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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS Curso de Graduação em Engenharia Civil LEONARDO GERLACH DONATTI PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO Ijuí/RS 2013

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO … · de materiais durante a execução do revestimento. Através desta análise foram obtidos dados Através desta análise foram

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

Curso de Graduação em Engenharia Civil

LEONARDO GERLACH DONATTI

PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS

EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO

Ijuí/RS

2013

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LEONARDO GERLACH DONATTI

PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS

EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO

Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção de parecer para desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientadora: Cristina Eliza Pozzobon

Ijuí/RS

2013

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LEONARDO GERLACH DONATTI

PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS

EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora

Banca examinadora

________________________________________

Prof. Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Engenharia - Orientadora

________________________________________

Prof. Diorge Lopes, Mestre em Engenharia

Ijuí, 10 de Dezembro de 2013

4

DEDICATÓRIA:

Aos meus pais, Darci e Irene, por todo o amor e

dedicação para comigo, por terem sido os pilares

de minha formação pessoal e profissional. A minha

namorada Fernanda por toda felicidade que me

proporcionou nestes anos, e por toda a força

durante a trajetória acadêmica. Sem vocês eu não

conseguiria.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse

concluir mais uma etapa da minha vida.

Agradeço aos meus pais, por todo o amor e orientação ao longo destes anos, por sempre

estarem me apoiando em todos os momentos, pelo suporte prestado durante toda minha

graduação.

À minha namorada, por toda a compreensão, paciência e serenidade transmitida, que

muito me ajudaram na elaboração deste trabalho.

À professora Cristina Eliza Pozzobon, pela orientação, pela amizade que teve sempre

comigo, pela paciência, suporte e pela compreensão para comigo nestes últimos meses de

minha formação. Sou muito grato pelo conhecimento que proporcionou não só neste trabalho

de conclusão de curso, mas também pelas aulas ministradas em toda minha formação.

Enfim, a todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para que fosse possível a

realização deste trabalho.

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RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo da produtividade de mão de obra e consumo de materiais na execução de revestimentos argamassados, considerando a real situação da mão de obra na cidade de Ijui-RS. Como método de pesquisa para elaboração deste trabalho foi realizado um estudo de caso, salientando os fatores que alteram a produtividade e o consumo de materiais durante a execução do revestimento. Através desta análise foram obtidos dados reais de razão unitária de produção (RUP) e consumo unitário de materiais (CUM). De posse destes indicadores, as empresas de Ijuí/RS podem realizar uma previsão da duração real da execução do serviço. Diante da análise dos dados coletados na obra sobre a produtividade da mão de obra, foram elaboradas diretrizes de aprimoramento na execução do serviço, como métodos executivos, traço da argamassa, gestão de mão de obra. Também foi possível indicar melhorias na área de projeto, como na gestão da obra, planejamento e orçamentação. A pesquisa teve como resultado uma RUP diária oficial mediana de 0,29 Hh/m², uma RUP cumulativa oficial de 0,28 Hh/m², sendo que o fator mais relevante para esses resultados foi o gargalo de produção encontrado no elevador de carga, os demais resultados obtidos para RUP direta e global também foram apresentados neste trabalho. Quanto ao consumo de materiais, teve-se um consumo mediano de 3,57 Kg de cimento/m² e 38,85 Kg de argamassa/m². Através Através destes indicadores foi possível fazer uma análise, comparando com valores coletados com os de indicadores provenientes de outros estudos e também do manual orçamentário TCPO. Após avaliação e comparação dos valores e seus fatores influenciadores, geraram-se dados reais de razão unitária de produção (RUP) e consumo unitário dos materiais (CUM), tendo como benefícios uma previsão de duração dos serviços mais próxima da real, e o desenvolvimento ou aperfeiçoamento dos métodos construtivos, com um consumo mais consciente de materiais.

Palavras-chave:

Produtividade de mão de obra, consumo de materiais, revestimento argamassado

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Representação genérica de um sistema produtivo ..................................................... 18

Figura 2: O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil .................. 18

Figura 3:Apresentação da RUP diária para um serviço de construção..................................... 21

Figura 4: Apresentação da RUP cumulativa para um serviço de construção ........................... 21

Figura 5: Comparação entre os diferentes tipos de RUP .......................................................... 22

Figura 6: Diferentes abrangências quanto a mão de obra contemplada ................................... 24

Figura 7 - Exemplos de causas de perdas: a) A escolha de equipamento de transporte

inadequado; b) Deficiência no caibramento; c) Alvenaria fora de prumo. ...................... 27

Figura 8 - Associação de manifestações de perdas às suas origens.......................................... 28

Figura 9: Metodologia de dosagem de argamassa .................................................................... 32

Figura 10: Chapisco Executado ................................................................................................ 34

Figura 11: Execução do Taliscamento. .................................................................................... 35

Figura 12: Execução das mestras.............................................................................................. 36

Figura 13: Preenchimento dos vãos entre as mestras. .............................................................. 37

Figura 14: Sarrafeamento de parede. ........................................................................................ 38

Figura 15: Execução do desenpeno. ......................................................................................... 38

Figura 16: Fluxograma ............................................................................................................. 41

Figura 17 : Obra em estudo ...................................................................................................... 42

Figura 18: Obra em andamento ................................................................................................ 43

Figura 19: Exemplo de apropriação de homens-hora ............................................................... 47

Figura 20: Pavimento tipo ........................................................................................................ 49

Figura 21: Variação da RUP diária oficial (Hh/m²) ................................................................. 50

Figura 22: Variação da RUP cumulativa oficial (Hh/m²) ......................................................... 51

Figura 23: RUP’s Oficiais (Hh/m²) .......................................................................................... 52

Figura 24: Variação da RUP diária direta (Hh/m²) .................................................................. 53

Figura 25: Variação da RUP cumulativa direta (Hh/m²) .......................................................... 54

Figura 26: RUPs Direta (Hh/m²) ............................................................................................. 55

Figura 27: Variação da RUP diária global (Hh/m²).................................................................. 55

Figura 28: Variação da RUP cumulativa global (Hh/m²) ......................................................... 56

Figura 29: RUPs Global (Hh/m²) ............................................................................................. 57

Figura 30: Produtividade dos oficiais em revestimento argamassado ...................................... 59

8

Figura 31: Gráfico CUM Diário (cimento)............................................................................... 63

Figura 32: Faixas de variação e consumo de materiais em Florianópolis ................................ 64

Figura 33: Gráfico CUM diário II (cimento) ............................................................................ 65

Figura 34: Consumo unitário de argamassa (litros/m² revestido) ............................................ 65

Figura 35: Gráfico CUM diário (argamassa) ............................................................................ 66

Figura 36: Ciclo PDCA ............................................................................................................ 69

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1:Histórico da formação da mão de obra na construção civil ....................................... 25

Tabela 2:Instrumento de coleta de dados parte 1 ..................................................................... 44

Tabela 3:Instrumento de coleta de dados parte 2 ..................................................................... 45

Tabela 4: Instrumento de coleta de dados parte 3 .................................................................... 45

Tabela 5: Instrumento de coleta de dados parte 4 .................................................................... 46

Tabela 6: Resumo de resultados para RUP Oficial .................................................................. 52

Tabela 7:Resumo de resultados para RUP Direta. ................................................................... 54

Tabela 8: Resumo de resultados para RUP global ................................................................... 56

Tabela 9: Resumo de resultados CUM (argamassa) ................................................................. 61

Tabela 10: Resumo de resultados CUM (cimento) .................................................................. 62

Tabela 11: Resumo de resultados. ............................................................................................ 67

10

LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

CUM - Consumo Unitário de Materiais

Hh/m² - Homens-Horas por Metro Quadrado

ICC – Indústria da Construção Civil

RUP- Razão Unitária de Produção

TCPO - Tabela de Composição de Preços para Orçamentos

PPMO - Percentual de Produtividade da Mão de Obra

11

SUMÁRIO

INTRUDUÇÃO ....................................................................................................................... 13

1 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 17

1.1 APRESENTAÇÃO GERAL .............................................................................................. 17

1.2 PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................. 17

1.2.1 A importância do estudo da produtividade ................................................................. 19

1.2.2 Razão Unitária de Produção (RUP) ............................................................................. 20

1.3 MÃO DE OBRA NA CONTRUÇÃO CIVIL. ................................................................... 24

1.4 CONSUMO DE MATERIAIS. .......................................................................................... 26

1.5 REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS ......................................................................... 29

1.5.1 Propriedades da argamassa ......................................................................................... 30

1.5.2 Projeto para produção do revestimento de argamassa. ............................................ 31

1.5.3 Técnica executiva do revestimento de argamassa. .................................................... 33

2 METODOLOGIA. .............................................................................................................. 40

2.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................................... 40

2.2 AMBIENTE DA PESQUISA. ........................................................................................... 42

2.3 PLANO DE COLETA DE DADOS .................................................................................. 44

2.3.1 Instrumentos de coleta de dados ................................................................................. 44

2.3.2 Levantamento das quantidades de revestimento argamassado ............................... 46

2.3.3 Coletas de informações e observações in loco ............................................................ 46

2.3.4 Coletas de dados de homens-hora ............................................................................... 47

2.3.5 Tratamento dos dados .................................................................................................. 48

3 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 50

3.1 ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NO REVESTIMENTO

ARGAMASSADO INTERNO ......................................................................................... 50

12

3.2 ANÁLISE DO CONSUMO DE MATERIAIS DO REVESTIMENTO ARGAMASSADO

INTERNO ......................................................................................................................... 59

4 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 67

4.2 SUJESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 72

ANEXO A ................................................................................................................................ 75

ANEXO B ................................................................................................................................ 76

ANEXO C ................................................................................................................................ 77

ANEXO D ................................................................................................................................ 78

13

INTRODUÇÃO

O Brasil hoje em dia sofre uma grande transformação no panorama econômico,

politico, social e cultural, isto gera uma maior competitividade empresarial em todos os

setores produtivos, principalmente no setor da Construção Civil (Salvador, 2012).

Neste novo cenário é de suma importância, para a sobrevivência das construtoras, o

aperfeiçoamento de processos, para que com isto se obtenha ganhos na qualidade dos

produtos e redução de custos de produção, sendo isso crucial para a competividade da mesma.

O novo código de defesa do consumidor, resguarda um comprador cada vez mais exigente e

intransigente quanto a qualidade do bem adquirido. Todos estes fatores forçam o setor da

construção civil brasileira a se reestruturar, em seus diferentes níveis, sendo isto decisivo para

a sobrevivência das empresas.

Justifica-se, assim, a preocupação quanto ao consumo dos recursos inerentes à

atividade. Tais recursos podem ser classificados como físicos, que envolvem mão de obra e

materiais, e o financeiro, que envolve a boa locação dos recursos físicos.

Nos dias atuais é importante que as empresas construtoras trabalhem num ambiente

visando à melhoria continua dos seus processos a fim de que possam sobreviver em meio a

um mercado competitivo. Neste sentido, conhecer a realidade de produção dos serviços

visando o aperfeiçoamento da execução é fundamental. O estudo da produtividade e consumo

de materiais gera indicadores de produção que propiciam este conhecimento e permitem que

sejam tomadas ações corretivas.

As empresas do ramo da construção civil devem ser vistas como grandes

organizações, inseridas dentro de um amplo sistema construtivo, por isto o foco destas

organizações não é mais a maximização da produção, e sim a otimização dos fatores de

produção.

14

Quando se consegue aperfeiçoar um processo de produção, não se esta ganhando

apenas tempo de execução, mas também esta se obtendo ganhos financeiros, e quanto maior

for o empreendimento, maior será a lucratividade da organização ao final do processo.

Nestes conceitos as questões de produtividade e qualidade vêm se apresentando como

ferramentas potenciais para que as construtoras possam atingir um melhor desempenho e não

deixar de lado a competitividade. A produtividade esta diretamente ligada ao lucro da

empresa, já que para permanecer competitiva, uma empresa terá que ter baixos custos de

produtividade a alto rendimento, mantendo o padrão exigido pelos clientes.

Segundo Marder (2001), o estudo da produtividade da mão de obra na construção civil

justifica-se por ser uma das questões primordiais dentro do processo de gestão de empresas,

levando em conta que a produtividade influencia diretamente em questões orçamentárias, nas

durações das atividades e, por conseguinte do empreendimento. E, para Sabbatini e Baía

(2000), o desempenho de cada parte do edifício se reflete no seu desempenho como um todo.

O presente trabalho se concentra nos revestimentos internos de argamassa, que são

empregados com grande frequência como acabamento das vedações dos edifícios. Mas,

apesar desse tipo de revestimento ser bastante utilizado, verifica-se que ainda existe uma

considerável incidência de falhas e problemas patológicos, desperdícios de materiais, mão de

obra e tempo, além de custos elevados de produção.

Dentre os serviços da construção civil, o revestimento em argamassa é de grande

importância, visto que, segundo Carneiro (1993), as principais funções do revestimento

externo de argamassa referem-se à contribuição para a estanqueidade à água das fachadas,

para o conforto térmico e acústico do ambiente construído, para a segurança ao fogo e para o

bom aspecto do envelope da edificação. Ao se cumprir satisfatoriamente estas funções,

atinge-se o desempenho necessário das argamassas de revestimento externo.

Para Salvador (2012), a argamassa é um material frequentemente utilizado em

diferentes serviços da construção civil. É por falta de conhecimento das características deste

material que se contribui para a ocorrência de patologias em fachadas, como as fissuras e os

desplacamentos, entre outras falhas, comuns no revestimento em argamassa.

De acordo com Costa (2003), o objetivo principal em se ter dados de perdas é que

estas informações auxiliem na gestão da obra e na melhoria dos processos, não sendo

necessário ter uma quantidade grande de dados nem que esses sejam estritamente precisos. É

importante que as empresas tenham noção dos índices de perdas e produtividade em seus

canteiros, para assim buscarem melhorias.

15

O presente trabalho tem como tema a produtividade da mão de obra e o consumo de

materiais, como formulação do problema está a comparação entre os indicadores de

produtividade e consumo de materiais de revestimentos argamassados da obra de Ijui-RS com

os indicadores utilizados para a elaboração de orçamentos (Tabela de Composições de Preços

para Orçamentos -TCPO).

Para Salvador (2012) no revestimento em argamassa existe grande desperdício de

materiais, por ser este um serviço que acaba por corrigir as imperfeições de etapas anteriores,

como estruturas e vedações, causando prejuízos financeiros às empresas construtoras, assim

como um expressivo impacto ambiental devido ao descarte incerto deste material. Diante

desta realidade, destaca-se a necessidade de determinar uma forma para o controle da

produtividade e do consumo de materiais das obras já que estes índices apresentam uma

variação muito expressiva, temos que para o serviço de revestimento em argamassa de

fachada, segundo Souza (2000), uma variação que pode alcançar 317%, com índices de

1,23Hh/m² a 5,13Hh/m² para produtividade de mão de obra. No que concerne o consumo de

materiais, Souza, (2005) apresentam valores de consumo de cimento no revestimento de

argamassa de fachada que variam de 3,4 kg/m² a 13,9 kg/m², resultando em uma diferença de

309% entre os dois extremos.

O objetivo geral do trabalho é identificar o nível da produtividade e do consumo de

materiais nas obras pesquisadas. Para chegar ao objetivo foram realizada as seguintes etapas:

>> Levantamento da produtividade de mão de obra e do consumo de materiais nos

serviços de revestimentos argamassados.

>> Identificação dos principais fatores que influenciam a produtividade.

>> Identificação das possíveis falhas durante o processo de produção, propondo uma

solução de melhoria ao mesmo.

>> Análise comparativa entre os índices encontrados na pesquisa e os índices da

Tabela de Composição de Preços para Orçamentos – TCPO da Editora PINI e de outros

pesquisadores.

Ao longo deste trabalho foi desenvolvida a revisão da literatura no capítulo 1, a

metodologia no capitulo 2 e a análise de resultados no capitulo 3. Ao final foram expostas

conclusões referencia consultada.

Este trabalho apresenta apenas indicadores de produtividade e de consumo de

materiais de uma única obra situada na cidade de Ijui-RS, limitando-se ao cálculo de Razão

Unitária de Produção (RUP) diária, RUP cumulativa e RUP potencial, sendo estas calculadas

para a equipe direta, equipe global e a somente o oficial, ou seja, permitindo comparar

16

resultados de qualquer tipo de RUP com os obtidos neste trabalho. Quanto ao contexto de

indicadores de consumo de materiais de revestimento em argamassa, este trabalho limita-se ao

controle de consumo de cimento (em quilogramas) por quantidade de serviço (m² de

revestimento realizado), e ao consumo de argamassa (em quilogramas) por quantidade de

serviço (m² de revestimento realizado). Não foi aprofundando na coleta e análise de dados

dos outros materiais envolvidos no processo.

No presente trabalho, foi abordada a gestão dos recursos físicos, não se entrou no

mérito da gestão de recursos financeiros.

17

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 APRESENTAÇÃO GERAL

Schimitt, et al (1992) apud Dantas (2011), afirmam que a indústria da construção civil,

particularmente o substor edificações, é freqüentemente criticado pela sua insatisfatória

eficiência produtiva, pela imprevisibilidade de suas operações e pela qualidade de seus

produtos abaixo das expectativas. Isso expõe que os maiores obstáculos ao desenvolvimento

da construção civil no Brasil são: falta de cultura destinada ao desenvolvimento da qualidade

e da produtividade no setor; crescente descompasso entre as capacidades da mão-de-obra

disponível no setor da construção civil em relação às exigências do seu processo tecnológico;

carência de informações e garantias sobre o verdadeiro desempenho do serviço e produtos na

construção civil devido a falta de textos normativos e sistematização dos serviços.

Quando a Indústria da Construção Civil (ICC) é comparada a indústria seriada,

apresenta um alto índice de defasagem tecnológica, e seus níveis de produtividade de mão de

obra estão entre os mais baixos da cadeia produtiva. São vários os fatores que colaboram para

estes índices, tais como: baixíssimo nível de escolaridade da mão de obra; ausência de

treinamento; resistência a novas tecnologias; elevado número de vínculos empregatícios

irregulares; caráter migratório da mão de obra e a alta rotatividade no setor (Kurzawa, 2006).

Silva (1999) afirma que o Brasil constrói seguindo um mesmo modelo a muitos anos,

utilizando tradicionalmente os mesmos materiais e métodos construtivos. “Não incorporamos

ainda uma série de aspectos conceituais que são da maior importância para a qualidade, do

ponto de vista do usuário final”.

1.2 PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Dantas (2011), o termo produtividade foi empregado pela primeira vez em

1766, de maneira formal, em um artigo do economista francês Quesnay. Em 1883, Littre,

outro economista francês, utilizou o termo abordando a idéia de capacidade para produzir.

Contudo, somente no inicio do século passado assumiu o significado da relação entre o bem

produzido e os recursos empregados para produzi-lo.

Leal et al (1996) revelam que a medição de produtividade “é um dos primeiros passos

a serem dados quando se busca a otimização do processo produtivo. É preciso determinar a

18

eficiência de cada atividade no processo, estudando todas as operações que a constituem,

procurando racionalizá-las”.

Para Silva (1986), produtividade é “ a capacidade de se produzir mais e melhor em

menos tempo, com menos esforço, sem alterar os recursos disponíveis”.

Souza (1996) diz que “produtividade é a relação entre saídas geradas por um processo

produtivo e os recursos demandados na obtenção de tais saídas”, representado na figura 1.

Dórea e Souza (1999), definem produtividade como sendo a “eficácia na utilização

dos recursos físicos variáveis : material e mão de obra”.

Figura 1:Representação genérica de um sistema produtivo

Fonte: Dórea e Souza (1999)

Araújo (2000) defende que o termo produtividade caracteriza eficiência no processo

produtivo. Araújo (2000) ainda afirma que em termos de “acirramento da competição entre as

empresas de construção, é de extrema valia que tal eficiência seja passível de mensuração,

surgindo daí a necessidade de quantificação de produtividade”.

Kurzawa (2006) afira que a ICC, como sistema produtivo, possui todos os quesitos

necessários aos estudos de produtividade. As entradas podem ser identificadas como os

recursos físicos do processo (materiais, equipamentos e mão de obra) e as saídas por uma obra

ou serviço. A figura 2 exemplifica o exposto.

Figura 2: O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil

Fonte: Carraro e Souza (1998)

Conforme Souza (2006), na construção civil o custo da mão de obra pode chegar a

50% do custo total de um empreendimento, dependendo do tipo da obra e do grau de

19

industrialização. O estudo da produtividade representa um sistema de informações muito útil

para subsidiar as tomadas de decisões.

De acordo com Souza (2006), algumas razões citadas, quanto à maior dificuldade de se

envolver com o estudo de produtividade na Indústria da Construção, têm sido: o caráter

nômade dos canteiros de obra, a absorção de mão de obra com baixa qualificação, os baixos

salários vigentes e a alta rotatividade dos empregados das construtoras, assim como a baixa

atração quanto a novos ingressantes no setor.

1.2.1 A importância do estudo da produtividade

Segundo Marder (2001), no contexto brasileiro, as empresas da construção civil,

notoriamente na subsetor edificações, estão passando por um processo de intensa competição

e reestruturação. Para tanto, Marouka e Souza (1999) apud Marder (2001) acreditam que a

produtividade, aliada a qualidade, tornam-se fundamentais para a sobrevivência das

construtoras, exigindo do setor a busca por melhores índices de desempenho, racionalizando e

otimizando o uso dos recursos físicos, financeiros e humanos.

Kurzawa (2006) diz que em todo o mundo, discutem-se questões que dizem respeito a

qualidade e produtividade dos empreendimentos da construção civil. Os novos mecanismos

de defesa do consumidor, e a necessidade de se oferecer ao mercado, produtos que demandem

inovações tecnológicas e demonstrem sua eficiência, preservando a rentabilidade das

empresas de construção, através da redução de custos, tornam essencial a realização de

estudos a cerca da questão da produtividade e de seus fatores condicionantes.

De acordo com Carraro e Souza (1998), dentre os problemas crônicos existentes na

construção civil, os baixos índices de produtividade merecem destaque, uma vez que os

gestores não costumam ter conhecimento sobre a qualidade da mão de obra que se demanda

para produzir determinado serviço, e conseqüentemente, não possuem parâmetros para

buscarem atitudes corretivas caso haja algum problema.

Entre os benefícios possíveis de serem alcançados com o estudo da produtividade da

mão de obra, Carraro apud Araújo (2000) citam os seguintes:

- Previsão do consumo de mão de obra;

- Previsão da duração dos serviços;

- Avaliação e comparação dos resultados;

- Desenvolvimento/aperfeiçoamento de métodos construtivos;

20

Para Araújo (2000), as características de projeto, as condições do canteiro de obra, a

gestão de pessoas e processos, os métodos construtivos e a “estrutura organizacional do

projeto” afetam a produtividade de forma categórica.

Um dos fatores mais importantes para se obter índices de produtividades confiáveis é a

organização, pois é a partir dela que ira se obter a racionalização dos recursos e materiais

disponíveis, fator fundamental para que a empresa consiga elevar sua eficiência nos processos

produtivos.

1.2.2 Razão Unitária de Produção (RUP)

Quando se pretende estudar a produtividade, é inevitável, mensura-lá (Silva, 1999).

Para se mensurar a produtividade de uma mão de obra, adota-se o indicador

denominado razão unitária de produção, definido como:

��� =�ℎ

��

Onde:

RUP = razão unitária de produção;

Hh = mensuração do esforço humano desprendido, em homens-hora, para a produção do

serviço;

QS = quantidade de serviço.

Conforme mostra a equação, verifica-se que a produtividade melhora quando cresce a

relação entre os resultados e os consumos do processo. Nota-se que quanto menor for o valor

da RUP, maior será a produtividade de determinado serviço. Pode-se citar três tipos de

RUP’s, são elas: diária; cumulativa; e potencial.

A RUP diária é obtida tomando-se como fundamento a avaliação diária da

produtividade da mão de obra. Ao final de cada período diário, utiliza-se a RUP diária para

fazer uma avaliação dos Hh utilizados e a quantidade de serviço executado. A Figura 3 em

caráter ilustrativo mostra a variação da RUP diária a cada dia de trabalho.

21

Figura 3:Apresentação da RUP diária para um serviço de construção

Fonte: Dantas (2011)

Segundo Dantas (2011), diariamente a RUP cumulativa é calculada a partir do

acumulo das quantidades de Hh e de serviço executado desde o dia 1 de trabalho. Sendo assim

apresenta a eficiência acumulada durante todo o período de execução de determinado serviço,

considerando os melhores e os piores dias. A figura 4 tem caráter meramente ilustrativo, e

mostra a variação da RUP cumulativa ao longo de vários dias.

Figura 4: Apresentação da RUP cumulativa para um serviço de construção

Fonte: Dantas (2011)

Para Dantas (2011), a RUP potencial não está associada a cada dia de trabalho. Ela

indica uma produtividade potencialmente alcançável desde que, mantido um determinado

conteúdo de trabalho. Ela é obtida matematicamente calculando a mediana entre os valores

de RUP diárias inferiores ao valor da RUP cumulativa para o final do período de estudo.

22

Figura 5: Comparação entre os diferentes tipos de RUP

Fonte: Dantas (2011)

Conforme Araújo (2000), enquanto a RUP diária identifica os efeitos sobre a

produtividade dos fatores condicionantes presentes no dia de trabalho, a RUP cumulativa

capta tendências de produtividade em longo prazo, sendo útil para se fazer previsões quanto

ao consumo de mão de obra e duração dos serviços, entre outro.

Para Carraro e Souza (1998), a RUP cumulativa, bem como o seu valor, é formado

pela agregação das produtividades ocorridas tanto em dias bons, quanto em dias runs. Pode-se

dizer que qualquer valor superior ao da RUP cumulativa não representa um dia de boa

produtividade. Por outro lado, os valores da RUP diária inferiores ao valor da RUP

cumulativa, indicam dias de boa qualidade.

Uma vez que se pretenda padronizar a avaliação da RUP, há que se padronizarem

quatro aspectos:

A definição de quais homens estão inseridas na avaliação;

A quantificação das horas de trabalho a considerar;

A quantificação do serviço;

A definição do período de tempo ao quais as mensurações de entradas e saídas

se referem.

De acordo com Salvador (2012), definida matematicamente a RUP potencial como um

valor a ser buscado de produtividade ao se executar um serviço, poderia ela servir de

referência de produtividade teoricamente alcançável e considerar-se que a diferença entre a

RUP cumulativa e a RUP potencial representaria um afastamento da situação real em relação

à ideal. Com isso, se poderia definir perda percentual de produtividade da mão de obra

23

(PPMO) como:

(%)100)(

xRUP

RUPRUPPPMO

potencial

potencialcumulativa

Fonte: Salvador (2012)

A diferença entre as RUP cumulativa e potencial é um indicativo, conforme

comentado, da perda associável à má gestão; a expressão percentual com relação à própria

RUP potencial torna o indicador menos dependente da variação de conteúdo do trabalho.

Assim é que, para quaisquer conteúdos do trabalho, considera-se que a gestão de certo

serviço, em diferentes obras, possa ser avaliada comparativamente confrontando-se os PPMO

dos casos em análise.

Segundo Souza (2006), a partir da produtividade nos serviços de construção, a

preocupação recai sobre a mão de obra de produção. Assim, embora a gestão seja

extremamente importante, a definição das RUP não envolverá o esforço dos gestores e sim

somente o dos comandados por eles. Dentro desse contexto, existem diferentes possibilidades

quanto à caracterização da mão de obra envolvida, hierarquicamente abaixo de quaisquer

encarregados que não executem pessoalmente o serviço. Note-se que existem oficias

diretamente envolvidos na produção final do serviço, ajudantes que os auxiliam diretamente e

operários que dão apoio mais à distância com relação ao grupo direto. Portanto, criam-se

algumas possibilidades para a definição de mão de obra contemplada, são elas:

Oficiais: quando somente se consideram os oficiais diretamente envolvidos;

Mão de obra direta: quando se acrescentam os ajudantes diretos ao grupo dos

oficiais;

Mão de obra global: quando o esforço de apoio é acrescido ao da mão de obra

direta.

Dentro desse contexto, pode-se mensurar a produtividade com diferentes abrangências

de mão de obra de produção, como pode ser visualizado na Figura 6. Definem-se, portanto, os

seguintes indicadores:

RUPoficiais: que se avalia a produtividade dos oficiais;

RUPdireta: que se associa à produtividade da mão de obra direta;

RUPglobal: que se avalia a produtividade da mão de obra global.

24

Figura 6: Diferentes abrangências quanto a mão de obra contemplada

Fonte: Souza (2006)

1.3 MÃO DE OBRA NA CONTRUÇÃO CIVIL

Souza (1996) define a mão de obra como o mais precioso recurso participante da

execução de obras de construção civil, não somente porque “representa alta porcentagem do

custo, mas principalmente, em função de estar lidando com seres humanos, que detêm uma

série de necessidades que deveriam ser supridas”. O autor defende, ainda, que “a aferição de

produtividade torna-se de extrema relevância, pois pode subsidiar políticas para redução de

custos e aumento da motivação no trabalho”.

O desenvolvimento da indústria na construção civil brasileira sempre se realizou frente

às políticas econômicas das diferentes épocas, segundo Kurzawa (2006). Souza (1996)

argumenta que as diversas alterações ocorridas na composição da mão de obra e na

organização do trabalho, nos diferentes períodos, não decorrem única e exclusivamente das

características intrínsecas do processo produtivo, mas sim de um conjunto de determinações

gerais, estruturalmente geradas, que se refletem historicamente na estrutura e dinâmica do

setor. A Tabela 1 ilustra, de maneira simplificada, a formação da mão de obra na construção

civil brasileira.

25

Tabela 1: Histórico da formação da mão de obra na construção civil

Fonte: Araújo (2000)

Ainda segundo Araújo (2000), “a mão de obra mais qualificada, que se acredita ser

mais produtiva, encontra-se em empresas formais que pagam altos encargos sociais e só retém

os melhores funcionários constituindo a maioria da massa trabalhadora da construção civil”.

O perfil da mão de obra da construção civil apresenta-se com predominância

masculina, isto se explica pelas características do processo produtivo que se utiliza da força

física para a realização das tarefas. Um grande contingente da mão de obra da construção civil

26

apresenta baixos índices de qualificação e a sua taxa de escolaridade figura entre os mais

baixos do país.

Somente com ganhos de produtividade é possível preservar a rentabilidade de uma

empresa e, ao mesmo tempo, aumentar o salário do trabalhador (Leal et al. 1996).

No entanto, maiores salários pagos a mão de obra não implicarão em aumento de

produtividade, mas sim em aumento de custos, podendo muitas vezes inviabilizar

empreendimentos, isto se não forem adotadas medidas de gestão eficientes de mão de obra.

De acordo com Kurzawa (2006), entender as variações oriundas do relacionamento

entre a mão de obra e os serviços a serem executados, buscando uma elevação constante dos

índices de produtividade, pode se traduzir em uma importante ferramenta para se alcançar

sucesso nos empreendimentos na construção civil.

1.4 CONSUMO DE MATERIAIS

Atualmente a construção civil brasileira tem destaque na economia nacional, ela

representa 15% do PIB, e emprega diretamente 4 milhões de pessoas, e gera

aproximadamente 3 empregos indiretos para cada direto. O consumo de material na ICC

chega a valores aproximados de 1000 Kg por metro quadrado de construção. A Construção

Civil é uma grande geradora de resíduos, embora a construção informal seja a maior

produtora de entulho, a busca de melhoria de uma empresa formal, além de ser importante

quanto aos reflexos positivos para a própria empresa, pode incentivar o mercado informal a

atuar de mesma maneira mais racional. As informações sobre o consumo ou perdas ou

desperdício de materiais devem ser fundamentadas em procedimentos conhecidos, de

levantamento e processamento de dados, para serem úteis para a tomada de decisões

(SOUZA, 2005).

Para Andrade (1999), ter um método de quantificação das perdas possibilita às

empresas avaliar maneiras para reduzir o seu índice de perdas, através do controle do

consumo de materiais, deixando de considerar a perda como algo inerente à fase da obra.

Quanto à essência das perdas, as mesmas podem ser encontradas nas obras de três

formas: pode estar aparente (entulho), pode estar incorporada ao produto final, ou pode ser

devia a roubos na obra, segundo Andrade (1999).

Segundo Souza (2005), perda é toda quantidade de material consumida além da

quantidade teoricamente necessária, que é aquela indicada no projeto e seus memoriais, ou

demais prescrições do executor, para o produto sendo executado.

27

Para Salvador (2012), as perdas físicas podem ocorrer em três diferentes naturezas:

furto ou extravio, entulho, e incorporação. Ressalta-se também as perdas segundo sua origem

e sua causa, tendo como exemplo no caso do revestimento em argamassa a espessura média

elevada do revestimento tendo como origem na fase de concepção a falta de coordenação de

projetos assim causando vigas de concreto mais espessas que a alvenaria; outra possível

origem na fase de produção seria a falta de treinamento do encarregado quanto aos

procedimentos para inspeção do serviço causaria a falta de prumo nas paredes executadas.

Pode ser verificar alguns exemplos de perdas na Figura 7.

Figura 7 - Exemplos de causas de perdas: a) A escolha de equipamento de transporte inadequado; b) Deficiência no caibramento; c) Alvenaria fora de prumo.

Fonte: Souza (2005)

Calculando a diferença entre o volume projetado (espessura projetada x área de

revestimento) e o volume utilizado na execução dos revestimentos em argamassa (tetos,

paredes internas e externas), Carneiro (2003) chegou ao valor de aproximadamente 80% de

perdas devido à sobrespessura detectada. Neste mesmo contexto, destacam-se os resultados

obtidos no âmbito de pesquisa nacional FINEP/ITQC/PCC (AGOPYAN et al., 1998) cita o

fato de a sobrespessura dos revestimentos representarem 81% e 82% dos valores da perda

global detectada para o serviço de revestimentos interno e externo, respectivamente.

Para Salvador (2012) comparativamente com outras indústrias, a Construção Civil usa

muito mais material ao longo de um ano de atividades (por volta de 100 a 200 vezes mais que

a Indústria Automobilística). Portanto, qualquer ação visando à maior eficiência no uso dos

materiais de construção pode ter reflexos relevantes quanto ao desenvolvimento sustentável

no país.

28

De acordo com Souza (2005), no que se referem às perdas, diferentes indicadores

poderão ser úteis para se avaliar os possíveis cenários, de tal forma que, dois grandes

conjuntos de informações proporcionáveis pelos indicadores são: um relativo à mensuração

(ou quantificação) das perdas; e outro dizendo respeito às razões (ou explicações) para sua

ocorrência, como se pode verificar na Figura 8.

Figura 8 - Associação de manifestações de perdas às suas origens.

Fonte: Souza (2005)

Os indicadores representam informações quantitativas ou qualitativas que medem e

avaliam o comportamento de diferentes aspectos do objeto do estudo.

Para Souza (2005) Consumo Unitário de Materiais (CUM) é a quantidade de material

necessária pra se produzir uma unidade de produto resultante do serviço em que este material

está sendo utilizado.

29

QS

QMCUM

Onde:

CUM = Consumo unitário de materiais;

QM = quantidades de materiais que adentram o processo em estudo;

QS = quantidade de serviço.

De tal forma, os fatores indutores nascem da análise crítica do serviço em estudo,

sendo que os aspectos a serem observados podem ser definidos através de uma sequência de

raciocínio, que começa com a definição dos momentos de incidência e de origem das perdas,

e é seguida pelo apontamento das possíveis causas para cada momento de incidência e das

possíveis origens para cada causa.

1.5 REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS

Entre os serviços da construção civil, o revestimento argamassado é de fundamental

importância, haja vista que, segundo Carneiro (1993), as principais funções do revestimento

externo de argamassa referem-se a contribuição para a estanqueidade à ação das águas nas

facadas, para o conforto térmico e acústico do ambiente construído, para a segurança aos fogo

e para o bom aspecto do envelopamento da edificação. Ao se cumprir satisfatoriamente estas

funções, atinge-se o desempenho necessário das argamassas de revestimento externo.

O revestimento de argamassa, ou revestimento argamassado, é um serviço onde se

pode ter uma grande variação, tanto no consumo de mão de obra, variando de 1,23Hh/m² a

5,13Hh/m², de acordo com estudos de Silva (2002), quanto no consumo de materiais,

variando de 3,4Kg/m² a 13,9Kg/m², kilogramas de cimento por metro quadrado de área

revestida.

Sendo assim quando se consegue obter uma melhoria da gestão deste serviço, estará

também se obtendo ganhos financeiros e tempo em execução deste serviço.

De acordo com Salvador (2012), o revestimento de argamassa é uma etapa da obra que

requer atenção por parte dos gestores já que: nela estão envolvidas grandes quantidades de

recursos físicos (material, mão de obra e equipamentos), a forma de ataque a este serviço

30

influencia no cronograma da obra, além de ser o “cartão de visitas” da empresa construtora,

por ser um elemento de fácil identificação, mesmo para os clientes que não adentram no

canteiro.

Segundo Sabbatini e Baía (2000), os revestimentos em argamassa ainda são

caracterizados por considerável incidência de falhas e problemas patológicos, desperdícios de

materiais, mão de obra, tempo e elevados custos de produção. Problemas estes que são

agravados no revestimentos de fachadas, pois geralmente as condições de trabalho são as mais

criticas, sob céu aberto e com mínimas condições de segurança.

Segundo Salvador (2012) não é papel do revestimento disfarçar imperfeições

grosseiras da base, muitas vezes desaprumada e desalinhada devido à falta de cuidado no

momento da execução da estrutura e da alvenaria, fazendo com que seja necessário “esconder

na massa” as imperfeições, o que compromete o cumprimento adequado das reais funções do

revestimento.

1.5.1 Propriedades da argamassa

A massa unitária é imprescindível na dosagem das argamassas, para a conversão do

traço em massa para o traço em volume, que é o comumente empregado na produção das

argamassas em obra. Tanto a massa unitária como o teor de ar vai interferir em outras

propriedades da argamassa no estado fresco, como a trabalhabilidade, sendo uma argamassa

com menor massa específica e maior teor de ar apresenta melhor trabalhabilidade.

Segundo Salvador (2012), à medida que cresce o teor de ar, a massa específica relativa

diminui. O teor de ar da argamassa pode ser aumentado através dos aditivos incorporadores de

ar, porém o aumento excessivo do teor de ar incorporado pode prejudicar a resistência

mecânica e a aderência da argamassa.

Ainda segundo Salvador (2012), a trabalhabilidade é uma propriedade de avaliação

qualitativa, uma argamassa para revestimento é considerada trabalhável quando:

Deixa de penetrar facilmente a colher de pedreiro, sem ser fluida;

Mantém-se coesa ao ser transportada, mas não adere à colher ao ser lançada;

Distribui-se facilmente e preenche todas as reentrâncias da base;

Não endurece rapidamente quando aplicada.

31

Além da escolha da argamassa adequada ao tipo de revestimento que se deseja

executar, a elaboração do projeto para produção do revestimento de argamassa de fachada é

fundamental na garantia da qualidade da execução do produto “revestimentos”.

Segundo Sabbatini (2000) apud Salvador (2012), as origens para a ocorrência dos

problemas inerentes ao serviço de revestimento de argamassa de fachada podem estar

associadas às fases de projeto, execução e utilização desse revestimento ao longo do tempo.

Com relação à fase de projeto, os problemas patológicos podem ocorrer pelo detalhamento

insuficiente ou deficiente dos elementos construtivos do revestimento, pela seleção

inadequada dos materiais ou das técnicas construtivas, visando apenas diminuir os custos e

tempo, não levando em consideração o desempenho do revestimento. Durante a fase de

execução, esses problemas podem ocorrer em razão da não conformidade entre o que foi

projetado e o executado, das alterações inadequadas das especificações de projeto, da má

qualidade dos materiais empregados, das técnicas inadequadas de produção e controle da

argamassa e do revestimento, e da mão de obra inadequada. Com relação à fase de utilização,

os problemas patológicos podem ser devidos à remodelação e alteração mal estudadas, à

degradação dos materiais por má utilização dos usuários, ausência ou insuficiência de

manutenção. Todos esses fatores influenciam o desempenho do revestimento de argamassa ao

longo da vida útil esperada. Assim, é necessário considerar a definição da argamassa, das

espessuras das camadas do revestimento, os detalhes construtivos, os procedimentos de

execução e controle do revestimento e a manutenção adequada para minimizar a ocorrência

dos problemas patológicos nos revestimento de argamassa.

1.5.2 Projeto para produção do revestimento de argamassa

Segundo Salvador (2012), a elaboração e utilização de um projeto de revestimento de

argamassa são imprescindíveis para o melhor desempenho do revestimento, resultando em

aumento de qualidade e produtividade, redução de falhas, desperdícios e custos.

Conforme Sabbatini e Baía (2000), o projeto de revestimento de argamassa deve

apresentar informações relativas às características do revestimento e sua forma de produção e

aplicação. Abrangente mente, esse projeto deve certas definições, como por exemplo:

Tipo de revestimento (números de camadas);

Tipo de argamassa;

Espessura das camadas;

32

Detalhes arquitetônicos e construtivos;

Técnicas mais adequadas para a execução;

Padrão de qualidade dos serviços.

Tais definições devem ser satisfeitas em parâmetros tecnológicos, considerando as

exigências do revestimento diante das diferentes condições de exposição.

As definições de dosagem da argamassa são feitas para serem preparadas no próprio

canteiro de obra. Já no caso de argamassas industrializadas, a composição e dosagem da

argamassa é estabelecida pelo fabricante, sendo necessário avaliar as suas propriedades e

aplicações antes de seu emprego.

A argamassa dosada no canteiro de obras é composta, normalmente, por cimento, cal,

areia, aditivos ou adições e água. Cada um desses materiais apresenta características próprias

que interferem nas propriedades da argamassa e do revestimento, devendo ser considerada no

momento de definição da argamassa, de maneira a facilitar o entendimento, pode-se visualizar

o fluxograma da metodologia de dosagem da argamassa na figura 7.

Figura 9: Metodologia de dosagem de argamassa

Fonte: Sabbatini e Baía (2000).

33

Segundo a norma técnica NBR 13749 (1996), a espessura admissível de revestimentos

de argamassa em paredes externas é de 20 a 30 mm. Quando houver a necessidade de

empregar revestimento com espessura superior, devem tomados alguns cuidados especiais de

forma a garantir a aderência do revestimento, como indicado na NBR7200 (1998). Sempre

que a fiscalização julgar necessário, devem ser realizados ou solicitados a laboratório

especializado a execução de pelo menos seis ensaios de resistência de aderência à tração,

conforme NBR 13528, em pontos escolhidos aleatoriamente, a cada 100m² ou menos da área

suspeita. Quanto a planeza, as ondulações não devem superar 3 mm em relação a uma régua

com 2 m de comprimento. As irregularidades abruptas não devem superar 2 mm em relação a

uma régua com 20 cm de comprimento.

1.5.3 Técnica executiva do revestimento de argamassa

Segundo a norma técnica NBR 7200 que trata da execução de revestimento de paredes

e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimentos (ABNT, 1998), as etapas gerais da

execução do revestimento de argamassa são: a preparação da base; a definição do plano de

revestimento; a aplicação da argamassa; o acabamento das camadas e a execução dos detalhes

construtivos.

Segundo Salvador (2012), a preparação da base envolve um conjunto de atividades

que visam adequar a base ao recebimento da argamassa. Essas atividades são relativas à

limpeza da estrutura e da alvenaria, à eliminação das irregularidades superficiais, á remoção

das incrustações metálicas e ao preenchimento de furos, pois é necessário que elas estejam

adequadas para receber o revestimento. O chapiscamento da base também deve ser realizado

nesta etapa.

As superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer

revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores

condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo etc., que

podem acarretar o desprendimento futuro da argamassa.

As superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão

previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias.

De acordo com Salvador (2012), o chapisco serve para regularizar a absorção da base e

melhorar a aderência. A argamassa de chapisco deve ser aplicada com uma consistência

fluida, assegurando maior facilidade de penetração da pasta de cimento na base a ser revestida

e melhorando a aderência na interface revestimento-base. O chapisco deve ser aplicado por

34

lançamento, com o cuidado de não cobrir completamente a base. Aditivos que melhorem a

aderência podem ser adicionados ao chapisco, desde que compatíveis com os aglomerantes

empregados na confecção da argamassa de revestimento e com os materiais da base. Para seu

emprego, devem ser seguidas as recomendações técnicas do produto, comprovadas através de

ensaios de laboratórios credenciados pelo INMETRO.

Estando o chapisco executado (Figura 10), o taliscamento é a próxima etapa, este dará

a definição da espessura do revestimento, consistindo na fixação de cacos cerâmicos ou

pequenos pedaços de madeira, com a mesma argamassa utilizada para o revestimento, em

pontos específicos e respeitando a espessura definida.

Figura 10: Chapisco Executado

Fonte: Próprio Autor (2013)

Com o taliscamento executado (Figura 11), e firme, se dá a execução das mestras

(Figura 12), preenche-se o espaço entre as taliscas verticalmente com a mesma argamassa do

35

emboço e estando a massa firme com o uso de uma régua de alumínio (desempenadeira),

apruma-se as mestras que servirão de guia para a execução do revestimento. Através desses

elementos, fica delimitada uma região onde será aplicada a argamassa. Sobre as mestras, a

régua metálica é apoiada para a realização do sarrafeamento.

Figura 11: Execução do Taliscamento.

Fonte: Próprio Autor (2013)

36

Figura 12: Execução das mestras.

Fonte: Próprio Autor (2013)

Depois de consolidados as mestras (mínimo 2 dias), executa-se o preenchimento dos

vãos entre as mestras com argamassa de revestimento em porções chapadas cuidando para que

fique um excesso em relação ao plano das mestras (Figura 13). No caso da espessura do

revestimento ficar maior que 2 a 3 cm, executar em camadas menores em intervalos de no

mínimo 16 horas. As chapadas deverão ser comprimidas com colher de pedreiro num

primeiro espalhamento, tomando o cuidado de recolher o excesso de argamassa depositado

sobre o piso antes que endureçam.

37

Figura 13: Preenchimento dos vãos entre as mestras.

Fonte: Próprio Autor (2013)

Segundo Salvador (2012), depois de aplicada a argamassa, segue a atividade de

sarrafeamento (Figura 14), que consiste no aplainamento da superfície revestida, utilizando-se

uma régua de alumínio apoiada nos referenciais de espessura, descrevendo um movimento de

vaivém de baixo para cima. É importante lembrar que essa atividade ocorre quando a

argamassa atinge o ponto de sarrafeamento. Concluída essa etapa, as taliscas devem ser

retiradas e os espaços deixados preenchidos. Após tempo adequado, é feito o desempeno e o

camurçamento.

38

Figura 14: Sarrafeamento de parede.

Fonte: Próprio Autor (2013)

O desempeno consiste na movimentação circular de uma ferramenta, denominada

desempenadeira, sobre a superfície da massa única, imprimindo-se certa pressão. Esta

operação pode exigir aspersão de água sobre a superfície (Figura 15).

Figura 15: Execução do desenpeno.

.

Fonte: Próprio Autor (2013)

39

Dependendo do acabamento desejado pode-se executar o desempeno da superfície com

desempenadeira de mão adequada para cada caso (madeira, aço ou feltro). Se a parede for

receber revestimento cerâmico, basta um leve desempeno com desempenadeira de madeira,

cuidando para não deixar incrustações nos cantos e no piso próximo ao rodapé.

O camurçamento consiste na fricção da superfície do revestimento com um pedaço de

esponja ou com uma desempenadeira com espuma, através de movimentos circulares. Esta

etapa é importante por proporcionar uma textura mais lisa e regular para as superfícies,

facilitando a execução do revestimento final de textura acrílica em uma única demão.

Após o término destas etapas, tem-se a etapa da execução dos detalhes construtivos,

ou seja, execução de juntas de trabalho, quinas e cantos, peitoris, pingadeiras, e o reforço com

tela. Estas etapas podem ser executadas junto com a execução do revestimento ou logo após

seu desempeno.

40

2 METODOLOGIA

Segundo Vergara (2003) apud Dantas (2011), a pesquisa metodológica é o estudo que

se refere aos instrumentos de captação ou de manipulação da realidade. Está, portanto,

associada aos caminhos, formas, maneiras, procedimentos para atingir determinado fim.

Toda elaboração de instrumentos de coleta interfere diretamente nos resultados,

portanto este capítulo é dedicado a apresentação deste método de coleta e processamento de

dados inerentes à obtenção dos indicadores de produtividade na execução de revestimento

de argamassa.

2.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

O presente trabalho teve como finalidade diagnosticar os índices e níveis de

produtividade de mão de obra e consumo de materiais na execução de revestimentos

argamassados, partindo de mensurações e observações “in loco” em um canteiro de obra

localizado na cidade de Ijuí/RS.

Em relação a sua abordagem, o estudo é do tipo bibliográfico, uma vez que foi

realizada uma revisão literária sobre o tema. Também se caracteriza como qualitativa e

quantitativa. É quantitativa, pois foram coletados dados de produtividade de mão de obra e

consumo de materiais. Além disso, os resultados obtidos foram analisados qualitativamente

conforme a teoria e as tabelas padrões de órgãos públicos. A análise qualitativa investigou

quais os fatores que mais influenciam no índice de produtividade obtido.

O estudo desenvolvido neste trabalho foi relacionado ao revestimento argamassado de

paredes internas, embutindo o serviço de taliscamento a desempeno. Portanto nos resultados

de produtividade deste trabalho estão embutidos o tempo de execução das taliscas, execução

de mestras, enchimento de paredes, sarrafeamento e desempeno. Assim foi acompanhado o

serviço de revestimento de argamassa interno, gerando indicadores de produtividade e de

consumos de materiais, bem como seus fatores influenciadores.

Com estes indicadores foi possível fazer uma análise, comparando os valores

coletados com os de indicadores oriundos do manual orçamentário TCPO e de outros estudos

de caso já realizados na área de revestimentos argamassados. Após avaliação e comparação

dos valores e seus fatores influenciadores, geraram-se dados reais de razão unitária de

produção (RUP) e consumo unitário dos materiais (CUM), tendo como benefícios uma

previsão de duração dos serviços mais próxima da real, e o desenvolvimento ou

41

aperfeiçoamento dos métodos construtivos, com um consumo mais consciente de materiais.

Para que os objetivos deste trabalho fossem alcançados, a pesquisa foi realizada de

acordo com as etapas metodológicas mostradas na figura 16.

Figura 16: Fluxograma

Fonte: Próprio Autor (2013)

Abaixo estão detalhadas as atividades realizadas em cada etapa metodológica:

a. Revisão bibliográfica sobre os temas produtividade da mão de obra e consumo de

materiais e, revestimento de argamassa;

b. Entendimento do contexto da empresa e da obra: Esta etapa compreende as

características da empresa construtora e da obra onde o estudo foi realizado, como

equipe de oficiais, estoque e transporte de materiais e condições de serviço;

c. Entendimento da execução detalhada do serviço de revestimento de argamassa interno

realizado na obra;

d. Elaboração dos instrumentos de coleta de dados: Foram elaboradas planilhas

padronizadas para a coleta das informações em obra, tanto de produtividade da mão de

obra, quanto do consumo de materiais;

42

e. Coleta de dados (produtividade da mão de obra e consumo de materiais): Através de

coletas diárias realizadas no próprio canteiro de obras e com o auxílio das planilhas de

coleta, fez-se o levantamento das informações necessárias para o cálculo dos

indicadores pertinentes e também aos seus fatores influenciadores, tanto de

produtividade, quanto de consumo de materiais;

f. Análise dos dados: Fundamenta-se em relacionar os valores dos indicadores

encontrados com dados do mercado e de manuais de orçamentação;

2.2 AMBIENTE DA PESQUISA

O estudo de caso foi realizado em um edifício residencial multifamiliar, com área total

de 5.666,79m², localizado na Rua Goiás, Esquina com a Travessa Bahía, nº369, Bairro Assis

Brasil, Município de Ijuí – Rio Grande do Sul (Figura 17).

Figura 17 : Obra em estudo

Fonte: Construtora (2013)

43

O empreendimento está sendo executado por uma construtora regional de pequeno

porte da cidade de Ijuí – Rio Grande do Sul. A empresa não terá o nome revelado, foi fundada

em 2005. A obra está com 1 ano e 8 meses de execução, sendo executados dois pavimentos

garagem em concreto armado, com blocos de concreto de vedação, e oito pavimentos tipo

com o uso de blocos cerâmicos estruturais, totalizando 10 pavimentos (Figura 18).

Figura 18: Obra em andamento

Fonte: Próprio Autor (2013)

Para estudo de caso foi selecionado o serviço de revestimento argamassado interno, o

qual foi acompanhada a execução no 10º Pavimento do edifício.

O 10º pavimento do edifício em estudo tem uma área total de 497,22m², dividida em 8

apartamentos, sendo dois apartamentos com um dormitório, cinco apartamentos com dois

dormitórios e um apartamento com três dormitórios, cuja planta poderá ser melhor observada

no anexo A.

Os revestimentos internos e externos estão sendo executados com argamassa

preparada na obra, com traços estipulados pelos responsáveis técnicos da construtora.

44

2.3 PLANO DE COLETA DE DADOS

Para a obtenção dos dados de acordo com planejamento de coleta é importante

conhecer bem o projeto a ser executado, bem como a forma de organização da mão-de-obra

executora.

A coleta de dados para a realização deste estudo compreendeu várias atividades

distintas que estão descritas a seguir.

2.3.1 Instrumentos de coleta de dados

As informações para a realização deste trabalho foram coletadas a partir da

constituição de uma investigação bibliográfica associada a uma pesquisa de campo.

Para a elaboração deste trabalho, foi essencial o auxilio dos software de planilhas

eletrônicas Microsoft Excel, o qual foi útil para a elaboração de tabelas para coleta e posterior

análise de produtividade e consumo de materiais no revestimento argamassado.Também foi

utilizado o Software AutoCad para a extração de dados do projeto analisado.

Inicialmente foram elaboradas diversas planilhas eletrônicas no software Excel,

planilhas estas que visavam a coleta de dados de homens-hora, quantidade de serviço e

quantidade de material durante o dia de trabalho. Após sucinta análise destas planilhas, foi

escolhida a que melhor se adaptava à realidade da obra, planilha está que esta no Anexo B

deste trabalho. Esta planilha foi utilizada para coletas diárias, sendo necessária a compilação

diária destes dados em uma planilha eletrônica que gerou mais informações, sendo esta o

anexo C.

A tabela 2 que é parte da planilha eletrônica usada para compilação de dados, tem

como primeira parte a identificação da obra, onde foi preenchido o nome da obra, local, a

data, condições climáticas e o período do dia em que foi feita a coleta de dados.

Tabela 2: Instrumento de coleta de dados parte 1

Fonte: Próprio Autor (2013)

45

Já na tabela 3 tem-se a distribuição diária das tarefas. Nesta tabela foi preenchido o

nome e a função de cada colaborador envolvido na tarefa, e quanto tempo este colaborador

ficou envolvido na realização da tarefa, descontando-se seus períodos diários de descanso em

ambos os turnos e seu intervalo para almoço. Está anotado o nome de betoneira, onde nesta

linha está contida a informação de tempo no qual a equipe indireta envolvida no processo tem

o seu tempo somado aos demais. A soma de todos os Hh envolvidos na atividade de

revestimento argamassado é a base para o calculo das RUP’s deste trabalho.

Tabela 3: Instrumento de coleta de dados parte 2

Fonte: Próprio Autor (2013)

Na tabela 5, foi preenchido o nome das paredes que foram revestidas durante o dia de

serviço, quantos m² de revestimento foram executados e quantos carrinhos de argamassa

foram utilizados para a execução do serviço durante o referido dia, os demais itens foram

gerados automaticamente a partir dos dados mostrados na tabela 3 e de dados inseridos nesta

tabela.

Identificou-se que cada betoneira rendia 4 carros de argamassa, então foi calculado o

peso de material por betoneira e se chegou a um peso de argamassa por carrinho, o qual era

facilmente controlado no local da execução do serviço.

Tabela 4: Instrumento de coleta de dados parte 3

Fonte: Próprio Autor (2013)

46

Na planilha ainda foi criado um campo para anotações diárias, onde foram anotados

possíveis atrasos na obra, se alguém parou de trabalhar durante algum período, ou seja, foram

efetuadas todas as anotações de eventos anormais na obra, tabela 5.

Tabela 5: Instrumento de coleta de dados parte 4

Fonte: Próprio Autor (2013)

2.3.2 Levantamento das quantidades de revestimento argamassado

A apropriação das saídas (serviço realizado) foi desenvolvida através de metros

quadrados de revestimento argamassado líquido executado. Revestimento argamassado

líquido compreende as áreas de revestimento executados, descontados os vãos de aberturas e

possíveis vãos de condicionadores de ar.

A quantificação foi realizada parede a parede, em m², através de medidas feitas in loco

e com o auxilio de planilhas eletrônicas e software AutoCAD, de acordo com a produção

diária ao término das jornadas de trabalho da equipe de revestimentos. Para a realização desta

atividade foram utilizados projetos plotados e em arquivos digitais.

Após o levantamento da quantidade de revestimento produzido durante o dia,

marcava-se quais as paredes foram executados durante a jornada de trabalho e quantos m² de

paredes foram revestidos.

2.3.3 Coletas de informações e observações in loco

Durante a realização do estudo de caso foram coletadas informações no canteiro de

obra sobre a execução das atividades em revestimentos argamassados, também foram feitas

observações “in loco” dos serviços que foram realizados, com o intuito de se entender seu

funcionamento e a maneira como estes foram distribuídos.

As observações in loco foram extremamente importantes para que se pudesse fazer

uma posterior análise de possíveis fatores que alteraram a rotina e a produtividade da obra em

estudo. Com tais observações foi possível apontar melhorias no processo de execução de

revestimentos argamassados.

47

2.3.4 Coletas de dados de homens-hora

Segundo Araújo (2000) “obtém-se o numero de homens-hora, relativos a um

determinado dia de trabalho, somando-se as horas trabalhadas por cada membro da equipe”.

Deve se considerar, então, como horas trabalháveis o tempo em que o funcionário esteve

disponível no canteiro de obras para a execução de determinada atividade. Portanto, com

relação às equipes de produção devem-se distinguir dois grupos, como descrito a seguir para o

calculo das RUP’s do objeto em estudo.

- Equipe de produção direta: Nesta equipe incluiram-se os funcionários envolvidos na

produção do serviço e apoio nas proximidades da execução.

- Equipe de produção indireta: Nesta equipe foram englobados os funcionários

envolvidos em tarefas auxiliares à produção mais distantes do local de execução dos serviços,

onde as saídas se materializavam.

A figura 19 exemplifica a divisão entre as equipes de trabalho em um caso genérico

relativo à produção do serviço de revestimento argamassado,

Figura 19: Exemplo de apropriação de homens-hora

Fonte: Librais (2001)

48

Para a coleta de dados de homens-hora trabalhados foi utilizada uma planilha

eletrônica, onde consta a tabela 3, a qual tem a função de coletar os dados que dizem respeito

a permanência diária que o colaborador esteve disponível para a atividade durante o dia. Neste

somatório foram descontados os intervalos diários para descanso nos dois turnos do dia,

também foram descontados eventuais intervalos individuais que o colaborador fez durante a

jornada de trabalho.

Com os dados de Hh trabalhados diariamente foi possível realizar o cálculo de várias

RUP’s, as quais podem ser comparadas a de outros autores que já publicaram artigos técnicos

sobre produtividade de revestimento argamassado.

2.3.5 Tratamento dos dados

As informações foram tratadas de forma quantitativa e qualitativa, analisando e

interpretando os dados obtidos. Na interpretação do mesmo, foram realizadas comparações

entre a teoria e a prática no processo produtivo, além de comparações entre os resultados

obtidos e aqueles indicados como satisfatórios pela literatura estudada.

49

3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo está dividido em duas partes, a primeira que traz a análise da

produtividade da mão de obra e, a segunda parte, a análise do consumo de materiais. Ao final

de ambas tem-se comparação com dados da bibliografia.

3.1 ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NO REVESTIMENTO

ARGAMASSADO INTERNO

Durante o período de 28 de Agosto a 04 de Outubro, acompanhou-se a equipe

responsável pelo revestimento argamassado interno do empreendimento em estudo, sendo este

período equivalente a 22 dias de trabalho.

Foi acompanhado o revestimento argamassado do 10º pavimento da edificação (Figura

20), embora esta mesma equipe fosse a responsável pelo revestimento dos demais

pavimentos. A equipe realizou o revestimento em todos os apartamentos do pavimento, porém

no período de análise os apartamentos 01 e 02 já haviam sido rebocados, isto foi realizado

quando a equipe ainda estava realizando os trabalhos no 5º pavimento, para que a equipe de

revestimento externo pudesse iniciar seus trabalhos.

Figura 20: Pavimento tipo

Fonte: Próprio Autor (2013)

50

A equipe era constituída por dois pedreiros (oficiais) e dois serventes (ajudantes), a

argamassa era produzida na central de argamassa localizada no pavimento térreo da

construção.

Os pedreiros executavam o serviço de revestimento argamassado interno, enquanto os

serventes faziam o transporte interno de argamassa do elevador de carga até o local da

execução do revestimento, assim como o transporte das ferramentas necessárias à execução

do serviço.

Na área de produção de argamassa, que estava situada no pavimento térreo da

edificação, havia uma betoneira, que estava sendo utilizada para a produção de argamassa de

revestimento interno e externo, ambas com o mesmo traço. Neste ambiente a argamassa de

revestimento era produzida por um pedreiro responsável e um ajudante, sendo estes a equipe

indireta do serviço de revestimento argamassado (equipe era distinta da equipe direta).

Inicialmente foi calculada a RUP diária oficial, que é aquela obtida com base na

avaliação diária da produtividade da mão de obra apenas dos pedreiros (oficiais). Assim é

que, ao final de cada dia de execução do serviço, se avaliaria os homens-hora utilizados e a

quantidade de serviço produzida. A Figura 21 ilustra a variação da RUP diária a cada dia de

trabalho no acompanhamento do serviço da equipe oficial de produção. Note-se que, mantido

o conteúdo de um serviço, tal variação seria devida a variações quanto ao contexto e à

presença de anormalidades.

Figura 21: Variação da RUP diária oficial (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

DIA

RUP Diária (Hh/m²)

51

Após o calculo da RUP diária oficial, foi calculada a RUP cumulativa oficial, a cada

dia, a partir do acúmulo das quantidades de homens-hora e de serviço desde o primeiro dia de

trabalho. Portanto, representa a eficiência acumulada ao longo de todo o período de execução

do serviço, contemplando os melhores dias, assim como aqueles não tão bons. A Figura 22

ilustra a variação da RUP cumulativa ao longo de todos os dias de coleta. Nota-se que ocorre

uma clara atenuação das variações diárias da RUP, fruto do acúmulo de eficiências ao longo

de um período maior que o relativo a apenas um dia.

Figura 22: Variação da RUP cumulativa oficial (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

De posse da RUP cumulativa oficial calculou-se a RUP potencial oficial, a qual para

Dantas (2011) não está associada a cada dia de trabalho. Ela indica uma produtividade

potencialmente alcançável desde que seja mantido um determinado conteúdo de trabalho. Ela

é obtida matematicamente calculando-se a mediana entre os valores de RUP diárias inferiores

ao valor da RUP cumulativa para o final do período de estudo. A equipe de trabalho teve uma

RUP potencial oficial de 0,21 Hh/m².

A tabela 6 demonstra todos os valores que deram origem aos dados de RUP diária,

cumulativa e potencial para a equipe em estudo. É importante ressaltar que os valores

expressos na tabela a seguir são valores para cálculo de RUP Oficial, ou seja, só estão

mensurados o tempo de trabalho dos pedreiros, desprezando-se o tempo de trabalho dos

serventes e da equipe indireta.

52

Tabela 6: Resumo de resultados para RUP Oficial

Fonte: Próprio Autor (2013)

Com a finalidade de auxiliar no processo de avaliação de gestão do serviço de

revestimento argamassado interno, foi elaborado o gráfico da Figura 23, o qual traz a RUP

diária, cumulativa e potencial da equipe em análise para RUPs Oficiais.

Figura 23: RUP’s Oficiais (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

53

De forma análoga, as RUPs oficiais, foram calculadas as RUPs direta e global, com a

finalidade de posterior comparação com outras pesquisas que venham a ser desenvolvidas na

análise de produtividade de mão de obra em revestimentos argamassados.

As figuras 24, 25 e 26 e a tabela 7 trazem todos os resultados obtidos para a RUP

direta, a qual mensura toda a contribuição diária dos colaboradores envolvidos diretamente

com a execução da tarefa. Que neste caso mensura a contribuição dos dois pedreiros e dos

dois serventes.

Da mesma forma que a RUP diária oficial, foi calculada a RUP diária direta, a qual

engloba apenas a equipe direta.

Figura 24: Variação da RUP diária direta (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

54

Figura 25: Variação da RUP cumulativa direta (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Tabela 7: Resumo de resultados para RUP Direta

Fonte: Próprio Autor (2013)

55

Figura 26: RUPs Direta (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Da mesma forma que as RUPs diretas, são apresentados os valores das RUPs global

nas figuras 27, 28 e 29 e um resumo na tabela 8. A RUP global analisa todo o trabalho

realizado para a execução da atividade, desde a equipe indireta que faz a argamassa até o

pedreiro que executa o serviço, ou seja esta RUP engloba a mão de obra direta e indireta, a

seguir apresenta-se os resultados.

Figura 27: Variação da RUP diária global (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

56

Figura 28: Variação da RUP cumulativa global (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Tabela 8: Resumo de resultados para RUP global

Fonte: Próprio Autor (2013)

57

Figura 29: RUPs Global (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Ao se observar a figura 21 e a tabela 6, nota-se que o primeiro dia de trabalho é o dia

com menor rendimento, com 0,56 Hh/m². Isto se deve ao fato de que não foram realizados

serviços no pavimento durante o período da manhã, e no turno da tarde apenas um pedreiro e

um servente realizaram o taliscamento de um apartamento, isto gerou uma baixa

produtividade diária.

O terceiro dia foi marcado por uma pequena produtividade; neste dia foi executado o

revestimento argamassado em apenas 17,345m² de parede, fato este devido ao elevador de

carga, que as 9:00 horas da manhã parou de funcionar, ficando assim até o final do dia, porém

como neste trabalho foram contempladas apenas as horas de real trabalho, a RUP não teve

grande variação, fechando em 0,21 Hh/m².

No quarto dia foi medido o esquadro do apartamento que seria rebocado na semana, e

feito todo o taliscamento dele. A equipe sofreu alterações, houve uma troca de serventes,

como o elevador estava transportando argamassa para o reboco interno e para o reboco

externo, ele não vencia a demanda, deixando por muitas vezes a equipe parada na obra, estes

fatos contribuíram para que no dia 02 de setembro, o quarto dia de pesquisa tivesse uma RUP

diária oficial de 0,38 Hh/m².

O sexto dia foi marcado por uma grande produtividade, tendo sido executados

62,48m² de revestimento argamassado, mesmo com o problema reincidente do elevador que

não venceu a demanda nas primeiras horas do dia, obteve-se uma RUP diária oficial de

0,22Hh/m².

58

Com uma RUP de 0,46Hh/m², o sétimo dia foi um dos com menor rendimento, fato

este atribuído a desentendimentos entre os pedreiros, pois há metas a serem cumpridas

mensalmente, e todo o excedente da meta é revertido em valores para a equipe, porém um dos

pedreiros estava com o rendimento muito abaixo do outro, por isso houve um pequeno

desentendimento na obra, fato este que contribuiu diretamente na RUP diária.

O oitavo dia foi marcado como um dos melhores da pesquisa, com uma RUP de

0,20Hh/m², atribui-se este fato por ser uma sexta-feira, dia de pagamento dos funcionários,

isso gerou uma motivação à equipe, resultando assim em um ótimo rendimento. Neste dia foi

executado o revestimento argamassado em 59,20m² de parede.

Com uma RUP de 0,40Hh/m², o décimo primeiro dia também foi marcado por baixa

produtividade, fato este que foi agravado devido a nenhum dos serventes ter ido trabalhar no

turno da tarde por motivos pessoais, e houve o reincidente problema do elevador de carga, que

não venceu a demanda nas primeiras duas horas da manhã, devido a grande demanda de

argamassa para o reboco interno e externo.

O décimo terceiro dia foi um dia de baixa produtividade, teve uma RUP de

0,41Hh/m², apenas um pedreiro e um servente trabalharam durante o período da manhã. No

total foram revestidos apenas 7,38m² de parede, sendo este dia uma das piores produtividades.

O vigésimo dia foi um dos mais produtivos e com uma das menores RUP, sendo esta

de 0,20Hh/m². Neste dia o revestimento teve uma espessura reduzida, ficando na média em

15mm, sendo rebocadas 77,65m² de paredes.

Já no vigésimo primeiro dia houve uma queda na produtividade, tendo uma RUP de

0,45Hh/m² e revestindo no total apenas 19,72m² de paredes, fato este atribuído a utilização da

equipe responsável pelo revestimento argamassado para realização de chapisco em

determinadas dependências do pavimento que a equipe de chapisco não executou.

Portanto, como justificativa desses valores discrepantes, tem-se como principais

fatores influenciadores o fato de haver muita variação de regularidade de serviço, pois foi

observado alto índice de absenteísmo e falta de uma regularidade de equipe, pouca capacidade

de produção de argamassa da equipe responsável, o elevador que muitas vezes não venceu a

demanda de transporte vertical, deixando assim as equipes paradas na obra dependendo de

argamassa para dar continuidade ao processo.

A alta produtividade desta equipe deve-se ao fator aprendizagem, pois esta mesma

equipe fez o revestimento argamassado interno de todos os andares inferiores, e a grande

experiência da equipe foi um fator que é importante ressaltar. Quanto mais produtividade a

equipe apresentar, mais os membros dela ganham, a empresa trabalha com metas, tendo

59

atingido estas metas, o excedente é revertido em valores e acrescentado ao salário dos

funcionário envolvidos na atividade.

Para melhor visualizar os dados constatados e realizar uma análise comparativa mais

aguçada, foram criadas faixas de variação de produtividade, baseadas na Tabela de

Composições de Preços para Orçamentos (TCPO), as quais pode ser visualizadas na figura 30.

Figura 30: Produtividade dos oficiais em revestimento argamassado

Fonte: TCPO (2010)

Como mostra a tabela 6, a RUP média da equipe em estudo é de 0,31 Hh/m², abaixo de

todos os limites estabelecidos pela TCPO, isto mostra que a equipe em estudo esta muito mais

produtiva do que a média das analisadas pela TCPO.

No presente estudo, foi calculada, também, a RUP potencial, esta não se associa a cada

dia de trabalho, mas, é aquela que representa uma produtividade potencialmente alcançável

desde que mantido certo conteúdo de trabalho e que não se tenha problemas quanto à gestão

do mesmo.(Souza, 2006) Matematicamente é obtida através do cálculo da mediana dos

valores de RUP diária inferiores ao valor da RUP cumulativa para o final do período de

estudo sendo essa RUP potencial oficial de0,41Hh/m².

A pesquisa de Julian Salvador (2012) chegou a uma RUP potencial oficial de

0,54Hh/m² com a equipe mais produtiva, isso mostra que a equipe da obra em questão está

mais produtiva que aquela pesquisada por Salvador.

3.2 ANÁLISE DO CONSUMO DE MATERIAIS DO REVESTIMENTO ARGAMASSADO

INTERNO

Todos os dados para o cálculo do CUM foram coletados juntamente com os dados

para o calculo da RUP. Estes dados foram coletados através da planilha elaborada com o

auxilio do software Excel, (Anexo B) e posteriormente compilados na planilha do Anexo C.

Nas planilhas foram registrados diariamente o número de carrinhos de argamassa que

chegavam até o local da execução do revestimento. Sabendo-se que em uma betonada eram

consumidos 28,02 Kg de cimento e que a cada betonada eram gerados 4 carrinhos de

60

argamassa, conseguiu-se chegar facilmente a uma quantidade de cimento consumido por m²

de reboco executado.

É importante salientar que esta análise não contemplou apenas o consumo em Kg de

cimento por m², mas também o consumo de argamassa por m².

Para avaliar a área efetiva de revestimento argamassado, o pesquisador fez o

levantamento diário com o auxílio de uma trena métrica, e achurouva em uma planta do

pavimento as paredes que foram revestidas. Posteriormente lançou-se os dados no software

AutoCad, no qual foi calculada a área bruta revestida. Para se obter as áreas líquidas foram

subtraídos os vãos de aberturas da área bruta.

É importante salientar que nesta análise não foram contabilizadas perdas de

argamassa, pois, a massa que caia na laje ao se reguar as paredes, era batida novamente no

local e utilizada para o enchimento de paredes, portanto não houve perdas significativas de

material.

Foi feita a análise de consumo de cimento por metragem revestida pois o cimento é o

material mais relevante em termos de custo de composição do custo do revestimento

argamassado interno.

Neste empreendimento não existia projeto especifico de revestimento argamassado

interno, apenas uma faixa de variação aceitável deste revestimento dentro das normas técnicas

internas da empresa; as quais previam uma faixa aceitável de espessuras de 1,50 a 4 cm para o

revestimento interno em argamassa.

No local de dosagem de materiais havia um quadro visível e explicativo do traço de

argamassa confeccionado, assim como equipamentos para o auxílio de medidas de materiais

(padiolas). Também havia um pedreiro responsável pelo traço da argamassa.

Com base nos dados coletados através de planilhas eletrônicas, foi elaborado um

resumo de resultados, tanto para Kg(arg)/m² quanto para Kg(ci)/m².

Na tabela 9, a seguir, tem-se os valores de CUM diários para argamassa por m².

61

Tabela 9: Resumo de resultados CUM (argamassa)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Para que pudesse ser comparado com outras bibliografias, foi feito o CUM para

cimento por m², que é demonstrado na tabela 10.

62

Tabela 10: Resumo de resultados CUM (cimento)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Além da tabela, para um melhor entendimento, construiu-se o gráfico com o consumo

unitário de materiais (cimento) coletado diariamente, dentro de uma faixa de variação de

acordo com a bibliografia de Souza (2000), o qual pode ser visualizado na figura 31.

63

Figura 31: Gráfico CUM Diário (cimento)

Fonte: Próprio Autor (2013)

A partir da análise do gráfico da figura 30, cujos dados de coleta foram comparados

com a bibliografia de Souza, (2000), constata-se de que o CUM, expressado em Kg de

cimento/m² da equipe não teve grande variação ao longo do período de estudo, porém nota-se

que houve um baixo consumo de cimento/m². Pode se atribuir isto ao fato de que as paredes

do empreendimento eram de alvenaria cerâmica estrutural, exigindo poucas espessuras de

argamassa para cobrimento de eventuais falhas de prumo, tendo rigoroso controle no

levantamento das alvenarias.

O sétimo dia foi marcado por baixo consumo de cimento, chegando a 2,31 Kg/m²,

sendo este um dos melhores dias em termos de custos para o contratante, tendo um baixo

consumo de material e uma boa produtividade.

O oitavo dia foi aquele com maior CUM, chegando a 5,19 Kg de cimento/m². Este fato

pode ter sido agravado por ser executado o revestimento em uma parede onde foi necessário

aplicar uma espessura maior de reboco, ficando com 40mm na média.

O vigésimo dia foi um dia com CUM abaixo do normal, tendo um resultado de

1,93Kg/m², resultado compreendido, pois no vigésimo dia foi executado revestimento com

pouco espessura, na média em 13mm.

Durante o restante dos dias de coleta de dados, o consumo de material encontrava-se

dentro da faixa aceitável, sem situações alarmantes em que se julgou necessário ressaltar neste

trabalho.

64

Se comparadas as faixas de consumo de argamassa citadas por Souza (2000), é

constatado que o CUM mediano de cimento é muito próximo ao mínimo indicado pela

bibliografia, o que é muito satisfatório, haja visto que a equipe apresenta excelentes níveis de

produtividade, não abrindo mão de qualidade de serviço. Também é importante salientar que

no contexto desperdício, não houve, pois toda argamassa que caia durante o processo era

reutilizada no mesmo.

Salvador elaborou uma pesquisa semelhante no município de Florianópolis, na

oportunidade ele fez a pesquisa em revestimento argamassado externo, ou de fachada, e

obteve os resultados apresentados na figura 32 em KgCimento/m².

Figura 32: Faixas de variação e consumo de materiais em Florianópolis

Fonte: Salvador (2012)

Nota-se que foram pesquisado duas equipes distintas; então para fins de comparação

foram utilizados os valores da equipe A, tendo como valor Min:3,45Kg/m², Méd:7,62Kg/m² e

Máx:24,04Kg/m². O gráfico da Figura 33 apresenta a CUM diária obtida na pesquisa e os

limites obtidos por Salvador (2012).

65

Figura 33: Gráfico CUM diário II (cimento)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Nota-se que a maioria dos valores de CUM diários ficaram entre a CUM mediana e a

CUM mínima da pesquisa de Salvador (2012), portanto a equipe de Ijuí mostra-se mais

econômica do ponto de vista financeiro, contudo, alguns fatores não estão sendo comparados,

como o método aplicado, condições de trabalho, fator aprendizagem e ferramentas.

Para que se fosse possível comparar os resultados da pesquisa com os valores

indicados pela tabela orçamentária TCPO, foi necessário o ajuste de valores de ambos os

resultados. Como mostra a figura 34, retirada da TCPO, o consumo unitário de argamassa é

expresso em l/m², tendo em vista que os resultados deste trabalho foram expressados em

Kg/m², foi feito o ajuste dos valores da TCPO.

Figura 34: Consumo unitário de argamassa (litros/m² revestido)

Fonte: TCPO (2010)

Considerando que o peso específico da argamassa com cimento/cal/areia seja de

1900Kg/m³ foi feito o ajuste, ficando valor Mín= 13,87Kg/m², Máx=112,67Kg/m² e

Med=41,61Kg/m². A figura 35 mostra os dados de coleta diárias de consumo de argamassa na

66

obra em estudo, e os limites dos valores estipulados pela TCPO para consumo de

argamassa/m².

Figura 35: Gráfico CUM diário (argamassa)

Fonte: Próprio Autor (2013)

Para a CUM de argamassa, tem-se o valor de CUM mediano em 38,85Kg/m², o que

mostra que a equipe da obra em estudo tem uma média abaixo da média da TCPO que é de

41,61Kg/m², oque é muito satisfatório, CUM Mín: 21,01 Kg/m², onde o estipulado pela

TCPO é de 13,87Kg/m² e CUM Máx de 55,23Kg/m², para o qual a TCPO indica

112,67Kg/m².

Sendo assim, os resultados obtidos durante a realização da pesquisa são satisfatórios,

eles mostram que a equipe em análise está com valores de CUM abaixo da média indicada

pela TCPO, o que reflete diretamente no custo total da construção da edificação, pois quanto

menor o consumo de argamassa, mais lucro à construtora.

Ressalta-se que valor de CUM alto é um indicador ruim de consumo de materiais.

Quanto ao consumo de materiais deste serviço, permite verificar o real controle dos materiais,

avaliando as perdas de cimento por m² de revestimento de fachada em argamassa.

No que tange o consumo de materiais a tabela SINAPI disponibilizada pela Caixa

econômica federal apresenta um consumo de 59,66 Kg de argamassa/m² no serviço de

revestimento argamassado, valor este superior ao aferido na obra em estudo, a qual teve seu

consumo médio de 38,85Kg de argamassa/m².

67

4 CONCLUSÕES

Ao término deste estudo é possível concluir que a produtividade da mão de obra e o

consumo de materiais no revestimento argamassado na cidade de Ijuí - considerando a obra

em estudo – apresenta valores de RUP acima daqueles sugeridos pela TCPO, e valores de

CUM na faixa apresentada pela TCPO e pela tabela SINAPI.

A tabela 11 traz um breve resumo dos resultados obtidos com a realização do estudo

proposto por este trabalho.

Tabela 11: Resumo de resultados

Fonte: Próprio Autor (2013)

Os valores de RUP’s cumulativas totais, que representam uma tendência da obra e um

valor equivalente a todo o serviço de revestimento, estão muito satisfatórios.

Com base neste estudo é possível afirmar que uma equipe de um oficial e um servente

gasta em média 16,20 minutos para executar 1,00 m² de revestimento argamassado interno, ou

seja em 1 hora de trabalho, esta mesa equipe executa em média 3,70 m² de revestimento

argamassado, com um consumo médio de 38,85 Kg de argamassa/m² ou 3,57Kg de

cimento/m².

Cabe ressaltar que a experiência aliada ao fator aprendizagem na execução deste

serviço colaborou para a apresentação de tais resultados. Portanto por se tratar de um insumo

que apresenta grande impacto no valor final da obra, justifica-se os investimentos a serem

realizados em busca de novas técnicas e aprimoramento da equipe de operários.

Este estudo buscou, inicialmente, coletar indicadores de produtividade de mão de obra

e consumo de materiais no serviço de revestimento argamassado, partindo de mensurações e

observações in loco para, em seguida compará-los com os dados publicados em estudos já

68

consolidados. Estas mensurações foram realizadas cotidianamente, no período compreendido

entre os dias 28 de agosto a 04 de outubro de 2013.

Pode-se dizer que há muito que se estudar ainda quanto a produtividade da mão de

obra na execução de revestimentos de argamassa. Tal estudo é importante, seja como

instrumento para a melhoria da gestão ou como parâmetro para auxiliar o desenvolvimento

tecnológico do serviço. Além de complementar o banco de dados da empresa melhorando os

cálculos de orçamento para essa atividade, baseada nas características da obra e

ambiente de trabalho, pois más estimativas podem levar a perdas financeiras quando são

usados dados que são inferiores aos reais.

Um banco de dados mais elaborado pode facilitar também o relacionamento entre

construtora e os colaboradores, negociando e definindo parâmetros do serviço, uma vez

que os problemas ocorrem durante a realização do serviço, e muitas vezes não estão

previstos em contrato.

Muitas das interferências ocorridas no empreendimento, tais como falta de argamassa

no local da realização do serviço e problemas com o elevador de carga, entre outros, são

constituintes do processo produtivo, porem seus efeitos poderiam ser minimizados com o

breve planejamento da obra.

Durante a realização do estudo pode-se perceber vários problemas decorrentes do má

funcionamento do elevador de carga, muitas vezes não sendo eficaz em sua função devido ao

mesmo estar transportando materiais para vários serviços em execução na obra, sendo o

elevador de carga identificado como um gargalo de produção na execução de revestimento

argamassado da obra em estudo.

Como diretrizes para o aprimoramento do serviço de revestimento argamassado

interno, de um modo geral, pode-se pensar em atuar desde o início do empreendimento, ou

seja, contratando, na fase de projetos, um projeto de revestimento de fachada, até ações

visando melhorar a produção, onde é essencial pensar e envolver os vários agentes da cadeia

produtiva, promover ações de controle de qualidade por parte dos gestores, etc.

Para este empreendimento especificamente, além das diretrizes acima, sugerem-se

outras mais específicas, quais sejam:

- Controlar a qualidade da execução da estrutura de concreto armado, e da alvenaria

estrutural para evitar o consumo excessivo de materiais, ou seja, evitando perdas

incorporadas, e também contribuindo para melhorar a produtividade da mão de obra deste

serviço, evitando sobrespessuras. Para tanto, propõe-se o uso de Fichas de Verificação, que

subsidiam as discussões na medida em que, tendo-se preparado previamente uma lista de

69

aspectos a serem contemplados, se discutem tais itens, ao longo do processo de tomada de

decisões, para checar se algum deles deixou ou não de ser cumprido.

- Propõe-se que se utilize lona na base das paredes onde está sendo executado o

revestimento, para que a argamassa que cai e que será reaproveitada não fique contaminada

com impurezas existentes na laje ou no contrapiso.

-Propiciar a formação dos trabalhadores (isto é, inclusive um dever social dos gestores)

através de treinamentos para a execução racionalizada do serviço, levando-se em conta que a

melhoria da produtividade e do consumo de materiais deve ser gerenciada com a consciência

de que ela depende das características do produto que se quer executar, dos processos

adotados e da frequência da ocorrência de anormalidades durante a produção.

- A fim de implantar uma política de melhoria contínua com enfoque neste serviço,

utilizar a ferramenta PDCA (simplificadamente ilustrado na figura 36) para se garantir uma

contínua preocupação com a gestão da produtividade e consumo dos materiais. Uma

programação (“P” proveniente do inglês “plan”) deve incluir as discussões no nível do chão

da obra, isto é, definições sobre o serviço, por exemplo: quais serão as frentes de trabalho;

quantos e quais operários estarão em cada uma delas; quais as ferramentas serão utilizadas;

como e em quais quantidades os materiais serão movimentados; como motivar os operários;

como ser pró-ativo frente a possíveis anormalidades, etc. Uma vez implantadas as ideias

concebidas (“D” do inglês “do”), devem-se monitorar a produtividade e o consumo de

materiais que estão acontecendo (“C” do inglês “check”) e avaliar decisões que possam ser

tomadas quanto ao trabalho (“A” do inglês “act”) e, com isto, reprogramar o mesmo

(novamente o “P”) visando a busca da melhor produtividade possível. Os sucessivos giros do

PDCA normalmente levam a melhorias significativas da produtividade e consumo de

materiais.

Figura 36: Ciclo PDCA

Fonte: SOUZA (2005)

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-Fazer reuniões com a equipe de produção do tipo “Brainstorming” (ou “tempestade de

ideias”), técnica que pretende induzir a geração de ideias por parte de um grupo, procurando

incentivar seus integrantes a emitir, inicialmente, o maior numero de opiniões (não censuradas

neste momento), para, num segundo momento, contar com várias alternativas a serem

analisadas na busca de uma resposta para questão inicial.

Conclui-se, portanto, que a produtividade e o consumo de materiais estão diretamente

ligados à habilidade dos oficiais envolvidos, assim como a sua conscientização com relação à

qualidade do que estão executando. Outro fator importante é a supervisão da execução,

controlando sua qualidade, que deverá ocorrer desde as fases iniciais (estrutura e vedações) a

fim de que se possa ter uma menor espessura de revestimento. Dado o exposto, propõe-se,

ainda, utilizar planos de execução (planejamento e orçamento) de acordo com a equipe de

profissionais disponíveis. Sugere-se, ainda, que os operários sejam treinados, tanto com

relação à técnica de execução quanto com o cuidado a fim de evitar perdas de materiais. Desta

forma, espera-se que a produção seja aprimorada e se produza um produto (edificação) com

maior qualidade e menores custos financeiros e ambientais.

4.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A seguir estão apresentadas algumas sugestões para outros trabalhos de pesquisa:

→ Determinar a produtividade de mão de obra e o consumo de materiais, adotando-se um

estudo de caso, ou ainda utilizando um maior numero de amostras (canteiros de obra) e

posterior análise comparativa;

→ Determinar a produtividade de mão de obra e o consumo de materiais em revestimento

argamassado interno utilizando uma outra amostra e em seguida fazer analise comparativa

com os índices deste trabalho;

→ Determinar a produtividade de mão de obra e o consumo de materiais em revestimento

argamassado externo, adotando-se um estudo de caso, ou ainda utilizando um maior numero

de amostras (canteiros de obra) e posterior análise comparativa;

→ Identificar os tempos produtivos, improdutivos e auxiliares da mão de obra, na execução

de revestimento argamassado interno;

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→ Analisar a gestão de materiais e de pessoas nos canteiros de obras no Municipio de

Ijuí/RS;

→ Aplicar esta mesma metodologia em obras da cidade de ijuí/RS para posterior análise

comparativa;

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ANEXO A

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ANEXO B

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ANEXO C