59
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE YOHANA RIBEIRO RIGUETO DETERMINAÇÃO DE FERRO EM ÁGUA FLUVIAL NA BACIA DO CÓRREGO SUJO TERESÓPOLIS POR ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV-VIS Niterói 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

YOHANA RIBEIRO RIGUETO

DETERMINAÇÃO DE FERRO EM ÁGUA FLUVIAL NA BACIA DO CÓRREGO

SUJO – TERESÓPOLIS POR ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO

MOLECULAR NO UV-VIS

Niterói

2014

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YOHANA RIBEIRO RIGUETO

DETERMINAÇÃO DE FERRO EM ÁGUA FLUVIAL NA BACIA DO CÓRREGO

SUJO – TERESÓPOLIS POR ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO

MOLECULAR NO UV-VIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Curso de Graduação em Química Industrial da

Universidade Federal Fluminense, como requisito

parcial para obtenção do Grau de Químico

Industrial.

Orientador:

ANDRÉ DE SOUZA AVELAR

CO-ORIENTADOR:

FÁBIO GRANDIS LEPRI

Niterói

2014

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Ficha 7,5cm X 12,5cm

Verso da folha de rosto.

- - - - - -

R 729 Rigueto, Yohana Ribeiro

Determinação de ferro em água fluvial na Bacia do Cór-

rego Sujo – Teresópolis por espectrofotometria de absorção

molecular no UV-VIS/Yohana Ribeiro Rigueto. - Niterói: [s. n.],

2014.

58f.

Trabalho de Conclusão de Curso – (Bacharelado em Quími-

ca Industrial) – Universidade Federal Fluminense, 2014.

1. Determinação de ferro. 2. Qualidade da água. 3. Bacia hi-

drográfica. 4. Teresópolis (RJ). I. Título.

CDD.: 546.62

- - - - -

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YOHANA RIBEIRO RIGUETO

DETERMINAÇÃO DE FERRO EM ÁGUA FLUVIAL NA BACIA DO CÓRREGO

SUJO – TERESÓPOLIS POR ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO

MOLECULAR NO UV-VIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Curso de Graduação em Química Industrial da

Universidade Federal Fluminense, como requisito

parcial para obtenção do Grau de Químico

Industrial.

Aprovada em 26 de junho de 2014.

BANCA EXAMINADORA

Niterói

2014

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IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por toda força nos momentos difíceis. A minha família, em especial

aos meus pais, Eunice e Geraldo, aos quais dedico essa conquista em minha vida, por todo

apoio e confiança. A minha irmã Yasmin, sempre comigo em todos os momentos, minha

companheira, me ajudou a seguir em frente e me deu força nos momentos difíceis. A minha

outra irmã Ludmila, que mesmo longe sempre me incentivou e me deu suporte. Ao meu

namorado Júnior por toda força e incentivo.

A Karen Dutra por toda ajuda, compreensão e atenção dedicada a mim.

Aos meus orientadores Fábio Lepri e André Avelar pelo apoio e orientação. A todos

os membros do GEOHECO por terem me acolhido.

Aos meus amigos de faculdade pela amizade, ajuda, conversas descontraídas e

incentivo: Lilian Botelho, João Paulo, Leonardo Megliorini, Daniel Quattrociocchi, Raphael

Lopes, Catiúcia Rodrigues e Rafaela Trindade.

Aos meus amigos Tássia Monteiro, Leonardo David, Daiana Santos e Gabriela

Mendes pelo apoio e descontração.

A todos da banca por terem aceito o convite.

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V

RESUMO

A determinação de ferro foi realizada em oito pontos dos canais fluviais da bacia hidrográfica

do Córrego Sujo, localizada no município de Teresópolis, região serrana do estado do Rio de

Janeiro, onde há intensa atividade agrícola e o uso acentuado de agrotóxicos. Os oito pontos

foram monitorados mensalmente e posteriormente analisados por espectrofotometria de

absorção molecular no UV-VIS através do Espectrofotômetro HACH DR-5000 para

quantificação de ferro total, e tais resultados foram comparados com a Resolução Conama

357/05. A interpretação dos resultados foi associado aos dados de vazão e precipitação

mensurados na bacia. O estudo revelou que as águas superficiais apesentaram altas

concentrações de ferro total, em função da intensa atividade agrícola na região. Apesar de o

ferro não ser tóxico, o mesmo confere à água cor e sabor, gerando diversos problemas para o

abastecimento humano. A Portaria 518 do Ministério da Saúde o valor máximo permitido

para a concentração de Ferro é 0,3 mg L-1 para o consumo humano. Os resultados das análises

indicaram concentrações de ferro acima deste limite, mostrando a necessidade de

monitoramento e controle do crescente uso de agrotóxicos.

Palavras-chave: Qualidade da água. Bacia do Córrego Sujo. Ferro em água superficial.

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VI

ABSTRACT

The iron determination was performed in eight points of the fluvial channels on the Córrego

Sujo watershed, located in the Teresópolis county, in the highlands of Rio de Janeiro state,

where the agriculture activity is intense and the use of pesticides is accented. Were monitored

monthly and posteriorly analysed by spectrophotometry of molecular absorption in the UV-

VIS using a Spectrophotometer HACH DR-5000 and the results were compared with the

Conama Resolution 357/05. The interpretation of the results was associated to the datas of

flow and precipitation measured in the basin. The research revealead that the surface waters

showed high concentration of total iron, due to the intense agricultural activity in the region.

Although iron is non-toxic, it gives color and flavour to the water, creating lots of problems to

the human supply. The Ordinance 518 of the Health Ministry, the maximum value allowed for

iron concentration is 0,3 mg L-1

for the human consume. The analysis results indicated iron

concentrations above the limit, showing the need for monitoring and controlling the

increasing use of pesticides.

Keywords: Water Quality. Córrego Sujo Basin. Iron in surface water.

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VII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Região visível pelo olho humano................................................................ 15

Figura 2 - Radiação incidente sobre uma amostra e radiação transmitida .................. 15

Figura 3 - Diagrama de níveis energéticos .................................................................. 16

Figura 4 - Espectro potência radiante emitida x comprimento de onda ...................... 17

Figura 5 - Espectro de absorção................................................................................... 19

Figura 6 - Complexo formado entre o Fe e a ortofenantrolina .................................... 21

Figura 7 - Redução de Fe3+ para Fe2+ através da adição de hidroquinona ............... 21

Figura 8 - Mapa de localização da bacia do Córrego Sujo .......................................... 28

Figura 9 - Mapa de uso do solo e cobertura vegetal da Bacia do Córrego Sujo.......... 29

Figura 10 - Cultivo agrícola irrigado na bacia do Córrego Sujo.................................. 30

Figura 11 - Mapa dos pontos amostrais na Bacia do Córrego Sujo............................. 33

Figura 12 - Equipamentos utilizados em campo ......................................................... 34

Figura 13 - Formulário para identificação das amostras.............................................. 35

Figura 14 - Espectrofotômetro HACH DR-5000 ........................................................ 36

Figura 15 - Visor do espectrofotômetro HACH DR-5000 .......................................... 37

Figura 16 - Cubeta utilizada para análise no espectrofotômetro ................................ 39

Figura 17 - Medição de vazão com molinete hidrométrico ........................................ 39

Figura 18 - Pluviômetros situados na bacia do Córrego Sujo ..................................... 40

Figura 19 - Medidor portátil HACH HQ40d ............................................................... 41

Figura 20 – Turbidímetro Hanna HI 93703C .............................................................. 41

Figura 21 - Concentração de ferro nas amostras em comparação com o VMP da

Portaria 518 ................................................................................................................. 44

Figura 22 – Valores de OD para as amostras .............................................................. 45

Figura 23 – Valores de pH para as amostras em comparação com a CONAMA

357/2005 ...................................................................................................................... 46

Figura 24 - Valores de pH para as amostras em comparação com a potabilidade ...... 47

Figura 25 - Valores de Turbidez para as amostras ...................................................... 48

Figura 26 - Condutividade elétrica dos pontos amostrais ........................................... 49

Figura 27 – Gráficos de Precipitação e vazão da estação Ponte Gilberto ................... 50

Figura 28 - Gráficos de Precipitação e vazão da estação CPRM ................................ 50

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VIII

Figura 29 - Gráficos de Precipitação e vazão da estação Sorvete ............................ 51

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IX

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação entre comprimento de onda absorvido e as cores absorvida e transmitida

.................................................................................................................................................. 20

Tabela 2 - Padrões para as classes de águas doce.................................................................... 24

Tabela 3 - Valores de temperatura das amostras analisadas ................................................... 45

Tabela 4 – Precisão e sensibilidade do método ....................................................................... 52

Tabela 5 – Análise estatística para as concentrações de ferro ................................................ 52

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X

LISTA DE ABREVIATURAS

cm – centrímetros

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CV – coeficiente de variação

g L-1

– grama por litro

mL - mililitro

mg L-1

– Miligrama por litro

nm - nanômetro

OD – Oxigênio dissolvido

OMS - Organização Mundial da Saúde

pH - Potencial Hidrogeniônico

P1 – ponto 1

P2 - ponto 2

P3 - ponto 3

P4 - ponto 4

P5 - ponto 5

P6 - ponto 6

P7 - ponto 7

P8 - ponto 8

UNT - Unidade Nefelométrica de Turbidez

USEPA - United States Environmental Protection Agency

UV – Ultravioleta

VIS - Visível

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XI

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13

2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 22

2.1 Qualidade da água ................................................................................................. 22

2.1.1 Ferro em águas ................................................................................................... 24

2.1.2 Oxigênio dissolvido (OD) .................................................................................. 24

2.1.3 Potencial hidrogeniônico (pH) ........................................................................... 25

2.1.4 Turbidez ............................................................................................................. 25

2.1.5 Temperatura ........................................................................................................26

2.1.6 Condutividade elétrica........................................................................................ 26

2.1.7 Vazão .................................................................................................................. 26

2.1.8 Precipitação ........................................................................................................ 26

3. OBJETIVO .......................................................................................................................... 27

4. ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................................ 28

5. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 34

5.1 Procedimentos de coleta ........................................................................................ 34

5.2 Metodologia para determinação de ferro............................................................... 35

5.3 Procedimento experimental para análise de ferro.................................................. 37

5.4 Medidas de vazão e precipitação ........................................................................... 39

5.5 Medidas de OD, pH e temperatura ........................................................................ 40

5.6 Medidas de turbidez .............................................................................................. 41

5.7 Medida de condutividade elétrica ......................................................................... 42

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 43

6.1 Determinação de ferro ........................................................................................... 43

6.2 OD e Temperatura ................................................................................................. 45

6.3 pH .......................................................................................................................... 46

6.4 Turbidez ................................................................................................................ 48

6.5 Condutividade elétrica ........................................................................................... 49

6.6 Vazão e precipitação ............................................................................................. 49

6.7 Precisão do método ............................................................................................... 51

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 54

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XII

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 55

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1. INTRODUÇÃO

A água é um recurso natural imprescindível para existência e bem-estar humano, assim

como para a manutenção dos ecossistemas do planeta, por isso é importante manter a qualidade

e quantidade nas bacias hidrográficas. Devido ao aumento populacional e o contínuo

desenvolvimento econômico, poluição e o uso não racional, a qualidade da água pode ser

comprometida e as gerações futuras podem sofrer com situações de escassez.

Da composição da água do mundo tem-se que mais de 97% é constituída de água do

mar, a qual é indisponível para beber e para a maior parte das atividades agrícolas, e ¾ dessa

água doce estão presos em geleiras e calotas polares. O ser humano necessita de inúmeros litros

de água para sua sobrevivência, e as principais fontes de água potável são os lagos e rios. Estes

constituem menos de 0,01% do suprimento total da água. (BAIRD, 2002)

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 80%

das enfermidades e doenças podem ser atribuídos à água e ao saneamento inadequado.

(GALAL-GORCHEV et al, 1993). Quando a produção de resíduos é maior que a capacidade de

diluição natural, gera problemas de poluição nos cursos d’água. (HAGEMANN et al, 2004)

A Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), também conhecida como Lei

das águas do Brasil, fundamenta que a água é um bem de domínio público e é um recurso

natural limitado, e que a gestão dos recursos hídricos deve contar com a participação do poder

público, dos usuários e das comunidades. A referida lei objetiva assegurar a disponibilidade

para a geração atual e futura, com qualidade adequada ao uso, a utilização racional dos recursos

hídricos e a prevenção de eventos hidrológicos críticos de origem natural ou provenientes do

uso inadequado dos mesmos.

É necessário determinar diversos parâmetros para caracterizar uma água, os quais

predizem suas características físicas, químicas e biológicas. Esses parâmetros possuem limites

estabelecidos para determinado uso, e quando esses limites são ultrapassados constituem

impurezas. Os mais importantes são: temperatura, sabor e odor, cor, turbidez, sólidos em

suspensão e sólidos dissolvidos, condutividade elétrica, pH, dureza, cloretos, ferro e manganês,

nitrogênio, fósforo, fluoretos, OD, matéria orgânica, demanda bioquímica de oxigênio (DBO),

demanda química de oxigênio (DQO), componentes orgânicos e inorgânicos, coliformes.

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14

Alguns fatores que alteram a qualidade da água são os poluentes orgânicos

biodegradáveis, poluentes orgânicos refratários (agrotóxicos, detergentes, etc), metais,

nutrientes, dentre outros.

As características da água em um ponto amostral predizem muito sobre sua origem,

percurso e o ambiente ao seu redor, com essas informações é possível monitorar tais fatores e

garantir a qualidade da água. As bacias de drenagem que apresentam atividades agrícolas devem

possuir um monitoramento do uso de insumos agrícolas, visto que a agricultura utiliza grande

parte das reservas de água doce e emite poluentes para os recursos hídricos, ocasionando

expressiva poluição.

A presença de ferro nas águas superficiais se deve à diversos fatores, dentre eles está o

uso de agrotóxicos base de ferro, despejos industriais e domésticos, a prática das indústrias

metalúrgicas de remoção da camada oxidada (ferrugem) das peças antes de seu uso, rochas que

contenham ferro em sua composição, e a chuva carreia essas substâncias para a água aumentando

assim suas concentrações no recurso hídrico.

O ferro, apesar de não ser tóxico, compromete a qualidade da água, uma vez que confere

cor e sabor provocando manchas em roupas e utensílios sanitários. De acordo com a Portaria 518

do Ministério da Saúde o valor máximo permitido para a concentração de ferro é 0,3 mg L-1 para

o consumo humano.

Uma forma de determinação da concentração de ferro em água ocorre por

espectrofotometria, por ser um método rápido e simples. A espectrofotometria na região

ultravioleta e visível (UV-Vis) baseia-se na capacidade de absorção dos grupos absorventes que

estão presentes nos compostos. Quando uma fonte de radiação eletromagnética incide sobre a

amostra, parte dessa radiação incidente é transmitida, outra parte é absorvida e outra é refletida.

Com isso, é possível obter dados de absorvância ou transmitância em função do

comprimento de onda. O gráfico que relaciona estes dados é chamado de espectro de absorção

ou de espectro de transmissão, dependendo do dado que está relacionado com o comprimento de

onda, no primeiro caso utiliza-se a absorvância e no segundo caso, a transmitância. É possível a

utilização espectro como forma de identificação de uma espécie química, visto que cada espectro

é único.

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15

O enfoque deste trabalho é na região ultravioleta e visível, que compreende entre 200-

400nm e 400-750 nm, respectivamente, como observado na Figura 1, pois a mesma é

amplamente utilizada em diversas áreas da química, ciências forenses, biologia, e muitas outras,

como por exemplo, para identificação do princípio ativo de fármacos.

Figura 1 – Região espectral visível pelo olho humano.1

1Quando uma fonte de radiação eletromagnética incide sobre a amostra, uma parte dessa

radiação incidente é transmitida, outra parte é absorvida e outra é refletida. (Figura 2)

Figura 2 – Radiação incidente sobre uma amostra e radiação transmitida. (SKOOG, 2006)

A radiação incidente na amostra representada por P0 na figura acima é absorvida pela

amostra resultando na radiação transmitida (P) de menor potência, uma vez que parte da radiação

é absorvida.

1 Fonte: https://bibliblogue.wordpress.com/tag/luz data: 10 de abril de 2014

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16

Antes de aplicar a fonte de radiação, o analito se encontra predominantemente em seu

estado de energia mais baixo ou estado fundamental. Após a aplicação, algumas das espécies do

analito sofrem uma transição para um estado de maior energia ou estado excitado. (Figura 3)

Figura 3 – Diagrama de níveis energéticos (SKOOG, 2006)

O processo representado na Figura 3 pode ocorrer em qualquer região do espectro

eletromagnético, os diferentes níveis energéticos podem ser níveis nucleares, eletrônicos,

vibracionais ou de spin.

A absorção pode causar a excitação do analito para os estados 1 ou 2, conforme a figura

3. Uma vez excitado, o excesso de energia pode ser perdido por emissão de um fóton

(luminescência, mostrada por uma linha sólida) ou por processos não-radiativos (linhas

tracejadas). A emissão ocorre em todos os ângulos, e os comprimentos de onda emitidos

correspondem às diferenças de energia entre os níveis, as quais podem ser calculadas pela

fórmula:

E=hc/ λ

Onde: E = energia do fóton

h = Constante de Plank

λ = comprimento de onda

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17

Ao medir a radiação eletromagnética que é emitida quanto este retorna do estado excitado

para o estado fundamental, é possível obter informações sobre sua identidade e concentração. O

processo de emissão consiste geralmente nos métodos em que a fonte de radiação aplicada é o

calor ou a energia elétrica, enquanto a espectroscopia de quimiluminescência refere-se à

excitação do analito por meio de uma reação química.

Os resultados obtidos dessas medidas são frequentemente expressos por meio do

espectro, que se refere a um gráfico da potência da radiação emitida em função da freqüência ou

do comprimento de onda. (Figura 4)

Figura 4 – Espectro potência radiante emitida x comprimento de onda (SKOOG, 2006)

O enfoque desse trabalho será no processo de absorção, parte da radiação incidente pode

ser absorvida e promover algumas das espécies do analito para um estado excitado, como

abordado anteriormente. Na espectroscopia de absorção, a quantidade de luz absorvida é medida

em função do comprimento de onda. Isso pode fornecer informações qualitativas e quantitativas

sobre a amostra.

A quantidade de luz que chega ao detector é a quantidade transmitida. A fração de

radiação incidente que é transmitida pela solução é denominada transmitância (T) e pode ser

representada por:

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18

T = P

P0

Outra forma de ser representada é em porcentagem, a qual é comumente utilizada e

denominada porcentagem de transmitância:

T (%) = P x 100

P0

A quantidade de luz absorvida é chamada de absorvância de uma solução e está

relacionada com a transmitância através da equação abaixo:

A = - log T = log P0

P

Quando A=0, significa que nenhuma parte da energia foi absorvida, ela foi toda

transmitida, logo, a transmitância é de 100%, e vice versa.

A Lei de Beer-Bourguer-Lambert, conhecida como Lei de Beer, é a lei que determina

quantitativamente a absorção de energia pela amostra. Essa lei relaciona a concentrações das

moléculas absorventes, a extensão do caminho óptico.

A = log P0 = a.b.c

P

Onde: A = absorvância

P0 = Potência incidente

P = Potência transmitida

a = constante de proporcionalidade (absortividade)

b = caminho óptico (largura da cubeta em cm)

c = concentração da solução absorvente (g L-1

)

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19

Na espectroscopia de absorção, a quantidade de luz absorvida é medida em função do

comprimento de onda. O comprimento de onda escolhido é aquele que apresenta maior

absorvância.

Para identificar esse comprimento de onda, é feita uma varredura dos vários

comprimentos de onda que o equipamento possui, é feita a leitura da absorvância para cada

comprimento de onda em ordem crescente variando inicialmente de 50 em 50 nm.

Posteriormente, varia-se de 5 em 5 nm próximo ao comprimento de onda de maior absorvância

para determina-lo em maior precisão.

Os dados obtidos compõem um gráfico absorvância x comprimento de onda, o qual é

chamado Espectro de absorção conforme a figura 5. O eixo Y representado pela letra A é

constituído pelos valores de absorvância, e o eixo X representado pela letra λ (lambda) é

constituído pelos comprimentos de onda.

Figura 5 – Espectro de absorção. (GIGANTE, 2002)

Grande parte dos espectrofotômetros modernos de varredura produzem os espectros de

absorvância diretamente. A cor de uma solução está relacionada com seu espectro de absorção e

a faixa de comprimento de onda absorvido.

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20

Por exemplo, se uma solução apresenta a cor vermelha significa que a mesma absorve

radiação correspondente ao comprimento de onda da cor complementar à cor vermelha, que é a

cor verde. A tabela 1 mostra essa relação para várias partes do espectro visível.

Tabela 1 – Relação entre comprimento de onda absorvido e as cores absorvida e transmitida

A partir do espectro de absorção identifica-se o comprimento de onda que corresponde ao

maior valor de absorvância encontrado.

Porém, no presente trabalho, o aparelho utilizado já possui em sua memória o

comprimento de onda para cada análise. No caso do Ferro, o comprimento de onda é 510 nm, o

qual é utilizado para medir as concentrações das amostras.

Os cátions Fe2+

e Fe3+

não absorvem radiação na faixa do UV-Vis, portanto, é necessária

uma etapa de conversão em espécie absorvente para que o elemento absorva radiação nesta faixa

espectral. O Fe2+

ao reagir com a ortofenantrolina forma um complexo colorido com máxima

absorção em 510 nm. (Figura 6, pág. 21)

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21

Figura 6 - Complexo formado entre o Fe e a ortofenantrolina.2

Efetua-se a adição de hidroquinona para reduzir todo Fe3+

para Fe2+

de forma a garantir

que a reação de formação do complexo acima ocorra. (Figura 7)

Figura 7 - Redução de Fe3+

para Fe2+

através da adição de hidroquinona.3

2 Fonte: BREITKREITZ, M.C.; SOUZA, A.M.; POPPI, R.J. Experimento didático de

quimiometria para planejamento de experimentos: avaliação das condições experimentais na

determinação espectrofotométrica de ferro II com o-fenantrolina. Um tutorial, parte III. Química

Nova, São Paulo, v.37, n.3, p.566, 2014.

3 Fonte: Apostila de análise instrumental UFF – 2011

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22

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Qualidade da água

De acordo com a Resolução CONAMA 357/2005, as águas doces se dividem em 4

classes:

I - classe especial: águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,

c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme

Resolução CONAMA no 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao

solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e

e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

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23

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme

Resolução CONAMA no 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer,

com os quais o público possa vir a ter contato direto; e

e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à pesca amadora;

d) à recreação de contato secundário; e

e) à dessedentação de animais.

V - classe 4: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; e

b) à harmonia paisagística.

São estabelecidos padrões para diversos parâmetros para as classes, na tabela 2, pág.24

estão representados os que foram determinados nesse trabalho.

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24

Tabela 2 – Padrões para as classes de águas doces

Classes de águas doces

Parâmetros Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

Ferro

dissolvido

< 0,3 mg L-1

< 0,3 mg L-1

< 5,0 mg L-1

-

OD > 6,0 > 5,0 > 4,0 -

pH 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0

turbidez < 40 < 100 < 100 -

Com a tentativa de enquadrar a água analisada em alguma das classes descrita acima e

auxiliar na interpretação das concentrações de ferro total encontradas, determinou-se oxigênio

dissolvido, pH, turbidez, temperatura, condutividade elétrica, vazão e precipitação.

2.1.1 - Ferro em águas

O ferro é encontrado nas águas basicamente como Fe2+

(íon ferroso) e ferro3+

(íon

férrico). O íon ferroso é mais solúvel que o íon férrico, logo o Fe+2

é o mais encontrado nas

águas. A concentração de ferro nas águas superficiais aumenta nas estações chuvosas devido ao

carreamento dos solos e os processos de erosão das margens. (CETESB)

Sua presença, exceto em pequenas quantidades, causa manchas em roupas e instalações

hidráulicas, podendo tornar a água inadequável para muitos processos industriais.

2.1.2 - Oxigênio dissolvido (OD)

O oxigênio dissolvido na água é de grande importância para a sobrevivência dos

organismos aeróbicos, os quais são responsáveis pela decomposição das matérias orgânicas

presentes. Caso esse oxigênio dissolvido fique escasso, o processo anaeróbico é iniciado, o que

pode provocar maus odores nas águas. (VON SPERLING, 1996)

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A origem desse OD pode ser pela dissolução do ar atmosférico, pelos organismos que

fazem fotossíntese ou ainda pela inserção artificial.

Visto que a solubilidade dos gases aumenta com a diminuição da temperatura, a

quantidade de OD é maior em temperaturas menores. Valores de OD de 4 - 5 mg L-1

simboliza

morte dos peixes. (VON SPERLING, 2005)

2.1.3 - Potencial Hidrogeniônico (pH)

O pH de uma amostra varia de 0 a 14, e informa a concentração de íons H+ e OH

-

presentes, informando se a água está ácida (pH<7), neutra (pH=7) ou básica(pH>7).

A condição da água pode afetar de diversas formas, como por exemplo, se for ácida pode

gerar corrosão, e básica pode gerar incrustação nas tubulações e afetar a sobrevivência aquática.

A vida aquática depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9.

De acordo com a CETESB, a Portaria 1469 do Ministério da Saúde determina que as

águas para abastecimento público devem apresentar valor de pH entre 6,5 – 8,5.

2.1.4 – Turbidez

A turbidez está relacionada à capacidade da luz atravessar a amostra de água, devido à

presença de sólidos em suspensão como areia, algas, despejos industriais e domésticos.

O aumento da turbidez pode ser dar por diversos fatores, dentre eles destaca-se o

processo de erosão das margens e o mau uso do solo. Esse alto valor tem como

consequência a diminuição da fotossíntese dos organismos aquáticos, prejudicand o

assim sua sobrevivência. (CETESB, 2009).

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2.1.5 - Temperatura

A temperatura consiste na medição da intensidade de calor. É um parâmetro importante

pois afeta as taxas de reações química e biológicas, bem como a solubilidade do O2.

Temperaturas elevadas nas águas podem ser consequências de despejos industriais e

usinas termoelétricas. (CETESB, 2009).

2.1.6 – Condutividade elétrica

A condutividade é uma medida que expressa a capacidade de conduzir corrente elétrica, a

qual depende da temperatura e teor dos íons presentes.

De acordo com a CETESB, valores de condutividade acima de 100 μS/cm indicam

ambientes impactados.

2.1.7 - Vazão

A vazão de um rio é a quantidade de água, que passa através de uma seção em

determinado tempo.

2.1.8 - Precipitação

Precipitação pluviométrica é o processo em que a água que é condensada na atmosfera

atinge a superfície terrestre.

Os valores de precipitação são importantes para analisar resultados, uma vez que no

período chuvoso as partículas de solo são carreadas para os rios.

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3. OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho é efetuar o monitoramento mensal da água em oito

pontos amostrais na Bacia hidrográfica do Córrego Sujo localizada no município de Teresópolis

– RJ, na qual há uma significativa produção agrícola irrigada e com elevada utilização de

insumos químicos. Serão realizadas análises por espectrofotometria de absorção molecular no

UV-VIS para determinação de ferro total, e medições de oxigênio dissolvido, pH, turbidez,

temperatura, condutividade elétrica, vazão e precipitação com os equipamentos apropriados.

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4. ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado no na bacia do Córrego Sujo, situada no distrito de Venda Nova,

no município de Teresópolis – RJ (Figura 8), compreendendo uma área de 53,5 km², localizada

nas coordenadas 22°15' - 22°10' S de latitude sul 42°55' – 42°45' de longitude oeste (UTM:

0720000/7534000 e 0720000/7546000), atingindo uma altitude média de 870 m.

Figura 8 - Mapa de localização da bacia do Córrego Sujo (ARAÚJO, 2013)

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Nos estudos de Araújo (2009) foi elaborado um mapa de uso do solo e cobertura vegetal

do ano de 2008 (Figura 9) na bacia hidrográfica do Córrego Sujo. Observa-se que a cobertura

florestal foi sendo substituída por gramíneas e cultivos agrícolas (Figura 10, pág.30), nos quais

são há intenso uso de agrotóxicos.

Figura 9 - Mapa de uso do solo e cobertura vegetal da Bacia do Córrego Sujo. (ARAÚJO, 2009)

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Figura 10 - Cultivo agrícola irrigado na bacia do Córrego Sujo. (BRUM, 2010)

A escolha dos pontos para análise química baseou-se no fato de que as estações de coleta

sofrem influência direta das atividades agrícolas, definindo assim 8 pontos amostrais: Ponto 1:

Estação Sorvete; Ponto 2: Ponte CPRM; Ponto 3: Ponte Selig ; Ponto 5: Ponte Gilberto; Ponto 7:

Tento; Ponto 8: Rancho B), e escolheu-se 2 pontos em ambiente florestal e nascente, como

indicadores da composição natural da água (Ponto 4: Floresta Selig e Ponto 6: Nascente Tento).

(Figura 11, pág. 33)

Devido às diferenças ambientais cabe fazer uma breve descrição das áreas amostrais de

coleta de água:

- Ponto 1: Estação Sorvete

Localiza-se no baixo curso da bacia, é a primeira bacia tributária do Rio Preto. O uso da

terra, na área adjacente a estação, é feito pelo cultivo de 36 hortaliças em estufa e silvicultura,

abrigando uma indústria de fabricação de sorvete, juntamente com a estação fluvio

pluviométrica.

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- Ponto 2 : Estação CPRM

Localiza-se no médio curso da bacia e assim como o primeiro ponto amostral, abriga uma

estação fluvio pluviométrica. É permeada pela silvicultura, assim como, por cultivos de

hortaliças que se faz no leito do Córrego Sujo.

- Ponto 3 : Ponte Selig

Localiza-se no médio curso da bacia, compõe uma área de cobertura vegetal e de uso da

agricultura. Encontra-se próxima a uma estrada não pavimentada, a qual é responsável pela

quantidade de sedimentos emitida para esse ponto amostral.

- Ponto 4: Floresta Selig

Localiza-se em área florestal, o que dificulta o acesso e consequentemente dificulta ações

antropogênicas. Essas caraterísticas fizeram com que esse ponto fosse determinado com o

background do estudo, ou seja, como valores de referência, devido ao seu excelente estado de

conservação.

- Ponto 5: Ponte Gilberto

Está situado em uma área a jusante de lavouras, com isso apresenta grande quantidade de

contaminação.

- Ponto 6: Nascente Tento

Localiza-se a jusante de diversas atividades agrícolas e sofre com queimadas em

determinadas estações do não, consequentemente é receptora de grande quantidade de

sedimentos.

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- Ponto 7: Canal do Tento

Localiza-se no alto curso da bacia, é envolvido por atividades agrícolas com uso de

defensivos agrícolas, e é receptor de efluentes líquidos domésticos e grande quantidade de lixo,

apresentando em algumas coletas um forte odor. Na estação seca, esse ponto amostra apresenta

baixa vazão.

- Ponto 8: Rancho B

Localiza-se no médio curso da bacia e próximo à estradas não pavimentadas e lavouras, o

que faz com que o mesmo receba grande quantidade de sedimentos, efluentes domésticos e de

derivados da agricultura. As águas coletadas desse ponto amostral apresentam odor.

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Figura 11 – Mapa dos pontos amostrais na Bacia do Córrego Sujo (ARAÚJO, 2009)

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 - Procedimentos de coleta

A coleta das águas foi feita em frascos de polietileno de 350 mL e posteriormente, ainda

em campo, foram acidificadas com HNO3 concentrado até atingir o pH ≤ 2, a fim de preservar as

características da água em questão. A acidificação é utilizada na análise de metais com a

finalidade de diminuir a adsorção na parede do recipiente de estocagem e diminuir também a

atividade biológica. Posteriormente, as garrafas foram identificadas e armazenadas em uma caixa

térmica com gelo e transportadas desta forma até o laboratório para análise. No laboratório as

mesmas foram estocadas na geladeira e mantidas sob refrigeração, segundo recomendações de

Bartram et al (1996). Determinou-se também os parâmetros pH, OD, turbidez, temperatura e

condutividade elétrica. (Figura 12)

Figura 12 – Equipamentos utilizados em campo

Foi elaborado um formulário (Figura 13, pág. 35) para ser preenchido em campo, com a

finalidade de registrar resultados obtidos e informações importantes para posterior análise dos

resultados, como odor e cor da água, áreas ao redor do ponto de coleta, dentre outros.

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Figura 13 – Formulário para identificação das amostras (ARAÚJO, 2013)

5.2 - Metodologia para determinação de ferro

A pesquisa foi realizada a partir da coleta de água em campo, de 8 pontos já selecionados

durante os meses de fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e

novembro de 2012. Posteriormente foram analisadas quantitativamente quanto a ferro por

espectrofotometria de absorção molecular na região ultravioleta-visível, através do uso do

Espectrofotômetro HACH DR-5000 da empresa Sovereign, existente no Laboratório de Geo-

Hidroecologia da UFRJ. (Figura 14, pág.36)

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Figura 14 - Espectrofotômetro HACH DR-50004

Características do espectrofotômetro HACH DR-5000:

- Faixa de Leitura: 190-1100 nm

- Mais de 250 métodos pré-programados para análise de água e efluentes.

- Reconhecimento automático de Método, Tela de LCD com Touch Screen e BackLight.

(Figura 15, pág.37)

- Software interno com idioma em Português.

- Memória para até 2000 Pontos.

4 Fonte: http://www.comercialcellab.com.br/itm/equipamentos-hach.html data: 10 de abril de

214.

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Figura 15 – Visor do espectrofotômetro HACH DR-5000.5

5.3 - Procedimento experimental para análise de ferro

Conforme dito anteriormente, o espectrofotômetro não precisou da determinação e

escolha do comprimento de onda, visto que o mesmo já se encontra em sua memória.

O instrumento possui mais de 250 métodos pré-programados, cada análise possui o seu

número, o qual pode ser identificado no manual da HACH.

Para quantificar o ferro nas amostras de água, seguiu-se o procedimento descrito no

manual “Water Analysis Handbook” (HACH, 2008), o qual é utilizado para água, águas

residuais e água do mar. Esse método possui registro federal, Junho 27, 1980; 45 (126:43459), e

é registrado na USEPA- Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

5 Fonte: http://www.hach-lange.pt data: 10 de abril de 2014.

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Faixa: Ferro (0,02 a 3,00 mg L-1

)

Inicialmente, ajustou-se o pH da amostra com o auxílio de um pHmetro na faixa de 3,0 a

5,0 com solução padrão hidróxido de sódio 5 mol L-1

.

Selecionou-se no instrumento o método a ser usado (265). Adicionou-se 10 mL da

amostra em uma cubeta (Figura 16, pág. 39), e adicionou-se então os reagentes hidroquinona e

ortrofenantrolina e agitou-se a solução até completa dissolução do reagente. (Esquema 1). Em

outra cubeta, colocou-se 10 mL da amostra original, o qual será o branco. Selecionou-se no

aparelho o tempo de três minutos para ocorrer a reação. Quando o tempo expirou, o branco foi

inserido para zerar e servir como valor de referência. Retirou-se então do instrumento a célula

com o branco, e inseriu-se a outra célula e leu-se a concentração de ferro expressa em mg L-1

.

Esquema 1 – Esquema do procedimento experimental

O íon ferroso (Fe+2

) reage com a ortofenantrolina para formar um complexo de cor laranja

em proporção com a concentração de ferro.

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Figura 16 – Cubeta utilizada para análise no espectrofotômetro.6

5.4 - Medidas de vazão e precipitação

A qualidade da água é influenciada por outras variáveis como vazão do escoamento do

canal e precipitação na área incidente, com isso foi realizada também a mensuração destes

parâmetros mencionados, abrangendo períodos da estação chuvosa e de estiagem. Para medir a

vazão utilizou-se o micro molinete hidrométrico Global Water FP 201. (Figura 17)

Figura 17 - Medição de vazão com molinete hidrométrico (ARAÚJO, 2013).

6 Fonte: https://www.hach-lange.es/view/product/EU-2495402/?productCode=EU-2495402 data:

14 de abril de 2014.

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Para medir a precipitação utilizou-se 3 pluviômetros convencionais (Figura 18) situados

em 3 dos pontos amostrais.

Figura 18 - Pluviômetros situados na bacia do Córrego Sujo (ARAÚJO, 2013)

5.5 - Medidas de OD, pH e temperatura

Para medir as concentrações de oxigênio dissolvido e a temperatura das amostras

utilizou-se um medidor portátil da marca HACH e modelo HQ40d. (Figura 19, pág.41)

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Figura 19 - Medidor portátil HACH HQ40d.7

5.6 - Medidas de turbidez

Utilizou um turbidímetro da marca Hanna modelo HI 93703C para medir os valores de

turbidez nas amostras do presente trabalho. (Figura 20)

Figura 20 – Turbidímetro Hanna HI 93703C.8

7 Fonte: http://www.hach.com/hq40d-portable-ph-conductivity-optical-dissolved-oxygen-do-orp-

and-ise-multi-parameter-meter/product?id=7640501639 data: 15 de abril de 2014.

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5.7 - Medidas de condutividade elétrica

Para medir a condutividade elétrica utilizou-se o mesmo medidor portátil da marca

HACH e modelo HQ40d citado anteriormente.

As medidas foram feitas a partir de maio de 2012 pois o equipamento apresentou

problemas nos meses anteriores.

8 Fonte: http://www.hannainst.com/usa/prods2.cfm?id=010002&ProdCode=HI+93703 data: 15

de abril de 2014.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 - Determinação de ferro

No Córrego Sujo há a predominância da agricultura, a qual interfere diretamente na

qualidade da água. Em épocas de chuva, as substâncias serão carreadas para os rios e lagos,

aumentando assim a concentração desses íons na água. A fim de determinar quantitativamente o

ferro nos 8 pontos amostrais, utilizou-se o método de espectrofotometria de absorção molecular

no UV-Vis, o qual produziu os resultados representados na figura 21, pág.44.

Conforme foi representado no esquema 1, pág.38, ao final da adição de reagente obteve-

se um novo volume de amostra. Com isso, faz-se necessário um cálculo para definir a

concentração de ferro na amostra original, visto que o obtido pelo aparelho representa a

concentração no volume final de 11 mL.

CiVi = CfVf

Logo: Ci = Cf (Vf)

Vi

Onde: Cf = Concentração final (concentração obtida no espectrofotômetro)

Vf = Volume final da solução = 11 mL

Vi = Volume inicial da solução = 10 mL

Logo, o Fator de diluição fd = 11 mL = 1,1

10 mL

Esse fator de diluição (fd) encontrado será multiplicado pelos valores obtidos no aparelho,

encontrando assim as concentrações iniciais que estão representadas na figura 21, pág.44.

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Figura 21 – Concentração de ferro nas amostras em comparação com o VMP da Portaria 518

Conforme demonstrado no gráfico acima, os valores encontrados nessa pesquisa para a

maioria dos pontos amostrais ultrapassaram o valor máximo permitido (VMP) pela Portaria 518

do Ministério da Saúde, o qual é de 0,3 mg L-1 para consumo humano, logo, essa água não é

apropriada para consumo. De acordo com as pesquisas feitas por Haddad, tais concentrações

altas se devem à intensa atividade agrícola presente na área.

Apenas o ponto Floresta Selig apresentou menor concentração em quatro meses. Este

ponto, como o próprio nome sugere, é um ponto amostral localizado no interior de floresta, o que

dificulta o acesso, consequentemente sofre menos ações antropogênicas, explicando assim seu

baixo valor de ferro.

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6.2 - OD e Temperatura

Como dito anteriormente, utilizou-se um medidor portátil para realizar as medidas de OD

e temperatura as quais estão representadas na figura 22 e tabela 3, respectivamente.

Figura 22 – Valores de OD para as amostras

Tabela 3 – Valores de temperatura das amostras analisadas

Meses P1 P2 P3

P4

P5

P6

P7

P8

Fevereiro 24,00 25,60 27,60 - 27,60 - - -

Março 26,00 23,50 28,90 24,80 28,90 22,90 22,90 27,20

Maio 20,50 19,00 17,90 17,60 19,20 18,70 20,20 18,00

Junho 23,30 22,60 18,30 20,30 17,90 21,30 18,60 20,70

Agosto 20,20 20,90 16,30 16,90 16,60 17,90 18,80 18,80

Setembro 24,20 24,50 22,40 22,40 24,90 22,10 23,40 24,50

Outubro 28,80 29,70 30,00 28,00 31,10 31,10 31,10 29,70

Novembro 29,70 27,90 24,70 23,80 21,20 23,20 25,10 26,10

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Ao analisar os valores de OD encontrados para os pontos amostrais conforme a figura 22

e comparar os valores obtidos de temperatura na tabela 3, percebe-se que os valores altos de OD

são justificados por baixas temperaturas, e baixos valores de OD, por altas temperaturas. Uma

vez que a solubilidade dos gases aumenta com a diminuição da temperatura.

Conforme a figura 22, estão representados as linhas de referência para classificação das

águas em classes de acordo com a CONAMA 357/05. Para denominação de classe 3, a água

precisa apresentar valor de OD > 6,0, para classe 2 o valor de OD deve ser > 5,0 e para classe 1,

OD > 4,0. O gráfico mostra que os valores encontrados para oxigênio dissolvido não se

encaixam em nenhum das classes, não sendo possível assim tal classificação.

6.3 - pH

Para medir o pH das amostras utilizou-se o mesmo medidor portátil citado anteriormente.

Os valores de pH encontrados no presente estudo estão descritos no figura 23.

Figura 23 – Valores de pH para as amostras em comparação com a CONAMA 357/2005

Com a finalidade de tentar determinar a classe da água, ao analisar a figura 23, tem-se os

valores encontrados de pH para todos os pontos amostrais e as linhas de referência de pH 6,0 a

9,0 que são os padrões para as classes 1,2, 3 e 4. Porém o ponto Sorvete ultrapassou o valor

máximo no mês de agosto, e o ponto Ponte Selig apresentou valor de pH menor que o mínimo

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recomendado também no mês de agosto. Tais discrepâncias podem estar associadas às despejos

industriais e domésticos, e a presença de algas que ao realizarem fotossíntese consomem gás

carbônico, o qual é a principal fonte natural de acidez da água. Com isso, não é possível

determinar a classificação da água.

Ao realizar uma segunda avaliação dos dados de pH encontrados, agora para potabilidade

conforme a figura 24.

Figura 24 - Valores de pH para as amostras em comparação com a potabilidade

De acordo com a CETESB, a Portaria 1469 do Ministério da Saúde determina que as

águas para abastecimento público devem apresentar valor de pH entre 6,5 – 8,5. Ao analisar a

figura 24 percebe-se que tal limite não é obedecido, com isso, essas amostras são inadequadas

para consumo humano.

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6.4 - Turbidez

Os valores de turbidez medidos para as amostras do presente estudo estão descritos na

figura 25.

Figura 25 – Valores de Turbidez para as amostras

Segundo a CONAMA 357/2005, as águas de classe 1 não devem ultrapassar o valor de

40 UNT para turbidez, e as de classes 2 e 3 possuem limite de 100 UNT. Conforme podemos

analisar os dados representados na figura 25, os valores ultrapassam o limite de 40UNT mas não

ultrapassam 100 UNT, logo, nesse parâmetro, as amostras estão dentro do limite imposto para as

classes 2 e 3. Porém não podem ser classificadas como classe 1 ou 3, pois os outros parâmetros

não obedecem aos padrões. O aumento da turbidez pode ser dar por diversos fatores, dentre eles

destaca-se o processo de erosão das margens e o mau uso do solo. Esse alto valor tem como

consequência a diminuição da fotossíntese dos organismos aquáticos, prejudicando assim sua

sobrevivência. (CETESB, 2009).

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6.5 – Condutividade elétrica

Os valores de condutividade elétrica encontrados para o presente trabalho estão

representados na figura 26.

Figura 26 – Condutividade elétrica dos pontos amostrais

Ao analisar o gráfico acima, percebe-se que os pontos Ponte Selig, Ponte Gilberto e

Rancho B apresentaram valores altos de condutividade elétrica, o que pode ser consequência de

despejos domésticos no local.

6.6 - Vazão e precipitação

Anteriormente relacionou-se os valores de OD de acordo com a CONAMA, outra relação

feita foi dos valores de OD com vazão e precipitação em três dois oito pontos amostrais. (Figura

27 e 28 pág.50, Figura 29, pág.51)

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Figura 27 – Gráficos de Precipitação e vazão da estação Ponte Gilberto.

Figura 28 - Gráficos de Precipitação e vazão da estação CPRM.

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Figura 29 – Gráficos de Precipitação e vazão da estação Sorvete.

Ao analisar os gráficos acima (figuras 27, 28 e 29) percebe-se que nas estações de seca,

quando a vazão e a precipitação são baixas, ocorre um aumento de OD. Porém nas estações de

chuva, onde a vazão e precipitação são altas, ocorre um decréscimo dos valores de OD. Este

decréscimo se deve ao fato de que a chuva carreia substâncias e matérias orgânicas para o rio, na

maioria das vezes decorrentes de despejos industriais e domésticos, aumentando assim o número

de microorganismos presentes consequentemente consumindo em maior escala o oxigênio

dissolvido devido a respiração aeróbica.

6.7 - Confiança do método

Segundo o Water Analysis Handbook da Hach, o método utilizado possui precisão e

sensibilidade de acordo com a tabela 4.

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Tabela 4 - Precisão e sensibilidade do método

Programa

95% de confiança

Sensibilidade

(alteração da concentração por

0,01 de mudança na

absorvância)

265 (ferro) (0,01 mg L-1

) - Média + (0,01 mg L

-1) 0,021 mg L

-1

Para as concentrações encontradas nos oito pontos, calculou-se as médias, desvios

padrões e desvios padrões relativos para analisar a precisão e a confiabilidade do método.

(Tabela 5)

Tabela 5 – Análise estatística para as concentrações de ferro

Meses e

Análises /

Pontos

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

Maio 1,9493 1,5756 1,2221 0,1515 0,8787 0,3333 0,4545 0,7070

Agosto 1,4342 1,4039 0,6868 0,1515 0,6363 0,1616 0,5454 0,4444

Setembro 2,0907

2,2523 0,9595 0,1515 0,8484 0,0202 0,5353 0,7474

Outubro 1,9897 2,0301 2,5553 2,1614 1,4544 1,0908 1,1615 0,4444

Média 1,8660 1,8155 1,3559 0,6540 0,9544 0,4015 0,6742 0,5858

Desvio

padrão

0,2939 0,3932 0,8289 1,0049 0,3503 0,4770 0,3274 0,1641

Desvio

padrão

relativo

0,1575 0,2166 0,6113 1,5365 0,3670 1,1880 0,4856 0,2801

Coeficiente

de variação

(%)

15,74 21,66 61,13 153,65 36,70 118,80 48,56 28,01

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O desvio padrão é utilizado para analisar a dispersão dos resultados consequentemente a

homogeneidade desse conjunto de dados. Um baixo valor de desvio padrão indica que os dados

estão próximos da média, ou seja, a amostra é homogênea, já um alto valor indica que os dados

estão distantes da média, os dados estão mais dispersos, estão longe da média, logo há menor

precisão e esse conjunto de dados é heterogêneo.

Segundo ZAMBERLAN, para caracterizar o valor de desvio padrão como alto ou baixo

utiliza-se o desvio padrão relativo (coeficiente de variação (CV)), a qual expressa o desvio

padrão em relação a média. O CV é calculado através da divisão do desvio padrão pela média, e

o valor obtido é multiplicado por 100, obtendo-se assim um valor percentual.

O coeficiente de variação é classificado da seguinte forma:

- CV < 20 % = amostra homogênea

- CV >20% = amostra heterogênea.

A análise é a mesma dita anteriormente, quanto maior o valor de CV, maior a dispersão

dos dados, e quanto menor o CV, menor a dispersão.

Ao analisar os valores CV encontrados (Tabela 5, pág.53), percebe-se que apenas o ponto

1 obteve valor de CV menor que 20%, o que o caracteriza como amostra homogênea, os dados

não estão dispersos quanto nos outros pontos. Esse baixo valor de CV está relacionado ao alto

valor de média, consequentemente altas concentrações de ferro. O ponto 1 é a estação sorvete, a

qual possui em sua área adjacente grande cultivo de hortaliças e silvicultura, o que demanda alta

utilização de agrotóxicos, e abriga a indústria de fabricação de sorvete, o que pode gerar

lançamento de resíduos no recurso hídrico, logo altas concentrações de ferro.

Os pontos 4 e 6 apresentaram valores de CV acima de 100%, o que é considerado um

erro matemático visto que o valor máximo seria 100%, porém essa discrepância pode ser

explicada pela intensa atividade agrícola na área analisada e a grande diversidade entre os pontos

amostrais.

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7. CONCLUSÃO

Os pontos amostrais foram monitorados e foi feita a determinação de ferro total por

espectrofotometria de absorção molecular no UV-Vis. Quantificou-se vários parâmetros para

avaliar a qualidade da água e auxiliar na interpretação das concentrações de ferro encontradas.

Não foi possível estabelecer uma classe de acordo com a CONAMA 357/05 para as

amostras analisadas visto que a área analisada possui intensa atividade agrícola e uma grande

variação nos resultados das determinações dos parâmetros.

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