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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENGENHARIAS BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA SILKE DANTAS MEDEIROS LIMA ACOMPANHAMENTO E APLICAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO LINEAR PARA A OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO EM UM LATICÍNIO LOCALIZADO NA REGIÃO DO OESTE POTIGUAR MOSSORÓ 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE ENGENHARIAS

BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

SILKE DANTAS MEDEIROS LIMA

ACOMPANHAMENTO E APLICAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO LINEAR PARA A

OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO EM UM LATICÍNIO LOCALIZADO NA REGIÃO

DO OESTE POTIGUAR

MOSSORÓ

2017

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SILKE DANTAS MEDEIROS LIMA

ACOMPANHAMENTO E APLICAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO LINEAR PARA A

OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO EM UM LATICÍNIO LOCALIZADO NA REGIÃO

DO OESTE POTIGUAR

Monografia apresentada a Universidade

Federal Rural do Semi-Árido como requisito

para obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Química.

Orientador: Profa. Dra. Geraldine Angelica

Silva da Nobrega (UFERSA).

Co-orientador: Wiliam Geordany Araujo de

Oliveira e Silva. Eng. Químico. (UFRN).

MOSSORÓ

2017

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© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteiraresponsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leisque regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectivaata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Institutode Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecasda Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informaçãoe Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos deGraduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

DLima,Silke DantasMedeirosa

Dantas Medeiros Lima, Silke . ACOMPANHAMENTO E APLICAÇÃO DA PROGRAMAÇÃOLINEAR PARA A OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO EM UMLATICÍNIO LOCALIZADO NA REGIÃO DO OESTE POTIGUAR/ Silke Dantas Medeiros Lima. - 2017. 55 f. : il.

Orientador: Geraldine Angélica Silva Nóbrega. Coorientador: Manoel Reginaldo Fernandes. Relatório (graduação) - Universidade FederalRural do Semi-árido, Curso de EngenhariaQuímica, 2017.

1. Leite. 2. processo. 3. programação linear;.4. otimização.. I. Silva Nóbrega, GeraldineAngélica, orient. II. Reginaldo Fernandes,Manoel, co-orient. III. Título.

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Aos meus pais Judilene Dantas

Alves e Enjolras de Albuquerque

Medeiros Lima, pelo exemplo de

amor, dedicação e apoio durante

toda minha jornada.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente, a Deus pelo dom da vida, iluminar meu caminho e persistir na direção

certa apesar de todas as barreiras e desafios.

Aos meus pais, Judilene Dantas Alves e Enjolras de Albuquerque Medeiros Lima, por ter me

dado o dom de viver; pela dedicação, amor e carinho que tem por mim, e principalmente pelo

exemplo de guerreiros que são, vocês são essenciais na minha vida, amo incondicionalmente.

Ao meu noivo Jovineto Medeiros Barbosa por todo o companheirismo, como também pelas

demonstrações de apoio e carinho.

Aos meus familiares por todo apoio que me deram. Principalmente a minha tia/madrinha

Jacedna Dantas Alves, por tudo que fez e faz na minha vida, pelo exemplo de mulher guerreira

que é, só tenho a agradecê-la.

Aos professores que me ajudaram nessa longa caminhada, pois sem os seus ensinamentos nada

disso seria possível. Especialmente, a minha orientadora Geraldine Angélica da Silva Nóbrega.

O meu muito obrigada para todos vocês.

À empresa Leite do Sertão e ao engenheiro Wiliam Geordany por terem me dado a oportunidade

de estágio. Especialmente para Sr. Wiliam que, com muita paciência, transmitiu a experiência

adquirida no exercício de seu labor e ao Dr. Janeto Gurgel Pinheiro fundador da empresa.

Aos professores da banca, por se disporem a contribuir com este trabalho.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

É uma disciplina que promove, com visão

integrada, o gerenciamento e o

compartilhamento de todo o ativo de

informação possuído pela empresa. Esta

informação pode estar em um banco de dados,

documentos, procedimentos, bem como em

pessoas, através de suas experiências e

habilidades.

Gartner Group

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

RESUMO

Atualmente, empresas do ramo de laticínios determinam seu plano de produção conforme a

demanda de produtos, em sua maioria, estas não utilizam as ferramentas que podem auxiliar na

tomada de decisão, como a Pesquisa Operacional. O objetivo deste trabalho é determinar um

plano ótimo de produção para uma indústria de Laticínios através de um problema de

programação linear, afim de maximizar os lucros. Uma empresa do ramo lácteo possui vastos

recursos no processamento dos derivados e limites de disponibilidades, os quais podem

produzir uma grande diversidade de produtos lácteos, cada qual com sua margem de lucro.

Neste sentido, pode-se modelar um problema e aplicar em uma planilha eletrônica, a fim de

obter uma maximização na margem de contribuição mensal. Através deste modelo pôde-se

determinar o “mix” de produtos e a quantidade que estes devem ser produzidos, otimizando

assim os recursos existentes em cada situação. O presente estudo foi realizado através do estágio

em um laticínio situado na Região do Oeste Potiguar, na cidade de Mossoró.

Palavras-chave: Leite; processo; programação linear; otimização.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma geral do processamento do leite na indústria. ........................................ 5

Figura 2 - Fluxograma do processo industrial do leite pasteurizado. ....................................... 13

Figura 3 - Etapas do processamento da Bebida Láctea da Indústria de Laticínios. ................. 14

Figura 4 - Fluxograma de processamento do doce na Indústria de Laticínios. ........................ 16

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Margem de contribuição versus condição de demanda máxima ............................ 35

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Ranking dos Principais Setores de Alimentos (R$ Bi)............................................... 3

Tabela 2 - Composição e Requisitos Físicos, Químicos e Microbiológicos do Leite Cru

Refrigerado Tipo A Integral e do Leite Pasteurizado Tipo A. ................................................... 8

Tabela 3 - Linha de produtos com potencial produtivo. ........................................................... 21

Tabela 4 - Margem de contribuição unitária para produtos lácteos e derivados. ..................... 23

Tabela 5 - Quantidade de leite in natura por produção dos derivados. .................................... 24

Tabela 6 - Limite de produção mensal ..................................................................................... 25

Tabela 7 - Demanda máxima e mínima mensal ....................................................................... 26

Tabela 8 -Limite de estocagem da câmera fria. ........................................................................ 27

Tabela 9 - Custo variável e Margem de contribuição unitária ................................................. 30

Tabela 10 - Cenário produtivo ideal ......................................................................................... 31

Tabela 11 - Restrições apontadas ............................................................................................. 32

Tabela 12 -Relatório de Sensibilidade ...................................................................................... 32

Tabela 13 - Cenário produtivo sem restrição............................................................................ 34

Tabela 14 -Custo dos insumos e embalagens utilizadas na produção ...................................... 41

Tabela 15 -Preço de venda dos produtos .................................................................................. 42

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Bel

BL

Bacharel

Bebida Láctea

Dr Doutor

GP Gestão por processo

MAPA

MCT

MTU

PL

PO

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Margem de contribuição Total

Margem de contribuição unitária

Programação Linear

Pesquisa Operacional

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 2

2.1 Geral .................................................................................................................................. 2

2.2 Específicos ........................................................................................................................ 2

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 2

4. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................. 3

4.1 Indústrias De Laticínios .................................................................................................... 3

4.1.1 Histórico da indústria de Laticínios ........................................................................... 4

4.2 Estrutura Industrial De Laticínios ..................................................................................... 4

4.2.1 Processamento do leite ............................................................................................... 4

4.2.2 Análises físico-químicas do leite ................................................................................ 8

4.2.3 Produção do Leite e derivados ................................................................................. 12

4.2.4 Produção de Bebida Láctea ...................................................................................... 13

4.2.5 Produção de Doce de Leite....................................................................................... 15

4.3 Gestão por Processos ...................................................................................................... 16

4.2.6 Controle de custos .................................................................................................... 17

4.2.7 Margem de Contribuição .......................................................................................... 18

4.4 Pesquisa Operacional ...................................................................................................... 18

4.2.8 Programação Linear ................................................................................................. 19

4.2.9 Solver ....................................................................................................................... 20

5. METODOLOGIA ................................................................................................................. 20

5.1 Acompanhamento de produção e coleta de dados .......................................................... 21

5.2 Tratamento de dados: Custos Variáveis e Margem de Contribuição unitária. ............... 22

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5.3 Modelagem do problema com a Programação Linear .................................................... 22

5.3.1 Restrições ................................................................................................................. 23

6. RESULTADOS E DISCURSSÃO ....................................................................................... 29

6.1 A Empresa ....................................................................................................................... 29

6.2 problemática .................................................................................................................... 29

6.3 Levantamento dos dados da empresa .............................................................................. 30

6.3.1 Determinação da Margem de Contribuição Unitária ............................................... 30

6.4 Análise dos dados ........................................................................................................... 31

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 36

REFERENCIAS ....................................................................................................................... 37

ANEXOS .................................................................................................................................. 41

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1

1. INTRODUÇÃO

O presente relatório foi elaborado durante a disciplina Estágio Curricular Obrigatório,

com finalidade de conclusão do curso de graduação em Bacharelado de Engenharia Química.

O estágio foi realizado na empresa de razão social denominada Nutrivida Indústria de Laticínios

LTDA (Leite do Sertão) e está localizada no Município de Mossoró-RN. Durante o estágio foi

realizado o acompanhamento produtivo, uma breve analise dos parâmetros físico-químicos da

matéria-prima e um plano de otimização do processo industrial do leite e seus derivados.

A importância do leite, se deve por ser um alimento muito rico em nutrientes, o que

pode ser considerado um alimento completo, o qual ajuda o organismo contra várias doenças

devido seus componentes nutricionais. Por definição, o leite é um líquido nutritivo produzido

pelas glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos; possui cor branca ou ligeiramente

amarelada, de odor agradável e sabor adocicado (Tecnologia de Fabricação de Derivados do

Leite).

O leite é composto de água, proteínas, açúcares, sais minerais, gorduras e vitaminas, em

vista disso, um dos grandes exemplos da importância do leite, é o leite materno que é o primeiro

alimento de um bebê quando nasce, pois, ele é essencial para o desenvolvimento e crescimento

do bebê, e ao longo da vida é substituído geralmente pelo leita da vaca (AUGUSTINHO, 2000).

O ponto de vista industrial do leite e seus derivados, o preço comercial de produtos de

origem láctea sofreu uma queda em contrapartida houve crescimento da demanda por lácteos,

nos anos 90, o que levaram à reestruturação do agronegócio do leite no Brasil. No setor primário

este impacto forçou indústrias a adotarem tecnologias visando reduzir o custo de produção e a

obtenção de ganhos de escala. Hoje com a difusão da tecnologia muitas empresas buscam a

diferenciação através da qualidade dos seus produtos e de métodos que otimizem seus lucros.

Tendo em vista a competitividade entre as indústrias e a consequentemente redução das

margens de lucro, a utilização da Pesquisa Operacional neste ramo, ainda pouco explorado nesta

linha, será decisivo para a sobrevivência das companhias nos próximos anos (SILVA et al,

1999).

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Então, a construção desse trabalho implica no acompanhamento das atividades

realizadas setor de produção, como também no controle de qualidade de leite e derivados em

diferentes etapas do processo, visando a melhoria contínua do Sistema de Gestão da empresa.

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

O presente manuscrito tem como finalidade apresentar como determinar o plano de

produção ótimo para uma indústria de Laticínios utilizando a programação linear,

possibilitando a determinação de uma combinação de produtos ideal para maximização da

margem de contribuição total.

2.2 Específicos

• Acompanhamento do processo de produção e processamento do leite e seus derivados, por

meio de uma pesquisa quantitativa de produção mensal;

• Simular cenários ótimos da cadeia produtiva, com base nos dados de rendimento e custos

coletados.

3. JUSTIFICATIVA

Após um estudo sobre o assunto aplicado no ramo industrial de laticínios percebe-se

ausência da determinação de um plano de produção ótimo para uma empresa.

A tomada de decisão do que produzir ainda é influenciada fortemente pela experiência

dos gestores e também pela demanda de mercado. Então, a importância deste estudo é a

demonstração de que com a utilização da programação linear pode ser empregada como

ferramenta auxiliar para determinar o plano de produção ótimo em uma indústria de laticínios,

e assim aumentar os lucros.

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4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 Indústrias De Laticínios

O Brasil, a indústria de laticínios é bastante expressiva, apresentando alto desempenho

tecnológico, apresentando grande variedade de produtos derivados no geral.

O setor de laticínios, é um dos que se destaca entre os diversos setores da indústria

alimentícia, como podemos ver na Tabela 1, onde tal setor ocupava a quarta colocação entre os

produtos que mais faturaram nos anos de 2008 a 2011, indo para o terceiro lugar nos últimos

anos, o que indica que esse setor está em crescimento no Brasil.

Tabela 1- Ranking dos Principais Setores de Alimentos (R$ Bi).

Fonte: Abia (2014).

Estima-se que em 2008, esse setor era composto por 81,7 % de microempresas. Mas

esse quadro está em fase de redução, devido a movimentos de fusões e aquisições. Assim como

o setor alimentício, o setor de laticínios vem passando por essas transformações devido a várias

fusões de empresas e aquisições a cadeia produtiva (Carvalho, 2010). Entre os anos de 2000 a

2008 a produção mundial de leite da vaca teve um aumento em média de 2,1 % ao ano, enquanto

que no Brasil esse aumento foi de 4,0 % ao ano (Carvalho, 2010).

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4

4.1.1 Histórico da indústria de Laticínios

A empresa de razão social denominada Nutrivida Indústria de Laticínios LTDA (Leite

do Sertão) está localizada no Município de Mossoró-RN. Sua produção de leite é voltada para

o governo (programa do leite), município e para capital. A empresa não se restringe apenas a

produção do leite, mas também produz alguns dos seus derivados como: queijos, bebida láctea,

doce de leite, creme de leite e requeijão. Em média são produzidos 16 mil litros de leite por dia

para comercialização, sendo 97 % de leite bovino e 3 % de leite caprino. Para manter esse nível

de produção, a empresa conta com equipes fornecedoras locais e regiões próximas como

Caraúbas, Apodi, entre outras. Hoje a empresa emprega cerca de 50 funcionários, onde foi

fundada em 2003.

4.2 Estrutura Industrial De Laticínios

4.2.1 Processamento do leite

Para adquirir um produto de qualidade, o leite e seus derivados tem que ser

adquiridos e manuseados e processados com muito cuidado, desde a ordenha até o seu

destino final. Logo a obtenção de produtos saudáveis para o consumidor está relacionada

ao modo de manipulação e higienização da matéria-prima (VALSECHI, 2001).

Assim, para o processamento do leite e seus derivados passam por várias etapas na

cadeia produtiva. Na Figura 1 temos um fluxograma que exemplifica o processo de produção

laticínio Leite do Sertão.

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5

Figura 1 - Fluxograma geral do processamento do leite na indústria.

Fonte: Autoria própria.

Estocagem

Coleta

Transporte

Analise de qualidade

Recepção

Filtragem

Armazenamento, resfriamento e agitação

agi

Pasteurização

Queijaria

Bebida láctea Envaze

Coalho, Ricota, Raspa,

Minas frescal, Requeijão,

doce de leite, creme.

Envaze

Estocagem

Expedição

Estocagem

Expedição

Expedição

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6

4.2.1.1 Receptação do leite in natura

O leite cru é recebido na indústria em caminhões tanques refrigerados com a temperatura

máxima de 7ºC. Sua acidez máxima na recepção é de 17ºD e deve estar isento de qualquer tipo

de fraude (IN 62/2011 do MAPA). Então, com a chegada do caminhão na usina, são coletadas

amostras do leite cru para analises físico-químicas. As análises, listas abaixo, são realizadas

pelo laboratório de controle de qualidade e são regulamentadas pela legislação vigente.

• Determinação da Acidez Titulável;

• Determinação da Densidade Relativa;

• Medição da Temperatura do Leite Cru Refrigerado;

• Determinação do Teor de Gordura;

• Determinação do Índice Crioscópico (Depressão do Ponto de Congelamento);

• Determinação do Teor de Sólidos Totais e Não-Gordurosos;

• Teste de Alizarol.

4.2.1.2 Armazenamento

Após a realização das análises pela "Equipe de Controle de Qualidade" e o leite

aprovado. Este é retirado dos tanques dos caminhões com o auxílio de bombas centrífugas

sanitárias e é enviado para as etapas de esterilização e pré-pasteurização. Em seguida o leite é

armazenado nos "Tanques de Leite Cru", onde permanece sob temperatura controlada e

constante agitação, aguardando o envio para o Processo.

Embalados e prontos para serem comercializados, os produtos devem permanecer

armazenados, em condições adequadas até que sejam encaminhados ao seu destino final. Cabe

ressaltar que alguns produtos precisam permanecer sob refrigeração a fim de que sejam

mantidas suas características e preservadas suas qualidades

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7

Todos os produtos, após envasados e empilhados necessitam passar pelas células de

resfriamento. O resfriamento rápido é uma continuação do processo e sua função é estabilizar

a viscosidade e interromper processo de fermentação, de modo a controlar a acides dos

produtos. Os produtos entram nas células de resfriamento rápido a 20ºC ou 60ºC e são retirados

com temperatura média de 4ºC. O tempo de permanência dos produtos no interior das células

de resfriamento é controlado automaticamente por um sistema supervisório. Pode-se considerar

que o processo de fabricação termina nas células de resfriamento, sendo que, após essa etapa

os produtos são levados para a Câmara de Estocagem e Expedição.

4.2.1.3 Padronização

O leite cru refrigerado é transferido através de um processo continuo com vazão de

5.000 litros/hora, do silo de estocagem para o tanque de equilíbrio do trocador de placas. Neste

tanque, o fluxo de passagem do leite é controlado por uma boia. Após, o leite segue para o pré-

aquecimento onde a temperatura atinge 55°C a 60°C. Esta temperatura, aumenta a eficiência da

etapa de padronização da gordura e remoção das partículas sólidas “lodo” através do separador

de gordura (centrífuga). Na centrífuga são também retiradas sujidades menores por diferença

de densidade, clarificando o leite, já que as partículas são mais densas sedimentam-se no fundo

e nas paredes laterais do equipamento. O leite integral que entra na centrifuga é separado em

leite desengordurado (leite pasteurizado a 3%) e gordura (creme do leite a 60%).

4.2.1.4 Pasteurização

As etapas de pré-aquecimento, padronização e pasteurização são realizadas em conjunto.

O propósito do tratamento térmico e a destruição completa dos microrganismos patogênicos

que em determinadas circunstâncias podem estar presentes no leite. De acordo com a Instrução

Normativa n°62 do MAPA, o leite é padronizado/clarificado e submetido a um tratamento

térmico na faixa de temperatura de 72°C-75°C por 15 a 20 segundos, em trocador de placas,

dotado de um painel de controle com termo-registrador e termo-regulador automáticos, válvula

automática de desvio de fluxo, termômetros e “torneiras” de prova.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE

8

No pasteurizador, o retardador e medidor de temperatura funcionam de tal forma que o

leite que não permaneça na faixa de temperatura de pasteurização por 15 segundos, retorne ao

pasteurizador pelo acionamento pneumático da válvula de retorno. Após a pasteurização, o leite

é encaminhado para os tanques isotérmico (silos), após ser completamente preenchido, este

aguardará a avaliação dos padrões pelo laboratório de controle de qualidade.

4.2.2 Análises físico-químicas do leite

Para garantir a qualidade do leite e derivados é necessário que seja realizado o controle

de qualidade do produto final. Isto, também é valido para produtos que sofrem processos

térmicos mais intensos, como no caso do leite pasteurizado. Desse modo, as indústrias de

laticínios, na etapa da captação do leite in natura devem ser realizadas as análises físico-

químicas e microbiológicas (SILVA, SILVA e FERREIRA, 2012).

Assim que o caminhão de transporte chega ao laticínio ele é recebido na plataforma de

recepção, e em seguida é recolhido uma amostra desse leite onde ele será submetido a algumas

análises antes de ser liberada para seguir o fluxo da linha de produção. As análises são

necessárias para saber as reais condições da qualidade do leite. No laboratório, local da

empresa, são realizadas as análises regulamentadas pela IN n°62 do MAPA. A principais

análises são: acidez, prova de alizarol, índice crioscópico, densidade, gordura, extrato seco total

e extrato seco desengordurado.

Tabela 2 - Composição e Requisitos Físicos, Químicos e Microbiológicos do Leite Cru

Refrigerado Tipo A Integral e do Leite Pasteurizado Tipo A.

Item de composição Requisito

Gordura (g/100g) Min 3,0

Acidez, em g de ácido lático/100 mL 0,14 a 0,18

Densidade relativa, 15/15º C, g/mL 1,028 a 1,034

Índice Crioscópico -0,530 ºC a -0,231 ºC

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Sólidos não-gordurosos (g/100g) min. 8,4

Proteína Total (g/100g) Min 2,9

Estabilidade ao Alizarol 72% (v/v) Estável

Fonte: Brasil, 2011.

4.2.2.1 Acidez

A acidez do leite é um fator importante para avaliarmos o estado de conservação do

mesmo, pois o aparecimento de microrganismos deve-se a vários fatores desde a deficiência de

refrigeração (que causa a fermentação da lactose) até as fraudes por adição de água e

neutralizantes ou até mesmo a saúde do animal (que devido a mamite causando assim uma baixa

acidez). A acidez é expressa em graus de Dornic (ºD) ou em porcentagem (%) de ácido láctico,

esse método consiste em uma análise quantitativa com o reagente Dornic (solução de hidróxido

de sódio 0,11 mol/L) e o indicador ácido-base fenolftaleína (BRITO et al., 2015a). O parâmetro

de acidez para o leite normal é de 15 a 18ºD. E o parâmetro para a acidez do soro é cerca de 2/3

o valor da acidez do leite (QUEIJOS NO BRASIL, 2015).

4.2.2.2 Densidade

O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) de Leite Cru Refrigerado

Integral estabelece a densidade de 1.028 até 1.034 g/ml a 15ºC. A determinação da densidade

do leite pode indicar fraude por aguagem (adição de água no leite). Método de determinação

mais usual é pelo densímetro termolactodensímetro ou lactodensímetro de Gerber.

Essa análise consiste em identificar se houve fraude no leite por adição de água

ou retirada de gordura. A densidade do leite vai baixar se acontecer a fraude por adição

de água, pois a água tem densidade menor que a do leite, agora se acontecer a

retirada de gordura o leite vai apresentar uma densidade maior. Pode ocorrer também a

dupla fraude que é quando adiciona água e retira a gordura do leite, ai nesse caso não vai

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10

ocorrer a mudança de densidade, por isso é necessário outros tipos de análises (SILVA,

SILVA e FERREIRA, 2012).

O termolactodensímetro é o aparelho responsável para determinar a densidade, para uma

temperatura de 15ºC, a densidade do leite bovino é aproximadamente 1,032

g/mL, podendo variar entre 1,023 a 1,040 g/mL (BRITO et al., 2015c).

4.2.2.3 Teor de Gordura

Esse método consiste em utilizar a propriedade do ácido sulfúrico de dissolver a

caseína do leite, isso sem atacar a matéria gorda. A ação do álcool amíliaco na solução é

que ele facilita a separação da fase de gordura da fase não gordurosa formando uma

coluna clara. O porcentual de gordura no leite padronizado tem que ser aproximadamente

3,0 %, já para o leite integral esse valor tem que ser 3,0 % no mínimo, já a gordura do

leite semi-desnatado tem que ser entre 2,9 e 0,6 % e o leite desnatado tem que ser igual a

0,5 % ou menos (FERREIRA, 2007).

4.2.2.4 Crioscopia

O índice crioscópico (IC) é definido como a temperatura em que o leite passa do estado

líquido para o estado sólido. Esse método ajuda a descobrir possíveis fraudes que venha a

ocorrer no leite, como adição de água ou até mesmo com adição de sal. Assim, quando é

adicionado água ao leite o ponto de congelamento aumenta em direção ao ponto do

congelamento da água (0 ºC), já quando é adicionado sal ao leite esse ponto diminui (BRITO

et al., 2015b). O índice de crioscópia é dado pela escala Hortvet (ºH), e segundo os padrões

estabelecidos pela IN 62, os valores adequados são entre: -0,530ºH e -0,550 ºH ou -0,530 ºC a

-0,231 ºC para leite bovino (BRASIL, 2011).

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11

4.2.2.5 Extrato Seco Total (EST) e Extrato Seco Desengordurado (ESD)

Segundo Foschiera (2004) apud Pancotto (2011), denomina-se extrato seco total

(EST) ou matéria-seca, o conjunto de todos os componentes (gordura, proteína,

carboidrato, sais minerais e vitaminas) do leite com exceção da água.

O método mais utilizado para determinar o valor do extrato seco total do leite, é

através do disco de Ackermann, que é baseado na relação entre a densidade e o percentual de

matéria gorda (gordura do leite). A Instrução Normativa 62 determina que a quantidade

mínima de extrato seco total seja de 11,4 g/100 g (BRASIL, 2011).

Denomina-se extrato seco desengordurado (ESD) ou matéria seca

desengordurada, o conjunto de todos os componentes do leite, exceto a água e a gordura.

Logo, podemos encontrar o valor do ESD fazendo a diferença entre o percentual de EST

e o percentual da gordura (FERREIRA, 2007). A Instrução Normativa 62 determina que

a quantidade mínima de extrato seco desengordurado seja de 8,4 g/100 g (BRASIL,

2011).

Extrato seco total (EST) - leite sem a água - é a soma do teor de gordura, carboidratos

(açúcar), proteínas e sais minerais. Quanto maior o extrato seco do leite, maior será o

rendimento dos produtos. Extrato seco desengordurado (ESD) - leite sem água e sem gordura -

a legislação brasileira permite ao industrial proceder apenas à retirada da gordura do leite. Esse

processo utiliza as desnatadeiras e o produto é destinando à fabricação de leite em pó, leite

condensado, doces, iogurtes e queijos magros.

4.2.2.6 Teste de Alizarol

Este teste possui como princípio ativo a coagulação do leite, decorrente da elevada acidez

ou do desequilíbrio salino, causado pela desestabilização das micelas através do álcool.

Seguindo os procedimentos da legislação vigente, a preparação da solução de alizarol é

realizado por meio da mistura do álcool etílico neutralizado com concentração variável entre

68 a 80 % (o valor varia de acordo com o tratamento térmico a ser aplicado ao leite e a vida de

prateleira que se pretende obter do produto a ser elaborado) e, a alizarina (1,2

dihidroxiantraquinona - C14H8O4), o que permiti-nos observar de maneira simultânea a

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12

floculação da caseína, que é evidenciada pela formação de grumos e a mudança de pH pela

viragem da cor (BRASIL, 2006).

4.2.3 Produção do Leite e derivados

Segundo a Instrução Normativa 62, o leite pasteurizado deve ser envasado com

material adequado para as condições prevista de armazenamento e que garanta a

hermeticidade da embalagem e proteção apropriada contra contaminação (BRASIL,

2011). Após o envase, o leite é estocado em câmaras frias, sob temperaturas de 0 a 4 ºC,

até o momento da expedição.

A Instrução Normativa 62 diz que a expedição do leite pasteurizado deve ser

conduzida sob temperatura máxima de 4ºC, mediante seu acondicionamento adequado,

e levado ao comércio distribuidor através de veículos com carroçarias providas de

isolamento térmico e dotadas de unidade frigorífica, para alcançar os pontos de venda

com temperatura não superior a 7ºC (BRASIL, 2011).

De forma geral para transformar o leite em seus derivados, são necessários vários

processos e etapas de fabricação. Estas etapas se dar conforme a Figura 2 abaixo.

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13

Figura 2 - Fluxograma do processo industrial do leite pasteurizado.

Fonte: Autoria própria.

É realizada a coleta de amostras para Análises do leite (controle de qualidade), em

seguida ocorre a pesagem e filtração, segue para um tanque de recepção, para assim dar início

a pasteurização do leite (76°C) e desnate do leite (D). O leite pasteurizado segue para o Tanque

isotérmico para armazenamento, quando este preenche por completo, inicia o envaze do leite

que pode ser destinado ao Governo ou Rota, por fim é armazenado e expedido.

4.2.4 Produção de Bebida Láctea

No Brasil, a Instrução Normativa nº 16, de 23 de agosto de 2005, que aprova o

Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebida Láctea, define bebida láctea como

o produto lácteo resultante da mistura do leite e soro de leite adicionado ou não de produto ou

substância alimentícia, gordura vegetal, leite fermentado, fermento lácteo selecionado e outros

produtos. A base láctea, representa pelo menos 51% de massa/massa (m/m) do total de

ingredientes do produto.

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14

Na usina são produzidas em tanques específicos de fermentação, com capacidade

máxima de 1500L. Neste processo adicionam-se os ingredientes e coloca-se a mistura para

fermentação até alcançar as características típicas do produto, que normalmente se dá em torno

de 4 horas de fermentação. Depois de fermentada, há refrigeração da mistura e posterior envase.

A Figura 3 mostra o fluxograma de processamento da Indústria de Laticínios abaixo.

Figura 3 - Etapas do processamento da Bebida Láctea da Indústria de Laticínios.

Fonte: Autoria própria.

Após o leite cru ser pasteurizado, este é direcionado para um Tanque Fermentador

Vertical (“fermenteira”) e realizada a adição e homogeneização dos insumos (A a F), aquecido

até 90°C por 5 min, depois resfriado até a temperatura de inoculação e assim, ocorrer o processo

de fermentação. Por fim é realizada a saborização: morango, salada de frutas, graviola ou

ameixa. Os insumos utilizados são: açúcar; amido; citrato de sódio; estabilizante; fermento

biológico e Sorbato de potássio.

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15

4.2.5 Produção de Doce de Leite

O artigo n° 659 do Ministério da Agricultura dispõe o seguinte:

Entende-se por Doce de Leite o produto, com ou sem adição de outras

substâncias alimentícias, obtido por concentração e ação do calor a

pressão normal ou reduzida do leite ou leite reconstituído, com ou sem

adição de sólidos de origem láctea e/ou creme e adicionado de sacarose

(parcialmente substituída ou não por monossacarídeos e/ou outros

dissacarídeos) (BRASIL, 1997).

O processo industrial do doce se dar por concentrar a mistura de leite e açúcar, onde é

feita diretamente em tacho de aço inoxidável, provido de parede dupla, exaustor e agitador

mecânico. Inicia-se seu aquecimento gradual sob contínua agitação. Esta movimentação servirá

para impedir que a porção de líquido entre em contato direto com as paredes para evitar a

queima da mistura. Este movimento, também evita a formação de espuma e facilita a

evaporação da água. A redução da acidez do leite é feita geralmente antes do início do

aquecimento, pela adição de bicarbonato de sódio previamente dissolvido em água quente. O

tempo de concentração depende do tipo de equipamento utilizado, da coloração e umidade

desejadas para o produto. Quando da fabricação do doce de leite pastoso, o tempo total de

concentração situa-se em torno de 2 horas e 30 minutos. Na Figura 4 mostra-se a o fluxograma

de processamento do doce na Indústria de Laticínios abaixo.

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16

Figura 4 - Fluxograma de processamento do doce de leite na Indústria de Laticínios.

Fonte: Autoria própria.

Após as etapas anteriores, o leite pasteurizado segue para o tacho do doce, onde o

mesmo é aquecido e adiciona-se o sorbato e o citrato (estabilizante térmico). Após atingir a

temperatura em torno de 35°C são adicionados no leite, o açúcar e o bicarbonato, logo após a

primeira fervura é dissolvido também o amido e a partir daí essa mistura é aquecida sob

constante agitação. Passada aproximadamente 3 horas, verifica-se a acidez e concentração da

mistura em grau Brix para a determinação do ponto do produto final. Este ponto é determinado

por cada fabricante.

4.3 Gestão por Processos

Pela visão sistêmica a gestão por processos consiste nas organizações constituídas por

uma complexa combinação de recursos (capital humano, capital intelectual, instalações,

equipamentos, sistemas informatizados, etc.) interdependentes e inter-relacionados, que devem

perseguir os mesmos objetivos, e cujos desempenhos podem afetar positiva ou negativamente

a organização em seu conjunto (MEG, 2016).

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17

A excelência do desempenho e o sucesso no negócio requerem que todas as atividades

inter-relacionadas sejam compreendidas e gerenciadas segundo uma visão de processos. É

fundamental que sejam conhecidos os clientes desses processos, seus requisitos e o que cada

atividade adiciona de valor na busca do atendimento a esses requisitos. O Enfoque

administrativo aplicado por uma organização que busca a otimização e melhoria da cadeia de

seus processos, desenvolvida para atender necessidades e expectativas das partes interessadas,

assegurando o melhor desempenho possível do sistema integrado a partir da mínima utilização

de recursos e do máximo índice de acerto (MEG, 2016).

4.2.6 Controle de custos

O controle de custos industriais é uma ferramenta básica extremamente

importante para a otimização dos processos gerenciais e indispensável para orientar

as decisões diárias das empresas em relação ao processo de produção e às decisões

estratégicas relativas à orientação para o mercado. Portanto, o conhecimento e a

adoção de técnicas eficientes de controle de custos contribuem positivamente para o

sucesso dos processos administrativos e gerenciais nas empresas (Silva, 2000).

Assim, foi realizada a contabilidade de custos, como podem ser tratadas os custos de

produção para fabricação dos seus produtos. Com esses dados, foi possível analisa-los e criticá-

los para auxiliar na tomada de decisão, tomando como base os custos diretos, indiretos, fixos e

variáveis.

Segundo Martins (2000) podemos conceituar os custos como:

- Custos Diretos - São os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos

produtos, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão-de-obra ou

de máquina, quantidade de força consumida, etc.). Em geral, identificam-se com os

produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida. Ressalta-se que a mão-de-obra

direta na indústria de laticínios dificilmente será encontrada, visto que existe um grande

dinamismo nesta indústria.

- Custos Indiretos - São os que, para serem incorporados aos produtos, necessitam da

utilização de algum critério de rateio.

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18

- Custos Fixos - São aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume

produzido. Um aspecto importante a ressaltar é que os custos fixos são fixos dentro de

determinada faixa de produção e, em geral, não são eternamente fixos, podendo variar

em função de grandes oscilações no volume de produção.

- Custos Variáveis - São os que variam proporcionalmente ao volume produzido. Se

não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis

crescem à medida que aumenta a produção.

4.2.7 Margem de Contribuição

Segundo Martins (2000), margem de contribuição por unidade é a diferença entre a

Receita e o Custo Variável de cada produto, ou seja, é o valor que cada unidade produzida traz

à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado

sem erro. Trata-se do cálculo entre o custo direto variável, custo indireto variável, o custo

variável total e o preço de venda, por isso, não podemos dizer que isso seja Lucro, já que não

foram contabilizados os custos fixos. Já para calcular a Margem de contribuição total (MCT)

multiplica-se o valor da margem de contribuição pelas quantidades vendidas; e o Lucro é

calculado subtraindo esse montante pelos custos fixos da indústria.

4.4 Pesquisa Operacional

Segundo Hamdy (2007) as primeiras pesquisas operacionais PO foram iniciadas na

Inglaterra durante a II Guerra Mundial, quando um grupo de cientistas decidiu tomar decisões

com bases cientificas para um melhor aproveitamento do material utilizado na guerra. Após a

guerra, as ideias propostas para as operações militares foram adaptadas para melhorar a

eficiência e produtividade no setor industrial.

Conforme Lachtermacher (2004), diz que até a década de 1990, os problemas

matemáticos de programação na resolução de questões gerenciais eram muito difíceis de serem

implementados. Somente com o advento das planilhas eletrônicas e sua crescente utilização,

proporcionaram um aumento significativo na aplicabilidade da Pesquisa Operacional.

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19

Ainda segundo Lachtermacer (2004), a P.O. pode ser utilizada para auxiliar seguintes

processos de decisão:

• Problemas de Otimização de Recursos;

• Problemas de Localização;

• Problemas de Roteirização;

• Problemas de Carteiras de Investimento;

• Problemas de Alocação de Pessoas;

• Problemas de Previsão e Planejamento.

Em um estudo de pesquisa operacional é necessário que o problema seja definido

corretamente para alcançar o resultado esperado. Assim, deve-se estabelecer a função objetivo,

as restrições e os limites, para encontrar uma solução ótima.

4.2.8 Programação Linear

Para Shamblin e Stevens Jr (1979), a programação linear é um meio matemático que

auxilia a designar um montante fixo de recursos que satisfaça certa demanda de tal modo que

alguma função-objetivo seja otimizada e ainda satisfaça a outras condições definidas. Os

benefícios oferecidos por esse tipo de programação são aqueles que se enquadram dentro de

qualquer empresa: diminuição dos custos e aumento de lucros. Esta idéia quando diz que a

programação linear busca a distribuição eficiente de recursos limitados para atender a um

determinado objetivo, em geral, maximizar lucros ou minimizar custos (KUHNEN, 2002).

Conforme Martínes (1998), este objetivo é representado através de uma função linear

denominada função objetivo. Para a solução do problema apresentado é usado o modelo de

otimização linear, pois “resolve a solução de problemas relativos à alocação de pessoal, mistura

de materiais, distribuição e transporte”.

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20

4.2.9 Solver

O Solver faz parte de um pacote de ferramentas disponíveis em Editores de Planilhas

Eletrônicas, como o Microsoft Excel, e o OpenOffice Calc que permite fazer vários tipos de

simulações na sua planilha. A principal diferença entre os dois é que no Excel é possível obter

relatórios de análise de sensibilidade sendo assim o mais utilizado, pois fornece uma melhor

demonstração dos resultados.

Segundo Gomes Jr. e Souza (2004), com a utilização do Solver, pode-se obter um valor

ideal (máximo ou mínimo) para uma célula, chamada célula objetivo, conforme as restrições,

ou limites, sobre os valores de outras células em uma planilha. A partir de um grupo de células

chamadas de células variáveis, o Solver realiza funções que participam do cálculo das fórmulas

nas células objetivo e de restrição. O Solver atualiza os valores nas células de variáveis a fim

de satisfazer aos limites sobre células de restrição e encontrar o resultado ideal para a célula

objetiva. A partir do Solver no Excel é possível obter três tipos de relatórios, são eles:

• Relatório de Resposta: fornece os valores originais e finais da Célula objetiva e de todas

as Células de restrições.

• Relatório de Sensibilidade: fornece o valor final de cada célula de restrição, seu custo

reduzido, o coeficiente da função objetivo, o acréscimo e o decréscimo do coeficiente da

função objetivo para o qual a solução atual permanecerá ótima.

• Relatório de Limite: fornece os limites inferiores e superiores de cada célula que é

possível ajustar, mantendo todas as outras células em seus valores atuais e satisfazendo

as restrições.

5. METODOLOGIA

Para determinar um método onde o plano ótimo de produção em uma indústria de

laticínios fosse possível, este trabalho utilizou-se da seguinte metodologia:

a) Pesquisa bibliográfica sobre os principais assuntos:

- Histórico da indústria de laticínios;

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21

- Pesquisa operacional;

- Programação linear.

b) Visita in loco para uma melhor visualização de todo o processo produtivo dos produtos em

estudo;

c) Coleta de dados e elaboração de um modelo proposto que visa através do melhor mix de

produtos, maximizar o lucro da empresa, empregando os conceitos da pesquisa operacional

aplicado à programação linear.

Por seguinte esses dados foram utilizados na elaboração do modelo matemático para

planejamento o “mix” ótimo (combinação ideal da quantidade de produtos lácteos) do laticínio

para maximização da MCT mensal sob cinco restrições. O modelo foi processado no mesmo

programa (Excel) utilizando o Solver.

5.1 Acompanhamento de produção e coleta de dados

O acompanhamento de produção foi a primeira etapa do trabalho, realizado com a

observação de toda cadeia produtiva do leite e seus derivados, com o auxílio dos colaboradores

e do supervisor com a finalidade de reunir os dados necessários para dar início a otimização.

Na tabela abaixo estar descritos a linha de produtos selecionados para o presente estudo e seu

potencial produtivo.

Tabela 3 - Linha de produtos com potencial produtivo.

Identificação Produto Apresentação

X1 Doce de leite Copo de 200g

X2 BL Morango Barriga mole de 1L

X3 BL salada Barriga mole de 1L

X4 BL Ameixa Barriga mole de 1L

X5 BL graviola Barriga mole de 1L

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X6 Leite Rota Barriga mole de 1L

X7 Leite Governo Barriga mole de 1L

Fonte: Autoria própria.

A tabela dos preços de insumos para produção dos derivados encontra-se em Anexo.

5.2 Tratamento de dados: Custos Variáveis e Margem de Contribuição unitária.

Para determinação do cenário ideal de produção, primeiramente, deve-se calcular a

Margem de Contribuição Unitária do “mix” de produtos que foram selecionados para a

otimização e os custos variáveis, sendo estes diretamente relacionados ao volume da produção.

Os custos variáveis, são diretamente relacionados ao volume de produção de cada um

dos derivados lácteos foram determinados, agregando o valor por quilograma ou litro, da

matéria-prima e dos insumos (se estes forem utilizados), ao volume utilizado, obtendo assim, o

valor gasto por batelada. Os demais custos, como a industrialização foram incluídos aos

cálculos. E a margem de Contribuição Unitária é obtida pela diferença entre o preço descontado

de cada derivado pelo seu respectivo Custo Variável.

5.3 Modelagem do problema com a Programação Linear

O estudo de caso busca determinar o “mix” ótimo de produtos lácteos e derivados (o

melhor) que maximize o lucro total mensal. O modelo de PL pelo método simplex, como

qualquer modelo de PO, possui três componentes básicos: as variáveis de decisão; os objetivos

(meta) e as restrições que a solução deve satisfazer.

Primeiramente deve-se nomear as variáveis do problema: Z: função objetivo do

problema; representa, neste caso, o somatório da margem de contribuição unitária dos produtos.

Assim, as variáveis do modelo são definidas como:

X1=variável para a quantidade em kg de doce de leite;

X2= variável para a quantidade em L de bebida láctea Morango

X3= variável para a quantidade em L Bebida láctea Salada de frutas

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23

X4= variável para a quantidade em L Bebida láctea Ameixa

X5= variável para a quantidade em L Bebida láctea graviola

X6= variável para a quantidade em L Leite Rota;

X7= variável para a quantidade em L leite do governo.

A função objetivo do problema será, portanto:

ZMax = 2,167105549X1 + 0,375160957X2 + 0,3397473X3 + 0,237142137X4 +

0,304517967X5 + 0,861312281X6 + 0,521312281X7. (1)

Tabela 4 - Margem de contribuição unitária para produtos lácteos e derivados.

Produto Margem de

Contribuição

Doce de leite 2,16

BL Morango 0,37

BL Salada de

Frutas 0,33

BL Ameixa 0,23

BL Graviola 0,30

Leite Rota 0,86

Leite Governo 0,52

Fonte: Autoria própria

5.3.1 Restrições

As restrições para o problema foram elaboradas a partir da observação da visita in loco

da indústria, visualizando suas limitações. Estas, referem-se à quantidade de leite in natura

recebida pelos fornecedores e destinados aos produtos; limite de produção mensal pela

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24

capacidade máxima fabril dos maquinários; demanda máxima e demanda mínima de cada

produto e o limite de estocagem da câmara fria em m3.

Através, da coleta de dados foi verificado a disponibilidade mensal do período de

estudo, em que o volume de leite semanal é de 320.514L. E o consumo dessa matéria-prima

por kg de produto é apresentado na tabela 5 abaixo.

Tabela 5 - Quantidade de leite in natura por produção dos derivados.

Produto Volume (L)

Doce de leite 3.37

BL Morango 0.65

BL Salada de

Frutas 0.65

BL Ameixa 0.65

BL Graviola 0.65

Leite Rota 1

Leite Governo 1

Fonte: Autoria Própria.

Com isso, usando a equação de Zmax1 representa a formulação matemática da restrição

referente a quantidade de leite in natura por kg de produção mensal.

1282056 = X1*3.37 + X2*0.65 + X3*0.65 +X4*0.65+ X5*0.65 + X6*1 + X7*1 (2)

Para a restrição do limite de produção mensal refere-se à capacidade produtiva da

indústria, que delimita a produção de acordo com a capacidade máxima de produção dos

equipamentos. Assim, pela coleta de dados foi determinada a quantidade máxima de produção

mensal. Pela tabela 6 será exibido esses dados.

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25

Tabela 6 - Limite de produção mensal

Produto Mês

Doce de leite 2730

BL Morango 215800

BL Salada de

Frutas 215800

BL Ameixa 215800

BL Graviola 215800

Leite Rota 832000

Leite Governo 832000

Fonte: Autoria própria.

O conjunto referente as equações que estabelece esta restrição são dadas abaixo:

X1 <= 2730 (3)

X2 <= 215800 (4)

X3 <= 215800 (5)

X4 <= 215800 (6)

X5 <= 215800 (7)

X6 <= 832000 (8)

X7 <= 832000 (9)

As restrições referentes às demandas máximas e mínimas de produtos nos informam

quais são as maiores e menores quantidades de cada produto que o mercado é capaz de absorver.

Os valores junto com a indústria são exibidos nas Tabela 7.

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26

Tabela 7 - Demanda máxima e mínima mensal

Produtos Máxima Mínima

X1 1820 140

X2 23400 1500

X3 11700 1500

X4 1950 264

X5 1950 184

X6 22723 14471

X7 211720 211720

Fonte: Autoria própria.

O conjunto referente as equações que estabelece a restrição da demanda máxima, são

dadas abaixo:

X1 <= 1820 (10)

X2 <= 23400 (11)

X3 <= 11700 (12)

X4 <= 1950 (13)

X5 <= 1950 (14)

X6 <= 22723 (15)

X7 <= 211720 (16)

O conjunto referente as equações que estabelece a restrição da demanda mínima, são

dadas abaixo:

X1 >= 140 (17)

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27

X2 >= 1500 (18)

X3 >= 1500 (19)

X4 >= 264 (20)

X5 >= 184 (21)

X6 >= 14471 (22)

X7 >= 211720 (23)

A última restrição representa o limite de estocagem da câmara fria. Nesse módulo refere-

se ao volume em metros cúbicos (m3) disponível para uso na semana seguinte (semana de

efetuação do plano atual de produção) corresponde ao volume total da câmara fria menos o

volume atualmente ocupado (estoque mínimo), mais o volume de saída previsto durante a

próxima semana (até o dia de elaboração do plano seguinte de produção). O total de volume

ocupado pelas unidades produzidas é obtido pela soma dos produtos dessas quantidades com

os respectivos volumes ocupados por cada item individualmente. Na tabela 8 apresenta dos

dados desta restrição.

Tabela 8 -Limite de estocagem da câmera fria.

Produto Volume (m3)

X1 6578

X2 23500

X3 18000

X4 20700

X5 18450

X6 47400

X7 282500

Fonte: Autoria própria.

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28

O conjunto referente as equações que estabelece a restrição do Limite de estocagem da

câmera fria, são dadas abaixo:

X1 <= 6578 (24)

X2 <= 23500 (25)

X3 <= 18000 (26)

X4 <= 20700 (27)

X5 <= 18450 (28)

X6 <= 47400 (29)

X7 <= 282500 (30)

Para saber o volume disponível em m3, da câmara fria na próxima semana, é necessário

ter o conhecimento do volume total (estoque zero), subtrai do volume utilizado pela quantidade

de estoque mínimo e soma com volume de saída previsto, em dm3, da câmara fria (previsão de

venda). Em que se dar pela relação: VD= VTOT – VUTI + VSAP

As restrições foram ordenadas da seguinte maneira no programa Excel da Microsoft

Office 2016:

1 - Quantidade de leite in natura por kg/L de produto;

2 - Limite de produção mensal;

3 - Demanda Máxima;

4 - Demanda Mínima;

5 - Limite de estocagem da câmera fria.

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29

6. RESULTADOS E DISCURSSÃO

6.1 A Empresa

A empresa de razão social Nutrivida Indústria de Laticínios LTDA (Leite do Sertão) está

localizada no Município de Mossoró-RN. Sua produção é direcionada para comercialização

regional. A empresa não se restringe apenas a produção do leite, mas também produz alguns dos

seus derivados como o queijo coalho, minas e ricota, como também bebidas lácteas de quatro tipo

de sabores (ameixa, salada de frutas, graviola e morango), doce de leite, requeijão e creme de leite

salgado. Em média são produzidos 16 mil litros de leite por dia para comercialização, sendo 97 %

de leite bovino e 3 % de leite caprino. Para manter esse nível de produção, a empresa conta com

equipes fornecedoras locais e regiões próximas como Caraúbas, Apodi, entre outras.

6.2 problemática

Para a produção de cada um dos produtos em estudo necessita-se da disponibilidade de

tempo, equipamento e dos ingredientes para seu processamento, que também são denominados

de recursos de fabricação. O principal recurso é o leite in natura para seu processamento, onde

sua quantidade varia ao longo dos meses, por se tratar de uma região de clima semiárido,

caracterizado com temperatura média anual de 28 °C e índice pluviométrico de 788 mm/ano,

concentrados entre os meses de fevereiro e maio, o que afeta diretamente a quantidade de leite

in natura mensal.

Diante dessa situação, pode-se questionar como elaborar um plano de produção que

respeite as limitações dos fornecedores, da empresa e do mercado, gerando ainda o melhor

resultado financeiro para a empresa. Portanto, a empresa em estudo deseja estabelecer uma

programação mensal para a produção de doce de leite (embalagem tipo potinho com 200g);

leite do tipo rota e governo (embalagem tipo barriga mole com 1L); bebidas lácteas, sendo estes

de sabores: morango, salada de frutas, ameixa e graviola (tipo barriga mole com 1L).

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30

6.3 Levantamento dos dados da empresa

6.3.1 Determinação da Margem de Contribuição Unitária

O cálculo da Margem de Contribuição se dá pela diferença entre receita líquida de

vendas e os custos e despesas variáveis, como já citado anteriormente. A determinação do plano

de produção ótimo requer a aplicação da margem de contribuição unitária de cada derivado

lácteo. As margens de contribuição unitárias (MCU) calculadas são apresentadas na Tabela 9

abaixo.

Tabela 9 - Custo variável e Margem de contribuição unitária

Produtos Preço descontado

(R$)

Custo Variável

(R$/kg ou L)

MCU

(R$/kg ou L)

Doce de leite 10.75 8.58 2.16

BL Morango 2.1 1.72 0.37

BL salada 2.1 1.76 0.33

BL Ameixa 2.1 1.86 0.23

BL graviola 2.1 1.79 0.30

Leite Rota 2.5 1.63 0.86

Leite Governo 2.16 1.63 0.52

Fonte: Autoria própria.

As bebidas lácteas apresentaram baixa margem de contribuição, pois seus respectivos

preços descontados, ou preços de venda, foram valores próximos dos custos variáveis. Em

contrapartida, os outros produtos mostram-se economicamente rentáveis, com boas margens de

contribuição, especialmente o doce de leite que mostrou ser o mais rentável.

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31

6.4 Análise dos dados

Os dados obtidos estão inseridos na Tabela 10, a qual apresenta a resolução obtida pelo

Solver, obedecendo a todas as restrições, referente à quantidade ideal a ser produzida para cada

tipo de produto configurando o cenário produtivo ideal.

Tabela 10 - Cenário produtivo ideal

Produto MCU

Quantidade

Ideal

Doce de leite 2.17 1820

BL Morango 0.38 23400

BL Salada de

Frutas 0.34

11700

BL Ameixa 0.24 1950

BL Graviola 0.30 1950

Leite Rota 0.86 22723

Leite Governo 0.52 211720

Fonte: Autoria própria

Com esses dados podemos calcular a função objetivo dada pela equação (1) em que

Zmáx1 = 147.698.0141, respeitando todas as restrições estabelecidas no problema. Então, pode-

se dizer que chegou a uma Margem de Contribuição mensal ótima de R$ 147.698.0141 quando

se trabalha com 1.282.056L de leite por mês. Este volume de leite representa o montante

recebido em boa parte do ano.

Na tabela 11 mostra a matriz com as restrições apontadas realizada no software Excel

da Microsoft, através da ferramenta solver, para determinação da solução ótima do problema

por meio de Programação Linear, usando o Algoritmo Simplex, afim de solucionar a função

objetivo.

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32

Tabela 11 – Restrições

Fonte: Autoria própria.

Podemos perceber que através dos dados gerados que o volume de leite mensurado pelo

Solver foi de aproximadamente 80% do volume de leite total para produção do “mix” de

produtos. E os valores estabelecidos para a produção do “mix” de produtos estão relacionados

com os valores estabelecidos de demanda máxima afim de maximizar a MCT da empresa.

Através do solver, também foi gerado a planilha de relatório de sensibilidade para ver o

quanto poderia aumentar ou diminuir de cada recurso. Estes dados estão inseridos na tabela 12.

Tabela 12 -Relatório de Sensibilidade

Nome Final Sombra Restrição Permitido Permitido

Valor Preço Lateral R.H. Aumentar Reduzir

Doce de leite 1820 2.16 1820 910 1680

BL Morango 23400 0.37 23400 100 21900

nº X1 x2 X3 X4 X5 X6 X7 Esquerda sinal direita

1 3.373994942 0.657970272 0.656519965 0.769230769 0.70922 1 1 266544.4375 <= 1282056

2.1 1 0 0 0 0 0 0 1820 <= 2730

2.2 0 1 0 0 0 0 0 23400 <= 215800

2.3 0 0 1 0 0 0 0 11700 <= 215800

2.4 0 0 0 1 0 0 0 1950 <= 215800

2.5 0 0 0 0 1 0 0 1950 <= 215800

2.6 0 0 0 0 0 1 0 22723 <= 832000

2.7 0 0 0 0 0 0 1 211720 <= 832000

3.1 1 0 0 0 0 0 0 1820 <= 1820

3.2 0 1 0 0 0 0 0 23400 <= 23400

3.3 0 0 1 0 0 0 0 11700 <= 11700

3.4 0 0 0 1 0 0 0 1950 <= 1950

3.5 0 0 0 0 1 0 0 1950 <= 1950

3.6 0 0 0 0 0 1 0 22723 <= 22723

3.7 0 0 0 0 0 0 1 211720 <= 211720

4.1 1 0 0 0 0 0 0 1820 >= 140

4.2 0 1 0 0 0 0 0 23400 >= 1500

4.3 0 0 1 0 0 0 0 11700 >= 1500

4.4 0 0 0 1 0 0 0 1950 >= 264

4.5 0 0 0 0 1 0 0 1950 >= 184

4.6 0 0 0 0 0 1 0 22723 >= 14471

4.7 0 0 0 0 0 0 1 211720 >= 211720

5.1 1 0 0 0 0 0 0 1820 <= 6578

5.2 0 1 0 0 0 0 0 23400 <= 23500

5.3 0 0 1 0 0 0 0 11700 <= 18000

5.4 0 0 0 1 0 0 0 1950 <= 20700

5.5 0 0 0 0 1 0 0 1950 <= 18450

5.6 0 0 0 0 0 1 0 22723 <= 47400

5.7 0 0 0 0 0 0 1 211720 <= 282500

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33

BL salada 11700 0.33 11700 6300 10200

BL Ameixa 1950 0.23 1950 18750 1686

BL graviola 1950 0.30 1950 16500 1766

Leite Rota 22723 0.86 22723 24677 8252

Leite Governo 211720 0.52 211720 70780 0

Fonte: Autoria própria.

Dentre as informações geradas, a análise do shadow price, ou preço sombra merece

destaque, pois esta fornece o quanto o valor da margem de contribuição total irá ser alterado

por incremento de unidade de cada produto. Se um produto apresenta preço sombra igual a zero,

significa que este não é um recurso escasso, e, portanto, seu aumento não implica na alteração

do valor da função objetivo, neste caso, na margem de contribuição total. Apenas em uma

restrição, exibiu preço sombra diferente de zero, sendo a restrição da demanda máxima mensal.

Então, pode-se concluir pelos dados apresentados que é mais vantajoso produzir doce

de leite, por gerar maior lucro, em seguida o leite Rota e o Leite do Governo. Em contrapartida

as bebidas lácteas apresentaram baixa sombra de preço, mas haja vista que esses derivados já

apresentam uma baixa margem de contribuição.

Pela tabela o produto que foi mais expressivo o aumento foi a produção do Leite do

Governo, embora esses intervalos de acréscimos e decréscimos significam que se pode

aumentar ou diminuir os valores das variáveis em questão, que o comportamento da função

objetivo não se altera.

Outro cenário foi observado, visando o aumento que a produção pode gerar um

aumento na contribuição total, em um cenário sem a restrição de demanda máxima. Foi

analisado pelo solver, sendo delimitado apenas pela capacidade produtiva da empresa. A

Tabela 13 apresenta o cenário produtivo para tal situação sua margem de contribuição total.

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34

Tabela 13 - Cenário produtivo sem restrição

Fonte: Autoria própria.

Sem a limitação da demanda máxima do mercado, a margem de contribuição atinge

valores muito superiores aos encontrados anteriormente. O novo resultado da simulação

realizada pelo Solver da função objetivo foi de 219.472,0522 R$.

Seguindo o mesmo padrão, a escala de produção prioriza a produção dos itens com

maior MCU, contudo todos os produtos tiveram um aumento de produção bastante

significativo. O gráfico 1 apresenta uma comparação entre margens de contribuição para os

cenários com e sem a restrição de demanda máxima.

Produto Margem de

Contribuição

Quantidade

Ideal

X1 2.16 1820

X2 0.37 23400

X3 0.33 11700

X4 0.23 1950

X5 0.30 1950

X6 0.86 22723

X7 0.52 211720

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35

Gráfico 1 - Margem de contribuição versus condição de demanda máxima

Fonte: Autoria própria.

Através do gráfico comparativo com os dados obtidos pelas duas simulações de cenários

ótimos com restrição (Zmax2) e sem restrição da demanda máxima (Zmax1), percebe-se uma

diferença de a proximamente de 80.000R$ de margem de contribuição mensal que a empresa

poderá arrecadar com o aumento substancial das vendas, indicados pela simulação.

R$0.00

R$50,000.00

R$100,000.00

R$150,000.00

R$200,000.00

R$250,000.00

Zmax1 Zmax2

R$219,472.05

R$147,698.01

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36

CONCLUSÃO

Conclui-se através das análises dos resultados que a programação linear é uma

importante ferramenta para a obtenção de otimização de qualquer medida que se queira avaliar.

Neste trabalho, esta mostrou-se imprescindível na determinação de quantidades ótimas a serem

produzidas no laticínio a fim de obter a máxima margem de contribuição, o que conseguiu

atender o objetivo do trabalho.

Através da ferramenta Solver, foi possível propor um “mix” de produção, onde este

retornaria uma maior margem de contribuição mensal para a empresa, respeitando a

disponibilidade de matéria-prima, como também atender as demandas, isto é claro, sem

esquecer o escoamento destes produtos para o mercado e da capacidade produtiva dos

maquinários da empresa.

Assim, pode-se afirmar que o modelo proposto pode auxiliar de forma significativa no

planejamento desta linha de produção, o que pode servir para tomada de decisão dos gestores

de laticínios, afim de maximizar os lucros do empreendimento, como também o investimento

em marketing e propaganda para potencializar as vendas e assim, aumentar a receita do

empreendimento.

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37

REFERENCIAS

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identidade do leite cru refrigerado, o regulamento técnico de identidade e

qualidade do leite pasteurizado e o regulamento técnico da coleta do leite cru

refrigerado e seu transporte a granel, em conformidade com os anexos desta

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ANEXOS

Tabela 14 -Custo dos insumos e embalagens utilizadas na produção

INSUMO CUSTO R$ INSUMO CUSTO R$

Açúcar R$ 2,24 Filme De Ameixa R$ 12,40

Água CAERN R$ 0,03

Filme De

Graviola R$ 12,40

Água mineral R$ 0,23

Filme De

Morango R$ 12,40

Amido 8500 R$ 5,80 Filme De Salada R$ 12,40

Amido comum R$ 2,40

Filme Do

Governo R$ 12,40

Aroma de ameixa R$ 40,00 Industrialização R$ 0,15

Aroma de graviola R$ 64,00 Leite R$ 1,45

Aroma de morango R$ 34,50 Composto lácteo R$ 11,75

Aroma de salada R$ 54,00 Polpa de ameixa R$ 5,30

Capa para BL R$ 0,35 Polpa de graviola R$ 5,50

Filme Da Rota R$ 12,40

Polpa De

Morango R$ 4,90

Citrato R$ 13,40 Polpa De Salada R$ 4,60

Copos Doce R$ 0,26 Rótulos R$ 0,15

Corante Caramelo R$ 10,50

Selo De Alumínio

P R$ 0,01

Corante Carmim R$ 75,00 Emulsificante R$ 10,00

Corante Urucum R$ 12,50 Estabilizante R$ 17,20

Fermento lácteo R$ 40,00

Fonte: Nutrivida Industria de Lacticínio.

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Tabela 15 -Preço de venda dos produtos

Produtos Preço de venda

Doce de leite 2.15

BL Morango 2.1

BL Salada de Frutas 2.1

BL Ameixa 2.1

BL Graviola 2.1

Leite Rota 2.5

Leite Governo 2.16

Fonte: Nutrivida Industria de Lacticínio.