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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL YURI PATRICK DE SOUSA MENDONÇA AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO À NR-18 DE UM CANTEIRO DE OBRAS NA CIDADE DE MOSSORÓ-RN MOSSORÓ 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

YURI PATRICK DE SOUSA MENDONÇA

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO À NR-18 DE UM CANTEIRO DE OBRAS NA

CIDADE DE MOSSORÓ-RN

MOSSORÓ

2013

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YURI PATRICK DE SOUSA MENDONÇA

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO À NR-18 DE UM CANTEIRO DE OBRAS NA

CIDADE DE MOSSORÓ-RN

Monografia apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento

de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

Civil.

Orientador: Prof. D. Sc. Maria Aridenise Macena

Fontenelle - UFERSA

MOSSORÓ

2013

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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação

da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

M539a Mendonça, Yuri Patrick de Sousa.

Avaliação da adequação à NR-18 de um canteiro de obras na

cidade de Mossoró-RN / Yuri Patrick de Sousa Mendonça. –

Mossoró, RN : 2013.

67f. : il.

Orientador: Profª. Dra. Sc. Maria Aridenise Macena Fontenelle.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal Rural do

Semi-Árido, Graduação em Engenharia Civil, 2013.

1. Canteiro de obras. 2. Construção civil. 3. Segurança do

trabalho. 4. NR-18. I. Título.

CDD: 624 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo

CRB-5/1033

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AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, pela oportunidade de acesso ao

ensino acadêmico e pelos subsídios fornecidos para o desenvolvimento deste trabalho.

Ao coordenador do curso, Raimundo Gomes de Amorim Neto, pelo empenho e compromisso

durante sua gestão, além do suporte dado a todos os estudantes.

A todos os professores do curso, que desempenharam importante papel na nossa formação

durante a fase acadêmica.

A minha orientadora, Maria Aridenise Macena Fontenelle, pela paciência, compreensão e

conhecimento compartilhado durante a elaboração deste trabalho.

A meus pais, irmã, avós, tios e primos pelo constante apoio e incentivo antes e durante o

andamento do curso.

A Manoel Felipe Pinheiro, meu tio-avô e maior incentivador na busca deste sonho, que ambos

compartilhamos e que ele pôde ver em mim a concretização.

A todos os amigos, pelos bons momentos compartilhados e pela ajuda durante o decorrer do

curso, em especial a Nayara Sá Leitão, Priscilla Lins, Paulo Silva, Renan Pinto e Roberto

Yasuhiro, amizades que permanecerão após a conclusão do curso.

A Jéssica Luara, amiga, namorada e grande contribuinte para a realização deste trabalho, pelo

amor, carinho, compreensão e ajuda em todos os momentos.

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RESUMO

Avaliar a adequação de um canteiro de obras à NR-18 em Mossoró-RN é o principal objetivo

deste trabalho. A estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de caso que foi realizado a partir

de estudos bibliográficos sobre segurança no canteiro de obras e avaliação do grau de

cumprimento da NR-18 no canteiro através de uma lista de verificação proposta por Saurin et

al. (2000) abordando os principais requisitos da NR-18, como tapumes e galerias, ordem e

limpeza, sinalização de segurança, áreas de vivência, armazenamento e estocagem de

materiais, escavações, proteção contra quedas de altura, elevador de carga, elevador de

passageiros, grua, EPI’s, instalações elétricas, serra circular e central de carpintaria. Pesquisa

documental e registros fotográficos foram realizados das observações do estudo de campo. Os

resultados da pesquisa evidenciaram que apesar do canteiro ser organizado de um modo geral,

ainda assim várias recomendações da NR-18 não eram cumpridas, tendo alguns quesitos notas

muito baixas. O quesito que obteve a menor nota foi “armazenamento e estocagem de

materiais”, que obteve nota zero, e os que obtiveram as maiores foram “ordem e limpeza”,

“escavações”, “EPI’s” e “Armações de aço”, todos com nota dez.

Palavras-chave: Canteiro de obras. Construção Civil. Segurança do trabalho. NR-18.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição de acidentes do trabalho segundo as grandes regiões em 2011............ 15

Figura 2: Sinalização em canteiro de obra................................................................................ 19

Figura 3: Plataforma de proteção vista de cima ....................................................................... 19

Figura 4: Plataforma de proteção vista de baixo ...................................................................... 20

Figura 5: Tela fachadeiro .......................................................................................................... 21

Figura 6: Tela tapume ............................................................................................................... 21

Figura 7: Tapume metálico ....................................................................................................... 22

Figura 8: Extintor de incêndio .................................................................................................. 23

Figura 9: Capacete de segurança .............................................................................................. 24

Figura 10: Óculos de segurança................................................................................................ 25

Figura 11: Protetor auditivo circum-auricular .......................................................................... 25

Figura 12: Protetor auditivo semi-auricular ............................................................................. 26

Figura 13: Respirador purificador de ar ................................................................................... 26

Figura 14: Luvas de segurança ................................................................................................. 27

Figura 15: Botas de segurança .................................................................................................. 27

Figura 16: Cinto de segurança .................................................................................................. 28

Figura 17: Canteiro de obras de uma edificação vertical em Mossoró-RN.............................. 33

Figura 18: Área para depósito de entulhos .............................................................................. 44

Figura 19: Placa de identificação.............................................................................................. 44

Figura 20: Refeitório ................................................................................................................ 45

Figura 21: Pilha de tijolos ......................................................................................................... 46

Figura 22: Escavações .............................................................................................................. 47

Figura 23: Proteção dos poços dos elevadores ......................................................................... 48

Figura 24: Elevador de carga .................................................................................................... 49

Figura 25: Serra circular ........................................................................................................... 50

Figura 26: Bancada das armações de aço ................................................................................. 51

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Notas dos quesitos da lista de verificação ............................................................... 52

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LISTA DE SIGLAS

SESI Serviço Social da Indústria

IBGE Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PIB Produto Interno Bruto

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CLT Consolidação das Leis de Trabalho

NR Norma Regulamentadora

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

RAIS Relatório Anual de Informações Sociais

ICC Indústria da Construção Civil

EPI Equipamento de Proteção Individual

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 12

2.1 GERAL ............................................................................................................................... 12

2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 12

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 13

3.1 SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................. 13

3.2 SEGURANÇA DO TRABALHO ...................................................................................... 13

3.2.1 Acidentes de trabalho .................................................................................................... 13

3.2.2 Equipamento de proteção coletiva - EPC .................................................................... 18

3.2.3 Equipamento de proteção individual - EPI’s .............................................................. 23

3.2.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA ............................................... 28

3.2.5 Normas Regulamentadoras – NRs ............................................................................... 30

3.3 CANTEIRO DE OBRA ..................................................................................................... 32

3.4 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO CIVIL - NR18 .............................................................................................. 39

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 41

4.1 DESCRIÇÃO DA OBRA ESTUDADA ............................................................................ 41

4.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 42

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 43

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 53

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54

ANEXOS ................................................................................................................................. 58

ANEXO A - LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO DA ADEQUAÇÃO DE

CANTEIROS DE OBRA À NR 18 .......................................................................................... 59

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1 INTRODUÇÃO

Segundo o Serviço Social da Indústria - SESI (2008), a indústria da construção civil se

segmenta em duas atividades básicas: edificações e construção pesada. O segmento

edificações é composto por obras habitacionais, comerciais e outras. O segmento de

construção pesada agrupa vias de transporte e obras de saneamento, de irrigação/drenagem, de

geração e transmissão de energia, de sistemas de comunicação e de infraestrutura de forma

geral.

É um importante setor da economia brasileira, de uso intensivo de mão-de-obra, criando

empregos diretos e indiretos, tendo sido responsável por aproximadamente 6,5% do PIB em

2005 e 8,1% em 2010, segundo dados do IBGE e da Fundação Getulho Vargas - FGV. Possui

uma cadeia produtiva extensa e complexa que inclui atividades diretas e indiretas nas quais

atuam empresas de todos os portes. De acordo com os dados da Câmara Brasileira da

Indústria da Construção - CBIC e do IBGE, a cadeia produtiva da construção emprega

diretamente 5,6 milhões de pessoas, representando 6,36% dos trabalhadores ocupados no

Brasil (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2008).

Devido a esse grande número de mão de obra empregada e esta área oferecer constantes

riscos aos envolvidos, foram criadas normas, relativas à segurança e medicina do trabalho,

que são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos

da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e

Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

As disposições contidas nestas normas, denominadas de Normas Regulamentadoras –

NRs, aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes

tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

A observância das NRs não desobriga as empresas do cumprimento de outras

disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos

sanitários dos estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de

trabalho.

As recomendações contidas nas NRs frequentemente são descumpridas e

negligenciadas, o que faz com que atualmente, tanto no Brasil, como em países mais

desenvolvidos, a construção civil ainda continue a se destacar pelo alto índice de acidentes de

trabalho. No Brasil esse setor ocupa o terceiro lugar no número de acidentes, segundo dados

revelados pela CBIC, 2013.

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O crescimento acentuado deste setor, verificado nos últimos anos em todo o país, tem

sido acompanhado pelo aumento do número de acidentes de trabalho e de mortes de

operários, principalmente por soterramento, queda ou choque elétrico.

Em 2011, cerca de 18 mil acidentes foram registrados e resultaram em morte ou

invalidez permanente. E outros 300 mil acidentes de trabalho, também em 2011, causaram

invalidez temporária de trabalhadores, número que pode ser muito superior, tendo em vista

que não há registro para o mercado informal.

O nordeste não deixa de apresentar cenário semelhante. O anuário Brasileiro de

Proteção de 2012 afirma que em 2010, a região respondeu por 12,7% dos acidentes de

trabalhos ocorridos no país. Ao todo, foram registrados 89.485 agravos. Se comparadas às

notificações de 2009, os nordestinos apresentaram a menor redução de acidentes no País.

Houve uma queda de apenas 2,9% nas ocorrências. Em contrapartida, foi a Região que

apresentou o menor percentual de acidentes por trabalhadores em 2011. Em um grupo de 100

mil trabalhadores, 1.117 sofreram algum tipo de acidente.

Já no Rio Grande do Norte, dados contidos no Anuário Estatístico de Acidentes de

Trabalho, documento elaborado pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS revelam que

mais de 23 mil trabalhadores sofreram algum tipo de acidente de trabalho no estado, entre os

anos de 2009 e 2011, como informa Gazeta do Oeste, 2013. Em Mossoró – RN, no ano de

2008 foram noticiados 776 acidentes de trabalho e em 2009, 715, com um total de 10 óbitos

acumulados. Na capital do estado, Natal, o número é bem maior, chegando a 4639 acidentes

em 2008 e 4934 em 2009.

Diante de tantas estatísticas desfavoráveis, percebe-se a importância do estudo e do

acompanhamento desse tema nas obras de construção civil em todo o país, tanto para garantir

a integridade física do trabalhador quanto para evitar custos diretos e indiretos, com

tratamentos, benefícios e horas não trabalhadas.

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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Avaliar a adequação de um canteiro de obras de um empreendimento em Mossoró-RN à

NR-18.

2.2 ESPECÍFICOS

Fazer um estudo teórico sobre segurança no canteiro de obras, de forma a gerar

conhecimento sobre as condições de segurança e ambiente do trabalho na obra em

análise, no município de Mossoró;

Realizar pesquisa de campo para aplicação de lista de verificação sobre adequação do

canteiro estudado à NR-18;

Analisar os dados coletados e fazer uma discussão a respeito dos resultados.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Informações do Relatório Anual de Informações Sociais - RAIS, do Ministério do

Trabalho e Emprego demonstraram a curva ascendente do mercado de trabalho brasileiro de

2003 a 2010, segundo apontou o ex-ministro Carlos Lupi em artigo publicado no jornal “O

Dia” em 2010. Foram 14 milhões de novos empregos gerados, com o país atingindo a marca

de 41, 2 milhões de brasileiros com a carteira de trabalho assinada até aquele ano.

Segundo os resultados preliminares do questionário da amostra do censo demográfico

2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o percentual de

empregados com carteira assinada teve crescimento expressivo em todas as regiões. O

aumento no número de trabalhadores devidamente registrados foi de 54,4%, em 2000, para

65,2%, em 2010, enquanto o dos que não tinham carteira assinada caiu de 36,8% para 26,5%.

No país, o percentual de empregados na população ocupada cresceu de 66,6% para

68,2%, de 2000 para 2010. A segunda maior parcela da população ocupada, constituída pelos

trabalhadores por conta própria, passou de 23,5% para 24,0%.

O setor da construção civil, como relatado pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior no Informe Estatístico da Indústria de 2013, apresentou

também uma alta no número de trabalhadores formais, indo de 1.987.131 em dezembro de

2008 a 3.102.144 em maio de 2013.

Todos esses dados revelam a expansão do número de trabalhadores inseridos no

mercado de trabalho nos últimos anos. Com isso, mais pessoas estão sujeitas a acidentes no

campo de trabalho, o que torna importante e decisivo o cumprimento das normas de

segurança.

3.2 SEGURANÇA DO TRABALHO

3.2.1 Acidentes de trabalho

Segurança do trabalho pode ser definida como a ciência que estuda as possíveis causas

de acidentes do trabalho, objetivando a prevenção de sua ocorrência. Seu papel é assessorar o

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empregador, buscando a preservação da integridade física e mental dos trabalhadores e a

continuidade do processo produtivo. (VOTORANTIM METAIS, 2005 apud SILVA, 2006).

A segurança visa evitar o acidente de trabalho, ou seja, aquilo que ocorre pelo exercício

do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que

cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

Sob outra visão, acidente é uma ocorrência inesperada ou não, que interrompe ou interfere no

processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos

trabalhadores e/ou danos materiais. (VOTORANTIM METAIS, 2005 apud SILVA, 2006).

A Indústria da Construção Civil - ICC mantém elevados índices de acidentes de

trabalho e apresenta uma das piores condições de segurança do trabalho, em nível mundial. A

baixa qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por parte das empresas

em treinamento e desenvolvimento costumam ser característicos dessa indústria, justificando

tais afirmativas (ANDRADE; BASTOS, 1999 apud LOBO JÚNIOR, 2008).

A ocorrência de acidentes de trabalho está associada a custos hospitalares, perdas

materiais, despesas previdenciárias e grande sofrimento para as vítimas e seus familiares. Há

reflexos, também, no desenvolvimento das empresas, tais como elevação dos custos globais,

atrasos nas entregas dos produtos e/ou serviços, aumento dos tempos improdutivos e baixa

qualidade e produtividade (ZOCCHIO, 1996; OIT, 1996 apud LOBO JÚNIOR, 2008).

O cenário da segurança na construção vem melhorando aos poucos, parte devido ao

maior esclarecimento dos operários a respeito da sua importância, feito através de palestras e

reuniões, e parte devido à fiscalização por parte dos órgãos competentes. Através do Anuário

Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT de 2011 pode-se notar uma diminuição no

número de acidentes na construção civil de 2009 a 2011. Em 2009 foram registrados 733.365

acidentes de trabalho, enquanto que em 2011 foram 711.164. Outro fator de relevância é que

durante esse período o número de obras e de trabalhadores aumentou, ou seja,

proporcionalmente esse número de acidentes se torna ainda menor. A figura 1 mostra a

distribuição da quantidade de acidentes de trabalho por região.

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Figura 1: Distribuição de acidentes do trabalho segundo as grandes regiões em 2011

Fonte: Previdência Social, 2011.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT ocorrem cerca de 270 milhões

de acidentes de trabalho e cerca de dois milhões de mortes por ano em todo o mundo, o que

expressa negligência e injustiça social, já que são potencialmente evitáveis. Os custos dos

acidentes de trabalho são raramente contabilizados, mesmo em países com importantes

avanços no campo da prevenção. Estima-se que 4% do Produto Interno Bruto - PIB sejam

perdidos por doenças e agravos ocupacionais, o que pode aumentar para 10% quando se trata

de países em desenvolvimento.

Esses custos muitas vezes não são contabilizados justamente porque mensurá-los é uma

tarefa complexa, uma vez que envolve muitas variáveis, como: despesas médicas e

hospitalares, perda de equipamentos, de horas de trabalho, entre outras. Além disso, a maioria

dos trabalhadores da indústria da construção civil não são contribuintes da previdência social,

fator esse que impossibilita um cálculo mais preciso a respeito desses custos citados.

No Brasil, de acordo com artigo publicado por Vinícius Pinheiro e Geraldo Arruda no

informe da previdência social de 2001, a falta de segurança nos ambientes de trabalho

brasileiros gerou no ano 2000 um custo de cerca de R$ 23,6 bilhões para o país, equivalente a

2,2% do PIB. Deste total, R$ 5,9 bilhões correspondem a gastos com benefícios acidentários,

aposentadorias especiais e reabilitação profissional. O restante da despesa refere-se à

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assistência à saúde do acidentado, indenizações, retreinamento, reinserção no mercado de

trabalho e horas não trabalhadas.

Em estimativas mais recentes, Pastore (2011) afirma que o custo total dos acidentes de

trabalho é de aproximadamente R$ 71 bilhões anuais, em uma avaliação subestimada.

Ainda segundo o autor, entre os custos não segurados que afetam a vida das empresas

estão a perda de tempo causada pelos acidentes, a destruição de equipamentos, de insumos e

de materiais, a interrupção da produção, despesas com afastamento dos empregados e

contratação de nova mão de obra com o devido treinamento, os adicionais de risco e ainda a

perda do valor de mercado e a exposição negativa na mídia, atraindo a atenção das

procuradorias do trabalho e da justiça do trabalho. Todos esses fatores em conjunto acarretam

um aumento sobre o custo do investimento, fazendo com que os preços necessitem de

reajustes, refletindo em despesas para o bolso do consumidor.

De acordo com concepções mais recentes, os acidentes de trabalho resultam de

modificações ou desvios que ocorrem no interior de sistemas de produção, modificações ou

desvios esses que por sua vez resultam da interação de múltiplos fatores. (ALMEIDA;

BINDER, 2000).

De acordo com Froes (2003) existem três fatores determinantes para incidência de

acidente:

Condições inseguras: correspondem aos problemas físicos como irregularidades

técnicas, ausência de dispositivos de segurança, que põem em risco a integridade física

e a saúde de seus colaboradores, além de comprometer a própria segurança de

máquinas e equipamentos.

Ato inseguro: inerente ao trabalhador, é a forma como ele se expõe ao risco de

acidente, consciente ou não.

Eventos catastróficos: referem-se a situações difíceis de serem previstas, podem ter

sua origem em fenômenos naturais (tempestades e inundações).

Dentre as condições inseguras pode-se destacar: a falta de dispositivos de proteção em

máquinas e outros equipamentos; dispositivos de proteção existentes, mas inadequados ou em

más condições; falhas de processo ou método de trabalho; EPI não fornecido pela empresa ou

inadequado ao risco que deveria neutralizar; nível de iluminação insuficiente para trabalho;

produtos perigosos expostos (ZOCCHIO, 2001 apud SANTOS, 2010).

Todas essas condições citadas podem existir dentro de um ambiente de trabalho, como

também podem ser criadas durante a execução das tarefas, através do descontrole,

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desorganização, precipitação ou, muitas vezes, pela própria negligência dos trabalhadores. Por

isso a atenção, a concentração naquilo que está fazendo ou executando é fundamental para a

integridade física do trabalhador (MACHADO, 1992).

É comum associar-se as condições inseguras diretamente aos atos inseguros, pois os

funcionários verificam uma condição insegura e mesmo assim praticam a tarefa, podendo

ocasionar o acidente assim classificando a condição insegura aliada com o ato inseguro. Para

que isso não aconteça, é necessário que o funcionário avise aos superiores as condições de

trabalho e se recuse a executar o serviço para a sua própria proteção. (SANTOS, 2010)

Conforme De Cicco (1982 apud Santos, 2010), existem 3 (três) grandes grupos de

causas do ato inseguro, conforme explica:

Inadequação entre homem e função: Alguns trabalhadores cometem atos inseguros

porque não apresentam aptidões necessárias para o exercício da função, por isso cada

operário deve ser designado para um tipo de trabalho adequado às suas características.

Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los: É comum um

operário praticar atos inseguros, simplesmente por não saber outra forma de realizar a

operação ou mesmo por desconhecer os riscos a que se está expondo. Trata-se, pois,

de uma exposição inconsciente ao risco.

O ato inseguro pode ser sinal de desajustamento: o ato inseguro se relaciona com

certas condições específicas de trabalho, que influenciam o desempenho do indivíduo.

Incluem-se, nesta categoria, problemas de relacionamento com chefia e/ou colegas,

política salarial e promocional imprópria, clima de insegurança com relação à

manutenção do emprego, etc. Tais problemas interferem no desempenho do

trabalhador, expondo-o, portanto, a acidentes.

Campos (2001 apud Santos, 2010) relata que todo acidente tem causas imediatas,

causas básicas (ou raiz) e, principalmente, causas gerenciais. As imediatas são o ato inseguro

e as condições inseguras. As básicas têm, em geral, origem administrativa e, quando

corrigidas, previnem por um longo período um acidente similar. Exemplos de causas básicas:

falta de conhecimento ou de treinamento; posto de trabalho inadequado; falta de reforço em

práticas seguras; falhas de engenharia (projeto e construção); uso de equipamento de proteção

individual inadequado; verificações e programas de manutenção inadequados; compra de

equipamentos de qualidade duvidosa; sistema de recompensa inadequado; métodos ou

procedimentos inadequados.

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Segundo Ayres e Côrrea (2011), as principais causas de acidentes de trabalho no país

são: a falta de conscientização dos empresários e trabalhadores para a importância da

prevenção dos infortúnios do trabalho; formação profissional inadequada; jornadas de

trabalho prolongadas; longos períodos de transporte incômodo e fatigante (nas grandes

cidades); alimentação do trabalhador imprópria e insuficiente; prestação de serviço insalubre

em jornadas de trabalho destinadas às atividades normais; grande quantidade de trabalhadores

sem o devido registro como empregados; alta rotatividade da mão-de-obra e abuso na

“terceirização” de serviços.

3.2.2 Equipamento de proteção coletiva - EPC

Segundo Ramos (2009), EPC’s são dispositivos utilizados com a finalidade de proteger

os trabalhadores durante a realização de suas atividades. Como o próprio nome sugere,

servem para neutralizar a ação de agentes que oferecem riscos a todos os profissionais

envolvidos no desenvolvimento de certa tarefa, evitando assim o surgimento de acidentes que

venham a comprometer a saúde e integridade do trabalhador.

Ainda de acordo com Ramos (2009), para serem perfeitamente definidos e adequados,

os EPC’s devem respeitar algumas premissas básicas:

Ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar;

Depender de menos possível da atuação do homem para atender suas finalidades;

Ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc., a que

estiverem sujeitos;

Permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção;

Não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de

passagens, cantos vivos, etc.

Os tipos mais comuns de EPC’s utilizados são:

- Sinalização

A sinalização (Figura 2) pode ser utilizada tanto internamente e externamente com a

função de sinalizar, interditar, balizamento ou demarcação em geral. É feita através de fitas,

cones, placas, correntes, ou seja, materiais simples e baratos que podem ter várias aplicações.

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Figura 2: Sinalização em canteiro de obra

Fonte: Autoria própria, 2013

- Plataforma de proteção

O sistema de plataforma de proteção (figuras 3 e 4) é composto por chapas (metálicas

ou de madeira) apoiadas em vigas de aço reforçadas presas à laje através de ganchos. Quando

instaladas, as chapas são fixadas entre si, proporcionando total segurança ao conjunto. Devido

à variedade de tamanhos, as bandejas são adaptáveis aos mais variados desenhos de lajes

existentes. Devem ser instaladas em torno de toda a edificação, a primária sendo fixa e situada

na primeira laje e as secundárias instaladas a cada três lajes acima da primeira. Esse tipo de

proteção é de muita importância para os pedestres, pois evita que detritos de construção

atinjam pessoas passando na calçada.

Figura 3: Plataforma de proteção vista de cima

Fonte: Autoria própria, 2013

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Figura 4: Plataforma de proteção vista de baixo

Fonte: Autoria própria, 2013

- Guarda-corpo

Conforme exige a NR-18, deve possuir suporte para rodapé, travessão intermediário e

travessão superior. A fixação à forma é feita através de um suporte em tubo redondo preso nos

garfos de madeira. Tem, como acessório entre o travessão intermediário e o superior,

dispositivo de passagem de cabo de aço para amarração dos cintos de segurança dos

operários. Muito utilizado nas limitações das lajes para segurança dos trabalhadores.

- Telas de proteção

As telas de proteção, de extrema utilidade, proporcionam uma boa proteção para

residências, pessoas, animais e veículos que possam vir a ser atingidos por material

proveniente da edificação. Os tipos mais comuns são tela fachadeiro, leve e tapume.

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Figura 5: Tela fachadeiro

Fonte: <http://www.solostocks.com.br/venda-produtos/maquinaria-construcao/outra-

maquinaria-construcao/telas-de-fachada-811619> Acesso em 23 de jul, 2013.

Tela fachadeiro (Figura 5) protege as edificações em construção e obras de longa

duração.

Figura 6: Tela tapume

Fonte: Disponível em <http://ecoengenharia.com.br/produtos/telas-e-lonas/tela-tapume/>

Acesso em 23 de jul, 2013.

Tela tapume (Figura 6) é ideal para cercamento de canteiro de obras, áreas de risco,

desvio de trânsito e corredor para pedestres.

Já a tela leve protege prédios em reformas, pintura, recuperação de fachadas,

apresentando a mesma função da tela fachadeiro.

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- Tapumes

A NR-18 estabelece que todas as construções devem ser protegidas por tapumes (Figura

7) com altura mínima de 2,20 m em relação ao nível do terreno, fixados de forma resistente e

isolando todo o canteiro.

Figura 7: Tapume metálico

Fonte: Autoria própria, 2013

Os tapumes, ou divisórias de isolamento, servem tanto para proteger os operários de

obra como os próprios transeuntes que circulam nos arredores do terreno. Existindo o risco de

queda de materiais nas edificações vizinhas, estas também devem estar protegidas. Tapumes

são ainda ótimos veículos de comunicação, que permitem promover a imagem da construtora

e divulgar o empreendimento. (GEROLLA, 2013)

- Proteção contra incêndio

A NR-23 (Proteção contra incêndios) informa que todas as empresas deverão possuir

saídas de emergência com largura mínima respeitada, alarmes, extintores de incêndio (Figura

8) que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade industrial – INMETRO e em número suficiente, além

de equipe treinada para operar em situações de emergência.

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Figura 8: Extintor de incêndio

Fonte: Disponível em <http://www.equipedeobra.com.br/construcao-

reforma/41/artigo239491-1.asp> Acesso em 23 de jul, 2013.

3.2.3 Equipamento de proteção individual - EPI’s

A NR-6 (Equipamento de proteção individual) considera como um EPI todo dispositivo

ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos

suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. É utilizado quando os equipamentos

de proteção coletiva não fornecem a segurança necessária ao trabalhador para que este

desempenhe sua atividade e é de responsabilidade da empresa o fornecimento gratuito do

equipamento adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento sempre

que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes

do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho, enquanto as medidas de proteção

coletiva estiverem sendo implantadas e para atender situações de emergência.

O órgão competente para promover a fiscalização das normas, adotar medidas de

segurança, impor as penalidades relativas ao descumprimento de normas de segurança será,

conforme o art. 156 da Consolidação das Leis de Trabalho - CLT, as Delegacias Regionais do

Trabalho e Emprego, dentro dos limites de sua jurisdição. (MIOTTO, 2008)

As empresas adotam um sistema para a distribuição e fiscalização dos EPI’s através de

uma ficha, onde essa visa atender, não só as necessidades de controles administrativas, mas,

principalmente, os aspectos legais. Nesta ficha consta além do termo de responsabilidade do

empregado e da empresa, os tipos de EPI’s requisitados, seus C.A’s (Certificado de

Aprovação) e as datas de entrega e substituição. Todos os EPI’s utilizados pelo empregado

deverão ser anotados nessa ficha. As fichas de Controle de EPI’s ficarão arquivadas no setor

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de Segurança do Trabalho enquanto o empregado estiver trabalhando na empresa, após o

desligamento do empregado, sua ficha deverá ser enviada ao setor de RH para arquivamento

junto ao prontuário do empregado desligado. (RAMOS, 2009)

O anexo I da NR-6 lista os diferentes tipos de EPI’s utilizados. Dentre eles, os

principais utilizados na construção civil são:

- EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA: Capacete de segurança (Figura 9) para proteção

contra impactos de objetos sobre o crânio.

Figura 9: Capacete de segurança

Fonte: Autoria própria, 2013

- EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE: Óculos de segurança (Figura 10) para

proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes.

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Figura 10: Óculos de segurança

Fonte: Autoria própria, 2013

- EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA: Protetor auditivo circum-auricular (Figura 11) ou

semi-auricular (Figura 12) para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora.

Figura 11: Protetor auditivo circum-auricular

Fonte: Autoria própria, 2013

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Figura 12: Protetor auditivo semi-auricular

Fonte: Autoria própria, 2013

- EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA: Respirador purificador de ar (Figura 13) para

proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas.

Figura 13: Respirador purificador de ar

Fonte: Disponível em

<http://www.equipamentodeprotecaoindividual.com/epi/respiradores/equipamento-de-

protecao-respiratoria> Acesso em 24 de jul, 2013.

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- EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES: Luva de segurança (Figura 14)

para proteção das mãos contra agentes abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes.

Figura 14: Luvas de segurança

Fonte: Autoria própria, 2013

- EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES: Calçado de segurança (Figura

15) para proteção dos pés contra agentes escoriantes, cortantes, perfurantes e choques

elétricos.

Figura 15: Botas de segurança

Fonte: Autoria própria, 2013

- EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL: Cinturão de

proteção (Figura 16) do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura.

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Figura 16: Cinto de segurança

Fonte: Autoria própria, 2013

3.2.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Com a redução dos acidentes, Silva (2012) afirma que poderão ser eliminados

problemas que afetam o homem e a produção. Para que isso ocorra, é necessário que tanto os

empresários (que têm por obrigação fornecer um local de trabalho com boas condições de

segurança e higiene, maquinaria segura e equipamentos adequados) como os trabalhadores

(aos quais cabe a responsabilidade de desempenhar o seu dever com menor perigo possível

para si e para os companheiros) estejam comprometidos com uma mentalidade preventiva.

A partir dessa linha de raciocínio, estabeleceu-se a criação da Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes – CIPA - nas organizações laborais, obrigatória dentro das empresas

regidas pela Consolidação das leis de trabalho - CLT, com mais de 19 empregados, para

promover ações voltadas à prevenção de riscos existentes no trabalho. (MIOTTO, 2008)

De acordo com a NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) a CIPA será

composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o

dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em

atos normativos para setores econômicos específicos. Os representantes dos empregadores,

titulares e suplentes, serão por eles designados, eleitos em escrutínio secreto, do qual

participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados

interessados. Deve ser fornecido pela empresa treinamento, antes da posse, aos membros

constituintes e depois da posse serão realizadas reuniões ordinárias mensais, durante o

expediente normal da empresa, de acordo com calendário pré-estabelecido.

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A NR-5 atribui ainda as funções que os representantes da CIPA devem desempenhar:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a

participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas

de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção

necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando

a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos

trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de

trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador,

para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à

segurança e saúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou

setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros

programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como

cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no

trabalho;

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da

análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos

problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham

interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna

de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da

AIDS.

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3.2.5 Normas Regulamentadoras – NRs

As Normas Regulamentadoras - NRs do Ministério do Trabalho e Emprego - MET que

dispõem sobre medidas complementares no campo da prevenção de doenças e acidentes do

trabalho cumprem expressa delegação normativa estampada em lei federal (art. 200, I, da

CLT), além de efetivarem direito fundamental previsto no art. 7º, XXII, da Constituição

Federal. Logo, as NRs contêm densidade legal e vinculante para todas “as empresas privadas

e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos órgãos

dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis do Trabalho CLT” (NETO, 1999).

Neto (1999) ainda ressalta que a CLT e a constituição federal contêm disposições

expressas no sentido de que o Ministério do Trabalho e Emprego detém competência para

estabelecer normas pertinentes à prevenção de doenças e acidentes do trabalho. São elas:

Artigo 155 da CLT:

Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e

medicina do trabalho:

I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos

deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200

Artigo 200 da CLT:

Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às

normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor

de trabalho, especialmente sobre:

I- medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em

obras de construção, demolição ou reparos; [...]

Artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal:

Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à

melhoria de sua condição social:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança; [...]

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Dentre as normas regulamentadores existentes, a de número 18 (Condições e meio

ambiente de trabalho na indústria da construção) é a que estabelece diretrizes de ordem

administrativa, de planejamento de organização, que objetivam a implementação de medidas

de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio

ambiente de trabalho na indústria da construção.

A primeira modificação da NR-18 se deu em 1983, tornando-a mais ampla. A última

grande reformulação ocorreu em 1995, quando a norma sofreu uma grande evolução

qualitativa, destacando-se principalmente, a sua elaboração no formato tripartite. Ao caráter

tripartite somou-se a decisão de que todas as exigências fossem aprovadas de forma

consensual, resolvendo-se, através de concessões das partes, eventuais impasses. Este esforço

foi despendido com o objetivo de desenvolver uma legislação democrática e com isto

aumentar a aceitabilidade da norma por todos os envolvidos na sua implantação. (SAURIN,

FORMOSO; 2006)

Entretanto, apesar da nova NR-18 ter sido elaborada e aprovada através destes

mecanismos, nota-se, conforme apresentado neste estudo, a sua frequente falta de

cumprimento e a persistência de altos índices de acidentes de trabalho (COSTELLA,

CREMONINI, GUIMARÃES; 1999).

Segundo Rocha, Saurin, Formoso (2000), Lima JR. (1995) lista uma série de novidades

no novo texto da NR-18, entre as quais pode-se destacar as seguintes, em termos de avanços

para a melhoria das condições de segurança e saúde do trabalhador:

a) a introdução do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção), visando formalizar as medidas de segurança que devem ser

implantadas no canteiro de obras;

b) a criação dos CPN e dos CPR (Comitês Permanentes Nacional e Regionais,

respectivamente), com o intuito de avaliar e alterar a norma. A composição destes comitês é

feita através de grupos tripartite e paritários;

c) os RTP (Regulamentos Técnicos de Procedimentos), que tem o objetivo de mostrar

meios de como alguns itens da NR-18 podem ser implantados. Estes procedimentos não são

de cumprimento obrigatório, podendo ser encarados como sugestões;

d) estabelecimento de parâmetros mínimos para as áreas de vivência (refeitórios,

vestiários, alojamentos, instalações sanitárias, cozinhas, lavanderias e áreas de lazer), a fim de

que sejam garantidas condições mínimas de higiene e segurança nesses locais;

e) exigência de treinamento em segurança, admissional e periódico;

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f) desde 07/07/99 é obrigatória a instalação de elevador de passageiros em obras com

doze ou mais pavimentos, ou obras com oito ou mais pavimentos cujo canteiro possua pelo

menos trinta trabalhadores.

3.3 CANTEIRO DE OBRA

De acordo com Fortunato (2003), na construção civil o canteiro de obras, seja horizontal

ou vertical, se destina a ser um espaço físico onde são executadas várias atividades como:

O recebimento, o armazenamento e a locomoção dos materiais e componentes para

seus locais de instalações;

A instalação de equipamentos auxiliares, como guindastes, elevadores, betoneiras,

gruas e outros;

A montagem de kits hidráulicos e elétricos;

O preparo de armações para peças de concreto ou para montagem parcial de peças de

estruturas metálicas;

A manobra de veículos auxiliares ou de transportes de materiais;

Os alojamentos, refeitórios, sanitários, necessários para as necessidades básicas dos

funcionários.

Uma outra definição, segundo ele, seria que o canteiro de obras (Figura 17) é um

conjunto de instalações para a construção de determinada edificação, que dá suporte à

administração da obra, ao processo produtivo e aos trabalhadores.

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Figura 17: Canteiro de obras de uma edificação vertical em Mossoró-RN

Fonte: Autoria Própria, 2013

Segundo Illingworth (1993 apud Alves, 2012) o canteiro de obra pode ser dividido em

três tipos:

Restritos: A construção ocupa o terreno completo ou uma grande porcentagem dele.

Seus acessos não proporcionam uma boa locomoção. Este tipo de canteiro é muito comum em

áreas centrais das cidades, em ampliações ou reformas, cujos terrenos e áreas adjacentes à

obra oferecem poucas condições para a disposição de materiais;

Amplos: A obra ocupa apenas uma parcela pequena do terreno disponível. Neste caso,

as possibilidades para uma boa elaboração do canteiro são bem maiores do que do tipo

restrito. Este tipo de canteiro é verificado geralmente em obras de médio e grande

porte, em áreas mais afastadas da zona urbana, como, por exemplo, usinas, indústrias,

barragens, etc.;

Longos e Estreitos: São restritos em apenas uma das dimensões com acessos possíveis

em poucos pontos do canteiro. São exemplos deste tipo de canteiro as obras de

ferrovias e rodovias, obras de saneamento, etc.

Cada parte, ainda segundo Alves (2012) que compõe um canteiro é denominada

elemento do canteiro. Alguns podem não ser obrigatórios, dependendo do tipo de obra, outros

podem ser acrescentados em situações particulares. Existe uma classificação para estes

elementos de acordo com sua finalidade, são elas:

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Áreas operacionais que são locais ligados diretamente com a produção, como um pátio

de armação ou uma central de formas;

Áreas de apoio à produção, que podem ser o almoxarifado ou qualquer ambiente

destinado a armazenar materiais;

Sistemas de Transportes, que são equipamentos para a locomoção de materiais e mão

de obra pelo canteiro;

Área de apoio técnico/administrativo pode ser o escritório do engenheiro ou técnico, é

um local para se fazer estudos sobre as atividades do canteiro e gerenciamento de uma

forma geral.

Seja qual for a importância do canteiro, é preciso prever as suas instalações e a

organização de forma a obter-se uma instalação racional que permita, em grande parte,

respeitar os prazos impostos e evitar o desperdício de mão-de-obra e de materiais. O estudo

do canteiro deve ser feito antes de se dar início as obras principais. Os meios necessários para

a realização do trabalho previsto em um canteiro de obras são definidos de modo a obter

como objetivo principal a rapidez, a economia através de uma organização racional do

trabalho a qualidade através de um conhecimento dos materiais e da mão-de-obra disponível

(BAUD, 1980 apud FONTENELLE, 2009).

Segundo a Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança – SOBES em um canteiro

de obras devem ser implantadas algumas instalações de modo a fornecer condições de

trabalho salubres a todos os envolvidos. Deve-se ainda evitar, ao máximo, o deslocamento

delas durante a execução do projeto, evitando desperdício de material e mão-de-obra. De

acordo com a NR-18 as instalações do canteiro de obras devem atender as exigências mínimas

citadas a seguir:

- Instalações sanitárias

Locais destinados ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas

de excreção. As instalações sanitárias devem:

Ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;

Ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo a manter

o resguardo conveniente;

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Ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;

Ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante;

Não pode ser próximo à área de refeição;

Ser independentes para homens e mulheres, quando necessário;

Ter ventilação e iluminação adequados;

Ter instalações elétricas protegidas;

Ter pé direito mínimo de 2,50 m.

A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório na

proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, bem

como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 10 (dez)

trabalhadores ou fração.

Os lavatórios podem ser individuais ou coletivos; possuir torneira de metal ou plástico;

ficar a uma altura de 0,90 m; ter revestimento interno impermeável; dispor de lixeiras.

Os vasos sanitários devem ficar em áreas com, no mínimo, 1 m²; ser provido de porta

com trinco; ter divisória com altura mínima de 1,80 m; possuir lixeira; possuir válvula de

descarga ( tipo caixa ou automática); ser ligado à rede geral de esgotos ou fossa séptica.

Os mictórios podem ser individuais ou coletivos; ser providos de descarga provocada ou

automática; ficar a uma altura máxima de 0,50 m; ser ligado à rede de esgoto.

Os chuveiros devem ter uma área mínima de utilização de 0,80 m², com piso

antiderrapante, suporte para sabonete e cabide para toalha.

- Vestiário

Todo canteiro deve possuir vestiário para troca de roupas dos trabalhadores que não

ficam alojados. Os vestiários devem ficar próximos aos alojamentos e/ou entrada da obra. Os

vestiários devem:

Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

Ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

Ter cobertura;

Ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso;

Ter iluminação natural e/ou artificial;

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Ter armários individuais com fechadura ou cadeado;

Ter pé direito mínimo de 2,50 m;

Ter bancos em número suficiente para atender aos usuários.

- Alojamento

Os alojamentos localizados nos canteiros devem:

Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

Ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

Ter cobertura;

Ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso;

Ter iluminação natural e/ou artificial;

Ter área mínima de 3m² por módulo cama armário, incluindo a área de circulação;

Ter pé direito mínimo de 2,50 m para camas simples e 3,00 m para camas duplas

(beliches);

Ter instalações elétricas protegidas;

Armários duplos individuais de 1,20 m de altura, 0,30 m de largura e 0,40 cm de

profundidade;

Ser mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza;

Fornecer água potável, filtrada e fresca através de bebedouros.

As camas ou beliches devem:

Ter, no mínimo, uma altura livre de 1,20 m entre as camas e entre a cama e o teto;

Ter proteções laterais para as beliches (cama superior);

Ter dimensões mínimas de 0,80 x 1,90 m, com colchões de densidade 26 e espessura

10 cm;

Dispor de lençol, fronha e travesseiro em condições adequadas de higiene.

Os alojamentos não devem:

Estar localizado em subsolos ou porões;

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Ter mais de 3 camas na mesma vertical;

Ter locais para refeições ou para aquecimento de alimentos;

Abrigar trabalhadores com doenças infectocontagiosas.

- Local de refeições

É obrigatória a existência de um local próprio para as refeições. Este local deve:

Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

Ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

Ter cobertura;

Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os funcionários;

Ter iluminação e iluminação natural e/ou artificial;

Ter lavatório instalado em suas proximidades ou interior;

Ter mesas com tampos laváveis e lisos;

Ter assentos suficientes para todos os funcionários;

Ter lixeira com tampa;

Não estar situado em porões ou subsolos;

Não ter comunicação direta com os sanitários;

Ter pé direito mínimo de 2,80 m;

Ter local para aquecimento de refeições;

Fornecer água potável, filtrada e fresca através de bebedouros.

- Cozinha

Quando houver cozinha no canteiro ela deve:

ter pé direito mínimo de 2,80 m;

ter iluminação e iluminação natural e/ou artificial, que permita boa exaustão;

ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

ter cobertura de material resistente ao fogo;

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ter pia para lavar os alimentos e utensílios;

possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com a cozinha;

ter lixeira tampada;

possuir equipamento de refrigeração;

ficar adjacente ao refeitório;

ter instalações elétricas adequadas;

ter local fora da cozinha para armazenamento de gás GLP;

fornecer gorros e aventais para os funcionários que trabalham na cozinha

- Lavanderia

As áreas de vivência devem possuir local próprio, coberto, ventilado e iluminado para

que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas pessoais.

Este local deverá ter tanques individuais ou coletivos em número adequado.

A empresa poderá contratar serviços de terceiros para a execução deste serviço caso o

canteiro não possua um espaço específico para a instalação de uma lavanderia.

- Área de lazer

Nas áreas de vivência dever ser previstos locais para a recreação dos trabalhadores

alojados, podendo ser utilizado o refeitório para este fim.

- Ambulatório

Quando houver mais de 50 funcionários trabalhando no canteiro de obra, deve-se ter um

ambulatório.

- Áreas de vivência

As áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e

limpeza.

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3.4 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO CIVIL - NR18

Sabe-se que a NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção é uma norma regulamentadora que estabelece ordem administrativa, através de

planejamento e organização, onde objetiva-se implantar medidas de controle e sistemas

preventivos de segurança nos processos, condições e no meio de trabalho na indústria da

construção. Dentre os 39 itens descritos nessa norma, pode-se destacar o item de número 3, o

qual trata do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção – PCMAT, o qual pode ser definido como sendo um programa de segurança e

saúde, regido pelas normas de segurança, principalmente a própria NR 18, para integração

entre a segurança, o projeto e a execução da obra (SAMPAIO, 1998 apud DINIZ JÚNIOR,

2002).

O objetivo fundamental do PCMAT é a prevenção dos riscos e a informação e

treinamento dos operários que ajudarão a reduzir a chance de acidentes, assim como diminuir

as suas consequências quando são produzidos. São imposições da NR 18 em relação ao

PCMAT:

É obrigatória a sua elaboração e cumprimento nos estabelecimentos com vinte

trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos

complementares de segurança.

Deverá contemplar as exigências contidas na NR 9 – Programa de Prevenção e Riscos

Ambientais – PPRA.

Deve ser mantido no estabelecimento a disposição do órgão regional do Ministério do

Trabalho

Deve ser elaborado e executado por profissional legalmente habilitado na área de

Segurança no Trabalho

Para elaboração do PCMAT, a Norma Regulamentadora 18 cita uma série de

documentos que devem compor um programa de segurança e procura fazer uma conexão da

segurança com a produção, criando documentos que antes eram específicos da produção, tais

como memorial descritivo, especificações técnicas, cronograma, layout, etc.

Apesar da norma indicar os documentos básicos que devem compor o PCMAT, isso não

impede que a empresa elabore outros para a implementação do programa, visto que a norma

não trata da parte estratégica de implantação e somente cita alguns documentos, como:

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Memorial sobre as condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações,

levando em consideração os riscos de acidentes e de doenças de trabalho e suas

respectivas medidas preventivas;

Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas da

execução da obra;

Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;

Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT;

Layout inicial do canteiro de obra, contemplando, inclusive, previsão de

dimensionamento das áreas de vivência;

Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do

trabalho, com carga horária.

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4 ESTUDO DE CASO

4.1 DESCRIÇÃO DA OBRA ESTUDADA

A obra estudada trata-se de um empreendimento localizado no município de Mossoró-

RN, composto por três residenciais, sendo cada um deles constituído por três blocos de

apartamentos de 23 pavimentos cada. Dois dos residenciais contará com três apartamentos por

pavimento enquanto um contará com quatro, todos com 66 m² de área. A construção contava

com 59 funcionários em julho de 2013, época da visita. A única torre que possuía prazo de

entrega era a primeira torre, que estava na fase de obra fina e tinha como prazo o mês de julho

de 2014.

O residencial estudado, situado num terreno de 8537 m² de área, possuirá 186

apartamentos ao seu término, enquanto que o empreendimento total contará com 600, todos

de mesmo padrão de acabamento. Cada torre possui 20033,14 m² de área útil. Durante a

coleta de dados uma das torres (Torre A) estava na fase de obra fina e as demais na de obra

bruta (Torres B e C).

A torre A estava em etapa de execução de reboco interno e externo, já possuía todas as

alvenarias concluídas e por esse motivo não havia a necessidade de plataformas de proteção a

cada três lajes, justificando a presença somente da principal, situada na segunda laje. Os

únicos componentes de um canteiro presentes eram o refeitório, item presente no quesito

áreas de vivência, o escritório, que serve o engenheiro, o mestre de obras e os técnicos de

segurança, e local para armazenamento de tubos.

Na torre B, a qual estava na etapa de execução de lajes, havia a bancada para armação

de aço além da serra circular e central de carpintaria. Só havia a plataforma principal de

proteção, situada na segunda laje, situação incoerente com a recomendação da NR-18, já que

as alvenarias de vedação já haviam começado a ser executadas.

A torre C estava na execução das fundações, mais especificamente dos blocos de

coroamento das estacas pré-moldadas, e não havia ênfase nela por parte dos trabalhadores. Os

outros dois residenciais ainda não se encontravam em construção.

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4.2 METODOLOGIA

A estratégia adotada para a realização da pesquisa foi o estudo de caso, o qual foi

realizado em três etapas descritas a seguir:

A primeira trata dos levantamentos bibliográficos e pesquisas documentais. As bases

conceituais da pesquisa foram realizadas através de um embasamento teórico, utilizando

como aporte livros, artigos, publicações em geral, relacionados à NR 18.

Na segunda etapa, para a avaliação do grau de cumprimento da NR-18 no canteiro de

obras, foi aplicada uma lista de verificação, encontrada em anexo, proposta por Saurin et al.

(2000) abordando os principais requisitos da NR-18, como tapumes e galerias, ordem e

limpeza, sinalização de segurança, áreas de vivência, armazenamento e estocagem de

materiais, escavações, proteção contra quedas de altura, elevador de carga, elevador de

passageiros, grua, EPI’s, instalações elétricas, serra circular e central de carpintaria.

A cada item da lista foi assinalada a opção a qual a situação em questão se encontrava,

“SIM” caso estivesse de acordo com as recomendações da NR-18, “NÃO” para situação

oposta ou então “NÃO SE APLICA” caso a situação descrita no item não existisse no

canteiro. Além da lista obtiveram-se registros fotográficos para uma melhor compreensão e

exemplificação dos quesitos presentes na avaliação.

A terceira etapa consiste na análise dos dados coletados e discussão dos resultados. A

cada quesito da lista de verificação foi atribuída uma pontuação, variando de 0 a 10, calculada

da seguinte forma:

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como já foi citado, a obra estudada possuía três torres em três etapas construtivas

diferentes, nas quais o canteiro era disposto, ou seja, alguns itens dele eram encontrados na

torre A enquanto outros ficavam na torre B. Por esse motivo não foi possível avaliar todos os

itens presentes na lista de verificação em cada torre separadamente. Alguns itens, como

tapumes e galerias, eram comuns as três, sendo avaliado somente uma vez.

- Tapumes e Galerias

Comum a todo o canteiro e ilustrado através da figura 7, eram compostos por chapas

metálicas fixadas em estacas de madeira, ou seja, de material resistente, porém não

apresentam altura compatível com a recomendada pela lista de verificação, maior que 2,20 m.

Por esses motivos o item obteve nota 5.

- Ordem e Limpeza

Este quesito recebeu nota 10 devido o canteiro se encontrar limpo, sem riscos à

segurança ou ao fluxo dos funcionários. O depósito de entulhos (Figura 18) era uma área

dentro do canteiro reservada para isso e o transporte vertical deles era feito através do

guincho.

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Figura 18: Área para depósito de entulhos

Fonte: Autoria Própria, 2013

- Sinalização de Segurança (aspectos gerais)

Os elementos do canteiro encontravam-se bem identificados por placas (Figura 19)

com a identificação da construtora e o nome do local de apoio. Em alguns locais, como na

central da betoneira podia-se ver alertas relativos à obrigatoriedade do uso dos EPI’s, além de

recomendações de execução de atividades, como transporte de sacos de cimento. Contudo,

não se via placas de alerta quanto à queda ou ao transporte de materiais. O quesito recebeu,

portanto, nota 4,28.

Figura 19: Placa de identificação

Fonte: Autoria Própria, 2013

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- Áreas de vivência

O refeitório (Figura 20) possuía boa iluminação natural, boa ventilação, piso de

concreto, depósito de lixo com tampa e mesas e cadeiras capazes de atender a todos os

trabalhadores. Um ponto negativo foi a ausência de lavatório nas proximidades e a distância

dos bebedouros, localizados próximo aos vestiários. Este item recebeu 6,67 de média.

Como citado, os bebedouros se encontravam próximos ao vestiário, fazendo com que os

operários tivessem que percorrer uma grande distância para utilizá-los. O item recebeu 5 de

média.

O vestiário recebeu nota 4,28. Era dotado de piso de concreto e possuía iluminação

artificial, porém não havia armários individuais e nem bancos suficientes para todos os

funcionários, além do que se encontrava distante da entrada da obra.

As instalações sanitárias, compostas por três chuveiros, dois lavatórios, dois vasos

sanitários e dois mictórios, eram localizadas vizinhas ao vestiário e receberam nota 5,55, já

que havia disponibilidade de papel higiênico e recipiente, porém sem tampa. Além disso, nos

locais onde estavam os chuveiros não havia suporte específico para sabonete ou cabide para

toalhas. As paredes eram de concreto e havia portas com trinco interno e divisórias entre os

vasos.

O canteiro não possuía alojamento nem áreas de lazer. Fez-se então uma média das

notas obtidas por cada item, obtendo-se 5,34. Esta foi a nota atribuída ao quesito áreas de

vivência.

Figura 20: Refeitório

Fonte: Autoria Própria, 2013

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- Armazenamento e estocagem de materiais

Foi encontrada pilha de cimento com até 14 unidades, o que não está de acordo com a

NR-18, que estipula o máximo de 10. Além disso, a de tijolos ultrapassava os 1,80 m de altura

máxima estabelecida na norma, por isso a nota atribuída foi zero, o que não é tão incomum de

se encontrar, já que são situações que não oferecem riscos diretos à vida dos operários, sendo

assim bastante negligenciadas.

Figura 21: Pilha de tijolos

Fonte: Autoria própria, 2013

- Escavações

As escavações se encontravam na área da torre C, a qual estava na fase de fundações. A

maior profundidade era de 1,80 m, porém algumas áreas eram bem menos profundas. Havia

ainda uma rampa de acesso constituída de madeira dando acesso ao bloco de coroamento que

estava sendo executado. A média do quesito foi 10.

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Figura 22: Escavações

Fonte: Autoria própria, 2013

- Proteção contra quedas de altura

Na torre A, toda fechada pelas alvenarias de vedação, havia risco de quedas apenas nas

varandas, as quais eram protegidas por guarda-corpo, nos poços de elevadores, que também

possuíam esse tipo de proteção, porém não completa, pois não havia telas nos guarda-corpos e

nas aberturas de piso, as quais não eram protegidas e ofereciam certo risco de queda, já que

eram de tamanho razoável.

Na torre B nenhum pavimento encontrava-se fechado por alvenaria, sendo necessário

assim o uso de guarda-corpo ou sistema semelhante. Em todas as lajes, exceto a oitava, podia-

se encontrar o pavimento todo fechado por guarda-corpos providos de tela. Na laje que

estavam sendo montadas as ferragens, os trabalhadores utilizavam cintos de segurança, porém

não havia tela de proteção, o que caracterizava riscos não somente aos operários daquela

atividade como aos outros, devido à possível projeção de materiais.

O poço do elevador apresentava o mesmo sistema de proteção da torre A e as

aberturas no piso também se encontravam desprotegidas. Como uma laje estava sendo

executada, havia escada de mão para acesso dos funcionários a ela, a qual ultrapassava em

mais ou menos 1 m o nível superior, porém não estava fixada em seu topo nem em sua base.

Em relação à plataforma de proteção, como já foi citado, nas duas torres só existia a

plataforma principal, localizada na segunda laje.

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Como a torre C se encontrava na fase de fundações, não havia perigo de quedas, muito

menos a necessidade de sistemas de proteção, como as plataformas.

Figura 23: Proteção dos poços dos elevadores

Fonte: Autoria própria, 2013

- Elevador de carga

A torre do elevador era aterrada eletricamente e afastada das redes elétricas. Em sua

base havia pneus para amortecimento de impactos enquanto que em sua extensão, a cada 6m

de altura, havia cabos de aço ligados nela e na estrutura do edifico. Em cada pavimento, havia

uma cancela, recuada no mínimo 1 m da torre, que só podia ser aberta se o elevador se

encontrasse no nível do pavimento.

O acesso ao elevador era feito através de rampas dotadas de guarda-corpo e fixadas na

estrutura. A cancela era dotada de campainha para chamar o guincheiro até o pavimento. O

valor máximo permitido de carga era 800 kg, identificado corretamente através de placa em

seu interior. O ponto negativo era a ausência de tubofone, para comunicação dos operários

com o guincheiro. Portanto a nota atribuída foi 7,5.

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Figura 24: Elevador de carga

Fonte: Autoria própria, 2013

- Elevador de passageiros

A obra só possuía um elevador, onde era feito o transporte de passageiros e materiais.

Entretanto, as duas situações não ocorriam simultaneamente. Quando utilizado para transporte

de materiais, apenas o guincheiro ia dentro do elevador.

- Grua

A obra não possuía grua. Todo o transporte de cargas era feito através do elevador e de

carros de mão, portanto este quesito foi considerado na avaliação como “não se aplica”.

- EPI’s

Todos os equipamentos e fardamentos necessários eram fornecidos a funcionários e

visitantes e todos sem exceção estavam utilizando-os. Portanto o quesito recebeu nota 10.

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- Instalações Elétricas

Os disjuntores do quadro geral de distribuição não estavam bem identificados, de

modo que apenas o eletricista entendia o que significava. Contudo, as instalações não

apresentavam riscos, nem as da torre A nem da B, pois não havia fios desencapados nem em

locais de trânsito de pessoas. Além disso, se encontravam longe de umidade. A nota obtida foi

8,33.

- Serra circular e central de carpintaria

Este quesito (Figura 25), localizado na torre B, apresentou diversos itens em

desconformidade com a norma, pois a mesa não possuía fechamento em suas faces frontal e

oposta à posição de trabalho. Além disso não havia coifa protetora de disco. Alguns pontos

positivos é que o motor era aterrado eletricamente, havia depósito para serragem e placas de

sinalização indicando o uso de EPI’s necessários para desempenhar tal tarefa. A nota atribuída

foi 6,66.

Figura 25: Serra circular

Fonte: Autoria própria, 2013

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- Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

As máquinas e equipamentos podiam ser acionadas ou desligadas pelo operador na sua

posição de trabalho, porém não havia dispositivo de bloqueio para impedir o acionamento por

parte de pessoa não autorizada. Apenas a bancada da ferragem (Figura 26) possuía tal sistema,

feito pelo operador da mesma. A média obtida foi 5.

- Armações de aço

Localizada na torre B, este local de trabalho possuía cobertura resistente, placas de

sinalização quanto ao uso de EPI’s pertinentes e as pontas de vergalhões de aço eram todas

protegidas. O quesito recebeu nota 10.

Figura 26: Bancada das armações de aço

Fonte: Autoria própria, 2013

- Proteção contra incêndio

O canteiro possuía extintores de água e de gás carbônico próximos a serra elétrica e ao

almoxarifado e como existe a CIPA, havia profissionais capacitados a lidar com situações de

perigo dessa natureza. O quesito recebeu nota 8. A figura 2 exibida anteriormente exemplifica

a sinalização relativa à proteção contra incêndio presente no canteiro.

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O gráfico 1 apresenta uma visão geral das notas obtidas por cada quesito da lista de

verificação.

Gráfico 1: Notas dos quesitos da lista de verificação

Fazendo uma média das notas obtidas pelos blocos separadamente, obteve-se o

seguinte resultado: o bloco A teve média 6,3, o bloco B 7,5 e o C média 10. Cabe ressaltar

que o bloco C só teve um quesito avaliado e o bloco A teve vários, incluindo os de uso

comum aos 3 blocos, portanto era esperada essa diferença nas médias. Como média geral de

adequação a NR-18, o residencial obteve 7,93, nota considerada satisfatória, porém que indica

que possíveis melhorias ainda podem ser feitas na obra.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

ARMAÇÕES DE AÇO

MÁQUINAS, EQUIP. E FERRAMENTAS …

SERRA CIRCULAR E CENTRAL DE CARPINTARIA

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

EPI's

GRUA

ELEVADOR DE PASSAGEIROS

ELEVADOR DE CARGA

PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA

ESCAVAÇÕES

ARMAZENAMENTO E ESTOCAGEM DE MAT.

ÁREAS DE VIVÊNCIA

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

ORDEM E LIMPEZA

TAPUMES E GALERIAS

BLOCO A

BLOCO B

BLOCO C

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo da adequação do canteiro à NR18 evidenciou que apesar do atendimento de

significativo número de itens da lista de verificação preenchida na obra, o referido

empreendimento ainda necessita investir em outros itens, como por exemplo, armazenamento

e estocagem de materiais que obtiveram nota mínima. Proteção contra quedas e alturas é outro

item que merece destaque, pois o mesmo é apenas parcialmente atendido e representa risco à

vida.

Apesar das três edificações estarem em fases construtivas distintas, observou-se uma

certa homogeneidade no atendimento à norma de condições e meio ambiente de trabalho na

indústria da construção civil no empreendimento. O compartilhamento das instalações

coletivas contribui para esse resultado.

Embora não se possa generalizar, um fator que contribui para o não cumprimento da

norma é a falta de uma maior orientação e informação dos profissionais, não somente quanto

ao conteúdo da NR-18, mas também quanto aos riscos e importância da prevenção de

acidentes e doenças do trabalho. Tal situação pode estar ligada a atuação deficitária dos

órgãos governamentais responsáveis, dos sindicatos e mesmo a falta de interesse dos

profissionais em buscar estas informações.

Percebe-se que a não implantação das recomendações da NR-18 estão relacionadas

principalmente aos custos. Muitos profissionais alegam que estão trabalhando com margens

restritas de lucro e qualquer investimento tem um impacto relativamente grande no resultado

financeiro do empreendimento. Em segundo lugar, aponta-se como causas das dificuldades de

implantação a falta de conscientização, baixa qualificação e cultura dos operários. No entanto

são poucas as empresas que proporcionam ou investem no treinamento e qualificação deles.

Constata-se ainda que a fiscalização pelos órgãos responsáveis tem um papel

fundamental no cumprimento das normas de segurança, sendo imprescindível uma melhor

orientação e reciclagem destes profissionais a fim de homogeneizar critérios para fiscalização,

para priorização de itens a serem avaliados no canteiro, bem como para atuar como agentes

educadores.

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TRABALHO – DSST. GERÊNCIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO –

GSST. Manual de segurança e saúde no trabalho: Indústria da Construção Civil –

Edificações. São Paulo: SESI, 2008. 212p.

SILVA, Diogo Cortês. Um sistema de gestão da segurança do trabalho alinhado à

produtividade e à integridade dos colaboradores. 2006. 48p. Trabalho de Conclusão de

Curso (Graduação em Engenharia da Produção) – Universidade Federal de Juiz de Fora,

Minas Gerais, 2006.

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57

SILVA, V. N. Artigo científico CIPA. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/artigo-cientifico-

cipa/67737/# > Acesso em: 20 jul. 2013.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA – SOBES. Manual de

procedimentos para implantação e funcionamento de canteiro de obras na indústria da

construção. 30p.

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58

ANEXOS

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ANEXO A - LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO DA ADEQUAÇÃO DE

CANTEIROS DE OBRA À NR 18

Empresa: ________________________________________________________________

Endereço:__________________________________________________________________

Preenchido por:____________________________________________________________

A) TAPUMES E GALERIAS SIM NÃO Não se

aplica

A1) Caso a obra teha mais de dois pavimentos a partir do nível do meio-fio e seja executada no alinhamento

do terreno, existe galeria sobre o passeio, com altura interna livre de no mínimo 3,0 m

A2) As bordas da cobertura da galeria possuem tapume com altura de 1,0 m inclinado a cerca de 45º

A3) Caso o prédio seja construído no alinhamento do terreno a obra é protegida, em toda sua extensão, com

fechamento de tela

A4) Caso exista risco de queda de materiais nas edificações vizinhas, estas são protegidas

A5) Há tapumes construídos e fixados de forma resistente

A6) Os tapumes tem altura mínima de 2,20 m

Obs:

B) ORDEM E LIMPEZA SIM NÃO Não se

aplica

B1) O canteiro está limpo, sem entulhos espalhados, de forma que não são prejudicadas a segurança e a

circulação de materiais e pessoas

B2) O entulho possui local específico para depósito (baia, caçamba, tele-entulho ou área do canteiro

delimitada)

B3) O entulho é transportado para o térreo através de calha fechada, grua ou guincho

Obs:

C) SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (aspectos gerais) SIM NÃO Não se

aplica

C1) Há identificação dos locais de apoio (banheiros, escritório, almoxarifado, etc.) que compõem o canteiro

C2) Há alertas quanto a obrigatoriedade do uso dos EPI’s básicos (capacete e botina) dispostos em locais de

fácil visualização ou de presença obrigatória dos operários (refeitórios, vestiários, alojamentos)

C3) Há advertências quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho e

guindaste

C4) Há uma placa no interior do elevador de materiais indicando a carga máxima para transporte de carga

C5) Há uma placa no interior do elevador de materiais indicando a proibição do transporte de pessoas

C6) Nos locais pertinentes existem alertas contra o perigo de queda (poço do elevador, periferia da edificação,

etc.)

C7) Há indicações das saídas da obra, por meio de dizeres ou setas

Obs:

D) ÁREAS DE VIVÊNCIA SIM NÃO Não se

aplica

D1) LOCAL PARA REFEIÇÕES necessário se os trabalhadores fizerem refeições (café da manhã e/ou

almoço) na obra

D1.1) Há lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior

Estime a distância em metros: ________________

D1.2) Tem fechamento (paredes ou tela) que evite a penetração de pequenos animais e isole a instalação das áreas de produção e circulação, contribuindo para a manutenção da limpeza do local

D1.3) Tem piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável

D1.4) Tem depósito de lixo com tampa

D1.5) Possui mesas com tampos lisos e laváveis

D1.6) Há assentos em número suficiente para atender todos os usuários (caso existam assentos em menor

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número do que o total de operários da obra, verificar se as refeições são feitas por turnos, existindo assentos para todos usuários de cada turno)

D1.7) Está situado em local que não seja subsolo nem porão

D1.8) O refeitório não tem ligação direta com as instalações sanitárias, ou seja, não possuem portas e janelas

em comum

D1.9) Possui aquecedor de refeições (fogão comum, aquecedor elétrico industrial ou sistema semelhante)

D1.10) Há fornecimento de água potável por meio de bebedouro ou dispositivo equivalente

Caso não se use bebedouro, especifique o outro sistema: _____________________________

D1.11) Tem ventilação natural e/ou artificial

D1.12) Tem iluminação natural e/ou artificial

Obs:

D2) FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL NOS POSTOS DE TRABALHO SIM NÃO Não se

aplica

D2.1) Para se deslocar do posto de trabalho ao bebedouro todos os trabalhadores fazem deslocamentos inferiores a 100m no plano horizontal e inferiores a 15m no plano vertical

D2.2) O fornecimento de água potável no canteiro é feito por meio de bebedouros na proporção de um aparelho para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração

D2.3) Caso não utilize bebedouro, há outro sistema que garanta suprimento de água potável diretamente nos postos de trabalho. Em caso afirmativo marque “não se aplica” nos itens D2.2 e D2.3 e especifique o

sistema:____________

Obs:

D3) VESTIÁRIO Caso não exista vestiário, marque “não” para todos os itens SIM NÃO Não se

aplica

D3.1) Está localizado próximo à entrada da obra

D3.2) Não tem ligação direta com o refeitório, ou seja, não possui portas e/ou janelas em comum

D3.3) Tem piso de concreto, cimentado, madeira ou de outro material lavável

D3.4) Tem bancos em número suficiente para atender todos os trabalhadores da obra

D3.5) Tem armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado

D3.6) Tem iluminação natural e/ou artificial

D3.7) Tem área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso

Obs:

D4) ALOJAMENTOS necessário se houverem trabalhadores morando na obra SIM NÃO Não se

aplica

D4.1) Tem piso de concreto, cimentado, madeira ou de outro material lavável

D4.2) Está situado em local que não seja subsolo nem porão

D4.3)Caso existam beliches, as camas superiores tem proteção lateral e escada

D4.4) Possui armários individuais com prateleiras para separar roupas de uso comum de roupas de trabalho

D4.5) Há, dentro do alojamento, fornecimento de água potável por meio de bebedouro ou dispositivo

equivalente

Caso não se use bebedouro, especifique o outro sistema: ___________________________________

D4.6) Tem iluminação natural e/ou artificial

D4.7) Tem área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso

Obs:

D5) INSTALAÇÕES SANITÁRIAS Caso não existam instalações sanitárias marque “não”, para todos

os itens

SIM NÃO Não se

aplica

Nº de chuveiros: ______ Nº de vasos sanitários e tipo: _______

Nº de lavatórios: ______ Nº de mictórios: ______

D5.1)Para deslocar-se do posto de trabalho até as instalações sanitárias é necessário percorrer menos de 150,0

m (considerando distâncias verticais e horizontais somadas)

D5.2) Junto ao lavatório há recipiente para depósito de papéis usados

D5.3) O local destinado ao vaso sanitário possui porta com trinco interno e divisórias com altura mínima de

1,80 m

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D5.4) Há disponibilidade de papel higiênico, diretamente no banheiro ou no almoxarifado

D5.5) Há recipiente com tampa para depósito de papéis usados junto ao vaso sanitário

D5.6) Nos locais onde estão os chuveiros há piso de material antiderrapante ou estrado de madeira

D5.7) Há um suporte para sabonete correspondente à cada chuveiro

D5.8) Há cabide para toalha correspondente à cada chuveiro

D5.9)Tanto o piso quanto as paredes adjacentes aos chuveiros são de material que resista a água e possibilite a

lavagem e desinfecção (logo, o uso de chapas de compensado sem proteção é proibido)

Obs:

D6) ÁREA DE LAZER necessária caso existam trabalhadores alojados SIM NÃO Não se

aplica

D6.1) Existe área de lazer

Descreva as instalações para lazer: ________________________________________________________

D6.2) É aproveitada alguma instalação provisória da obra como local para área de lazer (o refeitório, por

exemplo)

Obs:

E) ARMAZENAMENTO E ESTOCAGEM DE MATERIAIS SIM NÃO Não se

aplica

E1) O cimento é estocado em pilhas de no máximo 10 sacos, de forma a facilitar seu manuseio (a NR-18 não

estabelece altura limite)

E2) Os tijolos ou blocos são estocados em pilhas de no máximo 1,80 m de altura (a NR-18 não estabelece

altura limite)

Obs:

F) ESCAVAÇÕES SIM NÃO Não se

aplica

F1) Existe escoramento para muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela

escavação

F2) Escavações com mais de 1,25 m de profundidade dispõem de escadas ou rampas próximas aos postos de

trabalho para saída emergencial dos trabalhadores

F3) Taludes com altura superior a 1,75 m tem sua estabilidade garantida por escoramentos

Obs:

G) PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA SIM NÃO Não se

aplica

G1) CORRIMÃOS DAS ESCADAS PERMANENTES

G1.1) Há corrimão definitivo ou provisório, com guarda-corpo principal à 1,2 m de altura, construído de

madeira ou outro material de resistência equivalente

G1.2) Há guarda-corpo intermediário à 0,7 m de altura, constituído de madeira ou outro material de resistência

equivalente

G1.3) Há rodapé à 0,2 m de altura, constituído de madeira ou outro material de resistência equivalente

G1.4) Os corrimãos, caso sejam de madeira, estão isentos de qualquer pintura que encubra nós e rachaduras na

madeira

Obs:

G2) ESCADAS DE MÃO, RAMPAS E PASSARELAS SIM NÃO Não se

aplica

G2.1) As escadas ultrapassam em cerca de 1,0 m o piso superior

G2.2) As escadas tem até 7,0 m de extensão

G2.3) As escadas estão fixadas nos pisos superior e inferior, ou são dotadas de dispositivo que impeça

escorregamento

G2.4) As escadas, caso sejam de madeira, estão isentas de qualquer pintura que encubra nós e rachaduras na

madeira

G2.5) Há escada ou rampa provisória para transposição de pisos com desnível superior a 40 cm

Obs:

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G3) POÇO DO ELEVADOR SIM NÃO Não se

aplica

G3.1) Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório, com no mínimo 1,20 m de

altura, constituído por guarda-corpo principal, intermediário e rodapé revestidos com tela, ou dispositivo que

cumpra as mesmas funções de proteção (grade ou painel, por exemplo)

Caso o dispositivo seja alternativo ao sistema guarda-corpo e rodapé, marque “não se aplica” em G3.2, G3.3,

G3.4 e G3.5, e descreva-o: _________________________________

G3.2) Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório, e este possui guarda-corpo

principal à 1,20m de altura

G3.3) Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório, e este possui guarda-corpo

intermediário à 0,70m de altura

G3.4) Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório, e este possui rodapé à 0,20m

de altura

G3.5) Os guarda-corpos e rodapé são revestidos com tela

G3.6) O fechamento provisório é constituído de material resistente e está seguramente fixado à estrutura

G3.7) Antes do fechamento da caixa do elevador com alvenaria, existe proteção horizontal em todas as lajes

com assoalhamento inteiriço, ou guarda-corpo e rodapé em todos os pavimentos associado ao assoalhamento,

no mínimo, a cada 3 pavimentos

G3.8) Após o fechamento da caixa do elevador com alvenaria, existe, no mínimo a cada 3 pavimentos,

assoalhamento com proteção inteiriça dentro dos poços para amenizar eventuais quedas de materiais ou

pessoas

Obs:

G4) PROTEÇÃO CONTRA QUEDA NO PERÍMETRO DOS PAVIMENTOS SIM NÃO Não se

aplica

(Situação 1) Pavimento com laje de piso concretada e execução das fôrmas da laje do pavimento superior

(Situação 2) Pavimento com laje de piso e de forro já concretadas

(Situação 3) Pavimento em que estão sendo colocadas as ferragens nas fôrmas de vigas e lajes ou no qual está

sendo feita a concretagem

(Situação 4) Alvenaria de periferia já executada (dispensa a proteção periférica, portanto marque “não se

aplica” de G4.1 a G4.8)

G4.1) As periferias dos pavimentos na SITUAÇÃO 1 possuem fechamento, com no mínimo 1,20m de altura,

constituído por guarda-corpo principal, intermediário e rodapé revestidos com tela, ou dispositivo que cumpra

as mesmas funções de proteção

Caso o dispositivo seja alternativo ao sistema guarda-corpo e rodapé, marque “não se aplica” em G4.2,

G4.3, G4.4 e G4.5, e descreva-o: _________________________________

G4.2) Existe guarda-corpo principal, constituído por anteparo rígido, a 1,20m de altura nas periferias dos

pavimentos na situação 1

G4.3) Existe guarda-corpo intermediário, constituído por anteparo rígido, a 0,70m de altura nas periferias dos

pavimentos na situação 1

G4.4) Existe rodapé, constituído por anteparo rígido, com 0,20m de altura nas periferias dos pavimento na

situação 1

G4.5) Existe, nas periferias dos pavimentos na situação 1, fechamento com tela de arame galvanizado ou

material de resistência equivalente

G4.6) As periferias dos pavimentos na SITUAÇÃO 2 possuem fechamento, com no mínimo 1,20m de altura,

constituído por guarda-corpo principal, intermediário e rodapé revestidos com tela, ou dispositivo que cumpra

as mesmas funções de proteção

Caso o dispositivo seja alternativo ao sistema guarda-corpo e rodapé, marque “não se aplica” em G4.7,

G4.8, G4.9 e G4.10, e descreva-o: _________________________________

G4.7) Existe guarda-corpo principal, constituído por anteparo rígido, a 1,20m de altura nas periferias dos

pavimentos na situação 2

G4.8) Existe guarda-corpo intermediário, constituído por anteparo rígido, a 0,70m de altura nas periferias dos

pavimentos na situação 2

G4.9) Existe rodapé, constituído por anteparo rígido, a 0,20m de altura nas periferias dos pavimentos na

situação 2

G4.10) Existe, nas periferias dos pavimentos na situação 2, fechamento com tela de arame galvanizado ou

material de resistência equivalente

G4.11) As periferias dos pavimentos na SITUAÇÃO 3 possuem fechamento, com no mínimo 1,20m de altura,

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63

constituído por guarda-corpo principal, intermediário e rodapé revestidos com tela, ou dispositivo que cumpra

as mesmas funções de proteção

Caso o dispositivo seja alternativo ao sistema guarda-corpo e rodapé, marque “não se aplica” em G4.12,

G4.13, G4.14 e G4.15, e descreva-o: _________________________________

G4.12) Existe guarda-corpo principal, constituído por anteparo rígido, a 1,20m de altura nas periferias dos

pavimentos na situação 3

G4.13) Existe guarda-corpo intermediário, constituído por anteparo rígido, a 0,70m de altura nas periferias dos

pavimentos na situação 3

G4.14) Existe rodapé, constituído por anteparo rígido, a 0,20m de altura nas periferias dos pavimentos na

situação 3

G4.15) Existe, nas periferias dos pavimentos na situação 2, fechamento com tela de arame galvanizado ou

material de resistência equivalente

Obs:

G5) ABERTURAS NO PISO SIM NÃO Não se

aplica

G5.1) Todas as aberturas nos pisos de lajes (provenientes de shafts, por exemplo) tem fechamento provisório

resistente, tais como os constituídos por assoalho encaixável ou sistema de guarda-corpo e rodapé

Obs:

G6) PLATAFORMA DE PROTEÇÃO (bandeja salva-vidas) SIM NÃO Não se

aplica

( ) A altura do prédio não exige bandejas (4 pavimentos ou menos)

( ) A fase atual não exige mais o uso de bandejas (alvenarias e revestimentos acima da plataforma principal

já executados)

( ) Só a plataforma principal é necessária na fase atual da obra (todas alvenarias acima da mesma já foram

executadas, mas o revestimento ainda está por ser concluído)

( ) A plataforma principal e as secundárias, e/ou as terciárias são necessárias na fase atual da obra

(alvenarias acima das plataformas secundárias e/ou terciárias ainda não foram completamente executas)

G6.1) A plataforma principal de proteção está na primeira laje situada a no mínimo um pé-direito acima do

nível do terreno

Se estiver em outra indique: ____________________

G6.2) Existem plataformas secundárias de proteção a cada 3 lajes, a partir da plataforma principal

G6.3) Caso o edifício possua subsolos, existem plataformas terciárias de proteção, de duas em duas lajes,

contadas em direção ao subsolo a partir da plataforma principal

G6.4) As plataformas contornam todo o perímetro da edificação

G6.5) A plataforma principal tem largura de 2,50m + 0,80m (à 45º)

G6.6) As plataformas secundárias tem largura de 1,40m + 0,80m (à 45º)

G6.7) As plataformas terciárias tem largura de 2,20m + 0,80m (à 45º)

G6.8) A fixação das treliças é feita através de furo na viga, espera na laje ou solução equivalente

G6.9) Existe fechamento com tela entre as extremidades das plataformas de proteção

Obs:

G7) ANDAIMES SUSPENSOS SIM NÃO Não se

aplica

G7.1) Os andaimes dispõem de sistema de guarda-corpo e rodapé, com tela de arame galvanizado (ou material

de resistência e durabilidade equivalentes), em todo o perímetro, exceto na face de trabalho

G7.2) Os andaimes são sustentados por vigas metálicas

G7.3) As vigas metálicas são fixadas por braçadeiras, ganchos chumbados na laje ou sistema semelhante

Descreva o(s) sistema(s) existente(s): ______________________________

G7.4) Caso o andaime seja leve (largura < 1,50m) e cada viga sustente apenas um guincho, existe cabo de

segurança adicional, de aço, ligado a dispositivo de bloqueio mecânico / automático

G7.6) Os guinchos de elevação possuem dispositivo que impeça o retrocesso do tambor

G7.7) Os estrados dos andaimes suspensos pesados são interligados até o comprimento máximo de 8,0 m

G7.8) O piso de trabalho dos andaimes é constituído por madeira de boa qualidade, sendo isento de frestas por

onde possam passar materiais

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Obs:

G8) ANDAIMES FACHADEIROS SIM NÃO Não se

aplica

G8.1) Os andaimes fachadeiros dispõem de proteção com tela de arame galvanizado ou material de resistência

e durabilidade equivalente

G8.2) Os montantes do andaime tem seus encaixes travados com parafusos, contrapinos, braçadeiras ou

dispositivo que cumpra a mesma função

G8.3) Os painéis destinados a suportar os pisos e/ou funcionar como travamento, são contrapinados ou

travados com parafusos, braçadeiras ou dispositivo que cumpra a mesma função

Obs:

G9) ANDAIMES SIMPLESMENTE APOIADOS SIM NÃO Não se

aplica

G9.1) Caso o andaime seja apoiado sobre cavaletes, o piso de trabalho tem altura máxima de 2,0m e largura

superior a 0,90m

G9.2) Andaimes com piso de trabalho superior a 1,50 m de altura são providos de escadas ou rampas

G9.3) Quando externos e com altura superior a 2,0 m, a estrutura dos andaimes está fixada à construção por

meio de uma amarração e estroncamento

G9.4) Quando internos e na periferia das edificações, os andaimes são fixados à estrutura das mesmas por

meio de amarração ou estroncamento

Obs:

H) ELEVADOR DE CARGA SIM NÃO Não se

aplica

H1) TORRE DO ELEVADOR

H1.1) A torre está afastada das redes elétricas ou está isolada

Estime o afastamento, em metros: _____________

H1.2) A torre e o guincho estão aterrados eletricamente

H1.3) A base da torre, quando de concreto, tem no mínimo 15 cm acima do nível do terreno, sendo dotada de

drenos para escorrer a água de seu interior

H1.4) Na base da torre existe material para amortecimento de impactos imprevistos do elevador (por exemplo,

pneus)

H1.5) A torre possui os montantes anteriores, ou seja, aqueles mais próximos da fachada do prédio, fixados à

estrutura em todos os pavimentos

H1.6) Os montantes posteriores são estaiados na estrutura a cada 6,0 m

H1.7) A torre do guincho é revestida com tela de arame galvanizado ou material de resistência e durabilidade

equivalentes (caso a(s) porta(s) e contenções tenham altura de 2,0m o entelamento da torre é dispensável)

H1.8) As rampas de acesso à torre são planas ou ascendentes no sentido de entrada na torre

H1.9) As rampas de acesso ao elevador são dotadas de guarda-corpo

H1.10) As rampas de acesso ao elevador são dotadas de rodapé

H1.11) As rampas de acesso à torre são fixadas na estrutura do prédio e da torre

H1.12) Em todos os acessos de entrada à torre, está instalada uma cancela, recuada no mínimo 1,0m da mesma

H1.13) A torre é equipada com dispositivo que impeça a abertura da cancela quando o elevador não estiver no

nível do pavimento

H1.14) Em cada pavimento existe botão para acionar lâmpada ou campainha junto ao guincheiro

H1.15) Existe tubofone ou dispositivo de comunicação eletrônica como sistema complementar ao do item

anterior

H1.16) Existe proteção no trecho de cabo de aço entre o tambor do guincho e a roldana louca (madeira ou tela

de arame de pequana abertura)

Obs:

H2) PLATAFORMA DO ELEVADOR SIM NÃO Não se

aplica

H2.1) O elevador dispõe de sistema de trava de segurança para mantê-lo parado em altura

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H2.2) O elevador é provido, nas laterais, de porta(s) e painéis de contenção com altura mínima de 1,0m

H2.3) O elevador é dotado de cobertura fixa, basculável ou removível

Obs:

H3) POSTO DO GUINCHEIRO SIM NÃO Não se

aplica

H3.1) O posto de trabalho do guincheiro é isolado por meio de barreiras físicas

H3.2) O posto de trabalho do guincheiro possui cobertura de proteção contra queda de materiais

H3.3) Há assento para o guincheiro

H3.4) O assento do guincheiro é confortável (encosto para as costas e sem cantos vivos)

H3.5) Há placa de sinalização, junto ao guincheiro, indicando o uso dos EPI’s pertinentes

Obs:

I) ELEVADOR DE PASSAGEIROS SIM NÃO Não se

aplica

É necessário a partir da 7ª laje dos edifícios em construção com 10 ou mais pavimentos, cujo canteiro

possua pelo menos 40 trabalhadores

( ) Existe elevador de passageiros ( ) não existe ( ) não é necessário

I1) O elevador possui cabine metálica com porta pantográfica

I2) A cabine possui placa indicando o número máximo de passageiros

I3) A cabine possui iluminação natural ou, caso necessário, artificial

Obs:

J) GRUA SIM NÃO Não se

aplica

J1) As áreas de carga/descarga são delimitadas (guarda-corpo, pintura, cavalete, etc)

J2) A grua possui sinal sonoro que é acionado pelo operador sempre que houver movimentação de carga

J3) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados no mínimo 3,0 m de qualquer obstáculo

J4) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados da rede elétrica

Estime o afastamento, em metros: ___________________________

J5) Os fios elétricos possuem isolamento, caso a ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estejam

próximos da rede elétrica

J6) A grua possui aterramento e pára-raios

Obs:

L) EPI’S (preencher também o check-list complementar em anexo) SIM NÃO Não se

aplica

L1) São fornecidos capacetes para os visitantes

L2) Independente da função, todo trabalhador está usando botinas e capacetes

L3) Os trabalhadores estão usando uniforme cedido pela empresa

L4) Trabalhadores em serviço a mais de 2,0 m de altura estão usando o cinto de segurança tipo pára-quedas

com cabo fixado na construção

Obs:

M) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS SIM NÃO Não se

aplica

M1) Inexistem circuitos e equipamentos elétricos com pares vivas e expostas, tais como fios desencapados

M2) Os disjuntores dos quadros gerais de distribuição tem seus circuitos identificados

M3) Os ramais destinados à ligação de equipamentos elétricos (quadros de distribuição nos pavimentos) possuem disjuntores ou chaves magnéticas independentes, que possam ser acionadas com facilidade e

segurança

M4) Os fios condutores estão em locais livres de umidade

M5) Os fios condutores estão em locais livres do transito de pessoas e equipamentos, de modo que está

preservada sua isolação

M6) Todas as máquinas e equipamentos elétricos estão ligados por conjunto plugue e tomada

M7) Caso necessário, as redes de alta tensão estão isoladas de modo a evitar contatos acidentais com veículos,

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equipamentos e trabalhadores

Obs:

N) SERRA CIRCULAR E CENTRAL DE CARPINTARIA SIM NÃO Não se

aplica

N1) A serra é dotada de mesa que possui fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, ou seja, as faces frontal e oposta à posição de trabalho

N2) A carcaça do motor está aterrada eletricamente

N3) A serra possui coifa protetora do disco

N4) A serra possui coletor de serragem

N5) A carpintaria possui piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os

trabalhadores das intempéries

N6) Há placa de sinalização, junto à serra circular, indicando o uso dos EPI’s pertinentes

Obs:

O) MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS SIM NÃO Não se

aplica

Q1) Todas as ferramentas elétricas manuais possuem duplo isolamento

Q2) No transporte e guarda, as ferramentas de fixação à pólvora estão descarregadas

Q3) Todas as máquinas e equipamentos podem ser acionadas ou desligadas pelo operador na sua posição de trabalho

Q4) Toda máquina possui dispositivo de bloqueio para impedir seu acionamento por pessoa não autorizada

Obs:

P) ARMAÇÕES DE AÇO SIM NÃO Não se

aplica

P1) A área de trabalho onde está situada a bancada de armação possui cobertura resistente para proteção contra

intempéries e quedas de materiais

P2) Todas as pontas verticais de vergalhões de aço estão protegidas (no transporte e quando para espera de

pilar)

P3) Há placa de sinalização, junto à bancada de armação de aço, indicando o uso dos EPI’s pertinentes

Obs:

Q) PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO SIM NÃO Não se

aplica

Q1) O canteiro possui extintor de incêndio próximo a serra elétrica

Q2) O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao almoxarifado

Q3) O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao deposito de materiais inflamáveis (marcar “Não se aplica” caso este esteja dentro do almoxarifado)

Q4) O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao deposito de madeiras Indicar outros locais onde há a presença de extintores: __________________________

Q5) Há um sistema de alarme

Q6) O canteiro possui equipes de operários treinadas para o primeiro combate ao fogo

Obs:

OBSERVAÇÕES:

_______________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________

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