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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE CURSO MESTRADO ÉDILLE MIRNA ACCARDO AS RELAÇÕES ENTRE CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA, BEM-ESTAR SUBJETIVO E BEM-ESTAR NO TRABALHO SÃO BERNARDO DO CAMPO 2013

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE CURSO MESTRADO

ÉDILLE MIRNA ACCARDO

AS RELAÇÕES ENTRE

CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA, BEM-ESTAR SUBJETIVO E

BEM-ESTAR NO TRABALHO

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2013

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ÉDILLE MIRNA ACCARDO

AS RELAÇÕES ENTRE

CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA, BEM-ESTAR SUBJETIVO E

BEM-ESTAR NO TRABALHO

Dissertação apresentada no curso de

Pós-Graduação em Psicologia da Saúde

à Universidade Metodista de São Paulo,

como requisito parcial para a obtenção do

título de Mestre em Psicologia da Saúde

Orientadora: Profª.Drª. Mirlene Maria Matias Siqueira

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2013

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A dissertação de mestrado intitulada: “AS RELAÇOES ENTRE CONFLITO

TRABALHO-FAMÍLIA, BEM-ESTAR SUBJETIVO E BEM-ESTAR NO

TRABALHO”, elaborada por ÉDILLE MIRNA ACCARDO foi apresentada e aprovada

em 27 de novembro de 2013, perante banca examinadora composta por:

Profª. Drª Maria do Carmo Fernandes Martins (Títular/UMESP)

Profª.Drª Áurea Oliveira (Titular/UFU)

_____________________________________________________________________________

Profª. Drª. Mirlene Maria Matias Siqueira

Orientadora e Presidente da Banca Examinadora

_____________________________________________________________________________

Profª. Drª. Maria Geralda Viana Heleno

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Psicologia da Saúde

Área de Concentração: Psicologia da Saúde

Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais

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Dedico este trabalho ao marido,

meu melhor amigo e companheiro de todas as horas.

Durante toda minha jornada

tem sido o maior incentivador e suporte

para a realização dos meus sonhos.

Eu amo você.

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GRATIDÃO

Agradecer é um dos atos mais felizes que alguém pode praticar.

Nesses dias em que prepondera o egoísmo, com o que

estamos vivendo, quando não agimos de igual forma, na irrefreada busca pelo sucesso, pela sobrevivência, pelos compromissos cotidianos, vivemos fechados em concha, envoltos nas próprias dificuldades, problemas e desafios. Nesse tumultuar de compromissos, dificuldades, pouco paramos para perceber as coisas que a vida nos oferece e, egoisticamente, esquecemos de agradecer.

Dessa forma, que sejamos nós também, a cada dia que se inicia gratos à vida, com a mente e com o coração, lembrando sempre de que somos devedores da bondade e misericórdia celestes, que nos acompanham e sustentam-nos na caminhada, a gratidão será o sentimento que nos inundará a alma de suave luz.

Sou grata neste momento por todo amor do marido que é o melhor amigo que alguém pode ter, por todo amor da filha que dilui as dores da alma, por todo amor do neto que alegra a vida, por todo amor do genro, filho que há alguns anos entrou em meu coração.

Sou grata a todos os colegas que participaram comigo dessa jornada, e em especial à Maisa Sangy que muito colaborou com minha pesquisa, incentivo e carinho, como pessoa especial que é.

Sou grata a todos os mestres doutores que me oportunizaram a possibilidade do progresso profissional, os desafios de crescimento pessoal, e as chances de desenvolvimento intelectual, durante todo o curso do mestrado.

Sou grata por todo carinho e dedicação da querida mestra Profª Drª Mirlene Maria Matias Siqueira que me ofereceu todos os subsídios de seu saber orientando meus caminhos neste estudo, para mim novo e que me despertou imenso interesse.

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EPÍGRAFE

"Imagine a vida como um jogo em que você esteja fazendo malabarismos com cinco bolas no ar.

Estas são: - seu Trabalho - sua Família - sua Saúde - seus Amigos e sua Vida Espiritual, e você terá de mantê-las

todas no ar. Logo você vai perceber que o Trabalho é como uma bola

de borracha. Se soltá-la ela rebate e volta. Mas as outras quatro

bolas:... Família, Saúde, Amigos e Espírito, são frágeis como vidros.

Se você soltar qualquer uma destas, ela ficará irremediavelmente lascada, marcada, com arranhões, ou mesmo quebradas, vale dizer, nunca mais será a mesma. Deve entender isto: tem que apreciar e esforçar-se para

conseguir e cuidar do mais valioso. Trabalhe eficientemente no horário regular e deixe o

trabalho no horário. Gaste o tempo requerido a sua família e a seus amigos.

Faça exercício, coma e descanse adequadamente”.

E, sobretudo... “cresça na tua vida interior, no espiritual, que é o mais transcendental, porque é eterno”.

Bryan Dyson

(ex-presidente da Coca Cola)

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Relações entre Conflito Trabalho-Família, Bem-Estar Subjetivo e

Bem-Estar no Trabalho

RESUMO

O conflito trabalho-família é um fenômeno freqüente nas sociedades atuais em que homens e mulheres dividem responsabilidades familiares e profissionais. A sua direção pode ser unidirecional ou bidirecional, ou seja, da família para o trabalho, do trabalho para a família ou simultaneamente de uma esfera para outra, afetando sensivelmente as relações familiares e as relações nas organizações, sendo possível afetar diretamente o bem-estar dos indivíduos. Este é um estudo de natureza quantitativa e com desenho transversal. O critério para a escolha de participantes foi o de conveniência. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as relações entre conflito trabalho-família (CTF), bem-estar subjetivo (BES) e bem-estar no trabalho (BET). O estudo contou com a participação de 174 trabalhadores em uma amostra diversificada de profissionais do segmento privado, público e de ONG, sendo 52,9% do sexo feminino, com idade média de 38,29 anos (DP=11,22). Para a obtenção dos dados optou-se por um questionário abrangendo as três variáveis do estudo contendo duas escalas para aferir as dimensões de BES, uma escala para aferir BET e uma escala para aferir CTF/CFT. Para a análise dos dados foi usado o SPSS, versão 20. Foram calculadas frequências, percentuais, médias, desvios-padrão, e índices de correlação, bem como índices de precisão das medidas usadas (Alpha de Cronbach). Os resultados apontaram para uma maior interferência do trabalho na família do que da família no trabalho. Essa interferência foi significativa tanto para o bem-estar no trabalho, quanto para o bem-estar subjetivo, alterando o envolvimento com o trabalho e gerando sentimentos de infelicidade, desânimo e angústia em relação as suas realizações pessoais, e ao futuro. Quanto maior o conflito trabalho-família, menor é o bem-estar no trabalho e menor é o bem-estar subjetivo desses participantes.

Palavras chave: conflito trabalho-família, interferência do conflito trabalho-família, Interferência do conflito família-trabalho, bem-estar no trabalho, bem-estar subjetivo.

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Relations between Work-Family Conflict, Subjective Well-Being and Well-being at Work

ABSTRACT

The work-family conflict is a frequent phenomenon in contemporary societies where men and women share family and professional responsibilities, its direction can be unidirectional or bidirectional, i.e., family to work, from work to family or simultaneously from sphere to another. It significantly affects family relationships and relationships in organizations, thus directly affects the well- being of individuals. This study is a quantitative and cross-sectional design. The criterion for the selection of participants was the convenience. The objective of this research was to analyze the relationship between work-family conflict (WFC), subjective well- being (SWB) and well-being at work (WBW).The study involved the participation of 174 workers in a diverse sample of professionals in the private, public and NGO, with 52.9 % female, with average age from to 38.29 old years (SD=11.22). To obtain the data it was chosen chose a questionnaire covering all three study variables containing two scales to measure the dimensions of SWB, one of WBW and a scale to measure the WFC/FWC. For data analysis we used the SPSS, version 20. We calculated frequencies, percentages, means, standard deviations, and correlation coefficients, as well as reliability coefficients of the measures used (Cronbach's alpha). The results showed a greater interference of work in the family than in family work. This interference was significant for well- being at work and for the subjective well-being by changing the job involvement and generating feelings of unhappiness, depression and anxiety about their personal achievements, and about the future. The higher the work-family conflict, the lower well- being at work and lower the subjective well-being of those participating.

Keywords: work-family conflict, interference of work-family conflict, well -being at work, subjective well-being.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 –Artigos de Revistas internacionais – Base PsycINFO (CTF)...................17

QUADRO 2 –Dissertações – Base CAPES (CTF)..........................................................19

QUADRO 3 –Artigos Base CAPES (CTF).....................................................................21

QUADRO 4 –Artigos de Revistas Internacionais – Base PsycINFO (BES)..................26

QUADRO 5 –Teses e Dissertações – Base CAPES (BES)............................................29

QUADRO 6 –Artigos das Revistas Qualis A1, A2 e B1 CAPES (BES).......................32

QUADRO 7 –Artigos de Revistas Internacionais – Base PsycINFO (BET).................41

QUADRO 8 –Teses e Dissertações - Base CAPES (BET)...........................................42

QUADRO 9 –Artigos – Base CAPES (BET)................................................................44

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LISTA DE TABELAS

Tabela – 1 – Dados dos Participantes (n=174)................................................................47

Tabela – 2 – Análises Descritivas (n=174)......................................................................51

Tabela – 3 – Índices de Correlação (n=174)....................................................................54

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LISTA DE ABREVIAÇÕES (Segundo ordem de apresentação no texto)

CTF – Conflito Trabalho-Família

CFT – Conflito Família-Trabalho

BES – Bem-Estar Subjetivo

BET – Bem-Estar no Trabalho

TIF – Trabalho Interferindo na Família

FIT – Família Interferindo no Trabalho

EBES – Escala de Bem-Estar Subjetivo

EAPN – Escala de Animo Positivo e Negativo

IBET 13 – Inventário de Bem-Estar no Trabalho

ECT – Escala de Conflito Trabalho Família

AN – Afetos Negativos

AP – Afetos Positivos

SGV – Satisfação Geral com a Vida

IES – Instituição de Ensino Superior

WHOQOL-Bref – Avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde

DAS – Dyadic Adjustment Scale (Escala de Ajustamento Diádica ou do casal)

ESC – Escala de Satisfação Conjugal

EPAC – Extra Papel no Atendimento ao Cliente

PCD – Pessoa Com Deficiências

GP – Gestão de Pessoas

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SUMÁRIO

RESUMO...........................................................................................................................1

ABSTRACT......................................................................................................................2

INTRODUÇÃO ................................................................................................................3

REVISÃO TEÓRICA

1.1 Conflito trabalho-família.............................................................................................7

1.2 Bem-estar Subjetivo..................................................................................................22

1.3 Bem-estar no trabalho................................................................................................35

OBJETIVOS....................................................................................................................46

MÉTODO

2.1 Participantes...............................................................................................................47

2.2 Instrumentos..............................................................................................................48

2.3 Procedimentos...........................................................................................................49

ASPECTOS ÉTICOS......................................................................................................50

RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análises Descritivas..................................................................................................51

3.2 Correlações................................................................................................................54

CONCLUSÃO ...................................................................................................57

REFERÊNCIAS..............................................................................................................60

ANEXOS

Anexo – 1 – Instrumento da pesquisa..............................................................................79

Anexo – 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................83

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INTRODUÇÃO

Mudanças no perfil demográfico que compõem a força de trabalho têm sido o

principal motivo para o aumento do foco em questões de trabalho e família. A entrada

das mulheres, da dupla de casais, das famílias monoparentais e homoafetivas trouxe um

ganho para a força de trabalho tornando-se uma das mais significativas tendências

(PARASURAMA; GREENHAUS, 1997; ZEDECK, 1992). Simultâneamente à essas

alterações, as empresas estão passando por mudanças rápidas. O aumento da

concorrência global, o foco no atendimento ao cliente, e os avanços tecnológicos, que

aumentam o acesso de um empregado ao trabalho, contribuem para o estresse dos

empregados e empregadores neste mundo de negócios altamente competitivo

(PARASURAMA ; GREENHAUS, 1997).

Os trabalhadores hoje são mais propensos do que nunca a ter grande

preocupação com a forma de equilibrar o seu trabalho e vida em família. Demandas que

possam surgir entre trabalho e papéis pessoais, muitas vezes resultam em conflito. A

pesquisa que examina o conflito trabalho-família tem avançado ao longo da última

década e levou ao desenvolvimento de modelos teóricos, estudos empíricos,

organizacionais e iniciativas patrocinadas.

Tanto a Psicologia quanto outras disciplinas têm se interessado pelas interações

entre trabalho e família (VOYDANOFF, 2004) e a compreensão dessa dinâmica, bem

como dos conflitos dela oriundos tem se tornado tema importante, não só para as

famílias como também para as organizações. Para compreender os vínculos familiares e

a sua interação com o trabalho, as organizações têm procurado por políticas de gestão

visando o bem-estar de seus colaboradores (ROTHBARD; EDWARDS, 2000).

Quinn, Rosenthal, Snoek e Wolfe, (1964) propuseram que o principal

determinante de um comportamento e de um papel individual é a expectativa de

comportamento que os outros possuem. Cada um desses papéis diferentes que uma

pessoa executa, pode gerar conflito de papel, quando envolve pressão para dominar o

tempo da pessoa para focar e satisfazer todas as expectativas de seus papéis em família

ou em seu trabalho, uma vez que cada papel exige tempo, energia e empenho. O conflito

trabalho-família é uma forma de conflito, no qual, as pressões do papel nas esferas de

trabalho e família são mutuamente incompatíveis (CLARK, 2000).

Quanto mais conflitos entre os papéis os trabalhadores experimentam, maiores

são as chances de que o estresse transborde e cause comportamentos negativos que

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interferem no desempenho dos papéis familiares. A perda real ou potencial de recursos

energéticos em função de altos níveis de conflito trabalho-família resulta em

insatisfação no trabalho e insatisfação pessoal, deteriorando a saúde do trabalhador,

ocasionando processos de adoecimento (CARLSON; KACMAR, 2000).

A Psicologia tem investigado as interações entre trabalho e família e apresentado

diversos modelos teóricos. Neste estudo, destacam-se apenas alguns modelos que

alcançaram maior produção científica: teoria padrão de esferas separadas, teoria de

padrão mútuo: spillover (transbordamento), teoria de compensação, teoria integração-

fronteira

O modelo padrão de esferas separadas admite que ocorra a segmentação de

papel decorrente de expectativas diferentes para homens e mulheres, além de tratar a

família e o trabalho como domínios independentes (LAMBERT, 1990). O modelo de

padrão mútuo spillover reconhece que qualquer sistema pode ter efeitos sobre o outro

(STAINES, 1980). Excesso de trabalho pode ter um efeito sobre a família. As

experiências adquiridas no campo familiar podem ter efeitos sobre o trabalho

(CROUTER, 1999). O modelo padrão de compensação assume que há uma relação

inversa entre o trabalho e a família de tal forma que experiências de trabalho e não

trabalho tendem a ser antitéticas. Propõe ainda que os indivíduos façam investimentos

diferenciais de si mesmos nas duas configurações (CHAMPOUX, 1980), ou seja, o que

é fornecido por um compensa o que está faltando no outro (BARTOLOMÉ; EVANS,

1984). O modelo padrão de integração-fronteira procura explicar como indivíduos

manejam e negociam as esferas da vida (neste caso, trabalho e família) e suas fronteiras,

tendo como objetivo alcançar o equilíbrio (CLARK, 2000).

O conflito trabalho-família como acima apresentado afeta sensivelmente as

relações familiares e as relações nas organizações, desse modo, afeta diretamente o

bem-estar dos indivíduos (SILVA; ROSSETTO, 2010). Pensando em bem-estar retoma-

se o conceito da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na carta de

princípios de 7 de abril de 1948 (desde então o Dia Mundial da Saúde), que diz: “Saúde

é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência

de enfermidade”. A partir de então as Ciências Sociais, a Sociologia e, sobretudo a

Psicologia passaram a pesquisar o significado de bem-estar.

Visando compreender as experiências emocionais sobre o bem-estar, estuda-se

neste trabalho o bem-estar subjetivo (BES), o bem-estar no trabalho (BET) e suas

relações com o conflito trabalho-família.

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Diener (1984) concebeu o constructo de BES que abrange dois aspectos: as

experiências de afetos dos indivíduos e o quanto estão satisfeitos com suas vidas.

Diener e colaboradores (1999) definiram BES como um fenômeno que engloba

satisfação de vida geral, afeto positivo e afeto negativo, sendo que satisfação de vida

global refere-se a uma avaliação cognitiva positiva da vida como um todo; afeto

positivo é a expressão da frequência de emoções positivas experimentadas pelo sujeito,

e afeto negativo da frequência de emoções negativas. A partir da década de 1990 os

estudos acerca do BES ganharam um forte impulso decorrente da Psicologia Positiva

que propôs uma mudança no foco dos estudos sobre saúde: da reparação de aspectos

negativos e das doenças para a promoção de saúde e de aspectos positivos do ser

humano (SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI, 2000).

Quanto ao bem-estar no trabalho existem modelos propostos por diversos

autores: Daniels (2000) afirma que se deve considerar a experiência acumulativa de

afetos vivenciados pelo trabalhador. Para Paz (2004) a satisfação de necessidades e a

realização de desejos dos indivíduos ao desempenhar o seu papel na organização é bem-

estar profissional. Ferreira et al. (2007) afirmam que o bem-estar no trabalho é um

construto que contém uma dimensão cognitiva, avaliada pela satisfação no trabalho, e

uma dimensão afetiva, associada aos afetos positivos e negativos dirigidos ao trabalho.

Souto e Rego (2007), analisaram somente os afetos; portanto, o construto reflete

a frequência de experiências com afetos positivos e a escassez com experiências de

afetos negativos. Siqueira e Padovan (2008) consideram que o bem-estar no trabalho

(BET) é formado por vínculos afetivos positivos com o trabalho (satisfação e

envolvimento) e com a organização (comprometimento organizacional afetivo) e

integram os três indicadores de bem-estar no trabalho e conceituam BET na

contemporaneidade: satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e

comprometimento organizacional afetivo.

A presente dissertação foi organizada em quatro sessões: revisão teórica,

método, resultados e discussão, e finalmente, as conclusões.

Constou da revisão teórica uma busca das origens dos conceitos de conflito

trabalho-família, bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho. O conflito trabalho-

família foi apresentado desde os primeiros interesses acadêmicos surgidos no início de

1960 (GOODE, 1960), havendo um intervalo de vinte e seis anos aproximadamente, em

que a maioria das pesquisas foi de cunho qualitativo, sendo que os estudos quantitativos

foram retomados em meados de 1980 (BOYAR; CARSON; MOSLEY, 1986).

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No que se refere ao conceito de bem-estar subjetivo é um construto pesquisado

inicialmente por Bradburn (1969). No entanto, os estudos sobre felicidade foram

intensificados a partir de 1970, para tentar se estabelecer um construto científico e,

segundo Diener (1984), com esse propósito, felicidade passou a ser nomeada de bem-

estar subjetivo. As definições que representam as concepções seminais das dimensões

que compõem o conceito de bem-estar no trabalho aparecem em meados de 1960

(LODAHL; KEJNER, 1965) e recebem na primeira década deste século sua integração

no modelo de BET (SIQUEIRA; PADOVAN, 2008).

A sessão de resultados e discussão contém as apresentações dos resultados, a

interpretação teórica e a discussão com a literatura. Ao final foram formuladas as

conclusões do estudo abordando-se os seus objetivos, as possíveis contribuições dos

achados e as limitações da pesquisa, bem como sugestões para futuros estudos na área.

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1. REVISÃO TEÓRICA

Para a apresentação do referencial teórico foram utilizadas duas perspectivas:

uma referente à origem e trajetória de cada conceito a ser investigado e outra, cujo foco

foi a produção bibliográfica recente sobre eles. Com vistas ao levantamento da

produção bibliográfica recente foram utilizados três descritores: work-family conflict,

subjective well-being e well-being at work. As fontes foram o banco de dados

PsycINFO, o banco de teses e dissertações da CAPES e as revistas com Qualis A1, A2,

B1 da área da Psicologia, no período de 2008 a 2012.

Serão apresentadas, primeiramente, a origem e trajetória do conceito work-

family conflict (conflito trabalho-família) e em seguida o levantamento da produção

bibliográfica sobre este fenômeno.

1.1 Conflito trabalho-família

A articulação entre os papéis de trabalho e família vem despertando a atenção de

pesquisadores como Goode, desde 1960. Desde 1960, até meados de 1970, a família era

constituída de modo tradicional, ou seja, pai, mãe e filhos, e vivia certo distanciamento

em relação ao trabalho, pois os modelos taylorista e fordista que determinavam os

processos de produção das organizações faziam com que os papéis sociais e familiares

ficassem distintamente marcados tanto no trabalho quanto na família (CLARK, 2000).

Os termos que enfocavam esse modo de estar da família eram sustentados por diversas

premissas como, por exemplo, a frase popular que dizia “o homem deve deixar no

trabalho as coisas do trabalho e na família as coisas da família”.

A partir da segunda metade de 1970 (MOWDAY; PORTER; STEERS, 1979),

devido a diversos fatores como o ingresso da mulher no mercado formal, a dupla

jornada de trabalho, o trabalho em equipe, a globalização, a flexibilização da jornada, as

fronteiras entre os domínios do trabalho e da família, apesar de ainda presentes,

tornaram-se muito menos rígidas e menos diferenciadas. Ainda, se observa tanto

barreiras cognitivas, quanto emocionais e físicas que necessariamente segmentam esses

domínios (CLARK, 2000). O campo acadêmico vem se interessando cada vez mais

sobre a questão do trabalho e da interação familiar (ROTHBARD; EDWARDS, 2000).

Esses pesquisadores dedicaram as suas energias buscando conhecer como as pessoas

gerenciam viver as necessidades do trabalho e da família ao mesmo tempo.

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A Sociologia atribui à Revolução Industrial o que diferenciou o trabalho da

família, a partir das raízes da diferença do papel sexual (ARYEE; FIELD 1999). Papel é

assim definido como comportamentos esperados enraizados em certo status social. O

papel em relação ao gênero, tem a dimensão da Psicologia e a dimensão social. Moreno

(1934), em primeiro lugar estudou a questão do papel. Trabalho e família se tornaram

um dos mais importantes problemas no domínio da Sociologia, da Psicologia, do

comportamento organizacional e da gestão de Recursos Humanos (RH), (BOYAR;

CARSON; MOSLEY, 1986). Os sociólogos consideram que as questões de gênero

foram determinantes nesta diferenciação (ASHFORT; KREINER; FUGATE, 2001;

SCHAUFELI; BAKKER, 2004; BAKKER; DEMEROUTI; DOLLARD, 2008;

BLANCH; ALUJA, 2009; POWELL; FRANSCESCO; LING, 2009).

O conceito de conflito trabalho-família (CTF) foi explicado (KAHN et al.,1964

apud LEVINSON, 1965) usando a estrutura da teoria de papel. Eles propuseram que o

principal determinante de um comportamento individual é a expectativa de

comportamento que os outros têm para ele ou ela. A teoria do papel prevê que a

expectativa em torno de cada um desses papéis diferentes que uma pessoa executa, pode

gerar conflito de papel, quando envolve pressão para dominar o tempo da pessoa para

focar e satisfazer todas as expectativas de seus papéis em família ou em seu trabalho,

uma vez que cada papel exige tempo, energia e empenho.

Com base nessa descrição, os autores citados definem o conflito trabalho-família

em que, as pressões do papel nas esferas de trabalho e família são mutuamente

incompatíveis. Tal incompatibilidade é indicada pelo fato de que por força da

participação no papel do trabalho, se torna mais difícil a participação no papel da

família e vice-versa. O conflito entre papéis ocorre porque não é possível para a pessoa

satisfazer todas as expectativas de seus papéis do trabalho e da família.

Kanter (1977), cunhou duas expressões para representar as interferências dos

conflitos ocorridos na família e no trabalho. Para a autora existe o conflito no trabalho

interferindo na família (TIF) e conflito na família interferindo no trabalho (FIT). Apesar

dessa distinção conceitual, a maioria das pesquisas está concentrada no primeiro

conflito. É hoje sabido que o trabalho e a família não são domínios mutuamente

exclusivos, mas que se influenciam mutuamente. Em seu artigo seminal Kanter apontou

que enquanto o trabalho certamente afeta a vida familiar, o oposto também é verdadeiro.

A autora concluiu que que tanto os desajustes no trabalho interferem na família, quanto

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os desajustes familiares intereferem no trabalho sendo a causa principal a

incompatibilidade de papéis produzindo o conflito trabalho-família e vice-versa.

Três anos após os estudos de Kanter, Greenhaus (1980) apresentou conflito

trabalho-família formalmente. O conflito trabalho-família é uma forma de conflito entre

a pressão no papel, a partir do trabalho e os domínios da família incompatíveis entre si

em algum aspecto. Os papéis são incompatíveis no sentido de que a estirpe criada por

um papel torna difícil cumprir as exigências de outro. Greenhaus e Beutell (1985)

afirmam que as mulheres casadas são mais suscetíveis de conflito trabalho-famíla, por

causa das exigências incompatíveis das funções de trabalho e familiares e que este

conflito poderia resultar em consequências negativas. Esses autores identificaram três

tipos de antecedentes ou de origem do conflito trabalho-família: o conflito baseado no

tempo, o conflito baseado em tensão, e o conflito baseado em comportamento.

O conflito baseado no tempo pode assumir duas formas: (1) pressões de tempo,

associadas à participação em um papel, podem torná-lo fisicamente impossível para

cumprir com as expectativas decorrentes de um outro papel, (2) as pressões também

podem produzir uma preocupação com um papel, mesmo quando se está fisicamente

tentando atender às demandas de um outro papel. O conflito baseado em tensão ocorre

quando a tensão em uma função afeta o desempenho em outro papel. O conflito baseado

em comportamento acontece quando os estilos de comportamento de uma exigência no

trabalho (impessoalidade, a lógica de poder, autoridade) podem ser incompatíveis com

os comportamentos desejados por seus filhos dentro do domínio da família.

A pesquisa sobre conflito trabalho-família (CTF) não é nova na literatura. O

interesse na interface família-trabalho tem produzido uma massa impressionante de

investigação, especialmente pesquisas integrando trabalho e família. Trabalho e família

representam dois domínios importantes para qualquer indivíduo. A natureza bi-

direcional do CTF ou seja, trabalho interferindo na família e vice-versa, tem recebido

atenção crescente porque: ambos adicionam estresse, e ambos estão relacionados à

satisfação no trabalho (GREENHAUS; BEUTELL, 1985). Demandas do trabalho e da

família podem ser definidas como uma percepção global do nível e intensidade da

responsabilidade exigida pelo papel específico desses domínios (BOYAR; CARL;

MOSLEY; CARSON, 1986).

Existem vários estudos que ressaltam a importância do apoio social na redução

do conflito trabalho-família. No entanto, pouco esforço tem sido feito para verificar o

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impacto dos conflitos com relação ao apoio social que pode ser prestado por pessoas

físicas (JACKSON; SCHULER, 1985).

Greenhaus e Parasuraman em 1986 examinaram a interseção de papéis de

trabalho e não-trabalho como relacionados ao estresse e propuseram um quadro

integrativo para a compreensão das relações entre estressores, estresse e as tensões no

trabalho e nos domínios não relacionados ao trabalho. Revisaram as origens e

consequências do estresse no trabalho e no não-trabalho, identificaram as influências

pessoais e sociais sobre o stress no trabalho e no não-trabalho além de delinearem as

estratégias individuais e organizacionais para a gestão eficaz de estresse no trabalho e

não-trabalho. Ainda, nesse mesmo ano, Staines e Fleck (1986) demonstraram que a

flexibilidade de horários de trabalho modera os efeitos do horário de trabalho fora do

padrão de vida da família. Isto é, os horários de trabalho não padronizados tendem a ter

uma associação menos negativa na qualidade da vida familiar, quando seguido por um

elevado nível de flexibilidade da programação.

Em 1989 Greenhaus et al. examinaram as pressões do domínio de trabalho como

fontes de conflito trabalho-família entre 119 casais de duas carreiras. Os dados

fornecidos indicaram um forte apoio para a influência dos estressores do trabalho sobre

duas formas de conflito trabalho-família: o conflito baseado no tempo e conflito

baseado em tensão. O efeito sobre o conflito trabalho-família foi um pouco mais forte

para as mulheres que para os homens. Pesquisas existentes sugerem que tanto o estresse

no trabalho quanto o estresse familiar são interdependentes e interagentes (FRONE;

RUSSEL; COOPER, 1992).

Por exemplo, uma pessoa que experimenta o estresse pode exibir uma tendência

para afastar as pessoas que podem oferecer apoio e pode eventualmente desenvolver

uma discordância dentro da sua vida familiar e, portanto, não iria fornecer suporte social

para o resto dos membros da família. Quando os membros são incapazes de fornecer

suporte social para o resto da família, isso pode agravar ainda mais o conflito trabalho-

família. Apesar de o suporte social estar recebendo cada vez mais atenção em função do

seu significado positivo em relação ao conflito, poucos estudos têm se concentrado nos

programas de suporte à família ou às organizações (FRONE; YARDLEY, 1994).

As primeiras pesquisas trataram do conflito trabalho-família principalmente

como um constructo unidimensional. Essas pesquisas (FRONE; RUSSELL; COOPER,

1992) sugerem que há reciprocidade na natureza da relação de modo que o trabalho

pode interferir na família (conflito trabalho-família; CTF) e a família pode interferir no

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trabalho (conflito família-trabalho; CFT). CTF e CFT são geralmente considerados

construtos distintos, mas relacionados. A investigação internacional tem principalmente

realizado pesquisas qualitativas nos últimos vinte e seis anos, sobre como conflitos no

trabalho interferem na família. A literatura recente, de 2008 a 2012 apresenta um

número significativo de estudos quantitativos sobre o conflito trabalho família e esse é

um tema que tem atraído muito interesse, mesmo no Brasil.

Evidências de pesquisas disponíveis sugerem que a experiência do conflito

trabalho interferindo na família (TIF) foi relatada quase três vezes mais do que a

experiência do conflito família interferindo no trabalho (FIT) entre ambos os sexos

(FRONE; RUSSELL; COOPER, 1991; GUTEK et al., 1991). Embora a investigação

sobre o conflito trabalho-família tenha sido constante até agora, o foco da pesquisa foi

progredindo em duas direções diferentes. Uma corrente de pesquisa concentrou-se

exclusivamente na identificação de antecedentes e resultados do conflito trabalho-

família em termos de sofrimento psíquico (FRONE et al., 1992). Segundo muitos

autores, a participação no papel familiar torna-se difícil em virtude da participação no

papel de trabalho (HIGGINS; DUXBURY; IRVING, 1992).

Outra vertente tem seu foco na relação entre os conflitos trabalho-família,

satisfação no trabalho e satisfação na vida (ADAMS; KING L.; KING D., 1996). Por

exemplo, Frone et al., (1992) limitaram seu estudo ao exame do impacto do conflito

trabalho-família, nos conflitos sobre o sofrimento psíquico. As demandas na esfera

laboral e na esfera doméstica, mas, principalmente, à maneira como elas se articulam

produzem o conflito que afeta o bem-estar subjetivo e o bem-estar no trabalho (FOX;

DWYER; GANSTER, 1993). Para esses autores, as demandas de trabalho dizem

respeito à percepção de pressões presentes no local de trabalho, como ter uma grande

quantidade de trabalho a fazer, ou ter muita responsabilidade. Essas demandas

abrangem, portanto, uma série de exigências, tais como: o horário de trabalho, os

esforços mentais, os relacionamentos interpessoais (colegas, chefias e subordinados), a

carreira ou desenvolvimento profissional.

Da mesma forma, Adams et al. (1996) tentaram estabelecer uma ligação parcial

quanto à satisfação no trabalho e na vida, mas o estresse psicológico foi ignorado em

seu modelo. Houve pouco esforço para integrar os modelos anteriores, que podem

contribuir para uma compreensão mais clara do processo de conflito trabalho-família e

suas relações com a satisfação no trabalho e satisfação com a vida.

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As reivindicações estruturais ou psicológicas associadas às exigências de um

papel, bem como às expectativas e normas as quais os indivíduos devem responder ou

se adaptar, exercendo um esforço físico ou mental para isso, são as demandas segundo

Voydanoff (2004). A insatisfação no trabalho como uma das consequências do conflito

trabalho-família foi examinada por muitos pesquisadores (BORSBOOM, BHUIAN;

MENGUC; 2005; KARATEPE; TEKINKUS; ULUDAG 2007; LU et al., 2008).

As demandas como cuidados com filhos e tarefas domésticas relacionadas à

manutenção da casa são algumas das responsabilidades familiares especialmente

salientes nas sociedades com altas taxas de emprego feminino e famílias de dupla

carreira (LU et al., 2008). As demandas familiares referem-se ao tempo gasto com a

família, em nível de compromisso e de responsabilidades relacionadas com o

cumprimento das obrigações familiares.

A análise do conflito de papéis abrange uma das vertentes bastante referenciadas

na literatura, não somente por sua posição precursora, como também por aprofundar o

estudo das relações familiares e profissionais. Verifica-se hoje que em grande parte das

famílias, tanto marido quanto a mulher trabalham fora do lar, o que acarreta para a

família maiores benefícios, mas, no entanto, sobrecarrega as obrigações familiares e

profissionais, o que produz o conflito (BEUTELL; GREENHAUS, 1985; COOPER;

FRONE; RUSSEL, 1992; FRONE; MARKLEY; YARDLEY, 1997; FRONE, 2000).

Considerando que os papéis familiares e de trabalho são interligados, os aspectos

negativos, associados à execução de cada um dos papéis têm um impacto no exercício

dos outros papéis, sob o efeito do “transbordamento negativo” (Negative Spillover

Effects). É o que sucede quando o desempenho de um dos papéis dificulta o

desempenho do outro, o que suscita um conflito entre eles (GREENHAUS; BEUTELL,

1985). Os estudos sobre esse conflito têm-se centrado, tanto na transmissão de atitudes,

ou “estados de humor negativos”, de um domínio para o outro (GRZYACZ, 1987;

ALMEIDA; McDONALD, 2002), como nos efeitos da competição na utilização dos

recursos, como, por exemplo, o tempo disponível para o exercício concomitante dos

vários papéis de vida (CARLSOM, 1999; CARLSON; KACMAR, 2000; COOPER;

FRONE; 1992; GREENHAUS; BEUTELL, 1985).

Dentre as várias análises efetuadas sobre essa temática, o conflito baseado na

pressão, associado ao exercício concomitante de papéis, ocorre quando a insatisfação no

exercício de um papel dificulta a resposta às exigências do outro papel. Por último, o

conflito comportamental, que surge quando os comportamentos aprendidos e mesmo

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reforçados no exercício de um dos papéis não são válidos para o desempenho de outros

papéis, sendo mesmo disfuncionais, pois o indivíduo tem dificuldades em adaptar-se às

novas exigências do outro papel.

No primeiro tipo de conflito, baseado no tempo destaca-se, entre outros, o estudo

de Greenberger ; Marks e O´Neil (1994) o qual concluiu que, quando o indivíduo dedica

muito tempo ao exercício de um dos papéis, seja profissional, familiar ou outro (por

exemplo, um papel de caráter social ou político), surgem sentimentos de esgotamento

ou sobrecarga, que vão influenciar o desempenho dos outros papéis de vida. Este

sentimento de sobrecarga, associado ao desempenho de um dos papéis, é apontado

como um dos principais fatores responsáveis pelo desencadear do conflito de papéis

(BEUTELL; GREENHAUS, 1985; GREENBERGER; MARKS; O’NEIL, 1994) e pode

fazer-se sentir tanto no exercício do papel profissional, como no exercício do papel

familiar, o que desencadeará um conflito, que se direciona do trabalho para a família ou

da família para o trabalho. Contudo, e independentemente da origem do conflito se

situar no trabalho ou na família, os estudos indicam que o conflito de papéis é sentido

de forma mais notória quando se exerce uma atividade profissional em tempo integral

(ALMEIDA, 1999; COUTER et al., 1999; FRONE, 2000).

Existem quatro principais teorias que apresentam os padrões de ligação entre o

trabalho e a família. Cada padrão está relacionado com a sua teoria, a teoria padrão de

esferas separadas, a teoria de padrão mútuo: spillover (transbordamento), a teoria de

compensação e a teoria integração-fronteira.

Nas teorias de padrão de esferas separadas a família e o trabalho apresentam-se

como sistemas distintos, a família como um refúgio doméstico para mulheres e de

trabalho como um espaço público para os homens. Além disso, a família e o trabalho

devem permanecer separados, para funcionar adequadamente e a divisão sexual do

trabalho deve ser mantida, a fim de evitar o conflito. Assim, o trabalho e a família são,

absolutamente, separados um do outro e não se influenciam mutuamente (LAMBERT,

1990).

No padrão de esferas separadas, a segmentação de papel vem de expectativas

diferentes para homens e mulheres. Para as mulheres é esperado ser boa esposa e mãe.

Os homens devem trabalhar para a família.

Com base na teoria de papel, o padrão de esferas separadas trata do trabalho e da

família como domínios independentes. O envolvimento em cada uma das esferas,

portanto, não afeta a outra. Mas, como atualmente, as mulheres não são apenas donas de

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casa, mas também, empresárias, mulheres de negócio, políticas etc., esse padrão é

raramente usado por cientistas sociais. Além disso, esse padrão assume que os atores

podem separar as duas esferas em termos de tempo, localização física, emoções,

atitudes e comportamentos. Mas essa segmentação não é absoluta. Trabalho e família

estão em um e outro padrão mutuamente.

Diferente da teoria de padrão de esferas separadas, as teorias de padrão mútuo, a

de spillover (transbordamento), e a de compensação, seus autores (STAINES, 1980;

BARTOLOMÉ; EVANS, 1984) reconhecem que qualquer sistema (família ou trabalho)

pode ter efeitos sobre o outro. Excesso de trabalho pode ter efeitos sobre a família. E as

experiências adquiridas no campo familiar podem ter efeitos sobre o trabalho

(CROUTER et al., 1999; CROUTER et al., 2009)

A adesão simultânea nos dois sistemas, muitas vezes implica esforço e

sobrecarga para os indivíduos, famílias e unidades de trabalho. Em geral, o padrão de

spillover desloca a atenção dos efeitos das instituições sociais de uns sobre os outros e

os efeitos de membros da família sobre os outros, ignorando as consequências sociais e

políticas do contexto em que a família e trabalho estão localizados. Spillover pode ser

positivo ou negativo. Spillover positivo refere-se ao fato de que a satisfação e realização

no trabalho pode trazer satisfação e realização na família e vice-versa. Spillover

negativo refere-se ao fato de que as dificuldades e a depressão em um domínio podem

trazer a mesma emoção em outro domínio.

A teoria da compensação (CHAMPOUX, 1978; BARTOLOMÉ; EVANS, 1984)

é a mais frequentemente contrastada com spillover. A hipótese é de que há uma relação

inversa entre o trabalho e a família de tal forma que experiências de trabalho e não-

trabalho tendem a ser antitéticas. Ela propõe ainda que os indivíduos fazem

investimentos diferenciais de si mesmos nas duas configurações (CHAMPOUX, 1978),

de modo que o que é fornecido por um compensa o que está faltando no outro

(BARTOLOMÉ; EVANS, 1984).

Privações experimentadas no trabalho são compensadas em atividades não

relacionadas ao trabalho. A teoria da compensação concebe o trabalhador enquanto

ativamente busca maior satisfação de seu trabalho ou vida familiar como um resultado

de estar insatisfeito com o outro (LAMBERT, 1990). Essa teoria fornece uma

explicação plausível de por que alguns trabalhadores se envolvem mais no seu trabalho

quando experimentam problemas familiares (LAMBERT, 1990). Portanto, quando as

pessoas têm experiência de compensação no trabalho, representa que elas sentem mais

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satisfação profissional do que satisfação com família. Quando a compensação acontece,

é de se esperar grande envolvimento em uma esfera, acompanhado por baixo

envolvimento em outra. Em outras palavras, quando as pessoas tentam compensar a

falta de satisfação em casa, tornam-se mais envolvidos em seu trabalho e seu

envolvimento com o trabalho aumentará.

De um modo geral, ao contrário do padrão esfera separada, que nega a ligação

entre família e trabalho, o mútuo padrão reconhece um efeito recíproco entre o trabalho

e a família. Mas tanto o spillover quanto as teorias de compensação vêm a ligação

trabalho-família estaticamente. Diferentemente, as abordagens de desenvolvimento

propõem a análise longitudinal da ligações de trabalho-família no tempo de vida de uma

pessoa ou um casal. A abordagem desenvolvimentista adotou um quadro dentro do

desenvolvimento psicológico para explorar a dinâmica da relação entre a família, o

indivíduo e o desenvolvimento de carreira na vida da pessoa/casal, porque o padrão

mútuo refere comportamentos como passivos, de não iniciativa, ou seja, estáticos e o

desenvolvimento humano não é estático e em cada fase da vida existem reações

diferentes e situações diferentes tanto na família quanto no trabalho. Como por

exemplo, filhos maiores, maior estabilidade no trabalho etc.

Para Clark, 2000 a articulação trabalho-família apresenta tendência de

integração nas informações no tempo. A fronteira entre trabalho e família é mais

ilegível por causa disso. A teoria limite ou fronteira foi primeiramente apresentada por

Clark (2000) que acredita que há uma fronteira entre trabalho e família. Limite mental,

limite de tempo, limite fisiológico são as três formas. Muitos indivíduos, então, são

fronteiriços e atravessadores porque fazem transições diárias entre os domínios de

trabalho e em casa. A teoria de fronteira é amplamente utilizada no trabalho e na família

nas questões como trabalho em casa, horário flexível, etc. (DESROCHERS;

SARGENT, 2002).

Os indivíduos tentam encontrar um limite adequado entre trabalho e família.

Limite é caracterizado pela flexibilidade, permeabilidade e mistura. Permeabilidade

refere-se a um acoplamento de papel. Flexibilidade refere-se à fronteira e a

contratilidade entre os papéis. Por exemplo, mulher telecomunicadora também

desempenha o papel de mãe. Quando há permeabilidade e flexibilidade tanto em duas

ou mais funções, a mistura acontece.

Baseados na teoria de fronteira, embora possa ser difícil de alterar algumas

partes do trabalho e da família, os indivíduos podem mudar a fronteira entre os dois

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domínios, em certa medida (CLARK, 2000; DESROCHERS; SARGENT, 2002), pois

os indivíduos são reativos no trabalho e no domínio da família.

Os limites entre os papéis sociais podem tornar-se conflituosos quando a

exigência de recursos energéticos e de tempo forem superiores à capacidade do

indivíduo de atendê-los. Assim sendo, as excessivas demandas familiares ou do

trabalho, acabam por resultar, muitas vezes em severos conflitos (ASHFORTH, 2001;

FLECK, 2001; WAGNER, 2003). Através da descoberta da influência da ligação entre

trabalho e família, as pessoas podem saber ajustar-se entre a vida profissional e a vida

familiar. As pessoas podem tentar mudar seus padrões de ligação, a fim de reduzir o

conflito trabalho-família de acordo com Clark (2000).

Concluindo o estudo da perspectiva referente à origem e trajetória do conflito

trabalho-família, introduzem-se os resultados da produção empírica atual.

A partir do descritor: work family conflict se realizou uma análise dos resumos

das produções localizadas nos seguintes bancos de dados eletrônicos: PsycINFO, banco

de Teses e Dissertações da CAPES e nas Revistas com Qualis A1, A2 e B1. Assim

sendo, o “estado da arte” ou o “estado do conhecimento” da ciência psicológica, está

parcialmente contido neste trabalho por meio de pesquisas encontradas neste campo de

conhecimento nos últimos cinco anos, ou seja, de 2008 a 2012. Essa apresentação se

dará em ordem temporal decrescente.

Na base PsycInfo com o descritor ‘work-family conflict’ de 2008 a 2012, foram

identificados sete artigos internacionais contidos no Quadro 1. Não foram encontrados

artigos nos anos de 2010, 2011 e 2012.

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QUADRO 1 – Artigos de Revistas internacionais – Base PsycINFO 2008 a 2012.

Revista Artigo Ano

Journal of Occupational Health Psycology

Effects of work–family conflict on employees’ well-being: The moderating role of recovery strategies.

2009

Do the opportunities for learning and personal development lead to happiness? It depends on work-family conciliation.

2009

The Career Development International

Work-family culture, work-family interference and well-being at work: Is it possible to distinguish between a positive and a negative process?

2009

Family and Consumer Sciences Research Journal

Work interference with dinnertime as a mediator and moderator between work hours and work and family outcomes.

2008

International Journal of Stress Manegement

Work-family conflict and psychosocial work environment stressors as predictors of job stress in a cross-cultural study.

2008

Journal Vocational Behavior Work–Family Spillover Measure. 2008

Os artigos internacionais acima relacionados tratam da dimensão da saúde do

trabalhador. Moreno-Jiménez et al. (2009) demonstram que duas estratégias de

recuperação como desapego psicológico e expressão verbal das emoções moderam a

relação dos tipos de conflitos e podem produzir a conciliação do conflito trabalho-

família.

Para Rego; Pina e Cunha (2009) a conciliação dos conflitos trabalho-família e

família-trabalho é possível através das oportunidades de aprendizagem e de

desenvolvimento pessoal que prevêem cinco dimensões do bem-estar afetivo, ou seja,

prazer, conforto, serenidade, entusiasmo, e vigor, pois quando estas dimensões estão

presentes na relação, ocorre a percepção de conciliação do conflito trabalho-família.

O aspecto apresentado por Peeters et al. (2009) que contribui para a redução do

conflito trabalho-família, favorece a distinção entre um processo negativo e um

processo positivo sobre a interferência do conflito nas funções do trabalho. Esse aspecto

é o investimento em uma cultura de suporte trabalho-família que possa contribuir para o

engajamento no trabalho e ao mesmo tempo ajuda a evitar o cansaço.

Allen et al. (2008) avaliaram se a interferência das horas de trabalho na

mediação da hora do jantar, modera a relação entre os resultados dos conflitos pessoais

e do conflito trabalho-família. Esses autores encontraram que o papel da hora do jantar é

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um forte apoio na redução do aspecto negativo do trabalho e dos conflitos da interface

família-trabalho.

Um estudo transcultural realizado por Pal e Saksvik em 2008 investigou a

relação entre conflito trabalho-família, conflito família-trabalho, exigências do trabalho,

o controle de trabalho, apoio social, flexibilidade de horários de trabalho e estresse do

trabalho. Foram encontrados resultados demonstrando que os indicadores de estresse no

trabalho na Índia são diferentes da Noruega e diferentes entre médicos e enfermeiros o

que denota que as diversas culturas oferecem situações estressoras características.

A medida de spillover do conflito trabalho-família (WAYNE; FLEESON, 2008)

foi desenvolvida para dimensionar as influências positivas e negativas nos

relacionamentos da família com o trabalho e do trabalho com a família. Os itens foram

escritos para descrever simetricamente duas direções de influência (família-trabalho e

trabalho-família) e duas valências (negativa, ou conflito, e positivo, ou facilitação). A

confiabilidade inicial e a evidência de validade desta medida, foram avaliadas em um

estudo piloto (n = 1000) antes da inclusão no estudo final, e essas mesmas escalas foram

reportadas anteriormente da literatura trabalho-família (por exemplo, GRZYWACZ,

2000; GRZYWACZ; MARCA, 2000). A evidência de confiabilidade e validade foi

apresentada pelos autores da medida. Assim, nos dois sentidos e valências surgiu como

descrições significativas de spillover, com clara convergência dentro de itens e distinção

clara entre as direções e valências. Isto é, a facilitação era independente do conflito, ao

invés de ser o oposto. Escala e escores foram criados tomando a média dos quatro itens

relevantes de consistência interna e confiabilidade ( Cronbach alpha=0,75) eram

adequados. As correlações entre as escalas ainda demonstrou sua independência

relativa. Mais importante ainda, o conflito não estava relacionado com a facilitação, em

vez de oposto. Três das seis correlações entre as quatro escalas alcançou significância.

A pesquisa realizada no banco de Teses e Dissertações do Portal CAPES nos anos

de 2008 a 2012 sobre o descritor ‘conflito trabalho-família’ apresentou 5 dissertações

contidas no Quadro 2, oriundas de seis Instituições de Ensino Superior (IES). Não foram

encontradas dissertações em 2008 e em 2011.

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QUADRO 2 – Dissertações – CAPES – 2008 a 2012

Dissertações IES Ano

Não há que ser flexível, há que ser forte: Um estudo sobre a força dos limites no trabalho e na família.

FGV 2012

Conflito trabalho-família e Comprometimento Organizacional: Um estudo com trabalhadores de diferentes segmentos produtivos.

UFBA 2012

Organização do trabalho do professor: jornada, contrato e conflitos trabalho-família.

UFSCAR 2010

O empreendedorismo feminino e o conflito trabalho-família: estudo de multicasos no setor da construção civil da cidade de Curitiba.

UFPR 2009

Burnout e o Conflito trabalho-família/família-trabalho em profissionais de enfermagem.

U.PORTO 2009

A dissertação de Pimentel (2012) aborda a relação trabalho-família a partir da

concepção dos limites existentes nestes domínios, que influenciam diretamente no modo

como a interface trabalho-família é construída. O construto força do limite (boundary

strength), seus antecedentes e sua relação com o conflito trabalho-família e com o

estresse ocupacional foram estudados nesta dissertação. Os resultados sugerem que

quanto maior a força do limite na família e no trabalho, menor o conflito trabalho-

família experimentado pelos indivíduos e consequentemente menor o nível de estresse

ocupacional.

Os estudos das interfaces entre a esfera ocupacional e familiar e, mais

especificamente, das incompatibilidades que podem emergir a partir das diferentes

demandas advindas destes dois domínios da vida, estruturam a dissertação de Aguiar

(2012). A maior contribuição deste estudo está na revelação de que o modelo de

causalidade que considera o conflito trabalho-família como antecedente do

comprometimento organizacional apresenta melhor ajuste e, consequentemente, deve

ser adotado. Além disso, percebeu-se que as duas direções do conflito estabelecem

relações diferentes com o vínculo: enquanto a interferência do trabalho na família está

ligada à redução do comprometimento organizacional, a interferência da família no

trabalho se associa a um maior grau de comprometimento.

Segundo Faria (2010) para conciliar essas duas esferas, trabalho e família, os

professores pesquisados têm se valido principalmente das faltas. Os professores

relataram vivenciar conflitos trabalho-família, em especial com origem no trabalho e

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impacto sobre a família. Os conflitos com origem do trabalho mais frequentes surgem

em momentos de corrigir avaliações, dar aula à noite e fazer cursos nos finais de

semana. Com origem na família, os conflitos devem-se especialmente a doenças

próprias ou de familiares.

A investigação realizada por Strobino (2009) verificou quais os conflitos

trabalho-família identificados e enfrentados por duas empreendedoras da construção

civil da cidade de Curitiba, com base nas três dimensões (tempo, tensão e

comportamento) de Greenhaus e Beutell (1985). Também buscou identificar as ações

adotadas por essas empreendedoras para lidar com os conflitos identificados e analisar

se essas ações têm dado resultados positivos. As evidências obtidas mostram que ambas

as empreendedoras enfrentam conflitos trabalho-família em todas as três dimensões

apresentadas por Greenhaus e Beutell (1985), mas que praticam ações para minimizar as

consequências dos conflitos ou mesmo eliminá-los.

A problemática do Burnout ganhou evidência em diferentes profissões, sendo a

enfermagem referida como uma das mais propensas à síndrome Burnout (PEREIRA,

2009). O estudo apresentou uma tendência já verificada em outros estudos portugueses

ao se constatar que os profissionais de enfermagem apresentam um nível baixo de

Burnout e uma elevada realização pessoal. Ocorreu uma correlação positiva

significativa entre a exaustão, a despersonalização e o valor total de Burnout e os dois

tipos de conflito (trabalho-família e família-trabalho). A realização pessoal está positiva

e significativamente correlacionada quer com o conflito trabalho-família, quer com o

conflito família-trabalho. O estudo de Pereira (2009) sugere que para os casados o

trabalho surge como fonte de stress com influência na família e o inverso acontece para

os não casados, os profissionais que possuem filhos reportam uma maior interferência

da família no trabalho, sugerindo que este fator tanto pode ser desencadeador de stress e

motivador de conflito no local de trabalho. Ainda, os profissionais com maiores

habilitações reportam maior conflito trabalho-família considera-se que provavelmente

sejam as exigências do trabalho características desse nível acadêmico, a que se adiciona

o tempo dedicado em termos de pesquisa, frequência e realização de trabalho que

explicam esta superioridade.

A pesquisa realizada na base de artigos publicados nas revistas com Qualis A1,

A2 e B1 do Portal CAPES sobre o descritor ‘work-family conflict’ entre 2008 e 2011

apresentou cinco artigos, sendo dois em revistas Qualis A1, dois em revistas Qualis A2

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e um artigo em revistas Qualis B1, publicados nos anos de 2008 a 2010, contidos no

Quadro 3. Não foram encontrados artigos entre 2008 e 2009.

QUADRO 3 – Artigos CAPES – 2008 a 2012

Revista Artigo Qualis Ano

Psicologia:Teoria

E Pesquisa

A conciliação de papéis profissionais e familiares: O mecanismo psicológico de spillover.

A1 2012

Psicologia: Reflexão

e Crítica

Uma análise do equilíbrio trabalho e família no contexto brasileiro.

A1 2011

Psicologia:Ciência e

Profissão

A conciliação trabalho-família em casais de duplo-emprego.

A2 2011

Psico. PUCRS

(Re) Conciliação dos usos do tempo: Imigração, Gênero e família

A2 2010

Revista de Administração contemporânea

Os conflitos entre a prática gerencial e as relações em família: uma abordagem complexa e multidimensional

B1 2010

Os principais conteúdos dos artigos supracitados abordam a interferência do

conflito trabalho-família, o equilíbrio entre trabalho e família no contexto brasileiro e a

busca de recursos de conciliação.

Matias e Fontaine (2012) discutem as diferentes dimensões de spillover

(negativo e positivo), as direções de influência e tipologias de variáveis associadas.

Consideram que uma abordagem multidimensional permitirá uma análise completa da

relação trabalho e família, sustentando medidas de apoio à conciliação que tenham em

vista não só a diminuição das relações negativas, mas também a promoção das relações

positivas entre as duas esferas.

A análise do equilíbrio trabalho e família no contexto brasileiro (SANJUTÁ;

BARHAM, 2011) trata de mostrar que os conflitos de trabalho e família com origem no

trabalho são mais frequentes se comparados aos com origem na família, estando o

estresse presente na vida dos trabalhadores e sendo que os custos para a vida

pessoal/familiar são os maiores que os custos para o trabalho.

Ainda discutindo o tema da conciliação do conflito trabalho-família, Matias et

al. (2011) falam de estratégias para diminuir o conflito trabalho-família: “colocar

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limites” nos casais para um investimento maior ou menor de um dos membros na sua

profissão, no sentido de aumentar as possibilidades de conciliação.

Dentro da perspectiva feminista a reflexão sobre a importância de se considerar e

estudar as trajetórias femininas e evidenciar a necessidade da conciliação trabalho-

família enquanto requisito básico para a igualdade, Silva; Nogueira e Antunes, 2010

concluem que a dimensão da igualdade de gênero é um processo de longo prazo que

ainda se encontra numa fase inicial. Concluem ainda, que as estratégias adotadas pelas

famílias imigrantes e a sua diferenciação em função do gênero poderá revelar-se muito

útil. Por um lado, para melhor compreender as relações que são estabelecidas entre os

dois domínios, e por outro, fornecer orientações para o desenvolvimento de

intervenções junto destas famílias no sentido da melhoria da sua qualidade de vida.

Por fim, Silva e Rossetto (2010) estabelecem a existência de fatores que geram

conflito na prática gerencial, tais como: diferenças de percepção e de visão,

incompatibilidade de interesses, falta de clareza no planejamento de suas atividades,

aumento da complexidade dos papéis gerenciais, transformações ocorridas na empresa,

busca da qualificação, possibilidade de ascensão na carreira e fatores que geram

conflitos nas relações em família como: incapacidade de dialogar, dificuldades na

comunicação, diferenças de percepção, divergências entre os cônjuges. Atitudes para

minimizar o conflito entre a prática gerencial e as relações em família: diálogo,

realização de atividades físicas, de lazer e a reflexão para manter a calma e a

segmentação dos espaços sociais. Essas foram as percepções dos gerentes de que o

conflito nas relações em família os afetou emocionalmente e interferiu no desempenho

da prática gerencial. Como revelam os resultados destes estudos, há indícios de que a

vivência de conflito entre os papéis exercidos na vida pessoal e no contexto de trabalho

podem gerar experiências emocionais, conteúdo melhor explorado no próximo tópico

desta revisão.

1.2 Bem-estar subjetivo

No que diz respeito ao conceito de bem-estar subjetivo, desde a Grécia antiga

Aristóteles buscava respostas para o enigma da existência feliz. Filósofos ainda debatem

este tema. A expressão bem-estar surgiu com a definição de saúde da Organização

Mundial de Saúde (OMS) em 1948. A partir daí surgiram pesquisas sobre bem-estar,

conceito que passou a ser estudado nas Ciências Sociais, na Sociologia e na Psicologia.

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Os estudos sobre felicidade foram intensificados a partir de 1970, com o propósito de se

estabelecer um construto científico e segundo Diener, (1984) com este propósito,

felicidade passou a ser nomeada de bem-estar subjetivo.

Há duas correntes tradicionais para o estudo do bem-estar, o eudonismo e o

hedonismo. A perspectiva eudonista investiga o potencial humano e está vinculado ao

bem-estar psicológico. Segundo esta perspectiva, o bem-estar está relacionado à sua

capacidade de pensar, usar o raciocínio e o bom senso e, assim, o pleno funcionamento

das potencialidades do indivíduo. A hedonista lida com a felicidade e adota uma visão

de bem-estar vinculada ao prazer e ao estado subjetivo de felicidade (RYAM; DECI,

2001). A diferença entre as duas abordagens é que o bem-estar subjetivo permite que o

indivíduo indique aos investigadores o que o torna feliz e satisfeito em sua vida. Na

perspectiva do bem-estar psicológico é o investigador quem decide isso a partir das

respostas do indivíduo à questões mais estruturadas (RYAN; DECI, 2001)

Com o advento da psicologia positiva os estudos científicos, acerca da felicidade

ou do bem-estar subjetivo (BES), ganharam impulso, sobretudo a partir da década de

1990. A psicologia positiva propôs uma mudança do foco, ou seja, da reparação de

aspectos negativos e das doenças para a promoção da saúde e de aspectos positivos do

ser humano, segundo Seligman e Csikszentmihalyi, (2000). O termo “felicidade” tem

sido traduzido por bem-estar subjetivo dentro do âmbito do conhecimento científico.

Assim, o construto bem-estar subjetivo (BES) tem sido concebido como o estudo

científico da felicidade, estando fortemente relacionado à promoção de saúde.

Bem-estar-subjetivo é um construto pesquisado inicialmente por Bradburn

(1969) e Diener (1984) mas se estruturou a partir da década de oitenta. Diener

argumenta que as avaliações cognitivas e afetivas que os indivíduos fazem de suas vidas

abrangem dois aspectos: as experiências de afetos dos indivíduos e o quanto estão

satisfeitos com suas vidas. Essas avaliações podem captar a essência do bem-estar, além

de considerar a perspectiva subjetiva. Ou seja, a pessoa dirá sobre seu bem-estar. Os

afetos foram classificados por Bradburn como positivos e negativos. Deste modo, bem-

estar subjetivo (BES) se compõe de maior número de afetos positivos em relação aos

negativos e quanto às avaliações cognitivas, a satisfação com a vida em seus mais

diversos domínios é o segundo aspecto deste constructo.

Diener (1984) escreveu um artigo altamente influente sobre bem-estar-subjetivo

e propôs que o BES tem três componentes distintos: satisfação com a vida (SV), afeto

positivo (AP), e negativo (AN). Nos quinze anos seguintes, Diener, Suh; Lucas; Smith

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(1999) também incluiram a satisfação em domínios específicos da vida, por exemplo, a

satisfação com a saúde na definição de BES. Esses pesquisadores frequentemente

distinguem componentes cognitivos e afetivos de BES, satisfação com a vida e

satisfação de domínio (SD) são considerados componentes cognitivos, porque se

baseiam em crenças avaliativas (atitudes) sobre a vida.

Em contraste, afetos positivos (AP) e negativos (AN) afetam a avaliação do

componente afetivo do BES. AP e AN refletem a quantidade de sentimentos agradáveis

e desagradáveis que as pessoas experimentam em suas vidas. Primeiramente Diener

examina as relações estruturais entre estes componentes. Especificamente, a relação

entre satisfação com a vida e satisfação de domínio (SV-SD), bem como a relação entre

a satisfação em vários domínios (SD-SD); (ex, satisfação no trabalho e satisfação

conjugal). Segundo, revisa a literatura controversa sobre a relação entre os dois

componentes afetivos do BES (ou seja, AP e AN). Finalmente, examina a relação entre

o componente cognitivo e o componente afetivo e apresenta a estrutura de bem-estar-

subjetivo. Assim, segundo o modelo proposto por Diener e seu grupo de colaboradores

(DIENER; SUH; LUCAS; SMITH, 1999), o BES pode ser definido como a

predominância da frequência de ocorrência de experiências emocionais positivas sobre

as negativas.

O componente afetivo envolve aspectos emocionais, dividindo-se em emoções

agradáveis, como alegria e orgulho (afeto positivo), e desagradáveis, como tristeza e

vergonha (afeto negativo). O componente cognitivo refere-se a aspectos racionais ou

intelectuais acerca da satisfação com a vida do indivíduo, abrangendo uma satisfação

global e uma específica - direcionada a áreas como matrimônio, amizade e profissão

(DIENER; BISVAS; DIENER, 2000). Assim, a estrutura de BES é formada pela

satisfação global com a vida, pela satisfação com a vida em áreas específicas e por altos

índices de afetos positivos e baixos índices de afetos negativos.

O bem-estar-subjetivo é estudado por meio de autorrelatos de avaliação pessoal

e devem incluir também uma análise sobre a frequência com que se experimentam

emoções positivas e negativas, constituindo-se no modo como as pessoas percebem-se

emocionalmente. Assim sendo, bem-estar-subjetivo é mais bem explicitado pelas

experiências subjetivas da vida

Em relação aos fatores que influenciam o bem-estar subjetivo, os autores

Albuquerque e Troccoli (2004) sustentam que se trata de construto que sofre influência

tanto dos aspectos culturais (experiências compartilhadas que formam a base de um

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modo similar de se ver o mundo) como da hereditariedade. Como a cultura influencia a

personalidade e a personalidade influencia a cultura, em relação de reciprocidade,

ambos os níveis de análise são considerados fundamentais para o entendimento do BES

dentro de uma perspectiva sociocultural. O sentido das experiências dos indivíduos é

construído socialmente por meio de crenças, pressuposições e expectativas sobre o

mundo (ALBUQUERQUE; TROCCOLI, 2004).

Finalizado o delineamento do estudo da origem e trajetória do conceito de BES

apresenta-se o resultado da produção bibliográfica recente.

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QUADRO 4 – Artigos de Revistas Internacionais – Base PsycINFO de 2008 a 2012

Revista Artigo Ano

Journal of Occupational Health Psychology

Age, cumulative (dis)advantage, and subjective well-being in employed and unemployed Germans: A moderated mediation model.

2012

International Journal of Stress Management

Moderators of the relationship between person-job fit and subjective well-being among asian employees

2011

Journal of Personality and Social Psychology

Goal adjustment capacities, coping, and subjective well-being: The sample case of care giving for a family member with mental illness.

2011

Psychology and Aging Aging attitudes moderate the effect of subjective age on psychological well-being: Evidence from a 10-year longitudinal study

2011

Psychology of Addictive Behaviors

Gambling cognition and subjective well-being as mediators between perceived stress and problem gambling: A cross-cultural study on White and Chinese problem gamblers

2011

Journal of Personality and Social Psychology

Needs and subjective well-being around the world 2011

Journal of Family Psychology What we don't expect when expecting: Evidence for heterogeneity in subjective well-being in response to parenthood

2011

Canadian Psychology/Psychologie

canadienne

Overestimated relationships with subjective well-being. 2011

Psychology of Religion and Spirituality

How does religiosity enhance well-being? The role of perceived control.

2011

Journal of Personality and Social Psychology

Know thyself: Misperceptions of actual performance undermine achievement motivation, future performance, and subjective well-being

2010

Journal of Personality and Social Psychology

Wealth and happiness across the world: Material prosperity predicts life evaluation, whereas psychosocial prosperity predicts positive feeling.

2010

Asian American Journal of Psychology

Importance of social connectedness as a moderator in Korean immigrants' subjective well-being.

2010

Psychology and Aging Emotion regulation strategies and goals as predictors of older mothers’ and adult daughters’ helping-related subjective well-being.

2010

Health Psychology The power of positive emotions: It’s a matter of life or death—Subjective well-being and longevity over 28 years in a general population.

2010

Psychological Bulletin Refining the relationship between personality and subjective well-being.

2008

Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology

Acculturation, social connectedness, and subjective well-being.

2008

Psychological Bulletin The relation of economic status to subjective well-being in developing countries: A meta-analysis.

2008

Review of General Psychology Combat flow: Military, political, and ethical dimensions of subjective well-being in war.

2008

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O artigo de Pavlova e Sillbereisen (2012) verificou que a idade foi indiretamente

relacionada ao maior BES em pessoas empregadas e ao menor BES em indivíduos

desempregados. Desta forma, a vantagem cumulativa de emprego a longo prazo e

desvantagem cumulativa de desemprego de longo prazo contribuiram para a divergência

relacionada à idade no BES entre alemães empregados e desempregados já no primeiro

semestre de vida no trabalho através de um modelo de mediação moderada 1 em relação

à idade de empregados e desempregados.

O artigo de Park et al. (2011) por meio de um estudo transversal, aborda

moderadores da relação entre o ajuste da pessoa ao trabalho e o bem-estar subjetivo em

trabalhadores asiáticos nos Estados Unidos. No Estudo 1 (n = 90), a interação entre o

núcleo de auto-avaliação e de necessidades de suprimentos se encaixam e predisseram

significativamente a felicidade, mas não depressão. Os trabalhadores com altos níveis

de núcleo de auto-avaliação foram menos afetados pela necessidades de suprimentos2,

enquanto os empregados que tiveram baixo núcleo de auto-avaliação mostrou uma

redução do nível de felicidade, quando houve uma falta de suprimentos. O estudo 2

(n = 90), mostrou aumentos mais dramáticos na felicidade do que os empregados com

baixo núcleo de auto-avaliação. Estes estudos sugerem que o núcleo de auto-avaliação

pode moderar a relação entre o ajuste da pessoa ao trabalho e bem-estar-subjetivo.

O estudo transcultural efetuado por Tang e Oei (2011) com jogadores brancos e

chineses mostrou que o bem-estar subjetivo foi um mediador plausível para a eficácia

na recusa de jogo. O poder das emoções positivas fica demonstrado por Xu e Roberts

(2010) num estudo longitudinal de 28 anos onde BES e seus componentes, como

sentimentos positivos, incluindo satisfação geral com a vida, satisfação de domínio e

afeto positivo como preditores de longevidade de uma população geral.

Tay e Diener (2011) através de uma amostra de 123 países, examinaram a

associação entre a satisfação das necessidades e bem-estar subjetivo (BES), incluindo a

avaliação de vida, sentimentos positivos e sentimentos negativos. A satisfação das

1 trata-se de análise de variável qualitativa, como agradabilidade, auto-estima etc.

2 Suprimento é o item administrado, movimentado, armazenado, processado e transportado pela logística. O termo nasceu junto com a logística, derivado da palavra cadeia de suprimentos, utilizado para definir diversos materiais. Na logística os suprimentos são os atores principais de toda a cadeia, são com base nas características dos suprimentos, que a logística define seus parâmetros de lead time, tipos de embalagem, as características dos equipamentos de movimentação, modais de transporte, áreas de armazenamento e os recursos humanos e financeiros necessários.

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necessidades foi consistentemente associada com o BES em todas as regiões do mundo.

Avaliação da vida era mais ligada a satisfação das necessidades básicas; sentimentos

positivos foram mais associados com responsabilidade social e necessidade de respeito

e sentimentos negativos foram mais associados com as necessidades de respeito básico

e autonomia. A satisfação de necessidade social previsto em BES, particularmente para

a avaliação de vida, além da satisfação dos indivíduos de sua própria necessidades,

indicando o desejo de viver em uma sociedade próspera. Além disso, as associações de

BES com a satisfação das necessidades específicas foram em grande parte satisfeitas

independentemente de outras necessidades. Estas tendências são pertinentes quando a

renda familiar foi tida em conta. A ordem emergente da satisfação das necessidades

psicossociais foram bastante consistentes com as condições do país, mas as satisfações

de necessidades básicas e de segurança eram condicionados à situação econômica de

cada país.

Howell, R. e Howell, C. (2008) demonstraram a relação entre status econômico

e bem estar subjetivo em países em desenvolvimento através de meta-análise. O

tamanho do efeito econômico médio e BES foi mais forte entre economia de baixa

renda em desenvolvimento para amostras que eram menos instruídas. A relação mais

fraca estava entre economias de alta renda em desenvolvimento (r=0,10) e as amostras

altamente qualificadas mostraram que a relação entre status econômico e BES tende a

ser mais forte quando a situação econômica foi definida como riqueza, em vez de como

renda.

Os demais artigos abordam preditores de BES como personalidade,

heterogeneidade e paternidade, religiosidade, capacidade de ajustamento e

enfrentamento, ética, desempenho, autoestima, conectividade social, estratégias de

regulação emocional, metas e inspiração todos em pesquisas qualitativas (HARARI;

YOO; LEE; GOH; STEEL; SCHMIDT; SHULTZ, 2008); (MARTINI; BUSSERI;

THRASH; ELLIOT; MARUSKIN; CASSIDY; SCOTT, 2010) (GALATZER-LEVY;

MARZUSKY; MANCINI; BONANO; STONES; WOROBETZ; BRINK; WROSCHW;

GREGORY, 2011).

As teses e dissertações foram pesquisadas no Portal CAPES com o descritor

‘Well Being’ (bem-estar subjetivo) de 2008 a 2012 e foram encontradas uma tese e sete

dissertações, apresentadas em ordem temporal decrescente, contidas no Quadro 5. Não

foram encontradas teses ou dissertações em 2010 e 2011.

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QUADRO 5 – Teses e Dissertações – CAPES

Teses e Dissertações IES Ano

Qualidade de vida e bem-estar subjetivo de estudantes universitários.*

UMESP 2012

Otimismo, Suporte social e Valores do trabalho como antecedentes de bem-estar subjetivo de trabalhadores.*

UMESP 2009

A ruptura com o mundo corporativo e os impactos no bem-estar subjetivo dos aposentados.*

FNH 2009

Casar, verbo (in)transitivo: bem-estar subjetivo, conjugalidade e satisfação conjugal na perspectiva da Psicologia Positiva.*

USP 2009

Relações da ruminação e reflexão com bem-estar subjetivo, facetas do neuroticismo e sexo.*

UFRGS

2009

Comprometimento e entrincheiramento na carreira profissional de professores universitários: Examinando suas relações com o bem-estar subjetivo.*

UFBA 2008

Comprometimento organizacional e bem-estar subjetivo: um estudo com professores universitários.*

UFBA 2008

Trabalho e bem-estar subjetivo: compreendendo a situação laboral dos médicos. **

UFPB 2008

** Doutorado * Mestrado

No estudo de avaliação da qualidade de vida e o bem-estar subjetivo de

estudantes universitários, Silva (2012) mostrou através da descrição da qualidade de

vida e do bem-estar subjetivo e da utilização de médias e desvios padrão, que em

relação à qualidade de vida, o domínio que apresentou a maior média foi o de relações

sociais e a pior foi o de meio ambiente. Quanto ao bem-estar subjetivo foi encontrada

maior média na frequência de afetos negativos. Para comparação das variáveis utilizou-

se o teste ANOVA, com subsequentes testes de comparações múltiplas, através do Teste

de Tukey. Finalmente verificou-se a ocorrência de correlação entre os domínios do

WHOQOL-Bref (1998)3 e os fatores da Escala de Bem - Estar Subjetivo - EBES por

meio da aplicação do coeficiente de correlação de Pearson. Os resultados indicaram que

é necessário pensar em ações de prevenção e promoção da saúde e em uma ampliação

da política de assistência ao estudante, com intervenções psicossociais que reflitam

satisfatoriamente no bem-estar subjetivo e na qualidade de vida dos mesmos.

³Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde

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Ao avaliar a capacidade de otimismo, suporte social e valores de trabalhadores

como preditores do bem-estar-subjetivo, Freitas (2009) revelou que através da análise

de três modelos preditivos o otimismo e o suporte emocional repercutem positivamente

sobre a satisfação com a vida e sobre os afetos positivos, valores do trabalho de

prestígio também repercutem positivamente sobre os afetos positivos. Os resultados do

estudo mostraram que o estado otimista é um poderoso fator de impacto positivo sobre

o bem-estar subjetivo.

O estudo de Carvalho (2009) apresentou a construção do vínculo organizacional

por meio das novas tecnologias do poder e o impacto da ruptura deste vínculo por meio

da aposentadoria. A aplicação das escalas para avaliar BES possibilitou a verificação

das dimensões afetivas negativa, positiva e da satisfação dos respondentes com suas

próprias vidas. Os aposentados consideram-se, de uma forma geral, satisfeitos com suas

vidas, com pouca representatividade na dimensão afetiva negativa e considerável

representatividade na dimensão afetiva positiva. Percebeu-se um forte vínculo

organizacional que se perpetua após a aposentadoria. Em grande parte, a não

interrupção do exercício profissional após a aposentadoria assegura o bem-estar

subjetivo dos indivíduos, evitando o sentimento de declínio ou de inutilidade social.

O estudo descritivo, transversal e correlacional de Scorsolini-Comin (2009) teve

por objetivo investigar as relações existentes entre os domínios dos construtos bem-estar

subjetivo, conjugalidade e satisfação conjugal. O estudo assumiu como referencial

teórico a Psicologia Positiva. Foram utilizadas a Escala de Bem-estar Subjetivo EBES;

Dyadic Adjustment Scale DAS; e Escala de Satisfação Conjugal. A conclusão

decorrente é que tais domínios adaptativos e favoráveis ao estabelecimento de vínculos

e à manutenção dos relacionamentos estão correlacionados ao que é percebido pelos

cônjuges como satisfação. O autor compreende que, na contemporaneidade, os padrões

de conjugalidade devem estar abertos à transformação não apenas dos hábitos e

costumes, dos modos de vinculação e dos fatores que contribuem para que um casal

permaneça junto e experimente sentimentos de prazer e satisfação, mas também das

pessoas e daquilo que as mesmas concebem ou avaliam como satisfação e bem-estar.

Assim, aponta o autor que não se deve apenas investigar as transformações da

conjugalidade ou da intimidade, mas as transformações da própria percepção subjetiva

de felicidade e bem-estar, quer no casamento ou não.

A pesquisa empírica de Zanon (2009) sobre as relações do pensamento

ruminativo (que significa, no sentido figurativo, reflexão demorada, persistente,

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obsessiva e cuidadosa, as quais aumentam a ansiedade, que aumenta a ruminação, como

uma bola de neve) e reflexivo com bem-estar subjetivo (BES), e facetas do

neuroticismo/ajustamento emocional e com o sexo, (vulnerabilidade, desajustamento

psicossocial, depressão e ansiedade) verificou que a ruminação, está relacionada com

afeto negativo, ansiedade, vulnerabilidade e depressão.

Para as análises de dados do estudo de Andrade (2008) foram realizadas as

médias referentes ao comprometimento com a carreira, entrincheiramento na carreira4 e

bem-estar subjetivo dos professores. Foram realizadas também as correlações de

Pearson e as análises de variância (ANOVA) entre as variáveis dependentes. A relação

que o professor universitário estabelece com a sua carreira e sobre seu de bem-estar

subjetivo, segundo o autor é que o bem-estar subjetivo relaciona-se positivamente com

o comprometimento com a carreira, o que não ocorre com o entrincheiramento4, cujas

correlações negativas com o bem-estar foram fracas ou ausentes. Isto indica que o

vínculo não exerce variações importantes no bem-estar subjetivo, pois deve haver

mecanismos adaptativos que mediam esta relação.

O propósito de Amaral (2008) foi identificar possíveis relações entre padrões de

comprometimento com a organização, considerando as suas diferentes bases, e as

dimensões do BES. Os resultados mostraram correlações positivas e significativas entre

a base afetiva/normativa do comprometimento organizacional e as dimensões que

caracterizam o BES e com sua medida global. Diferentemente, a base instrumental

apresenta correlações negativas, exceto com a dimensão afetos negativos da medida de

BES. Quanto à variável “natureza da IES”, as diferenças foram significativas para os

docentes das IES privadas quanto à base instrumental. Dois grupos apresentaram níveis

mais elevados de BES, fortalecendo a hipótese de que maior intensidade do vínculo

afetivo associa-se positivamente a melhores indicadores de BES.

Oliveira (2008) em sua tese procurou conhecer em que medida as condições de

trabalho dos médicos têm implicações no seu bem-estar subjetivo. Especificamente:

pretendeu-se conhecer o nível de bem-estar e burnout vivenciado por médicos,

contrastando com outras duas categorias profissionais (enfermeiros e psicólogos).

Objetivando ainda saber em que medida as variáveis de contexto laboral (por exemplo;

percepção das condições de trabalho; carga horária) poderiam afetar uma das dimensões

principais do bem-estar subjetivo (a satisfação com a vida). Sua conclusão aferiu que os

4 ato de firmar-se, vincular-se, agarrar-se

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médicos apresentaram dano psicológico em razão do trabalho exercido, principalmente

em relação ao burnout e que sua satisfação com a vida pode se fundamentar em

variáveis do seu contexto laboral. Sugeriram-se estudos que deveriam ser realizados no

futuro, além de ressaltar a necessidade de programas que visem promover a saúde de

profissionais responsáveis por assegurar a saúde da população.

A pesquisa de artigos no Portal CAPES, nas revistas com Qualis A1, A2, e B1

com o descritor ‘bem-estar subjetivo’ entre 2008 e 2012 apresentou 8 artigos sendo

quatro com Qualis A1, e quatro Qualis A2, não foram encontrados artigos B1 conforme

demonstrados no Quadro 6. Não foram encontrados artigos em 2010

QUADRO 6 – Artigos das Revistas Qualis A1, A2 e B1 – CAPES

Revista Artigo Qualis Ano

Psicologia: Reflexão e Crítica

A medida positiva dos afetos: Bem-estar subjetivo em pessoas casadas.

A1 2012

Coping em Situações Específicas, Bem-estar Subjetivo e Autoestima em Adolescentes.

A1 2009

Associação entre bem estar subjetivo e personalidade no modelo dos cinco grandes fatores.

A1 2009

Psicologia: Teoria e Pesquisa

Relação entre orientações motivacionais, ansiedade e autoconfiança, e bem-estar subjetivo em atletas brasileiros.

A1 2012

Estudos de Psicologia

Psicologia positiva e o estudo do bem-estar subjetivo.

A2 2008

Psicologia: Ciência e Profissão

Bem-estar subjetivo emocional e coping em adultos de baixa renda.

A2 2008

Psico USF

Felicidade, bem-estar subjetivo e variáveis sociodemográficas, em grupos de estudantes universitários

A2 2012

Psicologia: Ciência e Profissão

Envolvimento religioso e bem-estar subjetivo em idosos.

A2 2009

O artigo de Scorsolini-Comin e Santos (2012) apresenta a análise das

correlações entre (BES) em uma amostra de 106 pessoas casadas entre seis e onze anos.

Todos os fatores da EBES mostraram-se correlacionados entre si de modo significativo

também em pessoas casadas, o que corroborou os resultados do estudo de validação da

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escala. No entanto, destacou a necessidade de estudos futuros que avaliem o BES em

casais (díades), o que pode contribuir na investigação sobre se essa noção sofre

influência do cônjuge ou apenas da situação conjugal.

Antoniazzi, Souza e Hutz (2009) buscaram identificar diferenças nas estratégias

de coping utilizadas por adolescentes em três áreas específicas: familiar, social e

escolar, bem como avaliar correlações entre coping, bem-estar subjetivo e autoestima.

Os resultados apontaram diferenças situacionais significativas no emprego de

estratégias de coping entre o domínio social e escolar social. Entretanto, não foram

verificadas correlações significativas. Foram encontradas correlações significativas

entre coping e bem-estar subjetivo para os domínios entre coping e autoestima.

Em seu estudo Nunes; Hutz e Giacomoni (2009) investigaram as relações entre

Bem-Estar Subjetivo (BES) e os fatores Extroversão, Socialização e Neuroticismo

definidos no modelo dos Cinco Grandes Fatores, considerando BES como uma

importante variável psicológica que se refere à forma como as pessoas julgam as suas

vidas. Existem modelos explicativos concorrentes para BES, mas as principais

propostas defendem que personalidade é um elemento central para a determinação dessa

variável. Os resultados encontrados reforçam a hipótese de que a estrutura da

personalidade é um elemento central para BES e detalham as associações de seus

componentes com as facetas das escalas brasileiras para a avaliação dos fatores de

personalidade englobados no estudo.

O artigo de Fernandes; Vasconcelos-Raposo e Fernandes (2012) apresenta uma

investigação sobre a relação entre orientações motivacionais, ansiedade e autoconfiança

e bem-estar subjetivo (afetos positivos e negativos, e satisfação com vida) através da

técnica de análise de caminhos. Os questionários foram aplicados no dia anterior à

competição, no local de treino dos atletas. Os principais resultados suportaram

parcialmente o papel mediador da ansiedade e autoconfiança na relação entre

orientações motivacionais e bem-estar subjetivo.

O artigo de Passareli e Silva (2008) é uma revisão teórica do surgimento da

Psicologia Positiva como um importante novo campo de estudos da Psicologia

contemporânea e verificou a especial atenção que é dada a um de seus principais

componentes da psicologia positiva - o bem-estar subjetivo. Buscando elucidar os

aspectos envolvidos no estudo do BES, este artigo procurou abordar alguns de seus

principais correlatos. O melhor entendimento dos fatores envolvidos com o surgimento

tanto de emoções positivas quanto de negativas permite uma maior compreensão da

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condição humana diante das adversidades, bem como o entendimento do ser humano a

partir de suas potencialidades, e não apenas de suas fraquezas, como acontece tão

fortemente até o momento.

O artigo de Albuquerque; Martins e Neves (2008) objetivou avaliar o

bem-estar subjetivo emocional e identificar a principal estratégia de enfrentamento

(coping) utilizada por indivíduos de baixa renda, com idade adulta avançada (entre 40 e

55 anos), dos ambientes urbano e rural da Paraíba. Considerou-se uma amostra não

probabilística por cotas, distribuídas por ambientes (rural e urbano) e por sexo. Foram

encontradas três estratégias de enfrentamento: focalizada no problema, enfrentamento

evasivo e práticas religiosas. A estratégia focalizada no problema foi a mais pontuada

em ambos os ambientes. No que diz respeito ao sexo, não houve diferença, devido ao

caráter homogêneo da amostra. Observou-se que os participantes tendem mais ao bem-

estar subjetivo do que ao distress (quando o organismo não sabe adaptar-se a uma nova

situação e responde de forma desmesurada ao estimulo que essa situação provoca) e que

no ambiente rural essa tendência é maior do que no urbano. A fonte central de distress é

a questão econômica.

O artigo de Dela Coleta J.; Lopes e Dela Coleta M. (2012), apresenta um estudo

que foi conduzido junto a 388 estudantes universitários, utilizando um conjunto de

escalas para medida de variáveis associadas à felicidade, bem-estar subjetivo,

comportamento social e algumas questões sobre dados biográficos. Ao se testarem as

diferenças entre as médias dos diversos grupos, constituídos por suas características

biográficas, verificou-se que as mulheres, os mais jovens, os casados ou namorados, os

religiosos, os que estudaram em escolas privadas no ensino fundamental e públicas no

ensino superior, que conhecem outros idiomas, com renda familiar mais alta, com altos

níveis de escolaridade dos pais, com mais altos níveis socioeconômicos mostram-se

significativamente mais populares, menos solitários, mais satisfeitos com a vida e mais

felizes.

As inter-relações do envolvimento religioso com o bem-estar subjetivo em

idosos foram estudadas por Cardoso e Ferreira (2009). Participaram da pesquisa 256

indivíduos de ambos os sexos, com idades variando de 60 a 90 anos, que responderam a

três instrumentos destinados a mensurar sua satisfação com a vida, seus afetos positivos

e negativos e seu envolvimento religioso, bem como às perguntas de natureza

sociodemográfica. Os resultados evidenciaram que dentre as dimensões do

envolvimento religioso, apenas a religiosidade subjetiva se correlacionou positiva e

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significativamente com a satisfação com a vida, não foram observadas correlações entre

o envolvimento religioso e os afetos positivos e negativos, e os idosos protestantes

apresentaram níveis mais elevados de afetos positivos que os católicos.

O conceito de bem-estar no trabalho também tem como foco os aspectos

positivos de indivíduos e organizações e se contrapõe aquele que enfatiza as doenças e o

mecanismo de adoecimento. Como apresentado a seguir, o conceito de bem estar no

trabalho abre uma nova perspectiva de investigação apoiado na Psicologia Positiva.

1.3 Bem-estar no trabalho.

Os principais autores da Psicologia Positiva (SELIGMAN;

CSIKSZNTMIHALY, 2000) afirmam que os recursos psicológicos que promovem o

melhor enfrentamento de infortúnios, de situações adversas e de doenças relacionadas

ao trabalho, por parte de indivíduos saudáveis é o que se procura identificar quando se

busca conhecer os principais elementos que levam os indivíduos às relações de bem-

estar no trabalho. O bem-estar no trabalho é um elemento fundamental para se viver

bem, pois, em geral, as pessoas costumam passar grande parte de suas vidas dedicando-

se ao trabalho.

Ao se abordar o bem-estar no trabalho, deve-se considerar a experiência

cumulativa de afetos vivenciados pelo trabalhador (DANIELS, 2000). A satisfação de

necessidades e a realização de desejos dos indivíduos ao desempenhar o seu papel na

organização é bem-estar no trabalho para Paz (2004). Uma das principais condições

para que ocorra o bem-estar no trabalho é a existência de percepção de práticas justas

organizacionais, de valores e de confiança do empregado na organização, elementos que

levam os empregados a desenvolver e reconhecer vínculos positivos com o trabalho e

com a organização. (PADOVAN, 2005)

Trata-se de um construto que contém uma dimensão cognitiva, avaliada pela

satisfação no trabalho e uma dimensão afetiva associada aos afetos positivos e negativos

associados ao trabalho como afirmam Ferreira et al. (2007). Para Souto e Rego (2007),

o construto reflete a frequência de experiências com afetos positivos e a escassez com

experiências de afetos negativos. Já para Paschoal e Tamayo (2008), o bem-estar no

trabalho consiste na prevalência de emoções positivas no trabalho e na percepção do

indivíduo de que ele expressa e desenvolve suas habilidades e potenciais e avança no

alcance de suas metas de vida a partir do seu trabalho.

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Siqueira e Padovan (2008) reconhecem as concepções originais encontradas na

literatura como: Satisfação no Trabalho, Envolvimento com o Trabalho e

Comprometimento Organizacional Afetivo, sendo que: Satisfação no Trabalho: “[...]

Um estado emocional positivo ou de prazer, resultante de um trabalho ou experiência no

trabalho" (LOCKE, 1976). O envolvimento com o Trabalho: “[...] O grau em que um

desempenho afeta uma pessoa no trabalho e afeta sua auto-estima" (LODAHL;

KEJNER, 1965). E o comprometimento Organizacional Afetivo: “[...] um estado no

qual um indivíduo se identifica com uma organização particular e com seus objetivos,

desejando manter-se afiliado a ela com vista a realizar tais objetivos” (MOWDAY;

STEERS; PORTER, 1979). Essas definições representam as concepções seminais dos

três conceitos, Siqueira e Padovam (2008) reestruturam essas definições e integram os

três indicadores de bem-estar no trabalho conceituando BET na contemporaneidade:

satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional

afetivo.

Atualmente satisfação com o trabalho tem sido descrita como um vínculo

positivo com o trabalho. As satisfações que se obtém nos relacionamentos com a chefia

e com os colegas de trabalho como também as satisfações advindas do salário pago pela

empresa, oportunidades de promoção ofertadas pela política de gestão da empresa

representam os aspectos específicos deste vínculo.

Alguns autores destacam que envolvimento com o trabalho é o grau de

identificação psicológica do indivíduo com o seu trabalho e a importância do trabalho

para a autoimagem. Em tais definições é possível verificar que quando o colaborador se

encontra num estado de envolvimento, o trabalho o absorve e contribui para que suas

atividades sejam experienciadas positivamente (MEYER; ALLEN, 1984). A dimensão

envolvimento tem sido definida como um estado que implica o positivo e relativamente

completo engajamento dos aspectos essenciais do eu no trabalho, enquanto que um

estado de alienação implica a perda da individualidade e separação do eu do trabalho

(MUCHINSKY, 2000).

Essas definições carregam em si evidências da existência de variáveis

subjacentes à personalidade que predispõem o trabalhador a se envolver mais ou menos

com o trabalho. Siqueira e Gomide Jr. (2004), a esse respeito, listam algumas

características pessoais a serem consideradas na determinação do envolvimento com o

trabalho: (a) adoção de ética protestante ou a ênfase na virtude do trabalho como um fim

em si mesmo, (b) locus de controle ou ênfase no controle sobre eventos da vida, (c)

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autoestima ou senso de competência e influência para controlar o meio, e (d)

necessidade de crescimento ou quando no trabalho são encontradas satisfações para as

necessidades psicológicas do indivíduo.

Além das características pessoais, Siqueira e Gomide Jr. (2004) enunciam outros

fatores antecedentes ao envolvimento com o trabalho: (a) as características do cargo,

representadas pela autonomia para realizar as tarefas, o significado que as tarefas

assumem na vida do colaborador, a identificação pessoal com as tarefas e a variedade e

as habilidades necessárias para que a tarefa seja realizada; (b) as características dos

líderes, por exemplo, a consideração que a chefia dispensa às relações pessoais e

profissionais aos subordinados, a participação do colaborador nas decisões da chefia, a

quantidade e qualidade da comunicação que se estabelece entre a chefia e o colaborador

e (c) os papéis desempenhados na organização, uma vez que os conflitos entre os papéis

organizacionais ou a existência de orientações pouco claras à execução das tarefas

podem representar impeditivos ao envolvimento com o trabalho. De todo modo, parece

certo que a natureza dos cargos determina o envolvimento com o trabalho.

Werther e Davis (1983) referem três níveis a se considerar nos projetos dos

cargos: o organizacional (relativo à habilidade, disponibilidade e expectativas sociais

dos empregados), o ambiental (relativo ao ambiente externo) e o comportamental

(relativo às necessidades humanas e ao comportamento do indivíduo manifesto no

contexto). A esse respeito, Siqueira (2002), por exemplo, sugere que as ações e decisões

gerenciais podem afetar toda cadeia psicossocial do contexto do trabalho em função de

sua influência sobre a estruturação dos componentes de um esquema mental.

Especificamente no nível comportamental e de maneira semelhante Siqueira e Gomide

Jr. (2004) destacam que a autonomia, a variedade, a identidade das tarefas e a retro

informação são dimensões a serem consideradas. Portanto, tornar o trabalho produtivo

requer coerência no tratamento e acompanhamento desses níveis, bem como um projeto

de cargo bem delineado e dimensionado.

Quanto ao comprometimento organizacional existe consenso entre alguns

teóricos de que o comprometimento é multidimensional. O modelo tridimensional

desenvolvido por Meyer e Allen (1984) diferencia e analisa três bases do

comprometimento: afetiva, instrumental e normativa. O enfoque afetivo corresponde ao

grau que o colaborador se sente emocionalmente ligado, identificado e envolvido com a

sua saída da empresa e nelas permanecem porque querem; o enfoque normativo diz

respeito ao grau em que o colaborador possui um sentimento de obrigação, ou dever

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moral, de permanecer na organização e nela permanece porque sente que deve; o

enfoque instrumental é o grau em que o colaborador se mantém ligado à organização

devido ao reconhecimento dos custos associados com a sua saída da empresa e nela

permanece porque precisa. Essas bases constituem-se em vínculos. Nesse modelo

desenvolvido pelos autores, essas diferentes bases não podem ser confundidas com tipos

de comprometimento. Elas são, na realidade, dimensões de comprometimento que estão

presentes em qualquer vínculo, com força diferenciada.

Mowday, Steers e Porter (1979) usaram a definição elaborada anteriormente por

Porter e Smith (1970) para definir comprometimento como uma relação forte entre um

indivíduo identificado e envolvido com uma organização, e pode ser caracterizado por

três fatores: estar disposto em exercer um esforço considerável em benefício da

organização, a crença e a aceitação dos valores e objetivos da organização e um forte

desejo de se manter como membro da organização.

Bastos (1994) estabeleceu vários significados para a palavra comprometimento.

Dentre elas identificou o comprometimento com um significado de engajamento,

agregamento e envolvimento. O autor ressaltou o comprometimento e seu caráter

disposicional: “Como uma disposição, comprometimento é usado para descrever, não só

ações, mas o próprio indivíduo é assim tomado, como um estado, caracterizado por

sentimentos ou reações afetivas positivas tais como lealdade em relação a algo” (1994,

p. 86). Segundo este autor comprometimento é ainda uma propensão à ação, de se

comportar de determinada forma, de ser um indivíduo disposto a agir. O

comprometimento como um conjunto de sentimentos e ações do indivíduo em relação a

sua organização.

A satisfação no trabalho, como outro componente do bem-estar no trabalho

encontra na literatura concepções como a de Locke (1969) que define satisfação no

trabalho como o resultado da avaliação que o trabalhador tem sobre o seu trabalho ou a

realização de seus valores por meio dessa atividade. Vale ressaltar que esse autor

diferencia valores de necessidades, visto que necessidades referem-se à sobrevivência e

ao bem-estar do indivíduo, sendo essas inatas e comuns a todos, e os valores são

diferentes de pessoa para pessoa, pois vão ao encontro do que o indivíduo deseja ou

percebe como benéfico (LOCKE, 1969, 1976).

Segundo Locke (1969, 1976) a satisfação no trabalho é um estado emocional,

porque a emoção deriva da avaliação dos valores do indivíduo, e por tratar-se de um

estado emocional, a satisfação possui dois fenômenos: o de alegria (satisfação) e o de

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sofrimento, desprazer (insatisfação). Apesar de Locke (1969, 1976) relatar que a

satisfação no trabalho é um fenômeno individual, ressalta que os fatores causais podem

ser classificados em dois grandes grupos: eventos e condições do trabalho (trabalho

propriamente dito, pagamento, promoção, reconhecimento, condições de trabalho,

ambiente de trabalho); e agentes do trabalho (colegas e subordinados, supervisores,

empresa/organização), assinalando que os fatores causais devem ser analisados em suas

inter-relações. Locke (1976) refere ainda, que a satisfação no trabalho pode gerar

consequências tanto para o indivíduo como para a organização, afetando aspectos

comportamentais e a saúde física e mental do trabalhador.

A satisfação no trabalho é um sentimento que resulta da situação total do

trabalho. Fraser (1996) apresenta satisfação no trabalho como um estado pessoal,

subjetivo, dinâmico e constantemente modificável por condições intrínsecas e

extrínsecas do trabalho e do trabalhador. Determinados autores concordam que

satisfação e insatisfação no trabalho fazem parte de um mesmo fenômeno, não sendo

desassociados. Martinez (p.1228, 2002) aponta que essa concepção considera que a

satisfação e a insatisfação, estão em um contínuo, em que a satisfação encontra-se em

um extremo e a insatisfação em outro, “não dando suporte à concepção de dois

contínuos unipolares independentes (um pertencendo à satisfação e outro, à

insatisfação)”. Algumas definições sobre o tema satisfação no trabalho apresentam-se

divergentes.

Alguns autores consideram como um estado emocional, um sentimento,

conforme apresentado anteriormente. Outros consideram satisfação como uma atitude

(REGO, 2001). Essas diferenças podem resultar em erros metodológicos de pesquisa e

devem ser observadas e consideradas quando da escolha do instrumento de medida para

ir ao encontro dos objetivos propostos. Para Rego (2001), a satisfação no trabalho está

relacionada ao tratamento de justiça e de respeito a que o trabalhador é submetido.

Os Psicólogos adeptos da Psicologia Positiva compreendem que este estado é

capaz de proporcionar circunstâncias favoráveis para melhorar a qualidade de vida das

pessoas. Essa sensação de bem-estar é denominada fluxo e deve-se ao fato de o corpo e

a mente estarem trabalhando em harmonia. “O equilíbrio entre desafios e habilidades é a

principal condição para que ocorra a experiência de fluxo sendo um dos principais

facilitadores para o trabalho” (CSIKSZENTMIHALYI, p.14, 2004). As principais

características do estado de fluxo são: as metas são claras e o feedback é imediato, a

concentração é intensa e focada no momento, ocorre fusão entre ação e consciência,

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sensação de perda da consciência reflexiva e de controle de suas próprias ações, a noção

de tempo é alterada, e a atividade é intrinsecamente recompensadora por si mesma.

O surgimento do estado de fluxo, decorrente de altos níveis de envolvimento faz

as pessoas desejarem continuar a atividade pela satisfação que sentem, pois os desafios

enfrentados combinam com a capacidade de enfrentá-los, promovendo a gratificação e o

aumento de suas habilidades (forças pessoais). Assim, as pessoas que conhecem suas

forças pessoais podem buscar atividades em que estas forças são necessárias e, com

isso, exercer um papel ativo na elevação de seus níveis de felicidade, como, por

exemplo, aprendendo a transformar as ocupações em atividades criadoras do fluxo, e a

pensar em maneiras de tornar mais agradáveis as relações com pais, cônjuges, filhos,

amigos e com o trabalho (LODAHL; KEJNER, 1965)

Quando as atividades de trabalho incluem desafios que exigem habilidades

individuais na sua execução, quando as metas a serem alcançadas são percebidas

claramente e o retorno é imediato, a segunda dimensão de BET, ou seja, envolvimento

com o trabalho é compreendido como um estado de fluxo (CSIKSZENTMIHALYI,

1999, p. 17), na sua concepção atual, após quatro décadas da proposta por Lodhal e

Kejner (1965).

Evidências empíricas demonstram relações negativas entre comprometimento

com a organização e absenteísmo e rotatividade. Neste sentido, o comprometimento

com a organização é um melhor indicador, porque é uma resposta mais abrangente e

duradoura para a organização. O comprometimento organizacional afetivo é definido

como uma ligação afetuosa com uma organização (SIQUEIRA, 2008). O terceiro

componente do conceito de BET, é um vínculo que inclui sentimentos positivos como

entusiasmo, orgulho, contentamento, confiança, apego e dedicação à empresa

empregadora (SIQUEIRA, 1995, 2008).

Ainda que, não esteja assentado em emoções positivas, esse modelo de três

componentes para BET, pressupõe que os três vínculos positivos que o constituem

(satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento

organizacional afetivo) possam ampliar o espectro do estado psicológico positivo e

saudável do trabalhador. O modelo brasileiro de BET de Siqueira e Padovan é o que

será utilizado neste trabalho.

Finalizando a apresentação da origem e trajetória do conceito de bem-estar no

trabalho segue os resultados da produção bibliográfica recente.

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As pesquisas internacionais foram realizadas na base de dados PsycINFO de

2008 a 2012 com o descritor ‘well-being at work’. Foram encontrados três artigos

contidos no Quadro 7. Não foram encontrados artigos nos anos de 2009, 2010 e 2011.

QUADRO 7 – Artigos de revista internacionais – Base PsycINFO 2008 A 2012

Revista Artigo Ano Work & Stress Journal of Public Mental Health European Journal of Work and Organizational Psychology

Does dispositional capacity for self-control attenuate the relation between self-control demands at work and indicators of job strain?

2012

Capturing wellbeing at work.

2012

Organizational justice and extrarole customer service: The mediating role of well-being at work.

2008

O objetivo do trabalho de Shephard et al. (2012) foi relatar uma medida de 12

itens desenvolvida pelos autores, que avalia e monitora o bem-estar dos funcionários em

uma organização, ou seja, o bem-estar no trabalho (BET). O artigo relata que a pesquisa

revelou que os indivíduos com baixo bem-estar no trabalho ou deterioração do bem-

estar deram respostas distintas a perguntas sobre seu futuro no trabalho, o que

possibilitou ampla discussão dentro da organização sobre as ações para melhorar o

bem-estar do empregado.

O artigo de Schmid et al. (2012) examinou a capacidade individual de

autocontrole (como um recurso psicológico) moderador das influências negativas das

exigências (como um estressor psicológico no trabalho) na tensão de trabalho dos

empregados e percepção de bem-estar no trabalho. As descobertas chamaram a atenção

para a importância de melhorar a correspondência entre auto-controle e auto-controle de

demandas de serviços em relação com a capacidade dos empregados, a fim de fazer

auto-controle de demandas menos estressante e aumentar o bem-estar no trabalho.

O objetivo do artigo de Moliner et al. (2008)foi propor e testar um modelo de

extra papel no atendimento ao cliente (EPAC). Propuseram verificar se a justiça

organizacional (distributiva, processual, interpessoal e informacional) promove o bem-

estar no trabalho (Burnout baixo e engajamento alto). Os resultados do modelo de

equações estruturais defendeu a importância do papel mediador do lado positivo de

bem-estar no trabalho (engajamento) na relação entre justiça organizacional e EPAC.

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As Teses e Dissertações foram pesquisadas na Base CAPES com o descritor

‘bem-estar no trabalho’ de 2008 a 2012 foram encontradas uma tese e seis dissertações

contidas no Quadro 8. Não foram encontradas Teses ou Dissertações em 2012.

QUADRO 8 - Teses e Dissertações - Base CAPES

Teses/Dissertações IES Ano

Inteligência emocional, confiança do empregado na organização e bem-estar no trabalho: Um estudo com executivos.

UMESP

2011

Os impactos do balanço emocional, otimismo e percepções de suportes sobre bem-estar no trabalho de agentes comunitários de saúde.*

UMESP 2010

Percepção de suporte social e bem-estar no trabalho: um estudo com professores.

UMESP 2009

Relações de suporte e bem-estar no trabalho em pessoas com deficiência.*

UMESP 2009

Bem-estar no trabalho: relações com suporte organizacional, prioridades axiológicas e oportunidades de alcance de valores pessoais no trabalho.**

UnB 2008

Experiências afetivas no contexto organizacional e seu impacto sobre o bem-estar no trabalho.*

UMESP

2008

Bem-estar no trabalho: influência das bases de poder do supervisor e dos tipos de conflito.*

UFU 2008

Teses ** Dissertações *

Em seu estudo realizado em uma empresa de engenharia e construção, Barros

(2011) verificou a interdependência entre inteligência emocional, confiança do

empregado na organização e bem-estar no trabalho. Mesmo não tendo havido nenhuma

correlação significativa entre inteligência emocional e bem-estar no trabalho, os

resultados revelaram que a confiança do empregado na organização teve correlações

significativas com as dimensões de bem-estar no trabalho. Dentre os três indicadores de

bem-estar no trabalho, a correlação mais alta e significativa se deu entre

comprometimento organizacional afetivo e padrões éticos.

Como o principal objetivo de Barbosa (2010) em seu estudo foi submeter à

análise um modelo preditivo para BET e analisar a capacidade de predição do balanço

emocional (afetos positivos/negativos); do otimismo e de percepções de suporte (social

no trabalho e organizacional) sobre as três dimensões de BET, verificou que no modelo

preditivo de BET essas dimensões poderiam variar sob o impacto de três preditores:

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percepção de suporte organizacional; afetos positivos e percepção de suporte

instrumental.

Ferraz (2009) analisou as relações entre bem-estar no trabalho e percepção de

suporte social no trabalho em professores do ensino fundamental. Avaliados pelo

modelo brasileiro BET (Siqueira e Padovan, 2008) os resultados apontaram para

satisfação com os colegas, com a chefia e com as tarefas, mas pouca satisfação com

salários e promoções. Os professores apresentaram comprometimento afetivo com suas

escolas e envolvimento com o trabalho que realizam.

Pereira (2009) analisou as relações entre percepções de suporte (social, social no

trabalho e organizacional) e bem-estar no trabalho (satisfação no trabalho, envolvimento

com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo) em trabalhadores com

deficiência (PCD). Os resultados não revelam discrepâncias entre estudos realizados

com trabalhadores sem deficiências (considerados "normais") e PCD. No entanto,

apontam que em termos de satisfação no trabalho, as PCD tendem a aumentar o seu

vínculo com o trabalho vivenciando mais satisfação na medida em que também

aumentam os suportes ofertados pela organização, pela rede social no contexto do

trabalho e fora dele.

O bem-estar dos trabalhadores foi mensurado pela medida brasileira BET

(SIQUEIRA; PADOVAN, 2008). Com essa medida Resende (2008) investigou o

impacto das bases de poder do supervisor (recompensa; coerção; legítimo e perícia) e

dos conflitos (de tarefa e de relacionamento) entre supervisor e subordinado e entre

colegas de um grupo de trabalho no bem-estar dos trabalhadores. Segundo este estudo

os resultados sugerem que as bases de poder legítimo e perícia podem colaborar para

aumentar a satisfação no trabalho e que a presença de conflito de tarefa parece

enriquecer o trabalho, diminuindo a insatisfação.

Os resultados do estudo de Silvério (2008) revelaram que o principal preditor

das dimensões de bem-estar no trabalho foram os afetos positivos. O autor submeteu ao

teste empírico as relações entre experiências afetivas no contexto organizacional e três

dimensões de bem-estar no trabalho - satisfação no trabalho; envolvimento com o

trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Segundo o autor, parece ser

adequado afirmar que bem-estar no trabalho seja um estado psicológico sustentado; em

especial; pela vivência de emoções positivas no contexto organizacional.

Paschoal (2008) teve como objetivo em sua tese testar o impacto do suporte

organizacional, do suporte social e da interação entre oportunidades de alcance de

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valores pessoais no trabalho e valores pessoais sobre o bem-estar no trabalho. Este

constructo contemplou o afeto e a experiência de realização/expressividade no trabalho.

Os resultados revelaram que o suporte organizacional e as oportunidades de alcance de

valores pessoais no trabalho tiveram impacto direto sobre o bem-estar no trabalho.

A pesquisa realizada na base CAPES, com o descritor bem-estar no trabalho de

2008 a 2012 apresentou cinco artigos sendo três na Revista de Administração

Contemporânea – Qualis B1, um na Revista Psicologia: Ciência e profissão – Qualis A2

e um na Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa – Qualis A1, como apresentado no

Quadro 9.

QUADRO 9 – Artigos – Base CAPES

Revista Artigo Qualis Ano

Revista de Administração

Contemporânea

Bem-Estar no Trabalho: Relações com Estilos de Liderança e Suporte para Ascensão, Promoção e Salários.

B1

2012

Políticas de Gestão de Pessoas, confiança e bem-estar: estudo em uma multinacional. Bem-Estar não Trabalho: Um Estudo sobre suas relações com Clima Social coping e Variáveis Demográficas.

Psicologia:Ciência e Profissão

O bem-estar no trabalho de Psicólogos em Serviços de Saúde Pública.

A2 2012

Psicologia: Teoria e Pesquisa

Bem-estar pessoal nas organizações: o impacto de configurações de poder e características de personalidade.

A1

2010

O artigo de Sant'anna; Paschoal e Gosendo (2012) testou a relação do suporte

organizacional para ascensão, promoção e salários, e os estilos gerenciais com o bem-

estar no trabalho. Essa variável contemplou o afeto positivo, o afeto negativo e a

realização pessoal do trabalhador. Os resultados indicaram que tanto os estilos

gerenciais quanto o suporte para ascensão, promoção e salários apresentam associações

significativas com o bem-estar no trabalho. O suporte, por sua vez, apresentou as

associações mais fortes com os fatores de bem estar e foi seu principal preditor. Assim,

quanto mais positiva é a percepção de suporte, maiores são o afeto positivo e a

realização do trabalhador, e menor é o afeto negativo.

O artigo de Horta; Demo e Roure (2012) relata uma pesquisa para avaliar a

relação existente entre as variáveis: políticas de gestão de pessoas (GP), bem-estar e

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confiança dos colaboradores nas organizações. Foi possível identificar e confirmar a

influência das políticas de GP na confiança do colaborador e no bem-estar no trabalho,

assim como a influência da confiança nesse bem-estar.

Rocha Sobrinho e Porto (2012) identificaram o impacto de variáveis

demográficas, do clima social e coping no bem-estar no trabalho. Para abordar bem-

estar foi utilizado modelo que unifica as correntes eudemônicas e hedonistas, e foram

utilizadas as escalas de bem-estar no trabalho, compostas pelos fatores: realização no

trabalho, afetos positivos e negativos; clima social. Concluiu-se que o clima social e as

estratégias de enfrentamento do estresse impactam no bem-estar no trabalho.

Sousa e Dela Coleta (2012) identificaram as percepções de psicólogos que

trabalham em serviços públicos de saúde, fatores que contribuem e os que prejudicam

seu bem-estar no trabalho. Os resultados apontaram problemas de gestão/organização e

problemas com a equipe, sugerindo que há necessidade de intervenções para melhorar o

bem-estar no trabalho desses profissionais.

O artigo de Dessen e Paz (2010) identificou o impacto das configurações de

poder organizacional e das características de personalidade do Big Five nesta variável.

Os resultados apontam uma relação positiva entre as configurações do sistema

autônomo e bem-estar, e negativa entre instrumento e bem-estar, sendo essas duas

últimas relações mediadas pela conscienciosidade.

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OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral: Analisar as relações entre conflito trabalho-família (CTF), bem-

estar subjetivo (BES) e bem-estar no trabalho (BET).

2.2 Objetivos específicos: apresentar, interpretar e discutir os escores médios de

CTF/CFT e das dimensões de BES e de BET.

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2. MÉTODO

Esse é um estudo de natureza quantitativa e com desenho transversal. O critério

para a escolha de participantes foi o de conveniência. A coleta de dados se deu por meio

de um questionário para aferir conflito trabalho-família, bem-estar subjetivo, bem-estar

no trabalho. Serão apresentados os participantes do estudo, a descrição das medidas

validadas de cada uma das dimensões pesquisadas e finalmente os procedimentos para a

aplicação, mensuração e análise dos dados obtidos.

2.1 Participantes

Tabela - 1 Dados dos participantes ( n=174) Variáveis Níveis f % Média Mediana Desvios padrão Sexo Feminino 92 52,9

Masculino 82 47,1 Idade

38,29 38 11,22

Estado Civil Solteiro 53 30,5

Casado 88 50,6

Outros 33 19,0 Nº de Filhos Nenhum

33,3 1,40

1,36

Conjugue trabalha Sim 92 52,9

Não 82 47,1

Escolaridade Fundamental completo 27 15,5

Nível médio completo 84 48,3

Superior completo 45 25,9

Especializ. completa 13 7,5

Mestrado completo 4 2,3

Doutorado completo 1 0,6

Tempo de trabalho na Empresa

6,67 3 7,91 Tipo empresa Pública 15 8,6

Particular 132 75,9

ONG 27 15,5

Chefia Sim 51 29,3

Não 123 70,7

Como realiza o Trabalho Sozinho 47 27,0

Com outra pessoa 60 34,5

Em grupo 67 38,5 Tempo diário c/ familia

6,45 5 4,29

Tempo diário no trabalho

9,40 10 2,01

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O estudo contou com a participação de 174 trabalhadores, sendo 52,9% do sexo

feminino, com idade média de 38,29 anos (DP=11,22), distribuídos em solteiros 30,5%,

casados 50,6% e em outros estados civis 19,0%. Quanto ao número de filhos verificou-

se que 33,3% não tinham filhos, 61,% de 1 a 3 filhos e 6,7% de 4 a 6 filhos. A

escolaridade variou de ensino fundamental completo 15,5% a doutorado completo

0,6%. A maioria dos participantes trabalhava em empresa particular (75,9%) e apenas

29,3% exerciam o cargo de chefia, os demais ocupavam outros cargos. Destes, 27,0%

executavam o trabalho sozinhos e 38,5% em grupo. O tempo despendido junto à família

era de em média de 6 horas e 45’ (DP=4,29), o tempo diário no trabalho era de 9 horas e

40’ em média (DP=2,01).

2.2 Instrumentos

Para a coleta de dados foi aplicado um questionário contendo três escalas para

aferir as dimensões de bem-estar subjetivo, uma de bem-estar no trabalho e uma escala

para aferir o conflito trabalho-família e família trabalho. A descrição das medidas

validadas encontra-se abaixo, onde se poderá constatar o valor de alpha de Cronbach de

cada uma delas.

Medidas de bem-estar subjetivo: para mensurar a dimensão emocional de BES,

aplicou-se a Escala de Ânimo Positivo e Negativo (EAPN), desenvolvida e validada por

Siqueira, Martins e Moura (1999), composta de 14 itens distribuídos em dois fatores –

afetos positivos (seis itens, α = 0,87; ex: feliz, alegre, contente) e afetos negativos (oito

itens α = 0,88; ex: irritado, desanimado, desmotivado) respondida em uma escala de

cinco pontos com âncoras variando de “nada” (1) a extremamente (5). A dimensão

cognitiva de BES afere-se pela Escala de Satisfação Geral com a Vida (ESGV)

(SIQUEIRA, GOMIDE JR. E FREIRE, 1996) versão reduzida composta de 15 itens

(α = 0,84) com respostas dadas em cinco pontos (1 = muito insatisfeito a 5 muito

satisfeito) (Ex. Estou satisfeito com a minha capacidade de fazer as coisas que quero).

Para aferir bem-estar no trabalho aplicou-se o Inventário de bem-estar no

trabalho (IBET13) construído e validado por Siqueira (2008), composto de duas

dimensões: Compromisso/satisfação e Envolvimento com o trabalho.

Compromisso/satisfação com o trabalho contém vínculos positivos para com a

organização (compromisso afetivo) como também satisfações com a chefia, salário,

promoções e tarefa, com um índice de precisão de α = 0,92 com 9 itens (Ex. Estou

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satisfeito com o grau de interesse que minhas tarefas despertam em mim/Estou satisfeito

com o meu salário comparado com os meus esforços no trabalho).

Envolvimento com o trabalho é composto por crenças de que o trabalho

realizado proporciona horas agradáveis e nele estão contidos aspectos importantes para

a vida com um índice de precisão α=0,87 com 4 itens (Ex. As coisas mais importantes

que acontecem na minha vida envolvem meu trabalho/As horas que passo trabalhando

são as melhores horas do meu dia).

Escala de Conflito Trabalho-Família – (ECTF). A escala foi construída e

validada no Brasil por Bastos e Aguiar (2014). A ECTF contém 10 itens distribuídos em

dois fatores: interferência do trabalho na família (5 itens, α = 0,90; ex: “As demandas do

meu trabalho interferem na minha vida familiar”) e interferência da família no trabalho

(5 itens; α = 0,85; ex: “As demandas da minha família interferem nas minhas atividades

de trabalho”), cujas respostas foram dadas em uma escala de seis pontos (1 = discordo

totalmente a 6 = concordo totalmente).

2.3 Procedimentos

Os questionários foram entregues aos trabalhadores das empresas que instruídos

sobre o fato de tratar-se de uma pesquisa acadêmica, poderia ser publicada para fins

científicos e não haveria devolutiva. Junto com a entrega dos questionários, os

trabalhadores receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que foi

devolvido e assinado. Os questionários puderam ser respondidos no prazo de 48 horas,

ou seja, os trabalhadores os levaram para sua casa e os entregaram em dois dias após o

recebimento reduzindo, assim, o possível desconforto causado pelo tempo despendido.

Para a análise dos dados foi usado o SPSS, versão 20, um programa que

desenvolve estatísticas descritivas e multivariadas, bem como estatísticas não

paramétricas. Foram calculadas frequências, percentuais, médias, desvios-padrão, e

índices de correlação, bem como índices de precisão das medidas usadas (Alpha de

Cronbach).

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Aspectos éticos

Foi informado a cada trabalhador voluntário desta pesquisa que o objetivo

do estudo era verificar as relações entre conflito trabalho-família e família-

trabalho, bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho. A tarefa dos respondentes

consistiu no preenchimento de um questionário com 52 proposições.

O nome de cada participante foi mantido em absoluto sigilo e os dados

foram analisados conjuntamente. Além disso, não houve qualquer ajuda

financeira, ou qualquer outro tipo de contribuição por parte dos pesquisadores

para a participação na pesquisa, tendo os participantes, total liberdade para

interromper sua participação na pesquisa sem qualquer tipo de prejuízo.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a finalidade de sistematizar a discussão, a apresentação dos

resultados foi organizada em duas sessões. Primeiramente encontram-se os

resultados das análises descritivas decorrentes das médias, desvios padrão,

amplitude das escalas de respostas e valores do teste t, do conflito trabalho-

família, bem-estar no trabalho, bem-estar subjetivo e, em seguida, a análise e

interpretação decorrente da comparação entre as médias das variáveis.

3.1 Análises Descritivas

A Tabela 2 contém estatísticas descritivas para cada uma das dimensões de

todas as variáveis do estudo, resultados que condizem com os objetivos

específicos do presente estudo.

Tabela 2 Médias, Desvios padrão,Amplitude das escalas de respostas e valores do teste t (n=174) Variáveis Média Desvio Padrão Amplitude das respostas Conflito Trabalho-família 2,28 0,96 1 a 6 Interferência trabalho-família 2,77 1,26 1 a 6 Interferência família trabalho 1,79 0,93 1 a 6 Bem-estar no trabalho

Comprometimento/satisfação 3,53 0,81 1 a 5 Envolvimento com o trabalho 2,76 0,92 1 a 5 Bem-estar subjetivo 1,82 1,32 1 a 5 Afetos positivos 3,58 0,73 1 a 5 Afetos negativos 1,76 0,78 1 a 5 Satisfação geral com a vida 3,66 0,61 1 a 5

Ao se comparar a média de ITF (Média=2,77; DP=1,26) com a média de IFT

(Média=1,79; DP=0,93) foi obtido um t significativo (t=11,31; p<0,01). Portanto, pode-

se afirmar que existe uma maior interferência do trabalho na família do que da família

no trabalho. Para essas pessoas a quantidade de tempo que dedicam ao trabalho traz

dificuldades para cumprir as responsabilidades familiares, impedindo-as de fazer as

coisas que gostariam de fazer em casa. As pressões do trabalho também restringem a

liberdade de planejar e alteram os poucos projetos para atividades familiares.

O estudo de Aguiar (2012) corroborou os resultados deste estudo, também

demonstrou existirem correlações mais fortes da interferência trabalho-família e não

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apresentou correlações tão fortes em relação a interferência família-trabalho, ou seja, há

maior interferência do trabalho na família do que da família no trabalho. Estes

resultados foram também confirmados pelo o estudo de Sanjutá e Barham (2011) o qual

demonstra que o conflito com origem no trabalho, ou seja, o conflito trabalho-família é

mais freqüente, portanto a interferência do trabalho na família é mais freqüente do que o

com origem na família, ou seja, a família interfere menos no trabalho.

O estudo de Silva e Rossetto (2010) apresentou resultados opostos aos obtidos

por este estudo. Os autores identificaram que o conflito nas relações em família

interferiu mais no trabalho, sobretudo na prática gerencial do que o conflito nas relações

de trabalho, ou seja, a família interfere mais no trabalho do que o trabalho na família, é

menor o índice de interferência do trabalho na família.

Analisando-se a diferença entre a média de compromisso e satisfação no

trabalho (Média=3,53; DP=0,81) com a média de envolvimento com o trabalho

(Média=2,76; DP=0,92) obteve-se um valor significativo do teste t (t=13,03; p< 0,01).

Diante desses resultados pode-se afirmar que o compromisso e a satisfação no trabalho

são maiores do que o envolvimento com o trabalho. Os trabalhadores apresentam uma

forte ligação com a organização, sentem entusiasmo e orgulho com a empresa onde

trabalham, bem como satisfações decorrentes do convívio com os colegas e chefias e

com as possibilidades de oportunidades e promoções.

Na pesquisa de Torezani (2005) ficou demonstrado que tanto a satisfação com o

trabalho quanto o comprometimento organizacional, estão presentes de forma mais

expressiva entre os entrevistados, no entanto o envolvimento com trabalho possui uma

média relativamente mais baixa, em conformidade com o resultado encontrado neste

estudo.

No que se refere ao envolvimento com o trabalho, os resultados de

Rosenstock (2011) apontam que os profissionais participantes do estudo, se identificam

com as tarefas desempenhadas, mas não estão envolvidos com o trabalho realizado,

gerando um resultado negativo. Já em relação ao comprometimento afetivo com a

organização, e com a satisfação no trabalho os resultados possuem maior índice de

positividade, ou seja, os profissionais se identificam com o trabalho que realizam e

sentem orgulho de fazer parte dele, corroborando os resultados encontrados neste

estudo.

A comparação entre a média de afetos positivos (M=3,58; DP=0,73) e afetos

negativos (M=1,76; DP=0,78) apresentou um resultado significativo no teste t (t=18,22;

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p<0,01). Deste modo, pode-se afirmar que os participantes deste estudo relataram maior

frequência de experiências positivas no seu dia-a-dia como de alegria, satisfação e

contentamento do que experiências negativas de desmotivação, nervosismo e tristeza.

Os resultados revelaram que houve maior frequência de afetos positivos em detrimento

dos negativos. Assim, pode-se depreender que os participantes possuem mais afetos

associados a episódios frequentes de prazer.

A pesquisa de Watson e cols. (1988) também encontrou maior índice de afetos

positivos sobre os negativos demonstrando que os participantes relataram maior

frequência de satisfação e alegria do que desmotivação e tristeza, tal quais os resultados

encontrados neste estudo.

Diener e Suh (1998) relacionam os afetos positivos a mais saúde, além de ser um

indicador de capacidade de ajuste e integração social. Afetos positivos favorece a

motivação, a alegria e o contentamento pessoal. Tugade e Frederickson (1998) ao

investigarem o uso de emoções positivas experimentalmente produziram resultados os

quais apontam que, emoções positivas, além de restaurar o equilíbrio do organismo,

produzem satisfação e prazer. De acordo com pesquisas de Frederickson (2001) as

emoções positivas promovem o engajamento em atividades com outras pessoas,

facilitam a exploração de novos assuntos, aprofundam relações interpessoais, gerando

satisfação e alegria, além de maior motivação.

Uma análise acerca da frequência com que os participantes relatam satisfação

geral com a vida (média=3,67; DP=0,61) situa-se significativamente acima do ponto

médio da escala de respostas (t=14,29; p< 0,01) demonstrando que tendem a estar

satisfeitos com sua disposição física, com seu relacionamento atual com a família, com

o que o futuro parece reservar e com o que já conseguiram realizar na vida.

Os resultados encontrados na pesquisa de Guedea et al., (2006) mostram que a

média das pontuações da satisfação com a vida foi significativamente maior do que a

média dos afetos positivos e dos afetos negativos e demonstram que os idosos

pesquisados também apresentam satisfação com sua disposição física e com as

realizações alcançadas em suas vidas, em conformidade com este estudo.

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3.2 Correlações

Nesta sessão serão apresentados os índices de correlação, sua interpretação e

discussão, conforme previsto no quarto objetivo específico do estudo.

Tabela - 3 Índices de Correlação

Variáveis 1 2 3 4 5 6 7 1 Conflito trabalho-família α=0,90 2 Conflito família-trabalho 0,49** α=0,85 Bem-estar no trabalho 3 Comprometimento/satisfação - 0,20** - 0,17* α=0,92 4 Envolvimento com o trabalho - 0,15* - 0,23** 0,52** α=0,87 Bem-estar subjetivo 5 Afeto Positivo - 0,31 ** - 0,26** 0,50** 0,34** α =0,87 6 Afeto Negativo 0,39** 0,36** -0,39** - 0,24** - 0,52** α=0,88 0,43**

7 Satisfação geral com a vida - 0,32** - 0,22** 0,31 ** 0,29** 0,54** -0,43** α=0,84

**P<0,0l

*P<0,05

Segundo Pallant (2007), análise de correlação é usada para descrever a força e a

direção linear da relação entre duas variáveis. No que se refere ao coeficiente de

Pearson a mesma autora afirma que os seus valores ficam entre -1 a +1, os quais

representam correlação perfeita. A correlação com valor zero indica ausência de

relação; a correlação com valor 1 indica correlação perfeita positiva, enquanto que a

correlação -1 indica uma perfeita correlação negativa.

Para a interpretação da força de correlação entre duas variáveis será usada a

seguinte orientação elaborada por Cohen (1998, p. 79-81) apud Pallant (2007);

correlação pequena (r=0,10 a 0,29); correlação média (r=0,30 a 0,49); correlação forte

(r=0,50 a 1,0). A Tabela 3 contém 21 índices de correlação entre as duas dimensões de

CTF, BET, e as três dimensões de BES. Os índices são todos significativos variando de

-0,15 a 0,54. Foram verificados índices negativos e significativos de correlação entre

CTF e as duas dimensões de BET, quais sejam comprometimento /satisfação (r= -0,20;

p<0,01) e com envolvimento com o trabalho (r= -0,15; p<0,05).

Foram também obtidos índices negativos e significativos de correlação entre

CFT e comprometimento/satisfação (r= -0,17; p<0,05) e com envolvimento com o

trabalho (r= -0,23; p<0,01). Vale ressaltar que todos os índices acima descritos

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representam correlações pequenas entre as variáveis, visto serem inferiores ao valor

0,29.

Segundo os resultados, quanto maior é CTF/ CFT menor é o BET. Assim sendo,

pode-se afirmar que quando o trabalhador percebe que as demandas do trabalho

interferem na sua vida familiar, dificultam o cumprimento de responsabilidades com a

família, restringem sua liberdade de planejar atividades familiares e ao mesmo tempo

têm necessidade de adiar atividades de trabalho em função de demandas que surgem na

família, bem como quando as pressões geradas pela família interferem no desempenho

no trabalho, este indivíduo apresenta redução no seu nível de BET.

No estudo de Aguiar (2012) os resultados corroboram aos deste estudo, pois

quando a percepção de que responsabilidades e atividades do trabalho dificultam o

atendimento das demandas familiares cresce, o grau de comprometimento

organizacional decresce, ou seja, o CTF reduz BET nesta amostra.

Segundo os resultados encontrados no estudo de Ahmad (2012), tem-se que um

aumento no conflito trabalho-família leva a uma diminuição na satisfação no trabalho,

confirmando este estudo. Achados semelhantes foram obtidos por Lu, Kao , Chang , Wu

e Cooper ( 2008).

Quanto à correlação entre CTF/CFT e BES os resultados obtidos demonstram

índices negativos e significativos entre CTF e AP (r= -0,31; p<0,01) e entre CTF e SGV

(r= -0,32; p<0,01). No entanto, entre CTF e AN os índices são positivos e significativos

(r=0,39; p<0,01). Na correlação entre CFT e BES tem-se também índices negativos e

significativos entre CFT e AP (r= -0,26; p<0.01), e entre CFT e SGV (r= -0,22; p<0,01)

e índices positivos e significativos entre CFT e AN (r=0,36; p<0,01). Os índices acima

apresentam associações moderadas, variando de – 0,22 a 0,39.

Esses resultados apontam que quanto maior o CTF/CFT menor é a dimensão de

afetos positivos e de satisfação geral com a vida e maior é a dimensão de afetos

negativos. Assim sendo pode-se afirmar que quanto mais tempo o indivíduo dedica ao

trabalho, sente que não consegue fazer as coisas que quer fazer em casa e ainda quando

a vida doméstica interfere em suas responsabilidades no trabalho, se sente menos feliz,

menos alegre, mais angustiado e desanimado. Do mesmo modo, ocorre uma menor

satisfação do indivíduo com relação ao seu futuro, em relação às suas obrigações diárias

e com sua realização pessoal, reduzindo seu BES.

Em seu estudo sobre os efeitos do conflito trabalho-família sobre o bem-estar

subjetivo de empregados em Madri, Moreno-Jimenez, (2009) costatou que o CTF

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possui correlações positivas e significaticas com afetos negativos e correlações

negativas e significativas com satisfação geral com a vida, indicando que o CTF produz

efeitos negativos no BES, confirmando este estudo.

O CTF é vivído de modo mais intenso quando os indivíduos percebem que sua

carga de trabalho é maior do que podem suportar. Experimentam maior índice de afetos

negativos, fadiga e tensão e menor índice de SGV (BARNET; HYDE, 2001)

condizendo com os resultados encontrados neste estudo.

Os resultados obtidos na correlação entre as duas dimensões de BET

comprometimento/satisfação e envolvimento com o trabalho e as três dimensões de

BES, afetos positivos, afetos negativos e satisfação geral com a vida apresentam índices

significativos positivos e negativos. Comprometimento/satisfação (r= 0,50; p<0,01)

apresentam índices positivos, assim como envolvimento com o trabalho (r= 0,34;

p<0,01) em relação aos afetos positivos. Apresentam índices negativos entre

comprometimento/satisfação (r= -0,39; p<0,01) e envolvimento com o trabalho (r= -

0,24; p<0,01) em relação aos afetos negativos. Em relação a satisfação geral com a vida,

tanto comprometimento/satisfação (r=0,31; p<0,01) quanto envolvimento com o

trabalho (r=0,29; p<0,01) apresentam índices positivos. Assinala-se que esses índices

indicam fortes correlações entre BET e BES.

O estudo de Chiuzi et al. (2012), identificou correlação negativa entre afetos

negativos de BES, indicando que características positivas relacionadas, tanto dentro de

BES, quanto de BET correlacionam-se negativamente com a vivência de afetos

negativos. Tais resultados são similares aos encontrados nesta pesquisa, bem como nos

de Siqueira et al. (2006) e de Padovam (2005).

Ao finalizar a apresentação dos resultados e discussão, vale ressaltar o alcance

de todos os objetivos estipulados para o estudo. Por outro lado, conforme foi

demonstrado, os resultados aqui relatados receberam algum suporte da literatura.

Maiores detalhes com vistas a tecer considerações finais sobre os objetivos do estudo,

suas contribuições para o campo da saúde e trabalho, suas limitações, bem como uma

breve agenda de pesquisa e possíveis aplicações práticas dos resultados aqui relatados

farão parte da próxima seção.

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4. CONCLUSÃO

Este estudo foi desenhado para analisar as relações entre conflito trabalho-

família, bem-estar no trabalho e bem-estar subjetivo, em uma amostra diversificada de

profissionais e atingiu seu objetivo geral bem como os específicos. Constatou-se nesta

pesquisa que há uma maior interferência do trabalho na família do que da família no

trabalho, pois para essas pessoas o tempo e as pressões do trabalho as impedem de

cumprir com suas responsabilidades familiares e restringem seus planos e projetos para

atividades com a família. Ficou também demonstrado que o compromisso e a satisfação

no trabalho são maiores que o envolvimento com o trabalho.

Verificou-se uma maior frequência de afetos positivos em detrimento dos

negativos, revelando que os participantes vivem mais experiências positivas no seu dia-

a-dia, como alegria contentamento e satisfação do que desmotivação, nervosismo e

tristeza. Ao investigar as relações entre conflito trabalho-família e conflito família-

trabalho com bem-estar no trabalho verificou-se que quanto maior é o CTF/CFT menor

é o BET. Quanto maior o tempo dedicado ao trabalho, menor o tempo disponível para

as trocas interpessoais com os familiares, para a participação efetiva no cotidiano

doméstico. Além disso, as demandas familiares insatisfeitas pelas interferências da

estrutura temporal do trabalho e das pressões do próprio trabalho alteram o

envolvimento com o trabalho e o desempenho do profissional.

Entre CTF/CFT e BES, verificou-se a redução dos índices das duas dimensões

de BES: afetos positivos e satisfação geral com a vida e, o aumento da dimensão de

afetos negativos o que demonstra que essa relação pode propiciar sentimentos de

infelicidade, desânimo e angústia em relação às suas realizações pessoais, e ao futuro.

No que se refere às relações entre BES e BET, foi observado que, pelo fato de

apresentarem maiores índices de afetos negativos em relação aos positivos e em relação

à satisfação geral com a vida, os indivíduos que se sentem desanimados, tristes,

nervosos e desmotivados, também se apresentam menos satisfeitos e menos envolvidos

com o trabalho.

Através da compreensão da ITF e da IFT, pode-se verificar que a redução do

BES e do BET pode comprometer a saúde do trabalhador e de sua família, então, uma

melhor compreensão do processo pelo qual trabalho e família se relacionam poderá

fornecer aos indivíduos com responsabilidade nas organizações e na sociedade,

conhecimentos que sirvam de base para o desenho de políticas mais eficazes para

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promover um melhor equilíbrio entre esses papéis adultos e elementos a fim de que a

Psicologia da Saúde possa encontrar melhores recursos no sentido de melhorar a saúde

do trabalhador e de sua família, já que bem-estar, ou seja o bem estar físico, social e

psicológico, é a palavra de ordem da OMS e isso abrange BES e BET. De fato, para que

os papéis profissionais e familiares estejam em equilíbrio, é importante que se reforcem

mutuamente, de modo que as experiências familiares contribuam para a realização do

papel profissional e que as experiências profissionais criem condições favoráveis ao

desempenho do papel familiar (ARYEE et al., 2005).

No sentido de tornar as intervenções no âmbito da conciliação mais adaptadas às

famílias de duplo emprego, ou seja, quando ambos os componentes principais das

relações na família estão empregados e passam o dia fora do lar, é importante ter-se em

consideração a interferência do trabalho na família, bem como a da família no trabalho,

de modo a propor medidas cujo objetivo não se limite à redução dos fatores de tensão,

mas inclua a promoção de recursos psicológicos e instrumentais que potenciem as

relações entre os dois domínios. Adicionalmente, as estratégias facilitadoras da

conciliação deverão ser também adaptadas, tendo em conta a maior ou menor influência

dos fatores familiares ou profissionais segundo a origem da interferência.

Desse modo, dado o nível de tensão profissional, bem como, um elevado número

de horas de trabalho profissional que contribui para índices negativos de envolvimento,

poderá ser relevante promover um ambiente profissional de apoio em que o indivíduo

possa exercer maior controle e autonomia sobre o trabalho que desenvolve, permitindo

uma maior flexibilidade na gestão dos tempos de trabalho. Por outro lado, os índices

positivos, de satisfação e comprometimento com o trabalho, poderão ser fortalecidos

pela disponibilidade de recursos instrumentais e psicológicos, como a implementação de

medidas de apoio à família pela organização, comunidade e estado.

Não obstante o seu potencial para o enquadramento e análise das relações entre

trabalho e família, alguns limites precisam ser apontados neste estudo. Primeiramente,

esta pesquisa não aclara a forma como os indivíduos gerenciam e negociam as suas

responsabilidades familiares e profissionais, centrando-se apenas na forma como os dois

domínios estão relacionados. Segundo, a análise dos processos de interferência de

ambos os domínios torna-se mais difícil devido à inexistência de um quadro de análise

que integre de modo sistemático todas as variáveis, como, por exemplo, as relações de

suporte em casa e no trabalho, os significados atribuídos a cada papel em que o

indivíduo se envolve e a flexibilidade profissional e familiar.

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Alguns estudos empíricos salientaram que a maioria das decisões relativas à

participação profissional e familiar é tomada pela família ou pelo casal de forma

partilhada (CULLEN; HAMMER;NEAL; SINCLAIR, 2009). Assim, é essencial que a

investigação não se limite à análise individual, mas centre também a sua atenção nos

processos de influência entre membros da família (PARASURAMAN; GREENHAUS,

2002). Pesquisar mais profundamente poderá fornecer um contributo importante para a

compreensão do modo como os casais e as famílias gerenciam as relações entre o

trabalho e a família, uma vez que a realidade parece apontar para a generalização das

famílias de duplo emprego, em que ambos responsáveis pela família executam seu

trabalho fora do lar.

Adicionalmente, esses processos podem variar em função de características dos

contextos profissionais (dimensões das empresas, tipos de ocupação, trabalho por conta

própria ou por conta de outrem) e em função da variedade dos papéis não profissionais

(papel de cuidador, estudante, pai, cônjuge, participante associativo, etc.).

Como o Brasil é um país que apresenta uma grande diversidade cultural, social e

econômica, uma das possibilidades de avanços na área é o desenvolvimento de

pesquisas que investiguem o fenômeno em diferentes contextos e compreendam essas

realidades e seus efeitos na dinâmica do conflito trabalho-família, vivenciado pelos

atores sociais, possibilitando a comparação com outras realidades apresentadas na

literatura. O interesse pelo tema tem crescido neste país. No entanto, as pesquisas na

área ainda são poucas, a maioria delas desenvolvida com grupos homogêneos e

focalizando aspectos específicos do conflito trabalho-família.

Os poderes públicos e as empresas ainda não reconhecem a dimensão social e da

saúde das relações entre trabalho e família. Apesar de o tema ser muito explorado

internacionalmente, não o é nacionalmente, o que justifica a necessidade de

desenvolvimento de pesquisas na área.

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ANEXOS Anexo – 1 APRESENTAÇÃO

Este questionário pretende coletar dados para um estudo sobre o que as pessoas pensam e sentem em relação às suas vidas e ao seu trabalho. Gostaríamos de contar com sua colaboração respondendo a este questionário. VOCÊ NÃO PRECISA SE IDENTIFICAR. PORTANTO, NÃO ESCREVA SEU NOME. Dê suas respostas conforme as instruções, não deixando NENHUMA questão em branco.

Grata por sua colaboração. Édille Mirna Accardo

Universidade Metodista de São Paulo Como você avalia a relação entre a sua vida no trabalho e na família? Avalie, de acordo com a escala abaixo, cada um dos itens que descrevem formas de como o seu trabalho interfere na sua vida familiar e vice-versa. Na coluna ao lado de cada item assinale em que nível que você concorda com a idéia apresentada.

Discordo Concordo

1 2 3 4 5 6

Discordo Totalment

e

Discordo Muito Discordo pouco Concordo pouco Concordo Muito

Concordo Totalmente

1 As demandas do meu trabalho interferem na minha vida familiar.

2 Devido à quantidade de tempo que dedico ao trabalho, tenho dificuldade em cumprir minhas responsabilidades familiares.

3 Por causa das demandas do meu trabalho, não consigo fazer as coisas que quero fazer em casa.

4 As pressões do meu trabalho restringem a liberdade de planejar as minhas atividades familiares.

5 Os meus deveres no trabalho me levam a mudar meus planos para as atividades familiares.

6 As demandas da minha família interferem nas minhas atividades de trabalho.

7 Eu preciso adiar atividades de trabalho por causa de demandas que surgem quando estou em casa.

8 Por causa das demandas da minha família, não consigo fazer as coisas que preciso no trabalho.

9 Minha vida doméstica interfere nas minhas responsabilidades no trabalho (como chegar no horário, cumprir as tarefas e a jornada de trabalho).

10 As pressões geradas pela minha família interferem no meu desempenho no trabalho.

NÚMERO

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As frases abaixo são sobre o seu trabalho atual e da empresa onde trabalha. INDIQUE, COM SINCERIDADE, O QUANTO VOCÊ CONCORDA OU DISCORDA DE CADA UMA DELAS. Dê suas respostas anotando, nos parênteses que antecedem cada frase, aquele número (de 1 a 5), que melhor representa sua resposta.

1 2 3 4 5

Discordo totalmente

Discordo Nem concordo nem discordo

Concordo Concordo totalmente

1. ( )Estou contente com a empresa onde trabalho. 2. ( ) Estou entusiasmado com a empresa onde trabalho. 3. ( ) As horas que passo trabalhando são as melhores horas do meu dia. 4. ( ) Estou interessado na empresa onde trabalho. 5. ( ) Estou satisfeito com o meu salário comparado com os meus esforços no trabalho. 6. ( ) Estou animado com a empresa onde trabalho. 7. ( ) As maiores satisfações de minha vida vêm do meu trabalho. 8. ( ) Estou satisfeito com o grau de interesse que minhas tarefas despertam em mim. 9. ( )As coisas mais importantes que acontecem em minha vida envolvem meu trabalho. 10. ( ) Estou satisfeito com o entendimento entre mim e meu chefe. 11. ( ) Estou orgulhoso da empresa onde trabalho. 12. ( ) Eu como, vivo e respiro o meu trabalho. 13. ( ) Estou satisfeito com as oportunidades de ser promovido nesta empresa

GOSTARÍAMOS DE SABER COMO VOCÊ SE SENTE NO SEU DIA-A-DIA. Foi feita uma lista de 14 palavras que representam sentimentos e emoções. Dê suas respostas anotando, nos parênteses que antecedem cada palavra, aquele número (de 1 a 5) que melhor representa a intensidade de seus sentimentos, de acordo com a escala abaixo:

1 2 3 4 4 Nada Pouco Mais ou menos Muito Extremamente

NO MEU DIA-A-DIA EU ME SINTO... 1. ( ) Irritado 2. ( ) Feliz 3. ( ) Alegre 4. ( ) Animado 5. ( ) Desmotivado 6. ( ) Angustiado 7. ( ) Bem 8. ( ) Deprimido 9. ( ) Chateado 10. ( ) Satisfeito 11. ( ) Nervoso 12. ( ) Triste 13. ( ) Contente 14. ( ) Desanimado

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Abaixo estão listados alguns aspectos relativos a sua vida. INDIQUE O QUANTO VOCÊ ESTÁ SATISFEITO OU INSATISFEITO COM CADA UM DELES UTILIZANDO A ESCALA ABAIXO. Dê suas respostas anotando, nos parênteses que antecedem cada frase, um numero de 1 a 5, que melhor representa sua resposta.

1 2 3 4 5

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

EU ME SINTO...

1. ( ) Com a minha disposição física. 2. ( ) Com o relacionamento atual que tenho com minha família. 3. ( ) Com a forma como as pessoas me tratam atualmente. 4. ( ) Com o meu atual padrão de vida: as coisas que posso comprar e fazer. 5. ( ) Com a minha capacidade de fazer as coisas que quero. 6. ( ) Com as coisas que faço agora para me distrair. 7. ( ) Com o que o futuro parece reservar para mim. 8. ( ) Com a minha aparência física atual. 9. ( ) Com o meu trabalho atual. 10. ( ) Com a minha vida afetiva no presente momento. 11. ( ) Com a roupa que tenho condições de comprar atualmente. 12. ( ) Com as minhas atuais obrigações diárias. 13. ( ) Com o tempo que tenho atualmente para descansar. 14. ( ) Com o dinheiro que disponho atualmente para suprir minhas necessidades. 15. ( ) Com o que eu já consegui realizar em toda minha vida

_____________________________________________________________________________

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DADOS COMPLEMENTARES

SEXO: 1 ( ) FEMININO 2 ( ) MASCULINO IDADE: ____ANOS. ESTADO CIVIL: 1. ( ) SOLTEIRO 2. ( ) CASADO 3. ( ) OUTROS QUANTOS FILHOS VOCÊ TEM? ______FILHOS SEU CONJUGE TRABALHA? 1 ( ) NÃO 2 ( ) SIM ESCOLARIDADE (INDIQUE O NÍVEL MAIS ALTO ALCANÇADO):

1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Fundamental

completo Nível médio

completo

Superior completo

Especialização

completa

Mestrado completo

Doutorado completo

TEMPO DE TRABALHO NESTA EMPRESA: ____ ANOS. SE FOR MENOS DE UM ANO ASSINALE AQUI: ( )

TIPO DE EMPRESA ONDE TRABALHA: 1 ( ) PÚBLICA 2 ( ) PARTICULAR 3 ( ) ONG VOCÊ ATUALMENTE OCUPA CARGO DE CHEFIA? 1 ( ) NÃO 2 ( ) SIM. A MAIOR PARTE DE SEU TRABALHO VOCÊ REALIZA:

1 ( ) SOZINHO 2 ( ) COM OUTRA PESSOA 3 ( ) EM GRUPO QUANTO TEMPO VOCÊ PASSA POR DIA JUNTO A SUA FAMÍLIA? _____HORAS POR DIA. QUANTO TEMPO VOCÊ PASSA POR DIA NO TRABALHO?_______HORAS POR DIA.

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Universidade Metodista Campus Planalto

Mestrado Psicologia da Saúde As relações entre Conflito Trabalho-Família, Bem-estar Subjetivo e Bem-estar no

Trabalho Édille Mirna Accardo

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, __________________________________________________________< RG nº _________________________ concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa “ As relações entre conflito trabalho-família, bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho” e estou ciente de que o objetivo é investigar quais dificuldades eu enfrento para conciliar minhas obrigações familiares e de trabalho e como essas dificuldades podem ou não comprometer meu bem-estar pessoal e meu bem-estar no trabalho.

• Consiste no preenchimento de 52 proposições, divididas em 23 proposições para as quais devo atribuir um parecer de – “discordo totalmente” a “concordo totalmente” 14 proposições para as quais devo atribuir um parecer de – “nada” a “extremamente” e 15 proposições pás as quais devo atribuir um parecer de – “muito satisfeito” a “muito insatisfeito” .

• Não será usado nenhum tipo de medicamente durante a pesquisa. • A participação nesta pesquisa não oferece risco à minha segurança física, mental

e/ou emocional. • O meu nome será mantido em absoluto sigilo. • Os meus dados não serão analisados individualmente. • Não receberei qualquer ajuda financeira ou qualquer tipo de contribuição para a

participação na pesquisa. • Sou livre para interromper minha participação na pesquisa sem qualquer tipo de

prejuízo. São Paulo, ______ de ________________ de 2013

_________________________________________

Assinatura do (a) voluntário (a)