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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ERICA DALLOZ ELLER BARBOSA OS IMPACTOS DA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA MEMÓRIA ORGANIZACIONAL DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR São Paulo 2016

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE

EMPRESAS

ERICA DALLOZ ELLER BARBOSA

OS IMPACTOS DA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA MEMÓRIA

ORGANIZACIONAL DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

São Paulo

2016

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ERICA DALLOZ ELLER BARBOSA

OS IMPACTOS DA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA MEMÓRIA

ORGANIZACIONAL DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Orientador: Prof. Dr. Gilberto Perez

São Paulo

2016

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Administração da

Universidade Presbiteriana Mackenzie,

como requisito para obtenção do título de

Mestre em Administração de Empresas.

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B238i Barbosa, Erica Dalloz Eller

Os impactos da terceirização de serviços de tecnologia de

informação na memória organizacional de instituições de ensino

superior / Erica Dalloz Eller Barbosa - 2016.

96 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016.

Orientação: Prof. Dr. Gilberto Perez Bibliografia: f. 65-69

1. Memória organizacional. 2. Terceirização. 3. Tecnologia de

informação. 4. Instituição de ensino superior. I. Título.

CDD 658.001

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ERICA DALLOZ ELLER BARBOSA

OS IMPACTOS DA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DE

INFORMAÇÃO NA MEMÓRIA ORGANIZACIONAL DE INSTITUIÇÕES DE

ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração de Empresas da

Universidade Presbiteriana Mackenzie, como

pré-requisito para obtenção do título de Mestre

em Administração de Empresas.

Aprovada em____ de__________________ de_______.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Dr. Gilberto Perez (Orientador)

Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

______________________________________________

Prof. Dr. Adilson Caldeira

Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

______________________________________________

Prof. Dr. Edmir Parada Vasques Prado

Faculdade de Economia e Administração da Universidade São Paulo (FEA/USP)

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Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Professor Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto

Decano de Pesquisa e Pós-Graduação

Professora Dra. Helena Bonito Couto Pereira

Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Prof. Dr. Adilson Aderito da Silva

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas

Professor Dr. Walter Bataglia

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu esposo Geraldo Henrique, maior

incentivador do meu crescimento acadêmico; aos meus filhos Henrique

e Esther, motivo de meu esforço e busca pelo constante

aperfeiçoamento; aos meus pais e irmãos, que sempre acreditaram em

mim.

Seu amor incondicional e contínuo apoio foram os sustentáculos para

que eu prosseguisse nessa jornada, ainda que atormentada por

percalços. Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, autor e consumador da vida e provedor de todas as coisas, a Ele toda honra e

toda glória.

Ao Professor Gilberto Perez, muito mais que orientador acadêmico, um amigo e

conselheiro, que me motivou e não desistiu de mim, apesar das intempéries.

Aos Professores Dr. Adilson Caldeira e Dr. Edmir Parada Vasques Prado, pelas valiosas

contribuições feitas por ocasião da banca de qualificação.

Aos meus amigos queridos, que ladearam comigo os dias de tensão durante esse

trabalho. Em especial à Yarinha, por ter perdido noites de sono junto a mim e ter sido tão

presente.

Aos amigos mestrandos, com quem partilhei memórias para a vida, em especial

Alexandre, Flávio e Gislâine, pelas risadas, pelo incentivo e pela amizade.

Aos entrevistados, que tão prontamente me receberam e se envolveram com este

trabalho, contribuindo para sua realização e enriquecendo-o com suas histórias de vida.

Ao Danilo Dupas e toda equipe do MackPesquisa, pelo apoio ao trabalho e por sua

excelente atuação junto à Universidade para manutenção da Memória da Universidade.

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“O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais,

não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração

os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez”,

Salmos 78.3-4.

A importância da preservação e transferência da memória é tópico

relevante e recorrente desde os primórdios, conforme registrado

neste texto escrito por Asafe há mais de 2000 anos, na literatura

mais lida do mundo, a Bíblia.

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RESUMO

A Tecnologia de Informação (TI) tem assumido cada vez mais relevância na gestão de

organizações de diversos portes e setores da economia. Uma das funções importantes da TI é a

gestão do conhecimento, que está intimamente ligada à Memória das Organizações (MO).

Usufruir dos serviços de TI por meio de recursos próprios, ou terceirizá-los é uma decisão de

cada organização (PEREZ, 2006). Com esta pesquisa buscou-se analisar os possíveis impactos

da Terceirização de Serviços de Tecnologia de Informação na Memória Organizacional de

Instituições de Ensino Superior (IES). Para o alcance dessas informações, utilizou-se da

pesquisa qualitativa de natureza exploratória, por intermédio de entrevistas realizadas com

roteiro estruturado e previamente elaborado, com seis gestores de IES da área de tecnologia de

informação e de áreas administrativas, que utilizam a TI, bem como, aqueles que tenham

interagido com terceirização de serviços de TI. Inicialmente, realizou-se a revisão bibliografia

já produzida envolvendo esses dois assuntos. Para análise dos dados coletados utilizou-se

análise de conteúdo das entrevistas realizadas, mediante a pré-análise, codificação e

sumarização dos conceitos e, finalmente, o desenvolvimento das categorias, conforme indicado

por Bardin (2009). Como resultado pôde-se verificar que a terceirização de serviços de TI pode

causar impactos ora positivos, ora negativos para a MO das IES, além de impactos na

organização como um todo. Foi possível compreender o papel da TI e seu impacto na geração

e retenção do conhecimento e da Memória das IES. Também ficou evidente a necessidade da

gestão efetiva da terceirização de serviços TI, dadas as singularidades do ramo educacional,

bem como a notória necessidade de geração, repasse e perpetuação da MO nas IES.

Palavras-chave: Memória Organizacional, Terceirização, Tecnologia de Informação,

Instituição de Ensino Superior.

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ABSTRACT

Information Technology (IT) has become more relevant in the management of organizations

of all sizes and sectors of the economy. One of the important functions of IT is the knowledge

management, which is closely related to Organizational Memory (OM). The use of IT services

through its own resources or outsource them is a decision for each organization to make (Perez,

2006). This research aims to analyze the potential impacts of Outsourcing Information

Technology Services in Organizational Memory in Higher Education Institutions (HEIs). To

achieve this information, we have used qualitative research of exploratory nature, through

structured and previously prepared script interviews with six managers of HEIs information

technology and administrative areas, who use IT and with those who have somehow interacted

with outsourcing of IT services. Initially, there was a review of the existing literature involving

these two issues. For the analysis of the collected data we used the content analysis of the

interviews conducted by the pre-analysis, the coding and the summarization of concepts and

ultimately the development of the categories, as indicated by Bardin (2009). As a result it was

observed that outsourcing of IT services can impact either in a positive, or in a negative way

the OM of HEIs, and impacts on the organization as a whole. It was possible to understand the

role of IT and its impact on the generation and retention of knowledge and memory of HEIs. It

was also evident the need for effective management of outsourcing IT services, given the

peculiarities of the educational sector as well as the notorious need for generation, transfer and

perpetuation of MO in HEIs.

Keywords: Organizational memory, Outsourcing, Information Technology, Higher Education

Institution.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Diagrama de correlação entre MO, idade do funcionário e carreira....................19

Figura 2 Modelo de Memória Organizacional com base em containers...........................21

Figura 3 Processo de Memória Organizacional................................................................23

Figura 4 Modelo de Memória Organizacional proposto por Costa..................................23

Figura 5 Processo da ME nas organizações......................................................................24

Figura 6 Ativação da Memória.........................................................................................24

Figura 7 As funções da ME nas organizações..................................................................25

Figura 8 Modelo Representativo da Memória Organizacional.........................................25

Figura 9 Esquema para a análise de conteúdo..................................................................39

Figura 10 Proposição de Relação entre as Categorias........................................................59

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Características específicas da terceirização de TI..............................................29

Quadro 2 Problemas com a MO e suas descrições.............................................................30

Quadro 3 Problemas de MO Identificados por autor..........................................................32

Quadro 4 Problemas advindos do processo de terceirização..............................................33

Quadro 5 Impactos advindos da terceirização...................................................................34

Quadro 6 Cultura da organização x terceirização..............................................................35

Quadro 7 Perfil dos Entrevistados.....................................................................................41

Quadro 8 Quadro de Categorias Criadas a partir da condensação das US´s.....................43

Quadro 9 Média dos Impactos oriundos da Terceirização de serviços de TI em IES........60

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 13

1.1 Justificativa para a Pesquisa ........................................................................................................ 14

1.2. O Problema de Pesquisa ............................................................................................................. 16

1.3 Objetivos da Pesquisa.................................................................................................................. 16

1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 16

1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................................... 18

2.1 Memória Organizacional um Conceito em Evolução ................................................................ 18

2.1.1 Modelos de Memória Organizacional .................................................................................. 20

2.1.2 Evolução dos Modelos de Memória Organizacional............................................................ 22

2.2. Terceirização (Outsourcing) - Conceitos.................................................................................... 26

2.2.1. Terceirização de Tecnologia de Informação ....................................................................... 27

2.3 Problemas com a Memória Organizacional ................................................................................ 29

2.4 Problemas com a Terceirização (Outsourcing) ........................................................................... 32

2.5 Memória Organizacional e Terceirização da TI .......................................................................... 34

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................................... 37

3.1 Método de Pesquisa ..................................................................................................................... 37

3.2. Tipo de Pesquisa ........................................................................................................................ 37

3.3. Instrumento de Coleta ................................................................................................................ 38

3.4. Técnica de Análise de Dados ..................................................................................................... 39

3.5 Sujeitos da Pesquisa .................................................................................................................... 40

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................. 41

4.1 Análise de Conteúdo ............................................................................................................. 41

4.2 Identificação das Unidades de Registro - UR ....................................................................... 42

4.3 Formação das Unidades de Significado - US ........................................................................ 42

4.4 Formação das Categorias ...................................................................................................... 42

4.4.1. Esquema de Relacionamento entre as Categorias ............................................................... 58

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 62

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 65

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTAS ................................................................................ 70

APÊNDICE B– Quadro de Unidades de Registro Identificadas nas Entrevistas .................................. 74

APÊNDICE C– Quadro Unidades de Significado Identificadas na Análise ......................................... 92

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1. INTRODUÇÃO

Para as organizações do século XXI, que são intensivas em informação e conhecimento,

a velocidade das informações é tão grande quanto as mudanças que ocorrem em seu cotidiano,

quer no ambiente virtual, quer no ambiente tradicional de negócios. Tais fatos geram uma

perspectiva, e de certa forma uma reflexiva apreensão sobre o futuro das informações e do

conhecimento já existentes, fruto das experiências vividas.

No âmbito individual esse armazenamento de informações é chamado memória.

Smolka (2000), em sua pesquisa sobre a memória humana sob uma perspectiva histórico

cultural, resume que a memória humana, para Aristóteles, estaria firmada em três pilares:

sensações e afeto, imaginação e tempo. Ballesteros (1999) descreve a memória humana como

um processo psicológico de armazenamento de informações codificadas, e ela acrescenta que

essas informações podem ser recuperadas por meio voluntário ou involuntário.

Sob o ponto de vista empresarial tem-se chamado essa guarda de experiências

(informações e conhecimento), por analogia à memória humana, de Memória Organizacional

(MO), criando a ideia de que as organizações também desenvolvem sua memória com o passar

dos tempos. Walsh e Ungson (1991) propuseram um modelo de MO no qual a definem como o

agregado de experiências úteis para tomada de decisões, armazenadas em containers

organizacionais. Essas informações ficam armazenadas na organização através dos tempos e

por meio dos métodos, da cultura organizacional e dos indivíduos (colaboradores). Eventuais

falhas no armazenamento e recuperação dessas informações ou conhecimentos são conhecidas

como falhas da MO e poderão influenciar o processo de decisão.

Tulving (2007) em sua pesquisa sobre os diversos tipos de memória catalogou 256 tipos

diferentes de memória. Ele observa que o termo “memória” é simplista, à primeira vista, para

a gama de capacidades humanas aos quais está relacionado. Ele explica que, para se chegar a

essas conclusões, foram 2000 anos de análise filosófica, 115 anos de experimentos psicológicos

e mais de 70 anos de testes por neurocientistas (ROEDIGER III et al., 2002).

Assim como atual e instigante o estudo da MO, é o estudo do fenômeno comumente

verificado nas organizações modernas, chamado terceirização (outsourcing), que emergiu em

resposta à crise econômica vivida no pós-guerra, como meio de redução de custos e estratégia

operacional, inclusive na área de Tecnologia de Informação (TI) (MARTINS, 1996). A

preocupação específica com a terceirização de serviços de TI justifica-se frente à posição

estratégica de TI nas organizações, por ser um meio a se alcançar as diretrizes da organização

(BEZERRA; DORNELAS; CUNHA, 2014).

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Segundo Kendrick (2009) o setor de TI é a resposta a um novo modelo de negócio,

emergido da globalização. Portanto, de suma importância em uma organização. A preocupação

com o futuro dessa memória organizacional - formação, manutenção e transferência - conduzirá

esta pesquisa, sob a égide da terceirização (outsourcing) de serviços de TI, fenômeno mundial

de transferência a outra empresa - terceiros, de atividades - no todo ou em parte, de uma

organização.

Com um olhar mais singular sobre a terceirização de serviços de TI, este estudo busca

verificar o impacto da terceirização desses serviços específicos na criação e manutenção da

memória da organização.

Frente a essa constatação, percebeu-se a necessidade de uma reflexão sobre os impactos

da terceirização, em especial dos serviços de TI, em instituições de ensino superior. E,

sobretudo, os impactos dessa terceirização na MO das mesmas.

1.1 Justificativa para a Pesquisa

Vários artigos pesquisados (PEREZ; RAMOS, 2013; CROASDELL et al., 2002;

WALSH; UNGSON, 1991) apontam a importância de se preservar a MO para a tomada de

decisões, por ser um componente organizacional que habilita os gestores a se munir de

segurança para decisões presentes, firmados em experiências passadas da organização, quer

positivas, quer negativas.

A terceirização na área de TI demanda planejamento da alta administração, visto que

deve estar alinhada ao plano estratégico da organização. O autor conclui que a área de TI é

estratégica, e que ela faz parte das decisões de políticas e diretrizes de TI, não ficando restritos

à Diretoria (ABREU, 2009).

Há que se considerar as vantagens e desvantagens da terceirização e alinhá-las com o

planejamento estratégico da organização, a fim de se agregar valor (PRADO; TAKAOKA,

2006). Nessa seara Valença e Barbosa (2002) ressaltam a correlação da visão estratégica da

organização com a decisão de se terceirizar. Assim, torna-se importante refletir sobre o impacto

da terceirização de TI na organização, bem como, quais serviços de TI mais têm sido objeto de

terceirização.

A partir dessas informações, depreende-se quão vital em uma organização é a

preservação da M.O., que, dentre outros benefícios, confere segurança a decisões atuais,

baseadas em documentos, processos, relatos e experiências do passado.

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Reforça-se, também, a importância de um estudo prévio à implementação da

terceirização de áreas de uma organização, com foco especial na terceirização de TI. Alinhando

esses dois temas de relevante importância para as organizações, é de se instigar o estudo da

influência de um sobre o outro. Essa é a tônica da presente pesquisa.

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1.2 O Problema de Pesquisa

É pacificado que há reflexos da terceirização em uma empresa; convém estudar quais

impactos seriam relevantes para esta pesquisa, por afetar a memória da organização. Como

resultado dessas reflexões emerge o problema de pesquisa deste estudo, qual seja: Como a

terceirização de serviços de Tecnologia de Informação Impacta a Memória

Organizacional de Instituições de Ensino Superior?

1.3 Objetivos da Pesquisa

O trabalho em tela visa compreender as vicissitudes e virtudes de um processo de

terceirização de serviços de TI em instituições de ensino superior no que tange à sua memória

organizacional, e para que isso seja alcançado serão perseguidos os objetivos geral e específicos

retro delineados.

1.3.1 Objetivo Geral

Assim, o objetivo geral deste trabalho é analisar possíveis impactos na Memória

Organizacional causados pela terceirização de serviços de TI em Instituições de Ensino

Superior. Para que haja coerência na persecução do objetivo geral apresentado, os objetivos

específicos interagem entre si, com o intuito de se responder ao problema de pesquisa.

1.3.2 Objetivos Específicos

Frente ao objetivo geral apresentado, propõe-se alcançar os objetivos específicos abaixo

listados:

1. Compreender o papel da TI em instituições de ensino superior.

2. Entender como o processo de terceirização de serviços de TI afeta a instituição.

3. Compreender a importância da MO nas IES.

O Objetivo Específico 1 é uma premissa básica para, a partir dela, buscar a compreensão

do reflexo da terceirização desse nicho de serviço, qual seja, de TI – constituindo o Objetivo

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Específico 2. E, traz-se no Objetivo Específico 3 a proposta de reflexão sobre a importância da

MO nas IES, sua preservação e compartilhamento.

Após compreendido o papel da TI nas instituições, os impactos do advento da

terceirização desses serviços, e entendido o papel da MO nas IES, pôde-se analisar como essa

MO é impactada pelo processo de terceirização de serviços de TI – Objetivo Geral.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são apresentados os conceitos dos construtos da pesquisa realizada, a

saber, Memória Organizacional, Modelos de Memória Organizacional, Problemas na Memória

Organizacional, Terceirização (Outsourcing), Terceirização de serviços de TI, Problemas com

a Memória Organizacional, Problemas com a Terceirização, ligação entre Memória

Organizacional e Terceirização de serviços de TI.

2.1 Memória Organizacional um Conceito em Evolução

Alicerçado no conceito da memória da organização (MO) como uma metáfora à

memória humana, o estudo da MO baseia-se na utilidade e importância das informações sobre

o passado das organizações como meio embasador para tomada de decisões e gestão de

conflitos presentes.

É dada importância à memória das organizações uma vez que muito se estudou sobre a

gestão do conhecimento, e, dentre esses vários estudos, há autores que entendem que a gestão

do conhecimento é fundamental para que haja uma base para criação e manutenção do

conhecimento, permitindo assim o compartilhamento do conhecimento e das ações dentro da

organização, ou seja, perpetuando a MO da organização (FREIRE; TOSTA; HELOU FILHO;

SILVA, 2012).

Croasdell et al. (2002) trabalham com a MO como o conhecimento, ou o armazenamento

de informações emergido do passado, utilizado no tempo presente como norteador de atividades

dentro da organização, resultando dessa forma em decisões melhor fundamentadas e em

diferentes níveis de eficácia organizacional - maiores ou menores.

Para Barros, Ramos e Perez (2015) a MO pode ser considerada como um diferencial

competitivo, visto que a capacidade da empresa absorver e armazenar o conhecimento gerado

ao longo dos tempos é um fato gerador de competitividade. Segundo os autores, a MO serve

como base tanto para o desenvolvimento do indivíduo como da organização. Isso porque, se a

MO é a absorção do conhecimento ao longo dos anos, e se esse conhecimento é absorvido pelo

indivíduo e também agregado à organização, logo, ambos – indivíduo e organização são

beneficiados pelo conhecimento gerado a partir da MO.

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Shibao, Santos e Popadiuk (2010) ressaltam a gestão do conhecimento galgado como

um diferencial competitivo da organização, pois por meio dessa gestão eficaz a organização

pode desviar dos erros anteriores e escolher caminhos mais seguros e promissores.

Para Dunham e Burt (2011), a MO é a capacidade das organizações de aprenderem com

seu passado. Essa memória é composta pelo conhecimento tácito e pelo explícito. Os autores

destacam o fato de que a perda de funcionários antigos em uma organização pode implicar em

perda substancial de conhecimento organizacional. Nessa seara, eles chegaram à conclusão, em

sua pesquisa, que a idade do funcionário está intrinsecamente ligada à construção de sua carreira

e à MO, como se observa na Figura 1.

Figura 1: Diagrama de correlação entre MO, idade do funcionário e carreira

Fonte: Adaptado de Dunham e Burt (2011)

Dunham e Burt (2011) desenvolveram o argumento de que funcionários com longa

carreira na organização podem ser fontes vitais de MO, e incentivos de compartilhamento de

conhecimento, como mentoria aos mais novos, pode ser para eles como uma recompensa

pessoal e uma maneira de manter a MO.

Carreira na Organização

Memória Organizacional

Idade

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A ideia de se utilizar a memória humana como metáfora à memória da organização

(MO) tem como cerne a certeza da utilidade e importância das informações sobre o passado –

quer sobre o ser humano em si, quer sobre as organizações. Essa reflexão nos permite antecipar

situações que podem se iniciar no presente ou se repetir no futuro.

Para Dunham e Burt (2011) uma gestão do conhecimento efetiva envolve a criação,

captura, armazenamento e transferência do conhecimento, aqui subentendido o

compartilhamento do conhecimento entre os membros da organização.

A MO, portanto, refere-se ao armazenamento de informações que uma organização

mantém sobre si, ao longo de sua história, e que servirá de aporte para tomada de decisões

presentes e futuras (GONG; GREENWOOD, 2012).

Para Menezes (2006), a MO carece de construção social, assim como manutenção e

administração, para que se torne peça fundamental na gestão do conhecimento. A memória

engloba pessoas, arquivos, procedimentos e estruturas organizacionais e cultura

(ACKERMAN; HARVERSON, 2004; PEREZ; RAMOS, 2013).

Os últimos autores ressaltam que a MO não se restringe a repor informações ou a

responder demandas com fatos passados, mas deve ser entendida como um processo dinâmico

que viabiliza a utilização de informações e conhecimento (experiências) outrora vivenciados.

Por esse motivo, Walsh e Ungson (1991) entendem a MO também como um meio para

se implementar melhorias no desenvolvimento da organização, assim como Barros, Ramos e

Perez (2015) que a consideram um diferencial competitivo.

2.1.1 Modelos de Memória Organizacional

O modelo de Memória Organizacional mais difundido é o de Walsh e Ungson (1991),

quando propuseram a seguinte estrutura da MO, indicada na Figura 2.

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Figura 2: Modelo de Memória Organizacional com base em containers

Fonte: Adaptado de Walsh e Ungson (1991)

Para Walsh e Ungson (1991) a MO é formada por elementos básicos de aquisição,

retenção e recuperação. Conforme esses autores, a aquisição da memória da organização

ocorre quando é gerada informação de decisões tomadas e de solução de problemas. Levando

em conta as duas facetas da informação, buscam em seu estudo identificar quais aspectos da

decisão podem ser adquiridos - eles estudam o que seria o estímulo para a tomada de decisões.

Esse estímulo da tomada de decisão também é chamado de detecção do problema, sendo este o

preceptor do comportamento que visa solucionar os problemas (KIESLER; SPROULL, 1982)

e de mudança ecológica (WEICK, 1979, p. 130, apud WALSH; UNGSON, 1991).

Outro ponto sobre o modelo proposto por Walsh e Ungson (1991) sobre a aquisição é

a resposta aos estímulos, pela organização. Conforme os autores, essa aquisição da resposta da

organização aos estímulos, sua interpretação e consequências, formam a memória da

organização (MO).

No que concerne à retenção, ela pode ser resumida como cérebros e papéis (PONDY;

MITROFF, 1979:19, apud WALSH; UNGSON, 1991), visto que pode envolver o indivíduo, o

local, o mobiliário ou forma de armazenamento, processos, dentre outros. Walsh e Ungson

(1991) propõem cinco containers de armazenamento ou facilitadores de retenção que integram

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a estrutura da MO e uma força externa à organização. São eles: indivíduos, cultura,

transformações, estrutura e ecologia (caixas internas) e arquivos externos (container externo).

Quanto à recuperação, os autores, citando Kahneman (1973) e Langer (1983)

demonstram que pode transitar entre o automático e o controlado. Para eles, recuperação no

modo automático, como o nome já sugere, é aquela onde a informação para decisão atual

emerge de maneira intuitiva, sem esforço extra. Exemplo disso são decisões presentes tomadas

com base em comportamentos, práticas e processos do passado, os quais foram compartilhados

e inseridos nos processos de transformação, estrutura, cultura e ecologia (do ambiente de

trabalho).

Já a recuperação controlada (consciente), segundo os autores, é aquela oriunda de um

esforço produzido e de um modus operandi premeditado, controlado. Indivíduos podem fazer

a retenção de propósito, fazendo analogia às decisões passadas (NEUSTADT; MAY, 1986,

apud WALSH; UNGSON, 1991). Essa memória dos indivíduos quanto às experiências e

decisões são delimitados conforme a participação do indivíduo na organização. Essa memória

coletiva também emerge dos indivíduos se ajudando a lembrar do passado.

Todo esse arcabouço de memórias dos indivíduos que compartilhadas formam uma

memória coletiva (HALBWACHS, 1950/1980, apud WALSH; UNGSON, 1991) gera a

recuperação consciente de informação sobre decisões passadas. Esse modelo de MO proposto

por Walsh e Ungson (1991) tem sido estudado e debatido por pesquisadores diversos, e dele

emergiram outros modelos propostos para a estrutura da MO.

2.1.2 Evolução dos Modelos de Memória Organizacional

Stein e Zwass (1995) ampliaram o modelo de Walsh e Ungson (1991), inserindo um

quarto elemento da MO, que é a manutenção. Para os autores, a forma de utilização da MO

pode influenciar na efetividade operacional (Figura 3).

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Figura 3: Processo de Memória Organizacional

Fonte: Stein e Zwass (1995)

Costa (2011), em sua pesquisa sobre a estrutura da MO apresenta um novo modelo de

MO, sendo esta integrada por quatro tipos de memória, a sensorial, a comunicativa, a cultural

e a política, como reproduzido na Figura 4.

Figura 4: Modelo de Memória Organizacional proposto por Costa

Fonte: Costa (2011)

Impressões (Sensorial)

Experiência (Comunicativa)

Identidade (Cultural)

RECURSOS

ORGANIZAÇÕES

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Akgun, Keskin e Byrne (2012) trabalham na mesma linha de Walsh e Ungson (1991),

entendendo que a MO implica em conhecimento organizacional, habilidades, normas e regras,

processos, compartilhamento de crenças e aprendizados. Esses autores trabalham uma nuance

da MO, que chamam de Memória Emocional (ME), e apresentam em seu trabalho, a exemplo

do modelo de Walsh e Ungson (1991), a compilação do desenvolvimento, retenção e

recuperação da ME (Figura 5).

Figura 5: Processo da ME nas organizações

Fonte: Akgun, Keskin e Byrne (2012)

Nesse mesmo estudo, Akgun, Keskin e Byrne (2012) demonstram os gatilhos de

ativação da memória emocional e trabalham as funções da ME nas organizações, estabelecendo

o claro princípio de que a ME está contida na MO, como demonstrado nas Figuras 6 e 7.

Figura 6: Ativação da Memória

ESTÍMULO EMOCIONAL

Fonte: Akgun, Keskin e Byrne (2012)

DESENVOLVIMENTO RETENÇÃO RECUPERAÇÃO

Narrativas

Histórias

Metáforas

Símbolos Organizacionais:

Mitos

Linguagem

Artefatos

Desenhos

Rituais

Cultura Organizacional

Indivíduos

Estrutura das

Organizações/transformações

Ecologia Organizacional

Fatores Externos

Narrativas

Histórias

Metáforas

Símbolos Organizacionais:

Mitos

Linguagem

Artefatos

Desenhos

Rituais

IMPORTANTE

Reciprocidade Positiva Co-participação positiva

Covariância negativa Co-variância positiva -

Mudança de memórias manutenção do status quo

declarativas e processuais

DESAGRADÁVEL AGRADÁVEL

Covariância negativa/positiva Covariância negativa/positiva

Esquecimento organizacional Esquecimento organizacional

Intencional ou manutenção Intencional ou manutenção

Do status quo Do status quo Do status quo Do status quo

SEM IMPORTÂNCIA

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Figura 7: As funções da ME nas organizações

Fonte: Akgun, Keskin e Byrne (2012)

Um modelo de MO mais recente foi proposto por Ramos (2011), em que a autora

trabalhou com a memória sensorial, memória comunicativa, memória política e memória

cultural como formadoras da MO, modelo este que fora adotado no presente trabalho (Figura

8).

Figura 8: Modelo Representativo da Memória Organizacional

Fonte: Ramos (2011)

Moderadores: Precisão Emocional e

Vivacidade Emocional

Conteúdo da Memória Organizacional

Memória Emocional

Memória declarativa

Memória procedimental

Valor Emocional

Estímulo Emocional

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Como se depreende dos modelos formulados ao longo dos tempos, os conceitos de

aquisição, retenção e recuperação permeiam os estudos da Memória Organizacional, passeando

pelos diferentes tipos de memória e estímulos.

2.2 Terceirização (Outsourcing) - Conceitos

Para Jacoby e Lara (2015), a terceirização no Brasil teve seus primeiros vislumbres em

1929 – devido à crise econômica os cafeicultores passaram a empregar terceiros para tarefas

acessórias, com a finalidade de reduzir custos; e com mais vivacidade a partir de 1950, em razão

da recessão oriunda da segunda guerra mundial, constituindo-se em um meio de utilizar a mão

de obra ociosa no processo de produção da época. Em outro estudo Jacoby (1996) trabalhou a

terceirização como resposta às ações estatais, como privatizações. Ele ressalta que a

terceirização, em grande parte, ocorre na atividade meio da empresa.

Para Martins (1996), a terceirização ocorre em: a) atividades acessórias (limpeza,

alimentação, transporte de funcionários, vigilância); b) atividades meio (departamento de

pessoal, manutenção de máquinas, contabilidade); c) atividades fim (produção, vendas,

transporte de produtos). Em geral a terceirização ocorre nas atividades meio e atividades

acessórias.

Prado (2005) entende a terceirização como uma manobra de gestão, que tem o intuito

de aumentar a eficiência organizacional.

A decisão de terceirizar abrange o estudo da organização em internalizar ou externalizar

(insourcing ou outsourcing) determinadas atividades, principalmente as atividades meio. A

terceirização envolve a busca por melhores serviços, que são prestados por empresas externas

(DAVIS-BLAKE; BROSCHAK, 2009).

Leiblein, Reuer e Dalsace (2002) trabalham em seu artigo a possibilidade de, a contrário

senso, inexistir correlação entre terceirização e melhoria no desempenho tecnológico da

organização. Em seu estudo, os autores demonstram que nem a terceirização, nem tampouco a

internalização do serviço, podem, por si só, ser consideradas como fatores determinantes do

melhor desempenho da organização.

Em termos gerais, a terceirização é uma opção para a organização que decide realizar

algumas de suas atividades dentro ou fora da empresa, por meio de outra empresa (DAVIS-

BLAKE; BROSCHAK, 2009). Para os autores, essa contratação diferenciada de parte dos

serviços da organização afeta a natureza do serviço, bem como o comportamento dos

indivíduos, a dinâmica do trabalho, a estrutura e a cultura organizacionais.

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2.2.1 Terceirização de Tecnologia de Informação

A mola propulsora da terceirização de TI é a necessidade de inovar, para se manter o

diferencial competitivo da organização (GONÇALVES, 2015). A terceirização na área de TI

demanda estudo meticuloso quanto às necessidades da organização no que concerne, em

especial, à software e hardware, a curto e médio prazo, e, portanto, é de vital importância que

esteja alinhada com o planejamento estratégico da organização, e ainda, que se considerem as

vantagens e desvantagens da terceirização em TI.

Nessa mesma linha, Insinga e Werle (2000) defendem que a terceirização deve estar

ligada diretamente à estratégia de negócio da empresa. A terceirização de TI, impulsionada pelo

planejamento estratégico da empresa, alinhado aos seus objetivos e necessidades a curto e

médio prazo, será parametrizada conforme esses parâmetros definidos de maneira clara pela

administração.

Após definidos o alcance e a finalidade dessa terceirização dos serviços de TI da

empresa, considerando as vantagens e desvantagens para tanto, a terceirização será

efetivamente implementada.

No que concerne à ânsia a organização em minimizar riscos no processo de

terceirização, como a perda do controle, Prado (2005) enfoca a importância da forma de

contratação e as estratégias para tanto, intencionando-se conhecer melhor as alternativas de

contratação, as peculiaridades da terceirização de TI e a melhoria da administração da

terceirização e seus consequentes resultados.

Para Desai (2009), um ponto crucial nas terceirizações de TI é a elaboração de

instrumento contratual bem delineado, o qual o autor considera como o cordão umbilical do

processo de terceirização. Segundo ele, essa importância se dá visto que o serviço de TI é vital

para uma organização. Desai (2009) lembra que responsabilidade, proteção dos dados e

propriedade intelectual são pontos cruciais a se proteger no contrato.

Nessa mesma linha de raciocínio, Prado (2000) realça a importância e o significado do

contrato no processo de terceirização. Bergamaschi (2004) entende a terceirização como parte

da estratégia da organização, na busca pela de redução de custo, melhoria de qualidade ou foco

nas atividades essenciais, atribuindo a outrem, aquelas atividades não essenciais, ou atividades

meio.

Este último autor aborda a migração da terceirização dos serviços operacionais para

abranger também os estratégicos (BERGAMASCHI, 2004). A terceirização em TI é objeto de

estudo meticuloso e agrega valor ao negócio, por isso é um assunto que carece de atenção.

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A Tecnologia da Informação veio como uma reposta ao mundo globalizado, na tentativa

das organizações de sobrepujar às outras no quesito competitividade. A terceirização de

serviços de TI pode ser um gerador de melhoria, ganho, lucro e produtividade na empresa, bem

como pode gerar frutos de credibilidade no mercado, frente aos consumidores. Mas todo esse

resultado está proporcionalmente ligado ao sucesso da implementação da terceirização de

serviços de TI na organização (KENDRICK, 2009).

Outro ponto importante a se considerar, segundo o autor, quando da terceirização de TI

são os contratos, que devem ser elaborados de maneira a garantir o bom funcionamento dos

serviços, bem como confidencialidade, ferramentas de controle de risco e solução de problemas

porventura existentes (KENDRICK, 2009).

Isso significa dizer que a função estratégica de TI faz com que a terceirização desses

serviços seja de uma complexidade maior, e leva a organização a envidar maiores esforços para

que essa terceirização seja bem implementada, e consequentemente bem-sucedida

(DOUGHTY; GRIECO, 2000).

Prado ressalta quão peculiar, quiçá melindrosa, é a terceirização de serviços de TI. Ela

vai muito além de uma decisão da administração em se fazer (internalizar) ou comprar

(externalizar) uma atividade (PRADO, 2005).

São motivos para se terceirizar TI, segundo Prado e Takaoka (2002): a redução de custo,

a rápida evolução do conhecimento tecnológico, a flutuação nas demandas do trabalho, a maior

produtividade na prestação dos serviços, as atividades rotineiras, a dificuldade na gestão dos

recursos humanos e as atividades muito específicas e pouco frequentes.

Bezerra, Dornelas e Cunha (2014) trabalham as razões para se terceirizar serviços de TI

e elencam, além da redução de custo, a facilitação para se obter equipamentos tecnológicos e

aplicações de ponta, bem como a folga quanto à pressão dos fornecedores e o consequente

aperfeiçoamento dos serviços. Ainda, reforçam como fator propulsor da terceirização as rápidas

mudanças no ambiente, posto que estas forçam as empresas a buscar fornecedores

especializados e soluções eficazes.

Tomando-se por base o estudo feito por Prado e Takaoka (2006) elaborou-se o Quadro

1 a seguir, com algumas características específicas da terceirização de TI.

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Quadro 1: Características específicas da terceirização de TI

Heterogeneidade A TI não é uma função homogênea, ela abrange uma gama de

atividades

Evolução A TI é objeto de rápida e constante evolução

Volatilidade econômica Há grande oscilação no custo dos serviços e produtos de TI

Economia afeta a

práticas adotadas

Em TI há uma crescente preocupação com economia gerada a partir das

mudanças nas práticas gerenciais, e não somente em economia de

escala

Peculiaridade dos

fornecedores

Para a TI o quesito fornecedores é de difícil substituição, e portanto,

crítico

Fonte: Prado e Takaoka (2006)

2.3 Problemas com a Memória Organizacional

O uso da metáfora da memória humana oferece uma boa oportunidade para o

entendimento da memória organizacional (RAMOS, 2011).

Como o conceito de MO se fundamenta na memória humana, é de se esperar que, assim

como a memória humana, a MO seja alvo de problemas, falhas, disfunções e perdas. Falhas

podem ocorrer na memória organizacional, sob várias formas, causando prejuízos para as organizações,

sobretudo, na forma de decisões não otimizadas. Dunham e Burt (2011) advertem que, embora a

MO seja vista como recurso organizacional, ela pode ser um entrave para inovação quando

usada como fonte exclusiva de ponto de referência para decisões futuras. Os autores também

pontuam que quando a organização perde funcionários antigos pode haver perda substancial de

conhecimento organizacional.

A memória humana apresenta disfunções tais como: Distorções, falsas memórias,

delírios, perda de memória, redução da capacidade de aprender novas habilidades, déficit de

atenção, conforme expõe Ramos (2011). Sendo a MO uma analogia à memória humana,

podemos depreender que a MO estaria sujeita a tais disfunções.

Estudos como o de Xue et al. (2005) apontam falhas como: o surgimento de memórias

fragmentadas decorrentes da inabilidade de se recuperar memórias passadas; memórias

distorcidas e também à incapacidade para aprender. Tais falhas são conhecidas como

Disfunções da Memória Organizacional (DMO) (POLLITT, 2000; BADDELEY, 2003).

Em estudo sobre a estrutura da MO Costa (2011) sugere a utilização da literatura de

Neurociência, como alternativa prática para a identificação e diagnóstico das disfunções da

memória organizacional. Alguns autores (POLLITT, 2000; BADDELEY, 2003) apontam

alguns sintomas relacionados com as disfunções da memória humana:

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Distorções: geralmente relacionadas à dificuldade obtenção de informações.

Memórias Falsas: memórias que são criadas para serem consistentes com informações

correntes.

Delírios: crenças patológicas (falso, enganoso, fantasioso), que são mantidas apesar de

evidências que provem o contrário.

Perda de memória: sintomas de empobrecimento do conhecimento e da compreensão.

Incapacidade para aprender: Diminuição da capacidade de desenvolver competências.

Déficits de atenção: Problemas relacionados à falta de atenção, tais como desorganização,

esquecimento, etc.

Consoante estudo realizado por Ferreira (2015), a perda de informação e a perda de

conhecimento são as disfunções mais detectadas na MO.

Segundo Pollitt (2000), mesmo que com o intenso uso de tecnologias de informação e

comunicação, as organizações demonstram, com frequência, evidentes sintomas de disfunções

relacionadas à perda de memória. Estas disfunções da memória organizacional estão

relacionadas, via de regra, às informações, conhecimentos, decisões e significados. Problemas

com a memória organizacional podem ocorrer das seguintes formas apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2: Problemas com a MO e suas descrições

Sintomas de Problemas /

Disfunções

Descrição

Falhas na gravação

(armazenamento)

de dados significantes, ou falhas na documentação das decisões que poderiam

ser úteis no futuro.

Perdas das informações já

registradas

podem decorre pela falta de políticas informacionais bem definidas, por

vulnerabilidades existentes, ou por descasos por parte dos gestores e usuários.

Dificuldade no acesso dos

registros e dados

organizacionais

em decorrência da aquisição e uso de sistemas inadequados (incompatíveis),

ou pela inexistência de mecanismos de recuperação de dados eficientes.

Muitas vezes ocorrem pela falta do conhecimento no uso de ferramentas

adquiridas.

Pesquisas mal sucedidas em consequência da falta de treinamento do sistema adquirido

Inabilidade no uso da

informação

informações estão disponíveis e acessíveis, mas, os indivíduos desconhecem

uma forma útil de usá-los.

Problemas com manutenção

da informação

perda de tempo e manutenção indevida dos bancos de dados e bases de

conhecimento

Dificuldades na tomada de

decisões

utilização de heurísticas ou atalhos

Fonte: Elaborado com base em Pollitt (2000), Costa (2011), Perez e Ramos (2013)

Pollitt (2000) pesquisou a amnésia organizacional no setor público. É preciso entender

seu estudo frente ao cenário da época em que fora proposto: aumento de organizações se

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reestruturando ou se desmembrando em outras empresas; mudança do padrão de armazenagem

das informações, frente à evolução tecnológica; a ruptura do conceito de serviço público como

carreira permanente; o aumento da adesão à ideia de gestão por mudanças radicais, severas.

Ainda de acordo com Pollitt (2000), a dificuldade de se encontrar e acessar as memórias

seria um fator chave para o esquecimento. Ele argumenta que há quatro situações que levam à

perda da memória: a falta de arquivamento das memórias (informações); os registros das

informações, apesar de feitos, não foram bem geridos e se perderam; os dados (informações),

apesar de não perdidos, não estão disponíveis para consulta; as organizações escolhem não se

valer das informações armazenadas (memória) para a tomada de decisões presentes.

Martin de Holan e Phillips (2004) trabalham a questão do esquecimento organizacional,

e o definem como crítico frente aos motivos a seguir relatados: 1. Gerar novo aprendizado não

é o suficiente. Acontece de novos conhecimentos desaparecerem antes mesmo de serem

compartilhados e armazenados na memória da organização. 2. Por vezes organizações

esquecem fatos e coisas que deviam se lembrar. Apesar de essas informações terem sido

remetidas à MO, pode haver esquecimento de partes delas. 3. Por vezes, esquecer pode ser uma

necessidade da organização, como nos casos de implementação de uma nova diretriz em

detrimento da prática antiga. Neste caso, o não esquecimento colocaria em risco o novo

aprendizado e reduziria a efetividade organizacional. Para os autores a competitividade não se

resume em adquirir conhecimento, aprender, mas engloba esquecer a coisa certa na hora certa.

Mendes e Teles (2015) trabalham bem o conceito de ignorância organizacional. Eles

buscam elementos para demonstrar que por vezes a ignorância não é um componente

organizacional negativo, mas estratégico. Os autores dividem a ignorância em: deliberada, que

se expressa de forma intencional; e a ignorância em função de erro, afeta a problemas

cognitivos, à distorção do conhecimento recebido. No quadro 3 apresentam-se os problemas de

MO identificados na literatura pesquisada.

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Quadro 3: Problemas de MO Identificados por autor

Situação Problema Autor (es)

MO como entrave para a inovação Dunham e Burt (2011)

Perda de MO com a saída de funcionários antigos Dunham e Burt (2011)

Distorções Ramos (2011)

Falsas memórias Ramos (2011)

Redução de capacidade de aprender novas

habilidades Ramos (2011)

Déficit de atenção Ramos (2011)

Delírios Ramos (2011)

Perda de memória, esquecimento, Amnésia

organizacional

Ramos (2011); Pollitt (2000); Martin de Holan e

Phillips, (2004)

Ignorância organizacional Mendes e Teles (2015).

Fonte: Elaborado com base nos autores pesquisados

Nota-se que a MO, tal qual a memória humana, tem suas vicissitudes, algumas mais

preocupantes e outras tão corriqueiras que nem se notam, a não ser que se use lentes de aumento

sobre as mesmas. E essas peculiaridades tornam o estudo sobre a MO tão instigante.

Em resumo, as consequências dos Problemas e Disfunções da Memória Organizacional

(DMO) podem ser onerosas para as organizações. Geralmente, as organizações se vêm

aprisionadas a pequenas e infindáveis rotinas repetitivas que pouco contribuem à sua situação

presente (ASSMANN, 1995; POLLITT, 2000).

O que se busca com esta pesquisa é verificar, em que aspectos, a terceirização

(outsourcing) de serviços de tecnologia de informação e comunicação, que é uma prática

comum nas organizações modernas, pode afetar a memória organizacional, em termos de sua

manutenção (memórias passadas) e formação (novas memórias).

2.4 Problemas com a Terceirização (Outsourcing)

Davis-Blake e Broschak (2009) fazem um estudo sobre o impacto da terceirização na

locação de mão de obra e o quanto ela afeta o cerne da natureza do trabalho. Eles pesquisam

um nicho do outsourcing voltado para a análise da mão de obra, das mudanças que ocorrem nas

organizações em consequência das mudanças geradas na natureza do trabalho em si, quando

este é impactado pela terceirização. Para esses autores, a terceirização redefine tarefas,

serviços, interação entre hierarquias e unidades da organização, além de transformar toda a

visão que se tem de mercado de trabalho.

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Quando uma organização passa por um processo de terceirização de parte de seus

serviços, os funcionários remanescentes devem se reestruturar, e isso significa redefinir tarefas,

realocar recursos, até mesmo desenvolver novas habilidades, e, ainda no entendimento de

Davis-Blake e Broschak (2009) esses rearranjos são necessários para que haja bom rendimento

empresarial, e até mesmo do funcionário.

Note-se que, para haver uma integração ao outsourcing é necessária uma reestruturação

das funções, o que pode gerar insegurança dos funcionários, desânimo em recomeçar a aprender

uma função ou insatisfação por ter que desenvolver novas habilidades. Além do fator tempo, o

qual será necessário para essa reestruturação.

Gonçalves (2015) pondera os riscos de se terceirizar serviços de TI, o que pode

comprometer os objetivos da organização, visto que a terceirização de TI não se limita a

atividade meio, mas pode estar ligada até mesmo a funções estratégicas da organização. Ele

destaca a perda de capacidade absortiva (ACAP), por gerar a perda de capacidade de inovação

e, por conseguinte, a perda de vantagem competitiva. Para o autor, a terceirização de TI tem

diferentes níveis e formas de impacto sobre a organização conforme o decurso do tempo,

podendo até mesmo, ser prejudicial a princípio e depois se tornar em efeito positivo, ocorrendo

este quando o cliente se fortalece perante o fornecedor.

Em uma pesquisa em grandes empresas do estado de Minas Gerais Valença e Barbosa

(2002) trabalharam os serviços mais terceirizados nessas empresas e os problemas que surgiram

a partir dessa terceirização, os quais compilamos no Quadro 4 retro.

Quadro 4: Problemas advindos do processo de terceirização

Problemas referentes à prestação de

serviços

distanciamento entre o serviço realizado pelos terceirizados e as

reais necessidades e expectativas da organização

emprego de muito tempo e energia gerindo a rede de fornecedores e

terceirizados

capacidade técnica dos terceirizados reduzida se comparada aos

funcionários da organização

Problemas relacionais (terceirizados e

funcionários da organização

demandante)

dificuldade no desenvolvimento de parceria com os terceirizados

cultura: choque entre a cultura dos funcionários da organização e os

terceirizados

dificuldade de relacionamento entre funcionários da organização e

terceirizados

Fonte: Valença e Barbosa (2002)

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Os autores entrevistaram gestores de empresas mineiras e destacamos abaixo as

respostas das empresas no quesito impactos causados pelo processo de terceirização – Quadro

5.

Quadro 5: Impactos advindos da terceirização

Principais impactos percebidos na organização com a terceirização

Empresa 1

perda de condições de trabalho

medo de demissão

choque de culturas

Empresa 2

dificuldade em adaptar ao processo de terceirização por serem contratados ex-

empregados/aposentados

falta de parceria entre empregados e terceirizados

necessidade de maior fiscalização dos serviços prestados por terceiros

emergente demanda pela atualização dos terceiros quanto às tendências da

organização/estratégia

Empresa 3

necessidade de maior controle e acompanhamento dos serviços terceirizados

resistência à terceirização por parte dos empregados da organização

medo de perder o emprego e insegurança (sentido pelos empregados da organização)

Fonte: Valença e Barbosa (2002)

Como se delineou, as organizações em geral enfrentam os mesmos problemas oriundos

da terceirização, independente do porte e da área de atuação da organização. Por isso as

organizações têm se preocupado em investir em um departamento interno para controle eficaz

e acompanhamento do desenvolvimento dos serviços prestados pelas terceirizadas. Outra forma

de controle muito usada pelas organizações é o instrumento contratual bem elaborado, para se

resguardar e se prevenir problemas corriqueiros gerados pela terceirização de serviços.

2.5 Memória Organizacional e Terceirização da TI

Frente a essas considerações, há que se refletir se essa terceirização, ou seja, se essa

transferência de atividades a outrem causaria impactos sobre a formação ou manutenção da

Memória Organizacional, e se positivo, qual sua extensão.

Gong e Greenwood (2012) trabalharam as implicações do downsizing na MO e o valor

contributivo de TI nesse processo. Com a compreensão de que downsizing é a técnica de

eliminar processos desnecessários dentro da organização, o que pode gerar demissões,

reestruturação de departamentos, processos e cargos, redução de custos, tudo em alinhamento

com o planejamento estratégico da organização, bem como seus objetivos e metas.

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Uma maneira de se implantar o downsizing é a terceirização (outsourcing). Com esse

conceito em mente, depara-se com o estudo de Gong e Greenwood (2012) que advertiram para

o perigo do downsizing implicar em perda na MO, acarretando na diminuição da

competitividade, visto que redução de custos por meio da retirada de um departamento ou da

demissão de pessoas chave na organização pode drenar o conhecimento acumulado da

organização, ou seja, sua memória.

Os autores ainda destacam a importância que a área de TI tem nesse processo de redução

da empresa, considerando tal área como estratégica, por ser a gerenciadora do conteúdo, do

conhecimento da organização. Portanto, depreende-se do estudo de Gong e Greenwood (2012)

que a terceirização de serviços de TI deve ser feita de forma cautelosa, quiçá meticulosa, dada

sua posição vital para a preservação da MO.

Valença e Barbosa (2002) pesquisaram como a terceirização afeta a cultura da

organização. No Quadro 6 abaixo se tem o resumo das informações obtidas.

Quadro 6: Cultura da organização x terceirização

Empresa 1 a terceirização afetou a cultura da empresa, assim como as novas estratégias de gestão

adotadas pela empresa

Empresa 2 a terceirização não afetou a cultura da empresa, pois esta é amplamente difundida. Os

terceirizados se adaptam à cultura da empresa

Empresa 3 a terceirização pode ser um instrumento de reafirmação da cultura da organização, ao

reforçar e reafirmar políticas e valores da mesma

Fonte: Valença e Barbosa (2002)

Importante esse tópico, visto que os autores, Valença e Barbosa (2002), concluíram que

se a organização demandante dos serviços terceirizados não tem sua cultura e seus valores

firmes e bem difundidos entre seus empregados, ela pode ter esses conceitos esvaídos quando

da integração dos empregados da organização com os terceirizados.

Rusaw (2004) deslinda as preocupações dos efeitos de downsizing sobre a memória e o

aprendizado da organização, com especial enfoque nas organizações públicas. A autora deixa

clara a preocupação das empresas e do indivíduo em se desenvolver para locações futuras de

melhoria na carreira. No nível organizacional esse desenvolvimento é reconhecido pela

capacidade de se receber, interpretar e aplicar as informações do ambiente com a finalidade de

garantir a continuidade, pró-atividade e efetiva adaptação às mudanças das necessidades e

recursos da organização. Para a autora, o aprendizado informal é difundido nas organizações

por meio das normas, regras, elementos culturais, crenças, valores e costumes.

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A autora considera a MO como uma parte do aprendizado organizacional, a qual é

armazenada para o uso futuro. Ela entende que o downsizing inevitavelmente afeta o

aprendizado organizacional e individual. Os empregados das organizações por ela pesquisadas,

que sofreram downsizing, são levados à versatilidade, visto que passam a assumir múltiplas

funções. Para tanto, deve haver um ajuste comportamental e cognitivo. A autora conclui que

downsizing afeta o indivíduo em seu desenvolvimento de carreira e aprendizado, tanto

individual quanto organizacional. E esse impacto no aprendizado organizacional ocorre nos

níveis estrutural, ambiental e funcional, podendo gerar insegurança para a organização, que fica

mais suscetível a desperdícios, fraudes e abusos (RUSAW, 2004).

No dizer de Rusaw (2004), o downsizing abala as estruturas do conhecimento individual

e organizacional, afetando as bases para operações futuras. A perda de funcionários antigos ou

peças-chave na organização podem acelerar a perda da MO. Assim, para se evitar a perda de

anos de conhecimento gerado na organização, o downsizing deve ser feito de forma ordenada e

mediante estudos prévios e a devida estruturação.

Ante a esse estudo, percebe-se que o medo do downsizing natural advindo da

terceirização (que leva ao temor da perda do emprego), assim como a efetiva demissão, em

larga escala ou parcial, de funcionários antigos da organização, somados à falta de um

desenvolvimento sólido da cultura organizacional e à terceirização “ás cegas” (carente de

estruturação prévia e sem clareza nos objetivos da terceirização), são alguns dos fatores que

podem comprometer a manutenção e o desenvolvimento da MO na organização.

Se a terceirização de serviços de TI pode afetar a memória organizacional das

organizações é ainda pouco estudado, menos ainda se as terceirizações de serviços de TI afetam

as IES, segmento que tem necessidade legal de armazenar uma gama de dados de alunos, de

pesquisas realizadas pelo corpo docente e discente, e da própria instituição, como toda

organização.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos utilizados para a execução

da pesquisa proposta.

Para se atingir os objetivos da pesquisa, buscou-se o método que melhor atenderia à

demanda, a fim de responder adequadamente ao quesito principal pesquisado. Nesse contexto,

foram selecionados método e tipo de pesquisa, e, por conseguinte, o instrumento de coleta para

se consolidar o método de pesquisa escolhido.

3.1 Método de Pesquisa

Richardson (1999) apresenta duas possibilidades com relação ao Método de Pesquisa:

o Qualitativo e o Quantitativo. O autor defende que o método de pesquisa qualitativo utiliza

técnicas que não empregam meios estatísticos como base do processo de análise do problema

estudado. Para o autor, na pesquisa qualitativa a preocupação não está em numerar, medir

variáveis ou correlacioná-las, mas, sim, em identificar tais variáveis. Richardson (1999)

considera que adotar a pesquisa qualitativa justifica-se, quando se pretende entender um

fenômeno social, descrever a complexidade de determinado problema, compreender e

classificar o processo.

Face ao exposto, optou-se pela pesquisa qualitativa, por entender ser ela uma ferramenta

eficaz para o estudo da organização e seu comportamento, para identificar as variáveis do

problema de pesquisa proposto, com o intuito de analisar e descrever o mesmo, e entender e

classificar o processo (Richardson, 1999).

A pesquisa qualitativa permitiu fossem verificados os impactos da terceirização de

serviços de TI na Memória Organizacional, por intermédio das entrevistas realizadas com

profissionais diretamente envolvidos nesse processo dentro da instituição.

Neste estudo não se objetivou o controle de variáveis, mas sim, ouvir de forma bastante

livre os indivíduos e as organizações participantes do fenômeno em estudo, com o fim de se

analisar os impactos da terceirização de serviços de TI na Memória Organizacional das IES.

3.2 Tipo de Pesquisa

As pesquisas podem ser qualificadas com relação a dois aspectos principais, quais

sejam: 1) quanto aos fins e 2) quanto aos meios de investigação (VERGARA, 2005). A autora

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defende que, com relação aos fins, as pesquisas podem ser dos tipos: Exploratória; Descritiva;

Explicativa; Metodológica; Aplicada e Intervencionista. Já, com relação aos meios de

investigação, segundo a autora, esses podem ser: Pesquisa de Campo; Pesquisa de Laboratório;

Documental; Bibliográfica; Experimental; Ex post facto, Participante; Pesquisa-Ação e Estudo

de Caso (VERGARA, 2005).

Segundo Gil (2002), os estudos exploratórios objetivam a formulação de um problema

visando a realização de uma pesquisa mais precisa, ou para a elaboração de hipóteses, e que

também possibilitem ao pesquisador a compreensão inicial do fenômeno que deseja estudar de

forma mais detalhada e estruturada posteriormente (OLIVEIRA, 1999). Já, para Köche (2000),

a pesquisa descritiva deve ser utilizada quando se pretende estudar as relações entre duas ou

mais variáveis de um fenômeno sem a intenção de manipulá-las.

Trata-se de pesquisa exploratória (quanto aos fins da pesquisa), posto que, apesar de

haver estudos variados acerca de terceirização, não se pode dizer o mesmo de MO, e menos

ainda sobre a correlação entre MO e terceirização (VERGARA, 2005). Portanto, a pesquisa

exploratória visa trazer à tona novas informações acerca de um tema pouco explorado.

3.3. Instrumento de Coleta

Conforme método de classificação de Vergara (2005) foi efetuada pesquisa de campo

(por intermédio de entrevistas) e bibliográfica, no que tange aos meios de investigação. O

instrumento, ou procedimento de coleta utilizado foi um roteiro estruturado para entrevistas

pessoais, bem como pesquisa bibliográfica.

Os dados foram então coletados a partir das entrevistas realizadas, mediante o Roteiro

de Entrevistas (Apêndice A), aplicado a gestores em diferentes IES, tendo sido entrevistados

gestores de TI e pessoas de áreas que tiveram parte de seus serviços de TI terceirizados. Para a

elaboração do Roteiro de Entrevistas, foi elaborada uma matriz de amarração em que se buscou

ligar os objetivos específicos, a teoria e as questões a serem feitas aos entrevistados.

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3.4 Técnica de Análise de Dados

Para a análise dos dados qualitativos coletados nas entrevistas utilizou-se a análise de

conteúdo, conforme indicado por Bardin (2009). A autora sustenta que a análise de conteúdo

abrange um conjunto de técnicas e etapas complementares, visando a busca e interpretação dos

conteúdos de mensagens, que no caso desta pesquisa foram obtidas nas entrevistas.

Bardin (2009) defende que análise de conteúdo compõe-se, basicamente, de três etapas

principais: 1) Pré-Análise, que é composta pela organização e preparo do material e a leitura

intensiva deste material; 2) Codificação do Material, que se subdivide em três sub-etapas

(Identificação de Pontos Chave, ou Unidades de Registro; Formação das Unidades de

Significado, ou Unidades de Contexto e Desenvolvimento das Categorias); 3) Sumarização

dos Conceitos, quando as Categorias desenvolvidas são confrontadas com a teoria utilizada.

Uma quarta etapa foi inserida na análise qualitativa dos dados, buscando-se uma

possível relação entre as categorias identificadas (figura 10). O esquema para a análise de

conteúdo está indicado na Figura 9.

Figura 9: Esquema para a análise de conteúdo

Fonte: Perez (2006)

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No que concerne ao preparo, com base em Bardin (2009), após realizadas as entrevistas

e transcritas ipsis litteris, procedeu-se à leitura minuciosa das mesmas, para que fosse realizada

a compreensão das informações ali contidas, com vistas à futura codificação.

Após, iniciou-se a fase de codificação, quando foram registrados as perguntas e o núcleo

das respostas, identificadas palavras-chave, expressões que refletiam a síntese das respostas dos

entrevistados, formando assim as Unidades de Registro – UR. Em seguida, agruparam-se as

unidades de registro consoante seu significado e contexto, por afinidade, estabelecendo-se as

Unidades de Significado – US.

A partir das unidades de registro, agrupadas em unidades de significado/contexto, fora

possível categorizar as respostas obtidas, sumarizá-las, chegando-se então às cinco categorias

apresentadas na seção 4.

3.5 Sujeitos da Pesquisa

Na pesquisa qualitativa procura-se avaliar a representatividade de um conjunto de atores

participantes. Geralmente, o pesquisador que adota a pesquisa qualitativa não está preocupado

com a quantificação ou aleatoriedade da amostra estudada, mas, na importância dos contatos

com os potenciais participantes (TRIVIÑOS, 1997).

Para a pesquisa realizada, os elementos-chave dos quais se obteve informações foram

os entrevistados. Aplicou-se o roteiro de entrevistas previamente elaboradas (Apêndice A) a

seis gestores em três IES no Estado de São Paulo, tendo sido entrevistados gestores de TI e

pessoas de áreas que tiveram parte de seus serviços de TI terceirizados, a fim de se obter visão

da TI e visão de áreas gestoras de serviço de TI terceirizado.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Conforme informado anteriormente, a coleta de dados se deu por meio de entrevistas,

mediante roteiro previamente elaborado. Ao todo, foram realizadas seis entrevistas, durante o

primeiro semestre de 2016. Inicialmente, foi realizada uma entrevista piloto, ao final da qual,

foi solicitado o feedback do entrevistado, para decidir-se se o roteiro seria ou não alterado. A

decisão foi pela não alteração. O perfil dos entrevistados está detalhado no Quadro 7.

Quadro 7: Perfil dos Entrevistados

Entrevistado IES Nome

Cargo Formação Tempo na

IES (Iniciais)

E1 IES1 JB Gerente de TI/CIO Pós-graduação 17 anos

E2 IES2 LC Coordenador/Professor Pós-graduação 16 anos

E3 IES1 NC Gerente Administrativo Pós-graduação 47 anos

E4 IES3 ME Coordenador/Professor Pós-graduação 7 anos

E5 IES3 AE Coordenador/Professor Pós-graduação 6 anos

E6 IES2 BB Gerente de TI Pós-graduação 5 anos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Das seis entrevistas, cinco foram realizadas presencialmente e uma fora realizada via

Skype, pela impossibilidade do entrevistado de realizar um encontro pessoal. Todos os

entrevistados mostraram-se solícitos, ávidos por colaborar com a pesquisa. Alguns

entrevistados interessaram-se em obter um feedback ao final do trabalho, a ser realizado, pela

leitura da dissertação, ou apresentação a ser combinada pelas partes. Eles demonstraram

interesse pelo tema; julgaram-no pertinente e atual, e expressaram suas opiniões de forma livre

e demonstraram-se bastante à vontade para responderem as perguntas, bem como, apresentaram

amplo conhecimento do assunto.

4.1 Análise de Conteúdo

Após a realização das seis entrevistas, procedeu-se, cuidadosamente, às suas

transcrições, para então, dar início à análise de conteúdo segundo as recomendações de Bardin

(2009). A análise foi realizada em etapas, que estão detalhadas nas próximas seções.

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4.2 Identificação das Unidades de Registro - UR

Seguindo as recomendações de Bardin (2009), em seguida à leitura acurada das

entrevistas transcritas, ressaltou-se das respostas seu núcleo: as palavras-chave, emergindo as

chamadas Unidades de Registro – UR (Apêndice B).

As UR´s foram selecionadas a partir da análise de cada entrevista, destacando-se delas

as palavras ou expressões chave. Os entrevistados enfatizaram seus pontos de vista, inclusive

utilizando-se de repetições dos conceitos que julgavam importante ressaltar e registrar. Por isso,

houve vezes em que as respostas dos entrevistados à pergunta feita em determinado momento

estavam embutidas nas repostas a outras perguntas.

4.3 Formação das Unidades de Significado - US

Para a formação das Unidades de Significado (US - Apêndice C) efetuou-se o

agrupamento das Unidades de Registro identificadas anteriormente, as quais foram aglutinadas

por similaridade de conteúdo e significado, considerando-se o contexto, o que fez surgirem as

Unidades de Significado – US. Ao todo, foram formadas 13 USs.

4.4 Formação das Categorias

A partir das Unidades de Significado (US), também, por similaridade procedeu-se à

formação das categorias, o que significa ter-se chegado aos elementos centrais que resumem os

achados das entrevistas realizadas. Dessa forma, formaram-se seis Categorias indicadas no

Quadro 8, as quais são detalhadas na sequência.

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Quadro 8: Quadro de Categorias Criadas a partir da condensação das US´s.

Categoria

Unidade (s) de Significado

C1: Impactos Gerais da Terceirização de

Serviços de TI nas IES

Regra de formação: (US que representam os

impactos e resultados de terceirização de

serviços de TI).

US1: Impactos Positivos da Terceirização

US3: Impactos Negativos da Terceirização

C2: Impactos da Terceirização de Serviços

de TI na MO das IES.

Regra de formação: (US que apontam

impactos da terceirização de serviços de TI

na memória organizacional).

US2: Impactos Positivos da Terceirização na Memória da IES

US4: Impactos Negativos da Terceirização na memória da IES

C3: Sustentabilidade e Estratégias das IES

Regra de formação: (US que apontam para

a necessidade do equilíbrio entre

terceirização e estratégia da organização).

US5: Estratégia da IES: serviços de TI e terceirização

US6: Busca pela Sustentabilidade, inclusive nas terceirizações

US12: Particularidades do negócio Educação

C4: Geração, Preservação e

Compartilhamento da Memória nas IES

Regra de formação: (Importância da

memória da organização, seu

armazenamento e compartilhamento dessa

memória).

US7: Importância da Preservação e Compartilhamento da

Memória e Cultura da IES

US8: Memória Contida nos Funcionários, Retenção de talentos

C5: A Geração e o Repasse do Aprendizado

em IES

Regra de formação: (Aprendizado: gênese e

disseminação, papel da TI nesse processo e

o papel do ser humano em apreender e

repassar conhecimento).

US9: Aprendizado: importância em gerar e repassar

conhecimento

US10: Papel da TI em disseminar o Aprendizado

US11: Papel do ser Humano na Aprendizagem

C6: Gestão dos Contratos nas

Terceirizações de Serviços de TI

Regra de formação: (Preocupação com uma

elaboração contratual bem conduzida para o

sucesso da terceirização).

US13: Importância dos Contratos nas Terceirizações

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Categoria C1: Impactos Gerais da Terceirização de Serviços de TI nas IES foi

formada pelas seguintes Unidades de Significado:

US1: Impactos Positivos da Terceirização

US3: Impactos Negativos da Terceirização

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Esta Categoria apresenta os impactos da terceirização de serviços de TI percebidos pelos

entrevistados, suas observações e críticas – construtivas e negativas - acerca dos resultados da

terceirização, nos serviços e na organização. Mesmo os mais entusiastas da terceirização

perceberam algum ponto negativo e, por outro lado, os mais céticos quanto aos bons resultados

da terceirização indicaram algum ponto positivo, como se depreende dos trechos a seguir:

E1: “não tem muito sentido a gente ficar tendo aqui equipes internas especializadas

para cuidar de um negócio que é de pequeno volume e de altíssimo custo para a gente

ter esse tipo de recurso. (...) a gente tem contratos de manutenção e suporte né... com

terceirização”.

E1: (sobre a queda/aumento da qualidade) “ele tende a no máximo historicamente ele

não se mantém muito bem não. Ele, ainda mais para a queda do tempo, especialmente

para a área operacional”.

E2: “quando você terceiriza você faz um contrato muito claro com a empresa

terceirizada você corrige alguns vícios que você não faz com equipe interna. Equipe

interna você está acostumado a dar jeitinhos, burlar regras, burlar processos. Então

obrigou com que nós como usuários tivéssemos mais disciplina. Então assim houve

um impacto na melhoria da nossa organização interna para lidar com empresa

terceirizada”.

E2: “O custo mensal estava muito alto (...) acompanhei um pouco porque teve alguns

problemas nessa internalização. Apesar de eles internalizarem o Moodle eles

colocaram todos os sistemas acadêmicos terceirizados em termos de banda de internet.

Eles colocaram tudo na nuvem e fizeram um acordo de assim que a empresa liberaria

a banda que a gente precisasse para que não houvesse esse problema de banda”.

E3: “Quando se decidiu pela implantação do GED, nós tínhamos um acervo muito

grande e inicialmente nós tentamos fazer com recursos próprios e aí a gente percebeu

que não havia como fazer com recursos próprios em função de todo aquele acervo que

a gente tinha para recuperar o tempo perdido”.

E3: “cada instituição é muito característica, mesmo algo desenvolvido por um

especialista da área, que conhece o negócio não dá certo porque não conhece a

instituição, o resultado da terceirização... é meio... eu não sou simpático na

terceirização pelas experiências que nós tivemos não em terceirização efetivamente

mas em tentativas de implantação de novos sistemas para substituir aqueles que foram

desenvolvidos pela gente, e aqui não há nenhuma resistência a mudança não. A gente

vai atrás das mudanças e se for melhor a gente muda, porém, está difícil de achar

algum... alguma coisa melhor”.

E4: “acho que os fatores que levam a as empresas terceirizarem eu acho que é assim,

talvez custo” .

E4: “No primeiro momento se teve o investimento pesado na área de tecnologia mas

pelo período que eu estou aqui isso já se pagou”.

E5: “E a questão da busca da qualidade vai vir com esse apoio. Vejo esse aspecto,

acho que ela é muito perfeita e bem-vinda sempre. ”.

E5: “softwares de terceiros e isso gera uma dependência muito grande”.

E6: “eles sempre trazem boas práticas de mercado”.

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E6: “a gente vê até outros tipos de problemas, a gente começa a ter problema de

atendimento com a empresa”.

Melhores práticas de mercado, redução de custos, melhoria e organização dos processos

internos e agilidade são alguns dos impactos positivos indicados pelos entrevistados. Tardugno,

DiPasquale e Matthews (2000) trabalham alguns pontos chave para se observar quando da

busca pela terceirização. Dentre eles, os autores pontuam que para haver uma boa terceirização

deve-se definir os processos internos e o escopo com as necessidades da organização, pois sem

essa definição clara do que se intenciona com a terceirização, ou seja, processos, não há como

a terceirizada saber o que entregar para a contratante.

Para Santos (2015) a terceirização pode ser vista como uma “estratégia otimizadora”,

visto proporcionar redução de custos com atividades que são acessórias. Dependência da

terceirizada e Custo alto para implantação ou custo a posteriori e não planejado, inviabilizando

o projeto, foram alguns impactos negativos percebidos pelos entrevistos.

Doughty e Grieco (2000) advertem quanto ao risco de se terceirizar um serviço de TI

sem estudo prévio de custo em longo prazo, para não haver perda futura. A autora relembra

que a contratação da terceirização não significa ter encerrado a pesquisa, antes, a organização

deve fazer o acompanhamento, a gestão desse contrato, para que ele seja bem-sucedido. A

terceirização não é indicada nos casos em que há temor quanto à perda de controle (KLIEM;

LUDIN, 2000).

A Categoria C2: Impactos da Terceirização de Serviços de TI na MO das IES foi

composta pelas seguintes Unidades de Significado:

US2: Impactos Positivos da Terceirização na Memória da IES

US4: Impactos Negativos da Terceirização na memória da IES

Esta Categoria trouxe as impressões dos entrevistados acerca dos impactos sobre a MO

da IES gerados pela terceirização de serviços de TI. Na Categoria anterior foram apontados

impactos gerais ocasionados pela terceirização. Nesta Categoria, o foco foi na MO, em quais

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nichos dela se notou benefícios ou malefícios, oriundos do processo de terceirização de serviços

de TI, como se percebe nas falas dos entrevistados, retro exemplificadas.

A perda de memória, efetivamente por meio de perda de informações e documentos, ou

dificuldade para obtê-los, é uma assertiva recorrente dos entrevistados:

E2: “nós estamos tendo dificuldade de ter acesso à algumas coisas, a alguns arquivos

nossos que estão lá na “Empresa 1””.

E3: “houve perda de informações geradas e registradas”

E4: “Mas isso não significa que não, em determinado momento a gente não teve

problemas de recuperação de informação”.

E6: “dificuldade de se obter informações: Isso nós tivemos e o impacto foi bem alto.

Pode por aí um oito. Não põe um dez porque a gente conseguiu contornar”.

Falta de conhecimento do negócio - no caso, educacional:

E3: “A área de TI é... as pessoas tem que conhecer o negócio. Especialmente em TI.

A nossa grande vantagem é que a nossa área interna de TI são pessoas que conhecem

muito do negócio e se a gente terceirizar, quem não conhece o negócio e a escola

como qualquer instituição cada um tem sua peculiaridade, tem suas características

intrínsecas que só o tempo é que faz com que as pessoas se familiarizem e tratem disso

com certa, com mais facilidade”.

A ineficiência ou falta de compromisso dos funcionários da terceirizada leva a serviços

mal executados:

E3: “a gente não pode fugir da experiência da gente que... isso dá um impacto em

função de um atraso de um documento de um aluno que não se acha porque foi mal

indexado. Isso dá um transtorno um atraso que dá”.

E4: “Lógico que teve problemas, sem dúvida nenhuma. Lógico que na secretaria

tivemos casos que não foram muito bem classificados de forma correta”.

Pode ocorrer a perda da identidade da empresa contratante:

E1: “se você tem uma empresa que você não tem esse controle você está botando em

risco a instituição, perdendo patrimônio, perdendo informações estratégicas, perdendo

coisas que podem prejudicar a história da organização incorrer em erros futuros”.

E1: “precisa ter os cuidados devidos porque senão pode acontecer de sua empresa ir

perdendo a identidade quando outros podem crescer em cima de você”.

Quando os funcionários são terceirizados, eles não têm o mesmo compromisso que os

internos, inclusive pela discrepância entre os muitos benefícios que os funcionários internos

recebem em contraponto aos recebidos da terceirizada:

E1: “terceirizado numa instituição como a nossa ele não tem o mesmo nível eu diria

de benefícios. O compromisso dele nem sempre, especialmente do nível mais

profissional nem sempre vai chegar, no mesmo, na mesma motivação, né?!”.

E1: “as pessoas que vem de fora não têm a maturidade dos processos conforme o que

você tem dentro de casa especialmente em instituições de porte”.

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E5: “Então assim, você destaca essas pessoas e elas fazem a coisa acontecer. Então já

é uma barreira que não existe porque é de funcionários internos”.

Santos (2015) defende que a forma de tratamento inferior e a recompensa a menor pelos

serviços terceirizados prestados desencadeiam consequências graves na qualidade do serviço

prestado pelos terceiros, pois menos motivados, menos se comprometem com a instituição onde

prestam serviços, o que pode levar, como citações dos entrevistados supra transcritas, a falhas

na execução dos serviços, falta de profissionalismo, desinteresse em conhecer melhor o negócio

da empresa e produzir melhores resultados.

Notou-se, também, o interesse dos funcionários internos em conhecer novas técnicas de

mercado, trazidas pelos terceirizados:

E2: “o sistema que nós não tínhamos internamente as próprias pessoas internas

passaram a querer conhecer um pouco melhor os sistemas. Então quando a gente

internalizou nós tínhamos pessoas preparadas para trabalhar coisa que nós não

tínhamos no início do processo”.

Possibilidades de melhoria dos processos, de atualizar serviços atrasados, otimizar

procedimentos:

E3: “E nós tivemos que terceirizar o serviço para tentar (...) recuperar esse serviço

“atrasado”.

E5: “Mesmo às vezes não tendo conhecimento do que é educação por exemplo, mas

ela sabe o meio que eu consigo melhorar esse processo. Eu acho que é altamente

positivo”.

E6: “E uma empresa externa não trabalha sem escopo de trabalho, sem custo por hora,

não existe isso, né? Então a gente é obrigada a definir muito melhor o nosso processo”.

Para Bergamaschi (2004), empresas de grande porte têm uma área de TI bem

estruturada, com pessoal interno para acompanhar as novas implementações e atualizações

trazidas pelas terceirizadas, como na compra de serviços técnicos, de alta complexidade. O

autor pontua que as terceirizadas têm profundo conhecimento técnico e de mercado dos serviços

que oferecem, justamente por estarem inseridas em vários contextos e diferentes organizações.

Fazendo um paralelo com as respostas dos entrevistados, percebe-se que esse nível de

conhecimento específico das terceirizadas, aliado à boa estrutura interna de TI (visto terem sido

entrevistadas IES de grande porte), permite uma melhoria dos processos internos, absorção de

novos conhecimentos e melhores práticas de mercado, pelos funcionários da IES.

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A Categoria C3: Sustentabilidade e Estratégias das IES foi composta pelas seguintes

Unidades de Significado:

US5: Estratégia da IES: serviços de TI e terceirização

US6: Busca pela Sustentabilidade, inclusive nas terceirizações

US12: Particularidades do negócio Educação

Esta Categoria indicou a importância de se ter as estratégias da organização alicerçadas

e bem definidas, inclusive para processos decisórios quanto a terceirização de serviços de TI,

aliada às idiossincrasias das IES frente ao mercado, bem como a busca comum de todas as

organizações: sustentabilidade.

No que tange ao processo decisório pela terceirização, a organização deve ter clara sua

estratégia e o valor de seus serviços de TI e, baseada nesses valores, determinar quais serviços

serão terceirizados. Os entrevistados – em sua maioria, entendem os serviços de TI

fundamentais na organização, e definem como terceirizáveis os serviços operacionais,

acessórios, ou seja, a parte não estratégica.

E1: “Então nem sempre o que a gente observa é que as organizações fazem uma

análise de médio a longo prazo. Quando você faz uma análise de médio a longo prazo

muita coisa é descoberta, muita coisa aparece”.

E3: “A área de TI é... as pessoas tem que conhecer o negócio. Especialmente em TI.

A nossa grande vantagem é que a nossa área interna de TI são pessoas que conhecem

muito do negócio”.

E1: “TI precisa ter também toda essa parte comercial, essa parte legal, toda essa parte

de visão estratégica para dar um norte”.

E4: “Tem que ser um terceirizado onde eu tenha controle. Onde eu tenha condição de

avaliar”.

E6: “parece que a gente aqui é médico, que a gente está fazendo cirurgia cardíaca,

todo o dia. É imensurável, tá? É enorme, enorme. Eu não consigo te dar essa

informação de forma quantitativa mas existe uma dependência gigantesca do

funcionamento da instituição com a área de TI”.

E3: “o serviço de TI internamente, o nosso serviço de TI ele é essencial, primordial.

Sem isso hoje não sei o que seria de qualquer instituição e não a nossa, qualquer

instituição quando há um problema de rede normalmente 90% dos profissionais ficam

parados”.

E5: “TI (...) até por uma questão de governança corporativa (...) ajudou com que ela

viesse para os negócios de uma forma diferente, porque se antigamente era um setor

atípico dentro das empresas, a partir dos tempos ela tornou um departamento dentro

das áreas das empresas”.

E4: “a instituição é muito resistente nesse ponto. Ela entende o seguinte: aquilo que

é o meu negócio é minha estratégia. Se eu passar para alguém de fora eu estou

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passando parte daquilo que eu demorei anos para desenvolver para fora. Alguns

serviços que não são essenciais efetivamente são passados, mas são serviços não

ligados a área de tecnologia, porque aqui nós vivemos a tecnologia”.

E5: “a empresa primeiro ela tem que ter uma grande preocupação, o que ela deve

terceirizar de fato”?

Há também, entendimento de que se possa terceirizar qualquer serviço, entretanto,

mesmo esse conceito é permeado pela compreensão da necessidade de estudo prévio dos

benefícios que essa terceirização traria.

E2: “Eu particularmente sou muito suspeito, eu como gestor eu terceirizaria tudo”.

E2: “TI não é diferencial competitivo de uma instituição de ensino, entendeu? TI não

é o diferencial competitivo. Então eu acho que assim, agilidade da TI pode ser e do

jeito que está não está competitivo”.

E2: “a gente percebe o seguinte: o pessoal da área de TI (...) eles não querem, eles

morrem de medo da terceirização no sentido da perda de poder, perda de controle dos

dados e tal. Mas assim os gestores precisam olhar muito a questão da agilidade”.

E2: “Então eu acho que tem que conseguir pontuar cada coisa em termos de impacto

em termos de qualidade de serviços enfim, essas coisas todas”.

No que concerne à sustentabilidade das operações da organização, quando da

terceirização, os entrevistados entenderam-na como fundamental:

E1: “Agora a gente tem o domínio de todo o Modus Operandi, então eu diria, Técnico-

Comercial (...). Porque se você não tem o entendimento de como é toda a operação

dessa coisa é na hora de uma negociação comercial você fica vendido”.

E1: “Sempre olha referências e paradigmas. Todo o contrato ele deve ser de

preferência lastreado com outros estudos de caso, além das condições de chegar no

“know how” de bom termo, porque senão você fica em desvantagem.”

E5: “sustentabilidade também é não só a questão de papel mas outros recursos que a

TI possa substituir perfeitamente sem perder qualidade, acho que isso é importante”.

E1: “efetivamente a gente precisa ter esse Tripé – legal, técnico e comercial”.

E1: “Redução de custo a gente entende como a necessidade que todo o gestor tem

que ter todo o tempo para nunca ter desperdício contra a instituição. Ou seja, cai de

novo na sustentabilidade”.

E1: “Para sair alguma coisa boa isso precisa ser gerenciado em tempo. De novo,

palavra mágica sustentabilidade. Não adianta ser algo bem resolvido hoje daqui um

ano em outro cenário a coisa degringolar. A gente que você tem que acompanhar.

Terceirização envolve gestão diária, acompanhamento diário ou seja, preciso ter isso

em tempo real porque pode nascer bem e daí um pouco a coisa o cenário ou seja,

qualidade da empresa, saúde financeira, gestão, ou seja, a empresa hoje está boa

amanhã ela não está, ela vai dar um calote ou para de prestar um bom serviço”.

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E3: “o terceirizado não tem a expertise e o conhecimento do nosso negócio. Então tem

que transferir todo a informação possível para que eles tentem aprimorar esse

processo...”

Abreu (2009) apresenta riscos da terceirização de TI, e pontua, o risco da insegurança

da informação, o risco da divulgação de estratégias, o risco da dependência do fornecedor, o

risco da escalada dos custos, risco de erro na escolha da tecnologia, risco da defasagem

operacional, risco de dificuldade de assistência técnica, dentre outros, o que consolida as

percepções dos entrevistados, nessa mesma vertente. Quanto às particularidades das IES, os

entrevistados ponderaram:

E1: “pelo fato de ser Instituição Educacional, a gente tem algumas facilidades com as

empresas que tem uma tratativa diferente para vertical educação”.

E1: “a complexidade dos grandes sistemas de gestão dos RP´s não permitem ainda

hoje, em 2016, que você terceirize tudo (...) porque a indústria do software está muito

a desejar, o cenário brasileiro com essas particularidades”.

E1: “tudo aquilo que envolve aluno com professor, partes pedagógicas, e a gestão

disso até chegar no analítico e todos os processos envolvidos não é algo tão simples

que esteja já embarcado nos sistemas de mercado com todas as propriedades, então

necessariamente implica que você tem que ter equipes internas”.

E3: “e a escola como qualquer instituição cada um tem sua peculiaridade, tem suas

características intrínsecas”.

E3: “Dentro de uma escola nós temos muitas peculiaridades que se a terceirização

vem com pessoas que não as conhecem, prejudica muito o trabalho”.

Ferris (1991) trabalha a questão das contratações realizadas pelas IES, e examina as

peculiaridades das IES em face das demais empresas, visto que há IES pública, privada, e até

mesmo IES sem fins lucrativos. O autor analisa a questão de se externalizar serviços e as

necessidades básicas da IES, como instrução, pesquisa e serviço.

Nesse contexto, registra-se ter observado que os serviços de TI mais terceirizados foram

aqueles periféricos, operacionais, reservando-se a parte estratégica para execução interna.

E1: “telecomunicações, links de internet, links de satélite, links de intercomunicação

entre as unidades “IES””; “escaneamento de documentos, nós temos na área de

impressão, as impressoras corporativas, nós temos de serviços nos Datacenters, nós

temos nos contratos de suporte e manutenção de toda a infraestrutura de rede de

servidores”; “parte de anti-incêndio”; “parte de energia elétrica, os Nobrakes,

Geradores, Edificadores e equipamentos em geral(...) a gente tem contratos de

manutenção e suporte”; “demandas de governo de cunho social que necessariamente

a gente acaba tendo que buscar parceiros de softwares, de processos, de serviços”.

E2: “A impressão foi terceirizada”

E3: “GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos”

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E4: “toda a parte de rede nossa é terceirizada”; “mas assim, é o operacional (...)”; “O

estratégico está na mão interna, está na mão da gestão, tá”?

E5: “parte de infra-estrutura de rede”; “manutenções internas dos computadores”.

E6: “Outsourcing de impressão”; “desenvolvimento que eu estou falando do Moodle”;

“contrato de software e manutenção de hardware”; “a gente acaba tendo aqui dentro

da instituição algumas áreas que são operacionais e que seriam passíveis de serem

terceirizadas”.

A Categoria C4: Geração, Preservação e Compartilhamento da Memória nas IES

foi composta pelas seguintes Unidades de Significado:

US7: Importância da Preservação e Compartilhamento da Memória e Cultura da IES

US8: Memória Contida nos Funcionários, Retenção de talentos

Automação e sistematização geram a base de dados, conhecimento e, consequente

memória, a importância da história da IES e o amor pela marca, pela bandeira da IES,

necessidade de armazenar conhecimento e informações – gestão do conhecimento, dano

oriundo da perda de funcionários que detinham a memória dos processos e da história da

organização - são alguns dos pontos apontados pelos entrevistados com relação a essa

Categoria.

Foi um consenso dos entrevistados entender o quanto importante a marca e a história da

IES são, e como TI pode auxiliar no processo de preservação desses documentos formadores

da história da IES. Isto ficou evidenciado nos seguintes trechos de entrevistas.

E1: “a “IES” tem uma forma especial de ser e isso é mais forte do que a maior parte

das instituições e que as pessoas não carregam tanto a bandeira, até o próprio aluno

nosso carrega para vida né”?

E1: “Porque a organização é acima de tudo a visão do futuro e todo um passado, uma

maturidade de processos, etc., que tem toda uma documentação”.

E1: “Vai ter o histórico completo, tudo sistematizado e muito bem organizado com

tudo. Tudo de tudo, 100% e de forma digital. O que facilita você indexar e buscar, ter

estudo de caso e etc. Mas a questão da memória do lado corporativo ela pressupõe

claro que tem um setor dedicado à isso aí, que você vai ter aí tanto a captura,

sistematização, classificação, ciclo de vida útil, como nós temos em diversos setores

internos”.

E1: “três tipos de informações que são classificadas são: a Online do uso cotidiano, a

chamada vida média, que você pode consultar de vez em quando, nos anos anteriores

mais próximos e a chamada Offline que muito raramente numa auditoria e numa

necessidade especial você vai ter um resgate dela”.

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E1: “Aí você tem o outro universo que é chamado o universo acadêmico, já que nós

estamos na vertical educação, que é chamada a memória acadêmica. (...) produção

acadêmica (...) aí entram trabalhos: monografias, teses, dissertação, capítulos de livro

ou sei lá... livretos, coisas de produção acadêmica em geral onde você precisa ter uma

forma inteligente de armazenar, de preservar e de disponibilizar”.

E1: “Pessoas são substituíveis (...) devem deixar legado da experiência dela, de tudo

aquilo que a empresa investiu em benefício da própria instituição. Ela (a empresa)

não pode perder sua história porque não automatizou processos ou não sistematizou,

não criou política, norma, documentação”.

E1: “pessoas são pessoas, nunca tudo vai estar explícito, tem muita coisa que é tácita

(...) Mas se você trabalhar por processos, você efetivamente incorpora toda essa parte

do conhecimento dentro dos processos”.

E1: “um processo automatizado significa, análise de melhores práticas automatizadas

em benefício da instituição, independente das pessoas”.

E1: “todo o processo de normatização é uma forma de preservação de experiência e

documental e processos e assim por diante, incluindo também questões legais, sejam

elas internas, ou sejam de órgãos reguladores externos”.

E1: “É... a troca de gestores, quando você faz aí uma estruturação de setores onde

envolve outras pessoas que. Aí tem mais perda que propriamente de uma coisa

terceirizada”.

E2: “Tá bom se alguém externo tiver acesso a esses dados aí que ele derruba todos os

meus 30, 40 anos de universidade? Será que isso é tão importante assim? Ou é mais

importante toda a cultura, todo o nome, toda a reputação que a gente construiu? “

E2: “Às vezes a gente digitava em outro sistema e na hora de fechar as notas a gente

ia para o outro sistema e colocava tudo lá que era o sistema interno. Então é assim, o

histórico e dados, vamos dizer assim documentais, não teve”.

E2: “Apesar do nosso sistema ser muito próprio, ele tinha algumas particularidades

utilizadas com relação ao sistema acadêmico, com o nosso jeito de fazer as coisas com

a nossa cultura”

E3: “O serviço facilitou muito o nosso trabalho. Se tivesse sido feito por terceiros ou

com o nosso, tanto faz. O serviço ajudou muito o nosso desenvolvimento. Nós somos

em número grande, facilitou muito, facilita até hoje o nosso trabalho e hoje a gente

está buscando de todas as formas terminar com o restinho de papel que tem ainda por

aí né?!.É tudo eletrônico, e a gente quer tudo eletronicamente”

E3: “temos hoje um sistema onde qualquer tipo de solicitação é feita através do

sistema e não podia ser diferente né?! Dentro do sistema fica tudo registrado”.

E3: “A “IES” tem 150 anos quase de história, e essa história a gente busca preservar

desde a história em si como a história do desenvolvimento do trabalho, que é uma

preservação que a gente tenta manter”.

E3: “ Das coisas, dos processos, das mudanças até tem, mas o que esteve por fora

disso aí a gente não tá registrando muita coisa não. Daqui um pouco a gente vai contar

história disso ai”.

E3: “essa história a gente busca preservar desde a história em si como a história do

desenvolvimento do trabalho (...) indiretamente é passada para todo novo

funcionário”.

E3: “ Mas aí no caso do terceirizado também a mesma coisa. A gente passa a

informação e tenta continuar”.

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E3: “não tem receita de bolo para fazer uma instituição de ensino funcionar. Tem que

saber o gosto do freguês, o gosto da empresa. A Cultura da empresa, estou chamando

a escola de empresa mas tudo bem. A cultura não tem jeito. Então a terceirização é

extremamente complicada”.

E4: “uma organização é formada pela sua memória. As organizações que não tem

memória elas se perdem, elas vão se desfazendo. Eu entendo que assim: as

organizações cada vez mais querem manter aquilo que eles chamam lá de cultura de

gestão do conhecimento, querem manter, reter a cultura do conhecimento para que ele

possa efetivamente guardar uma base histórica de conhecimento para poder aplicar”.

E4: “todos aqui estão inseridos na cultura de tecnologia, é uma condição natural da

organização, todos os gestores têm que estar envolvidos com tecnologia”.

E4: “Eu acho que sim. Acho que se a gente não faz isso, você... eu acho que quando

a gente entra numa instituição a cultura tem que ser no sentido de direcionar a

organização de tal forma que eu consiga mostrar para ela o que foi feito e o que tem

que ser feito. Se o funcionário está muito claro quanto a isso, acho que esse é o

caminho, o caminho natural, da organização”.

E4: “a gente tem aqui na nossa plataforma, por exemplo, hoje que a gente utiliza aqui

tudo isso fica depositado num grande repositório de informações”.

E4: “temos um sistema de atendimento que toda a vez que um aluno for na secretaria

e me solicitou uma informação, eu sei quantas vezes ele foi na secretaria, qual hora

ele foi atendido, qual o tipo de chamado, qual foi a solução dada, qual a resolução,

isso tem os vários níveis, eu acompanho isso etapa a etapa”.

E4: “todo o histórico acadêmico que eu necessito da universidade eu tenho”.

E4: “Eu acho que pelo público que a gente vive por ser professores de nível

universitário, de trabalho, que vivenciam outras condições, outras características... eu

acho que esse público recebe um pouco mais de tranquilidade. Não é um público tão

inexperiente, é um público que já está vivido, que normalmente já participou de

processo de terceirização de TI, muitos aqui já participaram de certificações, de nível

de serviços de nível lá fora, de Cobbit, que tenham essa... que as organizações

necessitem desse tipo de coisa. Então eu vejo que aqui a gente conseguiu reter os

talentos da organização, dentro das suas posições mas de forma muito, muito

tranquila”.

E4: “Mas o que eu acho que é a inteligência do negócio, ela está tão assim bem

enraizada na cultura que se você tirar uma peça e substituir, a engrenagem continua

rodando. Mesmo com o terceirizado ou não. Mesmo num processo terceirizado ou não

a gente continua rodando”.

E5: “cultura, isso aí já é impregnado já quando você abre a instituição”.

E5: “Isso para mim é cultura. Isso para mim não tem a ver nada de tecnologia, é da

pessoa. Pessoa que é a dona do negócio, por exemplo, pode chamar dessa forma ou

um colegiado de pessoas que são donos, eles devem definir isso. E cultuar isso. Todo

mundo que chegar na empresa depois deles já percebam como é aquela organização,

como ela funciona e a partir dali ela vai se adequando e o negócio vai crescendo. Eu

vejo isso no aspecto do que, aspecto da cultura”.

E5: “Agora no aspecto do processo, bom no ramo da educação, a gente tem que ter

processo para tudo. O aluno vem para fazer matrícula, ele tem que ter um processo

dele. Aquilo tem que ser guardado”.

E5: “a instituição obviamente ela tem seus deveres com o MEC também. Tem que

preservar isso de qualquer forma, de tempos em tempos, o curso ele recebe

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autorização para funcionar e depois ele tem o momento do reconhecimento e tem

avaliações contínuas. Então... é mais uma situação de processos que tem que ser

mantido, tem que ter guardado”.

E5: “Eu acho que isso é muito importante. E eu te falo até frisando mais eu não vejo

que a cultura está registrada, ela acontece”.

E6: “o cuidado que a gente tem tomado hoje é tudo aquilo que é novo, que são coisas

novas é de ir realmente avançando e documentando e guardando isso num repositório

de informação”.

E6: “os processos ficam muito na cabeça da pessoa que está trabalhando com aquilo.

Seja na área de negócios, seja na área de TI, né? O que que significa? Quando a gente

fez a transição do Moodle de fora para dentro a gente tinha uma preocupação muito

grande com essa questão de memória nossa”.

E6: “ficamos perdidinhos, mas tão logo nós fomos capazes de reconstruir isso e

entender, transformar isso no técnico, transformar isso na TI não foi o nosso principal

desafio. Então o quê que isso me leva a crer? Que a memória ela é importante, muito

mais do que no técnico, naquele processo que você tem. Se o processo está muito bem

documentado, se nós temos pessoas e backup dessas pessoas devidamente

qualificadas, nós temos a condição de darmos continuidade na memória da

instituição”.

E6: “Quando a gente colocou isso eu não estava na instituição, tá? Mas eu tenho o

histórico (...)”

E6: “é muito importante que a TI tenha funcionários que mantenham esse histórico.

E seria também muito interessante que as outras áreas de negócio replicassem isso.

Mas isso eu acho que é questão de cultura da empresa”.

Pelas experiências compartilhadas pelos entrevistados, descritas acima, pôde-se

perceber que a cultura das IES é motivo de preocupação, a memória das organizações é tópico

recorrente como valioso e desafiador a sempre implementar novos meios de se manter e

repassar, inclusive utilizando meios eletrônicos e parcerias com a TI para que haja melhor

armazenamento, guarda e retenção dessa memória, e também, fora descrita a preocupação com

a memória contida nos funcionários.

Portanto, a aquisição, retenção e a recuperação da MO (Walsh e Ungson, 1991) é um

fator relevante para os entrevistados. Esses temas emanados das entrevistas foram abordados

por outros autores, tais como Freire; Tosta; Helou Filho; Silva (2012), quando argumentaram

da importância da criação e manutenção de uma base de conhecimento, que permita o

compartilhamento da MO.

Dunham e Burt (2011) assinalam que a memória se forma tanto pelo conhecimento

explícito quanto pelo tácito. Gong e Greenwood (2012) advertem para o perigo da perda de

talentos da organização. Segundo os autores, esses indivíduos são grandes detentores da MO, e

perdê-los acarreta na defasagem coletiva da MO. A memória é um processo dinâmico pelo qual

se obtém informações e experiências do passado, que permitem conhecimento suficiente para

decisões presentes (PEREZ; RAMOS, 2013).

A TI pode ser um valioso instrumento para a manutenção da MO nas organizações,

frente às suas atividades que permeiam todos os setores da organização. No caso do ramo

educacional, como lembrado pelo E4, os professores e coordenadores já têm certo

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conhecimento das ferramentas de TI e do sistema, o que nos remete ao estudo de Perez (2013),

onde se percebeu que quando os usuários já têm certo domínio do sistema a ser utilizado há

uma tendência positiva na boa execução das tarefas, por toda a organização.

Segundo Ferreira (2015) o uso dos sistemas de informação é uma eficaz ferramenta para

armazenamento do conhecimento e, por conseguinte da memória, e portanto, exerce voraz

controle da perda de memória, vez que a TI promove o registro, a preservação e a recuperação

dos componentes da memória.

A Categoria C5: A Geração e o Repasse do Aprendizado em IES foi composta pelas

seguintes Unidades de Significado:

US9: Aprendizado: importância em gerar e repassar conhecimento

US10: Papel da TI em disseminar o Aprendizado

US11: Papel do ser Humano na Aprendizagem

No que diz respeito à geração e ao repasse do aprendizado, os entrevistados ressaltaram

o importantíssimo papel da TI, como veículo gerador de facilidades e disseminador, e

pontuaram que o indivíduo é fundamental, pois depende dele absorver conhecimento e

compartilhá-lo com os demais, inclusive registrando-o no sistema. Seguem alguns trechos das

entrevistas que enfatizam a importância do aprendizado.

E1: “Colabora porque a TI ela está na base do mundo digital, e a gente vê que a escola

formal ela vai até um certo período da vida enquanto que o ser humano ele precisa de

aprendizagem em tempo real né, ou seja, aprender todo o tempo e durante toda a vida”.

E1: “o mundo da tecnologia está permeando tudo isso e fazendo uma mistura e que

isso de certa forma repercute de certa forma no chamado aprendizagem informal. (...)

Essa medição ela não é tão óbvia”.

E1: “uma pessoa alinhada com a organização, dedicada com a organização, ela deve

buscar as competências que agregam valor para ela e pro setor dela na organização

(...) não dá mais para uma peça pensar só nela ela (...) então todo profissional precisa

efetivamente estar ligado no que que maximiza”.

E2: “elas acabaram de certa forma treinando as outras funcionárias do atendimento

geral da universidade e aí ficou uma pessoa só como uma especialista vamos dizer

assim na área de EAD e as próprias outras pessoas que davam o suporte dos outros

processos aos alunos acabavam dando suporte também ao sistema Moodle porque ele

era muito mais intuitivo”.

E2: “Havia essa ideia de dizer olha... a nossa equipe vai ser conhecedora de um

sistema que é utilizado em todo o mundo, que todo o mundo utiliza, é gratuito, tem

suas realizações e vai ser bom porque a nossa equipe conheça e que não precisamos

mais pagar para alguém fazer para nós. Se aconteceu eu não sei”.

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E2: “Quatro horas de um coordenador para fazer um serviço que bastaria sei lá cinco

linhas de programação e o sistema faria só o que ele devia”.

E3: “nós temos uma atuação junto à TI bastante próxima e em função da nossa (...) de

fato a gente tem afinidade profissional muito intensa e uma parceria muito intensa”.

E3: “ Então de fato a interação é extremamente importante”.

E3: “A transferência é extremamente importante, tá?!”

E4: “Existe uma cultura de treinamento constante, então isso é uma coisa... existem

treinamentos que são feitos via plataforma de ensino, tem treinamentos que são feitos

efetivamente via estudo presencial”.

E4: “Nós usamos a ferramenta para desenvolvimento lógico, usando a linguagem de

programação para desenvolvimento, mas a inteligência desse negócio é feita

internamente”.

E4: “Então aquele conceito de que projeto a gente tem, aqui funciona. Feito, tá com

documento, validação, todo mundo assinando, quem usa e tal, ok... acontece.

Acontece de fato”.

E5: “A empresa tem que ter um sistema sim que aporte isso, que guarde essa memória

que digitalize essa memória”.

E5: “é uma conquista mais das pessoas que estão chegando, de ocupar esse novo

espaço por exemplo de uma forma que não possa ferir quem está lá de nenhuma

maneira, e conquistar essa coisa. Isso é uma troca e assim é ai realmente uma

constante, porque nem sempre no mundo das empresas você percebe que tem pessoas

que a gente pode chamar de mentor, os mentors que estão lá para passar justamente

aquele know how para algumas pessoas novas e assim ter uma continuidade”.

E5: “Claro que aí é a TI que vai nos apoiar. Senão a gente vai viver eternamente no

Excel, no Powerpoint e no Word. A ideia não pode ser essa”!

E5: “ talvez (a TI) disseminar sim, mas compartilhar... quem compartilha sou eu”.

E5: “Mesmo que a gente tenha recurso financeiro e recurso tecnológico, recursos

humanos com a tríplice aí, (...) recursos humanos para mim está sempre à frente de

qualquer processo. Os outros são apoio”.

E5: “TI ela se predispõe a não fazer o negócio sozinha, ela vem em ouvir o usuário.

Isso para mim fez uma grande diferença no processo de implementar e até aceitação”.

E5: “Você pode ter vários setores gerando informações e eu aqui na frente querendo

ter uma informação qualquer ele vai na base, busca a informação e trabalha”.

E6: “a TI é um braço excepcional nessas horas, né? Porque são pessoas que

acompanharam os processos, viram a criação deles, conhecem, talvez não sejam

capazes de sugerir novas práticas porque não estejam totalmente atualizados”

E6: “a gente quando percebe algumas dificuldades nas áreas e as áreas não estão muito

a favor de replicar ou perde um funcionário por qualquer razão, a TI quase sempre é

a salvadora da pátria aí, né”?

E6: “Então se hoje a gente tivesse que fazer o inverso, fazer uma internalização desses

serviços de novo nós teríamos um gap de conhecimento sim. Mas como a gente

decidiu tirar daqui... é assim, o que ficou com a gente a aprendizagem continua, aquilo

que saiu de fato a gente parou de desenvolver”.

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Os profissionais considerados grandes talentos na organização são detentores de

habilidades críticas, com o conhecimento técnico, bem como do conhecimento de operação,

adquiridos por suas funções na organização (GONG; GREENWOOD, 2012).

Para Dunham e Burt (2011), é notória a importância dos funcionários, principalmente

os mais antigos na organização, para a apreensão e compartilhamento de conhecimento. Gong

e Greenwood (2012) também desenvolveram bem o conceito da TI como parte fomentadora do

conhecimento da organização, por ser esse setor o que efetivamente gerencia o conteúdo, o

conhecimento armazenado na organização. É importante ressaltar que essa geração e

compartilhamento do aprendizado, quer via sistema, quer via indivíduo, são instrumentos

perpetuadores da MO na organização.

A Categoria C6: Gestão dos Contratos nas Terceirizações de Serviços de TI emergiu

das considerações dos entrevistados e foi composta pela Unidade de Significado:

US13: Importância dos Contratos nas Terceirizações

E1: contratos protegendo a organização contra falhas ou sempre garantindo a história

do SLA’s né?! Chamados níveis de qualidade de atendimento, dentro do que a

organização quer e precisa

E1: valor agregado se tudo bem gerenciado. Se não tiver uma boa gestão, não tiver

um bom controle, com bons contratos etc.... você pode também amargar com

problemas graves né?! O cenário é de mudança, e um contrato que muda tem impacto

grande em cima de você.

E1: O impacto que acontece é quando os indicadores, as SLAs não são cumpridas,

né? Daí aquilo que era para ser uma solução, ela vira um problema. Então assim eu

acho que talvez o não cumprimento dos acordos isso é um problema

E2: O pessoal se preocupou muito em ter contratos, porque é assim, eu lembro que a

“IES” ela era muito avessa a esse negócio de terceirização de TI principalmente pelo

setor que tinha lá por causa dessa questão de você ficar na mão, com os dados na mão

do...ele tinha muito esse medo.

E6: Tem que saber exatamente como pedir, o que cobrar e aquilo quase sempre vai

constar num contrato. Então você não vai conseguir fugir daquilo que você contratou

E6: O impacto que acontece é quando os indicadores, as SLAs não são cumpridas,

não é? Daí aquilo que era para ser uma solução, ela vira um problema. Então assim

eu acho que talvez o não cumprimento dos acordos isso é um problema

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Essa questão dos contratos, a necessidade de contratos claros e bem estruturados, a importância

de se definir SLA´s (acordo de nível de serviço) foi abordada espontaneamente pelos

entrevistados, e por isso compõe esta última Categoria. Os contratos de TI, com as SLA´s

definidas, garantem a entrega do que fora efetivamente contratado, estabelecendo níveis de

segurança e possíveis penalidades (PINHEIRO; SILVA; MANFÉ; WIESENHUTTER;

BOTELHO, 2012)

Berghamashi (2004) frisa a importância das SLA´s, e, dentre motivos já elencados, elas

especificarão os meios e níveis para medição dos serviços realizados. Consoante defende Prado

(2005), as organizações, ao longo dos tempos, foram aprimorando suas formas e práticas de

contratar serviços terceirizados, adequando esses instrumentos contratuais às suas realidades e

necessidades, bem como protegendo-se de abusos do fornecedor.

Depreende-se, da preocupação com elaboração contratual tão ajustada às necessidades

da organização e com cláusulas que a protegem de potenciais riscos, que, em se tratando de

um instrumento contratual bem elaborado, este pode ser um instrumento de preservação da

MO da organização.

4.4.1 Esquema de Relacionamento entre as Categorias

A partir das categorias identificadas por intermédio da pesquisa efetivada, apresenta-se

na figura 10 um possível esquema de relacionamentos entre as Categorias emanadas da pesquisa

em tela, em que C2, C5 e C6 influenciam diretamente C4. A Categoria C1 está relacionada com

C2 (ambas são impactos da terceirização de TI) e C3 se relaciona com C6.

Esse relacionamento entre as categorias consiste em uma proposição apenas, podendo

ser contestada, analisada e alterada por pesquisas futuras.

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Figura 10: Proposição de Relação entre as Categorias

Fonte: Elaborada pelo autor.

Uma vez identificados os impactos da terceirização de serviços de TI nas IES (C1), um

estudo à miúde trouxe à tona os impactos dessa terceirização na MO das IES (C2), impactos

estes que afetam diretamente a geração, preservação e compartilhamento da MO (C4).

Em outro ângulo, constatou-se a importância da geração do aprendizado e seu repasse

(C5), bem como a necessidade de contratos bem estruturados nas terceirizações de TI (C6),

ambos coadunando para a perpetuação da MO nas IES (C4).

Finalmente, a sustentabilidade e as estratégias da IES (C3), que são afetadas diretamente

pelos contratos e SLA´s (C6), e os afetam, no sentido de que os contratos para contratação das

terceirizações ocorrem muito bem ajustados à estratégia da organização, àquilo que se pretende

para a IES, e os contratos são o instrumental utilizado pela organização para garantir o

atingimento desse objetivo estratégico, garantindo a sustentabilidade das relações.

Essas proposições de relacionamento entre as categorias emanaram das respostas dos

entrevistados quando da pesquisa qualitativa efetivada nas IES.

C4: Geração, Preservação e

Compartilhamento da Memória nas

IES

C2: Impactos da

Terceirização de Serviços de TI na MO das

IES

C5: A Geração e o Repasse do

Aprendizado em IES

C6: Gestão dos Contratos

nas Terceirizações

de TI

C3: Sustentabilida

de e Estratégias

das IES

C1: Impactos Gerais da

Terceirização de Serviços de

TI nas IES

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O Quadro 9 a seguir foi criado a partir das respostas à pergunta 15 do roteiro de

entrevistas: “considerando a terceirização de TI ocorrida na organização, informe se percebeu

algum dos impactos a seguir listados”. Para as respostas “sim” fora atribuída uma nota de

impacto, de 1 a 10, sendo 1 baixo impacto e 10, impacto máximo. Foi feita a média das notas

atribuídas pelos entrevistados às respectivas perguntas. Quando a resposta foi “não” a nota de

impacto atribuída foi automaticamente zero.

Quadro 9: Média dos Impactos oriundos da Terceirização de serviços de TI em IES

Item Sintoma Ocorreu (S/N) Média do

Impacto (1 a 10)

A Falhas no armazenamento de dados e informações

significantes, que serviriam de base para decisões futuras.

Sim – 33.33% 3

Não – 66.67%

B

Perda de informações anteriormente geradas e registradas

(processos bem definidos, normas difundidas

adequadamente, decisões – boas ou ruins – tomadas, etc.)

Sim – 16.67% 3

Não – 83.33%

C Ausência ou dificuldade de se obter informações fidedignas. Sim – 50%

6.33 Não – 50%

D Problemas para se manter adequadamente informações (não

perder as essenciais e não armazenar o desnecessário).

Sim – 16.67%

6 Não – 83.33%

E Dificuldade para tomar decisões (repetição de erros passados,

etc.).

Sim – 16.67%

6 Não – 83.33%

F Celeridade nos processos, desburocratização. Sim – 100%

6.83 Não – 0%

G Redução de gastos. Sim – 100%

6.80 Não – 0%

H Melhoria da performance (mais com menos) Sim – 83.33%

8.4 Não – 16.67%

I Queda ou aumento da qualidade

Queda: 16.67%

6.4* Aumento:

83.33%

J Outros impactos percebidos, e aqui não elencados. Não houve

resposta 0

Indicar e, se mais de um informar o impacto.

*Para efeito da média considerou-se o impacto atribuído ao aumento, visto ter sido a resposta com maior índice.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Observou-se, com a análise do quadro supra, que a terceirização é percebida como benéfica

pela maioria dos entrevistados. Quando se confronta a resposta rápida “sim ou não” descrita no

quadro em comento com os comentários logo a seguir, durante as entrevistas, percebe-se que o

usuário da terceirização a considera como uma boa coisa, mas por vezes, ao deslindar meandros

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dos serviços executados aponta alguns receios e falhas, que não foram considerados para se

responder “sim ou não”.

Como exemplo disso, o quesito “redução de custo” fora assinalado como ocorrido em 100%

das respostas, mas três entrevistados deixaram claro que inicialmente o custo pode se elevar,

pelo investimento inicial.

E1: “via de regra uma das premissas. Desburocratizar, agilizar, melhorar, sistematizar,

incluindo redução de custos. Para dar o resultado, claro, aí conta bem. Agora para o

outro lado você às vezes faz da terceirização em termos de consultorias né?! Não tem

redução de gastos né?! Pelo contrário, você vai gastar bem né?! Mas com vistas à

melhoria, processos, nem sempre as questões são tangíveis”.

E4: “No primeiro momento se teve o investimento pesado na área de tecnologia mas

pelo período que eu estou aqui isso já se pagou”.

E6: “Isso não reduziu gastos até agora tá? Nesse momento a gente teve até um

investimento adicional. Não foi absurdo, o ganho compensa”.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esta pesquisa procurou-se responder à questão: Como a terceirização de serviços

de Tecnologia de Informação Impacta a Memória Organizacional de Instituições de

Ensino Superior? Para tanto, além da análise bibliográfica inicial, foram entrevistados seis

gestores em Instituições de Ensino Superior.

Pôde-se constatar evidências de que os resultados positivos de uma terceirização eficaz

se devem, em grande parte, à gestão adequada dos serviços terceirizados prestados. Ante ao

fato da pesquisa ter sido focada na terceirização de serviços de TI, ficou nítida a importância

desse setor, acentuando a necessidade de estudo prévio acurado acerca da implementação de

uma terceirização de TI, bem como ressaltou as peculiaridades e necessidades do negócio

educacional – IES, e acima de tudo evidenciou o quão factível é a necessidade de se gerar,

repassar e perpetuar a memória nas IES, via indivíduo e via sistematização de processos (TI).

Foi possível observar que a terceirização de serviços de TI pode impactar tanto de forma

positiva, como, de forma negativa a Memória das IES, como se depreendeu das entrevistas

realizadas, quando os entrevistados afirmaram que houve perda de informações e de dados, que

se observou maior celeridade processual, que se detectou necessidade de trabalhar melhor os

processos internos, o que gerou uma consolidação dos mesmos, acarretou a demissão de

funcionários antigos e consequente perda de memória organizacional e expertise, dentre outros

aspectos destacados. Sendo assim, cabe aos gestores desenvolverem mecanismos e boas

práticas no sentido de se mensurar os benefícios e minimizarem os possíveis impactos negativos

tanto para a organização como um todo, como para a sua memória.

Dessa forma, vislumbra-se que esta pesquisa seja de interesse não só de acadêmicos,

mas de membros da alta gestão de IES que já terceirizam, ou que intentem terceirizar serviços

de TI, de gestores efetivos da área de TI de IES e de gestores de contratos, dentro das IES.

No que concerne aos serviços de TI prestados na IES (Objetivo Específico 1), constatou-

se serem de grande valia, quer para a automação dos processos, quer para a viabilização da

geração e manutenção da memória da organização, bem como do repasse do conhecimento e

fomento à aprendizagem.

Ao se delinear como a terceirização de serviços de TI deve ser objeto de zelo e estudo

prévio, ressaltando sua importância para o alcance das estratégias da organização – e seus

impactos, ficou evidente como essa terceirização de serviços de TI pode afetar as IES (Objetivo

Específico 2).

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Ficou evidente o valor da assimilação e perpetuação da memória nas organizações.

Também se mostrou explícita a importância do ser humano na apreensão e repasse de

conhecimento, assim como do trabalho de TI nessa disseminação e arquivamento, e

consequente geração de MO (Objetivo Específico 3).

Na busca pela resposta à questão de pesquisa, e alcance dos objetivos específicos,

considera-se que o trabalho atingiu seu objetivo geral de analisar possíveis impactos na MO

causados pela terceirização de serviços de TI em IES.

Além de atingir os objetivos geral e específicos, esse trabalho proporcionou uma

reflexão crítica acerca da importância da manutenção da memória, inclusive nos entrevistados,

que refletiram sobre o tema ao compartilhar suas respostas. A memória de uma instituição de

ensino é parte vital da mesma; ela está intrínseca no ensino (professores e demais profissionais,

materiais didáticos e produções), no aluno (documentos e vivências) e nas pesquisas (produção

científica), bem como, em atividades de extensão. Considera-se que a memória das IES deve

ser objeto de constante armazenamento e atualização, para que seja de fácil recuperação e

rápido acesso, perpetuando o conhecimento e aprimorando o aprendizado da instituição.

Como limitador da pesquisa, aponta-se o fato do estudo ter sido realizado com seis

gestores em IES do Estado de São Paulo, o que não lhe confere generalização, mas também não

lhe tira mérito e contribuição.

5.1 Contribuições da Pesquisa

No que se pesem as considerações finais supra, a pesquisa traz evidências de que o

mercado cada vez mais se encontra cônscio da importância da manutenção da MO, a despeito

da necessidade de terceirização de alguns serviços de TI.

Resta sabido que a terceirização é necessária e sua boa execução vital para o bom

andamento da organização, o que demanda gestão contínua, controle e medições periódicas dos

serviços prestados.

Essa gestão da terceirização ajustada aos norteadores estratégicos da organização gera

sua otimização e a maximização dos resultados, dentre eles, a preservação da MO, a fim de

salvaguardar a organização, com o devido armazenamento de processos e documentos, bem

como da história da mesma, para auxílio em decisões e processos futuros.

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5.2 Sugestão de Novas Pesquisas

Considera-se importante que a pesquisa seja continuada talvez podendo abranger um

número maior de organizações, preferencialmente abarcando outros estados. É possível

também ampliar-se o escopo de estudo, englobando organizações que não sejam estritamente

IES.

A partir dos resultados deste trabalho, e em face à Categoria 6 (Gestão dos Contratos

nas Terceirizações) ter surgido das respostas espontâneas dos entrevistados, vislumbra-se como

possível pesquisa futura a relação da preservação da MO com o instrumento contratual emanado

das terceirizações.

Essa relação da preservação da MO com os contratos firmados entre as partes demanda,

inclusive, uma pesquisa acurada dos parceiros, para que, junto a uma gestão eficaz do contrato,

seja alcançado um nível máximo de sucesso nas contratações, e consequente preservação da

MO.

Outra vertente que se poderá explorar em pesquisas futuras é a análise dos possíveis

relacionamentos indicados no esquema apresentado na Figura 10, que traz a proposição de uma

relação entre as categorias emergidas a partir da pesquisa realizada, onde os “impactos da

terceirização de serviços de TI nas IES” (C1) e os “impactos da terceirização de serviços de TI

na MO de IES” (C2) estão interligados e afetam a “geração, preservação e compartilhamento

da memória nas IES” (C4), e, por sua vez, este é impactado diretamente pela “geração e repasse

do aprendizado em IES” (C5) e pela efetiva “gestão de contratos nas terceirizações de TI” (C6),

que é resultado da interação com as “estratégias e sustentabilidade” (C3) perseguidas pela IES.

Tendo por princípio basilar o incentivo à análise, estudo e contestação, referenda-se que

os mesmos sejam realizados no que tange à figura 10, supra explicitada, para engrandecimento

dos estudos e expansão das pesquisas.

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTAS

Título do Trabalho: Impactos da Terceirização (Outsourcing) de serviços de TI na

Memória Organizacional: Estudo com Instituições de Ensino Superior

Esta pesquisa faz parte da Dissertação de Mestrado da Aluna: Erica Dalloz Eller Barbosa

da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sob a orientação do Prof. Dr. Gilberto Perez, cujo

tema é o impacto da terceirização dos serviços de TI na Memória Organizacional das

Instituições de Ensino Superior - IES. De antemão agradecemos a participação do

entrevistado nesta pesquisa, bem como a Organização por permitir a cooperação com o presente

estudo.

Objetivo do Estudo

O objetivo principal deste trabalho é analisar como a terceirização de serviços de TI

impacta a Memória Organizacional das IES.

Com foco no objetivo exposto, intenciona-se entender como o processo de terceirização

de serviços de TI afeta a memória das áreas distintas de uma organização e analisar os impactos

na M.O., positivos ou negativos, oriundos de um processo de terceirização de serviços de TI

Problema de Pesquisa

Como a terceirização de serviços de Tecnologia de Informação impacta a Memória

Organizacional de IES?

A entrevista é composta por perguntas abertas, de forma que o indagado possa fornecer

informações relevantes sobre as instituições. O questionário da entrevista deve abordar os

seguintes tópicos:

Compreensão dos conceitos de Memória Organizacional e Terceirização

Identificação do ambiente organizacional, da forma de arquivo e repasse de

informações, bem como da importância dada a esses fatores

Detecção do valor dos serviços de TI para o negócio da Organização

Avaliação dos impactos da terceirização dos serviços de TI na Organização

Link entre esses impactos da terceirização e a Memória Organizacional

A entrevista é composta por algumas perguntas de caracterização da Organização e do

Respondente e por 17 perguntas abertas. O tempo estimado de duração é de 45min. a 1h.

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O entrevistador deve estar atento a fontes adicionais de informações, como relatórios e

documentos relativos ao tema de pesquisa.

Na entrevista piloto (primeira), após a entrevista, solicitar ao entrevistado o feedback

com relação à entrevista.

Caso, em alguma pergunta o entrevistado não responder de forma satisfatória, solicitar

que ele comente um pouco mais a respeito do que foi perguntado.

Perguntas Fechadas

I - CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

1- Nome da Instituição e ano de sua fundação:

2- Setor de Atuação da Organização:

3- Número de Funcionários:

4- Porte da Organização:

Médio porte Grande porte

II – CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE

1- Nome:

2- Cargo:

3- Formação Profissional:

4- Tempo na Organização:

5- Escolaridade: pós-graduação (especialização), mestrando.

6- Área de atuação na Organização:

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III – Perguntas Abertas

1. Como você vê a prática de terceirização de serviços, principalmente os serviços de

Tecnologia de Informação?

2. Quais foram os principais fatores que levaram sua IES a terceirizar serviços de TI?

3. Como a terceirização de serviços de TI afetou os processos de sua IES?

4. Cite alguns pontos importantes que você considera relevantes guardar, preservar e

manter, relacionados à memória da organização (acontecimentos internos e externos,

normas, rotina, procedimentos padrão, etc.), em casos de terceirização.

5. Você julga ser importante manter essas informações/conhecimentos vívidos na mente

dos funcionários e repassá-las aos novos contratados?

6. No caso do ambiente organizacional, você o percebe como propício para o aprendizado

e o compartilhamento desse aprendizado entre os funcionários? A TI colabora para isto?

7. Como é feito o armazenamento do conhecimento e das informações da área de TI?

8. Que métodos são utilizados para o repasse dessas informações/conhecimentos?

9. Você pode mensurar o valor dos serviços da área de TI para a organização? E no caso

dos serviços terceirizados? Dê detalhes.

10. Quais serviços de TI foram terceirizados na empresa? Comente como foi feito.

11. Todo e qualquer serviço/função da TI é passível de ser terceirizado em sua IES?

Comente.

12. De uma forma geral, comente os resultados das terceirizações de TI para a IES.

13. Em termos do conhecimento, como a terceirização de serviços de TI influenciou a IES?

14. No caso da aprendizagem da IES, como ela foi afetada pela terceirização de serviços de

TI?

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15. Considerando a terceirização de TI ocorrida na organização, informe se percebeu algum

dos impactos a seguir listados:

Sintoma Ocorreu (S/N) Impacto (1 – 10)

Falhas no armazenamento de dados e informações

significantes, que serviriam de base para decisões futuras.

Perda de informações anteriormente geradas e registradas

(processos bem definidos, normas difundidas

adequadamente, decisões – boas ou ruins – tomadas, etc.)

Ausência ou dificuldade de se obter informações

fidedignas.

Problemas para se manter adequadamente informações

(não perder as essenciais e não armazenar o

desnecessário).

Dificuldade para tomar decisões (repetição de erros

passados, etc.).

Celeridade nos processos, desburocratização.

Redução de gastos.

Melhoria da performance (mais com menos)

Queda ou aumento da qualidade

Outros impactos percebidos, e aqui não elencados.

Indicar e, se mais de um informar o impacto.

16. Em sua opinião, que fatores teriam motivado a geração desses impactos?

17. O Sr(a) gostaria de fazer alguma observação adicional relativa ao tema da pesquisa?

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APÊNDICE B– Quadro de Unidades de Registro Identificadas nas Entrevistas

Entrevistados E1 a E3

Pergunta E1 E2 E3

1.Como você vê a prática de

terceirização de serviços, principalmente os serviços de

Tecnologia de Informação?

*Então nem sempre o que a gente

observa é que as organizações fazem uma análise de médio a

longo prazo. Quando você faz

uma análise de médio a longo prazo muita coisa é descoberta,

muita coisa aparece.

* a complexidade dos grandes sistemas de gestão dos RP´s não

permitem ainda hoje, em 2016,

que você terceirize tudo (...) porque a indústria do software

está muito a desejar, o cenário

brasileiro com essas

particularidades.

* tudo aquilo que envolve aluno

com professor, partes pedagógicas, e a gestão disso até

chegar no analítico e todos os

processos envolvidos não é algo tão simples que esteja já

embarcado nos sistemas de

mercado com todas as propriedades, então

necessariamente implica que

você tem que ter equipes internas. *A tendência é que no futuro isso

tenha mudado tudo bem mas até

aqui até uns 2.020 pelo menos a gente sabe que não é verdade que

você vai sair terceirizando tudo, por mais que é o que as empresas

querem, elas querem defender o

ganha pão delas e ofertar e você

se concentrar no seu próprio

negócio, ne?

E1: as pessoas que vem de fora não têm a maturidade dos

processos conforme o que você

tem dentro de casa especialmente em instituições de porte.

* Então não temos solução de

mercado que cubra tudo com Outsourcing, dá para fazer? Dá.

*Então a parte de terceirização de

pessoas ela tem essa dimensão de infraestrutura, não tem muita

dificuldade, mas nem sempre

você tem todos os recursos necessários e suficientes

externamente para atender aquela

instituição precisa. * na parte de TI esse mundo de

automação de processos de

Outsourcing ou Insourcing a

gente observa que quando tudo

vai para fora ou parcialmente vai

para fora você fica dependendo de uma cadeia...

*incidentes ou problemas podem

afetar a marca, podem afetar o mercado, e você recuperar,

reconstruir isso realmente tem

implicações e custos.

*quando você tem uma

empresa específica, que só lida com aquilo, e o único

objetivo daquela empresa é

atender você, você tem muito mais suporte do que uma

equipe de TI que cuida de 25

problemas, 25 sistemas, 25 áreas, que tudo vai entrando

numa lista de suporte técnico

que tem suas ordens de prioridade, então ela pode

querer, não vamos gastar

tempo para impressão, vamos

dar prioridade para o negócio

que o cara precisa usar na sala

de aula agora né?! E2: Então, assim... quando

você terceiriza e tem

empresas diferentes cuidando de coisas específicas, você

acaba sendo rapidamente

atendido em todas as necessidades né?!

E3: a terceirização eu não tenho

muita simpatia, terceirização de qualquer área ou setor.

*A área de TI é... as pessoas tem

que conhecer o negócio. Especialmente em TI. A nossa

grande vantagem é que a nossa

área interna de TI são pessoas que conhecem muito do negócio e se a

gente terceirizar, quem não

conhece o negócio e a escola como qualquer instituição cada

um tem sua peculiaridade, tem

suas características intrínsecas que

só o tempo é que faz com que as

pessoas se familiarizem e tratem

disso com certa, com mais facilidade.

*Dentro de uma escola nós temos

muitas peculiaridades que se a terceirização vem com pessoas

que não as conhecem, prejudica

muito o trabalho.

2.Quais foram os principais

fatores que levaram sua IES a

terceirizar serviços de TI?

* pelo fato de ser Instituição

Educacional, a gente tem

algumas facilidades com as

*eu que tinha que ter uma

equipe de suporte técnico que

ia atender os alunos à

*Quando se decidiu pela

implantação do GED, nós

tínhamos um acervo muito grande e inicialmente nós tentamos fazer

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empresas que tem uma tratativa

diferente para vertical educação. * se algum dia tiver vantagem,

segurança e alta confiança e

atender plenamente a organização e tiver melhor custo

X benefício, melhor retorno para

instituição, a gente está sempre ligado nisso também.

E1: parte da infraestrutura (...)

são aparelhos complexos, digitais (...) não tem sentido a gente ficar

dando manutenção nisso. E2: a gente faz uma excelente

negociação custo X benefício

E1: não tem muito sentido a gente ficar tendo aqui equipes internas

especializadas para cuidar de um

negócio que é de pequeno volume e de altíssimo custo para a gente

ter esse tipo de recurso. (...) a

gente tem contratos de manutenção e suporte né... com

terceirização.

* são coisas extremamente técnicas que tem impacto e tudo

aquilo que é mais estratégico aqui

no “IES” a gente tem domínio de tudo.

*as partes mais técnicas e

específicas ficam para lá. *Agora a gente tem o domínio de

todo o Modus Operandi, então eu

diria, Técnico-Comercial (...)Porque se você não tem o

entendimento de como é toda a

operação dessa coisa é na hora de uma negociação comercial você

fica vendido

* Sempre olha referências e paradigmas. Todo o contrato ele

deve ser de preferência lastreado

com outros estudos de caso, além das condições de chegar no

“know how” de bom termo,

porque senão você fica em desvantagem.

*E as empresas gostam de fazer

isso, elas trocam nome do produto, trocam a linha de

produto, bota mais um

botãozinho não sei o que e diz que aquilo ali agora custa cinco

vezes mais e se você não conhece

você está sujeito a pagar sem nem ter como defender

*tem mais instrumentos de ter um

valor justo com custo X benefício que a gente chama aquela palavra

mágica de Sustentabilidade. Tem

que ser viável hoje, amanhã ou daqui cinco, dez anos né?!

* efetivamente a gente precisa ter

esse Tripé – legal, técnico e comercial.

distância para explicar como é

que utilizava o sistema. * qual era o problema que eu

via da área de TI? Apesar

deles darem uma atenção toda especial para gente, eles

tinham que atender toda a

Universidade em outras questões. Então eles tinham

que cuidar dos sistemas

administrativos da Universidade, dos sistemas de

secretaria, dos sistemas financeiros, de todo o sistema

da Universidade, de todos os

laboratórios com todos os programas instalados em toda

a Universidade, quer dizer,

nós não éramos a prioridade para eles.(...) nós não éramos

exclusivos para eles.

* a gente precisava da área de TI mais próxima

* e a gente achava que o

programa não era intuitivo! Ele já tinha sido desenvolvido

há alguns anos pela gente(...)

estava meio desatualizado em algumas coisas.

E2: esses sistemas que são

feitos para EAD eles são próprios para educação à

distância, são mais

intuitivos... *encontramos uma empresa

(...) que eles instalavam o

Moodle, eles davam todo o suporte para gente, eles...

vamos dizer assim, nós

éramos o primeiro suporte, eles eram o suporte de

segundo nível para gente

*a gente não precisaria preocupar nem com o fluxo de

dados, porque eles iam cobrar

a gente pelo fluxo de dados em função da média de

utilização.

E2: a gente tinha um problema muito grande na

questão interna que era o

seguinte: (...) às vezes o sistema saía do ar (...) dava

uma sobrecarga na banda e a

gente perdia (...) no nosso sistema interno. Com eles

essa possibilidade da gente ter

a flexibilidade na banda e depois pagar pela banda

média era excelente (...) Então

a gente terceirizou essa parte.

com recursos próprios e aí a gente

percebeu que não havia como fazer com recursos próprios em

função de todo aquele acervo que

a gente tinha para recuperar o tempo perdido.

*E nós tivemos que terceirizar o

serviço para tentar (...) recuperar esse serviço “atrasado”.

* As mídias... os dos grandes

problemas como a mídia, um cd que nem lembro como chamava

(...) naquele tempo lá custava perto de 1.000,00 dólares, era um

negócio assim absurdo, as

dificuldades que nós tínhamos. E ainda nós tínhamos um problema

de grande volume de documentos

lá então a gente decidiu colocar isso... recuperar lá a informação.

3. Como a terceirização de

serviços de TI afetou os processos de sua IES?

* Redução de custo a gente

entende como a necessidade que todo o gestor tem que ter todo o

tempo para nunca ter desperdício

contra a instituição. Ou seja, cai de novo na sustentabilidade.

*a gente tem que otimizar a

organização, maximizar o resultado com o menor custo

* eu coordenava uma equipe

ali de 6 a 8 estagiários (...) eles resolveram pegar então

essa área de suporte que

ficava dentro da área de EAD e colocar essa área de suporte

na área de suporte geral de

aluno na área da Universidade, de atendimento

geral ao aluno. Eles levaram

*aí pouco tem a ver com

terceirização. O serviço facilitou muito o nosso trabalho. Se tivesse

sido feito por terceiros ou com o

nosso, tanto faz. O serviço ajudou muito o nosso desenvolvimento.

Nós somos em número grande,

facilitou muito, facilita até hoje o nosso trabalho e hoje a gente está

buscando de todas as formas

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possível sem perder... ou seja, a

essência da instituição *a gente sempre faz uma análise

em cima de uma matriz né?! Se é

melhor para instituição, gera valor agregado, você não está

perdendo a identidade, não está

comprometendo seus produtos e o resultado da organização, é

claro que você vai tentar ao

máximo possível terceirizar, só que com esses tipos de cuidados.

E1: Então a gente vê que uma terceirização desvairada ela pode

gerar altos riscos para instituição.

*tudo aquilo que você dá uma organizada no primeiro mês ou

dois você baixa o custo. E dali

para frente aquele custo permanece.

*está amarrado no contrato de

três, ou cinco anos ou sei lá quanto? Daí você fica ganhando

mole. Você fica assim... faz uma

análise e pensa assim fui trapaceado. Por isso que tem que

ter um cuidado.

*Tudo aquilo que era mais crítico e que gerava mais custo foi sendo

feito. E até agora está chegando

nos últimos setores cuja economia não é tão

representativa, mas é um

pouquinho né?! Então seja, tentar ter um serviço de qualidade com

um custo compatível dentro de

um valor aceitável. *O apelo às vezes é por

excelência, qualidade e não é só

por redução de custo. Tem que pesar caso a caso.

só duas funcionárias,

demitiram os outros todos, todos os outros. E aí nesse

exato momento foi

implantado o Moodle. O moodle era tão intuitivo, caiu

tanto a necessidade de suporte

que as duas pessoas deram conta (...) deram conta de

atender todos, o número de

alunos era crescente. *O custo mensal estava muito

alto(...) acompanhei um pouco porque teve alguns

problemas nessa

internalização. Apesar de eles internalizarem o Moodle eles

colocaram todos os sistemas

acadêmicos terceirizados em termos de banda de internet.

Eles colocaram tudo na

nuvem e fizeram um acordo de assim que a empresa

liberaria a banda que a gente

precisasse para que não houvesse esse problema de

banda.

E2: a gente tinha o custo direto daquilo.

terminar com o restinho de papel

que tem ainda por aí né?!.É tudo eletrônico, e a gente quer tudo

eletronicamente.

*E a terceirização ajudou na recuperação como eu disse

anteriormente dentro tendo o

acervo que a gente tinha passivo

4. Cite alguns pontos

importantes que você considera relevantes guardar,

preservar e manter,

relacionados à memória da organização (acontecimentos

internos e externos, normas,

rotina, procedimentos padrão, etc.), em casos de

terceirização.

*o “IES” ele tem uma forma

especial de ser e isso é mais forte do que a maior parte das

instituições e que as pessoas não

carregam tanto a bandeira, até o próprio aluno nosso carrega para

vida né?

*A gente atua nessa área aí desde que chegou aqui que era de tentar

organizar, uma área de SM, de

Gestão de Conteúdos Empresariais, ou GET,

Gerenciamento de Conteúdos. É

o que interessa muito é você ter a formalização, toda a

documentação com os controles

da organização. Porque a organização é acima de tudo a

visão do futuro e todo um

passado, uma maturidade de processos, etc, que tem toda uma

documentação.

*Vai ter o histórico completo, tudo sistematizado e muito bem

organizado com tudo. Tudo de

tudo, 100% e de forma digital. O que facilita você indexar e buscar,

ter estudo de caso e etc. Mas a

questão da memória do lado corporativo ela pressupõe claro

que tem um setor dedicado à isso

aí, que você vai ter aí tanto a captura, sistematização,

classificação, ciclo de vida útil,

*O pessoal se preocupou

muito em ter contratos, porque é assim, eu lembro que

a “IES” ela era muito avessa a

esse negócio de terceirização de TI principalmente pelo

setor que tinha lá por causa

dessa questão de você ficar na mão, com os dados na mão

do...ele tinha muito esse

medo. *Às vezes a gente digitava em

outro sistema e na hora de

fechar as notas a gente ia para o outro sistema e colocava

tudo lá que era o sistema

interno. Então é assim, o histórico e dados, vamos dizer

assim documentais, não teve.

*estamos tendo dificuldade de ter acesso à algumas

coisas, a alguns arquivos

nossos *não era uma perda de

documento importante como

nota de aluno por exemplo mas eram aulas gravadas por

professores que estavam lá...

era todo uma... roteiro de aulas mas eu sei que no final

eles passaram tudo e

conseguiu importar tudo e se você for procurar lá você tem

acesso a tudo e que eu saiba

* não houve esse problema de

substituir, de mudar a rotina, porque de fato foi uma atividade

nova.

*Então a gente tem todo o documento de aluno, coisas até

importantes acabam passando

pelo terceirizado e isso não é bom. * A “IES” tem 150 anos quase de

história, e essa história a gente

busca preservar desde a história em si como a história do

desenvolvimento do trabalho, que

é uma preservação que a gente tenta manter.

* o nosso setor de TI ter pessoas

históricas dentro do “IES”, certo? Pessoas que estão há muito tempo

no “IES”

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como nós temos em diversos

setores internos. *três tipos de informações que

são classificadas são: a Online do

uso cotidiano, a chamada vida média, que você pode consultar

de vez em quando, nos anos

anteriores mais próximos e a chamada Offline que muito

raramente numa auditoria e numa

necessidade especial você vai ter um resgate dela

*se você terceirizar puramente num conceito de controle externo

(...) tecnologia do mundo que não

tinha mais, e que para converter para uma tecnologia atual tinha

custos e depois foi feito e

perdendo documento prejudicando históricos escolares

e, ou seja, colocando a instituição

em risco. Até hoje ainda tem alguns resquícios daquele

trabalho

*a gente quando chegou procurou olhar olhisticamente a

organização, ter o mesmo padrão,

mesmo sistema e ter uma metodologia de preservação da

memória da instituição...

*se você tem uma empresa que você não tem esse controle você

está botando em risco a

instituição, perdendo patrimônio, perdendo informações

estratégicas, perdendo coisas que

podem prejudicar a história da organização incorrer em erros

futuros.

*toda a vez que você automatiza processos você precisa ter uma

documentação por trás que dá

todo esse direcionamento porque que foi automatizada.

* você está trabalhando para

apoiar uma marca externa que não está se beneficiando do poder

da sua marca, trazendo o mercado

para dentro né?! *Então toda a vez que você tem

alguma iniciativa, você leva a sua

marca, o seu público, os seus esforços para um terceiro, você

está via de regra, se não for muito

bem negociado, você está pagando por isso está perdendo.

*Aí você tem o outro universo

que é chamado o universo acadêmico, já que nós estamos na

vertical educação, que é chamada

a memória acadêmica. (...) produção acadêmica (...) aí

entram trabalhos: monografias,

teses, dissertação, capítulos de livro ou sei lá... livretos, coisas de

produção acadêmica em geral onde você precisa ter uma forma

inteligente de armazenar, de

preservar e de disponibilizar. *Então se uma biblioteca pega

fogo você vai perder toda a

memória da instituição? Não pode! Então dentro do mundo

digital você tem outras

possibilidades né?!(...) backcup de tudo aí...

não se perdeu o que foi feito

nesse período que eu saiba.

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*cabe à instituição, isso até conta

ponto nas pontuações de avaliações do MEC, você ter isso

de forma facilitada e disponível

para o seu público e para outras instituições no mundo.

*software de gestão de

conhecimento acadêmico *o MEC (...) hoje já considera os

Ebooks

*Basta que você tenha os licenciamentos adequados e (...)

está indo tudo para esse software que se chama Dspace (...) é

colocado ali e o planeta pode

processar a partir dos Dspaces que se tem nas grandes

universidades do mundo inteiro.

* Então é... isso é preservação de memória.

*grandes acervos que não dá para

(...) comprar e ter tudo aqui. (...) acesso e a coleção vai crescendo

e sendo atualizada e que é

impossível você fazer isso interno (...) a terceirização é desejável e

necessária e essas grandes

empresas bases de dados aí a... dessas grandes empresas a

Pierson biblioteca, o portal Capes

do próprio governo... então são coisas que você precisa

terceirizar por que fazer interno

você não tem e nem tem como preservar também

*Pessoas são substituíveis (...)

devem deixar legado da experiência dela, de tudo aquilo

que a empresa investiu em

benefício da própria instituição. Ela (a empresa) não pode perder

sua história porque não

automatizou processos ou não sistematizou, não criou política,

norma, documentação.

5. Você julga ser importante manter essas

informações/conhecimentos

vívidos na mente dos funcionários e repassá-las aos

novos contratados?

*Tripezinho. A questão da infraestrutura, onde está a

tecnologia, a questão de como a

organização trabalha que se chama de processo e a gente tem

esse lado mais complicado de

gerenciar que são pessoas. *seria bom que todos os

processos estivessem ou estejam

mapeados, documentados, atualizados né, auditados e

processos esses de preferência

que sejam colocados num mundo digital, dentro da rede de

computadores

*Então... é extremamente importante que cada colaborador

tenha as capacidades, as

competências adequadas e ele saiba interagir o melhor possível

com seu grupo e com todos os

setores e com todos os seus públicos né?! Ou seja, assim é a

forma de você efetivamente

maximizar. *cada um é extremamente

importante, cada um tem um

papel super relevante independentemente da questão da

hierarquia e cada um tem que

*a memória em termos do conhecimento, experiência de

ter começado e voltado é eu

diria assim que ela não ficou muito registrada

* Apesar do nosso sistema ser

muito próprio, ele tinha algumas particularidades

utilizadas com relação ao

sistema acadêmico, com o nosso jeito de fazer as coisas

com a nossa cultura

*o terceirizado não tem a expertise e o conhecimento do nosso

negócio. Então tem que transferir

todo a informação possível para que eles tentem aprimorar esse

processo...

*essa história a gente busca preservar desde a história em si

como a história do

desenvolvimento do trabalho *indiretamente é passada para

todo novo funcionário.

*Os processos têm a liberdade para opinar para alterá-los. Mas aí

no caso do terceirizado também a

mesma coisa. A gente passa a informação e tenta continuar.

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somar o todo. Que é a forma dos

processos. *ser humano cheio de variáveis e

circunstâncias, efetivamente

precisa ter o trabalho dos gestores de toda a filosofia de ser da

instituição e de uma

recapacitação constante *Toda a organização

especialmente nos dias mais

atuais, vive num cenário de mudanças em tempo real. E a

organização como um todo precisa estar preparada, os

processos mudam, as

infraestruturas mudam e as pessoas também precisam de

cada vez mais de atualização de

novas competências. *Efetivamente a gente precisa ter

tudo maximizado, documentado,

sistematizado, automatizado, melhorado dentro do PDCA de

projeto de melhoria contínua.

6. No caso do ambiente

organizacional, você o percebe como propício para o

aprendizado e o

compartilhamento desse aprendizado entre os

funcionários? A TI colabora

para isto?

*Colabora porque a TI ela está na

base do mundo digital, e a gente vê que a escola formal ela vai até

um certo período da vida

enquanto que o ser humano ele precisa de aprendizagem em

tempo real né, ou seja, aprender

todo o tempo e durante toda a vida

*os cursos via internet eles te dão

opções de a qualquer tempo, a qualquer hora você buscar

*você tem o ensino formal e

informal. (...) a iniciativa pessoal, é a troca com um colega, com um

par, é a troca com um setor, seminário, iniciativas outras no

seu dia a dia, por telefone, aquilo

que você lê, aquilo que você ouve, aquilo que você interage,

ou seja, essa parte informal ela

não é via de regra medida nas organizações, mas ela é

extremamente importante.

*o mundo da tecnologia está permeando tudo isso e fazendo

uma mistura e que isso de certa

forma repercute de certa forma no chamado aprendizagem informal.

(...) Essa medição ela não é tão

óbvia *uma pessoa alinhada com a

organização, dedicada com a

organização, ela deve buscar as competências que agregam valor

para ela e pro setor dela na

organização (...) não dá mais para uma peça pensar só nela ela (...)

então todo profissional precisa

efetivamente estar ligado no que que maximiza

* elas acabaram de certa

forma treinando as outras funcionárias do atendimento

geral da universidade e aí

ficou uma pessoa só como uma especialista vamos dizer

assim na área de EAD e as

próprias outras pessoas que davam o suporte dos outros

processos aos alunos

acabavam dando suporte também ao sistema Moodle

porque ele era muito mais

intuitivo. *comparar ele com o nosso

sistema atual e dominá-lo a ponto de colocar aquilo que

tem no nosso e não tem no

deles lá e assim... havia esse interesse (...) de conhecê-lo

melhor e fazer melhorias na

relação. Então assim, tinha esse propósito a

internalização também.

* Havia essa ideia de dizer olha... a nossa equipe vai ser

conhecedora de um sistema

que é utilizado em todo o mundo, que todo o mundo

utiliza, é gratuito, tem suas

realizações e vai ser bom porque a nossa equipe

conheça e que não precisamos

mais pagar para alguém fazer para nós. Se aconteceu eu não

sei.

*nós temos uma atuação junto à TI

bastante próxima e em função da nossa (...) de fato a gente tem

afinidade profissional muito

intensa e uma parceria muito intensa.

* Então de fato a interação é

extremamente importante. *A transferência é extremamente

importante, tá?!

7. Como é feito o

armazenamento do conhecimento e das

informações da área de TI?

*A TI ela trabalha sempre com

documentos *Trabalha com análise, com a

previsão antecipada dentro de um

plano orçamentário e trabalha dentro de projetos que se vai

realizar mais para frente e tudo

isso de forma documentada. *trabalha-se com projetos, todos

os projetos são documentados.

* Não sei. *temos hoje um sistema onde

qualquer tipo de solicitação é feita através do sistema e não podia ser

diferente né?! Dentro do sistema

fica tudo registrado. * Das coisas, dos processos, das

mudanças até tem, mas o que

esteve por fora disso aí a gente não tá registrando muita coisa não.

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Tudo o que acontece aqui pode

ser auditado, tem histórico de tudo com todo o fluxo formal de

assinaturas, carimbos no sistema

e assim por diante *toda solicitação ela é feita via

Intranet, tudo é registrado, tudo é

analisado e a TI colabora inclusive com a parte da auditoria

interna

*tudo o que é feito é registrado, todos os registros ajudam a você

levantar pontos de melhora (...) tudo isso pressupõe um fluxo

documental.

Daqui um pouco a gente vai contar

história disso ai.

8. Que métodos são utilizados

para o repasse dessas informações/conhecimentos?

*experiência do conhecimento do

setor, ele está sistematizado via de regra, em sistemas e fluxos de

processos(...)via de regra

amarrado a projetos e orçamentos.

*processos automatizados

*experiência adquirida dos funcionários (...) processos

tácitos (...) na cabeça das pessoas

e nem sempre você. *pessoas são pessoas, nunca tudo

vai estar explícito, tem muita

coisa que é tácita (...) Mas se você trabalhar por processos, você

efetivamente incorpora toda essa

parte do conhecimento dentro dos processos.

*um processo automatizado

significa, análise de melhores práticas automatizadas em

benefício da instituição,

independente das pessoas. *todo o processo de normatização

é uma forma de preservação de experiência e documental e

processos e assim por diante,

incluindo também questões legais, sejam elas internas, ou

sejam de órgãos reguladores

externos.

*vai sendo armazenado na

web e o grupo lá a equipe tem acesso.

*solicitação de serviço mas

normalmente essa solicitação de serviço formal foi precedida de

uma... de discussões sobre aquele

processo em si.

9. Você pode mensurar o valor dos serviços da área de TI para

a organização? E no caso dos

serviços terceirizados? Dê detalhes.

* TI cada vez mais participa de um negócio, então é muito mais

do que só TI

*o setor de TI como qualquer setor, tem uma função específica,

a gente diria técnica e de valor

agregado para a operação da instituição que a gente chama do

negócio

*cada vez mais a gente percebe que a função de TI não é mais só

de TI

*a gente entende que ela é importante assim como o setor é

importante e o que interessa é

ajudar a maximizar os resultados

da instituição, do negócio

*plena ciência de que custo X

benefício de preservação da instituição, dos interesses da

instituição, de valor agregado *não tem mais a empresa que ela

faz tudo e só ela independente.

Na realidade aquilo que a gente observa é em toda a empresa

somos parceiros

*A soma dos parceiros *Você é um organismo, vive em

tempo real dentro de um cluster

*Quatro horas de um coordenador para fazer um

serviço que bastaria sei lá

cinco linhas de programação e o sistema faria só o que ele

devia.

*Era quatro, cinco cliques até abrir as telas, e na velocidade

do sistema até abrir tudo

então... e eu falava gente porque vocês não arrumam

isso? Não... é porque como o

sistema já foi muito mexido a gente não sabe o impacto que

pode dar entrando

diretamente na linha de

código para mexer isso

*TI não é diferencial

competitivo de uma instituição de ensino,

entendeu? TI não é o diferencial competitivo.

Então eu acho que assim,

agilidade da TI pode ser e do jeito que está não está

competitivo.

*o serviço de TI internamente, o nosso serviço de TI ele é essencial,

primordial. Sem isso hoje não sei

o que seria de qualquer instituição e não a nossa, qualquer instituição

quando há um problema de rede

normalmente 90% dos profissionais ficam parados. Todo

o processo que envolve TI ele é

essencial para o desenvolvimento da tarefa... com o terceirizado...??

desculpa...

* É extremamente importante apesar de ser uma pequena parte

do nosso trabalho. O que eu diria

que hoje se tivesse de voltar ao

papel eu acho que a gente não... a

nossa cultura já é em cima do

serviço prestado pela terceirizada em termos de acesso a documento.

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do mercado em que se depende de

parceiros. *Os terceirizados eles são

importantes, necessários, seja do

ponto de vista de terceirizar, outsourcing mesmo ou de

parceiros de serviços

*Então... são importantes né?!

10. Quais serviços de TI foram

terceirizados na empresa?

Comente como foi feito.

* telecomunicações, links de

internet, links de satélite, links de

intercomunicação entre as unidades “IES”

* escaneamento de documentos,

nós temos na área de impressão, as impressoras corporativas, nós

temos de serviços nos

Datacenters, nós temos nos contratos de suporte e

manutenção de toda a

infraestrutura de rede de servidores.

*contratos protegendo a

organização contra falhas ou sempre garantindo a história do

SLA’s né?! Chamados níveis de

qualidade de atendimento, dentro do que a organização quer e

precisa

*consultoria (...) aquilo que transcende por volume ou por

complexidade, ou alguma

competência que a gente não tem dentro de casa efetivamente a

gente vai buscar lá fora. A gente

tem infraestrutura, softwares, algumas vezes vem empresas

para ajudar aí em treinamentos

* parte da infraestrutura (...) são terceirizados, por exemplo: os

Datacenter Containers, eles têm diversos sistemas embarcados

nele. Por exemplo: Sistema de Ar

condicionado. * parte de anti-incêndio

*A parte de energia elétrica, os

Nobrakes, Geradores, Edificadores e equipamentos em

geral(...) a gente tem contratos de

manutenção e suporte. * demandas de governo de cunho

social que necessariamente a

gente acaba tendo que buscar parceiros de softwares, de

processos, de serviços.

*A impressão foi

terceirizada. Antes fazia parte

da área de TI. A área de TI (...) fazia toda a manutenção

das impressoras (...) eles

retiravam as impressoras, lidavam com esse repasse

para as empresas que

consertavam, lidavam com essa questão de substituir e

tal. Isso foi terceirizado (...)

foi interessante essa terceirização (...) teve que se

adotar certas regras, por

exemplo, ninguém mais tinha impressora colorida. Não

tinha! Antes tinha. Depois

dessa terceirização agora não... só impressora preto e

branco... só que assim..

começamos a ter máquinas mais rápidas, a manutenção

mais rápida, uma equipe de

suporte para qualquer problema de impressão.

* quando a gente trabalhava

na área de TI a gente precisava da área de suporte,

a gente tentava falar com

alguém da área de TI e a... fulano faz aqui, abre aqui um

chamado (...) Quando a gente ligava lá na empresa os caras

atendiam a gente, nós éramos

o único cliente grande deles então assim, eles viviam para

nós.

*Então assim a nossa equipe interna de TI não dava conta,

eles davam conta do nosso

sistema interno próprio mas eles não davam conta de

atualizar os sistemas na

mesma velocidade que o mercado educacional estava

necessitando e que os

sistemas que são desses gratuitos externos estavam se

desenvolvendo. Então assim,

tinha muito mais recurso no Moodle que a gente poderia

usar que o nosso não tinha e

que para desenvolver eles tinham muito trabalho.

* GED – Gerenciamento

Eletrônico de Documentos

11. Todo e qualquer

serviço/função da TI é passível

de ser terceirizado em sua IES? Comente.

*a nossa terceirização aqui ela é

bem otimizada.

*O tipo, o porte e complexidade e claro a vertical da instituição.

*Eu particularmente sou

muito suspeito, eu como

gestor eu terceirizaria tudo. * O importante é ter o sistema

ali, funcionando e disponível. Se ele está terceirizado ou

internalizado isso não

importa.

* Não só de TI como eu já disse

também, como de qualquer setor

dentro, especialmente dentro de uma escola eu acredito que essa

situação é extremamente complicado. E para que a coisa

flua, as pessoas têm que conhecer

do negócio e o negócio Educação é um negócio extremamente

detalhista. Quem não conhece não

imagina a que ponto vai.

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12. De uma forma geral,

comente os resultados das terceirizações de TI para a IES.

*Aqui a gente acabou optando

por ter tudo dobrado né (em telecomunicação) para poder na

falha de uma coisa a instituição

não ficar sofrendo né? (...) Então o custo dobra, né? Então o

cenário é um cenário que se você

tem uma dependência muito grande de órgãos externos (...) e

todas as intempéries às vezes sem

controle. * Sua empresa está hospedada lá

fora, com tudo lá fora o que compete a você? Só ter aquele

compromisso do pagamento.

Então se você não pagou no quinto dia útil sua empresa sai do

ar (...) após trinta dias lá o

contrato reza que os seus sistemas serão desinstalados. (...) a/v

empresa Cloud8.com.br se

reserva no direito de a qualquer tempo independente de ou de

todos de mudar quaisquer

cláusulas desse contrato “ a bel prazer”. Ou seja, isso é um risco

máximo para qualquer

organização séria *Então a gente tem uma condição comercial

muito boa e faz o contrato ne?! A

gente já está com ele há cinco anos e muito bem atendido.

*excelente custo X benefício

*mercado brasileiro, nem todas as empresas tem a maturidade

que você espera (...) uma ou outra

empresa de vez em quando cai o nível de qualidade, quando ela

cresce muito, quando ela atende

outros grandes clientes, né?! Ela tende a relaxar um pouco. Isso a

gente observa e daí é hora de

revisar e buscar outras possibilidades

*o que a gente tem é um controle

de custo ajustado. Então internamente a gente tem um

fluxo de aprovação desses

pagamentos com controle de contratos e isso bem gerenciado

você efetivamente todos esses

parceiros, empresas que terceirizam os serviços realmente

tem dado bons resultados para a

instituição. *a gente entre aspas procura ser

bem precavido olhando o

máximo possível dos vários cases mundo a fora antes de dar um

passo em falso.

*Isso já teve de cara uma

economia de cara de cinco funcionários.

*foi interessante essa

terceirização por exemplo após o treinamento inicial dos

funcionários assim... teve que

se adotar certas regras, por exemplo, ninguém mais tinha

impressora colorida (...) só

que assim.. começamos a ter máquinas mais rápidas, a

manutenção mais rápida, uma equipe de suporte para

qualquer problema de

impressão. Então assim, eu diria que, foi um serviço que

melhorou ser terceirizado.

* Uma outra vantagem de você terceirizar ao meu ver

é... ver a capacidade da gestão

financeira que você tem de analisar o custo daquilo.

*Eu sabia o custo, a economia

que isso dava em termos agora...quando você tem o

ambiente interno nem sempre

você mede o custo do cartucho, custo da folha, o

custo que aquilo fica em

manutenção e você não tem como imprimir.... então eu

acho que assim... a

terceirização dá para o gestor algumas ferramentas, mesmo

que custe mais caro, o simples

fato de você saber o quanto custa se torna gerenciável.

Você pode tomar medidas

para usar menos aquele recurso

* Então tomamos várias

decisões de economia em cima de dados que a gente

tinha e que da parte interna de

TI a gente não tinha nada, entendeu?

* Quando você contrata um

serviço terceirizado você sabe exatamente o que vai te custar

por aluno, por classe, por

grupo, por funcionário... então a gestão financeira que

você tem é muito melhor,

onde você pode cortar, onde você pode ver que não precisa

ser tanto assim pode ser

menos. Então eu acho que é essa vantagem como gestor

ela é muito interessante.

*nós estamos tendo dificuldade de ter acesso à

algumas coisas, a alguns

arquivos nossos que estão lá na “Empresa 1”.

*os positivos são extremamente

restritos, eu diria que por falta de empatia com a instituição, por

falta de conhecimento do negócio,

qualquer terceirização na área de TI é um risco muito grande que a

gente corre.

*cada instituição é muito característica, mesmo algo

desenvolvido por um especialista

da área, que conhece o negócio não dá certo porque não conhece a

instituição, o resultado da terceirização... é meio... eu não

sou simpático na terceirização

pelas experiências que nós tivemos não em terceirização

efetivamente mas em tentativas de

implantação de novos sistemas para substituir aqueles que foram

desenvolvidos pela gente, e aqui

não há nenhuma resistência a mudança não. A gente vai atrás

das mudanças e se for melhor a

gente muda, porém, está difícil de achar algum... alguma coisa

melhor.

13. Em termos do

conhecimento, como a terceirização de serviços de TI

influenciou a IES?

*a gente vê que grandes projetos

eles implicam na parte da tecnologia que vai rápido, na

parte dos processos que é médio

prazo, na parte das pessoas que as vezes é uma vida, para você não

destruir todas as pessoas e a

memória da organização e a história às vezes de sucesso da

própria organização, o espírito da

*o sistema que nós não

tínhamos internamente as próprias pessoas internas

passaram a querer conhecer

um pouco melhor os sistemas. Então quando a gente

internalizou nós tínhamos

pessoas preparadas para trabalhar coisa que nós não

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organização, a lição, a visão tudo

isso aí. Quando vem agentes de fora não tem esse mesmo tipo de

compromisso, ne?

* TI precisa ter também toda essa parte comercial, essa parte legal,

toda essa parte de visão

estratégica para dar um norte não colocando a organização em risco

com todo o seu histórico e

comprometendo seu futuro, né? *os contratos sempre ou em sua

grande maioria tem e continuam sendo bons e com custo X

benefício, leva valor agregado

para a instituição, ajuda na qualidade, na confiabilidade, na

segurança e cumpre com a

finalidade de ajudar a instituição. *Tudo o que a TI do “IES” faz

aqui e daquilo que a gente não

tem competência a gente amarra com transferência de

conhecimento.

*Mas via de regra em todo o projeto a gente negocia e já inclui

essa parte de transferência de

conhecimento *quando vem um agente externo

a gente também quer que ele

passe os conhecimentos e competências para a nossa

equipe. E aí claro, gera um valor

agregado de sempre.

tínhamos no início do

processo.

14. No caso da aprendizagem da IES, como ela foi afetada

pela terceirização de serviços

de TI?

*normalmente os terceirizados não passam expertises para

dentro da sua instituição exceto

em algum tipo de consultoria de processo, auditoria ou algum tipo

de assessoria mais elaborada *a gente sempre procura todo o

contrato mais especializado a

gente sempre cola nossa equipe para também não só ter o serviço,

mas ter o repasse de

conhecimento. *A nossa equipe conhece isso?

Não conhece! Então... daqui ela

quer ter o domínio para fazer tudo internamente, o que a gente fez?

A consultoria comprou os

serviços mais consultoria mais treinamentos até repassar para

nossa equipe de tal forma que ela

seja se possível certificada para ter a plena operação de tudo isso

aí sem ter a teia de serviços caros

daí de fora.

*o fato de você terceirizar alguém que é profissional

naquele sistema acaba de

certa forma capacitando algumas pessoas

internamente não tão especificamente, mas a serem

usuários um pouco melhor do

que o fato de você ter tudo só interno, só desenvolvido

internamente.

15. A pergunta15 está adiante em forma de quadro. Aqui

alguns comentários aos

tópicos da pergunta.

*falhas no armazenamento de dados e informações: sim...é... aí

entra e até bom citar que quando

o setor começa fazer um trabalho

que era da TI, já tivemos um caso

aí da área de vídeo né?! Com

armazenamento próprio e controle deles e não na TI, sem os

backups sem as inspeções, sem atualizações, sem as garantias,

sem os serviços que a gente faz,

deu o que ? Efetivamente deu perda. Ou de empresas

terceirizadas que fazem alguma

prestação de serviços com alguns tipos de deficiência. No caso de

GED já tivemos também. É

*outros impactos: quando você terceiriza você faz um

contrato muito claro com a

empresa terceirizada você

corrige alguns vícios que você

não faz com equipe interna.

Equipe interna você está acostumado a dar jeitinhos,

burlar regras, burlar processos. Então obrigou com

que nós como usuários

tivéssemos mais disciplina. Então assim houve um

impacto na melhoria da nossa

organização interna para lidar com empresa terceirizada.

* falhas no armazenamento de dados e informações: a gente não

pode fugir da experiência da gente

que... isso dá um impacto em

função de um atraso de um

documento de um aluno que não

se acha porque foi mal indexado. Isso dá um transtorno um atraso

que dá. *perda de informações: houve

perda de informações geradas e

registradas *celeridade/desburocratização:

Isso é positivo.

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mais... independente se é

terceirizado ou interno. É claro que afeta e já tivemos de nível eu

diria considerável.

*perda de informações: Não... na parte de terceirização não. É... a

troca de gestores, quando você

faz aí uma estruturação de setores onde envolve outras pessoas que.

Aí tem mais perda que

propriamente de uma coisa terceirizada.

*ausência ou dificuldade para se obter informações: Eu diria que

não pesa tanto não porque você

tem um controle desde o início um projeto, que vira um contrato,

que vira um serviço que você tem

que ter uma prestação de contas. *problemas para se manter

informações: Não. Também acho

que isso não afeta muita coisa não, porque uma terceirização

desse tipo de coisa, pressupõe que

tem uma governança em cima disso. Pode acontecer né?!

*dificuldade para tomar decisões:

Não eu diria que não. A gente já teve o seguinte: depende de como

você faz um contrato, porque se

você faz um contrato e fica centrado na empresa que está

prestando o serviço, e você não

tem de novo o gerenciamento... os riscos podem ser

absurdamente altos. Se você faz

um bom contrato com uma boa governança em cima, você reduz

isso a quase zero. Então de novo,

depende do contrato e da governança que você tem, sim!

Se você terceirizar e não

acompanhar aí o risco é alto *celeridade/desburocratização:

Pode. Em muitos casos pode

bastante. Em muitos casos pode e muito.

*redução de gastos: via de regra

uma das premissas. Desburocratizar, agilizar,

melhorar, sistematizar, incluindo

redução de custos. Para dar o resultado, claro, aí conta bem.

Agora para o outro lado você às

vezes faz da terceirização em termos de consultorias né?! Não

tem redução de gastos né?! Pelo

contrário, você vai gastar bem né?! Mas com vistas à melhoria,

processos, nem sempre as

questões são tangíveis. *melhoria da performance:

terceirizado numa instituição

como a nossa ele não tem o mesmo nível eu diria de

benefícios. o compromisso dele nem sempre, especialmente do

nível mais profissional nem

sempre vai chegar, no mesmo, na mesma motivação, né?!

*queda/aumento da qualidade:

ele tende a no máximo historicamente ele não se mantém

muito bem não. Ele, ainda mais

para a queda do tempo,

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especialmente para a área

operacional *outro impacto: precisa ter os

cuidados devidos porque senão

pode acontecer de sua empresa ir perdendo a identidade quando

outros podem crescer em cima de

você

16. Em sua opinião, que

fatores teriam motivado a

geração desses impactos?

*os fatores preponderantes são

aqueles amarrados nas

competências que você não tem e que você não vai ter, até por conta

da nossa própria vertical, ou às

vezes por questão de escala. Às vezes é por aí... Não é só por

qualidade, não é só por preço

*Por conta daquela questão de compromisso com as pessoas,

com a instituição. Não é por

dinheiro só.

*para a equipe interna nós não

éramos prioridade para a

equipe interna e para a equipe terceira nós éramos.

*Ineficiência da empresa

terceirizada.

17. O Sr(a) gostaria de fazer

alguma observação adicional

relativa ao tema da pesquisa?

*Eu diria que o importante na

organização é ela ter um

propósito bem definido. Nós temos! A TI entende quais são os

nossos propósitos

*a tal da TI acaba cada vez mais misturando com áreas de

negócios

*valor agregado se tudo bem gerenciado. Se não tiver uma boa

gestão, não tiver um bom

controle, com bons contratos etc... você pode também amargar

com problemas graves né?! O

cenário é de mudança, e um contrato que muda tem impacto

grande em cima de você.

*boa seleção de parceiros trabalhando com os líderes, com

os cases e com uma boa

conversação do mercado * Para sair alguma coisa boa isso

precisa ser gerenciado em tempo.

De novo, palavra mágica sustentabilidade. Não adianta ser

algo bem resolvido hoje daqui um

ano em outro cenário a coisa degringolar. A gente que você

tem que acompanhar.

Terceirização envolve gestão diária, acompanhamento diário

ou seja, preciso ter isso em tempo

real porque pode nascer bem e daí um pouco a coisa o cenário ou

seja, qualidade da empresa, saúde

financeira, gestão, ou seja, a empresa hoje está boa amanhã ela

não está, ela vai dar um calote ou

para de prestar um bom serviço.

*a gente percebe o seguinte: o

pessoal da área de TI (...) eles

não querem, eles morrem de medo da terceirização no

sentido da perda de poder,

perda de controle dos dados e tal. Mas assim os gestores

precisam olhar muito a

questão da agilidade. * não adianta você ter um

sistema que você olha assim e

faz tudo o que você imaginar aqui, mas fica boa parte do

tempo fora do ar então assim,

a partir do momento que se pensa qual é o ponto da área

de TI ali que é o valor

agregado? Se uma empresa terceira consegue atender

naquele ponto melhor que a

equipe interna, tem que terceirizar.

*Se mantém fora, se mantém

dentro, que nível de qualidade, flexibilidade,

agilidade, dessas coisas todas

a equipe toda vai me dar e que a equipe interna não vai me

dar?

*Outra coisa, o que de dado que o seu terceiro pode ter que

realmente pode te prejudicar

em termos estratégicos? Acho que essa pergunta é boa

também! Tá bom se alguém

externo tiver acesso a esses dados aí que ele derruba todos

os meus 30, 40 anos de

universidade? Será que isso é tão importante assim?

*Ou é mais importante toda a

cultura, todo o nome, toda a

reputação que a gente

construiu? Então eu acho que

tem que conseguir pontuar cada coisa em termos de

impacto em termos de qualidade de serviços enfim,

essas coisas todas.

*Terceirização para fazer alguma

coisa tem que conhecer o negócio.

*não tem receita de bolo para fazer uma instituição de ensino

funcionar. Tem que saber o gosto

do freguês, o gosto da empresa. A Cultura da empresa, estou

chamando a escola de empresa

mas tudo bem. A cultura não tem jeito. Então a terceirização é

extremamente complicada.

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Entrevistados E4 a E6

Pergunta E4 E5 E6

1.Como você vê a prática de

terceirização de serviços,

principalmente os

serviços de Tecnologia de

Informação?

*a prática da terceirização de serviços aí eu acho que é uma coisa inevitável,

as organizações vão cada vez mais tender a terceirizar os seus núcleos de

TI, ou as suas funções de TI.

*A única questão que eu acho que tem que tomar um certo cuidado pelo

menos os gestores deveriam tomar um

certo cuidado é efetivamente terceirizar aquilo que é essência da

organização.

*a empresa primeiro ela tem que ter uma grande preocupação, o quê

ela deve terceirizar de fato? *Que uma vez a terceirização, é

como o próprio nome diz, né?

Você deixou o conhecimento para terceiros. Se você está vendendo

algo que só terceiro está

trabalhando, provavelmente você não está vendendo nada.

*Então a forma que eu penso que

a empresa deve ter uma conversa interna, qual é o nosso negócio? Se

for TI, minha opinião, não

terceiriza. Se for outro aspecto qualquer de TI como um apoio

pode ser terceirizado

normalmente.

*A TI é algo muito abrangente, então a gente tem certos serviços que são

extremamente operacionais, e nós temos serviços que fazem você ter um

conhecimento específico no negócio e

entra na estratégia * estratégico não terceiriza, o que é

operacional é passível de ser

terceirizado.

2.Quais foram os principais fatores

que levaram sua

IES a terceirizar serviços de TI?

*toda a nossa parte de manutenção de computadores é feita por uma empresa

fornecedora de nossos computadores.

*nosso software é desenvolvido internamente então isso é uma questão

importante porque você detém

tecnologia mas também em determinado momento você fica preso

a uma solução caseira. *acho que os fatores que levam a as

empresas terceirizarem eu acho que é

assim, talvez custo * isso não é o meu negócio, porque que

eu vou ficar cuidando efetivamente de

servidor, de software e não sei o que se eu posso ter o meu negócio. O meu

negócio é sei lá... educação? Então eu

vou cuidar daquilo que é o meu negócio.

*E a questão da busca da qualidade vai vir com esse apoio.

Vejo esse aspecto, acho que ela é

muito perfeita e bem-vinda sempre.

*então esse foi um dos motivos, investimento. *O outro motivo foi

realmente não ter ninguém qualificado,

para dar esse suporte * nesse último momento, a gente

pegou e passou pela questão de levar

para fora de novo. Então a gente percebeu que esse profissional de

Moodle, estava ficando muito complexo e são poucos no mercado

então eles são assediados o tempo

todo, então ele é um profissional altamente qualificado e que quer

ganhar sempre muito

3. Como a

terceirização de

serviços de TI afetou os

processos de sua

IES?

*quando você tem um fornecedor de

software você delega a ele as

características daquilo que você precisa, disso, disso, disso e daquilo e

isso é um problema.

*Na contrapartida, eu também tenho que me aculturar com essa migração.

Então isso é uma questão de cultura.

Eu acho que aí a gente pensa muito em software e a gente precisa muito de

processo né? Tem preparar a

organização para receber essa migração, tem que ser uma coisa meio

que natural.

*afetou sempre para o lado

positivo *Mesmo às vezes não

tendo conhecimento do que é educação por exemplo, mas ela

sabe o meio que eu consigo

melhorar esse processo. Eu acho que é altamente positivo

*sustentabilidade também é não só

a questão de papel mas outros recursos que a TI possa substituir

perfeitamente sem perder

qualidade, acho que isso é importante.

*Afetam muito, as áreas de negócios

envolvidas elas passam a ter muito

mais maturidade, né? A partir do momento que você tem algo fora daqui

é um contador ligado, né? Você está

pagando tudo o que você está pedindo. Quando você tem isso dentro de casa,

te dá aquela falsa impressão de como

você tem um funcionário você pode fazer o que quer e aí se perdem muito

nas prioridades.

*E uma empresa externa não trabalha sem escopo de trabalho, sem custo por

hora, não existe isso, né? Então a gente

é obrigada a definir muito melhor o nosso processo

*os processos tem que ser muito mudados, a gente tem que ter a

maturidade de empresa quando você

terceiriza tem que ser muito maior. Tem que saber exatamente como pedir,

o que cobrar e aquilo quase sempre vai

constar num contrato. Então você não vai conseguir fugir daquilo que você

contratou

4. Cite alguns

pontos importantes que

você considera

relevantes guardar, preservar

e manter,

relacionados à memória da

organização

*uma organização é formada pela sua

memória. As organizações que não tem memória elas se perdem, elas vão se

desfazendo. Eu entendo que assim: as

organizações cada vez mais querem manter aquilo que eles chamam lá de

cultura de gestão do conhecimento,

querem manter, reter a cultura do conhecimento para que ele possa

efetivamente guardar uma base

*cultura, isso aí já é impregnado já

quando você abre a instituição *Isso para mim é cultura. Isso para

mim não tem a ver nada de

tecnologia, é da pessoa. Pessoa que é a dona do negócio, por

exemplo, pode chamar dessa

forma ou um colegiado de pessoas que são donos, eles devem definir

isso. E cultuar isso. Todo mundo

*os processos ficam muito na cabeça

da pessoa que está trabalhando com aquilo. Seja na área de negócios, seja

na área de TI, né? O que que significa?

Quando a gente fez a transição do Moodle de fora para dentro a gente

tinha uma preocupação muito grande

com essa questão de memória nossa. Eles que sabem tudo e tal... mas no fim

das contas, Érica, quem sabia tudo

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(acontecimentos

internos e externos, normas,

rotina,

procedimentos padrão, etc.), em

casos de

terceirização.

histórica de conhecimento para poder

aplicar. *Aqui, principalmente algumas áreas

assim tentam buscar essa cultura de

conhecimento, essa condição de manter essa base de conhecimento na

própria organização. Mas é lógico que

é uma condição de mercado. * Então isso é uma questão de cultura.

Eu acho que aí a gente pensa muito em

software e a gente precisa muito de processo né? Tem de preparar a

organização para receber essa migração, tem que ser uma coisa meio

que natural.

* Nós já estamos aculturados ao uso da tecnologia e quando algum terceiro

vem nos apoiar em alguma coisa, que

não é comum, mas é usual, nós também direcionamos também ele de forma

que a gente possa trabalhar de forma

em parceiros. * Já está enraizada esse tipo de coisa na

instituição.

* Eu acho que a gente reteve com os bons talentos manter os processos

muito tranquilamente

* Então eu acho que a gente conseguiu manter muito essa cultura.

* todos aqui estão inseridos na cultura

de tecnologia, é uma condição natural da organização, todos os gestores tem

que estar envolvidos com tecnologia.

que chegar na empresa depois

deles já percebam como é aquela organização, como ela funciona e

a partir dali ela vai se adequando e

o negócio vai crescendo. Eu vejo isso no aspecto do que, aspecto da

cultura.

*Agora no aspecto do processo, bom no ramo da educação, a gente

tem que ter processo para tudo. O

aluno vem para fazer matrícula, ele tem que ter um processo dele.

Aquilo tem que ser guardado. *a instituição obviamente ela tem

seus deveres com o MEC também.

Tem que preservar isso de qualquer forma, de tempos em

tempos, o curso ele recebe

autorização para funcionar e depois ele tem o momento do

reconhecimento e tem avaliações

contínuas. Então... é mais uma situação de processos que tem que

ser mantido, tem que ter guardado.

* Eu acho que isso é muito importante. E eu te falo até

frisando mais eu não vejo que a

cultura está registrada, ela acontece.

*A empresa tem que ter um

sistema sim que aporte isso, que guarde essa memória que

digitalize essa memória.

sobre os processos somos nós. Qual foi

o trabalho que a gente teve? Foi replicar. De fazer replicação,

tecnicamente falando daqueles

processos. E a gente teve até a oportunidade de multiplicar e

melhorar.

* muito mais que a terceirização é quando você perde a pessoa que

conhece muito bem aquele processo.

*a gente chegou a perder, estou dizendo porque a gente passou por

isso. Nós ficamos perdidinhos, mas tão logo nós fomos capazes de reconstruir

isso e entender, transformar isso no

técnico, transformar isso na TI não foi o nosso principal desafio. Então o quê

que isso me leva a crer? Que a

memória ela é importante, muito mais do que no técnico, naquele processo

que você tem. Se o processo está muito

bem documentado, se nós temos pessoas e backup dessas pessoas

devidamente qualificadas, nós temos a

condição de darmos continuidade na memória da instituição.

*Então me leva a crer que nem sempre

essa memória está só na TI, né? Ela está na TI quando a área não faz o

papel disso

5. Você julga ser importante manter

essas

informações/conhecimentos vívidos

na mente dos funcionários e

repassá-las aos

novos contratados?

*Eu acho que sim. Acho que se a gente não faz isso, você... eu acho que

quando a gente entra numa instituição

a cultura tem que ser no sentido de direcionar a organização de tal forma

que eu consiga mostrar para ela o que foi feito e o que tem que ser feito. Se o

funcionário está muito claro quanto a

isso, acho que esse é o caminho, o caminho natural, da organização.

* isso é um problemão. Em que sentido que eu falei que é um

problemão, porque não é todo

mundo que às vezes se predispõe a passar conhecimento para outra

pessoa que está chegando. *é uma conquista mais das pessoas

que estão chegando, de ocupar

esse novo espaço por exemplo de uma forma que não possa ferir

quem está lá de nenhuma maneira,

e conquistar essa coisa. Isso é uma troca e assim é ai realmente uma

constante, porque nem sempre no

mundo das empresas você percebe que tem pessoas que a gente pode

chamar de mentor, os mentors que

estão lá para passar justamente aquele know how para algumas

pessoas novas e assim ter uma

continuidade. Algumas empresas grandes já tem isso e oficializado.

Pessoa passou por uma trajetória

na empresa por alguns anos, criou-se ali um conteúdo dela e ela agora

é vamos supor está lá para ser a

pessoa que vai repassar esse conhecimento. Então eu vejo que

essa questão de mentor, o Brasil

principalmente, são poucas empresas que tem isso, que tenha

conhecimento disso.

* Eu sempre achei que sim. Eu vejo da seguinte forma... eu de

certa forma eu fui crescendo na

minha vida de que jeito? Eu acho que tenho que ter uma mesa que

não tenha gavetas. Não tem que ter

segredos e não tem que ter medo de passar o que eu penso para os

*Sem dúvida, sem dúvida. Muito, muito

* Quando a gente colocou isso eu não

estava na instituição, tá? Mas eu tenho o histórico (...)

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outros, porque eu só ganho com

isso.

6. No caso do

ambiente

organizacional, você o percebe

como propício

para o aprendizado e o

compartilhamento

desse aprendizado entre os

funcionários? A

TI colabora para isto?

*Eu acho que o clima organizacional é

favorável.

* somos constantemente treinados e apontado o caminho daquilo que gente

entende que a instituição queira ou vá

direcionar os seus negócios. * constantemente os gestores, o corpo

docente é envolvido com as novas

tecnologias. Toda a nossa tecnologia é repassada para todo mundo.

* Existe uma cultura de treinamento

constante, então isso é uma coisa... existem treinamentos que são feitos via

plataforma de ensino, tem

treinamentos que são feitos efetivamente via estudo presencial.

*Nós usamos a ferramenta para

desenvolvimento lógico, usando a linguagem de programação para

desenvolvimento mas a inteligência

desse negócio é feita internamente. * Então aquele conceito de que projeto

a gente tem, aqui funciona. Feito, tá

com documento, validação, todo mundo assinando, quem usa e tal, ok...

acontece. Acontece de fato.

* Claro que aí é a TI que vai nos

apoiar. Senão a gente vai viver

eternamente no Excel, no Powerpoint e no Word. A ideia

não pode ser essa!

* Como você vai usar, aí é diferente. E dentro da

organização, aqui é educação,

então talvez deveria pensar dessa forma. *Mas como a gente trata

com (...) “recursos humanos”,

sempre tem um problema. * talvez disseminar sim, mas

compartilhar... quem compartilha

sou eu. * Mesmo que a gente tenha

recurso financeiro e recurso

tecnológico, recursos humanos com a tríplice aí, (...) recursos

humanos para mim está sempre à

frente de qualquer processo. Os outros são apoio.

* Antigamente a gente chegava na

empresa, o sistema aqui é assim ó. Clica um, tecle dois, aperte verde

e confirma, tá? Hoje não! Você vai

sentar com TI e é interessante para você apertar o um, porque? Qual o

benefício que você vai ter com

ele? Então aí foi uma troca que teve e hoje eu vejo TI

positivamente dentro de qualquer

processo de negócio, entendeu?

*a TI é um braço excepcional nessas

horas, né? Porque são pessoas que

acompanharam os processos, viram a criação deles, conhecem, talvez não

sejam capazes de sugerir novas

práticas porque não estejam totalmente atualizados

* a gente quando percebe algumas

dificuldades nas áreas e as áreas não estão muito a favor de replicar ou perde

um funcionário por qualquer razão, a

TI quase sempre é a salvadora da pátria aí, né?

*é muito importante que a TI tenha

funcionários que mantenham esse histórico. E seria também muito

interessante que as outras áreas de

negócio replicassem isso. Mas isso eu acho que é questão de cultura da

empresa.

7. Como é feito o

armazenamento do conhecimento e

das informações

da área de TI?

*a gente tem aqui na nossa plataforma,

por exemplo, hoje que a gente utiliza aqui tudo isso fica depositado num

grande repositório de informações.

* todas as informações ficam guardadas num repositório nosso.

*temos um sistema de atendimento que

toda a vez que um aluno for na secretaria e me solicitou uma

informação, eu sei quantas vezes ele

foi na secretaria, qual hora ele foi atendido, qual o tipo de chamado, qual

foi a solução dada, qual a resolução,

isso tem os vários níveis, eu acompanho isso etapa a etapa. Então

falando de atendimento de aluno.

*Na contra-partida o coordenador também. Tudo que ele faz é registrado.

Quem foi o aluno, quem não foi e

assim por diante. Isso gera um banco de conhecimento, para mim e para a

secretaria, para o meu diretor, da

minha função, para o pró-reitor, da função do diretor, da secretaria, para o

coordenador e até o nível mais alto.

Isso tudo é armazenado. Isso falando

de atendimento.

*Agora eu tenho a outra contra-partida,

os projetos pedagógicos, são compartilhados internamente, que é

uma condição natural. Todos os nossos prontuários já são eletrônicos.

* Da questão administrativa a mesma

coisa.

*TI ela se predispõe a não fazer o

negócio sozinha, ela vem em ouvir o usuário. Isso para mim fez uma

grande diferença no processo de

implementar e até aceitação.

*a gente desenvolve dentro de casa, a

gente tem repositório de dados de requisito, tá? Mas isso não é totalmente

verdade para todo e qualquer requisito

da área.

8. Que métodos são utilizados para

o repasse dessas

informações/conhecimentos?

*eu tenho por exemplo, todos as minhas atas de reunião tudo scaneado

(...) todas já num processo.

* eu posso por exemplo, recuperar um documento de 2008 que aconteceu ou

*o método mais comum e tradicional é relatório

* Você pode ter vários setores

gerando informações e eu aqui na frente querendo ter uma

*aquilo que a gente vai identificando necessidades a gente vai

documentando, né? Então a gente vê

que documento é por demanda

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naquele momento numa reunião...

então toda essa base de informação já está recuperada.

*Eu tenho o meu histórico de quantos

processos eu passei aqui em reconhecimento, eu tenho quem foram

os membros envolvidos naquele

processo, membros que eu digo, professor e coordenador.

*todo o histórico acadêmico que eu

necessito da universidade eu tenho. * Da questão administrativa a mesma

coisa. * O nosso próprio sistema já me dá isso

tudo rapidinho.

* eu tenho todo um relatório no meu sistema que me permite puxar isso de

forma muito rapidinho

* eu tenho tudo a mão. *Porque eu tenho que tomar as

decisões muito rapidamente

* Isso demanda rapidez. Rapidez na informação

informação qualquer ele vai na

base, busca a informação e trabalha.

* Que TI me disponibilize o

ferramental, usei tabela dinâmica, no office tem mesmo para quem é

usuário, é livre e ela é muito rápida

nesse aspecto

* Então a gente sentiu a necessidade de

criar essa documentação. * o cuidado que a gente tem tomado

hoje é tudo aquilo que é novo, que são

coisas novas é de ir realmente avançando e documentando e

guardando isso num repositório de

informação

9. Você pode

mensurar o valor

dos serviços da área de TI para a

organização? E no

caso dos serviços terceirizados? Dê

detalhes.

*Eu diria que uma quarta variável que

para nós é extremamente fundamental

que é TI. Por que TI? Porque nós temos hoje todo o nosso conteúdo em

plataforma de ensino à distância, nós

temos os nossos cursos. Então nós optamos por não terceirizar.

*o valor agregado que se tem aqui em

serviço terceirizado na minha organização é assim... é importante, é

necessário, mas não é tão significativo

no sentido de estratégia * o valor agregado aqui tenha mas

dentro de um limite de controle.

* Sentido de controle, sentido de eu tenho um serviço terceirizado que são

importantes, mas tudo o que tem que ser terceirizado também tem que

passar pelo meu controle.

* Tem que ser um terceirizado onde eu tenha controle. Onde eu tenha

condição de avaliar.

* eles priorizam a condição de estar ... eu vou até falar num termo aqui, com a

faca e o queijo na mão, porque para

eles é importante deter a informação. Deter a informação é mais importante

do que terceirizar algumas coisas.

*Não sei o quanto é importante.

*TI (...) até por uma questão de

governança corporativa (...) ajudou com que ela viesse para os

negócios de uma forma diferente,

porque se antigamente era um setor atípico dentro das empresas,

a partir dos tempos ela tornou um

departamento dentro das áreas das empresas.

*parece que a gente aqui é médico, que

a gente está fazendo cirurgia cardíaca,

todo o dia. É imensurável, tá? É enorme, enorme. Eu não consigo te dar

essa informação de forma quantitativa

mas existe uma dependência gigantesca do funcionamento da

instituição com a área de TI.

* é algo extremamente crítico que a gente colocou. Então a gente

terceirizou o que? Não o que define

processos e define requisito mas alguém que seja capaz de entregar.

Então a gente dividiu muito bem essa

fatia. *Da inteligência de estar aqui dentro,

se a gente entendeu que torna a gente competitivo e é importante aqui dentro

- mas aquilo que é operacionalizado de

fora daqui. *Então o que a gente operacionalizou é

extremamente crítico.

10. Quais serviços

de TI foram terceirizados na

empresa?

Comente como foi feito.

* Mas existem muitas parcerias que

hoje estão sendo firmadas nessa organização. Parcerias com grandes

players do mercado, por exemplo,

Google, empresas de redes, de terceirização de redes, toda a parte de

rede nossa é terceirizada.

* Mas assim é o operacional, se tem algum problema eu ligo pro cara e ele

resolve o problema, se é um problema

mais técnico que operacional.

* parte de infra-estrutura de rede

* manutenções internas dos computadores

* Outsourcing de impressão

* desenvolvimento que eu estou falando do Moodle

* contrato de software e manutenção

de hardware

11. Todo e

qualquer

serviço/função da TI é passível de ser

terceirizado em

sua IES? Comente.

*algumas áreas elas podem

efetivamente ser terceiradas não vejo

problema nenhum. Eu acho que aquilo que é essência, aquilo que é estratégia,

aquilo que é o cerne, terceirizar você

passa para a mão de outro aquilo que efetivamente é o seu grande negócio. É

a galinha dos ovos de ouro

* a instituição é muito resistente nesse ponto. Ela entende o seguinte: aquilo

que é o meu negócio é minha

estratégia. Se eu passar para alguém de fora eu estou passando parte daquilo

*softwares de terceiros e isso gera

uma dependência muito grande.

*Então assim, você destaca essas pessoas e elas fazem a coisa

acontecer. Então já é uma barreira

que não existe porque é de funcionários internos.

*se tem uma área lá que não é TI

deve ser terceirizada. Por exemplo, administração de TI para

mim pode ser terceirizada. Agora

se você falar que é TI para desenvolver, para programar é

*Não é. Aquilo que envolve

diretamente no negócio, processo,

inteligência, diferencial não é. E nem aquilo também que traz velocidade,

dinamismo no dia a dia, né? Eu acho

que isso é muito complicado a não ser que você tenha indicadores muito bem

definidos com a empresa. Mas

especialmente aquilo que é estratégico, não é passível de terceirização não.

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que eu demorei anos para desenvolver

para fora. Alguns serviços que não são essenciais efetivamente são passados,

mas são serviços não ligados a área de

tecnologia, porque aqui nós vivemos a tecnologia.

para fazer Helpdesk não sei quanto

isso influenciaria mas eu vejo que isso seria a área final deles.

12. De uma forma

geral, comente os

resultados das terceirizações de

TI para a IES.

*Eu acho que foi bom, produtivo. Que

valeu! Eu acho que caminhou para

isso. Hoje é menor porque eles entendem que a terceirização foi

operacional e não estratégico. O

estratégico está na mão interna, está na mão da gestão, tá?

*naquele momento a gente decidiu que

o Moodle era estratégico o suficiente

para que nós buscássemos a mão de obra no mercado e desenvolvêssemos

aqui. E também pela questão financeira

que a hospedagem lá era caríssima *Têm sido positivos

*a gente vê até outros tipos de

problemas, a gente começa a ter problema de atendimento com a

empresa

*a gente tira dos ombros aqui da TI, algumas preocupações muito grandes,

não tenho que me preocupar com

compra de papel, com compra de tonner se está acabando, a gente vai lá,

paga uma fatura, fica de olho para ver

se o atendimento está adequado, né? Claro que eu tenho problemas aqui que

a gente até está analisando a troca de

fornecedor, mas assim, você tira das suas costas uma responsabilidade

imensa de um tipo de coisa que muitos

podem fazer. Que qualquer pessoa, qualquer empresa qualificada pode

fazer.

* a gente está resolvendo problemas que nós estávamos há meses e em

semanas estamos conseguindo

resolver. Então muito satisfatório.

13. Em termos do

conhecimento,

como a terceirização de

serviços de TI

influenciou a IES?

*termos de conhecimento,

terceirização de TI aqui foi feita de

uma forma muito tranquila. *Eu acho que pelo público que a gente

vive por ser professores de nível

universitário, de trabalho, que vivenciam outras condições, outras

características... eu acho que esse

público recebe um pouco mais de tranquilidade. Não é um público tão

inexperiente, é um público que já está

vivido, que normalmente já participou de processo de terceirização de TI,

muitos aqui já participaram de

certificações, de nível de serviços de nível lá fora, de Cobbit, que tenham

essa... que as organizações necessitem

desse tipo de coisa. Então eu vejo que aqui a gente conseguiu reter os talentos

da organização, dentro das suas

posições mas de forma muito, muito tranquila.

*Eu acho que a gente conseguiu,

porque eu acho que a alta gestão nesse

ponto ela deixa as coisas muito mais

tranquilas.

*Então nesse ponto eu acho que teve esse respaldo e souberam acumular

esse conhecimento. *Lógico que teve problemas, sem

dúvida nenhuma. Lógico que na

secretaria tivemos casos que não foram muito bem classificados de forma

correta?

*eles sempre trazem boas práticas de

mercado

* eles sempre trazem exemplos de Benchmarking de mercado que são

interessantes e que nos ajudam a

evoluir *eles conseguem colocar a gente às

vezes mais próximos do que o mercado

está praticando. Então agrega sim né? Não é assim um divisor de águas mas

agrega valor.

14. No caso da

aprendizagem da IES, como ela foi

*ela foi afetada no sentido que ela

conseguiu desenvolver essas questões. Mas eu acho até pela estrutura dela...

*Não acho que foi não.

*Então se hoje a gente tivesse que fazer o inverso, fazer uma internalização

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afetada pela

terceirização de serviços de TI?

essa aprendizagem, a organização traz

a sua base então por exemplo, o nosso gestor maior ele é de Educação há

muitos anos.

*Mas o que eu acho que é a inteligência do negócio, ela está tão

assim bem enraizada na cultura que se

você tirar uma peça e substituir, a engrenagem continua rodando. Mesmo

com o terceirizado ou não. Mesmo

num processo terceirizado ou não a gente continua rodando.

* Se eu pegar hoje, por exemplo, a parte da secretaria e terceirizar eu

acredito que assim, já está tão

enraizado o que cada gestor tem que fazer que teria um impacto, mas não

seria algo traumático

desses serviços de novo nós teríamos

um gap de conhecimento sim. Mas como a gente decidiu tirar daqui... é

assim, o que ficou com a gente a

aprendizagem continua, aquilo que saiu de fato a gente parou de

desenvolver.

15. A pergunta15

está adiante em forma de quadro.

Aqui alguns

comentários aos tópicos da

pergunta.

*dificuldade para se obter informação:

Mas isso não significa que não, em determinado momento a gente não teve

problemas de recuperação de

informação. *dificuldade para tomar decisão:

Talvez o que possa ter dificuldade

tomada de decisão nossa. Nós tivemos uma decisão talvez num processo de

adaptação, entender o que era, o que

queria, o que precisava e assim por diante. Então eu vejo assim, nós não

tivemos grandes problemas com

dificuldade de tomar decisão *redução/aumento de gasto: No

primeiro momento se teve o

investimento pesado na área de tecnologia mas pelo período que eu

estou aqui isso já se pagou.

*melhoria da performance: Sem dúvida nenhuma. Isso é uma questão

de automação. *outro impacto percebido: Eu acho que

você tem os resultados aí que a

literatura vai resgatar aquilo que você, aumento de ganho... gastos

aumentam... vai ter uma curva de

amadurecimento e depois ele volta a se organizar e eu achei que foi assim...

*dificuldade de se obter informações:

Isso nós tivemos e o impacto foi bem alto. Pode por aí um oito. Não põe um

dez porque a gente conseguiu

contornar *Celeridade: essa celeridade que você

está dizendo acho que melhorou

bastante. *redução de gastos: Isso não reduziu

gastos até agora tá? Nesse momento a

gente teve até um investimento adicional. Não foi absurdo, o ganho

compensa

*outros impactos percebidos: O impacto que acontece é quando os

indicadores, as SLAs não são

cumpridas, né? Daí aquilo que era para ser uma solução, ela vira um problema.

Então assim eu acho que talvez o não

cumprimento dos acordos isso é um problema

16. Em sua

opinião, que

fatores teriam motivado a

geração desses

impactos?

*Acho que a capacidade da empresa

mesmo. Capacidade dela em executar

e entregar ou ter mão de obra qualificada, principalmente quanto tem

rotatividade nas empresas, mais a mão

de obra qualificada para nos atender. É as vezes a gente sente essas mudanças

com a terceirização deveria ser

transparente para gente mas muitas vezes não é, né?

17. O Sr(a)

gostaria de fazer alguma

observação

adicional relativa

ao tema da

pesquisa?

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APÊNDICE C– Quadro Unidades de Significado Identificadas na Análise

Unidade de

Significado

Unidade de Registro

US1 – Impactos

Positivos da Terceirização

E2: ter uma empresa específica, com o objetivo de atender sua IES, permite à IES poder dar prioridade para o negócio.

E2: rapidez no atendimento das necessidades da IES. E1: desonera a IES de se especializar em infraestrutura e manutenção complexas.

E1: evita investir pessoal em atividades de pequeno volume e de altíssimo custo.

E2: possibilidade de suporte técnico sem sobrecarregar a equipe interna. E2: a terceirizada trata a IES como prioridade, somos o negócio deles.

E2: possibiliade de programas mais atualizados, soluções de mercado.

E2: possibilidade de sistemas próprios para as necessidades da IES. E2: cobrança consoante o usado/média de utilização.

E2: retira a sobrecarga da IES, inclusive em questão de banda, minimizando problemas internos de queda de sistema.

E1: bom atendimento. E1: excelente custo X benefício

E1: geração de bons resultados para a IES quando há controle de custo ajustado, com controle de contratos e pagamentos.

E2: correção de vícios da equipe interna, mais disciplina, melhoria da organização interna. E1, E3, E6: celeridade/desburocratização. Perceptível, variável, mas com grande incidência.

E1: Desburocratizar, agilizar, melhorar, sistematizar, incluindo redução de custos. E1: há casos em que não há redução de gastos, como consultorias. Mas visa melhoria de processos, e o gasto compensa no

final.

E6: Retira a sobrecarga da TI, algumas preocupações muito grandes, dando a ela a oportunidade de focar em assuntos mais importantes.

E6: Positivo quando há capacidade da terceirizada em executar e entregar ou ter mão de obra qualificada.

E2: redução de custo com o enxugamento do quadro de pessoal. E2: possibilidade de fornecimento de serviço com nível de qualidade, flexibilidade, agilidade, que a equipe interna não poderia

oferecer.

E6: possibilidade de focar no problema e resolvê-lo com mais rapidez. E6: promove a evolução da IES compartilhando exemplos de Benchmarking de mercado que são interessantes.

E6: agrega valor por aproximar a IES das melhores práticas de mercado.

E2: informações precisas de custo do serviço. E4: a terceirizada cuida das atividades acessórias e dá à IES tempo para cuidar do negócio.

E5: pode ser um meio de promoção de serviços de qualidade.

E6: a terceirizada tem pessoal qualificado, para dar o suporte desejado. E6: algumas funções são muito complexas e são poucos e caros os profissionais no mercado. A terceirizada vem suprir isso.

E2: apesar de haver alteração em regras internas, estas podem gerar serviços mais rápidos, a manutenção mais rápida, e

satisfação do cliente interno. E3: a terceirizada ajuda a recuperar serviços acumulados. Quando o volume de serviço é grande, os funcionários internos não

dão conta de assumir mais essa função.

E3: o custo x benefício pode ser um fator preponderante. A área de TI antigamente tinha insumos muito caros. E2: por ter custo definido permite tomada de decisões de economia em cima de dados fornecidos pela terceirizada.

E2: possibilidade de qualidade no atendimento das demandas do cliente interno.

US2 – Impactos Positivos da

Terceirização na

Memória da IES

E3: a terceirização pode ajudar na recuperação digital de acervo de documentos físicos, diminuindo o passivo. E5: por intermédio da terceirização dos serviços de TI há melhoria nos processos. (isso gera memória)

E6: ao se terceirizar um serviço sua empresa é impelida a manter processos claros e documentados.

E6: Uma empresa externa não trabalha sem escopo de trabalho, sem custo por hora. E isso obriga a definir muito melhor os processos. (o que significa registrar, criar documentação, gerar memória)

E2: ao terceirizar, os funcionários da IES foram instigados a conhecer um pouco melhor os sistemas novos. Assim, ao retornar

para execução interna, havia pessoas preparadas para trabalhar naquele sistema.

US3 – Impactos Negativos da

Terceirização

E1: perigo de ser ludibriado, caso não conheça os meandros do serviço terceirizado. E1: pode ser que a terceirizada não tenha todos os recursos necessários e suficientes externamente para atender o que a IES

demanda.

E1: pode gerar dependência da cadeia de terceiros. E2: ocorrem casos em que o custo fica muito elevado.

E6: a rotatividade da mão de obra que faz o atendimento à IES pode ser prejudicial.

E6: por vezes falta transparência por parte da terceirizada. E6: a redução de gastos nem sempre ocorre. Pode ocorrer um investimento adicional, inclusive.

E1: uma terceirização desvairada, não estudada, pode gerar altos riscos para instituição.

E1: há uma curva de melhoria da qualidade dos serviços prestados, depois estagnação e defasagem, especialmente para a área

operacional.

E3: pode ocorrer uma ineficiência da empresa terceirizada na execução dos serviços, gerando prejuízos à IES.

E1: mediante a preocupação de falha da terceirizada a IES às vezes opta por ter alguns serviços dobrados, ou seja, custo dobrado.

E1: a falta de maturidade de algumas empresas pode gerar o caimento do nível de qualidade.

E5: softwares de terceiros podem gerar uma dependência muito grande. E6: acontece de se elevar muito o custo.

E6: com o passar do tempo percebe-se problema de atendimento da terceirizada para com a IES.

E6: a troca de fornecedor por vezes é inevitável, por problemas com a terceirizada. E4: a terceirização pode exigir, num primeiro momento, um investimento pesado, que vai se pagar a longo prazo.

US4 – Impactos

Negativos da

E1: os terceirizados não possuem maturidade dos processos internos da IES.

E1: a identidade da IES pode estar em risco.

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Terceirização na

memória da IES

E1: ante ao fato do terceirizado não ter os mesmos benefícios que o funcionário da IES, o compromisso e a motivação dele

podem ser afetados, prejudicando os projetos. E1: se não houver comprometimento e eficiência da terceirizada ela pode gerar perda de documentos, prejudicando históricos

escolares, gerando risco à IES, que podem perdurar ao longo do tempo.

E1: a falta de controle da terceirizada pode acarretar na perda de patrimônio, de informações estratégicas, de coisas que podem prejudicar a história da organização, e fazê-la incorrer em erros futuros.

E1: terceirizar pode promover mais a marca do terceiro que a própria marca da IES.

E1: a IES corre o risco de passar para o terceiro seus esforços, sua marca, seu público. E ainda paga por isso. E1: há risco de perder dados, documentos, com armazenamento indevido, sem backup, sem controle, sem inspeções e

atualizações.

E3: o serviço mal feito da terceirizada pode acarretar em atraso de documento de aluno. O transtorno é grande. E3: Pode haver perda de informações geradas e registradas, por parte da terceirizada.

E4: classificação de forma incorreta de dados e documentos. E4: dificuldade para recuperação de informação.

E6: adificuldade de se obter informações, dados da IES, impactando grandemente a instituição, que teve que investir esforços

para recuperá-los. E4: há um aculturamento (assimila-se a cultura do outro).

E2: dificuldade de ter acesso arquivos da IES retidos pela terceirizada.

E5: funcionários da IES têm mais compromisso e conhecimento do negócio que os terceiros. E1: perigo de ter os sistemas da IES desinstalados em caso de atraso no pagamento.

E3: dadas as características de cada IES, ainda que terceirizada tenha conhecimento do serviço contratado, ela não conhece a

instituição, a história, a cultura. E1: há projetos de curto, médio e longo prazo, e os funcionários da IES carregam a história desses projetos, e nem sempre

uma terceirizada vai ajudar na manutenção dessa memória.

US5 – Estratégia

da IES: serviços de TI e

terceirização

E1: para terceirizar um serviço há a necessidade de planejamento, análise de médio a longo prazo.

E3: A área interna de TI é essencial, primordial, e deve ser formada por pessoas que conhecem o negócio (IES). E1: tudo aquilo que é mais estratégico na “IES” a TI tem o domínio, não terceiriza.

E1: a terceirização deve ser feita de forma cautelosa porque incidentes ou problemas podem afetar a marca, podem afetar o

mercado, e recuperar, reconstruir isso, tem implicações e custos. E1: terceirização só se dá após analisar e concluir ser melhor para instituição, gerar valor agregado, sem perda da identidade,

sem comprometer seus produtos/serviços.

E2: o setor de TI em si não é diferencial competitivo de uma instituição de ensino, já a agilidade da TI pode ser. E3: Todo o processo que envolve TI ele é essencial para o desenvolvimento da tarefa, e não vejo o terceirizado com essa

primordialidade.

E4: a automação (TI), além de gerar registros e processos no sistema, promove a melhoria da performance. E2: como gestor terceirizaria tudo, desde que tivesse o sistema ali, funcionando e disponível. Se ele está terceirizado ou

internalizado isso não importa.

E1: a terceirização deve ser otimizada, observando-se sempre o tipo, o porte e complexidade e a vertical da instituição. E3: a terceirização é extremamente complicada, tendo em vista a necessidade dos executores do serviço conhecerem bem o

negócio, e no caso da IES, o negócio Educação é um negócio extremamente detalhista. E3: por falta de empatia com a instituição e por falta de conhecimento do negócio, qualquer terceirização na área de TI é um

risco muito para a IES.

E1: TI deve ter uma visão ampla, e enxergar além de TI, mas também a parte comercial, legal e a visão estratégica da IES, antes de terceirizar.

E1: terceirização implica em governança, para que não haja perdas e danos.

E1: TI cada vez mais participa de um negócio, então é muito mais do que só TI. E1: o setor de TI como qualquer setor, tem uma função específica, técnica e de valor agregado para a operação da instituição,

maximizando os resultados do negócio.

E1: antes de terceirizar deve-se pesar o custo X benefício de preservação da instituição, dos interesses da instituição, de valor agregado.

E1: atualmente uma empresa não faz tudo sozinha, ela conta com parceiros.

E1: Você é um organismo, vive em tempo real dentro de um cluster do mercado em que se depende de parceiros. E1: a TI deve estar alinhada ao planejamento estratégico da IES e ter propósitos bem definidos.

E4: TI é extremamente fundamental quando a IES tem sua base de negócio formatada em cima da tecnologia. Nesses casos

opta-se por não terceirizar. E4: serviço terceirizado na IES é importante, é necessário, mas não em termos estratégicos.

E4: serviços terceirizados demandam controle, avaliação constante.

E6: o valor da área de TI na IES é imensurável, há uma dependência gigantesca do funcionamento da instituição com a área de TI.

E6: para o terceirizado buscou-se uma empresa capaz de entregar o produto desejado.

E6: se torna a IES competitiva, é importante, internaliza. E5: por questões de governança corporativa observa-se que ao longo dos tempos TI fora inserida no negócio da empresa, e

não mais um adendo.

E4: a TI permite que decisões sejam tomadas muito rapidamente, por disponibilizar os dados necessários para tanto. Essa rapidez na informação faz da TI uma área estratégica.

E4: a opção por internalizar em vez de terceirizar te faz dono da solução, mas pode te prender a uma solução caseira, limitada.

E2: a área de TI teme a terceirização pela possível perda de poder, perda de controle dos dados, etc., mas deve-se focar na agilidade dos serviços.

E2: deve ser feito estudo de impacto em termos de qualidade de serviços antes de terceirizar.

E4: deve haver cuidado para não terceirizar aquilo que é essência da organização. E6: considerando a TI uma área abrangente, com serviços operacionais estratégicos, deve-se ter em mente que estratégico não

terceiriza, e o que é operacional é passível de ser terceirizado.

E5: um estudo prévio dos serviços passivos de terceirização é importante. E5: aquilo que for o negócio da IES, seu diferencial competitivo, não deveria ser terceirizado. O restante poderia.

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E1: Os terceirizados eles são importantes, necessários, seja do ponto de vista de terceirizar, outsourcing mesmo ou de parceiros

de serviços. E4: aquilo que é essência, aquilo que é estratégia, aquilo que é o cerne, é um risco ser terceirizado, por passar para a mão de

outro aquilo que efetivamente é o seu grande negócio.

E4: a parte técnico-operacional é passiva de terceirização. E4: O estratégico fica na mão interna, na mão da gestão

E5: a área final, o negócio em si, não se terceiriza.

E6: aquilo que envolve diretamente o negócio, processo, inteligência, diferencial, não terceiriza. E6: aquilo que é estratégico não é passível de terceirização.

US6 – Busca pela

Sustentabilidade, inclusive nas

terceirizações

E1: é importante ter o domínio do modus Operandi, do técnico-comercial, para não correr riscos de perda na hora da

negociação comercial. E5: a busca pela sustentabilidade é importante e vai além da economia de papel, alcançando outros recursos que a TI possa

substituir sem perder qualidade.

E1: todo o contrato deve ser lastreado com outros estudos de caso, além das condições de chegar no “know how” de bom termo, para não haver desvantagem.

E1: a contratação do terceirizado deve ser viável hoje, amanhã ou daqui cinco, dez anos, gerando sustentabilidade.

E1: efetivamente a gente precisa ter esse Tripé – legal, técnico e comercial. E1: redução de custo implica na necessidade de, em todo o tempo, evitar desperdício contra a instituição. Ou seja,

sustentabilidade.

E3: o terceirizado não tem a expertise e o conhecimento do nosso negócio. Então tem que transferir toda a informação possível para que eles tentem aprimorar esse processo, gerando sustentabilidade do mesmo.

E1: a gente tem que otimizar a organização, maximizar o resultado com o menor custo possível sem perder a essência da

instituição E1: para obter resultado positivo da terceirização deve haver gerenciamento da mesma, deve haver sustentabilidade. Não

adianta resolver hoje para voltar a dar problema em um ano.

US7 – Importância da Preservação e

Compartilhamento

da Memória e Cultura da IES

E3: o serviço de gerenciamento eletrônico de documentos permite o arquivo e preservação da memória, por meio da automação e sistematização.

E2: a história, a marca da IES, são mais importantes que os dados efetivamente passados aos terceiros.

E1: o forte da IES é sua história, que gera amor à marca, à bandeira, por parte dos funcionários e do próprio aluno, que carrega para vida.

E1: importância da manutenção do “Tripezinho”: infraestrutura, onde está a tecnologia, a questão de como a organização

trabalha que se chama de processo e as pessoas. E1: ideal que todos os processos estejam mapeados, documentados, atualizados, preferencialmente num mundo digital.

E1: há projetos que são rápidos, outros de médio e longo prazo, e às vezes de uma vida. A manutenção dessa memória da

organização e de sua a história, inclusive das lições tiradas, deve ser realizada. E1: uma preocupação de uma terceirização bem estudada e programada é não colocar a organização em risco com todo o seu

histórico e comprometer seu futuro.

E1: quando se tem um serviço terceirizado daquilo que a IES não tem competência é amarrado com transferência de conhecimento.

E4: uma organização é formada pela sua memória. As organizações que não tem memória elas se perdem, elas vão se

desfazendo. E4: a instituição deseja manter a cultura de gestão do conhecimento, para que ela possa efetivamente guardar uma base

histórica de conhecimento, para poder aplicar no futuro.

E4: quando a IES recebe terceiros, ela repassa a eles sua cultura a fim de trabalharem como parceiros. E4: os gestores estão inseridos na cultura de tecnologia, é uma condição natural da organização.

E4: há uma plataforma de dados, e tudo da IES fica depositado num grande repositório de informações.

E4: há uma preocupação com o arquivo das informações e histórico do aluno, via sistema de atendimento, com geração de memória e fácil recuperação das informações, em vários níveis.

E4: tudo que se faz é registrado, tudo é armazenado.

E2: Houve preocupação em salvar o histórico e os dados, inclusive com a precaução de se salvar em dois sistemas diferentes. E1: a memória acadêmica (produção acadêmica) demanda uma forma inteligente de armazenar, de preservar e de

disponibilizar.

E1: deve haver back up de tudo, pois caso uma biblioteca pegue fogo deve ser possível fazer sua recuperação, para não perder toda a memória acadêmica da instituição.

E1: cabe à instituição, inclusive como quesito de avaliações do MEC, ter isso a memória acadêmica de forma facilitada e

disponível para o seu público e para outras instituições no mundo. E1: utiliza-se um software de gestão de conhecimento acadêmico, para auxílio na preservação da memória acadêmica.

E1: com os licenciamentos adequados as produções acadêmicas são armazenadas num espaço virtual que pode ser acessado

por qualquer instituição do planeta. Isso é preservação de memória. E1: a preservação da memória acadêmica ajuda inclusive na otimização de espaços físicos da IES.

E5: a empresa deve ter um sistema que guarde sua memória, que digitalize essa memória.

E4: quando a inteligência do negócio está enraizada na cultura, se você tirar uma peça e a substituir, a engrenagem continua

rodando. Mesmo com o terceirizado ou não. Por isso a manutenção da cultura e da história da instituição é tão importante.

E1: interessa ter a formalização, toda a documentação com os controles da organização, porque a organização é acima de tudo

a visão do futuro e todo um passado, uma maturidade de processos, etc, que tem toda uma documentação. E1: ter o histórico completo, sistematizado e muito bem organizado, facilitando indexar e buscar, ter estudo de caso e etc,

gerando memória, com a captura, sistematização, classificação, ciclo de vida útil. E1: há três tipos de informações na IES: a Online (do uso cotidiano), a chamada vida média (que você pode consultar de vez

em quando, nos anos anteriores mais próximos) e a chamada Offline (a mais antiga, que muito raramente se consulta, como

em uma auditoria e numa necessidade especial você vai ter o resgate dela). Faz-se imprescindível a manutenção dessas informações.

E1: há que se buscar um padrão para a IES, mesmo sistema e ter uma metodologia de preservação da memória da instituição.

E1: ao automatizar processos gera-se uma documentação por trás, a qual fornece direcionamento das razões da automatização. Isso é geração de memória.

E2: o sistema da IES tinha particularidades do sistema acadêmico, com o nosso jeito de fazer as coisas, com a nossa cultura.

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E3: busca da preservação da história, desde a história em si, como a história do desenvolvimento do trabalho (processos).

E3: a história, a memória da IES, é indiretamente compartilhada com os novos funcionários. E3: há um esforço por se dar continuidade nos processos. Inclusive, passando aos terceirizados informações dos mesmos, para

sua manutenção.

E5: a cultura deve estar impregnada na instituição desde sua fundação. E5: a cultura da IES deve estar muito clara e ser amplamente difundida. Os novos funcionários devem perceber como é aquela

organização, como ela funciona e a partir de ali ir se adequando e fazendo o negócio crescer.

E5: no ramo da educação deve haver processo para tudo, devendo ser tudo bem guardado. E5: há ainda deveres da IES para com o MEC. Tem de preservar a memória da IES, inclusive para as avaliações contínuas.

Os processos devem ser mantidos, bem preservados.

E5: a manutenção da memória/cultura é importante, mas nem sempre ela está registrada, por vezes ela somente acontece. E4: é importante a manutenção da memória, da história da instituição. A cultura da IES tem de ser no sentido de direcionar a

organização de tal forma que eu consiga mostrar para ela o que foi feito e o que tem de ser feito. E6: o fato do novo funcionário ter o histórico do que aconteceu permite a ele consultar e repassar o ocorrido historicamente.

E4: a preservação da memória por meio da digitalização dos documentos, inseridos em um processo, permite o acesso e

recuperação da informação a qualquer momento, de qualquer lugar. E6: o cuidado com o armazenamento dos dados (por meio de back up, repositório de dados, etc.) demonstra a importância da

preservação da memória.

E1: A empresa não pode perder sua história porque não automatizou processos ou não sistematizou, não criou política, norma, documentação.

E6: documenta-se os processos conforme identificadas as necessidades, assim, o que se faz de novo fica registrado e

documentado num repositório de informação. E1: a automação dos processos pode beneficiar a preservação da memória da instituição, independente das pessoas.

E1: todo o processo de normatização é uma forma de preservação de experiência e documental de processos e assim por diante,

incluindo também questões legais, sejam elas internas, ou sejam de órgãos reguladores externos. E1: a TI ela trabalha sempre com documentos.

E1: trabalha-se com projetos, todos os projetos são documentados. Tudo o que acontece aqui pode ser auditado, tem histórico

de tudo com todo o fluxo formal de assinaturas, carimbos no sistema e assim por diante. E1: toda solicitação ela é feita via Intranet, tudo é registrado, tudo é analisado e a TI colabora inclusive com a parte da auditoria

interna.

E3: trabalha-se com solicitação de serviço precedida de uma discussão sobre aquele processo em si.

US8 – Memória contida nos

funcionários,

Retenção de talentos

E1: os funcionários da terceirizada não têm compromisso com as pessoas, com a instituição. E6: os processos ficam muito na cabeça da pessoa que está trabalhando com aquilo. Daí uma preocupação muito grande com

essa questão de memória. O terceirizados podem ter a especialização técnica, mas quem sabe dos processos, da memória da

IES, são os funcionários dela. E4: o papel dos funcionários é essencial, e por se tratar de professores universitários ajuda muito, pois não é um público tão

inexperiente, é um público que já está vivido, que normalmente já participou de processo de terceirização de TI, inclusive de

certificações. Então, reter os talentos da organização, é o ideal, e ajuda na implantação de novas diretrizes, por manter pessoas com conhecimento da história da IES.

E1: importância da experiência adquirida dos funcionários, por vezes via processos tácitos, na cabeça das pessoas. E6: é muito importante que a TI tenha funcionários que mantenham o histórico da IES. Assim como seria excelente que esse

conhecimento fosse replicado.

E1: ante ao fato de pessoas serem substituíveis, elas deveriam deixar legado da experiência delas, de tudo aquilo que a empresa investiu em benefício da própria instituição, a empresa não pode ter sua memória ameaçada porque o funcionário saiu da

empresa e não registrou ou transmitiu o conhecimento.

E6: ameaça à memória, muito maior que a terceirização, é a perda da pessoa que conhece muito bem determinado processo. E6: mais do que no técnico, a memória é importante no próprio processo. Se o processo está muito bem documentado, se nós

temos pessoas e “backup dessas pessoas” devidamente qualificadas, nós temos a condição de darmos continuidade na memória

da instituição. E1: pessoas são pessoas, nunca estará tudo explícito, há muita coisa tácita. Por isso é importante incorporar esse conhecimento

nos processos, registrando-o.

E3: não há registro do aprendizado informal, da história em si. Em breve há de se contar, por tradição oral entre os funcionários, as histórias dessa memória, fazendo-a perpetuar.

E4: reter os bons talentos ajudou a manter os processos de forma tranquila.

E1: há mais perda de informações (de memória da IES) com a troca de gestores, com uma reestruturação de setores, do que com a terceirização.

E3: não tem receita de bolo para fazer uma instituição de ensino funcionar. Os funcionários têm papel fundamental ao

identificar os meandros do negócio, dos clientes, da cultura da empresa. E2: Entende-se a cultura, o nome e a reputação construídos como mais importantes e sólidos que o risco de compartilhar

informações com terceiros.

US9 –

Aprendizado:

importância em

gerar e repassar

conhecimento

E4: ante ao fato de se tratar de IES, a organização traz a educação e a aprendizagem como sua base.

E4: há constante treinamento e direcionamento das diretrizes a serem seguidas pela IES.

E6: se fosse o caso de fazer uma internalização dos serviços outrora terceirizados, poderia haver um gap de conhecimento do

serviço que fora para fora, mas o é desenvolvido internamente gera aprendizagem contínua.

E4: Existe uma cultura de treinamento constante, então isso é uma coisa... existem treinamentos que são feitos via plataforma de ensino, tem treinamentos que são feitos efetivamente via estudo presencial.

E4: o clima organizacional da IES é favorável ao aprendizado. E6: Há constante preocupação em replicar os processos, com a oportunidade de multiplicar e melhorar.

E1: quando vem um agente externo espera-se que ele passe os conhecimentos e competências para a equipe interna.

US10 – Papel da

TI em disseminar o Aprendizado

E6: a TI é um braço excepcional, por serem profissionais que acompanharam os processos, viram a criação deles e os

conhecem, assim como conhecem a IES. E6: quando uma área não replica seu conhecimento ou perde um funcionário por qualquer razão, a TI entra no circuito e

consegue recuperar a informação.

E5: TI se predispõe a não fazer o negócio sozinha, ela ouve o usuário. Isso faz diferença no processo de implementar e aceitar mudanças, e dissemina o aprendizado.

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E5: quando há necessidade de informações geradas pelos vários setores da IES, basta fazer uma busca na base, obter-se a

informação e trabalhar. E5: TI disponibiliza o ferramental.

E4: o sistema fornece todas as informações de forma rápida.

E4: utilização de prontuários eletrônicos. E4: constantemente os gestores, o corpo docente, são envolvidos com as novas tecnologias. Toda a tecnologia é repassada

para todos da IES.

E5: a TI tem função de disseminar conhecimento, mas quem compartilha é o indivíduo. E5: atualmente a TI se aproximou das áreas e essa interação promoveu um aprendizado, pois as áreas passaram a entender os

benefícios das mudanças dos processos e a aderir a elas.

E4: a inteligência do negócio é interna (TI). E4: na IES os processos funcionam, e sistematizados.

E1: a TI colabora pra o aprendizado por estar na base do mundo digital, atuando na escola formal e na aprendizagem em tempo real.

E1: os cursos via internet dão opções de a qualquer tempo e a qualquer hora serem acessados.

E5: há constante apoio da TI nos processos e no aprendizado.

US11 – Papel do ser Humano na

Aprendizagem

E5: é um problema quando não há disposição de uma das partes passar conhecimento para a outra, que está chegando. E5: quando se trata de “recursos humanos” pode haver problema.

E5: a TI tem função de disseminar conhecimento, mas quem compartilha é o indivíduo.

E5: recursos humanos está em primeiro lugar de qualquer processo, inclusive do “tripé” organizacional: recurso humano, recurso financeiro e recurso tecnológico.

E1: a iniciativa pessoal, ou seja, a troca com um colega, com um par, a troca com um setor, seminário, iniciativas outras no

seu dia a dia, por telefone, aquilo que você lê, aquilo que você ouve, aquilo que você interage, ou seja, essa parte informal ela não é via de regra medida nas organizações, mas ela é extremamente importante.

E1: uma pessoa alinhada com a organização, dedicada com a organização, ela deve buscar as competências que agregam valor

para ela e pro setor dela na organização, sem pensar só nela ela. E2: quando há interesse dos funcionários há troca de informação, aprendizado efetivo entre eles.

E4: os projetos pedagógicos, são compartilhados internamente, que é uma condição natural.

E5: pressupõe-se que o funcionário tenha uma “mesa que não tenha gavetas”. Ou seja, sem segredos e sem temer repassar o que pensa e sabe aos demais.

E1: quando em uma terceirização, os funcionários da IES são orientados a aprender com a terceirizada, e se busca contratos

que garantam esse repasse de conhecimento. E2: os funcionários da IES podem ser motivados a aprender com os terceirizados, gerando a capacitação desses internos.

E5: é uma conquista dos novatos ocupar o novo espaço sem ofender aos antigos. A troca de conhecimento e o consequente

aprendizado depende dessa simbiose. E1: é importante que cada colaborador tenha as capacidades, as competências adequadas e saiba interagir o melhor possível

com seu grupo e com todos os setores e com todos os seus públicos, a fim de maximizar e disseminar o conhecimento.

E1: independente da questão da hierarquia, cada um tem que somar o todo, gerar processos.

US12 –

Particularidades

do negócio Educação

E1: pelo fato de ser IES, há uma tratativa diferente para a vertical educação.

E1: tudo aquilo que envolve aluno com professor, partes pedagógicas, e a gestão disso até chegar no analítico e todos os

processos envolvidos não é algo tão simples que esteja já embarcado nos sistemas de mercado com todas as propriedades. E1: ainda em 2016 os RP´s não contemplam as particularidades brasileiras.

E3: a IES tem suas peculiaridades, suas características intrínsecas.

US13 – Importância dos

Contratos nas

Terceirizações

E1: essencial haver contratos protegendo a organização contra falhas ou garantindo cumprimento de SLA’s , garantindo os níveis de qualidade de atendimento, dentro do que a organização quer e precisa.

E1: importante tomar cuidado para não assinar contratos em que se fica amarrado por três, cinco anos ou sei lá quanto, gerando

perdas para a instituição. E2: há grande preocupação com a elaboração dos contratos, para não correr o risco de ter os dados da IES nas mãos do terceiro.

E2: quando você terceiriza você faz um contrato muito claro com a empresa terceirizada a fim de corrigir vícios que a equipe

interna não soluciona. E1: bons contratos ajudam a agregar valor ao serviço contratado e à IES.

E1: há um risco máximo, que é o de se assinar contratos em que a terceirizada tem possibilidade de alterar as cláusulas do

contrato unilateralmente. E1: a boa elaboração contratual acompanhada de uma forte governança reduz o risco a quase zero.

E1: pode-se evitar perda de informações da IES quando a terceirização é precedida de um controle sério, desde o início do

projeto, com elaboração de um bom contrato, que vira um serviço com ajustada prestação de contas.