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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE TURISMO E HOTELARIA DEPARTAMENTO DE TURISMO PAMELA NATIVIDADE DOS SANTOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DE NITERÓI: PALCOS PARA CERIMÔNIAS DE CASAMENTO NITERÓI 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ......o número de casamentos cresceu 4,5% em 2010 e naquele ano foram realizados cerca de 977.620 casamentos. O setor de casamentos está

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE TURISMO E HOTELARIA

DEPARTAMENTO DE TURISMO

PAMELA NATIVIDADE DOS SANTOS

ATRATIVOS TURÍSTICOS DE NITERÓI: PALCOS PARA CERIMÔNIAS DE

CASAMENTO

NITERÓI

2016

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PAMELA NATIVIDADE DOS SANTOS

ATRATIVOS TURÍSTICOS DE NITERÓI: PALCOS PARA CERIMÔNIAS DE

CASAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial a obtenção do título em Bacharel em Turismo.

Orientador(a): Profa. Dra. Telma Lasmar Gonçalves

NITERÓI

2016

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ATRATIVOS TURÍSTICOS DE NITERÓI: PALCOS PARA CERIMÔNIAS DE

CASAMENTO

Por

PAMELA NATIVIDADE DOS SANTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial a obtenção do título em Bacharel em Turismo.

BANCA EXAMINADORA

........................................................ Profa. Dra. Telma Lasmar Gonçalves, Orientadora - UFF

........................................................ Membro Convidado

Profa. Paola Bastos Lohmann - UFF

........................................................

Membro do Departamento de Turismo da UFF

Profa. Fátima Priscila Morela Edra

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À minha família, por todo amor e

carinho.

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Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

(Maurício Amormino Júnior, CRB6/2422)

Santos, Pamela Natividade dos.

S237a Atrativos turísticos de Niterói: palcos para cerimônias de casamento /

Pamela Natividade dos Santos. – Niterói, 2016.

108 f.

Orientadora: Telma Lasmar Gonçalves.

Monografia (Bacharel em Turismo) – Universidade Federal Fluminense.

1. Cerimônias de casamento. 2. Eventos. 3. Turismo – Niterói (RJ).

I.Gonçalves, Telma Lasmar. II. Universidade Federal Fluminense. III. Título.

CDU: 918.15305

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por todas as minhas conquistas e

realizações.

Agradeço à minha família: minha mãe Jane Natividade, por sempre

acreditar no meu potencial, à minha tia Dayse Monassa e meu irmão Gabriel

Natividade. Agradeço também aos meus avós Iro e Maria Auxiliadora, minha

madrinha Ana Paula Rodrigo que sempre foi muito atenciosa comigo e a todos os

meus tios(as) e primos(as).

Agradeço à minha orientadora Telma Lasmar Gonçalves por seu

maravilhoso trabalho e profissionalismo e a todo corpo docente da Faculdade de

Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense.

Agradeço também ao meu namorado Léo Matheus e minhas amigas Daiane

Oliveira, Laísa Fabricante, Larissa Merecci e Vanessa Jannuzzi, por todo apoio e

incentivo.

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“A única maneira de fazer um ótimo

trabalho é amando aquilo que se faz”.

Steve Jobs

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RESUMO

O setor de eventos é relevante para a dinamização do turismo na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Estudar as cerimônias de casamento - um ritual presente em diversas culturas e com características próprias - e as estratégias de marketing adotadas pelas empresas de eventos para captá-los e realizá-los em importantes atrativos turísticos da cidade, merece a atenção dos pesquisadores no campo do turismo. Baseados neste contexto, foram estudados os espaços destinados a eventos sociais da Fortaleza de Santa Cruz da Barra - Zéfiro Eventos e do Museu de Arte Contemporânea de Niterói - Bistrô MAC. A análise enfatiza a interação entre as cerimônias de casamento e como estas contribuem para a demanda turística da cidade. As respostas obtidas por meio das entrevistas com os gestores das empresas de eventos corroboraram a questão central deste trabalho.

Palavras-chave: Eventos. Turismo. Cerimônias de Casamento. Niterói.

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ABSTRACT

The area of events is relevant for the dinamics of tourism in the city of Niterói, located in the state of Rio de Janeiro. Studying the wedding ceremonies -a ritual that is present in several cultures with its own characteristics- and the marketing strategies adopted by the companies of the events in order to capture and achieve them in important touristic attractions of the city, deserves the attention of the researchers in the tourism field. Based on this context, the spaces destined to social events of the Fortaleza de Santa Cruz da Barra - Zéfiro Eventos and the Museu de Arte Contemporânea from Niterói - Bistrô MAC, were studied. The analysis emphasizes the interaction between the wedding ceremonies and how they contribute to the touristic demand of the city. The answers that were obtained through the interview with the gestures of the companies of the events corraborate the main question of this final assignment.

Key words: Events. Tourism. Wedding Ceremonies. Niterói.

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Cerimônia de Casamento Católico.............................................................................50

Cerimônia de Casamento Evangélico........................................................................56

Cerimônia de Casamento Judaico.............................................................................60

Cerimônia de Casamento Indiano..............................................................................67

Cerimônia de Casamento Homoafetivo......................................................................73

Mapa da Cidade de Niterói.........................................................................................77

Entrevista com a Srª. Izabel de Oliveira Condeixa – Empresa Malagueta Bebel

Condeixa....................................................................................................................80

Entrevista com a Srª. Maria Auxiliadora – Empresa Maria Auxiliadora de

Vasconcelos Araújo ME.............................................................................................82

Entrevista com a Srª.Maria Amélia – Empresa Marias & Amélias Buffet...................84

Entrevista com a Srª.Beatriz Pimentel – Empresa Santa Cruz da Barra – Restaurante

Limitado......................................................................................................................86

Entrevista com a Srª. Elisa de Alcântara Soares – Empresa C2FM BISTRÔ –

Restaurante Limitado.................................................................................................87

Casamento na Fortaleza de Santa Cruz da Barra.....................................................92

Casamento no Bistrô MAC de Niterói.........................................................................93

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................13

1 OS EVENTOS E SEUS SEGMENTOS..................................................................17

1.1 PROCESSO HISTÓRICO DOS EVENTOS.........................................................18

1.2 O SEGMENTO DE EVENTOS COMO ATIVIDADE ECONÔMICA RENTÁVEL

PARA O TURISMO....................................................................................................21

1.3 EVENTOS COMO EFEITO MULTIPLICADOR DO TURISMO............................21

1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE EVENTOS....................................................22

2 PERCURSO HISTÓRICO DA TRAJETÓRIA DA MULHER................................25

2.1 TRAJETÓRIA DA MULHER ATÉ O RENASCIMENTO.......................................26

2.2 ATUAÇÃO DA MULHER NA SOCIEDADE – CONTRIBUIÇÕES NA PRIMEIRA E

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL................................................................................28

2.3 PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO........................31

2.4 INSERÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA BRASILEIRA DO SÉCULO XX AO

XXI..............................................................................................................................33

3 O CASAMENTO E SUAS CERIMÔNIAS..............................................................35

3.1 PROCESSO HISTÓRICO DO CASAMENTO NO BRASIL..................................36

3.2 O RITUAL CATÓLICO..........................................................................................39

3.2.1 Processo histórico do casamento católico na sociedade...........................40

3.2.2 O casamento católico no Brasil do século XIX ao XXI................................46

3.2.3 Cerimônia de casamento católico.................................................................48

3.3 O RITUAL EVANGÉLICO.....................................................................................50

3.3.1 Cerimônia de casamento evangélico............................................................54

3.4 O RITUAL JUDAICO............................................................................................56

3.4.1 Cerimônia de casamento judaico..................................................................58

3.5 O RITUAL INDIANO.............................................................................................61

3.5.1 Participação da mulher na sociedade indiana e o dote...............................62

3.5.2 Cerimônia de casamento Brâmane................................................................63

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3.5.3 Casamento indiano no Brasil........................................................................66

3.6 CASAMENTO HOMOAFETIVO...........................................................................67

3.6.1 Conversão da união estável em casamento civil

homoafetivo…………………………………………………..........................................70

3.6.2 Cerimônia de casamento homoafetivo..........................................................71

4 O EVENTO DE CASAMENTOS EM ATRATIVOS TURÍSTICOS.........................74

4.1 ATRATIVOS TURÍSTICOS DE NITERÓI: MUSEU DE ARTE

CONTEMPORÂNEA E FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA

BARRA.......................................................................................................................74

4.2 ENTREVISTAS.....................................................................................................78

4.2.1 Entrevista com a Srª. Izabel de Oliveira Condeixa – Empresa Malagueta Bebel

Condeixa....................................................................................................................78

4.2.2 Entrevista com a Srª. Maria Auxiliadora – Empresa Maria Auxiliadora de

Vasconcelos Araújo ME.............................................................................................80

4.2.3 Entrevista com a Srª.Maria Amélia – Empresa Marias & Amélias

Buffet..........................................................................................................................82

4.3 ENTREVISTA COM OS ADMINISTRADORES...................................................84

4.3.1Entrevista com a Srª.Beatriz Pimentel – Empresa Santa Cruz da Barra –

Restaurante Limitado.................................................................................................84

4.3.2 Entrevista com a Srª. Elisa de Alcântara Soares – Empresa C2FM BISTRÔ –

Restaurante Limitado.................................................................................................86

4.4 MARKETING COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA AS EMPRESAS DE

CASAMENTO.............................................................................................................87

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS............................................................................93

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................95

REFERÊNCIAS..........................................................................................................98

ANEXOS..................................................................................................................107

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INTRODUÇÃO

O setor de eventos é amplo e voltado para diferentes temas. Por meio de

métodos e recursos, as empresas procuram ampliá-lo, focando na criatividade,

inovação e qualidade. A autora Carmem Zitta, em seu livro Organização de Eventos

– Da ideia à realidade: “Todo evento parte de uma “fantasia”, inicialmente,

chegando-se à idealização na implementação das ideias e projetos [...]” (2013, s.p).

Com base nessa citação, entende-se que a elaboração de um evento consiste em

um conjunto de ideias inovadoras e diferenciais de uma empresa, a fim de atender

as expectativas, os desejos e as necessidades dos clientes.

O segmento de eventos abordado neste trabalho será a cerimônia de

casamento. Essa área vem se aprimorando e se personalizando com o decorrer do

tempo e ainda, expandindo sua participação no mercado. Com uma longa trajetória

histórica, a cerimônia de casamento vem sendo realizada em diversas regiões do

mundo, com suas variadas características e formas de celebração. “O casamento é

um evento que precisa de um planejamento bem estruturado e bastante

organização” (SILVA; SANTANA; 2012, p. 104).

O norteamento deste trabalho é a busca de resposta à questão problema: “De

que modo uma empresa que realiza o ritual de casamento, pode contribuir para a

divulgação dos atrativos turísticos em Niterói?”. Para respondê-la, o trabalho foi

estruturado em capítulos que buscam responder aos objetivos propostos.

O objetivo geral deste trabalho é apresentar dois atrativos turísticos da cidade

de Niterói – Museu de Arte Contemporânea e Fortaleza de Santa Cruz da Barra -

relacionando as cerimônias de casamento promovidas por empresas privadas e sua

possível contribuição para a divulgação destes atrativos. O trabalho possui

relevância devido ao potencial na melhora do gerenciamento dos atrativos turísticos,

demonstrando os impactos sociais e econômicos proporcionados pela realização

das cerimônias de casamento e sua influência no fluxo turístico da região. A

justificativa da autora para a escolha do tema deve-se à experiência adquirida por

atuar em uma das empresas responsáveis pelo planejamento e organização de

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cerimoniais, o interesse pela área de casamento e seus estudos no curso de

Turismo.

Enquanto os objetivos específicos são: analisar a área de eventos com ênfase

no setor de casamento; descrever os principais atrativos turísticos da cidade de

Niterói, que servem de locação para cerimônias e festas de casamento; articular a

relação entre as empresas de casamento de Niterói e o trade turístico local.

O estudo teórico do trabalho baseou-se em livros, artigos e monografias com

temas semelhantes aos temas presentes neste trabalho. Destacam-se os autores:

Oliveira (2015); Matias (2001); Montes e Coriolano (2005); Lemos (2005); Britto e

Fontes (2002) que foram citados para infirmar questões sobre eventos, seu processo

histórico e a relação com o turismo.

Os autores Torres (2001); Oliveira (2009); Moura (2008); Lima e Roberto

(2010); Callado (2012), contribuíram para a realização da trajetória histórica

feminina, desde a família patriarcal à conjugal moderna, sendo fatores consequentes

para mudanças dos hábitos do casamento.

Para a descrição das cinco cerimônias de casamento e suas diversas

características, os principais autores foram: Arruda (2006); Kemp (1984); Godim e

Godim (2012); Oliveira e Katiuscia (2012); Gupta (1972); Makenzie (1831); Roccio

(2013) e o site “Casamento Civil’ (2000).

Os autores Oliveira (2009); Ferreira (2010; 2016) e o site NELTUR,

contribuíram para a descrição dos atrativos MAC de Niterói e Fortaleza de Santa

Cruz da Barra, localizados no município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro.

A cartilha emitida pelo Ministério do Turismo (2015) e Oliveira (2015),

possibilitaram a visão mais abrangente sobre o planejamento e organização de uma

cerimônia de casamento, na tentativa de atrair maior demanda turística em um

determinado território.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que

o número de casamentos cresceu 4,5% em 2010 e naquele ano foram realizados

cerca de 977.620 casamentos. O setor de casamentos está em constante mudança

e crescimento, as festas estão cada vez mais elaboradas e variadas. Hoje em dia,

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os noivos estão buscando originalidade de acordo com seus padrões sociais e as

empresas particulares devem apresentar um alto grau de diferenciação no setor.

Com esse intuito, a cerimônia deve ser criteriosamente elaborada, visto que

demanda inúmeros detalhes.

Com o conceito da Administração o projeto de organizar um evento como um casamento deve ser analisado com base num estudo de mercado, as oportunidades e potencialidades, planejado de acordo com a necessidade do cliente, implementado à proporção que ocorrer algumas intempéries ou novos desejos dos clientes, e controlado até o momento final para não haver falhas ou imprevistos capazes de arruinar um “sonho” (SILVA; SANTANA; 2012, p.112).

Pode-se relacionar a cerimônia de casamento com o Turismo devido ao seu

potencial de atratividade. Quando bem estruturadas, as comemorações que ocorrem

em um atrativo turístico de uma determinada região, ajudam a promover e divulgá-lo,

contribuindo para o aumento da demanda turística.

É possível entender que o turismo envolve diversas atividades ocorrentes em

um determinado território. Os planejadores e operadores do turismo procuram

desenvolver planos e projetos para a promoção, divulgação, expansão do território,

que logo passa a ser denominado “destino turístico”. O “destino turístico se pode

associar a qualquer unidade territorial que tenha vocação de planejamento e possa

dispor de certa capacidade administrativa para desenvolvê-la.” (GIMÉNEZ; 2006, p.

9), a fim de atrair turistas de diversas regiões e otimizar os próprios moradores.

Este trabalho analisa a relação entre as empresas de casamento em Niterói e

a divulgação dos atrativos turísticos da cidade, acima citados e é divido em 4

capítulos: O primeiro capítulo apresenta uma breve descrição do setor de eventos.

Apresenta o setor de eventos como uma atividade econômica e multiplicador para o

turismo e suas tipologias, dando enfoque ao setor de casamentos. O segundo

capítulo traça um delineamento histórico do papel da mulher na sociedade desde a

Antiguidade até os tempos atuais, ao ser inserida no mercado de trabalho. No

terceiro capítulo são descritas as cerimônias de casamento no Brasil e no mundo,

com ênfase em cinco cerimônias de casamento, realizadas por diferentes religiões:

católica, evangélica, judaica e indiana e, ainda, discorre sobre o casamento

homoafetivo. O quarto apresenta dois atrativos turísticos da cidade de Niterói e as

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entrevistas realizadas com as proprietárias das empresas privadas “Dorinha Araújo”,

“Malagueta Bebel Condeixa”, “Marias & Amélias Buffet” e os administradores dos

atrativos turísticos no Bistrô MAC, a Srª. Maria Elisa de Alcântara Soares e no Zéfiro

Eventos, localizado na Fortaleza de Santa Cruz da Barra, a Srª. Beatriz Pimentel.

Descreve também as estratégias de marketing adotadas por empresas de

casamento com a finalidade de promoverem seus serviços e os atrativos turísticos.

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1 OS EVENTOS E SEUS SEGMENTOS

O presente capítulo deste trabalho apresenta a definição de “Eventos” e o seu

processo histórico na sociedade. Correlaciona o setor de eventos como uma

ferramenta multiplicadora e rentável para o turismo. Apresenta a classificação e

tipologia dos eventos, fazendo uma breve descrição da cerimônia de cunho religioso,

denominado “cerimônia de casamento”.

“Eventos” é o termo utilizado na sociedade para a promoção e comemoração

de acontecimentos. É a concretização e apresentação de um projeto, que pode ser

realizado por empresas, escolas e outras entidades.

Para Zanella (2004) a palavra “Eventos” representa uma concentração ou

reunião formal e solene de pessoas e/ou entidades, que ocorre em uma determinada

data e local específico. Para a autora, o objetivo do evento é de celebrar

acontecimentos importantes e significativos, assim como, de estabelecer contatos de

natureza comercial, cultural, social, entre outros.

Os eventos também procuram promover a sociabilização e a troca de

informações, através de seus participantes. Possibilitando o desenvolvimento de

novas ideias e o fortalecimento das relações interpessoais.

Giacaglia (2004 apud OLIVEIRA; 2015, p. 34) cita que os eventos fazem parte

da sociedade, promovendo sensações e experiências inesquecíveis para todos. Sua

principal finalidade é proporcionar uma ocasião extraordinária para os participantes,

adjacente ao tema principal do evento e sua justificativa de realização

É possível afirmar que os eventos não apenas geram ocasiões inesquecíveis,

eles também possibilitam a gestão da indústria do turismo, entretenimento e lazer,

marketing, hospitalidade, entre outros.

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1.1 PROCESSO HISTÓRICO DOS EVENTOS

É necessário o delineamento de uma trajetória histórica na tentativa de

esclarecer o surgimento dos eventos, que estão presentes até o século XXI.

Acredita-se, que os eventos tenham sido realizados desde a Antiguidade. Na Bíblia

Sagrada, o livro de João 2.1:2 descrevia que Jesus e seus discípulos tinham sido

convidados para uma cerimônia de casamento1.

Matias (2001, p. 3) cita que desde a civilização antiga, são encontrados os

primeiros registros do deslocamento de pessoas em uma localidade para a outra.

Tais registros, que posteriormente deram origem ao conceito de Turismo, foram

considerados como “Turismo de Eventos”. Para o autor, o primeiro “Turismo de

Eventos” existente ocorreu na Grécia Antiga, com os Jogos Olímpicos em 776 a.C.

Durantez, (1979 apud MACHADO; 2012, p. 53) descreve que a princípio, os

Jogos Olímpicos seriam organizados a cada 8 anos, quando o calendário lunar

coincidia com o solar. Todavia, os organizadores acreditavam que por ser um

intervalo muito grande de tempo, os jogos perderiam seu valor. “Foi instituído quatro

anos de intervalo entre um evento e outro, que em suas 13 primeiras edições

consistia apenas da corrida do stádion (um estádio equivalia a 300 pés de

Héracles)”. Esse evento foi tão impactante e revolucionário para a sociedade, que

logo, outras cidades gregas passaram a adotá-lo.

Matias (2001) relata que na Antiguidade, também ocorreram as Festas

Saturnálias, em 500 a.C, que originaram o Carnaval. O primeiro congresso que se

tem relato, aconteceu em 377 a.C, reunindo todos os delegados das cidades gregas

e posteriormente, a Conferência de Lucca (com o objetivo de reconciliar Pompeu e

Crasso) em 56 a.C.

Oliveira (2015, p. 4) cita que em 3.000 a.C, o Egito já era uma Meca para

viajantes que contemplavam as pirâmides e monumentos. A autora cita que “durante

o Império Grego e Romano, as estalagens e tavernas se espalhavam por todo o

1 DE FERREIRA, João Almeida. A Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil, SP. 1993. 76 p.

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território”. Todavia, as viagens entraram em declínio com a queda do Império

Romano.

Durante a Idade Média, a Igreja Católica Romana estimulava as viagens para

seus membros e peregrinos. A hospitalidade se aprimorou e as acomodações eram

oferecidas nos monastérios e igrejas. Naquele período, também ocorreram as

cruzadas, viagens que poderiam ser as precursoras das viagens em grupo

(IGNARRA; 2003 apud OLIVEIRA; 2015, p. 4).

Oliveira (2015, p. 5) descreve que outros eventos foram criados e

desenvolvidos no decorrer do tempo: as feiras mercadológicas que “proporcionaram

um grande deslocamento de pessoas interessadas em trocar mercadorias, realizar

negócios, conhecer as novidades e fazer intercâmbio cultural” na Idade Média; os

congressos científicos em 1681, em Roma e o primeiro evento técnico de Viena em

1815, durante a Revolução Industrial.

Oliveira (2015) relata que em 1896 os Jogos Olímpicos foram reavivados e

estão presentes na sociedade até os dias atuais, sendo considerados o maior

evento do mundo. No Brasil, a chegada da família real no Brasil abriu portas para a

realização dos eventos no país, com as feiras comerciais ocorrentes naquele mesmo

período e o Baile de Carnaval no ano de 1840.

Oliveira (2015) cita que em 1861, ocorreu a I Exposição Nacional da Escola

Central do Largo de São Francisco, possibilitando a realização de diversas outras

exposições nacionais e internacionais no país.

Matias (2001) descreve que com o final da Segunda Guerra Mundial em 1940,

as indústrias retomaram a produção e o número de eventos foi crescendo,

originando a criação de novos espaços para a realização destes.

Giacaglia (2003, s.p) relata que no Brasil, a primeira feira de negócios

propriamente dita, a FENIT – Feira Nacional da Indústria Têxtil -, foi realizada em

1958, reunindo cerca de 97 expositores no Pavilhão Internacional do Parque do

Ibirapuera.

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Montes e Coriolano (2003) descrevem que à partir da FENIT, o Brasil abriu

portas para a realização de diversos eventos:

No ano de 1960, o mercado de feiras se expandiu no Brasil, surgindo a

Feira de Mecânica Nacional, a Feira de Utilidades Domésticas (UD), o Salão

do Automóvel e o Salão da Criança.

Em 1963, com o crescimento do mercado de eventos, a infraestrutura

do Ibirapuera tornou-se inadequada, sendo projetado o Centro

Interamericano de Feiras e Salões.

Em 1969, o Centro Internacional de Feiras e Salões passou a se

chamar Centro de Convenções Anhembi. O mercado de eventos se

consolidando.

Em 1970, com o Anhembi inaugurado, foi montada a Brasil Expor -

Feira de Produtos para exportação, que vendia de clipes até o avião.

Em 1981, foi realizada a quinta versão da Brasil Export, que levou 170

empresas para uma feira itinerante no país das feiras, os Estados Unidos.

No mesmo ano, a Brasil Export foi montada em Nova York, Atlanta,

Dallas, Miami, Los Angeles e Chicago.

Na década de 1990, os experts afirmaram que o mercado das feiras se

consolidou como a grande vitrine das indústrias.

Essa trajetória histórica foi o início de um longo período de crescimento e

desenvolvimento para o setor de eventos no Brasil e no mundo. Os eventos

passaram desde então, a serem utilizados como ferramentas promocionais para o

turismo gerando renda e emprego.

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1.2 O SEGMENTO DE EVENTOS COMO ATIVIDADE ECONÔMICA RENTÁVEL

PARA O TURISMO

Os eventos são fundamentais para geração de novas experiências para os

visitantes, pois não só contribuem para a divulgação do destino turístico como

possibilitam o aumento de emprego e renda local, entre outros fatores.

Para Tomazzoni (2009), o desenvolvimento do turismo e de eventos em uma

economia de livre mercado só é possível se o destino estiver favorável ao ambiente

de empreendedorismo, apresentando recursos culturais, tecnológicos, políticos e

econômicos.

A Revista dos Eventos corrobora a premissa de que os eventos podem

contribuir significativamente para o mercado turístico:

A Industria Brasileira de Eventos é uma das que mais crescem, com um faturamento de R$45 bilhões, gerando R$2,9 milhões de empregos e realizando 320 mil eventos por ano, 26.500 por mês, 900 dia e 37 por hora, os quais contaram com mais de 80 milhões de participantes (Revista de Eventos; 2004 apud BRITTO; FONTES; 2002, p. 71)

O setor econômico do turismo no Brasil tem crescido a cada ano e o país

sediou eventos importantes como ECO-92, Fórum Social, Jogos Pan-americanos,

Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, mostrando total capacidade e preparo para a

realização de diversos eventos.

1.3 EVENTOS COMO EFEITO MULTIPLICADOR DO TURISMO

Cunha (2006 apud DO ROSÁRIO; 2012, p. 14) define a oferta turística como o

“conjunto dos factores naturais, equipamentos, bens e serviços que provoquem a

deslocação de visitantes, satisfaçam as suas necessidades de deslocação e de

permanência e sejam exigidos por estas necessidades”.

O destino turístico deve procurar atrair os visitantes a fim de satisfazer as

suas necessidades, gerando experiências positivas para que estes tenham

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interesse em retornar ao local. Lemos (2000, p. 52) afirma que a promoção de

eventos voltados à atração turística é uma importante estratégia para a valorização

do local e para as relações com os visitantes, pois “um evento tem a capacidade de

desenvolver e preservar valores locais”.

O grande desafio de um destino turístico é fazer com que o visitante o eleja

como o destino de sua próxima viagem, de modo que este vivencie experiências

inesquecíveis.

Para atrair os visitantes, os eventos devem ser vistos como um produto

importante e integrado ao desenvolvimento do turismo e das estratégias de

marketing. Portanto, a aplicação de um marketing estratégico elaborado pode

exercer influência na tentativa de atrair visitantes aos atrativos turísticos.

O setor turístico também está ligado ao mercado turístico por envolver

relações econômicas desde o momento em que o visitante chega ao destino e

consome produtos e serviços que o local oferece. Assim como diversos eventos

foram realizados durante o período histórico, existem diversas classificações e

tipologias para os eventos, serão analisados na próxima seção.

1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE EVENTOS

O setor de eventos é uma área abrangente e diversificada. Os profissionais

da área, procuraram identificar as características principais de cada um, mediante

suas especificações e peculiaridades.

Oliveira (2015) classifica os eventos por:

categoria, sendo divididos em eventos internacionais com o objetivo de

conceituar a imagem da entidade e eventos promocionais (ou mercadológicos), com

o objetivo de promover a imagem do serviço ou produto;

dimensão, relacionado ao número total de participantes, sendo eles de

pequeno porte (um único segmento), médio porte (menos de mil participantes),

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grande porte (um número expressivo de participantes) e mega/macroevento (adesão

de um grande número de pessoas);

data, no qual os eventos fixos ocorrem sempre na mesma data do

calendário anual, os eventos móveis que ocorrem regularmente, porém com datas

móveis e os esporádicos ou únicos, no qual ocorrem exclusivamente em um

determinado dia;

áreas de interesse, sendo os eventos classificados em religiosos,

artísticos, científicos, culturais, educativos, empresariais, desportivos, beneficentes,

entre outros;

perfil dos participantes, divido entre eventos gerais, abertos para

qualquer participante, eventos dirigidos, organizados para um público que possui

familiaridade com o tema e eventos específicos, organizados para um público

previamente definido;

público, no qual os eventos podem ser fechados para um público-alvo

definido ou abertos por adesão, havendo uma inscrição prévia do participante;

localização, definida de acordo com a abrangência dos eventos,

podendo ser municipais, regionais, estaduais, nacionais, internacionais, entre outros;

espacialidade, podendo ser eventos internos, realizados em espaços

fechados ou semifechados, e eventos externos, realizados a céu aberto.

Oliveira (2015) descreve que os eventos possuem características de:

intangibilidade (o serviço não pode ser experimentado antes de ser adquirido),

perecibilidade (o serviço é utilizado em um determinado momento, não pode ser

armazenado ou estocado), variabilidade (é a qualidade do serviço e dos produtos

oferecidos) e inseparabilidade (relação de integração entre fornecedor e cliente).

Existem várias tipologias de eventos. Uma delas é a cerimônia de cunho

religioso. “São eventos de valor simbólico, cuja formatação baseia-se em conceitos e

tradições de uma determinada religião ou comunidade”. (OLIVEIRA; 2015, p.43).

Dentro das tipologias da cerimônia de caráter religioso podem-se citar os

casamentos, batizados e bodas.

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O casamento é uma cerimônia comemorativa, que celebra a união solene

entre duas pessoas, sendo realizado em diversas regiões do mundo. Cada religião,

possui uma forma específica de realizar a sua cerimônia, conforme a região em que

é praticada. Suas particularidades vão desde o planejamento do evento até as

lembrancinhas ao final da festa.

Todavia, para se entender melhor a cerimônia de casamento, é necessário a

compreensão da participação do homem e da mulher na sociedade. Apresentando

assim, os valores que regiam uma família patriarcal e as mudanças que

compuseram a família contemporânea tendo como ênfase a figura da mulher e as

transformações pelas quais ela passou.

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2 PERCURSO HISTÓRICO DA TRAJETÓRIA DA MULHER

A definição de “família” é um tema que vem sendo discutido e questionado

durante anos. Inúmeros pensadores buscaram sua definição e o modo pelo qual

esta se relacionava à sociedade contemporânea. A definição da “família” no que

atribui os valores do homem e da mulher sofreram diversas transformações.

Em seu livro “Sociologia do Casamento” (2001, p.6), Torres relata que o

sociólogo Émile Durkheim elaborou na França, análises fundadoras de passagem da

família paternal e patriarcal para à família conjugal moderna.

Da Luz e Fuchina (s/d) acrescentam que na família patriarcal, a mulher era

treinada desde pequena para se tornar a esposa perfeita e ser o pilar para um

casamento bem sucedido. A mulher era afastada de qualquer envolvimento político

e religioso, sendo considerada invisível perante a sociedade. Suas atividades

estavam pautadas na educação dos filhos, na coesão familiar e por todos os

afazeres domésticos. Enquanto o homem, era o responsável por manter o sustento

na família, administrar os bens do casal e os de posse da esposa.

Caldeira (2010) descreve que durante o período Iluminista (século XVIII),

foram abordadas discussões no qual o homem possuía o direito de pensar e agir,

um tema até desconhecido e inaceitável perante a sociedade.

Para Caldeira (2010, p. 8), no dia 26 de Agosto de 1789, foi aprovada a

“Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. A Declaração, era um

documento composto por dezessete artigos e que inspirava muitos povos a lutarem

por seus direitos. Este documento era baseado na liberdade, igualdade e

fraternidade de todas as pessoas e apresentava a seguinte frase: “Os homens

nascem e vivem livres e iguais perante as leis”. Inicia-se assim, com sua aplicação, a

lógica de valorização do indivíduo e está presente na sociedade até a atualidade.

Áries (1991 apud ALVES; 2009, p. 7) descreve que apenas por volta do

século XVIII que o conceito de família se consolidou. “O que antes era visto como

algo restrito apenas para os homens, passou à ser atribuído também para as

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mulheres”, quebrando paradigmas de uma família patriarcal (no qual o homem era o

provedor) e passando a ser uma família moderna.

No Brasil, o estereótipo da “família” era composto por um homem e uma

mulher que possuíam filhos e habitavam um lar. O modelo de família contemporânea

foi adotado no século XIX, com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro.

Cândido (1951 apud TERUYA; 2000, p. 3) cita que desde então o período

possibilitou a participação da mulher no mercado de trabalho, a independência dos

filhos em relação à educação, o enfraquecimento dos laços de parentesco, entre

outros.

A partir do momento em que a mulher iniciou sua atuação no mercado de

trabalho, sua ação quebrou paradigmas, mas vale ressaltar, que esta sofreu

preconceitos em suas primeiras participações, como os salários que não eram de

valores muito elevados.

2.1 TRAJETÓRIA DA MULHER ATÉ O RENASCIMENTO

Para se entender o desenvolvimento da mulher e sua participação na

sociedade, é necessário realizar um levantamento histórico de sua atuação. Não é

de hoje que a mulher vem sofrendo com o preconceito em relação ao homem, mas

sua atuação contribuiu para que esta se inserisse no âmbito do trabalho e fosse

aceita pelos demais.

Leal (2013) questiona que desde a criação da homem, a mulher tem sido

contemplada com a ideia de uma suposta inferioridade natural. Na visão dos

religiosos, as mulheres eram consideradas como pecadoras por suas imagens

serem associadas a Eva, a “culpada pela decadência humana”.

Para Silva (2008 apud BUENO; 2015, p.3), a expulsão de Adão e Eva do

Paraíso e as maldições para as próximas gerações, são justificativas plausíveis que

alegam o poder do homem sobre a mulher.

Entretanto, há uma repercussão quanto este pensamento. Para muitos

crentes, a criação da mulher fora interpretada como algo positivo, de modo que esta

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também fora criada como imagem e semelhança de Deus, junto com Adão. Fazendo

assim, com que a mulher passassem à ser “mal vista” pela sociedade, só após a

Queda do homem.

Aguiar et al. (s/d) citam que na Idade Média, a Igreja Católica altera a imagem

que a sociedade possui da mulher. Nesse período, os religiosos viram em Maria, a

mãe de Jesus Cristo, o exemplo de mãe, mulher, esposa e virgem. A partir desse

princípio, se tem uma preocupação então em manter as mulheres puras até o

casamento e permanecê-las afastadas dos clérigos, para estes não caírem em

tentação.

Naquele mesmo período, as mulheres já eram submissas aos homens, pois

se não estavam aos cuidados dos pais, estavam sobre os cuidados dos maridos.

Um exemplo do baixo poder de expressão da mulher era quanto ao casamento. Leal

(2013, p. 10) descreve que “sendo o casamento um momento muito importante para

a vida de toda mulher, esta tem o dever de ser boa esposa, ser fiel ao cônjuge, dar o

devido amparo e amor à família, manter a casa bem harmonizada e controlada”.

Macedo (2002 apud LEAL; 2013, p.15) analisa que durante aquele período,

as senhoras da elite teriam que ter capacidade de administrar e controlar a

despensa, a criadagem e a produção de vestimentas da casa.

Oliveira (2009) descreve que as mulheres mais pobres trabalhavam no campo

e eram responsáveis pelos animais e atividades domésticas como a tecelagem.

Enquanto as mulheres “abastadas”, lhe eram atribuídas as tarefas de administração

da casa, educação dos filhos e atendimento aos doentes e necessitados enquanto

seus maridos estavam na guerra.

Oliveira (2009) cita que durante o Renascimento na Inglaterra, as famílias

ensinavam as mulheres desde pequenas, que estas deviam obediência ao seu pai e

futuramente, ao seu marido. As mulheres não possuíam o poder de liberdade e

acreditava-se que elas não deveriam aprender a ler para não estimularem a

curiosidade. A educação acadêmica das mulheres era lesionada pela nobreza e pela

aristocracia e seus princípios estavam voltados para a religião e tarefas domésticas.

As damas eram instruídas por tutores, homens estes, que possuíam o conhecimento

da fé e da educação.

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Oliveira (2009) observa que o casamento no período Renascentista ainda

envolvia valores econômicos, sociais e políticos e estava associado aos dotes. Aos

14 (quatorze) anos, as jovens já eram consideradas aptas para se casarem e as

questões que envolviam o amor e sentimento eram ignoradas no contrato

estabelecido entre as famílias.

O casamento era, por norma, celebrado perante pelo menos duas

testemunhas, seguido de uma missa e de uma festa com comida, música e dança. A

dimensão da festa, a sua localização e o número de convidados variava, de acordo

com a condição social dos noivos. Após a celebração, o casal era conduzido ao leito

conjugal por seus convidados, onde um clérigo os abençoava. “Só após a

consumação do casamento, marido e mulher eram considerados ‘uma só carne’,

segundo a Bíblia, e o contrato matrimonial como sendo válido” (OLIVEIRA; 2009,

p.13).

É possível analisar que até então, a mulher ainda era vista como submissa ao

homem, sua imagem era vista como uma “sombra” em relação ao seu parceiro.

Todavia, sua participação e valores sociais mudaram, com o período das Grandes

Guerras Mundiais.

2.2 ATUAÇÃO DA MULHER NA SOCIEDADE – CONTRIBUIÇÕES NA PRIMEIRA E

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Para muitos autores, os períodos das grandes guerras contribuíram para

ampliar a participação da mulher na sociedade. As guerras mundiais tiveram uma

representação simbólica no âmbito feminino e suas marcas estão presentes até hoje

na humanidade.

Costa (1998 apud TREMARIN; 2011, p. 5) descreve que durante a Primeira

Guerra Mundial (1914 - 1918), os homens iam às lutas assumindo a função de front,

enquanto eram atribuídas às mulheres, a função de levar adiante os projetos e

trabalhos que anteriormente pertenciam aos seus maridos, “pois ficaram sozinhas

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em casa com a família e precisavam tomar decisões, trabalhar e lutar por suas

famílias”.

Durante aquele período, as mulheres desempenhavam a função de

enfermagem e ocupavam postos de trabalho nas indústrias de confecção,

produzindo uniformes para os soldados, paraquedas, entre outros. Suas tarefas

eram reconhecidas pela sociedade e a exerciam em troca de uma refeição ou

quantia de dinheiro (TEIXEIRA; 2009).

Thebaud (1991 apud Teixeira; 2009 p. 238) relata que as mulheres já

ocupavam 40% dos postos de trabalho e em julho de 1915 representavam

aproximadamente 80% da mão de obra.

Rezende (2012) relata que a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) foi

considerada por muitos autores como o fator primordial para a inserção das

mulheres na sociedade. Na Alemanha, as mulheres exerceram a função de

perpetuarem a raça ariana, linhagem que seria considerada como a raça mais pura

dos seres humanos. Passaram a ocupar os postos de secretárias e assistentes nos

serviços públicos.

Entretanto, a guerra acaba se manifestando de maneira avassaladora,

fazendo com que as mulheres sejam convocadas para participarem e assumirem as

frentes de batalha. Todavia, o preconceito prevalecia, e muitos países se opuseram

à participação delas diretamente no combate, de modo que os órgãos e

grupamentos femininos foram criados somente com a função de tirar os soldados de

funções secundárias e auxiliares (REZENDE; 2012).

Durante esse mesmo evento histórico, foi criado no Brasil, a Força

Expedicionária Brasileira (FEB). A FEB era um movimento composto por 73

enfermeiras voluntárias, enviadas ao Teatro de Operações na Itália para lutarem ao

lado dos aliados norte-americanos. Depois de selecionadas, as mesmas passavam

por treinamentos com o objetivo de padronização de costumes a adaptação à vida

militar em combate. As voluntárias vivenciaram diversas dificuldades no cotidiano

dos campos de batalha na Itália e dentro do universo das Forças Armadas, até então

dominado somente por homens. (MOURA; 2008).

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Caire (2002 apud Moura; 2008, p. 19) acrescenta que as mulheres eram

responsáveis pela produção de provimento e equipamentos bélicos, o que causava

um certo estranhamento dos outros países, por considerarem o Brasil uma região

pacífica.

Lima e Roberto (2010) ressaltam a figura de duas mulheres, que ainda no

século XIX, foram consideradas ídolos na história mundial e brasileira: Florence

Nightingale e Anna Nery.

Nightingale (1820 - 1910) foi uma das enfermeiras britânicas mais famosas,

conhecida como “A dama da lâmpada”. Foi a principal defensora de melhorias no

tratamento médico, após presenciar a morte de um mendigo na enfermaria onde era

voluntária. Recebeu apoio de Charles Villiers (presidente do Comitê de Lei para os

Pobres) ao perceber que o doente necessitava de cuidados muito além do fornecido

pelos médicos.

Foi a fundadora de uma escola de enfermagem em 1859 e consolidou a

profissão, após desenvolver uma doença durante a Guerra da Criméia (1854), que a

impossibilitou de exercer suas atividades. Em 1883, foi a primeira mulher a receber a

Ordem de Mérito Inglesa pela Rainha Vitória, um prêmio que até então só era

designado aos homens.

Anna Justina Ferreira Nery (1814 – 1880) foi a primeira pioneira brasileira da

enfermagem. Na Guerra do Paraguai (1864) pediu autorização ao Presidente da

Província baiana para acompanhar seu filho mais novo que havia se candidatado

como voluntário na Escola de Medicina e não era militar, “tendo como base as

notícias chegadas da Inglaterra sobre as Nightingales [...] que lhe concedesse

autorização para acompanhar seus familiares” (LIMA; ROBERTO; 2010, p.38). Caso

seu pedido não fosse aceito, sugeriu que o acompanha-se até o Rio Grande do Sul,

onde trabalharia como enfermeira no hospital base do Exército.

Lima e Roberto (2010) citam que, durante toda a campanha, prestou serviços

aos hospitais militares de Salto, Corrientes, Humaitá e Assunção, bem como nos

hospitais da frente de operações. Anna Nery regressa a sua terra natal após cinco

anos, onde recebe homenagens pelo governo imperial que lhe confere a Medalha

Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe. E recebe do

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imperador Dom Pedro II, uma pensão vitalícia, com a qual educa quatro órfãos que

trás consigo do Paraguai.

Em 1923 foi inaugurada pelo Decreto nº 17.268, a primeira escola oficial

brasileira de enfermagem, denominada “Anna Nery”, implantando a carreira de

“Enfermeira Nightingale”. Em 1938, o Presidente Getúlio Vargas institui o “Dia do

Enfermeiro” e no ano de 2009, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva inclui o nome

de Anna ao livro de “Heróis da Pátria”, instituindo também, a semana de

enfermagem em Brasília.

2.3 PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

Da Luz e Fuchina (s/d) citam os modelos jurídicos propostos pelo Estado na

aceitação da mulher ao mercado de trabalho, fizeram com que a quantidade de

preconceitos e julgamentos diminuíssem. No início do século XX, as mulheres de

classe média e alta passaram a sair sozinhas às ruas. A modernização alcançava os

lares, as mulheres já eram notícias de revistas sobre moda e escreviam sobre o

amor e a relação sexual fora do casamento.

As mulheres de classe baixa viram a necessidade de se inserirem no

mercado de trabalho a fim de manter o subsídio da família e dos filhos, enquanto as

de classe alta ainda estavam voltadas para os afazeres domésticos e da educação

dos filhos.

Pochmann (2002 apud ESPINDOLA; 2013, p. 5) relata que a partir da

revolução de 1930 se tem a Era dos direitos trabalhistas, definidas pelo Presidente

Getúlio Vargas. “Este trouxe iniciativas determinantes para reestruturação do

mercado de trabalho no Brasil, bem como, contribuições para ampliação de postos

de trabalho formais e a redução do desemprego e da informalidade”.

As mulheres passaram a exercer atividades como: professora, enfermeira,

datilógrafa, taquígrafa, secretária, telefonista, operária da indústria têxtil, de

confecções e alimentícia, derrubadora de matas, construção civil, artesanato, entre

outras (DA LUZ; FUCHINA; s/d).

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No Brasil, a primeira regulamentação do trabalho da mulher foi por meio do

Decreto 21.417-A, datado no dia 17 de Maio de 19322. No Artigo 1º o Decreto já

quebrava o preconceito quanto a atuação da mulher, estabelecendo que: “Sem

distinção do sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário igual”. O

Decreto também definia que a mulher poderia atuar tanto no âmbito industrial e

comercial, quanto públicos e particulares desde 22 horas até às 5 horas. Assim

como, estabelecia restrições e auxílios quando necessitavam.

O que antes era considerado uma discriminação, passou a ser aceito pela

sociedade. Enxergou-se então, a possibilidade de se estudar a igualdade de

gêneros no âmbito acadêmico e organizacional.

Callado (2012) cita que as organizações passaram à utilizar a igualdade de

gêneros como uma estratégia empresarial. Valorizando assim, a participação

feminina no mercado de trabalho, a fim de atrair maior demanda.

Almeida, Antonialli e Gomes (2011 apud CALLADO; 2012, p. 46) descrevem

que o mercado veio buscando características como: proatividade, dinamismo,

disposição para o risco, capacidade de planejamento e de inovação, habilidade de

lidar com pessoas, entre outros. “Essas características eram muito presentes na

forma de trabalhar das mulheres e não se pode deixar de reconhecer que elas estão

no mercado de trabalho para crescerem e isso tem ocorrido, com o passar do

tempo”.

2 DECRETO Nº21.417, DE 17 DE MAIO DE 1932, Câmara dos Deputados. Disponível

em:<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-21417-17-maio-1932-559563-publicacaooriginal-81852-pe.html>. Acesso em: 6 out. 2015

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2.4 INSERÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA BRASILEIRA DO SÉCULO XX AO XXI

O progresso da mulher na sociedade possibilitou que esta não apenas

atuasse no mercado de trabalho, mas passasse a interagir no setor político.

Silva (2014) ressalta que no mesmo período de criação do Decreto 21.417-A,

o voto feminino passa a ser garantido e se tem a inserção da figura feminina no

campo político graças a Bertha Lutz que logo assume o cargo de deputada federal.

Bertha Maria Julia Lutz (1894 – 1976) foi um ícone na historiografia feminista

para o Brasil. Nascida na cidade de São Paulo, prestou concurso para o cargo de

Secretária do Museu Nacional no ano de 1919 e procurava ajudar seu pai nas

pesquisas desenvolvidas no Instituto Oswaldo Cruz.

No anos de 1920, foi criada a Liga pela Emancipação da Mulher onde logo

passaria a se chamar “Federação Brasileira pelo Progresso Feminino”, que

procurava promover a educação e profissionalização das mulheres. Bertha

representou o Brasil em reuniões e assembleias internacionais pela causa da

emancipação política e social feminina, defendendo especialmente o direito de

igualdade no trabalho para homens e mulheres. Participou como delegada e vice-

presidente da Comissão Interamericana de Mulheres, órgão da Organização dos

Estados Americanos. Foi representante do Brasil na Conferência de São Francisco,

responsável pela criação da Organização das Nações Unidas em 1945 (GANTOIS;

2006, p.1)

Dois dos diversos objetivos de luta para Bertha foram pelos direitos das

mulheres ao voto e sua emancipação. Uma situação presente e muito conflitante

naquela época era que até a metade do século XX, a mulher que era casada com

um estrangeiro perdia sua nacionalidade. “Assim a mulher não teria o direito de

escolher, mas sim a obrigação de seguir o seu responsável legal, o seu marido.”

(GANTOIS; 2006, p.3). Ocorria então a conclusão de que a mulher era uma pessoa

apátrida, onde só ela perdia sua nacionalidade no casamento.

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Formada em Direito, Bertha Lutz citou a o artigo 69 da Constituição de 1891

no qual a mulher não apenas conservava sua nacionalidade como também

valorizava o brasileiro, alegando que a nacionalidade só poderia ser mudada caso o

indivíduo estivesse interessado.

Em 1957 foi levantada pela Assembleia Geral das Nações Unidas à respeito

da nacionalidade na mulher, uma situação problema não apenas recorrente no

Brasil mas em outros países também. Assinada pelo Brasil no dia 26 de Julho de

1966, adotada como lei pelo Decreto n. 64216, a luta pela descriminação no

casamento chegou ao fim.

Espindola (2013) descreve que na década de 1940 tem-se o início da

industrialização, contribuindo assim para o crescimento do trabalho feminino no

mercado de trabalho e a divisão do tipo de ocupação. Já na final da década de 1970,

surgem os primeiros movimentos sindicais e feministas, desencadeando assim, uma

mudança dos valores sociais e culturais brasileiros.

Para Silva (2014), foram criados em 1988, órgãos de proteção feminina como

os Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais da Condição Feminina e

acrescenta que: “as delegacias da mulher, enquanto sua participação nas esferas do

poder político passa a ser garantida pela Lei de Cotas, estabelecendo o percentual

mínimo de 30% e o máximo de70% das vagas para candidaturas de cada sexo”.

No ano de 2010, ocorre um marco histórico e revelador para as mulheres

brasileiras: o país elegera a primeira mulher para Presidente da República. A

Presidenta Dilma Rousseff com o seu discurso de “Gostaria muito que os pais e

mais de meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem sim, a mulher

pode” (SILVA; 2014, p.14) encorajou a muitas mulheres do país à participação

política. As atribuições da presidenta favoreceram a imagem da mulher brasileira

perante uma sociedade patriarcal.

É possível analisar que aos poucos a mulher veio conquistando seu espaço

dentro da família e do mercado de trabalho. Antes, o casamento era visto de

maneira desigual, regido por diretrizes patriarcais. Todavia, com a integração de

uma sociedade contemporânea, o casamento passou a adotar valores e deveres

mútuos estabelecendo assim, direitos iguais aos conjugues até o presente momento.

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3 O CASAMENTO E SUAS CERIMÔNIAS

O presente capítulo traz uma breve história da cerimônia de casamento desde

a Antiguidade até o momento. Descreve cinco cerimônias de casamento: católica,

evangélica, judaica, indiana e homoafetiva. A escolha por essas cerimônias foi pelo

interesse da autora em saber como elas são realizadas, apresentando suas

particularidades e características.

Freitas (2007) faz um delineamento histórico do casamento. Para os

babilônios, o casamento era um contrato realizado entre o futuro marido e seus pais

com os pais da futura esposa. O casamento possuía a finalidade social e política,

com a entrega de uma quantia em dinheiro (dote), marcando assim o início de uma

parceria.

Já na Idade Média, Duby (1989) cita que o casamento entre os aristocratas

era cuidadosamente escolhido pelos pais dos noivos, preferencialmente, dentro da

própria família, de modo que os bens não fossem dispersos por outros.

Costa (2009) descreve que durante a Idade Média, o casamento havia se

tornado um contrato indissolúvel pela igreja Católica, que acreditava ser uma união

sagrada, na qual o homem não poderia separar.

No século XII, Macedo (2002 apud DO AMARAL; 2011, p. 3) cita que o

casamento havia se transformado em uma cerimônia pública, sendo uma

festividade, um rito. O autor acrescenta que já entre os séculos XIII e XIV ficou

estipulado o parentesco entre casais, até o quarto grau, e ainda no século XIII a

cerimônia dividiu-se em duas partes: “Na primeira, o pai da noiva entregava a filha

ao padre, que por sua vez, entregava-a ao noivo. Na segunda parte, o padre

colocava a mão de um sobre o outro e estavam entregues um ao outro”.

O pagamento de um tributo, apoiado pelas autoridades civis e religiosas

prevaleceu ao longo dos séculos XIV, XV e XVI. Costa (2009) cita que somente no

século XVIII que o casamento igualitário, baseado no afeto mútuo, começa a ser

adotado.

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Costa (2009, p. 24) acrescenta que no século XVIII, com a Revolução

Industrial, a mulher passa a ser aceita no mercado de trabalho, de modo que

“contribuiu para que ela deixasse de ser propriedade privada familiar e passasse da

posição exclusiva de reprodutora para se tornar também produtora, dando um

importante passo para sua libertação”.

Para Costa (2009), no século XX, as camadas populares tomaram

conhecimento de que a família era algo indestrutível, mas o casamento, não.

Naquele mesmo período também foram reconhecidos os conhecimentos

psicanalíticos, a profissionalização da mulher, os métodos anticoncepcionais e a

liberação do divórcio, medidas que afastaram o casamento da influência familiar, da

religião e do Estado.

Atualmente, no século XXI, a maioria dos casamentos é realizada por vontade

própria, mas alguns países ainda mantém a tradição do casamento arranjado, como

a Índia e países do Oriente Médio.

Na próxima seção aborda-se o processo histórico do casamento no Brasil.

3.1 PROCESSO HISTÓRICO DO CASAMENTO NO BRASIL

No Brasil Colonial, a sociedade era regida pelo sistema patriarcal onde o

homem ocupa um lugar de prestígio e importância perante a igreja e a mulher, era

vista como uma pessoa inferior e submissa a ele.

Costa (1940 apud NADER; 2007, p. 1) descreve que durante aquele período o

casamento era uma das instituições que mais contribuía para a dominação política e

econômica da sociedade brasileira, pois estabeleciam laços entre as famílias, assim

como, o aumento do patrimônio, vínculos políticos e dominação territorial.

Nizza (1984 apud NADER; 2007, p. 2) cita que a Corte Portuguesa

preocupava-se com a proliferação de índios e negros e enviou colonos para se

relacionarem com as nativas da região:

Casar-se com mulheres nativas ou negras escravas não teria o mesmo “dom” que casar-se com mulheres da corte, e, diante desse entendimento dos colonos, urgia que viessem para a colônia mulheres brancas. Poderiam

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ser “órfãs ou meretrizes”, diziam os jesuítas. Pouco importava que essas mulheres não fossem de família. O importante é que fossem mulheres em condições de contraírem matrimônio com os colonos que pertenciam a diferentes classes sociais. Contrariando esses ideais os homens que vieram povoar a Colônia deitavam-se constantemente com as mulheres nativas, favorecendo a miscigenação (NIZZA; 1984 apud NADER; 2007, p. 2)

Nader (2007, p. 2) descreve que a legislação do casamento ocorria de acordo

com as “raças e a situação jurídica do indivíduo, se livre ou escravo, além de serem

enunciadas de forma diferentes no Reino, na Colônia e em diversos cantos do

Brasil”.

Nader (2007) relata que a fim de obter resultados positivos com o projeto

metropolitano de ocupação territorial, a Colônia precisava organizar a sociedade,

seguindo os preceitos das Constituições baseadas no Concílio de Trento.

Durante aquele período, também ocorreram os casamentos clandestinos, que

eram realizados sem a presença de um pároco. Ou então, ocorria de muitos casais

obrigarem a Igreja a aceitar o casamento, que mesmo não seguindo os trâmites

legais, tinham o padre como testemunha.

Em meados do século XVII, Portugal ordenou que a sociedade brasileira

seguisse os preceitos da Igreja, punindo aqueles que infringissem as leis, realizando

casamentos fora da Igreja ou testemunhando uma cerimônia ilegítima.

Badinter (1986) cita que a cultura patriarcal, imposta desde os primórdios da

colonização brasileira esteve presente até o século XIX, impondo que a mulher devia

sempre ser submissa ao homem e à Igreja.

Samara (1989 apud NADER; 2007, p. 4) relata que “no século XIX, as famílias

levavam em conta fatores seletivos tais como a riqueza e a origem do indivíduo”,

baixando o índice de casamentos do Brasil e influenciando homens e mulheres ao

celibato.

Nader (2007) descreve que durante o século XIX o casamento ainda envolvia

interesses:

No século XIX, mesmo diante das dificuldades estabelecidas para sua efetivação no Brasil, o casamento ainda representava, pelo menos para uma pequena parcela da população, a união de interesses na manutenção do prestígio e da estabilidade social. Para as famílias era preferível enviar

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suas filhas para os conventos a vê-las casadas com funcionários ou oficiais da Coroa, uma vez que isso significava casar baixo(NADER; 2007, p.5).

A escolha do noivo era realizada por parentes, que tinham a finalidade de

preservar a fortuna na família. O mesmo acontecia com famílias mais humildes ou

de união ilegítima. Samara (1989 apud NADER; 2007, p. 6) descreve que os laços

familiares foram se fortificando por meio do casamento:

A intensificação da urbanização, no século XIX, não enfraqueceu a tradição da manutenção dos laços familiares por meio do casamento, mas pelo contrário, a proximidade de membros de uma mesma família nas cidades reforçou os laços de convivência e contribuiu para uniões cada vez mais regulares. (SAMARA; 1989 apud NADER; 2007, p. 6)

Sacramento (2006, p. 321) cita que na passagem do século XIX para o XX,

ocorrem mudanças matrimoniais: o que antes era considerado um acordo entre

famílias, passa a envolver valores afetivos. Entretanto, a endogenia e o celibato

ainda prevaleciam no casamento entre os membros da elite “Tal atitude, comum no

século XIX, foi trazida para o novo século como uma forma das famílias reagirem às

mudanças administrativas”.

Para Del Priore (2005 apud TENO; 2011, p. 4), as décadas de 30, 40 e 50 do

século XX, foram importantes para as mudanças do casamento no Brasil: a) Na

década de 30 e 40 – a migração da zona rural para a zona urbana possibilitou a

diluição das antigas redes de sociabilidade, fazendo com que as relações entre

homem e mulher se democratizassem; b) O beijo surge nas telas de cinema e nas

relações de namorados; c) Depois da Segunda Guerra Mundial - com a ascensão da

classe média dando acesso ao lazer, os jovens passam mais tempo juntos sem a

guarda dos pais; d) Ocorreu uma aproximação verbal e carnal - levando em

consideração as devidas restrições da época, o que significava que se mulher se

entregasse ao homem, corria o risco de não casar e ficar então à margem desta

sociedade; e) O noivado virou um compromisso formal.

Vieira (2010) cita que os anos 60 e 70 do século XX promoveram a chamada

"Revolução Sexual". Naquele período, as mulheres passaram a se vestir de maneira

mais liberal e reivindicar por igualdade salarial, de direitos e de decisões dentro e

fora do casamento.

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Atualmente, no século XXI, a união matrimonial envolve unicamente valores

afetivos e mútuos. O conceito do casamento se modificou, dando lugar a novas

estruturas e formações familiares.

Hintz (2001) cita que as novas estruturas familiares em uma sociedade

contemporânea são denominadas: a) Famílias monoparentais - uma estrutura

familiar formada por pais ou mães únicos; b) Uniões consensuais ao matrimônio

legal - realizada por casais tanto em uma primeira união como entre casais que

estão reconstituindo suas famílias; c) Casais sem filhos por opção, os indivíduos

avaliam suas necessidades individuais, priorizando sua vontade de satisfação

pessoal; d) Associação - que são compostas por amigos sem grau de parentesco;

e) Casal de homossexuais.

O casamento passou a ser uma união reconhecida e respeitada na sociedade

brasileira, no qual foram atribuídos ao casal os mesmos direitos e deveres. Sendo

um ritual caracterizado por diversas particularidades, o casamento é celebrado de

acordo com cada país e sua determinada religião.

3.2 O RITUAL CATÓLICO

Muitos são os tipos de cerimônias de casamento realizadas no Brasil e no

mundo. Cada cerimônia religiosa apresenta sua característica e especificação, de

acordo com a sociedade e cultura que deseja adotá-la. As cerimônias podem ser

realizadas de maneira tradicional, quando adaptadas pelas mudanças sociais.

Todavia, é atribuída à cerimônia de casamento, a mesma finalidade: realizar a união

solene entre duas pessoas.

Uma das cerimônias mais conhecidas pela sociedade contemporânea e que

vem acompanhando as mudanças recorrentes com o passar nos anos, é a

cerimônia de cunho católico. É necessária então, a apresentação da trajetória

histórica para entender os principais processo de desenvolvimento da cerimônia

católica e de sua aplicação no Brasil e no Mundo.

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3.2.1 Processo histórico do casamento católico na sociedade

As concepções romanas tiveram profundas repercussões na cultura mundial,

pois, a família romana seguia o preceito de “a convivência do homem e da mulher

com a intenção de ser esposo e esposa, de ter filhos e construir uma sociedade

íntima e perpétua” (IGLESIAS; 1973 apud DE OLIVEIRA; 1990, p. 246).

Para De Oliveira (1990) a esposa romana se separava integralmente de sua

família, ao entrar para a família do marido. Ela era submissa a ele, sendo obrigada a

renunciar de seus costumes, crenças e patrimônio.

Costa (2014) cita que o que caracterizava o casamento romano era “affectio

maritalis”, que evidenciava o propósito comum de convivência duradoura entre o

homem e a mulher. Também era direcionada para a coabitação e atitude do marido

frente à esposa. Designava também, a diferença do casamento ao concubinato, uma

ação muito presente na Antiguidade.

Toni descreve que o concubinato, prática muito comum pelos romanos, era

incentivado pelas mulheres e não atribuía um sentido imoral. “Era concubinato a

união da liberta com seu patrono. Era concubinato, enfim, toda ligação entre o

homem e a mulher na qual não ocorresse a “affectio maritalis” (2007, p. 20).

Krempel (2002) relata que o direito ao casamento romano exigia três

requisitos: a idade e aptidão física (puberdade), a aptidão legal e o consentimento de

pater. No primeiro requerimento, a puberdade feminina era datada aos doze anos,

enquanto para os homens era aos catorze anos e havia uma limitação até os

cinquenta e sessenta anos para ambos os gêneros. O segundo requerimento

possibilitava o casamento de parentes e seus descendentes naturais ou adotivos,

entretanto, este desapareceu com a definição do parentesco e da diferenciação das

classes sociais. Já o terceiro requerimento, era a aceitação de que ao homem era

submetido ao cargo de chefe da família, tornando a mulher submissa ao poderio que

o homem exercia sobre a casa e família.

De Oliveira (1990, p. 248) cita que o casamento romano era um fato social e

religioso, desprovido de qualquer poder público ou jurídico: “O casamento era

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desvinculado de qualquer interferência estatal, jurídica ou religiosa, [...] sem

imposições, sem normas preestabelecidas [...]”, sendo um consentimento mútuo e

de uma relação duradoura. Para o autor, a união que antes era mantida pela

espontaneidade e autenticidade, passou a ser imposto pelo Cristianismo, tornando o

vinculo matrimonial uma mera formalidade

Perante os fatos descritos e principalmente, pela inexistência de uma

documentação transcrevendo a aceitação do casamento, foi imposto pela Igreja, a

partir de sua consolidação como religião dominante a partir do século XII e XIII,

tornando o casamento uma união indissolúvel. (CAMPOS; MERLO; 2005).

O casamento, a partir do Concílio de Florença, realizado em 1439, quando

então o papa Eugênio IV conseguiu impor sua autoridade. Sob a égide da o

casamento tornou-se indissolúvel, porque “o que Deus une, o homem não separa”, e

a poligamia e o concubinato foram proscritos (COSTA; 2012, p. 22).

Leite (1991 apud CAMPOS; MERLO; 2005, p. 333) cita que o Cristianismo

também definiu a entrega de um dote pelo noivo à noiva, a consagração do ato por

um representante da Igreja e a entrega da noiva pelo pai.

Campos e Merlo (2005) relatam que o Concílio de Trento foi um período

significativo para a Igreja Católica e as vertentes que regiam o casamento.

Descrevem que Concílio de Trento (1545 – 1563) foi uma reunião da alta cúpula de

clérigos católicos na cidade italiana, convocados pelo papa Paulo III. A reunião foi

uma reação da Igreja Católica à Reforma Protestante (criada à partir de 1517),

reafirmou os valores tradicionais do catolicismo, assim como, os dogmas e

atribuições da Igreja Católica perante a sociedade e ao Estado. Os autores citam

que o Concílio ocorreu em três períodos: 1) 13 de dezembro de 1545 prolongada até

1547 - fixaram-se as Sagradas Escrituras e a tradição como as fontes da revelação

divina. Estabeleceu-se também o cânon dos textos bíblicos, a doutrina sobre o

pecado original e tratou-se do problema da justificação pela fé e pelas boas obras; 2)

1551 e 1552 - sob o pontificado de Júlio III, foram finalizados os decretos sobre a

eucaristia, a confissão e a disciplina clerical. Todavia, o Concílio foi obrigado a

dissolver-se por problemas políticos e militares; 3) 1559 – quando o Papa IV

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assumiu ao papado e foram adotados preceitos doutrinários e dogmáticos, os

decretos sobre comunhão, missa, matrimônio, ordens sagradas e indulgências.

O Concílio de Trento (CAMPOS; MERLO; 2005, p. 336) também estabeleceu

premissas de para evitar o pecado do desejo da carne, somente aceita se fosse

realizada uma união conjugal controlada pela Igreja. Instruíram-se medidas, como o

“Decreto de reformatione matrimonti”, disciplinando as relações sexuais dos indivíduos

e o casamento sacramental, tornou-se uma instituição obrigatória que deveria

realizar-se na presença de um pároco ou de um vigário.

Costa (2012, p.55) relata que somente com a Revolução Francesa, que o

casamento passou a ser adotado como um ato civil, “baseado na vontade dos

nubentes e sem estar sujeito à intervenção obrigatória da Igreja, surgindo assim o

casamento de natureza laica de competência dos representantes do Estado e

independente do casamento religioso”.

Os artº. 199 e 200 do Código Penal (CAETANO; 2015, p.37), estabelecendo

que a lei3 chegasse a proibir os sacerdotes de abençoarem os conjugues que não

tivessem casado previamente em instância civil.

Costa (2012) ressalta que o casamento civil só foi introduzido ao Código Civil

em Portugal no século XIX, mantendo o caráter canônico. Entretanto, com a

Proclamação da República, as atribuições do casamento civil deixaram de repercutir

efeito ao casamento católico.

A adoção ao casamento civil ocorreu no dia 24 de Janeiro de 1890 pelo

Marechal Deodoro da Fonseca, pelo Decreto nº181 e foi regulamentado pelo Código

Civil. Enquanto a Igreja Católica enxergava o casamento com uma visão

sacramental, o Estado atribuía ao casamento civil, uma visão contratual da união do

casal.

Todavia, Guimarães analisa que a influência da Igreja Católica em Portugal

ainda prevalecia na sociedade “[...] casais ainda procuravam o Juízo Eclesiástico

para resolver determinadas questões matrimoniais” (GUIMARÃES; 2012, p.2), sendo

3 CAETANO; Jose Cardozo de Sousa. Casamento Religiosa com efeitos civis: uma analise da

efetividade dos artigos 1.515 e 1.516 do Código Civil 2002, no Estado do Maranhão, Clube dos

Autores. 25 p. Data de acesso:2 mar. 2016

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muito difícil para a sociedade, se desvincular de uma tradição tão vigente e recorrer

ao casamento civil.

No Brasil, o casamento seguiu os preceitos estabelecidos pela Igreja Católica

de Portugal. Há relatos de que o casamento católico no Brasil teve início quando os

portugueses chegaram ao país no ano de 1500. Os portugueses se deparam com as

diversas cerimônias e ritos realizados pelas tribos indígenas, que incluíam entre si a

poligamia (DE OLIVEIRA ; KATIUSCIA; 2012).

Campos e Merlo (2005) descrevem que durante o período escravocrata, os

casamentos também eram precedidos pela imposição do regime e da disciplina

religiosa exercida pela Igreja Católica: 1) Foi estabelecida a idade mínima para os

nubentes: 14 anos para os homens e 12 anos para as mulheres; 2) repreensão

quanto à averiguação dos impedimentos matrimoniais; 3) obrigatoriedade do

casamento a ser feito pelo próprio pároco do local diante de testemunhas 4) ritual da

cerimônia com as perguntas e respostas esperadas pelos noivos; 5) papel do pároco

na confirmação das vontades individuais manifestadas.

Nogueira (2016) descreve que primeiramente, os casais de escravos pediam

permissão aos seus senhores para se casarem. Os escravos cogitavam assim a

possibilidade de terem uma morada separada dos outros e de formarem uma família

própria, enquanto os senhores enxergavam o casamento como uma forma de

pacificação, enraizamento da propriedade e a manutenção de uma relação estável.

Após a permissão dos senhores, os casais procuravam o padre para tratarem dos

assuntos sobre o matrimônio, como a idade mínima para se casar e a data da

realização do casamento.

Lopes (2006 apud NOGUEIRA; 2016, p.311) descreve que os casamentos

ocorriam em dois ciclos: o Primeiro Ciclo que se iniciava na Quaresma e se

prolongava até o Domingo de Páscoa e o Segundo Ciclo, que se iniciava quatro

domingos antes do dia 25 de Dezembro e se encerrava no Natal:

Lopes verifica uma baixa frequência de casamentos no mês de março, tanto entre os escravos quanto entre os forros e livres. A explicação do fenômeno estaria ligada ao fato de o tal mês incluir, de modo geral, o período da Quaresma, tempo de abstinência e jejum, impróprio para a realização de ritos festivos. O alto índice de casamentos no mês de maio estaria ligado ao

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fato de este ser um mês consagrado a Maria e, portanto, associado às noivas e ao matrimônio. No caso do mês de fevereiro a alta frequência de uniões se daria devido a uma antecipação da demanda pela Quaresma no mês posterior. Noutro ponto, a autora argumenta que a queda no número de enlaces no mês de outubro, não estaria ligada à religião, mas sim aos ritmos do trabalho.

Em 1707, a Igreja Católica criou a primeira legislação eclesiástica para o

Brasil, denominada “Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia”. As

Constituições eram formadas por um conjunto de cinco livros, baseadas nas

tradições Bíblicas, nas Constituições Portuguesas e nas diretrizes do Concílio

Tridentino, de forma adaptada à situação colonial. Elas prescreviam a liberdade de

escolha e de casamento entre os escravos, a proibição ao concubinato, a relação do

senhores com seus escravos, os direitos dos filhos, entre outros.

As Constituições Portuguesas previam como deveria ser o comportamento

dos fiéis e do Clero, que ainda estava unificado ao Estado. Elas procuravam então

manter uma relação positiva entre a Igreja e o Estado e prevaleceram até o final do

Período Imperial.

Como a religião Católica era obrigatória, por ser a religião oficial do Estado, todos deveriam submeter-se às regras que eram impostas, sendo a desobediência passível de punição. O próprio clero era destinatário de enormes parágrafos sobre essas regras e sanções (CASIMIRO; 2006, p.4).

Com a assinatura da Lei Áurea, decretando o fim da escravidão, uma nova

era surge no Brasil, trazendo consigo novos grupos sociais e hierarquias. O modelo

econômico colonial já não atendia às necessidades de uma nova sociedade,

desequilibrando o poder político e econômico.

Santirocchi (2012, p. 82) relata que no período pombalino, o matrimônio era

adotado para conseguir uma maior autonomia dos bispos em relação à Santa Sé

(meio como era dado à personificação jurídica do Vaticano) e serviu como agente

intermediador da aliança política-econômica. Durante aquela época, o Estado

encontrava dificuldade em regular as uniões celebradas pela minoria “não católica”.

Essa minoria era representada pelos imigrantes protestantes inseridos na sociedade

brasileira, onde suas famílias não eram contempladas pelas leis imperiais, criando

assim uma acirrada situação entre o Estado e a Igreja.

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Outra situação preocupante para o Estado era quanto ao casamento firmado

entre parentes ou indivíduos de religiões mistas, sendo esta a relação entre católicos

e luteranos. Enquanto os católicos tinham a ideologia de uma união sacramental, os

luteranos, assim como o Estado, viam o casamento como uma união civil.

O choque cultural ainda era uma situação problema entre a cultura brasileira e

indivíduos de outra sociedade. Desde aquela época, havia o preconceito com a

cultura do outro, principalmente, em relação ao indivíduo que não adotava aos

preceitos da Igreja Católica.

Roche (1966 apud MINAMI; 2011, p. 9) relata a possibilidade de harmonia

entre os católicos e luteranos por ambos os grupos religiosos compartirem das

mesmas festividades religiosas, como a Páscoa e o Natal. Entretanto, a união

matrimonial entre ambos era não bem vista.

Minami (2011, p. 9) relata um conjunto de fatores internos e externos que

influenciou os casamentos mistos naquela época: a) a modernidade – que trouxe o

questionamento sobre a religião, a moral a ciência e os costumes, b) o crescimento

econômico – que tornar a indústria e o setor de serviços, mais importantes para a

economia nacional, c) a existência de períodos de exceção na história do Brasil –

atraindo mais imigrantes para o ambiente urbano.

Apenas com a criação do Decreto 1.144 no dia 11 de Novembro de 1861 , foi

aceita a realização do casamento dos “não católicos” (DE OLIVERIA; 2010, p. 21),

de pessoas com religiões e preceitos distintos, que foi aperfeiçoado com o Decreto

3.069 no dia 17 de Março de 1863, quando foi autorizada a realização do casamento

católico, misto e não católico.

Com a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1889,

considerado um marco de suma importância para a sociedade brasileira, foram

separadas as ações matrimonias entre o Estado e a Igreja, sendo necessário, agora,

que o Estado passasse a regular a questão dos casamentos. Foi criado então, o

Decreto nº 119-A, “estabelecendo a definitiva separação entre a Igreja e o Estado,

tornando o Brasil um país laico e não confessional” (BOTTEGA; 2015, p.32).

Somente em 1890, que foi validado o casamento civil por meio do Decreto 181,

firmado por Rui Barbosa.

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Valadares e De Souza (2013) descrevem que Decreto exercia atividades

quanto às: formalidades preliminares do casamento, as pessoas que podiam se opor

a ele, do casamento entre brasileiros e estrangeiros, quanto a anulação do

casamento, quanto ao divórcio, a posse dos filhos, entre outros.

3.2.2 O casamento católico no Brasil do século XIX ao XXI

Os séculos XIX e XX foram caracterizados pelos períodos das Constituições

relacionadas ao Divórcio. Em 1893, O Deputado Eduardo Érico Marinho apresentou

ao Parlamento, a primeira proposição para o divórcio, tendo em vista os direitos da

mulher perante o casamento. Dias (2005) cita que “O casamento era indissolúvel. Só

havia o desquite – significando não quites, em débito para com a sociedade – que

rompia a sociedade conjugal, mas não dissolvia o casamento”.

Somente em 1916 a proposta do jurista Clóvis Beviláqua foi aprovada. A

proposta permitia o término do relacionamento conjugal. A Constituição de 1916, por

exemplo, determinou que qualquer projeto de divórcio somente poderia ser aprovado

através da emenda constitucional. As emendas constitucionais foram se ampliando

no decorrer dos anos, estabelecendo vários requisitos para o desquite e seus

direitos autorais.

Irschlinger (2014, p. 66) relata que as décadas de 1920 e 1950 constituíram o

período de “renascimento” da Igreja Católica no Brasil. A igreja procurava repensar o

seu papel na modernidade e fortalecer o seu poder de atuação na sociedade, como

estalando o ensino religioso facultativo nas escolas públicas. Esse período também

foi caracterizado pelas diversas uniões e dissoluções da Igreja com o Estado: Em

1931 se tem as representações populares, fomentando a unificação do povo

brasileiro. Já em 1938, a Igreja procura o não envolvimento político com as lutas e

oposições ao regime de Getúlio Vargas.

De acordo com De Fáveri (2008, p. 339), os juristas tentaram produzir normas

em defesa à honra da família na República, pois “para os católicos, o casamento

deveria ser analisado como instituição, preservada sua indissolubilidade; para os

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juristas, era uma questão de civilidade e dever-se-ia legislar sobre as uniões

conjugais”. Na década de 1940, ocorreu a defesa do deputado federal Nelson

Carneiro pela institucionalização do divórcio no Brasil e pela retirada da expressão

“vínculo indissolúvel” presente até então na Constituição de 1933. Entretanto, sua

proposta foi rejeitada.

A mesma autora ressalta que com o passar dos anos, ocorreu um avanço

gradativo das leis, mensurando a participação do homem e da mulher, como o

Estatuto da Mulher Casada, Lei.4.121/1962, a fim de obter o reconhecimento dos

direitos da mulher conjugal. Todavia, a Igreja Católica ainda enxergava o divórcio

como um agente desestabilizador da família.

De Fáveri (2013, p. 346) cita que somente no dia 16 de junho de 1977, “o

senador Petrônio Portela declarou aprovada a emenda constitucional que implantou

o divórcio no Brasil, apresentada pelos senadores Nelson Carneiro e Accioli”. A lei

que instalou o divórcio no país foi assinada pelo presidente Geisel, no dia 26 de

dezembro de 1977.

A Lei nº 6.515/19774, que instalou o divórcio no Brasil definiu: 1) Da

Dissolução da Sociedade Conjugal; 2) o Divórcio; 3) Do processo; 4) Das

Disposições Finais e Transitórias.

Após as inúmeras transformações ocorridas nos últimos tempos, a sociedade

brasileira foi evoluindo até o presente século XXI. Esse período é dotado não

apenas por apresentar uma forte influência da modernização, como também é

caracterizado pelo espírito da aceitação, das lutas pelos direitos humanos e sociais

e mudanças da família tradicional para a família contemporânea.

Uma parcela da sociedade brasileira em si, passou a enxergar o ser humano

não por uma forma preconceituosa, mas por uma perspectiva respeitosa. Inserindo

com isso, as mais diversas sociedades, culturas, costumes e hábitos dentro de um

país acolhedor e harmonioso.

4 Lei nº 6.515/1977.Disponível em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm>. Acesso em:

13 abr. 2016

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Santos e Gomes (2016, p.103) relatam que a sociedade sofreu mudanças

“[...] como a inserção da mulher no mercado de trabalho, o controle de natalidade

possibilitado pelas técnicas contraceptivas, o aumento do número de divórcios e a

consequente possibilidade de novas uniões”.

O casamento até então, era analisado como algo complexo, dotado por

diversas regras e restrições. Entretanto, um dos grandes marcos da modernização

no século XXI, foi a aceitação dos diversos tipos de casamento na sociedade. Este

não apenas possibilitou a celebração matrimonial das diversas culturas (casamentos

evangélicas, judaicos, indianos, umbandistas, ciganos, entre outros) , como também

abriu espaço para o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

3.2.3 Cerimônia de casamento católico

O casamento católico é uma das cerimônias mais tradicional e conhecida no

Brasil. Dotada de características e particularidades, a cerimônia é realizada em três

etapas: a entrada do cortejo pela igreja, a liturgia e a saída dos participantes. Arruda

(2006) descreve as etapas da cerimônia.

O cortejo de entrada deve acontecer com os padrinhos entrando primeiro, alternando-se os casais de padrinhos da noiva e do noivo (o primeiro a entrar é o casal de padrinhos da noiva). As mulheres vêm sempre à direita dos homens (ARRUDA; 2006, p. 179).

Arruda (2006, p. 179) cita que “Após os padrinhos, vêm a mãe da noiva e seu

acompanhante. É gentil que a mãe da noiva seja acompanhada pelo pai do noivo,

uma vez que a mãe do noivo entrará com o filho”. O autor ressalta que “O cortejo de

entrada da noiva é precedido pelo pajem e/ou pelas daminhas, que adentram em

ordem de idade (do mais novinho ao mais velho). E por último, descreve a chegada

da noiva “Acompanhada pelo pai ou representante masculino, ela excepcionalmente

vem à esquerda”.

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Hoje em dia, as tradições das cerimônias estão se modificando. Já é comum,

por exemplo, que se tenha uma entrada diferencial no cortejo, como: os padrinhos

podem entrar em casais ou individualmente, as daminhas podem adentrar a igreja

segurando uma plaquinha informativa anunciando “Lá vem a noiva”, o pajem pode

ser representado por familiares mais velhos ou até mesmo por um animal de

estimação. Entretanto, algumas igrejas exigem que os noivos mantenham o ritual

convencional e interferem, inclusive, na seleção do repertório musical.

A liturgia é o momento da troca de votos “Após a benção, os noivos trocam

votos. Depois do “sim”, são colocadas as alianças, já abençoadas pelo padre”.

(ARRUDA; 2006, p. 183). E para finalizar o ritual, a saída dos participantes “No

cortejo de saída, damas e pajens vão à frente, logo seguidos pelos recém-casados.

A noiva, agora, sairá à direita do noivo. Atrás vêm os pais da noiva; depois, os pais

do noivo, e então, novamente, os casais de padrinhos”. (ARRUDA; 2006, pg. 184).

O cortejo de saída também está se personalizando. Pode acontecer de os

noivos substituírem a tradicional “chuva de arroz”, pela chuva de prata, pétalas de

flor ou bolhas de sabão. Também é possível soltar balões, sparkles, lanternas de

papel e borboletas, durante a saída da igreja.

Cada vez mais, o setor de eventos vem investindo na cerimônia de

casamento. As cerimônias estão mais detalhadas, mais elaboradas, a fim de atender

o máximo as expectativas dos consumidores.

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Cerimônia de Casamento Católico

Fonte: Sérgio Ricardo. 2014. Disponível em:<http://www.fotografosergioricardo.com.br/viviane-e-filipe-casamento>. Acesso em: 19 dez. 2015

3.3 O RITUAL EVANGÉLICO

Cavalcanti (2013) afirma que o conceito da palavra “evangélico” e a criação

do movimento religioso, foram estabelecidos de uma forma “mais clara”, durante a

segunda metade do século XVIII e a primeira metade do século XIX na Inglaterra a

partir do Iluminismo. Já eram feitas citações referentes ao significado da palavra

durante a Patrística e Reforma, todavia esse conceito somente se consolidou à partir

da segunda metade do século XVIII. Descreve que em 1847 foi organizada a

primeira Aliança Evangélica, com o intuito de integralizar os cristãos e evangelizar os

povos não-cristãos. A Aliança foi precedida por diversos movimentos missionários do

século XVIII como a Associação Cristã de Moços em 1878 e anos mais tarde, com a

criação da Federação Universal das Associações Cristãs de Estudantes.

Para o mesmo autor, no Brasil, a liberdade religiosa do país só foi

estabelecida no início do século 19. Antigamente, a sociedade brasileira era regida

pelo catolicismo, não sendo permitida a atuação de outras religiões em seu interior.

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De Santos (2008) descreve que no Brasil, 3 fatores históricos foram

fundamentais para a adoção de outras religiões no país: O Tratado de Comércio e

Navegação em 1810; a Constituição de 1824 e o Liberalismo Econômico e

Imigração Europeia à partir de 1850. O Tratado de Comércio e Navegação foi

estabelecido entre o governo Português e a Inglaterra onde eram analisadas

concordâncias para que não ocorressem perseguições religiosas aos não-católicos,

dando total liberdade para estes assistirem e celebrarem o serviço divino nas igrejas,

capelas e dentro de suas casas particulares.

A Constituição de 1824 definiu a religião Católica Apostólica Romana como a

religião oficial do Império, entretanto, garantiu que todas as religiões seriam

admitidas e respeitadas no Brasil, possibilitando assim, a chegada de imigrantes

provenientes da Europa e da Ásia, que trouxeram com eles, diversas religiões e

particularidades.

Decol acrescenta que “[...] as religiões trazidas pelos imigrantes formaram

alguns bolsões que, pelo menos a princípio, eram numericamente insignificantes.

Com o tempo, porém, estes bolsões cresceram, deram origem às novas religiões

[...]” (2001, p. 1).

Já o Liberalismo Econômico e Imigração Europeia possibilitaram com a

extinção do tráfico negreiro instituído pela lei Eusébio de Queiroz, que o Brasil

passasse a se relacionar com pessoas livres cujos países já adotavam a liberdade

religiosa como Alemanha, França, Inglaterra e outros (DE SANTOS, 2008).

Cavalcanti (2013) descreve que as missões protestantes realizadas no Brasil

entre os anos de 1855 e 1901, possuíram um forte consenso teológico,

caracterizado por sentidos e formas dos sacramentos/ordenanças ou formas de

governo eclesiásticos. Durante aquele período, o alto grau do consenso religioso foi

reforçado com a reação do Congresso do Panamá (1916) quando em 1910, o

Congresso Ecumênico de Edimburgo decide excluir a América Latina do esforço

missionário, por ser um “continente cristão”.

Já nos anos de 1934 e 1964, foram caracterizados por serem períodos

representativos do protestantismo nacional pela criação da “Confederação

Evangélica”. No ano de 1910, ocorreu a chegada do “pentecostalismo de vertente

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branca”, baseados no Fundamentalismo. “O fundamentalismo inicial tinha as

mesmas ênfases do evangelicalismo inglês dos séculos anteriores, adicionando-se

os milagres e a segunda vinda” (CAVALCANTI; 2013, p. 9). O Fundamentalismo ia

contra as vertentes do Liberalismo, refletindo as controvérsias norte-americanas e

ambos movimentos foram adotados pelos brasileiros. No anos de 1970, foi criada a

Fraternidade Teológica Latino-Americana, voltada para o pensamento evangélico

com a participação das Ciências Sociais. Com o regime militar, a Confederação

Evangélica é fechada e o país fica sem um órgão aglutinador e promotor da unidade.

Com isso, os congressos brasileiros e nordestinos viram a necessidade de criarem a

Associação Evangélica Brasileira considerada uma “herdeira” da Aliança Evangélica

de 1847:

Os congressos brasileiros e nordestino de evangelização irão sinalizar um novo tempo, que se desdobra com a criação da AEvB (Associação Evangélica Brasileira), que marca época, mas sofre uma crise insanável em decorrência da personalização da sua liderança, criando novo vácuo, em uma igreja já marcada por uma amnésia histórica, com a Escola Dominical enfraquecida e a teologia evangélica dos hinários substituída pela vagas odes/mantra a uma divindade monoteísta promotora de bênçãos individuais que marcam o “louvor” atual, em um declínio do consenso, agravado pela chegada da Teologia da Batalha Espiritual, da Teologia da Prosperidade e pela fragmentação denominacionalista, com a racionalidade institucional cada vez mais substituída pelas lideranças carismáticas caudilhescas e o surgimento de “dinastias eclesiásticas (CAVALCANTI; 2013, p. 10).

Inicia-se assim, a extensa participação dos Evangélicos na sociedade

brasileira que passa a ser representada por diversas particularidades: desde as

igrejas que adotaram o modelo tradicional às igrejas mais modernas.

Vieira (2014) descreve que o modelo tradicional do casamento evangélico

remetia as interpretações dos textos sagrados do judaísmo, onde os conjugues

assumiam diferentes responsabilidades: aos homens lhe eram atribuídos os deveres

de provedores e protetores do lar, enquanto as mulheres deviam ser submissas à

eles; e do cristianismo. Todavia, o modelo tradicional sofreu grande influência do

patriarcalismo.

Castells, 1999; Saffioti, 1996 (apud VIEIRA; 2014, p. 29) cita que o

patriarcalismo era “um termo comumente utilizado para se referir tanto a um modelo

de família, estruturado pela dominação e pela superioridade do homem (marido e

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pai) sobre esposa e filhos, como ao tipo de cultura que tem como base tal modelo

[...]”.

Esse modelo contribuiu para separação da crença judaica e cristã, de modo

que as mulheres acima de tudo deveriam amar e respeitar seus esposos e vice-

versa. Assim como, contribuiu para fortificar os princípios cristãos de que a

submissão era um ato “voluntário”, não apenas para as mulheres e tinha a finalidade

de produzir sinergia e saúde no contexto do casamento. “Os cristãos eram

orientados a se submeterem a toda autoridade, tanto as constituídas pela tradição

como pelas leis civis. Ao se submeterem às autoridades humanas, estavam se

submetendo a Deus” (VIEIRA; 2013, p. 35).

O casamento evangélico resultava então na união moral entre o homem e a

mulher. Aos conjugues, eram atribuídos direitos e deveres iguais, à partir da Bíblia

Sagrada, que era utilizada como referencial teológico. Para Vieira (2013), o casal

evangélico devia seguir tais preceitos: 1) O casal devia evitar as práticas sexuais

ilícitas; 2) o homem e a mulher se realizam juntos, no matrimônio, em submissão à

orientação da tradição; 3) a relação matrimonial devia ser harmoniosa, e não

democrática; 4) a autoridade pastoral devia ser consultada tanto para a constituição

do laço matrimonial, quanto para a sua dissolução; 5) o casal devia ter filhos e; 6) a

realização hedônica individual não era a finalidade do matrimônio e sua base de

sustentação.

Já Souza (2011) analisa que os preceitos do casamento evangélico e a

construção da família, são abordados pela religião através das noções de

indissolubilidade, monogamia, virgindade pré-nupcial e pela concepção de que o

matrimônio é uma união espiritual.

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3.3.1 Cerimônia de casamento evangélico

O casamento evangélico é pautado de acordo com a Palavra de Deus. O

casamento evangélico tem como objetivo direcionar os noivos sobre os princípios da

família, do amor e da vontade de Deus, para que estes vivam uma vida em

abundância baseados nos preceitos da Bíblia.

É possível analisar que o cerimonial do casamento evangélico muito se

assemelha ao casamento católico: desde a documentação exigida pelo Cartório para

a realização do casamento religioso com efeito civil ou apenas o religioso, a

recomendação do casal à realizarem o curso de noivos, onde ambos irão aprender

sobre a função do casamento na sociedade, família e para Deus; até à cerimônia

com a presença do pastor e testemunhas. Todavia, a cerimônia evangélica possui

características e particularidades que devem ser apresentadas.

O Guia do Casamento (2013) descreve que a cerimônia de casamento

evangélica pode ser “personalizada”, pois a Bíblia não apresenta nenhum padrão

específico ou ordem de cerimônia, dando liberdade aos noivos de celebrarem a

cerimônia com criatividade e autenticidade dentro da igreja ou em uma outra

localidade.

Kemp (1984) um dos autores que mais contribuíram para a análise do casamento

evangélico descreve como é realizado o cerimonial religioso: Na primeira etapa da

cerimônia tem a liturgia (ou cortejo inicial) com a entrada dos padrinhos dentro do

espaço. O autor ressalta que muitos noivos optam por uma entrada diferenciada

como as crianças e animais de estimação, que podem participar da cerimônia,

espalhando flores e levando as alianças.

Logo depois o posicionamento dos padrinhos, que podem estar em pé próximos

aos pais dos noivos ou sentados, o noivo adentra ao recinto e aguarda sua noiva de

frente ao altar. A noiva pode estar acompanhada de seu pai ou por outra pessoa e

caminha até a metade do corredor onde ali, o noivo à encontra e a direciona até o

altar.

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No ritual evangélico, o pai da noiva dá o braço direito à filha. Os padrinhos do

noivo se posicionam à direita e os da noiva, à esquerda.

Kemp (1984) descreve que a Palavra de introdução utilizada pelo pastor para

consagrar os noivos é:

Meus queridos irmãos e amigos, estamos aqui reunidos para unir __________________________ e ___________________________ em santo matrimônio. Lembramos que estamos na presença de Deus, e que os votos feitos por este casal são feitos perante a igreja de Cristo e na presença de nosso Pai Celestial. Eles me tem certificado que já foi legalmente realizada a cerimônia Civil e agora é nosso privilégio e nossa alegria invocar a bênção divina sobre este matrimônio (KEMP; 1984, p.

131).

Após esse momento, o pastor realiza uma oração invocatória que pode ser

acompanhada de uma música e inicia uma mensagem direcionada aos noivos.

Finalizada a mensagem, ele inicia uma pequena explicação sobre o Livro de

Gênesis e a união do casal.

O site “Manual de cerimônias e Liturgias” (2009) na cerimônia evangélica, são

realizados os votos de consagração. Os votos se iniciam quando os noivos, de

maneira harmoniosa, dão as mãos, olham uma para o outro e repetem as palavras

pronunciadas pelo pastor. Entretanto, é comum acontecer dos noivos proclamarem

seus próprios votos, sem a participação do pastor.

Segundo o site, após a realização dos votos, o pastor explica o significado do

uso do anel matrimonial e acontece a troca de alianças, que podem ser trazidas

tanto no inicio do cortejo quanto no momento em que são anunciadas. Os noivos

podem se ajoelhar no altar ou permanecerem de pé e recebem as alianças. O pastor

realiza sua penúltima oração, seguida da troca de alianças e este finaliza a

cerimônia com a apresentação do casal já sendo “marido e mulher”.

Ao final da cerimônia, os noivos podem ser os primeiros a se retirarem da

igreja e se dirigirem para o local onde será realizada a festa ou então, podem ser os

últimos, antecedidos pelos padrinhos, madrinhas, familiares e cumprimentarem

todos os convidados presentes.

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É possível analisar que a cerimônia evangélica apresenta um caráter mais

liberal em relação à cerimônia católica, pois possibilita uma maior interação entre os

noivos e convidados.

Cerimônia de Casamento Evangélico

Fonte: Montes Carlos. s/d. Disponível em:<http://dissesim.com/tag/fotografo-casamento-

montes-claros/>. Acesso em: 20 fev. 2016

3.4 O RITUAL JUDAICO

Kochmann (2005) relata que durante a época bíblica, as mulheres judias

apresentavam funções de suma importância para a sociedade: Elas eram as

matriarcas da família, respeitadas e admiradas por todos. Podiam, inclusive, exercer

a profissão de juíza e de profetisas.

Kochmann (2005) também analisa que durante aquele período, as mulheres

participavam ativamente das celebrações religiosas, sociais e podiam participar do

plano econômico social. Todavia, por meio de influências estrangeiras,

principalmente as gregas, as mulheres foram excluídas do âmbito público e

passaram a dedicar suas atividades ao lar. “Essa situação das práticas cotidianas

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daquela época foi expressa nas leis judaicas então estabelecidas e permanece a

mesma até hoje” (KOCHMANN; 2005, p. 35).

Já De Lourdes (2010), acreditava que desde a época bíblica, a mulher era

submissa ao homem, devido à sua forma de criação. Para a autora, a mulher passou

a ser vista como um objeto impuro, do mal, por induzir o homem ao pecado, e

consequentemente, ocasionar a queda do homem.

De Lourdes (2010) acrescenta que durante vários relatos bíblicos, ocorreu o

afastamento da participação da mulher na intermediação do divino devido a sua

“imagem negativa”. O mesmo autor descreve que a participação do homem e da

mulher na sociedade judaica era baseada na figura patriarca e aspectos biológicos:

era responsabilidade das mulheres as atribuições de cuidar dos filhos e alimentá-los.

Enquanto os homens possuíam o papel de provedor do lar, sendo o líder na

sociedade conjugal.

Faria (2002) acrescenta que as mulheres judias possuíam posições inferiores:

habitavam locais secundários no culto; tinham papéis públicos limitados e recebiam

uma parcela mínima de educação.

Com o advento dos estudos científicos e religiosos, ocorridos desde o

Renascimento até o século XIX, foi possível realizar uma quebra de paradigma

religioso:

De fato, a ciência ocidental nasce como resultado de um misto entre ciência e religião, uma vez que os primeiros “cientistas” da era moderna eram também profundamente religiosos. Assim, o discurso científico vai manter os preconceitos e pré-noções herdados contra as mulheres e somente nos últimos anos foi possível, no campo científico começar o questionamento a uma ciência androcêntrica (DE LOURDES; 2010, p. 6).

De Lourdes (2010) acrescenta que os preceitos bíblicos e os preceitos

científicos são incorporados na vida cotidiana dos judeus como “verdades”, na qual

se tem uma luta constante até a atualidade, para mostrar a verdadeira participação

da mulher na sociedade judaica. Com a atualidade, camadas feministas se

formaram para provar que as mulheres, independente de sua religião, possuem os

mesmo direitos que os homens.

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3.4.1 Cerimônia de casamento judaico

Paiva (2010) cita que o casamento judaico pode ser realizado de duas

maneiras: o casamento endogâmico: ambos os noivos possuem a mesma religião;

ou pelo casamento exogâmico: ocorrendo a conversão de um dos conjugues para o

judaísmo. Para a autora, casamento entre judeus é essencial para a perpetuação do

grupo étnico-religioso, de modo a manterem suas tradições e costumes. Todavia,

quando se tem um casamento exogâmico, é necessária a transação de uma religião

para a outra.

Já Sorj (2008) faz referência ao casamento misto, que vem sendo aderido à

sociedade brasileira. A autora analisa que o casamento misto é caracterizado pela

conversão de um religioso ao judaísmo e apresenta quatro justificativas para sua

realização: (1) a conversão como o reencontro de alguma origem familiar perdida;

(2) a conversão como um caráter instrumental de modo a favorecer a estabilidade

matrimonial e promover educação aos filhos; (3) dar continuidade teológica entre os

conteúdos da religião original e da nova; (4) comparação entre a religião original e a

nova, sendo mais frequente aos homens.

Chirou (2014) cita que o casamento judeu não possui a finalidade única de

procriação e de continuidade. “Muito mais do que a reprodução, a justificativa maior

do enlace matrimonial baseia-se na necessidade indispensável da cumplicidade,

entre homem e mulher, para a realização interior do indivíduo” (CHIROU; 2014, p.

10).

Chirou (2014) descreve que os requisitos necessários para validade do

casamento são: (1) quando os noivos apresentam capacidade legal para contatar,

ocorre quando ambos atingem a maioridade (os homens podem se casar aos 13

anos e um dia, já as mulheres, a partir dos 12 anos e um dia) ou são acompanhados

de seus tutores, caso sejam menores; (2) quando apresentam consentimento dos

contratantes: documento necessário a ser apresentado quando a noiva é menor de

idade, a lei rabínica orienta ao pai da noiva que a consulte para saber as reais

intenções do casamento; (3) na presença de duas testemunhas. A mesma autora

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analisa a importância da leitura do ktubá, que apresenta os direitos das mulheres e

da estabilidade do casamento.

Gondim e Gondim (2012, p. 74) descrevem que a cerimônia de casamento é

precedida pelo noivado, denominado “tena’im”, faltando cerca de um mês a um ano,

para a ocorrência da cerimônia matrimonial. O noivado é firmado através da

assinatura de um documento, pelos noivos e duas testemunhas. Após a assinatura,

ocorre o ritual “tomar kinyan”, “na qual as partes contratantes seguram um lenço ou

algum outro artigo de indumentária a fim de declarar que foi realizada uma troca e

que o acordo é obrigatório”.

Gondim e Gondim (2012) descrevem que a cerimônia “kidunshin”, nome

referente a cerimônia matrimonial se inicia com os noivos sendo levados por seus

pais para o chupá:

Um dossel fixo, enquanto noutras é portátil, geralmente com seus quatro suportes de canto sendo segurados por quatro amigos do noivo [...] geralmente uma peça grande de material decorado de seda, cetim ou veludo, apoiada sobre quatro mastros firmes assumindo um formato de tenda (GONDIM; GONDIM; 2012, p. 76).

Os mesmos autores descrevem que se a noiva não tivesse sido casada

antes, deveria trajar um vestido branco e usar um véu branco, que era colocado pelo

noivo antes da cerimônia.

De Oliveira e Katiuscia (2012) acrescentam que os homens presentes na

cerimônia usam o Kipá, um pequeno solidéu e o Talit, um acessório religioso em

forma de xale. O noivo também usa o Talit e no meio da cerimônia cobre a noiva,

simbolizando a vida judaica que o casal compartilhará juntos.

Gondim e Gondim (2012) citam que quando os noivos estão em baixo do

chupá, a noiva caminha três, quatro ou sete vezes entorno do noivo, um rito

simbólico de que o marido é o centro de sua existência.

Asheri (1995 apud GONDIM; GONDIM; 2010, p. 77) relata que após realizar

uma breve benção, o rabino os oferece um copo que deve ser bebido

simultaneamente pelos noivos.

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De Oliveira e Katiuscia (2012, p. 7) descrevem que procedido desse ritual,

tem a troca das alianças, que são colocadas no dedo indicador da mão direita. “Para

os judeus as alianças simbolizam o elo numa corrente e também um círculo sem fim

representando o ciclo da vida do casal”. Os noivos são abençoados sete vezes e

bebem o vinho que é oferecido pelo rabino. O noivo quebra o cálice com o pé, que

está envolto a um guardanapo branco e todos dizem “Mazal Tov”, que simboliza a

destruição do templo sagrado de Jerusalém. Ao final da cerimônia, o noivo levanta o

véu da noiva e a beija. Após cumprimentarem o rabino, os dois saem à frente do

cortejo.

No Brasil, o casamento judaico apresenta essas características de modo a

preservarem e respeitarem as tradições tão presentes em uma sociedade

multiplicadora e de multireligiosidade.

Cerimônia de Casamento Judaico

Fonte: Anna Quast e Ricky Arruda. 2015. Disponível

em:<http://annaericky.com.br/project/casamento-daniela-e-alexandre/>. Acesso em: 4 abr.

2016

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3.5 O RITUAL INDIANO

Gaarder, Hellern e Notaker (2005, s.p), desde os tempos antigos, a sociedade

indiana era dividida por castas (feminino de casto, “puro”). Segundo os autores,

“cada casta tem suas próprias regras de conduta e de prática religiosa, que

determinam com quem a pessoa pode se casar o que ela pode comer, com quem

pode se associar e que tipo de trabalho pode realizar”.

Costa (2012) descreve que o sistema de castas apresenta 5 classes sociais

originadas do corpo de “Bhama”, considerado o criador do mundo: na cabeça do

deus Bhama estão os Brâmanes (sacerdotes e nobres), os braços são

representados pelos Xátrias (guerreiros), as pernas são os Vaixás (comerciantes),

os Sudras (camponeses e trabalhadores) são os pés e os Párias ou Dalits

(Intocáveis) são o pó localizado abaixo do pé (Figura 1) .

Figura 1 - Estrutura das Castas da Índia 5

Fonte: CANTELE, 1989, p.79

5 CANTELE, Bruna Renata. História dinâmica antiga e medieval: 7ª série. São Paulo: IBEP. 1989,

p.79

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Gaarder, Hellern e Notaker (2005, s.p), citam que a base religiosa do sistema

de castas é medida pela pureza e impureza desde o nascimento do indivíduo,

havendo um contraste do que é considerado “limpo” e “impuro”. Todavia, os autores

identificam uma desigualdade social nesse sistema. De modo que, são atribuídos

aos membros de castas mais elevadas certas vantagens competitivas como

empregos e uma aproximação com os deuses, desfavorecendo os membros de

castas mais baixas.

De Freitas et al. (2004) analisam que os indivíduos pertencentes a uma casta

eram obrigados a se casar entre si. Independente do nível hierarquico da casta,

superior ou inferior, o casal deveria assumir seu papel social.

Já Oliveira (2011, p. 24) descreve que indiano poderia recorrer à mudança de

casta para fins matrimoniais, entre outros. Para o autor, o indiano que aderisse a

essa mudança e morresse como renunciante, tornava-se um ícone ancestral para o

qual se podia devotar. Entretanto, “todo aquele que volta atrás, ou seja, deixa a

renúncia e casa-se novamente, perde os seus direitos de casta e torna-se um

intocável – ele e toda a sua família”.

3.5.1 Participação da mulher na sociedade indiana e o dote

Para Sharma (1977 apud GUPTA; 2003, s.p), a visão cosmo Hindu é baseada

na concepção hierárquica, de modo em que os indivíduos não nascem de maneira

igualitária. Para os autores, as castas, raças e classes, diferem um cidadão hindu do

outro, atribuindo-lhes certos direitos e vantagens.

Gupta (2003) cita que o direito à liberdade é a maior preocupação dos povos

hindus. Para o autor, as distribuições sociais não são compatíveis com os direitos

humanos na cultura indiana. O sistema de castas, por exemplo, contribui de maneira

desigual e individualista, ocasionando muitas polêmicas e discussões na própria

sociedade.

Johnson e Johnson (2001 apud MOTA; 2013, p. 10), citam que na sociedade

indiana ainda prevalece o sistema de patriarcado, no qual os homens têm o controle

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sobre as mulheres. Duas características desse modelo são: o infanticídio feminino e

a crença de que a mulher deve servir ao homem desde o nascimento até à morte.

Segundo os autores, quando a mulher nasce, ela deve começar a servir o pai e o/s

irmão/s do sexo masculino até o seu casamento. Quando ela se casa, passa a servir

então o marido e dedica seu tempo aos afazeres domésticos.

Johnson e Johnson (2001 apud MOTA; 2013, p. 10) também citam que a

desigualdade do gênero e o patriarcado no casamento, contribuíam para a violência.

Tal fato levou à criação de diversos movimentos de luta pela independência e

pelos direitos feministas na índia contra o dote.

O sistema de dote surgiu na Índia entre os séculos XIII e XIV (RAO; 1982

apud MOTA; 2013, p. 20). O dote era definido por uma propriedade ou valor dado ou

acordado em ser dado diretamente ou indiretamente pelos noivos às noivas.

Dalmia e Lawrence (2005 apud MOTA; 2013; p. 20), citam que o valor do dote

é influenciado pela escolarização, a idade e altura do noivo: “Quanto mais

escolarizado, mais velho e mais alto for um noivo, maior é o dote que recebe. No

caso das noivas, em ambas as regiões, mas em especial no Sul, quanto mais

escolarizadas forem, mais alto é o dote pago”.

Mota (2013) descreve que a mulher passou a ter uma participação mais ativa

na sociedade com a Constituição indiana (1950) voltada para a igualdade de

gêneros. As emendas 73ª e 74ª da Constituição resaltavam a aceitação da mulher

no setor político e econômico da sociedade. Todavia, este ainda era caracterizado

pela minoria e era alvo de preconceito pela maioria.

3.5.2 Cerimônia de casamento Brâmane

A sociedade indiana é caracterizada por 4 estágios de vida: a primeira fase é

denominada “bramachari”, no qual o indivíduo ainda é um estudante. A segunda fase

é denominada “grihastha”, quando o indivíduo está apto para se casar e exerce suas

obrigações perante os Deuses e ancestrais. A terceira fase é denominada

“vanaprashta”, quando o indivíduo á aposentado, começa a se desligar de suas

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obrigações. E a quarta fase, denominada “sannyasin”, quando o indivíduo renuncia

de suas responsabilidades e se torna um peregrino. (BASTOS; 2014).

Gupta (1972) descreve que o casamento brâmane deve ser realizado por

pessoas da mesma casta, quando o homem atinge a fase grihastha. Os acertos

matrimoniais, devem ser resolvidos antes que a menina atinja a puberdade. O autor

ressalta que em algumas castas, a busca de um companheiro começa quando a

menina atinge a idade de 6 ou 7 anos, onde junto de sua família e parentes,

analisam cerca de 3 à 4 clãs e seus parentescos. Após a aceitação do noivo e de

seu parentesco, as famílias se reúnem para iniciarem o processo de negociação,

onde são analisados fatores como: reputação, riqueza e educação.

Gupta (1972) acrescenta que após a deliberação do contrato estabelecido

entre as famílias, é realizado um rito de noivado para a cerimônia que será realizada

futuramente.

Já Mackenzie (1831, p. 171) descreve que quando o pai de uma família

brâmane tem o desejo em casar sua filha, este deve procurar um brâmane ou seu

barbeiro, relatando suas intenções sobre o casório. O pai oferece uma certa quantia

ao responsável, que parte em busca de um noivo. Ao achar um jovem rapaz, o pai

da noiva envia uma carta aos pais do noivo, propondo um casamento entre seus

filhos. “O pai pede uma tabela genealógica à família do noivo, verificando se eles

possuem uma classificação adequada, ao mesmo tempo em que envia uma tabela

semelhante da sua própria família”, aguardado a aprovação do casamento que é

firmado por uma marca nupcial que deve ser colocada sobre a testa do noivo no dia

do casamento, o Tillak. Com o casamento aprovado, o noivo e seus pais, enviam

presentes para a noiva e sua família.

Mackenzie (1831) acrescenta que no decorrer dos dias seguintes à aprovação

do casamento, são realizados diversos rituais, entre eles a Cerimônia de Clíumavar e

a Cerimônia de Lagran-Patra (celebração realizada quando a data do casamento é

estabelecida). Segundo o autor, faltando 5 dias para a cerimônia de casamento, é

considerada uma tradição para ambas as famílias, realizarem uma procissão dentro

de copas que são posicionadas em frente às suas casas: “Durante esses 5 dias, as

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pessoas se posicionam perto das copas, cantando músicas, colocando galhos de

árvores, lanternas, flores ou qualquer tipo de decoração”.

Mackenzie (1831, p. 171) descreve que no dia da cerimônia de casamento, a

noiva envia presentes para o pai do noivo, convidando-o junto aos seus amigos,

para um pequeno almoço. O almoço é acompanhado de danças e cantos. O autor

descreve que a principal característica de um casamento brâmane é quando são

estabelecidos o valor do dote e a entrega de presentes (joias de prata, vestidos e

anéis) oferecidos pelos pais do noivo e amigos, que serão utilizados pela noiva

durante a cerimônia. “O noivo está sentado na Mundoh, com a noiva ao seu lado. O

pai do noivo vem para sua frente e adorna a noiva com um véu e joias”.

Posteriormente, há uma procissão, comemorando o casamento.

Do Rocio (2013) descreve que durante a cerimônia de casamento, existe o

ritual do fogo sagrado. Esse ritual é caracterizado pela invocação dos Deuses, com

a finalidade do casal ter uma vida religiosa gloriosa. Para os mesmos autores, um

outro ato que ocorre durante a celebração do casamento, é quando o casal oferece

arroz e manteiga ao fogo, simbolizando a igualdade de direitos e deveres.

Somente quando o casal dá as quatro voltas ao redor do fogo sagrado é que são considerados marido e mulher, pois esse momento é conhecido como mangal fera (ciclo da vida). Nessas voltas, o homem promete a sua futura mulher que a manterá com ele e a protegerá por toda a sua vida e, na última volta, a mulher adianta-se prometendo guiar seu futuro marido pelos caminhos da verdade. Para o hinduísmo esse ritual das quatro voltas ao redor do fogo sagrado é importante, pois representa: dharma (religião, dever e retidão), artha (prosperidade), kama (energia e paixão) e moksha (libertação). (DO ROCIO; 2013, p. 149)

Vale ressaltar que com o passar dos anos, a Constituição indiana repudiou o

sistema de castas, proibindo toda e qualquer descriminação fundada sobre o

pretexto de castas.

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3.5.3 Casamento indiano no Brasil

As relações Brasil e Índia foram estabelecidas a partir da década de 1990,

com o fim da Guerra Fria. “Pela liberalização comercial, pela convergência de

posições na defesa da democratização do sistema internacional e pela valorização

das relações Sul-Sul” (GONÇALVES, 2014, p. 39).

A partir daquele período, os povos indianos trouxeram sua cultura para a

sociedade brasileira, a fim de estabelecerem acordos bilaterais. A entrada dos povos

indianos foi um fator contribuinte para o desenvolvimento da cultura brasileira na

Índia e vice-versa.

Para Lopes (2013, p. 35) o casamento entre brasileiros e indianos foi possível

graças ao secularismo dos tempos. Os casais optam por realizarem cerimônias que

apresentem características de ambos os povos. Essa cerimônia pode apresentar

cores vibrantes como vermelha, dourada e rosa brilhante, que simbolizam as cores

indianas. O casal pode trajar o “Sári” (traje de mulher indiana) e “Sherwani” (terno

indiano longo). A noiva também pode utilizar diversos acessórios e joias, e pintar as

mãos e os pés com as tradicionais tatuagens de Henna.

Foi possível analisar então que com o decorrer dos anos, as barreiras

culturais dos povos indianos foram quebradas, possibilitando assim, que os indianos

pudessem estabelecer um relacionamento com membros de sua própria cultura ou

de povos estrangeiros.

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Cerimônia de Casamento Indiano

Fonte: Jrstduis. 2015. Disponível em:<http://www.jrstudios.com.br/fotografia-de-casamento/casamento-indiano-sao-paulo/>. Acesso em: 13 jun. 2016

3.6 CASAMENTO HOMOAFETIVO

A seguinte seção apresenta a relação homoafetiva na sociedade brasileira.

Apresenta o processo histórico de aceitação da relação homossexual no Brasil e no

mundo e uma breve descrição do processo de conversão da união estável em

casamento civil e como o casamento civil é realizado no Brasil.

Durante os últimos anos, o casamento homoafetivo foi crescendo em diversas

sociedades. A temática da conjugalidade homossexual ainda é vista de maneira

preconceituosa, de modo que as lutas por seus direitos vêm ganhando cada vez

mais espaço nas diferentes camadas sociais.

Andrade (2009) descreve que o final dos anos 1960 foi um período

significativo para o reconhecimento da diversidade dos gêneros na sociedade. Para

o autor, o período foi marcado pela diminuição de poderio do homem em relação à

mulher, possibilitando assim, a realização dos movimentos feministas e a promoção

da reivindicação dos homossexuais masculinos.

Uziel (2006, p. 205) descreve que até os anos 1980 os grupos homossexuais

presentes na sociedade consistiam em grupos de convivência e de afirmação,

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desprovidos de quaisquer direito. Estes grupos passaram a ganhar visibilidade

apenas no início dos anos 1990 junto à divulgação da Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida (AIDS) e o “câncer gay”: “Com o avanço da epidemia de HIV/Aids nos

anos 1990, surgiram em diversos países do mundo projetos para a legalização da

parceria entre pessoas do mesmo sexo”.

Uziel (2006) relata que em maio de 2001, a legalização holandesa

reconheceu e aprovou a união homossexual. Durante aquele ano, a legalização

holandesa também reconheceu o casamento homoafetivo e a adoção de crianças

por esses casais.

Gouveia e Camino (2009 apud SCHIAVON; 2015, p. 9) citam que a relação

homossexual foi sendo aceita e se consolidando em várias partes do mundo, como

Bélgica (2003), Espanha (2005), Canadá (2005) e Inglaterra (2005).

Poeschl e Silva e Cardoso (2015, p. 75) descrevem que a sua aceitação

implicou em duas transformações no pensamento social: “rejeitar a crença de que a

homossexualidade é um crime ou uma doença que deve ser curada e que o

casamento se baseia nas diferenças entre os sexos e na sua subsequente

complementaridade”, fazendo com que sociedades revissem seus princípios e

valores.

Como o reconhecimento da união entre casais homossexuais em diversas

regiões, a legislação brasileira também se modificou e passou a aderi-la.

Mott (2006) cita que durante os três primeiros séculos da história brasileira, a

homossexualidade era vista como algo pecaminoso, no qual os casais eram

considerados traidores perante a sociedade e castigados. O amor unissexual era

mais grave que um caso de estupro, violência contra menores, entre outros.

Mott (2006) relata que somente após a extinção do Tribunal da Inquisição,

próximo à Independência, que os casos de relações homoafetivas deixaram de ser

vistos como um crime. O mesmo autor descreve, que no ano de 1980, foi fundado o

primeiro Grupo Gay na Bahia, sendo aprovada em 1990 a Lei Orgânica Municipal,

proibindo sua discriminação. E desde o ano de 1985, o Conselho Federal de

Medicina retirou o termo “homossexualismo” da condição de “desvio e transtorno

sexual”.

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Goerch e Pichinin (2015, p. 10) descrevem que os anos 1990 foram

caracterizados por diversos progressos no reconhecimento da cidadania das

minorias sexuais no Brasil: em 1988 a Constituição Federal Brasileira em seu art. 5º

discorre que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza

[...]”. E em seu art. 3º inc. IV determina que: “promover o bem de todos, sem

preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer formas de discriminação”.

Tatsch (2011) relata que após a Constituição, foram editadas as Leis nº

8971/94 e a Lei nº 9278/96, que estabeleciam condições, tempo de duração, efeitos

do novo instituto e o reconhecimento dos direitos e bens do casal.

Ribeiro (2007) descreve que em 1995 foi apresentado o Projeto de Lei nº

1.151/1995 da Deputada Federal Marta Suplicy das “Parcerias Domésticas

Registradas” (ou “Registered Domestic Partnership”, RDP) na Câmara dos

Deputados, com o seguinte teor:

Art. 1º É assegurado a duas pessoas do mesmo sexo o reconhecimento de sua união civil, visando à proteção dos direitos à propriedade, à sucessão e dos demais regulados nessa Lei.

Art. 10 O bem imóvel próprio e comum dos contratantes de união civil com pessoa do mesmo sexo é impenhorável, nos termos e condições regulados pela lei 8009, de 29 de março de 1990 (RIBEIRO; 2007, p. 153).

Todavia, após um acordo entre líderes em 1996, o referido Projeto de Lei foi

vetado, desencadeando assim uma série de protestos e indignações nos grupos

homossexuais.

Borges (2003 apud PREVIDI; s/d, p. 17) analisa que a última tentativa de

votar o projeto ocorreu em janeiro de 1999. “Ocorre que com a promulgação do novo

código de 2002, muitos institutos receberam tratamento diferenciado e outros

desapareceram, de modo que é conveniente que o Projeto 1.151/1995 seja

recolhido e submetido às necessárias adequações”.

Bahia e Vecchiatti (2013) citam que no ano de 2011, a partir do disposto art.

nº 1.723 do CC/2002 da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF)

reconheceu a união homoafetiva como uma união estável. Para os autores, o

reconhecimento da união homoafetiva foi aceito, devido à força do princípio de

“igualdade” pois já estava legalizada a união estável entre casais heterossexuais:

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Se o disposto no art. 1.723 do CC/2002 não exclui o reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar e este dispositivo regulamenta a união estável, então este dispositivo não exclui o seu reconhecimento enquanto união estável, por interpretação extensiva ou analogia, até porque a ADPF n. 132 requereu expressamente que fosse julgado procedente o pedido para que “essa Eg. Corte declare que o regime jurídico da união estável deve se aplicar, também, às relações homoafetivas, seja como decorrência direta dos preceitos fundamentais aqui explicitados – igualdade, liberdade, dignidade e segurança jurídica – seja pela aplicação analógica do art. 1.723 do Código Civil, interpretado conforme a Constituição (BAHIA; VECCHIATTI; 2013, p. 73).

Pinheiro e Fraga (2014, p. 78) relatam que no ano de 2011, o Superior

Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro, por meio do REsp 1183378, não apenas tornou

possível o casamento homoafetivo, como reconheceu que “não há vedação

expressa e que a leitura da Constituição indicando a vedação implícita é inaceitável”.

Pinheiro e Fraga (2014, p; 78) também descrevem que em 2013, o Conselho

Nacional de Justiça (CNJ) criou a Resolução nº 175, “proibindo que as autoridades

competentes se recusem a habilitar, celebrar casamentos civis ou converter união

estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

No ano de 2014, o IBGE (2015) analisou 4.854 registros de casamentos entre

casais do mesmo sexo (0,4% do total de casamentos), sendo possível comprovar

que aos poucos, os casais homossexuais foram ganhando maior reconhecimento na

sociedade brasileira.

3.6.1 Conversão da união estável em casamento civil homoafetivo

Nóbrega (2012) relata a possibilidade de converter a união estável

homoafetiva ao casamento civil. Para que a conversão ocorra, o casal deve

preencher os mesmos requisitos necessários para a união estável, a fim de

construírem uma família.

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Chaves (2011, p.1) ressalta que o art. nº 1.726 do Código Civil Brasileiro

estabelece que “a união estável poderá converter-se em casamento, mediante

pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil”.

Nóbrega (2012) descreve que a primeira homologação para o casamento civil

entre homoafetivos no Brasil, foi efetuada pelo protocolo sob o nº1209/2011. A

homologação foi reconhecida pelo Ministério Público e concebida no dia 27 de

Junho de 2011, pelo Dr. Fernando Henrique Pinto.

A cerimônia de casamento homoafetivo brasileira pode ser realizada no

cartório ou em algumas instituições religiosas. Assim como o casamento

heterossexual, é responsabilidade de ambas as locações, apresentarem os direitos

e deveres ao casal homossexual.

3.6.2 Cerimônia de casamento homoafetivo

Gagliano e Pamplona Filho (2011) descrevem que o casamento entre

homossexuais pode ser realizado caso haja: a manifestação recíproca de vontade

(havendo o consentimento de ambos), pela diversidade de sexos (sem haver

qualquer tipo de preconceito) e a celebração por autoridade materialmente

competente (de modo que sua realização é registrada pela autoridade).

Segundo o site Casamento Civil (2000) os noivos devem se dirigir ao cartório

e apresentar os mesmos documentos, valores e prazos que o casamento

convencional. “Os noivos podem escolher o regime de bens, adotar um o sobrenome

do outro, e também adotar filhos, não há impedimentos legais à adoção por casais

homossexuais”.

Gagliano e Pamplona Filho (2011, p. 494), descrevem que o casal deve se

ater as premissas que dispõem o artigo 1724 do Código Civil de 2002, no qual são

apresentados os “deveres básicos de: lealdade, respeito, assistência, guarda,

sustento e educação dos filhos [...] e os efeitos de cunho patrimonial: na fixação do

alimento ao companheiro solicitado, regime de bens e direito à herança”.

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A cerimônia homoafetiva procura seguir as mesmas premissas do casamento

heterossexual. Em algumas instituições religiosas, a cerimônia é realizada por

representantes religiosos, enquanto outras, pelo Juiz de Paz.

Assim como na cerimônia heterossexual, o cortejo de entrada é precedido por

um representante religioso. Logo após a entrada deles, os padrinhos entrarem na

igreja. Após a entrada dos padrinhos, as das mães dos noivos podem entrar juntas e

por último, os noivos podem optar por entrarem acompanhados de seus pais ou

juntos.

Assim como no casamento tradicional heterossexual, o ritual de casamento

homoafetivo também vem se modificando. Segundo as colunistas Fraga e Prestes

ao site Donna (s/d), os casais podem optar por realizarem uma entrada mais

diferenciada, entrando na cerimônia ao mesmo tempo ou em momentos separados.

Durante a liturgia, é realizada a troca de votos do casal contendo a

proclamação do “sim” e a troca de alianças. Para finalizar o ritual, se tem o cortejo

de saída dos noivos. O cortejo de saída também está se personalizando, a palavra

“diferenciação” procura ser o centro da cerimônia de casamento para os casais.

Foi possível entender que com o decorrer dos anos, a relação homoafetiva

veio ganhando espaço no Brasil e no mundo. Aos poucos, as cerimônias de

casamento, sejam no âmbito civil ou religioso, adquiriram maior reconhecimento

dentro de uma sociedade contemporânea e evolutiva.

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Cerimônia de Casamento Homoafetivo

Fonte: Carol Costa Fotografia. 2012. Disponível

em:<http://www.carolcosta.blog.br/wordpress/?tag=casamento-gay>. Acesso em: 25 jul.

2016

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4 O EVENTO DE CASAMENTOS EM ATRATIVOS TURÍSTICOS

Este capítulo apresenta os dois principais atrativos turísticos da cidade de

Niterói e analisa de que maneira as cerimônias de casamento podem contribuir para

o aumento da demanda local.

A metodologia utilizada no trabalho é de cunho qualitativo. A partir da

realização de entrevistas, na tentativa de mensurar resultados positivos sobre a

visão de três empresas cerimonialistas e dois administradores dos espaços de festa

encontrados nos atrativos turísticos de Niterói, buscou-se entender os

procedimentos e técnicas adotados por estes na realização das cerimônias de

casamento e de que maneira elas contribuem para que os visitantes retornem ao

atrativo.

4.1 ATRATIVOS TURÍSTICOS DE NITERÓI: MUSEU DE ARTE

CONTEMPORÂNEA E FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA BARRA

Niterói é um município do Estado do Rio de Janeiro, Brasil que conta com

uma população estimada de 487.327 habitantes (IBGE, 2010) e é uma área de

129,375 km² .

O site NELTUR (2010) cita que após a invasão francesa no ano de 1555, foi

oferecida em 1568, a concessão de terra ao chefe indígena temiminó Araribóia –

Martim Afonso de Souza. Este, recebeu a posse solene em 1573 e nomeou o local

de São Lourenço dos Índios. Em 1817, Araribóia categorizou o local como “Vila” e só

em 1834, atribui a categoria “Cidade”. A cidade então passa a se chamar Nictheroy

(água escondida, em tupi-guarani), e torna-se capital do Rio de Janeiro.

A cidade de Niterói apresenta diversos atrativos naturais e culturais. O atrativo

turístico mais famoso do município é o Museu de Arte Contemporânea (“MAC”),

localizado no Mirante da Boa Viagem.

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Oliveira (2009, p. 5) descreve que a trajetória do museu teve inicio no ano de

1991, quando Anna Maria Niemeyer, procurou o então prefeito da cidade de Niterói,

Jorge Roberto Silveira para abrigar o acervo artístico do colecionador João

Sattamini. “Como o prefeito queria uma construção adequada ao “espírito da

cidade”, uma obra projetada por Oscar Niemeyer, cumpriria muito bem essa função”.

O site NELTUR (2010) informa que o museu foi inaugurado no ano de 1996,

apresentando diversas exposições temporárias junto a coleção de arte de João

Satamini.

Oliveira (2009) relata que após a finalização do MAC, a prefeitura municipal

começou a explorar a imagem de modernismo trazida pelo museu e associou a ideia

de “qualidade de vida” do município.

No ano de 2007, foi inaugurado o “C2FM Bistrô Restaurante Limitada” cujo o

nome fantasia é “Bistrô MAC”, um espaço cedido abaixo do museu, para a

realização de diversos eventos, como as cerimônias de casamento.

Outro atrativo turístico da cidade de Niterói é a Fortaleza de Santa Cruz da

Barra. Localizada no Bairro de Jurujuba, foi a primeira fortaleza erguida na entrada

da Baía de Guanabara, no ano de 1555.

Almeida e Almeida (2012) citam que a fortificação é considerada um dos mais

valiosos exemplares da arquitetura militar luso-brasileira. Ocupa uma área de

aproximadamente, 7.000 metros quadrados na entrada da Baía da Guanabara, e

apresenta uma posição estratégica de grande importância na defesa da cidade do

Rio de Janeiro ao longo de sua história.

Ferreira (2016) descreve que a construção da Fortaleza de Santa Cruz da

Barra foi iniciada no século XVI, quando Nicolau Durand, instalou 2 canhões sobre

um rochedo, que em 1555, comandou a primeira invasão francesa no Rio de

Janeiro.

Ferreira (2016) ressalta que a trajetória histórica da fortaleza é bem extensa,

sendo palco para diversas lutas e batalhas. A Fortaleza procurou impedir a entrada

dos navios franceses em 1567, abrigou presos que lutaram contra a Regência em

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1831, atuou contra a Revolta da Armada em 1893 e a Revolta Tenentista em 1922 e

adotou um teste de resistência aos presos durante o Golpe Militar 1964.

Maeda (2007 apud FERREIRA; 2010, p. 39) descreve que em 1982, o extinto

presídio do exército tornou-se sede do 8º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado.

O site Neltur (2010) aponta que a Fortaleza possui um acervo composto de:

45 canhões dos séculos XVIII e XIX, além de uma capela datada de 1612, com uma

imagem de Santa Bárbara do século XVIII.

A Fortaleza possui um espaço para a realização de festas e celebrações.

Assim como, adjacente à sua localização, apresenta um salão de festas, onde são

realizadas diversas cerimônias, sendo uma delas, a de casamento.

É possível analisar, que as cerimônias de casamento realizadas no Bistrô

MAC e Fortaleza de Santa Cruz, ajudam na promoção e divulgação dos atrativos,

contribuindo para o turismo local. As cerimônias geram novas experiências para o

turista, possibilitando este, a vontade de retornar.

A realização das cerimônias de casamento gera o turismo de eventos, no qual

“surge com a finalidade de planejar e organizar o receptivo dessa demanda

exclusiva, dando uma imagem característica aquelas localidades cujo potencial de

interesse reside no fluxo nacional e internacional de negócios”. (BRITTO; FONTES;

2002 apud ALBUQUERQUE, 2004, p. 21).

Alves e Neide (2005, p. 41) citam que o turismo de eventos é um dos

segmentos da "indústria" turística que vem crescendo a cada dia. É praticado por

pessoas que possuem o objetivo de “discutir temas de interesses diversos por meio

de congressos, simpósios, convenções, feiras, encontros, reuniões, seminários,

entre outros”. Para as autoras, o turismo de eventos contribui para o

desenvolvimento do país, proporcionando a redução da sazonalidade, a entrada de

divisas, a melhoria da imagem local, a mobilização do trade turístico e dos

prestadores de serviços.

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Mapa da Cidade de Niterói

Fonte: NELTUR; 2016

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4.2 ENTREVISTAS

A seguinte seção relata as entrevistas realizadas com as cerimonialistas de

empresas privadas, atuantes no setor de casamento e os administradores do espaço

Bistrô MAC e o salão de festa da Fortaleza de Santa Cruz.

4.2.1 Entrevista com a Srª. Izabel de Oliveira Condeixa – Empresa Malagueta Bebel

Condeixa

No dia 17 de Novembro de 2015, ocorreu uma entrevista com a organizadora

de eventos Sra. Izabel de Oliveira Condeixa, responsável pela empresa “Malagueta

Bebel Condeixa”. O encontro ocorreu às 14h no restaurante “Bom Tempero”, atual

sede da organização em Itaipu, Niterói.

A entrevista consistiu na aplicação de 10 (dez) perguntas, sendo que a

entrevistada respondeu com grande atenção e paciência, sobre sua empresa e

atividades realizadas.

A gestora sempre demonstrou interesse na área de eventos. Iniciou sua

participação na área, realizando pequenas cerimônias para sua família e aos

poucos, foi expandindo as atividades, como ela mesma diz:

Eu sempre gostei de fazer festa, sempre. Fazia aniversário pra um, aniversário pra outra. Aí comecei a fazer um Buffet pra uma, Buffet pra outra, tudo da família [...]. Aí eu falei “ah não, vou fazer o meu Buffet, vou abrir a empresa, vou fazer tudo!” Aí eu resolvi abrir, só que eu não abri no papel, eu não registrei no papel.

A empresa foi legalizada no ano de 2007, após realizar uma cerimônia na

CSA em Mangaratiba, Rio de Janeiro. E logo, criou o Buffet “Malagueta Bebel”:

Eu comecei a trabalhar fazendo audiência pública, casamento, mas sem tá legalizado. Aí em 2007 eu fiz pra uma empresa grande, a CSA lá em Mangaratiba e eles precisavam, precisavam de nota. Aí eu falei “Não, eu vou abrir uma empresa mesmo!” Aí em 2007 eu fui e abri a empresa mesmo, Galope Festas e Eventos Limitada. Aí eu abri o Buffet Malagueta, foi assim que surgiu.

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A empresa é administrada pela Sra. Izabel e por seu marido, Sr. Marcos

Antonio Lira Pepeu, apresentando responsáveis pelo cerimonial, buffet, cozinheiros

e garçons. Atua no setor de casamento, festa de 15 anos, audiência pública,

corporativo, batizado, chá de bebê, entre outros eventos.

A gestora descreveu que utiliza a internet em seus serviços, pois esta

contribui para que os noivos escolham o local da festa. Após a escolha do local, é

realizada uma visita ao local, onde a empresa começa a montar toda a estrutura da

festa:

Por mais que eu conheça o local, cada noiva, cada noivo, quer um jeito [...] Então por mais que eu já tenha feito 10 vezes festas naquele lugar, tem que ir com os noivos lá [...]. E nós vamos “conhecer”, para os noivos me passarem o que querem [...]. Então a gente vai, faz aquele reconhecimento do local [...] A partir daí, a gente começa a discutir [...] a gente começa a montar toda a estrutura da festa

A gestora ressaltou que caso os noivos escolham realizar a cerimônia de

casamento na Fortaleza de Santa Cruz, um atrativo turístico da cidade de Niterói, é

necessária uma autorização. “Tem que pegar uma autorização, tem que levar a

relação de todos os funcionários com identidade, todo o mundo [...] Tem que ter o

nome de todo o mundo, identidade, placa do carro”.

É calculada uma média de 8 (oito) a 10 (dez) casamentos que a empresa

realizou na Fortaleza de Santa Cruz no corrente ano. O espaço comporta cerca de

800 (oitocentas) pessoas ou mais, enquanto no salão externo, cerca de 300

(trezentas) pessoas. Todavia, esta ainda não realizou uma cerimônia no Bistrô MAC.

A empresa obtém retorno dos convidados por meio do site oficial e da página

do Facebook, onde eles expõem suas opiniões acerca do evento. O mesmo ocorre

com o retorno dos convidados da cerimônia ao atrativo.

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Entrevista com Srª. Izabel de Oliveira Condeixa – Empresa Malagueta Bebel Condeixa

Fonte: Acervo próprio; 2015

4.2.2 Entrevista com a Srª. Maria Auxiliadora – Empresa Maria Auxiliadora de

Vasconcelos Araújo ME

No dia 24 de Maio de 2016 ocorreu uma entrevista com a cerimonialista Maria

Auxiliadora, administradora da empresa “Maria Auxiliadora de Vasconcelos Araújo

ME”, cujo nome fantasia é “Dorinha Araújo”. A entrevista aconteceu às 14h30 no

escritório da cerimonialista em São Francisco, Niterói.

A empresa surgiu no ano de 1989 quando ela junto à sua sócia, após muito

observarem que a cidade do Rio de Janeiro apresentava uma grande demanda para

realização de festas, decidiram abrir uma empresa na cidade de Niterói:

Quando começamos, fomos praticamente pioneiras pois ninguém trabalhava com esse setor. Logo, entramos em contato com uma pessoa e surgiu nossa primeira oportunidade de fazermos um chá [...]. No chá, explicávamos para os convidados que estávamos começando um trabalho novo como organizadoras de festas. Explicávamos também, que adotávamos o papel de “donas de casa”, organizando tudo com a corcondância do anfitrião, de modo que este pudesse aproveitar ao máximo a cerimônia e recebesse bem os convidados. Só que o mercado foi crescendo e tivemos que nos adaptar. Eu optei por fazer a parte de organização!

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A empresa atua nas áreas de casamento, festas de 15 anos, batizados e

eventos empresariais. Seu organograma é composto pela Sr. Maria Auxiliadora

sendo a administradora geral da empresa, 1 secretária e demais ajudantes que

trabalham como freelancer.

Para a realização da cerimônia de casamento, a empresa procura analisar o

contrato estabelecido com o administração dos atrativos e os requerimentos

estabelecidos por estes. Logo após analisar aspectos como o espaço, número de

convidados, entre outros, as informações são passadas aos noivos que optam pela

locação do espaço ou não.

A gestora reconheceu que a maioria dos noivos escolhe sua empresa através

de indicações “Para mim é a melhor maneira, por um modo, o cliente conhece o meu

trabalho diferente de alguém que não o conhece. 90% dos clientes procuram minha

empresa por indicação”.

A gestora descreveu que a escolha dos noivos pelos atrativos turísticos de

Niterói é realizada por indicação e análise do espaço de acordo com o número de

convidados. A cerimonialista ressalta que o salão de festa Bistrô MAC comporta

cerca de 200 pessoas, enquanto o salão Zéfiro Eventos possui espaço para 300

pessoas.

A empresa obtém retorno dos convidados aos atrativos após a cerimônia,

“Inclusive durante a cerimônia de casamento eles observam que o lugar é

maravilhoso, as pessoas sempre retornam!”, ressaltando que eles a procuram em

busca de mais informações sobre o atrativo, como horário de funcionamento e valor

do ingresso.

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Entrevista com a Srª. Maria Auxiliadora – Empresa Maria Auxiliadora de Vasconcelos Araújo

ME

Fonte: Acervo próprio; 2016

4.2.3 Entrevista com a Srª.Maria Amélia – Empresa Marias & Amélias Buffet

No dia 14 de Janeiro de 2016, foi realizada uma entrevista com a sócia

empresária Sra. Maria Amélia, uma das responsáveis pela empresa “Marias &

Amélias Buffet”. O encontro ocorreu às 13h na sede da empresa no Largo da

Batalha, Niterói.

A gestora iniciou suas atividades no restaurante do Iate Clube Icaraí, onde

permaneceu por cerca de 2 (dois) ou 3 (três) anos:

Foi super difícil no começo. Eu sempre gostei de gastronomia, sempre fiz festas pequenas em casa, pros filhos, pros amigos mas é diferente de você fazer uma coisa com fins lucrativos, de você trabalhar em uma empresa. E dali, apareceu uma festinha para fazer [...] Ai eu fiz a primeira, fiz a segunda e começou! Ai eu resolvi sair do Iate Clube Icaraí, que era o restaurante, e montei o Buffet. E ai fomos para o Vital Brasil, ficamos lá bastante tempo e agora tem quatro anos que estamos com sede aqui (Largo da Batalha).

A empresa é administrada por Maria Amélia, responsável pela gastronomia e

atendimento ao cliente e por sua sócia Norma, voltada para a administração

financeira. Atua no setor de casamento, 15 anos, eventos corporativos,

empresariais, judaicos, buscando adquirir conhecimento sobre a gastronomia

brasileira.

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A empresa possui 20 funcionários fixos, treinados e qualificados e muitas das

vezes solicitam funcionários extras. A equipe da empresa consiste em 3 (três)

motoristas, dez cozinheiros e auxiliares de cozinha, 2 (dois) copeiros, 2 (duas)

secretárias. “Tem o coordenador geral, mas aqui não temos um gerente”.

Para a gestora, a escolha dos noivos pelo local da festa é feita por meio da

indicação e acrescenta que a empresa procura fidelizar o cliente: “Tem o contato

direto, os noivos marcam, vem aqui (na empresa), conversam, a gente apresenta o

cardápio, eles fazem a degustação individual, eles gostam, voltam, fazem contrato e

fecham”.

A Sra. Maria Amélia descreveu que em uma cerimônia, a empresa inicia suas

atividades servindo um coquetel, seguido pelo jantar e retorno do coquetel. “O jantar

fica na mesa até o final [...] Tem o café e a sobremesa no final”.

A empresa já atuou no Museu de Arte Contemporânea e na Fortaleza de

Santa Cruz. A entrevistada estimou que o MAC comporta cerca de duzentas

pessoas em média enquanto a Fortaleza de Santa Cruz, comporta cerca de

duzentas e cinquenta. E acrescentou que a empresa procura realizar suas

atividades correlacionadas à outras empresas, voltadas para as cerimônias de

casamento.

A empresa obtém informações à respeito dos convidados aos atrativos

turísticos por meio de comentários posteriores a cerimônia de casamento, retalando

que estes gostaram dos atrativos e que possuem interesse em retornar.

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Entrevista com Srª. Maria Amélia – Empresa Marias & Amélias Buffet

Fonte: Acervo próprio; 2016

4.3 ENTREVISTA COM OS ADMINISTRADORES

4.3.1 Entrevista com a Srª.Beatriz Pimentel – Empresa Santa Cruz da Barra –

Restaurante Limitado

No dia 16 de Fevereiro de 2016, ocorreu uma entrevista com a Sra. Beatriz

Pimentel, da casa de festa “Santa Cruz da Barra - Restaurante Limitado”, cujo nome

fantasia era “Zéfiro Eventos”. A entrevista aconteceu no próprio salão de festa às

14h30, espaço localizado adjacente à Fortaleza Santa Cruz da Barra, Niterói.

A empresa trabalhava como restaurante, apresentando uma demanda

excessiva, com o funcionamento durante a semana e fim de semana. Entretanto,

nos anos de 2010 e 2011 a equipe enxergou a necessidade de se tornar uma casa

de festa, devido à forte procura por eventos de casamento.

A empresa também atua em eventos corporativos e aniversários, tendo 97%

do foco é para casamento e o restante é para o final de ano, que tem muita procura

de empresas, com festas corporativas.

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A administradora informou que durante a semana a empresa conta com

quatro funcionários (1 secretária, 2 pessoas responsáveis pelos serviços gerais e 1

pedreiro). E nos fins de semana, para produzir os eventos, a empresa contrata

pessoas para o buffet: garçons, maitres, copeiros, pessoal de limpeza e seguranças.

A entrevistada relatou que os convidados procuram se informar pelo espaço

através da internet e boca a boca, motivados pelo interesse de realizarem uma

cerimônia de casamento ao ar livre e apresentar uma linda paisagem. Entretanto, a

empresa não trata com o cliente a ornamentação da festa, se responsabilizando pelo

salão e buffet “A grande maioria dos noivos procura primeiro o espaço da Fortaleza

ou do próprio Zéfiro, sem nenhum material e procura se informar sobre o salão de

festa”.

A casa de festa que a empresa atua, comporta 350 convidados, e a média de

casamentos era de 150 à 250 convidados. “Entretanto, as pessoas casam-se menos

no mês de Janeiro e Fevereiro, principalmente por conta do Carnaval. Mas de Março

até o final do ano, sábado e domingo, toda a agenda de 2016 está preenchida. Tem

muito casamento ao longo do ano”.

A empresa apresenta uma ferramenta para medir o retorno dos convidados

ao local que é aplicada durante a cerimônia de casamento. A contagem dos

convidados é realizada por três listas: a lista dos noivos, a lista da empresa e do

cerimonial. E acrescentou que muitos convidados pedem o cartão da empresa, pois

se encantaram com a cerimônia e demonstraram querer retornar ao local.

Ao finalizar a entrevista, a Sra. Beatriz ressaltou que a empresa também

realiza casamentos de estrangeiros, vendo a grande possibilidade do estrangeiro de

retornar ao atrativo turístico.

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Entrevista com a Srª.Beatriz Pimentel – Empresa Santa Cruz da Barra - Restaurante

Limitado

Fonte: Acervo próprio; 2016

4.3.2 Entrevista com a Srª.Beatriz Pimentel – Empresa Santa Cruz da Barra –

Restaurante Limitado

No dia 26 de Abril de 2016 ocorreu a entrevista com Maria Elisa de Alcântara

Soares, colaborada do “C2FM Bistrô - Restaurante Limitado” cujo nome fantasia é

“Bistrô MAC”. A entrevista ocorreu as 14h no espaço Bistrô MAC, Niterói.

O restaurante foi inaugurado em 2007. “Essa área do museu pertencia ao

meu esposo e o Niemeyer vindo aqui em Niterói gostou muito da área e escolheu

para fazer o MAC. Em troca disso, eles nos deram o espaço para ser explorado [...]

eu e meu marido achamos melhor montar um restaurante para as filhas”

O Bistrô MAC é um espaço para diversos eventos, como a realização de

festas de casamento e eventos corporativos. A mesma ressaltou que o Bistrô conta

uma média de 28 funcionários: 8 garçons, 1 recepcionista, 6 cozinheiros, dentre

outros. O atrativo comporta 180 pessoas em um coquetel, 140 pessoas para um

jantar sentadas confortavelmente e a mesma quantidade para festas de casamento.

Para a gestora, a demanda das festas de casamento ocorre por conta da

fama do museu e o espaço que este proporciona. A empresa fornece todo o

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mobiliário, assim como, uma pessoa responsável pela manutenção dos banheiros e

uma pessoa responsável pela administração. “Esse ano nós realizamos 8

casamentos [...] nós fazemos bastante aquele “mini-wedding”.

A empresa procura fidelizar o cliente, através de reservas e cadastros para

medir o retorno dos convidados ao local da festa. “Normalmente é passado sempre

um cadastrozinho de satisfação deixando o e-mail”. A mesma finalizou a entrevista,

ressaltando que era grande a quantidade de retorno dos convidados participantes

das cerimônias de casamento não apenas ao Bistrô, mas no MAC também.

Entrevista com a Srª.Elisa de Alcântara Soares – Empresa C2FM Bistrô - Restaurante

Limitado

Fonte: Acervo próprio; 2016

4.4 MARKETING COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA AS EMPRESAS DE

CASAMENTO

Para o sucesso dos eventos, os planos e as ações de marketing são

ferramentas fundamentais para que este alcance seus objetivos. O marketing é um

“processo social pelo qual indivíduos e grupos de pessoas obtêm o que necessitam

e desejam através da criação, oferta e troca de produtos e serviços de valor com

outros” (KOTLER; 2000, p. 30).

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A cartilha emitida pelo Ministério do Turismo (1025, p. 25) adaptado de

Lovelock e Wright (2001), cita que o destino turístico deve estar apto para o

mercado, junto ao processo de marketing adotado pela empresa, como a de

casamento. Este caminho se inicia com as “informações colhidas no que se chama

de ambiente de marketing, seguido dos processos de criação e ganho de valor e

manutenção do valor para o destino turístico”.

O primeiro momento do processo de marketing é denominado “Ambiente de

Marketing”, dividido em: macroambiente e microambiente, onde a empresa de

casamento por exemplo, deve analisar os fatores internos e externos que compõe o

mercado.

Macroambiente: ambientes demográfico, econômico, natural, tecnológico,

político, cultural.

Microambiente: empresa/organização, fornecedores, intermediários, clientes,

concorrentes, e públicos.

“O microambiente refere-se a elementos próximos ao dia a dia do destino,

que afetam sua capacidade de servir seus clientes. O macroambiente consiste em

forças sociais maiores que afetam todo o microambiente” (Ministério do Turismo;

2015, p. 27).

Após analisar o mercado, a empresa deve iniciar sua segunda etapa, que é

voltada para um público mais específico: a Segmentação de Mercado, a Seleção de

Mercado-Alvo e o Posicionamento.

Churchill e Peter (2000) relatam que a segmentação de mercado é

caracterizada pela divisão de um mercado em grupos de compradores potenciais

que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou

comportamentos de compra. Os mercados são divididos em várias formas e facilitam

a empresa em satisfazer as necessidades dos clientes.

Já a Seleção de Mercado-Alvo (Target Market) é o processo de selecionar,

segmentar, analisar e esboçar um perfil de um mercado potencial para melhor

realizar a seleção do mercado alvo. (SIMPSON; 2000 apud BORGES et al.; 2016, p.

193).

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Segundo a cartilha do Ministério do Turismo (2015), o Posicionamento,

baseia-se em impactar os convidados (entre eles, os turistas), por meio de uma

mensagem simples e repetida, a fim de se destacar das demais empresas, através

da popularidade, empatia, personalidade, entre outros.

A terceira fase a ser efetuada é através do Marketing Mix, no qual a empresa

deve definir seus: produtos (cerimonial, Buffet, locação do espaço da festa,

translado, hospedagem, entre outros), preço (de acordo com o grau de renda que os

noivos estejam dispostos a pagar), promoção (através dos canais de distribuições,

como a internet e comunicação boca à boca) e praça (referente a localização da

empresa e o salão de festa).

Vale ressaltar que assim como nas empresas, a internet também é

considerada um dos maiores fatores de influencia para o turismo, sendo um canal

facilitador de informações, promoção e divulgação do atrativo.

Após o Marketing Mix ser definido, a empresa deve gerar valor agregado ao

cliente. Ou seja, durante todo o processo de pré, durante e pós cerimônia, a

empresa não apenas procura atender a necessidade dos clientes, como fidelizá-los.

Ou então, à partir da cerimônia, ser capaz de convencer o turista em retornar ao

atrativo turístico.

Oliveira (2009) cita que é responsabilidade do marketing dentro da empresa:

analisar, planejar, implementar e avaliar estratégias e projetos estruturados, a fim de

atender as necessidades do mercado, além de contribuir para o desenvolvimento

sustentado da empresa.

A integração das funções da empresa com uma administração do marketing

deve priorizar a obtenção de resultados positivos, como o aumento das vendas e

dos lucros, levando a empresa a uma maior participação de mercado. O marketing

passou a ser visto, não apenas como um meio de comunicação empresarial e sim,

uma ferramenta para que a empresa alcançasse seus objetivos e satisfizesse as

necessidades dos clientes.

Para Oliveira (2015), o marketing e a comunicação são atividades distintas,

todavia, trabalham de forma colaborativa e tornam-se estratégias quando fazem

parte de um planejamento de gestão integrado. É possível afirmar que o marketing

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é uma ferramenta significativa para as empresas e é utilizado em empresas

segmentadas, inclusive as voltadas para a área de eventos. O marketing então,

passou a desempenhar uma estratégia motivacional para a criação de uma nova

modalidade: o marketing de eventos.

Os eventos procuram unir um determinado número de pessoas em um

ambiente atrativo e sociável, junto à atuação do marketing e de outras ferramentas.

Maciel (2009) cita que o marketing de eventos é uma modalidade do marketing

promocional, que prioriza a valorização da marca do patrocinador.

A Associação Nacional do Marketing Promocional (AMPRO, 1993 apud

MENDES; 2006, p. 11), define o marketing promocional como uma atividade do

marketing aplicada a produtos e serviços visando alcançar os objetivos estratégicos

de construção de marca, vendas e fidelização por meio da interação junto ao seu

público-alvo.

Fernandes (2007, p. 18) cita que a função do marketing promocional é

agregar valor ao produto, vender a imagem ou o conceito desse bem. Por meio da

criatividade, o marketing promocional procura estabelecer uma relação com diversos

tipos de público, a fim de atender suas necessidades e desejos. Para o autor, “o

marketing promocional não se resume apenas à oferta de benefícios pela compra do

produto e a ações de exposição de produtos no ponto de venda, ele abrange muito

mais”.

Diversas são as ferramentas utilizadas pelo marketing promocional e uma

delas é o marketing de eventos. Essa ferramenta contribui para maximizar a

divulgação da marca, reforçando sua imagem e tornando-a mais conhecida. Maciel

(2009, p. 16) cita que “como o foco de qualquer ação de marketing está centrado no

cliente, o marketing de eventos tem se mostrado uma eficiente estratégia para

pequenas, médias e grandes empresas”.

Oliveira (2015) descreve que o marketing de eventos está relacionado aos

três “Es”: a) entretenimento – o evento deve oferecer entretenimento para que o

público deseje fazer parte dele, e que seja algo diferenciado; b) emoção – deve

transmitir algo especial, que emocione as pessoas; c) empresa – a empresa deve

ser empreendedora e ter energia e iniciativa, estando preparada para assumir riscos.

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Oliveira (2015, p. 58) acrescenta que junto ao marketing de eventos, a

empresa deve elaborar um plano de marketing para que a empresa obtenha

resultados positivos. “A elaboração desse plano pode orientar o profissional que

pretendem empreender em qualquer setor de eventos [...]”.

Gomes (2005 apud OLIVEIRA; 2015, p. 58) cita que no plano de marketing

são consideradas três diferentes etapas para sua realização. A primeira etapa do

plano de marketing consiste no “Planejamento”, onde serão avaliados o mercado de

atuação, público-alvo, metas a serem alcançadas e ações para obter os objetivos

propostos. É dividida em:

Sumário executivo: resumo do plano de marketing, que deve ser elaborado

Análise do ambiente: apresentação de informações relevantes sobre o

empreendimento e levantamento de informações sobre cada item na mídia

Público – alvo: determinar o segmento específico para o evento

Posicionamento do mercado: define qual imagem o empreendedor deseja

transmitir ao cliente

Marca: nome do produto ou da empresa

Objetivos e metas: definir o que a empresa espera alcançar e aonde se quer

chegar

Estratégia de marketing: decisões necessárias para determinar o

produto,preço, ponto, promoção, pessoas, pesquisa e análise de mercado

A segunda etapa, é caracterizada pela “Implementação”, onde serão

executadas as estratégias de marketing estabelecidas na etapa de Planejamento. Já

a terceira etapa, caracterizada pela “Avaliação e controle”, deve ser realizada

durante e após a implementação do plano para que o resultado do evento seja

coerente ou próximo aos objetivos previstos.

O plano de marketing e o marketing de eventos contribuem para que o

profissional atuante da área de eventos possa identificar novas tendências de

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mercado, captar novos clientes e realizar novos eventos de modo a promover sua

marca e divulgar o destino turístico.

A partir da utilização do marketing voltado para a promoção e divulgação dos

eventos, as empresas atuantes do setor de casamento, procuram atender as

necessidades e desejos de seus clientes. O objetivo das empresas é estabelecer

uma troca de valores de ambas as partes, criando um vínculo com o cliente. Para

que a troca de valores seja realizada, o marketing deve conhecer e entender o seu

cliente de maneira profunda, a fim de que o produto ou serviço possa se adequar ao

cliente e se vender sozinho. Assim como a empresa, o destino turístico deve se

adequar as premissas necessárias para a realização de uma cerimônia de

casamento capaz de despertar o desejo deste de retornar ao local.

Casamento na Fortaleza de Santa Cruz da Barra

Fonte: Johansson. 2015. Disponível em:<www.johanssoncorreira.com>. Acesso em: 23 set.

2016

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Casamento no Bistrô MAC de Niterói

Fonte: Renata Xavier. 2015. Disponível em:< http://www.renataxavier.com.br/>. Acesso em:

23 set. 2016

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Identificou-se a partir das entrevistas que os pontos positivos das empresas

responsáveis pelas cerimônias de casamento e locação dos espaços Bistrô MAC e

salão de festa da Fortaleza de Santa Cruz são: atuação em diversas áreas/temáticas

de eventos; profissionalismo no planejamento e organização das cerimônias de

casamento; responsabilidade quanto as documentações e requerimentos

necessários para a locação do espaço; comprometimento e atenção para com o

cliente de modo a satisfazer suas expectativas e desejos, fidelização ao entrar em

contato com o cliente durante o período de pós-evento e a utilização de recursos

(verbal ou internet) sobre o retorno dos convidados e turistas ao atrativo turístico.

Apesar dos pontos positivos, notou-se a preocupação das cerimonialistas e

gestores quanto ao mercado consumidor. Por estar em constante mudança, o setor

de eventos tem se tornado cada vez mais exigente e competitivo. As empresas

portanto, devem buscar recursos para diferenciar seus produtos, apresentando infra-

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estrutura, aptidão e subsídios necessários para a captação de novos clientes no

mercado.

A partir dos resultados, notou-se que as empresas cerimonialistas e gestores

dos espaços Bitstrô MAC de Niterói e o espaço Zéfiro Eventos possuem pontos

fortes e fracos. O papel delas consiste em outros fatores além do planejamento e

realização da cerimônia, auxiliando seus clientes em todo o processo da cerimônia

de casamento (antes, durante e depois) e contribuindo para a promoção do turismo

local.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho apresentou como finalidade o estudo da relação das

empresas atuantes no setor de casamento e o turismo da cidade de Niterói, estado

do Rio de Janeiro. Por meio das entrevistas aos gestores das empresas de eventos

de casamento e dos administradores dos atrativos turísticos, percebeu-se o

interesse dos convidados presentes nas cerimônias, em retornar ao local onde a

mesma foi realizada. As cerimônias de casamento permitem aos convidados não

apenas conhecer um novo local, mas também ter contato com a cultura da região e

buscar novas experiências a serem vivenciadas. As cerimônias de casamento, por

serem uma atividade econômica pujante, geram renda e empregos aos atrativos e

às cidades.

Além das empresas de cerimonial entrevistadas neste trabalho, as empresas

responsáveis pelos espaços Bistrô MAC de Niterói e Zéfiro Eventos também

contribuem de modo convidativo ao retorno dos atrativos. Por estarem localizadas

nos atrativos turísticos, as empresas presenteiam os convidados com uma vista

exuberante da cidade de Niterói e do Rio de Janeiro. Ambos os espaços apresentam

infraestrutura e recursos necessários para captação de um grande fluxo turístico.

Com base na questão problema da pesquisa “De que modo uma empresa

que realiza o ritual de casamento, pode contribuir para a divulgação dos atrativos

turísticos em Niterói?”, foi possível analisar por meio metodologia qualitativa que o

marketing adotado pelas empresas,contribui para que os turistas tenham mais

conhecimento acerca dos atrativos da cidade. Isto ocorre não apenas com os

turistas e visitantes, mais ainda com os clientes (noivos) que solicitam os serviços

prestados pelas empresas de casamento.

A pesquisa qualitativa permitiu também identificar de forma mais aprofundada,

a visão das empresas de casamento e os tramites utilizados para promover as

cerimônias de modo a satisfazer o desejo de seus clientes. É possível perceber a

atenção e comprometimento que as empresas têm com seus clientes ao

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promoverem uma cerimônia satisfatória e gerando nos convidados o desejo de

retorno ao atrativo turístico.

Todavia, não foi possível obter resultados quantitativos referentes ao número

de turistas que retornaram ao atrativos após as cerimônias de casamento, pois este

dado não foi fornecido pelas entrevistadas. Em pesquisa realizada pela NELTUR

(2015), revelou-se que Niterói recebeu cerca de 120 mil turistas que visitaram o

MAC, Fortaleza de Santa Cruz e outros atrativos da cidade durante os Jogos

Olímpicos. Estima-se que este evento tenha contribuído para que mais turistas

visitem a cidade, possibilitando inclusive, o interesse em realizarem cerimônias de

casamento.

Na estruturação dos capítulos teóricos do trabalho, buscou-se conhecer a

área de casamento. A partir da conceituação da área de eventos e seu delineamento

histórico no Brasil e no mundo, foi possível realizar uma análise sobre o setor e dar

início ao estudo da cerimônia de cunho religioso: a cerimônia de casamento.

O segundo capítulo do trabalho, possibilitou a concretude de um dos

objetivos específicos ao apresentar as mudanças ocorrentes na sociedade indicando

os valores e princípios adotados desde a Antiguidade até o presente momento. Foi

enfatizada a participação da mulher desde quando eram atribuídas as características

da família patriarcal à conquista da mulher por sua independência, sendo fatores

consequentes para a realização de uma analogia da cerimônia de casamento desde

a família tradicional à contemporânea.

No terceiro capítulo foram apresentadas cinco cerimônias de casamento,

realizadas no Brasil e em outros países. O capítulo detalhou como as cerimônias de

casamento são realizadas e premissas que elas devem seguir. No último capítulo

foram feitas as entrevistas e descritos os dois principais atrativos turísticos da cidade

de Niterói, que são palcos para as cerimônias de casamento.

O objetivo geral deste trabalho foi atingido na medida em que foi possível

estabelecer a relação entre as empresas de cerimonial de casamento e sua

importância para o turismo nos referidos atrativos.

Para trabalhos futuros, sugere-se que seja realizada outra pesquisa

qualitativa sobre as empresas cerimonialistas e a elaboração de novos métodos

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quantitativos sobre o retorno dos turistas aos atrativos turísticos pós cerimônia de

casamento. A partir dos resultados das novas pesquisas qualitativas poder-se-á

aprimorar e estimular a produção de eventos que contribuam para o fomento da

visitação turística dos atrativos de Niterói.

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ANEXOS

ENTREVISTA

EMPRESA

NOME DO ENTREVISTADO

CARGO NA EMPRESA

1) COMO SURGIU A EMPRESA?

2) QUAIS SÃO AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA EMPRESA?

3) QUAL É O ORGANOGRAMA – ESTRUTURA DA EMPRESA?

4) COMO SE DÁ A ESCOLHA DOS NOIVOS PELO LOCAL DA FESTA?

( ) PELO LUGAR

( ) POR INDICAÇÕES

( ) POR SUGESTÃO DA PRÓPRIA EMPRESA

( ) PELA INTERNET

( ) Outros:.............................................................................................................

5) A PARTIR DA ESCOLHA, QUAIS SÃO OS TRÂMITES NECESSÁRIOS

PARA A PREPARAÇÃO DA CERIMÔNIA?

6) QUAIS SÃO OS TRÂMITES QUE A EMPRESA REALIZA EM RELAÇÃO AO

LOCAL ESCOLHIDO – FORTALEZA DE SANTA CRUZ E MUSEU DE ARTE

CONTEMPOÂNEA?

7) QUAL É A MÉDIA DE CASAMENTOS REALIZADOS POR ANO NESTE

LOCAL?

8) QUANTAS PESSOAS ESTE ATRATIVO COMPORTA?

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9) SUA EMPRESA TEM ALGUMA FERRAMENTA PARA MEDIR O RETORNO

DOS CONVIDADOS AO LOCAL DA FESTA, CONSIDERANDO QUE OS

MESMOS SÃO OS DOS PRINCIPAIS ATRATIVOS TURÍSTICOS DE

NITERÓI?

( ) SIM ( ) NÃO

QUAIS?.................................................................................................................

10) SUA EMPRESA TEM ALGUMA INFORMAÇÃO QUANTO AO RETORNO

DOS CONVIDADOS DA CERIMÔNIA AO ATRATIVO?