclles (1979) baseando-se em dados epidemiológicos de erosão industrial propôs a
seguinte classificação:
Classe I: Lesões superficiais envolvendo somente esmalte;
Classe II: Lesões localizadas envolvendo menos de um terço da superfície do dente;
Classe III: Lesões generalizadas envolvendo mais de um terço da superfície do dente e
subdivididas em:
a) superfície lingual;
b) superfície lingual e palatina;
c) incisal e oclusal; envolvimento severo das superfícies.
O tratamento para a lesão que apresenta melhores resultados é a aplicação de adesivos
e selantes dentais.
2. ALTERAÇÕES PÓS-ERUPTIVAS DA COR DOS TECIDOS DUROS DOS
DENTES (CID-10 K03.7)
61
Segundo o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde (Doenças relacionadas
ao trabalho), do Ministério da Saúde do Brasil MS 2001, as alterações de cor dos elementos
dentários são achados frequentes (BRASIL, 2001).
As manchas dentais de origem ocupacional como descritas no quadro de Guimarães e
Rocha (1979) podem ocorrer em trabalhadores expostos a cobre, cromo, ferro, níquel, conforme
mostra o quadro 4. O MS (BRASIL, 2001), inclui trabalhadores expostos ao cádmio e a prata.
Doenças pulpares como necrose pulpar, as cáries e os traumatismos dentais também
podem originar manchas nos dentes, assim como, o envelhecimento e a alimentação são capazes
de alterar a cor dos dentes e ainda deve-se ter conscientização de que o tabagismo é o maior
fator para manchas dentais, embora esses fatores não sejam de ordem ocupacional.
O tratamento convencional realizado são polimentos com pastas abrasivas e devem ser
realizadas em etapas, pelo fato das pastas conterem agentes abrasivos. Atualmente estão sendo
usados para tratar as manchas dentais os clareamentos dentais a base de peróxidos, que devem
sempre ser realizados sob supervisão de Cirurgião Dentista Algumas são difíceis de serem
removidas e outras irremovíveis, recorrendo-se a dentística e a prótese.
3. GENGIVITE CRÔNICA (CID-10 K05.1)
Gengivite é a inflamação das gengivas. Os principais sintomas são vermelhidão das
gengivas, edema (inchaço), sangramento durante a escovação e uso de fio ou fita dental e pode
ser acompanhada de dor segundo Sapp, Eversole e Wysocki (2012). Quando não tratada evolui
para a gengivite crônica e a periodontite.
Para Silva et al (2015) gengivite e periodontite são doenças causadas por perda do
biofilme subgengival causando inflamação das gengivas e afetando o periodonto que é o
conjunto de tecidos que sustem os dentes.
Lascala & Moussalli (1980) definem periodontite como uma lesão inflamatória de
caráter infeccioso que envolve os tecidos de suporte dos dentes, causando a perda da inserção
conjuntiva, do osso alveolar e do cemento radidicular.
62
A gengivite tem como causa vários fatores como: higiene bucal precária, uso de certos
medicamentos, tabagismo, próteses mal adaptadas, xerostomia (boca seca), mudanças
hormonais e também exposição a determinados agentes químicos.
Ishihashi et al (2015) revelam que em uma pesquisa com funcionários de uma empresa
no Japão, o índice de bolsas e doenças periodontais está fortemente associada a falta de uso
constante de fio dental, tabagismo e escovação ineficiente e que esses índices podem ser
reduzidos com um programa de saúde bucal no local de trabalho.
As principais causas em relação a exposições ocupacionais são: mercúrio e seus
compostos, bismuto, chumbo, fósforo, fluoretos e radium.
O tratamento deve ser realizado por profissional especialista em periodontia, com
procedimentos clínico-cirúrgicos.
4. ESTOMATITE ULCERATIVA CRÔNICA (CID-10 K12.1)
Estomatite é um processo inflamatório que acometa a mucosa da cavidade oral, podendo
ocorrer por fatores locais ou sistêmicos. A estomatite ulcerativa crônica é caracterizada por
episódios repetitivos, com pouco tratamento. A região afetada pode ser a bochecha, lábios,
palato, língua e gengivas (BHASKAR, 1976).
As estomatites podem ocorrer por vários fatores, dentre eles, traumatismos, processos
de regime alimentar, uso de certos medicamentos, alergia a alimentos, doenças infecciosas
sistêmicas ou orais, alterações endócrinas, avitaminoses, doenças hematológicas, estresse e
ocupações ocupacionais.
Trabalhadores expostos a elementos como mercúrio, chumbo, bismuto, ouro, prata,
fósforo e cloretos podem apresentar a doença e a sintomatologia é boca avermelhada,
sensibilidade na mucosa acompanhada de dor, presença de exsudato (secreção) e geralmente
limitada a gengivas, à ponta e bordo lingual (BRASIL, 2001).
O tratamento deve ser feito com suspensão das causas mecânicas, revisão da dieta e
sempre por profissional especializado em patologia oral.
63
A prevenção das doenças listadas pelo MS (BRASIL, 2001) em termos ocupacionais
baseia-se nos procedimentos de vigilância a saúde dos trabalhadores nos seus locais e processos
de trabalho. Deverá ser supervisionado o uso dos EPIs, realização de campanhas educativas
mostrando a importância da higiene bucal e o principal efeito para a prevenção e tratamento
que são os exames periódicos odontológicos.
Chandroth et al (2014) realizaram na Índia uma pesquisa com 979 pescadores na região
costeira de Kutch para avaliação da prevalência de lesões na mucosa oral e encontraram um
resultado de 30,03%, sendo que a leucoplasia, (placas esbranquiçadas na mucosa oral que não
sedem a raspagens), estava presente em 13,8%. A região prevalente das lesões são os lábios.
No entanto, uma forte associação foi levada em conta, devido ao alto consumo, 88,1% de álcool
e tabaco nos trabalhadores pesquisados.
Duley et al (2012) afirmam que nos últimos anos tem sido discutido a necessidade de
educação sobre as condições de saúde bucal e que para o seu bom desempenho deverá existir a
promoção da saúde oral juntamente com os outros profissionais de saúde, realizando uma
interligação interdisciplinar que será importante para todos os tipos de serviços de saúde.
No IEN, durante a realização dos exames periódicos odontológicos no ano de 2015,
foram encontradas doenças listadas neste capítulo, porém, sem relacionamento com a ocupação
dos servidores.
3.4 DOENÇAS PROFISSIONAIS EM CIRURGIÕES DENTISTAS
Em relação às doenças profissionais dos cirurgiões dentistas, a odontologia é uma
profissão que oferece riscos ocupacionais aos profissionais que a exercem, sendo as doenças
que podem ser apresentadas pelos Dentistas as seguintes:
As lesões osteomusculares devido ao esforço repetitivo (LER);
Os riscos de contrair infecções como a hepatite e Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida AIDS pelos acidentes perfuro cortantes;
A diminuição da capacidade auditiva devido ao som emitido pelas canetas de
alta-rotação usadas para remoção da cárie;
64
As intoxicações devido ao mercúrio usado nas restaurações de amalgama de
prata;
Catarata pela exposição à luz ultravioleta usada para fotopolomerização de
resinas;
Certas doenças dermatológicas adquiridas por contato;
Acidentes oftalmológicos, quando na remoção de restaurações;
Câncer e alterações hematológicas pela exposição aos raios X durante as
radiografias dentárias.
Estes riscos podem e devem ser evitados e minimizados com o uso de EPIs, realização
de exames médicos periódicos e uma perfeita adequação ergométrica.
Oliveira et al (2012), realizaram um estudo com Dentistas de um Serviço Público em
Maringá, Paraná, nos meses de setembro e outubro de 2008, para avaliarem as taxas de mercúrio
no sangue e na urina desses profissionais, que utilizam o mercúrio nas restaurações de
amalgama de prata. Os resultados revelaram que somente 11% desses profissionais
apresentavam níveis de mercúrio acima do valor de referência.
Lourenço et al (2011), avaliaram os ruídos emitidos pelas canetas de alta-rotação usadas
pelos Dentistas em 4 consultórios públicos e 4 particulares, utilizando decibelímetro para
análise basal e com o uso das canetas em média por 5 minutos. O estudo mostrou que a
intensidade do ruído em todos os consultórios estava abaixo dos limites nocivos à saúde auditiva
e que o ruído basal é maior nos consultórios públicos do que nos particulares e que
consequentemente o ruído das canetas dos consultórios particulares é maior que os públicos.
Cardoso et al (2009) estudaram os acidentes com material perfuro cortantes em um
grupo de 300 alunos de duas Faculdades de Odontologia em Recife, Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e Universidade de Pernambuco (UPE), para estabelecerem medidas
profiláticas para esses acidentes. O percentual de alunos com acidentes foi de 25,3%, sendo que
destes somente 13,2% procuraram um serviço médico especializado em acidentes de trabalho
e o restante somente executaram medidas básicas como lavar o ferimento com água e sabão e
não fizeram notificação alguma sobre o acidente sofrido. Medidas com orientações sobre
manuseamento com segurança de instrumentos perfuro cortantes e instruções como proceder
em caso de acidentes merecem uma atenção maior por parte dos educadores desta área.
65
Marino et al (2001) classificam por etapas os cuidados pós exposição para os profissionais
de saúde que sofrem acidentes perfuro cortantes e devem ser seguidos rigorosamente.
1- Tratamento do sítio de exposição: para exposição cutânea ou percutânea, lavagem
com água corrente e soluções antissépticas; para exposições em mucosa, lavar
abundantemente com água ou solução fisiológica.
2- Notificação do acidente: Boletim de Acidente de Trabalho.
3- Coleta de amostras de sangue do paciente: realização de testes sorológicos para
HIV, hepatite B e C.
4- Informações adicionais: risco de contaminação e importância de acompanhamento;
em caso de materiais contaminados com HIV ou pacientes com sorologia
desconhecida, deve-se preservar por 6 meses.
O Dentista deve zelar pela sua segurança e dos seus pacientes observando as normas de
segurança para os tratamentos dentários e o mais referenciado manual é o editado pelo Conselho
Federal de Odontologia do Paraná CROP, Controle de Infecção e Biosegurança –
Procedimentos Operacionais Padrão.
3.5 ABSENTEÍSMO EM ODONTOLOGIA
Absenteísmo é definido com a ausência do trabalhador por motivo de doença própria ou
em um dependente direto. De acordo com Ribeiro (2005), é a ausência no trabalho por qualquer
que seja o motivo.
Milkovich e Boudreau (2002) definem absenteísmo como sendo a frequência e/ou
duração de tempo em que um empregado não vem trabalhar.
Para Chiavenatto (1994), absenteísmo, absentismo ou ausentísmo é o afastamento ou
ausência do trabalhador, caracterizando falta ou perda de horas e aponta como causas: causas
comprovadas, causas não comprovadas, razões de caráter particular, atrasos involuntários,
faltas por motivos diversos e segundo o autor não se deve incluir o acidente de trabalho entre
as causas do absenteísmo quando se utilizar índices de absenteísmo.
66
Segundo Mazzilli (2003) em odontologia, o assunto ainda é pouco, discutido, mas
entende-se como a ausência do trabalhador (parcial ou completa) ao seu emprego motivada por
um problema de saúde no complexo bucomaxilofacial. Podendo ser no próprio ou em um seu
dependente.
De acordo com Midorikawa (2000), a má condição de saúde bucal constantemente
acarreta absenteísmo e trabalhadores que são acometidos de dor dente e pode estar associada a
órgãos adjacentes (ossos, seios da face), à função de mastigação correta, à possibilidade de se
comportarem como fócos sépticos e a possibilidade de transtornos de comportamento devido a
perdas estéticas e podem ter seu rendimento e comportamento alterado, facilitando a
ocorrências de acidentes. Descreve dois tipos de absenteísmo:
Tipo I – Caracterizado pele falta ao trabalho simplesmente;
Tipo II – É aquele que embora o empregado compareça ao trabalho, não apresenta boas
condições para o desenvolvimento das suas funções.
Reisine e Miller (1985) descrevem que em um estudo durante um ano, com 1992
empregados, na área de Hartford, Connecticute, para avaliação de perda de um dia de trabalho
por motivo odontológico, os resultados mostraram que 26,4% relataram um episódio de falta
ao trabalho por motivo de problemas dentários.
De acordo com relatório do Serviço Social da Indústria (SESI), 2004, na Bahia as
indústrias Dow Química e Caraíba Metais, ambas na Bahia, apresentaram com seus Programas
de Saúde Bucal consideráveis reduções de afastamentos para tratamentos odontológicos,
gerando maior satisfação do trabalhador com a realização dos exames periódicos odontológicos
e trazendo com isso 100% de satisfação para os funcionários (SESI, 2004).
Para Montero et al (2011), em um estudo de avaliação do impacto da perda de trabalho
no período de 12 meses em uma indústria na Espanha, devido as condições bucais dos
trabalhadores, foi revelado que apenas 2,8% dos participantes da pesquisa faltaram ao trabalho
devido a problemas dentários, embora para 61,7%, a dor de dente pode afetar o rendimento no
seu trabalho.
67
Lacerda, Traembert e Zambenedetti (2008) estudaram a prevalência de dor orofacial e
sua relação com o absenteísmo em trabalhadores no setor metalúrgico e mecânico em 13
indústrias em Xanxerê, Sc. Com um estudo transverso nos 480 trabalhadores do sexo masculino
e as informações coletadas por meio de entrevistas estruturadas, gerando uma taxa de respostas
de 92,1%, revelaram que a prevalência de dor orofacial é alta (66,1%) e a dor de dente
espontânea foi a que mais esteve presente (40,2%). A dor orofacial no último semestre da
pesquisa gerou um índice de absenteísmo da ordem de 9,3% no ano de 2007.
Em decorrência de problemas odontológicos, as pessoas podem ter suas atividades
diárias prejudicadas, tais como: diminuição das horas de sono, não realização de
algumas atividades de lazer, restrições alimentares, desordens psicológicas
relacionadas com a diminuição da autoestima e perda de dias e de aprendizagem na
escola e/ou no trabalho. Estas implicações podem estar diretamente associadas à
presença de dor. (MIOTTO, SILOTTI e BARCELLOS, 2012, p.1358).
O atendimento odontológico nas empresas é um fato de reconhecimento para os
especialistas da área com os benefícios que são consideráveis para o empregado, com a
vigilância dos riscos presentes no local de trabalho e das doenças profissionais com
manifestações orais. Isso aliado a redução do absenteísmo devido a problemas dentários tem
sido um fator relevante para a criação de serviços de Odontologia do Trabalho.
Söderfeldt et al (2002) investigaram as faltas ao trabalho decorrentes de problemas
dentários, aplicando um questionário para funcionários de uma organização de segurança na
Suécia e obtiveram uma taxa de resposta de 76%. Com quatro questões relacionadas a saúde
bucal concluíram que fatores emocionais tem uma relação negativa com a saúde bucal, portanto,
o estresse relacionado a determinadas atividades profissionais representou um fator associado
a piores condições de saúde bucal.
A Lei nº 8.112 Brasil (1990), que trata do benefício da licença para tratamento de saúde,
no regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais determina a concessão mediante perícia ou junta oficial em caso de faltas para
tratamentos de saúde. A dispensa da perícia oficial é condicionada à apresentação de atestado
médico ou odontológico que deverá conter o código da Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima Revisão (CID -10) ou o diagnóstico.
Togna (2011) sugere a incorporação da CID -10 para os atestados emitidos por
problemas odontológicos. Em sua pesquisa realizada sobre absenteísmo na odontologia
realizada em um órgão público Federal no estado de São Paulo, após análise de 240 solicitações
68
de afastamento do trabalho por motivos odontológicos entre 2008 e 2009 foi verificado 482
dias de afastamentos e que somente em 66,7% dos atestados apresentavam a CID-10, que é
indispensável para o fortalecimento e estruturação de um sistema de informação em saúde do
trabalhador.
Em relação ao absenteísmo no IEN os Quadros 16 e 17 a seguir mostram o número de
afastamentos decorrentes de problemas odontológicos durante o ano de 2014 e 2015
respectivamente.
Mês e ano Abono ½ expediente Número de
horas
Faltas
Janeiro/2014 12 48 2
Fevereiro/2014 23 92 4
Março/2014 34 136 4
Abril/2014 21 84 6
Maio/2014 27 108 3
Junho/2014 42 168 2
Julho/2014 25 100 4
Agosto/2014 44 176 2
Setembro/2014 23 92 3
Outubro/2014 32 128 1
Novembro/2014 40 160 2
Dezembro/2014 31 124 0
TOTAL 354 1416 33
Quadro 16 – Afastamentos decorrentes de problemas odontológicos em 2014.
Fonte: Criação do autor (2015)
Mês e ano Abono ½ expediente Número de
horas
Faltas
Janeiro/2015 18 72 0
Fevereiro/2015 31 124 8
Março/2015 40 160 1
Abril/2015 34 136 14
Maio/2015 29 116 4
Junho/2015 40 160 2
Julho/2015 34 136 2
Agosto/2015 46 184 2
Setembro/2015 35 140 0
Outubro/2015 22 88 1
Novembro/2015 44 176 1
Dezembro/2015 38 152 0
TOTAL 411 1644 35
Quadro 17 – Afastamentos decorrentes de problemas odontológicos em 2015.
Fonte: Criação do autor (2015)
69
Nota-se observando o Quadro 17 que os afastamentos ao trabalho por motivo de
problemas odontológicos no contingente de 222 servidores no período de 1 (um) ano (2015),
apresentam proporção correspondente a 91,49% para abonos de ½ expediente (04 horas) e de
8,51% para a falta ao trabalho com período de dia integral.
Em relação aos afastamentos no ano de 2014 observa-se no Quadro 16 uma discreta
diminuição decorrente de problemas odontológicos em relação a o ano de 2015 e deve-se levar
em conta a diminuição do quadro de servidores ativos de 253, para 222 no ano de 2015. Esta
redução foi da ordem de 12,25%.
Observa-se ainda que os afastamentos ao trabalho por motivo de problemas
odontológicos no quadro de 253 servidores no período de 1 (um) ano (2014), apresentam
proporção correspondente a 90,59% para abonos de ½ expediente (04 horas) e de 9,41% para a
falta ao trabalho com período de dia integral.
Os achados revelados nos exames periódicos odontológicos serão descritos nas
conclusões apenas para o ano da pesquisa, 2015.
70
4 METODOLOGIA
Durante uma pesquisa científica procuram-se conhecimentos com a identificação da
pesquisa, a análise, a interpretação e a apresentação das informações colhidas, portanto, com
um determinado estudo pretende-se estabelecer procedimentos que possam garantir fidelidade
e confiabilidade aos resultados obtidos.
A seguir serão apresentados: classificação da pesquisa; etapas da pesquisa; universo e
amostra; instrumento de coleta de dados; análise e tratamento dos dados.
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa pode ser considerada exploratória porque utilizou para análise, material
bibliográfico que já foram apresentados em publicações e segundo Gray (2012) descreve as
características básicas da pesquisa.
Os temas abordados neste estudo foram desenvolvidos com uma revisão de literatura nas
bases Scopus e SciELO do portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel
Superior (CAPES) e nas bases BBO e PubMed, procurando dar o suporte teórico para o
desenvolvimento desse estudo, portanto, sendo uma pesquisa de caráter exploratório-descritivo.
De acordo com Gil (2010), em uma pesquisa de campo busca-se a percepção e a opinião
dos especialistas da área, que descreve qual é o resultado e conclusões, através de uma análise
quantitativa fornecida por um grupo de pessoas que exercem a atividade pesquisada que
fornecem bases correspondentes para um estudo.
Neste sentido, foi realizada uma pesquisa de campo, com o objetivo de mapear a
percepção de especialistas em Odontologia do Trabalho sobre o protocolo utilizado durante os
exames periódicos odontológicos do IEN, com o auxílio de um questionário enviado por email.
Foram escolhidos para as perguntas somente os títulos dos itens a serem pesquisados, para uma
melhor adequação as respostas da pesquisa.
71
Devido a Odontologia do trabalho ser uma especialidade relativamente recente, somente
em 2001 foi reconhecida pelo CFO, o material pesquisado para a área é escasso, com poucos
artigos específicos e a própria implantação de serviços de Odontologia com essa especialidade
é de um número pequeno, o que tornou a pesquisa difícil, mas com esperança de vê-la ser mais
aceita nos meios acadêmicos, mais procuradas pelos Cirurgiões Dentistas e receber mais
atenção por parte dos empregadores.
A inserção no SESMT do Dentista do trabalho, realizando seu trabalho primário de agente
de saúde bucal, com a realização do exame periódico odontológico, com foco na saúde do
trabalhador é necessária e relevante como demonstram os tópicos que foram selecionados nesta
pesquisa.
4.2 ETAPAS DA PESQUISA
Foram selecionadas as seguintes etapas para o desenvolvimento da pesquisa:
Revisão da literatura procurando identificar o tema Exames Periódicos Odontológicos;
na Odontologia do Trabalho e sua relação com a prevenção e saúde dos trabalhadores;
Construção do instrumento de coleta de dados;
Efetivação da coleta de dados através do pré-teste do questionário;
Análise dos dados coletados;
Discussão e conclusão.
A Figura 2 a seguir demonstra as etapas desta pesquisa.
72
Figura 2: Etapas da pesquisa.
Fonte: Elaboração própria (2016)
A primeira destas etapas, a revisão da literatura, está descrita no Capítulo 3. As demais
estão descritas a seguir.
4.3 UNIVERSO E AMOSTRA
Segundo consulta ao site do CFO em 15/12/2015, existem inscritos no Brasil 270.187
Cirurgiões Dentistas, sendo 1.100 na especialidade de Odontologia do trabalho, destes 346 no
Estado do Rio de Janeiro e 192 no município do Rio de Janeiro. Esse número reduzido mostra
o pouco interesse que existe por parte dos Cirurgiões Dentistas na busca pela especialidade, o
que torna a saúde bucal dos trabalhadores preocupante em relação as suas ocupações. A
pesquisa de campo foi feita com uma amostra composta por 30 respondentes do município do
Rio de Janeiro, que são especialistas em Odontologia do trabalho e que trabalhem em órgãos
públicos ou empresas privadas exercendo a especialidade.
Pesquisa
Revisão da literatura
1
Instrumento Coleta de dados
2
Efetivação da coleta de dados através do pré-
teste questionário
3
Análise de dados
4
Discussão e conclusão
5
73
4.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Durante a pesquisa foi usado o exame periódico odontológico que é uma abordagem de
observação permitindo registro, análise e interpretação de caráter aberto devido os observados
estarem cientes da observação (GRAY, 2012). É de caráter qualitativo e no estudo, usado para
pesquisa de doenças bucais relacionadas ao trabalho.
O instrumento principal da pesquisa é o questionário em torno do tema principal sobre
a importância da aplicação do exame periódico, no Prontuário de Saúde para Tratamento
Odontológico que foi avaliado pelos especialistas da área, como escrito no item anterior. O
questionário deve ser objetivo e simples, com perguntas ordenadas para facilidade dos
respondentes (MORESI, 2003).
Segundo Gray (2012) a validação qualitativa mostra essencialmente o que o pesquisador
observa, identifica e medindo o que propõe na sua pesquisa.
As questões iniciais do questionário foram sobre o perfil do respondente e depois foi
dividido em quatro partes, sendo a primeira com perguntas sobre as investigações clínicas que
podem ser importantes para o tratamento odontológico e definir uma associação de dados
importantes para diagnósticos. A segunda com a pergunta sobre a pesquisa de antecedentes
familiares, a terceira sobre a importância do exame clínico e a quarta e última sobre a
importância do exame radiográfico. Optou-se por perguntas fechadas de caráter qualitativo e
foi usada a escala de Likert (proposta por Rensis Likert em 1932). A escala de referência usada
no questionário foi sobre o grau de importância e encontra-se no Quadro 18 a seguir.
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
Quadro 18: Escala de Likert usada no questionário.
Fonte: Elaboração própria (2015)
Antes de ser enviado o questionário, foi realizado um pré-teste por 5 (cinco)
especialistas em Odontologia do trabalho. Usando a técnica do levantamento descritivo citada
74
por Gray (2012), a pesquisa de avaliação do pré-teste do questionário será respondida por
especialistas que atuem no mercado, avaliando e respondendo as principais informações
pesquisadas durante o exame periódico odontológico que podem ajudar o Dentista do trabalho
durante as suas tarefas da promoção da saúde dos trabalhadores. O questionário proposto está
apresentado no APÊNDICE A.
4.5 ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS
O período para as respostas do questionário foi realizado durante 90 dias, nos meses de
abril, maio e junho de 2016, e em seguida foi feita a análise dos resultados. Os dados coletados
foram organizados sob a forma de gráficos, tabelas e foram tratados por meio de estatística
descritiva, apresentando a distribuição de frequência das questões do questionário.
Juntamente com a análise dos dados coletados, foi verificado se existem convergências
entre as percepções dos respondentes e as informações levantadas na revisão da literatura.
De acordo com Gray (2012), a verificação de uma proposta por parte de especialistas
usando dados idênticos, tem por objetivo avaliar se as conclusões são iguais ou semelhantes.
Segundo Moresi (2003) os cálculos, estatísticas e demais recursos gráficos podem e
devem ser usados para a elaboração de um trabalho com mais fidelidade e organização.
75
5 APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo apresenta-se o estudo da análise dos resultados obtidos com as repostas
do questionário da pesquisa, enviado por email para 30 respondentes selecionados, conforme é
apresentado no APÊNDICE A, iniciando-se com o Termo de Livre e Esclarecido, com a
solicitação para colaboração na avaliação da importância do prontuário odontológico
referenciado pelo CFO e a sua utilidade na aplicação nos exames periódicos odontológicos nos
servidores do IEN e para os serviços de Odontologia do trabalho com perguntas resumidas aos
títulos de doenças pesquisadas nos exames, para que o tempo não fosse demasiadamente longo.
O endereço eletronico do CFO com o prontuário também é fornecido.
São informados o título da pesquisa, o tipo e nome do curso que o Mestrando realiza,
identificação com nome completo, registro geral e profissional do aluno, nome do orientador,
instituição e departamento de ensino, telefone da instituição e do pesquisador, endereço
eletrônico da instituição de ensino, do pesquisador. Além desses dados, também foram
informados o objetivo, procedimento, riscos e benefícios das respostas da pesquisa.
O questionário está dividido em 5 partes descritas a seguir.
5.1 PERFIL DOS RESPONDENTES
O perfil dos 30 respondentes foi determinado por uma série de perguntas enviadas no
questionário a Cirurgiões Dentistas especialistas em Odontologia do trabalho, todos registrados
no Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro (CRORJ), tais como: (1.1) nome do
profissional do respondente; (1.2) identificação do registro profissional; (1.3) especialidade;
(1.4) anos de experiência profissional; (1.5) questionamento sobre se exerce a especialidade de
Odontologia do trabalho; (1.6), anos de exercício da especialidade; (1.7), se utiliza o prontuário
do CFO nos exames periódicos odontológicos; (1.8), se utilizado foi possível realizar um
trabalho preventivo das doenças bucais em relação à ocupação do trabalhador; (1.9) e se em
relação ao absenteísmo o exame periódico odontológico contribui para a sua redução. Todos os
dados dos respondentes, como endereço eletrônico (1.10) e telefone (1.11), foram garantidos
que não seriam revelados no trabalho.
76
Em relação à especialidade dos respondentes (1.3), vale ressaltar que todos são
especialistas em Odontologia do Trabalho, assim como exercem esta especialidade (1.5)
atualmente. Quanto à experiência profissional (1.4), foi revelado também que todos os
respondentes possuem mais de 10 anos de experiência profissional, o que reflete como um
ponto positivo para o presente estudo, visto que é uma pesquisa de opinião e percepção.
A seguir será demonstrado em forma de gráficos alguns desses dados de interesse para
o questionário da pesquisa.
No item relativo aos anos de exercício da especialidade de Odontologia do trabalho
(1.6), foi revelado que 50% dos respondentes exercem a especialidade a mais de 10 anos, 43%
estão na faixa de 3 a 10 anos e 7% entre 1 a 3 anos. O Gráfico 2 a seguir apresenta esses
resultados:
Gráfico 2: Anos de exercício da especialidade de Odontologia do trabalho (1.6).
Fonte: Criação do autor (2016)
Com relação à questão (1.7), foi revelado que somente (13%) dos respondentes não
fazem uso do prontuário referenciado pelo CFO e sendo confirmado pelos restantes (87%) o
uso do mesmo, como mostra o Gráfico 3 a seguir.
7%
43%
50%1 a 3 anos
3 a 10 anos
Acima de 10 anos
Anos de exercício da especialidade de Odontologia do trabalho
77
Gráfico 3: Utilização do prontuário do CFO (1.7).
Fonte: Criação do autor (2016)
Quanto à questão (1.8), foi perguntado se quando utilizado o prontuário do CFO, foi
possível realizar um trabalho preventivo das doenças bucais em relação à ocupação do
trabalhador, e o Gráfico 4 a seguir mostra que (87%) concordam que sim e que (13%), opinaram
que não.
Gráfico 4: Possibilidade de realizar trabalho preventivo das doenças bucais (1.8).
Fonte: Criação do autor (2016)
A contribuição do exame periódico odontológico foi afirmada por todos os respondentes
que contribui para a redução do absenteísmo (1.9).
87%
13%
Sim
Não
Utilização do prontuário do CFO
87%
13%
Sim
Não
Possibilidade de realizar trabalho preventivo das doenças bucais
78
5.2 INVESTIGAÇÕES CLÍNICAS
Nesse item foram realizadas perguntas relativas às investigações das doenças relatadas
no exame periódico odontológico que fazem parte do prontuário odontológico do servidor.
Todas as doenças e sintomas são registrados. No questionário iniciado pelas investigações
clínicas as respostas foram dadas para avaliação quanto ao grau de importância das doenças e
distúrbios. Foi usada a escala de Likert mostrada no Quadro 18. Todos esses dados coletados e
serão mostrados a seguir em forma de tabelas, apresentando as respectivas frequências
absolutas (Fa) e relativas (Fr) de cada resposta.
No ítem (2.1) foi realizada a avaliação dos respondentes para a importância atribuída
ao título da pergunta: Em relação às alergias informadas no exame periódico odontológico qual
a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 1.
Tabela 1: Grau de importância para alergias
2.1 Grau de importância para às alergias Fa Fr (%)
Muito Alta 8 26,7
Alta 14 46,7
Média 6 20,0
Baixa 2 6,6
Sem Importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Observou-se, na Tabela 1, que a maioria dos respondentes, ou seja, 73,4%, considera
importante a investigação das alergias, sendo que 46,7% avaliaram como alta e 26,7% como
muito alta. Porém 20% avaliaram como média e 6,6% como baixa, o que representa um valor
não muito significativo da maior parte da avaliação dos respondentes. Para a resposta sem
importância não foi obtida resposta alguma. Este resultado comprova ser esta uma informação
importante durante a investigação clínica.
Em Odontologia a busca dessa informação como revelada, é importante para os
cirurgiões dentistas pelo fato de frequentemente os pacientes relatarem alergia a determinadas
drogas prescritas durante tratamentos dentários que podem causar reações desde simples
eritemas até choques que exigem tratamento hospitalar imediato. As manifestações dessas
79
alergias podem ser evitadas com um profundo questionamento durante o preenchimento do
protocolo do exame, sendo reveladas pelos pacientes as drogas que já manifestaram sintomas
de alergias.
No item (2.2) foi realizada a avaliação dos respondentes para a importância atribuída
ao título da pergunta: Em relação às doenças respiratórias informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 2.
Tabela 2: Grau de importância para doenças respiratórias
2.2 Grau de importância para doenças respiratórias Fa Fr (%)
Muito Alta 3 10,0
Alta 12 40,0
Média 12 40,0
Baixa 3 10,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Como observado na Tabela 2, foi de 50% as respostas considerando um valor importante
para as informações sobre as doenças respiratórias (40,0% das respostas para alta e 10% para
as muito alta), porém também consideraram 40% para média e 10% para baixa a relevância
desses dados obtidos nas investigações clínicas. Todos os respondentes atribuíram alguma
importância para essas doenças no decorrer dos tratamentos odontológicos, portanto a resposta
sem importância não obteve nenhuma resposta.
O sistema respiratório constitui-se de cavidade nasal, bucal, seios paranasais, laringe,
traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. Pacientes com câncer pulmonar,
doenças asmáticas, Doença Pulmonar Obstrutiva Cronica (DPOC) requerem tratamento com
mais cuidados, os portadores de rinites podem apresentar sintomas bucais devido ao uso de
medicamentos. Pode-se observar também halitose devido a doenças pulmonares e dos seios da
face, além da respiração bucal ser uma forte revelação para esses sintomas. Cuidados especiais
devem ser tomados para os asmáticos devido ao risco do aumento de estresse durante o
tratamento dentário e em relação a anestesia, devido ao grande fator alérgico existente nessa
doença.
80
Em relação a proteção dos cirurgiões dentistas durante os tratamentos realizados, é
muito importante a investigação do relato de tuberculose por parte do paciente, para a proteção
do executante do tratamento, observando essencialmente o uso de EPIs.
Silverman, Eversole e Truelove (2002) afirmam que os sinais bucais são raros nas
doenças pulmonares e que essas doenças não apresentam na maioria das vezes problemas para
o tratamento odontológico e citam:
Tuberculose e doenças fúngicas podem também disseminar para a cavidade bucal a
partir de uma infecção primária no pulmão. (SILVERMAN, EVERSOLE E
TRUELOVE, 2002. p.52).
As respostas para o item (2.3) da avaliação dos respondentes para a importância
atribuída ao título da pergunta: Em relação às doenças cardiovasculares informadas no exame
periódico odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 3.
Tabela 3: Grau de importância para doenças cardiovasculares
2.3 Grau de importância para doenças cardiovasculares Fa Fr (%)
Muito Alta 27 90,0
Alta 3 10,0
Média 0 0,0
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Observa-se que 100% dos respondentes consideram importantes as informações sobre
as doenças cardiovasculares (90% atribuíram uma importância muito alta e 10% alta), e o
restante não consideraram as outras respostas, o que comprova ser esta uma informação valiosa
durante a investigação clínica.
As doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca,
valvulopatias, arritimias cardíacas, endocardite bacteriana e outras são de extrema importância
para o cirurgião dentista na realização dos tratamentos dentários devido a prescrições para
tratamentos e prevenção de infecções. As cirurgias cardíacas e relato de infarto do miocárdio
de maneira alguma poderão ser omitidos durante o exame odontológico, pois requerem um
tempo de recuperação dessas doenças para realização de tratamentos dentários.
81
Para o item (2.4) da avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao título
da pergunta: Em relação às doenças endócrinas informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 4.
Tabela 4: Grau de importância para doenças endócrinas
2.4 Grau de importância para doenças endócrinas Fa Fr (%)
Muito Alta 0 0,0
Alta 6 20,0
Média 15 50,0
Baixa 9 30,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Na avaliação dos respondentes para as informações sobre as doenças endócrinas, 50,0%
consideraram de média importância e 30 % como baixa, totalizando assim 80% para essas duas
opções; porém 20,0% atribuíram um valor alto. Respostas como muito alta e sem importância
não obtiveram resposta alguma. Apesar de não ter sido atribuído um grau muito alto pela
maioria dos respondentes, as doenças endócrinas devem ser consideradas nas investigações
clínicas.
A principal doença endócrina de interesse do cirurgião dentista é a diabetes que deverá
obrigatoriamente ser informada pelo paciente por oferecer sérios riscos no poder cicatrização
nos eventos cirúrgicos. Cuidados com os anestésicos devem ser tomados, usando-se
preferencialmente os sem epinefrina, porque apresenta ação antagônica a insulina sendo,
portanto, um hiperglicêmico.
Silverman, Eversole e Truelove, (2002) citam como manifestações bucais que podem
comumente serem observadas nos diabéticos: cicatrização deficiente, periodontite, gengivite e
candidíase bucal. Lesões de língua e ulcerações aftosas são comuns nos pacientes que
apresentam à diabetes. O acompanhamento do endocrinologista é essencial para tratamentos
odontológicos.
No item (2.5) da avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao título da
pergunta: Em relação às doenças gastrointestinais informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
82
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 5.
Tabela 5: Grau de importância para doenças gastrointestinais
2.5 Grau de importância para doenças gastrointestinais Fa Fr (%)
Muito Alta 7 23,3
Alta 12 40,0
Média 10 33,3
Baixa 1 3,3
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Para as doenças gastrointestinais houve uma avaliação de 63,3% considerando uma
importância considerável para este item, sendo que 40% atribuíram uma importância alta e
23,3% muito alta. Os respondentes avaliaram como 33,3% média e 3,3% baixa. O item sem
importância não obteve nenhuma resposta. Este resultado comprova ser esta uma informação
importante durante a investigação clínica.
Úlceras gástricas e duodenais, gastrite e doenças intestinais são de grande importância
para o cirurgião dentista quando relatadas pelos pacientes, pois as mesmas apresentam grande
importância para a prescrição de medicamentos anti-inflamatórios pelos Dentistas. As
estomatites (aftas) podem surgir em decorrência da modificação do suco gástrico.
O item (2.6) da avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao título da
pergunta: Em relação aos distúrbios neurológicos informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 6.
Tabela 6: Grau de importância para doenças neurológicas
2.6 Grau de importância para doenças neurológicos Fa Fr (%)
Muito Alta 0 0,0
Alta 2 6,7
Média 9 30,0
Baixa 16 53,3
Sem importância 3 10,0 Fonte: Criação do autor (2016)
As doenças neurológicas foram avaliadas pelos respondentes como de baixa
importância com 53,3% e 10% sem importância, totalizando 63,3%. Porém 30,0% avaliaram
83
como média importância e 6,7% alta importância. Para todos os respondentes ela não foi
considerada de importância muito alta. O resultado desta questão sugere que essas doenças não
afetam muito a investigação clínica, mas devem ser consideradas.
Alterações neurológicas como a epilepsia, distúrbios emocionais, acidentes Vasculo-
cerebrais (AVC) e outras degenerações neurológicas necessitam de tratamento odontológico
especializado e acompanhamento de médico neurologista. A epilepsia e outras alterações
degenerativas do cérebro podem apresentar movimentos involuntários, inquietudes e
agressividade que podem causar danos ao paciente durante os tratamentos dentários.
Em relação ao item (2.7) da avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao
título da pergunta: Em relação às doenças renais informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 7.
Tabela 7: Grau de importância para doenças renais
2.7 Grau de importância para doenças renais Fa Fr (%)
Muito Alta 4 13,3
Alta 5 16,7
Média 20 66,7
Baixa 1 3,3
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Para as doenças renais, a maioria dos respondentes, 66,7%, avaliaram como média
importância e 3,3% como baixa. Porém 13,3% avaliaram como muito alta e 16,7% como alta,
totalizando 30%. Para o item sem importância não houve respostas. O resultado desta questão
sugere que as doenças renais devem ser consideradas nas investigações clínicas.
As doenças renais tem um significado importante para os tratamentos odontológicos
principalmente em relação a insuficiência renal em pacientes submetidos a dialise peritoneal ou
hemodiálise. Nefrites exigem também cuidados especiais do cirurgião dentista. Essas doenças
também são um fator desencadeante da hipertensão arterial que exige cuidados nos tratamentos
dentários, principalmente em relação a escolha do anestésico a ser utilizado.
84
Para o item (2.8) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao
título da pergunta: Em relação às doenças hematológicas informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 8.
Tabela 8: Grau de importância para doenças hematológicas
2.8 Grau de importância para doenças hematológicas Fa Fr (%)
Muito Alta 21 70,0
Alta 9 30,0
Média 0 0,0
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
As doenças hematológicas apresentaram 100% de respostas atribuindo um valor muito
considerável para esse item, onde 70% dos respondentes avaliaram como muito alta e 30% alta.
Para as outras respostas não houve sinalização alguma. Este resultado comprova ser esta uma
informação valiosa durante a investigação clínica.
Fica demonstrado pelas respostas obtidas a importância no exame odontológico do
questionamento sobre as doenças hematológicas ou sanguíneas pelo fato de a hemostasia ser
uma das principais preocupações nas cirurgias bucais.
Segundo Sapp, Eversole e Wysocki (2012) as doenças hematológicas com deficiência
do fator de coagulação podem estar associadas a várias patologias sendo a principal a hemofilia.
Outras doenças também são citadas como a doença hepática primária, esteatorréia e a obstrução
biliar. Fatores genéticos e uso de drogas anticoagulantes predispõem para as doenças
hematológicas. O escorbuto, doença causada pela deficiência da vitamina C pode causar
fragilidade capilar e provocar sangramentos gengivais habitualmente, se não tratado. Ainda cita
como doenças que apresentam sintomas na boca a trombocitopenia, trombastenia, telangectasia
hemorrágica hereditária.
No item (2.9) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao título
da pergunta: Em relação às doenças articulares/ósseas informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 9.
85
Tabela 9: grau de importância para doenças articulares/ósseas
2.9 Grau de importância para doenças articulares/ósseas Fa Fr (%)
Muito Alta 0 15,2
Alta 3 44,8
Média 7 23,3
Baixa 16 16,7
Sem Importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
As respostas para o questionamento sobre as doenças articulares/ósseas mostraram que
60% dos respondentes atribuíram um valor com relevância para essa pergunta, sendo que 44,8%
atribuíram um valor alto e 15,2% muito alto. No entanto, 23,3% acharam esse item médio e
16,7% responderam que é de baixa importância. Para o valor sem importância não houve
resposta alguma para essa pergunta. Logo conclui-se que esta informação deve ser considerada
durante a investigação clínica.
O cirurgião dentista é o profissional que faz o diagnóstico da osteomielite na maxila e
principalmente a localizada na mandíbula. Bhaskar (1976) aponta outras doenças ósseas que
são tratadas e diagnosticadas pelos Dentistas com a osteíte, osteomalacia, osteomas,
osteoradionecrose, doença de Paget e câncer de mandíbula e maxila.
A doença degenerativa articular, a artrite reumatoide com sintomas na mandíbula e a
Síndrome Sjögren são citadas por Gorlin e Goldman (1973) como doenças articulares com
acompanhamento e tratamento pelos Dentistas.
As luxações da articulação temporomandibular primárias ou recidivante são de
competência da odontologia, sendo tratadas pelos cirurgiões buco-maxilofaciais e devem ser
investigadas quando relatadas no exame periódico odontológico para obrigatoriamente serem
tratadas.
No item (2.10) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao
título da pergunta: Em relação às doenças transmissíveis informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 10.
86
Tabela 10: Grau de importância para doenças transmissíveis
2.10 Grau de importância para doenças transmissíveis Fa Fr (%)
Muito Alta 26 86,7
Alta 4 13,3
Média 0 0,0
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
A frequência das respostas para a importância das doenças transmissíveis apuradas no
exame periódico odontológico mostrou a importância desse item para os cirurgiões dentistas
respondentes. Nota-se que 86,7 % avaliaram em muito alta essa questão e 13,3% acharam alta,
totalizando 100%. As avaliações média, baixa e sem importância não obtiveram indicação
alguma. Portanto este resultado comprova que as doenças transmissíveis são informações
valiosas durante a investigação clínica.
Uma das preocupações dos cirurgiões dentistas durante os tratamento que são realizados
é o fator da segurança da saúde do profissional e as informações obtidas no exame periódico
colaboram para isso. As principais doenças que envolvem riscos de contaminação para os
Dentistas são a hepatite, a sífilis, o herpes labial, a tuberculose e a AIDS. Medidas de extremo
cuidados devem ser observadas nos tratamentos realizados nesses pacientes tanto para o
profissional e também para os pacientes por terem seu sistema imunológico alterado.
Em relação ao item (2.11) relativo à avaliação dos respondentes para a importância
atribuída ao título da pergunta: Em relação às doenças oftalmológicas informadas no exame
periódico odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 11.
Tabela 11: grau de importância para doenças oftalmológicas
2.11 Grau de importância para doenças oftalmológicas Fa Fr (%)
Muito Alta 0 0,0
Alta 6 20,0
Média 10 33,3
Baixa 11 36,7
Sem Importância 3 10,0 Fonte: Criação do autor (2016)
87
Para essa questão referente as doenças oftalmológicas, 36,7% dos respondentes
atribuíram valor baixo e 10% sem importância, totalizando 46,7%. Porém, 33,3% avaliaram
como média importância e 20 % como alta. Nenhum dos respondentes classificou como muito
alta essa informação. Apesar do resultado desta questão ter sugerido que as doenças
oftalmológicas não afetam muito a investigação clínica, por quase a metade dos respondentes,
outros acharam que estas têm uma importância alta e média, o que sugere que estas informações
devam ser consideradas.
A doença oftalmológica mais importante para ser observada nos tratamentos
odontológicos é o glaucoma devido aos cuidados na prescrição de anti-inflamatórios que
possam causar efeitos colaterais com o aumento da pressão intraocular e no uso da anestesia
usar preferencialmente anestésicos sem epinefrina. A conjuntivite viral também quando relata
e observada deve ser um fator para adiamento do tratamento odontológico.
Com relação ao item (2.12) relativo à avaliação dos respondentes para a importância
atribuída ao título da pergunta: Em relação às doenças hepáticas informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 12.
Tabela 12: Grau de importância para doenças hepáticas
2.12 Grau de importância para doenças hepáticas Fa Fr (%)
Muito Alta 22 73,3
Alta 8 26,7
Média 0 0,0
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
A maioria dos respondentes do questionário considerou um valor alto, 100%, para a
avaliação das doenças hepáticas, que mostrou que 73,3% avaliaram como muito alta e 26,7%
como alta. Para as outras respostas não houve sinalização alguma. Este resultado comprova ser
esta uma informação muito importante a ser avaliada durante a investigação clínica.
As hepatites agudas e crônicas, a insuficiência hepática, a doença biliar extra-hepática
e os pacientes pré e pós-transplantados de fígado são citados por Silverman, Eversole e
88
Truelove, (2002) como pacientes em que deve-se realizar tratamentos com cuidados
extremamente especiais. Importante frisar a alta resistência do vírus da hepatite B.
Para o item (2.13) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao
título da pergunta: Em relação aos distúrbios das glândulas salivares informados no exame
periódico odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 13.
Tabela 13: Grau de importância para distúrbios ds glândulas salivares
2.13 Grau de importância para distúrbios das glândulas
salivares Fa Fr (%)
Muito Alta 0 0,0
Alta 6 20,0
Média 13 43,3
Baixa 10 33,3
Sem importância 1 3,3 Fonte: Criação do autor (2016)
A avaliação dos respondentes para os distúrbios das glândulas salivares apresentou
33,3% das respostas como baixa e 3,3 % como sem importância. Porém, 20,0% avaliaram como
alta e 43,3% como média importância totalizando 63,3% para essa questão. Nenhum dos
respondentes classificou com muito alta. Apesar de alguns respondentes atribuírem pouca
importância para estes distúrbios, outros os avaliaram como alta e média, o que sugere
considerá-los durante a investigação clínica.
As principais doenças das glândulas salivares (parótida, submandibular e sublingual)
devem ser importantes para os exames periódicos odontológicos e o tratamento dessas
patologias.
A parotidite, a hipofunção dessas glândulas, as doenças obstrutivas (litíase) de glândula
salivar, os tumores, lesões cancerígenas, mucoceles e a sialodenite são de grande importância
no diagnóstico nos exames periódicos e para os tratamentos dessas doenças.
A síndrome de Sjögren é citada por Silverman, Eversole e Truelove, (2002) como uma
doença que apresenta um aumento das glândulas salivares. Revelam também que doenças
sistêmicas como a diabetes, fatores psicológicos, má nutrição e tratamentos com radiação são
89
causas de xerostomia (boca seca). Tratamentos com drogas antidepressivas causam também
xerostomia acarretando diminuição da quantidade de saliva. A diminuição do fluxo salivar nos
diabéticos também é relatada como causa de candidose e outras infecções fungícas na língua.
Para o item (2.14) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao
título da pergunta: Em relação aos distúrbios temporo-mandibulares informados no exame
periódico odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 14:
Tabela 14: Grau de importância para distúrbios temporomandibulares
2.14 Grau de importância para distúrbios
temporomandibulares Fa Fr (%)
Muito Alta 0 0,0
Alta 3 10,0
Média 16 53,3
Baixa 11 36,7
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Para os respondentes a avaliação dos distúrbios temporomandibulares (DTM)
apresentou um valor de 53,3% para o índice de média importância e 10,0% para alta, totalizando
63,3%. No entanto, 36,7% dos respondentes avaliaram estes distúrbios com baixa importância,
Para muito alta e sem importância não foram considerados nenhum valor. Esse resultado mostra
que estas informações devam ser analisados durante a investigação clínica.
Os distúrbios temporomandibulares são manifestações de sintomas geralmente
acompanhados de dor localizada nessa articulação ou na face e mostram transtornos durante a
mastigação. A articulação temporomandibular é a responsável pelos movimentos de abertura e
fechamento da boca, com isso sua utilização se dá na mastigação e na fala. Nos portadores deste
distúrbio os tratamentos odontológicos não devem ser realizados com uma duração elevada,
devido ao fato do desencadeamento de dor durante e depois do tratamento. Devemos ainda
saber se o paciente já sofreu uma luxação da Articulação Temporo Mandibular (ATM), pois
podrá se repetir caso o tratamento seja longo.
Alguns dos fatores que podem causar as desordens temporomandibulares descritos por
Silverman, Eversole e Truelove, (2002) são os seguintes: trauma direto, discrepâncias oclusais,
doença auto-imune (artrite reumatoide,lúpus), desordens de comportamento ( estresse,
90
depressão, somatização), doença degenerativa da articulação (osteoartrite e osteoartrose) e
atividades parafuncionais da mandíbula principalmente o bruxismo.
Alterações oclusais com perda de elementos dentários, vícios de apertar objetos com os
dentes, restaurações e próteses dentárias com trauma oclusal, alterações como mordida aberta,
prognatismo e retrognatismo também são fatores que levam a dor temporomandibular.
Os tratamentos para esses distúrbios são realizados por profissionais especializados em
dor temporomandibular.
Após a análise das respostas do questionário revelando os valores referentes ao grau de
importância para as investigações clínicas, consolidou-se os seguintes resultados que estão
demonstrados a seguir na Quadro 19, destacando a célula onde houve uma maior frequência de
avaliação por parte dos respondentes. Esta quadro foi baseada no trabalho de Paixão (2014).
Investigações Clínicas
Grau de Importância
Escala de Avaliação
5 - Muito
Alta 4 - Alta 3 - Média 2 - Baixa
1 - Sem
Importância Total
(2.1)
Alergias 26,70% 46,70% 20,00% 6,60% 0,00% 100%
(2.2)
D. respiratórias 10,00% 40,00% 40,00% 10,00% 0,00% 100%
(2.3)
D. cardiovasculares 90,00% 10,00% 0,00% 0,00% 0,00% 100%
(2.4)
D. endócrinas 0,00% 20,00% 50,00% 30,00% 0,00% 100%
(2.5)
D. gastrointestinais 23,30% 40,00% 33,30% 3,30% 0,00% 100%
(2.6)
D. neurológicas
0,00%
6,70%
30,00%
53,30%
10,00%
100%
(2.7)
D. renais 13,30% 16,70% 66,70% 3,30% 0,00% 100%
(2.8)
D. hematológicas 70,00% 30,00% 0,00% 0,00% 0,00% 100%
(2.9)
D. articulares/ósseas 15,20% 44,80% 23,30% 16,70% 0,00% 100%
(2.10)
D. transmissíveis 86,70% 13,30% 0,00% 0,00% 0,00% 100%
(2.11)
D. oftalmológicas 0,00% 20,00% 33,30% 36,70% 10,00% 100%
(2.12)
D. hepáticas 73,30% 26,70% 0,00% 0,00% 0,00% 100%
(2.13) 0,00% 20,00% 43,30% 33,30% 3,30% 100%
91
Investigações Clínicas
Grau de Importância
Escala de Avaliação
5 - Muito
Alta 4 - Alta 3 - Média 2 - Baixa
1 - Sem
Importância Total
Dist. das glands. salivs.
(2.14)
Dist. tempmandibs. 0,00% 10,00% 53,30% 36,70% 0,00% 100%
Quadro 19: Grau de importância para investigações clínicas.
Fonte: Criação do autor (2016)
Observa-se no Quadro 19 que a maioria das investivações clínicas tiveram importância
muito alta e alta. Nota-se que os especialistas concordaram como muito alta as questões 2.3,
2.8, 2.10 e 2.12 comprovando que esses itens são os que devem ser observados mais
atentamente nos exames periódicos pelo fator de gerarem cuidados especiais nos atendimentos.
Já as questões 2.1, 2.2, 2.5 e 2.9 obtiveram uma concordância de uma avaliação alta para a
maioria dos especialistas, o que comprova que esses itens são importantes para a realização dos
tratamentos odontológicos.
Com uma avaliação média para os itens 2.2, 2.4, 2.7, 2.13 e 2.14, os especialistas tiveram
a percepção que esses itens mostram que são de importância mediana para os tratamentos
realizados. Porém, como baixa avaliação, foram obtidas as respostas para os itens 2.6 e 2.11,
revelando pouca importância para essas questões durante a realização dos tratamentos
odontológicos.
Logo conclui-se que os itens mais importantes para os respondentes foram as
investigações das doenças cardiovasculares, doenças hematológicas, doenças transmissíveis e
as doenças hepáticas. Como de alta relevância o resultado do questionário mostrou a
investigação das alergias, doenças respiratórias, doenças gastrointestinsis e as doenças
articulares/ósseas.
Foram atribuídas como média importância a avaliação para as doenças respiratórias,
tendo esta sido considerada de alta relevância também, doenças endócrinas, doenças renais,
distúrbios das glândulas salivares e os distúrbios temporomandibulares (DTM). Ainda como de
baixa relevância os distúrbios neurológicos e os distúrbios oftalmológicos. O restante das
investigações clínicas foi considerado sem importância.
92
5.3 ANTECEDENTES FAMILIARES
Para o item (3.1) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao
título da pergunta: Em relação aos antecedentes familiares (doenças apresentadas na família)
informadas no exame periódico odontológico qual a sua avaliação sobre esse dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 15:
Tabela 15: Grau de importância para antecedentes familiares
3.1 Grau de importância para antecedentes familiares Fa Fr (%)
Muito Alta 4 13,3
Alta 15 50,0
Média 11 36,7
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Os respondentes atribuíram para os antecedentes familiares uma frequência de 50.0%
de importância alta, 13,3% muito alta, totalizando 63,3%, e consideraram 36,7% média. Os
itens baixa e sem importância não obtiveram nenhuma resposta. Este resultado sugere que essas
informações devem ser consideradas durante o exame periódico odontológico.
Deve-se levar em conta as informações reveladas sobre as doenças familiares como a
diabetes, câncer principalmente na região da face e da boca, asma, hipertensão arterial,
cardiopatias, doenças renais, glaucoma, problemas neurológicos, como o Acidente Vascular
Cerebral (AVC) e epilepsia, enfermidades sanguíneas como a hemofilia, herpes labial, reações
adversas à anestesia para tratamento odontológico (choque e lipotimia), periodontose, alergia
a determinados medicamentos e produtos usados em Odontologia.
As considerações sobre as informações fornecidas pelos pacientes sobre os antecedentes
familiares revelam dados importantes para a realização dos tratamentos odontológicos com
sucesso e segurança e também no estabelecimento de diagnósticos das patologias bucais.
Essas informações deverão ser registradas obrigatoriamente no prontuário odontológico
e são de carater sigiloso de acordo com o código de ética odontológico (CFO, 2009).
5.4 EXAME CLÍNICO
93
No item (4.1) relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao título
da pergunta: Em relação ao exame clínico realizado no exame periódico odontológico qual a
sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 16.
Tabela 16: Grau de importância para o exame clínico
4.1 Grau de importância para o exame clínico Fa Fr (%)
Muito Alta 21 72,4
Alta 8 27,6
Média 0 0,0
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
Os respondentes atribuíram uma importância de 72,4%, considerando muito alta e
27,6% classificaram como alta essa informação, totalizando assim 100% de importância. Não
obtiveram resposta alguma os itens média, baixa e sem importância. Este resultado comprova
ser o exame clínco um procedimento muito importante a ser avaliado durante o exame periódico
odontológico
No exame clínico realizado no exame periódico odontológico dos servidores do IEN,
todos os dados relativos as patologias bucais encontradas, tipos de tratamentos que estão sendo
realizados, tratamentos concluídos e a serem feitos, ausência de elementos dentários e tipos de
prótese dentária usadas são anexadas ao prontuário do servidor na ficha clínica odontológica
(odontograma), Informaçoes clínicas e queixas relatadas palos pacientes também são anexadas
ao seu prontuário. O exame clínico com a utilização do odontograma é um fator importante
para a Odontologia legal, permitindo quando necessário a identificação cadavérica.
O exame de todos os elementos dentários, movimentos mandibulares, gengivas, língua,
lábios, freios e bridas, área retromolar, diastemas, palatos mole e duro, mucosas, assoalho de
boca, tipo e anomalias de oclusão, inclusive bruxismos, desgastes dentários com abrasão e
erosão, alterações de cor dos dentes, medição de bolsas periodontais e exame de rebordos
gengivais fazem parte desse exame que revelam o estado clínico odontológico da boca dos
servidores.
94
Este exame clínico é muito importante pela detecção de alterações na boca que podem
evoluir para tratamentos quando não diagnosticados precocemente, envolvendo riscos de perda
dentária, lesões orais que podem se tornar malignizáveis, gastos financeiros para o servidor e
aumento de absenteísmo para o órgão. Todos esse dados que irão para o prontuário do servidor
são extrtemante confidenciais.
Durante a realização dos 74 exames periódicos realizados no ano de 2015 nos servidores
do IEN , foram encontradas nos exames clínicos 28 patologias bucais que serão mostradas no
Gráfico 5 a seguir.
Gráfico 5: Patologias bucais
Fonte: Criação do autor (2016)
A cárie dentária foi a patologia mais encontrada, seguida da gengivite. A seguir foi
revelado o cálculo gengival e a resseção gengival, ambas doenças periodontais. Alteração da
cor dos tecidos duros dos dentes, dentes a extrair, periodontite e distúrbios oclusais também
foram relevados. As demais patologias bucais foram insignificantes para o número de
servidores examinados.
É de importância ressaltar que nos exames periódicos odontológicos no ano de 2015
durante as investigações clínicas nos 222 servidores do IEN, também foram relatadas várias
doenças de ordem geral, como demonstra o Gráfico 6 a seguir.
95
Gráfico 6: Doenças de ordem geral
Fonte: Criação do autor (2016)
Observa-se que as doenças cardiovasculares foram as mais relatadas com um número
de 14 relatos, seguidas do mesmo número de achados 12, as doenças gastrointestinais e as
doenças articulares/ósseas. A seguir com 9 relatos as alergias e foram descritas 5 doenças
endócrinas. Doenças hepáticas, renais e as respiratórias acusaram 4 relatos para cada uma e
foram reveladas 3 casos de doenças oftalmológicas. Doenças como câncer, neurológicas e
herpes zoster mostraram 2 casos para cada tipo dessas enfermidades. Ainda foi encontrado 1
servidor com doença sanguínea. Todos os servidores encontram-se em tratamento, tendo
ocorrido um óbito no ano de 2016 referente a um caso de câncer.
5.5 EXAME RADIOLÓGICO
No item relativo à avaliação dos respondentes para a importância atribuída ao título da
pergunta: Em relação ao exame radiológico realizado no exame periódico odontológico qual a
sua avaliação sobre esses dados coletados?
Os resultados são mostrados a seguir na Tabela 17.
Tabela 17: Grau de importância para o exame radiológico
5.1 Grau de importância para o exame radiológico Fa Fr (%)
Muito Alta 24 80,0
Alta 6 20,0
5.1 Grau de importância para o exame radiológico Fa Fr (%)
Média 0 0,0
Baixa 0 0,0
Sem importância 0 0,0 Fonte: Criação do autor (2016)
A avaliação dos respondentes para essa pergunta do questionário foi de 80,0% para
muito alta e 20,0% para alta, totalizando assim 100% de importância. As respostas média, baixa
96
e sem importância não obtiveram nenhuma sinalização. Logo, conclui-se que o exame
radiológico é muito importante ser realizado durante o exame periódico odontológico
O diagnóstico por imagem, ou seja, as radiografias são um instrumento importantíssimo
para o estabelecimento de diagnósticos e planejamentos de tratamentos em Odontologia.
É através desses exames que os Dentistas podem comprovar os sintomas e queixas
relatados pelos pacientes, concluir seus diagnósticos de cáries e infiltrações dentárias,
principalmente as de regiões proximais, comprovação de anodontia, elementos dentários
supranumerários, dentes inclusos, confirmar a necessidade de exodontias, e tratamentos
endodônticos, diagnosticar fraturas coronárias, radiculares e de instrumentos usados em
tratamentos endodônticos, observar lesões periodontais e as periaptopatias. Ainda poderão ser
solicitadas radiografias extra-orais para esclarecimento e confirmação de outras patologias
bucais, como câncer, fraturas de ossos da face, agravos na articulação temporomandibular e
para fins de outras cirurgias bucais.
Segundo Almeida et al (2004), os Dentistas podem realizar e solicitar esses exames
complementares que podem ser utilizados em processos administrativos, judiciais e também
como prova da realização dos tratamentos odontológicos. Todas as radiografias executadas
deverão ser anexadas ao prontuário odontológico do trabalhador ou ao mesmo quando
solicitado nominalmente.
97
6 CONCLUSÕES
A Odontologia do trabalho cumpre o seu papel fundamental no IEN, que tem como
função principal a preservação da saúde bucal dos seus servidores, buscando a associação
eventual de doenças com manifestações na boca com a ocupação dos trabalhadores, através da
realização dos exames periódicos odontológicos. Sendo assim, o presente trabalho teve como
objetivo analisar contribuição desses exames nos servidores do IEN por meio da interpretação
dos resultados de uma pesquisa de campo com especialistas nesta área.
Para alcançar as conclusões da pesquisa foram descritos cinco objetivos específicos que
estão relacionados a cinco questões da pesquisa que serão a seguir evidenciadas com as suas
respectivas respostas. Inicialmente, de acordo com a primeira questão, foi feita a identificação
na literatura das principais funções da Odontologia do trabalho, que é manter a saúde bucal dos
trabalhadores realizando com isso, o seu papel fundamental. Vale ressaltar que a revisão da
literatura foi feita a partir de uma pesquisa bibliométrica nas bases SCOPUS, SciELO, BBO e
PubMed, além de livros, teses e dissertações.
Ainda, conforme a primeira questão da pesquisa, foi feito um estudo através da revisão
bibliográfica dos exames periódicos odontológicos com seus respectivos protocolos, que
demonstraram também a importância desse valiosíssimo instrumento para a identificação das
patologias bucais associadas ao trabalho.
Deste modo, através da literatura, para alcançar o objetivo da segunda questão, foi
realizada a busca das ocupações que podem apresentar doenças com manifestações bucais
relacionadas ao trabalho, sendo demonstrado no Quadro 15 essas doenças e ocupações com
uma adaptação atual dessas patologias bucais.
A terceira questão refere-se às causas de absenteísmo provenientes de problemas bucais,
e, de acordo com a revisão da literatura, as ocupações que apresentam relações com o
absenteísmo em Odontologia foram estudadas. Foi demonstrado também os índices de
absenteísmo apresentados no IEN , nos anos de 2014 e 2015.
98
Visando atender a quarta questão da pesquisa, foi realizada uma pesquisa de campo com
a finalidade de mapear a percepção de 30 especialistas em Odontologia do trabalho sobre o
protocolo para os exames periódicos odontológicos utilizados no IEN, através de um
questionário composto com inicialmente por informações sobre o perfil do respondente. Depois
o questionário foi dividido em quatro partes, relacionadas aos protocolos aqui citados, sendo a
primeira composta por perguntas sobre as investigações clínicas; a segunda sobre antecedentes
familiares; a terceira sobre o exame clínico; e a quarta e última sobre o exame radiográfico.
Com relação ao perfil dos respondentes, observa-se que todos são especialistas inscritos
no CRO do estado do Rio de Janeiro, assim como possuem mais de 10 anos de experiência
profissional, 50% com mais de 10 anos na especialidade e 43% entre 3 e 10 anos de atuação na
especialidade. Segundo os respondentes, 87% utilizam o prontuário do CFO e também 87%
afirmaram ser possível realizar um trabalho preventivo de doenças bucais com a aplicação do
prontuário odontológico utilizado no IEN.
A quinta questão da pesquisa foi respondida através da análise da “importância dos
exames periódicos odontológicos” nos serviços de Odontologia do trabalho e comprovou-se
que a investigação clínica, a busca de antecedentes familiares, um exame clínico e radiológico,
sendo estudados e aplicados, permitem diagnósticos e tratamentos precoces altamente
relevantes para a manutenção da saúde bucal dos trabalhadores.
Sobre as investigações clínicas (primeira parte), observa-se que as informações
consideradas de alta importância foram as doenças cardiovasculares, doenças hematológicas,
doenças transmissíveis e as doenças hepáticas. Assim como são importantes a investigação das
alergias, doenças respiratórias, doenças gastrointestinsis e as doenças articulares/ósseas.
As três demais partes do questionário referem-se aos antecedentes familiares, exames
clínicos e exames radiológicos, respectivamente, que obtiveram também alta importância na
avaliação dos especialistas, e este resultado comprova que esses procedimentos são muito
importantes de serem realizados durante o exame periódico odontológico.
Portanto tendo sido avaliado os protocolos utilizados no IEN para os seus exames
periódicos odontológicos e revelando através da análise dos seus resultados a importância das
realização desse exames para a preservação e manutenção da saúde dos servidores do IEN,
99
comprovou-se que a investigação clínica, a busca de antecedentes familiares, um exame clínico
e radiológico, sendo estudados e aplicados, permitem diagnósticos e tratamento precoces
altamente relevantes para a manutenção da saúde bucal dos trabalhadores.
Como proposta de trabalhos futuros recomenda-se a realização de um estudo mais
profundo sobre as patologias bucais que podem afetar os trabalhadores.
100
REFERÊNCIAS
AGUIAR, F.H.B. et al. Erosão dental: definição, etiologia e classificação. Revista do
Instituto de Ciências da Saúde. 24(1), jan.-mar. 2006.
AHLBERG, J. et al. Subsidized dental care improves caries status in male industrial
workers. Community Dentistry and Oral Epidemiology, Copenhagen, v. 24, issue 4, p. 249-
252, aug. 1996.
ALEVATO, H.; COSTA, M. T. Relevância da Odontologia do Trabalho no Contexto do
Estresse Laboral. V Congresso Nacional de Excelência em Gestão (CNEG). julho, 2009.
ALMEIDA, C.A.P. et al. Prontuário Odontológico – Uma Orientação para o Cumprimento
da Exigência Contida no Inciso VIII do art. 5° do Código de Ética Odontológica. Disponível
em:: <cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/prontuário_2004.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2016.
ALMEIDA, T.F.; VIANNA, M.I.P. O Papel da Epidemiologia no Planejamento das Ações
de Saúde Bucal do Trabalhador. Saúde e Sociedade, vol. 14, n. 3. p. 144-154, set.-dez. 2005.
ARAÚJO, M.E. Estudo da Prevalência das Manifestações Bucais Decorrentes de Agentes
Químicos no Processo de Galvanoplastia: Sua Importância para a Área de Saúde Bucal
do Trabalhador. Tese (Doutorado em Odontologia do Trabalho). Universidade de
Odontologia de São Paulo. USP, São Paulo, 1998. 126 p.
ARAÚJO, M. E.; MARCUCCI, G. Estudo da Prevalência das Manifestações Bucais
Decorrentes de Agentes Químicos no Processo de Galvanoplastia: sua Importância para
a Área de Saúde Bucal do Trabalhador. Odontologia e Sociedade, São Paulo, v. 2, n. 1(2),
p. 20-25, 2000.
BHASKAR, S. Diagnóstico Bucal. Ed. Artes Médicas: São Paulo, 1976.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT). Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10746871/artigo-168-do-
decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943>. Acesso em: 23 jun. 2016.
______. Doenças Relacionadas ao Trabalho – Manual de Procedimentos para os Serviços
de Saúde – Brasília – DF. Brasil, 2001.
______. Lei n. 7.855, Art. 168 de 24/10/1989. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/L7855.htm>. Acesso em: 23 jun. 2016.
______. Lei n. 8.112 de 11 de novembro de 1990. Casa Civil da Presidência da República.
Capítulo 2, seção IV. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ L8112cons.htm>.
Acesso em: 13 set. 2015.
101
______. Projeto de Lei n. 422/2007. Art. 1º, 2º, 3º e 4º Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=344690>.
Acesso em: 20 dez. 2015.
______. Instrução Normativa IN n. 9, de 1 de agosto de 2016.Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/IN_9_2016.pdf/ffeca2b7-76ae-4b78-
b858-24f394172878>. Acesso em: 08 ago. 2016.
______. Portaria n. 1339 de 18 de novembro de 1999. Ministério da Saúde . GM. Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1999/prt1339_18_11_1999.html>. Acesso
em: 06 jun. 2015.
______. Portaria n. 2437 de 07 de dezembro de 2005. Ministério da Saúde. GM. Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt2437_07_12_2005.html>. Acesso
em: 22 set. 2015.
CARDOSO, S.M.O. et al. Acidentes Perfuro Cortantes: Prevalência e Medidas Profiláticas
em Alunos de Odontologia. Revista Brasileira Saúde Ocupacional, v. 34 n. 119, p. 06-14, Jan.-
jun. 2009.
CHANDROTH, S.V. et al. Prevalence of Oral Mucosal Lesions Among Fishermen of Coast,
Gujarat. India. International Maritime Health. 65, issue 4, p. 192-198. 2014.
CHATUVERDI, P. et al. Assessment of Tooth Wear Among Glass Factory Workers: Who
2013 Oral Health Survey. Journal of Clinical and Diagnostic Research. Aug. 9(8), ZC63-
ZC66, 2015.
CHIAVENATO, I. Gerenciando Pessoas. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
CHIEKO, M. An evaluation of oral health promotion programs at the work site. The Journal
of The Stomatological Society, Japan. v. 62, n. 2, p. 162-170, 2002.
CHIMELLI, M.F. Considerações sobre as Lesões da Cavidade Bucal sob o Ponto de Vista
da Odontologia do Trabalho. Rio de Janeiro: Rede Ferroviária Federal S.A. 1979.
CONSELHO FEDERAL de ODONTOLOGIA. Consolidação das Normas. Disponível em:
<http://www.cfo.org.br/download/pdf/consolidacao.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2015.
______. Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de Odontologia.
Disponível em: <http://cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/consolidacao.pdf>. Acesso em:
19 dez. 2015.
______. Especialização. Disponível em: <http://www.cfo.org.br/ index.htm>. Acesso em: 10
set. 2015.
102
______. Profissionais por Especialidade. Disponível em: <http://www.cfo.org.br/index.htm>.
Acesso em 16 set. 2015.
______. Prontuário Odontológico – Uma Orientação para o Cumprimento da Exigência
Contida no Inciso VIII do art. 5° do Código de Ética Odontológica. Disponível em:
<cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/ prontuario_2004.pdf>. Acesso em: 16 out. 2014.
______. Código de Ética Odontológica. Disponível em: <http://cfo.org.br/wp-
content/uploads/2009/09/codigo_etica.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2015.
______. Resoluções n. 22, de 27 de dezembro de 2001, e de n. 25, de 28 de maio de 2002,
respectivamente (Diário Oficial da União – DOU, 25/01/01, p.148-149; 28/05/2002, p. 130-
134). Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/DOU/2001/01/25/Secao-1?p=13>
e respectivamente <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/554750/pg-102-secao-1-diario-oficial-
da-uniao-dou-de-28-05-2002>. Acesso em: 06 out. 2014.
______. Resolução n. 118, de 11/05/2012 (Diário Oficial da União – DOU, 14/06/2012, seção
1, n. 114, p. 118). Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/37858939/dou-secao-1-
14-06-2012-pg-118. Acesso em: 24 nov. 2015.
CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA do PARANÁ. Controle de Infecção e
Biossegurança. Procedimentos Operacionais Padrão. Disponível em:
<http://www.cropr.org.br/uploads/arquivo/42cd1c7049af88dca8f9135d8c04b274.pdf>.
Acesso em: 14 out. 2015.
COSTA, M.T. A. Odontologia do Trabalho como Elemento Integrado aos Sistemas de
Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho. Dissertação Mestrado Profissional em Sistemas
de Gestão da UFF. 2010. p. 183.
COSTA, S.S.; SILVA, A.M. Dental Records in Occupational Dentistry: A Model for
Specialists. Rev. Bras. de Med. do Trab. vol. 12, Issue 2, p. 85-95, 2014.
COTTONE J.A.; STANDISH S.M. Outline of forensic dentistry. Yearbook Medica Pub.
Chicago. p. 177. 1982.
CSIKAR, J. et al. The Self-reported Oral Health Status and Dental Attendance of Smokers
and Non-smokers. Community Dental Health. 30(1): 26-29. 2013.
DULEY, S.I. et al. A center for oral health promotion: establishing an inter-professional
paradigm for dental hygiene, health care management and nursing education. Journal of
dental hygiene: JDH / American Dental Hygienists Association, v. 86, n. 2. 2012.
ECCLES. J.D. Dental erosion of nonindustrial origin. A clinical survey and classification.
Journal of Prosthetic Dentistry. v. 42, issue 6, p. 649-653. Dec.1979.
FEAVER G. P. Occupational dentistry: a review of 100 years of dental care in the workplace.
Journal Occupational. Medicine. v. 38, issue(1/2). p. 41-43. 1988.
103
FEJERSKOV, O.; KIDD, E. Cárie dentária: a doença e seu tratamento clínico. 1 ed. São
Paulo: Santos, 2005.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
GORLIN, R.J.; GOLDMAN, H. M. Patologia Oral. Barcelona: Salvat Editores, 1973.
GRAY, D. E. Pesquisa no Mundo Real. 2 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
GUERRA, M.J.C. et al. Impacto das Condições de Saúde Bucal na Qualidade de Vida dos
Trabalhadores. Ciência e Saúde coletiva, v. 19. n. 12. 2014.
GUIMARÃES, E.; ROCHA, A.A. Odontologia do Trabalho: Organização dos Serviços
Odontológicos de uma Empresa. 1ª parte. Odontólogo Moderno (6-7); 1979.
HIROISHI, W.K.; ORENHA, E.S.; NARESSI, S.C.M.. Odontologia do Trabalho: Um Novo
Olhar Sobre a Saúde Bucal do Trabalhador. Brazilian Dental Science 14. 3/4; p. 66-76.
2011.
IDE, R. et al. Evaluation of Oral Health Promotion in the Work Place: The Effects on Dental
Care Costs and Frequency of Dental Visits. Community Dentistry and Oral Epidemiology,
Copenhagen, v.29. issue 3. p. 213-219, june 2001.
INTRANET IEN. Disponível em: <http://intranet.ien/joomla/index.php/seguranca/cspr-
planos-e-programas>. Acesso em: 20 fev. 2015.
INSTITUTO DE ENGENHARIA NUCLEAR. Portal corporativo. Disponível em:
<http://www.ien.gov.br/>. Acesso em: 03 nov. 2014.
ISHIHASHI, T. et al. Association between periodontal pockets and health-related behaviors
of workers. Journal of Occupational health, v. 57, issue 1, p. 1-8, 2015.
ISMAIL, A.I, et al. Caries Management Pathways Preserve Dental Tissues and Promote Oral
Health. Community Dentistry and Oral Epidemiology. v. 41, issue 1, 2013.
LACERDA, J.T.; TRAEBERT, J.; ZAMBENEDETTI. M.L. Dor Orofacial e Absenteísmo
em Trabalhadores da Indústria Metalúrgica e Mecânica. Saúde e Sociedade, v. 17, n. 4, p.
182-191, 2008.
LAMAS, A.E.; BLANK, V.L.G.; CALVO, M.C.M. Saúde do Trabalhador e a Atenção
Odontológica: Entre um Novo Modelo de Atenção e a Superespecialização. Saúde
Sociedade v. 17 n. 4, p. 103-110, 2008.
LASCALA, N T.; MOUSSALLI, N.H. Periodontia Clínica. São Paulo: Artes médicas, 1980.
104
LOURENÇO, E.A. et al. Ruídos em Consultórios Odontológicos Pode Produzir Perda
Auditiva? Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia. v. 15. n. 1, p, 84-88, 2011.
MARANO, V.P. Medicina do Trabalho: exames médicos. 3 ed. rev. ampl. São Paulo: LTR,
1997.
MARINO, C.G.G. et al. Cut and puncture accidents involving health care workers exposed
to biological materials. Braz. J. Infec. Dis. v. 5 n. 5, oct, 2001.
MAZILLI, L.E.N. Odontologia do Trabalho. São Paulo: Santos, 2003.
MEDEIROS, U. Fundamentos de Odontologia do Trabalho. São Paulo: Santos, 2011.
MELLO, P.B.M. Odontologia do Trabalho. Uma Visão Multidisciplinar. 2 ed. Rio de
Janeiro: Rúbio, 2014.
MIDORIKAWA, E.T. A odontologia em saúde do trabalhador como uma nova
especialidade profissional: definição do campo de atuação e funções do cirurgião dentista
na equipe de saúde do trabalhador. Dissertação (Mestrado em Deontologia e Odontologia
Legal). Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, 2000.
MILKOVICH, G.T.; BOUDREAU, J.W. Administração de recursos humanos. 8.ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
MIOTTO, M.H.M.B.; BARCELLOS, L.A.; LOPES, Z.V. Dor de Dente como Preditor de
Absenteísmo em Trabalhadores de uma Indústria de Sucos da Região Sudeste do Brasil.
Ciência e Saúde coletiva, 18(11), p. 3183-3190, 2013.
MIOTTO, M.H.M.B.; SILOTTI, J.C.B.; BARCELLOS, L.A. Dor Dentaria como Motivo de
Absenteísmo em uma População de Trabalhadores. Ciência e Saúde coletiva, 17(5), p. 1357-
1363, 2012.
MONTERO, J. The Occupational Role of Dental Conditions Among a Consecutive Sample
of Spanish Workers. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. nov. 1; 16 (7), p. 966-972, 2011.
MORESI, Eduardo (Organizador). Pró-reitoria de Pós-graduação – PRPG (Org.). Metodologia
da Pesquisa. Brasília: Universidade Católica de Brasília – UCB, 2003. 108 p. Disponível em:
<http://www.inf.ufes.br/~falbo/files/MetodologiaPesquisa-Moresi2003.pdf>. Acesso em: 14
out. 2015.
NOGUEIRA, D.P. Odontologia e saúde ocupacional. Rev. Saúde Pública. 6 (2): 211-223,
1972.
OLIVAL, A.R.B.; CHARONE, S.; GROISMAN, S. A Importância do Exame Odontológico
Periódico Ocupacional: Uma Proposta de Prontuário Odontológico. Revista de
Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo. 20(1); p. 37-45, jan.-abr. 2008.
105
OLIVEIRA, C.M. et al. Assessment of Occupational Exposure of Dental Professionals to
Mercury in Dental Offices of a Public Primary Health Care in Maringá, Paraná State,
Brazil. Acta Scientiarum. v. 34, p. 233-238 Special Edition. 2012.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Diretrizes sobre Sistemas
de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo
de Segurança e Medicina do Trabalho, 2005.
PAIXÃO, T. R.. A Influência dos Fatores Críticos de Sucesso na Gestão por Processos de
Negócios – BPM. 2014. 133 f. Dissertação. (Mestre em Sistemas de Gestão) – Universidade
Federal Fluminense, Niterói.
PERES, S.H.C.S. et al. Odontologia do Trabalho: Doenças e Lesões na Prática Profissional.
Revista de Odontologia de Araçatuba, n. 27(1), p. 54-58; jan.-jun. 2006.
PIMENTEL, O.J.A. Odontologia do trabalho. Odontólogo Moderno, Rio de Janeiro: EPUC,
v. 3, n. 2, mar.-abr. 1976.
PIZZATO, E. A Saúde Bucal no Contexto do Trabalhador: Análise dos Modelos de
Atenção. Dissertação (Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e
Social). Universidade Estadual Paulista. Araçatuba, 2002.
REIBEL, J. T. Tobacco or Oral Health. Bull World Health Organ v. 83, n. 9. Genebra, Sep.
2005.
REISINE, S.; MILLER, J. A Longitudinal Study of Work Loss Related to Dental Diseases.
Soc. Sci. Med. v. 21. issue 1, p. 1309-1314; 1985.
RIBEIRO, A. de L. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva, 2005.
SAPP, J.P.; EVERSOLE, L.R.; WYSOCKI, G.P. Patologia Bucomaxilofacial
Contemporânea. 2 ed. São Paulo: Santos, 2012.
SCHILLING, R.S.F. More effective prevention in occupational health practice. Journal of the
Society of Occupational Medicine. v. 34, issue 3, p. 71-79; 1984.
SHAFER, W.G. et al. Tratado de Patologia Oral. 4. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1985.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI). Sorriso Amarelo. Jornal SESI. 2004; 63;8-11.
Disponível em: <http://www3.sesi.org.br/Programasjornal/ed_63/06_saude.pdf>. Acesso em:
18 jun. 2016.
SILVA, A.M.T.B.; MEDEIROS, U.V. O Papel da Odontologia do Trabalho na Saúde do
Trabalhador. Revista Brasileira de Odontologia, vol. 70, n° 2, jul.-dez. 2013.
106
SILVA, E.N.C.; SOUZA, I.M. Odontologia do Trabalho: Construção e Conhecimento. Rio
de Janeiro: Rubio Ltda. 2009.
SILVA, M.; RAMOS, D.; MARUYAMA, N. Compêndio de odontologia legal: alguns
comentários sobre ética profissional odontológica. São Paulo: Medsi, 1997.
SILVA, N. et al. Hot Response Mechanisms in Periodontal Diseases. Journal of Applied Oral
Science. v. 23, n. 3, may.-jun. 2015.
SILVERMAN, JR, S.; EVERSOLE, L.R.; TRUEVOLE, E. L.; Fundamentos de Medicina
Oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
SÖDERFELDT, M. et al. Demand and control in human service work in relation to self-rated
oral health. Community Dental Health, London. v. 19, n. 3, p.180-185; 2002.
TANNOUS, R.A.; SILVA, U.A. Revisão de Literatura: Odontologia do Trabalho:
Aplicabilidade e Importância na Saúde Bucal do Trabalhador. Universidade Federal do
Espirito Santo, UFES. UFES Revista de Odontologia , v. 9, n. 3, p. 43-48, set-dez. 2007.
TAUCHEN, A.L.O. A Contribuição da Odontologia do Trabalho no Programa de Saúde
Ocupacional: Verificando as Condições de Saúde Bucal de Trabalhadores de uma Agroindústria do Sul do Brasil. Dissertação (Mestrado em Odontologia Social). Universidade
de São Paulo, USP. São Paulo, 2006.
TOGNA, G.R.D. Uso da Classificação Internacional de Doenças na Análise de
Absenteísmo Odontológico. Revista Saúde Pública, n. 45(3), p. 512-518. 2011.
VIANNA, M.I.P.; SANTANA, V.S. Exposição Ocupacional a Névoas Ácidas e Alterações
Bucais: Uma Revisão. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 17(6), p. 1335-1344. nov.-
dez. 2001.
WARNAKULASURUYA et al. Oral Health Risks of Tobacco Use and Effects of Cessation.
International Dental Journal. v. 60, issue 1. p. 7-30. feb. 2010.
ZIMMERMANN, RD, et al. A importância do prontuário odontológico. Revista do
Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco, Recife, v. 1(1), p. 7-12, abr. 1998.
107
ANEXOS
ANEXO A
108
109
ANEXO B
Instituto de Engenharia Nuclear – IEN
Serviço de Saúde do Trabalhador – SEST
Prontuário Odontológico para a saúde do trabalhador
Prontuário nº:..................
Este prontuário é estritamente confidencial, devendo ser respondido com extrema honestidade.
Sinta-se à vontade para questionamentos em caso de dúvidas.
De acordo com a pergunta, responda Sim, Não ou Não sei.
Nome:……………………………………………………Matricula:...........................
Telefone (s) para contato:( ) ……………………………………Ramal:..................
Data de nascimento:………… Estado civil:……………………
Naturalidade:…………………… Nacionalidade: ……………
Cor da pele:………… Sexo:…………
Nome do pai:…………………………………………………
Nome da mãe: ………………………………………………
Profissão:……………… Data de admissão: …………………
110
Tempo de serviço:.…………Horário de trabalho:…………………
Idade atual: ……………… Tempo no cargo: …………………
Cargo atual que ocupa: ………… ………
Descreva as funções:...................................................................
Com que produtos e instrumentos? ………… ………… …………
Trabalha com radiações ionizantes?..................Quais?.................................................
Frequência:..............................
Em que condições? ………… …… Há quanto tempo?………… …
Trabalha com produtos químicos?................
Quais?.....................................................
Em que condições? ………… …… Há quanto tempo?………… …
Trabalha executando soldas? Sim ( ) Não ( )
Em que condições? ………… …… Há quanto tempo?……… …
Tem contato com fluidos de pacientes?.................................
Quais? ........................................................Há quanto tempo?............
Usa dosimetro individual?............................Quais?................................
Como se sente e o que pensa sobre seu trabalho?
……………………………………………………………
111
……………………………………………………………
Funções anteriores (no atual orgão) e tempo:
……………………………………………………………
……………………………………………………………
Uso de equipamento de proteção individual (EPI)?……………………
Qual(is)? ……………………………………………………
Emprego anterior: …………… tempo e função anterior: …………
Riscos ocupacionais: ………………………………………….
Exame admissional ( ) Periódico ( ) Retorno ( ) Mudança de função ( )
Demissional ( )
A) QUESTIONÁRIO ODONTOLÓGICO
Você usa prótese?
Sim ( ) Não ( ) De que tipo: ............................................................................
Onde costuma guardá-la, caso a retire, em seu trabalho ou na sua casa:
..........................................................................................................................
Observações: ....................................................................................................
..........................................................................................................................
1) Com qual frequência você visita o seu cirurgião-dentista? .........................
112
2) Quando foi sua última consulta?..................................................................
3) Você já se submeteu a algum(s) dos tratamentos abaixo? Responda Sim ou Não.
- profilaxia (limpeza, polimento, flúor, escovação) Sim ( ) Não ( )
- periodontia (tratamento de gengiva, raspagens) Sim ( ) Não ( )
- prótese (coroa, ponte móvel ou fixa, dentadura, pivot, jaqueta)
Sim ( ) Não ( )
- Tipo .........................................................................
- endodontia (tratamento de canal) Sim ( ) Não ( )
- cirurgia (extração dentária, tumores, lesões de tecidos moles, cistos, freio
labial e lingual) Sim ( ) Não ( )
-Tipo ..........................................................................
- ortodontia (aparelho de correção) Sim ( ) Não ( ) Fixo ( ) Móvel ( )
- dentística (restaurações, incrustações) Sim ( ) Não ( )
- implantodontia (implantes) Sim ( ) Não ( )
- radiologia (radiografias) Sim ( ) Não ( )
- outros: quais?..................................................................................................
4) Quantas vezes por dia escova seus dentes?.................................................
5) Sua escovação foi orientada por algum profissional?.................................
113
6) Troca a escova com que frequência? .............................
7) É fumante? Sim ( ) Não ( ) Cigarro ( ) Charuto ( ) Cachimbo ( ) Há quanto tempo?
.......................
8) Usa fio ou fita dental? Sim ( ) Não ( )
9) Sua gengiva costuma sangrar? Sim ( ) Não ( )
10) Seus dentes são sensíveis à mudança de temperatura? Sim ( ) Não ( )
11) Seus dentes são sensíveis a alimentos doces? Sim ( ) Não ( )
12) Tem hábito de chupar os dedos? Sim ( ) Não ( )
13) Tem o hábito de roer unhas? Sim ( ) Não ( )
14) Tem o hábito de morder objetos? Sim ( ) Não ( )
15) Tem o hábito de ranger os dentes? Sim ( ) Não ( ) Durante o dia ( ) noite( )
16) Frequentemente morde a língua, lábios, bochechas? Sim ( ) Não ( )
17) Costuma respirar pela boca? Sim ( ) Não ( )
18) Tem hábito de tomar café ou refrigerante? Sim ( ) Não ( )
19) Costuma ter aftas frequentemente? Sim ( ) Não ( )
20) Tem herpes labial? Sim ( ) Não ( )
21) Já notou alguma mobilidade em seus dentes? Sim ( ) Não ( )
22) Notou alguma alteração de cor, tamanho ou forma? Sim ( ) Não ( )
Na língua ( ), na gengiva ( ), no lábio ( ) no palato ( ) nas bochechas ( )
114
Desde quando? ................................................
23) Notou alguma alteração no paladar? Sim ( ) Não ( )
Qual ? ................................ Desde quando? ...............................................
24) Notou alteração no volume de saliva:
(muita salivação, pouca ou quase nada de salivação)? Sim ( ) Não ( )
Qual ? ................................ Desde quando? ...........................................
25) Notou alguma alteração de cor ou forma dos dentes? Sim ( ) Não ( )
Qual ? ................................ Desde quando? .....................................
26) Realiza ou já realizou quimioterapia ou radioterapia? Sim ( ) Não ( )
Por que? ...........................................................................................................
27) Teve outras profissões? Sim ( ) Não ( )
Qual (is)? ............................... Por quanto tempo? ...........................................
Descreva as funções: .........................................................................................
28) Trabalha em turnos? ........................... Qual a jornada? ..............................
29) Está sob tratamento médico? Sim ( ) Não ( )
Qual tratamento? ................................... Qual médico? ...................................
31) Toma algum medicamento? Sim ( ) Não ( )
Qual/quais? ......................................................................................................
115
32) Toma anticoncepcional? Sim ( ) Não ( )
33) Já se submeteu a alguma cirurgia? Sim ( ) Não ( )
Qual/quais? ......................................................................................................
34) Já foi hospitalizado? Sim ( ) Não ( )
Por que? ............................................................................................................
35) Perdeu ou ganhou peso ultimamente? Sim ( ) Não ( )
Por que? ............................................................................................................
36) Pratica esportes ou exercícios físicos? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
Com que frequência? .......................................................................................
37) Está grávida? Sim ( ) Não ( ) Quantos meses? ................
38) Consome bebida alcoólica? Sim ( ) Não ( ) Qual? .................................
Com que frequência? ...................Desde quando? ...........................................
39) Consome drogas? Sim ( ) Não ( ) Qual? ...............................
Com qual frequência? ................. Desde quando? .............................................
B) ALERGIA
40) Já tomou ou toma (responda sim ou não, e insira o nome do medicamento
se usar)
116
Sim ( ) Não ( ) Medicamento: ................................................
Anticoagulantes? Sim ( ) Não ( ) ........................................................
Anticonvulsivantes? (Hidantoína) Sim ( ) Não ( ) .........................................
Tranquilizantes? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Anti-histamínico? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Analgésico? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
AAS? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Dipirona? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Antibiótico? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Penicilina? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Benzetacil? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Corticosteroide? Sim ( ) Não ( ) .......................................................
Sulfa Sim ( ) Não ( ) .......................................................
41) Teve reação a algum medicamento? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
42) Já se submeteu a anestesia dentária? Sim ( ) Não ( )
Teve alguma reação? Explique .........................................................................
43) Já se submeteu a anestesia geral? Sim ( ) Não ( )
117
Por que?............................................................................................................
44) Tem alergia a algum alimento? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
45) Tem alergia a algum cosmético? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
46) Já teve urticária? Sim ( ) Não ( )
47) Tem ou teve algum outro problema alérgico? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
C) DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
48) Tem ou teve pneumonia? Sim ( ) Não ( )
49) Tem ou teve sinusite? Sim ( ) Não ( )
50) Tem ou teve rinite? Sim ( ) Não ( )
51) Tem ou teve bronquite? Sim ( ) Não ( )
52) Tem ou teve asma? Sim ( ) Não ( )
53) Tem ou teve hemoptise? (escarrar sangue) Sim ( ) Não ( )
54) Tem ou teve pneumoconiose? Sim ( ) Não ( )
55) Tem ou teve enfisema pulmonar? Sim ( ) Não ( )
56) Tem ou teve outro problema respiratório? Sim ( ) Não ( )
118
Qual? ................................................................................................................
D) DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES
57) Possui alguma prótese cardíaca? Sim ( ) Não ( )
58) Usa marcapasso? Sim ( ) Não ( )
59) Sente palpitações? Sim ( ) Não ( )
60) Sente dores no peito? Sim ( ) Não ( )
61) Tem falta de ar/ cansaço a esforços leves? Sim ( ) Não ( )
62) Com quantos travesseiros você dorme? Sim ( ) Não ( )
63) É hipotenso? (Pressão baixa) Sim ( ) Não ( )
64) É hipertenso? (Pressão alta) Sim ( ) Não ( )
65) Sangra muito ao se cortar ou extrair dentes? Sim ( ) Não ( )
66) Tem varizes? Sim ( ) Não ( )
67) Já teve infarto? Sim ( ) Não ( )
68) Já sofreu AVC? (Acidente vásculo-cerebral/derrame) Sim ( ) Não ( )
Caso positivo, explique quando ocorreu (data do fato): .....................................
69) Costuma ter pés e pernas inchados? Sim ( ) Não ( )
70) Tem ou teve algum problema cardiovascular? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
119
E) DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS
71) Tem polifagia? (come demais) Sim ( ) Não ( )
72) Polidpsia? (muita sede) Sim ( ) Não ( )
73) É diabético? Sim ( ) Não ( )
74) Sua menstruação é regular? Sim ( ) Não ( )
75) Fez ou está fazendo reposição hormonal? Sim ( ) Não ( )
Quais medicamentos? .......................................................................................
76) Tem hipotireoidismo? Sim ( ) Não ( )
77) Tem hipertireoidismo? Sim ( ) Não ( )
78) Hiperparatireoidismo? Sim ( ) Não ( )
79) Está amamentando? Sim ( ) Não ( )
Qual a idade da criança? ...................................................................................
80) Tem ou teve algum outro problema endócrino? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
F) DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS
81) Tem gastrite? Sim ( ) Não ( )
82) Tem úlcera? Sim ( ) Não ( )
83) tem dores muito fortes no estômago? Sim ( ) Não ( )
120
Como ocorre? ....................................................................................................
84) Já vomitou sangue? Sim ( ) Não ( )
85) Tem/ teve algum problema gastrointestinal? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
G) DOENÇAS NEUROLÓGICOS
86) Tem desmaios frequentes? Sim ( ) Não ( )
87) Tem cefaleias (dores de cabeça) frequentes? Sim ( ) Não ( )
88) Tem nevralgia na face? Sim ( ) Não ( )
89) Tem convulsões? Sim ( ) Não ( )
90) É epilético? Sim ( ) Não ( )
91) Já fez tratamento psiquiátrico? Sim ( ) Não ( )
Quando? ............................................... Por que? ............................................
92) Está estressado? Sim ( ) Não ( )
93) Tem/ teve algum problema neurológico? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
H) DISTÚRBIOS RENAIS
94) Tem ou teve nefrite? Sim ( ) Não ( )
95) Tem insuficiência renal? Sim ( ) Não ( )
121
Faz hemodiálise? Sim ( ) Não ( )
96) Tem poliúria? (urinar grandes volumes) Sim ( ) Não ( )
97) Tem polaciúria? (urinar muitas vezes) Sim ( ) Não ( )
98) Tem disúria? (dor ao urinar) Sim ( ) Não ( )
99) Tem cistite? Sim ( ) Não ( )
100) Tem ou teve algum outro problema renal? Sim ( ) Não ( )
Qual? ................................................................................................................
I) DISTÚRBIOS SANGUÍNEOS
101) Tem anemia? Sim ( ) Não ( )
102) Tem leucemia? Sim ( ) Não ( )
103) Tem hemofilia? Sim ( ) Não ( )
104) Já realizou transfusões de sangue? Sim ( ) Não ( )
Por que?..........................................................................................................
105) Já teve hemorragia? Sim ( ) Não ( )
Em que região? .......................... Por que? ....................................................
106) Tem/ teve algum problema sanguíneo? Sim ( ) Não ( )
Qual? ..............................................................................................................
122
J) DISTÚRBIOS DAS ARTICULAÇÕES/OSSOS
107) Já fraturou algum osso? Sim ( ) Não ( )
De qual região? ...............................................................................................
108) Já sofreu politrauma de face? Sim ( ) Não ( )
109) Tem artrite? Sim ( ) Não ( )
110) Tem artrose? Sim ( ) Não ( )
111) Tem reumatismo? Sim ( ) Não ( )
112) Tem febre reumática? Sim ( ) Não ( )
113) Sofre de osteoporose? Sim ( ) Não ( )
114) Teve algum problema de calcificação de ossos? Sim ( ) Não ( )
115) Tem/ teve algum problema nas articulações e ossos? Sim ( ) Não ( )
Qual? ..............................................................................................................
K) DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
116) Tem alguma doença sexualmente transmissível? Sim ( ) Não ( )
Qual? ..............................................................................................................
117) Tem ou teve blenorragia? (gonorreia) Sim ( ) Não ( )
118) Tem ou teve sífilis? Sim ( ) Não ( )
119) Tem AIDS? Sim ( ) Não ( )
123
120) Tem ou teve hepatite? Sim ( ) Não ( ) Tipo? ...........
121) Tem ou teve tuberculose? Sim ( ) Não ( )
122) Tem ou teve alguma doença infantil? Sim ( ) Não ( )
Quais? .............................................................................................................
123) Tem ou teve alguma outra doença transmissíveis? Sim ( ) Não ( )
Qual? ..............................................................................................................
L) DISTÚRBIOS OFTÁLMICOS
124) Tem glaucoma? Sim ( ) Não ( ) Faz tratamento? ......................
125) Tem algum outro problema ocular? Sim ( ) Não ( )
Qual? ..............................................................................................................
M) DISTÚRBIOS HEPÁTICOS
126) Tem cirrose? Sim ( ) Não ( )
127) Tem ou teve algum outro problema hepático? Sim ( ) Não ( )
Qual? ..............................................................................................................
N) DISTÚRBIOS SALIVARES
128) Tem salivação abundante? Sim ( ) Não ( )
129) Tem xerostomia? (pouca/ausência de saliva) Sim ( ) Não ( )
130) Tem cálculo salivar (pedrinhas na salivação)? Sim ( ) Não ( )
124
O) DISTÚRBIOS NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
131) Range os dentes à noite? Sim ( ) Não ( )
132) Mastiga de um lado só, ao se alimentar? Sim ( ) Não ( )
Por que e desde quando? ...............................................................................
133) Sente dor na região próxima aos ouvidos? Sim ( ) Não ( )
134) Quando abre ou fecha a boca ouve algum estalido? Sim ( ) Não ( )
135) Sente dores no ouvido, cabeça, face, nuca, pescoço? Sim ( ) Não ( )
136) Tem dificuldade em abrir a boca? Sim ( ) Não ( )
137) Ao acordar, doem músculos da face e/ou dentes? Sim ( ) Não ( )
P) ANTECEDENTES FAMILIARES
138) Tem alguém doente na família? Sim ( ) Não ( )
Qual a moléstia? .............................................................................................
139) Houve algum falecimento recente na família? Sim ( ) Não ( )
Qual o motivo? ...............................................................................................
140) Em sua família existe ou existiu algum caso de:
- câncer? Sim ( ) Não ( )
- diabetes? Sim ( ) Não ( )
- infarto? Sim ( ) Não ( )
125
- hipertensão? Sim ( ) Não ( )
- problemas renais? Sim ( ) Não ( )
- obesidade? Sim ( ) Não ( )
141) Tem/ teve algum outro problema de saúde não mencionado neste
questionário?
Sim ( ) Não ( ) Qual? ............................... Quando? ....................................
Declaro que os dados, inclusive cadastrais, por mim mencionados são verdadeiros.
Comprometo-me a informar qualquer alteração no meu quadro
de saúde atual.
_________________, _____ de _______________ de 2015.
______________________________________________
Assinatura do trabalhador ou responsável legal
EXAME CLÍNICO A SER REALIZADO PELO CIRURGIÃO-DENTISTA
ASPECTO GERAL DO TRABALHADOR
1) INSPEÇÃO LOCO-REGIONAL (extraoral)
Erupções - ........................................................................................................
Nódulos - .........................................................................................................
Musculatura - ...................................................................................................
126
Manchas - ........................................................................................................
Cadeia ganglionar - ..........................................................................................
Cicatrizes - ........................................................................................................
Assimetria face e pescoço - ..............................................................................
Exoftalmia - .....................................................................................................
Glândulas salivares - ........................................................................................
Outros - .............................................................................................................
2) INSPEÇÃO BUCO-DENTÁRIA (intraoral)
Lábios - ............................................................................................................
Bochechas - .....................................................................................................
Espaço retromolar - ..........................................................................................
Língua - ...........................................................................................................
Base da língua - ...............................................................................................
Assoalho bucal - ..............................................................................................
Palato - ............................................................................................................
Amígdalas - .....................................................................................................
Limite orofaríngeo - .......................................................................................
Dentes ausentes - ............................................................................................
127
Dentes supra numerários - ..............................................................................
Dentes retidos - ..............................................................................................
Dentes com anomalias de cor - ........................................................................
Dentes com anomalias de forma - ...................................................................
Diastema - ......................................................................................................
Freios/bridas - .................................................................................................
Atrição/abrasão/erosão - ................................................................................
Hipoplasia de esmalte - ..................................................................................
Manchas - .......................................................................................................
Induto - ...........................................................................................................
Cálculo/tártaro - .............................................................................................
Retração gengival - .........................................................................................
Gengivas - .......................................................................................................
Mobilidade dental - ........................................................................................
Oclusão - .........................................................................................................
Anormalidade na fala - ...................................................................................
Higiene oral - ..................................................................................................
Fluxo salivar - ..................................................................................................
128
Outros - ...........................................................................................................
3) RADIOGRAFIAS
Trabalhador trouxe radiografias? Sim ( ) Não ( )
Quais? ..............................................................................................................
Trouxe modelos? Sim ( ) Não ( )
Quais? ..............................................................................................................
EXAME DENTAL – DESCRIÇÃO DENTE-A-DENTE
Data:_____/_____/_________
18....................................................................................................................
17....................................................................................................................
16....................................................................................................................
15....................................................................................................................
14....................................................................................................................
13....................................................................................................................
12....................................................................................................................
11 ...................................................................................................................
21....................................................................................................................
22....................................................................................................................
129
23....................................................................................................................
24....................................................................................................................
25....................................................................................................................
26....................................................................................................................
27....................................................................................................................
28....................................................................................................................
38....................................................................................................................
37....................................................................................................................
36....................................................................................................................
35...................................................................................................................
34....................................................................................................................
33....................................................................................................................
32....................................................................................................................
31....................................................................................................................
41....................................................................................................................
42....................................................................................................................
43....................................................................................................................
44....................................................................................................................
130
45....................................................................................................................
46....................................................................................................................
47....................................................................................................................
48....................................................................................................................
OBSERVAÇÕES: (anotações do Cirurgião-Dentista)
..........................................................................................................................
..........................................................................................................................
_________________, _____ de _______________ de 20___
_______________________________________________
Assinatura do Cirurgião Dentista
Fonte: Adaptado do CFO, 2004. Costa S. S.; Silva A. M. Rev. Bras. Med. Trab. 2014; 12.
131
ANEXO C
COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/CSPR
SERVIÇO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR/ SESST
ATESTADO ODONTOLÓGICO OCUPACIONAL
Atesto, para fins de comprovação, junto a CNEN/IEN, que o Sr(a)......................................,
matr. .............., esteve nesta data neste Serviço de Saúde do Trabalhador, tendo se submetido
a exame odontológico, que permite atestar ser o (a) mesmo (a) portador (a) de condições
buco-dentais satisfatórias ao desempenho de suas atividades laborativas.
Rio de Janeiro, .....de.....................de 2015
José Antônio dos Santos Martins
CRO-RJ 8234
Odontologia do trabalho
Matricula: 044073
132
ANEXO D
Exames clínicos solocitados pelo SESMT do IEN
EXAME PÚBLICO ALVO PERIODICIDADE
Avaliação clínica Todos Anual
Hemograma completo Todos Semestral
Glicemia jejum Todos Anual
Colesterol total e frações Todos Anual
Triglicerídeos Todos Anual
TGO, TGP, GGT Todos Anual
Fosfatase alcalina Todos Anual
Proteinas totais e frações Todos Anual
Bilirrubinas totais e
frações
Todos Anual
Uréia, creatinina, ácido
úrico
Todos Anual
PSA total e PSA livre Homens com mais de 40
anos
Anual
TSH Todos Anual
US de tireóide Todos que trabalham
com Iodo e Fluor
Anual
T3 e T4 livre Todos que trabalham
com Iodo e Fluor
Anual
Cálcio sérico Todos que trabalham
com Iodo e Fluor
Anual
Dosagem de chumbo no
sangue
Servidores que
manipulam chumbo
Anual
EAS Todos Anual
Dosagem de fluoretos,
mercúrio e cádmio na
urina
Servidores que
manipulam fluoretos,
mercúrio e cámio
Anual
Parasitológico Todos Anual
Pesquisa de sangue
oculto nas fezes (Método
imunocromatográfico)
Todos com mais de 50
anos
Anual
133
EXAME PÚBLICO ALVO PERIODICIDADE
US de mamas Mulheres com menos de
50 anos
Anual
Mamografia de alta
resolução
Mulheres com mais de
50 anos
Anual
Citologia oncótica Todas as mulheres Anual
Oftalmológico Servidores com 45 anos
ou mais; servidores que
manipulam: material
radioativo, equipamentos
geradores de radiação
ionizantes ou LASER.
Anual
ECG Todos Anual
Audiometria tonal e
vocal
Servidores que
manipulam material
radioativo ou
equipamentos geradores
de radiação ionizante;
todos os expostos a
ruídos acima dos limites
da tolerância
especificados em Lei e
operadores de reator
Anual
EEG de vigília Operadores de reator Anual
RX de tórax (PA e perfil) Servidores lotados no
Prédio da DICH
Bianual
Outros exames
específicos para
determinados agentes
nocivos ou riscos
específicos, assim como
pareceres de especialistas
médicos
A critério médico A critério médico
134
ANEXO E
135
APÊNDICES
APÊNDICE A
Questionário da pesquisa
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Prezado colega, venho através deste e-mail solicitar a sua colaboração para a avaliação
da importância do prontuário odontológico que é referenciado pelo Conselho Federal de
Odontologia CFO, e a sua utilidade nas aplicação nos exames periódicos odontológicos
realizados no Instituto de Engenharia Nuclear IEN e para os serviços de Odontologia do
trabalho. As perguntas estão resumidas aos títulos para que o seu tempo nas respostas
não seja demasiado longo.
O prontuário odontológico completo encontra-se no site do CFO (http://cfo.org.br/wp-
content/uploads/2009/10/prontuario_2004.pdf).
Título da pesquisa: Contribuição dos Exames Periódicos Odontológicos na Manutenção da
Saúde dos Servidores do Instituto de Engenharia Nuclear – IEN.
Curso: Mestrado Profissional em Sistema de Gestão – área de concentração: Sistema de Gestão
da Segurança do Trabalho.
Pesquisador responsável: José Antônio dos Santos Martins
Registro geral e profissional do pesquisador responsável: MAER - 151.081, CRORJ 8.234.
Orientadora da pesquisa: Mirian Picinini Mexas D.Sc
Instituição de ensino/Departamento: Universidade Federal Fluminense – Centro Tecnológico
– Escola de Engenharia – Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios & Meio Ambiente
(LATEC).
Telefone da Instituição de Ensino: 21-26295615
136
Web site da instituição de ensino: http://latec.com.br/
Endereço eletrônico do pesquisador: [email protected]
Telefones do pesquisador responsável: 21-21733723 | 21-999075000
Objetivo: essa pesquisa é parte integrante na elaboração de uma dissertação de mestrado. O
objetivo dessa pesquisa é avaliar a percepção do entrevistado em relação à importância do
prontuário odontológico do CFO utilizado nos exames periódicos odontológicos dos servidores
do IEN para identificação de patologias que possam estar relacionadas ao trabalho e que
também são de extrema importância para a realização com segurança dos tratamentos
odontológicos nos servidores do IEN.
Procedimento: sua participação nessa pesquisa consistirá apenas em responder às perguntas da
entrevista, que constam do anexo deste termo.
Riscos: essa pesquisa não lhe causará qualquer prejuízo financeiro ou constrangimento moral
e em nenhum momento sob quaisquer circunstâncias você não terá sua identificação e e-mail
revelado.
Benefício: essa pesquisa trará maior conhecimento sobre o termo abordado, contribuindo para
a manutenção da saúde dos trabalhadores, beneficiando a Odontologia do trabalho, os
especialistas que atuam nessa área e a comunidade científica.
137
Eu, (nome do entrevistado), li e/ou ouvi o esclarecimento acima e compreendi para que serve o
estudo e qual procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi esclarece os
objetivos, procedimentos, riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para retirar o
meu consentimento a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que meu nome não
será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo. Eu
concordo voluntariamente em participar desse estudo, assinando esse consentimento em 02
vias.
Rio de Janeiro,
1- PERFIL DO RESPONDENTE
1.1 Nome do profissional:
1.2 Registro profissional do entrevistado:
1.3 Especialidade do entrevistado: ( ) Odontologia do trabalho ( ) Odontologia em saúde
coletiva ( ) Outras
1.4 Anos de experiência profissional: ( ) 1 a 3 anos ( ) 3 a 10 anos ( ) Acima de 10 anos
1.5 Exerce a especialidade de Odontologia do trabalho: Sim ( ) Não ( )
1.6 Se exerce, há quantos anos:
1.7 Utiliza o prontuário do CFO nos exames periódicos odontológicos: Sim( ) Não ( )
1.8 Se utiliza, foi possível realizar um trabalho preventivo das doenças bucais em relação a
ocupação do trabalhador? Sim ( ) Não ( )
1.9 Em relação ao absenteísmo o exame periódico odontológico contribui para a sua redução?
Sim ( ) Não ( )
1.10 Endereço eletrônico do entrevistado:
138
1.11 Telefone do entrevistado:
Por favor, responda as questões abaixo, levando em conta as seguintes escalas de avaliação:
2- Investigações clínicas:
2.1 Em relação às Alergias informadas no exame periódico odontológico qual a sua
avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO na letra B-
questões 40 à 47?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.2 Em relação às Doenças respiratórias informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO
na letra C- questões 48 à 56?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.3 Em relação às Doenças cardiovasculares informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra D- questões 57 à 70?
139
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.4 Em relação às Doenças endócrinas informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO
na letra E- questões 71 à 80?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.5 Em relação às Doenças gastrointestinais informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra F- questoões 81 à 85?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.6 Em relação aos Doenças neurológicas informados no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO
na letra G- questões 86 à 93?
140
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.7 Em relação às Doenças renais informadas no exame periódico odontológico qual a
sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO na letra
H- questões 94 à 100?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.8 Em relação às Doenças hematológicas informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO
na letra I- questões 101 à 106?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.9 Em relação às Doenças articulares/ósseas informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra J- questões 107 à 115?
141
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.10 Em relação às Doenças transmissíveis informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra K- questões 116 à 123?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.11 Em relação às Doenças oftalmológicas informadas no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra L- questões 124 e 125?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.12 Em relação às Doenças hepáticas informadas no exame periódico odontológico
qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no protocolo do CFO
na letra M- questões 126 e 127?
142
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.13 Em relação aos Distúrbios das glândulas salivares informados no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra N- questões 128 à 130?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
2.14 Em relação aos Distúrbios temporomandibulares informados no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados que são referenciados no
protocolo do CFO na letra O- questões 131 à 137?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
3- Antecedentes familiares
3.1 Em relação aos Antecedentes familiares (doenças encontradas na família)
informados no exame periódico odontológico qual a sua avaliação sobre esses dados coletados
que são referenciados no protocolo do CFO na letra P- questões 128 à 140?
143
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
4- Exame clínico
4.1 Em relação ao Exame clínico odontológico realizado no exame periódico qual a sua
avaliação sobre esses dados coletados?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância
5- Exame radiológico
5.1 Em relação a realização do Exame radiológico odontológico no exame periódico
odontológico qual a sua avaliação sobre essa informação para a conclusão dos diagnósticos?
Quanto ao Grau de Importância
5
Muito Alta
4
Alta
3
Média
2
Baixa
1
Sem
Importância