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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP A QUALIDADE DO SERVIÇO LOGÍSTICO PARA PRODUTOS PERECÍVEIS . JULIANA SEVILHA GONÇALVES DE OLIVEIRA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, para obtenção do título de Mestre. São Paulo 2006

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

A QUALIDADE DO SERVIÇO LOGÍSTICO PARA

PRODUTOS PERECÍVEIS.

JULIANA SEVILHA GONÇALVES DE OLIVEIRA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, para obtenção do título de Mestre.

São Paulo

2006

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

“A QUALIDADE DO SERVIÇO LOGÍSTICO PARA PRODUTOS

PERECÍVEIS”.

JULIANA SEVILHA GONÇALVES DE OLIVEIRA

Orientação: Prof. Dr Pedro Luiz de

Oliveira Costa Neto.

Área de Concentração: Engenharia de

Produção

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de

Produção da Universidade Paulista, para

obtenção do título de Mestre.

São Paulo

2006

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A mais importante professora e

orientadora desta minha existência,

minha mãe, que sempre me inspirou e

confirma dia após dia que seus

ensinamentos forma, e continuarão sendo

muito importantes.

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Agradecimentos

Ter a quem agradecer significa estar cercado por pessoas que nos ame,

pessoas que sempre estarão dispostas a nos ajudar, ceder as mãos nos piores

momentos de nossas vidas, nos erguerem para poder vencer mais uma batalha.

Graças a Deus tenho várias pessoas ao meu lado e, não poderia deixar de fazer um

agradecimento especial.

Um agradecimento muito carinhoso para minha família, meu amor, minhas

meninas, que sempre acreditaram em meu potencial. Aos meus avos Isolina (in

memória) e João Sevilha, que lutaram muito por mim.

Mesmo tendo dedicado este trabalho à minha mãe, Sonia Sevilha Martins,

não poderia deixar de fazer meu mais importante agradecimento, não sei o que seria

da minha vida sem ela!

A todos meus amigos pela compreensão de minha ausência. A minha amiga

Maria Aparecida Pereira pela dedicação e carinho, sempre ao meu lado disposta a

ajudar com seus conhecimentos, a você minha eterna gratidão.

Aos professores das disciplinas cursadas durante o Programa de Mestrado,

pelos valiosos ensinamentos, o meu reconhecimento, e em especial ao professor

Doutor Pedro Luis de Oliveira Costa Neto, pelo compromisso assumido na

orientação desta Dissertação e pela amizade da qual tenho muito orgulho.

Aos meus colegas de aula, no início eram colegas de classe e hoje são meus

amigos queridos que sempre levarei no coração.

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ÍNDICE

Resumo ...................................................................................................................................VIII

Abstract .....................................................................................................................................IX

Lista de Abreviaturas, Siglas e Símbolos...................................................................................X

Lista de Ilustrações ....................................................................................................................XI

Lista de Anexos ......................................................................................................................XIII

Lista de Apêndices .................................................................................................................XIII

CAPÍTULO 1 - Introdução ....................................................................................................14

1 Apresentação ..........................................................................................................................14

1.2 Justificativa ..........................................................................................................................15

1.3 Objetivo ...............................................................................................................................16

1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................................16

1.3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................16

1.4 Metodologia do trabalho .....................................................................................................16

1.5 Estrutura do trabalho ...........................................................................................................18

CAPÍTULO 2 – Qualidade ....................................................................................................20

2 Qualidade ...............................................................................................................................21

2.1 Introdução à História da Qualidade.....................................................................................21

2.2 Definição de Qualidade .......................................................................................................21

2.3 Os Pioneiros da Qualidade. .................................................................................................26

2.4 A Evolução do Conceito de Qualidade. ..............................................................................30

2.5 O lado Humano da Qualidade. ............................................................................................31

2.6 Paradigmas gerenciais (Padrões emergentes da qualidade) ................................................33

2.6.1 Prêmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldrige ..........................................................33

2.6.2 Prêmio Deming ................................................................................................................36

2.6.3 Certificados da Qualidade ................................................................................................37

2.6.3.1 A Norma ISO 9000 .......................................................................................................37

2.6.3.2 A Norma ISO 14000 .....................................................................................................38

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CAPÍTULO 3 – Serviços.........................................................................................................39

3 Serviços ..................................................................................................................................40

3.1 Definições de Serviços........................................................................................................41

3.2 Características dos Serviços................................................................................................46

3.3 Evolução na história - importância na Economia................................................................48

3.4 Serviços com Qualidade ......................................................................................................49

3.5 Como chegar ao Serviço com Qualidade ............................................................................53

3.6 Satisfação do cliente – importância, características............................................................55

3.6.1 A importância e a prática de se medir a satisfação do cliente ..........................................56

CAPÌTULO 4 – Logística .......................................................................................................58

4 Logística.................................................................................................................................59

4.1 Definição .............................................................................................................................59

4.2 Cadeia de suprimentos; definição e objetivos.....................................................................62

4.3 Logística e suas subdivisões................................................................................................64

4.3.1 Logística de Suprimentos.................................................................................................64

4.3.2 Logística de Produção ......................................................................................................65

4.3.3 Logística de Distribuição .................................................................................................65

4.4 Logística no Mundo e no Brasil. .........................................................................................69

4.4.1 Os problemas logísticos – ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do

país ............................................................................................................................................71

4.5 Serviço ao cliente no sistema logístico. ..............................................................................73

4.5.1 Fatores de serviço inserido na logística............................................................................76

CAPÍTULO 5 – Pesquisa de Campo .....................................................................................78

5 Pesquisa de Campo.................................................................................................................79

5.1 Processo Metodológico .......................................................................................................81

5.2 Apresentação e interpretação dos resultados.......................................................................82

CAPÍTULO 6 – Conclusões....................................................................................................96

6.1 Considerações Finais...........................................................................................................97

6.2 Sugestões para novas pesquisas ........................................................................................101

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................102

ANEXOS ................................................................................................................................112

Anexo A – Historia da Qualidade ...........................................................................................112

Anexo B – Tipos de Modais....................................................................................................115

Anexo C – Certificações .........................................................................................................121

APÊNDICES..........................................................................................................................123

Apêndice A – Carta de Apresentação .....................................................................................123

Apêndice B – Questionário .....................................................................................................124

VII

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OLIVEIRA, J. S. G. A qualidade do serviço logístico para produtos perecíveis.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Instituto de Ciências Exatas e

Tecnológicas, Universidade Paulista, 2006.

Palavras-chave: qualidade; serviços; logística.

Tendo em vista a constante busca da satisfação das necessidades do ser humano, as

organizações vêm com o passar do tempo, se dedicando cada vez mais em

desenvolver estratégias para alcançar vantagens competitivas oferecendo um serviço

de qualidade. Entre os serviços, o logístico é considerado hoje, na maioria dos

mercados, como uma das principais armas competitivas à disposição dos gerentes. A

prestação de um serviço de excelência ao cliente tem sido o objetivo principal de

inúmeras empresas fabricantes de bens. Uma das maneiras de se medir a qualidade

dos serviços, seria com a aplicabilidade das dimensões de Garvin (2002) e de

Parasuraman et al (1988), através delas, as empresas tem a possibilidade de adequar

seu desempenho.

Para a operacionalização dos objetivos propostos, foram utilizados os seguintes

passos metodológicos: apresentação dos cenários e contextualização de qualidade,

serviços e logísticas, abordando sua evolução histórica até os dias atuais. Sendo

realizada pesquisa de campo junto à quatro frigoríficos e duas transportadoras na

região de Bauru (SP), aplicando-se as dimensões de Garvin (2002) e de Parasuraman

et al (1988). Por último, a partir dos estudos teóricos e da pesquisa realizada,

apresentam-se considerações finais sobre o assunto e análise e sugestões para novas

pesquisas.

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ABSTRACT

OLIVEIRA, J. S. G. Quality of logistic service for perishable products. Dissertation

(Master of Science in Production Engineering) – Exact and Technology Science

Institute, Universidade Paulista, 2006.

Key words: quality; service; logistic.

At sight the constant search of satisfaction of human being needs, organizations have,

passing the time, dedicated each more time to develop strategies to reach competitive

advantages offering a quality service. Among the services, the logistic is considered,

nowadays, in the majority of markets, one of the main competitive weapons to the disposal

of the managers. The rending of excellency service to client has been the main goal of

innumerable manufacturers of goods companies. One way of measuring the quality of

services would be the applicability of Garvin’s (2002) and Parasunaman et at. (1998)

dimensions; through them, companies have the possibility to adjust their performance.

To make possible the considered purposes, it was used the following methodology:

presentation of scenarios and contextualization of quality; services and logistic,

approaching its historical evolution until nowadays, being carried through field

research with four cold storage room and two transporter companies in the region of

Bauru (SP) and applying the Garvin’s dimensions (2002) and Parasunaman et at.

(1998). At last, from these theoretical studies and the carried through research, we

present the finally cons iderations about the subject and the analysis and suggestions

to new researches.

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Lista de Abreviaturas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANP Agência Nacional de Petróleo

ANTT Agência Nacional Transportes Terrestres

CEL Centro de Estudos em Logística

CEP Controle Estatístico do Processo

CNT Confederação Nacional do Transporte

COPPEAD Instituto de Pós-Graduação em Administração da Universidade

Federal do Rio de Janeiro

DH Departamento Hidroviário

FNQ Fundação Nacional da qua lidade

FPNQ Fundação para o Prêmio Nacional da qualidade

ISSO International Organization for Standardization (Organização

Internacional de Normalização)

JIT Just- in-time

PIB Produto Interno Bruto

PNQ Prêmio Nacional da qualidade

QFD Quality Function Deployment (Desdobramento da função

Qualidade)

SCM Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos)

SERVQUAL Service Quality

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Lista de Ilustrações

Lista de Figuras

Figura 1 - Estrutura de modelos de pesquisa ...........................................................................17

Figura 2 - Estrutura do trabalho ...............................................................................................18

Figura 3 - Modelo de Excelência do PNQ. Uma visão sistêmica da organização ....................35

Figura 4 - O contínuo entre produtos e serviços ......................................................................41

Figura 5 - Classificação dos processos de serviços..................................................................43

Figura 6 - Elementos básicos da logística ................................................................................60

Figura 7 - Modelo conceitual de logística................................................................................61

Figura 8 – Distribuição dos modais de transporte no Brasil ....................................................66

Figura 9 – Fontes de consulta para realização da pesquisa ......................................................72

Figura 10 - Questão 1 (unidades) – A logística da empresa é integrada, ou seja, os

estoques, armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura são

gerenciados de forma integrada, em um modelo único? ..................................................................83

Figura 11 - Questão 1 (percentuais) – A logística da empresa é integrada, ou seja, os

estoques, armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura são

gerenciados de forma integrada, em um modelo único? ..................................................................83

Figura 12 - Questão 2 (unidades) Como é realizada a previsão de demanda na

empresa? ....................................................................................................................................84

Figura 13 - Questão 2 (percentuais) Como é realizada a previsão de demanda na

empresa? ....................................................................................................................................84

Figura 14 – Questão 3 (unidades) – Na época de maior movimento, como a empresa

administra os gargalos e a infra-estrutura para entrega dos produtos no prazo?.......................85

Figura 15 – Questão 3 (percentuais) – Na época de maior movimento, como a

empresa administra os gargalos e a infra-estrutura para entrega dos produtos no

prazo? .......................................................................................................................................86

Figura 16 - Questão 4 (unidades) - Onde estão localizados seus Centros de

Distribuição? Quais foram os critérios adotados para a localização dos Centros de

Distribuição? .............................................................................................................................87

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Figura 17 - Questão 4 (percentuais) - Onde estão localizados seus Centros de

Distribuição? Quais foram os critérios adotados para a localização dos Centros de

Distribuição? .............................................................................................................................87

Figura 18 – Questão 5 (unidades) – Como é a comunicação entre clientes e

tomadores de decisão na empresa?............................................................................................88

Figura 19 – Questão 5 (percentuais) – Como é a comunicação entre clientes e

tomadores de decisão na empresa?............................................................................................88

Figura 20 - Questão 6 (unidades)- Qual o modal mais utilizado no transporte do

produto perecível e demais insumos?........................................................................................89

Figura 21 - Questão 6 (percentuais) - Qual o modal mais utilizado no transporte do

produto perecível e demais insumos?........................................................................................89

Figura 22 - Questão 7 (unidades) – A questão de estar na hora (tempo) e local

(lugar) é uma preocupação da empresa? O que está sendo feito para que isso

aconteça? ...................................................................................................................................90

Figura 23 - Questão 7 (percentuais ) – A questão de estar na hora (tempo) e local

(lugar) é uma preocupação da empresa? O que está sendo feito para que isso

aconteça .....................................................................................................................................90

Figura 24 - Questão 13 (unidades) – A empresa tem ou teve certificação ISO 9001

e/ou ISO 14001?........................................................................................................................94

Figura 25 - Questão 13 (percentuais ) – A empresa tem ou teve certificação ISO 9001

e/ou ISO 14001?........................................................................................................................94

Figura 26 - Questão 14 (unidades) – Como a empresa consegue fazer com que os

funcionários se motivem?..........................................................................................................95

Figura 27 - Questão 14 (percentuais) – Como a empresa consegue fazer com que os

funcionários se motivem?..........................................................................................................95

Figura 28 – Mapa Rodoviário do Brasil.................................................................................115

Figura 29 – Mapa Ferroviário do Brasil.................................................................................115

Figura 30 – Mapa dos principais portos Marítimos no Brasil................................................116

Figura 40 – Mapa dos Dutos no Brasil...................................................................................119

Figura 41 – Mapa dos Dutos da Região Centro Oeste e São Paulo .......................................120

Figura 42 – Mapa do Fluxo Aéreo do Brasil..........................................................................120

Figura 43 – Certificação ISSO ...............................................................................................121

XII

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Figura 44 – Política de Qualidade ..........................................................................................122

Lista de Quadros

Quadro 1 - Cinco definições de Qualidade ..............................................................................23

Quadro 2 - Oito dimensões da Qualidade ................................................................................24

Quadro 3 - As forças e fraquezas das principais abordagens da Qualidade ............................26

Quadro 4 - Evolução do conceito da Qualidade ......................................................................31

Quadro 5 - Critérios dos Prêmios Malcolm Baldrige dos EUA e do PNQ do Brasil ..............36

Quadro 6 - As normas ISO da Série 9000................................................................................37

Quadro 7 – Classes de Serviços...............................................................................................45

Quadro 8 – Comparação entre as dimensões de Parasuraman et al (1988) e Garvin

(2002) .......................................................................................................................................53

Quadro 9 - Diferenças entre serviço material e serviço pessoal..............................................55

Lista de Anexos

Anexo A – Historia da Qualidade ...........................................................................................112

Anexo B – Tipos de Modais....................................................................................................115

Anexo C – Certificações .........................................................................................................121

Lista de Apêndices

Apêndice A – Carta de Apresentação .....................................................................................123

Apêndice B – Questionário .....................................................................................................124

XIII

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Capítulo 1 – Introdução

1. Apresentação

O cenário produtivo nacional atravessou e vem atravessando um período de

adaptação e reestruturação de suas técnicas produtivas e de atividades de suporte a

produção. Dentre as inúmeras atividades de apoio à produção, a logística se

apresenta como uma atividade de grande relevância para a qualidade do serviço das

empresas, proporcionando algumas vantagens competitivas.

Dentre as atividades que compõe a logística, a distribuição física tem uma

grande participação na qualidade dos serviços prestados, caracterizando-se em uma

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significativa área de pesquisa, já que é influenciada por diversas variáveis e que,

muitas vezes, são difíceis de serem controladas e/ou monitoradas. Com isso,

pretende-se, com este trabalho identificar como os princípios da Gestão da Qualidade

são aplicados nas atividades de logística e quais os benefícios dessas aplicações.

1.2 Justificativa

O tema a ser desenvolvido viabiliza um estudo detalhado sobre a qualidade

no serviço logístico, direcionado ao setor de produtos perecíveis, em seu canal de

distribuição (praça). Uma vez estabelecidos os canais de distribuição e seus

respectivos padrões de serviço, cabe a logística a missão de estruturar-se para

garantir seu cumprimento, sendo que, a qualidade do desempenho do serviço ao

cliente depende principalmente da habilidade com que o sistema logístico é projetado

e gerenciado.

Diante disso e, sabendo que a distribuição física é uma das principais funções

logísticas e tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões dos setores

produtivos, verifica-se a relevância desta pesquisa. Entretanto, é de fundamental

importância que as atividades logísticas sejam executadas com qualidade, ou seja,

obedecendo, no que cabível, aos percebidos e técnicas da moderna gestão da

qualidade. Julgamos, porém, que essa interface entre logística e qualidade tem sido

muito pouco explorado em nosso País, sendo esta uma razão que justifica a presente

pesquisa.

Justifica-se também a pesquisa pela contribuição que a autora venha a dar

nessa interface de campos considerados de grande importância para a Engenharia de

Produção, em particular no que se refere à sua utilização na cadeia produtiva de

carne, uma das partes do trinômio carne-couro-calçado, que vem sendo objeto de

investigação como projeto de pesquisa da Universidade Paulista.

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1.3 Objetivo

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é pesquisar a interface entre qualidade e serviço

logístico, a fim de verificar se e como os princípios da Gestão da Qualidade são

aplicados nas atividades de Logística e quais os benefícios dessas aplicações.

1.3.2 Objetivos Específicos

Além desse objetivo geral, pretende-se realizar um estudo da cadeia logística

de distribuição no setor da indústria de alimentos perecíveis na região de Bauru.

Assim, têm-se como objetivos específicos:

a) Identificar as principais características, critérios adotados e estratégias de ação do

setor de produtos perecíveis, quanto à logística de distribuição;

b) Verificar os conceitos e princípios da qualidade aplicáveis e utilizados ou não

pelos operadores logísticos;

c) Contribuir, através dos resultados da pesquisa, para dar subsídio às empresas

interessadas na melhoria de sua competitividade, através da ênfase da qualidade,

às suas atividades de logística.

1.4 Metodologia

Para operacionalização dos objetivos propostos e o alcance da finalidade

desta dissertação de mestrado, a metodologia foi divida nas seguintes etapas:

• Pesquisa bibliográfica, com ênfase nos temas “Qualidade”, “Serviços” e

“Logística”, em fontes tradicionais e eletrônicas.

• Pesquisa exploratória e qualitativa em empresas que operacionalizam no setor

de alimentos perecíveis na região de Bauru-SP

Existem duas maneiras de se elaborar uma pesquisa, a pesquisa conclusiva e

as pesquisas exploratórias, sendo esta última o modelo mais aconselhável para atingir

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os objetivos desta dissertação. De acordo com Malhotra et al (2005), o objetivo da

pesquisa exploratória é explorar ou examinar um problema/situação para

proporcionar esclarecimento e compreensão.

Pelo método qualitativo, o resultado demonstra a preocupação com a

qualidade das informações e respostas, proporcionando melhor visão e compreensão

do problema/situação.

A Figura 1 especifica a estrutura dos modelos de pesquisa existentes e seus

métodos.

Figura 1 – Estrutura de modelos de pesquisa. (Fonte: MALHOTRA, et al, 2005).

Modelos de Pesquisa

Métodos

Dados secundários

Levantamentos

Painéis

Dados de observação

Outros

Pesquisa Conclusiva

Descritiva Causal

Métodos

Experiências

Pesquisa Exploratória

Métodos

Levantamentos de peritos

Levantamentos-piloto

Estudos de caso

Dados secundários

Pesquisa qualitativa

Indireta Técnicas projetivas

Técnicas de conclusão

Técnicas de construção

Direta

Discussão em grupo

Técnicas de associação

Técnicas expressivas

Entrevista

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(Fachin 2002) identifica várias formas de coletar informações por meio de

questionários, citando as vias do malote, postal, por telefone, via portador e,

poderíamos acrescentar, por e-mail. No nosso caso, preferimos estabelecer contato

direto com o respondente, a fim de ganhar o seu comprometimento, embora o

preenchimento via de regra não se desse na presença da pesquisadora.

1.5 Estrutura do trabalho

Figura 2 – Estrutura do trabalho.

O trabalho é composto por seis capítulos, conforme a estrutura acima.

O capítulo 1, “Introdução”, aborda a justificativa, os objetivos e a

metodologia desta dissertação.

O capítulo 2, “Qualidade”, apresenta os conceitos relacionados à qualidade,

bem como as abordagens e sua evolução.

No capítulo 3, “Serviços”, estão descritos os conceitos sobre serviços e sua

importância para a economia, além disso, são apresentadas informações sobre o

serviço com qualidade e a importância de se medir a satisfação do cliente.

Em seguida, o capítulo 4, “Logística”, oferece um histórico da logística, um

detalhado levantamento dos seus conceitos e das principais atividades envolvidas

Qualidade

Introdução

Serviços

Pesquisa de campo

Logística

Considerações finais

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nesse processo e ressalta a importância do serviço com qualidade para alcançar a

satisfação do cliente.

O capítulo 5, “Pesquisa de campo”, por sua vez, tem o objetivo de identificar

como as empresas de transporte de produtos perecíveis, vêm trabalhando e suas

ações preventivas para maximização dos resultados.

Por fim, no capítulo 6, “Considerações finais”, é dedicado às conclusões e às

recomendações de continuidade do trabalho.

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CAPÍTULO 2 – Qualidade

Qualidade

Introdução

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2.1 Introdução à História da Qualidade.

O conceito de qualidade está longe de ser algo novo. Ele existe há milênios,

mas apenas recentemente surgiu formalmente, com importância gerencial e

estratégica. A qualidade não representou uma revolução da administração, e sim teve

uma evolução gradual durante o tempo, até alcançar status que possui hoje. (Toda

evolução encontra-se no Anexo A).

Ao longo deste capítulo, pretendem-se mostrar o conceito, a história da

qualidade e sua evolução, seus principais pensadores e suas definições, visando a

aplicação dos conceitos da qualidade no sistema logístico.

2.2 Definição de Qualidade.

A era da qualidade vive um novo momento da evolução da gestão

empresarial, onde não basta mais oferecer um produto ou serviço padronizado a

baixo custo operacional, ou mesmo atender as expectativas do cliente com todas as

suas necessidades; não basta satisfazê- lo, é preciso encantá- lo. No mundo da

competitividade que estamos vivendo, é de vital importância colocar o cliente em

primeiro lugar, pois é ele quem determina o sucesso ou fracasso das exigências que

buscam atender às suas expectativas.

Para Lobos (1991), a qualidade é tudo que alguém faz ao longo de um

processo para que um cliente, fora ou dentro da organização, obtenha exatamente

aquilo que deseja, em termos de características intrínsecas, custo e atendimento.

2. Qualidade

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Já para Dean e Bowen (1994), a qualidade não é apenas um conjunto de

slogans e técnicas, mas um conjunto de princípios, práticas e técnicas, reforçados e

integrados pelo objetivo de satisfazer o cliente. Nessa mesma direção, Hill e

Wilkinson (1995) percebem qualidade como uma abordagem geral de gestão,

estruturada por alguns princípios básicos e por um conjunto de práticas e técnicas

estatísticas necessárias para implementá- los.

Para Gitlow (1993) “Qualidade é um julgamento feito pelos clientes ou usuários de um produto ou

serviço; é o grau em que os clientes ou usuários sentem que o produto ou serviço

excede suas necessidades e expectativas. [...] qualidade tamb ém inclui a melhoria

contínua do processo expandido de uma empresa. Esse termo se refere à expansão

da organização para incluir fornecedores, clientes, acionistas, empregados e a

comunidade.” Gitlow (1993, p7)

Inicia-se o processo expandido citado por este autor com a organização das

necessidades do consumidor à organização. A satisfação do cliente é o objetivo

fundamental de uma organização, conseqüentemente a comunicação das

necessidades do cliente é critica para o processo expandido. Uma empresa que encara

o cliente como o elemento mais importante no processo expandido deve possuir um

processo contínuo para determinar o desempenho de seus produtos e/ou serviços, e

quais especificações novas aumentariam a satisfação do cliente.

Seguindo este conceito, a inter-relação empresa, clientes e fornecedores são

assim destacados por Gitlow (1993):

“Na outra extremidade do processo expandido, estão os fornecedores. A empresa

comunica as necessidades de seus clientes a seus fornecedores, e assim os

fornecedores podem ajudar a aumentar a satisfação dos clientes. Empresas e

fornecedores trabalham em conjunto para produzir produtos/serviços de qualidade e

para buscar a melhoria do processo expandido. [...] O conceito de clientes e

fornecedores também deve ser usado internamente em uma organização. Todas as

áreas e pessoas em uma organização têm fornecedores (áreas e pessoas à montante)

e clientes (áreas e pessoas à jusante). Ter todas as áreas e pessoas trabalhando com

seus fornecedores e clientes intensificam bastante a busca da qualidade no processo

expandido.” (Gitlow 1993, p 8 e p 9)

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O termo total é usado para indicar uma aplicação ampla que cobre e integra

todas as áreas funcionais e colaboradores de uma empresa. O termo qualidade, numa

visão moderna, abriga simultaneamente a perspectiva do mercado e a da empresa,

segundo Bouer apud Contador (1997). No conceito da perspectiva do mercado, a

qualidade é um fator estratégico. A satisfação do cliente e o valor para o cliente com

a menor utilização de recursos são as áreas em que as empresas competem. No

conceito da perspectiva da empresa, a qualidade é uma forma de atuação para

competir. A empresa deve definir uma estratégia empresarial e uma cultura de

gerenciamento, capazes de sustentar uma competição em qualidade, através da

qualidade.

Garvin (2002) identifica qualidade com cinco abordagens principais: a

transcendente, a baseada no produto, a baseada no usuário, a baseada na produção e a

baseada no valor. O Quadro 1 apresenta exemplos representativos de cada uma delas.

Quadro 1 – Cinco definições de qualidade . (Fonte: Garvin. 3ª reimpressão, 2002)

Transcendente :

Qualidade é o sinônimo de “excelência inata”. Às vezes, a abordagem transcendente

equipara qualidade a fino artesanato e a uma rejeição da produção em massa. Porém o mais

freqüente é alegar que não se pode definir qualidade com precisão, que ela é uma

propriedade simples, não passível de análise, que aprendemos a reconhecer apenas pela

experiência.

Baseada no produto:

A qualidade é vista como uma variável precisa e mensurável, refletindo a presença ou a

ausência de atributos mensuráveis do produto, podendo ser avaliada objetivamente.

Baseada no usuário:

As definições partem da premissa de que a qualidade “está diante dos olhos de quem

observa”, sendo focadas nas preferências do consumidor.

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Baseada na produção:

Todas as definições baseadas na produção identificaram a qualidade como “conformidade

com as especificações”, a excelência é equiparada ao atendimento das especificações e a

“fazer certo da primeira vez”.

Baseada no valor:

Define qualidade em termos de custos e preços, onde um produto de qualidade é um produto

que oferece um desempenho ou conformidade a um preço ou custo aceitável.

Garvin (2002) também sugere a existência de oito dimensões de qualidade:

desempenho; características; confiabilidade; conformidade; durabilidade;

atendimento; estética e qualidade percebida, que demonstram a importância para a

gestão estratégica da qualidade. O Quadro 2, especifica cada uma delas.

Quadro 2 – Oito dimensões da qualidade . (Fonte: Garvin. 3ª reimpressão, 2002)

Desempenho:

Para um produto, refere-se às características básicas operacionais, e para um serviço, desempenho está

relacionado com a velocidade de atendimento.

Características:

São os “adereços” dos produtos, aquelas características secundárias que suplementam o

funcionamento básico do produto. As características, como o desempenho do produto, envolvem

atributos objetivos e mensuráveis; sua tradução em diferenças da qualidade é igualmente afetada por

preferências pessoais. A distinção entre as duas é, em grande parte, uma questão de centralismo ou de

importância para o usuário.

Confiabilidade:

Reflete a probabilidade de mau funcionamento de um produto ou de ele falhar num determinado

período. Dentre as medidas mais comuns da confiabilidade estão o tempo médio para a primeira

falha, o tempo médio entre falhas e a taxa de falhas por unidade de tempo. Como estas medidas

exigem que um produto esteja sendo usado durante algum tempo, são mais relevantes para os bens

duráveis do que para produtos ou serviços consumidos na mesma hora.

Conformidade :

O grau em que o projeto e as características operacionais de um produto estão de acordo com padrões

preestabelecidos.

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Durabilidade:

Medida da vida útil do produto, possui dimensões econômicas e técnicas. Tecnicamente, pode-se

definir durabilidade como o uso proporcionado por um produto até ele se deteriorar fisicamente.

Atendimento:

Rapidez, cortesia e facilidade de reparo.

Estética:

A dimensão estética esta relacionada com a abordagem da qualidade baseada no usuário, sendo

descrita como a aparência de um produto, o que se sente com ele, qual o seu som, sabor ou cheiro.

Qualidade percebida:

Também está relacionada com a abordagem da qualidade baseada no usuário e é medida através de

outros atributos, onde a qualidade se torna percebida com a comparação de produtos e serviços

anteriores.

As oito dimensões juntas abrangem uma vasta gama de conceitos. Varias

dimensões envolvem atributos mensuráveis dos produtos; outras refletem

preferências pessoais. Algumas são objetivas e intemporais; outras variam de acordo

com a moda. Algumas são características intrínsecas dos produtos, ao passo que

outras são características atribuídas. Garvin (2002).

A diversidade destes conceitos ajuda a explicar as diferenças entre as

abordagens da qualidade demonstradas no Quadro 1. De acordo com Garvin (2002):

“Cada uma das principais abordagens concentra-se implicitamente numa dimensão

diferente da qualidade: a abordagem baseada no produto concentrava-se no

desempenho, nas características e na durabilidade; a abordagem baseada no usuário

concentrava-se na estética e na qualidade percebida; e a abordagem baseada na

produção concentrava-se na conformidade e na confiabilidade. São inevitáveis os

conflitos entre estas abordagens, pois cada um deles definiu qualidade de um ponto

de vista diferente. Uma vez desmembrado o conceito, porem, e considerada cada

dimensão em separado, tornam-se claras as fontes em discordância.” Garvin (2002 p

73).

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2.3 Os Pioneiros da Qualidade.

Ao longo dos anos, muitos pensadores se envolveram na revolução da

qualidade. Vários foram considerados os pioneiros da qualidade por suas valiosas

contribuições e por seus pensamentos visionários. Eles são W. Edwards Deming,

Joseph M. Juran, Armand Feigenbaum, Philip Crosby e Karou Ishikawa. Embora

eles tenham muito em comum na forma como vêem a qualidade, cada um deixou sua

própria marca neste movimento. Uma comparação das filosofias destes pioneiros, é

apresentada no Quadro 3.

O Quadro 3 sintetiza os pioneiros e suas abordagens.

Quadro 3 - As forças e fraquezas das principais abordagens da Qualidade (Fonte:

Baseada na análise de Flood, R. L. Beyond TQM. Wiley apud, Slack, 1997).

Gurus da

qualidade

Pontos fortes da abordagem Pontos fracos da abordagem

Feigenbaum Fornece abordagem total ao controle de

qualidade. Enfatiza a importância da

administração. Promove participação de

todos os funcionários.

Não faz discriminação entre diferentes

contextos de qualidade. Não reúne

diferentes teorias da administração em

um todo coerente.

Deming Fornece lógica sistemática e funcional

que identifica estágios da melhoria da

qualidade.

Enfatiza que a administração antecede a

tecnologia. Liderança e motivação são

reconhecidas como importantes.

Reconhece os diferentes contextos do

Japão e da América do Norte.

O plano de ação e os princípios

metodológicos são, às vezes, vagos. A

abordagem de liderança e motivação é

vista por alguns como idiossincrática.

Não trata situações políticas ou

coercitivas.

Juran Enfatiza a necessidade de deixar de lado

a euforia exagerada e os slogans de

qualidade. Destaca o papel do

consumidor e consumidor interno.

Destaca o envolvimento e o

comprometimento da administração.

Para alguns, desconsidera a contribuição

do trabalhador ao rejeitar iniciativas

participativas. Visto como sendo mais

forte em sistemas de controle do que nas

dimensões humanas das organizações.

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Gurus da

qualidade

Pontos fortes da abordagem Pontos fracos da abordagem

Ishikawa Ênfase na importância da participação

das pessoas no processo de solução de

problemas.

Oferece um composto de técnicas

estatísticas e de orientação para pessoas.

Introduz a idéia de círculos de controle

da qualidade.

Parte de seu método de solução de

problemas é visto como simplista. Não

lida adequadamente com a passagem das

idéias para a ação nos círculos de

controle da qualidade.

Crosby Fornece métodos claros fáceis de seguir.

A participação do trabalhador é

reconhecida como importante. Forte em

explicar a realidade da qualidade e em

motivar as pessoas a iniciar o processo

de qualidade.

Visto, por alguns, como culpando os

trabalhadores pelos problemas de

qualidade. Também visto, por alguns,

como enfatizando. O programa zero

defeito é visto, às vezes, como algo que

evita o risco. Insuficiente ênfase em

métodos estatísticos.

Deming foi um pioneiro na divulgação dos conceitos de qualidade. Norte-

americano, W. Edwards Deming participou do programa estratégico dos Estados

Unidos na segunda Grande Guerra, como estatístico. No fim dos anos 40, ele

divulgou, no Japão, seus conceitos estatísticos voltados para a qualidade. Passou a

ser conhecido por haver desenvolvido um sistema para controle estatístico da

qualidade, mas sua contribuição foi muito maior.

De acordo com Gaither (2001), Deming define a qualidade de acordo com as

exigências e as necessidades do consumidor. Como elas estão em permanente

mudanças, as especificações de qualidade devem ser alteradas constantemente.

Entretanto, Deming considera não ser suficiente cumprir as especificações. É preciso

utilizar os instrumentos de controle estatístico de qualidade, em vez da mera inspeção

de produtos. Esta não melhora a qualidade, não a garante e até aceita certo número de

defeitos. Ele recomenda igualmente uma seleção criteriosa dos fornecedores com que

a empresa trabalha.

Segundo Bouer apud Contador (1997), “Deming enfatizava o

comprometimento e as ações da gerência das organizações, mas sustentava que a

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empresa deveria adotar seu sistema em todos os níveis. Desempenhou, na realidade,

um papel de primeira grandeza no aumento da visibilidade dos processos e

consciência da necessidade de contínua melhoria.”.

Joseph Juran, sua contribuição ao pensamento da qualidade se deu através de

uma série de conceitos, partindo da própria conceituação da qualidade e com base em

suas experiências em companhias japonesas, Juran desenvolveu uma abordagem para

a qualidade focada nos termos de uma trilogia, de acordo com Corrêa (2005):

• Planejamento da qualidade: é o processo de estabelecer os objetivos para a

qualidade e desenvolver os planos para atingir esses objetivos;

• Controle da qualidade: é o processo contínuo usado pelo pessoal operacional

como meio para atingir os objetivos planejados. Consiste em três passos:

avaliar o desempenho operacional atual; compará- los com os objetivos e agir

nas diferenças;

• Melhoramento da qualidade: este terceiro membro da trilogia tem o objetivo

de melhorar os níveis atuais de desempenho da qua lidade.

Para Juran, “Gerenciamento da qualidade significa que a prioridade é dada

aos desejos, preferenciais e necessidades dos clientes e usuários”, Corrêa (2005).

Armand Feigenbaum, reconhecia que a qualidade não era meramente a

reunião de ferramentas e métodos, e sim um “campo integral”. Percebia que os

aperfeiçoamentos realizados em um processo também conduziam a melhorias em

outras áreas de uma empresa. Como possuía domínio na teoria de sistema, criou um

ambiente de trabalho em que as pessoas aprendiam umas com as outras a partir dos

êxitos de cada um, e sua liderança e ambiente aberto de trabalho gerou equipes

multifuncionais, Stevenson (2001).

De acordo com a sua abordagem, Feigenbaum (1983) “a qualidade é um

instrumento estratégico que deve preocupar todos os trabalhadores. Mais do que uma

técnica de eliminação de defeitos nas operações industriais, a qualidade é uma

filosofia de gestão e um compromisso com a excelência. É voltada para o exterior da

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empresa — baseado na orientação para o cliente — e não para o seu interior —

redução de defeitos”.

Philip B. Crosby enfatizou que um sistema para alcance de melhores níveis de

qualidade deve ser principalmente preventivo e estabeleceu o “zero defeito” como

uma direção a seguir. Destacou a importância da motivação e do planejamento e não

se aprofundou na utilização do controle estatístico de processos e da metodologia de

solução de problemas. Trabalhou sistematicamente a idéia de que os custos de

prevenção sempre seriam inferiores aos custos de detecção, correção e falhas.

Stevenson (2001).

Para Crosby apud Stevenson (2001), “qualidade significa conformidade, não

elegância. Não há alta nem baixa qualidade. Ou um item está conforme os requisitos

(qualidade) ou não está (não qualidade)”, Crosby, continua afirmando que “O

desempenho padrão deve ser zero defeitos. Não significa que temos que ser perfeitos,

mas que devemos tentar fazer sempre certo na primeira vez e que os erros não são

aceitáveis” e “A medida da qualidade é o preço das não conformidades. Reduzindo

os custos das coisas feitas erradas o lucro aumenta.”. Stevenson (2001).

De acordo com Cardoso (2001), Kaoru Ishikawa aprendeu as noções básicas

de controle de qualidade com os norte-americanos. Com base nessas lições, soube

desenvolver uma estratégia de qualidade para o Japão. Uma das suas principais

contribuições a ênfase dada às sete ferramentas básicas para a qualidade: análise de

Pareto; diagramas de causa-efeito (hoje chamados de Ishikawa); histogramas; folhas

de controle; gráficos de controle; e fluxos de controle). Em sua opinião, cerca de

95% dos problemas de qualidade podem ser resolvidos com estas sete ferramentas da

qualidade.

O argumento comum nos gurus da qualidade é que, atualmente, o sucesso de

empresas não depende somente da capacidade de produzir grandes quantidades em

curtos espaços de tempo, o que, por sua vez, dependia da capacidade gerencial de

fazer cumprir as metas produtivas estabelecidas. A busca de altos níveis de

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produtividade e lucros imediatos resultou, segundo esses autores, em uma rígida

divisão do trabalho entre aqueles que planejam e criam e os que executam tarefas

repetitivas, monótonas e que não requerem especialização. Essa forma de

organização do trabalho é hoje, na visão dos proponentes dos novos modelos da

qualidade, considerada inapropriada ou insuficiente para atender às novas demandas

do mercado. A nova era da qualidade requer uma redefinição da missão e dos

objetivos da organização, assim como do papel dos gerentes e demais trabalhadores.

2.4 A Evolução do Conceito de Qualidade.

As rápidas mudanças econômicas e sociais ocorridas depois da Segunda

Guerra Mundial obrigaram nações e empresas a enfrentar a necessidade de conquista

de mercados e a criação de maior quantidade de empregos. Outros desequilíbrios,

crises e inovações tecnológicas também contribuíram para tornar cada vez mais

crítica e acirrada a competição comercial. A busca de vantagens competitivas fez

com que a qualidade ganhasse um destaque especial.

De acordo com Bouer apud Contador (1997) “ao longo do tempo,

organizações efetivamente envolvidas na competição comercial foram enriquecendo

o conceito da qualidade, adaptando-se aos cenários que encontravam, modificando

direções e linhas mestras adotadas”.

Para isso, foram encontrados cinco estágios que podem ser identificados

nessa evolução conforme Quadro 4:

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Quadro 4 – Evolução do conceito da qualidade . (Fonte: Bouer apud Contador, 1997).

Conceito da Qualidade Direção Linhas Mestres

Adequação ao padrão Definir qualidade como o produto

que faz o que os projetistas

pretendem que ele faça.

Padronização atendendo aos

interesses do produtor e controle

do produto.

Adequação ao uso Definir qualidade como o produto

que pode ser usado exatamente

como os clientes quer utilizá-la.

Padronização atendendo aos

interesses do consumidor e

controle do produto.

Adequação de custo Acrescentar à adequação do

produto sua obtenção a custos

competitivos.

Deslocamento do controle do

produto através da inspeção para o

controle dos processos. Remoção

de barreiras funcionais e

hierárquicas.

Adequação às

necessidades latentes

Atender às necessidades dos

clientes antes que eles estejam

cônscios dessas necessidades.

Integração com os clientes através

de sistemática revisão e análise

crítica de suas necessidades.

Adequação às

expectativas dos

acionistas e de mercados

maduros e saturados

Satisfazer o cliente através do

reconhecimento do valor do

produto, com melhor utilização das

vantagens competitivas.

Desenvolvimento de planos da

qualidade orientados pelo

planejamento estratégico e de

gestão

2.5. O lado humano da qualidade.

Moller (1999), um dos autores em nível mundial que dá ênfase especial à

importância estratégica e fundamental das pessoas nos processos da qualidade, faz

um retrospecto do foco na qualidade:

“Do início dos anos 50 até o final dos anos 70, os peritos em qualidade

preocupavam-se com a qualidade de produtos físicos. Armados com o controle

estatístico de qualidade e com o lema ‘Zero Defeitos’, os peritos concentraram-se no

desenvolvimento de métodos para melhorar a qualidade de produtos e de processos

de produção. Mais de trinta anos de esforços determinados para melhorar a

qualidade técnica, descobrir causas e defeitos e reduzi-los, implantar controle de

qualidade e racionalizar os processos de produção levaram aos notáveis

melhoramentos na qualidade dos produtos e na estabilidade financeira de muitas

empresas”.

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Os peritos de marketing conseguiram convencer a maior parte das empresas

de que é o cliente quem determina qual deve ser o padrão de qua lidade dos produtos.

Foi somente nos anos 80 que surgiu o interesse pela qualidade dos serviços e pelo

comportamento humano, colocar as pessoas em primeiro lugar e qualidade pessoal.

Desde o inicio da década de 1990, Moller (1999), vem defendendo, nos

círculos acadêmicos e empresariais, que a importância da qualidade pessoal é a base

de todas as outras qualidades. O autor comenta que o futuro de uma empresa depende

dela conseguir satisfazer os requisitos de qualidade do mercado. Ela precisa produzir

produtos e serviços que satisfaçam às exigências dos clientes. Continua o autor “... é

difícil imaginar uma empresa satisfazendo (...) os requisitos de qualidade do mundo

exterior, a menos que seus bens e serviços sejam produzidos e prestados por pessoas

com alto nível de qualidade pessoal”.

A definição para qualidade, segundo Moller (1999), é que há dois tipos de

qualidade: qualidade técnica, que significa satisfazer exigências e expectativas

concretas: por exemplo, tempo, desempenho, finanças, taxa de defeitos, e qualidade

humana, que é satisfazer expectativas e desejos emocionais: por exemplo, atitudes,

comprometimento, comportamento, atenção, credibilidade, consistência e lealdade.

Continua Moller, os peritos têm, tradicionalmente, focalizado a qualidade de

produtos e serviços e, segundo o autor, presta-se muito pouca atenção à qualidade

das pessoas, cujos esforços são cruciais para a qualidade de produtos e de serviços.

Moller (1999) propõe que a qualidade deve ser abrangente e focada em cinco pontos:

• Qualidade pessoal;

• Qualidade departamental;

• Qualidade de produtos e serviços;

• Qualidade da empresa;

• Clientes satisfeitos.

Moller (1999) comenta que a qualidade em todas essas áreas conduz a uma

“cultura da qualidade”, a qual influencia toda a empresa. O autor comenta sobre um

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grande estudo da força de trabalho nos Estados Unidos, conduzido, em 1983, pelo

Public Agenda Forum, que revelou os seguintes resultados alarmantes:

• Menos de 25% dos funcionários responderam “sim” à pergunta: você sempre

faz o melhor possível?

• 50% dos entrevistados disseram que não dedicavam ao trabalho mais esforços

que aquele necessário para manterem seus empregos.

• 75% dos funcionários admitiram que pudessem ser muito mais eficazes do

que estavam sendo naquele momento.

A resposta dos func ionários sobre o baixo desempenho e comprometimento

com o trabalho mostra que eles não se sentiam motivados a fazer o esforço que

sabiam serem capazes de fazer. Moller afirma que o caso dos Estados Unidos não é

especial; essas constatações valem para a maior parte das nações industrializadas do

mundo. A tarefa mais importante da gerência é motivar pessoas - o recurso mais

valioso da organização para que façam o melhor possível.

O autor finaliza dizendo que: “qualidade significa estar plenamente

comprometido”.

2.6 Paradigmas gerenciais (Padrões emergentes da qualidade)

O crescimento vertiginoso de interesse na qualidade dos produtos e serviços

tornou necessário criar padrões internacionais de qualidade geralmente aceitos. Três

eventos têm contribuído para esse fenômeno: o Prêmio Nacional de qualidade

Malcolm Baldrige (o correspondente no Brasil é o Prêmio Nacional da Qualidade –

PNQ), o Prêmio Deming e os padrões ISO 9000.

2.6.1. Prêmio Nacional da Qualidade

Em 1987, o congresso dos Estados Unidos aprovou o Malcolm Baldrige

National Quality Improvement Act (Lei Malcolm Baldrige de Melhoria Nacional da

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Qualidade). Esta Legislação foi concebida para motivar um aumento de esforços por

parte das empresas americanas em direção à melhoria da qualidade de seus produtos

e serviços. Recebeu o nome em homenagem ao falecido Malcolm Baldrige, um

especialista no setor industrial e ex-secretário de Comércio dos Estados Unidos. Este

é administrado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia e só empresas

americanas podem concorrer a ele.1

Os objetivos do concurso de premiação são estimular esforços em direção à

melhoria da qualidade, reconhecer as realizações das empresas americanas na área da

qualidade e tornar públicos os programas bem-sucedidos. A satisfação do cliente é o

fator de maior peso. Anualmente, são conferidos até dois prêmios em cada uma de

três categorias: grandes indústrias, grandes organizações de serviços e pequenas

empresas (com até 500 funcionários).

No Brasil, em outubro de 1991, foi instituída para o Prêmio Nacional da

Qualidade - FPNQ, hoje Fundação Nacional da Qualidade – FNQ, entidade privada e

sem fins lucrativos, fundada por 39 organizações, privadas e públicas, para

administrar o Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ e todas as atividades decorrentes

do processo de premiação, em todo o território nacional, e fazer a representação

institucional externa do PNQ nos fóruns internacionais.

O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) é um reconhecimento, na forma de

um troféu, á excelência na gestão das organizações sediadas no Brasil, e busca

promover:

• Amplo entendimento dos requisitos para alcançar a excelência do

desempenho e, portanto, a melhoria da competitividade; e

• Ampla troca de informações sobre métodos e sistemas de gestão que

alcançaram sucesso e sobre os benefícios decorrentes da utilização dessas

estratégias.

1 www.quality.nist.gov

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O Modelo de Excelência do PNQ reflete a experiência, o conhecimento e o

trabalho de pesquisa de muitas organizações e especialistas, do Brasil e do exterior,

nestes doze anos de existência da Fundação Nacional da Qualidade. Inspirado

inicialmente nos critérios do Prêmio Malcolm Baldrige, esse modelo evoluiu

paulatinamente no sentido de incorporar elementos da realidade brasileira, sendo

hoje respeitado internacionalmente.

O diagrama mostrado na Figura 3 representa o Modelo de Excelência do

PNQ, e é utilizado em processos de auto-avaliação e para a avaliação das candidatas

ao Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ.

Figura 3 – Modelo de Excelência do PNQ. Uma visão sistêmica da organização. (Fonte:

Fundação Nacional da Qualidade, 2005)

O Quadro 5 mostra os critérios dos prêmios brasileiro e norte-americano:

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Quadro 5 – Critério dos Prêmios Malcolm Baldrige dos EUA e do PNQ do Brasil.

(Fonte: Oliveira, 2002).

Critério dos Prêmios Malcolm Baldrige dos EUA e do PNQ do Brasil

Prêmio Critérios Prêmio Critérios

Malcolm

Baldrige /

EUA

1. Liderança;

2. Planejamento estratégico;

3. Concentração no cliente e no

mercado;

4. Informação e análise;

5. Concentração nos recursos

humanos;

6. Gerência de processo; e

7. Resultados comerciais.

Prêmio

Nacional da

Qualidade /

Brasil

1. Liderança

2. Estratégias e Planos

3. Clientes

4. Sociedade

5. Informações e Conhecimento

6. Pessoas

7. Processos

8. Resultados

2.6.2 Prêmio Deming

O Prêmio Deming, cujo nome é em homenagem ao falecido estatístico

americano W. Edwards Deming, é um prêmio altamente cobiçado, oferecido pelo

Japão em reconhecimento a esforços bem-sucedidos em direção à qualidade. Embora

o prêmio seja normalmente concedido a empresas japonesas, no ano de 1989 a

Florida Power and Light tornou-se a primeira empresa americana a ganhar o prêmio.

O foco principal do julgamento para a premiação está no controle estatístico

da qualidade, tornando seu escopo muito mais restrito do que o do Prêmio Baldrige,

que focaliza mais a satisfação do cliente. As empresas que ganham o Prêmio Deming

tendem a ter programas da qualidade detalhados e eficazmente comunicados através

da empresa. Os programas de melhoria da qualidade nas empresas contempladas

também refletem aspectos como o envolvimento da alta administração e dos

funcionários, a satisfação dos clientes e o treinamento.

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2.6.3 Certificação da Qualidade.

A partir da década de 1880, ganharam força modelos normativos surgidos

com a finalidade de fornecer às empresas elementos sólidos para organizações

internas, como também para trilharem o caminho na busca da excelência. Na

seqüência, é feita uma breve apresentação dos modelos mais utilizados.

2.6.3.1 A Norma ISO 9000

O propósito da International Organization for Standardization (Organização

Internacional de Normalização - ISO) é promover, em nível mundial, normas que

permitam melhorar a eficiência operacional, aumentar a produtividade e reduzir

custos. Compõem a ISO os institutos de normas de 156 países2. A norma ISO série

9000 é um conjunto de padrões internacionais acerca de administração da qualidade

e garantia da qualidade. Esses padrões têm importância crítica para a realização de

negócios internacionais, principalmente na Europa.

As normas ISO da série 9000 para organização de gestão da qualidade

surgiram em 1987 e passaram por duas importantes revisões, em 1994 e 2000. Hoje

está em vigor a série de normas ISO 9000-2000, chanceladas no Brasil pela ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas, sob sigla NBR ISO 9000-2000,

compreendendo basicamente três documentos:

Quadro 6 – As normas ISO da Série 9000. (Fonte: Associação Brasileira de Normas e

Técnicas – ABNT, 2001).

ISO 9000 Fornece fundamentos e vocabulários.

ISO 9001 Fornece elementos contratuais para as empresas envolvidas no projeto, no

desenvolvimento, na produção, na instalação e na execução de serviços voltados

para produtos ou serviços. (ABNT, 2001)

ISO 9004 Fornece diretrizes para aplicar os elementos do Sistema de Gestão da Qualidade.

2 Disponível em: http://www.iso.org/iso/en/aboutiso/introduction/index.html. Acesso 04/11/2005.

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2.6.3.2 A Norma ISO 14000

Em 1996, International Organization for Standardization (Organização

Internacional de Normalização - ISO) introduziu a ISO 14000 (ABNT NBR ISO

14001-2000), um novo conjunto de normas cujo propósito é avaliar o desempenho de

uma empresa em termos de sua responsabilidade ambiental. No início, a norma ISO

14000 começou com um programa de diretrizes voluntárias e de certificação. Os

padrões para a obtenção do certificado se baseiam em três áreas principais:

• Sistemas de gerenciamento – Desenvolvimento de sistemas de gerenciamento

e integração, dentro do planejamento empresarial de sistemas voltados para a

responsabilidade ambiental;

• Operações - Consumo de recursos naturais e energia;

• Sistemas ambientais – mensuração, avaliação e gerenciamento de emissões,

efluentes e outros fluxos de resíduos.

Essa norma teve recentemente revisada e colocada em uso a sua primeira

revisão.

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CAPÍTULO 3 - Serviços

Qualidade

Introdução

Serviços

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3.1 Definição de Serviços

Albrecht e Zemke (2002) definem serviços como sendo um trabalho realizado

por uma pessoa ou grupo em benefício de outra, todo trabalho é trabalho de serviços.

Não faz mais sentido falar em negócios de produtos e negócios de serviços. O ato de

montar um computador, costurar uma peça de vestuário ou moldar uma barra de

chocolate é uma maneira de servir a outras pessoas, assim como a tarefa de vender

esses produtos aos clientes, ou de orientar os clientes sobre como usá- los.

Freqüentemente, o conceito de serviço é definido (nos textos de operações)

em termos de produto do serviço, de todas as partes diferentes que compõem o

serviço, do resultado e da experiência, incluindo sua parte visível. Também é referido

como o “pacote de benefícios para o cliente” (Collier, 1994), as coisas que

proporcionam benefício e valor, de fato, ao cliente.

Na realidade, praticamente em tudo há serviço. Tanto quanto bens ou

mercadorias, os serviços são ofertados no sentido de satisfazer necessidades do

mercado em forma de “pacote de valor” segundo Corrêa e Corrêa (2006), esse pacote

inclui parcelas normalmente consideradas como serviços e parcelas normalmente

consideradas como bens ou produtos físicos. Uma empresa oferece

predominantemente valor relacionado a transporte, mas no pacote de valor oferece

também revista, refeições e possivelmente outros bens físicos. Uma concessionária

de veículos oferece o serviço de diagnóstico e instalação, mas vende também as

peças sobressalentes necessárias, que são bens físicos. Nota-se que a parcela do valor

oferecido referente aos bens físicos e aos serviços varia conforme o negócio

analisado, conforme ilustrado na Figura 4.

3. Serviços

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Figura 4 – O contínuo entre produtos e serviços . (Fonte: Sasser et al (1978) apud Gianesi

e Corrêa, 1994).

Corrêa e Corrêa (2006) ainda explicam que o fato de a maneira das empresas

oferecerem um pacote de valor que inclui serviços e produtos físicos implica que o

gestor de suas operações não pode esquivar-se de gerenciar tanto as operações que

geram a parte de “serviço” como as operações que geram a parte “bem físico”.

Entretanto, os autores crêem que essa dicotomia entre serviços e produtos físicos

pode levar a decisão e encaminhamentos equivocados.

As principais diferenças entre produtos e serviços, para Corrêa e Corrêa

(2006), são:

• Serviços teriam de ser produzidos e consumidos simultaneamente; produtos,

não;

• Serviços precisariam da presença do cliente para serem produzidos; produtos,

não;

• Serviços seriam intangíveis, produtos seriam tangíveis.

PRODUTOS SERVIÇOS 100% 50% 0 50% 100%

Lojas de Auto-serviço

Automóvel

Carpete Instalado

Restaurante Fast food

Restaurante

Manutenção de automóveis

Hospital

Cabeleireiro

Costureira

Motel

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Na busca de uma classificação para processos de serviços, Silvestro et al.

(1992) apud Gianesi e Corrêa (1994), Cooke (2002) e Corrêa e Corrêa (2006), têm

visões diferentes.

Silvestro et al (1992) apud Gianesi e Corrêa (1994) foi o primeiro a propor a

utilização de seis dimensões: foco em pessoas ou equipamentos, grau de contato com

o cliente, grau de personalização do serviço, grau de julgamento pessoal dos

funcionários, foco no produto ou no processo e front office ou back room como fonte

de valor adicionado.

O resultado da análise das principais dimensões de um processo de serviço de

alto e baixo grau apresenta a seguinte classificação:

• Serviços profissionais – definidos como organizações de alto contato, onde os

clientes despendem tempo considerável no processo do serviço. Esses

serviços proporcionam altos níveis de customização, sendo o processo do

serviço altamente adaptável para atender as necessidades individuais dos

clientes. Compreendem: consultores de gestão, advogados, arquitetos,

cirurgiões, auditores, inspetores e segurança, alguns serviços especiais na

área de computadores, etc;

• Serviços de massa – é o processo de serviço que atende ao maior número de

clientes por unidade de tempo, são serviços pouco personalizados, com alto

grau de padronização de operações e pouca customização. Compreendem:

transporte urbano, cartão de crédito, supermercados, aeroportos,

comunicações, emissora de televisão, serviço de policia, etc;

• Lojas de serviços – é o processo intermediário no contínuo entre os serviços

profissionais e os serviços de massa. Este processo caracteriza-se por um

volume maior de clientes processados por dia, como em hotéis, restaurantes,

varejo em geral e no atendimento a pessoa física em bancos. Neste caso o

valor o serviço é gerado tanto no front office (quarto e lobby dos hotéis, salão

do restaurante e balcão das lojas) como no back room (lavanderia e limpeza

de quartos em hotéis, cozinha de restaurantes e setor de compras em lojas).

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A Figura 5 ilustra a classificação dos processos de serviço.

Figura 5 – Classificação dos processos de serviços . (Fonte: Silvestro et al (1992) apud

Gianesi e Corrêa, 1994).

Analisando a proposta para classificação dos serviços e suas limitações

apresentada por Silvestro, Cooke (2002), oferece uma segunda visão apresentada

neste trabalho, uma forma de classificação dos serviços alternativa, que vem de

encontro com o propósito deste trabalho.

Sabendo que o presente trabalho tem por objetivo identificar a interface entre

qualidade dos serviços logísticos oferecidos para produtos perecíveis, devem ser

identificadas classes de serviços que guardem relações de homogeneidade entre si em

critérios de diferenciação predefinidos. Esta homogene idade deve ser buscada para

Ênfase em: pessoas front-office processo Alto grau de: contato personalizado autonomia

Ênfase em: equipamentos back-room produto Baixo grau de: contato personalizado autonomia

Serviços profissionais consultores de gestão, advogados, arquitetos, cirurgiões

Lojas de serviços lojas em ruas comerciais shopping centers escolas, restaurantes, hotéis Serviços de massa

cartão de crédito, supermercados, aeroportos, comunicações, emissora de televisão

Número de clientes processados por dia em uma unidade típica

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que possa ser estabelecido um método para a gestão de serviços que seja aplicável,

adaptável e validado para cada classe de serviços definida (Cooke, 2002).

Através das análises e constatações feitas por Cooke (2002), são definidas as

dimensões de diferenciação que serão utilizadas para a classificação dos diferentes

tipos de serviços:

• Onde o principal valor é agregado: na presença do consumidor (ênfase no

front-office, ou seja, nas operações de atendimento) ou isolado do

consumidor (ênfase no back-office, ou seja, nas operações de suporte) e,

• Qual a ênfase do contato do consumidor: ênfase no contato com pessoas ou

ênfase no contato com bens facilitadores (equipamento, instalações).

Para que se possa desenvolver uma classificação que supere as limitações das

classificações anteriores, Cooke (2002) utilizou uma estrutura matricial para a

acomodação das classes de serviços. Outro diferencial desta classificação com

relação à classificação apresentada por Thomas (1978) apud Cooke (2002) é a

inclusão de graus híbridos (intermediários) entre os extremos de cada dimensão.

O Quadro 7 apresenta a classificação proposta por Cooke (2002) para os

diferentes tipos de serviços.

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Quadro 7 – Classe de serviços. (Fonte: Cooke, 2002).

Ênfase do contato do consumidor (A)

Pessoas

Híbrido

(pessoas e bens

facilitadores)

Bens

facilitadores

(equipamentos,

instalações)

Na presença do

consumidor

(ênfase no front-

office, ou seja, nas

operações de

atendimento)

Assistência

técnica a

domicílio,

jardinagem,

professor

particular,

vigilância, etc.

Consultório

Médico, Escolas,

Consultório

Dentário, Táxi,

Companhia

aérea, Hospitais,

etc.

Lava rápido

automatizado,

Máquinas de

venda de

produtos, Cinema,

Transporte

urbano, etc.

Híbrido

(ênfase tanto no

front-office como no

back -office)

Consultores,

Advogados,

Arquitetos,

Agencia de

Propaganda,

etc.

Restaurantes,

Hotéis,

Locadoras de

equipamentos,

Varejo em geral,

Bancos, etc.

Desenvolvimento

de software,

instalação de

redes de

computadores,

etc.

Onde o

principal

valor é

agregado

(B)

Isolado do

consumidor (ênfase

no back -office, ou

seja, nas operações

de suporte)

Escritório de

contabilidade,

Corretores,

Recrutamento

de Executivos,

etc.

Assistência

técnica,

Lavanderias,

Sapatarias, etc.

Banco por

computador,

Venda pela

Internet, Projeto

auxiliado por

computador, etc.

Complementando estas visões Corrêa e Corrêa (2006), dividem a

classificação em atividades de alto contato (linha de frente ou de front office) e as

atividades de baixo contato (atividades de retaguarda ou front office). Os autores

ainda afirmam que:

“Não tem sentido falar em pessoas ou recursos de linha de frente ou de retaguarda,

pois o mesmo indivíduo, por exemplo, um cozinheiro em um restaurante, que

poderia aparecer um recurso tipicamente de retaguarda pode na eventualidade de

uma visita de um cliente à cozinha, imediatamente ver-se operando como um

recurso delinha de frente. É preferível, em geral, qualificar as atividades realizadas

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pelo cozinheiro quando não em contato com o cliente, como atividade de retaguarda.

Outro tipo de atividade realizada pelo mesmo recurso, quando em contato com o

cliente, esta, sim, pode ser classificada com atividade de linha de frente”.

Os autores afirmam que a vantagem de se usar este tipo de classificação é de

identificar as variáveis influentes no projeto e gestão de operações, sendo essas

variáveis:

1. Grau de estocabilidade dos elementos do pacote de valor oferecido;

2. Grau de simultaneidade entre produção e consumo do produto;

3. Grau de intensidade e extensão da interação no contato com o cliente;

4. Grau de objetivação possível na avaliação de desempenho.

3.2 Característica dos Serviços

Para melhor compreensão dos serviços, existem quatro características básicas

que devem ser levadas em consideração pelas empresas, ao elaborarem suas

estratégias de atuação no mercado, sendo elas: intangibilidade; heterogeneidade;

inseparabilidade e perecibilidade.

Intangibilidade: os serviços são intangíveis, diferentemente dos produtos, não

podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem

comprados (Kotler,1994). O grande desafio do prestador de serviço é “administrar a

evidência” para tornar “tangível o intangível” (Levitt, 1981). É por causa da

intangibilidade dos serviços que as empresas encontram dificuldades de entender

como os consumidores percebem seus serviços e avaliam a qualidade dos mesmos.

Heterogeneidade ou Variabilidade: os serviços têm características de

heterogeneidade porque a sua performance sofre influência tanto de aspectos

técnicos (conhecimentos, habilidades e suporte material), quanto emocionais

(condições e características psicológicas), pelo lado do prestador de serviço. Assim,

considerando os serviços altamente variáveis, uma vez que dependem de quem os

executa e de onde são prestados, Kotler (1994), aconselha três atitudes para as

empresas solucionarem este problema:

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• Investir em seleção e treinamento de pessoal na prestação de bons serviços;

• Padronizar o processo de prestação de serviços por toda a organização;

• Monitorar a satisfação do consumidor através do sistema de sugestões,

reclamações e comparação de compra, possibilitando que os serviços fracos

sejam detectados e corrigidos.

Inseparabilidade: outra característica peculiar dos serviços, em relação aos

produtos físicos, é a inseparabilidade, isto é, os serviços são inseparáveis de quem os

executa ou fornece, de tal forma que o prestador do serviço faz parte do próprio

serviço (Kotler e Armstrong, 1993; Semenik e Bamossy, 1995, Levitt, 1985).

Esta característica, associada ao fato de que os serviços são produzidos e

consumidos ao mesmo tempo – simultaneidade, conforme Kotler e Armstrong

(1993); Semenik e Bamossy (1995) – faz com que, nos serviços em que o cliente

esteja presente, haja uma interação entre cliente e prestador de serviço, de modo a

que o cliente também passa a fazer parte do serviço e, conseqüentemente, a interferir

em sua qualidade.

Perecibilidade: a última das quatro características marcantes dos serviços é a

perecibilidade. Os serviços são perecíveis, segundo Kotler e Armstrong (1993),

Semenik e Bamossy (1995) e Levitt (1985), porque não podem ser estocados para

venda ou uso posterior. Isto pode representar um sério problema para a empresa

prestadora quando a demanda é flutuante, como acontece nas empresas que lidam

com serviços de demanda cíclica, sazonal ou irregular. Monta-se uma estrutura capaz

de suportar os picos da demanda, mas naturalmente terão capacidade ociosa (e custos

mais elevados) nos momentos em que a demanda estiver mais baixa. Se, por outro

lado, decide-se montar uma estrutura para atender ao mínimo necessário, poderão

ocorrer serviços precários quando a demanda estiver mais elevada. Assim, na entrega

da montagem da estrutura de serviços, deve-se levar em consideração as flutuações e

adotar estratégias flexíveis e adequadas para enfrentar cada situação, como ressaltam

Kotler e Armstrong (1993), Semenik e Bamossy (1995) e Levitt (1985).

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3.3. Evolução na História - importância na Economia.

A importância das atividades de serviços na nossa sociedade pode ser

demonstrada, por um lado, pela posição que ocupam na economia, seja através da

participação no Produto Interno Bruto - PIB3 ou na geração de empregos, e, por

outro, pela análise das tendências e transformações que a economia mundial está

experimentando. Para Gianesi e Corrêa apud Contador (1997) existem alguns fatores

que propiciam o aumento da demanda por serviços, que são:

• Desejo de uma melhor Qualidade de Vida;

• Mais tempo de lazer;

• A urbanização, tornando necessários alguns serviços (como segurança, por

exemplo);

• Mudanças demográficas, que aumentam a quantidade de crianças e/ou idosos,

os quais consomem maior variedade de serviços;

• Mudanças sócio-econômicas, como o aumento da participação da mulher no

trabalho remunerado e pressões sobre o tempo pessoal;

• Aumento da sofisticação dos consumidores, levando às necessidades mais

amplas de serviços; e.

• Mudanças tecnológicas (como o avanço dos computadores e das

telecomunicações), que têm aumentando a qualidade dos serviços, ou ainda,

criado serviços completamente novos.

Paralelamente, as atividades de serviços exercem um papel importante no

desempenho de outros setores da economia, principalmente o industrial. Para Gianesi

e Corrêa apud Contador (1997), esse papel pode ser sumarizado em três categorias:

• Como diferencial competitivo – as atividades de serviços prestados ao cliente

(como projeto, crédito, distribuição e assistência técnica) pelas empresas de

manufatura têm atuado no sentido de valorizar o pacote produto/serviço que a

empresa oferece ao mercado, gerando um diferencial competitivo em relação

aos concorrentes;

3 Produto Interno Bruto – PIB – Indicador de Bens e Serviços Produzidos em um País. Corresponde ao valor de Bens e Serviços finais produzidos internamente. No seu valor estão computadas as exportações e não estão incluídas as importações.

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• Como suporte às atividades de manufatura – muitas das funções dentro das

empresas de manufatura são, na verdade, operações de serviços (como

recursos humanos, manutenção e processamento de dados, entre outros), as

quais são fundamentais para o desempenho competitivo da empresa;

• Como geradores de lucro – muitas atividades de serviços de empresas de

manufatura podem desenvolver-se a um ponto tal que ultrapassem a mera

função de apoio, passando a constituir “centros de lucro” dentro das

empresas.

3.4. Serviços com Qualidade

Freqüentemente, a expressão Qualidade do Serviço é usada com significados

deferentes. Alguns gerentes a utilizam para identificar como o cliente é tratado. Pode

também significar o resultado e a experiência do serviço recebido pelo cliente.

Johnston (2002) define que as operações de serviços devem ser tomadas em sua

totalidade e não simplesmente concentrando-se nos pontos de contato com os

clientes, importantes como forem. Dessa maneira Johnston (2002) separa serviços

com qualidade em três dimensões:

• Satisfação;

• Impressão relativa da organização e de seus serviços; e

• Qualidade entregue.

Satisfação – às vezes, a qualidade do serviço é usada com o mesmo

significado de satisfação, isto é, o grau de ajustamento entre as expectativas de um

cliente e as percepções de um serviço.

Impressão relativa da organização e de seus serviços – onde a qualidade do

serviço é mais freqüentemente usada com algo mais duradouro, enquanto a satisfação

é específica à situação e experiência (Oliver 1993).

Qualidade entregue – quando se fala sobre a qualidade do serviço partindo da

perspectiva das operações, geralmente se fala sobre a qualidade do serviço que se é

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entregue, isto é, ele atende consistentemente à especificação para esse serviço? Sem

dúvida, isso pode ser diferente de como um cliente vê o serviço (como percebe sua

qualidade) e, assim, pode haver desencontro entre suas expectativas e sua percepção

na entrega.

Uma década atrás era dada ênfase aos produtos, ou seja, qualidade significava

a capacidade de um produto estar em conformidade com as especificações. Ou,

então, qualidade como adequação ao uso (Cerqueira Neto, 1992), uma definição que

atendia a um ponto de vista mercadológico e estava centrada no usuário.

Mais tarde, a definição começou a incorporar elementos do cliente e a

qualidade passou a ser definida como a previsão e a superação das suas expectativas.

Nos últimos anos, o conceito tem evoluído, até reconhecer a importância de

satisfazer muitos detentores de participação numa organização, incluindo a

comunidade, os fornecedores, os acionistas, os empregados e a gerência. Atualmente,

qualidade abrange elementos tão diferenciados como a melhoria de vida no trabalho,

a promoção da diversificação de funções, melhoria nas condições ambientais,

facilitação do comércio e realce da competitividade.

No que se refere aos serviços, o conceito de qualidade se torna ainda mais

complexo, pois não pode ser medido por meio de aspectos objetivos, como acontece

nos casos dos bens físicos. Conforme assinalaram Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1988), a qualidade de serviço tem natureza mais aberta e fugidia, dadas as

características de intangibilidade e demais características que compõem a

singularidade dos serviços. Nesse caso, a medida mais adequada é a percepção da

qualidade por parte do cliente, com o que concorda, dentre outros, Carman (1990).

A qualidade percebida pelo consumidor é o julgamento a respeito da

excelência geral ou superioridade do fornecedor. É uma forma de atitude relacionada,

mas não equivalente, à satisfação e que resulta da comparação das expectativas com

as percepções de desempenho efetivo, como ressaltam Parasuraman, Zeithaml e

Berry (1988). Assim, o que os clientes fazem é, em resumo, comparar o serviço que

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recebem com o serviço que, segundo suas expectativas, deveriam receber. O

julgamento da qualidade resultará do grau e da direção do afastamento (ou

discrepância) entre as expectativas e o que efetivamente foi recebido do fornecedor.

Assim, se um cliente julga ter recebido um serviço cuja qualidade supera as

suas expectativas, ele considera ter recebido uma prestação de qualidade superior e

se sente inclinado a utilizá- lo novamente, ou recorrer à empresa que o prestou

(Kotler e Armstrong, 1993). Desse modo, é importante que a empresa se preocupe

constantemente com a qualidade do serviço que presta, buscando medi- la por meio

da percepção dos clientes.

Considerando-se as diversas abordagens que se podem fazer do processo da

qualidade, segundo Parasuraman et al (1988), a visão dos gerentes quanto à

qualidade de um produto ou serviço pode apresentar significativa discrepância da

visão dos consumidores, se tornando relevante dispor de instrumentos que

quantifiquem e analisem a qualidade real e a qualidade percebida.

Segundo Parasuraman et al. (1988), os consumidores procuram atribuir valor

aos serviços recebidos por meio de alguns critérios relacionados com a percepção

que eles têm em relação a esses serviços. Um procedimento para medir a qualidade

dos serviços recebidos pelo usuário é a Escala Servqual, desenvolvida por esses

autores. Esse modelo (abreviação de Service Quality) estabelece que a qualidade é

avaliada pelo consumidor na comparação entre suas expectativas e a percepção que

ele teve da performance do serviço prestado pelo fornecedor.

Cinco fatores principais: tangibilidade, confiabilidade, compreensão,

segurança e empatia, segundo Parasuraman et al, (1988), podem representar a

percepção que os clientes têm dos serviços adquiridos. Embora a Escala Servqual

tenha sido elaborada a partir de alguns setores econômicos específicos, como o setor

financeiro, ela é uma escala padronizada, podendo ser aplicada a qualquer segmento

da economia que envolva atividades de prestação de serviços.

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Esses autores, também sugeriram um conjunto de dimensões da qualidade dos

serviços, composto de:

• Aspectos Tangíveis – Aparência física de instalações, equipamentos, pessoas

e materiais de comunicação.

• Confiabilidade – Capacidade de prestar o serviço prometido de forma

confiável e precisa.

• Responsabilidade – Disposição para ajudar o cliente e proporcionar com

presteza um serviço.

• Competência – Habilidades específicas para desempenhar um serviço.

• Cortesia – Fineza, respeito, consideração e amabilidade no contato pessoal.

• Credibilidade – Confiança, credibilidade, honestidade e integridade

transmitidas pelo prestador do serviço.

• Segurança – Ausência de risco, perigo ou dúvida.

• Acesso – Proximidade e facilidade de contato.

• Comunicação – Manter o cliente informado de forma compreensível, e

escutá- lo.

• Conhecimento do cliente – Esforço para saber e atender suas necessidades.

O Quadro 8 ilustra uma comparação entre as dimensões da qualidade

propostas por Parasuraman et al (1988) e aquelas sugeridas por Garvin (2002),

apresentadas no Quadro 2.2, (válidas, em princípios para produtos e serviços).

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Quadro 8 – Comparação entre as dimensões de Parasuraman et al (1988) e Garvin

(2002). (Fonte: elaborada pela autora).

Dimensões da Qualidade aplicadas a Serviços

Parasuraman Garvin

Aspectos tangíveis Desempenho, Características, Confiabilidade, Estética e Qualidade Percebida.

Confiabilidade Confiabilidade e Qualidade Percebida.

Responsabilidade Desempenho, Confiabilidade, Conformidade e Qualidade Percebida.

Competência Desempenho, Confiabilidade, Conformidade, Atendimento e Qualidade

Percebida.

Cortesia Característica e Qualidade Percebida.

Credibilidade Conformidade, Atendimento, Estética e Qualidade Percebida.

Segurança Desempenho, Conformidade, Durabilidade e Qualidade Percebida.

Acesso Qualidade Percebida

Comunicação Característica, Atendimento e Qualidade Percebida.

Conhecimento do

cliente Desempenho, Atendimento e Qualidade Percebida.

Analisando o Quadro 8, nota-se que a dimensão “Qualidade Percebida”

definida por Gravin (2002) enquadra-se em todos as características das dimensões

sugeridas por Parasuraman et al (1988), o que demonstra a preocupação do autor em

considerar este aspecto da qualidade – percepção do cliente em relação à

diferenciação de produtos ou serviços – altamente relevante.

3.5. Como chegar ao Serviço com Qualidade

Para se chegar a um serviço com qualidade, é necessário criar uma diferença

que seja “observável” pelos clientes e que cause um impacto verdadeiro na maneira

como as coisas são feitas dentro da empresa.

Para Lúcio Neto (1998), o serviço com qualidade pode ser alcançado com

base em três principais pontos: expectativa do cliente, visão do futuro e desempenho

dos concorrentes.

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• As expectativas dos clientes – Nenhuma empresa pode sobreviver se as

necessidades de seus clientes não forem totalmente conhecidas ou se, quando

conhecidas, forem ignoradas. Na maioria das áreas de prestação de serviços,

os clientes têm diferentes opções. O slogan da British Caledonian4, “nunca

nos esquecemos de que você tem escolha”, mostra que eles têm consciência

deste fato.

• Visão do futuro – Escutar os clientes e observar os concorrentes são

processos importantes, mas podem não ser suficientes para manter a

satisfação dos clientes a longo prazo. As companhias que se destacam das

demais possuem líderes visionários, que encorajam a experimentação e a

mudança, e capacitam as pessoas a criarem uma visão do futuro. Isto é, não

uma visão do futuro com base na posição atual, mas uma imagem clara de

onde se gostaria de estar e de como chegar lá.

• Desempenho dos concorrentes – Sem saber o que seus principais

concorrentes estão fazendo, é impossível se dedicar a obter vantagem pela

qualidade e inovação de seus serviços. É preciso, pelo menos, estar

familiarizado com os resultados visíveis das estratégias da concorrência.

Também é preciso saber por que os clientes estão usando os produtos e os

serviços deles em vez de usarem os seus.

O que os clientes esperam receber por seu dinheiro é uma combinação de

serviço material e serviço pessoal. Quando o cliente estiver comprando um televisor,

os aspectos materiais serão mais importantes, mas quando o cliente estiver se

hospedando em um hotel, os aspectos pessoais do serviço serão mais essenciais.

Entretanto, em todos os casos, se espera que tanto no serviço material como no

serviço pessoal, sejam excelentes.

No Quadro 9. fica clara a diferença entre serviço material e serviço pessoal,

conforme Albrecht, Bradford e Lawrence (1992)

4 British Caledonian – Empresa americana de vendas e marketing

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Quadro 9 – Diferença entre Serviço Material e Serviço Pessoal. (Fonte: Albrecht,

Bradford e Lawrence, 1992)

Serviço Material

O produto propriamente dito tem de ser confiável e corresponder ao seu

propósito. Além disso, o ambiente deve refletir a qualidade da organização.

Instalações de má qualidade invariavelmente são origem a dúvidas quanto a

outros aspectos dos padrões de desempenho de uma empresa. Não

esquecendo que os sistemas de entrega devem funcionar. Isso inclui

distribuição, cronograma, contabilidade e serviços burocráticos

computadorizados, organização do trabalho e assim por diante. A qualidade

do produto não adianta nada se ele chegar atrasado ou danificado, se não

corresponder à especificação do cliente ou se o pedido e as notas fiscais

enviadas pela contabilidade não estiverem de acordo.

Serviço Pessoal

Se os funcionários não demonstrarem comprometimento e não acreditarem

no cliente, o serviço não corresponderá à imagem que está sendo promovida

(pelos vendedores, pela Administração ou pela propaganda). Por isso, os

Sistemas de Pessoal devem ser projetados para motivar os funcionários a

darem apoio à estratégia de serviços. As maneiras como as pessoas estão

organizadas e o modo como são gerenciadas também devem ser compatíveis

com a prestação de bons serviços.

3.6. Satisfação do cliente – importância, características.

Em termos simples, satisfação é o resultado da avaliação de um serviço por

um cliente, baseado na comparação de suas percepções com suas expectativas

anteriores, de acordo com Johnston (2002). Se a percepção, a experiência e os

resultados do serviço atendem às expectativas do cliente, ele deve ficar satisfeito (ou

minimamente satisfeito). Se sua percepção do serviço exceder às expectativas, ele

ficará mais do que satisfeito, ou até encantado. Se suas percepções não atenderem a

suas expectativas, ele pode ficar insatisfeito, ou até irritado, conforme Schneider e

Bowen (1999).

Satisfação é o resultado da avaliação de um serviço pelo cliente. Pode ser

representada em um continuum que varia de encanto (em um extremo) a insatisfação

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(no outro extremo). Assim, as expectativas, e, de fato, as percepções, são

componentes-chaves na entrega de um serviço de qualidade.

Para fazer a avaliação das expectativas do cliente, a empresa deve levar em

consideração as bases culturais vigentes na sociedade, as estruturas sociais

predominantes, as condições competitivas existentes no mercado, a situação

econômica do país e os aspectos legais e regulatórios que regem aquela atividade

econômica. Apesar da importância óbvia de a empresa conhecer as expectativas de

seus clientes, essa situação é de difícil aplicação na prática, pois ela mistura

conceitos subjetivos e objetivos, emocionais e racionais, que podem estar

relacionados, porém, são distintos.

Todavia, alguns serviços não são de avaliação imediata ou apresentam

dificuldades para serem avaliados, mesmo depois de recebidos.

O consumidor tem mais dificuldade de avaliar um serviço do que um produto.

A percepção da qualidade do serviço resulta da comparação que o consumidor faz

entre as suas expectativas a respeito do serviço e o serviço recebido de fato.

3.6.1 A importância e a prática de se medir a satisfação do cliente

O cliente, segundo Kotler (1998), busca sempre um melhor va lor, porém,

quando está muito satisfeito, não trocará de prestador de serviços. Eles compram da

empresa que acreditam que lhes oferece o mais alto valor de consumo. Eles são

maximizadores de valor, dentro dos limites de sua capacidade de pesquisar, do seu

nível de conhecimento, mobilidade e renda. Eles estabelecem suas expectativas de

valor e agem em função delas, comparando assim o valor real que recebem ao

consumir um produto ao valor esperado (o que afeta seu nível de satisfação e seu

comportamento de recompra).

Mensurar a satisfação dos clientes com a qualidade dos serviços que eles

recebem apresenta inúmeros benefícios:

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• Uma percepção mais positiva dos clientes quanto à empresa provedora de

serviços;

• Disponibílização de informações precisas e atualizadas das necessidades dos

clientes;

• Incremento da confiança desenvolvida nas transações entre cliente e provedor

de serviço, em função de uma maior proximidade entre as partes, e

• Estabelecimento de relações de fidelidade. Uma satisfação cumulativa com a

qualidade dos serviços recebidos por parte do cliente pode ser um indicador

seguro e fundamental da performance atual e futura de uma empresa, de

acordo com Rossi e Slongo (1998).

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CAPÍTULO 4 – Logística

Qualidade

Introdução

Serviços

Logística

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4.1 Definição.

Na sua origem, o conceito de logística para Novaes (2001) estava

essencialmente ligado às operações militares. “Ao decidir avançar suas tropas

seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas

ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição,

víveres, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. Por se tratar de um

serviço de apoio, sem glamour da estratégia bélica e sem o prestígio das batalhas

ganhas, os grupos logísticos militares trabalhavam quase sempre em silêncio”.

Novaes (2001) ainda cita que: “Nas empresas, da mesma forma que as operações militares, também necessitavam

da logística para transportar seus produtos da fábrica para os depósitos ou para as

lojas de seus clientes; precisava também providenciar e armazenar matéria-prima em

quantidades suficientes para garantir os níveis de fabricação planejados. Por outro

lado, em razão das descontinuidades entre o ritmo de produção e de demanda,

precisam manter produtos acabados em estoque”.

A logística envolve também elementos humanos, materiais (prédios, veículos,

equipamentos, computadores), tecnológicos e de informação. Implica também a

otimização dos recursos, pois, se de um lado se busca o aumento da eficiência e a

melhoria dos níveis de serviço ao cliente, de outro, a competição no mercado obriga

a uma redução contínua nos custos.

Assim, pode-se conceituar logística adotando a definição do Council of

Logistics Management norte-americano, citado por Novaes (2001): “Logística é o

processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a

4. Logística

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armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados,

cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de

atender aos requisitos do consumidor.”

Ainda de acordo com Novaes (2001), a logística começa pelo estudo e a

planificação do projeto ou do processo a ser implementado. Uma vez planejado e

devidamente aprovado, passa-se à fase de implementação e operação. Muitas

empresas acham que o processo termina aí. Na verdade, devido à complexidade dos

problemas logísticos e a sua natureza dinâmica, todo sistema logístico precisa ser

constantemente avaliado, monitorado e controlado. Há inclusive uma especialização,

denominada auditoria logística, que executa de forma sistemática e permanente essas

atividades de avaliação, monitoramento e controle. A Figura 6 apresenta um quadro

sintético contendo os principais elementos conceituais da logística.

Figura 6 – Elementos básicos da logística. (Fonte: Novaes, 2001)

Fleury (2000), integra os componentes da logística, ou seja, estoques,

armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura, em um

único modelo de logística, a logística integrada, onde sua definição está no

entendimento de que a logística integrada deve ser vista como um instrumento de

Processo de planejar, operar, controlar.

Fluxo e Armazenagem Matéria-prima Produtos em processo Produtos acabados Informações Dinheiro

do ponto de origem

ao ponto de destino

de forma econômica, eficiente e efetiva

satisfazendo as necessidades e preferências

dos clientes

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marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor por meio de serviços

prestados. A Figura 7 apresenta o modelo conceitual de logística integrada.

Figura 7 – Modelo conceitual de logística integrada. (Fonte: Fleury, 2000).

O primeiro conceito é do marketing mix , ou composto mercadológico,

representado na parte superior da figura. Segundo esse conceito, a estratégia de

marketing é definida com base na ênfase relativa dada a cada um dos 4 P, ou seja,

produto, preço promoção e praça (distribuição). Uma vez estabelecidos os canais de

distribuição (praça) e seus respectivos padrões de serviço, cabe à logística a missão

de estruturar-se para garantir seu cumprimento. Portanto, a política de serviço ao

cliente deve ser vista como um componente central da estratégia de marketing, que,

sob o ponto de vista operacional, se transforma em uma missão a ser cumprida pela

organização logística.

Fleury (2000), afirma que, “para que possa ser gerenciada de forma integrada,

a logística deve ser tratada como um sistema, ou seja, um conjunto de componentes

interligados, trabalhando de forma coordenada, com o objetivo de atingir um objetivo

comum”.

Serviço ao cliente

Compras ou vendas

Transporte

Armazenagem Estoques

Processamento de pedidos

Produto

Promoção Preço

Praça

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A parte inferior da Figura 7 busca representar o conceito de sistema logístico,

onde a logística deve atender aos níveis de serviços ao cliente, estabelecidos pela

estratégia de marketing, ao menor custo total de seus componentes, ou seja, o

somatório dos custos de transporte, armazenagem, processamento de pedidos,

estoques, compras e vendas. Tentativas de atuar sobre qualquer um dos componentes

isoladamente podem representar aumento de custos de outros componentes, ou

desgaste do nível de serviço.

4.2. Cadeia de suprimentos; definição e objetivos.

Para Fleury (2000), o período entre 1980 e 2000 foi marcado por grandes

transformações nos conceitos gerenciais, especialmente no que toca à função de

operações. O movimento da Qualidade Total e o conceito de produção enxuta

trouxeram consigo um conjunto de técnicas e procedimentos como o JIT (Just in

time), CEP (Controle Estatístico do Processo), QFD (Quality Function Deployment –

Desdobramento da Função Qualidade), Kanban (ferramenta conhecida na forma de

um carrão utilizado para puxar a produção) e Engenharia Simultânea. Amplamente

adotadas em quase todos os países industrializados de economia de mercado, essas

técnicas e procedimentos contribuíram para um grande avanço da Qualidade e

Produtividade.

Na trilha desse turbilhão de mudanças, Fleury (2000), expõe dois outros

conceitos que surgiram e vêm empolgando as organizações produtivas.

O primeiro deles, a Logística Integrada, despontou no começo da década de

80 e evoluiu rapidamente nos 15 anos que se seguiram, impulsionada principalmente

pela revolução da tecnologia de informação e pelas exigências crescentes de

desempenho em serviços de distribuição, conseqüência principalmente dos

movimentos da produção enxuta e do JIT. Embora ainda em evolução, o conceito de

Logística Integrada já está bastante consolidado nas organizações produtivas dos

paises mais desenvolvidos, tanto em nível conceitual quanto de aplicação.

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O segundo dos conceitos, o Supply Chain Management (SCM), ou

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, começou a se desenvolver apenas no

início dos anos 90. Mesmo em nível internacional, são poucas as empresas que já

conseguiram implementá- lo com sucesso, e, em nível acadêmico, o conceito ainda

pode ser considerado em construção. Existem inclusive alguns profissionais que

consideram o SCM como apenas um novo nome, uma simples extensão do conceito

de Logística Integrada, ou seja, uma ampliação da atividade logística para além das

fronteiras organizacionais, na direção de clientes e fornecedores na cadeia de

suprimentos.

Em contraposição a essa visão restrita, existe uma crescente percepção de que

o conceito de Supply Chain Management é mais do que uma simples extensão da

Logística Integrada, pois inclui um conjunto de processos de negócios que em muito

ultrapassa as atividades diretamente relacionadas com a Logística Integrada. Além

disso, há uma clara e definitiva necessidade de integração de processos na cadeia de

suprimentos.

O conceito de SCM surgiu como uma evolução natural do conceito de

Logística Integrada, pois, enquanto a Logística Integrada representa uma integração

interna de atividades, o SCM representa sua integração externa, incluindo uma série

de processos de negócios que interligam os fornecedores aos consumidores finais.

Christopher (2001), também acredita na interligação existente entre os dois pontos,

sua visão de SCM é a representação de uma rede de organizações, através de ligações

nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma

de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final. Já para

Dornier et al (2000), a cadeia de suprimentos é definida como sendo a gestão de

atividades que transformam as matérias-primas em produtos intermediários e

produtos finais, e que entregam esses produtos finais aos clientes.

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De acordo com Slack (1997) e Stevenson (2001), a definição de cadeia de

suprimentos vem a ser a cadeia completa, ou seja, uma seqüência de fornecedores,

depósitos, operações e estabelecimentos varejistas.

Davis (2001) define cadeia de suprimentos como “um grupo de empresas que

fornecem todos os processos necessários para a fabricação de um bem acabado. A

cadeia inicia com a matéria-prima e termina com os produtos acabados que são

entregues ao cliente final [.....] o gerenciamento da cadeia de suprimentos pode ser

definido como a habilidade de uma empresa de trabalhar com seus fornecedores para

prover material e componentes de alta qualidade ao um preço competitivo.”

A cadeia de suprimentos tem como objetivos o foco na satisfação dos clientes

finais, da nossa parte, concordamos com a visão segundo a qual o SCM é um

conceito mais amplo e generalizado do que o de Logística Integrada, sendo esta um

pressuposto para o êxito daquele.

4.3. Logística e suas subdivisões

Dentro das subdivisões da logística, abordadas neste tópico: logística de

suprimentos, logística de produção e logística de distribuição, a mais importante para

este trabalho é a de distribuição, pois nela é apresentado os meios de transporte para

suprir as necessidades dos diversos tipos de clientes de forma econômica.

4.3.1. Logística de Suprimentos

As atividades-chave para a administração de suprimentos são: processamento

de pedidos, transportes e controle de estoques. As atividades que apóiam estas

funções são: armazenagem, manuseio de materiais, obtenção, embalamento protetor

e manutenção de informação. De acordo com Ballou (1993), o gerente de materiais

utiliza estas atividades para suprir a operação da produção com peças e materiais

necessários. Isto é feito pelo abastecimento direto de bens sob encomenda, para

atender as necessidades da produção ou pelo abastecimento para estoque em

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antecipação a essas necessidades. O gerente procura oferecer bom nível de serviço de

maneira eficiente.

4.3.2 Logística de Produção

Cabe à logística de apoio à produção conceder suporte durante o processo de

planejamento, programação e controle das operações de produção. Ela gerencia, de

acordo com o plano mestre de produção, os estoques de insumos, produtos acabados,

bem como transporte, armazenagem e manuseio, podendo até extrapolar os limites da

fábrica, desde que haja operações postergadas a lugares diferentes. Para Ballou

(1993), a função do gerente de produção é sincronizar a produção com a demanda do

cliente. É nesta área que temos o planejamento do sistema produtivo para atender as

necessidades de venda, ou seja, são planejados tamanhos mínimos e variados de lotes

de produção. As prioridades de produção são direcionadas pelas datas exigidas pelos

clientes.

4.3.3 Logística de Distribuição

De acordo com Ballou (1993), para haver um gerenciamento de distribuição

física, é necessário administrar a movimentação de produto em um canal de

distribuição. A distribuição dever ser garantida em todos os componentes da cadeia

de abastecimento no prazo e com a qualidade determinada. É através da distribuição

física que o cliente se liga à empresa fornecedora do produto/serviço.

O principal objetivo da distribuição física é atender às necessidades e aos

desejos dos clientes, a fim de que o produto tenha um menor custo total. Para isso a

distribuição física pressupõe alguns aspectos, tais como: processamento e recepção

de pedidos, fluxo de estoques, armazenagem e manipulação dos produtos e transporte

externo pelos agentes dos canais de distribuição. Ademais, a distribuição física

coordena as áreas de preço, suporte promocional, níveis de serviço ao cliente,

padrões de entrega, manipulação de mercadorias devolvidas e suporte ao ciclo de

vida do produto.

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A distribuição física dos produtos deve ser realizada por meios de transporte,

classificados por modal rodoviário, modal ferroviário, modal hidroviário, modal

dutoviário e modal aeroviário (que ilustrações encontram-se no Anexo B), onde eles

se diferem em relação a custo, velocidade, abrangência, variabilidade de tempo,

segurança e estrutura de instalações necessárias.

A figura 8 demonstra a distribuição entre os modais de transporte no Brasil,

apresentados a seguir.

Figura 8 – Distribuição dos modais de transporte no Brasil. (Fonte: Agência Nacional de

Transportes Terrestres – ANTT, 2005).

a) Modal rodoviário:

O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil, sendo um dos motivos para

tanto o fato de possuir maior flexibilidade, alcançando todas as regiões do país. Cabe

à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), como atribuições específicas

pertinentes ao Transporte Rodoviário de Cargas, promover estudos e levantamentos

relativos à frota de caminhões, empresas constituídas e operadores autônomos, bem

como organizar e manter um registro nacional de transportadores rodoviários de

carga

O transporte rodoviário de cargas opera em regime de mercado livre, sem

exigências para entrada e saída do mercado. Não existe legislação específica no

campo dos transportes para o exercício dessa atividade, não estando presentes as

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figuras de autorização, permissão e concessão dos serviços. (site ANTT, acessado em

05/10/2005).

Segundo pesquisa anual realizada pela CNT – Confederação Nacional do

Transporte, o Estado de São Paulo possui a melhor malha rodoviária do País. Em

2004, 59,4% das rodovias paulistas foram classificadas como ótimas.

A malha viária pavimentada do Estado de São Paulo tem um total de 34.650

Km – sendo, 22.000 Km estaduais, 1.050 Km federais e 11.600 Km de estradas

vicinais municipais. Esse sistema possibilita que mais de 90% da população do

Estado esteja a menos de 5 km de uma rodovia pavimentada.

b) Modal Ferroviário:

O modal ferroviário caracteriza-se, especialmente, por sua capacidade de

transportar grandes volumes, com elevada eficiência energética, principalmente em

casos de deslocamentos a médias e grandes distâncias. Apresenta, ainda, maior

segurança, em relação ao modal rodoviário, com menor índice de acidentes e menor

incidência de furtos e roubos. São cargas típicas do modal ferroviário:

• Produtos Siderúrgicos;

• Grãos;

• Minério de Ferro;

• Cimento e Cal;

• Adubos e Fertilizantes;

• Derivados de Petróleo;

• Calcário;

• Carvão Mineral e Clinquer;

• Contêineres.

O sistema ferroviário nacional é o maior da América Latina, em termos de

carga transportada, atingindo 162,2 bilhões de tku (tonelada quilômetro útil), em

2001.(Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT)

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c) Modal Hidroviário:

Hidrovia, aquavia, via navegável, caminho marítimo ou caminho fluvial são

designações sinonímicas. Hidrovia interior ou via navegável interior são

denominações comuns para os rios, lagos ou lagoas navegáveis.

O sistema hidroviário Tietê-Paraná possui 2.400 Km de vias navegáveis de

Piracicaba e Conchas (ambos em São Paulo) até Goiás e Minas Gerais (ao norte) e

Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai (ao sul). Liga cinco dos maiores estados

produtores de soja do País e é considerada a Hidrovia do Mercosul.

Em seu trecho paulista, a Hidrovia Tietê-Paraná possui 800 Km de vias

navegáveis, 10 eclusas, 10 barragens, 23 pontes, 19 estaleiros e 30 terminais

intermodais de cargas. Sua infra-estrutura, administrada pelo Departamento

Hidroviário – DH, transformou o modal em uma alternativa econômica para o

transporte de cargas, além de propiciar o reordenamento da matriz de transportes da

região centro-oeste do Estado e impulsionar o desenvolvimento regional de cidades

como Barra Bonita e Pederneiras (site Ministério dos Transportes).

d) Modal Dutoviário:

O transporte Dutoviário pode ser dividido em:

• Oleodutos, cujos produtos transportados são em sua grande maioria: petróleo,

óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros.

• Minerodutos, cujos produtos transportados são: Sal-gema, Minério de ferro e

Concetrado Fosfático.

• Gasodutos, cujo produto transportado é o gás natural. O Gasoduto Brasil-

Bolívia (3.150 km de extensão) é um dos maiores do mundo.

Esta modalidade de transporte vem se revelando como uma das formas mais

econômicas de transporte para grandes volumes, principalmente de óleo, gás natural

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e derivados, especialmente quando comparados com os modais rodoviário e

ferroviário.

A ANTT deverá se articular com a Agência Nacional de Petróleo - ANP,

visando a criação do Cadastro Nacional de Dutovias, eficiente e seguro, que sirva

para orientar suas ações e projetos.

e) Modal Aeroviário:

Esse tipo de modal é mais utilizado como serviço de transporte regular e pode

estar disponível em cidades de pequeno e grande porte, desde que haja uma estrutura

(aeroporto) para tal. Uma das grandes vantagens desse tipo de condução esta na

velocidade durante o transporte, entretanto as operações de expedição e embarque,

desembarque e liberação nos terminais apresentam demoras significativas.

O transporte aeroviário é também muito utilizado para transportes urgentes e

mercadorias de baixo peso e alto valor unitário (jóias, produtos eletrônicos, etc.),

alem de cartas e documentos. Esse modal favorece a expansão geográfica do

mercado de produtos frágeis e/ou perecíveis de alto valor (frutas nobres, frutos do

mar, etc.).

4.4. Logística no Brasil e no Mundo.

Rocha (2001) define que os principais elementos da cadeia logística de

suprimentos passaram a ser uma rede mundial de fornecedores, uma rede de

transportes internacionais eficientes e sistemas de informações que consigam

estabelecer resultados ótimos no despacho aduaneiro e na aplicação de regimes

aduaneiros especiais. Para que estes aspectos possam ser medidos, o autor identifica

seis fatores, dos quais três são considerados externos e importantes para a

intensificação da logística no mundo em especial nos países industrializados, e os

outros três fatores são considerados internos, questionando as teorias praticadas,

forçando o desenvolvimento de novos conceitos para a logística.

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Fatores externos:

• Demanda de consumidores – Atender, ou até mesmo superar as expectativas

do consumidor, passa a ter uma importância cada vez maior no contexto

empresarial. Com uma maior oferta, os consumidores tornam-se cada vez

mais exigentes. As corporações trabalham para conseguir oferecer seus

produtos a custos baixos, com padrões mínimos de qualidade, diferentes

graus de customização e disponibilidade, para manter sua competitividade.

• Globalização – Com a globalização, quebram-se as barreiras geográficas para

a competição mundial. Ao mesmo tempo em que surgem novos concorrentes

oriundos de outros países, novos mercados estão emergindo no contexto da

economia global. As empresas precisam então estar capacitadas para atender

novos mercados geograficamente distantes, com tempos de entrega menores

do que os antes esperados.

• Competição – O aumento continuado da competição entre as empresas leva à

necessidade de um processo de inovações dentro da cadeia logística de

suprimentos. Essa competição tem como origem diversos fatores, tais como:

desenvolvimento tecnológico da indústria, intensificação do processo de

globalização, enormes avanços no campo da informática, capital de risco

abundante e criação de novos negócios.

Fatores internos:

• Comunicação e Informação – A revolução da informação afeta a logística de

duas formas: por um lado, pela intensificação do uso da Internet, e por outro,

através das ferramentas e tecnologias emergentes. A Internet gera uma nova

possibilidade para o consumidor de fazer compras sem a necessidade de

deslocamento, mas gera necessidade de uma infra-estrutura diferenciada por

parte das empresas envolvidas no comércio eletrônico. Ao mesmo tempo, a

Internet torna-se uma ferramenta importante, junto a tantas outras, no auxílio

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às atividades logísticas, pois os sistemas de informações da logística passam a

ter possibilidade de uma conexão global de fácil acesso.

• Regulamentação Governamental – A evolução da logística terá sempre a

influência das ações governamentais. Como exemplo, podemos citar a

formação de blocos econômicos, como a União Européia e o Mercosul, que

facilitaram o comércio entre os países participantes dos blocos, assim como

dos blocos com outros países. Além disso, o governo entra como

regulamentador através da imposição de barreiras alfandegárias,

normatização dos regimes aduaneiros, imposição de barreiras técnicas não

tarifárias e regulamentações para o setor.

• Meio Ambiente – Movimentos em prol do desenvolvimento sustentável

exigem mudanças no comportamento da sociedade em geral. Essas mudanças

atingem de forma direta as empresas e, conseqüentemente, as atividades

logísticas das empresas. Pressões ligadas ao meio ambiente – tais como

desperdício e reciclagem – forçam a reformulação dos padrões das empresas

em suas atividades produtivas e logísticas.

4.4.1. Os problemas logísticos – ameaças e oportunidades para o

desenvolvimento do País.

Cientes da importância da logística para a competitividade empresarial, a

Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Centro de Estudos em Logística

(CEL) do COPPEAD/UFRJ, realizaram uma pesquisa com o objetivo de obter um

amplo e profundo diagnóstico do setor de transporte de cargas no Brasil, assim como

elaborar um plano de ação capaz de atacar os problemas e alavancar oportunidades

de melhoria da eficiência e da qualidade dos serviços prestados pelo setor.

Durante cerca de cinco meses (no ano de 2002), foram levantados e

analisados inúmeros dados primários e secundários, a nível nacional e internacional.

O grupo foi a campo entrevistar empresários de transporte, trabalhadores autônomos,

sindicatos, associações de classe, usuários, e órgãos governamentais responsáveis por

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planejamento, regulação e financiamento. A Figura 9 ilustra todas as fontes de

consulta utilizadas pelo COPPEAD/UFRJ para realizar a pesquisa.

Figura 9 - Fontes de consulta para realização deste documento. (Fonte: Centro de

Estudos em Logística – COPPEAD/UFRJ 2005).

A análise rigorosa dos dados e informações revelou um quadro preocupante,

que necessita de urgente esforço de mudanças por parte de todos aqueles envolvidos

neste processo: empresários, usuários, trabalhadores e governo. A seguir são

apresentados alguns relatos obtidos pela pesquisa da COPPEAD/UFRJ.

Há vários anos o transporte de cargas, no Brasil, vem apresentando sintomas

que apontam para graves problemas. Uma dependência exagerada do modal

rodoviário, dificuldades de desenvolvimento dos outros modais, crescente número de

acidentes e mortes, envelhecimento da frota, e participação cada vez maior de

autônomos, são alguns destes sintomas.

Existem fortes evidências de que o Brasil vem desperdiçando, anualmente,

dezenas de bilhões de reais, em função de acidentes, roubos de carga, ineficiências

operacionais e energéticas, e uso inadequado dos modais. Isto sem falar das dezenas

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de milhares de vidas perdidas, vítimas das centenas de milhares de acidentes que

ocorrem anualmente nas estradas brasileiras.

Na base dos problemas do transporte, estão as enormes deficiências de

regulação, o elevado custo de capital, e as políticas governamentais de investimento,

que combinados, levaram o país a uma dependência exagerada do modal rodoviário.

Embora apresente uma série de características positivas, como flexibilidade,

disponibilidade, e velocidade, o modal rodoviário possui um conjunto de limitações

que crescem de importância em um país como o Brasil, caracterizado por sua

dimensão continental e uma forte participação de bens primários na formação do

produto interno bruto.

Dentre as principais limitações do modal rodoviário, destacam-se a baixa

produtividade, pequena eficiência energética, níveis elevados de emissão de

poluentes atmosféricos, e menores índices de segurança, quando comparado com

outros modais alternativos.

No caso específico do Brasil, o modal rodoviário apresenta, adicionalmente,

uma série de distorções que afetam ainda mais seu desempenho: elevada

fragmentação da indústria, insuficiência e baixa qualidade da infra-estrutura

rodoviária. Somados, estes fatores vêm empurrando o setor de transporte como um

todo, para uma grave crise financeira e operacional.

A pesquisa completa encontra-se no site da COPPEAD/UFRJ

(www.cel.coppead.ufrj.br), e nela poderemos constatar todas as ameaças e

oportunidades para o desenvolvimento logístico no País.

4.5. Serviço ao cliente no sistema logístico

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74

A logística é considerada hoje, na maioria dos mercados, como uma das

principais armas competitivas à disposição dos gerentes. A prestação de um serviço

de excelência ao cliente tem sido, portanto, o objetivo competitivo de inúmeras

empresas fabricantes de bens, que enxergam no atendimento às expectativas dos

consumidores uma forma de garantir lealdade e conquistar novos clientes e

mercados.

Os clientes, nestes tempos de competição acirrada, orientam-se cada vez mais

para a obtenção de valor em suas compras. Heskett et al. (1997) definem valor como

a relação entre os benefícios para o cliente e o custo para se ter o produto ou serviço.

Os benefícios decorrem tanto da aquisição do bem ou serviço quanto da qualidade

percebida no processo de compra, enquanto o custo é o preço pago mais os custos

envolvidos no acesso ao produto ou serviço, tais como tempo de espera,

deslocamentos, riscos na escolha de fornecedores, etc.

A partir deste conceito de valor, e considerando-se o que vem ocorrendo no

Brasil, dadas às mudanças no ambiente de concorrência ao longo desta década, o

grande desafio para os fabricantes nacionais, no sentido de agregar mais valor para

seus clientes, tem sido a melhoria dos processos através dos quais estes últimos

recebem os produtos ou a redução do custo de acesso aos mesmos. Portanto, é

relevante para os fabricantes brasileiros a identificação e exploração das

potencialidades de seu sistema de distribuição, no sentido de atenderem àqueles

aspectos capazes de aumentarem o conteúdo de valor dos produtos que vendem.

Christopher (1997) define “serviço ao cliente” como a oferta consistente de

utilidade de tempo e lugar. Representa o produto do sistema logístico de uma

empresa, bem como o componente de “praça” de seu composto de marketing

(Lambert, 1993). De caráter eminentemente estratégico (O’Laughlin e Copacino,

1994), seu papel é o de “elevar o valor-de-uso, significando que o produto ganha

maior valor aos olhos do cliente na medida em que o serviço adicionou valor ao

produto em si desta maneira, uma significativa diferenciação da oferta total (isto é, o

produto em si mais o pacote de serviço) pode ser alcançada” (Christopher, 1997).

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75

Esta diferenciação requer uma abordagem de marketing mais segmentada, de

forma a identificar as exigências de valor de determinados segmentos de clientes a

serem atendidos. Segundo Christopher (1997), “diferentes grupos de clientes dentro

do mercado total atribuem importância distinta a distintos benefícios. A importância

desta segmentação de benefícios reside no fato de que muitas vezes há oportunidades

substanciais para a criação de apelos diferenciados para segmentos específicos”. As

exigências de serviço ao cliente comandam, assim, a estrutura da cadeia de

suprimentos, incluindo a fabricação, o marketing e a logística, sendo essencial uma

compreensão das exigências dos clientes para a formulação de uma estratégia de

serviço ao cliente que atenda às expectativas (O’Laughlin e Copacino,1994).

Os elementos do serviço ao cliente têm sido classificados, desde La Londe et

al (1988), em três grupos: pré-transação, transação e pós-transação. Diversos estudos

têm se dedicado a classificar e identificar os principais componentes de cada uma das

fases do serviço ao cliente, conforme atesta a já considerável literatura existente

(entre outros, La Londe et al., 1988; Bowersox e Cooper, 1992; Christopher, 1997,

Lambert, 1993, Bowersox e Closs, 1996). No estabelecimento de sua estratégia de

serviço ao cliente, é preciso que os fabricantes tenham bom conhecimento das

expectativas dos clientes, de forma a dosarem corretamente a proporção dos

diferentes componentes, evitando tanto ficar aquém do que desejam os clientes

quanto oferecer mais do que esperam, diminuindo desnecessariamente a

lucratividade (Lambert, 1993).

No Brasil, o Centro de Estudos em Logística (CEL) – COPPEAD/UFRJ

realiza periodicamente a pesquisa Benchmark – Serviço ao Cliente. Esta pesquisa

tem como objetivo o monitoramento contínuo da qualidade do serviço de distribuição

física da indústria de bens de consumo ao comércio varejista.

A pesquisa de serviço ao cliente realizada pelo CEL (encontra-se na integra

no site www.cel.coppead.ufrj.br), visa disponibilizar diversas informações,

considerando a percepção do comércio varejista, sendo possível perceber, nos

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76

resultados obtidos, como as condições que cercam o meio competitivo afetam o

relacionamento entre os agentes econômicos. Nesse sentido, constata-se que o

ambiente econômico vigente nos últimos anos tem sido determinante para o processo

de entendimento das relações e do desempenho das empresas pertencentes à cadeia

de bens de consumo, especificamente nos elos fabricante / varejista / consumidor

final.

Em todo o resultado da pesquisa de serviço ao cliente, é enfatizada a sua

satisfação, deixando claro que atender as necessidades do consumidor levará a

empresa a se manter competitiva no mercado.

O resultado da pesquisa de serviço ao cliente, confirma os conceitos de

Christopher (1997), de que : “O serviço ao cliente é um dos elementos mais fortes

disponíveis para a organização e, ainda assim, é um dos que têm pior

gerenciamento”.

A qualidade do desempenho do serviço ao cliente depende principalmente da

habilidade com que o sistema logístico é projetado e gerenciado, colocado de

maneira muito simples, o resultado de toda a atividade logística é o serviço ao

cliente.

4.5.1 Fatores de serviço inserido na logística

De acordo com Kobayashi (2000), o serviço na logística inicia com a intenção

de satisfazer os próprios clientes. Os clientes têm diferentes exigências (sobre tempos

e lugares de entrega, sobre quantitativos de mercadorias etc.) e demonstram suas

solicitações a respeito dos fornecedores. Essas expectativas às vezes são expressas de

maneira bem definida, às vezes, são implícitas.

Como a logística se ocupa do fluxo dos bens e das informações relacionadas,

o conteúdo dos serviços logísticos aos clientes será diferente de acordo com os

clientes de cada empresa. Kobayashi (2000) ilustra no Quadro 10, os principais

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77

serviços aos clientes, evidenciando suas razões em relação a tempo, qualidade,

informações e aspectos físicos.

Kobayashi (2000), esclarecer que, os serviços logísticos aos clientes estão

além da qualidade e do preço dos bens que serão fornecidos e influem diretamente na

avaliação do fornecedor, ocorrendo normalmente que, mesmo não sendo superiores

por qualidade, funções específicas, design, preço, resultam vencedores em relação

aos concorrentes graças à superioridade no serviço. Existem também casos em que

um serviço satisfatório aos clientes consegue cobrir algumas lacunas do produto,

relativas à qualidade e ao preço.

Quadro 10. Os vários tipos de serviços ao cliente. (Fonte. Kobayashi, 2000)

Natureza do serviço

Conteúdo do serviço

Serviço

conexo com o

tempo.

Serviço

conexo com a

qualidade

Serviço conexo

com as

informações

Serviço conexo

com os aspectos

físicos

Redução do lead time entre o

recebimento dos pedidos e a

entrega

x x

Prevenção dos materiais que faltam X X

Prevenção dos erros nas expedições X X Prolongamento do tempo para a

aceitação dos pedidos X X

Fracionamento das unidades de

recebimento dos pedidos X X

Aumento da freqüência das

entregas X

Resposta rápida às solicitações de

informações. X X

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78

CAPÍTULO 5 – Pesquisa de Campo

Qualidade

Introdução

Serviços

Pesquisa de campo

Logística

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O conceito de qualidade tem uma maior complexidade quando se trata de

serviços, pois os mesmos não podem ser medidos por meio de aspectos objetivos,

tornando sua caracterização mais complexa devida à intangibilidade dos serviços e,

por causa disso, as empresas encontram dificuldades de entender como os

consumidores percebem seus serviços e avaliam a qualidade dos mesmos.

Por outro lado considerando o referencial teórico pesquisado inicialmente, em

especial as abordagens e dimensões conforme Garvin (2002), que identificam

qualidade sob cinco visões: a transcendente, a baseada no produto, a baseada no

usuário, a baseada na produção e a baseada no valor, e com a existência de oito

dimensões: desempenho; características; confiabilidade; conformidade; durabilidade;

atendimento; estética e qualidade percebida, juntamente com as dez dimensões de

Parasuraman et al (1988): aspectos tangíveis, confiabilidade, responsividade,

competência, cortesia, credibilidade, segurança, acesso, comunicação e

conhecimento do cliente, têm-se um ferramental que permite um relacionamento

entre os diversos aspectos do serviço logístico e as características da qualidade

segundo estes referenciais, conforme será visto adiante.

Paralelamente, as atividades de serviços exercem um papel importante como

diferencial competitivo (como exemplo, a distribuição), em que as empresas de

manufatura têm atuado no sentido de valorizar o pacote produto/serviço que

oferecem ao mercado. Por esta razão, para melhor compreender a sua natureza,

buscamos classificar o serviço logístico conforme os referenciais teóricos.

5. Pesquisa de campo

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80

Os clientes do serviço logístico de que trata a presente pesquisa são: os

varejistas; atacadistas e alguns consumidores finais.

Silvestro (1992) apud Gianesi e Corrêa (1994), como foi visto no item 3.1,

Definições de Serviços, propõe uma classificação dos serviços em três categorias,

sendo elas: serviços profissionais, lojas de serviços e serviços de massa.

Entretanto, buscando enquadrar os serviços logísticos na classificação do

autor, esbarramos na dificuldade de que apresenta características tanto de serviços de

massa, devido à ênfase em equipamentos, como de serviços profissionais, com

ênfase em um front office que faz contato com os clientes individuais do serviço.

O serviço logístico é, na sua essência, um serviço em caráter de apóio a um

sistema produtivo quando há necessidade de distribuição geográfica de produtos por

uma área considerável. Ou seja, é um serviço intrínseco a determinados processos

produtivos, coerentemente com a idéia exposta por Gianesi e Corrêa (1994),

apresentado no tópico 3.1 definição de serviço, ao passo que a classificação de

Silvestro é mais voltada para os serviços prestados diretamente ao público.

Sendo assim, foi analisada uma forma de classificação que supere as

limitações das classificações anteriores, sugerida por Cooke (2002). O autor sugere

duas dimensões,

• Por onde o principal valor é agregado : na presença do consumidor

(ênfase no front-office) ou isolado do consumidor (ênfase no back-

office) e,

• Qual a ênfase do contato do consumidor: ênfase no contato com

pessoas ou ênfase no contato com bens facilitadores (equipamento,

instalações), existindo um outro diferencial, a inclusão de graus

híbridos (intermediários) entre os extremos de cada dimensão.

O serviço logístico de distribuição para o setor da indústria de alimentos,

segundo essa visão, agrega valor na distribuição física, realizado isoladamente do

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consumidor final, pelo primeiro critério do Cooke (2002), e tem ênfase em bens

facilitadores (meios de transporte, sistemas de controle, etc.), pelo segundo critério,

situando-se, pois, na casa abaixo e à direita do Quadro 7

5.1. Processo metodológico.

Como processo metodológico, selecionou-se uma amostra de transportadoras

e frigoríficos com serviço próprio de distribuição de itens perecíveis na região de

Bauru, buscando, com isso, detectar os pontos críticos relacionados ao transporte

envolvido na cadeia logística do setor.

Não foi viável proceder-se a uma amostragem probabilística, em função da

relativa dificuldade para se conseguir empresas dispostas a participarem da pesquisa.

Entretanto, consideramos que este fato não invalida seus resultados, mas não devem

ser tomados para efeito de realização de inferências estatísticas.

Agregue-se a isso que acreditamos ter havido uma tendência a que apenas as

melhores e mais bem equipadas empresas se dispusessem a participar da pesquisa o

que é fácil de se compreender. Sendo assim, os resultados poderão ter utilidade como

forma de incentivo a que outras empresas do setor busquem melhorar suas práticas.

Para o desenvolvimento dos procedimentos metodológicos, selecionou-se a

técnica do questionário como observação da aplicabilidade do modelo das dimensões

da qualidade de Garvin (2002), (Quadro 2, p 24) e as dimensões do Parasuraman et

al (1988), (ver página 52).

A pesquisa foi realizada em forma de questionário, com 14 questões, sendo

01 fechada e 13 abertas, direcionadas para cargos gerenciais, por serem pessoas que

detém o conhecimento das estratégias e dos objetivos das empresas. As questões

encontram-se no Apêndice B.

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A intenção foi aplicar inicialmente a pesquisa sob a forma de teste, com

quatro frigoríficos e duas transportadoras, com o objetivo de identificar a coerência

do questionário e sua fundamentação para a pesquisa, não tendo havido razões para

modificá- la.

Foi elaborada uma carta de apresentação (Apêndice A), informando o

conteúdo do questionário e para que fim o mesmo se destinava, preservando ainda a

identidade do entrevistado.

Entretanto, verificou-se posteriormente uma grande dificuldade em conseguir

outras empresas que permitissem a realização da pesquisa, sendo por este o motivo a

amostra considerada fechada com as seis empresas inicialmente consideradas.

5.2 Apresentação e Interpretação dos Resultados

Os resultados são dados a seguir, apresentados em formato gráfico, sendo

confrontados com os princípios e conceitos abordados no referencial teórico

construído, sendo oferecida, ao final, uma síntese dos pontos principais e de maior

relevância obtidos nesta pesquisa de campo e que, certamente, irão contribuir à

melhor compreensão e constatação dos pressupostos e objetivos anteriormente

indicados.

Na primeira questão foi perguntado aos responsáveis pela logística das

transportadoras e dos frigoríficos se a logística era integrada ou não. Esta questão foi

realizada para medir se os componentes da logística, ou seja, estoques,

armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura, são

gerenciados de forma integrada, em um modelo único, capaz de agregar valor e

atender ao nível de satisfação do cliente, através dos serviços prestados.

A resposta afirmativa foi unânime entre os entrevistados, como se nota nas

figuras 10 e 11, a totalidade dos entrevistados possui uma logística integrada.

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83

Conclui-se, portanto, que os frigoríficos e as transportadoras se preocupam em

agregar valor, satisfazendo o nível dos clientes.

24

00

sim

não

Logística Integrada

transpotadora frigorífico

Figura 10 – Questão 1 (unidades) - A logística da empresa é integrada, ou seja,

estoques, armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura

são gerenciados de forma integrada, em um modelo único?

100 100

0 00

50

100

sim não

Logística Integrada

transportadora frigorífico

Figura 11 – Questão 1 (percentuais) - A logística da empresa é integrada, ou seja, os

estoques, armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura

são gerenciados de forma integrada, em um modelo único?

Já a questão 2 foi colocada para se medir a previsão de demanda das

empresas entrevistadas, com a intenção de identificar se os entrevistados conhecem

seus clientes e entendem suas necessidades. A demanda é influenciada por fatores

como preços praticados, publicidade, nível de atividade econômica, necessidades

momentâneas do cliente, acessibilidade do serviço, etc.

Foi identificado entre os entrevistados que as transportadoras trabalham com

auxílio de software, onde são imputados os dados de histórico de vendas para atender

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84

a demanda atual, e, quando necessário, aumento de frota. Já os frigoríficos trabalham

com a análise do histórico de vendas.

Conclui-se que, independentemente da forma como os dois tipos de empresas

entrevistadas atuam, as mesmas demonstram conhecer seus clientes, atendendo suas

necessidades. Isto nos permite supor que essas empresas enxergam a qualidade como

voltada para as necessidades do usuário e dão importância à dimensão “Qualidade

Percebida” segundo Garvin (2002), e à dimensão do “Conhecimento do cliente”

segundo Parasuraman et al (1988), por onde demonstram esforços para saber e

atender suas necessidades. As figuras 12 e 13 apresentam os resultados obtidos.

20

04

hist. de vendas c/aumento da frota

histórico de vendas

Controle de Demanda

transportadora frigorífico

Figura 12 – Questão 2 (unidades) - Como é realizada a previsão de demanda na

empresa?

100

0 0

100

0

50

100

hist. de vendas c/ aumento da frota histórico de vendas

Controle da demanda

transportadora frigorífico

Figura 13 – Questão 2 (percentuais) - Como é realizada a previsão de demanda na

empresa?

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Com relação aos gargalos e a infra-estrutura, foi perguntado, na questão 3,

como as empresas administravam essas situações para conseguirem entregar os

produtos no prazo. A questão da distribuição física bem feita está diretamente ligada

à dimensão Confiabilidade de Garvin (2002) e do Parasuraman et al (1988), ou seja,

deve haver uma certeza de que os produtos estarão disponíveis nos locais

determinados, nos momentos certos, sem falhas, podendo até configurar uma

condição “just-in-time”. Esta característica da qualidade é referenciada também, por

outros autores, como “disponibilidade”.

A grande maioria dos entrevistados, respondeu que a distribuição começaria

pelos pontos mais distantes e com altos índices de dificuldades, como, por exemplo,

estradas em péssimas condições de uso, viagens que só podem ser realizadas no

período diurno, por falta de segurança, etc, assim poderiam garantir a entrega no

prazo. Uma minoria de empresas entrevistadas resolveria o problema de infra-

estrutura e gargalos com o aumento das frotas, como mostram as Figuras 14 e 15.

21

03

pontos críticos

aumento de frota

Gargalos e Infra-estrutura

transportadora frigorífico

Figura 14 – Questão 3 (unidades) – Na época de maior movimento, como a empresa

administra os gargalos e a infra-estrutura para entrega dos produtos no prazo?

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86

0

75

100

250

50

100

pontos críticos aumento de frota

Gargalos e Infra-estrutura

transportadora frigorífico

Figura 15 – Questão 3 (percentuais) - Na época de maior movimento, como a empresa

administra os gargalos e a infra-estrutura para entrega dos produtos no prazo?

A questão 4 foi referente aos critérios adotados para a localização dos centros

de distribuição. De acordo com Ballou (1993), para haver um gerenciamento de

distribuição física, é necessário administrar a movimentação de produto em um canal

de distribuição. A distribuição dever ser garantida em todos os componentes da

cadeia de abastecimento, no prazo e com a qualidade determinada. É através da

distribuição física que o cliente se liga à empresa fornecedora do produto/serviço.

A questão de distribuição se relaciona claramente às dimensões

“Confiabilidade”, “Responsabilidade”, “Competência”, “Credibilidade”e “Acesso”de

Parasuraman et al (1988), e as correspondentes dimensões de Garvin (2002),

conforme Quadro 8.

As transportadoras atuam junto às fábricas e em cidades com localizações

estratégicas, enquanto os frigoríficos atuam somente nas fábricas, pois assim

conseguem atender às necessidades e aos desejos dos clientes, a fim de que o produto

tenha um menor custo total. As figuras 16 e 17 apresentam os resultados obtidos.

Quanto aos critérios adotados, foi determinante nas respostas a facilidade de

reposição de produtos caso haja alguma falha do sistema logístico (quebra de

caminhão, roubo, acidentes naturais, etc).

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87

12

12

junto à fábrica

localizaçõesestratégicas

Centro de Distribuição

transportadora frigorífico

Figura 16 – Questão 4 (unidades) - Onde estão localizados seus Centros de

Distribuição? Quais foram os critérios adotados para a localização dos Centros de

Distribuição?

50 50 50 50

0

20

40

60

junta à fábrica localizações estratégicas

Centro de Distribuição

transportadora frigorífico

Figura 17 – Questão 4 (percentuais) - Onde estão localizados seus Centros de

Distribuição? Quais foram os critérios adotados para a localização dos Centros de

Distribuição?

A questão 5 procurou identificar as comunicações entre os clientes e os

tomadores de decisão. Esta questão foi fundamentada em uma das oito dimensões da

qualidade de Garvin (2002), o “atendimento”, e nas dimensões “credibilidade, acesso

e comunicação” de Parasuraman et al (1988), mas a preocupação também abrange

rapidez, facilidade de reparo, respeito, consideração e amabilidade no contato

pessoal.

A resposta foi unânime entre os entrevistados, as transportadoras e os

frigoríficos demonstram grande importância na comunicação com seus clientes, pois

é com eles que as empresas conseguem medir a aceitabilidade de seus produtos.

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24

00

direta

indireta

Comunicação

transportadora frigorífico

Figura 18 – Questão 5 (unidades) – Como é a comunicação entre clientes e tomadores

de decisão na empresa?

100 100

0 00

50

100

direta indireta

Comunicação

transportadora frigorífico

Figura 19 – Questão 5 (percentuais) - Como é a comunicação entre clientes e tomadores

de decisão na empresa?

Na pergunta 6, a intenção era de identificar o modal mais utilizado no

transporte, uma vez que podem ser classificados em cinco: rodoviário, ferroviário,

hidroviário, dutoviário e aeroviário, que se diferenciam em relação a custo,

velocidade, abrangência, variabilidade de tempo, segurança e estrutura de instalações

necessária.

Todas as empresas entrevistadas responderam que seu transporte é realizado

por modal rodoviário, pois possui maior flexibilidade, alcançando todas as regiões do

país.

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89

24

00

rodoviário

outros

Modal de Transporte

transportadora frigorífico

Figura 20 – Questão 6 (unidades) - Qual o modal mais utilizado no transporte do

produto perecível e demais insumos?

100 100

0 0 0 0 0 0 0 00

50

100

rodoviário ferroviário hidroviário dutoviário aeroviário

Modal de transporte

transportadora frigorífico

Figura 21 – Questão 6 (percentuais) - Qual o modal mais utilizado no transporte do

produto perecível e demais insumos?

A questão 7 foi fundamentada nas dimensões “desempenho” e

“Confiabilidade” de Garvin (2002), ligadas diretamente com a velocidade e a

confiabilidade no atendimento, e na dimensão “credibilidade” de Parasuraman et al

(1988), identificando a confiança, a credibilidade, a honestidade e a integridade

transmitida pelos entrevistados.

A preocupação com o desempenho logístico entre os entrevistados foi

unânime, existindo apenas diferenciação na maneira de se operar. Os entrevistados

trabalham constantemente para uma melhoria contínua, sempre buscando aumentar o

grau de satisfação do cliente. Algumas ações corretivas citadas foram: agendamento

de entregas, grades de distribuição, avaliações diárias para redução de stock-outs

(saídas de suprimentos), entre outras.

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90

Conclui-se que os dois setores entrevistados têm uma preocupação constante

com a credibilidade e com o desempenho sobre os serviços prestados, buscando

superioridade sobre a concorrência.

24

00

sim

não

Desempenho

transportadora frigorífico

Figura 22 – Questão 7 (unidades) – A questão de estar na hora (tempo) e local (lugar) é

uma preocupação da empresa? O que está sendo feito para que isso aconteça?

100 100

0 00

50

100

sim não

Desempenho

transportadora frigorífico

Figura 23 – Questão 7 (percentuais) – A questão de estar na hora (tempo) e local

(lugar) é uma preocupação da empresa? O que está sendo feito para que isso aconteça?

A questão 8 está relacionada com os pontos críticos que ocorrem nos

transportes logísticos, que podem gerar atrasos provocando insatisfação nos clientes.

Os pontos críticos apontados pelas transportadoras foram: a falta de

fidelidade dos autônomos em época de safra, altos índices de roubos, percursos

onerosos por causa de estradas pedagiadas e a própria falta de investimentos para o

transporte rodoviá rio de cargas. Os frigoríficos apontaram que, para eles, os pontos

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91

críticos são: manter temperatura dos caminhões e o trânsito nos grandes centros

urbanos.

Outra abordagem da questão foi sobre as possíveis soluções para os

problemas apontados. As transportadoras firmam parcerias com operadores logísticos

ou empresas com retorno, de forma a reduzir os fretes, procuram dificultar os roubos

com monitoramento 24 horas com GPS. Os frigoríficos procuram fazer testes

regulares nos veículos e colocar registros de temperatura aleatoriamente nas cargas.

Conclui-se que as empresas entrevistadas gerenciam seus pontos críticos, para

que possam alcançar qualidade nos serviços prestados e níveis de satisfação dos

clientes. Para isso, conhecem seus pontos críticos, acompanham e fazem medidas de

soluções, em consonância com o conceito da qualidade baseado no processo e com a

dimensão “conformidade” de Garvin (2002), e a dimensão “segurança” de

Parasuraman et al (1988).

A questão 9 buscou identificar os planos de ações para eventuais problemas

de causas naturais ou acidentais decorrentes nas rotas de entregas ou percursos de

viagens.

Tanto as transportadoras como os frigoríficos fazem um novo planejamento

de rotas, enviam novo carregamento, e algumas, por terem vários centros de

distribuição, fazem transferências de pedidos para atender os clientes.

Conclui-se que todos os esforços para contornar os eventuais problemas

(naturais ou acidentais) demonstram que tanto os frigoríficos como as

transportadoras se preocupam, novamente (essa preocupação também foi identificada

na questão 2), com uma das dimensões de Parasuraman et al (1988), a dimensão

“conhecimento do cliente”, ao fazer novos planejamentos de rota, enviar novos

carregamentos, possuírem vários centros de distribuição, entre outras ações, fazendo

com que o esforço para atender as necessidades dos clientes seja efetivos.

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92

Já na questão 10, a pergunta era referente aos métodos adotados para as

limpezas e higienização dos equipamentos (baús), para que os mesmos não possam

transmitir contaminações ou odores aos produtos. Esta questão foi fundamentada na

dimensão “conformidade” de Garvin (2002), a qual está relacionada com a

abordagem da qualidade baseada no processo e descrita como a aparência de um

produto, o que se sente com ele, qual o seu sabor e cheiro, entre outros.

Os métodos de limpeza e higienização adotados pelos entrevistados devem

ser aprovados pelo Sistema de Inspeção Federal – SIF, realizados antes de qualquer

carregamento e fiscalizados pela área de qua lidade da empresa.

Conclui-se que os entrevistados demonstram grande preocupação com a

dimensão conformidade, tendo como principal foco a aprovação de seus clientes.

A questão 11 (Como e quando são feitas as manutenções preventivas e

corretivas desses equipamentos?), fundamentada nas dimensões “confiabilidade” de

Garvin (2002) e “segurança” de Parasuraman et al (1988), objetivou identificar como

e quando são feitas as manutenções preventivas e corretivas desses equipamentos.

Todos os entrevistados realizam manutenção dos equipamentos, através de

controle e monitoramento, procurando manter o mínimo possível de manutenções

corretivas.

Realizar manutenção, evitando eventuais problemas com as frotas, torna a

empresa confiável, embora os consumidores apenas possam avaliar a confiabilidade

de uma operação após o produto ou o serviço ter sido entregue.

A questão 12 (Como a empresa lida com a movimentação de final de ano,

onde se concentram as maiores vendas?), procurou identificar como a empresa

trabalha com a movimentação de final de ano, onde se concentram as maiores

vendas. Esta questão foi fundamentada em duas dimensões, “confiabilidade” e

“qualidade percebida”. Para Parasuraman et al (1988) e Garvin (2002), ter qualidade

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baseada em confiabilidade é ter capacidade de prestar o serviço de forma confiável e

precisa, e qualidade percebida, para Garvin (2002), é manter a qualidade dos serviços

prestados de acordo com as expectativas dos clientes (ou mais que isso).

Os entrevistados apontaram que, devido à necessidade de circulação rápida

dos produtos (prazo de validade), nestas ocasiões reúnem-se com os envolvidos no

processo de distribuição, solicitam o aumento da frota e elaboram cronogramas de

entregas para o período.

Conclui-se que os entrevistados estão empenhados em atender as expectativas

dos clientes, mantendo os serviços com qualidade e confiabilidade nos mesmos

níveis dos serviços prestados anteriormente.

A abordagem da questão 13 (A empresa tem ou teve certificação ISO 9001

e/ou ISO 14001?), busca verificar se a empresa é certificada ou está em processo de

certificação. As figuras 24 e 25 ilustram as empresas que possuem, estão em

processo ou não possuem certificação.

As empresas entrevistadas apresentam comprometimento com os critérios

adotados pelas empresas certificadoras, para a melhoria da eficiência operacional.

Transportar e produzir carne de qualidade não é uma atividade simples, cada elo da

cadeia possui características que são importantes e determinantes ou sua ausência no

produto final. É comum observarmos um excelente trabalho realizado em uma

pecuária ser perdido no frigorífico, ou o trabalho deste ser perdido no supermercado

ou ainda na residência do consumidor. Conclui-se que o comprometimento das

empresas se dá devido ao aumento do nível de exigências para satisfação do

consumidor, como também a padronização da qualidade.

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1 2

02

10

0 1 2

possui

em processo

não possui

ISO 9001:2000 e ISO 14001:2000

transportadora frigorífico

Figura 24 – Questão 13 (unidades) – A empresa tem ou teve certificação ISO 9001 e/ou

ISO 14001?

50 50

0

50 50

00

20

40

60

possui em andamento não opossui

ISO 9001:2000 e ISO 14001:2000

transportadroa frigorífico

Figura 25 – Questão 13 (percentuais) – A empresa tem ou teve certificação ISO 9001

e/ou ISO 14001?

Sobre a motivação nas empresas, a questão 14 (Como a empresa consegue

fazer com que os funcionários se motivem?) procurou identificar a forma com que as

empresas conseguem manter os funcionários motivados. Para que mantenha a

tradição de qualidade dos seus produtos, a área de Gestão de Pessoas procura atrair,

desenvolver e reter profissionais de talento. Os entrevistados baseiam-se no

desenvolvimento da qualidade de vida de seu colaborador e a sua capacitação com:

treinamento e integração dos novos colaboradores; educação continuada para

supervisores e colaboradores; programas de saúde incluindo plantão psicológico, etc.

A figura 26 apresenta os resultados obtidos.

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Pode-se notar que esta questão esta diretamente ligada às dimensões

“responsabilidade, cortesia, credibilidade, comunicação e conhecimento do cliente”

de Parasuraman et al (1988).

2

412

0 1

12

0 1 2 3 4

integração e treinamento

educação continuada

programas de saude

outros

Políticas de Motivação

transportadora frigorífico

Figura 26 – Questão 14 (unidades) – Como a empresa consegue fazer com que os

funcionários se motivem?

100 100

50 50

025

50 50

0

50

100

integração etreinamento

educaçãocontinuada

programas desaude

outros

Políticas de Motivação

transportadora frigorífico

Figura 27 – Questão 14 (percentuais) – Como a empresa consegue fazer com que os

funcionários se motivem?

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96

CAPÍTULO 6 – Considerações finais.

Qualidade

Introdução

Serviços

Pesquisa de campo

Logística

Considerações finais

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6.1. Considerações Finais.

Os objetivos gerais inicialmente propostos para este projeto de pesquisa

foram:

• Pesquisar a interface entre qualidade e serviço logístico, com o propósito de

verificar se e como os princípios da Gestão da Qualidade são aplicados nas

atividades de logística.

• E os benefícios da aplicabilidade dos princípios da Gestão da Qualidade nos

serviços logísticos.

De uma forma geral, pode-se afirmar que os objetivos foram atingidos, uma

vez que o serviço logístico é considerado hoje, na maioria dos mercados, como uma

das principais armas competitivas à disposição dos gerentes. A prestação de um

serviço de excelência ao cliente tem sido, portanto, o objetivo competitivo de

inúmeras empresas fabricantes de bens, que enxergam no atendimento às

expectativas dos consumidores uma forma de garantir lealdade e conquistar novos

clientes e mercados.

Do ponto de vista prático e conceitual, o serviço ao cliente representa o

componente-chave que diferencia a logística moderna da abordagem tradicional, a

qual tratava somente das questões relacionadas à eficiência operacional. Atualmente,

considerar as necessidades dos clientes constitui ponto de partida para o

desenvolvimento de uma estratégia logística de vanguarda.

6. Conclusões

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O desenvolvimento deste trabalho tem mostrado, em diversos pontos, a

importância de medir a qualidade do serviço prestado pelo sistema logístico com o

objetivo de identificar em que atributos o desempenho da empresa deixa a desejar e

em que atributos ela esta atendendo a, ou mesmo superando, as expectativas dos

clientes, vindo de encontro com o primeiro objetivo desse trabalho.

Para isso, Garvin (2002) propôs oito dimensões da qualidade (Quadro 2, p.

24) centrado na importância para a gestão estratégica da qualidade, estruturado em:

desempenho; características; confiabilidade; conformidade; durabilidade;

atendimento; estética e qualidade percebida. Utilizando essas dimensões como

atributos para medir se o desempenho das empresas é satisfatório ou insatisfatório e,

ao mesmo tempo, se dispõem de um sistema de acompanhamento do desempenho

futuro, as empresas pesquisadas se mostraram, em geral, preocupadas em atender às

exigências embasadas nessas dimensões de qualidade.

Por sua vez, Parasuraman et al (1988), propuseram os critérios identificados

por cinco fatores principais: tangibilidade, confiabilidade, compreensão, segurança e

empatia, que segundo os autores, podem representar a percepção que os clientes têm

dos serviços adquiridos. Esses autores, também sugeriram um conjunto de dimensões

da qualidade dos serviços: aspectos tangíveis; confiabilidade; responsabilidade;

competência; cortesia; credibilidade; segurança; acesso; comunicação e

conhecimento do cliente. Através dessas dez dimensões de Parasuraman et al (1988)

e das oitos dimensões de Garvin (2002), os serviços logísticos oferecidos pelas

empresas pesquisadas têm um desempenho satisfatório.

A qualidade é uma característica intrínseca de qualquer serviço e, em

particular, do serviço logístico. Cada um dos desempenhos sucessivos poderá ser

ligeiramente diferente, devido a uma série de variáveis controláveis e não

controláveis pelo prestador do serviço. Se essas variações são mínimas, certamente

não comprometerão a qualidade do serviço. Essas variações podem ser consideradas

como sendo: gargalos e infra-estrutura, gerenciamento da distribuição física,

desempenho, entre outros.

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Os níveis de qualidade do serviço logístico prestados por uma empresa podem

ser decompostos em uma série de itens de desempenho, como por exemplo, o

percentual de pedidos entregue no prazo, entre outros. Para medir o cumprimento das

metas de níveis de serviços estabelecidas, a empresa pode valer-se de indicadores de

desempenho internos; entretanto, é a partir do serviço percebido que os clientes farão

suas avaliações sobre a empresa e tomarão suas decisões de compra.

Embora a pesquisa de campo levada a efeito não possa oferecer uma visão

sistêmica sobre as organizações brasileiras, certamente nos permitiu trabalhar com

alguns parâmetros comuns.

Assim, observou-se, na aplicação das dimensões de Garvin (2002) e as de

Parasuraman et al (1988) nas empresas pesquisadas, que a qualidade do serviço

logístico passa a ser muito mais importante para as organizações, para garantirem a

qualidade dos serviços oferecidos.

Este estudo mostrou também que as empresas entrevistadas consideram o

serviço de distribuição como fator estratégico de alta relevância, o que lhes

proporciona diferenciais mercadológicos, competitivos, entre outros, através de uma

visão de futuro do negócio com o objetivo de se obter o comprometimento dos

colaboradores em relação ao significado da qualidade do serviço logístico.

A literatura sobre logística é pródiga em enfatizar o significativo impacto que

o serviço logístico tem sobre a satisfação do cliente. Consagrados autores afirmam

que o resultado de todo esforço logístico é prestar um serviço que atenda e até

mesmo supere as expectativas dos clientes, o que podemos verificar na pesquisa.

Entre os atributos do serviço logístico consistentemente apontados como os

mais valorizados pelos clientes (pesquisa Benchmark – Serviço ao Cliente realizada

pelo Centro de Estudos Logístico, p. 75) estão a disponibilidade, entregas no prazo,

comunicações e serviço pós-venda.

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Para atender a esses atributos, o prestador do serviço logístico precisa ter

capacidade. A capacidade é o potencial produtivo de um processo. O número de

entregas que podem ser feitas em um dia, o número de pedidos que possam ser

processados em uma hora ou o número de atendimentos que um técnico pode fazer

em uma semana são exemplos de medidas de capacidade. A capacidade fica

determinada pelos recursos de que o sistema dispõe para desempenhar suas

atividades. Espaço para armazenagem, veículos de entrega, investimento em estoque,

técnicos para dar assistência aos clientes, etc., são exemplos de recursos que

determinam à capacidade de prestação de serviço logístico.

Concluindo, a qualidade do serviço logístico consiste em transformar

qualidade em excelência e excelência em sabedoria. Sabedoria em conseguir manter

a liderança no mercado, confiança de seus clientes, enfim, ter um diferencial

competitivo. A aplicação das dimensões de Garvin (2002) e de Parasuraman et al

(1988) revelou ser uma ferramenta importante e válida para diagnosticar e analisar os

pontos mais significativos da qualidade do serviço logístico, como recurso

estratégico à tomada de decisão nas organizações, sendo recomendável sua utilização

“in continuum” na área de prestação de serviço.

6.2. Sugestões para novas pesquisas.

É certo que este trabalho não esgota o assunto, ao contrário, abre novas

perspectivas para pesquisas complementares ou mais específicas, como por exemplo:

• A influência do consumidor no desempenho organizacional;

• Testar outros modelos de Gestão da Qualidade e confrontar os resultados

obtidos com os desta pesquisa;

• Estudar os efeitos da Gestão da Qualidade, na logística de suprimentos e ou

na logística de apoio à produção.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Qualidade

Introdução

Serviços

Pesquisa de campo

Logística

Considerações finais

Bibliografia

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112

ANEXOS

ANEXO A – História da Qualidade

Quadro 10 – História da Qualidade . (Fonte: Gitlow Howard S, 1993).

2150 A.C. Código de Hammurabi, estabelece que “se um construtor erguer uma casa para

alguém e seu trabalho não for sólido, e a casa desabar e matar o morador, o

construtor deverá se imolado”. Inspetores fenícios eliminavam quaisquer

violações reincidentes de padrões de qualidade amputando a mão do fabricante

do produto defeituoso.

1450 A.C. Inspetores egípcios conferiam a forma de blocos de pedra com um barbante,

enquanto o cortador de pedras observava. Os astecas na América Central

também usavam esse método.

Século XIII Surgiram as guildas, que eram corporações formadas por negociantes e

artesãos, e desenvolveu-se a formação profissional baseada no ensino aos

aprendizes de ofícios. Os artesãos eram treinados como inspetores. Eles

conheciam seus negócios, seus produtos e seus clientes e incorporavam

qualidade naquilo que produziam. Eles se orgulhavam do seu trabalho e em

treinar outros para fazer um trabalho de qualidade. O governo definia e

estabelecia padrões (por exemplo, pesos e medidas), e, na maior parte dos

casos, um indivíduo era capaz de inspecionar todos os produtos e estabelecer

um único padrão de qualidade. Este estado idílico da qualidade poderia

prosperar em um mundo pequeno, localizado, porém a população mundial

crescente requeria mais produtos.

Revolução

Industrial

A produção em massa de bens manufaturados se tornou possível através da

divisão do trabalho e da criação de peças intercambiáveis. Entretanto, isso

criou problemas para aqueles que estavam acostumados a ter seus bens feitos

sob medida.

Século XIX Frederick Taylor foi pioneiro em gerenciamento científico, retirando o

planejamento do trabalho da responsabilidade dos trabalhadores e supervisores,

e colocando-o nas mãos de engenheiros industriais.

Século XX Henry Ford introduziu a linha de montagem em movimento no ambiente

industrial da Ford Motor Company. A produção em linha de montagem dividia

operações complexas em procedimentos simples que podiam ser executados

por trabalhadores não habilitados, resultando em produtos altamente técnicos a

baixo custo. Uma parte desse processo era uma inspeção para separar produtos

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não-conformes e conformes. A qualidade era encarada como responsabilidade

exclusiva do departamento de fabricação.

1920 a 1940 George Edwards afirmou que “existe controle da qualidade quando artigos

sucessivos de comércio têm suas características mais próximas das dos seus

semelhantes e mais próximas da intenção do projetista do que ocorreria se o

controle da qualidade não existisse”.

1924 O matemático Walter Shewhart introduziu o controle estatístico da qualidade.

Isto proporcionou um método para controlar economicamente a qualidade em

ambiente de produção em massa.

1935 E.S. Pearson desenvolveu a British Standard 600 para amostragem de aceitação

para material recebido.A British Standard 600 foi substituída pela Britsh

Standard 1008, uma adaptação da U.S. Z-1 Standard, desenvolvida durante a

Segunda Guerra Mundial. A partir desse ponto, a amostragem de aceitação

desenvolveu-se rapidamente.

1946 Foi formada a Sociedade Americana para o controle da qualidade (ASQC).

George Edwards, eleito presidente, declarou na ocasião: “A qualidade vai

assumir uma posição cada vez mais importante ao lado da competição em

custo e preço de venda, e a empresa que fracassar, em seu esforço para

assegurar um controle eficaz da qualidade, encontrar-se-á frente com um tipo

de concorrência que ela não poderá mais vencer”.

Kenichi Koyanagi também em 1946, fundou a União Japonesa dos Cientistas e

Estrangeiro (JUSE).

Ichiro Ishikawa foi o primeiro presidente da JUSE. Umas das primeiras

atividades da JUSE foi formar o Grupo de Pesquisa de Controle da Qualidade

(QCRG). Os principais membros do QCRG eram Shigeru Mizuno, Kaoru

Ishikawa e Tetsuihi Asaka. Esses três homens desenvolveram e liderou o

controle japonês da qualidade, inclusive o nascimento dos círculos da

qualidade.

1950 W. Edwards Deming, um estatístico que trabalhara na Bells System com

George Edwards e Walter Shewhart, foi convidado pela JUSE para falar aos

líderes industriais do Japão. Eles estavam preocupados em reconstruir o Japão

após a guerra, em conquistar mercados estrangeiros, e em reverter a reputação

que o Japão tinha de fabricante de produtos de má qualidade. Deming

convenceu-os de que a qualidade japonesa poderia tornar-se a melhor do

mundo pela adoção de seus métodos.

Nos anos 50 e

início dos

Armand V. Feigenbaum publicou os princípios básicos do Controle da

Qualidade Total (CQT): o controle da qualidade existe em todas as áreas de

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anos 60 negócio, do projeto às vendas. Até aquela época, os esforços para a qualidade

eram direcionados primordialmente para as atividades corretivas, e não para a

prevenção.

1954 O Dr. Joseph Juran foi convidado a ir ao Japão para expor a altos e médios

gerentes o papel deles na busca de atividades de controle de qualidade.

1958 Um grupo japonês de estudo de controle de qualidade, liderado pelo Dr. Kaoru

Ishikawa, visitou Feigenbaum, na General Electric; o grupo gostou do nome

CQT e o levou de volta para o Japão. Entretanto, o CQT japonês difere da

visão de Feigenbaum sobre CQT.

Final dos anos

70 e os anos

80

Foram marcados pelo esforço para a qualidade em todos os aspectos dos

negócios e das organizações prestadoras de serviços, incluindo finanças,

vendas, pessoal, manutenção, gerenciamento, produção e serviços. O foco é no

sistema todo, greves e alto nível de desempenho fizeram com que a gerência se

voltasse para a melhoria da qualidade como o caminho para a sobrevivência da

organização.

Hoje Muitas organizações perseguem a melhoria da qualidade, como a JUSE (União

Japoneses dos Cientistas e Estrangeiros), a ASQ (Sociedade Americana para a

Qualidade), a EOQC (Organização Européia para o Controle da Qualidade) e a

IAQ (Academia Internacional para a qualidade). Em diversas universidades,

também, fundaram-se centros para estudar a melhoria da qualidade.

Finalmente, muitos consultores envolveram-se em abordagens especificas para

a melhoria da qualidade; por exemplo, W. Edwards Deming e seus 14

princípios, ou Joseph Juran e seu managerial breakthrough , ou Kaoru Ishikawa

e seu CQT.

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ANEXO B – Tipos de Modais

a) Modal Rodoviário

Figura 28 - Mapa Rodoviário do Brasil (Fonte: Biblioteca UOL, 2005)

b) Modal Ferroviário

Figura 29 - Mapa Ferroviário do Brasil (Fonte: Biblioteca UOL, 2005).

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c) Modal Hidroviário

Principais Portos

Figura 30 – Mapa dos principais portos Marítimos no Brasil. (Fonte: Ministério dos

Transportes, 2005)

Figura 31 – Porto de São Sebastião – SP. (Fonte: Agência Nacional de Transporte

Aquaviário, 2005).

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Figura 32 – Porto de Paranaguá – PR. (Fonte: Agência Nacional de Transporte

Aquaviário, 2005).

Figura 33 – Porto de Santos – SP. (Fonte: Agência Nacional de Transporte Aquaviário,

2005).

Figura 34 – Porto de Rio Grande – RS. (Fonte: Agência Nacional de Transporte

Aquaviário, 2005).

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Figura 35 – Porto de Manaus – AM. (Fonte: Agência Nacional de Transporte Aquaviário,

2005).

Principais Hidrovias

Figura 36 – Hidrovia do Madeira – AM. (Fonte: Ministério dos Transportes, 2005).

Figura 37 – Hidrovia do São Francisco – BA. (Fonte: Ministério dos Transportes, 2005).

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119

Figura 38 – Hidrovia Tocantins – Araguaia. (Fonte: Ministério dos Transportes, 2005)

Figura 39 – Hidrovia Paraná – Tietê. (Fonte: Ministério dos Transportes, 2005)

d) Modal Dutoviário

Figura 40 – Mapa dos Dutos no Brasil. (Fonte: Transpetro, 2005)

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Figura 41 – Mapa dos Dutos da Região Centro Oeste e São Paulo. (Fonte: Transpetro,

2005)

e) Modal Aeroportuário

Figura 42 – Mapa do Fluxo Aéreo do Brasil. (Fonte: Biblioteca UOL, 2005)

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ANEXO C – Certificações

Figura 43 – Certificado ISO. (Fonte: Fundepec, 2005)

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Figura 44 – Política de Qualidade. (Fonte: Fundepec, 2005)

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APÊNDICE

APÊNDICE A – Carta de Apresentação

CARTA DE APRESNTAÇÂO

Bauru, de Outubro de 2005.

Prezado(a) Senhor(a),

Sou mestranda do curso de Engenharia de Produção na Universidade Paulista –

UNIP, e estou dissertando sobre a Qualidade no serviço logístico para produtos

perecíveis.

O questionário que V.Sa está recebendo, é pessoal e confidencial, por isso não é

necessário que V.Sa. se identifique.

Para que haja fidedignidade nos dados coletados preciso que V.Sa. responda de

forma mais autêntica e sincera possível, externando suas opiniões e percepções sobre

os aspectos logísticos de sua empresa.

Posteriormente estarei apresentando os resultados quantitativos e qualitativos da

pesquisa.

Atenciosamente,

Juliana Sevilha Gonçalves de Oliveira

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APÊNDICE B - Questionário:

Perguntas Gerais:

1. A logística da empresa é integrada, ou seja, os estoques, armazenagem, transporte,

processamento de pedidos, compras e manufatura são gerenciados de forma integrada,

em um modelo único? ? Sim ? Não

2. Como é realizada a previsão de demanda na empresa?

3. O estoque é suficiente para atender às necessidades do mercado? Quais critérios

foram considerados na definição da política de estoque?

4. Onde estão localizados seus Centros de Distribuição? Quais foram os critérios

adotados para a localização dos Centros de Distribuição?

5. Como é a comunicação entre clientes e tomadores de decisão na empresa?

6. Qual o modal mais utilizado no transporte do produto perecível e demais insumos?

7. A questão de estar na hora (tempo) e local (lugar) é uma preocupação da empresa?

O que está sendo feito para que isso aconteça?

8. Quais são os pontos críticos do transporte? Qual o percurso mais problemático?

Quais seriam esses problemas e as soluções adotadas?

9. Quais os planos de ações para eventuais problemas de causas naturais ou acidentais

decorrentes nas rotas de entregas ou percursos de viagens?

10. Quais os métodos adotados para as limpezas e higienização dos equipamentos

(baús) para que os mesmos não possam transmitir contaminações ou odores nos

produtos?

11. Como e quando são feitas as manutenções preventivas e corretivas desses

equipamentos?

12. Como a empresa lida com a movimentação de final de ano, onde se concentram as

maiores vendas?

13. A empresa tem ou teve certificação ISO 9001 e/ou ISO 14001?

14. Como a empresa consegue fazer com que os funcionários se motivem?

Quadro 11 Questionário. (Fonte: Autora).

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