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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA REGIANE DOS SANTOS FELICIANO AÇÃO DA LASERTERAPIA NO INFARTO DO MIOCÁRDIO INDUZIDO POR OCLUSÃO DA ARTÉRIA CORONÁRIA EM RATAS: ANÁLISE DO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA. São Paulo 2015

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA

REGIANE DOS SANTOS FELICIANO

AÇÃO DA LASERTERAPIA NO INFARTO DO MIOCÁRDIO INDUZIDO POR

OCLUSÃO DA ARTÉRIA CORONÁRIA EM RATAS: ANÁLISE DO PERFIL DE

EXPRESSÃO GÊNICA.

São Paulo

2015

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REGIANE DOS SANTOS FELICIANO

AÇÃO DA LASERTERAPIA NO INFARTO DO MIOCÁRDIO INDUZIDO POR

OCLUSÃO DA ARTÉRIA CORONÁRIA EM RATAS: ANÁLISE DO PERFIL DE

EXPRESSÃO GÊNICA.

Dissertação apresentada à Universidade

Nove de Julho, para obtenção do título de

Mestre em Medicina.

Orientador: Prof. Dr. José Antônio Silva Júnior

São Paulo

2015

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Feliciano, Regiane dos Santos.

Ação da laserterapia no infarto do

miocárdio induzido por oclusão da artéria

coronária em ratas: Análise do perfil de

expressão gênica. / Regiane dos Santos

Feliciano. 2015.

105 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade

Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2015.

Orientador (a): Prof. Dr. José Antonio

Silva Júnior.

1. Infarto do miocárdio. 2. Laserterapia. 3.

Laser de baixa potência.

I. Silva Júnior, Antonio. II.

Titulo

CDU 616

CDU 616

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Dedico este trabalho ao meu filho

Vitor e ao meu esposo Sérgio, que

são os amores de minha alma,

estrelas lindas e brilhantes, anjos

incríveis e fascinantes, razões

desse meu viver...

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para

superar as dificuldades, mostrar os caminho nas horas incertas e me suprir em todas

as minhas necessidades.

Ao Prof. Dr. Andrey Serra por sempre me incentivar na busca do conhecimento,

sendo exemplo de competência, garra, determinação e disciplina.

Ao meu filho Vitor, que foi a surpresa mais linda que aconteceu na minha vida

e que é a luz que ilumina meu caminho todos os dias.

Ao meu esposo Sérgio, com amor, admiração e gratidão por sua compreensão,

carinho, presença e incansável apoio ao longo do período de elaboração deste

trabalho.

A minha mãe Neide, as minhas irmãs Renata e Adriana e aos meus amigos,

Luciana, Fábio, Thiago, Marcelo e Juliana, que ao longo deste trabalho me apoiaram

com carinho e incentivos freqüentes.

A todos meus amigos do Anexo C, Adriano, Adilson, Fábio, Gabriela, José

Antonio, Mozânia, Lucas e Otávio, por tanta dedicação, pelos ensinamentos

profissionais e pessoais e pelo carinho e paciência com o qual me trataram desde o

início do Programa.

Aos colegas Martha Manchini, Eduardo Santana, Juliana Pires, Camila Malta,

Eduardo Brigídio, Ana Carolina Vergueiro e demais alunos de Iniciação Científica,

meus sinceros agradecimentos, pela disposição, atenção e amizade.

A todo corpo docente do programa de Mestrado em Medicina da Universidade

Nove de Julho.

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Ao Prof Paulo J.F.Tucci, pelo apoio e uso de seu laboratório na Universidade

Federal de São Paulo para aquisição dos modelos de infarto e a todos seus alunos

pela convivência.

Aos técnicos de laboratório da UNINOVE: Ângela, Luciana e Samara pelo apoio

e incentivo!

Em especial à CAPES por ter concedido a bolsa de Mestrado. Agradeço

também o financiamento de parte desta pesquisa pela FAPESP (2009/54225-8).

Obrigada por permitirem que meu sonho se tornasse realidade!

Não poderia deixar de agradecer a Drª Elisabeth de los Santos Fortuna, que

me iniciou na carreira científica em 2007 e foi um anjo da guarda que Deus colocou

no meu caminho para me guiar nos momentos mais difíceis. Uma pessoa da qual

nunca me esquecerei. Hoje este anjo está pertinho de Deus! Descanse em paz!

A todos que nos cercam, nos orientam e nos iluminam, fazendo-nos pessoas

“especiais. Que Deus os abençoe e a todos Nós.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. José Antonio Silva Junior, que além de meu orientador, é meu

espelho como profissional competente. O apoio dispensado para que este trabalho

pudesse ser desenvolvido da melhor maneira possível, assim como todo o suporte

científico e emocional foram fundamentais para o meu desenvolvimento pessoal e

profissional e para a finalização deste trabalho.

“Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os

cientistas, no final de toda reflexão”

(Max Planck – Pai da Mecânica Quântica)”

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RESUMO

Ação da laserterapia no infarto do miocárdio induzido por oclusão da artéria

coronária em ratas: análise do perfil de expressão gênica.

O infarto do miocárdio (IM) promovido no rato por oclusão da artéria coronária

descendente anterior esquerda é o modelo experimental mais empregado em

pesquisas que visa elucidar as modificações funcionais, estruturais e moleculares

associadas à doença cardíaca isquêmica. Recentemente, o laser de baixa intensidade

(LBI) tem se tornado uma alternativa terapêutica por modular vários processos

biológicos e, dependendo do comprimento de onda, dose e condição do tecido

irradiado, possui efeito anti-inflamatório, reduz a dor e acelera a proliferação celular.

Assim, avaliamos em modelo experimental em ratas, que foram submetidos à oclusão

da artéria coronária após irradiação com laser terapêutico a função miocárdica por

ecocardiograma. Além disso, realizamos uma análise “in silico”, utilizando ferramentas

de Bioinformática para verificar genes envolvidos em vias metabólicas relacionadas

ao IM em ratos. Após busca nos bancos de dados, 47 genes de 9 vias metabólicas

(Angiogênese e sobrevida celular, Hipertrofia, Estresse oxidativo, Apoptose, Matriz

Extracelular, Cinética do Cálcio, Metabolismo celular e Inflamação) foram associados

ao IM. As modificações da expressão gênica que possam ocorrer no miocárdio foram

analisadas por PCR “ARRAY em Tempo Real”. O Grupo Infarto do Miocárdio (IM), e

o Grupo Infarto + Laser (IM+Laser), quando comparados ao grupo controle (Sham),

apresentaram 22 (44,60%) e 12 (25,53%) de genes diferencialmente expressos

respectivamente. Os resultados encontrados neste trabalho sugerem que a

laserterapia foi capaz de modular vários processos pós-infarto, entre eles a apoptose,

processos inflamatórios, a hipertrofia cardíaca, o metabolismo celular e especialmente

a composição da MEC no remodelamento cardíaco. Os dados aqui obtidos, embora

complexos, sinalizam genes de interesse e certamente permitem análises mais

aprofundadas de potenciais genes chaves na resposta celular. Assim, esse

“screening” inicial dos perfis de expressão garante outros estudos mais aprofundados

para confirmar e explicar o papel de cada gene ou grupo de genes envolvidos no

Infarto agudo do Miocárdio.

Palavras-chave: Infarto do miocárdio, laserterapia, laser de baixa potência,

expressão gênica.

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ABSTRACT

Laser therapy of action in myocardial infarction induced coronary artery

occlusion in rats: analysis of gene expression profile.

Myocardial infarction (MI) in rats promoted by occlusion of the anterior descending

coronary artery is the most widely used experimental model in research that seeks to

elucidate the functional, structural and molecular changes associated with ischemic

heart disease. Recently, low-level laser therapy (LLLT) has become an alternative

therapy to modulate various biological processes and depending on the wavelength,

dosage and condition of the irradiated tissue, has anti-inflammatory effect, reduces

pain and accelerate cell proliferation. Thus, we evaluated in experimental rats that

underwent coronary artery occlusion after irradiation with therapeutic laser myocardial

function by echocardiography. Also an analysis was carried out "in-silico", using

bioinformatics tools to verify genes involved in metabolic pathways related to MI in rats.

After searching the databases, 47 genes of 9 metabolic pathways (Angiogenesis and

cell survival, hypertrophy, oxidative stress, apoptosis, extracellular matrix, the Cálcio

kinetics, cell metabolism and inflammation) were associated with MI. The changes in

gene expression that occur in the myocardium were analyzed by PCR array Real Time.

The Group Myocardial Infarction (MI), and the Group Infarction + Laser (MI + Laser)

when compared to the control group (Sham), showed 22 (44.60%) and 12 (25.53%) of

differentially expressed genes respectively. The results of this study suggest that laser

therapy was able to modulate various post-infarction processes, including apoptosis,

inflammation, cardiac hypertrophy, cell metabolism and especially the ECM

composition in cardiac remodeling. The data obtained here, although complex, indicate

genes of interest and certainly allow further analysis of potential key genes in cellular

response. Thus, this screening of the initial expression profiles ensures more in-depth

studies to confirm and explain the role of each gene or group of genes involved in

acute myocardial infarction.

Keywords: myocardial infarction, laser therapy, low level laser therapy, gene

expression.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18

1.1 INFARTO DO MIOCÁRDIO ................................................................................... 18

1.1.1 Fisiopatologia do Infarto do Miocárdio ............................................................ 19

1.1.2 Modelo de Infarto do Miocárdio em Animais ................................................... 21

1.2 LASER DE BAIXA INTENSIDADE (LBI) ................................................................ 21

1.3 TRANSCRIPTOMA E CARDIOLOGIA ................................................................... 23

1.4 BIOINFORMÁTICA E ANÁLISE “IN SILICO” ......................................................... 24

1.4.1 A Bioinformática na descoberta de marcadores em cardiologia. ..................... 26

1.5 OBJETO DE ESTUDO, PROBLEMATIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE ........... 28

2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 30

2.1 GERAL .................................................................................................................. 30

2.2 ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 30

3. MATERAIS E MÉTODO ............................................................................................... 31

3.3 MODELO ANIMAL E PROCEDIMENTO CIRÚRGICO .......................................... 31

3.4 IRRADIAÇÃO DO LASER ..................................................................................... 32

3.5 ESTUDO MORFOFUNCIONAL POR ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO .. 33

3.6 ANÁLISE “IN SILICO” ............................................................................................ 34

3.6.1 Busca para seleção de genes e vias metabólicas ........................................... 34

3.7 ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA .................................................................... 35

3.7.1 Coleta de material biológico – Tecido ............................................................. 35

3.7.2 Procedimentos – PCR “ARRAY” ..................................................................... 35

3.8 ANÁLISE ESTATISTICA........................................................................................ 40

4 RESULTADOS ............................................................................................................. 41

4.1 ESTUDO MORFOFUNCIONAL POR ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO .. 41

4.2 ANÁLISE “IN SILICO” ............................................................................................ 42

4.2.1 Busca para seleção de genes em vias metabólicas ........................................ 42

4.3 ANÁLISE DE EXPRESSÃO GÊNICA .................................................................... 44

5. DISCUSSÃO ................................................................................................................ 61

6. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 69

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 70

8. APENDICE ................................................................................................................... 83

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Biometria e ecocardiografia. Dados após 72 horas da oclusão coronária e

laserterapia………………………………………………………………………………….40

Tabela 2 – Quantificação de RNA extraído das amostras de tecidos cardíacos dos

animais submetidos à Oclusão da Artéria Coronária após 3 dias………..…………….43

Tabela 3 – Alterações na expressão gênica de mRNA 3 dias após a cirurgia da

Oclusão da Artéria Coronária comparada com a Cirurgia Sham...……………………44

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Interação entre ambientes clínicos, laboratoriais e de pesquisa

computacionais………………………………………………………………..……………27

Figura 2 – Fluxograma da análise da expressão gênica por PCR Array e as fases

que ocorreram desde a obtenção do RNA até a análise dos

resultados……………...….38

Figura 3 – Vias metabólicas e genes alvos relacionados com o infarto do

miocárdio…………………………………………………………………………………….42

Figura 4 – Expressão gênica dos 47 genes nos grupos experimentais IM e IM+Laser

comparados ao grupo Controle (Sham)…………………………………………….……45

Figura 5 – Quantidade de genes diferencialmente expressos nos grupos IM e

IM+Laser quando comparados ao grupo Sham………………………………….……..46

Figura 6 – Perfil de expressão dos 47 genes analisados por PCR em tempo Real. A

– Grupo IM X Sham, B – Grupo IM+Laser x grupo Sham, C – Grupo IM X Grupo

IM+Laser………………………………………………………………………………….....47

Figura 7 - Níveis de expressão do RNAm de Vegfa e Akt1 no miocárdio após

laserterapia por ensaio de PCR em tempo real…………………………..…………..…48

Figura 8 – Expressão de mRNA de Tp53, Map3K2, Bax, Mapk14 e Fas no miocárdio

após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real……….…………………………49

Figura 9 – Expressão de mRNA de Atp2a2, Ryr2, Pln, Casq2 e Slc8a1 no miocárdio

após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. …….…………………………..50

Figura 10 – Expressão de mRNA de Cat, Hspa1a, Sod1 e Gpx4, no miocárdio após

laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real…………………………………..……51

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Figura 11 – Expressão de mRNA de Igf1, Edn1, Ace, Nppa, Agtr1a, Prkca, Myh6 e

Myh7 no miocárdio após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo

Real………………………………………………………………………………………..…53

Figura 12 – Expressão de mRNA de Cabin1, Chp2, Nfatc3, Map3k2, N.p., Prkcb,

Prkcg, Ace2, no miocárdio após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo

Real…………………………………………………………………………………….…….54

Figura 13 – Expressão de mRNA de Hk1, Ucp-2, Pfkm, Ndufa3, Taz, Slc2a1 e Gapdh

no miocárdio após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo

Real……………………………………………………………………………………….….56

.

Figura 14 – Expressão de mRNA de Col1a1, Col3a1, Tgfb1,Mmp9 e Tnc no miocárdio

após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real…………………………… ……58

Figura 15 – Expressão de mRNA de IL-6, Tnfrsf1a e Tnf no miocárdio após

laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real………………………………….……59

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

%FEAT - Fração de Encurtamento da Área Transversal

°C - Graus Celsius

µg - Microgramas

µL- Microlitro

Ace - Angiotensin I converting enzyme (peptidyl-dipeptidase A) 1

Ace 2 - Angiotensin I converting enzyme (peptidyl-dipeptidase A) 2

Agtr1a - Angiotensin II receptor type 1a

Akt1 -v-akt murine thymoma viral oncogene homolog 1

ANOVA – Análise de variância

Atp2a2 - ATPase, Ca++ transporting, cardiac muscle

Bax -Bcl2-associated X protein

Cabin1 - Calcineurin A binding protein

Casq2 - Calsequestrin

Cat - Catalase

cDNA –Ácido desoxirribonucleico complementar

Chp2 - Calcineurin B

cm – centimetro

Col1a1 - Collagen, type I

Col3a1 - Collagen, type III

DE – Densidade de energia

DEPC - Dietilpirocarbonato

DNA – Ácido desoxirribonucleico

DP - Densidade de potência

Edn1 - Endothelin 1

Fas - TNF receptor superfamily, member 6

FEVE - Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo

Gapdh - Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

Gpx4 - Gutathione peroxidase

Hk1 - Hexokinase 1

Hspa1a, Hspa1b -Heat shock 70kD protein

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16

i.p. – intraperitonial

IC - Insuficiência Cardíaca

Igf1 -Insulin-like growth factor 1

IL-6 - Interleukin 6

IM- Infarto do Miocárdio

Kg - kilograma

LBI – Laserterapia de Baixa Intensidade

Map3k2 - MAP kinase kinase kinase-2

Mapk1- Mitogen activated protein kinase 1

Mapk14 - Mitogen activated protein kinase 14

mg - Miligrama

mL - Mililitro

mm -milimetro

Mmp9 - Matrix Metalloproteinase 9

Myh6 - Myosin heavy chain, alpha

Myh7 - Myosin heavy chain, beta

Ndufa3 - NADH dehydrogenase (ubiquinose) 1 alpha subcomplex, 3

Nfatc3 - Nuclear factor of activated T-cells, cytoplasmic, calcineurin-dependent

nm - Nanômetro

Nppa - Natriuretic peptide A

Nppb - Natriuretic peptide B

OAC – Oclusão da artéria coronária

pb - Pares de bases

Pfkm - Phosphofructokinase

Pln -Phospholamban

Prkca - Protein kinase C, alfa

Prkcb - Protein kinase C, beta I

Prkcg - Protein kinase C, gamma

qRT-PCR - Reação em Cadeia da Polimerase Quantitativa

ReyR -Ryanodine receptor 2, cardiac

RNA – Ácido ribonucleico

RNAm - Ácido ribonucleico mensageiro

rpm - rotações por minuto

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RT – Transcrição reversa

Slc2a1 - Facilitated glucose transporter

Slc8a1 - Sarcolemal NA-Ca exchanger

Sod1 - Superoxide dismutase

Taz - Tafazzin

Tgfb1 - Transforming growth factor, beta 1

Tnc - Tenascin C

Tnfrsf1a - Tumor necrosis factor receptor superfamily, member 1a

TNF-α - Tumor necrosis factor

Tp53 - Tumor protein p53

Ucp-2 - Mitochondrial uncoupling protein 2

VE -Ventrículo Esquerdo

Vegfa - Vascular endothelial growth factor

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1. INTRODUÇÃO

1.1 INFARTO DO MIOCÁRDIO

As doenças cardiovasculares prevalecem como a principal causa de

mortalidade no Brasil e no mundo (ROSAMOND et al., 2007). Segundo dados da

Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2011 ocorreram 17 milhões de óbitos, dos

quais 7,2 milhões foram por doença arterial coronáriana. Mesmo com o avanço dos

métodos de diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, ela tem

sido uma das doenças cardiovasculares com maior incidência, prevalência e alta

mortalidade em nosso meio, sendo o infarto agudo do miocárdio como sua principal

etiologia (FRANCIS, 2001).

O infarto do Miocárdio persiste como importante causa de mortalidade,

acarretando grandes custos aos sistemas de saúde. As doenças isquêmicas do

coração representam 30% do total das mortes por doenças cardiovasculares nos

países ocidentais (ROSAMOND et al., 2007). Seu crescimento acelerado em países

em desenvolvimento representa uma das questões de saúde pública mais relevantes

do momento. De acordo com dados do DATASUS, no Brasil, no período de 2001 a

2011, ocorreram 2.189.679 internações em hospitais do SUS por doenças isquêmicas

do coração e um total de 994.679 óbitos, caracterizando um aumento de 44,04% no

número de internações (de 160.613 para 231.361) e 30,28% no número de óbitos (de

79.428 para 103.486), (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Por isso, o infarto do miocárdio (IM) e a insuficiência cardíaca (IC) são

considerados como doenças de significantes implicações sociais, sendo alvo

constante de investigações para melhor conhecimento da fisiopatologia e para o

desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes (KANNEL, 2000; LEE et

al., 2004).

Sabe-se que o IM causa a perda, prejuízo da contratilidade e hipertrofia dos

cardiomiócitos, além da diminuição da espessura da parede do ventrículo,

modificação da matriz extracelular e alterações metabólicas. Essas alterações

promovem um rearranjo compensatório no miocárdio ao atingir três regiões

morfológicas e molecularmente distintas: região infartada, região da borda do IM e

região remota do IM, (JACKSON et al., 2005). Diante disso, diferentes estratégias

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19

terapêuticas almejam modular vários processos cardíacos como contratilidade,

metabolismo, apoptose, angiogênese, formação de fibrose e controle da hipertrofia,

com o objetivo de reverter ou prevenir danos nas diferentes regiões do coração

infartado (DONAHUE, 2004; PALANIYANDI et al., 2011).

Apesar dos avanços consideráveis tanto no diagnóstico e prevenção, quanto

no tratamento da doença cardíaca isquêmica, a disfunção contrátil e IC consequentes

ao infarto continuam sendo problemas de saúde mundial e com grande ônus

econômico principalmente porque, com o envelhecimento gradual da população, vêm

atingindo atualmente a faixa etária economicamente produtiva (KANNEL, 2000; LEE

et al., 2004). A fim de restabelecer o fluxo sanguíneo para região miocárdica

acometida pela isquemia, o tratamento do infarto agudo do miocárdio é basicamente

suportado pela desobstrução coronariana (farmacológica ou cirúrgica) ou composição

de anastomoses arteriais. Todavia, em uma parcela considerável dos casos, essas

técnicas podem apresentar menor grau de eficiência, cursando muitas vezes com

reestenoses e outras complicações (ABBATE et al., 2007).

1.1.1 Fisiopatologia do Infarto do Miocárdio

O IM é um dano irreversível resultante de isquemia prolongada, consequente à

oclusão total ou parcial de uma ou mais artérias coronárias. A interrupção do fluxo

sanguíneo para o tecido cardíaco dá início a uma série de eventos que culminam na

morte dos cardiomiócitos que, gradualmente, são substituídos por fibrose de

reparação (FISHBEIN et al., 1978; PFEFFER et al., 1979). Com a perda de miocárdio

contrátil, se inicia um ciclo vicioso de sobrecarga no ventrículo esquerdo (VE) com

deterioração da função de bomba e consequente progressão para IC (FRANCIS et al.,

2001). A oclusão cirúrgica da artéria coronária em animais de experimentação como

o rato é um modelo bastante útil e muito frequente em estudos de fisiopatologia e

terapêutica, pois sua evolução para IC se assemelha em muitos aspectos a do infarto

observado no homem (FISHBEIN et al., 1978; HASENFUSS, 1998; FRANCIS et al.,

2001). Ademais, os ratos apresentam a vantagem de não apresentarem numerosa

circulação colateral, o que permite a ocorrência de amplos infartos transmurais pela

oclusão de um ramo coronário epicárdico (JOHNS & OLSON, 1954; SPADARO et al.,

1980).

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Devido à necrose isquêmica, na fase aguda do IM, tanto no homem quanto no

animal de experimentação, ocorre uma resposta inflamatória aguda com infiltração

leucocitária, fagocitose das células necróticas e reabsorção dos componentes

celulares e da matriz extracelular comprometida, configurando o início do processo de

reparação tecidual (FRANGOGIANNIS et al., 2002). A partir desse período, incide a

deposição dos componentes da nova matriz extracelular, principalmente o colágeno,

no tecido infartado e na zona de transição para o tecido viável culminando na formação

da cicatriz do infarto (ANVERSA et al., 1993; Sun et al., 2000).

Com a sobrecarga do tecido remanescente, o processo inflamatório crônico e

a participação de fatores neuro-humorais presentes no pós-IM, dá-se início ao

remodelamento cardíaco. Este é definido como o conjunto de modificações gênicas,

moleculares, celulares e intersticiais que ocorrem nos tecidos cardíacos e podem se

expressar clinicamente por alterações do tamanho, forma e função deste órgão

(MITTMANN et al., 1998; SWYNGHEDAUW, 1999). No que se refere ao

remodelamento do miocárdico sobrevivente, ocorrem alterações na estrutura, forma e

função dos cardiomiócitos (hipertrofia e depressão da contração e do relaxamento),

da matriz extracelular (fibrose intersticial e perivascular) e dos vasos sanguíneos

(redução da capilaridade, hipertrofia da musculatura lisa, disfunção vascular). Essas

alterações, embora sejam algumas vezes consideradas como mecanismos

compensatórios, na sua progressão tornam-se substrato da disfunção ventricular, dos

sintomas de IC e das mortes relacionadas a essa doença (MITTMANN et al., 1998;

SWYNGHEDAUW,1999).

Inúmeras abordagens terapêuticas foram desenvolvidas para modular ou

interferir nas diversas fases e aspectos que envolvem o remodelamento e disfunção

ventricular, com sucessos consideráveis na melhora da função cardíaca, redução dos

sintomas, melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida. Entretanto, por não

existirem medicamentos ou procedimentos capazes de reparar ou substituir a cicatriz

fibrótica por tecido contrátil, esforços vêm ocorrendo nos últimos anos para se

determinar tratamentos que atuem no campo da reparação e regeneração cardíacas.

Desde a década de 90 estão sendo apontadas novas estratégias em nível

celular e gênico para o reparo tecidual do coração acometido (CHIEN, 1993; DZAU et

al., 1993; LI et al., 1998, AD & ORON, 2001). No presente estudo tomaremos como

objeto de estudo a laserterapia de baixa intensidade.

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1.1.2 Modelo de Infarto do Miocárdio em Animais

O emprego de modelo experimental do IM em animais foi descrito há décadas

por Johns e Olson (1954). Entre as várias espécies estudadas, há preferência pela

utilização de ratos devido à facilidade para realizar a cirurgia de oclusão da artéria

coronária (OAC), além do baixo custo na aquisição e manutenção dos animais

(JOHNS; OLSON, 1954; FISHBEIN et al., 1978b). A caracterização e a sequência de

eventos histológicos obtidos após a produção cirúrgica do IM em ratos já foram

descritas (FISHBEIN et al., 1978b; SPADARO et al., 1980). O comportamento

hemodinâmico na fase crônica do IM, tanto em condição basal, como em ratos

submetidos à sobrecarga de pressão ou de volume foi relatado por Fishbein et al.

(1978a). A oclusão da artéria coronária interventricular anterior é a estratégia mais

frequentemente aplicada para a produção do IM (JOHNS; OLSON, 1954; GAUDRON

et al., 1994; TUCCI, 2010). A grande variabilidade no que se refere à mortalidade

nas primeiras 24 horas após a oclusão da coronária chama atenção neste modelo. Os

limites de mortalidade descritos na literatura na fase imediata à oclusão coronária

variam do valor mais baixo de 13% até o máximo de 65%. Além disso, a variação no

tamanho do IM resultante, também pode ou não evoluir com aumento da pressão

diastólica final do VE e insuficiência cardíaca congestiva, dependendo da extensão da

lesão miocárdica secundária à oclusão coronariana (GAUDRON, et al., 1994; TUCCI,

2010).

O eletrocardiograma e o ecocardiograma são métodos não invasivos capazes

de identificar a área de necrose ou cicatricial em coração de ratos submetidos a

oclusão da artéria coronária. O ecocardiograma possibilita caracterizar a presença e

o tamanho do IM com muito boa sensibilidade, mesmo em períodos precoces como

dois dias após promover a necrose, além de informar sobre a função ventricular

(SANTOS et al., 2009).

1.2 LASER DE BAIXA INTENSIDADE (LBI)

Recentemente, a laserterapia de baixa intensidade (LBI) tem se tornado uma

alternativa terapêutica por modular vários processos biológicos e, dependendo do

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comprimento de onda, dose e condição do tecido irradiado, pode contribuir com um

efeito anti-inflamatório, reduzir a dor e acelerar a proliferação celular (LOPES-

MARTINS et al., 2006; ALBERTINI et al., 2007; AIMBIRE et al., 2008; ALBERTINI, et

al., 2008; BORTONE et al., 2008; LIMA et al., 2009; XAVIER et al., 2010; SILVA et

al.,2011; PIRES et al, 2011; HUANG et al., 2011; MESQUITA-FERRARI et al., 2011;

PEPLOW et al., 2012). Assim, ao atuar em nível celular, pode provocar modificações

bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas, promovendo aumento do metabolismo,

proliferação e maturação celular, quantidade de tecido de granulação e na diminuição

dos mediadores inflamatórios, induzindo

o processo de cicatrização (LOPES-MARTINS et al., 2006; ALBERTINI et al., 2007;

AIMBIRE et al., 2008; ALBERTINI, et al., 2008; BORTONE et al., 2008; LIMA et al.,

2009; XAVIER et al., 2010; SILVA et al.,2011; PIRES et al, 2011; HUANG et al., 2011;

MESQUITA-FERRARI et al., 2011; PEPLOW et al., 2012).

A absorção molecular do laser causa um aumento do metabolismo celular,

caracterizado pela estimulação de fotorreceptores na cadeia respiratória mitocondrial,

alterações nos níveis de ATP celular, na liberação de fatores de crescimento e na

síntese de colágeno (TUBY et al., 2006; HUANG et al., 2011; PEPLOW et al., 2012).

A modulação celular, ou seja, a ativação ou inibição de processos celulares de

expressão gênica ou proteica, ainda é pouco estudada. Em trabalhos de nosso grupo

(BORTONE et al., 2008 e SILVA et al.,2011) e em colaboração como outros grupos

de pesquisa (ALBERTINI et al., 2007; AIMBIRE et al., 2008; ALBERTINI et al., 2008;

LIMA et al., 2009; XAVIER et al., 2010; PIRES et al., 2011; MESQUITA-FERRARI et

al., 2011) têm sido observada uma diminuição da expressão de mediadores

inflamatórios pela ação da laserterapia, levando a uma redução do processo

inflamatório.

Entretanto, a ação do laser no IM ainda está para ser esclarecida e pouco se

sabe sobre o comportamento do miocárdio remanescente ao infarto frente a esta

terapia. ORON et al. (2001) analisaram o efeito da irradiação laser diodo (=810 nm)

em modelos experimentais de oclusão da artéria coronária anterior para a produção

do infarto do miocárdio em ratos e cães e observaram atenuação do tamanho do

infarto. O laser terapêutico irradiado em coração de ratos pós-IM poderia reduzir a

perda de tecido do miocárdio e esse fenômeno poderia ter um importante efeito

benéfico em pacientes após infarto do miocárdio (IM) ou isquemia cardíaca (AD &

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ORON et al., 2001).

Analisando o miocárdio de ratos infartados tratados com o laser de baixa

intensidade (= 804 nm), Tuby et al., em 2006, conseguiram demonstrar o aumento

significativo na expressão de VEGF (fator de crescimento vascular endotelial) e da

enzima sintetase de óxido nítrico induzível (iNOS) em tecidos de animais irradiados.

1.3 TRANSCRIPTOMA E CARDIOLOGIA

Em analogia ao termo genoma o qual se refere ao conjunto de genes de uma

determinada espécie, criou-se o termo transcriptoma para se referir ao conjunto de

RNAs, ou seja, os transcritos de uma célula num dado momento de seu ciclo. Como

são os RNAs mensageiros (mRNA) os responsáveis pela codificação da síntese de

proteínas e, portanto, os mais importantes no estudo da expressão do genoma,

geralmente entende-se que o transcriptoma é o conjunto destes RNAs. Mas é

oportuno lembrar que tanto os RNAs transportadores (tRNAs) e os RNAs

ribossômicos (rRNAs) devem ser incluídos no conceito do transcriptoma apesar de

não serem codificadores de proteínas. Durante todo o processo de diferenciação

celular e tecidual, um conjunto diversificado de proteínas é mobilizado como resultado

da expressão diferencial dos respectivos genes. Portanto, pode-se dizer que durante

o desenvolvimento o primeiro ponto de controle molecular é a expressão gênica ao

nível do conjunto de mRNA. Hoje, sabe-se que o transcriptoma das células e tecidos

é reflexo da razão entre a biossíntese de mRNA (transcrição) e seu silenciamento,

muitas vezes causado pelos microRNAs (DONATE-YABUTA, 2012). Além disso, o

transcriptoma é variável entre os diferentes tipos de células, tecidos e órgãos de um

dado indivíduo, sendo que as próprias condições fisiológicas normais, como as

diferentes fases do ciclo celular, ou patológica, como por exemplo, infecções ou

neoplasias, influenciam no chamado perfil do transcriptoma (PASSOS et al., 2000).

O rastreamento dos “genes do coração” tem envolvido, além da identificação

de variantes no código de genes específicos, a análise do padrão de expressão

gênica, a partir da extração do RNA e conseguinte quantificação da proteína e/ou

atividade enzimática em tecidos específicos (CHARCHAR et al., 2008). Alterações na

quantificação do transcrito ou elementos pós-transcrional de um único gene ou de um

conjunto deles, reflete a exposição a um determinado fator ambiental. Além disso, tais

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genes podem encontrar-se mais ou menos expressos como consequência de

variantes genéticas com potencial em alterar sua responsividade a fatores nucleares

transcricionais. A análise do transcriptoma e a consequente determinação das

alterações no padrão de expressão em um conjunto de genes se traduzem em

conhecimento necessário uma vez que, a combinação de múltiplas alterações

moleculares é responsável em determinar o grau das respostas adaptativas dos

diferentes sistemas cardiovasculares.

1.4 BIOINFORMÁTICA E ANÁLISE “IN SILICO”

Com o início do Projeto Genoma Humano em 1990 e subsequente

disponibilização de sequenciadores automáticos de DNA capazes de gerar dados

genômicos em grande escala, os bancos de dados e ferramentas de análise tiveram

de se adaptar a este volume crescente de informações (BUTLER, et al., 2006). Dados

biológicos advindos do conhecimento genômico são relativamente complexos em

comparação aos provenientes de outras áreas científicas, dada a sua diversidade e

ao seu inter-relacionamento. A partir do conhecimento fundamental do genoma

objetiva-se compreender o conjunto de peças que atuam no funcionamento complexo

de todo o organismo. Porém, no momento, isso somente é possível por partes. Busca-

se entender as estruturas moleculares das proteínas, as interações entre várias

proteínas, bem como destas com as demais moléculas biológicas (DNA, carboidratos,

lipídios, etc.), as diversas vias metabólicas celulares e o papel da variabilidade

genética representada pelas várias formas de cada proteína (ALBERTS, et al., 2005).

Toda essa informação disponibilizada pela ciência genômica só é possível de ser

organizada, analisada e Interpretada com o apoio da informática.

O genoma humano é fundamentalmente informação e computadores foram

essenciais tanto para a determinação das sequencias quanto para a aplicações em

biologia e medicina que já estão fluindo a partir destes dados. A computação contribuiu

não somente com a sua capacidade natural para processamento e armazenamento

de dados, mas também com métodos matematicamente sofisticados, necessários

para se obter os resultados. A união entre biologia e ciência da computação criou um

novo campo na ciência chamado bioinformática (LESK, 2008).

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A bioinformática associa conhecimentos em distintas áreas do conhecimento a

fim de decifrar o código genético contido nas biomoléculas pelo estabelecimento de

modelos lógico-matemáticos e estatísticos. Tais estratégias têm assegurado a

interpretação e elucidação de eventos biológicos gerados a partir do sequenciamento

de genes e proteínas(LESK, 2008). Bancos de dados de informações biológicas cada

vez mais crescentes, o desenvolvimento de novas abordagens para análise e

apresentação desses dados e a investigação de novas e complexas perguntas são as

forças motrizes da bioinformática (ARAUJO et al., 2008). A partir do advento dos

projetos genomas, biologistas moleculares passaram a empregar ferramentas

computacionais capazes de analisar grandes quantidades de dados biológicos, a

predizer funções dos genes e a demonstrar relações entre genes e proteínas. A

internet e sua capacidade de compartilhar dados, além do desenvolvimento de

processadores mais rápidos e com maior memória, desempenharam um papel

decisivo para a consolidação da bioinformática como potencial campo do

conhecimento científico (ARAUJO, et al., 2008)

O uso da bioinformática pela Medicina se caracteriza pelo gerenciamento de

dados em laboratório, a automação de experimentos, a montagem de sequências

contíguas, a previsão de domínios funcionais em sequências de genes, o alinhamento

das sequências, as pesquisas em bases de dados de estruturas, a determinação da

estrutura e previsão de macromoléculas, a evolução molecular, busca de genes alvos

de microRNAs e as árvores filogenéticas. A identificação de alvos proteicos com

potencial para serem modificados diretamente pela interação com fármacos ou

Biomarcadores, poderá minimizar os sintomas ou acelerar o diagnóstico de diversas

doenças.

“In silico” é uma expressão usada no âmbito da computação e áreas correlatas

para indicar algo ocorrido por uma simulação computacional. Representa uma

abordagem moderna para a pesquisa, com base no uso de poder de computação para

executar uma análise matemática de uma grande quantidade de dados e a para a

criação de bases de dados complexas. Foi cunhada a partir das expressões latinas ”in

vivo” e “in vitro”.

Vários softwares disponíveis na internet que realizam análise da interação com

bancos de dados de grande escala tem sido uma das abordagens computacionais

mais promissoras para integrar os dados experimentais no nível molecular e celular

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(BRUN, et al, 2004; KRITIKOS, et al, 2011). Devido à crescente disponibilidade de

dados, esses softwares foram aplicados para analisar numerosas doenças humanas,

incluindo câncer de pulmão, câncer de mama e do infarto do miocárdio. Os dados

reportados que tenham sido obtidos em grande parte com diferentes condições

experimentais, os protocolos, as espécies e pesquisa são incorporados na literatura e

distribuídos em bancos de dados. A capacidade de integrar dados nos permite extrair

informações relevantes e identificar lacunas de conhecimento para orientar futuros

esforços de investigação (NGUYEN, 2014).

Esforços na pesquisa têm fornecido a identificação de marcadores de

diagnóstico clínico para o infarto do miocárdio. Os métodos computacionais auxiliam

a estabelecer o primeiro mapa do conhecimento relacionados com a resposta pós-IM,

proporcionando um passo importante para melhorar a nossa compreensão das

interações moleculares específicas para MI e ligando a interação molecular, respostas

celulares, e os processos biológicos para avaliar a reprogramação gênica ocorrida no

Infarto agudo do miocárdio (NGUYEN, 2014)

1.4.1 A Bioinformática na descoberta de marcadores em cardiologia.

Um biomarcador pode ser definido como "uma característica que seja

objetivamente medida e avaliada como um indicador de processos biológicos normais,

processos patogénicos, ou respostas farmacológicas à uma intervenção terapêutica

".

A descoberta de novos biomarcadores usando diferentes tipos de dados

“OMICS” (Genômica, Transcriptomica, Proteômica e Metabolômica) tornou-se um

objetivo crucial na pesquisa translacional. Isso foi motivado, em parte, por seu

potencial para estimar estados de doença, e também por seu potencial para ajudar na

compreensão do mau funcionamento fisiológico e na orientação dos estudos em

desenvolvimento terapêutico.

No centro do processo de descoberta de biomarcadores é a comparação de

estados fisiológicos ou alterações através de controle de doenças (VASAN, 2006). Tal

diferenças se refletem na atividade diferencial molecular do gene ou expressão de

proteína, perfis de metabolismo e padrões de sinalização. Assim, em geral, essas

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espécies moleculares (isto é, genes, proteínas, SNPs, microRNAs, etc.), que

representam as mudanças mais significativas observadas podem ser definidas como

"marcadores" potenciais de doença. A abordagem tradicional de biomarcadores

aplicadas ao rastreio, diagnóstico ou prognóstico tem envolvido a utilização de um

único biomarcador e a identificação de seus valores "anormais".

A bioinformática facilita a integração preditiva da informação: a construção de

modelos de predição de doença ou resposta ao tratamento utilizando dados

quantitativos extraídos de diferentes fontes de dados. Todas estas tarefas são agora

possíveis graças a grandes avanços computacionais acumulados ao longo dos

últimos 15 anos no que diz respeito aos padronização da informação (AZUAJE et al.,

2009).

A disponibilidade de novas fontes de dados provenientes de abordagens

“omics”, tais como a variação genética e expressão de mRNA, estão permitindo uma

sistemática e menos tendenciosa descoberta de novos biomarcadores

cardiovasculares.

Biomarcadores obtidos a partir de dados da transcrição incluem diferentes

assinaturas de diagnóstico ou de prognóstico usando dados de expressão gênica em

larga escala para classificação de pacientes e estimativas de respostas ao tratamento

(AZUAJE et al., 2009).

Biologia computacional não é apenas um importante força motriz, mas

também é o ponte de ligação entre a clínica e básica ciências biológicas . Isto é

tipicamente conseguido através a implementação de infraestruturas computacionais e

análise de dados em larga escala. Mas, talvez o mais importante, a biologia

computacional oferece possibilidades para refinar hipóteses geradas na bancada,

como também gerar novos conhecimentos que vão além de uma única hipótese de

tomada como paradigma. A Figura 1 ilustra a interação entre ambientes clínicos,

laboratoriais e ambientes de pesquisa computacional.

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Figura 1 - Interação entre ambientes clínicos, laboratoriais e de pesquisa computacionais. (Fonte:

Arquivo pessoal)

1.5 OBJETO DE ESTUDO, PROBLEMATIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DA

HIPÓTESE

Independente da condição fisiopatológica, os benefícios da laserterapia

abrangem a redução do processo inflamatório com redução de seus mediadores

químicos. São demonstrados resultados de melhora da inflamação e edema de pata

induzida por carragenina [redução de RNA mensageiro de Cox-2 (ALBERTINI et al.,

2007); redução da expressão gênica de citocinas pró-inflamatórias (Albertini et al.,

2008); menor expressão de receptores de cininas (BORTONE et al., 2008); diminuição

da expressão gênica de calicreínas (SILVA et al.,2011)]. Também foram observadas

ações anti-inflamatórias na inflamação de vias aéreas induzida por lipopolissacarídeo

[diminuição da expressão de interleucina (AIMBIRE et al., 2008; LIMA et al., 2009)],

na tendinite [diminuição da expressão de citocinas (Xavier et al., 2010)]; diminuição

da expressão gênica de citocinas pró-inflamatórias e aumento da expressão de

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citocinas anti-inflamatória (PIRES et al, 2011), na cicatrização (PEPLOW et al., 2012)

e na reparação muscular [redução da expressão gênica de citocinas pró-inflamatórias

(MESQUITA-FERRARI et al., 2011)] entre outros. Todavia, os dados acerca das

repercussões desta terapia sobre o miocárdio e, sobretudo no miocárdio

remanescente à área de infarto, são incipientes, sendo necessários mais estudos

sobre a ação da laserterapia de baixa intensidade sobre o infarto e o processo de

remodelamento.

O estudo do miocárdio remanescente ao infarto é importante para o

entendimento dos processos de remodelamento e disfunção cardíaca. Assim como

no homem, o remodelamento ocorrido no miocárdio remanescente ao IM em ratos

implica em disfunção contrátil que consequentemente exacerba a disfunção

ventricular e a IC, renovando o ciclo vicioso desta cardiopatia (FRANCIS et al., 2001).

Frente à hipótese de que a laserterapia poderia interferir positivamente sobre o

processo de remodelamento deste tecido remanescente e, dessa maneira, contribuir

com a preservação da função cardíaca, este trabalho consiste da análise dos efeitos

da laserterapia sobre o IM em ratos e sobre o desempenho ventricular global, em

associação com dados que informassem sobre a estrutura e a função contrátil do

miocárdio não acometido pelo insulto isquêmico e não envolvido diretamente na

injeção das células.

O potencial do mapeamento da expressão gênica ainda merece ser explorado

para melhor entendimento dos mecanismos envolvidos no estabelecimento,

progressão e remodelamento do IM combinado ao uso do laser. Dessa forma, uma

melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na doença contribuirá para o

estabelecimento de abordagens terapêuticas mais específicas e potencialmente mais

previsíveis.

Assim, pretende-se avaliar em modelo de oclusão e laser de baixa intensidade

a função miocárdica por ecocardiograma. Especialmente, pretende-se avaliar as

modificações da expressão gênica que ocorrem no miocárdio tratado com laser

terapêutico induzido por oclusão coronária.

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2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Analisar o efeito do laser de baixa intensidade (LBI) após três dias de infarto do

miocárdio em animais submetidos à oclusão da artéria coronária descendente anterior

esquerda.

2.2 ESPECÍFICOS

1) Realizar uma análise “in silico”, utilizando ferramentas de Bioinformática para

verificar genes envolvidos em vias metabólicas relacionadas ao IM em ratas;

2) Avaliar, em modelo de oclusão da artéria coronária descendente a função

cardíaca de ratas após irradiação miocárdica com laser de baixa intensidade.

3) Avaliar a expressão gênica em diferentes vias metabólicas envolvidas no infarto

do miocárdio em animais submetidos à Oclusão da Artéria Coronária, após

tratamento com o laser de baixa intensidade.

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3. MATERAIS E MÉTODO

3.3 MODELO ANIMAL E PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

Os procedimentos cirúrgicos foram conduzidos no Laboratório de Fisiologia e

Fisiopatologia Cardíacas da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). As

análises moleculares foram conduzidas no Laboratório de Pesquisa da Universidade

Nove de Julho (UNINOVE).

Foram utilizadas 15 ratas Wistar fêmeas, pesando entre 250 e 280 gramas,

provenientes do Biotério Central da UNINOVE. Os animais foram confinados em

caixas plásticas em ambiente com temperatura controlada (22º C) e ciclo claro/escuro

de 12 horas, alimentados com água e ração ad libitum (Nuvilab). O uso de ratas, ao

invés de ratos, mostrou-se viável em experimento prévio, além de maior

disponibilidade no biotério. Todo processo experimental foi conduzido em acordo com

o “Guide for the Care and Use of Laboratory Animals (NIH, Pub 85-23, revisado em

1985)”. O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

UNINOVE (parecer 0015/2012).

O estudo foi composto por três grupos experimentais:

Grupo infarto (IM): ratas que foram submetidos à oclusão da coronária sem

irradiação laser, n=5;

Grupo infarto + laser irradiado (IM+Laser): ratas que foram submetidos à

oclusão coronária seguido da irradiação laser de baixa intensidade, n=5;

Grupo Sham (Controle): ratas foram submetidos ao mesmo procedimento,

porém sem infarto e irradiação laser de baixa intensidade, n=5.

No grupo de animais infartados, independente se por oclusão coronária,

somente foram incluídos no estudo corações que apresentarem área de infarto igual

ou superior a 40% do ventrículo esquerdo. A noção que o IM de grande dimensão está

associado com severo remodelamento ventricular esquerdo e piora no prognóstico da

doença (GABALLA et al., 2002; dos SANTOS et al., 2009) constitui a razão pela qual

foram incluídos no estudo somente animais com IM ≥ 40%. Animais submetidos ao

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procedimento cirúrgico de oclusão coronária que não apresentarem IM também foram

excluídos da amostra. O uso de ratas, ao invés de ratos, deu-se pela maior

disponibilidade de animais no biotério. Não há relatos de alterações da ação do laser

de acordo com o gênero. Estudos em machos e fêmeas apresentaram resultados

semelhantes.

Produção da técnica de oclusão coronária

Os animais foram anestesiados com mistura intraperitoneal de cetamina (50

mg/kg) e xilazina (10 mg/kg), entubados e ventilados com pressão positiva em

ventilador para roedores (modelo Harvard 683). Após tricotomia do hemitórax

esquerdo, foi realizada toracotomia lateral no local onde o coração causa impacto à

palpação. Com o animal na posição supina, foi feita incisão da pele e divulsão dos

músculos peitorais e intercostais, com auxílio de pinça Kelly curva. Após divulsão do

músculo intercostal, as costelas foram afastadas com auxílio da pinça Kelly e de

afastador Stevenson modificado. A pericardiotomia foi produzida por meio de pinça

anatômica e a artéria coronária descente anterior visualizada.

Para a produção do infarto do miocárdio por oclusão da artéria coronária foi

ligada a, aproximadamente, três milímetros de sua origem na aorta, por meio de fio

de sutura nylon 5,0. Após serem checados os resultados da sutura, o afastador foi

retirado, para a promoção da hiperinsuflação pulmonar e o tórax foi fechado por sutura

em bolsa previamente preparada em torno das bordas da incisão. Em seguida, o

animal foi mantido em ventilação artificial enriquecida com oxigênio até que

ocorressem movimentos ventilatórios espontâneos. Os animais foram colocados em

caixas e mantidos aquecidos durante o período pós-operatório, até que recuperem

completamente da anestesia. O grupo controle foi composto por animais submetidos

à cirurgia fictícia da oclusão coronariana, sendo denominado grupo Sham.

3.4 IRRADIAÇÃO DO LASER

O laser de baixa intensidade de Alumínio Gálio Índio Fósforo – AlGaInP -com

comprimento de onda de 660 nm, 15mW de potência, densidade de energia 22,5

J/cm2

, 60 segundos de aplicação, área irradiada 0,785 cm2

, dose 1,1 J

(Twin Laser –

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33

M M Optics ®) foi utilizado no estudo. Esta dose foi usada previamente por ORON et

al. (2001) e em estudo piloto. Após a oclusão, como descrito acima, o coração foi

reposicionado na caixa torácica por 60 segundos para sua estabilização e após esse

período, o coração foi exteriorizado e randomizado para receber a irradiação laser

com os parâmetros descritos acima.

A caneta laser foi posicionada em um dispositivo com aproximadamente 3 cm

de distância da área do ventrículo esquerdo. No entanto, o grupo não laser irradiado

(NLI), foram submetidos ao mesmo procedimento, porém o laser estará desligado; e

no grupo Sham não foi infartado e nem irradiado. Depois de realizado o procedimento,

os ratos foram mantidos em ventilação artificial até a sua normalização.

3.5 ESTUDO MORFOFUNCIONAL POR ECOCARDIOGRAMA

TRANSTORÁCICO

O estudo ecocardiográfico transtorácico (ECO) foi realizado para estimativa do

tamanho do infarto do miocárdio, morfologia cardíaca e função ventricular. Todos os

animais foram submetidos ao ecocardiograma no 3º dia após a oclusão da artéria

coronária (OAC). Após anestesia (mistura: cetamina, 50 mg/kg; xilazina, 10 mg/kg,

i.p.) e tricotomia da face anterior do tórax, os animais foram posicionados em decúbito

lateral esquerdo e três eletrodos colocados nas patas para obtenção do traçado

eletrocardiográfico simultâneo à imagem ecocardiográfica. O exame foi realizado

segundo técnica já consolidada em nosso laboratório (NANNI et al., 2006; MOISÉS et

al., 2000; BONILHA et al., 2005), com aparelho SONOS 5500®

, que permite obtenção

de imagens cardíacas em tempo real nos modos mono e bidimensional. As imagens

em cortes transversais do ventrículo esquerdo foram gravadas em fitas de vídeo para

posterior análise. Foram utilizadas as janelas paraesternal esquerda (corte

longitudinal e transversal) e apical (quatro câmaras e duas câmaras). No modo

bidimensional, foram analisadas as áreas do VE ao final da diástole (AdVE) e ao final

da sístole (AsVE).

Foram determinadas, também, a presença de infarto e sua extensão, e a função

sistólica e diastólica do VE. O tamanho do infarto foi estimado pela medida do

comprimento das regiões acinética e/ou hipocinéticas (RAH) das paredes

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34

ventriculares, representando-o como percentagem do perímetro total do contorno

endocárdico (PE) em três cortes transversais do VE (nível das bordas das cúspides

da valva mitral, dos músculos papilares e da região apical). Este método foi

previamente validado (MOISÉS et al., 2000) com a seguinte equação [24]: TI = (RAH

/ PE) * 100.

A função sistólica foi avaliada pela fração de encurtamento da área transversa

(FEAT) segundo a fórmula: FEAT= [(AdVE – AsVE / AdVE)] x 100%, sendo AdVE =

área diastólica e AsVE = área sistólica do VE. O valor final foi obtido pela média das

FEAT calculadas nos três planos basal, médio e apical do VE. A função diastólica foi

avaliada utilizando-se os índices derivados da curva de velocidade do fluxo diastólico

mitral obtido pela técnica de Doppler pulsátil. A curva de velocidade do fluxo diastólico

foi obtida a partir da imagem apical quatro câmaras, posicionando-se a amostragem

de volume próximo à face ventricular da valva mitral. Foram determinadas: a) Onda

E: maior valor da velocidade de fluxo inicial do enchimento ventricular; b) Onda A:

maior valor da velocidade de fluxo telediastólico mitral; c) Relação E/A: razão entre a

velocidade máxima da onda E e a velocidade máxima da onda A.

3.6 ANÁLISE “IN SILICO”

3.6.1 Busca para seleção de genes e vias metabólicas

Os genes foram investigados quanto a sua participação em vias metabólicas e

sinalizatórias conhecidas, utilizando o banco de dados da Enciclopédia KEGG de

Genes e Genomas. (KEGG - http://www.genome.jp/kegg) como referência. A

seqüência nucleotídica dos genes diferenciais foi submetida ao serviço de anotação

automática do KEGG (http://www.genome.jp/kegg/kaas/), que gera automaticamente

os mapas das vias metabólicas e de sinalização nas quais os genes estão inseridos.

Genes que não estavam presentes no banco de dados do KEGG foram manualmente

investigados quanto a sua função e inserção nos metabolismos, através de intensivas

consultas ao NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/), e dados obtidos na literatura. A

partir destes mapas e da complementação com os dados obtidos na literatura e em

outros bancos, foi montado quadro para representar as principais vias metabólicas

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35

envolvidas no Infarto Agudo do miocárdio, compreendendo: Angiogênese e sobrevida

celular, hipertrofia, Estresse oxidativo, Apoptose, Matriz Extracelular, Cinética do

Cálcio, Metabolismo celular e Inflamação.

3.7 ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA

3.7.1 Coleta de material biológico – Tecido

Os animais foram mortos por exposição do coração sob o efeito dos

anestésicos citados para estudos de hemodinâmica, seguido de injeção de dose letal

de anestésicos. Para coleta de material biológico para análise de biologia molecular,

os animais foram mortos por decapitação. Tal método de eutanásia se faz necessário

em função das demais técnicas induzirem aumento de estresse oxidativo (por

exemplo, pela ação de anestésicos). Imediatamente após a excisão do coração e

determinação da massa miocárdica, a área infartada do ventrículo esquerdo foi

rapidamente retirada e desprezada e o miocárdio remoto ao infarto foi lavado em

solução fisiológica para remoção do excesso de sangue. Em seguida, as amostras de

tecido foram colocadas em tubos de 1,5 mL para congelamento em nitrogênio líquido.

O material biológico foi armazenado em temperatura de -80ºC até a data de

processamento para avaliação da expressão gênica.

3.7.2 Procedimentos – PCR “ARRAY”

Utilizamos a técnica de PCR em tempo real combinada com “array” para

quantificar a expressão de múltiplos genes simultaneamente (Custom TaqMan® Array

Plates – Life Technologies, Carlsbad, CA, EUA). A vantagem desta técnica quando

comparada com o PCR em tempo real convencional é a possibilidade de

determinação simultânea em larga escala da expressão gênica, o que diminui o custo

do estudo e o tempo despendido com a experimentação. As placas são customizadas

comercialmente de acordo com uma lista de genes selecionados pelo pesquisador.

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36

Extração de RNA

Amostras do miocárdio ventricular esquerdo remoto ao IM, pesando entre 0,2

e 0,5 g, foram homogeneizadas em Trizol®

Reagent (Life Technologies, Carlsbad, CA,

EUA) para extração do RNA total conforme instruções do fabricante. Em seguida, 200

ul de clorofórmio foram adicionados ao homogenato, e a mistura foi agitada

vigorosamente por 15 seg. Em seguida, a mistura foi mantida em temperatura

ambiente por 5min. As amostras foram centrifugadas por 15min, 12000xg a 4°C. A

fase aquosa resultante de cada amostra foi transferida para um tubo Eppendorf de

1,5ml estéril, e foram adicionados 500 ul de isopropanol para a precipitação do RNA.

As amostras foram mantidas em temperatura ambiente por 10min, e foram novamente

centrifugadas (12000xg/4°C/10 min). Os sobrenadantes foram retirados, e os pellets

de RNA foram lavados com 1ml de etanol 75% (preparado com água tratada com

dietilpirocarbonato, DEPC, 0,01%). As amostras foram novamente centrifugadas

(12000xg/4°C/10 min), e os sobrenadantes foram descartados. Os pellets secaram ao

ar livre, sendo então ressuspensos com 50 ul de água DEPC, e armazenado a -80 °

C até a realização da Transcrição Reversa.

Tratamento do RNA total e Integridade das amostras

As quantificações das amostras de RNA total foram feitas utilizando o aparelho

NanoDrop ND-2000 espectrofotômetro (NanoDrop Products, Wilmington, DE, USA)

sendo que 1U A260 corresponde a 40ug de RNA/mL. Foram utilizadas apenas

amostras livre de contaminantes (A260/A230 ~1,8) e de proteínas (A260/A280 = 1,8-

2,0). A integridade do RNA total foi avaliada pela observação da proporção das bandas

referentes aos rRNA 18S e 28S em eletroforese em gel de agarose 1% corado com

SYBR® Safe (Life Technologies, Carlsbad, CA, EUA). Para eliminação da

contaminação de DNA genômico das amostras, 1ug de RNA total (8 ul) foi incubado

com 1 unidade (1 ul) de DNAse I/RNase Free – (Invitrogen, Carlsbad, CA, EUA), na

presença 1 ul de solução contendo 20 mM Tris-HCl, pH 8.4 e 2 mM MgCl2 por 15 min

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a 37 °C, seguido de incubação a 65ºC durante 10 minutos para inativação da DNAse

I.

Síntese de cDNA - Transcrição Reversa

Logo após o tratamento acima descrito, foi realizada a reação de transcrição

reversa (RTqPCR), para síntese do cDNA. Em 1 ug de RNA total tratado foram

adicionados 2 μl de tampão de incubação (KCl 50 mM, Tris-HCl pH 8,4, 20 mM e

MgCl2 2,5 mM), 1 unidade de transcriptase reversa (1ul) (Invitrogen, Carlsbad, CA,

EUA), 2μl de Randon Primer (Invitrogen, Carlsbad, CA, EUA) 0,8 μl de

oligonucleotideos (DNTPs, 100 mM) e 4,2 ul de H2O ultra pura para uma reação final

de 20 μl. As amostras foram então submetidas às seguintes incubações: 25°C por 10

min, 37°C por 120 min, 85°C por 5 min. Após a reação, as amostras de cDNA foram

mantidas a -20°C para futura realização da PCR em tempo Real.

Reação de Polimerização em Cadeia (PCR) em tempo real - qPCR

A reação de polimerização em cadeia em tempo real (Real-Time PCR) combina

a amplificação do PCR com detecção fluorescente automatizada, realizada como

auxílio do aparelho de detecção da sequência. A amplificação e aquisição dos dados

foram realizadas com a sonda Taqman em equipamento Abi Prism 7500 Fast (Applied

Biosystems, Carlsbad, CA, EUA) como descrito previamente (NANNI et al, 2006).

Neste processo de excitação a captação de fluorescência é realizada em cada ciclo

de amplificação do PCR, fornecendo uma quantificação em tempo real das

sequencias dos genes de interesse. O protocolo utilizado para a reação de PCR em

tempo real foi o seguinte: em 1,0 μl de cDNA, foram adicionados 5 μl de Solução

Taqman Universal Fast Master Mix 2X (Applied Biosystems, Carlsbad, CA, EUA) e

água suficiente para 10 μl de reação em cada poço da placa com 96 poços. As

amostras aplicadas em duplicata e então incubadas a 95°C por 20s, e passaram por

40 ciclos térmicos a 95°C por 3s, 60°C por 30s.

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38

Segue abaixo o layout e disposição dos genes que foram analisados na placa

customizada:

Todas as reações foram submetidas às mesmas condições de análise e

normalizadas pelo sinal do corante de referência passiva ROX para correção de

flutuações na leitura decorrentes a variações de volume e evaporação ao longo da

reação. O resultado, expresso em valor de CT, se refere ao número de ciclos de PCR

necessários para que o sinal o fluorescente atinja o limiar de detecção.

Os genes diferencialmente expressos foram normalizados pelo nível de

expressão do gene housekeeping subunidade 18S do RNA ribossomal, cuja

expressão mostra-se inalterada nas condições experimentais. O “software” SDS 1.4

Software for the 7500 Fast System (Applied Biosystems, Carlsbad, CA, EUA) foi

utilizado para o processamento dos dados.

Os valores de ΔCt das amostras foram determinados pela subtração do valor

de Ct médio do mRNA do gene alvo a partir do valor médio de Ct do gene

housekeeping 18S rRNA. O parâmetro 2-ΔΔCt foi utilizado para expressar os dados

de expressão relativos.

A Figura 2 demonstra os passos realizados desde a obtenção do RNA até os

gráficos de análise dos resultados.

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Figura 2 – Fluxograma da análise da expressão gênica por PCR Array e as fases que ocorreram

desde a obtenção do RNA até a análise dos resultados (Fonte: Arquivo pessoal).

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3.8 ANÁLISE ESTATISTICA

Todos os dados foram apresentados como média ± desvio padrão. A

comparação dos resultados entre os diferentes grupos para cada período de tempo

pós-IM foi realizada com ANOVA uma via complementada pelo teste de Newman-

Keuls.Todas as avaliações foram realizadas com o software GraphPad Prism version

5.0 (San Diego, CA, EUA). Um valor de p 0,05 foi adotado como nível de

significância.

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41

4 RESULTADOS

4.1 ESTUDO MORFOFUNCIONAL POR ECOCARDIOGRAMA

TRANSTORÁCICO

Em relação à ecocardiografia transtorácica, o IM induziu um aumento

significativo na área sistólica do ventrículo esquerdo; resultou na redução da variação

fracional da área (FAC) nos animais tratados com laser em comparação com o grupo

controle e o grupo não tratado. Nossos dados sugerem que a laserterapia atenuou a

disfunção sistólica provocada pelo IM, conforme dados descritos na Tabela 1.

Tabela 1 - Biometria e ecocardiografia. Dados após 72 horas da oclusão coronária e

laserterapia.

BW, peso corporal; FAC, variação fracional da área; LV, ventrículo esquerdo; LVDA, área ventricular esquerda diastólica, LVSA, área ventricular esquerda sistólica, E Wave (E), onda E, A Wave (A), onda A. ANOVA One way foi aplicada para comparação dos dados. Os dados estão apresentados em médias e desvio padrão. *Diferença significante vs. IM e IM Laser, # Diferença significante vs. IM

Variáveis Sham IM IM+Laser valor de p

(n=5) (n=5) (n=5)

Biometria

BW (g) 206±6 200±4 201±5 = 0.7

LV (mg) 681±39 693±47 751±28 = 0.3

LV/BW (mg/g) 3.6±0.2 3±0.4 3.8±0.2 = 0.5

Ecocardiografia

LVDA (mm2/BW) 0.01427±0.0007 0.01611±0.0011 0.01593±0.0007 = 0.3

LVSA (mm2/BW) 0.0038±0.0001* 0.0116±0.0008 0.0103±0.0003 <0.0001

FAC (%) 72±1* 27±2 35±1#

<0.0001

E Wave (cm2)

0.69±0.03 0.68±0.05 0.73±0.03 = 0.4

A Wave (cm2)

0.28±0.01 0.32±0.07 0.25±0.08 = 0.055

E/A 2.6±0.2* 4.5±0.9 5±0.7 = 0.02

Grupos experimentais

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42

4.2 ANÁLISE “IN SILICO”

4.2.1 Busca para seleção de genes em vias metabólicas

Os genes induzidos após o infarto do miocárdio foram identificados no Banco

de dados KEGG e relacionados com sua via metabólica conforme descrito nos

materiais e métodos. Nove vias metabólicas foram associadas: angiogênese e

sobrevida celular, hipertrofia, estresse oxidativo, apoptose, matriz extracelular,

cinética do cálcio, metabolismo celular e inflamação, descritos na Figura 3.

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Figura 3 – Vias metabólicas e genes alvos relacionados com o Infarto do Miocárdio.

Após a extração de RNA a partir de amostras de tecido cardíaco, estes foram

quantificados por espectrofotometria, conforme descrito na Tabela 2.

Vias Metabólicas Código do gene Nome do Gene

Akt1 v-akt murine thymoma viral oncogene homolog 1

Vegfa Vascular endothelial growth factor

Bax Bcl2-associated X protein

Mapk14 Mitogen activated protein kinase 14

Tp53 Tumor protein p53

Fas TNF receptor superfamily, member 6

Mapk1 Mitogen activated protein kinase 1

Pln Phospholamban

Atp2a2 ATPase, Ca++ transporting, cardiac muscle

ReyR Ryanodine receptor 2, cardiac

Slc8a1 Sarcolemal NA-Ca exchanger

Casq2 Calsequestrin

Gpx4 Gutathione peroxidase

Cat Catalase

Hspa1a, Hspa1b Heat shock 70kD protein

Sod1 Superoxide dismutase

Igf1 Insulin-like growth factor 1

Cabin1 Calcineurin A

Chp2 Calcineurin B

Nfatc3 Nuclear factor of activated T-cells, cytoplasmic, calcineurin-dependent

Map3k2 MAP kinase kinase kinase-2

Edn1 Endothelin 1

Ace Angiotensin I converting enzyme (peptidyl-dipeptidase A) 1

Nppa Natriuretic peptide A

Nppb Natriuretic peptide B

Agtr1a Angiotensin II receptor type 1a

Prkca Protein kinase C, alfa

Prkcb Protein kinase C, beta I

Prkcg protein kinase C, gamma

Ace 2 Angiotensin I converting enzyme (peptidyl-dipeptidase A) 2

Myh6 Myosin heavy chain, alpha

Myh7 Myosin heavy chain, beta

TNF-α Tumor necrosis factor

IL-6 Interleukin 6

Tnfrsf1a Tumor necrosis factor receptor superfamily, member 1a

Col3a1 Collagen, type III

Tgfb1 Transforming growth factor, beta 1

Col1a1 Collagen, type I

Mmp9 Matrix Metalloproteinase 9

Tnc Tenascin C

Hk1 Hexokinase 1

Ucp-2 Mitochondrial uncoupling protein 2

Pfkm Phosphofructokinase

Ndufa3 NADH dehydrogenase (ubiquinose) 1 alpha subcomplex, 3

Taz Tafazzin

Slc2a1 Facilitated glucose transporter

Gapdh Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

Matriz extracelular

Metabolismo celular

Angiogenese/sobrevida

celular

Apoptose

Cinética do cálcio

Estresse oxidativo

Hipertrofia

Inflamação

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Tabela 2 – Quantificação de RNA extraído das amostras de tecidos cardíacos dos

animais submetidos a OAC após 3 dias.

Grupo Amostra Concentração ng/ul

Pureza 260/280 nm

68 896,90 2,01

72 898,80 1,98

SHAM 93 1067,20 1,94

94 1246,80 2,04

95 794,10 1,92

77 1352,50 1,96

79 1643,60 2,04

IM 89 847,60 1,95

90 1525,90 2,02

91 1936,00 1,98

67 810,60 1,91

80 749,00 1,87

IM+Laser 82 840,80 1,94

85 1296,70 2,01

88 1514,20 2,03

4.3 ANÁLISE DE EXPRESSÃO GÊNICA

Para examinar possíveis mecanismos responsáveis pelas alterações

morfológicas encontradas pós Infarto Agudo do Miocárdio, medimos a expressão de

47 genes, utilizando PCR em tempo real. Os genes foram agrupados nas seguintes

vias metabólicas: Angiogênese e sobrevida celular, Hipertrofia, Estresse oxidativo,

Apoptose, Matriz Extracelular, Cinética do Cálcio, Metabolismo celular e

Inflamação. Os resultados da expressão gênica nos grupos experimentais (IM e

IM+Laser) foram dados pelo número de vezes (fold change) que apresentaram

expressão aumentada (up regulated) ou diminuida (down regulated) quando

comparados ao grupo Controle (Sham). Os resultados estão apresentados na Tabela

3 e Figura 4.

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Tabela 3 – Alterações na expressão gênica de mRNA 3 dias após a cirurgia da oclusão da Artéria Coronária comparada com a Cirurgia Sham.

* p <0,05 versus grupo SHAM; #p <0,05 versus grupo IM. Os valores de P foram determinados por ANOVA.

Vias Metabólicas Código do gene Sham IM IM + Laser

Akt1 0,863 1,448 1,033

Vegfa 0,869 0,1718* 0,2733*

Bax 0,549 1,034 0,807

Mapk14 0,696 0,879 0,612

Tp53 0,545 1,583* 0,9093#

Fas 0,598 0,719 0,503

Mapk1 0,674 0,996 0,742

Pln 0,948 0,2177* 0,2906*

Atp2a2 0,794 0,229* 0,1815*

ReyR 0,915 0,373 0,730

Slc8a1 0,571 0,602 0,434

Casq2 0,612 0,246 0,348

Gpx4 0,643 0,694 0,496

Cat 0,674 0,573 0,619

Hspa1a, Hspa1b 0,626 0,509 0,515

Sod1 0,866 0,3896* 0,4017*

Igf1 0,481 2,164* 1,493*

Cabin1 0,497 0,587 0,545

Chp2 0,584 0,579 0,426

Nfatc3 0,632 1,184 0,712

Map3k2 0,558 0,594 0,501

Edn1 0,605 2,03* 0,958#

Ace 0,629 1,298* 0,6142#

Nppa 1,000 1,539 0,895

Nppb 0,982 1,893 1,962

Agtr1a 0,899 7,552* 5,315*#

Prkca 0,504 0,780 0,498

Prkcb 0,462 0,583 0,301

Prkcg 0,875 0,439 0,526

Ace 2 0,603 0,725 0,827

Myh6 1,234 0,2014* 0,4042*

Myh7 1,078 0,501 0,703

TNF-α 0,624 0,820 0,581

IL-6 0,435 7,104* 2,709#

Tnfrsf1a 0,638 2,292* 1,373#

Col3a1 0,770 8,621* 3,063#

Tgfb1 0,504 3,18* 1,653*#

Col1a1 0,852 13,83* 6,562*#

Mmp9 0,531 2,719* 0,9761#

Tnc 0,837 12,95* 8,448*#

Hk1 0,808 1,178 1,019

Ucp-2 0,465 1,245* 0,6819#

Pfkm 0,981 0,1724* 0,1635*

Ndufa3 1,039 0,976 1,224

Taz 0,783 0,527 0,436

Slc2a1 0,551 2,448* 1,262#

Gapdh 0,711 3,134* 1,493#

Inflamação

Matriz extracelular

Metabolismo celular

Angiogenese/sobrevida

celular

Apoptose

Cinética do cálcio

Estresse oxidativo

Hipertrofia

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46

Figura 4 – Expressão gênica dos 47 genes nos grupos experimentais IM e IM+Laser comparados ao grupo Controle (Sham).

0,000 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000

Akt1

Vegfa

Bax

Mapk14

Tp53

Fas

Mapk1

Pln

Atp2a2

ReyR

Slc8a1

Casq2

Gpx4

Cat

Hspa1a

Sod1

Igf1

Cabin1

Chp2

Nfatc3

Map3k2

Edn1

Ace

Nppa

Nppb

Agtr1a

Prkca

Prkcb

Prkcg

Ace 2

Myh6

Myh7

TNF-α

IL-6

Tnfrsf1a

Col3a1

Tgfb1

Col1a1

Mmp9

Tnc

Hk1

Ucp-2

Pfkm

Ndufa3

Taz

Slc2a1

Gapdh

An

gio

gen

ese

Ap

op

tose

Cin

étic

a d

o c

álci

oEs

tre

sse

oxi

dat

ivo

Hip

ert

rofi

aIn

flam

açã

oM

atri

zex

trac

elu

lar

Met

abo

lism

o c

elu

lar

SHAM

IM X SHAM

IM+Laser x SHAM

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47

O Grupo Infarto do Miocárdio (IM), e o Grupo Infarto + Laser (IM+Laser),

quando comparados ao grupo controle (Sham), apresentaram 22 (44,60%) e 12

(25,53%) de genes diferencialmente expressos respectivamente, como mostra a

figura 10 e 11. Desses, no grupo IM, 15 (71,42%) encontravam-se up regulated e 6

(28,57%) down regulated. No grupo IM+Laser, 6 (50%) encontravam-se up regulated

e 6 (50%) down regulated. O Grupo IM+Laser quando comparado ao Grupo IM

apresentou 14 genes diferencialmente expressos, destes 14 (100%), encontravam-se

down regulated (Figuras 5 e 6).

Figura 5 – Quantidade de genes diferencialmente expressos nos grupos IM e IM+Laser quando

comparados ao grupo Sham.

Gen

es

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48

Figura 6 – Perfil de expressão dos 47 genes analisados por PCR em tempo Real. A – Grupo IM X

Sham, B – Grupo IM+Laser x grupo Sham, C – Grupo IM X Grupo IM+Laser.

Além dos perfis de expressão gênica entre os grupos IM e IM+Laser

comparados ao Sham, também comparamos os níveis de expressão entre os genes

dentro das vias metabólicas, conforme descrição abaixo:

ANGIOGÊNESE E SOBREVIVÊNCIA CELULAR

A angiogênese pós-IM também foi avaliada após a laserterapia. A Figura 7

mostra a expressão do mRNA dos genes envolvidos na Angiogênese e sobrevivência

celular. O grupo IM determinou uma redução significativa de 80,22 % na expressão

do gene Vegfa quando comparado com o grupo Sham. O grupo IM+Laser também

A B

C

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49

apresentou uma redução na expressão do gene Vegfa, caracterizando a laserterapia,

nos parâmetros utilizados, como incapaz de aumentar a vascularização (Fig. 7 A).

Com relação à sobrevida celular, a expressão do Akt1 não sofreu alteração

significativa nos grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao grupo controle (Fig 7

B).

Figura 7 - Níveis de expressão do RNAm de Vegfa e Akt1 sobre o tecido do miocárdio após laserterapia

por ensaio de PCR em tempo real. Todos os dados representam uma quantificação relativa para a

expressão do gene 18S (2-ΔΔCt). A - Houve uma redução na expressão do mRNA do gene Vegfa nos

Grupos IM e IM+Laser. B - Animais do grupo IM e IM+Laser não apresentaram diferenças significativas

na expressão do gene Akt1 quando comparados ao grupo Sham. Os dados foram descritos em médias

± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; Os valores de P foram determinados por ANOVA.

APOPTOSE

A Figura 8 mostra a expressão do mRNA dos genes envolvidos na Apoptose.

O grupo IM determinou um aumento significativo de 190,29 % na expressão do gene

Tp53 quando comparado com o grupo Sham. A laserterapia reduziu significativamente

a expressão do gene Tp53 em 42,55% quando comparada com o grupo IM, sugerindo

uma menor ativação de processos apoptóticos após a laserterapia (Figura 8 A). Esta

evidência sugere que o laser pode estimular a sobrevivência celular após o infarto,

inibindo a apoptose da área viável do coração possivelmente para manter a

homeostase cardíaca após o infarto. A expressão dos genes Fas, Map3k2, Bax e

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50

Mapk14 não sofreram alteração nos grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao

grupo controle (Figuras 8 B).

Figura 8 –Expressão de mRNA de Tp53, Fas ,Map3K2, Bax e Mapk14 sobre o tecido do miocárdio

após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam uma quantificação

relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). A - Houve um aumento na expressão do mRNA do

Tp53 no Grupo IM. Uma regulação negativa na expressão de mRNA foi detectada no grupo IM + laser,

sugerindo um efeito da laserterapia. B - Animais do grupo IM e IM+Laser não apresentaram diferenças

significativas nos genes Map3K2, Bax, Mapk14 e Fas quando comparados ao grupo Sham. Os dados

foram descritos em médias ± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo IM. Os

valores de P foram determinados por ANOVA.

CINÉTICA DO CÁLCIO

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51

A expressão de genes que regulam a cinética do cálcio, importante no

remodelamento miocárdico após o infarto foi avaliada. Houve uma redução

significativa de 71,14% e 77,13% na expressão do gene Atp2a2 nos grupos IM e

IM+Laser respectivamente, quando comparados ao grupo controle. O gene PLN

também mostrou-se significativamente reduzido tanto no grupo IM (77,03%) quanto

no grupo IM+Laser (69,34%). Ambos não caracterizaram a ação da laserterapia na

reversão desta diminuição da expressão gênica (Figuras 9 A). A expressão dos genes

Ryr2, Casq2 e Slc8a1 não sofreram alteração significativas nos grupos IM e IM+Laser,

quando comparados ao grupo controle (Figuras 9 B).

Cinética do Cálcio

Figura 9 – Expressão de mRNA de Atp2a2, Pln, Ryr2, Casq2 e Slc8a1, sobre o tecido do miocárdio

após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam uma quantificação

relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). A - Houve uma redução na expressão do mRNA dos

genes Atp2a2 e Pln nos Grupo IM e IM+Laser. B - Animais do grupo IM e IM+Laser não apresentaram

diferenças significativas nos genes Ryr2, Casq2 e Slc8a1 quando comparados ao grupo Sham. Os

dados foram descritos em médias ± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo

IM. Os valores de P foram determinados por ANOVA.

ESTRESSE OXIDATIVO

Sham IM IM+Laser0.0

0.5

1.0

1.5

**

Atp

2a2 m

RN

A e

xp

ressio

n

(fo

ld c

han

ge)

Sham IM IM+Laser0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

Ryr2 m

RN

A e

xp

ressio

n

(fo

ld c

han

ge)

Sham IM IM+Laser0.0

0.5

1.0

1.5

Casq

2 m

RN

A e

xp

ressio

n

(fo

ld c

han

ge)

Sham IM IM+Laser0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

* *

Pln

mR

NA

exp

ressio

n

(fo

ld c

han

ge)

Sham IM IM+Laser0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Slc

8a1 m

RN

A e

xp

ressio

n

(fo

ld c

han

ge)

A A

B B B

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52

O estresse oxidativo grave e prolongado pode desencadear a apoptose e

necrose. Diversas condições patológicas tem um componente de stress oxidativo,

incluindo doenças cardiovasculares, especialmente no infarto do miocárdio.

Avaliamos a expressão gênica dos genes Cat, Hspa1a, Sod1 e Gpx4 envolvidos no

estresse oxidativo. A expressão do gene Sod1, mostrou-se significativamente

reduzida tanto no grupo IM (55,01%) quanto no grupo IM+Laser (53,61%). A

laserterapia não foi capaz de aumentar a expressão deste gene, caracterizado como

importante antioxidante (Figura 10 A). A expressão dos genes, Cat, Hspa1a, e Gpx4

não sofreram alterações significativas nos grupos IM e IM+Laser, quando comparados

ao grupo controle (Figuras10 B).

Figura 10 – Expressão de mRNA de Sod1, Gpx4, Cat e Hspa1a sobre o tecido do miocárdio após

laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam uma quantificação

relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). Houve uma redução na expressão do mRNA do gene

Sod1 no Grupo IM e IM+Laser, evidenciando que a laserterapia não foi capaz reverter esta situação.

Animais do grupo IM e IM+Laser não apresentaram diferenças significativas nos genes Cat, Hspa1a e

Gpx4 quando comparados ao grupo Sham. Os dados foram descritos em médias ± E.P.M. * p <0,05

versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo IM. Os valores de P foram determinados por ANOVA.

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53

HIPERTROFIA

O processo de remodelação cardíaca se caracteriza por alterações da

geometria, volume, massa e constituição do coração em resposta a uma agressão. A

hipertrofia miocárdica é um importante componente da remodelação cardíaca, que

permite ao coração manter suas funções básicas em vigência do aumento das

condições de carga. Em longo prazo, entretanto, a hipertrofia representa fator de risco

dependente para morbidade e mortalidade das doenças cardíacas. Para avaliar a

hipertrofia pós IM, analisamos a expressão gênica de 16 genes (Igf1, Edn1, Ace,

Nppa, Agtr1a, Prkca, Myh6 , Myh7, Cabin1, Chp2, Nfatc3, Map3k2, Nppb, Prkcb,

Prkcg e Ace2). De acordo com a figura 11, o grupo IM determinou um aumento

significativo na expressão dos genes: Edn1 (235,48%), Ace (106,52%) e Agtr1a

(740,23%) quando comparados com o grupo Sham 3 dias após o infarto. A

laserterapia reduziu significativamente a expressão dos genes citados quando

comparados com o grupo IM: Edn1 (52,80%), Ace (52,68%%) e Agtr1a (29,62%)

quando comparada com o grupo IM, sugerindo uma redução nos processos

hipertróficos após a laserterapia (Fig 11 A). O gene Myh6, mostrou-se

significativamente reduzido tanto no grupo IM (83,67%) quanto no grupo IM+Laser

(67,24%). Ao contrário, o gene Igf1, mostrou-se significativamente aumentado tanto

no grupo IM (350,27%) quanto no grupo IM+Laser (210,65%). Em ambos os casos a

laserterapia não foi eficaz (Fig. 11 B). Nas Figuras 11 C e 12 C podemos observar que

a expressão dos genes Prkca, Myh7, Cabin1, Chp2, Nfatc3, Map3k2, Nppa, Nppb,

Prkcb, Prkcg e Ace2, não sofreram alterações nos grupos IM e IM+Laser, quando

comparados ao grupo controle.

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54

Figura 11 – Expressão de mRNA de Ace, Agtr1a, Edn1, Myh6, Igf1, Nppa, Myh7 e Prkca sobre o

tecido do miocárdio após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam

uma quantificação relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). A - Houve um aumento na

expressão do mRNA de Ace, Agtr1 e Edn1no Grupo IM. Uma regulação negativa na expressão de

mRNA dos mesmos genes foi detectada no grupo IM + laser, sugerindo um efeito da laserterapia. B -

Houve uma redução na expressão do mRNA Myh6 e um aumento na expressão Igf1 nos Grupos IM e

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55

IM+Laser. C - Animais dos grupos IM e IM+Laser não apresentaram diferenças significativas nos genes

Cabin1, Chp2, Nfatc3, Map3k2, Nppa, Nppb, Prkca, Prkcb, Prkcg, Ace 2 e Myh7 quando comparados

ao grupo Sham. Os dados foram descritos em médias ± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p

<0,05 versus grupo IM. Os valores de P foram determinados por ANOVA.

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56

Figura 12 – Expressão de mRNA de Ace2, Nfatc3, Prkcb, Prkcg, Cabin1, Nppb, Map3k2 e Chp2 sobre

o tecido do miocárdio após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados

representam uma quantificação relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). C - Animais do grupo

IM e IM+Laser não apresentaram diferenças significativas nos genes Cabin1, Chp2, Nfatc3, Map3k2,

Nppb, Prkcb, Prkcg, Ace2 quando comparados ao grupo Sham. Os dados foram descritos em médias

± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo IM. Os valores de P foram

determinados por ANOVA.

METABOLISMO CELULAR

Para avaliar a ação da laserterapia no metabolismo celular, analisamos os

genes Hk1, Ucp-2, Pfkm, Ndufa3, Taz, Slc2a1 e Gapdh no tecido do miocárdio 3 dias

após o IM. O grupo IM determinou um aumento significativo na expressão dos genes

Ucp-2 (167,68%), Slc2a (344,60%) e GAPDH (340,60%) quando comparado com o

grupo Sham. A laserterapia reduziu significativamente a expressão dos genes Ucp-2

(45,22%), Slc2a (48,44%) e GAPDH (52,36%) quando comparados com o grupo IM,

sugerindo a ação do laser no metabolismo celular (Fig 13 A). Houve uma redução

significativa de 82,43% e 83,34%% na expressão do gene Pfkm nos grupos IM e

IM+Laser respectivamente, quando comparados ao grupo controle (Fig 13 B). A

expressão dos genes Hk1, Ndufa3 e Taz, não sofreram alterações significativas nos

grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao grupo controle (Fig 13 C).

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57

Figura 13 – Expressão de mRNA de Gapdh, Slc2a1, Ucp-2, Pfkm, Taz, Ndufa3 e Hk1 sobre o tecido

do miocárdio após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam uma

quantificação relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). A - Houve um aumento na expressão do

mRNA de , Ucp-2, Slc2a1 e Gapdh no Grupo IM. Uma regulação negativa na expressão de mRNA dos

mesmos genes foi detectada no grupo IM + laser, sugerindo um efeito da laserterapia. B - Houve uma

redução na expressão do mRNA Pfkm nos Grupos IM e IM+Laser, evidenciando que a laserterapia não

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58

foi capaz reverter esta situação. C - Animais do grupo IM e IM+Laser não apresentaram diferenças

significativas nos genes Ndufa3, Hk1 e Taz , quando comparados ao grupo Sham. Os dados foram

descritos em médias ± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo IM. Os valores

de P foram determinados por ANOVA.

MATRIZ EXTRACELULAR

Modificações da matriz extracelular estão envolvidas em uma série de

distúrbios estruturais e funcionais do coração. Dessa forma, o melhor conhecimento

da dinâmica da matriz extracelular cardíaca é importante para a melhor compreensão

da fisiopatologia de distúrbios da função da bomba cardíaca, como na insuficiência

cardíaca e no Infarto do Miocárdio. Para avaliar a ação da laserterapia na composição

e a dinâmica da matriz extracelular cardíaca pós IM, avaliamos a expressão gênica

de 5 genes (Col1a1,Col3a1, Tgfb1, Mmp9 e Tnc) após 3 dias da OAC. Houve um

aumento significativo em todos os genes analisados. A expressão do Col1a1 e Col3a1

foi aumenta em 1523,62% e 1019,61%, respectivamente, no grupo IM comparado com

o grupo SHAM. Em contraste, a expressão do Col1a1 e Col3a1 foi diminuida em

52,55%% e 64,47%), respectivamente, no grupo IM+Laser, quando comparado com

o grupo IM. O grupo IM também determinou um aumento significativo na expressão

gênica dos genes Tgfb1, Mmp9 e Tnc em 530,95% e 412,24%, e 1447,56%

respectivamente quando comparado com o grupo SHAM. A laserterapia foi capaz de

reduzir a expressão de todos os genes citados, em 48,01%, 64,10% e 34,76%,

respectivamente (Fig. 14 A).

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59

Figura 14 – Expressão de mRNA de Tgfb1, Col1a1, Col3a1, Mmp9 e Tnc sobre o tecido do miocárdio

após laserterapia por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam uma quantificação

relativa para a expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). A - Houve um aumento na expressão do mRNA de

Col1a1, Col3a1, Tgfb1, Mmp9 e Tnc no Grupo IM. Uma regulação negativa na expressão de mRNA

dos mesmos genes foi detectada no grupo IM + laser, sugerindo um efeito da laserterapia. Os dados

foram descritos em médias ± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo IM. Os

valores de P foram determinados por ANOVA.

INFLAMAÇÃO

Após as primeiras horas de infarto do miocárdio ocorre uma resposta

inflamatória com infiltração de leucócitos e marcada libertação de citocinas

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60

inflamatórias, incluindo TNF-α, IL-6 e IL-1β (FRANGOGIANNIS et al., 2002).

Analisamos o perfil de expressão gênica dos genes IL-6, Tnfrsf1a e Tnf. A expressão

gênica de IL-6 e Tnfrsf1 apresentaram aumento significativo três dias após o IM em

1531,60% e 259,24%, respectivamente. A laserterapia após a oclusão coronária

reduziu significativamente a expressão do RNAm de citocinas em 61,86% e 40,09%,

respectivamente (Fig. 15 A). A expressão do gene Tnf não sofreu alteração

significativa nos grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao grupo controle (Fig.

15 B).

Figura 15 – Expressão de mRNA de IL-6, Tnfrsf1a e Tnf sobre o tecido do miocárdio após laserterapia

por ensaio de PCR em Tempo Real. Todos os dados representam uma quantificação relativa para a

expressão do gene 18S –(2-ΔΔCt). A - Houve um aumento na expressão do mRNA deTnfrsf1a e IL-6 no

Grupo IM. Uma regulação negativa na expressão de mRNA dos mesmos genes foi detectada no grupo

IM + laser, sugerindo um efeito da laserterapia. B - Animais do grupo IM e IM+Laser não apresentaram

diferenças significativas no gene Tnf quando comparados ao grupo Sham. Os dados foram descritos

em médias ± E.P.M. * p <0,05 versus grupo controle; #p <0,05 versus grupo IM. Os valores de P foram

determinados por ANOVA.

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61

5. DISCUSSÃO

O presente trabalho visou analisar a expressão gênica no miocárdio

remanescente de corações de ratas infartadas submetidos à irradiação com laser de

baixa intensidade. O estudo foi conduzido para caracterizar a função cardíaca e a

expressão gênica global em diferentes vias metabólicas potencialmente envolvidas no

infarto do miocárdio, e suas alterações após tratamento com irradiação laser.

Grande parte dos estudos (ALBERTINI et al., 2007; AIMBIRE et al., 2008;

ALBERTINI et al., 2008; LIMA et al., 2009; XAVIER et al., 2010; PIRES et al., 2011;

MESQUITA-FERRARI et al., 2011) com laserterapia utilizaram números limitados de

genes para um estudo mais detalhado e mais apropriado para análises aprofundadas

de certos mecanismos. Neste estudo, o PCR array nos oferece a oportunidade de uma

busca mais abrangente, já que é possível analisar ao mesmo tempo 47 genes

relacionados ao IM. Por meio dessa análise mais abrangente foi possível identificar

padrões distintos entre os Grupos controle e os grupos IM e IM+Laser, bem como

sinalizar potenciais genes diferencialmente expressos, de interesse para estudos mais

aprofundados e marcadores preditores de risco para IC.

De modo geral, nossos resultados demonstraram que o Grupo Infarto do

Miocárdio (IM), e o Grupo Infarto + Laser (IM+Laser), quando comparados ao grupo

controle (Sham), apresentaram 22 (44,60%) e 12 (25,53%) de genes diferencialmente

expressos respectivamente, como mostram as Figuras 10 e 11. Desses percentuais,

no grupo IM, 15 (71,42%) encontravam-se up regulated e 6 (28,57%) down regulated.

No grupo IM+Laser, 6 (50%) encontravam-se up regulated e 6 (50%) down regulated.

O Grupo IM+Laser quando comparado ao Grupo IM apresentou 14 genes

diferencialmente expressos, destes 14 (100%), encontravam-se down regulated.

O conhecimento da resposta inflamatória no miocárdio isquêmico e o papel das

citocinas após MI nos permite compreender a remodelação após o IM. Portanto, as

terapias imunomoduladoras como laser de baixa potência podem ser promissoras

para atenuar a resposta inflamatória, melhorar a remodelação cardíaca e,

possivelmente, melhorar a função cardíaca após o IM.

Analisamos o perfil de expressão gênica dos genes IL-6, Tnfrsf1a e Tnf. A

expressão gênica de IL-6 e Tnfrsf1 apresentaram grande aumento três dias após o IM

em 1531,60% e 259,24%, respectivamente. A laserterapia após oclusão coronária

reduziu significativamente a expressão do mRNA destas citocinas em 61,86% e

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40,09%, respectivamente. Apesar de não verificarmos alterações significativas no

gene TNF, observamos um aumento de expressão no IM e redução pela LBI no seu

receptor, Tnfrsf1, indicando que, talvez mais tardiamente, estas alterações possam

ocorrer. Esses efeitos anti-inflamatórios da LBI através de diminuição da expressão

de mediadores inflamatórios foram relatados por diversos autores (LOPES-MARTINS

et al., 2006; XAVIER et al., 2010; MANCHINI et al., 2014).

Imediatamente após o infarto, a lesão tecidual e a morte de cardiomiócitos por

necrose e apoptose ativam uma resposta inflamatória aguda sincronizada que podem

durar horas, dias ou semanas. A modulação de fatores apoptóticos, gerados pela

oclusão coronariana e consequente morte celular, após a aplicação do laser de baixa

intensidade ainda pouco estudada. A indução de morte celular por apoptose foi

avaliada pela análise do mRNA de Tp53, Map3K2, Bax, Mapk14. O grupo IM

apresentou um aumento significativo de 190,29 % na expressão do gene Tp53 quando

comparado com o grupo Sham. A laserterapia reduziu significativamente a expressão

do gene Tp53 em 42,55% quando comparada com o grupo IM, sugerindo uma menor

ativação de processos apoptóticos após a laserterapia. Esta evidência sugere que o

laser pode estimular a sobrevivência celular após o infarto, inibindo a apoptose da

área viável do coração, possivelmente para manter a homeostase cardíaca após o

infarto. Como mostrado, não observamos diferenças estatísticas na expressão gênica

dos demais genes.

Uma das ações sugeridas pela LBI é a promoção da angiogênese. Analisando

o miocárdio de ratos infartados tratados com o laser de baixa potência (ƛ= 804 nm),

Tuby et al., em 2006, demonstraram o aumento significativo na expressão de VEGF

(fator de crescimento vascular endotelial) e da enzima sintetase de óxido nítrico

induzível (iNOS) em tecidos de animais irradiados. No entanto, os parâmetros de

irradiação de laser utilizados no nosso modelo IM+LASER não foram capazes de

aumentar a expressão do VEGF. Manchini et al. (2014) mostrou que não houve

aumento da expressão de VEGF ou da densidade de vasos capilares em miocárdio

pós-infarto irradiado. Publicações recentes têm mostrado um aumento da

angiogênese após LLLT em vários tecidos (CURY et al., 2013; SZYMANSKA et al.,

2013). Essa discrepância entre estes estudos e os nossos pode ser explicado pelo

fato de que estas investigações utilizarem diferentes comprimentos de onda e / ou

densidade de energia nos seus protocolos de irradiação. De fato, a mudança da

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densidade de energia podem induzir diferentes efeitos biológicos por LBI (HUANG et

al., 2009). Assim, novos estudos devem ser realizados para alcançar uma dose

adequada para aumentar a angiogênese no miocárdio infartado / irradiado pós-IM.

O processo de remodelação cardíaca se caracteriza por alterações da

geometria, volume, massa e constituição do coração em resposta a uma agressão

tecidual. A hipertrofia miocárdica é um importante componente da remodelação

cardíaca, que permite ao coração manter suas funções básicas em vigência do

aumento das condições de carga. Em longo prazo, entretanto, a hipertrofia representa

fator de risco dependente para morbidade e mortalidade das doenças cardíacas

(PFEFFER et al., 1990; ZORNOFF et al., 2002)

O sistema Renina-Angiontensina possui papel importante na fisiopatologia do

infarto do miocárdio e hipertrofia cardíaca e contribui para progressão da insuficiência

cardíaca (JOHNSTON, 1994). Este sistema é composto pelo angiotensinogênio,

renina, enzima conversora de angiotensina (ECA ou Ace) e receptores de

angiotensina II (AT1 e AT2). O aumento da angiotensina II no tecido cardíaco pós-IM

está relacionado com o aumento do estresse oxidativo que ativaria as vias

inflamatórias (MARCHESI et al., 2008) e apoptóticas (DIMMELER et al., 2000).

Esses achados demonstram a prevenção ou atenuação da pressão sanguínea

elevada assim como a hipertrofia cardíaca associada e contribuiriam para a melhora

do remodelamento cardíaco (PFEFFER et al., 1990; SOLVD, 1991). Para avaliar a

hipertrofia pós IM, analisamos a expressão gênica de 16 genes (Igf1, Edn1, Ace,

Nppa, Agtr1a, Prkca, Myh6, Myh7, Cabin1, Chp2, Nfatc3, Map3k2, Nppb, Prkcb, Prkcg

e Ace2). Nossos estudos comprovaram ação do laser no miocárdio infartado através

da participação do sistema renina angiotensina. O aumento da expressão da ECA em

modelos experimentais de infarto são relacionados com insuficiência cardíaca.

Interessantemente os nossos resultados apresentaram diminuição desses valores no

grupo MI+Laser. Entre os estímulos envolvidos no processo de remodelação, destaca-

se a Angiotensina II, formada tanto in situ como sistemicamente, a partir da

angiotensina I, por meio da ECA. A angiotensina II, ao atuar em receptores AT1

(Agtr1a), estimula o crescimento celular e o acúmulo de colágeno tecidual (MILL, et

al., 1994; SHIEFFER et al., 1994).

A endotelina-1 (Edn1) é um potente vasoconstritor derivados do endotélio.

Como ocorre com outras substâncias vasoconstritores, um aumento na expressão de

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Edn1 está associado com a insuficiência cardíaca e um mal prognóstico. A

angiotensina - II pode também contribuir para um aumento na densidade de

receptores de Edn1 (QI et al., 2001). Apesar da forte interação entre a angiotensina

II e a endotelina - 1 terem importância reconhecidas na insuficiência cardíaca, poucos

dados existem a respeito de como esta interação ocorre molecularmente. Nossos

resultados sugerem esta interação, visto que houve um aumento na expressão de

ECA e Edn1 no grupo IM.

Outros processos bioquímicos são desencadeados na hipertrofia cardíaca e

contribuem para a perda de função após o IM. A diminuição na expressão da cadeia

pesada de miosina alfa (MHC-α) e o aumento na expressão da cadeia pesada de

miosina beta (MHC-β) prejudicam diretamente a capacidade contrátil do miocárdio

após o IM (PANTOS et al. 2007; PANTOS et al. 2009). Estas duas isoformas da

miosina são componentes contráteis do miócito. A MHC-α possui atividade ATPásica

mais alta, o que gera uma contração cardíaca mais eficiente. Por outro lado, a MHC-

β possui atividade ATPásica mais lenta, contribuindo para uma contração menos

eficiente (MORKIN 1993). O gene Myh6, mostrou-se significativamente reduzido tanto

no grupo IM (83,67%) quanto no grupo IM+Laser (67,24%). Ao contrário, o gene Igf1,

mostrou-se significativamente aumentado tanto no grupo IM (350,27%) quanto no

grupo IM+Laser (210,65%). Em ambos os casos a laserterapia não foi eficaz.

Da mesma forma, ocorre uma diminuição na expressão da proteína cálcio

ATPase do retículo sarcoplasmático (Serca2a) e da fosfolambam (Plb), envolvidos na

cinética de cálcio. Assim, a capacidade de recaptar cálcio do mioplasma fica

comprometida, contribuindo ainda mais para a disfunção contrátil, causando uma

alteração na cinética de cálcio (PANTOS et al. 2007; CALISE et al. 2009; BERNARDO

et al. 2010). Segundo nossos resultados, houve uma redução significativa de 71,14%

e 77,13% na expressão do gene Atp2a2 nos grupos IM e IM+Laser respectivamente,

quando comparados ao grupo controle. O gene PLN também mostrou-se

significativamente reduzido tanto no grupo IM (77,03%) quanto no grupo IM+Laser

(69,34%). A expressão dos genes Ryr2, Casq2 e Slc8a1 não sofreram alterações

significativas nos grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao grupo controle.

Nossos resultados indicam que as ratas infartadas podem apresentar distúrbios

contráteis do miocárdio decorrentes do infarto diretamente relacionados à gravidade

do remodelamento ao reduzir os níveis de expressão de Serca2 no grupo IM. Porém,

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a LBI não foi capaz de aumentar a expressão destes genes, evidenciando a

recuperação da cinética de cálcio normal.

Outro importante componente da remodelação é o tecido conjuntivo, formando

uma complexa e organizada rede de colágeno que circunda e interliga todas essas

estruturas e que têm como principais funções a regulação da apoptose, oferecer

resistência às deformações patológicas, manter o alinhamento das estruturas e

regular a transmissão de força durante o encurtamento da fibra cardíaca. Porém,

dependendo do estímulo ao qual o coração é submetido, pode ocorrer acúmulo de

colágeno, caracterizando a fibrose miocárdica (PFEFFER et al., 1990; ZORNOFF et

al., 2002). A Matriz Extracelular (MEC) é composta por uma rede de colágeno,

especificamente os colágenos tipo I e III, elastina, fibronectina e laminina (SPINALE,

2002; ADAIR-KIRK & SENIOR, 2008; CALVET et al., 2009). Por serem capazes de

degradar componentes proteicos da MEC, as MMPs participam de uma variedade de

processos fisiológicos como angiogênese, reparação tecidual, morfogênese,

mobilização de células tronco e cicatrização de feridas (LI et al., 2000;

VANHOUTTE et al., 2006; KUPAI et al., 2010; POLYAKOVA et al., 2010).

Na falência cardíaca, o colágeno é degradado por MMPs, que estão em níveis

aumentados, e é substituído por fibras de colágeno com uma fraca capacidade de

interação, promovendo a dilatação dos ventrículos (BROWER et al., 2006). Além

disso, a digestão da matriz extracelular libera moléculas com potente efeito na síntese

de matriz, tais como fatores de crescimento de ligação à matriz e as matriquinas, que

são peptídeos de matriz fragmentados com atividade biológica na regulação da

atividade das células do tecido conjuntivo. O resultado final é, muitas vezes, um

aumento das MMPs acompanhado de um aumento da fibrose (LI et al., 2000). Os

dados de Polyakova e colaboradores (2010) mostram que o aumento da expressão

das MMP, especialmente das MMPs 9, estão associados à maturação do colágeno I

e III em indivíduos com IC, indicando a importância dessas enzimas na configuração,

ativação e deposição do colágeno no processo de fibrose.

A tenascina-C (Tnc) é uma glicoproteína de MEC é frequentemente co-

expressa com MMPs. Além disso, demonstrou-se, em células de músculo liso

vascular, que a degradação de colágeno de tipo I por MMPs promove o aumento da

expressão de TNC (JONES et al., 1999). Por outro lado, também a TNC regula a

expressão de MMPs (TREMBLE et al., 1994). A maioria das células não expressam

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constitutivamente TNC; no entanto, a sua expressão pode ser induzida por um número

de citocinas em outras circunstâncias, incluindo, Fgf1, Tgf1, IL-4 e TNF, (SMITH et

al., 1997; LATIJNHOUWERS et al., 1998).

Para avaliar a ação da laserterapia na composição e a dinâmica da matriz

extracelular cardíaca pós IM, avaliamos a expressão gênica de 5 genes

(Col1a1,Col3a1, Tgfb1, Mmp9 e Tnc) após 3 dias da OAC. Houve um aumento

significativo da expressão de todos os genes analisados. A expressão do Col1a1 e

Col3a1 foi aumenta em 1523,62% e 1019,61%, respectivamente, no grupo IM

comparado com o grupo SHAM. Em contraste, a expressão do Col1a1 e Col3a1 foi

diminuída em 52,55%% e 64,47%), respectivamente, no grupo IM+Laser, quando

comparado com o grupo IM. O grupo IM também apresentou um aumento significativo

na expressão gênica dos genes Tgfb1, Mmp9 e Tnc em 530,95%, 412,24% e

1447,56% respectivamente quando comparados com o grupo SHAM. A laserterapia

foi capaz de reduzir a expressão de todos os genes citados, em 48,01%, 64,10% e

34,76%, respectivamente.

Nossos dados corroboram com a literatura (TREMBLE et al., 1994;

LATIJNHOUWERS et al., 1998), onde observamos um aumento na expressão dos

genes Col1a1 e Col3a1, MMP-9, Tgfb1 e Tnc pós-IM. O tratamento com a LBI foi

capaz de reduzir os níveis de expressão, reduzindo o processo de degradação da

MEC e formação de fibrose miocárdica.

Um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e

desintoxicação de seus intermediários reativos causa estresse oxidativo. As células

devem responder a este desequilíbrio antes das moléculas altamente reativas

danificar estruturas celulares, particularmente o DNA. O estresse oxidativo grave e

prolongado pode desencadear a apoptose e necrose. Diversas condições patológicas

tem um componente de estresse oxidativo, incluindo doenças cardiovasculares,

doenças neurodegenerativas tais como a doença de Alzheimer e inflamação crônica.

Genes-alvo como Sod1, Gpx4, Cat e Hspa1a, incluem antioxidantes e genes

envolvidos no metabolismo de superóxido. Os produtos destes genes podem auxiliar

a reduzir o estresse oxidativo por quebrar ROS.

Após análises da expressão dos genes envolvidos no extresse oxidativo,

observamos que o gene Sod1 mostrou-se significativamente reduzido tanto no grupo

IM (55,01%) quanto no grupo IM+Laser (53,61%). A laserterapia não foi capaz de

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aumentar a expressão deste gene, caracterizado como importante antioxidante. A

expressão dos genes, Cat, Hspa1a, e Gpx4 não sofreram alterações significativas nos

grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao grupo controle. Assim como na

angiogênese, os parâmetros de irradiação utilizados no nosso modelo IM e LBI não

foram capazes de aumentar a expressão do Sod1.

Entre os mecanismos envolvidos no remodelamento cardíaco, podemos

destacar o déficit energético, com aumento da atividade da via glicolítica e diminuição

na utilização de ácidos graxos livres (SWYNGHEDAUW, 1999; ASHRAFIAN et al.,

2007). O coração é um órgão de alta demanda de ATP tanto para seu relaxamento

quanto para contração adequados. O ATP é proveniente, principalmente, da oxidação

de ácidos graxos de 60 a 90% e também de carboidratos. Após o IM, a resposta

humoral leva ao aumento de catecolaminas e cortisol, que dentre suas ações

aumentam a lipólise e a liberação de ácidos graxos livres para o coração (LOPASHUK

et al, 2010; WITTELES et al, 2008).

Para avaliar a ação da laserterapia no metabolismo celular, analisamos os

genes Hk1, Ucp-2, Pfkm, Ndufa3, Taz, Slc2a1 e GAPDH no tecido do miocárdio 3 dias

após o IM. Em processos isquêmicos, o substrato metabólico é dependente da

severidade da isquemia. Uma eliminação completa do fluxo de maneira rápida resulta

em depleção de fosfatos de alta energia e acúmulo de lactato, que posteriormente,

leva à necrose e ao infarto. Em corações normais há consumo de lactato em pequenas

quantidades, porém, em algumas condições como isquemia e hipóxia, pode haver

aumento dos receptores de glicose GLUT-1 (Slc2a) e então, o coração passa a formar

muito lactato, aumentando o metabolismo anaeróbico de carboidrato (STANLEY et al.,

2003).

A integridade da membrana mitocondrial também é fundamental para a

eficiência da geração de energia. As proteínas desacopladoras (UCPs) localizam-se

na membrana interna da mitocôndria e têm função de translocação dos prótons e

elétrons do espaço intermembranares para a matriz mitocondrial, gerando calor e

diminuindo a produção de ATPs (BRAND e ESTEVES, 2005). Embora só existam

estudos preliminares para o papel da Ucp-2 no tecido cardíaco, ela parece estar

desregulada na IC humana (MURRAY et al., 2006).

O grupo IM determinou um aumento significativo na expressão dos genes Ucp-

2 (167,68%), Slc2a (344,60%) e GAPDH (340,60%) quando comparado com o grupo

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Sham, resultados que sugerem uma ação orquestrada para uma depleção de ATPs.

Porém, a laserterapia foi capaz de diminuir os níveis de expressão destes RNAm em

45,22%, 48,44% e 52,36% respectivamente, quando comparados com o grupo IM,

sugerindo uma reorganização da via, com um aumento da produção energética.

A expressão dos genes Hk1, Ndufa3 e Taz, não sofreram alterações

significativas nos grupos IM e IM+Laser, quando comparados ao grupo controle.

A fosfofrutoquinase (Pfkm), uma enzima extremamente importante na

modulação do metabolismo energético, é a responsável por catalisar a reação de

frutose-6- fosfato a frutose-1,6-bifosfato, a terceira reação da via glicolítica (KODDLE

et al., 2007; STANLEY et al., 2005). Em nossos resultados, encontramos redução da

Pfkm em 82,43% nos animais infartados, o que sugere uma redução na utilização do

substrato energético. Estas alterações sugerem que nesta fase, tanto a via glicolítica

quanto a via da beta-oxidação dos ácidos graxos possam estar prejudicadas,

configurando o IM com importante prejuízo da produção energética. Apesar da

laserterapia não ter sido capaz de recuperar a expressão de RNAm da

fosfofrutoquinase, evidenciamos um possível ganho energético com a alteração na

expressão dos genes Ucp-2 e Slc2a.

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6. CONCLUSÃO

Os resultados encontrados neste trabalho sugerem que a laserterapia foi capaz

de modular alguns genes envolvidos em vários processos pós-infarto, entre eles a

apoptose, processos inflamatórios, a hipertrofia cardíaca, o metabolismo celular e

principalmente a composição da MEC, tão importante para o remodelamento

cardíaco.

Perspectivas e limitações

Os dados aqui obtidos são complexos, sinalizam genes de interesse e

certamente permitem análises mais aprofundadas de potenciais genes chaves na

resposta. Esses genes poderiam ser escolhidos para estudos futuros como, por

exemplo, de ações de microRNAs nas regulações destes genes, de preditores da

atividade da doença e determinantes de susceptibilidade. Assim, esse “screening”

inicial dos perfis de expressão garante outros estudos mais aprofundados para

confirmar e explicar o papel de cada gene ou grupo de genes envolvidos no infarto do

miocárdio.

Novas estratégias terapêuticas do laser de baixa intensidade podem ser

estudadas nesse modelo de oclusão coronária, tais como dose e comprimento de

onda. Embora muitos estudos demonstrem o efeito benéfico da laserterapia como

nova estratégia não farmacológica, se faz necessária uma análise a longo prazo dos

resultados para verificar os benefícios da irradiação com laser encontrados na fase

aguda do infarto se estende para estágios mais tardios da doença isquêmica

(progressão da insuficiência cardíaca).

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8. APENDICE

Artigos aceitos e publicados:

MANCHINI, MARTHA TRINDADE; SERRA, ANDREY JORGE; FELICIANO,

REGIANE DOS SANTOS; SANTANA, EDUARDO TADEU; ANTÔNIO, EDNEI LUIS;

DE TARSO CAMILLO DE CARVALHO, PAULO; MONTEMOR, JAIRO; CRAJOINAS,

RENATO OLIVEIRA; GIRARDI, ADRIANA CASTELLO COSTA; TUCCI, PAULO

JOSÉ FERREIRA; SILVA, JOSÉ ANTÔNIO . Amelioration of Cardiac Function and

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